fase de saneamento

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  • 7/30/2019 Fase de Saneamento

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    FASE DE SANEAMENTOGovernador Valadares

    Setembro de 2003

    1.0- INTRODUOO trabalho apresentado tem como finalidade abordar a importncia da fase de saneamento para o bom andamento do processo,buscando os conhecimentos necessrios para livra-lo das irregularidades.A pesquisa bibliogrfica baseada em diversos doutrinadores, para que haja um melhor entendimento do assunto que defundamental importncia na rea e para o profissional do Direito.

    2.0- SANEAMENTOA atividade saneadora permanente. Consiste em preparar o processo para o julgamento vlido, quando possvel, ou extingui-loquando o juiz verificar que no rene os requisitos necessrios para o julgamento da lide.No sentido lato, sanear significa limpar, fazer escoar, ou seja, aquela atitude tomada pelo juiz que livra o processo de nulidadesou irregularidades que possam vici-lo, impedindo o fim pretendido pelo Estado que a resposta a ser dada s partes envolvidasno processo.

    3.0- FASE DE SANEAMENTO3.1.- Providncias PreliminaresSob o nomen iurisde "providncias preliminares", o Cdigo instituiu certas medidas que o juiz, eventualmente, deve tomar logoaps a resposta do ru e que se destinam a encerrar a fase postulatria do processo e a preparar a fase saneadora. O saneamentopropriamente dito dever se aperfeioar, na fase seguinte, atravs do "julgamento conforme estado do processo".As providncias preliminares servem para manter o processo sob o domnio completo do princpio do contraditrio. Sem elas, osistema processual estaria comprometido, pois haveria o risco de decises proferidas sobre questes deduzidas em juzo, sem queo autor fosse ouvido sobre elas.Terminado o prazo de respostas do ru, os autos so conclusos ao juiz, que, conforme o caso, poder no prazo de 10 (dez) dias,determinar uma das seguintes providncias: Determinar a especificao de provas a produzir; Admitir pedido de declarao incidental de questo prejudicial; Determinar a ouvida do autor em 10 (dez) dias, sobre fato impeditivo, modificativo ou extintivo do seu direito, invocadopelo ru na contestao; Determinar a ouvida do autor, em 10 (dez) dias sobre as preliminares do art.301, quando argidas pelo ru; ou mandarsuprir em prazo nunca superior a 30 (trinta) dias as irregularidades ou nulidades sanveis que encontrar.Percebe-se que as providncias preliminares nem sempre se verificam, no so requisitos necessrios do procedimento, masacontecimento eventual que ocorre e varia de contedo, conforme as circunstncias de cada caso.E pode at no haver necessidade de nenhuma providncia preliminar em casos como o de revelia (fora da hiptese do art. 320)ou de contestao sem argio das matrias dos arts. 301 e 326. Na primeira hiptese (revelia), o juiz passar diretamente fase

    decisria e proferir, desde logo, "julgamento antecipado da lide" (art. 330); na segunda, proferir diretamente o "julgamento,conforme o estado do processo", saneando o processo ou decidindo o mrito, tendo em conta a matria controvertida e as provasexistentes no bojo dos autos (arts. 329 a 331).3.2.- Rplica do AutorEm dois casos, h providncia preliminar consistente em facultar ao autor o direito de rplica resposta do ru: Quando o demandado, reconhecendo o fato em que se fundou a ao, outro lhe opuser impeditivo, modificativo ouextintivo do direito do autor (art. 326). Quando, em preliminar da contestao, for alegada qualquer das matrias enumeradas no art. 301 (art. 327).Em ambos os casos, para manter a observncia do princpio do contraditrio, ser facultado ao autor replicar a resposta do ru,bem co produzir prova documental, tudo no prazo de 10 (dez) dias.3.3.- Revelia e ProvasDa falta de contestao, presume-se ordinariamente a veracidade dos fatos afirmados pelo autor, desde que vlida a citao.Dessa forma, no h necessidade da fase probatria e o juiz, pela simples ausncia de resposta do ru, fica autorizado a proferir o

    julgamento antecipado da lide. Se nos casos em que a lei permitir, salta-se da fase postulatria diretamente fase decisria.Entretanto, h casos em que, mesmo sem a resposta do ru, o autor no se desobriga do nus de provar os fatos jurdicos queservem de base sua pretenso.Quando isto ocorre, o juiz, aps escoado o prazo de contestao, profere despacho mandando que o autor especifique as provasque pretenda produzir na audincia.O prazo de especificao fica a critrio do juiz, mas se no houver estipulao expressa no despacho, ser de cinco dias, de acordocom a regra do art. 185.3.4.- Interveno do Ministrio PblicoQuando houver necessidade do Ministrio Pblico intervir na causa (art. 82), tenham as partes requerido ou no sua audincia,caber ao juiz determinar que se lhe abra vista dos autos na fase das "providncias preliminares".Quando houver omisso dessa providncia ocorrer nulidade do processo (arts. 84 e 246).3.5.- Ao Declaratria Incidental"Se no curso do processo, se tornar litigiosa relao jurdica de cuja existncia ou inexistncia depender o julgamento da lide,qualquer das partes poder requerer que o juiz a declare por sentena" (art. 5).

    A instituio da ao declaratria incidental prende-se aos limites objetivos da coisa julgada, que, segundo o art. 468, s serestringem ao mrito da causa, retratado pelo dispositivo da sentena.Dessa maneira, no fazem coisa julgada os motivos da deciso, a verdade dos fatos, em que se baseou a sentena, nem tampoucoa apreciao da questo prejudicial, decidida incidentemente no processo (art. 469).

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    A Lei 8.952/94, procurando incentivar a auto composio dos litgios, instituiu a obrigatoriedade de uma audincia preliminar, emque se tentar a conciliao das partes, antes de dar incio parte especfica da instruo processual, audincia essa que, porm,no se restringe apenas busca da soluo negocial para o conflito, j que ser nela que o juiz completar a tarefa saneadora.No haver audincia de conciliao, e sim a prolao de sentena, quando qualquer das hipteses do art. 267, ou seja, petioinicial inepta, ausncia de pressuposto processual ou condio da ao, prescrio, litispendncia, coisa julgada, desistncia, etc.Do art. 269, algumas hipteses como reconhecimento da procedncia do pedido pelo ru, transao, decadncia, prescrio,renncia pelo autor do direito em que se funda a ao.Se no se verificar qualquer das hipteses previstas nas sees precedentes e a causa versar sobre direitos disponveis, o juizdesignar audincia de conciliao, a realizar-se no prazo mximo de 30 (trinta) dias, qual devero comparecer as partes ou seusprocuradores.

    Obtida a conciliao, ser reduzida a termo e homologada por sentena.Se, por qualquer motivo, no for obtida a conciliao, o juiz fixar os pontos controvertidos, decidir as questes processuaispendentes e determinar as provas a serem produzidas, designando audincia de instruo e julgamento se necessrio.No necessariamente a realizao da audincia de conciliao, mesmo na eventual idade de sua frustrao, importar naobrigatria designao da sucessiva audincia de instruo e julgamento.Pode acontecer que, aps a tentativa de acordo, o juiz se convena, por exemplo, de que a divergncia entre as partes pode sersolucionada mediante pura interpretao de contrato ou por meio de exibio ou requisio de documentos. Se tal acontecer, ojuiz declarar que o processo no depende de audincia para encerra-se, e uma vez cumprida a diligencia relativa provadocumental, proferir a sentena de mrito.

    6.0- FORMAS DO DESPACHO SANEADORSe no houver controvrsia na fase postulatria, a respeito da admissibilidade da ao ou dos pressupostos processuais, bastarao juiz, no saneamento, proferir deciso sucinta em que afirma-se estar o processo em ordem, declarando0o saneado em seguida.Isto feito, passar a deliberar sobre as provas.A jurisprudncia tem entendido que "o simples despacho do juiz designado a audincia de instruo e julgamento, importa emdeclarar o processo implicitamente saneado" e repelidas, tambm de forma implcita, as preliminares argidas.Quando, porm, tiver o juiz de repelir alguma preliminar da contestao, dever fundamentar sua deciso.

    7.0- DESPACHO SANEADORA funo daquilo que o antigo Cdigo chamava de despacho saneador, passou a ser cumprida por toda uma prolongada faseprocessual, cujo incio dar-se com despacho da petio inicial e cujo trmino ser o julgamento conforme o estado do processo.Na sistemtica do Cdigo atual, no pode mais o juiz relegar questes formais ou preliminares, como os pressupostos processuaise as condies da ao, para exame na sentena final. eventual, porque nem sempre ocorre, mesmo quando o processo est em ordem, dado que em muitos casos o juiz deve passardiretamente ao julgamento do mrito (art. 330).O despacho saneador, portanto, passou a ser aquela deciso que o juiz profere, ao final das providncias preliminares, parareconhecer que o processo est em ordem e que a fase probatria pode ser iniciada, eis que ser possvel e julgamento do mrito

    e, para tanto, haver necessidade de prova oral ou pericial. Esse despacho a terceira e ltima modalidade de julgamentoconforme o estado do processo (art. 331, 2).7.1.- CabimentoNa ordem lgica das questes, s haver despacho saneador quando couber a extino do processo nos termos do art. 329, nemfor possvel o julgamento antecipado da lide (art. 330).Aps as providncias preliminares, houver defeitos insuprveis ou insupridos, como a ausncia de algum pressuposto processual,ou de alguma condio da ao, no haver despacho saneador, mas sim extino do processo (art 329).Por outro lado, se o juiz luz dos elementos j existente no processo, julgar-se habilitado a decidir o mrito, tambm no deverproferir despacho saneador, e sim sentena definitivas, sob forma de "julgamento antecipado da lide" (art. 33).7.2.- ContedoSe as questes preliminares pelo ru no foram suficientes para provocar o julgamento das extines do processo (art. 329), ter-o juiz de apreci-las e rejeit-las no saneador, pois s assim ter condies de declarar o saneado o feito.Aps isto, ou quando no houver questes preliminares, o juiz, ao declarar saneado o processo, dever, segundo o art. 331: Fixar os pontos controvertidos; Decidir as questes processuais pendentes; Determinar as provas a serem produzidas; Designar a audincia de instruo e julgamento.A sentena final deve ser proferida apenas sobre o mrito. E o juiz s deve autorizar a abertura da fase probatria depois deeliminados todos os vrios processuais acaso existentes e reconhecida, pelo saneador, a admissibilidade da tutela jurisdicionalinvocada.Assim, o despacho saneador deve ser havido como uma deciso interlocutria que contenha a trplice declarao positiva de: Admissibilidade do direito de ao; Validade do processo; Deferimento de prova oral ou pericial.