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Fala, Bauru, 2012 edição #1

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Fala, Bixo é uma publicação dos estudantes do 5º termo de Comunicação Social - Jornalismo da FAAC/Unesp com o apoio do Departamento de Comuncação Social para a Recepção dos Calouros 2012

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Page 1: Fala, Bixo

Fala,

Bauru, 2012edição #1

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EXPEDIENTE:

Fala, BIXO é uma publicação dos estudantes de 5º semestre do Curso de Comunicação Social-Jornalismo da FAAC/Unesp com o apoio do Departamento de Comunicação Social

para a Recepção dos Calouros 2012REDAÇÃO Beatriz Brandão Haga, Giovani Vieira Miranda, Márcia Tiemi Matsumoto, Monique dos Santos Nascimento, Paula Pinto Monezzi, Vitor Moura DIAGRAMAÇÃO Giovani Vieira, Márcia Matsumoto, Monique Nascimento, Vitor Moura FOTOGRAFIA CAPA: Hugo Chinaglia ARTE CAPA: Giovani Vieira Miranda JORNALISTA RESPONSÁVEL Ângelo Sottovia Aranha MTB 12.870 APOIO Departamento de Comunicação Social da FAAC/Unesp

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Fevereiro de 2012 | Fala, BIXO

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ÁRIO

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ÁRIO

Passei no vestibular!. Essa é a frase que milhões de adolescentes esperam dizer após três anos de

Ensino Médio e é também o primeiro passo para todos aqueles que querem entrar de vez em uma universidade. Após tantos estudos e tantas amizades feitas, é chegado o momento de se adequar a uma nova etapa de aprendi-zado. A partir desse momento, o ner-vosismo e as maratonas de provas nos domingos serão substituídos por aulas de seu interesse, festas, um final de semestre enlouquecedor, e tudo mais que faz parte da rotina de um universi-tário. “Nada jamais continua, tudo vai recomeçar!”. Embora curta, a frase de Mário Quintana traz uma grande lição para o calouro. Como a etapa anterior, a que se inicia requer batalhas perma-nentes entre a inovação e a continui-dade, entre o novo e o velho. Sempre um recomeço.

Seja bem-vindo a Bauru! Localizada no coração de São Paulo, a cidade, fa-mosa pelo sanduíche de mesmo nome, acolhe anualmente cerca de trinta mil novos estudantes no Ensino Superior, sendo mais da metade vindos de outras cidades. De passado ferroviário para potência universitária, Bauru aprendeu a conviver com os estudantes. Mas ain-da existem desafios a serem superados.

O suplemento “Fala, BIXO” traz uma diversidade de assuntos referentes àqui-lo que o calouro vai encontrar a partir de agora, seja na cidade nova, no am-biente acadêmico ou com as amizades futuras.

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1211

saindo do ninhoMonique Nascimento

nova vida, nova casaMárcia Matsumoto

cozinha de bixoMonique Nascimento

trote tambémconscientizaBeatriz Haga

dupla jornadaVitor Moura

no dia em que eu saí de casaPaula Monezzi

extensão em pautaPaula Monezzi

de malas prontasVitor Moura

festejar faz bempara a formaçãoBeatriz Haga

economia universitáriaGiovani Vieira

editorial

Fala,

Departamentode Comunicação Social

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estudantes, o que é ridículo, porque Bauru é uma cidade movimentada pelos universitários”.

Fica a dica, então, bixo. Pre-pare-se para andar e pesquisar muito. Achar um lar para cha-mar de seu não é tarefa fácil na cidade sanduíche. Para não sair alugando qualquer coisa por desespero e acabar cain-do em uma roubada, pergunte se há algum veterano disposto a “agregá-lo” por algum tem-po. Além de ter um teto sobre sua cabeça, ele vai te dar dicas e te ajudar nos primeiros dias.

Apesar da dor de cabeça que um caminhão de novidades e coisas pra resolver podem tra-zer, a experiência adquirida compensa, palavra de veterano! “Eu aprendi como nunca. Você ganha mais maturidade, porque tem que ser mais responsável. Sem contar que a liberdade, sair quando quiser e fazer tudo o que quiser sem pedir autorização da mãe, e ser totalmente responsá-vel por isso te faz crescer. Eu não troco essa vida”, afirma André.

E aí? Está com aquele friozi-nho na barriga? Aquela sensa-ção de que não tem mais volta? E o mais importante, você está preparado para tudo isso? En-tão bem-vindos bixos e bixetes. De onde quer que vocês tenham vindo e para onde quer que vão, estejam certos, Bauru será uma das mais importantes (e di-vertidas) paradas de suas vidas!

Sem comida ou colinho da mamãe, sem as conversas com o pai ou suas caronas

para onde você quiser. Sem o ir-mão ou irmã como companhia constante, sem o cachorro pra te receber toda vez que você coloca o pé em casa. Uma cidade nova, com pessoas, hábitos, horários, tudo novo. E ainda a missão de ser um universitário e se prepa-rar para o futuro profissional. É muita mudança para você? Não para os nossos bravos bixos e bixetes que encararam o desafio de vir para Bauru todos os anos.

Para André Santos, estudan-te do segundo ano de Rádio e TV e nascido na cidade de Rio Claro, essa foi uma experiência inédita (e muito empolgante!). Ele diz que a Unesp sempre foi sua primeira escolha, pois tinha o curso mais adequado para ele e sonhava morar em outra cida-de: “eu sempre quis sair de Rio Claro, porque queria uma gran-de mudança na minha vida. A grande surpresa foi quando eu vi meu nome na lista de espera do curso e soube que a lista roda-va bem. Foi aí que vi que estava prestes a realizar o meu sonho”.

Ele lembra a sensação de che-gar à cidade: “eu tinha vindo para Bauru fazer a matrícula e até cheguei a conhecer alguns veteranos, mas nenhuma sen-sação se compara à de quando vim para Bauru sozinho para o começo das aulas. Chegar à ro-doviária sozinho com uma ma-lão e ter que pegar ônibus para a casa em que eu ia ficar foi sen-sacional. Só pensei: Ferrou!”.

Se despedir da família, dos amigos, da cidade onde mora-va e embarcar rumo ao desco-

nhecido. Essa é uma verdade para muitos, mas não para to-dos. A recém formada em jor-nalismo, Maria Clara Lima, já tinha experimentado a sensa-ção de morar sozinha em um lugar desconhecido. Ela morou por um ano e dois meses em Boston, nos Estados Unidos.

Maria Clara é natural de Viço-sa, Minas Gerais, mas quando ingressou no curso de jornalis-mo já morava em Natal, onde vive. Por conta da distância, as idas para casa só eram possíveis durante as férias: “eu, que já morei fora, dava qualquer coisa para passar um fim de semana com a minha mãe, eu imagino quem nunca morou”, comenta.

Essa é uma das maiores dificul-dades para os bixos no início, a saudade. É rotina para mui-tos voltar para a casa dos pais todos os fins de semana, seja pela proximidade ou pela sau-dade mesmo. André, bixo no ano passado, diz que voltava a cada 15 dias. Os motivos? “Sen-tia falta da minha família, dos meus amigos, da comida boa e da roupa lavada”, admite. “No segundo semestre comecei a fi-car um pouco mais, me virando com a roupa que até hoje não sei lavar”, brinca. Agora vete-rano, ele pretende fincar mais as raízes em Bauru e voltar só uma vez por mês: “viajar can-sa, até mesmo para Rio Claro, que fica só a 2 horas de Bauru”.

A saudade pode ser grande, mas nada que a empolgação de fazer amigos novos, ir a diversas festas, entrar na rotina universi-tária e aprender uma tonelada de coisas novas, dentro e fora da sala de aula, não resolvam.

A gente acaba se acostumando, e voltar para a casa dos pais assume um certo gostinho de férias. “Saudade se vence rápido e sem desesperos”, garante André.

Além da saudade, outras pe-quenas dificuldades aparecem no caminho. Muitos nunca paga-ram uma conta, fizeram compras no supermercado ou administra-ram o dinheiro sozinhos. Limpar a casa (e mantê-la limpa) parece uma tarefa quase impossível tam-bém. Mas não se preocupe, tudo isso se resolve com o tempo.

Mas há ainda problemas que podem atrapalhar no início. Maria Clara aponta que falta melhorar a infra-estrutura na cidade para receber os novos universitários. “Não acho que a cidade saiba acolher bem os estudantes. Cobram preços abu-sivos no aluguel, não oferecem muitas opções de lazer, espor-te. Parece que se aproveitam do estudante e só”, pondera.

André concorda. No ano pas-sado ele encontrou dificuldades para achar uma casa e montar sua república: “quando você é bixo, você fica desesperado por uma casa. Então a primei-ra que apareceu e era no lugar que a gente queria, alugamos e chamamos mais gente pra mo-rar, até porque o aluguel era caro e não tínhamos escolha”. E completa: “realmente é di-fícil achar casa, as imobiliárias tem algumas restrições para

Saindo do NinhoSair de casa para morar longe dos pais tem suas dores e delícias.

É bom ficar atento e aproveite tudo o que essa experiência pode trazer.

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Fevereiro de 2012 | Fala, BIXO3

Monique Nascimento

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Festejar faz bem para a formação

Festas universitárias ajudam a integrar calouros e veteranos

Muitas mudanças ocorrem na vida de quem ingressa na universidade,

principalmente para os que precisam mudar de cidade ou, até mesmo, de estado. Junto com as novas responsabilidades, aprendizados e descobertas, as festas também fazem parte da experiência e podem ter um papel importante na adaptação dos alunos. Além da diversão, elas ajudam a integrar estudantes de diferentes cursos e universidades.

As festas acontecem com frequência em Bauru e, normalmente, são realizadas pela Associação Atlética Acadêmica (AAA), comissões de formatura ou repúblicas estudantis, sem apoio direto das universidades. Muitos eventos são voltados aos calouros com o objetivo de inseri-los à vida universitária e para facilitar a formação de novos vínculos.

A AAA da Unesp de Bauru realiza aproximadamente seis festas ao ano.

Os eventos são os que reúnem maior público por sua visibilidade. O Diretor de Comunicação da AAA, Wellington Arakaki, afirma que as festas criam um vínculo mais forte entre os alunos e ajudam a incentivar a prática do esporte, agregando cada vez mais estudantes aos treinos e campeonatos. “Todas as nossas realizações esportivas são mantidas com o dinheiro de festas e venda de produtos. O apoio da Unesp é apenas institucional, uma parceria”, conta a Diretora de Comunicação, Raisa Kamaura.

Além da confraternização, as festas universitárias oferecem opções que agradam os mais diferentes estilos e gostos. Esse “atrativo”está nas festas de repúblicas, realizadas toda semana e voltadas para públicos específicos. O diferencial também pode ser encontrado nas temáticas como a Festa do Trocado, do Brega e do Pijama.

A maioria das casas é composta por estudantes de um mesmo curso ou faculdade, tornando as festas mais intimistas. “Festas de república são uma delícia, um dos motivos principais da reunião dos estudantes em uma cidade universitária. As baladas são legais, mas são impessoais. Você não pode sentar no sofá e conversar com seu amigo. Além disso, o ambiente e as músicas são mais a cara de quem vai ou mora na república, tem uma atmosfera mais próxima”, defende o estudante de Jornalismo da Unesp, Renan Simão, morador da república Xilindró.

Um dos principais problemas enfrentados pelos moradores das repúblicas em dias de festas é a reclamação dos vizinhos. O barulho e o grande número de pessoas nas ruas muitas vezes incomodam os moradores, e as festas podem passar de diversão para caso de polícia. Renan acredita que o problema é isolado e depende da relação entre os vizinhos; “o que a república deve fazer é avisar antes da festa, conversar sobre como será tudo e depois perguntar se incomodou”.

O recém formado em fisioterapeuta pela USC, Felipe Ceribelli, foi presidente da AAA na universidade e participou de muitas festas durante seus anos de graduação.

Para ele, as festas complementam a vida universitária e são importantes na formação pessoal; “a universidade não é apenas uma época em que o aluno se dedica para aprender sua profissão, mas uma fase única em sua vida, em que ele convive com pessoas que estão ali pelo mesmo motivo. Está ai a importância da integração”.

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4 Fevereiro de 2012 | Fala, BIXO

BeatrizHaga

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Nova vida, nova casaMorar com os amigos ou sozinho requer responsabilidade e organização

A parte da moradia na vida universitária não é das mais fáceis. Morar – em república

ou sozinho – requer organização e responsabilidade. Mas isso não é novidade.

O estudante pode recorrer a pen-sionatos nas proximidades do câm-pus. Anúncios desse tipo de mora-dia podem ser encontrados com facilidade espalhados pelos murais da própria Unesp, oferecendo faci-lidades. Apesar da proximidade do câmpus, esse tipo de habitação está quase sempre afastada das repúbli-cas que organizam festas e da casa de muitos amigos ou de supermer-cados para compras e afins.

No começo, uma boa alternati-va aos novos universitários é ficar temporariamente em uma repúbli-ca. As repúblicas se dispõem a agre-gar entre dois e três ‘bixos’ e que podem, se houverem vagas, morar definitivamente na casa. A proposta é boa por facilitar a vida dos ‘bixos’ no começo do semestre, quando o período de adaptação é essencial e encontrar um apartamento, casa ou outra moradia é complicado. É possível encontrar alguns anúncios sobre vagas em repúblicas na co-munidade da “UNESP – BAURU” no Facebook. A proposta é positi-va tanto para os novatos, que ar-ranjam um lugar temporário e po-dem criar laços com os veteranos e conhecer um pouco mais do curso e da rotina, como para os últimos que ganham um dinheiro adicional para lidar com as despesas da casa.

A partir daí, o ‘bixo’ tem algumas alternativas. Ficar definitivamente em uma república, montar uma com os amigos do curso ou morar sozinho. Cada uma com suas van-tagens e desvantagens.

A estudante de jornalismo do terceiro ano, Mariana Thomaz, mora sozinha desde o começo do curso e o prefere pela privacidade: “fazer o que quiser a hora que qui-ser, como quiser, sem perguntar pra ninguém, sem pedir licença”, diz. Porém, encabeça o principal pro-blema desse tipo de vida: as contas (de luz, internet, água, condomínio e aluguel) que não tem com quem serem divididas. Quando questio-nada sobre a questão relativa a so-lidão, ela diz que se incomoda, mas sempre arranja uma companhia. “Às vezes, incomoda ficar sempre sozinha, mas eu lido bem com isso. Eu gosto de ficar sozinha e quan-do quero companhia, sempre vou

Morar sozinho pode ser mais solitário, porém, não se invade a liberdade de amigos ou colegas de casa

Mariana Tho

maz

para alguma república mais próxi-ma de casa”.

Quem busca companhia sempre pode encontrá-las nas repúblicas. Porém, morar nelas é um pouqui-nho diferente. Para o também estu-dante de jornalismo, Luís Morais, o companheirismo da moradia acaba afastando um pouco da saudade da família. “É uma nova família que você constrói, formada por amigos”, diz Luís. Apesar de morar em um apartamento com faxineira, o problema sempre acaba sendo a louça a ser lavada. “Lavar louça sempre é um problema. Por mais que esteja dividida, sempre acon-tece algo. Não me isento de culpa nisso. Parece ser uma espécie de tra-dição”, completa.

Luís ainda dá uma dica para evitar maiores problemas com os moradores de sua futura casa: “co-nheça quem vai morar contigo. En-quanto estiver combinando de ir morar com alguém, você tem que saber como a pessoa é para saber lidar com ela. E também para ter certeza de que ela vai conseguir li-dar com você. Então aproveite o tempo enquanto estiver agregado e conheça bem o povo que vai mo-rar com você”.

Apesar de existirem ambas as pos-sibilidades de moradia, o novo uni-versitário deve ficar atento quanto à procura de imóveis que possam ser alugados. O começo do semes-tre letivo costuma ser um período movimentado no mercado imobili-ário da cidade e escolher um novo lugar para morar requer cuidado e atenção.

Deixa eu te contar...

Já fiquei agregada em repú-blica, morei sozinha e agora, moro com três garotas do

meu curso (duas delas são minhas ‘bixetes’ e cada experiência foi única.

Morar em república (com mais sete meninas) me fez conhecer novas pessoas em poucos dias, nunca estar sozinha, ter quem abraçar quando a tristeza e sauda-de de casa bater, entender mais a rotina e vida do meu curso. Mas também me ensinou muito sobre individualidade, espaço, limites e paciência. Por mais que você ame as pessoas com quem mora, even-tualmente, vão ocorrer brigas e os seguidos pedidos de descul-pas. Morar com um desconheci-do pode ser algo entre o céu e o inferno, mas depende muito das duas partes para que a rotina não se torne só de brigas.

Morar sozinha foi uma tarefa intensa, mas também satisfató-ria. Aprendi sobre organização como ninguém. Manter a geladei-ra cheia, as contas pagas e a casa limpa dependia única e exclusi-vamente do meu esforço e a pia cheia me culpava com seus pratos e copos sujos. A solidão é tolerá-vel e quando você sente falta de algo ou alguém, seus amigos estão por perto e podem lhe visitar ou você pode passar uns dias na casa de alguém. Você se acostuma com o silêncio e as novas obrigações

universitárias raramente te dei-xam pensar muito na solidão.

Morar com outras pessoas que você conhece e gosta, em uma apartamento ‘quase-república’ é bom, quase tão bom quanto uma república tradicional. As tarefas, as contas, a vida é dividida. Você divide um quarto, aprende a igno-rar um pouco a privacidade, que você não consegue viver serm o barulho daqueles que estão a sua volta, mas às vezes, não tolera nada nem ninguém. As brigas ain-da acontecem, a louça continua, a casa é limpa aos fins de sema-na, a comida é dividida. Vocês são como uma família. Cheia de pro-blemas, mas uma família.

Independentemente do ambiente em que você, novo universitário, vá morar, há problemas que terão de ser encarados. Seja a intolerân-cia de uns, a solidão de outros, a bagunça de tantos outros. Você acaba se dando conta de que en-caixa em alguns lugares melhor do que em outros e que sempre pode mudar se a situação estiver em um nível absurdo de inimizade. Des-cobrir qual a melhor opção para você pode exigir que você tente todas elas e procure pessoas que sejam próximas a você e queiram dividir um mesmo teto. Não é fácil, mas você se acostuma. Mas funciona e torna a vida universitá-ria um pouquinho mais realista e, por que não, satisfatória.

MORADIA

Fevereiro de 2012 | Fala, BIXO5

Mácia Matsumoto

Mácia Matsumoto

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Trote é usado para conscientizarCalouros iniciam vida universitária com brincadeiras e ações solidárias

Tema de polêmicas e muitas controvérsias, o trote é uma tradição

universitária e um dos princi-pais ritos de passagem do co-légio para a graduação. Os ca-louros ficam receosos do que irão enfrentar no dia da matrí-cula ou nos primeiros dias de aula, mas é preciso ter calma e espírito esportivo para par-ticipar da brincadeira. Se pra-ticado com responsabilidade e respeito, o trote pode ser muito divertido e inesquecível para os futuros veteranos.

A estudante de Biologia da Unesp, Nara “Miojo” Pavan, já participou do trote como “bixete” e veterana, e agora, segue para o terceiro ano da graduação. “O trote propor-ciona uma integração inicial muito boa entre o pessoal e pode melhorar a convivência entre as pessoas ao longo do curso. Nele conheci amigos, dei ótimas risadas e fiz coi-sas engraçadíssimas das quais nunca me esquecerei”, aprova Miojo.

Os trotes mais conhecidos e tradicionais são os da pintura, pedágio e o corte de cabelo

dos calouros. Outras brinca-deiras também são feitas como cantar, dançar e andar de “ele-fantinho”. Tudo depende da imaginação dos veteranos e da aceitação dos “bixos”. A participação no trote é uma escolha do calouro e não é obrigatória.

“Uma vez um “bixo” não quis raspar o cabelo, houve pressão para que ele o fizesse e os veteranos sofreram a ameaça de serem denunciados no Dis-que Trote”, conta a estudante do quarto ano de Fonoaudio-logia da USP de Bauru, Ana Vi-tória Rondon. A estudante tam-bém apontou que há dois anos os calouros não pedem mais di-nheiro no semáforo.

O “Disque Trote” foi criado para receber denúncias de alu-nos que sofreram ou presencia-ram uma situação de violência ou constrangimento. Após casos graves de abuso nos trotes, as universidades passaram a limi-tar e punir os estudantes infra-tores. A maioria das instituições ainda permite que os veteranos joguem tintas e confetes para recepcionar os “bixos”, mas ou-tras brincadeiras são proibidas em suas dependências.

A atribuição de um “segundo nome” aos alunos da Unesp tem uma explicação. Ela faz par-te de um trote diferente e é con-siderada uma tradição na uni-versidade. Os alunos de todos os cursos são “batizados” com um apelido, que pode surgir de uma característica pessoal, de uma família ou algum aconteci-mento. O “bixo” é identificado pelo apelido e deve carregá-lo

por toda a vida universitária. No curso de Arquitetura, to-

dos os “bixos” devem pertencer a uma família. “Tem a família dos vegetais, cores, celebrida-des e etc. O calouro recebe uma plaquinha e tem que andar com ela durante a semana para que os outros saibam o seu apelido”, explica a estudante de Arquite-tura, Stéfany “Tissa” Oliveira, pertencente à família dos nomes “exóticos” da lista de chamada; “o meu apelido não pegou, mas algumas pessoas da minha sala são conhecidas pelo apelido e poucos se lembram de seus no-mes verdadeiros”.

Os veteranos do curso de Re-lações Públicas (RP) fazem os ca-louros usarem babadores com o seu apelido em todos os lugares, até a Festa de Libertação. A Fes-ta ocorre para alunos de todos os cursos em datas diferentes e marca a passagem de “bixo” para veterano. Segundo o estu-dante de Relações Públicas, Mar-celo Thiago Montanha, a grande

maioria dos alunos do curso par-ticipa das atividades e entende a sua importância nos primeiros momentos da vida universitária; “realizar um trote organizado, livre de humilhações e com foco na integração é uma forma de retribuir e dar continuidade a uma tradição de receptividade”.

Uma outra alternativa aos trotes tradicionais é o Trote So-lidário, que recebe apoio das universidades. Na Unesp, no câmpus de Bauru, ele é ideali-zado e organizado pela Empre-sa Júnior de Relações Públicas (RPjr) e acontece por meio da doação de sangue ao hemocen-tro da cidade. Os alunos de to-dos os anos e de todos os cursos do câmpus - mesmo não sendo “bixos” - podem participar da ação. “É uma forma de retorno à sociedade por parte da comu-nidade acadêmica. Além disso, esse tipo de trote também cons-cientiza e educa para a cidada-nia, ao invés de incentivar a vio-lência”, define Montanha.

Estudantes fazem pedágio nas ruas de Bauru

Arquivo

pessoal

Pintura e um “segundo nome” tornam o estudante oficialmente um “bixo”

No dia do trote, lembre...

• Vá com uma roupa antiga no dia da matrícula e nos primeiros dias de ‘aula’. A tinta dificilmente sai da roupa pós trote, além disso, você vai querer aproveitar o momento, não é?

• Leve uma troca de roupa no dia da matrícula, assim, você evita ficar sujo na volta pra casa.

• Avise seus veteranos se você tiver alergia a tinta ou não quiser participar de alguma brincadeira proposta.

• Sofreu com alguma situação desagradável ou violência? Os telefones para contato do Disque Trote são:

Faculdade de Arquitetura, Artes e Comunicação (FAAC) (14) 3103-6052 Faculdade de Ciências (FC) (14) 3103-6072 Faculdade de Engenharia (FE) (14) 3103-6102

Fevereiro de 2012 | Fala, BIXO6

recepção

Arquivo

pessoal

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Fevereiro de 2012 | Fala, BIXO7

Planejando os gastos

Transporte, mensalidades, xerox, alimentação, material didático, livros, matrículas e moradia,

a lista de gastos de um estudante de ensino superior é vasta. Antes mesmo de prestar o vestibular, a família já começa a planejar o futuro financeiro do jovem estudante. Mesmo sendo aprovado em instituição pública, os gastos para se manter são relevantes.

Para se ter uma idéia do quanto isso vai pesar no seu bolso, o jeito é colocar tudo na ponta do lápis e verificar se esses compromissos cabem no seu orçamento. Essa é uma tática utilizada por Renato Feltrin, estudante de Engenharia Elétrica na UNESP. “Comecei a planejar melhor meus gastos com ligações, alimentação e transporte, e o retorno foi surprendente”, comenta o unespiano.

Juliana de Faria, estudante de Direito do IESB-Prevê, afirma que é preciso economizar quando possível, principalmente em pequenos gastos. A jovem diminuiu o número de festas, trocou o desconto do transportante público - também útil para a manter equilibrada a economia - pela tradicional carona, além de voltar para a casa dos pais em Marília a cada 15 dias, claro, de carona com amigos e dividindo os gastos. “Parecem pequenos gastos, mas quando calculados fazem a diferença no final do mês”, ressalta a jovem. “É preciso evitar o impulso. Não é interessante ter que abandonar o curso por falta de recuros devido a um mau planejamento”, enfatiza Juliana.

Estudantes aquecem a economia bauruense

Arquivo pessoal

Ricardo Feltrin faz a própria refeição para equilibrar os gastos

EconomiaUniversitaria

Terminadas as férias de verão, a cidade de Bauru se prepara para receber os novos universitários.

Os novos estudantes chegam buscando não apenas a ensino de qualidade, mas também movimentando parte importante na economia na cidade. A cada ano, é fortalecida a chamada vida universitária jovem com economia de adulto.

A maioria dos universitários são de outras cidades e por isso o mercado imobiliário bauruense ganha destaque e se fortalece, colocando à disposição opções variadas e para todos os gostos e bolsos. “Para quem quer mais tranquilidade e prefere morar sozinho, existem os apartamentos e as quitinetes. Quem quiser morar com outras pessoas tem a opção das repúblicas. Depende do gosto e do poder aquisitivo dos estudantes, mas sempre acaba sendo lucrativo”, comenta Wanderley Matheus Junior, proprietário de imobiliária em Bauru.

Bom negócio também para Luciana de Lima, ex-dona de uma academia próxima à Universidade do Sagrado Coração (USC), que resolveu tranformar sua casa em uma pensa para meninas. Hoje o lugar abriga sete estudantes universitárias, todas de lugares distintos e de diferentes universidades. “A casa é uma bagunça, são oito mulheres contando comigo”, brinca Luciana. Ao mesmo tempo, ela afirma ter amizade com todas e garante que é sua única fonte de renda “Além de amigas, são meu trabalho, é unir o útil ao agradável. O bom é que sempre tenho trabalho, quando uma menina se forma outra entra rapidamente no lugar”, ela garante.

Nas estastíticas da economia universitária está a estudante de Odontologia Larissa Gomes, que deixou a família em Marília para estudar na USC em Bauru. Larissa, que já morou com amigas e hoje é uma das sete moradoras da pensão de Luciana, garante que participa da economia bauruese. “Todo meu di

nheiro fica aqui, pago para morar, gasto em alimentação em padarias e restaurantes, sem contar os gastos com festas”, exalta.

No mercado de vestuário, a vendedora Érika Garcia, de uma loja de artigos femininos da Vila Universitária, já sabe reconhecer quando as clientes são estudantes e adora vender para elas. “Normalmente, elas não estão preocupadas com quanto vão gastar. Vendo bastante pra estudantes de Odontologia ou Administração”. Ela lembra também que “mesmo depois de formadas essas estudantes se formam, compram roupa com a gente para se vestir pro trabalho, estudantes são clientes com potencial”.

Existem vários negócios criados para, principalmente, aproveitar um pouco da onda universitária, desde de pessoas que investem em construção residencial bem localizadas até quem aposte em alimentação rápida e atrativa para quem tem pressa. Esse é o caso de Dona Maria de Lourdes, que tem um carrinho de lanches bem localizado perto do Centrinho da USP e de segunda a sexta-feira tira todo seu sustento com os lanches. “Os meninos gostam, é bem rapidinho e eu faço com amor. Às vezes, os lanches são o almoço deles”, afirma Malu, como é conhecida pelos jovens.

A importância dos universitários é evidenciada no período de férias, quando os lucros do carrinnho da Malu tem seus lucros reduzidos. “Durante o período de férias, nós fazemos um planejamento para atender os clientes que não são estudantes, mas não vendemos com a mesma força”, comenta.

Esses são alguns exemplos de como a economia de Bauru se prepara para atender o jovem estudante. Que o digam as farmácias, óticas, salões de beleza...

ECONOMIA

GiovaniVieira

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Dupla Jornada

Matheus de Souza Go-mes, ou Chantili como é co-nhecido no câmpus, está atu-almente no quarto ano de Relações Públicas. Quando cursava o segundo ano, o jo-vem de Catantuva recebeu um e-mail da Empresa Junior de RP, a RPJr, oferecendo uma vaga de estágio em sua área. Não pensou duas vezes; “hoje sou estagiário de Marketing e integro o time de desenvolvi-mento de produtos da Tilibra. Participo da criação e do de-senvolvimento das coleções, pesquisas de tendências, licen-ciamento de marcas, entre ou-tras atividades que tem tudo a ver com a área de Relações Públicas”. Ele diz que a experiência tem sido muito positiva; “Esta-

giar em uma empresa como a Tilibra me fez crescer muito. Lá estou em contato direto com o mundo corporativo, o mer-cado e toda sua complexida-de, cada dia é um aprendizado diferente, que me tornam um profissional também diferen-te”. Matheus, no entanto, não descarta a importância dos projetos da faculdade; “Acho muito legal se envolver com projetos da faculdade, sugar ao máximo tudo o que puder aproveitar desse ambiente tão rico”. Sobre o salário, espõe; “olha salário de estagiário não é nenhuma fortuna, mas que-bra um bom galho, viu? Con-sigo aliviar algumas contas, e sempre sobra ainda alguma grana para fins recreativos.”

“A experiência no mercado é importan-te. Só não vale deixar que o emprego roube uma das melhores fa-ses da sua vida!”

Valeska Petek é compa-nheira de curso de Matheus, mas acaba de alcançar o se-gundo ano. Para se manter em Bauru, desde que chegou a cidade a garota começou a trabalhar como professora de idiomas. “É também uma for-ma de manter minha fluên-cia, aprender mais e conhecer pessoas. E, claro, os idiomas serão úteis para quem cursa comunicação, como eu”, con-sidera. Ela conta que depen-de do salário para se manter na cidade, e poder concluir sua graduação. Valeska sempre procu-ra associar suas atividades no trabalho com as de seu curso de graduação “Cuido de al-gumas ferramentas da escola, como o mural e os eventos.

São algumas das muitas tare-fas de um RP”, explica. Quanto à vida social, a jovem acredita na modera-ção; “o que muitos esquecem é que a vida pessoal e a profis-sional não andam tão separa-das assim.Eu não promoveria nem daria uma boa recomen-dação sobre uma pessoa que vai ao trabalho exausta e de ressaca”. Com uma rotina atri-bulada, a jovem se preocupa em extrair o máximo de suas aulas da faculdade e reserva os finais de semana para es-tudar. “A maior dificuldade é, depois de um dia de trabalho, não poder descansar em casa. Mas é gratificante ver para esse esforço”, desabafa.

“A escassez de tempo me

ensinou a apro-veitá-lo melhor”.

mais São Paulo, lá eu levava uma hora e meia pra ir ao tra-balho, hoje, trabalho na esqui-na de casa”, comemora. Trabalhando desde os 16 anos, quando auxiliava no Xerox da escola, Monalisa está passando pela sua quarta faculdade, tendo cursado Psi-cologia na Unesp de Assis, Le-tras na USP e até mesmo uma Fatec. No entanto, não che-gou a concluir nenhuma gra-duação, “Nenhuma delas me agradou”, explica.

Hoje ela está cursan-do o segundo ano de Design noturno e trabalhando como secretária em uma autarquia. Monalisa fala da dificuldade em conciliar as duas coisas; “Existem matérias que exigem que entreguemos trabalhos toda semana. Conheço um ra-paz que consegue desenhar na prefeitura”, conta. “Não concilio as duas coisas 100% mas também não é impossível”, completa. Mas ela revela que não

abre mão de suas horas de lazer; “Com o trabalho fica sempre mais complicado, mas pra se divertir a gente sempre dá um jeito”. “Quem não

trabalha, acaba

tendo mais facilidade”.

Monalisa Soto está na contramão da maioria das pes-soas de sua idade. Hoje com 26 anos, ela trocou o agito da capital São Paulo pela calma-ria de Bauru; “Não agüentava

12 horas diárias. É esse o tempo gasto por quem, além da cansativa jornada de trabalho, ainda arranja energias para ingressar em

uma universidade. Conheça um pouco da rotina e das difuculdades pelas quais passam essas pessoas que vivem em....

Vítor Moura

Arquivo Pessoal.

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Page 9: Fala, Bixo

Cozinha de Bixo

Já tá com saudade da comi-da da mãe? Calma que vai piorar! E não adianta tra-zer quitutes congelados de

casa da próxima vez que for visitar os pais, porque uma hora a comi-da acaba e você vai ter que ir para cozinha de um jeito ou de outro.

Pense nas vantagens, quem cozi-nha geralmente não lava a louça e você vai poder impressionar sua fa-mília ou a(o) namorada(o) toda vez que voltar pra sua cidade. Tem gente que nasce com um dom natural para

a cozinha, mas se esse não é o seu caso, caro bixo, fique tranquilo, ainda não é game over. Leia com atenção e fortaleça suas habilidades, porque bixo com fome não agüenta as festas e não presta atenção na aula. Você vai evoluir de bixo desesperado por fast food, para veterano mestre cuca!

Para te orientar nas missões gas-tronômicas, a nutricionista Thais Manha, formada pela Universidade Metodista de São Paulo, deu dicas de como se alimentar melhor, mas sem passar o dia inteiro na cozinha.

Level 1: Omelete

Nessa fase, pequeno gafanhoto, você aprenderá que desperdício não está no dicionário de um estudante universitário. Mas criatividade, sim! Pegue tudo que tiver na geladeira ou no armário. Aquela lata de ervilha esquecida, a última fatia de presunto que sobrou ou a lata de atum que você comprou sabe-se lá para que. Crie uma omelete de acordo com o seu gosto!Pegue os 2 ovos e bata com um garfo. Coloque na frigideira já untada com óleo. Depois coloque o sal e os ingredientes que você tiver à mão. Uma mistura clássica é presunto e queijo, com um toque de orégano. Quando estiver firme, vire a omelete e pronto!

Dificuldade:

Level 3: Lanche Natural

Depois de tanto comer massas e coisas mais pesadas, seu organismo, e a “pochete” que você está cultivando, podem precisar de uma comida mais leve. Aqui vai uma receita de lanche natural. Mais fácil que isso, só passar manteiga no pão.

- 2 fatias de pão integral - 3 pontas de faca de patê (atum, berinjela, frango, ricota ou outro de sua preferência) - Folhas verdes (alface, rúcula, agrião, escarola) - Cenoura ralada - 2 fatias de tomateOutras opções de recheio são azeitona, queijo branco, beterraba ralada, tomate seco, milho e ervilha.

Dificuldade:

Missão cumprida! Agora você já não é mais um bixo iniciante na arte de cozinhar e seus amigos adoram seus quitutes. Mas, cá entre nós, para aqueles dias de preguiça o disk pizza está liberado! Bon appetit!

Level 2: Macarrão à bolonhesa

Macarrão é uma das coisas mais fáceis de fazer na cozinha. Para dificultar um pouco e deixar o macarrão mais gos-toso e mais nutritivo colocamos um molho à bolonhesa.

Cozinhe o macarrão em bastante água fervente até ficar no ponto que você gosta, al dente ou mais molinho. Depois de cozido, escoe a água. Numa panela coloque um fio de óleo, alho e cebola picada. Refogue a mistura e depois acrescente carne moída. Continue refogando, sem esquecer de mexer. Depois que a carne estiver cozida adicione o molho de tomate, que você pode comprar pronto já, e sal. Se quiser mais temperos, manjericão é uma boa pedida, assim como pimenta do reino.“O macarrão é fonte de carboidrato, essencial em todas as nossas refeições, para complementá-lo com outros nutrientes coloque no molho algum tipo de carne ou peixe, alimentos com proteína, e sempre faça uma salada, rica em fibras, para acompanhar”, explica Thais.

Dificuldade:

Sentiu fome fora de casa?

Você provavelmente vai passar muito tempo no câmpus da universidade, além dos períodos de aula. E aí, como ninguém é de ferro, a fome bate. Quer economizar uma graninha? Leve um lanche de casa! É a recomendação de uma

nutricionista: “realmente, a melhor solução é levar algo de casa, assim você não corre o risco de não ter nenhuma opção de lanche mais saudável quando sentir fome. Por isso é legal se planejar e antes de sair sempre colocar uma fruta ou um lanche natural na bolsa ou na mochila. É legal também ter sempre perto uma garrafa de água, isso ajuda a lembrar de beber pelo menos os 2 litros recomendados”, aconselha Thais.

Level 4: Arroz e feijão

Você já sabe se virar na cozinha, agora está na hora de partir pra um bom prato de arroz e feijão! Essa mistura é altamente nutritiva, como explica Thais: “O arroz e feijão se complementam, pois os nutrientes que tem em um completam o que falta no outro, e os dois juntos formam uma proteína perfeita com todos os aminoácidos essenciais”.

Lave bem o arroz com água corrente, escorra e reserve. Coloque a água para ferver, sempre o dobro da quantidade de arroz que você for utilizar (para 1 xícara de arroz, 2 de água). Pique a cebola e o alho em pedaços bem pequenos. Coloque óleo numa panela e leve ao fogo para esquentar, junte o alho e a cebola. Mexa e deixe dourar levemente. Junte o arroz e continue mexendo. Depois despeje a água fervente e tempere com sal. Abaixe o fogo e deixe cozinhar até a água secar totalmente. Vá provando para ver se o arroz já está cozido. Caso contrário, acrescente mais um pouco de água. Quando a água secar no fundo da panela, o arroz estará pronto. Para o arroz ficar soltinho, revire-o na panela com um garfo.

Escolha o feijão, lave-o e reserve em uma bacia com água por um tempo. Numa panela de pressão, coloque o feijão e preencha com água, o suficiente para que o nível da água fique 2 dedos acima do feijão. Tampe a panela e leve ao fogo. Quando começar a sair o vapor da tampa e apitar, marque 30 minutos e desligue. Coloque a panela na pia, abra a torneira em cima do pino e levante-o para sair o vapor, depois disso pode abrir a panela.Numa frigideira, coloque um fio de óleo, cebola ralada e alho moído. Refogue e com uma concha adicione um pouco do feijão já cozido (quanto mais feijão mais encorpado fica o caldo). Amasse bem o feijão, coloque sal aos poucos e experimente para ver se está bom. Depois coloque tudo na panela com o restante do feijão, acenda o fogo e misture bem, cozinhe até engrossar o caldo. Está pronto!

Dificuldade:

Fevereiro de 2012 | Fala, BIXO

Na cozinha

9

Get

ty Im

ages

MoniqueNascimento

Page 10: Fala, Bixo

Pré-requisitos : Os interessados em se inscrever para uma bolsa de intercâmbio pela universidade passam por uma pré-se-leção e devem preencher os seguintes requisitos:

- Apresentar um bom desempenho em aula;

- Ter proficiência na língua do país a que irá se candidatar;

- Ter cursado pelo menos 50% da carga horária de seu curso. Para informações sobre editais e documentação necessária acesse: www2.faac.unesp.br/eriarex/

Jovens unespianos deixam o Brasil e vão se aventurar em outros países...

... de Malas ProntasVítor Moura

É terça-feira, dia 24 de janeiro, véspe-ra do aniversário da cidade de São Paulo. Um mo-

desto barzinho na esqui-na entre a Av. Paulista e a Alameda Joaquim Euge-nio de Lima. Esse foi o lu-gar escolhido por Luciana Arraes, estudante de Co-municação Social de 20 anos, para se despedir de seus amigos brasileiros. Naquela quarta-feira, às 21h30 ela embarca rumo a Madrid, Espanha, onde iniciará uma experiência com potencial de mudar sua vida acadêmica; seu primeiro intercâmbio. Depois de um lon-

go procedimento que durou cerca de quatro meses, ela e suas colegas de república estão final-mente embarcando. “Foi um processo bem chato, burocrático e cansativo. Você tem que se dedi-car, correr atrás, ter pa-ciência e fazer as coisas com antecedência, mas é mais simples do que pa-rece”, reconhece Luciana. Para realizar seu sonho de vivenciar uma nova cultura, ela está deixando para trás, pelo menos durante o período de seis meses em que es-tará pela Europa, amigos

e familiares. “Acho que sentirei falta das pesso-as, não só dos amigos e parentes , mas do povo. Quero ver se eles são mesmo frios.Vi em um filme... uma brasileira que já morava há muitos anos nos EUA voltar ao Brasil e dizer que estava com saudade de passar em frente a uma constru-ção e os pedreiros mexe-rem com ela”, brinca. Não conseguindo uma bolsa pela Unesp, as garotas entraram em con-tato com a faculdade visa-da por sua própria conta e risco. A noite acaba cedo, Luciana pretende curtiut sua última noite em ter-ras brasileiras no confor-to de sua casa, onde vive com a mãe e o padrasto. A mais ou menos 586km de distância, em Belo Horizonte, Gabriela Bran-dão come-mora aobten-ção de

seu visto português. A jovem, após duastentativas frustradas, finalmente conseguiu uma bolsa junto à Asses-

soria de Relações Exter-nas da Unesp (AREX). Gabriela embarca para a pequena cidade de Braga em fevereiro. “É sempre bom dar uma olhada no site da universidade pra ver tudo o que eles pedem e oferecem. A Uminho, por exemplo, oferece a possi-bilidade de alojamento, mas você precisa mandar uma ficha de requisição, e entregá-la junto com todos os papéis para a Unesp”, aconselha a mi-neira. Gabriela irá pagar 90 euros mensais pelo alojamento (cerca de 210 reais), valor equivalente a seu aluguel em Bauru. “Dizem que Braga é umacidade com um custo

de vida baixo”, explica. Enquanto as garo-tas se preparam para em-barcar, em Sevilla, Renan Simão se prepara para suas provas finais na fa-culdade. Ele conseguiu uma bolsa da AREX para viajar no valor de 9 mil reais; “no fim das contas dá tipo 500 euros por mês. E é uma ótima gra-na. Consigo me manter sozinho, e ainda deu pra pagar avião e gastos com o visto”, diz o rapaz. O jovem passou por uma seleção diferente; “O pro-cesso seletivo foi por nota e histórico da faculdade. Não tive que fazer entre-vista”, conta; “e como vim de escola pública, só concorri com o pessoal dessa categoria de bolsa”. Durante todo o semestre

ele esteve matriculado na Universidade de Sevilla e con-

ta suas im-pressões; “A facul-

dade

daqui tem mais estrutura

em relação a comu-nicação. Tem muitas

câmeras de foto e vídeo, es-túdio e tal. Mas os pro-

fessores são piores ao meu ver. Não instigam os alunos. Coisa que vi na FAAC”, compara. Quan-to a experiência, ele se re-vela entusiasmado; “Está sendo sensacional gente, falar outra língua, comer coisas diferentes. Mas o principal é saber que você tem que se expor, tem que quebrar a cara, falar errado até aprender. Vejo muita gente aqui que só vai pra faculdade e volta pra casa. Às ve-zes, tomar uma cerveja com gente que acabou de conhecer pode ser tão produtivo quanto ver uma aula”, explica. A FAAC envia, to-dos os anos, cerca de 50 alunos para o exterior e recebe outros 8 de uni-versidades conveniadas. “A maioria dos estudantes é dos cursos de Comuni-cação como Jornalismo, Rádio e TV e Relações Públicas”, diz Angélica A. Parreira, diretora técnica acadêmica da faculdade “Os destinos mais procu-rados são Portugal, Espa-nha, Canadá, Argentina e China”, completa. Alunos interessados devem espe-rar pela abertura dos edi-tais pelas universidades de destino que ocorrem em dois períodos do ano; entre abril e junho e entre setembro e novembro. “Cada edital possui suas próprias regras e exigên-cias”; explica Angélica.

“Você tem que se dedi-car, correr atrás, ter paciência e fazer as coisas com antecedên-cia, mas o processo é mais simples do que parece”

“Aproveite a viagem. O negócio é fa-zer com que sua rotina seja ótima sempre, seja ela em Se-vilha ou em Bauru”, Re-nan Simão.

Page 11: Fala, Bixo

Fevereiro de 2012 | Fala, BIXO11

EXTENSÃO

Há oito anos, a revis-ta virtual Livrevista era criada, sob su-

pervisão do professor Mau-ro Ventura. A revista é um dos projetos mais antigos da FAAC e com apenas quatro anos conquistou o segundo lugar na categoria Jornalismo Digital no Expocom de Bra-sília. Hoje é um dos projetos mais organizados e bem su-cedidos do curso de jornalis-mo e conta com mais de 50 estudantes em sua equipe.

Camila Franzoni cursa o úl-timo ano da faculdade e ocu-pa o cargo de editora-chefe da revista, que tem uma pro-posta que foge aos ângulos e abordagens divulgados nos hard news. Ela explica que o projeto tem um papel co-laborativo na formação dos alunos. “É uma forma de trei-nar a capacidade de escrita, apuração, produção de pau-tas e fotos, além de edição. O projeto traz um diferencial no currículo, já que os alunos acabam chegando mais pre-parados ao mercado”, afirma.

No entanto, nem todos os projetos dão certo. Juarez Xavier, coordenador do cur-so de Jornalismo, afirma que a FAAC tem muitos projetos, mas alguns enfrentam difi-culdades, principalmente no quesito qualidade. “A tendên-cia é haver um enxugamento no número de grupos e proje-tos”, explica. Apesar de pare-cer estranho, faz sentido. Jua-rez argumenta que os projetos acabaram ficando abandona-dos e desorganizados. “Mais importante do que o número de projetos é a qualidade de-les e a utilidade na formação dos alunos. Nós queremos reorganizá-los de modo que ensino, extensão e gestão do processo de formação se-jam indissociáveis”, defende.

Outro exemplo de projeto

bem sucedido da FAAC é a Rádio Unesp Virtual. Juarez destaca que a qualidade do projeto, que reúne um gran-de número de alunos, profes-sores e funcionários, é um dos grandes diferenciais. A rádio é uma ferramenta de mobili-zação e tem uma abrangência muito boa, embora os alunos sintam o impacto da falta de investimento no projeto.

O professor aponta a im-portância dos projetos para a universidade, reconhecen-do-os como muito mais que apenas treinos. “Os proje-tos aproximam os alunos do mercado, os envolvem com a sociedade, trabalham a re-alidade e a cidadania e insti-gam os alunos a desenvolve-rem capacidades de planejar, projetar e executar produtos, processos e serviços, além de amadurecer a visão críti-ca e deontológica”, enfatiza.

Com isso, é provável que os alunos, principalmente os que estão chegando agora, devam encontrar os projetos de extensão transformados. Conforme explica o professor Juarez, a intenção da coor-denação de curso e da chefia de departamentos é assegurar que mais alunos tenham aces-so aos projetos e que cada aluno possa comprometer-se com um número menor de projetos, para que o vínculo seja mais forte e responsável.

Assim, ele espera que a qua-lidade melhore, o que trará benefícios não apenas aos universitários, mas a toda uni-versidade. “Para isso, é neces-sário aumentar a sinergia en-tre os diversos projetos. Eles precisam deixar de ser um esforço individual de um ou outro docente e discente para ser um instrumento de forma-ção e qualificação do ensino, uma ferramenta de aprendiza-do”, finaliza o coordenador.

discute: extensão em pauta

Paula

Monezzi

Page 12: Fala, Bixo

Felipe saiu de casa aos 17 anos para estudar Medicina em Por-to Alegre. A emoção de ver es-

crito na lista de aprovados o nome Felipe Pinto Monezzi foi grande, mas não se comparava à ansiedade de morar em uma cidade grande. Saiu do interior de São Paulo e foi para a capital gaúcha sem conhecer praticamente nada. Na mala, rou-pas, sapatos e acessórios. Ia come-çar uma vida nova, com tudo novo. Casa nova, móveis novos, rotina nova. Não contava com uma sur-presa desagradável: um assalto que o deixou apenas com as roupas do corpo. Indo para sua nova casa, um jovem o parou e pediu o celular. Era a primeira vez que vinha para a cida-de sozinho e ainda não tinha com-prado um celular de lá. “Eu respondi que não tinha celular. Ele então me ameaçou e falou que levaria minha mala se eu não desse o celular. Fiquei com a roupa do corpo e só”, conta.

Morar sozinho pode ser uma aven-tura. Sair de casa inexperiente, sem-pre acostumado com o conforto da casa dos pais e ir viver quase que por conta própria é um desafio para mi-lhares e milhares de jovens que pas-sam nas faculdades espalhadas pelo país. A maioria sai com menos de 20 anos e passa por experiências diver-sas, que vão desde as mais engraçadas até as mais constrangedoras e tensas.

Não saber cozinhar e queimar a comida, viver de macarrão instan-tâneo e comida pronta, pegar ôni-bus errado, ir para lugares errados, não saber administrar o dinheiro: essas são algumas das gafes mais cometidas pelos estudantes recém chegados às cidades universitárias.

Felipe, por exemplo, tem uma lista não muito pequena de lem-branças e casos memoráveis. “Cozinhava mal, não sabia fa-zer pequenos reparos e outras coisas que para meus pais eram simples. Uma vez o chuveiro não esta-

va esquentando a água e eu re-solvi trocar sozinho. Depois de instalar o chuveiro novo, a ligação estava vazando água. Foi quando percebi que coloquei a fita veda rosca como se fosse fita isolan-te, ou seja, enrolei o cano em vez de passar a fita na rosca”, lembra.

Com o tempo, os estudantes vão se habituando a morar sozinhos e acabam por aprender a ser mais in-dependentes. Aprende-se a andar pela cidade, a cozinhar, cuidar da roupa, saber onde passar e onde evi-tar e aprende-se a administrar um pouco melhor o dinheiro. “Passa-mos a ser menos ingênuos, a ver a maldade nas pessoas, a fazer o que tem que ser feito sozinho, sem ter que depender dos outros”, comenta.

Uma das principais preocupa-ções é a violência dos dias de hoje. Quando questionado sobre isso, Fe-lipe revela que já foi assaltado várias vezes. “Assalto mesmo foi uma vez, quando levaram minha mala com tudo, mas várias vezes levaram ce-lular e dinheiro. Chegou a um pon-to que fiquei com tanta raiva e en-frentei um dos caras. Acho que era um morador de rua bêbado e eu o confrontei fazendo de conta que era amigo dele, que tínhamos jogado bola dias atrás. Ele me achou louco e se afastou”, conta bem humorado.

Tensões como essa fazem parte da vida do universitário. Eu mesma, que escrevo agora, vivi durante uma semana sem energia elétrica, quan-do cheguei em Bauru. Sem móveis, sem energia, sem internet, passei a primeira semana à luz de vela e bolachas. E para quem não acredi-ta que em Bauru possa fazer frio, eu posso garantir que faz. Princi-palmente quando você está despre-parada como eu estava – sem luz e sem comida – e o pior, só com um lençolzinho, bermudas e regatas. Uma situação nada confortável. É, a vida de estudante não é fácil!

12 Fevereiro de 2012 | Fala, BIXO

Histórias trágicas e cômicas da vida de quem deixou o conforto de casa para enfrentar a universidade

No dia em que eu saí de casa....

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corbisimagens.com

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histórias

PaulaMonezzi

Page 13: Fala, Bixo

Bauru em cliques

Fevereiro de 2012 | Fala, BIXO13

‘CidadeSem Limites’

Parque Vitória Régia

Prefeitura de Bauru

ZOOBauru

Adriano Araújo Prefeitura de Bauru

Com cerca de 500 animais de 250 espécies, o Zoo de Bauru recebe em torno de 150.000 visi-

tantes por ano, vindos da cidade e região. É um dos maiores do Estado.

Uma jovem senhora de 115 anos, Bauru, a “Cidade Sem Limites”, acolhe mais de 30 mil es-tudantes universitários anualmente, e destes, 15 mil vêm de outras cidades (Secretaria Educação)

O Parque Vitória Régia em Bauru é palco de feiras de artesanato e shows musicais nos finais de semana. Com um verde deslumbrante, tam-

bém é espaço para caminhadas e recreação

Prefeitura de Bauru

TerminalRodoviário

Adriano Araújo

Praça das Cerejeiras

Desenhada como um tradicional jardim japo-nês, a Praça das Cerejeiras tem em sua parte

central a sede da Prefeitura, contruída em estilo modernista.

Prefeitura de Bauru

A Rodoviária da cidade recebe diariamente três mil pessoas, número que aumenta para

cerca de seis mil em finais de semana com feriados prolongados (Emdurb)

Calçadão da Batista

Grande parte do comércio de Bauru está con-centrado no “Calçadão da rua Batista

de Carvalho”, que conta com uma associação própria de lojistas.

Falando

nisso...O Terminal Rodoviário é o ponto de partida e che-gada de muitos estudantes que moram em outras cidades. Saiba que as empresas de transporte in-terurbano oferecem descontos na passagem. Para saber quais os documentos necessários para o ca-dastro, é preciso entrar em contato com a Diretoria

do Terminal pelo telefone (14) 3234-8958.

Estudantes de ensino superior com até 35 anos tam-bém têm direito ao desconto de 25% na tarifa do transporte público. Para conseguir o benefício, é preciso fazer um cadastro na Loja da Transurb, na Rua Ezequiel Ramos 6-77 no Centro. Para a confec-ção do cartão, é preciso apresentar documento de identidade com foto e comprovante de matrícula.

Page 14: Fala, Bixo

No começo, você tem a impressão de que nada vai dar certo. De que você errou a questão mais idiota do vestibular. De que o

cara do seu lado – aquele que não parava bater o pé no chão ou batucar a caneta na mesa – vai se sair melhor do que você. De que deveria ter estudado mais durante os – sei lá – dez anos de escola. Sai da prova. Ansioso por semanas, passa pelo período de aceitação. Na verdade, Se não passar, o máximo que pode acontecer é ter que recorrer ao cursinho ou tentar de novo.

O dia do resultado chega. Seu nome aparece entre tantos outros e você sim-plesmente não sabe se ri ou chora. A sen-sação única de vitória toma conta do seu espírito e é impossível não sorrir diante do que vem por aí.

A matrícula apresenta um pedaço do que você vai conhecer nos meses seguintes com tinta, ovo e farinha. Pessoas anima-das e dispostas a ajudar, pessoas que en-tendem com certa nostalgia o momento.

A mudança para uma nova cidade nunca é fácil. Você pensa na comida da sua mãe, no seu quarto, nos amigos da escola. Che-gar em uma cidade desconhecida parece tão maravilhoso quanto assustador, como o monstro que habitava um corredor es-curo da sua casa ou o espaço debaixo de sua cama.

A tinta parece não sair dos seus cabelos nem o sorriso de divertimento. Fazer pedágio para arrecadar dinheiro para sua

própria festa é mais divertido do que você imagina, apesar do cansaço que vem de-pois. Na primeira semana, você está co-nhecendo e descobrindo, aproveitando o momento de ser um universitário, de ter escolhido um curso que é o que você sem-pre quis.

Você faz amigos de cidades que desconhecia, conhece pessoas que se vestem das mais diversas formas, pensam coisas que você jamais acreditaria. Se aproxima mais de alguns, entende melhor outros, ainda não encontra nada em comum com tantos outros.

Quando as aulas começam, seu empenho está em conciliar toda a diversão com o trabalho e estudo que lhe esperam nessa nova fase. As semanas passam, você visita seus pais, conta as novidades. Um pedaço de você ainda mora com eles. Mas outros foram deixado ali: sua nova casa, seus novos amigos, sua nova vida...

A parte dificil não é ignorar que você sente saudades de casa. Você tem apoio dos amigos nessas horas. Passar um dia sem fazer nada nunca pareceu tão bom. Visitar amigos pela cidade é sempre uma possibilidade. Ir às festas e se esquecer do horário, ver o sol nascer enquanto as últimas notas de uma música qualquer tocam, no que parece ter sido a festa mais legal que você já foi.

O estudo nem sempre parece ser o que você quer ou o que você achou que seria, mas não se preocupe, ele vai ser útil e vai

te fazer crescer de alguma forma. O tempo para ler, pesquisar, entender vai parecer pequeno. Você vai fazer coisas que gosta e outras que odeia. Ou que vai começar a odiar. Vai descobrir que nem tudo são flores, mas vai passar por elas e no fim de um semestre, de um ano, de dois anos, três... Vai descobrir que valeu a pena. Cada ano será memorável de uma maneira e, como num passe de mágica, você estará sujando seus próprios “bixos”, acompanhando os passos deles com os mesmos olhos nostálgicos que viram o seu dia de matrícula.

A duração de seu curso parece gigantesca, mas esses anos passam rápido em boa companhia, com grandes e pequenas expectativas. Eu diria uma coisa que soará repetitiva, mas que nunca fez mais sentido do que durante meu tempo de faculdade: carpe diem.

A dica daqui para frente é ‘aproveite’. A faculdade é uma experiência singular e que não pode ser comparada com a escola ou com sua festa de formatura. Se você ainda não teve tempo o bastante para mudar e descobrir, essa é a hora de correr atrás do atraso e do que parece inalcançavel. É a hora de dizer olá ao que será sua vida ‘adulta’.

E se você estiver com medo ou em dúvida, saiba que não é o único. Experimente, divirta-se, conheça. Vale a pena,

Faça valer a pena!

E a vida universitária bate na porta... crônica

Mácia Matsumoto