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FACULDADE DE MEDICINA DE MARÍLIA DE MEDICINA DE MARÍLIA MESTRADO ACADÊMICO “SAÚDE E ENVELHECIMENTO” GRAZIELA SFERRA DA SILVA FORÇA DE MÃOS EM PACIENTES COM ARTRITE REUMATOIDE TEM ALTA CORRELAÇÃO COM FUNÇÃO MAS NÃO COM ATIVIDADE DA DOENÇA MARÍLIA 2017

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FACULDADE DE MEDICINA DE MARÍLIA DE MEDICINA DE MARÍLIA

MESTRADO ACADÊMICO

“SAÚDE E ENVELHECIMENTO”

GRAZIELA SFERRA DA SILVA

FORÇA DE MÃOS EM PACIENTES COM ARTRITE REUMATOIDE

TEM ALTA CORRELAÇÃO COM FUNÇÃO MAS NÃO COM

ATIVIDADE DA DOENÇA

MARÍLIA

2017

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Graziela Sferra da Silva

Força de mãos em pacientes com artrite reumatoide tem alta correlação com

função mas não com atividade da doença

Dissertação apresentada ao Programa de

Mestrado Acadêmico em “Saúde e

Envelhecimento”, da Faculdade de Medicina

de Marília, para obtenção do título de Mestre.

Área de concentração: Saúde e

Envelhecimento.

Orientador: Prof. Dr. Marcos Renato de Assis.

Marília

2017

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Autorizo a reprodução parcial ou total deste trabalho, para fins de estudo e pesquisa, desde

que citada a fonte.

Ficha catalográfica elaborada pela Biblioteca da Faculdade de Medicina de Marília

Silva, Graziela Sferra da.

Força de mãos em pacientes com artrite reumatoide tem alta

correlação com função mas não com atividade da doença / Graziela

Sferra da Silva. - - Marília, 2017.

52 f.

Orientador: Prof. Dr. Marcos Renato de Assis.

Dissertação (Mestrado Acadêmico em Saúde e Envelhecimento) -

Faculdade de Medicina de Marília.

1. Artrite reumatoide. 2. Força da mão. 3. Força de pinça. 4.

Debilidade muscular. 5. Avaliação da deficiência.

S586r

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Graziela Sferra da Silva

Força de mãos em pacientes com artrite reumatoide tem alta correlação com função mas não

com atividade da doença.

Dissertação apresentada ao Programa de

Mestrado Acadêmico em “Saúde e

Envelhecimento”, da Faculdade de Medicina de

Marília, para obtenção do título de Mestre. Área

de concentração: Saúde e Envelhecimento.

Comissão Examinadora:

_______________________________

Prof. Dr. Marcos Renato de Assis

Faculdade de Medicina de Marília

_______________________________

Prof. Dr. Marcelo Tavella Navega

Universidade Estadual Paulista

_______________________________

Prof. Dr. José Antônio Galbiatti

Faculdade de Medicina de Marília

Data da aprovação: ________________

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Dedico aos meus pais e àqueles que sempre

me apoiaram, me apoiam e me apoiarão.

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AGRADECIMENTOS

Aos meus pais, Maria Regina e Leonildo, que sempre me ajudam, me incentivam e

me apoiam em tudo, tanto na parte profissional quanto na parte pessoal. Muito obrigada!

Ao meu noivo, Everson, por me apoiar, me incentivar sempre em todos os momentos

da minha vida.

Ao meu orientador, Prof. Dr. Marcos Renato, pelo apoio e por acreditar em mim para

o desenvolvimento deste projeto.

Aos residentes em geral mais principalmente os da Reumatologia, Renata, Thasciane,

Camila, Ana Paula e Eduardo, por serem gentis e me auxiliarem durante a pesquisa.

Aos professores Dr. César Baaklini, Dr. Marcelo Navega, Dr. Paulo Waib e Dra Nise

Marques, por aceitarem participar da minha banca de qualificação.

Aos professores Dra. Anamaria Martinez e Dr. José Antônio Galbiatti, pelo aceite de

participação da banca de defesa desta pesquisa.

A minha amiga, Mariana, pelo incentivo, encorajamento para fazer o mestrado,

ajuda, dedicação, paciência, parceria e principalmente pela sua amizade. Sou muito grata à

ela.

Aos pacientes, que aceitaram participar dessa pesquisa, respondendo aos

questionários e realizando os testes de força de preensão manuais e de pinças.

Às bibliotecárias Helena, Josiane e em especial à Cláudia por sempre nos confortar

com sua palavras sábias nas horas que estamos mais nervosos, e também pela ajuda na revisão

e solicitação de alguns artigos.

Aos funcionários do Ambulatório Mario Covas, por nos ajudarem durante a coleta.

Ao setor de Coluna Vertebral, Procedimentos e Reabilitação em Reumatologia da

Unifesp por ceder os aparelhos de dinamometria, em especial Dra. Anamaria Jones e Dr.

Jamil Natour.

Aos secretários de pós-graduação, Amaury, Fabrício e Cristiane, por sempre nos

receberem bem e nos auxiliarem durante o período do mestrado.

À todos os professores da pós graduação, que direta ou indiretamente contribuíram

para a concretização deste trabalho. Sintam-se agradecidos e abraçados.

À Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de nível Superior (CAPES), pelo

auxílio à pesquisa através da bolsa concedida em maio de 2016.

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“Faça teu melhor, na condição que você tem,

enquanto você não tem condições melhores,

para fazer o melhor ainda.”

(Mario Sérgio Cortella)

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RESUMO

A artrite reumatoide (AR) é uma doença auto-imune sistêmica, caracterizada pela inflamação

crônica das articulações, principalmente das mãos. A avaliação da força de preensão manual

(FPM) e de pinças pode ser útil para detectar redução de função das mãos em indivíduos com

AR. O objetivo do estudo foi comparar a FPM e de pinças entre indivíduos com (GAR) e sem

AR (GC), relacioná-las com capacidade funcional, duração e atividade da doença através de

um estudo transversal tipo caso controle. Os pacientes foram avaliados quanto à atividade da

doença pelo Disease Activity Score (DAS-28), capacidade funcional pelos questionários

Health Assessment Questionnaire (HAQ), Cochin Hand Functional Scale Questionnaire

(CHFS) e Disabilty of the Arm, Shoulder and Hand (DASH), e todos os participantes foram

avaliados quanto a FPM e de pinças bidigital, pulpolateral e tridigital utilizando

dinamômetros Jamar® e pinch gauge, respectivamente. Foram feitas análise das associações

com testes de Pearson e Spearman e de comparação dos grupos com o teste t de amostras

independentes, com nível de significância de P < 0,05. A amostra foi obtida por conveniência,

com 121 indivíduos em cada grupo, pareados por idade, sexo e índice de massa corporal. Em

ambos os grupos a maioria era mulher, casada, branca, com baixo nível de escolaridade e

hipertensão arterial sistêmica como doença associada mais relatada. O GAR apresentou

valores de força inferiores ao GC em todas as medidas (P < 0,01; IC de 95%). A redução de

força muscular esteve associada ao pior desempenho nos questionários de funcionalidade. A

maior atividade e duração da doença foram associadas a menores valores de força. Houve

forte correlação entre os instrumentos de avaliação funcional. Concluímos que a diminuição

da força de preensão, que podem ser mensuradas de maneira prática e não invasiva com o uso

de dinamômetros portáteis, são fortes indicadores de incapacidade funcional em AR.

Palavras-chave: Artrite reumatoide. Força da mão. Força de pinça. Debilidade muscular.

Avaliação da deficiência.

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ABSTRACT

Rheumatoid arthritis (RA) is a systemic autoimmune disease characterized by chronic

inflammation of the joints, especially of the hands. The evaluation of handgrip strength (HS)

and pinch strength can be useful to detect reduction on hands function in RA patients. The

aim of the study was to compare HS and pinch strength between RA patients and a non-RA

control group. Additionally to relate hand strength to functional capacity, duration and disease

activity by a cross-sectional case control study. Disease activity was assessed by DAS-28,

functional capacity by Health Assessment Questionnaire (HAQ), Cochin Hand Functional

Scale Questionnaire (CHFS), and Disability of the Arm, Shoulder and Hand (DASH). All the

participants had HS and pinch strength (bidigital, pulpolateral and tridigital) assessment by

using Jamar® and pinch gauge dynamometers, respectively. The analyses of associations

were made by Pearson and Spearman tests, and the comparison of groups were made by

independent samples t test, with significance P level < 0.05. A convenience sample included

121 rheumatoid patients and matched control group by age, sex, and body mass index. Most

of both groups were married, white women, with low educational level and systemic arterial

hypertension as the most associated disease. The RAG presented lower values of strength

compared to CG in all measurements (P < 0.01, 95% CI). Strength reduction in hands was

associated to worse performance in the functional questionnaires. Greater disease activity and

duration were associated with lower strength values. There was a strong correlation among

the functional assessment instruments. Therefore, we emphasize that the decrease in grip and

pinch strength, easily measured by portable dynamometers, is a strong indicator of functional

disability in RA patients.

Key-words: Rheumatoid arthritis. Hand strength. Pinch strength. Muscle weakness. Disability

evaluation.

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 - Articulações avaliadas no DAS28.................................................................. 22

Figura 2 - Posição recomendada para uso do dinamômetro............................................ 24

Figura 3 - Pinças bidigital (a), pulpolateral (b) e tridigital (c)........................................ 25

Figura 4 - Fluxograma das etapas de seleção dos indivíduos......................................... 26

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Características do grupo com e sem artrite reumatoide................................ 27

Tabela 2 - Correlações negativas entre força de mãos, capacidade funcional, atividade

e duração da doença em pacientes com artrite reumatoide..................... 28

Tabela 3 - Força de mãos no grupo com artrite reumatoide (GAR) e no grupo controle

(GC)................................................................................................... 28

Tabela 4 - Força de mãos conforme faixa etária de pacientes com artrite reumatoide e

grupo controle..................................................................................... 29

Tabela 5 - Valores e correlação das forças de mãos com fator reumatoide positivo e

negativo em indivíduos com artrite reumatoide..................................... 29

Tabela 6 - Força de mãos dos pacientes com artrite reumatoide (AR) em remissão

booleana e em atividade........................................................................ 30

Tabela 7 - Características da duração, atividade da doença e funcionalidade do GAR.. 30

Tabela 8 - Correlação dos instrumentos de funcionalidade com atividade e duração da

doença................................................................................................. 31

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ACR American College of Rheumatology (Colégio Americano de Reumatologia)

AGS avaliação global da saúde

AR artrite reumatoide

AVDs atividades de vida diária

ASSH American Society for Sugery of the Hand (Sociedade Americana de Cirurgiões

de Mãos)

ASTH American Society of Hand Therapists (Sociedade Americana de Terapeutas de

Mãos)

BI preensão bidigital

CEP comitê de ética em pesquisa

CHFS Cochin Hand Functional Score (Pontuação Funcional de Mãos de Cochin)

CM carpometacárpicas

DAS-28 Disease Activity Score 28 (Índice de Atividade da Doença)

DASH Disability of Arm, Shoulder and Hand Questionnaire (Questionário de

Incapacidade dos Braços, Ombros e Mãos)

DM-II diabetes mellitus tipo II

DP desvio padrão

EULAR European League Against Rheumatism (Liga Europeia contra o Reumatismo)

EVA escala visual analógica

Famema Faculdade de Medicina de Marília

FPM força de preensão manual

GAR grupo com artrite reumatoide

GC grupo sem artrite reumatoide

HAQ Health Assessment Questionnaire (Questionário de Avaliação da Saúde)

IFP interfalangeana proximal

IMC índice de massa corporal

INF interfalangeanas

Kgf quilograma-força

MCP metacarpofalageana

PL preensão pulpolateral

TCLE termo de consentimento livre e esclarecido

TRI preensão tridigital

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO......................................................................................................... 14

1.1 Artrite reumatoide...................................................................................................... 14

1.2 Função manual e força de preensão e de pinça.......................................................... 16

2 OBJETIVOS.............................................................................................................. 18

2.1 Objetivo primário....................................................................................................... 18

2.2 Objetivos secundários................................................................................................ 18

3 MATERIAL E MÉTODOS....................................................................................... 19

3.1 Tipo de estudo............................................................................................................ 19

3.2 Amostra..................................................................................................................... 19

3.2.1 Critérios de inclusão.................................................................................................. 19

3.2.2 Critérios de exclusão.................................................................................................. 19

3.3 Procedimentos............................................................................................................ 20

3.4 Instrumentos............................................................................................................... 20

3.4.1 Disease Activity Score (Índice de Atividade da Doença – DAS28).......................... 20

3.4.2 Ficha de identificações............................................................................................... 21

3.4.3 Health Assessment Questionnaire (HAQ)................................................................. 21

3.4.4 Cochin Hand Functional Score (CHFS).................................................................... 22

3.4.5 Disability of Arm, Shoulder and Hand (DASH)........................................................ 22

3.4.6 Dinamometria............................................................................................................ 22

3.4.6.1 Força de preensão manual (FPM).............................................................................. 23

3.4.6.2 Força de preensão digitais ou de pinça...................................................................... 24

3.5 Análise estatística...................................................................................................... 24

4 RESULTADOS......................................................................................................... 25

5 DISCUSSÃO............................................................................................................. 31

6 CONCLUSÃO........................................................................................................... 35

REFERÊNCIAS......................................................................................................... 36

APÊNDICE A – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE)................. 42

APÊNDICE B – Ficha de identificação..................................................................... 44

ANEXO A – Critérios do Colégio Americano de Reumatologia de 1987 (ACR

1987 para classificação da artrite reumatoide......................................................... 45

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ANEXO B – Critérios do Colégio Americano de Reumatologia e da Liga

Europeia contra o Reumatismo de 2010 (ACR/EULAR 2010).................................

46

ANEXO C – Parecer consubstanciado do CEP......................................................... 47

ANEXO D – Health Assessment Questionnaire (HAQ)........................................... 49

ANEXO E – Cochin Hand Functional Score (CHFS)............................................... 50

ANEXO F – Disability of Arm, Shoulder and Hand (DASH).................................. 51

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1 INTRODUÇÃO

1.1 Artrite reumatoide

A artrite reumatoide (AR) é uma doença autoimune inflamatória crônica progressiva e

de etiologia desconhecida. Inicia-se pela inflamação da membrana sinovial de múltiplas

articulações bilateralmente.(1–4)

O comprometimento de joelhos, quadris, ombros e cotovelos e

é comum, mas acima de 90% dos pacientes sofrem de envolvimento de punhos

metacarpofalangeanas (MCF), interfalangeanas proximais (IFP).(5-6)

Sua prevalência é estimada em 0,5% a 1% da população mundial adulta, variável de

acordo com características étnicas.(1)

Tem predomínio em mulheres, de 2 a 3 vezes em relação

ao sexo masculino, e maior incidência na faixa etária de 30-50 anos, podendo ter início em

qualquer idade.(1–4)

No Brasil a prevalência varia de 0,2% até 1% da população em amostras

das macrorregiões norte, nordeste, centro-oeste e sul.(1-2,4)

Sua etiologia é complexa e em grande parte desconhecida, porém estudos demonstram

a influência de fatores genéticos e ambientais em sua patogênese. Devido à influência

genética, familiares de pacientes com AR formam um grupo de risco para o desenvolvimento

da doença, principalmente na sua forma mais grave. Os principais fatores de risco para a

doença incluem genética de susceptibilidade, tabagismo, agentes infecciosos, fatores

socioeconômicos e étnicos, que associam com a ocorrência e a gravidade da doença.(1,7)

Para o diagnóstico da AR são consideradas as manifestações clínicas articulares e

extra-articulares, as provas de atividades inflamatórias, os testes sorológicos e os exames de

imagem. Os critérios de classificação do Colégio Americano de Reumatologia de 1987 (ACR

1987) ou os critérios do Colégio Americano de Reumatologia e da Liga Europeia contra o

Reumatismo de 2010 (ACR/ EULAR 2010)(2,8-9)

podem auxiliar no diagnóstico, de AR

estabelecida e inicial, respectivamente, e têm sido utilizados nas pesquisas(8-9)

(ANEXO A e

B).

Os custos relacionados a AR são elevados em decorrência de fatores diretos – gastos

com diversos medicamentos, particularmente drogas modificadoras do curso da doença

biológicas, despesas médicas e hospitalares, e de fatores indiretos – perda da produtividade

pessoal, capacidade laboral, absenteísmo e pagamento de aposentadorias por invalidez.(3,5,10)

O custo da incapacidade para o trabalho devido à AR é substancial tanto para os indivíduos

quanto para a sociedade. Aproximadamente um terço das pessoas com AR deixarão o

emprego precocemente.(11)

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15

Com a progressão da AR muitos indivíduos têm dificuldade de desenvolver suas

atividades de vida diária (AVDs) e, em metade dos casos, ficam impossibilitados de

trabalhar.(1,4-5,12)

No estudo de Louzada-Júnior et al.(12)

, somente 31% do indivíduos com AR

estavam trabalhando, refletindo o alto impacto individual e social.

Nos idosos o diagnóstico da AR é mais complexo devido a presença de doenças

associadas, levando ao retardo no início do tratamento. Nesses pacientes há menor

deformidade em mãos, acometimento pulmonar e síndrome de Sjögren em relação àqueles

que tiveram diagnóstico em idade adulta ou adulta jovem.(13)

Para o seguimentos desses pacientes foram criados e validados índices compostos da

atividade da doença que utilizam números de articulações com dor e edema, avaliação de

atividade da doença pelo indivíduo e pelo avaliador através da escala analógica visual (EVA)

e marcadores inflamatórios em exames de sangue.(2)

Um dos índices composto de atividade

doença mais citados nos estudos com AR é o Disease Activity Score 28 (DAS28).(14–18)

A atividade da doença está associada à diminuição da força de preensão manual(19)

e

progressiva incapacidade funcional principalmente das mãos, com consequente prejuízo nas

AVDs. O conceito da funcionalidade abrange a capacidade do indivíduo realizar AVDs,

atividades pessoais e laborais de forma eficaz e independente. A incapacidade funcional

portanto deve ser caracterizada pelos prejuízos sobre o desempenho corporal, pessoal e social.

A medida de força muscular das mãos é um parâmetro de funcionalidade relevante visto que

as mãos estão envolvidas em grande parte das atividades humanas e que são fortemente

acometidas pela AR.(20,21)

Dentre os questionários de avaliação funcional mais utilizados para AR estão o Health

Assessement Questionnaire (HAQ), empregado para avaliação funcional global (22-23)

e o

Cochin Hand Functional Score (CHFS), para função manual.(6,24-25)

Ambos utilizam o relato

da dificuldade do paciente na realização de cada tarefa mas não registram a performance em

atividades do cotidiano.(26-27)

O HAQ verifica várias atividades com membros superiores e mais especificamente

com as mãos nas AVDs.(28)

O CHFS acrescenta avaliação da habilidade motora de

manipulação fina e destreza manual. O Disability of Arm, Shoulder and Hand (DASH) avalia

mais a função dos membros superiores como um todo, em que o uso da mão depende de

segmentos superiores até os ombros.(29–31)

A avaliação através de questionários pode ser complementada com medidas objetivas

de força muscular. O teste de força de preensão manual (FPM) é um dos métodos mais

relatados na literatura em diversas populações, incluindo pacientes com AR.(28,32–34)

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16

1.2 Função manual e força de preensão e de pinça

A mão é uma estrutura anatômica das mais complexas do corpo humano, capaz de

executar funções muito sofisticadas através da combinação de diferentes habilidades, como

aderência, mobilidade, percepção sensorial e coordenação motora.(35,36)

É necessário um

grande número de articulações e músculos para concretizar as inúmeras possibilidades de

movimentação da mão incluindo as articulações intercarpais, carpometacarpais, MCF, IFP e

distais(37)

, músculos extrínsecos que cruzam o punho e intrínsecos com suas duas inserções

distais ao punho.(38–41)

A AR muitas vezes evolui com deformidades em mãos como desvio radial do punho

seguido por desvio ulnar de MCF; dedo em botoeira ou pescoço de cisne. O desvio ulnar é a

mais comum deformidade na mão que ocorre em 44% dos pacientes nos primeiros 10 anos de

doença.(42)

Em um estudo longitudinal, de 5 anos em pacientes com AR, cerca de 59%

desenvolveram pelo menos uma deformidade em mãos durante o primeiro ano do estudo e

verificou-se progressão de deformidade das mãos e perda de função ao final do estudo.(43)

E

por fim, Bodur et al.(44)

demostraram que deformidades comprometem força de mãos.

As funções básicas da mão são preensão manual e pinças, que habitualmente exigem a

participação das articulações do punho e de outras estruturas mais proximais.

A força de preensão manual (FPM) depende principalmente do 4º e 5º dedos e da

região hipotênar e sua mensuração é indicativa de função dos membros superiores.(28,45–48)

No

entanto, no estudo realizaado por Cha et al.(49)

, observou-se que o dedo médio foi o maior

contribuinte para a FPM. Em indivíduos saudáveis, há diferenças significativas na FPM entre

mãos relacionadas à dominância.(19)

A força e a massa muscular atingem o pico na vida

adulta, entre os 20 e 40 anos de idade, e declinam gradualmente a partir dos 45-50 anos dentro

do envelhecimento saudável.(19,28,41,45,50)

Na avaliação da FPM utiliza-se um dinamômetro, que pode ser pneumático, digital ou

hidráulico. O dinamômetro pneumático é um instrumento que mede a força manual através da

pressão. O digital avalia a curva força versus tempo. O hidráulico mede a força máxima

produzida por uma contração isométrica, sendo um instrumento prático, de fácil aplicação e

entre os mais citados na literatura.(15,46)

As forças de pinças envolvem o 1º ao 3º dedos e são avaliadas pelo aparelho chamado

pinch gauge, um dinamômetro de dedos que avalia três tipos de preensão digital: bidigital

(BI), pulpolateral (PL) ou tipo chave e tridigital (TRI).(47,51)

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17

Em indivíduos com AR pode ocorrer de 25 a 50% da força muscular menor em

comparação a população saudável devido a diversos fatores decorrentes do processo

inflamatório agudo e crônico, como dor, perda de massa muscular, deformidades, doenças

associadas e medicamentos.(25,28,38,44,52–54)

A FPM abaixo de 20 Kgf em pacientes com AR

implica impacto funcional. (19)

Um estudo mostrou 30% menos de FPM em AR(55)

e outro

diminuição de 36% de FPM, PL e TRI, na mão dominante e 43% na não dominante.(32)

A mensuração da força muscular de mãos, que tem repercussões sobre a função, pode

discriminar os vários estágios da doença, sendo relacionada a remissão quando seus valores

retornam próximo à normalidade.(19)

A força isométrica máxima é indicativa da condição física do indivíduo porém não

costuma ser utilizada nas atividades do cotidiano, por isso a avaliação deve incluir também

questionários de funcionalidade de mãos, membros superiores e avaliação global a fim de

detectar diferentes limitações causadas pela AR.(15,46)

Essas mensurações podem orientar a

prescrição de intervenções não farmacológicas visando melhora do autocuidado, da

produtividade e interação social.(5,15,44)

Portanto este estudo tem como objetivos verificar a correlação das forças de mãos com

funcionalidade em pacientes com AR, e quantificar as diferenças de força de preensão entre

indivíduos com e sem AR.

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2 OBJETIVOS

2.1 Objetivo primário

Analisar a correlação de força de preensão manual e de pinças com funcionalidade em

pacientes com AR.

2.2 Objetivos secundários

Correlacionar a força de preensão manual e de pinças com atividade e duração da

doença.

Comparar a força de preensão manual e de pinças entre indivíduos com e sem artrite

reumatoide.

Correlacionar a força de preensão manual e de pinças com a dominância das mãos nos

indivíduos com e sem AR.

Correlacionar o uso de drogas sintéticas para controle da doença e fator reumatoide

com força de preensão manual e de pinças.

Correlacionar uso de medicamentos cardiovasculares com força de preensão manual e

de pinças.

Analisar a força de preensão manual e de pinças por grupo de faixas etárias nos

indivíduos com AR e sem AR.

Verificar se há diferença da força de preensão manual e de pinças entre indivíduos

com AR em atividade e em remissão booleana.

Correlacionar a duração e atividade da doença com funcionalidade nos pacientes com

AR.

Verificar a correlação entre os instrumentos funcionais.

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3 MATERIAL E MÉTODOS

3.1 Tipo de estudo

Foi realizado um estudo transversal caso-controle.

3.2 Amostra

Foi feita amostragem por conveniência de pacientes com diagnóstico de AR

acompanhados pelo Serviço de Reumatologia no Ambulatório Mário Covas da Faculdade de

Medicina de Marília (Famema). Os controles foram selecionados entre acompanhantes do

ambulatório de reumatologia e em ambulatórios diversos da clínica médica, obstetrícia e

otorrinolaringologia e pareados por sexo, idade e IMC.

O cálculo da amostra utilizou teste bicaudal com nível de significância de 5%, poder

de 90%, desvio padrão de 9,8 Kgf(34)

em força de preensão manual e diferença clinicamente

significante de 4,5 Kgf. Para compensação de eventuais perdas aumentamos o tamanho da

amostra em 20%, resultando em 121 indivíduos para cada grupo.

Todos os participantes receberam orientações verbais e por escrito e foram incluídos

após a assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (APÊNDICE A). O estudo

foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Faculdade de Medicina de Marília, parecer

número 1.470.862 (ANEXO C).

3.2.1 Critérios de inclusão

Idade igual ou maior que 18 anos, capacidade cognitiva para responder aos

questionários e capacidade física para realizar os testes de força de preensão.

Para o grupo AR (GAR), cumprimento dos critérios de classificação da AR ACR 1987

e ACR-EULAR 2010(8,56)

(ANEXO A e B).

3.2.2 Critérios de exclusão

Déficit de compreensão ou algum déficit que limite a entrevista, lesão dermatológica,

neurológica, osteoartrite de mãos que comprometa os movimentos de preensões ou amputação

de membros superiores.

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20

Para o grupo controle (GC), ausência de queixas articulares em mãos.

3.3 Procedimentos

Os indivíduos do GAR foram avaliados por um médico reumatologista em consulta

que fez a confirmação do diagnóstico de AR e as mensurações de atividade da doença. Em

seguida foram submetidos a verificação de massa corporal e altura (balança mecânica com

estadiômetro Filizola com precisão de 100 g e 0,1 cm), aplicação de questionários de

funcionalidade e testes de força de mãos.

3.4 Instrumentos

3.4.1 Disease Activity Score (Índice de Atividade da Doença - DAS-28)

O DAS-28 é um instrumento que inclui contagem de articulações dolorosas e

edemaciadas entre 28 articulações predefinidas, a avaliação geral da doença pelo paciente e

prova de atividade inflamatória – VHS ou PCR – para determinar um valor numérico para a

atividade da AR. São avaliados punhos, MCF, IFP, ombros, cotovelos e joelhos (Figura 1). O

exame laboratorial usado foi a dosagem da proteína C reativa (método imunoturbidimétrico).

A avaliação global da saúde do paciente é obtida através de uma escala visual analógica

(EVA) de 0 a 100 mm para a intensidade da doença na última semana, sendo 0 a ausência de

sintomas e 100 a pior situação.(14)

O resultado é obtido pela fórmula

DAS 28PCR = 0,56 x √NAD28 + 0,28 x √NAE28 + 0,36 x Ln(PCR+1) +0,014 x AGS + 0,96

NAD: número de articulações dolorosas, NAE: número de articulações edemaciadas, Ln: logaritmo

neperiano; PCR: proteína C reativa.

Quanto mais alto o valor do DAS-28, maior é a atividade da doença, havendo distintas

formas de interpretação de resultados. Uma das classificações considera remissão ≤ 2,4; baixa

atividade ≤ 3,2; moderada atividade ≤ 5,5, e alta atividade > 5,5(16–18)

, no entanto a tendência é

ser mais exigente na conceituação de remissão. Atualmente adota-se a definição de remissão

booleana estabelecida pelos critérios de remissão ACR/EULAR de 2010 que exige contagem

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21

de articulações edemaciadas e dolorosas ≤ 1, PCR ≤ 1 mg/dl e EVA ≤ 1 ou índice

simplificado de atividade de doença for ≤ 3.(57-58)

Figura 1: Articulações avaliadas no DAS28

Adaptado de Matsui(59)

3.4.2 Ficha de identificação

Dados pessoais, peso, altura, doenças relatadas, infiltrações em mãos ou punhos

(APÊNDICE B).

3.4.3 Health Assessment Questionnaire (HAQ)

O HAQ foi criado em 1980 e traduzido para vários idiomas. É um instrumento

desenvolvido para medir funcionalidade em pacientes com AR, composto de 20 questões

agrupadas em 8 categorias: vestimenta, levantar-se, acordar, alimentar-se, andar, higiene,

alcance, pegada e outras atividades do cotidiano(2,22-23,35)

(ANEXO D).

Em cada pergunta, o paciente indica o grau de dificuldade encontrado para realizar

cada tarefa utilizando as notas de 0 a 3, que se referem a nenhuma dificuldade até

incapacidade. O resultado final é a média dos maiores valores de cada uma das categorias

variando de 0 a 1 incapacidade leve à moderada, de 1 a 2 incapacidade moderada à grave e de

2 a 3 incapacidade grave a muito grave.(22,35)

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22

3.4.4 Cochin Hand Functional Scale Questionnaire (CHFS)

O CHFS é uma escala que foi inicialmente desenvolvida na França para avaliar o nível

de incapacidade funcional das mãos em pacientes com AR e posteriormente utilizado para

outras condições. É um instrumento de rápida aplicação composto por 18 questões sobre

atividades comuns do cotidiano dependentes do uso das mãos. Em cada pergunta o paciente

relata o grau de dificuldade para cada tarefa, variando de 0 a 5 „ausência de dificuldade‟ até

„impossibilidade‟, com resultado final obtido pela somatória de todos os itens. Essa escala

tem se mostrado válida e confiável em vários países; e no Brasil foi traduzida e adaptada por

Chiari, Sardim e Natour, 2011(6,24-25)

(ANEXO E).

3.4.5 Disability of the Arm, Shoulder and Hand (DASH)

O DASH é um instrumento desenvolvido para avaliação da função dos membros

superiores em diversas condições. É composto por 30 perguntas incluindo 21 sobre a funções

físicas, 6 sobre sintomas e 3 sobre funções sociais. Há módulos opcionais com questões

adicionais para atletas e músicos. Cada pergunta é respondida por uma escala de Likert de 1 a

5, variando de „ausência de dificuldade‟ até „incapacidade‟ de fazer determinada tarefa na

semana passada. A soma de todas as respostas é divida pelo número de questões, subtrai-se 1

e multiplica-se por 25, para se obter a pontuação final que varia de 30 a 100. Em 2005 foi

traduzido, validado e adaptado para a língua portuguesa(29–31)

(ANEXO F).

3.4.6 Dinamometria

A contração muscular pode ocorrer de 3 formas: isométrica, isotônica e isocinética. Na

isométrica não há alteração no comprimento total do músculo, não há movimento; na

isotônica a resistência é fixa, mas há encurtamento e alongamento do músculo gerando

movimentos; e na isocinética a velocidade angular é constante, o que se obtém por meio de

um dinamômetro isocinético, que oferece resistência adaptável à intensidade da contração,

seja máxima ou submáxima, e permite mensurar vários parâmetros de força muscular.(60)

A avaliação de força máxima já está bem estabelecida na literatura em populações

saudáveis e foi adotada no estudo. Foram realizadas 3 medidas e considerada a média das

tentativas, conforme as recomendações da ASHT e da Sociedade Americana de Cirurgiões de

Mãos (ASSH)(61)

, que oferecem maior confiabilidade no teste-reteste e menor variabilidade

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23

entre diferentes aparelhos. A unidade de medida do dinamômetro é expressa em pounds (oz),

libras (lbs) ou em quilograma-força (Kgf), que foi utilizada neste estudo.(15,45-46)

3.4.6.1 Força de preensão manual (FPM)

O dinamômetro hidráulico foi desenvolvido por Bechtol e tem sido o instrumento mais

aceito para avaliação da força isométrica desde 1954.(15)

De acordo com da Sociedade Americana de Terapeutas de Mãos (ASHT) deve ser

feito o posicionamento do paciente antes de se proceder à mensuração de força. O pacientes

deve estar sentado confortavelmente, com ombro aduzido, cotovelo 90°, antebraço em

posição neutra e punho entre 0 a 30° de extensão, representada na figura 2.(15,45-46)

Figura 2 - Posição recomendada para uso do dinamômetro

Fonte: Figueiredo(15)

A força de preensão palmar foi registrada em dinamômetro da marca Jamar®, um dos

mais comumente citados na literatura. O aparelho é de uso simples, fornece leitura rápida e

direta(46,48,62–64) e permite ajustes na empunhadura com cinco distâncias entra as alças: I –

3,5 cm; II – 4,8 cm; III – 6,0 cm; IV – 7,3 cm e V – 8,6 cm. Neste estudo foi usada a

empunhadura da posição II, adotada como tamanho padrão de acordo com ASHT.(46)

Os pacientes foram orientados a sustentar a contração por 3 segundos e realizaram

descanso de 1 minuto entre as tentativas para evitar fadiga. Foi feita estimulação verbal com a

frase “força, força, força”, embora não esteja claro na literatura sua influência sobre o

desempenho.(46,61-62,65-66)

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24

3.4.6.2 Força de preensão digitais ou de pinça

As preensões de pinça podem ser bidigitais como a pinça clássica entre polegar e dedo

indicador (BI) ou pulpolateral (PL), entre a polpa do polegar e a lateral da falange

intermediária do indicador. A preensão tridigital (TRI) envolve os dedos polegar, indicador e

médio.(67)

As medidas de força de pinças estão representadas na figura 3.

A força digitais foram medidas pelo dinamômetro pinch gauge (0-30 libras) da marca

B&L Engineering®. O posicionamento e todos os procedimentos adotados foram os mesmos

listados anteriormente para FPM.

Figura 3 - Pinças bidigital (a), pulpolateral (b) e tridigital (c)

Fonte: http://www.bleng.com/hand-dynamometers-pinch-gauges/pinch-gauges

3.5 Análise estatística

Foi feita estatística descritiva e verificação da normalidade pelo teste de Kolmogorov-

Smirnov. Os grupos pareados 1:1 por sexo, idade e IMC fazendo-se comparação por teste t.

As correlações foram feitas por testes de Pearson e Spearman adotando-se os seguintes

valores para interpretação da força das correlações: 0,0 a 0,3 insignificante; 0,3 a 0,5 baixa;

0,5 a 0,7 moderada; 0,7 a 0,9 alta; 0,9 a 1,0 muito alta.(68)

Para comparação entre os grupos foi

utilizado o teste t independente, com nível de significância de P < 0,05.

Foi utilizado o Software Statistical Package for the Social Sciences (SPSS versão 24).

a b c

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25

4 RESULTADOS

Pesquisa realizada durante setembro de 2015 a junho de 2016.

Figura 4 - Fluxograma das etapas de seleção dos indivíduos

Os dois grupos apresentavam em sua maioria mulheres, casadas, cor branca (auto

relatada), com baixo nível de escolaridade, que relataram mais frequentemente hipertensão

arterial, mão direita dominante para escrita e realização das AVDs. Os detalhes dos pacientes

do GAR e do GC estão apresentados na tabela 1.

Ambulatório de

Reumatologia

609

Excluídos (488)

Alta (20)

Óbitos (12)

Diagnóstico incompleto (100) Diagnóstico incorreto (300)

Não aceitaram participar (20)

Lesão neurológica (7)

Lesão dermatológica (6)

Osteoartrite em mãos (13)

Cirurgia em mãos (4)

Falta na consulta (6)

Grupo artrite

reumatoide (121)

Controles

150

Excluídos (29)

Recusa em participar (10)

Lesão neurológica (7)

Lesão dermatológica (4)

Osteoartrite (6)

Cirurgia em mão (2)

Grupo controle

(121)

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26

Tabela 1 - Características do grupo com e sem artrite reumatoide

Variáveis Artrite reumatoide

n =121

Controles

n = 121

Idade Média ± DP (anos) 57,50 ± 10,75 57,48 ± 10,48

IMC Média ± DP (Kg/m2) 28,26 ± 5,84 29,74 ± 6,08

Sexo (%)

.... Masculino 14 (11,6) 14 (11,2)

.... Feminino 107 (88,4) 107 (88,4)

Etnia (%)

.... Branco 81 (66,9) 67 (55,4)

.... Preto 3 (2,5) 12 (9,9)

.... Pardo 36 (29,8) 42 (34,7)

.... Índio 1 (0,8) -

Escolaridade (%)

.... Nenhum 8 (6,6) 5 (4,1)

.... 1º grau incompleto 49 (40,5) 52 (43,0)

.... 1º grau completo 17 (14,0) 15 (12,4)

.... 2º grau incompleto 22 (18,2) 5 (4,1)

.... 2º grau completo 18 (14,9) 37 (30,6)

.... Superior 7 (5,8) 7 (5,8)

Estado Civil (%)

.... Solteiro 19 (15,7) 10 (8,3)

.... Casado 65 (53,7) 72 (59,5)

.... Divorciado 19 (15,7) 14 (11,6)

.... Viúvo 14 (11,6) 18 (14,9)

.... Amasiado 4 (3,3) 7 (5,8)

Mão dominante (%)

.... Direita 114 (94,2) 115 (95,0)

Doença Associada (%)

.... HAS 71 (58,7) 74 (61,2)

.... Osteoporose 31 (25,6) 3 (2,5)

.... Diabetes 18 (14,9) 32 (26,4)

DP: desvio padrão; kg: quilogramas; m: metros; kg/m2: quilogramas por metro quadrado; HAS

hipertensão arterial sistêmica.

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27

Tabela 2 - Correlações negativas entre força de mãos, capacidade funcional, atividade e

duração da doença em pacientes com artrite reumatoide

Variáveis preensão manual pinça bidigital pinça tridigital pinça lateral

D E D E D E D E

HAQ 0,585* 0,528* 0,446* 0,472* 0,505* 0,501* 0,470* 0,555*

DASH 0,606* 0,559* 0,453* 0,444* 0,484* 0,486* 0,444* 0,535*

CHFS 0,606* 0,512* 0,452* 0,448* 0,496* 0,474* 0,474* 0,509*

Duração

da doença 0,168 0,196** 0,171 0,204** 0,189** 0,217** 0,187** 0,238*

DAS28 0,431* 0,401* 0,473* 0,436* 0,467* 0,424* 0,341* 0,336*

GAR: grupo artrite reumatoide; HAQ: Health Assessment Questionnaire; DASH: Disabilities Arm,

Shoulder and Hand; CHFS: Cochin Hand Functional Scale. Teste de correlação de Pearson para

DAS28; Teste de Correlação de Spearman, para os demais; * P < 0,01 e ** P < 0,05.

Tabela 3 - Força de mãos no grupo com artrite reumatoide (GAR) e no grupo controle (GC)

GAR GC Diferença GC-GAR

Teste de força Média ± DP (Kgf) (%) P

Preensão manual D 17,74 ± 9,23 25,94 ± 8,33 30 < 0,01

Preensão manual E 17,34 ± 8,87 25,85 ± 8,32 31 < 0,01

Pinça bidigital D 3,47 ± 1,56 5,24 ± 1,49 32 < 0,01

Pinça bidigital E 3,33 ± 1,58 4,98 ± 1,39 31 < 0,01

Pinça tridigital D 4,55 ± 1,99 6,87 ± 2,10 32 < 0,01

Pinça tridigital E 4,50 ± 2,05 6,57 ± 1,95 30 < 0,01

Pinça pulpolateral D 6,02 ± 2,40 7,79 ± 1,96 21 < 0,01

Pinça pulpolateral E 5,60 ± 2,31 7,26 ± 1,86 21 < 0,01

Kgf: quilograma-força; D: direita; E: esquerda. Teste t independente.

Não houve correlação das forças de mãos em relação a dominância das mãos.

O uso de medicamentos cardiovasculares não teve correlação significativa com as

forças de mãos nos dois grupos.

Em análise separada por grupos de faixas etárias de 10 anos em AR verificamos que a

FPM declina após os 35 anos de idade e acima de 65 anos o declínio é ainda maior. No GAR

foi encontrado diferença significativa entre os grupos de faixas etárias (P < 0,001) nas forças

de preensão à esquerda e na pinça tridigital à esquerda . Já no GC o maior valor da força foi

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28

encontrado no G2 e declínio gradual com a idade, havendo diferenças significativas entre

todos os grupos de faixas etárias.

Tabela 4 - Força de mãos conforme faixa etária de pacientes com artrite reumatoide e grupo

controle

Artrite reumatoide Controle

Grupos

Idade

FPM D

Média ± DP

FPM E

Média ± DP

FPM D

Média ± DP

FPM E

Média ± DP

26-35 - G1 25,53 ± 14,89 20,67 ± 14,26 30,17 ± 11,49 32,33 ± 10,54

36-45 - G2 16,37 ± 8,22 18,54 ± 7,94 34,13 ± 8,51 33,75 ± 9,66

46-55 - G3 17,55 ± 8,13 17,39 ± 7,86 27,54 ± 8,20 27,67 ± 7,07

56-65 - G4 18,18 ± 9,77 18,30 ± 9,52 24,96 ± 8,44 24,90 ± 9,49

+ 65 - G5 14,75 ± 11,52 13,61 ± 10,22 22,46 ± 5,66 21,93 ± 4,45

FPMD: Força de preensão manual direita; FPME: força de preensão manual esquerda.

No GAR o fator reumatoide foi positivo em 78,5% dos pacientes e o ACPA não foi

disponibilizado para 43 pacientes. A medicação mais utilizada foi o metotrexato por 71,9%

(n=87), seguido por leflunomida em 52,9% (n=64) e hidroxicloroquina em 38% (n=46).

Tabela 5 - Valores e correlação das forças de mãos com fator reumatoide positivo e negativo

em indivíduos com artrite reumatoide

FR positivo (n=95) FR negativo (n=26)

Força de mãos Média ± DP (Kgf) P

Preensão manual D 17,73 ± 9,46 17,77 ± 8,48 > 0,05

Preensão manual E 17,00 ± 9,16 18,61 ± 7,74 > 0,05

Pinça bidigital D 3,46 ± 1,60 3,49 ± 1,46 > 0,05

Pinça bidigital E 3,36 ± 1,65 3,23 ± 1,30 > 0,05

Pinça tridigital D 4,51 ± 2,06 4,70 ± 1,78 > 0,05

Pinça tridigital E 4,53 ± 2,14 4,37 ± 1,71 > 0,05

Pinça pulpolateral D 6,00 ± 2,43 6,14 ± 2,35 > 0,05

Pinça pulpolateral E 5,60 ± 2,34 5,60 ± 2,23 > 0,05

FR: Fator reumatoide.

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29

Não houve correlação da força de mãos e função com remissão booleana da AR.

Tabela 6 - Força de mãos dos pacientes com artrite reumatoide (AR) em remissão booleana e

em atividade

AR em remissão (n=8) AR em atividade (n=113)

Força de mãos Média ± DP (Kgf) P

Preensão manual D 18,44 ± 5,71 17,69 ± 9,44 > 0,05

Preensão manual E 19,63 ± 5,88 17,18 ± 9,04 > 0,05

Pinça bidigital D 4,03 ± 1,20 3,43 ± 1,58 > 0,05

Pinça bidigital E 4,10 ± 1,50 3,28 ± 1,57 > 0,05

Pinça tridigital D 4,82 ± 0,99 4,54 ± 2,05 > 0,05

Pinça tridigital E 5,44 ± 2,14 4,43 ± 2,03 > 0,05

Pinça pulpolateral D 6,46 ± 1,62 5,99 ± 2,45 > 0,05

Pinça pulpolateral E 6,98 ± 1,99 5,50 ± 2,30 > 0,05

Kgf: quilograma-força; D: direita; E: esquerda; Teste t independente.

Os instrumentos de avaliação da capacidade funcional apresentaram alta correlação

entre si HAQ e CHFS de 0,789 (P<0,01), HAQ e DASH de 0,825 (P<0,01) e CHFS e DASH

de 0,820 (P<0,01) – mas tiveram fraca correlação com a atividade da doença.

Tabela 7 - Características da duração, atividade da doença e funcionalidade do GAR

Variáveis (n=121) Média (±DP) Mediana [P25-P75]

Duração da doença (anos) 10 [5-16]

DAS-28 2,98 (±1,32)

HAQ 0,87 [0,31-1,75]

Cochin Hand Functional Score 8 [1-27]

DASH 20 [7,50-43,33]

GAR: grupo artrite reumatoide; n: amostra; DP: desvio padrão; P25-P75: percentil 25 e 75; n: amostra;

DP: desvio padrão; P25-P75: percentil 25 e 75; DAS-28: escore de atividade da doença; HAQ: Health Assessment Questionnaire; DASH: Disability of Arm, Shoulder and Hand.

A duração da doença não teve correlação significativa com a atividade da doença e

tampouco com os questionários de avaliação da capacidade funcional.

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30

Tabela 8 - Correlação dos instrumentos de funcionalidade com atividade e duração da doença

Variáveis (n=121) atividade (DAS-28) duração (meses)

HAQ 0,401** 0,094

CHFS 0,313** 0,054

DASH 0,395** 0,489

Duração - 0,079 1,00

DAS-28: escore de atividade da doença; HAQ: Health Assessment Questionnaire; CHFS: Cochin

Hand Functional Score; DASH: Disability of Arm, Shoulder and Hand. Teste de Correlação de Spearman; **: P < 0,01.

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31

5 DISCUSSÃO

Neste estudo a média de idade dos pacientes foi de 58 anos, porém a idade cronológica

não está associada com FPM na AR.(1-2,7,12,19,69)

Um estudo em saudáveis mostrou pico de FPM entre 25 e 39 anos e estabilidade nas

forças de pinças até 59 anos, seguindo-se um declínio gradual com a idade.(66)

Um estudo

brasileiros em saudáveis mostrou pico de FPM entre 35 a 39 anos e declínio gradual com a

idade.(62)

Em pacientes com AR um estudo mostrou não haver diferença na força de pinça BI

após 5 anos de acompanhamento.(43)

No entanto a metanálise de Beenakker et al.(19)

mostrou

declínio da FPM antes dos 50 anos, sugerindo que a doença pode causar um envelhecimento

precoce. No nosso estudo não encontramos um gradiente nítido de redução de força, mas

houve declínio de força nos grupos acima de 35 anos, semelhante aos estudos anteriores,

variação que pode ser atribuída à redução de massa e força muscular esperadas após os 40

anos de idade. Houve redução adicional de FPM no grupo acima de 65 anos, coerentemente

com a fragilidade envolvida em idosos mais velhos (acima de 75).(70)

Existe controvérsias com relação a força e dominância das mãos. Alguns estudos com

indivíduos saudáveis observaram diferenças significativas, revelando a mão dominante como

mais forte.(71)

Dois estudos avaliaram indivíduos com AR e saudáveis simultaneamente – um

demostrou que a mão dominante é 20% mais fraca que a não dominante em AR e 8% mais

forte em saudáveis(32)

, enquanto outro estudo encontrou diferença apenas em saudáveis.(72)

Nosso estudo não observou correlação entre força e dominância, seja no GAR ou no GC,

porém a dominância pode ser alterada por diversos fatores, como demandas de trabalho e

lazer.(15)

Em relação às doenças associadas, a hipertensão arterial sistêmica foi a mais

prevalente nesta amostra. O uso de medicamentos cardiovasculares foi associado à redução de

FPM em uma coorte de idosos(54)

, porém em nosso estudo hipertensão e uso de

medicamentos, de prevalências semelhantes entre os grupos, não apresentaram relação com

força de mãos.

Não foi verificada diferença estatisticamente significante da força de mãos conforme o

uso de drogas sintéticas para controle da doença e houve apenas correlação isolada entre uma

medida de pinça e o uso de um biológico, achados sem consistência para inferir que haja

relação causal.

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32

O fator reumatoide, relacionado ao pior prognóstico da AR, foi positivo em 78,5% do

GAR, pouco acima dos 70% em média relatados na literatura(2)

, mas a positividade não se

associou à força de mãos.

Um estudo com AR encontrou médias de 24,6 Kgf para FPM, 4,4 Kgf para pinças BI,

5,65 Kgf para TRI e 6,65 Kgf para PL, valores superiores aos encontrados em nosso estudo,

mas eles excluíram indivíduos com diabetes mellitus, hipo ou hipertireoidismo e hérnia discal

cervical(34)

, distanciando-se do perfil de pacientes da prática clínica.

Uma metanálise em 2010(19)

verificou que indivíduos com AR apresentaram FPM de

17,68 Kgf em média. Apesar dos estudos analisados terem excluídos os indivíduos com

diabetes mellitus, doença pulmonar obstrutiva crônica, deficiência de testosterona e/ou de

hormônio do crescimento esse valor é semelhante ao encontrado em nosso estudo que não fez

essas exclusões. A comparação de força entre pacientes com AR e saudáveis foi feita por

Alomari et al.(55)

, que observaram redução de 30% na FPM comparativamente a saudáveis

recrutados de comunidade local sem isquemia, hipertensão arterial sistêmica, angina, diabetes

mellitus, anemia, dislipidemia, insuficiência renal, obesidade, maior risco cardiovascular e

fumantes. Mesmo sem excluir essas doenças em ambos os grupos a diferença encontrada em

nosso estudo foi semelhante. Percebe-se portanto que ocorre muita variabilidade entre

estudos, tornando-se fundamental a questão dos grupos de controle. No delineamento de

nosso estudo tivemos a preocupação de selecionar um grupo controle com perfil semelhante

ao de pacientes da prática clínica, com diversas doenças associadas, e ao mesmo tempo fazer

o pareamento por variáveis potencialmente de grande influência sobre a força de mãos.

Acreditamos que uma qualidade do nosso estudo é apresentar boa validade interna sem

comprometer a validade externa.

Estudo de Poole et al.(73)

observou que a FPM e as pinças BI e TRI em pacientes com

AR são menores quanto menor a capacidade funcional em mãos medida pelo CHFS. Outro

estudo avaliou FPM, pinças BI, TRI e PL e mostrou a mesma correlação com a capacidade

funcional.(34)

Por fim, Adams et al.(74)

, embora com pequena amostra de 36 pacientes com AR,

observaram que o DASH é uma medida com forte correlação com a FPM e a pinça TRI, e é o

melhor instrumento para discriminar a capacidade funcional do membro superior. Igualmente,

o estudo de Nampei et al.(51)

concluiu que há correlação significativa entre as forças de pinças

BI, TRI e PL e a perda da função da mão em AR, mas foi o único a mostrar que isso também

se associava a deformidades do polegar e do indicador. Nosso estudo também demonstrou

associação com a função de mãos, no entanto não fizemos registro de deformidades para

analisar sua relação com a força de preensão.

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33

O valor do DAS28 mostrou baixa correlação com a força de preensão (DAS28

2,98±1,32). Um estudo recente mostrou que houve moderada correlação inversa entre DAS-

28 e força de preensão e pinças mensuradas com dinamômetro acoplado à smartphone e os

autores concluíram que a FPM pode colaborar na avaliação da atividade da doença em

ambiente ambulatorial.(75)

Um estudo piloto recente também relatou diminuição da capacidade

de produzir FPM em pacientes com AR com alta atividade da doença e correlação negativa de

FPM com dor e edema.(72)

Diferentemente em nosso estudo observamos baixa correlação entre força e atividade

da doença, o que não era esperado, pois as articulações de mãos tem um grande peso nos

valores do DAS28. Houve correlação em algumas das forças de mãos, porém todas abaixo de

0,3, ou seja, clinicamente insignificantes.

Não houve diferença significativa entre indivíduos com AR em remissão booleana e

em atividade, no entanto a baixa representatividade do primeiro subgrupo com apenas 8

pacientes dificulta uma conclusão robusta.

Um estudo observou alta correlação entre CHFS e HAQ(34)

, assim como o nosso,

ficando claro que as mãos afetadas na AR comprometem a capacidade funcional de maneira

geral.(76)

No estudo de validação do CHFS para população brasileira sua relação com o DASH

foi moderada(25)

. Diferentemente em nosso estudo houve alta correlação entre esses

instrumentos, o que pode ser justificado pelo acometimento da AR não limitar às pequenas

articulações mas também envolver as grandes articulações dos membros superiores. Existe

grande sobreposição nas avaliações feitas pelo HAQ, CHFS e DASH juntos, o que as tornam

desnecessária. No entanto, observamos que há grande diversidade de parâmetros na literatura

e optamos por fazer as 3 avaliações em nosso estudo com o intuito de possibilitar sua

comparação com vários outros.

A duração da doença teve correlação significativa, porém baixa, com funcionalidade,

assim como no estudo de Dedeoğlu et al. que utilizou CHFS(34)

e de Toyama et al.(43)

que

utilizou DASH, o que deve ser muito variável em função da agressividade da doença, da

precocidade no diagnóstico e da intensidade no tratamento em cada indivíduo.

Acreditamos que nosso estudo fornece uma referência importante na mensuração de

força de mãos em pacientes com AR, pois contou com uma amostra de tamanho superior ao

dos trabalhados disponíveis na literatura.(28,32,41,55,72)

Acrescentou ainda um grupo controle em

que foram selecionados indivíduos com perfil sociocultural semelhante ao dos pacientes e

pareados por sexo, idade e IMC, apresentando assim tanto boa validade interna quanto

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34

externa. Contudo, reconhecemos algumas limitações como a ausência de registro de

deformidades em mãos e de dados dos exames radiográficos, que podem estar associados às

medidas de força.

As medidas de força de preensão manual e de pinças foram menores em pacientes com

AR em comparação aos controles. A força de preensão manual e as forças de pinças foram

menores em pacientes com menor capacidade funcional, mas tiveram baixa correlação com

atividade e duração da doença.

Ainda há diversas questões a serem esclarecidas nessa área de estudo. Nossa

amostragem não tem um número suficiente de pacientes para se avaliar o acometimento da

força de mãos na AR inicial, o que poderia auxiliar na diferenciação de quanto participam na

redução de força os componentes de inflamação e de sequela. Qual é a correlação da força de

mãos com a força de membros inferiores e o risco de quedas? Qual é o impacto de programas

de reabilitação e exercício físico sobre a força de mãos em AR? Essas informações

contribuirão para esclarecer o potencial de se mensurar força de mãos no acompanhamento de

pacientes com AR a fim de oferecer um parâmetro adicional na orientação terapêutica para se

colaborar na melhora da funcionalidade, da qualidade de vida e do controle da doença.

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35

6 CONCLUSÃO

Conclui-se que a força de preensão manual e as forças de pinças foram menores em

pacientes com AR em relação àqueles sem a doença. A força de preensão foram inversamente

relacionadas com capacidade funcional global, função de mãos e membros superiores, porém

tiveram fraca correlação com atividade e duração da doença.

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with radiological damage and disease activity in rheumatoid arthritis. Rheumatol Int.

2008;28(5):407-12.

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APÊNDICE A - Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

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APÊNDICE B - Ficha de identificação

Nome: ______________________________________________ Prontuário:_________

Data da entrevista: ___/___/___ Data de nasc: ___/___/___ Idade: ______ Sexo: (F) (M)

Estado civil: ____________________________ Cidade: ____________ Etnia: _______

Início da doença: ________________________ Escolaridade: _____________________

Peso: _____ Altura: _____ Atividade laboral: __________________________________

Doenças crônicas referidas: _________________________________________________

Toma algum medicamento? Qual? ___________________________________________

_______________________________________________________________________

Já fez infiltração em alguma articulação? Qual? __________________________________

_______________________________________________________________________

HAQ

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20

COCHIN

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18

DASH

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15

16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30

DAS28

DOR EDEMA EVA VHS PCR

PREENSÃO MANUAL/ PINÇA

1D 1E BID TRID PLD BIE TRIE PLE

2D 2E BID TRID PLD BIE TRIE PLE

3D 3E BID TRID PLD BIE TRIE PLE

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ANEXO A - Critérios do Colégio Americano de Reumatologia de 1987 (ACR

1987) para classificação da artrite reumatoide.

Critério Definição

1) Rigidez matinal Rigidez matinal com duração de pelo menos 1 hora até a melhora

máxima.

2) Artrite de três ou

mais áreas articulares

Ao menos três área articulares simultaneamente afetada,

observadas pelo médico (interfalangeanas proximais,

metacarpofalangeanas, punhos, cotovelos, joelhos, tornozelos e

metatarsofalangeanas).

3) Artrite da

articulações das mãos

Artrite em punhos ou metacarpofalangeanas ou interfalangeanas

proximais.

4) Artrite simétrica Envolvimento simultâneo de áreas de ambos os lados do corpo.

5) Nódulos

reumatoides

Nódulos subcutâneos sobre proeminências ósseas, superfícies

extensoras ou em regiões justa-articulares.

6) Fator reumatoide

sérico positivo

Presença de quantidade anormais de fator reumatoide.

7) Alterações

radiográficas

Radiografias posteroanteriores de mãos e punhos demonstrando

rarefação ósseas justa-articular ou erosões.

Para classificação como artrite reumatoide, o paciente deve satisfazer a pelo menos 4 dos 7

critérios. Os critérios 1 até o 4 devem estar presentes por, no mínimo, 6 semanas. Modificado

a partir de Arnett et al.(9)

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ANEXO B - Critérios do Colégio Americano de Reumatologia e da Liga Europeia

contra o Reumatismo de 2010 (ACR/EULAR 2010)

População-alvo (quem deve ser testado?)

Paciente com pelo menos uma articulação com sinovite clínica definida (edema)*

Sinovite que não seja explicada por outra doença

*Os diagnósticos diferencias podem incluir condições tais como lúpus eritematoso sistêmico,

artrite psoriásica e gota. Se houver dúvidas quanto aos diagnósticos diferenciais relevantes,

um reumatologista deve ser consultado.

Acometimento articular (0-5)

1 grande articulação 0

2-10 grandes articulações 1

1-3 pequenas articulações (grandes não contadas) 2

4-10 pequenas articulações (grandes não contadas) 3

> 10 articulações (pelo menos uma pequena) 5

Sorologia 0-3

FR negativo E ACPA negativo 0

FR positivo OU ACPA positivo em baixos títulos 2

FR positivo OU ACPA positivo em altos títulos 3

Duração dos sintomas 0-1

< 6 semanas 0

≥ 6 semanas 1

Provas de atividade inflamatória 0-1

PCR normal E VHS normal 0

PCR anormal OU VHS anormal 1

Pontuação maior ou igual a 6 é necessária para classificação definitiva de um paciente como AR. O domínio

acometimento articular refere-se a qualquer articulação dolorosa ou inchada (excluindo interfalangeanas distais

do pé ou mão, primeira metatarsofalangeana e primeira carpometacárpica). Evidência adicional obtida por exames de imagem pode ser utilizadas para confirmação dos achados clínicos. Consideram-se, para fins de

classificação, como pequenas articulações as metacarpofalangeanas, interfalangeanas e punhos, e como grandes

articulações ombros, cotovelos, quadril, joelhos, tornozelos. Articulações adicionais (temporomandibular,

esternoclavicular, acromioclavicular, entre outras) podem ser cotadas, na avaliação de “mais de 10 articulações”,

desde que uma pequena articulação (ao menos) esteja acometida.

No domínio sorologia, considera-se o resultado do fator reumatoide ou de anticorpos antipeptídeos/proteínas

citrulinadas negativo se o valor encontrado for igual ou menor ao limite superior da normalidade para o

respectivo laboratório; positivo baixo se o resultado encontrado for maior que o limite superior da normalidade,

mas menor ou igual a 3 vezes o limite superior da normalidade; e positivo alto quando o valor encontrado for

superior a 3 vezes o limite superior da normalidade.

O domínio duração dos sintomas se refere ao relato do próprio paciente quanto à duração máxima dos sinais e sintomas de qualquer articulação que esteja clinicamente envolvida no momento da avaliação.

Já as provas de atividade inflamatória (velocidade de hemossedimentação e proteína C reativa) são

consideradas normais ou anormais de acordo com o valor de referência do laboratório utilizado. modificado a

partir de Aletaha et al.(8)

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ANEXO C – Parecer Consubstanciado do CEP

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ANEXO D - Health Assessment Questionnaire - HAQ

Você é capaz de: Sem

dificuldade

Com

alguma

dificuldade

Com muita

dificuldade

Incapaz

de

fazer

1. Vestir-se, inclusive amarrar os cordões

dos sapatos e abotoar suas roupas? 0 1 2 3

2.Lavar sua cabeça e seus cabelos? 0 1 2 3

3. Levantar-se de maneira ereta de uma

cadeira de encosto reto e sem braços? 0 1 2 3

4.Deitar-se e levantar-se da cama? 0 1 2 3

5. Cortar um pedaço de carne? 0 1 2 3

6. Levar à boca um copo ou uma xícara

cheia de café, leite ou água? 0 1 2 3

7. Abrir um saco de leite comum? 0 1 2 3

8. Caminhar em lugares planos? 0 1 2 3

9. Subir degraus? 0 1 2 3

10. Lavar e secar seu corpo após o banho? 0 1 2 3

11. Tomar banho de chuveiro? 0 1 2 3

12. Sentar-se e levantar-se de um vaso

sanitário? 0 1 2 3

13. Levantar os braços e pegar um objeto

de aproximadamente 2,5 quilogramas, que

está posicionado um pouco acima da

cabeça?

0 1 2 3

14. Curvar-se para pegar suas roupas no

chão? 0 1 2 3

15. Segurar-se em pé no ônibus ou no

metrô? 0 1 2 3

16. Abrir potes ou vidros de conservas,

que tenham sido previamente abertos? 0 1 2 3

17.Abrir e fechar torneiras? 0 1 2 3

18. Fazer compras nas redondezas aonde

mora? 0 1 2 3

19. Entrar e sair de um ônibus? 0 1 2 3

20. Realizar tarefas tais como usar a

vassoura para varrer e o rodo de água? 0 1 2 3

Fonte: Bruce(22-23)

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ANEXO E - Cochin Hand Functional Scale – CHFS

Queira responder às perguntas a seguir, sem o uso de adaptação. Por exemplo, lápis especial,

faca especial. As respostas são baseadas na experiência do ultimo mês.

Você consegue: Sem

dificuldade

Pouquíssima

dificuldade

Alguma

dificuldade

Com muita

dificuldade

Quase

impossível

Impos-

sível

Na cozinha 1. Segurar uma tigela?

0 1 2 3 4 5

2. Pegar uma garrafa cheia e levantá-la?

0 1 2 3 4 5

3. Segurar um prato cheio? 0 1 2 3 4 5

4. Despejar o líquido de uma

garrafa num copo? 0 1 2 3 4 5

5. Desenroscar a tampa de um pote que já foi aberto?

0 1 2 3 4 5

6. Cortar carne com uma faca? 0 1 2 3 4 5

7. Pegar de forma eficaz com o

grafo? 0 1 2 3 4 5

8. Descascar uma fruta? 0 1 2 3 4 5

Roupa

9. botoar uma camisa? 0 1 2 3 4 5

10. Abrir e fechar zíperes? 0 1 2 3 4 5

Higiene Pessoal

11. Apertar um tubo de creme

dental?

0 1 2 3 4 5

12. Segurar sua escova de dente de

forma eficaz? 0 1 2 3 4 5

No escritório

13. Escrever uma frase curta com um lápis ou uma caneta

normal?

0 1 2 3 4 5

14. Escrever uma carta com um lápis ou uma caneta normal?

0 1 2 3 4 5

Diversos

15. Girar uma maçaneta redonda? 0 1 2 3 4 5

16. Utilizar tesouras para cortar um pedaço de papel?

0 1 2 3 4 5

17. Pegar moedas sobre a mesa? 0 1 2 3 4 5

18. Girar uma chave na fechadura? 0 1 2 3 4 5

Fonte: Chiari(25)

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ANEXO F - Disability of the Arm, Shoulder and Hand – DASH

(continua)

Habilidade em fazer as seguintes atividades na semana passada:

Não houve dificul-dade

Houve pouca dificul-dade

Houve dificul-dade média

Houve muita dificul-dade

Não conseguiu

fazer

1. Abrir um vidro novo ou com a tampa muito apertada.

1 2 3 4 5

2. Escrever. 1 2 3 4 5

3. Virar uma chave. 1 2 3 4 5

4. Preparar uma refeição. 1 2 3 4 5

5. Abrir uma porta pesada. 1 2 3 4 5

6. Colocar algo em uma prateleira acima da cabeça.

1 2 3 4 5

7. Fazer tarefas domésticas pesadas (por exemplo: lavar paredes, lavar chão).

1 2 3 4 5

8. Fazer trabalho de jardinagem. 1 2 3 4 5

9. Arrumar a cama. 1 2 3 4 5

10. Carregar uma sacola ou maleta. 1 2 3 4 5

11. Carregar um objeto pesado (mais de 5 kg)

1 2 3 4 5

12. Trocar uma lâmpada acima da cabeça.

1 2 3 4 5

13. Lavar ou secar o cabelo. 1 2 3 4 5

14. Lavar suas costas. 1 2 3 4 5

15. Vestir uma blusa fechada. 1 2 3 4 5

16. Usar uma faca para cortar alimentos.

1 2 3 4 5

17. Atividades recreativas que exigem pouco esforço (por exemplo: jogar cartas, tricotar).

1 2 3 4 5

18. Atividades recreativas que exigem força ou impacto nos braços, ombros ou mãos (por exemplo: martelar, jogar vôlei)

1 2 3 4 5

19. Atividades recreativas nas quais você move o braço livremente (como pescar, jogar peteca).

1 2 3 4 5

20. Transpor-se de um lugar ao outro (ir de um lugar a outro)

1 2 3 4 5

21. Atividades sexuais. 1 2 3 4 5

Fonte: Orfale(29)

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Disability of the Arm, Shoulder and Hand – DASH

(conclusão)

Não

afetou Afetou pouco

Afetou mediana-

mente

Afetou muito

Afetou extrema-

mente

22. Na semana passada, em que ponto o seu problema com braço, ombro ou mão afetaram suas atividades normais com família, amigos, vizinhos ou colegas?

1 2 3 4 5

Não

limitou Limitou pouco

Limitou mediana-

mente

Limitou muito

Não conseguiu

fazer

23.Durante a semana passada, o seu trabalho ou atividades diárias normais foram limitadas devido ao seu problema com braço, ombro ou mão?

1 2 3 4 5

Meça a gravidade dos seguintes sintomas na semana passada

Nenhuma Pouca Mediana Muita Extrema

24. Dor no braço, ombro ou mão. 1 2 3 4 5

25. Dor no braço, ombro ou mão quando você fazia atividades específicas.

1 2 3 4 5

26. Desconforto na pele (alfinetadas) no braço, ombro ou mão.

1 2 3 4 5

27. Fraqueza no braço, ombro ou mão.

1 2 3 4 5

28. Dificuldade em mover braço, ombro ou mão.

1 2 3 4 5

Não houve

dificul-dade

Houve pouca dificul-dade

Houve dificul-dade média

Houve muita dificul-dade

Não conseguiu

fazer

29. Durante a semana passada, qual a dificuldade você teve para dormir por causa da dor no braço, ombro ou mão?

1 2 3 4 5

Discordo

totalmente Discordo

Nem concordo

nem discordo

Concordo Concordo totalmente

30. Eu me sinto menos capaz, menos confiante e menos útil por causa do meu problema com braço, ombro ou mão.

1 2 3 4 5

Fonte: Orfale(29)