fan 2009

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1 No âmbito do Ano da França no Brasil

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Festival de Arte Negra 2009 catalog

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Page 1: FAN 2009

1

No âmbito do Anoda França no Brasil

Page 2: FAN 2009

2

A Prefeitura de Belo Horizonte por

meio da Fundação Municipal de

Cultura apresenta: 5º FAN – Festival

Internacional de Arte Negra de Belo

Horizonte. De 3 a 8 de novembro na

orla da Lagoa da Pampulha. No ano

da França no Brasil os congos daqui

recebem os congos de lá. Música,

dança, teatro, cinema, literatura,

gastronomia, artes plásticas e artesa-

nato. Artistas do Brasil, da África e do

Caribe numa celebração da cultura

da paz. Entrada gratuita. Mais infor-

mações: www.fanbh.com.br

Page 3: FAN 2009

3

Page 4: FAN 2009

4

Babilak Bah trabalha

com a arte de ritmar e

tirar som de objetos.

Também é poeta, pes-

quisador e arte-educa-

dor e não se considera

um músico, nem um

compositor no sentido

clássico, mas um artísta

do ruído. Em 20 anos

de estrada, construiu

mús

ica

Babilak Bahalguns projetos, entre

eles o “Enxadário –

Orquestra das Enxadas”

e o “Enxadigma”, uma

nova pesquisa que surge

a partir da possibilidade

de se fazer uma série

de instrumentos com

o ícone enxada e um

diálogo com a música

eletroacústica.

Page 5: FAN 2009

5

Carlinhos Antunes é

cantor, compositor,

produtor, arranjador e

multi-instrumentista

(violão, viola, charango

e percurssão). Como

instrumentista trabalhou

em shows e discos com

Fátima Guedes, Jair

Rodrigues, Oswaldinho

do Acordeon, Grupo

Carlinhos AntunesTarancón, Susana Baca

(Peru), Carlos Nuñes

(Espanha), Paul Winter

(EUA) e grupo Ron Ben-

gale (Romênia). Tocou

no Marrocos, Peru,

Nicarágua, Holanda,

Cuba, França, Inglaterra

e Grécia.

Page 6: FAN 2009

6

Celson Moretti é músico

autodidata. Iniciou em

1984 sua carreira no

reggae como compositor

e vocalista da banda

Nêgo Gato, considerada

a primeira do gênero de

Minas Gerais. É criador

Celso Morettido reggae favela, tipo

de música oriunda do

reggae jamaicano. Tem

como principais influên-

cias Luis Melodia, Marku

Ribas, Itamar Assump-

ção e Bob Marley.

Page 7: FAN 2009

7

Cidade Negra é uma

banda brasileira, ori-

ginalmente de reggae,

com outras influencias,

como soul e o pop rock.

A banda surgiu ainda

nos anos 80, na Baixada

Fluminense sob a alcu-

nha de Lumiar e é atual-

Cidade Negramente um dos maiores

nomes do Reggae

brasileiro. Formado por

Alexandre Massau (vo-

cal), Bino Farias (baixo)

e Lazao (bateria). Suas

letras falam de amor e

problemas sociais.

Page 8: FAN 2009

8

O Grupo Conexão African

Beat é coordenado pelo

músico, multi-instru-

mentista, compositor

e arranjador senegalês

Mamour Bá, e procura

regatar os ritmos tribais

ConexãoAfrican Beat

ao utilizar técnicas de

tambor, djembê, congas,

tambores de base, can-

to, violão, interpretação

e dança, por meio de

arranjos sofisticados.

Page 9: FAN 2009

9

O grupo Fala Tambor é o

primeiro grupo de sam-

ba de roda da cidade

de Belo Horizonte e do

Estado de Minas Gerais.

Também foi o primeiro

movimento cultural tom-

bado como bem cultural

imaterial afro-brasileiro

da cidade, no Inventário

“Tradições Afro-Brasi-

leiras”, realizado pela

Fundação Municipal de

Cultura. Criado em 2000,

por Carlinhos de Oxossi,

ogan, percussionista,

cantor e compositor,

o grupo Fala Tambor

é formado por um

corpo cênico-vocal, que

produz suas leituras,

criações e recriações

Fala Tamborcontemporâneas a partir

da influência da cultura

de matriz africana. Todo

trabalho desenvolvido

foi feito a partir de

pesquisas de ritmos e

danças provenientes

dessa matriz durante os

sete anos de existência

do grupo. Atualmente

possui um acervo de 80

composições próprias,

nas expressões musicais

de samba-de-roda,

congo-frevo e afoxés.

Ritmos variados como o

quebra-caboclo, cabula,

mojolo, congo, arrebate,

rebate e barra-vento

também integram o

repertório musical do

grupo.

Page 10: FAN 2009

10

“Africane” é o nome

do show deste artista

que se apresenta com

um repertório que

possibilita pensar uma

música extraída dire-

tamente da fonte com

textos em vissungos

JorgeDissonância

africanos, um mix de

português (expressões

coloquiais), com Tupi e

outros falares, embalado

com fusões, variações

rítmicas brasileiras de

diversas influências.

Foto: Yuri Pimenta

Page 11: FAN 2009

11

L’Indigo é atualmente

“o” grupo de referência

do maloya da Ilha de

Reunião. Revelado no

show de encerramento

do Festival Africolor

(França), L’Indigo lança

seu terceiro álbum e

multiplica shows. Depois

de “Misaotra Mama”

(2004), “Zanatany”

(2006) e “Lafrikindma-

da” (2008) traduz as raí-

zes do maloya e do povo

da ilha da Reunião: o en-

contro da África, da Índia

e mais especificamente

de Madagascar, com um

L’Indigogrande interesse voltado

ao idioma e tradições.

Influenciados pelos sevis

kabaré, cerimônias em

homenagem aos seus

antepassados, a música

do grupo L’Indigo provo-

ca a transe. Fundado em

1999 pelo cantor líder

Olivier Araste, o show

de L’Indigo é conhecido

pela energia cênica e

a comunicação com o

público. Pontuados de

gaita e sanfona, L’Indigo

é uma fúria de vozes e

percussões que deixa

marcas por onde passa.

Page 12: FAN 2009

12

Pereira da Viola é violei-

ro, cantor e compositor,

considerado um ícone

da viola caipira. Nasceu

no Vale do Mucuri,

Norte de Minas Gerais,

impregnado pela cultura

afro-indígena e pelo som

das folias. Foi com o

Pereirada Viola

folião Valdão que Pereira

aprendeu a tocar a viola

utilizando, simultane-

amente, o tampo para

percussão, o que deu

origem a suas famosas

batidas de contra-dança,

batuques e voltados-

inteira.

Page 13: FAN 2009

13

Simone Soul é consi-

derada uma das mais

atuantes percussionistas

brasileiras. Apresenta

um espetáculo de rítmos

brasileiros e linguagem

de música eletrônica

com enfoque na cultura

popular. Iniciou sua

Simone Soulcarreira como baterista

de uma banda de hard

rock em São Paulo, na

década de 80. Atual-

mente acompanha Zeca

Baleiro.

Cubana radicada no Brasil, Tereza Morales e banda

fazem show espetacular com o melhor da salsa, do

merengue, do mambo e do chá-chá-çhá.

TerezaMorales e banda

Page 14: FAN 2009

14

Estrela africana do

reggae, Tiken Jah possui

um toque de tristeza

combativa e incansável

na voz. Natural da Costa

do Marfim se exilou

em Mali para fugir das

perseguições políti-

cas por denunciar os

costumes medievais do

casamento forçado e da

mutilação sexual, bem

como as perseguições

étnicas, que culmi-

nam em verdadeiros

“banhos” de sangue,

que ainda acontecem

no dia a dia do país.

TikenJah

Tiken é um típico artista

africano, com multipli-

cidade de influências

artísticas (Dioula, Akan,

Senóufo, Brasileira, Afro-

americana) que espalha

pelo mundo a identidade

de seu continente. Em

2003, na França, ganhou

o prêmio “Victoire de

Musíque”, com os

discos “Françafrique” e

“Coup de Gueule” em

função da linguagem

simples e direta que

utiliza para criticar a tor-

tuosa situação política e

social do seu país.

Foto: Youri Lenquette

Page 15: FAN 2009

15Reconhecido como um

dos principais nomes da

nova safra de com-

positores e cantores

de Minas Gerais, Tom

Nascimento apresenta

o show “TecnoGroove”,

uma mistura de soul

music com salsa, afoxé e

variações do samba, que

vão dar num punch que,

ainda, ganha percussi-

vidade com os timbres

eletrônicos. Juntos

desde 2007, Dokttor

Bhu, um dos fundadores

da extinta banda Divisão

de Apoio – pioneira na

Tom Nascimentoconvida DokttorBhu e Shabê

cena do hip hop de BH

nos anos 80 –, e Shabê,

rapper despojado,

letrista sensível e rebus-

cado – com referências

literárias –, destacam-se

como uma singular dupla

do rap mineiro. Apesar

da recente parceria, os

“broda” possuem anos

de estrada pelos palcos

de BH. Moradores da

região de Venda Nova,

o encontro foi inevitável

e esse freestyle já foi

apresentado em eventos

como o 4º FAN em 2007,

Conexão Vivo 2008 e

no último Hip Hop In

Concert, tendo sido

agraciados pelo festival

como o melhor conteúdo

poético.

Page 16: FAN 2009

16

Para o show a ser

realizado na quinta

edição do FAN, o cantor

e compositor Vander Lee

preparou um espetáculo

diferente de seu show

“Faro”, em turnê pelo

país. Acompanhado de

sua banda composta por

Arthur Rezende (bateria),

Thiago Corrêa (baixo),

Luiz Peixoto (guitarra) e

Gustavo Figueiredo (te-

clados), a apresentação

conta com as partici-

pações especiais do

congolês Lokua Kanza e

da carioca Elza Soares.

Foto: Levindo Carneiro

Vander Lee convida

Elza Soares eLokua Kanza

Page 17: FAN 2009

17

Elza Soares possui uma

relação antiga com o

artista. Foi através do

primeiro CD de Vander

Lee lançado em 1997

que a cantora o conhe-

ceu e resolveu incluir

a música “Subindo a

ladeira” de autoria dele

em seus shows. Ele fez

participações nos shows

de Elza e a convidou

para gravarem essa

mesma música em seu

CD “Ao Vivo” de 2003.

Com Lokua Kanza a

parceria foi firmada mais

recentemente. Além de

dividirem o palco em

alguns shows, compu-

seram canções como

“Vou ver” e “Outonos”,

presentes nos álbuns re-

centes do africano e de

Regina Souza, respec-

tivamente. Lokua ainda

canta com Vander Lee

em “Do Bão”, faixa do

disco “Faro” (lançado em

2009). Essas canções

estarão no roteiro do

show, além de sucessos

dos três artistas e mú-

sicas que fazem alusão

ao tema “africanidade

brasileira” e negritude,

como “Juventude Trans-

viada” de Luiz Melodia,

“Ave Maria no Morro”,

de Erivelto Martins, “Fa-

ceira” de Chico Buarque,

“A carne” de Seu Jorge,

Foto: Lucille Reyboz

Vander Lee convida

Elza Soares eLokua Kanza

Marcelo Yuka e Ulisses

Capelletti, “No balanço

do balaio” e “Galo e

Cruzeiro” de Vander Lee,

entre composições em

ngala, dialeto da terra

natal de Lokua Kanza.

Page 18: FAN 2009

18

A história de vitórias e

resistência do negro,

que trouxe da África

para o Brasil crenças

e costumes, é o tema

central do musical

“O Negro, a Flor e o

Rosário”, novo trabalho

de Maurício Tizumba. O

espetáculo leva para os

palcos, de forma diver-

MaurícioTizumba

tida, contos da cultura

afro-brasileira: “Orixás”,

“Zumbi dos Palmares”,

“Dandara”, “Saci Pere-

rê”, “Cosme e Damião”

e “Nossa Senhora do

Rosário”. A peça tem

direção de Paula Manata

e traz no elenco nove

atrizes negras.

teat

ro

Fotos: Netun Lima

Page 19: FAN 2009

19

As atrizes Eva Doumbia e Nana Triban, integrantes

da companhia francesa “La part du Pauvre”, e o

Núcleo Bartolomeu, de São Paulo, apresentam a

performance “France du Brazil”.

La Part du Pauvre convida NúcleoBartolomeu

Page 20: FAN 2009

20

A Cia. Baobá (Ágora

do Ojá) é formada pela

bailarina-coreógrafa

Júnia Bertolino, pelo

dançarino-coreógrafo

Willian Silva e pelo

musicista e compositor

Jorge África. Criada em

1999, desde então suas

montagens buscam

abordar o cotidiano do

negro em seu habitat

natural de ontem (as

Cia Baobásavanas, florestas e

desertos africanos e

os quilombos forma-

dos a partir das ações

de resistência face à

escravidão) e de hoje

(mormente as cidades

com sua desorganiza-

ção social), no intuito

de trazer a público

uma imagem do negro

em toda sua beleza e

altivez.

perf

orm

ance

Fotos: Netun Lima

Page 21: FAN 2009

21

Trata-se do encontro

da encenação com a

literatura, com destaque

a personagens da vida

cotidiana, por meio da

interpretação de contos,

relacionando-os em uma

teia rítmica de voz e

movimento. O espe-

táculo apresenta uma

sequência de monólogos

e diálogos presentes

em alguns contos do

escritor Cuti.

Cuti é o pseudônimo de

Luiz Silva. Nasceu em

Ourinhos-SP, formou-se

em Letras (português-

francês) na universidade

de São Paulo. Mestre

Luis Cuti eDj Raphão

em Teoria da Literatura

e Doutor em Literatura

Brasileira pelo Instituto

de Estudos da Lingua-

gem – Unicamp. Foi um

dos fundadores e mem-

bros do Quilombohoje-

Literatura, e um dos

criadores e mantenedo-

res da série Cadernos

Negros, de 1978 a 1993.

Raphão participa do gru-

po Estimulamentes, da

Banda Uafro, do projeto

Jazz e Rap Conde Favela

e da Banda Audácia,

que o acompanha nos

shows. Além de rimas,

Raphão produz algumas

bases para os projetos

Prato do dia: Pretume – 7 contos

dos quais participa

e para outros grupos

parceiros. Participou do

Fórum Nacional de Hip

Hop, e do Movimento Hip

Hop organizado brasilei-

ro. Participa e organiza

vários eventos e festi-

vais, como Festival pela

derrota do imperialismo

no Iraque, o Hip Hop

ocupa a USP e o Festival

contra as demissões no

ABC paulista. Atualmen-

te, organiza o Dia da

Cabeça Preta, evento

que reúne importantes

nomes da cultura negra

e do movimento negro,

em São Paulo.

Page 22: FAN 2009

22

Em edições anteriores,

foram criadas estruturas

e ações para promover

intercâmbios e cotejos

de tecnologia e saberes.

Neste sentido, foram

criados o Coletivo Fan

da Cena, o Coletivo Fan

da Imagem e a Rádio

Ojá. Nesta edição o

Fan convocou artistas,

com foco na dança,

para acentuar ainda

mais o sentimento

de pertencimento da

cidade para com este

evento patrimonial,

criando o Coletivo Fan

de Dança. Inspirado pela

vida de Aimé Césaire e

especialmente em seus

pensamentos sobre a

Negritude, esta criação

é norteada pela obra

“Cahier d’un retour au

pays natal”. A idéia é

iniciar através desta

linguagem, um diálogo

entre o Brasil e a África.

danç

a

Foto: Natália Turcheti

Page 23: FAN 2009

23

ColetivoFAN da DançaA direção é de Patrick

Acogny, especializado

em técnicas contem-

porâneas e tradicionais

de danças da África,

com sólida formação

nas técnicas de dança

contemporânea ociden-

tal. Por uma década,

dançou em companhias

de dança na França e,

em meados dos anos

noventa, migrou para

o Reino Unido, onde

trabalhou com a com-

panhia de Teatro Dança

Afro Caribe Kokum como

coreógrafo residente e

diretor artístico. Hoje,

encontra-se instalado

em França, na Bretanha.

Patrick também é o

diretor artístico adjunto

da École des Sables, no

Senegal. Um centro de

formação profissional

para dançarinos da

África e fora de África.

Partindo de uma audi-

ção, foram seleciona-

dos sete artistas para

vivenciar um processo

criativo de confronta-

ções e trocas. Estas

vivências foram abertas

ao público em geral

e tiveram, além dos

participantes efetivos,

ouvintes e observa-

dores interessados no

desenvolvimento desta

construção coletiva.

Page 24: FAN 2009

24

CinemaparaescolasMostra Fespaco 40 anos

Fespaco é um dos mais

importantes festivais do

mundo e acontece na

cidade de Ouagadougou,

em Burkina Faso, no

oeste da África. O cine-

ma é uma das principais

atividades econômicas

do país. O Festival é

bienal e tem 40 anos

de existência. O evento

acontece por toda a

Odum OrixásO grupo Odum Orixás

se desafia a fazer arte

com o propósito de

promover o desenvolvi-

mento e a cidadania dos

afro-descendentes na

Grande BH. Constitu-

ído como Associação

Cultural Odum Orixás,

a entidade orienta seu

trabalho a partir de

pesquisas e reflexões

sobre as trajetórias do

povo negro e as produ-

ções culturais de matriz

africana no contexto de

Minas Gerais.

danç

a | c

inem

a | p

ales

tra

Page 25: FAN 2009

25

ÁfricaNegra Fábio Leite

Permanência de práticas ancestrais

Fábio Leite é autor do

livro “A Questão Ances-

tral África Negra”, indi-

cado ao Premio Jabuti.

É professor do Centro

de Estudos Africanos da

USP. Trabalhou na África,

com socialização de

Educadores, na Costa do

Marfim. É especialista

em sociolagia da África

Negra.

cidade, em diversas

salas de cinema, duas

ao ar livre. Paralelamen-

te, acontecem shows,

encontros profissionais,

Mercado Internacional

de cinema e televisão

e oficinas de formação

para centenas de pro-

fessores oriundos de ou-

tros países da África. O

Diretor Geral do Fespaco

é Michel Ouedraogo.

Page 26: FAN 2009

26

LiteraturaNegro-Brasileira

Mestre Gilmar (Turma-

lina): Griot que explica o

significado das cores das

fitas da Folia de Reis.

Mestra Lucélia (Bocaiú-

va): Participa do Catopê

de Nossa Senhora do

Luis Cuti

Por meio de reflexões

sobre intertextualidade,

“eu” poético, relação

história e literatura,

metalinguagem, leitor/

texto/autor, além da in-

fluência das ideologias,

a palestra apresenta, de

Vozes da paz:3 Mestres

Rosário e São Benedito.

Mestre Antônio (Minas

Novas): Tambores Ritu-

alísticos e Congada do

Jequitinhonha.

forma audiovisual, um

panorama da produção

literária dos afro-des-

cendentes, destacando

os vários fatores que

a influenciaram e a

influenciam.

Page 27: FAN 2009

27

OriRaquel Gerber é soció-

loga, cineasta, pesqui-

sadora e conselheira da

Cinemateca Brasileira.

Ori, o filme: Abordando

os movimentos negros

no Brasil e na América, a

partir de 1977 e através

de suas lideranças, o fil-

me discute pensamentos

e ideologia. Resultado

de 10 anos de pesquisa,

viagens e filmagens

por vários Estados do

Brasil (São Paulo, Minas,

Alagoas, Rio) e África

Ocidental (Senegal, Mali

e Costa do Marfim), num

trabalho que envolveu

mais de 100 pessoas.

“Orí” significa “cabe-

ça” – consciência negra

na sua relação com o

tempo, a história e a

memória – um termo

Raquel Gerber

de origem yorubá, povo

da África Ocidental.

Assim, numa definição

mais sucinta pode-se

dizer que “Orí” fala da

memória e da busca da

autoimagem do negro

na modernidade. O filme

revela ainda a emoção

da luta pela liberdade

do corpo e da alma

dos povos da Moderni-

dade do Ocidente: no

cotidiano, nas festas,

como o Carnaval e nos

ritos como o Candomblé

(terreiro Ylê Xoroquê),

ressaltando o poder da

Terra, dos Orixás e dos

ancestrais. “Orí” já foi

premiado nos Festivais

Ouagadougou, na África,

Tróia, em Portugal e em

Curitiba.

Page 28: FAN 2009

28

Quatro jovens artistasafrodescendentesAté pouco tempo eram

quase desconhecidas as

aventuras dos afrodes-

cendentes no campo do

tão sonhado meio elitista

das artes plásticas do

Brasil. Tinham desa-

parecido dos espaços

alternativos, dos eventos

oficiais – como nos

salões de arte plásticas,

bienais e concursos

afins.

A grande participação

dos artistas negros

no século XVIII com o

evento do Barroco e do

Rococó na Bahia, Minas

Gerais, Rio de Janeiro,

São Paulo e nos princi-

pais centros culturais do

nordeste brasileiro foi

rareando no século XIX

com o surgimento da

Missão Francesa e da

Academia Imperial de

Belas Artes, e mais ain-

expo

siçõ

es

Page 29: FAN 2009

29

da com o modernismo

e quase desaparecendo

na contemporaneidade.

É sempre bom lembrar

dos grandes nomes

de negros e mestiços

dessas épocas áureas

das artes no Brasil:

Antonio Francisco Lisboa

– O Aleijadinho – em

Minas Gerais; Manoel da

Cunha, Mestre Valentim

e Leandro Joaquim no

Rio de Janeiro; Teófilo

de Jesus, Francisco

das Chagas – O Cabra

– e Franco Velasco na

Bahia; Jesuíno do Monte

Carmelo e Patrício da

Silva Manso em São

Paulo; além de artistas

do Século XIX, da Aca-

demia Imperial de Belas

Artes, como Estevão

Silva, Firmino Monteiro,

Rafael Pinto Bandeira e

os irmãos Arthur e João

Timótheo, estes com

produção até o início

do Século XX, quando

faleceram; e por aí vai

a grande contribuição

desses artistas na cultu-

ra e nas artes plásticas

Page 30: FAN 2009

30

do Brasil.

Assim é que festejamos

esses jovens artistas,

suas vocações e as suas

diversas linguagens,

que a princípio definem

o talento e o largo

caminho que eles tem a

percorrer.

Alex Hornest – sua arte

nasceu na chamada

Street Art (arte da rua)

os conhecidos grafiteiros

que a cada dia ganham

mais prestígio nas

galerias de arte do Brasil

e do exterior. A arte do

graffiti tem em Alex

um grande e refinado

criador, seus persona-

gens tem características

próprias na sua morfolo-

gia assim como na sua

ação, como se fosse um

personagem de história

em quadrinhos. Mas

vale ainda ressaltar a

grafia e a técnica adqui-

rida por esse artista, na

substituição do pincel

pela agilidade do ma-

nuseio do spray, técnica

essencial para a prática

do graffiti, assim sua

Page 31: FAN 2009

31

obra aos poucos vai se

enquadrando na dimen-

são da obra de arte, da

arte que sai da rua para

um novo enfrentamento

da própria obra de arte.

Washington Silvera –

um criador de sensa-

ções materiais, pela

dimensão em que tra-

balha com a experiência

de iludir e de fazer sentir

a relação das coisas

que são propostas nas

suas instalações, seja

com sua intervenção na

natureza, onde todas as

coisas se excedem no

espaço e na realidade,

ou nos objetos do coti-

diano em que ele inverte

a materialidade. Vejam

essas fotografias onde

ele propõe uma nova

versão dos cinco senti-

dos, tendo o seu próprio

rosto como modelo para

interpretar seu sentir.

Sidney Amaral – um

outro artista que tam-

bém evoca a mate-

rialidade dos objetos,

em muitos dos seus

trabalhos ele transforma

o frágil ou o leve em

pesado, o efêmero em

definitivo, ou ainda a

essência dos materiais

normalmente usados

nas artes plásticas. Essa

relação surreal e provo-

cativa com que ele lida

as suas propostas eleva

seus objetos a uma nova

concepção da função

antiga. Assim é que essa

cornucópia de moedas

armada no espaço se

opõe à sua função de

realidade material.

Tiago Gualberto –

completa esse time de

artistas intrinsecamente

unidos pelo expressar

Page 32: FAN 2009

32

suas criações plásticas

buscando, cada um

com sua inventiva, a

transformação material

das suas apropriações.

Nesse caso, o artista

propõe ainda uma posi-

ção política com esses

coadores de café, onde

ele imprime suas xilo-

gravuras de rostos rea-

listas de negros, numa

provação histórica para

resgatar a memória de

escravos africanos como

plantadores de um dos

períodos de riqueza do

Brasil. Poderíamos per-

guntar quantos homens

e mulheres – escravos

africanos – foram con-

sumidos na produção do

“ouro negro” no século

XIX. Claro que a obra de

Tiago não responde essa

angustiosa pergunta,

mas ela homenageia no

presente a memória de

um passado recente.

Emanoel Araujo

Curador

Diretor | Museu Afro Brasil

Page 33: FAN 2009

33

Fotógrafo autodidata,

desde 1984 atua como

freelancer na área de

publicidade e de docu-

mentação. Desenvolve

trabalho de expressão

pessoal em fotografia e

realiza pesquisas com

técnicas alternativas

e multidisciplinares,

manipulando negativos e

cópias. Completou curso

Eustáquio Nevestécnico em química

na Escola Politécnica

de Minas Gerais, Belo

Horizonte (1989). Foi

premiado ao longo de

sua carreira com o 7º

Prêmio Marc Ferrez de

Fotografias, Funarte

(1994), Prêmio Nacional

de Fotografia, Funarte

(1997) e Grande Prêmio

J. P. Morgan de Fotogra-

fia (1997), entre outros.

Em 1999 foi contempla-

do com o programa de

residência da Gasworks

Studios and Triangle Arts

Trust com suporte da

Autograph de Londres.

Dedica-se a pesquisas

de caráter etnográfico

junto às comunidades

negras.

Page 34: FAN 2009

34

realizaçãoPrefeitura Municipal de Belo Horizonteprefeito Márcio Lacerda Fundação Municipal de Culturapresidente Thaïs Velloso Cougo Pimentel

chefe de gabineteLuciana Ferron

diretoria executivaEdilane CarneiroGeraldo VenutoSolanda Steckelberg diretoria de ação culturalSolanda Steckelberg

diretoria de equipamentos especiaisRodrigo Barroso

Page 35: FAN 2009

35

casa do baileRachel Murta

co-realizaçãoAPPA (Associação Pró Cultura Palácio das Artes)

projeto, curadoria e direção artísticaAdyr Assumpção e Rui Moreira

produção executivaPlural Entretenimento

design gráficoGuiliSeara Design

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