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FACULDADE DE CIÊNCIAS
DEPARTAMENTO DE FÍSICA
Trabalho de Licenciatura em Meteorologia
Influência dos Elementos Climáticos na Ocorrência de Queimadas
no Posto Administrativo de Catandica
Autor: David Manuel Joaquim
FACULDADE DE CIÊNCIAS
DEPARTAMENTO DE FÍSICA
Trabalho de Licenciatura em Meteorologia
Influência dos Elementos Climáticos na Ocorrência de Queimadas
no Posto Administrativo de Catandica
Autor: David Manuel Joaquim
Supervisor: Dr. Mussa Mustafa
Maputo, Agosto de 2015
Influência dos Elementos Climáticos na Ocorrência de Queimada no Posto Administrativo de
Catandica
David Manuel Joaquim Trabalho de Licenciatura UEM - Departamento de Física i
DEDICATÓRIA
Com muito amor e carinho, dedico este trabalho especialmente ao meu pai (Manuel Joaquim) e a duas
mulheres batalhadoras (Ana António Nhanala e Rabeca Manuel), persistentes nas quais busco inspiração
para tudo o que faço. Refiro-me à minha mãe e à minha madraste, que enfrentaram todas as dificuldades
da vida com coragem e bravura e não mediram esforços para, acima de todas as adversidades da vida,
nos proporcionar alimento, agasalho, educação e aconchego e que além de lições de moral, ensinaram-
me a lutar para conquistar os meus sonhos e rezaram incansavelmente pelo meu sucesso.
Influência dos Elementos Climáticos na Ocorrência de Queimada no Posto Administrativo de
Catandica
David Manuel Joaquim Trabalho de Licenciatura UEM - Departamento de Física ii
AGRADECIMENTOS
Á DEUS, pela Saúde e Vida, pela família maravilhosa e iluminação do meu caminho. Á ele, toda a Honra
e toda a Glória, agora e para sempre! Aos meus pais Manuel Joaquim e Ana António Nhanala, a quem
eu devo tudo o que sou e o que desejo ser um dia, pelo amor, carinho e inspiração. E em especial a
família Chiguanda e Nhanala, pelo apoio moral que deram durante a caminhada.
Ao meu Supervisor Dr. Mussa Mustafa, vai o meu muito obrigado pelo acolhimento, profissionalismo,
conduta, apoio, confiança, pelo apoio incansável e pelas dicas. Muito Obrigado!
Aos amigos de Infância, que apesar de estarmos fisicamente distantes uns dos outros, guardo - os sempre
no meu coração: João Fernando, Geraldo Saramento, Felisberto Sinamunda, Semba João, Inocente
Chiro, Luís Jossias, Abrão Mapamba, Celso Ramos, Goncalves Hali e Jacob Seven.
Aos amigos e colegas do curso, como o Domingos Machabai, Zeca Carlos, Francisco Tembe, Armando
Luchato, Hélio Suto, Dércio Zandamela, Donaldo Da silva, Euclides Malique e Paulo Jossubo, em
especial a turma de Meteorologia 2011, pelo apoio durante os 4 anos do meu percurso estudantil na
categoria de licenciatura obrigado por me darem força sempre.
Aos colegas da residência Universitária da UEM (Tangará), nomeadamente: Violino Viola, Anathol
Vidrigo, Vidamão Constantino, Artur Avião, Ricardo Tomas, Juvinaldo Mapurango e Elideo Vale, Por
me acolherem e me darem apoio nos momentos difíceis.
Á minha amiga Elga, muito obrigado pelo amor e paciência.
Agradeço ao Instituto Nacional de Meteorologia (INAM) e a Direcção Nacional de Terras e Florestas
(DNTF) pela cedência gentil dos dados meteorológicos e ocorrência de Queimadas respectivamente.
Aos Docentes e funcionários do Departamento de Física que contribuíram para a minha formação, pela
amizade, pelos ensinamentos e conhecimentos recebidos ao longo do curso. Á todos, que directa ou
indirectamente contribuíram para minha formação e para que este trabalho fosse uma realidade
Á Faculdade de Ciências por ter financiado a realização do presente trabalho. O meu muito
OBRIGADO!
Influência dos Elementos Climáticos na Ocorrência de Queimada no Posto Administrativo de
Catandica
David Manuel Joaquim Trabalho de Licenciatura UEM - Departamento de Física iii
DECLARAÇÃO DE HONRA
“Declaro, por minha honra que esta dissertação nunca foi apresentada para a obtenção de qualquer grau,
e que ela constitui o resultado da minha inteira investigação, para o grau de Licenciatura em
Meteorologia, pela Universidade Eduardo Mondlane, estando indicadas no texto e nas bibliografias as
fontes por mim utilizadas”
O autor
......................................................................................................
(David Manuel Joaquim)
Influência dos Elementos Climáticos na Ocorrência de Queimada no Posto Administrativo de
Catandica
David Manuel Joaquim Trabalho de Licenciatura UEM - Departamento de Física iv
Epígrafe
(Sun Tzu), em Arte de Fazer Guerra, diz: “deixa o seu
inimigo te subestimar, assim ele nunca estará o
suficiente preparado para te combater”.
Muitas vezes o fogo deixa que nos subestimemos todos os
parâmetros relacionados a ele: subestimamos as quantidades, o
arranjo e disponibilidade dos combustíveis florestais, subestimamos
as condições atmosféricas, por isso o nosso “velho inimigo” nos derrota
em quase todas as batalhas.
Influência dos Elementos Climáticos na Ocorrência de Queimada no Posto Administrativo de
Catandica
David Manuel Joaquim Trabalho de Licenciatura UEM - Departamento de Física v
RESUMO
Anualmente, milhares e milhares de hectares de florestas são devastadas pelo fenómeno de queimadas
sem controlo no nosso país. As queimadas são reconhecidas como um agente que contribui para os
problemas ambientais do tipo; desertificação, erosão dos solos, seca, alteração do ciclo hidrológico. A
degradação da qualidade do ar decorrente das emissões provenientes da queima de biomassa esta
associada a diversos impactos negativos, incluindo danos causados a populações expostas. Devido a
estes pressupostos, a necessidade do monitoramento ambiental e sistemático também aumenta. O
presente trabalho tem como objectivo analisar a influência dos elementos climáticos (Temperatura do
ar, Humidade relativa e Intensidade do vento) sobre a ocorrência de queimada no posto administrativo
de Catandica durante o período de 2008 á 2012. Para alcançar este objectivo, foram usados software
como, ArcGis 10.2, para tratamento de dados e imagens, Microsoft Excel para calcular os seguintes
parâmetros estatísticos: máximo, mínimo, média, coeficiente de correlação de Pearson e para a
construção de gráficos e tabelas, posteriormente foram realizadas análises descritivas para determinar os
meses mais críticos a ocorrência de queimada, as queimadas foram agrupadas por meses de ocorrências,
depois determinou-se o horário de maior concentração de ocorrência, para tal foram agrupadas as
ocorrências de queimadas por horas de ocorrências. Por fim determinou-se as correlações e a influência
entre os elementos climáticos (Temperatura do ar, Humidade relativa e Intensidade do vento) e a
ocorrência de queimadas no posto administrativo de Catandica calculando o coeficiente de correlação
de Pearson (r), entre as médias anuais dos dados usados, determinando-se qual dos elementos climáticos
melhor se relacionou com a quantidade de ocorrências de queimadas, fazendo uma analise para perceber
a influência do elemento climático mais correlacionado com as ocorrências de queimadas. As queimadas
no Posto Administrativo de Catandica, concentraram-se, nos meses de Maio a Novembro, sendo os
meses de Agosto, Setembro e Outubro, os meses que apresentaram maior quantidade de registo de
ocorrência de queimadas. Onde das 45. 394 ocorrências registadas no Posto Administrativo de Catandica
durante o período de 2008 a 2012, 44. 687 foram registadas no período diurno (4:00 horas até 16:00
horas), destes, a maior parte das queimadas ocorreram nos horários entre as 08:00 e 12:00 horas. O
elemento mais correlacionado com a quantidade de ocorrências de queimadas mensais foi a Humidade
Relativa, exercendo uma forte influência positiva na ocorrência de queimada, conforme o coeficiente de
Pearson () .
Palavras - chave: Queimadas, Elementos climáticos, coeficiente de correlação de pearson (r).
Influência dos Elementos Climáticos na Ocorrência de Queimada no Posto Administrativo de
Catandica
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LISTA DE ABREVIATURAS
AGO - Agosto
CO2 - Dióxido de carbono
CO - Monóxido de carbono
CH4 - Metano
CFC - Clorofluorcarbonetos
DEZ - Dezembro
DNTF - Direcção Nacional de Terras e Florestas
e - Humidade absoluta
es - Ponto de saturação
FEV - Fevereiro
INAM – Instituto Nacional de Meteorologia
JAN - Janeiro
JUN - Junho
JUL - Julho
kt - Nós
km/h - Quilómetro por hora
MAR - Março
MICOA - Ministério para a Coordenação da Acção Ambiental
MINAG - Ministério da Agricultura
m/s - Metro por segundo
mm - Milímetro
NOV - Novembro
NOx - Óxidos de nitrogénio
N2O - Óxidos Nitrosos
oC - Graus Celsius
OUT - Outubro
r - Coeficiente de correlação de pearson
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SADC - Comunidade de Desenvolvimento da África Austral
SO2 - Dióxido de enxofre
SET - Setembro
% - Porcento
UR - Humidade relativa
UEM - Universidade Eduardo Mondlane
�⃗⃗� - Intensidade do Vento
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Catandica
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LISTA DE FIGURAS
Figura 2.1: Triângulo do fogo (Fonte: Soares, 1985). .............................................................................. 5
Figura 2.2: Contribuição das Queimadas nas Emissões Globais de Gases Traços e Matérias Aerossóis
para a Atmosfera (Fonte: Andreae et. al, 1996). ...................................................................................... 9
Fígura 2.3: Influência de cada gás no aumento do efeito estufa (Fonte: Hansen e Prather, 1989). ....... 10
Fígura 2.4: Instrumento meteorológico usado para medir a temperatura do ar: Termómetro (Fonte:
Varejão e Silva, 2006). ........................................................................................................................... 16
Fígura 2.5: Instrumento meteorológico usado para registar a temperatura do ar: Termógrafo (Fonte:
Varejão e Silva, 2006). ........................................................................................................................... 16
Fígura 2.6: Instrumento meteorológico que mede a temperatura para estimar a humidade relativa:
Psicrómetro (Fonte: Carvalho e Silva, 2006). ........................................................................................ 18
Fígura 2.7: Instrumentos meteorológicos usados para medir a direcção e intensidade do vento
respectivamente: (a) Cata-vento do Wild e Biruta (b) Anemómetro de canecas (c) Anemografo (Fonte:
Carvalho e Silva, 2006). ......................................................................................................................... 19
Fígura 3.1: Localização Geográfica do posto administrativo de Catandica. .......................................... 20
Fígura 3.2: Fluxograma da Metodologia de Pesquisa Fonte: Adaptado pelo autor ............................... 22
Fígura 4.1: Variação Sazonal das Ocorrências de Queimadas no Posto Administrativo de Catandica
durante o período 2008 a 2012. .............................................................................................................. 26
Fígura 4.2: Variação Sazonal da Temperatura do ar na Estação do posto Administrativo de Catandica
durante o período 2008 a 2012. .............................................................................................................. 27
Fígura 4.3: Variação Sazonal da Humidade Relativa na Estação do Posto Administrativo de Catandica
durante o período 2008 a 2012. .............................................................................................................. 28
Fígura 4.4: Ilustra a Variação Sazonal da Humidade Relativa na Estação do Posto Administrativo de
Catandica durante o Período 2008 a 2012. ............................................................................................. 29
Fígura 4.5: Variação Inter-anual das Ocorrências das Queimadas no Posto Administrativo de Catandica,
para o período de 2008 a 2012. .............................................................................................................. 30
Fígura 4.6: Variação Inter-anual das Ocorrências das Queimadas no Posto Administrativo de Catandica,
para o período de 2008 a 2012. .............................................................................................................. 30
Fígura 4.7: Variação inter-anual da Humidade Relativa no Posto Administrativo de Catandica, para o
período de 2008 a 2012. ......................................................................................................................... 31
Influência dos Elementos Climáticos na Ocorrência de Queimada no Posto Administrativo de
Catandica
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Fígura 4.8: Variação inter-anual da Intensidade do Vento no Posto Administrativo de Catandica, para o
período de 2008 a 2012. ......................................................................................................................... 32
Fígura 4.9: Distribuição de Ocorrências de Queimadas por Horas para o Posto Administrativo de
Catandica. ............................................................................................................................................... 33
Fígura 4.10: Relação entre a Temperatura Média Mensal e a Ocorrência de Queimadas. .................... 35
Fígura 4.11: Relação entre a Humidade Relativa e a Ocorrência de Queimada. ................................... 36
Fígura 4.12: Relação entre a Intensidade do Vento e a Ocorrência de Queimadas. .............................. 37
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LISTA DE ANEXOS
Anexos 1: Dados Mensais da Temperatura do Ar (oC) no período de 2008 a 2012, do Posto
Administrativo de Catandica (Fonte: INAM, 2015). ............................................................................. 45
Anexos 2: Dados Mensais da Humidade Relativa (%) no período de 2008 a 2012, do Posto
Administrativo de Catandica (Fonte: INAM, 2015). ............................................................................. 45
Anexos 3: Dados Mensais da Intensidade do Vento (km/h) no período de 2008 a 2012, do Posto
Administrativo de Catandica (Fonte: INAM, 2015). ............................................................................. 45
Anexos 4: Dados Mensais de ocorrências de queimadas do período de 2008 a 2012, Posto Administrativo
de Catandica (Fonte: DNTF, 2015). ....................................................................................................... 46
Anexos 5: Dados Mensais da Temperatura do Ar (oC) após preenchimento de falhas no período de 2008
a 2012, Posto Administrativo de Catandica. .......................................................................................... 46
Anexos 6: Dados Mensais da Humidade Relativa (%) após preenchimento de falhas no período de 2008
a 2012, Posto Administrativo de Catandica. .......................................................................................... 46
Anexos 7: Dados Mensais da Intensidade do Vento (km/h) após preenchimento de falhas no período de
2008 a 2012, da Estação Posto Administrativo de Catandica. ............................................................... 46
Anexos 8: Médias Mensais da Temperatura do Ar, Humidade Relativa e Intensidade do Vento no período
de 2008 a 2012, Estação do Posto Administrativo de Catandica. .......................................................... 47
Anexos 9: Médias anuais da Temperatura do Ar, Humidade Relativa e Intensidade do Vento no período
de 2008 a 2012, referente a Estação do Posto Administrativo de Catandica. ........................................ 47
Anexos 10: Coeficiente de Correlação de Pearson entre Queimadas e os elementos Climáticos
(Temperatura do ar, humidade relativa e intensidade do vento) no período de 2008 a 2012, do Posto
Administrativa de Catandica. ................................................................................................................. 47
Anexos 11: Dados anuais de ocorrência de queimadas por horário de maior concentração no posto
administrativo de Catandica durante o período de 2008 a 2012 ............................................................ 47
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LISTA DE TABELA
Tabela 4.1: Coeficiente de correlação linear de Pearson (r) entre as Ocorrências de Queimadas e
Elementos Climáticos (temperatura do ar, humidade relativa e intensidade do vento) referente ao ano de
2008 a 2012 para o Posto Administrativo de Catandica. ....................................................................... 34
Influência dos Elementos Climáticos na Ocorrência de Queimada no Posto Administrativo de
Catandica
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Índice
DEDICATÓRIA ...................................................................................................................................... i
AGRADECIMENTOS ........................................................................................................................... ii
DECLARAÇÃO DE HONRA .............................................................................................................. iii
RESUMO ................................................................................................................................................ v
LISTA DE ABREVIATURAS ............................................................................................................. vi
LISTA DE FIGURAS ......................................................................................................................... viii
LISTA DE ANEXOS .............................................................................................................................. x
LISTA DE TABELA ............................................................................................................................. xi
CAPITULO I: INTRODUÇÃO E OBJECTIVOS……………………………….………………….1
1.1 Introdução…………….......………………………..…………………………………..…………1
1.2 Objectivos ………………………………………………………………………….……………2
1.2.1 Objectivo Geral………..………………………………..……………………………………2
1.2.1 Objectivos Específicos …..………………………………………………….….……………2
1.3 Motivação e Justificativa…..………………………………….………………………………..…3
1.4 Aplicação dos Resultados…..…………………………………………….……….………………3
1.5 Estrutura do Trabalho …………………………………………………………………………….3
CAPITULO II: REVISÃO BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................ 5
2.1 Queimadas ................................................................................................................................. 5
2.1.1 Classificação das queimadas .............................................................................................. 7
2.1.2. Queimadas Descontroladas em Moçambique ......................................................................... 7
2.1.3. Perigo e risco de queimadas .................................................................................................... 8
2.1.4. Época de Ocorrência de queimadas ........................................................................................ 8
2.1.5. Queimadas e as emissões de poluentes do ar .......................................................................... 9
2.1.6. Queimadas e Efeito Estufa ...................................................................................................... 9
2.1.7. Principais causas para a ocorrência de queimada ................................................................. 11
2.1.8. Causas da ocorrência de queimadas no posto administrativo de Catandica ......................... 13
2.1.9. Queimadas e suas consequências .......................................................................................... 13
2.2 Elementos climáticos e queimadas .......................................................................................... 15
2.2.1 Temperatura do ar ............................................................................................................ 15
2.2.2 Humidade relativa do ar ................................................................................................... 17
2.2.3. Direcção e intensidade do vento ........................................................................................... 18
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CAPITULO III: METODOLOGIA ................................................................................................... 20
3.1 Área de Estudo......................................................................................................................... 20
3.1.1. Características Gerais do posto Administrativo de Catandica .............................................. 21
3.2 Dados e Métodos ..................................................................................................................... 22
3.2.1. Dados .................................................................................................................................... 22
3.2.2. Métodos ................................................................................................................................. 22
3.2.3. Processamento de Dados ....................................................................................................... 23
CAPÍTULO IV: RESULTADOS E DISCUSSÃO ............................................................................ 26
4.1 Variação Sazonal ..................................................................................................................... 26
4.1.1 Ocorrências de Queimadas ............................................................................................... 26
4.1.2. Variação Sazonal da Temperatura do Ar .............................................................................. 27
4.1.4. Variação Sazonal da Intensidade do Vento .......................................................................... 28
4.2 Variação Inter-anual ................................................................................................................ 29
4.2.1. Variação Inter-anual das Ocorrências de Queimadas ........................................................... 29
4.2.2. Variação Inter-anual da Temperatura do Ar ......................................................................... 30
4.2.3. Variação Inter-anual da Humidade Relativa ......................................................................... 31
4.2.4. Variação Inter-anual da Intensidade do Vento ...................................................................... 31
4.3 Determinação dos Meses e o período de maior Ocorrência de Queimadas no Posto
Administrativo de Catandica .............................................................................................................. 32
4.3.1 Meses mais Críticos a Ocorrência de Queimadas no Posto Administrativo de Catandica
32
4.3.2 O período de maior Ocorrência de Queimadas no Posto Administrativo de Catandica .. 33
4.3. Relação Entre os Elementos Climáticos (Temperatura do Ar, Humidade Relativa e
Intensidade do Vento) e a Ocorrência de Queimada .......................................................................... 34
4.3.3 Análise do Coeficiente Linear de Pearson (r) .................................................................. 34
4.3.4 Relação Entre a Temperatura do Ar e a Ocorrência de Queimada .................................. 34
4.3.5 Relação Entre a Humidade Relativa e a Ocorrência de Queimada .................................. 35
4.3.6 Relação Entre a Intensidade do Vento e a Ocorrência de Queimada ............................... 37
CAPÍTULO V: CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES ............................................................... 38
5.1 Conclusões ............................................................................................................................... 38
5.2 Recomendações ....................................................................................................................... 39
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................................... 40
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CAPITULO 1: INTRODUCÃO E OBJECTIVOS
Neste capítulo faz-se a introdução do trabalho desenvolvido abordando-se os objectivos do trabalho, a
justificação do problema, a aplicabilidade dos resultados, e apresenta-se a estrutura do trabalho.
1.1. Introdução
Os elementos climáticos desempenham um papel importante no comportamento e na forma de
propagação das queimadas. As queimadas florestais fazem parte das calamidades que anualmente
afectam o país.
As florestas têm uma grande importância no desenvolvimento da riqueza nacional, devido ao facto de
fornecerem abrigo aos animais, alimentos, fibras, madeiras para a construção, prevenirem as erosões,
protegerem as bacias hidrográficas e regularem o tempo. A destruição das florestas esta relacionada com
a diminuição significativa da precipitação na região da africa Austral (Monjane et al, 1994).
A prática de queimadas em sistemas agrícolas afecta anualmente centenas de hectares de florestas e
outras formas de vegetação. A grande parte de queimadas de vegetação é actualmente de origem
antropogénica.
A queima de biomassa está entre os principais contribuintes mundiais para a emissão de poluentes
gasosos para a atmosfera, incluindo os chamados gases de efeito estufa, causando prejuízos à
biodiversidade, ao ciclo hidrológico, ao ciclo de carbono na atmosfera e ao ciclo de nutrientes no solo,
promovendo seu empobrecimento pela volatilização de alguns elementos (Silva et al 2003).
Tais prejuízos reduzem os serviços ambientais que o sistema, mantido em seu sistema actual poderia
proporcionar ao planeta. Devido a estes pressupostos, aumenta a necessidade do monitoramento
ambiental e sistemático das queimadas.
As consequências e impactos negativos das queimadas constituem uma preocupação nacional e
internacional por serem, não só fontes de emissões de gases de efeito estufa que contribuem para as
alterações do clima, mas também fontes de degradação dos recursos naturais.
O estudo das queimadas tem grande importância, além de demostrar a comunidade os perigos que podem
resultar do uso descontrolado do fogo, permite desenvolver instrumentos necessários para a sua previsão
e gestão.
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1.2. Objectivos
1.2.1. Objectivo Geral
Analisar a influencia dos elementos climáticos sobre a ocorrência de queimadas no Posto Administrativo
de Catandica durante o período de 2008 a 2012.
1.2.2. Objectivos Específicos
Identificar os meses críticos a ocorrência de queimadas;
Determinar o período de ocorrência de queimadas;
Analisar a correlação e a influência entre os elementos climáticos e a ocorrência de queimadas.
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1.3. Motivação e Justificação
O impacto ambiental das queimadas preocupa a comunidade científica, ambientalista e a sociedade em
geral, visto que as actividades do homem tendem a influenciar o funcionamento e equilíbrio dos
ecossistemas. Por estas razões, o tema do presente trabalho é relevante porque na actualidade grande
parte dos problemas ambientais esta relacionada a actividade humana, havendo necessidade de
realizações periódicas de monitoria de produção, levantamento e processo de controlo de informação
ambiental.
Segundo Sampaio (1999), a ocorrência, intensidade e propagação das queimadas estão fortemente
associadas as condições climáticas. Devido a importância dos elementos climáticos e de todos
fenômenos com ele relacionados, que influenciam directa ou indirectamente sobre as queimadas, deve-
se fazer um estudo suficientemente detalhado do clima de modo a melhor compreender as suas múltiplas
influências sobre as queimadas (Macedo e Sardinha, 1985). Para tal, a utilização de informações
meteorológicas e climatológicas precisas é importante para o planeamento, prevenção e combate a
queimadas.
1.4. Aplicação dos Resultados
Ao final deste trabalho pretende-se ampliar os conhecimentos de base para uma planificação efectiva da
gestão de queimadas, duma maneira objectiva o modo como os elementos climáticos actuam na
ocorrência das queimadas no posto Administrativo de Catandica. De uma forma indirecta os resultados
deste trabalho poderão ser aplicados em várias actividades sócio-económicas, tais como: na concepção
e planificação de projecto de desenvolvimento (promovendo a educação ambiental para a redução das
queimadas), recursos hídricos (preservando a qualidade da agua, protegendo as matas protector dos rios,
riachos), agricultura (promovendo a agricultura mecanizada) e saúde (melhorando a qualidade de ar,
reduzindo doenças respiratórias, como asma e renite).
1.5. Estrutura do Trabalho
O presente trabalho é constituído por cinco (5) capítulos.
O primeiro capítulo (Introdução e Objectivos) retracta as considerações iniciais, é feito uma introdução
do trabalho apresentando-se os objectivos, a motivação, justificativa e a aplicação dos resultados do
estudo e a sua estrutura.
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A Revisão Bibliográfica é feita no segundo capítulo. Neste, faz-se uma abordagem geral de alguns
conceitos relativos a Queimadas (processo de combustão e emissões), não deixando de lado algumas
introduções referentes ao impacto negativo das queimadas.
No terceiro capítulo (Metodologia) descreve-se a área de estudo quanto a sua localização geográfica e
alguns factores de ordem físico e socioeconómicos da área em destaque, mencionando os dados e os
procedimentos usados no processamento dos dados.
O quarto capítulo (Resultados e Discussão) indico a apresentação dos resultados e por fim o quinto e
último capítulo (Conclusões, Limitações e Recomendações), apresento as conclusões e as respectivas
recomendações.
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CAPITULO II: REVISÃO BIBLIOGRÁFICAS
Neste capítulo, far-se-á a revisão bibliográfica sobre os assuntos e literaturas relacionados com os
elementos climáticos e queimadas. Além disso, procura-se apresentar de forma compacta, os tópicos
considerados relevantes, destacando os factores que contribuem para ocorrência de queimadas,
consequências e impactos negativos das queimadas, descrevendo os elementos climático (temperatura
do ar, humidade relativa, direcção e intensidade de vento), a sua teoria e técnica operacional referente
aos instrumentos a serem abordados neste trabalho, bem como conceitos sobre o coeficiente de
correlação de Pearson (r).
2.1. Queimadas
As maiores e as mais destrutivas queimadas registadas em Moçambique ocorreram sob condições ideais
de material combustível e condições climáticas, devido. Segundo MINAG (2011), estima-se
que Moçambique perde anualmente 219.000 hectares de florestas, equivalente a 405.500 campos de
futebol, apresentando forte tendência de aumento nos últimos anos. Segundo MICOA (2007a), mais de
80% das queimadas ocorrem na época seca que corresponde aos meses de Abril a Setembro.
O fogo pode ser interpretado como o fenómeno físico que resulta da rápida combinação entre o oxigénio
e uma substância combustível. Este último elemento pode ser: produção de calor, luz e, geralmente,
chamas (Soares, 1985). De acordo com Soares e Batista (2007) o fogo sempre existiu na natureza e a
própria teoria científica do início do universo está ligada a ele através da explosão de uma matéria de
altíssima densidade. Segundo Soares (1985), o fogo envolve três (3) elementos básicos: combustível,
Comburente (oxigénio) e calor, formando o triângulo do fogo.
Figura 2.1: Triângulo do fogo (Fonte: Soares, 1985).
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Em qualquer queimada florestal é necessário que haja combustível para queimar (papel, madeira,
gasolina), oxigénio para manter as chamas e calor para iniciar e continuar o processo de queima. A
ausência ou a redução abaixo de certos níveis, de qualquer um dos componentes do triângulo do fogo
inviabiliza o processo de combustão. Nesse contexto (Carvalho, 2009), define-se as três (3) formas de
combate ao fogo, sendo:
Resfriamento: Quando se retira o calor;
Abafamento: Quando se retira o comburente (oxigénio) e
Isolamento: Quando se retira o combustível.
Existem várias definições para cada termo técnico relacionado a queimadas, que variam de autor para
autor, em função da localização geográfica, abrangência e objectivos do estudo. Para este trabalho foi
utilizado conceito que se adequam aos objectivos do estudo.
Queimadas ‘é uma prática primitiva da agricultura que se destina principalmente, à limpeza de terreno
para o cultivo de plantações ou formação de pastos, com uso de fogo de forma controlada que as vezes
pode descontrolar-se e causar incêndios em florestas’. (Wikipedia, 25 de Maio de 2015).
Queimada descontrolada ‘é o acto de colocar o fogo na mata por negligência ou acidentalmente sem
nenhum controlo que resulta em grandes prejuízos económicos sociais e ambientais’.
As queimadas constituem-se na maior ameaças as florestas e as demais formas de vegetação. O material
combustível, a humidade do material, as condições climáticas, a topografia e o tipo da vegetação são os
factores que afectam e influenciam na propagação das queimadas. A acção de cada um destes factores é
diferente para cada região e para cada época do ano, causando grande diferença no comportamento das
queimadas.
Segundo MICOA (2007b), as queimadas constituem a prática rural largamente utilizada para diferentes
fins tais como:
Caça;
Colheita de mel;
Produção de carvão;
Visibilidade da mata;
Controlo de pragas e doenças.
A limpeza de campos agrícolas;
Redução de material combustível;
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Renovação das áreas de pastagem;
Controlo de espécies vegetais indesejáveis e
Abertura de caminhos para facilitar a circulação das populações;
A pobreza é tida como sendo uma das causas fundamentais das queimadas descontroladas em
Moçambique, pois, isto é, a população das zonas rurais usa o fogo como o meio mais rápido e barato
para a abertura dos campos para agricultura e limpeza dos arredores das residências como forma de
protecção contra os animais ferozes (MICOA, 2007a).
2.1.1. Classificação das Queimadas
Segundo Carvalho (2009), as queimadas são comumente classificadas de acordo com o tipo do material
combustível, estabelecendo quatro (4) classes:
Classe A
Correspondem a classe A as queimadas de material combustível comum, como madeira, papel, produtos
têxteis, etc., que geralmente se extinguem com água (que esfria o meio e forma uma atmosfera de vapor).
Classe B
Enquadram-se nesta classe as queimadas de material muito combustível (óleos, gasolina, graxas, etc.),
sendo combatidos de extintores de espuma, de anidrido carbónico ou similares.
Classe C
Compreende as queimadas de equipamentos eléctricos, cujo combate são usados agentes não condutores.
Classe D
Na classe D enquadram-se os de matérias muito específicos como metais pirofóricos (alumínio,
antimónio, magnésio, etc.), que exigem sistemas específicos de extinção. Os extintores mais empregados
são os de água (que nunca devem ser utilizados para líquidos nem para equipamentos eléctricos), os de
ácidos, de espumas, de líquidos vaporizáveis e de gases inertes.
2.1.2. Queimadas Descontroladas em Moçambique
Segundo MICOA (2007a), em Moçambique, a área florestal tende a diminuir a um rítmo acelerado não
só pelo aumento demográfico ou derrube de florestas para fins agro-pecuários, mas também devido à
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prática de queimada. As queimadas ocorrem anualmente em todo território nacional, durante o período
seco e no início das campanhas agrícolas e de caça.
Diante dos cenários que se tem observado de queimadas em todas as regiões do país, várias acções são
realizadas no sentido de estancar esta problemática. Contudo, as acções que vem sendo levadas a cabo
pelo Governo Moçambicano é ajudar as comunidades a entenderem que preservando o ambiente estarão
elas próprias a contribuir para o sucesso da luta que se trava contra a pobreza (Langa, 2015).
O MINAG (2011), estima-se que o prejuízo global causado por queimadas em Moçambique foi cerca
de dois milhões de dólares norte-americanos. Citando ainda a mesma fonte, estima-se que o país perde
anualmente cerca de 219.000 hectares de florestas, o equivalente a 405.500 campos de futebol. As
queimadas são ainda apontadas como sendo a causa da devastação do ambiente, contribuindo desta
forma para as mudanças climáticas.
2.1.3. Perigo e Risco de Queimadas
O risco de queimadas é composto pela vulnerabilidade e pelo factor de ameaça a que está submetido o
ambiente. A vulnerabilidade depende do material combustível, da topografia, das condições climáticas
e do tipo de solo. O factor de ameaça diz respeito a existência de agentes naturais e antrópicos que dão
início ao processo de combustão (Langa, 2015). Saraiva (2011) considera que o perigo de queimadas é
composto pelo risco de queimadas (chance de uma queimada ter início, em função da existência de
agentes de ignição), condições de presença de combustível, clima e topografia.
Brown e Davis (1973) distinguem os conceitos de risco e perigo de queimada, onde risco de queimada
está relacionado com a probabilidade de uma queimada iniciar em função da presença e/ou actividade
de agentes causadores, enquanto perigo de queimada está relacionado com as características do material
combustível (tipo, quantidade, humidade, arranjo e continuidade) que o predispõe a ignição.
2.1.4. Época de Ocorrência de Queimadas
Conhecer a época das queimadas é importante para o planeamento das actividades de prevenção e
combate as queimadas, minimizando os prejuízos causados pelo fogo e controle dos mesmos. A época
do ano que são registados os maiores índices de ocorrências de queimadas pode variar de região para
região, com as condições climáticas este período pode ser diferente em função da localização da área em
análise. Segundo Tebaldi et al. (2012), a época de ocorrência de queimadas corresponde a época do ano
em que os factores climáticos associados aos elementos climáticos favorecem o aparecimento de grandes
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números de ocorrências de queimadas em vegetação. Tetto (2012), define a época de ocorrência de
queimada como sendo, a época do ano mais propícia a ocorrência das queimadas.
2.1.5. Queimadas e as Emissões de Poluentes do Ar
A queima da biomassa tem uma contribuição significativa nas emissões de gases do efeito estufa e
partículas atmosféricas ou aerossóis (Crutzen e Andreae, 1990), conforme ilustra a Figura 2.2.
Figura 2.2: Contribuição das Queimadas nas Emissões Globais de Gases Traços e Matérias Aerossóis
para a Atmosfera (Fonte: Andreae et. al, 1996).
Para além do dióxido de carbono (CO2), uma complexa gama de gases e partículas são injectadas para
atmosfera durante a queima de biomassa. Esses materiais resultam da composição de compostos de
carbono, e incluem principalmente monóxido de carbono (CO), metano (CH4), dióxido de enxofre (SO2),
óxidos de nitrogénio (NOx), compostos de cloro e derivados de amoníacos e proteínas (Hansen, e
Prather, 1989).
2.1.6. Queimadas e Efeito Estufa
A vida animal e vegetal no planeta terra, é possível devido à presença na atmosfera de certos gases que
absorvem a radiação infravermelha emitida pela superfície terrestre para a atmosfera. O efeito estufa
ocorre quando parte dessa radiação é absorvida por determinados gases presentes na atmosfera. Como
45%38% 40%
14%
30%
8%
25%
16%
4%8%
33%38%
48%
10%
40%
80%
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
Em
issõ
es G
lob
ais
(%
)
Gases Traços e Matérias Aerossóis
Contribuição das Queimadas nas Emissões Globais de Gases
Traços e Matérias Aerossóis para a Atmosfera
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consequência o calor fica retido, não sendo liberado para o espaço, com isso observamos o aquecimento
global.
Dentro de certa faixa, o efeito estufa é essencial para a vida, serve para manter a temperatura do
equilíbrio do planeta garantindo assim, condições necessárias para a existência de seres vivos. Na
ausência do efeito estufa a temperatura da superfície da terra seria de -18 oC, ao invés da actual
temperatura média de 15 oC o que dificultaria a vida de diferentes espécies no planeta. Este fenómeno é
conhecido como efeito estufa natural (Andreae e Mingas, 1996).
2.1.6.1. Gases do Efeito Estufa
A influência relativa dos gases no efeito estufa pode ser observada na Figura 2.3:
Figura 2.3: Influência de cada gás no aumento do efeito estufa (Fonte: Hansen e Prather, 1989).
Gás Carbónico (CO2)
O gás carbónico contribuem para o efeito estufa, contribuindo com 55% no fenómeno (Figura 2.3). Esse
gás permite a passagem da luz do sol, mas retém o calor por ele gerado. Com a preservação das florestas,
a remoção do CO2 do ar realizado pelas plantas na fotossíntese, diminui o efeito estufa (Hansen e Prather,
1989).
Clorofluorcarbonetos (CFC)
São moléculas formadas basicamente por átomos de carbono, flúor e cloro, com fórmula molecular
CxClyFz. Este gás influência no efeito estufa em 24% (Figura 2.3), apesar da grande diminuição desses
gases actualmente (Hansen e Prather, 1989).
15%
6%
24%
55%
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
CH4 N2O CFC CO2
Infl
uên
cia
de
Cad
a G
ás (
%)
Gases do Efeito Estufa
Influência de cada Gás no Aumento do Efeito Estufa
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Metano (CH4)
O gás metano pode se originar de fontes naturais ou antrópicas. Geralmente tem origem em depósitos
ou em processos de extracção. O seu tempo de permanência na atmosfera é razoavelmente pequeno,
apesar de corresponder a uma fracção menor quando comparado com o CO2, a sua eficiência para o
efeito estufa é maior, sendo uma das razões da sua queima quando este gás não é aproveitado (Hansen e
Prather, 1989).
Óxidos Nitrosos (N2O)
Assim como o metano, a origem dos óxidos nitrosos pode ser natural (como descargas eléctricas) ou
antrópica (queima de biomassa). Seu tempo de permanência na atmosfera vária de 120 a 175 anos, o que
resulta em uma taxa anual aproximada a cinco milhões de tonelada na atmosfera (Hansen e Prather,
1989).
2.1.7. Principais Causas para a Ocorrência de Queimada
As causas que concorrem para a ocorrência de queimadas podem ser naturais ou antrópicas (Morais,
2011). Em todo o mundo, o homem é apontado como o principal causador das queimadas (MICOA,
2007a; FAO, 2012). Dependendo da região (nível de desenvolvimento, cultura, hábitos e costumes), as
causas que concorrem directamente para ocorrência de queimadas florestais variam largamente. Para
partilhar informações de diversas regiões, bem como permitir sua comparação, a FAO agrupou as causas
que propiciam a ocorrência de queimadas em oito categorias ou grupos, que são:
Raios: classificada como a única causa natural, as queimadas são formadas por descargas
eléctricas que atingem directa ou indirectamente o material combustível;
Incendiários: estão situados neste grupo, as queimadas provocadas por pessoas de forma
intencional e maliciosa para com propriedades de terceiros, seja por um acto de vingança ou por
insanidade mental;
Queimas para limpeza: queimadas que atingem a área da floresta, proveniente da perda do
controle ou negligência no acto da realização da queima para qualquer propósito (limpeza da
área, queima de lixo e controle de pragas);
Fumantes: são queimadas iniciados por cigarros ou fósforos acesos descartados por fumantes
em locais impróprios;
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Fogos de recreação: queimadas que se iniciam proveniente de fogueiras feitas por indivíduos
que estejam na floresta acampando, caçando ou pescando, ou o abandono da mesma sem que se
apague o fogo por completo;
Operações Florestais: são queimadas causadas por trabalhadores ou maquinarias florestais
durante actividade na floresta;
Estradas de ferro: queimadas provenientes de forma directa ou indirecta consequente do atrito
existente entre a linha férrea e a roda do comboio, gerando calor ou fagulhas que podem servir
de ignição no material combustível;
Diversos: nesta classe são inseridos as queimadas que não se enquadram em nenhuma outra já
citada, por serem ocasiões de acontecimentos esporádicos;
Segundo a FAO (2007), as principais causas que concorrem para a ocorrência de queimadas no
continente africano são as seguintes:
A limpeza de terra para agricultura (agricultura de corte e queima);
Negligencia;
Caça;
Colecta de mel;
Fogueiras abandonadas por campista;
Descuidos na queima prescrita;
Incendiários (normalmente devido a conflitos de uso e aproveitamento da terra).
Na África o fogo é frequentemente utilizado como uma componente chave para o maneio dos recursos
naturais (abertura de terras para agricultura, estimulação da componente herbácea para pastagens, caça,
etc.), resultando em número elevado de queimadas descontroladas e consequentemente impactos no
ambiente (FAO, 2008).
Em Moçambique, por exemplo, a área florestal cobrem 70% do país (65,3 milhões de hectares) (Marzoli,
2007). Aliado a isso, 71% da população vive nas zonas rurais e 93% dependem directa ou indirectamente
dos recursos naturais o que causa uma extrema dependência em relação aos recursos naturais. São várias
causas que estão na origem das queimadas em Moçambique desde as naturais até as que resultam da
actividade humana. As causas naturais são os relâmpagos e faíscas que constituem principais focos.
Quando ocorrem em locais de vegetação seca provocam incêndios, devastando áreas extensas. Estes
casos registam-se com pouca frequência (Ribeiro, 2001).
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Segundo Chicue (2005) e MICOA (2007a), em Moçambique as principais causas das queimadas estão
associadas ao uso do fogo nas zonas rurais para os seguintes fins: redução do material combustível, caça,
agricultura itinerante. MICOA (2007b), acrescenta abertura de caminhos para facilitar a circulação das
pessoas, visibilidade na mata, colecta de mel, produção de carvão, renovação das áreas de pastagem,
controle de espécies vegetais indesejáveis e controle de pragas e doenças.
2.1.8. Causas da Ocorrência de Queimadas no Posto Administrativo de Catandica
Segundo Nhaca (2012), os inquéritos levados a cabo pelo CDS-Recursos Naturais na província de
Manica, pressupõem que as queimadas no posto administrativo de Catandica estejam relacionadas com
causas humanas. Estas sendo classificados como sendo do tipo A (Carvalho, 2009) desde, abertura de
novos campos para a prática da agricultura tradicional, queima de lixo orgânico e inorgânico, caça de
animais (ratazanas e coelhos), controlo de pragas e doenças, extracção ou colheita de mel, produção de
carvão vegetal, abertura de acessos e clareiras à volta das residência, fazer fugir, ou protecção de animais
ferozes, beatas de cigarros dos fumadores deixado ao relento sem ter apagado, confissão de alimentos
na machamba ou no mato por parte de pastores de gado e camponeses, maneio de pastagens.
2.1.9. Queimadas e Suas Consequências
As Queimadas e a Constituição
Segundo a Constituição da República no Regulamento da Lei de Florestas e Fauna Bravia no seu Artigo
106, Decreto nº12/02 de 6 de Junho de 2002 “que proíbe o uso de queimadas de florestas, sob pena de
responsabilidade civil, administrativa e criminal nos termos da Lei”, Considera queimadas
descontroladas, como crime punido por pena de prisão até 12 meses e multa correspondente, para quem
puser fogo e por destruir total ou parcialmente a mata ou floresta. A mesma lei estabelece que a multa é
acompanhada de medidas de recuperação ou compensação obrigatória dos danos causados.
As Queimadas e o Meio Ambiente
Seus efeitos são desastrosos no meio ambiente. No ar, lança gases tóxicos e cancerígenos, que
contribuem para o efeito estufa, para o aquecimento da terra e alteram o clima e o regime de chuvas. A
destruição da vegetação pela queimada causa equilíbrio da biosfera, degeneração do solo e poluição do
ar (Langa, 2015). As queimadas contribuem para o empobrecimento dos solos, retirando os nutrientes
da sua camada mais fértil e favorecendo o aparecimento de ervas daninhas, destruição de ecossistemas,
perda de vidas humanas e outros animais e alterando o clima
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As Queimadas e a Saúde
Além de criminosa, a queimada é a causa de muitos males, a começar pelos problemas de saúde. Segundo
(Ribeiro e Assunção, 2002) nas queimadas são emitidos vários poluentes clássicos, entre eles NOX
(Oxido de Nitrogénio), CO (Monóxido de Carbono), HC (Hidrocarbonetos) e material particulado, além
de substâncias tóxicas. Devido ao fato delas coincidirem com a época mais seca do ano, o efeito para a
saúde humana de acordo com o autor pode ser agudo à saúde da população em geral, agravando as
doenças respiratórias e da pele levando a intoxicação até a morte por asfixia, pela redução da
concentração de oxigénio.
A Queimada e o Seu Efeito Económico
Do ponto de vista energético e económico é considerada uma irracionalidade, uma vez que desperdiça
uma enorme quantidade de energia e, por empobrecer o solo, aumenta a necessidade de adubação
química. Além do mais, o Posto Administrativo fica mal visto no mercado nacional e internacional que
fazem restrições aos produtos que, em qualquer fase de seu ciclo de vida, prejudicam excessivamente o
meio ambiente (MICOA, 2007a).
Considera-se, tanto pela óptica ambiental como da saúde, jurídica e económica, a queimada é um acto
destrutivo e precisa ser minimizado ou acabar. O grau de prejuízo pode variar de acordo com a
característica da área afectada e é proporcional à magnitude das queimadas.
Segundo MICOA (2007b), relata que “os peritos de países da Comunidade de Desenvolvimento da
África Austral (SADC) defendem a necessidade de se criar sinergias no combate e controle das
queimadas descontroladas para garantir uma vida sustentável dos recursos florestais da região, sem
deixar de referir que as queimadas descontroladas têm como implicações a longo prazo o aumento da
frequência de episódios como as secas, ciclones, cheias”.
Os benefícios do uso do fogo são enfatizados por diversos autores. Monteiro (2014), afirma que uma
queimada controlada pode ser um instrumento útil na concretização de diversos objectivos de maneio,
desde que utilizado após análise cuidadosa indique segurança, eficiência e baixo custo. No entanto,
estudos recentes mostram que é necessária uma mudança de postura o mais rápido possível porque a
situação neste planeta poderá atingir um patamar no qual não haverá mais retorno para as consequências
deste fenómeno (Lovelock, 2006 citado por Alexandria, 2008).
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As acções que os seres humanos precisam desenvolver a partir de agora devem garantir a
sustentabilidade ambiental como por exemplo, fazer-se a restauração das áreas degradadas, evitar
queimadas descontroladas, praticar-se a agricultura sustentável, apostar no uso dos restos vegetais ao
invés de queima-las e consciencializar a toda a comunidade os riscos decorrentes da prática desses actos
ao longo do tempo.
2.2. Elementos Climáticos e Queimadas
Segundo Brown e Davis (1973) o clima reflecte os fenómenos meteorológicos que ocorrem em uma área
em um determinado período de tempo e é expresso através de médias, totais, extremos e frequências
para os fenómenos que ocorreram ou vierem a ocorrer. As condições do tempo podem variar diariamente
devido a um grande número de factores, sendo a rotação da terra, aliada a radiação solar responsável
pela maioria.
Segundo Lourenço (2013), define elementos climáticos como sendo variáveis meteorológicas que
caracterizam o clima. Segundo Davis (1959), afirma haver uma forte relação entre os elementos
climáticos e a ocorrência de queimadas, dificultando ou favorecendo a sua ocorrência.
Dentre os elementos climáticos (temperatura do ar, humidade relativa, intensidade e direcção do vento,
pressão atmosférica, precipitação, radiação Solar, insolação, quantidade, tipo e altura de nuvens, entre
outros), a temperatura do ar, a humidade relativa e intensidade do vento, são os elementos a serem
analisados neste trabalho para explicar a ocorrência e variação, durante o ano, do número de ocorrência
de queimadas.
2.2.1. Temperatura do Ar
Schroeder e Buck (1970) a temperatura do ar representa em graus o calor de um certo elemento, aferido
em uma escala finita. A temperatura do ar é medida por meio de instrumentos chamados “termómetros”
(Figura 2.4), (Varejão e Silva, 2006).
O Termómetro é constituído por um tubo capilar de vidro hermeticamente fechado, tendo uma das
extremidades muito dilatada com formato de um depósito que se denomina bulbo. A extremidade oposta
dispõe apenas de uma pequena dilatação denominada câmara de expansão. Seus equivalentes
registadores são os “termógrafos” (Figura 2.5).
Influência dos Elementos Climáticos na Ocorrência de Queimada no Posto Administrativo de
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Figura 2.4: Instrumento meteorológico usado para medir a temperatura do ar: Termómetro (Fonte:
Varejão e Silva, 2006).
Figura 2.5: Instrumento meteorológico usado para registar a temperatura do ar: Termógrafo (Fonte:
Varejão e Silva, 2006).
Estes instrumentos utilizam as propriedades térmicas de diferentes substâncias e as indicam de modo
diversos. Os termómetros também variam de construção conforme o tipo de observação a que se
destinam, a precisão desejada e as características do próprio fabricante ou exigências dos serviços que
os empregam.
2.2.1.1. Factores que Influenciam na Variação da Temperatura do Ar
Segundo Sentelhas e Angelocci (2009), existem três factores determinantes na temperatura do ar:
Factores Macro e Microclimáticos: relacionados com a latitude, altitude, correntes oceânicas,
continentalidade, massas de ar, frentes e cobertura de terreno;
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Factores Topo climáticos: relacionados ao relevo, mais especificamente à configuração e
exposição do terreno;
Em relação as queimadas, a temperatura dos materiais combustíveis e do ar presente em um ecossistema
florestal são factores importantíssimos que podem influenciar no início e na dispersão de uma queimada.
A temperatura tem influência directa para o material combustível se inflamar, mas não controla
directamente o comportamento do fogo, responsabilidade essa de outros factores como o vento,
distribuição da humidade nos combustíveis e estabilidade atmosférica.
Segundo Soares, as temperaturas menores que 12,8 ºC não representam perigo para ocorrência de
inflamabilidade; entre 12,8 ºC e 21,1 ºC apresenta início de perigo; entre 21,2ºC e 29,4ºC é considerado
perigoso e temperaturas maiores que 29,4ºC apresentam extremo perigo para o grau de inflamabilidade
(Soares, 1985).
2.2.2. Humidade Relativa do Ar
Schroeder e Buck (1985) descreve a humidade relativa como sendo a razão em percentagem, entre a
quantidade de humidade existente em um volume de ar (humidade absoluta) e a quantidade total que
este volume pode conter, sem se condensar (ponto de saturação), em uma dada temperatura e pressão
atmosférica, descrita pela equação 2.1.
UR = e
es ( 𝐸𝑞. 2.1)
Onde: UR é a humidade relativa; e é a humidade absoluta; es é o ponto de saturação (Wikipedia, 25 de
Maio de 2015).
A humidade relativa actua directamente na combustão dos combustíveis florestais possibilitando uma
constante troca de humidade entre o material depositado e a atmosfera.
2.2.2.1. Psicrómetros
É um instrumento usado para determinar a temperatura e estimar a humidade relativa do ar. O
psicrómetro mede a humidade do ar indirectamente e, por seu intermédio, podemos através de tabelas
apropriadas calcular a humidade relativa. O psicrómetro é constituído de dois termómetros idênticos: o
primeiro com o bulbo seco (temperatura do ar) e o segundo com o bulbo húmido (temperatura da água
em processo de evaporação) envolvido em cadarço de algodão, mantido constantemente molhado. Eles
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são montados verticalmente, lado a lado em um suporte localizado no abrigo meteorológico, conforme
a Figura 2.6.
Figura 2.6: Instrumento meteorológico que mede a temperatura para estimar a humidade relativa:
Psicrómetro (Fonte: (Wikipedia, 25 de Maio de 2015).
2.2.3. Direcção e Intensidade do Vento
Vento é uma massa de ar em movimento (Silva, 2009). Os ventos são causados por diferenças de pressão
ao longo da superfície terrestre, devidas ao facto de, em primeiro lugar, a radiação solar recebida na terra
estar distribuída duma forma desigual (ser maior nas zonas equatoriais do que nas zonas polares) e, em
segundo lugar, ao movimento de rotação da Terra e variações sazonais de distribuição de energia solar
incidente. Contudo a origem do vento é, portanto, a radiação solar (Jervell, 2008). Os ventos são
responsáveis pela alimentação da combustão e direccionam as queimadas, facilitando a sua propagação.
O vento é uma grandeza vectorial definida através de uma direcção e sentido. Dentre os instrumentos de
medição do vento, três são os mais utilizados: cata-vento tipo Wild ou biruta, anemómetro de canecas e
anemógrafo universal, conforme mostra as figuras 2.7 a, b e 2.8, respectivamente. A figura 2.8. indica o
Anemógrafo que é um instrumento que regista continuamente a direcção (em graus) e a velocidade
instantânea do vento (em m/s) (Varejão e Silva, 2006)
2.2.3.1. Direcção do Vento
A direcção do vento se define como aquela de onde o vento provém. É expressa em graus, medidas no
sentido horário, a partir do norte geográfico (verdadeiro), e aplicando-se a teoria da rosa-dos-ventos.
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A direcção do vento indica a direcção de onde o vento. Em geral, a direcção do vento é medida com a
ajuda de um cata-vento ou biruta (Figura 2.7 a). Para um bom funcionamento, deve-se ter cuidado para
que o eixo do cata-vento esteja perfeitamente vertical e que a orientação em relação ao Norte verdadeiro
seja precisa (Silva, 2009).
2.2.3.2. Intensidade do Vento
Teoricamente a intensidade do vento é a distância horizontal percorrida por uma partícula de ar durante
a unidade de tempo (Wikipedia, 25 de Maio de 2015). A intensidade do vento é dada em nós (knots)
“kt” para fins sinópticos e quilómetro por hora (km/h) para fins climatológicos (Nobe, 2013).
Figura 2.7: Instrumentos meteorológicos usados para medir a direcção, intensidade do vento e regista
continuamente a direcção e a intensidade do vento respectivamente: (a) Cata-vento do Wild e Biruta
(b) Anemómetro de canecas (c) Anemógrafo (Fonte: Silva, 2009).
O anemómetro de canecas (Figura 2.7 b) é o instrumento mais utilizado na determinação da velocidade
ou intensidade do vento).
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CAPITULO III: METODOLOGIA
Neste capítulo, apresenta-se a metodologia e os dados usados para realizar o estudo, é feita uma breve
caracterização da região em estudo, e apresenta-se a análise feita para alcançar os objectivos.
3.1. Área de Estudo
Para se executar a metodologia proposta no presente trabalho foi escolhido como caso de estudo o posto
administrativo de Catandica (Figura 3) sede do distrito de Bárue, pertencente a província de Manica em
Moçambique, (INE, 2012). Em termos geográficos situa-se entre 17º 12' a 18º 03' latitude Sul e 31º 08'
a 33o 10 longitude Este (Atlas de Moçambique, 2009), sendo a agricultura a sua base de sobrevivência
e a floresta um dos recursos mais importantes do distrito, ricas em produção de Madeira de alto valor no
mercado nacional e internacional.
Figura 3.1: Localização Geográfica do posto administrativo de Catandica.
Influência dos Elementos Climáticos na Ocorrência de Queimada no Posto Administrativo de
Catandica
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O posto administrativo de Catandica situa-se no centro do distrito de Bárue, a Noroeste da província de
Manica em Moçambique, de acordo com INE (2012), o posto administrativo de Catandica possuía 29
052 habitantes e tem uma área de 16 km². Segundo o INE (2012), O posto administrativo de Catandica
é limitada a Norte pelo posto Administrativo de Nhampassa pertencente a distrito de Bárue, a Sul confina
o posto Administrativo de Vanduzi e Matsinho, pertencentes a distrito de Manica e Gondola
respectivamente, a Este o posto Administrativo de Chôa e Mavonde pertencentes a distrito de Bráue e
Manica respectivamente, a Oeste pelo posto Administrativo de Nhamagua e Nguawala pertencente a
distrito de Macossa. O posto administrativo de Catandica é composto por 3 localidades nomeadamente,
o Chivalo, Inhazonia e Tsacale.
3.1.1. Características Gerais do Posto Administrativo de Catandica
3.1.1.1. Características Físico-Naturais
Clima
O clima de Catandica é predominante do tipo “Tropical Chuvosa de Savana” ou tropical de altitude
devido a predominância de montanhas, com precipitações que variam entre 1000 á 1800 mm anuais; as
temperaturas variam de 15oC a 20oC nos meses de Abril a Setembro (estação seca e fresca) e no resto
do ano, de 20 oC a 30 oC (estação chuvosa e quente) (Chonguiça, 1985).
Relevo
Segundo Chonguiça (1985), considera-se duas (2) grandes unidades morfológicas na área do estudo
através do exame hipsométricas, nomeadamente: Zonas do altiplanaltos com altitudes que variam dos
600 a 1000 metros e Zonas das montanhas com altitudes superiores a 1000 metros.
Solos
Os solos exercem influência no padrão de distribuição e redistribuição da população. Em Catandica
predominam dois (2) tipos de solos:
Solos franco-argiloso-avermelhados, ricos em minerais de Fe (OH) x e Al (OH) x, localizados na
região dos altiplanaltos (Este) do posto administrativo. Estes solos (franco-argilo aluminio-
ferraliticos) são considerados aptos para as culturas de milho, mapira e feijão com baixo nível de
entrada de factores de produção (INIA, 2007);
Influência dos Elementos Climáticos na Ocorrência de Queimada no Posto Administrativo de
Catandica
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Solos argilo-vermelhos (vermelho-escuro), caracterizados por serem pouco profundos, possuem
horizontes superficiais de minerais de fraca meteorização e/ou intemperismo devido a textura
média a grossa, localizando-se na região montanhosa de Catandica (INIA, 2007).
3.2. Dados e Métodos
3.2.1. Dados
Para a concretização dos objectivos, foram usados dados mensais da temperatura do ar, humidade
relativa, intensidade do vento e ocorrências de queimadas duma serie temporal correspondente ao
período entre Janeiro de 2008 a Dezembro de 2012 medidos no posto administrativo de Catandica.
Dados de Ocorrências de Queimadas
A Direcção Nacional de Terras e Florestas (DNTF) forneceu os dados mensais de ocorrência de
queimadas em formato alfa numérica correspondente ao período entre Janeiro de 2008 a Dezembro de
2012.
Dados dos Elementos Climáticos
Neste estudo foram usados médias mensais da temperatura do ar, humidade relativa e intensidade do
vento, correspondente ao período entre Janeiro de 2008 a Dezembro de 2012, referente a estação
meteorológica de Catandica, sendo operado pelo Instituto Nacional de Meteorologia (INAM).
3.2.2. Métodos
Para a realização do trabalho foi usado o procedimento metodológico que esta representada no
fluxograma abaixo, Figura 3.2
.
Figura 3.2: Fluxograma da Metodologia de Pesquisa
Influência dos Elementos Climáticos na Ocorrência de Queimada no Posto Administrativo de
Catandica
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3.2.3. Processamento de Dados
Uma série temporal é uma colecção de observações feitas sequencialmente ao longo do tempo e que
podem ser descritas por tabelas, gráficos e medidas de cálculos ou fórmulas de parâmetros que indicam
as características numéricas da série, permitindo que se chegue as conclusões sobre a evolução do
fenómeno ou sobre como se relacionam os valores da série (Correia, 2003). As expressões analíticas e
os conceitos utilizados para definir os parâmetros são:
Máximo: é o maior valor que aparece na amostra;
Mínimo: é o menor valor que aparece na amostra;
Média: é a razão entre o somatório de todos os valores da amostra pelo número de elementos da
amostra, dada pela seguinte fórmula:
𝑥 ̅ =∑𝑥
𝑛 ( 𝐸𝑞. 3.1)
Onde: n é o número de elementos de amostra
Coeficiente de correlação de Pearson (r): usado para analisar a linearidade entre duas variáveis,
sendo expressa pela equação 3.2.
O coeficiente de correlação é um valor numérico que mede a intensidade da associação linear existente
entre duas variáveis quantitativas, medida a partir de uma série de observações (Moore, 2007). O
coeficiente de correlação linear de Pearson (r) é determinado pela equação 3.2:
𝒓 = ∑ (𝑥𝑖 − �̅�)(𝑦𝑖 − �̅�)𝑛
𝑖=1
√∑ (𝑥𝑖 − �̅� )2𝑛𝑖=1
2√∑ (𝑦𝑖 − �̅� )2𝑛
𝑖=12
(𝐸𝑞. 3.2)
Onde: r é o coeficiente de correlação de Pearson; Sx e Sy representam o desvio padrão, respectivamente
das variáveis x e y; e Sxy é a co-variância.
‘r’ sempre será um valor entre: -1 ≤ r ≤1
Quanto mais próximo de –1: maior correlação negativa;
Quanto mais próximo de 1: maior correlação positiva;
Quanto mais próximo de 0: menor a correlação linear;
Quando igual a 0: ausência de correlação.
A significância estatística, p-value (p), do coeficiente de correlação de Person (r) foi calculada para o
nível de confiança de 95% através da routina disponível no website http://www.socscistatistics.com.
Influência dos Elementos Climáticos na Ocorrência de Queimada no Posto Administrativo de
Catandica
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O p-value representa a probabilidade do efeito observado entre os tratamentos ser devido ao acaso e não
aos factores que estão sendo estudados (Thisted, 2010). Varia de 0 a 1 sendo que p = 0 a probabilidade
do efeito observado entre os tratamentos ser devido ao acaso é de zero porcento (0%) e p = 1 a
probabilidade do efeito observado entre os tratamentos ser devido ao acaso é de cem porcento (100%).
No estudo usou-se o pacote Microsoft Excel para calcular os seguintes parâmetros estatísticos: máximo,
mínimo, média e coeficiente de correlação de Pearson (r), e para a construção de gráficos e tabelas. A
figura da área de estudo e os mapas referentes a queimadas foram produzidos através da ferramenta
ArcGIS e editada através da ferramenta do Windows 7, o Paint.
Os dados dos elementos climáticos (temperatura do ar, humidade relativa e intensidade do vento)
apresentavam falhas em alguns anos, resultado de problemas com os aparelhos de colecta e a ausência
do operador em determinadas épocas. Segundo Manhiça (2013), classifica essas falhas em dois tipos:
Falhas consistindo de dados mensais insolados ausentes;
Falhas consistindo de dados mensais ausentes para três meses até um ano inteiro.
Para o preenchimento dessas falhas, classificada segundo (Correia, 2003) como da categoria dentro da
estação, foi usado o método de interpolação consistindo no cálculo da média anual do ano em causa,
baseado em (Correia, 2003) para tal:
Identifica-se o mês do dado faltante recolhido em anos com falhas;
Calcula-se a média anual usando a média aritmética dos dados desta variável em análise,
considerando todos os anos disponíveis;
A média anual estimada para o ano problema é computada envolvendo os dados mensais
disponíveis;
Em seguida, projecta-se a media anual estimada em cada um dos meses ausentes, e as falhas são
preenchidas.
3.2.3.1. Identificação dos Meses Críticos a Ocorrência de Queimadas
Para determinar os meses críticos a ocorrências de queimada foram agrupados as queimadas por meses,
determinando os meses com registos de ocorrências de queimadas.
3.2.3.2. Determinação do Período de Ocorrência de Queimadas
A determinação do período de ocorrências de queimadas foi definida agrupando-se as queimadas por
horas, determinando o Período de maior ocorrências de queimadas.
Influência dos Elementos Climáticos na Ocorrência de Queimada no Posto Administrativo de
Catandica
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3.2.3.3. Determinação das Correlações e a Influência Entre os Elementos Climáticos e a
Ocorrência de Queimadas
A correlação e a influência entre os elementos climáticos e a ocorrência de queimadas no posto
administrativo de Catandica foram determinadas em duas etapas:
Para investigar a correlação entre os elementos climáticos e a ocorrência de queimadas, foi
calculado o coeficiente de correlação de Pearson (r) para cada um, entre as médias mensais dos
elementos climáticos e a ocorrência de queimadas, determinando-se qual dos elementos
climáticos melhor se relacionou com a quantidade mensal das ocorrências de queimadas;
Foi feita uma análise estabelecendo-se a estação normal de queimadas no posto administrativo
de Catandica para perceber a influência do elemento climático mais correlacionado com as
ocorrências de queimadas e o total de queimadas mensais. As análises foram feitas com auxílio
do pacote Microsoft Excel.
Influência dos Elementos Climáticos na Ocorrência de Queimada no Posto Administrativo de
Catandica
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CAPÍTULO IV: RESULTADOS E DISCUSSÃO
Neste capítulo, apresenta-se os resultados do estudo obtidos e a sua discussão, identifica-se os meses e
horários mais críticos a ocorrência de queimadas no posto administrativo de Catandica. Apresenta-se
também a correlação e a influência entre os elementos climáticos e a ocorrência de queimadas sobre o
Posto Administrativo de Catandica, durante o período de 2008 a 2012.
4.1. Variação Mensal
4.1.1. Ocorrências de Queimadas
A Figura 4.1 ilustra a variação mensal das ocorrências das queimadas no Posto Administrativo de
Catandica durante o período 2008 - 2012.
Figura 4.1: Variação mensal das ocorrências de queimadas no Posto Administrativo de Catandica
durante o período 2008 a 2012.
De acordo com a Figura 4.1, os meses de Maio, Junho, Julho, Agosto Setembro, Outubro e Novembro
foram os meses com registos de ocorrência de queimadas e os meses de Dezembro, Janeiro, Fevereiro,
Março e Abril não houve registo de ocorrências de queimadas, durante o período de 2008 a 2012 no
Posto Administrativo de Catandica. O mês de Setembro (4991 ocorrências) foi o que apresentou maior
0 0 0 0 2 46 188
1424
4991
2382
46 00
1000
2000
3000
4000
5000
6000
JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ
Oco
rrên
cias
de
Qu
eim
ad
as
Meses
Variação Mensal das Ocorrencias de Queimadas no Posto
Administrativo de Catandica no periodo de 2008 a 2012
Influência dos Elementos Climáticos na Ocorrência de Queimada no Posto Administrativo de
Catandica
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quantidade de registo de ocorrência de queimadas, sendo o mês de Maio (2 Ocorrências) com menor
registo de ocorrências de Queimada.
Verifica-se que o período de maior ocorrência de queimadas compreende aos meses de Agosto a Outubro
que corresponde ao período seco tardio, coincidindo com o pico da época seca em Moçambique, onde a
precipitação é escassa a condições de baixa humidade aceleram a secagem da biomassa e aumentam o
poder calorífico do combustível lenhoso. Contrariamente, aos meses de Novembro a Abril que
coincidem com a época chuvosa, onde, não houve registo de ocorrência de queimadas, excepto o mês
de Novembro. Esse período do ano não favorece a ocorrência de queimadas devido à elevada
concentração da humidade a biomassa lenhosa torna-se difícil de queimar o que condiciona baixas
intensidade do calor produzido (Torre,2008). Estes resultados estão em concordância com os
encontrados por Esmeralda (2002), estudando a ocorrência de queimada em Moçambique usando
imagens de satélites, tendo observado que em todo o território as queimadas iniciavam na última semana
de Abril terminando na primeira semana de Novembro.
4.1.2. Variação Mensal da Temperatura do Ar
A Figura 4.2 ilustra a variação Mensal da temperatura do ar na Estacão do Posto Administrativo de
Catandica durante o período 2008 a 2012. A máxima temperatura mensal (27ºC) ocorreu em Outubro e
a mínima (19.1ºC) ocorreu em Julho, com um gradiente de 7.9ºC.
Figura 4.2: Variação Mensal da temperatura do ar na Estação do Posto Administrativo de Catandica
durante o período 2008 a 2012
25.5 25.3 25.3
23.4
22.2
20.4
19.1
22.3
24.2
27.026.1
23.8
15.0
17.0
19.0
21.0
23.0
25.0
27.0
29.0
JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ
Tem
per
atu
ra d
o A
r (º
C
)
Meses
Variação Mensal da Temperatura do Ar (º C )
Influência dos Elementos Climáticos na Ocorrência de Queimada no Posto Administrativo de
Catandica
David Manuel Joaquim Trabalho de Licenciatura UEM - Departamento de Física 28
4.1.3. Variação Mensal da Humidade Relativa
A Figura 4.3 ilustra a variação Mensal da humidade relativa na Estação do Posto Administrativo de
Catandica durante o período 2008 a 2012.
A máxima média mensal da humidade relativa (76 %) ocorreu em Março e a mínima (54 %) ocorreu em
Outubro. De acordo com os dados analisados (Anexo 6), o mês de Agosto do ano de 2009 foi o que
apresentou maior quantidade da humidade relativa (95 %), sendo o mês de Setembro do ano de 2011 o
mês com menor humidade relativa (50 %).
Figura 4.3: Variação mensal da humidade relativa na Estação do Posto Administrativo de Catandica
durante o período 2008 a 2012.
4.1.4. Variação Mensal da Intensidade do Vento
A Figura 4.4 ilustra a variação Mensal da intensidade do vento na Estação do Posto Administrativo de
Catandica durante o período 2008 a 2012.
A máxima intensidade do vento mensal (10.6 km/h) ocorreu em Julho e a mínima (8.8 km/h) ocorreu
em Janeiro, com um gradiente de 1.8 km/h.
70
73
76
7371
70 70
65
58
54
64
67
50
55
60
65
70
75
80
JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ
Hu
mid
ad
e R
elati
va (
%)
Meses
Distribuição Mensal da Humidade Relativa ( %)
Influência dos Elementos Climáticos na Ocorrência de Queimada no Posto Administrativo de
Catandica
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Figura 4.4: Ilustra a Variação mensal da intensidade do vento na Estacão do Posto Administrativo de
Catandica durante o Período 2008 a 2012.
4.2.Variação Inter-anual
Nesta secção apresenta-se a análise da distribuição anual das ocorrências de queimadas, temperatura do
ar, humidade relativa e intensidade do vento para o período 2008 a 2012 no Posto Administrativo de
Catandica.
4.2.1. Variação Inter-anual das Ocorrências de Queimadas
A Figura 4.5 mostra a variação inter-anual de ocorrência de queimadas para o Posto Administrativo de
Catandica durante o período 2008 a 2012.
A variação inter-anual das ocorrências de queimadas no Posto Administrativo de Catandica para o
período de 2008 a 2012, Figura 4.5, indica que o máximo das ocorrências das queimadas registaram-se
em 2010 (935.4 ocorrências) (Anexo 4), e o mínimo de queimadas registou-se no ano de 2011 (589
ocorrências). Outro aspecto observado é o facto de os anos mais afectados pelas queimadas, isto é, com
maior ocorrência de queimada, é seguido por ano com baixa incidência de queimadas provavelmente
possa estar associado à redução da quantidade de biomassa disponível para queimar-se.
8.8
9.59.3
9.7 9.7
8.9
10.6
9.69.7
9.19.3
9.1
8
8.5
9
9.5
10
10.5
11
JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ
Vel
oci
dad
e d
o V
ento
(K
m/h
)
Meses
Distribuição Mensal da Intensidade do Vento (Km/h)
Influência dos Elementos Climáticos na Ocorrência de Queimada no Posto Administrativo de
Catandica
David Manuel Joaquim Trabalho de Licenciatura UEM - Departamento de Física 30
Figura 4.5: Variação Inter-anual das ocorrências das queimadas no Posto Administrativo de
Catandica, para o período de 2008 a 2012.
4.2.2. Variação Inter-anual da Temperatura do Ar
A Figura 4.6, indica que a variação inter-anual da temperatura do ar, na Estação do Posto Administrativo
de Catandica para o período de 2008 a 2012.
Figura 4.6: Variação Inter-anual das ocorrências das queimadas no Posto Administrativo de
Catandica, para o período de 2008 a 2012.
753.8709.1
935.4
598
786.5
0
100
200
300
400
500
600
700
800
900
1000
2008 2009 2010 2011 2012
Oco
rrên
cias
de
Quei
mad
as
Anos
Média Anual de Ocorrências de Queimadas no Posto Administrativo
de Catandica no periodo entre 2008 a 2012
25.4
24.1
23.6
23.0 23.0
y = -0.59x + 25.59
20.0
21.0
22.0
23.0
24.0
25.0
26.0
2008 2009 2010 2011 2012
Tem
per
atu
ra d
o A
r (
ºC
)
Anos
Variação Inter-Anual da Temperatura do Ar ( ºC)
Influência dos Elementos Climáticos na Ocorrência de Queimada no Posto Administrativo de
Catandica
David Manuel Joaquim Trabalho de Licenciatura UEM - Departamento de Física 31
O máximo da temperatura do ar de 25,4 oC registou-se em 2008 para um mínimo de 23oC no ano de
2011 e 2012 e o gradiente anual de 2.4 oC. A Estação do Posto Administrativo de Catandica exibiu uma
tendência decrescente da temperatura do ar com o tempo, com um coeficiente angular da recta de - 0.59.
4.2.3. Variação Inter-anual da Humidade Relativa
A Figura 4.7, indica que a variação inter-anual da humidade relativa, na Estação do Posto Administrativo
de Catandica para o período de 2008 a 2012.
De acordo com a Figura 4.7, o máximo da média inter-anual da humidade relativa registou-se no ano
de 2009 (77 %), sendo o ano de 2012 o ano com menor humidade relativa (63 %). A tendência da
humidade relativa no período 2008 a 2012 é decrescente porém não é significativa, (Figura 4), pois o
coeficiente angular da recta é - 1.42.
Figura 4.7: Variação inter-anual da humidade relativa no Posto Administrativo de Catandica, para o
período de 2008 a 2012.
4.2.4. Variação Inter-anual da Intensidade do Vento
A Figura 4.8, indica a variação inter-anual da intensidade do vento, no Posto Administrativo de
Catandica para o período de 2008 a 2012. De acordo com a Figura 4.7, o máximo da média inter-anual
da intensidade do vento registou-se no ano de 2008 (10.3 Km/h) e o valor mínimo registou-se nos anos
de 2012 (8.5 Km/h). A intensidade do vento teve uma tendência decrescente, com um coeficiente angular
da recta de – 0.4, figura 4.8.
65
77
6667
63
y = -1.42x + 71.82
60
64
68
72
76
80
2008 2009 2010 2011 2012
Hu
mid
ad
e R
elati
va (
%)
Anos
Distribuição Inter - Anual da Humidade Relativa ( %)
Influência dos Elementos Climáticos na Ocorrência de Queimada no Posto Administrativo de
Catandica
David Manuel Joaquim Trabalho de Licenciatura UEM - Departamento de Física 32
Figura 4.8: Variação inter-anual da intensidade do vento no Posto Administrativo de Catandica, para o
período de 2008 a 2012.
4.3. Determinação dos Meses e o Período de Maior Ocorrência de Queimadas no Posto
Administrativo de Catandica
4.3.1. Meses propensos a Ocorrência de Queimadas no Posto Administrativo de Catandica
O período compreendido entre os meses de Maio a Novembro correspondeu à época do ano em que o
Posto Administrativo de Catandica tem sido afectado pelas queimadas, definindo este período como
sendo dos meses mais propensos a ocorrências de queimadas no posto Administrativo de Catandica
conforme a figura 4.1. Sendo os meses de Novembro, Maio, Junho e Julho com menores registos de
ocorrência de queimadas, havendo um aumento a partir do mês de Agosto até o mês de Outubro.
O período de maior ocorrência de queimada ocorre durante o período seco (Abril a Outubro), sendo
(Abril a Junho) início do período seco e (Agosto a Outubro) época seco tardio (MICOA, 2007b). Os
picos de ocorrências de queimadas Agosto, Setembro e Outubro coincidem com o período seco tardio,
início de preparação de terras para fins agrícolas e de caça, (MICOA, 2007b). Este resultado esta em
concordância com Magadzire (2013), quando reconstrui o regime de queimadas nos ecossistemas de
Miombo em Moçambique e Zimbabwe, constatando que os meses mais propensos a ocorrência de
queimadas são os meses de Maio a Outubro.
10.3
9.4
9.7
9.0
8.5
y = -0.4x + 10.58
8.0
8.5
9.0
9.5
10.0
10.5
2008 2009 2010 2011 2012
Vel
oci
da
de
do
ven
to (
km
/h)
Anos
Variação Inter - Anual da Intensidade do Vento (km/h)
Influência dos Elementos Climáticos na Ocorrência de Queimada no Posto Administrativo de
Catandica
David Manuel Joaquim Trabalho de Licenciatura UEM - Departamento de Física 33
4.3.2. O Período de Maior Ocorrência de Queimadas no Posto Administrativo de Catandica
Para uma análise mais precisa quanto à distribuição das ocorrências de queimadas ao longo de um dia,
foi elaborado o gráfico com quantidade de queimadas relacionada com o período mais crítico a
ocorrências das queimadas (Figura 4.9).
É possível observar que houve maior registo de queimadas durante o período diurno (4:00 horas até
16:00 horas), em relação ao período nocturno (20:00 horas até 24:00 horas). O período de maior
ocorrência de queimadas, deve estar associado ao facto desse período do dia ser de maior ganho
energético (12:00h as 16:00h) o momento onde são atingidas temperaturas altas, baixa humidade relativa
e alta incidências de radiação solar, aquecendo o material combustível favorecendo a ocorrência de
queimada.
Dentre as informações colhidas através dos levantamentos estatísticos, pode-se observar que as
queimadas têm seu pico de intensidade nos horários compreendidos entre as 8:00h e 12:00h (Figura 4.9).
A aceleração do aumento de número de ocorrência de queimadas entre as 4:00 as 16:00 horas deve-se
ao facto neste período do dia ser o período em que a população da área em análise estar há começar com
as actividades agrícolas (MICOA, 2007b). Por outro lado, a temperatura mínima do dia é alcançada
instantes antes do primeiro raio solar, o que dependendo da época do ano ocorre por volta das 6:00 horas,
implicando em maior humidade relativa do ar, resultando em menor número de ocorrências de
queimadas neste período do dia conforme a figura 4.9.
Figura 4.9: Distribuição de ocorrências de queimadas por horas para o Posto Administrativo de
Catandica.
01565
38000
5122
0 707
0
5000
10000
15000
20000
25000
30000
35000
40000
0 às 4 4 às 8 8 às 12 12 às 16 16 às 20 20 às 24Oco
rrên
cias
de
Qu
eim
adas
Horário
Ocorrências de Queimadas por horas para o Posto
Administrativo de Catandica
Influência dos Elementos Climáticos na Ocorrência de Queimada no Posto Administrativo de
Catandica
David Manuel Joaquim Trabalho de Licenciatura UEM - Departamento de Física 34
4.3. Relação Entre os Elementos Climáticos (Temperatura do Ar, Humidade Relativa e
Intensidade do Vento) e a Ocorrência de Queimada
4.3.1. Análise do Coeficiente Linear de Pearson (r)
A Tabela 4.1, apresenta os valores do coeficiente de correlação linear de Pearson (r) de 2008 a 2012,
Entre as ocorrências de queimadas e os elementos climáticos (temperatura do ar, humidade relativa e
intensidade do vento) para o Posto Administrativo de Catandica.
Elementos Climáticos (r) (p)
Temperatura do Ar 0.099 0.87
Humidade Relativa -0.306 0.62
Intensidade do Vento 0.261 0.67
Tabela 4.1: Coeficiente de correlação linear de Pearson (r) entre as Ocorrências de Queimadas e
Elementos Climáticos (temperatura do ar, humidade relativa e intensidade do vento) referente ao ano
de 2008 a 2012 para o Posto Administrativo de Catandica.
O coeficiente de correlação entre as ocorrências de queimadas e elementos climáticos (temperatura do
ar, humidade relativa e intensidade do vento) variou de -0,306 a 0,261. A intensidade do vento é o
elemento que apresenta o maior valor de coeficiente de correlação linear de Pearson (r = 0,261) e o
menor coeficiente de correlação linear de Pearson é apresentado pela humidade relativa (r = -0.306).
Esta correlação mostrou que usando uma série curta de análise a relação entre os dois Parâmetros tornam-
se menos significativas.
4.3.3. Relação Entre a Temperatura do Ar e a Ocorrência de Queimada
De acordo com a Figura 4.10, a temperatura média foi de 23,8ºC. O mês de Setembro, com maior número
de ocorrência, apresentou temperatura média de 24,2ºC, enquanto o mês de Maio, com menor número
de ocorrência, apresentou uma média de 22,2ºC.
O mês de Outubro foi o que obteve maior temperatura média (27ºC) , em relação ao mês de Julho com
menor temperatura, com uma media mensal de 19,1ºC.
Influência dos Elementos Climáticos na Ocorrência de Queimada no Posto Administrativo de
Catandica
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Figura 4.10: Relação entre a temperatura média mensal e a ocorrência de queimadas.
O coeficiente de correlação linear de Pearson (r) entre a ocorrência de queimadas e a temperatura do ar
no Posto Administrativo de Catandica (Anexo 10) é de 0.099 e mostra que existe uma relação linear
positiva muito fraca e não significativa (p = 0.87) entre a ocorrência de queimada e a temperatura do ar
no Posto Administrativo de Catandica, isso significa que a temperatura do ar exerce fraca influência na
ocorrência de queimada, sem deixar de referir que numa longa escala inter-anual, elevadas temperaturas
do ar condicionam elevadas ocorrências de queimadas.
Apesar disso, o factor temperatura relacionado com o número de ocorrência de queimadas não
apresentou uma relação significativa, como mostrado na Figura 4.10. As altas temperaturas tem
importante influência no surgimento e na propagação do fogo, mas tal factor, como já foi ressaltado,
deve estar relacionado com outras características para que se tenha maior influência na ocorrência de
queimada. Os valores da temperatura, conforme a Figura 4.10, não interferem imediatamente na
ocorrência de queimadas, sendo necessário um intervalo de tempo para a observação da sua influência.
4.3.4. Relação Entre a Humidade Relativa e a Ocorrência de Queimada
A humidade relativa durante o período analisado foi de 68 %. O mês de Setembro, com maior número
de incêndios, apresentou-se como o segundo mês com menor humidade relativa média (58%). O mês de
Maio, com menor número de queimadas, apresentou-se como o terceiro mês com maior humidade
relativa média (71%). O mês com maior humidade relativa média foi o mês de Março (76%), estando
este mês entre os meses com ausência de ocorrência de queimadas dentro do período em análise.
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no periodo entre 2008 a 2012
Ocorrências de Queimadas Temperatura do ar
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Catandica
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Figura 4.11: Relação entre a humidade relativa e a ocorrência de queimada.
No mês de Março, que compreende o início do período com menores índices de ocorrência de
queimadas, é possível observar que ocorre um decréscimo da humidade relativa média. Quando a
humidade começa aumentar, em Outubro, o mês apresenta uma diminuição na quantidade de
ocorrências, atingindo o máximo número de ocorrências de queimadas no mês de Setembro.
O mês de Agosto demonstra uma diminuição na humidade relativa que pode ser proveniente do aumento
da temperatura do ar média nesse mesmo mês, fazendo com que a quantidade de ocorrências também
aumente.
O coeficiente de correlação linear de Pearson (r) entre a ocorrência de queimadas e a humidade relativa
no Posto Administrativo de Catandica (Anexo 10) é de -0.306 e sugere que existe uma correlação linear
inversa fraca e não significativa (p = 0.62) entre a ocorrência de queimada e a humidade relativa no
Posto Administrativo de Catandica. Isso significa que nos meses ou anos em que há défice de humidade
relativa há registos de ocorrências de queimadas, mostrando que a humidade relativa exerce uma forte
influência na ocorrência de queimada. Na Figura 4.11 é possível analisar que a humidade relativa média
actua de forma inversa à quantidade de ocorrências de queimadas. De acordo com Nunes (2005), este é
um facto esperado, uma vez que, essa variável esta intimamente relacionado com a humidade do material
combustível, sendo a humidade relativa um dos elementos decisivo para a ocorrência de queimadas.
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Relação entre Queimadas e Humidade Relativa
no periodo entre 2008 a 2012
Ocorrências de Queimadas Humidade Relativa
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Catandica
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4.3.5. Relação Entre a Intensidade do Vento e a Ocorrência de Queimada
A Figura 4.12 ilustra a relação entre a intensidade do vento e a ocorrência de queimada do posto
Administrativo de Catandica durante o período 2008 a 2012.
Figura 4.12: Relação entre a intensidade do vento e a ocorrência de queimadas.
O mês de Janeiro, com menor média anual de intensidade do vento apresentou-se como sendo um dos
meses com ausência de ocorrências de queimadas, o mês com maior média da intensidade do vento foi
o mês de Julho (10.6 km/h), nesse período do ano, registou-se um aumento das ocorrências de queimadas
dentro do período em análise. O coeficiente de correlação linear de Pearson (r) entre a ocorrência de
queimadas e a intensidade do vento no Posto Administrativo de Catandica (Anexo 10) é de 0.261,
mostrando que existe uma relação linear fraca positiva e não significativa (p = 0.67) entre a ocorrência
de queimada e a intensidade do vento no Posto Administrativo de Catandica, isso significa que a
intensidade do vento exerce fraca influência na ocorrência de queimada.
De acordo com Couto e Cândido (1980), o vento é o principal factor na taxa de combustão e dispersão
das queimadas. O vento tende a ajudar tanto na secagem do material combustível quanto na forma e
velocidade de propagação de uma queimada. O material combustível seco queima mais facilmente e
com mais força ao soprar do vento, levando as chamas a passarem de um material combustível para
outro e, assim sucessivamente, transformando-se em uma queimada de grandes proporções e de difícil
controlo.
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Relação entre Queimadas e a Intensidade do Vento
no periodo entre 2008 a 2012
Ocorrências de Queimadas Intensidade do Vento
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CAPÍTULO V: CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES
Neste capítulo apresentam-se as conclusões, limitações e as recomendações do estudo realizado.
5.1. Conclusões
De acordo com a análise realizada com os dados de ocorrências de queimadas obtidos pela Direcção
Nacional de Terras e Florestas e os dados dos elementos climáticos obtidos através do Instituto Nacional
de Meteorologia, referente ao Posto Administrativo de Catandica, os resultados desta pesquisa permitem
concluir que:
Os meses de Maio, Junho, Julho, Agosto, Setembro, Outubro e Novembro, são os meses que
ocorrem queimadas para o Posto Administrativo de Catandica, sendo os meses de Agosto,
Setembro e Outubro de maior risco.
O pico de ocorrências de queimadas, ocorreu entre as 8:00 as 12:00 horas.
O coeficiente de correlação indicou que durante o período de 2008 a 2012 a humidade relativa
do ar (r = -0 306, p = 0.62) foi o elemento climático que melhor se correlacionou com a
quantidade mensal de ocorrências de queimadas no Posto Administrativo de Catandica e teve
maior influência sobre a ocorrência de queimadas do que a temperatura do ar (r = 0.099, p =
0.87) e a intensidade do vento (r = 0.261, p = 0.67).
A influência da velocidade do vento e da temperatura do ar sobre as ocorrências de queimadas
não se mostraram eficazes isoladamente através da correlação linear de Pearson, sugerindo a
necessidade de estudos mais detalhados por meio da combinação de uma ou mais variáveis. Os
baixos índices de correlação entre as ocorrências de queimadas e os elementos climáticos
indicaram a necessidade de incorporar mais de um elemento.
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Catandica
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5.2. Recomendações
Elabore programas de boas práticas de gestão dos recursos naturais nas comunidades, com baixos
custos (apicultura), como forma de estancar o problema.
Urge criar um documento que exigira a protecção e conservação de florestas das queimadas
transdistritais descontroladas, através de estratégias bem concebidas e integradas entre os
governos locais, líderes tradicionais, em benefício das gerações actuais e futuras.
Sensibilizar as comunidades que a tradição de desbravar a mata, através de queimadas
descontroladas, para a prática da agricultura provoca enormes danos ambientais.
Sugere-se que estudos idênticos sejam realizados para outras regiões de Moçambique e que sejam
feitos estudos mais abrangentes complementares a este para refutar ou validar os resultados
encontrados neste trabalho, usando serie temporal mais longa, incluindo outros elementos
climáticos associados a factores climáticos.
Influência dos Elementos Climáticos na Ocorrência de Queimada no Posto Administrativo de
Catandica
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Anexos
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Catandica
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Anexos 1: Dados Mensais da Temperatura do Ar (oC) no Período de 2008 a 2012, do Posto
Administrativo de Catandica (Fonte: INAM, 2015).
ANO JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ Média
2008 27.2 26.5 25.8 24.0 23.2 20.5 20.7 28.6 - - - 28.2 29.0 - - - 25.4
2009 - - - 26.8 25.2 24.0 23.4 22.1 19.0 21.1 24.6 26.2 24.8 27.4 24.1
2010 27.8 25.5 25.0 24.3 22.1 20.0 19.4 20.4 24.3 27.5 - - - - - - - 23.6
2011 25.2 24.7 25.3 23.4 21.3 19.3 17.9 19.6 23.6 25.9 26.8 - - - 23.0
2012 - - - - - - 25.0 21.4 20.9 20.1 18.7 21.8 - - - 27.0 26.4 25.9 23.0
--- Sem registo de dados
Anexos 2: Dados Mensais da Humidade Relativa (%) no Período de 2008 a 2012, do Posto
Administrativo de Catandica (Fonte: INAM, 2015).
ANO JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ Média
2008 70 68 70 62 67 66 68 59 - - - 58 63 - - - 65
2009 - - - 85 83 75 82 86 89 95 63 52 69 67 77
2010 61 78 79 77 69 64 69 58 51 51 - - - - - - 66
2011 78 71 73 76 70 70 69 57 50 59 66 - - - 67
2012 - - - - - - 75 74 67 62 56 57 - - - 51 56 70 63
--- Sem registo de dados.
Anexos 3: Dados Mensais da Intensidade do Vento (km/h) no Período de 2008 a 2012, do Posto
Administrativo de Catandica (Fonte: INAM, 2015).
ANO JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ Média
2008 8.9 11.9 10.8 10.9 10.7 9.7 11.7 10.3 - - - 10.6 9.0 9.3 10.3
2009 8.9 8.7 10.1 10.5 8.3 7.3 11.1 9.2 9.5 9.8 10.1 9.1 9.4
2010 9.0 8.6 8.9 9.6 9.8 10.1 10.2 10.8 11.6 8.2 - - - - - - - 9.7
2011 8.6 9.7 9.4 9.1 7.6 8.6 10.8 9.1 8.4 - - - - - - - - - - 9.0
2012 - - - - - - 7.2 8.4 9.5 8.8 9.3 8.4 - - - 7.9 8.5 8.6 8.5
--- Sem registo de dados
Influência dos Elementos Climáticos na Ocorrência de Queimada no Posto Administrativo de
Catandica
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Anexos 4: Dados Mensais de Ocorrências de Queimadas do Período de 2008 a 2012, Posto
Administrativo de Catandica (Fonte: DNTF, 2015).
ANO JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ TOTAL
2008 - - - - - - - - - - - - 10 78 189 2056 5490 1190 33 - - - 9046
2009 - - - - - - - - - - - - - - - - - - 14 352 4122 4010 11 - - - 8509
2010 - - - - - - - - -- - - - - - - - - - 49 528 5706 4920 22 - - - 11225
2011 - - - - - - - - - - - - - - - 30 168 928 5157 860 33 - - - 7176
2012 - - - - - - - - - - - - - - - 120 518 3256 4482 930 132 - - - 9438
Média 0 0 0 0 2 46 188 1424 4991 2382 46 0 45394
Anexos 5: Dados Mensais da Temperatura do Ar (oC) apos Preenchimento de Falhas no Período de 2008
a 2012, Posto Administrativo de Catandica.
ANO JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ Média
2008 27.2 26.5 25.8 24.0 23.2 20.5 20.7 28.6 25.4 28.2 29.0 25.4 25.4
2009 24.1 26.8 25.2 24.0 23.4 22.1 19.0 21.1 24.6 26.2 24.8 27.4 24.1
2010 27.8 25.5 25.0 24.3 22.1 20.0 19.4 20.4 24.3 27.5 23.6 23.6 23.6
2011 25.2 24.7 25.3 23.4 21.3 19.3 17.9 19.6 23.6 25.9 26.8 23.0 23.0
2012 23.0 23.0 25.0 21.4 20.9 20.1 18.7 21.8 23.0 27.0 26.4 25.9 23.0
Anexos 6: Dados Mensais da Humidade Relativa (%) apos Preenchimento de Falhas no Período de
2008 a 2012, Posto Administrativo de Catandica.
ANO JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ Média
2008 70 68 70 62 67 66 68 59 65 58 63 65 65
2009 77 85 83 75 82 86 89 95 63 52 69 67 77
2010 61 78 79 77 69 64 69 58 51 51 66 66 66
2011 78 71 73 76 70 70 69 57 50 59 66 67 67
2012 63 63 75 74 67 62 56 57 63 51 56 70 63
Anexos 7: Dados Mensais da Intensidade do Vento (km/h) apos Preenchimento de Falhas no Período
de 2008 a 2012, da Estacão Posto Administrativo de Catandica.
ANO JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ Média
2008 8.9 11.9 10.8 10.9 10.7 9.7 11.7 10.3 10.3 10.6 9.0 9.3 10.3
2009 8.9 8.7 10.1 10.5 8.3 7.3 11.1 9.2 9.5 9.8 10.1 9.1 9.4
2010 9.0 8.6 8.9 9.6 9.8 10.1 10.2 10.8 11.6 8.2 9.7 9.7 9.7
2011 8.6 9.7 9.4 9.1 7.6 8.6 10.8 9.1 8.4 9.0 9.0 9.0 9.0
2012 8.5 8.5 7.2 8.4 9.5 8.8 9.3 8.4 8.5 7.9 8.5 8.6 8.5
Influência dos Elementos Climáticos na Ocorrência de Queimada no Posto Administrativo de
Catandica
David Manuel Joaquim Trabalho de Licenciatura UEM - Departamento de Física 47
Anexos 8: Médias Mensais da Temperatura do Ar, Humidade Relativa e Intensidade do Vento no
Período de 2008 a 2012, Estação do Posto Administrativo de Catandica.
JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ
TMM (oC) 25.5 25.3 25.3 23.4 22.2 20.4 19.1 22.3 24.2 27.0 26.1 25.1
HR (%) 70 73 76 73 71 70 70 65 58 54 64 67
�⃗⃗� (km/h) 8.8 9.5 9.3 9.7 9.2 8.9 10.6 9.6 9.7 9.1 9.3 9.1
Anexos 9: Médias anuais da Temperatura do Ar, Humidade Relativa e Intensidade do Vento no Período
de 2008 a 2012, Referente a Estação do Posto Administrativo de Catandica.
Elementos / Anos 2008 2009 2010 2011 2012
Temperatura do Ar (oC) 25.4 24.1 23.6 23.0 23.0
Humidade Relativa (%) 65 77 66 67 63
Intensidade do Vento (km/h) 10.3 9.4 9.7 9.0 8.5
Anexos 10: Coeficiente de Correlação de Pearson entre Queimadas e os Elementos Climáticos
(Temperatura do Ar, Humidade Relativa e Intensidade do Vento) no Período de 2008 a 2012, do Posto
Administrativa de Catandica.
Elementos Climáticos (r) (p)
Temperatura do Ar 0.099 0.87
Humidade Relativa -0.306 0.62
Intensidade do Vento 0.261 0.67
Anexos 11: Dados Anuais de Ocorrência de Queimadas por Horário de maior Concentração no Posto
Administrativo de Catandica durante o Período de 2008 a 2012.
Horas / Anos 2008 2009 2010 2011 2012 Total
0 às 4 0 0 0 0 0 0
4 às 8 501 249 296 295 224 1565
8 às 12 6746 7015 10070 5539 8630 38000
12 às 16 1639 1146 781 1267 289 5122
16 às 20 0 0 0 0 0 0
20 às 24 160 99 78 75 295 707
Total 9046 8509 11225 7176 9438 45394