faculdade de farmácia da universidade do porto · na dieta5. a vitamina b6 está envolvida em...

86
i

Upload: phungque

Post on 16-Dec-2018

220 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto · na dieta5. A Vitamina B6 está envolvida em três ... O Ácido pantoténico é componente essencial da CoA ... A luteína consumida

i

Page 2: Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto · na dieta5. A Vitamina B6 está envolvida em três ... O Ácido pantoténico é componente essencial da CoA ... A luteína consumida

i

Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto

Mestrado Integrado em Ciências Farmacêuticas

Relatório de Estágio Profissionalizante

Parte I – Farmácia Nova da Vila

Março de 2014 a Julho de 2014

António José Braga da Silva Lemos

_____________________________________

Orientador : Dr.ª Isabel Pelayo

_____________________________________

Tutor FFUP: Prof. Doutora Irene Rebelo

_____________________________________

Agosto de 2014

Page 3: Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto · na dieta5. A Vitamina B6 está envolvida em três ... O Ácido pantoténico é componente essencial da CoA ... A luteína consumida

ii

Eu, António José Braga da Silva Lemos, abaixo assinado, nº 200804413, aluno do

Mestrado Integrado em Ciências Farmacêuticas da Faculdade de Farmácia da Universidade

do Porto, declaro ter actuado com absoluta integridade na elaboração deste documento.

Nesse sentido, confirmo que NÃO incorri em plágio (acto pelo qual um indivíduo, mesmo

por omissão, assume a autoria de um determinado trabalho intelectual ou partes dele). Mais

declaro que todas as frases que retirei de trabalhos anteriores pertencentes a outros autores

foram referenciadas ou redigidas com novas palavras, tendo neste caso colocado a citação

da fonte bibliográfica.

Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto, ____ de ________________ de ______

Assinatura: ______________________________________

Page 4: Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto · na dieta5. A Vitamina B6 está envolvida em três ... O Ácido pantoténico é componente essencial da CoA ... A luteína consumida

iii

Agradecimentos

Gostaria de começar por agradecer a Dr.ª Isabel Pelayo, Diretora Técnica da Farmácia

Nova da Vila, que foi minha orientadora neste estágio, a supervisão e orientação, os conhecimentos

transmitidos, a compreensão, disponibilidade e profissionalismo que demonstrou.

Gostaria também de agradecer ao Dr. Francisco Ribeiro, Dr.ª Rute Barbosa, Dr.ª Cristina

Faria e ao Rui Neves pela compreensão, disponibilidade e os conhecimentos transmitidos.

Page 5: Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto · na dieta5. A Vitamina B6 está envolvida em três ... O Ácido pantoténico é componente essencial da CoA ... A luteína consumida

iv

Siglas e Abreviaturas:

MSRM – Medicamento Sujeito a Receita Médica

MNSRM – Medicamento Não Sujeito a Receita Médica

DCI – Denominação Comum Internacional

FEFO – First Expired, First Out

CNP – Código Nacional do Produto

ANF – Associação Nacional de Farmácias

Page 6: Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto · na dieta5. A Vitamina B6 está envolvida em três ... O Ácido pantoténico é componente essencial da CoA ... A luteína consumida

v

Índice

Suplementos alimentares multivitamínicos e multiminerais ........................................................ 1

Definição legal e introdução .............................................................................................................. 1

Suplementos “Gerais” ........................................................................................................................ 2

Centrum® ................................................................................................................................ 2

Pharmaton®

Vitalidade ........................................................................................................... 4

Magnesium-OK® .................................................................................................................... 6

Suplementos Específicos .................................................................................................................... 8

Suplementos “50+” ........................................................................................................................ 8

Centrum® Select 50+ .......................................................................................................... 8

Centrum® Homem 50+ ....................................................................................................... 9

Centrum® Mulher 50+ ...................................................................................................... 11

Pharmaton® 50+ ............................................................................................................... 12

Confiance® ....................................................................................................................... 13

Conclusão: ........................................................................................................................................ 14

Rinite alérgica, constipação e gripe .............................................................................................. 16

Objetivo ............................................................................................................................................ 16

Rinite alérgica .................................................................................................................................. 16

Introdução: ................................................................................................................................... 16

Classificação e fisiopatologia: ...................................................................................................... 16

Diagnóstico e tratamento:............................................................................................................. 17

Constipação e Gripe ......................................................................................................................... 18

Introdução e diagnóstico: ............................................................................................................. 18

Fisiopatologia e tratamento: ......................................................................................................... 19

Conclusão ......................................................................................................................................... 20

Relatório Farmácia Comunitária ................................................................................................. 21

Introdução ........................................................................................................................................ 21

Organização da Farmácia ................................................................................................................. 21

Localização e horário ................................................................................................................... 21

Recursos humanos ........................................................................................................................ 21

Instalações ........................................................................................................................................ 22

Área exterior ................................................................................................................................. 22

Instalações internas ...................................................................................................................... 22

Page 7: Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto · na dieta5. A Vitamina B6 está envolvida em três ... O Ácido pantoténico é componente essencial da CoA ... A luteína consumida

vi

Área de exposição ........................................................................................................................ 23

Zona de atendimento ao público .................................................................................................. 23

Área de atendimento personalizado ............................................................................................. 23

Área de armazenamento ............................................................................................................... 24

Escritório ...................................................................................................................................... 24

Laboratório ................................................................................................................................... 25

Sistema informático ..................................................................................................................... 25

Gestão de stocks ............................................................................................................................... 25

Aquisição de medicamentos e produtos farmacêuticos ................................................................ 25

Realização de encomendas ........................................................................................................... 26

Receção de encomendas ............................................................................................................... 26

Devoluções ................................................................................................................................... 27

Armazenamento ........................................................................................................................... 27

Prazos de Validade ....................................................................................................................... 27

Dispensa de medicamentos .............................................................................................................. 27

Receita Médica ............................................................................................................................. 28

Medicamentos Sujeitos a Receita Médica .................................................................................... 29

Tipo de vendas ............................................................................................................................. 30

Dispensa de Medicamentos Psicotrópicos ou Estupefacientes .................................................... 30

Medicamentos de Uso Veterinário ............................................................................................... 31

Automedicação ............................................................................................................................. 31

Testes Bioquímicos e Fisiológicos ................................................................................................... 31

VALORMED ................................................................................................................................... 32

Faturação .......................................................................................................................................... 32

Considerações finais ......................................................................................................................... 34

Referências ....................................................................................................................................... 35

Anexos.............................................................................................................................................. 38

Anexo I ......................................................................................................................................... 38

Anexo II ....................................................................................................................................... 39

Anexo III ...................................................................................................................................... 40

Anexo IV ...................................................................................................................................... 41

Anexo V ....................................................................................................................................... 42

Anexo VI ...................................................................................................................................... 43

Anexo VII..................................................................................................................................... 45

Page 8: Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto · na dieta5. A Vitamina B6 está envolvida em três ... O Ácido pantoténico é componente essencial da CoA ... A luteína consumida

vii

Anexo VIII ................................................................................................................................... 46

Anexo IX ...................................................................................................................................... 47

Anexo X ....................................................................................................................................... 48

Anexo XI ...................................................................................................................................... 50

Anexo XII..................................................................................................................................... 51

Anexo XIII ................................................................................................................................... 52

Page 9: Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto · na dieta5. A Vitamina B6 está envolvida em três ... O Ácido pantoténico é componente essencial da CoA ... A luteína consumida

1

Suplementos alimentares multivitamínicos e multiminerais

Objetivo:

O presente trabalho visa analisar os benefícios indicados por diferentes suplementos

alimentares multi-vitamínicos e multi-minerais no sentido de:

avaliar se estes estão de acordo com a composição indicada e sustentada pela literatura;

sistematizar os suplementos pelas suas principais características para melhorar o

aconselhamento aos utentes.

Para este trabalho foram apenas utilizados alguns dos suplementos normalmente disponíveis na

farmácia, principalmente os que apresentavam maior oferta por parte da farmácia e procura por

parte dos utentes.

Definição legal e introdução

De acordo com o Decreto-Lei nº. 136/2003, de 28 de Junho, entende-se por:

“Suplementos alimentares” os géneros alimentícios que se destinam a complementar e/ou

suplementar o regime alimentar normal e que constituem fontes concentradas de

determinadas substâncias nutrientes ou outras com efeito nutricional ou fisiológico,

estremes ou combinadas, comercializadas em forma doseada, que se destinam a ser

tomados em unidades medidas de quantidade reduzida;

“Substâncias nutrientes ou nutrimentos” as vitaminas e os minerais.

Um regime alimentar adequado e variado, em circunstâncias normais, fornece a um ser

humano todas as substâncias nutrientes necessárias nas quantidades estabelecidas e recomendadas

por dados científicos ao seu bom desenvolvimento e à sua manutenção num bom estado de saúde.

Todavia, esta situação ideal não está a ser alcançada em relação a todas as substâncias nutrientes

nem a todos os grupos populacionais devido, designadamente, ao estilo de vida. Os consumidores

podem, no entanto, optar por complementar as quantidades ingeridas de algumas substâncias

nutrientes através do consumo de suplementos alimentares.

Por isso, tem-se verificado a existência de um número crescente de produtos

comercializados como géneros alimentícios que constituem uma fonte concentrada de substâncias

Page 10: Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto · na dieta5. A Vitamina B6 está envolvida em três ... O Ácido pantoténico é componente essencial da CoA ... A luteína consumida

2

nutrientes, as quais são apresentadas como complemento aos nutrimentos ingeridos num regime

alimentar normal.

Estes suplementos alimentares podem conter um leque bastante variado de substâncias

nutrientes e outros ingredientes, designadamente vitaminas, minerais, aminoácidos, ácidos gordos

essenciais, fibras e várias plantas e extratos de ervas.

Tendo em vista garantir um elevado nível de proteção dos consumidores e facilitar a sua

escolha, os suplementos alimentares a colocar no mercado devem ser seguros e comportar uma

rotulagem adequada.

A ingestão excessiva de vitaminas e de minerais pode provocar efeitos adversos, devendo,

por isso, ser fixados, quando necessário, limites máximos de segurança para essas substâncias

presentes nos suplementos alimentares, garantindo que as instruções de utilização fornecida pelo

fabricante é segura para os consumidores.

Para garantir que os suplementos alimentares são um complemento do regime alimentar,

devem as vitaminas e os minerais declarados no rótulo dos mesmos estar presentes no produto em

quantidades significativas1.

De um modo geral, a quantidade a tomar em consideração para decidir o que constitui uma

quantidade significativa corresponde a 15% da Dose Diária Recomendada (DDR), especificada nas

tabelas 1 e 2 (anexo I), para 100 g ou 100 ml ou por embalagem, caso esta apenas contenha uma

porção2.

Suplementos “Gerais”

Os seguintes suplementos não apresentam indicações específicas em relação ao tipo de

consumidores.

Centrum®

Composição e benefícios indicados pelo produto3: (anexo II)

Libertação de energia

Análise:

A Tiamina atua como a coenzima TDP no metabolismo de hidratos de carbono e

aminoácidos de cadeia ramificada. Em associação com iões Mg2+,

está envolvida em dois processos

de produção de energia: é importante em vários complexos de desidrogenases para a oxidação de α-

Page 11: Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto · na dieta5. A Vitamina B6 está envolvida em três ... O Ácido pantoténico é componente essencial da CoA ... A luteína consumida

3

ceto ácidos; e na formação de α-cetóis de hexoses e pentoses fosfatadas catalisadas pela

transcetolase4.

A Riboflavina intervém no processo de oxidação dos ácidos gordos. Na segunda etapa do

processo de beta-oxidação ocorre a transferência de eletrões via flavoenzimas que, ao contrário das

que intervêm na primeira etapa deste processo, estão muito dependentes da ingestão de riboflavina

na dieta5.

A Vitamina B6 está envolvida em três processos do metabolismo de aminoácidos: alfa-

descarboxilação; racemização dos aminoácidos; transaminação6.

A Vitamina B12 apresenta duas importantes funções metabólicas. Uma é a isomerização

da metilmalonil coenzima A (CoA), que requer desoxiadenosilcobalamina, é catalisada pela enzima

metilmalonil CoA mutase e ocorre na mitocôndria. A outra reação é a transmetilação da

homocisteína pelo 5-metil-tetrahidrofolato a metionina, catalisada pela enzima metionina sintase,

que requer como coenzima a metilcobalamina e ocorre no citosol. Como esta reação também

necessita de folato é de referir que a Vitamina B12 e o Ácido fólico estão ligados na sua

importância neste mecanismo e ambos necessitam de aportes adequados da dieta7. O suplemento

não indica o Ácido fólico como importante na libertação de energia, embora este esteja presente no

mesmo.

A Niacina tem como funções metabólicas de maior relevo as funções das suas coenzimas

NAD e NADP nas reações redox de transferência protão/eletrão. Algumas das funções mais

importantes e características do NAD manifestam-se nas principais vias catabólicas celulares,

responsáveis pela libertação de energia durante a oxidação de substratos produtores de energia8.

A Biotina serve como um cofator essencial para cinco carboxilases, sendo que cada uma

delas catalisa um passo crítico no metabolismo intermediário. Estas cinco carboxilases catalisam a

incorporação de bicarbonato como um grupo carboxilo num substrato e atuam por um mecanismo

catalítico semelhante9.

O Ácido pantoténico é componente essencial da CoA e do ACP. A CoA tem um papel

muito importante na degradação e síntese de ácidos gordos, esteróis e outros compostos

sintetizados de precursores isoprenoides, sendo, por isso, fundamental no processo de oxidação de

ácidos gordos10

.

O Ferro, como já referido, participa no transporte de oxigénio pelos glóbulos vermelhos,

essencial na produção de energia, assim como na formação de ATP11

.

Sistema Imunitário

Análise:

A Vitamina C apresenta evidências sobre um efeito benéfico na redução da gravidade e

duração dos sintomas de constipação. Isto poderá dever-se às ações antioxidantes do ascorbato

contra os agentes oxidantes produzidos e libertados pelos fagócitos ativados, resultando numa

Page 12: Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto · na dieta5. A Vitamina B6 está envolvida em três ... O Ácido pantoténico é componente essencial da CoA ... A luteína consumida

4

resposta inflamatória diminuída. No entanto, não apresenta evidências sobre um efeito benéfico na

prevenção de constipações12

.

A suplementação com Zinco poderá ajudar a prevenir constipações, embora não haja

estudos suficientes para confirmar esta hipótese13

.

Vários estudos sugerem que o Selénio é importante na formação de leucócitos e que ajuda

a prevenir algumas infeções14

.

Saúde da pele

Análise:

A Vitamina A, entre outros retinóides, são essenciais em vários sistemas de órgãos, entre

os quais a pele. A pele é sensível tanto ao défice como ao excesso de Vitamina A. Os efeitos do

défice incluem secura da pele (hiperqueratose folicular) e estreitamento do epitélio por todo o

corpo15

.

O défice de Biotina causa um rash cutâneo seborreico e eczematoso na maioria dos

indivíduos9.

A Vitamina C é necessária para a atividade das enzimas prolina hidroxilase e lisina

hidroxilase. Estas hidroxilases são necessárias para a modificação pós-síntese do colagénio12

.

Stress ambiental

Análise:

A Vitamina C, a Vitamina E e o Selénio atuam como antioxidante no organismo,

reduzindo os danos causados pelos radicais livres nas membranas celulares e no DNA12,14,16

.

Quimicamente, o ascorbato (Vitamina C) é um potente agente redutor, quer reduzindo o peróxido

de hidrogénio, como atuando enquanto antioxidante bloqueador de radicais, reagindo com o

superóxido e um protão para originar peróxido de hidrogénio ou com o radical hidroxilo para

originar água. O ascorbato também atua na redução do radical tocoferoxilo formado pela oxidação

da Vitamina E nas membranas celulares e lipoproteínas plasmáticas. Tem assim uma ação

antioxidante poupadora da Vitamina E, juntando reações antioxidantes lipófilas e hidrófilas12

.

Notas:

A luteína consumida na dieta é possivelmente eficaz na prevenção da degeneração macular

relacionada com a idade e na redução do risco de desenvolvimento de cataratas. No entanto, estes

efeitos só estão demonstrados para doses diárias a partir dos 6 mg17

.

Pharmaton®

Vitalidade

Composição e benefícios indicados pelo produto18

: (anexo III)

Page 13: Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto · na dieta5. A Vitamina B6 está envolvida em três ... O Ácido pantoténico é componente essencial da CoA ... A luteína consumida

5

Energia e vitalidade

Análise:

O Ginseng (Panax Ginseng) é um adaptogénio cujos ginsenósidos são utilizados para

variados fins. No entanto, não há evidências suficientes que suportem uma redução da fadiga com a

toma de Ginseng. Além disso, alguns estudos indicam que o Ginseng não apresenta eficácia na

melhoria de humor19

.

O Cobre e o Manganês participam no metabolismo produtor de energia, mesmo sendo

oligoelementos presentes em baixas quantidades no organismo. O défice de Cobre pode provocar

baixa temperatura corporal, entre outros sintomas20

. O Manganês intervém no metabolismo dos

lípidos e dos hidratos de carbono e o seu défice pode provocar fraqueza, entre outros sintomas. É

de ter em atenção que suplementação com Cobre deve ser acompanhada por 8 a 15x a quantidade

de Cobre em Zinco, pois um desequilíbrio nestes dois minerais pode causar outros problemas de

saúde21

. Porém, tal não se verifica neste suplemento (apenas 1,5x).

Os restantes já foram referidos anteriormente.

As vitaminas do complexo B são importantes na produção de energia e o défice destas

apresenta fadiga como um sintoma comum. No entanto, a sua suplementação não garante uma

diminuição da fadiga5-8,22

.

Reforça as funções física e mental

Análise:

O Ginseng apresenta propriedades benéficas para a capacidade de raciocínio e memória,

embora não haja evidência quanto à redução do stress e do cansaço19

.

As vitaminas do complexo B são importantes para a função normal do sistema nervoso5-9

.

O Cobre é necessário para a manutenção das células nervosas20

.

A Vitamina B6 está envolvida na produção de alguns neurotransmissores e hormonas,

como a serotonina e a noradrenalina, o que pode ter algum efeito na função psicológica6.

A Vitamina B12 e o Ácido fólico são ambos necessários na produção de S-

adenosilmetionina, que tem influência no humor7,22

.

A Tiamina tem influência na função psicológica, pois o défice desta vitamina causa

irritabilidade e depressão4. Da mesma forma, carência de Niacina causa depressão

8 e a de Biotina

causa insónias e depressão9.

Page 14: Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto · na dieta5. A Vitamina B6 está envolvida em três ... O Ácido pantoténico é componente essencial da CoA ... A luteína consumida

6

Fortalece o sistema imunitário

Análise:

Existem poucas evidências que o Ginseng, sobretudo o extrato G115, reduza o risco de ter uma

constipação e que, quando tomado 4 semanas antes e 8 semanas, continuamente, depois da vacina

contra a gripe, diminua o risco de gripe19

.

A Vitamina A terá importância no normal funcionamento do sistema imunitário, uma vez

que a carência desta está ligada a um aumento no risco de infeções e a um sistema imunitário

debilitado, com desregulação das funções das células T, assim como um número reduzido destas e

um padrão de diferenciação alterado. Da mesma forma, a capacidade funcional das células

citotóxicas, como as células T citotóxicas e as células “natural killers”, bem como dos macrófagos,

apresenta-se reduzida15

.

A Vitamina D pode ter um papel na função normal do sistema imunitário, visto que parece

ter relevo na regulação genética e diferenciação de vários tecidos, dado que a carência desta

vitamina pode estar relacionada com o aparecimento de vários tipos de cancro23

.

A Vitamina B6 poderá ter alguma importância na função do sistema imunitário, já que a

carência desta vitamina levou a alterações na produção de leucócitos em animais6.

A Vitamina B12, quando em situação de carência, afeta todos os tecidos em crescimento

rápido, particularmente a medula óssea, que resulta na produção de células anormais com sinais de

maturação insuficiente, como leucócitos neutrófilos que têm mais lóbulos nucleares que o normal

(leucócitos neutrófilos hipersegmentados)7.

Não foram encontradas referências sobre a função do Ácido fólico para o normal

funcionamento do sistema imunitário.

O Selénio já foi referido anteriormente.

O Cobre é importante para o sistema imunitário e a carência deste mineral pode levar à

diminuição do número de leucócitos20

.

Notas:

A Soja, bastante consumida na Ásia, apresenta vários estudos clínicos, sobretudo da população

asiática, que sugerem que esta ajuda na redução dos sintomas da menopausa e reduz o risco de

doença cardíaca e osteoporose24

.

Magnesium-OK®

Composição e benefícios indicados pelo produto25

: (anexo IV)

Page 15: Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto · na dieta5. A Vitamina B6 está envolvida em três ... O Ácido pantoténico é componente essencial da CoA ... A luteína consumida

7

Benefícios do Magnésio

Análise:

O Magnésio é o segundo catião intracelular a seguir ao sódio. É um cofator importante em

mais de 300 reações enzimáticas e necessário para a formação de substrato (Mg-ATP) e ativação

enzimática. É fundamental para um grande número de funções celulares, como a fosforilação

oxidativa, glicólise, transcrição do DNA e síntese proteica. Também está envolvido em correntes

de iões e estabilização de membranas. O défice de magnésio está implicado em várias doenças

metabólicas, incluindo doenças cardiovasculares, disfunção do sistema imunitário e danos por

radicais livres26

.

Proteção das células contra as oxidações indesejáveis

Análise:

O Zinco, Cobre, e a Riboflavina estão referidos como tendo propriedades antioxidantes5,13,20

.

O Manganês é um componente da enzima antioxidante superóxido dismutase21

.

Os restantes já foram referidos anteriormente.

Manutenção de uma visão normal

Análise:

Existem algumas evidências de que a suplementação com Riboflavina, ou seja, um bom status

de Riboflavina, tenha ação protetora contra doenças oculares degenerativas, como cataratas5.

O Zinco é importante para a manutenção da visão e tem sido usado para abrandar a progressão

da degeneração macular relacionada com a idade13

.

A Vitamina B6 contribui para a regulação da atividade hormonal

Análise:

O piridoxal fosfato (a partir da Vitamina B6) tem um papel no controlo da atividade das

hormonas que atuam por ligação a um recetor nuclear proteico e modulam a expressão genética.

Estas hormonas incluem androgénios, estrogénios, progesterona, glucocorticoides, calcitriol, ácido

retinóico e outros retinóides, e a hormona tiroideia. O piridoxal fosfato reage com o resíduo de

lisina no recetor proteico e remove o complexo recetor-hormona da ligação ao DNA, terminando

assim a ação da hormona6. É de salientar a elevada dose de Vitamina B6 presente neste suplemento

(3571% da DDR). Há possibilidade de alguns benefícios com o uso de doses elevadas de Vitamina

B6, como na diminuição da hiperhomocisteinémia, mas vários estudos demonstraram nenhum

efeito, apenas uma diminuição do pico de concentração no plasma da homocisteína após uma dose

teste de metionina. No entanto, há poucas evidências de toxicidade de Vitamina B6 em doses

diárias de até 200 mg6.

Page 16: Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto · na dieta5. A Vitamina B6 está envolvida em três ... O Ácido pantoténico é componente essencial da CoA ... A luteína consumida

8

O Zinco contribui para uma normal função cognitiva

Análise:

Não foram encontradas referências da contribuição do Zinco na função cognitiva.

A tiamina contribui para o normal funcionamento do coração

Análise:

A Tiamina é importante no metabolismo lípido e na replicação celular e o tecido muscular

cardíaco é o que apresenta maior concentração de tiamina (cerca de 2-3 µg/g). A carência grave de

Tiamina está associada a insuficiência cardíaca4.

Comentários finais:

Dentro deste grupo de suplementos, o Centrum® é o que apresenta maior variedade de

vitaminas e minerais, quantitativamente dentro do que seria de esperar de um complemento à dieta

normal, sendo por isso, o suplemento a indicar nesse contexto. Em casos de utentes que pretendam

um suplemento com extratos de plantas incluídas, o Pharmaton® seria o indicado devido à presença

de Ginseng e Soja. Caso os utentes precisem de um suplemento para ajudar num período de maior

cansaço/stress, sobretudo os que tencionem um suplemento com Magnésio, o Magnesium-OK, por

ter maior dose de Magnésio, seria o mais indicado.

Suplementos Específicos

Suplementos “50+”

Os seguintes suplementos apresentam indicações específicas para consumidores com mais de 50

anos ou em fase de menopausa.

Centrum® Select 50+

Composição e benefícios indicados pelo produto27

: (anexo V)

Vitalidade

Análise:

Já foram referidos anteriormente.

Page 17: Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto · na dieta5. A Vitamina B6 está envolvida em três ... O Ácido pantoténico é componente essencial da CoA ... A luteína consumida

9

Sistema Imunitário

Análise:

Já foram referidos anteriormente.

Visão

Análise:

A Vitamina A tem um papel importante na saúde ocular. Quando a ingestão de ésteres

retinil nas células epiteliais do pigmento da retina não é suficiente, ocorre um abrandamento

significativo do ciclo visual, originando uma doença conhecida como cegueira noturna (uma perda

da capacidade de adaptação rápida à escuridão após exposição a luz forte). A cegueira noturna é

um dos primeiros sinais clínicos a ser detetado da carência de Vitamina A15

.

Ossos saudáveis

Análise:

A Vitamina D está envolvida na manutenção da saúde dos ossos, embora não seja, por

definição, uma vitamina nem um nutriente, por ser produzida pelo nosso organismo, em

quantidades suficientes, através da exposição solar. No entanto, é reconhecido que há riscos de

carência de Vitamina D em crianças e adultos. A Vitamina D, na forma de 1,25-dihidroxivitamina

D, é biologicamente ativa e é responsável pela manutenção da homeostasia do cálcio e da saúde

dos ossos23

.

A manutenção da saúde dos ossos também necessita de Vitamina K. Indivíduos com

níveis superiores de Vitamina K têm maior densidade óssea, por outro lado, indivíduos com

osteoporose apresentam baixos níveis desta vitamina. Além disso, há alguma evidência de que esta

vitamina melhora a saúde dos ossos e reduz o risco de fratura, sobretudo em mulheres em risco de

osteoporose28

.

Centrum® Homem 50+

Composição e benefícios indicados pelo produto29

: (anexo VI)

Vitalidade

Análise:

Já referidos anteriormente.

Page 18: Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto · na dieta5. A Vitamina B6 está envolvida em três ... O Ácido pantoténico é componente essencial da CoA ... A luteína consumida

10

Sistema imunitário

Análise:

Já referidos anteriormente.

Suporte nutricional para homens 50+

Análise:

Segundo o guia do “Institute of Medicine”:

A ingestão adequada de Cálcio para indivíduos com mais de 50 anos, para ambos os sexos,

é 1200 mg/dia. Para adultos até 50 anos, é inferior (1000 mg/dia)30

.

A dose diária recomendada de Magnésio para homens com mais de 50 anos é de 420

mg/dia. Para homens até 50 anos, é igual. Para mulheres com mais de 50 anos, é inferior (320

mg/dia)31

.

A ingestão adequada de Vitamina D para indivíduos com mais de 50 anos, para ambos os

sexos, é de 10 µg/dia. Para adultos até 50 anos, é inferior (5 µg/dia)32

.

A dose diária recomendada de Vitamina B12 para indivíduos com mais de 50 anos é de

2,4 µg/dia. Para adultos até 50 anos, é igual. No entanto, há evidências que apoiam a ingestão de

Vitamina B12 por indivíduos com mais de 50 anos através de alimentos enriquecidos com esta

vitamina ou através de suplementos, devido à má absorção de Vitamina B12 ligada à comida por

10 a 30% desta população33

.

Visão

Análise:

Já referido anteriormente.

Mente ativa

Análise:

O Ácido Pantoténico poderá contribuir para uma normal função cognitiva, visto que a

carência desta vitamina pode causar irritabilidade, insónia e depressão10

.

O Ferro poderá ter importância para uma normal função cognitiva, uma vez que alguns

sintomas frequentes da carência em Ferro são a diminuição da atenção, da excitação sexual e da

sensibilidade social11

.

O Zinco já foi referido anteriormente13

.

Page 19: Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto · na dieta5. A Vitamina B6 está envolvida em três ... O Ácido pantoténico é componente essencial da CoA ... A luteína consumida

11

Centrum® Mulher 50+

Composição e benefícios indicados pelo produto34

: (anexo VII)

Suporte nutricional para mulheres 50+

Análise:

O Cálcio e a Vitamina D já foram referidos anteriormente.

A dose diária recomendada de Magnésio para mulheres com mais de 50 anos é de 320

mg/dia. Para mulheres até 50 anos, é igual. Não há evidências para maior necessidade de Magnésio

para este grupo de indivíduos31

.

A dose diária recomendada de Vitamina B12 para mulheres com mais de 50 anos é de 2,4

µg/dia. Para mulheres até 50 anos, é igual. No entanto, há evidências que apoiam a ingestão de

Vitamina B12 por indivíduos com mais de 50 através de alimentos enriquecidos com esta vitamina

ou através de suplementos, devido à má absorção de Vitamina B12 ligada à comida por 10 a 30%

desta população33

.

Vitalidade

Análise:

Já referidos anteriormente.

Sistema imunitário

Análise:

Já referidos anteriormente.

Pós-menopausa

Análise:

Já referido anteriormente.

Saúde dos ossos

Análise:

Alguns estudos demonstram que tomar Cálcio em combinação com Vitamina D pode

ajudar a prevenir a perda de massa óssea associada à menopausa35

.

A Vitamina D já foi referida anteriormente.

Page 20: Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto · na dieta5. A Vitamina B6 está envolvida em três ... O Ácido pantoténico é componente essencial da CoA ... A luteína consumida

12

Pharmaton® 50+

Composição e benefícios indicados pelo produto36

: (anexo VIII)

Sistema cardiovascular

Análise:

Os ácidos gordos ómega-3 (EPA e DHA) são importantes para um bom funcionamento do

coração e, embora o organismo produza estes ácidos gordos naturalmente, é necessário obter maior

quantidades pela dieta, o que não se observa na população ocidental. Os ácidos gordos ómega-3

parecem melhorar a condição de indivíduos que sofram de doenças cardíacas e possivelmente

diminuir o risco de estas se desenvolverem. Além disso, também parecem ajudar na redução de

triglicerídeos no sangue, na diminuição da pressão arterial e do risco de coágulos sanguíneos37,38

.

Os restantes já foram referidos anteriormente.

Saúde do sistema imunitário

Análise:

Já foram referidos anteriormente.

Função cerebral

Análise:

A Vitamina C poderá ajudar no normal funcionamento do sistema nervoso. A dopamina

beta-hidroxilase é uma enzima que contém cobre e está envolvida na síntese das catecolaminas

noradrenalina e adrenalina, a partir da tirosina, na medula adrenal e no sistema nervoso central. A

enzima ativa contém Cu+, que é oxidado a Cu

2+ durante a hidroxilação do substrato e a redução de

volta a Cu+ requere especificamente ascorbato. Porém, não há evidências da participação da

Vitamina C na normal função psicológica. Sintomas psicológicos só ocorrem em situações de

défice severo desta vitamina12

.

O DHA é um constituinte importante das membranas celulares e é necessário para o

desenvolvimento do cérebro, havendo algumas evidências de que a ingestão deste na dieta tenha

efeitos benéficos nas doenças neurológicas e neuropsiquiátricas39

.

Os restantes já foram referidos anteriormente.

Energia

Análise:

Já foram referidos anteriormente.

Page 21: Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto · na dieta5. A Vitamina B6 está envolvida em três ... O Ácido pantoténico é componente essencial da CoA ... A luteína consumida

13

Visão

Análise:

O DHA é importante para o desenvolvimento do tecido nervoso ótico, mas há poucas

evidências dos seus benefícios na prevenção de doenças oculares relacionadas com a idade39

.

Os restantes já foram referidos.

Manutenção de ossos e cartilagens

Análise:

O Zinco faz parte de um grande número de enzimas e tem várias funções no organismo,

sendo que o défice deste mineral está relacionado com problemas de crescimento. No entanto, não

foram encontradas evidências da contribuição do Zinco para a manutenção de ossos normais.

Os restantes já foram referidos.

Pele, cabelo e unhas

Análise:

Não há evidências da participação da Riboflavina para a manutenção normal da pele,

embora a carência desta vitamina cause lesões na mucosa oral5.

Um dos sinais de carência em Cobre é a despigmentação da pele20

.

Não foram encontradas referências para os restantes.

Confiance®

Nota: Este suplemento está indicado para mulheres a partir dos 40 anos, antes, durante ou após

menopausa.

Composição e benefícios indicados pelo produto40

: (anexo IX)

Funções do Magnésio e Boro

Análise:

O Magnésio parece poder modular a concentração intracelular de cálcio. Além disso, o

défice de Magnésio perturba a homeostasia do cálcio e a hipocalcémia é uma manifestação comum

de carência de Magnésio, o que se deve à redução da libertação da hormona paratiroideia (PTH)26

.

Não há evidências suficientes que suportem a importância do Boro no metabolismo do

cálcio41

.

Page 22: Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto · na dieta5. A Vitamina B6 está envolvida em três ... O Ácido pantoténico é componente essencial da CoA ... A luteína consumida

14

Utilidade do Boro

Análise:

Não há evidências suficientes que suportem a utilidade do Boro na conversão do

estrogénio41

.

Funções do Magnésio, Vitaminas E e B6

Análise:

Não foram encontradas referências sobre a ação benéfica do Magnésio e da Vitamina E no

alívio de afrontamentos.

A Vitamina B6 já foi referida anteriormente.

Utilidade deste suplemento

Nota: A indicação “retardar o envelhecimento” pode ser considerada ação profilática e não está

devidamente fundamentada.

Comentários finais:

No seguimento do grupo anterior, o Centrum® Select 50+ apresenta a maior variedade de

vitaminas e minerais, sendo, portanto, o mais indicado como suplemento. No entanto, convém

sugerir ao utente a opção por um dos específicos de género, por ter mais em conta os nutrimentos a

reforçar para determinado grupo. Contudo, no contexto de uma alimentação normal, as diferenças

de dose dos nutrimentos entre o Select 50+ e os específicos Homem/Mulher 50+ não são

suficientes para justificar uma possível discrepância de preço entre ambos. Porém, alguns utentes

procuram suplementos com ácidos gordos ómega-3, sendo, nestes casos, o Pharmaton® 50+ o mais

indicado. O Confiance® estará mais indicado para mulheres que estejam a entrar em fase de

menopausa.

Conclusão:

Embora a principal função dos suplementos passe por complementar um regime alimentar

que não seja considerado adequado e variado, a procura deste tipo de produtos por parte dos utentes

transmite a ideia de que são considerados por estes como se fossem “medicamentos” para o mal

estar ou para o cansaço, porventura devido ao marketing e à imagem que estes suplementos tentam

passar aos consumidores.

Quanto à sua composição, é de referir a presença de várias vitaminas em doses acima dos

100% da DDR. É o caso das vitaminas do complexo B que são hidrossolúveis, não sendo

armazenadas no nosso organismo. Tendo em conta que a DDR representa o valor alvo a atingir na

dieta, a suplementação com valores acima dos 100% da DDR serão, em princípio, desnecessários

Page 23: Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto · na dieta5. A Vitamina B6 está envolvida em três ... O Ácido pantoténico é componente essencial da CoA ... A luteína consumida

15

para situações que não sejam de carência específica de uma determinada vitamina, quer seja por

muito baixa ingestão na dieta ou outra situação, como absorção diminuída ou necessidades

acrescidas.

Page 24: Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto · na dieta5. A Vitamina B6 está envolvida em três ... O Ácido pantoténico é componente essencial da CoA ... A luteína consumida

16

Rinite alérgica, constipação e gripe

Objetivo

O presente trabalho tem como objetivo rever os principais aspetos associados à rinite

alérgica, constipação e gripe, com foco na sintomatologia e tratamento, servindo de suporte

científico para a elaboração de um folheto (anexo XIII) destinado a ser fornecido ao público da

farmácia comunitária onde realizei estágio curricular. Com este meio de divulgação de informação,

pretendo contribuir para o esclarecimento dos utentes no que a estas condições patológicas diz

respeito, as quais, dadas as semelhanças em termos clínicos, são frequentemente confundidas,

originando por vezes erros de automedicação, como tive oportunidade de constatar no decurso do

meu estágio curricular.

Rinite alérgica

Introdução:

A rinite alérgica é uma doença inflamatória da mucosa nasal, caracterizada por prurido,

espirros, rinorreia e congestão nasal. É mediada por respostas de hipersensibilidade de fase inicial e

de fase tardia a alergénios de ambiente exterior ou interior. Embora a rinite alérgica seja vista como

um mero distúrbio sazonal, é uma doença prevalente que pode acarretar uma inflamação mínima

persistente da mucosa, a qual atua em sinergia com a inflamação de origem infeciosa, agravando os

sintomas da infeção nos indivíduos com rinite alérgica quando sujeitos a infeções respiratórias

virais, como gripes e constipações42

.

Classificação e fisiopatologia:

A rinite alérgica é tradicionalmente classificada como sazonal, também conhecida como

febre dos fenos, ou perene, dependendo da sensibilização ser causada por pólenes cíclicos ou por

alergénios como ácaros, pelos de animais, baratas e bolores, respetivamente.

A inalação destes, entre outros, alergénios inicia a resposta imune alérgica. Indivíduos

atópicos têm uma predisposição genética para ficarem sensibilizados por alergénios inofensivos

através da ativação de células dendríticas e linfócitos T. As células dendríticas estão localizadas na

superfície da mucosa nasal, capturando os alergénios inalados e atuando como células

apresentadoras de antigénios ao apresentarem o péptido alergénico a linfócitos T nos nódulos

linfáticos. As células T CD4+ têm um papel fundamental na iniciação e execução da resposta

imune através da secreção de citocinas como as interleucinas 4, 5, 10 e 13. A interleucina 4 é a

principal promotora da sensibilização aos alergénios ao induzir a mudança de classe das

Page 25: Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto · na dieta5. A Vitamina B6 está envolvida em três ... O Ácido pantoténico é componente essencial da CoA ... A luteína consumida

17

imunoglobulinas para IgE nos linfócitos B. As moléculas de IgE são libertadas na corrente

sanguínea e ligam-se a recetores de elevada afinidade na superfície de mastócitos tecidulares e

basófilos circulantes. Quando os alergénios se depositam na mucosa nasal de indivíduos

sensibilizados, ligam-se às IgE específicas na superfície dos mastócitos, levando a uma rápida

libertação de mediadores pré-formados como histamina, causando os sintomas associados à

resposta nasal inicial: espirros, rinorreia, e comichão nasal. Tanto a histamina como o fator de

necrose tumoral alfa, assim como mediadores lipídicos recém formados como o leucotrieno C4 e a

prostaglandina D2, contribuem para o influxo de células inflamatórias, como eosinófilos, linfócitos

T CD4+ e basófilos, ao estimular a expressão de moléculas de adesão nas células endoteliais. É este

influxo de células que caracteriza a fase tardia da resposta alérgica, com obstrução nasal como o

principal sintoma presente. Os linfócitos T CD4+ representam a principal fonte de interleucina 5.

Esta citocina tem um papel importante na inflamação mediada por eosinófilos que ocorre na rinite

alérgica, através da estimulação da eosinopoiese, do influxo de eosinófilos na mucosa nasal e da

promoção da sobrevivência dos eosinófilos no tecido. Assim, as IgE específicas ao alergénio e a

inflamação nasal eosinófila são as características típicas da rinite alérgica e são estas características

que a distinguem de outras formas de rinite42

.

Diagnóstico e tratamento:

A rinite é clinicamente caracterizada por um ou mais dos seguintes sintomas: comichão

nasal, espirros, obstrução ou congestão nasal, rinorreia (anterior ou posterior) e, por vezes, redução

do olfato (hiposmia). Aquando da exposição ao alergénio, os sintomas da rinite alérgica aparecem

em minutos e podem durar entre 1-2 h até melhorarem. Os sintomas nasais de fase tardia incluem

obstrução nasal, hiposmia, descarga mucosa pós nasal e hiperreatividade nasal. A conjuntivite

alérgica é caracterizada por intensa comichão ocular, hiperémia, lacrimejamento e, ocasionalmente,

edema periorbital. A conjuntivite alérgica é o sintoma que melhor distingue a rinite alérgica das

outras rinites, ocorrendo em cerca de 50-70% das pessoas com rinite alérgica e deve-se tanto ao

contacto direto do alergénio com a mucosa conjuntival como à ativação do reflexo nasal-ocular42

.

Uma abordagem terapêutica eficaz, no âmbito da rinite alérgica, não deve incidir apenas na

farmacoterapia, mas também apostar na educação do paciente quanto à progressão da doença e

benefícios do tratamento, na prevenção do contacto com o alergénio e na possibilidade de recorrer

a imunoterapia1. Em termos farmacoterapêuticos, as duas maiores classes de fármacos usados para

tratar os sintomas de rinite alérgica são os anti-histamínicos H1 e os corticosteróides intranasais,

tanto em monoterapia como em combinação, dependendo dos sintomas predominantes e da

resposta do paciente à terapia. Os anti-histamínicos de primeira geração incluem a

bromofeniramina, a clorofeniramina e a difenidramina. Embora estes fármacos aliviem os espirros

e a rinorreia num quadro de rinite alérgica, têm a particularidade de atravessar facilmente a barreira

Page 26: Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto · na dieta5. A Vitamina B6 está envolvida em três ... O Ácido pantoténico é componente essencial da CoA ... A luteína consumida

18

hematoencefálica, de tal modo que as doses eficazes estão sempre associadas a sonolência e a

desempenho mental comprometido. No entanto, os anti-histamínicos de segunda geração, como a

acrivastina, a cetirizina, a fexofenadina, a desloratadina e a loratadina causam pouca ou nenhuma

sedação. Todos os membros desta classe demonstram eficácia na redução dos sintomas como

espirros, comichão e descarga nasal, além de também reduzirem os sintomas oculares da

conjuntivite alérgica. No entanto, os anti-histamínicos H1 não são eficazes no alívio da congestão

nasal, podendo para o efeito ser usado, em combinação, um descongestionante, como a

pseudoefedrina ou a fenilpropanolamina. É de salientar, porém, que o uso prolongado destes

descongestionantes, que são agonistas dos recetores adrenérgicos alfa-1, induz vasoconstrição, o

que está associado a rinorreia paradoxal e até a ulceração da mucosa. No tratamento intranasal, os

anti-histamínicos H1, como a azelastina e a levocabastina, são úteis na redução dos sintomas da

rinite alérgica, com um rápido início de ação e potencial para reduzir a congestão nasal. Na rinite

alérgica mais severa, a primeira linha de tratamento são os corticosteróides intranasais, como a

beclometasona, o budesonide, a flunisolide, a mometasona e a triancinolona. Os corticosteróides

atuam nos mecanismos inflamatórios, sendo particularmente eficazes na melhoria da congestão

nasal, uma das queixas mais comuns na rinite alérgica crónica, embora também sejam eficazes nos

restantes sintomas da rinite, como a rinorreia, os espirros e a comichão nasal. Para obter o maior

efeito desta classe, a terapia deve começar antes do início dos sintomas (por exemplo, antes da

época dos pólenes). O início de ação é lento e o efeito máximo só ocorre passados dias ou semanas.

Os efeitos sistémicos são mínimos, embora possa ocorrer irritação ou sangramento nasal, com

tendência a diminuir ao longo do tempo. No entanto, em casos raros, pode ocorrer perfuração do

septo nasal43

.

Outras opções são os anticolinérgicos intranasais, como o brometo de ipatrópio, embora

este só seja eficaz na rinorreia e apresente efeitos adversos ocasionais como nariz seco, epistaxe,

retenção urinária e glaucoma, e os antileucotrienos orais, como o montelucaste e o zafirlucaste

(antagonistas dos recetores dos leucotrienos), e o zileuton (inibidor da síntese de leucotrienos).

Estes são eficazes na obstrução nasal, rinorreia e nos sintomas de conjuntivite alérgica, embora não

sejam consistentemente eficazes e causem efeitos adversos ocasionais como dor de cabeça,

sintomas gastrointestinais, “rash” e síndrome de Churg-Strauss42

. A tabela 3 (anexo XII) faz um

resumo dos fármacos referidos anteriormente.

Constipação e Gripe

Introdução e diagnóstico:

As infeções virais agudas do trato respiratório superior (IVATRS) são as doenças mais

comuns dos seres humanos, com os adultos a ter duas a cinco constipações por ano e as crianças

Page 27: Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto · na dieta5. A Vitamina B6 está envolvida em três ... O Ácido pantoténico é componente essencial da CoA ... A luteína consumida

19

em idade escolar sete a dez. Os sintomas associados a estas infeções são tão comuns que o auto-

diagnóstico de constipação ou gripe é frequente no público em geral e o diagnóstico clínico é

normalmente o único diagnóstico usado pelos médicos.

A expressão clínica deste tipo de infeção é variável e é parcialmente influenciada pela

natureza do vírus infetante, sendo sobretudo afetada pela idade, estado fisiológico e memória

imunológica do hospedeiro. Dependendo destes fatores, estas infeções podem ir de assintomáticas a

fatais, mas, na maioria dos casos, estão associadas a uma doença aguda auto-limitada.

Constipação e gripe são síndromes de sintomas semelhantes causadas por infeção viral do

trato respiratório superior. São síndromes difíceis de definir com exatidão devido à grande

variabilidade na severidade, duração e tipos de sintomas. Os rinovirus são responsáveis por 30 a

50% de todas as constipações, os coronavirus são o segundo agente mais comum, sendo

responsáveis por 10 a 15%. As gripes são causadas pelos influenzavirus (A, B e C),

Uma constipação tem sido definida como um estado de doença curta e ligeira, com

sintomas iniciais como dor de cabeça, espirros, arrepios e garganta irritada e sintomas tardios como

corrimento e obstrução nasal, tosse e mal-estar. Geralmente, a severidade dos sintomas aumenta

rapidamente, atingindo o pico em 2 a 3 dias após a infeção, com uma duração média dos sintomas

de 7 a 10 dias, mas com alguns a poder persistir até mais de 3 semanas.

A síndrome gripal está associada a um típico aparecimento repentino dos sintomas e é

caracterizada por febre, dor de cabeça, tosse, garganta irritada, mialgia, congestão nasal, fraqueza e

perda de apetite44

.

Fisiopatologia e tratamento:

Os sintomas são desencadeados em resposta à infeção viral no trato respiratório superior e

a resposta imune à infeção poderá ser o principal fator para o aparecimento de sintomas, em vez de

danos causados pelo vírus. A principal célula a monitorizar a resposta do hospedeiro à infeção é o

macrófago, que apresenta a capacidade de ativar uma resposta de fase aguda quando estimulado

com componentes de vírus ou bactérias (RNA viral e componentes da parede celular bacteriana).

Esta ativação leva à produção de citocinas, que causam o recrutamento de outras células do sistema

imunitário, desencadeiam a inflamação e produzem os sintomas sistémicos como a febre. Uma

mistura complexa de citocinas e mediadores, como a bradicinina, gera os sintomas comuns das

infeções do trato respiratório superior (como garganta irritada e congestão nasal)44

.

Como as constipações e gripes são normalmente auto-limitadas, o tratamento foca-se

sobretudo na redução dos sintomas e na minimização do risco de complicações. Para a constipação,

um ambiente quente e confortável, descanso e hidratação são frequentemente tudo o que é

necessário. Caso seja precisa uma intervenção adicional, podem ser usados para alívio temporário

dos sintomas fármacos anti-inflamatórios, analgésicos e descongestionantes nasais/orais não

Page 28: Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto · na dieta5. A Vitamina B6 está envolvida em três ... O Ácido pantoténico é componente essencial da CoA ... A luteína consumida

20

sujeitos a receita médica. No caso da gripe, como esta é geralmente acompanhada por febre, um

antipirético, como o ácido acetilsalicílico ou o acetaminofeno, costuma ser usado em associação

com fármacos analgésicos, anti-histamínicos e anti-inflamatórios não sujeitos a receita médica. Ter

em atenção, no entanto, o uso de ácido acetilsalicílico nas crianças, uma vez que está associado ao

risco de desenvolver síndrome de Reye. A febre é um indicador clínico importante, correspondendo

a uma reação fisiológica desencadeada pelo organismo no sentido de combater a infeção e de

recuperar a homeostasia. Embora uma febre ligeira (entre 37,2 e 38,3º C) possa facilitar a

recuperação, as febres costumam ser suprimidas para conforto do doente. Para o tratamento da

infeção por vírus influenza, existem fármacos antivirais que limitam a capacidade deste de infetar

as células epiteliais do trato respiratório superior, como a amantadina e rimantadina, que diminuem

a duração da infeção por influenza A ao inibir a penetração e “uncoating” do vírus. Além destes,

existem dois fármacos mais recentes, o zanamivir e o oseltamivir, que atuam na redução da infeção

por influenza A e B ao inibir a neuraminidase, o que impede a disseminação do vírus pelas células

saudáveis. No entanto, a medicina convencional considera a vacinação como o método padrão para

a prevenção da gripe e das suas complicações. As vacinas são alteradas todos os anos para incluir

as estirpes mais prevalentes da época anterior: duas estirpes de influenzavirus A (p.e. H3N2 e

H1N1) e uma influenzavirus B, já que a vacina só é eficaz contra três estirpes específicas numa

dada época. Quando a vacina contém o mesmo antigénio hemaglutinina e/ou neuraminidase que as

estirpes que circulam na comunidade, a vacinação pode reduzir infeções até 70 a 90% em adultos

saudáveis com menos de 65 anos45

.

Conclusão

A rinite alérgica, a constipação e a gripe são três condições clínicas com vários

sintomas em comum, os quais levam frequentemente as pessoas a procurar uma farmácia com vista

a obter tratamento para o alívio dos mesmos. Dado serem patologias bastante prevalentes, sou da

opinião de que é importante contribuir para o esclarecimento dos utentes no que à sua distinção diz

respeito, tanto para aconselhar o tratamento mais adequado, como para reduzir os erros de auto-

medicação, muito frequentes nestas condições, e a procura de medicamentos por parte dos mesmos

sem terem um diagnóstico correto dos sintomas que apresentam.

Page 29: Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto · na dieta5. A Vitamina B6 está envolvida em três ... O Ácido pantoténico é componente essencial da CoA ... A luteína consumida

21

Relatório Farmácia Comunitária

Introdução

A Farmácia Comunitária centra-se, por definição, na comunidade em que está inserida e a

qual serve, no sentido de melhorar a qualidade de vida da população. Dessa forma, pretende ir

sempre ao encontro das necessidades dos utentes, baseado numa formação constante.

O Farmacêutico constitui a ponte entre o doente e a terapêutica prescrita, na medida em que

“a sua intervenção é fulcral para sensibilizar para os perigos de práticas inadequadas e para

assegurar a eficácia e a segurança do medicamento.”47

A formação do Farmacêutico não deve

passar apenas pela componente científica, sendo de suma importância a componente humana/social

na prestação dos serviços aos utentes. A interação com os utentes deve ser personalisada e focada

naqueles, incluindo informações sobre como tomar os medicamentos, os efeitos terapêuticos e as

possíveis reações adversas, assim como eventuais interações e a melhor forma de os conservar.

Outra função do Farmacêutico passa pela promoção da saúde pública, sensibilização para a

adoção de estilos de vida saudáveis, educação, proteção e prevenção, através do diálogo, da

distribuição de folhetos e publicações, bem como a realização de campanhas de promoção de

saúde47

.

Nesse sentido, é fácil de entender a importância da realização de um estágio em contexto

de Farmácia Comunitária.

Organização da Farmácia

Localização e horário

A Farmácia Nova da Vila localiza-se na Avenida Júlio Saúl Dias, nº 32, em Vila do Conde.

Encontra-se aberta todos os dias das 8h30 até às 22h.

Os utentes habituais são, além das pessoas que habitam na área, os que acompanharam a

mudança de instalações da freguesia de Mindelo para as atuais, na cidade de Vilda do Conde. Além

destes, durante a época balnear, as pessoas que se deslocam até às praias da cidade.

Recursos humanos

Nesta farmácia trabalham, em regime de rotatividade de turnos, uma equipa de

profissionais de saúde composta pelos seguintes elementos:

Page 30: Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto · na dieta5. A Vitamina B6 está envolvida em três ... O Ácido pantoténico é componente essencial da CoA ... A luteína consumida

22

Proprietária e Diretora Técnica:

o Dra. Isabel Pelayo

Farmacêutica Adjunta Substituta:

o Dra. Rute Barbosa

Farmacêuticos Adjuntos:

o Dr. Francisco Ribeiro

o Dra. Cristina Faria

Ajudante Técnico de Farmácia:

o Rui Neves

Auxiliar de Limpeza:

o Fernanda Pires

Instalações

Área exterior

O exterior da farmácia é sinalizado por uma cruz verde luminosa e contém inscrito o nome

da farmácia48

.

A montra da Farmácia é modificada com regularidade de acordo com a época do ano e

situações festivas. A redecoração é feita por critérios sazonais, havendo, no entanto, uma

preocupação constante com a apresentação da mesma. Geralmente, estão expostos cartazes

publicitários de produtos de dermocosmética e puericultura.

Instalações internas

A farmácia é constituída por uma área de armazenagem, instalações sanitárias, laboratório,

zona de atendimento ao público e também existe um espaço de atendimento personalizado, assim

como um pequeno escritório.

Page 31: Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto · na dieta5. A Vitamina B6 está envolvida em três ... O Ácido pantoténico é componente essencial da CoA ... A luteína consumida

23

Área de exposição

Nesta área encontra-se uma cadeira de repouso; uma balança eletrónica para medição do

peso, índice de massa corporal e pressão arterial e folhetos informativos. Também dispõe de vários

expositores com diferentes tipos de produtos, com enfoque para produtos de dermocosmética.

Além disso, encontramos produtos de higiene íntima e preservativos; produtos para grávidas e pós-

parto, assim como para bebés e crianças; dietéticos e suplementos; produtos de higiene oral,

produtos capilares bem como produtos sazonais.

Zona de atendimento ao público

A zona do atendimento ao público é onde ocorre a receção aos utentes e a maior parte das

atividades no âmbito do aconselhamento e dispensa de medicamentos.

Esta zona é composta por um balcão de atendimento, o qual possui cinco postos de venda

equipados, cada um, com um computador com o programa Winphar e ligados a impressoras. No

balcão de atendimento é também possível encontrar um computador ligado ao sistema de

pagamento CashGuard.

Nesta área verifica-se também a existência de folhetos informativos de campanhas no

âmbito da promoção da saúde pública.

Todos os produtos expostos na zona de atendimento, à vista dos utentes, quer estejam

armazenados em prateleiras ou em expositores, são obrigatoriamente Medicamentos Não Sujeitos a

Receita Médica (MNSRM). Estes produtos encontram-se dispostos separadamente em diferentes

seções, de acordo com o tipo de produto a que correspondem.

Quanto aos Medicamentos Sujeitos a Receita Médica (MSRM) que se encontrem nesta

zona, estes estão armazenados em gavetas devidamente fechadas.

Área de atendimento personalizado

A área de atendimento personalizado é onde se determinam os parâmetros bioquímicos e

fisiológicos, ao fim dos quais, o Farmacêutico comunica os resultados obtidos ao utente,

aconselhando-o de forma a promover sempre a sua saúde e bem-estar.

Este local também pode ser usado, quando requerido pelo utente, para um atendimento

mais privado.

Page 32: Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto · na dieta5. A Vitamina B6 está envolvida em três ... O Ácido pantoténico é componente essencial da CoA ... A luteína consumida

24

Uma vez por semana, decorre neste espaço, uma consulta de nutricionismo, com uma

técnica especializada. Da mesma forma, uma vez por mês, é disponibilizado aos utentes, mediante

marcação, uma consulta de podologia.

Área de armazenamento

Diariamente nesta área é feita a gestão das encomendas necessárias à Farmácia, assim

como o armazenamento dos medicamentos.

Aqui encontra-se um balcão com um computador, ao qual está ligado um leitor ótico de

código de barras, uma impressora e um fax. Além destes, encontram-se os telefones, um armário

com documentos referentes à gestão da farmácia, dossiers relativos a fornecedores, faturas,

devoluções e outros documentos relacionados com a receção de encomendas. Por isso, todos os

produtos que cheguem à farmácia passam obrigatoriamente por esta área antes de serem

dispensados.

Neste local também se encontra o frigorífico, o qual é necessário à conservação de todos os

produtos que sejam sujeitos à refrigeração.

As zonas de armazenamento estão divididas em gavetas deslizantes e armários de

prateleiras.

As formas farmacêuticas orais sólidas encontram-se em gavetas deslizantes, por ordem

alfabética do nome comercial ou, no caso dos genéricos, por ordem alfabética da Designação

Comum Internacional (DCI). Nas gavetas deslizantes encontram-se também alguns xaropes e

soluções orais, assim como formas farmacêuticas líquidas intranasais e auriculares, de

administração retal e oftamológica. Em armários de prateleiras encontram-se produtos de

alimentação infantil; medicamentos ginecológicos; granulados; medicamentos de uso veterinário;

líquidos e semi-sólidos cutâneos (pomadas, cremes, pastas e unguentos) e os restantes xaropes e

soluções orais. Além disso, todos os medicamentos orais sólidos que não caibam nas gavetas,

encontram-se nos armários de prateleiras, com a mesma distribuição verificada nas gavetas.

Os psicotrópicos e estupefacientes estão armazenados num armário fechado, cumprindo os

requisitos legais.

Escritório

Neste local efetua-se a gestão administrativa da Farmácia, como a verificação e correção

das receitas médicas.

Page 33: Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto · na dieta5. A Vitamina B6 está envolvida em três ... O Ácido pantoténico é componente essencial da CoA ... A luteína consumida

25

Laboratório

No laboratório são realizados os manipulados e a preparação das suspenções/soluções

orais, encontrando-se o material e as matérias-primas necessárias, assim como as farmacopeias e o

formulário galénico. É de salientar que esta Farmácia realiza poucos manipulados, apesar de estar

equipada para tal, já que não há muita procura daqueles.

Sistema informático

A Farmácia Nova da Vila está equipada com o Winphar, o qual permite realizar tarefas

essenciais à farmácia e fazer a gestão dos stocks.

Além disso, também permite gerir prazos de validade; auxiliar intervenção do

Farmacêutico com o utente através de informação sobre contraindicações e interações

medicamentosas durante uma venda; obter informações sobre os produtos, como o folheto

informativo e a situação de existência nos armazenistas, entre outras funções relacionadas com a

gestão de stock.

Gestão de stocks

Nesta farmácia efetua-se uma constante atualização informática das existências dos

medicamentos. Quando o número de existências informático não coincide com o real, isto pode

resultar em possíveis atrasos no atendimento e em encomendas desnecessárias, o que não é, de

todo, o pretendido.

Aquisição de medicamentos e produtos farmacêuticos

Existem duas formas da farmácia adquirir os seus produtos: diretamente dos laboratórios

(p.e. através dos delegados comerciais); através de armazenistas/cooperativas de distribuição.

A farmácia trabalha, principalmente, com dois distribuidores grossistas: a OCP e a

COOPROFAR, tendo a primeira maior peso na entrega do que a segunda.

Page 34: Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto · na dieta5. A Vitamina B6 está envolvida em três ... O Ácido pantoténico é componente essencial da CoA ... A luteína consumida

26

Realização de encomendas

A farmácia faz encomendas, várias vezes por dia, de forma a repor os produtos que

atingem o stock mínimo, esgotados ou reservados por utentes.

As encomendas são realizadas sobretudo através do software Winphar.

Pontualmente, são pedidos via telefone produtos específicos para um determinado utente,

confirmando-se com o fornecedor se este tem o produto em stock e a data em que o produto

chegará à farmácia.

Receção de encomendas

A encomenda chega à farmácia em contentores devidamente identificados que são

acompanhados por uma guia de remessa/factura que é utilizada para conferir os produtos e o custo

total da encomenda.

No momento da receção, dá-se prioridade de armazenamento aos produtos que requeiram

frio, rececionando-os de imediato e colocando-os no frigorífico.

De seguida, procede-se à leitura ótica dos produtos para que estes possam dar entrada no

sistema informático. Por último, é muito importante ter atenção a diversos fatores, tais como,

margem, quantidade encomendada/recebida/faturada, prazo de validade e preço.

É também importante ter em conta o preço a que se compram os produtos e, para os

produtos que requerem etiqueta, deve-se consultar os stocks para que, caso seja necessário, se

atualizem todos os preços.

Quando psicotrópicos ou estupefacientes fazem parte da encomenda, chega juntamente

com esta uma requisição em duplicado que é emitida pelo distribuidor. Os registos de entrada e

saída são arquivados numa pasta destinada única e exclusivamente a estes medicamentos.

Os produtos esgotados ou em falta são transferidos para uma nova proposta de encomenda,

de modo a evitar uma possível rutura de stock. Por fim, e após verificação, a fatura é arquivada por

data e por fornecedor.

A receção dos produtos encomendados por telefone é geralmente acompanhada por fatura

própria, dando-se entrada à parte no sistema informático.

Quanto às encomendas efetuadas diretamente ao laboratório produtor ou detentor da

licença de comercialização, a receção destas é semelhante à dos restantes produtos, em que o

operador verifica se as quantidades enviadas correspondem à nota de encomenda previamente

realizada e, de seguida, os respetivos prazos de validade e o preço dos produtos.

Page 35: Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto · na dieta5. A Vitamina B6 está envolvida em três ... O Ácido pantoténico é componente essencial da CoA ... A luteína consumida

27

Devoluções

Com o controlo dos prazos de validade torna-se mais fácil fazer a recolha dos produtos

com prazo de validade mais curto e proceder à devolução destes aos fornecedores. Esta devolução

deve-se fazer acompanhar de uma nota de devolução na qual se deve preencher o motivo de

devolução e referir qual o documento de origem.

Exitem outras situações de devolução para além desta, como: embalagem danificada,

produtos que não correspondam ao encomendado, produtos retirados do mercado, entre outros.

Para a regularização da devolução dos produtos o armazenista deve emitir uma nota de

crédito ou enviar novos produtos que substituam os em questão.

Armazenamento

Depois de rececionados, todos os produtos que dão entrada no stock da farmácia devem ser

devidamente armazenados. É essencial uma boa gestão do espaço físico da farmácia para facilitar

aos Profissionais de Farmácia o processo de dispensa de medicação aos utentes, além de reduzir o

tempo de espera destes.

Quanto ao armazenamento, a primeira regra a seguir é a First Expired, First Out (FEFO).

Esta regra permite escoar do stock os produtos com prazo de validade mais curto.

Prazos de Validade

O prazo de validade é atualizado mensalmente, através de uma listagem dos produtos com

a validade a expirar nos próximos três meses.

Os produtos que apresentam prazo de validade no referido período são recolhidos e

armazenados à parte, até serem devolvidos ao laboratório ou armazenista, devolução essa que

ocorre até ao final do mês em questão.

Dispensa de medicamentos

A dispensa dos medicamentos é uma das funções mais valorizadas pelos utentes da

farmácia, pois estes sentem cada vez mais a necessidade de estar bem informados no que diz

respeito à sua saúde. Por isso, os Profissionais de Farmácia devem aproveitar esta oportunidade de

comunicação com os utentes para promover os cuidados de saúde, a adesão à terapêutica e alertar

para os perigos dos erros de medicação.

Page 36: Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto · na dieta5. A Vitamina B6 está envolvida em três ... O Ácido pantoténico é componente essencial da CoA ... A luteína consumida

28

Os medicamentos podem ser classificados em Medicamentos Sujeitos a Receita Médica

(MSRM) e Medicamentos Não Sujeitos a Receita Médica (MNSRM).

Receita Médica

A receita médica é o meio utilizado para a comunicação entre o médico, o Farmacêutico e

o utente. Assim, aquando da validação da mesma, existem parâmetros fundamentais a serem

respeitados.

A receita médica é o documento através do qual são prescritos por um médico um ou mais

medicamentos determinados49

.

As receitas médicas, quanto à validade, podem ser:

Receita médica com um prazo de validade de 30 dias.

Receita médica com um prazo de validade de 6 meses. Estas destinam-se a determinadas

doenças e a tratamentos prolongados, sendo fornecidas ao utente três vias.

Antes da dispensa deve-se ter em atenção:

Modelo de receita (Governo de Portugal/ Ministério da Saúde);

Identificação do utente e entidade responsável pela comparticipação;

Identificação do médico prescritor;

Vinheta ou carimbo do local de prescrição, sempre que aplicável

Identificação dos medicamentos prescritos: por DCI e/ou nome comercial, dosagem, forma

farmacêutica, posologia, tamanho e número de embalagens;

Data de prescrição: permite conferir o prazo de validade da receita;

Ausência de rasuras;

Número da receita e respetivo código de barras:

Durante a dispensa, o Farmacêutico deve manter o diálogo com o utente para tentar perceber a

quem se destina a medicação, se é a primeira vez que vai fazer a terapêutica prescrita e analisar

aspectos terapêuticos como: efeitos adversos, contra-indicações e precauções especiais que o utente

deve ter. As interacções medicamentosas são frequentes em doentes polimedicados, sobretudo se

tomarem medicação prescrita por vários médicos diferentes, pelo que se deve ter um cuidado

especial no momento da dispensa.

Além disto, a posologia de cada medicamento deve ser cuidadosamente explicada ao utente, de

forma verbal e escrita para que este atinja os objectivos terapêuticos.

Page 37: Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto · na dieta5. A Vitamina B6 está envolvida em três ... O Ácido pantoténico é componente essencial da CoA ... A luteína consumida

29

Após a dispensa, o Farmacêutico deve confirmar:

Preços;

A comparticipação quando aplicável;

Valor a pagar pelo utente;

Talão ou documento para IRS.

Após a impressão, no verso da receita, além de toda a informação relativa à medicação

dispensada, o utente deve assinar a mesma, confirmando tudo o que foi anteriormente referido.

É importante garantir que nenhum utente saia da farmácia mal esclarecido pois isso poderia

comprometer a adesão à terapêutica.

Medicamentos Sujeitos a Receita Médica

Os MSRM são aqueles que só podem ser dispensados na farmácia, Hospitais ou outras

Instituições de Saúde mediante apresentação da respetiva receita. Estão sujeitos a receita médica os

medicamentos que preencham uma das seguintes condições:

Possam constituir um risco para a saúde do doente, direta ou indiretamente, mesmo

quando usados para o fim a que se destinam, caso sejam utilizados sem vigilância médica;

Possam constituir um risco, direto ou indireto, para a saúde, quando sejam utilizados com

frequência em quantidades consideráveis para fins diferentes daquele a que se destinam;

Contenham substâncias, ou preparações à base dessas substâncias, cuja actividade ou

reacções adversas seja indispensável aprofundar;

Destinem-se a ser administrados por via parentérica49

.

Os MSRM podem ainda classificar-se como:

Medicamentos sujeitos a receita médica renovável;

o São os que se destinem a determinadas doenças ou a tratamentos prolongados, e

possam, no respeito pela segurança da sua utilização, ser adquiridos mais de uma

vez, sem necessidade de uma nova prescrição médica.

Medicamentos de receita médica especial;

o Que contenham como substância ativa uma classificada como Estupefacientes ou

Psicotrópicos, tendo estes legislação específica;

Page 38: Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto · na dieta5. A Vitamina B6 está envolvida em três ... O Ácido pantoténico é componente essencial da CoA ... A luteína consumida

30

o Que possam dar origem a riscos importantes de abuso medicamentoso, criar

toxicodependência ou ser utilizados para fins ilegais.

Medicamentos de receita médica restrita, de utilização reservada a certos meios

especializados;

o Uso exclusivo hospitalar;

o a patologias cujo diagnóstico seja efetuado apenas em meio hospitalar;

o A doentes em tratamento ambulatório, mas a sua utilização ser suscetível de

causar efeitos adversos muito graves49

.

Tipo de vendas

Quanto ao tipo de venda, os medicamentos podem ser dispensados, através de venda

normal, venda suspensa, venda a crédito e venda suspensa a crédito.

Uma venda completa é paga no ato da venda e pode fazer-se com ou sem receita. As

vendas suspensas são efetuadas quando na farmácia não existem todos os medicamentos para

completar a receita. A venda a crédito tem a sua exclusividade para os clientes habituais da

farmácia, onde são dispensados medicamentos com ou sem receita, sem que o doente pague de

imediato.

No ato da venda são registados os produtos dispensados com um leitor ótico ou por

introdução manual do código nacional do produto (CNP). Tem-se ainda que introduzir a entidade e

regime de comparticipação que o utente tem direito, bem como os dados para documento fiscal.

Assim que é terminada a venda, no verso da receita médica são impressas diversas informações

como identificação do medicamento dispensado, preço total de cada medicamento (encargo do

utente por medicamento e valor total da receita), a data da dispensa, assinatura do responsável e

carimbo da farmácia. Após a receita ser impressa, são emitidas faturas ou faturas/recibos, conforme

o caso (crédito ou não), correspondentes à venda efetuada. A receita deve ser sempre assinada pela

pessoa responsável pelo levantamento, como prova do serviço que lhe foi prestado.

Dispensa de Medicamentos Psicotrópicos ou Estupefacientes

Quando se procede à dispensa de medicamentos Psicotrópicos ou Estupefacientes, o

sistema informático reconhece automaticamente que o medicamento em questão enquadra-se neste

grupo e não permite que a venda termine sem que sejam preenchidos determinados campos. Assim,

é necessário que se preencha o nome, identificação e morada do utente que levanta a medicação

(onde se deve confirmar que é maior de 18 anos), mediante apresentação de documento

Page 39: Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto · na dieta5. A Vitamina B6 está envolvida em três ... O Ácido pantoténico é componente essencial da CoA ... A luteína consumida

31

identificativo com fotografia, geralmente cartão de cidadão, assim como o nome, identificação e

morada do utente a quem se destina a referida medicação.

Medicamentos de Uso Veterinário

Os medicamentos de uso veterinário mais vendidos eram MNSRM, como desparasitantes

externos. Sempre que um utente quisesse comprar um medicamento prescrito numa receita

veterinária, essa receita tinha que ficar na farmácia, podendo o utente ficar com uma cópia, caso

precisasse.

Automedicação

A automedicação é atualmente a prática mais comum levada a cabo por pessoas que se

encontram perante um problema de saúde ligeiro. A consciencialização do utente, no que diz

respeito à toma por iniciativa própria de um medicamento é fundamental, pois poderá colocar em

risco a sua saúde ou dissimular um problema de saúde ainda maior, que com o alívio dos sintomas

não permite um diagnóstico médico em tempo útil.

Quando o Farmacêutico participa na decisão do utente, não se trata de automedicação mas

sim de aconselhamento Farmacêutico. Neste caso, há uma escolha de terapêutica mais orientada

para o problema, tendo em conta o perfil farmacológico do medicamento, o qual o Farmacêutico

domina, e o utente. Quando se trata de um problema mais complicado, o Farmacêutico deverá

encaminhar o doente para o médico50

.

Testes Bioquímicos e Fisiológicos

Mais do que definir parâmetros bioquímicos ou fisiológicos do utente, é importante

explicar-lhe o significado destes e fornecer-lhe o aconselhamento necessário para o controlo ou

redução desses valores, caso estejam descontrolados ou elevados.

Após as determinações dos valores, o Farmacêutico deve ser capaz de explicar se os

valores estão dentro dos valores tabelados.

É frequente os utentes chegarem à farmácia com valores fora dos intervalos recomendados.

Quando isto acontece, deve-se incutir no utente a responsabilidade do controlo da sua saúde, que

muitas vezes já tinha sido indicado pelo médico. O Farmacêutico deve então mostrar-se disponível

para, juntamente com o utente, traçar objectivos reais.

Page 40: Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto · na dieta5. A Vitamina B6 está envolvida em três ... O Ácido pantoténico é componente essencial da CoA ... A luteína consumida

32

Na Farmácia Nova da Vila são realizados testes para medir os níveis de glicemia,

colesterol, triglicerídeos, medição da pressão arterial, peso e índice de massa corporal.

VALORMED

A VALORMED, Sistema Integrado de Recolha de Embalagens e Medicamentos fora de

uso, resulta da associação de distribuidores, da Associação Nacional de Farmácias (ANF) e das

farmácias com a indústria farmacêutica no sentido de gerir os resíduos de medicamentos e

embalagens fora de uso que resultam do circuito do medicamento, que são entregues nas farmácias

por parte dos utentes.

Compete a toda a população a responsabilidade de atribuir o fim mais seguro a todos os

resíduos medicamentosos que possuam, sendo esta ação uma vantagem tanto para a saúde pública

como para o ambiente.

Assim, existe na farmácia um contentor no qual são depositados todos os produtos

entregues na mesma e que é posteriormente identificado para ser recolhido pelos fornecedores para

posterior destruição.

Faturação

O processo de faturação começa no ato do atendimento, quando se imprime no verso da

receita os códigos dos medicamentos com a sua respetiva comparticipação, dependendo do

organismo. O valor que o utente irá pagar é especificado, assim como o valor comparticipado por

cada medicamento, sendo no final emitido o documento de faturação (editado no verso da receita e

na fatura/recibo).

Durante todo o mês vai-se procedendo à separação e organização das receitas médicas por

lotes em função do regime de comparticipação a que pertencem. Estas são sujeitas a um processo

de conferência, de forma a garantir vários aspetos como:

a presença de número de utente ou número de beneficiário;

vinheta e assinatura do Médico;

vinheta do Serviço de Saúde (sempre que a receita não corresponda a uma consulta

particular);

confronto entre a validade da receita e a data de dispensa dos medicamentos ao

utente;

Page 41: Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto · na dieta5. A Vitamina B6 está envolvida em três ... O Ácido pantoténico é componente essencial da CoA ... A luteína consumida

33

concordância entre o medicamento dispensado e o prescrito ou entre o Código

Nacional para a Prescrição Eletrónica de Medicamentos (CNPEM) do dispensado e

o CNPEM prescrito;

preço do medicamento com e sem comparticipação;

assinatura do utente;

carimbo da farmácia e assinatura do profissional de farmácia.

Por fim, é emitido um “Verbete de identificação do lote” para cada lote de 30 receitas de

cada organismo, que é assinado, carimbado e verificado novamente pelo Farmacêutico. Estes

contêm a identificação da farmácia e respetivo código de inscrição na ANF, mês e ano de emissão,

identificação do organismo, número do lote, quantidade de receitas e etiquetas e o valor monetário

total do lote correspondente ao P.V.P., à comparticipação pelo estado e à importância paga pelo

utente.

A ANF paga à farmácia e a entidade comparticipadora pagará posteriormente à ANF. As

entidades competentes fazem a sua própria conferência das receitas e, caso se constatem

incorreções, as comparticipações não são efetuadas, sendo as receitas devolvidas à farmácia,

indicando as razões da devolução e os valores corrigidos.

Page 42: Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto · na dieta5. A Vitamina B6 está envolvida em três ... O Ácido pantoténico é componente essencial da CoA ... A luteína consumida

34

Considerações finais

Ao longo deste estágio fui confrontado com várias situações com as quais tive que lidar de

forma cuidada, buscando sempre informação da minha orientadora ou dos outros profissionais da

farmácia.

As primeiras tarefas que realizei consistiram na verificação dos prazos de validade, tendo

sido útil para tomar conhecimento dos locais habituais de armazenamento dos diferentes produtos.

Posteriormente, dediquei-me à criação de fichas de cartão de cliente da farmácia, que traz

benefícios para os utentes fidelizados, na medida em que lhes permite obter descontos artigos de

venda livre (IVA 23%). Mais tarde, participei na receção e armazenamento das encomendas, dando

entrada informaticamente e guardando os medicamentos no respetivo lugar (gaveta deslizante ou

armário de prateleira).

A partir do momento em que comecei a atender os utentes ao balcão, fui-me apercebendo

da complexidade e responsabilidade do cargo desempenhado pelo Farmacêutico, uma vez que tinha

que conciliar um bom atendimento com todas as outras tarefas inerentes à rotina da Farmácia.

O meu contato com o público foi uma experiência enriquecedora e estimulante, já que me

permitiu desenvolver as minhas competências sociais e humanas em prol dos utentes, qualidade

que não se adquire durante a componente teórica do MICF, enfatizando o valor do estágio

curricular.

Para além do atendimento ao balcão, efetuei igualmente medições bioquímicas e

fisiológicas no âmbito do controlo de doenças crónicas, tais como, hipertensão arterial, obesidade

diabetes e dislipidémias. Neste contexto, acompanhei alguns utentes durante a medição da tensão

arterial e do peso, comentando e aconselhando os resultados obtidos, no sentido de uma melhoria

destas condições crónicas do utente. De igual modo, realizei análises bioquímicas com tiras de teste

e aparelho de medição, desde a punção capilar até à análise e comentário dos resultados,

incentivando o utente a atingir os valores ideais.

Participei também na verificação de receitas médicas para a criação de lotes de receitas; fiz

encomendas e marcações de reuniões com delegados de informação médica por via telefónica,

assim como respondi a dúvidas de utentes; preparei alguns produtos na área de exposição, entre

outras tarefas necessárias para o normal funcionamento da farmácia.

Page 43: Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto · na dieta5. A Vitamina B6 está envolvida em três ... O Ácido pantoténico é componente essencial da CoA ... A luteína consumida

35

Referências

1. Decreto-Lei n.º 136/2003, de 28 de Junho. “D. R. – I Série-A” 147 (28-06-2003) 3724;

2. Decreto-Lei n.º 54/2010, de 28 de Maio. “D. R. – 1.ª série” 104 (28-05-2010) 1842;

3. Pfizer: Centrum®. Acessível em:

http://centrumvitaminas.com.pt/produtos/centrum/beneficios/ [acedido em 06/2014];

4. Thurnham, D.I. (2005). Thiamin. Encyclopedia of Human Nutrition; 263-269;

5. Bates, J.C. (2005). Riboflavin. Encyclopedia of Human Nutrition; 100-108;

6. Bender, D.A. (2005). Vitamin B6. Encyclopedia of Human Nutrition; 359-367;

7. Green, R. (2005). Cobalamins. Encyclopedia of Human Nutrition; 401-407;

8. Bates, J.C. (2005). Niacin. Encyclopedia of Human Nutrition; 253-259;

9. Mock, D.M. (2005). Biotin. Encyclopedia of Human Nutrition; 201-209;

10. Bates, J.C. (2005). Pantothenic Acid. Encyclopedia of Human Nutrition; 467-472;

11. University of Maryland Medical Center: Ehrlich, S.D. (2011), Iron. Acessível em:

http://umm.edu/health/medical/altmed/supplement/iron [acedido em 07/2014];

12. Bender, D.A. (2005). Ascorbic Acid. Encyclopedia of Human Nutrition; 169-176;

13. University of Maryland Medical Center: Ehrlich, S.D. (2011), Zinc. Acessível em:

http://umm.edu/health/medical/altmed/supplement/zinc [acedido em 07/2014];

14. University of Maryland Medical Center: Ehrlich, S.D. (2011), Selenium. Acessível em:

http://umm.edu/health/medical/altmed/supplement/selenium [acedido em 07/2014];

15. Ross, A.C.; Napoli, J.L.; West Jr, K.P. Vitamin A. Encyclopedia of Human Nutrition; 329-

358

16. University of Maryland Medical Center: Ehrlich, S.D. (2012), Vitamin E. Acessível em:

http://umm.edu/health/medical/altmed/supplement/vitamin-e [acedido em 07/2014];

17. WebMD: Lutein, Natural Medicines Comprehensive Database. Acessível em:

http://www.webmd.com/vitamins-supplements/ingredientmono-754-

LUTEIN.aspx?activeIngredientId=754 [acedido em 07/2014];

18. Boehringer Ingelheim: Pharmaton® Vitalidade. Acessível em:

http://www.pharmaton.pt/produto/para_adultos/vitalidade.html [acedido em 06/2014];

19. WebMD: Ginseng (Panax ginseng), Natural Medicines Comprehensive Database.

Acessível em: http://www.webmd.com/vitamins-supplements/ingredientmono-1000-

GINSENG%2c+PANAX.aspx?activeIngredientId=1000 [acedido em 07/2014];

20. University of Maryland Medical Center: Ehrlich, S.D. (2011), Copper. Acessível em:

http://umm.edu/health/medical/altmed/supplement/copper [acedido em 07/2014];

Page 44: Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto · na dieta5. A Vitamina B6 está envolvida em três ... O Ácido pantoténico é componente essencial da CoA ... A luteína consumida

36

21. University of Maryland Medical Center: Ehrlich, S.D. (2011), Manganese. Acessível em:

http://umm.edu/health/medical/altmed/supplement/manganese [acedido em 07/2014];

22. McPartin, J. (2005). Folic Acid. Encyclopedia of Human Nutrition; 257-264;

23. Holick, M.F. Vitamin D. Encyclopedia of Human Nutrition; 368-377;

24. University of Maryland Medical Center: Ehrlich, S.D. (2012), Soy. Acessível em:

http://umm.edu/health/medical/altmed/supplement/soy [acedido em 07/2014];

25. Angelini: Magnesium-OK. Acessível em: http://magnesiumok.pt/produto/ [acedido em

06/2014];

26. Feillet-Coudray, C.; Rayssiguier, Y. (2005). Magnesium. Encyclopedia of Human

Nutrition; 191-195;

27. Pfizer: Centrum®

Select 50+. Acessível em:

http://centrumvitaminas.com.pt/produtos/centrum-select-50/beneficios/ [acedido em

06/2014];

28. University of Maryland Medical Center: Ehrlich, S.D. (2011), Vitamin K. Acessível em:

http://umm.edu/health/medical/altmed/supplement/vitamin-k [acedido em 07/2014];

29. Pfizer: Centrum®

Homem 50+. Acessível em:

http://centrumvitaminas.com.pt/produtos/centrum-homem-50/beneficios/ [acedido em

06/2014];

30. "Calcium"(2006). Dietary Reference Intakes: The Essential Guide to Nutrient

Requirements. Washington, DC: The National Academies Press; 286-295;

31. "Magnesium"(2006). Dietary Reference Intakes: The Essential Guide to Nutrient

Requirements. Washington, DC: The National Academies Press; 340-349;

32. "Vitamin D"(2006). Dietary Reference Intakes: The Essential Guide to Nutrient

Requirements. Washington, DC: The National Academies Press; 224-233;

33. "Vitamin B12"(2006). Dietary Reference Intakes: The Essential Guide to Nutrient

Requirements. Washington, DC: The National Academies Press; 188-195;

34. Pfizer: Centrum®

Mulher 50+. Acessível em:

http://centrumvitaminas.com.pt/produtos/centrum-mulher-50/beneficios/ [acedido em

06/2014];

35. University of Maryland Medical Center: Ehrlich, S.D. (2011), Calcium. Acessível em:

http://umm.edu/health/medical/altmed/supplement/calcium [acedido em 07/2014];

36. Boehringer Ingelheim: Pharmaton® 50+. Acessível em:

http://www.pharmaton.pt/produto/para_adultos/pharmaton_50.html [acedido em 06/2014];

37. University of Maryland Medical Center: Ehrlich, S.D. (2012), Eicosapentaenoic Acid

(EPA). Acessível em: http://umm.edu/health/medical/altmed/supplement/eicosapentaenoic-

acid-epa [acedido em 07/2014];

Page 45: Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto · na dieta5. A Vitamina B6 está envolvida em três ... O Ácido pantoténico é componente essencial da CoA ... A luteína consumida

37

38. University of Maryland Medical Center: Ehrlich, S.D. (2012), Docosahexaenoic Acid

(DHA). Acessível em:

http://umm.edu/health/medical/altmed/supplement/docosahexaenoic-acid-dha [acedido em

07/2014];

39. Bradury, J. (2011). Docosahexaenoic Acid (DHA): An Ancient Nutriente for the Moder

Human Brain. Nutrients; 3: 529-554;

40. KTB: Confiance®. Acessível em: http://www.ktb.pt/pt/produtos/suplemento-

alimentar/Confiance [acedido em 06/2014]

41. WebMD: Boron, Natural Medicines Comprehensive Database. Acessível em:

http://www.webmd.com/vitamins-supplements/ingredientmono-894-

BORON.aspx?activeIngredientId=894 [acedido em 07/2014];

42. Greiner, A.N., et al. (2011). Allergic rhinitis. Lancet; 378: 2112-22;

43. Suleimani, Y.M., Walker, M.J. (2007). Allergic rhinitis and its pharmacology.

Pharmacology & Therapeutics; 114: 233-260;

44. Eccles, R. (2005). Understanding the symptoms of the common cold and influenza. Lancet

Infect Dis; 5: 718-725;

45. Roxas, M., Jurenka, J. (2007). Colds and Influenza: A Review of Diagnosis and

Conventional, Botanical, and Nutriotional Considerations. Alternative Medicine Review;

12: 25-48;

46. Sur, D.K., Scandale, S. (2010). Treatment of Allergic Rhinitis. Americam Family

Physician; 81 (12): 1440-6;

47. Ordem dos Farmacêuticos: Farmácia Comunitária. Acessível em:

http://www.ordemfarmaceuticos.pt/scid//ofWebInst_09/defaultCategoryViewOne.asp?cate

goryId=1909 [Acedido em 30/07/2014];

48. Decreto-Lei n.º 307/2007, de 31 de agosto;

49. Decreto-Lei n.º 128/2013, de 5 de setembro; “D. R. – I Série” 171 (05-09-2013) 5524

50. Infarmed: Automedicação. Acessível em:

http://www.infarmed.pt/portal/page/portal/INFARMED/PUBLICACOES/TEMATICOS/S

AIBA_MAIS_SOBRE/SAIBA_MAIS_ARQUIVO/29_Automedica%E7%E3o.pdf

[Acedido em 30/07/2014].

Page 46: Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto · na dieta5. A Vitamina B6 está envolvida em três ... O Ácido pantoténico é componente essencial da CoA ... A luteína consumida

38

Anexos

Anexo I

Vitamina Unidade DDR

Vitamina A µg 800

Vitamina D µg 5

Vitamina E mg 12

Vitamina K µg 75

Vitamina C mg 80

Tiamina mg 1,1

Riboflavina mg 1,4

Niacina mg 16

Vitamina B6 mg 1,4

Ácido fólico µg 200

Vitamina B12 µg 2,5

Biotina µg 50

Ácido pantoténico mg 6

Mineral Unidade DDR

Potássio mg 2000

Cloreto mg 800

Cálcio mg 800

Fósforo mg 700

Magnésio mg 375

Ferro mg 14

Zinco mg 10

Cobre mg 1

Manganês mg 2

Fluoreto mg 3,5

Selénio µg 55

Crómio µg 40

Molibdénio µg 50

Iodo µg 150

Tabelas 1 e 2: Vitaminas e Minerais que podem ser declarados e respetiva Dose Diária Recomendada (DDR).

Tabela 1. Vitaminas Tabela 2. Minerais

Page 47: Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto · na dieta5. A Vitamina B6 está envolvida em três ... O Ácido pantoténico é componente essencial da CoA ... A luteína consumida

39

Anexo II

Centrum®

Ingredientes Dose Diária %DDR

Vitamina A 800 µg 100

Vitamina D 5 µg 100

Vitamina E 15 mg 125

Vitamina K 30 µg 40

Vitamina C 100 mg 125

Tiamina 1,4 mg 127

Riboflavina 1,75 mg 125

Vitamina B6 2 mg 143

Vitamina B12 2,5 µg 100

Ácido Fólico 200 µg 100

Biotina 62,5 µg 125

Niacina 20 mg 125

Ácido Pantoténico 7,5 mg 125

Cálcio 162 mg 20

Fósforo 125 mg 18

Magnésio 100 mg 27

Ferro 5 mg 36

Iodo 100 µg 67

Cobre 500 µg 50

Manganésio 2 mg 100

Crómio 40 µg 100

Molibdénio 50 µg 100

Selénio 30 µg 55

Zinco 5 mg 50

Luteína 500 µg -

Contém Tiamina, Riboflavina, Vitamina B6, Vitamina B12, Niacina, Biotina, Ácido

Pantoténico e Ferro, que ajudam o normal metabolismo produtor de energia. O ferro contribui para

o transporte normal do oxigénio no organismo.

Centrum contém Vitamina C, Selénio e Zinco que contribuem para o normal funcionamento do

sistema imunitário.

Page 48: Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto · na dieta5. A Vitamina B6 está envolvida em três ... O Ácido pantoténico é componente essencial da CoA ... A luteína consumida

40

Contém Vitamina A e Biotina que contribuem para a manutenção da pele normal. A Vitamina

C contribui para a normal formação de colagénio para o funcionamento normal da pele.

Com Vitaminas C, E e Selénio, que contribuem para a proteção das células contra as oxidações

indesejáveis.

Anexo III

Pharmaton®

Ingrediente Dose Diária % DDR

Cálcio 120 mg 15

Lecitina de soja 100 mg -

Vitamina C 60 mg 75

Extrato G115(R)

de Panax Ginseng 40 mg -

Vitamina E 17 mg 141

Niacina 16 mg 100

Ferro 10,5 mg 75

Manganês 2 mg 100

Vitamina B6 1,7 mg 121

Zinco 1,5 mg 15

Riboflavina 1,4 mg 100

Tiamina 1,3 mg 118

Cobre 1 mg 100

Vitamina A 800 µg 100

Ácido fólico 200 µg 100

Selénio 55 µg 100

Biotina 50 µg 100

Vitamina D 5 µg 100

Vitamina B12 2,5 µg 100

O Ginseng G115(R) otimiza o uso de energia por parte do corpo reduzindo, dessa forma, a

fadiga diária – principalmente como consequência da capacidade de utilização de oxigénio.

Apresenta igualmente efeitos na melhoria do estado de espírito e qualidade de vida. Também

contém Tiamina, Riboflavina, Niacina, Biotina, Vitaminas B6 e B12, Cobre e Manganês que

Page 49: Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto · na dieta5. A Vitamina B6 está envolvida em três ... O Ácido pantoténico é componente essencial da CoA ... A luteína consumida

41

contribuem para o normal metabolismo produtor de energia; Riboflavina, Niacina, Folato,

Vitaminas B6 e B12 que contribuem para a redução do cansaço e da fadiga.

O Ginseng G115(R) atua sobre o sistema nervoso central e ajuda a minimizar o stress e a

tensão física e mental. Adicionalmente a Tiamina, Riboflavina, Niacina, Vitaminas B6 e B12, a

Biotina e o Cobre contribuem para o normal funcionamento do sistema nervoso; a Tiamina,

Niacina, Vitaminas B6 e B12, o Folato e a Biotina contribuem para uma normal função

psicológica.

O Ginseng G115(R) fortalece o sistema imunitário, incluindo em situações de convalescença.

As Vitaminas A, D, B6 e B12, o Folato, o Selénio e o Cobre contribuem para o normal

funcionamento do sistema imunitário.

Anexo IV

Magnesium-OK

Ingredientes Dose Diária %DDR

Magnésio 145 mg 39

Zinco 8 mg 80

Manganês 2 mg 100

Cobre 1 mg 100

Selénio 25 µg 45

Crómio 25 µg 63

Tiamina 5 mg 455

Riboflavina 5 mg 357

Vitamina B6 50 mg 3571

Vitamina C 30 mg 38

Vitamina D 2,5 µg 50

Vitamina E 10 mg 83

O Magnésio contribui para o normal funcionamento muscular e do sistema nervoso, bem como

para uma normal função psicológica. Além disso, também contribui para o normal metabolismo

produtor de energia, redução do cansaço e da fadiga e para o processo de divisão celular.

O Zinco, o Manganês, o Cobre, o Selénio, a Riboflavina, a Vitamina C e a Vitamina E

contribuem para a proteção das células contra as oxidações indesejáveis.

O Zinco e a Riboflavina contribuem para a manutenção de uma visão normal.

Page 50: Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto · na dieta5. A Vitamina B6 está envolvida em três ... O Ácido pantoténico é componente essencial da CoA ... A luteína consumida

42

Anexo V

Centrum Select 50+

Ingredientes Dose Diária %DDR

Vitamina A 800 µg 100

Vitamina D 5 µg 100

Vitamina E 18 mg 150

Vitamina K 30 µg 40

Vitamina C 120 mg 150

Tiamina 1,65 mg 150

Riboflavina 2,1 mg 150

Vitamina B6 2,1 mg 150

Vitamina B12 3 µg 120

Ácido Fólico 300 µg 150

Biotina 75 µg 150

Niacina 24 mg 150

Ácido Pantoténico 9 mg 150

Cálcio 162 mg 20

Fósforo 125mg 18

Magnésio 100 mg 27

Ferro 2,1 mg 15

Iodo 100 µg 67

Cobre 500 µg 50

Manganésio 2 mg 100

Crómio 40 µg 100

Molibdénio 50 µg 100

Selénio 30 µg 55

Zinco 5 µg 50

Luteína 1 mg -

Contém Tiamina, Riboflavina, Vitamina B6, Vitamina B12, Niacina, Biotina, Ácido

Pantoténico que ajudam o normal metabolismo produtor de energia.

Contém Vitamina C, Selénio e Zinco que contribuem para o normal funcionamento do sistema

imunitário.

Contém Vitamina A que contribui para a manutenção de uma visão normal.

Page 51: Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto · na dieta5. A Vitamina B6 está envolvida em três ... O Ácido pantoténico é componente essencial da CoA ... A luteína consumida

43

Contém Vitaminas D e K que contribuem para a manutenção de ossos normais. A vitamina D

contribui para níveis normais de Cálcio no sangue.

Anexo VI

Centrum Homen 50+

Ingredientes Dose Diária %DDR

Vitamina A 800 µg 100

Vitamina E 18 mg 150

Vitamina C 120 mg 150

Vitamina K 30 µg 40

Tiamina 1,65 mg 150

Riboflavina 2,1 mg 150

Vitamina B6 2,1 mg 150

Vitamina B12 7,5 µg 300

Vitamina D 10 µg 200

Biotina 75 µg 150

Ácido Fólico 300 µg 150

Niacina 24 mg 150

Ácido Pantoténico 9 mg 150

Cálcio 200 mg 25

Fósforo 105 mg 15

Magnésio 135 mg 36

Ferro 2,1 mg 15

Iodo 100 µg 67

Cobre 500 µg 50

Manganésio 2 mg 100

Crómio 40 µg 100

Molibdénio 50 µg 100

Selénio 30 µg 55

Zinco 5 mg 50

Contém Tiamina, Riboflavina, Vitamina B6, Vitamina B12, Niacina, Biotina, Ácido

Pantoténico que ajudam o normal metabolismo produtor de energia.

Page 52: Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto · na dieta5. A Vitamina B6 está envolvida em três ... O Ácido pantoténico é componente essencial da CoA ... A luteína consumida

44

Com Vitamina C, Selénio e Zinco que contribuem para o normal funcionamento do sistema

imunitário.

Com um maior teor de Cálcio, Magnésio, Vitamina D e Vitamina B12 que ajudam a satisfazer

as necessidades nutricionais específicas dos homens com mais de 50 anos.

Com vitamina A que contribui para a manutenção de uma visão normal.

Com Ácido Pantoténico que contribui para um desempenho mental normal. Contém Zinco e

Ferro que contribuem para uma normal função cognitiva.

Page 53: Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto · na dieta5. A Vitamina B6 está envolvida em três ... O Ácido pantoténico é componente essencial da CoA ... A luteína consumida

45

Anexo VII

Centrum Mulher 50+

Ingredientes Dose Diária %DDR

Vitamina A 800 ug 100

Vitamina E 16 mg 133

Vitamina C 120 mg 150

Vitamina K 30 ug 40

Tiamina 1,5 mg 136

Riboflavina 1,8 mg 129

Vitamina B6 2,1 mg 150

Vitamina B12 7,5 ug 300

Vitamina D 10 ug 200

Biotina 75 ug 150

Ácido Fólico 300 ug 150

Niacina 20 mg 125

Ácido Pantoténico 9 mg 150

Cálcio 320 mg 40

Fósforo 105 mg 15

Magnésio 112,5 mg 30

Ferro 4,2 mg 30

Iodo 100 ug 67

Cobre 500 ug 50

Manganésio 2 mg 100

Crómio 40 ug 100

Molibdénio 50 ug 100

Selénio 30 ug 55

Zinco 5 mg 50

Com um maior teor de Cálcio, Magnésio, Vitamina D e Vitamina B12 que ajudam a satisfazer

as necessidades nutricionais específicas das mulheres com mais de 50 anos.

Contém Tiamina, Riboflavina, Vitamina B6, Vitamina B12, Niacina, Biotina, Ácido

Pantoténico, que ajudam o normal metabolismo produtor de energia.

Com Vitamina C, Selénio e Zinco que contribuem para o normal funcionamento do sistema

imunitário.

Page 54: Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto · na dieta5. A Vitamina B6 está envolvida em três ... O Ácido pantoténico é componente essencial da CoA ... A luteína consumida

46

Com um maior teor de Cálcio e Vitamina D para fazer face às alterações nutricionais pós-

menopausa.

O Cálcio é necessário para a manutenção de ossos normais. A Vitamina D contribui para níveis

normais de Cálcio no sangue.

Anexo VIII

Pharmaton 50+

Ingrediente Dose Diária %DDR

Ácidos gordos

Ómega-3 0,25 g -

dos quais DHA 45 mg -

dos quais EPA 67,5 mg -

Vitamina C 90 mg 112

Vitamina E 10 mg 83

Ferro 5 mg 36

Zinco 5 mg 50

Vitamina B6 2 mg 142

Riboflavina 1,6 mg 114

Tiamina 1,4 mg 127

Cobre 500 µg 50

Ácido fólico 200 µg 100

Vitamina B12 200 µg 100

Selénio 50 µg 91

Vitamina D 5 µg 100

A Tiamina, o Ácido eucosapentanóico (EPA) e o Ácido docosahexanóico (DHA) contribuem

para o normal funcionamento do coração. A vitamina C participa na normal formação de colagénio

para funcionamento normal dos vasos sanguíneos. O folato e as vitaminas B6 e B12 têm um papel

no normal metabolismo da homocisteína.

O Cobre, Folato, Ferro, Selénio, Zinco e Vitaminas B6 e B12, C e D contribuem para o normal

funcionamento do sistema imunitário. O Cobre, Riboflavina, Selénio, Zinco e Vitaminas C e E

ajudam na proteção das células contras as oxidações indesejáveis.

O Ferro e o Zinco contribuem para a normal função cognitiva. O Cobre, Tiamina, Riboflavina

e Vitaminas B6, B12 e C ajudam no normal funcionamento do sistema nervoso. O DHA tem um

Page 55: Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto · na dieta5. A Vitamina B6 está envolvida em três ... O Ácido pantoténico é componente essencial da CoA ... A luteína consumida

47

papel na manutenção de uma normal função cerebral. O Folato, Tiamina, Vitaminas B6, B12 e C

participam na normal função psicológica.

O Ferro, Folato, Riboflavina e Vitaminas B12 e B6, contribuem para a redução do cansaço e da

fadiga. O Cobre, Ferro, Riboflavina, Tiamina, Vitaminas B6, B12 e C ajudam no normal

metabolismo produtor de energia.

DHA, Riboflavina e Zinco contribuem para a manutenção de uma visão normal.

A Vitamina D e Zinco contribuem para a manutenção de ossos normais. A Vitamina C tem um

papel na normal formação de colagénio para funcionamento normal dos ossos e cartilagens.

O Zinco e o Selénio contribuem para a manutenção de unhas e cabelo normal. O Zinco e

Riboflavina participam na manutenção de uma pele normal. O Cobre tem um papel na normal

pigmentação da pele e cabelo.

Anexo IX

O Magnésio e o Boro desempenham ambos um papel importante no metabolismo do Cálcio,

enquanto que o Magnésio é essencial para a condução nervosa e para a produção de energia.

O Boro já demonstrou a sua utilidade na conversão do estrogénio para a sua forma ativa.

O Magnésio e a Vitamina E podem ajudar no alívio de afrontamentos, enquanto que a

Vitamina B6 é importante para o equilíbrio metabólico e hormonal.

Confiance

Ingredientes Dose Diária %DDR

Vitamina E 10 mg 83

Tiamina 1,4 mg 127

Riboflavina 1,3 mg 93

Niacina 18 mg 113

Vitamina B6 1,6 mg 114

Ácido pantoténico 6 mg 100

Magnésio 175 mg 47

Manganês 2 mg 100

Boro 1 mg -

Selénio 50 µg 91

Crómio 25 µg 63

Page 56: Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto · na dieta5. A Vitamina B6 está envolvida em três ... O Ácido pantoténico é componente essencial da CoA ... A luteína consumida

48

Este suplemento deve ser tomado para ajudar na prevenção da osteoporose, ajudar na

diminuição dos afrontamentos, retardar o envelhecimento, melhorar a condição psíquica e física,

ajudar na diminuição de dores musculares e cãibras.

Anexo X

Centrum Homen

Ingredientes Dose Diária %DDR

Vitamina A 800 µg 100

Vitamina E 18 mg 150

Vitamina C 120 mg 150

Vitamina K 30 µg 40

Tiamina 1,6 mg 145

Riboflavina 2,1 mg 150

Vitamina B6 3 µg 150

Vitamina B12 6,25 µg 120

Vitamina D 5 µg 100

Biotina 62,5 µg 125

Ácido Fólico 200 µg 100

Niacina 20 mg 125

Ácido Pantoténico 7,5 mg 125

Cálcio 200 mg 25

Fósforo 105 mg 15

Magnésio 120 mg 32

Ferro 3,75 mg 27

Iodo 100 µg 67

Cobre 500 µg 50

Manganésio 2 mg 100

Crómio 40 µg 100

Molibdénio 50 µg 100

Selénio 30 µg 55

Zinco 5 mg 50

Page 57: Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto · na dieta5. A Vitamina B6 está envolvida em três ... O Ácido pantoténico é componente essencial da CoA ... A luteína consumida

49

Com um maior teor de minerais (como o Magnésio) e vitaminas (como a Tiamina, Riboflavina,

Vitamina B6 e Vitamina B12) que ajudam a satisfazer as necessidades nutricionais específicas dos

homens.

Contém Tiamina, Riboflavina, Vitamina B6, Vitamina B12, Niacina, Biotina, Ácido

Pantoténico e Ferro, que ajudam o normal metabolismo produtor de energia. O Ferro contribui para

o transporte normal de oxigénio no organismo.

Contém Vitamina C, Selénio e Zinco que contribuem para o normal funcionamento do sistema

imunitário.

O Magnésio e o Cálcio contribuem para o normal funcionamento muscular.

Contém Tiamina que contribui para o normal funcionamento do coração.

Page 58: Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto · na dieta5. A Vitamina B6 está envolvida em três ... O Ácido pantoténico é componente essencial da CoA ... A luteína consumida

50

Anexo XI

Centrum Mulher

Ingredientes Dose Diária %DDR

Vitamina A 667 µg 83

Vitamina E 16 mg 133

Vitamina C 120 mg 150

Vitamina K 24,5 µg 33

Tiamina 1,32 mg 120

Riboflavina 2,1 mg 150

Vitamina B6 1,75 mg 125

Vitamina B12 3 µg 120

Vitamina D 5 µg 100

Biotina 62,5 µg 125

Ácido Fólico 300 µg 150

Niacina 16 mg 100

Ácido Pantoténico 7,5 mg 125

Cálcio 320 mg 40

Fósforo 105 mg 15

Magnésio 100 mg 27

Ferro 5 mg 36

Iodo 100 µg 67

Cobre 500 µg 50

Manganésio 2 mg 100

Crómio 40 µg 100

Molibdénio 50 µg 100

Selénio 30 µg 55

Zinco 5 mg 50

Com um maior teor de Ácido fólico e Cálcio que ajudam a satisfazer as necessidades

nutricionais das mulheres.

Contém Tiamina, Riboflavina, Vitamina B6, Vitamina B12, Niacina, Biotina, Ácido

Pantoténico e Ferro, que ajudam o normal metabolismo produtor de energia. O Ácido Fólico

contribui para a redução do cansaço e fadiga.

Page 59: Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto · na dieta5. A Vitamina B6 está envolvida em três ... O Ácido pantoténico é componente essencial da CoA ... A luteína consumida

51

Contém Vitamina C, Selénio e Zinco que contribuem para o normal funcionamento do sistema

imunitário.

Com Biotina e Zinco que contribuem para a manutenção da pele e do cabelo em condições

normais. O Selénio e o Zinco contribuem para a manutenção de unhas normais.

O cálcio é necessário para a manutenção de ossos normais. A Vitamina D contribui para níveis

normais de Cálcio no sangue.

Anexo XII

Tabela 1. Tratamento da rinite alérgica46

Tipo de tratamento Sintomas oculares

Comichão nasofaringeal

Espirros Rinorreia

Corticosteróides intranasais

Anti-histamínicos orais

Descongestionantes

Anticolinérgicos intranasais

Antagonistas do recetor de leucotrienos

Tratamento farmacológico da rinite alérgica por ordem de preferência. Adaptado de referência 46.

Page 60: Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto · na dieta5. A Vitamina B6 está envolvida em três ... O Ácido pantoténico é componente essencial da CoA ... A luteína consumida

52

Anexo XIII

Page 61: Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto · na dieta5. A Vitamina B6 está envolvida em três ... O Ácido pantoténico é componente essencial da CoA ... A luteína consumida

53

Page 62: Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto · na dieta5. A Vitamina B6 está envolvida em três ... O Ácido pantoténico é componente essencial da CoA ... A luteína consumida

i

Page 63: Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto · na dieta5. A Vitamina B6 está envolvida em três ... O Ácido pantoténico é componente essencial da CoA ... A luteína consumida

i

Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto

Mestrado Integrado em Ciências Farmacêuticas

Relatório de Estágio Profissionalizante

Centro Hospitalar Póvoa de Varzim - Vila do Conde

Janeiro de 2014 a Março de 2014

António José Braga da Silva Lemos

___________________________________

Orientador : Dra. Olinda Melo

___________________________________

Responsável Serviços Farmacêuticos: Dra. Rosa Armandina Pontes

______________________________

Julho de 2014

Page 64: Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto · na dieta5. A Vitamina B6 está envolvida em três ... O Ácido pantoténico é componente essencial da CoA ... A luteína consumida

ii

Declaração de Integridade

Eu, António José Braga da Silva Lemos , abaixo assinado, nº 200804413, aluno do

Mestrado Integrado em Ciências Farmacêuticas da Faculdade de Farmácia da Universidade do

Porto, declaro ter atuado com absoluta integridade na elaboração deste documento.

Nesse sentido, confirmo que NÃO incorri em plágio (ato pelo qual um indivíduo, mesmo por

omissão, assume a autoria de um determinado trabalho intelectual ou partes dele). Mais declaro que

todas as frases que retirei de trabalhos anteriores pertencentes a outros autores foram referenciadas

ou redigidas com novas palavras, tendo neste caso colocado a citação da fonte bibliográfica.

Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto, ____ de __________________ de ______

Assinatura: ______________________________________

Page 65: Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto · na dieta5. A Vitamina B6 está envolvida em três ... O Ácido pantoténico é componente essencial da CoA ... A luteína consumida

iii

Agradecimentos

Gostaria de começar por agradecer a Dr.ª Rosa Armandina Pontes, Responsável pelos

Serviços Farmacêuticos do Centro Hospitalar Póvoa de Varzim – Vila do Conde, a oportunidade de

realização do Estágio Hospitalar, assim como a disponibilidade, compreensão e atenção

demonstrada.

Agradeço especialmente a Dr.ª Olinda Melo, que foi minha orientadora neste estágio, a

supervisão e orientação, os conhecimentos transmitidos, a compreensão, disponibilidade e

profissionalismo, bem como o apoio que me deu e dedicação que demonstrou para a realização

deste relatório. Gostaria também de agradecer à Dr.ª Irene Coelho, pela coorientação do meu

estágio, a disponibilidade e os conhecimentos transmitidos.

Deixo também um agradecimento às Técnicas de Diagnóstico e Terapêutica, Elisa Costa,

Gabriela Ribeiro, Nélia Martins e Ana Isabel, pela disponibilidade, ajuda e simpatia no decorrer do

meu estágio, assim como aos restantes elementos dos Serviços Farmacêuticos, Teresa Cunha, Lígia

Oliveira, Ana Santos Silva, Mª Aurélia Carvalho.

Page 66: Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto · na dieta5. A Vitamina B6 está envolvida em três ... O Ácido pantoténico é componente essencial da CoA ... A luteína consumida

iv

Siglas e Abreviaturas:

CHPVVC - Centro Hospitalar da Póvoa de Varzim e Vila do Conde

SF – Serviços Farmacêuticos

FH - Farmácia Hospitalar

SC – Serviços Clínicos

MP – Manual de Procedimentos

FHNM - Formulário Hospitalar Nacional de Medicamentos

CFT - Comissão de Farmácia e Terapêutica

INFARMED – Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde, I.P.

TDT - Técnicos de Diagnóstico e Terapêutica

DU – Dose Unitária

AO - Assistentes Operacionais

FEFO – First Expired First Out

SDIDDU – Sistema de Distribuição Individual Diária em Dose Unitária

SAM – Sistema de Apoio Médico

DCI - Denominação Comum Internacional

UCA - Unidade Cirurgia Ambulatório

DGS – Direção Geral de Saúde

Page 67: Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto · na dieta5. A Vitamina B6 está envolvida em três ... O Ácido pantoténico é componente essencial da CoA ... A luteína consumida

v

Índice

Introdução – O Hospital ..................................................................................................................... 1

Organização dos Serviços Farmacêuticos .......................................................................................... 1

Recursos Humanos ............................................................................................................................. 2

Seleção, aquisição e armazenamento de produtos farmacêuticos ...................................................... 4

Gestão de Existências ..................................................................................................................... 4

Sistemas e critérios de aquisição .................................................................................................... 5

Receção e conferência de produtos adquiridos .............................................................................. 6

Armazenamento dos produtos/prazos de validade ......................................................................... 6

Sistemas de distribuição de medicamentos ........................................................................................ 7

Receção e validação de prescrições ............................................................................................... 8

Distribuição clássica ..................................................................................................................... 10

Distribuição por Stocks Fixos ...................................................................................................... 10

Distribuição de medicamentos a doentes em ambulatório ........................................................... 11

Medicamentos sujeitos a controlo especial ...................................................................................... 12

Psicotrópicos, Estupefacientes e Benzodiazepinas ...................................................................... 12

Hemoderivados ............................................................................................................................ 13

Medicamentos extraformulário .................................................................................................... 14

Produção de medicamentos .............................................................................................................. 14

Conceito integrado de garantia da qualidade ............................................................................... 14

Reembalagem ............................................................................................................................... 14

Informação sobre medicamentos e outras atividades de farmácia clínica ........................................ 15

Consulta de livros básicos e especializados, índices de nomenclatura, Formulários hospitalares,

bases de dados e internet .............................................................................................................. 15

Respostas a pedidos de informação sobre medicamentos, aplicados a situações clínicas ........... 15

Acompanhamento da visita médica .............................................................................................. 16

Reuniões periódicas de aperfeiçoamento ..................................................................................... 16

Comissões técnicas existentes no hospital ................................................................................... 16

Considerações finais ......................................................................................................................... 17

Referências ....................................................................................................................................... 18

Page 68: Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto · na dieta5. A Vitamina B6 está envolvida em três ... O Ácido pantoténico é componente essencial da CoA ... A luteína consumida

1

Introdução – O Hospital

O Centro Hospitalar da Póvoa de Varzim - Vila do Conde (CHPVVC), criado ao abrigo da

Portaria 235 de 2000, resulta da integração dos hospitais de ambos os concelhos num centro

hospitalar, visando a distribuição dos serviços por Unidade tendo em conta as suas características

estruturais, no qual se procurou adaptar da melhor forma possível essas características à sua função.

Desta forma, na Unidade da Póvoa de Varzim ficam situados os Serviços Farmacêuticos (SF), o

Serviço de Urgência, os internamentos de Obstetrícia, Ginecologia, Cirurgia Geral, Ortopedia,

Neonatologia e Pediatria, o Bloco de Partos e Bloco Operatório, Consulta Externa, Patologia

Clínica, Imagiologia e Conselho de Administração. Por sua vez, a Unidade de Vila do Conde

alberga a Unidade de Cirurgia de Ambulatório, o internamento do Serviço de Medicina Interna,

Consulta Externa e vários serviços admnistrativos. A área de influência do CHPVVC abrange cerca

de 150 000 habitantes1.

A Farmácia Hospitalar (FH) enquadra-se no processo de cuidados de saúde prestados em

ambiente hospitalar, uma área progressivamente mais diversificada e multidisciplinar que envolve

profissionais com formações curriculares específicas e diferenciadas. Em cada hospital há uma FH

cuja organização depende das características do hospital, como localização, dimensão e cuidados

de saúde prestados. Os SF hospitalares são departamentos com autonomia técnica, sujeitos à

orientação dos órgãos de administração que avaliam os resultados do exercício das suas funções.

Os principais objetivos dos SF são:

Fazer parte da gestão do medicamento no hospital, que engloba a seleção, aquisição,

distribuição, validação e prescrição dos medicamentos, de forma a optimizar o contributo

dos medicamentos para uma terapêutica informada com os resultados desejados;

Melhorar a qualidade e segurança de todos os processos relacionados com medicamentos

em uso hospitalar;

Garantir que a determinado doente chegue o medicamento certo, na dose, via de

administração e horário corretos, e com todas as informações do processo documentadas.

Organização dos Serviços Farmacêuticos

Os SF do CHPVVC situam-se no piso 0 do edifício hospitalar, num local próximo da

entrada e dos elevadores, o que facilita o acesso tanto dos profissionais como dos utentes, assim

como o transporte de produtos da farmácia para os restantes serviços. A localização também

permite uma boa acessibilidade ao exterior, para facilitar a receção de medicamentos e dispositivos

médicos.

Page 69: Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto · na dieta5. A Vitamina B6 está envolvida em três ... O Ácido pantoténico é componente essencial da CoA ... A luteína consumida

2

Na Farmácia, quanto ao espaço físico, existem os seguintes locais:

Gabinete da Responsável pelos SF;

Local de trabalho das Farmacêuticas Assistentes;

Gabinete dos Serviços Administrativos;

Local de preparação da medicação em unidose para os Serviços Clínicos (SC), apoiada por

módulos de medicamentos preparados para DU, armazenados por DCI;

Local com o equipamento para reembalagem;

Cofre para armazenamento de Estupefacientes, Psicotrópicos e Benzodiazepinas;

Armários rotativos, que armazenam os medicamentos por DCI;

Armazém para produtos de grande volume;

Local de preparação da distribuição tradicional;

Laboratório;

Local para atendimento ao público;

Frigoríficos;

Congelador;

Cacifos.

Recursos Humanos

Nos SF do CHPVVC trabalham, de segunda a sexta-feira, das 8h30 às 17h, uma equipa de

profissionais de saúde composta pelos seguintes elementos:

Farmacêuticos:

o Assessor Superior: Rosa Armandina Pontes – Responsável dos SF;

o Assistente: Irene Coelho, Olinda Melo.

Técnicos de Diagnóstico e Terapêutica – Ramo Farmácia:

o Técnico Especialista: Elisa Costa

o Técnico Principal: Nélia Martins

o Técnico 1ª Classe: Ana Isabel M., Maria Gabriela R.

Assistentes Técnicas:

o Teresa Cunha, Lígia Oliveira.

Assistentes Operacionais:

o Maria Aurélia Carvalho, Ana Santos Silva.

Segundo o Manual de Procedimentos (MP) dos SF do CHPVVC, o farmacêutico hospitalar

tem como funções, atividades e responsabilidades gerais:

Page 70: Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto · na dieta5. A Vitamina B6 está envolvida em três ... O Ácido pantoténico é componente essencial da CoA ... A luteína consumida

3

Gestão do medicamento (seleção, aquisição, armazenamento e distribuição)

Gestão de outros produtos farmacêuticos (dispositivos médicos, reagentes, etc.);

Principais responsáveis pela implementação e monitorização da política de medicamentos,

definida no Formulário Hospitalar Nacional de Medicamentos (FHNM) e pela comissão de

Farmácia e Terapêutica;

Manipulação de medicamentos;

Controlo de matérias-primas e produtos acabados;

Participação em comissões técnicas: Comissão de Farmácia e Terapêutica (CFT),

Comissão de Ética, Comissão de Formação, Comissão da Qualidade e Segurança do

Doente, Grupo Coordenador Local da Prevenção e Controlo da Infeção e das resistências

aos Antimicrobianos, Comissão de Feridas;

Colaboração na elaboração de protocolos terapêuticos;

Informação de medicamentos;

Desenvolvimento de ações de formação.

Segundo o MP, o Farmacêutico Responsável tem como funções, atividades e

responsabilidades específicas:

Gestão, coordenação e planificação dos SF;

Elaboração do plano de actividades anual;

Participação nas aquisições e concursos de medicamentos e outros produtos farmacêuticos;

Elaboração das faltas de medicamentos;

Elaboração trimestral dos registos de aquisição dos Hemoderivados para a Administração

Central de Sistemas de Saúde;

Elaboração e conferência do registo trimestral de entradas e saídas de Estupefacientes,

Psicotrópicos e Benzodiazepinas controladas para a Autoridade Nacional do Medicamento

e Produtos de Saúde (INFARMED);

Fornecimento de Estupefacientes, Psicotrópicos e Benzodiazepinas aos vários Serviços

Clínicos (SC), por Distribuição Tradicional;

Pedidos de Autorização de Utilização Especial de medicamentos ao INFARMED;

Controlo dos Hemoderivados.

De acordo com o MP, o Farmacêutico Assistente tem como funções, atividades e

responsabilidades específicas:

Validação das prescrições médicas on-line;

Informação de Medicamentos;

Orientação de estágios;

Page 71: Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto · na dieta5. A Vitamina B6 está envolvida em três ... O Ácido pantoténico é componente essencial da CoA ... A luteína consumida

4

Verificação dos armários de recurso dos SC;

Elaboração dos pedidos de reposição semanal dos SC;

Controlo semanal e mensal dos movimentos de Estupefacientes, Psicotrópicos e

Benzodiazepinas;

Supervisão e controlo da manipulação de medicamentos;

Controlo mensal dos medicamentos consumidos por serviço;

Controlo dos Hemoderivados;

Inventário.

No MP, os Técnicos de Diagnóstico e Terapêutica (TDT) têm como funções:

Preparação da medicação dos serviços em Dose Unitária (DU);

Verificação e preparação da medicação dos Serviços com reposição por stocks nivelados e

respetivo débito informático;

Reposição dos soros dos Serviços em DU;

Reposição de stocks dos Serviços em DU;

Preparação da medicação das requisições diárias e semanais dos SC e respetivo débito

informático;

Preparações Farmacêuticas (antissépticos, desinfetantes e pesagens);

Controlo da reembalagem de formas orais sólidas;

Receção dos produtos farmacêuticos e orientação da respetiva colocação no armazém pelos

Assistentes Operacionais (AO);

Dispensa de medicamentos a doentes em regime de ambulatório;

Colaboração na gestão de stocks de medicamentos;

Colaboração em estágios de pré-graduação de Técnicos de Farmácia;

Inventário.

Seleção, aquisição e armazenamento de produtos farmacêuticos

Gestão de Existências

Os medicamentos utilizados no CHPVVC são os que constam no Formulário Hospitalar

Nacional de Medicamentos (FHNM), sendo requeridos, no entanto, apenas os que são utilizados

nas patologias mais frequentes no Centro Hospitalar, por decisão da CFT, formada por médicos e

farmacêuticos. Estes medicamentos são geridos de forma a evitar as situações prejudiciais de

ruptura ou excesso de existências. Para isto, é necessário haver um sistema de gestão de stocks que

Page 72: Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto · na dieta5. A Vitamina B6 está envolvida em três ... O Ácido pantoténico é componente essencial da CoA ... A luteína consumida

5

permita assegurar as necessidades diárias do hospital em termos de medicamentos e dispositivos

médicos. No CHPVVC, as TDT auxiliam no controlo do stock e são responsáveis pelos prazos de

validade dos produtos armazenados na farmácia, alternando trimestralmente a TDT responsável

pelo controlo das validades. Os Enfermeiros-chefe são responsáveis pelo stock nos serviços. Se

possível, movem-se os medicamentos cujo prazo de validade se esteja a aproximar do fim para

outros serviços onde estejam a ser utilizados. Ultrapassado o prazo, faz-se o registo informático

como “Saídas Genéricas”: registo informático usado para trocas por prazos de validade expirados

(dando saída a medicamentos cujo prazo tenha expirado sem terem sido utilizados). Dá-se também

saída, por serviço, das ampolas e frascos partidos e comprimidos esmagados na embalagem. São

designados por inutilizações e os custos da medicação inutilizada fica associada ao serviço onde

ocorreu a inutilização do medicamento.

Sistemas e critérios de aquisição

Quando for necessário a aquisição de determinado produto, este é registado no livro de

faltas pelas TDT, sempre com especial atenção quando houver risco de ruptura devido a situações

de consumos imprevisíveis. O sistema informático apresenta as quantidades em stock dos produtos,

assim como o ponto de encomenda. As encomendas são feitas conforme necessidade, através do

controlo de existências feito pelas TDT e comunicado ao Farmacêutico Responsável pelos SF;

sendo assim, não é neccessário utilizar o ponto de encomenda informático, embora isto também se

deva às relativamente menores dimensões e reduzido número de camas do CHPVVC, o que

possibilita uma gestão mais minuciosa das existências. Pode-se também consultar as encomendas

anteriores para ter uma ideia da frequência e quantidades encomendadas e variações ao longo do

tempo.

Para a aquisição de produtos farmacêuticos utiliza-se o Catálogo SPMS, que é um catálogo

online que compara os preços e que contém informações sobre as características dos

medicamentos. Por norma, o fornecedor selecionado é o que vende o produto a preço mais baixo,

desde que esteja ajustado a distribuição por Dose Unitária, como, por exemplo, pós para solução

vendidos com o solvente e comprimidos que permitam a sua utilização sem ser necessário

reembalagem. Após seleção do produto a comprar, o Farmacêutico Responsável cria um pedido de

compra, a partir do qual as assistentes técnicas elaboram a nota de encomenda a ser enviada aos

fornecedores, passando pelos serviços financeiros do hospital.

Outra forma de aquisição de produtos farmacêuticos é através de Concurso, que se encontra

ao abrigo do Decreto-Lei nº. 18/2008, de 29 de Janeiro. Este aplica-se a gases medicinais, dietas,

reagentes bioquímicos e de patologia clínica. Para abrir um Concurso é necessário que o

Farmacêutico Responsável solicite a abertura do mesmo ao Conselho de Administração, a quem

comunica quais e quantos produtos a adquirir. De seguida, o Conselho de Administração comunica

a abertura do Concurso ao Serviço de Aprovisionamento, sendo publicada a abertura e a duração do

Page 73: Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto · na dieta5. A Vitamina B6 está envolvida em três ... O Ácido pantoténico é componente essencial da CoA ... A luteína consumida

6

Concurso. Após término do prazo, é nomeado um júri pelo Conselho de Administração, o qual vai

ser responsável pela decisão final quanto ao fornecedor onde se vai adquirir o produto

farmacêutico.

Para alguns medicamentos, de preço muito baixo por unidade, fazer uma compra ao

laboratório exige uma quantidade mínima muito grande, o que não é razoável tendo em conta as

necessidades reais do hospital, podendo levar a uma situação de desperdício de medicamentos por

expirar o prazo de validade. Para evitar isto, recorre-se a prescrições médicas eletrónicas, com

justificação clínica, para se comprar algumas embalagens do medicamento em causa (por exemplo,

o Ácido Valpróico) a uma Farmácia Comunitária.

Receção e conferência de produtos adquiridos

Os produtos adquiridos chegam ao armazém dos SF pela porta com ligação ao exterior e a

sua receção é efetuada pelas TDT. A estes, é conferida as respetivas quantidades recebidas,

comparando a guia de remessa/fatura com a nota de encomenda. Após posterior verificação de que

os produtos estão totalmente de acordo com o encomendado, entregam-se nos serviços

administrativos a nota de encomenda e a guia de remessa, para se dar entrada dos produtos no

sistema informático, com indicação do lote e do prazo de validade.

Armazenamento dos produtos/prazos de validade

Os produtos farmacêuticos são armazenados de forma organizada e respeitando sempre as

suas condições de armazenamento no que toca a humidade, temperatura (que estão sob controlo

constante nos SF) e luz.

O grosso dos medicamentos é armazenado no armazém central, que é um armário rotativo,

dividido em prateleiras metálicas móveis que deslizam sobre carris, nas quais os medicamentos se

encontram por ordem alfabética de DCI e segundo a regra FEFO (First Expired, First Out). As

dietas e dispositivos médicos encontram-se nas prateleiras finais, após todos os medicamentos.

Caso os medicamentos sejam de grande dimensão ou adquiridos em grandes quantidades, há um

armazém interno onde estes podem ser armazenados.

Além destes armazéns, há alguns produtos que têm outros locais de armazenamento

específicos. Estes são:

Psicotrópicos, Estupefacientes e Benzodiazepinas;

o Estes medicamentos, devido à sua natureza, são obrigatoriamente armazenados

num cofre ao qual apenas os Farmacêuticos e os TDT têm acesso. Encontram-se

organizados, também, por ordem alfabética de DCI e são acompanhados pelas

respetivas fichas de prateleira de controlo.

Medicamentos de frio;

Page 74: Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto · na dieta5. A Vitamina B6 está envolvida em três ... O Ácido pantoténico é componente essencial da CoA ... A luteína consumida

7

o São medicamentos que necessitam de ser conservados em temperaturas no

intervalo de 2 a 8ºC, sendo, por isso, armazenados em dois frigoríficos. Num são

armazenadas as Imunoglobulinas, Vacinas e Tuberculinas, sendo a restante

medicação armazenada no outro. Além destes, há a Dinoprostona, dispositivo de

libertação prolongada, que necessita de ser conservado a temperaturas inferiores,

estando armazenado a temperaturas entre os -15ºC e os -20ºC na arca congeladora.

Soros, Inflamáveis e Gases Medicinais.

o São armazenados em armazéns exteriores ao hospital.

Sistemas de distribuição de medicamentos

A distribuição de produtos farmacêuticos para os diferentes SC pode ser efetuada de várias

formas, dependendo do tipo de produtos e do SC a que se destina. As diferentes formas têm como

objetivo o cumprimento da prescrição médica, a racionalização terapêutica, a máxima

rentabilização e correta administração dos medicamentos e a diminuição de erros associados à

medicação. Estas formas são:

Distribuição Individual Diária em Dose Unitária (SDIDDU);

Distribuição Clássica;

Distribuição por Stocks Fixos.

Para além destas, o CHPVVC também realiza a dispensa de medicamentos a doentes em

ambulatório.

Sistema de Distribuição Individual Diária em Dose Unitária (SDIDDU)

O SDIDDU é um sistema de distribuição racional de medicamentos, que tem como

finalidade reduzir a incidência de erros de medicação e aumentar o controlo sobre as

administrações de medicamentos efetuadas nos pacientes que estejam internados. Neste sistema, a

prescrição médica para cada doente, efetuada on-line no Sistema de Apoio Médico (SAM), é

inicialmente analisada e validada pelo Farmacêutico responsável pelo serviço, sendo distribuída,

em dose unitária, a medicação necessária para um período de 24h (das 15h até às 14h do dia

seguinte). Cada medicamento está identificado pela Denominação Comum Internacional (DCI), a

dosagem, o prazo de validade e o lote de fabrico. No CHPVVC, este sistema é utilizado para fazer

a distribuição dos medicamentos pelos serviços de internamento Medicina Homens e Medicina

Mulheres, Cirurgia e Ortopedia, sendo estes colocados em carros compostos por malas divididas

em gavetas rotuladas com o nome do doente, a cama e o serviço onde está internado.

Page 75: Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto · na dieta5. A Vitamina B6 está envolvida em três ... O Ácido pantoténico é componente essencial da CoA ... A luteína consumida

8

Diariamente, o Farmacêutico responsável por cada serviço começa por validar as

prescrições médicas, criando de seguida um mapa de alteradas, com as alterações que foram

realizadas à medicação em relação ao mapa geral preparado no dia anterior. Além da medicação,

estes mapas também informam o TDT que prepara as malas sobre altas e transferências de cama ou

SC. Quando preparadas, as malas são verificadas pelo Farmacêutico responsável pelo SC. A

criação de mapas de alteradas é efetuada durante a manhã, sempre que exista um número de

alterações que assim o justifique, até cerca das 13h30. Nesta hora, os Farmacêuticos dão saída da

medicação por via informática, sendo os carros montados pelos TDT, com o auxílio dos AO. Todas

as malas são enviadas fechadas à chave, havendo uma cópia de cada chave nos SC. Em seguida, é

impresso um mapa geral para cada serviço com a medicação por doente para as próximas 24h. Com

base nesse mapa são preparadas as malas para o dia seguinte pelo TDT e verificadas pelo

farmacêutico.

A medicação que não for administrada ao doente regressa na respetiva gaveta para os SF,

onde os TDT registam informaticamente a devolução e armazenam os medicamentos no local

apropriado.

Caso seja necessário administrar medicação que não esteja na gaveta, quer seja uma

administração imediata ou devido a alterações na prescrição após a última validação pelo

Farmacêutico, esta é retirada do armário de recurso do SC pelo enfermeiro, ficando este

responsável por elaborar o respetivo pedido de reposição de medicação. Estes pedidos são enviados

para os SF e os TDT registam por sua vez os consumos da medicação utilizada por cada SC e

procedem à reposição da medicação gasta. É de salientar que o preenchimento manual do registo de

reposição pelos Enfermeiros acarreta riscos de dispensa de medicamentos errados, tanto por

dificuldade de compreensão da caligrafia ou por uso de nomes comerciais de medicamentos, em

vez do DCI do fármaco (por exemplo, escrevendo “Augmentin 2.2 g” para se referir a Amoxicilina

+ Ácido Clavulânico 2000 mg + 200 mg, embora o medicamento existente na Farmácia na altura

fosse o Clavepen).

Receção e validação de prescrições

O processo de receção e validação das prescrições médicas é um processo fundamental na

Farmácia Hospitalar. A prescrição informa o Farmacêutico sobre a identificação do doente (nome,

idade, dieta), identifica o médico prescritor e lista a medicação, por ordem alfabética de DCI, com a

respetiva forma farmacêutica, dosagem, dose, via de administração e frequência. O farmacêutico

analisa a prescrição, podendo fazer alterações quando estas sejam necessárias. Alguns exemplos

são:

Page 76: Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto · na dieta5. A Vitamina B6 está envolvida em três ... O Ácido pantoténico é componente essencial da CoA ... A luteína consumida

9

Alteração de dosagens;

o Quatro comprimidos de Carvedilol 6,25 mg alterados para um comprimido de

Carvedilol 25 mg.

Fármacos que necessitam de diluição em soro para perfusão;

o Prescrição de Dopamina ou Cloreto de Potássio, por via endovenosa, sem

prescrição de soro para diluíção. Alerta-se o médico prescritor: o farmacêutico

coloca uma observação na prescrição “on-line” avisando o médico prescritor sobre

o problema, contactando-o telefonicamente caso a correção não tenha sido feita em

tempo útil.

Interação de medicamentos;

o Por exemplo, prescrição de Metoclopramida e Levodopa para o mesmo doente.

Alerta-se o médico prescritor.

Ajustar quantidades de medicamentos com saída tradicional;

o O SAM ajusta automaticamente as quantidades à dose prescrita, mas não distingue

os medicamentos multidose (p.ex: solução respiratória de Salbutamol, xarope de

Lactulose), sendo necessário corrigir a quantidade destes, geralmente para um, em

vez de vários (dependendo da frequência);

o Os soros para perfusão contínua têm de ser ajustados de acordo com o ritmo a que

são prescritos (p.ex: a 42 mL/h é um frasco diário).

Erros relacionados com calendarização e justificação clínica de medicamentos;

o Prescrição de antibióticos sem calendarização bem definida ou sobreposição de

formas farmacêuticas diferentes, e de certos antibióticos sem justificação clínica

(Azitromicina, Imipenem + Cilastatina, Vancomicina). Alerta-se o médico

prescritor.

Doentes com dieta por sonda nasogástrica;

o Para estes doentes, os comprimidos têm que ser triturados para administração. No

entanto, comprimidos gastrorresistentes, de libertação modificada, entre outros

(Sulfato Ferroso de libertação prolongada, Pantoprazol comprimidos

gastrorresistentes), não podem ser triturados, e não devem constar na prescrição.

Caso constem, alerta-se o médico prescritor.

Medicamentos prescritos em duplicado.

o É necessário remover o duplicado. Alerta-se o médico prescritor.

Page 77: Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto · na dieta5. A Vitamina B6 está envolvida em três ... O Ácido pantoténico é componente essencial da CoA ... A luteína consumida

10

Distribuição clássica

A distribuição clássica de medicamentos aplica-se à distribuição de: soluções e suspensões

orais, pomadas e cremes, material de penso, antissépticos e desinfetantes, reagentes de diagnóstico

rápido e soluções injetáveis de grande volume.

Em cada SC há um stock predefinido de produtos farmacêuticos estabelecido pelo Diretor

do Serviço, o Enfermeiro-chefe e o Farmacêutico Responsável. O responsável pelo controlo do

stock em cada SC é o Enfermeiro-chefe. A escolha dos produtos tem por base a especificidade de

cada serviço. Para a reposição deste stock, é criado um pedido pelo Enfermeiro por via informática,

o qual os TDT imprimem para depois aviar. Antes do transporte até ao SC, dá-se saída informática

dos produtos, os quais são conferidos por outro TDT. De seguida, o AO transporta os produtos aos

respetivos SC, juntamente com um registo de satisfação, o qual é assinado pelo Enfermeiro

responsável pelo SC após receção e verificação. Em situações de pedidos de medicamentos por

ruptura de stock ou por não fazerem parte do stock, é necessário um aviso prévio de consumo e

justificação clínica, respetivamente. Esta última é enviada para os SF para prévia análise e

autorização, sendo depois fornecida.

Distribuição por Stocks Fixos

O stock existente em cada SC varia de acordo com as necessidades individuais de cada e é

estabelecido pelo Diretor do Serviço, Enfermeiro-chefe e Farmacêutico Responsável. A

distribuição por stocks é feita de duas formas, dependendo do SC em questão:

Pediatria;

o Dia de reposição: Quarta-feira.

Neonatologia;

o Dia de reposição: Quarta-feira.

Obstretícia/Ginecologia;

o Dia de reposição: Quarta-feira.

Urgência Geral/Pediátrica.

o Dia de reposição: Quinta-feira.

Nestes, diariamente, a prescrição é validada. Nos dias estabelecidos para a reposição, o

Farmacêutico imprime um mapa de registos de administrações e contabiliza as quantidades de

medicamentos a repor. De seguida, elabora um pedido informático do serviço, que depois é aviado

e satisfeito pelos TDT, sendo transportado para os respetivos SC pelos AO. Nos serviços de

Urgência, é necessário verificar o stock da Urgência Pediátrica para distinguir as administrações

entre serviços, e quando há um grande número de doentes de internamento com cama nos serviços

Page 78: Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto · na dieta5. A Vitamina B6 está envolvida em três ... O Ácido pantoténico é componente essencial da CoA ... A luteína consumida

11

de Urgência, há uma necessidade de reposição de medicação mais frequente, sendo os pedidos

criados e enviados para os SF pelo Enfermeiro-chefe do serviço.

Neste caso, como o stock é controlado, evita-se a acumulação de medicação e é possível

fazer uma monitorização dos consumos.

Nos blocos (operatório, partos e UCA) dada a impossibilidade de se conseguir separar a

medicação que é administrada no bloco da que é administrada nos serviços de internamento. A

reposição é feita da seguinte forma:

Bloco de partos;

o Dia de reposição: Quarta-feira.

Bloco operatório;

o Dia de reposição: Quarta-feira.

Unidade Cirurgia Ambulatório (UCA).

o Dia de reposição: Terça-feira.

No dia indicado, um TDT desloca-se ao serviço, verifica o stock e regista as quantidades

em falta. De seguida, prepara a medicação para reposição para ser transportado pelos AO, dando

antes saída informática dos medicamentos.

Distribuição de medicamentos a doentes em ambulatório

O atendimento a doentes em ambulatório compreende a distribuição gratuíta de

Desosgestrel e de medicamentos Biológicos.

O Desogestrel é dispensado a puérperas após terem alta do Serviço de Obstetrícia e é

prescrito pelo médico desse serviço através de receita eletrónica, sendo levantado pela utente no

balcão de atendimento da Farmácia.

Quanto aos medicamentos biológicos, a dispensa destes rege-se pelo Despacho n.º

18419/2010, de 13 de Dezembro, sendo utilizados por doentes com Artrite Reumatóide,

Espondilite Anquilosante, Artrite Psoriática, Artrite Idiopática Juvenil Poliarticular e Psoríase em

Placas. O médico que prescreve os medicamentos biológicos necessita de ter consulta certificada

pela Direção Geral de Saúde (DGS). Quando um doente vem pela primeira vez traz um documento

contendo informações com as quais os SF do hospital fazem um registo mínimo para os utentes

que deve contemplar:

data da dispensa;

n.º do processo do doente;

iniciais relativas ao 1º, 2º e último nome do doente;

género e data de nascimento;

diagnóstico e data de diagnóstico;

Page 79: Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto · na dieta5. A Vitamina B6 está envolvida em três ... O Ácido pantoténico é componente essencial da CoA ... A luteína consumida

12

data de início da terapêutica atual, terapêutica descrita, quantidade dispensada e local de

prescrição;

ocorrência de reação adversa notificável ao sistema nacional de farmacovigilância (relativa

a este doente);

data de notificação.

Posteriormente, o Despacho n.º 13382/2012, de 12 de Outubro veio acrescentar,

principalmente, a prescrição eletrónica obrigatória.

Aquando do primeiro levantamento do medicamento, o utente tem que assinar um termo de

responsabilidade relativo à correta conservação e uso do medicamento, sendo informado dos

cuidados a ter para tal.

Medicamentos sujeitos a controlo especial

Psicotrópicos, Estupefacientes e Benzodiazepinas

Estes fármacos, devido aos seus efeitos, podem provocar estados de dependência física e

psíquica, devendo ser, por isso, sujeitos a controlo especial. Este controlo rege-se pelo decreto

regulamentar nº61/94 do Diário da República nº 236 I série, que foi posteriormente transformado

na portaria 981/1008 do Diário da República nº 216 de 18 de Setembro de 1998 II série, que aprova

os atuais modelos das receitas médicas para os medicamentos que constem nas tabelas de

Psicotrópicos, Estupefacientes e Benzodiazepinas, os registos de movimento de entradas e saídas

das substâncias e suas preparações. Apenas Farmacêuticos autorizados pelo INFARMED podem

adquirir medicamentos com este tipo de fármacos.

No CHPVVC, estes fármacos ficam armazenados:

Nos Serviços Farmacêuticos;

o No cofre grande.

Nas Enfermarias;

o Em cofre ou gaveta fechados, ficando o Enfermeiro-chefe responsável pela chave.

Nos Blocos

o Em cofre ou gaveta fechados, ficando o Enfermeiro-chefe responsável pela chave.

Para fazer a reposição do stock, o Enfermeiro-chefe preenche e envia o formulário especial

para estes medicamentos para os SF, onde o Farmacêutico Responsável verifica o correto

preenchimento da requisição e fornece os medicamentos a repor, dando saída dos mesmos, tanto

nas fichas de prateleira de controlo, como no sistema informático (“Saída por Doente”). Os

medicamentos a fornecer aos SC são verificados por outro Farmacêutico previamente ao transporte

dos mesmos pelo AO na unidade da Póvoa de Varzim e pelo motorista na unidade de Vila do

Page 80: Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto · na dieta5. A Vitamina B6 está envolvida em três ... O Ácido pantoténico é componente essencial da CoA ... A luteína consumida

13

Conde, em mala fechada, até ao respetivo SC, ficando ao cuidado do Enfermeiro-chefe responsável

pelo serviço.

Quando é distribuído por DU, aquando da preparação das malas, a saída destes

medicamentos é registada numa “Ficha de Registo de Psicotrópicos, Estupefacientes e

Benzodiazepinas”. Nestas fichas fica registado o fármaco, a dosagem, a dose e a frequência de

administração, assim como em que dias e quantos foram administrados. É feita uma ficha para cada

doente, indicando o nome, nº de cama e SC em que está internado. Apenas as formas orais sólidas

são distribuídas por DU.

Uma vez que estes medicamentos têm que ser controlados de forma especial, faz-se uma

contagem de existências três vezes por semana e trimestralmente é enviado para o INFARMED o

registo de movimentos destes fármacos. Além disso, sempre que há uma saída, fica registado no

sistema informático o médico prescritor, o doente, o farmacêutico que validou e o enfermeiro que

administrou.

Hemoderivados

A aquisição e distribuição deste tipo de medicamentos rege-se pelo Despacho nº 11291/97

(2ª série). A importância do controlo especial sobre os Hemoderivados advém da possibilidade de

doença infeciosa transmissível pelo sangue, a qual deve ser investigada a origem, devendo sempre

o hemoderivado ser rastreável. Para tal, é fundamental haver um registo com a identificação dos

lotes, fabricantes e distribuidores de hemoderivados.

Aquando da receção de hemoderivados, é importante conferir (para além da habitual

quantidade, lote e prazo de validade) o boletim analítico do medicamento, assim como o

Certificado de Aprovação para a Utilização Terapêutica do INFARMED. À albumina também é

dada entrada na sua ficha de prateleira.

Estes medicamentos também têm formulário próprio (impresso nº 1804) que o médico

prescritor preenche, apresentando este duas vias, a “Via Farmácia” e a “Via serviço”, sendo cada

via arquivada nos SF e no processo clínico do doente, respetivamente. Para dar saída ao

hemoderivado, o Farmacêutico regista na “Via Farmácia” um número sequencial, o medicamento,

o lote, o fornecedor e o número do certificado do INFARMED. Já nos SC, o Enfermeiro que

administrar o Hemoderivado regista-o na “Via Serviço”. Acabado o tratamento, a “Via Serviço” é

entregue aos SF para validação, sendo depois devolvida ao SC de origem, para o processo do

doente.

Em DU, apenas a albumina é distribuída. Neste caso, os TDT, aquando da preparação das

malas, registam na “Ficha de Hemoderivados” o nome do doente, o SC, cama, data, assim como o

número de registo do Hemoderivado, o lote, quantidade diária, fornecedor e o número do

Certificado de Aprovção de Utilização Terapêutica do INFARMED. Na embalagem de albumina, é

colado um rótulo identificando o doente, SC e condições de conservação do medicamento. Quando

Page 81: Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto · na dieta5. A Vitamina B6 está envolvida em três ... O Ácido pantoténico é componente essencial da CoA ... A luteína consumida

14

é necessário administrar um hemoderivado, mas a farmácia se encontra encerrada, recorre-se a um

pequeno stock de hemoderivados, armazenados num frigorífico fechado, onde existe um stock

definido de hemoderivados, no Serviço de Urgência e Medicina Mulheres, estando a chave ao

cuidado do Chefe de Equipa de Urgência ou Médico de Serviço. O stock do SU é conferido

diariamente por um Farmacêutico.

Medicamentos extraformulário

Como já foi referido, nos SF do CHPVVC não existem todos os medicamentos que

constam no FHNM. Porém, em certas situações, um médico pode prescrever um medicamento que

não exista no hospital, precisando, para tal, de fazer uma justificação clínica em impresso próprio,

“Medicamentos Extra Formulário”. Aqui, apresenta informação relativamente ao doente, SC onde

está internado, diagnóstico e justificação clínica, que será posteriormente analisado pela CFT e a

sua compra autorizada pelo CA.

Produção de medicamentos

Conceito integrado de garantia da qualidade

As Boas Práticas de Fabrico são aplicadas na preparação de manipulados, havendo um

local de trabalho específico para tal, no qual é proibido comer ou realizar qualquer atividade que

possa contaminar o manipulado, sendo também obrigatório o uso de equipamento de proteção

adequado.

Quanto a manipulados, o único que é preparado é o álcool a 50º.

Reembalagem

A reembalagem é um processo que permite utilizar formas farmacêuticas orais sólidas na

distribuição em DU quando a embalagem original não o permite, ou quando é necessária uma

dosagem obtida por fracionamento de um comprimido. Para poder ser utilizado no SDIDDU, cada

medicamento deve estar identificado com DCI, dosagem, prazo de validade e lote de fabrico. A

reembalagem é efetuada pelos AO, sendo supervisionado pelos TDT. Este processo visa sempre

garantir a qualidade e segurança do medicamento e deve:

Conter uma quantidade de medicamento para toma única;

Conferir uma adequada proteção do conteúdo frente aos agentes ambientais;

Permitir uma identificação fácil, precisa e completa;

Ser uma embalagem de abertura fácil, rápida e segura.

Page 82: Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto · na dieta5. A Vitamina B6 está envolvida em três ... O Ácido pantoténico é componente essencial da CoA ... A luteína consumida

15

O local de reembalagem situa-se junto ao armazém central, sendo necessária para o

processo o seguinte equipamento:

Bisturis para fracionamento de comprimidos;

Máquina de embalagem em tira contínua (método semi-automático para a reembalagem de

formas farmacêuticas sólidas para uso oral).

Este processo obriga a uma alteração do prazo de validade dos comprimidos que sejam

retirados do blister ou fracionados, sendo o novo prazo 25% do tempo entre a data de reembalagem

e o prazo original, nunca ultrapassando os seis meses.

Informação sobre medicamentos e outras atividades de farmácia clínica

Consulta de livros básicos e especializados, índices de nomenclatura, Formulários

hospitalares, bases de dados e internet

Sempre que necessário, recorre-se à literatura para se obter informações sobre a utilização

de medicamentos, quer seja para saber doses máximas recomendadas ou conhecer as guidelines que

suportem as prescrições médicas. Para tal, faz-se uma pesquisa que pode conter vários formatos,

que pode incluir, entre muitos outros:

Livros:

o FHNM;

o Prontuário Terapêutico;

o Formulário de Pediatria;

o Guia de Preparação de Administração de Medicamentos por Via Parentérica;

o Drug Information Handbook;

o The Sanford Guide to Antimicrobial Therapy.

Internet:

o INFARMED: RCM dos medicamentos;

o IDSA (Infectious Disease Society of America): guidelines sobre o uso de

antibióticos;

o Centro de Informação do Medicamento (CIM).

Protocolos:

o Orientação para a Prevenção da Infeção na Ferida Crónica.

Respostas a pedidos de informação sobre medicamentos, aplicados a situações

clínicas

Page 83: Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto · na dieta5. A Vitamina B6 está envolvida em três ... O Ácido pantoténico é componente essencial da CoA ... A luteína consumida

16

Em caso de dúvida, qualquer profissional de saúde do CHPVVC pode solicitar aos SF

esclarecimento sobre a correta utilização de medicamentos, como por exemplo, enfermeiros que

precisam de saber a estabilidade de certa preparação extemporânea. Após o requisitante entrar em

contacto com o Farmacêutico, quer por escrito, telefone ou pessoalmente, este preenche um

formulário informaticamente, registando a informação requerida numa página e escrevendo a

resposta noutra, com a identificação de quem fez o pedido, a que horas, quando e como obteve

resposta e que fontes foram usadas para a obtenção da mesma.

Acompanhamento da visita médica

No CHPVVC é realizada uma “visita médica” aos doentes que estejam internados no

Serviço de Cirurgia. Esta é formada por uma equipa multidisciplinar que, além de profissionais de

Medicina, inclui um Farmacêutico, Enfermeiro e Nutricionista. O Farmacêutico acompanha esta

visita e, tendo consigo os mapas da medicação, contribui para a discussão sobre o tratamento dos

doentes.

Reuniões periódicas de aperfeiçoamento

Periodicamente, é feita uma reunião à porta fechada com todo o pessoal dos SF para

discutir formas de melhorar o processo de trabalho do serviço, de forma a rentabilizar o tempo e

reduzir erros e definir novas normas de procedimentos dos TDT.

Além das reuniões de aperfeiçoamento internas, quando necessário, é feita uma reunião

com os técnicos do serviço informático para resolver problemas relacionados com a atualização

que o sistema informático recebeu, os quais geram fontes de erro na atividade da Farmácia.

Comissões técnicas existentes no hospital

As comissões que existem no hospital e que incluem Farmacêuticos são:

Comissão de Etica;

Comissão de Farmácia e Terapêutica;

o Constituída por 3 farmacêuticos e 3 médicos; definem os protocolos e os

medicamentos a serem usados no hospital, dentro dos disponíveis para uso

hospitalar, segundo o Formulário Hospitalar;

Comissão da Qualidade e Segurança do Doente;

Grupo Coordenador Local da Prevenção e Controlo da Infeção e das resistências aos

Antimicrobianos;

Comissão de Feridas.

Page 84: Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto · na dieta5. A Vitamina B6 está envolvida em três ... O Ácido pantoténico é componente essencial da CoA ... A luteína consumida

17

Considerações finais

Este estágio permitiu-me tomar conhecimento de todos os procedimentos realizados em

ambiente de Farmácia Hospitalar. Considero-o uma mais valia na minha formação na medida em

que apliquei na prática conhecimentos teóricos que aprendi durante o curso e adquiri uma visão

mais abrangente do que é o trabalho do Farmacêutico.

Page 85: Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto · na dieta5. A Vitamina B6 está envolvida em três ... O Ácido pantoténico é componente essencial da CoA ... A luteína consumida

18

Referências

1. CHPVVC: Organização. Acessível em:

http://www.chpvvc.pt/ver.php?cod=0A0B [acedido em 02/2014];

Page 86: Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto · na dieta5. A Vitamina B6 está envolvida em três ... O Ácido pantoténico é componente essencial da CoA ... A luteína consumida

19