família unida na convivência com o semiárido

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Antônio Juncundino, mais conhecido como Antônio “Ventola”, na agricultura encontrou a felicidade e a forma de sustento da família. Morador da região há mais de 50 anos, há 12 anos mora no Sitio Gurjau, a 8km do centro do município de Coronel Ezequiel. Pai de 10 filhos, tem 13 netos e 2 bisnetos. Atualmente mora com a esposa, Iracema, e 4 filhos: Josinaldo, Josivânia, Josineide e Pedro. Na rotina da família todos cuidam do quintal e do roçado, destacando Dona Iracema, que antes de tudo, cuida da comida de todos. Vive e trabalha na agricultura desde menino, tem no seu quintal vários tipos de culturas: bananeira, aceroleiro, mamoeiro, limoeiro, cajueiro, laranjeira, gravioleiro, jabuticabeira, jaqueira, goiabeira, mangueira, macieira, cafeeiro e até videira. Tem também a horta atualmente com pimentão, cebolinha, alecrim, couve folha, pimenta-do-reino, arruda e capim santo. Além do quintal, ele planta a palma consorciada com o roçado. Usa a palma para alimentar o garrote, sua tração animal no preparo da terra. Tem um galinheiro muito bem cuidado, que lhe rende os ovos e as galinhas para o almoço de Domingo. A equipe da UGT FETRAF-RN foi recebida na casa da família da melhor forma possível. Somos encaminhados diretamente para a cozinha tomar um carinhoso cafezinho. Quando o período de chuva é bom esse café fica ainda melhor pois sai direto do quintal. Seu Antônio, homem simples e de grande sabedoria, marcou a todos com sua alma experimentadora. O diferencial do quintal A cultura que predomina na região do município de Coronel Ezequiel é o maracujá, com forte tendência para a monocultura! Mas Seu Antônio, que ainda chama o município de melão, o nome dado ao distrito que após emancipação politica se tornou Coronel Ezequiel, sempre teve seu roçado de milho, feijão, fava seca e mandioca. Diversificando o plantio para testar e “ver” o que dá certo, ele começou a aumentar e melhorar a produção do arredor de casa. Rio Grande do Norte Ano 6 |nº 979 | Setembro| 2012 Coronel Ezequiel - RN Boletim Informativo do Programa Uma Terra e Duas Águas Família unida na convivência com o semiárido: Diversidade e segurança alimentar no arredor de casa. 1 Seu Antonio, Dona Iracema, as filhas Josineide e Josivânia, e os filhos Josinaldo e Pedro. Antônio Juncundino

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Antônio Juncundino, mais conhecido como Antônio “Ventola”, na agricultura encontrou a felicidade e a forma de sustento da família. Morador da região há mais de 50 anos, há 12 anos mora no Sitio Gurjau, a 8km do centro do município de Coronel Ezequiel. Pai de 10 filhos, tem 13 netos e 2 bisnetos. Atualmente mora com a esposa, Iracema, e 4 filhos: Josinaldo, Josivânia, Josineide e Pedro. Na rotina da família todos cuidam do quintal e do roçado, destacando Dona Iracema, que antes de tudo, cuida da comida de todos. Vive e trabalha na agricultura desde menino, tem no seu quintal vários tipos de culturas: bananeira, aceroleiro, mamoeiro, limoeiro, cajueiro, laranjeira, gravioleiro, jabuticabeira, jaqueira, goiabeira, mangueira, macieira, cafeeiro e até videira. Tem também a horta atualmente com pimentão, cebolinha, alecrim, couve folha, pimenta-do-reino, arruda e capim santo. Além do quintal, ele planta a palma consorciada com o roçado. Usa a palma para alimentar o garrote, sua tração animal no preparo da terra. Tem um galinheiro muito bem cuidado, que lhe rende os

ovos e as galinhas para o almoço de Domingo. A equipe da UGT FETRAF-RN foi recebida na casa da família da melhor forma possível. Somos encaminhados diretamente para a cozinha tomar um carinhoso cafezinho. Quando o período de chuva é bom esse café fica ainda melhor pois sai direto do quintal. Seu Antônio, homem simples e de grande sabedoria, marcou a todos com sua alma experimentadora.

O diferencial do quintal A cultura que predomina na região do município de Coronel Ezequiel é o maracujá, com forte tendência para a monocultura! Mas Seu Antônio, que ainda chama o município de melão, o nome dado ao distrito que após emancipação politica se tornou Coronel Ezequiel, sempre teve seu roçado de milho, feijão, fava seca e mandioca. Diversificando o plantio para testar e “ver” o que dá certo, ele começou a aumentar e melhorar a produção do arredor de casa.

Rio Grande do Norte

Ano 6 |nº 979 | Setembro| 2012Coronel Ezequiel - RN

Boletim Informativo do Programa Uma Terra e Duas Águas

Família unida na convivência com o semiárido:

Diversidade e segurança alimentar no arredor de casa.

1

Seu Antonio, Dona Iracema, as filhas Josineide e Josivânia,e os filhos Josinaldo e Pedro.

Antônio Juncundino

Desde pequeno aprendeu com o pai a selecionar e guardar as melhores sementes para plantação do ano seguinte. Assim, sempre teria semente de qualidade para plantar. Até hoje, mesmo não plantando com a intenção de comercializar, ainda separa as sementes e guarda do mesmo jeito que o pai, com pimenta do reino Do roçado, do quintal e da horta, ele garante a segurança alimentar da família, comprando apenas o que não consegue produzir. Dependendo da época do ano e da estiagem essa compra é muito pequena. Assim como Seu Antônio, que nunca saiu do campo, seus filhos também não pretendem sair. As suas filhas, trabalham na roça e querem seguir os passos do pai, morar no sítio e viver da agricultura. O filho mais velho, Josinaldo, é quem influenciou o pai a plantar maçã e uva, culturas que a família está iniciando/testando aproveitando o microclima da serra de cuité. Com muita atenção, a família explica como conduz a plantação e as características de cada planta, como a maçã, que é regada no horário certo e com água resfriada na geladeira de casa. Outra plantação diferenciada é a do Café, que plantado na sombra das árvores frutíferas vem deixando essa família de agricultores muito feliz, e é com orgulho que a família apresenta os pés de café e os grãos, que mesmo no tempo da estiagem forte faz questão de manter. Nas palavras de Seu Antônio: “ Esse ano, se a sequidão não tivesse como está, você ia provar do café, torrado e moído aqui de casa, melhor de todos ” Outra atividade que a família tem é a meliponicultura. Com a criação de abelhas do tipo cupira, a família utiliza o mel de forma medicinal e as abelhas se alimentam do mangará das bananas que estão plantadas próximas as caixas das abelhas. Toda essa riqueza e diversidade que a família produz vem da água da chuva que armazena em um pequeno tanque coberto. Esse tanque foi construído após a experiência de armazenagem da água da chuva na cisterna da água de beber. Deste tanque ele retira a água para regar o quintal, o roçado e das atividades domesticas, guardando a água da cisterna apenas para consumo humano. Isso fez toda a equipe da FETRAF-RN se perguntar o que essa família seria capaz de fazer com uma tecnologia de captação de água para produção de alimentos? Quando visitados para seleção e cadastramento do P1+2, ficou mais que claro o entusiasmo da família com a possibilidade de receber uma cisterna calçadão, para melhorar ainda mais sua condição de segurança alimentar.

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