fate apostila : princípios básicos do desenho

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FACULDADE ATENEU CURSO SUPERIOR DE TECNOLOGIA EM DESIGN DE MODA EXTENSÃO Priscila de Oliveira Guimarães Araújo, Esp. INTRODUÇÃO À PRÁTICA DO DESENHO FORTALEZA 2012

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Apostila destinada a prática em sala de aula do curso de Extensão ; Princípios Básicos do Desenho

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Page 1: Fate Apostila : Princípios básicos do desenho

FACULDADE ATENEU

CURSO SUPERIOR DE TECNOLOGIA EM DESIGN DE MODA

EXTENSÃO

Priscila de Oliveira Guimarães Araújo, Esp.

INTRODUÇÃO À PRÁTICA DO DESENHO

FORTALEZA

2012

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Apostila organizada pela profa. Priscila Guimarães, Esp. 2012.1

PRISCILA DE OLIVEIRA GUIMARÃES ARAÚJO

INTRODUÇÃO À PRÁTICA DO DESENHO

Esta material trata de uma apostila destinada

ao curso de Introdução à Prática do Desenho

a ser ministrado no curso de extensão da

Faculdade Ateneu – FATE no período de

2012.1 para o curso Superior de Tecnologia

em Design de Moda.

FORTALEZA

2012

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Apostila organizada pela profa. Priscila Guimarães, Esp. 2012.1

O QUE É UMA LINHA ?

Olá queridos alunos !

Neste material procurei reunir o básico necessário para a grande jornada da compreensão do desenho. O caminho é longo, porém cheio de alegrias e algumas frustações. Como todo trabalho para ser bem feio ordena tempo e dedicação, o desenho também exigirá de vocês a mesma força de vontade. Não se cobre em demasiado, sinta sua evolução e vá construindo seu estilo de maneira simples, porém com eficácia. Não pule etapas e compreenda o desenho como um processo de alfabetização, ou seja, uma Alfabetização Visual. Da mesma forma que você aprendeu a ler e passou anos no colégio para estudar as regras linguísticas e da escrita, você verá que com o desenho é a mesma coisa. Isso mesmo ! Aprender a ler as partes para apreender o todo. Como uma palavra não funciona sozinha sem seu contexto, os elementos visuais também não funcionam. O desenho está em diferentes profissões e na área de Design ele adquire grande importância em relação ao planejamento de projetos. Por causa desta etapa tão importante na formação da carreira de um Designer de Moda é que este curso foi pensado, aqui é a primeira etapa, contudo a principal para que você obtenha êxito neste quesito. Pratique, estude, pesquise !!! Não pensem que esta etapa passará, não espere pelo fim e sim pela evolução. Agora responda;

O que é uma linha?

Priscila Guimarães Fortaleza, 2012

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Apostila organizada pela profa. Priscila Guimarães, Esp. 2012.1

Introdução Esta apostila apresenta algumas regras e teorias sobre as práticas do desenho. Destinada a

iniciantes da prática do desenho, aqui você conhecerá desde materiais básicos como também

atividades e exercícios para que construa sua rotina diária de dedicação ao desenho. Só a prática levará

a sua perfeição ( frase famosa).

Contudo, praticar errado também pode causar atrasos no desenvolvimento, bem como gerar alguns

vícios que são difíceis de perder.

Em cada etapa terminada você compreenderá que o desenho é uma formação básica de apenas

alguns elementos e que esses poucos elementos acompanhará você durante toda a sua jornada de

designer.

Segundo a artista plástica e professora Ostrower (1983), o desenho tem na sua construção um

mistério surpreendente. Ela compara a formação das frases com a formação harmoniosa do desenho e

apresenta uma questão sobre essa relação.

“Quantos vocábulos se constitui a linguagem visual?”

Para a autora são apenas cinco. A LINHA, A SUPERFÍCIE, O VOLUME, A LUZ E A COR. Parece

básico e simples e é aí que o desenhista depara com a complexidade de lidar com tão poucos

elementos, porém é com poucos elementos que conseguimos apreciar tantas variedades de técnicas e

estilos que constituem as obras de arte.

Então, e ai?!!! O que é uma linha?

Para a autora, a pergunta certa seria. “O que faz a linha em termos de estrutura espacial?”

Então lhe pergunto: O que faz uma linha no desenho da uma casa, ou de um croqui de moda, ou

de uma ficha técnica, ou numa lista de supermercado?

Todos esses contextos que citamos acima falam da linha, tantas perguntas e interpretações

diferentes. Mas, afinal, como a linha e os outros elementos visuais interagem entre si?

A resposta desta pergunta é o que faz acontecer o desenho. Se ele é forte, fluido, romântico,

artístico, técnico, mensagem... não há mistério, apenas os elementos visuais que estão em harmonia e

transmitem a mensagem que desejam.

Contudo, desenho e imagem não são apenas apropriações dos elementos visuais, eles têm

simbologias e linguagens e por causa desses quesitos é que devemos praticar e estudar algumas regras

que compõe a estrutura do desenho.

Há uma grande diferença entre o desenho artístico do desenho técnico de moda. Normalmente,

o desenho artístico serve apenas para a apreciação e idealização de um futuro projeto, além de servir

de ilustração ou promoção. Entretanto, o desenho técnico de moda tem como regra sua unificação

como linguagem, principalmente quando tratamos de modelos e aviamentos diferenciados. O desenho

técnico de moda acompanha a ficha técnica, tem em sua representação a formação o desenho plano

da roupa e de configuração bem simétrica sem muitos estilos e adereços desproporcionais. Essa

característica exigida pelo desenho técnico não deixa a liberdade criativa exercer sua vontade, isso

porque diferentes pessoas irão ler seu desenho e sua mensagem visual deve ser clara e unificada

dentro da empresa para que não haja prejuízos e desperdício de tempo.

Todavia, o que devemos saber é que desenho técnico ou desenho artístico perpassam o mesmo

desenvolvimento: LINHA, SUPERFÍCIE, VOLUME, LUZ E COR. Bons Estudos !!!

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Os materiais 1. O papel

As matérias primas mais famosas e próximas do papel foram o papiro e o pergaminho. O papiro

foi inventado pelos egípcios e os exemplares mais antigos datam de 3.500 a.C. Até hoje, as técnicas de

preparação do papiro permanecem pouco claras, sabendo-se, apenas, que era preparado à base de

tiras extraídas de uma planta abundante no Rio Nilo.

Essas tiras eram colocadas em ângulos retos, molhadas, marteladas e coladas. Apesar da sua

fragilidade, milhares de documentos em papiro chegaram até nós. O pergaminho era muito mais

resistente do que o papiro, pois era produzido a partir de peles tratadas de animais, geralmente de

ovelha, cabra ou vaca.

Entretanto, foram os chineses os primeiros a fabricar papel com as características que o atual

possui. Descobertas recentes de papéis em túmulos chineses muito antigos, mostraram que na China

ele foi fabricado desde os últimos séculos antes de Cristo. Por volta do século VI a.C. sabe-se que os

chineses começaram a produzir um papel de seda branco, próprio para a pintura e para a escrita.

Em 105 d.C., o imperador chinês Chien-ch'u, irritado por escrever sobre seda e bambu, ordena

ao seu oficial da Corte T'sai Lun que inventasse um novo material para a escrita. T'sai Lun produziu uma

substância feita de fibras da casca da amoreira, restos de roupas e cânhamo, humedecendo e batendo

a mistura até formar uma pasta. Usando uma peneira e secando esta pasta ao sol, a fina camada

depositada transformava-se numa folha de papel.

O princípio básico deste processo é o mesmo usado até hoje. Esta técnica foi mantida em

segredo pelos chineses durante quase 600 anos.

O uso do papel estendeu-se até aos confins do Império Chinês, acompanhando as rotas comerciais das grandes caravanas. Tudo parece indicar que a partir do ano 751, os árabes, ao expandirem a sua ocupação para o Oriente, tomaram contato com a produção deste novo material e começaram a instalar diversas fábricas de produção de papel.

No entanto, utilizavam quase exclusivamente trapos, pois era-lhes difícil obter outros materiais fibrosos. A partir daquele momento a difusão do conhecimento sobre a produção do papel acompanhou a expansão muçulmana ao longo da costa norte de África até a Península Ibérica.

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Data de 1094 a primeira fábrica de papel em Xativa, Espanha, e por volta de 1150 a fábrica de Fabriano, em Itália.

A partir daí, na Europa, começa-se a disseminar a arte de produzir papel: França em 1189, Alemanha em 1291 e Inglaterra em 1330. Curiosamente, a ideia de fazer papel a partir de fibras de madeira foi perdida algures neste percurso, pois o algodão e os trapos de linho foram transformados na principal matéria prima utilizada. No fim do século XVI, os holandeses inventaram uma máquina que permitia desfazer trapos, desintegrando-os até ao estado de fibra.

Apenas em 1719, o francês Reamur sugeriu o uso da madeira, em vez dos trapos, pois existia uma forte concorrência entre as fábricas de papel e a indústria têxtil, o que dificultava a obtenção e encarecia a principal matéria prima usada na época: o algodão e o linho. Ao observar que as vespas mastigavam madeira podre e empregavam a pasta resultante para produzir uma substância semelhante ao papel na contrução dos seus ninhos, Reamur percebeu que a madeira seria uma matéria prima alternativa. Mas apenas em 1850 foi desenvolvida uma máquina para moer madeira e transformá-la em fibras.

As fibras eram separadas e transformadas no que passou a ser conhecido como "pasta

mecânica" de celulose. Em 1854 é descoberto na Inglaterra um processo de produção de pasta

celulósica através de tratamento com produtos químicos, surgindo a primeira "pasta química".

A partir daqui, a indústria do papel ganhou um grande impulso com a invenção das máquinas de

produção contínua e do uso de pastas de madeira.

As primeiras espécies de árvores usadas na fabricação de papel em escala industrial foram o

pinheiro e o abeto das florestas das zonas frias do norte da Europa e América do Norte.

Outras espécies - o vidoeiro, a faia e o choupo preto nos Estados Unidos e Europa Central e Ocidental,

o pinheiro do Chile e Nova Zelândia, o eucalipto no Brasil, Espanha, Portugal, Chile e África do Sul - são

hoje utilizadas na indústria de papel e celulose.

A pasta de celulose derivada do eucalipto surgiu pela primeira vez, em escala industrial, no

início dos anos 60, e ainda era considerada uma "novidade" até a década de 70. Entretanto, de entre

todas as espécies de árvores utilizadas no mundo para a produção de celulose, o eucalipto é a que tem

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o ciclo de crescimento mais rápido e por isso tornou-se a principal fonte de fibras para a produção do

papel.

Graças à madeira, o papel foi convertido de um artigo de luxo, de alta qualidade e baixa

produção, num bem produzido em grande escala, a preços acessíveis, mantendo uma elevada

qualidade. Fonte: www.naturlink.pt in www.portalsaofrancisco.com.br

2. Marcadores

Entendamos como marcadores tudo aquilo que possa de alguma forma ajudar a configurar o desenho em cima da superfície.

Podemos enquadrar os marcadores em solúveis em água, porosos, minerais, oleosos. Solúveis em água Segundo Morris (2007) os marcadores solúveis em água são compostos por soluções

pigmentadas que podem ser diluídas em água. Tipo: Aquarela, tinta acrílica, tinta a base de minerais como o guache, pastéis secos e aquareláveis,

têmpera... A aquarela: Muito usado nos desenhos artísticos de moda, a aquarela se apresenta como um

excelente material portátil, de fácil limpeza, rápida secagem e muito aderente em superfícies porosas como o papel ou tecido cru.

O guache: É considerado um tipo de aquarela, mas sua característica é o efeito fosco que produz. De fácil secagem, aderente às superfícies porosas, normalmente não tóxicas, elaboradas com gesso entre outros elementos.

Pasteis secos: Muito poroso, tem efeito fosco, sua penetração é quase imediata pois sua limpeza é dificultada por causa dos minúsculos pigmentos o compõe. Seu efeito é muito desejado para esfumados e efeitos degrade.

Lápis aquareláveis: Tem formato de um lápis comum, mas sua propriedade porosa torna-se liquida com auxílio de água, diferente da tinta aquarela, o lápis permite o artista concentrar o pigmento em um único local do desenho.

Nanquim: Nanquim a prova solúvel em água, quando seco tem acabamento fosco, encontra-se em poucas variações de cores e sua característica é a formação do bico da caneta especializada para nanquim que dá um efeito de traço diferenciado. As canetas podem ser vareta fina, bambu, bico-de-pena, pincel.

Tinta acrílica: O acrílico é uma tinta sintética solúvel em água que pode ser usada em camadas

espessas ou finas, permitindo ao artista combinar as técnicas da pintura a óleo e da aquarela.A tinta

acrílica possui uma secagem muito rápida, em oposição à tinta óleo que chega a demorar meses para

secar completamente em trabalhos com camadas espessas, possui um odor menos intenso e não causa

tantos danos a saúde por não possuir metais pesados, como o cobalto da pintura a óleo.Sua

praticidade, já que não depende de secantes, o diluente é a água, não é nociva ao pintor e seca rápido

e a matriz cromática é ampla, a torna muito popular entre artistas contemporâneos.Em técnicas

mistas, acrílica e óleo ou acrílica e pastel, a tinta acrílica sempre é utilizada primeiro já que a as tintas

oleosas fixam no acrílico mas o acrílico não fixa nas tintas com vetores oleosos.

Canetas hidrocor: Caneta Hidrocor, geralmente de uso escolar e por esta razão de baixa

qualidade cromática, resistência à luz e variedades de cores, no entanto existem as Canetas Hidrocor

profissionais, muito usadas por publicitários. A sua tinta é mais resistente à luz e de maior

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transparência. Os resultados são bastante interessantes e de muita qualidade. É uma Técnica de

Desenho muito recente e que tem muito para evoluir

2.1 Marcadores solúveis em óleo Pastel a óleo: Semelhantes aos pastéis secos no seu aspecto, a sua constituição é no entanto

diferente pois são fabricados com uma mistura de pigmento e óleo. Existem desde os anos 60. Tal como os pastéis secos têm a forma de pequenos sticks cilíndricos e vendem-se em caixas ou avulso numa grande variedade de cores e durezas. Aderem com facilidade ao papel e permitem misturas de cores que se depositam numa camada mais grossa e pastosa ou mais fina, conforme se pretender. É possível ainda no decurso do trabalho diluí-los e mistura-los com um pincel embebido em terebintina.

Tinta a óleo : A tinta a óleo é uma mistura de pigmento pulverizado e óleo de linhaça ou papoula. É uma massa espessa, da consistência da manteiga, e já vem pronta para o uso, embalada em tubos ou em pequenas latas. Dissolve-se com óleo de linhaça ou terebintina para torná-la mais diluída e fácil de espalhar. O óleo acrescenta brilho à tinta; o solvente tende a torná-la opaca.

Lápis de cor: Lápis de cor - É um material relativamente recente. São feitos a partir de uma

mistura de talco e substâncias corantes. Encontram-se à venda em caixas com enorme variedade

cromática, ou avulso. Existem lápis de durezas diferentes, e de três tipos principais: os de mina grossa e

relativamente macia, resistentes à luz e água e não precisam de fixador. Os de mina mais fina e mais

dura, são usados para desenhos com muito detalhe, também resistentes à água. Os lápis com minas

solúveis em água (aguareláveis) permitem um trabalho misto de desenho e aguarela. A boa qualidade

de um lápis de cor é fundamental para o êxito de um trabalho. Bem utilizados podem produzir

trabalhos notáveis. Vivem sobretudo das misturas e sobreposições de cores que valorizam o

cromatismo.

2.2 Minerais

Carvão : O carvão é um material clássico no desenho, talvez o mais antigo. Usa-se para esboçar ou para desenhos definitivos de acordo com o suporte e a intenção. Já os homens primitivos usavam galhos queimados para desenhar.

Grafite: A grafite foi descoberta na Baviera por volta de 1400, não lhe tendo sido dado na época o devido valor. A história do lápis remonta a 1564, quando se descobriu em Inglaterra um filão de grafite pura. A coroa inglesa mandou então abrir minas para se obter grafite como material de desenho. Estas minas forneceram grafite a toda a europa, até se esgotarem as suas reservas no séc. XIX. O mineral era misturado com gomas, resinas e colas. Esta mistura era então colocada numa ranhura de um pedaço de madeira geralmente de cedro e atado com um cordel. À medida que se ia gastando a grafite, o cordel era desenrolado e repunha-se a mina no extremo. Em 1761, na Alemanha, Faber criou uma pequena oficina de fabrico de lápis. Misturava duas partes de grafite com uma de enxofre. Existem também em muitas durezas, desde extra-duras a extra-macias. As mais duras permitem traços finos cinzento pálido, as mais macias produzem traços mais grossos e mais negros, pois depositam mais grafite no papel. Assim, temos basicamente a seguinte escala de grafites:

DURA MÉDIA MACIA 8H, 7H, 6H, 5H, 4H, 3H, 2H, H, HB, F, B, 2B, 3B, 4B, 5B, 6B, 7B, 8B, 9B

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Por "H" entende-se "Hard" - uma mina dura. Por "B" entende-se "Brand" ou "Black" - uma mina macia ou preta. Por "HB" entende-se "Hard/Brand"- uma mina de dureza média

A grafite pode ser usada praticamente em todas as superfícies, excepto nas plastificadas, onde adere mal. Quase todos os tipos de papel - lisos, texturados, rugosos - são também um suporte adequado. Papéis como o "Ingres" ou "Canson" são óptimos suportes para trabalhos em valores de cinzento e "degradés". O tipo de papel que se usa é importantíssimo pois determina a forma como a grafite se vai comportar. Papéis coloridos são também frequentemente usados para trabalhos de desenho a grafite.

OS ELEMENTOS VISUAIS

Seguiremos com nossa pesquisa com o livro O Universo da Arte de Fayga Ostrower de 1983 da Editora

Campus, Rio de Janeiro. Neste livro a autora procura relatar uma experiência de curso voltado para as

pesquisas do campo visual, mas precisamente das artes plásticas.

1. A Linha

Na parte III ela nos apresenta os Elementos Visuais, e é por esse caminho que começaremos no capítulo

VI com a LINHA.

Ela começa demostrando que os elementos visuais precisam necessariamente de um contexto espacial,

ou melhor, uma função espacial. E juntos cada elemento

configura o espaço de um modo diferente.

“ No espaço natural, percebemos sempre três dimensões –

altura, largura e profundidade – mais o tempo. Na Arte,

porém, essa combinação dimensional será variável.

Podemos perceber outros esquemas de espaço. Neles tanto

pode variar o número como a combinação das

dimensões... na Arte são muitos os espaços válidos e

possíveis... Podemos agora reformular a resposta, ( O que

é

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Figura 2 - Peso da

Linha

uma linha?),acrescentando: é pelas dimensões espaciais articuladas por cada

elemento, na específica organização de um espaço, que se caracterizam os

elementos visuais. No caso da linha: ela vai configurar um espaço linear de uma

dimensão. Através dela apreendemos em espaço dimensional. Pg.66”

A linha comporta diferentes comportamentos dentro do desenho, ou seja, linha não é somente um traço

reto com duas extremidades. Na composição do desenho as linhas se reúnem e juntas fazem uma

dinâmica espacial. Essa dinâmica é essencial para que você formule seu desenho, é na dinâmica da linha

e na sua modulação que o desenho toma forma e se apresenta como figura.

Ao longo de seu estudo Ostrower (1983) demostra

que a linha não comporta mais do que a sua dimensão plana –

bidimensional. Diferentemente das esculturas que comportam a forma

tridimensional. Como conclusão sobra a linha a autora indaga:

“ Chegamos às seguintes conclusões: a linha ( cada seguimento linear)

cria, essencialmente, uma dimensão no espaço. Ela é vista como

portadora de movimento direcional. Introduzindo-se intervalos, ou

contrastes de direção, reduz-se a velocidade do movimento. Quanto mais

forem os contrastes, mais diminui a velocidade e, em contrapartida,

aumenta o peso visual da linha. Assim há sempre um efeito simultâneo

que abrange espaço e tempo:maior velocidade = menor peso visual;

menor velocidade = maior peso.” P. 67

A compreensão sobre o comportamento da linha é de suma importância para o

designer de moda. É com o uso da linha que ele expressa suas principais

ideias, pois é na representação plana do desenho que se apresenta os detalhes,

muitas vezes sem se a presença do volume, luz e sombra.

A Superfície

Para a autora a superfície se manifesta da seguinte maneira:

“ Na organização espacial da superfície percebemos as duas dimensões: altura e

largura. Essas são de tal maneira integradas que uma não pode ser vista sem a

outra, cada uma prendendo a outra no espaço. Assim, as linhas não podem mais

correr, ficando presas à área que contornam. Quanto mais as duas dimensões se

compensarem, proporcionalmente, tanto mais diminui o movimento visual – por

exemplo, no quadrado onde os lados são iguais ( figura 4 ) e, mais ainda no

círculo, onde não há nem ângulos pontas que possam projetar-se no espaço ( figura

5)” p. 70.

Figura 1 - Linhas

Retas

O Grito - Edvard Munch

1893 1

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É na superfície material – diferente da superfície espacial qual falamos - que o desenho que coloca, se

deposita. Na superfície material ( papel, parede, tela, madeira...) o desenho pode parecer meio suspenso

no ar, mas é na configuração da superfície espacial que ele se manifesta em uma história, lugar ou

dimensão. A superfície adquire velocidade ( Figura 6) quando colocada em extensão, ou seja, se um dos

lados apresenta-se mais alongado do que os demais. Esse formato pode gerara ilusão de continuação e é

nessa sensação que o desenho se configura no tempo e espaço.

Figura 9 - Superfícies abertas em perspectivas

Quando o designer delimita uma superfície ele usa as

linhas. É na união das extremidades das linhas que a

forma aparece e se configura o bloco – a superfície.

Característica do tênis All Star é o bico revestido com

plástico. Se tratando do desenho, esse bico se apresenta

como uma superfície onde junto com os outros elementos do

desenho ele se configura como detalhe de um objeto a ser

projetado. ( Figura 10)

Figura 4 -

Quadrado Figura 5 -

Círculo estático Figura 6 - Retângulo côncavo e convexo

Figura 8 - Várias superfícies em uma

Figura 7 - Superfície Aberta 1

Figura 10 - Linhas e superfícies em

conjunto configuram um desenho.

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2. Volume

Para Ostrower ( 1983) a linha e a superfície são elementos que ainda se inserem nas dimensões do plano

pictórico, os elementos restantes como volume, luz e cor ultrapassam a estrutura bidimensional. Ela

ressalta que os demais elementos por agirem de forma conjunta e que normalmente configuram um

objeto com dimensão são considerados como elementos mais dinâmicos. “ O espaço que poderá ser

estruturado com eles ultrapassará sempre, em dimensões, a base do plano.

Ostrower resume o volume em elemento com característica de profundidade e essa profundidade é

representada pela composição que as linhas fazem entre si. Ou seja, da linha à superfície ao volume.

“ O espaço caraterístico do volume é o da profundidade. Lembramos, para maior clareza, que na pintura a noção de profundidade é sempre virtual, virtual( ao contrário da escultura,

da arquitetura ou da dança por exemplo, que lidam com a profundidade real do espaço).

Na representação do volume, a profundidade é inferida pela ação de diagonais junto a

planos verticais ou horizontais (Figura 12) . Esses dados visuais são apresentados em

conjunto à nossa recepção, integrando-se e qualificando-se reciprocamente, de tal modo

que nenhum das três dimensões pode ser apreendida sem as outras.” Pg. 87.

3. LUZ

O efeito da luz caracteriza-se pela superfície e é na superfície em volume ou plano que a luz tem o

efeito de gerar volumes e contornos. “ O elemento luz será identificado nos contrastes de claro/escuro. O artista pode

aproveitar-se, evidentemente, de certos efeitos de iluminação natural ou artificial,

fazendo-os coincidir com a distribuição de manchas claras e escuras na imagem,

destacando então, nos objetos representados certos planos iluminados ou sombras

projetadas. Mas o contraste de claro-escuro pode existir independentemente de um foco

de luz. É esse contraste que conta. Pg. 223” (Figura 13)

Figura 11 - Linha, superfície, volume.

Figura 12 - O conjunto das superfícies na construção do volume

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“ Através de claro e escuro a luz articula uma vibração de espaço. Na

conjuntura de áreas onde se veem simultaneamente valores claros e

escuros. ( mas unicamente nesse conjunto) o claro avança no espaço

enquanto que o escuro recua. Quanto mais intenso o contraste, ou

seja, quanto mais afastados ente si forem os componentes do

contraste ( chegando aos extremos, branco e preto), tanto mais visível

o efeito da vibração: claro, referido aos

escuros, vai avançar e o escuro, referido

aos claros, vai recuar. “ pg. 224

4. A COR

Para compreendermos melhor as cores tomamos como estudo o livro A cor

como informação: A construção biofísica, linguística e cultural da simbologia das cores, de Luciano

Guimarães da Editora Anna Blume, em terceira edição no ano de 2004 na cidade de Pinheiros, São

Paulo. Neste livro o autor debate sobre as teorias que circulam o fenômeno cor. Vejamos um trecho

sobre o que ele diz a respeito em A percepção e a transmissão da informação cromática, pg. 34. “ O fisiologista inglês Thomas Young ( 1783 – 1829) determinou, em 182, com

base na ideia da redução das cores a três cores básicas, três tipos de

receptores em nossa retina: VERMELHO – AMARELO – AZUL. O fisiologista

alemão Hermann Ludwig von Helmholtz ( 1821 – 1894), por sua vez, em 1852,

determinou três espécies de fibrilas nervosas na retina: a primeira estimulada

principalmente pelas ondas longas (vermelho) a segunda pelas ondas médias

(verde) e a terceira pelas ondas curtas ( azul-violeta). Com as experiências

de James Clerk Maxwel, em 1861, usando filtros vermelho, verde e violeta,

comprovou-se a síntese da aditiva da percepção visual. No Livro da Cor, de

195, Albert Munsell, retoma a estrutura criada por Helmholtz para definir as

cores, considerando as três características fundamentais da cor: matiz ( ou

coloração), valor ( ou sua luminosidade) e croma ( o grau de pureza da cor)” P. 34

Cores Primárias, Secundárias e Complementares

por DSB Stars - Aninha Amorim, Cris Oliveira e Celly Oneill

5.1 O que é cor ?

A cor faz parte do nosso mundo e está tão presente que muitos de

nós já não dá tanta importância, tornou-se corriqueiro, algo que já é

inerente ao ser. Desde o momento em que acordamos estamos em

contato com as cores: ao nos depararmos com as cores do nosso

+

+

Figura 14 - Cores primárias

Figura 15 - Prisma

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quarto, ao escolhermos a roupa para vestirmos, quando saímos vemos os muros e outdoors da cidade

nos invadindo de cores, ou mesmo se ficarmos em casa; tudo está repleto de cores. Mas, o que é a cor?

Só podemos perceber as cores quando temos luz. Cor é luz. A luz emitida, seja pelo sol ou por uma

lâmpada, contém todas as cores do arco-íris. A luz branca é constituída pela reunião de numerosas

radiações coloridas que podem ser separadas. A cor é o resultado do reflexo da luz que não é absorvida

por um pigmento. Assim podemos perceber que a cor é uma sensação provocada pela luz sobre nossos

olhos. Podemos estudar as cores sob dois aspectos que estão diretamente relacionados, embora sejam

aparentemente opostos: a COR-LUZ e a COR-PIGMENTO.

5.2 Cor-Luz Você já viu um arco-íris? Ao incidir nas gotas de água da chuva os raios da luz solar se decompõem em

várias cores. São radiações coloridas. Semelhante a um arco-íris temos um prisma comum, onde a luz

branca é dividida em um espectro de cores. Essas cores — vermelho, laranja, amarelo, verde, azul, anil

e violeta — compõem o que é chamado de espectro visível da luz, que são freqüências do

espectroeletromagnético (“luz”) que podemos ver a olho nu. O que nos dá um total de 7 cores.

Porém, temos milhões de cores diferentes na transição de uma cor para outra. Estudos nos mostram a

classificação das cores, são elas: primária, secundária e terciária. A qual gerará o círculo cromático e

diante deste teremos também as cores complementares e análogas, além de muitos outros estudos e

definições.

5.3 Cor-Pigmento

O pigmento é o que dá cor a tudo o que é material. Os homens primitivos descobriam as cores pela

experiência. As pinturas rupestres eram feitas com os mais variados tipos de pigmentos naturais:

plantas, terra, carvão, e até o sangue dos animais que caçavam.

As técnicas de pintura se desenvolveram, se industrializaram e a tecnologia criou os pigmentos

sintéticos. Cores "artificiais", feitas em laboratório, mas tão intensas e belas como as cores naturais

que tentam imitar. Muitas tintas industrializadas ainda são feitas com pigmentos naturais, mas já

existem pigmentos sintéticos de todas as cores. Os corantes também são pigmentos. A mistura de

pigmentos altera a quantidade de luz absorvida e refletida pelos objetos. Cada um reflete somente a

cor que não é absorvida. Por exemplo: o pigmento amarelo absorve da luz branca as cores azul violeta,

azul cian, verde, vermelho alaranjado e vermelho magenta, e reflete somente a luz amarela, que é a

cor que podemos ver.

Seguindo os estudos de NEWTON, podemos classificar as cores pigmento inversamente a cor-luz,

O CÍRCULO CROMÁTICO

5.5 Cores primárias são aquelas que não podem ser obtidas a partir da

mistura de outras cores. São as cores básicas, a partir das quais, todas as

demais são obtidas. As cores primárias são o vermelho, o azul e o amarelo.

Se quiser fazer esse teste é simples, pegue os seu lápis de cor e faça em um

papel branco um desenho como está abaixo, colocando em um círculo as três

cores primárias dispostas proporcionalmente no círculo.

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Apostila organizada pela profa. Priscila Guimarães, Esp. 2012.1

Cores secundárias são aquelas originadas pela mistura de duas cores

primárias. Misture azul com amarelo e obterá o verde. Misture amarelo

com vermelho e obterá o laranja. A mistura do azul com o vermelho resulta

no violeta. Acrescente essas três cores no seu círculo, como na figura

abaixo.

5.7 Cores terciárias são as cores que se consegue misturando uma cor

primária com uma cor secundária. Por exemplo: o amarelo alaranjado se

consegue misturando o amarelo (cor primária) com o laranja (cor

secundária). Misturando-se o vermelho (cor primária) com o laranja (cor

secundária), chega-se ao vermelho alaranjado. Você pode completar essas

cores no seu círculo também. Lembre-se que esses nomes não são

científicos e podem variar de acordo com o fabricante das tintas.

O resultado desse teste se chama disco cromático, ou círculo cromático, Se

você traçarmos agora uma linha vertical dividindo o amarelo e o violeta, poderemos perceber que do

lado esquerdo as cores são vivas e marcantes. São as chamadas cores quentes. Já do lado esquerdo, as

cores transmitem mais tranquilidade e calma. São as chamadas cores frias.

E para que serve isso? Esses conceitos podem ser importantes na escolha de cores, de acordo com o

que o artista, no caso, você, esteja tentando obter como efeito. Claro que, se a sua pintura é realista,

você não pode trocar a cor do morango vermelho por verde, para transmitir calma mas, pode carregar

uma quantidade maior de folhas. E pode ser que a sua pintura não represente a realidade. Nesse caso

você tem mais liberdade para usar as cores, já que não está sofrendo a limitação de retratar a

realidade.

É importante saber ainda que podemos ir construindo um círculo com vários níveis de detalhamento,

fazendo misturas para obter variações mais sutis. No primeiro círculo tínhamos unicamente 3 cores. No

segundo, passou a ter o dobro disso e depois o dobro do dobro. Podemos prosseguir da mesma forma

até o limite que desejarmos ou conseguirmos.

5.8 Cores complementares: são aquelas que estão em oposição no círculo cromático. Uma cor

primária sempre tem uma cor secundária como complementar. A cor complementar do azul (cor

primária) é o laranja (cor secundária). Isso pode ser útil na pintura de sombras e na relação frente e

fundo.

Cores análogas: são as que estão lado a lado no círculo cromático.

O círculo cromático serve para nos orientar na mistura e escolha de cores. Devemos lembrar, porem,

que não está lidando com um instrumento científico. A sensibilidade vale mais do que qualquer coisa

que esteja sendo dita aqui.

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Apostila organizada pela profa. Priscila Guimarães, Esp. 2012.1

5.9 Sistema de cor: relação de posição onde a cor pode ser lida, já que ela tem significado. Cor:

matéria, luz e pigmento.

Conceitos de misturas:

aditiva (luz): branco, verde, laranja, violeta (azul)

partitiva (matéria): grãos.

subtrativa (pigmento): pigmento opaco

Na tabela de cores encontramos os seguintes itens: eixo matiz, zona de saturação, zona de

escurecimento, subdivididos em cromáticos e acromáticos.

Veremos os contrastes existentes, ressaltando que a intenção é perceber os estados para que possamos

comparar as cores.

A cor é superfície, não importa a forma.

Contraste da cor em si – a cor percebendo ela mesma.

Máximo contraste – amarelo, magenta e azul (pólos)

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Médio contraste – laranja, roxo e verde (mistura duas a duas)

Mínimo contraste – mistura três a três

O branco e o preto nessas combinações podem reforçar ou anular a cor.

Contraste Claro e Escuro

Branco como presença de luz e preto como ausência de luz.

Serve para observarmos como a forma e a cor se comportam de acordo com a posição no espaço e

incidência de luz.

Contraste Complementar

Máximo contraste da cor está entre os pares formados de cores primárias e sua correspondente

complementar. Somando cada par as cores anulam-se.

Contraste Simultâneo

As cores sofrem influência de uma cor neutra que acaba se comportando de acordo com a cor da

moldura.

Contraste quente-frio

As cores adquirem temperatura de acordo com a relação que se faz com as outras cores da composição.

Quando compomos com o mesmo valor tonal a imagem não forma planos, imagem bidimensional.

Contraste de Qualidade È quando priorizamos uma cor com foco de qualidade total e os outros elementos da composição ficam

como complemento.

Contraste de Quantidade Composição formada pelo equilíbrio dos valores tonais das cores. Quanto mais luz, menos espaço ocupa.

Quanto menos luz, mais espaço ocupa.

Monocromia

Uma pintura que emprega vários tons de uma mesma cor recebe o nome de monocromia: a arte feita

com uma única cor, com variação de tonalidades. É a harmonia obtida através da adição gradativa de

branco ou preto a uma única cor primária, secundária ou terciária.

MONO + CROMIA = UMA COR

Observe como se faz uma escala monocromática a partir de uma cor escolhida (primária ou secundária ):

ESCALA MONOCROMÁTICA é a gradação de valor e intensidade de uma mesma cor. Misturadas

com o preto tornam-se mais escuras (ESCALA DE VALOR) e com o branco ficam mais claras (

ESCALA DE INTENSIDADE ).

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Apostila organizada pela profa. Priscila Guimarães, Esp. 2012.1

O conceito de monocromia é muito usado no

seguimento de moda. A monocromia dá a possibilidade

de o designer desenvolver uma coleção sem errar na

harmonia das cores. A monocromia também auxilia na

formação de looks, caso o cliente não sinta confiança na

formação das cores dos modelos desejados.

Figura: Designer Dona Karan

Policromia

Policromia é o uso de várias cores no mesmo trabalho,

pode ser com cores primárias, secundárias, terciárias...,

a policromia pode causar um efeito muito conturbado

na formação da imagem ou superfície.

Quando tratamos de design de moda devemos ter muito

cuidado para equilibrar as cores de forma harmônica.

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FATE – Faculdade Ateneu Curso Superior de Tecnologia em Design de Moda

Curso de Extensão – Princípios Básicos do Desenho

Módulo II O Exercício do Olhar

Profa. Priscila Guimarães, Esp.

Fortaleza 2012.1

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Olá alunos!

Este módulo vai ajudá-los na nossa trajetória do aprendizado do desenho. No primeiro módulo foi apresentado os Elementos Visuais, as principais técnicas de pintura e desenho, bem como os materiais disponíveis no mercado para a prática do desenho e da pintura.

Para que haja um maior aproveitamento do curso de extensão é preciso que o aluno se dedique as atividades propostas e pratique com afinco os exercícios. Só com muito treino é que o desenho começa a apresentar características próprias de qualquer artista ou designer.

O tema proposto para este curso de extensão visa à exploração dos conceitos visuais, bem como proporcionar o conhecimento das práticas básicas do desenho para que nos semestres seguintes o aluno possa ter um maior aproveitamento das disciplinas de desenho de moda. Parte-se do princípio que o desenho se configura de maneira lógica, bem como, estilística, portanto o básico das técnicas deve ser exercitado como um processo, uma evolução que parte dos primeiros passos.

Priscila Guimarães, Esp. Artes Plásticas e Visuais – Comunicação e Imagem – Design de Moda

Usando os Elementos Visuais Nas primeiras atividades estudamos os Elementos Visuais: A Linha, A Superfície, O Volume,

A Luz e a Cor. Para Ostrower esses elementos são os básicos na construção de qualquer configuração das artes visuais. Os exercícios propostos foram para aprimorar a prática do olhar e conseguir identificar esses elementos dentro do seu próprio desenho. Observemos estudo 1: Trata-se de um estudo da superfície e da luz. Este exercício deve ser sempre praticado e aprimorado, pois volume, luz e sombra, construção do desenho pela linha são práticas recorrentes do desenho. Observemos agora as diferentes posições que a luz se apresenta sobre o objeto e os valores de tonalidade que vão aparecendo no processo.

Figura 3 Estudo de luz e sombra

Use a técnica de esfumaçar o desenho com o dedo ou esfuminho.

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Apostila organizada pela profa. Priscila Guimarães, Esp. 2012.1

Repita o exercício sempre que possível e experimente algumas outras formas e superfície para estudo da forma e da luz, como: Triangulo, quadrado, hexágono, retângulo, linha. De preferência junte alguns elementos e trabalhe a luz e posicionamento dos objetos na mesma imagem Ex:

.

Mude também para diferentes papéis e faça experimentações misturando outros materiais como giz de cera de diferentes cores observando sua integração. Exercício I Faça as atividades em folha A4.

1. Um exercício de tonalidade 2. Um exercício de estudo das

formas e composição semelhante ao exemplo.

3. Faça estudos de traçado com giz de cera com pelo menos 2 cores.

Sigam os exemplos desta folha.

Ilustração 1 Fita de Tonalidade

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Geometrizando os objetos

Uma boa técnica para desenhar é educar o olhar para realmente conseguir enxergar a figura na sua totalidade. Observe o desenho abaixo: O desenho é de uma garrafa e algumas frutas. Contudo, podemos observar que a composição básica desta figura começa com suas formas geometrizadas. Fazer o esquema de geometrização da imagem ajuda na formação e composição do desenho. EXERCÍCIO 2: Observe e desenhe: Um copo partindo da geometrização do objeto. Utilize a tonalidade para luz e sombra. Centralize a imagem no numa folha A4. Siga os exemplos.

Ilustração 2 - Imagem composta antes pelas formas

e superfícies.

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Apostila organizada pela profa. Priscila Guimarães, Esp. 2012.1

A CABEÇA Estudaremos agora a proporção do copo humano e começaremos pela cabeça. A cabeça é a parte mais importante do desenho, é na baseado na sua dimensão que damos os primeiros passos para a contrução do corpo humano. Comecemos pela cabeça e suas dimensões e localização dos olhos, boca, orelha, nariz, sobrancelha. Observe o formato da cabeça

Você pode notar que há um divisão harmonica entre os elementos que compoe a cabela. Há a evidencia da simetria entre os dois lados e essa simetria é proporcional a localização dos

outros elementos.

EXERCÌCIO 3

Constua um círculo de forma oval e o divida em 2 partes iguais e novamente ao meio formando uma cruz no meio do círculo oval. Siga o exemplo da figura acima.

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Comece com o traçado dos círculos e em seguida construa um círculo oval. Observe a divisão que ocorre na linha dos olhos, são 5 divisões onde ficará a área dos olhos e nariz, e parte lateral do rosto. Em seguida faça outra divisão no sentido vertical também partindo da linha dos olhos para cima e outras 5 divisões para baixo. Observe a figura acima. Figura 5. Ao final você terá um esquema parecido com esse. Faça a linha do pescoço partindo da altura da linha dos lábios.

Exercício 4: Faça a grade de proporção da cabeça denominando cada linha como: 1.Linha do cabelo 2. Linha da sobrancelha 3. Linha dos olhos 4. Linha do Nariz 5. Linha do queixo 6. Linha do início do pescoço

Figura 4 Construção dos círculos .

Figura 5 - marcação e divisão dos elementos.

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Agora trace os elementos dentro da grade. Observe a figura ao lado e coloque cada elemento dentro do espaço reservado. Com a prática você começará a desenhar sem usar muitas linhas da grade. O treino diário vai ajudar a identificar a localização dos elementos sem o uso das linhas.

As proporções servirão para diferentes trabalhos e posições, elas seguem um formato mesmo que não o outro lado do rosto não possa ser visto no desenho. Veja figuras abaixo.

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Os elementos que compõe a cabeça OS OLHOS Compreenda as partes que formam o globo ocular. Observe o traçado e vá construindo as estruturas do globo. Faça os traçados com um lápis 2H sem marcar muito o papel.

Seguindo o esquema de proporção e localização dos elementos você pode criar a movimentação e estilo que deseja para seu desenho. Com o treino e a prática você conseguirá dar o seu próprio traço, simplificando ou estilizando ainda mais o desenho. Quando tratamos de desenho de moda, o croqui especificamente, é hábito dar uma expressão maior nas sobrancelhas, cílios e olhos usando um efeito como se fosse maquiagem.

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EXERCÍCIO 5: Faça o estudo dos olhos usando o esquema acima. Use uma folha A4. Observe outros formatos e estilos.

A BOCA

Com a boca aprenderemos duas técnicas uma de OKABAYASHI (2009) e outra de POGANY ( 1996). A primeira de Okabayashi mostra a grade da boca partindo de um bloco que se assemelha a um pote largo. Mais na frente veremos que o formato do pote dá uma maior segurança na moldagem dos lábios e quando o pote abre auxilia o desenho quando se trata de uma boca aberta. Observe a como o desenho se configura. Lembre-se quando for desenhar as grades de auxílio devem ser feitas com um lápis claro e que não marque muito o papel para que possa apagar depois.

Observe como este esquema de pote pode ajudar na formação de outros modelos e posições da boca.

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Apostila organizada pela profa. Priscila Guimarães, Esp. 2012.1

Procure delimitar o que é externo e o que é interno, superior e inferior. EXERCICIO 6: Faça um desenho de boca fechada usando a técnica de Okabayashi.

Vamos observar agora uma técnica mais antiga de 1996 do artista e professor Pogany. Você deve observar que a boca feminina é mais volumosa e o traçado mais forte. Na boca masculina o formato é mais limpo.

Pagany, usa a técnica da divisão dos sombreamentos e volumes com 2H Observe. Em seguida ele vai construindo o formato da boca com luz e sobra usando um lápis mais macio tipo 6B.

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Apostila organizada pela profa. Priscila Guimarães, Esp. 2012.1

Para fazer a boca aberta ele se utiliza de um traçado curvo na vertical que acompanha o lábio superior e inferior. Observe que os dentes não são marcados ou divididos, mas, há um sombreamento para enfatizar a arcada dental. casaaaaaaaaa

A ORELHA Observe o traçado da orelha.

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Apostila organizada pela profa. Priscila Guimarães, Esp. 2012.1

Observe que a parte que se encontra com o rosto não é traçada

O NARIZ O nariz é uma representação que pode ser marcante ou delicada, depende do desenho e do sexo representado. Ele também pode ser marcado por uma grade que pode ser alterada dependendo do formato do rosto de cada pessoa.

Técnica de Pagany. O traçado inicial ajuda a construir o local da luz e da sobra que posteriormente vão se integrando com o uso da técnica degrade/tonalidade.

Agora observe a técnica de Okabayashi e veja que ele marca bem precisamente a localização e formato do nariz, depois que o desenho vai aparecendo com o uso da tonalidade luz e sombra. O nariz é um dos desenhos mais sutis que tem na construção do rosto total. Ele pode parecer desarmônico com o rosto e se tratando de desenho de moda o nariz é mais delicado ainda, pois se aborda uma imagem esguia e detalhes com sutileza. Observe agora o esquema de Okabayashi.

EXERCÍCIO 7: Faça o desenho do nariz em uma folha A4 seguindo a técnica de Okabayashi. Use um lápis duro para formar a grade e um macio para esfumar o desenho.

Page 31: Fate Apostila : Princípios básicos do desenho

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Exercício 8: Faça agora um desenho completo da cabeça usando as técnicas mostradas nesta apostila. Marque a grade e a localização dos elementos. Use a

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Apostila organizada pela profa. Priscila Guimarães, Esp. 2012.1

técnica de esfumato para dar volume, luz e sombra.

FACULDADE ATENEU

CURSO SUPERIOR DE TECNOLOGIA EM DESIGN DE MODA

CURSO DE EXTENSÃO

PRINCÍPIOS BÁSICOS DO DESENHO

MÓDULO III

O CORPO

Esp. Priscila Guimarães

Fortaleza

2012

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Apostila organizada pela profa. Priscila Guimarães, Esp. 2012.1

Olá queridos alunos !

Este módulo apresentará para vocês a terceira parte das nossas aulas de desenho. Nos aprofundaremos na

construção do corpo humano e como este corpo pode ser representado como forma, luz, cor e sombra.

Procurem revisar os exercícios propostos para um melhor aproveitamento do curso e melhor

configuração do desenho.

Bom trabalho e pratiquem sempre, sempre, sempre...

Priscila Guimarães.

O CORPO Ante as portas desgarradas, paradoxal

é a morte: impossível, feito realidade,

acaso predito. Corpo, deus imortal,

para sempre cego e mudo, abandona-te ao livre

ar. Que te transformes e assemelhes à noite.

Tempestade final das sombras, foste, corpo,

respiração com voz, área que habitaste,

vária e discordante, a cada movimento.

E agora que a luz desfalece e não a tocas,

nem por ela és tocado, a palavra deixou

de ser a tua pátria e não mais esfolias

o espaço. Agora, que já nada mudará,

nenhuma eternidade te rescende. A morte

petrifica o frágil espaço que foi teu.

Orlando Neves, in "Decomposição - o Corpo"

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1. PROPORÇÕES DO CORPO HUMANO – Anatomia Humana

Marcus Vitruvius, no século I a.C.

Vitruvius havia descrito as proporções ideais do corpo humano, segundo um padrão de

harmonia matemática. Assim como muitos outros artistas, Leonardo interessou-se pelo trabalho de

Vitruvius e registrou-o em um de seus cadernos de anotação. No meio dessas anotações, desenhou a

figura de um homem dentro de um círculo e de um quadrado. Essa figura, chamada de Homem

vitruviano, acabou se tornando um de seus trabalhos mais conhecidos, simbolizando o espírito

renascentista. O desenho de Da Vinci evidenciou a retomada e a valorização de princípios da tradição

greco-latina, tais como beleza, harmonia, equilíbrio e proporção. Essa obra atualmente faz parte da

coleção da Gallerie dell’Accademia (Galeria da Academia), em Veneza, na Itália.

Reproduzimos, a seguir, alguns trechos do texto de Da Vinci que acompanham a

gravura do Homem Vitruviano.

“(...) O comprimento dos braços abertos de um homem é igual a sua altura (...); desde o

fundo do queixo até o topo da cabeça é um oitavo da altura do homem (...); a maior largura

dos ombros contém em si própria a quarta parte do homem. (...) Desde o cotovelo até o

ângulo da axila é um oitavo da altura do homem. A mão inteira será um décimo da altura

do homem. (...) O pé e um sétimo do homem (...); a distância entre o fundo do queixo ao

nariz e entre as raízes dos cabelos e as sobrancelhas é a mesma, um terço do rosto.”

HOMEM VITRUVIANO porLeonardo Da Vinci.

E proporção de 8 cabeças.

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Anatomia do Homem – 8 CABEÇAS

Anatomia Feminina – 8 CABEÇAS

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BONECO ARTICULADO DE MADEIRA

O Boneco articulado auxilia na construção das proporções físicas do desenho do corpo humano. Normalmente constituído de uma medida de 8 cabeças, tanto para masculino e feminino. Pode

ter movimentação dos membros e obedece os ligamentos das juntas como equilíbrio.

EXERCÍCIO 2

Façam um desenho observando o manequim articulado da imagem acima. Uso o centro da folha A4.

Exemplo:

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Apostila organizada pela profa. Priscila Guimarães, Esp. 2012.1

PÉS E MÃOS

Observe a configuração das formas que constroem os pés as

mãos. Observe cada junção como formadora da construção

do objeto .

Esquema de posição dos elementos

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Execício 4:

Construa um desenho de um pé seguindo a grade de proporção e esquema de posição ao lado.

Mãos Fig. 1

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Desenho de Braço

Desenho de perna

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EXERCÍCIO 5

Façam uma mão usando pelo menos 1 técnica acima, procure usar o sombreado.

Faça treinos pela técnica da figura 1.

CORPO HUMANO DINÂMICO: Normalmente é mais fácil conhecer o corpo humano dinâmico pela

leitura dos desenhos de super- herói ou desenhos de mangás. Aqui veremos outros estilos de desenho

que abordam o movimento do corpo, sendo que cada um aborda uma estética diferenciada.

Page 41: Fate Apostila : Princípios básicos do desenho

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Movimento Mangá Feminino:

Exercício 6: Dinâmica Feminina

Técnica 1

Observem os ligamentos dos músculos para a construção do

do movimentos e construa um desenho para praticar. Não

esqueça de usar a técnica da proporção.

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Apostila organizada pela profa. Priscila Guimarães, Esp. 2012.1

Movimento Quadrinhos : Unissex

Formas diferenciadas: Desenho de observação de boneco articulado. Técnica 2

Passando para o desenho de moda: Neste momento você já conheceu as diferentes técnicas de

desenho e

poderá já

conhecer o

corpo para a

construção do

desenho de

moda.

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Apostila organizada pela profa. Priscila Guimarães, Esp. 2012.1

Observe que o equilíbrio do corpo está diretamente relacionado ao da cabeça. O pé que segura o corpo

está em sintonia com a cabeça. Quando este eixo muda a posição da cabeça também muda.

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Apostila organizada pela profa. Priscila Guimarães, Esp. 2012.1

Desenho dinâmico de Moda: Aqui só uma

amostragem da diferenciação estética do

croqui de moda.

DESENHO DE TECIDOS: COBRIR O CORPO

A prática de desenhar tecidos nada mais é do que desenhar a luz e a sobra que se

manifesta em cima de uma superfície. Muito usada no desenho de moda, é de

fundamental importância que o designer consiga visualizar como cada tecido de comporta

em cima do corpo.

O caimento dos tecidos depende de quatro

fatores. O primeiro deles é o Ponto de

Sustentação: linhas de caída livre de um tecido

a partir de um ponto (ou mais) que sustenta(m)

o caimento do tecido. Exemplo disso pode ser

visto no caimento de uma saia godê.

Page 45: Fate Apostila : Princípios básicos do desenho

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Apostila organizada pela profa. Priscila Guimarães, Esp. 2012.1

O segundo fator para qualidade e

caimento de tecidos é o Ponto de Tiro, representado por

movimentos que “esticam” ou “repuxam” o tecido. Este efeito

acontece pela tensão contrária de dois ou mais pontos. Um

exemplo: uma roupa justa forma “pregas” esticadas no tecido.

O desenho abaixo mostra um pesinho causando uma tensão

(estiramento) no tecido.

O próximo fator é o Ponto de Apoio. Super fácil de

desenhá-lo e de reconhecê-lo: basta lembrar de um véu ou

vestido com cauda longa até o chão. Ou seja, as linhas de

caída livre são interrompidas por uma base. Veja o

desenho:

O último e talvez o mais difícil para desenhar é o

Ponto de Inércia e Ar. Isto porque o tecido está em

movimento causado pela presença do ar. Roupas

esvoaçantes e leves são exemplo deste fator.

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Apostila organizada pela profa. Priscila Guimarães, Esp. 2012.1

Exercício 7: Monte uma imagem com algum tecido e desenhe de acordo com as nuances de luz e sombra que você

vê.

Exercício 8: Desenhe um corpo humano de frente e pelo menos uma peça de roupa ou tecido por cima do corpo. Não

estilize para desenho de moda, corpo de 8 cabeças.

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Apostila organizada pela profa. Priscila Guimarães, Esp. 2012.1

DESENHO CEGO : Aprenda a ver

O Desenho Cego é um trabalho onde o artista desenha mais o seu movimento perceptivo do que o objeto em si.

"É um exercício de percepção que nos faz ficar mais atentos ao mundo visível, do que propriamente uma atividade que tem como finalidade chegar a um produto final."

Exercício 9: Construa uma composição e desenhe com a técnica do desenho cego. Em seguida procure espaços onde formam superfícies e pinte de lápis de cor com a tonalidade de degrade. Cores livres. Siga exemplo abaixo. Procure detalhar todos os elementos que você vê, e desenhe objetos complexos como bicicleta, carros, uma roupa...

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O Auto Retrato Artístico

O autorretrato faz parte do processo de identificação do artista/designer. No autorretrato é que muitas das vezes se identifica como estética pois representa sua vontade em cor e forma. Use a técnica de medição do módulo anterior e utilize o espelho para a construção de um auto retrato. Você está livre para construir e colorir de acordo com sua afinidade. Faça esse exercício de forma prazerosa em um momento calmo e tranquilo para você. Procure observar a proporção dos elementos do rosto, mas não se preocupe em traçar igual você vê. Desenhe muito mais pelo que você sente. Procure colar tecidos, lantejoulas, terra... qualquer elemento que represente você como você se sente.

Material: Formato. Use uma folha de

cartolina ou papel cartão , pode usar

também o lado escuro do papel

cartão. Corte a folha no tamanho

de uma A3. Bom Trabalho.

Page 50: Fate Apostila : Princípios básicos do desenho

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Apostila organizada pela profa. Priscila Guimarães, Esp. 2012.1

Bibliografia:

Módulo I

OSTROWER, Fayga. Universos da Arte. Rio de Janeiro: Campus, 1991.

PEDROSA, Israel. Da cor à cor inexistente. Brasília: UNB, 1980

GUIMARÃES, Luciano. A cor como informação. São Paulo: Annablume, 2001.

AMORIM, Aninha, OLIVEIRA Cris e ONEILL Celly. In Cores Primárias, Secundárias e

Complementares por DSB Stars .

Módulo 2

OKABAYASHI, Kensuke Figure Drawing For Dummies, Wiley Publishing, Inc, Hoboken,EUA, 2009 OSTROWER, Fayga, Universos da Arte.n Ed. Campus, RJ, 1983. PAGANY, WillY, The art of drawing. Ed. Madison Books, EUA.1996. www.naturlink.pt in www.portalsaofrancisco.com.br

Priscila Guimarães, Esp.

Artes Visuais – CEFET

Comunicação e Imagem – UFC

Design de Moda - UFC

Laboratório de Artes Visuais – Vila das Artes - Secult

Profa. Faculdade Ateneu – Design de Moda

Coord. Projeto Curumim BNB – Arte Aplicada, Cultura e Sustentabilidade.

Bolsista Programa de Educação Tutorial – Design de Moda UFC