fato jurÍdico

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  • 8/3/2019 FATO JURDICO

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    Fato jurdico Elida Mamede

    FATO JURDICO:

    Sentido amplo: acontecimento natural ou humano que tem importncia para odireito, criando modificando ou extinguindo as relaes jurdicas.

    MHD: o acontecimento previsto em norma jurdica, em razo do qual nascem, semodificam,subsistem e se extinguem relaes jurdicas.

    - previsto na norma / efeito juridicamente qualificado

    - est no inicio e no fim do processo normativo: o direito nasce do fato e ao fato sedestina

    fato jurdico e todo e qualquer fato que, na vida social,venha a corresponder aomodelo de comportamento ou de organizao configurado por uma ou mais normasde direito Miguel Reale

    - inserido numa estrutura normativa

    - CAUSALIDADE MOTIVACIONAL entre fato e fato jurdico, pondo em destaque anatureza axiolgica ou valorativa do fato.

    a rbita da vida social move-se em uma contnua produo, modificao eextino de direitos subjetivos. Sob a influencia dos diversos fatos, desloca-se aagrupao dos interesses humanos como os coloridos fragmentos de umcaleidoscpio, e correlativamente trocam de posio os direitos e deveres Sternberg

    acontecimento da vida social que o direito objetivo determina efeitos jurdicos emanifestam-se duas foras: LIBERDADE E NECESSIDADE. a livre disposio devontade que permite o vinculum iuris, e a necessidade de se atribuir efeitos

    jurdicos aalguns fatos da natureza que gera, modifica e extingue as relaesjurdicas Paulo Nader

    FATO FATO JURDICO Natural (ordinrio / extraordinrio)

    Indenizao/reteno Humano Licito (ato jurdico / negcio jurdico) e ilcito

    Fato jurdico Sentido estrito / fato natural: acontecimento natural ou

    equivalente (no depende da manifestao de vontade humana) ordinrio(nascimento,morte, maioridade, menoridade, decurso de tempo, aluvio, avulso 1250 e 1251) e extraordinrio (caso fortuito e fora maior, exs. Desabamento,tempestade, naufrgio em razo de terremoto)

    Ato jurdico: h a concorrncia do elemento vontade. (humano)Subdiviso:(voluntrio e involuntrio)

    Ato jurdico em sentido estrito: h vontade na formao, e os efeitos so legais(preestabelecidos em lei) ex. perdo, ocupao, confisso, adoo

    Negcio jurdico: h vontade na formao e vontade nos efeitos soconvencionais, com auto-regulao. Ex. contrato, testamento. So ato jurdicos

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    resultantes da declarao de vontade deduas ou mais pe ssoas para realizao dedeterminado fim social.

    o poder de auto-regulao dos interesses que contm a enunciao deum preceito, independentemente de um querer interno.

    Ato ilcito: a vontade contrria a lei, mas os efeitos so jurdicos; importantespara o direito.

    com a incidncia da regra jurdica, o suporte ftico,colorido por ela, entra nomundo jurdico. A tcnica do direito tem como um dos seus expedientesfundamentais, e o primeiro de todos, esse, que o de distinguir, no mundo dosfatos, os fatos que no interessam ao direito, e os fatos jurdicos que formam omundo jurdico,donde dizer-se que, com a incidncia da regra jurdica sobre osuporte ftico, esse entra no mundo jurdico Pontes de Miranda

    fato jurdico um acontecimento natural ou humano previsto em norma jurdica,com conseqncias jurdicas, com valor para ser inserido em norma jurdica Ferreira

    2 Elementos essenciais requisitos de validade (negcio jurdico): (104)

    - AGENTE CAPAZ representao e legitimao

    Representaao: legal (arts. 115-120, ler 115 e 118) / 1634, V, 1690, 1747, I e 1774

    Judicial

    Convencional (653-692)

    Consentimento: para Limongi Frana a anuncia vlida do sujeito a respeito doentabulamento de uma relao jurdica sobre determinado objeto. Pode serexpresso ou tcito / receptcio ou no receptcio (111)

    - OBJETO LCITO, POSSVEL (impossibilidade absoluta e relativa), DETERMINADO OUDETERMINVEL

    - FORMA PRESCRITA OU NO DEFESA EM LEI (107-110)

    3 ELEMENTOS ACIDENTAIS: s podem ser usados se a lei no vedar. Soclusulas que se acrescentam ao negcio jurdico com o objetivo de modificar umaou algumas de suas conseqncias naturais.

    3.1. condio: (121,122, 123, 124, 125 e 127) clusula que subordina aeficcia a evento futuro e incerto

    - lcita / ilcita

    - possvel (suspensiva / resolutiva) e impossvel

    - necessria e voluntria

    - casual (caso fortuito ou fora maior), potestativa, promscua e mista

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    Fato jurdico Elida Mamede

    Puramente potestativa: arbtrio de uma das partes ( se for resolutiva admitida)

    Simplesmente potestativa: depender da prtica de um ato ou certa circunstncia

    REGRAS: o direito condicional transmissvel; art. 876 se o devedor pagar antes decumprida a condio, o credor dever restituir

    3.2. termo: a data para cumprimento da prestao

    Dia do comeo dies a quo INICIAL - suspensivo

    Dia do fim dies da quem FINAL - resolutivo

    Prazo: o lapso de tempo entre ambos

    Arts. 132, 134

    - convencional, de direito (lei) e de graa (deciso judicial)

    - certo (data) de incerto (acontecimento)

    3.3. encargo: 137

    Clusula acessria que aparece em certos negcios jurdicos que restringem aliberdade, impondo um nus a pessoa natural ou jurdica contemplada pelosreferidos atos.

    - a resoluo do negcio jurdico em virtude de inadimplemento do modo noprejudica terceiros

    4 CLASSIFICAO DO NEGCIO JURDICO:

    a) QUANTO A NATUREZA: unilateral / bilateral / plurilateral

    b) QUANTO A ATRIBUIO PATRIMONIAL: gratuito / oneroso /bifronte eneutro

    c) QUANTO S PRESTAES: comutativo (equivalncia, equilbrio deprestaes)/ aleatrio

    d) QUANTO FORMALIDADE: no formais, formais, reais

    e) QUANTO AO MOMENTO DA PRODUO DE EFEITOS: inter vivos oucausa mortis

    f) QUANTO A EXISTNCIA: principais e acessrios

    g) QUANTO AO CONTEDO: Patrimoniais e extrapatrimoniais (no soauferveis economicamente)

    h) QUANTO A REGULAMENTAO: tpicos ou nominados / atpicos ouinominados

    i) QUANTO A DURAAO: DETERMINADOS / INDETERMINADOS

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    Fato jurdico Elida Mamede

    j) QUANTO A EXECUO: instantneos, sucessivos

    k) QUANTO AO OBJETO: fungvel e infungvel

    l) QUANTO AOS EFEITOS: constitutivos e declaratrios

    m)QUANTO AO EXERCCIO DE DIREITOS: De disposio e de simplesadministrao

    # O negcio jurdico requer AUTO-REGULAO dos interesses particulares

    #presena necessria da emisso de vontade

    5 NULIDADES:

    Validade formal: vigncia

    Validade material: eficcia

    sano imposta pela norma jurdica que determina a privao dos efeitos jurdicos do negcio praticado em desobedincia ao que prescreve. Nossoordenamento jurdico adota a Teoria Bipartida do Negcio Jurdico.

    Priva o negcio jurdico de produzir efeitos normais

    NULIDADE ABSOLUTA (166) ANULABILIDADE (171) mais grave porque fere preceito deordem pblica

    menos grave porque fere preceito deordem privada

    Legitimidade ampla (168), ou seja, podeser alegada por qualquer interessado

    Legitimidade estrita (177), POIS S DIZRESPEITO S PARTES ENVOLVIDAS,salvo indivisibilidade e solidariedade

    Pode ser declarada ex officio Precisa de provocao (alegao)Efeito ex-tunc (Requer reposio dasituao anterior, salvo o caso do 181)

    Efeito ex-nunc

    No convalesce (169) no pode serconfirmado pelas partes ou sanado(suprida pelo juiz)

    Convalesce (179)

    A inoperncia do instrumento noimporta a do ato, se este puder seprovar por outros meios

    Via de regra no prescreve prescreveEficcia erga omnes Eficcia inter partes

    ATOS INEXISTENTES ATOS NULOS ATOS ANULVEISVICIO natural ou ftico,devido falta deelementos constitutivos

    ex. contrato de compra evenda sem preo ou

    Carecem de validadeformal ou vigncia. Vcioinsanvel substncia. O

    ato chega a formar-se,mas frustram-se os

    Desobedincia a certosrequisitos que noatingem a substncia do

    ato, mas a sua eficcia.

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    objeto; casamento semconsentimento ou compessoas do mesmo sexo,o testamento oral. acolhida pelo CCMexicano , art. 2.224.

    resultados.

    # O ato inexistente no chegou a se configurar como ato jurdico, pela falta de umdos seus elemntos constitutivos.

    - ler os dispositivos do CC:

    6 Vcios do consentimento:

    CONSENTIMENTO: Para R. Limongi Frana a anuncia vlida do sujeito a respeito

    do entabulamento de uma relao jurdica sobre determinado objeto.

    Pode ser espresso ou tcito; receptcio ou no receptcio.

    Vcios de consentimento: erro, Dolo, coao, leso, e estado de perigo

    Vicios Sociais: simulao e fraude

    6.1. ERRO (138): Noo inexata sobre alguma coisa, objeto ou pessoa, queinfluencia a formao da vontade. No induzido; falso juzo

    Se tivesse conhecimento exato, se manifestaria de maneira diversa.

    REQUISITOS: ERRO SUBSTANCIAL (139) eficiente na execuo do ato

    ERRO ACIDENTAL: incide sobre qualidade secundria da pessoa, ou do objeto; ousobre a quantidade: peso, medida ou quantidade do bem

    Erro de direito: diz respeito norma jurdica dispositiva

    Erro de fato: conhecimento de uma realidade

    Sobre a natureza do negcio

    Sobre o objeto da declarao

    Relativo a pessoa

    6.2. dolo: toda manobra astuciosa que leva algum a efetivar um ato contra seuprprio interesse. Pode se dar mediante ao ou omisso. (145 E 147)

    Para Bevilqua o emprego de um artifcio por uma das partes para que a outrapratique um comportamento que lhe seja desfavorvel ou aproveite o autor do doloou terceiro. (148)

    Ex. um vendedor omite que a casa tem rachaduras

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    Fato jurdico Elida Mamede

    Compensao: art. 150 DOLO DE AMBAS AS PARTES

    DOLO PRINCIPAL E ACIDENTAL (146)

    Elementos: induo, artifcios fraudulentos, causa determinante

    6.3. Coao: fora fsica (vis absoluta) ou moral (vis compulsiva) que faz comque a pessoa realize um negcio jurdico que no praticaria de livre e espontneavontade. Ameaa a bens e pessoas e sua honra (temor fundado). Constrangimentofsico ou moral. Para MHD s a coao moral , na verdade vcio de consentimento.

    Simples temor reverencial no configura coao.

    A coao deve ser iminente ou atual

    Coao exercida por terceiro vicia, ainda que sem o consentimento econhecimento do contratante

    LER: 151 caput e p. .

    6.4. Estado de perigo: quando algum pratica o negcio jurdico forado pelanecessidade de salvar-se, ou a pessoa de sua famlia, de grave dano, assumindoobrigao excessivamente onerosa imposta pela outra parte e que, em outracircunstncia, no celebraria. (156)

    - risco vida ou sade

    - fundado temor de grave dano

    - dolo de aproveitamento

    - onerosidade excessiva

    6.5. Leso: (157, caput) prejuzo que uma das partes sofre na concluso donegcio, decorrente de desproporo existente entre as prestaes, em razo desua preemente necessidade ou inexperincia, sem que haja dolo de aproveitamentodo beneficiado.

    - dispensa-se o dolo ou a m f da parte que se aproveitou

    - disparidade gritante entre as prestaes

    Elemento subjetivo: necessidade / inexperincia

    Elemento objetivo: desproporo: vatagem indevida de um lado e dano de outro

    Alguns critrios: menos da metade do valor ou 20%

    7 Vcios sociais:

    7.1. simulao: geralmente um ato bilateral em que duas pessoas fingem fazerum negcio jurdico para enganar um terceiro ou burlar a lei, portanto, a simulao

    no ser defeito do ato jurdico se no houver prejuzo a terceiros ou violao da lei.(167)

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    Fato jurdico Elida Mamede

    Monteiro: o intencional desacordo entre a vontade interna e a declarada nosentido de criar aparentemente um negcio jurdico que, de fato, no existe, ouento oculta, sob determinada aparncia, o negcio realmente querido.

    a) Caracterstica: divergncia intencional entre a vontade e a declarao,

    havendo oposio entre o pretendido e o declarado.

    b) Requisitos:

    - declarao bilateral de vontade

    - sempre concertada com a outra parte com com as pessoas a quem ela se destina

    - vontade exteriorizada diverge da interna

    - feita com a inteno de iludir terceiros

    c) Institutos afins:DISSIMULAO: oculta ao conhecimento de outrem uma situaoexistente.simulao: engana sobre a existencia de uma situao no verdadeira.

    Reserva mental: declara algo diferente do que quer, mas para alegar erro em seuproveito

    d) Tipos:

    Absoluta: quando as partes no pretendem praticar, na realidade, ato jurdicoalgum e ato simulado no encobre a realizao de qualquer outro.

    Relativa: quando as partes praticam um ato diverso do aparente. Existe dois atos:o simulado ou aparente e o real. Esta pode ser:

    OBJETIVA: se relativo a natureza ou ao objeto

    SUBJETIVO; se a parte contratante no for a que tirar proveito do negcio

    BENIGNO OU INOCENTE: quando no infringe normas legais ou no prejudicaterceiros

    7.2. Fraude contra credores:- a prtica maliciosa, pelo devedor, de atos que desfalcam seu patrimnio com oescopo de coloc-lo a salvo de uma execuo por dvidas em detrimento dosdireitos creditrios alheios.

    - So atos que diminuem o patrimnio do devedor, tornado incapaz de satisfazerseus credores, ou se j estava insolvente, diminuindo ainda mais sua capacidadefinanceira.

    - alienaes gratuitas (158) e onerosas (159)

    - dano

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    Fato jurdico Elida Mamede

    a) pressupostos da ao pauliana ou revocatria:

    - prova da insolvncia do devedor

    - contra o devedor, e contra os terceiros que aproveitam de m-f

    - elementos: dano (eventus damni) e m f (consilium fraudis)

    - inteno de fraudar, presumida pelo estado de insolvncia

    - ser o crdito anterior ao ato fraudulento

    b) efeitos da ao pauliana:

    - revoga o negcio jurdico

    - repe o bem ao patrimnio do devedor

    - cancela a garantia concedida