faculdade de ciÊncias contÁbeis e administraÇÃo...
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– FACULDADE DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS E ADMINISTRAÇÃO DO VALE DO
JURUENA
ESPECIALIZAÇÃO EM CONTROLADORIA E FINANÇAS CORPORATIVAS
8,5
A IMPORTÂNCIA DA CONTABILIDADE AMBIENTAL NA GESTÃO
EMPRESARIAL
ADEMIR DALMASO
Orientador: Prof. Dr. Ilso Fernandes dos Carmo
JUINA/2017
AJES – FACULDADE DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS E ADMINISTRAÇÃO DO VALE
DO JURUENA
ESPECIALIZAÇÃO EM CONTROLADORIA E FINANÇAS CORPORATIVAS
A IMPORTÂNCIA DA CONTABILIDADE AMBIENTAL NA GESTÃO
EMPRESARIAL
Ademir Dalmaso
Orientador: Prof. Dr. Ilso Fernandes dos Carmo
“Trabalho apresentado como exigência parcial para a obtenção do título de Especialização em Controladoria e Finanças Corporativas.”
JUINA/2017
DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho a minha família, ao meu orientador
professor Ilso Fernandes do Carmo pelos ensinamentos, pela
força e acompanhamento, e meus colegas de sala por tudo que
fizeram por mim.
AGRADECIMENTOS
Agradeço primeiramente a Deus por sua misericórdia, e pela força, saúde e
sabedoria que me tem dado ao longo do curso e deste trabalho de conclusão de
curso.
A minha família que me apoiaram nessa trajetória vencedora, sobretudo pela
estrutura e pelos ensinamentos a mim passados ao longo de minha vida.
A TODOS meus colegas de curso pelos momentos felizes que
compartilhamos durante essa trajetória.
Aos professores e funcionários do curso, pela dedicação e esforço, pela
contribuição significativa para a minha formação acadêmica.
A todos que contribuíram direta ou indiretamente para a realização deste
trabalho: meu cordial agradecimento.
" Toda ação humana, quer se torne positiva ou negativa, precisa depender de motivação.”
Dalai Lama
LISTA DE ABREVIATURAS
CFA - Contabilidade Financeira Ambiental
ONG`s – Organizações Não Governamentais
AC – Artigo Circulante
AD – Artigo Deferido
SE – Sustentabilidade Empresarial
NGC – Normas Brasileiras de Conabilidade
ITG – Informação Tecnologia Gerencia
IBRACON - Instituto dos Auditores Independentes do Brasil
ISO - International Organization for Standardization
EMAS - Eco-Management and Audit Scheme
CEE – Conselho Estadual de Educação
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 – Tripé da Sustentabilidade Empresarial
Figura 2 – DRE
Figura 3 – Balanço Social Anual
Figura 4 – Sistema de Gestão Ambiental
RESUMO
O objetivo deste trabalho, através desta pesquisa bibliográfica, é mostrar a
importância da Contabilidade Ambiental nas organizações, enfocando os desafios de
calcular as vantagens das práticas ambientais e um breve exame dos conceitos de
responsabilidade social e desenvolvimento sustentável, visto que os reflexos da
ação do homem sobre o meio ambiente sempre foram negativos, por isso, a
implementação de sistema de gestão ambiental de uma empresa pode ser vista
como uma inovação, uma vez que trata de um processo que exige mudança
comportamental organizacional. Está sendo apresentado o aprofundamento dos
alicerces da contabilidade ambiental, principais conceitos e métodos, aplicações e
implicações, evolução e trajetória. Levantou-se a forma de classificação dos
recursos naturais, as dimensões envolvidas no valor da natureza, métodos de
valoração ambiental e a evidenciação da informação ambiental. Finalmente concluiu-
se o conceito do tema proposto, determinando potenciais avanços nessa linha de
pesquisa. A intenção de garantir o sucesso de uma empresa, em relação à
preservação do meio ambiente é exatamente o de ajustar às táticas ambientais
assim como um sistema de gestão ambiental às características e culturas da
empresa, não esquecendo das finalidades esperadas com a mudança pretendida.
Descreve-se sobre a contabilidade ambiental destro dos princípios contábeis,
beneficiando economicamente, valorizando os registros das despesas, custos, ativos
e passivos ambientais. O padrão sugerido tem por objetivo contribuir para o alcance
do desenvolvimento sustentável das organizações, através do método existente
envolvendo a contabilidade ambiental, favorecendo a gestão dos negócios,
influenciando os resultados potenciais dos investimentos das empresas. Fala-se
muito em investimentos em meio ambiente, entretanto raramente se vê quando se
enfrenta esse ponto com as demonstrações contábeis publicadas pelas
organizações.
Palavra-chave: Contabilidade ambiental. Sustentabilidade. Competitividade. Meio ambiente.
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 09
1. CONTABILIDADE .............................................................................................. 14
1.1. CONTABILIDADE AMBIENTAL ..................................................................... 14
2. COMPONENTES DA CONTABILIDADE AMBIENTAL ..................................... 21
2.1. DESPESAS AMBIENTAIS ................................................................................. 21
2.2. CUSTOS AMBIENTAIS ...................................................................................... 23
2.3. PERDAS AMBIENTAIS .................................................................................. 25
2.4. ATIVOS AMBIENTAIS .................................................................................... 25
2.5. PASSIVOS AMBIENTAIS ............................................................................... 26
2.6. RECEITAS AMBIENTAIS. .............................................................................. 28
3. RESPONSABILIDADE SOCIAL ........................................................................ 30
3.1. BALANÇO SOCIAL ........................................................................................ 30
3.2. SISTEMA GESTÃO AMBIENTAL .................................................................. 31
3.3. DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL ......................................................... 32
3.3.1. ISO 14000 .................................................................................................... 33
3.3.2. EMAS ........................................................................................................... 33
3.3.3. BS 7750 ....................................................................................................... 35
4. VANTAGENS DA CONTABILIDADE AMBIENTAL .......................................... 36
CONSIDERAÇÕES FINAIS ...................................................................................... 38
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................... 39
ANEXOS....................................................................................................................41
INTRODUÇÃO
No início dos tempos, a terra foi criada com uma grande finalidade: a
morada de seres humanos. A criação ocorreu de forma extraordinária, contendo
todos os meios imprescindíveis para preencher as necessidades principais do
homem, tendo como finalidade básica a preservação da existência. Devido ao
aumento populacional, o ser humano descobriu a demanda da carência, que nasce
em benefício das obrigações humanas imensas. O aumento populacional revigora
as necessidades fundamentais. O sucessivo anseio de ascensão do padrão de vida
e o progresso tecnológico fazem com que apareçam “novas” necessidades.
A ser humano tem sobrevindo por várias modificações, tendo em vista que a
população, diariamente, busca formas de “aprimorar” o meio ambiente e as
qualidades de vida. Novos métodos bem-sucedidos foram encontrados, objetivando
maiores números e melhor condição dos produtos, com o começo do
desenvolvimento industrial, acontecido na Inglaterra, no século XIII, continuamente
visando maiores receitas.
As decorrências da atuação humana sobre o meio ambiente não foram
alcançadas pelos fabricantes, tendo como saldo dificuldades ambientais de amplas
dimensões, como poluição, abertura na camada de ozônio e a deficiência de água
potável no mundo.
A procura do crescimento econômico garantindo a preservação do meio
ambiente tem administrado os empreendimentos, no intuito de minimizar os choques
contrários de suas atividades e a procura da mais perfeita condição de vida para a
humanidade.
Para compreendermos o sentido sobre o tema Meio Ambiente, é
imprescindível que, além de aspectos ecológicos e econômicos, percebam-se ainda
os aspectos socais, culturais e educacionais que abrangem esse assunto.
Para solucionar os problemas ambientais depende de auxílio dos
profissionais de diversas campos, aqui abrangidas por várias aptidões,
conhecimentos e formação acadêmica dos contadores, pois o destruição do meio
ambiente pode extinguir o ser humano.
Perante essa realidade, vários divisões do conhecimento se mobilizaram
para inventar estruturas que pudessem impulsionar a prevenção do meio ambiente,
fiscalizando e controlando os efeitos sociais e ambientais decorrentes do
desenvolvimento econômico. Dentre os ramos do conhecimento mobilizados
encontra-se a Contabilidade, ciência que estuda a mensuração do patrimônio das
empresas.
A Contabilidade Ambiental não compreende só os aspectos relativos ao uso
dos recursos naturais, mas os resultados relevantes para a coletividade, onde de
forma ampla podemos avaliar de forma extensa a responsabilidade social das
entidades.
Porém este é um desafio aos contadores, desenvolver uma contabilidade
adequada ao modelo ambiental, integrada e competitiva que compreenda
movimentos econômicos, operativos e ambientais.
Atualmente os profissionais da classe contábil estão preocupados com a
preservação do meio ambiente, estando atentos à questão da responsabilidade
social e no desenvolvimento sustentável.
OBJETIVOS:
OBJETIVO GERAL Este trabalho tem como objetivo comprovar os benefícios da contabilidade
ambiental no controle de gestão e competitividade da empresa que se atenta com o
meio ambiente.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
analisar a apresentação de elementos da atuação econômica, financeira,
social e ambiental das empresas;
constatar o uso da Contabilidade Ambiental como sistema para preservação
do meio ambiente;
10
explicar a importância da concorrência empresarial em relação ao meio
ambiente;
identificar as vantagens que existem em empresas que utilizam recurso como
estratégia de diferenciação sustentável entre as empresas;
evidenciar a vantagem da contabilidade ambiental como elemento eficaz de
conhecimento;
demonstrar que a utilização de dados contábeis direcionados ao meio
ambiente;
PROBLEMATIZAÇÃO
Qual a importância da contabilidade ambiental no controle, transparência e
competitividade para as empresas que respeitam e preservam o meio ambiente?
PRESSUPOSTOS
Diante dessa hipótese, entende-se a contabilidade ambiental como o estudo
do patrimônio ambiental, ou seja, de bens, direitos e obrigações ambientais das
empresas visando apresentar ao seu usuário interno e externo, conhecimentos
sobre fatos ambientais que trazem alterações na situação patrimonial, além de
atingir a identificação, mensuração e demonstração.
Torna-se interessante a importância e urgência de assumir de maneiras que
tivessem como pressuposto principal a preocupação com a preservação e
recuperação do meio ambiente e a naturalmente a sustentação da qualidade de
vida.
Levantou-se o pressuposto de que a contabilidade ambiental juntamente
com o método de gestão ambiental favorecerá a organização no fornecimento de
balanços contábeis, sendo empregados no processo de tomada de decisões, de tal
modo como na manifestação de sua preocupação com o meio ambiente e com a
sociedade, aumentando a confiabilidade de seus produtos junto à sociedade e ao
mercado.
Para constatação desse pressuposto, foram desenvolvidos os métodos de
pesquisa bibliográfica, através de vários autores, artigos e consulta na rede mundial
11
de computadores. Pelo método histórico observou-se a evolução da história da
contabilidade ambiental até os dias atuais, onde preocupa-se mais com a
preservação do meio ambiente.
CONTEXTUALIZAÇÃO O assunto de ação de boa parte das empresas brasileiras não retribui e esta
visão imaginada, estando qualificado por vários fatores que colaboram para a
sustentação de uma tradição pouco desenvolvida de prestação de contas e que
desacorçoam a divulgação da Contabilidade Financeira Ambiental (CFA), como, por
exemplo, o baixo nível de globalização da economia e o de instrução.
JUSTIFICATIVA
A questão ambiental fica cada ocasião também interessada e mais marcante
na população em comum. Os investidores buscam entidades concretas, com uma
fama importante; os clientes, por sua vez, almejam companhias que lhes forneçam
artigos ecologicamente adequados e as empresas anseiam ganhar cada vez mais o
negócio e diminuir seus gastos, para terem maior rendimento. É por esses motivos
que atualmente a consciência ambiental é uma intensa aliada.
Perante a crescente e aterrorizante degradação ambiental, necessitamos
que as companhias apresentem a conscientização da obrigação de incorporar, além
da alcance de ganhos, a responsabilidade de defender o meio ambiente.
Devido à ampla divulgação e motivação pela procura da sustentabilidade
das empresas, por meio de atos de responsabilidade ambiental e social, e sobretudo
pela procura de seus resultados.
Adentramos no tempo do progresso ambiental que representa um custo de
aumento econômico, assim a contabilidade não pode permanecer discreta á
escrituração e mensurações quantitativas do patrimônio da entidade.
Busca percebe o meio ambiente é acontecimento relevante que necessita
ser estudado em todo o mundo. Todos precisariam passar por um método de
educação ambiental com a finalidade de ter noção os cidadãos sobre o problema e
promover a participação da população na solução dos problemas.
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METODOLOGIA
O trabalho utiliza-se da pesquisa bibliográfica, complementada por
informações retiradas de sites da Internet, e foi desenvolvido exclusivamente a partir
de fontes primárias e secundárias já elaboradas: livros que fornecem subsídios para
esclarecer, conceituar, identificar e expressar o conceito de Contabilidade Ambiental
e seus benefícios.
ESTRUTURA DO TRABALHO O presente trabalho está estruturado em quatro capítulos:
- o primeiro trata da contabilidade em si, da contabilidade ambiental e
resultados sobre o meio ambiente como patrimônio da humanidade, onde mostra
que o homem tem o dever de cuidar da natureza com responsabilidade, pois a não
preservação poderá levar o planeta ao caos.
- o segundo evidencia os componentes aplicados na Contabilidade Ambiental,
isto é, todo os itens de natureza ambiental que pode-se contabilizar dentro de uma
empresa e exposto através do Balanço Social.
- o terceiro capítulo trata das responsabilidades sociais que são apresentados
pela empresa através de balanços, demonstrativos e certificações ambientais.
- o quarto capítulo trata das vantagens da contabilidade ambiental e seus
efeitos diretos na lucratividade da empresa.
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1. CONTABILIDADE
A história da contabilidade, segundo TINOCO e KRAEMER (2004, p. 17):
[...] desde os tempos em que o homem primitivo necessitou de registros e informações para conhecer seu patrimônio, que sempre foi o objetivo central da Contabilidade. O surgimento do comercio, que floresceu em cidades italianas das Idades Média e Moderna, contribuiu sobremaneira para o surgimento da Contabilidade, em base cientifica, passando pelos descobrimentos marítimos, empreendimentos nos quais navegadores portugueses e espanhóis se envolveram, desembocando na Revolução Industrial.
Segundo a ideia do autor a Contabilidade teve inicio com o surgimento do
homem primitivo e ganhou ênfase com a Revolução Industrial.
A origem da Contabilidade está ligada a necessidade de registros do
comércio. Há indícios de que as primeiras cidades comerciais eram dos fenícios. A
prática do comércio não era exclusiva destes, sendo exercida nas principais cidades
da Antiguidade.
A atividade de troca e venda dos comerciantes semíticos requeria o
acompanhamento das variações de seus bens quando cada transação era efetuada.
As trocas de bens e serviços eram seguidas de simples registros ou relatórios sobre
o fato. Mas as cobranças de impostos, na Babilônia já se faziam com escritas,
embora rudimentares. Um escriba egípcio contabilizou os negócios efetuados pelo
governo de seu país no ano 2000 a.C.
A Contabilidade segundo ANTHONY (1979, p. 35),
É a ciência que estuda e prática, controla e interpretam os fatos ocorridos no patrimônio das entidades, mediante o registro, a demonstração expositiva e a revelação desses fatos, com o fim de oferecer informações sobre a composição do patrimônio, suas variações e o resultado econômico decorrente da gestão da riqueza econômica.
O autor definiu Contabilidade como uma ciência que tem por objetivo o
estudo das variações quantitativas e qualitativas ocorridas no patrimônio (conjunto
de bens, direitos e obrigações) das entidades (qualquer pessoa física ou jurídica que
possui um patrimônio).
1.1. CONTABILIDADE AMBIENTAL
O impacto das questões ambientais, segundo TINOCO e KRAEMER (2004,
p. 18), passou a ser discutido, inicialmente, nos meios acadêmicos e nas
Organizações Não Governamentais (ONGs) a partir dos anos 70 e, posteriormente,
pela comunidade em todo o mundo, em fases de preocupação e da consciência dos
prejuízos que vem provocando para a humanidade, com consequências nefastas
sobre a fauna, a flora, a vida das pessoas.
Em 1972, em Estocolmo, foi realizada a Primeira Conferência Mundial sobre
o Meio Ambiente, quando repercutiu mundialmente e foi um passo na
conscientização da sociedade mundial sobre os problemas ecológicos.
A partir da fixação do Homem à terra e do surgimento do conceito de
propriedade, os indivíduos passaram a utilizar os recursos naturais de acordo com
suas necessidades de subsistência. (PAIVA, 2003, p. 9).
De acordo com o autor, desde os primórdios de todos os tempos o homem
já tratava os recursos com a exploração territorial.
A contabilidade ambiental é uma ciência que apresenta qualidades e
contribui de forma positiva no campo de proteção ambiental, com elementos
econômicos e financeiros resultantes das empresas que se utilizam da exploração
do meio ambiente, cujo objetivo é divulgar dados regulares aos usuários internos e
externos através dos lançamentos contábeis que acarretaram alterações
monetariamente no estado patrimonial da empresa.
Já na opinião de RIBEIRO (2005, p.45):
A Contabilidade Ambiental não é uma nova ciência, mas sim uma segmentação da tradicional (...). Podemos definir como objetivo da
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contabilidade ambiental: identificar, mensurar e esclarecer os eventos e transações econômico-financeiros que estejam relacionados com a proteção, preservação e recuperação ambiental, ocorridos em um determinado período, visando a evidenciação da situação patrimonial da entidade.
Para os autores TINOCO e KRAEMER (2004, p. 9),
A contabilidade como a ciência da avaliação do patrimônio das organizações, pode demonstrar o inter-relacionamento entre as entidades e o meio ambiente, evidenciando como o patrimônio é afetado pelas causas ambientais e como se pode agir para reduzir ou eliminar as agressões ao meio ambiente, promovendo a sustentabilidade.
A Contabilidade Ambiental passou a ser um novo ramo da ciência contábil
em fevereiro de 1998, com o término do "relatório financeiro e contábil sobre passivo
e custos ambientais" pelo Grupo de trabalho intergovernamental das Nações Unidas
de Especialistas em padrões Internacionais de Contabilidade.
PAIVA (2003, p. 17), afirma que a Contabilidade Ambiental
[...] pode ser entendida como a atividade de identificação de dados e registro de eventos ambientais, processamento e geração de informações que que subsidiem o usuário servindo como parâmetro em suas tomadas de
decisões.
De acordo com o autor, todos os registros voltados a prevenção dos
recursos naturais, servem como base definir o comportamento da entidade em
relação ao meio ambiente.
Com a crescente falta de recursos naturais e da degradação da natureza a
nível mundial provocou uma discussão no sentido econômico, político e social sobre
providencias necessárias para reverter este cenário, onde boa parte da degradação
ambiental é causada pela produção de bens e serviços.
TINOCO e KRAEMER (2004, p. 45), dão ênfase que:
A degradação excessiva do meio ambiente e a depleção exagerada de recursos naturais tem chamado a atenção em todo mundo, e com isso o meio ambiente vem atraindo cada vez mais atenção e interesse.
Os danos ambientais são preocupação do mundo todo, levando os gestores
a criar política e mecanismos para conter as degradações ocasionadas pelo homem.
Não podemos reverter o progresso, onde bilhões de pessoas de nosso
planeta produzem bens e serviços para atender os consumidores, não se
importando com os impactos ambientais e levando os agentes do governo,
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entidades privadas e ONG`s para medir tais políticas, com ajuda da contabilidade de
vantagens de apresentar meios de aferição econômica.
Segundo FERREIRA (2011, p. 27)
O grande desafio do desenvolvimento sustentável envolve diversos obstáculos a serem superados. As questões desdobram-se; por exemplo, preservar o meio ambiente, muitas vezes, significa produzir determinados produtos, ou incorrer em custos extremamente altos para produzi-los se afetar o meio ambiente, tornando-os com isso caros, sem condições de serem adquiridos pelo consumidor final.
A utilização irresponsável de meios naturais para a produção de bens e
serviços, além dos danos ambientais óbvios, tende a gerar para a entidade que o
provocou o repúdio da sociedade e dos consumidores. Economicamente, a gestão
ambiental não precisa ser encarada como “um custo a mais”, mas uma ótima
oportunidade de demonstrar a responsabilidade social e melhorar a imagem
mercadológica – e por conseguinte – gerar um saudável ciclo de lucros sustentáveis
a médio e longo prazo.
Para a tomada de decisões e avaliação regular de tais políticas ambientais,
a contabilidade é imprescindível, pois gera informações relevantes aos
administradores de qualquer entidade.
Conforme TINOCO e KRAEMER (2004, p. 25), a Contabilidade Ambiental é
adotada das seguintes demonstrações:
- Balanço Patrimonial (BP);
- Demonstração de Resultado do Exercício (DRE)
- Demonstração de Lucros ou Prejuízos ou Prejuízos Acumulados ou Demonstração das Mutações do Patrimônio Liquido (DLPA) ou (DMPL; e
- Demonstrações das Origens e Aplicações de Recursos (Doar).
Essas demonstrações contábeis (financeiras) especialmente, para as sociedades por acoes, de capital aberto, deverão ser publicadas em dois jornais.
FERREIRA (2011, p.102), ressalta que “a contabilização dos eventos
ambientais ou fatos contábeis relativos ao meio ambiente deve ser feita seguindo os
Princípios Contábeis [...].”
Existem três tipos de Contabilidade Ambiental: Contabilidade Ambiental
Nacional; Contabilidade Ambiental Gerencial; e Contabilidade Ambiental Financeira.
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A Contabilidade Ambiental Nacional diz respeito a toda a nação, subsidiando
a geração de indicadores que podem ser utilizados no acompanhamento e avaliação
das politicas macroeconômicas ambientais. (PAIVA, 2003, p. 20).
Já a Contabilidade Ambiental Gerencial é de âmbito interno, destina-se ao
uso dos gestores para a tomada de decisão, não tendo a obrigação de seguir as
formas legais de confecção e divulgação. (PAIVA, 2003, p. 21).
Finalmente a Contabilidade Ambiental Financeira possibilita à empresa a
formulação de relatórios para usuários externos que demonstrem interesse na
informações, tais como instituições financeiras, investidores e outros. (PAIVA, 2003,
p. 22).
Segundo a opinião do autor, os relatórios contábeis servem como
referencias financeiras e de gestão, para o publico externo.
A contabilização dos eventos ambientais é feita nos mesmos padrões da
contabilidade tradicional, adicionando no ativo, passivo e patrimônio líquido, o termo
ambiental. Eventos contábeis como compras de insumos, investimentos são
lançados, segundo TINOCO; KRAEMER (2008, p. 68), da seguinte maneira:
D - estoque de insumos ambientais – AC
C – caixa ou fornecedores ambientais (dependendo da natureza da compra)
Com projetos de pesquisa e tecnologias:
D – projetos de pesquisa e gestão ambiental – AD
C – fornecedores ambientais
Após a contabilização dos lançamentos ambientais pelos seus respectivos
valores, é provável apresentar os demonstrativos contábeis e gerenciais com
elementos que permitem aos usuários entender e avaliar a condição patrimonial de
uma organização sob a abordagem socioambiental que está contida.
O desenvolvimento levou a humanidade a repensar a sua forma de
desenvolvimento, essencialmente calcada na degradação ambiental, e fez
surgir uma abordagem de desenvolvimento sob uma nova ótica, conciliatória com
a preservação ambiental. Assim surge o desenvolvimento sustentável.
(SEIFFERT, 2006, p 15).
A figura 1 a seguir, ilustra a relação entre os componentes que levam
à sustentabilidade empresarial.
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Figura 1: Tripé da sustentabilidade empresarial
Fonte: DUTRA (2008)
Conforme a figura acima, a contabilidade ambiental possui três
componentes: um que cuida dos recursos ambientais, outro que proporcional bem
estar para a sociedade e o ultimo que resulta na lucratividade e reconhecimento
externo.
A Contabilidade é classificada da seguinte forma:
Tipos de Contabilidade Ambiental
Foco Público Alvo
(1) Contabilidade Nacional Nação Externo
(2) Contabilidade Gerencial Empresa, divisão, estabelecimento, linha de produto ou sistema
Interno
(3) Contabilidade Financeira Empresa Externo
Fonte: PAIVA (2003, p. 20)
Já BERGAMINI JR (1998, p.3), conceitua a contabilidade financeira
ambiental como:
[...] tem o objetivo de registrar as transações da empresa que impactam o meio ambiente e os efeitos das mesmas que afetam, ou deveriam afetar, a posição econômica e financeira dos negócios da empresa, devendo assegurar que:
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a) os custos, os ativos e os passivos ambientais estejam contabilizados de acordo com as praticas contábeis geralmente aceitas; e b) o desempenho ambiental tenha a ampla transparência de que os usuários da informação contábil necessitam.
De acordo com o autor, estes tipos de lançamentos contábeis busca a
registrar todos os movimentos ligados ao meio ambiente, sejam eles nas contas do
ativo ou passivo da empresa.
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2 COMPONENTES DA CONTABILIDADE AMBIENTAL
2.1. DESPESAS AMBIENTAIS
Despesas Ambientais são gastos empregados no gerenciamento e na
administração ambiental, promovidas por todos os departamentos envolvidos na
proteção do meio ambiente.
Conforme afirmação de RIBEIRO (2005, p. 50 e 51)
[...] despesas podem conter gastos relativos a horas de trabalho e insumos absorvidos no processo de: programas e políticas ambientais; recrutamento de pessoal; compra de insumos e equipamentos; compras realizadas; recebimento dos itens adquiridos; estocagens de insumos; treinamentos; e auditoria ambiental.
Esses gastos devem ser contabilizados como despesas do exercício em curso; embora alguns possam ter relações com benefícios futuros, dificilmente estes poderiam ser associados ou mensurados com clareza.
Como exemplos de Despesa Ambiental, segundo NBC ITG 2004 –
INTERAÇÃO DA ENTIDADE COM O MEIO AMBIENTE, têm-se os gastos realizados
para:
(1) implementar a política ambiental, tais como cartazes, cartilhas, folders e outros;
(2) implementar educação ambiental para empregados, terceirizados, autônomos,
administradores e para a comunidade;
(3) dar cumprimento a compensações ambientais a serem realizadas pela entidade
em decorrência de sua atividade;
(4) recuperar dano ambiental provocado por suas atividades quando não puderem
ser associados ao processo produtivo;
(5) contratar auditoria ambiental por iniciativa da entidade ou requerida em
decorrência de assegurações ou por órgãos ambientais;
(6) contratar consultoria para elaboração de relatórios, estudos, ou análises
ambientais;
(7) coletar ou adquirir dados e informações, trabalhos e inspeções de campo,
análises de laboratório, estudos técnicos e científicos e acompanhamentos e
monitoramento dos impactos relacionados com o meio ambiente;
(8) arcar com as multas ou indenizações ambientais em decorrência de suas
atividades estarem em desacordo com o disposto na legislação ambiental.
Os departamentos que podem registrar estas despesas são: Departamento
de Gerenciamento Ambiental; Departamento de Recursos Humanos; Departamento
de Compras; e Departamento Financeiro.
Alguns exemplos de Despesa Ambiental, que pode-se relatar:
a) Confeccionar cartazes, cartilhas, folders e outros com políticas ambientais;
b) Apresentar palestras ambientais para empregados, terceirizados, autônomos,
administradores e para a comunidade;
c) Cumprir equilíbrios ambientais a serem concretizados através da atividade da
entidade;
d) Fazer a recuperação de danos ambientais ocasionados pela atividade da
empresa, associado ao processo produtivo;
e) Assegurar o comprometimento com a preservação ambiental, contratando-se uma
auditoria assegurada pela entidade ou por órgãos ambientais;
f) Contratação de consultoria com apresentação de relatórios, estudos, ou análises
ambientais;
g) Monitorar os impactos ambientais através de analises, estudos científicos,
estudos técnicos, levantamentos de campo e acompanhamentos presenciais;
h) Responsabilidade por multas ou infrações ambientais por estar em desacordo
com a legislação ambiental.
TINOCO e KRAEMER (2004, p. 187), relatam que:
As despesas relativas às atividades de descontaminação e restauração de lugares contaminados, eliminação de resíduos acumulados ou eliminação de ativos imobilizados requerem adotar uma provisão no momento em que a entidade tenha que atender a essas obrigações.
Os autores relatam que todas as políticas e os processos voltados a gestão
ambiental são tratados como despesas ambientais.
TINOCO e KRAEMER (2004, p. 187), afirma que:
As despesas ambientais divide-se em: despesas operacionais e despesas não operacionais. As operacionais são aquelas que citamos e devem ser evidenciadas na Demonstração do Resultado do Exercício, enquanto as não operacionais são as que decorrem de acontecimentos ocorridos fora da atividade principal da entidade como: multas, sanções e compensações de terceiros. Não é considerada despesa não operacional a derivada de
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autuação ambiental ocorrida no passado, que deva ser assumida na atualidade, exceto quando ocorrer mudanças de critério ou correção de um erro contábil de exercícios anteriores.
Constata-se na ideia dos autores, que existem duas classificações de
despesas ambientais, cada uma deve ser registrada de acordo com a forma de
como elas ocorrem, levando em conta a sua finalidade principal.
2.2. CUSTOS AMBIENTAIS
Para TINOCO e KRAEMER (2004, p. 167),
Os gastos ambientais apresentam-se em muitas das ações das empresas a todo momento. Podem estar ocultos em etapas do processo produtivo e nem sempre são facilmente identificáveis, como o design de novos produtos.
Conforme a produção é desenvolvida dentro de uma empresa, surgem os
castos pertinentes a este processo, isso chama-se de custos ambientais.
RIBEIRO (2005, p. 182), diz que os custos ambientais são definidos após a
identificação e, mensuração dos recursos consumidos pelas atividades de controle,
preservação e recuperação ambiental. Complementa ainda que os gestores da
empresa passam a ter informações do tipo: os custos de cada uma das atividades
necessárias ao processo; os custos de todo o processo; os custos de todas as
atividades desenvolvidas pela função, independentemente dos processos que as
exigiram; e o resultado dos centros de custos responsáveis por atividades de
controle.
Os custos ambientais são gastos que resultam em benefícios econômicos
para a entidade, decorridos da sociedade externa, por ter um resultado melhor pela
conservação dos recursos naturais.
Os custos ambientais agregam o total de custos localizados em uma
empresa. É uma espécie de custos distintos que integram o conjunto de gastos
monetários incorridos em uma organização.
FERREIRA (2011, p. 102), comenta “em relação a cada objeto que se queira
custear, os custos poderiam ser classificados como diretos ou indiretos e podem ter
sua abrangência delimitada na empresa ou fora dela”.
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Diretos: são aqueles cujos fatos geradores afetam o meio ambiente e cujo impacto pode ser diretamente identificado a uma ação poluidora ou recuperadora ocorrida numa área física sob a responsabilidade da entidade contábil. Exemplo: custos relativos à produção ou estocagem.
Indiretos: são os fatos geradores que afetam indiretamente o meio ambiente cujo impacto não pode ser diretamente identificado a uma ação poluidora ou recuperadora ocorrida na área física de responsabilidade da entidade. Exemplo: os relativos ao consumo. Caso de aerossóis; ou, ainda, quanto ao uso de bateria de telefone celular.
A diferença entre custo e despesas ambiental, onde os custos são gastos
oriundos da preservação, diminuição ou eliminação da produção respectivamente à
produção, já as despesas ambientais são gastos com recuperação e reparação de
danos ambientais, e também aqueles cometidos sem relação aos processo
produtivo da empresa, como por exemplo, os gastos administrativos cometidos com
processos e taxas por não atender a legislação ambiental.
Segundo RIBEIRO (2005, p. 55), o reconhecimento dos custos;
Os custos e despesas para controle, proteção e recuperação ambiental, via de regra, não poderão ser associados a um processo produtivo único, como também dificilmente haverá condições de determinar com precisão seu exato período de competência.
Algum tempo atrás, os custos ambientais eram considerados como medidas
externas, não influenciando nas margens e resultados das empresas, já atualmente
estes custos são considerados originários da produção, com vista a alcançar o
desenvolvimento sustentável, registrando e contabilizando todos os atos relativos a
preservação ambiental adotada pela entidade.
Segundo RIBEIRO (2005, p. 52), alguns exemplos de custos ambientais que
diretamente e indiretamente estão ligados ao meio ambiente:
Todas as formas de amortização (depreciação e exaustão) dos valores relativos aos ativos de natureza ambiental que pertencem à companhia;
Aquisição de insumos próprios para controle, redução ou eliminação de poluentes;
Tratamento de resíduos dos produtos;
Disposição dos resíduos poluentes;
Recuperação ou restauração de áreas contaminadas;
Mão de obra utilizada nas atividades de controle, preservação ou recuperação do meio ambiente.
A contabilização dos custos ambientais é de grande importância para que as
empresas possam interagir com o meio ambiente e mostrar para a população
externa que encontra-se apta a fabricar e negociar seus produtos e serviços e
mostrar que estão ecologicamente corretas.
24
2.3. PERDAS AMBIENTAIS
Segundo RIBEIRO (2005, p. 57), perdas ambientais “são gastos que não
proporcionam benefícios para a empresa.”
As perdas ambientais podem ser consideradas como prejuízos causados ao
meio ambiente, como por exemplo, queimadas, vazamentos tóxicos, etc.
Os danos a natureza devem ser reparados pelas organizações, como afirma
RIBEIRO (2005, p. 57):
Os gastos necessários à recuperação e reparação de danos causados ao meio ambiente tem seu fato gerador em momentos passados. Devem, contudo, ser contabilizados no exercício em que os trabalhos de correção tem início.
Como pode ser constatado, os resultados contábeis podem ser alterados se
a empresa ocasionou um dano a natureza e tem que ser reparado. O exercício a ser
alterado é aquele quando terá que executar o procedimento de reparação.
2.4. ATIVOS AMBIENTAIS
Os ativos ambientais, segundo BARBIERI (2004, p.214),
...representam as aplicações de recursos em atividades relacionadas com qualquer das abordagens de gestão ambiental [...], controle da poluição, prevenção da poluição e tratamento estratégico das questões ambientais.
Em seu sentido mais amplo, FERREIRA (2011, p. 97), distingue em grupos
ativo ambiental. Para produtos acabados:
- Como ativo renovável (independente de sua classificação) entende-se o recurso que a natureza consegue continuar produzindo, sem que se vislumbre a hipótese de seu desaparecimento em função do uso.
- Como ativo não renovável entende-se o recurso cujo uso tem a capacidade e esgotá-lo sem que a natureza consiga repor o estoque utilizado.
Observa-se que os ativos podem ser renováveis e não renováveis, onde o
primeiro pode ser produzido, atendendo a demanda de consumo, já o segundo, a
produção não atende a demanda da procura, pois não há matéria prima suficiente
para atender esta demanda.
Para BERGAMINI JR (1999, p.6), relata que o ativo ambiental é:
25
[...] um recurso controlado por uma empresa que surge de eventos passados e de onde são esperados futuros fluxos de benefícios econômicos diretos ou indiretos para a empresa, através de: aumento da capacidade ou aumento da segurança ou eficiência de outros ativos próprios da empresa; redução ou prevenção de provável contaminação ambiental resultante de futuras operações; ou, ainda, conservação do meio ambiente. Esse tipo de gasto deve ser capitalizado, na forma de imobilizado ou diferido, se atender aos critérios de reconhecimento como um ativo, para apropriação nos períodos em que gere benefícios econômicos futuros.
Conforme relata o autor, os ativos ambientais correspondem todos os bens e
direitos adquiridos pela empresa onde são utilizados no direcionamento da
preservação do meio ambiente.
2.5. PASSIVOS AMBIENTAIS
De acordo com RIBEIRO (2005, p.112):
Os passivos ambientais devem ser informados em subgrupo especifico das exigibilidades. Sua composição e seus respectivos valores deverão ser discriminados em notas explicativas às demonstrações contábeis. No entanto se houver uma obrigação relevante, em termo de valores e natureza, devera ser contabilizada e evidenciada no Balanço Patrimonial em conta especifica.
Pela ideia do autor, pode-se afirmar que os passivos são obrigações
apresentadas nas demonstrações contábeis direcionadas especificamente voltadas
à politicas ambientais.
As empresas ou indústrias originam qualquer espécie de passivo ambiental,
gerando também investimentos para compensar os impactos causados ao meio
ambiente
Conforme discorre RIBEIRO (2005, p. 75-76), que:
Recentemente em moda, o termo Passivo Ambiental, quer se referir aos benefícios econômicos ou aos resultados que serão sacrificados em razão da necessidade de preservar, proteger e recuperar o meio ambiente, de modo a permitir a compatibilidade entre este e o desenvolvimento econômico, ou em decorrência de uma conduta inadequada em relação a estas questões.
Portanto, os passivos ambientais são originários de risco e incertezas
ambientais.
Na opinião do IBRACON (1996, p.5):
O passivo ambiental pode ser conceituado como toda agressão que se praticou/pratica contra o meio ambiente e consiste no valor de investimentos
26
necessários para reabilitá-lo, bem como multas e indenizações em potencial.
O passivo ambiental, como qualquer passivo, está dividido em capital de
terceiros e capital próprio os quais constituem as origens de recursos da entidade.
Exemplos de origens:
a) Bancos - empréstimos de instituições financeiras para investimento na
gestão ambiental;
b) Fornecedores - compra de equipamentos e insumos para o controle
ambiental;
c) Governo - multas decorrentes a infração ambiental;
d) Funcionários - remuneração de mão de obra especializada em gestão
ambiental;
e) Sociedade - indenizações ambientais;
f) Acionistas - aumento do capital com destinação exclusiva para
investimentos em meio ambiente ou para pagamento de um passivo ambiental;
g) Entidade - através de destinação de parte dos resultados (lucro) em
programas ambientais.
Para TINOCO e KRAEMER (2004, p. 178):
Os Passivos Ambientais ficaram amplamente conhecidos pela sai conotação mais negativa, ou seja, as empresas que os possuem agrediram significativamente o meio ambiente e, dessa forma, tem que pagar vultuosas quantias a título de indenização a terceiros, de multas e para a recuperação de áreas danificadas.
De acordo com os autores, toda as obrigações provenientes de penalidades
relativas a degradação do meio ambiente, são definidas como Passivos Ambientais.
Existem três tipos de obrigações decorrentes do Passivo Ambiental: legais
ou implícitas; construtivas e justas. (TINOCO e KRAEMER, 2004, p. 178).
Legais ou Implícitas: quando e entidade tem uma obrigação presente legal
como consequência de um evento passado.
Construtivas: são aquelas que a empresa propõe-se a cumprir
espontaneamente, excedendo as exigências legas. Ocorre quando a empresa está
preocupada com a sua reputação na comunidade em geral.
Justas: refletem a consciência de responsabilidade social, ou seja, a
empresa cumpre em razão de fatores éticos e morais.
27
2.6. RECEITAS AMBIENTAIS.
Como apresenta TINOCO e KAEMER (2004, p.187 e 188),
As receitas ambientais decorrem de:
prestação de serviço especializado em gestão ambiental;
venda de produtos elaborados de sobras de insumos do processo produtivo;
venda de produtos reciclados;
receita de aproveitamento de gases e calor;
redução de consumo de matérias-primas;
redução de consumo de energia;
receita de consumo de água
participação no faturamento total da empresa que se reconhece como sendo devida a sua atuação responsável com o meio ambiente.
Diante disso, o objetivo das receitas ambientais não é gerar lucro, e sim ter
um controle responsável de produção.
As receitas ambientais podem ser exemplificadas, de acordo com KERPEL,
ROSSATO e BRONDONI (2002, p.9):
Prestação de serviços na gestão ambiental;
Venda de produtos a partir de sobras e sucatas;
Participação no faturamento da parcela que demonstra sua atuação responsável com o meio ambiente.
As organizações não concretizam a gestão ambiental visando originar
receita, porém, a partir da implantação de princípios que dão valor o meio ambiente,
a origem de receitas acontece de formato natural, pois, com um produto de melhor
qualidade, os consumidores adquirem mais, aumentando a demanda e, por
resultado final, o lucro.
As receitas ambientais são apresentadas na Demonstração de resultado, da
seguinte forma:
DRE
XX15 % XX16 %
Receita Líquida de Serviços 1.000.000,00 100% 1.100.000,00 110% ( - ) Custo do Serviço prestado 500.000,00 100% -550.000,00 110% Lucro Bruto 500.000,00 100% 550.000,00 110% Despesas Operacionais Despesas com Pessoal -150.000,00 100% -140.000,00 93% Despesas Administrativas -100.000,00 100% -110.000,00 110% Despesas/Receitas Financeira -1.500,00 100% -1.600,00 106% Despesas Ambientais 100% 28.214,00 28.214% Receitas Ambientais 100% 24.800,00 24.800% Lucro Líquido do Exercício 248.500,00 294.986,00 118%
Figura 2 - DRE Fonte: do próprio autor
28
Tanto as despesas como as receitas ambientais surgem após as despesas e
receitas normais, antes da apuração do Lucro Líquido do Exercício.
Podemos ver no quadro acima que no exercício anterior esta empresa não
teve nenhuma movimentação nas contas de despesas e receitas ambientais.
29
3. RESPONSABILIDADE SOCIAL
3.1. BALANÇO SOCIAL
O Balanço Social segundo SILVA; SILVA; SILVA (2008), deu-se inicio em
1977 na França com uma visão limitada a recursos humanos, mas com o passar do
tempo foi tratado de uma forma mais significativa, considerando também a questão
ambiental. Ele é um demonstrativo que nos mostra o lado social da empresas, ou
seja, a relação entre empresa, empregados, comunidade e ainda meio ambiente.
De acordo com o artigo do Prof. Edson Degraf, publicado em 2012, o
Balanço Social é:
[...] uma demonstração que pode ser publicada anualmente pelas empresas, e que reúne uma série de informações sobre sua atuação social, como por exemplo: os projetos, os benefícios e ações sociais dirigidas aos empregados, investidores, analistas de mercado, acionistas e à comunidade. É uma ferramenta que avalia e multiplica a evidenciação da responsabilidade social das empresas.
No balanço social, a empresa evidencia o que faz por seus funcionários, dependentes, colaboradores e comunidade, evidenciando de forma transparente as atividades que melhoram a qualidade de vida. A função principal é tornar pública a responsabilidade social, e dessa forma, construir as ligações entre a sociedade, meio ambiente e empresa.
RIBEIRO (2005, p. 15), afirma que no sentido mais amplo, o Balanço Social
deve refletir toda a responsabilidade da empresa para com a sociedade, contendo
informações sobre:
o valor adicionado à economia e à sociedade;
a gestão de recursos humanos: benefícios proporcionados à mão-de-obra
empregada;
a interação com o meio ambiente: impactos e benefícios de suas atividades sobre
o meio natural, bem como os efeitos negativos desse meio sobre seu patrimônio;
a interação com a sociedade: relacionamento com a circunvizinhança – benefícios
proporcionados e impactos causados.
Para TINOCO, apud DE LUCA (1998, p.23), o Balanço Social é:
[...] um instrumento de gestão e de informação que visa reportar, da forma mais transparente possível, vale dizer, com evidenciação plena (full disclosure) informações econômicas, financeiras e sociais do desempenho das entidades, aos mais diferenciados usuários da informação, dentre estes usuários os trabalhadores.
Como o autor relata, o Balanço Social são informações diferenciadas
levadas aos usuários internos e externos sobre a situação econômica, financeira e
ambiental da empresa.
Para PAIVA (2003, p. 65):
Embora ainda seja um relatório de divulgação alternativa, o Projeto de Lei nº 3.116/97, em tramite nas esferas federais, prevê a obrigatoriedade da divulgação do balanço social por empresas com 100 funcionários ou mais, e para as públicas, independentemente do número de funcionários.
O Balanço Social deve ser publicado nos meios divulgadores, em alguns
casos, dependendo de quem o informa e pela quantidade de funcionários.
Conforme TINOCO e KRAEMER (2004, p. 90), “O Balanço Social tem por
ambição descrever certa realidade econômica, ambiental e social, de uma entidade,
através do qual é suscetível de mensuração, avaliação e divulgação.”
O instituto Brasileiro de Análise Social e Econômica, em seu modelo de
Balanço Social, sugere que as empresas que divulguem seus gastos relativos ao
meio ambiente, classificando-os como “investimentos” (PAIVA, p. 66)
Abaixo, segue, em anexo, um modelo para publicação do Balanço Social
(Ibase – Instituto Brasileiro de Análise Social e Econômica – 2000).
3.2. SISTEMA GESTÃO AMBIENTAL
De acordo com TINOCO e KRAEMER (2004, p. 120 e 121):
Os Sistemas de gestão ambiental (SGA) atuais originaram-se do desenvolvimento de sistemas de qualidade. Constituem-se em instrumentos de gestão que possibilitam a uma organização de qualquer dimensão ou tipo controlar o impacto de suas atividades no ambiente.
[...] pode ser definido como um conjunto de procedimentos para gerir ou administrar uma organização, de forma a obter o melhor relacionamento com o meio ambiente. Consiste, essencialmente, no planejamento de suas atividades, visando eliminação ou minimização dos impactos ao meio ambiente, por meio de ações preventivas ou medidas mitigadoras.
Segue em anexo o sistema de gestão ambiental, conforme LÓGICA (2016).
Atualmente o meio ambiente apresenta modificações não só o aspecto
poluição ou combate a poluição e sim os custos que geram para fazer isso, no
sentido econômico e social. É necessário melhorar a vida do homem, gerando
31
riqueza e preservando o meio ambiente para que as futuras gerações não cessem a
cadeia de desenvolvimento onde isso chamamos de desenvolvimento sustentável.
A organização necessita de gestão ambiental para que se consiga um
estabilização entre as receitas e os bens e serviços originados, e assim beneficiar
superação, cancelamento ou diminuição de custos motivados pelas atividades da
empresa.
De acordo com FERREIRA (2011, p. 36) os benefícios causados pela
gestão ambiental podem ser:
[...] a diminuição ou total eliminação da necessidade de tratamentos de saúde; o aumento da produção e das vendas, por acesso a mercados específicos para produtos e empresas que tenham preocupação com a preservação do meio ambiente; a ausência de multas; a não incorrência de riscos de indenizações a terceiros, entre outros, e todos diretamente relacionados a problemas causados ao meio ambiente.
Faz-se entender que a empresa que possui gestão ambiental, elimina quase
totalmente as incidências de multas, pois se preocupa em adquirir e vender produtos
de fornecedores ou clientes que se preocupam com o meio ambiente.
3.3. DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
O termo “desenvolvimento sustentável”, segundo BARBOSA (2008), surgiu a
partir de estudos da Organização das Nações Unidas sobre as mudanças climáticas,
como uma resposta para a humanidade perante a crise social e ambiental pela qual
o mundo passava a partir da segunda metade do século XX.
O desenvolvimento sustentável aparece quando as Indústrias buscam
conciliar o desenvolvimento sustentável com a preservação do meio ambiente. De
acordo com RIBEIRO (2005, p. 6): “[...] desenvolvimento sustentável corresponde à
satisfação das necessidades sociais, sem o prejuízo das gerações futuras.”
Conforme TINOCO e KRAEMER (2004, p. 134):
[...] as empresas tem um papel social e ambiental extremamente relevante. Através de uma pratica empresarial sustentável, provocando mudanças de valores e de orientação em seus sistemas operacionais, estarão engajadas à ideia de desenvolvimento sustentável e preservação do meio ambiente, com responsabilidade social.
Baseando-se na ideia dos autores, as empresas devem adaptar suas
atividades produtivas, desenvolvendo praticas que não agridem o meio ambiente.
32
3.3.1. ISO 14000
RIBEIRO (2005, p. 145), define A ISO 14000, da seguinte maneira:
“...estabelece as diretrizes báIIsicas para a implementação do sistema de gestão
ambiental, o qual constitui um processo estruturado, genérico e completo, que visa à
melhoria contínua do desempenho nas empresas e globalmente.”
Conforme relata SEIFFERT (2006, p. 32), “A norma ISO 14001 orienta o
gerenciamento das atividades e dos aspectos ambientais decorrentes de processos,
produtos e serviços das organizações.”
SEIFFERT (2006, p. 16), cita dois importantes instrumentos para gestão
empresarial:
Dois importantes resultados dessa conferência foram a Agenda 21 e as normas da série ISO 14000. Ambos são instrumentos valiosíssimos para a gestão ambiental. Enquanto a agenda 21 permite uma atuação em nível macro, através do estabelecimento de diretrizes gerais, para processos de gestão em nível federal, estadual e municipal, as normas da série ISO 14000 apresentam sua função em um contexto micro, em nível organizacional.
Conforme ideia do autor, a ISSO 14000 é um certificado recebido das mais
diversas organizações nacionais e internacionais direcionado a todas as empresa
que seguem à risca as diretrizes ambientais.
De acordo com portal BSI (2017)
A certificação ISO 14001 faz com que a sua empresa seja reconhecida como uma empresa que respeita o meio ambiente, trazendo maior reconhecimento e novas oportunidades de negócios. Ela ajuda você a demonstrar o seu comprometimento com a redução de impactos ambientais e atender às expectativas de sustentabilidade das partes interessadas.
Na ideia do autor, pode-se concluir que a ISO 14001 é de merecimento da
organização que respeita o meio ambiente, sendo reconhecida por todos aqueles
investidores que necessitam fazer parcerias comerciais.
Conforme DIAS (2007, p. 91), as normas ISO 14000 são:
...uma família de normas que buscam estabelecer ferramentas e sistemas para a administração ambiental de uma organização. Buscam a padronização de algumas ferramentas-chave de análise, tais como a auditoria ambiental e a análise do ciclo de vida.
3.3.2. EMAS
33
O EMAS – Sistema Comunitário de Eco-Gestão e Auditoria ou Eco-
Managementand Audit Scheme foi regulamentado, segundo AQUINO; ALMEIDA;
ABREU (2008), em 29 de junho de 1993 pela CEE nº 1836/93.
O Emas é um instrumento voluntário dirigido às empresas que pretendem
avaliar e melhorar seus comportamentos ambientais e informar o publico e outras
partes interessadas a respeito de seu desempenho e intenções quanto ao meio
ambiente, não se limitando ao cumprimento da legislação ambiental nacional e
comunitária existente. (TINOCO; KRAEMER, 2004 p. 126).
Segundo TINOCO e KRAEMER (2004, p. 126), pode-se afirmar que o EMAS
é:
...um instrumento voluntario dirigido às empresas que pretendem avaliar e melhorar seus comportamentos ambientais e informar o público e outras partes interessadas a respeito de seu desempenho e intenções quanto ao meio ambiente, não se limitando ao cumprimento da legislação ambiental nacional e comunitária existente.
O objetivo era fazer com que um maior número de empresários aderisse ao
EMAS, e assim ajudar as empresas na melhoria de seu funcionamento quanto à
questão ambiental, promovendo as melhorias necessárias.
De acordo com BARBIERI (2005, p. 98):
Essa versão da norma tratava de um sistema de gestão ambiental, aberto à participação voluntária apenas para as empresas industriais. Em 2001, o Parlamento Europeu e Conselho da União Europeia, por meio do Regulamento nº 761/2001, substituiu o regulamento de 1993 e tornou o EMAS acessível a qualquer organização. Quanto aos requisitos do SGA e da política ambiental, o anexo I, letra A do Regulamento 761/2001 declara que são os mesmos da norma ISO 14001:1996, os quais já haviam sido reconhecidos como correspondentes aos do EMAS pela decisão 265 da Comissão Europeia de 1997. O Regulamento 196/2006 reafirma a adoção dos requisitos da norma ISO 14001, revistos em 2004.
O Emas II foi publicado em 2001 em decorrência de uma revisão e
revogação do Emas, o que, AQUINO; ALMEIDA; ABREU (2008), incidiu em:
• aumento da utilização e aplicação do Emas a todas as atividade econômicas;
• utilização da ISO 14000;
• levantamento ambiental, abrangente e existente;
• adoção de um logotipo de fácil reconhecimento;
• mais envolvimento de todos os participantes na implantação do Emas;
34
• melhora do conteúdo da declaração ambiental;
• padronização da declaração ambiental para todo o mundo;
• validação anual das alterações feitas na declaração anual.
3.3.3. BS 7750
É uma especialização para citar o princípio de gestão ambiental,
fundamentado no princípio britânico que foi documentado em 1991. O BS 7750 o
mostra que o padrão da poluição dos britânicos devem ser constituídos por 40
componentes da indústria, comércio, governo e partidos legislativos do corpo e os
interessados, onde gerencia e acompanha o desempenho das práticas e políticas
ambientais sempre melhorando através de apontamentos periódicos.
O BS 7750 combina com a EMAS e também com o ISO 14001, pois todos
demandam o que presa a política ambiental sempre de acordo com a legislação
ambiental.
Conforme artigo de SIMONETTI e MIRANDA (2009)
A Norma BS 7750 foi emitida pelo Instituto Britânico de Normatização - BSI, tendo sua primeira versão publicada em 1992. A Norma BS 7750 especifica os requisitos para o desenvolvimento, implantação e manutenção de sistemas de gestão ambiental que visem garantir o cumprimento de políticas e objetivos ambientais definidos e declarados. A norma não estabelece critérios de desempenho ambiental específicos, mas exige que as organizações formulem políticas e estabeleçam objetivos, levando em consideração a disponibilização das informações sobre efeitos ambientais significativos.
De acordo com o que o autor cita, a BS 7750 busca o cumprimento de
normas especificas para com o meio ambiente para implantação da gestão
ambiental nas empresas.
Segundo TINOCO e KRAEMER (2004, p. 125),
O EMS estabelece procedimentos, instruções de trabalho e controles para se assegurar que a execução da politica e da realização dos alvos possa
transformar-se numa realidade.
Estes controles servem para estabelecer a realidade da entidade no controle
ambiental, definindo a política com as práticas da gestão.
35
4. VANTAGENS DA CONTABILIDADE AMBIENTAL
Devido ao aumento da concorrência mundial, perspectivas dos
consumidores, procuram de melhores qualidades e menores custos, onde adquirem
os produtos de empresas que respeitam o meio ambiente. As vantagens ambientais
resultam na diminuição de matéria-prima, água e energia, inclusive resulta na
melhoria da imagem da organização, sendo mais aceita pela comunidade.
As vantagens do emprego da contabilidade ambiental, segundo ZANLUCA
(2007), permite:
a) identificar os recursos ambientais, de modo que as determinações de
investimentos sejam fundamentadas nos gastos e benefícios certamente avaliados;
b) aceita medir as diminuições de gastos com água, energia e outros recursos
renováveis ou não;
c) determina dados e relatórios sobre a potência e viabilidade econômica das
atuações ambientais;
d) a divulgação do balanço ambiental causa transparência da gestão e
melhoramento na figura da empresa fabricante perante a sociedade;
e) a continuada conformidade dos atos ambientais, em consequência do emprego
de elementos físico contábeis, colabora totalmente com a comunidade com a
existência da redução de ataque ao meio ambiente.
Segundo ZANLUCA (2007), em decorrência da crescente escassez de
recursos naturais e da degradação da natureza, em todo o mundo acirrou-se o
debate econômico, político e social sobre tais situações e as medidas necessárias à
reversão deste cenário. Daí a necessidade de se conhecer o problema não somente
sob seus aspectos mais amplos – mas também específicos: boa parte da
degradação ambiental é decorrência dos próprios entes de produção de bens e
serviços – o chamado “progresso a todo custo”.
A utilização irresponsável de meios naturais para a produção de bens e
serviços, além dos danos ambientais óbvios, tende a gerar para a entidade que o
provocou o repúdio da sociedade e dos consumidores. Economicamente, a gestão
ambiental não precisa ser encarada como “um custo a mais”, mas uma ótima
oportunidade de demonstrar a responsabilidade social e melhorar a imagem
mercadológica – e por conseguinte – gerar um saudável ciclo de lucros sustentáveis
a médio e longo prazo.
37
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A Contabilidade Ambiental tem como objetivo calcular e registrar as
transações dentro da empresa, relacionadas ao Meio Ambiente, e seus efeitos que
afetam ou deveriam afetar a posição econômica e financeira das organizações.
A necessidade de proteção ao meio ambiente, a preocupação com a
melhoria da qualidade de vida das pessoas e sobretudo a garantia da
sustentabilidade dos recursos, demanda envolvimento de todos os segmentos da
sociedade e a contribuição de todas as áreas do conhecimento humano disponíveis.
O Brasil está enfrentado sérios problemas ambientais pra resolvê-los ou pelo menos
amenizá-los. Há necessidade de união entre o poder público, o setor empresarial e a
sociedade civil a fim de que juntos possam discutir a atual situação do meio
ambiente, e o mais importante, atribuir as responsabilidade de cada um neste
processo.
A contribuição da contabilidade se faz na medida em que esta pode
estabelecer comunicação entre a empresa e a sociedade, por meio das
demonstrações contábeis, que possibilitam aos usuários visualizar as atividades
ambientais desenvolvidas pelas entidades no processo de transparência. Permitem
as informações quantitativas e qualitativas relativas ao empresarial no ambiente. A
competitividade da empresa aumenta após a adequação de medidas visando
melhores taxas de conversão de matérias-primas, menores gastos com energia e
com uma força de trabalho consciente, capaz e motivada.
A contabilidade não se propõe a resolver os problemas ambientais, mas face
à sua capacidade de fornecer informações, pode alertar os vários usuários sociais
para a gravidade do problema vivenciado, ajudando, desta forma, na procura de
solução.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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ANEXOS
Fonte: LÓGICA Ambiental – 2016