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1 FACULDADE REDENTOR ESPECIALIZAÇÃO EM ACUPUNTURA DANIELA PEREIRA LIMA GOMES O USO DE MAGNETOS EM PONTOS DE ACUPUNTURA PARA MELHORA DO SISTEMA COGNITIVO HUMANO São Paulo 2011

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1

FACULDADE REDENTOR

ESPECIALIZAÇÃO EM ACUPUNTURA

DANIELA PEREIRA LIMA GOMES

O USO DE MAGNETOS EM PONTOS DE ACUPUNTURA PARA MELHORA DO SISTEMA COGNITIVO HUMANO

São Paulo

2011

2

DANIELA PEREIRA LIMA GOMES

“O USO DE MAGNETOS EM PONTOS DE ACUPUNTURA PARA MELHORA DO SISTEMA COGNITIVO HUMANO”

São Paulo

2011

Monografia apresentada para obtenção do título de Especialização em Acupuntura, ao CIAA (Centro Integrado de Atualização em Acupuntura) e Faculdade Redentor.

Orientadora: Professora Eneida Mara Gonçalves

3

Autorizo a impressão parcial ou total do meu trabalho para fins de divulgação científica.

São Paulo, 12 de dezembro de 2011.

Daniela Pereira Lima Gomes

Gomes, Daniela Pereira Lima

O uso de magnetos em pontos de acupuntura para melhora do sistema cognitivo humano / Daniela Pereira Lima Gomes; orientadora: Professora Eneida Mara Gonçalves – São Paulo, 2011.

43p.

Projeto de Monografia apresentada para obtenção do título de Especialização em Acupuntura, ao CIAA (Centro Integrado de Atualização em Acupuntura) e Faculdade Redentor.

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DANIELA PEREIRA LIMA GOMES

“O USO DE MAGNETOS EM PONTOS DE ACUPUNTURA PARA MELHORA DO

SISTEMA COGNITIVO HUMANO”

Projeto de Monografia apresentada para obtenção do título de Especialização em Acupuntura,

ao CIAA (Centro Integrado de Atualização em Acupuntura) e Faculdade Redentor.

Data da aprovação: 18/12/2011

BANCA EXAMINADORA

Eneida Mara Gonçalves

Professora - CIAA

Dra. Arlete Silva

Dra. Lucienne Colombo Martini

CONCEITO FINAL: _______________

5

“O amor é fruto de todas as estações e está

ao alcance de qualquer mão.”

Dedico este trabalho aos meus pais, ao meu

marido e aos meus irmãos que sonharam

antes de mim com esse dia. Jamais poderei

ser suficientemente grata. Pela realização

desse ideal, minha homenagem, admiração

e gratidão.

6

Agradecimentos

"O mestre na arte da vida faz pouca distinção entre o seu trabalho e o seu lazer, entre a

sua mente e o seu corpo, entre a sua educação e a sua recreação, entre o seu amor e a sua

religião. Ele dificilmente sabe distinguir um corpo do outro. Ele simplesmente persegue sua

visão de excelência em tudo que faz, deixando para os outros a decisão de saber se está

trabalhando ou se divertindo. Ele acha que está sempre fazendo as duas coisas

simultaneamente."

Para mim, ser biomédica acupunturista é desfrutar de uma obrigação, é fazer do

trabalho uma obra que, com prazer, todos os dias vou aperfeiçoar. Agradeço a todos aqueles

que com muito carinho, disposição e mesmo dificuldades me auxiliaram nessa conquista, que

marca mais uma nova fase de minha vida.

“O catalisador humano para os sonhadores são os mestres e incentivadores que eles

encontram ao longo de suas vidas.” Então, gostaria de fazer um agradecimento aos

professores que tivemos no decorrer do curso, os quais contribuíram decisivamente para a

nossa formação. Em especial, à professora Eneida Mara que, através de seus ensinamentos,

fruto de muito estudo e dedicação, nos fez aprender.

Agradeço também à Psicóloga Fabiana Vidal, que me possibilitou realizar a pesquisa,

fornecendo e corrigindo os testes, à Angela Munaretto, que revisou o trabalho e

principalmente aos meus irmãos que colaboraram, participando e opinando, com seus

conhecimentos, na estruturação do trabalho.

Um “dengo” às meninas que fizeram dessa turma, uma turma ímpar: pelas

gargalhadas, pelos choros, pelo sufoco e pelas histórias que jamais serão esquecidas.

Por fim agradeço àqueles que são especiais nos estudos, na carreira, na vida... meus

pais e meu marido, que lutaram e fizeram o que puderam para me proporcionar a felicidade

que estou desfrutando de poder concluir mais essa etapa e estar melhor preparada para as que

estão por vir. Agradeço por todas as vezes que, apesar de chegaram tarde em casa, exaustos

pelas dificuldades que enfrentaram, tiveram paciência e me compreenderam.

A todos, meu carinho e respeito!

7

A mente que se abre a uma nova idéia jamais voltará ao seu tamanho original.

Albert Einstein

8

RESUMO

As atividades cotidianas e o mercado de trabalho exigem do ser humano um

constante aprendizado. Mente e corpo saudáveis podem estimular e auxiliar neste processo. A

acupuntura é uma das técnicas da Medicina Tradicional Chinesa (MTC) usadas para

tratamento de desequilíbrios energéticos, funcionais e orgânicos. Baseia-se no equilíbrio entre

todos os sistemas internos físicos ou psíquicos. Para alcançar o equilíbrio na acupuntura

estimulam-se os acupontos, alguns deles pertinentes ao sistema cognitivo humano, que

envolve atenção, percepção, memória, raciocínio, juízo, imaginação, pensamento e

linguagem. Assim, o estudo se propôs a estimular os acupontos com magnetos para verificar a

ação conjunta destes na melhora do sistema cognitivo humano. Com um intervalo de tempo

de 48 horas entre as aplicações (dia sim, dia não), foram fixados nos pontos de acupuntura,

com auxilio de uma fita micropore, durante 30 minutos, pastilhas magnéticas com

aproximadamente 1cm de diâmetro e 500 Gauss. Para avaliação da melhora do sistema cognitivo,

foi aplicado antes da 1ª (primeira) e ao final da 6ª (sexta/última) sessão, por uma pessoa treinada, e

avaliado por uma psicóloga, o Teste D2 – Atenção Concentrada. Foi verificada a melhoria do

desempenho em relação à rapidez, agilidade e precisão e em relação à distribuição de erros,

foi observado um resultado não comum à prática clínica.

Palavras chave: Acupuntura, Magnetos, Terapia com Magnetos, Terapia Cognitiva,

Acupuntura e Psicologia.

9

SUMMARY

Routine activities and the labor market require constant human learning. Healthy mind

and body can stimulate and assist in this process. Acupuncture is one of the techniques of

Traditional Chinese Medicine (TCM) used for treatment of energy, functional and organic

imbalances. Based on the balance between all the internal system and mental. To achieve

balance in acupuncture stimulating acupoints, some of them relevant to the human cognitive

system, which involves attention, perception, memory, reasoning, judgment, imagination,

thought and language. Thus, the study aimed to stimulate acupoints with magnets to see these

joint action in improving the human cognitive system. With a time interval of 48 hours

between applications (every other day), are fixed at the acupuncture points with the aid of a

microporous tape over 30 minutes with magnetic inserts 1 cm in diameter and 500 Gauss. To

evaluate the improvement in the cognitive system was applied before the 1st (first) and at the

end of the 6th (sixth / last) session, a person trained and evaluated by a psychologist, Test D2

- Attention. Was found to improve performance in relation to speed, agility and precision in

relation to the distribution of errors, there was a result not common in clinical practice.

Keywords: acupuncture, magnets, magnets therapy, cognitive therapy, acupuncture and

psychology.

10

LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Resultados x Erros – Paciente 1 ................................................................................ 30

Figura 2: Resultados x Erros – Paciente 2 ................................................................................ 30

Figura 3: Resultados x Erros – Paciente 3 ................................................................................ 31

Figura 4: Evolução do cansaço ao longo do 1o Teste .............................................................. 31

Figura 5: Evolução do cansaço ao longo do 2o Teste .............................................................. 32

11

LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Resultados do Teste D2 para o paciente 1 ................................................................ 26

Tabela 2: Resultados do Teste D2 para o paciente 2 ................................................................ 27

Tabela 3: Resultados do Teste D2 para o paciente 3 ................................................................ 27

Tabela 4: Resumo dos resultados para o paciente 1 ................................................................. 34

Tabela 5: Resumo dos resultados para o paciente 2 ................................................................. 35

Tabela 6: Resumo dos resultados para o paciente 3 ................................................................. 35

12

LISTA DE QUADROS

Quadro 1: Principais correspondências dos cinco elementos ................................................... 18

Quadro 2: Alterações nos padrões de equilíbrio energético ..................................................... 20

Quadro 3: Pontos de acupuntura utilizados (YAMAMURA, 2001) ........................................ 24

Quadro 4: Características da população estudada. SJC, 2011. ................................................. 26

Quadro 5: Laudo final do Teste D2 para o paciente 1 .............................................................. 28

Quadro 6: Laudo final do Teste D2 para o paciente 2 .............................................................. 28

Quadro 7: Laudo final do Teste D2 para o paciente 3 .............................................................. 29

13

SUMÁRIO

1. Introdução.......................................................................................................................... 14

2. Justificativa........................................................................................................................ 21

3. Objetivo ............................................................................................................................. 22

4. Metodologia ...................................................................................................................... 23

4.1. Tipo de Pesquisa ........................................................................................................ 23

4.2. Local do Estudo ......................................................................................................... 23

4.3. População ................................................................................................................... 23

4.4. Coleta de Dados ......................................................................................................... 23

4.4.1. Procedimentos .................................................................................................... 23

4.4.2. Procedimentos Éticos ......................................................................................... 24

4.4.3. Instrumento de Avaliação ................................................................................... 25

5. Resultados Quantitativos ................................................................................................... 26

5.1. Resultado dos Testes D2 - Atenção Concentrada ...................................................... 26

5.2. Resultado do desempenho dos voluntários ................................................................ 27

6. Resultados Qualitativos ..................................................................................................... 33

7. Discussão ........................................................................................................................... 34

8. Conclusão .......................................................................................................................... 37

9. Referências ........................................................................................................................ 38

10. Anexos ........................................................................................................................... 41

A - Termo de Consentimento Livre e Esclarecido ............................................................... 41

B - Teste d2 – Atenção Concentrada (frente) ....................................................................... 42

C - Teste d2 – Atenção Concentrada (verso) ........................................................................ 43

14

1. Introdução

A origem do magnetismo remonta há mais de 3500 anos e acredita-se que diversas

culturas antigas faziam uso das propriedades curativas dos magnetos. Mas foi no século III

a.C que Aristóteles (cientista, filósofo e matemático), escreveu sobre as características

medicinais dos imãs pela primeira vez. Nos séculos seguintes historiadores e diferentes

geomânticos chineses passaram a documentar os efeitos sutis do magnetismo sobre a saúde e

a doença humanas (GERBER, 2000; GUILLOT, 2002).

A partir do século III d.C, grandes nomes da medicina da época passaram a recomendar os

imãs no tratamento de várias doenças de saúde como: constipação, dores de cabeça e nas

juntas e até em quadros depressivos (GERBER, 2000). No século XVI, o médico e alquimista

Paracelso, não apenas preconizava o uso de imãs para doenças específicas como também

detalhava os diferentes efeitos curativos das polaridades magnéticas norte e sul sobre os

sistemas vivos (GERBER, 2000; GUILLOT, 2002).

Na Inglaterra, no século XVIII, com o desenvolvimento do aço-carbono, ímãs

permanentes e mais poderosos que os que haviam no mercado até então, renovou o interesse

pelos possíveis poderes de cura através dos magnetos. Mesmo tendo sido Maximiliano Hell,

professor de astronomia na Universidade de Viena, que alegou naquela época várias curas

usando ímãs de aço, foi Franz Anton Mesmer que se promoveu com sua teoria: “Magnetismo

Animal” (GUILLOT, 2002; LIVINGSTON, 1998). Embora os relatos sobre os efeitos dos

tratamentos com imãs fossem favoráveis, a Real Sociedade de Medicina condenou o trabalho

de Mesmer e concluiu que todos os efeitos observados poderiam ser atribuídos ao poder da

sugestão, e que "a prática de magnetização é a arte de aumentar a imaginação em graus."

(GERBER, 2000; LIVINGSTON, 1998).

Ainda que a terapia com magnetos tenha sido ridicularizada, com a ampliação da

tecnologia elétrica no final do século XIX, o público impressionou-se com os misteriosos

poderes dos campos elétricos e magnéticos e os ímãs terapêuticos tiveram um renascimento

(LIVINGSTON, 1998). O maior promotor da magnetoterapia foi Dr. CJ Thacher. Ele

afirmava que roupas magnéticas e artigos similares poderiam curar quase toda doença e

promover a saúde sem o uso de medicamentos (GERBER, 2000; LIVINGSTON, 1998).

15

Já no século XX, cientistas de materiais e engenheiros desenvolveram mais imãs

permanentes e fortes (imãs de alnico na década de 1930, ferrite (cerâmica) em 1950 e imãs de

terras raras nas décadas de 1970 e 1980), sendo alguns deles cem vezes mais poderosos que os

ímãs de aço disponível no século anterior (LIVINGSTON, 1998; LIVINGSTON, 1996). O

interesse pela cura magnética ascende cada vez mais e é alvo de médicos e pesquisadores em

países como Índia, Rússia e Japão (GERBER, 2000).

Por milhares de anos, maravilha e magia foram associadas com as forças exercidas pelos

ímãs naturais. Nos últimos 50 anos, o tema “Magnetismo Aplicado na Medicina” tem

ganhado força e credibilidade com as inúmeras pesquisas e resultados favoráveis (GERBER,

2000; GUILLOT, 2002; LIVINGSTON, 1998). Entre as principais linhas de investigação

nesta área estão os métodos e equipamentos para tratamento de enfermidades utilizando o

campo magnético e o eletromagnetismo (CME) e os efeitos adversos produzidos por ele

(GUILLOT, 2002). Os processos terapêuticos, alvos de grande quantidade de estudos são os

efeitos bioestimulantes, analgésicos, antiinflamatórios e antiedematosos exercidos pelo CME

(GUILLOT, 2002; ULYSSES et al, 1996).

Uma pesquisa de grande importância e que contraria as acusações de charlatanismo foi o

estudo conduzido pelo Dr. Carlos Vallbona em cinqüenta pacientes pós-pólio no Instituto

Baylor de Investigação para a Reabilitação, em Houston. Foram utilizados magnetos padrão,

multipolar circular e magnetos falsos, visualmente idênticos para servir como controle. Para

manter o estudo "duplo cego" nem os pacientes nem os funcionários foram informados sobre

os dispositivos ativos ou não. Antes e após o período de quarenta e cinco minutos de terapia

magnética, os pacientes foram orientados a classificar sua dor em uma escala de 0 a 10. Os 29

pacientes com magnetos ativos relataram, em média, uma redução significativa da dor (9,6-

4,4), enquanto os 21 pacientes com magnetos não ativos relataram uma redução média muito

menor (9,5-8,4). Sendo uma diferença substancial, não podendo ser explicada por um efeito

placebo (VALLBONA et al, 1997).

Apesar da maior parte dos promotores de terapia magnética reconhecer a necessidade de

oferecer uma explicação plausível para o mecanismo de ação dos efeitos terapêuticos, ainda

são poucos os estudos neste sentido. O mecanismo mais comumente oferecido para vários

efeitos terapêuticos dos ímãs é melhorar a circulação sanguínea. Outras sugestões incluem a

alteração dos impulsos nervosos, o teor de oxigênio e o aumento da alcalinidade dos fluidos

corporais, as forças magnéticas no movimento de íons, e diminuição dos depósitos nas

16

paredes dos vasos sanguíneos (GERBER, 2000; GUILLOT, 2002; LIVINGSTON, 1998;

ULYSSES et al, 1996; MALMIVUO & PLONSEY, 1995).

Entre as teorias convincentes está a de que partículas de magnetita (Fe3O4 – material

fortemente magnético) estão estrategicamente localizadas e poderiam amplificar os baixos

efeitos locais dos campos magnéticos e, por exemplo, modificar o fluxo de íons através das

membranas celulares, de forma que carreie a transmissão de energia elétrica nas células

nervosas, ou ainda, que as forças magnéticas interagem com partículas carregadas ou íons no

fluxo de sangue, passando através das membranas celulares, movendo-se através das sinapses

entre as células nervosas, e as baseadas em efeitos mais sutis das reações bioquímicas

(LIVINGSTON, 1998; FRANKEL & LIBURDY, 1996).

Independentemente destas teorias, Malmivuo e Plonsey (1995), comprova em seus

experimentos e descreve em seu livro Bioelectromagnetism, Principles and Applications of

Bioelectric and Biomagnetic Fields que o campo em rápida mutação do impulso magnético

induz corrente elétrica no tecido que produz a estimulação que pode ser a nível central ou

periférica.

Sabe-se então, que os efeitos dos magnetos estão diretamente relacionados às células

nervosas. Se a estimulação pode ser feita a nível central ou periférica, estes podem ser

também, objetos de apoio para a técnica de acupuntura, já que, em estudos científicos

recentes, descreveu-se que os acupontos (pontos de estímulos em acupuntura) são regiões da

pele de grande concentração de terminações nervosas sensoriais com propriedades elétricas

como condutância elevada, menor resistência, padrões de campo organizados e diferenças de

potencial elétrico diferentes das áreas adjacentes (SCOGNAMILLO & BECHARA, 2001;

WU, 1990; HWANG, 1992).

A acupuntura é uma das técnicas da Medicina Tradicional Chinesa (MTC) usadas para

tratamento de desequilíbrios energéticos, funcionais e orgânicos. Utilizado há

aproximadamente 5000 anos no oriente, é um método terapêutico antigo. Foi criada na China,

sendo mais tarde incorporada ao arsenal terapêutico da medicina em outros países orientais

como o Japão, Coréia e Vietnã (VECTORE, 2005).

Baseia-se na existência de acupontos, distribuídos ao longo de doze linhas imaginárias,

chamadas meridianos (coração, fígado, baço-pâncreas, pulmão, estômago, rim, circulação-

sexo, intestino delgado, vesícula biliar, intestino grosso, bexiga e triplo aquecedor), que

17

percorrem o corpo no sentido vertical, formando pares simétricos nas faces dorsal e ventral da

superfície corporal, os quais, devidamente estimulados, normalmente por agulhas, são capazes

de promover uma série de benefícios à saúde do indivíduo (MACIOCIA, 2007;

YAMAMURA, 2001).

Nas origens da Acupuntura, a primeira informação sobre a técnica veio através de uma

coleção de manuscritos chineses do século XVIII a.C. - O Nei Jing (Nei Ching), comumente

conhecido como “Tratado do Imperador Amarelo”, uma figura mitológica que conversa com

os seus médicos e discute aspectos anatômicos, fisiológicos, patológicos, diagnósticos e

terapêuticos das moléstias (SCOGNAMILLO & BECHARA, 2001;VECTORE, 2005;

DORIA, 2010).

Desde esta data, achados arqueológicos e livros resgatam e valorizam ainda mais a

história da acupuntura. Embora muito antiga, esta prática tornou-se bastante conhecida no

ocidente somente no século XX, impulsionada pelos movimentos sociais alternativos e pela

visita do então presidente norte-americano Richard Nixon à China, quando um de seus

acompanhantes, o jornalista James Reston, descreveu o efeito da acupuntura nas suas dores

pós-operatórias depois de submetido a uma apendicectomia de emergência (VECTORE,

2005; MEDEIROS & SAAD, 2009).

Com a expansão da acupuntura no ocidente, inúmeros trabalhos científicos foram

direcionados à prática. Ainda que isto seja importante, é relevante também, seus princípios

filosóficos. O conceito do Yin-Yang é um dos mais importantes na medicina tradicional

chinesa. Baseia-se na existência do Tao como força divina que dá origem ao Universo e que

imprime leis e lógica à energia universal, permitindo que ela se organize, criando os planetas

e as estrelas, os elementos da natureza e a vida (VECTORE, 2005; MACIOCIA 2007).

Yin e Yang representam o desenvolvimento de todos os fenômenos no universo, sendo o

resultado de uma interação de dois estágios opostos que contêm ambos os aspectos, em

diferentes graus de manifestação, num movimento cíclico e relativo. Representando o Yang o

estado mais rarefeito e imaterial da substância (Céu), e o Yin o estado mais material e denso

(Terra) (VECTORE, 2005; DORIA, 2010; MACIOCIA 2007).

Os aspectos principais da relação Yin-Yang são: o de oposição relativa (nada é totalmente

Yin ou Yang), que constitui a força motriz de toda modificação, desenvolvimento e

deterioração dos fenômenos; o da interdependência, embora sejam opostos, são

18

interdependentes, pois um não pode existir sem o outro; o do consumo mútuo, Yin e Yang

estão num estado de constante equilíbrio dinâmico e; inter-transformação, Yin e Yang não são

estáticos, eles se transformam um no outro (VECTORE, 2005; MACIOCIA 2007).

Junto à teoria do Yin-Yang, a teoria dos Cinco Elementos constitui a base da medicina

tradicional chinesa, e foi elaborada pelos filósofos chineses para explicar o comportamento da

natureza e dos seres vivos. Para o conceito dos Cinco Elementos, existem inter-relações entre

eles que são essenciais, como: a sequência de geração (cada elemento é gerado por um e gera

outro); a de controle (cada elemento controla outro e é controlado por um) e a de afrontação

(acontece na ordem inversa da sequência de controle) (MACIOCIA 2007).

Os cinco elementos correspondem às cinco estações climáticas na Terra. Nesta teoria, os

fenômenos da natureza ressonam com as do organismo dos seres vivos que têm aspectos que

se identificam com cada elemento, e a existência da saúde implica na harmonia entre todos os

cinco elementos. Estas correspondências são amplamente utilizadas no diagnóstico na MTC

que tem como objetivo reconhecer e corrigir padrões de desarmonia (MACIOCIA 2007).

Algumas das principais correspondências são apresentadas no Quadro 1.

Quadro 1: Principais correspondências dos cinco elementos

Madeira Fogo Terra Metal Água Ptos Cardeais Leste Sul Centro Oeste Norte Estações Primavera Verão 5ª Estação Outono Inverno Climas Vento Calor Umidade Secura Frio Cores Verde Vermelho Amarelo Branco Preto Sabores Ácido Amargo Doce Picante Salgado Movimentos Nascimento Crescimento Transformação Recepção Conservação Sentidos Visão Tato Paladar Olfato Audição Emoções Cólera Prazer Reflexão Tristeza Medo

Fonte: Vectore, 2005

No pensamento chinês, não se separa o corpo da mente. Cordeiro (1992) explica que a

MTC “considera o indivíduo como um todo, de maneira global, e, (...) a ação da acupuntura,

no corpo físico, repercute inevitavelmente no estado psíquico” (CORDEIRO & CORDEIRO,

1992). Assim, a condição de saúde é resultante da condição da existência de certo equilíbrio

entre todos os sistemas internos físicos ou psíquicos e as manifestações destes sistemas estão

relacionadas a um elemento (MACIOCIA, 2007; SILVA, 2007; CORDEIRO & CORDEIRO,

1992).

19

O Coração (Fogo), o órgão mais Yang dos órgãos, é a sede da mente e atua sobre a vida

intelectual, equilibrando a razão e conservando a energia mental; o Baço-Pâncreas (Terra)

atua sobre o consciente, facilitando a concentração do pensamento e a compreensão,

principalmente em Matemática; o Rim (Água), o órgão mais Yin, é o gerador de energia e

atua sobre os processos de tomada de decisão, conservando a vontade e a vitalidade; o Pulmão

(Metal) capta a energia vital, atuando na defesa do organismo e nas perdas afetivas; o Fígado

(Madeira), considerado a sede das emoções da alma, mantém o livre fluxo da energia do

corpo, atuando sobre a ação, a inveja e o ciúme (VECTORE, 2005; MACIOCIA 2007).

Estas manifestações psicoemocionais são pertinentes ao sistema cognitivo humano, que é

o ato ou processo de conhecer, que envolve atenção, percepção, memória, raciocínio, juízo,

imaginação, pensamento e linguagem (AURELIO, 2011).

Quando relacionada à cognição, o Fogo corresponde à inteligência global, que é a

possibilidade mais ou menos desenvolvida de analisar e sintetizar o conjunto das informações

recebidas com o propósito de torná-lo operacional; a Terra, com a possibilidade de reflexão, o

desejo e a memória; o Metal relaciona-se com a astúcia e a sedução, levando o indivíduo a

agir sem escrúpulos para chegar ao seu objetivo, sem se preocupar com os meios; a Água,

com o sentido de decisão, firmeza de propósito e força de caráter e; a Madeira, com a

imaginação e inteligência instintiva (MACIOCIA, 2007; SILVA, 2007; FAUBERT, 1977).

Como a saúde é resultante da condição da existência de certo equilíbrio entre todos os

sistemas internos, físicos ou psíquicos, as alterações em um destes sistemas levam aos

quadros de excesso e deficiência (VECTORE, 2005; MACIOCIA 2007). O Quadro 2

exemplifica as alterações nos padrões de equilíbrio relacionado ao sistema psicoemocional.

20

Quadro 2: Alterações nos padrões de equilíbrio energético

Equilíbrio Excesso Deficiência Fogo

Inspiração moral, a razão e a sabedoria.

Timidez, medo, queixas contínuas, inquietação e esquecimento.

Super-excitação mental, riso inextinguível, depressão (por excesso do elemento Fogo, isto é, com sinais de calor, rubor, transpiração).

Terra A imaginação, a ideação, a concentração de espírito, a memorização, a reflexão, a intuição e a compreensão.

Tendência para a rotina, para as manias, para a obsessão, para a rigidez mental.

Perda de memória, mau trabalho intelectual, falta de concentração, distração, preguiça, aborrecimento pela atividade (ausência de desejo).

Metal Astúcia, sedução. Tristeza, temor do futuro, pessimismo, gemidos.

Choro, perda do instinto de conservação (procura da morte), sensibilidade exagerada, vulnerabilidade.

Água Tenacidade, coragem, espírito de decisão, vontade, determinação, execução de idéias e liderança.

Temeridade, autoritarismo, obstinação.

Medo visceral, pânico, indecisão, gemido, falta de autoridade, complexo de inferioridade e tendência anti-social.

Madeira Imaginação, inteligência instintiva

Agressividade, irascibilidade, mau caráter, sonambulismo.

Angústia, falta de imaginação e de coordenação, apatia.

Fonte: Vectore, 2005; Silva, 2007; Faubert, 1977

Como notado, a acupuntura propõe ao profissional de saúde intervir, através de estímulos

em determinados pontos, nos padrões desarmonias do ser humano e diligenciar a manutenção

do equilíbrio do organismo, melhorando e auxiliando no processo de aprendizagem.

21

2. Justificativa

Sabe-se que atualmente um profissional tende ter ao menos três características: relação

interpessoal (o de ser representativo, líder e de fazer contato fora de sua cadeia vertical de

comando); o caráter informacional (monitora, dissemina e é porta voz de sua unidade) e;

índole decisiva (empreendedor, solucionador de distúrbios, locador de recursos e negociador).

Mesmo atividades cotidianas, exigem do ser humano um constante aprendizado.

Diante da necessidade de manter-se atualizado e da capacidade da acupuntura de atuar na

manutenção do equilíbrio do organismo, melhorando e auxiliando no processo de

aprendizagem e sabendo que o magneto é capaz de induzir uma corrente elétrica no tecido que

produz a estimulação a nível periférico ou central, foi relevante verificar a ação conjunta

destes na melhora do sistema cognitivo humano.

22

3. Objetivo

Verificar a ação dos magnetos em pontos de acupuntura para melhora do sistema

cognitivo humano.

23

4. Metodologia

4.1. Tipo de Pesquisa

Foi realizada uma pesquisa exploratória, descritiva de caráter quantitativo e qualitativo

com o objetivo de verificar a ação dos magnetos em pontos de acupuntura para melhora do

sistema cognitivo humano.

4.2. Local do Estudo

O estudo foi realizado na cidade de São José dos Campos, São Paulo, num consultório

apropriado para aplicação dos magnetos, localizado na Avenida Tívoli, n. 236, no Bairro Vila

Bethânia.

4.3. População

Foram selecionados 3 estudantes de um curso preparatório para o vestibular e do ensino

médio do sexo masculino. Os voluntários respeitaram os seguintes termos de inclusão: idade

minima de 17 anos, não fazer uso de psicóticos, não ser portador de qualquer doença

neurológica ou física que lhes ofereça riscos, estar inscrito em um curso preparatório para

vestibular ou matriculado no ensino médio e dispostos a participar do tratamento que teve

duração de duas semanas, com consultas intercaladas no espaço de tempo de 48 horas num

total de seis sesões. O tratamento fornecido aos participantes foi gratuito.

4.4. Coleta de Dados 4.4.1. Procedimentos

Os participantes receberam tratamento por meio de um método simples, não invasivo,

para estímulo de pontos de acupuntura com funções de atuar no sistema cognitivo humano

(memória, concentração, inteligência, raciocínio, etc.).

Com um intervalo de tempo de 48 horas entre as aplicações (dia sim, dia não), foram

fixados nos pontos de acupuntura, com auxilio de uma fita micropore, durante 30 minutos,

pastilhas magnéticas com aproximadamente 1cm de diâmetro e 500 Gauss (medida que

identifica a quantidade de energia magnética que um material pode armazenar) compradas na

Bioaccus no mês de abril de 2011 . A polaridade Sul do imã (Yang) foi voltada para pele

quando o intuito do estímulo era de tonificação e a polaridade Norte (Yin), quando o intuito

24

era de sedação do ponto de acupuntura. O Quadro 3 demonstra os pontos e as polaridades que

foram utilizadas nos mesmos.

Quadro 3: Pontos de acupuntura utilizados (YAMAMURA, 2001)

Pontos Funções Estímulo E36 Energéticas: Regula, harmoniza e fortalece o Qi mediano

(Baço/Pâncreas/Estômago); Tonifica o Qi Nutrição, o Qi e o Sangue; Regula e umedece os Intestinos; harmoniza e tonifica o Qi do Pulmão; Tonifica o Qi dos Rins e do Yuan Qi; tonifica o Wei Qi, restaura o Yang Qi e forma o Jin Ye; faz circular o Qi e o sangue; aumenta a Energia Essencial; redireciona o Qi em tumulto; transforma a Umidade e a Umidade-Calor; Drena a Umidade e a Umidade-Frio; dispersa o Vento-Frio.

Tonifica

Fisiológicas: Envigora a memória. BP2 Energéticas: Harmoniza o Qi do Baço/Pâncreas e do Estômago;

dissolve a estagnação do tubo digestivo. Tonifica

Fisiológicas: Envigora a memória. BP6 Energéticas: Harmoniza o Qi do Fígado, do Estômago, e dos

Aquecedores Médio e Inferior; Harmoniza a via das águas, a circulação de Qi e de Sangue; fortalece o Qi dos Três Yin do Pé; tonifica o Qi e o Sangue; dissolve a Umidade e a Umidade-Calor; drena a Umidade e Umidade-Frio.

Tonifica

Fisiológicas: Insônia, preocupação e amnésia. B49 Energéticas: Fortalece o I; dissolve Umidade-Calor. Tonifica

Fisiológicas: Fortalece a capacidade cognitiva, a capacidade de raciocinar.

B52 Energéticas: Assente o Zhi; Tonifica Fisiológicas: Fortalece a vontade

VB8 Energéticas: Harmoniza o Qi do Aquecedor Médio; dispersa o Vento e Calor Perverso; concentra a Essência no Cérebro.

Tonifica

Fisiológicas: Envigora a inteligência. C7 Energéticas: Harmoniza o Qi do Coração e o Yong Qi; acalma o

Shen, fortalece a mente; transforma a Mucosidade do Coração; faz a limpeza de Calor do Coração; refresca o Calor do Sangue; dispersa a Mucosidade e o Vento Perverso.

Tonifica

Fisiológicas: Insônia, ansiedade, irritabilidade, amnésia, depressão e doenças mentais.

Fonte: Yamamura, 2001

4.4.2. Procedimentos Éticos

O início da formalização ética da pesquisa se deu pela submissão do projeto de

monografia intitulado O Uso de Magnetos em Pontos de Acupuntura para Melhora do

Sistema Cognitivo Humano, ao Comitê de Ética da Faculdade Redentor.

25

Posteriormente à aprovação, os participantes tiveram de assinar o Termo de

Consentimento (ANEXO C. Termo de Consentimento Livre e Esclarecido) para o começo das

aplicações dos questionários e magnetos.

Nos casos em que os participantes eram menores de 18 anos de idade, o voluntário e o

responsável tiveram de assinar o termo.

4.4.3. Instrumento de Avaliação

4.4.3.1. Avaliação Quantitativa

Para avaliação da melhora do sistema cognitivo, foi aplicado, por uma pessoa treinada, e

avaliado por uma psicóloga, o Teste D2 – Atenção Concentrada. Este é um significante teste

para avaliação da concentração e atenção visual. A atenção concentrada pode ser definida

como a capacidade de selecionar uma fonte de informação (estímulo do meio ambiente ou do

mundo interior) dentre todas as que estão disponíveis em um determinado momento e

conseguir dirigir sua atenção (manter o foco) para este estímulo ou tarefa a ser realizada no

decorrer do tempo. Por isso, para qualquer atividade que precise ser realizada ou atividade em

que esteja envolvido é necessário que o indivíduo focalize sua atenção concentrada por um

maior intervalo de tempo a fim de facilitar o processo de aprendizagem, promovendo o bom

aproveitamento e a qualidade de seu trabalho (WINTER et al, 2006). É um teste importante e

bastante indicado para diagnóstico na área clínica, escolar e do desenvolvimento, para seleção

profissional e experiências psicofarmacológicas.

Para avaliação da eficácia do tratamento foi aplicado um teste de avaliação antes da 1ª

(primeira) e ao final da 6ª (sexta/última) sessão. Os dados recolhidos foram analisados

estatisticamente através do programa Microsoft Office Excel e dispostos em tabelas.

4.4.3.2. Avaliação Qualitativa

Durante as sessões os participantes poderiam fazer observações em relação ao tratamento,

descrevendo sensações de prazer e/ou desconfortos. O profissional acupunturista anotava as

informações relevantes expostas pelos voluntários, assim como a sessão em que foi feita a

observação e depois dispostas como método de avaliação qualitativa.

26

5. Resultados Quantitativos

Este estudo contou com a participação de três voluntários que freqüentaram todas as 6

(seis) sessões intercaladas por um período de tempo de 48 horas, propostas pelo estudo. Os

magnetos foram fixados por um profissional acupunturista, sendo as sessões realizadas nos

horários: 17h00min para P1; 17h45min para P2 e; 18h30min para P3.

O Quadro 4 demonstra a reunião de dados com os perfis dos participantes.

Quadro 4: Características da população estudada. SJC, 2011.

CARACTERÍSTICA Paciente 1 Paciente 2 Paciente 3

SEXO Masculino Masculino Masculino

IDADE 17a0m 17a9m 22a4m

NÍVEL INSTRUÇÃO Ensino Médio Ensino Médio Ensino Médio

PROFISSÃO Estudante Estudante Estudante

5.1. Resultado dos Testes D2 - Atenção Concentrada

De acordo com o desempenho dos voluntários nos testes, reuniram-se os resultados nas

tabelas: 1 para P1; 2 para P2 e 3 para P3. Nestas, constam os pontos e percentil do resultado

bruto (RB – número total de sinais examinados, indica a rapidez do desempenho no teste ou o

desempenho quantitativo), total de erros (TE), porcentagem de erros (E%), resultado líquido

(RL – corresponde ao total de acertos ou desempenho total) e a amplitude de oscilação e

distribuição de erros (AO). A distribuição de erros representa o cansaço no decorrer do teste.

Tabela 1: Resultados do Teste D2 para o paciente 1

RB TE RL E% AO RB TE RL E% AO

PONTOS 482 63 419 13,07% 24 PONTOS 516 44 472 8,52% 12

PERCENTIL 75% - 60% 5% 20% PERCENTIL 90% - 90% 20% 80%

25% 40% 95% 80% 10% 10% 80% 20%

1-4 5-10 11-14 1-4 5-10 11-14

16 20 27 10 22 12

LINHAS

DISTRIBUIÇÃO DE ERROS

LINHAS

DISTRIBUIÇÃO DE ERROS

PRIMEIRO TESTE SEGUNDO TESTE

27

Tabela 2: Resultados do Teste D2 para o paciente 2

RB TE RL E% AO RB TE RL E% AO

PONTOS 427 8 419 1,87% 10 PONTOS 493 5 488 1,01% 10

PERCENTIL 50% - 60% 80% 85% PERCENTIL 80% - 90% 85% 80%

50% 40% 20% 15% 20% 10% 15% 20%

1-4 5-10 11-14 1-4 5-10 11-14

2 3 3 3 1 1

LINHAS

DISTRIBUIÇÃO DE ERROS

LINHAS

DISTRIBUIÇÃO DE ERROS

PRIMEIRO TESTE SEGUNDO TESTE

Tabela 3: Resultados do Teste D2 para o paciente 3

RB TE RL E% AO RB TE RL E% AO

PONTOS 527 18 509 3,41% 16 PONTOS 559 9 550 1,61% 13

PERCENTIL 90% - 95% 65% 50% PERCENTIL 95% - 95% 80% 70%

10% 5% 35% 50% 5% 5% 20% 30%

1-4 5-10 11-14 1-4 5-10 11-14

5 5 8 4 4 1DISTRIBUIÇÃO DE ERROS

LINHAS

DISTRIBUIÇÃO DE ERROS

LINHAS

PRIMEIRO TESTE SEGUNDO TESTE

5.2. Resultado do desempenho dos voluntários

A correção do teste foi realizada por uma Psicóloga capacitada. Para obtenção dos

resultados e laudo final, a profissional se baseou nas instruções contidas no manual do Teste

D2 – Atenção Concentrada (BRICKENKAMP, 2002). Os fatores de importância para os

resultados estão descritos no Quadro 4: Características da população estudada. SJC, 2011.

Os quadros a seguir (Quadro 5 para P1, Quadro 6 para P2 e Quadro 7 para P3)

demonstram os laudos referentes a cada voluntário.

28

Quadro 5: Laudo final do Teste D2 para o paciente 1

D2 1o Teste 2o Teste Distribuição de Erros

Rapidez Médio Superior Médio Superior

Precisão Inferior Médio Inferior

Redução 56% Cansaço

Observações Observação sobre a distribuição de erros

Manteve a agilidade porém teve uma

pequena alteração em sua precisão o

que pode indicar melhorias ocasionada

pelo tratamento ou prévio

conhecimento do teste.

Comparando o 1o Teste com o 2

o, a redução do

cansaço é significativa, o que gerou uma melhora na

oscilação do rítmo de trabalho.

Quadro 6: Laudo final do Teste D2 para o paciente 2

D2 1o Teste 2o Teste Distribuição de Erros

Rapidez Médio Médio Superior

Precisão Médio Superior Médio Superior

Observações Observação sobre a distribuição de erros

Melhora na rapidez, mas não

acompanhou a mesma melhora na

precisão

Comparando o 1o Teste com o 2

o, a redução do

cansaço é significativa, o que gerou uma melhora na

oscilação do rítmo de trabalho.

Redução 67% Cansaço

29

Quadro 7: Laudo final do Teste D2 para o paciente 3

D2 1o Teste 2o Teste Distribuição de Erros

Rapidez Médio Superior Superior

Redução 87,5% Cansaço

Precisão Médio Médio Superior

Observações Observação sobre a distribuição de erros

Melhoras na agilidade de execução da tarefa, acompanhada da precisão, o que pode indicar uma eficácia do tratamento

ou prévio conhecimento do teste.

Comparando o 1o Teste com o 2o, a redução do cansaço é significativa, o que gerou uma melhora na

oscilação do ritmo de trabalho.

Com base na avaliação dos testes e no laudo dos voluntários, foram criadas figuras com as

observações mais relevantes.

As figuras 1, 2 e 3 representam os resultados brutos em relação aos erros para cada um

dos três voluntários.

30

Figura 1: Resultados x Erros – Paciente 1

482

516

13,1%

8,5%

0,0%

2,5%

5,0%

7,5%

10,0%

12,5%

15,0%

410

435

460

485

510

535

560

1o Teste 2o Teste

% E

rro

s

Re

su

lta

do

Bru

to

RESULTADOS X ERROS - P 1

Resultado Bruto % Erros

Figura 2: Resultados x Erros – Paciente 2

427

493

1,9% 1,0%0,0%

2,5%

5,0%

7,5%

10,0%

12,5%

15,0%

410

435

460

485

510

535

560

1o Teste 2o Teste

% E

rro

s

Re

su

lta

do

Bru

to

RESULTADOS X ERROS - P 2

Resultado Bruto % Erros

31

Figura 3: Resultados x Erros – Paciente 3

527

559

3,4%

1,6%

0,0%

2,5%

5,0%

7,5%

10,0%

12,5%

15,0%

410

435

460

485

510

535

560

1o Teste 2o Teste

% E

rro

s

Re

su

lta

do

Bru

to

RESULTADOS X ERROS - P 3

Resultado Bruto % Erros

A figura 4 representa o cansaço dos voluntários no decorrer do primeiro teste e, a Figura

5, no decorrer do segundo teste.

Figura 4: Evolução do cansaço ao longo do 1o Teste

32

Figura 5: Evolução do cansaço ao longo do 2o Teste

33

6. Resultados Qualitativos

Ao longo das 6 (seis) sessões de tratamento a principal observação dos voluntários foi em

relação à sensação de relaxamento após as sessões.

No início da terceira sessão, a profissional acupunturista fixou no Participante 2, o

magneto no lado contrário ao ponto C7 e ele a corrigiu indicando o local correto. Ao retificar-

se, a profissional o parabeniza e o participante responde: “Até eu me surpreendo quando me

lembro de algo assim já que minha memória é péssima”.

Outra observação relevante, foi feita pelo Participante 3 após a quinta sessão. Ele disse à

profissional, quando questionado se estava gostando do tratamento: “Após as sessões tenho a

sensação de relaxamento de uma segunda-feira depois de um fim de semana bem

descansado”.

Não foram relatados desconfortos.

34

7. Discussão

Como descrito, a função cognitiva refere-se às fases do processo de informação, como

percepção, aprendizagem, memória, atenção, vigilância, raciocínio e solução de problemas.

Freqüentemente, o funcionamento psicomotor (tempo de reação, tempo de movimento,

velocidade de desempenho) é incluído neste conceito (ANTUNES et al, 2006).

O Teste D2 – Atenção Concentrada, avalia a capacidade do voluntário de selecionar uma

fonte de informação dentre todas as que estão disponíveis em um determinado momento e

conseguir dirigir sua atenção para este estímulo ou tarefa a ser realizada no decorrer do

tempo. Logo, verifica-se a memória, atenção, vigilância, o raciocínio e solução de problemas,

assim como, o funcionamento psicomotor (WINTER et al, 2006).

As características da população estudada descrita no Quadro 4 demonstra que os três

voluntários possuem características sócio-demográficas parecidas, o que facilita a discussão

do presente estudo, já que os dados constituintes desta são importantes na avaliação do teste e

os inclui numa mesma tabela de conversão em percentil de acordo com o nível educacional e

idade.

De acordo com o laudo da psicóloga e os Quadros 5, 6 e 7, em resumo abaixo (Tabela 4

para P1, Tabela 5 para P2 e Tabela 6 para P3), as melhoras observadas em relação a rapidez,

agilidade e precisão não foram significativas embora presentes, pois estas podem estar

relacionadas ao conhecimento prévio do teste já que para validação total do exame é

necessário um espaço de tempo entre as aplicações de 3 (três) meses segundo Winter et al

(2006).

Tabela 4: Resumo dos resultados para o paciente 1

1o Teste 2

o Teste

RB 482 516

RL 419 472 1-4 5-10 11-14

E% 13,1% 8,5% 1o T 16 20 27

AO 20% 80% 2o T 10 22 12

TE 63 44

Distrib. Erros

35

Tabela 5: Resumo dos resultados para o paciente 2

1o Teste 2

o Teste

RB 427 493

RL 419 488 1-4 5-10 11-14

E% 1,9% 1,0% 1o T 2 3 3

AO 85% 80% 2o T 3 1 1

TE 8 5

Distrib. Erros

Tabela 6: Resumo dos resultados para o paciente 3

1o Teste 2

o Teste

RB 527 559

RL 509 550 1-4 5-10 11-14

E% 3,4% 1,6% 1o T 5 5 8

AO 50% 70% 2o T 4 4 1

TE 18 9

Distrib. Erros

As Figuras 1,2 e 3 ilustram o aumento do resultado bruto (desempenho quantitativo) em

relação a diminuição da porcentagem de erros. Para P1, o RB aumenta de 482 para 516,

enquanto o E% diminui de 13,1% para 8,5%; para P2, o RB aumenta de 427 para 493,

enquanto o E% diminui de 1,9% para 1,0% e para P3, o RB aumenta de 527 para 559,

enquanto o E% diminui de 3,4% para 1,6%. Nos três casos, é verificada a melhoria do

desempenho. Assim como os resultados podem estar relacionados ao prévio conhecimento do

teste, também podem estar relacionados ao tratamento aplicado já que os acupontos

estimulados têm funções energéticas e fisiológicas neste sentido (YAMAMURA, 2001).

A psicóloga recomenda para validação destes dados, que o tratamento tenha um tempo de

duração maior, que a aplicação dos testes sejam espaçadas por um período de três meses e que

haja dois grupos: grupo experimental e controle.

O dado levantado que mais chama atenção no estudo está ilustrado na Figura 5 que

representa a distribuição de erros, ou seja, a quantidade de erro em relação as linhas no 2º

teste aplicado. De acordo com a experiência clínica da Psicóloga e descrição no manual do

Teste D2 (WINTER et al, 2006), não é comum, já que os indivíduos tendem a errar mais no

36

decorrer do teste, como demonstra a Figura 4 que também ilustra a distribuição de erros,

porém, no 1º Teste aplicado.

Tendo isto, vale lembrar que a principal observação feita pelos voluntários foi em relação

à sensação de relaxamento após as sessões de tratamento, sendo mais um indicativo de que

este dado esteja relacionado ao presente estudo.

Como notado, os dados levantados apontam melhora em todos os resultados sugerindo a

eficácia da acupuntura para este objetivo. Um trabalho do mesmo caráter, com um espaço de

tempo maior entre as aplicações dos testes podem comprovar a ação dos magnetos em pontos

de acupuntura para melhora do sistema cognitivo humano.

37

8. Conclusão

Os dados obtidos na pesquisa demonstram melhora dos resultados depois das aplicações

dos magnetos nos participantes. Os acupontos estimulados têm funções energéticas e

fisiológicas relacionadas com os pontos de desempenho aperfeiçoados. No entanto, os dados

não são suficientes para comprovação do objetivo.

Foi verificada a melhoria do desempenho em relação à rapidez, agilidade e precisão, mas

por se tratar de uma pesquisa com curta duração de tempo e poucos voluntários, os resultados

podem estar relacionados ao prévio conhecimento do teste.

O ponto de maior relevância do trabalho é em relação à distribuição de erros, onde foi

observado um resultado não comum à prática clínica e nem citado em referências

bibliográficas, sugerindo fortemente a eficácia do tratamento.

38

9. Referências

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YAMAMURA, Y.. Acupuntura: a arte de inserir. 2ª ed. São Paulo: Roca; 2001.

41

10. Anexos

A - Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

Eu, ________________________________________________________________,

declaro para todos os fins de direito que as informações constantes na avaliação feita baseada

no Teste D2 – Atenção Concentrada, são verdadeiras e estando por mim assinado este termo,

permito que a professora Eneida Mara Gonçalves e/ou a aluna Daniela Pereira Lima Gomes,

matrícula 100689 do curso de Pós-Graduação Lato Sensu em Acupuntura, ministrado pela

Faculdade Redentor em parceria com o Centro Integrado de Atualização em Acupuntura –

C.I.A.A., executem o projeto planejado, no limite das possibilidades técnicas e do

conhecimento atual para meu caso. Declaro, ainda, estar ciente de todas as etapas do processo

do projeto, do cronograma de atendimento e da realização de 3 sessões semanais de Magneto

Acupuntura (estímulos nos pontos de acupuntura com imãs) num total de 6 sessões.

Expressamente, aceito, que sejam realizados todos os tipos de documentação (clínica,

fotográfica, vídeo-gráfico, radiológica entre outros disponíveis), quando necessários em todas

as etapas do projeto e que este material seja utilizado apenas com a finalidade acadêmica,

respeitados os limites do Código de Ética da Convenção de Helsinki, ficando a documentação

respectiva retida nos arquivos da instituição de acordo com a legislação vigente.

Comprometo-me, ainda, comparecer nos locais e datas marcadas para a realização das

sessões necessárias, e que, em caso de falta, sem aviso prévio ou sem justificativa, a minha

vaga de tratamento ficará disponível para substituição.

Por ser a expressão da verdade, firmo a presente declaração.

....................................., .............., de......................................................., de 2011.

Assinatura do Paciente Assinatura do Pai/Responsável

Paciente: __________________________________________________________________________________

Pai/Responsável:____________________________________________________________________________

RG: _________________________________________ CPF:_________________________________________

Endereço: __________________________________________________________________________________

Cidade: _______________________________Estado: _______________________CEP: __________________

42

B - Teste d2 – Atenção Concentrada (frente)

43

C - Teste d2 – Atenção Concentrada (verso)