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FACULDADES METROPOLITANAS UNIDAS – UniFMU CURSO DE FONOAUDIOLOGIA INSERÇÃO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA AUDITIVA NO MERCADO DE TRABALHO: VISÃO DAS EMPRESAS E DOS FUNCIONÁRIOS COM DEFICIÊNCIA AUDITIVA CLAUDIA SCHMIDT AIDAR LARISSA FRANCO SAYURI TAJIMA NAKAGUMA São Paulo 2008

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FACULDADES METROPOLITANAS UNIDAS – UniFMU

CURSO DE FONOAUDIOLOGIA

INSERÇÃO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA AUDITIVA NO MERCADO DE TRABALHO: VISÃO DAS EMPRESAS E DOS

FUNCIONÁRIOS COM DEFICIÊNCIA AUDITIVA

CLAUDIA SCHMIDT AIDAR

LARISSA FRANCO

SAYURI TAJIMA NAKAGUMA

São Paulo

2008

1

FACULDADES METROPOLITANAS UNIDAS – UniFMU

CURSO DE FONOAUDIOLOGIA

INSERÇÃO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA AUDITIVA NO MERCADO DE TRABALHO: VISÃO DAS EMPRESAS E DOS

FUNCIONÁRIOS COM DEFICIÊNCIA AUDITIVA

CLAUDIA SCHMIDT AIDAR

LARISSA FRANCO

SAYURI TAJIMA NAKAGUMA

Trabalho de Conclusão de Curso

apresentado como critério de

avaliação parcial para a conclusão do

Curso de Graduação em

Fonoaudiologia das Faculdades

Metropolitanas Unidas.

Orientador: Profª Dra Marisa Sacaloski

São Paulo

2008

2

DEDICATÓRIA

3

Dedicamos este trabalho a todas as pessoas que

acreditam no poder da mudança e que ainda temos

muito a aprender, pois o que nos foi ensinado até hoje,

não passa de uma pequena partícula de um universo

infinito.

AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus pela oportunidade força e coragem para realizar este

trabalho, aos meus pais e irmã, Lauro, Valquíria e Flavia, e aos familiares,

Zélia, Ayrton, Daniel, Lilian, Thaísa e Vó Hilda por todo amor e apoio dedicados

neste percurso.

Ao Bruno pela ajuda e companheirismo. Às amigas e parceiras de

trabalho, pelos momentos de alegria, paciência e dedicação.

À nossa orientadora Profª .Dra Marisa Sacaloski, pelo conhecimento e

atenção dedicado a este trabalho.

Claudia

Agradeço primeiramente aos meus pais Felix e Vera, pela oportunidade

de estudo concedida, amor, amparo e dedicação, ao Caio pela compreensão e

companheirismo, às minhas parceiras de TCC, pela amizade, cooperação, e

momentos de alegria e a nossa orientadora Profª. Dra Marisa Sacaloski pela

dedicação, conhecimento e carinho.

Larissa

Agradeço aos mestres, com quem estudei e estudo principalmente a

nossa orientadora Profª .Dra Marisa Sacaloski, à minha mãe Aico Tajima, que

sempre me ajudou a buscar e encontrar forças para eu ser o que sou, ao meu

pai, por ter me mostrado que a vida é simples de ser levada, e ao Celso pela

paciência eterna. Agradeço ainda as minha amigas, que além de serem

parceiras deste trabalho, foram pessoas que sempre me ajudaram nas horas

difíceis e principalmente a Deus, fonte de toda sabedoria,pela força e coragem

que nos concedeu, permanecendo ao nosso lado em todo o percurso desta

caminhada.

Sayuri

4

EPÍGRAFE

“Diversidade humana é um fato numa sociedade plural.”

(Romeu Kasumi Sassaki)

5

RESUMO A pessoa que é privada do sentido da audição tem desenvolvimentos

cognitivo, de linguagem e comunicação diferentes das pessoas que possuem

este sentido, o que faz com que esses indivíduos, por muitas vezes, sejam

excluídos ou privados do direito de exercer sua cidadania. Desde a

regulamentação da Lei de Cotas, empresas vêm contratando funcionários com

deficiências diversas. Este trabalho visa identificar as principais dificuldades

que empresas e funcionários com deficiência auditiva encontram no momento

da contratação e inclusão efetiva, e verificar o conhecimento destes dois

grupos quanto ao trabalho fonoaudiológico de assessoria à inclusão. Para

obtenção dos dados foram aplicados questionários às pessoas com deficiência

auditiva que já tentaram ingressar ou que ingressaram no mercado de trabalho,

e às empresas, com ou sem funcionários com deficiência auditiva. Os dados

foram tabulados e analisados estatisticamente. Pode–se concluir que a maior

dificuldade referida pelas empresas e funcionários com deficiência auditiva foi a

comunicação, mas vale salientar que os indivíduos com deficiência auditiva

também mencionaram o preconceito. Foi concluído também que, apesar de

ambos os grupos entrevistados desconhecerem o trabalho de assessoria

fonoaudiológica, a maioria mencionou que este trabalho é importante.

Descritores: Deficiência Auditiva, Mercado de Trabalho, Inclusão.

6

ABSTRACT

The person who’s private of the sense of hearing, has cognitive,

language and communication development different than the others persons

who have this sense, it makes that this individuals, in many situations, are

excluded or private from their right of exert citizenship. Since the regulation of

the “Quotas’ Law”, many companies are contracting employees with different

deficiencies. The objective of this work is to identify the biggest difficult that the

companies and the employees who have hearing deficiency have in the

moment of hiring and including effectively these employees, and verify the

knowledge of this two groups about the inclusion assessorship phonoaudiology

work. To obtaining the data, questionnaires were applied on persons who have

hearing deficiency that have tried to get in, or that have gotten in the labor

market, and at companies that has or has not employees who have hearing

deficiencies. The data were tabulated and statistically analyzed. It was

concluded that the biggest difficulty that the companies and the hearing

deficiency employees has related is about communication, but, it worth to point

out that the individuals with hearing deficiency has also mentioned the

prejudice. It was also concluded that, although both groups that were

interviewed has not the knowledge of the assessorship phonoaudiology work,

most of them has mentioned the importance of this work.

Keywords: Hearing Deficiency; Labor Market; Inclusion.

7

SUMÁRIO

1. Introdução............................................................................................ 09

2. Literatura ............................................................................................. 12

2.1. Deficiência Auditiva .................................................................. 13

2.2. Linguagem da pessoa com deficiência auditiva ....................... 13

2.3. Inclusão no Mercado de Trabalho ............................................ 15

2.4. Assessoria e Consultoria em Fonoaudiologia .......................... 17

3. Método ................................................................................................ 20

4. Resultados .......................................................................................... 25

4.1. Pessoas com Deficiência Auditiva ........................................... 26

4.2. Empresas ................................................................................. 31

4.3. Comparações ........................................................................... 35

5. Discussão ........................................................................................... 39

5.1. Pessoas com Deficiência Auditiva ........................................... 40

5.2. Empresas ................................................................................. 42

5.3. Comparações ........................................................................... 44

6. Conclusão ........................................................................................... 48

Referências ........................................................................................ 50

Anexos ............................................................................................... 53

8

INTRODUÇÃO

9

10

O indivíduo privado do sentido da audição apresenta limitações na

aquisição e desenvolvimento de linguagem oral (fala). Goldfeld (2002)

argumenta que a linguagem não é apenas uma forma de comunicação, mas

principalmente uma constituidora de pensamentos, o que é primordial para o

desenvolvimento cognitivo do sujeito. Este desenvolvimento é direcionado pela

cultura a qual o indivíduo está exposto e pelas relações vividas por ele,

concretizando assim, sua própria forma de linguagem e de comunicação, no

caso das pessoas com deficiência auditiva, utiliza-se a Língua Brasileira de

Sinais (Libras).

Sendo assim, Caribé (2006) explica que as pessoas com diferentes tipos

de deficiência podem exercer praticamente qualquer tipo de atividade

profissional, porém, atualmente estão sendo privadas de atuar no mercado de

trabalho. Justifica-se ao afirmar que tem sido um desafio encontrar mão-de-

obra qualificada, devido à exclusão que estes indivíduos sofrem, muitas vezes

pela própria família, pela falta de um ensino de qualidade e pelas dificuldades

no convívio social.

O século XXI marca um grande movimento de inclusão da pessoa com

deficiência no mercado de trabalho, devido à regulamentação do artigo 93 da

Lei de Cotas (lei n°8213/91), que determina que as empresas com 100 ou mais

funcionários devem reservar de 2% a 5% de suas vagas para beneficiários

reabilitados ou pessoas portadoras de deficiência.

Sassaki (s.d.) explica que há 40 anos tem-se trabalhado para que as

pessoas com deficiência auditiva se integrem à sociedade, porém, até o

momento, a sociedade não foi preparada para recebê-las. O autor ainda

defende que a sociedade deve mudar ao passo que as pessoas com

deficiência se capacitam na sociedade.

Segundo Medeiros (2008), o fonoaudiólogo é o profissional responsável

pelo aperfeiçoamento da comunicação humana, sendo assim, também está

capacitado para trabalhar a comunicação interna das empresas agregando

todos os funcionários.

Frente a estes dados, desenvolvemos este estudo a fim de identificar as

principais dificuldades que empresas e funcionários com deficiência auditiva

encontram no momento de sua contratação e inclusão efetiva, e verificar o

11

conhecimento destes dois grupos quanto ao trabalho fonoaudiológico de

assessoria à inclusão.

LITERATURA

12

Neste capítulo apresentaremos os textos da literatura estudada, organizados

sob os seguintes aspectos:

1. Deficiência Auditiva

2. Linguagem da pessoa com deficiência auditiva

3. Inclusão no Mercado de Trabalho

4. Assessoria e Consultoria em Fonoaudiologia

1. Deficiência Auditiva: O Censo Demográfico (2000), do IBGE, realizou a contagem de pessoas com

diversas deficiências no Brasil:

Tabela 1: Censo Demográfico – 2000

Gênero /Tipo de deficiência Visual Motora Auditiva

Homem 7.259.074 3.295.071 3.018.218

Mulher 9.385.768 4.644.713 2.716.881

Total 16.644.842 7.939.784 5.735.099

          Fonte: IBGE 

No presente estudo, daremos ênfase à deficiência auditiva, que é definida

como:

Perda total ou parcial, congênita ou adquirida, da capacidade de

compreender a fala através do ouvido. De acordo com o grau de

perda auditiva, avaliada em decibéis (dB), a surdez manifesta-se

como leve (perda entre 20 e 40 dB), moderada (entre 40 e 70

dB), severa (entre 70 e 90 dB) e profunda (acima de 90 dB de

perda).

(CARVALHO, 1997 apud GIL, 2002).

2. Linguagem da pessoa com deficiência auditiva: Segundo Gil (2002) a deficiência auditiva gera limitações no indivíduo devido

às falhas na aquisição da linguagem oral, interferindo assim no relacionamento

com os demais. Desta maneira, há lacunas nos processos psicológicos de

integração de experiências.

13

14

Goldfeld (2002) argumenta que a linguagem não é apenas uma forma de

comunicação, mas principalmente uma constituidora de pensamentos, o que é

primordial para o desenvolvimento cognitivo do sujeito. Porém, este

desenvolvimento é direcionado pela cultura a qual está exposto, e pelas

relações vividas por ele, concretizando assim, sua própria forma de linguagem.

Gil (2002) ilustra que mesmo não podendo afirmar que a deficiência auditiva

afete o desenvolvimento intelectual, é sabido que ela provoca dificuldades de

conceituação, devido à ausência de códigos lingüísticos aos quais os ouvintes

estão habituados. Sendo assim, a privação do sentido da audição e as

experiências de frustração vividas por estes indivíduos, resultam em uma forma

de pensamento distinta à dos ouvintes.

Goldfeld (2002) explica que a Língua Brasileira de Sinais (Libras) é uma língua

natural criada pelas comunidades surdas através de gerações, que utiliza o

canal visuomanual. Estas línguas têm estruturas gramaticais próprias,

independente da língua oral utilizada no país, e possui todas as características

das línguas orais.

Frente a estas informações, atualmente existem três abordagens principais

para a educação da criança com deficiência auditiva, segundo a autora, que

visam incluí-la na comunidade ouvinte: oralismo, bilingüismo e comunicação

total.

Gil (2002) explica a abordagem oralista como uma comunicação que se baseia

na fala e na leitura de expressões faciais, e que não aceita a utilização de

nenhum gesto ou sinal para expressar-se.

Goldfeld (2002) ilustra que o oralismo defende a minimização da deficiência

auditiva pela estimulação auditiva, o que possibilitaria o aprendizado do

português oral, integrando a criança com deficiência auditiva à comunidade

ouvinte e desenvolvendo uma personalidade em direção à “normalidade”, ou

seja, “não-surdez”.

Segundo Gil (2002) a abordagem bilingüe defende a idéia de que ambas as

línguas (Libras, e português oral) sejam ensinadas e usadas de forma que uma

não interfira na outra, em situações diferentes.

Goldfeld (2002) salienta que o pressuposto básico do bilingüismo, é que o

indivíduo com deficiência auditiva seja bilíngüe, ou seja, ele deve adquirir a

língua de sinais, que é a língua natural dos surdos, como uma língua materna e

15

a língua oficial de seu país, como segunda língua. Assim, estes indivíduos

podem aceitar sua surdez como constituidora de uma comunidade, cultura e

língua própria.

A mesma autora ilustra que a abordagem de comunicação total tem como

principal objetivo a comunicação entre indivíduos com deficiência auditiva e

outros indivíduos com a mesma deficiência, e entre indivíduos com deficiência

auditiva e ouvintes. Esta abordagem também salienta a importância da

aprendizagem da linguagem oral, mas sem deixar os aspectos cognitivos,

emocionais e sociais de lado, devido à aprendizagem desta língua.

Ciccone (1996) postula que a comunicação total valoriza alternativas que

permitam que o indivíduo com deficiência auditiva seja alguém com quem se

possa trocar idéias, sentimentos e informações. Não excluindo nenhuma

técnica ou recurso para estimulação auditiva, adaptação de aparelho de

amplificação sonora individual, leitura labial, oralização, leitura e escrita. Assim,

defende que esta abordagem é um programa que proporciona maior liberdade

na prática de qualquer estratégia que permita ao individuo uma comunicação

mais efetiva, a fim de “aproximar” pessoas e permitir contatos.

3. Inclusão no Mercado de Trabalho Segundo Skaf et al (2007), em 25 de julho de 1991, foi criada, no Brasil, a Lei

Federal n° 8.213, também conhecida como “Lei de Cotas”, a qual estabelece

em seu artigo 93 que as empresas que possuem 100 ou mais funcionários,

devem reservar de 2% a 5% de suas vagas de emprego para pessoas com

deficiência (habilitadas) ou acidentados de trabalho beneficiados da

Previdência Social (reabilitados). Sendo que a dispensa de um trabalhador

reabilitado ou com deficiência habilitado, só poderá ocorrer após a contratação

de um substituto em situação semelhante. Transcrevemos o dispositivo:

Art. 93. A empresa com 100 (cem) ou mais empregados está

obrigada a preencher de 2% (dois por cento) a 5% (cinco por cento)

de seus cargos com beneficiários reabilitados ou pessoas portadoras

de deficiência, habilitadas, na seguinte proporção:

I – até 200 empregados... 2%;

II – de 201 a 500... 3%

16

III – de 501 a 1.000...4%

IV – de 1.001 em diante... 5%

§1º A dispensa de trabalhador reabilitado ou deficiente habilitado ao

final de contrato por prazo determinado de mais de 90(noventa) dias,

e a imotivada, no contrato por prazo indeterminado, só poderá

ocorrer após a contratação de substituto de condição semelhante.

§2° O Ministério do Trabalho e da Previdência Social deverá gerar

estatísticas sobre o total de empregados e vagas preenchidas por

reabilitados e deficientes habilitados, fornecendo-as, quando

solicitadas, aos sindicatos ou entidades representativas dos

empregados.

Segundo Carrera (1997) mesmo com a existência das leis de inclusão do

deficiente no mercado de trabalho, muitos empresários não têm conhecimento

sobre a capacidade de trabalho do indivíduo com deficiência auditiva nem das

medidas administrativas necessárias para sua inclusão, como recrutamento,

seleção, treinamento e legislação trabalhista.

A pesquisa realizada por Borges et al. (2002) aponta que as razões mais

mencionadas pelas empresas que contratam funcionários com deficiência

auditiva são a Lei de reserva de mercado e o menor custo com o funcionário

com deficiência auditiva, quando este não tem vínculo empregatício. A partir

destes fatores, as empresas tomaram conhecimento da competência do

trabalho do indivíduo com deficiência auditiva.

Ainda assim, na mesma pesquisa, foi identificado que dentre os gerentes das

empresas estudadas por estes autores, 40% afirmaram que realizaram as

contratações de pessoas com deficiências devido à obrigação imposta pela Lei

de Cotas (n°8123, artigo 93); outros 40% revelaram que se beneficiaram

contratando os indivíduos com deficiência auditiva por representarem uma

mão-de-obra mais barata; e os 20% restantes afirmam terem contratado a fim

de realizar novas experiências. Foi identificado também que 40% dos

supervisores relataram que a empresa passou a admitir pessoas com

deficiência auditiva por caridade; outros 40% explicaram que estes funcionários

representam redução de custos para a empresa; e os 20% restantes acreditam

que foram contratados para realizar novas experiências.

17

Caribé (2006) afirmou que muitas empresas têm se esforçado para cumprir as

exigências da Lei de Cotas, porém encontrar mão-de-obra qualificada tem sido

a maior dificuldade, devido à exclusão que estas pessoas sofrem, muitas vezes

pela própria família pela falta de um ensino de qualidade e pelas dificuldades

no convívio social. O autor ainda salienta que os indivíduos com diferentes

tipos de deficiências estão aptos à praticamente qualquer atividade profissional,

cabe à empresa a localização, contratação e treinamento dos funcionários com

deficiência, bem como preparar os locais de trabalho e os demais funcionários.

Segundo Sassaki (s.d.) ao longo de 40 anos, a integração da pessoa com

deficiência auditiva na sociedade foi realizada por meio de reabilitação, ou seja,

durante todo este tempo foi trabalhado para que a pessoa com deficiência

auditiva se integrasse à sociedade, porém, até o momento, a sociedade não foi

preparada para receber este indivíduo. O mesmo autor afirma que, para tanto,

é necessário que a sociedade elimine suas barreiras físicas, programáticas e

atitudinais para que as pessoas possam ter acesso a serviços e bens

necessários ao seu desenvolvimento social, pessoal, educacional e

profissional. Sendo assim a sociedade deve mudar enquanto que as pessoas

com deficiência devem se capacitar nesta sociedade.

4. Assessoria e Consultoria em Fonoaudiologia Borges et al. (2002) referem que usualmente as empresas que possuem

funcionários com deficiência auditiva contratam uma equipe de pedagogos,

psicólogos e assistentes sociais para realizarem os treinamentos desde

condutas sociais até o oficio que estes funcionários irão desempenhar. Estes

mesmos profissionais, quando solicitados pela empresa, ainda realizam o

acompanhamento destes funcionários por um período trimestral em seu

ambiente de trabalho, auxiliados por um intérprete de Libras.

Carrasco (2001) ilustra que a comunicação promove a interação entre os

indivíduos de uma sociedade. Assim, pode-se dizer que a comunicação é um

pré-requisito funcional desta, pois terá um papel fundamental no processo de

humanização do indivíduo. É por meio da expressão individual que se

desenvolve e estimula o processo de interação social.

Segundo Medeiros (2008), o fonoaudiólogo é o profissional responsável pelo

aperfeiçoamento da comunicação humana. Sendo assim, é de sua

18

competência realizar o planejamento, a implementação e a condução das

ações de comunicação interna das empresas, agregando, assim, todos os

funcionários.

Carrasco (2001) enfatiza que a fonoaudiologia como ciência da comunicação

global e do relacionamento comunicativo em relações sociais e profissionais,

tem como objetivo investigar e implementar essa área da fonoaudiologia

empresarial, tendo como referência aspectos teóricos e práticos de áreas como

administração e recursos humanos. Também defende que o fonoaudiólogo

deve ser inserido na gestão empresarial como profissional de consultoria e

assessoria a fim de realizar tarefas de implantação de serviços, recrutamento,

seleção, e treinamento na área de comunicação.

Medeiros (2008) define que a comunicação efetiva ocorre quando há

persuasão por meio de palavras, empatia, compreensão do enunciado e

interação do falante com o ouvinte.

Carrasco (2001) ressalta que devido a grande importância da comunicação em

nosso contexto social, o fonoaudiólogo torna-se fundamental nas tarefas de

aperfeiçoamento da comunicação pessoal e profissional.

Para as empresas respeitarem a Lei de Cotas (8.213/91 artigo 93) não basta

somente contratar funcionários com deficiências, elas devem, também, se

adaptar a estes novos funcionários. Porém estas transformações não podem

ser consideradas como um empecilho, mas como investimentos para

efetivação de um funcionário que atende aos requisitos técnicos necessários.

Além disso, é necessário também realizar um trabalho com os funcionários que

irão atuar com os indivíduos com deficiência. Eles devem ser instruídos de

maneira a perceber que o funcionário com deficiência não é inferior, ele apenas

apresenta limitações e restrições, mas é um profissional igual ao demais

(informação verbal)1.

Resende; Vital (2008) também afirmam que as pessoas com deficiência têm

direito ao trabalho com igualdade aos demais e oportunidade de livre escolha

1. Entrevista fornecida pelo gerente de mercado de trabalho do Instituto Brasileiro dos Direitos da Pessoa com Deficiência – IBDD, Sérgio Henrique Teixeira, em março de 2008.

19

ou aceitação, em ambiente de trabalho que seja aberto, inclusivo e acessível

às pessoas com deficiência.

Medeiros (2008) expõe que uma empresa que investe em uma comunicação

efetiva, obtém resultados como: fidelização de clientes; conquistas de espaços

e oportunidades de trabalho; motivação de funcionários; aumento da

responsabilidade dos funcionários; função de liderança e aumento da

produtividade (transparência, credibilidade, naturalidade e empatia).

MÉTODO

20

21

Neste capítulo descrevemos os procedimentos utilizados e

caracterizamos os sujeitos e empresas entrevistados. Para obtenção dos

dados foram colhidas duas amostras distintas, uma contendo vinte indivíduos

portadores de deficiência auditiva, e outra contendo dez empresas com e sem

funcionários portadores de deficiência auditiva.

A amostra de indivíduos contém pessoas de ambos os sexos e idades,

variando entre 20 a 50 anos (Tabela 2).

Tabela 2: Distribuição dos indivíduos estudados segundo o sexo e a idade (n=20).

Sexo Total

Masculino Feminino

Idade

(em anos) No. % No. %

No. %

20 ←30 8 40% 5 25% 13 65%

30 ← 40 4 20% 1 5% 5 25%

40 ← 50 0 0% 2 10% 2 10%

Total 12 60% 8 40% 20 100%

Foram esclarecidos os objetivos e métodos referentes a pesquisa no

termo de consentimento livre e esclarecido (anexo I). Posteriormente, foi

aplicado um formulário (anexo II), contendo quatro perguntas fechadas e quatro

perguntas abertas, elaborados pelas autoras do estudo.

Tais questões foram respondidas por escrito sempre que possível.

Quando não era possível, as questões foram feitas empregando Libras e com

transcrição das pesquisadoras.

Quanto à escolaridade e profissão dos indivíduos portadores de

deficiência auditiva verificou-se que a maioria apresenta nível superior

completo e ocupa um cargo de instrutor de Libras ou outros.

(Tabelas 3 e 4).

22

Tabela 3: Distribuição dos indivíduos estudados segundo idade e escolaridade (n=20).

Idade Escolaridade Total

( em anos) E.F.

incomp. E.M. comp E.S. incomp. E.S. comp

No. % No. % No. % No. % No. %

20 ←30 0 0 3 15,79 6 31,59 3 15,79 12 63,17

30 ← 40 0 0 1 5,26 1 5,26 3 15,79 5 26,31

40 ← 50 1 5,26 0 0 0 0 1 5,26 2 10,52

Total 1 5,26 4 21,05 7 36,85 7 36,84 19 100

* Um indivíduo não respondeu a esta questão. Tabela 4: Distribuição dos indivíduos estudados segundo forma de comunicação e profissão (n=20)

Profissão Oralizado Total Sim Não

N° % N° % N° %

Informática 2 10,53 1 5,26 3 15,79 Instrutor de Libras 0 0 5 26,31 5 26,31

Estudante 2 10,53 0 0 2 10,53 Auxiliar Administrativo 2 10,53 0 0 2 10,53

Matemática 1 5,26 0 0 1 5,26 Bibliotecária 0 0 1 5,26 1 5,26

Outros 2 10,53 3 15,79 5 26,32

Total 14 73,69 5 26,31 19 100

* Um indivíduo não respondeu a esta questão.

23

A segunda parte da amostra contém empresas de pequeno a grande

porte, que abrangem diversas áreas de atuação, contendo ou não funcionários

com deficiência. (Tabela 5).

Tabela 5: Caracterização das empresas entrevistadas (n=10).

Área Nº de funcionários

Nº de pessoas com deficiência

% de pessoas com

deficiência Pessoas com

D.A. atualmente

Hotelaria 247 18 7,28 0

Culinária 200 5 2,5 3

Educacional 4.745 240 1,9 6

Transportadora e logística 96 0 0 0

Fundição 283 0 0 0

Autopeças 671 40 5,9 9

Ind. Gráfica 220 4 2 2 R.H. 600 3 0,5 2

Transportadora 400 6 1,5 0

Ind. Alimentícia 500 10 2 0

Para as empresas o procedimento foi o mesmo (anexo I), mas os

questionários (anexos III e IV) foram aplicados pelas autoras individualmente

aos representantes de RH das empresas.

As perguntas foram respondidas oralmente e transcritas pelas

pesquisadoras ou pelo RH da empresa.

Posteriormente os dados foram tabulados e analisados.

24

MÉTODO ESTATÍSTICO Para este estudo empregamos os testes Igualdade de Duas Proporções

e P-valor.

O Teste de Igualdade de Duas Proporções é um teste que compara se a

proporção de respostas de duas determinadas variáveis é estatisticamente

significativo.

O resultado da comparação de cada valor possui uma estatística

chamada de p-valor. Esta estatística é que nos ajuda a concluir sobre o teste

realizado.

Para este trabalho iremos considerar um nível de significância (quanto

admitimos errar nas conclusões estatísticas) de 0,07 (7%). Este erro estatístico

é um pouco acima do usualmente utilizado (5%) devido à baixa amostragem,

portanto, neste caso, não é aconselhável grande severidade nas análises.

RESULTADOS

25

Neste capítulo apresentamos os resultados do presente estudo. Os

achados são ilustrados por meio de gráficos e em cada um será apresentado o

teste estatístico utilizado assinalando com asterisco (*) os resultados

estatisticamente significantes.

Optamos por dividi-lo didaticamente em três partes:

A. Pessoas com Deficiência Auditiva

B. Empresas

C. Comparações

A. Pessoas com Deficiência Auditiva No gráfico 1 ilustramos os achados referentes às dificuldades dos

indivíduos com deficiência auditiva para ingressarem no mercado de trabalho.

Gráfico 1: Distribuição percentual de indivíduos que encontraram dificuldades

para ingressar no mercado de trabalho.

Sim 45%Não 55%

Igualdade de Duas Proporções

Dificuldade N° % p-valor Sim 9 45%Não 11 55% 0,527

Não existe diferença estatística entre os percentuais de pessoas com e

sem dificuldades, embora a maioria refira não ter encontrado dificuldades para

ingressar no mercado de trabalho.

26

No gráfico 2 demonstramos o percentual de indivíduos com deficiência

auditiva que superaram as dificuldades apresentadas.

Gráfico 2: Distribuição percentual de como os indivíduos com deficiência

auditiva que encontraram dificuldades para ingressar no mercado de trabalho,

conseguiram superá-las.

Não 11%

Sim 89%p-valor <0,001*

Igualdade de duas proporções

Superação Nº % p-valor Sim 9 89%Não 1 11% <0,001*

A maioria dos indivíduos superou as dificuldades, sendo este achado

estatisticamente significante. Vale salientar, que apesar de nove sujeitos terem

respondido que tiveram dificuldades, houve um que não mencionou dificuldade

na pergunta anterior, mas respondeu a esta e a próxima questão, totalizando,

então, 10 sujeitos para estas.

27

No gráfico 3 ilustramos as formas de superação referidas pelos

indivíduos com deficiência auditiva.

Gráfico 3: Distribuição Percentual das respostas para a questão “Como fez

para superar essas dificuldades?”.

22%

67%*

11%

11%

0 10 20 30 40 50 60 70 80

Superação Pessoal

Provar Capacidade

Conscientizar sobreD.A.

Lei de Cotas

Igualdade de duas proporções

Forma de Superação

Superação pessoal

Provar capacidade

Conscientizar sobre D.A.

Provar capacidade 0,058*

Conscientizar sobre D.A. 0,527 0,016*

Lei de Cotas 0,527 0,016* 1,000

A maioria referiu ter superado as dificuldades provando capacidade

(67%), sendo este achado estatisticamente significante em relação às demais

respostas.

28

No gráfico 4 apresentamos os achados referentes à questão “Consegue

se comunicar com colegas de trabalho?”.

Gráfico 4: Distribuição Percentual das respostas para a questão “Consegue se

comunicar com os colegas de trabalho?”.

Não 5%

Sim 95%p-valor <0,001*

Igualdade de duas proporções

Comunicação Nº % p-valor Sim 19 95%Não 1 5% <0,001*

A maioria estatística dos sujeitos referiu conseguir comunicar-se com os

colegas de trabalho (95%).

No gráfico 5 demonstramos as formas de comunicação utilizadas pelos

indivíduos com deficiência auditiva para comunicar-se com os colegas no

ambiente de trabalho.

Gráfico 5: Distribuição percentual das formas de comunicação utilizadas no

ambiente de trabalho.

Libras45%

Escrita20%

Oral 60%p-valor <0,010*

0%10%20%30%40%50%60%70%

Oral Libras Escrita

Igualdade de duas proporções Formas de Comunicação Libras Escrita

Escrita 0,091# Oralmente 0,342 0,010*

A maioria dos sujeitos (60%) refere comunicar-se oralmente, sendo este

percentual estatisticamente significante em relação à comunicação escrita

(20%).

29

No gráfico 6 apresentamos a quantidade de formas de comunicação

utilizada pelos sujeitos com deficiência auditiva.

Gráfico 6: Distribuição Percentual de Quantidade de Formas de Comunicação

Utilizada.

5%

30%*

65%*

0

10

20

30

40

50

60

70

Nenhum Um Dois

Igualdade de duas proporções

Comunicação (Qtde) Nenhum Um

Um <0,001* Dois 0,037* 0,027*

A maioria dos sujeitos (65%) utiliza apenas dois tipos de comunicação,

sendo tal percentual estatisticamente significante em relação aos demais.

30

B. Empresas

No gráfico 7 é apresentada a distribuição percentual das empresas para

a questão “Tem ou já teve funcionários com deficiência auditiva?”

Gráfico 7: Distribuição percentual das empresas que têm, já tiveram e não têm

funcionários com deficiência auditiva.

10%

40%50%

05

101520253035404550

Já teve Não tem Tem atualmente

Igualdade de duas proporções

Já Teve D.A. Tem atualmente Não tem Não 0,121

Tem atualmente 0,051# 0,653

A maioria das empresas participantes (50%) possui pessoas com

deficiência auditiva em seu quadro de funcionários, mas este achado não foi

estatisticamente significante.

31

Na figura 8 demonstramos que tipo de deficiências é priorizado pelas

empresas no momento de contratação.

Figura 8: Distribuição percentual das empresas segundo o tipo de deficiência

priorizada no momento da contratação.

10%

70%*

40%

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

Visual Fisica Auditiva

Igualdade de duas proporções

Qual Prioriza D.F. D.V. D.V. 0,006* D.A. 0,178 0,121

A maioria das empresas prioriza a contratação de pessoas com

deficiência física (70%), sendo este um percentual estatisticamente significante

em relação aos funcionários com deficiência visual.

32

Na figura 9 demonstramos o percentual dos motivos pelos quais as

empresas priorizam outras deficiências, que não a auditiva, no momento de

contratação de seus funcionários.

Figura 9: Distribuição percentual das respostas para a questão “Por que

prioriza a contratação de funcionários com outras deficiências?”

20%

10%

10%

30%

0% 5% 10% 15% 20% 25% 30% 35%

Facilidade decomunicação e

treinamento

Suporte de empresasde colocação

profissional para D.F.

Área de alto risco

Trabalho via telefonia

Igualdade e duas proporções

Porque outros deficientes e não D.A.

Facilidade de comunicação e

treinamento

Suporte de empresas de colocação profissional

para D.F.

Área de alto risco

Suporte de empresas de colocação

profissional para D.F. 0,606

Área de alto risco 0,264 0,531 Trabalho via telefonia 0,264 0,531 1,000

A maioria das empresas prioriza outras deficiências devido à facilidade

de comunicação e treinamento (30%), porém este dado não foi

estatisticamente significante.

Também foi possível observar que a somatória das respostas é inferior a

100%, pois algumas empresas não responderam a esta questão.

33

Na figura 10 ilustramos os achados sobre o conhecimento das empresas

no que se refere ao trabalho fonoaudiológico.

Figura 10: Distribuição percentual das respostas para a questão “Conhece o

trabalho fonoaudiológico em empresas?”.

Sim 20%Não80%

p-valor 0,007*

Igualdade de duas proporções

Conhece trabalho Fonoaudiológico Nº % p-valor

Sim 2 20%Não 8 80% 0,007*

A maioria das empresas participantes não conhece o trabalho de assessoria

e consultoria fonoaudiológica, sendo este achado estatisticamente significante.

34

C. Comparações

Na figura 11 comparamos as dificuldades encontradas pelos sujeitos

com deficiência auditiva para ingressar no mercado de trabalho, e as

dificuldades referidas pelas empresas para contratação destes indivíduos.

Figura 11: Distribuição percentual das dificuldades encontradas pelas

empresas e pelos indivíduos com deficiência auditiva.

35

Igualdade de duas proporções

Empresas Deficientes Auditivos

30%

20%

20%

30%

67%*

33%

11%

0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80%

Preconceito

Comunicação

Estabelecer metas

Adaptação

Falta de assessoria

Outros

Pessoas com D.A. Empresas

Dificuldade p-valor N° % N° %

Preconceito ,7% 0,002* 0 0,0% 6 66Comunicação 3 30,0% 0,876 3 33,3%

Estabelecer metas 0 0,0% 1 11,1% 0,279 Adaptação 2 20,0% 0 0,0% 0,156

Falta de assessoria 20,0%2 0 0,0% 0,156 Outros 3 30,0% 0 0,0% 0,073#

A maior dificuldade encontrada pelos indi uos ef auditiva

é o prec a tisticamen ni Porém,

mpresas e pessoas defic ionaram a dificuldade de

omun

víd com d iciência

onceito, sendo este ach do esta te sig ficante.

e com iência auditiva menc

c icação.

36

auditiva sobre a importância da atuação fonoaudiológica para a

inclusão de pessoas com deficiência auditiva no mercado de trabalho.

Figura

Na figura 12 estabelecemos a comparação de empresas e de pessoas

com deficiência

12: Distribuição percentual das opiniões de empresas e pessoas com

deficiência auditiva sobre a importância do trabalho fonoaudiológico na

empresa.

Sim 70% Sim 85%

60%70%80%90%

Não 15%

Não 30%

0%10%20%30%40%50%

Empresas Pessoas com D.A.

Igualdade de duas proporções: Comparação entre empresas

e pessoas com D.A.

Empresas Surdos Trabalho p-valor Fonoaudiológico N° % N° % Sim 7 70% 17 85%Não 15% 0,333 3 30% 3

pr rçõ Em sas

º alor

Igualdade de duas opo es: pre

Trabalho Fonoaudiológico N % p-v

Sim 7 70%Não 3 30% 0,074#

Igualdade de duas proporções: Pessoas c a

Trabalho Fonoaudiológico N° % -valor

om Deficiência Auditiv

p

Sim 17 85%Não 3 15% <0,001*

A maioria dos encionou que o trabalho do fonoaudiólogo

é importante. Não houve diferença entre as respostas dos dois grupos.

ambém não houve diferença estatística entre “sim” e “não” para as empresas,

entrevistados m

T

mas houve para as pessoas com deficiência auditiva.

37

ssessoria e consultoria

oaudiológica.

Na figura 13 comparamos as opiniões de pessoas com deficiência

auditiva e de empresas sobre os benefícios da a

fonoaudiológica.

Figura 13: Distribuição percentual das opiniões sobre assessoria e

consultoria fon

15%

5%

15%

15%

15%

35%*

65%*

60%*

30%

30%*

20%

0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70%

Libras para os ouvintes

Aperfeiçoar fala

Intérprete em reuniões

Conscientização sobre D.A.

Ingresso

Sem Necessidades

Contratar/Treinar

Facilitar comunicação

Facilitador entre empresa eD.A.

Pessoas com deficência auditiva Empresas

Igualdade de duas proporções

Empresas Surdos p-valor Atuação Fonoaudiológica N° % N° %

Facilitador entre empresa e 0 0,0% <0,001*D.A. 6 60% Facilitar Comunicação 3 30% 1 % 3 65,0 0,069*

Contratar / Treinar 3 30% 0,0% 0,010* 0 Não encontra necessidades 2 20% 3 15,0% 0,729 In a gressar D.A. na empres 0 0% 3 15,0% 0,197 Co A. nscientizar sobre D. 0 0% 3 15,0% 0,197 Intérprete em reuniões 0 0% 1 5,0% 0,472

Aperfeiçoar fala 0 0% 7 35,0% 0,033* Libras para os ouvintes 0 0% 3 15,0% 0,197

tica entre s grup ara a seg es :

acilitador entre empresa e D.A.”, “Facilitar comunicação”, ”Contratação e

treinamento” e “Aperfeiçoar fala”.

Existe diferença estatís o os p s uintes r postas

“F

38

ência auditiva relataram que o fonoaudiólogo

deve c

As empresas salientaram que o fonoaudiólogo deve colaborar para

facilitar a relação entre a empresa e os funcionários com deficiência auditiva,

enquanto os indivíduos com defici

olaborar no aperfeiçoamento da fala e na facilitação da comunicação

com colegas.

39

DISCUSSÃO

40

este capítulo discutiremos os achados do presente estudo à luz da literatura

ompulsada.

rande porte), a fim de identificar as principais dificuldades que

om Deficiência Auditiva ados no referente às dificuldades para ingressar no

mercado de trabalho, foi observado que não existe diferença estatística entre

os per ditiva que referiram ter, ou não,

ais funcionários devem reservar de 2% a 5% de suas vagas para

e seja aberto,

lusi

camente significante.

Segundo Gil (2002) a deficiência auditiva gera limitações no indivíduo

devido às falhas na aquisição da linguagem oral, interferindo assim no

N

c

Vale salientar que os resultados do presente estudo foram obtidos a

partir de entrevistas com 20 pessoas com deficiência auditiva e 10 empresas

(pequeno a g

empresas e funcionários com deficiência auditiva encontram no momento de

contratação e inclusão efetiva das pessoas com deficiência auditiva no

mercado de trabalho, na expectativa de facilitar este processo com a

divulgação do trabalho fonoaudiológico em assessoria às empresas.

Para fins didáticos optamos por dividir este capítulo obedecendo aos

mesmos itens do capítulo anterior, quais sejam:

A. Pessoas com Deficiência Auditiva

B. Empresas

C. Comparação

A. Pessoas cQuando question

centuais de pessoas com deficiência au

encontrado dificuldades, embora a maioria refira que não as tenha encontrado.

(Gráfico 1).

Esses resultados se justificam pelo artigo 93 da Lei de Cotas (lei

n°8213/91) descrito por Skaf et al. (2007), que determina que as empresas que

tem 100 ou m

beneficiários reabilitados ou pessoas portadoras de deficiência.

Resende; Vital (2008) também ressaltam que as pessoas com

deficiência têm direito ao trabalho com igualdade aos demais e oportunidade

de livre escolha ou aceitação, em ambiente de trabalho qu

inc vo e acessível às pessoas com deficiência.

No que se refere à superação das dificuldades mencionadas, a maioria

dos indivíduos referiu ter superado estas dificuldades (Gráfico 2) provando

capacidade (Gráfico 3), sendo este achado estatisti

41

relacio

de atividade

profiss

ação para se fazer entender (Gráfico 6).

no país, e possui

üe defende a idéia de que ambas as

língua

namento com os demais. Desta maneira, são criadas lacunas nos

processos psicológicos de integração de experiências. Daí a necessidade de

superar-se, mostrar capacidade para tentar fazer parte do grupo.

Além disso, Goldfeld (2002) argumenta que a linguagem é essencial

para o desenvolvimento cognitivo do sujeito, mas que este desenvolvimento é

direcionado pela cultura e relações às quais ele está exposto.

Caribé (2006) complementa mencionando que apesar das pessoas com

diferentes tipos de deficiência poderem exercer qualquer tipo

ional, é difícil encontrar mão-de-obra qualificada no mercado de trabalho,

devido à exclusão que estes indivíduos sofrem, na família, na educação e no

convívio social.

No quesito comunicação, a maioria estatística dos sujeitos referiu

conseguir se comunicar com os colegas de trabalho (Gráfico 4), destes, um

percentual estatisticamente significante refere utilizar a comunicação oral

(Gráfico 5), mas vale salientar que a maioria dos sujeitos relatou utilizar duas

formas de comunic

Sabe-se que a Língua Brasileira de Sinais é a principal forma de

comunicação dos indivíduos com deficiência auditiva. Goldfeld (2002) explica

que Libras é uma língua natural criada pelas comunidades surdas através de

gerações que utiliza o canal visuomanual. Esta língua tem estruturas

gramaticais próprias, independentes da língua oral utilizada

todas as características das línguas orais.

Por ser uma língua diferente da oral, cria-se uma tendência a

segregação dos surdos em relação aos ouvintes que desconhecem as Libras.

No processo de habilitação e reabilitação, esta segregação poderia ser

superada. Porém, nem sempre isto acontece, pois há uma diversidade de

abordagens que podem ser empregadas.

Segundo Gil (2002), há diversos métodos de educação para crianças

com deficiência auditiva, segundo a forma de comunicação priorizada. Na

abordagem oralista, a comunicação se baseia na fala e na leitura de

expressões faciais, não sendo aceita a utilização de nenhum gesto ou sinal

para expressar-se. Já a abordagem biling

s (Libras e português oral) sejam ensinadas e usadas de forma que uma

não interfira na outra, em contextos lingüísticos diferentes.

42

ação total, a fim de

“aprox

sujeitos informar que se comunica

oralme

es possui funcionários com esta deficiência, ainda que

este dado não tenha sido estatisticamente significante (Gráfico 7).

pode ser fundamentado por Borges et al. (2002) que

quanti

ata; ou a fim

de rea

ficiência, pois foi por meio destas que as

empre

Ciccone (1996), porém, explica que há também a comunicação total,

definindo-a como um programa que proporciona maior liberdade na prática de

qualquer estratégia que permita ao individuo uma comunicação mais efetiva,

seja pela linguagem oral, linguagem gestual, por Libras, ou pela combinação

destes e outros métodos que possam permitir uma comunic

imar” pessoas e permitir contatos.

Ainda que a maioria dos sujeitos entrevistados tenha afirmado conseguir

se comunicar com seus colegas de trabalho, devemos considerar que grande

parte da amostra trabalha como instrutor de Libras e se comunica

predominantemente por meio da língua de sinais. Também é importante

ressaltar que apesar de a maioria dos

nte, 65% dos indivíduos informam utilizar duas formas de comunicação

para se fazer entender. Isto nos leva a questionar qual é a real efetividade

desta comunicação.

B. Empresas Quando se questionou às empresas no que se refere à contratação de

funcionários com deficiência auditiva, foi identificado que a maioria das

empresas participant

Este achado

ficou os motivos para as contratações de pessoas com deficiência

auditiva. Os gerentes das empresas afirmaram que realizaram as contratações

de pessoas com deficiências devido à obrigação imposta pela Lei de Cotas

(n°8123, artigo 93); por representarem uma mão-de-obra mais bar

lizar novas experiências.

Segundo Carreira (1997) mesmo com a existência das leis de inclusão

do deficiente no mercado de trabalho, muitos empresários não têm

conhecimento sobre a capacidade de trabalho do individuo com deficiência

auditiva, e que estas acabam sendo somente um meio de divulgação do

trabalho das pessoas com de

sas perceberam que poderiam se beneficiar com estas contratações,

considerando que os funcionários com deficiência auditiva representam uma

mão-de-obra de maior qualidade.

43

facilidade de comunicação e treinamento,

ainda

es

funcio

02) menciona que há dificuldades de comunicação com os

indivíd

meio do questionário, foi observado que um percentual

estatis

e uma equipe de pedagogos, psicólogos e assistentes sociais

realiza

elatos de

empre

funcionários com esta deficiência.

Apesar de o maior número de empresas participantes ter indivíduos com

deficiência auditiva em seu quadro de funcionários, verificou-se também que a

maioria prioriza a contratação de pessoas com deficiência física, sendo este

dado estatisticamente significante (Gráfico 8). Este achado foi justificado pelas

próprias empresas devido à maior

que este dado não tenha sido estatisticamente significante (Gráfico 9).

Durante o presente estudo, também foi identificado que a contratação de

pessoas com deficiência física é priorizada pela maior facilidade de contratação

devido o auxílio de empresas de colocação profissional. Segundo relato de um

participante da pesquisa, tais empresas identificam condições de espaço e de

trabalho para cadeirantes e possíveis adaptações para contratação dest

nários.

Além destas informações, podemos verificar também pelo Censo

Demográfico de 2000, realizado pelo IBGE, que existem 9.355.844 pessoas

com deficiência física e motora, em comparação a 5.735.099 com deficiência

auditiva.

Gil (20

uos com deficiência auditiva, tal aspecto justifica a preferência de

contratação de indivíduos com outras deficiências devido a maior facilidade de

comunicação.

Por

ticamente significante das empresas participantes não conhece o

trabalho de consultoria e assessoria em fonoaudiologia (Gráfico 10).

Esta informação é fundamentada por Borges et al (2002) ao referirem

que usualment

treinamentos de pessoas com deficiência auditiva desde condutas

sociais até o ofício que irão desempenhar.

Também foi observado no presente estudo, por meio de r

sas de diversas áreas de atuação, que os profissionais que costumam

acompanhar os candidatos com deficiência auditiva à contratação, são

intérpretes de Libras e psicólogos, em momento algum, foi citado o trabalho ou

acompanhamento do fonoaudiólogo com os

Carrasco (2001) ilustra que é função do fonoaudiólogo abrir espaço

nestas empresas nas quais sua atuação é de fundamental importância, mas

44

ditiva no mercado de trabalho, foi

observado que ambas mencionaram dificuldade de comunicação, ainda assim,

a maio uos com deficiência auditiva é o preconceito (Gráfico

11).

presentação. Isto significa que o indivíduo com deficiência auditiva

aprese

colegas de trabalho não têm acesso às informações sobre a

deficiê

da Computação, que participou de um processo

seletiv

que este acesso é dificultado devido à falta de conhecimento e à dominação

destes espaços por outros profissionais.

C. Comparações Foram realizadas, então, comparações entre as respostas de sujeitos

com deficiência auditiva e empresas sobre as dificuldades encontradas para

inserir o indivíduo com deficiência au

r queixa dos indivíd

Esta dificuldade de comunicação mencionada pode ser fundamentada

por Gil (2002) quando explica que a falta de audição cria situações de

comunicação específicas para os sujeitos com esta deficiência, porém não

impede que ele adquira uma linguagem nem que desenvolva sua capacidade

de re

nta um processo de construção dos pensamentos diferente dos

ouvintes.

Sassaki (s.d.) ressalta o aspecto do preconceito frente ao indivíduo com

deficiência auditiva, ao relatar que estes indivíduos, ao se integrarem à

empresa, têm contato somente com os profissionais do setor de recursos

humanos, ou, em muitas vezes, somente com o dono da empresa. Sendo

assim, os

ncia auditiva, e por muitas vezes, já mal intencionados, realizam

brincadeiras de mau gosto e inventam apelidos humilhantes para este

funcionário com deficiência.

Em relatos das pessoas com deficiência auditiva entrevistadas, foram

encontradas citações que remetem a problemas interpessoais devido à falta de

paciência e compreensão das pessoas ouvintes no ambiente de trabalho.

Outro relato que deve ser salientado foi de um indivíduo com deficiência

auditiva graduado em Ciência

o de uma empresa de informática e o responsável pela seleção, quando

tomou ciência de sua deficiência, rebaixou-o para seleção de um cargo de

faxineiro da empresa.

45

iferença nas respostas dos indivíduos com deficiência

auditiv

omo profissional de consultoria e assessoria a fim de

realiza

as que possuem funcionários com deficiência

auditiv

lizar um treinamento em

comun

nos.

negativo.

Comparando as respostas de pessoas com deficiência auditiva e

empresas sobre a importância da assessoria fonoaudiológica na empresa, a

maioria dos entrevistados referiu ter ciência sobre sua importância, mesmo não

havendo diferença estatisticamente significante entre as respostas dos dois

grupos, houve esta d

a (Gráfico 12).

É importante ressaltar que a maioria das empresas participantes da

pesquisa informou não ter conhecimento sobre o trabalho de assessoria e

consultoria fonoaudiológica.

Carrasco (2001) defende que o fonoaudiólogo deve ser inserido na

gestão empresarial c

r tarefas de implantação de serviços, recrutamento, seleção, e

treinamento na área de comunicação oral e gráfica.

No caso de empres

a, o profissional em fonoaudiologia irá atuar em recrutamento e seleção,

identificando as funções para as quais o candidato está apto, e em treinamento

da comunicação, além dos aspectos orais e gráficos que já são trabalhados

usualmente, este profissional também deverá rea

icação visuomanual (gestual e Libras).

Carrasco (2001) enfatiza que a fonoaudiologia como ciência da

comunicação global e relacionamento comunicativo em relações sociais e

profissionais, tem como objetivo investigar e implementar essa área da

fonoaudiologia empresarial, tendo como referência aspectos teóricos e práticos

de áreas como administração e recursos huma

Em relatos das pessoas com deficiência auditiva, foi possível observar

que eles não têm conhecimento sobre o trabalho de assessoria e consultoria

fonoaudiológica, uma vez que mencionaram que o papel do fonoaudiólogo na

empresa, será o de oralizar os surdos, fazendo-os negar sua origem e cultura,

mascarando sua deficiência, como se fosse um fardo

Frente a este relato, podemos identificar que não há consciência de que

o fonoaudiólogo na empresa visa facilitar a comunicação do indivíduo com

deficiência auditiva e dos colegas ouvintes, utilizando de todas as formas

possíveis de comunicação (oral , escrita e gestual).

46

oaudiólogo deve colaborar

para f

com deficiência auditiva e a empresa.

Porém

s para os momentos de reuniões e treinamentos.

Justamente

neste

Por fim, comparando as opiniões de pessoas com deficiência auditiva e

de empresas sobre os benefícios da assessoria e consultoria fonoaudiológica,

observou-se que em todas as respostas foi abordado o aspecto da

comunicação. As empresas salientaram que o fon

acilitar a relação entre a empresa e os funcionários com deficiência

auditiva, enquanto os indivíduos com deficiência auditiva relataram que o

fonoaudiólogo deve colaborar no aperfeiçoamento da fala e na facilitação da

comunicação com colegas (Gráfico 13).

Borges et al (2002) demonstram que há hoje outros profissionais que

acompanham o funcionário com deficiência auditiva por um período trimestral

na empresa, auxiliados por um intérprete de LIBRAS, portanto acabam sendo o

intermédio da relação entre funcionário

, o aspecto central da inserção do funcionário com deficiência auditiva é

a comunicação e linguagem, justificando, assim, a necessidade do trabalho

fonoaudiológico.

Houve também relatos de pessoas com deficiência auditiva, que

participaram do presente estudo e defenderam que o fonoaudiólogo não é

necessário dentro de uma empresa, havendo necessidade apenas do

intérprete de Libra

Estas afirmações nos levam a questionar sobre a dependência de

terceiros para a comunicação entre o funcionário com deficiência auditiva e

seus colegas e/ou a empresa propriamente dita. Fato que nos remete ao

questionamento da comunicação usada e sua real efetividade.

delicado aspecto encontramos a necessidade da assessoria e consultoria

em fonoaudiologia nas empresas que possuem funcionários com deficiência

auditiva, para que este funcionário possa ter independência e liberdade nos

momentos em que a comunicação e expressão de suas opiniões se fazem

necessárias, e também para assegurar a efetividade da comunicação entre

pessoas com e sem deficiência auditiva.

Estas transformações não devem ser vistas pelas empresas como um

empecilho, mas consideradas como investimentos para efetivação de um

funcionário que atende aos requisitos técnicos necessários (informação

verbal)1.

47

de níveis hierárquicos; aumento da responsabilidade dos

funcio

es apresentadas, mas prioritariamente,

. Entrevista fornecida pelo gerente de mercado de trabalho do Instituto Brasileiro dos Direitos

da Pessoa com Deficiência – IBDD, Sérgio Henrique Teixeira em Março de 2008.

Além disso, Medeiros (2008) expõe que uma empresa que investe em

uma comunicação efetiva, obtém resultados como: fidelização de clientes;

conquistas de espaços e oportunidades de trabalho; motivação de funcionários;

diminuição

nários; função de liderança e aumento da produtividade (transparência,

credibilidade, naturalidade e empatia).

Todos os aspectos supracitados nos levam a pensar sobre a atuação

fonoaudiológica em empresas no que se refere à assessoria e à propor que as

ações em empresas sejam organizadas segundo as demandas que são

impostas pela diversidade das situaçõ

mediante as respostas obtidas, propomos que ela inclua: identificação de

cargos existentes na empresa, aos quais o funcionário com deficiência auditiva

está apto; recrutamento e seleção destes funcionários; treinamento envolvendo

três etapas – 1) conscientização dos profissionais ouvintes sobre a deficiência

e orientação quanto à comunicação gestual; 2) treinamento dos indivíduos com

deficiência auditiva para exercer ofício e orientações quanto à oralização; 3)

comunicação integrada (funcionários com e sem deficiência auditiva) - além de

horários disponíveis para suporte fonoaudiológico individual.

1

48

CONCLUSÃO

49

A partir dos resultados do presente estudo conclui-se que:

A maioria das pessoas com deficiência auditiva referiu não ter

Dos indivíduos que mencionaram ter encontrado dificuldades para

perado

dificuld

ção, devido à facilidade de comunicação e treinamento.

abalho de

assess

sessoria fonoaudiológica na empresa é

la e na facilitação da comunicação

com c

encontrado dificuldades para ingressar no mercado de trabalho.

ingressar no mercado de trabalho, a maioria informa ter su estas

ades, principalmente provando que é capaz de realizar as atividades

propostas.

Foi identificado também que a maior parte das pessoas com deficiência

auditiva referiu conseguir se comunicar oralmente com os colegas de trabalho,

e em sua maioria, utilizam duas formas de comunicação para tentar se fazer

entender.

A maioria das empresas participantes possui, atualmente, funcionários

com deficiência auditiva. Ainda assim, foi verificado que as pessoas com

deficiência física são priorizadas pela maior parte das empresas no momento

de contrata

Segundo as empresas a dificuldade do ingresso se deve a: problemas

na comunicação, enquanto os sujeitos com esta deficiência afirmam que a

maior dificuldade é o preconceito.

A maioria das empresas participantes desconhece o tr

oria e consultoria fonoaudiológica.

Para ambos os grupos entrevistados (indivíduos com deficiência auditiva

e empresas) o trabalho de as

importante, porém observou-se que o grupo de sujeitos com deficiência

auditiva reconhece mais sua importância.

As empresas salientaram que o fonoaudiólogo deve colaborar para

facilitar a relação entre a empresa e os funcionários com deficiência auditiva,

enquanto os indivíduos com deficiência auditiva relataram que o fonoaudiólogo

deve colaborar no aperfeiçoamento da fa

olegas.

50

REFERÊNCIAS

51

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16/jul/2008

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<http://www.tvebrasil.com.br/SALTO/boletins2002/ede/edetxt5.htm> Acesso

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GOLDFELD, M. A criança surda: linguagem e cognição numa perspectiva

sociointeracionista. 2. ed. São Paulo: Plexus, 2002.

M

fonoaudiológico. Minicurso proferido em Fonoaudiálogo, São Paulo, 14 abr.

2008

52

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ASSAKI, R.K. Mesa redonda: Inclusão do trabalho, s.d. Disponível em:

L. A..

RESENDE, A. P. C.; VITAL, F. A. de P. A convenção sobre os Direitos Pessoas com Deficiência Comentada. Brasília: CORDE, 2008.163p.

S

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23/set/2008.

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Guia dos direitos das pessoas com deficiência. 2 ed. São Paulo: OABSP,

2007.83p.

TEIXEIRA, S. H. Adaptando sua empresa. Revista SAMU, São Paulo, Ano I,

n. 1, mar./jun. 2008 p. 16. Entrevista.

53

ANEXOS

54

ANEXO I

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

Título: Inserção das pessoas com deficiência auditiva no mercado de trabalho: Visão das empresas e dos funcionários com deficiência auditiva.

Você está sendo convidado a par icipar de um estudo sobre a inserção

nenhum custo e seu consentimento de qualquer momento. Para participar deste projeto você

e. a,

arecer quaisquer dúvidas.

_______ tudo poderei retirar meu

onsentimento a qualquer momento.

________________________________ data: ___/___/___

estudo.

________________________________ data: ___/___/___

Sayuri Tajima Nakaguma

t

do deficiente auditivo no mercado de trabalho. Sua participação neste estudo é de livre e espontânea vontade, sem

participação poderá ser retirado a

terá que responder a um questionário. As informações nele obtidas serão analisadas em conjunto, não sendo divulgada a identificação de nenhum participant Nós, Claudia Schmidt Aidar, Larissa Franco e Sayuri Tajima Nakagumalunas do 4o ano de Fonoaudiologia da UniFMU, colocamo-nos a sua disposição para escl Eu, ________________________________________________concordo voluntariamente em participar deste esc _ Assinatura do responsável

Declaramos que obtivemos de forma voluntária o consentimento deste indivíduo para a participação neste _

Claudia Schmidt Aidar Larissa Franco

55

ANEXO II

Questionário aos Indivíduos com Deficiência Auditiva

Idade: ____ Sexo: M ( ) F ( ) Oralizado: S ( ) N ( )

Escolaridade _______

1) Está empregado?

Nã )

3) Como conseguiu seu emprego?

cação profissional

igos

__________________________

______________________________________

5)

6)

______________________

7)

o deficiente

____________

: ___________________ Profissão: _________

Sim ( ) o (

2) Onde?____________________________________________________

( ) Empresa de colo

( ) Indicação de am

( ) Outros _________________________________________________

4) Qual foi sua maior dificuldade para ingressar no mercado de trabalho?

________________________________

____________________

Como fez para superar essas dificuldades?

__________________________________________________________

__________________________________________________________

Consegue se comunicar com seus colegas de trabalho?

Sim ( ) Não ( ) Por que?____________

Quem fez seu treinamento para o trabalho na empresa?

__________________________________________________________

8) Acredita que um fonoaudiólogo pode ajudar na inserção d

auditivo no trabalho?

Sim ( ) Não ( ) Como?_______________________

__________________________________________________________

56

ANEXO III

Questionário às Empresas sem Deficientes Auditivos

rea de atuação da Empresa: _______________________________________ Número de funcionários: ___________________________________________ Quantos funcionários deficientes: ____________________________________ Número de D _________

) Dentre todas as deficiências qual você prioriza no momento da contratação

) Deficientes Visuais

tem pessoas com Deficiência Auditiva no quadro de

_______________________________________________________________

) Por que priorizam outras deficiências, e não deficientes auditivos?

___________________________________________________

noaudiologia desenvolve nas empresas?

_______________________________________________________________________

uxiliar no processo de inclusão do urdo na sua empresa?

( ) Não

Á

eficientes Auditivos: ___________________________ 1do profissional: ( ) Deficientes físicos ( ) Deficientes Auditivos ( ) Deficientes Mentais ( ( ) D.G.D ( Deficiencia Global do Desenvolvimento) ( ) Outros 2) Por que a empresa não funcionários ? _______________________________________________________________ 3___________________________________________________________________________ 4) A empresa tem conhecimento, da existência do trabalho que a fo ( ) Sim ( ) Não 5) Como é esse trabalho? _______________________________________________________ 6) Você contrataria um fooaudiólogo para as( ) Sim Por que?_______________________________________________________________________________________________________________________

57

ANEXO IV

Questionário às Empresas com Deficientes Auditivos

rea de atuação da Empresa: _______________________________________ úmero de funcionários: ___________________________________________

Quantos funcionários deficientes: ____________________________________ Número de Deficientes Auditivos: ____________________________________

) Deficientes Mentais ) Deficientes Visuais

contrada para se contratar um profissional com

_______________________________________________________________

) Como você encontrou o funcionário com deficiência auditiva para

s

rio com itiva no ambiente de trabalho?

_________________________________________________________________________

) Houve ajuda de um profissional especializado para treinamento do

__________________________

) A empresa tem conhecimento, da existência do trabalho que a

_______________________________________________________________________

nt taria m foo udiólo uxiliar no processo de inclusão do urdo na sua empresa?

) Não Por que?__________________________

ÁN

1) Dentre todas as deficiências qual você prioriza no momento da contratação do profissional: ( ) Deficientes físicos ( ) Deficientes Auditivos ( ( ( ) D.G.D ( Deficiencia Global do Desenvolvimento) ( ) Outros 2) Qual foi a dificuldade endeficiência auditiva? _______________________________________________________________ 3contratação? ( ) Escolas especiai( ) Empresas de colocação Profissional ( ) Outros 4) Quais foram as dificuldades encontradas para inserção do funcionádeficiência aud_____________________________________________________ 5funcionário com deficiência auditiva na empresa? Qual? Como? ____________________________________________________________________________________________________ 6fonoaudiologia desenvolve nas empresas? ( ) Sim ( ) Não 7) Como é esse trabalho? _______________________________________________________ 8) Você co ra u a go para as( ) Sim (