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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PRODUÇÃO ANIMAL FARELO DE PALMA GIGANTE COM ADIÇÃO DE ENZIMAS EXÓGENAS NA NUTRIÇÃO DE SUÍNOS EM CRESCIMENTO ERNESTO GUEVARA BEZERRA SILVA MACAÍBA / RN-BRASIL 2015

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Page 1: FARELO DE PALMA GIGANTE COM ADIÇÃO DE ENZIMAS … · potencialmente fonte de carboidratos e proteínas para a nutrição animal. Nas regiões semiáridas do Nordeste brasileiro,

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PRODUÇÃO ANIMAL

FARELO DE PALMA GIGANTE COM ADIÇÃO DE

ENZIMAS EXÓGENAS NA NUTRIÇÃO DE SUÍNOS EM

CRESCIMENTO

ERNESTO GUEVARA BEZERRA SILVA

MACAÍBA / RN-BRASIL

2015

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ERNESTO GUEVARA BEZERRA SILVA

FARELO DE PALMA GIGANTE COM ADIÇÃO DE

ENZIMAS EXÓGENAS NA NUTRIÇÃO DE SUÍNOS EM

CRESCIMENTO

Dissertação apresentada à Universidade

Federal do Rio Grande do Norte – UFRN,

Campus de Macaíba, como parte das

exigências para a obtenção do título de Mestre

em Produção Animal.

Orientador: Prof. Dr. José Aparecido Moreira

MACAÍBA – RN – BRASIL

2015

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Silva, Ernesto Guevara Bezerra. Farelo de palma gigante com adição de enzimas exógenas na nutrição de suínos em crescimento / Ernesto Guevara Bezerra Silva. - Macaíba, RN, 2014.

53 f. -

Orientador (a): Prof. Dr. José Aparecido Moreira. Dissertação (Mestrado em Produção Animal). Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Unidade Acadêmica Especializada em Ciências Agrárias Campus Macaíba. Programa de Pós- Graduação em Produção Animal.

1. Alimento Alternativo - Dissertação. 2. Opuntia - Dissertação. 3. Polissacarídeos não amiláceos - Dissertação. 4.Suinocultura - Dissertação. 5. Enzima - Dissertação .

I. Moreira, José Aparecido. II. Universidade Federal do Rio Grande do Norte. III. Unidade Acadêmica Especializada em Ciências Agrárias Campus Macaíba. IV. Título. RN/UFRN/BSPRH CDU: 636.03

Divisão de Serviços Técnicos

Catalogação da Publicação na Fonte.

Unidade Acadêmica Especializada em Ciências Agrárias Campus Macaíba

Biblioteca Setorial Professor Rodolfo Helinski

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ERNESTO GUEVARA BEZERRA SILVA

FARELO DE PALMA GIGANTE COM ADIÇÃO DE

ENZIMAS EXÓGENAS NA NUTRIÇÃO DE SUÍNOS EM

CRESCIMENTO

Dissertação apresentada à Universidade

Federal do Rio Grande do Norte – UFRN,

Campus de Macaíba, como parte das

exigências para a obtenção do título de Mestre

em Produção Animal.

APROVADA EM ____/____/____

BANCA EXAMINADORA:

_____________________________________________

Prof. Dr. José Aparecido Moreira (UFRN)

Presidente

______________________________________________

Profa. Dra. Elisanie Neiva Magalhães Teixeira (UFRN)

Membro Interno

______________________________________________

Prof. Dr. Faviano Ricelli da Costa e Moreira (IFRN-Apodi)

Membro Externo

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Dedico este trabalho a toda minha

família e amigos, que sempre estiveram

presentes nos momentos de luta.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus, que está sempre nos iluminando e protegendo.

À minha família em geral, que foi condição essencial para alcançar essa conquista,

sobretudo, aos meus pais e irmãos. Antônio José Bezerra, que é um exemplo de pai, de

amigo, de cidadão, de ser humano: um homem simples, determinado, coerente,

companheiro e solidário, que tanto contribuiu na construção da minha formação ética e

moral. Minha mãe, Maria Eugênia da Silva que é um ser fantástico, uma mulher de luta,

guerreira, determinada, uma vencedora da vida. A todos meus irmãos, em especial, a

José Lenin, Gregório Bezerra, Karl Marx e Maria Clara, que sempre estiveram no meu

dia a dia, me apoiando e ajudando no que fosse preciso, não tenho nem palavras para

defini-los, mas espero que o sentimento de amizade, solidariedade e amor permaneça

sempre entre nós. Agradeço também ao meu padrasto, um pai que tive por muitos anos,

Jorjão, por tudo que já fez por mim e por minha família. Agradeço a todos meus amigos

e amigas que estiveram presentes em toda minha formação acadêmica, a minha

namorada Rosa Maria, ao seu companheirismo e incentivo.

Agradeço ao meu grupo de estudo GEPSUI, que foi de suma importância na

execução deste projeto, aos amigos Lorena, Rafael, Apauliana, Clara, Emanuela, Sara,

Kareli e Sr. Bira.

A instituição e a todo corpo docente da UFRN, agradeço pelos ensinamentos, ao

meu professor orientador José Aparecido Moreira, a Janete Gouveia de Souza, por todo

apoio dado no âmbito acadêmico, a Magda Guilhermino, Luciano Patto, Emerson

Moreira e aos outros que foram de grande contribuição para minha formação.

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FARELO DE PALMA GIGANTE COM ADIÇÃO DE ENZIMAS EXÓGENAS NA

NUTRIÇÃO DE SUÍNOS EM CRESCIMENTO

SILVA, Ernesto Guevara Bezerra. FARELO DE PALMA GIGANTE COM ADIÇÃO

DE ENZIMAS EXÓGENAS NA NUTRIÇÃO DE SUÍNOS EM CRESCIMENTO.

2015. 59f. Dissertação (Mestrado em Produção Animal: Suinocultura) - Universidade

Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), Macaíba-RN, 2015.

RESUMO: A pesquisa foi desenvolvida com o objetivo de avaliar a digestibilidade da

energia bruta do farelo de palma gigante, o desempenho de suínos em crescimento, peso

dos órgãos e a viabilidade econômica das dietas compostas de diferentes níveis de

inclusão do farelo de palma gigante, com e sem adição de complexo enzimático (CE).

No ensaio de digestibilidade, foram utilizados dez suínos machos castrados com peso

médio de 34,3 ± 6,7 kg. Cinco alimentados com uma ração-referência e cinco receberam

a ração-teste, com 30% de substituição da ração-referência pelo farelo de palma gigante,

por um período de quinze dias. Neste período, realizou-se diariamente (às 8h) a coleta

total de fezes sem uso de marcador, sendo retirada uma alíquota de 20% e armazenada

em freezer. No ensaio de desempenho, utilizaram-se vinte suínos fêmeas com peso

médio 28,62 ± 3,66 kg, distribuídas em blocos ao acaso, com cinco tratamentos e quatro

repetições. Os tratamentos consistiram em níveis de inclusão do farelo de palma

gigante, associado ao complexo enzimático, seguindo distribuição: 0%; 5%; 10%; 5% +

CE; 10% + CE, onde os tratamentos com adição do CE tiveram um déficit de 100

kcal/kg nas dietas. O valor digestível da energia bruta do farelo de palma gigante para

suínos na fase de crescimento foi de 1113,83 kcal/kg. Observou-se que o ganho de peso

e o peso absoluto dos órgãos dos suínos não foram influenciados pelas dietas. A

conversão alimentar, o consumo de ração e peso relativo dos órgãos apresentaram

diferenças entre si (P<0,05). No presente estudo, conclui-se que a inclusão do complexo

enzimático associado a 10% do farelo de palma gigante é a melhor dieta testada, pois

apresentou melhor relação conversão alimentar / custo de ração.

PALAVRAS-CHAVE: Alimento alternativo, Opuntia, Polissacarídeos não amiláceos,

Suinocultura, Enzima.

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GIANT PALM BRAN WITH ADDITION OF EXOGENOUS ENZYMES IN THE

NUTRITION OF SWINE IN GROWTH

SILVA, Ernesto Guevara Bezerra. GIANT PALM BRAN WITH ADDITION OF

EXOGENOUS ENZYMES IN THE NUTRITION OF SWINE IN GROWTH. 59f.

Dissertation (Master’s degree in Animal Production. Concentration Area: Monogastric

Nutrition). Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Macaíba RN- 2015.

ABSTRACT – The research was developed to evaluate the digestibility of gross energy

from giant palm bran, the performance of growing pigs, organ weights and the

economic viability of diets composed of different levels of inclusion of giant cactus

meal, with and without addition of enzyme complex (EC). In the digestibility analysis,

ten castrated male swine with an average weight of 34.3 ± 6.35kg were used. Five of

them were fed with a reference feed, and the five others received a feed testing, with

30% of substitution of a reference diet by giant palm bran, for a period of fifteen days.

In this period, the total feces collection was made daily (8am) without a label use, being

withdrawn at a rate of 20% and stored in freezer. In the performance test, twenty

females swine were used, they were distributed in randomized blocks design with five

treatments and four replications. The treatments consisted of inclusion of levels of giant

palm bran, associated with the enzyme complex, following a distribution: 0%; 5%;

10%; 5% + EC; 10% + EC, where treatments with EC addition had a deficit of 100 kcal

/ kg in the diets. The value of the gross digestible energy of giant palm bran for pigs in

the growth phase was 1113.83 kcal / kg. It was observed that the weight gain and the

absolute weight of the organs of pigs were not affected by the diets. However, feed

conversion, feed intake and relative weight of the organs showed alterations (P <0.05)

using the Duncan test. It was also found that the inclusion of the enzyme complex

associated with giant palm bran supplied the deficit of 100 kcal / kg once the weight

gain and feed conversion were in accordance with the nutritional requirement of

Rostagno’s tables et al. (2005).

KEYWORDS: Alternative Food, Opuntia, non-starch polysaccharides, Swine

Production, Enzyme.

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1. Composição centesimal das dietas referência e do farelo de palma

gigante.............................................................................................................................39

Tabela 2. Composição centesimal das dietas experimentais de acordo com os níveis de

inclusão do farelo de palma gigante associada ao complexo enzimático........................41

Tabela 3. Preço dos ingredientes utilizados nas rações

experimentais...................................................................................................................42

Tabela 4. Efeitos dos níveis de inclusão do Farelo de palma gigante (FPG) associado a

complexo enzimático (CE) sobre desempenho de fêmeas suínas em fase de

crescimento......................................................................................................................42

Tabela 5. Viabilidade econômica dos níveis de inclusão do Farelo de palma gigante

(FPG) associado a complexo enzimático (CE) sobre conversão alimentar e custo da

ração, para fêmeas suínas em fase de crescimento..........................................................45

Tabela 6. Efeitos dos diferentes níveis de inclusão do Farelo de palma gigante (FPG)

associado ao complexo enzimático (CE) sobre peso relativo (PR) e peso absoluto (PA)

dos órgãos de fêmeas suínas em fase de crescimento.....................................................45

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LISTA DE FIGURAS

Figura 01. Pesagem das rações experimentais.................................................................48

Figura 02. Arraçoamento.................................................................................................48

Figura 03. Coleta de fezes...............................................................................................48

Figura 04. Pesagem e coleta das amostras de fezes.........................................................49

Figura 05. HCl para adicionar nos coletores de urina.....................................................49

Figura 06. Coleta de urina...............................................................................................49

Figura 07. Pesagem..........................................................................................................50

Figura 08. Instalações......................................................................................................50

Figura 09. Processo de trituração da palma.....................................................................50

Figura 10. Palma forrageira trituada................................................................................51

Figura 11. Secador solar com palma...............................................................................51

Figura 12. Palma forrageira após sete dias no secador solar...........................................51

Figura 13. Pesagem em laboratório................................................................................52

Figura 14. Amostras na Mufla para análise da matéria seca...........................................52

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SUMÁRIO

1. REFERENCIAL TEÓRICO ................................................................................... 12

1.1. ALIMENTOS ALTERNATIVOS PARA SUÍNOS ............................................... 12

1.2. CARACTERÍSTICAS GERAIS DA PALMA FORRAGEIRA ............................. 13

1.3. A PALMA FORRAGEIRA NO NORDESTE ........................................................ 14

1.4. REFERÊNCIAS BIBLIOFRÁFICAS ..................................................................... 16

2. UTILIZAÇÃO DE PALMA FORRAGEIRA COMO FONTE DE FIBRAS

DIETÉTICAS NA NUTRIÇÃO DE SUÍNOS. .............................................................. 18

2.1. INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 20

2.2. FARELO DE PALMA FORRAGEIRA .................................................................. 20

2.3. FIBRAS DIETÉTICAS – POLISSACARÍDEOS NÃO AMILÁCEOS ................. 22

2.4. FIBRAS DIETÉTICAS NO SISTEMA DIGESTÓRIO DOS SUÍNOS ................. 24

2.5. UTILIZAÇÃO DE ENZIMAS EXÓGENAS NOS POLISSACARÍDEOS NÃO

AMILÁCEOS. ................................................................................................................ 26

2.6. CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................. 28

2.6. REFERÊNCIAS ...................................................................................................... 29

3. UTILIZAÇÃO DO FARELO DE PALMA GIGANTE COM ADIÇÃO DE

ENZIMAS EXÓGENAS NA NUTRIÇÃO DE SUÍNOS EM CRESCIMENTO. ........ 33

3.1. INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 36

3.2. MATERIAL E MÉTODOS ..................................................................................... 37

3.3. RESULTADOS E DISCUSSÕES ........................................................................... 41

3.4. CONCLUSÃO ......................................................................................................... 45

3.5. REFERÊNCIAS ...................................................................................................... 46

4. ANEXOS ................................................................................................................. 49

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1. REFERENCIAL TEÓRICO

1.1. ALIMENTOS ALTERNATIVOS PARA SUÍNOS

O Brasil possui grande quantidade de resíduos e subprodutos da agroindústria,

com potencial de uso na alimentação animal. A utilização de subprodutos configura-se

como uma alternativa para elevar os teores de matéria seca das dietas, além de constituir

potencialmente fonte de carboidratos e proteínas para a nutrição animal.

Nas regiões semiáridas do Nordeste brasileiro, existem alguns alimentos tidos

como alternativos, como a palma forrageira, farelo de caju, cevada, babaçu, entre

outros, e que podem ser utilizados como substituinte de ingredientes tidos como

convencionais (milho e soja), diversos trabalhos de pesquisa vêm sendo realizados com

o intuito de mostrar seu potencial na nutrição de não ruminantes.

O potencial desses alimentos alternativos, disponíveis a preços mais acessíveis

na região Nordeste, representa o barateamento dos custos de produção, pois dentro de

determinados níveis de inclusão dietética podem substituir parcialmente o milho e a

soja, alimentos base da nutrição de não ruminantes, os quais estão sujeitos às oscilações

de preços e consequentemente na rentabilidade obtida pelo produtor.

A demanda de alimentos para atender às necessidades da população humana

mundial vem exigindo alta produção, respeitando cada vez mais as questões sociais, a

segurança alimentar e o meio ambiente. Nesse contexto, a produção suinícola precisa de

grande desenvolvimento, para transformar a menor quantidade possível de grãos e de

outros alimentos, em proteína de alto valor nutricional. (COSTA et al. 2007).

Para se obter uma produção eficiente se faz necessária a correta utilização dos

alimentos na nutrição animal, devendo ser obtidas informações, como composição

química, valor nutricional, níveis adequados de incorporação na dieta, de acordo com o

a categoria animal, características climáticas da região e a maneira mais eficiente de

manipular, transportar, armazenar e utilizar o ingrediente (VIEIRA, 2006).

A utilização de alimentos alternativos com alto teor de fibras na alimentação

de suínos não representa um novo conceito, pois diversos estudos realizados no século

passado mostram o potencial destes alimentos em determinados níveis de inclusão nas

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dietas. Assim, o estudo sobre o potencial dos diversos alimentos fibrosos sobre a

produção animal requer identificação, quantificação e avaliação das interações entre os

efeitos fisiológicos e desempenho animal, através de ensaios de digestibilidade,

avaliação de ganho de peso e análises dos órgãos, sabendo-se que estes animais

apresentam capacidade limitada do trato digestivo para processar e digerir fibras

dietéticas (GOMES et al. 2007).

A flora nordestina não apresenta plantas de grande destaque para a produção de

grãos, mas é rica em espécies resistentes à seca, apresentam boa produtividade e podem

ser utilizadas como fontes alternativas para alimentação animal.

1.2. CARACTERÍSTICAS GERAIS DA PALMA FORRAGEIRA

A palma Forrageira é uma cactácea da espécie: Opuntia ficus-indica (L.) P. Mill,

família: Cactaceaede de caule suculento, ramificado, de porte arbustivo, com altura

entre 1,5 e 3 m, ramos clorofilados achatados, de coloração verde-acinzentada, mais

compridos do que largos, variando de densamente espinhosos até desprovidos de

espinhos (inermes). As folhas são excepcionalmente pequenas, decíduas precoces. Os

frutos são amarelos-avermelhados, suculentos, com aproximadamente 8 cm de

comprimento, com tufos de diminutos espinhos (FABRICANTE).

No Brasil, a palma foi cultivada com objetivo de hospedar o inseto, denominado

cochonilha do carmim (Dactylopius coccus), que não causa danos à planta, quando bem

manejada, e é produtor de um corante vermelho, o que resultou em uma ação sem

sucesso. Com esse insucesso, a palma passou a ser cultivada como planta ornamental e

posteriormente, por volta de 1915 começou a ser explorada como forragem (PESSOA,

1967).

Segundo alguns autores existem uma grande variação na produtividade da palma,

segundo Blanco (1957) as produções variaram de 100 a 200 t/ha/ano. Maia Neto (2000)

relata que no sertão pernambucano foi alcançada uma produção média de 400 t/ha/ano,

quando se adotou tecnologia mexicana de produção, com adensamento de plantas e

irrigação. Em 2006, o Instituto de Pesquisa Agropecuária (IPA) obteve produção de 320

t/MV/ha dois anos após o plantio (SANTOS et al., 2006). Já Wanderley et al., (2009)

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relata que obtiveram produção acima de 600 t/MV/ha no primeiro ano, com

adensamento (0,10 x 2,0) e irrigação.

A palma forrageira tem seu caule suculento, com uma casca verde e não possui

folhas copadas. O caule é conhecido como cladódio, possui tamanho que varia de

acordo a espécie, de 30 a 50 cm de altura e 18 a 25 cm de largura (SUDZUKI-HILLS,

2001).

A composição química da palma forrageira pode variar de acordo com a espécie,

idade dos cladódios, época do ano e fertilidade dos solos (FERREIRA, 2005), como

pode ser observado na Tabela 01.

Tabela 01. Composição química da palma forrageira.

GÊNERO MS¹ PB¹ FDN¹ FDA¹ CHT¹ CNF¹ CNE¹ MM¹

Opuntia(G) 12,63 4,45 26,17 20,05 87,6 61,79 6,59

Opuntia(G) 7,62 4,53 27,69 17,93 83,32 55,63 10,21

Nopalea(M) 13,08 3,34 16,60 13,66 87,77 71,17 7,00

Opuntia(G) 14,40 6,40 28,10 17,60 77,10 50,0 14,60

Nopalea(M) 12,00 6,20 26,90 16,50 73,10 47,4 18,60

Opuntia(I) 13,80 6,0 28,40 19,40 75,10 46,3 17,10

Fonte: Adaptado de Ferreira (2005)

¹ % na matéria seca

MS= Matéria Seca, PB= Proteína Bruta, FDN= Fibra em Detergente Neutro, FDA=

Fibra em Detergente Ácido, CHT= Carboidratos Totais, CNF= Carboidratos não

fibrosos, CNE= Carboidratos não estruturais, MM= Matéria mineral, (G)= palma

gigante, (M)= palma miúda e (I)= IPA-20.

1.3. A PALMA FORRAGEIRA NO NORDESTE

Nos últimos anos, a palma forrageira vem sendo cada vez mais cultivada. Estima-

se que no Nordeste há aproximadamente 500 mil hectares cultivados, (FUNPALMA,

2011) com produtividade que variam entre 100 a 600 toneladas de matéria verde por

hectare (MAIA NETO, 2000; WANDERLEY et al., 2009)

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A palma forrageira é uma planta bem adaptada às condições climáticas do

semiárido, suporta grande período de estiagem, suas características fisiológicas

permitem um processo fotossintético que resulta em grande economia de água. A palma

suporta altas temperaturas, alta radiação solar e consegue se estabelecer com um baixo

teor de água no solo. Essas plantas abrem seus estómatos durante a noite e os fecham

durante o dia. Dessa forma minimizam as perdas e apresentam alta eficiência no uso da

água. Contudo, o bom rendimento dessa cultura está sendo em áreas com pluviosidade

média de 400 a 800 mm anuais e temperaturas que variam de 25 a 18ºC (NOBEL,

1995).

O clima da região semiárida é seco, com temperaturas de 23 a 37 ºC apresentando

grande radiação solar (2.800h luz ano) apresenta precipitações inferiores a 800mm/ano

evaporação média de 2.800 mm anuais e umidade relativa por volta de 50%, tendo um

balanço hídrico negativo, (MINISTÉRIO DA INTEGRAÇÃO NACIONAL, 2005).

Como foi dito anteriormente a palma tem se destacado pela eficiência no uso da

água, estudos têm mostrado que a proporção de utilização da água é de

aproximadamente 50:1, ou seja, 50 kg de água para cada quilograma MS produzida,

enquanto as plantas C3 e C4 apresentam eficiências por volta de 1000:1 e 500:1,

respectivamente. Estas relações são variáveis a eficiência no uso da água vai depender

as condições edafoclimáticas da região (SAMPAIO, 2005).

Silva e Santos, (2006) afirmaram que a utilização da palma como forragem para

os animais, foi ganhando espaço, sobretudo nos estados brasileiros de Alagoas,

Pernambuco, Paraíba e em algumas regiões do Ceará e Rio Grande do Norte, onde a

planta se adaptou bem e vem apresentando boa produção de massa verde.

Alves et al. (2007), faz uma colocação muito importante e relata que qualquer

espécie vegetal que possa ser utilizada como alimento e que apresente elevada

capacidade de produzir biomassa, nas condições de baixa disponibilidade hídrica e de

fertilidade dos solos do semiárido, pode ser de grande valia para a região.

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1.4. REFERÊNCIAS BIBLIOFRÁFICAS

ALVES, R. N et al. Produção de forragem pela palma após 19 anos sob diferentes

intensidades de corte e espaçamentos. Revista Caatinga, v. 20, n. 4, p. 38-44, 2007.

COSTA, F.G.P.; OLIVEIRA, C.S.F.; BARROS L.R. Valores energéticos do feno de

jureminha, feijão bravo e maniçoba para aves. Revista Brasileira de Zootecnia.

Viçosa, v. 36, n. 4, Aug. 2007.

FABRICANTE, J. R.; FEITOSA, S. S. Palma Forrageira. Disponível em:

http://www.grupocultivar.com.br/site/content/artigos/artigos.php?id=430. Acesso em:

01/07/2015.

FERREIRA, M. de A. Palma forrageira na alimentação de bovinos leiteiros. Recife:

UFRPE, Imprensa Universitária, p. 68, 2005.

GOMES, J. D. F. et al. Efeitos do incremento de fibra dietética sobre a digestibilidade,

desempenho e características de carcaça: I. Suínos em crescimento e

terminação. Ciências Agrárias, Londrina, v. 28, n. 3, p. 483-492, 2007.

MINISTÉRIO DA INTEGRAÇÃO NACIONAL. Brasília. Secretaria de Políticas de

Desenvolvimento Regional. Nova Delimitação do Semi-árido Brasileiro, 2005. 32p.

NOBEL, P. S. Environmental biology. In: BARBERA, G.; INGLESE, P.; PIMIENTA-

BARRIOS, E. Agro-ecology, cultivation and uses of cactus pear. Rome: FAO, 1995.

p.36-48 (FAO. Plant Production and Protection, 132).

PESSOA, A. S. Cultura da palma forrageira. Recife: SUDENE. Divisão de

Documentação, 1967. 98p. (SUDENE. Agricultura, 5).

SAMPAIO, E. V. S. Fisiologia da palma In: MENEZES R. S. C.; SIMÓES,

D.A.;SAMPAIO, E. V. S. B. A palma do Nordeste do Brasil: conhecimento atual e

novas perspectivas de uso. Recife: Editora Universitária da UFPE, 2005, p. 43-54.

SANTOS, D. C. et al. Manejo e utilização da palma forrageira (Opuntia e Nopalea)

em Pernambuco. Recife: IPA, 2006. 48p. (IPA. Documentos, 30).

SILVA, C.C.F.; SANTOS, L. C. Palma forrageira (Opuntia ficus-indica Mill.) como

alternativa na alimentação de ruminantes. Revista Eletrônica de Veterinária, v. 7, n.

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10, p. 1-13, 2006. Disponível em http://www.veterinaria.org/revistas/redvet. Acesso em

06/11/2014.

SUDZUKI-HILLS, F. Anatomia e fisiologia. In: Agroecologia, cultivo e usos da

palma forrageira. Traduzido por SEBRAE/PB. João Pessoa: SEBRAE/PB, p.28-34,

2001.

VIEIRA, A.A.; BRAZ, J.M.; COSTA, A.D. Desempenho de suínos em crescimento

alimentados com dietas contendo bagaço de cevada. In: Congresso Brasileiro de

Zootecnia, 16., 2006, Recife. Anais... Recife, 2006. CD-ROM.

WANDERLEY, A. M. et al. Palma forrageira adensada e irrigada: Uma experiência

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2. UTILIZAÇÃO DE PALMA FORRAGEIRA COMO FONTE DE FIBRAS

DIETÉTICAS NA NUTRIÇÃO DE SUÍNOS.

Trabalho a ser submetido à revista:

REVISTA ELETRÔNICA NUTRITIME

Página eletrônica:

www.nutritime.com.br

ISSN 1983-9006

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UTILIZAÇÃO DE PALMA FORRAGEIRA COMO FONTE DE FIBRAS

DIETÉTICAS NA NUTRIÇÃO DE SUÍNOS.

RESUMO: Este artigo tem como objetivo demonstrar a possível utilização da

palma forrageira na nutrição dos suínos, com o objetivo de reduzir os custos dos

produtores, sem comprometer a dieta dos animais. A palma forrageira é uma cultura que

tem grande importância para pequenos, médios e grandes produtores rurais na região

semiárida do Nordeste brasileiro, principalmente em longos períodos de estiagem, pois

é uma das poucas fontes energéticas disponíveis nestes períodos. Este alimento

alternativo possui um grande potencial, pois é comercializado a preços mais acessíveis,

principalmente na região Nordeste. Assim, a palma forrageira pode representar o

barateamento dos custos de produção. É importante mencionar que dentro de

determinados níveis de inclusão dietética a palma pode substituir parcialmente o milho

que é a base da nutrição de não ruminantes. Isso proporciona melhor retorno econômico

obtido pelos produtores, pois o preço do milho está mais sujeito às oscilações de

mercado do que o preço da palma forrageira.

Palavras-Chaves: seca, fibra dietética, suinocultura

ABSTRACT: This article aims to demonstrate the potential use of forage cactus in the

nutrition of swines, in order to reduce costs for farmers, without compromising the diet

of the animals. The forage cactus is a culture that has great importance for small,

medium and large farmers in the semiarid region of the Brazilian Northeast, especially

over long periods of drought, once it is one of the few energy sources available in these

periods. This alternative feed has great potential because it is sold at more affordable

prices, especially in the Northeast. Thus, the forage cactus can represent the cheapening

of production costs. It is important to mention that within certain levels of dietary

inclusion, forage palm may partially replace corn which is the basis of non-ruminant

nutrition. This has a major impact on the income earned by producers, because the price

of corn is more subject to market oscillations than the price of forage cactus.

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2.1. INTRODUÇÃO

A crescente necessidade da população mundial por alimentos, fez com que

diversos setores agrícolas e pecuários evoluíssem rapidamente. A suinocultura por

possibilitar bons índices zootécnicos, alta prolificidade e representar uma das principais

atividades desenvolvidas no país, se faz necessários os estudos.

Atualmente os altos custos com alimentação na exploração de suínos, em torno de

75% do custo total de produção de uma suinocultura de ciclo completo, se torna um

entrave para o desenvolvimento da atividade em determinadas regiões do país (DERAL,

2013).

Nas regiões semiáridas do Nordeste brasileiro, a palma forrageira tem se

destacado pela sua capacidade de adaptação às condições edafoclimáticas e alta

produção de matéria verde por área. O Brasil é o maior produtor mundial de palma

forrageira, estima-se que existam cerca de 500 mil hectares de palma forrageira no

Nordeste (FUNPALMA, 2013).

O farelo de palma gigante representa uma alternativa na nutrição dos suínos no

Nordeste brasileiro, pois é uma cultura bem difundida e de fácil acesso para os

produtores rurais, tornando-se uma alternativa para a nutrição dos suínos.

Neste contexto, este trabalho tem o objetivo de avaliar os efeitos da utilização da

palma forrageira e os níveis mais adequados de inclusão nas dietas, tendo como intuito

principal a redução dos custos de produção.

2.2. FARELO DE PALMA FORRAGEIRA

A demanda de alimentos para atender às necessidades da população humana

mundial vem gradativamente exigindo produção intensiva, respeitando cada vez mais as

questões sociais, a segurança alimentar e o meio ambiente. Nesse contexto, a produção

suinícola carece de um maior desenvolvimento, para transformar a menor quantidade

possível de grãos e de outros alimentos em proteína de alto valor nutricional (COSTA et

al. 2007).

A palma forrageira é uma cultura que tem grande importância para pequenos,

médios e grandes produtores rurais na região semiárida, principalmente em longos

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períodos de estiagem, pois é uma das poucas fontes energéticas disponível nestes

períodos.

No Brasil, a palma foi cultivada com a finalidade de abrigar o inseto, denominado

cochonilha do carmim (Dactylopius coccus), que não causa nenhum tipo de danos à

planta, quando bem manejada, e produz um corante vermelho, o que resultou em uma

ação sem sucesso. Com esse insucesso, a palma passou a ser cultivada como planta

ornamental e posteriormente, por volta de 1915 a palma começou a ser explorada como

forragem na alimentação animal (PESSOA, 1967).

Essa cultura é considerada uma excelente fonte de energia, apesar de ser uma

forragem muito utilizada na nutrição dos ruminantes ela tem um baixo teor de fibra

dietética, mas é rica em carboidratos não fibrosos, 61,79% (WANDERLEY et al.,

2002), o que torna uma alternativa na alimentação dos suínos. As cultivares redonda e

gigante apresentam, em média, digestibilidade in vitro da matéria seca de 74,66%,

(SANTOS et al., 1997).

A planta da palma tem seu caule suculento, com uma casca verde e não possui

folhas copadas. O caule é conhecido como cladódio ou raquete, possui tamanho que

varia de acordo a espécie, de 30 a 80 cm de altura e 18 a 25 cm de largura (SUDZUKI-

HILLS, 2001).

Para obtenção do farelo realiza-se o corte dos cladódios, em seguida, é submetido

ao processo de trituração, secagem ao sol, aproximadamente seis dias, onde a viragem

do material se faz necessário pelo menos duas vezes ao dia, e quando estiver com

umidade inferior a 10% novamente triturado, para a produção do farelo.

Ao avaliar o potencial de inclusão do farelo de palma forrageira em dietas

isonutricionais em níveis de inclusão de até 21% para suínos em crescimento e

terminação, foi observado que ocorre uma redução linear no custo de produção com

item alimentação e aumento na rentabilidade. Com um nível de inclusão de 21 % de

farelo de palma foi observada, para o crescimento e período total, uma redução de

5,25% e 8,1%, respectivamente, no custo de alimentação por kg de ganho de peso

(EMBRAPA, 2006).

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Ludke et al. (2006), concluíram que é tecnicamente viável a utilização do farelo

de palma para suínos em crescimento e terminação, caso apresente preço equivalente a

25% do preço do milho.

Em relação à composição química, o farelo de palma apresenta valores médios de

matéria seca de 10,2%, proteína bruta 5,3%, fibra em detergente neutro 26,9%, fibra em

detergente ácido 22,4%, cálcio 2,78%, fosforo 0,13% e carboidratos solúveis 29,5%

(SANTOS et al. 2006). A composição química da palma forrageira pode variar de

acordo com a espécie, idade dos artículos, época do ano e fertilidade dos solos

(FERREIRA, 2005).

O farelo de palma gigante representa uma opção na nutrição dos suínos no

nordeste brasileiro, pois é uma cultura bem difundida e de fácil acesso para os

produtores rurais, e em condições de longos períodos de estiagem sempre se fez

presente na alimentação animal.

2.3. FIBRAS DIETÉTICAS – POLISSACARÍDEOS NÃO AMILÁCEOS

A fibra dietética refere-se aos componentes da parede celular vegetal, que são os

carboidratos estruturais: celulose, pectina e hemiceluloses e a lignina, que é tido como

um composto fenólico (MERTENS, 1992).

Os efeitos fisiológicos das fibras dietéticas não dependem apenas de seus

constituintes, e sim da relação entre as estruturas e as propriedades físicas e químicas

dos seus componentes (CHITARRA, 2006). As fibras dietéticas podem ser consideradas

como os polissacarídeos não amiláceos (PNAs), ou seja, compostos que parcialmente

não são digeríveis por enzimas. Os PNAs estão subdivididas em dois grupos, as fibras

solúveis e insolúveis, de acordo com a sua solubilidade em água.

As fibras solúveis (pectinas, gomas, mucilagens, beta-glucanas e algumas

hemiceluloses), formam géis na presença de água e são fermentáveis, funcionando

como uma esponja, que retém água e sucos digestivos ficando encharcada, formando

géis viscosos no trato digestivo, além de proporcionar um retardamento do

esvaziamento gástrico, onde os alimentos ficam por mais tempo, aumentando o período

de saciedade (LAIRON, et al. 2005).

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As fibras insolúveis (celulose, algumas hemiceluloses e lignina), formam misturas

de baixa viscosidade e de pouca fermentação, que contribuem para aumentar o volume e

a maciez das fezes, acelerando o transporte intestinal, e funcionando como fibras

laxativas (LAIRON, et al. 2005).

Em referência às fibras solúveis, as mucilagens são polissacarídeos ramificados

que apresentam a competência de reter água e, são utilizados como laxantes. As gomas

são polissacarídeos que produzem substâncias viscosas, são solúveis e dificultam à ação

enzimática, no entanto, as fibras podem sofrer fermentação no intestino grosso pela ação

dos microrganismos, fornecendo energia para a microbiota, sendo assim chamadas,

também, de alimentos pré-bióticos. As β-glucanas são polímeros de glicose, resistentes

a hidrólise digestiva, pois apresentam ligações β (1-4), β (1-3) (COSTA, 2008).

Já as fibras insolúveis como a celulose, estão presentes na parede celular dos

vegetais juntamente com a lignina e hemiceluloses, são constituídas por polímeros de

glicose unidos por ligações β (1-4), são insolúveis em água, álcool ou ácidos diluídos e

não são hidrolisadas por enzimas digestivas. A hemicelulose é formada por distintos

polissacarídeos, onde seu alto grau de ramificação e a presença de moléculas ácidas lhes

confere solubilidade em água, por ser menos resistente ao processo digestivo do que a

celulose (COSTA, 2008).

Devido a sua aptidão de formar ligações hidrofóbicas, a lignina não é considerada

um carboidrato, mas sim um composto fenólico altamente insolúvel em substâncias

polares, como a água. A mesma é classificada como fibra alimentar devido a sua

propriedade de associar-se aos polissacarídeos fibrosos da parede celular dos vegetais

(COSTA, 2008).

Ramos (2007) afirma que, ao entrar em contato com a água no lúmen intestinal as

fibras apresentam a capacidade de formar um gel viscoso que funciona como uma

barreira à ação hidrolítica das enzimas, dificultando o contato destas com os grânulos de

amido e com as moléculas proteicas e lipídicas do alimento, diminuindo o contato do

bolo alimentar e a taxa de difusão das substâncias, dificultando assim o acesso dos

nutrientes as células absortivas do intestino, interferindo diretamente na redução na

digestibilidade e prejudique a absorção dos nutrientes das rações.

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2.4. FIBRAS DIETÉTICAS NO SISTEMA DIGESTÓRIO DOS SUÍNOS

Os suínos são animais monogástricos que possuem baixa eficiência na

digestibilidade da fibra, pois seu trato digestivo é simples e de diminuta capacidade em

relação ao armazenamento. Segundo Gomes et al. (2007), o estudo do incremento da

fibra na ração de suínos sugere que a utilização de fibras dietéticas deve ser

criteriosamente considerada para quais categorias de animais que serão utilizadas, uma

vez que este componente é responsável pela redução na digestibilidade dos nutrientes da

dieta.

Dietas com alta quantidade de fibras insolúvel aumenta a taxa de passagem do

alimento no trato gastrintestinal e pode prejudicar a digestão reduzindo a absorção dos

nutrientes (LE GOFF et al. 2002).

A origem e os níveis de fibras dietéticas podem atuar diretamente na morfologia

da mucosa intestinal, provocando alterações na altura das vilosidades, profundidade das

criptas e no número de células caliciformes (JIN et al. 1994; KLASING, 1998).

A relação desejável entre vilosidades e criptas intestinais ocorre quando as

vilosidades se apresentam altas e as criptas rasas, pois quanto maior a relação altura de

vilosidade/profundidade de cripta, melhor será a absorção de nutrientes e menores serão

as perdas energéticas com a renovação celular (LI, 1991; NABUUS, 1995),

A profundidade da cripta é um indicativo da capacidade compensatória ou

hiperplasia (aumento do número de células) das células epiteliais em decorrência de um

maior nível de agressão à estrutura morfológica da mucosa intestinal causada pelo teor

de fibra da dieta (ARAÚJO et al. 2006).

A redução na área das vilosidades resulta em menor desenvolvimento enzimático,

menor transporte de nutrientes e predispõem os animais à condição de má absorção,

desequilíbrio hídrico e infecções entéricas (CERA et al. 1988).

A redução da altura das vilosidades em decorrência do aumento na taxa de

descamação epitelial pode ser resultante do incremento da profundidade da cripta,

visando assegurar a adequada taxa de turnover celular e garantir a reposição das perdas

de células da região apical das vilosidades (ARAÚJO et al. 2006; OETTING et al.

2006).

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Em estudo realizado por Jin et al. (1994) demonstraram que houve um aumento na

taxa de renovação das células epiteliais do ceco-colón, responsáveis pelo aumento da

produção de muco no intestino de suínos, na fase de crescimento, recebendo níveis mais

elevados de fibra na ração. Suínos na fase de crescimento alimentados com dietas

contendo de 13 a 20% de FDN apresentaram aumento significativo da área ocupada

pelas células caliciformes no epitélio do ceco e intensa reação histoquímica,

confirmando que rações com elevados teores de fibras promoveram aumento na

produção de muco, possivelmente uma tentativa de proteger o epitélio contra a ação

grosseira da fibra.

Na atualidade rações com incremento de fibras vêm sendo bastante utilizados na

alimentação de porcas em gestação, pois aumentam a sensação de saciedade ao atuar

sobre o trânsito intestinal e na capacidade de retenção de água. No intestino grosso a

fibra sofre fermentação, onde produz ácidos graxos voláteis (acetato, propionato e n-

butirato), colaborando expressivamente para as necessidades de manutenção da porca

(ALIBÉS, 2012).

Gomes et al. (2006) afirmam que a inclusão de alimento fibroso na dieta de suínos

possui grande vantagem, pois a densidade energética da ração é menor o que permite

maior sensação de saciedade naqueles animais que o acúmulo excessivo de gordura é

indesejável, além de minimizar o estresse vindo do confinamento e da restrição

alimentar de fêmeas reprodutoras.

Segundo Frank (1983), suínos adultos, como nas fases de terminação e pós-

terminação, mesmo quando alimentados com elevados níveis de fibras dietéticas, são

capazes de manter ganhos de peso em índices adequados, pela elevação do consumo,

como tentativa de manter estável o nível de energia digestível ingerida.

A adição de fibras dietéticas na alimentação de suínos nas fases de crescimento,

terminação e pós-terminação permite melhor controle dos padrões de carcaças,

adequando o ganho de peso animal com maior rendimento de carne magra (GOMES et

al. 2007).

O uso de alimentos com alto teor de fibras dietéticas já é uma realidade na

suinocultura brasileira, grande parte das granjas exploram este potencial dos suínos,

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uma vez que, em determinados níveis de inclusão possibilita a redução de custos com a

alimentação e melhorias na qualidade da carcaça.

2.5. UTILIZAÇÃO DE ENZIMAS EXÓGENAS NOS POLISSACARÍDEOS NÃO

AMILÁCEOS.

Os polissacarídios não amiláceos (PNAs) presentes nos alimentos usados nas

dietas dos não ruminantes são: a celulose, beta-glucanos e pentosanos. Esses

componentes são considerados fatores antinutricionais em função de sua localização na

parede celular do endosperma e principalmente, em função da solubilidade de uma

fração destes compostos. Os PNAs solubilizados são capazes de produzir elevada

viscosidade e diminuição da disponibilidade dos nutrientes (SIMON, 2000).

Em função de sua cadeia e as ligações com as unidades de açúcares, os PNAs são

resistentes à hidrólise no trato digestório, e esta parte não digerida interfere na absorção

dos demais nutrientes no trato digestivo, motivo de serem considerados como fatores

antinutricionais (CONTE, et al., 2003).

O efeito dos PNAs na dieta depende de aspectos referentes à origem do alimento

(REMUS, 2008). Tais aspectos podem ser desde seus graus de solubilidade,

insolubilidade, ou tamanho da partícula (MAVROMICHALIS et al, 2000). Segundo

Choct (2001), os PNAs solúveis podem afetar a motilidade intestinal, tempo de trânsito

intestinal, e prejudicar a atividade das enzimas endógenas para alcançarem os

substratos, podendo afetar a digestibilidade de nutrientes e comprometer o desempenho

dos animais.

O uso de enzimas exógenas se torna importante, pois as mesmas tem a

competência de hidrolisar os PNAs que podem ser potencialmente aproveitado pelo

animal, aumentando a capacidade de utilização da energia presente nos alimentos. Logo,

ocorre a liberação do conteúdo celular que se torna disponível à digestão enzimática,

aumentando, desta forma, a digestibilidade de alguns dos nutrientes presentes nos

alimentos utilizados nas rações (LIMA et al., 2007).

As enzimas carboidratases, produzidas por fungos do gênero Aspergillus, têm sido

utilizadas para hidrolisar os PNAs, podendo aumentar a digestibilidade de alimentos

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que apresentam elevado teor de fibra, como Arroz, o trigo, a cevada, o farelo de palma,

o bagaço de caju, a aveia e o triticale (CONTE et al., 2003).

Em estudo realizado por Slominski et al. (2006) utilizaram a suplementação de

enzimas para quantificar o aproveitamento energético de dietas para frangos de corte e

constatou que a utilização de enzimas exógenas demonstrou eficiência na degradação

dos PNAs, potencializando o uso da energia da dieta e a digestão da gordura de origem

vegetal.

Um fator importante é a presença do antinutricional fitato, presente nos

ingredientes de origem vegetal que funciona como uma reserva fosfórica durante o

processo de germinação da semente. É uma molécula polianiônica com capacidade para

quelatar nutrientes positivamente carregados, o que o torna um antinutricional, afetando

a absorção das proteínas, energia, minerais-traço e cálcio (SELLE, 2007).

O fitato é um sal formado pelo ácido fítico ligado a íons (Na+, Mg++, K+, Ca++ e

Zn++). Os minerais e alguns nutrientes, quando ligados à molécula de ácido fítico,

tornam-se indisponíveis ao animal e não conseguem ser solubilizados. Em geral, os

cereais e as sementes de leguminosas usadas na nutrição dos não ruminantes apresentam

quantidades de fitatos que podem afetar o desempenho (DARI, 2004).

O uso das enzimas exógenas já é uma realidade dentro das granjas, a utilização da

enzima fitase nas dietas possibilita catalisar o fitato, disponibilizando fósforo e outros

elementos indisponíveis nos grãos, como cálcio, magnésio, zinco, ferro e moléculas

orgânicas, como aminoácidos (ROLAND et al., 2006).

A adição de enzimas exógenas nas dietas melhora a eficiência de produção das

aves e suínos pelo aumento da digestibilidade de alimentos grosseiros e de baixa

qualidade e também possibilita a redução da perda de nutrientes nas fezes, sendo

possível reduzir os níveis nutricionais da dieta com possíveis vantagens econômicas. As

enzimas são acrescentadas à ração animal com a finalidade de aumentar a sua

digestibilidade, remover fatores antinutricionais, melhorar a disponibilidade dos

nutrientes, reduz impactos ambientais diminuindo as concentrações de nitrogênio e

fósforo nas excretas (LIMA et al., 2007).

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Atualmente são comercializados uma série de complexos enzimáticos

(carboidratases, proteases, fitases e lipases) para serem incorporados nas dietas, com

intuito de melhorar a digestibilidade de alguns alimentos. Em dietas para não

ruminantes, a atividade enzimática deve ser suficientemente alta para permitir que o

tempo de trânsito intestinal seja relativamente baixo. Além disso, a enzima empregada

deve ser capaz de resistir a condições desfavoráveis que possam ocorrer durante o

processo de preparação da ração, como a extrusão ou peletização, ou que existam

naturalmente no trato gastrointestinal (MCCLEARY, 2001).

A digestibilidade das dietas pode ser melhorada com a suplementação das

enzimas exógenas. Em estudos realizados por Rutherfurd (2002), foi constatado que a

utilização da enzima fitase na dieta melhora a absorção de minerais e a digestibilidade

de aminoácidos. Outro estudo realizado por Nunes et al. (2001) constatou melhorias na

digestibilidade dos lipídeos e dos carboidratos. Han (1997) reporta uma melhoria de 4,8;

na digestibilidade aparente da matéria seca e 6,1% da proteína bruta, com a adição de

0,1% de amilase.

Já Choct (2001) verificou que a adição das enzimas exógenas na dieta melhorou a

energia metabolizável aparente em 24%, a digestibilidade da matéria seca em 17% e a

conversão em 31%, e ainda conseguiu reduzir em 50% a viscosidade da digesta.

2.6. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Diante do exposto, observa-se que a palma forrageira é uma cultura bem cultivada

no Nordeste brasileiro, é rica em carboidratos não fibrosos e tem potencial para ser

utilizado nas dietas dos suínos, sabendo que os não ruminantes apresentam limitações

no seu trato digestivo para digerir esse tipo de alimento e que altos níveis podem agredir

a mucosa intestinal, seu uso é limitado, porem o uso de enzimas exógenas vem se

mostrando uma alternativa para melhorar a digestibilidade de alimentos com altos teores

de fibras dietéticas.

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2.7. REFERÊNCIAS

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3. FARELO DE PALMA GIGANTE COM ADIÇÃO DE ENZIMAS

EXÓGENAS NA NUTRIÇÃO DE SUÍNOS EM CRESCIMENTO.

Trabalho a ser submetido a revista:

REVISTA CAATINGA

Página eletrônica:

http://periodicos.ufersa.edu.br/revistas/index.php/sistema

ISSN: 0100-316X

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FARELO DE PALMA GIGANTE COM ADIÇÃO DE ENZIMAS EXÓGENAS

NA NUTRIÇÃO DE SUÍNOS EM CRESCIMENTO1

ERNESTO GUEVARA BEZERRA SILVA*2, JOSÉ APARECIDO MOREIRA³

RESUMO – A pesquisa foi desenvolvida com objetivo de avaliar a digestibilidade do

farelo de palma gigante (FPG), o desempenho, a viabilidade econômica das dietas

experimentais e peso dos órgãos dos suínos em fase de crescimento, com dietas

compostas de diferentes níveis de inclusão do farelo de palma gigante (FPG), associado

ao complexo enzimático (CE). No ensaio de digestibilidade, foram utilizados dez suínos

machos castrados com peso médio de 34,3 ± 6,35kg. Cinco alimentados com uma

ração-referência e cinco receberam a ração-teste, com 30% de substituição da ração-

referência pelo FPG, por um período de quinze dias. Neste período, realizou-se

diariamente (às 8h) a coleta total de fezes sem uso de marcador. No ensaio de

desempenho, utilizaram-se vinte fêmeas, com peso médio de 28,62 ± 3,66kg

distribuídas em blocos ao acaso, com cinco tratamentos e quatro repetições. Os

tratamentos consistiram em níveis de inclusão do FPG, associado ao CE, seguindo

distribuição: 0%; 5%; 10%; 5% + CE; 10% + CE, onde os tratamentos com adição do

CE teve um déficit de 100 kcal/kg nas dietas. O valor digestível da energia bruta do

FPG para suínos em crescimento é de 1113,83 kcal/kg. Observou-se que o ganho de

peso e o peso absoluto dos órgãos não foram influenciados pelas dietas. A conversão

alimentar, o consumo de ração e peso relativo do estômago, apresentou diferença entre

si (P<0,05). Também constatou-se que a inclusão do CE associado ao FPG supriu o

déficit de 100 kcal/kg. No presente estudo recomenda-se a inclusão do complexo

enzimático associado a 10% do farelo de palma gigante, pois apresentou melhor relação

conversão alimentar / custo de ração.

PALAVRAS-CHAVE: Alimento alternativo. Opuntia. Fibra dietética. Suinocultura.

Complexo enzimático.

* Autor para correspondência 1 Recebido para publicação em .............................; aceito em ...............................

Parte da Dissertação de Mestrado do primeiro autor. 2 Zootecnia, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, UFRN, Campus de Macaíba. Macaíba - RN,

[email protected]

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GIANT PALM BRAN WITH ADDITION OF EXOGENOUS ENZYMES IN THE

NUTRITION OF SWINE IN GROWTH

ABSTRACT – The research was developed to evaluate the digestibility of gross energy

from giant palm bran, the performance of growing pigs, organ weights and the

economic viability of diets composed of different levels of inclusion of giant cactus

meal, with and without addition of enzyme complex (EC). In the digestibility analysis,

ten castrated male swine with an average weight of 34.3 ± 6.35kg were used. Five of

them were fed with a reference feed, and the five others received a feed testing, with

30% of substitution of a reference diet by giant palm bran, for a period of fifteen days.

In this period, the total feces collection was made daily (8am) without a label use and

stored in freezer. In the performance test, twenty females swine were used, they were

distributed in randomized blocks design with five treatments and four replications. The

treatments consisted of inclusion of levels of giant palm bran, associated with the

enzyme complex, following a distribution: 0%; 5%; 10%; 5% + EC; 10% + EC, where

treatments with EC addition had a deficit of 100 kcal / kg in the diets. The value of the

gross digestible energy of giant palm bran for pigs in the growth phase was 1113.83

kcal / kg. It was observed that the weight gain and the absolute weight of the organs of

pigs were not affected by the diets. However, feed conversion, feed intake and relative

weight of the organs showed alterations (P <0.05). It was also found that the inclusion

of the enzyme complex associated with giant palm bran supplied the deficit of 100

kcal/kg.

Keywords: Alternative Food, Opuntia, non-starch polysaccharides, Swine Production,

Enzyme.

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3.1. INTRODUÇÃO

A suinocultura brasileira tem vivenciado diversos períodos de instabilidade, em

função do baixo preço da carne associado a elevados custos de produção. Os

ingredientes tradicionais utilizados nas dietas de suínos, como milho e farelo de soja

têm tido elevações significativas no seu preço nos últimos anos, refletindo em menor

lucratividade da atividade suinícola.

A soja e o milho constituem a base da alimentação de suínos e, apesar do Brasil

ser grande produtor de grãos, esses produtos chegam ao Nordeste em determinadas

épocas do ano com valor elevado, esses grãos tem variação de valores de acordo com o

mercado internacional e ainda competem com a alimentação humana, tornando-os de

difícil acesso para muitos produtores. Em alguns períodos do ano o milho pode

representar até 40% dos custos totais de produção (ALBINO, 2011).

A alimentação na criação de suínos é o item que mais onera os custos de

produção, pois é responsável por aproximadamente 75% dos custos totais de produção

de uma suinocultura de ciclo completo, podendo ser um entrave para o desenvolvimento

da atividade em determinadas regiões do país (DERAL, 2013).

Nas regiões semiáridas do Nordeste brasileiro, a palma forrageira tem se

destacado pela sua capacidade de adaptação às condições edafoclimáticas e alta

produção de matéria verde por área. O Brasil vem se destacando por ser o maior

produtor mundial de palma forrageira, estima-se que existam cerca de 500 mil hectares

de palma forrageira no Nordeste (FUNPALMA, 2013).

O possível uso dos alimentos alternativos na alimentação de suínos depende de

uma série de fatores, reconhecimento das suas potencialidades e restrições, de modo a

manterem produtividade e possibilitarem redução dos custos de produção, com reflexos

sobre a viabilidade da atividade (RIBEIRO, 2010).

Ao se considerar a utilização de alternativas para a composição das dietas, deve

atentar-se a qualidade, preços relativos aos ingredientes tradicionais e disponibilidade,

buscando a vantagem no preço, sem desconsiderar a qualidade do ingrediente que será

utilizado (ARAÚJO, 2007).

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A palma forrageira é um alimento que apresenta uma quantidade significativa de

fibras dietéticas. As fibras dietéticas são consideradas como polissacarídeos não

amiláceos (PNAs), representando os componentes da parede celular vegetal,

contabilizado como fração fibrosa ou fibra bruta, presentes nas matérias-primas vegetais

(KRABBE, 2011).

Segundo Castilho et al., (2005) os PNAs podem afetar o tempo de trânsito

intestinal, motilidade intestinal, viscosidade intestinal e pode prejudicar a ação das

enzimas endógenas para alcançarem os substratos, isso ocorre devido a sua capacidade

de absorção de água e ausência de enzimas especifica para sua degradabilidade.

As enzimas exógenas proporcionam a hidrolise dos PNAs, fazendo com que

ocorra maior aproveitamento dos nutrientes presentes nos alimentos que são utilizados

nas rações dos suínos (LIMA et al., 2007).

Atualmente, diversos trabalhos vêm sendo realizados com o objetivo de avaliar a

utilização dos alimentos alternativos, associados aos complexos enzimáticos na nutrição

dos suínos, pois dentro de determinados níveis de inclusão dietética podem substituir

parcialmente ingredientes tidos como convencionais e proporcionar redução nos custos

de produção.

3.2. MATERIAL E MÉTODOS

O trabalho foi conduzido no setor de pesquisa em suinocultura da Unidade

Acadêmica Especializada em Ciências Agrárias – Escola Agrícola de Jundiaí (EAJ),

Campus de Macaíba no município de Macaíba e as análises laboratoriais, no

Laboratório de Nutrição Animal (LNA) na Universidade Federal do Rio Grande do

Norte (UFRN), no município de Natal, as análises seguem a metodologia recomendadas

por Silva e Queiroz (2002).

Para estudar a digestibilidade do farelo de palma gigante, foram utilizados 10

(dez) suínos de linhagem comercial, machos castrados com peso médio de 34,3±6,7 kg.

O delineamento experimental, foi em blocos casualizados, com base no peso dos

animais. Cinco animais receberam ração-controle à base de farelo de milho, farelo de

soja, óleo e núcleo comercial (Tabela 1), de forma a atender às exigências dos animais

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segundo Rostagno et al. (2005) e os outros cinco animais receberam ração teste com

30% de substituição da ração referência pelo farelo de palma gigante.

O farelo de palma gigante foi obtido a partir do corte dos cladódios secundários da

planta, em seguida, foi submetido ao processo de trituração, secagem ao sol, em um

período de seis dias, e novamente triturado, com um rendimento médio de 10%, para ser

adicionado às dietas experimentais. Foi realizada a coleta de uma amostra representativa

do farelo de palma, para análise laboratorial. A composição das dietas experimentais do

farelo de palma gigante encontra-se na Tabela 1 (experimento digestibilidade).

Tabela 1. Análise e composição centesimal da dieta referência e do farelo de palma

gigante.

Ingredientes Ração controle Farelo de palma gigante

Farelo de milho 70,96 -

Farelo de Soja 25,07 -

Núcleo comercial¹ 3,00 -

Óleo 0,97 -

Composição química analisada

Matéria Seca (%) 94,05 94,56

Proteína Bruta (%) 18,91 3,73

FDN (%) 34,37 36,04

FDA (%) 3,35 12,22

Matéria mineral (%) 4,82 11,45

Cálcio (%) 2,86 1,77

Fósforo (%) 0,31 0,25

1Níveis de garantia do produto: Cálcio (Min) 240,00 g/kg, Cálcio (Max) 245,00 g/kg, Fósforo (Min)

25,00 g/kg, Vitamina A (Mín) 180.000,00 UI/kg, Vitamina D3 (Mín) 32.000,00 UI/kg, Vitamina E

720,00 UI/kg, Vitamina K3 (mín) 36,00 mg/kg, Ácido Fólico (Min) 18,00 mg/kg, Biotina (Min) 1,80

mg/kg, Niancina (Min) 638,00 mg/kg, Ácido Pantotenico (Min) 362,00 mg/kg, Vitamina B1 (mín) 27,00

mg/kg, Vitamina B2 (mín) 108,00 mg/kg, Vitamina B6 (Min) 36,00 mg/kg, Vitamina B12 (Min) 580,00

mcg/kg, Sódio (Min) 55,00 g/kg, Ferro (Min) 3.200,00 mg/kg, Cobre (Min) 5.000,00 mg/kg, Zinco (Min)

2.240,00 mg/kg, Manganês (min) 1.280,00 mg/kg, Iodo (Min) 25,00 mg/kg, Selênio (Min) 9,00 mg/kg,

Cobalto (mín) 12,00 mg/kg, Colistina (min) 200,00 mg/kg, Fitase (Min) 17,00 ftu/g.

O período experimental teve duração de quinze dias, sendo nove dias de

adaptação às gaiolas e regularização dos alimentos no trato digestivo e seis dias de

coleta total.

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No ensaio de digestibilidade, o arraçoamento foi realizado duas vezes, às 08:00 e

às 16:00 horas, onde a quantidade de ração foi calculada de acordo com o consumo no

período de adaptação. A quantidade de alimento foi ajustada de forma gradativa e ao

final, os animais passaram a receber com base no peso metabólico (PV0,75

) de cada

unidade experimental.

Os animais foram alojados individualmente em gaiolas de metabolismo tipo

Pekas, onde receberam quantidades diárias de cada dieta de acordo com o seu peso

metabólico.

As fezes foram coletadas diariamente pelo método de coleta total (BAYLEY,

1971) e foram pesadas, maceradas e homogeneizadas, sendo retirada uma alíquota de

20% do conteúdo total e armazenado em freezer. No final do período de coletas, as

fezes foram descongeladas, homogeneizadas, pesadas e submetidas a uma estufa de

ventilação forçada a 60ºC por 72 horas. Após a retirada da estufa, as amostras foram

pesadas, moídas e acondicionadas para a análise.

No ensaio de desempenho, estudaram-se as variáveis, ganho de peso, consumo de

ração, conversão alimentar, viabilidade econômica das dietas e peso dos órgãos. Foram

utilizados 20 leitões fêmeas, com peso médio inicial de 28,62 ± 3,66 kg. O

delineamento experimental foi o de blocos ao acaso, com base no peso inicial dos

animais, com cinco tratamentos, quatro repetições, cuja unidade experimental foi

representada por um suíno, alojados em baias individuais com comedouros de concreto

e bebedouros tipo “chupeta”.

Os tratamentos consistiram da inclusão do farelo da palma gigante (FPG) nas

rações experimentais em níveis de 0; 5; 10% sem complexo enzimático (CE) e 5 e 10%

com adição do CE, seguindo as recomendações do fornecedor (0,2 kg/t) como mostra na

Tabela 2. As rações foram formuladas para atender às exigências nutricionais dos

animais, fêmeas de alto potencial genético com desempenho regular (ROSTAGNO et

al., 2005). Para as dietas contendo o complexo enzimático foi dado um déficit de 100

kcal/kg, com o objetivo de avaliar a sua eficiência. A água e a ração foram fornecidas ad

libitum. A composição centesimal das rações experimentais para o ensaio de

desempenho e composição encontra-se apresentada na Tabela 2.

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Tabela 2. Composição centesimal das dietas experimentais de acordo com os níveis de

inclusão do farelo de palma gigante associada ao complexo enzimático.

Ingrediente (%)

Níveis de palma Gigante (PG) + complexo enzimático

(CE)

0% 5% 5% + CE 10% 10% + CE

Milho 71,690 61,693 63,681 55,233 57,603

Farelo de Soja 45% 24,022 27,010 26,73 25,840 25,457

Farelo de palma gigante - 5,00 5,00 10,00 10,00

Óleo de soja 0,905 2,914 1,186 5,544 3,537

Núcleo Comercial¹ 3,00 3,00 3,00 3,00 3,00

Lisina 0,266 0,266 0,266 0,266 0,266

Metionina 0,046 0,046 0,046 0,046 0,046

Treonina 0,071 0,071 0,071 0,071 0,071

Complexo enzimático² - - 0,020 - 0,020

Total 100 100 100 100 100

Composição formulada

Energia digestível (kcal/kg) 3.400 3.400 3.300 3.400 3.300

Proteína bruta 16,500 16,500 16,500 16,500 16,500

FDN 11,583 12,670 12,859 13,567 13,788

FDA 4,320 4,824 4,872 5,123 5,176

Fósforo disponível 0,145 0,145 0,145 0,145 0,145

Cálcio 0,818 0,818 0,818 0,818 0,818 1Níveis de garantia do produto: Cálcio (Min) 240,00 g/kg, Cálcio (Max) 245,00 g/kg, Fósforo (Min)

25,00 g/kg, Vitamina A (Mín) 180.000,00 UI/kg, Vitamina D3 (Mín) 32.000,00 UI/kg, Vitamina E

720,00 UI/kg, Vitamina K3 (mín) 36,00 mg/kg, Ácido Fólico (Min) 18,00 mg/kg, Biotina (Min) 1,80

mg/kg, Niancina (Min) 638,00 mg/kg, Ácido Pantotenico (Min) 362,00 mg/kg, Vitamina B1 (mín) 27,00

mg/kg, Vitamina B2 (mín) 108,00 mg/kg, Vitamina B6 (Min) 36,00 mg/kg, Vitamina B12 (Min) 580,00

mcg/kg, Sódio (Min) 55,00 g/kg, Ferro (Min) 3.200,00 mg/kg, Cobre (Min) 5.000,00 mg/kg, Zinco (Min)

2.240,00 mg/kg, Manganês (min) 1.280,00 mg/kg, Iodo (Min) 25,00 mg/kg, Selênio (Min) 9,00 mg/kg,

Cobalto (mín) 12,00 mg/kg, Colistina (min) 200,00 mg/kg, Fitase (Min) 17,00 ftu/g.

2Níveis de garantia do produto: Pectinase: mín. 4000 u/g; Protease: mín. 700 u/g; Fitase: mín. 300 u/g;

Betaglucanase: mín. 200 u/g; Xilanase: mín. 100 u/g; Celulase: mín. 40 u/g; Amilase: mín. 30 u/g.

No galpão experimental foram instalados um termômetro de máxima e mínima e

um termômetro de bulbo seco e bulbo úmido na altura dos suínos, para o registro diário

das temperaturas e umidade relativa do ar. Em seguida, foi calculado o índice de

temperatura e umidade, realizado em função da temperatura e da umidade relativa do ar,

para avaliar a zona de conforto, de acordo com a equação proposta por (BUFFINGTON

et al., 1982).

Para o estudo de viabilidade econômica, foi realizado uma relação da conversão

alimentar com o valor do kg da ração, onde se obteve o valor de quanto o suíno teria

que consumir de ração para ganho um kg de peso vivo.

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Na Tabela 3, observa-se o preço do quilograma dos ingredientes utilizados nas

rações experimentais.

Tabela 3. Preço¹ dos ingredientes utilizados nas rações experimentais.

Ingredientes Preço (R$)

Milho (Kg) 0,83

Farelo de Soja (Kg) 1,60

Farelo de palma gigante (Kg) 0,50

Óleo de soja (Kg) 2,50

Núcleo Comercial¹ (Kg) 3,60

Lisina (Kg) 8,20

Metionina (Kg) 16,00

Treonina (Kg) 8,00

Complexo enzimático² (Kg) 9,00 ¹Preços encontrados no mercado local em: 05/12/215

Os dados de desempenho e peso dos órgãos foram submetidos à análise de

variância. Como ferramenta de análise estatística, foram utilizados os procedimentos do

Statistical Analisys System (2002), com α = 0,05.

3.3. RESULTADOS E DISCUSSÕES

O valor da energia digestibilidade do farelo de palma gigante para os suínos em

crescimento foi de 1113,86 Kcal/Kg bem próximos de outros alimentos alternativos

utilizados para os suínos, como pseudofruto do cajueiro, com 1.123kcal/kg (FARIAS et

al., 2008), feno da rama de mandioca, 1.386,2 kcal/kg (FIGUEIREDO et al., 2012),

casca de café, 1.236kcal/kg (PARRA et al., 2008) e inferior a outros, como resíduo de

cervejaria, 2.628kcal/kg (ALBUQUERQUE et al., 2011) e o farelo de coco 3.198

kcal/kg (EMBRAPA, 1991).

Ao avaliar o valor da energia bruta do farelo de palma gigante, 3.635kcal/kg,

observou-se que o coeficiente de digestibilidade desse alimento para suínos em

crescimento, foi de 30,64%. Avaliando o coeficiente de digestibilidade, observa-se que

mais de dois terços da energia do alimento foi eliminada nas fezes. Possivelmente, isso

ocorreu devido a maior parte da energia estar sob a forma de celulose, um

polissacarídeo de alto valor energético, mas de pouco aproveitamento pelos não

ruminantes (FIGUEIREDO et al., 2012).

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Durante o ensaio de desempenho, a temperatura média medida em termômetro de

bulbo seco foi de 27,56ºC, a de bulbo úmido 25,45ºC e a umidade relativa média do ar

82,85%. Em relação aos termômetros de máxima e mínima foram de 36,27 e 19,6ºC,

respectivamente.

Para as temperaturas registradas, foi calculado o ITU (índice de temperatura e

umidade), onde segue uma classificação de acordo com o valor obtido, zona de conforto

(61-65), alerta (65-69) e emergência (69-73) (BUFFINGTON et al., 1982). No estudo

desenvolvido tal índice foi de 79,2 passando da zona de emergência.

De acordo com Le Dividich (1991) a temperatura ideal para suínos na fase de

crescimento é de 18 a 20ºC, a temperatura crítica superior a 26ºC e inferior a 12ºC.

Durante o experimento, a temperatura média registrada ficou acima da temperatura

crítica superior para suínos em crescimento. Em condições de altas temperaturas, os

suínos tendem normalmente a diminuírem a ingestão de alimentos (FIGUEIREDO et

al., 2012).

Em estudo realizado por Kiefer et al. (2010) constatou-se que os suínos quando

mantidos em temperatura de 31ºC consumiram cerca de 14,3% menos alimento que

aqueles mantidos sob ambiente de conforto térmico.

Observa-se na Tabela 4, o consumo de ração foi superior ao observado por

Kiefer et al. (2010), que verificaram consumo médio de 1,61kg em ambiente quente

(32ºC). Isso pode ser atribuído à adaptação e rusticidade dos animais utilizados no

experimento, pois foram nascidos e criados em clima tropical com altas temperaturas.

Tabela 4. Efeitos dos níveis de inclusão do Farelo de palma gigante (FPG) associado a

complexo enzimático (CE) sobre desempenho de fêmeas suínas em fase de crescimento.

Parâmetros estudados

Níveis de palma Gigante (PG) + complexo enzimático (CE)

0,0% 5% PG 5%PG

+CE 10%PG

10%PG

+CE

**CV

Peso inicial (kg) 29,95 28,45 27,90 27,60 29,20 7,65

Peso final (kg) 54,75 53,82 52,15 50,87 53,95 8,08

Consumo de ração total (kg) 68,12a

55,80b

56,37b

56,75b 55,00

b 8,37

Ganho de peso total (kg) 24,80 25,37 24,25 23,27 24,75 11,90

Consumo médio diário (kg) 2,16a

1,80b

1,77b

1,83b 1,76

b 7,88

Ganho de peso diário (kg) 0,743 0,761 0,721 0,704 0,749 12,26

Conversão alimentar (kg) 2,73a

2,20b

2,35ab

2,42ab 2,20

b 10,46

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*Médias seguidas por letras minúsculas na horizontal diferem entre si (P<0,05) pelo teste

“Duncan”.

**Coeficiente de variação (CV)

No presente estudo, quando se avaliou o consumo de ração (Tabela 4) observou-

se que houve diferença (P>0,05) do tratamento padrão (0% do FPG) em relação aos

demais tratamentos que tiveram em sua composição FPG e o CE. Segundo Rodrigues

(2012) os alimentos ricos em fibras dietéticas solúvel ativam mais rapidamente o centro

de saciedade cerebral dos suínos, mediante a dilatação das paredes do estômago, e

tornam a digestão mais lenta e há uma menor taxa de passagem gastrointestinal.

Ao avaliar os efeitos dos níveis de inclusão do FPG associados ao CE, Tabela 4

observou-se que não houve influência (P>0,05) sobre o ganho de peso, podendo ser

justificado pelo fato das dietas compostas 0, 5 e 10% do FPG serem isoenergéticas e

isoprotéicas.

Já as dietas associadas ao complexo enzimático (5%FPG + CE e 10%FPG + CE)

tiveram um déficit de 100 kcal/kg nas rações experimentais e também não houve

diferenças (P>0,05) sobre o ganho de peso. Este fato ocorrido pode ser atribuído ao uso

do complexo enzimático, pois estas hidrolisam os polissacarídeos não amiláceos

(PNAs) e podem ser potencialmente utilizados pelo animal, aumentando o

aproveitamento da energia presente nos alimentos (LIMA et al., 2007).

Comparando os tratamentos com inclusão do FPG, não houve diferença entre si

(P>0,05) sobre a conversão alimentar, possivelmente pela presença acentuada do óleo

de soja na dieta, tornando o esvaziamento gástrico mais lento, e resultando em uma taxa

de passagem mais lenta pelo intestino delgado. Esse maior tempo de trânsito pelo

intestino delgado pode ter beneficiado também a ação das enzimas sobre o substrato, e

com isso, melhorado a conversão alimentar nas dietas testadas (MOREIRA et al., 2009).

Para o estudo de viabilidade econômica (Tabela 5), a dieta que apresentou melhor

relação: conversão alimentar / custo de ração, foi a de 10% PG + CE, isso ocorreu

devido ao custo do FPG ser inferior ao do milho e a dieta experimental ter um déficit de

100 Kcal/Kg, diminuindo consideravelmente a adição do óleo de soja na ração.

Tabela 5. Viabilidade econômica dos níveis de inclusão do Farelo de palma gigante

(FPG) associado a complexo enzimático (CE) sobre conversão alimentar e custo da

ração, para fêmeas suínas em fase de crescimento.

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Parâmetros estudados

Níveis de palma Gigante (PG) + complexo enzimático (CE)

0,0% 5% PG 5%PG

+CE 10%PG

10%PG

+CE

Kg da ração (R$) 1,17 1,19 1,16 1,21 1,18

Conversão alimentar (kg) 2,73

2,20

2,35

2,42 2,20

Relação Conversão alimentar

/custo de ração (R$) 3,18 2,62 2,74 2,92 2,59

No tocante às variáveis relacionadas ao peso dos órgãos absolutos (Tabela 6), não

houve influência (P>0,05) dos níveis do farelo de palma gigante sobre o peso do

estômago, intestino delgado, intestino grosso, fígado, baço, pulmão, coração e rins.

Tabela 6. Efeitos dos diferentes níveis de inclusão do Farelo de palma gigante (FPG)

associado ao complexo enzimático (CE) sobre peso relativo (PR) e peso absoluto (PA) dos

órgãos de fêmeas suínas em fase de crescimento.

Parâmetros estudados

Níveis de palma Gigante (PG) + complexo enzimático (CE)

0,0% 5% PG 5%PG

+CE 10%PG

10,0%PG

+CE

**CV

Peso Animal 54,75 53,82 52,15 50,87 53,95 8,08

Baço (PA) kg 0,072 0,084 0,223 0,096 0,080 10,83

Baço (PR) % 0,135

0,152

0,148

0,186 0,148

21,15

Intestino Delgado (PA) kg 1,033 0,990 1,030 1,017 0,990 9,50

Intestino Delgado (PR) % 1,927

1,797

1,936

1,958 1,845

9,53

Intestino Grosso (PA) kg 1,056 0,980 0,954 0,828 0,983 20,37

Intestino Grosso (PR) % 1,965

1,769

1,778

1,584 1,834

20,32

Estômago (PA) kg 0,368 0,289 0,337 0,458 0,330 34,29

Estômago (PR) % 0,687ab

0,522b

0,625ab

0,877a 0,611

ab 31,41

Pulmão (PA) kg 0,398 0,419 0,382 0,413 0,461 24,07

Pulmão (PR) % 0,744 0,761 0,728 0,795 0,862 27,23

Fígado (PA) kg 1,030 0,977 0,668 0,961 0,752 28,79

Fígado (PR) % 1,934 1,881 1,384 1,943 1,904 19,77

Coração (PA) kg 0,211 0,214 0,228 0,216 0,228 12,87

Coração (PR) % 0,395 0,387 0,422 0,416 0,425 7,28

Rins (PA) kg 0,232 0,229 0,227 0,239 0,241 9,93

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Rins (PR) % 0,433 0,415 0,425 0,461 0,448 9,09

*Médias seguidas por letras minúsculas na horizontal diferem entre si (P<0,05) pelo teste

“Duncan”.

**Coeficiente de variação (CV)

Para o estudo do peso dos órgãos, constatou-se que houve influência (P>0,05) no

tratamento que teve inclusão de 10% do FPG para o peso relativo do estômago. Gomes

et al. (2006) estudaram o incremento de 8% de FDN na ração, o que resultou em

aumento no peso do estômago. Pond et al. (1988) relataram que o peso relativo do

estômago aumentou quando se ofereceu ração contendo altos níveis de fibras. Este fato

pode ser justificado por uma adaptação morfológica do estômago aos componentes

dietético da parede celular vegetal, uma vez que os suínos tem capacidade limitada na

digestão desses nutrientes.

3.4. CONCLUSÃO

Conclui-se que o uso do farelo de palma a 10% apresenta benefícios no

desempenho e avaliação econômica de suínos em crescimento. No presente estudo, o

uso do complexo enzimático associado ao farelo de palma supriu o déficit das rações.

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4. ANEXOS

4.1. Ilustrações referentes aos experimentos

4.1.1. Ensaio de digestibilidade

Figura 01. Pesagem das rações experimentais.

Figura 02. Arraçoamento.

Figura 03. Coleta de Fezes.

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Figura 04. Pesagem e coleta das amostras de fezes.

Figura 05. HCl para adicionar nos coletores de urina.

Figura 06. Coleta de urina.

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4.1.2. Ensaio de desempenho.

Figura 07. Pesagem.

Figura 08. Instalações.

4.1.3. Preparação do farelo de palma.

Figura 09. Processo de trituração da palma.

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Figura 10. Palma forrageira trituada.

Figura 11. Secador solar com palma.

Figura 12. Palma forrageira após sete dias no secador solar.

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4.1.4. Análises laboratoriais

Figura 13. Pesagem em laboratório.

Figura 14. Mufla para análise da matéria seca.