fasciculo enem 2011 redação 01

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  • 8/4/2019 fasciculo Enem 2011 redao 01

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    Linguagem,CdigosesuasTecnologias

    DicasePropostasdeRedao

    66 Temtica Abordada

    Sade Pblica

    Prof.WellMorais

    Durante os ltimos 30 anos, a situao da sade pblica, noBrasil e no mundo, evoluiu rpida e profundamente. Estatransformao foi determinante e consequncia da evoluo

    verificada nos conceitos e na prtica da sade pblica. De-terminante por ter catalisado a pesquisa aplicada, estabeleci-do prioridades e por ter trazido uma realidade diferente, emconstante evoluo, que pedia, e pede, conceitos novos paraser adequadamente compreendida. Consequncia por sofrera influncia da aplicao destes novos conceitos e das tcni-cas deles resultantes.

    Ao perder seu poder explicativo, os paradigmas em cin-cia do lugar ao novo. A progresso geomtrica da transfor-mao do cenrio nacional e mundial vem causando mudan-as cada vez mais frequentes. Talvez seja exagero afirmar quehouve uma mudana radical de paradigma na sade pblicaao longo dos ltimos 30 anos, mas sem dvida verificaram-se

    trocas de paradigmas nas inmeras disciplinas que consti-tuem seu embasamento cientfico.Essas mudanas influenciaram o pensamento em sade

    pblica, mas esta no uma disciplina acadmica exclusiva-mente. Pela sua prpria natureza, a sade pblica tem muito,seno tudo, a ver com o contexto econmico, social, culturale poltico.

    Luiz Jacintho da Silva Departamento de Clnica Mdica da Faculdade de CinciasMdicas da Universidade Estadual de Campinas.

    Condies para ter sadeEm toda a histria da humanidade, a atividade fsica vigorosasempre esteve associada com a imagem de pessoas saud-veis. Basta lembrarmos dos jogos olmpicos que comearamna Grcia 776 antes de Cristo! Mens sana in corpore sano, di-ziam os romanos.

    Popularmente existe a tendncia para considerar todasas pessoas iguais, sendo as diferenas individuais atribudasa fatores ambientais tais como hbitos de vida e alimenta-o, entre outros, e esquece-se os fatores hereditrios, gen-ticos. importante lembrar que a sade das pessoas repousasobre duas colunas : a constituio gentica e as condiesambientais. Entretanto, agora, vamos dedicar-nos a estas lti-mas, porque a conscincia e a preocupao com as heranas

    genticas, no deve levar posio de negligncia do papeldos fatores ambientais. Dentre estes, que estimulam a sadedas pessoas, esto os exerccios fsicos, ao lado da boa ali-

    mentao, da higiene, das imunizaes, da vida em ambientesaudvel, do sono e da recuperao adequada dos esforosfsicos e mentais.

    Considerao de importncia a de que os benefciosdo exerccio so comuns a todos os tipos de atividade fsica,esport iva ou laborativa, desde que os esforos no sejam ex-cessivos em relao condio fsica da pessoa. O exerccio uma forma de sobrecarga para o organismo. Sobrecargasbem dosadas estimulam adaptaes de aprimoramento fun-cional de todos os rgos envolvidos, mas quando excessivas,produzem leses ou deteriorao da funo. O sedentarismocaracteriza-se por uma ausncia de sobrecargas para todo osistema neuro-msculo-esqueltico e metablico, levando

    ao enfraquecimento progressivo de estruturas com funesbiomecnicas, e a alteraes funcionais que estatisticamentese correlacionam com maior incidncia ou gravidade de do-enas. Com base em estudos epidemiolgicos e fisiopatol-gicos, formou-se o consenso de que os exerccios estimulama sade em diversos aspectos:

    Alvio de tenses emocionais: a atividade fsica reconhecida como uma forma eficiente de aliviar o stressemocional, diminuindo assim um importante fator derisco para diversas doenas crnicas.

    Melhora da composio sangunea: os exerccios emgeral tendem a normalizar os nveis de glicose, gorduras e

    diversas outras substncias no sangue, que podem estaralterados e trazer riscos aos portadores.

    Reduo da presso arterial:pessoas ativas fisicamentetendem a ter nveis pressricos mais baixos, e os exercciosem geral auxiliam a diminuir a presso arterial doshipertensos.

    Estmulo ao emagrecimento:qualquer tipo de exerccioestimula a reduo da gordura corporal, diminuindoassim a possibilidade da pessoa desenvolver doenascomo a aterosclerose, o diabetes e outras.

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    Aumento da densidade ssea: o sedentarismo levaa uma diminuio progressiva da resistncia ssea,aumentando o risco de fraturas, e os exerccios fsicosconstituem recurso de alta relevncia para evitar e reverteressa situao.

    Aumento da massa muscular:a atividade fsica habitualleva a um aumento do volume e fora dos msculos,protegendo as articulaes e favorecendo a aptido fsica.

    Desenvolvimento da aptido fsica: os exercciosaumentam a capacidade das pessoas realizarem esforos,permitindo assim maior autonomia motora, condioconhecida como boa qualidade de vida.

    http://blogdomangabeira.blogspot.com

    Um dos aspectos que no pode ser esquecido, em fun-o de sua importncia para a vida em sociedade, a dete-riorao da forma do corpo consequente ao sedentarismo.

    A falta de exerccios leva diminuio progressiva da massamuscular e tendncia para o acmulo de gordura. Tendoos msculos consistncia firme e formas arredondadas, suafuno modeladora, tanto no homem quanto na mulher. Otecido adiposo, de consistncia flcida e sem forma definida, o elemento deformante do corpo.

    Nas cidades, a soluo mais habitual para o sedentarismoimposto pelo trabalho intelectual so as atividades esporti-vas. Clubes, academias e empresas que fabricam equipamen-to profissional e domstico para ginstica proliferam nas re-gies urbanizadas de todo o planeta, em consonncia com aconscincia das pessoas quanto necessidade de atividadefsica. Atividades recreacionais como caminhadas, passeios

    ciclsticos, pescarias, camping e nutica tambm envolvemrazovel e benfica atividade fsica, mas devido ao seu car-ter geralmente espordico, devem ser complementadas comoutras formas de exerccio mais frequente.

    Uma questo que costuma receber nfase injustificada a indicao da atividade fsica supostamente ideal. O que sepode afirmar do ponto de vista do conhecimento cientfico

    que todas as formas de exerccio possuem mais ou menos osmesmos efeitos salutares acima elencados. Assim sendo, nose justifica classificar as diversas atividades fsicas como maisou menos salutares, a no ser que se considere a incidnciade traumas, que evidentemente pode variar entre as diver-sas formas de exerccio. A opo por uma ou outra forma deatividade fsica deve ficar por conta do prazer que cada pes-soa encontra na sua prtica. Pessoas extrovertidas costumam

    apreciar atividades coletivas com bola e ao ar livre, nos clubese praas esportivas. As pessoas mais introvertidas geralmentepreferem atividades individuais em academias, e quando assuas personalidades no so adequadas nem para estes lo-cais, os exerccios em casa podem ser os ideais.

    Escolhido o tipo de exerccio com base na preferncia ena condio fsica da pessoa, uma adequada orientao tc-nica fundamental. Nos clubes e academias, professores etcnicos podero oferecer a orientao adequada em cadamodalidade esportiva. Para as pessoas que preferirem osexerccios domsticos, importante seguir as orientaes dosequipamentos utilizados, geralmente fornecidos por meio de

    folhetos ou vdeos. Qualquer dvida dever ser esclarecidacom profissionais de educao fsica, muitos dos quais estose dedicando funo de treinadores pessoais.

    A avaliao inicial de algum que deseja iniciar um pro-grama de condicionamento fsico um outro aspecto quemerece algumas consideraes. As recomendaes para ati-vidade fsica de populaes estabelecidas pelos Centers forDisease Control and Prevention e pelo American College ofSports Medicina, dos Estados Unidos (Pate et al, 1995), es-clarecem que a maioria das pessoas adultas no necessitamconsulta mdica antes de iniciar um programa de exercciossuaves ou moderados. Homens acima de 40 anos e mulheresacima de 50 anos, devem consultar um mdico nas seguin-

    tes situaes: desejo de praticar exerccios intensos; quandoapresentarem doenas crnicas do tipo diabetes, hiperten-so arterial e aterosclerose; quando apresentarem fatores derisco para doenas crnicas tais como tabagismo e obesida-de. Na consulta mdica, sero avaliados os antecedentes fa-miliares e pessoais, os sinais e sintomas de doenas em geral,e exames laboratoriais podero estar indicados. Um deles o eletrocardiograma realizado durante exerccio em bicicletaergomtrica ou esteira, que pode evidenciar estgios iniciaisde doenas cardacas, caso em que estaro contraindicadosexerccios exaustivos de qualquer tipo. Avaliao detalhadada composio corporal e das qualidades de aptido no

    uma necessidade para realizar exerccios com segurana eeficincia, desde que as pessoas sejam bem orientadas porum profissional competente. Mudanas de hbitos alimenta-res podem ser necessrias para que as pessoas possam atin-gir os seus objetivos, e neste caso uma consulta com nutricio-nista poder ser importante.

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    O nvel da sade pblica no Brasil

    http ://varzeadopoconoticias.blogspot.com/2010/11/saude-publica-no-brasil-hoje.html

    Nordeste

    5,9%

    Norte

    8,5%

    Os nmerosdo dficit de altura no pas

    A populao com sobrepeso

    Sudeste

    6,1%

    Sul 3,9%

    Centro-Oeste

    8,5%

    Crianas de 5 a 9 anos

    Com excessode peso

    Obesos

    33,5%

    14,3%

    20,5%

    4,9%

    49%

    14,8%

    Crianas e adolescentes 10 a 19 anos

    Adultos com 20 anos ou mais

    EVOLUO DOS BRASILEIROS ACIMA DO PESO NAS LTIMAS DCADAS

    Sexo Masculino (em %)

    10,9

    3,7

    18,5

    2,8

    29,9

    5,4

    41,4

    9

    50,1

    12,4

    0,47,7

    1,5

    16,7

    4,1

    21,7

    5,9

    15

    34,8

    5 a 9 anos**

    10 a 19 anos

    16,68,6

    7,6

    28,7

    8

    41,4

    13,2

    40,9

    13,5

    48

    16,9

    0,7

    13,9

    2,2

    15,1

    3

    19,4

    4

    1974-75(1)

    1974-75

    1974-751974-75 19891989 2002-032002-03 2008-092008-09

    1974-75 19891989 2002-03(3)2002-03(3) 2008-092008-09

    1989(2) 2008-091974-75(1) 1989(2) 2008-09

    1,8

    11,9

    2,4

    32

    11,84,12,9

    Sexo Feminino (em %)

    20 anos ou mais

    Excesso de peso

    (1) Estudo Nacional de Despesa Familiar 1974-75 IBGE. (2) Pesquisa Nacional Sobre Sade e Nutrio 1989 IBGE. (3) Pesquisa de Oramentos Familiares 2002-03 IBGE.Fonte: Pesquisa de Oramentos Familiares 2008-09 IBGE. ** No h dados de 2002-03 para a faixa etria de 5 a 9 anos.

    Obesidade

    5 a 9 anos**

    10 a 19 anos

    20 anos ou mais

    Excesso de peso

    Obesidade

    A sade pblica do Brasil tem se revelado de baixssimaqualidade e em quantidade inadequada para atender a po-

    pulao, notadamente, a populao pobre. Quantas vezestemos visto pela grande mdia relatos e imagens que nos dei-xam indignados e revoltados com falta de estrutura fsica ehumana para atender as pessoas? Certamente, muitas vezes.Quem tem um plano de sade privado passa pelo mesmoproblema? O Brasil gasta de forma adequada com a sadedos brasileiros?

    Os gastos com sade no Brasil so gigantescos, entretanto,a carncia de recursos mdicos ainda persiste, notadamentenas regies mais distante dos grandes centros e nas periferias

    das grandes cidades brasileiras. O Instituto de Pesquisas Econ-micas Aplicadas (IPEA) realizou um estudo no qual comparou

    os gastos com sade de diversos pases. No Brasil so gastos7,6% do PIB por anos com sade, destes, 45,6% do setor p-blico e o restante corresponde aos gastos do setor privado.Alis, no Brasil, o setor privado cobre, por meio de planos desade, atendimentos avulsos, hospitais e outras formas, cercade 48 milhes de pessoas, gerando uma receita anual de apro-ximadamente US$ 27,2 bilhes. Em comparao com outrospases, o Brasil est em uma posio intermediria. Os EstadosUnidos gastam 15,2% do PIB, sendo 44,6% do setor pblico; naAlemanha, essas propores so 11,1% e 78,2%; no Canad, so

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    9,9% e 69,9%; no Mxico, so 6,2% e 46,4%; na Argentina, so8,9% e 48,6%; no Chile, so 6,1% e 48,8%. A mdia do conjuntodos pases da Amrica Latina de 6,7% do PIB com gastos comsade, sendo que 54,4% destes gastos corresponde ao gastopblico; na mdia dos pases considerados ricos tem-se 10,8%do PIB com gastos de sade com a participao do setor pbli-co sendo de 68,2%.

    Observa-se nos nmeros que os pases mais ricos, ape-

    sar de a renda mdia ser muito superior renda do Bra-sil, gastam em termos percentuais com sade muito maisque o Brasil gasta. Alm disso, mais da metade dos serviosmdicos pago pelo setor privado, embora muitos des-ses gastos privados acabam se tornando do setor pbli-co em razo das isenes descontos no imposto de renda.O Brasil gasta mais do que a mdia dos pases da AmricaLatina, entretanto a participao do setor pblico menor.Na comparao com os pases ricos, temos consideravelmen-te menos gastos com sade (em termos do PIB e de valorabsoluto) e muito menos participao do setor pblico nosgastos totais com sade.

    Isso tem levado ao programa pblico de sade, o Sistema

    nico de Sade (SUS), a atender quase que exclusivamenteas pessoas mais pobres, visto que at mesmo a grande maio-ria das pessoas que trabalham em fbricas e em empresasem geral esto cobertas por algum plano de sade privado.Ficam para serem atendidas pelo programa do governo aspessoas que no possuem nenhum plano privado, corres-pondendo geralmente s pessoas desempregadas, as su-bempregadas, os aposentados e as pessoas empregadas depequenas empresas.

    Esse universo de pessoas, apesar de constituir em umagrande quantidade, tem muito pouca visibilidade e respei-tabilidade entre os formadores de opinio e as autoridadesresponsveis pela oferta de sade pblica, para que suas

    vozes de reclamos sejam ouvidas por esses. Esse o princi-pal motivo pelo qual a sade pblica to catica em nossopas, ou seja, as nossas autoridades brasileiras e a sociedadeno do a ateno devida para as pessoas que precisam dosatendimentos mdicos do setor pblico. Quando as prpriaspessoas que utilizam a sade pblica se organizarem de for-ma eficaz e sistemtica, criando um movimento firme e forte,ento os gastos com a sade iro aumentar significativamen-te e a qualidade e a quantidade dos servios de sade pblicano Brasil aumentaria bastante e as pessoas seriam atendidascom muito mais dignidade e respeito nos hospitais e postosde sade pblicos em todo o nosso pas.

    Sade pblica: investimento prioritrioA sade pblica no Brasil passa por uma grave crise. Alm dosproblemas habitacionais e educacionais, a populao sofrecom a falta de atendimento mdico adequado e com a cres-cente privatizao do sistema de sade. O servio de sadeno d conta de toda a demanda e os custos impostos pelainiciativa privada so incompatveis com o poder aquisitivoda maioria das pessoas. Outro problema importante o baixoinvestimento em pesquisa e desenvolvimento de produtos eprocessos na rea da sade. Em um setor amplamente domi-

    nado por multinacionais, faz-se urgente e necessrio que asinstituies nacionais de pesquisa em cincias e tecnologiaaplicadas sade pblica trabalhem com afinco na busca desolues para os problemas que afligem a populao brasi-leira. Na maioria das vezes, projetos relacionados a doenasda misria so excludos do portflio de investimentos dasempresas por razes de custo/benefcio, tornando-se assimum dever do Estado a alocao de recursos para este fim.

    Com a internacionalizao da economia, a liberao dasforas de mercado e a veloz introduo de inovaes tec-nolgicas, novas formas de comportamento, com nfaseno aumento da qualidade e produtividade so impostas sorganizaes, a fim de fazer frente s presses competitivas.No Brasil, a recente abertura do mercado e a gradual retiradado Estado de vrios setores econmicos so consequnciada adaptao s mudanas econmicas em curso no restodo mundo. Em face desse novo cenrio, as instituies depesquisa cientfica e tecnolgica nacionais devem encontrarsadas para a sua sobrevivncia, procurando desenvolver pr-ticas de gesto compatveis com a nova realidade, capazes deoferecer flexibilidade e gerar respostas rpidas a problemas

    complexos.O investimento em cincia e tecnologia , pois, um ato damaior relevncia para a nao. O setor privado tambm deveser envolvido nesse processo, apoiando a pesquisa, o desen-volvimento tecnolgico e a produo. O estabelecimento deparcerias entre entidades governamentais e empresas deveser estimulado. No devemos ter receio do relacionamentopblico/privado, considerando-o como um dilema insolvele excludente, e sim pens-lo com maior esprito pblico emenor esprito coorporativo, devendo ser esta relao com-pletamente transparente em nvel institucional e individual.

    Em funo da concentrao das atividades de investiga-o tecnolgica por parte de corporaes multinacionais,

    os pases em desenvolvimento encontram srios obstculospara o acesso s novas tecnologias no campo da sade. Oincentivo formao de alianas tecnolgicas deve vir acom-panhado de nfase proteo do patrimnio cientfico-tec-nolgico, atravs dos mecanismos oferecidos pelo sistema depropriedade intelectual. As instituies geradoras de cinciae tecnologia desempenham papel fundamental na nova or-dem econmica mundial, em funo da valorizao do co-nhecimento e do incremento da capacitao tecnolgica. Ogasto das verbas pblicas, quase sempre escassas, deve serotimizado. A gerncia institucional ganha posio de desta-que nas tarefas de reduo do tempo de processamento dasoperaes e dos custos das atividades internas, bem como

    evita a duplicao de esforos.Neste momento, torna-se premente o desenvolvimento

    de sistemas de avaliao institucional que se debrucem nos sobre a capacidade produtiva ou as realizaes ocorridas,como tambm sobre as oportunidades de investimento emreas de conhecimento e atuao, parcerias com empresas eorganizaes no governamentais e prospeco tecnolgica,visando otimizao dos resultados das atividades tecnol-gicas, configurando, portanto, uma efetiva ao de planeja-mento estratgico.

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    Embora o pas esteja passando por uma difcil fase deajuste macroeconmico, onde os cortes oramentrios pena-lizam profundamente as organizaes do sistema de cinciae tecnologia e de sade pblica, fundamental para os ato-res envolvidos no processo de gerao e difuso de inova-es tecnolgicas empenharem-se cada vez mais na buscade produtos e processos que contribuam para a melhoria dascondies de vida da populao brasileira.

    Eloi S. Garcia Presidente da Fundao Oswaldo Cruz

    PesquisaUma pesquisa publicada no Journal of the American Geria-trics Society constatou que at pessoas que s deixaram deser sedentrias aos 80 anos melhoraram a sade. Os idosos seexercitavam em bicicletas ou esteiras por cerca de 20 minu-tos, duas vezes por semana, e foram percebidos progressosentre os que apresentavam distrbios como artrite e doen-a coronariana. Se tivessem comeado anos antes, talvez osmales nem chegassem a se manifestar. Concluso: preveno tudo. Por isso, preciso cultivar hbitos saudveis desde ainfncia para que a terceira idade seja mesmo a melhor idade.

    Veja a seguir atitudes que podem ser tomadas para se vi-ver mais e melhor. E, lembre-se, sempre tempo de comear.

    1. Abaixo o cigarroO fumo a principal causa de morte evitvel no mundo se-gundo a OMS. Ter o tabaco como vcio pode causar cncerem vrios rgos. Tambm compromete artrias, sendo res-ponsvel por 25% das mortes associadas s doenas do co-rao. Dobra o risco de derrames, atrapalha o mecanismo derenovao dos ossos e produz rugas precoces. Uma s traga-da contm cinco mil substncias txicas. Para acabar com oproblema, no tenha receio em pedir apoio mdico. Existemtratamentos com antidepressivos, suplementos de nicotina e

    terapia comportamental. E com fora de vontade as chancesde sucesso aumentam.

    2. Mexa-se sempreO exerccio regular previne problemas como distrbios card-acos, derrame e sndrome da imobilidade (reduo progres-siva da fora e massa muscular por falta de uso). Movimentaro corpo ativa o sistema cardiovascular, auxilia no controledo colesterol, da presso, do diabetes, do peso e fortalece amusculatura. Um trabalho realizado pela Escola Paulista deMedicina atestou os benefcios. Depois de acompanharem117 mulheres entre 50 e 79 anos que participavam de umprograma de exerccios aerbicos duas vezes por semana, os

    pesquisadores confirmaram o efeito favorvel da atividade napromoo da sade.

    3. Elimine os quilos a maisNo Brasil, 17,5 milhes pessoas so obesas: isso significa queaproximadamente 10% da populao pode ter um aumentoda incidncia de doenas associadas ao excesso de peso como o diabetes, que j afeta 10 milhes de brasileiros. Osquilos a mais ainda fazem crescer o risco de problemas car-diovasculares, cncer, distrbios do sono, alm de dores na

    coluna e nas articulaes. Existem diversos tipos de tratamen-tos, mas o mais eficiente mesmo a dobradinha dieta balan-ceada e exerccios fsicos regulares. Medicamentos tambmpodem ajudar, desde que usados com a devida supervisomdica.

    4. Alimentao equilibradaDieta saudvel aquela que oferece as calorias e os nutrien-

    tes adequados para cada indivduo em quantidades equili-bradas de protenas, carboidratos, gorduras, vitaminas, saisminerais e fibras. Planeje trs refeies principais, intercaladascom lanches saudveis. Na dvida em relao ao que colocarno prato, procure ajuda de uma nutricionista ou de um en-docrinologista.

    5. Ginstica para o crebroAssim como os msculos, os neurnios podem enferrujarse no exercitados. Da comeam a surgir deficincias comoperda de memria e queda na concentrao. Para prevenirdanos, invista em atividades que movimentem o crebro: leialivros, participe de grupos de estudos, aprenda outra lngua,

    dedique- se a um hobby, faa palavras cruzadas, jogue xa-drez. Quando voc encara um desafio, h estmulo forma-o de novas conexes entre as clulas nervosas, mantendoo crebro em forma.

    6. Viva LeveO estresse um grande vilo. O problema no o mecanis-mo em si afinal, trata-se de uma descarga de adrenalinaque prepara o corpo para lutar ou fugir e, assim, nos ajudaa escapar de situaes de perigo. Mas disparado com frequ-ncia desgasta o organismo. Tambm destri os neurnios,favorecendo o aparecimento de males como Parkinson e Al-zheimer. Procure levar o dia a dia de modo mais leve e no

    se ocupe de problemas que nem aconteceram. Administremelhor a carga reservando momentos de relaxamento entreas atividades dirias.

    7. Prazer e sade com arteO cotidiano com tarefas prazerosas mais fcil de encarar. Efaz bem sade. Transforme um cantinho aconchegante desua casa em um ateli, por exemplo. Vale pintar, fazer escul-turas ou artesanatos. Outra ideia para ocupar o tempo es-crever um livro, uma crnica. Enfim, dedique-se a atividadesonde possa colocar suas emoes.

    8. Rir o melhor remdio

    Esquea as tristezas e deixe a seriedade de lado. Estudos com-pravam que uma boa gargalhada melhora a absoro de oxi-gnio, estimula a ventilao pulmonar, acelera o ritmo cardaco,ativa a circulao e a oxigenao dos tecidos, reduz a pressoarterial, exercita os msculos da face, dos ombros, do diafrag-ma e do abdmen, favorece a digesto, traz sensao de rela-xamento, combate o estresse, aumenta as defesas e emagrece.isto mesmo: manda embora aquelas gordurinhas a mais 15minutos de gargalhada consomem 50 calorias, dizem estudosda Universidade Vanderbilt, nos Estados Unidos. Tem mais: em

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    vez de provocar marcas de expresso, como se pensava anosatrs, enrijece a musculatura da face. como uma ginstica fa-cial que proporciona relaxamento e prazer.

    9. Em busca de um belo sorrisoO cuidado com os dentes tambm previne doenas. E se apessoa, desde a infncia, escovar os dentes trs vezes ao dia,usar o fio dental e for regularmente ao dentista, dificilmente

    chegar a terceira idade com problemas. Se acontecer, po-rm, no tenha medo. A visita a um profissional leva a umsorriso saudvel. As tcnicas esto cada vez mais avanadas,afastando os desconfortos na cadeira do dentista.

    10. Um bom e fiel amigoPesquisadores da Universidade de Cambridge, na Inglaterra,dizem que quem tem um bichinho em casa dificilmente so-fre de problemas de sade e, por isso, vai menos ao mdico.Eles explicam que cuidar de um animal de estimao ajudacombater o estresse, melhorando at mesmo quadros de hi-pertenso. J pensou em adotar seu bichinho?

    11. Sono tranquiloO sono reparador em todas as fases da vida. Durma as ho-ras necessrias, de acordo com o que seu corpo pede. im-portante at seguir um pequeno ritual para o organismo seacostumar ao repouso noturno: no faa refeies pesadasno jantar, no deixe a televiso ligada e nada de luz acesa.E cuide bem de sua sade. s vezes so as doenas (comobronquite e apineia, por exemplo) que atrapalham o mere-cido descanso.

    12. Pense positivoPsiclogos da Universidade de Yale, nos Estados Unidos, che-garam a concluso: pessoas com uma percepo positiva tive-

    ram, em mdia, sete anos e meio a mais do que as pessimistas,de acordo com a pesquisa patrocinada pelo Instituto Nacionalde Envelhecimento e publicada no jornal da Associao Ame-ricana de Psicologia. O trabalho comeou em 1975 quando oscientistas entrevistaram 660 pessoas com mais de 50 anos deuma pequena cidade de Ohio, para conhecer seus hbitos eideias sobre envelhecimento. Passados 23 anos, a equipe exa-minou as respostas e constatou: ter uma viso favorvel do co-tidiano pode influenciar a longevidade.

    13. No fuja do mdicoVisitas anuais ao mdico a recomendao do Ministrioda Sade para todas as pessoas. Vrias doenas podem ser

    prevenidas com exames simples como aferio da pressoarterial, testes de colesterol, glicemia e urina e verificao dapresso ocular. importante tambm deixar as vacinas emdia: ttano (a cada 10 anos), gripe (anualmente) e pneumonia(a cada 5 anos). E nada de tomar medicamentos sem o co-nhecimento do mdico.

    14. Hora do check-up geral essencial verificar a sade com frequncia. E nada melhordo que um exame completo. Para diagnstico precoce de

    doenas, a partir dos 50 anos, so indicados para homens:check-up cardiolgico (eletrocardiograma, teste ergomtri-co, ecocardiograma, dosagem de colesterol, fraes e triglic-rides), PSA, ultrassom de prstata, densitometria ssea. Paramulheres: mamografia, check-up cardiolgico, papanicolaou,coloscopia, densitometria ssea.

    15. Importante ter f

    Acreditar em um poder superior, independente de religies,segundo o International Journal of Psychiatry in Medicine,dos Estados Unidos, ajuda a combater o estresse e problemasemocionais, fatores que comprometem a qualidade de vida.Exercite a habilidade de manter acesa a chama da f.

    16. Divirta-se com amigosTudo o que se faz em boa companhia traz mais prazer. Porisso to importante participar de atividades em grupo, fa-zer passeios ou exerccios ao ar livre, encontrar conhecidos,viajar... Isso ajuda a superar momentos difceis que tambmfazem parte da vida.

    17. Uma viso do futuroCerca de 74% dos problemas visuais esto relacionados aoglaucoma, catarata, oftalmopatia endgena, atrofia do ner-vo ptico, oftalmia neonatal e infeco no especializada. Evrios desses distrbios podem ser evitados com consultasregulares ao oftalmologista. Ento, trate de agendar uma vi-sita ao especialista pelo menos uma vez ao ano. Enxergandomelhor, certamente voc vai bem mais longe...

    18. Escuta a!Mais de 15 milhes de brasileiros tm problemas de audio.A maioria demora, em mdia, seis anos para tomar uma pro-vidncia, comprometendo a qualidade de vida. Procure au-

    xlio mdico o quanto antes se notar sinais como: zumbidos;sensao de que escuta, mas no entende a fala de outraspessoas; dificuldade de percepo, sobretudo das consoan-tes; incompreenso do que dito em cinema, rdio e TV; in-capacidade de ouvir telefones, campainha e alarmes.

    19. Entre na era digitalQuem usa computador regularmente manifesta menos sin-tomas depressivos, aparenta ser mais jovem e demonstra me-lhor sade mental. Essas foram as concluses de um estudoapresentado na conveno anual da Associao Americanade Psicologia. Os computadores do aos idosos uma cone-xo maior com o mundo, disse a autora, Kathleen Triche, que

    dirige um centro de informtica para terceira idade da VillageCare de Nova York.

    20. Sexo vitalMdicos e psiclogos garantem que sexo to importantepara a sade quanto comer, dormir e fazer exerccios. A OMS,inclusive, destaca o tema, colocando a atividade sexual comoum dos ndices que medem o nvel de qualidade de vida. Averdade que, entre outras coisas, a prtica alivia as tenses,ajuda no combate depresso, revitaliza o corpo, estimula

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    a mente e queima calorias (cerca de 300 por hora), pois setrata de um excelente exerccio aerbico e anaerbico. Umadas responsveis por esse turbilho a endorfina substn-cia liberada durante o ato , que mexe com os mecanismoscerebrais, controlam o humor, a resistncia ao estresse e dore, principalmente, as sensaes de prazer.

    NaMdia

    Dengue permaneceu com altos ndices nos lt i-mos 8 anos Agncia Brasil

    Algumas das chamadas doenas tropicais negligenciadaspermaneceram como problema de sade pblica durante osoito anos de governo do presidente Luiz Incio Lula da Silva.O Brasil apontado pela OMS(Organizao Mundial da Sa-de) como um dos pases onde a maioria das 17 enfermidadesainda pode ser encontrada.

    No caso especfico da dengue, a doena manteve altos ndi-ces de infestao durante os veres, tradicionalmente chuvo-

    sos em todo o pas. Os casos da doena praticamente dobra-ram de janeiro a outubro deste ano em comparao com omesmo perodo de 2009, e a previso para este vero deepidemia em pelo menos dez estados.

    Em Pernambuco, dez cidades correm risco de surto da doen-a. O Rio Grande do Norte aparece em seguida, com quatromunicpios em situao crtica. Bahia e Minas Gerais tm trscidades na lista de risco do Ministrio da Sade. No Acre, soduas cidades nessa situao, e no Amazonas e em Rondniah uma.

    O atual ministro da Sade, Alexandre Padilha, chegou a afir-mar que a dengue ser um desafio permanente enquantono houver vacina contra a doena. Infelizmente, vamos ter

    dengue todos os anos, enquanto no tivermos vacina, e issovai demorar alguns anos, disse.

    Atualmente, a substncia est em fase de testes no EspritoSanto, por meio de uma parceria com um laboratrio francs.

    Proposta

    No de hoje que a denominada sade pblica anda mal.H um descaso generalizado e apenas alguns hospitais soreferncias, como o das Clnicas em So Paulo, mas que noconsegue atende demanda, dada a intensa procura.

    Em certos perodos alguns episdios se agravam. So hi-

    pertensos que morrem em filas; so jogadores que morrempor falta de aparelho em campo. So postos sem mdicos;so hospitais sem leitos. Repete-se mais esse drama eterno,sem soluo e sem melhoria. Ningum poderia j ter esque-cido a interferncia do governo federal no Estado do Rio deJaneiro h pouco tempo, que no trouxe melhoria nem resul-tado positivo algum; apenas surtiu como propaganda oficiale escancarou em rede nacional o que todo brasileiro j co-nhece no dia a dia em qualquer unidade pblica de sade.

    Pedro Cardoso da Costa Mdico

    Uma pesquisa em 27 capitais revela um quadro de obesi-dade, sedentarismo, m alimentao e abuso de lcool. Voc

    est nessa estatstica?Nos ltimos quatro anos, a renda mdia do brasileiro cres-ceu, mas o dinheiro extra no trouxe mais sade. O Brasil estmais gordo e sedentrio. Abusa mais de lcool. Come menosfeijo, frutas e hortalias. Est mais sujeito hipertenso e aodiabetes. Esse o retrato de uma pesquisa anual feita peloMinistrio da Sade desde 2006, com 54 mil moradores detodas as capitais.

    Revista poca

    Considerando a figura e os textos acima comomotivadores, redija um texto dissertativo-argumentativoa respeito do seguinte tema: A sade pblica no Brasildeve ser prioridade.Ao desenvolver o tema proposto, procure utilizar os co-

    nhecimentos adquiridos e as reflexes feitas ao longo de suaformao. Selecione, organize e relacione argumentos, fatose opinies para defender seu ponto de vista e suas propostas,sem ferir os direitos humanos.

    Instrues: Seu texto deve ser escrito na modalidade padro da

    Lngua Portuguesa. O texto no deve ser escrito em forma de poema (versos)

    ou narrao. O texto com at 7 (sete) linhas escritas ser considerado

    texto em branco. A redao deve ser passada a limpo na folha prpria eescrita a tinta.

    http://atualizem.net/a-saude-publica-no-brasil