faculdade catÓlica salesiana do espÍrito santo … · no grupo dos apinae está à tribo dos...

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FACULDADE CATÓLICA SALESIANA DO ESPÍRITO SANTO NAYARA AHNERT BRITO LEVANTAMENTO E CARACTERIZAÇÃO DOS NINHOS DE Tetragonisca angustula (HYMENOPTERA: APIDAE) NO CAMPUS GOIABEIRAS DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPIRITO SANTO VITÓRIA 2014

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Page 1: FACULDADE CATÓLICA SALESIANA DO ESPÍRITO SANTO … · No grupo dos Apinae está à tribo dos Meliponini, conhecidas como abelhas indígenas sem ferrão por possuir seu ferrão atrofiado

FACULDADE CATOacuteLICA SALESIANA DO ESPIacuteRITO SANTO

NAYARA AHNERT BRITO

LEVANTAMENTO E CARACTERIZACcedilAtildeO DOS NINHOS DE Tetragonisca angustula (HYMENOPTERA APIDAE) NO CAMPUS GOIABEIRAS DA

UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPIRITO SANTO

VITOacuteRIA 2014

NAYARA AHNERT BRITO

LEVANTAMENTO E CARACTERIZACcedilAtildeO DOS NINHOS DE Tetragonisca angustula (HYMENOPTERA APIDAE) NO CAMPUS GOIABEIRAS DA

UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPIacuteRITO SANTO

Trabalho de Conclusatildeo de Curso apresentado agrave Faculdade Catoacutelica Salesiana do Espiacuterito Santo como requisito obrigatoacuterio para obtenccedilatildeo do tiacutetulo de Bacharel em Ciecircncias Bioloacutegicas Orientador Prof Drordf Selma Hebling

VITOacuteRIA 2014

NAYARA AHNERT BRITO

LEVANTAMENTO E CARACTERIZACcedilAtildeO DOS NINHOS DE Tetragoniscaangustula (HYMENOPTERA APIDAE) NO CAMPUS GOIABEIRAS

DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPIacuteRITO SANTO

Trabalho de Conclusatildeo de Curso apresentado agrave Faculdade Catoacutelica Salesiana do Espiacuterito Santo como requisito obrigatoacuterio para obtenccedilatildeo do tiacutetulo de Bacharel em Ciecircncias Bioloacutegicas

Aprovado em _____ de ________________ de____ por

________________________________

Prof Drordf Selma Hebling - Orientador

________________________________

Prof Msc Danilo Camargo Santos Instituiccedilatildeo

________________________________

ProfMsc Marcus Viniacutecius Scherrer de Arauacutejo Instituiccedilatildeo

Dedico a minha Matildee Noemia e irmatilde Nathaacutelya

AGRADECIMENTOS

Meu agradecimento maior a Deus autor e mantenedor da minha vida por ter me

fortalecido e me amparado nos momentos de dificuldades

Agrave minha matildee Noemia pela compreensatildeo pelo gesto de carinho pela confianccedila e

por sempre me apoiar nas minhas escolhas

Aos meus amigos Renata Camila Evelyn Monique Taynara Douglas e Rodrigo

pelas palavras de estiacutemulo por sempre estarem ao meu lado

Agrave Profordf Drordf Tacircnia Mara Guerra por me acolher em seu laboratoacuterio (LabiBio) pela

orientaccedilatildeo durante o desenvolvimento deste trabalho como tambeacutem por todos os

ensinamentos paciecircncia e incentivo

Aos meus colegas de laboratoacuterio Christyan e Emanuela por toda ajuda e apoio que

me deram em campo durante todo o trabalho

Agrave Profordf Drordf Selma Hebling por aceitar em me orientar na faculdade e por todos os

ensinamentos

RESUMO

Buscou-se analisar a distribuiccedilatildeo dos ninhos da abelha Jataiacute (Tetragonisca

angustula Latreille) por meio de um levantamento em aacuterea urbana dentro do

Campus Goiabeiras da Universidade Federal do Espiacuterito Santo bem como observar

seu comportamento durante os meses de abril a setembro de 2014 A lista de suas

principais fontes de alimento foi obtidas atraveacutes de revisatildeo bibliograacutefica Foi

encontrado um total de 11 ninhos em paredes e muros e sob placas de concreto

Desses trecircs desapareceram na aacuterea amostral um deles na primeira semana de

observaccedilatildeo e outros dois apoacutes eventos de revoadas entre as Jataiacutes ao longo das

observaccedilotildees As observaccedilotildees indicaram a presenccedila de divisatildeo de trabalho entre

operaacuterias de limpeza operaacuterias que atuavam na defesa do ninho contra ataque de

invasores e forrageiras Estas apresentaram maior nuacutemero de visitas agraves flores no

periacuteodo da manhatilde Com relaccedilatildeo aos recursos florais de acordo com o levantamento

a partir de dados bibliograacuteficos foi verificado um predomiacutenio de plantas exoacuteticas

polinizadas pelas Jataiacutes

Palavras-chave Abelha sem ferratildeo Defesa do ninho plantas melitoacutefilas Jataiacute

ABSTRACT

One searched to analyze the distribution of the nests of the Jataiacute bee (Tetragonisca

angustula Latreille) for way of a survey in urban area inside it Goiabeiras Campus of

the Federal University it Espiacuterito Santo as well as observing its behavior during the

months of April the September of 2014 Its main food sources had been gotten

through bibliographical revision It was found a total of 11 nests in walls and walls

and under plates of concrete Of these three had disappeared in the amostral area

one of them in the first week of comment and others two after revoadas events of

between the Jataiacutes throughout the comments The comments had indicated the

presence of division of work between laborers of cleanness laborers who acted in

the defense of the nest against attack of invaders and forrageiras These had

presented greater number of visits to the flowers in the period of the morning With

relation to the floral resources in accordance with the survey from bibliographical

data was verified a predominance of exotic plants polinizadas by the Jataiacutes

Keywords Bees without sting Defense of the nest Apicultural plants Jataiacute

SUMAacuteRIO

1 INTRODUCcedilAtildeO 15

2 REFERENCIAL TEOacuteRICO 19

21 CONTEXTO SISTEMAacuteTICO DAS ABELHAS 19

22 AS ABELHAS MELIPONINI 23

23 IMPACTOS DA URBANIZACcedilAtildeO NAS ABELHAS 24

24 COLETA DE RECURSOS E PRODUCcedilAtildeO DE MEL DAS MELIPONINI 30

25 COMPORTAMENTO DA ABELHA JATAIacute 35

3 METODOLOGIA 39

31 AacuteREA DE ESTUDO 39

32 OBTENCcedilAtildeO DOS DADOS 40

33 ANAacuteLISE DOS DADOS 41

4 RESULTADOS E DICUSSOtildeES 43

41 LOCALIZACcedilAtildeO DOS NINHOS 43

42 INTERACcedilOtildeES INTER E INTRAESPECIacuteFICAS 44

43 RECUROS FLORAIS 56

5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS 65

REFEREcircNCIAS 67

15

1 INTRODUCcedilAtildeO As abelhas estatildeo organizadas na superfamiacutelia Apoidea que por sua vez eacute formada

pela famiacutelia Apidae (MELO GONCcedilALVES 2005 SILVEIRA MELOALMEIDA

2002) Haacute maior destaque para a subfamiacutelia dos Apinae que apresenta haacutebitos

sociais mais avanccedilados (NOGUEIRA-NETO 1997 MELO GONCcedilALVES 2005) e

segundo Proniacute (2000) elas satildeo importantes por manter um fluxo de energia para

diversas espeacutecies de animais incluindo o homem Nessa famiacutelia satildeo encontradas

colocircnias que possuem capacidade de alcanccedilar populaccedilotildees com milhares de

indiviacuteduos (PIRANI LAURINO 1993) Elas podem se alimentar de neacutectar ou poacutelen

das flores os quais compotildeem sua principal fonte de energia e de proteiacutenas

respectivamente Poreacutem existem espeacutecies que se alimentam de tecidos de origem

animal ao inveacutes de poacutelen como a Trigona hypogea T crassipes e T necrophaga

(NOGUEIRA-NETO 1997)

No grupo dos Apinae estaacute agrave tribo dos Meliponini conhecidas como abelhas

indiacutegenas sem ferratildeo por possuir seu ferratildeo atrofiado (SILVEIRA MELO ALMEIDA

2002) Elas apresentam uma concavidade na superfiacutecie de sua tiacutebia posterior

chamada corbiacutecula cuja alteraccedilatildeo eacute empregada para o transporte do alimento para

o ninho (NOGUEIRA-NETO 1997 SILVEIRA MELO ALMEIDA 2002) Esta

subfamiacutelia apresenta uma ampla distribuiccedilatildeo em aacutereas tropicais e subtropicais

sendo localizada na maior parte da Ameacuterica Neotropical (NOGUEIRA-NETO 1997)

No Brasil aproximadamente 250 espeacutecies de Meliponini satildeo descritas em todos os

ecossistemas (SCHWARTZ-FILHO LAROCA MALKOWSKI 2004)

Os Meliponiacuteni satildeo abelhas sociais que apresentam algumas [] rdquocaracteriacutesticas

variadas que passam por haacutebitos de nidificaccedilatildeo pela morfologia e interaccedilotildees

comportamentais complexas entre rainhas e operaacuteriasrdquo (PIRANI LAURINO 1993)

Eles satildeo o principal grupo de polinizadores em diversos ecossistemas sendo

responsaacuteveis por aproximadamente 90 da polinizaccedilatildeo de plantas nativas

faneroacutegamas em remanescentes de Mata Atlacircntica (KERR 1997apud PRONIacute

2000) o que sugere sua importacircncia para as vaacuterias espeacutecies vegetais pois atraveacutes

da coleta do seu alimento eles acabam contribuindo com a movimentaccedilatildeo de genes

entre as populaccedilotildees de plantas ou seja colaboram para que haja o aumento da

16

variabilidade geneacutetica (BAWA 1990 apud SERRA 2012 NEF SIMPSON1993apud

SERRA 2012) Isto indica que seu desaparecimento pode causar o decliacutenio de

muitas dessas espeacutecies especialmente aquelas que estabelecem relaccedilatildeo entre si

podendo dessa maneira conduzir para um desequiliacutebrio ecoloacutegico (AIZEN

FEISINGER 1994 apud SERRA 2012 HARRIS JOHNSON 2004 apud SERRA

2012)

Tetragonisca angustula (Latreille1811) pertence agrave subtribo Trigonina (abelhas que

utilizam cera) (MELO GONCcedilALVES 2005) Conhecida popularmente como Jataiacute

ela eacute uma das abelhas mais comuns no Brasil (MOURE 1961apud STUCHI 2006)

com uma ampla distribuiccedilatildeo geograacutefica ocorrendo naturalmente nos Estados do

Acre Amapaacute Amazonas Bahia Cearaacute Espiacuterito Santo Goiaacutes Maranhatildeo Mato

Grosso Minas Gerais Paraacute Paraiacuteba Pernambuco Rio Grande do Sul Rio de

Janeiro Rondocircnia Roraima Santa Catarina e Satildeo Paulo (CAMARGO PEDRO

2013)

Tetragonisca angustula possui destaque tambeacutem devido sua importacircncia terapecircutica

em tratamentos de oftalmias e moleacutestias de pulmotildees (IMPERATRIZ-FONSECA et

al 1984 apud STUCHI 2006) aleacutem da sua importacircncia ecoloacutegica e econocircmica Seu

mel com sabor suave eacute muito apreciado pelo aroma e doccedilura e atinge preccedilos altos

no mercado (CARVALHO et al 2005 apud ANACLETO et al 2009)

Como abelhas eusociais elas vivem em colocircnias perenes frequumlentemente

populosas e em atividade o ano todo apresentam uma boa adaptaccedilatildeo em relaccedilatildeo

ao haacutebito de nidificar em cavidades preacute-existentes ocos de aacutervores muros buracos

de pedras no chatildeo e caixa de luz (NOGUEIRA-NETO 1997 SILVEIRA MELO

ALMEIDA 2002) Elas possuem capacidade de voar em campos mais fechados e

como podem atuar em menores aacutereas isso eleva a eficiecircncia do seu forrageamento

em cavidades mais limitadas (VENTURIERI et al 2012)

Um dos problemas que as abelhas tecircm enfrentado satildeo as alteraccedilotildees que ocorrem

em seu habitat devido aos distuacuterbios antroacutepicos (PRONIacute 2000) No Brasil elas satildeo

ameaccediladas de extinccedilatildeo principalmente pelas alteraccedilotildees que satildeo decorrentes dos

desmatamentos e das queimadas uma vez que as rainhas natildeo conseguem escapar

devido ao grande desenvolvimento do seu abdome dentro do ninho aleacutem disso o

uso de herbicidas tem afetado os polinizadores reduzindo a variabilidade do neacutectar

das flores O crescimento urbano desordenado eacute outro fator de impacto para esses

17

insetos (KEARNS INOUYE WASER 1998 PRONIacute 2000 KEER et al 1994 apud

STUCHI 2006) por causar a reduccedilatildeo no nuacutemero de aacutereas verdes nas cidades e

consequumlentemente diminuiccedilatildeo da oferta de substratos para nidificaccedilatildeo das

abelhasocasionando dessa formamaior frequumlecircncia de alteraccedilotildees inesperada sem

seu habitat (LAROCA CURE BERTOLI 1982 TEIXEIRA VIANA NEVES 2000)

Aleacutem disso o processo de urbanizaccedilatildeo tem provocado mudanccedilas na composiccedilatildeo

floriacutestica diminuiacutedo a disponibilidade de alimentos essenciais e muitas vezes

especiacuteficos (MICHENER 1994 apud SERRA 2012 ELTZ et al 2003 apud SERRA

2012)

Outro problema que vem ocorrendo eacute o decliacutenio de diversas populaccedilotildees de abelhas

causado pelo isolamento de muitas colocircnias em fragmentos (MORATO CAMPOS

2000apud SERRA 2012) Para Kearns Inouye e Waser (1998) essa fragmentaccedilatildeo

cria colocircnias pequenas com grandes nuacutemeros de indiviacuteduos o que traz uma seacuterie de

problemas tais como o aumento da deriva geneacutetica a depressatildeo inata e o aumento

do risco de extinccedilatildeo

O aumento indiscriminado da urbanizaccedilatildeo e consequumlentemente a diminuiccedilatildeo de

aacutereas verdes tecircm prejudicado a manutenccedilatildeo e preservaccedilatildeo de muitas espeacutecies de

Meliponini (SOUZA et al 2005) Segundo Pirani e Laurino (1993) haacute poucas

informaccedilotildees de espeacutecies de abelhas que ocorrem em aacutereas com interferecircncia

humana Por essa razatildeo este trabalho visa estudar a espeacutecie Tetragonisca

angustula Latreille com o intuito de contribuir para um melhor conhecimento de sua

ocorrecircncia em aacutereas alteradas antropicamente

Para este trabalho eacute levantada a hipoacutetese de encontrar a espeacutecie Tetragonisca

angustula no campus Goiabeiras da UFES e verificar se nesta aacuterea as abelhas

encontrariam recursos suficientes para se alimentarem As abelhas T angustula eacute

uma espeacutecie que nidifica em cavidades preacute-existentes possivelmente podemos

encontraacute-las Poreacutem o campus da UFES por se localizar em regiatildeo urbana

provavelmente possui uma oferta de recursos alimentares baixa

A partir dessa hipoacutetese procurou-se verificar a existecircncia e analisar a distribuiccedilatildeo de

T angustula e de seus recursos alimentares no campus Goiabeiras da Universidade

Federal do Espiacuterito Santo (Vitoacuteria-ES) Para isso foi necessaacuterio identificar os ninhos

de T angustula quantificar os ninhos dessas abelhas e conhecer suas principais

fontes de alimento

18

19

2 REFERENCIAL TEOacuteRICO 21 CONTEXTO SISTEMAacuteTICO DAS ABELHAS

Os invertebrados da classe Insecta pertencem ao filo dos artropodos ou seja dos

animais que apresentam apecircndices locomotores articulados (BRUSCA BRUSCA

2007) Esse filo possui milhares de espeacutecies descritas que estatildeo espalhadas em

diversas classes ldquoA classe dos insetos compreende aqueles que possuem o corpo

dividido em trecircs regiotildees como cabeccedila toacuterax e abdocircmen um par de antenas

geralmente dois pares de asas e trecircs pares de pernas toraxicasrdquo (LIMA 1938)

O sucesso evolutivo dos insetos se deve a algumas caracteriacutesticas que favoreceram

sua adaptaccedilatildeo como a presenccedila das asas que permitiu o seu acesso ao alimento e

a escapar de predadores e o dobramento que permitiu o acesso a habitats muito

pequenos a presenccedila de epicuticula ceacuterea a qual reduziu a dessecaccedilatildeo um ovo

com casca resistente que tolerou ser exposto a condiccedilotildees ambientais extremas e o

seu desenvolvimento que compreende uma larva (RUPPERT BARNES 1996)

Os insetos satildeo um dos principais predadores de invertebrados e essenciais para

alimentaccedilatildeo de muitos animais terrestres por serem inuacutemeros compotildeem grande

parte das cadeias alimentares terrestres Em geral possuem extrema importacircncia

para o ambiente por serem papel chave na polinizaccedilatildeo de grande maioria das

plantas ( RUPPET BARNES 1996 BRUSCA BRUSCA 2007)

Os insetos satildeo classificados em diversas ordens destacando os Hymenoptera cuja

ordem eacute um dos quatro grupos com maior diversidade ao lado de Diptera

Coleoptera e Lepdoptera Cada uma destas ordens possui uma estimativa de

aproximadamente cem mil espeacutecies descritas em todo o mundo com exceccedilatildeo do

Coleoptera que pode chegar a trezentos mil (GOULET HUBER 1993 MACEDO

[20--])

Os Hymenoptera se destacam por possuiacuterem vaacuterias espeacutecies que apresentam

diversidade no haacutebito de vida como predaccedilatildeo parasitismo comportamento soacutelitaacuterio

e formaccedilatildeo de sociedades complexas Dentre as importantiacutessimas funccedilotildees que

desempenham ao ambiente estaacute agrave polinizaccedilatildeo das plantas cultivadas exercidas

pelas abelhas e vespas o controle bioloacutegico por parte dos himenoacutepteros

20

parasitoacuteides de pragas agriacutecolas e tambeacutem ciclagem de nutrientes e dispersatildeo de

sementes exercidas pelas formigas (ALDREY CAZALLA 1999 MACEDO [20--])

A ordem Hymenoptera eacute dividida nas subordens Symphyta e Apocrita essa ultima eacute

dividida nos grupos Parasitica e Aculeata (ALDREY CAZALLA 1999) Symphyta eacute

um grupo pequeno que apresenta o haacutebito mais primitivo principalmente os haacutebitos

de se alimentar nas plantas esse grupo possui caracteriacutesticas que se perdem do

resto dos Hymenoptera Symphyta satildeo animais de cintura grossa eles apresentam

asas inteiramente desenvolvidas pouco ou quase nenhum dimorfismo sexual e

possui unido o primeiro e segundo seguimento abdominal O ovipositor da maioria

das espeacutecies desse grupo eacute comprido lateralmente e modificado com dentes

marginais para que funcione como uma serra para perfurar o tecido das plantas

Suas larvas satildeo na maioria das vezes na forma de lagarta com presenccedila de pernas

falsas no abdocircmen e cabeccedila desenvolvida (GOULET HUBER 1993 BRUSCA

BRUSCA 2007)

Jaacute a subordem Apocrita considerada como grupo monofileacutetico eacute caracterizada pela

junccedilatildeo estreita entre o primeiro segmento do abdocircmen (metassoma) com o toacuterax

(mesossoma) o que permitiu maior flexibilidade para o metassoma controlar o

ovipositor (GOULET HUBER 1993 MACEDO [20--]) No grupo Apocrita existe a

presenccedila de grupos sociais que compreendem castas caracterizadas com machos

haploacuteides rainha e fecircmeas partenogeneacuteticas e outros indiviacuteduos como soldados e

operaacuterias (BRUSCA BRUSCA 2007)

Os membros de Apocrita satildeo basicamente carniacutevoros alimentando-se de outros

insetos No entanto vaacuterios grupos tecircm abandonado a vida de carniacutevoros e

desenvolvido para uma dieta vegetal O grupo das abelhas alimenta-se de poacutelen e

neacutectar enquanto o grupo de vespas fazem as galhas familiares sobre umas aacutervores

ou dentro de folhas frutos e caules das quais as larvas se alimentam e algumas

espeacutecies do grupo das formigas se alimentam apenas de vegetais ou satildeo oniacutevoros

(GOULET HUBER 1993)

O grupo Parasitica eacute uma divisatildeo da subordem Apocrita neste grupo inclui-se

alguns grupos fitoacutefagos e uma grande parte de parasitoacuteides (AUDREY CAZALLA

1999) Os parasitoacuteides satildeo insetos que depositam seus ovos em ovos larvas ninfa

ou pupa de hospedeiros geralmente levam agrave morte e tecircm a fase adulta com vida

livre (GOULET HUBER 1993 MACEDO [20--]) De acordo com os estudos de

21

Audrey e Cazalla (1999) o uso da divisatildeo cladiacutestica desse grupo tende a ser

eliminado porque constitui um agrupamento artificial das superfamiacutelias de

Hymenoptera As superfamiacutelias que se incluem satildeo Trigonalyoidea Megalyroidea

Evanioidea Stephanoidea Ichneumonoidea Chalcidoidea Proctotrupoidea

Ceraphronoideae Cynipoidea (AUDREY CAZALLA 1999) Destacamos a

superfamiacutelia Chalcidoidea essa envolve muitos Hymenopteros que satildeo de grande

importacircncia para a ecologia como tambeacutem para economia e a superfamiacutelia

Ichneumonoidea que de acordo com os dados de Rasnitsyn (1988) (apud AUDREY

CAZALLA 1999) satildeo o grupo irmatildeo dos Aculeata

Jaacute o grupo dos Aculeata satildeo os mais diversos em Hymenoptera eles apresentam

uma origem evolutiva comum que eacute representada pelo ferratildeo caracteriacutestica que

apareceu apenas uma vez durante a evoluccedilatildeo do grupo (AUDREY CAZALLA1999)

Neste grupo satildeo conhecidas sete superfamiacutelias como Chrysidoidea Formicoidea

Tiphoidea Pompiloidea Apoidea Vespoidea e Sphecoidea As principais diferenccedilas

entre as classificaccedilotildees recentes estatildeo relacionada com a grande diversidade de

vespas esfecoacuteides e os Apidae Esses estatildeo dentro da superfamiacutelia dos Apoidea por

apresentarem caracteriacutesticas semelhantes A superfamiacutelia Chrysidoidea eacute

considerada grupo irmatildeo dos Apoidea e Vespoidea Dentre as superfamiacutelias a dos

Apoidea eacute que apresenta a maior diversidade de aculeados (AUDREY CAZALLA

1999)

O evento evolutivo que deu origem aos primeiros aculeados foi agrave aquisiccedilatildeo de um

ferratildeo venenoso a partir do ovipositor dos icneumoniacutedeos ou seja os Apocrita

possuiacuteam uma glacircndula que era associada ao ovipositor Essa glacircndula produzia

secreccedilotildees que eram mais suscetiacuteveis ao substrato para o desenvolvimento das

larvas poreacutem durante a evoluccedilatildeo essa glacircndula comeccedilou a produzir veneno para

paralisar seus hospedeiros e utilizaacute-los como alimento para as larvas Desde entatildeo

o ovipositor dos aculeados acabou sendo usado tambeacutem para inoculaccedilatildeo de

veneno como uma arma defensiva para se protegerem de alguns vertebrados

(AUDREY CAZALLA 1999)

Esse evento foi muito importante e resultou em alguns modos de vida que puderam

estabelecer estrateacutegias evolutivas bem sucedidas como por exemplo o

desenvolvimento dos meacutetodos de transporte das presas em ninhos diferentes A

construccedilatildeo de ninhos foi uma estrateacutegia evolutiva importante visto que as espeacutecies

22

armazenavam alimento em grande quantidade antes de comeccedilar o desenvolvimento

de suas larvas (AUDREY CAZALLA 1999)

O desenvolvimento das sociedades eacute caracterizado pela presenccedila de divisatildeo de

castas Ela se baseia no mecanismo haplo-diploacuteide da determinaccedilatildeo do sexo em

que as fecircmeas satildeo diploacuteides feacuterteis os machos haploacuteides e cooperam apenas na

fecundaccedilatildeo da rainha e as operarias esteacutereis Essa sociedade ocorre em todas as

formigas e em algumas abelhas e vespas (AUDREY CAZALLA 1999 PRATO [20--

])Para que a espeacutecie seja eussocial eacute necessaacuterio que dentro do ninho tenha divisatildeo

de trabalho colaboraccedilatildeo para cuidar da prole e ter mais de uma geraccedilatildeo em um

mesmo ninho (AUDREY CAZALLA 1999)

O grupo das abelhas estaacute reunido na Superfamiacutelia Apoidea De acordo com a

proposta da aacutervore filogeneacutetica dos principais clados das abelhas descrita por

Michener (1944 apud SILVEIRA MELO ALMEIDA 2002) seis famiacutelias foram

reconhecidas satildeo elas Colletidae Apidae Adrenidae Halictidae Megachilidae e

Milittidae Essa classificaccedilatildeo representou um importante avanccedilo nas relaccedilotildees

filogeneacuteticas desse grupo (SILVEIRA MELO ALMEIDA 2002) Nos estudos de

Melo e Gonccedilalves (2005) eacute abordada uma classificaccedilatildeo mais atual para as abelhas

Essa classificaccedilatildeo eacute revisada por Michener (2000 apud MELO GONCcedilALVES

2005) em que ele defende uma mudanccedila na qual as abelhas estatildeo incluiacutedas apenas

em uma famiacutelia a Apidae e as famiacutelias da classificaccedilatildeo tradicional como subfamiacutelias

Nessa revisatildeo da classificaccedilatildeo das abelhas satildeo reconhecidas sete subfamiacutelias 51

tribos e 27 subtribos (MELO GONCcedilALVES 2005) De acordo com esta a

subfamilia Meliponinae passa a ser a tribo Meliponini com duas subtribos Trigonina

e MeliponinaPara este trabalho foi utilizada esta nova classificaccedilatildeo das abelhas

revisada por Michener (2000)

Na superfamiacutelia Apoidea grande parte das abelhas satildeo solitaacuterias (85) entre elas

estatildeo algumas espeacutecies da subfamiacutelia Megachilidae Anthophoridae e Apidae No

haacutebito de vida solitaacuterio cada fecircmea cuida sozinha do seu ninho ou seja o constroacutei

coloca os ovos busca alimento suficiente para o crescimento da larva e

normalmente morre antes da sua progecircnie amadurecer natildeo tendo dessa maneira

contato entre as geraccedilotildees (SANTOS 2002 MICHENER 1969 PERUQUEETI [19--

]) Jaacute a grande parte das abelhas que apresentam os haacutebitos mais sociais satildeo os

Apinae (Bombineos (Bombini) Apineos(Apini) e Meliponineos (Meliponini) elas vivem

23

em grandes colocircnias com apenas uma rainha e vaacuterias operaacuterias e divisatildeo de

trabalho (MICHENER 1969)

Haacute dois grandes grupos de abelhas altamente sociais ambos na subfamiacutelia Apinae

os Apineos (todos do gecircnero Apis) e os Meliponineos (Meliponini) (abelhas sem

ferratildeo) Esse comportamento pode ter evoluiacutedo duas vezes a partir de semelhanccedilas

no comportamento social entre Apis e Meliponineos (Meliponini) que surgiram

independentemente (WINSTON MICHENER 1977) Em ambos os grupos satildeo

produzidos enxames poreacutem com mecanismos bem diferentes Nos Meliponineos

(Meliponini) as operaacuterias da colocircnia voam para encontrar novos siacutetios para nidificar

preparam o ninho com mateacuterias do ninho antigo e somente quando o novo ninho

estaacute pronto a rainha jovem se junta a estas operaacuterias e deixa a rainha velha no

antigo ninho Jaacute em Apis a rainha velha sai com suas operaacuterias e deixa a jovem no

ninho antigo (WINSTON MICHENER 1977)

Em relaccedilatildeo agrave alimentaccedilatildeo das larvas em Apis satildeo operaacuterias que fazem esse

trabalho Jaacute em meliponineos (meliponini) as operaacuterias fecham as ceacutelulas de cria

com ovos e colocam alimento suficiente para a larva completar seu desenvolvimento

(WINSTON MICHENER 1977)

As abelhas dependem totalmente das plantas para se alimentarem o seu

aparecimento pode estar relacionado com o surgimento das angiospermas

(PERUQUETTI [19--] PIRANI LAURINO 1993) As angiospermas mais primitivas

surgiram com flores bem rasas com o passar do tempo foram se especializando em

plantas estreitas tubulares e profundas Para ter maior sucesso na coleta do neacutectar

as abelhas adaptaram suas peccedilas bucais com liacutengua curta e liacutengua longa assim

passaram a ser chamadas de abelhas lambedoras e sugadoras respectivamente

(PERUQUETTI [19--] PIRANI LAURINO 1993) Para a coleta dos gratildeos de poacutelen

as primeiras abelhas portavam muitos pelos em volta do corpo condiccedilatildeo que foi

modificada ao longo do tempo (PIRANI LAURINO 1993)

22 AS ABELHAS MELIPONINI

Para estudos a respeito dos meliponineos (meliponini) Nogueira-Neto (1997)

publicou um livro que relata seus conhecimentos sobre essas abelhas indiacutegenas

24

sem ferratildeo O livro faz uma abordagem a respeito da vida dos meliponiacuteneos

(Meliponini pertencente agrave Apidae) mostrando os principais aspectos de suas

caracteriacutesticas bem como meacutetodos para sua criaccedilatildeo e cuidados que um

meliponicultor deve ter Os primeiros capiacutetulos fazem uma apresentaccedilatildeo que

caracteriza os meliponiacuteneos Haacute a apresentaccedilatildeo da classificaccedilatildeo dessas abelhas a

descriccedilatildeo de sua fonte de alimento de sua distribuiccedilatildeo geograacutefica de seu

relacionamento com outras abelhas e de sua possiacutevel aclimataccedilatildeo O autor faz

consideraccedilotildees sobre a arquitetura e o material usado para a construccedilatildeo de seus

ninhos e daacute destaque principal ao material que elas mesmas produzem a cera Nos

capiacutetulos subsequumlentes satildeo feitas consideraccedilotildees sobre a geneacutetica e o

comportamento das abelhas o tratamento e as teacutecnicas necessaacuterias para sua

criaccedilatildeo Aleacutem disso haacute tambeacutem discussotildees sobre a conservaccedilatildeo do mel a higiene

ou a sua falta em algumas espeacutecies e a existecircncia de meacuteis perigosos Neste livro o

autor teve o intuito de contribuir com seus estudos para que outros cientistas e

meliponicultores pudessem conhecer a vida dos meliponiacuteneos e fazer possiacuteveis

identificaccedilotildees de muitas outras espeacutecies

23 IMPACTOS DA URBANIZACcedilAtildeO NAS ABELHAS

Vaacuterios estudos relatam que eacute comum encontrar abelhas em aacutereas urbanizadas

(antropizadas) As espeacutecies encontradas de modo geral apresentam boa

adaptaccedilatildeo a esses ambientes Alguns estudos com relaccedilatildeo a essas abelhas

urbanas tratam de impactos que esses ambientes podem causar a elas

Laroca Sebastiatildeo e Cure (1982) realizaram um trabalho de abordagem a respeito

do impacto da urbanizaccedilatildeo sobre a abundacircncia relativa fenologia e flores

preferenciais das abelhas que se encontram em aacutereas urbanas Com coletas feitas

durante um ano no parque Passeio Puacuteblico localizado no centro da cidade de

Curitiba e na regiatildeo de Boa Vista tambeacutem em Curitiba eles constataram que

comparada as duas aacutereas de estudos o Passeio Puacuteblico apresentou um nuacutemero

menor de espeacutecies e em fenologia e flores preferenciais constataram que a

composiccedilatildeo das flores estaacute muito alterada devido agrave introduccedilatildeo de espeacutecies

cultivadas Portanto concluiacuteram que o processo de urbanizaccedilatildeo produz grandes

25

mudanccedilas na composiccedilatildeo floriacutestica nos locais de nidificaccedilatildeo e que apresentam ter

influecircncias significativas nas caracteriacutesticas associadas agraves abelhas

Taura e Laroca (1991) realizaram uma pesquisa com o propoacutesito de analisar a

distribuiccedilatildeo e a abundacircncia de ninhos de abelhas sociais em locais que apresentam

constantes processos de urbanizaccedilatildeo Com levantamentos realizados na regiatildeo de

Passeio Puacuteblico (Curitiba) eles encontraram 32 ninhos de Apidae com

predominacircncia da subfamiacutelia dos Meliponiacuteneos Assim sendo concluiacuteram que os

meliponiacuteneos eram favorecidos pelas atividades humanas para nidificaccedilatildeo uma vez

que foram encontrados em paredotildees de concretos edificaccedilotildees entre outros locais

Entretanto tambeacutem concluiacuteram que essas abelhas satildeo ameaccediladas devido agrave

instabilidade do ambiente que apresenta muitas mudanccedilas por causa da

urbanizaccedilatildeo

Pirani e Laurino (1993) publicaram um livro sobre flores e abelhas em Satildeo Paulo

onde os autores tinham o interesse de estudar as relaccedilotildees entre as abelhas e o

ambiente conhecer as plantas visitadas por elas e suas preferecircncias florais em

aacutereas onde haacute interferecircncia humana Todo estudo foi realizado dentro do Campus

Universitaacuterio de Satildeo Paulo Para desenvolver esse trabalho eles coletaram

informaccedilotildees sobre as plantas apiacutecolas dos jardins do ldquocampusrdquo sobre a atraccedilatildeo que

as espeacutecies de abelhas sociais tecircm por estas plantas e sobre as variaccedilotildees abioacuteticas

existentes As coletas nas flores de amostras de mel e poacutelen das colocircnias e

observaccedilotildees dos ninhos das abelhas foram perioacutedicas Eles obtiveram 133 espeacutecies

de flores visitadas separadas em sete famiacutelias Neste livro Pirani e Laurino fazem

discussotildees a respeito dos resultados dos seus dados associando com trabalhos de

outros autores e concluem que trabalhos como esse apresenta grande importacircncia

pois mostra o valor de determinadas espeacutecies vegetais para as abelhas e que ainda

haacute muito estudo para se fazer com relaccedilatildeo agrave abelha-flor

Devido aos danos que as abelhas vecircm sofrendo com a perda de habitat Oliveira

Morato e Garcia (1995) fizeram um estudo para conhecer as espeacutecies de

meliponineos existentes em aacutereas desmatadas fragmentos de mata isolados e mata

continua nesta uacuteltima foi tambeacutem realizado estudo para saber informaccedilotildees sobre a

densidade dos ninhos As aacutereas fragmentadas foram divididas em hectares e as

coletas das abelhas foram feitas em ninhos nidificados em aacutervores vivas e mortas

Todo o trabalho foi realizado na regiatildeo de Manaus Amazocircnia que vem sofrendo

26

antropizaccedilatildeo Foram coletadas um total de 54 espeacutecies de meliponineos sendo que

na mata contiacutenua foram 37 espeacutecies nos fragmentos isolados (de 1 e 10 hectar) e

na aacuterea desmatada foram coletada entre 21 e 25 espeacutecies e no fragmento de mata

continua(100 hectar) apenas 9 foram coletada Os autores concluiacuteram que mesmo a

regiatildeo ter apresentado grande riqueza de espeacutecies as aacutereas fragmentadas das

matas estatildeo diminuindo o tamanho das comunidades de meliponineos o que pode

deste modo comprometer a reproduccedilatildeo de diversas plantas melitoacutefilasna regiatildeo

Kearns Inouye e Wase (1998) publicaram um trabalho sobre a interaccedilatildeo de planta-

polinizador e suas interaccedilotildees Neste trabalho os autores descrevem a respeito da

natureza ecoloacutegica e evolutiva dessas interaccedilotildees e das evidentes ameaccedilas que

estatildeo sofrendo por meio das atividades humanas como tambeacutem discute sobre

soluccedilotildees de gestatildeo de melhoria para locais onde haacute crise na polinizaccedilatildeo Com

respeito a essas crises os autores debatem durante todo o trabalho que esse

problema jaacute eacute generalizado por ser associada agraves atividades humanas e que ele eacute

causado principalmente pelo uso de pesticidas e herbicidas mudanccedila no uso dos

solos pastagens agricultura fragmentaccedilatildeo do habitat desses polinizadores e pela

introduccedilatildeo de espeacutecies natildeo nativas nos ambientes O trabalho conclui que todos

esses problemas podem ter futuramente um aumento devido agraves grandes alteraccedilotildees

de habitat causado por uma populaccedilatildeo que estaacute sempre em crescimento e

sugeriram que os proacuteprios cidadatildeos e ecologistas natildeo devem medir esforccedilos para

reverter esse quadro

Proniacute (2000) realizou uma pesquisa para conhecer a biodiversidade de abelhas

indiacutegenas sem ferratildeo com o intuito de apresentar manejos de conservaccedilatildeo para os

ecossistemas Com levantamentos preliminares de ninhos de abelhas nas regiotildees

(urbana e rural) de Londrinas (Paranaacute) e municiacutepios proacuteximos agrave Bacia do Rio Tibagi

(Paranaacute) ele constatou que a aacuterea estudada apresenta uma distribuiccedilatildeo

diversificada tanto nos ecossistemas urbanos como nos agroecossistemas Em

relaccedilatildeo agrave diversidade das abelhas indiacutegenas sem ferratildeo ele observou que 12 das 19

espeacutecies encontradas ocorrem nos agroecossistemas e que praticamente natildeo

nidificam em aacutereas urbanas Portanto ele concluiu que a biodiversidade dessas

abelhas na Bacia do Rio Tibagi estaacute seriamente ameaccedilada principalmente devido agrave

diminuiccedilatildeo de aacutereas florestadas Segundo o autor para que haja melhoria do quadro

27

eacute preciso da responsabilidade de meliponicultores pesquisadores entre outros para

que sejam proporcionadas condiccedilotildees boas para essas abelhas

Devido agraves grandes mudanccedilas do ambiente provocadas pela urbanizaccedilatildeo Souza e

colaboradores (2002) fizeram um estudo durante um ano (Marccedilo de 2000 a Julho de

2001) com o intuito de verificar a diversidade e habitat de Meliponini em uma aacuterea

urbana e identificar a relaccedilatildeo das espeacutecies com o processo de urbanizaccedilatildeo Foi

realizada inspeccedilatildeo mensal a procura de ninhos de meliponini dentro do Campus da

Universidade Federal de Juiz de Fora Minas Gerais Com os ninhos encontrados foi

feito a identificaccedilatildeo do substrato em que foi nidificado Essas informaccedilotildees foram

relacionadas com os dados de temperatura umidade e precipitaccedilatildeo do municiacutepio

Durante o estudo foi encontrado uma meacutedia de 3488 ninhos e quatro espeacutecies

foram identificadas sendo elas Tetragonisca angustula Nannotrigona testaceicornis

Trigona spinipes e Partamona sp As espeacutecies encontradas apresentaram

preferecircncia em substratos de construccedilotildees (cavidades preacute-existentes) Em relaccedilatildeo agrave

temperatura umidade e precipitaccedilatildeo os autores observaram uma correlaccedilatildeo

positiva entre a temperatura e a abundancia dos ninhos das abelhas sem ferratildeo por

outro lado natildeo foi encontrado para umidade relativa do ar e precipitaccedilatildeo Deste

modo concluiacuteram que mesmo em ambiente urbano essas espeacutecies ainda

conseguem sobreviver com sucesso por traacutes das atividades antropicas

Com relaccedilatildeo aos ninhos de T angustula com o clima do ambiente em que esses satildeo

nidificados Chiari e colaboradores (2002) realizaram um trabalho para ver se as

variaccedilotildees climaacuteticas tecircm alguma relaccedilatildeo com o desenvolvimento dos ninhos das

Jataiacutes Foram realizadas coletas das abelhas que foram depositadas em trecircs tipos

diferentes de colmeacuteias Fritzen Nogueira-Neto e Guiliane Apoacutes esse procedimento

as colocircnias foram pesadas e instaladas no municiacutepio de Maringaacute Paranaacute Ao longo

do estudo a temperatura do ambiente onde as colmeacuteias foram instaladas foi

monitorada Apenas a colmeacuteia Nogueira-Neto natildeo apresentou associaccedilatildeo com a

variaccedilatildeo das temperaturas Nos modelos Fritzen e Giuliane foram observados que o

peso de ambas apresentaram de forma positiva com a umidade relativa do ar

apenas Giuliane teve relaccedilatildeo positiva com a insolaccedilatildeo Deste modo os autores

concluiacuteram que os modelos Giuliane e Noguera-Neto satildeo mais apropriados para as

colmeacuteias de T angustula

28

Outro trabalho tambeacutem realizado em Campus Universitaacuterio foi feito por Almeida

(2002) sobre composiccedilatildeo das comunidades de abelhas em Satildeo Paulo O autor teve

o intuito de contribuir com informaccedilotildees sobre as espeacutecies de abelhas e as plantas

visitadas por elas Com levantamento das abelhas e plantas em duas aacutereas de

Cerrado (Cerradatildeo e Cerrado) localizado no campus Universitaacuterio no Municiacutepio de

Pirassununga foi coletado um total de 261 amostras de plantas de 41 famiacutelias e 140

espeacutecies Dessas apenas cinco ocorreram nas duas aacutereas Com relaccedilatildeo agraves

abelhas foram coletadas um total de 141 espeacutecies em quatro famiacutelias Foi concluiacutedo

que a famiacutelia que apresentou maior riqueza de espeacutecie foi Apidae Com relaccedilatildeo agraves

plantas as famiacutelias Asteraceae Malvaceae Fabaceae Sapindaceae e Vichysiaceae

foram as mais ricas em nuacutemero de espeacutecies

Neves e Viana (2002) realizaram um estudo sobre a ecologia da comunidade de

abelhas eussociais com o propoacutesito de analisar as atividades do seu vocirco

relacionando com recursos alimentares variaccedilotildees meteoroloacutegicas entre outros

fatores Com coletas das abelhas amostras de plantas floridas e monitoramento dos

ninhos nas dunas continentais na Bahia Eles capturaram oito espeacutecies da famiacutelia

Apidae Estas abelhas exibiam maior atividade no periacuteodo da manhatilde Um nuacutemero de

plantas floridas foi verificado na estaccedilatildeo chuvosa Assim sendo concluiacuteram que a

disponibilidade de recursos disponiacutevel e agraves variaccedilotildees meteoroloacutegicas favorecem a

concentraccedilatildeo de visitas florais dessas abelhas pela manhatilde

Um estudo sobre a ecologia das populaccedilotildees de meliponiacuteneos Souza e

colaboradores (2005) fizeram buscas pelos ninhos e coletas das abelhas no Campus

da Universidade Federal da Bahia eles encontraram 94 ninhos com 19 espeacutecies

diferentes tendo uma predominacircncia da espeacutecie Tetragonisca angustula Deste

modo concluiacuteram que a riqueza de espeacutecies de meliponineos (meliponini)

encontrada no Campus (o qual eacute um local que sofre antropizaccedilatildeo) pode ser devida

a disponibilidade de substratos para nidificaccedilatildeo e pela quantidade de recursos que eacute

ofertado

Stuch (2006) realizou uma pesquisa sobre a variabilidade geneacutetica das populaccedilotildees

de Tetragonisca angustula Nesse trabalho o autor primeiramente faz uma revisatildeo

da bibliografia com o propoacutesito de apresentar informaccedilotildees a respeito da estrutura

das populaccedilotildees de meliponiacuteneos (meliponini) sobre as abelhas indiacutegenas sem

ferratildeo e principalmente a respeito da abelha em estudo onde destacam informaccedilotildees

29

do comportamento locais de nidificaccedilatildeo dos recursos usados para se alimentar e

do mel que eacute produzido por eles Com coletas e anaacutelises realizadas por meio de

marcador molecular nas cidades de Dracena em Satildeo Paulo e Ivatuba no Paranaacute Ele

observou que as amostras obtidas em Ivatuba apresentaram 60 de polimorfismo e

na cidade de Dracena foram apresentadas 40 Deste modo o autor concluiu que

em Ivatuba as populaccedilotildees de T angustula estatildeo diferenciadas geneticamente e natildeo

apresentam endocruzamento entre os ninhos jaacute as populaccedilotildees da cidade de

Dracena natildeo se encontraram modificados podendo os ninhos ser considerados

como um soacute Segundo o autor essas informaccedilotildees satildeo muito importantes para que

estudos de praacuteticas de manejo sejam realizados para manter a variabilidade dessas

populaccedilotildees

Outro trabalho tambeacutem em aacutereas fragmentadas foi realizado por Alvarenga (2008)

Neste trabalho o autor teve o objetivo de conhecer a diversidade e densidade dos

ninhos de meliponineos (meliponini) na Mata de Santa Tereza (Estaccedilatildeo Ecoloacutegica de

Ribeiratildeo Preto Satildeo Paulo) que fica situado entre a Mata Atlacircntica e o Cerrado com

levantamentos dos ninhos e das aacutervores que poderiam apresentar um tamanho

potencial para essas abelhas nidificarem Foram encontrados ninhos de quatro

espeacutecies de meliponineos (meliponini) sendo T angustula e Scaura latitarsis

representaram 25 dos ninhos encontrados e Trigona hyalinata 50 E em relaccedilatildeo

aacutes aacutervores cerca de 67 foram analisadas poucas apresentavam rachaduras ou

cavidades para abrigar os ninhos Deste modo foi concluiacutedo que na aacuterea estudada

haacute uma riqueza baixa e densidade relativamente meacutedia e tambeacutem poucos locais

para nidificaccedilatildeo

Andena e colaboradores (2009) tambeacutem fizeram um trabalho em aacutereas degradadas

Para eles esses estudos satildeo essecircncias devido a essas aacutereas serem a principal

razatildeo para o aumento das taxas de perda da diversidade geneacutetica e extinccedilatildeo das

abelhas Os autores realizaram um estudo para conhecer a diversidade de abelhas

no Cerrado em Satildeo Paulo Foram realizadas coletas das abelhas em quatro

reservas em regiotildees fragmentadas do Cerrado Reserva de Corumbataiacute Estaccedilatildeo

Ecoloacutegica de Jataiacute Parque Vassununga e Reserva de Cajuru Com cerca de 500

indiviacuteduos coletados as aacutereas que apresentaram maior riqueza foram Cajuru e

Corumbataiacute e as aacutereas com menor riqueza foram Vassununga e Estaccedilatildeo Ecoloacutegica

Jataiacute Mesmo apresentando maior nuacutemero de riqueza a aacuterea de Corumbataiacute sofreu

30

vaacuterias alteraccedilotildees na composiccedilatildeo fauniacutestica durante o estudo Assim sendo foi

concluiacutedo que pesquisas como essas satildeo importantes pois contribuem com

informaccedilotildees a respeito da influencia que essas aacutereas degradadas podem exercer

sobre a composiccedilatildeo fauniacutestica e a riqueza das espeacutecies de abelhas

Um inventaacuterio sobre os meliponiacuteneos (meliponini) no Bioma Cerrado foi realizado por

Fernandes e colaboradores (2012) Com levantamentos feitos durante dois anos em

quatro aacutereas diferentes (Municiacutepio de Tangaraacute da Serra ndash MT nos arredores do

campus universitaacuterio de Mato Grosso na Reserva Florestal Antocircnio Conselheiro ndash

MT e na zona rural do municiacutepio Tangaraacute da Serra - MT) os autores coletaram 128

espeacutecimes distribuiacutedos em 27 espeacutecies e 14 gecircneros e constataram que a maior

riqueza foi vista na reserva florestal e na zona rural do municiacutepio de Tangaraacute da

Serra Deste modo eles concluiacuteram que a riqueza observada na reserva pode ser

devido agrave mata apresentar pouca antropizaccedilatildeo e que as informaccedilotildees obtidas nesse

estudo satildeo de extrema importacircncia para a preservaccedilatildeo da biodiversidade da reserva

florestal

Uma pesquisa realizada por Oliveira e colaboradores (2013) cujo tema foi

Levantamento de Ocorrecircncia de Meliponiacutedeos (Meliponini) em Municiacutepios na regiatildeo

do Vale do Jauru ndash MT foia incidecircncia de abelhas sem ferratildeo em zonas urbanas

Com entrevistas aos moradores e com sessotildees de fotos para definir quais espeacutecies

de abelhas se encontravam nas proximidades das casas da regiatildeo do Vale do Jauru

eles encontraram 67 colmeacuteias sendo 17 predominantes em apenas uma cidade

Deste modo concluiacuteram que na regiatildeo do Vale do Jauru encontram-se grandes

aacutereas verdes proporcionando dessa forma alimento e a preservaccedilatildeo das abelhas

24 COLETA DE RECURSOS E PRODUCcedilAtildeO DE MEL DAS MELIPONINI

Devido agraves poucas informaccedilotildees sobre a composiccedilatildeo do mel e fontes alimentares

utilizados pelos meliponineos Anacleto (2007) fez um estudo com o intuito de

conhecer as principais fontes que fazem parte da dieta dessas abelhas e tambeacutem

conhecer as caracteriacutesticas quiacutemicas do mel produzido por elas O estudo foi no

Municiacutepio de Piracicaba Satildeo Paulo Foi realizado um levantamento das plantas

visitadas por cinco espeacutecies de meliponineos (T angustula Scaptotrigona

31

bipunctata Nanotrigona testaceicornis Friesiomellita varia e Tetragona clavipes)

coleta de mel nos potes de alimento dos ninhos e coleta de poacutelen retirada das

corbiacuteculas O autor obteve 158 espeacutecies de plantas sendo que dessas 67 foram

visitadas pelas abelhas em estudo e na anaacutelise poliacutenica foram encontradas 72

espeacutecies de plantas A espeacutecie que apresentou menor nuacutemero de visitas foi F varia

em contrapartida T angustula foi a espeacutecie que apresentou o haacutebito mais

generalista em relaccedilatildeo ao numero de espeacutecies de plantas visitadas Com relaccedilatildeo ao

mel foram analisadas um total 31 amostras Os estudos com a composiccedilatildeo do mel

apresentaram uma dificuldade devido agrave legislaccedilatildeo atender apenas as caracteriacutesticas

do mel de Apis melliacutefera e natildeo o mel das abelhas nativas O mel de F varia foi a que

apresentou menor niacutevel de accediluacutecar em contrapartida o niacutevel de accediluacutecar do mel de T

angustula foi o mais elevado Deste modo foi concluiacutedo que as espeacutecies estudadas

se mostraram generalistas com exceccedilatildeo de F varia e com relaccedilatildeo agrave anaacutelise do

mel foi concluiacutedo que haacute a necessidade de um padratildeo na legislaccedilatildeo proacuteprio para

uma melhor anaacutelise dos compostos quiacutemicos do mel de meliponiacuteneos

Anacleto e colaboradores (2009) tambeacutem realizaram uma pesquisa sobre o padratildeo

de qualidade do mel das abelhas sem ferratildeo Para esse estudo foi analisado a

composiccedilatildeo do mel das abelhas Tetragonisca angustula Com coletas feitas

diretamente de dentro das colocircnias encontradas em Piracicaba ndash (SP) e com

anaacutelises feitas sobre o accediluacutecar proteiacutenas pH acidez cor entre outros fatores os

autores obtiveram 20 amostras de mel e relataram que o accediluacutecar dessas amostras

apresentaram valores inferiores ao que eacute estabelecido pelas normas

brasileirasAssim sendo concluiacuteram que 5 de accediluacutecar do mel coletado natildeo se

enquadram na legislaccedilatildeo e que seria necessaacuterio um maior estudo para que uma

nova legislaccedilatildeo seja feita

No trabalho de Sommeijer e colaboradores (1983) aleacutem de analisar os recursos

coletados por algumas abelhas sem ferratildeo (Meliponineos) e Apis mellifera os

autores tambeacutem fizeram observaccedilotildees no comportamento de forrageamento dessas

abelhas As observaccedilotildees e amostras de poacutelen foram retiradas semanalmente das

corbiacuteculas das forrageiras que retornavam ao ninho Os autores observaram que as

coletas dos recursos ocorreram em periacuteodos diferentes os voos de neacutectar ocorreram

na maior parte das vezes de manhatilde e os vocircos de poacutelen ocorreram agrave tarde Em

relaccedilatildeo ao poacutelen foram obtidas 191 amostras sendo que quatro famiacutelias se

32

mostraram mais presentes Myrtaceae Sapotaceae Sapindaceae e Melliaceae

Desta forma concluiacuteram que as coletas de poacutelen pelas forrageiras podem ter

predominado no periacuteodo da manhatilde devido agraves flores se mostrar mais murchas com o

passar do dia Tambeacutem concluiacuteram que os recursos de poliacutenicos foram bem

diversos o que confirmou o haacutebito generalista dessas abelhas

Carvalho e Marchini (1999) realizaram um estudo dentro de um campus Universitaacuterio

(USP) em Piracicaba Em seu trabalho tiveram o objetivo de conhecer as plantas

que oferecem recursos para abelhas em ambientes mais antropizados Com coletas

de abelhas operaacuterias em colocircnias de Tetragonisca angustula e Nannotrigona

testaceicornis os autores analisaram os gratildeos de poacutelen coletados por elas Atraveacutes

dessa anaacutelise obtiveram 31 tipos poliacutenicos em 22 famiacutelias de plantas sendo que

entre essas famiacutelias para N testaceicornis os gratildeos de poacutelen que se mostrou mais

frequumlente foi de Myrtaceae e para T angustula foram Fabaceae Liliaceae e

Mimosaceae Dessa maneira concluiacuteram que essas espeacutecies se mostraram

generalistas visitando diversas plantas

No mesmo ano Carvalho Marchini e Ros (1999) fizeram um estudo para comparar

e analisar as fontes de poacutelen utilizadas por Apis mellifera e quatro diferentes

espeacutecies de Trigonini (Nannotrigona testaceicornis Partamona helleri Plebeia

droryana e Tetragonisca angustula) O trabalho teve o intuito de fornecer

informaccedilotildees sobre as preferecircncias florais e as relaccedilotildees troacuteficas dessas espeacutecies

Com coletas realizadas nos meses de Outubro e Novembro de 1996 no campus da

USP em Piracicaba os autores coletaram 53 tipos poliacutenicos desses os tipos mais

frequentes para todas as abelhas foram Aracaceae Bulbine frutescens e

Eucalyptus spe com as relaccedilotildees troacuteficas eles observaram que a utilizaccedilatildeo de fontes

de poacutelen variou conforme a espeacutecie e que a dieta se mostrou bem diversificada

Dessa maneira os autores concluiacuteram que P droryana e Phelleri foram agraves

espeacutecies que apresentaram maior uniformidade na utilizaccedilatildeo de fontes de poacutelen e a

maior sobreposiccedilatildeo de nicho troacutefico ocorreu entre N testaceiconis e T angustula e

menor sobreposiccedilatildeo foi entre A meliacutefera e T angustula

Devido agrave carecircncia de estudos sobre os recursos florais utilizados pelas abelhas

Agostini e Sazima (2003) fizeram um estudo sobre a fenologia das espeacutecies de

plantas ornamentais e suas relaccedilotildees com as espeacutecies de abelhas Com registros da

fenologia das plantas arboacutereas e arbustivas e o tipo de recurso utilizado pelas

33

abelhas no campus da Universidade Estadual de Campinas em Satildeo Paulo os

autores registraram 42 espeacutecies de plantas e observaram que na aacuterea estudada

houve plantas florindo todos os meses e natildeo houve sazonalidade marcada Com

relaccedilatildeo ao tipo de recurso utilizado pelas abelhas foi observado que as plantas mais

visitadas foram da famiacutelia Leguminosae e Bombacaceae por serem importantes

fontes de alimento para as abelhas no periacuteodo de estiagem Concluiacuteram que plano

de manejo em ambientes urbanos usando plantas ornamentais nativas seria

importante para acolher maior diversidade de abelhas as quais cumprem papel

importantiacutessimo na manutenccedilatildeo da biodiversidade dos ecossistemas naturais

Como muitas plantas de importacircncia econocircmica dependem de insetos para

aumentar a produccedilatildeo e a qualidade dos frutos Toledo e colaboradores (2003)

pesquisaram as angiospermas na regiatildeo de Maringaacute no estado do Paranaacute para

contribuir com o conhecimento da biodiversidade nessa regiatildeo Com coletas em

onze espeacutecies de plantas examinadas na Universidade Estadual de Maringa

Paranaacute os autores obtiveram 331 insetos Entre as abelhas trecircs espeacutecies coletadas

foram as mais abundantes Tetragonisca angustula Apis mellifera e Trigona spinipes

Os autores concluiacuteram que essas abelhas africanizadas e sem ferratildeo foram as mais

abundantes nas coletas as flores devido tanto ao seu comportamento generalista

como pela sobreposiccedilatildeo no local de forrageamento

Simioni e Colaboradores (2007) realizaram um estudo para investigar os recursos

alimentares de Tetragonisca angustula fiebrigi em Mato Grosso do Sul Com

amostras de cargas poliacutenicas corbiculares das operaacuterias em um ambiente natural de

Corumbaacute-MS no periacuteodo de seis meses os autores relataram que T angustula

visitou 43 espeacutecies de plantas para coleta de poacutelen e as famiacutelias mais visitadas

foram Leguminosae Palmae Asteraceae e a subfamiacutelia Mimosidae devido agrave grande

quantidade de poacutelen acessiacutevel Deste modo concluiacuteram que Tetragonisca

angustula mostrou-se seletivo com relaccedilatildeo agraves fontes de alimento disponiacutevel na aacuterea

estudada e que a famiacutelia Leguminosae se mostrou a mais importante fonte de poacutelen

para T angustula

Muitas espeacutecies de abelhas vecircm sendo utilizadas consorciadas ao cultivo de

diversas espeacutecies de plantas No trabalho de Antunes e colaboradores (2007) eles

utilizaram a espeacutecie Tetragonisca angustula para verificar seu efeito como agente

polinizador na produccedilatildeo de frutos de cultivares de morango em estufa O estudo foi

34

realizado na Universidade de Passo Fundo RS utilizando quatro cultivares de

morangueiro (Oso Grande Tdla Chandler e Dover) com ausecircncia e presenccedila de

duas e quatro colmeacuteias de T angustula Os autores observaram que o numero de

visitas as flores foram o mesmo para os mesmos nuacutemeros de colocircnias e que o uso

de duas ou quatro colmeacuteias natildeo alterou a produccedilatildeo dos frutos Aleacutem disso

observaram tambeacutem que a porcentagem de frutos deformados teve uma queda

consideraacutevel de 85 para 5 Sendo assim concluiacuteram que a presenccedila de

Tetragonisca angustula para a polinizaccedilatildeo em ambiente fechado tem grande

importacircncia para o aumento da produtividade e para o aumento da quantidade de

frutos comerciaacuteveis

Devido agrave grande importacircncia das abelhas sem ferratildeo para manter a biodiversidade

das plantas Braga e colaboradores (2012) fizeram um estudo com a espeacutecie T

angustula por ela ser amplamente distribuiacuteda nos habitats tropicais Com estudo

realizado em duas ilhas (Ilha Grande e Tucuruccedilaacute) e outras duas na ilha Ariroacute e

Tinguaacute todas SAP aacutereas de Mata Atlacircntica do Estado do Rio de Janeiro e apenas

Ilha Grande pertence a uma unidade de proteccedilatildeo ambiental Para esse estudo os

autores fizeram coletas de carga de poacutelen e observaccedilotildees agraves flores T angustula

visitou 61 espeacutecies de plantas sendo Anacardiaceae e Asteraceaeas mais visitadas

Na Ilha grande foi a aacuterea onde se obteve maior nuacutemero de visitas e onde se

encontrou 39 tipos poliacutenicos Dessa maneira concluiacuteram que a dieta de T angustula

eacute bem ampla e que essas pesquisas satildeo necessaacuterias para conhecer as plantas que

operam como recurso para as abelhas em ambiente natural

Com o intuito de contribuir para o conhecimento da flora e sua utilizaccedilatildeo por

polinizadores nativos Novais Absy e Santos (2013) caracterizaram o poacutelen de T

angustula atraveacutes da anaacutelise palinoloacutegica analisando os meacuteis produzidos por esta

espeacutecie em duas regiotildees semi-aacuteridas tropicais do nordeste do Brasil Com amostras

de mel coletados mensalmente nos municiacutepios de Itaberaba e Ruy Barbosa na

Bahia durante 14 meses os autores observaram que o espectro poliacutenico das

amostras de mel de T angustula consistiu um total de 67 tipos de poacutelen sendo que

18 deles foram comuns aos espectros de poacutelen tanto de Itaberaba quanto de Ruy

Barbosa e as famiacutelias das plantas que predominaram em ambos municiacutepios foram

Fabaceae Myrtaceae Malvaceae e Euphorbiaceae Concluiacuteram que houve um uso

heterogeneo dos recursos naturais no municiacutepio de Itaberaba e homogecircneo no

35

municiacutepio de Ruy Barbosa neste foi detectado um tamanho maior do nicho de poacutelen

de T angustula Para os autores isso se deve a diferenccedila na diversidade de plantas

entre os dois municiacutepios

25 COMPORTAMENTO DA ABELHA JATAIacute

Para algumas pesquisas estudos sobre comportamento eacute essencial para obter

informaccedilotildees importantes sobre a espeacutecie em estudo Para que pesquisadores

possam fazer estudo de comportamento em campo Altmann (1973) publicou um

trabalho sobre comportamento animal onde ela faz um guia para orientar os

observadores em seus estudos Ela apresenta meacutetodos para ser utilizado nas

observaccedilotildees tanto em comportamento individual quanto em grupo e apresenta o uso

de meacutetodos de amostragem nas observaccedilotildees Nesse a autora relata trabalhos de

outros autores sobre observaccedilotildees comportamentais e faz discussotildees a respeito de

problemas de amostragem em comportamento social como tambeacutem as vantagens e

desvantagens do uso de alguns meacutetodos

Um estudo relacionado com o comportamento de T angustula foi realizado por

Wittmann (1985) para mostrar que o sistema de defesa dessa espeacutecie natildeo era

apenas para defesa de alguns insetos voadores mais tambeacutem para defesa contra

ataques de abelhas cleptobioacuteticas Para observaccedilatildeo do comportamento das guardas

pairando foi mantida uma colocircnia de Lestremelitta limatildeo proacuteximo a quatros colocircnias

de T agustula O autor notou que o posicionamento das guardas pairando proacuteximo

ao corredor de vocirco do ninho permitia maior eficiecircncia nos ataques aos intrusos

cleptobioacuteticos e que durante esses ataques o numero de guardas aumentava

consideravelmente para reforccedilar a defesa do ninho Dessa maneira concluiu-se que

no comportamento de defesa essa espeacutecie faz um recrutamento em massa das

guardas em resposta a um feromocircnio lanccedilado por L limatildeo

Couvillon e colaboradores (2007) fizeram um estudo sobre a movimentaccedilatildeo das

forrageiras em relaccedilatildeo ao tamanho da entrada do ninho e o comportamento

defensivo das guardas em relaccedilatildeo agraves perturbaccedilotildees que os ninhos sofrem Para esse

trabalho os autores estudaram 26 espeacutecies de abelhas sem ferratildeo no campus da

Universidade de Satildeo Paulo em Ribeiratildeo Preto Foram medidas a entrada dos ninhos

36

e o comprimento de abelhas forrageiras Foi verificado que a entrada do tubo do

ninho se ajusta ao tamanho das abelhas operaacuterias ou seja quanto maior for a

abelha maior seraacute a entrada do ninho Tambeacutem observaram que as guardas tinham

o comportamento de proteger o ninho bloqueando sua entrada e permitindo apenas

a entrada das forrageiras Assim concluiacuteam que essas abelhas apresentam

importantes mecanismos de defesa para ninho e que estudos como esse podem

trazer informaccedilotildees importantes ao comportamento de defesas das abelhas sem

ferratildeo

Minussi e Santos (2007) fizeram um estudo para descobrir se haacute algum efeito

negativo da Apis mellifera sobre as abelhas nativas em relaccedilatildeo agrave coleta de recursos

Para isso os autores fizeram um trabalho sobre o comportamento que ocorre entre

essas abelhas Com observaccedilotildees agraves flores e coletas das abelhas na Escola

Agroteacutecnica Federal de Sombrio no municiacutepio de Santa Rosa Santa Catarina Apis

mellifera foi agrave espeacutecie mais abundante encontrada na aacuterea em estudo em seguida

Trigona spinipes foi a mais abundante Durante as observaccedilotildees notaram que o

comportamento de abertura das mandiacutebulas da subfamiacutelia Halictinae para atacar e

expulsar as abelhas africanizadas das flores era comum e que esse comportamento

ocorria sempre antes que abelhas conseguissem chegar ao fundo da flor Dessa

maneira concluiacuteram que as abelhas nativas conseguem se defender das abelhas

africanizadas para garantir seu recurso

Karcher e Ratnieks (2009) mostraram em suas pesquisas que ninhos de T

angustula natildeo eram apenas defendidos por guardas pairando mas tambeacutem por

guardas que ficam de peacute na entrada do ninho Os autores colocaram dez campeiras

e natildeo campeiras da mesma espeacutecie e campeiras tratadas com odor de

Scaptotrigona bipunctata em cinco ninhos As guardas de peacute natildeo rejeitaram

nenhuma campeira mas rejeitaram quase todas natildeo campeiras e campeiras

tratadas com odor volaacutetil A partir desse resultado concluiacuteram que as operaacuterias que

ficam de peacute na entrada do ninho tambeacutem atuam como oacutetimas guardas para

discriminar as abelhas campeiras e natildeo campeiras

No trabalho de Gruter Karcher e Ratnieks (2011)foi realizado um estudo sobre as

abelhas guardas de Tetragonisca angustula que ficam pairando e de peacute proacuteximo ao

ninho Os autores fizeram algumas experiecircncias para saber se havia alternacircncias de

tarefas entre elas A pesquisa teve duraccedilatildeo de trecircs anos e foi realizada em uma

37

fazenda perto de Satildeo Paulo Para observar essa alternacircncia de tarefas as abelhas

guardas foram coletadas e marcadas Dessa maneira notaram que das 18 abelhas

marcadas 12 eram exclusivamente guardas em peacute e seis realizavam os dois tipos

de guardas Durante as 21 horas de observaccedilatildeo natildeo foi observado mudanccedila entre

os tipos de guardas A partir desses resultados concluiacuteram que a alternacircncia de

tarefa entre as guardas eacute rara de acontecer indicando que a defesa de T angustula

e feita por divisatildeo de trabalho

Zweden e colaboradores (2011) fizeram um trabalho semelhante agrave Wittmann (1984)

com os guardas de defesa que ficam pairando Em seu estudo os autores tinham o

objetivo de testar a hipoacutetese que as guardas aumentavam a defesa do ninho em

relaccedilatildeo aos intrusos principalmente Lestrimellita limatildeo a qual eacute um ladratildeo

obrigatoacuterio de Tetragonisca angustula Foram feitas mediccedilotildees da distacircncia em que

as guardas pairando atacavam tanto um manequim de massa de modelar coberto de

citral (odor volaacutetil liberado por L limatildeo) quanto operaacuterias de Lestrimellita limatildeo

receacutem morto Todos os intrusos do experimento foram atacados por T angustula a

distacircncia que ocorreu o ataque variou entre 0-22 cm os ninhos que tinham mais

guardas apresentou maior distacircncia Dessa maneira concluiacuteram que a presenccedila de

guardas pairando aumenta a detecccedilatildeo de intrusos e que essas guardas respondem

especialmente a pistas visuais

As abelhas sem ferratildeo (eussocias) costumam apresentar divisatildeo de trabalho em

suas colocircnias Gruter e colaboradores (2012) em seu estudo quiseram testar a

hipoacutetese de que os soldados especializados (guardas) para a defesa das colocircnias de

jataiacute (Tetragonisca angustula) eram relativamente maiores que os trabalhadores

Com anaacutelise no tamanho e na forma das forrageiras guardas e trabalhadores que

removem resiacuteduos das colocircnias o autor constatou que o peso corporal das guardas

era maior que das abelhas forrageiras e que o tamanho da cabeccedila das forrageiras

mostrou-se um pouco maior em relaccedilatildeo agraves guardas Assim concluiu-se que a

variaccedilatildeo no tamanho seria devido agrave divisatildeo de trabalho ou seja a diferenccedila no

tamanho do corpo consiste em uma eficaacutecia maior para lutar contra invasores e a

diferenccedila em relaccedilatildeo ao tamanho da cabeccedila seria devido agrave necessidade das

forrageiras de decorar caminhos para busca do alimento

38

39

3 METODOLOGIA

31 AacuteREA DE ESTUDO

O Municiacutepio de Vitoacuteria possui uma extensatildeo geograacutefica que envolve um grau

elevado de urbanizaccedilatildeo (SOUZA 2011) De acordo com o Instituto Brasileiro de

Geografia e Estatiacutestica (2010) o Municiacutepio apresenta uma aacuterea de mais de 98 Kmsup2 e

conta com uma populaccedilatildeo estimada de 352104 habitantes O clima da regiatildeo de

Vitoacuteria pode ser classificado como Tropical uacutemido (CLASSIFICACcedilAtildeO [20--])

apresentando temperatura maacutexima que pode chegar a 32ordm C e miacutenima que fica em

torno de 24ordm C com os maiores iacutendices de precipitaccedilatildeo pluviomeacutetrica entre os meses

de Outubro a Janeiro (INSTITUTO CAPIXABA DE PESQUISA ASSISTEcircNCIA

TEacuteCNICA E EXTENSAtildeO RURAL 2011)

Vitoacuteria eacute um dos Municiacutepios que apresentam os maiores niacuteveis de temperaturas do

Estado Isso se deve ao fato de as grandes montanhas dificultarem a passagem dos

ventos do nuacutemero de preacutedios que aumenta com o passar dos anos assim como a

poluiccedilatildeo (SOUZA 2011)

O estudo foi realizado no Campus Universitaacuterio Alaor de Queiroz Arauacutejo da

Universidade Federal do Espiacuterito Santo (FERNANDES VALE 2013) tambeacutem

conhecido como campus de Goiabeiras Este campus se encontra localizado no

Municiacutepio de Vitoacuteria capital do Estado do Espiacuterito Santo e nas coordenadas

geograacuteficas de 20ordm 16rsquoS e 40ordm 18rsquoW (FERREIRA DANTAS 2000)

O Campus fica ao Sul e ao Oeste do canal da passagem e a Leste com a Avenida

Fernando Ferrari Ateacute 2008 era composta por uma aacuterea de ambiente entre mareacutes e

terrestre de 1592545 msup2 poreacutem com a ampliaccedilatildeo da Avenida Fernando Ferrari

essa aacuterea foi reduzida para 1567545 msup2 (FERNANDES VALE 2013) A aacuterea

amostral se localiza no entorno do Centro de Ciecircncias Humanas e Naturais (CCHN)

Implantada por volta da deacutecada de 1970 ela compotildee os ICrsquos (iniciais de Ilha do

Cercado) I II III e IV (FERNANDES VALE 2013) e apresenta uma aacuterea que

compreende edificaccedilotildees como preacutedios passarelas ruas asfaltadas paacutetio de

estacionamento e aacutereas jardinadas (MAPA 01)

40

Mapa 01- Mapa do Campus Universitaacuterio de Goiabeiras (UFES) com destaque da

aacuterea de estudo em vermelho

Fonte Google Maps (2014) 32 OBTENCcedilAtildeO DOS DADOS

A aacuterea de estudo foi inspecionada agrave procura de ninhos de T angustula com

observaccedilotildees em calccediladas paredes muros postes troncos de aacutervores entre outros

conforme Taura e Laroca (1991) Os ninhos encontrados foram marcados por letra

alfabeacutetica e mapeados com o auxiacutelio de um marcador permanente (marca Jocar

Office) e um GPS (marca Garmin etrex vista) As observaccedilotildees foram realizadas uma

vez a cada semana durante cinco meses de Abril agrave Setembro de 2014 totalizando

21 dias amostrados (140 horas) O periacuteodo no qual foram realizadas as observaccedilotildees

41

foi de 0700 agrave 1700 horas As observaccedilotildees foram feitas durante 15 minutos em cada

ninho e intercaladas nos periacuteodos matutino vespertino e dia todo com o auxilio de

uma lupa de matildeo devido elas apresentarem aproximadamente 5 miliacutemetros

(NOGUEIRA-NETO 1997) A lupa de matildeo foi utilizada tambeacutem para observar a cor

do poacutelen que as abelhas traziam para dentro do ninho

A contagem do nuacutemero de entradas e saiacutedas das abelhas coletoras e das abelhas

que protegem a colocircnia de invasores foi realizada em todos os ninhos com o auxilio

de um contador de nuacutemeros Os registros foram realizados com redaccedilatildeo dos

eventos e por meio de fotografias As observaccedilotildees seguiram o meacutetodo Animal-Focal

descrito por Altmann (1973) para anaacutelise do comportamento das abelhas Esse

meacutetodo consiste em amostrar os comportamentos de um ou mais indiviacuteduos por um

determinado periacuteodo de tempo O levantamento das principais fontes de alimento de

T angustula foi obtido a partir de dados bibliograacuteficos

33 ANAacuteLISE DOS DADOS

Para anaacutelise dos dados foi utilizado o programa ldquoMapSourcerdquo para a construccedilatildeo do

mapa dos ninhos encontrados Foi tambeacutem utilizado o programa Microsoft Excel

2007 para construccedilatildeo de graacuteficos para analisar o nuacutemero de visitas (entrada e saiacuteda)

que as abelhas coletoras apresentaram durante os cinco meses observados Os

graacuteficos foram construiacutedos por intervalos de horas sendo que as informaccedilotildees se

acumularam mais proacuteximo do horaacuterio em que houve mais eventos observados no

ninho O mesmo programa foi utilizado para retirar a meacutedia da quantidade de

guardas na defesa do ninho

Os dados resultantes do levantamento bibliograacutefico das fontes alimentares serviram

de base para a elaboraccedilatildeo de um graacutefico com a contribuiccedilatildeo das famiacutelias de plantas

mais visitadas por T angustula

42

43

4 RESULTADOS E DISCUSSOtildeES

41 LOCALIZACcedilAtildeO DOS NINHOS

Foram encontrados onze ninhos (marcados por letra alfabeacutetica de A a K) cinco

instalados em paredes e muros (K C I e J) e seis localizados sob placas de

concreto de passarelas (A B D E F G e H) (mais precisamente na base das

pilastras da passarela que se encontra entre os IC`s II e III) Este fato corrobora com

os estudos de Taura e Laroca (1991) que indica que a disponibilidade de nidificaccedilatildeo

nesses locais aumenta com as atividades antroacutepicas A localizaccedilatildeo dos ninhos eacute

apresentada pelo Mapa 02

Os ninhos C J K (Mapa 02) recebiam calorna maior parte do dia jaacute os demais natildeo

recebiam sol diretamente na maior parte do dia pois eram protegidos pela pilastra e

pela cobertura da passarela

Durante todo o periacuteodo das observaccedilotildees em geral o clima foi de dias quentes com

presenccedila de ventos

MAPA 02 ndash Mapa dos ninhos de T angustula estudadas no Campus de Goiabeiras

(UFES) Abril ndash Setembro2014

Fonte Modificado em Google earth (2014) Dos 11 ninhos observados dois ninhos natildeo apresentavam a entrada com o formato

comum de cilindro e traziam um formato natildeo definido

44

Em todos os ninhos foi possiacutevel ver que a abertura da extremidade do tubo era

relativamente grande Tal formato permite que haja espaccedilo para que algumas

abelhas guardas permaneccedilam na entrada do tubo ao mesmo tempo em que deixa

espaccedilo suficiente para as forrageiras passarem (KARCHER RATNIEKS 2009) Ao

longo de todo o tubo havia presenccedila de centenas de perfuraccedilotildees o que segundo

Gruter Karcher e Ratinieks (2011) eram para ajudar nas trocas gasosas

Nos cinco meses observados trecircs ninhos desapareceram da aacuterea amostral restando

ao final das observaccedilotildees oito ninhos Um deles (ninho E) foi perdido logo no iniacutecio

das observaccedilotildees supotildee-se que tenha ocorrido alguma intervenccedilatildeo aguda por

exemplo humana pois logo no segundo dia de observaccedilatildeo o mesmo jaacute natildeo estava

no lugar demarcado Outros dois ninhos (ninhos F e G) tambeacutem foram perdidos O F

persistiu ateacute o mecircs de Maio e o ninho G ateacute Julho Nestes o desaparecimento se

sucedeu apoacutes eventos de revoadas

42 INTERACcedilOtildeES INTER E INTRAESPECIacuteFICAS

TABELA 1 - Dados dos Ninhos observados

Data Ninho Hora Cores de Poacutelen

Presenccedila de

Resina Operaacuteriaslimpeza Guardas

em peacute Guardas pairando Ameaccedila

14abr D 07h-8h

Amarelo Branco Laranja

Vermelho

X 5 1

13mai C 10h-11h

Amarelo Branco Laranja

Vermelho

X X 4 4

20mai J 15h-16h Branco X X 8 12 02jun H 12h-13h Branco X X 8 4 16jul D 13h-14h Branco

X 8 2 Formiga

20jun B 08h-09h

Amarelo Branco Laranja

Vermelho

X X 9 3

06ago C 14h-15h Branco X 7 10 Lagartixa

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria As observaccedilotildees indicaram que as jataiacutes visitavam vaacuterias espeacutecies de flores durante

as manhatildes e iniacutecio das tardes pois nesse periacuteodo trouxeram uma grande

45

diversidade de poacutelen (cores amarela laranja branca e vermelha) transportados em

suas corbiacutecula para dentro do ninho B C e D (TABELA 1) (FIGURA 1-A) No horaacuterio

da tarde essa diversidade diminuiacutea nos ninhos C D H e J (TABELA 1) e era

representada pelo transporte de poacutelen de cor branca Este fato mostra que a

diversidade de flores visitadas decresce ao longo do dia

As abelhas sociais de um modo geral visitam as flores enquanto elas satildeo atrativas

Elas apresentam preferecircncia pela cor e satildeo capazes de discriminar os conjuntos

florais realizar sua localizaccedilatildeo e selecionar aquelas que produzem maior quantidade

e melhor qualidade de alimento (PIRANI LAURINO 1993) Existem diversos fatores

que podem influenciar a coleta de alimento pelas abelhas sociais entre eles o

comportamento das campeiras e a necessidade das colocircnias que depende do seu

tamanho (PIRANI LAURINO 1993)

Aleacutem de poacutelen tambeacutem foi observado carregamento de resina nas corbiacuteculas para

dentro do ninho B C H e J (TABELA 1) (FIGURA 1-B) essa eacute coletada pelas

abelhas em bototildees florais Depois de a resina ser coletada ela pode ser armazenada

pura ou misturada com cera No caso de T angustula ela geralmente faz a

armazenagem na forma pura (NOGUEIRA-NETO 1997) Como a resina eacute viscosa e

grudenta as abelhas a utilizam para vedar o entorno da entrada do tubo e tambeacutem

para depositar uma quantidade sobre o corpo e cabeccedila das formigas para defender

a colocircnia contra invasores (WITTMANN 1985 NOGUEIRA-NETO 1997)

Durante todo o periacuteodo observado foi notada a presenccedila de operaacuterias que cuidavam

da limpeza dos ninhos (TABELA 1) Essas operaacuterias trabalhavam retirando resiacuteduos

(detritos) de dentro do ninho e o faziam carregando atraveacutes de sua mandiacutebula

(FIGURA 1-C) Este trabalho era realizado continuamente ao longo de todo o dia

Para Nogueira-Neto (1997) T angustula eacute a espeacutecie que tem o melhor haacutebito de

limpeza e por esta razatildeo seu mel e seu proacutepolis satildeo considerados o melhor dentre

as outras espeacutecies

FIGURA 1- Divisatildeo de trabalho entre operaacuterias de Tetragonisca angustula A

Detalhe da corbiacutecula com poacutelen B Detalhe da corbiacutecula com resina C Operaacuteria de

limpeza com resiacuteduo na mandiacutebula

46

Fonte Arquivo Labibio

Em cada ninho foi possiacutevel notar a presenccedila de abelhas que ficavam tanto pousadas

ao longo do tubo de entrada do ninho quanto sobrevoando proacuteximo do mesmo

Essas abelhas satildeo chamadas por Gruter Karcher e Ratnieks (2011) de abelhas

guardas em peacute e pairando respectivamente As guardas em peacute estavam sempre

em grandes quantidades e estiveram em atividade praticamente em todo o periacuteodo

do dia

Essas guardas ficavam na maior parte do tempo com a mandiacutebula apoiada sobre o

ninho acredita-se que tenham a funccedilatildeo de depositar resina ao entorno do ninho As

demais guardas que ficavam sobrevoando estiveram mais ausentes logo no

A B

C

47

comeccedilo da manhatilde por volta das 0700 as 0900 horas As guardas pairando ficavam

na maioria das vezes em nuacutemeros de trecircs a quatro sempre posicionadas a direita e

esquerda do tubo e em direccedilatildeo a entrada (FIGURA 2)

FIGURA 2- Ninho de T angustula com guardas pairando destacado em vermelho e

guardas em peacute em destaque azul

Fonte Arquivo Labibio

Foi observado que no periacuteodo da tarde o nuacutemero de guardas pairando aumentava

Isso era visto com maior frequumlecircncia nos ninhos C e J instalados em paredes

(TABELA 1) Segundo Gruter Karcher e Ratnieks (2011) as colocircnias que

apresentam um nuacutemero maior de guardas pairando sofrem ameaccedilas de

vertebrados fato corroborado no ninho C (TABELA 1) que foi atacado por uma

lagartixa No momento em que aconteceu uma parte da populaccedilatildeo saiu do ninho e

se mostraram bem agitadas O que de acordo com Gruter Karcher Ratnieks (2011)

trata-se de uma resposta defensiva agrave percepccedilatildeo da respiraccedilatildeo de vaacuterios

vertebrados

Tambeacutem foi observado o comportamento defensivo em quando formigas se

aproximavam do ninho D (TABELA 1) As jataiacutes as ldquobeliscavamrdquo para que se

afastassem Esse mesmo comportamento foi visto durante minhas observaccedilotildees ao

Ninho A toda vez que me aproximava para observar ou fotografar surgiam vaacuterias ao

48

meu redor em uma dessas observaccedilotildees a jataiacute picou pele exposta Dentre todos os

ninhos essa foi a que apresentou o comportamento mais agressivo

De acordo com os estudos de Gruter e colaboradores (2012) T angustula eacute a uacutenica

espeacutecie que apresenta um sistema de defesa que envolve dois grupos distintos e

complementares de guardas uma pairando que se estacionam no ar proacuteximo ao

ninho e outras em peacute ao redor da entrada do ninho As guardas que ficam de frente

para o caminho de vocirco satildeo chamadas de grupo principal e as que ficam

posicionadas agrave direita e agrave esquerda do ninho satildeo o grupo secundaacuterio (GRUTER

KARCHER RATNIEKS 2011)

Uma caracteriacutestica interessante dessas guardas eacute que apresentam caracteriacutesticas

morfoloacutegicas diferentes das operaacuterias (satildeo maiores e mais pesadas) (GRUTER et

al 2012) Elas apresentam diferenccedilas no comprimento da asa no tamanho das

pernas traseiras que satildeo relativamente maiores para seu corpo (podendo ajudar na

luta contra invasores) e cabeccedila um pouco menor que das forrageiras Essa ultima

caracteriacutestica estaacute associada agrave maior necessidade das forrageiras de processar

informaccedilotildees sensoriais relacionadas ao forrageamento (GRUTER et al 2012)

As abelhas guardas possuem a funccedilatildeo de defender sua colocircnia de ataques de

intrusos que aproveitam do seu trabalho para roubar o alimento produzido

(GRUTER KARCHER RATNIEKS 2011) As accedilotildees especiacuteficas desses intrusos satildeo

detectadas mais pelas guardas em peacute pois elas conseguem identificar as campeiras

e natildeo campeiras da mesma espeacutecie por quimiorecepccedilatildeo (KARCHER RATNIEKS

2009 GRUTER KARCHER RATNIEKS 2011) Jaacute as guardas que pairam perto do

ninho atacam intrusos que natildeo satildeo da mesma espeacutecie elas o reconhecem pela cor

forma do corpo e pelos odores volaacuteteis (KARCHER RATNIEKS 2009) De acordo

com Zweden e Colaboradores (2011) a presenccedila de guardas pairando aumenta a

detecccedilatildeo de intrusos e que essas guardas respondem especialmente a pistas

visuais Como comportamento de defesa as guardas liberam um feromocircnio de

alarme para recrutar os trabalhadores para o ataque (FREE 1987 apud ZWEDEN

2011)

O nuacutemero meacutedio de guardas durante o periacuteodo observado mostrou-se maior para as

guardas em peacute (78) do que para as guardas pairando (35) Esse fato eacute explicado

por Gruter Karcher e Ratnieks (2011) para eles o gasto energeacutetico das guardas

pairando eacute muito maior de modo que eacute menos dispendioso energicamente para as

49

abelhas ficarem em peacute Mesmo tendo um gasto energeacutetico muito alto nas

observaccedilotildees de Wittmann (1985) as atividades do voo das guardas foi constatado

que essas ficavam pairando por cerca de 70 minutos antes de voltar para dentro do

ninho Este fato mostra que a mudanccedila de guardas natildeo eacute comum e que a defesa do

ninho eacute feita por divisatildeo de trabalho e natildeo por alternacircncia de tarefas (GRUTER

KARCHER RATNIEKS 2011)

Os ninhos que desapareceram ao longo das observaccedilotildees foram devido agraves revoadas

um comportamento comum nas abelhas Nas jataiacutes as revoadas geralmente

ocorrem devido ao calor para refrescar o ninho em caso de altas temperaturas uma

parte da populaccedilatildeo sai do ninho enxameamento para reproduccedilatildeo ou devido agrave

interferecircncia humana quando um ninho eacute retirado de um local para outro

(INFORMACcedilAtildeO PESSOAL ZOCOLOTTI V R) De acordo com este na primeira

semana eacute possiacutevel presenciar alguma revoada que pode ser para identificaccedilatildeo

tanto da flora apiacutecola quanto para localizaccedilatildeo do novo ambiente

No caso dos ninhos F e G ao final de cada revoada observada a entrada do ninho

ficava bastante danificada Foram observadas trecircs revoadas (duas no mesmo dia)

do ninho F todas no mecircs de Maio e duas (em dias diferentes) no ninho G no mecircs

de Junho Apoacutes estas observaccedilotildees os dois ninhos desapareceram

Durante as revoadas vaacuterias abelhas caiam no chatildeo agarradas umas nas outras

Apoacutes queda era possiacutevel observar que as guardas conseguiam prender e retirar

com sua mandiacutebula as pernas e asas do invasor (FIGURA 3-A e B) o que impedia

as invasoras de conseguir atacar novamente Segundo Kerr e colaboradores (2005)

as guardas agarram as pernas dos invasores para que eles caiam no chatildeo e sejam

comidos pelas formigas que ficam proacuteximas aos ninhos

50

FIGURA 3 - Ataque de invasores A T angustula com mandiacutebula presa agrave perna do

Jataiacute invasora BPerna de invasores retirada apoacutes ataque

Fonte Arquivo Labibio

De acordo com Zocolotti VR (INFORMACcedilAtildeO PESSOAL) as cinco espeacutecies de

Meliponini criadas por ele podem apresentar o comportamento de saquear outros

ninhos e isso pode ocorrer por oportunismo ou por falta de alimento Em especial

as Jataiacutes geralmente possuem o costume de atacar as proacuteprias jataiacutes esses

ataques acontecem dentro do mesmo ninho e entre outros proacuteximos Esses ataques

podem ocorrer por atraccedilatildeo de feromocircnio de princesa (rainhas jovens natildeo

fecundadas) por enxame fraco ou ateacute mesmo para absorver o fraco ou seja elas

entram e acabam matando a rainha e mantecircm os trabalhadores por um tempo ateacute

absorver o enxame ou ateacute mesmo o deixam morrer sendo dessa maneira muito

complexas em relaccedilatildeo ao comportamento

Na aacuterea do campus da Ufes houve uma consideraacutevel devastaccedilatildeo na vegetaccedilatildeo

nativa (compreendida de Mata Atlacircntica Manguezal e Restinga) devido agrave

construccedilatildeo de preacutedios que foram erguidos logo no iniacutecio da implantaccedilatildeo da

Universidade Como medida compensatoacuteria foi feito o plantio de espeacutecies arboacutereas

usando em demasia espeacutecies exoacuteticas (CASTRO 2003) Na Ufes eacute possiacutevel ver

poucas aacutereas jardinadas Aleacutem disso sempre que eacute necessaacuterio construir um novo

preacutedio novas aacutereas satildeo eliminadas podendo ou natildeo ser compensada com plantas

nativas

A B

51

Em abelhas sociais o comportamento de saque eacute comum acontecer em sequumlecircncias

natildeo contiacutenuas ou seja ela cessa e recomeccedila por periacuteodos de tempo (SANTANA

etal 2004) Durante as observaccedilotildees foram presenciadas trecircs revoadas ao ninho F

duas no mesmo dia poreacutem em horaacuterios diferentes e duas ao ninho G em dias

diferentes (FIGURAS 4- A B C e D)

FIGURA 4 ndash Revoada do ninho F A Vista da entrada do iniacutecio do estudo B Vista

da entrada em plena atividade em iniacutecio de maio C Entrada apoacutes uma revoada em

maio D Vista da entrada do ninho apoacutes uacuteltima revoada em maio

Fonte Arquivo Labibio

Nas figuras 4a e b mostram o estado em que a entrada do ninho se encontrava na

primeira semana de observaccedilatildeo (vinte e oito de Abril) e na primeira semana do mecircs

seguinte (sete de Maio) esse uacuteltimo a entrada do ninho jaacute se encontrava danificado

No ninho F(FIGURA 4) as revoadas que ocorreram no dia vinte de Maio entre

A B

C D

52

1000 e 1400 horas e no dia vinte e seis de Maio entre 1600 e 1700 horas

corroborando com Santana e colaboradores (2004) sobre o comportamento de

saques intermitentes

No ninho G as revoadas se iniciaram duas semanas apoacutes o desaparecimento do

ninho F nos dias nove e vinte e seis de junho entre 1500 e 1600 horas e dia 16 de

junho no mesmo horaacuterio (FIGURA 5-A B e C)

FIGURA 5 ndash Revoadas no Ninho G A Ninho no iniacutecio de Maio B Registro da

primeira revoada C Ultima revoada perda do ninho

Fonte Arquivo Labibio

As observaccedilotildees evidenciaram a ocorrecircncia de um acuacutemulo de resiacuteduos sobre os

ninhos apoacutes as revoadas (FGURA 5-B) No ninho G tinha uma subpopulaccedilatildeo

A B

C

53

pequena mas bem ativa conforme verificado apoacutes quatro horas de observaccedilatildeo em

nove dias (Graacutefico 1- A e B)

GRAacuteFICO1 A ndash Ritmo de Saiacutedas no Ninho G

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

GRAacuteFICO 1B ndash Ritmo de entradas no ninho G

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

0

20

40

60

80

100

120

140

09h-10h 10h-11h 12h-13h 14h-15h 16h-17h

Nuacutem

ero

de V

isita

s

Horaacuterios

13mai 20mai 26mai

0

20

40

60

80

100

120

140

160

180

200

09h-10h 10h-11h 12h-13h 14h-15h 16h-17h

Nuacutem

ero

de V

isita

s

Horaacuterios

13mai 20mai 26mai

54

No ninho G as abelhas iniciaram suas atividades antes de 09h evidenciado pela

entrada de aproximadamente 180 forrageadoras entre 9 e 10h As saiacutedas neste

mesmo periacuteodo ficaram em torno de 100

Entre 16h-17h houve um grande nuacutemero de entrada o que era esperado todas as

que saiacuteram tecircm que retornar enquanto haacute luminosidade e antes do ninho ser

fechado Conforme esperado por Gruter Karcher Ratnieks (2011) quando comeccedila

a escurecer as Jataiacutes fecham a entrada do tubo para impedir que intrusos ataquem

seu ninho durante a noite e abrem pela manhatilde quando o clima estaacute mais favoraacutevel

para iniciarem suas atividades

Neste ninho entre 12h-13h houve um nuacutemero maior de saiacutedas que de entradas ateacute

agraves 16h Isso possivelmente esteve relacionado agrave uma grande distacircncia entre o ninho

e as fontes de recursos troacuteficos

Outro ninho em que foi possiacutevel observar todos os meses notou-se que apresentou

atividade durante todo o dia (GRAacuteFICO 2-A e B)

GRAacuteFICO 2A ndash Ritmo de saiacutedas do ninho B

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

0

50

100

150

200

250

300

350

400

450

500

07h-08h 08h-09h 09h-10h 11h-12h 12h-13h 13h-14h 14h-15h 15h-16h 16h-17h

Nuacutem

ero

de V

isita

s

Horaacuterios

28abr 13mai 20mai 26mai 09jun 16jun 23jun 01jul 09jul

16jul 23jul 30jul 06ago 13ago 20ago 27ago 05set 10set

55

GRAacuteFICO 2B ndash Ritmo de entradas do nino B

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

O ninho B tinha uma subpopulaccedilatildeo mais numerosa que F e G Durante o inverno

(2307 e 2708) as abelhas iniciavam suas atividades cerca de duas horas mais

tarde em horaacuterio com temperatura mais elevada (indicado pela seta preta) Tal fato

corrobora com as observaccedilotildees de Ulian e colaboradores (2007) que constata que

em periacuteodo mais chuvoso onde as temperaturas satildeo geralmente mais baixas as

Jataiacutes apresentam iniacutecio de atividade agraves 9 horas da manhatilde devido agrave temperatura

nesse horaacuterio comeccedilar a aumentar

Proacuteximo do horaacuterio de 10 horas houve um grande nuacutemero de saiacutedas do ninho

seguido de um grande nuacutemero de entrada o que indica a ocorrecircncia de uma fonte

de recursos proacutexima ao ninho ou a indisponibilidade de recurso para ser coletado

naquela hora Acredita-se que na primeira possibilidade - fonte proacutexima ela era de

resina pelo fato de ter havido um intervalo de saiacuteda ateacute agraves 12h jaacute que esta

demanda mais tempo para ser retirada da corbiacutecula e armazenada por ser

pegajosa No caso da segunda possibilidade natildeo encontraram alimento disponiacutevel

naquele horaacuterio o retorno ao ninho eacute a alternativa mais eficaz para evitar um alto

gasto energeacutetico ateacute que o recurso fique disponiacutevel para coleta

0

100

200

300

400

500

600

07h-08h 08h-09h 09h-10h 10h-11h 11h-12h 12h-13h 13h-14h 14h-15h 15h-16h 16h-17h

Nuacutem

ero

de V

isita

s

Horaacuterios 28abr 13mai 20mai 26mai 09jun 16jun 23jun 09jul16jul 23jul 30jul 20ago 27ago 05set 10set

56

No outono as atividades das Jataiacutes comeccedilaram a diminuir por volta de 15 horas

(indicado pela seta marrom) ateacute cessar totalmente no iniacutecio das 16 horas Pelos

graacuteficos nota-se que o ninho B possui vantagem de uma hora nas atividades em

relaccedilatildeo ao ninho G isso provavelmente ocorreu porque o ninho B obteve mais

sucesso nas coletas distribuiacutedas ao longo do dia

43 RECURSOS FLORAIS

Eacute notoacuteria a relaccedilatildeo que existe entre abelha-flor relaccedilatildeo essa que sucedeu a milhotildees

de anos desde entatildeo as abelhas dependem de substancias utilizadas na

alimentaccedilatildeo e as plantas se beneficiam com a polinizaccedilatildeo (PIRANI LAURINO

1993) Para entender a biologia dos Meliponini eacute importante conhecer sua

alimentaccedilatildeo Para isso eacute necessaacuterio fazer um levantamento das plantas utilizadas

para coleta de poacutelen e neacutectar (SOUZA 1999 apud OLIVEIRA ABSY MIRANDA

2009)

Com base nos dados obtidos sobre as fontes alimentares de T angustula na

literatura (TABELA 2) nota-se a capacidade dessa espeacutecie de visitar uma ampla

diversidade de famiacutelias de plantas Segundo Toledo e colaboradores (2003) durante

cada voo das campeiras em meacutedia 100 flores satildeo visitadas

O levantamento bibliograacutefico indicou que existem duas metodologias bastante

usadas por autores para conhecer a dieta das abelhas Uma delas eacute a investigaccedilatildeo

palinoloacutegica para avaliar as fontes de recursos florais utilizados (poacutelen e neacutectar)

com base no gratildeo de poacutelen depositado no corpo da abelha para identificaccedilatildeo das

espeacutecies vegetais (CARVALHO MARCHINE ROS 1999 FEIDEN 1994 SIMIONI et

al 2007 OLIVEIRA ABSY MIRANDA 2009 MORGADO et al 2011NOVAIS

ABSY SANTOS 2013) A outra se daacute por meio de observaccedilotildees das campeiras nas

flores (AGOSTINI SAZIMA 2003 TOLEDO et al 2003OLIVEIRA ABSY

MIRANDA 2009 BRAGA et al 2012) A partir desses meacutetodos eacute possiacutevel saber

quais satildeo as plantas que produzem seus alimentos preferenciais e quais as fontes

alternativas (OLIVEIRA ABSY MIRANDA 2009)

57

TABELA 2 ndash Relaccedilatildeo das espeacutecies de plantas visitadas porT Angustula Continua

Famiacutelia Espeacutecie Polinizada Visitada Recurso

Poacutelen Neacutectar

Acanthaceae Thunbergia grandiflora X Odontonema strictum X X

Justicia brandegeana X

Ruellia silvaecola X Agavaceae Agave americana X X X

Agave sisalana X X X

Agave attenuata X X X

Dracena fragana X X X Aizoaceae Mesembryantemum spectabilis X Lamprantus productus X Amaranthaceae Gomphrena globosa X Amarylidaceae Clivia miniata X X X Anacardiaceae Schinus terebinthifolius X X

Lithraea molleoides X X

Toxicodendron verniciferum X X

Mangifera indica X X X

Tapirira guianensis X Apiaceae Hydrocotyle leucocephala X Apocynaceae Trevetia peruviana X Araliaceae Tetrapanax papyrifera X X X Asclepiadaceae Asclepias curassavica X X Asteraceae Parthenium hysterophorus X Aspillia latissima X Aspillia sp X Balsaminaceae Impatiens balsamina X X X

Impatiens sultanii X Bignoniaceae Spathodea campanulata X X Tabebulaim petiginosa X X X

Tabebula chrysotricha X X X Bixaceae Bixa orellana X X Bombacaceae Ceiba arianthos X X

Pseudo bombax sp X X

Pseudobombax tomentoso X X

Eriotheca canolleana X X

Bombax ceiba X X Boraginaceae Cordia superba X X

Cordia glabrata X X Brassicaceae Brassica sp X Cactaceae Opuntia ficusindica X X Caesalpiniaceae Schizolobium parahyba X X Capparaceae Cleome spinosa X Caprifoliaceae Lonicera japonica X X

58

TABELA 2 ndash Relaccedilatildeo das espeacutecies de plantas visitadas por T angustula Continua

Famiacutelia Espeacutecie Polinizada Visitada Recurso

Poacutelen Neacutectar

Sambucus australis X X Caryophylaceae Silene armeria X Cecropiaceae Cecropia hololeuca X Cochlospermaceae Cochlospermum vitifolium X X Compositae Vernonia polyanthes X X

Bidens pilosa X X Cosmos auphureus X X X

Centratherium violaceum X X X

Dahlia sp X Eclipta alba X Asterla evis X Tithonia rotundifolia X X X

Tithonia speciosa X X X

Tithonia diversifolia X Baccharis sp X Wedelia paludosa X Eupatorium sp X Mikania glomerata X X

Montano apyramidata X X Montano abipinnatifiada X Senecio brasiliensis X X X

Emilia sonchifolia X X Ambrosia sp X X Creopsis grandiflora X Galinsoga parviflora X Crassulaceae Kalanchoe tubiflora X X Cyperaceae Cyperus sp X Elaeocarpaceae Muntingia calabura X Ericaceae Rhododendron simsii X X X

Rhododendron indicum X X X Euphorbiaceae Alchornea sidaefolia X X X

Euphorbia milii X X X

Euphorbia pulcherrima X X X

Ricinus communis X X X

Croton sp X Fabaceae Desmodium sp X Tipuana tipu X Vigna peduncularis X X Guttiferae Kielmeyera coriacea X X Iridaceae Dietes vegeta X Labiatae Salvia splendens X Origanum vugare X

59

TABELA 2 ndash Relaccedilatildeo das espeacutecies de plantas visitadas por T angustula Continua

Famiacutelia Espeacutecie Polinizada Visitada Recurso

Poacutelen Neacutectar

Ocimum sellowii X Iboza riparia X X X

Coleus blumei X X X Leguminosae Andira anthelmintica X X

Mimosa daleoides X X X

Myroxylon balsamum X X X

Piptadenia gonoacantha X X X

Stylos anthesscabra X Caesalpinia bonducella X X X

Caesalpinia pelthophoroides X X X

Crotalaria lanceolata X Calliandra twedii X Sophora tomentosa X X Mimosa pudica X Erythrina speciosa X X X

Cassia grandis X Schizolobium parahyba X X Senna multijuga X Senna bicapsularis X X Delonix regia X Clitoria fairchildiana X Centrolobium tomentoso X Liliaceae Aloe sp X X Bulbine frutescens X Loranthaceae Struthanthus andrastylus X X Lythraceae Lagerstroemia indica X X Magnoliaceae Talauma ovata X X Malpighiaceae Malphiguia glabra X Tetrapterys X Byrsonima intermedia X X X Malvaceae Hibiscus rosa-sinensis X X X

Malvaviscus arboreus X X Sida rhombifolia X Melastomataceae Tibouchina granulosa X X

Clidemeia sp X X

Tibouchina sp X X X

Tibouchina holosericea X X Meliaceae Trichilia sp X Mimosaceae Leucaena leucocephala X Anadenanthera collubrina X Moraceae Cecropia pachystachya X X X

Morus nigra X X

60

TABELA 2 ndash Relaccedilatildeo das espeacutecies de plantas visitadas por T angustula Continua

Famiacutelia Espeacutecie Polinizada Visitada Recurso

Poacutelen Neacutectar Myrsinaceae Ardisia crenata X X Myrtaceae Eucalyptus robusta X X X

Eugenia jambos X X X

Eugenia pitanga X Eucalyptus terecornis X Plinia glomerata X Nyctaginaceae Bougainvile aspectabilis X X X Oleaceae Jasminum azoricum X Palmae Acrocomia aculeata X X

Archontophoenix cunninghamiana X

Syagrus romanzoffiana X Copernicia alba X X Sheelea phalerata X Passifloraceae Passiflora jilekii X Piperaceae Piper mollicomum X Poaceae Paspalum sp X Polemoniaceae Cobae scandens X Polygonaceae Polygonum capitatum X X X Pontederiaceae Pontederia lanceolata X X Proteaceae Grevill a bansksii X X X Rosaceae Prunus persica X X X

Pyracantha coccinea X X Rubiaceae Pentas lanceolata X X

Citrus airantum X X Rutaceae Citrus limon X X X Scrophulariaceae Paulownia imperialis X X Solanaceae Nicotiana tabacum X X Sterculiaceae Dombeya burgessiae X Dombeya wallichii X Sterculia chicha X X Tiliaceae Heliocarpus americanus X X X Tropaeolaceae Tropaeolum majus X X X Ulmaceae Tipo celtis X Trema micrantha X X Umbelliferae Foeniculum vulgare X X X Verbenaceae Duranta repens X

Vitex agnus-castus X

Velloziaceae Vellozia candia X X X Zingiberaceae Hedychium coronarium X Fonte Pirani Laurino 1993 Carvalho Marchine Ros 1999 Agostini Sazima 2003 Toledo et al 2003 Cartopassi-Laurino 2005 Braga e Colaboradores 2012 Novais Absy Santos 2013

61

Foram encontradas 71 famiacutelias e um total de 166 espeacutecies Dessas 30 espeacutecies satildeo

polinizadas e 136 satildeo visitadas Poacutelen e neacutectar satildeo os recursos mais coletados

com coleta de poacutelen em 78 espeacutecies e de neacutectar em 69 De acordo coma Lista de

Espeacutecies da Flora do Brasil (2010) 20 das espeacutecies que satildeo polinizadas (TABELA

2) satildeo nativas o restante satildeo espeacutecies exoacuteticas ou seja natildeo pertencem agrave flora

brasileira

As famiacutelias que apresentaram maior porcentagem de visitas por T angustula foram

Compositae e Leguminosae (TABELA 2) com 13 e 12 de espeacutecies

respectivamente (GRAacuteFICO 3) sendo as famiacutelias mais importantes para a dieta da

jataiacute (AGOSTINE SAZIMA 2003 SIIONI et al 2007) Esse resultado eacute similar ao

trabalho de Simioni e colaboradores (2007) seus resultados mostram que uma das

famiacutelias analisadas Leguminosae tambeacutem apresentaram um maior destaque na

quantidade de visitas realizadas por T angustula esse fato pode ser explicado pelo

fato de que Leguminosae representa a mais importante fonte de poacutelen para essa

espeacutecie

As famiacutelias Compositae e Leguminosae satildeo as mais bem representadas pelo fato

de apresentarem espeacutecies que fornecem alimento em maior qualidade e quantidade

por vaacuterios periacuteodos do ano Com destaque para a famiacutelia Leguminosae que fornece

recursos alimentares para as abelhas nos periacuteodos de estiagem (PIRANI LAURINO

1993 AGOSTINE SAZIMA 2003)

O graacutefico abaixo ilustra o comportamento generalista deT angustula Onde 41 das

visitadas realizadas pela espeacutecie se distribuem por 55 famiacutelias vegetais Esse

comportamento concorda com trabalho de Anacleto (2007) onde dentre as cinco

espeacutecies estudadas por ele a que apresentou o haacutebito mais generalista em relaccedilatildeo

ao nuacutemero de plantas visitadas foi T angustula

62

GRAacuteFICO 3 ndash Contribuiccedilatildeo das famiacutelias de plantas para a dieta de T angustula

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria com base nos dados da Tabela 1

As abelhas generalistas visitam flores pequenas e abertas e satildeo menos

relacionadas agraves flores especializadas (RUTHCKE JULES 1993 ROUBIK 1992

apud AGOSTINI SAZIMA 2003) e tecircm preferecircncia de flores arboacutereas com

inflorescecircncia densas

Um exemplo de flores que natildeo satildeo especializadas e que satildeo importantes para a

dieta de T angustula eacute da famiacutelia Asteraceae as espeacutecies Mangifera indica e

Schinus terebinthifolius apresentam grande densidade de flores e permite faacutecil

acesso para as abelhas deste modo tornam-se importantes fornecedores de fontes

de poacutelen (BRAGA et al 2012)

De acordo com o levantamento das plantas utilizadas pelas abelhas jataiacute realizado

por diferentes autores as famiacutelias que se mostraram bem representadas foram

Malvaceae Caesalpiniaceae Melastomataceae Myrtaceae Euphorbiaceae e

Anacardiaceae sendo consideradas portanto essenciais para a dieta da jataiacute

2 2 3 2

2 3

13

3 2

3

12 2 2 2 3

3

41

Acanthaceae Agavaceae Anacardiaceae Asteraceae Bignoniaceae

Bombacaceae Compositae Euphorbiaceae Fabaceae Labiatae

Leguminosae Malpighiaceae Malvaceae Melastomataceae Myrtaceae

Palmae Outros

63

Em geral essas famiacutelias podem ser caracterizadas pela floraccedilatildeo do tipo contiacutenuo ou

seja uma floraccedilatildeo que natildeo cessa ou que ocorre na maior parte do ano o que

permite as abelhas ter acesso aos recursos em todas as estaccedilotildees do ano

(CARVALHO MARCHINI ROS 1999 AGOSTINI SAZIMA 2003 TOLEDO et al

2003 MORGADO et al 2011)

64

65

5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS Sendo este a primeira pesquisa com abelhas em compus no Espiacuterito Santo Foi

observado que a distribuiccedilatildeo dos ninhos encontrados apresentou-se uniforme

Todos os ninhos estavam instalados em paredes e pisos de concreto o que indica

seu potencial de adaptabilidade agraves condiccedilotildees antroacutepicas

A diversidade de cores de poacutelen trazida pelas forrageiras no iniacutecio da manhatilde indica

uma ampla disponibilidade de alimento que a flores oferecem nesse periacuteodo do dia

bem como a eficiecircncia das forrageiras em selecionar essas flores

De acordo com as observaccedilotildees que foram realizadas no estudo as abelhas T

angustula podem ter suas atividades influenciadas pelo clima Uma vez que foi

observado que no periacuteodo de inverno em que as temperaturas satildeo mais baixas

elas comeccedilavam a realizar suas funccedilotildees nos horaacuterios com as temperaturas mais

altas

A divisatildeo de trabalho entre forrageadoras operaacuterias de limpeza e de defesa

observado nessa espeacutecie indica o comportamento altamente social dos Meliponini

O mecanismo de defesa observado em T angustula entre guardas pairando e em

peacute pode indicar uma caracteriacutestica de complementaridade na defesa do ninho uma

vez que durante as observaccedilotildees os dois tipos de guardas sempre se fizeram

presentes O que mostra que mesmo com o atrofiamento do ferratildeo os indiviacuteduos

desenvolveram estrateacutegias para a defesa contra invasores

Foi comum observar a presenccedila de revoadas nos ninhos entre as Jataiacutes Este

comportamento em geral eacute comum para o desenvolvimento (sobrevivecircncia) da

colocircnia No caso dos ninhos observados apoacutes as revoadas eles foram

desaparecendo Este fato pode indicar um baixo iacutendice de recursos troacuteficos para

essas abelhas dentro do campus pois ao inveacutes dos ninhos se manterem ou

aumentarem em quantidade ao longo das observaccedilotildees eles desapareceram

O levantamento das flores visitadas por T angustula indicou um comportamento

generalista desta espeacutecie em visitar uma grande variedade de plantas o que mostra

sua importacircncia para garantir a variabilidade dessas plantas

66

Esse levantamento tambeacutem indicou que a polinizaccedilatildeo realizada por elas foi

predominante em plantas exoacuteticas O que pode refletir a deficiecircncia na quantidade

de plantas nativas melitoacutefilas na aacuterea de estudo

67

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Page 2: FACULDADE CATÓLICA SALESIANA DO ESPÍRITO SANTO … · No grupo dos Apinae está à tribo dos Meliponini, conhecidas como abelhas indígenas sem ferrão por possuir seu ferrão atrofiado

NAYARA AHNERT BRITO

LEVANTAMENTO E CARACTERIZACcedilAtildeO DOS NINHOS DE Tetragonisca angustula (HYMENOPTERA APIDAE) NO CAMPUS GOIABEIRAS DA

UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPIacuteRITO SANTO

Trabalho de Conclusatildeo de Curso apresentado agrave Faculdade Catoacutelica Salesiana do Espiacuterito Santo como requisito obrigatoacuterio para obtenccedilatildeo do tiacutetulo de Bacharel em Ciecircncias Bioloacutegicas Orientador Prof Drordf Selma Hebling

VITOacuteRIA 2014

NAYARA AHNERT BRITO

LEVANTAMENTO E CARACTERIZACcedilAtildeO DOS NINHOS DE Tetragoniscaangustula (HYMENOPTERA APIDAE) NO CAMPUS GOIABEIRAS

DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPIacuteRITO SANTO

Trabalho de Conclusatildeo de Curso apresentado agrave Faculdade Catoacutelica Salesiana do Espiacuterito Santo como requisito obrigatoacuterio para obtenccedilatildeo do tiacutetulo de Bacharel em Ciecircncias Bioloacutegicas

Aprovado em _____ de ________________ de____ por

________________________________

Prof Drordf Selma Hebling - Orientador

________________________________

Prof Msc Danilo Camargo Santos Instituiccedilatildeo

________________________________

ProfMsc Marcus Viniacutecius Scherrer de Arauacutejo Instituiccedilatildeo

Dedico a minha Matildee Noemia e irmatilde Nathaacutelya

AGRADECIMENTOS

Meu agradecimento maior a Deus autor e mantenedor da minha vida por ter me

fortalecido e me amparado nos momentos de dificuldades

Agrave minha matildee Noemia pela compreensatildeo pelo gesto de carinho pela confianccedila e

por sempre me apoiar nas minhas escolhas

Aos meus amigos Renata Camila Evelyn Monique Taynara Douglas e Rodrigo

pelas palavras de estiacutemulo por sempre estarem ao meu lado

Agrave Profordf Drordf Tacircnia Mara Guerra por me acolher em seu laboratoacuterio (LabiBio) pela

orientaccedilatildeo durante o desenvolvimento deste trabalho como tambeacutem por todos os

ensinamentos paciecircncia e incentivo

Aos meus colegas de laboratoacuterio Christyan e Emanuela por toda ajuda e apoio que

me deram em campo durante todo o trabalho

Agrave Profordf Drordf Selma Hebling por aceitar em me orientar na faculdade e por todos os

ensinamentos

RESUMO

Buscou-se analisar a distribuiccedilatildeo dos ninhos da abelha Jataiacute (Tetragonisca

angustula Latreille) por meio de um levantamento em aacuterea urbana dentro do

Campus Goiabeiras da Universidade Federal do Espiacuterito Santo bem como observar

seu comportamento durante os meses de abril a setembro de 2014 A lista de suas

principais fontes de alimento foi obtidas atraveacutes de revisatildeo bibliograacutefica Foi

encontrado um total de 11 ninhos em paredes e muros e sob placas de concreto

Desses trecircs desapareceram na aacuterea amostral um deles na primeira semana de

observaccedilatildeo e outros dois apoacutes eventos de revoadas entre as Jataiacutes ao longo das

observaccedilotildees As observaccedilotildees indicaram a presenccedila de divisatildeo de trabalho entre

operaacuterias de limpeza operaacuterias que atuavam na defesa do ninho contra ataque de

invasores e forrageiras Estas apresentaram maior nuacutemero de visitas agraves flores no

periacuteodo da manhatilde Com relaccedilatildeo aos recursos florais de acordo com o levantamento

a partir de dados bibliograacuteficos foi verificado um predomiacutenio de plantas exoacuteticas

polinizadas pelas Jataiacutes

Palavras-chave Abelha sem ferratildeo Defesa do ninho plantas melitoacutefilas Jataiacute

ABSTRACT

One searched to analyze the distribution of the nests of the Jataiacute bee (Tetragonisca

angustula Latreille) for way of a survey in urban area inside it Goiabeiras Campus of

the Federal University it Espiacuterito Santo as well as observing its behavior during the

months of April the September of 2014 Its main food sources had been gotten

through bibliographical revision It was found a total of 11 nests in walls and walls

and under plates of concrete Of these three had disappeared in the amostral area

one of them in the first week of comment and others two after revoadas events of

between the Jataiacutes throughout the comments The comments had indicated the

presence of division of work between laborers of cleanness laborers who acted in

the defense of the nest against attack of invaders and forrageiras These had

presented greater number of visits to the flowers in the period of the morning With

relation to the floral resources in accordance with the survey from bibliographical

data was verified a predominance of exotic plants polinizadas by the Jataiacutes

Keywords Bees without sting Defense of the nest Apicultural plants Jataiacute

SUMAacuteRIO

1 INTRODUCcedilAtildeO 15

2 REFERENCIAL TEOacuteRICO 19

21 CONTEXTO SISTEMAacuteTICO DAS ABELHAS 19

22 AS ABELHAS MELIPONINI 23

23 IMPACTOS DA URBANIZACcedilAtildeO NAS ABELHAS 24

24 COLETA DE RECURSOS E PRODUCcedilAtildeO DE MEL DAS MELIPONINI 30

25 COMPORTAMENTO DA ABELHA JATAIacute 35

3 METODOLOGIA 39

31 AacuteREA DE ESTUDO 39

32 OBTENCcedilAtildeO DOS DADOS 40

33 ANAacuteLISE DOS DADOS 41

4 RESULTADOS E DICUSSOtildeES 43

41 LOCALIZACcedilAtildeO DOS NINHOS 43

42 INTERACcedilOtildeES INTER E INTRAESPECIacuteFICAS 44

43 RECUROS FLORAIS 56

5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS 65

REFEREcircNCIAS 67

15

1 INTRODUCcedilAtildeO As abelhas estatildeo organizadas na superfamiacutelia Apoidea que por sua vez eacute formada

pela famiacutelia Apidae (MELO GONCcedilALVES 2005 SILVEIRA MELOALMEIDA

2002) Haacute maior destaque para a subfamiacutelia dos Apinae que apresenta haacutebitos

sociais mais avanccedilados (NOGUEIRA-NETO 1997 MELO GONCcedilALVES 2005) e

segundo Proniacute (2000) elas satildeo importantes por manter um fluxo de energia para

diversas espeacutecies de animais incluindo o homem Nessa famiacutelia satildeo encontradas

colocircnias que possuem capacidade de alcanccedilar populaccedilotildees com milhares de

indiviacuteduos (PIRANI LAURINO 1993) Elas podem se alimentar de neacutectar ou poacutelen

das flores os quais compotildeem sua principal fonte de energia e de proteiacutenas

respectivamente Poreacutem existem espeacutecies que se alimentam de tecidos de origem

animal ao inveacutes de poacutelen como a Trigona hypogea T crassipes e T necrophaga

(NOGUEIRA-NETO 1997)

No grupo dos Apinae estaacute agrave tribo dos Meliponini conhecidas como abelhas

indiacutegenas sem ferratildeo por possuir seu ferratildeo atrofiado (SILVEIRA MELO ALMEIDA

2002) Elas apresentam uma concavidade na superfiacutecie de sua tiacutebia posterior

chamada corbiacutecula cuja alteraccedilatildeo eacute empregada para o transporte do alimento para

o ninho (NOGUEIRA-NETO 1997 SILVEIRA MELO ALMEIDA 2002) Esta

subfamiacutelia apresenta uma ampla distribuiccedilatildeo em aacutereas tropicais e subtropicais

sendo localizada na maior parte da Ameacuterica Neotropical (NOGUEIRA-NETO 1997)

No Brasil aproximadamente 250 espeacutecies de Meliponini satildeo descritas em todos os

ecossistemas (SCHWARTZ-FILHO LAROCA MALKOWSKI 2004)

Os Meliponiacuteni satildeo abelhas sociais que apresentam algumas [] rdquocaracteriacutesticas

variadas que passam por haacutebitos de nidificaccedilatildeo pela morfologia e interaccedilotildees

comportamentais complexas entre rainhas e operaacuteriasrdquo (PIRANI LAURINO 1993)

Eles satildeo o principal grupo de polinizadores em diversos ecossistemas sendo

responsaacuteveis por aproximadamente 90 da polinizaccedilatildeo de plantas nativas

faneroacutegamas em remanescentes de Mata Atlacircntica (KERR 1997apud PRONIacute

2000) o que sugere sua importacircncia para as vaacuterias espeacutecies vegetais pois atraveacutes

da coleta do seu alimento eles acabam contribuindo com a movimentaccedilatildeo de genes

entre as populaccedilotildees de plantas ou seja colaboram para que haja o aumento da

16

variabilidade geneacutetica (BAWA 1990 apud SERRA 2012 NEF SIMPSON1993apud

SERRA 2012) Isto indica que seu desaparecimento pode causar o decliacutenio de

muitas dessas espeacutecies especialmente aquelas que estabelecem relaccedilatildeo entre si

podendo dessa maneira conduzir para um desequiliacutebrio ecoloacutegico (AIZEN

FEISINGER 1994 apud SERRA 2012 HARRIS JOHNSON 2004 apud SERRA

2012)

Tetragonisca angustula (Latreille1811) pertence agrave subtribo Trigonina (abelhas que

utilizam cera) (MELO GONCcedilALVES 2005) Conhecida popularmente como Jataiacute

ela eacute uma das abelhas mais comuns no Brasil (MOURE 1961apud STUCHI 2006)

com uma ampla distribuiccedilatildeo geograacutefica ocorrendo naturalmente nos Estados do

Acre Amapaacute Amazonas Bahia Cearaacute Espiacuterito Santo Goiaacutes Maranhatildeo Mato

Grosso Minas Gerais Paraacute Paraiacuteba Pernambuco Rio Grande do Sul Rio de

Janeiro Rondocircnia Roraima Santa Catarina e Satildeo Paulo (CAMARGO PEDRO

2013)

Tetragonisca angustula possui destaque tambeacutem devido sua importacircncia terapecircutica

em tratamentos de oftalmias e moleacutestias de pulmotildees (IMPERATRIZ-FONSECA et

al 1984 apud STUCHI 2006) aleacutem da sua importacircncia ecoloacutegica e econocircmica Seu

mel com sabor suave eacute muito apreciado pelo aroma e doccedilura e atinge preccedilos altos

no mercado (CARVALHO et al 2005 apud ANACLETO et al 2009)

Como abelhas eusociais elas vivem em colocircnias perenes frequumlentemente

populosas e em atividade o ano todo apresentam uma boa adaptaccedilatildeo em relaccedilatildeo

ao haacutebito de nidificar em cavidades preacute-existentes ocos de aacutervores muros buracos

de pedras no chatildeo e caixa de luz (NOGUEIRA-NETO 1997 SILVEIRA MELO

ALMEIDA 2002) Elas possuem capacidade de voar em campos mais fechados e

como podem atuar em menores aacutereas isso eleva a eficiecircncia do seu forrageamento

em cavidades mais limitadas (VENTURIERI et al 2012)

Um dos problemas que as abelhas tecircm enfrentado satildeo as alteraccedilotildees que ocorrem

em seu habitat devido aos distuacuterbios antroacutepicos (PRONIacute 2000) No Brasil elas satildeo

ameaccediladas de extinccedilatildeo principalmente pelas alteraccedilotildees que satildeo decorrentes dos

desmatamentos e das queimadas uma vez que as rainhas natildeo conseguem escapar

devido ao grande desenvolvimento do seu abdome dentro do ninho aleacutem disso o

uso de herbicidas tem afetado os polinizadores reduzindo a variabilidade do neacutectar

das flores O crescimento urbano desordenado eacute outro fator de impacto para esses

17

insetos (KEARNS INOUYE WASER 1998 PRONIacute 2000 KEER et al 1994 apud

STUCHI 2006) por causar a reduccedilatildeo no nuacutemero de aacutereas verdes nas cidades e

consequumlentemente diminuiccedilatildeo da oferta de substratos para nidificaccedilatildeo das

abelhasocasionando dessa formamaior frequumlecircncia de alteraccedilotildees inesperada sem

seu habitat (LAROCA CURE BERTOLI 1982 TEIXEIRA VIANA NEVES 2000)

Aleacutem disso o processo de urbanizaccedilatildeo tem provocado mudanccedilas na composiccedilatildeo

floriacutestica diminuiacutedo a disponibilidade de alimentos essenciais e muitas vezes

especiacuteficos (MICHENER 1994 apud SERRA 2012 ELTZ et al 2003 apud SERRA

2012)

Outro problema que vem ocorrendo eacute o decliacutenio de diversas populaccedilotildees de abelhas

causado pelo isolamento de muitas colocircnias em fragmentos (MORATO CAMPOS

2000apud SERRA 2012) Para Kearns Inouye e Waser (1998) essa fragmentaccedilatildeo

cria colocircnias pequenas com grandes nuacutemeros de indiviacuteduos o que traz uma seacuterie de

problemas tais como o aumento da deriva geneacutetica a depressatildeo inata e o aumento

do risco de extinccedilatildeo

O aumento indiscriminado da urbanizaccedilatildeo e consequumlentemente a diminuiccedilatildeo de

aacutereas verdes tecircm prejudicado a manutenccedilatildeo e preservaccedilatildeo de muitas espeacutecies de

Meliponini (SOUZA et al 2005) Segundo Pirani e Laurino (1993) haacute poucas

informaccedilotildees de espeacutecies de abelhas que ocorrem em aacutereas com interferecircncia

humana Por essa razatildeo este trabalho visa estudar a espeacutecie Tetragonisca

angustula Latreille com o intuito de contribuir para um melhor conhecimento de sua

ocorrecircncia em aacutereas alteradas antropicamente

Para este trabalho eacute levantada a hipoacutetese de encontrar a espeacutecie Tetragonisca

angustula no campus Goiabeiras da UFES e verificar se nesta aacuterea as abelhas

encontrariam recursos suficientes para se alimentarem As abelhas T angustula eacute

uma espeacutecie que nidifica em cavidades preacute-existentes possivelmente podemos

encontraacute-las Poreacutem o campus da UFES por se localizar em regiatildeo urbana

provavelmente possui uma oferta de recursos alimentares baixa

A partir dessa hipoacutetese procurou-se verificar a existecircncia e analisar a distribuiccedilatildeo de

T angustula e de seus recursos alimentares no campus Goiabeiras da Universidade

Federal do Espiacuterito Santo (Vitoacuteria-ES) Para isso foi necessaacuterio identificar os ninhos

de T angustula quantificar os ninhos dessas abelhas e conhecer suas principais

fontes de alimento

18

19

2 REFERENCIAL TEOacuteRICO 21 CONTEXTO SISTEMAacuteTICO DAS ABELHAS

Os invertebrados da classe Insecta pertencem ao filo dos artropodos ou seja dos

animais que apresentam apecircndices locomotores articulados (BRUSCA BRUSCA

2007) Esse filo possui milhares de espeacutecies descritas que estatildeo espalhadas em

diversas classes ldquoA classe dos insetos compreende aqueles que possuem o corpo

dividido em trecircs regiotildees como cabeccedila toacuterax e abdocircmen um par de antenas

geralmente dois pares de asas e trecircs pares de pernas toraxicasrdquo (LIMA 1938)

O sucesso evolutivo dos insetos se deve a algumas caracteriacutesticas que favoreceram

sua adaptaccedilatildeo como a presenccedila das asas que permitiu o seu acesso ao alimento e

a escapar de predadores e o dobramento que permitiu o acesso a habitats muito

pequenos a presenccedila de epicuticula ceacuterea a qual reduziu a dessecaccedilatildeo um ovo

com casca resistente que tolerou ser exposto a condiccedilotildees ambientais extremas e o

seu desenvolvimento que compreende uma larva (RUPPERT BARNES 1996)

Os insetos satildeo um dos principais predadores de invertebrados e essenciais para

alimentaccedilatildeo de muitos animais terrestres por serem inuacutemeros compotildeem grande

parte das cadeias alimentares terrestres Em geral possuem extrema importacircncia

para o ambiente por serem papel chave na polinizaccedilatildeo de grande maioria das

plantas ( RUPPET BARNES 1996 BRUSCA BRUSCA 2007)

Os insetos satildeo classificados em diversas ordens destacando os Hymenoptera cuja

ordem eacute um dos quatro grupos com maior diversidade ao lado de Diptera

Coleoptera e Lepdoptera Cada uma destas ordens possui uma estimativa de

aproximadamente cem mil espeacutecies descritas em todo o mundo com exceccedilatildeo do

Coleoptera que pode chegar a trezentos mil (GOULET HUBER 1993 MACEDO

[20--])

Os Hymenoptera se destacam por possuiacuterem vaacuterias espeacutecies que apresentam

diversidade no haacutebito de vida como predaccedilatildeo parasitismo comportamento soacutelitaacuterio

e formaccedilatildeo de sociedades complexas Dentre as importantiacutessimas funccedilotildees que

desempenham ao ambiente estaacute agrave polinizaccedilatildeo das plantas cultivadas exercidas

pelas abelhas e vespas o controle bioloacutegico por parte dos himenoacutepteros

20

parasitoacuteides de pragas agriacutecolas e tambeacutem ciclagem de nutrientes e dispersatildeo de

sementes exercidas pelas formigas (ALDREY CAZALLA 1999 MACEDO [20--])

A ordem Hymenoptera eacute dividida nas subordens Symphyta e Apocrita essa ultima eacute

dividida nos grupos Parasitica e Aculeata (ALDREY CAZALLA 1999) Symphyta eacute

um grupo pequeno que apresenta o haacutebito mais primitivo principalmente os haacutebitos

de se alimentar nas plantas esse grupo possui caracteriacutesticas que se perdem do

resto dos Hymenoptera Symphyta satildeo animais de cintura grossa eles apresentam

asas inteiramente desenvolvidas pouco ou quase nenhum dimorfismo sexual e

possui unido o primeiro e segundo seguimento abdominal O ovipositor da maioria

das espeacutecies desse grupo eacute comprido lateralmente e modificado com dentes

marginais para que funcione como uma serra para perfurar o tecido das plantas

Suas larvas satildeo na maioria das vezes na forma de lagarta com presenccedila de pernas

falsas no abdocircmen e cabeccedila desenvolvida (GOULET HUBER 1993 BRUSCA

BRUSCA 2007)

Jaacute a subordem Apocrita considerada como grupo monofileacutetico eacute caracterizada pela

junccedilatildeo estreita entre o primeiro segmento do abdocircmen (metassoma) com o toacuterax

(mesossoma) o que permitiu maior flexibilidade para o metassoma controlar o

ovipositor (GOULET HUBER 1993 MACEDO [20--]) No grupo Apocrita existe a

presenccedila de grupos sociais que compreendem castas caracterizadas com machos

haploacuteides rainha e fecircmeas partenogeneacuteticas e outros indiviacuteduos como soldados e

operaacuterias (BRUSCA BRUSCA 2007)

Os membros de Apocrita satildeo basicamente carniacutevoros alimentando-se de outros

insetos No entanto vaacuterios grupos tecircm abandonado a vida de carniacutevoros e

desenvolvido para uma dieta vegetal O grupo das abelhas alimenta-se de poacutelen e

neacutectar enquanto o grupo de vespas fazem as galhas familiares sobre umas aacutervores

ou dentro de folhas frutos e caules das quais as larvas se alimentam e algumas

espeacutecies do grupo das formigas se alimentam apenas de vegetais ou satildeo oniacutevoros

(GOULET HUBER 1993)

O grupo Parasitica eacute uma divisatildeo da subordem Apocrita neste grupo inclui-se

alguns grupos fitoacutefagos e uma grande parte de parasitoacuteides (AUDREY CAZALLA

1999) Os parasitoacuteides satildeo insetos que depositam seus ovos em ovos larvas ninfa

ou pupa de hospedeiros geralmente levam agrave morte e tecircm a fase adulta com vida

livre (GOULET HUBER 1993 MACEDO [20--]) De acordo com os estudos de

21

Audrey e Cazalla (1999) o uso da divisatildeo cladiacutestica desse grupo tende a ser

eliminado porque constitui um agrupamento artificial das superfamiacutelias de

Hymenoptera As superfamiacutelias que se incluem satildeo Trigonalyoidea Megalyroidea

Evanioidea Stephanoidea Ichneumonoidea Chalcidoidea Proctotrupoidea

Ceraphronoideae Cynipoidea (AUDREY CAZALLA 1999) Destacamos a

superfamiacutelia Chalcidoidea essa envolve muitos Hymenopteros que satildeo de grande

importacircncia para a ecologia como tambeacutem para economia e a superfamiacutelia

Ichneumonoidea que de acordo com os dados de Rasnitsyn (1988) (apud AUDREY

CAZALLA 1999) satildeo o grupo irmatildeo dos Aculeata

Jaacute o grupo dos Aculeata satildeo os mais diversos em Hymenoptera eles apresentam

uma origem evolutiva comum que eacute representada pelo ferratildeo caracteriacutestica que

apareceu apenas uma vez durante a evoluccedilatildeo do grupo (AUDREY CAZALLA1999)

Neste grupo satildeo conhecidas sete superfamiacutelias como Chrysidoidea Formicoidea

Tiphoidea Pompiloidea Apoidea Vespoidea e Sphecoidea As principais diferenccedilas

entre as classificaccedilotildees recentes estatildeo relacionada com a grande diversidade de

vespas esfecoacuteides e os Apidae Esses estatildeo dentro da superfamiacutelia dos Apoidea por

apresentarem caracteriacutesticas semelhantes A superfamiacutelia Chrysidoidea eacute

considerada grupo irmatildeo dos Apoidea e Vespoidea Dentre as superfamiacutelias a dos

Apoidea eacute que apresenta a maior diversidade de aculeados (AUDREY CAZALLA

1999)

O evento evolutivo que deu origem aos primeiros aculeados foi agrave aquisiccedilatildeo de um

ferratildeo venenoso a partir do ovipositor dos icneumoniacutedeos ou seja os Apocrita

possuiacuteam uma glacircndula que era associada ao ovipositor Essa glacircndula produzia

secreccedilotildees que eram mais suscetiacuteveis ao substrato para o desenvolvimento das

larvas poreacutem durante a evoluccedilatildeo essa glacircndula comeccedilou a produzir veneno para

paralisar seus hospedeiros e utilizaacute-los como alimento para as larvas Desde entatildeo

o ovipositor dos aculeados acabou sendo usado tambeacutem para inoculaccedilatildeo de

veneno como uma arma defensiva para se protegerem de alguns vertebrados

(AUDREY CAZALLA 1999)

Esse evento foi muito importante e resultou em alguns modos de vida que puderam

estabelecer estrateacutegias evolutivas bem sucedidas como por exemplo o

desenvolvimento dos meacutetodos de transporte das presas em ninhos diferentes A

construccedilatildeo de ninhos foi uma estrateacutegia evolutiva importante visto que as espeacutecies

22

armazenavam alimento em grande quantidade antes de comeccedilar o desenvolvimento

de suas larvas (AUDREY CAZALLA 1999)

O desenvolvimento das sociedades eacute caracterizado pela presenccedila de divisatildeo de

castas Ela se baseia no mecanismo haplo-diploacuteide da determinaccedilatildeo do sexo em

que as fecircmeas satildeo diploacuteides feacuterteis os machos haploacuteides e cooperam apenas na

fecundaccedilatildeo da rainha e as operarias esteacutereis Essa sociedade ocorre em todas as

formigas e em algumas abelhas e vespas (AUDREY CAZALLA 1999 PRATO [20--

])Para que a espeacutecie seja eussocial eacute necessaacuterio que dentro do ninho tenha divisatildeo

de trabalho colaboraccedilatildeo para cuidar da prole e ter mais de uma geraccedilatildeo em um

mesmo ninho (AUDREY CAZALLA 1999)

O grupo das abelhas estaacute reunido na Superfamiacutelia Apoidea De acordo com a

proposta da aacutervore filogeneacutetica dos principais clados das abelhas descrita por

Michener (1944 apud SILVEIRA MELO ALMEIDA 2002) seis famiacutelias foram

reconhecidas satildeo elas Colletidae Apidae Adrenidae Halictidae Megachilidae e

Milittidae Essa classificaccedilatildeo representou um importante avanccedilo nas relaccedilotildees

filogeneacuteticas desse grupo (SILVEIRA MELO ALMEIDA 2002) Nos estudos de

Melo e Gonccedilalves (2005) eacute abordada uma classificaccedilatildeo mais atual para as abelhas

Essa classificaccedilatildeo eacute revisada por Michener (2000 apud MELO GONCcedilALVES

2005) em que ele defende uma mudanccedila na qual as abelhas estatildeo incluiacutedas apenas

em uma famiacutelia a Apidae e as famiacutelias da classificaccedilatildeo tradicional como subfamiacutelias

Nessa revisatildeo da classificaccedilatildeo das abelhas satildeo reconhecidas sete subfamiacutelias 51

tribos e 27 subtribos (MELO GONCcedilALVES 2005) De acordo com esta a

subfamilia Meliponinae passa a ser a tribo Meliponini com duas subtribos Trigonina

e MeliponinaPara este trabalho foi utilizada esta nova classificaccedilatildeo das abelhas

revisada por Michener (2000)

Na superfamiacutelia Apoidea grande parte das abelhas satildeo solitaacuterias (85) entre elas

estatildeo algumas espeacutecies da subfamiacutelia Megachilidae Anthophoridae e Apidae No

haacutebito de vida solitaacuterio cada fecircmea cuida sozinha do seu ninho ou seja o constroacutei

coloca os ovos busca alimento suficiente para o crescimento da larva e

normalmente morre antes da sua progecircnie amadurecer natildeo tendo dessa maneira

contato entre as geraccedilotildees (SANTOS 2002 MICHENER 1969 PERUQUEETI [19--

]) Jaacute a grande parte das abelhas que apresentam os haacutebitos mais sociais satildeo os

Apinae (Bombineos (Bombini) Apineos(Apini) e Meliponineos (Meliponini) elas vivem

23

em grandes colocircnias com apenas uma rainha e vaacuterias operaacuterias e divisatildeo de

trabalho (MICHENER 1969)

Haacute dois grandes grupos de abelhas altamente sociais ambos na subfamiacutelia Apinae

os Apineos (todos do gecircnero Apis) e os Meliponineos (Meliponini) (abelhas sem

ferratildeo) Esse comportamento pode ter evoluiacutedo duas vezes a partir de semelhanccedilas

no comportamento social entre Apis e Meliponineos (Meliponini) que surgiram

independentemente (WINSTON MICHENER 1977) Em ambos os grupos satildeo

produzidos enxames poreacutem com mecanismos bem diferentes Nos Meliponineos

(Meliponini) as operaacuterias da colocircnia voam para encontrar novos siacutetios para nidificar

preparam o ninho com mateacuterias do ninho antigo e somente quando o novo ninho

estaacute pronto a rainha jovem se junta a estas operaacuterias e deixa a rainha velha no

antigo ninho Jaacute em Apis a rainha velha sai com suas operaacuterias e deixa a jovem no

ninho antigo (WINSTON MICHENER 1977)

Em relaccedilatildeo agrave alimentaccedilatildeo das larvas em Apis satildeo operaacuterias que fazem esse

trabalho Jaacute em meliponineos (meliponini) as operaacuterias fecham as ceacutelulas de cria

com ovos e colocam alimento suficiente para a larva completar seu desenvolvimento

(WINSTON MICHENER 1977)

As abelhas dependem totalmente das plantas para se alimentarem o seu

aparecimento pode estar relacionado com o surgimento das angiospermas

(PERUQUETTI [19--] PIRANI LAURINO 1993) As angiospermas mais primitivas

surgiram com flores bem rasas com o passar do tempo foram se especializando em

plantas estreitas tubulares e profundas Para ter maior sucesso na coleta do neacutectar

as abelhas adaptaram suas peccedilas bucais com liacutengua curta e liacutengua longa assim

passaram a ser chamadas de abelhas lambedoras e sugadoras respectivamente

(PERUQUETTI [19--] PIRANI LAURINO 1993) Para a coleta dos gratildeos de poacutelen

as primeiras abelhas portavam muitos pelos em volta do corpo condiccedilatildeo que foi

modificada ao longo do tempo (PIRANI LAURINO 1993)

22 AS ABELHAS MELIPONINI

Para estudos a respeito dos meliponineos (meliponini) Nogueira-Neto (1997)

publicou um livro que relata seus conhecimentos sobre essas abelhas indiacutegenas

24

sem ferratildeo O livro faz uma abordagem a respeito da vida dos meliponiacuteneos

(Meliponini pertencente agrave Apidae) mostrando os principais aspectos de suas

caracteriacutesticas bem como meacutetodos para sua criaccedilatildeo e cuidados que um

meliponicultor deve ter Os primeiros capiacutetulos fazem uma apresentaccedilatildeo que

caracteriza os meliponiacuteneos Haacute a apresentaccedilatildeo da classificaccedilatildeo dessas abelhas a

descriccedilatildeo de sua fonte de alimento de sua distribuiccedilatildeo geograacutefica de seu

relacionamento com outras abelhas e de sua possiacutevel aclimataccedilatildeo O autor faz

consideraccedilotildees sobre a arquitetura e o material usado para a construccedilatildeo de seus

ninhos e daacute destaque principal ao material que elas mesmas produzem a cera Nos

capiacutetulos subsequumlentes satildeo feitas consideraccedilotildees sobre a geneacutetica e o

comportamento das abelhas o tratamento e as teacutecnicas necessaacuterias para sua

criaccedilatildeo Aleacutem disso haacute tambeacutem discussotildees sobre a conservaccedilatildeo do mel a higiene

ou a sua falta em algumas espeacutecies e a existecircncia de meacuteis perigosos Neste livro o

autor teve o intuito de contribuir com seus estudos para que outros cientistas e

meliponicultores pudessem conhecer a vida dos meliponiacuteneos e fazer possiacuteveis

identificaccedilotildees de muitas outras espeacutecies

23 IMPACTOS DA URBANIZACcedilAtildeO NAS ABELHAS

Vaacuterios estudos relatam que eacute comum encontrar abelhas em aacutereas urbanizadas

(antropizadas) As espeacutecies encontradas de modo geral apresentam boa

adaptaccedilatildeo a esses ambientes Alguns estudos com relaccedilatildeo a essas abelhas

urbanas tratam de impactos que esses ambientes podem causar a elas

Laroca Sebastiatildeo e Cure (1982) realizaram um trabalho de abordagem a respeito

do impacto da urbanizaccedilatildeo sobre a abundacircncia relativa fenologia e flores

preferenciais das abelhas que se encontram em aacutereas urbanas Com coletas feitas

durante um ano no parque Passeio Puacuteblico localizado no centro da cidade de

Curitiba e na regiatildeo de Boa Vista tambeacutem em Curitiba eles constataram que

comparada as duas aacutereas de estudos o Passeio Puacuteblico apresentou um nuacutemero

menor de espeacutecies e em fenologia e flores preferenciais constataram que a

composiccedilatildeo das flores estaacute muito alterada devido agrave introduccedilatildeo de espeacutecies

cultivadas Portanto concluiacuteram que o processo de urbanizaccedilatildeo produz grandes

25

mudanccedilas na composiccedilatildeo floriacutestica nos locais de nidificaccedilatildeo e que apresentam ter

influecircncias significativas nas caracteriacutesticas associadas agraves abelhas

Taura e Laroca (1991) realizaram uma pesquisa com o propoacutesito de analisar a

distribuiccedilatildeo e a abundacircncia de ninhos de abelhas sociais em locais que apresentam

constantes processos de urbanizaccedilatildeo Com levantamentos realizados na regiatildeo de

Passeio Puacuteblico (Curitiba) eles encontraram 32 ninhos de Apidae com

predominacircncia da subfamiacutelia dos Meliponiacuteneos Assim sendo concluiacuteram que os

meliponiacuteneos eram favorecidos pelas atividades humanas para nidificaccedilatildeo uma vez

que foram encontrados em paredotildees de concretos edificaccedilotildees entre outros locais

Entretanto tambeacutem concluiacuteram que essas abelhas satildeo ameaccediladas devido agrave

instabilidade do ambiente que apresenta muitas mudanccedilas por causa da

urbanizaccedilatildeo

Pirani e Laurino (1993) publicaram um livro sobre flores e abelhas em Satildeo Paulo

onde os autores tinham o interesse de estudar as relaccedilotildees entre as abelhas e o

ambiente conhecer as plantas visitadas por elas e suas preferecircncias florais em

aacutereas onde haacute interferecircncia humana Todo estudo foi realizado dentro do Campus

Universitaacuterio de Satildeo Paulo Para desenvolver esse trabalho eles coletaram

informaccedilotildees sobre as plantas apiacutecolas dos jardins do ldquocampusrdquo sobre a atraccedilatildeo que

as espeacutecies de abelhas sociais tecircm por estas plantas e sobre as variaccedilotildees abioacuteticas

existentes As coletas nas flores de amostras de mel e poacutelen das colocircnias e

observaccedilotildees dos ninhos das abelhas foram perioacutedicas Eles obtiveram 133 espeacutecies

de flores visitadas separadas em sete famiacutelias Neste livro Pirani e Laurino fazem

discussotildees a respeito dos resultados dos seus dados associando com trabalhos de

outros autores e concluem que trabalhos como esse apresenta grande importacircncia

pois mostra o valor de determinadas espeacutecies vegetais para as abelhas e que ainda

haacute muito estudo para se fazer com relaccedilatildeo agrave abelha-flor

Devido aos danos que as abelhas vecircm sofrendo com a perda de habitat Oliveira

Morato e Garcia (1995) fizeram um estudo para conhecer as espeacutecies de

meliponineos existentes em aacutereas desmatadas fragmentos de mata isolados e mata

continua nesta uacuteltima foi tambeacutem realizado estudo para saber informaccedilotildees sobre a

densidade dos ninhos As aacutereas fragmentadas foram divididas em hectares e as

coletas das abelhas foram feitas em ninhos nidificados em aacutervores vivas e mortas

Todo o trabalho foi realizado na regiatildeo de Manaus Amazocircnia que vem sofrendo

26

antropizaccedilatildeo Foram coletadas um total de 54 espeacutecies de meliponineos sendo que

na mata contiacutenua foram 37 espeacutecies nos fragmentos isolados (de 1 e 10 hectar) e

na aacuterea desmatada foram coletada entre 21 e 25 espeacutecies e no fragmento de mata

continua(100 hectar) apenas 9 foram coletada Os autores concluiacuteram que mesmo a

regiatildeo ter apresentado grande riqueza de espeacutecies as aacutereas fragmentadas das

matas estatildeo diminuindo o tamanho das comunidades de meliponineos o que pode

deste modo comprometer a reproduccedilatildeo de diversas plantas melitoacutefilasna regiatildeo

Kearns Inouye e Wase (1998) publicaram um trabalho sobre a interaccedilatildeo de planta-

polinizador e suas interaccedilotildees Neste trabalho os autores descrevem a respeito da

natureza ecoloacutegica e evolutiva dessas interaccedilotildees e das evidentes ameaccedilas que

estatildeo sofrendo por meio das atividades humanas como tambeacutem discute sobre

soluccedilotildees de gestatildeo de melhoria para locais onde haacute crise na polinizaccedilatildeo Com

respeito a essas crises os autores debatem durante todo o trabalho que esse

problema jaacute eacute generalizado por ser associada agraves atividades humanas e que ele eacute

causado principalmente pelo uso de pesticidas e herbicidas mudanccedila no uso dos

solos pastagens agricultura fragmentaccedilatildeo do habitat desses polinizadores e pela

introduccedilatildeo de espeacutecies natildeo nativas nos ambientes O trabalho conclui que todos

esses problemas podem ter futuramente um aumento devido agraves grandes alteraccedilotildees

de habitat causado por uma populaccedilatildeo que estaacute sempre em crescimento e

sugeriram que os proacuteprios cidadatildeos e ecologistas natildeo devem medir esforccedilos para

reverter esse quadro

Proniacute (2000) realizou uma pesquisa para conhecer a biodiversidade de abelhas

indiacutegenas sem ferratildeo com o intuito de apresentar manejos de conservaccedilatildeo para os

ecossistemas Com levantamentos preliminares de ninhos de abelhas nas regiotildees

(urbana e rural) de Londrinas (Paranaacute) e municiacutepios proacuteximos agrave Bacia do Rio Tibagi

(Paranaacute) ele constatou que a aacuterea estudada apresenta uma distribuiccedilatildeo

diversificada tanto nos ecossistemas urbanos como nos agroecossistemas Em

relaccedilatildeo agrave diversidade das abelhas indiacutegenas sem ferratildeo ele observou que 12 das 19

espeacutecies encontradas ocorrem nos agroecossistemas e que praticamente natildeo

nidificam em aacutereas urbanas Portanto ele concluiu que a biodiversidade dessas

abelhas na Bacia do Rio Tibagi estaacute seriamente ameaccedilada principalmente devido agrave

diminuiccedilatildeo de aacutereas florestadas Segundo o autor para que haja melhoria do quadro

27

eacute preciso da responsabilidade de meliponicultores pesquisadores entre outros para

que sejam proporcionadas condiccedilotildees boas para essas abelhas

Devido agraves grandes mudanccedilas do ambiente provocadas pela urbanizaccedilatildeo Souza e

colaboradores (2002) fizeram um estudo durante um ano (Marccedilo de 2000 a Julho de

2001) com o intuito de verificar a diversidade e habitat de Meliponini em uma aacuterea

urbana e identificar a relaccedilatildeo das espeacutecies com o processo de urbanizaccedilatildeo Foi

realizada inspeccedilatildeo mensal a procura de ninhos de meliponini dentro do Campus da

Universidade Federal de Juiz de Fora Minas Gerais Com os ninhos encontrados foi

feito a identificaccedilatildeo do substrato em que foi nidificado Essas informaccedilotildees foram

relacionadas com os dados de temperatura umidade e precipitaccedilatildeo do municiacutepio

Durante o estudo foi encontrado uma meacutedia de 3488 ninhos e quatro espeacutecies

foram identificadas sendo elas Tetragonisca angustula Nannotrigona testaceicornis

Trigona spinipes e Partamona sp As espeacutecies encontradas apresentaram

preferecircncia em substratos de construccedilotildees (cavidades preacute-existentes) Em relaccedilatildeo agrave

temperatura umidade e precipitaccedilatildeo os autores observaram uma correlaccedilatildeo

positiva entre a temperatura e a abundancia dos ninhos das abelhas sem ferratildeo por

outro lado natildeo foi encontrado para umidade relativa do ar e precipitaccedilatildeo Deste

modo concluiacuteram que mesmo em ambiente urbano essas espeacutecies ainda

conseguem sobreviver com sucesso por traacutes das atividades antropicas

Com relaccedilatildeo aos ninhos de T angustula com o clima do ambiente em que esses satildeo

nidificados Chiari e colaboradores (2002) realizaram um trabalho para ver se as

variaccedilotildees climaacuteticas tecircm alguma relaccedilatildeo com o desenvolvimento dos ninhos das

Jataiacutes Foram realizadas coletas das abelhas que foram depositadas em trecircs tipos

diferentes de colmeacuteias Fritzen Nogueira-Neto e Guiliane Apoacutes esse procedimento

as colocircnias foram pesadas e instaladas no municiacutepio de Maringaacute Paranaacute Ao longo

do estudo a temperatura do ambiente onde as colmeacuteias foram instaladas foi

monitorada Apenas a colmeacuteia Nogueira-Neto natildeo apresentou associaccedilatildeo com a

variaccedilatildeo das temperaturas Nos modelos Fritzen e Giuliane foram observados que o

peso de ambas apresentaram de forma positiva com a umidade relativa do ar

apenas Giuliane teve relaccedilatildeo positiva com a insolaccedilatildeo Deste modo os autores

concluiacuteram que os modelos Giuliane e Noguera-Neto satildeo mais apropriados para as

colmeacuteias de T angustula

28

Outro trabalho tambeacutem realizado em Campus Universitaacuterio foi feito por Almeida

(2002) sobre composiccedilatildeo das comunidades de abelhas em Satildeo Paulo O autor teve

o intuito de contribuir com informaccedilotildees sobre as espeacutecies de abelhas e as plantas

visitadas por elas Com levantamento das abelhas e plantas em duas aacutereas de

Cerrado (Cerradatildeo e Cerrado) localizado no campus Universitaacuterio no Municiacutepio de

Pirassununga foi coletado um total de 261 amostras de plantas de 41 famiacutelias e 140

espeacutecies Dessas apenas cinco ocorreram nas duas aacutereas Com relaccedilatildeo agraves

abelhas foram coletadas um total de 141 espeacutecies em quatro famiacutelias Foi concluiacutedo

que a famiacutelia que apresentou maior riqueza de espeacutecie foi Apidae Com relaccedilatildeo agraves

plantas as famiacutelias Asteraceae Malvaceae Fabaceae Sapindaceae e Vichysiaceae

foram as mais ricas em nuacutemero de espeacutecies

Neves e Viana (2002) realizaram um estudo sobre a ecologia da comunidade de

abelhas eussociais com o propoacutesito de analisar as atividades do seu vocirco

relacionando com recursos alimentares variaccedilotildees meteoroloacutegicas entre outros

fatores Com coletas das abelhas amostras de plantas floridas e monitoramento dos

ninhos nas dunas continentais na Bahia Eles capturaram oito espeacutecies da famiacutelia

Apidae Estas abelhas exibiam maior atividade no periacuteodo da manhatilde Um nuacutemero de

plantas floridas foi verificado na estaccedilatildeo chuvosa Assim sendo concluiacuteram que a

disponibilidade de recursos disponiacutevel e agraves variaccedilotildees meteoroloacutegicas favorecem a

concentraccedilatildeo de visitas florais dessas abelhas pela manhatilde

Um estudo sobre a ecologia das populaccedilotildees de meliponiacuteneos Souza e

colaboradores (2005) fizeram buscas pelos ninhos e coletas das abelhas no Campus

da Universidade Federal da Bahia eles encontraram 94 ninhos com 19 espeacutecies

diferentes tendo uma predominacircncia da espeacutecie Tetragonisca angustula Deste

modo concluiacuteram que a riqueza de espeacutecies de meliponineos (meliponini)

encontrada no Campus (o qual eacute um local que sofre antropizaccedilatildeo) pode ser devida

a disponibilidade de substratos para nidificaccedilatildeo e pela quantidade de recursos que eacute

ofertado

Stuch (2006) realizou uma pesquisa sobre a variabilidade geneacutetica das populaccedilotildees

de Tetragonisca angustula Nesse trabalho o autor primeiramente faz uma revisatildeo

da bibliografia com o propoacutesito de apresentar informaccedilotildees a respeito da estrutura

das populaccedilotildees de meliponiacuteneos (meliponini) sobre as abelhas indiacutegenas sem

ferratildeo e principalmente a respeito da abelha em estudo onde destacam informaccedilotildees

29

do comportamento locais de nidificaccedilatildeo dos recursos usados para se alimentar e

do mel que eacute produzido por eles Com coletas e anaacutelises realizadas por meio de

marcador molecular nas cidades de Dracena em Satildeo Paulo e Ivatuba no Paranaacute Ele

observou que as amostras obtidas em Ivatuba apresentaram 60 de polimorfismo e

na cidade de Dracena foram apresentadas 40 Deste modo o autor concluiu que

em Ivatuba as populaccedilotildees de T angustula estatildeo diferenciadas geneticamente e natildeo

apresentam endocruzamento entre os ninhos jaacute as populaccedilotildees da cidade de

Dracena natildeo se encontraram modificados podendo os ninhos ser considerados

como um soacute Segundo o autor essas informaccedilotildees satildeo muito importantes para que

estudos de praacuteticas de manejo sejam realizados para manter a variabilidade dessas

populaccedilotildees

Outro trabalho tambeacutem em aacutereas fragmentadas foi realizado por Alvarenga (2008)

Neste trabalho o autor teve o objetivo de conhecer a diversidade e densidade dos

ninhos de meliponineos (meliponini) na Mata de Santa Tereza (Estaccedilatildeo Ecoloacutegica de

Ribeiratildeo Preto Satildeo Paulo) que fica situado entre a Mata Atlacircntica e o Cerrado com

levantamentos dos ninhos e das aacutervores que poderiam apresentar um tamanho

potencial para essas abelhas nidificarem Foram encontrados ninhos de quatro

espeacutecies de meliponineos (meliponini) sendo T angustula e Scaura latitarsis

representaram 25 dos ninhos encontrados e Trigona hyalinata 50 E em relaccedilatildeo

aacutes aacutervores cerca de 67 foram analisadas poucas apresentavam rachaduras ou

cavidades para abrigar os ninhos Deste modo foi concluiacutedo que na aacuterea estudada

haacute uma riqueza baixa e densidade relativamente meacutedia e tambeacutem poucos locais

para nidificaccedilatildeo

Andena e colaboradores (2009) tambeacutem fizeram um trabalho em aacutereas degradadas

Para eles esses estudos satildeo essecircncias devido a essas aacutereas serem a principal

razatildeo para o aumento das taxas de perda da diversidade geneacutetica e extinccedilatildeo das

abelhas Os autores realizaram um estudo para conhecer a diversidade de abelhas

no Cerrado em Satildeo Paulo Foram realizadas coletas das abelhas em quatro

reservas em regiotildees fragmentadas do Cerrado Reserva de Corumbataiacute Estaccedilatildeo

Ecoloacutegica de Jataiacute Parque Vassununga e Reserva de Cajuru Com cerca de 500

indiviacuteduos coletados as aacutereas que apresentaram maior riqueza foram Cajuru e

Corumbataiacute e as aacutereas com menor riqueza foram Vassununga e Estaccedilatildeo Ecoloacutegica

Jataiacute Mesmo apresentando maior nuacutemero de riqueza a aacuterea de Corumbataiacute sofreu

30

vaacuterias alteraccedilotildees na composiccedilatildeo fauniacutestica durante o estudo Assim sendo foi

concluiacutedo que pesquisas como essas satildeo importantes pois contribuem com

informaccedilotildees a respeito da influencia que essas aacutereas degradadas podem exercer

sobre a composiccedilatildeo fauniacutestica e a riqueza das espeacutecies de abelhas

Um inventaacuterio sobre os meliponiacuteneos (meliponini) no Bioma Cerrado foi realizado por

Fernandes e colaboradores (2012) Com levantamentos feitos durante dois anos em

quatro aacutereas diferentes (Municiacutepio de Tangaraacute da Serra ndash MT nos arredores do

campus universitaacuterio de Mato Grosso na Reserva Florestal Antocircnio Conselheiro ndash

MT e na zona rural do municiacutepio Tangaraacute da Serra - MT) os autores coletaram 128

espeacutecimes distribuiacutedos em 27 espeacutecies e 14 gecircneros e constataram que a maior

riqueza foi vista na reserva florestal e na zona rural do municiacutepio de Tangaraacute da

Serra Deste modo eles concluiacuteram que a riqueza observada na reserva pode ser

devido agrave mata apresentar pouca antropizaccedilatildeo e que as informaccedilotildees obtidas nesse

estudo satildeo de extrema importacircncia para a preservaccedilatildeo da biodiversidade da reserva

florestal

Uma pesquisa realizada por Oliveira e colaboradores (2013) cujo tema foi

Levantamento de Ocorrecircncia de Meliponiacutedeos (Meliponini) em Municiacutepios na regiatildeo

do Vale do Jauru ndash MT foia incidecircncia de abelhas sem ferratildeo em zonas urbanas

Com entrevistas aos moradores e com sessotildees de fotos para definir quais espeacutecies

de abelhas se encontravam nas proximidades das casas da regiatildeo do Vale do Jauru

eles encontraram 67 colmeacuteias sendo 17 predominantes em apenas uma cidade

Deste modo concluiacuteram que na regiatildeo do Vale do Jauru encontram-se grandes

aacutereas verdes proporcionando dessa forma alimento e a preservaccedilatildeo das abelhas

24 COLETA DE RECURSOS E PRODUCcedilAtildeO DE MEL DAS MELIPONINI

Devido agraves poucas informaccedilotildees sobre a composiccedilatildeo do mel e fontes alimentares

utilizados pelos meliponineos Anacleto (2007) fez um estudo com o intuito de

conhecer as principais fontes que fazem parte da dieta dessas abelhas e tambeacutem

conhecer as caracteriacutesticas quiacutemicas do mel produzido por elas O estudo foi no

Municiacutepio de Piracicaba Satildeo Paulo Foi realizado um levantamento das plantas

visitadas por cinco espeacutecies de meliponineos (T angustula Scaptotrigona

31

bipunctata Nanotrigona testaceicornis Friesiomellita varia e Tetragona clavipes)

coleta de mel nos potes de alimento dos ninhos e coleta de poacutelen retirada das

corbiacuteculas O autor obteve 158 espeacutecies de plantas sendo que dessas 67 foram

visitadas pelas abelhas em estudo e na anaacutelise poliacutenica foram encontradas 72

espeacutecies de plantas A espeacutecie que apresentou menor nuacutemero de visitas foi F varia

em contrapartida T angustula foi a espeacutecie que apresentou o haacutebito mais

generalista em relaccedilatildeo ao numero de espeacutecies de plantas visitadas Com relaccedilatildeo ao

mel foram analisadas um total 31 amostras Os estudos com a composiccedilatildeo do mel

apresentaram uma dificuldade devido agrave legislaccedilatildeo atender apenas as caracteriacutesticas

do mel de Apis melliacutefera e natildeo o mel das abelhas nativas O mel de F varia foi a que

apresentou menor niacutevel de accediluacutecar em contrapartida o niacutevel de accediluacutecar do mel de T

angustula foi o mais elevado Deste modo foi concluiacutedo que as espeacutecies estudadas

se mostraram generalistas com exceccedilatildeo de F varia e com relaccedilatildeo agrave anaacutelise do

mel foi concluiacutedo que haacute a necessidade de um padratildeo na legislaccedilatildeo proacuteprio para

uma melhor anaacutelise dos compostos quiacutemicos do mel de meliponiacuteneos

Anacleto e colaboradores (2009) tambeacutem realizaram uma pesquisa sobre o padratildeo

de qualidade do mel das abelhas sem ferratildeo Para esse estudo foi analisado a

composiccedilatildeo do mel das abelhas Tetragonisca angustula Com coletas feitas

diretamente de dentro das colocircnias encontradas em Piracicaba ndash (SP) e com

anaacutelises feitas sobre o accediluacutecar proteiacutenas pH acidez cor entre outros fatores os

autores obtiveram 20 amostras de mel e relataram que o accediluacutecar dessas amostras

apresentaram valores inferiores ao que eacute estabelecido pelas normas

brasileirasAssim sendo concluiacuteram que 5 de accediluacutecar do mel coletado natildeo se

enquadram na legislaccedilatildeo e que seria necessaacuterio um maior estudo para que uma

nova legislaccedilatildeo seja feita

No trabalho de Sommeijer e colaboradores (1983) aleacutem de analisar os recursos

coletados por algumas abelhas sem ferratildeo (Meliponineos) e Apis mellifera os

autores tambeacutem fizeram observaccedilotildees no comportamento de forrageamento dessas

abelhas As observaccedilotildees e amostras de poacutelen foram retiradas semanalmente das

corbiacuteculas das forrageiras que retornavam ao ninho Os autores observaram que as

coletas dos recursos ocorreram em periacuteodos diferentes os voos de neacutectar ocorreram

na maior parte das vezes de manhatilde e os vocircos de poacutelen ocorreram agrave tarde Em

relaccedilatildeo ao poacutelen foram obtidas 191 amostras sendo que quatro famiacutelias se

32

mostraram mais presentes Myrtaceae Sapotaceae Sapindaceae e Melliaceae

Desta forma concluiacuteram que as coletas de poacutelen pelas forrageiras podem ter

predominado no periacuteodo da manhatilde devido agraves flores se mostrar mais murchas com o

passar do dia Tambeacutem concluiacuteram que os recursos de poliacutenicos foram bem

diversos o que confirmou o haacutebito generalista dessas abelhas

Carvalho e Marchini (1999) realizaram um estudo dentro de um campus Universitaacuterio

(USP) em Piracicaba Em seu trabalho tiveram o objetivo de conhecer as plantas

que oferecem recursos para abelhas em ambientes mais antropizados Com coletas

de abelhas operaacuterias em colocircnias de Tetragonisca angustula e Nannotrigona

testaceicornis os autores analisaram os gratildeos de poacutelen coletados por elas Atraveacutes

dessa anaacutelise obtiveram 31 tipos poliacutenicos em 22 famiacutelias de plantas sendo que

entre essas famiacutelias para N testaceicornis os gratildeos de poacutelen que se mostrou mais

frequumlente foi de Myrtaceae e para T angustula foram Fabaceae Liliaceae e

Mimosaceae Dessa maneira concluiacuteram que essas espeacutecies se mostraram

generalistas visitando diversas plantas

No mesmo ano Carvalho Marchini e Ros (1999) fizeram um estudo para comparar

e analisar as fontes de poacutelen utilizadas por Apis mellifera e quatro diferentes

espeacutecies de Trigonini (Nannotrigona testaceicornis Partamona helleri Plebeia

droryana e Tetragonisca angustula) O trabalho teve o intuito de fornecer

informaccedilotildees sobre as preferecircncias florais e as relaccedilotildees troacuteficas dessas espeacutecies

Com coletas realizadas nos meses de Outubro e Novembro de 1996 no campus da

USP em Piracicaba os autores coletaram 53 tipos poliacutenicos desses os tipos mais

frequentes para todas as abelhas foram Aracaceae Bulbine frutescens e

Eucalyptus spe com as relaccedilotildees troacuteficas eles observaram que a utilizaccedilatildeo de fontes

de poacutelen variou conforme a espeacutecie e que a dieta se mostrou bem diversificada

Dessa maneira os autores concluiacuteram que P droryana e Phelleri foram agraves

espeacutecies que apresentaram maior uniformidade na utilizaccedilatildeo de fontes de poacutelen e a

maior sobreposiccedilatildeo de nicho troacutefico ocorreu entre N testaceiconis e T angustula e

menor sobreposiccedilatildeo foi entre A meliacutefera e T angustula

Devido agrave carecircncia de estudos sobre os recursos florais utilizados pelas abelhas

Agostini e Sazima (2003) fizeram um estudo sobre a fenologia das espeacutecies de

plantas ornamentais e suas relaccedilotildees com as espeacutecies de abelhas Com registros da

fenologia das plantas arboacutereas e arbustivas e o tipo de recurso utilizado pelas

33

abelhas no campus da Universidade Estadual de Campinas em Satildeo Paulo os

autores registraram 42 espeacutecies de plantas e observaram que na aacuterea estudada

houve plantas florindo todos os meses e natildeo houve sazonalidade marcada Com

relaccedilatildeo ao tipo de recurso utilizado pelas abelhas foi observado que as plantas mais

visitadas foram da famiacutelia Leguminosae e Bombacaceae por serem importantes

fontes de alimento para as abelhas no periacuteodo de estiagem Concluiacuteram que plano

de manejo em ambientes urbanos usando plantas ornamentais nativas seria

importante para acolher maior diversidade de abelhas as quais cumprem papel

importantiacutessimo na manutenccedilatildeo da biodiversidade dos ecossistemas naturais

Como muitas plantas de importacircncia econocircmica dependem de insetos para

aumentar a produccedilatildeo e a qualidade dos frutos Toledo e colaboradores (2003)

pesquisaram as angiospermas na regiatildeo de Maringaacute no estado do Paranaacute para

contribuir com o conhecimento da biodiversidade nessa regiatildeo Com coletas em

onze espeacutecies de plantas examinadas na Universidade Estadual de Maringa

Paranaacute os autores obtiveram 331 insetos Entre as abelhas trecircs espeacutecies coletadas

foram as mais abundantes Tetragonisca angustula Apis mellifera e Trigona spinipes

Os autores concluiacuteram que essas abelhas africanizadas e sem ferratildeo foram as mais

abundantes nas coletas as flores devido tanto ao seu comportamento generalista

como pela sobreposiccedilatildeo no local de forrageamento

Simioni e Colaboradores (2007) realizaram um estudo para investigar os recursos

alimentares de Tetragonisca angustula fiebrigi em Mato Grosso do Sul Com

amostras de cargas poliacutenicas corbiculares das operaacuterias em um ambiente natural de

Corumbaacute-MS no periacuteodo de seis meses os autores relataram que T angustula

visitou 43 espeacutecies de plantas para coleta de poacutelen e as famiacutelias mais visitadas

foram Leguminosae Palmae Asteraceae e a subfamiacutelia Mimosidae devido agrave grande

quantidade de poacutelen acessiacutevel Deste modo concluiacuteram que Tetragonisca

angustula mostrou-se seletivo com relaccedilatildeo agraves fontes de alimento disponiacutevel na aacuterea

estudada e que a famiacutelia Leguminosae se mostrou a mais importante fonte de poacutelen

para T angustula

Muitas espeacutecies de abelhas vecircm sendo utilizadas consorciadas ao cultivo de

diversas espeacutecies de plantas No trabalho de Antunes e colaboradores (2007) eles

utilizaram a espeacutecie Tetragonisca angustula para verificar seu efeito como agente

polinizador na produccedilatildeo de frutos de cultivares de morango em estufa O estudo foi

34

realizado na Universidade de Passo Fundo RS utilizando quatro cultivares de

morangueiro (Oso Grande Tdla Chandler e Dover) com ausecircncia e presenccedila de

duas e quatro colmeacuteias de T angustula Os autores observaram que o numero de

visitas as flores foram o mesmo para os mesmos nuacutemeros de colocircnias e que o uso

de duas ou quatro colmeacuteias natildeo alterou a produccedilatildeo dos frutos Aleacutem disso

observaram tambeacutem que a porcentagem de frutos deformados teve uma queda

consideraacutevel de 85 para 5 Sendo assim concluiacuteram que a presenccedila de

Tetragonisca angustula para a polinizaccedilatildeo em ambiente fechado tem grande

importacircncia para o aumento da produtividade e para o aumento da quantidade de

frutos comerciaacuteveis

Devido agrave grande importacircncia das abelhas sem ferratildeo para manter a biodiversidade

das plantas Braga e colaboradores (2012) fizeram um estudo com a espeacutecie T

angustula por ela ser amplamente distribuiacuteda nos habitats tropicais Com estudo

realizado em duas ilhas (Ilha Grande e Tucuruccedilaacute) e outras duas na ilha Ariroacute e

Tinguaacute todas SAP aacutereas de Mata Atlacircntica do Estado do Rio de Janeiro e apenas

Ilha Grande pertence a uma unidade de proteccedilatildeo ambiental Para esse estudo os

autores fizeram coletas de carga de poacutelen e observaccedilotildees agraves flores T angustula

visitou 61 espeacutecies de plantas sendo Anacardiaceae e Asteraceaeas mais visitadas

Na Ilha grande foi a aacuterea onde se obteve maior nuacutemero de visitas e onde se

encontrou 39 tipos poliacutenicos Dessa maneira concluiacuteram que a dieta de T angustula

eacute bem ampla e que essas pesquisas satildeo necessaacuterias para conhecer as plantas que

operam como recurso para as abelhas em ambiente natural

Com o intuito de contribuir para o conhecimento da flora e sua utilizaccedilatildeo por

polinizadores nativos Novais Absy e Santos (2013) caracterizaram o poacutelen de T

angustula atraveacutes da anaacutelise palinoloacutegica analisando os meacuteis produzidos por esta

espeacutecie em duas regiotildees semi-aacuteridas tropicais do nordeste do Brasil Com amostras

de mel coletados mensalmente nos municiacutepios de Itaberaba e Ruy Barbosa na

Bahia durante 14 meses os autores observaram que o espectro poliacutenico das

amostras de mel de T angustula consistiu um total de 67 tipos de poacutelen sendo que

18 deles foram comuns aos espectros de poacutelen tanto de Itaberaba quanto de Ruy

Barbosa e as famiacutelias das plantas que predominaram em ambos municiacutepios foram

Fabaceae Myrtaceae Malvaceae e Euphorbiaceae Concluiacuteram que houve um uso

heterogeneo dos recursos naturais no municiacutepio de Itaberaba e homogecircneo no

35

municiacutepio de Ruy Barbosa neste foi detectado um tamanho maior do nicho de poacutelen

de T angustula Para os autores isso se deve a diferenccedila na diversidade de plantas

entre os dois municiacutepios

25 COMPORTAMENTO DA ABELHA JATAIacute

Para algumas pesquisas estudos sobre comportamento eacute essencial para obter

informaccedilotildees importantes sobre a espeacutecie em estudo Para que pesquisadores

possam fazer estudo de comportamento em campo Altmann (1973) publicou um

trabalho sobre comportamento animal onde ela faz um guia para orientar os

observadores em seus estudos Ela apresenta meacutetodos para ser utilizado nas

observaccedilotildees tanto em comportamento individual quanto em grupo e apresenta o uso

de meacutetodos de amostragem nas observaccedilotildees Nesse a autora relata trabalhos de

outros autores sobre observaccedilotildees comportamentais e faz discussotildees a respeito de

problemas de amostragem em comportamento social como tambeacutem as vantagens e

desvantagens do uso de alguns meacutetodos

Um estudo relacionado com o comportamento de T angustula foi realizado por

Wittmann (1985) para mostrar que o sistema de defesa dessa espeacutecie natildeo era

apenas para defesa de alguns insetos voadores mais tambeacutem para defesa contra

ataques de abelhas cleptobioacuteticas Para observaccedilatildeo do comportamento das guardas

pairando foi mantida uma colocircnia de Lestremelitta limatildeo proacuteximo a quatros colocircnias

de T agustula O autor notou que o posicionamento das guardas pairando proacuteximo

ao corredor de vocirco do ninho permitia maior eficiecircncia nos ataques aos intrusos

cleptobioacuteticos e que durante esses ataques o numero de guardas aumentava

consideravelmente para reforccedilar a defesa do ninho Dessa maneira concluiu-se que

no comportamento de defesa essa espeacutecie faz um recrutamento em massa das

guardas em resposta a um feromocircnio lanccedilado por L limatildeo

Couvillon e colaboradores (2007) fizeram um estudo sobre a movimentaccedilatildeo das

forrageiras em relaccedilatildeo ao tamanho da entrada do ninho e o comportamento

defensivo das guardas em relaccedilatildeo agraves perturbaccedilotildees que os ninhos sofrem Para esse

trabalho os autores estudaram 26 espeacutecies de abelhas sem ferratildeo no campus da

Universidade de Satildeo Paulo em Ribeiratildeo Preto Foram medidas a entrada dos ninhos

36

e o comprimento de abelhas forrageiras Foi verificado que a entrada do tubo do

ninho se ajusta ao tamanho das abelhas operaacuterias ou seja quanto maior for a

abelha maior seraacute a entrada do ninho Tambeacutem observaram que as guardas tinham

o comportamento de proteger o ninho bloqueando sua entrada e permitindo apenas

a entrada das forrageiras Assim concluiacuteam que essas abelhas apresentam

importantes mecanismos de defesa para ninho e que estudos como esse podem

trazer informaccedilotildees importantes ao comportamento de defesas das abelhas sem

ferratildeo

Minussi e Santos (2007) fizeram um estudo para descobrir se haacute algum efeito

negativo da Apis mellifera sobre as abelhas nativas em relaccedilatildeo agrave coleta de recursos

Para isso os autores fizeram um trabalho sobre o comportamento que ocorre entre

essas abelhas Com observaccedilotildees agraves flores e coletas das abelhas na Escola

Agroteacutecnica Federal de Sombrio no municiacutepio de Santa Rosa Santa Catarina Apis

mellifera foi agrave espeacutecie mais abundante encontrada na aacuterea em estudo em seguida

Trigona spinipes foi a mais abundante Durante as observaccedilotildees notaram que o

comportamento de abertura das mandiacutebulas da subfamiacutelia Halictinae para atacar e

expulsar as abelhas africanizadas das flores era comum e que esse comportamento

ocorria sempre antes que abelhas conseguissem chegar ao fundo da flor Dessa

maneira concluiacuteram que as abelhas nativas conseguem se defender das abelhas

africanizadas para garantir seu recurso

Karcher e Ratnieks (2009) mostraram em suas pesquisas que ninhos de T

angustula natildeo eram apenas defendidos por guardas pairando mas tambeacutem por

guardas que ficam de peacute na entrada do ninho Os autores colocaram dez campeiras

e natildeo campeiras da mesma espeacutecie e campeiras tratadas com odor de

Scaptotrigona bipunctata em cinco ninhos As guardas de peacute natildeo rejeitaram

nenhuma campeira mas rejeitaram quase todas natildeo campeiras e campeiras

tratadas com odor volaacutetil A partir desse resultado concluiacuteram que as operaacuterias que

ficam de peacute na entrada do ninho tambeacutem atuam como oacutetimas guardas para

discriminar as abelhas campeiras e natildeo campeiras

No trabalho de Gruter Karcher e Ratnieks (2011)foi realizado um estudo sobre as

abelhas guardas de Tetragonisca angustula que ficam pairando e de peacute proacuteximo ao

ninho Os autores fizeram algumas experiecircncias para saber se havia alternacircncias de

tarefas entre elas A pesquisa teve duraccedilatildeo de trecircs anos e foi realizada em uma

37

fazenda perto de Satildeo Paulo Para observar essa alternacircncia de tarefas as abelhas

guardas foram coletadas e marcadas Dessa maneira notaram que das 18 abelhas

marcadas 12 eram exclusivamente guardas em peacute e seis realizavam os dois tipos

de guardas Durante as 21 horas de observaccedilatildeo natildeo foi observado mudanccedila entre

os tipos de guardas A partir desses resultados concluiacuteram que a alternacircncia de

tarefa entre as guardas eacute rara de acontecer indicando que a defesa de T angustula

e feita por divisatildeo de trabalho

Zweden e colaboradores (2011) fizeram um trabalho semelhante agrave Wittmann (1984)

com os guardas de defesa que ficam pairando Em seu estudo os autores tinham o

objetivo de testar a hipoacutetese que as guardas aumentavam a defesa do ninho em

relaccedilatildeo aos intrusos principalmente Lestrimellita limatildeo a qual eacute um ladratildeo

obrigatoacuterio de Tetragonisca angustula Foram feitas mediccedilotildees da distacircncia em que

as guardas pairando atacavam tanto um manequim de massa de modelar coberto de

citral (odor volaacutetil liberado por L limatildeo) quanto operaacuterias de Lestrimellita limatildeo

receacutem morto Todos os intrusos do experimento foram atacados por T angustula a

distacircncia que ocorreu o ataque variou entre 0-22 cm os ninhos que tinham mais

guardas apresentou maior distacircncia Dessa maneira concluiacuteram que a presenccedila de

guardas pairando aumenta a detecccedilatildeo de intrusos e que essas guardas respondem

especialmente a pistas visuais

As abelhas sem ferratildeo (eussocias) costumam apresentar divisatildeo de trabalho em

suas colocircnias Gruter e colaboradores (2012) em seu estudo quiseram testar a

hipoacutetese de que os soldados especializados (guardas) para a defesa das colocircnias de

jataiacute (Tetragonisca angustula) eram relativamente maiores que os trabalhadores

Com anaacutelise no tamanho e na forma das forrageiras guardas e trabalhadores que

removem resiacuteduos das colocircnias o autor constatou que o peso corporal das guardas

era maior que das abelhas forrageiras e que o tamanho da cabeccedila das forrageiras

mostrou-se um pouco maior em relaccedilatildeo agraves guardas Assim concluiu-se que a

variaccedilatildeo no tamanho seria devido agrave divisatildeo de trabalho ou seja a diferenccedila no

tamanho do corpo consiste em uma eficaacutecia maior para lutar contra invasores e a

diferenccedila em relaccedilatildeo ao tamanho da cabeccedila seria devido agrave necessidade das

forrageiras de decorar caminhos para busca do alimento

38

39

3 METODOLOGIA

31 AacuteREA DE ESTUDO

O Municiacutepio de Vitoacuteria possui uma extensatildeo geograacutefica que envolve um grau

elevado de urbanizaccedilatildeo (SOUZA 2011) De acordo com o Instituto Brasileiro de

Geografia e Estatiacutestica (2010) o Municiacutepio apresenta uma aacuterea de mais de 98 Kmsup2 e

conta com uma populaccedilatildeo estimada de 352104 habitantes O clima da regiatildeo de

Vitoacuteria pode ser classificado como Tropical uacutemido (CLASSIFICACcedilAtildeO [20--])

apresentando temperatura maacutexima que pode chegar a 32ordm C e miacutenima que fica em

torno de 24ordm C com os maiores iacutendices de precipitaccedilatildeo pluviomeacutetrica entre os meses

de Outubro a Janeiro (INSTITUTO CAPIXABA DE PESQUISA ASSISTEcircNCIA

TEacuteCNICA E EXTENSAtildeO RURAL 2011)

Vitoacuteria eacute um dos Municiacutepios que apresentam os maiores niacuteveis de temperaturas do

Estado Isso se deve ao fato de as grandes montanhas dificultarem a passagem dos

ventos do nuacutemero de preacutedios que aumenta com o passar dos anos assim como a

poluiccedilatildeo (SOUZA 2011)

O estudo foi realizado no Campus Universitaacuterio Alaor de Queiroz Arauacutejo da

Universidade Federal do Espiacuterito Santo (FERNANDES VALE 2013) tambeacutem

conhecido como campus de Goiabeiras Este campus se encontra localizado no

Municiacutepio de Vitoacuteria capital do Estado do Espiacuterito Santo e nas coordenadas

geograacuteficas de 20ordm 16rsquoS e 40ordm 18rsquoW (FERREIRA DANTAS 2000)

O Campus fica ao Sul e ao Oeste do canal da passagem e a Leste com a Avenida

Fernando Ferrari Ateacute 2008 era composta por uma aacuterea de ambiente entre mareacutes e

terrestre de 1592545 msup2 poreacutem com a ampliaccedilatildeo da Avenida Fernando Ferrari

essa aacuterea foi reduzida para 1567545 msup2 (FERNANDES VALE 2013) A aacuterea

amostral se localiza no entorno do Centro de Ciecircncias Humanas e Naturais (CCHN)

Implantada por volta da deacutecada de 1970 ela compotildee os ICrsquos (iniciais de Ilha do

Cercado) I II III e IV (FERNANDES VALE 2013) e apresenta uma aacuterea que

compreende edificaccedilotildees como preacutedios passarelas ruas asfaltadas paacutetio de

estacionamento e aacutereas jardinadas (MAPA 01)

40

Mapa 01- Mapa do Campus Universitaacuterio de Goiabeiras (UFES) com destaque da

aacuterea de estudo em vermelho

Fonte Google Maps (2014) 32 OBTENCcedilAtildeO DOS DADOS

A aacuterea de estudo foi inspecionada agrave procura de ninhos de T angustula com

observaccedilotildees em calccediladas paredes muros postes troncos de aacutervores entre outros

conforme Taura e Laroca (1991) Os ninhos encontrados foram marcados por letra

alfabeacutetica e mapeados com o auxiacutelio de um marcador permanente (marca Jocar

Office) e um GPS (marca Garmin etrex vista) As observaccedilotildees foram realizadas uma

vez a cada semana durante cinco meses de Abril agrave Setembro de 2014 totalizando

21 dias amostrados (140 horas) O periacuteodo no qual foram realizadas as observaccedilotildees

41

foi de 0700 agrave 1700 horas As observaccedilotildees foram feitas durante 15 minutos em cada

ninho e intercaladas nos periacuteodos matutino vespertino e dia todo com o auxilio de

uma lupa de matildeo devido elas apresentarem aproximadamente 5 miliacutemetros

(NOGUEIRA-NETO 1997) A lupa de matildeo foi utilizada tambeacutem para observar a cor

do poacutelen que as abelhas traziam para dentro do ninho

A contagem do nuacutemero de entradas e saiacutedas das abelhas coletoras e das abelhas

que protegem a colocircnia de invasores foi realizada em todos os ninhos com o auxilio

de um contador de nuacutemeros Os registros foram realizados com redaccedilatildeo dos

eventos e por meio de fotografias As observaccedilotildees seguiram o meacutetodo Animal-Focal

descrito por Altmann (1973) para anaacutelise do comportamento das abelhas Esse

meacutetodo consiste em amostrar os comportamentos de um ou mais indiviacuteduos por um

determinado periacuteodo de tempo O levantamento das principais fontes de alimento de

T angustula foi obtido a partir de dados bibliograacuteficos

33 ANAacuteLISE DOS DADOS

Para anaacutelise dos dados foi utilizado o programa ldquoMapSourcerdquo para a construccedilatildeo do

mapa dos ninhos encontrados Foi tambeacutem utilizado o programa Microsoft Excel

2007 para construccedilatildeo de graacuteficos para analisar o nuacutemero de visitas (entrada e saiacuteda)

que as abelhas coletoras apresentaram durante os cinco meses observados Os

graacuteficos foram construiacutedos por intervalos de horas sendo que as informaccedilotildees se

acumularam mais proacuteximo do horaacuterio em que houve mais eventos observados no

ninho O mesmo programa foi utilizado para retirar a meacutedia da quantidade de

guardas na defesa do ninho

Os dados resultantes do levantamento bibliograacutefico das fontes alimentares serviram

de base para a elaboraccedilatildeo de um graacutefico com a contribuiccedilatildeo das famiacutelias de plantas

mais visitadas por T angustula

42

43

4 RESULTADOS E DISCUSSOtildeES

41 LOCALIZACcedilAtildeO DOS NINHOS

Foram encontrados onze ninhos (marcados por letra alfabeacutetica de A a K) cinco

instalados em paredes e muros (K C I e J) e seis localizados sob placas de

concreto de passarelas (A B D E F G e H) (mais precisamente na base das

pilastras da passarela que se encontra entre os IC`s II e III) Este fato corrobora com

os estudos de Taura e Laroca (1991) que indica que a disponibilidade de nidificaccedilatildeo

nesses locais aumenta com as atividades antroacutepicas A localizaccedilatildeo dos ninhos eacute

apresentada pelo Mapa 02

Os ninhos C J K (Mapa 02) recebiam calorna maior parte do dia jaacute os demais natildeo

recebiam sol diretamente na maior parte do dia pois eram protegidos pela pilastra e

pela cobertura da passarela

Durante todo o periacuteodo das observaccedilotildees em geral o clima foi de dias quentes com

presenccedila de ventos

MAPA 02 ndash Mapa dos ninhos de T angustula estudadas no Campus de Goiabeiras

(UFES) Abril ndash Setembro2014

Fonte Modificado em Google earth (2014) Dos 11 ninhos observados dois ninhos natildeo apresentavam a entrada com o formato

comum de cilindro e traziam um formato natildeo definido

44

Em todos os ninhos foi possiacutevel ver que a abertura da extremidade do tubo era

relativamente grande Tal formato permite que haja espaccedilo para que algumas

abelhas guardas permaneccedilam na entrada do tubo ao mesmo tempo em que deixa

espaccedilo suficiente para as forrageiras passarem (KARCHER RATNIEKS 2009) Ao

longo de todo o tubo havia presenccedila de centenas de perfuraccedilotildees o que segundo

Gruter Karcher e Ratinieks (2011) eram para ajudar nas trocas gasosas

Nos cinco meses observados trecircs ninhos desapareceram da aacuterea amostral restando

ao final das observaccedilotildees oito ninhos Um deles (ninho E) foi perdido logo no iniacutecio

das observaccedilotildees supotildee-se que tenha ocorrido alguma intervenccedilatildeo aguda por

exemplo humana pois logo no segundo dia de observaccedilatildeo o mesmo jaacute natildeo estava

no lugar demarcado Outros dois ninhos (ninhos F e G) tambeacutem foram perdidos O F

persistiu ateacute o mecircs de Maio e o ninho G ateacute Julho Nestes o desaparecimento se

sucedeu apoacutes eventos de revoadas

42 INTERACcedilOtildeES INTER E INTRAESPECIacuteFICAS

TABELA 1 - Dados dos Ninhos observados

Data Ninho Hora Cores de Poacutelen

Presenccedila de

Resina Operaacuteriaslimpeza Guardas

em peacute Guardas pairando Ameaccedila

14abr D 07h-8h

Amarelo Branco Laranja

Vermelho

X 5 1

13mai C 10h-11h

Amarelo Branco Laranja

Vermelho

X X 4 4

20mai J 15h-16h Branco X X 8 12 02jun H 12h-13h Branco X X 8 4 16jul D 13h-14h Branco

X 8 2 Formiga

20jun B 08h-09h

Amarelo Branco Laranja

Vermelho

X X 9 3

06ago C 14h-15h Branco X 7 10 Lagartixa

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria As observaccedilotildees indicaram que as jataiacutes visitavam vaacuterias espeacutecies de flores durante

as manhatildes e iniacutecio das tardes pois nesse periacuteodo trouxeram uma grande

45

diversidade de poacutelen (cores amarela laranja branca e vermelha) transportados em

suas corbiacutecula para dentro do ninho B C e D (TABELA 1) (FIGURA 1-A) No horaacuterio

da tarde essa diversidade diminuiacutea nos ninhos C D H e J (TABELA 1) e era

representada pelo transporte de poacutelen de cor branca Este fato mostra que a

diversidade de flores visitadas decresce ao longo do dia

As abelhas sociais de um modo geral visitam as flores enquanto elas satildeo atrativas

Elas apresentam preferecircncia pela cor e satildeo capazes de discriminar os conjuntos

florais realizar sua localizaccedilatildeo e selecionar aquelas que produzem maior quantidade

e melhor qualidade de alimento (PIRANI LAURINO 1993) Existem diversos fatores

que podem influenciar a coleta de alimento pelas abelhas sociais entre eles o

comportamento das campeiras e a necessidade das colocircnias que depende do seu

tamanho (PIRANI LAURINO 1993)

Aleacutem de poacutelen tambeacutem foi observado carregamento de resina nas corbiacuteculas para

dentro do ninho B C H e J (TABELA 1) (FIGURA 1-B) essa eacute coletada pelas

abelhas em bototildees florais Depois de a resina ser coletada ela pode ser armazenada

pura ou misturada com cera No caso de T angustula ela geralmente faz a

armazenagem na forma pura (NOGUEIRA-NETO 1997) Como a resina eacute viscosa e

grudenta as abelhas a utilizam para vedar o entorno da entrada do tubo e tambeacutem

para depositar uma quantidade sobre o corpo e cabeccedila das formigas para defender

a colocircnia contra invasores (WITTMANN 1985 NOGUEIRA-NETO 1997)

Durante todo o periacuteodo observado foi notada a presenccedila de operaacuterias que cuidavam

da limpeza dos ninhos (TABELA 1) Essas operaacuterias trabalhavam retirando resiacuteduos

(detritos) de dentro do ninho e o faziam carregando atraveacutes de sua mandiacutebula

(FIGURA 1-C) Este trabalho era realizado continuamente ao longo de todo o dia

Para Nogueira-Neto (1997) T angustula eacute a espeacutecie que tem o melhor haacutebito de

limpeza e por esta razatildeo seu mel e seu proacutepolis satildeo considerados o melhor dentre

as outras espeacutecies

FIGURA 1- Divisatildeo de trabalho entre operaacuterias de Tetragonisca angustula A

Detalhe da corbiacutecula com poacutelen B Detalhe da corbiacutecula com resina C Operaacuteria de

limpeza com resiacuteduo na mandiacutebula

46

Fonte Arquivo Labibio

Em cada ninho foi possiacutevel notar a presenccedila de abelhas que ficavam tanto pousadas

ao longo do tubo de entrada do ninho quanto sobrevoando proacuteximo do mesmo

Essas abelhas satildeo chamadas por Gruter Karcher e Ratnieks (2011) de abelhas

guardas em peacute e pairando respectivamente As guardas em peacute estavam sempre

em grandes quantidades e estiveram em atividade praticamente em todo o periacuteodo

do dia

Essas guardas ficavam na maior parte do tempo com a mandiacutebula apoiada sobre o

ninho acredita-se que tenham a funccedilatildeo de depositar resina ao entorno do ninho As

demais guardas que ficavam sobrevoando estiveram mais ausentes logo no

A B

C

47

comeccedilo da manhatilde por volta das 0700 as 0900 horas As guardas pairando ficavam

na maioria das vezes em nuacutemeros de trecircs a quatro sempre posicionadas a direita e

esquerda do tubo e em direccedilatildeo a entrada (FIGURA 2)

FIGURA 2- Ninho de T angustula com guardas pairando destacado em vermelho e

guardas em peacute em destaque azul

Fonte Arquivo Labibio

Foi observado que no periacuteodo da tarde o nuacutemero de guardas pairando aumentava

Isso era visto com maior frequumlecircncia nos ninhos C e J instalados em paredes

(TABELA 1) Segundo Gruter Karcher e Ratnieks (2011) as colocircnias que

apresentam um nuacutemero maior de guardas pairando sofrem ameaccedilas de

vertebrados fato corroborado no ninho C (TABELA 1) que foi atacado por uma

lagartixa No momento em que aconteceu uma parte da populaccedilatildeo saiu do ninho e

se mostraram bem agitadas O que de acordo com Gruter Karcher Ratnieks (2011)

trata-se de uma resposta defensiva agrave percepccedilatildeo da respiraccedilatildeo de vaacuterios

vertebrados

Tambeacutem foi observado o comportamento defensivo em quando formigas se

aproximavam do ninho D (TABELA 1) As jataiacutes as ldquobeliscavamrdquo para que se

afastassem Esse mesmo comportamento foi visto durante minhas observaccedilotildees ao

Ninho A toda vez que me aproximava para observar ou fotografar surgiam vaacuterias ao

48

meu redor em uma dessas observaccedilotildees a jataiacute picou pele exposta Dentre todos os

ninhos essa foi a que apresentou o comportamento mais agressivo

De acordo com os estudos de Gruter e colaboradores (2012) T angustula eacute a uacutenica

espeacutecie que apresenta um sistema de defesa que envolve dois grupos distintos e

complementares de guardas uma pairando que se estacionam no ar proacuteximo ao

ninho e outras em peacute ao redor da entrada do ninho As guardas que ficam de frente

para o caminho de vocirco satildeo chamadas de grupo principal e as que ficam

posicionadas agrave direita e agrave esquerda do ninho satildeo o grupo secundaacuterio (GRUTER

KARCHER RATNIEKS 2011)

Uma caracteriacutestica interessante dessas guardas eacute que apresentam caracteriacutesticas

morfoloacutegicas diferentes das operaacuterias (satildeo maiores e mais pesadas) (GRUTER et

al 2012) Elas apresentam diferenccedilas no comprimento da asa no tamanho das

pernas traseiras que satildeo relativamente maiores para seu corpo (podendo ajudar na

luta contra invasores) e cabeccedila um pouco menor que das forrageiras Essa ultima

caracteriacutestica estaacute associada agrave maior necessidade das forrageiras de processar

informaccedilotildees sensoriais relacionadas ao forrageamento (GRUTER et al 2012)

As abelhas guardas possuem a funccedilatildeo de defender sua colocircnia de ataques de

intrusos que aproveitam do seu trabalho para roubar o alimento produzido

(GRUTER KARCHER RATNIEKS 2011) As accedilotildees especiacuteficas desses intrusos satildeo

detectadas mais pelas guardas em peacute pois elas conseguem identificar as campeiras

e natildeo campeiras da mesma espeacutecie por quimiorecepccedilatildeo (KARCHER RATNIEKS

2009 GRUTER KARCHER RATNIEKS 2011) Jaacute as guardas que pairam perto do

ninho atacam intrusos que natildeo satildeo da mesma espeacutecie elas o reconhecem pela cor

forma do corpo e pelos odores volaacuteteis (KARCHER RATNIEKS 2009) De acordo

com Zweden e Colaboradores (2011) a presenccedila de guardas pairando aumenta a

detecccedilatildeo de intrusos e que essas guardas respondem especialmente a pistas

visuais Como comportamento de defesa as guardas liberam um feromocircnio de

alarme para recrutar os trabalhadores para o ataque (FREE 1987 apud ZWEDEN

2011)

O nuacutemero meacutedio de guardas durante o periacuteodo observado mostrou-se maior para as

guardas em peacute (78) do que para as guardas pairando (35) Esse fato eacute explicado

por Gruter Karcher e Ratnieks (2011) para eles o gasto energeacutetico das guardas

pairando eacute muito maior de modo que eacute menos dispendioso energicamente para as

49

abelhas ficarem em peacute Mesmo tendo um gasto energeacutetico muito alto nas

observaccedilotildees de Wittmann (1985) as atividades do voo das guardas foi constatado

que essas ficavam pairando por cerca de 70 minutos antes de voltar para dentro do

ninho Este fato mostra que a mudanccedila de guardas natildeo eacute comum e que a defesa do

ninho eacute feita por divisatildeo de trabalho e natildeo por alternacircncia de tarefas (GRUTER

KARCHER RATNIEKS 2011)

Os ninhos que desapareceram ao longo das observaccedilotildees foram devido agraves revoadas

um comportamento comum nas abelhas Nas jataiacutes as revoadas geralmente

ocorrem devido ao calor para refrescar o ninho em caso de altas temperaturas uma

parte da populaccedilatildeo sai do ninho enxameamento para reproduccedilatildeo ou devido agrave

interferecircncia humana quando um ninho eacute retirado de um local para outro

(INFORMACcedilAtildeO PESSOAL ZOCOLOTTI V R) De acordo com este na primeira

semana eacute possiacutevel presenciar alguma revoada que pode ser para identificaccedilatildeo

tanto da flora apiacutecola quanto para localizaccedilatildeo do novo ambiente

No caso dos ninhos F e G ao final de cada revoada observada a entrada do ninho

ficava bastante danificada Foram observadas trecircs revoadas (duas no mesmo dia)

do ninho F todas no mecircs de Maio e duas (em dias diferentes) no ninho G no mecircs

de Junho Apoacutes estas observaccedilotildees os dois ninhos desapareceram

Durante as revoadas vaacuterias abelhas caiam no chatildeo agarradas umas nas outras

Apoacutes queda era possiacutevel observar que as guardas conseguiam prender e retirar

com sua mandiacutebula as pernas e asas do invasor (FIGURA 3-A e B) o que impedia

as invasoras de conseguir atacar novamente Segundo Kerr e colaboradores (2005)

as guardas agarram as pernas dos invasores para que eles caiam no chatildeo e sejam

comidos pelas formigas que ficam proacuteximas aos ninhos

50

FIGURA 3 - Ataque de invasores A T angustula com mandiacutebula presa agrave perna do

Jataiacute invasora BPerna de invasores retirada apoacutes ataque

Fonte Arquivo Labibio

De acordo com Zocolotti VR (INFORMACcedilAtildeO PESSOAL) as cinco espeacutecies de

Meliponini criadas por ele podem apresentar o comportamento de saquear outros

ninhos e isso pode ocorrer por oportunismo ou por falta de alimento Em especial

as Jataiacutes geralmente possuem o costume de atacar as proacuteprias jataiacutes esses

ataques acontecem dentro do mesmo ninho e entre outros proacuteximos Esses ataques

podem ocorrer por atraccedilatildeo de feromocircnio de princesa (rainhas jovens natildeo

fecundadas) por enxame fraco ou ateacute mesmo para absorver o fraco ou seja elas

entram e acabam matando a rainha e mantecircm os trabalhadores por um tempo ateacute

absorver o enxame ou ateacute mesmo o deixam morrer sendo dessa maneira muito

complexas em relaccedilatildeo ao comportamento

Na aacuterea do campus da Ufes houve uma consideraacutevel devastaccedilatildeo na vegetaccedilatildeo

nativa (compreendida de Mata Atlacircntica Manguezal e Restinga) devido agrave

construccedilatildeo de preacutedios que foram erguidos logo no iniacutecio da implantaccedilatildeo da

Universidade Como medida compensatoacuteria foi feito o plantio de espeacutecies arboacutereas

usando em demasia espeacutecies exoacuteticas (CASTRO 2003) Na Ufes eacute possiacutevel ver

poucas aacutereas jardinadas Aleacutem disso sempre que eacute necessaacuterio construir um novo

preacutedio novas aacutereas satildeo eliminadas podendo ou natildeo ser compensada com plantas

nativas

A B

51

Em abelhas sociais o comportamento de saque eacute comum acontecer em sequumlecircncias

natildeo contiacutenuas ou seja ela cessa e recomeccedila por periacuteodos de tempo (SANTANA

etal 2004) Durante as observaccedilotildees foram presenciadas trecircs revoadas ao ninho F

duas no mesmo dia poreacutem em horaacuterios diferentes e duas ao ninho G em dias

diferentes (FIGURAS 4- A B C e D)

FIGURA 4 ndash Revoada do ninho F A Vista da entrada do iniacutecio do estudo B Vista

da entrada em plena atividade em iniacutecio de maio C Entrada apoacutes uma revoada em

maio D Vista da entrada do ninho apoacutes uacuteltima revoada em maio

Fonte Arquivo Labibio

Nas figuras 4a e b mostram o estado em que a entrada do ninho se encontrava na

primeira semana de observaccedilatildeo (vinte e oito de Abril) e na primeira semana do mecircs

seguinte (sete de Maio) esse uacuteltimo a entrada do ninho jaacute se encontrava danificado

No ninho F(FIGURA 4) as revoadas que ocorreram no dia vinte de Maio entre

A B

C D

52

1000 e 1400 horas e no dia vinte e seis de Maio entre 1600 e 1700 horas

corroborando com Santana e colaboradores (2004) sobre o comportamento de

saques intermitentes

No ninho G as revoadas se iniciaram duas semanas apoacutes o desaparecimento do

ninho F nos dias nove e vinte e seis de junho entre 1500 e 1600 horas e dia 16 de

junho no mesmo horaacuterio (FIGURA 5-A B e C)

FIGURA 5 ndash Revoadas no Ninho G A Ninho no iniacutecio de Maio B Registro da

primeira revoada C Ultima revoada perda do ninho

Fonte Arquivo Labibio

As observaccedilotildees evidenciaram a ocorrecircncia de um acuacutemulo de resiacuteduos sobre os

ninhos apoacutes as revoadas (FGURA 5-B) No ninho G tinha uma subpopulaccedilatildeo

A B

C

53

pequena mas bem ativa conforme verificado apoacutes quatro horas de observaccedilatildeo em

nove dias (Graacutefico 1- A e B)

GRAacuteFICO1 A ndash Ritmo de Saiacutedas no Ninho G

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

GRAacuteFICO 1B ndash Ritmo de entradas no ninho G

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

0

20

40

60

80

100

120

140

09h-10h 10h-11h 12h-13h 14h-15h 16h-17h

Nuacutem

ero

de V

isita

s

Horaacuterios

13mai 20mai 26mai

0

20

40

60

80

100

120

140

160

180

200

09h-10h 10h-11h 12h-13h 14h-15h 16h-17h

Nuacutem

ero

de V

isita

s

Horaacuterios

13mai 20mai 26mai

54

No ninho G as abelhas iniciaram suas atividades antes de 09h evidenciado pela

entrada de aproximadamente 180 forrageadoras entre 9 e 10h As saiacutedas neste

mesmo periacuteodo ficaram em torno de 100

Entre 16h-17h houve um grande nuacutemero de entrada o que era esperado todas as

que saiacuteram tecircm que retornar enquanto haacute luminosidade e antes do ninho ser

fechado Conforme esperado por Gruter Karcher Ratnieks (2011) quando comeccedila

a escurecer as Jataiacutes fecham a entrada do tubo para impedir que intrusos ataquem

seu ninho durante a noite e abrem pela manhatilde quando o clima estaacute mais favoraacutevel

para iniciarem suas atividades

Neste ninho entre 12h-13h houve um nuacutemero maior de saiacutedas que de entradas ateacute

agraves 16h Isso possivelmente esteve relacionado agrave uma grande distacircncia entre o ninho

e as fontes de recursos troacuteficos

Outro ninho em que foi possiacutevel observar todos os meses notou-se que apresentou

atividade durante todo o dia (GRAacuteFICO 2-A e B)

GRAacuteFICO 2A ndash Ritmo de saiacutedas do ninho B

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

0

50

100

150

200

250

300

350

400

450

500

07h-08h 08h-09h 09h-10h 11h-12h 12h-13h 13h-14h 14h-15h 15h-16h 16h-17h

Nuacutem

ero

de V

isita

s

Horaacuterios

28abr 13mai 20mai 26mai 09jun 16jun 23jun 01jul 09jul

16jul 23jul 30jul 06ago 13ago 20ago 27ago 05set 10set

55

GRAacuteFICO 2B ndash Ritmo de entradas do nino B

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

O ninho B tinha uma subpopulaccedilatildeo mais numerosa que F e G Durante o inverno

(2307 e 2708) as abelhas iniciavam suas atividades cerca de duas horas mais

tarde em horaacuterio com temperatura mais elevada (indicado pela seta preta) Tal fato

corrobora com as observaccedilotildees de Ulian e colaboradores (2007) que constata que

em periacuteodo mais chuvoso onde as temperaturas satildeo geralmente mais baixas as

Jataiacutes apresentam iniacutecio de atividade agraves 9 horas da manhatilde devido agrave temperatura

nesse horaacuterio comeccedilar a aumentar

Proacuteximo do horaacuterio de 10 horas houve um grande nuacutemero de saiacutedas do ninho

seguido de um grande nuacutemero de entrada o que indica a ocorrecircncia de uma fonte

de recursos proacutexima ao ninho ou a indisponibilidade de recurso para ser coletado

naquela hora Acredita-se que na primeira possibilidade - fonte proacutexima ela era de

resina pelo fato de ter havido um intervalo de saiacuteda ateacute agraves 12h jaacute que esta

demanda mais tempo para ser retirada da corbiacutecula e armazenada por ser

pegajosa No caso da segunda possibilidade natildeo encontraram alimento disponiacutevel

naquele horaacuterio o retorno ao ninho eacute a alternativa mais eficaz para evitar um alto

gasto energeacutetico ateacute que o recurso fique disponiacutevel para coleta

0

100

200

300

400

500

600

07h-08h 08h-09h 09h-10h 10h-11h 11h-12h 12h-13h 13h-14h 14h-15h 15h-16h 16h-17h

Nuacutem

ero

de V

isita

s

Horaacuterios 28abr 13mai 20mai 26mai 09jun 16jun 23jun 09jul16jul 23jul 30jul 20ago 27ago 05set 10set

56

No outono as atividades das Jataiacutes comeccedilaram a diminuir por volta de 15 horas

(indicado pela seta marrom) ateacute cessar totalmente no iniacutecio das 16 horas Pelos

graacuteficos nota-se que o ninho B possui vantagem de uma hora nas atividades em

relaccedilatildeo ao ninho G isso provavelmente ocorreu porque o ninho B obteve mais

sucesso nas coletas distribuiacutedas ao longo do dia

43 RECURSOS FLORAIS

Eacute notoacuteria a relaccedilatildeo que existe entre abelha-flor relaccedilatildeo essa que sucedeu a milhotildees

de anos desde entatildeo as abelhas dependem de substancias utilizadas na

alimentaccedilatildeo e as plantas se beneficiam com a polinizaccedilatildeo (PIRANI LAURINO

1993) Para entender a biologia dos Meliponini eacute importante conhecer sua

alimentaccedilatildeo Para isso eacute necessaacuterio fazer um levantamento das plantas utilizadas

para coleta de poacutelen e neacutectar (SOUZA 1999 apud OLIVEIRA ABSY MIRANDA

2009)

Com base nos dados obtidos sobre as fontes alimentares de T angustula na

literatura (TABELA 2) nota-se a capacidade dessa espeacutecie de visitar uma ampla

diversidade de famiacutelias de plantas Segundo Toledo e colaboradores (2003) durante

cada voo das campeiras em meacutedia 100 flores satildeo visitadas

O levantamento bibliograacutefico indicou que existem duas metodologias bastante

usadas por autores para conhecer a dieta das abelhas Uma delas eacute a investigaccedilatildeo

palinoloacutegica para avaliar as fontes de recursos florais utilizados (poacutelen e neacutectar)

com base no gratildeo de poacutelen depositado no corpo da abelha para identificaccedilatildeo das

espeacutecies vegetais (CARVALHO MARCHINE ROS 1999 FEIDEN 1994 SIMIONI et

al 2007 OLIVEIRA ABSY MIRANDA 2009 MORGADO et al 2011NOVAIS

ABSY SANTOS 2013) A outra se daacute por meio de observaccedilotildees das campeiras nas

flores (AGOSTINI SAZIMA 2003 TOLEDO et al 2003OLIVEIRA ABSY

MIRANDA 2009 BRAGA et al 2012) A partir desses meacutetodos eacute possiacutevel saber

quais satildeo as plantas que produzem seus alimentos preferenciais e quais as fontes

alternativas (OLIVEIRA ABSY MIRANDA 2009)

57

TABELA 2 ndash Relaccedilatildeo das espeacutecies de plantas visitadas porT Angustula Continua

Famiacutelia Espeacutecie Polinizada Visitada Recurso

Poacutelen Neacutectar

Acanthaceae Thunbergia grandiflora X Odontonema strictum X X

Justicia brandegeana X

Ruellia silvaecola X Agavaceae Agave americana X X X

Agave sisalana X X X

Agave attenuata X X X

Dracena fragana X X X Aizoaceae Mesembryantemum spectabilis X Lamprantus productus X Amaranthaceae Gomphrena globosa X Amarylidaceae Clivia miniata X X X Anacardiaceae Schinus terebinthifolius X X

Lithraea molleoides X X

Toxicodendron verniciferum X X

Mangifera indica X X X

Tapirira guianensis X Apiaceae Hydrocotyle leucocephala X Apocynaceae Trevetia peruviana X Araliaceae Tetrapanax papyrifera X X X Asclepiadaceae Asclepias curassavica X X Asteraceae Parthenium hysterophorus X Aspillia latissima X Aspillia sp X Balsaminaceae Impatiens balsamina X X X

Impatiens sultanii X Bignoniaceae Spathodea campanulata X X Tabebulaim petiginosa X X X

Tabebula chrysotricha X X X Bixaceae Bixa orellana X X Bombacaceae Ceiba arianthos X X

Pseudo bombax sp X X

Pseudobombax tomentoso X X

Eriotheca canolleana X X

Bombax ceiba X X Boraginaceae Cordia superba X X

Cordia glabrata X X Brassicaceae Brassica sp X Cactaceae Opuntia ficusindica X X Caesalpiniaceae Schizolobium parahyba X X Capparaceae Cleome spinosa X Caprifoliaceae Lonicera japonica X X

58

TABELA 2 ndash Relaccedilatildeo das espeacutecies de plantas visitadas por T angustula Continua

Famiacutelia Espeacutecie Polinizada Visitada Recurso

Poacutelen Neacutectar

Sambucus australis X X Caryophylaceae Silene armeria X Cecropiaceae Cecropia hololeuca X Cochlospermaceae Cochlospermum vitifolium X X Compositae Vernonia polyanthes X X

Bidens pilosa X X Cosmos auphureus X X X

Centratherium violaceum X X X

Dahlia sp X Eclipta alba X Asterla evis X Tithonia rotundifolia X X X

Tithonia speciosa X X X

Tithonia diversifolia X Baccharis sp X Wedelia paludosa X Eupatorium sp X Mikania glomerata X X

Montano apyramidata X X Montano abipinnatifiada X Senecio brasiliensis X X X

Emilia sonchifolia X X Ambrosia sp X X Creopsis grandiflora X Galinsoga parviflora X Crassulaceae Kalanchoe tubiflora X X Cyperaceae Cyperus sp X Elaeocarpaceae Muntingia calabura X Ericaceae Rhododendron simsii X X X

Rhododendron indicum X X X Euphorbiaceae Alchornea sidaefolia X X X

Euphorbia milii X X X

Euphorbia pulcherrima X X X

Ricinus communis X X X

Croton sp X Fabaceae Desmodium sp X Tipuana tipu X Vigna peduncularis X X Guttiferae Kielmeyera coriacea X X Iridaceae Dietes vegeta X Labiatae Salvia splendens X Origanum vugare X

59

TABELA 2 ndash Relaccedilatildeo das espeacutecies de plantas visitadas por T angustula Continua

Famiacutelia Espeacutecie Polinizada Visitada Recurso

Poacutelen Neacutectar

Ocimum sellowii X Iboza riparia X X X

Coleus blumei X X X Leguminosae Andira anthelmintica X X

Mimosa daleoides X X X

Myroxylon balsamum X X X

Piptadenia gonoacantha X X X

Stylos anthesscabra X Caesalpinia bonducella X X X

Caesalpinia pelthophoroides X X X

Crotalaria lanceolata X Calliandra twedii X Sophora tomentosa X X Mimosa pudica X Erythrina speciosa X X X

Cassia grandis X Schizolobium parahyba X X Senna multijuga X Senna bicapsularis X X Delonix regia X Clitoria fairchildiana X Centrolobium tomentoso X Liliaceae Aloe sp X X Bulbine frutescens X Loranthaceae Struthanthus andrastylus X X Lythraceae Lagerstroemia indica X X Magnoliaceae Talauma ovata X X Malpighiaceae Malphiguia glabra X Tetrapterys X Byrsonima intermedia X X X Malvaceae Hibiscus rosa-sinensis X X X

Malvaviscus arboreus X X Sida rhombifolia X Melastomataceae Tibouchina granulosa X X

Clidemeia sp X X

Tibouchina sp X X X

Tibouchina holosericea X X Meliaceae Trichilia sp X Mimosaceae Leucaena leucocephala X Anadenanthera collubrina X Moraceae Cecropia pachystachya X X X

Morus nigra X X

60

TABELA 2 ndash Relaccedilatildeo das espeacutecies de plantas visitadas por T angustula Continua

Famiacutelia Espeacutecie Polinizada Visitada Recurso

Poacutelen Neacutectar Myrsinaceae Ardisia crenata X X Myrtaceae Eucalyptus robusta X X X

Eugenia jambos X X X

Eugenia pitanga X Eucalyptus terecornis X Plinia glomerata X Nyctaginaceae Bougainvile aspectabilis X X X Oleaceae Jasminum azoricum X Palmae Acrocomia aculeata X X

Archontophoenix cunninghamiana X

Syagrus romanzoffiana X Copernicia alba X X Sheelea phalerata X Passifloraceae Passiflora jilekii X Piperaceae Piper mollicomum X Poaceae Paspalum sp X Polemoniaceae Cobae scandens X Polygonaceae Polygonum capitatum X X X Pontederiaceae Pontederia lanceolata X X Proteaceae Grevill a bansksii X X X Rosaceae Prunus persica X X X

Pyracantha coccinea X X Rubiaceae Pentas lanceolata X X

Citrus airantum X X Rutaceae Citrus limon X X X Scrophulariaceae Paulownia imperialis X X Solanaceae Nicotiana tabacum X X Sterculiaceae Dombeya burgessiae X Dombeya wallichii X Sterculia chicha X X Tiliaceae Heliocarpus americanus X X X Tropaeolaceae Tropaeolum majus X X X Ulmaceae Tipo celtis X Trema micrantha X X Umbelliferae Foeniculum vulgare X X X Verbenaceae Duranta repens X

Vitex agnus-castus X

Velloziaceae Vellozia candia X X X Zingiberaceae Hedychium coronarium X Fonte Pirani Laurino 1993 Carvalho Marchine Ros 1999 Agostini Sazima 2003 Toledo et al 2003 Cartopassi-Laurino 2005 Braga e Colaboradores 2012 Novais Absy Santos 2013

61

Foram encontradas 71 famiacutelias e um total de 166 espeacutecies Dessas 30 espeacutecies satildeo

polinizadas e 136 satildeo visitadas Poacutelen e neacutectar satildeo os recursos mais coletados

com coleta de poacutelen em 78 espeacutecies e de neacutectar em 69 De acordo coma Lista de

Espeacutecies da Flora do Brasil (2010) 20 das espeacutecies que satildeo polinizadas (TABELA

2) satildeo nativas o restante satildeo espeacutecies exoacuteticas ou seja natildeo pertencem agrave flora

brasileira

As famiacutelias que apresentaram maior porcentagem de visitas por T angustula foram

Compositae e Leguminosae (TABELA 2) com 13 e 12 de espeacutecies

respectivamente (GRAacuteFICO 3) sendo as famiacutelias mais importantes para a dieta da

jataiacute (AGOSTINE SAZIMA 2003 SIIONI et al 2007) Esse resultado eacute similar ao

trabalho de Simioni e colaboradores (2007) seus resultados mostram que uma das

famiacutelias analisadas Leguminosae tambeacutem apresentaram um maior destaque na

quantidade de visitas realizadas por T angustula esse fato pode ser explicado pelo

fato de que Leguminosae representa a mais importante fonte de poacutelen para essa

espeacutecie

As famiacutelias Compositae e Leguminosae satildeo as mais bem representadas pelo fato

de apresentarem espeacutecies que fornecem alimento em maior qualidade e quantidade

por vaacuterios periacuteodos do ano Com destaque para a famiacutelia Leguminosae que fornece

recursos alimentares para as abelhas nos periacuteodos de estiagem (PIRANI LAURINO

1993 AGOSTINE SAZIMA 2003)

O graacutefico abaixo ilustra o comportamento generalista deT angustula Onde 41 das

visitadas realizadas pela espeacutecie se distribuem por 55 famiacutelias vegetais Esse

comportamento concorda com trabalho de Anacleto (2007) onde dentre as cinco

espeacutecies estudadas por ele a que apresentou o haacutebito mais generalista em relaccedilatildeo

ao nuacutemero de plantas visitadas foi T angustula

62

GRAacuteFICO 3 ndash Contribuiccedilatildeo das famiacutelias de plantas para a dieta de T angustula

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria com base nos dados da Tabela 1

As abelhas generalistas visitam flores pequenas e abertas e satildeo menos

relacionadas agraves flores especializadas (RUTHCKE JULES 1993 ROUBIK 1992

apud AGOSTINI SAZIMA 2003) e tecircm preferecircncia de flores arboacutereas com

inflorescecircncia densas

Um exemplo de flores que natildeo satildeo especializadas e que satildeo importantes para a

dieta de T angustula eacute da famiacutelia Asteraceae as espeacutecies Mangifera indica e

Schinus terebinthifolius apresentam grande densidade de flores e permite faacutecil

acesso para as abelhas deste modo tornam-se importantes fornecedores de fontes

de poacutelen (BRAGA et al 2012)

De acordo com o levantamento das plantas utilizadas pelas abelhas jataiacute realizado

por diferentes autores as famiacutelias que se mostraram bem representadas foram

Malvaceae Caesalpiniaceae Melastomataceae Myrtaceae Euphorbiaceae e

Anacardiaceae sendo consideradas portanto essenciais para a dieta da jataiacute

2 2 3 2

2 3

13

3 2

3

12 2 2 2 3

3

41

Acanthaceae Agavaceae Anacardiaceae Asteraceae Bignoniaceae

Bombacaceae Compositae Euphorbiaceae Fabaceae Labiatae

Leguminosae Malpighiaceae Malvaceae Melastomataceae Myrtaceae

Palmae Outros

63

Em geral essas famiacutelias podem ser caracterizadas pela floraccedilatildeo do tipo contiacutenuo ou

seja uma floraccedilatildeo que natildeo cessa ou que ocorre na maior parte do ano o que

permite as abelhas ter acesso aos recursos em todas as estaccedilotildees do ano

(CARVALHO MARCHINI ROS 1999 AGOSTINI SAZIMA 2003 TOLEDO et al

2003 MORGADO et al 2011)

64

65

5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS Sendo este a primeira pesquisa com abelhas em compus no Espiacuterito Santo Foi

observado que a distribuiccedilatildeo dos ninhos encontrados apresentou-se uniforme

Todos os ninhos estavam instalados em paredes e pisos de concreto o que indica

seu potencial de adaptabilidade agraves condiccedilotildees antroacutepicas

A diversidade de cores de poacutelen trazida pelas forrageiras no iniacutecio da manhatilde indica

uma ampla disponibilidade de alimento que a flores oferecem nesse periacuteodo do dia

bem como a eficiecircncia das forrageiras em selecionar essas flores

De acordo com as observaccedilotildees que foram realizadas no estudo as abelhas T

angustula podem ter suas atividades influenciadas pelo clima Uma vez que foi

observado que no periacuteodo de inverno em que as temperaturas satildeo mais baixas

elas comeccedilavam a realizar suas funccedilotildees nos horaacuterios com as temperaturas mais

altas

A divisatildeo de trabalho entre forrageadoras operaacuterias de limpeza e de defesa

observado nessa espeacutecie indica o comportamento altamente social dos Meliponini

O mecanismo de defesa observado em T angustula entre guardas pairando e em

peacute pode indicar uma caracteriacutestica de complementaridade na defesa do ninho uma

vez que durante as observaccedilotildees os dois tipos de guardas sempre se fizeram

presentes O que mostra que mesmo com o atrofiamento do ferratildeo os indiviacuteduos

desenvolveram estrateacutegias para a defesa contra invasores

Foi comum observar a presenccedila de revoadas nos ninhos entre as Jataiacutes Este

comportamento em geral eacute comum para o desenvolvimento (sobrevivecircncia) da

colocircnia No caso dos ninhos observados apoacutes as revoadas eles foram

desaparecendo Este fato pode indicar um baixo iacutendice de recursos troacuteficos para

essas abelhas dentro do campus pois ao inveacutes dos ninhos se manterem ou

aumentarem em quantidade ao longo das observaccedilotildees eles desapareceram

O levantamento das flores visitadas por T angustula indicou um comportamento

generalista desta espeacutecie em visitar uma grande variedade de plantas o que mostra

sua importacircncia para garantir a variabilidade dessas plantas

66

Esse levantamento tambeacutem indicou que a polinizaccedilatildeo realizada por elas foi

predominante em plantas exoacuteticas O que pode refletir a deficiecircncia na quantidade

de plantas nativas melitoacutefilas na aacuterea de estudo

67

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Page 3: FACULDADE CATÓLICA SALESIANA DO ESPÍRITO SANTO … · No grupo dos Apinae está à tribo dos Meliponini, conhecidas como abelhas indígenas sem ferrão por possuir seu ferrão atrofiado

NAYARA AHNERT BRITO

LEVANTAMENTO E CARACTERIZACcedilAtildeO DOS NINHOS DE Tetragoniscaangustula (HYMENOPTERA APIDAE) NO CAMPUS GOIABEIRAS

DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPIacuteRITO SANTO

Trabalho de Conclusatildeo de Curso apresentado agrave Faculdade Catoacutelica Salesiana do Espiacuterito Santo como requisito obrigatoacuterio para obtenccedilatildeo do tiacutetulo de Bacharel em Ciecircncias Bioloacutegicas

Aprovado em _____ de ________________ de____ por

________________________________

Prof Drordf Selma Hebling - Orientador

________________________________

Prof Msc Danilo Camargo Santos Instituiccedilatildeo

________________________________

ProfMsc Marcus Viniacutecius Scherrer de Arauacutejo Instituiccedilatildeo

Dedico a minha Matildee Noemia e irmatilde Nathaacutelya

AGRADECIMENTOS

Meu agradecimento maior a Deus autor e mantenedor da minha vida por ter me

fortalecido e me amparado nos momentos de dificuldades

Agrave minha matildee Noemia pela compreensatildeo pelo gesto de carinho pela confianccedila e

por sempre me apoiar nas minhas escolhas

Aos meus amigos Renata Camila Evelyn Monique Taynara Douglas e Rodrigo

pelas palavras de estiacutemulo por sempre estarem ao meu lado

Agrave Profordf Drordf Tacircnia Mara Guerra por me acolher em seu laboratoacuterio (LabiBio) pela

orientaccedilatildeo durante o desenvolvimento deste trabalho como tambeacutem por todos os

ensinamentos paciecircncia e incentivo

Aos meus colegas de laboratoacuterio Christyan e Emanuela por toda ajuda e apoio que

me deram em campo durante todo o trabalho

Agrave Profordf Drordf Selma Hebling por aceitar em me orientar na faculdade e por todos os

ensinamentos

RESUMO

Buscou-se analisar a distribuiccedilatildeo dos ninhos da abelha Jataiacute (Tetragonisca

angustula Latreille) por meio de um levantamento em aacuterea urbana dentro do

Campus Goiabeiras da Universidade Federal do Espiacuterito Santo bem como observar

seu comportamento durante os meses de abril a setembro de 2014 A lista de suas

principais fontes de alimento foi obtidas atraveacutes de revisatildeo bibliograacutefica Foi

encontrado um total de 11 ninhos em paredes e muros e sob placas de concreto

Desses trecircs desapareceram na aacuterea amostral um deles na primeira semana de

observaccedilatildeo e outros dois apoacutes eventos de revoadas entre as Jataiacutes ao longo das

observaccedilotildees As observaccedilotildees indicaram a presenccedila de divisatildeo de trabalho entre

operaacuterias de limpeza operaacuterias que atuavam na defesa do ninho contra ataque de

invasores e forrageiras Estas apresentaram maior nuacutemero de visitas agraves flores no

periacuteodo da manhatilde Com relaccedilatildeo aos recursos florais de acordo com o levantamento

a partir de dados bibliograacuteficos foi verificado um predomiacutenio de plantas exoacuteticas

polinizadas pelas Jataiacutes

Palavras-chave Abelha sem ferratildeo Defesa do ninho plantas melitoacutefilas Jataiacute

ABSTRACT

One searched to analyze the distribution of the nests of the Jataiacute bee (Tetragonisca

angustula Latreille) for way of a survey in urban area inside it Goiabeiras Campus of

the Federal University it Espiacuterito Santo as well as observing its behavior during the

months of April the September of 2014 Its main food sources had been gotten

through bibliographical revision It was found a total of 11 nests in walls and walls

and under plates of concrete Of these three had disappeared in the amostral area

one of them in the first week of comment and others two after revoadas events of

between the Jataiacutes throughout the comments The comments had indicated the

presence of division of work between laborers of cleanness laborers who acted in

the defense of the nest against attack of invaders and forrageiras These had

presented greater number of visits to the flowers in the period of the morning With

relation to the floral resources in accordance with the survey from bibliographical

data was verified a predominance of exotic plants polinizadas by the Jataiacutes

Keywords Bees without sting Defense of the nest Apicultural plants Jataiacute

SUMAacuteRIO

1 INTRODUCcedilAtildeO 15

2 REFERENCIAL TEOacuteRICO 19

21 CONTEXTO SISTEMAacuteTICO DAS ABELHAS 19

22 AS ABELHAS MELIPONINI 23

23 IMPACTOS DA URBANIZACcedilAtildeO NAS ABELHAS 24

24 COLETA DE RECURSOS E PRODUCcedilAtildeO DE MEL DAS MELIPONINI 30

25 COMPORTAMENTO DA ABELHA JATAIacute 35

3 METODOLOGIA 39

31 AacuteREA DE ESTUDO 39

32 OBTENCcedilAtildeO DOS DADOS 40

33 ANAacuteLISE DOS DADOS 41

4 RESULTADOS E DICUSSOtildeES 43

41 LOCALIZACcedilAtildeO DOS NINHOS 43

42 INTERACcedilOtildeES INTER E INTRAESPECIacuteFICAS 44

43 RECUROS FLORAIS 56

5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS 65

REFEREcircNCIAS 67

15

1 INTRODUCcedilAtildeO As abelhas estatildeo organizadas na superfamiacutelia Apoidea que por sua vez eacute formada

pela famiacutelia Apidae (MELO GONCcedilALVES 2005 SILVEIRA MELOALMEIDA

2002) Haacute maior destaque para a subfamiacutelia dos Apinae que apresenta haacutebitos

sociais mais avanccedilados (NOGUEIRA-NETO 1997 MELO GONCcedilALVES 2005) e

segundo Proniacute (2000) elas satildeo importantes por manter um fluxo de energia para

diversas espeacutecies de animais incluindo o homem Nessa famiacutelia satildeo encontradas

colocircnias que possuem capacidade de alcanccedilar populaccedilotildees com milhares de

indiviacuteduos (PIRANI LAURINO 1993) Elas podem se alimentar de neacutectar ou poacutelen

das flores os quais compotildeem sua principal fonte de energia e de proteiacutenas

respectivamente Poreacutem existem espeacutecies que se alimentam de tecidos de origem

animal ao inveacutes de poacutelen como a Trigona hypogea T crassipes e T necrophaga

(NOGUEIRA-NETO 1997)

No grupo dos Apinae estaacute agrave tribo dos Meliponini conhecidas como abelhas

indiacutegenas sem ferratildeo por possuir seu ferratildeo atrofiado (SILVEIRA MELO ALMEIDA

2002) Elas apresentam uma concavidade na superfiacutecie de sua tiacutebia posterior

chamada corbiacutecula cuja alteraccedilatildeo eacute empregada para o transporte do alimento para

o ninho (NOGUEIRA-NETO 1997 SILVEIRA MELO ALMEIDA 2002) Esta

subfamiacutelia apresenta uma ampla distribuiccedilatildeo em aacutereas tropicais e subtropicais

sendo localizada na maior parte da Ameacuterica Neotropical (NOGUEIRA-NETO 1997)

No Brasil aproximadamente 250 espeacutecies de Meliponini satildeo descritas em todos os

ecossistemas (SCHWARTZ-FILHO LAROCA MALKOWSKI 2004)

Os Meliponiacuteni satildeo abelhas sociais que apresentam algumas [] rdquocaracteriacutesticas

variadas que passam por haacutebitos de nidificaccedilatildeo pela morfologia e interaccedilotildees

comportamentais complexas entre rainhas e operaacuteriasrdquo (PIRANI LAURINO 1993)

Eles satildeo o principal grupo de polinizadores em diversos ecossistemas sendo

responsaacuteveis por aproximadamente 90 da polinizaccedilatildeo de plantas nativas

faneroacutegamas em remanescentes de Mata Atlacircntica (KERR 1997apud PRONIacute

2000) o que sugere sua importacircncia para as vaacuterias espeacutecies vegetais pois atraveacutes

da coleta do seu alimento eles acabam contribuindo com a movimentaccedilatildeo de genes

entre as populaccedilotildees de plantas ou seja colaboram para que haja o aumento da

16

variabilidade geneacutetica (BAWA 1990 apud SERRA 2012 NEF SIMPSON1993apud

SERRA 2012) Isto indica que seu desaparecimento pode causar o decliacutenio de

muitas dessas espeacutecies especialmente aquelas que estabelecem relaccedilatildeo entre si

podendo dessa maneira conduzir para um desequiliacutebrio ecoloacutegico (AIZEN

FEISINGER 1994 apud SERRA 2012 HARRIS JOHNSON 2004 apud SERRA

2012)

Tetragonisca angustula (Latreille1811) pertence agrave subtribo Trigonina (abelhas que

utilizam cera) (MELO GONCcedilALVES 2005) Conhecida popularmente como Jataiacute

ela eacute uma das abelhas mais comuns no Brasil (MOURE 1961apud STUCHI 2006)

com uma ampla distribuiccedilatildeo geograacutefica ocorrendo naturalmente nos Estados do

Acre Amapaacute Amazonas Bahia Cearaacute Espiacuterito Santo Goiaacutes Maranhatildeo Mato

Grosso Minas Gerais Paraacute Paraiacuteba Pernambuco Rio Grande do Sul Rio de

Janeiro Rondocircnia Roraima Santa Catarina e Satildeo Paulo (CAMARGO PEDRO

2013)

Tetragonisca angustula possui destaque tambeacutem devido sua importacircncia terapecircutica

em tratamentos de oftalmias e moleacutestias de pulmotildees (IMPERATRIZ-FONSECA et

al 1984 apud STUCHI 2006) aleacutem da sua importacircncia ecoloacutegica e econocircmica Seu

mel com sabor suave eacute muito apreciado pelo aroma e doccedilura e atinge preccedilos altos

no mercado (CARVALHO et al 2005 apud ANACLETO et al 2009)

Como abelhas eusociais elas vivem em colocircnias perenes frequumlentemente

populosas e em atividade o ano todo apresentam uma boa adaptaccedilatildeo em relaccedilatildeo

ao haacutebito de nidificar em cavidades preacute-existentes ocos de aacutervores muros buracos

de pedras no chatildeo e caixa de luz (NOGUEIRA-NETO 1997 SILVEIRA MELO

ALMEIDA 2002) Elas possuem capacidade de voar em campos mais fechados e

como podem atuar em menores aacutereas isso eleva a eficiecircncia do seu forrageamento

em cavidades mais limitadas (VENTURIERI et al 2012)

Um dos problemas que as abelhas tecircm enfrentado satildeo as alteraccedilotildees que ocorrem

em seu habitat devido aos distuacuterbios antroacutepicos (PRONIacute 2000) No Brasil elas satildeo

ameaccediladas de extinccedilatildeo principalmente pelas alteraccedilotildees que satildeo decorrentes dos

desmatamentos e das queimadas uma vez que as rainhas natildeo conseguem escapar

devido ao grande desenvolvimento do seu abdome dentro do ninho aleacutem disso o

uso de herbicidas tem afetado os polinizadores reduzindo a variabilidade do neacutectar

das flores O crescimento urbano desordenado eacute outro fator de impacto para esses

17

insetos (KEARNS INOUYE WASER 1998 PRONIacute 2000 KEER et al 1994 apud

STUCHI 2006) por causar a reduccedilatildeo no nuacutemero de aacutereas verdes nas cidades e

consequumlentemente diminuiccedilatildeo da oferta de substratos para nidificaccedilatildeo das

abelhasocasionando dessa formamaior frequumlecircncia de alteraccedilotildees inesperada sem

seu habitat (LAROCA CURE BERTOLI 1982 TEIXEIRA VIANA NEVES 2000)

Aleacutem disso o processo de urbanizaccedilatildeo tem provocado mudanccedilas na composiccedilatildeo

floriacutestica diminuiacutedo a disponibilidade de alimentos essenciais e muitas vezes

especiacuteficos (MICHENER 1994 apud SERRA 2012 ELTZ et al 2003 apud SERRA

2012)

Outro problema que vem ocorrendo eacute o decliacutenio de diversas populaccedilotildees de abelhas

causado pelo isolamento de muitas colocircnias em fragmentos (MORATO CAMPOS

2000apud SERRA 2012) Para Kearns Inouye e Waser (1998) essa fragmentaccedilatildeo

cria colocircnias pequenas com grandes nuacutemeros de indiviacuteduos o que traz uma seacuterie de

problemas tais como o aumento da deriva geneacutetica a depressatildeo inata e o aumento

do risco de extinccedilatildeo

O aumento indiscriminado da urbanizaccedilatildeo e consequumlentemente a diminuiccedilatildeo de

aacutereas verdes tecircm prejudicado a manutenccedilatildeo e preservaccedilatildeo de muitas espeacutecies de

Meliponini (SOUZA et al 2005) Segundo Pirani e Laurino (1993) haacute poucas

informaccedilotildees de espeacutecies de abelhas que ocorrem em aacutereas com interferecircncia

humana Por essa razatildeo este trabalho visa estudar a espeacutecie Tetragonisca

angustula Latreille com o intuito de contribuir para um melhor conhecimento de sua

ocorrecircncia em aacutereas alteradas antropicamente

Para este trabalho eacute levantada a hipoacutetese de encontrar a espeacutecie Tetragonisca

angustula no campus Goiabeiras da UFES e verificar se nesta aacuterea as abelhas

encontrariam recursos suficientes para se alimentarem As abelhas T angustula eacute

uma espeacutecie que nidifica em cavidades preacute-existentes possivelmente podemos

encontraacute-las Poreacutem o campus da UFES por se localizar em regiatildeo urbana

provavelmente possui uma oferta de recursos alimentares baixa

A partir dessa hipoacutetese procurou-se verificar a existecircncia e analisar a distribuiccedilatildeo de

T angustula e de seus recursos alimentares no campus Goiabeiras da Universidade

Federal do Espiacuterito Santo (Vitoacuteria-ES) Para isso foi necessaacuterio identificar os ninhos

de T angustula quantificar os ninhos dessas abelhas e conhecer suas principais

fontes de alimento

18

19

2 REFERENCIAL TEOacuteRICO 21 CONTEXTO SISTEMAacuteTICO DAS ABELHAS

Os invertebrados da classe Insecta pertencem ao filo dos artropodos ou seja dos

animais que apresentam apecircndices locomotores articulados (BRUSCA BRUSCA

2007) Esse filo possui milhares de espeacutecies descritas que estatildeo espalhadas em

diversas classes ldquoA classe dos insetos compreende aqueles que possuem o corpo

dividido em trecircs regiotildees como cabeccedila toacuterax e abdocircmen um par de antenas

geralmente dois pares de asas e trecircs pares de pernas toraxicasrdquo (LIMA 1938)

O sucesso evolutivo dos insetos se deve a algumas caracteriacutesticas que favoreceram

sua adaptaccedilatildeo como a presenccedila das asas que permitiu o seu acesso ao alimento e

a escapar de predadores e o dobramento que permitiu o acesso a habitats muito

pequenos a presenccedila de epicuticula ceacuterea a qual reduziu a dessecaccedilatildeo um ovo

com casca resistente que tolerou ser exposto a condiccedilotildees ambientais extremas e o

seu desenvolvimento que compreende uma larva (RUPPERT BARNES 1996)

Os insetos satildeo um dos principais predadores de invertebrados e essenciais para

alimentaccedilatildeo de muitos animais terrestres por serem inuacutemeros compotildeem grande

parte das cadeias alimentares terrestres Em geral possuem extrema importacircncia

para o ambiente por serem papel chave na polinizaccedilatildeo de grande maioria das

plantas ( RUPPET BARNES 1996 BRUSCA BRUSCA 2007)

Os insetos satildeo classificados em diversas ordens destacando os Hymenoptera cuja

ordem eacute um dos quatro grupos com maior diversidade ao lado de Diptera

Coleoptera e Lepdoptera Cada uma destas ordens possui uma estimativa de

aproximadamente cem mil espeacutecies descritas em todo o mundo com exceccedilatildeo do

Coleoptera que pode chegar a trezentos mil (GOULET HUBER 1993 MACEDO

[20--])

Os Hymenoptera se destacam por possuiacuterem vaacuterias espeacutecies que apresentam

diversidade no haacutebito de vida como predaccedilatildeo parasitismo comportamento soacutelitaacuterio

e formaccedilatildeo de sociedades complexas Dentre as importantiacutessimas funccedilotildees que

desempenham ao ambiente estaacute agrave polinizaccedilatildeo das plantas cultivadas exercidas

pelas abelhas e vespas o controle bioloacutegico por parte dos himenoacutepteros

20

parasitoacuteides de pragas agriacutecolas e tambeacutem ciclagem de nutrientes e dispersatildeo de

sementes exercidas pelas formigas (ALDREY CAZALLA 1999 MACEDO [20--])

A ordem Hymenoptera eacute dividida nas subordens Symphyta e Apocrita essa ultima eacute

dividida nos grupos Parasitica e Aculeata (ALDREY CAZALLA 1999) Symphyta eacute

um grupo pequeno que apresenta o haacutebito mais primitivo principalmente os haacutebitos

de se alimentar nas plantas esse grupo possui caracteriacutesticas que se perdem do

resto dos Hymenoptera Symphyta satildeo animais de cintura grossa eles apresentam

asas inteiramente desenvolvidas pouco ou quase nenhum dimorfismo sexual e

possui unido o primeiro e segundo seguimento abdominal O ovipositor da maioria

das espeacutecies desse grupo eacute comprido lateralmente e modificado com dentes

marginais para que funcione como uma serra para perfurar o tecido das plantas

Suas larvas satildeo na maioria das vezes na forma de lagarta com presenccedila de pernas

falsas no abdocircmen e cabeccedila desenvolvida (GOULET HUBER 1993 BRUSCA

BRUSCA 2007)

Jaacute a subordem Apocrita considerada como grupo monofileacutetico eacute caracterizada pela

junccedilatildeo estreita entre o primeiro segmento do abdocircmen (metassoma) com o toacuterax

(mesossoma) o que permitiu maior flexibilidade para o metassoma controlar o

ovipositor (GOULET HUBER 1993 MACEDO [20--]) No grupo Apocrita existe a

presenccedila de grupos sociais que compreendem castas caracterizadas com machos

haploacuteides rainha e fecircmeas partenogeneacuteticas e outros indiviacuteduos como soldados e

operaacuterias (BRUSCA BRUSCA 2007)

Os membros de Apocrita satildeo basicamente carniacutevoros alimentando-se de outros

insetos No entanto vaacuterios grupos tecircm abandonado a vida de carniacutevoros e

desenvolvido para uma dieta vegetal O grupo das abelhas alimenta-se de poacutelen e

neacutectar enquanto o grupo de vespas fazem as galhas familiares sobre umas aacutervores

ou dentro de folhas frutos e caules das quais as larvas se alimentam e algumas

espeacutecies do grupo das formigas se alimentam apenas de vegetais ou satildeo oniacutevoros

(GOULET HUBER 1993)

O grupo Parasitica eacute uma divisatildeo da subordem Apocrita neste grupo inclui-se

alguns grupos fitoacutefagos e uma grande parte de parasitoacuteides (AUDREY CAZALLA

1999) Os parasitoacuteides satildeo insetos que depositam seus ovos em ovos larvas ninfa

ou pupa de hospedeiros geralmente levam agrave morte e tecircm a fase adulta com vida

livre (GOULET HUBER 1993 MACEDO [20--]) De acordo com os estudos de

21

Audrey e Cazalla (1999) o uso da divisatildeo cladiacutestica desse grupo tende a ser

eliminado porque constitui um agrupamento artificial das superfamiacutelias de

Hymenoptera As superfamiacutelias que se incluem satildeo Trigonalyoidea Megalyroidea

Evanioidea Stephanoidea Ichneumonoidea Chalcidoidea Proctotrupoidea

Ceraphronoideae Cynipoidea (AUDREY CAZALLA 1999) Destacamos a

superfamiacutelia Chalcidoidea essa envolve muitos Hymenopteros que satildeo de grande

importacircncia para a ecologia como tambeacutem para economia e a superfamiacutelia

Ichneumonoidea que de acordo com os dados de Rasnitsyn (1988) (apud AUDREY

CAZALLA 1999) satildeo o grupo irmatildeo dos Aculeata

Jaacute o grupo dos Aculeata satildeo os mais diversos em Hymenoptera eles apresentam

uma origem evolutiva comum que eacute representada pelo ferratildeo caracteriacutestica que

apareceu apenas uma vez durante a evoluccedilatildeo do grupo (AUDREY CAZALLA1999)

Neste grupo satildeo conhecidas sete superfamiacutelias como Chrysidoidea Formicoidea

Tiphoidea Pompiloidea Apoidea Vespoidea e Sphecoidea As principais diferenccedilas

entre as classificaccedilotildees recentes estatildeo relacionada com a grande diversidade de

vespas esfecoacuteides e os Apidae Esses estatildeo dentro da superfamiacutelia dos Apoidea por

apresentarem caracteriacutesticas semelhantes A superfamiacutelia Chrysidoidea eacute

considerada grupo irmatildeo dos Apoidea e Vespoidea Dentre as superfamiacutelias a dos

Apoidea eacute que apresenta a maior diversidade de aculeados (AUDREY CAZALLA

1999)

O evento evolutivo que deu origem aos primeiros aculeados foi agrave aquisiccedilatildeo de um

ferratildeo venenoso a partir do ovipositor dos icneumoniacutedeos ou seja os Apocrita

possuiacuteam uma glacircndula que era associada ao ovipositor Essa glacircndula produzia

secreccedilotildees que eram mais suscetiacuteveis ao substrato para o desenvolvimento das

larvas poreacutem durante a evoluccedilatildeo essa glacircndula comeccedilou a produzir veneno para

paralisar seus hospedeiros e utilizaacute-los como alimento para as larvas Desde entatildeo

o ovipositor dos aculeados acabou sendo usado tambeacutem para inoculaccedilatildeo de

veneno como uma arma defensiva para se protegerem de alguns vertebrados

(AUDREY CAZALLA 1999)

Esse evento foi muito importante e resultou em alguns modos de vida que puderam

estabelecer estrateacutegias evolutivas bem sucedidas como por exemplo o

desenvolvimento dos meacutetodos de transporte das presas em ninhos diferentes A

construccedilatildeo de ninhos foi uma estrateacutegia evolutiva importante visto que as espeacutecies

22

armazenavam alimento em grande quantidade antes de comeccedilar o desenvolvimento

de suas larvas (AUDREY CAZALLA 1999)

O desenvolvimento das sociedades eacute caracterizado pela presenccedila de divisatildeo de

castas Ela se baseia no mecanismo haplo-diploacuteide da determinaccedilatildeo do sexo em

que as fecircmeas satildeo diploacuteides feacuterteis os machos haploacuteides e cooperam apenas na

fecundaccedilatildeo da rainha e as operarias esteacutereis Essa sociedade ocorre em todas as

formigas e em algumas abelhas e vespas (AUDREY CAZALLA 1999 PRATO [20--

])Para que a espeacutecie seja eussocial eacute necessaacuterio que dentro do ninho tenha divisatildeo

de trabalho colaboraccedilatildeo para cuidar da prole e ter mais de uma geraccedilatildeo em um

mesmo ninho (AUDREY CAZALLA 1999)

O grupo das abelhas estaacute reunido na Superfamiacutelia Apoidea De acordo com a

proposta da aacutervore filogeneacutetica dos principais clados das abelhas descrita por

Michener (1944 apud SILVEIRA MELO ALMEIDA 2002) seis famiacutelias foram

reconhecidas satildeo elas Colletidae Apidae Adrenidae Halictidae Megachilidae e

Milittidae Essa classificaccedilatildeo representou um importante avanccedilo nas relaccedilotildees

filogeneacuteticas desse grupo (SILVEIRA MELO ALMEIDA 2002) Nos estudos de

Melo e Gonccedilalves (2005) eacute abordada uma classificaccedilatildeo mais atual para as abelhas

Essa classificaccedilatildeo eacute revisada por Michener (2000 apud MELO GONCcedilALVES

2005) em que ele defende uma mudanccedila na qual as abelhas estatildeo incluiacutedas apenas

em uma famiacutelia a Apidae e as famiacutelias da classificaccedilatildeo tradicional como subfamiacutelias

Nessa revisatildeo da classificaccedilatildeo das abelhas satildeo reconhecidas sete subfamiacutelias 51

tribos e 27 subtribos (MELO GONCcedilALVES 2005) De acordo com esta a

subfamilia Meliponinae passa a ser a tribo Meliponini com duas subtribos Trigonina

e MeliponinaPara este trabalho foi utilizada esta nova classificaccedilatildeo das abelhas

revisada por Michener (2000)

Na superfamiacutelia Apoidea grande parte das abelhas satildeo solitaacuterias (85) entre elas

estatildeo algumas espeacutecies da subfamiacutelia Megachilidae Anthophoridae e Apidae No

haacutebito de vida solitaacuterio cada fecircmea cuida sozinha do seu ninho ou seja o constroacutei

coloca os ovos busca alimento suficiente para o crescimento da larva e

normalmente morre antes da sua progecircnie amadurecer natildeo tendo dessa maneira

contato entre as geraccedilotildees (SANTOS 2002 MICHENER 1969 PERUQUEETI [19--

]) Jaacute a grande parte das abelhas que apresentam os haacutebitos mais sociais satildeo os

Apinae (Bombineos (Bombini) Apineos(Apini) e Meliponineos (Meliponini) elas vivem

23

em grandes colocircnias com apenas uma rainha e vaacuterias operaacuterias e divisatildeo de

trabalho (MICHENER 1969)

Haacute dois grandes grupos de abelhas altamente sociais ambos na subfamiacutelia Apinae

os Apineos (todos do gecircnero Apis) e os Meliponineos (Meliponini) (abelhas sem

ferratildeo) Esse comportamento pode ter evoluiacutedo duas vezes a partir de semelhanccedilas

no comportamento social entre Apis e Meliponineos (Meliponini) que surgiram

independentemente (WINSTON MICHENER 1977) Em ambos os grupos satildeo

produzidos enxames poreacutem com mecanismos bem diferentes Nos Meliponineos

(Meliponini) as operaacuterias da colocircnia voam para encontrar novos siacutetios para nidificar

preparam o ninho com mateacuterias do ninho antigo e somente quando o novo ninho

estaacute pronto a rainha jovem se junta a estas operaacuterias e deixa a rainha velha no

antigo ninho Jaacute em Apis a rainha velha sai com suas operaacuterias e deixa a jovem no

ninho antigo (WINSTON MICHENER 1977)

Em relaccedilatildeo agrave alimentaccedilatildeo das larvas em Apis satildeo operaacuterias que fazem esse

trabalho Jaacute em meliponineos (meliponini) as operaacuterias fecham as ceacutelulas de cria

com ovos e colocam alimento suficiente para a larva completar seu desenvolvimento

(WINSTON MICHENER 1977)

As abelhas dependem totalmente das plantas para se alimentarem o seu

aparecimento pode estar relacionado com o surgimento das angiospermas

(PERUQUETTI [19--] PIRANI LAURINO 1993) As angiospermas mais primitivas

surgiram com flores bem rasas com o passar do tempo foram se especializando em

plantas estreitas tubulares e profundas Para ter maior sucesso na coleta do neacutectar

as abelhas adaptaram suas peccedilas bucais com liacutengua curta e liacutengua longa assim

passaram a ser chamadas de abelhas lambedoras e sugadoras respectivamente

(PERUQUETTI [19--] PIRANI LAURINO 1993) Para a coleta dos gratildeos de poacutelen

as primeiras abelhas portavam muitos pelos em volta do corpo condiccedilatildeo que foi

modificada ao longo do tempo (PIRANI LAURINO 1993)

22 AS ABELHAS MELIPONINI

Para estudos a respeito dos meliponineos (meliponini) Nogueira-Neto (1997)

publicou um livro que relata seus conhecimentos sobre essas abelhas indiacutegenas

24

sem ferratildeo O livro faz uma abordagem a respeito da vida dos meliponiacuteneos

(Meliponini pertencente agrave Apidae) mostrando os principais aspectos de suas

caracteriacutesticas bem como meacutetodos para sua criaccedilatildeo e cuidados que um

meliponicultor deve ter Os primeiros capiacutetulos fazem uma apresentaccedilatildeo que

caracteriza os meliponiacuteneos Haacute a apresentaccedilatildeo da classificaccedilatildeo dessas abelhas a

descriccedilatildeo de sua fonte de alimento de sua distribuiccedilatildeo geograacutefica de seu

relacionamento com outras abelhas e de sua possiacutevel aclimataccedilatildeo O autor faz

consideraccedilotildees sobre a arquitetura e o material usado para a construccedilatildeo de seus

ninhos e daacute destaque principal ao material que elas mesmas produzem a cera Nos

capiacutetulos subsequumlentes satildeo feitas consideraccedilotildees sobre a geneacutetica e o

comportamento das abelhas o tratamento e as teacutecnicas necessaacuterias para sua

criaccedilatildeo Aleacutem disso haacute tambeacutem discussotildees sobre a conservaccedilatildeo do mel a higiene

ou a sua falta em algumas espeacutecies e a existecircncia de meacuteis perigosos Neste livro o

autor teve o intuito de contribuir com seus estudos para que outros cientistas e

meliponicultores pudessem conhecer a vida dos meliponiacuteneos e fazer possiacuteveis

identificaccedilotildees de muitas outras espeacutecies

23 IMPACTOS DA URBANIZACcedilAtildeO NAS ABELHAS

Vaacuterios estudos relatam que eacute comum encontrar abelhas em aacutereas urbanizadas

(antropizadas) As espeacutecies encontradas de modo geral apresentam boa

adaptaccedilatildeo a esses ambientes Alguns estudos com relaccedilatildeo a essas abelhas

urbanas tratam de impactos que esses ambientes podem causar a elas

Laroca Sebastiatildeo e Cure (1982) realizaram um trabalho de abordagem a respeito

do impacto da urbanizaccedilatildeo sobre a abundacircncia relativa fenologia e flores

preferenciais das abelhas que se encontram em aacutereas urbanas Com coletas feitas

durante um ano no parque Passeio Puacuteblico localizado no centro da cidade de

Curitiba e na regiatildeo de Boa Vista tambeacutem em Curitiba eles constataram que

comparada as duas aacutereas de estudos o Passeio Puacuteblico apresentou um nuacutemero

menor de espeacutecies e em fenologia e flores preferenciais constataram que a

composiccedilatildeo das flores estaacute muito alterada devido agrave introduccedilatildeo de espeacutecies

cultivadas Portanto concluiacuteram que o processo de urbanizaccedilatildeo produz grandes

25

mudanccedilas na composiccedilatildeo floriacutestica nos locais de nidificaccedilatildeo e que apresentam ter

influecircncias significativas nas caracteriacutesticas associadas agraves abelhas

Taura e Laroca (1991) realizaram uma pesquisa com o propoacutesito de analisar a

distribuiccedilatildeo e a abundacircncia de ninhos de abelhas sociais em locais que apresentam

constantes processos de urbanizaccedilatildeo Com levantamentos realizados na regiatildeo de

Passeio Puacuteblico (Curitiba) eles encontraram 32 ninhos de Apidae com

predominacircncia da subfamiacutelia dos Meliponiacuteneos Assim sendo concluiacuteram que os

meliponiacuteneos eram favorecidos pelas atividades humanas para nidificaccedilatildeo uma vez

que foram encontrados em paredotildees de concretos edificaccedilotildees entre outros locais

Entretanto tambeacutem concluiacuteram que essas abelhas satildeo ameaccediladas devido agrave

instabilidade do ambiente que apresenta muitas mudanccedilas por causa da

urbanizaccedilatildeo

Pirani e Laurino (1993) publicaram um livro sobre flores e abelhas em Satildeo Paulo

onde os autores tinham o interesse de estudar as relaccedilotildees entre as abelhas e o

ambiente conhecer as plantas visitadas por elas e suas preferecircncias florais em

aacutereas onde haacute interferecircncia humana Todo estudo foi realizado dentro do Campus

Universitaacuterio de Satildeo Paulo Para desenvolver esse trabalho eles coletaram

informaccedilotildees sobre as plantas apiacutecolas dos jardins do ldquocampusrdquo sobre a atraccedilatildeo que

as espeacutecies de abelhas sociais tecircm por estas plantas e sobre as variaccedilotildees abioacuteticas

existentes As coletas nas flores de amostras de mel e poacutelen das colocircnias e

observaccedilotildees dos ninhos das abelhas foram perioacutedicas Eles obtiveram 133 espeacutecies

de flores visitadas separadas em sete famiacutelias Neste livro Pirani e Laurino fazem

discussotildees a respeito dos resultados dos seus dados associando com trabalhos de

outros autores e concluem que trabalhos como esse apresenta grande importacircncia

pois mostra o valor de determinadas espeacutecies vegetais para as abelhas e que ainda

haacute muito estudo para se fazer com relaccedilatildeo agrave abelha-flor

Devido aos danos que as abelhas vecircm sofrendo com a perda de habitat Oliveira

Morato e Garcia (1995) fizeram um estudo para conhecer as espeacutecies de

meliponineos existentes em aacutereas desmatadas fragmentos de mata isolados e mata

continua nesta uacuteltima foi tambeacutem realizado estudo para saber informaccedilotildees sobre a

densidade dos ninhos As aacutereas fragmentadas foram divididas em hectares e as

coletas das abelhas foram feitas em ninhos nidificados em aacutervores vivas e mortas

Todo o trabalho foi realizado na regiatildeo de Manaus Amazocircnia que vem sofrendo

26

antropizaccedilatildeo Foram coletadas um total de 54 espeacutecies de meliponineos sendo que

na mata contiacutenua foram 37 espeacutecies nos fragmentos isolados (de 1 e 10 hectar) e

na aacuterea desmatada foram coletada entre 21 e 25 espeacutecies e no fragmento de mata

continua(100 hectar) apenas 9 foram coletada Os autores concluiacuteram que mesmo a

regiatildeo ter apresentado grande riqueza de espeacutecies as aacutereas fragmentadas das

matas estatildeo diminuindo o tamanho das comunidades de meliponineos o que pode

deste modo comprometer a reproduccedilatildeo de diversas plantas melitoacutefilasna regiatildeo

Kearns Inouye e Wase (1998) publicaram um trabalho sobre a interaccedilatildeo de planta-

polinizador e suas interaccedilotildees Neste trabalho os autores descrevem a respeito da

natureza ecoloacutegica e evolutiva dessas interaccedilotildees e das evidentes ameaccedilas que

estatildeo sofrendo por meio das atividades humanas como tambeacutem discute sobre

soluccedilotildees de gestatildeo de melhoria para locais onde haacute crise na polinizaccedilatildeo Com

respeito a essas crises os autores debatem durante todo o trabalho que esse

problema jaacute eacute generalizado por ser associada agraves atividades humanas e que ele eacute

causado principalmente pelo uso de pesticidas e herbicidas mudanccedila no uso dos

solos pastagens agricultura fragmentaccedilatildeo do habitat desses polinizadores e pela

introduccedilatildeo de espeacutecies natildeo nativas nos ambientes O trabalho conclui que todos

esses problemas podem ter futuramente um aumento devido agraves grandes alteraccedilotildees

de habitat causado por uma populaccedilatildeo que estaacute sempre em crescimento e

sugeriram que os proacuteprios cidadatildeos e ecologistas natildeo devem medir esforccedilos para

reverter esse quadro

Proniacute (2000) realizou uma pesquisa para conhecer a biodiversidade de abelhas

indiacutegenas sem ferratildeo com o intuito de apresentar manejos de conservaccedilatildeo para os

ecossistemas Com levantamentos preliminares de ninhos de abelhas nas regiotildees

(urbana e rural) de Londrinas (Paranaacute) e municiacutepios proacuteximos agrave Bacia do Rio Tibagi

(Paranaacute) ele constatou que a aacuterea estudada apresenta uma distribuiccedilatildeo

diversificada tanto nos ecossistemas urbanos como nos agroecossistemas Em

relaccedilatildeo agrave diversidade das abelhas indiacutegenas sem ferratildeo ele observou que 12 das 19

espeacutecies encontradas ocorrem nos agroecossistemas e que praticamente natildeo

nidificam em aacutereas urbanas Portanto ele concluiu que a biodiversidade dessas

abelhas na Bacia do Rio Tibagi estaacute seriamente ameaccedilada principalmente devido agrave

diminuiccedilatildeo de aacutereas florestadas Segundo o autor para que haja melhoria do quadro

27

eacute preciso da responsabilidade de meliponicultores pesquisadores entre outros para

que sejam proporcionadas condiccedilotildees boas para essas abelhas

Devido agraves grandes mudanccedilas do ambiente provocadas pela urbanizaccedilatildeo Souza e

colaboradores (2002) fizeram um estudo durante um ano (Marccedilo de 2000 a Julho de

2001) com o intuito de verificar a diversidade e habitat de Meliponini em uma aacuterea

urbana e identificar a relaccedilatildeo das espeacutecies com o processo de urbanizaccedilatildeo Foi

realizada inspeccedilatildeo mensal a procura de ninhos de meliponini dentro do Campus da

Universidade Federal de Juiz de Fora Minas Gerais Com os ninhos encontrados foi

feito a identificaccedilatildeo do substrato em que foi nidificado Essas informaccedilotildees foram

relacionadas com os dados de temperatura umidade e precipitaccedilatildeo do municiacutepio

Durante o estudo foi encontrado uma meacutedia de 3488 ninhos e quatro espeacutecies

foram identificadas sendo elas Tetragonisca angustula Nannotrigona testaceicornis

Trigona spinipes e Partamona sp As espeacutecies encontradas apresentaram

preferecircncia em substratos de construccedilotildees (cavidades preacute-existentes) Em relaccedilatildeo agrave

temperatura umidade e precipitaccedilatildeo os autores observaram uma correlaccedilatildeo

positiva entre a temperatura e a abundancia dos ninhos das abelhas sem ferratildeo por

outro lado natildeo foi encontrado para umidade relativa do ar e precipitaccedilatildeo Deste

modo concluiacuteram que mesmo em ambiente urbano essas espeacutecies ainda

conseguem sobreviver com sucesso por traacutes das atividades antropicas

Com relaccedilatildeo aos ninhos de T angustula com o clima do ambiente em que esses satildeo

nidificados Chiari e colaboradores (2002) realizaram um trabalho para ver se as

variaccedilotildees climaacuteticas tecircm alguma relaccedilatildeo com o desenvolvimento dos ninhos das

Jataiacutes Foram realizadas coletas das abelhas que foram depositadas em trecircs tipos

diferentes de colmeacuteias Fritzen Nogueira-Neto e Guiliane Apoacutes esse procedimento

as colocircnias foram pesadas e instaladas no municiacutepio de Maringaacute Paranaacute Ao longo

do estudo a temperatura do ambiente onde as colmeacuteias foram instaladas foi

monitorada Apenas a colmeacuteia Nogueira-Neto natildeo apresentou associaccedilatildeo com a

variaccedilatildeo das temperaturas Nos modelos Fritzen e Giuliane foram observados que o

peso de ambas apresentaram de forma positiva com a umidade relativa do ar

apenas Giuliane teve relaccedilatildeo positiva com a insolaccedilatildeo Deste modo os autores

concluiacuteram que os modelos Giuliane e Noguera-Neto satildeo mais apropriados para as

colmeacuteias de T angustula

28

Outro trabalho tambeacutem realizado em Campus Universitaacuterio foi feito por Almeida

(2002) sobre composiccedilatildeo das comunidades de abelhas em Satildeo Paulo O autor teve

o intuito de contribuir com informaccedilotildees sobre as espeacutecies de abelhas e as plantas

visitadas por elas Com levantamento das abelhas e plantas em duas aacutereas de

Cerrado (Cerradatildeo e Cerrado) localizado no campus Universitaacuterio no Municiacutepio de

Pirassununga foi coletado um total de 261 amostras de plantas de 41 famiacutelias e 140

espeacutecies Dessas apenas cinco ocorreram nas duas aacutereas Com relaccedilatildeo agraves

abelhas foram coletadas um total de 141 espeacutecies em quatro famiacutelias Foi concluiacutedo

que a famiacutelia que apresentou maior riqueza de espeacutecie foi Apidae Com relaccedilatildeo agraves

plantas as famiacutelias Asteraceae Malvaceae Fabaceae Sapindaceae e Vichysiaceae

foram as mais ricas em nuacutemero de espeacutecies

Neves e Viana (2002) realizaram um estudo sobre a ecologia da comunidade de

abelhas eussociais com o propoacutesito de analisar as atividades do seu vocirco

relacionando com recursos alimentares variaccedilotildees meteoroloacutegicas entre outros

fatores Com coletas das abelhas amostras de plantas floridas e monitoramento dos

ninhos nas dunas continentais na Bahia Eles capturaram oito espeacutecies da famiacutelia

Apidae Estas abelhas exibiam maior atividade no periacuteodo da manhatilde Um nuacutemero de

plantas floridas foi verificado na estaccedilatildeo chuvosa Assim sendo concluiacuteram que a

disponibilidade de recursos disponiacutevel e agraves variaccedilotildees meteoroloacutegicas favorecem a

concentraccedilatildeo de visitas florais dessas abelhas pela manhatilde

Um estudo sobre a ecologia das populaccedilotildees de meliponiacuteneos Souza e

colaboradores (2005) fizeram buscas pelos ninhos e coletas das abelhas no Campus

da Universidade Federal da Bahia eles encontraram 94 ninhos com 19 espeacutecies

diferentes tendo uma predominacircncia da espeacutecie Tetragonisca angustula Deste

modo concluiacuteram que a riqueza de espeacutecies de meliponineos (meliponini)

encontrada no Campus (o qual eacute um local que sofre antropizaccedilatildeo) pode ser devida

a disponibilidade de substratos para nidificaccedilatildeo e pela quantidade de recursos que eacute

ofertado

Stuch (2006) realizou uma pesquisa sobre a variabilidade geneacutetica das populaccedilotildees

de Tetragonisca angustula Nesse trabalho o autor primeiramente faz uma revisatildeo

da bibliografia com o propoacutesito de apresentar informaccedilotildees a respeito da estrutura

das populaccedilotildees de meliponiacuteneos (meliponini) sobre as abelhas indiacutegenas sem

ferratildeo e principalmente a respeito da abelha em estudo onde destacam informaccedilotildees

29

do comportamento locais de nidificaccedilatildeo dos recursos usados para se alimentar e

do mel que eacute produzido por eles Com coletas e anaacutelises realizadas por meio de

marcador molecular nas cidades de Dracena em Satildeo Paulo e Ivatuba no Paranaacute Ele

observou que as amostras obtidas em Ivatuba apresentaram 60 de polimorfismo e

na cidade de Dracena foram apresentadas 40 Deste modo o autor concluiu que

em Ivatuba as populaccedilotildees de T angustula estatildeo diferenciadas geneticamente e natildeo

apresentam endocruzamento entre os ninhos jaacute as populaccedilotildees da cidade de

Dracena natildeo se encontraram modificados podendo os ninhos ser considerados

como um soacute Segundo o autor essas informaccedilotildees satildeo muito importantes para que

estudos de praacuteticas de manejo sejam realizados para manter a variabilidade dessas

populaccedilotildees

Outro trabalho tambeacutem em aacutereas fragmentadas foi realizado por Alvarenga (2008)

Neste trabalho o autor teve o objetivo de conhecer a diversidade e densidade dos

ninhos de meliponineos (meliponini) na Mata de Santa Tereza (Estaccedilatildeo Ecoloacutegica de

Ribeiratildeo Preto Satildeo Paulo) que fica situado entre a Mata Atlacircntica e o Cerrado com

levantamentos dos ninhos e das aacutervores que poderiam apresentar um tamanho

potencial para essas abelhas nidificarem Foram encontrados ninhos de quatro

espeacutecies de meliponineos (meliponini) sendo T angustula e Scaura latitarsis

representaram 25 dos ninhos encontrados e Trigona hyalinata 50 E em relaccedilatildeo

aacutes aacutervores cerca de 67 foram analisadas poucas apresentavam rachaduras ou

cavidades para abrigar os ninhos Deste modo foi concluiacutedo que na aacuterea estudada

haacute uma riqueza baixa e densidade relativamente meacutedia e tambeacutem poucos locais

para nidificaccedilatildeo

Andena e colaboradores (2009) tambeacutem fizeram um trabalho em aacutereas degradadas

Para eles esses estudos satildeo essecircncias devido a essas aacutereas serem a principal

razatildeo para o aumento das taxas de perda da diversidade geneacutetica e extinccedilatildeo das

abelhas Os autores realizaram um estudo para conhecer a diversidade de abelhas

no Cerrado em Satildeo Paulo Foram realizadas coletas das abelhas em quatro

reservas em regiotildees fragmentadas do Cerrado Reserva de Corumbataiacute Estaccedilatildeo

Ecoloacutegica de Jataiacute Parque Vassununga e Reserva de Cajuru Com cerca de 500

indiviacuteduos coletados as aacutereas que apresentaram maior riqueza foram Cajuru e

Corumbataiacute e as aacutereas com menor riqueza foram Vassununga e Estaccedilatildeo Ecoloacutegica

Jataiacute Mesmo apresentando maior nuacutemero de riqueza a aacuterea de Corumbataiacute sofreu

30

vaacuterias alteraccedilotildees na composiccedilatildeo fauniacutestica durante o estudo Assim sendo foi

concluiacutedo que pesquisas como essas satildeo importantes pois contribuem com

informaccedilotildees a respeito da influencia que essas aacutereas degradadas podem exercer

sobre a composiccedilatildeo fauniacutestica e a riqueza das espeacutecies de abelhas

Um inventaacuterio sobre os meliponiacuteneos (meliponini) no Bioma Cerrado foi realizado por

Fernandes e colaboradores (2012) Com levantamentos feitos durante dois anos em

quatro aacutereas diferentes (Municiacutepio de Tangaraacute da Serra ndash MT nos arredores do

campus universitaacuterio de Mato Grosso na Reserva Florestal Antocircnio Conselheiro ndash

MT e na zona rural do municiacutepio Tangaraacute da Serra - MT) os autores coletaram 128

espeacutecimes distribuiacutedos em 27 espeacutecies e 14 gecircneros e constataram que a maior

riqueza foi vista na reserva florestal e na zona rural do municiacutepio de Tangaraacute da

Serra Deste modo eles concluiacuteram que a riqueza observada na reserva pode ser

devido agrave mata apresentar pouca antropizaccedilatildeo e que as informaccedilotildees obtidas nesse

estudo satildeo de extrema importacircncia para a preservaccedilatildeo da biodiversidade da reserva

florestal

Uma pesquisa realizada por Oliveira e colaboradores (2013) cujo tema foi

Levantamento de Ocorrecircncia de Meliponiacutedeos (Meliponini) em Municiacutepios na regiatildeo

do Vale do Jauru ndash MT foia incidecircncia de abelhas sem ferratildeo em zonas urbanas

Com entrevistas aos moradores e com sessotildees de fotos para definir quais espeacutecies

de abelhas se encontravam nas proximidades das casas da regiatildeo do Vale do Jauru

eles encontraram 67 colmeacuteias sendo 17 predominantes em apenas uma cidade

Deste modo concluiacuteram que na regiatildeo do Vale do Jauru encontram-se grandes

aacutereas verdes proporcionando dessa forma alimento e a preservaccedilatildeo das abelhas

24 COLETA DE RECURSOS E PRODUCcedilAtildeO DE MEL DAS MELIPONINI

Devido agraves poucas informaccedilotildees sobre a composiccedilatildeo do mel e fontes alimentares

utilizados pelos meliponineos Anacleto (2007) fez um estudo com o intuito de

conhecer as principais fontes que fazem parte da dieta dessas abelhas e tambeacutem

conhecer as caracteriacutesticas quiacutemicas do mel produzido por elas O estudo foi no

Municiacutepio de Piracicaba Satildeo Paulo Foi realizado um levantamento das plantas

visitadas por cinco espeacutecies de meliponineos (T angustula Scaptotrigona

31

bipunctata Nanotrigona testaceicornis Friesiomellita varia e Tetragona clavipes)

coleta de mel nos potes de alimento dos ninhos e coleta de poacutelen retirada das

corbiacuteculas O autor obteve 158 espeacutecies de plantas sendo que dessas 67 foram

visitadas pelas abelhas em estudo e na anaacutelise poliacutenica foram encontradas 72

espeacutecies de plantas A espeacutecie que apresentou menor nuacutemero de visitas foi F varia

em contrapartida T angustula foi a espeacutecie que apresentou o haacutebito mais

generalista em relaccedilatildeo ao numero de espeacutecies de plantas visitadas Com relaccedilatildeo ao

mel foram analisadas um total 31 amostras Os estudos com a composiccedilatildeo do mel

apresentaram uma dificuldade devido agrave legislaccedilatildeo atender apenas as caracteriacutesticas

do mel de Apis melliacutefera e natildeo o mel das abelhas nativas O mel de F varia foi a que

apresentou menor niacutevel de accediluacutecar em contrapartida o niacutevel de accediluacutecar do mel de T

angustula foi o mais elevado Deste modo foi concluiacutedo que as espeacutecies estudadas

se mostraram generalistas com exceccedilatildeo de F varia e com relaccedilatildeo agrave anaacutelise do

mel foi concluiacutedo que haacute a necessidade de um padratildeo na legislaccedilatildeo proacuteprio para

uma melhor anaacutelise dos compostos quiacutemicos do mel de meliponiacuteneos

Anacleto e colaboradores (2009) tambeacutem realizaram uma pesquisa sobre o padratildeo

de qualidade do mel das abelhas sem ferratildeo Para esse estudo foi analisado a

composiccedilatildeo do mel das abelhas Tetragonisca angustula Com coletas feitas

diretamente de dentro das colocircnias encontradas em Piracicaba ndash (SP) e com

anaacutelises feitas sobre o accediluacutecar proteiacutenas pH acidez cor entre outros fatores os

autores obtiveram 20 amostras de mel e relataram que o accediluacutecar dessas amostras

apresentaram valores inferiores ao que eacute estabelecido pelas normas

brasileirasAssim sendo concluiacuteram que 5 de accediluacutecar do mel coletado natildeo se

enquadram na legislaccedilatildeo e que seria necessaacuterio um maior estudo para que uma

nova legislaccedilatildeo seja feita

No trabalho de Sommeijer e colaboradores (1983) aleacutem de analisar os recursos

coletados por algumas abelhas sem ferratildeo (Meliponineos) e Apis mellifera os

autores tambeacutem fizeram observaccedilotildees no comportamento de forrageamento dessas

abelhas As observaccedilotildees e amostras de poacutelen foram retiradas semanalmente das

corbiacuteculas das forrageiras que retornavam ao ninho Os autores observaram que as

coletas dos recursos ocorreram em periacuteodos diferentes os voos de neacutectar ocorreram

na maior parte das vezes de manhatilde e os vocircos de poacutelen ocorreram agrave tarde Em

relaccedilatildeo ao poacutelen foram obtidas 191 amostras sendo que quatro famiacutelias se

32

mostraram mais presentes Myrtaceae Sapotaceae Sapindaceae e Melliaceae

Desta forma concluiacuteram que as coletas de poacutelen pelas forrageiras podem ter

predominado no periacuteodo da manhatilde devido agraves flores se mostrar mais murchas com o

passar do dia Tambeacutem concluiacuteram que os recursos de poliacutenicos foram bem

diversos o que confirmou o haacutebito generalista dessas abelhas

Carvalho e Marchini (1999) realizaram um estudo dentro de um campus Universitaacuterio

(USP) em Piracicaba Em seu trabalho tiveram o objetivo de conhecer as plantas

que oferecem recursos para abelhas em ambientes mais antropizados Com coletas

de abelhas operaacuterias em colocircnias de Tetragonisca angustula e Nannotrigona

testaceicornis os autores analisaram os gratildeos de poacutelen coletados por elas Atraveacutes

dessa anaacutelise obtiveram 31 tipos poliacutenicos em 22 famiacutelias de plantas sendo que

entre essas famiacutelias para N testaceicornis os gratildeos de poacutelen que se mostrou mais

frequumlente foi de Myrtaceae e para T angustula foram Fabaceae Liliaceae e

Mimosaceae Dessa maneira concluiacuteram que essas espeacutecies se mostraram

generalistas visitando diversas plantas

No mesmo ano Carvalho Marchini e Ros (1999) fizeram um estudo para comparar

e analisar as fontes de poacutelen utilizadas por Apis mellifera e quatro diferentes

espeacutecies de Trigonini (Nannotrigona testaceicornis Partamona helleri Plebeia

droryana e Tetragonisca angustula) O trabalho teve o intuito de fornecer

informaccedilotildees sobre as preferecircncias florais e as relaccedilotildees troacuteficas dessas espeacutecies

Com coletas realizadas nos meses de Outubro e Novembro de 1996 no campus da

USP em Piracicaba os autores coletaram 53 tipos poliacutenicos desses os tipos mais

frequentes para todas as abelhas foram Aracaceae Bulbine frutescens e

Eucalyptus spe com as relaccedilotildees troacuteficas eles observaram que a utilizaccedilatildeo de fontes

de poacutelen variou conforme a espeacutecie e que a dieta se mostrou bem diversificada

Dessa maneira os autores concluiacuteram que P droryana e Phelleri foram agraves

espeacutecies que apresentaram maior uniformidade na utilizaccedilatildeo de fontes de poacutelen e a

maior sobreposiccedilatildeo de nicho troacutefico ocorreu entre N testaceiconis e T angustula e

menor sobreposiccedilatildeo foi entre A meliacutefera e T angustula

Devido agrave carecircncia de estudos sobre os recursos florais utilizados pelas abelhas

Agostini e Sazima (2003) fizeram um estudo sobre a fenologia das espeacutecies de

plantas ornamentais e suas relaccedilotildees com as espeacutecies de abelhas Com registros da

fenologia das plantas arboacutereas e arbustivas e o tipo de recurso utilizado pelas

33

abelhas no campus da Universidade Estadual de Campinas em Satildeo Paulo os

autores registraram 42 espeacutecies de plantas e observaram que na aacuterea estudada

houve plantas florindo todos os meses e natildeo houve sazonalidade marcada Com

relaccedilatildeo ao tipo de recurso utilizado pelas abelhas foi observado que as plantas mais

visitadas foram da famiacutelia Leguminosae e Bombacaceae por serem importantes

fontes de alimento para as abelhas no periacuteodo de estiagem Concluiacuteram que plano

de manejo em ambientes urbanos usando plantas ornamentais nativas seria

importante para acolher maior diversidade de abelhas as quais cumprem papel

importantiacutessimo na manutenccedilatildeo da biodiversidade dos ecossistemas naturais

Como muitas plantas de importacircncia econocircmica dependem de insetos para

aumentar a produccedilatildeo e a qualidade dos frutos Toledo e colaboradores (2003)

pesquisaram as angiospermas na regiatildeo de Maringaacute no estado do Paranaacute para

contribuir com o conhecimento da biodiversidade nessa regiatildeo Com coletas em

onze espeacutecies de plantas examinadas na Universidade Estadual de Maringa

Paranaacute os autores obtiveram 331 insetos Entre as abelhas trecircs espeacutecies coletadas

foram as mais abundantes Tetragonisca angustula Apis mellifera e Trigona spinipes

Os autores concluiacuteram que essas abelhas africanizadas e sem ferratildeo foram as mais

abundantes nas coletas as flores devido tanto ao seu comportamento generalista

como pela sobreposiccedilatildeo no local de forrageamento

Simioni e Colaboradores (2007) realizaram um estudo para investigar os recursos

alimentares de Tetragonisca angustula fiebrigi em Mato Grosso do Sul Com

amostras de cargas poliacutenicas corbiculares das operaacuterias em um ambiente natural de

Corumbaacute-MS no periacuteodo de seis meses os autores relataram que T angustula

visitou 43 espeacutecies de plantas para coleta de poacutelen e as famiacutelias mais visitadas

foram Leguminosae Palmae Asteraceae e a subfamiacutelia Mimosidae devido agrave grande

quantidade de poacutelen acessiacutevel Deste modo concluiacuteram que Tetragonisca

angustula mostrou-se seletivo com relaccedilatildeo agraves fontes de alimento disponiacutevel na aacuterea

estudada e que a famiacutelia Leguminosae se mostrou a mais importante fonte de poacutelen

para T angustula

Muitas espeacutecies de abelhas vecircm sendo utilizadas consorciadas ao cultivo de

diversas espeacutecies de plantas No trabalho de Antunes e colaboradores (2007) eles

utilizaram a espeacutecie Tetragonisca angustula para verificar seu efeito como agente

polinizador na produccedilatildeo de frutos de cultivares de morango em estufa O estudo foi

34

realizado na Universidade de Passo Fundo RS utilizando quatro cultivares de

morangueiro (Oso Grande Tdla Chandler e Dover) com ausecircncia e presenccedila de

duas e quatro colmeacuteias de T angustula Os autores observaram que o numero de

visitas as flores foram o mesmo para os mesmos nuacutemeros de colocircnias e que o uso

de duas ou quatro colmeacuteias natildeo alterou a produccedilatildeo dos frutos Aleacutem disso

observaram tambeacutem que a porcentagem de frutos deformados teve uma queda

consideraacutevel de 85 para 5 Sendo assim concluiacuteram que a presenccedila de

Tetragonisca angustula para a polinizaccedilatildeo em ambiente fechado tem grande

importacircncia para o aumento da produtividade e para o aumento da quantidade de

frutos comerciaacuteveis

Devido agrave grande importacircncia das abelhas sem ferratildeo para manter a biodiversidade

das plantas Braga e colaboradores (2012) fizeram um estudo com a espeacutecie T

angustula por ela ser amplamente distribuiacuteda nos habitats tropicais Com estudo

realizado em duas ilhas (Ilha Grande e Tucuruccedilaacute) e outras duas na ilha Ariroacute e

Tinguaacute todas SAP aacutereas de Mata Atlacircntica do Estado do Rio de Janeiro e apenas

Ilha Grande pertence a uma unidade de proteccedilatildeo ambiental Para esse estudo os

autores fizeram coletas de carga de poacutelen e observaccedilotildees agraves flores T angustula

visitou 61 espeacutecies de plantas sendo Anacardiaceae e Asteraceaeas mais visitadas

Na Ilha grande foi a aacuterea onde se obteve maior nuacutemero de visitas e onde se

encontrou 39 tipos poliacutenicos Dessa maneira concluiacuteram que a dieta de T angustula

eacute bem ampla e que essas pesquisas satildeo necessaacuterias para conhecer as plantas que

operam como recurso para as abelhas em ambiente natural

Com o intuito de contribuir para o conhecimento da flora e sua utilizaccedilatildeo por

polinizadores nativos Novais Absy e Santos (2013) caracterizaram o poacutelen de T

angustula atraveacutes da anaacutelise palinoloacutegica analisando os meacuteis produzidos por esta

espeacutecie em duas regiotildees semi-aacuteridas tropicais do nordeste do Brasil Com amostras

de mel coletados mensalmente nos municiacutepios de Itaberaba e Ruy Barbosa na

Bahia durante 14 meses os autores observaram que o espectro poliacutenico das

amostras de mel de T angustula consistiu um total de 67 tipos de poacutelen sendo que

18 deles foram comuns aos espectros de poacutelen tanto de Itaberaba quanto de Ruy

Barbosa e as famiacutelias das plantas que predominaram em ambos municiacutepios foram

Fabaceae Myrtaceae Malvaceae e Euphorbiaceae Concluiacuteram que houve um uso

heterogeneo dos recursos naturais no municiacutepio de Itaberaba e homogecircneo no

35

municiacutepio de Ruy Barbosa neste foi detectado um tamanho maior do nicho de poacutelen

de T angustula Para os autores isso se deve a diferenccedila na diversidade de plantas

entre os dois municiacutepios

25 COMPORTAMENTO DA ABELHA JATAIacute

Para algumas pesquisas estudos sobre comportamento eacute essencial para obter

informaccedilotildees importantes sobre a espeacutecie em estudo Para que pesquisadores

possam fazer estudo de comportamento em campo Altmann (1973) publicou um

trabalho sobre comportamento animal onde ela faz um guia para orientar os

observadores em seus estudos Ela apresenta meacutetodos para ser utilizado nas

observaccedilotildees tanto em comportamento individual quanto em grupo e apresenta o uso

de meacutetodos de amostragem nas observaccedilotildees Nesse a autora relata trabalhos de

outros autores sobre observaccedilotildees comportamentais e faz discussotildees a respeito de

problemas de amostragem em comportamento social como tambeacutem as vantagens e

desvantagens do uso de alguns meacutetodos

Um estudo relacionado com o comportamento de T angustula foi realizado por

Wittmann (1985) para mostrar que o sistema de defesa dessa espeacutecie natildeo era

apenas para defesa de alguns insetos voadores mais tambeacutem para defesa contra

ataques de abelhas cleptobioacuteticas Para observaccedilatildeo do comportamento das guardas

pairando foi mantida uma colocircnia de Lestremelitta limatildeo proacuteximo a quatros colocircnias

de T agustula O autor notou que o posicionamento das guardas pairando proacuteximo

ao corredor de vocirco do ninho permitia maior eficiecircncia nos ataques aos intrusos

cleptobioacuteticos e que durante esses ataques o numero de guardas aumentava

consideravelmente para reforccedilar a defesa do ninho Dessa maneira concluiu-se que

no comportamento de defesa essa espeacutecie faz um recrutamento em massa das

guardas em resposta a um feromocircnio lanccedilado por L limatildeo

Couvillon e colaboradores (2007) fizeram um estudo sobre a movimentaccedilatildeo das

forrageiras em relaccedilatildeo ao tamanho da entrada do ninho e o comportamento

defensivo das guardas em relaccedilatildeo agraves perturbaccedilotildees que os ninhos sofrem Para esse

trabalho os autores estudaram 26 espeacutecies de abelhas sem ferratildeo no campus da

Universidade de Satildeo Paulo em Ribeiratildeo Preto Foram medidas a entrada dos ninhos

36

e o comprimento de abelhas forrageiras Foi verificado que a entrada do tubo do

ninho se ajusta ao tamanho das abelhas operaacuterias ou seja quanto maior for a

abelha maior seraacute a entrada do ninho Tambeacutem observaram que as guardas tinham

o comportamento de proteger o ninho bloqueando sua entrada e permitindo apenas

a entrada das forrageiras Assim concluiacuteam que essas abelhas apresentam

importantes mecanismos de defesa para ninho e que estudos como esse podem

trazer informaccedilotildees importantes ao comportamento de defesas das abelhas sem

ferratildeo

Minussi e Santos (2007) fizeram um estudo para descobrir se haacute algum efeito

negativo da Apis mellifera sobre as abelhas nativas em relaccedilatildeo agrave coleta de recursos

Para isso os autores fizeram um trabalho sobre o comportamento que ocorre entre

essas abelhas Com observaccedilotildees agraves flores e coletas das abelhas na Escola

Agroteacutecnica Federal de Sombrio no municiacutepio de Santa Rosa Santa Catarina Apis

mellifera foi agrave espeacutecie mais abundante encontrada na aacuterea em estudo em seguida

Trigona spinipes foi a mais abundante Durante as observaccedilotildees notaram que o

comportamento de abertura das mandiacutebulas da subfamiacutelia Halictinae para atacar e

expulsar as abelhas africanizadas das flores era comum e que esse comportamento

ocorria sempre antes que abelhas conseguissem chegar ao fundo da flor Dessa

maneira concluiacuteram que as abelhas nativas conseguem se defender das abelhas

africanizadas para garantir seu recurso

Karcher e Ratnieks (2009) mostraram em suas pesquisas que ninhos de T

angustula natildeo eram apenas defendidos por guardas pairando mas tambeacutem por

guardas que ficam de peacute na entrada do ninho Os autores colocaram dez campeiras

e natildeo campeiras da mesma espeacutecie e campeiras tratadas com odor de

Scaptotrigona bipunctata em cinco ninhos As guardas de peacute natildeo rejeitaram

nenhuma campeira mas rejeitaram quase todas natildeo campeiras e campeiras

tratadas com odor volaacutetil A partir desse resultado concluiacuteram que as operaacuterias que

ficam de peacute na entrada do ninho tambeacutem atuam como oacutetimas guardas para

discriminar as abelhas campeiras e natildeo campeiras

No trabalho de Gruter Karcher e Ratnieks (2011)foi realizado um estudo sobre as

abelhas guardas de Tetragonisca angustula que ficam pairando e de peacute proacuteximo ao

ninho Os autores fizeram algumas experiecircncias para saber se havia alternacircncias de

tarefas entre elas A pesquisa teve duraccedilatildeo de trecircs anos e foi realizada em uma

37

fazenda perto de Satildeo Paulo Para observar essa alternacircncia de tarefas as abelhas

guardas foram coletadas e marcadas Dessa maneira notaram que das 18 abelhas

marcadas 12 eram exclusivamente guardas em peacute e seis realizavam os dois tipos

de guardas Durante as 21 horas de observaccedilatildeo natildeo foi observado mudanccedila entre

os tipos de guardas A partir desses resultados concluiacuteram que a alternacircncia de

tarefa entre as guardas eacute rara de acontecer indicando que a defesa de T angustula

e feita por divisatildeo de trabalho

Zweden e colaboradores (2011) fizeram um trabalho semelhante agrave Wittmann (1984)

com os guardas de defesa que ficam pairando Em seu estudo os autores tinham o

objetivo de testar a hipoacutetese que as guardas aumentavam a defesa do ninho em

relaccedilatildeo aos intrusos principalmente Lestrimellita limatildeo a qual eacute um ladratildeo

obrigatoacuterio de Tetragonisca angustula Foram feitas mediccedilotildees da distacircncia em que

as guardas pairando atacavam tanto um manequim de massa de modelar coberto de

citral (odor volaacutetil liberado por L limatildeo) quanto operaacuterias de Lestrimellita limatildeo

receacutem morto Todos os intrusos do experimento foram atacados por T angustula a

distacircncia que ocorreu o ataque variou entre 0-22 cm os ninhos que tinham mais

guardas apresentou maior distacircncia Dessa maneira concluiacuteram que a presenccedila de

guardas pairando aumenta a detecccedilatildeo de intrusos e que essas guardas respondem

especialmente a pistas visuais

As abelhas sem ferratildeo (eussocias) costumam apresentar divisatildeo de trabalho em

suas colocircnias Gruter e colaboradores (2012) em seu estudo quiseram testar a

hipoacutetese de que os soldados especializados (guardas) para a defesa das colocircnias de

jataiacute (Tetragonisca angustula) eram relativamente maiores que os trabalhadores

Com anaacutelise no tamanho e na forma das forrageiras guardas e trabalhadores que

removem resiacuteduos das colocircnias o autor constatou que o peso corporal das guardas

era maior que das abelhas forrageiras e que o tamanho da cabeccedila das forrageiras

mostrou-se um pouco maior em relaccedilatildeo agraves guardas Assim concluiu-se que a

variaccedilatildeo no tamanho seria devido agrave divisatildeo de trabalho ou seja a diferenccedila no

tamanho do corpo consiste em uma eficaacutecia maior para lutar contra invasores e a

diferenccedila em relaccedilatildeo ao tamanho da cabeccedila seria devido agrave necessidade das

forrageiras de decorar caminhos para busca do alimento

38

39

3 METODOLOGIA

31 AacuteREA DE ESTUDO

O Municiacutepio de Vitoacuteria possui uma extensatildeo geograacutefica que envolve um grau

elevado de urbanizaccedilatildeo (SOUZA 2011) De acordo com o Instituto Brasileiro de

Geografia e Estatiacutestica (2010) o Municiacutepio apresenta uma aacuterea de mais de 98 Kmsup2 e

conta com uma populaccedilatildeo estimada de 352104 habitantes O clima da regiatildeo de

Vitoacuteria pode ser classificado como Tropical uacutemido (CLASSIFICACcedilAtildeO [20--])

apresentando temperatura maacutexima que pode chegar a 32ordm C e miacutenima que fica em

torno de 24ordm C com os maiores iacutendices de precipitaccedilatildeo pluviomeacutetrica entre os meses

de Outubro a Janeiro (INSTITUTO CAPIXABA DE PESQUISA ASSISTEcircNCIA

TEacuteCNICA E EXTENSAtildeO RURAL 2011)

Vitoacuteria eacute um dos Municiacutepios que apresentam os maiores niacuteveis de temperaturas do

Estado Isso se deve ao fato de as grandes montanhas dificultarem a passagem dos

ventos do nuacutemero de preacutedios que aumenta com o passar dos anos assim como a

poluiccedilatildeo (SOUZA 2011)

O estudo foi realizado no Campus Universitaacuterio Alaor de Queiroz Arauacutejo da

Universidade Federal do Espiacuterito Santo (FERNANDES VALE 2013) tambeacutem

conhecido como campus de Goiabeiras Este campus se encontra localizado no

Municiacutepio de Vitoacuteria capital do Estado do Espiacuterito Santo e nas coordenadas

geograacuteficas de 20ordm 16rsquoS e 40ordm 18rsquoW (FERREIRA DANTAS 2000)

O Campus fica ao Sul e ao Oeste do canal da passagem e a Leste com a Avenida

Fernando Ferrari Ateacute 2008 era composta por uma aacuterea de ambiente entre mareacutes e

terrestre de 1592545 msup2 poreacutem com a ampliaccedilatildeo da Avenida Fernando Ferrari

essa aacuterea foi reduzida para 1567545 msup2 (FERNANDES VALE 2013) A aacuterea

amostral se localiza no entorno do Centro de Ciecircncias Humanas e Naturais (CCHN)

Implantada por volta da deacutecada de 1970 ela compotildee os ICrsquos (iniciais de Ilha do

Cercado) I II III e IV (FERNANDES VALE 2013) e apresenta uma aacuterea que

compreende edificaccedilotildees como preacutedios passarelas ruas asfaltadas paacutetio de

estacionamento e aacutereas jardinadas (MAPA 01)

40

Mapa 01- Mapa do Campus Universitaacuterio de Goiabeiras (UFES) com destaque da

aacuterea de estudo em vermelho

Fonte Google Maps (2014) 32 OBTENCcedilAtildeO DOS DADOS

A aacuterea de estudo foi inspecionada agrave procura de ninhos de T angustula com

observaccedilotildees em calccediladas paredes muros postes troncos de aacutervores entre outros

conforme Taura e Laroca (1991) Os ninhos encontrados foram marcados por letra

alfabeacutetica e mapeados com o auxiacutelio de um marcador permanente (marca Jocar

Office) e um GPS (marca Garmin etrex vista) As observaccedilotildees foram realizadas uma

vez a cada semana durante cinco meses de Abril agrave Setembro de 2014 totalizando

21 dias amostrados (140 horas) O periacuteodo no qual foram realizadas as observaccedilotildees

41

foi de 0700 agrave 1700 horas As observaccedilotildees foram feitas durante 15 minutos em cada

ninho e intercaladas nos periacuteodos matutino vespertino e dia todo com o auxilio de

uma lupa de matildeo devido elas apresentarem aproximadamente 5 miliacutemetros

(NOGUEIRA-NETO 1997) A lupa de matildeo foi utilizada tambeacutem para observar a cor

do poacutelen que as abelhas traziam para dentro do ninho

A contagem do nuacutemero de entradas e saiacutedas das abelhas coletoras e das abelhas

que protegem a colocircnia de invasores foi realizada em todos os ninhos com o auxilio

de um contador de nuacutemeros Os registros foram realizados com redaccedilatildeo dos

eventos e por meio de fotografias As observaccedilotildees seguiram o meacutetodo Animal-Focal

descrito por Altmann (1973) para anaacutelise do comportamento das abelhas Esse

meacutetodo consiste em amostrar os comportamentos de um ou mais indiviacuteduos por um

determinado periacuteodo de tempo O levantamento das principais fontes de alimento de

T angustula foi obtido a partir de dados bibliograacuteficos

33 ANAacuteLISE DOS DADOS

Para anaacutelise dos dados foi utilizado o programa ldquoMapSourcerdquo para a construccedilatildeo do

mapa dos ninhos encontrados Foi tambeacutem utilizado o programa Microsoft Excel

2007 para construccedilatildeo de graacuteficos para analisar o nuacutemero de visitas (entrada e saiacuteda)

que as abelhas coletoras apresentaram durante os cinco meses observados Os

graacuteficos foram construiacutedos por intervalos de horas sendo que as informaccedilotildees se

acumularam mais proacuteximo do horaacuterio em que houve mais eventos observados no

ninho O mesmo programa foi utilizado para retirar a meacutedia da quantidade de

guardas na defesa do ninho

Os dados resultantes do levantamento bibliograacutefico das fontes alimentares serviram

de base para a elaboraccedilatildeo de um graacutefico com a contribuiccedilatildeo das famiacutelias de plantas

mais visitadas por T angustula

42

43

4 RESULTADOS E DISCUSSOtildeES

41 LOCALIZACcedilAtildeO DOS NINHOS

Foram encontrados onze ninhos (marcados por letra alfabeacutetica de A a K) cinco

instalados em paredes e muros (K C I e J) e seis localizados sob placas de

concreto de passarelas (A B D E F G e H) (mais precisamente na base das

pilastras da passarela que se encontra entre os IC`s II e III) Este fato corrobora com

os estudos de Taura e Laroca (1991) que indica que a disponibilidade de nidificaccedilatildeo

nesses locais aumenta com as atividades antroacutepicas A localizaccedilatildeo dos ninhos eacute

apresentada pelo Mapa 02

Os ninhos C J K (Mapa 02) recebiam calorna maior parte do dia jaacute os demais natildeo

recebiam sol diretamente na maior parte do dia pois eram protegidos pela pilastra e

pela cobertura da passarela

Durante todo o periacuteodo das observaccedilotildees em geral o clima foi de dias quentes com

presenccedila de ventos

MAPA 02 ndash Mapa dos ninhos de T angustula estudadas no Campus de Goiabeiras

(UFES) Abril ndash Setembro2014

Fonte Modificado em Google earth (2014) Dos 11 ninhos observados dois ninhos natildeo apresentavam a entrada com o formato

comum de cilindro e traziam um formato natildeo definido

44

Em todos os ninhos foi possiacutevel ver que a abertura da extremidade do tubo era

relativamente grande Tal formato permite que haja espaccedilo para que algumas

abelhas guardas permaneccedilam na entrada do tubo ao mesmo tempo em que deixa

espaccedilo suficiente para as forrageiras passarem (KARCHER RATNIEKS 2009) Ao

longo de todo o tubo havia presenccedila de centenas de perfuraccedilotildees o que segundo

Gruter Karcher e Ratinieks (2011) eram para ajudar nas trocas gasosas

Nos cinco meses observados trecircs ninhos desapareceram da aacuterea amostral restando

ao final das observaccedilotildees oito ninhos Um deles (ninho E) foi perdido logo no iniacutecio

das observaccedilotildees supotildee-se que tenha ocorrido alguma intervenccedilatildeo aguda por

exemplo humana pois logo no segundo dia de observaccedilatildeo o mesmo jaacute natildeo estava

no lugar demarcado Outros dois ninhos (ninhos F e G) tambeacutem foram perdidos O F

persistiu ateacute o mecircs de Maio e o ninho G ateacute Julho Nestes o desaparecimento se

sucedeu apoacutes eventos de revoadas

42 INTERACcedilOtildeES INTER E INTRAESPECIacuteFICAS

TABELA 1 - Dados dos Ninhos observados

Data Ninho Hora Cores de Poacutelen

Presenccedila de

Resina Operaacuteriaslimpeza Guardas

em peacute Guardas pairando Ameaccedila

14abr D 07h-8h

Amarelo Branco Laranja

Vermelho

X 5 1

13mai C 10h-11h

Amarelo Branco Laranja

Vermelho

X X 4 4

20mai J 15h-16h Branco X X 8 12 02jun H 12h-13h Branco X X 8 4 16jul D 13h-14h Branco

X 8 2 Formiga

20jun B 08h-09h

Amarelo Branco Laranja

Vermelho

X X 9 3

06ago C 14h-15h Branco X 7 10 Lagartixa

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria As observaccedilotildees indicaram que as jataiacutes visitavam vaacuterias espeacutecies de flores durante

as manhatildes e iniacutecio das tardes pois nesse periacuteodo trouxeram uma grande

45

diversidade de poacutelen (cores amarela laranja branca e vermelha) transportados em

suas corbiacutecula para dentro do ninho B C e D (TABELA 1) (FIGURA 1-A) No horaacuterio

da tarde essa diversidade diminuiacutea nos ninhos C D H e J (TABELA 1) e era

representada pelo transporte de poacutelen de cor branca Este fato mostra que a

diversidade de flores visitadas decresce ao longo do dia

As abelhas sociais de um modo geral visitam as flores enquanto elas satildeo atrativas

Elas apresentam preferecircncia pela cor e satildeo capazes de discriminar os conjuntos

florais realizar sua localizaccedilatildeo e selecionar aquelas que produzem maior quantidade

e melhor qualidade de alimento (PIRANI LAURINO 1993) Existem diversos fatores

que podem influenciar a coleta de alimento pelas abelhas sociais entre eles o

comportamento das campeiras e a necessidade das colocircnias que depende do seu

tamanho (PIRANI LAURINO 1993)

Aleacutem de poacutelen tambeacutem foi observado carregamento de resina nas corbiacuteculas para

dentro do ninho B C H e J (TABELA 1) (FIGURA 1-B) essa eacute coletada pelas

abelhas em bototildees florais Depois de a resina ser coletada ela pode ser armazenada

pura ou misturada com cera No caso de T angustula ela geralmente faz a

armazenagem na forma pura (NOGUEIRA-NETO 1997) Como a resina eacute viscosa e

grudenta as abelhas a utilizam para vedar o entorno da entrada do tubo e tambeacutem

para depositar uma quantidade sobre o corpo e cabeccedila das formigas para defender

a colocircnia contra invasores (WITTMANN 1985 NOGUEIRA-NETO 1997)

Durante todo o periacuteodo observado foi notada a presenccedila de operaacuterias que cuidavam

da limpeza dos ninhos (TABELA 1) Essas operaacuterias trabalhavam retirando resiacuteduos

(detritos) de dentro do ninho e o faziam carregando atraveacutes de sua mandiacutebula

(FIGURA 1-C) Este trabalho era realizado continuamente ao longo de todo o dia

Para Nogueira-Neto (1997) T angustula eacute a espeacutecie que tem o melhor haacutebito de

limpeza e por esta razatildeo seu mel e seu proacutepolis satildeo considerados o melhor dentre

as outras espeacutecies

FIGURA 1- Divisatildeo de trabalho entre operaacuterias de Tetragonisca angustula A

Detalhe da corbiacutecula com poacutelen B Detalhe da corbiacutecula com resina C Operaacuteria de

limpeza com resiacuteduo na mandiacutebula

46

Fonte Arquivo Labibio

Em cada ninho foi possiacutevel notar a presenccedila de abelhas que ficavam tanto pousadas

ao longo do tubo de entrada do ninho quanto sobrevoando proacuteximo do mesmo

Essas abelhas satildeo chamadas por Gruter Karcher e Ratnieks (2011) de abelhas

guardas em peacute e pairando respectivamente As guardas em peacute estavam sempre

em grandes quantidades e estiveram em atividade praticamente em todo o periacuteodo

do dia

Essas guardas ficavam na maior parte do tempo com a mandiacutebula apoiada sobre o

ninho acredita-se que tenham a funccedilatildeo de depositar resina ao entorno do ninho As

demais guardas que ficavam sobrevoando estiveram mais ausentes logo no

A B

C

47

comeccedilo da manhatilde por volta das 0700 as 0900 horas As guardas pairando ficavam

na maioria das vezes em nuacutemeros de trecircs a quatro sempre posicionadas a direita e

esquerda do tubo e em direccedilatildeo a entrada (FIGURA 2)

FIGURA 2- Ninho de T angustula com guardas pairando destacado em vermelho e

guardas em peacute em destaque azul

Fonte Arquivo Labibio

Foi observado que no periacuteodo da tarde o nuacutemero de guardas pairando aumentava

Isso era visto com maior frequumlecircncia nos ninhos C e J instalados em paredes

(TABELA 1) Segundo Gruter Karcher e Ratnieks (2011) as colocircnias que

apresentam um nuacutemero maior de guardas pairando sofrem ameaccedilas de

vertebrados fato corroborado no ninho C (TABELA 1) que foi atacado por uma

lagartixa No momento em que aconteceu uma parte da populaccedilatildeo saiu do ninho e

se mostraram bem agitadas O que de acordo com Gruter Karcher Ratnieks (2011)

trata-se de uma resposta defensiva agrave percepccedilatildeo da respiraccedilatildeo de vaacuterios

vertebrados

Tambeacutem foi observado o comportamento defensivo em quando formigas se

aproximavam do ninho D (TABELA 1) As jataiacutes as ldquobeliscavamrdquo para que se

afastassem Esse mesmo comportamento foi visto durante minhas observaccedilotildees ao

Ninho A toda vez que me aproximava para observar ou fotografar surgiam vaacuterias ao

48

meu redor em uma dessas observaccedilotildees a jataiacute picou pele exposta Dentre todos os

ninhos essa foi a que apresentou o comportamento mais agressivo

De acordo com os estudos de Gruter e colaboradores (2012) T angustula eacute a uacutenica

espeacutecie que apresenta um sistema de defesa que envolve dois grupos distintos e

complementares de guardas uma pairando que se estacionam no ar proacuteximo ao

ninho e outras em peacute ao redor da entrada do ninho As guardas que ficam de frente

para o caminho de vocirco satildeo chamadas de grupo principal e as que ficam

posicionadas agrave direita e agrave esquerda do ninho satildeo o grupo secundaacuterio (GRUTER

KARCHER RATNIEKS 2011)

Uma caracteriacutestica interessante dessas guardas eacute que apresentam caracteriacutesticas

morfoloacutegicas diferentes das operaacuterias (satildeo maiores e mais pesadas) (GRUTER et

al 2012) Elas apresentam diferenccedilas no comprimento da asa no tamanho das

pernas traseiras que satildeo relativamente maiores para seu corpo (podendo ajudar na

luta contra invasores) e cabeccedila um pouco menor que das forrageiras Essa ultima

caracteriacutestica estaacute associada agrave maior necessidade das forrageiras de processar

informaccedilotildees sensoriais relacionadas ao forrageamento (GRUTER et al 2012)

As abelhas guardas possuem a funccedilatildeo de defender sua colocircnia de ataques de

intrusos que aproveitam do seu trabalho para roubar o alimento produzido

(GRUTER KARCHER RATNIEKS 2011) As accedilotildees especiacuteficas desses intrusos satildeo

detectadas mais pelas guardas em peacute pois elas conseguem identificar as campeiras

e natildeo campeiras da mesma espeacutecie por quimiorecepccedilatildeo (KARCHER RATNIEKS

2009 GRUTER KARCHER RATNIEKS 2011) Jaacute as guardas que pairam perto do

ninho atacam intrusos que natildeo satildeo da mesma espeacutecie elas o reconhecem pela cor

forma do corpo e pelos odores volaacuteteis (KARCHER RATNIEKS 2009) De acordo

com Zweden e Colaboradores (2011) a presenccedila de guardas pairando aumenta a

detecccedilatildeo de intrusos e que essas guardas respondem especialmente a pistas

visuais Como comportamento de defesa as guardas liberam um feromocircnio de

alarme para recrutar os trabalhadores para o ataque (FREE 1987 apud ZWEDEN

2011)

O nuacutemero meacutedio de guardas durante o periacuteodo observado mostrou-se maior para as

guardas em peacute (78) do que para as guardas pairando (35) Esse fato eacute explicado

por Gruter Karcher e Ratnieks (2011) para eles o gasto energeacutetico das guardas

pairando eacute muito maior de modo que eacute menos dispendioso energicamente para as

49

abelhas ficarem em peacute Mesmo tendo um gasto energeacutetico muito alto nas

observaccedilotildees de Wittmann (1985) as atividades do voo das guardas foi constatado

que essas ficavam pairando por cerca de 70 minutos antes de voltar para dentro do

ninho Este fato mostra que a mudanccedila de guardas natildeo eacute comum e que a defesa do

ninho eacute feita por divisatildeo de trabalho e natildeo por alternacircncia de tarefas (GRUTER

KARCHER RATNIEKS 2011)

Os ninhos que desapareceram ao longo das observaccedilotildees foram devido agraves revoadas

um comportamento comum nas abelhas Nas jataiacutes as revoadas geralmente

ocorrem devido ao calor para refrescar o ninho em caso de altas temperaturas uma

parte da populaccedilatildeo sai do ninho enxameamento para reproduccedilatildeo ou devido agrave

interferecircncia humana quando um ninho eacute retirado de um local para outro

(INFORMACcedilAtildeO PESSOAL ZOCOLOTTI V R) De acordo com este na primeira

semana eacute possiacutevel presenciar alguma revoada que pode ser para identificaccedilatildeo

tanto da flora apiacutecola quanto para localizaccedilatildeo do novo ambiente

No caso dos ninhos F e G ao final de cada revoada observada a entrada do ninho

ficava bastante danificada Foram observadas trecircs revoadas (duas no mesmo dia)

do ninho F todas no mecircs de Maio e duas (em dias diferentes) no ninho G no mecircs

de Junho Apoacutes estas observaccedilotildees os dois ninhos desapareceram

Durante as revoadas vaacuterias abelhas caiam no chatildeo agarradas umas nas outras

Apoacutes queda era possiacutevel observar que as guardas conseguiam prender e retirar

com sua mandiacutebula as pernas e asas do invasor (FIGURA 3-A e B) o que impedia

as invasoras de conseguir atacar novamente Segundo Kerr e colaboradores (2005)

as guardas agarram as pernas dos invasores para que eles caiam no chatildeo e sejam

comidos pelas formigas que ficam proacuteximas aos ninhos

50

FIGURA 3 - Ataque de invasores A T angustula com mandiacutebula presa agrave perna do

Jataiacute invasora BPerna de invasores retirada apoacutes ataque

Fonte Arquivo Labibio

De acordo com Zocolotti VR (INFORMACcedilAtildeO PESSOAL) as cinco espeacutecies de

Meliponini criadas por ele podem apresentar o comportamento de saquear outros

ninhos e isso pode ocorrer por oportunismo ou por falta de alimento Em especial

as Jataiacutes geralmente possuem o costume de atacar as proacuteprias jataiacutes esses

ataques acontecem dentro do mesmo ninho e entre outros proacuteximos Esses ataques

podem ocorrer por atraccedilatildeo de feromocircnio de princesa (rainhas jovens natildeo

fecundadas) por enxame fraco ou ateacute mesmo para absorver o fraco ou seja elas

entram e acabam matando a rainha e mantecircm os trabalhadores por um tempo ateacute

absorver o enxame ou ateacute mesmo o deixam morrer sendo dessa maneira muito

complexas em relaccedilatildeo ao comportamento

Na aacuterea do campus da Ufes houve uma consideraacutevel devastaccedilatildeo na vegetaccedilatildeo

nativa (compreendida de Mata Atlacircntica Manguezal e Restinga) devido agrave

construccedilatildeo de preacutedios que foram erguidos logo no iniacutecio da implantaccedilatildeo da

Universidade Como medida compensatoacuteria foi feito o plantio de espeacutecies arboacutereas

usando em demasia espeacutecies exoacuteticas (CASTRO 2003) Na Ufes eacute possiacutevel ver

poucas aacutereas jardinadas Aleacutem disso sempre que eacute necessaacuterio construir um novo

preacutedio novas aacutereas satildeo eliminadas podendo ou natildeo ser compensada com plantas

nativas

A B

51

Em abelhas sociais o comportamento de saque eacute comum acontecer em sequumlecircncias

natildeo contiacutenuas ou seja ela cessa e recomeccedila por periacuteodos de tempo (SANTANA

etal 2004) Durante as observaccedilotildees foram presenciadas trecircs revoadas ao ninho F

duas no mesmo dia poreacutem em horaacuterios diferentes e duas ao ninho G em dias

diferentes (FIGURAS 4- A B C e D)

FIGURA 4 ndash Revoada do ninho F A Vista da entrada do iniacutecio do estudo B Vista

da entrada em plena atividade em iniacutecio de maio C Entrada apoacutes uma revoada em

maio D Vista da entrada do ninho apoacutes uacuteltima revoada em maio

Fonte Arquivo Labibio

Nas figuras 4a e b mostram o estado em que a entrada do ninho se encontrava na

primeira semana de observaccedilatildeo (vinte e oito de Abril) e na primeira semana do mecircs

seguinte (sete de Maio) esse uacuteltimo a entrada do ninho jaacute se encontrava danificado

No ninho F(FIGURA 4) as revoadas que ocorreram no dia vinte de Maio entre

A B

C D

52

1000 e 1400 horas e no dia vinte e seis de Maio entre 1600 e 1700 horas

corroborando com Santana e colaboradores (2004) sobre o comportamento de

saques intermitentes

No ninho G as revoadas se iniciaram duas semanas apoacutes o desaparecimento do

ninho F nos dias nove e vinte e seis de junho entre 1500 e 1600 horas e dia 16 de

junho no mesmo horaacuterio (FIGURA 5-A B e C)

FIGURA 5 ndash Revoadas no Ninho G A Ninho no iniacutecio de Maio B Registro da

primeira revoada C Ultima revoada perda do ninho

Fonte Arquivo Labibio

As observaccedilotildees evidenciaram a ocorrecircncia de um acuacutemulo de resiacuteduos sobre os

ninhos apoacutes as revoadas (FGURA 5-B) No ninho G tinha uma subpopulaccedilatildeo

A B

C

53

pequena mas bem ativa conforme verificado apoacutes quatro horas de observaccedilatildeo em

nove dias (Graacutefico 1- A e B)

GRAacuteFICO1 A ndash Ritmo de Saiacutedas no Ninho G

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

GRAacuteFICO 1B ndash Ritmo de entradas no ninho G

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

0

20

40

60

80

100

120

140

09h-10h 10h-11h 12h-13h 14h-15h 16h-17h

Nuacutem

ero

de V

isita

s

Horaacuterios

13mai 20mai 26mai

0

20

40

60

80

100

120

140

160

180

200

09h-10h 10h-11h 12h-13h 14h-15h 16h-17h

Nuacutem

ero

de V

isita

s

Horaacuterios

13mai 20mai 26mai

54

No ninho G as abelhas iniciaram suas atividades antes de 09h evidenciado pela

entrada de aproximadamente 180 forrageadoras entre 9 e 10h As saiacutedas neste

mesmo periacuteodo ficaram em torno de 100

Entre 16h-17h houve um grande nuacutemero de entrada o que era esperado todas as

que saiacuteram tecircm que retornar enquanto haacute luminosidade e antes do ninho ser

fechado Conforme esperado por Gruter Karcher Ratnieks (2011) quando comeccedila

a escurecer as Jataiacutes fecham a entrada do tubo para impedir que intrusos ataquem

seu ninho durante a noite e abrem pela manhatilde quando o clima estaacute mais favoraacutevel

para iniciarem suas atividades

Neste ninho entre 12h-13h houve um nuacutemero maior de saiacutedas que de entradas ateacute

agraves 16h Isso possivelmente esteve relacionado agrave uma grande distacircncia entre o ninho

e as fontes de recursos troacuteficos

Outro ninho em que foi possiacutevel observar todos os meses notou-se que apresentou

atividade durante todo o dia (GRAacuteFICO 2-A e B)

GRAacuteFICO 2A ndash Ritmo de saiacutedas do ninho B

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

0

50

100

150

200

250

300

350

400

450

500

07h-08h 08h-09h 09h-10h 11h-12h 12h-13h 13h-14h 14h-15h 15h-16h 16h-17h

Nuacutem

ero

de V

isita

s

Horaacuterios

28abr 13mai 20mai 26mai 09jun 16jun 23jun 01jul 09jul

16jul 23jul 30jul 06ago 13ago 20ago 27ago 05set 10set

55

GRAacuteFICO 2B ndash Ritmo de entradas do nino B

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

O ninho B tinha uma subpopulaccedilatildeo mais numerosa que F e G Durante o inverno

(2307 e 2708) as abelhas iniciavam suas atividades cerca de duas horas mais

tarde em horaacuterio com temperatura mais elevada (indicado pela seta preta) Tal fato

corrobora com as observaccedilotildees de Ulian e colaboradores (2007) que constata que

em periacuteodo mais chuvoso onde as temperaturas satildeo geralmente mais baixas as

Jataiacutes apresentam iniacutecio de atividade agraves 9 horas da manhatilde devido agrave temperatura

nesse horaacuterio comeccedilar a aumentar

Proacuteximo do horaacuterio de 10 horas houve um grande nuacutemero de saiacutedas do ninho

seguido de um grande nuacutemero de entrada o que indica a ocorrecircncia de uma fonte

de recursos proacutexima ao ninho ou a indisponibilidade de recurso para ser coletado

naquela hora Acredita-se que na primeira possibilidade - fonte proacutexima ela era de

resina pelo fato de ter havido um intervalo de saiacuteda ateacute agraves 12h jaacute que esta

demanda mais tempo para ser retirada da corbiacutecula e armazenada por ser

pegajosa No caso da segunda possibilidade natildeo encontraram alimento disponiacutevel

naquele horaacuterio o retorno ao ninho eacute a alternativa mais eficaz para evitar um alto

gasto energeacutetico ateacute que o recurso fique disponiacutevel para coleta

0

100

200

300

400

500

600

07h-08h 08h-09h 09h-10h 10h-11h 11h-12h 12h-13h 13h-14h 14h-15h 15h-16h 16h-17h

Nuacutem

ero

de V

isita

s

Horaacuterios 28abr 13mai 20mai 26mai 09jun 16jun 23jun 09jul16jul 23jul 30jul 20ago 27ago 05set 10set

56

No outono as atividades das Jataiacutes comeccedilaram a diminuir por volta de 15 horas

(indicado pela seta marrom) ateacute cessar totalmente no iniacutecio das 16 horas Pelos

graacuteficos nota-se que o ninho B possui vantagem de uma hora nas atividades em

relaccedilatildeo ao ninho G isso provavelmente ocorreu porque o ninho B obteve mais

sucesso nas coletas distribuiacutedas ao longo do dia

43 RECURSOS FLORAIS

Eacute notoacuteria a relaccedilatildeo que existe entre abelha-flor relaccedilatildeo essa que sucedeu a milhotildees

de anos desde entatildeo as abelhas dependem de substancias utilizadas na

alimentaccedilatildeo e as plantas se beneficiam com a polinizaccedilatildeo (PIRANI LAURINO

1993) Para entender a biologia dos Meliponini eacute importante conhecer sua

alimentaccedilatildeo Para isso eacute necessaacuterio fazer um levantamento das plantas utilizadas

para coleta de poacutelen e neacutectar (SOUZA 1999 apud OLIVEIRA ABSY MIRANDA

2009)

Com base nos dados obtidos sobre as fontes alimentares de T angustula na

literatura (TABELA 2) nota-se a capacidade dessa espeacutecie de visitar uma ampla

diversidade de famiacutelias de plantas Segundo Toledo e colaboradores (2003) durante

cada voo das campeiras em meacutedia 100 flores satildeo visitadas

O levantamento bibliograacutefico indicou que existem duas metodologias bastante

usadas por autores para conhecer a dieta das abelhas Uma delas eacute a investigaccedilatildeo

palinoloacutegica para avaliar as fontes de recursos florais utilizados (poacutelen e neacutectar)

com base no gratildeo de poacutelen depositado no corpo da abelha para identificaccedilatildeo das

espeacutecies vegetais (CARVALHO MARCHINE ROS 1999 FEIDEN 1994 SIMIONI et

al 2007 OLIVEIRA ABSY MIRANDA 2009 MORGADO et al 2011NOVAIS

ABSY SANTOS 2013) A outra se daacute por meio de observaccedilotildees das campeiras nas

flores (AGOSTINI SAZIMA 2003 TOLEDO et al 2003OLIVEIRA ABSY

MIRANDA 2009 BRAGA et al 2012) A partir desses meacutetodos eacute possiacutevel saber

quais satildeo as plantas que produzem seus alimentos preferenciais e quais as fontes

alternativas (OLIVEIRA ABSY MIRANDA 2009)

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TABELA 2 ndash Relaccedilatildeo das espeacutecies de plantas visitadas porT Angustula Continua

Famiacutelia Espeacutecie Polinizada Visitada Recurso

Poacutelen Neacutectar

Acanthaceae Thunbergia grandiflora X Odontonema strictum X X

Justicia brandegeana X

Ruellia silvaecola X Agavaceae Agave americana X X X

Agave sisalana X X X

Agave attenuata X X X

Dracena fragana X X X Aizoaceae Mesembryantemum spectabilis X Lamprantus productus X Amaranthaceae Gomphrena globosa X Amarylidaceae Clivia miniata X X X Anacardiaceae Schinus terebinthifolius X X

Lithraea molleoides X X

Toxicodendron verniciferum X X

Mangifera indica X X X

Tapirira guianensis X Apiaceae Hydrocotyle leucocephala X Apocynaceae Trevetia peruviana X Araliaceae Tetrapanax papyrifera X X X Asclepiadaceae Asclepias curassavica X X Asteraceae Parthenium hysterophorus X Aspillia latissima X Aspillia sp X Balsaminaceae Impatiens balsamina X X X

Impatiens sultanii X Bignoniaceae Spathodea campanulata X X Tabebulaim petiginosa X X X

Tabebula chrysotricha X X X Bixaceae Bixa orellana X X Bombacaceae Ceiba arianthos X X

Pseudo bombax sp X X

Pseudobombax tomentoso X X

Eriotheca canolleana X X

Bombax ceiba X X Boraginaceae Cordia superba X X

Cordia glabrata X X Brassicaceae Brassica sp X Cactaceae Opuntia ficusindica X X Caesalpiniaceae Schizolobium parahyba X X Capparaceae Cleome spinosa X Caprifoliaceae Lonicera japonica X X

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TABELA 2 ndash Relaccedilatildeo das espeacutecies de plantas visitadas por T angustula Continua

Famiacutelia Espeacutecie Polinizada Visitada Recurso

Poacutelen Neacutectar

Sambucus australis X X Caryophylaceae Silene armeria X Cecropiaceae Cecropia hololeuca X Cochlospermaceae Cochlospermum vitifolium X X Compositae Vernonia polyanthes X X

Bidens pilosa X X Cosmos auphureus X X X

Centratherium violaceum X X X

Dahlia sp X Eclipta alba X Asterla evis X Tithonia rotundifolia X X X

Tithonia speciosa X X X

Tithonia diversifolia X Baccharis sp X Wedelia paludosa X Eupatorium sp X Mikania glomerata X X

Montano apyramidata X X Montano abipinnatifiada X Senecio brasiliensis X X X

Emilia sonchifolia X X Ambrosia sp X X Creopsis grandiflora X Galinsoga parviflora X Crassulaceae Kalanchoe tubiflora X X Cyperaceae Cyperus sp X Elaeocarpaceae Muntingia calabura X Ericaceae Rhododendron simsii X X X

Rhododendron indicum X X X Euphorbiaceae Alchornea sidaefolia X X X

Euphorbia milii X X X

Euphorbia pulcherrima X X X

Ricinus communis X X X

Croton sp X Fabaceae Desmodium sp X Tipuana tipu X Vigna peduncularis X X Guttiferae Kielmeyera coriacea X X Iridaceae Dietes vegeta X Labiatae Salvia splendens X Origanum vugare X

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TABELA 2 ndash Relaccedilatildeo das espeacutecies de plantas visitadas por T angustula Continua

Famiacutelia Espeacutecie Polinizada Visitada Recurso

Poacutelen Neacutectar

Ocimum sellowii X Iboza riparia X X X

Coleus blumei X X X Leguminosae Andira anthelmintica X X

Mimosa daleoides X X X

Myroxylon balsamum X X X

Piptadenia gonoacantha X X X

Stylos anthesscabra X Caesalpinia bonducella X X X

Caesalpinia pelthophoroides X X X

Crotalaria lanceolata X Calliandra twedii X Sophora tomentosa X X Mimosa pudica X Erythrina speciosa X X X

Cassia grandis X Schizolobium parahyba X X Senna multijuga X Senna bicapsularis X X Delonix regia X Clitoria fairchildiana X Centrolobium tomentoso X Liliaceae Aloe sp X X Bulbine frutescens X Loranthaceae Struthanthus andrastylus X X Lythraceae Lagerstroemia indica X X Magnoliaceae Talauma ovata X X Malpighiaceae Malphiguia glabra X Tetrapterys X Byrsonima intermedia X X X Malvaceae Hibiscus rosa-sinensis X X X

Malvaviscus arboreus X X Sida rhombifolia X Melastomataceae Tibouchina granulosa X X

Clidemeia sp X X

Tibouchina sp X X X

Tibouchina holosericea X X Meliaceae Trichilia sp X Mimosaceae Leucaena leucocephala X Anadenanthera collubrina X Moraceae Cecropia pachystachya X X X

Morus nigra X X

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TABELA 2 ndash Relaccedilatildeo das espeacutecies de plantas visitadas por T angustula Continua

Famiacutelia Espeacutecie Polinizada Visitada Recurso

Poacutelen Neacutectar Myrsinaceae Ardisia crenata X X Myrtaceae Eucalyptus robusta X X X

Eugenia jambos X X X

Eugenia pitanga X Eucalyptus terecornis X Plinia glomerata X Nyctaginaceae Bougainvile aspectabilis X X X Oleaceae Jasminum azoricum X Palmae Acrocomia aculeata X X

Archontophoenix cunninghamiana X

Syagrus romanzoffiana X Copernicia alba X X Sheelea phalerata X Passifloraceae Passiflora jilekii X Piperaceae Piper mollicomum X Poaceae Paspalum sp X Polemoniaceae Cobae scandens X Polygonaceae Polygonum capitatum X X X Pontederiaceae Pontederia lanceolata X X Proteaceae Grevill a bansksii X X X Rosaceae Prunus persica X X X

Pyracantha coccinea X X Rubiaceae Pentas lanceolata X X

Citrus airantum X X Rutaceae Citrus limon X X X Scrophulariaceae Paulownia imperialis X X Solanaceae Nicotiana tabacum X X Sterculiaceae Dombeya burgessiae X Dombeya wallichii X Sterculia chicha X X Tiliaceae Heliocarpus americanus X X X Tropaeolaceae Tropaeolum majus X X X Ulmaceae Tipo celtis X Trema micrantha X X Umbelliferae Foeniculum vulgare X X X Verbenaceae Duranta repens X

Vitex agnus-castus X

Velloziaceae Vellozia candia X X X Zingiberaceae Hedychium coronarium X Fonte Pirani Laurino 1993 Carvalho Marchine Ros 1999 Agostini Sazima 2003 Toledo et al 2003 Cartopassi-Laurino 2005 Braga e Colaboradores 2012 Novais Absy Santos 2013

61

Foram encontradas 71 famiacutelias e um total de 166 espeacutecies Dessas 30 espeacutecies satildeo

polinizadas e 136 satildeo visitadas Poacutelen e neacutectar satildeo os recursos mais coletados

com coleta de poacutelen em 78 espeacutecies e de neacutectar em 69 De acordo coma Lista de

Espeacutecies da Flora do Brasil (2010) 20 das espeacutecies que satildeo polinizadas (TABELA

2) satildeo nativas o restante satildeo espeacutecies exoacuteticas ou seja natildeo pertencem agrave flora

brasileira

As famiacutelias que apresentaram maior porcentagem de visitas por T angustula foram

Compositae e Leguminosae (TABELA 2) com 13 e 12 de espeacutecies

respectivamente (GRAacuteFICO 3) sendo as famiacutelias mais importantes para a dieta da

jataiacute (AGOSTINE SAZIMA 2003 SIIONI et al 2007) Esse resultado eacute similar ao

trabalho de Simioni e colaboradores (2007) seus resultados mostram que uma das

famiacutelias analisadas Leguminosae tambeacutem apresentaram um maior destaque na

quantidade de visitas realizadas por T angustula esse fato pode ser explicado pelo

fato de que Leguminosae representa a mais importante fonte de poacutelen para essa

espeacutecie

As famiacutelias Compositae e Leguminosae satildeo as mais bem representadas pelo fato

de apresentarem espeacutecies que fornecem alimento em maior qualidade e quantidade

por vaacuterios periacuteodos do ano Com destaque para a famiacutelia Leguminosae que fornece

recursos alimentares para as abelhas nos periacuteodos de estiagem (PIRANI LAURINO

1993 AGOSTINE SAZIMA 2003)

O graacutefico abaixo ilustra o comportamento generalista deT angustula Onde 41 das

visitadas realizadas pela espeacutecie se distribuem por 55 famiacutelias vegetais Esse

comportamento concorda com trabalho de Anacleto (2007) onde dentre as cinco

espeacutecies estudadas por ele a que apresentou o haacutebito mais generalista em relaccedilatildeo

ao nuacutemero de plantas visitadas foi T angustula

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GRAacuteFICO 3 ndash Contribuiccedilatildeo das famiacutelias de plantas para a dieta de T angustula

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria com base nos dados da Tabela 1

As abelhas generalistas visitam flores pequenas e abertas e satildeo menos

relacionadas agraves flores especializadas (RUTHCKE JULES 1993 ROUBIK 1992

apud AGOSTINI SAZIMA 2003) e tecircm preferecircncia de flores arboacutereas com

inflorescecircncia densas

Um exemplo de flores que natildeo satildeo especializadas e que satildeo importantes para a

dieta de T angustula eacute da famiacutelia Asteraceae as espeacutecies Mangifera indica e

Schinus terebinthifolius apresentam grande densidade de flores e permite faacutecil

acesso para as abelhas deste modo tornam-se importantes fornecedores de fontes

de poacutelen (BRAGA et al 2012)

De acordo com o levantamento das plantas utilizadas pelas abelhas jataiacute realizado

por diferentes autores as famiacutelias que se mostraram bem representadas foram

Malvaceae Caesalpiniaceae Melastomataceae Myrtaceae Euphorbiaceae e

Anacardiaceae sendo consideradas portanto essenciais para a dieta da jataiacute

2 2 3 2

2 3

13

3 2

3

12 2 2 2 3

3

41

Acanthaceae Agavaceae Anacardiaceae Asteraceae Bignoniaceae

Bombacaceae Compositae Euphorbiaceae Fabaceae Labiatae

Leguminosae Malpighiaceae Malvaceae Melastomataceae Myrtaceae

Palmae Outros

63

Em geral essas famiacutelias podem ser caracterizadas pela floraccedilatildeo do tipo contiacutenuo ou

seja uma floraccedilatildeo que natildeo cessa ou que ocorre na maior parte do ano o que

permite as abelhas ter acesso aos recursos em todas as estaccedilotildees do ano

(CARVALHO MARCHINI ROS 1999 AGOSTINI SAZIMA 2003 TOLEDO et al

2003 MORGADO et al 2011)

64

65

5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS Sendo este a primeira pesquisa com abelhas em compus no Espiacuterito Santo Foi

observado que a distribuiccedilatildeo dos ninhos encontrados apresentou-se uniforme

Todos os ninhos estavam instalados em paredes e pisos de concreto o que indica

seu potencial de adaptabilidade agraves condiccedilotildees antroacutepicas

A diversidade de cores de poacutelen trazida pelas forrageiras no iniacutecio da manhatilde indica

uma ampla disponibilidade de alimento que a flores oferecem nesse periacuteodo do dia

bem como a eficiecircncia das forrageiras em selecionar essas flores

De acordo com as observaccedilotildees que foram realizadas no estudo as abelhas T

angustula podem ter suas atividades influenciadas pelo clima Uma vez que foi

observado que no periacuteodo de inverno em que as temperaturas satildeo mais baixas

elas comeccedilavam a realizar suas funccedilotildees nos horaacuterios com as temperaturas mais

altas

A divisatildeo de trabalho entre forrageadoras operaacuterias de limpeza e de defesa

observado nessa espeacutecie indica o comportamento altamente social dos Meliponini

O mecanismo de defesa observado em T angustula entre guardas pairando e em

peacute pode indicar uma caracteriacutestica de complementaridade na defesa do ninho uma

vez que durante as observaccedilotildees os dois tipos de guardas sempre se fizeram

presentes O que mostra que mesmo com o atrofiamento do ferratildeo os indiviacuteduos

desenvolveram estrateacutegias para a defesa contra invasores

Foi comum observar a presenccedila de revoadas nos ninhos entre as Jataiacutes Este

comportamento em geral eacute comum para o desenvolvimento (sobrevivecircncia) da

colocircnia No caso dos ninhos observados apoacutes as revoadas eles foram

desaparecendo Este fato pode indicar um baixo iacutendice de recursos troacuteficos para

essas abelhas dentro do campus pois ao inveacutes dos ninhos se manterem ou

aumentarem em quantidade ao longo das observaccedilotildees eles desapareceram

O levantamento das flores visitadas por T angustula indicou um comportamento

generalista desta espeacutecie em visitar uma grande variedade de plantas o que mostra

sua importacircncia para garantir a variabilidade dessas plantas

66

Esse levantamento tambeacutem indicou que a polinizaccedilatildeo realizada por elas foi

predominante em plantas exoacuteticas O que pode refletir a deficiecircncia na quantidade

de plantas nativas melitoacutefilas na aacuterea de estudo

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Page 4: FACULDADE CATÓLICA SALESIANA DO ESPÍRITO SANTO … · No grupo dos Apinae está à tribo dos Meliponini, conhecidas como abelhas indígenas sem ferrão por possuir seu ferrão atrofiado

Dedico a minha Matildee Noemia e irmatilde Nathaacutelya

AGRADECIMENTOS

Meu agradecimento maior a Deus autor e mantenedor da minha vida por ter me

fortalecido e me amparado nos momentos de dificuldades

Agrave minha matildee Noemia pela compreensatildeo pelo gesto de carinho pela confianccedila e

por sempre me apoiar nas minhas escolhas

Aos meus amigos Renata Camila Evelyn Monique Taynara Douglas e Rodrigo

pelas palavras de estiacutemulo por sempre estarem ao meu lado

Agrave Profordf Drordf Tacircnia Mara Guerra por me acolher em seu laboratoacuterio (LabiBio) pela

orientaccedilatildeo durante o desenvolvimento deste trabalho como tambeacutem por todos os

ensinamentos paciecircncia e incentivo

Aos meus colegas de laboratoacuterio Christyan e Emanuela por toda ajuda e apoio que

me deram em campo durante todo o trabalho

Agrave Profordf Drordf Selma Hebling por aceitar em me orientar na faculdade e por todos os

ensinamentos

RESUMO

Buscou-se analisar a distribuiccedilatildeo dos ninhos da abelha Jataiacute (Tetragonisca

angustula Latreille) por meio de um levantamento em aacuterea urbana dentro do

Campus Goiabeiras da Universidade Federal do Espiacuterito Santo bem como observar

seu comportamento durante os meses de abril a setembro de 2014 A lista de suas

principais fontes de alimento foi obtidas atraveacutes de revisatildeo bibliograacutefica Foi

encontrado um total de 11 ninhos em paredes e muros e sob placas de concreto

Desses trecircs desapareceram na aacuterea amostral um deles na primeira semana de

observaccedilatildeo e outros dois apoacutes eventos de revoadas entre as Jataiacutes ao longo das

observaccedilotildees As observaccedilotildees indicaram a presenccedila de divisatildeo de trabalho entre

operaacuterias de limpeza operaacuterias que atuavam na defesa do ninho contra ataque de

invasores e forrageiras Estas apresentaram maior nuacutemero de visitas agraves flores no

periacuteodo da manhatilde Com relaccedilatildeo aos recursos florais de acordo com o levantamento

a partir de dados bibliograacuteficos foi verificado um predomiacutenio de plantas exoacuteticas

polinizadas pelas Jataiacutes

Palavras-chave Abelha sem ferratildeo Defesa do ninho plantas melitoacutefilas Jataiacute

ABSTRACT

One searched to analyze the distribution of the nests of the Jataiacute bee (Tetragonisca

angustula Latreille) for way of a survey in urban area inside it Goiabeiras Campus of

the Federal University it Espiacuterito Santo as well as observing its behavior during the

months of April the September of 2014 Its main food sources had been gotten

through bibliographical revision It was found a total of 11 nests in walls and walls

and under plates of concrete Of these three had disappeared in the amostral area

one of them in the first week of comment and others two after revoadas events of

between the Jataiacutes throughout the comments The comments had indicated the

presence of division of work between laborers of cleanness laborers who acted in

the defense of the nest against attack of invaders and forrageiras These had

presented greater number of visits to the flowers in the period of the morning With

relation to the floral resources in accordance with the survey from bibliographical

data was verified a predominance of exotic plants polinizadas by the Jataiacutes

Keywords Bees without sting Defense of the nest Apicultural plants Jataiacute

SUMAacuteRIO

1 INTRODUCcedilAtildeO 15

2 REFERENCIAL TEOacuteRICO 19

21 CONTEXTO SISTEMAacuteTICO DAS ABELHAS 19

22 AS ABELHAS MELIPONINI 23

23 IMPACTOS DA URBANIZACcedilAtildeO NAS ABELHAS 24

24 COLETA DE RECURSOS E PRODUCcedilAtildeO DE MEL DAS MELIPONINI 30

25 COMPORTAMENTO DA ABELHA JATAIacute 35

3 METODOLOGIA 39

31 AacuteREA DE ESTUDO 39

32 OBTENCcedilAtildeO DOS DADOS 40

33 ANAacuteLISE DOS DADOS 41

4 RESULTADOS E DICUSSOtildeES 43

41 LOCALIZACcedilAtildeO DOS NINHOS 43

42 INTERACcedilOtildeES INTER E INTRAESPECIacuteFICAS 44

43 RECUROS FLORAIS 56

5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS 65

REFEREcircNCIAS 67

15

1 INTRODUCcedilAtildeO As abelhas estatildeo organizadas na superfamiacutelia Apoidea que por sua vez eacute formada

pela famiacutelia Apidae (MELO GONCcedilALVES 2005 SILVEIRA MELOALMEIDA

2002) Haacute maior destaque para a subfamiacutelia dos Apinae que apresenta haacutebitos

sociais mais avanccedilados (NOGUEIRA-NETO 1997 MELO GONCcedilALVES 2005) e

segundo Proniacute (2000) elas satildeo importantes por manter um fluxo de energia para

diversas espeacutecies de animais incluindo o homem Nessa famiacutelia satildeo encontradas

colocircnias que possuem capacidade de alcanccedilar populaccedilotildees com milhares de

indiviacuteduos (PIRANI LAURINO 1993) Elas podem se alimentar de neacutectar ou poacutelen

das flores os quais compotildeem sua principal fonte de energia e de proteiacutenas

respectivamente Poreacutem existem espeacutecies que se alimentam de tecidos de origem

animal ao inveacutes de poacutelen como a Trigona hypogea T crassipes e T necrophaga

(NOGUEIRA-NETO 1997)

No grupo dos Apinae estaacute agrave tribo dos Meliponini conhecidas como abelhas

indiacutegenas sem ferratildeo por possuir seu ferratildeo atrofiado (SILVEIRA MELO ALMEIDA

2002) Elas apresentam uma concavidade na superfiacutecie de sua tiacutebia posterior

chamada corbiacutecula cuja alteraccedilatildeo eacute empregada para o transporte do alimento para

o ninho (NOGUEIRA-NETO 1997 SILVEIRA MELO ALMEIDA 2002) Esta

subfamiacutelia apresenta uma ampla distribuiccedilatildeo em aacutereas tropicais e subtropicais

sendo localizada na maior parte da Ameacuterica Neotropical (NOGUEIRA-NETO 1997)

No Brasil aproximadamente 250 espeacutecies de Meliponini satildeo descritas em todos os

ecossistemas (SCHWARTZ-FILHO LAROCA MALKOWSKI 2004)

Os Meliponiacuteni satildeo abelhas sociais que apresentam algumas [] rdquocaracteriacutesticas

variadas que passam por haacutebitos de nidificaccedilatildeo pela morfologia e interaccedilotildees

comportamentais complexas entre rainhas e operaacuteriasrdquo (PIRANI LAURINO 1993)

Eles satildeo o principal grupo de polinizadores em diversos ecossistemas sendo

responsaacuteveis por aproximadamente 90 da polinizaccedilatildeo de plantas nativas

faneroacutegamas em remanescentes de Mata Atlacircntica (KERR 1997apud PRONIacute

2000) o que sugere sua importacircncia para as vaacuterias espeacutecies vegetais pois atraveacutes

da coleta do seu alimento eles acabam contribuindo com a movimentaccedilatildeo de genes

entre as populaccedilotildees de plantas ou seja colaboram para que haja o aumento da

16

variabilidade geneacutetica (BAWA 1990 apud SERRA 2012 NEF SIMPSON1993apud

SERRA 2012) Isto indica que seu desaparecimento pode causar o decliacutenio de

muitas dessas espeacutecies especialmente aquelas que estabelecem relaccedilatildeo entre si

podendo dessa maneira conduzir para um desequiliacutebrio ecoloacutegico (AIZEN

FEISINGER 1994 apud SERRA 2012 HARRIS JOHNSON 2004 apud SERRA

2012)

Tetragonisca angustula (Latreille1811) pertence agrave subtribo Trigonina (abelhas que

utilizam cera) (MELO GONCcedilALVES 2005) Conhecida popularmente como Jataiacute

ela eacute uma das abelhas mais comuns no Brasil (MOURE 1961apud STUCHI 2006)

com uma ampla distribuiccedilatildeo geograacutefica ocorrendo naturalmente nos Estados do

Acre Amapaacute Amazonas Bahia Cearaacute Espiacuterito Santo Goiaacutes Maranhatildeo Mato

Grosso Minas Gerais Paraacute Paraiacuteba Pernambuco Rio Grande do Sul Rio de

Janeiro Rondocircnia Roraima Santa Catarina e Satildeo Paulo (CAMARGO PEDRO

2013)

Tetragonisca angustula possui destaque tambeacutem devido sua importacircncia terapecircutica

em tratamentos de oftalmias e moleacutestias de pulmotildees (IMPERATRIZ-FONSECA et

al 1984 apud STUCHI 2006) aleacutem da sua importacircncia ecoloacutegica e econocircmica Seu

mel com sabor suave eacute muito apreciado pelo aroma e doccedilura e atinge preccedilos altos

no mercado (CARVALHO et al 2005 apud ANACLETO et al 2009)

Como abelhas eusociais elas vivem em colocircnias perenes frequumlentemente

populosas e em atividade o ano todo apresentam uma boa adaptaccedilatildeo em relaccedilatildeo

ao haacutebito de nidificar em cavidades preacute-existentes ocos de aacutervores muros buracos

de pedras no chatildeo e caixa de luz (NOGUEIRA-NETO 1997 SILVEIRA MELO

ALMEIDA 2002) Elas possuem capacidade de voar em campos mais fechados e

como podem atuar em menores aacutereas isso eleva a eficiecircncia do seu forrageamento

em cavidades mais limitadas (VENTURIERI et al 2012)

Um dos problemas que as abelhas tecircm enfrentado satildeo as alteraccedilotildees que ocorrem

em seu habitat devido aos distuacuterbios antroacutepicos (PRONIacute 2000) No Brasil elas satildeo

ameaccediladas de extinccedilatildeo principalmente pelas alteraccedilotildees que satildeo decorrentes dos

desmatamentos e das queimadas uma vez que as rainhas natildeo conseguem escapar

devido ao grande desenvolvimento do seu abdome dentro do ninho aleacutem disso o

uso de herbicidas tem afetado os polinizadores reduzindo a variabilidade do neacutectar

das flores O crescimento urbano desordenado eacute outro fator de impacto para esses

17

insetos (KEARNS INOUYE WASER 1998 PRONIacute 2000 KEER et al 1994 apud

STUCHI 2006) por causar a reduccedilatildeo no nuacutemero de aacutereas verdes nas cidades e

consequumlentemente diminuiccedilatildeo da oferta de substratos para nidificaccedilatildeo das

abelhasocasionando dessa formamaior frequumlecircncia de alteraccedilotildees inesperada sem

seu habitat (LAROCA CURE BERTOLI 1982 TEIXEIRA VIANA NEVES 2000)

Aleacutem disso o processo de urbanizaccedilatildeo tem provocado mudanccedilas na composiccedilatildeo

floriacutestica diminuiacutedo a disponibilidade de alimentos essenciais e muitas vezes

especiacuteficos (MICHENER 1994 apud SERRA 2012 ELTZ et al 2003 apud SERRA

2012)

Outro problema que vem ocorrendo eacute o decliacutenio de diversas populaccedilotildees de abelhas

causado pelo isolamento de muitas colocircnias em fragmentos (MORATO CAMPOS

2000apud SERRA 2012) Para Kearns Inouye e Waser (1998) essa fragmentaccedilatildeo

cria colocircnias pequenas com grandes nuacutemeros de indiviacuteduos o que traz uma seacuterie de

problemas tais como o aumento da deriva geneacutetica a depressatildeo inata e o aumento

do risco de extinccedilatildeo

O aumento indiscriminado da urbanizaccedilatildeo e consequumlentemente a diminuiccedilatildeo de

aacutereas verdes tecircm prejudicado a manutenccedilatildeo e preservaccedilatildeo de muitas espeacutecies de

Meliponini (SOUZA et al 2005) Segundo Pirani e Laurino (1993) haacute poucas

informaccedilotildees de espeacutecies de abelhas que ocorrem em aacutereas com interferecircncia

humana Por essa razatildeo este trabalho visa estudar a espeacutecie Tetragonisca

angustula Latreille com o intuito de contribuir para um melhor conhecimento de sua

ocorrecircncia em aacutereas alteradas antropicamente

Para este trabalho eacute levantada a hipoacutetese de encontrar a espeacutecie Tetragonisca

angustula no campus Goiabeiras da UFES e verificar se nesta aacuterea as abelhas

encontrariam recursos suficientes para se alimentarem As abelhas T angustula eacute

uma espeacutecie que nidifica em cavidades preacute-existentes possivelmente podemos

encontraacute-las Poreacutem o campus da UFES por se localizar em regiatildeo urbana

provavelmente possui uma oferta de recursos alimentares baixa

A partir dessa hipoacutetese procurou-se verificar a existecircncia e analisar a distribuiccedilatildeo de

T angustula e de seus recursos alimentares no campus Goiabeiras da Universidade

Federal do Espiacuterito Santo (Vitoacuteria-ES) Para isso foi necessaacuterio identificar os ninhos

de T angustula quantificar os ninhos dessas abelhas e conhecer suas principais

fontes de alimento

18

19

2 REFERENCIAL TEOacuteRICO 21 CONTEXTO SISTEMAacuteTICO DAS ABELHAS

Os invertebrados da classe Insecta pertencem ao filo dos artropodos ou seja dos

animais que apresentam apecircndices locomotores articulados (BRUSCA BRUSCA

2007) Esse filo possui milhares de espeacutecies descritas que estatildeo espalhadas em

diversas classes ldquoA classe dos insetos compreende aqueles que possuem o corpo

dividido em trecircs regiotildees como cabeccedila toacuterax e abdocircmen um par de antenas

geralmente dois pares de asas e trecircs pares de pernas toraxicasrdquo (LIMA 1938)

O sucesso evolutivo dos insetos se deve a algumas caracteriacutesticas que favoreceram

sua adaptaccedilatildeo como a presenccedila das asas que permitiu o seu acesso ao alimento e

a escapar de predadores e o dobramento que permitiu o acesso a habitats muito

pequenos a presenccedila de epicuticula ceacuterea a qual reduziu a dessecaccedilatildeo um ovo

com casca resistente que tolerou ser exposto a condiccedilotildees ambientais extremas e o

seu desenvolvimento que compreende uma larva (RUPPERT BARNES 1996)

Os insetos satildeo um dos principais predadores de invertebrados e essenciais para

alimentaccedilatildeo de muitos animais terrestres por serem inuacutemeros compotildeem grande

parte das cadeias alimentares terrestres Em geral possuem extrema importacircncia

para o ambiente por serem papel chave na polinizaccedilatildeo de grande maioria das

plantas ( RUPPET BARNES 1996 BRUSCA BRUSCA 2007)

Os insetos satildeo classificados em diversas ordens destacando os Hymenoptera cuja

ordem eacute um dos quatro grupos com maior diversidade ao lado de Diptera

Coleoptera e Lepdoptera Cada uma destas ordens possui uma estimativa de

aproximadamente cem mil espeacutecies descritas em todo o mundo com exceccedilatildeo do

Coleoptera que pode chegar a trezentos mil (GOULET HUBER 1993 MACEDO

[20--])

Os Hymenoptera se destacam por possuiacuterem vaacuterias espeacutecies que apresentam

diversidade no haacutebito de vida como predaccedilatildeo parasitismo comportamento soacutelitaacuterio

e formaccedilatildeo de sociedades complexas Dentre as importantiacutessimas funccedilotildees que

desempenham ao ambiente estaacute agrave polinizaccedilatildeo das plantas cultivadas exercidas

pelas abelhas e vespas o controle bioloacutegico por parte dos himenoacutepteros

20

parasitoacuteides de pragas agriacutecolas e tambeacutem ciclagem de nutrientes e dispersatildeo de

sementes exercidas pelas formigas (ALDREY CAZALLA 1999 MACEDO [20--])

A ordem Hymenoptera eacute dividida nas subordens Symphyta e Apocrita essa ultima eacute

dividida nos grupos Parasitica e Aculeata (ALDREY CAZALLA 1999) Symphyta eacute

um grupo pequeno que apresenta o haacutebito mais primitivo principalmente os haacutebitos

de se alimentar nas plantas esse grupo possui caracteriacutesticas que se perdem do

resto dos Hymenoptera Symphyta satildeo animais de cintura grossa eles apresentam

asas inteiramente desenvolvidas pouco ou quase nenhum dimorfismo sexual e

possui unido o primeiro e segundo seguimento abdominal O ovipositor da maioria

das espeacutecies desse grupo eacute comprido lateralmente e modificado com dentes

marginais para que funcione como uma serra para perfurar o tecido das plantas

Suas larvas satildeo na maioria das vezes na forma de lagarta com presenccedila de pernas

falsas no abdocircmen e cabeccedila desenvolvida (GOULET HUBER 1993 BRUSCA

BRUSCA 2007)

Jaacute a subordem Apocrita considerada como grupo monofileacutetico eacute caracterizada pela

junccedilatildeo estreita entre o primeiro segmento do abdocircmen (metassoma) com o toacuterax

(mesossoma) o que permitiu maior flexibilidade para o metassoma controlar o

ovipositor (GOULET HUBER 1993 MACEDO [20--]) No grupo Apocrita existe a

presenccedila de grupos sociais que compreendem castas caracterizadas com machos

haploacuteides rainha e fecircmeas partenogeneacuteticas e outros indiviacuteduos como soldados e

operaacuterias (BRUSCA BRUSCA 2007)

Os membros de Apocrita satildeo basicamente carniacutevoros alimentando-se de outros

insetos No entanto vaacuterios grupos tecircm abandonado a vida de carniacutevoros e

desenvolvido para uma dieta vegetal O grupo das abelhas alimenta-se de poacutelen e

neacutectar enquanto o grupo de vespas fazem as galhas familiares sobre umas aacutervores

ou dentro de folhas frutos e caules das quais as larvas se alimentam e algumas

espeacutecies do grupo das formigas se alimentam apenas de vegetais ou satildeo oniacutevoros

(GOULET HUBER 1993)

O grupo Parasitica eacute uma divisatildeo da subordem Apocrita neste grupo inclui-se

alguns grupos fitoacutefagos e uma grande parte de parasitoacuteides (AUDREY CAZALLA

1999) Os parasitoacuteides satildeo insetos que depositam seus ovos em ovos larvas ninfa

ou pupa de hospedeiros geralmente levam agrave morte e tecircm a fase adulta com vida

livre (GOULET HUBER 1993 MACEDO [20--]) De acordo com os estudos de

21

Audrey e Cazalla (1999) o uso da divisatildeo cladiacutestica desse grupo tende a ser

eliminado porque constitui um agrupamento artificial das superfamiacutelias de

Hymenoptera As superfamiacutelias que se incluem satildeo Trigonalyoidea Megalyroidea

Evanioidea Stephanoidea Ichneumonoidea Chalcidoidea Proctotrupoidea

Ceraphronoideae Cynipoidea (AUDREY CAZALLA 1999) Destacamos a

superfamiacutelia Chalcidoidea essa envolve muitos Hymenopteros que satildeo de grande

importacircncia para a ecologia como tambeacutem para economia e a superfamiacutelia

Ichneumonoidea que de acordo com os dados de Rasnitsyn (1988) (apud AUDREY

CAZALLA 1999) satildeo o grupo irmatildeo dos Aculeata

Jaacute o grupo dos Aculeata satildeo os mais diversos em Hymenoptera eles apresentam

uma origem evolutiva comum que eacute representada pelo ferratildeo caracteriacutestica que

apareceu apenas uma vez durante a evoluccedilatildeo do grupo (AUDREY CAZALLA1999)

Neste grupo satildeo conhecidas sete superfamiacutelias como Chrysidoidea Formicoidea

Tiphoidea Pompiloidea Apoidea Vespoidea e Sphecoidea As principais diferenccedilas

entre as classificaccedilotildees recentes estatildeo relacionada com a grande diversidade de

vespas esfecoacuteides e os Apidae Esses estatildeo dentro da superfamiacutelia dos Apoidea por

apresentarem caracteriacutesticas semelhantes A superfamiacutelia Chrysidoidea eacute

considerada grupo irmatildeo dos Apoidea e Vespoidea Dentre as superfamiacutelias a dos

Apoidea eacute que apresenta a maior diversidade de aculeados (AUDREY CAZALLA

1999)

O evento evolutivo que deu origem aos primeiros aculeados foi agrave aquisiccedilatildeo de um

ferratildeo venenoso a partir do ovipositor dos icneumoniacutedeos ou seja os Apocrita

possuiacuteam uma glacircndula que era associada ao ovipositor Essa glacircndula produzia

secreccedilotildees que eram mais suscetiacuteveis ao substrato para o desenvolvimento das

larvas poreacutem durante a evoluccedilatildeo essa glacircndula comeccedilou a produzir veneno para

paralisar seus hospedeiros e utilizaacute-los como alimento para as larvas Desde entatildeo

o ovipositor dos aculeados acabou sendo usado tambeacutem para inoculaccedilatildeo de

veneno como uma arma defensiva para se protegerem de alguns vertebrados

(AUDREY CAZALLA 1999)

Esse evento foi muito importante e resultou em alguns modos de vida que puderam

estabelecer estrateacutegias evolutivas bem sucedidas como por exemplo o

desenvolvimento dos meacutetodos de transporte das presas em ninhos diferentes A

construccedilatildeo de ninhos foi uma estrateacutegia evolutiva importante visto que as espeacutecies

22

armazenavam alimento em grande quantidade antes de comeccedilar o desenvolvimento

de suas larvas (AUDREY CAZALLA 1999)

O desenvolvimento das sociedades eacute caracterizado pela presenccedila de divisatildeo de

castas Ela se baseia no mecanismo haplo-diploacuteide da determinaccedilatildeo do sexo em

que as fecircmeas satildeo diploacuteides feacuterteis os machos haploacuteides e cooperam apenas na

fecundaccedilatildeo da rainha e as operarias esteacutereis Essa sociedade ocorre em todas as

formigas e em algumas abelhas e vespas (AUDREY CAZALLA 1999 PRATO [20--

])Para que a espeacutecie seja eussocial eacute necessaacuterio que dentro do ninho tenha divisatildeo

de trabalho colaboraccedilatildeo para cuidar da prole e ter mais de uma geraccedilatildeo em um

mesmo ninho (AUDREY CAZALLA 1999)

O grupo das abelhas estaacute reunido na Superfamiacutelia Apoidea De acordo com a

proposta da aacutervore filogeneacutetica dos principais clados das abelhas descrita por

Michener (1944 apud SILVEIRA MELO ALMEIDA 2002) seis famiacutelias foram

reconhecidas satildeo elas Colletidae Apidae Adrenidae Halictidae Megachilidae e

Milittidae Essa classificaccedilatildeo representou um importante avanccedilo nas relaccedilotildees

filogeneacuteticas desse grupo (SILVEIRA MELO ALMEIDA 2002) Nos estudos de

Melo e Gonccedilalves (2005) eacute abordada uma classificaccedilatildeo mais atual para as abelhas

Essa classificaccedilatildeo eacute revisada por Michener (2000 apud MELO GONCcedilALVES

2005) em que ele defende uma mudanccedila na qual as abelhas estatildeo incluiacutedas apenas

em uma famiacutelia a Apidae e as famiacutelias da classificaccedilatildeo tradicional como subfamiacutelias

Nessa revisatildeo da classificaccedilatildeo das abelhas satildeo reconhecidas sete subfamiacutelias 51

tribos e 27 subtribos (MELO GONCcedilALVES 2005) De acordo com esta a

subfamilia Meliponinae passa a ser a tribo Meliponini com duas subtribos Trigonina

e MeliponinaPara este trabalho foi utilizada esta nova classificaccedilatildeo das abelhas

revisada por Michener (2000)

Na superfamiacutelia Apoidea grande parte das abelhas satildeo solitaacuterias (85) entre elas

estatildeo algumas espeacutecies da subfamiacutelia Megachilidae Anthophoridae e Apidae No

haacutebito de vida solitaacuterio cada fecircmea cuida sozinha do seu ninho ou seja o constroacutei

coloca os ovos busca alimento suficiente para o crescimento da larva e

normalmente morre antes da sua progecircnie amadurecer natildeo tendo dessa maneira

contato entre as geraccedilotildees (SANTOS 2002 MICHENER 1969 PERUQUEETI [19--

]) Jaacute a grande parte das abelhas que apresentam os haacutebitos mais sociais satildeo os

Apinae (Bombineos (Bombini) Apineos(Apini) e Meliponineos (Meliponini) elas vivem

23

em grandes colocircnias com apenas uma rainha e vaacuterias operaacuterias e divisatildeo de

trabalho (MICHENER 1969)

Haacute dois grandes grupos de abelhas altamente sociais ambos na subfamiacutelia Apinae

os Apineos (todos do gecircnero Apis) e os Meliponineos (Meliponini) (abelhas sem

ferratildeo) Esse comportamento pode ter evoluiacutedo duas vezes a partir de semelhanccedilas

no comportamento social entre Apis e Meliponineos (Meliponini) que surgiram

independentemente (WINSTON MICHENER 1977) Em ambos os grupos satildeo

produzidos enxames poreacutem com mecanismos bem diferentes Nos Meliponineos

(Meliponini) as operaacuterias da colocircnia voam para encontrar novos siacutetios para nidificar

preparam o ninho com mateacuterias do ninho antigo e somente quando o novo ninho

estaacute pronto a rainha jovem se junta a estas operaacuterias e deixa a rainha velha no

antigo ninho Jaacute em Apis a rainha velha sai com suas operaacuterias e deixa a jovem no

ninho antigo (WINSTON MICHENER 1977)

Em relaccedilatildeo agrave alimentaccedilatildeo das larvas em Apis satildeo operaacuterias que fazem esse

trabalho Jaacute em meliponineos (meliponini) as operaacuterias fecham as ceacutelulas de cria

com ovos e colocam alimento suficiente para a larva completar seu desenvolvimento

(WINSTON MICHENER 1977)

As abelhas dependem totalmente das plantas para se alimentarem o seu

aparecimento pode estar relacionado com o surgimento das angiospermas

(PERUQUETTI [19--] PIRANI LAURINO 1993) As angiospermas mais primitivas

surgiram com flores bem rasas com o passar do tempo foram se especializando em

plantas estreitas tubulares e profundas Para ter maior sucesso na coleta do neacutectar

as abelhas adaptaram suas peccedilas bucais com liacutengua curta e liacutengua longa assim

passaram a ser chamadas de abelhas lambedoras e sugadoras respectivamente

(PERUQUETTI [19--] PIRANI LAURINO 1993) Para a coleta dos gratildeos de poacutelen

as primeiras abelhas portavam muitos pelos em volta do corpo condiccedilatildeo que foi

modificada ao longo do tempo (PIRANI LAURINO 1993)

22 AS ABELHAS MELIPONINI

Para estudos a respeito dos meliponineos (meliponini) Nogueira-Neto (1997)

publicou um livro que relata seus conhecimentos sobre essas abelhas indiacutegenas

24

sem ferratildeo O livro faz uma abordagem a respeito da vida dos meliponiacuteneos

(Meliponini pertencente agrave Apidae) mostrando os principais aspectos de suas

caracteriacutesticas bem como meacutetodos para sua criaccedilatildeo e cuidados que um

meliponicultor deve ter Os primeiros capiacutetulos fazem uma apresentaccedilatildeo que

caracteriza os meliponiacuteneos Haacute a apresentaccedilatildeo da classificaccedilatildeo dessas abelhas a

descriccedilatildeo de sua fonte de alimento de sua distribuiccedilatildeo geograacutefica de seu

relacionamento com outras abelhas e de sua possiacutevel aclimataccedilatildeo O autor faz

consideraccedilotildees sobre a arquitetura e o material usado para a construccedilatildeo de seus

ninhos e daacute destaque principal ao material que elas mesmas produzem a cera Nos

capiacutetulos subsequumlentes satildeo feitas consideraccedilotildees sobre a geneacutetica e o

comportamento das abelhas o tratamento e as teacutecnicas necessaacuterias para sua

criaccedilatildeo Aleacutem disso haacute tambeacutem discussotildees sobre a conservaccedilatildeo do mel a higiene

ou a sua falta em algumas espeacutecies e a existecircncia de meacuteis perigosos Neste livro o

autor teve o intuito de contribuir com seus estudos para que outros cientistas e

meliponicultores pudessem conhecer a vida dos meliponiacuteneos e fazer possiacuteveis

identificaccedilotildees de muitas outras espeacutecies

23 IMPACTOS DA URBANIZACcedilAtildeO NAS ABELHAS

Vaacuterios estudos relatam que eacute comum encontrar abelhas em aacutereas urbanizadas

(antropizadas) As espeacutecies encontradas de modo geral apresentam boa

adaptaccedilatildeo a esses ambientes Alguns estudos com relaccedilatildeo a essas abelhas

urbanas tratam de impactos que esses ambientes podem causar a elas

Laroca Sebastiatildeo e Cure (1982) realizaram um trabalho de abordagem a respeito

do impacto da urbanizaccedilatildeo sobre a abundacircncia relativa fenologia e flores

preferenciais das abelhas que se encontram em aacutereas urbanas Com coletas feitas

durante um ano no parque Passeio Puacuteblico localizado no centro da cidade de

Curitiba e na regiatildeo de Boa Vista tambeacutem em Curitiba eles constataram que

comparada as duas aacutereas de estudos o Passeio Puacuteblico apresentou um nuacutemero

menor de espeacutecies e em fenologia e flores preferenciais constataram que a

composiccedilatildeo das flores estaacute muito alterada devido agrave introduccedilatildeo de espeacutecies

cultivadas Portanto concluiacuteram que o processo de urbanizaccedilatildeo produz grandes

25

mudanccedilas na composiccedilatildeo floriacutestica nos locais de nidificaccedilatildeo e que apresentam ter

influecircncias significativas nas caracteriacutesticas associadas agraves abelhas

Taura e Laroca (1991) realizaram uma pesquisa com o propoacutesito de analisar a

distribuiccedilatildeo e a abundacircncia de ninhos de abelhas sociais em locais que apresentam

constantes processos de urbanizaccedilatildeo Com levantamentos realizados na regiatildeo de

Passeio Puacuteblico (Curitiba) eles encontraram 32 ninhos de Apidae com

predominacircncia da subfamiacutelia dos Meliponiacuteneos Assim sendo concluiacuteram que os

meliponiacuteneos eram favorecidos pelas atividades humanas para nidificaccedilatildeo uma vez

que foram encontrados em paredotildees de concretos edificaccedilotildees entre outros locais

Entretanto tambeacutem concluiacuteram que essas abelhas satildeo ameaccediladas devido agrave

instabilidade do ambiente que apresenta muitas mudanccedilas por causa da

urbanizaccedilatildeo

Pirani e Laurino (1993) publicaram um livro sobre flores e abelhas em Satildeo Paulo

onde os autores tinham o interesse de estudar as relaccedilotildees entre as abelhas e o

ambiente conhecer as plantas visitadas por elas e suas preferecircncias florais em

aacutereas onde haacute interferecircncia humana Todo estudo foi realizado dentro do Campus

Universitaacuterio de Satildeo Paulo Para desenvolver esse trabalho eles coletaram

informaccedilotildees sobre as plantas apiacutecolas dos jardins do ldquocampusrdquo sobre a atraccedilatildeo que

as espeacutecies de abelhas sociais tecircm por estas plantas e sobre as variaccedilotildees abioacuteticas

existentes As coletas nas flores de amostras de mel e poacutelen das colocircnias e

observaccedilotildees dos ninhos das abelhas foram perioacutedicas Eles obtiveram 133 espeacutecies

de flores visitadas separadas em sete famiacutelias Neste livro Pirani e Laurino fazem

discussotildees a respeito dos resultados dos seus dados associando com trabalhos de

outros autores e concluem que trabalhos como esse apresenta grande importacircncia

pois mostra o valor de determinadas espeacutecies vegetais para as abelhas e que ainda

haacute muito estudo para se fazer com relaccedilatildeo agrave abelha-flor

Devido aos danos que as abelhas vecircm sofrendo com a perda de habitat Oliveira

Morato e Garcia (1995) fizeram um estudo para conhecer as espeacutecies de

meliponineos existentes em aacutereas desmatadas fragmentos de mata isolados e mata

continua nesta uacuteltima foi tambeacutem realizado estudo para saber informaccedilotildees sobre a

densidade dos ninhos As aacutereas fragmentadas foram divididas em hectares e as

coletas das abelhas foram feitas em ninhos nidificados em aacutervores vivas e mortas

Todo o trabalho foi realizado na regiatildeo de Manaus Amazocircnia que vem sofrendo

26

antropizaccedilatildeo Foram coletadas um total de 54 espeacutecies de meliponineos sendo que

na mata contiacutenua foram 37 espeacutecies nos fragmentos isolados (de 1 e 10 hectar) e

na aacuterea desmatada foram coletada entre 21 e 25 espeacutecies e no fragmento de mata

continua(100 hectar) apenas 9 foram coletada Os autores concluiacuteram que mesmo a

regiatildeo ter apresentado grande riqueza de espeacutecies as aacutereas fragmentadas das

matas estatildeo diminuindo o tamanho das comunidades de meliponineos o que pode

deste modo comprometer a reproduccedilatildeo de diversas plantas melitoacutefilasna regiatildeo

Kearns Inouye e Wase (1998) publicaram um trabalho sobre a interaccedilatildeo de planta-

polinizador e suas interaccedilotildees Neste trabalho os autores descrevem a respeito da

natureza ecoloacutegica e evolutiva dessas interaccedilotildees e das evidentes ameaccedilas que

estatildeo sofrendo por meio das atividades humanas como tambeacutem discute sobre

soluccedilotildees de gestatildeo de melhoria para locais onde haacute crise na polinizaccedilatildeo Com

respeito a essas crises os autores debatem durante todo o trabalho que esse

problema jaacute eacute generalizado por ser associada agraves atividades humanas e que ele eacute

causado principalmente pelo uso de pesticidas e herbicidas mudanccedila no uso dos

solos pastagens agricultura fragmentaccedilatildeo do habitat desses polinizadores e pela

introduccedilatildeo de espeacutecies natildeo nativas nos ambientes O trabalho conclui que todos

esses problemas podem ter futuramente um aumento devido agraves grandes alteraccedilotildees

de habitat causado por uma populaccedilatildeo que estaacute sempre em crescimento e

sugeriram que os proacuteprios cidadatildeos e ecologistas natildeo devem medir esforccedilos para

reverter esse quadro

Proniacute (2000) realizou uma pesquisa para conhecer a biodiversidade de abelhas

indiacutegenas sem ferratildeo com o intuito de apresentar manejos de conservaccedilatildeo para os

ecossistemas Com levantamentos preliminares de ninhos de abelhas nas regiotildees

(urbana e rural) de Londrinas (Paranaacute) e municiacutepios proacuteximos agrave Bacia do Rio Tibagi

(Paranaacute) ele constatou que a aacuterea estudada apresenta uma distribuiccedilatildeo

diversificada tanto nos ecossistemas urbanos como nos agroecossistemas Em

relaccedilatildeo agrave diversidade das abelhas indiacutegenas sem ferratildeo ele observou que 12 das 19

espeacutecies encontradas ocorrem nos agroecossistemas e que praticamente natildeo

nidificam em aacutereas urbanas Portanto ele concluiu que a biodiversidade dessas

abelhas na Bacia do Rio Tibagi estaacute seriamente ameaccedilada principalmente devido agrave

diminuiccedilatildeo de aacutereas florestadas Segundo o autor para que haja melhoria do quadro

27

eacute preciso da responsabilidade de meliponicultores pesquisadores entre outros para

que sejam proporcionadas condiccedilotildees boas para essas abelhas

Devido agraves grandes mudanccedilas do ambiente provocadas pela urbanizaccedilatildeo Souza e

colaboradores (2002) fizeram um estudo durante um ano (Marccedilo de 2000 a Julho de

2001) com o intuito de verificar a diversidade e habitat de Meliponini em uma aacuterea

urbana e identificar a relaccedilatildeo das espeacutecies com o processo de urbanizaccedilatildeo Foi

realizada inspeccedilatildeo mensal a procura de ninhos de meliponini dentro do Campus da

Universidade Federal de Juiz de Fora Minas Gerais Com os ninhos encontrados foi

feito a identificaccedilatildeo do substrato em que foi nidificado Essas informaccedilotildees foram

relacionadas com os dados de temperatura umidade e precipitaccedilatildeo do municiacutepio

Durante o estudo foi encontrado uma meacutedia de 3488 ninhos e quatro espeacutecies

foram identificadas sendo elas Tetragonisca angustula Nannotrigona testaceicornis

Trigona spinipes e Partamona sp As espeacutecies encontradas apresentaram

preferecircncia em substratos de construccedilotildees (cavidades preacute-existentes) Em relaccedilatildeo agrave

temperatura umidade e precipitaccedilatildeo os autores observaram uma correlaccedilatildeo

positiva entre a temperatura e a abundancia dos ninhos das abelhas sem ferratildeo por

outro lado natildeo foi encontrado para umidade relativa do ar e precipitaccedilatildeo Deste

modo concluiacuteram que mesmo em ambiente urbano essas espeacutecies ainda

conseguem sobreviver com sucesso por traacutes das atividades antropicas

Com relaccedilatildeo aos ninhos de T angustula com o clima do ambiente em que esses satildeo

nidificados Chiari e colaboradores (2002) realizaram um trabalho para ver se as

variaccedilotildees climaacuteticas tecircm alguma relaccedilatildeo com o desenvolvimento dos ninhos das

Jataiacutes Foram realizadas coletas das abelhas que foram depositadas em trecircs tipos

diferentes de colmeacuteias Fritzen Nogueira-Neto e Guiliane Apoacutes esse procedimento

as colocircnias foram pesadas e instaladas no municiacutepio de Maringaacute Paranaacute Ao longo

do estudo a temperatura do ambiente onde as colmeacuteias foram instaladas foi

monitorada Apenas a colmeacuteia Nogueira-Neto natildeo apresentou associaccedilatildeo com a

variaccedilatildeo das temperaturas Nos modelos Fritzen e Giuliane foram observados que o

peso de ambas apresentaram de forma positiva com a umidade relativa do ar

apenas Giuliane teve relaccedilatildeo positiva com a insolaccedilatildeo Deste modo os autores

concluiacuteram que os modelos Giuliane e Noguera-Neto satildeo mais apropriados para as

colmeacuteias de T angustula

28

Outro trabalho tambeacutem realizado em Campus Universitaacuterio foi feito por Almeida

(2002) sobre composiccedilatildeo das comunidades de abelhas em Satildeo Paulo O autor teve

o intuito de contribuir com informaccedilotildees sobre as espeacutecies de abelhas e as plantas

visitadas por elas Com levantamento das abelhas e plantas em duas aacutereas de

Cerrado (Cerradatildeo e Cerrado) localizado no campus Universitaacuterio no Municiacutepio de

Pirassununga foi coletado um total de 261 amostras de plantas de 41 famiacutelias e 140

espeacutecies Dessas apenas cinco ocorreram nas duas aacutereas Com relaccedilatildeo agraves

abelhas foram coletadas um total de 141 espeacutecies em quatro famiacutelias Foi concluiacutedo

que a famiacutelia que apresentou maior riqueza de espeacutecie foi Apidae Com relaccedilatildeo agraves

plantas as famiacutelias Asteraceae Malvaceae Fabaceae Sapindaceae e Vichysiaceae

foram as mais ricas em nuacutemero de espeacutecies

Neves e Viana (2002) realizaram um estudo sobre a ecologia da comunidade de

abelhas eussociais com o propoacutesito de analisar as atividades do seu vocirco

relacionando com recursos alimentares variaccedilotildees meteoroloacutegicas entre outros

fatores Com coletas das abelhas amostras de plantas floridas e monitoramento dos

ninhos nas dunas continentais na Bahia Eles capturaram oito espeacutecies da famiacutelia

Apidae Estas abelhas exibiam maior atividade no periacuteodo da manhatilde Um nuacutemero de

plantas floridas foi verificado na estaccedilatildeo chuvosa Assim sendo concluiacuteram que a

disponibilidade de recursos disponiacutevel e agraves variaccedilotildees meteoroloacutegicas favorecem a

concentraccedilatildeo de visitas florais dessas abelhas pela manhatilde

Um estudo sobre a ecologia das populaccedilotildees de meliponiacuteneos Souza e

colaboradores (2005) fizeram buscas pelos ninhos e coletas das abelhas no Campus

da Universidade Federal da Bahia eles encontraram 94 ninhos com 19 espeacutecies

diferentes tendo uma predominacircncia da espeacutecie Tetragonisca angustula Deste

modo concluiacuteram que a riqueza de espeacutecies de meliponineos (meliponini)

encontrada no Campus (o qual eacute um local que sofre antropizaccedilatildeo) pode ser devida

a disponibilidade de substratos para nidificaccedilatildeo e pela quantidade de recursos que eacute

ofertado

Stuch (2006) realizou uma pesquisa sobre a variabilidade geneacutetica das populaccedilotildees

de Tetragonisca angustula Nesse trabalho o autor primeiramente faz uma revisatildeo

da bibliografia com o propoacutesito de apresentar informaccedilotildees a respeito da estrutura

das populaccedilotildees de meliponiacuteneos (meliponini) sobre as abelhas indiacutegenas sem

ferratildeo e principalmente a respeito da abelha em estudo onde destacam informaccedilotildees

29

do comportamento locais de nidificaccedilatildeo dos recursos usados para se alimentar e

do mel que eacute produzido por eles Com coletas e anaacutelises realizadas por meio de

marcador molecular nas cidades de Dracena em Satildeo Paulo e Ivatuba no Paranaacute Ele

observou que as amostras obtidas em Ivatuba apresentaram 60 de polimorfismo e

na cidade de Dracena foram apresentadas 40 Deste modo o autor concluiu que

em Ivatuba as populaccedilotildees de T angustula estatildeo diferenciadas geneticamente e natildeo

apresentam endocruzamento entre os ninhos jaacute as populaccedilotildees da cidade de

Dracena natildeo se encontraram modificados podendo os ninhos ser considerados

como um soacute Segundo o autor essas informaccedilotildees satildeo muito importantes para que

estudos de praacuteticas de manejo sejam realizados para manter a variabilidade dessas

populaccedilotildees

Outro trabalho tambeacutem em aacutereas fragmentadas foi realizado por Alvarenga (2008)

Neste trabalho o autor teve o objetivo de conhecer a diversidade e densidade dos

ninhos de meliponineos (meliponini) na Mata de Santa Tereza (Estaccedilatildeo Ecoloacutegica de

Ribeiratildeo Preto Satildeo Paulo) que fica situado entre a Mata Atlacircntica e o Cerrado com

levantamentos dos ninhos e das aacutervores que poderiam apresentar um tamanho

potencial para essas abelhas nidificarem Foram encontrados ninhos de quatro

espeacutecies de meliponineos (meliponini) sendo T angustula e Scaura latitarsis

representaram 25 dos ninhos encontrados e Trigona hyalinata 50 E em relaccedilatildeo

aacutes aacutervores cerca de 67 foram analisadas poucas apresentavam rachaduras ou

cavidades para abrigar os ninhos Deste modo foi concluiacutedo que na aacuterea estudada

haacute uma riqueza baixa e densidade relativamente meacutedia e tambeacutem poucos locais

para nidificaccedilatildeo

Andena e colaboradores (2009) tambeacutem fizeram um trabalho em aacutereas degradadas

Para eles esses estudos satildeo essecircncias devido a essas aacutereas serem a principal

razatildeo para o aumento das taxas de perda da diversidade geneacutetica e extinccedilatildeo das

abelhas Os autores realizaram um estudo para conhecer a diversidade de abelhas

no Cerrado em Satildeo Paulo Foram realizadas coletas das abelhas em quatro

reservas em regiotildees fragmentadas do Cerrado Reserva de Corumbataiacute Estaccedilatildeo

Ecoloacutegica de Jataiacute Parque Vassununga e Reserva de Cajuru Com cerca de 500

indiviacuteduos coletados as aacutereas que apresentaram maior riqueza foram Cajuru e

Corumbataiacute e as aacutereas com menor riqueza foram Vassununga e Estaccedilatildeo Ecoloacutegica

Jataiacute Mesmo apresentando maior nuacutemero de riqueza a aacuterea de Corumbataiacute sofreu

30

vaacuterias alteraccedilotildees na composiccedilatildeo fauniacutestica durante o estudo Assim sendo foi

concluiacutedo que pesquisas como essas satildeo importantes pois contribuem com

informaccedilotildees a respeito da influencia que essas aacutereas degradadas podem exercer

sobre a composiccedilatildeo fauniacutestica e a riqueza das espeacutecies de abelhas

Um inventaacuterio sobre os meliponiacuteneos (meliponini) no Bioma Cerrado foi realizado por

Fernandes e colaboradores (2012) Com levantamentos feitos durante dois anos em

quatro aacutereas diferentes (Municiacutepio de Tangaraacute da Serra ndash MT nos arredores do

campus universitaacuterio de Mato Grosso na Reserva Florestal Antocircnio Conselheiro ndash

MT e na zona rural do municiacutepio Tangaraacute da Serra - MT) os autores coletaram 128

espeacutecimes distribuiacutedos em 27 espeacutecies e 14 gecircneros e constataram que a maior

riqueza foi vista na reserva florestal e na zona rural do municiacutepio de Tangaraacute da

Serra Deste modo eles concluiacuteram que a riqueza observada na reserva pode ser

devido agrave mata apresentar pouca antropizaccedilatildeo e que as informaccedilotildees obtidas nesse

estudo satildeo de extrema importacircncia para a preservaccedilatildeo da biodiversidade da reserva

florestal

Uma pesquisa realizada por Oliveira e colaboradores (2013) cujo tema foi

Levantamento de Ocorrecircncia de Meliponiacutedeos (Meliponini) em Municiacutepios na regiatildeo

do Vale do Jauru ndash MT foia incidecircncia de abelhas sem ferratildeo em zonas urbanas

Com entrevistas aos moradores e com sessotildees de fotos para definir quais espeacutecies

de abelhas se encontravam nas proximidades das casas da regiatildeo do Vale do Jauru

eles encontraram 67 colmeacuteias sendo 17 predominantes em apenas uma cidade

Deste modo concluiacuteram que na regiatildeo do Vale do Jauru encontram-se grandes

aacutereas verdes proporcionando dessa forma alimento e a preservaccedilatildeo das abelhas

24 COLETA DE RECURSOS E PRODUCcedilAtildeO DE MEL DAS MELIPONINI

Devido agraves poucas informaccedilotildees sobre a composiccedilatildeo do mel e fontes alimentares

utilizados pelos meliponineos Anacleto (2007) fez um estudo com o intuito de

conhecer as principais fontes que fazem parte da dieta dessas abelhas e tambeacutem

conhecer as caracteriacutesticas quiacutemicas do mel produzido por elas O estudo foi no

Municiacutepio de Piracicaba Satildeo Paulo Foi realizado um levantamento das plantas

visitadas por cinco espeacutecies de meliponineos (T angustula Scaptotrigona

31

bipunctata Nanotrigona testaceicornis Friesiomellita varia e Tetragona clavipes)

coleta de mel nos potes de alimento dos ninhos e coleta de poacutelen retirada das

corbiacuteculas O autor obteve 158 espeacutecies de plantas sendo que dessas 67 foram

visitadas pelas abelhas em estudo e na anaacutelise poliacutenica foram encontradas 72

espeacutecies de plantas A espeacutecie que apresentou menor nuacutemero de visitas foi F varia

em contrapartida T angustula foi a espeacutecie que apresentou o haacutebito mais

generalista em relaccedilatildeo ao numero de espeacutecies de plantas visitadas Com relaccedilatildeo ao

mel foram analisadas um total 31 amostras Os estudos com a composiccedilatildeo do mel

apresentaram uma dificuldade devido agrave legislaccedilatildeo atender apenas as caracteriacutesticas

do mel de Apis melliacutefera e natildeo o mel das abelhas nativas O mel de F varia foi a que

apresentou menor niacutevel de accediluacutecar em contrapartida o niacutevel de accediluacutecar do mel de T

angustula foi o mais elevado Deste modo foi concluiacutedo que as espeacutecies estudadas

se mostraram generalistas com exceccedilatildeo de F varia e com relaccedilatildeo agrave anaacutelise do

mel foi concluiacutedo que haacute a necessidade de um padratildeo na legislaccedilatildeo proacuteprio para

uma melhor anaacutelise dos compostos quiacutemicos do mel de meliponiacuteneos

Anacleto e colaboradores (2009) tambeacutem realizaram uma pesquisa sobre o padratildeo

de qualidade do mel das abelhas sem ferratildeo Para esse estudo foi analisado a

composiccedilatildeo do mel das abelhas Tetragonisca angustula Com coletas feitas

diretamente de dentro das colocircnias encontradas em Piracicaba ndash (SP) e com

anaacutelises feitas sobre o accediluacutecar proteiacutenas pH acidez cor entre outros fatores os

autores obtiveram 20 amostras de mel e relataram que o accediluacutecar dessas amostras

apresentaram valores inferiores ao que eacute estabelecido pelas normas

brasileirasAssim sendo concluiacuteram que 5 de accediluacutecar do mel coletado natildeo se

enquadram na legislaccedilatildeo e que seria necessaacuterio um maior estudo para que uma

nova legislaccedilatildeo seja feita

No trabalho de Sommeijer e colaboradores (1983) aleacutem de analisar os recursos

coletados por algumas abelhas sem ferratildeo (Meliponineos) e Apis mellifera os

autores tambeacutem fizeram observaccedilotildees no comportamento de forrageamento dessas

abelhas As observaccedilotildees e amostras de poacutelen foram retiradas semanalmente das

corbiacuteculas das forrageiras que retornavam ao ninho Os autores observaram que as

coletas dos recursos ocorreram em periacuteodos diferentes os voos de neacutectar ocorreram

na maior parte das vezes de manhatilde e os vocircos de poacutelen ocorreram agrave tarde Em

relaccedilatildeo ao poacutelen foram obtidas 191 amostras sendo que quatro famiacutelias se

32

mostraram mais presentes Myrtaceae Sapotaceae Sapindaceae e Melliaceae

Desta forma concluiacuteram que as coletas de poacutelen pelas forrageiras podem ter

predominado no periacuteodo da manhatilde devido agraves flores se mostrar mais murchas com o

passar do dia Tambeacutem concluiacuteram que os recursos de poliacutenicos foram bem

diversos o que confirmou o haacutebito generalista dessas abelhas

Carvalho e Marchini (1999) realizaram um estudo dentro de um campus Universitaacuterio

(USP) em Piracicaba Em seu trabalho tiveram o objetivo de conhecer as plantas

que oferecem recursos para abelhas em ambientes mais antropizados Com coletas

de abelhas operaacuterias em colocircnias de Tetragonisca angustula e Nannotrigona

testaceicornis os autores analisaram os gratildeos de poacutelen coletados por elas Atraveacutes

dessa anaacutelise obtiveram 31 tipos poliacutenicos em 22 famiacutelias de plantas sendo que

entre essas famiacutelias para N testaceicornis os gratildeos de poacutelen que se mostrou mais

frequumlente foi de Myrtaceae e para T angustula foram Fabaceae Liliaceae e

Mimosaceae Dessa maneira concluiacuteram que essas espeacutecies se mostraram

generalistas visitando diversas plantas

No mesmo ano Carvalho Marchini e Ros (1999) fizeram um estudo para comparar

e analisar as fontes de poacutelen utilizadas por Apis mellifera e quatro diferentes

espeacutecies de Trigonini (Nannotrigona testaceicornis Partamona helleri Plebeia

droryana e Tetragonisca angustula) O trabalho teve o intuito de fornecer

informaccedilotildees sobre as preferecircncias florais e as relaccedilotildees troacuteficas dessas espeacutecies

Com coletas realizadas nos meses de Outubro e Novembro de 1996 no campus da

USP em Piracicaba os autores coletaram 53 tipos poliacutenicos desses os tipos mais

frequentes para todas as abelhas foram Aracaceae Bulbine frutescens e

Eucalyptus spe com as relaccedilotildees troacuteficas eles observaram que a utilizaccedilatildeo de fontes

de poacutelen variou conforme a espeacutecie e que a dieta se mostrou bem diversificada

Dessa maneira os autores concluiacuteram que P droryana e Phelleri foram agraves

espeacutecies que apresentaram maior uniformidade na utilizaccedilatildeo de fontes de poacutelen e a

maior sobreposiccedilatildeo de nicho troacutefico ocorreu entre N testaceiconis e T angustula e

menor sobreposiccedilatildeo foi entre A meliacutefera e T angustula

Devido agrave carecircncia de estudos sobre os recursos florais utilizados pelas abelhas

Agostini e Sazima (2003) fizeram um estudo sobre a fenologia das espeacutecies de

plantas ornamentais e suas relaccedilotildees com as espeacutecies de abelhas Com registros da

fenologia das plantas arboacutereas e arbustivas e o tipo de recurso utilizado pelas

33

abelhas no campus da Universidade Estadual de Campinas em Satildeo Paulo os

autores registraram 42 espeacutecies de plantas e observaram que na aacuterea estudada

houve plantas florindo todos os meses e natildeo houve sazonalidade marcada Com

relaccedilatildeo ao tipo de recurso utilizado pelas abelhas foi observado que as plantas mais

visitadas foram da famiacutelia Leguminosae e Bombacaceae por serem importantes

fontes de alimento para as abelhas no periacuteodo de estiagem Concluiacuteram que plano

de manejo em ambientes urbanos usando plantas ornamentais nativas seria

importante para acolher maior diversidade de abelhas as quais cumprem papel

importantiacutessimo na manutenccedilatildeo da biodiversidade dos ecossistemas naturais

Como muitas plantas de importacircncia econocircmica dependem de insetos para

aumentar a produccedilatildeo e a qualidade dos frutos Toledo e colaboradores (2003)

pesquisaram as angiospermas na regiatildeo de Maringaacute no estado do Paranaacute para

contribuir com o conhecimento da biodiversidade nessa regiatildeo Com coletas em

onze espeacutecies de plantas examinadas na Universidade Estadual de Maringa

Paranaacute os autores obtiveram 331 insetos Entre as abelhas trecircs espeacutecies coletadas

foram as mais abundantes Tetragonisca angustula Apis mellifera e Trigona spinipes

Os autores concluiacuteram que essas abelhas africanizadas e sem ferratildeo foram as mais

abundantes nas coletas as flores devido tanto ao seu comportamento generalista

como pela sobreposiccedilatildeo no local de forrageamento

Simioni e Colaboradores (2007) realizaram um estudo para investigar os recursos

alimentares de Tetragonisca angustula fiebrigi em Mato Grosso do Sul Com

amostras de cargas poliacutenicas corbiculares das operaacuterias em um ambiente natural de

Corumbaacute-MS no periacuteodo de seis meses os autores relataram que T angustula

visitou 43 espeacutecies de plantas para coleta de poacutelen e as famiacutelias mais visitadas

foram Leguminosae Palmae Asteraceae e a subfamiacutelia Mimosidae devido agrave grande

quantidade de poacutelen acessiacutevel Deste modo concluiacuteram que Tetragonisca

angustula mostrou-se seletivo com relaccedilatildeo agraves fontes de alimento disponiacutevel na aacuterea

estudada e que a famiacutelia Leguminosae se mostrou a mais importante fonte de poacutelen

para T angustula

Muitas espeacutecies de abelhas vecircm sendo utilizadas consorciadas ao cultivo de

diversas espeacutecies de plantas No trabalho de Antunes e colaboradores (2007) eles

utilizaram a espeacutecie Tetragonisca angustula para verificar seu efeito como agente

polinizador na produccedilatildeo de frutos de cultivares de morango em estufa O estudo foi

34

realizado na Universidade de Passo Fundo RS utilizando quatro cultivares de

morangueiro (Oso Grande Tdla Chandler e Dover) com ausecircncia e presenccedila de

duas e quatro colmeacuteias de T angustula Os autores observaram que o numero de

visitas as flores foram o mesmo para os mesmos nuacutemeros de colocircnias e que o uso

de duas ou quatro colmeacuteias natildeo alterou a produccedilatildeo dos frutos Aleacutem disso

observaram tambeacutem que a porcentagem de frutos deformados teve uma queda

consideraacutevel de 85 para 5 Sendo assim concluiacuteram que a presenccedila de

Tetragonisca angustula para a polinizaccedilatildeo em ambiente fechado tem grande

importacircncia para o aumento da produtividade e para o aumento da quantidade de

frutos comerciaacuteveis

Devido agrave grande importacircncia das abelhas sem ferratildeo para manter a biodiversidade

das plantas Braga e colaboradores (2012) fizeram um estudo com a espeacutecie T

angustula por ela ser amplamente distribuiacuteda nos habitats tropicais Com estudo

realizado em duas ilhas (Ilha Grande e Tucuruccedilaacute) e outras duas na ilha Ariroacute e

Tinguaacute todas SAP aacutereas de Mata Atlacircntica do Estado do Rio de Janeiro e apenas

Ilha Grande pertence a uma unidade de proteccedilatildeo ambiental Para esse estudo os

autores fizeram coletas de carga de poacutelen e observaccedilotildees agraves flores T angustula

visitou 61 espeacutecies de plantas sendo Anacardiaceae e Asteraceaeas mais visitadas

Na Ilha grande foi a aacuterea onde se obteve maior nuacutemero de visitas e onde se

encontrou 39 tipos poliacutenicos Dessa maneira concluiacuteram que a dieta de T angustula

eacute bem ampla e que essas pesquisas satildeo necessaacuterias para conhecer as plantas que

operam como recurso para as abelhas em ambiente natural

Com o intuito de contribuir para o conhecimento da flora e sua utilizaccedilatildeo por

polinizadores nativos Novais Absy e Santos (2013) caracterizaram o poacutelen de T

angustula atraveacutes da anaacutelise palinoloacutegica analisando os meacuteis produzidos por esta

espeacutecie em duas regiotildees semi-aacuteridas tropicais do nordeste do Brasil Com amostras

de mel coletados mensalmente nos municiacutepios de Itaberaba e Ruy Barbosa na

Bahia durante 14 meses os autores observaram que o espectro poliacutenico das

amostras de mel de T angustula consistiu um total de 67 tipos de poacutelen sendo que

18 deles foram comuns aos espectros de poacutelen tanto de Itaberaba quanto de Ruy

Barbosa e as famiacutelias das plantas que predominaram em ambos municiacutepios foram

Fabaceae Myrtaceae Malvaceae e Euphorbiaceae Concluiacuteram que houve um uso

heterogeneo dos recursos naturais no municiacutepio de Itaberaba e homogecircneo no

35

municiacutepio de Ruy Barbosa neste foi detectado um tamanho maior do nicho de poacutelen

de T angustula Para os autores isso se deve a diferenccedila na diversidade de plantas

entre os dois municiacutepios

25 COMPORTAMENTO DA ABELHA JATAIacute

Para algumas pesquisas estudos sobre comportamento eacute essencial para obter

informaccedilotildees importantes sobre a espeacutecie em estudo Para que pesquisadores

possam fazer estudo de comportamento em campo Altmann (1973) publicou um

trabalho sobre comportamento animal onde ela faz um guia para orientar os

observadores em seus estudos Ela apresenta meacutetodos para ser utilizado nas

observaccedilotildees tanto em comportamento individual quanto em grupo e apresenta o uso

de meacutetodos de amostragem nas observaccedilotildees Nesse a autora relata trabalhos de

outros autores sobre observaccedilotildees comportamentais e faz discussotildees a respeito de

problemas de amostragem em comportamento social como tambeacutem as vantagens e

desvantagens do uso de alguns meacutetodos

Um estudo relacionado com o comportamento de T angustula foi realizado por

Wittmann (1985) para mostrar que o sistema de defesa dessa espeacutecie natildeo era

apenas para defesa de alguns insetos voadores mais tambeacutem para defesa contra

ataques de abelhas cleptobioacuteticas Para observaccedilatildeo do comportamento das guardas

pairando foi mantida uma colocircnia de Lestremelitta limatildeo proacuteximo a quatros colocircnias

de T agustula O autor notou que o posicionamento das guardas pairando proacuteximo

ao corredor de vocirco do ninho permitia maior eficiecircncia nos ataques aos intrusos

cleptobioacuteticos e que durante esses ataques o numero de guardas aumentava

consideravelmente para reforccedilar a defesa do ninho Dessa maneira concluiu-se que

no comportamento de defesa essa espeacutecie faz um recrutamento em massa das

guardas em resposta a um feromocircnio lanccedilado por L limatildeo

Couvillon e colaboradores (2007) fizeram um estudo sobre a movimentaccedilatildeo das

forrageiras em relaccedilatildeo ao tamanho da entrada do ninho e o comportamento

defensivo das guardas em relaccedilatildeo agraves perturbaccedilotildees que os ninhos sofrem Para esse

trabalho os autores estudaram 26 espeacutecies de abelhas sem ferratildeo no campus da

Universidade de Satildeo Paulo em Ribeiratildeo Preto Foram medidas a entrada dos ninhos

36

e o comprimento de abelhas forrageiras Foi verificado que a entrada do tubo do

ninho se ajusta ao tamanho das abelhas operaacuterias ou seja quanto maior for a

abelha maior seraacute a entrada do ninho Tambeacutem observaram que as guardas tinham

o comportamento de proteger o ninho bloqueando sua entrada e permitindo apenas

a entrada das forrageiras Assim concluiacuteam que essas abelhas apresentam

importantes mecanismos de defesa para ninho e que estudos como esse podem

trazer informaccedilotildees importantes ao comportamento de defesas das abelhas sem

ferratildeo

Minussi e Santos (2007) fizeram um estudo para descobrir se haacute algum efeito

negativo da Apis mellifera sobre as abelhas nativas em relaccedilatildeo agrave coleta de recursos

Para isso os autores fizeram um trabalho sobre o comportamento que ocorre entre

essas abelhas Com observaccedilotildees agraves flores e coletas das abelhas na Escola

Agroteacutecnica Federal de Sombrio no municiacutepio de Santa Rosa Santa Catarina Apis

mellifera foi agrave espeacutecie mais abundante encontrada na aacuterea em estudo em seguida

Trigona spinipes foi a mais abundante Durante as observaccedilotildees notaram que o

comportamento de abertura das mandiacutebulas da subfamiacutelia Halictinae para atacar e

expulsar as abelhas africanizadas das flores era comum e que esse comportamento

ocorria sempre antes que abelhas conseguissem chegar ao fundo da flor Dessa

maneira concluiacuteram que as abelhas nativas conseguem se defender das abelhas

africanizadas para garantir seu recurso

Karcher e Ratnieks (2009) mostraram em suas pesquisas que ninhos de T

angustula natildeo eram apenas defendidos por guardas pairando mas tambeacutem por

guardas que ficam de peacute na entrada do ninho Os autores colocaram dez campeiras

e natildeo campeiras da mesma espeacutecie e campeiras tratadas com odor de

Scaptotrigona bipunctata em cinco ninhos As guardas de peacute natildeo rejeitaram

nenhuma campeira mas rejeitaram quase todas natildeo campeiras e campeiras

tratadas com odor volaacutetil A partir desse resultado concluiacuteram que as operaacuterias que

ficam de peacute na entrada do ninho tambeacutem atuam como oacutetimas guardas para

discriminar as abelhas campeiras e natildeo campeiras

No trabalho de Gruter Karcher e Ratnieks (2011)foi realizado um estudo sobre as

abelhas guardas de Tetragonisca angustula que ficam pairando e de peacute proacuteximo ao

ninho Os autores fizeram algumas experiecircncias para saber se havia alternacircncias de

tarefas entre elas A pesquisa teve duraccedilatildeo de trecircs anos e foi realizada em uma

37

fazenda perto de Satildeo Paulo Para observar essa alternacircncia de tarefas as abelhas

guardas foram coletadas e marcadas Dessa maneira notaram que das 18 abelhas

marcadas 12 eram exclusivamente guardas em peacute e seis realizavam os dois tipos

de guardas Durante as 21 horas de observaccedilatildeo natildeo foi observado mudanccedila entre

os tipos de guardas A partir desses resultados concluiacuteram que a alternacircncia de

tarefa entre as guardas eacute rara de acontecer indicando que a defesa de T angustula

e feita por divisatildeo de trabalho

Zweden e colaboradores (2011) fizeram um trabalho semelhante agrave Wittmann (1984)

com os guardas de defesa que ficam pairando Em seu estudo os autores tinham o

objetivo de testar a hipoacutetese que as guardas aumentavam a defesa do ninho em

relaccedilatildeo aos intrusos principalmente Lestrimellita limatildeo a qual eacute um ladratildeo

obrigatoacuterio de Tetragonisca angustula Foram feitas mediccedilotildees da distacircncia em que

as guardas pairando atacavam tanto um manequim de massa de modelar coberto de

citral (odor volaacutetil liberado por L limatildeo) quanto operaacuterias de Lestrimellita limatildeo

receacutem morto Todos os intrusos do experimento foram atacados por T angustula a

distacircncia que ocorreu o ataque variou entre 0-22 cm os ninhos que tinham mais

guardas apresentou maior distacircncia Dessa maneira concluiacuteram que a presenccedila de

guardas pairando aumenta a detecccedilatildeo de intrusos e que essas guardas respondem

especialmente a pistas visuais

As abelhas sem ferratildeo (eussocias) costumam apresentar divisatildeo de trabalho em

suas colocircnias Gruter e colaboradores (2012) em seu estudo quiseram testar a

hipoacutetese de que os soldados especializados (guardas) para a defesa das colocircnias de

jataiacute (Tetragonisca angustula) eram relativamente maiores que os trabalhadores

Com anaacutelise no tamanho e na forma das forrageiras guardas e trabalhadores que

removem resiacuteduos das colocircnias o autor constatou que o peso corporal das guardas

era maior que das abelhas forrageiras e que o tamanho da cabeccedila das forrageiras

mostrou-se um pouco maior em relaccedilatildeo agraves guardas Assim concluiu-se que a

variaccedilatildeo no tamanho seria devido agrave divisatildeo de trabalho ou seja a diferenccedila no

tamanho do corpo consiste em uma eficaacutecia maior para lutar contra invasores e a

diferenccedila em relaccedilatildeo ao tamanho da cabeccedila seria devido agrave necessidade das

forrageiras de decorar caminhos para busca do alimento

38

39

3 METODOLOGIA

31 AacuteREA DE ESTUDO

O Municiacutepio de Vitoacuteria possui uma extensatildeo geograacutefica que envolve um grau

elevado de urbanizaccedilatildeo (SOUZA 2011) De acordo com o Instituto Brasileiro de

Geografia e Estatiacutestica (2010) o Municiacutepio apresenta uma aacuterea de mais de 98 Kmsup2 e

conta com uma populaccedilatildeo estimada de 352104 habitantes O clima da regiatildeo de

Vitoacuteria pode ser classificado como Tropical uacutemido (CLASSIFICACcedilAtildeO [20--])

apresentando temperatura maacutexima que pode chegar a 32ordm C e miacutenima que fica em

torno de 24ordm C com os maiores iacutendices de precipitaccedilatildeo pluviomeacutetrica entre os meses

de Outubro a Janeiro (INSTITUTO CAPIXABA DE PESQUISA ASSISTEcircNCIA

TEacuteCNICA E EXTENSAtildeO RURAL 2011)

Vitoacuteria eacute um dos Municiacutepios que apresentam os maiores niacuteveis de temperaturas do

Estado Isso se deve ao fato de as grandes montanhas dificultarem a passagem dos

ventos do nuacutemero de preacutedios que aumenta com o passar dos anos assim como a

poluiccedilatildeo (SOUZA 2011)

O estudo foi realizado no Campus Universitaacuterio Alaor de Queiroz Arauacutejo da

Universidade Federal do Espiacuterito Santo (FERNANDES VALE 2013) tambeacutem

conhecido como campus de Goiabeiras Este campus se encontra localizado no

Municiacutepio de Vitoacuteria capital do Estado do Espiacuterito Santo e nas coordenadas

geograacuteficas de 20ordm 16rsquoS e 40ordm 18rsquoW (FERREIRA DANTAS 2000)

O Campus fica ao Sul e ao Oeste do canal da passagem e a Leste com a Avenida

Fernando Ferrari Ateacute 2008 era composta por uma aacuterea de ambiente entre mareacutes e

terrestre de 1592545 msup2 poreacutem com a ampliaccedilatildeo da Avenida Fernando Ferrari

essa aacuterea foi reduzida para 1567545 msup2 (FERNANDES VALE 2013) A aacuterea

amostral se localiza no entorno do Centro de Ciecircncias Humanas e Naturais (CCHN)

Implantada por volta da deacutecada de 1970 ela compotildee os ICrsquos (iniciais de Ilha do

Cercado) I II III e IV (FERNANDES VALE 2013) e apresenta uma aacuterea que

compreende edificaccedilotildees como preacutedios passarelas ruas asfaltadas paacutetio de

estacionamento e aacutereas jardinadas (MAPA 01)

40

Mapa 01- Mapa do Campus Universitaacuterio de Goiabeiras (UFES) com destaque da

aacuterea de estudo em vermelho

Fonte Google Maps (2014) 32 OBTENCcedilAtildeO DOS DADOS

A aacuterea de estudo foi inspecionada agrave procura de ninhos de T angustula com

observaccedilotildees em calccediladas paredes muros postes troncos de aacutervores entre outros

conforme Taura e Laroca (1991) Os ninhos encontrados foram marcados por letra

alfabeacutetica e mapeados com o auxiacutelio de um marcador permanente (marca Jocar

Office) e um GPS (marca Garmin etrex vista) As observaccedilotildees foram realizadas uma

vez a cada semana durante cinco meses de Abril agrave Setembro de 2014 totalizando

21 dias amostrados (140 horas) O periacuteodo no qual foram realizadas as observaccedilotildees

41

foi de 0700 agrave 1700 horas As observaccedilotildees foram feitas durante 15 minutos em cada

ninho e intercaladas nos periacuteodos matutino vespertino e dia todo com o auxilio de

uma lupa de matildeo devido elas apresentarem aproximadamente 5 miliacutemetros

(NOGUEIRA-NETO 1997) A lupa de matildeo foi utilizada tambeacutem para observar a cor

do poacutelen que as abelhas traziam para dentro do ninho

A contagem do nuacutemero de entradas e saiacutedas das abelhas coletoras e das abelhas

que protegem a colocircnia de invasores foi realizada em todos os ninhos com o auxilio

de um contador de nuacutemeros Os registros foram realizados com redaccedilatildeo dos

eventos e por meio de fotografias As observaccedilotildees seguiram o meacutetodo Animal-Focal

descrito por Altmann (1973) para anaacutelise do comportamento das abelhas Esse

meacutetodo consiste em amostrar os comportamentos de um ou mais indiviacuteduos por um

determinado periacuteodo de tempo O levantamento das principais fontes de alimento de

T angustula foi obtido a partir de dados bibliograacuteficos

33 ANAacuteLISE DOS DADOS

Para anaacutelise dos dados foi utilizado o programa ldquoMapSourcerdquo para a construccedilatildeo do

mapa dos ninhos encontrados Foi tambeacutem utilizado o programa Microsoft Excel

2007 para construccedilatildeo de graacuteficos para analisar o nuacutemero de visitas (entrada e saiacuteda)

que as abelhas coletoras apresentaram durante os cinco meses observados Os

graacuteficos foram construiacutedos por intervalos de horas sendo que as informaccedilotildees se

acumularam mais proacuteximo do horaacuterio em que houve mais eventos observados no

ninho O mesmo programa foi utilizado para retirar a meacutedia da quantidade de

guardas na defesa do ninho

Os dados resultantes do levantamento bibliograacutefico das fontes alimentares serviram

de base para a elaboraccedilatildeo de um graacutefico com a contribuiccedilatildeo das famiacutelias de plantas

mais visitadas por T angustula

42

43

4 RESULTADOS E DISCUSSOtildeES

41 LOCALIZACcedilAtildeO DOS NINHOS

Foram encontrados onze ninhos (marcados por letra alfabeacutetica de A a K) cinco

instalados em paredes e muros (K C I e J) e seis localizados sob placas de

concreto de passarelas (A B D E F G e H) (mais precisamente na base das

pilastras da passarela que se encontra entre os IC`s II e III) Este fato corrobora com

os estudos de Taura e Laroca (1991) que indica que a disponibilidade de nidificaccedilatildeo

nesses locais aumenta com as atividades antroacutepicas A localizaccedilatildeo dos ninhos eacute

apresentada pelo Mapa 02

Os ninhos C J K (Mapa 02) recebiam calorna maior parte do dia jaacute os demais natildeo

recebiam sol diretamente na maior parte do dia pois eram protegidos pela pilastra e

pela cobertura da passarela

Durante todo o periacuteodo das observaccedilotildees em geral o clima foi de dias quentes com

presenccedila de ventos

MAPA 02 ndash Mapa dos ninhos de T angustula estudadas no Campus de Goiabeiras

(UFES) Abril ndash Setembro2014

Fonte Modificado em Google earth (2014) Dos 11 ninhos observados dois ninhos natildeo apresentavam a entrada com o formato

comum de cilindro e traziam um formato natildeo definido

44

Em todos os ninhos foi possiacutevel ver que a abertura da extremidade do tubo era

relativamente grande Tal formato permite que haja espaccedilo para que algumas

abelhas guardas permaneccedilam na entrada do tubo ao mesmo tempo em que deixa

espaccedilo suficiente para as forrageiras passarem (KARCHER RATNIEKS 2009) Ao

longo de todo o tubo havia presenccedila de centenas de perfuraccedilotildees o que segundo

Gruter Karcher e Ratinieks (2011) eram para ajudar nas trocas gasosas

Nos cinco meses observados trecircs ninhos desapareceram da aacuterea amostral restando

ao final das observaccedilotildees oito ninhos Um deles (ninho E) foi perdido logo no iniacutecio

das observaccedilotildees supotildee-se que tenha ocorrido alguma intervenccedilatildeo aguda por

exemplo humana pois logo no segundo dia de observaccedilatildeo o mesmo jaacute natildeo estava

no lugar demarcado Outros dois ninhos (ninhos F e G) tambeacutem foram perdidos O F

persistiu ateacute o mecircs de Maio e o ninho G ateacute Julho Nestes o desaparecimento se

sucedeu apoacutes eventos de revoadas

42 INTERACcedilOtildeES INTER E INTRAESPECIacuteFICAS

TABELA 1 - Dados dos Ninhos observados

Data Ninho Hora Cores de Poacutelen

Presenccedila de

Resina Operaacuteriaslimpeza Guardas

em peacute Guardas pairando Ameaccedila

14abr D 07h-8h

Amarelo Branco Laranja

Vermelho

X 5 1

13mai C 10h-11h

Amarelo Branco Laranja

Vermelho

X X 4 4

20mai J 15h-16h Branco X X 8 12 02jun H 12h-13h Branco X X 8 4 16jul D 13h-14h Branco

X 8 2 Formiga

20jun B 08h-09h

Amarelo Branco Laranja

Vermelho

X X 9 3

06ago C 14h-15h Branco X 7 10 Lagartixa

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria As observaccedilotildees indicaram que as jataiacutes visitavam vaacuterias espeacutecies de flores durante

as manhatildes e iniacutecio das tardes pois nesse periacuteodo trouxeram uma grande

45

diversidade de poacutelen (cores amarela laranja branca e vermelha) transportados em

suas corbiacutecula para dentro do ninho B C e D (TABELA 1) (FIGURA 1-A) No horaacuterio

da tarde essa diversidade diminuiacutea nos ninhos C D H e J (TABELA 1) e era

representada pelo transporte de poacutelen de cor branca Este fato mostra que a

diversidade de flores visitadas decresce ao longo do dia

As abelhas sociais de um modo geral visitam as flores enquanto elas satildeo atrativas

Elas apresentam preferecircncia pela cor e satildeo capazes de discriminar os conjuntos

florais realizar sua localizaccedilatildeo e selecionar aquelas que produzem maior quantidade

e melhor qualidade de alimento (PIRANI LAURINO 1993) Existem diversos fatores

que podem influenciar a coleta de alimento pelas abelhas sociais entre eles o

comportamento das campeiras e a necessidade das colocircnias que depende do seu

tamanho (PIRANI LAURINO 1993)

Aleacutem de poacutelen tambeacutem foi observado carregamento de resina nas corbiacuteculas para

dentro do ninho B C H e J (TABELA 1) (FIGURA 1-B) essa eacute coletada pelas

abelhas em bototildees florais Depois de a resina ser coletada ela pode ser armazenada

pura ou misturada com cera No caso de T angustula ela geralmente faz a

armazenagem na forma pura (NOGUEIRA-NETO 1997) Como a resina eacute viscosa e

grudenta as abelhas a utilizam para vedar o entorno da entrada do tubo e tambeacutem

para depositar uma quantidade sobre o corpo e cabeccedila das formigas para defender

a colocircnia contra invasores (WITTMANN 1985 NOGUEIRA-NETO 1997)

Durante todo o periacuteodo observado foi notada a presenccedila de operaacuterias que cuidavam

da limpeza dos ninhos (TABELA 1) Essas operaacuterias trabalhavam retirando resiacuteduos

(detritos) de dentro do ninho e o faziam carregando atraveacutes de sua mandiacutebula

(FIGURA 1-C) Este trabalho era realizado continuamente ao longo de todo o dia

Para Nogueira-Neto (1997) T angustula eacute a espeacutecie que tem o melhor haacutebito de

limpeza e por esta razatildeo seu mel e seu proacutepolis satildeo considerados o melhor dentre

as outras espeacutecies

FIGURA 1- Divisatildeo de trabalho entre operaacuterias de Tetragonisca angustula A

Detalhe da corbiacutecula com poacutelen B Detalhe da corbiacutecula com resina C Operaacuteria de

limpeza com resiacuteduo na mandiacutebula

46

Fonte Arquivo Labibio

Em cada ninho foi possiacutevel notar a presenccedila de abelhas que ficavam tanto pousadas

ao longo do tubo de entrada do ninho quanto sobrevoando proacuteximo do mesmo

Essas abelhas satildeo chamadas por Gruter Karcher e Ratnieks (2011) de abelhas

guardas em peacute e pairando respectivamente As guardas em peacute estavam sempre

em grandes quantidades e estiveram em atividade praticamente em todo o periacuteodo

do dia

Essas guardas ficavam na maior parte do tempo com a mandiacutebula apoiada sobre o

ninho acredita-se que tenham a funccedilatildeo de depositar resina ao entorno do ninho As

demais guardas que ficavam sobrevoando estiveram mais ausentes logo no

A B

C

47

comeccedilo da manhatilde por volta das 0700 as 0900 horas As guardas pairando ficavam

na maioria das vezes em nuacutemeros de trecircs a quatro sempre posicionadas a direita e

esquerda do tubo e em direccedilatildeo a entrada (FIGURA 2)

FIGURA 2- Ninho de T angustula com guardas pairando destacado em vermelho e

guardas em peacute em destaque azul

Fonte Arquivo Labibio

Foi observado que no periacuteodo da tarde o nuacutemero de guardas pairando aumentava

Isso era visto com maior frequumlecircncia nos ninhos C e J instalados em paredes

(TABELA 1) Segundo Gruter Karcher e Ratnieks (2011) as colocircnias que

apresentam um nuacutemero maior de guardas pairando sofrem ameaccedilas de

vertebrados fato corroborado no ninho C (TABELA 1) que foi atacado por uma

lagartixa No momento em que aconteceu uma parte da populaccedilatildeo saiu do ninho e

se mostraram bem agitadas O que de acordo com Gruter Karcher Ratnieks (2011)

trata-se de uma resposta defensiva agrave percepccedilatildeo da respiraccedilatildeo de vaacuterios

vertebrados

Tambeacutem foi observado o comportamento defensivo em quando formigas se

aproximavam do ninho D (TABELA 1) As jataiacutes as ldquobeliscavamrdquo para que se

afastassem Esse mesmo comportamento foi visto durante minhas observaccedilotildees ao

Ninho A toda vez que me aproximava para observar ou fotografar surgiam vaacuterias ao

48

meu redor em uma dessas observaccedilotildees a jataiacute picou pele exposta Dentre todos os

ninhos essa foi a que apresentou o comportamento mais agressivo

De acordo com os estudos de Gruter e colaboradores (2012) T angustula eacute a uacutenica

espeacutecie que apresenta um sistema de defesa que envolve dois grupos distintos e

complementares de guardas uma pairando que se estacionam no ar proacuteximo ao

ninho e outras em peacute ao redor da entrada do ninho As guardas que ficam de frente

para o caminho de vocirco satildeo chamadas de grupo principal e as que ficam

posicionadas agrave direita e agrave esquerda do ninho satildeo o grupo secundaacuterio (GRUTER

KARCHER RATNIEKS 2011)

Uma caracteriacutestica interessante dessas guardas eacute que apresentam caracteriacutesticas

morfoloacutegicas diferentes das operaacuterias (satildeo maiores e mais pesadas) (GRUTER et

al 2012) Elas apresentam diferenccedilas no comprimento da asa no tamanho das

pernas traseiras que satildeo relativamente maiores para seu corpo (podendo ajudar na

luta contra invasores) e cabeccedila um pouco menor que das forrageiras Essa ultima

caracteriacutestica estaacute associada agrave maior necessidade das forrageiras de processar

informaccedilotildees sensoriais relacionadas ao forrageamento (GRUTER et al 2012)

As abelhas guardas possuem a funccedilatildeo de defender sua colocircnia de ataques de

intrusos que aproveitam do seu trabalho para roubar o alimento produzido

(GRUTER KARCHER RATNIEKS 2011) As accedilotildees especiacuteficas desses intrusos satildeo

detectadas mais pelas guardas em peacute pois elas conseguem identificar as campeiras

e natildeo campeiras da mesma espeacutecie por quimiorecepccedilatildeo (KARCHER RATNIEKS

2009 GRUTER KARCHER RATNIEKS 2011) Jaacute as guardas que pairam perto do

ninho atacam intrusos que natildeo satildeo da mesma espeacutecie elas o reconhecem pela cor

forma do corpo e pelos odores volaacuteteis (KARCHER RATNIEKS 2009) De acordo

com Zweden e Colaboradores (2011) a presenccedila de guardas pairando aumenta a

detecccedilatildeo de intrusos e que essas guardas respondem especialmente a pistas

visuais Como comportamento de defesa as guardas liberam um feromocircnio de

alarme para recrutar os trabalhadores para o ataque (FREE 1987 apud ZWEDEN

2011)

O nuacutemero meacutedio de guardas durante o periacuteodo observado mostrou-se maior para as

guardas em peacute (78) do que para as guardas pairando (35) Esse fato eacute explicado

por Gruter Karcher e Ratnieks (2011) para eles o gasto energeacutetico das guardas

pairando eacute muito maior de modo que eacute menos dispendioso energicamente para as

49

abelhas ficarem em peacute Mesmo tendo um gasto energeacutetico muito alto nas

observaccedilotildees de Wittmann (1985) as atividades do voo das guardas foi constatado

que essas ficavam pairando por cerca de 70 minutos antes de voltar para dentro do

ninho Este fato mostra que a mudanccedila de guardas natildeo eacute comum e que a defesa do

ninho eacute feita por divisatildeo de trabalho e natildeo por alternacircncia de tarefas (GRUTER

KARCHER RATNIEKS 2011)

Os ninhos que desapareceram ao longo das observaccedilotildees foram devido agraves revoadas

um comportamento comum nas abelhas Nas jataiacutes as revoadas geralmente

ocorrem devido ao calor para refrescar o ninho em caso de altas temperaturas uma

parte da populaccedilatildeo sai do ninho enxameamento para reproduccedilatildeo ou devido agrave

interferecircncia humana quando um ninho eacute retirado de um local para outro

(INFORMACcedilAtildeO PESSOAL ZOCOLOTTI V R) De acordo com este na primeira

semana eacute possiacutevel presenciar alguma revoada que pode ser para identificaccedilatildeo

tanto da flora apiacutecola quanto para localizaccedilatildeo do novo ambiente

No caso dos ninhos F e G ao final de cada revoada observada a entrada do ninho

ficava bastante danificada Foram observadas trecircs revoadas (duas no mesmo dia)

do ninho F todas no mecircs de Maio e duas (em dias diferentes) no ninho G no mecircs

de Junho Apoacutes estas observaccedilotildees os dois ninhos desapareceram

Durante as revoadas vaacuterias abelhas caiam no chatildeo agarradas umas nas outras

Apoacutes queda era possiacutevel observar que as guardas conseguiam prender e retirar

com sua mandiacutebula as pernas e asas do invasor (FIGURA 3-A e B) o que impedia

as invasoras de conseguir atacar novamente Segundo Kerr e colaboradores (2005)

as guardas agarram as pernas dos invasores para que eles caiam no chatildeo e sejam

comidos pelas formigas que ficam proacuteximas aos ninhos

50

FIGURA 3 - Ataque de invasores A T angustula com mandiacutebula presa agrave perna do

Jataiacute invasora BPerna de invasores retirada apoacutes ataque

Fonte Arquivo Labibio

De acordo com Zocolotti VR (INFORMACcedilAtildeO PESSOAL) as cinco espeacutecies de

Meliponini criadas por ele podem apresentar o comportamento de saquear outros

ninhos e isso pode ocorrer por oportunismo ou por falta de alimento Em especial

as Jataiacutes geralmente possuem o costume de atacar as proacuteprias jataiacutes esses

ataques acontecem dentro do mesmo ninho e entre outros proacuteximos Esses ataques

podem ocorrer por atraccedilatildeo de feromocircnio de princesa (rainhas jovens natildeo

fecundadas) por enxame fraco ou ateacute mesmo para absorver o fraco ou seja elas

entram e acabam matando a rainha e mantecircm os trabalhadores por um tempo ateacute

absorver o enxame ou ateacute mesmo o deixam morrer sendo dessa maneira muito

complexas em relaccedilatildeo ao comportamento

Na aacuterea do campus da Ufes houve uma consideraacutevel devastaccedilatildeo na vegetaccedilatildeo

nativa (compreendida de Mata Atlacircntica Manguezal e Restinga) devido agrave

construccedilatildeo de preacutedios que foram erguidos logo no iniacutecio da implantaccedilatildeo da

Universidade Como medida compensatoacuteria foi feito o plantio de espeacutecies arboacutereas

usando em demasia espeacutecies exoacuteticas (CASTRO 2003) Na Ufes eacute possiacutevel ver

poucas aacutereas jardinadas Aleacutem disso sempre que eacute necessaacuterio construir um novo

preacutedio novas aacutereas satildeo eliminadas podendo ou natildeo ser compensada com plantas

nativas

A B

51

Em abelhas sociais o comportamento de saque eacute comum acontecer em sequumlecircncias

natildeo contiacutenuas ou seja ela cessa e recomeccedila por periacuteodos de tempo (SANTANA

etal 2004) Durante as observaccedilotildees foram presenciadas trecircs revoadas ao ninho F

duas no mesmo dia poreacutem em horaacuterios diferentes e duas ao ninho G em dias

diferentes (FIGURAS 4- A B C e D)

FIGURA 4 ndash Revoada do ninho F A Vista da entrada do iniacutecio do estudo B Vista

da entrada em plena atividade em iniacutecio de maio C Entrada apoacutes uma revoada em

maio D Vista da entrada do ninho apoacutes uacuteltima revoada em maio

Fonte Arquivo Labibio

Nas figuras 4a e b mostram o estado em que a entrada do ninho se encontrava na

primeira semana de observaccedilatildeo (vinte e oito de Abril) e na primeira semana do mecircs

seguinte (sete de Maio) esse uacuteltimo a entrada do ninho jaacute se encontrava danificado

No ninho F(FIGURA 4) as revoadas que ocorreram no dia vinte de Maio entre

A B

C D

52

1000 e 1400 horas e no dia vinte e seis de Maio entre 1600 e 1700 horas

corroborando com Santana e colaboradores (2004) sobre o comportamento de

saques intermitentes

No ninho G as revoadas se iniciaram duas semanas apoacutes o desaparecimento do

ninho F nos dias nove e vinte e seis de junho entre 1500 e 1600 horas e dia 16 de

junho no mesmo horaacuterio (FIGURA 5-A B e C)

FIGURA 5 ndash Revoadas no Ninho G A Ninho no iniacutecio de Maio B Registro da

primeira revoada C Ultima revoada perda do ninho

Fonte Arquivo Labibio

As observaccedilotildees evidenciaram a ocorrecircncia de um acuacutemulo de resiacuteduos sobre os

ninhos apoacutes as revoadas (FGURA 5-B) No ninho G tinha uma subpopulaccedilatildeo

A B

C

53

pequena mas bem ativa conforme verificado apoacutes quatro horas de observaccedilatildeo em

nove dias (Graacutefico 1- A e B)

GRAacuteFICO1 A ndash Ritmo de Saiacutedas no Ninho G

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

GRAacuteFICO 1B ndash Ritmo de entradas no ninho G

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

0

20

40

60

80

100

120

140

09h-10h 10h-11h 12h-13h 14h-15h 16h-17h

Nuacutem

ero

de V

isita

s

Horaacuterios

13mai 20mai 26mai

0

20

40

60

80

100

120

140

160

180

200

09h-10h 10h-11h 12h-13h 14h-15h 16h-17h

Nuacutem

ero

de V

isita

s

Horaacuterios

13mai 20mai 26mai

54

No ninho G as abelhas iniciaram suas atividades antes de 09h evidenciado pela

entrada de aproximadamente 180 forrageadoras entre 9 e 10h As saiacutedas neste

mesmo periacuteodo ficaram em torno de 100

Entre 16h-17h houve um grande nuacutemero de entrada o que era esperado todas as

que saiacuteram tecircm que retornar enquanto haacute luminosidade e antes do ninho ser

fechado Conforme esperado por Gruter Karcher Ratnieks (2011) quando comeccedila

a escurecer as Jataiacutes fecham a entrada do tubo para impedir que intrusos ataquem

seu ninho durante a noite e abrem pela manhatilde quando o clima estaacute mais favoraacutevel

para iniciarem suas atividades

Neste ninho entre 12h-13h houve um nuacutemero maior de saiacutedas que de entradas ateacute

agraves 16h Isso possivelmente esteve relacionado agrave uma grande distacircncia entre o ninho

e as fontes de recursos troacuteficos

Outro ninho em que foi possiacutevel observar todos os meses notou-se que apresentou

atividade durante todo o dia (GRAacuteFICO 2-A e B)

GRAacuteFICO 2A ndash Ritmo de saiacutedas do ninho B

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

0

50

100

150

200

250

300

350

400

450

500

07h-08h 08h-09h 09h-10h 11h-12h 12h-13h 13h-14h 14h-15h 15h-16h 16h-17h

Nuacutem

ero

de V

isita

s

Horaacuterios

28abr 13mai 20mai 26mai 09jun 16jun 23jun 01jul 09jul

16jul 23jul 30jul 06ago 13ago 20ago 27ago 05set 10set

55

GRAacuteFICO 2B ndash Ritmo de entradas do nino B

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

O ninho B tinha uma subpopulaccedilatildeo mais numerosa que F e G Durante o inverno

(2307 e 2708) as abelhas iniciavam suas atividades cerca de duas horas mais

tarde em horaacuterio com temperatura mais elevada (indicado pela seta preta) Tal fato

corrobora com as observaccedilotildees de Ulian e colaboradores (2007) que constata que

em periacuteodo mais chuvoso onde as temperaturas satildeo geralmente mais baixas as

Jataiacutes apresentam iniacutecio de atividade agraves 9 horas da manhatilde devido agrave temperatura

nesse horaacuterio comeccedilar a aumentar

Proacuteximo do horaacuterio de 10 horas houve um grande nuacutemero de saiacutedas do ninho

seguido de um grande nuacutemero de entrada o que indica a ocorrecircncia de uma fonte

de recursos proacutexima ao ninho ou a indisponibilidade de recurso para ser coletado

naquela hora Acredita-se que na primeira possibilidade - fonte proacutexima ela era de

resina pelo fato de ter havido um intervalo de saiacuteda ateacute agraves 12h jaacute que esta

demanda mais tempo para ser retirada da corbiacutecula e armazenada por ser

pegajosa No caso da segunda possibilidade natildeo encontraram alimento disponiacutevel

naquele horaacuterio o retorno ao ninho eacute a alternativa mais eficaz para evitar um alto

gasto energeacutetico ateacute que o recurso fique disponiacutevel para coleta

0

100

200

300

400

500

600

07h-08h 08h-09h 09h-10h 10h-11h 11h-12h 12h-13h 13h-14h 14h-15h 15h-16h 16h-17h

Nuacutem

ero

de V

isita

s

Horaacuterios 28abr 13mai 20mai 26mai 09jun 16jun 23jun 09jul16jul 23jul 30jul 20ago 27ago 05set 10set

56

No outono as atividades das Jataiacutes comeccedilaram a diminuir por volta de 15 horas

(indicado pela seta marrom) ateacute cessar totalmente no iniacutecio das 16 horas Pelos

graacuteficos nota-se que o ninho B possui vantagem de uma hora nas atividades em

relaccedilatildeo ao ninho G isso provavelmente ocorreu porque o ninho B obteve mais

sucesso nas coletas distribuiacutedas ao longo do dia

43 RECURSOS FLORAIS

Eacute notoacuteria a relaccedilatildeo que existe entre abelha-flor relaccedilatildeo essa que sucedeu a milhotildees

de anos desde entatildeo as abelhas dependem de substancias utilizadas na

alimentaccedilatildeo e as plantas se beneficiam com a polinizaccedilatildeo (PIRANI LAURINO

1993) Para entender a biologia dos Meliponini eacute importante conhecer sua

alimentaccedilatildeo Para isso eacute necessaacuterio fazer um levantamento das plantas utilizadas

para coleta de poacutelen e neacutectar (SOUZA 1999 apud OLIVEIRA ABSY MIRANDA

2009)

Com base nos dados obtidos sobre as fontes alimentares de T angustula na

literatura (TABELA 2) nota-se a capacidade dessa espeacutecie de visitar uma ampla

diversidade de famiacutelias de plantas Segundo Toledo e colaboradores (2003) durante

cada voo das campeiras em meacutedia 100 flores satildeo visitadas

O levantamento bibliograacutefico indicou que existem duas metodologias bastante

usadas por autores para conhecer a dieta das abelhas Uma delas eacute a investigaccedilatildeo

palinoloacutegica para avaliar as fontes de recursos florais utilizados (poacutelen e neacutectar)

com base no gratildeo de poacutelen depositado no corpo da abelha para identificaccedilatildeo das

espeacutecies vegetais (CARVALHO MARCHINE ROS 1999 FEIDEN 1994 SIMIONI et

al 2007 OLIVEIRA ABSY MIRANDA 2009 MORGADO et al 2011NOVAIS

ABSY SANTOS 2013) A outra se daacute por meio de observaccedilotildees das campeiras nas

flores (AGOSTINI SAZIMA 2003 TOLEDO et al 2003OLIVEIRA ABSY

MIRANDA 2009 BRAGA et al 2012) A partir desses meacutetodos eacute possiacutevel saber

quais satildeo as plantas que produzem seus alimentos preferenciais e quais as fontes

alternativas (OLIVEIRA ABSY MIRANDA 2009)

57

TABELA 2 ndash Relaccedilatildeo das espeacutecies de plantas visitadas porT Angustula Continua

Famiacutelia Espeacutecie Polinizada Visitada Recurso

Poacutelen Neacutectar

Acanthaceae Thunbergia grandiflora X Odontonema strictum X X

Justicia brandegeana X

Ruellia silvaecola X Agavaceae Agave americana X X X

Agave sisalana X X X

Agave attenuata X X X

Dracena fragana X X X Aizoaceae Mesembryantemum spectabilis X Lamprantus productus X Amaranthaceae Gomphrena globosa X Amarylidaceae Clivia miniata X X X Anacardiaceae Schinus terebinthifolius X X

Lithraea molleoides X X

Toxicodendron verniciferum X X

Mangifera indica X X X

Tapirira guianensis X Apiaceae Hydrocotyle leucocephala X Apocynaceae Trevetia peruviana X Araliaceae Tetrapanax papyrifera X X X Asclepiadaceae Asclepias curassavica X X Asteraceae Parthenium hysterophorus X Aspillia latissima X Aspillia sp X Balsaminaceae Impatiens balsamina X X X

Impatiens sultanii X Bignoniaceae Spathodea campanulata X X Tabebulaim petiginosa X X X

Tabebula chrysotricha X X X Bixaceae Bixa orellana X X Bombacaceae Ceiba arianthos X X

Pseudo bombax sp X X

Pseudobombax tomentoso X X

Eriotheca canolleana X X

Bombax ceiba X X Boraginaceae Cordia superba X X

Cordia glabrata X X Brassicaceae Brassica sp X Cactaceae Opuntia ficusindica X X Caesalpiniaceae Schizolobium parahyba X X Capparaceae Cleome spinosa X Caprifoliaceae Lonicera japonica X X

58

TABELA 2 ndash Relaccedilatildeo das espeacutecies de plantas visitadas por T angustula Continua

Famiacutelia Espeacutecie Polinizada Visitada Recurso

Poacutelen Neacutectar

Sambucus australis X X Caryophylaceae Silene armeria X Cecropiaceae Cecropia hololeuca X Cochlospermaceae Cochlospermum vitifolium X X Compositae Vernonia polyanthes X X

Bidens pilosa X X Cosmos auphureus X X X

Centratherium violaceum X X X

Dahlia sp X Eclipta alba X Asterla evis X Tithonia rotundifolia X X X

Tithonia speciosa X X X

Tithonia diversifolia X Baccharis sp X Wedelia paludosa X Eupatorium sp X Mikania glomerata X X

Montano apyramidata X X Montano abipinnatifiada X Senecio brasiliensis X X X

Emilia sonchifolia X X Ambrosia sp X X Creopsis grandiflora X Galinsoga parviflora X Crassulaceae Kalanchoe tubiflora X X Cyperaceae Cyperus sp X Elaeocarpaceae Muntingia calabura X Ericaceae Rhododendron simsii X X X

Rhododendron indicum X X X Euphorbiaceae Alchornea sidaefolia X X X

Euphorbia milii X X X

Euphorbia pulcherrima X X X

Ricinus communis X X X

Croton sp X Fabaceae Desmodium sp X Tipuana tipu X Vigna peduncularis X X Guttiferae Kielmeyera coriacea X X Iridaceae Dietes vegeta X Labiatae Salvia splendens X Origanum vugare X

59

TABELA 2 ndash Relaccedilatildeo das espeacutecies de plantas visitadas por T angustula Continua

Famiacutelia Espeacutecie Polinizada Visitada Recurso

Poacutelen Neacutectar

Ocimum sellowii X Iboza riparia X X X

Coleus blumei X X X Leguminosae Andira anthelmintica X X

Mimosa daleoides X X X

Myroxylon balsamum X X X

Piptadenia gonoacantha X X X

Stylos anthesscabra X Caesalpinia bonducella X X X

Caesalpinia pelthophoroides X X X

Crotalaria lanceolata X Calliandra twedii X Sophora tomentosa X X Mimosa pudica X Erythrina speciosa X X X

Cassia grandis X Schizolobium parahyba X X Senna multijuga X Senna bicapsularis X X Delonix regia X Clitoria fairchildiana X Centrolobium tomentoso X Liliaceae Aloe sp X X Bulbine frutescens X Loranthaceae Struthanthus andrastylus X X Lythraceae Lagerstroemia indica X X Magnoliaceae Talauma ovata X X Malpighiaceae Malphiguia glabra X Tetrapterys X Byrsonima intermedia X X X Malvaceae Hibiscus rosa-sinensis X X X

Malvaviscus arboreus X X Sida rhombifolia X Melastomataceae Tibouchina granulosa X X

Clidemeia sp X X

Tibouchina sp X X X

Tibouchina holosericea X X Meliaceae Trichilia sp X Mimosaceae Leucaena leucocephala X Anadenanthera collubrina X Moraceae Cecropia pachystachya X X X

Morus nigra X X

60

TABELA 2 ndash Relaccedilatildeo das espeacutecies de plantas visitadas por T angustula Continua

Famiacutelia Espeacutecie Polinizada Visitada Recurso

Poacutelen Neacutectar Myrsinaceae Ardisia crenata X X Myrtaceae Eucalyptus robusta X X X

Eugenia jambos X X X

Eugenia pitanga X Eucalyptus terecornis X Plinia glomerata X Nyctaginaceae Bougainvile aspectabilis X X X Oleaceae Jasminum azoricum X Palmae Acrocomia aculeata X X

Archontophoenix cunninghamiana X

Syagrus romanzoffiana X Copernicia alba X X Sheelea phalerata X Passifloraceae Passiflora jilekii X Piperaceae Piper mollicomum X Poaceae Paspalum sp X Polemoniaceae Cobae scandens X Polygonaceae Polygonum capitatum X X X Pontederiaceae Pontederia lanceolata X X Proteaceae Grevill a bansksii X X X Rosaceae Prunus persica X X X

Pyracantha coccinea X X Rubiaceae Pentas lanceolata X X

Citrus airantum X X Rutaceae Citrus limon X X X Scrophulariaceae Paulownia imperialis X X Solanaceae Nicotiana tabacum X X Sterculiaceae Dombeya burgessiae X Dombeya wallichii X Sterculia chicha X X Tiliaceae Heliocarpus americanus X X X Tropaeolaceae Tropaeolum majus X X X Ulmaceae Tipo celtis X Trema micrantha X X Umbelliferae Foeniculum vulgare X X X Verbenaceae Duranta repens X

Vitex agnus-castus X

Velloziaceae Vellozia candia X X X Zingiberaceae Hedychium coronarium X Fonte Pirani Laurino 1993 Carvalho Marchine Ros 1999 Agostini Sazima 2003 Toledo et al 2003 Cartopassi-Laurino 2005 Braga e Colaboradores 2012 Novais Absy Santos 2013

61

Foram encontradas 71 famiacutelias e um total de 166 espeacutecies Dessas 30 espeacutecies satildeo

polinizadas e 136 satildeo visitadas Poacutelen e neacutectar satildeo os recursos mais coletados

com coleta de poacutelen em 78 espeacutecies e de neacutectar em 69 De acordo coma Lista de

Espeacutecies da Flora do Brasil (2010) 20 das espeacutecies que satildeo polinizadas (TABELA

2) satildeo nativas o restante satildeo espeacutecies exoacuteticas ou seja natildeo pertencem agrave flora

brasileira

As famiacutelias que apresentaram maior porcentagem de visitas por T angustula foram

Compositae e Leguminosae (TABELA 2) com 13 e 12 de espeacutecies

respectivamente (GRAacuteFICO 3) sendo as famiacutelias mais importantes para a dieta da

jataiacute (AGOSTINE SAZIMA 2003 SIIONI et al 2007) Esse resultado eacute similar ao

trabalho de Simioni e colaboradores (2007) seus resultados mostram que uma das

famiacutelias analisadas Leguminosae tambeacutem apresentaram um maior destaque na

quantidade de visitas realizadas por T angustula esse fato pode ser explicado pelo

fato de que Leguminosae representa a mais importante fonte de poacutelen para essa

espeacutecie

As famiacutelias Compositae e Leguminosae satildeo as mais bem representadas pelo fato

de apresentarem espeacutecies que fornecem alimento em maior qualidade e quantidade

por vaacuterios periacuteodos do ano Com destaque para a famiacutelia Leguminosae que fornece

recursos alimentares para as abelhas nos periacuteodos de estiagem (PIRANI LAURINO

1993 AGOSTINE SAZIMA 2003)

O graacutefico abaixo ilustra o comportamento generalista deT angustula Onde 41 das

visitadas realizadas pela espeacutecie se distribuem por 55 famiacutelias vegetais Esse

comportamento concorda com trabalho de Anacleto (2007) onde dentre as cinco

espeacutecies estudadas por ele a que apresentou o haacutebito mais generalista em relaccedilatildeo

ao nuacutemero de plantas visitadas foi T angustula

62

GRAacuteFICO 3 ndash Contribuiccedilatildeo das famiacutelias de plantas para a dieta de T angustula

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria com base nos dados da Tabela 1

As abelhas generalistas visitam flores pequenas e abertas e satildeo menos

relacionadas agraves flores especializadas (RUTHCKE JULES 1993 ROUBIK 1992

apud AGOSTINI SAZIMA 2003) e tecircm preferecircncia de flores arboacutereas com

inflorescecircncia densas

Um exemplo de flores que natildeo satildeo especializadas e que satildeo importantes para a

dieta de T angustula eacute da famiacutelia Asteraceae as espeacutecies Mangifera indica e

Schinus terebinthifolius apresentam grande densidade de flores e permite faacutecil

acesso para as abelhas deste modo tornam-se importantes fornecedores de fontes

de poacutelen (BRAGA et al 2012)

De acordo com o levantamento das plantas utilizadas pelas abelhas jataiacute realizado

por diferentes autores as famiacutelias que se mostraram bem representadas foram

Malvaceae Caesalpiniaceae Melastomataceae Myrtaceae Euphorbiaceae e

Anacardiaceae sendo consideradas portanto essenciais para a dieta da jataiacute

2 2 3 2

2 3

13

3 2

3

12 2 2 2 3

3

41

Acanthaceae Agavaceae Anacardiaceae Asteraceae Bignoniaceae

Bombacaceae Compositae Euphorbiaceae Fabaceae Labiatae

Leguminosae Malpighiaceae Malvaceae Melastomataceae Myrtaceae

Palmae Outros

63

Em geral essas famiacutelias podem ser caracterizadas pela floraccedilatildeo do tipo contiacutenuo ou

seja uma floraccedilatildeo que natildeo cessa ou que ocorre na maior parte do ano o que

permite as abelhas ter acesso aos recursos em todas as estaccedilotildees do ano

(CARVALHO MARCHINI ROS 1999 AGOSTINI SAZIMA 2003 TOLEDO et al

2003 MORGADO et al 2011)

64

65

5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS Sendo este a primeira pesquisa com abelhas em compus no Espiacuterito Santo Foi

observado que a distribuiccedilatildeo dos ninhos encontrados apresentou-se uniforme

Todos os ninhos estavam instalados em paredes e pisos de concreto o que indica

seu potencial de adaptabilidade agraves condiccedilotildees antroacutepicas

A diversidade de cores de poacutelen trazida pelas forrageiras no iniacutecio da manhatilde indica

uma ampla disponibilidade de alimento que a flores oferecem nesse periacuteodo do dia

bem como a eficiecircncia das forrageiras em selecionar essas flores

De acordo com as observaccedilotildees que foram realizadas no estudo as abelhas T

angustula podem ter suas atividades influenciadas pelo clima Uma vez que foi

observado que no periacuteodo de inverno em que as temperaturas satildeo mais baixas

elas comeccedilavam a realizar suas funccedilotildees nos horaacuterios com as temperaturas mais

altas

A divisatildeo de trabalho entre forrageadoras operaacuterias de limpeza e de defesa

observado nessa espeacutecie indica o comportamento altamente social dos Meliponini

O mecanismo de defesa observado em T angustula entre guardas pairando e em

peacute pode indicar uma caracteriacutestica de complementaridade na defesa do ninho uma

vez que durante as observaccedilotildees os dois tipos de guardas sempre se fizeram

presentes O que mostra que mesmo com o atrofiamento do ferratildeo os indiviacuteduos

desenvolveram estrateacutegias para a defesa contra invasores

Foi comum observar a presenccedila de revoadas nos ninhos entre as Jataiacutes Este

comportamento em geral eacute comum para o desenvolvimento (sobrevivecircncia) da

colocircnia No caso dos ninhos observados apoacutes as revoadas eles foram

desaparecendo Este fato pode indicar um baixo iacutendice de recursos troacuteficos para

essas abelhas dentro do campus pois ao inveacutes dos ninhos se manterem ou

aumentarem em quantidade ao longo das observaccedilotildees eles desapareceram

O levantamento das flores visitadas por T angustula indicou um comportamento

generalista desta espeacutecie em visitar uma grande variedade de plantas o que mostra

sua importacircncia para garantir a variabilidade dessas plantas

66

Esse levantamento tambeacutem indicou que a polinizaccedilatildeo realizada por elas foi

predominante em plantas exoacuteticas O que pode refletir a deficiecircncia na quantidade

de plantas nativas melitoacutefilas na aacuterea de estudo

67

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Page 5: FACULDADE CATÓLICA SALESIANA DO ESPÍRITO SANTO … · No grupo dos Apinae está à tribo dos Meliponini, conhecidas como abelhas indígenas sem ferrão por possuir seu ferrão atrofiado

AGRADECIMENTOS

Meu agradecimento maior a Deus autor e mantenedor da minha vida por ter me

fortalecido e me amparado nos momentos de dificuldades

Agrave minha matildee Noemia pela compreensatildeo pelo gesto de carinho pela confianccedila e

por sempre me apoiar nas minhas escolhas

Aos meus amigos Renata Camila Evelyn Monique Taynara Douglas e Rodrigo

pelas palavras de estiacutemulo por sempre estarem ao meu lado

Agrave Profordf Drordf Tacircnia Mara Guerra por me acolher em seu laboratoacuterio (LabiBio) pela

orientaccedilatildeo durante o desenvolvimento deste trabalho como tambeacutem por todos os

ensinamentos paciecircncia e incentivo

Aos meus colegas de laboratoacuterio Christyan e Emanuela por toda ajuda e apoio que

me deram em campo durante todo o trabalho

Agrave Profordf Drordf Selma Hebling por aceitar em me orientar na faculdade e por todos os

ensinamentos

RESUMO

Buscou-se analisar a distribuiccedilatildeo dos ninhos da abelha Jataiacute (Tetragonisca

angustula Latreille) por meio de um levantamento em aacuterea urbana dentro do

Campus Goiabeiras da Universidade Federal do Espiacuterito Santo bem como observar

seu comportamento durante os meses de abril a setembro de 2014 A lista de suas

principais fontes de alimento foi obtidas atraveacutes de revisatildeo bibliograacutefica Foi

encontrado um total de 11 ninhos em paredes e muros e sob placas de concreto

Desses trecircs desapareceram na aacuterea amostral um deles na primeira semana de

observaccedilatildeo e outros dois apoacutes eventos de revoadas entre as Jataiacutes ao longo das

observaccedilotildees As observaccedilotildees indicaram a presenccedila de divisatildeo de trabalho entre

operaacuterias de limpeza operaacuterias que atuavam na defesa do ninho contra ataque de

invasores e forrageiras Estas apresentaram maior nuacutemero de visitas agraves flores no

periacuteodo da manhatilde Com relaccedilatildeo aos recursos florais de acordo com o levantamento

a partir de dados bibliograacuteficos foi verificado um predomiacutenio de plantas exoacuteticas

polinizadas pelas Jataiacutes

Palavras-chave Abelha sem ferratildeo Defesa do ninho plantas melitoacutefilas Jataiacute

ABSTRACT

One searched to analyze the distribution of the nests of the Jataiacute bee (Tetragonisca

angustula Latreille) for way of a survey in urban area inside it Goiabeiras Campus of

the Federal University it Espiacuterito Santo as well as observing its behavior during the

months of April the September of 2014 Its main food sources had been gotten

through bibliographical revision It was found a total of 11 nests in walls and walls

and under plates of concrete Of these three had disappeared in the amostral area

one of them in the first week of comment and others two after revoadas events of

between the Jataiacutes throughout the comments The comments had indicated the

presence of division of work between laborers of cleanness laborers who acted in

the defense of the nest against attack of invaders and forrageiras These had

presented greater number of visits to the flowers in the period of the morning With

relation to the floral resources in accordance with the survey from bibliographical

data was verified a predominance of exotic plants polinizadas by the Jataiacutes

Keywords Bees without sting Defense of the nest Apicultural plants Jataiacute

SUMAacuteRIO

1 INTRODUCcedilAtildeO 15

2 REFERENCIAL TEOacuteRICO 19

21 CONTEXTO SISTEMAacuteTICO DAS ABELHAS 19

22 AS ABELHAS MELIPONINI 23

23 IMPACTOS DA URBANIZACcedilAtildeO NAS ABELHAS 24

24 COLETA DE RECURSOS E PRODUCcedilAtildeO DE MEL DAS MELIPONINI 30

25 COMPORTAMENTO DA ABELHA JATAIacute 35

3 METODOLOGIA 39

31 AacuteREA DE ESTUDO 39

32 OBTENCcedilAtildeO DOS DADOS 40

33 ANAacuteLISE DOS DADOS 41

4 RESULTADOS E DICUSSOtildeES 43

41 LOCALIZACcedilAtildeO DOS NINHOS 43

42 INTERACcedilOtildeES INTER E INTRAESPECIacuteFICAS 44

43 RECUROS FLORAIS 56

5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS 65

REFEREcircNCIAS 67

15

1 INTRODUCcedilAtildeO As abelhas estatildeo organizadas na superfamiacutelia Apoidea que por sua vez eacute formada

pela famiacutelia Apidae (MELO GONCcedilALVES 2005 SILVEIRA MELOALMEIDA

2002) Haacute maior destaque para a subfamiacutelia dos Apinae que apresenta haacutebitos

sociais mais avanccedilados (NOGUEIRA-NETO 1997 MELO GONCcedilALVES 2005) e

segundo Proniacute (2000) elas satildeo importantes por manter um fluxo de energia para

diversas espeacutecies de animais incluindo o homem Nessa famiacutelia satildeo encontradas

colocircnias que possuem capacidade de alcanccedilar populaccedilotildees com milhares de

indiviacuteduos (PIRANI LAURINO 1993) Elas podem se alimentar de neacutectar ou poacutelen

das flores os quais compotildeem sua principal fonte de energia e de proteiacutenas

respectivamente Poreacutem existem espeacutecies que se alimentam de tecidos de origem

animal ao inveacutes de poacutelen como a Trigona hypogea T crassipes e T necrophaga

(NOGUEIRA-NETO 1997)

No grupo dos Apinae estaacute agrave tribo dos Meliponini conhecidas como abelhas

indiacutegenas sem ferratildeo por possuir seu ferratildeo atrofiado (SILVEIRA MELO ALMEIDA

2002) Elas apresentam uma concavidade na superfiacutecie de sua tiacutebia posterior

chamada corbiacutecula cuja alteraccedilatildeo eacute empregada para o transporte do alimento para

o ninho (NOGUEIRA-NETO 1997 SILVEIRA MELO ALMEIDA 2002) Esta

subfamiacutelia apresenta uma ampla distribuiccedilatildeo em aacutereas tropicais e subtropicais

sendo localizada na maior parte da Ameacuterica Neotropical (NOGUEIRA-NETO 1997)

No Brasil aproximadamente 250 espeacutecies de Meliponini satildeo descritas em todos os

ecossistemas (SCHWARTZ-FILHO LAROCA MALKOWSKI 2004)

Os Meliponiacuteni satildeo abelhas sociais que apresentam algumas [] rdquocaracteriacutesticas

variadas que passam por haacutebitos de nidificaccedilatildeo pela morfologia e interaccedilotildees

comportamentais complexas entre rainhas e operaacuteriasrdquo (PIRANI LAURINO 1993)

Eles satildeo o principal grupo de polinizadores em diversos ecossistemas sendo

responsaacuteveis por aproximadamente 90 da polinizaccedilatildeo de plantas nativas

faneroacutegamas em remanescentes de Mata Atlacircntica (KERR 1997apud PRONIacute

2000) o que sugere sua importacircncia para as vaacuterias espeacutecies vegetais pois atraveacutes

da coleta do seu alimento eles acabam contribuindo com a movimentaccedilatildeo de genes

entre as populaccedilotildees de plantas ou seja colaboram para que haja o aumento da

16

variabilidade geneacutetica (BAWA 1990 apud SERRA 2012 NEF SIMPSON1993apud

SERRA 2012) Isto indica que seu desaparecimento pode causar o decliacutenio de

muitas dessas espeacutecies especialmente aquelas que estabelecem relaccedilatildeo entre si

podendo dessa maneira conduzir para um desequiliacutebrio ecoloacutegico (AIZEN

FEISINGER 1994 apud SERRA 2012 HARRIS JOHNSON 2004 apud SERRA

2012)

Tetragonisca angustula (Latreille1811) pertence agrave subtribo Trigonina (abelhas que

utilizam cera) (MELO GONCcedilALVES 2005) Conhecida popularmente como Jataiacute

ela eacute uma das abelhas mais comuns no Brasil (MOURE 1961apud STUCHI 2006)

com uma ampla distribuiccedilatildeo geograacutefica ocorrendo naturalmente nos Estados do

Acre Amapaacute Amazonas Bahia Cearaacute Espiacuterito Santo Goiaacutes Maranhatildeo Mato

Grosso Minas Gerais Paraacute Paraiacuteba Pernambuco Rio Grande do Sul Rio de

Janeiro Rondocircnia Roraima Santa Catarina e Satildeo Paulo (CAMARGO PEDRO

2013)

Tetragonisca angustula possui destaque tambeacutem devido sua importacircncia terapecircutica

em tratamentos de oftalmias e moleacutestias de pulmotildees (IMPERATRIZ-FONSECA et

al 1984 apud STUCHI 2006) aleacutem da sua importacircncia ecoloacutegica e econocircmica Seu

mel com sabor suave eacute muito apreciado pelo aroma e doccedilura e atinge preccedilos altos

no mercado (CARVALHO et al 2005 apud ANACLETO et al 2009)

Como abelhas eusociais elas vivem em colocircnias perenes frequumlentemente

populosas e em atividade o ano todo apresentam uma boa adaptaccedilatildeo em relaccedilatildeo

ao haacutebito de nidificar em cavidades preacute-existentes ocos de aacutervores muros buracos

de pedras no chatildeo e caixa de luz (NOGUEIRA-NETO 1997 SILVEIRA MELO

ALMEIDA 2002) Elas possuem capacidade de voar em campos mais fechados e

como podem atuar em menores aacutereas isso eleva a eficiecircncia do seu forrageamento

em cavidades mais limitadas (VENTURIERI et al 2012)

Um dos problemas que as abelhas tecircm enfrentado satildeo as alteraccedilotildees que ocorrem

em seu habitat devido aos distuacuterbios antroacutepicos (PRONIacute 2000) No Brasil elas satildeo

ameaccediladas de extinccedilatildeo principalmente pelas alteraccedilotildees que satildeo decorrentes dos

desmatamentos e das queimadas uma vez que as rainhas natildeo conseguem escapar

devido ao grande desenvolvimento do seu abdome dentro do ninho aleacutem disso o

uso de herbicidas tem afetado os polinizadores reduzindo a variabilidade do neacutectar

das flores O crescimento urbano desordenado eacute outro fator de impacto para esses

17

insetos (KEARNS INOUYE WASER 1998 PRONIacute 2000 KEER et al 1994 apud

STUCHI 2006) por causar a reduccedilatildeo no nuacutemero de aacutereas verdes nas cidades e

consequumlentemente diminuiccedilatildeo da oferta de substratos para nidificaccedilatildeo das

abelhasocasionando dessa formamaior frequumlecircncia de alteraccedilotildees inesperada sem

seu habitat (LAROCA CURE BERTOLI 1982 TEIXEIRA VIANA NEVES 2000)

Aleacutem disso o processo de urbanizaccedilatildeo tem provocado mudanccedilas na composiccedilatildeo

floriacutestica diminuiacutedo a disponibilidade de alimentos essenciais e muitas vezes

especiacuteficos (MICHENER 1994 apud SERRA 2012 ELTZ et al 2003 apud SERRA

2012)

Outro problema que vem ocorrendo eacute o decliacutenio de diversas populaccedilotildees de abelhas

causado pelo isolamento de muitas colocircnias em fragmentos (MORATO CAMPOS

2000apud SERRA 2012) Para Kearns Inouye e Waser (1998) essa fragmentaccedilatildeo

cria colocircnias pequenas com grandes nuacutemeros de indiviacuteduos o que traz uma seacuterie de

problemas tais como o aumento da deriva geneacutetica a depressatildeo inata e o aumento

do risco de extinccedilatildeo

O aumento indiscriminado da urbanizaccedilatildeo e consequumlentemente a diminuiccedilatildeo de

aacutereas verdes tecircm prejudicado a manutenccedilatildeo e preservaccedilatildeo de muitas espeacutecies de

Meliponini (SOUZA et al 2005) Segundo Pirani e Laurino (1993) haacute poucas

informaccedilotildees de espeacutecies de abelhas que ocorrem em aacutereas com interferecircncia

humana Por essa razatildeo este trabalho visa estudar a espeacutecie Tetragonisca

angustula Latreille com o intuito de contribuir para um melhor conhecimento de sua

ocorrecircncia em aacutereas alteradas antropicamente

Para este trabalho eacute levantada a hipoacutetese de encontrar a espeacutecie Tetragonisca

angustula no campus Goiabeiras da UFES e verificar se nesta aacuterea as abelhas

encontrariam recursos suficientes para se alimentarem As abelhas T angustula eacute

uma espeacutecie que nidifica em cavidades preacute-existentes possivelmente podemos

encontraacute-las Poreacutem o campus da UFES por se localizar em regiatildeo urbana

provavelmente possui uma oferta de recursos alimentares baixa

A partir dessa hipoacutetese procurou-se verificar a existecircncia e analisar a distribuiccedilatildeo de

T angustula e de seus recursos alimentares no campus Goiabeiras da Universidade

Federal do Espiacuterito Santo (Vitoacuteria-ES) Para isso foi necessaacuterio identificar os ninhos

de T angustula quantificar os ninhos dessas abelhas e conhecer suas principais

fontes de alimento

18

19

2 REFERENCIAL TEOacuteRICO 21 CONTEXTO SISTEMAacuteTICO DAS ABELHAS

Os invertebrados da classe Insecta pertencem ao filo dos artropodos ou seja dos

animais que apresentam apecircndices locomotores articulados (BRUSCA BRUSCA

2007) Esse filo possui milhares de espeacutecies descritas que estatildeo espalhadas em

diversas classes ldquoA classe dos insetos compreende aqueles que possuem o corpo

dividido em trecircs regiotildees como cabeccedila toacuterax e abdocircmen um par de antenas

geralmente dois pares de asas e trecircs pares de pernas toraxicasrdquo (LIMA 1938)

O sucesso evolutivo dos insetos se deve a algumas caracteriacutesticas que favoreceram

sua adaptaccedilatildeo como a presenccedila das asas que permitiu o seu acesso ao alimento e

a escapar de predadores e o dobramento que permitiu o acesso a habitats muito

pequenos a presenccedila de epicuticula ceacuterea a qual reduziu a dessecaccedilatildeo um ovo

com casca resistente que tolerou ser exposto a condiccedilotildees ambientais extremas e o

seu desenvolvimento que compreende uma larva (RUPPERT BARNES 1996)

Os insetos satildeo um dos principais predadores de invertebrados e essenciais para

alimentaccedilatildeo de muitos animais terrestres por serem inuacutemeros compotildeem grande

parte das cadeias alimentares terrestres Em geral possuem extrema importacircncia

para o ambiente por serem papel chave na polinizaccedilatildeo de grande maioria das

plantas ( RUPPET BARNES 1996 BRUSCA BRUSCA 2007)

Os insetos satildeo classificados em diversas ordens destacando os Hymenoptera cuja

ordem eacute um dos quatro grupos com maior diversidade ao lado de Diptera

Coleoptera e Lepdoptera Cada uma destas ordens possui uma estimativa de

aproximadamente cem mil espeacutecies descritas em todo o mundo com exceccedilatildeo do

Coleoptera que pode chegar a trezentos mil (GOULET HUBER 1993 MACEDO

[20--])

Os Hymenoptera se destacam por possuiacuterem vaacuterias espeacutecies que apresentam

diversidade no haacutebito de vida como predaccedilatildeo parasitismo comportamento soacutelitaacuterio

e formaccedilatildeo de sociedades complexas Dentre as importantiacutessimas funccedilotildees que

desempenham ao ambiente estaacute agrave polinizaccedilatildeo das plantas cultivadas exercidas

pelas abelhas e vespas o controle bioloacutegico por parte dos himenoacutepteros

20

parasitoacuteides de pragas agriacutecolas e tambeacutem ciclagem de nutrientes e dispersatildeo de

sementes exercidas pelas formigas (ALDREY CAZALLA 1999 MACEDO [20--])

A ordem Hymenoptera eacute dividida nas subordens Symphyta e Apocrita essa ultima eacute

dividida nos grupos Parasitica e Aculeata (ALDREY CAZALLA 1999) Symphyta eacute

um grupo pequeno que apresenta o haacutebito mais primitivo principalmente os haacutebitos

de se alimentar nas plantas esse grupo possui caracteriacutesticas que se perdem do

resto dos Hymenoptera Symphyta satildeo animais de cintura grossa eles apresentam

asas inteiramente desenvolvidas pouco ou quase nenhum dimorfismo sexual e

possui unido o primeiro e segundo seguimento abdominal O ovipositor da maioria

das espeacutecies desse grupo eacute comprido lateralmente e modificado com dentes

marginais para que funcione como uma serra para perfurar o tecido das plantas

Suas larvas satildeo na maioria das vezes na forma de lagarta com presenccedila de pernas

falsas no abdocircmen e cabeccedila desenvolvida (GOULET HUBER 1993 BRUSCA

BRUSCA 2007)

Jaacute a subordem Apocrita considerada como grupo monofileacutetico eacute caracterizada pela

junccedilatildeo estreita entre o primeiro segmento do abdocircmen (metassoma) com o toacuterax

(mesossoma) o que permitiu maior flexibilidade para o metassoma controlar o

ovipositor (GOULET HUBER 1993 MACEDO [20--]) No grupo Apocrita existe a

presenccedila de grupos sociais que compreendem castas caracterizadas com machos

haploacuteides rainha e fecircmeas partenogeneacuteticas e outros indiviacuteduos como soldados e

operaacuterias (BRUSCA BRUSCA 2007)

Os membros de Apocrita satildeo basicamente carniacutevoros alimentando-se de outros

insetos No entanto vaacuterios grupos tecircm abandonado a vida de carniacutevoros e

desenvolvido para uma dieta vegetal O grupo das abelhas alimenta-se de poacutelen e

neacutectar enquanto o grupo de vespas fazem as galhas familiares sobre umas aacutervores

ou dentro de folhas frutos e caules das quais as larvas se alimentam e algumas

espeacutecies do grupo das formigas se alimentam apenas de vegetais ou satildeo oniacutevoros

(GOULET HUBER 1993)

O grupo Parasitica eacute uma divisatildeo da subordem Apocrita neste grupo inclui-se

alguns grupos fitoacutefagos e uma grande parte de parasitoacuteides (AUDREY CAZALLA

1999) Os parasitoacuteides satildeo insetos que depositam seus ovos em ovos larvas ninfa

ou pupa de hospedeiros geralmente levam agrave morte e tecircm a fase adulta com vida

livre (GOULET HUBER 1993 MACEDO [20--]) De acordo com os estudos de

21

Audrey e Cazalla (1999) o uso da divisatildeo cladiacutestica desse grupo tende a ser

eliminado porque constitui um agrupamento artificial das superfamiacutelias de

Hymenoptera As superfamiacutelias que se incluem satildeo Trigonalyoidea Megalyroidea

Evanioidea Stephanoidea Ichneumonoidea Chalcidoidea Proctotrupoidea

Ceraphronoideae Cynipoidea (AUDREY CAZALLA 1999) Destacamos a

superfamiacutelia Chalcidoidea essa envolve muitos Hymenopteros que satildeo de grande

importacircncia para a ecologia como tambeacutem para economia e a superfamiacutelia

Ichneumonoidea que de acordo com os dados de Rasnitsyn (1988) (apud AUDREY

CAZALLA 1999) satildeo o grupo irmatildeo dos Aculeata

Jaacute o grupo dos Aculeata satildeo os mais diversos em Hymenoptera eles apresentam

uma origem evolutiva comum que eacute representada pelo ferratildeo caracteriacutestica que

apareceu apenas uma vez durante a evoluccedilatildeo do grupo (AUDREY CAZALLA1999)

Neste grupo satildeo conhecidas sete superfamiacutelias como Chrysidoidea Formicoidea

Tiphoidea Pompiloidea Apoidea Vespoidea e Sphecoidea As principais diferenccedilas

entre as classificaccedilotildees recentes estatildeo relacionada com a grande diversidade de

vespas esfecoacuteides e os Apidae Esses estatildeo dentro da superfamiacutelia dos Apoidea por

apresentarem caracteriacutesticas semelhantes A superfamiacutelia Chrysidoidea eacute

considerada grupo irmatildeo dos Apoidea e Vespoidea Dentre as superfamiacutelias a dos

Apoidea eacute que apresenta a maior diversidade de aculeados (AUDREY CAZALLA

1999)

O evento evolutivo que deu origem aos primeiros aculeados foi agrave aquisiccedilatildeo de um

ferratildeo venenoso a partir do ovipositor dos icneumoniacutedeos ou seja os Apocrita

possuiacuteam uma glacircndula que era associada ao ovipositor Essa glacircndula produzia

secreccedilotildees que eram mais suscetiacuteveis ao substrato para o desenvolvimento das

larvas poreacutem durante a evoluccedilatildeo essa glacircndula comeccedilou a produzir veneno para

paralisar seus hospedeiros e utilizaacute-los como alimento para as larvas Desde entatildeo

o ovipositor dos aculeados acabou sendo usado tambeacutem para inoculaccedilatildeo de

veneno como uma arma defensiva para se protegerem de alguns vertebrados

(AUDREY CAZALLA 1999)

Esse evento foi muito importante e resultou em alguns modos de vida que puderam

estabelecer estrateacutegias evolutivas bem sucedidas como por exemplo o

desenvolvimento dos meacutetodos de transporte das presas em ninhos diferentes A

construccedilatildeo de ninhos foi uma estrateacutegia evolutiva importante visto que as espeacutecies

22

armazenavam alimento em grande quantidade antes de comeccedilar o desenvolvimento

de suas larvas (AUDREY CAZALLA 1999)

O desenvolvimento das sociedades eacute caracterizado pela presenccedila de divisatildeo de

castas Ela se baseia no mecanismo haplo-diploacuteide da determinaccedilatildeo do sexo em

que as fecircmeas satildeo diploacuteides feacuterteis os machos haploacuteides e cooperam apenas na

fecundaccedilatildeo da rainha e as operarias esteacutereis Essa sociedade ocorre em todas as

formigas e em algumas abelhas e vespas (AUDREY CAZALLA 1999 PRATO [20--

])Para que a espeacutecie seja eussocial eacute necessaacuterio que dentro do ninho tenha divisatildeo

de trabalho colaboraccedilatildeo para cuidar da prole e ter mais de uma geraccedilatildeo em um

mesmo ninho (AUDREY CAZALLA 1999)

O grupo das abelhas estaacute reunido na Superfamiacutelia Apoidea De acordo com a

proposta da aacutervore filogeneacutetica dos principais clados das abelhas descrita por

Michener (1944 apud SILVEIRA MELO ALMEIDA 2002) seis famiacutelias foram

reconhecidas satildeo elas Colletidae Apidae Adrenidae Halictidae Megachilidae e

Milittidae Essa classificaccedilatildeo representou um importante avanccedilo nas relaccedilotildees

filogeneacuteticas desse grupo (SILVEIRA MELO ALMEIDA 2002) Nos estudos de

Melo e Gonccedilalves (2005) eacute abordada uma classificaccedilatildeo mais atual para as abelhas

Essa classificaccedilatildeo eacute revisada por Michener (2000 apud MELO GONCcedilALVES

2005) em que ele defende uma mudanccedila na qual as abelhas estatildeo incluiacutedas apenas

em uma famiacutelia a Apidae e as famiacutelias da classificaccedilatildeo tradicional como subfamiacutelias

Nessa revisatildeo da classificaccedilatildeo das abelhas satildeo reconhecidas sete subfamiacutelias 51

tribos e 27 subtribos (MELO GONCcedilALVES 2005) De acordo com esta a

subfamilia Meliponinae passa a ser a tribo Meliponini com duas subtribos Trigonina

e MeliponinaPara este trabalho foi utilizada esta nova classificaccedilatildeo das abelhas

revisada por Michener (2000)

Na superfamiacutelia Apoidea grande parte das abelhas satildeo solitaacuterias (85) entre elas

estatildeo algumas espeacutecies da subfamiacutelia Megachilidae Anthophoridae e Apidae No

haacutebito de vida solitaacuterio cada fecircmea cuida sozinha do seu ninho ou seja o constroacutei

coloca os ovos busca alimento suficiente para o crescimento da larva e

normalmente morre antes da sua progecircnie amadurecer natildeo tendo dessa maneira

contato entre as geraccedilotildees (SANTOS 2002 MICHENER 1969 PERUQUEETI [19--

]) Jaacute a grande parte das abelhas que apresentam os haacutebitos mais sociais satildeo os

Apinae (Bombineos (Bombini) Apineos(Apini) e Meliponineos (Meliponini) elas vivem

23

em grandes colocircnias com apenas uma rainha e vaacuterias operaacuterias e divisatildeo de

trabalho (MICHENER 1969)

Haacute dois grandes grupos de abelhas altamente sociais ambos na subfamiacutelia Apinae

os Apineos (todos do gecircnero Apis) e os Meliponineos (Meliponini) (abelhas sem

ferratildeo) Esse comportamento pode ter evoluiacutedo duas vezes a partir de semelhanccedilas

no comportamento social entre Apis e Meliponineos (Meliponini) que surgiram

independentemente (WINSTON MICHENER 1977) Em ambos os grupos satildeo

produzidos enxames poreacutem com mecanismos bem diferentes Nos Meliponineos

(Meliponini) as operaacuterias da colocircnia voam para encontrar novos siacutetios para nidificar

preparam o ninho com mateacuterias do ninho antigo e somente quando o novo ninho

estaacute pronto a rainha jovem se junta a estas operaacuterias e deixa a rainha velha no

antigo ninho Jaacute em Apis a rainha velha sai com suas operaacuterias e deixa a jovem no

ninho antigo (WINSTON MICHENER 1977)

Em relaccedilatildeo agrave alimentaccedilatildeo das larvas em Apis satildeo operaacuterias que fazem esse

trabalho Jaacute em meliponineos (meliponini) as operaacuterias fecham as ceacutelulas de cria

com ovos e colocam alimento suficiente para a larva completar seu desenvolvimento

(WINSTON MICHENER 1977)

As abelhas dependem totalmente das plantas para se alimentarem o seu

aparecimento pode estar relacionado com o surgimento das angiospermas

(PERUQUETTI [19--] PIRANI LAURINO 1993) As angiospermas mais primitivas

surgiram com flores bem rasas com o passar do tempo foram se especializando em

plantas estreitas tubulares e profundas Para ter maior sucesso na coleta do neacutectar

as abelhas adaptaram suas peccedilas bucais com liacutengua curta e liacutengua longa assim

passaram a ser chamadas de abelhas lambedoras e sugadoras respectivamente

(PERUQUETTI [19--] PIRANI LAURINO 1993) Para a coleta dos gratildeos de poacutelen

as primeiras abelhas portavam muitos pelos em volta do corpo condiccedilatildeo que foi

modificada ao longo do tempo (PIRANI LAURINO 1993)

22 AS ABELHAS MELIPONINI

Para estudos a respeito dos meliponineos (meliponini) Nogueira-Neto (1997)

publicou um livro que relata seus conhecimentos sobre essas abelhas indiacutegenas

24

sem ferratildeo O livro faz uma abordagem a respeito da vida dos meliponiacuteneos

(Meliponini pertencente agrave Apidae) mostrando os principais aspectos de suas

caracteriacutesticas bem como meacutetodos para sua criaccedilatildeo e cuidados que um

meliponicultor deve ter Os primeiros capiacutetulos fazem uma apresentaccedilatildeo que

caracteriza os meliponiacuteneos Haacute a apresentaccedilatildeo da classificaccedilatildeo dessas abelhas a

descriccedilatildeo de sua fonte de alimento de sua distribuiccedilatildeo geograacutefica de seu

relacionamento com outras abelhas e de sua possiacutevel aclimataccedilatildeo O autor faz

consideraccedilotildees sobre a arquitetura e o material usado para a construccedilatildeo de seus

ninhos e daacute destaque principal ao material que elas mesmas produzem a cera Nos

capiacutetulos subsequumlentes satildeo feitas consideraccedilotildees sobre a geneacutetica e o

comportamento das abelhas o tratamento e as teacutecnicas necessaacuterias para sua

criaccedilatildeo Aleacutem disso haacute tambeacutem discussotildees sobre a conservaccedilatildeo do mel a higiene

ou a sua falta em algumas espeacutecies e a existecircncia de meacuteis perigosos Neste livro o

autor teve o intuito de contribuir com seus estudos para que outros cientistas e

meliponicultores pudessem conhecer a vida dos meliponiacuteneos e fazer possiacuteveis

identificaccedilotildees de muitas outras espeacutecies

23 IMPACTOS DA URBANIZACcedilAtildeO NAS ABELHAS

Vaacuterios estudos relatam que eacute comum encontrar abelhas em aacutereas urbanizadas

(antropizadas) As espeacutecies encontradas de modo geral apresentam boa

adaptaccedilatildeo a esses ambientes Alguns estudos com relaccedilatildeo a essas abelhas

urbanas tratam de impactos que esses ambientes podem causar a elas

Laroca Sebastiatildeo e Cure (1982) realizaram um trabalho de abordagem a respeito

do impacto da urbanizaccedilatildeo sobre a abundacircncia relativa fenologia e flores

preferenciais das abelhas que se encontram em aacutereas urbanas Com coletas feitas

durante um ano no parque Passeio Puacuteblico localizado no centro da cidade de

Curitiba e na regiatildeo de Boa Vista tambeacutem em Curitiba eles constataram que

comparada as duas aacutereas de estudos o Passeio Puacuteblico apresentou um nuacutemero

menor de espeacutecies e em fenologia e flores preferenciais constataram que a

composiccedilatildeo das flores estaacute muito alterada devido agrave introduccedilatildeo de espeacutecies

cultivadas Portanto concluiacuteram que o processo de urbanizaccedilatildeo produz grandes

25

mudanccedilas na composiccedilatildeo floriacutestica nos locais de nidificaccedilatildeo e que apresentam ter

influecircncias significativas nas caracteriacutesticas associadas agraves abelhas

Taura e Laroca (1991) realizaram uma pesquisa com o propoacutesito de analisar a

distribuiccedilatildeo e a abundacircncia de ninhos de abelhas sociais em locais que apresentam

constantes processos de urbanizaccedilatildeo Com levantamentos realizados na regiatildeo de

Passeio Puacuteblico (Curitiba) eles encontraram 32 ninhos de Apidae com

predominacircncia da subfamiacutelia dos Meliponiacuteneos Assim sendo concluiacuteram que os

meliponiacuteneos eram favorecidos pelas atividades humanas para nidificaccedilatildeo uma vez

que foram encontrados em paredotildees de concretos edificaccedilotildees entre outros locais

Entretanto tambeacutem concluiacuteram que essas abelhas satildeo ameaccediladas devido agrave

instabilidade do ambiente que apresenta muitas mudanccedilas por causa da

urbanizaccedilatildeo

Pirani e Laurino (1993) publicaram um livro sobre flores e abelhas em Satildeo Paulo

onde os autores tinham o interesse de estudar as relaccedilotildees entre as abelhas e o

ambiente conhecer as plantas visitadas por elas e suas preferecircncias florais em

aacutereas onde haacute interferecircncia humana Todo estudo foi realizado dentro do Campus

Universitaacuterio de Satildeo Paulo Para desenvolver esse trabalho eles coletaram

informaccedilotildees sobre as plantas apiacutecolas dos jardins do ldquocampusrdquo sobre a atraccedilatildeo que

as espeacutecies de abelhas sociais tecircm por estas plantas e sobre as variaccedilotildees abioacuteticas

existentes As coletas nas flores de amostras de mel e poacutelen das colocircnias e

observaccedilotildees dos ninhos das abelhas foram perioacutedicas Eles obtiveram 133 espeacutecies

de flores visitadas separadas em sete famiacutelias Neste livro Pirani e Laurino fazem

discussotildees a respeito dos resultados dos seus dados associando com trabalhos de

outros autores e concluem que trabalhos como esse apresenta grande importacircncia

pois mostra o valor de determinadas espeacutecies vegetais para as abelhas e que ainda

haacute muito estudo para se fazer com relaccedilatildeo agrave abelha-flor

Devido aos danos que as abelhas vecircm sofrendo com a perda de habitat Oliveira

Morato e Garcia (1995) fizeram um estudo para conhecer as espeacutecies de

meliponineos existentes em aacutereas desmatadas fragmentos de mata isolados e mata

continua nesta uacuteltima foi tambeacutem realizado estudo para saber informaccedilotildees sobre a

densidade dos ninhos As aacutereas fragmentadas foram divididas em hectares e as

coletas das abelhas foram feitas em ninhos nidificados em aacutervores vivas e mortas

Todo o trabalho foi realizado na regiatildeo de Manaus Amazocircnia que vem sofrendo

26

antropizaccedilatildeo Foram coletadas um total de 54 espeacutecies de meliponineos sendo que

na mata contiacutenua foram 37 espeacutecies nos fragmentos isolados (de 1 e 10 hectar) e

na aacuterea desmatada foram coletada entre 21 e 25 espeacutecies e no fragmento de mata

continua(100 hectar) apenas 9 foram coletada Os autores concluiacuteram que mesmo a

regiatildeo ter apresentado grande riqueza de espeacutecies as aacutereas fragmentadas das

matas estatildeo diminuindo o tamanho das comunidades de meliponineos o que pode

deste modo comprometer a reproduccedilatildeo de diversas plantas melitoacutefilasna regiatildeo

Kearns Inouye e Wase (1998) publicaram um trabalho sobre a interaccedilatildeo de planta-

polinizador e suas interaccedilotildees Neste trabalho os autores descrevem a respeito da

natureza ecoloacutegica e evolutiva dessas interaccedilotildees e das evidentes ameaccedilas que

estatildeo sofrendo por meio das atividades humanas como tambeacutem discute sobre

soluccedilotildees de gestatildeo de melhoria para locais onde haacute crise na polinizaccedilatildeo Com

respeito a essas crises os autores debatem durante todo o trabalho que esse

problema jaacute eacute generalizado por ser associada agraves atividades humanas e que ele eacute

causado principalmente pelo uso de pesticidas e herbicidas mudanccedila no uso dos

solos pastagens agricultura fragmentaccedilatildeo do habitat desses polinizadores e pela

introduccedilatildeo de espeacutecies natildeo nativas nos ambientes O trabalho conclui que todos

esses problemas podem ter futuramente um aumento devido agraves grandes alteraccedilotildees

de habitat causado por uma populaccedilatildeo que estaacute sempre em crescimento e

sugeriram que os proacuteprios cidadatildeos e ecologistas natildeo devem medir esforccedilos para

reverter esse quadro

Proniacute (2000) realizou uma pesquisa para conhecer a biodiversidade de abelhas

indiacutegenas sem ferratildeo com o intuito de apresentar manejos de conservaccedilatildeo para os

ecossistemas Com levantamentos preliminares de ninhos de abelhas nas regiotildees

(urbana e rural) de Londrinas (Paranaacute) e municiacutepios proacuteximos agrave Bacia do Rio Tibagi

(Paranaacute) ele constatou que a aacuterea estudada apresenta uma distribuiccedilatildeo

diversificada tanto nos ecossistemas urbanos como nos agroecossistemas Em

relaccedilatildeo agrave diversidade das abelhas indiacutegenas sem ferratildeo ele observou que 12 das 19

espeacutecies encontradas ocorrem nos agroecossistemas e que praticamente natildeo

nidificam em aacutereas urbanas Portanto ele concluiu que a biodiversidade dessas

abelhas na Bacia do Rio Tibagi estaacute seriamente ameaccedilada principalmente devido agrave

diminuiccedilatildeo de aacutereas florestadas Segundo o autor para que haja melhoria do quadro

27

eacute preciso da responsabilidade de meliponicultores pesquisadores entre outros para

que sejam proporcionadas condiccedilotildees boas para essas abelhas

Devido agraves grandes mudanccedilas do ambiente provocadas pela urbanizaccedilatildeo Souza e

colaboradores (2002) fizeram um estudo durante um ano (Marccedilo de 2000 a Julho de

2001) com o intuito de verificar a diversidade e habitat de Meliponini em uma aacuterea

urbana e identificar a relaccedilatildeo das espeacutecies com o processo de urbanizaccedilatildeo Foi

realizada inspeccedilatildeo mensal a procura de ninhos de meliponini dentro do Campus da

Universidade Federal de Juiz de Fora Minas Gerais Com os ninhos encontrados foi

feito a identificaccedilatildeo do substrato em que foi nidificado Essas informaccedilotildees foram

relacionadas com os dados de temperatura umidade e precipitaccedilatildeo do municiacutepio

Durante o estudo foi encontrado uma meacutedia de 3488 ninhos e quatro espeacutecies

foram identificadas sendo elas Tetragonisca angustula Nannotrigona testaceicornis

Trigona spinipes e Partamona sp As espeacutecies encontradas apresentaram

preferecircncia em substratos de construccedilotildees (cavidades preacute-existentes) Em relaccedilatildeo agrave

temperatura umidade e precipitaccedilatildeo os autores observaram uma correlaccedilatildeo

positiva entre a temperatura e a abundancia dos ninhos das abelhas sem ferratildeo por

outro lado natildeo foi encontrado para umidade relativa do ar e precipitaccedilatildeo Deste

modo concluiacuteram que mesmo em ambiente urbano essas espeacutecies ainda

conseguem sobreviver com sucesso por traacutes das atividades antropicas

Com relaccedilatildeo aos ninhos de T angustula com o clima do ambiente em que esses satildeo

nidificados Chiari e colaboradores (2002) realizaram um trabalho para ver se as

variaccedilotildees climaacuteticas tecircm alguma relaccedilatildeo com o desenvolvimento dos ninhos das

Jataiacutes Foram realizadas coletas das abelhas que foram depositadas em trecircs tipos

diferentes de colmeacuteias Fritzen Nogueira-Neto e Guiliane Apoacutes esse procedimento

as colocircnias foram pesadas e instaladas no municiacutepio de Maringaacute Paranaacute Ao longo

do estudo a temperatura do ambiente onde as colmeacuteias foram instaladas foi

monitorada Apenas a colmeacuteia Nogueira-Neto natildeo apresentou associaccedilatildeo com a

variaccedilatildeo das temperaturas Nos modelos Fritzen e Giuliane foram observados que o

peso de ambas apresentaram de forma positiva com a umidade relativa do ar

apenas Giuliane teve relaccedilatildeo positiva com a insolaccedilatildeo Deste modo os autores

concluiacuteram que os modelos Giuliane e Noguera-Neto satildeo mais apropriados para as

colmeacuteias de T angustula

28

Outro trabalho tambeacutem realizado em Campus Universitaacuterio foi feito por Almeida

(2002) sobre composiccedilatildeo das comunidades de abelhas em Satildeo Paulo O autor teve

o intuito de contribuir com informaccedilotildees sobre as espeacutecies de abelhas e as plantas

visitadas por elas Com levantamento das abelhas e plantas em duas aacutereas de

Cerrado (Cerradatildeo e Cerrado) localizado no campus Universitaacuterio no Municiacutepio de

Pirassununga foi coletado um total de 261 amostras de plantas de 41 famiacutelias e 140

espeacutecies Dessas apenas cinco ocorreram nas duas aacutereas Com relaccedilatildeo agraves

abelhas foram coletadas um total de 141 espeacutecies em quatro famiacutelias Foi concluiacutedo

que a famiacutelia que apresentou maior riqueza de espeacutecie foi Apidae Com relaccedilatildeo agraves

plantas as famiacutelias Asteraceae Malvaceae Fabaceae Sapindaceae e Vichysiaceae

foram as mais ricas em nuacutemero de espeacutecies

Neves e Viana (2002) realizaram um estudo sobre a ecologia da comunidade de

abelhas eussociais com o propoacutesito de analisar as atividades do seu vocirco

relacionando com recursos alimentares variaccedilotildees meteoroloacutegicas entre outros

fatores Com coletas das abelhas amostras de plantas floridas e monitoramento dos

ninhos nas dunas continentais na Bahia Eles capturaram oito espeacutecies da famiacutelia

Apidae Estas abelhas exibiam maior atividade no periacuteodo da manhatilde Um nuacutemero de

plantas floridas foi verificado na estaccedilatildeo chuvosa Assim sendo concluiacuteram que a

disponibilidade de recursos disponiacutevel e agraves variaccedilotildees meteoroloacutegicas favorecem a

concentraccedilatildeo de visitas florais dessas abelhas pela manhatilde

Um estudo sobre a ecologia das populaccedilotildees de meliponiacuteneos Souza e

colaboradores (2005) fizeram buscas pelos ninhos e coletas das abelhas no Campus

da Universidade Federal da Bahia eles encontraram 94 ninhos com 19 espeacutecies

diferentes tendo uma predominacircncia da espeacutecie Tetragonisca angustula Deste

modo concluiacuteram que a riqueza de espeacutecies de meliponineos (meliponini)

encontrada no Campus (o qual eacute um local que sofre antropizaccedilatildeo) pode ser devida

a disponibilidade de substratos para nidificaccedilatildeo e pela quantidade de recursos que eacute

ofertado

Stuch (2006) realizou uma pesquisa sobre a variabilidade geneacutetica das populaccedilotildees

de Tetragonisca angustula Nesse trabalho o autor primeiramente faz uma revisatildeo

da bibliografia com o propoacutesito de apresentar informaccedilotildees a respeito da estrutura

das populaccedilotildees de meliponiacuteneos (meliponini) sobre as abelhas indiacutegenas sem

ferratildeo e principalmente a respeito da abelha em estudo onde destacam informaccedilotildees

29

do comportamento locais de nidificaccedilatildeo dos recursos usados para se alimentar e

do mel que eacute produzido por eles Com coletas e anaacutelises realizadas por meio de

marcador molecular nas cidades de Dracena em Satildeo Paulo e Ivatuba no Paranaacute Ele

observou que as amostras obtidas em Ivatuba apresentaram 60 de polimorfismo e

na cidade de Dracena foram apresentadas 40 Deste modo o autor concluiu que

em Ivatuba as populaccedilotildees de T angustula estatildeo diferenciadas geneticamente e natildeo

apresentam endocruzamento entre os ninhos jaacute as populaccedilotildees da cidade de

Dracena natildeo se encontraram modificados podendo os ninhos ser considerados

como um soacute Segundo o autor essas informaccedilotildees satildeo muito importantes para que

estudos de praacuteticas de manejo sejam realizados para manter a variabilidade dessas

populaccedilotildees

Outro trabalho tambeacutem em aacutereas fragmentadas foi realizado por Alvarenga (2008)

Neste trabalho o autor teve o objetivo de conhecer a diversidade e densidade dos

ninhos de meliponineos (meliponini) na Mata de Santa Tereza (Estaccedilatildeo Ecoloacutegica de

Ribeiratildeo Preto Satildeo Paulo) que fica situado entre a Mata Atlacircntica e o Cerrado com

levantamentos dos ninhos e das aacutervores que poderiam apresentar um tamanho

potencial para essas abelhas nidificarem Foram encontrados ninhos de quatro

espeacutecies de meliponineos (meliponini) sendo T angustula e Scaura latitarsis

representaram 25 dos ninhos encontrados e Trigona hyalinata 50 E em relaccedilatildeo

aacutes aacutervores cerca de 67 foram analisadas poucas apresentavam rachaduras ou

cavidades para abrigar os ninhos Deste modo foi concluiacutedo que na aacuterea estudada

haacute uma riqueza baixa e densidade relativamente meacutedia e tambeacutem poucos locais

para nidificaccedilatildeo

Andena e colaboradores (2009) tambeacutem fizeram um trabalho em aacutereas degradadas

Para eles esses estudos satildeo essecircncias devido a essas aacutereas serem a principal

razatildeo para o aumento das taxas de perda da diversidade geneacutetica e extinccedilatildeo das

abelhas Os autores realizaram um estudo para conhecer a diversidade de abelhas

no Cerrado em Satildeo Paulo Foram realizadas coletas das abelhas em quatro

reservas em regiotildees fragmentadas do Cerrado Reserva de Corumbataiacute Estaccedilatildeo

Ecoloacutegica de Jataiacute Parque Vassununga e Reserva de Cajuru Com cerca de 500

indiviacuteduos coletados as aacutereas que apresentaram maior riqueza foram Cajuru e

Corumbataiacute e as aacutereas com menor riqueza foram Vassununga e Estaccedilatildeo Ecoloacutegica

Jataiacute Mesmo apresentando maior nuacutemero de riqueza a aacuterea de Corumbataiacute sofreu

30

vaacuterias alteraccedilotildees na composiccedilatildeo fauniacutestica durante o estudo Assim sendo foi

concluiacutedo que pesquisas como essas satildeo importantes pois contribuem com

informaccedilotildees a respeito da influencia que essas aacutereas degradadas podem exercer

sobre a composiccedilatildeo fauniacutestica e a riqueza das espeacutecies de abelhas

Um inventaacuterio sobre os meliponiacuteneos (meliponini) no Bioma Cerrado foi realizado por

Fernandes e colaboradores (2012) Com levantamentos feitos durante dois anos em

quatro aacutereas diferentes (Municiacutepio de Tangaraacute da Serra ndash MT nos arredores do

campus universitaacuterio de Mato Grosso na Reserva Florestal Antocircnio Conselheiro ndash

MT e na zona rural do municiacutepio Tangaraacute da Serra - MT) os autores coletaram 128

espeacutecimes distribuiacutedos em 27 espeacutecies e 14 gecircneros e constataram que a maior

riqueza foi vista na reserva florestal e na zona rural do municiacutepio de Tangaraacute da

Serra Deste modo eles concluiacuteram que a riqueza observada na reserva pode ser

devido agrave mata apresentar pouca antropizaccedilatildeo e que as informaccedilotildees obtidas nesse

estudo satildeo de extrema importacircncia para a preservaccedilatildeo da biodiversidade da reserva

florestal

Uma pesquisa realizada por Oliveira e colaboradores (2013) cujo tema foi

Levantamento de Ocorrecircncia de Meliponiacutedeos (Meliponini) em Municiacutepios na regiatildeo

do Vale do Jauru ndash MT foia incidecircncia de abelhas sem ferratildeo em zonas urbanas

Com entrevistas aos moradores e com sessotildees de fotos para definir quais espeacutecies

de abelhas se encontravam nas proximidades das casas da regiatildeo do Vale do Jauru

eles encontraram 67 colmeacuteias sendo 17 predominantes em apenas uma cidade

Deste modo concluiacuteram que na regiatildeo do Vale do Jauru encontram-se grandes

aacutereas verdes proporcionando dessa forma alimento e a preservaccedilatildeo das abelhas

24 COLETA DE RECURSOS E PRODUCcedilAtildeO DE MEL DAS MELIPONINI

Devido agraves poucas informaccedilotildees sobre a composiccedilatildeo do mel e fontes alimentares

utilizados pelos meliponineos Anacleto (2007) fez um estudo com o intuito de

conhecer as principais fontes que fazem parte da dieta dessas abelhas e tambeacutem

conhecer as caracteriacutesticas quiacutemicas do mel produzido por elas O estudo foi no

Municiacutepio de Piracicaba Satildeo Paulo Foi realizado um levantamento das plantas

visitadas por cinco espeacutecies de meliponineos (T angustula Scaptotrigona

31

bipunctata Nanotrigona testaceicornis Friesiomellita varia e Tetragona clavipes)

coleta de mel nos potes de alimento dos ninhos e coleta de poacutelen retirada das

corbiacuteculas O autor obteve 158 espeacutecies de plantas sendo que dessas 67 foram

visitadas pelas abelhas em estudo e na anaacutelise poliacutenica foram encontradas 72

espeacutecies de plantas A espeacutecie que apresentou menor nuacutemero de visitas foi F varia

em contrapartida T angustula foi a espeacutecie que apresentou o haacutebito mais

generalista em relaccedilatildeo ao numero de espeacutecies de plantas visitadas Com relaccedilatildeo ao

mel foram analisadas um total 31 amostras Os estudos com a composiccedilatildeo do mel

apresentaram uma dificuldade devido agrave legislaccedilatildeo atender apenas as caracteriacutesticas

do mel de Apis melliacutefera e natildeo o mel das abelhas nativas O mel de F varia foi a que

apresentou menor niacutevel de accediluacutecar em contrapartida o niacutevel de accediluacutecar do mel de T

angustula foi o mais elevado Deste modo foi concluiacutedo que as espeacutecies estudadas

se mostraram generalistas com exceccedilatildeo de F varia e com relaccedilatildeo agrave anaacutelise do

mel foi concluiacutedo que haacute a necessidade de um padratildeo na legislaccedilatildeo proacuteprio para

uma melhor anaacutelise dos compostos quiacutemicos do mel de meliponiacuteneos

Anacleto e colaboradores (2009) tambeacutem realizaram uma pesquisa sobre o padratildeo

de qualidade do mel das abelhas sem ferratildeo Para esse estudo foi analisado a

composiccedilatildeo do mel das abelhas Tetragonisca angustula Com coletas feitas

diretamente de dentro das colocircnias encontradas em Piracicaba ndash (SP) e com

anaacutelises feitas sobre o accediluacutecar proteiacutenas pH acidez cor entre outros fatores os

autores obtiveram 20 amostras de mel e relataram que o accediluacutecar dessas amostras

apresentaram valores inferiores ao que eacute estabelecido pelas normas

brasileirasAssim sendo concluiacuteram que 5 de accediluacutecar do mel coletado natildeo se

enquadram na legislaccedilatildeo e que seria necessaacuterio um maior estudo para que uma

nova legislaccedilatildeo seja feita

No trabalho de Sommeijer e colaboradores (1983) aleacutem de analisar os recursos

coletados por algumas abelhas sem ferratildeo (Meliponineos) e Apis mellifera os

autores tambeacutem fizeram observaccedilotildees no comportamento de forrageamento dessas

abelhas As observaccedilotildees e amostras de poacutelen foram retiradas semanalmente das

corbiacuteculas das forrageiras que retornavam ao ninho Os autores observaram que as

coletas dos recursos ocorreram em periacuteodos diferentes os voos de neacutectar ocorreram

na maior parte das vezes de manhatilde e os vocircos de poacutelen ocorreram agrave tarde Em

relaccedilatildeo ao poacutelen foram obtidas 191 amostras sendo que quatro famiacutelias se

32

mostraram mais presentes Myrtaceae Sapotaceae Sapindaceae e Melliaceae

Desta forma concluiacuteram que as coletas de poacutelen pelas forrageiras podem ter

predominado no periacuteodo da manhatilde devido agraves flores se mostrar mais murchas com o

passar do dia Tambeacutem concluiacuteram que os recursos de poliacutenicos foram bem

diversos o que confirmou o haacutebito generalista dessas abelhas

Carvalho e Marchini (1999) realizaram um estudo dentro de um campus Universitaacuterio

(USP) em Piracicaba Em seu trabalho tiveram o objetivo de conhecer as plantas

que oferecem recursos para abelhas em ambientes mais antropizados Com coletas

de abelhas operaacuterias em colocircnias de Tetragonisca angustula e Nannotrigona

testaceicornis os autores analisaram os gratildeos de poacutelen coletados por elas Atraveacutes

dessa anaacutelise obtiveram 31 tipos poliacutenicos em 22 famiacutelias de plantas sendo que

entre essas famiacutelias para N testaceicornis os gratildeos de poacutelen que se mostrou mais

frequumlente foi de Myrtaceae e para T angustula foram Fabaceae Liliaceae e

Mimosaceae Dessa maneira concluiacuteram que essas espeacutecies se mostraram

generalistas visitando diversas plantas

No mesmo ano Carvalho Marchini e Ros (1999) fizeram um estudo para comparar

e analisar as fontes de poacutelen utilizadas por Apis mellifera e quatro diferentes

espeacutecies de Trigonini (Nannotrigona testaceicornis Partamona helleri Plebeia

droryana e Tetragonisca angustula) O trabalho teve o intuito de fornecer

informaccedilotildees sobre as preferecircncias florais e as relaccedilotildees troacuteficas dessas espeacutecies

Com coletas realizadas nos meses de Outubro e Novembro de 1996 no campus da

USP em Piracicaba os autores coletaram 53 tipos poliacutenicos desses os tipos mais

frequentes para todas as abelhas foram Aracaceae Bulbine frutescens e

Eucalyptus spe com as relaccedilotildees troacuteficas eles observaram que a utilizaccedilatildeo de fontes

de poacutelen variou conforme a espeacutecie e que a dieta se mostrou bem diversificada

Dessa maneira os autores concluiacuteram que P droryana e Phelleri foram agraves

espeacutecies que apresentaram maior uniformidade na utilizaccedilatildeo de fontes de poacutelen e a

maior sobreposiccedilatildeo de nicho troacutefico ocorreu entre N testaceiconis e T angustula e

menor sobreposiccedilatildeo foi entre A meliacutefera e T angustula

Devido agrave carecircncia de estudos sobre os recursos florais utilizados pelas abelhas

Agostini e Sazima (2003) fizeram um estudo sobre a fenologia das espeacutecies de

plantas ornamentais e suas relaccedilotildees com as espeacutecies de abelhas Com registros da

fenologia das plantas arboacutereas e arbustivas e o tipo de recurso utilizado pelas

33

abelhas no campus da Universidade Estadual de Campinas em Satildeo Paulo os

autores registraram 42 espeacutecies de plantas e observaram que na aacuterea estudada

houve plantas florindo todos os meses e natildeo houve sazonalidade marcada Com

relaccedilatildeo ao tipo de recurso utilizado pelas abelhas foi observado que as plantas mais

visitadas foram da famiacutelia Leguminosae e Bombacaceae por serem importantes

fontes de alimento para as abelhas no periacuteodo de estiagem Concluiacuteram que plano

de manejo em ambientes urbanos usando plantas ornamentais nativas seria

importante para acolher maior diversidade de abelhas as quais cumprem papel

importantiacutessimo na manutenccedilatildeo da biodiversidade dos ecossistemas naturais

Como muitas plantas de importacircncia econocircmica dependem de insetos para

aumentar a produccedilatildeo e a qualidade dos frutos Toledo e colaboradores (2003)

pesquisaram as angiospermas na regiatildeo de Maringaacute no estado do Paranaacute para

contribuir com o conhecimento da biodiversidade nessa regiatildeo Com coletas em

onze espeacutecies de plantas examinadas na Universidade Estadual de Maringa

Paranaacute os autores obtiveram 331 insetos Entre as abelhas trecircs espeacutecies coletadas

foram as mais abundantes Tetragonisca angustula Apis mellifera e Trigona spinipes

Os autores concluiacuteram que essas abelhas africanizadas e sem ferratildeo foram as mais

abundantes nas coletas as flores devido tanto ao seu comportamento generalista

como pela sobreposiccedilatildeo no local de forrageamento

Simioni e Colaboradores (2007) realizaram um estudo para investigar os recursos

alimentares de Tetragonisca angustula fiebrigi em Mato Grosso do Sul Com

amostras de cargas poliacutenicas corbiculares das operaacuterias em um ambiente natural de

Corumbaacute-MS no periacuteodo de seis meses os autores relataram que T angustula

visitou 43 espeacutecies de plantas para coleta de poacutelen e as famiacutelias mais visitadas

foram Leguminosae Palmae Asteraceae e a subfamiacutelia Mimosidae devido agrave grande

quantidade de poacutelen acessiacutevel Deste modo concluiacuteram que Tetragonisca

angustula mostrou-se seletivo com relaccedilatildeo agraves fontes de alimento disponiacutevel na aacuterea

estudada e que a famiacutelia Leguminosae se mostrou a mais importante fonte de poacutelen

para T angustula

Muitas espeacutecies de abelhas vecircm sendo utilizadas consorciadas ao cultivo de

diversas espeacutecies de plantas No trabalho de Antunes e colaboradores (2007) eles

utilizaram a espeacutecie Tetragonisca angustula para verificar seu efeito como agente

polinizador na produccedilatildeo de frutos de cultivares de morango em estufa O estudo foi

34

realizado na Universidade de Passo Fundo RS utilizando quatro cultivares de

morangueiro (Oso Grande Tdla Chandler e Dover) com ausecircncia e presenccedila de

duas e quatro colmeacuteias de T angustula Os autores observaram que o numero de

visitas as flores foram o mesmo para os mesmos nuacutemeros de colocircnias e que o uso

de duas ou quatro colmeacuteias natildeo alterou a produccedilatildeo dos frutos Aleacutem disso

observaram tambeacutem que a porcentagem de frutos deformados teve uma queda

consideraacutevel de 85 para 5 Sendo assim concluiacuteram que a presenccedila de

Tetragonisca angustula para a polinizaccedilatildeo em ambiente fechado tem grande

importacircncia para o aumento da produtividade e para o aumento da quantidade de

frutos comerciaacuteveis

Devido agrave grande importacircncia das abelhas sem ferratildeo para manter a biodiversidade

das plantas Braga e colaboradores (2012) fizeram um estudo com a espeacutecie T

angustula por ela ser amplamente distribuiacuteda nos habitats tropicais Com estudo

realizado em duas ilhas (Ilha Grande e Tucuruccedilaacute) e outras duas na ilha Ariroacute e

Tinguaacute todas SAP aacutereas de Mata Atlacircntica do Estado do Rio de Janeiro e apenas

Ilha Grande pertence a uma unidade de proteccedilatildeo ambiental Para esse estudo os

autores fizeram coletas de carga de poacutelen e observaccedilotildees agraves flores T angustula

visitou 61 espeacutecies de plantas sendo Anacardiaceae e Asteraceaeas mais visitadas

Na Ilha grande foi a aacuterea onde se obteve maior nuacutemero de visitas e onde se

encontrou 39 tipos poliacutenicos Dessa maneira concluiacuteram que a dieta de T angustula

eacute bem ampla e que essas pesquisas satildeo necessaacuterias para conhecer as plantas que

operam como recurso para as abelhas em ambiente natural

Com o intuito de contribuir para o conhecimento da flora e sua utilizaccedilatildeo por

polinizadores nativos Novais Absy e Santos (2013) caracterizaram o poacutelen de T

angustula atraveacutes da anaacutelise palinoloacutegica analisando os meacuteis produzidos por esta

espeacutecie em duas regiotildees semi-aacuteridas tropicais do nordeste do Brasil Com amostras

de mel coletados mensalmente nos municiacutepios de Itaberaba e Ruy Barbosa na

Bahia durante 14 meses os autores observaram que o espectro poliacutenico das

amostras de mel de T angustula consistiu um total de 67 tipos de poacutelen sendo que

18 deles foram comuns aos espectros de poacutelen tanto de Itaberaba quanto de Ruy

Barbosa e as famiacutelias das plantas que predominaram em ambos municiacutepios foram

Fabaceae Myrtaceae Malvaceae e Euphorbiaceae Concluiacuteram que houve um uso

heterogeneo dos recursos naturais no municiacutepio de Itaberaba e homogecircneo no

35

municiacutepio de Ruy Barbosa neste foi detectado um tamanho maior do nicho de poacutelen

de T angustula Para os autores isso se deve a diferenccedila na diversidade de plantas

entre os dois municiacutepios

25 COMPORTAMENTO DA ABELHA JATAIacute

Para algumas pesquisas estudos sobre comportamento eacute essencial para obter

informaccedilotildees importantes sobre a espeacutecie em estudo Para que pesquisadores

possam fazer estudo de comportamento em campo Altmann (1973) publicou um

trabalho sobre comportamento animal onde ela faz um guia para orientar os

observadores em seus estudos Ela apresenta meacutetodos para ser utilizado nas

observaccedilotildees tanto em comportamento individual quanto em grupo e apresenta o uso

de meacutetodos de amostragem nas observaccedilotildees Nesse a autora relata trabalhos de

outros autores sobre observaccedilotildees comportamentais e faz discussotildees a respeito de

problemas de amostragem em comportamento social como tambeacutem as vantagens e

desvantagens do uso de alguns meacutetodos

Um estudo relacionado com o comportamento de T angustula foi realizado por

Wittmann (1985) para mostrar que o sistema de defesa dessa espeacutecie natildeo era

apenas para defesa de alguns insetos voadores mais tambeacutem para defesa contra

ataques de abelhas cleptobioacuteticas Para observaccedilatildeo do comportamento das guardas

pairando foi mantida uma colocircnia de Lestremelitta limatildeo proacuteximo a quatros colocircnias

de T agustula O autor notou que o posicionamento das guardas pairando proacuteximo

ao corredor de vocirco do ninho permitia maior eficiecircncia nos ataques aos intrusos

cleptobioacuteticos e que durante esses ataques o numero de guardas aumentava

consideravelmente para reforccedilar a defesa do ninho Dessa maneira concluiu-se que

no comportamento de defesa essa espeacutecie faz um recrutamento em massa das

guardas em resposta a um feromocircnio lanccedilado por L limatildeo

Couvillon e colaboradores (2007) fizeram um estudo sobre a movimentaccedilatildeo das

forrageiras em relaccedilatildeo ao tamanho da entrada do ninho e o comportamento

defensivo das guardas em relaccedilatildeo agraves perturbaccedilotildees que os ninhos sofrem Para esse

trabalho os autores estudaram 26 espeacutecies de abelhas sem ferratildeo no campus da

Universidade de Satildeo Paulo em Ribeiratildeo Preto Foram medidas a entrada dos ninhos

36

e o comprimento de abelhas forrageiras Foi verificado que a entrada do tubo do

ninho se ajusta ao tamanho das abelhas operaacuterias ou seja quanto maior for a

abelha maior seraacute a entrada do ninho Tambeacutem observaram que as guardas tinham

o comportamento de proteger o ninho bloqueando sua entrada e permitindo apenas

a entrada das forrageiras Assim concluiacuteam que essas abelhas apresentam

importantes mecanismos de defesa para ninho e que estudos como esse podem

trazer informaccedilotildees importantes ao comportamento de defesas das abelhas sem

ferratildeo

Minussi e Santos (2007) fizeram um estudo para descobrir se haacute algum efeito

negativo da Apis mellifera sobre as abelhas nativas em relaccedilatildeo agrave coleta de recursos

Para isso os autores fizeram um trabalho sobre o comportamento que ocorre entre

essas abelhas Com observaccedilotildees agraves flores e coletas das abelhas na Escola

Agroteacutecnica Federal de Sombrio no municiacutepio de Santa Rosa Santa Catarina Apis

mellifera foi agrave espeacutecie mais abundante encontrada na aacuterea em estudo em seguida

Trigona spinipes foi a mais abundante Durante as observaccedilotildees notaram que o

comportamento de abertura das mandiacutebulas da subfamiacutelia Halictinae para atacar e

expulsar as abelhas africanizadas das flores era comum e que esse comportamento

ocorria sempre antes que abelhas conseguissem chegar ao fundo da flor Dessa

maneira concluiacuteram que as abelhas nativas conseguem se defender das abelhas

africanizadas para garantir seu recurso

Karcher e Ratnieks (2009) mostraram em suas pesquisas que ninhos de T

angustula natildeo eram apenas defendidos por guardas pairando mas tambeacutem por

guardas que ficam de peacute na entrada do ninho Os autores colocaram dez campeiras

e natildeo campeiras da mesma espeacutecie e campeiras tratadas com odor de

Scaptotrigona bipunctata em cinco ninhos As guardas de peacute natildeo rejeitaram

nenhuma campeira mas rejeitaram quase todas natildeo campeiras e campeiras

tratadas com odor volaacutetil A partir desse resultado concluiacuteram que as operaacuterias que

ficam de peacute na entrada do ninho tambeacutem atuam como oacutetimas guardas para

discriminar as abelhas campeiras e natildeo campeiras

No trabalho de Gruter Karcher e Ratnieks (2011)foi realizado um estudo sobre as

abelhas guardas de Tetragonisca angustula que ficam pairando e de peacute proacuteximo ao

ninho Os autores fizeram algumas experiecircncias para saber se havia alternacircncias de

tarefas entre elas A pesquisa teve duraccedilatildeo de trecircs anos e foi realizada em uma

37

fazenda perto de Satildeo Paulo Para observar essa alternacircncia de tarefas as abelhas

guardas foram coletadas e marcadas Dessa maneira notaram que das 18 abelhas

marcadas 12 eram exclusivamente guardas em peacute e seis realizavam os dois tipos

de guardas Durante as 21 horas de observaccedilatildeo natildeo foi observado mudanccedila entre

os tipos de guardas A partir desses resultados concluiacuteram que a alternacircncia de

tarefa entre as guardas eacute rara de acontecer indicando que a defesa de T angustula

e feita por divisatildeo de trabalho

Zweden e colaboradores (2011) fizeram um trabalho semelhante agrave Wittmann (1984)

com os guardas de defesa que ficam pairando Em seu estudo os autores tinham o

objetivo de testar a hipoacutetese que as guardas aumentavam a defesa do ninho em

relaccedilatildeo aos intrusos principalmente Lestrimellita limatildeo a qual eacute um ladratildeo

obrigatoacuterio de Tetragonisca angustula Foram feitas mediccedilotildees da distacircncia em que

as guardas pairando atacavam tanto um manequim de massa de modelar coberto de

citral (odor volaacutetil liberado por L limatildeo) quanto operaacuterias de Lestrimellita limatildeo

receacutem morto Todos os intrusos do experimento foram atacados por T angustula a

distacircncia que ocorreu o ataque variou entre 0-22 cm os ninhos que tinham mais

guardas apresentou maior distacircncia Dessa maneira concluiacuteram que a presenccedila de

guardas pairando aumenta a detecccedilatildeo de intrusos e que essas guardas respondem

especialmente a pistas visuais

As abelhas sem ferratildeo (eussocias) costumam apresentar divisatildeo de trabalho em

suas colocircnias Gruter e colaboradores (2012) em seu estudo quiseram testar a

hipoacutetese de que os soldados especializados (guardas) para a defesa das colocircnias de

jataiacute (Tetragonisca angustula) eram relativamente maiores que os trabalhadores

Com anaacutelise no tamanho e na forma das forrageiras guardas e trabalhadores que

removem resiacuteduos das colocircnias o autor constatou que o peso corporal das guardas

era maior que das abelhas forrageiras e que o tamanho da cabeccedila das forrageiras

mostrou-se um pouco maior em relaccedilatildeo agraves guardas Assim concluiu-se que a

variaccedilatildeo no tamanho seria devido agrave divisatildeo de trabalho ou seja a diferenccedila no

tamanho do corpo consiste em uma eficaacutecia maior para lutar contra invasores e a

diferenccedila em relaccedilatildeo ao tamanho da cabeccedila seria devido agrave necessidade das

forrageiras de decorar caminhos para busca do alimento

38

39

3 METODOLOGIA

31 AacuteREA DE ESTUDO

O Municiacutepio de Vitoacuteria possui uma extensatildeo geograacutefica que envolve um grau

elevado de urbanizaccedilatildeo (SOUZA 2011) De acordo com o Instituto Brasileiro de

Geografia e Estatiacutestica (2010) o Municiacutepio apresenta uma aacuterea de mais de 98 Kmsup2 e

conta com uma populaccedilatildeo estimada de 352104 habitantes O clima da regiatildeo de

Vitoacuteria pode ser classificado como Tropical uacutemido (CLASSIFICACcedilAtildeO [20--])

apresentando temperatura maacutexima que pode chegar a 32ordm C e miacutenima que fica em

torno de 24ordm C com os maiores iacutendices de precipitaccedilatildeo pluviomeacutetrica entre os meses

de Outubro a Janeiro (INSTITUTO CAPIXABA DE PESQUISA ASSISTEcircNCIA

TEacuteCNICA E EXTENSAtildeO RURAL 2011)

Vitoacuteria eacute um dos Municiacutepios que apresentam os maiores niacuteveis de temperaturas do

Estado Isso se deve ao fato de as grandes montanhas dificultarem a passagem dos

ventos do nuacutemero de preacutedios que aumenta com o passar dos anos assim como a

poluiccedilatildeo (SOUZA 2011)

O estudo foi realizado no Campus Universitaacuterio Alaor de Queiroz Arauacutejo da

Universidade Federal do Espiacuterito Santo (FERNANDES VALE 2013) tambeacutem

conhecido como campus de Goiabeiras Este campus se encontra localizado no

Municiacutepio de Vitoacuteria capital do Estado do Espiacuterito Santo e nas coordenadas

geograacuteficas de 20ordm 16rsquoS e 40ordm 18rsquoW (FERREIRA DANTAS 2000)

O Campus fica ao Sul e ao Oeste do canal da passagem e a Leste com a Avenida

Fernando Ferrari Ateacute 2008 era composta por uma aacuterea de ambiente entre mareacutes e

terrestre de 1592545 msup2 poreacutem com a ampliaccedilatildeo da Avenida Fernando Ferrari

essa aacuterea foi reduzida para 1567545 msup2 (FERNANDES VALE 2013) A aacuterea

amostral se localiza no entorno do Centro de Ciecircncias Humanas e Naturais (CCHN)

Implantada por volta da deacutecada de 1970 ela compotildee os ICrsquos (iniciais de Ilha do

Cercado) I II III e IV (FERNANDES VALE 2013) e apresenta uma aacuterea que

compreende edificaccedilotildees como preacutedios passarelas ruas asfaltadas paacutetio de

estacionamento e aacutereas jardinadas (MAPA 01)

40

Mapa 01- Mapa do Campus Universitaacuterio de Goiabeiras (UFES) com destaque da

aacuterea de estudo em vermelho

Fonte Google Maps (2014) 32 OBTENCcedilAtildeO DOS DADOS

A aacuterea de estudo foi inspecionada agrave procura de ninhos de T angustula com

observaccedilotildees em calccediladas paredes muros postes troncos de aacutervores entre outros

conforme Taura e Laroca (1991) Os ninhos encontrados foram marcados por letra

alfabeacutetica e mapeados com o auxiacutelio de um marcador permanente (marca Jocar

Office) e um GPS (marca Garmin etrex vista) As observaccedilotildees foram realizadas uma

vez a cada semana durante cinco meses de Abril agrave Setembro de 2014 totalizando

21 dias amostrados (140 horas) O periacuteodo no qual foram realizadas as observaccedilotildees

41

foi de 0700 agrave 1700 horas As observaccedilotildees foram feitas durante 15 minutos em cada

ninho e intercaladas nos periacuteodos matutino vespertino e dia todo com o auxilio de

uma lupa de matildeo devido elas apresentarem aproximadamente 5 miliacutemetros

(NOGUEIRA-NETO 1997) A lupa de matildeo foi utilizada tambeacutem para observar a cor

do poacutelen que as abelhas traziam para dentro do ninho

A contagem do nuacutemero de entradas e saiacutedas das abelhas coletoras e das abelhas

que protegem a colocircnia de invasores foi realizada em todos os ninhos com o auxilio

de um contador de nuacutemeros Os registros foram realizados com redaccedilatildeo dos

eventos e por meio de fotografias As observaccedilotildees seguiram o meacutetodo Animal-Focal

descrito por Altmann (1973) para anaacutelise do comportamento das abelhas Esse

meacutetodo consiste em amostrar os comportamentos de um ou mais indiviacuteduos por um

determinado periacuteodo de tempo O levantamento das principais fontes de alimento de

T angustula foi obtido a partir de dados bibliograacuteficos

33 ANAacuteLISE DOS DADOS

Para anaacutelise dos dados foi utilizado o programa ldquoMapSourcerdquo para a construccedilatildeo do

mapa dos ninhos encontrados Foi tambeacutem utilizado o programa Microsoft Excel

2007 para construccedilatildeo de graacuteficos para analisar o nuacutemero de visitas (entrada e saiacuteda)

que as abelhas coletoras apresentaram durante os cinco meses observados Os

graacuteficos foram construiacutedos por intervalos de horas sendo que as informaccedilotildees se

acumularam mais proacuteximo do horaacuterio em que houve mais eventos observados no

ninho O mesmo programa foi utilizado para retirar a meacutedia da quantidade de

guardas na defesa do ninho

Os dados resultantes do levantamento bibliograacutefico das fontes alimentares serviram

de base para a elaboraccedilatildeo de um graacutefico com a contribuiccedilatildeo das famiacutelias de plantas

mais visitadas por T angustula

42

43

4 RESULTADOS E DISCUSSOtildeES

41 LOCALIZACcedilAtildeO DOS NINHOS

Foram encontrados onze ninhos (marcados por letra alfabeacutetica de A a K) cinco

instalados em paredes e muros (K C I e J) e seis localizados sob placas de

concreto de passarelas (A B D E F G e H) (mais precisamente na base das

pilastras da passarela que se encontra entre os IC`s II e III) Este fato corrobora com

os estudos de Taura e Laroca (1991) que indica que a disponibilidade de nidificaccedilatildeo

nesses locais aumenta com as atividades antroacutepicas A localizaccedilatildeo dos ninhos eacute

apresentada pelo Mapa 02

Os ninhos C J K (Mapa 02) recebiam calorna maior parte do dia jaacute os demais natildeo

recebiam sol diretamente na maior parte do dia pois eram protegidos pela pilastra e

pela cobertura da passarela

Durante todo o periacuteodo das observaccedilotildees em geral o clima foi de dias quentes com

presenccedila de ventos

MAPA 02 ndash Mapa dos ninhos de T angustula estudadas no Campus de Goiabeiras

(UFES) Abril ndash Setembro2014

Fonte Modificado em Google earth (2014) Dos 11 ninhos observados dois ninhos natildeo apresentavam a entrada com o formato

comum de cilindro e traziam um formato natildeo definido

44

Em todos os ninhos foi possiacutevel ver que a abertura da extremidade do tubo era

relativamente grande Tal formato permite que haja espaccedilo para que algumas

abelhas guardas permaneccedilam na entrada do tubo ao mesmo tempo em que deixa

espaccedilo suficiente para as forrageiras passarem (KARCHER RATNIEKS 2009) Ao

longo de todo o tubo havia presenccedila de centenas de perfuraccedilotildees o que segundo

Gruter Karcher e Ratinieks (2011) eram para ajudar nas trocas gasosas

Nos cinco meses observados trecircs ninhos desapareceram da aacuterea amostral restando

ao final das observaccedilotildees oito ninhos Um deles (ninho E) foi perdido logo no iniacutecio

das observaccedilotildees supotildee-se que tenha ocorrido alguma intervenccedilatildeo aguda por

exemplo humana pois logo no segundo dia de observaccedilatildeo o mesmo jaacute natildeo estava

no lugar demarcado Outros dois ninhos (ninhos F e G) tambeacutem foram perdidos O F

persistiu ateacute o mecircs de Maio e o ninho G ateacute Julho Nestes o desaparecimento se

sucedeu apoacutes eventos de revoadas

42 INTERACcedilOtildeES INTER E INTRAESPECIacuteFICAS

TABELA 1 - Dados dos Ninhos observados

Data Ninho Hora Cores de Poacutelen

Presenccedila de

Resina Operaacuteriaslimpeza Guardas

em peacute Guardas pairando Ameaccedila

14abr D 07h-8h

Amarelo Branco Laranja

Vermelho

X 5 1

13mai C 10h-11h

Amarelo Branco Laranja

Vermelho

X X 4 4

20mai J 15h-16h Branco X X 8 12 02jun H 12h-13h Branco X X 8 4 16jul D 13h-14h Branco

X 8 2 Formiga

20jun B 08h-09h

Amarelo Branco Laranja

Vermelho

X X 9 3

06ago C 14h-15h Branco X 7 10 Lagartixa

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria As observaccedilotildees indicaram que as jataiacutes visitavam vaacuterias espeacutecies de flores durante

as manhatildes e iniacutecio das tardes pois nesse periacuteodo trouxeram uma grande

45

diversidade de poacutelen (cores amarela laranja branca e vermelha) transportados em

suas corbiacutecula para dentro do ninho B C e D (TABELA 1) (FIGURA 1-A) No horaacuterio

da tarde essa diversidade diminuiacutea nos ninhos C D H e J (TABELA 1) e era

representada pelo transporte de poacutelen de cor branca Este fato mostra que a

diversidade de flores visitadas decresce ao longo do dia

As abelhas sociais de um modo geral visitam as flores enquanto elas satildeo atrativas

Elas apresentam preferecircncia pela cor e satildeo capazes de discriminar os conjuntos

florais realizar sua localizaccedilatildeo e selecionar aquelas que produzem maior quantidade

e melhor qualidade de alimento (PIRANI LAURINO 1993) Existem diversos fatores

que podem influenciar a coleta de alimento pelas abelhas sociais entre eles o

comportamento das campeiras e a necessidade das colocircnias que depende do seu

tamanho (PIRANI LAURINO 1993)

Aleacutem de poacutelen tambeacutem foi observado carregamento de resina nas corbiacuteculas para

dentro do ninho B C H e J (TABELA 1) (FIGURA 1-B) essa eacute coletada pelas

abelhas em bototildees florais Depois de a resina ser coletada ela pode ser armazenada

pura ou misturada com cera No caso de T angustula ela geralmente faz a

armazenagem na forma pura (NOGUEIRA-NETO 1997) Como a resina eacute viscosa e

grudenta as abelhas a utilizam para vedar o entorno da entrada do tubo e tambeacutem

para depositar uma quantidade sobre o corpo e cabeccedila das formigas para defender

a colocircnia contra invasores (WITTMANN 1985 NOGUEIRA-NETO 1997)

Durante todo o periacuteodo observado foi notada a presenccedila de operaacuterias que cuidavam

da limpeza dos ninhos (TABELA 1) Essas operaacuterias trabalhavam retirando resiacuteduos

(detritos) de dentro do ninho e o faziam carregando atraveacutes de sua mandiacutebula

(FIGURA 1-C) Este trabalho era realizado continuamente ao longo de todo o dia

Para Nogueira-Neto (1997) T angustula eacute a espeacutecie que tem o melhor haacutebito de

limpeza e por esta razatildeo seu mel e seu proacutepolis satildeo considerados o melhor dentre

as outras espeacutecies

FIGURA 1- Divisatildeo de trabalho entre operaacuterias de Tetragonisca angustula A

Detalhe da corbiacutecula com poacutelen B Detalhe da corbiacutecula com resina C Operaacuteria de

limpeza com resiacuteduo na mandiacutebula

46

Fonte Arquivo Labibio

Em cada ninho foi possiacutevel notar a presenccedila de abelhas que ficavam tanto pousadas

ao longo do tubo de entrada do ninho quanto sobrevoando proacuteximo do mesmo

Essas abelhas satildeo chamadas por Gruter Karcher e Ratnieks (2011) de abelhas

guardas em peacute e pairando respectivamente As guardas em peacute estavam sempre

em grandes quantidades e estiveram em atividade praticamente em todo o periacuteodo

do dia

Essas guardas ficavam na maior parte do tempo com a mandiacutebula apoiada sobre o

ninho acredita-se que tenham a funccedilatildeo de depositar resina ao entorno do ninho As

demais guardas que ficavam sobrevoando estiveram mais ausentes logo no

A B

C

47

comeccedilo da manhatilde por volta das 0700 as 0900 horas As guardas pairando ficavam

na maioria das vezes em nuacutemeros de trecircs a quatro sempre posicionadas a direita e

esquerda do tubo e em direccedilatildeo a entrada (FIGURA 2)

FIGURA 2- Ninho de T angustula com guardas pairando destacado em vermelho e

guardas em peacute em destaque azul

Fonte Arquivo Labibio

Foi observado que no periacuteodo da tarde o nuacutemero de guardas pairando aumentava

Isso era visto com maior frequumlecircncia nos ninhos C e J instalados em paredes

(TABELA 1) Segundo Gruter Karcher e Ratnieks (2011) as colocircnias que

apresentam um nuacutemero maior de guardas pairando sofrem ameaccedilas de

vertebrados fato corroborado no ninho C (TABELA 1) que foi atacado por uma

lagartixa No momento em que aconteceu uma parte da populaccedilatildeo saiu do ninho e

se mostraram bem agitadas O que de acordo com Gruter Karcher Ratnieks (2011)

trata-se de uma resposta defensiva agrave percepccedilatildeo da respiraccedilatildeo de vaacuterios

vertebrados

Tambeacutem foi observado o comportamento defensivo em quando formigas se

aproximavam do ninho D (TABELA 1) As jataiacutes as ldquobeliscavamrdquo para que se

afastassem Esse mesmo comportamento foi visto durante minhas observaccedilotildees ao

Ninho A toda vez que me aproximava para observar ou fotografar surgiam vaacuterias ao

48

meu redor em uma dessas observaccedilotildees a jataiacute picou pele exposta Dentre todos os

ninhos essa foi a que apresentou o comportamento mais agressivo

De acordo com os estudos de Gruter e colaboradores (2012) T angustula eacute a uacutenica

espeacutecie que apresenta um sistema de defesa que envolve dois grupos distintos e

complementares de guardas uma pairando que se estacionam no ar proacuteximo ao

ninho e outras em peacute ao redor da entrada do ninho As guardas que ficam de frente

para o caminho de vocirco satildeo chamadas de grupo principal e as que ficam

posicionadas agrave direita e agrave esquerda do ninho satildeo o grupo secundaacuterio (GRUTER

KARCHER RATNIEKS 2011)

Uma caracteriacutestica interessante dessas guardas eacute que apresentam caracteriacutesticas

morfoloacutegicas diferentes das operaacuterias (satildeo maiores e mais pesadas) (GRUTER et

al 2012) Elas apresentam diferenccedilas no comprimento da asa no tamanho das

pernas traseiras que satildeo relativamente maiores para seu corpo (podendo ajudar na

luta contra invasores) e cabeccedila um pouco menor que das forrageiras Essa ultima

caracteriacutestica estaacute associada agrave maior necessidade das forrageiras de processar

informaccedilotildees sensoriais relacionadas ao forrageamento (GRUTER et al 2012)

As abelhas guardas possuem a funccedilatildeo de defender sua colocircnia de ataques de

intrusos que aproveitam do seu trabalho para roubar o alimento produzido

(GRUTER KARCHER RATNIEKS 2011) As accedilotildees especiacuteficas desses intrusos satildeo

detectadas mais pelas guardas em peacute pois elas conseguem identificar as campeiras

e natildeo campeiras da mesma espeacutecie por quimiorecepccedilatildeo (KARCHER RATNIEKS

2009 GRUTER KARCHER RATNIEKS 2011) Jaacute as guardas que pairam perto do

ninho atacam intrusos que natildeo satildeo da mesma espeacutecie elas o reconhecem pela cor

forma do corpo e pelos odores volaacuteteis (KARCHER RATNIEKS 2009) De acordo

com Zweden e Colaboradores (2011) a presenccedila de guardas pairando aumenta a

detecccedilatildeo de intrusos e que essas guardas respondem especialmente a pistas

visuais Como comportamento de defesa as guardas liberam um feromocircnio de

alarme para recrutar os trabalhadores para o ataque (FREE 1987 apud ZWEDEN

2011)

O nuacutemero meacutedio de guardas durante o periacuteodo observado mostrou-se maior para as

guardas em peacute (78) do que para as guardas pairando (35) Esse fato eacute explicado

por Gruter Karcher e Ratnieks (2011) para eles o gasto energeacutetico das guardas

pairando eacute muito maior de modo que eacute menos dispendioso energicamente para as

49

abelhas ficarem em peacute Mesmo tendo um gasto energeacutetico muito alto nas

observaccedilotildees de Wittmann (1985) as atividades do voo das guardas foi constatado

que essas ficavam pairando por cerca de 70 minutos antes de voltar para dentro do

ninho Este fato mostra que a mudanccedila de guardas natildeo eacute comum e que a defesa do

ninho eacute feita por divisatildeo de trabalho e natildeo por alternacircncia de tarefas (GRUTER

KARCHER RATNIEKS 2011)

Os ninhos que desapareceram ao longo das observaccedilotildees foram devido agraves revoadas

um comportamento comum nas abelhas Nas jataiacutes as revoadas geralmente

ocorrem devido ao calor para refrescar o ninho em caso de altas temperaturas uma

parte da populaccedilatildeo sai do ninho enxameamento para reproduccedilatildeo ou devido agrave

interferecircncia humana quando um ninho eacute retirado de um local para outro

(INFORMACcedilAtildeO PESSOAL ZOCOLOTTI V R) De acordo com este na primeira

semana eacute possiacutevel presenciar alguma revoada que pode ser para identificaccedilatildeo

tanto da flora apiacutecola quanto para localizaccedilatildeo do novo ambiente

No caso dos ninhos F e G ao final de cada revoada observada a entrada do ninho

ficava bastante danificada Foram observadas trecircs revoadas (duas no mesmo dia)

do ninho F todas no mecircs de Maio e duas (em dias diferentes) no ninho G no mecircs

de Junho Apoacutes estas observaccedilotildees os dois ninhos desapareceram

Durante as revoadas vaacuterias abelhas caiam no chatildeo agarradas umas nas outras

Apoacutes queda era possiacutevel observar que as guardas conseguiam prender e retirar

com sua mandiacutebula as pernas e asas do invasor (FIGURA 3-A e B) o que impedia

as invasoras de conseguir atacar novamente Segundo Kerr e colaboradores (2005)

as guardas agarram as pernas dos invasores para que eles caiam no chatildeo e sejam

comidos pelas formigas que ficam proacuteximas aos ninhos

50

FIGURA 3 - Ataque de invasores A T angustula com mandiacutebula presa agrave perna do

Jataiacute invasora BPerna de invasores retirada apoacutes ataque

Fonte Arquivo Labibio

De acordo com Zocolotti VR (INFORMACcedilAtildeO PESSOAL) as cinco espeacutecies de

Meliponini criadas por ele podem apresentar o comportamento de saquear outros

ninhos e isso pode ocorrer por oportunismo ou por falta de alimento Em especial

as Jataiacutes geralmente possuem o costume de atacar as proacuteprias jataiacutes esses

ataques acontecem dentro do mesmo ninho e entre outros proacuteximos Esses ataques

podem ocorrer por atraccedilatildeo de feromocircnio de princesa (rainhas jovens natildeo

fecundadas) por enxame fraco ou ateacute mesmo para absorver o fraco ou seja elas

entram e acabam matando a rainha e mantecircm os trabalhadores por um tempo ateacute

absorver o enxame ou ateacute mesmo o deixam morrer sendo dessa maneira muito

complexas em relaccedilatildeo ao comportamento

Na aacuterea do campus da Ufes houve uma consideraacutevel devastaccedilatildeo na vegetaccedilatildeo

nativa (compreendida de Mata Atlacircntica Manguezal e Restinga) devido agrave

construccedilatildeo de preacutedios que foram erguidos logo no iniacutecio da implantaccedilatildeo da

Universidade Como medida compensatoacuteria foi feito o plantio de espeacutecies arboacutereas

usando em demasia espeacutecies exoacuteticas (CASTRO 2003) Na Ufes eacute possiacutevel ver

poucas aacutereas jardinadas Aleacutem disso sempre que eacute necessaacuterio construir um novo

preacutedio novas aacutereas satildeo eliminadas podendo ou natildeo ser compensada com plantas

nativas

A B

51

Em abelhas sociais o comportamento de saque eacute comum acontecer em sequumlecircncias

natildeo contiacutenuas ou seja ela cessa e recomeccedila por periacuteodos de tempo (SANTANA

etal 2004) Durante as observaccedilotildees foram presenciadas trecircs revoadas ao ninho F

duas no mesmo dia poreacutem em horaacuterios diferentes e duas ao ninho G em dias

diferentes (FIGURAS 4- A B C e D)

FIGURA 4 ndash Revoada do ninho F A Vista da entrada do iniacutecio do estudo B Vista

da entrada em plena atividade em iniacutecio de maio C Entrada apoacutes uma revoada em

maio D Vista da entrada do ninho apoacutes uacuteltima revoada em maio

Fonte Arquivo Labibio

Nas figuras 4a e b mostram o estado em que a entrada do ninho se encontrava na

primeira semana de observaccedilatildeo (vinte e oito de Abril) e na primeira semana do mecircs

seguinte (sete de Maio) esse uacuteltimo a entrada do ninho jaacute se encontrava danificado

No ninho F(FIGURA 4) as revoadas que ocorreram no dia vinte de Maio entre

A B

C D

52

1000 e 1400 horas e no dia vinte e seis de Maio entre 1600 e 1700 horas

corroborando com Santana e colaboradores (2004) sobre o comportamento de

saques intermitentes

No ninho G as revoadas se iniciaram duas semanas apoacutes o desaparecimento do

ninho F nos dias nove e vinte e seis de junho entre 1500 e 1600 horas e dia 16 de

junho no mesmo horaacuterio (FIGURA 5-A B e C)

FIGURA 5 ndash Revoadas no Ninho G A Ninho no iniacutecio de Maio B Registro da

primeira revoada C Ultima revoada perda do ninho

Fonte Arquivo Labibio

As observaccedilotildees evidenciaram a ocorrecircncia de um acuacutemulo de resiacuteduos sobre os

ninhos apoacutes as revoadas (FGURA 5-B) No ninho G tinha uma subpopulaccedilatildeo

A B

C

53

pequena mas bem ativa conforme verificado apoacutes quatro horas de observaccedilatildeo em

nove dias (Graacutefico 1- A e B)

GRAacuteFICO1 A ndash Ritmo de Saiacutedas no Ninho G

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

GRAacuteFICO 1B ndash Ritmo de entradas no ninho G

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

0

20

40

60

80

100

120

140

09h-10h 10h-11h 12h-13h 14h-15h 16h-17h

Nuacutem

ero

de V

isita

s

Horaacuterios

13mai 20mai 26mai

0

20

40

60

80

100

120

140

160

180

200

09h-10h 10h-11h 12h-13h 14h-15h 16h-17h

Nuacutem

ero

de V

isita

s

Horaacuterios

13mai 20mai 26mai

54

No ninho G as abelhas iniciaram suas atividades antes de 09h evidenciado pela

entrada de aproximadamente 180 forrageadoras entre 9 e 10h As saiacutedas neste

mesmo periacuteodo ficaram em torno de 100

Entre 16h-17h houve um grande nuacutemero de entrada o que era esperado todas as

que saiacuteram tecircm que retornar enquanto haacute luminosidade e antes do ninho ser

fechado Conforme esperado por Gruter Karcher Ratnieks (2011) quando comeccedila

a escurecer as Jataiacutes fecham a entrada do tubo para impedir que intrusos ataquem

seu ninho durante a noite e abrem pela manhatilde quando o clima estaacute mais favoraacutevel

para iniciarem suas atividades

Neste ninho entre 12h-13h houve um nuacutemero maior de saiacutedas que de entradas ateacute

agraves 16h Isso possivelmente esteve relacionado agrave uma grande distacircncia entre o ninho

e as fontes de recursos troacuteficos

Outro ninho em que foi possiacutevel observar todos os meses notou-se que apresentou

atividade durante todo o dia (GRAacuteFICO 2-A e B)

GRAacuteFICO 2A ndash Ritmo de saiacutedas do ninho B

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

0

50

100

150

200

250

300

350

400

450

500

07h-08h 08h-09h 09h-10h 11h-12h 12h-13h 13h-14h 14h-15h 15h-16h 16h-17h

Nuacutem

ero

de V

isita

s

Horaacuterios

28abr 13mai 20mai 26mai 09jun 16jun 23jun 01jul 09jul

16jul 23jul 30jul 06ago 13ago 20ago 27ago 05set 10set

55

GRAacuteFICO 2B ndash Ritmo de entradas do nino B

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

O ninho B tinha uma subpopulaccedilatildeo mais numerosa que F e G Durante o inverno

(2307 e 2708) as abelhas iniciavam suas atividades cerca de duas horas mais

tarde em horaacuterio com temperatura mais elevada (indicado pela seta preta) Tal fato

corrobora com as observaccedilotildees de Ulian e colaboradores (2007) que constata que

em periacuteodo mais chuvoso onde as temperaturas satildeo geralmente mais baixas as

Jataiacutes apresentam iniacutecio de atividade agraves 9 horas da manhatilde devido agrave temperatura

nesse horaacuterio comeccedilar a aumentar

Proacuteximo do horaacuterio de 10 horas houve um grande nuacutemero de saiacutedas do ninho

seguido de um grande nuacutemero de entrada o que indica a ocorrecircncia de uma fonte

de recursos proacutexima ao ninho ou a indisponibilidade de recurso para ser coletado

naquela hora Acredita-se que na primeira possibilidade - fonte proacutexima ela era de

resina pelo fato de ter havido um intervalo de saiacuteda ateacute agraves 12h jaacute que esta

demanda mais tempo para ser retirada da corbiacutecula e armazenada por ser

pegajosa No caso da segunda possibilidade natildeo encontraram alimento disponiacutevel

naquele horaacuterio o retorno ao ninho eacute a alternativa mais eficaz para evitar um alto

gasto energeacutetico ateacute que o recurso fique disponiacutevel para coleta

0

100

200

300

400

500

600

07h-08h 08h-09h 09h-10h 10h-11h 11h-12h 12h-13h 13h-14h 14h-15h 15h-16h 16h-17h

Nuacutem

ero

de V

isita

s

Horaacuterios 28abr 13mai 20mai 26mai 09jun 16jun 23jun 09jul16jul 23jul 30jul 20ago 27ago 05set 10set

56

No outono as atividades das Jataiacutes comeccedilaram a diminuir por volta de 15 horas

(indicado pela seta marrom) ateacute cessar totalmente no iniacutecio das 16 horas Pelos

graacuteficos nota-se que o ninho B possui vantagem de uma hora nas atividades em

relaccedilatildeo ao ninho G isso provavelmente ocorreu porque o ninho B obteve mais

sucesso nas coletas distribuiacutedas ao longo do dia

43 RECURSOS FLORAIS

Eacute notoacuteria a relaccedilatildeo que existe entre abelha-flor relaccedilatildeo essa que sucedeu a milhotildees

de anos desde entatildeo as abelhas dependem de substancias utilizadas na

alimentaccedilatildeo e as plantas se beneficiam com a polinizaccedilatildeo (PIRANI LAURINO

1993) Para entender a biologia dos Meliponini eacute importante conhecer sua

alimentaccedilatildeo Para isso eacute necessaacuterio fazer um levantamento das plantas utilizadas

para coleta de poacutelen e neacutectar (SOUZA 1999 apud OLIVEIRA ABSY MIRANDA

2009)

Com base nos dados obtidos sobre as fontes alimentares de T angustula na

literatura (TABELA 2) nota-se a capacidade dessa espeacutecie de visitar uma ampla

diversidade de famiacutelias de plantas Segundo Toledo e colaboradores (2003) durante

cada voo das campeiras em meacutedia 100 flores satildeo visitadas

O levantamento bibliograacutefico indicou que existem duas metodologias bastante

usadas por autores para conhecer a dieta das abelhas Uma delas eacute a investigaccedilatildeo

palinoloacutegica para avaliar as fontes de recursos florais utilizados (poacutelen e neacutectar)

com base no gratildeo de poacutelen depositado no corpo da abelha para identificaccedilatildeo das

espeacutecies vegetais (CARVALHO MARCHINE ROS 1999 FEIDEN 1994 SIMIONI et

al 2007 OLIVEIRA ABSY MIRANDA 2009 MORGADO et al 2011NOVAIS

ABSY SANTOS 2013) A outra se daacute por meio de observaccedilotildees das campeiras nas

flores (AGOSTINI SAZIMA 2003 TOLEDO et al 2003OLIVEIRA ABSY

MIRANDA 2009 BRAGA et al 2012) A partir desses meacutetodos eacute possiacutevel saber

quais satildeo as plantas que produzem seus alimentos preferenciais e quais as fontes

alternativas (OLIVEIRA ABSY MIRANDA 2009)

57

TABELA 2 ndash Relaccedilatildeo das espeacutecies de plantas visitadas porT Angustula Continua

Famiacutelia Espeacutecie Polinizada Visitada Recurso

Poacutelen Neacutectar

Acanthaceae Thunbergia grandiflora X Odontonema strictum X X

Justicia brandegeana X

Ruellia silvaecola X Agavaceae Agave americana X X X

Agave sisalana X X X

Agave attenuata X X X

Dracena fragana X X X Aizoaceae Mesembryantemum spectabilis X Lamprantus productus X Amaranthaceae Gomphrena globosa X Amarylidaceae Clivia miniata X X X Anacardiaceae Schinus terebinthifolius X X

Lithraea molleoides X X

Toxicodendron verniciferum X X

Mangifera indica X X X

Tapirira guianensis X Apiaceae Hydrocotyle leucocephala X Apocynaceae Trevetia peruviana X Araliaceae Tetrapanax papyrifera X X X Asclepiadaceae Asclepias curassavica X X Asteraceae Parthenium hysterophorus X Aspillia latissima X Aspillia sp X Balsaminaceae Impatiens balsamina X X X

Impatiens sultanii X Bignoniaceae Spathodea campanulata X X Tabebulaim petiginosa X X X

Tabebula chrysotricha X X X Bixaceae Bixa orellana X X Bombacaceae Ceiba arianthos X X

Pseudo bombax sp X X

Pseudobombax tomentoso X X

Eriotheca canolleana X X

Bombax ceiba X X Boraginaceae Cordia superba X X

Cordia glabrata X X Brassicaceae Brassica sp X Cactaceae Opuntia ficusindica X X Caesalpiniaceae Schizolobium parahyba X X Capparaceae Cleome spinosa X Caprifoliaceae Lonicera japonica X X

58

TABELA 2 ndash Relaccedilatildeo das espeacutecies de plantas visitadas por T angustula Continua

Famiacutelia Espeacutecie Polinizada Visitada Recurso

Poacutelen Neacutectar

Sambucus australis X X Caryophylaceae Silene armeria X Cecropiaceae Cecropia hololeuca X Cochlospermaceae Cochlospermum vitifolium X X Compositae Vernonia polyanthes X X

Bidens pilosa X X Cosmos auphureus X X X

Centratherium violaceum X X X

Dahlia sp X Eclipta alba X Asterla evis X Tithonia rotundifolia X X X

Tithonia speciosa X X X

Tithonia diversifolia X Baccharis sp X Wedelia paludosa X Eupatorium sp X Mikania glomerata X X

Montano apyramidata X X Montano abipinnatifiada X Senecio brasiliensis X X X

Emilia sonchifolia X X Ambrosia sp X X Creopsis grandiflora X Galinsoga parviflora X Crassulaceae Kalanchoe tubiflora X X Cyperaceae Cyperus sp X Elaeocarpaceae Muntingia calabura X Ericaceae Rhododendron simsii X X X

Rhododendron indicum X X X Euphorbiaceae Alchornea sidaefolia X X X

Euphorbia milii X X X

Euphorbia pulcherrima X X X

Ricinus communis X X X

Croton sp X Fabaceae Desmodium sp X Tipuana tipu X Vigna peduncularis X X Guttiferae Kielmeyera coriacea X X Iridaceae Dietes vegeta X Labiatae Salvia splendens X Origanum vugare X

59

TABELA 2 ndash Relaccedilatildeo das espeacutecies de plantas visitadas por T angustula Continua

Famiacutelia Espeacutecie Polinizada Visitada Recurso

Poacutelen Neacutectar

Ocimum sellowii X Iboza riparia X X X

Coleus blumei X X X Leguminosae Andira anthelmintica X X

Mimosa daleoides X X X

Myroxylon balsamum X X X

Piptadenia gonoacantha X X X

Stylos anthesscabra X Caesalpinia bonducella X X X

Caesalpinia pelthophoroides X X X

Crotalaria lanceolata X Calliandra twedii X Sophora tomentosa X X Mimosa pudica X Erythrina speciosa X X X

Cassia grandis X Schizolobium parahyba X X Senna multijuga X Senna bicapsularis X X Delonix regia X Clitoria fairchildiana X Centrolobium tomentoso X Liliaceae Aloe sp X X Bulbine frutescens X Loranthaceae Struthanthus andrastylus X X Lythraceae Lagerstroemia indica X X Magnoliaceae Talauma ovata X X Malpighiaceae Malphiguia glabra X Tetrapterys X Byrsonima intermedia X X X Malvaceae Hibiscus rosa-sinensis X X X

Malvaviscus arboreus X X Sida rhombifolia X Melastomataceae Tibouchina granulosa X X

Clidemeia sp X X

Tibouchina sp X X X

Tibouchina holosericea X X Meliaceae Trichilia sp X Mimosaceae Leucaena leucocephala X Anadenanthera collubrina X Moraceae Cecropia pachystachya X X X

Morus nigra X X

60

TABELA 2 ndash Relaccedilatildeo das espeacutecies de plantas visitadas por T angustula Continua

Famiacutelia Espeacutecie Polinizada Visitada Recurso

Poacutelen Neacutectar Myrsinaceae Ardisia crenata X X Myrtaceae Eucalyptus robusta X X X

Eugenia jambos X X X

Eugenia pitanga X Eucalyptus terecornis X Plinia glomerata X Nyctaginaceae Bougainvile aspectabilis X X X Oleaceae Jasminum azoricum X Palmae Acrocomia aculeata X X

Archontophoenix cunninghamiana X

Syagrus romanzoffiana X Copernicia alba X X Sheelea phalerata X Passifloraceae Passiflora jilekii X Piperaceae Piper mollicomum X Poaceae Paspalum sp X Polemoniaceae Cobae scandens X Polygonaceae Polygonum capitatum X X X Pontederiaceae Pontederia lanceolata X X Proteaceae Grevill a bansksii X X X Rosaceae Prunus persica X X X

Pyracantha coccinea X X Rubiaceae Pentas lanceolata X X

Citrus airantum X X Rutaceae Citrus limon X X X Scrophulariaceae Paulownia imperialis X X Solanaceae Nicotiana tabacum X X Sterculiaceae Dombeya burgessiae X Dombeya wallichii X Sterculia chicha X X Tiliaceae Heliocarpus americanus X X X Tropaeolaceae Tropaeolum majus X X X Ulmaceae Tipo celtis X Trema micrantha X X Umbelliferae Foeniculum vulgare X X X Verbenaceae Duranta repens X

Vitex agnus-castus X

Velloziaceae Vellozia candia X X X Zingiberaceae Hedychium coronarium X Fonte Pirani Laurino 1993 Carvalho Marchine Ros 1999 Agostini Sazima 2003 Toledo et al 2003 Cartopassi-Laurino 2005 Braga e Colaboradores 2012 Novais Absy Santos 2013

61

Foram encontradas 71 famiacutelias e um total de 166 espeacutecies Dessas 30 espeacutecies satildeo

polinizadas e 136 satildeo visitadas Poacutelen e neacutectar satildeo os recursos mais coletados

com coleta de poacutelen em 78 espeacutecies e de neacutectar em 69 De acordo coma Lista de

Espeacutecies da Flora do Brasil (2010) 20 das espeacutecies que satildeo polinizadas (TABELA

2) satildeo nativas o restante satildeo espeacutecies exoacuteticas ou seja natildeo pertencem agrave flora

brasileira

As famiacutelias que apresentaram maior porcentagem de visitas por T angustula foram

Compositae e Leguminosae (TABELA 2) com 13 e 12 de espeacutecies

respectivamente (GRAacuteFICO 3) sendo as famiacutelias mais importantes para a dieta da

jataiacute (AGOSTINE SAZIMA 2003 SIIONI et al 2007) Esse resultado eacute similar ao

trabalho de Simioni e colaboradores (2007) seus resultados mostram que uma das

famiacutelias analisadas Leguminosae tambeacutem apresentaram um maior destaque na

quantidade de visitas realizadas por T angustula esse fato pode ser explicado pelo

fato de que Leguminosae representa a mais importante fonte de poacutelen para essa

espeacutecie

As famiacutelias Compositae e Leguminosae satildeo as mais bem representadas pelo fato

de apresentarem espeacutecies que fornecem alimento em maior qualidade e quantidade

por vaacuterios periacuteodos do ano Com destaque para a famiacutelia Leguminosae que fornece

recursos alimentares para as abelhas nos periacuteodos de estiagem (PIRANI LAURINO

1993 AGOSTINE SAZIMA 2003)

O graacutefico abaixo ilustra o comportamento generalista deT angustula Onde 41 das

visitadas realizadas pela espeacutecie se distribuem por 55 famiacutelias vegetais Esse

comportamento concorda com trabalho de Anacleto (2007) onde dentre as cinco

espeacutecies estudadas por ele a que apresentou o haacutebito mais generalista em relaccedilatildeo

ao nuacutemero de plantas visitadas foi T angustula

62

GRAacuteFICO 3 ndash Contribuiccedilatildeo das famiacutelias de plantas para a dieta de T angustula

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria com base nos dados da Tabela 1

As abelhas generalistas visitam flores pequenas e abertas e satildeo menos

relacionadas agraves flores especializadas (RUTHCKE JULES 1993 ROUBIK 1992

apud AGOSTINI SAZIMA 2003) e tecircm preferecircncia de flores arboacutereas com

inflorescecircncia densas

Um exemplo de flores que natildeo satildeo especializadas e que satildeo importantes para a

dieta de T angustula eacute da famiacutelia Asteraceae as espeacutecies Mangifera indica e

Schinus terebinthifolius apresentam grande densidade de flores e permite faacutecil

acesso para as abelhas deste modo tornam-se importantes fornecedores de fontes

de poacutelen (BRAGA et al 2012)

De acordo com o levantamento das plantas utilizadas pelas abelhas jataiacute realizado

por diferentes autores as famiacutelias que se mostraram bem representadas foram

Malvaceae Caesalpiniaceae Melastomataceae Myrtaceae Euphorbiaceae e

Anacardiaceae sendo consideradas portanto essenciais para a dieta da jataiacute

2 2 3 2

2 3

13

3 2

3

12 2 2 2 3

3

41

Acanthaceae Agavaceae Anacardiaceae Asteraceae Bignoniaceae

Bombacaceae Compositae Euphorbiaceae Fabaceae Labiatae

Leguminosae Malpighiaceae Malvaceae Melastomataceae Myrtaceae

Palmae Outros

63

Em geral essas famiacutelias podem ser caracterizadas pela floraccedilatildeo do tipo contiacutenuo ou

seja uma floraccedilatildeo que natildeo cessa ou que ocorre na maior parte do ano o que

permite as abelhas ter acesso aos recursos em todas as estaccedilotildees do ano

(CARVALHO MARCHINI ROS 1999 AGOSTINI SAZIMA 2003 TOLEDO et al

2003 MORGADO et al 2011)

64

65

5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS Sendo este a primeira pesquisa com abelhas em compus no Espiacuterito Santo Foi

observado que a distribuiccedilatildeo dos ninhos encontrados apresentou-se uniforme

Todos os ninhos estavam instalados em paredes e pisos de concreto o que indica

seu potencial de adaptabilidade agraves condiccedilotildees antroacutepicas

A diversidade de cores de poacutelen trazida pelas forrageiras no iniacutecio da manhatilde indica

uma ampla disponibilidade de alimento que a flores oferecem nesse periacuteodo do dia

bem como a eficiecircncia das forrageiras em selecionar essas flores

De acordo com as observaccedilotildees que foram realizadas no estudo as abelhas T

angustula podem ter suas atividades influenciadas pelo clima Uma vez que foi

observado que no periacuteodo de inverno em que as temperaturas satildeo mais baixas

elas comeccedilavam a realizar suas funccedilotildees nos horaacuterios com as temperaturas mais

altas

A divisatildeo de trabalho entre forrageadoras operaacuterias de limpeza e de defesa

observado nessa espeacutecie indica o comportamento altamente social dos Meliponini

O mecanismo de defesa observado em T angustula entre guardas pairando e em

peacute pode indicar uma caracteriacutestica de complementaridade na defesa do ninho uma

vez que durante as observaccedilotildees os dois tipos de guardas sempre se fizeram

presentes O que mostra que mesmo com o atrofiamento do ferratildeo os indiviacuteduos

desenvolveram estrateacutegias para a defesa contra invasores

Foi comum observar a presenccedila de revoadas nos ninhos entre as Jataiacutes Este

comportamento em geral eacute comum para o desenvolvimento (sobrevivecircncia) da

colocircnia No caso dos ninhos observados apoacutes as revoadas eles foram

desaparecendo Este fato pode indicar um baixo iacutendice de recursos troacuteficos para

essas abelhas dentro do campus pois ao inveacutes dos ninhos se manterem ou

aumentarem em quantidade ao longo das observaccedilotildees eles desapareceram

O levantamento das flores visitadas por T angustula indicou um comportamento

generalista desta espeacutecie em visitar uma grande variedade de plantas o que mostra

sua importacircncia para garantir a variabilidade dessas plantas

66

Esse levantamento tambeacutem indicou que a polinizaccedilatildeo realizada por elas foi

predominante em plantas exoacuteticas O que pode refletir a deficiecircncia na quantidade

de plantas nativas melitoacutefilas na aacuterea de estudo

67

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Page 6: FACULDADE CATÓLICA SALESIANA DO ESPÍRITO SANTO … · No grupo dos Apinae está à tribo dos Meliponini, conhecidas como abelhas indígenas sem ferrão por possuir seu ferrão atrofiado

RESUMO

Buscou-se analisar a distribuiccedilatildeo dos ninhos da abelha Jataiacute (Tetragonisca

angustula Latreille) por meio de um levantamento em aacuterea urbana dentro do

Campus Goiabeiras da Universidade Federal do Espiacuterito Santo bem como observar

seu comportamento durante os meses de abril a setembro de 2014 A lista de suas

principais fontes de alimento foi obtidas atraveacutes de revisatildeo bibliograacutefica Foi

encontrado um total de 11 ninhos em paredes e muros e sob placas de concreto

Desses trecircs desapareceram na aacuterea amostral um deles na primeira semana de

observaccedilatildeo e outros dois apoacutes eventos de revoadas entre as Jataiacutes ao longo das

observaccedilotildees As observaccedilotildees indicaram a presenccedila de divisatildeo de trabalho entre

operaacuterias de limpeza operaacuterias que atuavam na defesa do ninho contra ataque de

invasores e forrageiras Estas apresentaram maior nuacutemero de visitas agraves flores no

periacuteodo da manhatilde Com relaccedilatildeo aos recursos florais de acordo com o levantamento

a partir de dados bibliograacuteficos foi verificado um predomiacutenio de plantas exoacuteticas

polinizadas pelas Jataiacutes

Palavras-chave Abelha sem ferratildeo Defesa do ninho plantas melitoacutefilas Jataiacute

ABSTRACT

One searched to analyze the distribution of the nests of the Jataiacute bee (Tetragonisca

angustula Latreille) for way of a survey in urban area inside it Goiabeiras Campus of

the Federal University it Espiacuterito Santo as well as observing its behavior during the

months of April the September of 2014 Its main food sources had been gotten

through bibliographical revision It was found a total of 11 nests in walls and walls

and under plates of concrete Of these three had disappeared in the amostral area

one of them in the first week of comment and others two after revoadas events of

between the Jataiacutes throughout the comments The comments had indicated the

presence of division of work between laborers of cleanness laborers who acted in

the defense of the nest against attack of invaders and forrageiras These had

presented greater number of visits to the flowers in the period of the morning With

relation to the floral resources in accordance with the survey from bibliographical

data was verified a predominance of exotic plants polinizadas by the Jataiacutes

Keywords Bees without sting Defense of the nest Apicultural plants Jataiacute

SUMAacuteRIO

1 INTRODUCcedilAtildeO 15

2 REFERENCIAL TEOacuteRICO 19

21 CONTEXTO SISTEMAacuteTICO DAS ABELHAS 19

22 AS ABELHAS MELIPONINI 23

23 IMPACTOS DA URBANIZACcedilAtildeO NAS ABELHAS 24

24 COLETA DE RECURSOS E PRODUCcedilAtildeO DE MEL DAS MELIPONINI 30

25 COMPORTAMENTO DA ABELHA JATAIacute 35

3 METODOLOGIA 39

31 AacuteREA DE ESTUDO 39

32 OBTENCcedilAtildeO DOS DADOS 40

33 ANAacuteLISE DOS DADOS 41

4 RESULTADOS E DICUSSOtildeES 43

41 LOCALIZACcedilAtildeO DOS NINHOS 43

42 INTERACcedilOtildeES INTER E INTRAESPECIacuteFICAS 44

43 RECUROS FLORAIS 56

5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS 65

REFEREcircNCIAS 67

15

1 INTRODUCcedilAtildeO As abelhas estatildeo organizadas na superfamiacutelia Apoidea que por sua vez eacute formada

pela famiacutelia Apidae (MELO GONCcedilALVES 2005 SILVEIRA MELOALMEIDA

2002) Haacute maior destaque para a subfamiacutelia dos Apinae que apresenta haacutebitos

sociais mais avanccedilados (NOGUEIRA-NETO 1997 MELO GONCcedilALVES 2005) e

segundo Proniacute (2000) elas satildeo importantes por manter um fluxo de energia para

diversas espeacutecies de animais incluindo o homem Nessa famiacutelia satildeo encontradas

colocircnias que possuem capacidade de alcanccedilar populaccedilotildees com milhares de

indiviacuteduos (PIRANI LAURINO 1993) Elas podem se alimentar de neacutectar ou poacutelen

das flores os quais compotildeem sua principal fonte de energia e de proteiacutenas

respectivamente Poreacutem existem espeacutecies que se alimentam de tecidos de origem

animal ao inveacutes de poacutelen como a Trigona hypogea T crassipes e T necrophaga

(NOGUEIRA-NETO 1997)

No grupo dos Apinae estaacute agrave tribo dos Meliponini conhecidas como abelhas

indiacutegenas sem ferratildeo por possuir seu ferratildeo atrofiado (SILVEIRA MELO ALMEIDA

2002) Elas apresentam uma concavidade na superfiacutecie de sua tiacutebia posterior

chamada corbiacutecula cuja alteraccedilatildeo eacute empregada para o transporte do alimento para

o ninho (NOGUEIRA-NETO 1997 SILVEIRA MELO ALMEIDA 2002) Esta

subfamiacutelia apresenta uma ampla distribuiccedilatildeo em aacutereas tropicais e subtropicais

sendo localizada na maior parte da Ameacuterica Neotropical (NOGUEIRA-NETO 1997)

No Brasil aproximadamente 250 espeacutecies de Meliponini satildeo descritas em todos os

ecossistemas (SCHWARTZ-FILHO LAROCA MALKOWSKI 2004)

Os Meliponiacuteni satildeo abelhas sociais que apresentam algumas [] rdquocaracteriacutesticas

variadas que passam por haacutebitos de nidificaccedilatildeo pela morfologia e interaccedilotildees

comportamentais complexas entre rainhas e operaacuteriasrdquo (PIRANI LAURINO 1993)

Eles satildeo o principal grupo de polinizadores em diversos ecossistemas sendo

responsaacuteveis por aproximadamente 90 da polinizaccedilatildeo de plantas nativas

faneroacutegamas em remanescentes de Mata Atlacircntica (KERR 1997apud PRONIacute

2000) o que sugere sua importacircncia para as vaacuterias espeacutecies vegetais pois atraveacutes

da coleta do seu alimento eles acabam contribuindo com a movimentaccedilatildeo de genes

entre as populaccedilotildees de plantas ou seja colaboram para que haja o aumento da

16

variabilidade geneacutetica (BAWA 1990 apud SERRA 2012 NEF SIMPSON1993apud

SERRA 2012) Isto indica que seu desaparecimento pode causar o decliacutenio de

muitas dessas espeacutecies especialmente aquelas que estabelecem relaccedilatildeo entre si

podendo dessa maneira conduzir para um desequiliacutebrio ecoloacutegico (AIZEN

FEISINGER 1994 apud SERRA 2012 HARRIS JOHNSON 2004 apud SERRA

2012)

Tetragonisca angustula (Latreille1811) pertence agrave subtribo Trigonina (abelhas que

utilizam cera) (MELO GONCcedilALVES 2005) Conhecida popularmente como Jataiacute

ela eacute uma das abelhas mais comuns no Brasil (MOURE 1961apud STUCHI 2006)

com uma ampla distribuiccedilatildeo geograacutefica ocorrendo naturalmente nos Estados do

Acre Amapaacute Amazonas Bahia Cearaacute Espiacuterito Santo Goiaacutes Maranhatildeo Mato

Grosso Minas Gerais Paraacute Paraiacuteba Pernambuco Rio Grande do Sul Rio de

Janeiro Rondocircnia Roraima Santa Catarina e Satildeo Paulo (CAMARGO PEDRO

2013)

Tetragonisca angustula possui destaque tambeacutem devido sua importacircncia terapecircutica

em tratamentos de oftalmias e moleacutestias de pulmotildees (IMPERATRIZ-FONSECA et

al 1984 apud STUCHI 2006) aleacutem da sua importacircncia ecoloacutegica e econocircmica Seu

mel com sabor suave eacute muito apreciado pelo aroma e doccedilura e atinge preccedilos altos

no mercado (CARVALHO et al 2005 apud ANACLETO et al 2009)

Como abelhas eusociais elas vivem em colocircnias perenes frequumlentemente

populosas e em atividade o ano todo apresentam uma boa adaptaccedilatildeo em relaccedilatildeo

ao haacutebito de nidificar em cavidades preacute-existentes ocos de aacutervores muros buracos

de pedras no chatildeo e caixa de luz (NOGUEIRA-NETO 1997 SILVEIRA MELO

ALMEIDA 2002) Elas possuem capacidade de voar em campos mais fechados e

como podem atuar em menores aacutereas isso eleva a eficiecircncia do seu forrageamento

em cavidades mais limitadas (VENTURIERI et al 2012)

Um dos problemas que as abelhas tecircm enfrentado satildeo as alteraccedilotildees que ocorrem

em seu habitat devido aos distuacuterbios antroacutepicos (PRONIacute 2000) No Brasil elas satildeo

ameaccediladas de extinccedilatildeo principalmente pelas alteraccedilotildees que satildeo decorrentes dos

desmatamentos e das queimadas uma vez que as rainhas natildeo conseguem escapar

devido ao grande desenvolvimento do seu abdome dentro do ninho aleacutem disso o

uso de herbicidas tem afetado os polinizadores reduzindo a variabilidade do neacutectar

das flores O crescimento urbano desordenado eacute outro fator de impacto para esses

17

insetos (KEARNS INOUYE WASER 1998 PRONIacute 2000 KEER et al 1994 apud

STUCHI 2006) por causar a reduccedilatildeo no nuacutemero de aacutereas verdes nas cidades e

consequumlentemente diminuiccedilatildeo da oferta de substratos para nidificaccedilatildeo das

abelhasocasionando dessa formamaior frequumlecircncia de alteraccedilotildees inesperada sem

seu habitat (LAROCA CURE BERTOLI 1982 TEIXEIRA VIANA NEVES 2000)

Aleacutem disso o processo de urbanizaccedilatildeo tem provocado mudanccedilas na composiccedilatildeo

floriacutestica diminuiacutedo a disponibilidade de alimentos essenciais e muitas vezes

especiacuteficos (MICHENER 1994 apud SERRA 2012 ELTZ et al 2003 apud SERRA

2012)

Outro problema que vem ocorrendo eacute o decliacutenio de diversas populaccedilotildees de abelhas

causado pelo isolamento de muitas colocircnias em fragmentos (MORATO CAMPOS

2000apud SERRA 2012) Para Kearns Inouye e Waser (1998) essa fragmentaccedilatildeo

cria colocircnias pequenas com grandes nuacutemeros de indiviacuteduos o que traz uma seacuterie de

problemas tais como o aumento da deriva geneacutetica a depressatildeo inata e o aumento

do risco de extinccedilatildeo

O aumento indiscriminado da urbanizaccedilatildeo e consequumlentemente a diminuiccedilatildeo de

aacutereas verdes tecircm prejudicado a manutenccedilatildeo e preservaccedilatildeo de muitas espeacutecies de

Meliponini (SOUZA et al 2005) Segundo Pirani e Laurino (1993) haacute poucas

informaccedilotildees de espeacutecies de abelhas que ocorrem em aacutereas com interferecircncia

humana Por essa razatildeo este trabalho visa estudar a espeacutecie Tetragonisca

angustula Latreille com o intuito de contribuir para um melhor conhecimento de sua

ocorrecircncia em aacutereas alteradas antropicamente

Para este trabalho eacute levantada a hipoacutetese de encontrar a espeacutecie Tetragonisca

angustula no campus Goiabeiras da UFES e verificar se nesta aacuterea as abelhas

encontrariam recursos suficientes para se alimentarem As abelhas T angustula eacute

uma espeacutecie que nidifica em cavidades preacute-existentes possivelmente podemos

encontraacute-las Poreacutem o campus da UFES por se localizar em regiatildeo urbana

provavelmente possui uma oferta de recursos alimentares baixa

A partir dessa hipoacutetese procurou-se verificar a existecircncia e analisar a distribuiccedilatildeo de

T angustula e de seus recursos alimentares no campus Goiabeiras da Universidade

Federal do Espiacuterito Santo (Vitoacuteria-ES) Para isso foi necessaacuterio identificar os ninhos

de T angustula quantificar os ninhos dessas abelhas e conhecer suas principais

fontes de alimento

18

19

2 REFERENCIAL TEOacuteRICO 21 CONTEXTO SISTEMAacuteTICO DAS ABELHAS

Os invertebrados da classe Insecta pertencem ao filo dos artropodos ou seja dos

animais que apresentam apecircndices locomotores articulados (BRUSCA BRUSCA

2007) Esse filo possui milhares de espeacutecies descritas que estatildeo espalhadas em

diversas classes ldquoA classe dos insetos compreende aqueles que possuem o corpo

dividido em trecircs regiotildees como cabeccedila toacuterax e abdocircmen um par de antenas

geralmente dois pares de asas e trecircs pares de pernas toraxicasrdquo (LIMA 1938)

O sucesso evolutivo dos insetos se deve a algumas caracteriacutesticas que favoreceram

sua adaptaccedilatildeo como a presenccedila das asas que permitiu o seu acesso ao alimento e

a escapar de predadores e o dobramento que permitiu o acesso a habitats muito

pequenos a presenccedila de epicuticula ceacuterea a qual reduziu a dessecaccedilatildeo um ovo

com casca resistente que tolerou ser exposto a condiccedilotildees ambientais extremas e o

seu desenvolvimento que compreende uma larva (RUPPERT BARNES 1996)

Os insetos satildeo um dos principais predadores de invertebrados e essenciais para

alimentaccedilatildeo de muitos animais terrestres por serem inuacutemeros compotildeem grande

parte das cadeias alimentares terrestres Em geral possuem extrema importacircncia

para o ambiente por serem papel chave na polinizaccedilatildeo de grande maioria das

plantas ( RUPPET BARNES 1996 BRUSCA BRUSCA 2007)

Os insetos satildeo classificados em diversas ordens destacando os Hymenoptera cuja

ordem eacute um dos quatro grupos com maior diversidade ao lado de Diptera

Coleoptera e Lepdoptera Cada uma destas ordens possui uma estimativa de

aproximadamente cem mil espeacutecies descritas em todo o mundo com exceccedilatildeo do

Coleoptera que pode chegar a trezentos mil (GOULET HUBER 1993 MACEDO

[20--])

Os Hymenoptera se destacam por possuiacuterem vaacuterias espeacutecies que apresentam

diversidade no haacutebito de vida como predaccedilatildeo parasitismo comportamento soacutelitaacuterio

e formaccedilatildeo de sociedades complexas Dentre as importantiacutessimas funccedilotildees que

desempenham ao ambiente estaacute agrave polinizaccedilatildeo das plantas cultivadas exercidas

pelas abelhas e vespas o controle bioloacutegico por parte dos himenoacutepteros

20

parasitoacuteides de pragas agriacutecolas e tambeacutem ciclagem de nutrientes e dispersatildeo de

sementes exercidas pelas formigas (ALDREY CAZALLA 1999 MACEDO [20--])

A ordem Hymenoptera eacute dividida nas subordens Symphyta e Apocrita essa ultima eacute

dividida nos grupos Parasitica e Aculeata (ALDREY CAZALLA 1999) Symphyta eacute

um grupo pequeno que apresenta o haacutebito mais primitivo principalmente os haacutebitos

de se alimentar nas plantas esse grupo possui caracteriacutesticas que se perdem do

resto dos Hymenoptera Symphyta satildeo animais de cintura grossa eles apresentam

asas inteiramente desenvolvidas pouco ou quase nenhum dimorfismo sexual e

possui unido o primeiro e segundo seguimento abdominal O ovipositor da maioria

das espeacutecies desse grupo eacute comprido lateralmente e modificado com dentes

marginais para que funcione como uma serra para perfurar o tecido das plantas

Suas larvas satildeo na maioria das vezes na forma de lagarta com presenccedila de pernas

falsas no abdocircmen e cabeccedila desenvolvida (GOULET HUBER 1993 BRUSCA

BRUSCA 2007)

Jaacute a subordem Apocrita considerada como grupo monofileacutetico eacute caracterizada pela

junccedilatildeo estreita entre o primeiro segmento do abdocircmen (metassoma) com o toacuterax

(mesossoma) o que permitiu maior flexibilidade para o metassoma controlar o

ovipositor (GOULET HUBER 1993 MACEDO [20--]) No grupo Apocrita existe a

presenccedila de grupos sociais que compreendem castas caracterizadas com machos

haploacuteides rainha e fecircmeas partenogeneacuteticas e outros indiviacuteduos como soldados e

operaacuterias (BRUSCA BRUSCA 2007)

Os membros de Apocrita satildeo basicamente carniacutevoros alimentando-se de outros

insetos No entanto vaacuterios grupos tecircm abandonado a vida de carniacutevoros e

desenvolvido para uma dieta vegetal O grupo das abelhas alimenta-se de poacutelen e

neacutectar enquanto o grupo de vespas fazem as galhas familiares sobre umas aacutervores

ou dentro de folhas frutos e caules das quais as larvas se alimentam e algumas

espeacutecies do grupo das formigas se alimentam apenas de vegetais ou satildeo oniacutevoros

(GOULET HUBER 1993)

O grupo Parasitica eacute uma divisatildeo da subordem Apocrita neste grupo inclui-se

alguns grupos fitoacutefagos e uma grande parte de parasitoacuteides (AUDREY CAZALLA

1999) Os parasitoacuteides satildeo insetos que depositam seus ovos em ovos larvas ninfa

ou pupa de hospedeiros geralmente levam agrave morte e tecircm a fase adulta com vida

livre (GOULET HUBER 1993 MACEDO [20--]) De acordo com os estudos de

21

Audrey e Cazalla (1999) o uso da divisatildeo cladiacutestica desse grupo tende a ser

eliminado porque constitui um agrupamento artificial das superfamiacutelias de

Hymenoptera As superfamiacutelias que se incluem satildeo Trigonalyoidea Megalyroidea

Evanioidea Stephanoidea Ichneumonoidea Chalcidoidea Proctotrupoidea

Ceraphronoideae Cynipoidea (AUDREY CAZALLA 1999) Destacamos a

superfamiacutelia Chalcidoidea essa envolve muitos Hymenopteros que satildeo de grande

importacircncia para a ecologia como tambeacutem para economia e a superfamiacutelia

Ichneumonoidea que de acordo com os dados de Rasnitsyn (1988) (apud AUDREY

CAZALLA 1999) satildeo o grupo irmatildeo dos Aculeata

Jaacute o grupo dos Aculeata satildeo os mais diversos em Hymenoptera eles apresentam

uma origem evolutiva comum que eacute representada pelo ferratildeo caracteriacutestica que

apareceu apenas uma vez durante a evoluccedilatildeo do grupo (AUDREY CAZALLA1999)

Neste grupo satildeo conhecidas sete superfamiacutelias como Chrysidoidea Formicoidea

Tiphoidea Pompiloidea Apoidea Vespoidea e Sphecoidea As principais diferenccedilas

entre as classificaccedilotildees recentes estatildeo relacionada com a grande diversidade de

vespas esfecoacuteides e os Apidae Esses estatildeo dentro da superfamiacutelia dos Apoidea por

apresentarem caracteriacutesticas semelhantes A superfamiacutelia Chrysidoidea eacute

considerada grupo irmatildeo dos Apoidea e Vespoidea Dentre as superfamiacutelias a dos

Apoidea eacute que apresenta a maior diversidade de aculeados (AUDREY CAZALLA

1999)

O evento evolutivo que deu origem aos primeiros aculeados foi agrave aquisiccedilatildeo de um

ferratildeo venenoso a partir do ovipositor dos icneumoniacutedeos ou seja os Apocrita

possuiacuteam uma glacircndula que era associada ao ovipositor Essa glacircndula produzia

secreccedilotildees que eram mais suscetiacuteveis ao substrato para o desenvolvimento das

larvas poreacutem durante a evoluccedilatildeo essa glacircndula comeccedilou a produzir veneno para

paralisar seus hospedeiros e utilizaacute-los como alimento para as larvas Desde entatildeo

o ovipositor dos aculeados acabou sendo usado tambeacutem para inoculaccedilatildeo de

veneno como uma arma defensiva para se protegerem de alguns vertebrados

(AUDREY CAZALLA 1999)

Esse evento foi muito importante e resultou em alguns modos de vida que puderam

estabelecer estrateacutegias evolutivas bem sucedidas como por exemplo o

desenvolvimento dos meacutetodos de transporte das presas em ninhos diferentes A

construccedilatildeo de ninhos foi uma estrateacutegia evolutiva importante visto que as espeacutecies

22

armazenavam alimento em grande quantidade antes de comeccedilar o desenvolvimento

de suas larvas (AUDREY CAZALLA 1999)

O desenvolvimento das sociedades eacute caracterizado pela presenccedila de divisatildeo de

castas Ela se baseia no mecanismo haplo-diploacuteide da determinaccedilatildeo do sexo em

que as fecircmeas satildeo diploacuteides feacuterteis os machos haploacuteides e cooperam apenas na

fecundaccedilatildeo da rainha e as operarias esteacutereis Essa sociedade ocorre em todas as

formigas e em algumas abelhas e vespas (AUDREY CAZALLA 1999 PRATO [20--

])Para que a espeacutecie seja eussocial eacute necessaacuterio que dentro do ninho tenha divisatildeo

de trabalho colaboraccedilatildeo para cuidar da prole e ter mais de uma geraccedilatildeo em um

mesmo ninho (AUDREY CAZALLA 1999)

O grupo das abelhas estaacute reunido na Superfamiacutelia Apoidea De acordo com a

proposta da aacutervore filogeneacutetica dos principais clados das abelhas descrita por

Michener (1944 apud SILVEIRA MELO ALMEIDA 2002) seis famiacutelias foram

reconhecidas satildeo elas Colletidae Apidae Adrenidae Halictidae Megachilidae e

Milittidae Essa classificaccedilatildeo representou um importante avanccedilo nas relaccedilotildees

filogeneacuteticas desse grupo (SILVEIRA MELO ALMEIDA 2002) Nos estudos de

Melo e Gonccedilalves (2005) eacute abordada uma classificaccedilatildeo mais atual para as abelhas

Essa classificaccedilatildeo eacute revisada por Michener (2000 apud MELO GONCcedilALVES

2005) em que ele defende uma mudanccedila na qual as abelhas estatildeo incluiacutedas apenas

em uma famiacutelia a Apidae e as famiacutelias da classificaccedilatildeo tradicional como subfamiacutelias

Nessa revisatildeo da classificaccedilatildeo das abelhas satildeo reconhecidas sete subfamiacutelias 51

tribos e 27 subtribos (MELO GONCcedilALVES 2005) De acordo com esta a

subfamilia Meliponinae passa a ser a tribo Meliponini com duas subtribos Trigonina

e MeliponinaPara este trabalho foi utilizada esta nova classificaccedilatildeo das abelhas

revisada por Michener (2000)

Na superfamiacutelia Apoidea grande parte das abelhas satildeo solitaacuterias (85) entre elas

estatildeo algumas espeacutecies da subfamiacutelia Megachilidae Anthophoridae e Apidae No

haacutebito de vida solitaacuterio cada fecircmea cuida sozinha do seu ninho ou seja o constroacutei

coloca os ovos busca alimento suficiente para o crescimento da larva e

normalmente morre antes da sua progecircnie amadurecer natildeo tendo dessa maneira

contato entre as geraccedilotildees (SANTOS 2002 MICHENER 1969 PERUQUEETI [19--

]) Jaacute a grande parte das abelhas que apresentam os haacutebitos mais sociais satildeo os

Apinae (Bombineos (Bombini) Apineos(Apini) e Meliponineos (Meliponini) elas vivem

23

em grandes colocircnias com apenas uma rainha e vaacuterias operaacuterias e divisatildeo de

trabalho (MICHENER 1969)

Haacute dois grandes grupos de abelhas altamente sociais ambos na subfamiacutelia Apinae

os Apineos (todos do gecircnero Apis) e os Meliponineos (Meliponini) (abelhas sem

ferratildeo) Esse comportamento pode ter evoluiacutedo duas vezes a partir de semelhanccedilas

no comportamento social entre Apis e Meliponineos (Meliponini) que surgiram

independentemente (WINSTON MICHENER 1977) Em ambos os grupos satildeo

produzidos enxames poreacutem com mecanismos bem diferentes Nos Meliponineos

(Meliponini) as operaacuterias da colocircnia voam para encontrar novos siacutetios para nidificar

preparam o ninho com mateacuterias do ninho antigo e somente quando o novo ninho

estaacute pronto a rainha jovem se junta a estas operaacuterias e deixa a rainha velha no

antigo ninho Jaacute em Apis a rainha velha sai com suas operaacuterias e deixa a jovem no

ninho antigo (WINSTON MICHENER 1977)

Em relaccedilatildeo agrave alimentaccedilatildeo das larvas em Apis satildeo operaacuterias que fazem esse

trabalho Jaacute em meliponineos (meliponini) as operaacuterias fecham as ceacutelulas de cria

com ovos e colocam alimento suficiente para a larva completar seu desenvolvimento

(WINSTON MICHENER 1977)

As abelhas dependem totalmente das plantas para se alimentarem o seu

aparecimento pode estar relacionado com o surgimento das angiospermas

(PERUQUETTI [19--] PIRANI LAURINO 1993) As angiospermas mais primitivas

surgiram com flores bem rasas com o passar do tempo foram se especializando em

plantas estreitas tubulares e profundas Para ter maior sucesso na coleta do neacutectar

as abelhas adaptaram suas peccedilas bucais com liacutengua curta e liacutengua longa assim

passaram a ser chamadas de abelhas lambedoras e sugadoras respectivamente

(PERUQUETTI [19--] PIRANI LAURINO 1993) Para a coleta dos gratildeos de poacutelen

as primeiras abelhas portavam muitos pelos em volta do corpo condiccedilatildeo que foi

modificada ao longo do tempo (PIRANI LAURINO 1993)

22 AS ABELHAS MELIPONINI

Para estudos a respeito dos meliponineos (meliponini) Nogueira-Neto (1997)

publicou um livro que relata seus conhecimentos sobre essas abelhas indiacutegenas

24

sem ferratildeo O livro faz uma abordagem a respeito da vida dos meliponiacuteneos

(Meliponini pertencente agrave Apidae) mostrando os principais aspectos de suas

caracteriacutesticas bem como meacutetodos para sua criaccedilatildeo e cuidados que um

meliponicultor deve ter Os primeiros capiacutetulos fazem uma apresentaccedilatildeo que

caracteriza os meliponiacuteneos Haacute a apresentaccedilatildeo da classificaccedilatildeo dessas abelhas a

descriccedilatildeo de sua fonte de alimento de sua distribuiccedilatildeo geograacutefica de seu

relacionamento com outras abelhas e de sua possiacutevel aclimataccedilatildeo O autor faz

consideraccedilotildees sobre a arquitetura e o material usado para a construccedilatildeo de seus

ninhos e daacute destaque principal ao material que elas mesmas produzem a cera Nos

capiacutetulos subsequumlentes satildeo feitas consideraccedilotildees sobre a geneacutetica e o

comportamento das abelhas o tratamento e as teacutecnicas necessaacuterias para sua

criaccedilatildeo Aleacutem disso haacute tambeacutem discussotildees sobre a conservaccedilatildeo do mel a higiene

ou a sua falta em algumas espeacutecies e a existecircncia de meacuteis perigosos Neste livro o

autor teve o intuito de contribuir com seus estudos para que outros cientistas e

meliponicultores pudessem conhecer a vida dos meliponiacuteneos e fazer possiacuteveis

identificaccedilotildees de muitas outras espeacutecies

23 IMPACTOS DA URBANIZACcedilAtildeO NAS ABELHAS

Vaacuterios estudos relatam que eacute comum encontrar abelhas em aacutereas urbanizadas

(antropizadas) As espeacutecies encontradas de modo geral apresentam boa

adaptaccedilatildeo a esses ambientes Alguns estudos com relaccedilatildeo a essas abelhas

urbanas tratam de impactos que esses ambientes podem causar a elas

Laroca Sebastiatildeo e Cure (1982) realizaram um trabalho de abordagem a respeito

do impacto da urbanizaccedilatildeo sobre a abundacircncia relativa fenologia e flores

preferenciais das abelhas que se encontram em aacutereas urbanas Com coletas feitas

durante um ano no parque Passeio Puacuteblico localizado no centro da cidade de

Curitiba e na regiatildeo de Boa Vista tambeacutem em Curitiba eles constataram que

comparada as duas aacutereas de estudos o Passeio Puacuteblico apresentou um nuacutemero

menor de espeacutecies e em fenologia e flores preferenciais constataram que a

composiccedilatildeo das flores estaacute muito alterada devido agrave introduccedilatildeo de espeacutecies

cultivadas Portanto concluiacuteram que o processo de urbanizaccedilatildeo produz grandes

25

mudanccedilas na composiccedilatildeo floriacutestica nos locais de nidificaccedilatildeo e que apresentam ter

influecircncias significativas nas caracteriacutesticas associadas agraves abelhas

Taura e Laroca (1991) realizaram uma pesquisa com o propoacutesito de analisar a

distribuiccedilatildeo e a abundacircncia de ninhos de abelhas sociais em locais que apresentam

constantes processos de urbanizaccedilatildeo Com levantamentos realizados na regiatildeo de

Passeio Puacuteblico (Curitiba) eles encontraram 32 ninhos de Apidae com

predominacircncia da subfamiacutelia dos Meliponiacuteneos Assim sendo concluiacuteram que os

meliponiacuteneos eram favorecidos pelas atividades humanas para nidificaccedilatildeo uma vez

que foram encontrados em paredotildees de concretos edificaccedilotildees entre outros locais

Entretanto tambeacutem concluiacuteram que essas abelhas satildeo ameaccediladas devido agrave

instabilidade do ambiente que apresenta muitas mudanccedilas por causa da

urbanizaccedilatildeo

Pirani e Laurino (1993) publicaram um livro sobre flores e abelhas em Satildeo Paulo

onde os autores tinham o interesse de estudar as relaccedilotildees entre as abelhas e o

ambiente conhecer as plantas visitadas por elas e suas preferecircncias florais em

aacutereas onde haacute interferecircncia humana Todo estudo foi realizado dentro do Campus

Universitaacuterio de Satildeo Paulo Para desenvolver esse trabalho eles coletaram

informaccedilotildees sobre as plantas apiacutecolas dos jardins do ldquocampusrdquo sobre a atraccedilatildeo que

as espeacutecies de abelhas sociais tecircm por estas plantas e sobre as variaccedilotildees abioacuteticas

existentes As coletas nas flores de amostras de mel e poacutelen das colocircnias e

observaccedilotildees dos ninhos das abelhas foram perioacutedicas Eles obtiveram 133 espeacutecies

de flores visitadas separadas em sete famiacutelias Neste livro Pirani e Laurino fazem

discussotildees a respeito dos resultados dos seus dados associando com trabalhos de

outros autores e concluem que trabalhos como esse apresenta grande importacircncia

pois mostra o valor de determinadas espeacutecies vegetais para as abelhas e que ainda

haacute muito estudo para se fazer com relaccedilatildeo agrave abelha-flor

Devido aos danos que as abelhas vecircm sofrendo com a perda de habitat Oliveira

Morato e Garcia (1995) fizeram um estudo para conhecer as espeacutecies de

meliponineos existentes em aacutereas desmatadas fragmentos de mata isolados e mata

continua nesta uacuteltima foi tambeacutem realizado estudo para saber informaccedilotildees sobre a

densidade dos ninhos As aacutereas fragmentadas foram divididas em hectares e as

coletas das abelhas foram feitas em ninhos nidificados em aacutervores vivas e mortas

Todo o trabalho foi realizado na regiatildeo de Manaus Amazocircnia que vem sofrendo

26

antropizaccedilatildeo Foram coletadas um total de 54 espeacutecies de meliponineos sendo que

na mata contiacutenua foram 37 espeacutecies nos fragmentos isolados (de 1 e 10 hectar) e

na aacuterea desmatada foram coletada entre 21 e 25 espeacutecies e no fragmento de mata

continua(100 hectar) apenas 9 foram coletada Os autores concluiacuteram que mesmo a

regiatildeo ter apresentado grande riqueza de espeacutecies as aacutereas fragmentadas das

matas estatildeo diminuindo o tamanho das comunidades de meliponineos o que pode

deste modo comprometer a reproduccedilatildeo de diversas plantas melitoacutefilasna regiatildeo

Kearns Inouye e Wase (1998) publicaram um trabalho sobre a interaccedilatildeo de planta-

polinizador e suas interaccedilotildees Neste trabalho os autores descrevem a respeito da

natureza ecoloacutegica e evolutiva dessas interaccedilotildees e das evidentes ameaccedilas que

estatildeo sofrendo por meio das atividades humanas como tambeacutem discute sobre

soluccedilotildees de gestatildeo de melhoria para locais onde haacute crise na polinizaccedilatildeo Com

respeito a essas crises os autores debatem durante todo o trabalho que esse

problema jaacute eacute generalizado por ser associada agraves atividades humanas e que ele eacute

causado principalmente pelo uso de pesticidas e herbicidas mudanccedila no uso dos

solos pastagens agricultura fragmentaccedilatildeo do habitat desses polinizadores e pela

introduccedilatildeo de espeacutecies natildeo nativas nos ambientes O trabalho conclui que todos

esses problemas podem ter futuramente um aumento devido agraves grandes alteraccedilotildees

de habitat causado por uma populaccedilatildeo que estaacute sempre em crescimento e

sugeriram que os proacuteprios cidadatildeos e ecologistas natildeo devem medir esforccedilos para

reverter esse quadro

Proniacute (2000) realizou uma pesquisa para conhecer a biodiversidade de abelhas

indiacutegenas sem ferratildeo com o intuito de apresentar manejos de conservaccedilatildeo para os

ecossistemas Com levantamentos preliminares de ninhos de abelhas nas regiotildees

(urbana e rural) de Londrinas (Paranaacute) e municiacutepios proacuteximos agrave Bacia do Rio Tibagi

(Paranaacute) ele constatou que a aacuterea estudada apresenta uma distribuiccedilatildeo

diversificada tanto nos ecossistemas urbanos como nos agroecossistemas Em

relaccedilatildeo agrave diversidade das abelhas indiacutegenas sem ferratildeo ele observou que 12 das 19

espeacutecies encontradas ocorrem nos agroecossistemas e que praticamente natildeo

nidificam em aacutereas urbanas Portanto ele concluiu que a biodiversidade dessas

abelhas na Bacia do Rio Tibagi estaacute seriamente ameaccedilada principalmente devido agrave

diminuiccedilatildeo de aacutereas florestadas Segundo o autor para que haja melhoria do quadro

27

eacute preciso da responsabilidade de meliponicultores pesquisadores entre outros para

que sejam proporcionadas condiccedilotildees boas para essas abelhas

Devido agraves grandes mudanccedilas do ambiente provocadas pela urbanizaccedilatildeo Souza e

colaboradores (2002) fizeram um estudo durante um ano (Marccedilo de 2000 a Julho de

2001) com o intuito de verificar a diversidade e habitat de Meliponini em uma aacuterea

urbana e identificar a relaccedilatildeo das espeacutecies com o processo de urbanizaccedilatildeo Foi

realizada inspeccedilatildeo mensal a procura de ninhos de meliponini dentro do Campus da

Universidade Federal de Juiz de Fora Minas Gerais Com os ninhos encontrados foi

feito a identificaccedilatildeo do substrato em que foi nidificado Essas informaccedilotildees foram

relacionadas com os dados de temperatura umidade e precipitaccedilatildeo do municiacutepio

Durante o estudo foi encontrado uma meacutedia de 3488 ninhos e quatro espeacutecies

foram identificadas sendo elas Tetragonisca angustula Nannotrigona testaceicornis

Trigona spinipes e Partamona sp As espeacutecies encontradas apresentaram

preferecircncia em substratos de construccedilotildees (cavidades preacute-existentes) Em relaccedilatildeo agrave

temperatura umidade e precipitaccedilatildeo os autores observaram uma correlaccedilatildeo

positiva entre a temperatura e a abundancia dos ninhos das abelhas sem ferratildeo por

outro lado natildeo foi encontrado para umidade relativa do ar e precipitaccedilatildeo Deste

modo concluiacuteram que mesmo em ambiente urbano essas espeacutecies ainda

conseguem sobreviver com sucesso por traacutes das atividades antropicas

Com relaccedilatildeo aos ninhos de T angustula com o clima do ambiente em que esses satildeo

nidificados Chiari e colaboradores (2002) realizaram um trabalho para ver se as

variaccedilotildees climaacuteticas tecircm alguma relaccedilatildeo com o desenvolvimento dos ninhos das

Jataiacutes Foram realizadas coletas das abelhas que foram depositadas em trecircs tipos

diferentes de colmeacuteias Fritzen Nogueira-Neto e Guiliane Apoacutes esse procedimento

as colocircnias foram pesadas e instaladas no municiacutepio de Maringaacute Paranaacute Ao longo

do estudo a temperatura do ambiente onde as colmeacuteias foram instaladas foi

monitorada Apenas a colmeacuteia Nogueira-Neto natildeo apresentou associaccedilatildeo com a

variaccedilatildeo das temperaturas Nos modelos Fritzen e Giuliane foram observados que o

peso de ambas apresentaram de forma positiva com a umidade relativa do ar

apenas Giuliane teve relaccedilatildeo positiva com a insolaccedilatildeo Deste modo os autores

concluiacuteram que os modelos Giuliane e Noguera-Neto satildeo mais apropriados para as

colmeacuteias de T angustula

28

Outro trabalho tambeacutem realizado em Campus Universitaacuterio foi feito por Almeida

(2002) sobre composiccedilatildeo das comunidades de abelhas em Satildeo Paulo O autor teve

o intuito de contribuir com informaccedilotildees sobre as espeacutecies de abelhas e as plantas

visitadas por elas Com levantamento das abelhas e plantas em duas aacutereas de

Cerrado (Cerradatildeo e Cerrado) localizado no campus Universitaacuterio no Municiacutepio de

Pirassununga foi coletado um total de 261 amostras de plantas de 41 famiacutelias e 140

espeacutecies Dessas apenas cinco ocorreram nas duas aacutereas Com relaccedilatildeo agraves

abelhas foram coletadas um total de 141 espeacutecies em quatro famiacutelias Foi concluiacutedo

que a famiacutelia que apresentou maior riqueza de espeacutecie foi Apidae Com relaccedilatildeo agraves

plantas as famiacutelias Asteraceae Malvaceae Fabaceae Sapindaceae e Vichysiaceae

foram as mais ricas em nuacutemero de espeacutecies

Neves e Viana (2002) realizaram um estudo sobre a ecologia da comunidade de

abelhas eussociais com o propoacutesito de analisar as atividades do seu vocirco

relacionando com recursos alimentares variaccedilotildees meteoroloacutegicas entre outros

fatores Com coletas das abelhas amostras de plantas floridas e monitoramento dos

ninhos nas dunas continentais na Bahia Eles capturaram oito espeacutecies da famiacutelia

Apidae Estas abelhas exibiam maior atividade no periacuteodo da manhatilde Um nuacutemero de

plantas floridas foi verificado na estaccedilatildeo chuvosa Assim sendo concluiacuteram que a

disponibilidade de recursos disponiacutevel e agraves variaccedilotildees meteoroloacutegicas favorecem a

concentraccedilatildeo de visitas florais dessas abelhas pela manhatilde

Um estudo sobre a ecologia das populaccedilotildees de meliponiacuteneos Souza e

colaboradores (2005) fizeram buscas pelos ninhos e coletas das abelhas no Campus

da Universidade Federal da Bahia eles encontraram 94 ninhos com 19 espeacutecies

diferentes tendo uma predominacircncia da espeacutecie Tetragonisca angustula Deste

modo concluiacuteram que a riqueza de espeacutecies de meliponineos (meliponini)

encontrada no Campus (o qual eacute um local que sofre antropizaccedilatildeo) pode ser devida

a disponibilidade de substratos para nidificaccedilatildeo e pela quantidade de recursos que eacute

ofertado

Stuch (2006) realizou uma pesquisa sobre a variabilidade geneacutetica das populaccedilotildees

de Tetragonisca angustula Nesse trabalho o autor primeiramente faz uma revisatildeo

da bibliografia com o propoacutesito de apresentar informaccedilotildees a respeito da estrutura

das populaccedilotildees de meliponiacuteneos (meliponini) sobre as abelhas indiacutegenas sem

ferratildeo e principalmente a respeito da abelha em estudo onde destacam informaccedilotildees

29

do comportamento locais de nidificaccedilatildeo dos recursos usados para se alimentar e

do mel que eacute produzido por eles Com coletas e anaacutelises realizadas por meio de

marcador molecular nas cidades de Dracena em Satildeo Paulo e Ivatuba no Paranaacute Ele

observou que as amostras obtidas em Ivatuba apresentaram 60 de polimorfismo e

na cidade de Dracena foram apresentadas 40 Deste modo o autor concluiu que

em Ivatuba as populaccedilotildees de T angustula estatildeo diferenciadas geneticamente e natildeo

apresentam endocruzamento entre os ninhos jaacute as populaccedilotildees da cidade de

Dracena natildeo se encontraram modificados podendo os ninhos ser considerados

como um soacute Segundo o autor essas informaccedilotildees satildeo muito importantes para que

estudos de praacuteticas de manejo sejam realizados para manter a variabilidade dessas

populaccedilotildees

Outro trabalho tambeacutem em aacutereas fragmentadas foi realizado por Alvarenga (2008)

Neste trabalho o autor teve o objetivo de conhecer a diversidade e densidade dos

ninhos de meliponineos (meliponini) na Mata de Santa Tereza (Estaccedilatildeo Ecoloacutegica de

Ribeiratildeo Preto Satildeo Paulo) que fica situado entre a Mata Atlacircntica e o Cerrado com

levantamentos dos ninhos e das aacutervores que poderiam apresentar um tamanho

potencial para essas abelhas nidificarem Foram encontrados ninhos de quatro

espeacutecies de meliponineos (meliponini) sendo T angustula e Scaura latitarsis

representaram 25 dos ninhos encontrados e Trigona hyalinata 50 E em relaccedilatildeo

aacutes aacutervores cerca de 67 foram analisadas poucas apresentavam rachaduras ou

cavidades para abrigar os ninhos Deste modo foi concluiacutedo que na aacuterea estudada

haacute uma riqueza baixa e densidade relativamente meacutedia e tambeacutem poucos locais

para nidificaccedilatildeo

Andena e colaboradores (2009) tambeacutem fizeram um trabalho em aacutereas degradadas

Para eles esses estudos satildeo essecircncias devido a essas aacutereas serem a principal

razatildeo para o aumento das taxas de perda da diversidade geneacutetica e extinccedilatildeo das

abelhas Os autores realizaram um estudo para conhecer a diversidade de abelhas

no Cerrado em Satildeo Paulo Foram realizadas coletas das abelhas em quatro

reservas em regiotildees fragmentadas do Cerrado Reserva de Corumbataiacute Estaccedilatildeo

Ecoloacutegica de Jataiacute Parque Vassununga e Reserva de Cajuru Com cerca de 500

indiviacuteduos coletados as aacutereas que apresentaram maior riqueza foram Cajuru e

Corumbataiacute e as aacutereas com menor riqueza foram Vassununga e Estaccedilatildeo Ecoloacutegica

Jataiacute Mesmo apresentando maior nuacutemero de riqueza a aacuterea de Corumbataiacute sofreu

30

vaacuterias alteraccedilotildees na composiccedilatildeo fauniacutestica durante o estudo Assim sendo foi

concluiacutedo que pesquisas como essas satildeo importantes pois contribuem com

informaccedilotildees a respeito da influencia que essas aacutereas degradadas podem exercer

sobre a composiccedilatildeo fauniacutestica e a riqueza das espeacutecies de abelhas

Um inventaacuterio sobre os meliponiacuteneos (meliponini) no Bioma Cerrado foi realizado por

Fernandes e colaboradores (2012) Com levantamentos feitos durante dois anos em

quatro aacutereas diferentes (Municiacutepio de Tangaraacute da Serra ndash MT nos arredores do

campus universitaacuterio de Mato Grosso na Reserva Florestal Antocircnio Conselheiro ndash

MT e na zona rural do municiacutepio Tangaraacute da Serra - MT) os autores coletaram 128

espeacutecimes distribuiacutedos em 27 espeacutecies e 14 gecircneros e constataram que a maior

riqueza foi vista na reserva florestal e na zona rural do municiacutepio de Tangaraacute da

Serra Deste modo eles concluiacuteram que a riqueza observada na reserva pode ser

devido agrave mata apresentar pouca antropizaccedilatildeo e que as informaccedilotildees obtidas nesse

estudo satildeo de extrema importacircncia para a preservaccedilatildeo da biodiversidade da reserva

florestal

Uma pesquisa realizada por Oliveira e colaboradores (2013) cujo tema foi

Levantamento de Ocorrecircncia de Meliponiacutedeos (Meliponini) em Municiacutepios na regiatildeo

do Vale do Jauru ndash MT foia incidecircncia de abelhas sem ferratildeo em zonas urbanas

Com entrevistas aos moradores e com sessotildees de fotos para definir quais espeacutecies

de abelhas se encontravam nas proximidades das casas da regiatildeo do Vale do Jauru

eles encontraram 67 colmeacuteias sendo 17 predominantes em apenas uma cidade

Deste modo concluiacuteram que na regiatildeo do Vale do Jauru encontram-se grandes

aacutereas verdes proporcionando dessa forma alimento e a preservaccedilatildeo das abelhas

24 COLETA DE RECURSOS E PRODUCcedilAtildeO DE MEL DAS MELIPONINI

Devido agraves poucas informaccedilotildees sobre a composiccedilatildeo do mel e fontes alimentares

utilizados pelos meliponineos Anacleto (2007) fez um estudo com o intuito de

conhecer as principais fontes que fazem parte da dieta dessas abelhas e tambeacutem

conhecer as caracteriacutesticas quiacutemicas do mel produzido por elas O estudo foi no

Municiacutepio de Piracicaba Satildeo Paulo Foi realizado um levantamento das plantas

visitadas por cinco espeacutecies de meliponineos (T angustula Scaptotrigona

31

bipunctata Nanotrigona testaceicornis Friesiomellita varia e Tetragona clavipes)

coleta de mel nos potes de alimento dos ninhos e coleta de poacutelen retirada das

corbiacuteculas O autor obteve 158 espeacutecies de plantas sendo que dessas 67 foram

visitadas pelas abelhas em estudo e na anaacutelise poliacutenica foram encontradas 72

espeacutecies de plantas A espeacutecie que apresentou menor nuacutemero de visitas foi F varia

em contrapartida T angustula foi a espeacutecie que apresentou o haacutebito mais

generalista em relaccedilatildeo ao numero de espeacutecies de plantas visitadas Com relaccedilatildeo ao

mel foram analisadas um total 31 amostras Os estudos com a composiccedilatildeo do mel

apresentaram uma dificuldade devido agrave legislaccedilatildeo atender apenas as caracteriacutesticas

do mel de Apis melliacutefera e natildeo o mel das abelhas nativas O mel de F varia foi a que

apresentou menor niacutevel de accediluacutecar em contrapartida o niacutevel de accediluacutecar do mel de T

angustula foi o mais elevado Deste modo foi concluiacutedo que as espeacutecies estudadas

se mostraram generalistas com exceccedilatildeo de F varia e com relaccedilatildeo agrave anaacutelise do

mel foi concluiacutedo que haacute a necessidade de um padratildeo na legislaccedilatildeo proacuteprio para

uma melhor anaacutelise dos compostos quiacutemicos do mel de meliponiacuteneos

Anacleto e colaboradores (2009) tambeacutem realizaram uma pesquisa sobre o padratildeo

de qualidade do mel das abelhas sem ferratildeo Para esse estudo foi analisado a

composiccedilatildeo do mel das abelhas Tetragonisca angustula Com coletas feitas

diretamente de dentro das colocircnias encontradas em Piracicaba ndash (SP) e com

anaacutelises feitas sobre o accediluacutecar proteiacutenas pH acidez cor entre outros fatores os

autores obtiveram 20 amostras de mel e relataram que o accediluacutecar dessas amostras

apresentaram valores inferiores ao que eacute estabelecido pelas normas

brasileirasAssim sendo concluiacuteram que 5 de accediluacutecar do mel coletado natildeo se

enquadram na legislaccedilatildeo e que seria necessaacuterio um maior estudo para que uma

nova legislaccedilatildeo seja feita

No trabalho de Sommeijer e colaboradores (1983) aleacutem de analisar os recursos

coletados por algumas abelhas sem ferratildeo (Meliponineos) e Apis mellifera os

autores tambeacutem fizeram observaccedilotildees no comportamento de forrageamento dessas

abelhas As observaccedilotildees e amostras de poacutelen foram retiradas semanalmente das

corbiacuteculas das forrageiras que retornavam ao ninho Os autores observaram que as

coletas dos recursos ocorreram em periacuteodos diferentes os voos de neacutectar ocorreram

na maior parte das vezes de manhatilde e os vocircos de poacutelen ocorreram agrave tarde Em

relaccedilatildeo ao poacutelen foram obtidas 191 amostras sendo que quatro famiacutelias se

32

mostraram mais presentes Myrtaceae Sapotaceae Sapindaceae e Melliaceae

Desta forma concluiacuteram que as coletas de poacutelen pelas forrageiras podem ter

predominado no periacuteodo da manhatilde devido agraves flores se mostrar mais murchas com o

passar do dia Tambeacutem concluiacuteram que os recursos de poliacutenicos foram bem

diversos o que confirmou o haacutebito generalista dessas abelhas

Carvalho e Marchini (1999) realizaram um estudo dentro de um campus Universitaacuterio

(USP) em Piracicaba Em seu trabalho tiveram o objetivo de conhecer as plantas

que oferecem recursos para abelhas em ambientes mais antropizados Com coletas

de abelhas operaacuterias em colocircnias de Tetragonisca angustula e Nannotrigona

testaceicornis os autores analisaram os gratildeos de poacutelen coletados por elas Atraveacutes

dessa anaacutelise obtiveram 31 tipos poliacutenicos em 22 famiacutelias de plantas sendo que

entre essas famiacutelias para N testaceicornis os gratildeos de poacutelen que se mostrou mais

frequumlente foi de Myrtaceae e para T angustula foram Fabaceae Liliaceae e

Mimosaceae Dessa maneira concluiacuteram que essas espeacutecies se mostraram

generalistas visitando diversas plantas

No mesmo ano Carvalho Marchini e Ros (1999) fizeram um estudo para comparar

e analisar as fontes de poacutelen utilizadas por Apis mellifera e quatro diferentes

espeacutecies de Trigonini (Nannotrigona testaceicornis Partamona helleri Plebeia

droryana e Tetragonisca angustula) O trabalho teve o intuito de fornecer

informaccedilotildees sobre as preferecircncias florais e as relaccedilotildees troacuteficas dessas espeacutecies

Com coletas realizadas nos meses de Outubro e Novembro de 1996 no campus da

USP em Piracicaba os autores coletaram 53 tipos poliacutenicos desses os tipos mais

frequentes para todas as abelhas foram Aracaceae Bulbine frutescens e

Eucalyptus spe com as relaccedilotildees troacuteficas eles observaram que a utilizaccedilatildeo de fontes

de poacutelen variou conforme a espeacutecie e que a dieta se mostrou bem diversificada

Dessa maneira os autores concluiacuteram que P droryana e Phelleri foram agraves

espeacutecies que apresentaram maior uniformidade na utilizaccedilatildeo de fontes de poacutelen e a

maior sobreposiccedilatildeo de nicho troacutefico ocorreu entre N testaceiconis e T angustula e

menor sobreposiccedilatildeo foi entre A meliacutefera e T angustula

Devido agrave carecircncia de estudos sobre os recursos florais utilizados pelas abelhas

Agostini e Sazima (2003) fizeram um estudo sobre a fenologia das espeacutecies de

plantas ornamentais e suas relaccedilotildees com as espeacutecies de abelhas Com registros da

fenologia das plantas arboacutereas e arbustivas e o tipo de recurso utilizado pelas

33

abelhas no campus da Universidade Estadual de Campinas em Satildeo Paulo os

autores registraram 42 espeacutecies de plantas e observaram que na aacuterea estudada

houve plantas florindo todos os meses e natildeo houve sazonalidade marcada Com

relaccedilatildeo ao tipo de recurso utilizado pelas abelhas foi observado que as plantas mais

visitadas foram da famiacutelia Leguminosae e Bombacaceae por serem importantes

fontes de alimento para as abelhas no periacuteodo de estiagem Concluiacuteram que plano

de manejo em ambientes urbanos usando plantas ornamentais nativas seria

importante para acolher maior diversidade de abelhas as quais cumprem papel

importantiacutessimo na manutenccedilatildeo da biodiversidade dos ecossistemas naturais

Como muitas plantas de importacircncia econocircmica dependem de insetos para

aumentar a produccedilatildeo e a qualidade dos frutos Toledo e colaboradores (2003)

pesquisaram as angiospermas na regiatildeo de Maringaacute no estado do Paranaacute para

contribuir com o conhecimento da biodiversidade nessa regiatildeo Com coletas em

onze espeacutecies de plantas examinadas na Universidade Estadual de Maringa

Paranaacute os autores obtiveram 331 insetos Entre as abelhas trecircs espeacutecies coletadas

foram as mais abundantes Tetragonisca angustula Apis mellifera e Trigona spinipes

Os autores concluiacuteram que essas abelhas africanizadas e sem ferratildeo foram as mais

abundantes nas coletas as flores devido tanto ao seu comportamento generalista

como pela sobreposiccedilatildeo no local de forrageamento

Simioni e Colaboradores (2007) realizaram um estudo para investigar os recursos

alimentares de Tetragonisca angustula fiebrigi em Mato Grosso do Sul Com

amostras de cargas poliacutenicas corbiculares das operaacuterias em um ambiente natural de

Corumbaacute-MS no periacuteodo de seis meses os autores relataram que T angustula

visitou 43 espeacutecies de plantas para coleta de poacutelen e as famiacutelias mais visitadas

foram Leguminosae Palmae Asteraceae e a subfamiacutelia Mimosidae devido agrave grande

quantidade de poacutelen acessiacutevel Deste modo concluiacuteram que Tetragonisca

angustula mostrou-se seletivo com relaccedilatildeo agraves fontes de alimento disponiacutevel na aacuterea

estudada e que a famiacutelia Leguminosae se mostrou a mais importante fonte de poacutelen

para T angustula

Muitas espeacutecies de abelhas vecircm sendo utilizadas consorciadas ao cultivo de

diversas espeacutecies de plantas No trabalho de Antunes e colaboradores (2007) eles

utilizaram a espeacutecie Tetragonisca angustula para verificar seu efeito como agente

polinizador na produccedilatildeo de frutos de cultivares de morango em estufa O estudo foi

34

realizado na Universidade de Passo Fundo RS utilizando quatro cultivares de

morangueiro (Oso Grande Tdla Chandler e Dover) com ausecircncia e presenccedila de

duas e quatro colmeacuteias de T angustula Os autores observaram que o numero de

visitas as flores foram o mesmo para os mesmos nuacutemeros de colocircnias e que o uso

de duas ou quatro colmeacuteias natildeo alterou a produccedilatildeo dos frutos Aleacutem disso

observaram tambeacutem que a porcentagem de frutos deformados teve uma queda

consideraacutevel de 85 para 5 Sendo assim concluiacuteram que a presenccedila de

Tetragonisca angustula para a polinizaccedilatildeo em ambiente fechado tem grande

importacircncia para o aumento da produtividade e para o aumento da quantidade de

frutos comerciaacuteveis

Devido agrave grande importacircncia das abelhas sem ferratildeo para manter a biodiversidade

das plantas Braga e colaboradores (2012) fizeram um estudo com a espeacutecie T

angustula por ela ser amplamente distribuiacuteda nos habitats tropicais Com estudo

realizado em duas ilhas (Ilha Grande e Tucuruccedilaacute) e outras duas na ilha Ariroacute e

Tinguaacute todas SAP aacutereas de Mata Atlacircntica do Estado do Rio de Janeiro e apenas

Ilha Grande pertence a uma unidade de proteccedilatildeo ambiental Para esse estudo os

autores fizeram coletas de carga de poacutelen e observaccedilotildees agraves flores T angustula

visitou 61 espeacutecies de plantas sendo Anacardiaceae e Asteraceaeas mais visitadas

Na Ilha grande foi a aacuterea onde se obteve maior nuacutemero de visitas e onde se

encontrou 39 tipos poliacutenicos Dessa maneira concluiacuteram que a dieta de T angustula

eacute bem ampla e que essas pesquisas satildeo necessaacuterias para conhecer as plantas que

operam como recurso para as abelhas em ambiente natural

Com o intuito de contribuir para o conhecimento da flora e sua utilizaccedilatildeo por

polinizadores nativos Novais Absy e Santos (2013) caracterizaram o poacutelen de T

angustula atraveacutes da anaacutelise palinoloacutegica analisando os meacuteis produzidos por esta

espeacutecie em duas regiotildees semi-aacuteridas tropicais do nordeste do Brasil Com amostras

de mel coletados mensalmente nos municiacutepios de Itaberaba e Ruy Barbosa na

Bahia durante 14 meses os autores observaram que o espectro poliacutenico das

amostras de mel de T angustula consistiu um total de 67 tipos de poacutelen sendo que

18 deles foram comuns aos espectros de poacutelen tanto de Itaberaba quanto de Ruy

Barbosa e as famiacutelias das plantas que predominaram em ambos municiacutepios foram

Fabaceae Myrtaceae Malvaceae e Euphorbiaceae Concluiacuteram que houve um uso

heterogeneo dos recursos naturais no municiacutepio de Itaberaba e homogecircneo no

35

municiacutepio de Ruy Barbosa neste foi detectado um tamanho maior do nicho de poacutelen

de T angustula Para os autores isso se deve a diferenccedila na diversidade de plantas

entre os dois municiacutepios

25 COMPORTAMENTO DA ABELHA JATAIacute

Para algumas pesquisas estudos sobre comportamento eacute essencial para obter

informaccedilotildees importantes sobre a espeacutecie em estudo Para que pesquisadores

possam fazer estudo de comportamento em campo Altmann (1973) publicou um

trabalho sobre comportamento animal onde ela faz um guia para orientar os

observadores em seus estudos Ela apresenta meacutetodos para ser utilizado nas

observaccedilotildees tanto em comportamento individual quanto em grupo e apresenta o uso

de meacutetodos de amostragem nas observaccedilotildees Nesse a autora relata trabalhos de

outros autores sobre observaccedilotildees comportamentais e faz discussotildees a respeito de

problemas de amostragem em comportamento social como tambeacutem as vantagens e

desvantagens do uso de alguns meacutetodos

Um estudo relacionado com o comportamento de T angustula foi realizado por

Wittmann (1985) para mostrar que o sistema de defesa dessa espeacutecie natildeo era

apenas para defesa de alguns insetos voadores mais tambeacutem para defesa contra

ataques de abelhas cleptobioacuteticas Para observaccedilatildeo do comportamento das guardas

pairando foi mantida uma colocircnia de Lestremelitta limatildeo proacuteximo a quatros colocircnias

de T agustula O autor notou que o posicionamento das guardas pairando proacuteximo

ao corredor de vocirco do ninho permitia maior eficiecircncia nos ataques aos intrusos

cleptobioacuteticos e que durante esses ataques o numero de guardas aumentava

consideravelmente para reforccedilar a defesa do ninho Dessa maneira concluiu-se que

no comportamento de defesa essa espeacutecie faz um recrutamento em massa das

guardas em resposta a um feromocircnio lanccedilado por L limatildeo

Couvillon e colaboradores (2007) fizeram um estudo sobre a movimentaccedilatildeo das

forrageiras em relaccedilatildeo ao tamanho da entrada do ninho e o comportamento

defensivo das guardas em relaccedilatildeo agraves perturbaccedilotildees que os ninhos sofrem Para esse

trabalho os autores estudaram 26 espeacutecies de abelhas sem ferratildeo no campus da

Universidade de Satildeo Paulo em Ribeiratildeo Preto Foram medidas a entrada dos ninhos

36

e o comprimento de abelhas forrageiras Foi verificado que a entrada do tubo do

ninho se ajusta ao tamanho das abelhas operaacuterias ou seja quanto maior for a

abelha maior seraacute a entrada do ninho Tambeacutem observaram que as guardas tinham

o comportamento de proteger o ninho bloqueando sua entrada e permitindo apenas

a entrada das forrageiras Assim concluiacuteam que essas abelhas apresentam

importantes mecanismos de defesa para ninho e que estudos como esse podem

trazer informaccedilotildees importantes ao comportamento de defesas das abelhas sem

ferratildeo

Minussi e Santos (2007) fizeram um estudo para descobrir se haacute algum efeito

negativo da Apis mellifera sobre as abelhas nativas em relaccedilatildeo agrave coleta de recursos

Para isso os autores fizeram um trabalho sobre o comportamento que ocorre entre

essas abelhas Com observaccedilotildees agraves flores e coletas das abelhas na Escola

Agroteacutecnica Federal de Sombrio no municiacutepio de Santa Rosa Santa Catarina Apis

mellifera foi agrave espeacutecie mais abundante encontrada na aacuterea em estudo em seguida

Trigona spinipes foi a mais abundante Durante as observaccedilotildees notaram que o

comportamento de abertura das mandiacutebulas da subfamiacutelia Halictinae para atacar e

expulsar as abelhas africanizadas das flores era comum e que esse comportamento

ocorria sempre antes que abelhas conseguissem chegar ao fundo da flor Dessa

maneira concluiacuteram que as abelhas nativas conseguem se defender das abelhas

africanizadas para garantir seu recurso

Karcher e Ratnieks (2009) mostraram em suas pesquisas que ninhos de T

angustula natildeo eram apenas defendidos por guardas pairando mas tambeacutem por

guardas que ficam de peacute na entrada do ninho Os autores colocaram dez campeiras

e natildeo campeiras da mesma espeacutecie e campeiras tratadas com odor de

Scaptotrigona bipunctata em cinco ninhos As guardas de peacute natildeo rejeitaram

nenhuma campeira mas rejeitaram quase todas natildeo campeiras e campeiras

tratadas com odor volaacutetil A partir desse resultado concluiacuteram que as operaacuterias que

ficam de peacute na entrada do ninho tambeacutem atuam como oacutetimas guardas para

discriminar as abelhas campeiras e natildeo campeiras

No trabalho de Gruter Karcher e Ratnieks (2011)foi realizado um estudo sobre as

abelhas guardas de Tetragonisca angustula que ficam pairando e de peacute proacuteximo ao

ninho Os autores fizeram algumas experiecircncias para saber se havia alternacircncias de

tarefas entre elas A pesquisa teve duraccedilatildeo de trecircs anos e foi realizada em uma

37

fazenda perto de Satildeo Paulo Para observar essa alternacircncia de tarefas as abelhas

guardas foram coletadas e marcadas Dessa maneira notaram que das 18 abelhas

marcadas 12 eram exclusivamente guardas em peacute e seis realizavam os dois tipos

de guardas Durante as 21 horas de observaccedilatildeo natildeo foi observado mudanccedila entre

os tipos de guardas A partir desses resultados concluiacuteram que a alternacircncia de

tarefa entre as guardas eacute rara de acontecer indicando que a defesa de T angustula

e feita por divisatildeo de trabalho

Zweden e colaboradores (2011) fizeram um trabalho semelhante agrave Wittmann (1984)

com os guardas de defesa que ficam pairando Em seu estudo os autores tinham o

objetivo de testar a hipoacutetese que as guardas aumentavam a defesa do ninho em

relaccedilatildeo aos intrusos principalmente Lestrimellita limatildeo a qual eacute um ladratildeo

obrigatoacuterio de Tetragonisca angustula Foram feitas mediccedilotildees da distacircncia em que

as guardas pairando atacavam tanto um manequim de massa de modelar coberto de

citral (odor volaacutetil liberado por L limatildeo) quanto operaacuterias de Lestrimellita limatildeo

receacutem morto Todos os intrusos do experimento foram atacados por T angustula a

distacircncia que ocorreu o ataque variou entre 0-22 cm os ninhos que tinham mais

guardas apresentou maior distacircncia Dessa maneira concluiacuteram que a presenccedila de

guardas pairando aumenta a detecccedilatildeo de intrusos e que essas guardas respondem

especialmente a pistas visuais

As abelhas sem ferratildeo (eussocias) costumam apresentar divisatildeo de trabalho em

suas colocircnias Gruter e colaboradores (2012) em seu estudo quiseram testar a

hipoacutetese de que os soldados especializados (guardas) para a defesa das colocircnias de

jataiacute (Tetragonisca angustula) eram relativamente maiores que os trabalhadores

Com anaacutelise no tamanho e na forma das forrageiras guardas e trabalhadores que

removem resiacuteduos das colocircnias o autor constatou que o peso corporal das guardas

era maior que das abelhas forrageiras e que o tamanho da cabeccedila das forrageiras

mostrou-se um pouco maior em relaccedilatildeo agraves guardas Assim concluiu-se que a

variaccedilatildeo no tamanho seria devido agrave divisatildeo de trabalho ou seja a diferenccedila no

tamanho do corpo consiste em uma eficaacutecia maior para lutar contra invasores e a

diferenccedila em relaccedilatildeo ao tamanho da cabeccedila seria devido agrave necessidade das

forrageiras de decorar caminhos para busca do alimento

38

39

3 METODOLOGIA

31 AacuteREA DE ESTUDO

O Municiacutepio de Vitoacuteria possui uma extensatildeo geograacutefica que envolve um grau

elevado de urbanizaccedilatildeo (SOUZA 2011) De acordo com o Instituto Brasileiro de

Geografia e Estatiacutestica (2010) o Municiacutepio apresenta uma aacuterea de mais de 98 Kmsup2 e

conta com uma populaccedilatildeo estimada de 352104 habitantes O clima da regiatildeo de

Vitoacuteria pode ser classificado como Tropical uacutemido (CLASSIFICACcedilAtildeO [20--])

apresentando temperatura maacutexima que pode chegar a 32ordm C e miacutenima que fica em

torno de 24ordm C com os maiores iacutendices de precipitaccedilatildeo pluviomeacutetrica entre os meses

de Outubro a Janeiro (INSTITUTO CAPIXABA DE PESQUISA ASSISTEcircNCIA

TEacuteCNICA E EXTENSAtildeO RURAL 2011)

Vitoacuteria eacute um dos Municiacutepios que apresentam os maiores niacuteveis de temperaturas do

Estado Isso se deve ao fato de as grandes montanhas dificultarem a passagem dos

ventos do nuacutemero de preacutedios que aumenta com o passar dos anos assim como a

poluiccedilatildeo (SOUZA 2011)

O estudo foi realizado no Campus Universitaacuterio Alaor de Queiroz Arauacutejo da

Universidade Federal do Espiacuterito Santo (FERNANDES VALE 2013) tambeacutem

conhecido como campus de Goiabeiras Este campus se encontra localizado no

Municiacutepio de Vitoacuteria capital do Estado do Espiacuterito Santo e nas coordenadas

geograacuteficas de 20ordm 16rsquoS e 40ordm 18rsquoW (FERREIRA DANTAS 2000)

O Campus fica ao Sul e ao Oeste do canal da passagem e a Leste com a Avenida

Fernando Ferrari Ateacute 2008 era composta por uma aacuterea de ambiente entre mareacutes e

terrestre de 1592545 msup2 poreacutem com a ampliaccedilatildeo da Avenida Fernando Ferrari

essa aacuterea foi reduzida para 1567545 msup2 (FERNANDES VALE 2013) A aacuterea

amostral se localiza no entorno do Centro de Ciecircncias Humanas e Naturais (CCHN)

Implantada por volta da deacutecada de 1970 ela compotildee os ICrsquos (iniciais de Ilha do

Cercado) I II III e IV (FERNANDES VALE 2013) e apresenta uma aacuterea que

compreende edificaccedilotildees como preacutedios passarelas ruas asfaltadas paacutetio de

estacionamento e aacutereas jardinadas (MAPA 01)

40

Mapa 01- Mapa do Campus Universitaacuterio de Goiabeiras (UFES) com destaque da

aacuterea de estudo em vermelho

Fonte Google Maps (2014) 32 OBTENCcedilAtildeO DOS DADOS

A aacuterea de estudo foi inspecionada agrave procura de ninhos de T angustula com

observaccedilotildees em calccediladas paredes muros postes troncos de aacutervores entre outros

conforme Taura e Laroca (1991) Os ninhos encontrados foram marcados por letra

alfabeacutetica e mapeados com o auxiacutelio de um marcador permanente (marca Jocar

Office) e um GPS (marca Garmin etrex vista) As observaccedilotildees foram realizadas uma

vez a cada semana durante cinco meses de Abril agrave Setembro de 2014 totalizando

21 dias amostrados (140 horas) O periacuteodo no qual foram realizadas as observaccedilotildees

41

foi de 0700 agrave 1700 horas As observaccedilotildees foram feitas durante 15 minutos em cada

ninho e intercaladas nos periacuteodos matutino vespertino e dia todo com o auxilio de

uma lupa de matildeo devido elas apresentarem aproximadamente 5 miliacutemetros

(NOGUEIRA-NETO 1997) A lupa de matildeo foi utilizada tambeacutem para observar a cor

do poacutelen que as abelhas traziam para dentro do ninho

A contagem do nuacutemero de entradas e saiacutedas das abelhas coletoras e das abelhas

que protegem a colocircnia de invasores foi realizada em todos os ninhos com o auxilio

de um contador de nuacutemeros Os registros foram realizados com redaccedilatildeo dos

eventos e por meio de fotografias As observaccedilotildees seguiram o meacutetodo Animal-Focal

descrito por Altmann (1973) para anaacutelise do comportamento das abelhas Esse

meacutetodo consiste em amostrar os comportamentos de um ou mais indiviacuteduos por um

determinado periacuteodo de tempo O levantamento das principais fontes de alimento de

T angustula foi obtido a partir de dados bibliograacuteficos

33 ANAacuteLISE DOS DADOS

Para anaacutelise dos dados foi utilizado o programa ldquoMapSourcerdquo para a construccedilatildeo do

mapa dos ninhos encontrados Foi tambeacutem utilizado o programa Microsoft Excel

2007 para construccedilatildeo de graacuteficos para analisar o nuacutemero de visitas (entrada e saiacuteda)

que as abelhas coletoras apresentaram durante os cinco meses observados Os

graacuteficos foram construiacutedos por intervalos de horas sendo que as informaccedilotildees se

acumularam mais proacuteximo do horaacuterio em que houve mais eventos observados no

ninho O mesmo programa foi utilizado para retirar a meacutedia da quantidade de

guardas na defesa do ninho

Os dados resultantes do levantamento bibliograacutefico das fontes alimentares serviram

de base para a elaboraccedilatildeo de um graacutefico com a contribuiccedilatildeo das famiacutelias de plantas

mais visitadas por T angustula

42

43

4 RESULTADOS E DISCUSSOtildeES

41 LOCALIZACcedilAtildeO DOS NINHOS

Foram encontrados onze ninhos (marcados por letra alfabeacutetica de A a K) cinco

instalados em paredes e muros (K C I e J) e seis localizados sob placas de

concreto de passarelas (A B D E F G e H) (mais precisamente na base das

pilastras da passarela que se encontra entre os IC`s II e III) Este fato corrobora com

os estudos de Taura e Laroca (1991) que indica que a disponibilidade de nidificaccedilatildeo

nesses locais aumenta com as atividades antroacutepicas A localizaccedilatildeo dos ninhos eacute

apresentada pelo Mapa 02

Os ninhos C J K (Mapa 02) recebiam calorna maior parte do dia jaacute os demais natildeo

recebiam sol diretamente na maior parte do dia pois eram protegidos pela pilastra e

pela cobertura da passarela

Durante todo o periacuteodo das observaccedilotildees em geral o clima foi de dias quentes com

presenccedila de ventos

MAPA 02 ndash Mapa dos ninhos de T angustula estudadas no Campus de Goiabeiras

(UFES) Abril ndash Setembro2014

Fonte Modificado em Google earth (2014) Dos 11 ninhos observados dois ninhos natildeo apresentavam a entrada com o formato

comum de cilindro e traziam um formato natildeo definido

44

Em todos os ninhos foi possiacutevel ver que a abertura da extremidade do tubo era

relativamente grande Tal formato permite que haja espaccedilo para que algumas

abelhas guardas permaneccedilam na entrada do tubo ao mesmo tempo em que deixa

espaccedilo suficiente para as forrageiras passarem (KARCHER RATNIEKS 2009) Ao

longo de todo o tubo havia presenccedila de centenas de perfuraccedilotildees o que segundo

Gruter Karcher e Ratinieks (2011) eram para ajudar nas trocas gasosas

Nos cinco meses observados trecircs ninhos desapareceram da aacuterea amostral restando

ao final das observaccedilotildees oito ninhos Um deles (ninho E) foi perdido logo no iniacutecio

das observaccedilotildees supotildee-se que tenha ocorrido alguma intervenccedilatildeo aguda por

exemplo humana pois logo no segundo dia de observaccedilatildeo o mesmo jaacute natildeo estava

no lugar demarcado Outros dois ninhos (ninhos F e G) tambeacutem foram perdidos O F

persistiu ateacute o mecircs de Maio e o ninho G ateacute Julho Nestes o desaparecimento se

sucedeu apoacutes eventos de revoadas

42 INTERACcedilOtildeES INTER E INTRAESPECIacuteFICAS

TABELA 1 - Dados dos Ninhos observados

Data Ninho Hora Cores de Poacutelen

Presenccedila de

Resina Operaacuteriaslimpeza Guardas

em peacute Guardas pairando Ameaccedila

14abr D 07h-8h

Amarelo Branco Laranja

Vermelho

X 5 1

13mai C 10h-11h

Amarelo Branco Laranja

Vermelho

X X 4 4

20mai J 15h-16h Branco X X 8 12 02jun H 12h-13h Branco X X 8 4 16jul D 13h-14h Branco

X 8 2 Formiga

20jun B 08h-09h

Amarelo Branco Laranja

Vermelho

X X 9 3

06ago C 14h-15h Branco X 7 10 Lagartixa

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria As observaccedilotildees indicaram que as jataiacutes visitavam vaacuterias espeacutecies de flores durante

as manhatildes e iniacutecio das tardes pois nesse periacuteodo trouxeram uma grande

45

diversidade de poacutelen (cores amarela laranja branca e vermelha) transportados em

suas corbiacutecula para dentro do ninho B C e D (TABELA 1) (FIGURA 1-A) No horaacuterio

da tarde essa diversidade diminuiacutea nos ninhos C D H e J (TABELA 1) e era

representada pelo transporte de poacutelen de cor branca Este fato mostra que a

diversidade de flores visitadas decresce ao longo do dia

As abelhas sociais de um modo geral visitam as flores enquanto elas satildeo atrativas

Elas apresentam preferecircncia pela cor e satildeo capazes de discriminar os conjuntos

florais realizar sua localizaccedilatildeo e selecionar aquelas que produzem maior quantidade

e melhor qualidade de alimento (PIRANI LAURINO 1993) Existem diversos fatores

que podem influenciar a coleta de alimento pelas abelhas sociais entre eles o

comportamento das campeiras e a necessidade das colocircnias que depende do seu

tamanho (PIRANI LAURINO 1993)

Aleacutem de poacutelen tambeacutem foi observado carregamento de resina nas corbiacuteculas para

dentro do ninho B C H e J (TABELA 1) (FIGURA 1-B) essa eacute coletada pelas

abelhas em bototildees florais Depois de a resina ser coletada ela pode ser armazenada

pura ou misturada com cera No caso de T angustula ela geralmente faz a

armazenagem na forma pura (NOGUEIRA-NETO 1997) Como a resina eacute viscosa e

grudenta as abelhas a utilizam para vedar o entorno da entrada do tubo e tambeacutem

para depositar uma quantidade sobre o corpo e cabeccedila das formigas para defender

a colocircnia contra invasores (WITTMANN 1985 NOGUEIRA-NETO 1997)

Durante todo o periacuteodo observado foi notada a presenccedila de operaacuterias que cuidavam

da limpeza dos ninhos (TABELA 1) Essas operaacuterias trabalhavam retirando resiacuteduos

(detritos) de dentro do ninho e o faziam carregando atraveacutes de sua mandiacutebula

(FIGURA 1-C) Este trabalho era realizado continuamente ao longo de todo o dia

Para Nogueira-Neto (1997) T angustula eacute a espeacutecie que tem o melhor haacutebito de

limpeza e por esta razatildeo seu mel e seu proacutepolis satildeo considerados o melhor dentre

as outras espeacutecies

FIGURA 1- Divisatildeo de trabalho entre operaacuterias de Tetragonisca angustula A

Detalhe da corbiacutecula com poacutelen B Detalhe da corbiacutecula com resina C Operaacuteria de

limpeza com resiacuteduo na mandiacutebula

46

Fonte Arquivo Labibio

Em cada ninho foi possiacutevel notar a presenccedila de abelhas que ficavam tanto pousadas

ao longo do tubo de entrada do ninho quanto sobrevoando proacuteximo do mesmo

Essas abelhas satildeo chamadas por Gruter Karcher e Ratnieks (2011) de abelhas

guardas em peacute e pairando respectivamente As guardas em peacute estavam sempre

em grandes quantidades e estiveram em atividade praticamente em todo o periacuteodo

do dia

Essas guardas ficavam na maior parte do tempo com a mandiacutebula apoiada sobre o

ninho acredita-se que tenham a funccedilatildeo de depositar resina ao entorno do ninho As

demais guardas que ficavam sobrevoando estiveram mais ausentes logo no

A B

C

47

comeccedilo da manhatilde por volta das 0700 as 0900 horas As guardas pairando ficavam

na maioria das vezes em nuacutemeros de trecircs a quatro sempre posicionadas a direita e

esquerda do tubo e em direccedilatildeo a entrada (FIGURA 2)

FIGURA 2- Ninho de T angustula com guardas pairando destacado em vermelho e

guardas em peacute em destaque azul

Fonte Arquivo Labibio

Foi observado que no periacuteodo da tarde o nuacutemero de guardas pairando aumentava

Isso era visto com maior frequumlecircncia nos ninhos C e J instalados em paredes

(TABELA 1) Segundo Gruter Karcher e Ratnieks (2011) as colocircnias que

apresentam um nuacutemero maior de guardas pairando sofrem ameaccedilas de

vertebrados fato corroborado no ninho C (TABELA 1) que foi atacado por uma

lagartixa No momento em que aconteceu uma parte da populaccedilatildeo saiu do ninho e

se mostraram bem agitadas O que de acordo com Gruter Karcher Ratnieks (2011)

trata-se de uma resposta defensiva agrave percepccedilatildeo da respiraccedilatildeo de vaacuterios

vertebrados

Tambeacutem foi observado o comportamento defensivo em quando formigas se

aproximavam do ninho D (TABELA 1) As jataiacutes as ldquobeliscavamrdquo para que se

afastassem Esse mesmo comportamento foi visto durante minhas observaccedilotildees ao

Ninho A toda vez que me aproximava para observar ou fotografar surgiam vaacuterias ao

48

meu redor em uma dessas observaccedilotildees a jataiacute picou pele exposta Dentre todos os

ninhos essa foi a que apresentou o comportamento mais agressivo

De acordo com os estudos de Gruter e colaboradores (2012) T angustula eacute a uacutenica

espeacutecie que apresenta um sistema de defesa que envolve dois grupos distintos e

complementares de guardas uma pairando que se estacionam no ar proacuteximo ao

ninho e outras em peacute ao redor da entrada do ninho As guardas que ficam de frente

para o caminho de vocirco satildeo chamadas de grupo principal e as que ficam

posicionadas agrave direita e agrave esquerda do ninho satildeo o grupo secundaacuterio (GRUTER

KARCHER RATNIEKS 2011)

Uma caracteriacutestica interessante dessas guardas eacute que apresentam caracteriacutesticas

morfoloacutegicas diferentes das operaacuterias (satildeo maiores e mais pesadas) (GRUTER et

al 2012) Elas apresentam diferenccedilas no comprimento da asa no tamanho das

pernas traseiras que satildeo relativamente maiores para seu corpo (podendo ajudar na

luta contra invasores) e cabeccedila um pouco menor que das forrageiras Essa ultima

caracteriacutestica estaacute associada agrave maior necessidade das forrageiras de processar

informaccedilotildees sensoriais relacionadas ao forrageamento (GRUTER et al 2012)

As abelhas guardas possuem a funccedilatildeo de defender sua colocircnia de ataques de

intrusos que aproveitam do seu trabalho para roubar o alimento produzido

(GRUTER KARCHER RATNIEKS 2011) As accedilotildees especiacuteficas desses intrusos satildeo

detectadas mais pelas guardas em peacute pois elas conseguem identificar as campeiras

e natildeo campeiras da mesma espeacutecie por quimiorecepccedilatildeo (KARCHER RATNIEKS

2009 GRUTER KARCHER RATNIEKS 2011) Jaacute as guardas que pairam perto do

ninho atacam intrusos que natildeo satildeo da mesma espeacutecie elas o reconhecem pela cor

forma do corpo e pelos odores volaacuteteis (KARCHER RATNIEKS 2009) De acordo

com Zweden e Colaboradores (2011) a presenccedila de guardas pairando aumenta a

detecccedilatildeo de intrusos e que essas guardas respondem especialmente a pistas

visuais Como comportamento de defesa as guardas liberam um feromocircnio de

alarme para recrutar os trabalhadores para o ataque (FREE 1987 apud ZWEDEN

2011)

O nuacutemero meacutedio de guardas durante o periacuteodo observado mostrou-se maior para as

guardas em peacute (78) do que para as guardas pairando (35) Esse fato eacute explicado

por Gruter Karcher e Ratnieks (2011) para eles o gasto energeacutetico das guardas

pairando eacute muito maior de modo que eacute menos dispendioso energicamente para as

49

abelhas ficarem em peacute Mesmo tendo um gasto energeacutetico muito alto nas

observaccedilotildees de Wittmann (1985) as atividades do voo das guardas foi constatado

que essas ficavam pairando por cerca de 70 minutos antes de voltar para dentro do

ninho Este fato mostra que a mudanccedila de guardas natildeo eacute comum e que a defesa do

ninho eacute feita por divisatildeo de trabalho e natildeo por alternacircncia de tarefas (GRUTER

KARCHER RATNIEKS 2011)

Os ninhos que desapareceram ao longo das observaccedilotildees foram devido agraves revoadas

um comportamento comum nas abelhas Nas jataiacutes as revoadas geralmente

ocorrem devido ao calor para refrescar o ninho em caso de altas temperaturas uma

parte da populaccedilatildeo sai do ninho enxameamento para reproduccedilatildeo ou devido agrave

interferecircncia humana quando um ninho eacute retirado de um local para outro

(INFORMACcedilAtildeO PESSOAL ZOCOLOTTI V R) De acordo com este na primeira

semana eacute possiacutevel presenciar alguma revoada que pode ser para identificaccedilatildeo

tanto da flora apiacutecola quanto para localizaccedilatildeo do novo ambiente

No caso dos ninhos F e G ao final de cada revoada observada a entrada do ninho

ficava bastante danificada Foram observadas trecircs revoadas (duas no mesmo dia)

do ninho F todas no mecircs de Maio e duas (em dias diferentes) no ninho G no mecircs

de Junho Apoacutes estas observaccedilotildees os dois ninhos desapareceram

Durante as revoadas vaacuterias abelhas caiam no chatildeo agarradas umas nas outras

Apoacutes queda era possiacutevel observar que as guardas conseguiam prender e retirar

com sua mandiacutebula as pernas e asas do invasor (FIGURA 3-A e B) o que impedia

as invasoras de conseguir atacar novamente Segundo Kerr e colaboradores (2005)

as guardas agarram as pernas dos invasores para que eles caiam no chatildeo e sejam

comidos pelas formigas que ficam proacuteximas aos ninhos

50

FIGURA 3 - Ataque de invasores A T angustula com mandiacutebula presa agrave perna do

Jataiacute invasora BPerna de invasores retirada apoacutes ataque

Fonte Arquivo Labibio

De acordo com Zocolotti VR (INFORMACcedilAtildeO PESSOAL) as cinco espeacutecies de

Meliponini criadas por ele podem apresentar o comportamento de saquear outros

ninhos e isso pode ocorrer por oportunismo ou por falta de alimento Em especial

as Jataiacutes geralmente possuem o costume de atacar as proacuteprias jataiacutes esses

ataques acontecem dentro do mesmo ninho e entre outros proacuteximos Esses ataques

podem ocorrer por atraccedilatildeo de feromocircnio de princesa (rainhas jovens natildeo

fecundadas) por enxame fraco ou ateacute mesmo para absorver o fraco ou seja elas

entram e acabam matando a rainha e mantecircm os trabalhadores por um tempo ateacute

absorver o enxame ou ateacute mesmo o deixam morrer sendo dessa maneira muito

complexas em relaccedilatildeo ao comportamento

Na aacuterea do campus da Ufes houve uma consideraacutevel devastaccedilatildeo na vegetaccedilatildeo

nativa (compreendida de Mata Atlacircntica Manguezal e Restinga) devido agrave

construccedilatildeo de preacutedios que foram erguidos logo no iniacutecio da implantaccedilatildeo da

Universidade Como medida compensatoacuteria foi feito o plantio de espeacutecies arboacutereas

usando em demasia espeacutecies exoacuteticas (CASTRO 2003) Na Ufes eacute possiacutevel ver

poucas aacutereas jardinadas Aleacutem disso sempre que eacute necessaacuterio construir um novo

preacutedio novas aacutereas satildeo eliminadas podendo ou natildeo ser compensada com plantas

nativas

A B

51

Em abelhas sociais o comportamento de saque eacute comum acontecer em sequumlecircncias

natildeo contiacutenuas ou seja ela cessa e recomeccedila por periacuteodos de tempo (SANTANA

etal 2004) Durante as observaccedilotildees foram presenciadas trecircs revoadas ao ninho F

duas no mesmo dia poreacutem em horaacuterios diferentes e duas ao ninho G em dias

diferentes (FIGURAS 4- A B C e D)

FIGURA 4 ndash Revoada do ninho F A Vista da entrada do iniacutecio do estudo B Vista

da entrada em plena atividade em iniacutecio de maio C Entrada apoacutes uma revoada em

maio D Vista da entrada do ninho apoacutes uacuteltima revoada em maio

Fonte Arquivo Labibio

Nas figuras 4a e b mostram o estado em que a entrada do ninho se encontrava na

primeira semana de observaccedilatildeo (vinte e oito de Abril) e na primeira semana do mecircs

seguinte (sete de Maio) esse uacuteltimo a entrada do ninho jaacute se encontrava danificado

No ninho F(FIGURA 4) as revoadas que ocorreram no dia vinte de Maio entre

A B

C D

52

1000 e 1400 horas e no dia vinte e seis de Maio entre 1600 e 1700 horas

corroborando com Santana e colaboradores (2004) sobre o comportamento de

saques intermitentes

No ninho G as revoadas se iniciaram duas semanas apoacutes o desaparecimento do

ninho F nos dias nove e vinte e seis de junho entre 1500 e 1600 horas e dia 16 de

junho no mesmo horaacuterio (FIGURA 5-A B e C)

FIGURA 5 ndash Revoadas no Ninho G A Ninho no iniacutecio de Maio B Registro da

primeira revoada C Ultima revoada perda do ninho

Fonte Arquivo Labibio

As observaccedilotildees evidenciaram a ocorrecircncia de um acuacutemulo de resiacuteduos sobre os

ninhos apoacutes as revoadas (FGURA 5-B) No ninho G tinha uma subpopulaccedilatildeo

A B

C

53

pequena mas bem ativa conforme verificado apoacutes quatro horas de observaccedilatildeo em

nove dias (Graacutefico 1- A e B)

GRAacuteFICO1 A ndash Ritmo de Saiacutedas no Ninho G

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

GRAacuteFICO 1B ndash Ritmo de entradas no ninho G

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

0

20

40

60

80

100

120

140

09h-10h 10h-11h 12h-13h 14h-15h 16h-17h

Nuacutem

ero

de V

isita

s

Horaacuterios

13mai 20mai 26mai

0

20

40

60

80

100

120

140

160

180

200

09h-10h 10h-11h 12h-13h 14h-15h 16h-17h

Nuacutem

ero

de V

isita

s

Horaacuterios

13mai 20mai 26mai

54

No ninho G as abelhas iniciaram suas atividades antes de 09h evidenciado pela

entrada de aproximadamente 180 forrageadoras entre 9 e 10h As saiacutedas neste

mesmo periacuteodo ficaram em torno de 100

Entre 16h-17h houve um grande nuacutemero de entrada o que era esperado todas as

que saiacuteram tecircm que retornar enquanto haacute luminosidade e antes do ninho ser

fechado Conforme esperado por Gruter Karcher Ratnieks (2011) quando comeccedila

a escurecer as Jataiacutes fecham a entrada do tubo para impedir que intrusos ataquem

seu ninho durante a noite e abrem pela manhatilde quando o clima estaacute mais favoraacutevel

para iniciarem suas atividades

Neste ninho entre 12h-13h houve um nuacutemero maior de saiacutedas que de entradas ateacute

agraves 16h Isso possivelmente esteve relacionado agrave uma grande distacircncia entre o ninho

e as fontes de recursos troacuteficos

Outro ninho em que foi possiacutevel observar todos os meses notou-se que apresentou

atividade durante todo o dia (GRAacuteFICO 2-A e B)

GRAacuteFICO 2A ndash Ritmo de saiacutedas do ninho B

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

0

50

100

150

200

250

300

350

400

450

500

07h-08h 08h-09h 09h-10h 11h-12h 12h-13h 13h-14h 14h-15h 15h-16h 16h-17h

Nuacutem

ero

de V

isita

s

Horaacuterios

28abr 13mai 20mai 26mai 09jun 16jun 23jun 01jul 09jul

16jul 23jul 30jul 06ago 13ago 20ago 27ago 05set 10set

55

GRAacuteFICO 2B ndash Ritmo de entradas do nino B

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

O ninho B tinha uma subpopulaccedilatildeo mais numerosa que F e G Durante o inverno

(2307 e 2708) as abelhas iniciavam suas atividades cerca de duas horas mais

tarde em horaacuterio com temperatura mais elevada (indicado pela seta preta) Tal fato

corrobora com as observaccedilotildees de Ulian e colaboradores (2007) que constata que

em periacuteodo mais chuvoso onde as temperaturas satildeo geralmente mais baixas as

Jataiacutes apresentam iniacutecio de atividade agraves 9 horas da manhatilde devido agrave temperatura

nesse horaacuterio comeccedilar a aumentar

Proacuteximo do horaacuterio de 10 horas houve um grande nuacutemero de saiacutedas do ninho

seguido de um grande nuacutemero de entrada o que indica a ocorrecircncia de uma fonte

de recursos proacutexima ao ninho ou a indisponibilidade de recurso para ser coletado

naquela hora Acredita-se que na primeira possibilidade - fonte proacutexima ela era de

resina pelo fato de ter havido um intervalo de saiacuteda ateacute agraves 12h jaacute que esta

demanda mais tempo para ser retirada da corbiacutecula e armazenada por ser

pegajosa No caso da segunda possibilidade natildeo encontraram alimento disponiacutevel

naquele horaacuterio o retorno ao ninho eacute a alternativa mais eficaz para evitar um alto

gasto energeacutetico ateacute que o recurso fique disponiacutevel para coleta

0

100

200

300

400

500

600

07h-08h 08h-09h 09h-10h 10h-11h 11h-12h 12h-13h 13h-14h 14h-15h 15h-16h 16h-17h

Nuacutem

ero

de V

isita

s

Horaacuterios 28abr 13mai 20mai 26mai 09jun 16jun 23jun 09jul16jul 23jul 30jul 20ago 27ago 05set 10set

56

No outono as atividades das Jataiacutes comeccedilaram a diminuir por volta de 15 horas

(indicado pela seta marrom) ateacute cessar totalmente no iniacutecio das 16 horas Pelos

graacuteficos nota-se que o ninho B possui vantagem de uma hora nas atividades em

relaccedilatildeo ao ninho G isso provavelmente ocorreu porque o ninho B obteve mais

sucesso nas coletas distribuiacutedas ao longo do dia

43 RECURSOS FLORAIS

Eacute notoacuteria a relaccedilatildeo que existe entre abelha-flor relaccedilatildeo essa que sucedeu a milhotildees

de anos desde entatildeo as abelhas dependem de substancias utilizadas na

alimentaccedilatildeo e as plantas se beneficiam com a polinizaccedilatildeo (PIRANI LAURINO

1993) Para entender a biologia dos Meliponini eacute importante conhecer sua

alimentaccedilatildeo Para isso eacute necessaacuterio fazer um levantamento das plantas utilizadas

para coleta de poacutelen e neacutectar (SOUZA 1999 apud OLIVEIRA ABSY MIRANDA

2009)

Com base nos dados obtidos sobre as fontes alimentares de T angustula na

literatura (TABELA 2) nota-se a capacidade dessa espeacutecie de visitar uma ampla

diversidade de famiacutelias de plantas Segundo Toledo e colaboradores (2003) durante

cada voo das campeiras em meacutedia 100 flores satildeo visitadas

O levantamento bibliograacutefico indicou que existem duas metodologias bastante

usadas por autores para conhecer a dieta das abelhas Uma delas eacute a investigaccedilatildeo

palinoloacutegica para avaliar as fontes de recursos florais utilizados (poacutelen e neacutectar)

com base no gratildeo de poacutelen depositado no corpo da abelha para identificaccedilatildeo das

espeacutecies vegetais (CARVALHO MARCHINE ROS 1999 FEIDEN 1994 SIMIONI et

al 2007 OLIVEIRA ABSY MIRANDA 2009 MORGADO et al 2011NOVAIS

ABSY SANTOS 2013) A outra se daacute por meio de observaccedilotildees das campeiras nas

flores (AGOSTINI SAZIMA 2003 TOLEDO et al 2003OLIVEIRA ABSY

MIRANDA 2009 BRAGA et al 2012) A partir desses meacutetodos eacute possiacutevel saber

quais satildeo as plantas que produzem seus alimentos preferenciais e quais as fontes

alternativas (OLIVEIRA ABSY MIRANDA 2009)

57

TABELA 2 ndash Relaccedilatildeo das espeacutecies de plantas visitadas porT Angustula Continua

Famiacutelia Espeacutecie Polinizada Visitada Recurso

Poacutelen Neacutectar

Acanthaceae Thunbergia grandiflora X Odontonema strictum X X

Justicia brandegeana X

Ruellia silvaecola X Agavaceae Agave americana X X X

Agave sisalana X X X

Agave attenuata X X X

Dracena fragana X X X Aizoaceae Mesembryantemum spectabilis X Lamprantus productus X Amaranthaceae Gomphrena globosa X Amarylidaceae Clivia miniata X X X Anacardiaceae Schinus terebinthifolius X X

Lithraea molleoides X X

Toxicodendron verniciferum X X

Mangifera indica X X X

Tapirira guianensis X Apiaceae Hydrocotyle leucocephala X Apocynaceae Trevetia peruviana X Araliaceae Tetrapanax papyrifera X X X Asclepiadaceae Asclepias curassavica X X Asteraceae Parthenium hysterophorus X Aspillia latissima X Aspillia sp X Balsaminaceae Impatiens balsamina X X X

Impatiens sultanii X Bignoniaceae Spathodea campanulata X X Tabebulaim petiginosa X X X

Tabebula chrysotricha X X X Bixaceae Bixa orellana X X Bombacaceae Ceiba arianthos X X

Pseudo bombax sp X X

Pseudobombax tomentoso X X

Eriotheca canolleana X X

Bombax ceiba X X Boraginaceae Cordia superba X X

Cordia glabrata X X Brassicaceae Brassica sp X Cactaceae Opuntia ficusindica X X Caesalpiniaceae Schizolobium parahyba X X Capparaceae Cleome spinosa X Caprifoliaceae Lonicera japonica X X

58

TABELA 2 ndash Relaccedilatildeo das espeacutecies de plantas visitadas por T angustula Continua

Famiacutelia Espeacutecie Polinizada Visitada Recurso

Poacutelen Neacutectar

Sambucus australis X X Caryophylaceae Silene armeria X Cecropiaceae Cecropia hololeuca X Cochlospermaceae Cochlospermum vitifolium X X Compositae Vernonia polyanthes X X

Bidens pilosa X X Cosmos auphureus X X X

Centratherium violaceum X X X

Dahlia sp X Eclipta alba X Asterla evis X Tithonia rotundifolia X X X

Tithonia speciosa X X X

Tithonia diversifolia X Baccharis sp X Wedelia paludosa X Eupatorium sp X Mikania glomerata X X

Montano apyramidata X X Montano abipinnatifiada X Senecio brasiliensis X X X

Emilia sonchifolia X X Ambrosia sp X X Creopsis grandiflora X Galinsoga parviflora X Crassulaceae Kalanchoe tubiflora X X Cyperaceae Cyperus sp X Elaeocarpaceae Muntingia calabura X Ericaceae Rhododendron simsii X X X

Rhododendron indicum X X X Euphorbiaceae Alchornea sidaefolia X X X

Euphorbia milii X X X

Euphorbia pulcherrima X X X

Ricinus communis X X X

Croton sp X Fabaceae Desmodium sp X Tipuana tipu X Vigna peduncularis X X Guttiferae Kielmeyera coriacea X X Iridaceae Dietes vegeta X Labiatae Salvia splendens X Origanum vugare X

59

TABELA 2 ndash Relaccedilatildeo das espeacutecies de plantas visitadas por T angustula Continua

Famiacutelia Espeacutecie Polinizada Visitada Recurso

Poacutelen Neacutectar

Ocimum sellowii X Iboza riparia X X X

Coleus blumei X X X Leguminosae Andira anthelmintica X X

Mimosa daleoides X X X

Myroxylon balsamum X X X

Piptadenia gonoacantha X X X

Stylos anthesscabra X Caesalpinia bonducella X X X

Caesalpinia pelthophoroides X X X

Crotalaria lanceolata X Calliandra twedii X Sophora tomentosa X X Mimosa pudica X Erythrina speciosa X X X

Cassia grandis X Schizolobium parahyba X X Senna multijuga X Senna bicapsularis X X Delonix regia X Clitoria fairchildiana X Centrolobium tomentoso X Liliaceae Aloe sp X X Bulbine frutescens X Loranthaceae Struthanthus andrastylus X X Lythraceae Lagerstroemia indica X X Magnoliaceae Talauma ovata X X Malpighiaceae Malphiguia glabra X Tetrapterys X Byrsonima intermedia X X X Malvaceae Hibiscus rosa-sinensis X X X

Malvaviscus arboreus X X Sida rhombifolia X Melastomataceae Tibouchina granulosa X X

Clidemeia sp X X

Tibouchina sp X X X

Tibouchina holosericea X X Meliaceae Trichilia sp X Mimosaceae Leucaena leucocephala X Anadenanthera collubrina X Moraceae Cecropia pachystachya X X X

Morus nigra X X

60

TABELA 2 ndash Relaccedilatildeo das espeacutecies de plantas visitadas por T angustula Continua

Famiacutelia Espeacutecie Polinizada Visitada Recurso

Poacutelen Neacutectar Myrsinaceae Ardisia crenata X X Myrtaceae Eucalyptus robusta X X X

Eugenia jambos X X X

Eugenia pitanga X Eucalyptus terecornis X Plinia glomerata X Nyctaginaceae Bougainvile aspectabilis X X X Oleaceae Jasminum azoricum X Palmae Acrocomia aculeata X X

Archontophoenix cunninghamiana X

Syagrus romanzoffiana X Copernicia alba X X Sheelea phalerata X Passifloraceae Passiflora jilekii X Piperaceae Piper mollicomum X Poaceae Paspalum sp X Polemoniaceae Cobae scandens X Polygonaceae Polygonum capitatum X X X Pontederiaceae Pontederia lanceolata X X Proteaceae Grevill a bansksii X X X Rosaceae Prunus persica X X X

Pyracantha coccinea X X Rubiaceae Pentas lanceolata X X

Citrus airantum X X Rutaceae Citrus limon X X X Scrophulariaceae Paulownia imperialis X X Solanaceae Nicotiana tabacum X X Sterculiaceae Dombeya burgessiae X Dombeya wallichii X Sterculia chicha X X Tiliaceae Heliocarpus americanus X X X Tropaeolaceae Tropaeolum majus X X X Ulmaceae Tipo celtis X Trema micrantha X X Umbelliferae Foeniculum vulgare X X X Verbenaceae Duranta repens X

Vitex agnus-castus X

Velloziaceae Vellozia candia X X X Zingiberaceae Hedychium coronarium X Fonte Pirani Laurino 1993 Carvalho Marchine Ros 1999 Agostini Sazima 2003 Toledo et al 2003 Cartopassi-Laurino 2005 Braga e Colaboradores 2012 Novais Absy Santos 2013

61

Foram encontradas 71 famiacutelias e um total de 166 espeacutecies Dessas 30 espeacutecies satildeo

polinizadas e 136 satildeo visitadas Poacutelen e neacutectar satildeo os recursos mais coletados

com coleta de poacutelen em 78 espeacutecies e de neacutectar em 69 De acordo coma Lista de

Espeacutecies da Flora do Brasil (2010) 20 das espeacutecies que satildeo polinizadas (TABELA

2) satildeo nativas o restante satildeo espeacutecies exoacuteticas ou seja natildeo pertencem agrave flora

brasileira

As famiacutelias que apresentaram maior porcentagem de visitas por T angustula foram

Compositae e Leguminosae (TABELA 2) com 13 e 12 de espeacutecies

respectivamente (GRAacuteFICO 3) sendo as famiacutelias mais importantes para a dieta da

jataiacute (AGOSTINE SAZIMA 2003 SIIONI et al 2007) Esse resultado eacute similar ao

trabalho de Simioni e colaboradores (2007) seus resultados mostram que uma das

famiacutelias analisadas Leguminosae tambeacutem apresentaram um maior destaque na

quantidade de visitas realizadas por T angustula esse fato pode ser explicado pelo

fato de que Leguminosae representa a mais importante fonte de poacutelen para essa

espeacutecie

As famiacutelias Compositae e Leguminosae satildeo as mais bem representadas pelo fato

de apresentarem espeacutecies que fornecem alimento em maior qualidade e quantidade

por vaacuterios periacuteodos do ano Com destaque para a famiacutelia Leguminosae que fornece

recursos alimentares para as abelhas nos periacuteodos de estiagem (PIRANI LAURINO

1993 AGOSTINE SAZIMA 2003)

O graacutefico abaixo ilustra o comportamento generalista deT angustula Onde 41 das

visitadas realizadas pela espeacutecie se distribuem por 55 famiacutelias vegetais Esse

comportamento concorda com trabalho de Anacleto (2007) onde dentre as cinco

espeacutecies estudadas por ele a que apresentou o haacutebito mais generalista em relaccedilatildeo

ao nuacutemero de plantas visitadas foi T angustula

62

GRAacuteFICO 3 ndash Contribuiccedilatildeo das famiacutelias de plantas para a dieta de T angustula

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria com base nos dados da Tabela 1

As abelhas generalistas visitam flores pequenas e abertas e satildeo menos

relacionadas agraves flores especializadas (RUTHCKE JULES 1993 ROUBIK 1992

apud AGOSTINI SAZIMA 2003) e tecircm preferecircncia de flores arboacutereas com

inflorescecircncia densas

Um exemplo de flores que natildeo satildeo especializadas e que satildeo importantes para a

dieta de T angustula eacute da famiacutelia Asteraceae as espeacutecies Mangifera indica e

Schinus terebinthifolius apresentam grande densidade de flores e permite faacutecil

acesso para as abelhas deste modo tornam-se importantes fornecedores de fontes

de poacutelen (BRAGA et al 2012)

De acordo com o levantamento das plantas utilizadas pelas abelhas jataiacute realizado

por diferentes autores as famiacutelias que se mostraram bem representadas foram

Malvaceae Caesalpiniaceae Melastomataceae Myrtaceae Euphorbiaceae e

Anacardiaceae sendo consideradas portanto essenciais para a dieta da jataiacute

2 2 3 2

2 3

13

3 2

3

12 2 2 2 3

3

41

Acanthaceae Agavaceae Anacardiaceae Asteraceae Bignoniaceae

Bombacaceae Compositae Euphorbiaceae Fabaceae Labiatae

Leguminosae Malpighiaceae Malvaceae Melastomataceae Myrtaceae

Palmae Outros

63

Em geral essas famiacutelias podem ser caracterizadas pela floraccedilatildeo do tipo contiacutenuo ou

seja uma floraccedilatildeo que natildeo cessa ou que ocorre na maior parte do ano o que

permite as abelhas ter acesso aos recursos em todas as estaccedilotildees do ano

(CARVALHO MARCHINI ROS 1999 AGOSTINI SAZIMA 2003 TOLEDO et al

2003 MORGADO et al 2011)

64

65

5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS Sendo este a primeira pesquisa com abelhas em compus no Espiacuterito Santo Foi

observado que a distribuiccedilatildeo dos ninhos encontrados apresentou-se uniforme

Todos os ninhos estavam instalados em paredes e pisos de concreto o que indica

seu potencial de adaptabilidade agraves condiccedilotildees antroacutepicas

A diversidade de cores de poacutelen trazida pelas forrageiras no iniacutecio da manhatilde indica

uma ampla disponibilidade de alimento que a flores oferecem nesse periacuteodo do dia

bem como a eficiecircncia das forrageiras em selecionar essas flores

De acordo com as observaccedilotildees que foram realizadas no estudo as abelhas T

angustula podem ter suas atividades influenciadas pelo clima Uma vez que foi

observado que no periacuteodo de inverno em que as temperaturas satildeo mais baixas

elas comeccedilavam a realizar suas funccedilotildees nos horaacuterios com as temperaturas mais

altas

A divisatildeo de trabalho entre forrageadoras operaacuterias de limpeza e de defesa

observado nessa espeacutecie indica o comportamento altamente social dos Meliponini

O mecanismo de defesa observado em T angustula entre guardas pairando e em

peacute pode indicar uma caracteriacutestica de complementaridade na defesa do ninho uma

vez que durante as observaccedilotildees os dois tipos de guardas sempre se fizeram

presentes O que mostra que mesmo com o atrofiamento do ferratildeo os indiviacuteduos

desenvolveram estrateacutegias para a defesa contra invasores

Foi comum observar a presenccedila de revoadas nos ninhos entre as Jataiacutes Este

comportamento em geral eacute comum para o desenvolvimento (sobrevivecircncia) da

colocircnia No caso dos ninhos observados apoacutes as revoadas eles foram

desaparecendo Este fato pode indicar um baixo iacutendice de recursos troacuteficos para

essas abelhas dentro do campus pois ao inveacutes dos ninhos se manterem ou

aumentarem em quantidade ao longo das observaccedilotildees eles desapareceram

O levantamento das flores visitadas por T angustula indicou um comportamento

generalista desta espeacutecie em visitar uma grande variedade de plantas o que mostra

sua importacircncia para garantir a variabilidade dessas plantas

66

Esse levantamento tambeacutem indicou que a polinizaccedilatildeo realizada por elas foi

predominante em plantas exoacuteticas O que pode refletir a deficiecircncia na quantidade

de plantas nativas melitoacutefilas na aacuterea de estudo

67

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Page 7: FACULDADE CATÓLICA SALESIANA DO ESPÍRITO SANTO … · No grupo dos Apinae está à tribo dos Meliponini, conhecidas como abelhas indígenas sem ferrão por possuir seu ferrão atrofiado

ABSTRACT

One searched to analyze the distribution of the nests of the Jataiacute bee (Tetragonisca

angustula Latreille) for way of a survey in urban area inside it Goiabeiras Campus of

the Federal University it Espiacuterito Santo as well as observing its behavior during the

months of April the September of 2014 Its main food sources had been gotten

through bibliographical revision It was found a total of 11 nests in walls and walls

and under plates of concrete Of these three had disappeared in the amostral area

one of them in the first week of comment and others two after revoadas events of

between the Jataiacutes throughout the comments The comments had indicated the

presence of division of work between laborers of cleanness laborers who acted in

the defense of the nest against attack of invaders and forrageiras These had

presented greater number of visits to the flowers in the period of the morning With

relation to the floral resources in accordance with the survey from bibliographical

data was verified a predominance of exotic plants polinizadas by the Jataiacutes

Keywords Bees without sting Defense of the nest Apicultural plants Jataiacute

SUMAacuteRIO

1 INTRODUCcedilAtildeO 15

2 REFERENCIAL TEOacuteRICO 19

21 CONTEXTO SISTEMAacuteTICO DAS ABELHAS 19

22 AS ABELHAS MELIPONINI 23

23 IMPACTOS DA URBANIZACcedilAtildeO NAS ABELHAS 24

24 COLETA DE RECURSOS E PRODUCcedilAtildeO DE MEL DAS MELIPONINI 30

25 COMPORTAMENTO DA ABELHA JATAIacute 35

3 METODOLOGIA 39

31 AacuteREA DE ESTUDO 39

32 OBTENCcedilAtildeO DOS DADOS 40

33 ANAacuteLISE DOS DADOS 41

4 RESULTADOS E DICUSSOtildeES 43

41 LOCALIZACcedilAtildeO DOS NINHOS 43

42 INTERACcedilOtildeES INTER E INTRAESPECIacuteFICAS 44

43 RECUROS FLORAIS 56

5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS 65

REFEREcircNCIAS 67

15

1 INTRODUCcedilAtildeO As abelhas estatildeo organizadas na superfamiacutelia Apoidea que por sua vez eacute formada

pela famiacutelia Apidae (MELO GONCcedilALVES 2005 SILVEIRA MELOALMEIDA

2002) Haacute maior destaque para a subfamiacutelia dos Apinae que apresenta haacutebitos

sociais mais avanccedilados (NOGUEIRA-NETO 1997 MELO GONCcedilALVES 2005) e

segundo Proniacute (2000) elas satildeo importantes por manter um fluxo de energia para

diversas espeacutecies de animais incluindo o homem Nessa famiacutelia satildeo encontradas

colocircnias que possuem capacidade de alcanccedilar populaccedilotildees com milhares de

indiviacuteduos (PIRANI LAURINO 1993) Elas podem se alimentar de neacutectar ou poacutelen

das flores os quais compotildeem sua principal fonte de energia e de proteiacutenas

respectivamente Poreacutem existem espeacutecies que se alimentam de tecidos de origem

animal ao inveacutes de poacutelen como a Trigona hypogea T crassipes e T necrophaga

(NOGUEIRA-NETO 1997)

No grupo dos Apinae estaacute agrave tribo dos Meliponini conhecidas como abelhas

indiacutegenas sem ferratildeo por possuir seu ferratildeo atrofiado (SILVEIRA MELO ALMEIDA

2002) Elas apresentam uma concavidade na superfiacutecie de sua tiacutebia posterior

chamada corbiacutecula cuja alteraccedilatildeo eacute empregada para o transporte do alimento para

o ninho (NOGUEIRA-NETO 1997 SILVEIRA MELO ALMEIDA 2002) Esta

subfamiacutelia apresenta uma ampla distribuiccedilatildeo em aacutereas tropicais e subtropicais

sendo localizada na maior parte da Ameacuterica Neotropical (NOGUEIRA-NETO 1997)

No Brasil aproximadamente 250 espeacutecies de Meliponini satildeo descritas em todos os

ecossistemas (SCHWARTZ-FILHO LAROCA MALKOWSKI 2004)

Os Meliponiacuteni satildeo abelhas sociais que apresentam algumas [] rdquocaracteriacutesticas

variadas que passam por haacutebitos de nidificaccedilatildeo pela morfologia e interaccedilotildees

comportamentais complexas entre rainhas e operaacuteriasrdquo (PIRANI LAURINO 1993)

Eles satildeo o principal grupo de polinizadores em diversos ecossistemas sendo

responsaacuteveis por aproximadamente 90 da polinizaccedilatildeo de plantas nativas

faneroacutegamas em remanescentes de Mata Atlacircntica (KERR 1997apud PRONIacute

2000) o que sugere sua importacircncia para as vaacuterias espeacutecies vegetais pois atraveacutes

da coleta do seu alimento eles acabam contribuindo com a movimentaccedilatildeo de genes

entre as populaccedilotildees de plantas ou seja colaboram para que haja o aumento da

16

variabilidade geneacutetica (BAWA 1990 apud SERRA 2012 NEF SIMPSON1993apud

SERRA 2012) Isto indica que seu desaparecimento pode causar o decliacutenio de

muitas dessas espeacutecies especialmente aquelas que estabelecem relaccedilatildeo entre si

podendo dessa maneira conduzir para um desequiliacutebrio ecoloacutegico (AIZEN

FEISINGER 1994 apud SERRA 2012 HARRIS JOHNSON 2004 apud SERRA

2012)

Tetragonisca angustula (Latreille1811) pertence agrave subtribo Trigonina (abelhas que

utilizam cera) (MELO GONCcedilALVES 2005) Conhecida popularmente como Jataiacute

ela eacute uma das abelhas mais comuns no Brasil (MOURE 1961apud STUCHI 2006)

com uma ampla distribuiccedilatildeo geograacutefica ocorrendo naturalmente nos Estados do

Acre Amapaacute Amazonas Bahia Cearaacute Espiacuterito Santo Goiaacutes Maranhatildeo Mato

Grosso Minas Gerais Paraacute Paraiacuteba Pernambuco Rio Grande do Sul Rio de

Janeiro Rondocircnia Roraima Santa Catarina e Satildeo Paulo (CAMARGO PEDRO

2013)

Tetragonisca angustula possui destaque tambeacutem devido sua importacircncia terapecircutica

em tratamentos de oftalmias e moleacutestias de pulmotildees (IMPERATRIZ-FONSECA et

al 1984 apud STUCHI 2006) aleacutem da sua importacircncia ecoloacutegica e econocircmica Seu

mel com sabor suave eacute muito apreciado pelo aroma e doccedilura e atinge preccedilos altos

no mercado (CARVALHO et al 2005 apud ANACLETO et al 2009)

Como abelhas eusociais elas vivem em colocircnias perenes frequumlentemente

populosas e em atividade o ano todo apresentam uma boa adaptaccedilatildeo em relaccedilatildeo

ao haacutebito de nidificar em cavidades preacute-existentes ocos de aacutervores muros buracos

de pedras no chatildeo e caixa de luz (NOGUEIRA-NETO 1997 SILVEIRA MELO

ALMEIDA 2002) Elas possuem capacidade de voar em campos mais fechados e

como podem atuar em menores aacutereas isso eleva a eficiecircncia do seu forrageamento

em cavidades mais limitadas (VENTURIERI et al 2012)

Um dos problemas que as abelhas tecircm enfrentado satildeo as alteraccedilotildees que ocorrem

em seu habitat devido aos distuacuterbios antroacutepicos (PRONIacute 2000) No Brasil elas satildeo

ameaccediladas de extinccedilatildeo principalmente pelas alteraccedilotildees que satildeo decorrentes dos

desmatamentos e das queimadas uma vez que as rainhas natildeo conseguem escapar

devido ao grande desenvolvimento do seu abdome dentro do ninho aleacutem disso o

uso de herbicidas tem afetado os polinizadores reduzindo a variabilidade do neacutectar

das flores O crescimento urbano desordenado eacute outro fator de impacto para esses

17

insetos (KEARNS INOUYE WASER 1998 PRONIacute 2000 KEER et al 1994 apud

STUCHI 2006) por causar a reduccedilatildeo no nuacutemero de aacutereas verdes nas cidades e

consequumlentemente diminuiccedilatildeo da oferta de substratos para nidificaccedilatildeo das

abelhasocasionando dessa formamaior frequumlecircncia de alteraccedilotildees inesperada sem

seu habitat (LAROCA CURE BERTOLI 1982 TEIXEIRA VIANA NEVES 2000)

Aleacutem disso o processo de urbanizaccedilatildeo tem provocado mudanccedilas na composiccedilatildeo

floriacutestica diminuiacutedo a disponibilidade de alimentos essenciais e muitas vezes

especiacuteficos (MICHENER 1994 apud SERRA 2012 ELTZ et al 2003 apud SERRA

2012)

Outro problema que vem ocorrendo eacute o decliacutenio de diversas populaccedilotildees de abelhas

causado pelo isolamento de muitas colocircnias em fragmentos (MORATO CAMPOS

2000apud SERRA 2012) Para Kearns Inouye e Waser (1998) essa fragmentaccedilatildeo

cria colocircnias pequenas com grandes nuacutemeros de indiviacuteduos o que traz uma seacuterie de

problemas tais como o aumento da deriva geneacutetica a depressatildeo inata e o aumento

do risco de extinccedilatildeo

O aumento indiscriminado da urbanizaccedilatildeo e consequumlentemente a diminuiccedilatildeo de

aacutereas verdes tecircm prejudicado a manutenccedilatildeo e preservaccedilatildeo de muitas espeacutecies de

Meliponini (SOUZA et al 2005) Segundo Pirani e Laurino (1993) haacute poucas

informaccedilotildees de espeacutecies de abelhas que ocorrem em aacutereas com interferecircncia

humana Por essa razatildeo este trabalho visa estudar a espeacutecie Tetragonisca

angustula Latreille com o intuito de contribuir para um melhor conhecimento de sua

ocorrecircncia em aacutereas alteradas antropicamente

Para este trabalho eacute levantada a hipoacutetese de encontrar a espeacutecie Tetragonisca

angustula no campus Goiabeiras da UFES e verificar se nesta aacuterea as abelhas

encontrariam recursos suficientes para se alimentarem As abelhas T angustula eacute

uma espeacutecie que nidifica em cavidades preacute-existentes possivelmente podemos

encontraacute-las Poreacutem o campus da UFES por se localizar em regiatildeo urbana

provavelmente possui uma oferta de recursos alimentares baixa

A partir dessa hipoacutetese procurou-se verificar a existecircncia e analisar a distribuiccedilatildeo de

T angustula e de seus recursos alimentares no campus Goiabeiras da Universidade

Federal do Espiacuterito Santo (Vitoacuteria-ES) Para isso foi necessaacuterio identificar os ninhos

de T angustula quantificar os ninhos dessas abelhas e conhecer suas principais

fontes de alimento

18

19

2 REFERENCIAL TEOacuteRICO 21 CONTEXTO SISTEMAacuteTICO DAS ABELHAS

Os invertebrados da classe Insecta pertencem ao filo dos artropodos ou seja dos

animais que apresentam apecircndices locomotores articulados (BRUSCA BRUSCA

2007) Esse filo possui milhares de espeacutecies descritas que estatildeo espalhadas em

diversas classes ldquoA classe dos insetos compreende aqueles que possuem o corpo

dividido em trecircs regiotildees como cabeccedila toacuterax e abdocircmen um par de antenas

geralmente dois pares de asas e trecircs pares de pernas toraxicasrdquo (LIMA 1938)

O sucesso evolutivo dos insetos se deve a algumas caracteriacutesticas que favoreceram

sua adaptaccedilatildeo como a presenccedila das asas que permitiu o seu acesso ao alimento e

a escapar de predadores e o dobramento que permitiu o acesso a habitats muito

pequenos a presenccedila de epicuticula ceacuterea a qual reduziu a dessecaccedilatildeo um ovo

com casca resistente que tolerou ser exposto a condiccedilotildees ambientais extremas e o

seu desenvolvimento que compreende uma larva (RUPPERT BARNES 1996)

Os insetos satildeo um dos principais predadores de invertebrados e essenciais para

alimentaccedilatildeo de muitos animais terrestres por serem inuacutemeros compotildeem grande

parte das cadeias alimentares terrestres Em geral possuem extrema importacircncia

para o ambiente por serem papel chave na polinizaccedilatildeo de grande maioria das

plantas ( RUPPET BARNES 1996 BRUSCA BRUSCA 2007)

Os insetos satildeo classificados em diversas ordens destacando os Hymenoptera cuja

ordem eacute um dos quatro grupos com maior diversidade ao lado de Diptera

Coleoptera e Lepdoptera Cada uma destas ordens possui uma estimativa de

aproximadamente cem mil espeacutecies descritas em todo o mundo com exceccedilatildeo do

Coleoptera que pode chegar a trezentos mil (GOULET HUBER 1993 MACEDO

[20--])

Os Hymenoptera se destacam por possuiacuterem vaacuterias espeacutecies que apresentam

diversidade no haacutebito de vida como predaccedilatildeo parasitismo comportamento soacutelitaacuterio

e formaccedilatildeo de sociedades complexas Dentre as importantiacutessimas funccedilotildees que

desempenham ao ambiente estaacute agrave polinizaccedilatildeo das plantas cultivadas exercidas

pelas abelhas e vespas o controle bioloacutegico por parte dos himenoacutepteros

20

parasitoacuteides de pragas agriacutecolas e tambeacutem ciclagem de nutrientes e dispersatildeo de

sementes exercidas pelas formigas (ALDREY CAZALLA 1999 MACEDO [20--])

A ordem Hymenoptera eacute dividida nas subordens Symphyta e Apocrita essa ultima eacute

dividida nos grupos Parasitica e Aculeata (ALDREY CAZALLA 1999) Symphyta eacute

um grupo pequeno que apresenta o haacutebito mais primitivo principalmente os haacutebitos

de se alimentar nas plantas esse grupo possui caracteriacutesticas que se perdem do

resto dos Hymenoptera Symphyta satildeo animais de cintura grossa eles apresentam

asas inteiramente desenvolvidas pouco ou quase nenhum dimorfismo sexual e

possui unido o primeiro e segundo seguimento abdominal O ovipositor da maioria

das espeacutecies desse grupo eacute comprido lateralmente e modificado com dentes

marginais para que funcione como uma serra para perfurar o tecido das plantas

Suas larvas satildeo na maioria das vezes na forma de lagarta com presenccedila de pernas

falsas no abdocircmen e cabeccedila desenvolvida (GOULET HUBER 1993 BRUSCA

BRUSCA 2007)

Jaacute a subordem Apocrita considerada como grupo monofileacutetico eacute caracterizada pela

junccedilatildeo estreita entre o primeiro segmento do abdocircmen (metassoma) com o toacuterax

(mesossoma) o que permitiu maior flexibilidade para o metassoma controlar o

ovipositor (GOULET HUBER 1993 MACEDO [20--]) No grupo Apocrita existe a

presenccedila de grupos sociais que compreendem castas caracterizadas com machos

haploacuteides rainha e fecircmeas partenogeneacuteticas e outros indiviacuteduos como soldados e

operaacuterias (BRUSCA BRUSCA 2007)

Os membros de Apocrita satildeo basicamente carniacutevoros alimentando-se de outros

insetos No entanto vaacuterios grupos tecircm abandonado a vida de carniacutevoros e

desenvolvido para uma dieta vegetal O grupo das abelhas alimenta-se de poacutelen e

neacutectar enquanto o grupo de vespas fazem as galhas familiares sobre umas aacutervores

ou dentro de folhas frutos e caules das quais as larvas se alimentam e algumas

espeacutecies do grupo das formigas se alimentam apenas de vegetais ou satildeo oniacutevoros

(GOULET HUBER 1993)

O grupo Parasitica eacute uma divisatildeo da subordem Apocrita neste grupo inclui-se

alguns grupos fitoacutefagos e uma grande parte de parasitoacuteides (AUDREY CAZALLA

1999) Os parasitoacuteides satildeo insetos que depositam seus ovos em ovos larvas ninfa

ou pupa de hospedeiros geralmente levam agrave morte e tecircm a fase adulta com vida

livre (GOULET HUBER 1993 MACEDO [20--]) De acordo com os estudos de

21

Audrey e Cazalla (1999) o uso da divisatildeo cladiacutestica desse grupo tende a ser

eliminado porque constitui um agrupamento artificial das superfamiacutelias de

Hymenoptera As superfamiacutelias que se incluem satildeo Trigonalyoidea Megalyroidea

Evanioidea Stephanoidea Ichneumonoidea Chalcidoidea Proctotrupoidea

Ceraphronoideae Cynipoidea (AUDREY CAZALLA 1999) Destacamos a

superfamiacutelia Chalcidoidea essa envolve muitos Hymenopteros que satildeo de grande

importacircncia para a ecologia como tambeacutem para economia e a superfamiacutelia

Ichneumonoidea que de acordo com os dados de Rasnitsyn (1988) (apud AUDREY

CAZALLA 1999) satildeo o grupo irmatildeo dos Aculeata

Jaacute o grupo dos Aculeata satildeo os mais diversos em Hymenoptera eles apresentam

uma origem evolutiva comum que eacute representada pelo ferratildeo caracteriacutestica que

apareceu apenas uma vez durante a evoluccedilatildeo do grupo (AUDREY CAZALLA1999)

Neste grupo satildeo conhecidas sete superfamiacutelias como Chrysidoidea Formicoidea

Tiphoidea Pompiloidea Apoidea Vespoidea e Sphecoidea As principais diferenccedilas

entre as classificaccedilotildees recentes estatildeo relacionada com a grande diversidade de

vespas esfecoacuteides e os Apidae Esses estatildeo dentro da superfamiacutelia dos Apoidea por

apresentarem caracteriacutesticas semelhantes A superfamiacutelia Chrysidoidea eacute

considerada grupo irmatildeo dos Apoidea e Vespoidea Dentre as superfamiacutelias a dos

Apoidea eacute que apresenta a maior diversidade de aculeados (AUDREY CAZALLA

1999)

O evento evolutivo que deu origem aos primeiros aculeados foi agrave aquisiccedilatildeo de um

ferratildeo venenoso a partir do ovipositor dos icneumoniacutedeos ou seja os Apocrita

possuiacuteam uma glacircndula que era associada ao ovipositor Essa glacircndula produzia

secreccedilotildees que eram mais suscetiacuteveis ao substrato para o desenvolvimento das

larvas poreacutem durante a evoluccedilatildeo essa glacircndula comeccedilou a produzir veneno para

paralisar seus hospedeiros e utilizaacute-los como alimento para as larvas Desde entatildeo

o ovipositor dos aculeados acabou sendo usado tambeacutem para inoculaccedilatildeo de

veneno como uma arma defensiva para se protegerem de alguns vertebrados

(AUDREY CAZALLA 1999)

Esse evento foi muito importante e resultou em alguns modos de vida que puderam

estabelecer estrateacutegias evolutivas bem sucedidas como por exemplo o

desenvolvimento dos meacutetodos de transporte das presas em ninhos diferentes A

construccedilatildeo de ninhos foi uma estrateacutegia evolutiva importante visto que as espeacutecies

22

armazenavam alimento em grande quantidade antes de comeccedilar o desenvolvimento

de suas larvas (AUDREY CAZALLA 1999)

O desenvolvimento das sociedades eacute caracterizado pela presenccedila de divisatildeo de

castas Ela se baseia no mecanismo haplo-diploacuteide da determinaccedilatildeo do sexo em

que as fecircmeas satildeo diploacuteides feacuterteis os machos haploacuteides e cooperam apenas na

fecundaccedilatildeo da rainha e as operarias esteacutereis Essa sociedade ocorre em todas as

formigas e em algumas abelhas e vespas (AUDREY CAZALLA 1999 PRATO [20--

])Para que a espeacutecie seja eussocial eacute necessaacuterio que dentro do ninho tenha divisatildeo

de trabalho colaboraccedilatildeo para cuidar da prole e ter mais de uma geraccedilatildeo em um

mesmo ninho (AUDREY CAZALLA 1999)

O grupo das abelhas estaacute reunido na Superfamiacutelia Apoidea De acordo com a

proposta da aacutervore filogeneacutetica dos principais clados das abelhas descrita por

Michener (1944 apud SILVEIRA MELO ALMEIDA 2002) seis famiacutelias foram

reconhecidas satildeo elas Colletidae Apidae Adrenidae Halictidae Megachilidae e

Milittidae Essa classificaccedilatildeo representou um importante avanccedilo nas relaccedilotildees

filogeneacuteticas desse grupo (SILVEIRA MELO ALMEIDA 2002) Nos estudos de

Melo e Gonccedilalves (2005) eacute abordada uma classificaccedilatildeo mais atual para as abelhas

Essa classificaccedilatildeo eacute revisada por Michener (2000 apud MELO GONCcedilALVES

2005) em que ele defende uma mudanccedila na qual as abelhas estatildeo incluiacutedas apenas

em uma famiacutelia a Apidae e as famiacutelias da classificaccedilatildeo tradicional como subfamiacutelias

Nessa revisatildeo da classificaccedilatildeo das abelhas satildeo reconhecidas sete subfamiacutelias 51

tribos e 27 subtribos (MELO GONCcedilALVES 2005) De acordo com esta a

subfamilia Meliponinae passa a ser a tribo Meliponini com duas subtribos Trigonina

e MeliponinaPara este trabalho foi utilizada esta nova classificaccedilatildeo das abelhas

revisada por Michener (2000)

Na superfamiacutelia Apoidea grande parte das abelhas satildeo solitaacuterias (85) entre elas

estatildeo algumas espeacutecies da subfamiacutelia Megachilidae Anthophoridae e Apidae No

haacutebito de vida solitaacuterio cada fecircmea cuida sozinha do seu ninho ou seja o constroacutei

coloca os ovos busca alimento suficiente para o crescimento da larva e

normalmente morre antes da sua progecircnie amadurecer natildeo tendo dessa maneira

contato entre as geraccedilotildees (SANTOS 2002 MICHENER 1969 PERUQUEETI [19--

]) Jaacute a grande parte das abelhas que apresentam os haacutebitos mais sociais satildeo os

Apinae (Bombineos (Bombini) Apineos(Apini) e Meliponineos (Meliponini) elas vivem

23

em grandes colocircnias com apenas uma rainha e vaacuterias operaacuterias e divisatildeo de

trabalho (MICHENER 1969)

Haacute dois grandes grupos de abelhas altamente sociais ambos na subfamiacutelia Apinae

os Apineos (todos do gecircnero Apis) e os Meliponineos (Meliponini) (abelhas sem

ferratildeo) Esse comportamento pode ter evoluiacutedo duas vezes a partir de semelhanccedilas

no comportamento social entre Apis e Meliponineos (Meliponini) que surgiram

independentemente (WINSTON MICHENER 1977) Em ambos os grupos satildeo

produzidos enxames poreacutem com mecanismos bem diferentes Nos Meliponineos

(Meliponini) as operaacuterias da colocircnia voam para encontrar novos siacutetios para nidificar

preparam o ninho com mateacuterias do ninho antigo e somente quando o novo ninho

estaacute pronto a rainha jovem se junta a estas operaacuterias e deixa a rainha velha no

antigo ninho Jaacute em Apis a rainha velha sai com suas operaacuterias e deixa a jovem no

ninho antigo (WINSTON MICHENER 1977)

Em relaccedilatildeo agrave alimentaccedilatildeo das larvas em Apis satildeo operaacuterias que fazem esse

trabalho Jaacute em meliponineos (meliponini) as operaacuterias fecham as ceacutelulas de cria

com ovos e colocam alimento suficiente para a larva completar seu desenvolvimento

(WINSTON MICHENER 1977)

As abelhas dependem totalmente das plantas para se alimentarem o seu

aparecimento pode estar relacionado com o surgimento das angiospermas

(PERUQUETTI [19--] PIRANI LAURINO 1993) As angiospermas mais primitivas

surgiram com flores bem rasas com o passar do tempo foram se especializando em

plantas estreitas tubulares e profundas Para ter maior sucesso na coleta do neacutectar

as abelhas adaptaram suas peccedilas bucais com liacutengua curta e liacutengua longa assim

passaram a ser chamadas de abelhas lambedoras e sugadoras respectivamente

(PERUQUETTI [19--] PIRANI LAURINO 1993) Para a coleta dos gratildeos de poacutelen

as primeiras abelhas portavam muitos pelos em volta do corpo condiccedilatildeo que foi

modificada ao longo do tempo (PIRANI LAURINO 1993)

22 AS ABELHAS MELIPONINI

Para estudos a respeito dos meliponineos (meliponini) Nogueira-Neto (1997)

publicou um livro que relata seus conhecimentos sobre essas abelhas indiacutegenas

24

sem ferratildeo O livro faz uma abordagem a respeito da vida dos meliponiacuteneos

(Meliponini pertencente agrave Apidae) mostrando os principais aspectos de suas

caracteriacutesticas bem como meacutetodos para sua criaccedilatildeo e cuidados que um

meliponicultor deve ter Os primeiros capiacutetulos fazem uma apresentaccedilatildeo que

caracteriza os meliponiacuteneos Haacute a apresentaccedilatildeo da classificaccedilatildeo dessas abelhas a

descriccedilatildeo de sua fonte de alimento de sua distribuiccedilatildeo geograacutefica de seu

relacionamento com outras abelhas e de sua possiacutevel aclimataccedilatildeo O autor faz

consideraccedilotildees sobre a arquitetura e o material usado para a construccedilatildeo de seus

ninhos e daacute destaque principal ao material que elas mesmas produzem a cera Nos

capiacutetulos subsequumlentes satildeo feitas consideraccedilotildees sobre a geneacutetica e o

comportamento das abelhas o tratamento e as teacutecnicas necessaacuterias para sua

criaccedilatildeo Aleacutem disso haacute tambeacutem discussotildees sobre a conservaccedilatildeo do mel a higiene

ou a sua falta em algumas espeacutecies e a existecircncia de meacuteis perigosos Neste livro o

autor teve o intuito de contribuir com seus estudos para que outros cientistas e

meliponicultores pudessem conhecer a vida dos meliponiacuteneos e fazer possiacuteveis

identificaccedilotildees de muitas outras espeacutecies

23 IMPACTOS DA URBANIZACcedilAtildeO NAS ABELHAS

Vaacuterios estudos relatam que eacute comum encontrar abelhas em aacutereas urbanizadas

(antropizadas) As espeacutecies encontradas de modo geral apresentam boa

adaptaccedilatildeo a esses ambientes Alguns estudos com relaccedilatildeo a essas abelhas

urbanas tratam de impactos que esses ambientes podem causar a elas

Laroca Sebastiatildeo e Cure (1982) realizaram um trabalho de abordagem a respeito

do impacto da urbanizaccedilatildeo sobre a abundacircncia relativa fenologia e flores

preferenciais das abelhas que se encontram em aacutereas urbanas Com coletas feitas

durante um ano no parque Passeio Puacuteblico localizado no centro da cidade de

Curitiba e na regiatildeo de Boa Vista tambeacutem em Curitiba eles constataram que

comparada as duas aacutereas de estudos o Passeio Puacuteblico apresentou um nuacutemero

menor de espeacutecies e em fenologia e flores preferenciais constataram que a

composiccedilatildeo das flores estaacute muito alterada devido agrave introduccedilatildeo de espeacutecies

cultivadas Portanto concluiacuteram que o processo de urbanizaccedilatildeo produz grandes

25

mudanccedilas na composiccedilatildeo floriacutestica nos locais de nidificaccedilatildeo e que apresentam ter

influecircncias significativas nas caracteriacutesticas associadas agraves abelhas

Taura e Laroca (1991) realizaram uma pesquisa com o propoacutesito de analisar a

distribuiccedilatildeo e a abundacircncia de ninhos de abelhas sociais em locais que apresentam

constantes processos de urbanizaccedilatildeo Com levantamentos realizados na regiatildeo de

Passeio Puacuteblico (Curitiba) eles encontraram 32 ninhos de Apidae com

predominacircncia da subfamiacutelia dos Meliponiacuteneos Assim sendo concluiacuteram que os

meliponiacuteneos eram favorecidos pelas atividades humanas para nidificaccedilatildeo uma vez

que foram encontrados em paredotildees de concretos edificaccedilotildees entre outros locais

Entretanto tambeacutem concluiacuteram que essas abelhas satildeo ameaccediladas devido agrave

instabilidade do ambiente que apresenta muitas mudanccedilas por causa da

urbanizaccedilatildeo

Pirani e Laurino (1993) publicaram um livro sobre flores e abelhas em Satildeo Paulo

onde os autores tinham o interesse de estudar as relaccedilotildees entre as abelhas e o

ambiente conhecer as plantas visitadas por elas e suas preferecircncias florais em

aacutereas onde haacute interferecircncia humana Todo estudo foi realizado dentro do Campus

Universitaacuterio de Satildeo Paulo Para desenvolver esse trabalho eles coletaram

informaccedilotildees sobre as plantas apiacutecolas dos jardins do ldquocampusrdquo sobre a atraccedilatildeo que

as espeacutecies de abelhas sociais tecircm por estas plantas e sobre as variaccedilotildees abioacuteticas

existentes As coletas nas flores de amostras de mel e poacutelen das colocircnias e

observaccedilotildees dos ninhos das abelhas foram perioacutedicas Eles obtiveram 133 espeacutecies

de flores visitadas separadas em sete famiacutelias Neste livro Pirani e Laurino fazem

discussotildees a respeito dos resultados dos seus dados associando com trabalhos de

outros autores e concluem que trabalhos como esse apresenta grande importacircncia

pois mostra o valor de determinadas espeacutecies vegetais para as abelhas e que ainda

haacute muito estudo para se fazer com relaccedilatildeo agrave abelha-flor

Devido aos danos que as abelhas vecircm sofrendo com a perda de habitat Oliveira

Morato e Garcia (1995) fizeram um estudo para conhecer as espeacutecies de

meliponineos existentes em aacutereas desmatadas fragmentos de mata isolados e mata

continua nesta uacuteltima foi tambeacutem realizado estudo para saber informaccedilotildees sobre a

densidade dos ninhos As aacutereas fragmentadas foram divididas em hectares e as

coletas das abelhas foram feitas em ninhos nidificados em aacutervores vivas e mortas

Todo o trabalho foi realizado na regiatildeo de Manaus Amazocircnia que vem sofrendo

26

antropizaccedilatildeo Foram coletadas um total de 54 espeacutecies de meliponineos sendo que

na mata contiacutenua foram 37 espeacutecies nos fragmentos isolados (de 1 e 10 hectar) e

na aacuterea desmatada foram coletada entre 21 e 25 espeacutecies e no fragmento de mata

continua(100 hectar) apenas 9 foram coletada Os autores concluiacuteram que mesmo a

regiatildeo ter apresentado grande riqueza de espeacutecies as aacutereas fragmentadas das

matas estatildeo diminuindo o tamanho das comunidades de meliponineos o que pode

deste modo comprometer a reproduccedilatildeo de diversas plantas melitoacutefilasna regiatildeo

Kearns Inouye e Wase (1998) publicaram um trabalho sobre a interaccedilatildeo de planta-

polinizador e suas interaccedilotildees Neste trabalho os autores descrevem a respeito da

natureza ecoloacutegica e evolutiva dessas interaccedilotildees e das evidentes ameaccedilas que

estatildeo sofrendo por meio das atividades humanas como tambeacutem discute sobre

soluccedilotildees de gestatildeo de melhoria para locais onde haacute crise na polinizaccedilatildeo Com

respeito a essas crises os autores debatem durante todo o trabalho que esse

problema jaacute eacute generalizado por ser associada agraves atividades humanas e que ele eacute

causado principalmente pelo uso de pesticidas e herbicidas mudanccedila no uso dos

solos pastagens agricultura fragmentaccedilatildeo do habitat desses polinizadores e pela

introduccedilatildeo de espeacutecies natildeo nativas nos ambientes O trabalho conclui que todos

esses problemas podem ter futuramente um aumento devido agraves grandes alteraccedilotildees

de habitat causado por uma populaccedilatildeo que estaacute sempre em crescimento e

sugeriram que os proacuteprios cidadatildeos e ecologistas natildeo devem medir esforccedilos para

reverter esse quadro

Proniacute (2000) realizou uma pesquisa para conhecer a biodiversidade de abelhas

indiacutegenas sem ferratildeo com o intuito de apresentar manejos de conservaccedilatildeo para os

ecossistemas Com levantamentos preliminares de ninhos de abelhas nas regiotildees

(urbana e rural) de Londrinas (Paranaacute) e municiacutepios proacuteximos agrave Bacia do Rio Tibagi

(Paranaacute) ele constatou que a aacuterea estudada apresenta uma distribuiccedilatildeo

diversificada tanto nos ecossistemas urbanos como nos agroecossistemas Em

relaccedilatildeo agrave diversidade das abelhas indiacutegenas sem ferratildeo ele observou que 12 das 19

espeacutecies encontradas ocorrem nos agroecossistemas e que praticamente natildeo

nidificam em aacutereas urbanas Portanto ele concluiu que a biodiversidade dessas

abelhas na Bacia do Rio Tibagi estaacute seriamente ameaccedilada principalmente devido agrave

diminuiccedilatildeo de aacutereas florestadas Segundo o autor para que haja melhoria do quadro

27

eacute preciso da responsabilidade de meliponicultores pesquisadores entre outros para

que sejam proporcionadas condiccedilotildees boas para essas abelhas

Devido agraves grandes mudanccedilas do ambiente provocadas pela urbanizaccedilatildeo Souza e

colaboradores (2002) fizeram um estudo durante um ano (Marccedilo de 2000 a Julho de

2001) com o intuito de verificar a diversidade e habitat de Meliponini em uma aacuterea

urbana e identificar a relaccedilatildeo das espeacutecies com o processo de urbanizaccedilatildeo Foi

realizada inspeccedilatildeo mensal a procura de ninhos de meliponini dentro do Campus da

Universidade Federal de Juiz de Fora Minas Gerais Com os ninhos encontrados foi

feito a identificaccedilatildeo do substrato em que foi nidificado Essas informaccedilotildees foram

relacionadas com os dados de temperatura umidade e precipitaccedilatildeo do municiacutepio

Durante o estudo foi encontrado uma meacutedia de 3488 ninhos e quatro espeacutecies

foram identificadas sendo elas Tetragonisca angustula Nannotrigona testaceicornis

Trigona spinipes e Partamona sp As espeacutecies encontradas apresentaram

preferecircncia em substratos de construccedilotildees (cavidades preacute-existentes) Em relaccedilatildeo agrave

temperatura umidade e precipitaccedilatildeo os autores observaram uma correlaccedilatildeo

positiva entre a temperatura e a abundancia dos ninhos das abelhas sem ferratildeo por

outro lado natildeo foi encontrado para umidade relativa do ar e precipitaccedilatildeo Deste

modo concluiacuteram que mesmo em ambiente urbano essas espeacutecies ainda

conseguem sobreviver com sucesso por traacutes das atividades antropicas

Com relaccedilatildeo aos ninhos de T angustula com o clima do ambiente em que esses satildeo

nidificados Chiari e colaboradores (2002) realizaram um trabalho para ver se as

variaccedilotildees climaacuteticas tecircm alguma relaccedilatildeo com o desenvolvimento dos ninhos das

Jataiacutes Foram realizadas coletas das abelhas que foram depositadas em trecircs tipos

diferentes de colmeacuteias Fritzen Nogueira-Neto e Guiliane Apoacutes esse procedimento

as colocircnias foram pesadas e instaladas no municiacutepio de Maringaacute Paranaacute Ao longo

do estudo a temperatura do ambiente onde as colmeacuteias foram instaladas foi

monitorada Apenas a colmeacuteia Nogueira-Neto natildeo apresentou associaccedilatildeo com a

variaccedilatildeo das temperaturas Nos modelos Fritzen e Giuliane foram observados que o

peso de ambas apresentaram de forma positiva com a umidade relativa do ar

apenas Giuliane teve relaccedilatildeo positiva com a insolaccedilatildeo Deste modo os autores

concluiacuteram que os modelos Giuliane e Noguera-Neto satildeo mais apropriados para as

colmeacuteias de T angustula

28

Outro trabalho tambeacutem realizado em Campus Universitaacuterio foi feito por Almeida

(2002) sobre composiccedilatildeo das comunidades de abelhas em Satildeo Paulo O autor teve

o intuito de contribuir com informaccedilotildees sobre as espeacutecies de abelhas e as plantas

visitadas por elas Com levantamento das abelhas e plantas em duas aacutereas de

Cerrado (Cerradatildeo e Cerrado) localizado no campus Universitaacuterio no Municiacutepio de

Pirassununga foi coletado um total de 261 amostras de plantas de 41 famiacutelias e 140

espeacutecies Dessas apenas cinco ocorreram nas duas aacutereas Com relaccedilatildeo agraves

abelhas foram coletadas um total de 141 espeacutecies em quatro famiacutelias Foi concluiacutedo

que a famiacutelia que apresentou maior riqueza de espeacutecie foi Apidae Com relaccedilatildeo agraves

plantas as famiacutelias Asteraceae Malvaceae Fabaceae Sapindaceae e Vichysiaceae

foram as mais ricas em nuacutemero de espeacutecies

Neves e Viana (2002) realizaram um estudo sobre a ecologia da comunidade de

abelhas eussociais com o propoacutesito de analisar as atividades do seu vocirco

relacionando com recursos alimentares variaccedilotildees meteoroloacutegicas entre outros

fatores Com coletas das abelhas amostras de plantas floridas e monitoramento dos

ninhos nas dunas continentais na Bahia Eles capturaram oito espeacutecies da famiacutelia

Apidae Estas abelhas exibiam maior atividade no periacuteodo da manhatilde Um nuacutemero de

plantas floridas foi verificado na estaccedilatildeo chuvosa Assim sendo concluiacuteram que a

disponibilidade de recursos disponiacutevel e agraves variaccedilotildees meteoroloacutegicas favorecem a

concentraccedilatildeo de visitas florais dessas abelhas pela manhatilde

Um estudo sobre a ecologia das populaccedilotildees de meliponiacuteneos Souza e

colaboradores (2005) fizeram buscas pelos ninhos e coletas das abelhas no Campus

da Universidade Federal da Bahia eles encontraram 94 ninhos com 19 espeacutecies

diferentes tendo uma predominacircncia da espeacutecie Tetragonisca angustula Deste

modo concluiacuteram que a riqueza de espeacutecies de meliponineos (meliponini)

encontrada no Campus (o qual eacute um local que sofre antropizaccedilatildeo) pode ser devida

a disponibilidade de substratos para nidificaccedilatildeo e pela quantidade de recursos que eacute

ofertado

Stuch (2006) realizou uma pesquisa sobre a variabilidade geneacutetica das populaccedilotildees

de Tetragonisca angustula Nesse trabalho o autor primeiramente faz uma revisatildeo

da bibliografia com o propoacutesito de apresentar informaccedilotildees a respeito da estrutura

das populaccedilotildees de meliponiacuteneos (meliponini) sobre as abelhas indiacutegenas sem

ferratildeo e principalmente a respeito da abelha em estudo onde destacam informaccedilotildees

29

do comportamento locais de nidificaccedilatildeo dos recursos usados para se alimentar e

do mel que eacute produzido por eles Com coletas e anaacutelises realizadas por meio de

marcador molecular nas cidades de Dracena em Satildeo Paulo e Ivatuba no Paranaacute Ele

observou que as amostras obtidas em Ivatuba apresentaram 60 de polimorfismo e

na cidade de Dracena foram apresentadas 40 Deste modo o autor concluiu que

em Ivatuba as populaccedilotildees de T angustula estatildeo diferenciadas geneticamente e natildeo

apresentam endocruzamento entre os ninhos jaacute as populaccedilotildees da cidade de

Dracena natildeo se encontraram modificados podendo os ninhos ser considerados

como um soacute Segundo o autor essas informaccedilotildees satildeo muito importantes para que

estudos de praacuteticas de manejo sejam realizados para manter a variabilidade dessas

populaccedilotildees

Outro trabalho tambeacutem em aacutereas fragmentadas foi realizado por Alvarenga (2008)

Neste trabalho o autor teve o objetivo de conhecer a diversidade e densidade dos

ninhos de meliponineos (meliponini) na Mata de Santa Tereza (Estaccedilatildeo Ecoloacutegica de

Ribeiratildeo Preto Satildeo Paulo) que fica situado entre a Mata Atlacircntica e o Cerrado com

levantamentos dos ninhos e das aacutervores que poderiam apresentar um tamanho

potencial para essas abelhas nidificarem Foram encontrados ninhos de quatro

espeacutecies de meliponineos (meliponini) sendo T angustula e Scaura latitarsis

representaram 25 dos ninhos encontrados e Trigona hyalinata 50 E em relaccedilatildeo

aacutes aacutervores cerca de 67 foram analisadas poucas apresentavam rachaduras ou

cavidades para abrigar os ninhos Deste modo foi concluiacutedo que na aacuterea estudada

haacute uma riqueza baixa e densidade relativamente meacutedia e tambeacutem poucos locais

para nidificaccedilatildeo

Andena e colaboradores (2009) tambeacutem fizeram um trabalho em aacutereas degradadas

Para eles esses estudos satildeo essecircncias devido a essas aacutereas serem a principal

razatildeo para o aumento das taxas de perda da diversidade geneacutetica e extinccedilatildeo das

abelhas Os autores realizaram um estudo para conhecer a diversidade de abelhas

no Cerrado em Satildeo Paulo Foram realizadas coletas das abelhas em quatro

reservas em regiotildees fragmentadas do Cerrado Reserva de Corumbataiacute Estaccedilatildeo

Ecoloacutegica de Jataiacute Parque Vassununga e Reserva de Cajuru Com cerca de 500

indiviacuteduos coletados as aacutereas que apresentaram maior riqueza foram Cajuru e

Corumbataiacute e as aacutereas com menor riqueza foram Vassununga e Estaccedilatildeo Ecoloacutegica

Jataiacute Mesmo apresentando maior nuacutemero de riqueza a aacuterea de Corumbataiacute sofreu

30

vaacuterias alteraccedilotildees na composiccedilatildeo fauniacutestica durante o estudo Assim sendo foi

concluiacutedo que pesquisas como essas satildeo importantes pois contribuem com

informaccedilotildees a respeito da influencia que essas aacutereas degradadas podem exercer

sobre a composiccedilatildeo fauniacutestica e a riqueza das espeacutecies de abelhas

Um inventaacuterio sobre os meliponiacuteneos (meliponini) no Bioma Cerrado foi realizado por

Fernandes e colaboradores (2012) Com levantamentos feitos durante dois anos em

quatro aacutereas diferentes (Municiacutepio de Tangaraacute da Serra ndash MT nos arredores do

campus universitaacuterio de Mato Grosso na Reserva Florestal Antocircnio Conselheiro ndash

MT e na zona rural do municiacutepio Tangaraacute da Serra - MT) os autores coletaram 128

espeacutecimes distribuiacutedos em 27 espeacutecies e 14 gecircneros e constataram que a maior

riqueza foi vista na reserva florestal e na zona rural do municiacutepio de Tangaraacute da

Serra Deste modo eles concluiacuteram que a riqueza observada na reserva pode ser

devido agrave mata apresentar pouca antropizaccedilatildeo e que as informaccedilotildees obtidas nesse

estudo satildeo de extrema importacircncia para a preservaccedilatildeo da biodiversidade da reserva

florestal

Uma pesquisa realizada por Oliveira e colaboradores (2013) cujo tema foi

Levantamento de Ocorrecircncia de Meliponiacutedeos (Meliponini) em Municiacutepios na regiatildeo

do Vale do Jauru ndash MT foia incidecircncia de abelhas sem ferratildeo em zonas urbanas

Com entrevistas aos moradores e com sessotildees de fotos para definir quais espeacutecies

de abelhas se encontravam nas proximidades das casas da regiatildeo do Vale do Jauru

eles encontraram 67 colmeacuteias sendo 17 predominantes em apenas uma cidade

Deste modo concluiacuteram que na regiatildeo do Vale do Jauru encontram-se grandes

aacutereas verdes proporcionando dessa forma alimento e a preservaccedilatildeo das abelhas

24 COLETA DE RECURSOS E PRODUCcedilAtildeO DE MEL DAS MELIPONINI

Devido agraves poucas informaccedilotildees sobre a composiccedilatildeo do mel e fontes alimentares

utilizados pelos meliponineos Anacleto (2007) fez um estudo com o intuito de

conhecer as principais fontes que fazem parte da dieta dessas abelhas e tambeacutem

conhecer as caracteriacutesticas quiacutemicas do mel produzido por elas O estudo foi no

Municiacutepio de Piracicaba Satildeo Paulo Foi realizado um levantamento das plantas

visitadas por cinco espeacutecies de meliponineos (T angustula Scaptotrigona

31

bipunctata Nanotrigona testaceicornis Friesiomellita varia e Tetragona clavipes)

coleta de mel nos potes de alimento dos ninhos e coleta de poacutelen retirada das

corbiacuteculas O autor obteve 158 espeacutecies de plantas sendo que dessas 67 foram

visitadas pelas abelhas em estudo e na anaacutelise poliacutenica foram encontradas 72

espeacutecies de plantas A espeacutecie que apresentou menor nuacutemero de visitas foi F varia

em contrapartida T angustula foi a espeacutecie que apresentou o haacutebito mais

generalista em relaccedilatildeo ao numero de espeacutecies de plantas visitadas Com relaccedilatildeo ao

mel foram analisadas um total 31 amostras Os estudos com a composiccedilatildeo do mel

apresentaram uma dificuldade devido agrave legislaccedilatildeo atender apenas as caracteriacutesticas

do mel de Apis melliacutefera e natildeo o mel das abelhas nativas O mel de F varia foi a que

apresentou menor niacutevel de accediluacutecar em contrapartida o niacutevel de accediluacutecar do mel de T

angustula foi o mais elevado Deste modo foi concluiacutedo que as espeacutecies estudadas

se mostraram generalistas com exceccedilatildeo de F varia e com relaccedilatildeo agrave anaacutelise do

mel foi concluiacutedo que haacute a necessidade de um padratildeo na legislaccedilatildeo proacuteprio para

uma melhor anaacutelise dos compostos quiacutemicos do mel de meliponiacuteneos

Anacleto e colaboradores (2009) tambeacutem realizaram uma pesquisa sobre o padratildeo

de qualidade do mel das abelhas sem ferratildeo Para esse estudo foi analisado a

composiccedilatildeo do mel das abelhas Tetragonisca angustula Com coletas feitas

diretamente de dentro das colocircnias encontradas em Piracicaba ndash (SP) e com

anaacutelises feitas sobre o accediluacutecar proteiacutenas pH acidez cor entre outros fatores os

autores obtiveram 20 amostras de mel e relataram que o accediluacutecar dessas amostras

apresentaram valores inferiores ao que eacute estabelecido pelas normas

brasileirasAssim sendo concluiacuteram que 5 de accediluacutecar do mel coletado natildeo se

enquadram na legislaccedilatildeo e que seria necessaacuterio um maior estudo para que uma

nova legislaccedilatildeo seja feita

No trabalho de Sommeijer e colaboradores (1983) aleacutem de analisar os recursos

coletados por algumas abelhas sem ferratildeo (Meliponineos) e Apis mellifera os

autores tambeacutem fizeram observaccedilotildees no comportamento de forrageamento dessas

abelhas As observaccedilotildees e amostras de poacutelen foram retiradas semanalmente das

corbiacuteculas das forrageiras que retornavam ao ninho Os autores observaram que as

coletas dos recursos ocorreram em periacuteodos diferentes os voos de neacutectar ocorreram

na maior parte das vezes de manhatilde e os vocircos de poacutelen ocorreram agrave tarde Em

relaccedilatildeo ao poacutelen foram obtidas 191 amostras sendo que quatro famiacutelias se

32

mostraram mais presentes Myrtaceae Sapotaceae Sapindaceae e Melliaceae

Desta forma concluiacuteram que as coletas de poacutelen pelas forrageiras podem ter

predominado no periacuteodo da manhatilde devido agraves flores se mostrar mais murchas com o

passar do dia Tambeacutem concluiacuteram que os recursos de poliacutenicos foram bem

diversos o que confirmou o haacutebito generalista dessas abelhas

Carvalho e Marchini (1999) realizaram um estudo dentro de um campus Universitaacuterio

(USP) em Piracicaba Em seu trabalho tiveram o objetivo de conhecer as plantas

que oferecem recursos para abelhas em ambientes mais antropizados Com coletas

de abelhas operaacuterias em colocircnias de Tetragonisca angustula e Nannotrigona

testaceicornis os autores analisaram os gratildeos de poacutelen coletados por elas Atraveacutes

dessa anaacutelise obtiveram 31 tipos poliacutenicos em 22 famiacutelias de plantas sendo que

entre essas famiacutelias para N testaceicornis os gratildeos de poacutelen que se mostrou mais

frequumlente foi de Myrtaceae e para T angustula foram Fabaceae Liliaceae e

Mimosaceae Dessa maneira concluiacuteram que essas espeacutecies se mostraram

generalistas visitando diversas plantas

No mesmo ano Carvalho Marchini e Ros (1999) fizeram um estudo para comparar

e analisar as fontes de poacutelen utilizadas por Apis mellifera e quatro diferentes

espeacutecies de Trigonini (Nannotrigona testaceicornis Partamona helleri Plebeia

droryana e Tetragonisca angustula) O trabalho teve o intuito de fornecer

informaccedilotildees sobre as preferecircncias florais e as relaccedilotildees troacuteficas dessas espeacutecies

Com coletas realizadas nos meses de Outubro e Novembro de 1996 no campus da

USP em Piracicaba os autores coletaram 53 tipos poliacutenicos desses os tipos mais

frequentes para todas as abelhas foram Aracaceae Bulbine frutescens e

Eucalyptus spe com as relaccedilotildees troacuteficas eles observaram que a utilizaccedilatildeo de fontes

de poacutelen variou conforme a espeacutecie e que a dieta se mostrou bem diversificada

Dessa maneira os autores concluiacuteram que P droryana e Phelleri foram agraves

espeacutecies que apresentaram maior uniformidade na utilizaccedilatildeo de fontes de poacutelen e a

maior sobreposiccedilatildeo de nicho troacutefico ocorreu entre N testaceiconis e T angustula e

menor sobreposiccedilatildeo foi entre A meliacutefera e T angustula

Devido agrave carecircncia de estudos sobre os recursos florais utilizados pelas abelhas

Agostini e Sazima (2003) fizeram um estudo sobre a fenologia das espeacutecies de

plantas ornamentais e suas relaccedilotildees com as espeacutecies de abelhas Com registros da

fenologia das plantas arboacutereas e arbustivas e o tipo de recurso utilizado pelas

33

abelhas no campus da Universidade Estadual de Campinas em Satildeo Paulo os

autores registraram 42 espeacutecies de plantas e observaram que na aacuterea estudada

houve plantas florindo todos os meses e natildeo houve sazonalidade marcada Com

relaccedilatildeo ao tipo de recurso utilizado pelas abelhas foi observado que as plantas mais

visitadas foram da famiacutelia Leguminosae e Bombacaceae por serem importantes

fontes de alimento para as abelhas no periacuteodo de estiagem Concluiacuteram que plano

de manejo em ambientes urbanos usando plantas ornamentais nativas seria

importante para acolher maior diversidade de abelhas as quais cumprem papel

importantiacutessimo na manutenccedilatildeo da biodiversidade dos ecossistemas naturais

Como muitas plantas de importacircncia econocircmica dependem de insetos para

aumentar a produccedilatildeo e a qualidade dos frutos Toledo e colaboradores (2003)

pesquisaram as angiospermas na regiatildeo de Maringaacute no estado do Paranaacute para

contribuir com o conhecimento da biodiversidade nessa regiatildeo Com coletas em

onze espeacutecies de plantas examinadas na Universidade Estadual de Maringa

Paranaacute os autores obtiveram 331 insetos Entre as abelhas trecircs espeacutecies coletadas

foram as mais abundantes Tetragonisca angustula Apis mellifera e Trigona spinipes

Os autores concluiacuteram que essas abelhas africanizadas e sem ferratildeo foram as mais

abundantes nas coletas as flores devido tanto ao seu comportamento generalista

como pela sobreposiccedilatildeo no local de forrageamento

Simioni e Colaboradores (2007) realizaram um estudo para investigar os recursos

alimentares de Tetragonisca angustula fiebrigi em Mato Grosso do Sul Com

amostras de cargas poliacutenicas corbiculares das operaacuterias em um ambiente natural de

Corumbaacute-MS no periacuteodo de seis meses os autores relataram que T angustula

visitou 43 espeacutecies de plantas para coleta de poacutelen e as famiacutelias mais visitadas

foram Leguminosae Palmae Asteraceae e a subfamiacutelia Mimosidae devido agrave grande

quantidade de poacutelen acessiacutevel Deste modo concluiacuteram que Tetragonisca

angustula mostrou-se seletivo com relaccedilatildeo agraves fontes de alimento disponiacutevel na aacuterea

estudada e que a famiacutelia Leguminosae se mostrou a mais importante fonte de poacutelen

para T angustula

Muitas espeacutecies de abelhas vecircm sendo utilizadas consorciadas ao cultivo de

diversas espeacutecies de plantas No trabalho de Antunes e colaboradores (2007) eles

utilizaram a espeacutecie Tetragonisca angustula para verificar seu efeito como agente

polinizador na produccedilatildeo de frutos de cultivares de morango em estufa O estudo foi

34

realizado na Universidade de Passo Fundo RS utilizando quatro cultivares de

morangueiro (Oso Grande Tdla Chandler e Dover) com ausecircncia e presenccedila de

duas e quatro colmeacuteias de T angustula Os autores observaram que o numero de

visitas as flores foram o mesmo para os mesmos nuacutemeros de colocircnias e que o uso

de duas ou quatro colmeacuteias natildeo alterou a produccedilatildeo dos frutos Aleacutem disso

observaram tambeacutem que a porcentagem de frutos deformados teve uma queda

consideraacutevel de 85 para 5 Sendo assim concluiacuteram que a presenccedila de

Tetragonisca angustula para a polinizaccedilatildeo em ambiente fechado tem grande

importacircncia para o aumento da produtividade e para o aumento da quantidade de

frutos comerciaacuteveis

Devido agrave grande importacircncia das abelhas sem ferratildeo para manter a biodiversidade

das plantas Braga e colaboradores (2012) fizeram um estudo com a espeacutecie T

angustula por ela ser amplamente distribuiacuteda nos habitats tropicais Com estudo

realizado em duas ilhas (Ilha Grande e Tucuruccedilaacute) e outras duas na ilha Ariroacute e

Tinguaacute todas SAP aacutereas de Mata Atlacircntica do Estado do Rio de Janeiro e apenas

Ilha Grande pertence a uma unidade de proteccedilatildeo ambiental Para esse estudo os

autores fizeram coletas de carga de poacutelen e observaccedilotildees agraves flores T angustula

visitou 61 espeacutecies de plantas sendo Anacardiaceae e Asteraceaeas mais visitadas

Na Ilha grande foi a aacuterea onde se obteve maior nuacutemero de visitas e onde se

encontrou 39 tipos poliacutenicos Dessa maneira concluiacuteram que a dieta de T angustula

eacute bem ampla e que essas pesquisas satildeo necessaacuterias para conhecer as plantas que

operam como recurso para as abelhas em ambiente natural

Com o intuito de contribuir para o conhecimento da flora e sua utilizaccedilatildeo por

polinizadores nativos Novais Absy e Santos (2013) caracterizaram o poacutelen de T

angustula atraveacutes da anaacutelise palinoloacutegica analisando os meacuteis produzidos por esta

espeacutecie em duas regiotildees semi-aacuteridas tropicais do nordeste do Brasil Com amostras

de mel coletados mensalmente nos municiacutepios de Itaberaba e Ruy Barbosa na

Bahia durante 14 meses os autores observaram que o espectro poliacutenico das

amostras de mel de T angustula consistiu um total de 67 tipos de poacutelen sendo que

18 deles foram comuns aos espectros de poacutelen tanto de Itaberaba quanto de Ruy

Barbosa e as famiacutelias das plantas que predominaram em ambos municiacutepios foram

Fabaceae Myrtaceae Malvaceae e Euphorbiaceae Concluiacuteram que houve um uso

heterogeneo dos recursos naturais no municiacutepio de Itaberaba e homogecircneo no

35

municiacutepio de Ruy Barbosa neste foi detectado um tamanho maior do nicho de poacutelen

de T angustula Para os autores isso se deve a diferenccedila na diversidade de plantas

entre os dois municiacutepios

25 COMPORTAMENTO DA ABELHA JATAIacute

Para algumas pesquisas estudos sobre comportamento eacute essencial para obter

informaccedilotildees importantes sobre a espeacutecie em estudo Para que pesquisadores

possam fazer estudo de comportamento em campo Altmann (1973) publicou um

trabalho sobre comportamento animal onde ela faz um guia para orientar os

observadores em seus estudos Ela apresenta meacutetodos para ser utilizado nas

observaccedilotildees tanto em comportamento individual quanto em grupo e apresenta o uso

de meacutetodos de amostragem nas observaccedilotildees Nesse a autora relata trabalhos de

outros autores sobre observaccedilotildees comportamentais e faz discussotildees a respeito de

problemas de amostragem em comportamento social como tambeacutem as vantagens e

desvantagens do uso de alguns meacutetodos

Um estudo relacionado com o comportamento de T angustula foi realizado por

Wittmann (1985) para mostrar que o sistema de defesa dessa espeacutecie natildeo era

apenas para defesa de alguns insetos voadores mais tambeacutem para defesa contra

ataques de abelhas cleptobioacuteticas Para observaccedilatildeo do comportamento das guardas

pairando foi mantida uma colocircnia de Lestremelitta limatildeo proacuteximo a quatros colocircnias

de T agustula O autor notou que o posicionamento das guardas pairando proacuteximo

ao corredor de vocirco do ninho permitia maior eficiecircncia nos ataques aos intrusos

cleptobioacuteticos e que durante esses ataques o numero de guardas aumentava

consideravelmente para reforccedilar a defesa do ninho Dessa maneira concluiu-se que

no comportamento de defesa essa espeacutecie faz um recrutamento em massa das

guardas em resposta a um feromocircnio lanccedilado por L limatildeo

Couvillon e colaboradores (2007) fizeram um estudo sobre a movimentaccedilatildeo das

forrageiras em relaccedilatildeo ao tamanho da entrada do ninho e o comportamento

defensivo das guardas em relaccedilatildeo agraves perturbaccedilotildees que os ninhos sofrem Para esse

trabalho os autores estudaram 26 espeacutecies de abelhas sem ferratildeo no campus da

Universidade de Satildeo Paulo em Ribeiratildeo Preto Foram medidas a entrada dos ninhos

36

e o comprimento de abelhas forrageiras Foi verificado que a entrada do tubo do

ninho se ajusta ao tamanho das abelhas operaacuterias ou seja quanto maior for a

abelha maior seraacute a entrada do ninho Tambeacutem observaram que as guardas tinham

o comportamento de proteger o ninho bloqueando sua entrada e permitindo apenas

a entrada das forrageiras Assim concluiacuteam que essas abelhas apresentam

importantes mecanismos de defesa para ninho e que estudos como esse podem

trazer informaccedilotildees importantes ao comportamento de defesas das abelhas sem

ferratildeo

Minussi e Santos (2007) fizeram um estudo para descobrir se haacute algum efeito

negativo da Apis mellifera sobre as abelhas nativas em relaccedilatildeo agrave coleta de recursos

Para isso os autores fizeram um trabalho sobre o comportamento que ocorre entre

essas abelhas Com observaccedilotildees agraves flores e coletas das abelhas na Escola

Agroteacutecnica Federal de Sombrio no municiacutepio de Santa Rosa Santa Catarina Apis

mellifera foi agrave espeacutecie mais abundante encontrada na aacuterea em estudo em seguida

Trigona spinipes foi a mais abundante Durante as observaccedilotildees notaram que o

comportamento de abertura das mandiacutebulas da subfamiacutelia Halictinae para atacar e

expulsar as abelhas africanizadas das flores era comum e que esse comportamento

ocorria sempre antes que abelhas conseguissem chegar ao fundo da flor Dessa

maneira concluiacuteram que as abelhas nativas conseguem se defender das abelhas

africanizadas para garantir seu recurso

Karcher e Ratnieks (2009) mostraram em suas pesquisas que ninhos de T

angustula natildeo eram apenas defendidos por guardas pairando mas tambeacutem por

guardas que ficam de peacute na entrada do ninho Os autores colocaram dez campeiras

e natildeo campeiras da mesma espeacutecie e campeiras tratadas com odor de

Scaptotrigona bipunctata em cinco ninhos As guardas de peacute natildeo rejeitaram

nenhuma campeira mas rejeitaram quase todas natildeo campeiras e campeiras

tratadas com odor volaacutetil A partir desse resultado concluiacuteram que as operaacuterias que

ficam de peacute na entrada do ninho tambeacutem atuam como oacutetimas guardas para

discriminar as abelhas campeiras e natildeo campeiras

No trabalho de Gruter Karcher e Ratnieks (2011)foi realizado um estudo sobre as

abelhas guardas de Tetragonisca angustula que ficam pairando e de peacute proacuteximo ao

ninho Os autores fizeram algumas experiecircncias para saber se havia alternacircncias de

tarefas entre elas A pesquisa teve duraccedilatildeo de trecircs anos e foi realizada em uma

37

fazenda perto de Satildeo Paulo Para observar essa alternacircncia de tarefas as abelhas

guardas foram coletadas e marcadas Dessa maneira notaram que das 18 abelhas

marcadas 12 eram exclusivamente guardas em peacute e seis realizavam os dois tipos

de guardas Durante as 21 horas de observaccedilatildeo natildeo foi observado mudanccedila entre

os tipos de guardas A partir desses resultados concluiacuteram que a alternacircncia de

tarefa entre as guardas eacute rara de acontecer indicando que a defesa de T angustula

e feita por divisatildeo de trabalho

Zweden e colaboradores (2011) fizeram um trabalho semelhante agrave Wittmann (1984)

com os guardas de defesa que ficam pairando Em seu estudo os autores tinham o

objetivo de testar a hipoacutetese que as guardas aumentavam a defesa do ninho em

relaccedilatildeo aos intrusos principalmente Lestrimellita limatildeo a qual eacute um ladratildeo

obrigatoacuterio de Tetragonisca angustula Foram feitas mediccedilotildees da distacircncia em que

as guardas pairando atacavam tanto um manequim de massa de modelar coberto de

citral (odor volaacutetil liberado por L limatildeo) quanto operaacuterias de Lestrimellita limatildeo

receacutem morto Todos os intrusos do experimento foram atacados por T angustula a

distacircncia que ocorreu o ataque variou entre 0-22 cm os ninhos que tinham mais

guardas apresentou maior distacircncia Dessa maneira concluiacuteram que a presenccedila de

guardas pairando aumenta a detecccedilatildeo de intrusos e que essas guardas respondem

especialmente a pistas visuais

As abelhas sem ferratildeo (eussocias) costumam apresentar divisatildeo de trabalho em

suas colocircnias Gruter e colaboradores (2012) em seu estudo quiseram testar a

hipoacutetese de que os soldados especializados (guardas) para a defesa das colocircnias de

jataiacute (Tetragonisca angustula) eram relativamente maiores que os trabalhadores

Com anaacutelise no tamanho e na forma das forrageiras guardas e trabalhadores que

removem resiacuteduos das colocircnias o autor constatou que o peso corporal das guardas

era maior que das abelhas forrageiras e que o tamanho da cabeccedila das forrageiras

mostrou-se um pouco maior em relaccedilatildeo agraves guardas Assim concluiu-se que a

variaccedilatildeo no tamanho seria devido agrave divisatildeo de trabalho ou seja a diferenccedila no

tamanho do corpo consiste em uma eficaacutecia maior para lutar contra invasores e a

diferenccedila em relaccedilatildeo ao tamanho da cabeccedila seria devido agrave necessidade das

forrageiras de decorar caminhos para busca do alimento

38

39

3 METODOLOGIA

31 AacuteREA DE ESTUDO

O Municiacutepio de Vitoacuteria possui uma extensatildeo geograacutefica que envolve um grau

elevado de urbanizaccedilatildeo (SOUZA 2011) De acordo com o Instituto Brasileiro de

Geografia e Estatiacutestica (2010) o Municiacutepio apresenta uma aacuterea de mais de 98 Kmsup2 e

conta com uma populaccedilatildeo estimada de 352104 habitantes O clima da regiatildeo de

Vitoacuteria pode ser classificado como Tropical uacutemido (CLASSIFICACcedilAtildeO [20--])

apresentando temperatura maacutexima que pode chegar a 32ordm C e miacutenima que fica em

torno de 24ordm C com os maiores iacutendices de precipitaccedilatildeo pluviomeacutetrica entre os meses

de Outubro a Janeiro (INSTITUTO CAPIXABA DE PESQUISA ASSISTEcircNCIA

TEacuteCNICA E EXTENSAtildeO RURAL 2011)

Vitoacuteria eacute um dos Municiacutepios que apresentam os maiores niacuteveis de temperaturas do

Estado Isso se deve ao fato de as grandes montanhas dificultarem a passagem dos

ventos do nuacutemero de preacutedios que aumenta com o passar dos anos assim como a

poluiccedilatildeo (SOUZA 2011)

O estudo foi realizado no Campus Universitaacuterio Alaor de Queiroz Arauacutejo da

Universidade Federal do Espiacuterito Santo (FERNANDES VALE 2013) tambeacutem

conhecido como campus de Goiabeiras Este campus se encontra localizado no

Municiacutepio de Vitoacuteria capital do Estado do Espiacuterito Santo e nas coordenadas

geograacuteficas de 20ordm 16rsquoS e 40ordm 18rsquoW (FERREIRA DANTAS 2000)

O Campus fica ao Sul e ao Oeste do canal da passagem e a Leste com a Avenida

Fernando Ferrari Ateacute 2008 era composta por uma aacuterea de ambiente entre mareacutes e

terrestre de 1592545 msup2 poreacutem com a ampliaccedilatildeo da Avenida Fernando Ferrari

essa aacuterea foi reduzida para 1567545 msup2 (FERNANDES VALE 2013) A aacuterea

amostral se localiza no entorno do Centro de Ciecircncias Humanas e Naturais (CCHN)

Implantada por volta da deacutecada de 1970 ela compotildee os ICrsquos (iniciais de Ilha do

Cercado) I II III e IV (FERNANDES VALE 2013) e apresenta uma aacuterea que

compreende edificaccedilotildees como preacutedios passarelas ruas asfaltadas paacutetio de

estacionamento e aacutereas jardinadas (MAPA 01)

40

Mapa 01- Mapa do Campus Universitaacuterio de Goiabeiras (UFES) com destaque da

aacuterea de estudo em vermelho

Fonte Google Maps (2014) 32 OBTENCcedilAtildeO DOS DADOS

A aacuterea de estudo foi inspecionada agrave procura de ninhos de T angustula com

observaccedilotildees em calccediladas paredes muros postes troncos de aacutervores entre outros

conforme Taura e Laroca (1991) Os ninhos encontrados foram marcados por letra

alfabeacutetica e mapeados com o auxiacutelio de um marcador permanente (marca Jocar

Office) e um GPS (marca Garmin etrex vista) As observaccedilotildees foram realizadas uma

vez a cada semana durante cinco meses de Abril agrave Setembro de 2014 totalizando

21 dias amostrados (140 horas) O periacuteodo no qual foram realizadas as observaccedilotildees

41

foi de 0700 agrave 1700 horas As observaccedilotildees foram feitas durante 15 minutos em cada

ninho e intercaladas nos periacuteodos matutino vespertino e dia todo com o auxilio de

uma lupa de matildeo devido elas apresentarem aproximadamente 5 miliacutemetros

(NOGUEIRA-NETO 1997) A lupa de matildeo foi utilizada tambeacutem para observar a cor

do poacutelen que as abelhas traziam para dentro do ninho

A contagem do nuacutemero de entradas e saiacutedas das abelhas coletoras e das abelhas

que protegem a colocircnia de invasores foi realizada em todos os ninhos com o auxilio

de um contador de nuacutemeros Os registros foram realizados com redaccedilatildeo dos

eventos e por meio de fotografias As observaccedilotildees seguiram o meacutetodo Animal-Focal

descrito por Altmann (1973) para anaacutelise do comportamento das abelhas Esse

meacutetodo consiste em amostrar os comportamentos de um ou mais indiviacuteduos por um

determinado periacuteodo de tempo O levantamento das principais fontes de alimento de

T angustula foi obtido a partir de dados bibliograacuteficos

33 ANAacuteLISE DOS DADOS

Para anaacutelise dos dados foi utilizado o programa ldquoMapSourcerdquo para a construccedilatildeo do

mapa dos ninhos encontrados Foi tambeacutem utilizado o programa Microsoft Excel

2007 para construccedilatildeo de graacuteficos para analisar o nuacutemero de visitas (entrada e saiacuteda)

que as abelhas coletoras apresentaram durante os cinco meses observados Os

graacuteficos foram construiacutedos por intervalos de horas sendo que as informaccedilotildees se

acumularam mais proacuteximo do horaacuterio em que houve mais eventos observados no

ninho O mesmo programa foi utilizado para retirar a meacutedia da quantidade de

guardas na defesa do ninho

Os dados resultantes do levantamento bibliograacutefico das fontes alimentares serviram

de base para a elaboraccedilatildeo de um graacutefico com a contribuiccedilatildeo das famiacutelias de plantas

mais visitadas por T angustula

42

43

4 RESULTADOS E DISCUSSOtildeES

41 LOCALIZACcedilAtildeO DOS NINHOS

Foram encontrados onze ninhos (marcados por letra alfabeacutetica de A a K) cinco

instalados em paredes e muros (K C I e J) e seis localizados sob placas de

concreto de passarelas (A B D E F G e H) (mais precisamente na base das

pilastras da passarela que se encontra entre os IC`s II e III) Este fato corrobora com

os estudos de Taura e Laroca (1991) que indica que a disponibilidade de nidificaccedilatildeo

nesses locais aumenta com as atividades antroacutepicas A localizaccedilatildeo dos ninhos eacute

apresentada pelo Mapa 02

Os ninhos C J K (Mapa 02) recebiam calorna maior parte do dia jaacute os demais natildeo

recebiam sol diretamente na maior parte do dia pois eram protegidos pela pilastra e

pela cobertura da passarela

Durante todo o periacuteodo das observaccedilotildees em geral o clima foi de dias quentes com

presenccedila de ventos

MAPA 02 ndash Mapa dos ninhos de T angustula estudadas no Campus de Goiabeiras

(UFES) Abril ndash Setembro2014

Fonte Modificado em Google earth (2014) Dos 11 ninhos observados dois ninhos natildeo apresentavam a entrada com o formato

comum de cilindro e traziam um formato natildeo definido

44

Em todos os ninhos foi possiacutevel ver que a abertura da extremidade do tubo era

relativamente grande Tal formato permite que haja espaccedilo para que algumas

abelhas guardas permaneccedilam na entrada do tubo ao mesmo tempo em que deixa

espaccedilo suficiente para as forrageiras passarem (KARCHER RATNIEKS 2009) Ao

longo de todo o tubo havia presenccedila de centenas de perfuraccedilotildees o que segundo

Gruter Karcher e Ratinieks (2011) eram para ajudar nas trocas gasosas

Nos cinco meses observados trecircs ninhos desapareceram da aacuterea amostral restando

ao final das observaccedilotildees oito ninhos Um deles (ninho E) foi perdido logo no iniacutecio

das observaccedilotildees supotildee-se que tenha ocorrido alguma intervenccedilatildeo aguda por

exemplo humana pois logo no segundo dia de observaccedilatildeo o mesmo jaacute natildeo estava

no lugar demarcado Outros dois ninhos (ninhos F e G) tambeacutem foram perdidos O F

persistiu ateacute o mecircs de Maio e o ninho G ateacute Julho Nestes o desaparecimento se

sucedeu apoacutes eventos de revoadas

42 INTERACcedilOtildeES INTER E INTRAESPECIacuteFICAS

TABELA 1 - Dados dos Ninhos observados

Data Ninho Hora Cores de Poacutelen

Presenccedila de

Resina Operaacuteriaslimpeza Guardas

em peacute Guardas pairando Ameaccedila

14abr D 07h-8h

Amarelo Branco Laranja

Vermelho

X 5 1

13mai C 10h-11h

Amarelo Branco Laranja

Vermelho

X X 4 4

20mai J 15h-16h Branco X X 8 12 02jun H 12h-13h Branco X X 8 4 16jul D 13h-14h Branco

X 8 2 Formiga

20jun B 08h-09h

Amarelo Branco Laranja

Vermelho

X X 9 3

06ago C 14h-15h Branco X 7 10 Lagartixa

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria As observaccedilotildees indicaram que as jataiacutes visitavam vaacuterias espeacutecies de flores durante

as manhatildes e iniacutecio das tardes pois nesse periacuteodo trouxeram uma grande

45

diversidade de poacutelen (cores amarela laranja branca e vermelha) transportados em

suas corbiacutecula para dentro do ninho B C e D (TABELA 1) (FIGURA 1-A) No horaacuterio

da tarde essa diversidade diminuiacutea nos ninhos C D H e J (TABELA 1) e era

representada pelo transporte de poacutelen de cor branca Este fato mostra que a

diversidade de flores visitadas decresce ao longo do dia

As abelhas sociais de um modo geral visitam as flores enquanto elas satildeo atrativas

Elas apresentam preferecircncia pela cor e satildeo capazes de discriminar os conjuntos

florais realizar sua localizaccedilatildeo e selecionar aquelas que produzem maior quantidade

e melhor qualidade de alimento (PIRANI LAURINO 1993) Existem diversos fatores

que podem influenciar a coleta de alimento pelas abelhas sociais entre eles o

comportamento das campeiras e a necessidade das colocircnias que depende do seu

tamanho (PIRANI LAURINO 1993)

Aleacutem de poacutelen tambeacutem foi observado carregamento de resina nas corbiacuteculas para

dentro do ninho B C H e J (TABELA 1) (FIGURA 1-B) essa eacute coletada pelas

abelhas em bototildees florais Depois de a resina ser coletada ela pode ser armazenada

pura ou misturada com cera No caso de T angustula ela geralmente faz a

armazenagem na forma pura (NOGUEIRA-NETO 1997) Como a resina eacute viscosa e

grudenta as abelhas a utilizam para vedar o entorno da entrada do tubo e tambeacutem

para depositar uma quantidade sobre o corpo e cabeccedila das formigas para defender

a colocircnia contra invasores (WITTMANN 1985 NOGUEIRA-NETO 1997)

Durante todo o periacuteodo observado foi notada a presenccedila de operaacuterias que cuidavam

da limpeza dos ninhos (TABELA 1) Essas operaacuterias trabalhavam retirando resiacuteduos

(detritos) de dentro do ninho e o faziam carregando atraveacutes de sua mandiacutebula

(FIGURA 1-C) Este trabalho era realizado continuamente ao longo de todo o dia

Para Nogueira-Neto (1997) T angustula eacute a espeacutecie que tem o melhor haacutebito de

limpeza e por esta razatildeo seu mel e seu proacutepolis satildeo considerados o melhor dentre

as outras espeacutecies

FIGURA 1- Divisatildeo de trabalho entre operaacuterias de Tetragonisca angustula A

Detalhe da corbiacutecula com poacutelen B Detalhe da corbiacutecula com resina C Operaacuteria de

limpeza com resiacuteduo na mandiacutebula

46

Fonte Arquivo Labibio

Em cada ninho foi possiacutevel notar a presenccedila de abelhas que ficavam tanto pousadas

ao longo do tubo de entrada do ninho quanto sobrevoando proacuteximo do mesmo

Essas abelhas satildeo chamadas por Gruter Karcher e Ratnieks (2011) de abelhas

guardas em peacute e pairando respectivamente As guardas em peacute estavam sempre

em grandes quantidades e estiveram em atividade praticamente em todo o periacuteodo

do dia

Essas guardas ficavam na maior parte do tempo com a mandiacutebula apoiada sobre o

ninho acredita-se que tenham a funccedilatildeo de depositar resina ao entorno do ninho As

demais guardas que ficavam sobrevoando estiveram mais ausentes logo no

A B

C

47

comeccedilo da manhatilde por volta das 0700 as 0900 horas As guardas pairando ficavam

na maioria das vezes em nuacutemeros de trecircs a quatro sempre posicionadas a direita e

esquerda do tubo e em direccedilatildeo a entrada (FIGURA 2)

FIGURA 2- Ninho de T angustula com guardas pairando destacado em vermelho e

guardas em peacute em destaque azul

Fonte Arquivo Labibio

Foi observado que no periacuteodo da tarde o nuacutemero de guardas pairando aumentava

Isso era visto com maior frequumlecircncia nos ninhos C e J instalados em paredes

(TABELA 1) Segundo Gruter Karcher e Ratnieks (2011) as colocircnias que

apresentam um nuacutemero maior de guardas pairando sofrem ameaccedilas de

vertebrados fato corroborado no ninho C (TABELA 1) que foi atacado por uma

lagartixa No momento em que aconteceu uma parte da populaccedilatildeo saiu do ninho e

se mostraram bem agitadas O que de acordo com Gruter Karcher Ratnieks (2011)

trata-se de uma resposta defensiva agrave percepccedilatildeo da respiraccedilatildeo de vaacuterios

vertebrados

Tambeacutem foi observado o comportamento defensivo em quando formigas se

aproximavam do ninho D (TABELA 1) As jataiacutes as ldquobeliscavamrdquo para que se

afastassem Esse mesmo comportamento foi visto durante minhas observaccedilotildees ao

Ninho A toda vez que me aproximava para observar ou fotografar surgiam vaacuterias ao

48

meu redor em uma dessas observaccedilotildees a jataiacute picou pele exposta Dentre todos os

ninhos essa foi a que apresentou o comportamento mais agressivo

De acordo com os estudos de Gruter e colaboradores (2012) T angustula eacute a uacutenica

espeacutecie que apresenta um sistema de defesa que envolve dois grupos distintos e

complementares de guardas uma pairando que se estacionam no ar proacuteximo ao

ninho e outras em peacute ao redor da entrada do ninho As guardas que ficam de frente

para o caminho de vocirco satildeo chamadas de grupo principal e as que ficam

posicionadas agrave direita e agrave esquerda do ninho satildeo o grupo secundaacuterio (GRUTER

KARCHER RATNIEKS 2011)

Uma caracteriacutestica interessante dessas guardas eacute que apresentam caracteriacutesticas

morfoloacutegicas diferentes das operaacuterias (satildeo maiores e mais pesadas) (GRUTER et

al 2012) Elas apresentam diferenccedilas no comprimento da asa no tamanho das

pernas traseiras que satildeo relativamente maiores para seu corpo (podendo ajudar na

luta contra invasores) e cabeccedila um pouco menor que das forrageiras Essa ultima

caracteriacutestica estaacute associada agrave maior necessidade das forrageiras de processar

informaccedilotildees sensoriais relacionadas ao forrageamento (GRUTER et al 2012)

As abelhas guardas possuem a funccedilatildeo de defender sua colocircnia de ataques de

intrusos que aproveitam do seu trabalho para roubar o alimento produzido

(GRUTER KARCHER RATNIEKS 2011) As accedilotildees especiacuteficas desses intrusos satildeo

detectadas mais pelas guardas em peacute pois elas conseguem identificar as campeiras

e natildeo campeiras da mesma espeacutecie por quimiorecepccedilatildeo (KARCHER RATNIEKS

2009 GRUTER KARCHER RATNIEKS 2011) Jaacute as guardas que pairam perto do

ninho atacam intrusos que natildeo satildeo da mesma espeacutecie elas o reconhecem pela cor

forma do corpo e pelos odores volaacuteteis (KARCHER RATNIEKS 2009) De acordo

com Zweden e Colaboradores (2011) a presenccedila de guardas pairando aumenta a

detecccedilatildeo de intrusos e que essas guardas respondem especialmente a pistas

visuais Como comportamento de defesa as guardas liberam um feromocircnio de

alarme para recrutar os trabalhadores para o ataque (FREE 1987 apud ZWEDEN

2011)

O nuacutemero meacutedio de guardas durante o periacuteodo observado mostrou-se maior para as

guardas em peacute (78) do que para as guardas pairando (35) Esse fato eacute explicado

por Gruter Karcher e Ratnieks (2011) para eles o gasto energeacutetico das guardas

pairando eacute muito maior de modo que eacute menos dispendioso energicamente para as

49

abelhas ficarem em peacute Mesmo tendo um gasto energeacutetico muito alto nas

observaccedilotildees de Wittmann (1985) as atividades do voo das guardas foi constatado

que essas ficavam pairando por cerca de 70 minutos antes de voltar para dentro do

ninho Este fato mostra que a mudanccedila de guardas natildeo eacute comum e que a defesa do

ninho eacute feita por divisatildeo de trabalho e natildeo por alternacircncia de tarefas (GRUTER

KARCHER RATNIEKS 2011)

Os ninhos que desapareceram ao longo das observaccedilotildees foram devido agraves revoadas

um comportamento comum nas abelhas Nas jataiacutes as revoadas geralmente

ocorrem devido ao calor para refrescar o ninho em caso de altas temperaturas uma

parte da populaccedilatildeo sai do ninho enxameamento para reproduccedilatildeo ou devido agrave

interferecircncia humana quando um ninho eacute retirado de um local para outro

(INFORMACcedilAtildeO PESSOAL ZOCOLOTTI V R) De acordo com este na primeira

semana eacute possiacutevel presenciar alguma revoada que pode ser para identificaccedilatildeo

tanto da flora apiacutecola quanto para localizaccedilatildeo do novo ambiente

No caso dos ninhos F e G ao final de cada revoada observada a entrada do ninho

ficava bastante danificada Foram observadas trecircs revoadas (duas no mesmo dia)

do ninho F todas no mecircs de Maio e duas (em dias diferentes) no ninho G no mecircs

de Junho Apoacutes estas observaccedilotildees os dois ninhos desapareceram

Durante as revoadas vaacuterias abelhas caiam no chatildeo agarradas umas nas outras

Apoacutes queda era possiacutevel observar que as guardas conseguiam prender e retirar

com sua mandiacutebula as pernas e asas do invasor (FIGURA 3-A e B) o que impedia

as invasoras de conseguir atacar novamente Segundo Kerr e colaboradores (2005)

as guardas agarram as pernas dos invasores para que eles caiam no chatildeo e sejam

comidos pelas formigas que ficam proacuteximas aos ninhos

50

FIGURA 3 - Ataque de invasores A T angustula com mandiacutebula presa agrave perna do

Jataiacute invasora BPerna de invasores retirada apoacutes ataque

Fonte Arquivo Labibio

De acordo com Zocolotti VR (INFORMACcedilAtildeO PESSOAL) as cinco espeacutecies de

Meliponini criadas por ele podem apresentar o comportamento de saquear outros

ninhos e isso pode ocorrer por oportunismo ou por falta de alimento Em especial

as Jataiacutes geralmente possuem o costume de atacar as proacuteprias jataiacutes esses

ataques acontecem dentro do mesmo ninho e entre outros proacuteximos Esses ataques

podem ocorrer por atraccedilatildeo de feromocircnio de princesa (rainhas jovens natildeo

fecundadas) por enxame fraco ou ateacute mesmo para absorver o fraco ou seja elas

entram e acabam matando a rainha e mantecircm os trabalhadores por um tempo ateacute

absorver o enxame ou ateacute mesmo o deixam morrer sendo dessa maneira muito

complexas em relaccedilatildeo ao comportamento

Na aacuterea do campus da Ufes houve uma consideraacutevel devastaccedilatildeo na vegetaccedilatildeo

nativa (compreendida de Mata Atlacircntica Manguezal e Restinga) devido agrave

construccedilatildeo de preacutedios que foram erguidos logo no iniacutecio da implantaccedilatildeo da

Universidade Como medida compensatoacuteria foi feito o plantio de espeacutecies arboacutereas

usando em demasia espeacutecies exoacuteticas (CASTRO 2003) Na Ufes eacute possiacutevel ver

poucas aacutereas jardinadas Aleacutem disso sempre que eacute necessaacuterio construir um novo

preacutedio novas aacutereas satildeo eliminadas podendo ou natildeo ser compensada com plantas

nativas

A B

51

Em abelhas sociais o comportamento de saque eacute comum acontecer em sequumlecircncias

natildeo contiacutenuas ou seja ela cessa e recomeccedila por periacuteodos de tempo (SANTANA

etal 2004) Durante as observaccedilotildees foram presenciadas trecircs revoadas ao ninho F

duas no mesmo dia poreacutem em horaacuterios diferentes e duas ao ninho G em dias

diferentes (FIGURAS 4- A B C e D)

FIGURA 4 ndash Revoada do ninho F A Vista da entrada do iniacutecio do estudo B Vista

da entrada em plena atividade em iniacutecio de maio C Entrada apoacutes uma revoada em

maio D Vista da entrada do ninho apoacutes uacuteltima revoada em maio

Fonte Arquivo Labibio

Nas figuras 4a e b mostram o estado em que a entrada do ninho se encontrava na

primeira semana de observaccedilatildeo (vinte e oito de Abril) e na primeira semana do mecircs

seguinte (sete de Maio) esse uacuteltimo a entrada do ninho jaacute se encontrava danificado

No ninho F(FIGURA 4) as revoadas que ocorreram no dia vinte de Maio entre

A B

C D

52

1000 e 1400 horas e no dia vinte e seis de Maio entre 1600 e 1700 horas

corroborando com Santana e colaboradores (2004) sobre o comportamento de

saques intermitentes

No ninho G as revoadas se iniciaram duas semanas apoacutes o desaparecimento do

ninho F nos dias nove e vinte e seis de junho entre 1500 e 1600 horas e dia 16 de

junho no mesmo horaacuterio (FIGURA 5-A B e C)

FIGURA 5 ndash Revoadas no Ninho G A Ninho no iniacutecio de Maio B Registro da

primeira revoada C Ultima revoada perda do ninho

Fonte Arquivo Labibio

As observaccedilotildees evidenciaram a ocorrecircncia de um acuacutemulo de resiacuteduos sobre os

ninhos apoacutes as revoadas (FGURA 5-B) No ninho G tinha uma subpopulaccedilatildeo

A B

C

53

pequena mas bem ativa conforme verificado apoacutes quatro horas de observaccedilatildeo em

nove dias (Graacutefico 1- A e B)

GRAacuteFICO1 A ndash Ritmo de Saiacutedas no Ninho G

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

GRAacuteFICO 1B ndash Ritmo de entradas no ninho G

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

0

20

40

60

80

100

120

140

09h-10h 10h-11h 12h-13h 14h-15h 16h-17h

Nuacutem

ero

de V

isita

s

Horaacuterios

13mai 20mai 26mai

0

20

40

60

80

100

120

140

160

180

200

09h-10h 10h-11h 12h-13h 14h-15h 16h-17h

Nuacutem

ero

de V

isita

s

Horaacuterios

13mai 20mai 26mai

54

No ninho G as abelhas iniciaram suas atividades antes de 09h evidenciado pela

entrada de aproximadamente 180 forrageadoras entre 9 e 10h As saiacutedas neste

mesmo periacuteodo ficaram em torno de 100

Entre 16h-17h houve um grande nuacutemero de entrada o que era esperado todas as

que saiacuteram tecircm que retornar enquanto haacute luminosidade e antes do ninho ser

fechado Conforme esperado por Gruter Karcher Ratnieks (2011) quando comeccedila

a escurecer as Jataiacutes fecham a entrada do tubo para impedir que intrusos ataquem

seu ninho durante a noite e abrem pela manhatilde quando o clima estaacute mais favoraacutevel

para iniciarem suas atividades

Neste ninho entre 12h-13h houve um nuacutemero maior de saiacutedas que de entradas ateacute

agraves 16h Isso possivelmente esteve relacionado agrave uma grande distacircncia entre o ninho

e as fontes de recursos troacuteficos

Outro ninho em que foi possiacutevel observar todos os meses notou-se que apresentou

atividade durante todo o dia (GRAacuteFICO 2-A e B)

GRAacuteFICO 2A ndash Ritmo de saiacutedas do ninho B

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

0

50

100

150

200

250

300

350

400

450

500

07h-08h 08h-09h 09h-10h 11h-12h 12h-13h 13h-14h 14h-15h 15h-16h 16h-17h

Nuacutem

ero

de V

isita

s

Horaacuterios

28abr 13mai 20mai 26mai 09jun 16jun 23jun 01jul 09jul

16jul 23jul 30jul 06ago 13ago 20ago 27ago 05set 10set

55

GRAacuteFICO 2B ndash Ritmo de entradas do nino B

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

O ninho B tinha uma subpopulaccedilatildeo mais numerosa que F e G Durante o inverno

(2307 e 2708) as abelhas iniciavam suas atividades cerca de duas horas mais

tarde em horaacuterio com temperatura mais elevada (indicado pela seta preta) Tal fato

corrobora com as observaccedilotildees de Ulian e colaboradores (2007) que constata que

em periacuteodo mais chuvoso onde as temperaturas satildeo geralmente mais baixas as

Jataiacutes apresentam iniacutecio de atividade agraves 9 horas da manhatilde devido agrave temperatura

nesse horaacuterio comeccedilar a aumentar

Proacuteximo do horaacuterio de 10 horas houve um grande nuacutemero de saiacutedas do ninho

seguido de um grande nuacutemero de entrada o que indica a ocorrecircncia de uma fonte

de recursos proacutexima ao ninho ou a indisponibilidade de recurso para ser coletado

naquela hora Acredita-se que na primeira possibilidade - fonte proacutexima ela era de

resina pelo fato de ter havido um intervalo de saiacuteda ateacute agraves 12h jaacute que esta

demanda mais tempo para ser retirada da corbiacutecula e armazenada por ser

pegajosa No caso da segunda possibilidade natildeo encontraram alimento disponiacutevel

naquele horaacuterio o retorno ao ninho eacute a alternativa mais eficaz para evitar um alto

gasto energeacutetico ateacute que o recurso fique disponiacutevel para coleta

0

100

200

300

400

500

600

07h-08h 08h-09h 09h-10h 10h-11h 11h-12h 12h-13h 13h-14h 14h-15h 15h-16h 16h-17h

Nuacutem

ero

de V

isita

s

Horaacuterios 28abr 13mai 20mai 26mai 09jun 16jun 23jun 09jul16jul 23jul 30jul 20ago 27ago 05set 10set

56

No outono as atividades das Jataiacutes comeccedilaram a diminuir por volta de 15 horas

(indicado pela seta marrom) ateacute cessar totalmente no iniacutecio das 16 horas Pelos

graacuteficos nota-se que o ninho B possui vantagem de uma hora nas atividades em

relaccedilatildeo ao ninho G isso provavelmente ocorreu porque o ninho B obteve mais

sucesso nas coletas distribuiacutedas ao longo do dia

43 RECURSOS FLORAIS

Eacute notoacuteria a relaccedilatildeo que existe entre abelha-flor relaccedilatildeo essa que sucedeu a milhotildees

de anos desde entatildeo as abelhas dependem de substancias utilizadas na

alimentaccedilatildeo e as plantas se beneficiam com a polinizaccedilatildeo (PIRANI LAURINO

1993) Para entender a biologia dos Meliponini eacute importante conhecer sua

alimentaccedilatildeo Para isso eacute necessaacuterio fazer um levantamento das plantas utilizadas

para coleta de poacutelen e neacutectar (SOUZA 1999 apud OLIVEIRA ABSY MIRANDA

2009)

Com base nos dados obtidos sobre as fontes alimentares de T angustula na

literatura (TABELA 2) nota-se a capacidade dessa espeacutecie de visitar uma ampla

diversidade de famiacutelias de plantas Segundo Toledo e colaboradores (2003) durante

cada voo das campeiras em meacutedia 100 flores satildeo visitadas

O levantamento bibliograacutefico indicou que existem duas metodologias bastante

usadas por autores para conhecer a dieta das abelhas Uma delas eacute a investigaccedilatildeo

palinoloacutegica para avaliar as fontes de recursos florais utilizados (poacutelen e neacutectar)

com base no gratildeo de poacutelen depositado no corpo da abelha para identificaccedilatildeo das

espeacutecies vegetais (CARVALHO MARCHINE ROS 1999 FEIDEN 1994 SIMIONI et

al 2007 OLIVEIRA ABSY MIRANDA 2009 MORGADO et al 2011NOVAIS

ABSY SANTOS 2013) A outra se daacute por meio de observaccedilotildees das campeiras nas

flores (AGOSTINI SAZIMA 2003 TOLEDO et al 2003OLIVEIRA ABSY

MIRANDA 2009 BRAGA et al 2012) A partir desses meacutetodos eacute possiacutevel saber

quais satildeo as plantas que produzem seus alimentos preferenciais e quais as fontes

alternativas (OLIVEIRA ABSY MIRANDA 2009)

57

TABELA 2 ndash Relaccedilatildeo das espeacutecies de plantas visitadas porT Angustula Continua

Famiacutelia Espeacutecie Polinizada Visitada Recurso

Poacutelen Neacutectar

Acanthaceae Thunbergia grandiflora X Odontonema strictum X X

Justicia brandegeana X

Ruellia silvaecola X Agavaceae Agave americana X X X

Agave sisalana X X X

Agave attenuata X X X

Dracena fragana X X X Aizoaceae Mesembryantemum spectabilis X Lamprantus productus X Amaranthaceae Gomphrena globosa X Amarylidaceae Clivia miniata X X X Anacardiaceae Schinus terebinthifolius X X

Lithraea molleoides X X

Toxicodendron verniciferum X X

Mangifera indica X X X

Tapirira guianensis X Apiaceae Hydrocotyle leucocephala X Apocynaceae Trevetia peruviana X Araliaceae Tetrapanax papyrifera X X X Asclepiadaceae Asclepias curassavica X X Asteraceae Parthenium hysterophorus X Aspillia latissima X Aspillia sp X Balsaminaceae Impatiens balsamina X X X

Impatiens sultanii X Bignoniaceae Spathodea campanulata X X Tabebulaim petiginosa X X X

Tabebula chrysotricha X X X Bixaceae Bixa orellana X X Bombacaceae Ceiba arianthos X X

Pseudo bombax sp X X

Pseudobombax tomentoso X X

Eriotheca canolleana X X

Bombax ceiba X X Boraginaceae Cordia superba X X

Cordia glabrata X X Brassicaceae Brassica sp X Cactaceae Opuntia ficusindica X X Caesalpiniaceae Schizolobium parahyba X X Capparaceae Cleome spinosa X Caprifoliaceae Lonicera japonica X X

58

TABELA 2 ndash Relaccedilatildeo das espeacutecies de plantas visitadas por T angustula Continua

Famiacutelia Espeacutecie Polinizada Visitada Recurso

Poacutelen Neacutectar

Sambucus australis X X Caryophylaceae Silene armeria X Cecropiaceae Cecropia hololeuca X Cochlospermaceae Cochlospermum vitifolium X X Compositae Vernonia polyanthes X X

Bidens pilosa X X Cosmos auphureus X X X

Centratherium violaceum X X X

Dahlia sp X Eclipta alba X Asterla evis X Tithonia rotundifolia X X X

Tithonia speciosa X X X

Tithonia diversifolia X Baccharis sp X Wedelia paludosa X Eupatorium sp X Mikania glomerata X X

Montano apyramidata X X Montano abipinnatifiada X Senecio brasiliensis X X X

Emilia sonchifolia X X Ambrosia sp X X Creopsis grandiflora X Galinsoga parviflora X Crassulaceae Kalanchoe tubiflora X X Cyperaceae Cyperus sp X Elaeocarpaceae Muntingia calabura X Ericaceae Rhododendron simsii X X X

Rhododendron indicum X X X Euphorbiaceae Alchornea sidaefolia X X X

Euphorbia milii X X X

Euphorbia pulcherrima X X X

Ricinus communis X X X

Croton sp X Fabaceae Desmodium sp X Tipuana tipu X Vigna peduncularis X X Guttiferae Kielmeyera coriacea X X Iridaceae Dietes vegeta X Labiatae Salvia splendens X Origanum vugare X

59

TABELA 2 ndash Relaccedilatildeo das espeacutecies de plantas visitadas por T angustula Continua

Famiacutelia Espeacutecie Polinizada Visitada Recurso

Poacutelen Neacutectar

Ocimum sellowii X Iboza riparia X X X

Coleus blumei X X X Leguminosae Andira anthelmintica X X

Mimosa daleoides X X X

Myroxylon balsamum X X X

Piptadenia gonoacantha X X X

Stylos anthesscabra X Caesalpinia bonducella X X X

Caesalpinia pelthophoroides X X X

Crotalaria lanceolata X Calliandra twedii X Sophora tomentosa X X Mimosa pudica X Erythrina speciosa X X X

Cassia grandis X Schizolobium parahyba X X Senna multijuga X Senna bicapsularis X X Delonix regia X Clitoria fairchildiana X Centrolobium tomentoso X Liliaceae Aloe sp X X Bulbine frutescens X Loranthaceae Struthanthus andrastylus X X Lythraceae Lagerstroemia indica X X Magnoliaceae Talauma ovata X X Malpighiaceae Malphiguia glabra X Tetrapterys X Byrsonima intermedia X X X Malvaceae Hibiscus rosa-sinensis X X X

Malvaviscus arboreus X X Sida rhombifolia X Melastomataceae Tibouchina granulosa X X

Clidemeia sp X X

Tibouchina sp X X X

Tibouchina holosericea X X Meliaceae Trichilia sp X Mimosaceae Leucaena leucocephala X Anadenanthera collubrina X Moraceae Cecropia pachystachya X X X

Morus nigra X X

60

TABELA 2 ndash Relaccedilatildeo das espeacutecies de plantas visitadas por T angustula Continua

Famiacutelia Espeacutecie Polinizada Visitada Recurso

Poacutelen Neacutectar Myrsinaceae Ardisia crenata X X Myrtaceae Eucalyptus robusta X X X

Eugenia jambos X X X

Eugenia pitanga X Eucalyptus terecornis X Plinia glomerata X Nyctaginaceae Bougainvile aspectabilis X X X Oleaceae Jasminum azoricum X Palmae Acrocomia aculeata X X

Archontophoenix cunninghamiana X

Syagrus romanzoffiana X Copernicia alba X X Sheelea phalerata X Passifloraceae Passiflora jilekii X Piperaceae Piper mollicomum X Poaceae Paspalum sp X Polemoniaceae Cobae scandens X Polygonaceae Polygonum capitatum X X X Pontederiaceae Pontederia lanceolata X X Proteaceae Grevill a bansksii X X X Rosaceae Prunus persica X X X

Pyracantha coccinea X X Rubiaceae Pentas lanceolata X X

Citrus airantum X X Rutaceae Citrus limon X X X Scrophulariaceae Paulownia imperialis X X Solanaceae Nicotiana tabacum X X Sterculiaceae Dombeya burgessiae X Dombeya wallichii X Sterculia chicha X X Tiliaceae Heliocarpus americanus X X X Tropaeolaceae Tropaeolum majus X X X Ulmaceae Tipo celtis X Trema micrantha X X Umbelliferae Foeniculum vulgare X X X Verbenaceae Duranta repens X

Vitex agnus-castus X

Velloziaceae Vellozia candia X X X Zingiberaceae Hedychium coronarium X Fonte Pirani Laurino 1993 Carvalho Marchine Ros 1999 Agostini Sazima 2003 Toledo et al 2003 Cartopassi-Laurino 2005 Braga e Colaboradores 2012 Novais Absy Santos 2013

61

Foram encontradas 71 famiacutelias e um total de 166 espeacutecies Dessas 30 espeacutecies satildeo

polinizadas e 136 satildeo visitadas Poacutelen e neacutectar satildeo os recursos mais coletados

com coleta de poacutelen em 78 espeacutecies e de neacutectar em 69 De acordo coma Lista de

Espeacutecies da Flora do Brasil (2010) 20 das espeacutecies que satildeo polinizadas (TABELA

2) satildeo nativas o restante satildeo espeacutecies exoacuteticas ou seja natildeo pertencem agrave flora

brasileira

As famiacutelias que apresentaram maior porcentagem de visitas por T angustula foram

Compositae e Leguminosae (TABELA 2) com 13 e 12 de espeacutecies

respectivamente (GRAacuteFICO 3) sendo as famiacutelias mais importantes para a dieta da

jataiacute (AGOSTINE SAZIMA 2003 SIIONI et al 2007) Esse resultado eacute similar ao

trabalho de Simioni e colaboradores (2007) seus resultados mostram que uma das

famiacutelias analisadas Leguminosae tambeacutem apresentaram um maior destaque na

quantidade de visitas realizadas por T angustula esse fato pode ser explicado pelo

fato de que Leguminosae representa a mais importante fonte de poacutelen para essa

espeacutecie

As famiacutelias Compositae e Leguminosae satildeo as mais bem representadas pelo fato

de apresentarem espeacutecies que fornecem alimento em maior qualidade e quantidade

por vaacuterios periacuteodos do ano Com destaque para a famiacutelia Leguminosae que fornece

recursos alimentares para as abelhas nos periacuteodos de estiagem (PIRANI LAURINO

1993 AGOSTINE SAZIMA 2003)

O graacutefico abaixo ilustra o comportamento generalista deT angustula Onde 41 das

visitadas realizadas pela espeacutecie se distribuem por 55 famiacutelias vegetais Esse

comportamento concorda com trabalho de Anacleto (2007) onde dentre as cinco

espeacutecies estudadas por ele a que apresentou o haacutebito mais generalista em relaccedilatildeo

ao nuacutemero de plantas visitadas foi T angustula

62

GRAacuteFICO 3 ndash Contribuiccedilatildeo das famiacutelias de plantas para a dieta de T angustula

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria com base nos dados da Tabela 1

As abelhas generalistas visitam flores pequenas e abertas e satildeo menos

relacionadas agraves flores especializadas (RUTHCKE JULES 1993 ROUBIK 1992

apud AGOSTINI SAZIMA 2003) e tecircm preferecircncia de flores arboacutereas com

inflorescecircncia densas

Um exemplo de flores que natildeo satildeo especializadas e que satildeo importantes para a

dieta de T angustula eacute da famiacutelia Asteraceae as espeacutecies Mangifera indica e

Schinus terebinthifolius apresentam grande densidade de flores e permite faacutecil

acesso para as abelhas deste modo tornam-se importantes fornecedores de fontes

de poacutelen (BRAGA et al 2012)

De acordo com o levantamento das plantas utilizadas pelas abelhas jataiacute realizado

por diferentes autores as famiacutelias que se mostraram bem representadas foram

Malvaceae Caesalpiniaceae Melastomataceae Myrtaceae Euphorbiaceae e

Anacardiaceae sendo consideradas portanto essenciais para a dieta da jataiacute

2 2 3 2

2 3

13

3 2

3

12 2 2 2 3

3

41

Acanthaceae Agavaceae Anacardiaceae Asteraceae Bignoniaceae

Bombacaceae Compositae Euphorbiaceae Fabaceae Labiatae

Leguminosae Malpighiaceae Malvaceae Melastomataceae Myrtaceae

Palmae Outros

63

Em geral essas famiacutelias podem ser caracterizadas pela floraccedilatildeo do tipo contiacutenuo ou

seja uma floraccedilatildeo que natildeo cessa ou que ocorre na maior parte do ano o que

permite as abelhas ter acesso aos recursos em todas as estaccedilotildees do ano

(CARVALHO MARCHINI ROS 1999 AGOSTINI SAZIMA 2003 TOLEDO et al

2003 MORGADO et al 2011)

64

65

5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS Sendo este a primeira pesquisa com abelhas em compus no Espiacuterito Santo Foi

observado que a distribuiccedilatildeo dos ninhos encontrados apresentou-se uniforme

Todos os ninhos estavam instalados em paredes e pisos de concreto o que indica

seu potencial de adaptabilidade agraves condiccedilotildees antroacutepicas

A diversidade de cores de poacutelen trazida pelas forrageiras no iniacutecio da manhatilde indica

uma ampla disponibilidade de alimento que a flores oferecem nesse periacuteodo do dia

bem como a eficiecircncia das forrageiras em selecionar essas flores

De acordo com as observaccedilotildees que foram realizadas no estudo as abelhas T

angustula podem ter suas atividades influenciadas pelo clima Uma vez que foi

observado que no periacuteodo de inverno em que as temperaturas satildeo mais baixas

elas comeccedilavam a realizar suas funccedilotildees nos horaacuterios com as temperaturas mais

altas

A divisatildeo de trabalho entre forrageadoras operaacuterias de limpeza e de defesa

observado nessa espeacutecie indica o comportamento altamente social dos Meliponini

O mecanismo de defesa observado em T angustula entre guardas pairando e em

peacute pode indicar uma caracteriacutestica de complementaridade na defesa do ninho uma

vez que durante as observaccedilotildees os dois tipos de guardas sempre se fizeram

presentes O que mostra que mesmo com o atrofiamento do ferratildeo os indiviacuteduos

desenvolveram estrateacutegias para a defesa contra invasores

Foi comum observar a presenccedila de revoadas nos ninhos entre as Jataiacutes Este

comportamento em geral eacute comum para o desenvolvimento (sobrevivecircncia) da

colocircnia No caso dos ninhos observados apoacutes as revoadas eles foram

desaparecendo Este fato pode indicar um baixo iacutendice de recursos troacuteficos para

essas abelhas dentro do campus pois ao inveacutes dos ninhos se manterem ou

aumentarem em quantidade ao longo das observaccedilotildees eles desapareceram

O levantamento das flores visitadas por T angustula indicou um comportamento

generalista desta espeacutecie em visitar uma grande variedade de plantas o que mostra

sua importacircncia para garantir a variabilidade dessas plantas

66

Esse levantamento tambeacutem indicou que a polinizaccedilatildeo realizada por elas foi

predominante em plantas exoacuteticas O que pode refletir a deficiecircncia na quantidade

de plantas nativas melitoacutefilas na aacuterea de estudo

67

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Page 8: FACULDADE CATÓLICA SALESIANA DO ESPÍRITO SANTO … · No grupo dos Apinae está à tribo dos Meliponini, conhecidas como abelhas indígenas sem ferrão por possuir seu ferrão atrofiado

SUMAacuteRIO

1 INTRODUCcedilAtildeO 15

2 REFERENCIAL TEOacuteRICO 19

21 CONTEXTO SISTEMAacuteTICO DAS ABELHAS 19

22 AS ABELHAS MELIPONINI 23

23 IMPACTOS DA URBANIZACcedilAtildeO NAS ABELHAS 24

24 COLETA DE RECURSOS E PRODUCcedilAtildeO DE MEL DAS MELIPONINI 30

25 COMPORTAMENTO DA ABELHA JATAIacute 35

3 METODOLOGIA 39

31 AacuteREA DE ESTUDO 39

32 OBTENCcedilAtildeO DOS DADOS 40

33 ANAacuteLISE DOS DADOS 41

4 RESULTADOS E DICUSSOtildeES 43

41 LOCALIZACcedilAtildeO DOS NINHOS 43

42 INTERACcedilOtildeES INTER E INTRAESPECIacuteFICAS 44

43 RECUROS FLORAIS 56

5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS 65

REFEREcircNCIAS 67

15

1 INTRODUCcedilAtildeO As abelhas estatildeo organizadas na superfamiacutelia Apoidea que por sua vez eacute formada

pela famiacutelia Apidae (MELO GONCcedilALVES 2005 SILVEIRA MELOALMEIDA

2002) Haacute maior destaque para a subfamiacutelia dos Apinae que apresenta haacutebitos

sociais mais avanccedilados (NOGUEIRA-NETO 1997 MELO GONCcedilALVES 2005) e

segundo Proniacute (2000) elas satildeo importantes por manter um fluxo de energia para

diversas espeacutecies de animais incluindo o homem Nessa famiacutelia satildeo encontradas

colocircnias que possuem capacidade de alcanccedilar populaccedilotildees com milhares de

indiviacuteduos (PIRANI LAURINO 1993) Elas podem se alimentar de neacutectar ou poacutelen

das flores os quais compotildeem sua principal fonte de energia e de proteiacutenas

respectivamente Poreacutem existem espeacutecies que se alimentam de tecidos de origem

animal ao inveacutes de poacutelen como a Trigona hypogea T crassipes e T necrophaga

(NOGUEIRA-NETO 1997)

No grupo dos Apinae estaacute agrave tribo dos Meliponini conhecidas como abelhas

indiacutegenas sem ferratildeo por possuir seu ferratildeo atrofiado (SILVEIRA MELO ALMEIDA

2002) Elas apresentam uma concavidade na superfiacutecie de sua tiacutebia posterior

chamada corbiacutecula cuja alteraccedilatildeo eacute empregada para o transporte do alimento para

o ninho (NOGUEIRA-NETO 1997 SILVEIRA MELO ALMEIDA 2002) Esta

subfamiacutelia apresenta uma ampla distribuiccedilatildeo em aacutereas tropicais e subtropicais

sendo localizada na maior parte da Ameacuterica Neotropical (NOGUEIRA-NETO 1997)

No Brasil aproximadamente 250 espeacutecies de Meliponini satildeo descritas em todos os

ecossistemas (SCHWARTZ-FILHO LAROCA MALKOWSKI 2004)

Os Meliponiacuteni satildeo abelhas sociais que apresentam algumas [] rdquocaracteriacutesticas

variadas que passam por haacutebitos de nidificaccedilatildeo pela morfologia e interaccedilotildees

comportamentais complexas entre rainhas e operaacuteriasrdquo (PIRANI LAURINO 1993)

Eles satildeo o principal grupo de polinizadores em diversos ecossistemas sendo

responsaacuteveis por aproximadamente 90 da polinizaccedilatildeo de plantas nativas

faneroacutegamas em remanescentes de Mata Atlacircntica (KERR 1997apud PRONIacute

2000) o que sugere sua importacircncia para as vaacuterias espeacutecies vegetais pois atraveacutes

da coleta do seu alimento eles acabam contribuindo com a movimentaccedilatildeo de genes

entre as populaccedilotildees de plantas ou seja colaboram para que haja o aumento da

16

variabilidade geneacutetica (BAWA 1990 apud SERRA 2012 NEF SIMPSON1993apud

SERRA 2012) Isto indica que seu desaparecimento pode causar o decliacutenio de

muitas dessas espeacutecies especialmente aquelas que estabelecem relaccedilatildeo entre si

podendo dessa maneira conduzir para um desequiliacutebrio ecoloacutegico (AIZEN

FEISINGER 1994 apud SERRA 2012 HARRIS JOHNSON 2004 apud SERRA

2012)

Tetragonisca angustula (Latreille1811) pertence agrave subtribo Trigonina (abelhas que

utilizam cera) (MELO GONCcedilALVES 2005) Conhecida popularmente como Jataiacute

ela eacute uma das abelhas mais comuns no Brasil (MOURE 1961apud STUCHI 2006)

com uma ampla distribuiccedilatildeo geograacutefica ocorrendo naturalmente nos Estados do

Acre Amapaacute Amazonas Bahia Cearaacute Espiacuterito Santo Goiaacutes Maranhatildeo Mato

Grosso Minas Gerais Paraacute Paraiacuteba Pernambuco Rio Grande do Sul Rio de

Janeiro Rondocircnia Roraima Santa Catarina e Satildeo Paulo (CAMARGO PEDRO

2013)

Tetragonisca angustula possui destaque tambeacutem devido sua importacircncia terapecircutica

em tratamentos de oftalmias e moleacutestias de pulmotildees (IMPERATRIZ-FONSECA et

al 1984 apud STUCHI 2006) aleacutem da sua importacircncia ecoloacutegica e econocircmica Seu

mel com sabor suave eacute muito apreciado pelo aroma e doccedilura e atinge preccedilos altos

no mercado (CARVALHO et al 2005 apud ANACLETO et al 2009)

Como abelhas eusociais elas vivem em colocircnias perenes frequumlentemente

populosas e em atividade o ano todo apresentam uma boa adaptaccedilatildeo em relaccedilatildeo

ao haacutebito de nidificar em cavidades preacute-existentes ocos de aacutervores muros buracos

de pedras no chatildeo e caixa de luz (NOGUEIRA-NETO 1997 SILVEIRA MELO

ALMEIDA 2002) Elas possuem capacidade de voar em campos mais fechados e

como podem atuar em menores aacutereas isso eleva a eficiecircncia do seu forrageamento

em cavidades mais limitadas (VENTURIERI et al 2012)

Um dos problemas que as abelhas tecircm enfrentado satildeo as alteraccedilotildees que ocorrem

em seu habitat devido aos distuacuterbios antroacutepicos (PRONIacute 2000) No Brasil elas satildeo

ameaccediladas de extinccedilatildeo principalmente pelas alteraccedilotildees que satildeo decorrentes dos

desmatamentos e das queimadas uma vez que as rainhas natildeo conseguem escapar

devido ao grande desenvolvimento do seu abdome dentro do ninho aleacutem disso o

uso de herbicidas tem afetado os polinizadores reduzindo a variabilidade do neacutectar

das flores O crescimento urbano desordenado eacute outro fator de impacto para esses

17

insetos (KEARNS INOUYE WASER 1998 PRONIacute 2000 KEER et al 1994 apud

STUCHI 2006) por causar a reduccedilatildeo no nuacutemero de aacutereas verdes nas cidades e

consequumlentemente diminuiccedilatildeo da oferta de substratos para nidificaccedilatildeo das

abelhasocasionando dessa formamaior frequumlecircncia de alteraccedilotildees inesperada sem

seu habitat (LAROCA CURE BERTOLI 1982 TEIXEIRA VIANA NEVES 2000)

Aleacutem disso o processo de urbanizaccedilatildeo tem provocado mudanccedilas na composiccedilatildeo

floriacutestica diminuiacutedo a disponibilidade de alimentos essenciais e muitas vezes

especiacuteficos (MICHENER 1994 apud SERRA 2012 ELTZ et al 2003 apud SERRA

2012)

Outro problema que vem ocorrendo eacute o decliacutenio de diversas populaccedilotildees de abelhas

causado pelo isolamento de muitas colocircnias em fragmentos (MORATO CAMPOS

2000apud SERRA 2012) Para Kearns Inouye e Waser (1998) essa fragmentaccedilatildeo

cria colocircnias pequenas com grandes nuacutemeros de indiviacuteduos o que traz uma seacuterie de

problemas tais como o aumento da deriva geneacutetica a depressatildeo inata e o aumento

do risco de extinccedilatildeo

O aumento indiscriminado da urbanizaccedilatildeo e consequumlentemente a diminuiccedilatildeo de

aacutereas verdes tecircm prejudicado a manutenccedilatildeo e preservaccedilatildeo de muitas espeacutecies de

Meliponini (SOUZA et al 2005) Segundo Pirani e Laurino (1993) haacute poucas

informaccedilotildees de espeacutecies de abelhas que ocorrem em aacutereas com interferecircncia

humana Por essa razatildeo este trabalho visa estudar a espeacutecie Tetragonisca

angustula Latreille com o intuito de contribuir para um melhor conhecimento de sua

ocorrecircncia em aacutereas alteradas antropicamente

Para este trabalho eacute levantada a hipoacutetese de encontrar a espeacutecie Tetragonisca

angustula no campus Goiabeiras da UFES e verificar se nesta aacuterea as abelhas

encontrariam recursos suficientes para se alimentarem As abelhas T angustula eacute

uma espeacutecie que nidifica em cavidades preacute-existentes possivelmente podemos

encontraacute-las Poreacutem o campus da UFES por se localizar em regiatildeo urbana

provavelmente possui uma oferta de recursos alimentares baixa

A partir dessa hipoacutetese procurou-se verificar a existecircncia e analisar a distribuiccedilatildeo de

T angustula e de seus recursos alimentares no campus Goiabeiras da Universidade

Federal do Espiacuterito Santo (Vitoacuteria-ES) Para isso foi necessaacuterio identificar os ninhos

de T angustula quantificar os ninhos dessas abelhas e conhecer suas principais

fontes de alimento

18

19

2 REFERENCIAL TEOacuteRICO 21 CONTEXTO SISTEMAacuteTICO DAS ABELHAS

Os invertebrados da classe Insecta pertencem ao filo dos artropodos ou seja dos

animais que apresentam apecircndices locomotores articulados (BRUSCA BRUSCA

2007) Esse filo possui milhares de espeacutecies descritas que estatildeo espalhadas em

diversas classes ldquoA classe dos insetos compreende aqueles que possuem o corpo

dividido em trecircs regiotildees como cabeccedila toacuterax e abdocircmen um par de antenas

geralmente dois pares de asas e trecircs pares de pernas toraxicasrdquo (LIMA 1938)

O sucesso evolutivo dos insetos se deve a algumas caracteriacutesticas que favoreceram

sua adaptaccedilatildeo como a presenccedila das asas que permitiu o seu acesso ao alimento e

a escapar de predadores e o dobramento que permitiu o acesso a habitats muito

pequenos a presenccedila de epicuticula ceacuterea a qual reduziu a dessecaccedilatildeo um ovo

com casca resistente que tolerou ser exposto a condiccedilotildees ambientais extremas e o

seu desenvolvimento que compreende uma larva (RUPPERT BARNES 1996)

Os insetos satildeo um dos principais predadores de invertebrados e essenciais para

alimentaccedilatildeo de muitos animais terrestres por serem inuacutemeros compotildeem grande

parte das cadeias alimentares terrestres Em geral possuem extrema importacircncia

para o ambiente por serem papel chave na polinizaccedilatildeo de grande maioria das

plantas ( RUPPET BARNES 1996 BRUSCA BRUSCA 2007)

Os insetos satildeo classificados em diversas ordens destacando os Hymenoptera cuja

ordem eacute um dos quatro grupos com maior diversidade ao lado de Diptera

Coleoptera e Lepdoptera Cada uma destas ordens possui uma estimativa de

aproximadamente cem mil espeacutecies descritas em todo o mundo com exceccedilatildeo do

Coleoptera que pode chegar a trezentos mil (GOULET HUBER 1993 MACEDO

[20--])

Os Hymenoptera se destacam por possuiacuterem vaacuterias espeacutecies que apresentam

diversidade no haacutebito de vida como predaccedilatildeo parasitismo comportamento soacutelitaacuterio

e formaccedilatildeo de sociedades complexas Dentre as importantiacutessimas funccedilotildees que

desempenham ao ambiente estaacute agrave polinizaccedilatildeo das plantas cultivadas exercidas

pelas abelhas e vespas o controle bioloacutegico por parte dos himenoacutepteros

20

parasitoacuteides de pragas agriacutecolas e tambeacutem ciclagem de nutrientes e dispersatildeo de

sementes exercidas pelas formigas (ALDREY CAZALLA 1999 MACEDO [20--])

A ordem Hymenoptera eacute dividida nas subordens Symphyta e Apocrita essa ultima eacute

dividida nos grupos Parasitica e Aculeata (ALDREY CAZALLA 1999) Symphyta eacute

um grupo pequeno que apresenta o haacutebito mais primitivo principalmente os haacutebitos

de se alimentar nas plantas esse grupo possui caracteriacutesticas que se perdem do

resto dos Hymenoptera Symphyta satildeo animais de cintura grossa eles apresentam

asas inteiramente desenvolvidas pouco ou quase nenhum dimorfismo sexual e

possui unido o primeiro e segundo seguimento abdominal O ovipositor da maioria

das espeacutecies desse grupo eacute comprido lateralmente e modificado com dentes

marginais para que funcione como uma serra para perfurar o tecido das plantas

Suas larvas satildeo na maioria das vezes na forma de lagarta com presenccedila de pernas

falsas no abdocircmen e cabeccedila desenvolvida (GOULET HUBER 1993 BRUSCA

BRUSCA 2007)

Jaacute a subordem Apocrita considerada como grupo monofileacutetico eacute caracterizada pela

junccedilatildeo estreita entre o primeiro segmento do abdocircmen (metassoma) com o toacuterax

(mesossoma) o que permitiu maior flexibilidade para o metassoma controlar o

ovipositor (GOULET HUBER 1993 MACEDO [20--]) No grupo Apocrita existe a

presenccedila de grupos sociais que compreendem castas caracterizadas com machos

haploacuteides rainha e fecircmeas partenogeneacuteticas e outros indiviacuteduos como soldados e

operaacuterias (BRUSCA BRUSCA 2007)

Os membros de Apocrita satildeo basicamente carniacutevoros alimentando-se de outros

insetos No entanto vaacuterios grupos tecircm abandonado a vida de carniacutevoros e

desenvolvido para uma dieta vegetal O grupo das abelhas alimenta-se de poacutelen e

neacutectar enquanto o grupo de vespas fazem as galhas familiares sobre umas aacutervores

ou dentro de folhas frutos e caules das quais as larvas se alimentam e algumas

espeacutecies do grupo das formigas se alimentam apenas de vegetais ou satildeo oniacutevoros

(GOULET HUBER 1993)

O grupo Parasitica eacute uma divisatildeo da subordem Apocrita neste grupo inclui-se

alguns grupos fitoacutefagos e uma grande parte de parasitoacuteides (AUDREY CAZALLA

1999) Os parasitoacuteides satildeo insetos que depositam seus ovos em ovos larvas ninfa

ou pupa de hospedeiros geralmente levam agrave morte e tecircm a fase adulta com vida

livre (GOULET HUBER 1993 MACEDO [20--]) De acordo com os estudos de

21

Audrey e Cazalla (1999) o uso da divisatildeo cladiacutestica desse grupo tende a ser

eliminado porque constitui um agrupamento artificial das superfamiacutelias de

Hymenoptera As superfamiacutelias que se incluem satildeo Trigonalyoidea Megalyroidea

Evanioidea Stephanoidea Ichneumonoidea Chalcidoidea Proctotrupoidea

Ceraphronoideae Cynipoidea (AUDREY CAZALLA 1999) Destacamos a

superfamiacutelia Chalcidoidea essa envolve muitos Hymenopteros que satildeo de grande

importacircncia para a ecologia como tambeacutem para economia e a superfamiacutelia

Ichneumonoidea que de acordo com os dados de Rasnitsyn (1988) (apud AUDREY

CAZALLA 1999) satildeo o grupo irmatildeo dos Aculeata

Jaacute o grupo dos Aculeata satildeo os mais diversos em Hymenoptera eles apresentam

uma origem evolutiva comum que eacute representada pelo ferratildeo caracteriacutestica que

apareceu apenas uma vez durante a evoluccedilatildeo do grupo (AUDREY CAZALLA1999)

Neste grupo satildeo conhecidas sete superfamiacutelias como Chrysidoidea Formicoidea

Tiphoidea Pompiloidea Apoidea Vespoidea e Sphecoidea As principais diferenccedilas

entre as classificaccedilotildees recentes estatildeo relacionada com a grande diversidade de

vespas esfecoacuteides e os Apidae Esses estatildeo dentro da superfamiacutelia dos Apoidea por

apresentarem caracteriacutesticas semelhantes A superfamiacutelia Chrysidoidea eacute

considerada grupo irmatildeo dos Apoidea e Vespoidea Dentre as superfamiacutelias a dos

Apoidea eacute que apresenta a maior diversidade de aculeados (AUDREY CAZALLA

1999)

O evento evolutivo que deu origem aos primeiros aculeados foi agrave aquisiccedilatildeo de um

ferratildeo venenoso a partir do ovipositor dos icneumoniacutedeos ou seja os Apocrita

possuiacuteam uma glacircndula que era associada ao ovipositor Essa glacircndula produzia

secreccedilotildees que eram mais suscetiacuteveis ao substrato para o desenvolvimento das

larvas poreacutem durante a evoluccedilatildeo essa glacircndula comeccedilou a produzir veneno para

paralisar seus hospedeiros e utilizaacute-los como alimento para as larvas Desde entatildeo

o ovipositor dos aculeados acabou sendo usado tambeacutem para inoculaccedilatildeo de

veneno como uma arma defensiva para se protegerem de alguns vertebrados

(AUDREY CAZALLA 1999)

Esse evento foi muito importante e resultou em alguns modos de vida que puderam

estabelecer estrateacutegias evolutivas bem sucedidas como por exemplo o

desenvolvimento dos meacutetodos de transporte das presas em ninhos diferentes A

construccedilatildeo de ninhos foi uma estrateacutegia evolutiva importante visto que as espeacutecies

22

armazenavam alimento em grande quantidade antes de comeccedilar o desenvolvimento

de suas larvas (AUDREY CAZALLA 1999)

O desenvolvimento das sociedades eacute caracterizado pela presenccedila de divisatildeo de

castas Ela se baseia no mecanismo haplo-diploacuteide da determinaccedilatildeo do sexo em

que as fecircmeas satildeo diploacuteides feacuterteis os machos haploacuteides e cooperam apenas na

fecundaccedilatildeo da rainha e as operarias esteacutereis Essa sociedade ocorre em todas as

formigas e em algumas abelhas e vespas (AUDREY CAZALLA 1999 PRATO [20--

])Para que a espeacutecie seja eussocial eacute necessaacuterio que dentro do ninho tenha divisatildeo

de trabalho colaboraccedilatildeo para cuidar da prole e ter mais de uma geraccedilatildeo em um

mesmo ninho (AUDREY CAZALLA 1999)

O grupo das abelhas estaacute reunido na Superfamiacutelia Apoidea De acordo com a

proposta da aacutervore filogeneacutetica dos principais clados das abelhas descrita por

Michener (1944 apud SILVEIRA MELO ALMEIDA 2002) seis famiacutelias foram

reconhecidas satildeo elas Colletidae Apidae Adrenidae Halictidae Megachilidae e

Milittidae Essa classificaccedilatildeo representou um importante avanccedilo nas relaccedilotildees

filogeneacuteticas desse grupo (SILVEIRA MELO ALMEIDA 2002) Nos estudos de

Melo e Gonccedilalves (2005) eacute abordada uma classificaccedilatildeo mais atual para as abelhas

Essa classificaccedilatildeo eacute revisada por Michener (2000 apud MELO GONCcedilALVES

2005) em que ele defende uma mudanccedila na qual as abelhas estatildeo incluiacutedas apenas

em uma famiacutelia a Apidae e as famiacutelias da classificaccedilatildeo tradicional como subfamiacutelias

Nessa revisatildeo da classificaccedilatildeo das abelhas satildeo reconhecidas sete subfamiacutelias 51

tribos e 27 subtribos (MELO GONCcedilALVES 2005) De acordo com esta a

subfamilia Meliponinae passa a ser a tribo Meliponini com duas subtribos Trigonina

e MeliponinaPara este trabalho foi utilizada esta nova classificaccedilatildeo das abelhas

revisada por Michener (2000)

Na superfamiacutelia Apoidea grande parte das abelhas satildeo solitaacuterias (85) entre elas

estatildeo algumas espeacutecies da subfamiacutelia Megachilidae Anthophoridae e Apidae No

haacutebito de vida solitaacuterio cada fecircmea cuida sozinha do seu ninho ou seja o constroacutei

coloca os ovos busca alimento suficiente para o crescimento da larva e

normalmente morre antes da sua progecircnie amadurecer natildeo tendo dessa maneira

contato entre as geraccedilotildees (SANTOS 2002 MICHENER 1969 PERUQUEETI [19--

]) Jaacute a grande parte das abelhas que apresentam os haacutebitos mais sociais satildeo os

Apinae (Bombineos (Bombini) Apineos(Apini) e Meliponineos (Meliponini) elas vivem

23

em grandes colocircnias com apenas uma rainha e vaacuterias operaacuterias e divisatildeo de

trabalho (MICHENER 1969)

Haacute dois grandes grupos de abelhas altamente sociais ambos na subfamiacutelia Apinae

os Apineos (todos do gecircnero Apis) e os Meliponineos (Meliponini) (abelhas sem

ferratildeo) Esse comportamento pode ter evoluiacutedo duas vezes a partir de semelhanccedilas

no comportamento social entre Apis e Meliponineos (Meliponini) que surgiram

independentemente (WINSTON MICHENER 1977) Em ambos os grupos satildeo

produzidos enxames poreacutem com mecanismos bem diferentes Nos Meliponineos

(Meliponini) as operaacuterias da colocircnia voam para encontrar novos siacutetios para nidificar

preparam o ninho com mateacuterias do ninho antigo e somente quando o novo ninho

estaacute pronto a rainha jovem se junta a estas operaacuterias e deixa a rainha velha no

antigo ninho Jaacute em Apis a rainha velha sai com suas operaacuterias e deixa a jovem no

ninho antigo (WINSTON MICHENER 1977)

Em relaccedilatildeo agrave alimentaccedilatildeo das larvas em Apis satildeo operaacuterias que fazem esse

trabalho Jaacute em meliponineos (meliponini) as operaacuterias fecham as ceacutelulas de cria

com ovos e colocam alimento suficiente para a larva completar seu desenvolvimento

(WINSTON MICHENER 1977)

As abelhas dependem totalmente das plantas para se alimentarem o seu

aparecimento pode estar relacionado com o surgimento das angiospermas

(PERUQUETTI [19--] PIRANI LAURINO 1993) As angiospermas mais primitivas

surgiram com flores bem rasas com o passar do tempo foram se especializando em

plantas estreitas tubulares e profundas Para ter maior sucesso na coleta do neacutectar

as abelhas adaptaram suas peccedilas bucais com liacutengua curta e liacutengua longa assim

passaram a ser chamadas de abelhas lambedoras e sugadoras respectivamente

(PERUQUETTI [19--] PIRANI LAURINO 1993) Para a coleta dos gratildeos de poacutelen

as primeiras abelhas portavam muitos pelos em volta do corpo condiccedilatildeo que foi

modificada ao longo do tempo (PIRANI LAURINO 1993)

22 AS ABELHAS MELIPONINI

Para estudos a respeito dos meliponineos (meliponini) Nogueira-Neto (1997)

publicou um livro que relata seus conhecimentos sobre essas abelhas indiacutegenas

24

sem ferratildeo O livro faz uma abordagem a respeito da vida dos meliponiacuteneos

(Meliponini pertencente agrave Apidae) mostrando os principais aspectos de suas

caracteriacutesticas bem como meacutetodos para sua criaccedilatildeo e cuidados que um

meliponicultor deve ter Os primeiros capiacutetulos fazem uma apresentaccedilatildeo que

caracteriza os meliponiacuteneos Haacute a apresentaccedilatildeo da classificaccedilatildeo dessas abelhas a

descriccedilatildeo de sua fonte de alimento de sua distribuiccedilatildeo geograacutefica de seu

relacionamento com outras abelhas e de sua possiacutevel aclimataccedilatildeo O autor faz

consideraccedilotildees sobre a arquitetura e o material usado para a construccedilatildeo de seus

ninhos e daacute destaque principal ao material que elas mesmas produzem a cera Nos

capiacutetulos subsequumlentes satildeo feitas consideraccedilotildees sobre a geneacutetica e o

comportamento das abelhas o tratamento e as teacutecnicas necessaacuterias para sua

criaccedilatildeo Aleacutem disso haacute tambeacutem discussotildees sobre a conservaccedilatildeo do mel a higiene

ou a sua falta em algumas espeacutecies e a existecircncia de meacuteis perigosos Neste livro o

autor teve o intuito de contribuir com seus estudos para que outros cientistas e

meliponicultores pudessem conhecer a vida dos meliponiacuteneos e fazer possiacuteveis

identificaccedilotildees de muitas outras espeacutecies

23 IMPACTOS DA URBANIZACcedilAtildeO NAS ABELHAS

Vaacuterios estudos relatam que eacute comum encontrar abelhas em aacutereas urbanizadas

(antropizadas) As espeacutecies encontradas de modo geral apresentam boa

adaptaccedilatildeo a esses ambientes Alguns estudos com relaccedilatildeo a essas abelhas

urbanas tratam de impactos que esses ambientes podem causar a elas

Laroca Sebastiatildeo e Cure (1982) realizaram um trabalho de abordagem a respeito

do impacto da urbanizaccedilatildeo sobre a abundacircncia relativa fenologia e flores

preferenciais das abelhas que se encontram em aacutereas urbanas Com coletas feitas

durante um ano no parque Passeio Puacuteblico localizado no centro da cidade de

Curitiba e na regiatildeo de Boa Vista tambeacutem em Curitiba eles constataram que

comparada as duas aacutereas de estudos o Passeio Puacuteblico apresentou um nuacutemero

menor de espeacutecies e em fenologia e flores preferenciais constataram que a

composiccedilatildeo das flores estaacute muito alterada devido agrave introduccedilatildeo de espeacutecies

cultivadas Portanto concluiacuteram que o processo de urbanizaccedilatildeo produz grandes

25

mudanccedilas na composiccedilatildeo floriacutestica nos locais de nidificaccedilatildeo e que apresentam ter

influecircncias significativas nas caracteriacutesticas associadas agraves abelhas

Taura e Laroca (1991) realizaram uma pesquisa com o propoacutesito de analisar a

distribuiccedilatildeo e a abundacircncia de ninhos de abelhas sociais em locais que apresentam

constantes processos de urbanizaccedilatildeo Com levantamentos realizados na regiatildeo de

Passeio Puacuteblico (Curitiba) eles encontraram 32 ninhos de Apidae com

predominacircncia da subfamiacutelia dos Meliponiacuteneos Assim sendo concluiacuteram que os

meliponiacuteneos eram favorecidos pelas atividades humanas para nidificaccedilatildeo uma vez

que foram encontrados em paredotildees de concretos edificaccedilotildees entre outros locais

Entretanto tambeacutem concluiacuteram que essas abelhas satildeo ameaccediladas devido agrave

instabilidade do ambiente que apresenta muitas mudanccedilas por causa da

urbanizaccedilatildeo

Pirani e Laurino (1993) publicaram um livro sobre flores e abelhas em Satildeo Paulo

onde os autores tinham o interesse de estudar as relaccedilotildees entre as abelhas e o

ambiente conhecer as plantas visitadas por elas e suas preferecircncias florais em

aacutereas onde haacute interferecircncia humana Todo estudo foi realizado dentro do Campus

Universitaacuterio de Satildeo Paulo Para desenvolver esse trabalho eles coletaram

informaccedilotildees sobre as plantas apiacutecolas dos jardins do ldquocampusrdquo sobre a atraccedilatildeo que

as espeacutecies de abelhas sociais tecircm por estas plantas e sobre as variaccedilotildees abioacuteticas

existentes As coletas nas flores de amostras de mel e poacutelen das colocircnias e

observaccedilotildees dos ninhos das abelhas foram perioacutedicas Eles obtiveram 133 espeacutecies

de flores visitadas separadas em sete famiacutelias Neste livro Pirani e Laurino fazem

discussotildees a respeito dos resultados dos seus dados associando com trabalhos de

outros autores e concluem que trabalhos como esse apresenta grande importacircncia

pois mostra o valor de determinadas espeacutecies vegetais para as abelhas e que ainda

haacute muito estudo para se fazer com relaccedilatildeo agrave abelha-flor

Devido aos danos que as abelhas vecircm sofrendo com a perda de habitat Oliveira

Morato e Garcia (1995) fizeram um estudo para conhecer as espeacutecies de

meliponineos existentes em aacutereas desmatadas fragmentos de mata isolados e mata

continua nesta uacuteltima foi tambeacutem realizado estudo para saber informaccedilotildees sobre a

densidade dos ninhos As aacutereas fragmentadas foram divididas em hectares e as

coletas das abelhas foram feitas em ninhos nidificados em aacutervores vivas e mortas

Todo o trabalho foi realizado na regiatildeo de Manaus Amazocircnia que vem sofrendo

26

antropizaccedilatildeo Foram coletadas um total de 54 espeacutecies de meliponineos sendo que

na mata contiacutenua foram 37 espeacutecies nos fragmentos isolados (de 1 e 10 hectar) e

na aacuterea desmatada foram coletada entre 21 e 25 espeacutecies e no fragmento de mata

continua(100 hectar) apenas 9 foram coletada Os autores concluiacuteram que mesmo a

regiatildeo ter apresentado grande riqueza de espeacutecies as aacutereas fragmentadas das

matas estatildeo diminuindo o tamanho das comunidades de meliponineos o que pode

deste modo comprometer a reproduccedilatildeo de diversas plantas melitoacutefilasna regiatildeo

Kearns Inouye e Wase (1998) publicaram um trabalho sobre a interaccedilatildeo de planta-

polinizador e suas interaccedilotildees Neste trabalho os autores descrevem a respeito da

natureza ecoloacutegica e evolutiva dessas interaccedilotildees e das evidentes ameaccedilas que

estatildeo sofrendo por meio das atividades humanas como tambeacutem discute sobre

soluccedilotildees de gestatildeo de melhoria para locais onde haacute crise na polinizaccedilatildeo Com

respeito a essas crises os autores debatem durante todo o trabalho que esse

problema jaacute eacute generalizado por ser associada agraves atividades humanas e que ele eacute

causado principalmente pelo uso de pesticidas e herbicidas mudanccedila no uso dos

solos pastagens agricultura fragmentaccedilatildeo do habitat desses polinizadores e pela

introduccedilatildeo de espeacutecies natildeo nativas nos ambientes O trabalho conclui que todos

esses problemas podem ter futuramente um aumento devido agraves grandes alteraccedilotildees

de habitat causado por uma populaccedilatildeo que estaacute sempre em crescimento e

sugeriram que os proacuteprios cidadatildeos e ecologistas natildeo devem medir esforccedilos para

reverter esse quadro

Proniacute (2000) realizou uma pesquisa para conhecer a biodiversidade de abelhas

indiacutegenas sem ferratildeo com o intuito de apresentar manejos de conservaccedilatildeo para os

ecossistemas Com levantamentos preliminares de ninhos de abelhas nas regiotildees

(urbana e rural) de Londrinas (Paranaacute) e municiacutepios proacuteximos agrave Bacia do Rio Tibagi

(Paranaacute) ele constatou que a aacuterea estudada apresenta uma distribuiccedilatildeo

diversificada tanto nos ecossistemas urbanos como nos agroecossistemas Em

relaccedilatildeo agrave diversidade das abelhas indiacutegenas sem ferratildeo ele observou que 12 das 19

espeacutecies encontradas ocorrem nos agroecossistemas e que praticamente natildeo

nidificam em aacutereas urbanas Portanto ele concluiu que a biodiversidade dessas

abelhas na Bacia do Rio Tibagi estaacute seriamente ameaccedilada principalmente devido agrave

diminuiccedilatildeo de aacutereas florestadas Segundo o autor para que haja melhoria do quadro

27

eacute preciso da responsabilidade de meliponicultores pesquisadores entre outros para

que sejam proporcionadas condiccedilotildees boas para essas abelhas

Devido agraves grandes mudanccedilas do ambiente provocadas pela urbanizaccedilatildeo Souza e

colaboradores (2002) fizeram um estudo durante um ano (Marccedilo de 2000 a Julho de

2001) com o intuito de verificar a diversidade e habitat de Meliponini em uma aacuterea

urbana e identificar a relaccedilatildeo das espeacutecies com o processo de urbanizaccedilatildeo Foi

realizada inspeccedilatildeo mensal a procura de ninhos de meliponini dentro do Campus da

Universidade Federal de Juiz de Fora Minas Gerais Com os ninhos encontrados foi

feito a identificaccedilatildeo do substrato em que foi nidificado Essas informaccedilotildees foram

relacionadas com os dados de temperatura umidade e precipitaccedilatildeo do municiacutepio

Durante o estudo foi encontrado uma meacutedia de 3488 ninhos e quatro espeacutecies

foram identificadas sendo elas Tetragonisca angustula Nannotrigona testaceicornis

Trigona spinipes e Partamona sp As espeacutecies encontradas apresentaram

preferecircncia em substratos de construccedilotildees (cavidades preacute-existentes) Em relaccedilatildeo agrave

temperatura umidade e precipitaccedilatildeo os autores observaram uma correlaccedilatildeo

positiva entre a temperatura e a abundancia dos ninhos das abelhas sem ferratildeo por

outro lado natildeo foi encontrado para umidade relativa do ar e precipitaccedilatildeo Deste

modo concluiacuteram que mesmo em ambiente urbano essas espeacutecies ainda

conseguem sobreviver com sucesso por traacutes das atividades antropicas

Com relaccedilatildeo aos ninhos de T angustula com o clima do ambiente em que esses satildeo

nidificados Chiari e colaboradores (2002) realizaram um trabalho para ver se as

variaccedilotildees climaacuteticas tecircm alguma relaccedilatildeo com o desenvolvimento dos ninhos das

Jataiacutes Foram realizadas coletas das abelhas que foram depositadas em trecircs tipos

diferentes de colmeacuteias Fritzen Nogueira-Neto e Guiliane Apoacutes esse procedimento

as colocircnias foram pesadas e instaladas no municiacutepio de Maringaacute Paranaacute Ao longo

do estudo a temperatura do ambiente onde as colmeacuteias foram instaladas foi

monitorada Apenas a colmeacuteia Nogueira-Neto natildeo apresentou associaccedilatildeo com a

variaccedilatildeo das temperaturas Nos modelos Fritzen e Giuliane foram observados que o

peso de ambas apresentaram de forma positiva com a umidade relativa do ar

apenas Giuliane teve relaccedilatildeo positiva com a insolaccedilatildeo Deste modo os autores

concluiacuteram que os modelos Giuliane e Noguera-Neto satildeo mais apropriados para as

colmeacuteias de T angustula

28

Outro trabalho tambeacutem realizado em Campus Universitaacuterio foi feito por Almeida

(2002) sobre composiccedilatildeo das comunidades de abelhas em Satildeo Paulo O autor teve

o intuito de contribuir com informaccedilotildees sobre as espeacutecies de abelhas e as plantas

visitadas por elas Com levantamento das abelhas e plantas em duas aacutereas de

Cerrado (Cerradatildeo e Cerrado) localizado no campus Universitaacuterio no Municiacutepio de

Pirassununga foi coletado um total de 261 amostras de plantas de 41 famiacutelias e 140

espeacutecies Dessas apenas cinco ocorreram nas duas aacutereas Com relaccedilatildeo agraves

abelhas foram coletadas um total de 141 espeacutecies em quatro famiacutelias Foi concluiacutedo

que a famiacutelia que apresentou maior riqueza de espeacutecie foi Apidae Com relaccedilatildeo agraves

plantas as famiacutelias Asteraceae Malvaceae Fabaceae Sapindaceae e Vichysiaceae

foram as mais ricas em nuacutemero de espeacutecies

Neves e Viana (2002) realizaram um estudo sobre a ecologia da comunidade de

abelhas eussociais com o propoacutesito de analisar as atividades do seu vocirco

relacionando com recursos alimentares variaccedilotildees meteoroloacutegicas entre outros

fatores Com coletas das abelhas amostras de plantas floridas e monitoramento dos

ninhos nas dunas continentais na Bahia Eles capturaram oito espeacutecies da famiacutelia

Apidae Estas abelhas exibiam maior atividade no periacuteodo da manhatilde Um nuacutemero de

plantas floridas foi verificado na estaccedilatildeo chuvosa Assim sendo concluiacuteram que a

disponibilidade de recursos disponiacutevel e agraves variaccedilotildees meteoroloacutegicas favorecem a

concentraccedilatildeo de visitas florais dessas abelhas pela manhatilde

Um estudo sobre a ecologia das populaccedilotildees de meliponiacuteneos Souza e

colaboradores (2005) fizeram buscas pelos ninhos e coletas das abelhas no Campus

da Universidade Federal da Bahia eles encontraram 94 ninhos com 19 espeacutecies

diferentes tendo uma predominacircncia da espeacutecie Tetragonisca angustula Deste

modo concluiacuteram que a riqueza de espeacutecies de meliponineos (meliponini)

encontrada no Campus (o qual eacute um local que sofre antropizaccedilatildeo) pode ser devida

a disponibilidade de substratos para nidificaccedilatildeo e pela quantidade de recursos que eacute

ofertado

Stuch (2006) realizou uma pesquisa sobre a variabilidade geneacutetica das populaccedilotildees

de Tetragonisca angustula Nesse trabalho o autor primeiramente faz uma revisatildeo

da bibliografia com o propoacutesito de apresentar informaccedilotildees a respeito da estrutura

das populaccedilotildees de meliponiacuteneos (meliponini) sobre as abelhas indiacutegenas sem

ferratildeo e principalmente a respeito da abelha em estudo onde destacam informaccedilotildees

29

do comportamento locais de nidificaccedilatildeo dos recursos usados para se alimentar e

do mel que eacute produzido por eles Com coletas e anaacutelises realizadas por meio de

marcador molecular nas cidades de Dracena em Satildeo Paulo e Ivatuba no Paranaacute Ele

observou que as amostras obtidas em Ivatuba apresentaram 60 de polimorfismo e

na cidade de Dracena foram apresentadas 40 Deste modo o autor concluiu que

em Ivatuba as populaccedilotildees de T angustula estatildeo diferenciadas geneticamente e natildeo

apresentam endocruzamento entre os ninhos jaacute as populaccedilotildees da cidade de

Dracena natildeo se encontraram modificados podendo os ninhos ser considerados

como um soacute Segundo o autor essas informaccedilotildees satildeo muito importantes para que

estudos de praacuteticas de manejo sejam realizados para manter a variabilidade dessas

populaccedilotildees

Outro trabalho tambeacutem em aacutereas fragmentadas foi realizado por Alvarenga (2008)

Neste trabalho o autor teve o objetivo de conhecer a diversidade e densidade dos

ninhos de meliponineos (meliponini) na Mata de Santa Tereza (Estaccedilatildeo Ecoloacutegica de

Ribeiratildeo Preto Satildeo Paulo) que fica situado entre a Mata Atlacircntica e o Cerrado com

levantamentos dos ninhos e das aacutervores que poderiam apresentar um tamanho

potencial para essas abelhas nidificarem Foram encontrados ninhos de quatro

espeacutecies de meliponineos (meliponini) sendo T angustula e Scaura latitarsis

representaram 25 dos ninhos encontrados e Trigona hyalinata 50 E em relaccedilatildeo

aacutes aacutervores cerca de 67 foram analisadas poucas apresentavam rachaduras ou

cavidades para abrigar os ninhos Deste modo foi concluiacutedo que na aacuterea estudada

haacute uma riqueza baixa e densidade relativamente meacutedia e tambeacutem poucos locais

para nidificaccedilatildeo

Andena e colaboradores (2009) tambeacutem fizeram um trabalho em aacutereas degradadas

Para eles esses estudos satildeo essecircncias devido a essas aacutereas serem a principal

razatildeo para o aumento das taxas de perda da diversidade geneacutetica e extinccedilatildeo das

abelhas Os autores realizaram um estudo para conhecer a diversidade de abelhas

no Cerrado em Satildeo Paulo Foram realizadas coletas das abelhas em quatro

reservas em regiotildees fragmentadas do Cerrado Reserva de Corumbataiacute Estaccedilatildeo

Ecoloacutegica de Jataiacute Parque Vassununga e Reserva de Cajuru Com cerca de 500

indiviacuteduos coletados as aacutereas que apresentaram maior riqueza foram Cajuru e

Corumbataiacute e as aacutereas com menor riqueza foram Vassununga e Estaccedilatildeo Ecoloacutegica

Jataiacute Mesmo apresentando maior nuacutemero de riqueza a aacuterea de Corumbataiacute sofreu

30

vaacuterias alteraccedilotildees na composiccedilatildeo fauniacutestica durante o estudo Assim sendo foi

concluiacutedo que pesquisas como essas satildeo importantes pois contribuem com

informaccedilotildees a respeito da influencia que essas aacutereas degradadas podem exercer

sobre a composiccedilatildeo fauniacutestica e a riqueza das espeacutecies de abelhas

Um inventaacuterio sobre os meliponiacuteneos (meliponini) no Bioma Cerrado foi realizado por

Fernandes e colaboradores (2012) Com levantamentos feitos durante dois anos em

quatro aacutereas diferentes (Municiacutepio de Tangaraacute da Serra ndash MT nos arredores do

campus universitaacuterio de Mato Grosso na Reserva Florestal Antocircnio Conselheiro ndash

MT e na zona rural do municiacutepio Tangaraacute da Serra - MT) os autores coletaram 128

espeacutecimes distribuiacutedos em 27 espeacutecies e 14 gecircneros e constataram que a maior

riqueza foi vista na reserva florestal e na zona rural do municiacutepio de Tangaraacute da

Serra Deste modo eles concluiacuteram que a riqueza observada na reserva pode ser

devido agrave mata apresentar pouca antropizaccedilatildeo e que as informaccedilotildees obtidas nesse

estudo satildeo de extrema importacircncia para a preservaccedilatildeo da biodiversidade da reserva

florestal

Uma pesquisa realizada por Oliveira e colaboradores (2013) cujo tema foi

Levantamento de Ocorrecircncia de Meliponiacutedeos (Meliponini) em Municiacutepios na regiatildeo

do Vale do Jauru ndash MT foia incidecircncia de abelhas sem ferratildeo em zonas urbanas

Com entrevistas aos moradores e com sessotildees de fotos para definir quais espeacutecies

de abelhas se encontravam nas proximidades das casas da regiatildeo do Vale do Jauru

eles encontraram 67 colmeacuteias sendo 17 predominantes em apenas uma cidade

Deste modo concluiacuteram que na regiatildeo do Vale do Jauru encontram-se grandes

aacutereas verdes proporcionando dessa forma alimento e a preservaccedilatildeo das abelhas

24 COLETA DE RECURSOS E PRODUCcedilAtildeO DE MEL DAS MELIPONINI

Devido agraves poucas informaccedilotildees sobre a composiccedilatildeo do mel e fontes alimentares

utilizados pelos meliponineos Anacleto (2007) fez um estudo com o intuito de

conhecer as principais fontes que fazem parte da dieta dessas abelhas e tambeacutem

conhecer as caracteriacutesticas quiacutemicas do mel produzido por elas O estudo foi no

Municiacutepio de Piracicaba Satildeo Paulo Foi realizado um levantamento das plantas

visitadas por cinco espeacutecies de meliponineos (T angustula Scaptotrigona

31

bipunctata Nanotrigona testaceicornis Friesiomellita varia e Tetragona clavipes)

coleta de mel nos potes de alimento dos ninhos e coleta de poacutelen retirada das

corbiacuteculas O autor obteve 158 espeacutecies de plantas sendo que dessas 67 foram

visitadas pelas abelhas em estudo e na anaacutelise poliacutenica foram encontradas 72

espeacutecies de plantas A espeacutecie que apresentou menor nuacutemero de visitas foi F varia

em contrapartida T angustula foi a espeacutecie que apresentou o haacutebito mais

generalista em relaccedilatildeo ao numero de espeacutecies de plantas visitadas Com relaccedilatildeo ao

mel foram analisadas um total 31 amostras Os estudos com a composiccedilatildeo do mel

apresentaram uma dificuldade devido agrave legislaccedilatildeo atender apenas as caracteriacutesticas

do mel de Apis melliacutefera e natildeo o mel das abelhas nativas O mel de F varia foi a que

apresentou menor niacutevel de accediluacutecar em contrapartida o niacutevel de accediluacutecar do mel de T

angustula foi o mais elevado Deste modo foi concluiacutedo que as espeacutecies estudadas

se mostraram generalistas com exceccedilatildeo de F varia e com relaccedilatildeo agrave anaacutelise do

mel foi concluiacutedo que haacute a necessidade de um padratildeo na legislaccedilatildeo proacuteprio para

uma melhor anaacutelise dos compostos quiacutemicos do mel de meliponiacuteneos

Anacleto e colaboradores (2009) tambeacutem realizaram uma pesquisa sobre o padratildeo

de qualidade do mel das abelhas sem ferratildeo Para esse estudo foi analisado a

composiccedilatildeo do mel das abelhas Tetragonisca angustula Com coletas feitas

diretamente de dentro das colocircnias encontradas em Piracicaba ndash (SP) e com

anaacutelises feitas sobre o accediluacutecar proteiacutenas pH acidez cor entre outros fatores os

autores obtiveram 20 amostras de mel e relataram que o accediluacutecar dessas amostras

apresentaram valores inferiores ao que eacute estabelecido pelas normas

brasileirasAssim sendo concluiacuteram que 5 de accediluacutecar do mel coletado natildeo se

enquadram na legislaccedilatildeo e que seria necessaacuterio um maior estudo para que uma

nova legislaccedilatildeo seja feita

No trabalho de Sommeijer e colaboradores (1983) aleacutem de analisar os recursos

coletados por algumas abelhas sem ferratildeo (Meliponineos) e Apis mellifera os

autores tambeacutem fizeram observaccedilotildees no comportamento de forrageamento dessas

abelhas As observaccedilotildees e amostras de poacutelen foram retiradas semanalmente das

corbiacuteculas das forrageiras que retornavam ao ninho Os autores observaram que as

coletas dos recursos ocorreram em periacuteodos diferentes os voos de neacutectar ocorreram

na maior parte das vezes de manhatilde e os vocircos de poacutelen ocorreram agrave tarde Em

relaccedilatildeo ao poacutelen foram obtidas 191 amostras sendo que quatro famiacutelias se

32

mostraram mais presentes Myrtaceae Sapotaceae Sapindaceae e Melliaceae

Desta forma concluiacuteram que as coletas de poacutelen pelas forrageiras podem ter

predominado no periacuteodo da manhatilde devido agraves flores se mostrar mais murchas com o

passar do dia Tambeacutem concluiacuteram que os recursos de poliacutenicos foram bem

diversos o que confirmou o haacutebito generalista dessas abelhas

Carvalho e Marchini (1999) realizaram um estudo dentro de um campus Universitaacuterio

(USP) em Piracicaba Em seu trabalho tiveram o objetivo de conhecer as plantas

que oferecem recursos para abelhas em ambientes mais antropizados Com coletas

de abelhas operaacuterias em colocircnias de Tetragonisca angustula e Nannotrigona

testaceicornis os autores analisaram os gratildeos de poacutelen coletados por elas Atraveacutes

dessa anaacutelise obtiveram 31 tipos poliacutenicos em 22 famiacutelias de plantas sendo que

entre essas famiacutelias para N testaceicornis os gratildeos de poacutelen que se mostrou mais

frequumlente foi de Myrtaceae e para T angustula foram Fabaceae Liliaceae e

Mimosaceae Dessa maneira concluiacuteram que essas espeacutecies se mostraram

generalistas visitando diversas plantas

No mesmo ano Carvalho Marchini e Ros (1999) fizeram um estudo para comparar

e analisar as fontes de poacutelen utilizadas por Apis mellifera e quatro diferentes

espeacutecies de Trigonini (Nannotrigona testaceicornis Partamona helleri Plebeia

droryana e Tetragonisca angustula) O trabalho teve o intuito de fornecer

informaccedilotildees sobre as preferecircncias florais e as relaccedilotildees troacuteficas dessas espeacutecies

Com coletas realizadas nos meses de Outubro e Novembro de 1996 no campus da

USP em Piracicaba os autores coletaram 53 tipos poliacutenicos desses os tipos mais

frequentes para todas as abelhas foram Aracaceae Bulbine frutescens e

Eucalyptus spe com as relaccedilotildees troacuteficas eles observaram que a utilizaccedilatildeo de fontes

de poacutelen variou conforme a espeacutecie e que a dieta se mostrou bem diversificada

Dessa maneira os autores concluiacuteram que P droryana e Phelleri foram agraves

espeacutecies que apresentaram maior uniformidade na utilizaccedilatildeo de fontes de poacutelen e a

maior sobreposiccedilatildeo de nicho troacutefico ocorreu entre N testaceiconis e T angustula e

menor sobreposiccedilatildeo foi entre A meliacutefera e T angustula

Devido agrave carecircncia de estudos sobre os recursos florais utilizados pelas abelhas

Agostini e Sazima (2003) fizeram um estudo sobre a fenologia das espeacutecies de

plantas ornamentais e suas relaccedilotildees com as espeacutecies de abelhas Com registros da

fenologia das plantas arboacutereas e arbustivas e o tipo de recurso utilizado pelas

33

abelhas no campus da Universidade Estadual de Campinas em Satildeo Paulo os

autores registraram 42 espeacutecies de plantas e observaram que na aacuterea estudada

houve plantas florindo todos os meses e natildeo houve sazonalidade marcada Com

relaccedilatildeo ao tipo de recurso utilizado pelas abelhas foi observado que as plantas mais

visitadas foram da famiacutelia Leguminosae e Bombacaceae por serem importantes

fontes de alimento para as abelhas no periacuteodo de estiagem Concluiacuteram que plano

de manejo em ambientes urbanos usando plantas ornamentais nativas seria

importante para acolher maior diversidade de abelhas as quais cumprem papel

importantiacutessimo na manutenccedilatildeo da biodiversidade dos ecossistemas naturais

Como muitas plantas de importacircncia econocircmica dependem de insetos para

aumentar a produccedilatildeo e a qualidade dos frutos Toledo e colaboradores (2003)

pesquisaram as angiospermas na regiatildeo de Maringaacute no estado do Paranaacute para

contribuir com o conhecimento da biodiversidade nessa regiatildeo Com coletas em

onze espeacutecies de plantas examinadas na Universidade Estadual de Maringa

Paranaacute os autores obtiveram 331 insetos Entre as abelhas trecircs espeacutecies coletadas

foram as mais abundantes Tetragonisca angustula Apis mellifera e Trigona spinipes

Os autores concluiacuteram que essas abelhas africanizadas e sem ferratildeo foram as mais

abundantes nas coletas as flores devido tanto ao seu comportamento generalista

como pela sobreposiccedilatildeo no local de forrageamento

Simioni e Colaboradores (2007) realizaram um estudo para investigar os recursos

alimentares de Tetragonisca angustula fiebrigi em Mato Grosso do Sul Com

amostras de cargas poliacutenicas corbiculares das operaacuterias em um ambiente natural de

Corumbaacute-MS no periacuteodo de seis meses os autores relataram que T angustula

visitou 43 espeacutecies de plantas para coleta de poacutelen e as famiacutelias mais visitadas

foram Leguminosae Palmae Asteraceae e a subfamiacutelia Mimosidae devido agrave grande

quantidade de poacutelen acessiacutevel Deste modo concluiacuteram que Tetragonisca

angustula mostrou-se seletivo com relaccedilatildeo agraves fontes de alimento disponiacutevel na aacuterea

estudada e que a famiacutelia Leguminosae se mostrou a mais importante fonte de poacutelen

para T angustula

Muitas espeacutecies de abelhas vecircm sendo utilizadas consorciadas ao cultivo de

diversas espeacutecies de plantas No trabalho de Antunes e colaboradores (2007) eles

utilizaram a espeacutecie Tetragonisca angustula para verificar seu efeito como agente

polinizador na produccedilatildeo de frutos de cultivares de morango em estufa O estudo foi

34

realizado na Universidade de Passo Fundo RS utilizando quatro cultivares de

morangueiro (Oso Grande Tdla Chandler e Dover) com ausecircncia e presenccedila de

duas e quatro colmeacuteias de T angustula Os autores observaram que o numero de

visitas as flores foram o mesmo para os mesmos nuacutemeros de colocircnias e que o uso

de duas ou quatro colmeacuteias natildeo alterou a produccedilatildeo dos frutos Aleacutem disso

observaram tambeacutem que a porcentagem de frutos deformados teve uma queda

consideraacutevel de 85 para 5 Sendo assim concluiacuteram que a presenccedila de

Tetragonisca angustula para a polinizaccedilatildeo em ambiente fechado tem grande

importacircncia para o aumento da produtividade e para o aumento da quantidade de

frutos comerciaacuteveis

Devido agrave grande importacircncia das abelhas sem ferratildeo para manter a biodiversidade

das plantas Braga e colaboradores (2012) fizeram um estudo com a espeacutecie T

angustula por ela ser amplamente distribuiacuteda nos habitats tropicais Com estudo

realizado em duas ilhas (Ilha Grande e Tucuruccedilaacute) e outras duas na ilha Ariroacute e

Tinguaacute todas SAP aacutereas de Mata Atlacircntica do Estado do Rio de Janeiro e apenas

Ilha Grande pertence a uma unidade de proteccedilatildeo ambiental Para esse estudo os

autores fizeram coletas de carga de poacutelen e observaccedilotildees agraves flores T angustula

visitou 61 espeacutecies de plantas sendo Anacardiaceae e Asteraceaeas mais visitadas

Na Ilha grande foi a aacuterea onde se obteve maior nuacutemero de visitas e onde se

encontrou 39 tipos poliacutenicos Dessa maneira concluiacuteram que a dieta de T angustula

eacute bem ampla e que essas pesquisas satildeo necessaacuterias para conhecer as plantas que

operam como recurso para as abelhas em ambiente natural

Com o intuito de contribuir para o conhecimento da flora e sua utilizaccedilatildeo por

polinizadores nativos Novais Absy e Santos (2013) caracterizaram o poacutelen de T

angustula atraveacutes da anaacutelise palinoloacutegica analisando os meacuteis produzidos por esta

espeacutecie em duas regiotildees semi-aacuteridas tropicais do nordeste do Brasil Com amostras

de mel coletados mensalmente nos municiacutepios de Itaberaba e Ruy Barbosa na

Bahia durante 14 meses os autores observaram que o espectro poliacutenico das

amostras de mel de T angustula consistiu um total de 67 tipos de poacutelen sendo que

18 deles foram comuns aos espectros de poacutelen tanto de Itaberaba quanto de Ruy

Barbosa e as famiacutelias das plantas que predominaram em ambos municiacutepios foram

Fabaceae Myrtaceae Malvaceae e Euphorbiaceae Concluiacuteram que houve um uso

heterogeneo dos recursos naturais no municiacutepio de Itaberaba e homogecircneo no

35

municiacutepio de Ruy Barbosa neste foi detectado um tamanho maior do nicho de poacutelen

de T angustula Para os autores isso se deve a diferenccedila na diversidade de plantas

entre os dois municiacutepios

25 COMPORTAMENTO DA ABELHA JATAIacute

Para algumas pesquisas estudos sobre comportamento eacute essencial para obter

informaccedilotildees importantes sobre a espeacutecie em estudo Para que pesquisadores

possam fazer estudo de comportamento em campo Altmann (1973) publicou um

trabalho sobre comportamento animal onde ela faz um guia para orientar os

observadores em seus estudos Ela apresenta meacutetodos para ser utilizado nas

observaccedilotildees tanto em comportamento individual quanto em grupo e apresenta o uso

de meacutetodos de amostragem nas observaccedilotildees Nesse a autora relata trabalhos de

outros autores sobre observaccedilotildees comportamentais e faz discussotildees a respeito de

problemas de amostragem em comportamento social como tambeacutem as vantagens e

desvantagens do uso de alguns meacutetodos

Um estudo relacionado com o comportamento de T angustula foi realizado por

Wittmann (1985) para mostrar que o sistema de defesa dessa espeacutecie natildeo era

apenas para defesa de alguns insetos voadores mais tambeacutem para defesa contra

ataques de abelhas cleptobioacuteticas Para observaccedilatildeo do comportamento das guardas

pairando foi mantida uma colocircnia de Lestremelitta limatildeo proacuteximo a quatros colocircnias

de T agustula O autor notou que o posicionamento das guardas pairando proacuteximo

ao corredor de vocirco do ninho permitia maior eficiecircncia nos ataques aos intrusos

cleptobioacuteticos e que durante esses ataques o numero de guardas aumentava

consideravelmente para reforccedilar a defesa do ninho Dessa maneira concluiu-se que

no comportamento de defesa essa espeacutecie faz um recrutamento em massa das

guardas em resposta a um feromocircnio lanccedilado por L limatildeo

Couvillon e colaboradores (2007) fizeram um estudo sobre a movimentaccedilatildeo das

forrageiras em relaccedilatildeo ao tamanho da entrada do ninho e o comportamento

defensivo das guardas em relaccedilatildeo agraves perturbaccedilotildees que os ninhos sofrem Para esse

trabalho os autores estudaram 26 espeacutecies de abelhas sem ferratildeo no campus da

Universidade de Satildeo Paulo em Ribeiratildeo Preto Foram medidas a entrada dos ninhos

36

e o comprimento de abelhas forrageiras Foi verificado que a entrada do tubo do

ninho se ajusta ao tamanho das abelhas operaacuterias ou seja quanto maior for a

abelha maior seraacute a entrada do ninho Tambeacutem observaram que as guardas tinham

o comportamento de proteger o ninho bloqueando sua entrada e permitindo apenas

a entrada das forrageiras Assim concluiacuteam que essas abelhas apresentam

importantes mecanismos de defesa para ninho e que estudos como esse podem

trazer informaccedilotildees importantes ao comportamento de defesas das abelhas sem

ferratildeo

Minussi e Santos (2007) fizeram um estudo para descobrir se haacute algum efeito

negativo da Apis mellifera sobre as abelhas nativas em relaccedilatildeo agrave coleta de recursos

Para isso os autores fizeram um trabalho sobre o comportamento que ocorre entre

essas abelhas Com observaccedilotildees agraves flores e coletas das abelhas na Escola

Agroteacutecnica Federal de Sombrio no municiacutepio de Santa Rosa Santa Catarina Apis

mellifera foi agrave espeacutecie mais abundante encontrada na aacuterea em estudo em seguida

Trigona spinipes foi a mais abundante Durante as observaccedilotildees notaram que o

comportamento de abertura das mandiacutebulas da subfamiacutelia Halictinae para atacar e

expulsar as abelhas africanizadas das flores era comum e que esse comportamento

ocorria sempre antes que abelhas conseguissem chegar ao fundo da flor Dessa

maneira concluiacuteram que as abelhas nativas conseguem se defender das abelhas

africanizadas para garantir seu recurso

Karcher e Ratnieks (2009) mostraram em suas pesquisas que ninhos de T

angustula natildeo eram apenas defendidos por guardas pairando mas tambeacutem por

guardas que ficam de peacute na entrada do ninho Os autores colocaram dez campeiras

e natildeo campeiras da mesma espeacutecie e campeiras tratadas com odor de

Scaptotrigona bipunctata em cinco ninhos As guardas de peacute natildeo rejeitaram

nenhuma campeira mas rejeitaram quase todas natildeo campeiras e campeiras

tratadas com odor volaacutetil A partir desse resultado concluiacuteram que as operaacuterias que

ficam de peacute na entrada do ninho tambeacutem atuam como oacutetimas guardas para

discriminar as abelhas campeiras e natildeo campeiras

No trabalho de Gruter Karcher e Ratnieks (2011)foi realizado um estudo sobre as

abelhas guardas de Tetragonisca angustula que ficam pairando e de peacute proacuteximo ao

ninho Os autores fizeram algumas experiecircncias para saber se havia alternacircncias de

tarefas entre elas A pesquisa teve duraccedilatildeo de trecircs anos e foi realizada em uma

37

fazenda perto de Satildeo Paulo Para observar essa alternacircncia de tarefas as abelhas

guardas foram coletadas e marcadas Dessa maneira notaram que das 18 abelhas

marcadas 12 eram exclusivamente guardas em peacute e seis realizavam os dois tipos

de guardas Durante as 21 horas de observaccedilatildeo natildeo foi observado mudanccedila entre

os tipos de guardas A partir desses resultados concluiacuteram que a alternacircncia de

tarefa entre as guardas eacute rara de acontecer indicando que a defesa de T angustula

e feita por divisatildeo de trabalho

Zweden e colaboradores (2011) fizeram um trabalho semelhante agrave Wittmann (1984)

com os guardas de defesa que ficam pairando Em seu estudo os autores tinham o

objetivo de testar a hipoacutetese que as guardas aumentavam a defesa do ninho em

relaccedilatildeo aos intrusos principalmente Lestrimellita limatildeo a qual eacute um ladratildeo

obrigatoacuterio de Tetragonisca angustula Foram feitas mediccedilotildees da distacircncia em que

as guardas pairando atacavam tanto um manequim de massa de modelar coberto de

citral (odor volaacutetil liberado por L limatildeo) quanto operaacuterias de Lestrimellita limatildeo

receacutem morto Todos os intrusos do experimento foram atacados por T angustula a

distacircncia que ocorreu o ataque variou entre 0-22 cm os ninhos que tinham mais

guardas apresentou maior distacircncia Dessa maneira concluiacuteram que a presenccedila de

guardas pairando aumenta a detecccedilatildeo de intrusos e que essas guardas respondem

especialmente a pistas visuais

As abelhas sem ferratildeo (eussocias) costumam apresentar divisatildeo de trabalho em

suas colocircnias Gruter e colaboradores (2012) em seu estudo quiseram testar a

hipoacutetese de que os soldados especializados (guardas) para a defesa das colocircnias de

jataiacute (Tetragonisca angustula) eram relativamente maiores que os trabalhadores

Com anaacutelise no tamanho e na forma das forrageiras guardas e trabalhadores que

removem resiacuteduos das colocircnias o autor constatou que o peso corporal das guardas

era maior que das abelhas forrageiras e que o tamanho da cabeccedila das forrageiras

mostrou-se um pouco maior em relaccedilatildeo agraves guardas Assim concluiu-se que a

variaccedilatildeo no tamanho seria devido agrave divisatildeo de trabalho ou seja a diferenccedila no

tamanho do corpo consiste em uma eficaacutecia maior para lutar contra invasores e a

diferenccedila em relaccedilatildeo ao tamanho da cabeccedila seria devido agrave necessidade das

forrageiras de decorar caminhos para busca do alimento

38

39

3 METODOLOGIA

31 AacuteREA DE ESTUDO

O Municiacutepio de Vitoacuteria possui uma extensatildeo geograacutefica que envolve um grau

elevado de urbanizaccedilatildeo (SOUZA 2011) De acordo com o Instituto Brasileiro de

Geografia e Estatiacutestica (2010) o Municiacutepio apresenta uma aacuterea de mais de 98 Kmsup2 e

conta com uma populaccedilatildeo estimada de 352104 habitantes O clima da regiatildeo de

Vitoacuteria pode ser classificado como Tropical uacutemido (CLASSIFICACcedilAtildeO [20--])

apresentando temperatura maacutexima que pode chegar a 32ordm C e miacutenima que fica em

torno de 24ordm C com os maiores iacutendices de precipitaccedilatildeo pluviomeacutetrica entre os meses

de Outubro a Janeiro (INSTITUTO CAPIXABA DE PESQUISA ASSISTEcircNCIA

TEacuteCNICA E EXTENSAtildeO RURAL 2011)

Vitoacuteria eacute um dos Municiacutepios que apresentam os maiores niacuteveis de temperaturas do

Estado Isso se deve ao fato de as grandes montanhas dificultarem a passagem dos

ventos do nuacutemero de preacutedios que aumenta com o passar dos anos assim como a

poluiccedilatildeo (SOUZA 2011)

O estudo foi realizado no Campus Universitaacuterio Alaor de Queiroz Arauacutejo da

Universidade Federal do Espiacuterito Santo (FERNANDES VALE 2013) tambeacutem

conhecido como campus de Goiabeiras Este campus se encontra localizado no

Municiacutepio de Vitoacuteria capital do Estado do Espiacuterito Santo e nas coordenadas

geograacuteficas de 20ordm 16rsquoS e 40ordm 18rsquoW (FERREIRA DANTAS 2000)

O Campus fica ao Sul e ao Oeste do canal da passagem e a Leste com a Avenida

Fernando Ferrari Ateacute 2008 era composta por uma aacuterea de ambiente entre mareacutes e

terrestre de 1592545 msup2 poreacutem com a ampliaccedilatildeo da Avenida Fernando Ferrari

essa aacuterea foi reduzida para 1567545 msup2 (FERNANDES VALE 2013) A aacuterea

amostral se localiza no entorno do Centro de Ciecircncias Humanas e Naturais (CCHN)

Implantada por volta da deacutecada de 1970 ela compotildee os ICrsquos (iniciais de Ilha do

Cercado) I II III e IV (FERNANDES VALE 2013) e apresenta uma aacuterea que

compreende edificaccedilotildees como preacutedios passarelas ruas asfaltadas paacutetio de

estacionamento e aacutereas jardinadas (MAPA 01)

40

Mapa 01- Mapa do Campus Universitaacuterio de Goiabeiras (UFES) com destaque da

aacuterea de estudo em vermelho

Fonte Google Maps (2014) 32 OBTENCcedilAtildeO DOS DADOS

A aacuterea de estudo foi inspecionada agrave procura de ninhos de T angustula com

observaccedilotildees em calccediladas paredes muros postes troncos de aacutervores entre outros

conforme Taura e Laroca (1991) Os ninhos encontrados foram marcados por letra

alfabeacutetica e mapeados com o auxiacutelio de um marcador permanente (marca Jocar

Office) e um GPS (marca Garmin etrex vista) As observaccedilotildees foram realizadas uma

vez a cada semana durante cinco meses de Abril agrave Setembro de 2014 totalizando

21 dias amostrados (140 horas) O periacuteodo no qual foram realizadas as observaccedilotildees

41

foi de 0700 agrave 1700 horas As observaccedilotildees foram feitas durante 15 minutos em cada

ninho e intercaladas nos periacuteodos matutino vespertino e dia todo com o auxilio de

uma lupa de matildeo devido elas apresentarem aproximadamente 5 miliacutemetros

(NOGUEIRA-NETO 1997) A lupa de matildeo foi utilizada tambeacutem para observar a cor

do poacutelen que as abelhas traziam para dentro do ninho

A contagem do nuacutemero de entradas e saiacutedas das abelhas coletoras e das abelhas

que protegem a colocircnia de invasores foi realizada em todos os ninhos com o auxilio

de um contador de nuacutemeros Os registros foram realizados com redaccedilatildeo dos

eventos e por meio de fotografias As observaccedilotildees seguiram o meacutetodo Animal-Focal

descrito por Altmann (1973) para anaacutelise do comportamento das abelhas Esse

meacutetodo consiste em amostrar os comportamentos de um ou mais indiviacuteduos por um

determinado periacuteodo de tempo O levantamento das principais fontes de alimento de

T angustula foi obtido a partir de dados bibliograacuteficos

33 ANAacuteLISE DOS DADOS

Para anaacutelise dos dados foi utilizado o programa ldquoMapSourcerdquo para a construccedilatildeo do

mapa dos ninhos encontrados Foi tambeacutem utilizado o programa Microsoft Excel

2007 para construccedilatildeo de graacuteficos para analisar o nuacutemero de visitas (entrada e saiacuteda)

que as abelhas coletoras apresentaram durante os cinco meses observados Os

graacuteficos foram construiacutedos por intervalos de horas sendo que as informaccedilotildees se

acumularam mais proacuteximo do horaacuterio em que houve mais eventos observados no

ninho O mesmo programa foi utilizado para retirar a meacutedia da quantidade de

guardas na defesa do ninho

Os dados resultantes do levantamento bibliograacutefico das fontes alimentares serviram

de base para a elaboraccedilatildeo de um graacutefico com a contribuiccedilatildeo das famiacutelias de plantas

mais visitadas por T angustula

42

43

4 RESULTADOS E DISCUSSOtildeES

41 LOCALIZACcedilAtildeO DOS NINHOS

Foram encontrados onze ninhos (marcados por letra alfabeacutetica de A a K) cinco

instalados em paredes e muros (K C I e J) e seis localizados sob placas de

concreto de passarelas (A B D E F G e H) (mais precisamente na base das

pilastras da passarela que se encontra entre os IC`s II e III) Este fato corrobora com

os estudos de Taura e Laroca (1991) que indica que a disponibilidade de nidificaccedilatildeo

nesses locais aumenta com as atividades antroacutepicas A localizaccedilatildeo dos ninhos eacute

apresentada pelo Mapa 02

Os ninhos C J K (Mapa 02) recebiam calorna maior parte do dia jaacute os demais natildeo

recebiam sol diretamente na maior parte do dia pois eram protegidos pela pilastra e

pela cobertura da passarela

Durante todo o periacuteodo das observaccedilotildees em geral o clima foi de dias quentes com

presenccedila de ventos

MAPA 02 ndash Mapa dos ninhos de T angustula estudadas no Campus de Goiabeiras

(UFES) Abril ndash Setembro2014

Fonte Modificado em Google earth (2014) Dos 11 ninhos observados dois ninhos natildeo apresentavam a entrada com o formato

comum de cilindro e traziam um formato natildeo definido

44

Em todos os ninhos foi possiacutevel ver que a abertura da extremidade do tubo era

relativamente grande Tal formato permite que haja espaccedilo para que algumas

abelhas guardas permaneccedilam na entrada do tubo ao mesmo tempo em que deixa

espaccedilo suficiente para as forrageiras passarem (KARCHER RATNIEKS 2009) Ao

longo de todo o tubo havia presenccedila de centenas de perfuraccedilotildees o que segundo

Gruter Karcher e Ratinieks (2011) eram para ajudar nas trocas gasosas

Nos cinco meses observados trecircs ninhos desapareceram da aacuterea amostral restando

ao final das observaccedilotildees oito ninhos Um deles (ninho E) foi perdido logo no iniacutecio

das observaccedilotildees supotildee-se que tenha ocorrido alguma intervenccedilatildeo aguda por

exemplo humana pois logo no segundo dia de observaccedilatildeo o mesmo jaacute natildeo estava

no lugar demarcado Outros dois ninhos (ninhos F e G) tambeacutem foram perdidos O F

persistiu ateacute o mecircs de Maio e o ninho G ateacute Julho Nestes o desaparecimento se

sucedeu apoacutes eventos de revoadas

42 INTERACcedilOtildeES INTER E INTRAESPECIacuteFICAS

TABELA 1 - Dados dos Ninhos observados

Data Ninho Hora Cores de Poacutelen

Presenccedila de

Resina Operaacuteriaslimpeza Guardas

em peacute Guardas pairando Ameaccedila

14abr D 07h-8h

Amarelo Branco Laranja

Vermelho

X 5 1

13mai C 10h-11h

Amarelo Branco Laranja

Vermelho

X X 4 4

20mai J 15h-16h Branco X X 8 12 02jun H 12h-13h Branco X X 8 4 16jul D 13h-14h Branco

X 8 2 Formiga

20jun B 08h-09h

Amarelo Branco Laranja

Vermelho

X X 9 3

06ago C 14h-15h Branco X 7 10 Lagartixa

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria As observaccedilotildees indicaram que as jataiacutes visitavam vaacuterias espeacutecies de flores durante

as manhatildes e iniacutecio das tardes pois nesse periacuteodo trouxeram uma grande

45

diversidade de poacutelen (cores amarela laranja branca e vermelha) transportados em

suas corbiacutecula para dentro do ninho B C e D (TABELA 1) (FIGURA 1-A) No horaacuterio

da tarde essa diversidade diminuiacutea nos ninhos C D H e J (TABELA 1) e era

representada pelo transporte de poacutelen de cor branca Este fato mostra que a

diversidade de flores visitadas decresce ao longo do dia

As abelhas sociais de um modo geral visitam as flores enquanto elas satildeo atrativas

Elas apresentam preferecircncia pela cor e satildeo capazes de discriminar os conjuntos

florais realizar sua localizaccedilatildeo e selecionar aquelas que produzem maior quantidade

e melhor qualidade de alimento (PIRANI LAURINO 1993) Existem diversos fatores

que podem influenciar a coleta de alimento pelas abelhas sociais entre eles o

comportamento das campeiras e a necessidade das colocircnias que depende do seu

tamanho (PIRANI LAURINO 1993)

Aleacutem de poacutelen tambeacutem foi observado carregamento de resina nas corbiacuteculas para

dentro do ninho B C H e J (TABELA 1) (FIGURA 1-B) essa eacute coletada pelas

abelhas em bototildees florais Depois de a resina ser coletada ela pode ser armazenada

pura ou misturada com cera No caso de T angustula ela geralmente faz a

armazenagem na forma pura (NOGUEIRA-NETO 1997) Como a resina eacute viscosa e

grudenta as abelhas a utilizam para vedar o entorno da entrada do tubo e tambeacutem

para depositar uma quantidade sobre o corpo e cabeccedila das formigas para defender

a colocircnia contra invasores (WITTMANN 1985 NOGUEIRA-NETO 1997)

Durante todo o periacuteodo observado foi notada a presenccedila de operaacuterias que cuidavam

da limpeza dos ninhos (TABELA 1) Essas operaacuterias trabalhavam retirando resiacuteduos

(detritos) de dentro do ninho e o faziam carregando atraveacutes de sua mandiacutebula

(FIGURA 1-C) Este trabalho era realizado continuamente ao longo de todo o dia

Para Nogueira-Neto (1997) T angustula eacute a espeacutecie que tem o melhor haacutebito de

limpeza e por esta razatildeo seu mel e seu proacutepolis satildeo considerados o melhor dentre

as outras espeacutecies

FIGURA 1- Divisatildeo de trabalho entre operaacuterias de Tetragonisca angustula A

Detalhe da corbiacutecula com poacutelen B Detalhe da corbiacutecula com resina C Operaacuteria de

limpeza com resiacuteduo na mandiacutebula

46

Fonte Arquivo Labibio

Em cada ninho foi possiacutevel notar a presenccedila de abelhas que ficavam tanto pousadas

ao longo do tubo de entrada do ninho quanto sobrevoando proacuteximo do mesmo

Essas abelhas satildeo chamadas por Gruter Karcher e Ratnieks (2011) de abelhas

guardas em peacute e pairando respectivamente As guardas em peacute estavam sempre

em grandes quantidades e estiveram em atividade praticamente em todo o periacuteodo

do dia

Essas guardas ficavam na maior parte do tempo com a mandiacutebula apoiada sobre o

ninho acredita-se que tenham a funccedilatildeo de depositar resina ao entorno do ninho As

demais guardas que ficavam sobrevoando estiveram mais ausentes logo no

A B

C

47

comeccedilo da manhatilde por volta das 0700 as 0900 horas As guardas pairando ficavam

na maioria das vezes em nuacutemeros de trecircs a quatro sempre posicionadas a direita e

esquerda do tubo e em direccedilatildeo a entrada (FIGURA 2)

FIGURA 2- Ninho de T angustula com guardas pairando destacado em vermelho e

guardas em peacute em destaque azul

Fonte Arquivo Labibio

Foi observado que no periacuteodo da tarde o nuacutemero de guardas pairando aumentava

Isso era visto com maior frequumlecircncia nos ninhos C e J instalados em paredes

(TABELA 1) Segundo Gruter Karcher e Ratnieks (2011) as colocircnias que

apresentam um nuacutemero maior de guardas pairando sofrem ameaccedilas de

vertebrados fato corroborado no ninho C (TABELA 1) que foi atacado por uma

lagartixa No momento em que aconteceu uma parte da populaccedilatildeo saiu do ninho e

se mostraram bem agitadas O que de acordo com Gruter Karcher Ratnieks (2011)

trata-se de uma resposta defensiva agrave percepccedilatildeo da respiraccedilatildeo de vaacuterios

vertebrados

Tambeacutem foi observado o comportamento defensivo em quando formigas se

aproximavam do ninho D (TABELA 1) As jataiacutes as ldquobeliscavamrdquo para que se

afastassem Esse mesmo comportamento foi visto durante minhas observaccedilotildees ao

Ninho A toda vez que me aproximava para observar ou fotografar surgiam vaacuterias ao

48

meu redor em uma dessas observaccedilotildees a jataiacute picou pele exposta Dentre todos os

ninhos essa foi a que apresentou o comportamento mais agressivo

De acordo com os estudos de Gruter e colaboradores (2012) T angustula eacute a uacutenica

espeacutecie que apresenta um sistema de defesa que envolve dois grupos distintos e

complementares de guardas uma pairando que se estacionam no ar proacuteximo ao

ninho e outras em peacute ao redor da entrada do ninho As guardas que ficam de frente

para o caminho de vocirco satildeo chamadas de grupo principal e as que ficam

posicionadas agrave direita e agrave esquerda do ninho satildeo o grupo secundaacuterio (GRUTER

KARCHER RATNIEKS 2011)

Uma caracteriacutestica interessante dessas guardas eacute que apresentam caracteriacutesticas

morfoloacutegicas diferentes das operaacuterias (satildeo maiores e mais pesadas) (GRUTER et

al 2012) Elas apresentam diferenccedilas no comprimento da asa no tamanho das

pernas traseiras que satildeo relativamente maiores para seu corpo (podendo ajudar na

luta contra invasores) e cabeccedila um pouco menor que das forrageiras Essa ultima

caracteriacutestica estaacute associada agrave maior necessidade das forrageiras de processar

informaccedilotildees sensoriais relacionadas ao forrageamento (GRUTER et al 2012)

As abelhas guardas possuem a funccedilatildeo de defender sua colocircnia de ataques de

intrusos que aproveitam do seu trabalho para roubar o alimento produzido

(GRUTER KARCHER RATNIEKS 2011) As accedilotildees especiacuteficas desses intrusos satildeo

detectadas mais pelas guardas em peacute pois elas conseguem identificar as campeiras

e natildeo campeiras da mesma espeacutecie por quimiorecepccedilatildeo (KARCHER RATNIEKS

2009 GRUTER KARCHER RATNIEKS 2011) Jaacute as guardas que pairam perto do

ninho atacam intrusos que natildeo satildeo da mesma espeacutecie elas o reconhecem pela cor

forma do corpo e pelos odores volaacuteteis (KARCHER RATNIEKS 2009) De acordo

com Zweden e Colaboradores (2011) a presenccedila de guardas pairando aumenta a

detecccedilatildeo de intrusos e que essas guardas respondem especialmente a pistas

visuais Como comportamento de defesa as guardas liberam um feromocircnio de

alarme para recrutar os trabalhadores para o ataque (FREE 1987 apud ZWEDEN

2011)

O nuacutemero meacutedio de guardas durante o periacuteodo observado mostrou-se maior para as

guardas em peacute (78) do que para as guardas pairando (35) Esse fato eacute explicado

por Gruter Karcher e Ratnieks (2011) para eles o gasto energeacutetico das guardas

pairando eacute muito maior de modo que eacute menos dispendioso energicamente para as

49

abelhas ficarem em peacute Mesmo tendo um gasto energeacutetico muito alto nas

observaccedilotildees de Wittmann (1985) as atividades do voo das guardas foi constatado

que essas ficavam pairando por cerca de 70 minutos antes de voltar para dentro do

ninho Este fato mostra que a mudanccedila de guardas natildeo eacute comum e que a defesa do

ninho eacute feita por divisatildeo de trabalho e natildeo por alternacircncia de tarefas (GRUTER

KARCHER RATNIEKS 2011)

Os ninhos que desapareceram ao longo das observaccedilotildees foram devido agraves revoadas

um comportamento comum nas abelhas Nas jataiacutes as revoadas geralmente

ocorrem devido ao calor para refrescar o ninho em caso de altas temperaturas uma

parte da populaccedilatildeo sai do ninho enxameamento para reproduccedilatildeo ou devido agrave

interferecircncia humana quando um ninho eacute retirado de um local para outro

(INFORMACcedilAtildeO PESSOAL ZOCOLOTTI V R) De acordo com este na primeira

semana eacute possiacutevel presenciar alguma revoada que pode ser para identificaccedilatildeo

tanto da flora apiacutecola quanto para localizaccedilatildeo do novo ambiente

No caso dos ninhos F e G ao final de cada revoada observada a entrada do ninho

ficava bastante danificada Foram observadas trecircs revoadas (duas no mesmo dia)

do ninho F todas no mecircs de Maio e duas (em dias diferentes) no ninho G no mecircs

de Junho Apoacutes estas observaccedilotildees os dois ninhos desapareceram

Durante as revoadas vaacuterias abelhas caiam no chatildeo agarradas umas nas outras

Apoacutes queda era possiacutevel observar que as guardas conseguiam prender e retirar

com sua mandiacutebula as pernas e asas do invasor (FIGURA 3-A e B) o que impedia

as invasoras de conseguir atacar novamente Segundo Kerr e colaboradores (2005)

as guardas agarram as pernas dos invasores para que eles caiam no chatildeo e sejam

comidos pelas formigas que ficam proacuteximas aos ninhos

50

FIGURA 3 - Ataque de invasores A T angustula com mandiacutebula presa agrave perna do

Jataiacute invasora BPerna de invasores retirada apoacutes ataque

Fonte Arquivo Labibio

De acordo com Zocolotti VR (INFORMACcedilAtildeO PESSOAL) as cinco espeacutecies de

Meliponini criadas por ele podem apresentar o comportamento de saquear outros

ninhos e isso pode ocorrer por oportunismo ou por falta de alimento Em especial

as Jataiacutes geralmente possuem o costume de atacar as proacuteprias jataiacutes esses

ataques acontecem dentro do mesmo ninho e entre outros proacuteximos Esses ataques

podem ocorrer por atraccedilatildeo de feromocircnio de princesa (rainhas jovens natildeo

fecundadas) por enxame fraco ou ateacute mesmo para absorver o fraco ou seja elas

entram e acabam matando a rainha e mantecircm os trabalhadores por um tempo ateacute

absorver o enxame ou ateacute mesmo o deixam morrer sendo dessa maneira muito

complexas em relaccedilatildeo ao comportamento

Na aacuterea do campus da Ufes houve uma consideraacutevel devastaccedilatildeo na vegetaccedilatildeo

nativa (compreendida de Mata Atlacircntica Manguezal e Restinga) devido agrave

construccedilatildeo de preacutedios que foram erguidos logo no iniacutecio da implantaccedilatildeo da

Universidade Como medida compensatoacuteria foi feito o plantio de espeacutecies arboacutereas

usando em demasia espeacutecies exoacuteticas (CASTRO 2003) Na Ufes eacute possiacutevel ver

poucas aacutereas jardinadas Aleacutem disso sempre que eacute necessaacuterio construir um novo

preacutedio novas aacutereas satildeo eliminadas podendo ou natildeo ser compensada com plantas

nativas

A B

51

Em abelhas sociais o comportamento de saque eacute comum acontecer em sequumlecircncias

natildeo contiacutenuas ou seja ela cessa e recomeccedila por periacuteodos de tempo (SANTANA

etal 2004) Durante as observaccedilotildees foram presenciadas trecircs revoadas ao ninho F

duas no mesmo dia poreacutem em horaacuterios diferentes e duas ao ninho G em dias

diferentes (FIGURAS 4- A B C e D)

FIGURA 4 ndash Revoada do ninho F A Vista da entrada do iniacutecio do estudo B Vista

da entrada em plena atividade em iniacutecio de maio C Entrada apoacutes uma revoada em

maio D Vista da entrada do ninho apoacutes uacuteltima revoada em maio

Fonte Arquivo Labibio

Nas figuras 4a e b mostram o estado em que a entrada do ninho se encontrava na

primeira semana de observaccedilatildeo (vinte e oito de Abril) e na primeira semana do mecircs

seguinte (sete de Maio) esse uacuteltimo a entrada do ninho jaacute se encontrava danificado

No ninho F(FIGURA 4) as revoadas que ocorreram no dia vinte de Maio entre

A B

C D

52

1000 e 1400 horas e no dia vinte e seis de Maio entre 1600 e 1700 horas

corroborando com Santana e colaboradores (2004) sobre o comportamento de

saques intermitentes

No ninho G as revoadas se iniciaram duas semanas apoacutes o desaparecimento do

ninho F nos dias nove e vinte e seis de junho entre 1500 e 1600 horas e dia 16 de

junho no mesmo horaacuterio (FIGURA 5-A B e C)

FIGURA 5 ndash Revoadas no Ninho G A Ninho no iniacutecio de Maio B Registro da

primeira revoada C Ultima revoada perda do ninho

Fonte Arquivo Labibio

As observaccedilotildees evidenciaram a ocorrecircncia de um acuacutemulo de resiacuteduos sobre os

ninhos apoacutes as revoadas (FGURA 5-B) No ninho G tinha uma subpopulaccedilatildeo

A B

C

53

pequena mas bem ativa conforme verificado apoacutes quatro horas de observaccedilatildeo em

nove dias (Graacutefico 1- A e B)

GRAacuteFICO1 A ndash Ritmo de Saiacutedas no Ninho G

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

GRAacuteFICO 1B ndash Ritmo de entradas no ninho G

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

0

20

40

60

80

100

120

140

09h-10h 10h-11h 12h-13h 14h-15h 16h-17h

Nuacutem

ero

de V

isita

s

Horaacuterios

13mai 20mai 26mai

0

20

40

60

80

100

120

140

160

180

200

09h-10h 10h-11h 12h-13h 14h-15h 16h-17h

Nuacutem

ero

de V

isita

s

Horaacuterios

13mai 20mai 26mai

54

No ninho G as abelhas iniciaram suas atividades antes de 09h evidenciado pela

entrada de aproximadamente 180 forrageadoras entre 9 e 10h As saiacutedas neste

mesmo periacuteodo ficaram em torno de 100

Entre 16h-17h houve um grande nuacutemero de entrada o que era esperado todas as

que saiacuteram tecircm que retornar enquanto haacute luminosidade e antes do ninho ser

fechado Conforme esperado por Gruter Karcher Ratnieks (2011) quando comeccedila

a escurecer as Jataiacutes fecham a entrada do tubo para impedir que intrusos ataquem

seu ninho durante a noite e abrem pela manhatilde quando o clima estaacute mais favoraacutevel

para iniciarem suas atividades

Neste ninho entre 12h-13h houve um nuacutemero maior de saiacutedas que de entradas ateacute

agraves 16h Isso possivelmente esteve relacionado agrave uma grande distacircncia entre o ninho

e as fontes de recursos troacuteficos

Outro ninho em que foi possiacutevel observar todos os meses notou-se que apresentou

atividade durante todo o dia (GRAacuteFICO 2-A e B)

GRAacuteFICO 2A ndash Ritmo de saiacutedas do ninho B

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

0

50

100

150

200

250

300

350

400

450

500

07h-08h 08h-09h 09h-10h 11h-12h 12h-13h 13h-14h 14h-15h 15h-16h 16h-17h

Nuacutem

ero

de V

isita

s

Horaacuterios

28abr 13mai 20mai 26mai 09jun 16jun 23jun 01jul 09jul

16jul 23jul 30jul 06ago 13ago 20ago 27ago 05set 10set

55

GRAacuteFICO 2B ndash Ritmo de entradas do nino B

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

O ninho B tinha uma subpopulaccedilatildeo mais numerosa que F e G Durante o inverno

(2307 e 2708) as abelhas iniciavam suas atividades cerca de duas horas mais

tarde em horaacuterio com temperatura mais elevada (indicado pela seta preta) Tal fato

corrobora com as observaccedilotildees de Ulian e colaboradores (2007) que constata que

em periacuteodo mais chuvoso onde as temperaturas satildeo geralmente mais baixas as

Jataiacutes apresentam iniacutecio de atividade agraves 9 horas da manhatilde devido agrave temperatura

nesse horaacuterio comeccedilar a aumentar

Proacuteximo do horaacuterio de 10 horas houve um grande nuacutemero de saiacutedas do ninho

seguido de um grande nuacutemero de entrada o que indica a ocorrecircncia de uma fonte

de recursos proacutexima ao ninho ou a indisponibilidade de recurso para ser coletado

naquela hora Acredita-se que na primeira possibilidade - fonte proacutexima ela era de

resina pelo fato de ter havido um intervalo de saiacuteda ateacute agraves 12h jaacute que esta

demanda mais tempo para ser retirada da corbiacutecula e armazenada por ser

pegajosa No caso da segunda possibilidade natildeo encontraram alimento disponiacutevel

naquele horaacuterio o retorno ao ninho eacute a alternativa mais eficaz para evitar um alto

gasto energeacutetico ateacute que o recurso fique disponiacutevel para coleta

0

100

200

300

400

500

600

07h-08h 08h-09h 09h-10h 10h-11h 11h-12h 12h-13h 13h-14h 14h-15h 15h-16h 16h-17h

Nuacutem

ero

de V

isita

s

Horaacuterios 28abr 13mai 20mai 26mai 09jun 16jun 23jun 09jul16jul 23jul 30jul 20ago 27ago 05set 10set

56

No outono as atividades das Jataiacutes comeccedilaram a diminuir por volta de 15 horas

(indicado pela seta marrom) ateacute cessar totalmente no iniacutecio das 16 horas Pelos

graacuteficos nota-se que o ninho B possui vantagem de uma hora nas atividades em

relaccedilatildeo ao ninho G isso provavelmente ocorreu porque o ninho B obteve mais

sucesso nas coletas distribuiacutedas ao longo do dia

43 RECURSOS FLORAIS

Eacute notoacuteria a relaccedilatildeo que existe entre abelha-flor relaccedilatildeo essa que sucedeu a milhotildees

de anos desde entatildeo as abelhas dependem de substancias utilizadas na

alimentaccedilatildeo e as plantas se beneficiam com a polinizaccedilatildeo (PIRANI LAURINO

1993) Para entender a biologia dos Meliponini eacute importante conhecer sua

alimentaccedilatildeo Para isso eacute necessaacuterio fazer um levantamento das plantas utilizadas

para coleta de poacutelen e neacutectar (SOUZA 1999 apud OLIVEIRA ABSY MIRANDA

2009)

Com base nos dados obtidos sobre as fontes alimentares de T angustula na

literatura (TABELA 2) nota-se a capacidade dessa espeacutecie de visitar uma ampla

diversidade de famiacutelias de plantas Segundo Toledo e colaboradores (2003) durante

cada voo das campeiras em meacutedia 100 flores satildeo visitadas

O levantamento bibliograacutefico indicou que existem duas metodologias bastante

usadas por autores para conhecer a dieta das abelhas Uma delas eacute a investigaccedilatildeo

palinoloacutegica para avaliar as fontes de recursos florais utilizados (poacutelen e neacutectar)

com base no gratildeo de poacutelen depositado no corpo da abelha para identificaccedilatildeo das

espeacutecies vegetais (CARVALHO MARCHINE ROS 1999 FEIDEN 1994 SIMIONI et

al 2007 OLIVEIRA ABSY MIRANDA 2009 MORGADO et al 2011NOVAIS

ABSY SANTOS 2013) A outra se daacute por meio de observaccedilotildees das campeiras nas

flores (AGOSTINI SAZIMA 2003 TOLEDO et al 2003OLIVEIRA ABSY

MIRANDA 2009 BRAGA et al 2012) A partir desses meacutetodos eacute possiacutevel saber

quais satildeo as plantas que produzem seus alimentos preferenciais e quais as fontes

alternativas (OLIVEIRA ABSY MIRANDA 2009)

57

TABELA 2 ndash Relaccedilatildeo das espeacutecies de plantas visitadas porT Angustula Continua

Famiacutelia Espeacutecie Polinizada Visitada Recurso

Poacutelen Neacutectar

Acanthaceae Thunbergia grandiflora X Odontonema strictum X X

Justicia brandegeana X

Ruellia silvaecola X Agavaceae Agave americana X X X

Agave sisalana X X X

Agave attenuata X X X

Dracena fragana X X X Aizoaceae Mesembryantemum spectabilis X Lamprantus productus X Amaranthaceae Gomphrena globosa X Amarylidaceae Clivia miniata X X X Anacardiaceae Schinus terebinthifolius X X

Lithraea molleoides X X

Toxicodendron verniciferum X X

Mangifera indica X X X

Tapirira guianensis X Apiaceae Hydrocotyle leucocephala X Apocynaceae Trevetia peruviana X Araliaceae Tetrapanax papyrifera X X X Asclepiadaceae Asclepias curassavica X X Asteraceae Parthenium hysterophorus X Aspillia latissima X Aspillia sp X Balsaminaceae Impatiens balsamina X X X

Impatiens sultanii X Bignoniaceae Spathodea campanulata X X Tabebulaim petiginosa X X X

Tabebula chrysotricha X X X Bixaceae Bixa orellana X X Bombacaceae Ceiba arianthos X X

Pseudo bombax sp X X

Pseudobombax tomentoso X X

Eriotheca canolleana X X

Bombax ceiba X X Boraginaceae Cordia superba X X

Cordia glabrata X X Brassicaceae Brassica sp X Cactaceae Opuntia ficusindica X X Caesalpiniaceae Schizolobium parahyba X X Capparaceae Cleome spinosa X Caprifoliaceae Lonicera japonica X X

58

TABELA 2 ndash Relaccedilatildeo das espeacutecies de plantas visitadas por T angustula Continua

Famiacutelia Espeacutecie Polinizada Visitada Recurso

Poacutelen Neacutectar

Sambucus australis X X Caryophylaceae Silene armeria X Cecropiaceae Cecropia hololeuca X Cochlospermaceae Cochlospermum vitifolium X X Compositae Vernonia polyanthes X X

Bidens pilosa X X Cosmos auphureus X X X

Centratherium violaceum X X X

Dahlia sp X Eclipta alba X Asterla evis X Tithonia rotundifolia X X X

Tithonia speciosa X X X

Tithonia diversifolia X Baccharis sp X Wedelia paludosa X Eupatorium sp X Mikania glomerata X X

Montano apyramidata X X Montano abipinnatifiada X Senecio brasiliensis X X X

Emilia sonchifolia X X Ambrosia sp X X Creopsis grandiflora X Galinsoga parviflora X Crassulaceae Kalanchoe tubiflora X X Cyperaceae Cyperus sp X Elaeocarpaceae Muntingia calabura X Ericaceae Rhododendron simsii X X X

Rhododendron indicum X X X Euphorbiaceae Alchornea sidaefolia X X X

Euphorbia milii X X X

Euphorbia pulcherrima X X X

Ricinus communis X X X

Croton sp X Fabaceae Desmodium sp X Tipuana tipu X Vigna peduncularis X X Guttiferae Kielmeyera coriacea X X Iridaceae Dietes vegeta X Labiatae Salvia splendens X Origanum vugare X

59

TABELA 2 ndash Relaccedilatildeo das espeacutecies de plantas visitadas por T angustula Continua

Famiacutelia Espeacutecie Polinizada Visitada Recurso

Poacutelen Neacutectar

Ocimum sellowii X Iboza riparia X X X

Coleus blumei X X X Leguminosae Andira anthelmintica X X

Mimosa daleoides X X X

Myroxylon balsamum X X X

Piptadenia gonoacantha X X X

Stylos anthesscabra X Caesalpinia bonducella X X X

Caesalpinia pelthophoroides X X X

Crotalaria lanceolata X Calliandra twedii X Sophora tomentosa X X Mimosa pudica X Erythrina speciosa X X X

Cassia grandis X Schizolobium parahyba X X Senna multijuga X Senna bicapsularis X X Delonix regia X Clitoria fairchildiana X Centrolobium tomentoso X Liliaceae Aloe sp X X Bulbine frutescens X Loranthaceae Struthanthus andrastylus X X Lythraceae Lagerstroemia indica X X Magnoliaceae Talauma ovata X X Malpighiaceae Malphiguia glabra X Tetrapterys X Byrsonima intermedia X X X Malvaceae Hibiscus rosa-sinensis X X X

Malvaviscus arboreus X X Sida rhombifolia X Melastomataceae Tibouchina granulosa X X

Clidemeia sp X X

Tibouchina sp X X X

Tibouchina holosericea X X Meliaceae Trichilia sp X Mimosaceae Leucaena leucocephala X Anadenanthera collubrina X Moraceae Cecropia pachystachya X X X

Morus nigra X X

60

TABELA 2 ndash Relaccedilatildeo das espeacutecies de plantas visitadas por T angustula Continua

Famiacutelia Espeacutecie Polinizada Visitada Recurso

Poacutelen Neacutectar Myrsinaceae Ardisia crenata X X Myrtaceae Eucalyptus robusta X X X

Eugenia jambos X X X

Eugenia pitanga X Eucalyptus terecornis X Plinia glomerata X Nyctaginaceae Bougainvile aspectabilis X X X Oleaceae Jasminum azoricum X Palmae Acrocomia aculeata X X

Archontophoenix cunninghamiana X

Syagrus romanzoffiana X Copernicia alba X X Sheelea phalerata X Passifloraceae Passiflora jilekii X Piperaceae Piper mollicomum X Poaceae Paspalum sp X Polemoniaceae Cobae scandens X Polygonaceae Polygonum capitatum X X X Pontederiaceae Pontederia lanceolata X X Proteaceae Grevill a bansksii X X X Rosaceae Prunus persica X X X

Pyracantha coccinea X X Rubiaceae Pentas lanceolata X X

Citrus airantum X X Rutaceae Citrus limon X X X Scrophulariaceae Paulownia imperialis X X Solanaceae Nicotiana tabacum X X Sterculiaceae Dombeya burgessiae X Dombeya wallichii X Sterculia chicha X X Tiliaceae Heliocarpus americanus X X X Tropaeolaceae Tropaeolum majus X X X Ulmaceae Tipo celtis X Trema micrantha X X Umbelliferae Foeniculum vulgare X X X Verbenaceae Duranta repens X

Vitex agnus-castus X

Velloziaceae Vellozia candia X X X Zingiberaceae Hedychium coronarium X Fonte Pirani Laurino 1993 Carvalho Marchine Ros 1999 Agostini Sazima 2003 Toledo et al 2003 Cartopassi-Laurino 2005 Braga e Colaboradores 2012 Novais Absy Santos 2013

61

Foram encontradas 71 famiacutelias e um total de 166 espeacutecies Dessas 30 espeacutecies satildeo

polinizadas e 136 satildeo visitadas Poacutelen e neacutectar satildeo os recursos mais coletados

com coleta de poacutelen em 78 espeacutecies e de neacutectar em 69 De acordo coma Lista de

Espeacutecies da Flora do Brasil (2010) 20 das espeacutecies que satildeo polinizadas (TABELA

2) satildeo nativas o restante satildeo espeacutecies exoacuteticas ou seja natildeo pertencem agrave flora

brasileira

As famiacutelias que apresentaram maior porcentagem de visitas por T angustula foram

Compositae e Leguminosae (TABELA 2) com 13 e 12 de espeacutecies

respectivamente (GRAacuteFICO 3) sendo as famiacutelias mais importantes para a dieta da

jataiacute (AGOSTINE SAZIMA 2003 SIIONI et al 2007) Esse resultado eacute similar ao

trabalho de Simioni e colaboradores (2007) seus resultados mostram que uma das

famiacutelias analisadas Leguminosae tambeacutem apresentaram um maior destaque na

quantidade de visitas realizadas por T angustula esse fato pode ser explicado pelo

fato de que Leguminosae representa a mais importante fonte de poacutelen para essa

espeacutecie

As famiacutelias Compositae e Leguminosae satildeo as mais bem representadas pelo fato

de apresentarem espeacutecies que fornecem alimento em maior qualidade e quantidade

por vaacuterios periacuteodos do ano Com destaque para a famiacutelia Leguminosae que fornece

recursos alimentares para as abelhas nos periacuteodos de estiagem (PIRANI LAURINO

1993 AGOSTINE SAZIMA 2003)

O graacutefico abaixo ilustra o comportamento generalista deT angustula Onde 41 das

visitadas realizadas pela espeacutecie se distribuem por 55 famiacutelias vegetais Esse

comportamento concorda com trabalho de Anacleto (2007) onde dentre as cinco

espeacutecies estudadas por ele a que apresentou o haacutebito mais generalista em relaccedilatildeo

ao nuacutemero de plantas visitadas foi T angustula

62

GRAacuteFICO 3 ndash Contribuiccedilatildeo das famiacutelias de plantas para a dieta de T angustula

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria com base nos dados da Tabela 1

As abelhas generalistas visitam flores pequenas e abertas e satildeo menos

relacionadas agraves flores especializadas (RUTHCKE JULES 1993 ROUBIK 1992

apud AGOSTINI SAZIMA 2003) e tecircm preferecircncia de flores arboacutereas com

inflorescecircncia densas

Um exemplo de flores que natildeo satildeo especializadas e que satildeo importantes para a

dieta de T angustula eacute da famiacutelia Asteraceae as espeacutecies Mangifera indica e

Schinus terebinthifolius apresentam grande densidade de flores e permite faacutecil

acesso para as abelhas deste modo tornam-se importantes fornecedores de fontes

de poacutelen (BRAGA et al 2012)

De acordo com o levantamento das plantas utilizadas pelas abelhas jataiacute realizado

por diferentes autores as famiacutelias que se mostraram bem representadas foram

Malvaceae Caesalpiniaceae Melastomataceae Myrtaceae Euphorbiaceae e

Anacardiaceae sendo consideradas portanto essenciais para a dieta da jataiacute

2 2 3 2

2 3

13

3 2

3

12 2 2 2 3

3

41

Acanthaceae Agavaceae Anacardiaceae Asteraceae Bignoniaceae

Bombacaceae Compositae Euphorbiaceae Fabaceae Labiatae

Leguminosae Malpighiaceae Malvaceae Melastomataceae Myrtaceae

Palmae Outros

63

Em geral essas famiacutelias podem ser caracterizadas pela floraccedilatildeo do tipo contiacutenuo ou

seja uma floraccedilatildeo que natildeo cessa ou que ocorre na maior parte do ano o que

permite as abelhas ter acesso aos recursos em todas as estaccedilotildees do ano

(CARVALHO MARCHINI ROS 1999 AGOSTINI SAZIMA 2003 TOLEDO et al

2003 MORGADO et al 2011)

64

65

5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS Sendo este a primeira pesquisa com abelhas em compus no Espiacuterito Santo Foi

observado que a distribuiccedilatildeo dos ninhos encontrados apresentou-se uniforme

Todos os ninhos estavam instalados em paredes e pisos de concreto o que indica

seu potencial de adaptabilidade agraves condiccedilotildees antroacutepicas

A diversidade de cores de poacutelen trazida pelas forrageiras no iniacutecio da manhatilde indica

uma ampla disponibilidade de alimento que a flores oferecem nesse periacuteodo do dia

bem como a eficiecircncia das forrageiras em selecionar essas flores

De acordo com as observaccedilotildees que foram realizadas no estudo as abelhas T

angustula podem ter suas atividades influenciadas pelo clima Uma vez que foi

observado que no periacuteodo de inverno em que as temperaturas satildeo mais baixas

elas comeccedilavam a realizar suas funccedilotildees nos horaacuterios com as temperaturas mais

altas

A divisatildeo de trabalho entre forrageadoras operaacuterias de limpeza e de defesa

observado nessa espeacutecie indica o comportamento altamente social dos Meliponini

O mecanismo de defesa observado em T angustula entre guardas pairando e em

peacute pode indicar uma caracteriacutestica de complementaridade na defesa do ninho uma

vez que durante as observaccedilotildees os dois tipos de guardas sempre se fizeram

presentes O que mostra que mesmo com o atrofiamento do ferratildeo os indiviacuteduos

desenvolveram estrateacutegias para a defesa contra invasores

Foi comum observar a presenccedila de revoadas nos ninhos entre as Jataiacutes Este

comportamento em geral eacute comum para o desenvolvimento (sobrevivecircncia) da

colocircnia No caso dos ninhos observados apoacutes as revoadas eles foram

desaparecendo Este fato pode indicar um baixo iacutendice de recursos troacuteficos para

essas abelhas dentro do campus pois ao inveacutes dos ninhos se manterem ou

aumentarem em quantidade ao longo das observaccedilotildees eles desapareceram

O levantamento das flores visitadas por T angustula indicou um comportamento

generalista desta espeacutecie em visitar uma grande variedade de plantas o que mostra

sua importacircncia para garantir a variabilidade dessas plantas

66

Esse levantamento tambeacutem indicou que a polinizaccedilatildeo realizada por elas foi

predominante em plantas exoacuteticas O que pode refletir a deficiecircncia na quantidade

de plantas nativas melitoacutefilas na aacuterea de estudo

67

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WITTMANN D Arial defense of the nest by workers of the stingless bee Trigona (Tetragonisca) angustula (Latreille) (Hymenoptera Apidae) Behavioral Ecology and Sociobiology Germany v 16 1985Disponiacutevelem lthttplinkspringercomarticle101007BF00295143page-1gt Acessoem 15 Set 2014 ZWEDEN Jelle S V et al Hovering guards of the stingless bee Tetragonisca angustula increase colony defensive perimeter as shown by intra and inter-specific comparisons BehavioralEcologySociobiology Ingland v 65 2011 Disponiacutevel em lthttplinkspringercomarticle101007s00265-011-1141-2gt Acesso em 10 Set 2014

Page 9: FACULDADE CATÓLICA SALESIANA DO ESPÍRITO SANTO … · No grupo dos Apinae está à tribo dos Meliponini, conhecidas como abelhas indígenas sem ferrão por possuir seu ferrão atrofiado

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1 INTRODUCcedilAtildeO As abelhas estatildeo organizadas na superfamiacutelia Apoidea que por sua vez eacute formada

pela famiacutelia Apidae (MELO GONCcedilALVES 2005 SILVEIRA MELOALMEIDA

2002) Haacute maior destaque para a subfamiacutelia dos Apinae que apresenta haacutebitos

sociais mais avanccedilados (NOGUEIRA-NETO 1997 MELO GONCcedilALVES 2005) e

segundo Proniacute (2000) elas satildeo importantes por manter um fluxo de energia para

diversas espeacutecies de animais incluindo o homem Nessa famiacutelia satildeo encontradas

colocircnias que possuem capacidade de alcanccedilar populaccedilotildees com milhares de

indiviacuteduos (PIRANI LAURINO 1993) Elas podem se alimentar de neacutectar ou poacutelen

das flores os quais compotildeem sua principal fonte de energia e de proteiacutenas

respectivamente Poreacutem existem espeacutecies que se alimentam de tecidos de origem

animal ao inveacutes de poacutelen como a Trigona hypogea T crassipes e T necrophaga

(NOGUEIRA-NETO 1997)

No grupo dos Apinae estaacute agrave tribo dos Meliponini conhecidas como abelhas

indiacutegenas sem ferratildeo por possuir seu ferratildeo atrofiado (SILVEIRA MELO ALMEIDA

2002) Elas apresentam uma concavidade na superfiacutecie de sua tiacutebia posterior

chamada corbiacutecula cuja alteraccedilatildeo eacute empregada para o transporte do alimento para

o ninho (NOGUEIRA-NETO 1997 SILVEIRA MELO ALMEIDA 2002) Esta

subfamiacutelia apresenta uma ampla distribuiccedilatildeo em aacutereas tropicais e subtropicais

sendo localizada na maior parte da Ameacuterica Neotropical (NOGUEIRA-NETO 1997)

No Brasil aproximadamente 250 espeacutecies de Meliponini satildeo descritas em todos os

ecossistemas (SCHWARTZ-FILHO LAROCA MALKOWSKI 2004)

Os Meliponiacuteni satildeo abelhas sociais que apresentam algumas [] rdquocaracteriacutesticas

variadas que passam por haacutebitos de nidificaccedilatildeo pela morfologia e interaccedilotildees

comportamentais complexas entre rainhas e operaacuteriasrdquo (PIRANI LAURINO 1993)

Eles satildeo o principal grupo de polinizadores em diversos ecossistemas sendo

responsaacuteveis por aproximadamente 90 da polinizaccedilatildeo de plantas nativas

faneroacutegamas em remanescentes de Mata Atlacircntica (KERR 1997apud PRONIacute

2000) o que sugere sua importacircncia para as vaacuterias espeacutecies vegetais pois atraveacutes

da coleta do seu alimento eles acabam contribuindo com a movimentaccedilatildeo de genes

entre as populaccedilotildees de plantas ou seja colaboram para que haja o aumento da

16

variabilidade geneacutetica (BAWA 1990 apud SERRA 2012 NEF SIMPSON1993apud

SERRA 2012) Isto indica que seu desaparecimento pode causar o decliacutenio de

muitas dessas espeacutecies especialmente aquelas que estabelecem relaccedilatildeo entre si

podendo dessa maneira conduzir para um desequiliacutebrio ecoloacutegico (AIZEN

FEISINGER 1994 apud SERRA 2012 HARRIS JOHNSON 2004 apud SERRA

2012)

Tetragonisca angustula (Latreille1811) pertence agrave subtribo Trigonina (abelhas que

utilizam cera) (MELO GONCcedilALVES 2005) Conhecida popularmente como Jataiacute

ela eacute uma das abelhas mais comuns no Brasil (MOURE 1961apud STUCHI 2006)

com uma ampla distribuiccedilatildeo geograacutefica ocorrendo naturalmente nos Estados do

Acre Amapaacute Amazonas Bahia Cearaacute Espiacuterito Santo Goiaacutes Maranhatildeo Mato

Grosso Minas Gerais Paraacute Paraiacuteba Pernambuco Rio Grande do Sul Rio de

Janeiro Rondocircnia Roraima Santa Catarina e Satildeo Paulo (CAMARGO PEDRO

2013)

Tetragonisca angustula possui destaque tambeacutem devido sua importacircncia terapecircutica

em tratamentos de oftalmias e moleacutestias de pulmotildees (IMPERATRIZ-FONSECA et

al 1984 apud STUCHI 2006) aleacutem da sua importacircncia ecoloacutegica e econocircmica Seu

mel com sabor suave eacute muito apreciado pelo aroma e doccedilura e atinge preccedilos altos

no mercado (CARVALHO et al 2005 apud ANACLETO et al 2009)

Como abelhas eusociais elas vivem em colocircnias perenes frequumlentemente

populosas e em atividade o ano todo apresentam uma boa adaptaccedilatildeo em relaccedilatildeo

ao haacutebito de nidificar em cavidades preacute-existentes ocos de aacutervores muros buracos

de pedras no chatildeo e caixa de luz (NOGUEIRA-NETO 1997 SILVEIRA MELO

ALMEIDA 2002) Elas possuem capacidade de voar em campos mais fechados e

como podem atuar em menores aacutereas isso eleva a eficiecircncia do seu forrageamento

em cavidades mais limitadas (VENTURIERI et al 2012)

Um dos problemas que as abelhas tecircm enfrentado satildeo as alteraccedilotildees que ocorrem

em seu habitat devido aos distuacuterbios antroacutepicos (PRONIacute 2000) No Brasil elas satildeo

ameaccediladas de extinccedilatildeo principalmente pelas alteraccedilotildees que satildeo decorrentes dos

desmatamentos e das queimadas uma vez que as rainhas natildeo conseguem escapar

devido ao grande desenvolvimento do seu abdome dentro do ninho aleacutem disso o

uso de herbicidas tem afetado os polinizadores reduzindo a variabilidade do neacutectar

das flores O crescimento urbano desordenado eacute outro fator de impacto para esses

17

insetos (KEARNS INOUYE WASER 1998 PRONIacute 2000 KEER et al 1994 apud

STUCHI 2006) por causar a reduccedilatildeo no nuacutemero de aacutereas verdes nas cidades e

consequumlentemente diminuiccedilatildeo da oferta de substratos para nidificaccedilatildeo das

abelhasocasionando dessa formamaior frequumlecircncia de alteraccedilotildees inesperada sem

seu habitat (LAROCA CURE BERTOLI 1982 TEIXEIRA VIANA NEVES 2000)

Aleacutem disso o processo de urbanizaccedilatildeo tem provocado mudanccedilas na composiccedilatildeo

floriacutestica diminuiacutedo a disponibilidade de alimentos essenciais e muitas vezes

especiacuteficos (MICHENER 1994 apud SERRA 2012 ELTZ et al 2003 apud SERRA

2012)

Outro problema que vem ocorrendo eacute o decliacutenio de diversas populaccedilotildees de abelhas

causado pelo isolamento de muitas colocircnias em fragmentos (MORATO CAMPOS

2000apud SERRA 2012) Para Kearns Inouye e Waser (1998) essa fragmentaccedilatildeo

cria colocircnias pequenas com grandes nuacutemeros de indiviacuteduos o que traz uma seacuterie de

problemas tais como o aumento da deriva geneacutetica a depressatildeo inata e o aumento

do risco de extinccedilatildeo

O aumento indiscriminado da urbanizaccedilatildeo e consequumlentemente a diminuiccedilatildeo de

aacutereas verdes tecircm prejudicado a manutenccedilatildeo e preservaccedilatildeo de muitas espeacutecies de

Meliponini (SOUZA et al 2005) Segundo Pirani e Laurino (1993) haacute poucas

informaccedilotildees de espeacutecies de abelhas que ocorrem em aacutereas com interferecircncia

humana Por essa razatildeo este trabalho visa estudar a espeacutecie Tetragonisca

angustula Latreille com o intuito de contribuir para um melhor conhecimento de sua

ocorrecircncia em aacutereas alteradas antropicamente

Para este trabalho eacute levantada a hipoacutetese de encontrar a espeacutecie Tetragonisca

angustula no campus Goiabeiras da UFES e verificar se nesta aacuterea as abelhas

encontrariam recursos suficientes para se alimentarem As abelhas T angustula eacute

uma espeacutecie que nidifica em cavidades preacute-existentes possivelmente podemos

encontraacute-las Poreacutem o campus da UFES por se localizar em regiatildeo urbana

provavelmente possui uma oferta de recursos alimentares baixa

A partir dessa hipoacutetese procurou-se verificar a existecircncia e analisar a distribuiccedilatildeo de

T angustula e de seus recursos alimentares no campus Goiabeiras da Universidade

Federal do Espiacuterito Santo (Vitoacuteria-ES) Para isso foi necessaacuterio identificar os ninhos

de T angustula quantificar os ninhos dessas abelhas e conhecer suas principais

fontes de alimento

18

19

2 REFERENCIAL TEOacuteRICO 21 CONTEXTO SISTEMAacuteTICO DAS ABELHAS

Os invertebrados da classe Insecta pertencem ao filo dos artropodos ou seja dos

animais que apresentam apecircndices locomotores articulados (BRUSCA BRUSCA

2007) Esse filo possui milhares de espeacutecies descritas que estatildeo espalhadas em

diversas classes ldquoA classe dos insetos compreende aqueles que possuem o corpo

dividido em trecircs regiotildees como cabeccedila toacuterax e abdocircmen um par de antenas

geralmente dois pares de asas e trecircs pares de pernas toraxicasrdquo (LIMA 1938)

O sucesso evolutivo dos insetos se deve a algumas caracteriacutesticas que favoreceram

sua adaptaccedilatildeo como a presenccedila das asas que permitiu o seu acesso ao alimento e

a escapar de predadores e o dobramento que permitiu o acesso a habitats muito

pequenos a presenccedila de epicuticula ceacuterea a qual reduziu a dessecaccedilatildeo um ovo

com casca resistente que tolerou ser exposto a condiccedilotildees ambientais extremas e o

seu desenvolvimento que compreende uma larva (RUPPERT BARNES 1996)

Os insetos satildeo um dos principais predadores de invertebrados e essenciais para

alimentaccedilatildeo de muitos animais terrestres por serem inuacutemeros compotildeem grande

parte das cadeias alimentares terrestres Em geral possuem extrema importacircncia

para o ambiente por serem papel chave na polinizaccedilatildeo de grande maioria das

plantas ( RUPPET BARNES 1996 BRUSCA BRUSCA 2007)

Os insetos satildeo classificados em diversas ordens destacando os Hymenoptera cuja

ordem eacute um dos quatro grupos com maior diversidade ao lado de Diptera

Coleoptera e Lepdoptera Cada uma destas ordens possui uma estimativa de

aproximadamente cem mil espeacutecies descritas em todo o mundo com exceccedilatildeo do

Coleoptera que pode chegar a trezentos mil (GOULET HUBER 1993 MACEDO

[20--])

Os Hymenoptera se destacam por possuiacuterem vaacuterias espeacutecies que apresentam

diversidade no haacutebito de vida como predaccedilatildeo parasitismo comportamento soacutelitaacuterio

e formaccedilatildeo de sociedades complexas Dentre as importantiacutessimas funccedilotildees que

desempenham ao ambiente estaacute agrave polinizaccedilatildeo das plantas cultivadas exercidas

pelas abelhas e vespas o controle bioloacutegico por parte dos himenoacutepteros

20

parasitoacuteides de pragas agriacutecolas e tambeacutem ciclagem de nutrientes e dispersatildeo de

sementes exercidas pelas formigas (ALDREY CAZALLA 1999 MACEDO [20--])

A ordem Hymenoptera eacute dividida nas subordens Symphyta e Apocrita essa ultima eacute

dividida nos grupos Parasitica e Aculeata (ALDREY CAZALLA 1999) Symphyta eacute

um grupo pequeno que apresenta o haacutebito mais primitivo principalmente os haacutebitos

de se alimentar nas plantas esse grupo possui caracteriacutesticas que se perdem do

resto dos Hymenoptera Symphyta satildeo animais de cintura grossa eles apresentam

asas inteiramente desenvolvidas pouco ou quase nenhum dimorfismo sexual e

possui unido o primeiro e segundo seguimento abdominal O ovipositor da maioria

das espeacutecies desse grupo eacute comprido lateralmente e modificado com dentes

marginais para que funcione como uma serra para perfurar o tecido das plantas

Suas larvas satildeo na maioria das vezes na forma de lagarta com presenccedila de pernas

falsas no abdocircmen e cabeccedila desenvolvida (GOULET HUBER 1993 BRUSCA

BRUSCA 2007)

Jaacute a subordem Apocrita considerada como grupo monofileacutetico eacute caracterizada pela

junccedilatildeo estreita entre o primeiro segmento do abdocircmen (metassoma) com o toacuterax

(mesossoma) o que permitiu maior flexibilidade para o metassoma controlar o

ovipositor (GOULET HUBER 1993 MACEDO [20--]) No grupo Apocrita existe a

presenccedila de grupos sociais que compreendem castas caracterizadas com machos

haploacuteides rainha e fecircmeas partenogeneacuteticas e outros indiviacuteduos como soldados e

operaacuterias (BRUSCA BRUSCA 2007)

Os membros de Apocrita satildeo basicamente carniacutevoros alimentando-se de outros

insetos No entanto vaacuterios grupos tecircm abandonado a vida de carniacutevoros e

desenvolvido para uma dieta vegetal O grupo das abelhas alimenta-se de poacutelen e

neacutectar enquanto o grupo de vespas fazem as galhas familiares sobre umas aacutervores

ou dentro de folhas frutos e caules das quais as larvas se alimentam e algumas

espeacutecies do grupo das formigas se alimentam apenas de vegetais ou satildeo oniacutevoros

(GOULET HUBER 1993)

O grupo Parasitica eacute uma divisatildeo da subordem Apocrita neste grupo inclui-se

alguns grupos fitoacutefagos e uma grande parte de parasitoacuteides (AUDREY CAZALLA

1999) Os parasitoacuteides satildeo insetos que depositam seus ovos em ovos larvas ninfa

ou pupa de hospedeiros geralmente levam agrave morte e tecircm a fase adulta com vida

livre (GOULET HUBER 1993 MACEDO [20--]) De acordo com os estudos de

21

Audrey e Cazalla (1999) o uso da divisatildeo cladiacutestica desse grupo tende a ser

eliminado porque constitui um agrupamento artificial das superfamiacutelias de

Hymenoptera As superfamiacutelias que se incluem satildeo Trigonalyoidea Megalyroidea

Evanioidea Stephanoidea Ichneumonoidea Chalcidoidea Proctotrupoidea

Ceraphronoideae Cynipoidea (AUDREY CAZALLA 1999) Destacamos a

superfamiacutelia Chalcidoidea essa envolve muitos Hymenopteros que satildeo de grande

importacircncia para a ecologia como tambeacutem para economia e a superfamiacutelia

Ichneumonoidea que de acordo com os dados de Rasnitsyn (1988) (apud AUDREY

CAZALLA 1999) satildeo o grupo irmatildeo dos Aculeata

Jaacute o grupo dos Aculeata satildeo os mais diversos em Hymenoptera eles apresentam

uma origem evolutiva comum que eacute representada pelo ferratildeo caracteriacutestica que

apareceu apenas uma vez durante a evoluccedilatildeo do grupo (AUDREY CAZALLA1999)

Neste grupo satildeo conhecidas sete superfamiacutelias como Chrysidoidea Formicoidea

Tiphoidea Pompiloidea Apoidea Vespoidea e Sphecoidea As principais diferenccedilas

entre as classificaccedilotildees recentes estatildeo relacionada com a grande diversidade de

vespas esfecoacuteides e os Apidae Esses estatildeo dentro da superfamiacutelia dos Apoidea por

apresentarem caracteriacutesticas semelhantes A superfamiacutelia Chrysidoidea eacute

considerada grupo irmatildeo dos Apoidea e Vespoidea Dentre as superfamiacutelias a dos

Apoidea eacute que apresenta a maior diversidade de aculeados (AUDREY CAZALLA

1999)

O evento evolutivo que deu origem aos primeiros aculeados foi agrave aquisiccedilatildeo de um

ferratildeo venenoso a partir do ovipositor dos icneumoniacutedeos ou seja os Apocrita

possuiacuteam uma glacircndula que era associada ao ovipositor Essa glacircndula produzia

secreccedilotildees que eram mais suscetiacuteveis ao substrato para o desenvolvimento das

larvas poreacutem durante a evoluccedilatildeo essa glacircndula comeccedilou a produzir veneno para

paralisar seus hospedeiros e utilizaacute-los como alimento para as larvas Desde entatildeo

o ovipositor dos aculeados acabou sendo usado tambeacutem para inoculaccedilatildeo de

veneno como uma arma defensiva para se protegerem de alguns vertebrados

(AUDREY CAZALLA 1999)

Esse evento foi muito importante e resultou em alguns modos de vida que puderam

estabelecer estrateacutegias evolutivas bem sucedidas como por exemplo o

desenvolvimento dos meacutetodos de transporte das presas em ninhos diferentes A

construccedilatildeo de ninhos foi uma estrateacutegia evolutiva importante visto que as espeacutecies

22

armazenavam alimento em grande quantidade antes de comeccedilar o desenvolvimento

de suas larvas (AUDREY CAZALLA 1999)

O desenvolvimento das sociedades eacute caracterizado pela presenccedila de divisatildeo de

castas Ela se baseia no mecanismo haplo-diploacuteide da determinaccedilatildeo do sexo em

que as fecircmeas satildeo diploacuteides feacuterteis os machos haploacuteides e cooperam apenas na

fecundaccedilatildeo da rainha e as operarias esteacutereis Essa sociedade ocorre em todas as

formigas e em algumas abelhas e vespas (AUDREY CAZALLA 1999 PRATO [20--

])Para que a espeacutecie seja eussocial eacute necessaacuterio que dentro do ninho tenha divisatildeo

de trabalho colaboraccedilatildeo para cuidar da prole e ter mais de uma geraccedilatildeo em um

mesmo ninho (AUDREY CAZALLA 1999)

O grupo das abelhas estaacute reunido na Superfamiacutelia Apoidea De acordo com a

proposta da aacutervore filogeneacutetica dos principais clados das abelhas descrita por

Michener (1944 apud SILVEIRA MELO ALMEIDA 2002) seis famiacutelias foram

reconhecidas satildeo elas Colletidae Apidae Adrenidae Halictidae Megachilidae e

Milittidae Essa classificaccedilatildeo representou um importante avanccedilo nas relaccedilotildees

filogeneacuteticas desse grupo (SILVEIRA MELO ALMEIDA 2002) Nos estudos de

Melo e Gonccedilalves (2005) eacute abordada uma classificaccedilatildeo mais atual para as abelhas

Essa classificaccedilatildeo eacute revisada por Michener (2000 apud MELO GONCcedilALVES

2005) em que ele defende uma mudanccedila na qual as abelhas estatildeo incluiacutedas apenas

em uma famiacutelia a Apidae e as famiacutelias da classificaccedilatildeo tradicional como subfamiacutelias

Nessa revisatildeo da classificaccedilatildeo das abelhas satildeo reconhecidas sete subfamiacutelias 51

tribos e 27 subtribos (MELO GONCcedilALVES 2005) De acordo com esta a

subfamilia Meliponinae passa a ser a tribo Meliponini com duas subtribos Trigonina

e MeliponinaPara este trabalho foi utilizada esta nova classificaccedilatildeo das abelhas

revisada por Michener (2000)

Na superfamiacutelia Apoidea grande parte das abelhas satildeo solitaacuterias (85) entre elas

estatildeo algumas espeacutecies da subfamiacutelia Megachilidae Anthophoridae e Apidae No

haacutebito de vida solitaacuterio cada fecircmea cuida sozinha do seu ninho ou seja o constroacutei

coloca os ovos busca alimento suficiente para o crescimento da larva e

normalmente morre antes da sua progecircnie amadurecer natildeo tendo dessa maneira

contato entre as geraccedilotildees (SANTOS 2002 MICHENER 1969 PERUQUEETI [19--

]) Jaacute a grande parte das abelhas que apresentam os haacutebitos mais sociais satildeo os

Apinae (Bombineos (Bombini) Apineos(Apini) e Meliponineos (Meliponini) elas vivem

23

em grandes colocircnias com apenas uma rainha e vaacuterias operaacuterias e divisatildeo de

trabalho (MICHENER 1969)

Haacute dois grandes grupos de abelhas altamente sociais ambos na subfamiacutelia Apinae

os Apineos (todos do gecircnero Apis) e os Meliponineos (Meliponini) (abelhas sem

ferratildeo) Esse comportamento pode ter evoluiacutedo duas vezes a partir de semelhanccedilas

no comportamento social entre Apis e Meliponineos (Meliponini) que surgiram

independentemente (WINSTON MICHENER 1977) Em ambos os grupos satildeo

produzidos enxames poreacutem com mecanismos bem diferentes Nos Meliponineos

(Meliponini) as operaacuterias da colocircnia voam para encontrar novos siacutetios para nidificar

preparam o ninho com mateacuterias do ninho antigo e somente quando o novo ninho

estaacute pronto a rainha jovem se junta a estas operaacuterias e deixa a rainha velha no

antigo ninho Jaacute em Apis a rainha velha sai com suas operaacuterias e deixa a jovem no

ninho antigo (WINSTON MICHENER 1977)

Em relaccedilatildeo agrave alimentaccedilatildeo das larvas em Apis satildeo operaacuterias que fazem esse

trabalho Jaacute em meliponineos (meliponini) as operaacuterias fecham as ceacutelulas de cria

com ovos e colocam alimento suficiente para a larva completar seu desenvolvimento

(WINSTON MICHENER 1977)

As abelhas dependem totalmente das plantas para se alimentarem o seu

aparecimento pode estar relacionado com o surgimento das angiospermas

(PERUQUETTI [19--] PIRANI LAURINO 1993) As angiospermas mais primitivas

surgiram com flores bem rasas com o passar do tempo foram se especializando em

plantas estreitas tubulares e profundas Para ter maior sucesso na coleta do neacutectar

as abelhas adaptaram suas peccedilas bucais com liacutengua curta e liacutengua longa assim

passaram a ser chamadas de abelhas lambedoras e sugadoras respectivamente

(PERUQUETTI [19--] PIRANI LAURINO 1993) Para a coleta dos gratildeos de poacutelen

as primeiras abelhas portavam muitos pelos em volta do corpo condiccedilatildeo que foi

modificada ao longo do tempo (PIRANI LAURINO 1993)

22 AS ABELHAS MELIPONINI

Para estudos a respeito dos meliponineos (meliponini) Nogueira-Neto (1997)

publicou um livro que relata seus conhecimentos sobre essas abelhas indiacutegenas

24

sem ferratildeo O livro faz uma abordagem a respeito da vida dos meliponiacuteneos

(Meliponini pertencente agrave Apidae) mostrando os principais aspectos de suas

caracteriacutesticas bem como meacutetodos para sua criaccedilatildeo e cuidados que um

meliponicultor deve ter Os primeiros capiacutetulos fazem uma apresentaccedilatildeo que

caracteriza os meliponiacuteneos Haacute a apresentaccedilatildeo da classificaccedilatildeo dessas abelhas a

descriccedilatildeo de sua fonte de alimento de sua distribuiccedilatildeo geograacutefica de seu

relacionamento com outras abelhas e de sua possiacutevel aclimataccedilatildeo O autor faz

consideraccedilotildees sobre a arquitetura e o material usado para a construccedilatildeo de seus

ninhos e daacute destaque principal ao material que elas mesmas produzem a cera Nos

capiacutetulos subsequumlentes satildeo feitas consideraccedilotildees sobre a geneacutetica e o

comportamento das abelhas o tratamento e as teacutecnicas necessaacuterias para sua

criaccedilatildeo Aleacutem disso haacute tambeacutem discussotildees sobre a conservaccedilatildeo do mel a higiene

ou a sua falta em algumas espeacutecies e a existecircncia de meacuteis perigosos Neste livro o

autor teve o intuito de contribuir com seus estudos para que outros cientistas e

meliponicultores pudessem conhecer a vida dos meliponiacuteneos e fazer possiacuteveis

identificaccedilotildees de muitas outras espeacutecies

23 IMPACTOS DA URBANIZACcedilAtildeO NAS ABELHAS

Vaacuterios estudos relatam que eacute comum encontrar abelhas em aacutereas urbanizadas

(antropizadas) As espeacutecies encontradas de modo geral apresentam boa

adaptaccedilatildeo a esses ambientes Alguns estudos com relaccedilatildeo a essas abelhas

urbanas tratam de impactos que esses ambientes podem causar a elas

Laroca Sebastiatildeo e Cure (1982) realizaram um trabalho de abordagem a respeito

do impacto da urbanizaccedilatildeo sobre a abundacircncia relativa fenologia e flores

preferenciais das abelhas que se encontram em aacutereas urbanas Com coletas feitas

durante um ano no parque Passeio Puacuteblico localizado no centro da cidade de

Curitiba e na regiatildeo de Boa Vista tambeacutem em Curitiba eles constataram que

comparada as duas aacutereas de estudos o Passeio Puacuteblico apresentou um nuacutemero

menor de espeacutecies e em fenologia e flores preferenciais constataram que a

composiccedilatildeo das flores estaacute muito alterada devido agrave introduccedilatildeo de espeacutecies

cultivadas Portanto concluiacuteram que o processo de urbanizaccedilatildeo produz grandes

25

mudanccedilas na composiccedilatildeo floriacutestica nos locais de nidificaccedilatildeo e que apresentam ter

influecircncias significativas nas caracteriacutesticas associadas agraves abelhas

Taura e Laroca (1991) realizaram uma pesquisa com o propoacutesito de analisar a

distribuiccedilatildeo e a abundacircncia de ninhos de abelhas sociais em locais que apresentam

constantes processos de urbanizaccedilatildeo Com levantamentos realizados na regiatildeo de

Passeio Puacuteblico (Curitiba) eles encontraram 32 ninhos de Apidae com

predominacircncia da subfamiacutelia dos Meliponiacuteneos Assim sendo concluiacuteram que os

meliponiacuteneos eram favorecidos pelas atividades humanas para nidificaccedilatildeo uma vez

que foram encontrados em paredotildees de concretos edificaccedilotildees entre outros locais

Entretanto tambeacutem concluiacuteram que essas abelhas satildeo ameaccediladas devido agrave

instabilidade do ambiente que apresenta muitas mudanccedilas por causa da

urbanizaccedilatildeo

Pirani e Laurino (1993) publicaram um livro sobre flores e abelhas em Satildeo Paulo

onde os autores tinham o interesse de estudar as relaccedilotildees entre as abelhas e o

ambiente conhecer as plantas visitadas por elas e suas preferecircncias florais em

aacutereas onde haacute interferecircncia humana Todo estudo foi realizado dentro do Campus

Universitaacuterio de Satildeo Paulo Para desenvolver esse trabalho eles coletaram

informaccedilotildees sobre as plantas apiacutecolas dos jardins do ldquocampusrdquo sobre a atraccedilatildeo que

as espeacutecies de abelhas sociais tecircm por estas plantas e sobre as variaccedilotildees abioacuteticas

existentes As coletas nas flores de amostras de mel e poacutelen das colocircnias e

observaccedilotildees dos ninhos das abelhas foram perioacutedicas Eles obtiveram 133 espeacutecies

de flores visitadas separadas em sete famiacutelias Neste livro Pirani e Laurino fazem

discussotildees a respeito dos resultados dos seus dados associando com trabalhos de

outros autores e concluem que trabalhos como esse apresenta grande importacircncia

pois mostra o valor de determinadas espeacutecies vegetais para as abelhas e que ainda

haacute muito estudo para se fazer com relaccedilatildeo agrave abelha-flor

Devido aos danos que as abelhas vecircm sofrendo com a perda de habitat Oliveira

Morato e Garcia (1995) fizeram um estudo para conhecer as espeacutecies de

meliponineos existentes em aacutereas desmatadas fragmentos de mata isolados e mata

continua nesta uacuteltima foi tambeacutem realizado estudo para saber informaccedilotildees sobre a

densidade dos ninhos As aacutereas fragmentadas foram divididas em hectares e as

coletas das abelhas foram feitas em ninhos nidificados em aacutervores vivas e mortas

Todo o trabalho foi realizado na regiatildeo de Manaus Amazocircnia que vem sofrendo

26

antropizaccedilatildeo Foram coletadas um total de 54 espeacutecies de meliponineos sendo que

na mata contiacutenua foram 37 espeacutecies nos fragmentos isolados (de 1 e 10 hectar) e

na aacuterea desmatada foram coletada entre 21 e 25 espeacutecies e no fragmento de mata

continua(100 hectar) apenas 9 foram coletada Os autores concluiacuteram que mesmo a

regiatildeo ter apresentado grande riqueza de espeacutecies as aacutereas fragmentadas das

matas estatildeo diminuindo o tamanho das comunidades de meliponineos o que pode

deste modo comprometer a reproduccedilatildeo de diversas plantas melitoacutefilasna regiatildeo

Kearns Inouye e Wase (1998) publicaram um trabalho sobre a interaccedilatildeo de planta-

polinizador e suas interaccedilotildees Neste trabalho os autores descrevem a respeito da

natureza ecoloacutegica e evolutiva dessas interaccedilotildees e das evidentes ameaccedilas que

estatildeo sofrendo por meio das atividades humanas como tambeacutem discute sobre

soluccedilotildees de gestatildeo de melhoria para locais onde haacute crise na polinizaccedilatildeo Com

respeito a essas crises os autores debatem durante todo o trabalho que esse

problema jaacute eacute generalizado por ser associada agraves atividades humanas e que ele eacute

causado principalmente pelo uso de pesticidas e herbicidas mudanccedila no uso dos

solos pastagens agricultura fragmentaccedilatildeo do habitat desses polinizadores e pela

introduccedilatildeo de espeacutecies natildeo nativas nos ambientes O trabalho conclui que todos

esses problemas podem ter futuramente um aumento devido agraves grandes alteraccedilotildees

de habitat causado por uma populaccedilatildeo que estaacute sempre em crescimento e

sugeriram que os proacuteprios cidadatildeos e ecologistas natildeo devem medir esforccedilos para

reverter esse quadro

Proniacute (2000) realizou uma pesquisa para conhecer a biodiversidade de abelhas

indiacutegenas sem ferratildeo com o intuito de apresentar manejos de conservaccedilatildeo para os

ecossistemas Com levantamentos preliminares de ninhos de abelhas nas regiotildees

(urbana e rural) de Londrinas (Paranaacute) e municiacutepios proacuteximos agrave Bacia do Rio Tibagi

(Paranaacute) ele constatou que a aacuterea estudada apresenta uma distribuiccedilatildeo

diversificada tanto nos ecossistemas urbanos como nos agroecossistemas Em

relaccedilatildeo agrave diversidade das abelhas indiacutegenas sem ferratildeo ele observou que 12 das 19

espeacutecies encontradas ocorrem nos agroecossistemas e que praticamente natildeo

nidificam em aacutereas urbanas Portanto ele concluiu que a biodiversidade dessas

abelhas na Bacia do Rio Tibagi estaacute seriamente ameaccedilada principalmente devido agrave

diminuiccedilatildeo de aacutereas florestadas Segundo o autor para que haja melhoria do quadro

27

eacute preciso da responsabilidade de meliponicultores pesquisadores entre outros para

que sejam proporcionadas condiccedilotildees boas para essas abelhas

Devido agraves grandes mudanccedilas do ambiente provocadas pela urbanizaccedilatildeo Souza e

colaboradores (2002) fizeram um estudo durante um ano (Marccedilo de 2000 a Julho de

2001) com o intuito de verificar a diversidade e habitat de Meliponini em uma aacuterea

urbana e identificar a relaccedilatildeo das espeacutecies com o processo de urbanizaccedilatildeo Foi

realizada inspeccedilatildeo mensal a procura de ninhos de meliponini dentro do Campus da

Universidade Federal de Juiz de Fora Minas Gerais Com os ninhos encontrados foi

feito a identificaccedilatildeo do substrato em que foi nidificado Essas informaccedilotildees foram

relacionadas com os dados de temperatura umidade e precipitaccedilatildeo do municiacutepio

Durante o estudo foi encontrado uma meacutedia de 3488 ninhos e quatro espeacutecies

foram identificadas sendo elas Tetragonisca angustula Nannotrigona testaceicornis

Trigona spinipes e Partamona sp As espeacutecies encontradas apresentaram

preferecircncia em substratos de construccedilotildees (cavidades preacute-existentes) Em relaccedilatildeo agrave

temperatura umidade e precipitaccedilatildeo os autores observaram uma correlaccedilatildeo

positiva entre a temperatura e a abundancia dos ninhos das abelhas sem ferratildeo por

outro lado natildeo foi encontrado para umidade relativa do ar e precipitaccedilatildeo Deste

modo concluiacuteram que mesmo em ambiente urbano essas espeacutecies ainda

conseguem sobreviver com sucesso por traacutes das atividades antropicas

Com relaccedilatildeo aos ninhos de T angustula com o clima do ambiente em que esses satildeo

nidificados Chiari e colaboradores (2002) realizaram um trabalho para ver se as

variaccedilotildees climaacuteticas tecircm alguma relaccedilatildeo com o desenvolvimento dos ninhos das

Jataiacutes Foram realizadas coletas das abelhas que foram depositadas em trecircs tipos

diferentes de colmeacuteias Fritzen Nogueira-Neto e Guiliane Apoacutes esse procedimento

as colocircnias foram pesadas e instaladas no municiacutepio de Maringaacute Paranaacute Ao longo

do estudo a temperatura do ambiente onde as colmeacuteias foram instaladas foi

monitorada Apenas a colmeacuteia Nogueira-Neto natildeo apresentou associaccedilatildeo com a

variaccedilatildeo das temperaturas Nos modelos Fritzen e Giuliane foram observados que o

peso de ambas apresentaram de forma positiva com a umidade relativa do ar

apenas Giuliane teve relaccedilatildeo positiva com a insolaccedilatildeo Deste modo os autores

concluiacuteram que os modelos Giuliane e Noguera-Neto satildeo mais apropriados para as

colmeacuteias de T angustula

28

Outro trabalho tambeacutem realizado em Campus Universitaacuterio foi feito por Almeida

(2002) sobre composiccedilatildeo das comunidades de abelhas em Satildeo Paulo O autor teve

o intuito de contribuir com informaccedilotildees sobre as espeacutecies de abelhas e as plantas

visitadas por elas Com levantamento das abelhas e plantas em duas aacutereas de

Cerrado (Cerradatildeo e Cerrado) localizado no campus Universitaacuterio no Municiacutepio de

Pirassununga foi coletado um total de 261 amostras de plantas de 41 famiacutelias e 140

espeacutecies Dessas apenas cinco ocorreram nas duas aacutereas Com relaccedilatildeo agraves

abelhas foram coletadas um total de 141 espeacutecies em quatro famiacutelias Foi concluiacutedo

que a famiacutelia que apresentou maior riqueza de espeacutecie foi Apidae Com relaccedilatildeo agraves

plantas as famiacutelias Asteraceae Malvaceae Fabaceae Sapindaceae e Vichysiaceae

foram as mais ricas em nuacutemero de espeacutecies

Neves e Viana (2002) realizaram um estudo sobre a ecologia da comunidade de

abelhas eussociais com o propoacutesito de analisar as atividades do seu vocirco

relacionando com recursos alimentares variaccedilotildees meteoroloacutegicas entre outros

fatores Com coletas das abelhas amostras de plantas floridas e monitoramento dos

ninhos nas dunas continentais na Bahia Eles capturaram oito espeacutecies da famiacutelia

Apidae Estas abelhas exibiam maior atividade no periacuteodo da manhatilde Um nuacutemero de

plantas floridas foi verificado na estaccedilatildeo chuvosa Assim sendo concluiacuteram que a

disponibilidade de recursos disponiacutevel e agraves variaccedilotildees meteoroloacutegicas favorecem a

concentraccedilatildeo de visitas florais dessas abelhas pela manhatilde

Um estudo sobre a ecologia das populaccedilotildees de meliponiacuteneos Souza e

colaboradores (2005) fizeram buscas pelos ninhos e coletas das abelhas no Campus

da Universidade Federal da Bahia eles encontraram 94 ninhos com 19 espeacutecies

diferentes tendo uma predominacircncia da espeacutecie Tetragonisca angustula Deste

modo concluiacuteram que a riqueza de espeacutecies de meliponineos (meliponini)

encontrada no Campus (o qual eacute um local que sofre antropizaccedilatildeo) pode ser devida

a disponibilidade de substratos para nidificaccedilatildeo e pela quantidade de recursos que eacute

ofertado

Stuch (2006) realizou uma pesquisa sobre a variabilidade geneacutetica das populaccedilotildees

de Tetragonisca angustula Nesse trabalho o autor primeiramente faz uma revisatildeo

da bibliografia com o propoacutesito de apresentar informaccedilotildees a respeito da estrutura

das populaccedilotildees de meliponiacuteneos (meliponini) sobre as abelhas indiacutegenas sem

ferratildeo e principalmente a respeito da abelha em estudo onde destacam informaccedilotildees

29

do comportamento locais de nidificaccedilatildeo dos recursos usados para se alimentar e

do mel que eacute produzido por eles Com coletas e anaacutelises realizadas por meio de

marcador molecular nas cidades de Dracena em Satildeo Paulo e Ivatuba no Paranaacute Ele

observou que as amostras obtidas em Ivatuba apresentaram 60 de polimorfismo e

na cidade de Dracena foram apresentadas 40 Deste modo o autor concluiu que

em Ivatuba as populaccedilotildees de T angustula estatildeo diferenciadas geneticamente e natildeo

apresentam endocruzamento entre os ninhos jaacute as populaccedilotildees da cidade de

Dracena natildeo se encontraram modificados podendo os ninhos ser considerados

como um soacute Segundo o autor essas informaccedilotildees satildeo muito importantes para que

estudos de praacuteticas de manejo sejam realizados para manter a variabilidade dessas

populaccedilotildees

Outro trabalho tambeacutem em aacutereas fragmentadas foi realizado por Alvarenga (2008)

Neste trabalho o autor teve o objetivo de conhecer a diversidade e densidade dos

ninhos de meliponineos (meliponini) na Mata de Santa Tereza (Estaccedilatildeo Ecoloacutegica de

Ribeiratildeo Preto Satildeo Paulo) que fica situado entre a Mata Atlacircntica e o Cerrado com

levantamentos dos ninhos e das aacutervores que poderiam apresentar um tamanho

potencial para essas abelhas nidificarem Foram encontrados ninhos de quatro

espeacutecies de meliponineos (meliponini) sendo T angustula e Scaura latitarsis

representaram 25 dos ninhos encontrados e Trigona hyalinata 50 E em relaccedilatildeo

aacutes aacutervores cerca de 67 foram analisadas poucas apresentavam rachaduras ou

cavidades para abrigar os ninhos Deste modo foi concluiacutedo que na aacuterea estudada

haacute uma riqueza baixa e densidade relativamente meacutedia e tambeacutem poucos locais

para nidificaccedilatildeo

Andena e colaboradores (2009) tambeacutem fizeram um trabalho em aacutereas degradadas

Para eles esses estudos satildeo essecircncias devido a essas aacutereas serem a principal

razatildeo para o aumento das taxas de perda da diversidade geneacutetica e extinccedilatildeo das

abelhas Os autores realizaram um estudo para conhecer a diversidade de abelhas

no Cerrado em Satildeo Paulo Foram realizadas coletas das abelhas em quatro

reservas em regiotildees fragmentadas do Cerrado Reserva de Corumbataiacute Estaccedilatildeo

Ecoloacutegica de Jataiacute Parque Vassununga e Reserva de Cajuru Com cerca de 500

indiviacuteduos coletados as aacutereas que apresentaram maior riqueza foram Cajuru e

Corumbataiacute e as aacutereas com menor riqueza foram Vassununga e Estaccedilatildeo Ecoloacutegica

Jataiacute Mesmo apresentando maior nuacutemero de riqueza a aacuterea de Corumbataiacute sofreu

30

vaacuterias alteraccedilotildees na composiccedilatildeo fauniacutestica durante o estudo Assim sendo foi

concluiacutedo que pesquisas como essas satildeo importantes pois contribuem com

informaccedilotildees a respeito da influencia que essas aacutereas degradadas podem exercer

sobre a composiccedilatildeo fauniacutestica e a riqueza das espeacutecies de abelhas

Um inventaacuterio sobre os meliponiacuteneos (meliponini) no Bioma Cerrado foi realizado por

Fernandes e colaboradores (2012) Com levantamentos feitos durante dois anos em

quatro aacutereas diferentes (Municiacutepio de Tangaraacute da Serra ndash MT nos arredores do

campus universitaacuterio de Mato Grosso na Reserva Florestal Antocircnio Conselheiro ndash

MT e na zona rural do municiacutepio Tangaraacute da Serra - MT) os autores coletaram 128

espeacutecimes distribuiacutedos em 27 espeacutecies e 14 gecircneros e constataram que a maior

riqueza foi vista na reserva florestal e na zona rural do municiacutepio de Tangaraacute da

Serra Deste modo eles concluiacuteram que a riqueza observada na reserva pode ser

devido agrave mata apresentar pouca antropizaccedilatildeo e que as informaccedilotildees obtidas nesse

estudo satildeo de extrema importacircncia para a preservaccedilatildeo da biodiversidade da reserva

florestal

Uma pesquisa realizada por Oliveira e colaboradores (2013) cujo tema foi

Levantamento de Ocorrecircncia de Meliponiacutedeos (Meliponini) em Municiacutepios na regiatildeo

do Vale do Jauru ndash MT foia incidecircncia de abelhas sem ferratildeo em zonas urbanas

Com entrevistas aos moradores e com sessotildees de fotos para definir quais espeacutecies

de abelhas se encontravam nas proximidades das casas da regiatildeo do Vale do Jauru

eles encontraram 67 colmeacuteias sendo 17 predominantes em apenas uma cidade

Deste modo concluiacuteram que na regiatildeo do Vale do Jauru encontram-se grandes

aacutereas verdes proporcionando dessa forma alimento e a preservaccedilatildeo das abelhas

24 COLETA DE RECURSOS E PRODUCcedilAtildeO DE MEL DAS MELIPONINI

Devido agraves poucas informaccedilotildees sobre a composiccedilatildeo do mel e fontes alimentares

utilizados pelos meliponineos Anacleto (2007) fez um estudo com o intuito de

conhecer as principais fontes que fazem parte da dieta dessas abelhas e tambeacutem

conhecer as caracteriacutesticas quiacutemicas do mel produzido por elas O estudo foi no

Municiacutepio de Piracicaba Satildeo Paulo Foi realizado um levantamento das plantas

visitadas por cinco espeacutecies de meliponineos (T angustula Scaptotrigona

31

bipunctata Nanotrigona testaceicornis Friesiomellita varia e Tetragona clavipes)

coleta de mel nos potes de alimento dos ninhos e coleta de poacutelen retirada das

corbiacuteculas O autor obteve 158 espeacutecies de plantas sendo que dessas 67 foram

visitadas pelas abelhas em estudo e na anaacutelise poliacutenica foram encontradas 72

espeacutecies de plantas A espeacutecie que apresentou menor nuacutemero de visitas foi F varia

em contrapartida T angustula foi a espeacutecie que apresentou o haacutebito mais

generalista em relaccedilatildeo ao numero de espeacutecies de plantas visitadas Com relaccedilatildeo ao

mel foram analisadas um total 31 amostras Os estudos com a composiccedilatildeo do mel

apresentaram uma dificuldade devido agrave legislaccedilatildeo atender apenas as caracteriacutesticas

do mel de Apis melliacutefera e natildeo o mel das abelhas nativas O mel de F varia foi a que

apresentou menor niacutevel de accediluacutecar em contrapartida o niacutevel de accediluacutecar do mel de T

angustula foi o mais elevado Deste modo foi concluiacutedo que as espeacutecies estudadas

se mostraram generalistas com exceccedilatildeo de F varia e com relaccedilatildeo agrave anaacutelise do

mel foi concluiacutedo que haacute a necessidade de um padratildeo na legislaccedilatildeo proacuteprio para

uma melhor anaacutelise dos compostos quiacutemicos do mel de meliponiacuteneos

Anacleto e colaboradores (2009) tambeacutem realizaram uma pesquisa sobre o padratildeo

de qualidade do mel das abelhas sem ferratildeo Para esse estudo foi analisado a

composiccedilatildeo do mel das abelhas Tetragonisca angustula Com coletas feitas

diretamente de dentro das colocircnias encontradas em Piracicaba ndash (SP) e com

anaacutelises feitas sobre o accediluacutecar proteiacutenas pH acidez cor entre outros fatores os

autores obtiveram 20 amostras de mel e relataram que o accediluacutecar dessas amostras

apresentaram valores inferiores ao que eacute estabelecido pelas normas

brasileirasAssim sendo concluiacuteram que 5 de accediluacutecar do mel coletado natildeo se

enquadram na legislaccedilatildeo e que seria necessaacuterio um maior estudo para que uma

nova legislaccedilatildeo seja feita

No trabalho de Sommeijer e colaboradores (1983) aleacutem de analisar os recursos

coletados por algumas abelhas sem ferratildeo (Meliponineos) e Apis mellifera os

autores tambeacutem fizeram observaccedilotildees no comportamento de forrageamento dessas

abelhas As observaccedilotildees e amostras de poacutelen foram retiradas semanalmente das

corbiacuteculas das forrageiras que retornavam ao ninho Os autores observaram que as

coletas dos recursos ocorreram em periacuteodos diferentes os voos de neacutectar ocorreram

na maior parte das vezes de manhatilde e os vocircos de poacutelen ocorreram agrave tarde Em

relaccedilatildeo ao poacutelen foram obtidas 191 amostras sendo que quatro famiacutelias se

32

mostraram mais presentes Myrtaceae Sapotaceae Sapindaceae e Melliaceae

Desta forma concluiacuteram que as coletas de poacutelen pelas forrageiras podem ter

predominado no periacuteodo da manhatilde devido agraves flores se mostrar mais murchas com o

passar do dia Tambeacutem concluiacuteram que os recursos de poliacutenicos foram bem

diversos o que confirmou o haacutebito generalista dessas abelhas

Carvalho e Marchini (1999) realizaram um estudo dentro de um campus Universitaacuterio

(USP) em Piracicaba Em seu trabalho tiveram o objetivo de conhecer as plantas

que oferecem recursos para abelhas em ambientes mais antropizados Com coletas

de abelhas operaacuterias em colocircnias de Tetragonisca angustula e Nannotrigona

testaceicornis os autores analisaram os gratildeos de poacutelen coletados por elas Atraveacutes

dessa anaacutelise obtiveram 31 tipos poliacutenicos em 22 famiacutelias de plantas sendo que

entre essas famiacutelias para N testaceicornis os gratildeos de poacutelen que se mostrou mais

frequumlente foi de Myrtaceae e para T angustula foram Fabaceae Liliaceae e

Mimosaceae Dessa maneira concluiacuteram que essas espeacutecies se mostraram

generalistas visitando diversas plantas

No mesmo ano Carvalho Marchini e Ros (1999) fizeram um estudo para comparar

e analisar as fontes de poacutelen utilizadas por Apis mellifera e quatro diferentes

espeacutecies de Trigonini (Nannotrigona testaceicornis Partamona helleri Plebeia

droryana e Tetragonisca angustula) O trabalho teve o intuito de fornecer

informaccedilotildees sobre as preferecircncias florais e as relaccedilotildees troacuteficas dessas espeacutecies

Com coletas realizadas nos meses de Outubro e Novembro de 1996 no campus da

USP em Piracicaba os autores coletaram 53 tipos poliacutenicos desses os tipos mais

frequentes para todas as abelhas foram Aracaceae Bulbine frutescens e

Eucalyptus spe com as relaccedilotildees troacuteficas eles observaram que a utilizaccedilatildeo de fontes

de poacutelen variou conforme a espeacutecie e que a dieta se mostrou bem diversificada

Dessa maneira os autores concluiacuteram que P droryana e Phelleri foram agraves

espeacutecies que apresentaram maior uniformidade na utilizaccedilatildeo de fontes de poacutelen e a

maior sobreposiccedilatildeo de nicho troacutefico ocorreu entre N testaceiconis e T angustula e

menor sobreposiccedilatildeo foi entre A meliacutefera e T angustula

Devido agrave carecircncia de estudos sobre os recursos florais utilizados pelas abelhas

Agostini e Sazima (2003) fizeram um estudo sobre a fenologia das espeacutecies de

plantas ornamentais e suas relaccedilotildees com as espeacutecies de abelhas Com registros da

fenologia das plantas arboacutereas e arbustivas e o tipo de recurso utilizado pelas

33

abelhas no campus da Universidade Estadual de Campinas em Satildeo Paulo os

autores registraram 42 espeacutecies de plantas e observaram que na aacuterea estudada

houve plantas florindo todos os meses e natildeo houve sazonalidade marcada Com

relaccedilatildeo ao tipo de recurso utilizado pelas abelhas foi observado que as plantas mais

visitadas foram da famiacutelia Leguminosae e Bombacaceae por serem importantes

fontes de alimento para as abelhas no periacuteodo de estiagem Concluiacuteram que plano

de manejo em ambientes urbanos usando plantas ornamentais nativas seria

importante para acolher maior diversidade de abelhas as quais cumprem papel

importantiacutessimo na manutenccedilatildeo da biodiversidade dos ecossistemas naturais

Como muitas plantas de importacircncia econocircmica dependem de insetos para

aumentar a produccedilatildeo e a qualidade dos frutos Toledo e colaboradores (2003)

pesquisaram as angiospermas na regiatildeo de Maringaacute no estado do Paranaacute para

contribuir com o conhecimento da biodiversidade nessa regiatildeo Com coletas em

onze espeacutecies de plantas examinadas na Universidade Estadual de Maringa

Paranaacute os autores obtiveram 331 insetos Entre as abelhas trecircs espeacutecies coletadas

foram as mais abundantes Tetragonisca angustula Apis mellifera e Trigona spinipes

Os autores concluiacuteram que essas abelhas africanizadas e sem ferratildeo foram as mais

abundantes nas coletas as flores devido tanto ao seu comportamento generalista

como pela sobreposiccedilatildeo no local de forrageamento

Simioni e Colaboradores (2007) realizaram um estudo para investigar os recursos

alimentares de Tetragonisca angustula fiebrigi em Mato Grosso do Sul Com

amostras de cargas poliacutenicas corbiculares das operaacuterias em um ambiente natural de

Corumbaacute-MS no periacuteodo de seis meses os autores relataram que T angustula

visitou 43 espeacutecies de plantas para coleta de poacutelen e as famiacutelias mais visitadas

foram Leguminosae Palmae Asteraceae e a subfamiacutelia Mimosidae devido agrave grande

quantidade de poacutelen acessiacutevel Deste modo concluiacuteram que Tetragonisca

angustula mostrou-se seletivo com relaccedilatildeo agraves fontes de alimento disponiacutevel na aacuterea

estudada e que a famiacutelia Leguminosae se mostrou a mais importante fonte de poacutelen

para T angustula

Muitas espeacutecies de abelhas vecircm sendo utilizadas consorciadas ao cultivo de

diversas espeacutecies de plantas No trabalho de Antunes e colaboradores (2007) eles

utilizaram a espeacutecie Tetragonisca angustula para verificar seu efeito como agente

polinizador na produccedilatildeo de frutos de cultivares de morango em estufa O estudo foi

34

realizado na Universidade de Passo Fundo RS utilizando quatro cultivares de

morangueiro (Oso Grande Tdla Chandler e Dover) com ausecircncia e presenccedila de

duas e quatro colmeacuteias de T angustula Os autores observaram que o numero de

visitas as flores foram o mesmo para os mesmos nuacutemeros de colocircnias e que o uso

de duas ou quatro colmeacuteias natildeo alterou a produccedilatildeo dos frutos Aleacutem disso

observaram tambeacutem que a porcentagem de frutos deformados teve uma queda

consideraacutevel de 85 para 5 Sendo assim concluiacuteram que a presenccedila de

Tetragonisca angustula para a polinizaccedilatildeo em ambiente fechado tem grande

importacircncia para o aumento da produtividade e para o aumento da quantidade de

frutos comerciaacuteveis

Devido agrave grande importacircncia das abelhas sem ferratildeo para manter a biodiversidade

das plantas Braga e colaboradores (2012) fizeram um estudo com a espeacutecie T

angustula por ela ser amplamente distribuiacuteda nos habitats tropicais Com estudo

realizado em duas ilhas (Ilha Grande e Tucuruccedilaacute) e outras duas na ilha Ariroacute e

Tinguaacute todas SAP aacutereas de Mata Atlacircntica do Estado do Rio de Janeiro e apenas

Ilha Grande pertence a uma unidade de proteccedilatildeo ambiental Para esse estudo os

autores fizeram coletas de carga de poacutelen e observaccedilotildees agraves flores T angustula

visitou 61 espeacutecies de plantas sendo Anacardiaceae e Asteraceaeas mais visitadas

Na Ilha grande foi a aacuterea onde se obteve maior nuacutemero de visitas e onde se

encontrou 39 tipos poliacutenicos Dessa maneira concluiacuteram que a dieta de T angustula

eacute bem ampla e que essas pesquisas satildeo necessaacuterias para conhecer as plantas que

operam como recurso para as abelhas em ambiente natural

Com o intuito de contribuir para o conhecimento da flora e sua utilizaccedilatildeo por

polinizadores nativos Novais Absy e Santos (2013) caracterizaram o poacutelen de T

angustula atraveacutes da anaacutelise palinoloacutegica analisando os meacuteis produzidos por esta

espeacutecie em duas regiotildees semi-aacuteridas tropicais do nordeste do Brasil Com amostras

de mel coletados mensalmente nos municiacutepios de Itaberaba e Ruy Barbosa na

Bahia durante 14 meses os autores observaram que o espectro poliacutenico das

amostras de mel de T angustula consistiu um total de 67 tipos de poacutelen sendo que

18 deles foram comuns aos espectros de poacutelen tanto de Itaberaba quanto de Ruy

Barbosa e as famiacutelias das plantas que predominaram em ambos municiacutepios foram

Fabaceae Myrtaceae Malvaceae e Euphorbiaceae Concluiacuteram que houve um uso

heterogeneo dos recursos naturais no municiacutepio de Itaberaba e homogecircneo no

35

municiacutepio de Ruy Barbosa neste foi detectado um tamanho maior do nicho de poacutelen

de T angustula Para os autores isso se deve a diferenccedila na diversidade de plantas

entre os dois municiacutepios

25 COMPORTAMENTO DA ABELHA JATAIacute

Para algumas pesquisas estudos sobre comportamento eacute essencial para obter

informaccedilotildees importantes sobre a espeacutecie em estudo Para que pesquisadores

possam fazer estudo de comportamento em campo Altmann (1973) publicou um

trabalho sobre comportamento animal onde ela faz um guia para orientar os

observadores em seus estudos Ela apresenta meacutetodos para ser utilizado nas

observaccedilotildees tanto em comportamento individual quanto em grupo e apresenta o uso

de meacutetodos de amostragem nas observaccedilotildees Nesse a autora relata trabalhos de

outros autores sobre observaccedilotildees comportamentais e faz discussotildees a respeito de

problemas de amostragem em comportamento social como tambeacutem as vantagens e

desvantagens do uso de alguns meacutetodos

Um estudo relacionado com o comportamento de T angustula foi realizado por

Wittmann (1985) para mostrar que o sistema de defesa dessa espeacutecie natildeo era

apenas para defesa de alguns insetos voadores mais tambeacutem para defesa contra

ataques de abelhas cleptobioacuteticas Para observaccedilatildeo do comportamento das guardas

pairando foi mantida uma colocircnia de Lestremelitta limatildeo proacuteximo a quatros colocircnias

de T agustula O autor notou que o posicionamento das guardas pairando proacuteximo

ao corredor de vocirco do ninho permitia maior eficiecircncia nos ataques aos intrusos

cleptobioacuteticos e que durante esses ataques o numero de guardas aumentava

consideravelmente para reforccedilar a defesa do ninho Dessa maneira concluiu-se que

no comportamento de defesa essa espeacutecie faz um recrutamento em massa das

guardas em resposta a um feromocircnio lanccedilado por L limatildeo

Couvillon e colaboradores (2007) fizeram um estudo sobre a movimentaccedilatildeo das

forrageiras em relaccedilatildeo ao tamanho da entrada do ninho e o comportamento

defensivo das guardas em relaccedilatildeo agraves perturbaccedilotildees que os ninhos sofrem Para esse

trabalho os autores estudaram 26 espeacutecies de abelhas sem ferratildeo no campus da

Universidade de Satildeo Paulo em Ribeiratildeo Preto Foram medidas a entrada dos ninhos

36

e o comprimento de abelhas forrageiras Foi verificado que a entrada do tubo do

ninho se ajusta ao tamanho das abelhas operaacuterias ou seja quanto maior for a

abelha maior seraacute a entrada do ninho Tambeacutem observaram que as guardas tinham

o comportamento de proteger o ninho bloqueando sua entrada e permitindo apenas

a entrada das forrageiras Assim concluiacuteam que essas abelhas apresentam

importantes mecanismos de defesa para ninho e que estudos como esse podem

trazer informaccedilotildees importantes ao comportamento de defesas das abelhas sem

ferratildeo

Minussi e Santos (2007) fizeram um estudo para descobrir se haacute algum efeito

negativo da Apis mellifera sobre as abelhas nativas em relaccedilatildeo agrave coleta de recursos

Para isso os autores fizeram um trabalho sobre o comportamento que ocorre entre

essas abelhas Com observaccedilotildees agraves flores e coletas das abelhas na Escola

Agroteacutecnica Federal de Sombrio no municiacutepio de Santa Rosa Santa Catarina Apis

mellifera foi agrave espeacutecie mais abundante encontrada na aacuterea em estudo em seguida

Trigona spinipes foi a mais abundante Durante as observaccedilotildees notaram que o

comportamento de abertura das mandiacutebulas da subfamiacutelia Halictinae para atacar e

expulsar as abelhas africanizadas das flores era comum e que esse comportamento

ocorria sempre antes que abelhas conseguissem chegar ao fundo da flor Dessa

maneira concluiacuteram que as abelhas nativas conseguem se defender das abelhas

africanizadas para garantir seu recurso

Karcher e Ratnieks (2009) mostraram em suas pesquisas que ninhos de T

angustula natildeo eram apenas defendidos por guardas pairando mas tambeacutem por

guardas que ficam de peacute na entrada do ninho Os autores colocaram dez campeiras

e natildeo campeiras da mesma espeacutecie e campeiras tratadas com odor de

Scaptotrigona bipunctata em cinco ninhos As guardas de peacute natildeo rejeitaram

nenhuma campeira mas rejeitaram quase todas natildeo campeiras e campeiras

tratadas com odor volaacutetil A partir desse resultado concluiacuteram que as operaacuterias que

ficam de peacute na entrada do ninho tambeacutem atuam como oacutetimas guardas para

discriminar as abelhas campeiras e natildeo campeiras

No trabalho de Gruter Karcher e Ratnieks (2011)foi realizado um estudo sobre as

abelhas guardas de Tetragonisca angustula que ficam pairando e de peacute proacuteximo ao

ninho Os autores fizeram algumas experiecircncias para saber se havia alternacircncias de

tarefas entre elas A pesquisa teve duraccedilatildeo de trecircs anos e foi realizada em uma

37

fazenda perto de Satildeo Paulo Para observar essa alternacircncia de tarefas as abelhas

guardas foram coletadas e marcadas Dessa maneira notaram que das 18 abelhas

marcadas 12 eram exclusivamente guardas em peacute e seis realizavam os dois tipos

de guardas Durante as 21 horas de observaccedilatildeo natildeo foi observado mudanccedila entre

os tipos de guardas A partir desses resultados concluiacuteram que a alternacircncia de

tarefa entre as guardas eacute rara de acontecer indicando que a defesa de T angustula

e feita por divisatildeo de trabalho

Zweden e colaboradores (2011) fizeram um trabalho semelhante agrave Wittmann (1984)

com os guardas de defesa que ficam pairando Em seu estudo os autores tinham o

objetivo de testar a hipoacutetese que as guardas aumentavam a defesa do ninho em

relaccedilatildeo aos intrusos principalmente Lestrimellita limatildeo a qual eacute um ladratildeo

obrigatoacuterio de Tetragonisca angustula Foram feitas mediccedilotildees da distacircncia em que

as guardas pairando atacavam tanto um manequim de massa de modelar coberto de

citral (odor volaacutetil liberado por L limatildeo) quanto operaacuterias de Lestrimellita limatildeo

receacutem morto Todos os intrusos do experimento foram atacados por T angustula a

distacircncia que ocorreu o ataque variou entre 0-22 cm os ninhos que tinham mais

guardas apresentou maior distacircncia Dessa maneira concluiacuteram que a presenccedila de

guardas pairando aumenta a detecccedilatildeo de intrusos e que essas guardas respondem

especialmente a pistas visuais

As abelhas sem ferratildeo (eussocias) costumam apresentar divisatildeo de trabalho em

suas colocircnias Gruter e colaboradores (2012) em seu estudo quiseram testar a

hipoacutetese de que os soldados especializados (guardas) para a defesa das colocircnias de

jataiacute (Tetragonisca angustula) eram relativamente maiores que os trabalhadores

Com anaacutelise no tamanho e na forma das forrageiras guardas e trabalhadores que

removem resiacuteduos das colocircnias o autor constatou que o peso corporal das guardas

era maior que das abelhas forrageiras e que o tamanho da cabeccedila das forrageiras

mostrou-se um pouco maior em relaccedilatildeo agraves guardas Assim concluiu-se que a

variaccedilatildeo no tamanho seria devido agrave divisatildeo de trabalho ou seja a diferenccedila no

tamanho do corpo consiste em uma eficaacutecia maior para lutar contra invasores e a

diferenccedila em relaccedilatildeo ao tamanho da cabeccedila seria devido agrave necessidade das

forrageiras de decorar caminhos para busca do alimento

38

39

3 METODOLOGIA

31 AacuteREA DE ESTUDO

O Municiacutepio de Vitoacuteria possui uma extensatildeo geograacutefica que envolve um grau

elevado de urbanizaccedilatildeo (SOUZA 2011) De acordo com o Instituto Brasileiro de

Geografia e Estatiacutestica (2010) o Municiacutepio apresenta uma aacuterea de mais de 98 Kmsup2 e

conta com uma populaccedilatildeo estimada de 352104 habitantes O clima da regiatildeo de

Vitoacuteria pode ser classificado como Tropical uacutemido (CLASSIFICACcedilAtildeO [20--])

apresentando temperatura maacutexima que pode chegar a 32ordm C e miacutenima que fica em

torno de 24ordm C com os maiores iacutendices de precipitaccedilatildeo pluviomeacutetrica entre os meses

de Outubro a Janeiro (INSTITUTO CAPIXABA DE PESQUISA ASSISTEcircNCIA

TEacuteCNICA E EXTENSAtildeO RURAL 2011)

Vitoacuteria eacute um dos Municiacutepios que apresentam os maiores niacuteveis de temperaturas do

Estado Isso se deve ao fato de as grandes montanhas dificultarem a passagem dos

ventos do nuacutemero de preacutedios que aumenta com o passar dos anos assim como a

poluiccedilatildeo (SOUZA 2011)

O estudo foi realizado no Campus Universitaacuterio Alaor de Queiroz Arauacutejo da

Universidade Federal do Espiacuterito Santo (FERNANDES VALE 2013) tambeacutem

conhecido como campus de Goiabeiras Este campus se encontra localizado no

Municiacutepio de Vitoacuteria capital do Estado do Espiacuterito Santo e nas coordenadas

geograacuteficas de 20ordm 16rsquoS e 40ordm 18rsquoW (FERREIRA DANTAS 2000)

O Campus fica ao Sul e ao Oeste do canal da passagem e a Leste com a Avenida

Fernando Ferrari Ateacute 2008 era composta por uma aacuterea de ambiente entre mareacutes e

terrestre de 1592545 msup2 poreacutem com a ampliaccedilatildeo da Avenida Fernando Ferrari

essa aacuterea foi reduzida para 1567545 msup2 (FERNANDES VALE 2013) A aacuterea

amostral se localiza no entorno do Centro de Ciecircncias Humanas e Naturais (CCHN)

Implantada por volta da deacutecada de 1970 ela compotildee os ICrsquos (iniciais de Ilha do

Cercado) I II III e IV (FERNANDES VALE 2013) e apresenta uma aacuterea que

compreende edificaccedilotildees como preacutedios passarelas ruas asfaltadas paacutetio de

estacionamento e aacutereas jardinadas (MAPA 01)

40

Mapa 01- Mapa do Campus Universitaacuterio de Goiabeiras (UFES) com destaque da

aacuterea de estudo em vermelho

Fonte Google Maps (2014) 32 OBTENCcedilAtildeO DOS DADOS

A aacuterea de estudo foi inspecionada agrave procura de ninhos de T angustula com

observaccedilotildees em calccediladas paredes muros postes troncos de aacutervores entre outros

conforme Taura e Laroca (1991) Os ninhos encontrados foram marcados por letra

alfabeacutetica e mapeados com o auxiacutelio de um marcador permanente (marca Jocar

Office) e um GPS (marca Garmin etrex vista) As observaccedilotildees foram realizadas uma

vez a cada semana durante cinco meses de Abril agrave Setembro de 2014 totalizando

21 dias amostrados (140 horas) O periacuteodo no qual foram realizadas as observaccedilotildees

41

foi de 0700 agrave 1700 horas As observaccedilotildees foram feitas durante 15 minutos em cada

ninho e intercaladas nos periacuteodos matutino vespertino e dia todo com o auxilio de

uma lupa de matildeo devido elas apresentarem aproximadamente 5 miliacutemetros

(NOGUEIRA-NETO 1997) A lupa de matildeo foi utilizada tambeacutem para observar a cor

do poacutelen que as abelhas traziam para dentro do ninho

A contagem do nuacutemero de entradas e saiacutedas das abelhas coletoras e das abelhas

que protegem a colocircnia de invasores foi realizada em todos os ninhos com o auxilio

de um contador de nuacutemeros Os registros foram realizados com redaccedilatildeo dos

eventos e por meio de fotografias As observaccedilotildees seguiram o meacutetodo Animal-Focal

descrito por Altmann (1973) para anaacutelise do comportamento das abelhas Esse

meacutetodo consiste em amostrar os comportamentos de um ou mais indiviacuteduos por um

determinado periacuteodo de tempo O levantamento das principais fontes de alimento de

T angustula foi obtido a partir de dados bibliograacuteficos

33 ANAacuteLISE DOS DADOS

Para anaacutelise dos dados foi utilizado o programa ldquoMapSourcerdquo para a construccedilatildeo do

mapa dos ninhos encontrados Foi tambeacutem utilizado o programa Microsoft Excel

2007 para construccedilatildeo de graacuteficos para analisar o nuacutemero de visitas (entrada e saiacuteda)

que as abelhas coletoras apresentaram durante os cinco meses observados Os

graacuteficos foram construiacutedos por intervalos de horas sendo que as informaccedilotildees se

acumularam mais proacuteximo do horaacuterio em que houve mais eventos observados no

ninho O mesmo programa foi utilizado para retirar a meacutedia da quantidade de

guardas na defesa do ninho

Os dados resultantes do levantamento bibliograacutefico das fontes alimentares serviram

de base para a elaboraccedilatildeo de um graacutefico com a contribuiccedilatildeo das famiacutelias de plantas

mais visitadas por T angustula

42

43

4 RESULTADOS E DISCUSSOtildeES

41 LOCALIZACcedilAtildeO DOS NINHOS

Foram encontrados onze ninhos (marcados por letra alfabeacutetica de A a K) cinco

instalados em paredes e muros (K C I e J) e seis localizados sob placas de

concreto de passarelas (A B D E F G e H) (mais precisamente na base das

pilastras da passarela que se encontra entre os IC`s II e III) Este fato corrobora com

os estudos de Taura e Laroca (1991) que indica que a disponibilidade de nidificaccedilatildeo

nesses locais aumenta com as atividades antroacutepicas A localizaccedilatildeo dos ninhos eacute

apresentada pelo Mapa 02

Os ninhos C J K (Mapa 02) recebiam calorna maior parte do dia jaacute os demais natildeo

recebiam sol diretamente na maior parte do dia pois eram protegidos pela pilastra e

pela cobertura da passarela

Durante todo o periacuteodo das observaccedilotildees em geral o clima foi de dias quentes com

presenccedila de ventos

MAPA 02 ndash Mapa dos ninhos de T angustula estudadas no Campus de Goiabeiras

(UFES) Abril ndash Setembro2014

Fonte Modificado em Google earth (2014) Dos 11 ninhos observados dois ninhos natildeo apresentavam a entrada com o formato

comum de cilindro e traziam um formato natildeo definido

44

Em todos os ninhos foi possiacutevel ver que a abertura da extremidade do tubo era

relativamente grande Tal formato permite que haja espaccedilo para que algumas

abelhas guardas permaneccedilam na entrada do tubo ao mesmo tempo em que deixa

espaccedilo suficiente para as forrageiras passarem (KARCHER RATNIEKS 2009) Ao

longo de todo o tubo havia presenccedila de centenas de perfuraccedilotildees o que segundo

Gruter Karcher e Ratinieks (2011) eram para ajudar nas trocas gasosas

Nos cinco meses observados trecircs ninhos desapareceram da aacuterea amostral restando

ao final das observaccedilotildees oito ninhos Um deles (ninho E) foi perdido logo no iniacutecio

das observaccedilotildees supotildee-se que tenha ocorrido alguma intervenccedilatildeo aguda por

exemplo humana pois logo no segundo dia de observaccedilatildeo o mesmo jaacute natildeo estava

no lugar demarcado Outros dois ninhos (ninhos F e G) tambeacutem foram perdidos O F

persistiu ateacute o mecircs de Maio e o ninho G ateacute Julho Nestes o desaparecimento se

sucedeu apoacutes eventos de revoadas

42 INTERACcedilOtildeES INTER E INTRAESPECIacuteFICAS

TABELA 1 - Dados dos Ninhos observados

Data Ninho Hora Cores de Poacutelen

Presenccedila de

Resina Operaacuteriaslimpeza Guardas

em peacute Guardas pairando Ameaccedila

14abr D 07h-8h

Amarelo Branco Laranja

Vermelho

X 5 1

13mai C 10h-11h

Amarelo Branco Laranja

Vermelho

X X 4 4

20mai J 15h-16h Branco X X 8 12 02jun H 12h-13h Branco X X 8 4 16jul D 13h-14h Branco

X 8 2 Formiga

20jun B 08h-09h

Amarelo Branco Laranja

Vermelho

X X 9 3

06ago C 14h-15h Branco X 7 10 Lagartixa

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria As observaccedilotildees indicaram que as jataiacutes visitavam vaacuterias espeacutecies de flores durante

as manhatildes e iniacutecio das tardes pois nesse periacuteodo trouxeram uma grande

45

diversidade de poacutelen (cores amarela laranja branca e vermelha) transportados em

suas corbiacutecula para dentro do ninho B C e D (TABELA 1) (FIGURA 1-A) No horaacuterio

da tarde essa diversidade diminuiacutea nos ninhos C D H e J (TABELA 1) e era

representada pelo transporte de poacutelen de cor branca Este fato mostra que a

diversidade de flores visitadas decresce ao longo do dia

As abelhas sociais de um modo geral visitam as flores enquanto elas satildeo atrativas

Elas apresentam preferecircncia pela cor e satildeo capazes de discriminar os conjuntos

florais realizar sua localizaccedilatildeo e selecionar aquelas que produzem maior quantidade

e melhor qualidade de alimento (PIRANI LAURINO 1993) Existem diversos fatores

que podem influenciar a coleta de alimento pelas abelhas sociais entre eles o

comportamento das campeiras e a necessidade das colocircnias que depende do seu

tamanho (PIRANI LAURINO 1993)

Aleacutem de poacutelen tambeacutem foi observado carregamento de resina nas corbiacuteculas para

dentro do ninho B C H e J (TABELA 1) (FIGURA 1-B) essa eacute coletada pelas

abelhas em bototildees florais Depois de a resina ser coletada ela pode ser armazenada

pura ou misturada com cera No caso de T angustula ela geralmente faz a

armazenagem na forma pura (NOGUEIRA-NETO 1997) Como a resina eacute viscosa e

grudenta as abelhas a utilizam para vedar o entorno da entrada do tubo e tambeacutem

para depositar uma quantidade sobre o corpo e cabeccedila das formigas para defender

a colocircnia contra invasores (WITTMANN 1985 NOGUEIRA-NETO 1997)

Durante todo o periacuteodo observado foi notada a presenccedila de operaacuterias que cuidavam

da limpeza dos ninhos (TABELA 1) Essas operaacuterias trabalhavam retirando resiacuteduos

(detritos) de dentro do ninho e o faziam carregando atraveacutes de sua mandiacutebula

(FIGURA 1-C) Este trabalho era realizado continuamente ao longo de todo o dia

Para Nogueira-Neto (1997) T angustula eacute a espeacutecie que tem o melhor haacutebito de

limpeza e por esta razatildeo seu mel e seu proacutepolis satildeo considerados o melhor dentre

as outras espeacutecies

FIGURA 1- Divisatildeo de trabalho entre operaacuterias de Tetragonisca angustula A

Detalhe da corbiacutecula com poacutelen B Detalhe da corbiacutecula com resina C Operaacuteria de

limpeza com resiacuteduo na mandiacutebula

46

Fonte Arquivo Labibio

Em cada ninho foi possiacutevel notar a presenccedila de abelhas que ficavam tanto pousadas

ao longo do tubo de entrada do ninho quanto sobrevoando proacuteximo do mesmo

Essas abelhas satildeo chamadas por Gruter Karcher e Ratnieks (2011) de abelhas

guardas em peacute e pairando respectivamente As guardas em peacute estavam sempre

em grandes quantidades e estiveram em atividade praticamente em todo o periacuteodo

do dia

Essas guardas ficavam na maior parte do tempo com a mandiacutebula apoiada sobre o

ninho acredita-se que tenham a funccedilatildeo de depositar resina ao entorno do ninho As

demais guardas que ficavam sobrevoando estiveram mais ausentes logo no

A B

C

47

comeccedilo da manhatilde por volta das 0700 as 0900 horas As guardas pairando ficavam

na maioria das vezes em nuacutemeros de trecircs a quatro sempre posicionadas a direita e

esquerda do tubo e em direccedilatildeo a entrada (FIGURA 2)

FIGURA 2- Ninho de T angustula com guardas pairando destacado em vermelho e

guardas em peacute em destaque azul

Fonte Arquivo Labibio

Foi observado que no periacuteodo da tarde o nuacutemero de guardas pairando aumentava

Isso era visto com maior frequumlecircncia nos ninhos C e J instalados em paredes

(TABELA 1) Segundo Gruter Karcher e Ratnieks (2011) as colocircnias que

apresentam um nuacutemero maior de guardas pairando sofrem ameaccedilas de

vertebrados fato corroborado no ninho C (TABELA 1) que foi atacado por uma

lagartixa No momento em que aconteceu uma parte da populaccedilatildeo saiu do ninho e

se mostraram bem agitadas O que de acordo com Gruter Karcher Ratnieks (2011)

trata-se de uma resposta defensiva agrave percepccedilatildeo da respiraccedilatildeo de vaacuterios

vertebrados

Tambeacutem foi observado o comportamento defensivo em quando formigas se

aproximavam do ninho D (TABELA 1) As jataiacutes as ldquobeliscavamrdquo para que se

afastassem Esse mesmo comportamento foi visto durante minhas observaccedilotildees ao

Ninho A toda vez que me aproximava para observar ou fotografar surgiam vaacuterias ao

48

meu redor em uma dessas observaccedilotildees a jataiacute picou pele exposta Dentre todos os

ninhos essa foi a que apresentou o comportamento mais agressivo

De acordo com os estudos de Gruter e colaboradores (2012) T angustula eacute a uacutenica

espeacutecie que apresenta um sistema de defesa que envolve dois grupos distintos e

complementares de guardas uma pairando que se estacionam no ar proacuteximo ao

ninho e outras em peacute ao redor da entrada do ninho As guardas que ficam de frente

para o caminho de vocirco satildeo chamadas de grupo principal e as que ficam

posicionadas agrave direita e agrave esquerda do ninho satildeo o grupo secundaacuterio (GRUTER

KARCHER RATNIEKS 2011)

Uma caracteriacutestica interessante dessas guardas eacute que apresentam caracteriacutesticas

morfoloacutegicas diferentes das operaacuterias (satildeo maiores e mais pesadas) (GRUTER et

al 2012) Elas apresentam diferenccedilas no comprimento da asa no tamanho das

pernas traseiras que satildeo relativamente maiores para seu corpo (podendo ajudar na

luta contra invasores) e cabeccedila um pouco menor que das forrageiras Essa ultima

caracteriacutestica estaacute associada agrave maior necessidade das forrageiras de processar

informaccedilotildees sensoriais relacionadas ao forrageamento (GRUTER et al 2012)

As abelhas guardas possuem a funccedilatildeo de defender sua colocircnia de ataques de

intrusos que aproveitam do seu trabalho para roubar o alimento produzido

(GRUTER KARCHER RATNIEKS 2011) As accedilotildees especiacuteficas desses intrusos satildeo

detectadas mais pelas guardas em peacute pois elas conseguem identificar as campeiras

e natildeo campeiras da mesma espeacutecie por quimiorecepccedilatildeo (KARCHER RATNIEKS

2009 GRUTER KARCHER RATNIEKS 2011) Jaacute as guardas que pairam perto do

ninho atacam intrusos que natildeo satildeo da mesma espeacutecie elas o reconhecem pela cor

forma do corpo e pelos odores volaacuteteis (KARCHER RATNIEKS 2009) De acordo

com Zweden e Colaboradores (2011) a presenccedila de guardas pairando aumenta a

detecccedilatildeo de intrusos e que essas guardas respondem especialmente a pistas

visuais Como comportamento de defesa as guardas liberam um feromocircnio de

alarme para recrutar os trabalhadores para o ataque (FREE 1987 apud ZWEDEN

2011)

O nuacutemero meacutedio de guardas durante o periacuteodo observado mostrou-se maior para as

guardas em peacute (78) do que para as guardas pairando (35) Esse fato eacute explicado

por Gruter Karcher e Ratnieks (2011) para eles o gasto energeacutetico das guardas

pairando eacute muito maior de modo que eacute menos dispendioso energicamente para as

49

abelhas ficarem em peacute Mesmo tendo um gasto energeacutetico muito alto nas

observaccedilotildees de Wittmann (1985) as atividades do voo das guardas foi constatado

que essas ficavam pairando por cerca de 70 minutos antes de voltar para dentro do

ninho Este fato mostra que a mudanccedila de guardas natildeo eacute comum e que a defesa do

ninho eacute feita por divisatildeo de trabalho e natildeo por alternacircncia de tarefas (GRUTER

KARCHER RATNIEKS 2011)

Os ninhos que desapareceram ao longo das observaccedilotildees foram devido agraves revoadas

um comportamento comum nas abelhas Nas jataiacutes as revoadas geralmente

ocorrem devido ao calor para refrescar o ninho em caso de altas temperaturas uma

parte da populaccedilatildeo sai do ninho enxameamento para reproduccedilatildeo ou devido agrave

interferecircncia humana quando um ninho eacute retirado de um local para outro

(INFORMACcedilAtildeO PESSOAL ZOCOLOTTI V R) De acordo com este na primeira

semana eacute possiacutevel presenciar alguma revoada que pode ser para identificaccedilatildeo

tanto da flora apiacutecola quanto para localizaccedilatildeo do novo ambiente

No caso dos ninhos F e G ao final de cada revoada observada a entrada do ninho

ficava bastante danificada Foram observadas trecircs revoadas (duas no mesmo dia)

do ninho F todas no mecircs de Maio e duas (em dias diferentes) no ninho G no mecircs

de Junho Apoacutes estas observaccedilotildees os dois ninhos desapareceram

Durante as revoadas vaacuterias abelhas caiam no chatildeo agarradas umas nas outras

Apoacutes queda era possiacutevel observar que as guardas conseguiam prender e retirar

com sua mandiacutebula as pernas e asas do invasor (FIGURA 3-A e B) o que impedia

as invasoras de conseguir atacar novamente Segundo Kerr e colaboradores (2005)

as guardas agarram as pernas dos invasores para que eles caiam no chatildeo e sejam

comidos pelas formigas que ficam proacuteximas aos ninhos

50

FIGURA 3 - Ataque de invasores A T angustula com mandiacutebula presa agrave perna do

Jataiacute invasora BPerna de invasores retirada apoacutes ataque

Fonte Arquivo Labibio

De acordo com Zocolotti VR (INFORMACcedilAtildeO PESSOAL) as cinco espeacutecies de

Meliponini criadas por ele podem apresentar o comportamento de saquear outros

ninhos e isso pode ocorrer por oportunismo ou por falta de alimento Em especial

as Jataiacutes geralmente possuem o costume de atacar as proacuteprias jataiacutes esses

ataques acontecem dentro do mesmo ninho e entre outros proacuteximos Esses ataques

podem ocorrer por atraccedilatildeo de feromocircnio de princesa (rainhas jovens natildeo

fecundadas) por enxame fraco ou ateacute mesmo para absorver o fraco ou seja elas

entram e acabam matando a rainha e mantecircm os trabalhadores por um tempo ateacute

absorver o enxame ou ateacute mesmo o deixam morrer sendo dessa maneira muito

complexas em relaccedilatildeo ao comportamento

Na aacuterea do campus da Ufes houve uma consideraacutevel devastaccedilatildeo na vegetaccedilatildeo

nativa (compreendida de Mata Atlacircntica Manguezal e Restinga) devido agrave

construccedilatildeo de preacutedios que foram erguidos logo no iniacutecio da implantaccedilatildeo da

Universidade Como medida compensatoacuteria foi feito o plantio de espeacutecies arboacutereas

usando em demasia espeacutecies exoacuteticas (CASTRO 2003) Na Ufes eacute possiacutevel ver

poucas aacutereas jardinadas Aleacutem disso sempre que eacute necessaacuterio construir um novo

preacutedio novas aacutereas satildeo eliminadas podendo ou natildeo ser compensada com plantas

nativas

A B

51

Em abelhas sociais o comportamento de saque eacute comum acontecer em sequumlecircncias

natildeo contiacutenuas ou seja ela cessa e recomeccedila por periacuteodos de tempo (SANTANA

etal 2004) Durante as observaccedilotildees foram presenciadas trecircs revoadas ao ninho F

duas no mesmo dia poreacutem em horaacuterios diferentes e duas ao ninho G em dias

diferentes (FIGURAS 4- A B C e D)

FIGURA 4 ndash Revoada do ninho F A Vista da entrada do iniacutecio do estudo B Vista

da entrada em plena atividade em iniacutecio de maio C Entrada apoacutes uma revoada em

maio D Vista da entrada do ninho apoacutes uacuteltima revoada em maio

Fonte Arquivo Labibio

Nas figuras 4a e b mostram o estado em que a entrada do ninho se encontrava na

primeira semana de observaccedilatildeo (vinte e oito de Abril) e na primeira semana do mecircs

seguinte (sete de Maio) esse uacuteltimo a entrada do ninho jaacute se encontrava danificado

No ninho F(FIGURA 4) as revoadas que ocorreram no dia vinte de Maio entre

A B

C D

52

1000 e 1400 horas e no dia vinte e seis de Maio entre 1600 e 1700 horas

corroborando com Santana e colaboradores (2004) sobre o comportamento de

saques intermitentes

No ninho G as revoadas se iniciaram duas semanas apoacutes o desaparecimento do

ninho F nos dias nove e vinte e seis de junho entre 1500 e 1600 horas e dia 16 de

junho no mesmo horaacuterio (FIGURA 5-A B e C)

FIGURA 5 ndash Revoadas no Ninho G A Ninho no iniacutecio de Maio B Registro da

primeira revoada C Ultima revoada perda do ninho

Fonte Arquivo Labibio

As observaccedilotildees evidenciaram a ocorrecircncia de um acuacutemulo de resiacuteduos sobre os

ninhos apoacutes as revoadas (FGURA 5-B) No ninho G tinha uma subpopulaccedilatildeo

A B

C

53

pequena mas bem ativa conforme verificado apoacutes quatro horas de observaccedilatildeo em

nove dias (Graacutefico 1- A e B)

GRAacuteFICO1 A ndash Ritmo de Saiacutedas no Ninho G

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

GRAacuteFICO 1B ndash Ritmo de entradas no ninho G

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

0

20

40

60

80

100

120

140

09h-10h 10h-11h 12h-13h 14h-15h 16h-17h

Nuacutem

ero

de V

isita

s

Horaacuterios

13mai 20mai 26mai

0

20

40

60

80

100

120

140

160

180

200

09h-10h 10h-11h 12h-13h 14h-15h 16h-17h

Nuacutem

ero

de V

isita

s

Horaacuterios

13mai 20mai 26mai

54

No ninho G as abelhas iniciaram suas atividades antes de 09h evidenciado pela

entrada de aproximadamente 180 forrageadoras entre 9 e 10h As saiacutedas neste

mesmo periacuteodo ficaram em torno de 100

Entre 16h-17h houve um grande nuacutemero de entrada o que era esperado todas as

que saiacuteram tecircm que retornar enquanto haacute luminosidade e antes do ninho ser

fechado Conforme esperado por Gruter Karcher Ratnieks (2011) quando comeccedila

a escurecer as Jataiacutes fecham a entrada do tubo para impedir que intrusos ataquem

seu ninho durante a noite e abrem pela manhatilde quando o clima estaacute mais favoraacutevel

para iniciarem suas atividades

Neste ninho entre 12h-13h houve um nuacutemero maior de saiacutedas que de entradas ateacute

agraves 16h Isso possivelmente esteve relacionado agrave uma grande distacircncia entre o ninho

e as fontes de recursos troacuteficos

Outro ninho em que foi possiacutevel observar todos os meses notou-se que apresentou

atividade durante todo o dia (GRAacuteFICO 2-A e B)

GRAacuteFICO 2A ndash Ritmo de saiacutedas do ninho B

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

0

50

100

150

200

250

300

350

400

450

500

07h-08h 08h-09h 09h-10h 11h-12h 12h-13h 13h-14h 14h-15h 15h-16h 16h-17h

Nuacutem

ero

de V

isita

s

Horaacuterios

28abr 13mai 20mai 26mai 09jun 16jun 23jun 01jul 09jul

16jul 23jul 30jul 06ago 13ago 20ago 27ago 05set 10set

55

GRAacuteFICO 2B ndash Ritmo de entradas do nino B

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

O ninho B tinha uma subpopulaccedilatildeo mais numerosa que F e G Durante o inverno

(2307 e 2708) as abelhas iniciavam suas atividades cerca de duas horas mais

tarde em horaacuterio com temperatura mais elevada (indicado pela seta preta) Tal fato

corrobora com as observaccedilotildees de Ulian e colaboradores (2007) que constata que

em periacuteodo mais chuvoso onde as temperaturas satildeo geralmente mais baixas as

Jataiacutes apresentam iniacutecio de atividade agraves 9 horas da manhatilde devido agrave temperatura

nesse horaacuterio comeccedilar a aumentar

Proacuteximo do horaacuterio de 10 horas houve um grande nuacutemero de saiacutedas do ninho

seguido de um grande nuacutemero de entrada o que indica a ocorrecircncia de uma fonte

de recursos proacutexima ao ninho ou a indisponibilidade de recurso para ser coletado

naquela hora Acredita-se que na primeira possibilidade - fonte proacutexima ela era de

resina pelo fato de ter havido um intervalo de saiacuteda ateacute agraves 12h jaacute que esta

demanda mais tempo para ser retirada da corbiacutecula e armazenada por ser

pegajosa No caso da segunda possibilidade natildeo encontraram alimento disponiacutevel

naquele horaacuterio o retorno ao ninho eacute a alternativa mais eficaz para evitar um alto

gasto energeacutetico ateacute que o recurso fique disponiacutevel para coleta

0

100

200

300

400

500

600

07h-08h 08h-09h 09h-10h 10h-11h 11h-12h 12h-13h 13h-14h 14h-15h 15h-16h 16h-17h

Nuacutem

ero

de V

isita

s

Horaacuterios 28abr 13mai 20mai 26mai 09jun 16jun 23jun 09jul16jul 23jul 30jul 20ago 27ago 05set 10set

56

No outono as atividades das Jataiacutes comeccedilaram a diminuir por volta de 15 horas

(indicado pela seta marrom) ateacute cessar totalmente no iniacutecio das 16 horas Pelos

graacuteficos nota-se que o ninho B possui vantagem de uma hora nas atividades em

relaccedilatildeo ao ninho G isso provavelmente ocorreu porque o ninho B obteve mais

sucesso nas coletas distribuiacutedas ao longo do dia

43 RECURSOS FLORAIS

Eacute notoacuteria a relaccedilatildeo que existe entre abelha-flor relaccedilatildeo essa que sucedeu a milhotildees

de anos desde entatildeo as abelhas dependem de substancias utilizadas na

alimentaccedilatildeo e as plantas se beneficiam com a polinizaccedilatildeo (PIRANI LAURINO

1993) Para entender a biologia dos Meliponini eacute importante conhecer sua

alimentaccedilatildeo Para isso eacute necessaacuterio fazer um levantamento das plantas utilizadas

para coleta de poacutelen e neacutectar (SOUZA 1999 apud OLIVEIRA ABSY MIRANDA

2009)

Com base nos dados obtidos sobre as fontes alimentares de T angustula na

literatura (TABELA 2) nota-se a capacidade dessa espeacutecie de visitar uma ampla

diversidade de famiacutelias de plantas Segundo Toledo e colaboradores (2003) durante

cada voo das campeiras em meacutedia 100 flores satildeo visitadas

O levantamento bibliograacutefico indicou que existem duas metodologias bastante

usadas por autores para conhecer a dieta das abelhas Uma delas eacute a investigaccedilatildeo

palinoloacutegica para avaliar as fontes de recursos florais utilizados (poacutelen e neacutectar)

com base no gratildeo de poacutelen depositado no corpo da abelha para identificaccedilatildeo das

espeacutecies vegetais (CARVALHO MARCHINE ROS 1999 FEIDEN 1994 SIMIONI et

al 2007 OLIVEIRA ABSY MIRANDA 2009 MORGADO et al 2011NOVAIS

ABSY SANTOS 2013) A outra se daacute por meio de observaccedilotildees das campeiras nas

flores (AGOSTINI SAZIMA 2003 TOLEDO et al 2003OLIVEIRA ABSY

MIRANDA 2009 BRAGA et al 2012) A partir desses meacutetodos eacute possiacutevel saber

quais satildeo as plantas que produzem seus alimentos preferenciais e quais as fontes

alternativas (OLIVEIRA ABSY MIRANDA 2009)

57

TABELA 2 ndash Relaccedilatildeo das espeacutecies de plantas visitadas porT Angustula Continua

Famiacutelia Espeacutecie Polinizada Visitada Recurso

Poacutelen Neacutectar

Acanthaceae Thunbergia grandiflora X Odontonema strictum X X

Justicia brandegeana X

Ruellia silvaecola X Agavaceae Agave americana X X X

Agave sisalana X X X

Agave attenuata X X X

Dracena fragana X X X Aizoaceae Mesembryantemum spectabilis X Lamprantus productus X Amaranthaceae Gomphrena globosa X Amarylidaceae Clivia miniata X X X Anacardiaceae Schinus terebinthifolius X X

Lithraea molleoides X X

Toxicodendron verniciferum X X

Mangifera indica X X X

Tapirira guianensis X Apiaceae Hydrocotyle leucocephala X Apocynaceae Trevetia peruviana X Araliaceae Tetrapanax papyrifera X X X Asclepiadaceae Asclepias curassavica X X Asteraceae Parthenium hysterophorus X Aspillia latissima X Aspillia sp X Balsaminaceae Impatiens balsamina X X X

Impatiens sultanii X Bignoniaceae Spathodea campanulata X X Tabebulaim petiginosa X X X

Tabebula chrysotricha X X X Bixaceae Bixa orellana X X Bombacaceae Ceiba arianthos X X

Pseudo bombax sp X X

Pseudobombax tomentoso X X

Eriotheca canolleana X X

Bombax ceiba X X Boraginaceae Cordia superba X X

Cordia glabrata X X Brassicaceae Brassica sp X Cactaceae Opuntia ficusindica X X Caesalpiniaceae Schizolobium parahyba X X Capparaceae Cleome spinosa X Caprifoliaceae Lonicera japonica X X

58

TABELA 2 ndash Relaccedilatildeo das espeacutecies de plantas visitadas por T angustula Continua

Famiacutelia Espeacutecie Polinizada Visitada Recurso

Poacutelen Neacutectar

Sambucus australis X X Caryophylaceae Silene armeria X Cecropiaceae Cecropia hololeuca X Cochlospermaceae Cochlospermum vitifolium X X Compositae Vernonia polyanthes X X

Bidens pilosa X X Cosmos auphureus X X X

Centratherium violaceum X X X

Dahlia sp X Eclipta alba X Asterla evis X Tithonia rotundifolia X X X

Tithonia speciosa X X X

Tithonia diversifolia X Baccharis sp X Wedelia paludosa X Eupatorium sp X Mikania glomerata X X

Montano apyramidata X X Montano abipinnatifiada X Senecio brasiliensis X X X

Emilia sonchifolia X X Ambrosia sp X X Creopsis grandiflora X Galinsoga parviflora X Crassulaceae Kalanchoe tubiflora X X Cyperaceae Cyperus sp X Elaeocarpaceae Muntingia calabura X Ericaceae Rhododendron simsii X X X

Rhododendron indicum X X X Euphorbiaceae Alchornea sidaefolia X X X

Euphorbia milii X X X

Euphorbia pulcherrima X X X

Ricinus communis X X X

Croton sp X Fabaceae Desmodium sp X Tipuana tipu X Vigna peduncularis X X Guttiferae Kielmeyera coriacea X X Iridaceae Dietes vegeta X Labiatae Salvia splendens X Origanum vugare X

59

TABELA 2 ndash Relaccedilatildeo das espeacutecies de plantas visitadas por T angustula Continua

Famiacutelia Espeacutecie Polinizada Visitada Recurso

Poacutelen Neacutectar

Ocimum sellowii X Iboza riparia X X X

Coleus blumei X X X Leguminosae Andira anthelmintica X X

Mimosa daleoides X X X

Myroxylon balsamum X X X

Piptadenia gonoacantha X X X

Stylos anthesscabra X Caesalpinia bonducella X X X

Caesalpinia pelthophoroides X X X

Crotalaria lanceolata X Calliandra twedii X Sophora tomentosa X X Mimosa pudica X Erythrina speciosa X X X

Cassia grandis X Schizolobium parahyba X X Senna multijuga X Senna bicapsularis X X Delonix regia X Clitoria fairchildiana X Centrolobium tomentoso X Liliaceae Aloe sp X X Bulbine frutescens X Loranthaceae Struthanthus andrastylus X X Lythraceae Lagerstroemia indica X X Magnoliaceae Talauma ovata X X Malpighiaceae Malphiguia glabra X Tetrapterys X Byrsonima intermedia X X X Malvaceae Hibiscus rosa-sinensis X X X

Malvaviscus arboreus X X Sida rhombifolia X Melastomataceae Tibouchina granulosa X X

Clidemeia sp X X

Tibouchina sp X X X

Tibouchina holosericea X X Meliaceae Trichilia sp X Mimosaceae Leucaena leucocephala X Anadenanthera collubrina X Moraceae Cecropia pachystachya X X X

Morus nigra X X

60

TABELA 2 ndash Relaccedilatildeo das espeacutecies de plantas visitadas por T angustula Continua

Famiacutelia Espeacutecie Polinizada Visitada Recurso

Poacutelen Neacutectar Myrsinaceae Ardisia crenata X X Myrtaceae Eucalyptus robusta X X X

Eugenia jambos X X X

Eugenia pitanga X Eucalyptus terecornis X Plinia glomerata X Nyctaginaceae Bougainvile aspectabilis X X X Oleaceae Jasminum azoricum X Palmae Acrocomia aculeata X X

Archontophoenix cunninghamiana X

Syagrus romanzoffiana X Copernicia alba X X Sheelea phalerata X Passifloraceae Passiflora jilekii X Piperaceae Piper mollicomum X Poaceae Paspalum sp X Polemoniaceae Cobae scandens X Polygonaceae Polygonum capitatum X X X Pontederiaceae Pontederia lanceolata X X Proteaceae Grevill a bansksii X X X Rosaceae Prunus persica X X X

Pyracantha coccinea X X Rubiaceae Pentas lanceolata X X

Citrus airantum X X Rutaceae Citrus limon X X X Scrophulariaceae Paulownia imperialis X X Solanaceae Nicotiana tabacum X X Sterculiaceae Dombeya burgessiae X Dombeya wallichii X Sterculia chicha X X Tiliaceae Heliocarpus americanus X X X Tropaeolaceae Tropaeolum majus X X X Ulmaceae Tipo celtis X Trema micrantha X X Umbelliferae Foeniculum vulgare X X X Verbenaceae Duranta repens X

Vitex agnus-castus X

Velloziaceae Vellozia candia X X X Zingiberaceae Hedychium coronarium X Fonte Pirani Laurino 1993 Carvalho Marchine Ros 1999 Agostini Sazima 2003 Toledo et al 2003 Cartopassi-Laurino 2005 Braga e Colaboradores 2012 Novais Absy Santos 2013

61

Foram encontradas 71 famiacutelias e um total de 166 espeacutecies Dessas 30 espeacutecies satildeo

polinizadas e 136 satildeo visitadas Poacutelen e neacutectar satildeo os recursos mais coletados

com coleta de poacutelen em 78 espeacutecies e de neacutectar em 69 De acordo coma Lista de

Espeacutecies da Flora do Brasil (2010) 20 das espeacutecies que satildeo polinizadas (TABELA

2) satildeo nativas o restante satildeo espeacutecies exoacuteticas ou seja natildeo pertencem agrave flora

brasileira

As famiacutelias que apresentaram maior porcentagem de visitas por T angustula foram

Compositae e Leguminosae (TABELA 2) com 13 e 12 de espeacutecies

respectivamente (GRAacuteFICO 3) sendo as famiacutelias mais importantes para a dieta da

jataiacute (AGOSTINE SAZIMA 2003 SIIONI et al 2007) Esse resultado eacute similar ao

trabalho de Simioni e colaboradores (2007) seus resultados mostram que uma das

famiacutelias analisadas Leguminosae tambeacutem apresentaram um maior destaque na

quantidade de visitas realizadas por T angustula esse fato pode ser explicado pelo

fato de que Leguminosae representa a mais importante fonte de poacutelen para essa

espeacutecie

As famiacutelias Compositae e Leguminosae satildeo as mais bem representadas pelo fato

de apresentarem espeacutecies que fornecem alimento em maior qualidade e quantidade

por vaacuterios periacuteodos do ano Com destaque para a famiacutelia Leguminosae que fornece

recursos alimentares para as abelhas nos periacuteodos de estiagem (PIRANI LAURINO

1993 AGOSTINE SAZIMA 2003)

O graacutefico abaixo ilustra o comportamento generalista deT angustula Onde 41 das

visitadas realizadas pela espeacutecie se distribuem por 55 famiacutelias vegetais Esse

comportamento concorda com trabalho de Anacleto (2007) onde dentre as cinco

espeacutecies estudadas por ele a que apresentou o haacutebito mais generalista em relaccedilatildeo

ao nuacutemero de plantas visitadas foi T angustula

62

GRAacuteFICO 3 ndash Contribuiccedilatildeo das famiacutelias de plantas para a dieta de T angustula

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria com base nos dados da Tabela 1

As abelhas generalistas visitam flores pequenas e abertas e satildeo menos

relacionadas agraves flores especializadas (RUTHCKE JULES 1993 ROUBIK 1992

apud AGOSTINI SAZIMA 2003) e tecircm preferecircncia de flores arboacutereas com

inflorescecircncia densas

Um exemplo de flores que natildeo satildeo especializadas e que satildeo importantes para a

dieta de T angustula eacute da famiacutelia Asteraceae as espeacutecies Mangifera indica e

Schinus terebinthifolius apresentam grande densidade de flores e permite faacutecil

acesso para as abelhas deste modo tornam-se importantes fornecedores de fontes

de poacutelen (BRAGA et al 2012)

De acordo com o levantamento das plantas utilizadas pelas abelhas jataiacute realizado

por diferentes autores as famiacutelias que se mostraram bem representadas foram

Malvaceae Caesalpiniaceae Melastomataceae Myrtaceae Euphorbiaceae e

Anacardiaceae sendo consideradas portanto essenciais para a dieta da jataiacute

2 2 3 2

2 3

13

3 2

3

12 2 2 2 3

3

41

Acanthaceae Agavaceae Anacardiaceae Asteraceae Bignoniaceae

Bombacaceae Compositae Euphorbiaceae Fabaceae Labiatae

Leguminosae Malpighiaceae Malvaceae Melastomataceae Myrtaceae

Palmae Outros

63

Em geral essas famiacutelias podem ser caracterizadas pela floraccedilatildeo do tipo contiacutenuo ou

seja uma floraccedilatildeo que natildeo cessa ou que ocorre na maior parte do ano o que

permite as abelhas ter acesso aos recursos em todas as estaccedilotildees do ano

(CARVALHO MARCHINI ROS 1999 AGOSTINI SAZIMA 2003 TOLEDO et al

2003 MORGADO et al 2011)

64

65

5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS Sendo este a primeira pesquisa com abelhas em compus no Espiacuterito Santo Foi

observado que a distribuiccedilatildeo dos ninhos encontrados apresentou-se uniforme

Todos os ninhos estavam instalados em paredes e pisos de concreto o que indica

seu potencial de adaptabilidade agraves condiccedilotildees antroacutepicas

A diversidade de cores de poacutelen trazida pelas forrageiras no iniacutecio da manhatilde indica

uma ampla disponibilidade de alimento que a flores oferecem nesse periacuteodo do dia

bem como a eficiecircncia das forrageiras em selecionar essas flores

De acordo com as observaccedilotildees que foram realizadas no estudo as abelhas T

angustula podem ter suas atividades influenciadas pelo clima Uma vez que foi

observado que no periacuteodo de inverno em que as temperaturas satildeo mais baixas

elas comeccedilavam a realizar suas funccedilotildees nos horaacuterios com as temperaturas mais

altas

A divisatildeo de trabalho entre forrageadoras operaacuterias de limpeza e de defesa

observado nessa espeacutecie indica o comportamento altamente social dos Meliponini

O mecanismo de defesa observado em T angustula entre guardas pairando e em

peacute pode indicar uma caracteriacutestica de complementaridade na defesa do ninho uma

vez que durante as observaccedilotildees os dois tipos de guardas sempre se fizeram

presentes O que mostra que mesmo com o atrofiamento do ferratildeo os indiviacuteduos

desenvolveram estrateacutegias para a defesa contra invasores

Foi comum observar a presenccedila de revoadas nos ninhos entre as Jataiacutes Este

comportamento em geral eacute comum para o desenvolvimento (sobrevivecircncia) da

colocircnia No caso dos ninhos observados apoacutes as revoadas eles foram

desaparecendo Este fato pode indicar um baixo iacutendice de recursos troacuteficos para

essas abelhas dentro do campus pois ao inveacutes dos ninhos se manterem ou

aumentarem em quantidade ao longo das observaccedilotildees eles desapareceram

O levantamento das flores visitadas por T angustula indicou um comportamento

generalista desta espeacutecie em visitar uma grande variedade de plantas o que mostra

sua importacircncia para garantir a variabilidade dessas plantas

66

Esse levantamento tambeacutem indicou que a polinizaccedilatildeo realizada por elas foi

predominante em plantas exoacuteticas O que pode refletir a deficiecircncia na quantidade

de plantas nativas melitoacutefilas na aacuterea de estudo

67

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Page 10: FACULDADE CATÓLICA SALESIANA DO ESPÍRITO SANTO … · No grupo dos Apinae está à tribo dos Meliponini, conhecidas como abelhas indígenas sem ferrão por possuir seu ferrão atrofiado

16

variabilidade geneacutetica (BAWA 1990 apud SERRA 2012 NEF SIMPSON1993apud

SERRA 2012) Isto indica que seu desaparecimento pode causar o decliacutenio de

muitas dessas espeacutecies especialmente aquelas que estabelecem relaccedilatildeo entre si

podendo dessa maneira conduzir para um desequiliacutebrio ecoloacutegico (AIZEN

FEISINGER 1994 apud SERRA 2012 HARRIS JOHNSON 2004 apud SERRA

2012)

Tetragonisca angustula (Latreille1811) pertence agrave subtribo Trigonina (abelhas que

utilizam cera) (MELO GONCcedilALVES 2005) Conhecida popularmente como Jataiacute

ela eacute uma das abelhas mais comuns no Brasil (MOURE 1961apud STUCHI 2006)

com uma ampla distribuiccedilatildeo geograacutefica ocorrendo naturalmente nos Estados do

Acre Amapaacute Amazonas Bahia Cearaacute Espiacuterito Santo Goiaacutes Maranhatildeo Mato

Grosso Minas Gerais Paraacute Paraiacuteba Pernambuco Rio Grande do Sul Rio de

Janeiro Rondocircnia Roraima Santa Catarina e Satildeo Paulo (CAMARGO PEDRO

2013)

Tetragonisca angustula possui destaque tambeacutem devido sua importacircncia terapecircutica

em tratamentos de oftalmias e moleacutestias de pulmotildees (IMPERATRIZ-FONSECA et

al 1984 apud STUCHI 2006) aleacutem da sua importacircncia ecoloacutegica e econocircmica Seu

mel com sabor suave eacute muito apreciado pelo aroma e doccedilura e atinge preccedilos altos

no mercado (CARVALHO et al 2005 apud ANACLETO et al 2009)

Como abelhas eusociais elas vivem em colocircnias perenes frequumlentemente

populosas e em atividade o ano todo apresentam uma boa adaptaccedilatildeo em relaccedilatildeo

ao haacutebito de nidificar em cavidades preacute-existentes ocos de aacutervores muros buracos

de pedras no chatildeo e caixa de luz (NOGUEIRA-NETO 1997 SILVEIRA MELO

ALMEIDA 2002) Elas possuem capacidade de voar em campos mais fechados e

como podem atuar em menores aacutereas isso eleva a eficiecircncia do seu forrageamento

em cavidades mais limitadas (VENTURIERI et al 2012)

Um dos problemas que as abelhas tecircm enfrentado satildeo as alteraccedilotildees que ocorrem

em seu habitat devido aos distuacuterbios antroacutepicos (PRONIacute 2000) No Brasil elas satildeo

ameaccediladas de extinccedilatildeo principalmente pelas alteraccedilotildees que satildeo decorrentes dos

desmatamentos e das queimadas uma vez que as rainhas natildeo conseguem escapar

devido ao grande desenvolvimento do seu abdome dentro do ninho aleacutem disso o

uso de herbicidas tem afetado os polinizadores reduzindo a variabilidade do neacutectar

das flores O crescimento urbano desordenado eacute outro fator de impacto para esses

17

insetos (KEARNS INOUYE WASER 1998 PRONIacute 2000 KEER et al 1994 apud

STUCHI 2006) por causar a reduccedilatildeo no nuacutemero de aacutereas verdes nas cidades e

consequumlentemente diminuiccedilatildeo da oferta de substratos para nidificaccedilatildeo das

abelhasocasionando dessa formamaior frequumlecircncia de alteraccedilotildees inesperada sem

seu habitat (LAROCA CURE BERTOLI 1982 TEIXEIRA VIANA NEVES 2000)

Aleacutem disso o processo de urbanizaccedilatildeo tem provocado mudanccedilas na composiccedilatildeo

floriacutestica diminuiacutedo a disponibilidade de alimentos essenciais e muitas vezes

especiacuteficos (MICHENER 1994 apud SERRA 2012 ELTZ et al 2003 apud SERRA

2012)

Outro problema que vem ocorrendo eacute o decliacutenio de diversas populaccedilotildees de abelhas

causado pelo isolamento de muitas colocircnias em fragmentos (MORATO CAMPOS

2000apud SERRA 2012) Para Kearns Inouye e Waser (1998) essa fragmentaccedilatildeo

cria colocircnias pequenas com grandes nuacutemeros de indiviacuteduos o que traz uma seacuterie de

problemas tais como o aumento da deriva geneacutetica a depressatildeo inata e o aumento

do risco de extinccedilatildeo

O aumento indiscriminado da urbanizaccedilatildeo e consequumlentemente a diminuiccedilatildeo de

aacutereas verdes tecircm prejudicado a manutenccedilatildeo e preservaccedilatildeo de muitas espeacutecies de

Meliponini (SOUZA et al 2005) Segundo Pirani e Laurino (1993) haacute poucas

informaccedilotildees de espeacutecies de abelhas que ocorrem em aacutereas com interferecircncia

humana Por essa razatildeo este trabalho visa estudar a espeacutecie Tetragonisca

angustula Latreille com o intuito de contribuir para um melhor conhecimento de sua

ocorrecircncia em aacutereas alteradas antropicamente

Para este trabalho eacute levantada a hipoacutetese de encontrar a espeacutecie Tetragonisca

angustula no campus Goiabeiras da UFES e verificar se nesta aacuterea as abelhas

encontrariam recursos suficientes para se alimentarem As abelhas T angustula eacute

uma espeacutecie que nidifica em cavidades preacute-existentes possivelmente podemos

encontraacute-las Poreacutem o campus da UFES por se localizar em regiatildeo urbana

provavelmente possui uma oferta de recursos alimentares baixa

A partir dessa hipoacutetese procurou-se verificar a existecircncia e analisar a distribuiccedilatildeo de

T angustula e de seus recursos alimentares no campus Goiabeiras da Universidade

Federal do Espiacuterito Santo (Vitoacuteria-ES) Para isso foi necessaacuterio identificar os ninhos

de T angustula quantificar os ninhos dessas abelhas e conhecer suas principais

fontes de alimento

18

19

2 REFERENCIAL TEOacuteRICO 21 CONTEXTO SISTEMAacuteTICO DAS ABELHAS

Os invertebrados da classe Insecta pertencem ao filo dos artropodos ou seja dos

animais que apresentam apecircndices locomotores articulados (BRUSCA BRUSCA

2007) Esse filo possui milhares de espeacutecies descritas que estatildeo espalhadas em

diversas classes ldquoA classe dos insetos compreende aqueles que possuem o corpo

dividido em trecircs regiotildees como cabeccedila toacuterax e abdocircmen um par de antenas

geralmente dois pares de asas e trecircs pares de pernas toraxicasrdquo (LIMA 1938)

O sucesso evolutivo dos insetos se deve a algumas caracteriacutesticas que favoreceram

sua adaptaccedilatildeo como a presenccedila das asas que permitiu o seu acesso ao alimento e

a escapar de predadores e o dobramento que permitiu o acesso a habitats muito

pequenos a presenccedila de epicuticula ceacuterea a qual reduziu a dessecaccedilatildeo um ovo

com casca resistente que tolerou ser exposto a condiccedilotildees ambientais extremas e o

seu desenvolvimento que compreende uma larva (RUPPERT BARNES 1996)

Os insetos satildeo um dos principais predadores de invertebrados e essenciais para

alimentaccedilatildeo de muitos animais terrestres por serem inuacutemeros compotildeem grande

parte das cadeias alimentares terrestres Em geral possuem extrema importacircncia

para o ambiente por serem papel chave na polinizaccedilatildeo de grande maioria das

plantas ( RUPPET BARNES 1996 BRUSCA BRUSCA 2007)

Os insetos satildeo classificados em diversas ordens destacando os Hymenoptera cuja

ordem eacute um dos quatro grupos com maior diversidade ao lado de Diptera

Coleoptera e Lepdoptera Cada uma destas ordens possui uma estimativa de

aproximadamente cem mil espeacutecies descritas em todo o mundo com exceccedilatildeo do

Coleoptera que pode chegar a trezentos mil (GOULET HUBER 1993 MACEDO

[20--])

Os Hymenoptera se destacam por possuiacuterem vaacuterias espeacutecies que apresentam

diversidade no haacutebito de vida como predaccedilatildeo parasitismo comportamento soacutelitaacuterio

e formaccedilatildeo de sociedades complexas Dentre as importantiacutessimas funccedilotildees que

desempenham ao ambiente estaacute agrave polinizaccedilatildeo das plantas cultivadas exercidas

pelas abelhas e vespas o controle bioloacutegico por parte dos himenoacutepteros

20

parasitoacuteides de pragas agriacutecolas e tambeacutem ciclagem de nutrientes e dispersatildeo de

sementes exercidas pelas formigas (ALDREY CAZALLA 1999 MACEDO [20--])

A ordem Hymenoptera eacute dividida nas subordens Symphyta e Apocrita essa ultima eacute

dividida nos grupos Parasitica e Aculeata (ALDREY CAZALLA 1999) Symphyta eacute

um grupo pequeno que apresenta o haacutebito mais primitivo principalmente os haacutebitos

de se alimentar nas plantas esse grupo possui caracteriacutesticas que se perdem do

resto dos Hymenoptera Symphyta satildeo animais de cintura grossa eles apresentam

asas inteiramente desenvolvidas pouco ou quase nenhum dimorfismo sexual e

possui unido o primeiro e segundo seguimento abdominal O ovipositor da maioria

das espeacutecies desse grupo eacute comprido lateralmente e modificado com dentes

marginais para que funcione como uma serra para perfurar o tecido das plantas

Suas larvas satildeo na maioria das vezes na forma de lagarta com presenccedila de pernas

falsas no abdocircmen e cabeccedila desenvolvida (GOULET HUBER 1993 BRUSCA

BRUSCA 2007)

Jaacute a subordem Apocrita considerada como grupo monofileacutetico eacute caracterizada pela

junccedilatildeo estreita entre o primeiro segmento do abdocircmen (metassoma) com o toacuterax

(mesossoma) o que permitiu maior flexibilidade para o metassoma controlar o

ovipositor (GOULET HUBER 1993 MACEDO [20--]) No grupo Apocrita existe a

presenccedila de grupos sociais que compreendem castas caracterizadas com machos

haploacuteides rainha e fecircmeas partenogeneacuteticas e outros indiviacuteduos como soldados e

operaacuterias (BRUSCA BRUSCA 2007)

Os membros de Apocrita satildeo basicamente carniacutevoros alimentando-se de outros

insetos No entanto vaacuterios grupos tecircm abandonado a vida de carniacutevoros e

desenvolvido para uma dieta vegetal O grupo das abelhas alimenta-se de poacutelen e

neacutectar enquanto o grupo de vespas fazem as galhas familiares sobre umas aacutervores

ou dentro de folhas frutos e caules das quais as larvas se alimentam e algumas

espeacutecies do grupo das formigas se alimentam apenas de vegetais ou satildeo oniacutevoros

(GOULET HUBER 1993)

O grupo Parasitica eacute uma divisatildeo da subordem Apocrita neste grupo inclui-se

alguns grupos fitoacutefagos e uma grande parte de parasitoacuteides (AUDREY CAZALLA

1999) Os parasitoacuteides satildeo insetos que depositam seus ovos em ovos larvas ninfa

ou pupa de hospedeiros geralmente levam agrave morte e tecircm a fase adulta com vida

livre (GOULET HUBER 1993 MACEDO [20--]) De acordo com os estudos de

21

Audrey e Cazalla (1999) o uso da divisatildeo cladiacutestica desse grupo tende a ser

eliminado porque constitui um agrupamento artificial das superfamiacutelias de

Hymenoptera As superfamiacutelias que se incluem satildeo Trigonalyoidea Megalyroidea

Evanioidea Stephanoidea Ichneumonoidea Chalcidoidea Proctotrupoidea

Ceraphronoideae Cynipoidea (AUDREY CAZALLA 1999) Destacamos a

superfamiacutelia Chalcidoidea essa envolve muitos Hymenopteros que satildeo de grande

importacircncia para a ecologia como tambeacutem para economia e a superfamiacutelia

Ichneumonoidea que de acordo com os dados de Rasnitsyn (1988) (apud AUDREY

CAZALLA 1999) satildeo o grupo irmatildeo dos Aculeata

Jaacute o grupo dos Aculeata satildeo os mais diversos em Hymenoptera eles apresentam

uma origem evolutiva comum que eacute representada pelo ferratildeo caracteriacutestica que

apareceu apenas uma vez durante a evoluccedilatildeo do grupo (AUDREY CAZALLA1999)

Neste grupo satildeo conhecidas sete superfamiacutelias como Chrysidoidea Formicoidea

Tiphoidea Pompiloidea Apoidea Vespoidea e Sphecoidea As principais diferenccedilas

entre as classificaccedilotildees recentes estatildeo relacionada com a grande diversidade de

vespas esfecoacuteides e os Apidae Esses estatildeo dentro da superfamiacutelia dos Apoidea por

apresentarem caracteriacutesticas semelhantes A superfamiacutelia Chrysidoidea eacute

considerada grupo irmatildeo dos Apoidea e Vespoidea Dentre as superfamiacutelias a dos

Apoidea eacute que apresenta a maior diversidade de aculeados (AUDREY CAZALLA

1999)

O evento evolutivo que deu origem aos primeiros aculeados foi agrave aquisiccedilatildeo de um

ferratildeo venenoso a partir do ovipositor dos icneumoniacutedeos ou seja os Apocrita

possuiacuteam uma glacircndula que era associada ao ovipositor Essa glacircndula produzia

secreccedilotildees que eram mais suscetiacuteveis ao substrato para o desenvolvimento das

larvas poreacutem durante a evoluccedilatildeo essa glacircndula comeccedilou a produzir veneno para

paralisar seus hospedeiros e utilizaacute-los como alimento para as larvas Desde entatildeo

o ovipositor dos aculeados acabou sendo usado tambeacutem para inoculaccedilatildeo de

veneno como uma arma defensiva para se protegerem de alguns vertebrados

(AUDREY CAZALLA 1999)

Esse evento foi muito importante e resultou em alguns modos de vida que puderam

estabelecer estrateacutegias evolutivas bem sucedidas como por exemplo o

desenvolvimento dos meacutetodos de transporte das presas em ninhos diferentes A

construccedilatildeo de ninhos foi uma estrateacutegia evolutiva importante visto que as espeacutecies

22

armazenavam alimento em grande quantidade antes de comeccedilar o desenvolvimento

de suas larvas (AUDREY CAZALLA 1999)

O desenvolvimento das sociedades eacute caracterizado pela presenccedila de divisatildeo de

castas Ela se baseia no mecanismo haplo-diploacuteide da determinaccedilatildeo do sexo em

que as fecircmeas satildeo diploacuteides feacuterteis os machos haploacuteides e cooperam apenas na

fecundaccedilatildeo da rainha e as operarias esteacutereis Essa sociedade ocorre em todas as

formigas e em algumas abelhas e vespas (AUDREY CAZALLA 1999 PRATO [20--

])Para que a espeacutecie seja eussocial eacute necessaacuterio que dentro do ninho tenha divisatildeo

de trabalho colaboraccedilatildeo para cuidar da prole e ter mais de uma geraccedilatildeo em um

mesmo ninho (AUDREY CAZALLA 1999)

O grupo das abelhas estaacute reunido na Superfamiacutelia Apoidea De acordo com a

proposta da aacutervore filogeneacutetica dos principais clados das abelhas descrita por

Michener (1944 apud SILVEIRA MELO ALMEIDA 2002) seis famiacutelias foram

reconhecidas satildeo elas Colletidae Apidae Adrenidae Halictidae Megachilidae e

Milittidae Essa classificaccedilatildeo representou um importante avanccedilo nas relaccedilotildees

filogeneacuteticas desse grupo (SILVEIRA MELO ALMEIDA 2002) Nos estudos de

Melo e Gonccedilalves (2005) eacute abordada uma classificaccedilatildeo mais atual para as abelhas

Essa classificaccedilatildeo eacute revisada por Michener (2000 apud MELO GONCcedilALVES

2005) em que ele defende uma mudanccedila na qual as abelhas estatildeo incluiacutedas apenas

em uma famiacutelia a Apidae e as famiacutelias da classificaccedilatildeo tradicional como subfamiacutelias

Nessa revisatildeo da classificaccedilatildeo das abelhas satildeo reconhecidas sete subfamiacutelias 51

tribos e 27 subtribos (MELO GONCcedilALVES 2005) De acordo com esta a

subfamilia Meliponinae passa a ser a tribo Meliponini com duas subtribos Trigonina

e MeliponinaPara este trabalho foi utilizada esta nova classificaccedilatildeo das abelhas

revisada por Michener (2000)

Na superfamiacutelia Apoidea grande parte das abelhas satildeo solitaacuterias (85) entre elas

estatildeo algumas espeacutecies da subfamiacutelia Megachilidae Anthophoridae e Apidae No

haacutebito de vida solitaacuterio cada fecircmea cuida sozinha do seu ninho ou seja o constroacutei

coloca os ovos busca alimento suficiente para o crescimento da larva e

normalmente morre antes da sua progecircnie amadurecer natildeo tendo dessa maneira

contato entre as geraccedilotildees (SANTOS 2002 MICHENER 1969 PERUQUEETI [19--

]) Jaacute a grande parte das abelhas que apresentam os haacutebitos mais sociais satildeo os

Apinae (Bombineos (Bombini) Apineos(Apini) e Meliponineos (Meliponini) elas vivem

23

em grandes colocircnias com apenas uma rainha e vaacuterias operaacuterias e divisatildeo de

trabalho (MICHENER 1969)

Haacute dois grandes grupos de abelhas altamente sociais ambos na subfamiacutelia Apinae

os Apineos (todos do gecircnero Apis) e os Meliponineos (Meliponini) (abelhas sem

ferratildeo) Esse comportamento pode ter evoluiacutedo duas vezes a partir de semelhanccedilas

no comportamento social entre Apis e Meliponineos (Meliponini) que surgiram

independentemente (WINSTON MICHENER 1977) Em ambos os grupos satildeo

produzidos enxames poreacutem com mecanismos bem diferentes Nos Meliponineos

(Meliponini) as operaacuterias da colocircnia voam para encontrar novos siacutetios para nidificar

preparam o ninho com mateacuterias do ninho antigo e somente quando o novo ninho

estaacute pronto a rainha jovem se junta a estas operaacuterias e deixa a rainha velha no

antigo ninho Jaacute em Apis a rainha velha sai com suas operaacuterias e deixa a jovem no

ninho antigo (WINSTON MICHENER 1977)

Em relaccedilatildeo agrave alimentaccedilatildeo das larvas em Apis satildeo operaacuterias que fazem esse

trabalho Jaacute em meliponineos (meliponini) as operaacuterias fecham as ceacutelulas de cria

com ovos e colocam alimento suficiente para a larva completar seu desenvolvimento

(WINSTON MICHENER 1977)

As abelhas dependem totalmente das plantas para se alimentarem o seu

aparecimento pode estar relacionado com o surgimento das angiospermas

(PERUQUETTI [19--] PIRANI LAURINO 1993) As angiospermas mais primitivas

surgiram com flores bem rasas com o passar do tempo foram se especializando em

plantas estreitas tubulares e profundas Para ter maior sucesso na coleta do neacutectar

as abelhas adaptaram suas peccedilas bucais com liacutengua curta e liacutengua longa assim

passaram a ser chamadas de abelhas lambedoras e sugadoras respectivamente

(PERUQUETTI [19--] PIRANI LAURINO 1993) Para a coleta dos gratildeos de poacutelen

as primeiras abelhas portavam muitos pelos em volta do corpo condiccedilatildeo que foi

modificada ao longo do tempo (PIRANI LAURINO 1993)

22 AS ABELHAS MELIPONINI

Para estudos a respeito dos meliponineos (meliponini) Nogueira-Neto (1997)

publicou um livro que relata seus conhecimentos sobre essas abelhas indiacutegenas

24

sem ferratildeo O livro faz uma abordagem a respeito da vida dos meliponiacuteneos

(Meliponini pertencente agrave Apidae) mostrando os principais aspectos de suas

caracteriacutesticas bem como meacutetodos para sua criaccedilatildeo e cuidados que um

meliponicultor deve ter Os primeiros capiacutetulos fazem uma apresentaccedilatildeo que

caracteriza os meliponiacuteneos Haacute a apresentaccedilatildeo da classificaccedilatildeo dessas abelhas a

descriccedilatildeo de sua fonte de alimento de sua distribuiccedilatildeo geograacutefica de seu

relacionamento com outras abelhas e de sua possiacutevel aclimataccedilatildeo O autor faz

consideraccedilotildees sobre a arquitetura e o material usado para a construccedilatildeo de seus

ninhos e daacute destaque principal ao material que elas mesmas produzem a cera Nos

capiacutetulos subsequumlentes satildeo feitas consideraccedilotildees sobre a geneacutetica e o

comportamento das abelhas o tratamento e as teacutecnicas necessaacuterias para sua

criaccedilatildeo Aleacutem disso haacute tambeacutem discussotildees sobre a conservaccedilatildeo do mel a higiene

ou a sua falta em algumas espeacutecies e a existecircncia de meacuteis perigosos Neste livro o

autor teve o intuito de contribuir com seus estudos para que outros cientistas e

meliponicultores pudessem conhecer a vida dos meliponiacuteneos e fazer possiacuteveis

identificaccedilotildees de muitas outras espeacutecies

23 IMPACTOS DA URBANIZACcedilAtildeO NAS ABELHAS

Vaacuterios estudos relatam que eacute comum encontrar abelhas em aacutereas urbanizadas

(antropizadas) As espeacutecies encontradas de modo geral apresentam boa

adaptaccedilatildeo a esses ambientes Alguns estudos com relaccedilatildeo a essas abelhas

urbanas tratam de impactos que esses ambientes podem causar a elas

Laroca Sebastiatildeo e Cure (1982) realizaram um trabalho de abordagem a respeito

do impacto da urbanizaccedilatildeo sobre a abundacircncia relativa fenologia e flores

preferenciais das abelhas que se encontram em aacutereas urbanas Com coletas feitas

durante um ano no parque Passeio Puacuteblico localizado no centro da cidade de

Curitiba e na regiatildeo de Boa Vista tambeacutem em Curitiba eles constataram que

comparada as duas aacutereas de estudos o Passeio Puacuteblico apresentou um nuacutemero

menor de espeacutecies e em fenologia e flores preferenciais constataram que a

composiccedilatildeo das flores estaacute muito alterada devido agrave introduccedilatildeo de espeacutecies

cultivadas Portanto concluiacuteram que o processo de urbanizaccedilatildeo produz grandes

25

mudanccedilas na composiccedilatildeo floriacutestica nos locais de nidificaccedilatildeo e que apresentam ter

influecircncias significativas nas caracteriacutesticas associadas agraves abelhas

Taura e Laroca (1991) realizaram uma pesquisa com o propoacutesito de analisar a

distribuiccedilatildeo e a abundacircncia de ninhos de abelhas sociais em locais que apresentam

constantes processos de urbanizaccedilatildeo Com levantamentos realizados na regiatildeo de

Passeio Puacuteblico (Curitiba) eles encontraram 32 ninhos de Apidae com

predominacircncia da subfamiacutelia dos Meliponiacuteneos Assim sendo concluiacuteram que os

meliponiacuteneos eram favorecidos pelas atividades humanas para nidificaccedilatildeo uma vez

que foram encontrados em paredotildees de concretos edificaccedilotildees entre outros locais

Entretanto tambeacutem concluiacuteram que essas abelhas satildeo ameaccediladas devido agrave

instabilidade do ambiente que apresenta muitas mudanccedilas por causa da

urbanizaccedilatildeo

Pirani e Laurino (1993) publicaram um livro sobre flores e abelhas em Satildeo Paulo

onde os autores tinham o interesse de estudar as relaccedilotildees entre as abelhas e o

ambiente conhecer as plantas visitadas por elas e suas preferecircncias florais em

aacutereas onde haacute interferecircncia humana Todo estudo foi realizado dentro do Campus

Universitaacuterio de Satildeo Paulo Para desenvolver esse trabalho eles coletaram

informaccedilotildees sobre as plantas apiacutecolas dos jardins do ldquocampusrdquo sobre a atraccedilatildeo que

as espeacutecies de abelhas sociais tecircm por estas plantas e sobre as variaccedilotildees abioacuteticas

existentes As coletas nas flores de amostras de mel e poacutelen das colocircnias e

observaccedilotildees dos ninhos das abelhas foram perioacutedicas Eles obtiveram 133 espeacutecies

de flores visitadas separadas em sete famiacutelias Neste livro Pirani e Laurino fazem

discussotildees a respeito dos resultados dos seus dados associando com trabalhos de

outros autores e concluem que trabalhos como esse apresenta grande importacircncia

pois mostra o valor de determinadas espeacutecies vegetais para as abelhas e que ainda

haacute muito estudo para se fazer com relaccedilatildeo agrave abelha-flor

Devido aos danos que as abelhas vecircm sofrendo com a perda de habitat Oliveira

Morato e Garcia (1995) fizeram um estudo para conhecer as espeacutecies de

meliponineos existentes em aacutereas desmatadas fragmentos de mata isolados e mata

continua nesta uacuteltima foi tambeacutem realizado estudo para saber informaccedilotildees sobre a

densidade dos ninhos As aacutereas fragmentadas foram divididas em hectares e as

coletas das abelhas foram feitas em ninhos nidificados em aacutervores vivas e mortas

Todo o trabalho foi realizado na regiatildeo de Manaus Amazocircnia que vem sofrendo

26

antropizaccedilatildeo Foram coletadas um total de 54 espeacutecies de meliponineos sendo que

na mata contiacutenua foram 37 espeacutecies nos fragmentos isolados (de 1 e 10 hectar) e

na aacuterea desmatada foram coletada entre 21 e 25 espeacutecies e no fragmento de mata

continua(100 hectar) apenas 9 foram coletada Os autores concluiacuteram que mesmo a

regiatildeo ter apresentado grande riqueza de espeacutecies as aacutereas fragmentadas das

matas estatildeo diminuindo o tamanho das comunidades de meliponineos o que pode

deste modo comprometer a reproduccedilatildeo de diversas plantas melitoacutefilasna regiatildeo

Kearns Inouye e Wase (1998) publicaram um trabalho sobre a interaccedilatildeo de planta-

polinizador e suas interaccedilotildees Neste trabalho os autores descrevem a respeito da

natureza ecoloacutegica e evolutiva dessas interaccedilotildees e das evidentes ameaccedilas que

estatildeo sofrendo por meio das atividades humanas como tambeacutem discute sobre

soluccedilotildees de gestatildeo de melhoria para locais onde haacute crise na polinizaccedilatildeo Com

respeito a essas crises os autores debatem durante todo o trabalho que esse

problema jaacute eacute generalizado por ser associada agraves atividades humanas e que ele eacute

causado principalmente pelo uso de pesticidas e herbicidas mudanccedila no uso dos

solos pastagens agricultura fragmentaccedilatildeo do habitat desses polinizadores e pela

introduccedilatildeo de espeacutecies natildeo nativas nos ambientes O trabalho conclui que todos

esses problemas podem ter futuramente um aumento devido agraves grandes alteraccedilotildees

de habitat causado por uma populaccedilatildeo que estaacute sempre em crescimento e

sugeriram que os proacuteprios cidadatildeos e ecologistas natildeo devem medir esforccedilos para

reverter esse quadro

Proniacute (2000) realizou uma pesquisa para conhecer a biodiversidade de abelhas

indiacutegenas sem ferratildeo com o intuito de apresentar manejos de conservaccedilatildeo para os

ecossistemas Com levantamentos preliminares de ninhos de abelhas nas regiotildees

(urbana e rural) de Londrinas (Paranaacute) e municiacutepios proacuteximos agrave Bacia do Rio Tibagi

(Paranaacute) ele constatou que a aacuterea estudada apresenta uma distribuiccedilatildeo

diversificada tanto nos ecossistemas urbanos como nos agroecossistemas Em

relaccedilatildeo agrave diversidade das abelhas indiacutegenas sem ferratildeo ele observou que 12 das 19

espeacutecies encontradas ocorrem nos agroecossistemas e que praticamente natildeo

nidificam em aacutereas urbanas Portanto ele concluiu que a biodiversidade dessas

abelhas na Bacia do Rio Tibagi estaacute seriamente ameaccedilada principalmente devido agrave

diminuiccedilatildeo de aacutereas florestadas Segundo o autor para que haja melhoria do quadro

27

eacute preciso da responsabilidade de meliponicultores pesquisadores entre outros para

que sejam proporcionadas condiccedilotildees boas para essas abelhas

Devido agraves grandes mudanccedilas do ambiente provocadas pela urbanizaccedilatildeo Souza e

colaboradores (2002) fizeram um estudo durante um ano (Marccedilo de 2000 a Julho de

2001) com o intuito de verificar a diversidade e habitat de Meliponini em uma aacuterea

urbana e identificar a relaccedilatildeo das espeacutecies com o processo de urbanizaccedilatildeo Foi

realizada inspeccedilatildeo mensal a procura de ninhos de meliponini dentro do Campus da

Universidade Federal de Juiz de Fora Minas Gerais Com os ninhos encontrados foi

feito a identificaccedilatildeo do substrato em que foi nidificado Essas informaccedilotildees foram

relacionadas com os dados de temperatura umidade e precipitaccedilatildeo do municiacutepio

Durante o estudo foi encontrado uma meacutedia de 3488 ninhos e quatro espeacutecies

foram identificadas sendo elas Tetragonisca angustula Nannotrigona testaceicornis

Trigona spinipes e Partamona sp As espeacutecies encontradas apresentaram

preferecircncia em substratos de construccedilotildees (cavidades preacute-existentes) Em relaccedilatildeo agrave

temperatura umidade e precipitaccedilatildeo os autores observaram uma correlaccedilatildeo

positiva entre a temperatura e a abundancia dos ninhos das abelhas sem ferratildeo por

outro lado natildeo foi encontrado para umidade relativa do ar e precipitaccedilatildeo Deste

modo concluiacuteram que mesmo em ambiente urbano essas espeacutecies ainda

conseguem sobreviver com sucesso por traacutes das atividades antropicas

Com relaccedilatildeo aos ninhos de T angustula com o clima do ambiente em que esses satildeo

nidificados Chiari e colaboradores (2002) realizaram um trabalho para ver se as

variaccedilotildees climaacuteticas tecircm alguma relaccedilatildeo com o desenvolvimento dos ninhos das

Jataiacutes Foram realizadas coletas das abelhas que foram depositadas em trecircs tipos

diferentes de colmeacuteias Fritzen Nogueira-Neto e Guiliane Apoacutes esse procedimento

as colocircnias foram pesadas e instaladas no municiacutepio de Maringaacute Paranaacute Ao longo

do estudo a temperatura do ambiente onde as colmeacuteias foram instaladas foi

monitorada Apenas a colmeacuteia Nogueira-Neto natildeo apresentou associaccedilatildeo com a

variaccedilatildeo das temperaturas Nos modelos Fritzen e Giuliane foram observados que o

peso de ambas apresentaram de forma positiva com a umidade relativa do ar

apenas Giuliane teve relaccedilatildeo positiva com a insolaccedilatildeo Deste modo os autores

concluiacuteram que os modelos Giuliane e Noguera-Neto satildeo mais apropriados para as

colmeacuteias de T angustula

28

Outro trabalho tambeacutem realizado em Campus Universitaacuterio foi feito por Almeida

(2002) sobre composiccedilatildeo das comunidades de abelhas em Satildeo Paulo O autor teve

o intuito de contribuir com informaccedilotildees sobre as espeacutecies de abelhas e as plantas

visitadas por elas Com levantamento das abelhas e plantas em duas aacutereas de

Cerrado (Cerradatildeo e Cerrado) localizado no campus Universitaacuterio no Municiacutepio de

Pirassununga foi coletado um total de 261 amostras de plantas de 41 famiacutelias e 140

espeacutecies Dessas apenas cinco ocorreram nas duas aacutereas Com relaccedilatildeo agraves

abelhas foram coletadas um total de 141 espeacutecies em quatro famiacutelias Foi concluiacutedo

que a famiacutelia que apresentou maior riqueza de espeacutecie foi Apidae Com relaccedilatildeo agraves

plantas as famiacutelias Asteraceae Malvaceae Fabaceae Sapindaceae e Vichysiaceae

foram as mais ricas em nuacutemero de espeacutecies

Neves e Viana (2002) realizaram um estudo sobre a ecologia da comunidade de

abelhas eussociais com o propoacutesito de analisar as atividades do seu vocirco

relacionando com recursos alimentares variaccedilotildees meteoroloacutegicas entre outros

fatores Com coletas das abelhas amostras de plantas floridas e monitoramento dos

ninhos nas dunas continentais na Bahia Eles capturaram oito espeacutecies da famiacutelia

Apidae Estas abelhas exibiam maior atividade no periacuteodo da manhatilde Um nuacutemero de

plantas floridas foi verificado na estaccedilatildeo chuvosa Assim sendo concluiacuteram que a

disponibilidade de recursos disponiacutevel e agraves variaccedilotildees meteoroloacutegicas favorecem a

concentraccedilatildeo de visitas florais dessas abelhas pela manhatilde

Um estudo sobre a ecologia das populaccedilotildees de meliponiacuteneos Souza e

colaboradores (2005) fizeram buscas pelos ninhos e coletas das abelhas no Campus

da Universidade Federal da Bahia eles encontraram 94 ninhos com 19 espeacutecies

diferentes tendo uma predominacircncia da espeacutecie Tetragonisca angustula Deste

modo concluiacuteram que a riqueza de espeacutecies de meliponineos (meliponini)

encontrada no Campus (o qual eacute um local que sofre antropizaccedilatildeo) pode ser devida

a disponibilidade de substratos para nidificaccedilatildeo e pela quantidade de recursos que eacute

ofertado

Stuch (2006) realizou uma pesquisa sobre a variabilidade geneacutetica das populaccedilotildees

de Tetragonisca angustula Nesse trabalho o autor primeiramente faz uma revisatildeo

da bibliografia com o propoacutesito de apresentar informaccedilotildees a respeito da estrutura

das populaccedilotildees de meliponiacuteneos (meliponini) sobre as abelhas indiacutegenas sem

ferratildeo e principalmente a respeito da abelha em estudo onde destacam informaccedilotildees

29

do comportamento locais de nidificaccedilatildeo dos recursos usados para se alimentar e

do mel que eacute produzido por eles Com coletas e anaacutelises realizadas por meio de

marcador molecular nas cidades de Dracena em Satildeo Paulo e Ivatuba no Paranaacute Ele

observou que as amostras obtidas em Ivatuba apresentaram 60 de polimorfismo e

na cidade de Dracena foram apresentadas 40 Deste modo o autor concluiu que

em Ivatuba as populaccedilotildees de T angustula estatildeo diferenciadas geneticamente e natildeo

apresentam endocruzamento entre os ninhos jaacute as populaccedilotildees da cidade de

Dracena natildeo se encontraram modificados podendo os ninhos ser considerados

como um soacute Segundo o autor essas informaccedilotildees satildeo muito importantes para que

estudos de praacuteticas de manejo sejam realizados para manter a variabilidade dessas

populaccedilotildees

Outro trabalho tambeacutem em aacutereas fragmentadas foi realizado por Alvarenga (2008)

Neste trabalho o autor teve o objetivo de conhecer a diversidade e densidade dos

ninhos de meliponineos (meliponini) na Mata de Santa Tereza (Estaccedilatildeo Ecoloacutegica de

Ribeiratildeo Preto Satildeo Paulo) que fica situado entre a Mata Atlacircntica e o Cerrado com

levantamentos dos ninhos e das aacutervores que poderiam apresentar um tamanho

potencial para essas abelhas nidificarem Foram encontrados ninhos de quatro

espeacutecies de meliponineos (meliponini) sendo T angustula e Scaura latitarsis

representaram 25 dos ninhos encontrados e Trigona hyalinata 50 E em relaccedilatildeo

aacutes aacutervores cerca de 67 foram analisadas poucas apresentavam rachaduras ou

cavidades para abrigar os ninhos Deste modo foi concluiacutedo que na aacuterea estudada

haacute uma riqueza baixa e densidade relativamente meacutedia e tambeacutem poucos locais

para nidificaccedilatildeo

Andena e colaboradores (2009) tambeacutem fizeram um trabalho em aacutereas degradadas

Para eles esses estudos satildeo essecircncias devido a essas aacutereas serem a principal

razatildeo para o aumento das taxas de perda da diversidade geneacutetica e extinccedilatildeo das

abelhas Os autores realizaram um estudo para conhecer a diversidade de abelhas

no Cerrado em Satildeo Paulo Foram realizadas coletas das abelhas em quatro

reservas em regiotildees fragmentadas do Cerrado Reserva de Corumbataiacute Estaccedilatildeo

Ecoloacutegica de Jataiacute Parque Vassununga e Reserva de Cajuru Com cerca de 500

indiviacuteduos coletados as aacutereas que apresentaram maior riqueza foram Cajuru e

Corumbataiacute e as aacutereas com menor riqueza foram Vassununga e Estaccedilatildeo Ecoloacutegica

Jataiacute Mesmo apresentando maior nuacutemero de riqueza a aacuterea de Corumbataiacute sofreu

30

vaacuterias alteraccedilotildees na composiccedilatildeo fauniacutestica durante o estudo Assim sendo foi

concluiacutedo que pesquisas como essas satildeo importantes pois contribuem com

informaccedilotildees a respeito da influencia que essas aacutereas degradadas podem exercer

sobre a composiccedilatildeo fauniacutestica e a riqueza das espeacutecies de abelhas

Um inventaacuterio sobre os meliponiacuteneos (meliponini) no Bioma Cerrado foi realizado por

Fernandes e colaboradores (2012) Com levantamentos feitos durante dois anos em

quatro aacutereas diferentes (Municiacutepio de Tangaraacute da Serra ndash MT nos arredores do

campus universitaacuterio de Mato Grosso na Reserva Florestal Antocircnio Conselheiro ndash

MT e na zona rural do municiacutepio Tangaraacute da Serra - MT) os autores coletaram 128

espeacutecimes distribuiacutedos em 27 espeacutecies e 14 gecircneros e constataram que a maior

riqueza foi vista na reserva florestal e na zona rural do municiacutepio de Tangaraacute da

Serra Deste modo eles concluiacuteram que a riqueza observada na reserva pode ser

devido agrave mata apresentar pouca antropizaccedilatildeo e que as informaccedilotildees obtidas nesse

estudo satildeo de extrema importacircncia para a preservaccedilatildeo da biodiversidade da reserva

florestal

Uma pesquisa realizada por Oliveira e colaboradores (2013) cujo tema foi

Levantamento de Ocorrecircncia de Meliponiacutedeos (Meliponini) em Municiacutepios na regiatildeo

do Vale do Jauru ndash MT foia incidecircncia de abelhas sem ferratildeo em zonas urbanas

Com entrevistas aos moradores e com sessotildees de fotos para definir quais espeacutecies

de abelhas se encontravam nas proximidades das casas da regiatildeo do Vale do Jauru

eles encontraram 67 colmeacuteias sendo 17 predominantes em apenas uma cidade

Deste modo concluiacuteram que na regiatildeo do Vale do Jauru encontram-se grandes

aacutereas verdes proporcionando dessa forma alimento e a preservaccedilatildeo das abelhas

24 COLETA DE RECURSOS E PRODUCcedilAtildeO DE MEL DAS MELIPONINI

Devido agraves poucas informaccedilotildees sobre a composiccedilatildeo do mel e fontes alimentares

utilizados pelos meliponineos Anacleto (2007) fez um estudo com o intuito de

conhecer as principais fontes que fazem parte da dieta dessas abelhas e tambeacutem

conhecer as caracteriacutesticas quiacutemicas do mel produzido por elas O estudo foi no

Municiacutepio de Piracicaba Satildeo Paulo Foi realizado um levantamento das plantas

visitadas por cinco espeacutecies de meliponineos (T angustula Scaptotrigona

31

bipunctata Nanotrigona testaceicornis Friesiomellita varia e Tetragona clavipes)

coleta de mel nos potes de alimento dos ninhos e coleta de poacutelen retirada das

corbiacuteculas O autor obteve 158 espeacutecies de plantas sendo que dessas 67 foram

visitadas pelas abelhas em estudo e na anaacutelise poliacutenica foram encontradas 72

espeacutecies de plantas A espeacutecie que apresentou menor nuacutemero de visitas foi F varia

em contrapartida T angustula foi a espeacutecie que apresentou o haacutebito mais

generalista em relaccedilatildeo ao numero de espeacutecies de plantas visitadas Com relaccedilatildeo ao

mel foram analisadas um total 31 amostras Os estudos com a composiccedilatildeo do mel

apresentaram uma dificuldade devido agrave legislaccedilatildeo atender apenas as caracteriacutesticas

do mel de Apis melliacutefera e natildeo o mel das abelhas nativas O mel de F varia foi a que

apresentou menor niacutevel de accediluacutecar em contrapartida o niacutevel de accediluacutecar do mel de T

angustula foi o mais elevado Deste modo foi concluiacutedo que as espeacutecies estudadas

se mostraram generalistas com exceccedilatildeo de F varia e com relaccedilatildeo agrave anaacutelise do

mel foi concluiacutedo que haacute a necessidade de um padratildeo na legislaccedilatildeo proacuteprio para

uma melhor anaacutelise dos compostos quiacutemicos do mel de meliponiacuteneos

Anacleto e colaboradores (2009) tambeacutem realizaram uma pesquisa sobre o padratildeo

de qualidade do mel das abelhas sem ferratildeo Para esse estudo foi analisado a

composiccedilatildeo do mel das abelhas Tetragonisca angustula Com coletas feitas

diretamente de dentro das colocircnias encontradas em Piracicaba ndash (SP) e com

anaacutelises feitas sobre o accediluacutecar proteiacutenas pH acidez cor entre outros fatores os

autores obtiveram 20 amostras de mel e relataram que o accediluacutecar dessas amostras

apresentaram valores inferiores ao que eacute estabelecido pelas normas

brasileirasAssim sendo concluiacuteram que 5 de accediluacutecar do mel coletado natildeo se

enquadram na legislaccedilatildeo e que seria necessaacuterio um maior estudo para que uma

nova legislaccedilatildeo seja feita

No trabalho de Sommeijer e colaboradores (1983) aleacutem de analisar os recursos

coletados por algumas abelhas sem ferratildeo (Meliponineos) e Apis mellifera os

autores tambeacutem fizeram observaccedilotildees no comportamento de forrageamento dessas

abelhas As observaccedilotildees e amostras de poacutelen foram retiradas semanalmente das

corbiacuteculas das forrageiras que retornavam ao ninho Os autores observaram que as

coletas dos recursos ocorreram em periacuteodos diferentes os voos de neacutectar ocorreram

na maior parte das vezes de manhatilde e os vocircos de poacutelen ocorreram agrave tarde Em

relaccedilatildeo ao poacutelen foram obtidas 191 amostras sendo que quatro famiacutelias se

32

mostraram mais presentes Myrtaceae Sapotaceae Sapindaceae e Melliaceae

Desta forma concluiacuteram que as coletas de poacutelen pelas forrageiras podem ter

predominado no periacuteodo da manhatilde devido agraves flores se mostrar mais murchas com o

passar do dia Tambeacutem concluiacuteram que os recursos de poliacutenicos foram bem

diversos o que confirmou o haacutebito generalista dessas abelhas

Carvalho e Marchini (1999) realizaram um estudo dentro de um campus Universitaacuterio

(USP) em Piracicaba Em seu trabalho tiveram o objetivo de conhecer as plantas

que oferecem recursos para abelhas em ambientes mais antropizados Com coletas

de abelhas operaacuterias em colocircnias de Tetragonisca angustula e Nannotrigona

testaceicornis os autores analisaram os gratildeos de poacutelen coletados por elas Atraveacutes

dessa anaacutelise obtiveram 31 tipos poliacutenicos em 22 famiacutelias de plantas sendo que

entre essas famiacutelias para N testaceicornis os gratildeos de poacutelen que se mostrou mais

frequumlente foi de Myrtaceae e para T angustula foram Fabaceae Liliaceae e

Mimosaceae Dessa maneira concluiacuteram que essas espeacutecies se mostraram

generalistas visitando diversas plantas

No mesmo ano Carvalho Marchini e Ros (1999) fizeram um estudo para comparar

e analisar as fontes de poacutelen utilizadas por Apis mellifera e quatro diferentes

espeacutecies de Trigonini (Nannotrigona testaceicornis Partamona helleri Plebeia

droryana e Tetragonisca angustula) O trabalho teve o intuito de fornecer

informaccedilotildees sobre as preferecircncias florais e as relaccedilotildees troacuteficas dessas espeacutecies

Com coletas realizadas nos meses de Outubro e Novembro de 1996 no campus da

USP em Piracicaba os autores coletaram 53 tipos poliacutenicos desses os tipos mais

frequentes para todas as abelhas foram Aracaceae Bulbine frutescens e

Eucalyptus spe com as relaccedilotildees troacuteficas eles observaram que a utilizaccedilatildeo de fontes

de poacutelen variou conforme a espeacutecie e que a dieta se mostrou bem diversificada

Dessa maneira os autores concluiacuteram que P droryana e Phelleri foram agraves

espeacutecies que apresentaram maior uniformidade na utilizaccedilatildeo de fontes de poacutelen e a

maior sobreposiccedilatildeo de nicho troacutefico ocorreu entre N testaceiconis e T angustula e

menor sobreposiccedilatildeo foi entre A meliacutefera e T angustula

Devido agrave carecircncia de estudos sobre os recursos florais utilizados pelas abelhas

Agostini e Sazima (2003) fizeram um estudo sobre a fenologia das espeacutecies de

plantas ornamentais e suas relaccedilotildees com as espeacutecies de abelhas Com registros da

fenologia das plantas arboacutereas e arbustivas e o tipo de recurso utilizado pelas

33

abelhas no campus da Universidade Estadual de Campinas em Satildeo Paulo os

autores registraram 42 espeacutecies de plantas e observaram que na aacuterea estudada

houve plantas florindo todos os meses e natildeo houve sazonalidade marcada Com

relaccedilatildeo ao tipo de recurso utilizado pelas abelhas foi observado que as plantas mais

visitadas foram da famiacutelia Leguminosae e Bombacaceae por serem importantes

fontes de alimento para as abelhas no periacuteodo de estiagem Concluiacuteram que plano

de manejo em ambientes urbanos usando plantas ornamentais nativas seria

importante para acolher maior diversidade de abelhas as quais cumprem papel

importantiacutessimo na manutenccedilatildeo da biodiversidade dos ecossistemas naturais

Como muitas plantas de importacircncia econocircmica dependem de insetos para

aumentar a produccedilatildeo e a qualidade dos frutos Toledo e colaboradores (2003)

pesquisaram as angiospermas na regiatildeo de Maringaacute no estado do Paranaacute para

contribuir com o conhecimento da biodiversidade nessa regiatildeo Com coletas em

onze espeacutecies de plantas examinadas na Universidade Estadual de Maringa

Paranaacute os autores obtiveram 331 insetos Entre as abelhas trecircs espeacutecies coletadas

foram as mais abundantes Tetragonisca angustula Apis mellifera e Trigona spinipes

Os autores concluiacuteram que essas abelhas africanizadas e sem ferratildeo foram as mais

abundantes nas coletas as flores devido tanto ao seu comportamento generalista

como pela sobreposiccedilatildeo no local de forrageamento

Simioni e Colaboradores (2007) realizaram um estudo para investigar os recursos

alimentares de Tetragonisca angustula fiebrigi em Mato Grosso do Sul Com

amostras de cargas poliacutenicas corbiculares das operaacuterias em um ambiente natural de

Corumbaacute-MS no periacuteodo de seis meses os autores relataram que T angustula

visitou 43 espeacutecies de plantas para coleta de poacutelen e as famiacutelias mais visitadas

foram Leguminosae Palmae Asteraceae e a subfamiacutelia Mimosidae devido agrave grande

quantidade de poacutelen acessiacutevel Deste modo concluiacuteram que Tetragonisca

angustula mostrou-se seletivo com relaccedilatildeo agraves fontes de alimento disponiacutevel na aacuterea

estudada e que a famiacutelia Leguminosae se mostrou a mais importante fonte de poacutelen

para T angustula

Muitas espeacutecies de abelhas vecircm sendo utilizadas consorciadas ao cultivo de

diversas espeacutecies de plantas No trabalho de Antunes e colaboradores (2007) eles

utilizaram a espeacutecie Tetragonisca angustula para verificar seu efeito como agente

polinizador na produccedilatildeo de frutos de cultivares de morango em estufa O estudo foi

34

realizado na Universidade de Passo Fundo RS utilizando quatro cultivares de

morangueiro (Oso Grande Tdla Chandler e Dover) com ausecircncia e presenccedila de

duas e quatro colmeacuteias de T angustula Os autores observaram que o numero de

visitas as flores foram o mesmo para os mesmos nuacutemeros de colocircnias e que o uso

de duas ou quatro colmeacuteias natildeo alterou a produccedilatildeo dos frutos Aleacutem disso

observaram tambeacutem que a porcentagem de frutos deformados teve uma queda

consideraacutevel de 85 para 5 Sendo assim concluiacuteram que a presenccedila de

Tetragonisca angustula para a polinizaccedilatildeo em ambiente fechado tem grande

importacircncia para o aumento da produtividade e para o aumento da quantidade de

frutos comerciaacuteveis

Devido agrave grande importacircncia das abelhas sem ferratildeo para manter a biodiversidade

das plantas Braga e colaboradores (2012) fizeram um estudo com a espeacutecie T

angustula por ela ser amplamente distribuiacuteda nos habitats tropicais Com estudo

realizado em duas ilhas (Ilha Grande e Tucuruccedilaacute) e outras duas na ilha Ariroacute e

Tinguaacute todas SAP aacutereas de Mata Atlacircntica do Estado do Rio de Janeiro e apenas

Ilha Grande pertence a uma unidade de proteccedilatildeo ambiental Para esse estudo os

autores fizeram coletas de carga de poacutelen e observaccedilotildees agraves flores T angustula

visitou 61 espeacutecies de plantas sendo Anacardiaceae e Asteraceaeas mais visitadas

Na Ilha grande foi a aacuterea onde se obteve maior nuacutemero de visitas e onde se

encontrou 39 tipos poliacutenicos Dessa maneira concluiacuteram que a dieta de T angustula

eacute bem ampla e que essas pesquisas satildeo necessaacuterias para conhecer as plantas que

operam como recurso para as abelhas em ambiente natural

Com o intuito de contribuir para o conhecimento da flora e sua utilizaccedilatildeo por

polinizadores nativos Novais Absy e Santos (2013) caracterizaram o poacutelen de T

angustula atraveacutes da anaacutelise palinoloacutegica analisando os meacuteis produzidos por esta

espeacutecie em duas regiotildees semi-aacuteridas tropicais do nordeste do Brasil Com amostras

de mel coletados mensalmente nos municiacutepios de Itaberaba e Ruy Barbosa na

Bahia durante 14 meses os autores observaram que o espectro poliacutenico das

amostras de mel de T angustula consistiu um total de 67 tipos de poacutelen sendo que

18 deles foram comuns aos espectros de poacutelen tanto de Itaberaba quanto de Ruy

Barbosa e as famiacutelias das plantas que predominaram em ambos municiacutepios foram

Fabaceae Myrtaceae Malvaceae e Euphorbiaceae Concluiacuteram que houve um uso

heterogeneo dos recursos naturais no municiacutepio de Itaberaba e homogecircneo no

35

municiacutepio de Ruy Barbosa neste foi detectado um tamanho maior do nicho de poacutelen

de T angustula Para os autores isso se deve a diferenccedila na diversidade de plantas

entre os dois municiacutepios

25 COMPORTAMENTO DA ABELHA JATAIacute

Para algumas pesquisas estudos sobre comportamento eacute essencial para obter

informaccedilotildees importantes sobre a espeacutecie em estudo Para que pesquisadores

possam fazer estudo de comportamento em campo Altmann (1973) publicou um

trabalho sobre comportamento animal onde ela faz um guia para orientar os

observadores em seus estudos Ela apresenta meacutetodos para ser utilizado nas

observaccedilotildees tanto em comportamento individual quanto em grupo e apresenta o uso

de meacutetodos de amostragem nas observaccedilotildees Nesse a autora relata trabalhos de

outros autores sobre observaccedilotildees comportamentais e faz discussotildees a respeito de

problemas de amostragem em comportamento social como tambeacutem as vantagens e

desvantagens do uso de alguns meacutetodos

Um estudo relacionado com o comportamento de T angustula foi realizado por

Wittmann (1985) para mostrar que o sistema de defesa dessa espeacutecie natildeo era

apenas para defesa de alguns insetos voadores mais tambeacutem para defesa contra

ataques de abelhas cleptobioacuteticas Para observaccedilatildeo do comportamento das guardas

pairando foi mantida uma colocircnia de Lestremelitta limatildeo proacuteximo a quatros colocircnias

de T agustula O autor notou que o posicionamento das guardas pairando proacuteximo

ao corredor de vocirco do ninho permitia maior eficiecircncia nos ataques aos intrusos

cleptobioacuteticos e que durante esses ataques o numero de guardas aumentava

consideravelmente para reforccedilar a defesa do ninho Dessa maneira concluiu-se que

no comportamento de defesa essa espeacutecie faz um recrutamento em massa das

guardas em resposta a um feromocircnio lanccedilado por L limatildeo

Couvillon e colaboradores (2007) fizeram um estudo sobre a movimentaccedilatildeo das

forrageiras em relaccedilatildeo ao tamanho da entrada do ninho e o comportamento

defensivo das guardas em relaccedilatildeo agraves perturbaccedilotildees que os ninhos sofrem Para esse

trabalho os autores estudaram 26 espeacutecies de abelhas sem ferratildeo no campus da

Universidade de Satildeo Paulo em Ribeiratildeo Preto Foram medidas a entrada dos ninhos

36

e o comprimento de abelhas forrageiras Foi verificado que a entrada do tubo do

ninho se ajusta ao tamanho das abelhas operaacuterias ou seja quanto maior for a

abelha maior seraacute a entrada do ninho Tambeacutem observaram que as guardas tinham

o comportamento de proteger o ninho bloqueando sua entrada e permitindo apenas

a entrada das forrageiras Assim concluiacuteam que essas abelhas apresentam

importantes mecanismos de defesa para ninho e que estudos como esse podem

trazer informaccedilotildees importantes ao comportamento de defesas das abelhas sem

ferratildeo

Minussi e Santos (2007) fizeram um estudo para descobrir se haacute algum efeito

negativo da Apis mellifera sobre as abelhas nativas em relaccedilatildeo agrave coleta de recursos

Para isso os autores fizeram um trabalho sobre o comportamento que ocorre entre

essas abelhas Com observaccedilotildees agraves flores e coletas das abelhas na Escola

Agroteacutecnica Federal de Sombrio no municiacutepio de Santa Rosa Santa Catarina Apis

mellifera foi agrave espeacutecie mais abundante encontrada na aacuterea em estudo em seguida

Trigona spinipes foi a mais abundante Durante as observaccedilotildees notaram que o

comportamento de abertura das mandiacutebulas da subfamiacutelia Halictinae para atacar e

expulsar as abelhas africanizadas das flores era comum e que esse comportamento

ocorria sempre antes que abelhas conseguissem chegar ao fundo da flor Dessa

maneira concluiacuteram que as abelhas nativas conseguem se defender das abelhas

africanizadas para garantir seu recurso

Karcher e Ratnieks (2009) mostraram em suas pesquisas que ninhos de T

angustula natildeo eram apenas defendidos por guardas pairando mas tambeacutem por

guardas que ficam de peacute na entrada do ninho Os autores colocaram dez campeiras

e natildeo campeiras da mesma espeacutecie e campeiras tratadas com odor de

Scaptotrigona bipunctata em cinco ninhos As guardas de peacute natildeo rejeitaram

nenhuma campeira mas rejeitaram quase todas natildeo campeiras e campeiras

tratadas com odor volaacutetil A partir desse resultado concluiacuteram que as operaacuterias que

ficam de peacute na entrada do ninho tambeacutem atuam como oacutetimas guardas para

discriminar as abelhas campeiras e natildeo campeiras

No trabalho de Gruter Karcher e Ratnieks (2011)foi realizado um estudo sobre as

abelhas guardas de Tetragonisca angustula que ficam pairando e de peacute proacuteximo ao

ninho Os autores fizeram algumas experiecircncias para saber se havia alternacircncias de

tarefas entre elas A pesquisa teve duraccedilatildeo de trecircs anos e foi realizada em uma

37

fazenda perto de Satildeo Paulo Para observar essa alternacircncia de tarefas as abelhas

guardas foram coletadas e marcadas Dessa maneira notaram que das 18 abelhas

marcadas 12 eram exclusivamente guardas em peacute e seis realizavam os dois tipos

de guardas Durante as 21 horas de observaccedilatildeo natildeo foi observado mudanccedila entre

os tipos de guardas A partir desses resultados concluiacuteram que a alternacircncia de

tarefa entre as guardas eacute rara de acontecer indicando que a defesa de T angustula

e feita por divisatildeo de trabalho

Zweden e colaboradores (2011) fizeram um trabalho semelhante agrave Wittmann (1984)

com os guardas de defesa que ficam pairando Em seu estudo os autores tinham o

objetivo de testar a hipoacutetese que as guardas aumentavam a defesa do ninho em

relaccedilatildeo aos intrusos principalmente Lestrimellita limatildeo a qual eacute um ladratildeo

obrigatoacuterio de Tetragonisca angustula Foram feitas mediccedilotildees da distacircncia em que

as guardas pairando atacavam tanto um manequim de massa de modelar coberto de

citral (odor volaacutetil liberado por L limatildeo) quanto operaacuterias de Lestrimellita limatildeo

receacutem morto Todos os intrusos do experimento foram atacados por T angustula a

distacircncia que ocorreu o ataque variou entre 0-22 cm os ninhos que tinham mais

guardas apresentou maior distacircncia Dessa maneira concluiacuteram que a presenccedila de

guardas pairando aumenta a detecccedilatildeo de intrusos e que essas guardas respondem

especialmente a pistas visuais

As abelhas sem ferratildeo (eussocias) costumam apresentar divisatildeo de trabalho em

suas colocircnias Gruter e colaboradores (2012) em seu estudo quiseram testar a

hipoacutetese de que os soldados especializados (guardas) para a defesa das colocircnias de

jataiacute (Tetragonisca angustula) eram relativamente maiores que os trabalhadores

Com anaacutelise no tamanho e na forma das forrageiras guardas e trabalhadores que

removem resiacuteduos das colocircnias o autor constatou que o peso corporal das guardas

era maior que das abelhas forrageiras e que o tamanho da cabeccedila das forrageiras

mostrou-se um pouco maior em relaccedilatildeo agraves guardas Assim concluiu-se que a

variaccedilatildeo no tamanho seria devido agrave divisatildeo de trabalho ou seja a diferenccedila no

tamanho do corpo consiste em uma eficaacutecia maior para lutar contra invasores e a

diferenccedila em relaccedilatildeo ao tamanho da cabeccedila seria devido agrave necessidade das

forrageiras de decorar caminhos para busca do alimento

38

39

3 METODOLOGIA

31 AacuteREA DE ESTUDO

O Municiacutepio de Vitoacuteria possui uma extensatildeo geograacutefica que envolve um grau

elevado de urbanizaccedilatildeo (SOUZA 2011) De acordo com o Instituto Brasileiro de

Geografia e Estatiacutestica (2010) o Municiacutepio apresenta uma aacuterea de mais de 98 Kmsup2 e

conta com uma populaccedilatildeo estimada de 352104 habitantes O clima da regiatildeo de

Vitoacuteria pode ser classificado como Tropical uacutemido (CLASSIFICACcedilAtildeO [20--])

apresentando temperatura maacutexima que pode chegar a 32ordm C e miacutenima que fica em

torno de 24ordm C com os maiores iacutendices de precipitaccedilatildeo pluviomeacutetrica entre os meses

de Outubro a Janeiro (INSTITUTO CAPIXABA DE PESQUISA ASSISTEcircNCIA

TEacuteCNICA E EXTENSAtildeO RURAL 2011)

Vitoacuteria eacute um dos Municiacutepios que apresentam os maiores niacuteveis de temperaturas do

Estado Isso se deve ao fato de as grandes montanhas dificultarem a passagem dos

ventos do nuacutemero de preacutedios que aumenta com o passar dos anos assim como a

poluiccedilatildeo (SOUZA 2011)

O estudo foi realizado no Campus Universitaacuterio Alaor de Queiroz Arauacutejo da

Universidade Federal do Espiacuterito Santo (FERNANDES VALE 2013) tambeacutem

conhecido como campus de Goiabeiras Este campus se encontra localizado no

Municiacutepio de Vitoacuteria capital do Estado do Espiacuterito Santo e nas coordenadas

geograacuteficas de 20ordm 16rsquoS e 40ordm 18rsquoW (FERREIRA DANTAS 2000)

O Campus fica ao Sul e ao Oeste do canal da passagem e a Leste com a Avenida

Fernando Ferrari Ateacute 2008 era composta por uma aacuterea de ambiente entre mareacutes e

terrestre de 1592545 msup2 poreacutem com a ampliaccedilatildeo da Avenida Fernando Ferrari

essa aacuterea foi reduzida para 1567545 msup2 (FERNANDES VALE 2013) A aacuterea

amostral se localiza no entorno do Centro de Ciecircncias Humanas e Naturais (CCHN)

Implantada por volta da deacutecada de 1970 ela compotildee os ICrsquos (iniciais de Ilha do

Cercado) I II III e IV (FERNANDES VALE 2013) e apresenta uma aacuterea que

compreende edificaccedilotildees como preacutedios passarelas ruas asfaltadas paacutetio de

estacionamento e aacutereas jardinadas (MAPA 01)

40

Mapa 01- Mapa do Campus Universitaacuterio de Goiabeiras (UFES) com destaque da

aacuterea de estudo em vermelho

Fonte Google Maps (2014) 32 OBTENCcedilAtildeO DOS DADOS

A aacuterea de estudo foi inspecionada agrave procura de ninhos de T angustula com

observaccedilotildees em calccediladas paredes muros postes troncos de aacutervores entre outros

conforme Taura e Laroca (1991) Os ninhos encontrados foram marcados por letra

alfabeacutetica e mapeados com o auxiacutelio de um marcador permanente (marca Jocar

Office) e um GPS (marca Garmin etrex vista) As observaccedilotildees foram realizadas uma

vez a cada semana durante cinco meses de Abril agrave Setembro de 2014 totalizando

21 dias amostrados (140 horas) O periacuteodo no qual foram realizadas as observaccedilotildees

41

foi de 0700 agrave 1700 horas As observaccedilotildees foram feitas durante 15 minutos em cada

ninho e intercaladas nos periacuteodos matutino vespertino e dia todo com o auxilio de

uma lupa de matildeo devido elas apresentarem aproximadamente 5 miliacutemetros

(NOGUEIRA-NETO 1997) A lupa de matildeo foi utilizada tambeacutem para observar a cor

do poacutelen que as abelhas traziam para dentro do ninho

A contagem do nuacutemero de entradas e saiacutedas das abelhas coletoras e das abelhas

que protegem a colocircnia de invasores foi realizada em todos os ninhos com o auxilio

de um contador de nuacutemeros Os registros foram realizados com redaccedilatildeo dos

eventos e por meio de fotografias As observaccedilotildees seguiram o meacutetodo Animal-Focal

descrito por Altmann (1973) para anaacutelise do comportamento das abelhas Esse

meacutetodo consiste em amostrar os comportamentos de um ou mais indiviacuteduos por um

determinado periacuteodo de tempo O levantamento das principais fontes de alimento de

T angustula foi obtido a partir de dados bibliograacuteficos

33 ANAacuteLISE DOS DADOS

Para anaacutelise dos dados foi utilizado o programa ldquoMapSourcerdquo para a construccedilatildeo do

mapa dos ninhos encontrados Foi tambeacutem utilizado o programa Microsoft Excel

2007 para construccedilatildeo de graacuteficos para analisar o nuacutemero de visitas (entrada e saiacuteda)

que as abelhas coletoras apresentaram durante os cinco meses observados Os

graacuteficos foram construiacutedos por intervalos de horas sendo que as informaccedilotildees se

acumularam mais proacuteximo do horaacuterio em que houve mais eventos observados no

ninho O mesmo programa foi utilizado para retirar a meacutedia da quantidade de

guardas na defesa do ninho

Os dados resultantes do levantamento bibliograacutefico das fontes alimentares serviram

de base para a elaboraccedilatildeo de um graacutefico com a contribuiccedilatildeo das famiacutelias de plantas

mais visitadas por T angustula

42

43

4 RESULTADOS E DISCUSSOtildeES

41 LOCALIZACcedilAtildeO DOS NINHOS

Foram encontrados onze ninhos (marcados por letra alfabeacutetica de A a K) cinco

instalados em paredes e muros (K C I e J) e seis localizados sob placas de

concreto de passarelas (A B D E F G e H) (mais precisamente na base das

pilastras da passarela que se encontra entre os IC`s II e III) Este fato corrobora com

os estudos de Taura e Laroca (1991) que indica que a disponibilidade de nidificaccedilatildeo

nesses locais aumenta com as atividades antroacutepicas A localizaccedilatildeo dos ninhos eacute

apresentada pelo Mapa 02

Os ninhos C J K (Mapa 02) recebiam calorna maior parte do dia jaacute os demais natildeo

recebiam sol diretamente na maior parte do dia pois eram protegidos pela pilastra e

pela cobertura da passarela

Durante todo o periacuteodo das observaccedilotildees em geral o clima foi de dias quentes com

presenccedila de ventos

MAPA 02 ndash Mapa dos ninhos de T angustula estudadas no Campus de Goiabeiras

(UFES) Abril ndash Setembro2014

Fonte Modificado em Google earth (2014) Dos 11 ninhos observados dois ninhos natildeo apresentavam a entrada com o formato

comum de cilindro e traziam um formato natildeo definido

44

Em todos os ninhos foi possiacutevel ver que a abertura da extremidade do tubo era

relativamente grande Tal formato permite que haja espaccedilo para que algumas

abelhas guardas permaneccedilam na entrada do tubo ao mesmo tempo em que deixa

espaccedilo suficiente para as forrageiras passarem (KARCHER RATNIEKS 2009) Ao

longo de todo o tubo havia presenccedila de centenas de perfuraccedilotildees o que segundo

Gruter Karcher e Ratinieks (2011) eram para ajudar nas trocas gasosas

Nos cinco meses observados trecircs ninhos desapareceram da aacuterea amostral restando

ao final das observaccedilotildees oito ninhos Um deles (ninho E) foi perdido logo no iniacutecio

das observaccedilotildees supotildee-se que tenha ocorrido alguma intervenccedilatildeo aguda por

exemplo humana pois logo no segundo dia de observaccedilatildeo o mesmo jaacute natildeo estava

no lugar demarcado Outros dois ninhos (ninhos F e G) tambeacutem foram perdidos O F

persistiu ateacute o mecircs de Maio e o ninho G ateacute Julho Nestes o desaparecimento se

sucedeu apoacutes eventos de revoadas

42 INTERACcedilOtildeES INTER E INTRAESPECIacuteFICAS

TABELA 1 - Dados dos Ninhos observados

Data Ninho Hora Cores de Poacutelen

Presenccedila de

Resina Operaacuteriaslimpeza Guardas

em peacute Guardas pairando Ameaccedila

14abr D 07h-8h

Amarelo Branco Laranja

Vermelho

X 5 1

13mai C 10h-11h

Amarelo Branco Laranja

Vermelho

X X 4 4

20mai J 15h-16h Branco X X 8 12 02jun H 12h-13h Branco X X 8 4 16jul D 13h-14h Branco

X 8 2 Formiga

20jun B 08h-09h

Amarelo Branco Laranja

Vermelho

X X 9 3

06ago C 14h-15h Branco X 7 10 Lagartixa

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria As observaccedilotildees indicaram que as jataiacutes visitavam vaacuterias espeacutecies de flores durante

as manhatildes e iniacutecio das tardes pois nesse periacuteodo trouxeram uma grande

45

diversidade de poacutelen (cores amarela laranja branca e vermelha) transportados em

suas corbiacutecula para dentro do ninho B C e D (TABELA 1) (FIGURA 1-A) No horaacuterio

da tarde essa diversidade diminuiacutea nos ninhos C D H e J (TABELA 1) e era

representada pelo transporte de poacutelen de cor branca Este fato mostra que a

diversidade de flores visitadas decresce ao longo do dia

As abelhas sociais de um modo geral visitam as flores enquanto elas satildeo atrativas

Elas apresentam preferecircncia pela cor e satildeo capazes de discriminar os conjuntos

florais realizar sua localizaccedilatildeo e selecionar aquelas que produzem maior quantidade

e melhor qualidade de alimento (PIRANI LAURINO 1993) Existem diversos fatores

que podem influenciar a coleta de alimento pelas abelhas sociais entre eles o

comportamento das campeiras e a necessidade das colocircnias que depende do seu

tamanho (PIRANI LAURINO 1993)

Aleacutem de poacutelen tambeacutem foi observado carregamento de resina nas corbiacuteculas para

dentro do ninho B C H e J (TABELA 1) (FIGURA 1-B) essa eacute coletada pelas

abelhas em bototildees florais Depois de a resina ser coletada ela pode ser armazenada

pura ou misturada com cera No caso de T angustula ela geralmente faz a

armazenagem na forma pura (NOGUEIRA-NETO 1997) Como a resina eacute viscosa e

grudenta as abelhas a utilizam para vedar o entorno da entrada do tubo e tambeacutem

para depositar uma quantidade sobre o corpo e cabeccedila das formigas para defender

a colocircnia contra invasores (WITTMANN 1985 NOGUEIRA-NETO 1997)

Durante todo o periacuteodo observado foi notada a presenccedila de operaacuterias que cuidavam

da limpeza dos ninhos (TABELA 1) Essas operaacuterias trabalhavam retirando resiacuteduos

(detritos) de dentro do ninho e o faziam carregando atraveacutes de sua mandiacutebula

(FIGURA 1-C) Este trabalho era realizado continuamente ao longo de todo o dia

Para Nogueira-Neto (1997) T angustula eacute a espeacutecie que tem o melhor haacutebito de

limpeza e por esta razatildeo seu mel e seu proacutepolis satildeo considerados o melhor dentre

as outras espeacutecies

FIGURA 1- Divisatildeo de trabalho entre operaacuterias de Tetragonisca angustula A

Detalhe da corbiacutecula com poacutelen B Detalhe da corbiacutecula com resina C Operaacuteria de

limpeza com resiacuteduo na mandiacutebula

46

Fonte Arquivo Labibio

Em cada ninho foi possiacutevel notar a presenccedila de abelhas que ficavam tanto pousadas

ao longo do tubo de entrada do ninho quanto sobrevoando proacuteximo do mesmo

Essas abelhas satildeo chamadas por Gruter Karcher e Ratnieks (2011) de abelhas

guardas em peacute e pairando respectivamente As guardas em peacute estavam sempre

em grandes quantidades e estiveram em atividade praticamente em todo o periacuteodo

do dia

Essas guardas ficavam na maior parte do tempo com a mandiacutebula apoiada sobre o

ninho acredita-se que tenham a funccedilatildeo de depositar resina ao entorno do ninho As

demais guardas que ficavam sobrevoando estiveram mais ausentes logo no

A B

C

47

comeccedilo da manhatilde por volta das 0700 as 0900 horas As guardas pairando ficavam

na maioria das vezes em nuacutemeros de trecircs a quatro sempre posicionadas a direita e

esquerda do tubo e em direccedilatildeo a entrada (FIGURA 2)

FIGURA 2- Ninho de T angustula com guardas pairando destacado em vermelho e

guardas em peacute em destaque azul

Fonte Arquivo Labibio

Foi observado que no periacuteodo da tarde o nuacutemero de guardas pairando aumentava

Isso era visto com maior frequumlecircncia nos ninhos C e J instalados em paredes

(TABELA 1) Segundo Gruter Karcher e Ratnieks (2011) as colocircnias que

apresentam um nuacutemero maior de guardas pairando sofrem ameaccedilas de

vertebrados fato corroborado no ninho C (TABELA 1) que foi atacado por uma

lagartixa No momento em que aconteceu uma parte da populaccedilatildeo saiu do ninho e

se mostraram bem agitadas O que de acordo com Gruter Karcher Ratnieks (2011)

trata-se de uma resposta defensiva agrave percepccedilatildeo da respiraccedilatildeo de vaacuterios

vertebrados

Tambeacutem foi observado o comportamento defensivo em quando formigas se

aproximavam do ninho D (TABELA 1) As jataiacutes as ldquobeliscavamrdquo para que se

afastassem Esse mesmo comportamento foi visto durante minhas observaccedilotildees ao

Ninho A toda vez que me aproximava para observar ou fotografar surgiam vaacuterias ao

48

meu redor em uma dessas observaccedilotildees a jataiacute picou pele exposta Dentre todos os

ninhos essa foi a que apresentou o comportamento mais agressivo

De acordo com os estudos de Gruter e colaboradores (2012) T angustula eacute a uacutenica

espeacutecie que apresenta um sistema de defesa que envolve dois grupos distintos e

complementares de guardas uma pairando que se estacionam no ar proacuteximo ao

ninho e outras em peacute ao redor da entrada do ninho As guardas que ficam de frente

para o caminho de vocirco satildeo chamadas de grupo principal e as que ficam

posicionadas agrave direita e agrave esquerda do ninho satildeo o grupo secundaacuterio (GRUTER

KARCHER RATNIEKS 2011)

Uma caracteriacutestica interessante dessas guardas eacute que apresentam caracteriacutesticas

morfoloacutegicas diferentes das operaacuterias (satildeo maiores e mais pesadas) (GRUTER et

al 2012) Elas apresentam diferenccedilas no comprimento da asa no tamanho das

pernas traseiras que satildeo relativamente maiores para seu corpo (podendo ajudar na

luta contra invasores) e cabeccedila um pouco menor que das forrageiras Essa ultima

caracteriacutestica estaacute associada agrave maior necessidade das forrageiras de processar

informaccedilotildees sensoriais relacionadas ao forrageamento (GRUTER et al 2012)

As abelhas guardas possuem a funccedilatildeo de defender sua colocircnia de ataques de

intrusos que aproveitam do seu trabalho para roubar o alimento produzido

(GRUTER KARCHER RATNIEKS 2011) As accedilotildees especiacuteficas desses intrusos satildeo

detectadas mais pelas guardas em peacute pois elas conseguem identificar as campeiras

e natildeo campeiras da mesma espeacutecie por quimiorecepccedilatildeo (KARCHER RATNIEKS

2009 GRUTER KARCHER RATNIEKS 2011) Jaacute as guardas que pairam perto do

ninho atacam intrusos que natildeo satildeo da mesma espeacutecie elas o reconhecem pela cor

forma do corpo e pelos odores volaacuteteis (KARCHER RATNIEKS 2009) De acordo

com Zweden e Colaboradores (2011) a presenccedila de guardas pairando aumenta a

detecccedilatildeo de intrusos e que essas guardas respondem especialmente a pistas

visuais Como comportamento de defesa as guardas liberam um feromocircnio de

alarme para recrutar os trabalhadores para o ataque (FREE 1987 apud ZWEDEN

2011)

O nuacutemero meacutedio de guardas durante o periacuteodo observado mostrou-se maior para as

guardas em peacute (78) do que para as guardas pairando (35) Esse fato eacute explicado

por Gruter Karcher e Ratnieks (2011) para eles o gasto energeacutetico das guardas

pairando eacute muito maior de modo que eacute menos dispendioso energicamente para as

49

abelhas ficarem em peacute Mesmo tendo um gasto energeacutetico muito alto nas

observaccedilotildees de Wittmann (1985) as atividades do voo das guardas foi constatado

que essas ficavam pairando por cerca de 70 minutos antes de voltar para dentro do

ninho Este fato mostra que a mudanccedila de guardas natildeo eacute comum e que a defesa do

ninho eacute feita por divisatildeo de trabalho e natildeo por alternacircncia de tarefas (GRUTER

KARCHER RATNIEKS 2011)

Os ninhos que desapareceram ao longo das observaccedilotildees foram devido agraves revoadas

um comportamento comum nas abelhas Nas jataiacutes as revoadas geralmente

ocorrem devido ao calor para refrescar o ninho em caso de altas temperaturas uma

parte da populaccedilatildeo sai do ninho enxameamento para reproduccedilatildeo ou devido agrave

interferecircncia humana quando um ninho eacute retirado de um local para outro

(INFORMACcedilAtildeO PESSOAL ZOCOLOTTI V R) De acordo com este na primeira

semana eacute possiacutevel presenciar alguma revoada que pode ser para identificaccedilatildeo

tanto da flora apiacutecola quanto para localizaccedilatildeo do novo ambiente

No caso dos ninhos F e G ao final de cada revoada observada a entrada do ninho

ficava bastante danificada Foram observadas trecircs revoadas (duas no mesmo dia)

do ninho F todas no mecircs de Maio e duas (em dias diferentes) no ninho G no mecircs

de Junho Apoacutes estas observaccedilotildees os dois ninhos desapareceram

Durante as revoadas vaacuterias abelhas caiam no chatildeo agarradas umas nas outras

Apoacutes queda era possiacutevel observar que as guardas conseguiam prender e retirar

com sua mandiacutebula as pernas e asas do invasor (FIGURA 3-A e B) o que impedia

as invasoras de conseguir atacar novamente Segundo Kerr e colaboradores (2005)

as guardas agarram as pernas dos invasores para que eles caiam no chatildeo e sejam

comidos pelas formigas que ficam proacuteximas aos ninhos

50

FIGURA 3 - Ataque de invasores A T angustula com mandiacutebula presa agrave perna do

Jataiacute invasora BPerna de invasores retirada apoacutes ataque

Fonte Arquivo Labibio

De acordo com Zocolotti VR (INFORMACcedilAtildeO PESSOAL) as cinco espeacutecies de

Meliponini criadas por ele podem apresentar o comportamento de saquear outros

ninhos e isso pode ocorrer por oportunismo ou por falta de alimento Em especial

as Jataiacutes geralmente possuem o costume de atacar as proacuteprias jataiacutes esses

ataques acontecem dentro do mesmo ninho e entre outros proacuteximos Esses ataques

podem ocorrer por atraccedilatildeo de feromocircnio de princesa (rainhas jovens natildeo

fecundadas) por enxame fraco ou ateacute mesmo para absorver o fraco ou seja elas

entram e acabam matando a rainha e mantecircm os trabalhadores por um tempo ateacute

absorver o enxame ou ateacute mesmo o deixam morrer sendo dessa maneira muito

complexas em relaccedilatildeo ao comportamento

Na aacuterea do campus da Ufes houve uma consideraacutevel devastaccedilatildeo na vegetaccedilatildeo

nativa (compreendida de Mata Atlacircntica Manguezal e Restinga) devido agrave

construccedilatildeo de preacutedios que foram erguidos logo no iniacutecio da implantaccedilatildeo da

Universidade Como medida compensatoacuteria foi feito o plantio de espeacutecies arboacutereas

usando em demasia espeacutecies exoacuteticas (CASTRO 2003) Na Ufes eacute possiacutevel ver

poucas aacutereas jardinadas Aleacutem disso sempre que eacute necessaacuterio construir um novo

preacutedio novas aacutereas satildeo eliminadas podendo ou natildeo ser compensada com plantas

nativas

A B

51

Em abelhas sociais o comportamento de saque eacute comum acontecer em sequumlecircncias

natildeo contiacutenuas ou seja ela cessa e recomeccedila por periacuteodos de tempo (SANTANA

etal 2004) Durante as observaccedilotildees foram presenciadas trecircs revoadas ao ninho F

duas no mesmo dia poreacutem em horaacuterios diferentes e duas ao ninho G em dias

diferentes (FIGURAS 4- A B C e D)

FIGURA 4 ndash Revoada do ninho F A Vista da entrada do iniacutecio do estudo B Vista

da entrada em plena atividade em iniacutecio de maio C Entrada apoacutes uma revoada em

maio D Vista da entrada do ninho apoacutes uacuteltima revoada em maio

Fonte Arquivo Labibio

Nas figuras 4a e b mostram o estado em que a entrada do ninho se encontrava na

primeira semana de observaccedilatildeo (vinte e oito de Abril) e na primeira semana do mecircs

seguinte (sete de Maio) esse uacuteltimo a entrada do ninho jaacute se encontrava danificado

No ninho F(FIGURA 4) as revoadas que ocorreram no dia vinte de Maio entre

A B

C D

52

1000 e 1400 horas e no dia vinte e seis de Maio entre 1600 e 1700 horas

corroborando com Santana e colaboradores (2004) sobre o comportamento de

saques intermitentes

No ninho G as revoadas se iniciaram duas semanas apoacutes o desaparecimento do

ninho F nos dias nove e vinte e seis de junho entre 1500 e 1600 horas e dia 16 de

junho no mesmo horaacuterio (FIGURA 5-A B e C)

FIGURA 5 ndash Revoadas no Ninho G A Ninho no iniacutecio de Maio B Registro da

primeira revoada C Ultima revoada perda do ninho

Fonte Arquivo Labibio

As observaccedilotildees evidenciaram a ocorrecircncia de um acuacutemulo de resiacuteduos sobre os

ninhos apoacutes as revoadas (FGURA 5-B) No ninho G tinha uma subpopulaccedilatildeo

A B

C

53

pequena mas bem ativa conforme verificado apoacutes quatro horas de observaccedilatildeo em

nove dias (Graacutefico 1- A e B)

GRAacuteFICO1 A ndash Ritmo de Saiacutedas no Ninho G

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

GRAacuteFICO 1B ndash Ritmo de entradas no ninho G

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

0

20

40

60

80

100

120

140

09h-10h 10h-11h 12h-13h 14h-15h 16h-17h

Nuacutem

ero

de V

isita

s

Horaacuterios

13mai 20mai 26mai

0

20

40

60

80

100

120

140

160

180

200

09h-10h 10h-11h 12h-13h 14h-15h 16h-17h

Nuacutem

ero

de V

isita

s

Horaacuterios

13mai 20mai 26mai

54

No ninho G as abelhas iniciaram suas atividades antes de 09h evidenciado pela

entrada de aproximadamente 180 forrageadoras entre 9 e 10h As saiacutedas neste

mesmo periacuteodo ficaram em torno de 100

Entre 16h-17h houve um grande nuacutemero de entrada o que era esperado todas as

que saiacuteram tecircm que retornar enquanto haacute luminosidade e antes do ninho ser

fechado Conforme esperado por Gruter Karcher Ratnieks (2011) quando comeccedila

a escurecer as Jataiacutes fecham a entrada do tubo para impedir que intrusos ataquem

seu ninho durante a noite e abrem pela manhatilde quando o clima estaacute mais favoraacutevel

para iniciarem suas atividades

Neste ninho entre 12h-13h houve um nuacutemero maior de saiacutedas que de entradas ateacute

agraves 16h Isso possivelmente esteve relacionado agrave uma grande distacircncia entre o ninho

e as fontes de recursos troacuteficos

Outro ninho em que foi possiacutevel observar todos os meses notou-se que apresentou

atividade durante todo o dia (GRAacuteFICO 2-A e B)

GRAacuteFICO 2A ndash Ritmo de saiacutedas do ninho B

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

0

50

100

150

200

250

300

350

400

450

500

07h-08h 08h-09h 09h-10h 11h-12h 12h-13h 13h-14h 14h-15h 15h-16h 16h-17h

Nuacutem

ero

de V

isita

s

Horaacuterios

28abr 13mai 20mai 26mai 09jun 16jun 23jun 01jul 09jul

16jul 23jul 30jul 06ago 13ago 20ago 27ago 05set 10set

55

GRAacuteFICO 2B ndash Ritmo de entradas do nino B

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

O ninho B tinha uma subpopulaccedilatildeo mais numerosa que F e G Durante o inverno

(2307 e 2708) as abelhas iniciavam suas atividades cerca de duas horas mais

tarde em horaacuterio com temperatura mais elevada (indicado pela seta preta) Tal fato

corrobora com as observaccedilotildees de Ulian e colaboradores (2007) que constata que

em periacuteodo mais chuvoso onde as temperaturas satildeo geralmente mais baixas as

Jataiacutes apresentam iniacutecio de atividade agraves 9 horas da manhatilde devido agrave temperatura

nesse horaacuterio comeccedilar a aumentar

Proacuteximo do horaacuterio de 10 horas houve um grande nuacutemero de saiacutedas do ninho

seguido de um grande nuacutemero de entrada o que indica a ocorrecircncia de uma fonte

de recursos proacutexima ao ninho ou a indisponibilidade de recurso para ser coletado

naquela hora Acredita-se que na primeira possibilidade - fonte proacutexima ela era de

resina pelo fato de ter havido um intervalo de saiacuteda ateacute agraves 12h jaacute que esta

demanda mais tempo para ser retirada da corbiacutecula e armazenada por ser

pegajosa No caso da segunda possibilidade natildeo encontraram alimento disponiacutevel

naquele horaacuterio o retorno ao ninho eacute a alternativa mais eficaz para evitar um alto

gasto energeacutetico ateacute que o recurso fique disponiacutevel para coleta

0

100

200

300

400

500

600

07h-08h 08h-09h 09h-10h 10h-11h 11h-12h 12h-13h 13h-14h 14h-15h 15h-16h 16h-17h

Nuacutem

ero

de V

isita

s

Horaacuterios 28abr 13mai 20mai 26mai 09jun 16jun 23jun 09jul16jul 23jul 30jul 20ago 27ago 05set 10set

56

No outono as atividades das Jataiacutes comeccedilaram a diminuir por volta de 15 horas

(indicado pela seta marrom) ateacute cessar totalmente no iniacutecio das 16 horas Pelos

graacuteficos nota-se que o ninho B possui vantagem de uma hora nas atividades em

relaccedilatildeo ao ninho G isso provavelmente ocorreu porque o ninho B obteve mais

sucesso nas coletas distribuiacutedas ao longo do dia

43 RECURSOS FLORAIS

Eacute notoacuteria a relaccedilatildeo que existe entre abelha-flor relaccedilatildeo essa que sucedeu a milhotildees

de anos desde entatildeo as abelhas dependem de substancias utilizadas na

alimentaccedilatildeo e as plantas se beneficiam com a polinizaccedilatildeo (PIRANI LAURINO

1993) Para entender a biologia dos Meliponini eacute importante conhecer sua

alimentaccedilatildeo Para isso eacute necessaacuterio fazer um levantamento das plantas utilizadas

para coleta de poacutelen e neacutectar (SOUZA 1999 apud OLIVEIRA ABSY MIRANDA

2009)

Com base nos dados obtidos sobre as fontes alimentares de T angustula na

literatura (TABELA 2) nota-se a capacidade dessa espeacutecie de visitar uma ampla

diversidade de famiacutelias de plantas Segundo Toledo e colaboradores (2003) durante

cada voo das campeiras em meacutedia 100 flores satildeo visitadas

O levantamento bibliograacutefico indicou que existem duas metodologias bastante

usadas por autores para conhecer a dieta das abelhas Uma delas eacute a investigaccedilatildeo

palinoloacutegica para avaliar as fontes de recursos florais utilizados (poacutelen e neacutectar)

com base no gratildeo de poacutelen depositado no corpo da abelha para identificaccedilatildeo das

espeacutecies vegetais (CARVALHO MARCHINE ROS 1999 FEIDEN 1994 SIMIONI et

al 2007 OLIVEIRA ABSY MIRANDA 2009 MORGADO et al 2011NOVAIS

ABSY SANTOS 2013) A outra se daacute por meio de observaccedilotildees das campeiras nas

flores (AGOSTINI SAZIMA 2003 TOLEDO et al 2003OLIVEIRA ABSY

MIRANDA 2009 BRAGA et al 2012) A partir desses meacutetodos eacute possiacutevel saber

quais satildeo as plantas que produzem seus alimentos preferenciais e quais as fontes

alternativas (OLIVEIRA ABSY MIRANDA 2009)

57

TABELA 2 ndash Relaccedilatildeo das espeacutecies de plantas visitadas porT Angustula Continua

Famiacutelia Espeacutecie Polinizada Visitada Recurso

Poacutelen Neacutectar

Acanthaceae Thunbergia grandiflora X Odontonema strictum X X

Justicia brandegeana X

Ruellia silvaecola X Agavaceae Agave americana X X X

Agave sisalana X X X

Agave attenuata X X X

Dracena fragana X X X Aizoaceae Mesembryantemum spectabilis X Lamprantus productus X Amaranthaceae Gomphrena globosa X Amarylidaceae Clivia miniata X X X Anacardiaceae Schinus terebinthifolius X X

Lithraea molleoides X X

Toxicodendron verniciferum X X

Mangifera indica X X X

Tapirira guianensis X Apiaceae Hydrocotyle leucocephala X Apocynaceae Trevetia peruviana X Araliaceae Tetrapanax papyrifera X X X Asclepiadaceae Asclepias curassavica X X Asteraceae Parthenium hysterophorus X Aspillia latissima X Aspillia sp X Balsaminaceae Impatiens balsamina X X X

Impatiens sultanii X Bignoniaceae Spathodea campanulata X X Tabebulaim petiginosa X X X

Tabebula chrysotricha X X X Bixaceae Bixa orellana X X Bombacaceae Ceiba arianthos X X

Pseudo bombax sp X X

Pseudobombax tomentoso X X

Eriotheca canolleana X X

Bombax ceiba X X Boraginaceae Cordia superba X X

Cordia glabrata X X Brassicaceae Brassica sp X Cactaceae Opuntia ficusindica X X Caesalpiniaceae Schizolobium parahyba X X Capparaceae Cleome spinosa X Caprifoliaceae Lonicera japonica X X

58

TABELA 2 ndash Relaccedilatildeo das espeacutecies de plantas visitadas por T angustula Continua

Famiacutelia Espeacutecie Polinizada Visitada Recurso

Poacutelen Neacutectar

Sambucus australis X X Caryophylaceae Silene armeria X Cecropiaceae Cecropia hololeuca X Cochlospermaceae Cochlospermum vitifolium X X Compositae Vernonia polyanthes X X

Bidens pilosa X X Cosmos auphureus X X X

Centratherium violaceum X X X

Dahlia sp X Eclipta alba X Asterla evis X Tithonia rotundifolia X X X

Tithonia speciosa X X X

Tithonia diversifolia X Baccharis sp X Wedelia paludosa X Eupatorium sp X Mikania glomerata X X

Montano apyramidata X X Montano abipinnatifiada X Senecio brasiliensis X X X

Emilia sonchifolia X X Ambrosia sp X X Creopsis grandiflora X Galinsoga parviflora X Crassulaceae Kalanchoe tubiflora X X Cyperaceae Cyperus sp X Elaeocarpaceae Muntingia calabura X Ericaceae Rhododendron simsii X X X

Rhododendron indicum X X X Euphorbiaceae Alchornea sidaefolia X X X

Euphorbia milii X X X

Euphorbia pulcherrima X X X

Ricinus communis X X X

Croton sp X Fabaceae Desmodium sp X Tipuana tipu X Vigna peduncularis X X Guttiferae Kielmeyera coriacea X X Iridaceae Dietes vegeta X Labiatae Salvia splendens X Origanum vugare X

59

TABELA 2 ndash Relaccedilatildeo das espeacutecies de plantas visitadas por T angustula Continua

Famiacutelia Espeacutecie Polinizada Visitada Recurso

Poacutelen Neacutectar

Ocimum sellowii X Iboza riparia X X X

Coleus blumei X X X Leguminosae Andira anthelmintica X X

Mimosa daleoides X X X

Myroxylon balsamum X X X

Piptadenia gonoacantha X X X

Stylos anthesscabra X Caesalpinia bonducella X X X

Caesalpinia pelthophoroides X X X

Crotalaria lanceolata X Calliandra twedii X Sophora tomentosa X X Mimosa pudica X Erythrina speciosa X X X

Cassia grandis X Schizolobium parahyba X X Senna multijuga X Senna bicapsularis X X Delonix regia X Clitoria fairchildiana X Centrolobium tomentoso X Liliaceae Aloe sp X X Bulbine frutescens X Loranthaceae Struthanthus andrastylus X X Lythraceae Lagerstroemia indica X X Magnoliaceae Talauma ovata X X Malpighiaceae Malphiguia glabra X Tetrapterys X Byrsonima intermedia X X X Malvaceae Hibiscus rosa-sinensis X X X

Malvaviscus arboreus X X Sida rhombifolia X Melastomataceae Tibouchina granulosa X X

Clidemeia sp X X

Tibouchina sp X X X

Tibouchina holosericea X X Meliaceae Trichilia sp X Mimosaceae Leucaena leucocephala X Anadenanthera collubrina X Moraceae Cecropia pachystachya X X X

Morus nigra X X

60

TABELA 2 ndash Relaccedilatildeo das espeacutecies de plantas visitadas por T angustula Continua

Famiacutelia Espeacutecie Polinizada Visitada Recurso

Poacutelen Neacutectar Myrsinaceae Ardisia crenata X X Myrtaceae Eucalyptus robusta X X X

Eugenia jambos X X X

Eugenia pitanga X Eucalyptus terecornis X Plinia glomerata X Nyctaginaceae Bougainvile aspectabilis X X X Oleaceae Jasminum azoricum X Palmae Acrocomia aculeata X X

Archontophoenix cunninghamiana X

Syagrus romanzoffiana X Copernicia alba X X Sheelea phalerata X Passifloraceae Passiflora jilekii X Piperaceae Piper mollicomum X Poaceae Paspalum sp X Polemoniaceae Cobae scandens X Polygonaceae Polygonum capitatum X X X Pontederiaceae Pontederia lanceolata X X Proteaceae Grevill a bansksii X X X Rosaceae Prunus persica X X X

Pyracantha coccinea X X Rubiaceae Pentas lanceolata X X

Citrus airantum X X Rutaceae Citrus limon X X X Scrophulariaceae Paulownia imperialis X X Solanaceae Nicotiana tabacum X X Sterculiaceae Dombeya burgessiae X Dombeya wallichii X Sterculia chicha X X Tiliaceae Heliocarpus americanus X X X Tropaeolaceae Tropaeolum majus X X X Ulmaceae Tipo celtis X Trema micrantha X X Umbelliferae Foeniculum vulgare X X X Verbenaceae Duranta repens X

Vitex agnus-castus X

Velloziaceae Vellozia candia X X X Zingiberaceae Hedychium coronarium X Fonte Pirani Laurino 1993 Carvalho Marchine Ros 1999 Agostini Sazima 2003 Toledo et al 2003 Cartopassi-Laurino 2005 Braga e Colaboradores 2012 Novais Absy Santos 2013

61

Foram encontradas 71 famiacutelias e um total de 166 espeacutecies Dessas 30 espeacutecies satildeo

polinizadas e 136 satildeo visitadas Poacutelen e neacutectar satildeo os recursos mais coletados

com coleta de poacutelen em 78 espeacutecies e de neacutectar em 69 De acordo coma Lista de

Espeacutecies da Flora do Brasil (2010) 20 das espeacutecies que satildeo polinizadas (TABELA

2) satildeo nativas o restante satildeo espeacutecies exoacuteticas ou seja natildeo pertencem agrave flora

brasileira

As famiacutelias que apresentaram maior porcentagem de visitas por T angustula foram

Compositae e Leguminosae (TABELA 2) com 13 e 12 de espeacutecies

respectivamente (GRAacuteFICO 3) sendo as famiacutelias mais importantes para a dieta da

jataiacute (AGOSTINE SAZIMA 2003 SIIONI et al 2007) Esse resultado eacute similar ao

trabalho de Simioni e colaboradores (2007) seus resultados mostram que uma das

famiacutelias analisadas Leguminosae tambeacutem apresentaram um maior destaque na

quantidade de visitas realizadas por T angustula esse fato pode ser explicado pelo

fato de que Leguminosae representa a mais importante fonte de poacutelen para essa

espeacutecie

As famiacutelias Compositae e Leguminosae satildeo as mais bem representadas pelo fato

de apresentarem espeacutecies que fornecem alimento em maior qualidade e quantidade

por vaacuterios periacuteodos do ano Com destaque para a famiacutelia Leguminosae que fornece

recursos alimentares para as abelhas nos periacuteodos de estiagem (PIRANI LAURINO

1993 AGOSTINE SAZIMA 2003)

O graacutefico abaixo ilustra o comportamento generalista deT angustula Onde 41 das

visitadas realizadas pela espeacutecie se distribuem por 55 famiacutelias vegetais Esse

comportamento concorda com trabalho de Anacleto (2007) onde dentre as cinco

espeacutecies estudadas por ele a que apresentou o haacutebito mais generalista em relaccedilatildeo

ao nuacutemero de plantas visitadas foi T angustula

62

GRAacuteFICO 3 ndash Contribuiccedilatildeo das famiacutelias de plantas para a dieta de T angustula

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria com base nos dados da Tabela 1

As abelhas generalistas visitam flores pequenas e abertas e satildeo menos

relacionadas agraves flores especializadas (RUTHCKE JULES 1993 ROUBIK 1992

apud AGOSTINI SAZIMA 2003) e tecircm preferecircncia de flores arboacutereas com

inflorescecircncia densas

Um exemplo de flores que natildeo satildeo especializadas e que satildeo importantes para a

dieta de T angustula eacute da famiacutelia Asteraceae as espeacutecies Mangifera indica e

Schinus terebinthifolius apresentam grande densidade de flores e permite faacutecil

acesso para as abelhas deste modo tornam-se importantes fornecedores de fontes

de poacutelen (BRAGA et al 2012)

De acordo com o levantamento das plantas utilizadas pelas abelhas jataiacute realizado

por diferentes autores as famiacutelias que se mostraram bem representadas foram

Malvaceae Caesalpiniaceae Melastomataceae Myrtaceae Euphorbiaceae e

Anacardiaceae sendo consideradas portanto essenciais para a dieta da jataiacute

2 2 3 2

2 3

13

3 2

3

12 2 2 2 3

3

41

Acanthaceae Agavaceae Anacardiaceae Asteraceae Bignoniaceae

Bombacaceae Compositae Euphorbiaceae Fabaceae Labiatae

Leguminosae Malpighiaceae Malvaceae Melastomataceae Myrtaceae

Palmae Outros

63

Em geral essas famiacutelias podem ser caracterizadas pela floraccedilatildeo do tipo contiacutenuo ou

seja uma floraccedilatildeo que natildeo cessa ou que ocorre na maior parte do ano o que

permite as abelhas ter acesso aos recursos em todas as estaccedilotildees do ano

(CARVALHO MARCHINI ROS 1999 AGOSTINI SAZIMA 2003 TOLEDO et al

2003 MORGADO et al 2011)

64

65

5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS Sendo este a primeira pesquisa com abelhas em compus no Espiacuterito Santo Foi

observado que a distribuiccedilatildeo dos ninhos encontrados apresentou-se uniforme

Todos os ninhos estavam instalados em paredes e pisos de concreto o que indica

seu potencial de adaptabilidade agraves condiccedilotildees antroacutepicas

A diversidade de cores de poacutelen trazida pelas forrageiras no iniacutecio da manhatilde indica

uma ampla disponibilidade de alimento que a flores oferecem nesse periacuteodo do dia

bem como a eficiecircncia das forrageiras em selecionar essas flores

De acordo com as observaccedilotildees que foram realizadas no estudo as abelhas T

angustula podem ter suas atividades influenciadas pelo clima Uma vez que foi

observado que no periacuteodo de inverno em que as temperaturas satildeo mais baixas

elas comeccedilavam a realizar suas funccedilotildees nos horaacuterios com as temperaturas mais

altas

A divisatildeo de trabalho entre forrageadoras operaacuterias de limpeza e de defesa

observado nessa espeacutecie indica o comportamento altamente social dos Meliponini

O mecanismo de defesa observado em T angustula entre guardas pairando e em

peacute pode indicar uma caracteriacutestica de complementaridade na defesa do ninho uma

vez que durante as observaccedilotildees os dois tipos de guardas sempre se fizeram

presentes O que mostra que mesmo com o atrofiamento do ferratildeo os indiviacuteduos

desenvolveram estrateacutegias para a defesa contra invasores

Foi comum observar a presenccedila de revoadas nos ninhos entre as Jataiacutes Este

comportamento em geral eacute comum para o desenvolvimento (sobrevivecircncia) da

colocircnia No caso dos ninhos observados apoacutes as revoadas eles foram

desaparecendo Este fato pode indicar um baixo iacutendice de recursos troacuteficos para

essas abelhas dentro do campus pois ao inveacutes dos ninhos se manterem ou

aumentarem em quantidade ao longo das observaccedilotildees eles desapareceram

O levantamento das flores visitadas por T angustula indicou um comportamento

generalista desta espeacutecie em visitar uma grande variedade de plantas o que mostra

sua importacircncia para garantir a variabilidade dessas plantas

66

Esse levantamento tambeacutem indicou que a polinizaccedilatildeo realizada por elas foi

predominante em plantas exoacuteticas O que pode refletir a deficiecircncia na quantidade

de plantas nativas melitoacutefilas na aacuterea de estudo

67

REFEREcircNCIAS AGOSTINI Kayna SAZIMA Marlies Plantas Ornamentais e seus Recursos para Abelhas no Campus da Universidade Estadual de Campinas Estado de Satildeo Paulo Brasil Bragantia Campinas v 62 n 3 2003 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0006-87052003000300001gt Acesso em 15 Ago 2014 ALDREY Joseacute LN CAZALLA Feacutelix M F Filogenia y Evolucioacuten Del Orden Hymenoptera Sociedade Entomoloacutegica Aragonesa Madrid n 26 p 459-474 1999 Disponiacutevel em lthttpwwwsea-entomologiaorgPDFBOLETIN_26B26-032-459pdfgt Acesso em 26 Out 2014 ALMEIDA Daniela Espeacutecies de abelhas (Hymenoptera Apoidae) e tipificaccedilatildeo dos meacuteis por elas produzidos em aacuterea de Cerrado do Municiacutepio de Pirassununga Estado de Satildeo Paulo 2002 116 f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Entomologia)- Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz Piracicaba 2002 ALTMANN Jeanne Observational Study of Behavior Sampling Methods AnInternationaljournalofComparativeEthology Chicago v 49 p 227-265 1973 ALVARENGA Paulo E F Levantamento da Fauna de Abelhas (Hymenoptera Apidae Meliponina) na mata Santa Tereza Estaccedilatildeo ecoloacutegica de Ribeiratildeo Preto-SP e limitantes da densidade de seus ninhos 2008 94 f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Entomologia) ndash Faculdade de Filosofia Ciecircncias e Letras de Ribeiratildeo Preto da USP Satildeo Paulo 2008 ANACLETO Daniela A Recursos alimentares desenvolvimento das colocircnias e caracteriacutestica fiacutesico quiacutemicas microbioloacutegicas e poliacutenicas de mel e cargas de poacutelen de meliponineos do municiacutepio de Piracicaba Satildeo Paulo 2007 134 f Tese (Doutorado em Entomologia)- Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz Piracicaba 2007 ANACLETO Daniela A et al Composiccedilatildeo de Amostras de Mel de Jatai (Tetragonisca angustula Letrille 1811) Ciecircncia e Tecnologia de Alimento Campinas n 29 p 535-541 2009 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrpdfctav29n3a13v29n3pdfgt Acesso em 10 Abr 2014 ANDENA S R Bee communities (Hymenoptera Anthophila) ofthe ldquoCerradordquo ecosystem in Satildeo Paulo State Brazil Geneticsand Molecular Research Ribeiratildeo Preto v 8 n 2 2009 Disponiacuteve emlthttpwwwfunpecrpcombrgmryear2009vol8-2pdfkerr009pdfgt Acesso em 20 Ago 2014 ANTUNES Ordice T et al Produccedilatildeo de cultivares de morangueiro polinizada pela abelha Jataiacute em ambiente protegido Horticultura Brasileira Passo Fundo v 25 n 1 2007 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrpdfhbv25n1a18v25n1pdfgt Acessoem 20 Ago 2014

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Page 11: FACULDADE CATÓLICA SALESIANA DO ESPÍRITO SANTO … · No grupo dos Apinae está à tribo dos Meliponini, conhecidas como abelhas indígenas sem ferrão por possuir seu ferrão atrofiado

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insetos (KEARNS INOUYE WASER 1998 PRONIacute 2000 KEER et al 1994 apud

STUCHI 2006) por causar a reduccedilatildeo no nuacutemero de aacutereas verdes nas cidades e

consequumlentemente diminuiccedilatildeo da oferta de substratos para nidificaccedilatildeo das

abelhasocasionando dessa formamaior frequumlecircncia de alteraccedilotildees inesperada sem

seu habitat (LAROCA CURE BERTOLI 1982 TEIXEIRA VIANA NEVES 2000)

Aleacutem disso o processo de urbanizaccedilatildeo tem provocado mudanccedilas na composiccedilatildeo

floriacutestica diminuiacutedo a disponibilidade de alimentos essenciais e muitas vezes

especiacuteficos (MICHENER 1994 apud SERRA 2012 ELTZ et al 2003 apud SERRA

2012)

Outro problema que vem ocorrendo eacute o decliacutenio de diversas populaccedilotildees de abelhas

causado pelo isolamento de muitas colocircnias em fragmentos (MORATO CAMPOS

2000apud SERRA 2012) Para Kearns Inouye e Waser (1998) essa fragmentaccedilatildeo

cria colocircnias pequenas com grandes nuacutemeros de indiviacuteduos o que traz uma seacuterie de

problemas tais como o aumento da deriva geneacutetica a depressatildeo inata e o aumento

do risco de extinccedilatildeo

O aumento indiscriminado da urbanizaccedilatildeo e consequumlentemente a diminuiccedilatildeo de

aacutereas verdes tecircm prejudicado a manutenccedilatildeo e preservaccedilatildeo de muitas espeacutecies de

Meliponini (SOUZA et al 2005) Segundo Pirani e Laurino (1993) haacute poucas

informaccedilotildees de espeacutecies de abelhas que ocorrem em aacutereas com interferecircncia

humana Por essa razatildeo este trabalho visa estudar a espeacutecie Tetragonisca

angustula Latreille com o intuito de contribuir para um melhor conhecimento de sua

ocorrecircncia em aacutereas alteradas antropicamente

Para este trabalho eacute levantada a hipoacutetese de encontrar a espeacutecie Tetragonisca

angustula no campus Goiabeiras da UFES e verificar se nesta aacuterea as abelhas

encontrariam recursos suficientes para se alimentarem As abelhas T angustula eacute

uma espeacutecie que nidifica em cavidades preacute-existentes possivelmente podemos

encontraacute-las Poreacutem o campus da UFES por se localizar em regiatildeo urbana

provavelmente possui uma oferta de recursos alimentares baixa

A partir dessa hipoacutetese procurou-se verificar a existecircncia e analisar a distribuiccedilatildeo de

T angustula e de seus recursos alimentares no campus Goiabeiras da Universidade

Federal do Espiacuterito Santo (Vitoacuteria-ES) Para isso foi necessaacuterio identificar os ninhos

de T angustula quantificar os ninhos dessas abelhas e conhecer suas principais

fontes de alimento

18

19

2 REFERENCIAL TEOacuteRICO 21 CONTEXTO SISTEMAacuteTICO DAS ABELHAS

Os invertebrados da classe Insecta pertencem ao filo dos artropodos ou seja dos

animais que apresentam apecircndices locomotores articulados (BRUSCA BRUSCA

2007) Esse filo possui milhares de espeacutecies descritas que estatildeo espalhadas em

diversas classes ldquoA classe dos insetos compreende aqueles que possuem o corpo

dividido em trecircs regiotildees como cabeccedila toacuterax e abdocircmen um par de antenas

geralmente dois pares de asas e trecircs pares de pernas toraxicasrdquo (LIMA 1938)

O sucesso evolutivo dos insetos se deve a algumas caracteriacutesticas que favoreceram

sua adaptaccedilatildeo como a presenccedila das asas que permitiu o seu acesso ao alimento e

a escapar de predadores e o dobramento que permitiu o acesso a habitats muito

pequenos a presenccedila de epicuticula ceacuterea a qual reduziu a dessecaccedilatildeo um ovo

com casca resistente que tolerou ser exposto a condiccedilotildees ambientais extremas e o

seu desenvolvimento que compreende uma larva (RUPPERT BARNES 1996)

Os insetos satildeo um dos principais predadores de invertebrados e essenciais para

alimentaccedilatildeo de muitos animais terrestres por serem inuacutemeros compotildeem grande

parte das cadeias alimentares terrestres Em geral possuem extrema importacircncia

para o ambiente por serem papel chave na polinizaccedilatildeo de grande maioria das

plantas ( RUPPET BARNES 1996 BRUSCA BRUSCA 2007)

Os insetos satildeo classificados em diversas ordens destacando os Hymenoptera cuja

ordem eacute um dos quatro grupos com maior diversidade ao lado de Diptera

Coleoptera e Lepdoptera Cada uma destas ordens possui uma estimativa de

aproximadamente cem mil espeacutecies descritas em todo o mundo com exceccedilatildeo do

Coleoptera que pode chegar a trezentos mil (GOULET HUBER 1993 MACEDO

[20--])

Os Hymenoptera se destacam por possuiacuterem vaacuterias espeacutecies que apresentam

diversidade no haacutebito de vida como predaccedilatildeo parasitismo comportamento soacutelitaacuterio

e formaccedilatildeo de sociedades complexas Dentre as importantiacutessimas funccedilotildees que

desempenham ao ambiente estaacute agrave polinizaccedilatildeo das plantas cultivadas exercidas

pelas abelhas e vespas o controle bioloacutegico por parte dos himenoacutepteros

20

parasitoacuteides de pragas agriacutecolas e tambeacutem ciclagem de nutrientes e dispersatildeo de

sementes exercidas pelas formigas (ALDREY CAZALLA 1999 MACEDO [20--])

A ordem Hymenoptera eacute dividida nas subordens Symphyta e Apocrita essa ultima eacute

dividida nos grupos Parasitica e Aculeata (ALDREY CAZALLA 1999) Symphyta eacute

um grupo pequeno que apresenta o haacutebito mais primitivo principalmente os haacutebitos

de se alimentar nas plantas esse grupo possui caracteriacutesticas que se perdem do

resto dos Hymenoptera Symphyta satildeo animais de cintura grossa eles apresentam

asas inteiramente desenvolvidas pouco ou quase nenhum dimorfismo sexual e

possui unido o primeiro e segundo seguimento abdominal O ovipositor da maioria

das espeacutecies desse grupo eacute comprido lateralmente e modificado com dentes

marginais para que funcione como uma serra para perfurar o tecido das plantas

Suas larvas satildeo na maioria das vezes na forma de lagarta com presenccedila de pernas

falsas no abdocircmen e cabeccedila desenvolvida (GOULET HUBER 1993 BRUSCA

BRUSCA 2007)

Jaacute a subordem Apocrita considerada como grupo monofileacutetico eacute caracterizada pela

junccedilatildeo estreita entre o primeiro segmento do abdocircmen (metassoma) com o toacuterax

(mesossoma) o que permitiu maior flexibilidade para o metassoma controlar o

ovipositor (GOULET HUBER 1993 MACEDO [20--]) No grupo Apocrita existe a

presenccedila de grupos sociais que compreendem castas caracterizadas com machos

haploacuteides rainha e fecircmeas partenogeneacuteticas e outros indiviacuteduos como soldados e

operaacuterias (BRUSCA BRUSCA 2007)

Os membros de Apocrita satildeo basicamente carniacutevoros alimentando-se de outros

insetos No entanto vaacuterios grupos tecircm abandonado a vida de carniacutevoros e

desenvolvido para uma dieta vegetal O grupo das abelhas alimenta-se de poacutelen e

neacutectar enquanto o grupo de vespas fazem as galhas familiares sobre umas aacutervores

ou dentro de folhas frutos e caules das quais as larvas se alimentam e algumas

espeacutecies do grupo das formigas se alimentam apenas de vegetais ou satildeo oniacutevoros

(GOULET HUBER 1993)

O grupo Parasitica eacute uma divisatildeo da subordem Apocrita neste grupo inclui-se

alguns grupos fitoacutefagos e uma grande parte de parasitoacuteides (AUDREY CAZALLA

1999) Os parasitoacuteides satildeo insetos que depositam seus ovos em ovos larvas ninfa

ou pupa de hospedeiros geralmente levam agrave morte e tecircm a fase adulta com vida

livre (GOULET HUBER 1993 MACEDO [20--]) De acordo com os estudos de

21

Audrey e Cazalla (1999) o uso da divisatildeo cladiacutestica desse grupo tende a ser

eliminado porque constitui um agrupamento artificial das superfamiacutelias de

Hymenoptera As superfamiacutelias que se incluem satildeo Trigonalyoidea Megalyroidea

Evanioidea Stephanoidea Ichneumonoidea Chalcidoidea Proctotrupoidea

Ceraphronoideae Cynipoidea (AUDREY CAZALLA 1999) Destacamos a

superfamiacutelia Chalcidoidea essa envolve muitos Hymenopteros que satildeo de grande

importacircncia para a ecologia como tambeacutem para economia e a superfamiacutelia

Ichneumonoidea que de acordo com os dados de Rasnitsyn (1988) (apud AUDREY

CAZALLA 1999) satildeo o grupo irmatildeo dos Aculeata

Jaacute o grupo dos Aculeata satildeo os mais diversos em Hymenoptera eles apresentam

uma origem evolutiva comum que eacute representada pelo ferratildeo caracteriacutestica que

apareceu apenas uma vez durante a evoluccedilatildeo do grupo (AUDREY CAZALLA1999)

Neste grupo satildeo conhecidas sete superfamiacutelias como Chrysidoidea Formicoidea

Tiphoidea Pompiloidea Apoidea Vespoidea e Sphecoidea As principais diferenccedilas

entre as classificaccedilotildees recentes estatildeo relacionada com a grande diversidade de

vespas esfecoacuteides e os Apidae Esses estatildeo dentro da superfamiacutelia dos Apoidea por

apresentarem caracteriacutesticas semelhantes A superfamiacutelia Chrysidoidea eacute

considerada grupo irmatildeo dos Apoidea e Vespoidea Dentre as superfamiacutelias a dos

Apoidea eacute que apresenta a maior diversidade de aculeados (AUDREY CAZALLA

1999)

O evento evolutivo que deu origem aos primeiros aculeados foi agrave aquisiccedilatildeo de um

ferratildeo venenoso a partir do ovipositor dos icneumoniacutedeos ou seja os Apocrita

possuiacuteam uma glacircndula que era associada ao ovipositor Essa glacircndula produzia

secreccedilotildees que eram mais suscetiacuteveis ao substrato para o desenvolvimento das

larvas poreacutem durante a evoluccedilatildeo essa glacircndula comeccedilou a produzir veneno para

paralisar seus hospedeiros e utilizaacute-los como alimento para as larvas Desde entatildeo

o ovipositor dos aculeados acabou sendo usado tambeacutem para inoculaccedilatildeo de

veneno como uma arma defensiva para se protegerem de alguns vertebrados

(AUDREY CAZALLA 1999)

Esse evento foi muito importante e resultou em alguns modos de vida que puderam

estabelecer estrateacutegias evolutivas bem sucedidas como por exemplo o

desenvolvimento dos meacutetodos de transporte das presas em ninhos diferentes A

construccedilatildeo de ninhos foi uma estrateacutegia evolutiva importante visto que as espeacutecies

22

armazenavam alimento em grande quantidade antes de comeccedilar o desenvolvimento

de suas larvas (AUDREY CAZALLA 1999)

O desenvolvimento das sociedades eacute caracterizado pela presenccedila de divisatildeo de

castas Ela se baseia no mecanismo haplo-diploacuteide da determinaccedilatildeo do sexo em

que as fecircmeas satildeo diploacuteides feacuterteis os machos haploacuteides e cooperam apenas na

fecundaccedilatildeo da rainha e as operarias esteacutereis Essa sociedade ocorre em todas as

formigas e em algumas abelhas e vespas (AUDREY CAZALLA 1999 PRATO [20--

])Para que a espeacutecie seja eussocial eacute necessaacuterio que dentro do ninho tenha divisatildeo

de trabalho colaboraccedilatildeo para cuidar da prole e ter mais de uma geraccedilatildeo em um

mesmo ninho (AUDREY CAZALLA 1999)

O grupo das abelhas estaacute reunido na Superfamiacutelia Apoidea De acordo com a

proposta da aacutervore filogeneacutetica dos principais clados das abelhas descrita por

Michener (1944 apud SILVEIRA MELO ALMEIDA 2002) seis famiacutelias foram

reconhecidas satildeo elas Colletidae Apidae Adrenidae Halictidae Megachilidae e

Milittidae Essa classificaccedilatildeo representou um importante avanccedilo nas relaccedilotildees

filogeneacuteticas desse grupo (SILVEIRA MELO ALMEIDA 2002) Nos estudos de

Melo e Gonccedilalves (2005) eacute abordada uma classificaccedilatildeo mais atual para as abelhas

Essa classificaccedilatildeo eacute revisada por Michener (2000 apud MELO GONCcedilALVES

2005) em que ele defende uma mudanccedila na qual as abelhas estatildeo incluiacutedas apenas

em uma famiacutelia a Apidae e as famiacutelias da classificaccedilatildeo tradicional como subfamiacutelias

Nessa revisatildeo da classificaccedilatildeo das abelhas satildeo reconhecidas sete subfamiacutelias 51

tribos e 27 subtribos (MELO GONCcedilALVES 2005) De acordo com esta a

subfamilia Meliponinae passa a ser a tribo Meliponini com duas subtribos Trigonina

e MeliponinaPara este trabalho foi utilizada esta nova classificaccedilatildeo das abelhas

revisada por Michener (2000)

Na superfamiacutelia Apoidea grande parte das abelhas satildeo solitaacuterias (85) entre elas

estatildeo algumas espeacutecies da subfamiacutelia Megachilidae Anthophoridae e Apidae No

haacutebito de vida solitaacuterio cada fecircmea cuida sozinha do seu ninho ou seja o constroacutei

coloca os ovos busca alimento suficiente para o crescimento da larva e

normalmente morre antes da sua progecircnie amadurecer natildeo tendo dessa maneira

contato entre as geraccedilotildees (SANTOS 2002 MICHENER 1969 PERUQUEETI [19--

]) Jaacute a grande parte das abelhas que apresentam os haacutebitos mais sociais satildeo os

Apinae (Bombineos (Bombini) Apineos(Apini) e Meliponineos (Meliponini) elas vivem

23

em grandes colocircnias com apenas uma rainha e vaacuterias operaacuterias e divisatildeo de

trabalho (MICHENER 1969)

Haacute dois grandes grupos de abelhas altamente sociais ambos na subfamiacutelia Apinae

os Apineos (todos do gecircnero Apis) e os Meliponineos (Meliponini) (abelhas sem

ferratildeo) Esse comportamento pode ter evoluiacutedo duas vezes a partir de semelhanccedilas

no comportamento social entre Apis e Meliponineos (Meliponini) que surgiram

independentemente (WINSTON MICHENER 1977) Em ambos os grupos satildeo

produzidos enxames poreacutem com mecanismos bem diferentes Nos Meliponineos

(Meliponini) as operaacuterias da colocircnia voam para encontrar novos siacutetios para nidificar

preparam o ninho com mateacuterias do ninho antigo e somente quando o novo ninho

estaacute pronto a rainha jovem se junta a estas operaacuterias e deixa a rainha velha no

antigo ninho Jaacute em Apis a rainha velha sai com suas operaacuterias e deixa a jovem no

ninho antigo (WINSTON MICHENER 1977)

Em relaccedilatildeo agrave alimentaccedilatildeo das larvas em Apis satildeo operaacuterias que fazem esse

trabalho Jaacute em meliponineos (meliponini) as operaacuterias fecham as ceacutelulas de cria

com ovos e colocam alimento suficiente para a larva completar seu desenvolvimento

(WINSTON MICHENER 1977)

As abelhas dependem totalmente das plantas para se alimentarem o seu

aparecimento pode estar relacionado com o surgimento das angiospermas

(PERUQUETTI [19--] PIRANI LAURINO 1993) As angiospermas mais primitivas

surgiram com flores bem rasas com o passar do tempo foram se especializando em

plantas estreitas tubulares e profundas Para ter maior sucesso na coleta do neacutectar

as abelhas adaptaram suas peccedilas bucais com liacutengua curta e liacutengua longa assim

passaram a ser chamadas de abelhas lambedoras e sugadoras respectivamente

(PERUQUETTI [19--] PIRANI LAURINO 1993) Para a coleta dos gratildeos de poacutelen

as primeiras abelhas portavam muitos pelos em volta do corpo condiccedilatildeo que foi

modificada ao longo do tempo (PIRANI LAURINO 1993)

22 AS ABELHAS MELIPONINI

Para estudos a respeito dos meliponineos (meliponini) Nogueira-Neto (1997)

publicou um livro que relata seus conhecimentos sobre essas abelhas indiacutegenas

24

sem ferratildeo O livro faz uma abordagem a respeito da vida dos meliponiacuteneos

(Meliponini pertencente agrave Apidae) mostrando os principais aspectos de suas

caracteriacutesticas bem como meacutetodos para sua criaccedilatildeo e cuidados que um

meliponicultor deve ter Os primeiros capiacutetulos fazem uma apresentaccedilatildeo que

caracteriza os meliponiacuteneos Haacute a apresentaccedilatildeo da classificaccedilatildeo dessas abelhas a

descriccedilatildeo de sua fonte de alimento de sua distribuiccedilatildeo geograacutefica de seu

relacionamento com outras abelhas e de sua possiacutevel aclimataccedilatildeo O autor faz

consideraccedilotildees sobre a arquitetura e o material usado para a construccedilatildeo de seus

ninhos e daacute destaque principal ao material que elas mesmas produzem a cera Nos

capiacutetulos subsequumlentes satildeo feitas consideraccedilotildees sobre a geneacutetica e o

comportamento das abelhas o tratamento e as teacutecnicas necessaacuterias para sua

criaccedilatildeo Aleacutem disso haacute tambeacutem discussotildees sobre a conservaccedilatildeo do mel a higiene

ou a sua falta em algumas espeacutecies e a existecircncia de meacuteis perigosos Neste livro o

autor teve o intuito de contribuir com seus estudos para que outros cientistas e

meliponicultores pudessem conhecer a vida dos meliponiacuteneos e fazer possiacuteveis

identificaccedilotildees de muitas outras espeacutecies

23 IMPACTOS DA URBANIZACcedilAtildeO NAS ABELHAS

Vaacuterios estudos relatam que eacute comum encontrar abelhas em aacutereas urbanizadas

(antropizadas) As espeacutecies encontradas de modo geral apresentam boa

adaptaccedilatildeo a esses ambientes Alguns estudos com relaccedilatildeo a essas abelhas

urbanas tratam de impactos que esses ambientes podem causar a elas

Laroca Sebastiatildeo e Cure (1982) realizaram um trabalho de abordagem a respeito

do impacto da urbanizaccedilatildeo sobre a abundacircncia relativa fenologia e flores

preferenciais das abelhas que se encontram em aacutereas urbanas Com coletas feitas

durante um ano no parque Passeio Puacuteblico localizado no centro da cidade de

Curitiba e na regiatildeo de Boa Vista tambeacutem em Curitiba eles constataram que

comparada as duas aacutereas de estudos o Passeio Puacuteblico apresentou um nuacutemero

menor de espeacutecies e em fenologia e flores preferenciais constataram que a

composiccedilatildeo das flores estaacute muito alterada devido agrave introduccedilatildeo de espeacutecies

cultivadas Portanto concluiacuteram que o processo de urbanizaccedilatildeo produz grandes

25

mudanccedilas na composiccedilatildeo floriacutestica nos locais de nidificaccedilatildeo e que apresentam ter

influecircncias significativas nas caracteriacutesticas associadas agraves abelhas

Taura e Laroca (1991) realizaram uma pesquisa com o propoacutesito de analisar a

distribuiccedilatildeo e a abundacircncia de ninhos de abelhas sociais em locais que apresentam

constantes processos de urbanizaccedilatildeo Com levantamentos realizados na regiatildeo de

Passeio Puacuteblico (Curitiba) eles encontraram 32 ninhos de Apidae com

predominacircncia da subfamiacutelia dos Meliponiacuteneos Assim sendo concluiacuteram que os

meliponiacuteneos eram favorecidos pelas atividades humanas para nidificaccedilatildeo uma vez

que foram encontrados em paredotildees de concretos edificaccedilotildees entre outros locais

Entretanto tambeacutem concluiacuteram que essas abelhas satildeo ameaccediladas devido agrave

instabilidade do ambiente que apresenta muitas mudanccedilas por causa da

urbanizaccedilatildeo

Pirani e Laurino (1993) publicaram um livro sobre flores e abelhas em Satildeo Paulo

onde os autores tinham o interesse de estudar as relaccedilotildees entre as abelhas e o

ambiente conhecer as plantas visitadas por elas e suas preferecircncias florais em

aacutereas onde haacute interferecircncia humana Todo estudo foi realizado dentro do Campus

Universitaacuterio de Satildeo Paulo Para desenvolver esse trabalho eles coletaram

informaccedilotildees sobre as plantas apiacutecolas dos jardins do ldquocampusrdquo sobre a atraccedilatildeo que

as espeacutecies de abelhas sociais tecircm por estas plantas e sobre as variaccedilotildees abioacuteticas

existentes As coletas nas flores de amostras de mel e poacutelen das colocircnias e

observaccedilotildees dos ninhos das abelhas foram perioacutedicas Eles obtiveram 133 espeacutecies

de flores visitadas separadas em sete famiacutelias Neste livro Pirani e Laurino fazem

discussotildees a respeito dos resultados dos seus dados associando com trabalhos de

outros autores e concluem que trabalhos como esse apresenta grande importacircncia

pois mostra o valor de determinadas espeacutecies vegetais para as abelhas e que ainda

haacute muito estudo para se fazer com relaccedilatildeo agrave abelha-flor

Devido aos danos que as abelhas vecircm sofrendo com a perda de habitat Oliveira

Morato e Garcia (1995) fizeram um estudo para conhecer as espeacutecies de

meliponineos existentes em aacutereas desmatadas fragmentos de mata isolados e mata

continua nesta uacuteltima foi tambeacutem realizado estudo para saber informaccedilotildees sobre a

densidade dos ninhos As aacutereas fragmentadas foram divididas em hectares e as

coletas das abelhas foram feitas em ninhos nidificados em aacutervores vivas e mortas

Todo o trabalho foi realizado na regiatildeo de Manaus Amazocircnia que vem sofrendo

26

antropizaccedilatildeo Foram coletadas um total de 54 espeacutecies de meliponineos sendo que

na mata contiacutenua foram 37 espeacutecies nos fragmentos isolados (de 1 e 10 hectar) e

na aacuterea desmatada foram coletada entre 21 e 25 espeacutecies e no fragmento de mata

continua(100 hectar) apenas 9 foram coletada Os autores concluiacuteram que mesmo a

regiatildeo ter apresentado grande riqueza de espeacutecies as aacutereas fragmentadas das

matas estatildeo diminuindo o tamanho das comunidades de meliponineos o que pode

deste modo comprometer a reproduccedilatildeo de diversas plantas melitoacutefilasna regiatildeo

Kearns Inouye e Wase (1998) publicaram um trabalho sobre a interaccedilatildeo de planta-

polinizador e suas interaccedilotildees Neste trabalho os autores descrevem a respeito da

natureza ecoloacutegica e evolutiva dessas interaccedilotildees e das evidentes ameaccedilas que

estatildeo sofrendo por meio das atividades humanas como tambeacutem discute sobre

soluccedilotildees de gestatildeo de melhoria para locais onde haacute crise na polinizaccedilatildeo Com

respeito a essas crises os autores debatem durante todo o trabalho que esse

problema jaacute eacute generalizado por ser associada agraves atividades humanas e que ele eacute

causado principalmente pelo uso de pesticidas e herbicidas mudanccedila no uso dos

solos pastagens agricultura fragmentaccedilatildeo do habitat desses polinizadores e pela

introduccedilatildeo de espeacutecies natildeo nativas nos ambientes O trabalho conclui que todos

esses problemas podem ter futuramente um aumento devido agraves grandes alteraccedilotildees

de habitat causado por uma populaccedilatildeo que estaacute sempre em crescimento e

sugeriram que os proacuteprios cidadatildeos e ecologistas natildeo devem medir esforccedilos para

reverter esse quadro

Proniacute (2000) realizou uma pesquisa para conhecer a biodiversidade de abelhas

indiacutegenas sem ferratildeo com o intuito de apresentar manejos de conservaccedilatildeo para os

ecossistemas Com levantamentos preliminares de ninhos de abelhas nas regiotildees

(urbana e rural) de Londrinas (Paranaacute) e municiacutepios proacuteximos agrave Bacia do Rio Tibagi

(Paranaacute) ele constatou que a aacuterea estudada apresenta uma distribuiccedilatildeo

diversificada tanto nos ecossistemas urbanos como nos agroecossistemas Em

relaccedilatildeo agrave diversidade das abelhas indiacutegenas sem ferratildeo ele observou que 12 das 19

espeacutecies encontradas ocorrem nos agroecossistemas e que praticamente natildeo

nidificam em aacutereas urbanas Portanto ele concluiu que a biodiversidade dessas

abelhas na Bacia do Rio Tibagi estaacute seriamente ameaccedilada principalmente devido agrave

diminuiccedilatildeo de aacutereas florestadas Segundo o autor para que haja melhoria do quadro

27

eacute preciso da responsabilidade de meliponicultores pesquisadores entre outros para

que sejam proporcionadas condiccedilotildees boas para essas abelhas

Devido agraves grandes mudanccedilas do ambiente provocadas pela urbanizaccedilatildeo Souza e

colaboradores (2002) fizeram um estudo durante um ano (Marccedilo de 2000 a Julho de

2001) com o intuito de verificar a diversidade e habitat de Meliponini em uma aacuterea

urbana e identificar a relaccedilatildeo das espeacutecies com o processo de urbanizaccedilatildeo Foi

realizada inspeccedilatildeo mensal a procura de ninhos de meliponini dentro do Campus da

Universidade Federal de Juiz de Fora Minas Gerais Com os ninhos encontrados foi

feito a identificaccedilatildeo do substrato em que foi nidificado Essas informaccedilotildees foram

relacionadas com os dados de temperatura umidade e precipitaccedilatildeo do municiacutepio

Durante o estudo foi encontrado uma meacutedia de 3488 ninhos e quatro espeacutecies

foram identificadas sendo elas Tetragonisca angustula Nannotrigona testaceicornis

Trigona spinipes e Partamona sp As espeacutecies encontradas apresentaram

preferecircncia em substratos de construccedilotildees (cavidades preacute-existentes) Em relaccedilatildeo agrave

temperatura umidade e precipitaccedilatildeo os autores observaram uma correlaccedilatildeo

positiva entre a temperatura e a abundancia dos ninhos das abelhas sem ferratildeo por

outro lado natildeo foi encontrado para umidade relativa do ar e precipitaccedilatildeo Deste

modo concluiacuteram que mesmo em ambiente urbano essas espeacutecies ainda

conseguem sobreviver com sucesso por traacutes das atividades antropicas

Com relaccedilatildeo aos ninhos de T angustula com o clima do ambiente em que esses satildeo

nidificados Chiari e colaboradores (2002) realizaram um trabalho para ver se as

variaccedilotildees climaacuteticas tecircm alguma relaccedilatildeo com o desenvolvimento dos ninhos das

Jataiacutes Foram realizadas coletas das abelhas que foram depositadas em trecircs tipos

diferentes de colmeacuteias Fritzen Nogueira-Neto e Guiliane Apoacutes esse procedimento

as colocircnias foram pesadas e instaladas no municiacutepio de Maringaacute Paranaacute Ao longo

do estudo a temperatura do ambiente onde as colmeacuteias foram instaladas foi

monitorada Apenas a colmeacuteia Nogueira-Neto natildeo apresentou associaccedilatildeo com a

variaccedilatildeo das temperaturas Nos modelos Fritzen e Giuliane foram observados que o

peso de ambas apresentaram de forma positiva com a umidade relativa do ar

apenas Giuliane teve relaccedilatildeo positiva com a insolaccedilatildeo Deste modo os autores

concluiacuteram que os modelos Giuliane e Noguera-Neto satildeo mais apropriados para as

colmeacuteias de T angustula

28

Outro trabalho tambeacutem realizado em Campus Universitaacuterio foi feito por Almeida

(2002) sobre composiccedilatildeo das comunidades de abelhas em Satildeo Paulo O autor teve

o intuito de contribuir com informaccedilotildees sobre as espeacutecies de abelhas e as plantas

visitadas por elas Com levantamento das abelhas e plantas em duas aacutereas de

Cerrado (Cerradatildeo e Cerrado) localizado no campus Universitaacuterio no Municiacutepio de

Pirassununga foi coletado um total de 261 amostras de plantas de 41 famiacutelias e 140

espeacutecies Dessas apenas cinco ocorreram nas duas aacutereas Com relaccedilatildeo agraves

abelhas foram coletadas um total de 141 espeacutecies em quatro famiacutelias Foi concluiacutedo

que a famiacutelia que apresentou maior riqueza de espeacutecie foi Apidae Com relaccedilatildeo agraves

plantas as famiacutelias Asteraceae Malvaceae Fabaceae Sapindaceae e Vichysiaceae

foram as mais ricas em nuacutemero de espeacutecies

Neves e Viana (2002) realizaram um estudo sobre a ecologia da comunidade de

abelhas eussociais com o propoacutesito de analisar as atividades do seu vocirco

relacionando com recursos alimentares variaccedilotildees meteoroloacutegicas entre outros

fatores Com coletas das abelhas amostras de plantas floridas e monitoramento dos

ninhos nas dunas continentais na Bahia Eles capturaram oito espeacutecies da famiacutelia

Apidae Estas abelhas exibiam maior atividade no periacuteodo da manhatilde Um nuacutemero de

plantas floridas foi verificado na estaccedilatildeo chuvosa Assim sendo concluiacuteram que a

disponibilidade de recursos disponiacutevel e agraves variaccedilotildees meteoroloacutegicas favorecem a

concentraccedilatildeo de visitas florais dessas abelhas pela manhatilde

Um estudo sobre a ecologia das populaccedilotildees de meliponiacuteneos Souza e

colaboradores (2005) fizeram buscas pelos ninhos e coletas das abelhas no Campus

da Universidade Federal da Bahia eles encontraram 94 ninhos com 19 espeacutecies

diferentes tendo uma predominacircncia da espeacutecie Tetragonisca angustula Deste

modo concluiacuteram que a riqueza de espeacutecies de meliponineos (meliponini)

encontrada no Campus (o qual eacute um local que sofre antropizaccedilatildeo) pode ser devida

a disponibilidade de substratos para nidificaccedilatildeo e pela quantidade de recursos que eacute

ofertado

Stuch (2006) realizou uma pesquisa sobre a variabilidade geneacutetica das populaccedilotildees

de Tetragonisca angustula Nesse trabalho o autor primeiramente faz uma revisatildeo

da bibliografia com o propoacutesito de apresentar informaccedilotildees a respeito da estrutura

das populaccedilotildees de meliponiacuteneos (meliponini) sobre as abelhas indiacutegenas sem

ferratildeo e principalmente a respeito da abelha em estudo onde destacam informaccedilotildees

29

do comportamento locais de nidificaccedilatildeo dos recursos usados para se alimentar e

do mel que eacute produzido por eles Com coletas e anaacutelises realizadas por meio de

marcador molecular nas cidades de Dracena em Satildeo Paulo e Ivatuba no Paranaacute Ele

observou que as amostras obtidas em Ivatuba apresentaram 60 de polimorfismo e

na cidade de Dracena foram apresentadas 40 Deste modo o autor concluiu que

em Ivatuba as populaccedilotildees de T angustula estatildeo diferenciadas geneticamente e natildeo

apresentam endocruzamento entre os ninhos jaacute as populaccedilotildees da cidade de

Dracena natildeo se encontraram modificados podendo os ninhos ser considerados

como um soacute Segundo o autor essas informaccedilotildees satildeo muito importantes para que

estudos de praacuteticas de manejo sejam realizados para manter a variabilidade dessas

populaccedilotildees

Outro trabalho tambeacutem em aacutereas fragmentadas foi realizado por Alvarenga (2008)

Neste trabalho o autor teve o objetivo de conhecer a diversidade e densidade dos

ninhos de meliponineos (meliponini) na Mata de Santa Tereza (Estaccedilatildeo Ecoloacutegica de

Ribeiratildeo Preto Satildeo Paulo) que fica situado entre a Mata Atlacircntica e o Cerrado com

levantamentos dos ninhos e das aacutervores que poderiam apresentar um tamanho

potencial para essas abelhas nidificarem Foram encontrados ninhos de quatro

espeacutecies de meliponineos (meliponini) sendo T angustula e Scaura latitarsis

representaram 25 dos ninhos encontrados e Trigona hyalinata 50 E em relaccedilatildeo

aacutes aacutervores cerca de 67 foram analisadas poucas apresentavam rachaduras ou

cavidades para abrigar os ninhos Deste modo foi concluiacutedo que na aacuterea estudada

haacute uma riqueza baixa e densidade relativamente meacutedia e tambeacutem poucos locais

para nidificaccedilatildeo

Andena e colaboradores (2009) tambeacutem fizeram um trabalho em aacutereas degradadas

Para eles esses estudos satildeo essecircncias devido a essas aacutereas serem a principal

razatildeo para o aumento das taxas de perda da diversidade geneacutetica e extinccedilatildeo das

abelhas Os autores realizaram um estudo para conhecer a diversidade de abelhas

no Cerrado em Satildeo Paulo Foram realizadas coletas das abelhas em quatro

reservas em regiotildees fragmentadas do Cerrado Reserva de Corumbataiacute Estaccedilatildeo

Ecoloacutegica de Jataiacute Parque Vassununga e Reserva de Cajuru Com cerca de 500

indiviacuteduos coletados as aacutereas que apresentaram maior riqueza foram Cajuru e

Corumbataiacute e as aacutereas com menor riqueza foram Vassununga e Estaccedilatildeo Ecoloacutegica

Jataiacute Mesmo apresentando maior nuacutemero de riqueza a aacuterea de Corumbataiacute sofreu

30

vaacuterias alteraccedilotildees na composiccedilatildeo fauniacutestica durante o estudo Assim sendo foi

concluiacutedo que pesquisas como essas satildeo importantes pois contribuem com

informaccedilotildees a respeito da influencia que essas aacutereas degradadas podem exercer

sobre a composiccedilatildeo fauniacutestica e a riqueza das espeacutecies de abelhas

Um inventaacuterio sobre os meliponiacuteneos (meliponini) no Bioma Cerrado foi realizado por

Fernandes e colaboradores (2012) Com levantamentos feitos durante dois anos em

quatro aacutereas diferentes (Municiacutepio de Tangaraacute da Serra ndash MT nos arredores do

campus universitaacuterio de Mato Grosso na Reserva Florestal Antocircnio Conselheiro ndash

MT e na zona rural do municiacutepio Tangaraacute da Serra - MT) os autores coletaram 128

espeacutecimes distribuiacutedos em 27 espeacutecies e 14 gecircneros e constataram que a maior

riqueza foi vista na reserva florestal e na zona rural do municiacutepio de Tangaraacute da

Serra Deste modo eles concluiacuteram que a riqueza observada na reserva pode ser

devido agrave mata apresentar pouca antropizaccedilatildeo e que as informaccedilotildees obtidas nesse

estudo satildeo de extrema importacircncia para a preservaccedilatildeo da biodiversidade da reserva

florestal

Uma pesquisa realizada por Oliveira e colaboradores (2013) cujo tema foi

Levantamento de Ocorrecircncia de Meliponiacutedeos (Meliponini) em Municiacutepios na regiatildeo

do Vale do Jauru ndash MT foia incidecircncia de abelhas sem ferratildeo em zonas urbanas

Com entrevistas aos moradores e com sessotildees de fotos para definir quais espeacutecies

de abelhas se encontravam nas proximidades das casas da regiatildeo do Vale do Jauru

eles encontraram 67 colmeacuteias sendo 17 predominantes em apenas uma cidade

Deste modo concluiacuteram que na regiatildeo do Vale do Jauru encontram-se grandes

aacutereas verdes proporcionando dessa forma alimento e a preservaccedilatildeo das abelhas

24 COLETA DE RECURSOS E PRODUCcedilAtildeO DE MEL DAS MELIPONINI

Devido agraves poucas informaccedilotildees sobre a composiccedilatildeo do mel e fontes alimentares

utilizados pelos meliponineos Anacleto (2007) fez um estudo com o intuito de

conhecer as principais fontes que fazem parte da dieta dessas abelhas e tambeacutem

conhecer as caracteriacutesticas quiacutemicas do mel produzido por elas O estudo foi no

Municiacutepio de Piracicaba Satildeo Paulo Foi realizado um levantamento das plantas

visitadas por cinco espeacutecies de meliponineos (T angustula Scaptotrigona

31

bipunctata Nanotrigona testaceicornis Friesiomellita varia e Tetragona clavipes)

coleta de mel nos potes de alimento dos ninhos e coleta de poacutelen retirada das

corbiacuteculas O autor obteve 158 espeacutecies de plantas sendo que dessas 67 foram

visitadas pelas abelhas em estudo e na anaacutelise poliacutenica foram encontradas 72

espeacutecies de plantas A espeacutecie que apresentou menor nuacutemero de visitas foi F varia

em contrapartida T angustula foi a espeacutecie que apresentou o haacutebito mais

generalista em relaccedilatildeo ao numero de espeacutecies de plantas visitadas Com relaccedilatildeo ao

mel foram analisadas um total 31 amostras Os estudos com a composiccedilatildeo do mel

apresentaram uma dificuldade devido agrave legislaccedilatildeo atender apenas as caracteriacutesticas

do mel de Apis melliacutefera e natildeo o mel das abelhas nativas O mel de F varia foi a que

apresentou menor niacutevel de accediluacutecar em contrapartida o niacutevel de accediluacutecar do mel de T

angustula foi o mais elevado Deste modo foi concluiacutedo que as espeacutecies estudadas

se mostraram generalistas com exceccedilatildeo de F varia e com relaccedilatildeo agrave anaacutelise do

mel foi concluiacutedo que haacute a necessidade de um padratildeo na legislaccedilatildeo proacuteprio para

uma melhor anaacutelise dos compostos quiacutemicos do mel de meliponiacuteneos

Anacleto e colaboradores (2009) tambeacutem realizaram uma pesquisa sobre o padratildeo

de qualidade do mel das abelhas sem ferratildeo Para esse estudo foi analisado a

composiccedilatildeo do mel das abelhas Tetragonisca angustula Com coletas feitas

diretamente de dentro das colocircnias encontradas em Piracicaba ndash (SP) e com

anaacutelises feitas sobre o accediluacutecar proteiacutenas pH acidez cor entre outros fatores os

autores obtiveram 20 amostras de mel e relataram que o accediluacutecar dessas amostras

apresentaram valores inferiores ao que eacute estabelecido pelas normas

brasileirasAssim sendo concluiacuteram que 5 de accediluacutecar do mel coletado natildeo se

enquadram na legislaccedilatildeo e que seria necessaacuterio um maior estudo para que uma

nova legislaccedilatildeo seja feita

No trabalho de Sommeijer e colaboradores (1983) aleacutem de analisar os recursos

coletados por algumas abelhas sem ferratildeo (Meliponineos) e Apis mellifera os

autores tambeacutem fizeram observaccedilotildees no comportamento de forrageamento dessas

abelhas As observaccedilotildees e amostras de poacutelen foram retiradas semanalmente das

corbiacuteculas das forrageiras que retornavam ao ninho Os autores observaram que as

coletas dos recursos ocorreram em periacuteodos diferentes os voos de neacutectar ocorreram

na maior parte das vezes de manhatilde e os vocircos de poacutelen ocorreram agrave tarde Em

relaccedilatildeo ao poacutelen foram obtidas 191 amostras sendo que quatro famiacutelias se

32

mostraram mais presentes Myrtaceae Sapotaceae Sapindaceae e Melliaceae

Desta forma concluiacuteram que as coletas de poacutelen pelas forrageiras podem ter

predominado no periacuteodo da manhatilde devido agraves flores se mostrar mais murchas com o

passar do dia Tambeacutem concluiacuteram que os recursos de poliacutenicos foram bem

diversos o que confirmou o haacutebito generalista dessas abelhas

Carvalho e Marchini (1999) realizaram um estudo dentro de um campus Universitaacuterio

(USP) em Piracicaba Em seu trabalho tiveram o objetivo de conhecer as plantas

que oferecem recursos para abelhas em ambientes mais antropizados Com coletas

de abelhas operaacuterias em colocircnias de Tetragonisca angustula e Nannotrigona

testaceicornis os autores analisaram os gratildeos de poacutelen coletados por elas Atraveacutes

dessa anaacutelise obtiveram 31 tipos poliacutenicos em 22 famiacutelias de plantas sendo que

entre essas famiacutelias para N testaceicornis os gratildeos de poacutelen que se mostrou mais

frequumlente foi de Myrtaceae e para T angustula foram Fabaceae Liliaceae e

Mimosaceae Dessa maneira concluiacuteram que essas espeacutecies se mostraram

generalistas visitando diversas plantas

No mesmo ano Carvalho Marchini e Ros (1999) fizeram um estudo para comparar

e analisar as fontes de poacutelen utilizadas por Apis mellifera e quatro diferentes

espeacutecies de Trigonini (Nannotrigona testaceicornis Partamona helleri Plebeia

droryana e Tetragonisca angustula) O trabalho teve o intuito de fornecer

informaccedilotildees sobre as preferecircncias florais e as relaccedilotildees troacuteficas dessas espeacutecies

Com coletas realizadas nos meses de Outubro e Novembro de 1996 no campus da

USP em Piracicaba os autores coletaram 53 tipos poliacutenicos desses os tipos mais

frequentes para todas as abelhas foram Aracaceae Bulbine frutescens e

Eucalyptus spe com as relaccedilotildees troacuteficas eles observaram que a utilizaccedilatildeo de fontes

de poacutelen variou conforme a espeacutecie e que a dieta se mostrou bem diversificada

Dessa maneira os autores concluiacuteram que P droryana e Phelleri foram agraves

espeacutecies que apresentaram maior uniformidade na utilizaccedilatildeo de fontes de poacutelen e a

maior sobreposiccedilatildeo de nicho troacutefico ocorreu entre N testaceiconis e T angustula e

menor sobreposiccedilatildeo foi entre A meliacutefera e T angustula

Devido agrave carecircncia de estudos sobre os recursos florais utilizados pelas abelhas

Agostini e Sazima (2003) fizeram um estudo sobre a fenologia das espeacutecies de

plantas ornamentais e suas relaccedilotildees com as espeacutecies de abelhas Com registros da

fenologia das plantas arboacutereas e arbustivas e o tipo de recurso utilizado pelas

33

abelhas no campus da Universidade Estadual de Campinas em Satildeo Paulo os

autores registraram 42 espeacutecies de plantas e observaram que na aacuterea estudada

houve plantas florindo todos os meses e natildeo houve sazonalidade marcada Com

relaccedilatildeo ao tipo de recurso utilizado pelas abelhas foi observado que as plantas mais

visitadas foram da famiacutelia Leguminosae e Bombacaceae por serem importantes

fontes de alimento para as abelhas no periacuteodo de estiagem Concluiacuteram que plano

de manejo em ambientes urbanos usando plantas ornamentais nativas seria

importante para acolher maior diversidade de abelhas as quais cumprem papel

importantiacutessimo na manutenccedilatildeo da biodiversidade dos ecossistemas naturais

Como muitas plantas de importacircncia econocircmica dependem de insetos para

aumentar a produccedilatildeo e a qualidade dos frutos Toledo e colaboradores (2003)

pesquisaram as angiospermas na regiatildeo de Maringaacute no estado do Paranaacute para

contribuir com o conhecimento da biodiversidade nessa regiatildeo Com coletas em

onze espeacutecies de plantas examinadas na Universidade Estadual de Maringa

Paranaacute os autores obtiveram 331 insetos Entre as abelhas trecircs espeacutecies coletadas

foram as mais abundantes Tetragonisca angustula Apis mellifera e Trigona spinipes

Os autores concluiacuteram que essas abelhas africanizadas e sem ferratildeo foram as mais

abundantes nas coletas as flores devido tanto ao seu comportamento generalista

como pela sobreposiccedilatildeo no local de forrageamento

Simioni e Colaboradores (2007) realizaram um estudo para investigar os recursos

alimentares de Tetragonisca angustula fiebrigi em Mato Grosso do Sul Com

amostras de cargas poliacutenicas corbiculares das operaacuterias em um ambiente natural de

Corumbaacute-MS no periacuteodo de seis meses os autores relataram que T angustula

visitou 43 espeacutecies de plantas para coleta de poacutelen e as famiacutelias mais visitadas

foram Leguminosae Palmae Asteraceae e a subfamiacutelia Mimosidae devido agrave grande

quantidade de poacutelen acessiacutevel Deste modo concluiacuteram que Tetragonisca

angustula mostrou-se seletivo com relaccedilatildeo agraves fontes de alimento disponiacutevel na aacuterea

estudada e que a famiacutelia Leguminosae se mostrou a mais importante fonte de poacutelen

para T angustula

Muitas espeacutecies de abelhas vecircm sendo utilizadas consorciadas ao cultivo de

diversas espeacutecies de plantas No trabalho de Antunes e colaboradores (2007) eles

utilizaram a espeacutecie Tetragonisca angustula para verificar seu efeito como agente

polinizador na produccedilatildeo de frutos de cultivares de morango em estufa O estudo foi

34

realizado na Universidade de Passo Fundo RS utilizando quatro cultivares de

morangueiro (Oso Grande Tdla Chandler e Dover) com ausecircncia e presenccedila de

duas e quatro colmeacuteias de T angustula Os autores observaram que o numero de

visitas as flores foram o mesmo para os mesmos nuacutemeros de colocircnias e que o uso

de duas ou quatro colmeacuteias natildeo alterou a produccedilatildeo dos frutos Aleacutem disso

observaram tambeacutem que a porcentagem de frutos deformados teve uma queda

consideraacutevel de 85 para 5 Sendo assim concluiacuteram que a presenccedila de

Tetragonisca angustula para a polinizaccedilatildeo em ambiente fechado tem grande

importacircncia para o aumento da produtividade e para o aumento da quantidade de

frutos comerciaacuteveis

Devido agrave grande importacircncia das abelhas sem ferratildeo para manter a biodiversidade

das plantas Braga e colaboradores (2012) fizeram um estudo com a espeacutecie T

angustula por ela ser amplamente distribuiacuteda nos habitats tropicais Com estudo

realizado em duas ilhas (Ilha Grande e Tucuruccedilaacute) e outras duas na ilha Ariroacute e

Tinguaacute todas SAP aacutereas de Mata Atlacircntica do Estado do Rio de Janeiro e apenas

Ilha Grande pertence a uma unidade de proteccedilatildeo ambiental Para esse estudo os

autores fizeram coletas de carga de poacutelen e observaccedilotildees agraves flores T angustula

visitou 61 espeacutecies de plantas sendo Anacardiaceae e Asteraceaeas mais visitadas

Na Ilha grande foi a aacuterea onde se obteve maior nuacutemero de visitas e onde se

encontrou 39 tipos poliacutenicos Dessa maneira concluiacuteram que a dieta de T angustula

eacute bem ampla e que essas pesquisas satildeo necessaacuterias para conhecer as plantas que

operam como recurso para as abelhas em ambiente natural

Com o intuito de contribuir para o conhecimento da flora e sua utilizaccedilatildeo por

polinizadores nativos Novais Absy e Santos (2013) caracterizaram o poacutelen de T

angustula atraveacutes da anaacutelise palinoloacutegica analisando os meacuteis produzidos por esta

espeacutecie em duas regiotildees semi-aacuteridas tropicais do nordeste do Brasil Com amostras

de mel coletados mensalmente nos municiacutepios de Itaberaba e Ruy Barbosa na

Bahia durante 14 meses os autores observaram que o espectro poliacutenico das

amostras de mel de T angustula consistiu um total de 67 tipos de poacutelen sendo que

18 deles foram comuns aos espectros de poacutelen tanto de Itaberaba quanto de Ruy

Barbosa e as famiacutelias das plantas que predominaram em ambos municiacutepios foram

Fabaceae Myrtaceae Malvaceae e Euphorbiaceae Concluiacuteram que houve um uso

heterogeneo dos recursos naturais no municiacutepio de Itaberaba e homogecircneo no

35

municiacutepio de Ruy Barbosa neste foi detectado um tamanho maior do nicho de poacutelen

de T angustula Para os autores isso se deve a diferenccedila na diversidade de plantas

entre os dois municiacutepios

25 COMPORTAMENTO DA ABELHA JATAIacute

Para algumas pesquisas estudos sobre comportamento eacute essencial para obter

informaccedilotildees importantes sobre a espeacutecie em estudo Para que pesquisadores

possam fazer estudo de comportamento em campo Altmann (1973) publicou um

trabalho sobre comportamento animal onde ela faz um guia para orientar os

observadores em seus estudos Ela apresenta meacutetodos para ser utilizado nas

observaccedilotildees tanto em comportamento individual quanto em grupo e apresenta o uso

de meacutetodos de amostragem nas observaccedilotildees Nesse a autora relata trabalhos de

outros autores sobre observaccedilotildees comportamentais e faz discussotildees a respeito de

problemas de amostragem em comportamento social como tambeacutem as vantagens e

desvantagens do uso de alguns meacutetodos

Um estudo relacionado com o comportamento de T angustula foi realizado por

Wittmann (1985) para mostrar que o sistema de defesa dessa espeacutecie natildeo era

apenas para defesa de alguns insetos voadores mais tambeacutem para defesa contra

ataques de abelhas cleptobioacuteticas Para observaccedilatildeo do comportamento das guardas

pairando foi mantida uma colocircnia de Lestremelitta limatildeo proacuteximo a quatros colocircnias

de T agustula O autor notou que o posicionamento das guardas pairando proacuteximo

ao corredor de vocirco do ninho permitia maior eficiecircncia nos ataques aos intrusos

cleptobioacuteticos e que durante esses ataques o numero de guardas aumentava

consideravelmente para reforccedilar a defesa do ninho Dessa maneira concluiu-se que

no comportamento de defesa essa espeacutecie faz um recrutamento em massa das

guardas em resposta a um feromocircnio lanccedilado por L limatildeo

Couvillon e colaboradores (2007) fizeram um estudo sobre a movimentaccedilatildeo das

forrageiras em relaccedilatildeo ao tamanho da entrada do ninho e o comportamento

defensivo das guardas em relaccedilatildeo agraves perturbaccedilotildees que os ninhos sofrem Para esse

trabalho os autores estudaram 26 espeacutecies de abelhas sem ferratildeo no campus da

Universidade de Satildeo Paulo em Ribeiratildeo Preto Foram medidas a entrada dos ninhos

36

e o comprimento de abelhas forrageiras Foi verificado que a entrada do tubo do

ninho se ajusta ao tamanho das abelhas operaacuterias ou seja quanto maior for a

abelha maior seraacute a entrada do ninho Tambeacutem observaram que as guardas tinham

o comportamento de proteger o ninho bloqueando sua entrada e permitindo apenas

a entrada das forrageiras Assim concluiacuteam que essas abelhas apresentam

importantes mecanismos de defesa para ninho e que estudos como esse podem

trazer informaccedilotildees importantes ao comportamento de defesas das abelhas sem

ferratildeo

Minussi e Santos (2007) fizeram um estudo para descobrir se haacute algum efeito

negativo da Apis mellifera sobre as abelhas nativas em relaccedilatildeo agrave coleta de recursos

Para isso os autores fizeram um trabalho sobre o comportamento que ocorre entre

essas abelhas Com observaccedilotildees agraves flores e coletas das abelhas na Escola

Agroteacutecnica Federal de Sombrio no municiacutepio de Santa Rosa Santa Catarina Apis

mellifera foi agrave espeacutecie mais abundante encontrada na aacuterea em estudo em seguida

Trigona spinipes foi a mais abundante Durante as observaccedilotildees notaram que o

comportamento de abertura das mandiacutebulas da subfamiacutelia Halictinae para atacar e

expulsar as abelhas africanizadas das flores era comum e que esse comportamento

ocorria sempre antes que abelhas conseguissem chegar ao fundo da flor Dessa

maneira concluiacuteram que as abelhas nativas conseguem se defender das abelhas

africanizadas para garantir seu recurso

Karcher e Ratnieks (2009) mostraram em suas pesquisas que ninhos de T

angustula natildeo eram apenas defendidos por guardas pairando mas tambeacutem por

guardas que ficam de peacute na entrada do ninho Os autores colocaram dez campeiras

e natildeo campeiras da mesma espeacutecie e campeiras tratadas com odor de

Scaptotrigona bipunctata em cinco ninhos As guardas de peacute natildeo rejeitaram

nenhuma campeira mas rejeitaram quase todas natildeo campeiras e campeiras

tratadas com odor volaacutetil A partir desse resultado concluiacuteram que as operaacuterias que

ficam de peacute na entrada do ninho tambeacutem atuam como oacutetimas guardas para

discriminar as abelhas campeiras e natildeo campeiras

No trabalho de Gruter Karcher e Ratnieks (2011)foi realizado um estudo sobre as

abelhas guardas de Tetragonisca angustula que ficam pairando e de peacute proacuteximo ao

ninho Os autores fizeram algumas experiecircncias para saber se havia alternacircncias de

tarefas entre elas A pesquisa teve duraccedilatildeo de trecircs anos e foi realizada em uma

37

fazenda perto de Satildeo Paulo Para observar essa alternacircncia de tarefas as abelhas

guardas foram coletadas e marcadas Dessa maneira notaram que das 18 abelhas

marcadas 12 eram exclusivamente guardas em peacute e seis realizavam os dois tipos

de guardas Durante as 21 horas de observaccedilatildeo natildeo foi observado mudanccedila entre

os tipos de guardas A partir desses resultados concluiacuteram que a alternacircncia de

tarefa entre as guardas eacute rara de acontecer indicando que a defesa de T angustula

e feita por divisatildeo de trabalho

Zweden e colaboradores (2011) fizeram um trabalho semelhante agrave Wittmann (1984)

com os guardas de defesa que ficam pairando Em seu estudo os autores tinham o

objetivo de testar a hipoacutetese que as guardas aumentavam a defesa do ninho em

relaccedilatildeo aos intrusos principalmente Lestrimellita limatildeo a qual eacute um ladratildeo

obrigatoacuterio de Tetragonisca angustula Foram feitas mediccedilotildees da distacircncia em que

as guardas pairando atacavam tanto um manequim de massa de modelar coberto de

citral (odor volaacutetil liberado por L limatildeo) quanto operaacuterias de Lestrimellita limatildeo

receacutem morto Todos os intrusos do experimento foram atacados por T angustula a

distacircncia que ocorreu o ataque variou entre 0-22 cm os ninhos que tinham mais

guardas apresentou maior distacircncia Dessa maneira concluiacuteram que a presenccedila de

guardas pairando aumenta a detecccedilatildeo de intrusos e que essas guardas respondem

especialmente a pistas visuais

As abelhas sem ferratildeo (eussocias) costumam apresentar divisatildeo de trabalho em

suas colocircnias Gruter e colaboradores (2012) em seu estudo quiseram testar a

hipoacutetese de que os soldados especializados (guardas) para a defesa das colocircnias de

jataiacute (Tetragonisca angustula) eram relativamente maiores que os trabalhadores

Com anaacutelise no tamanho e na forma das forrageiras guardas e trabalhadores que

removem resiacuteduos das colocircnias o autor constatou que o peso corporal das guardas

era maior que das abelhas forrageiras e que o tamanho da cabeccedila das forrageiras

mostrou-se um pouco maior em relaccedilatildeo agraves guardas Assim concluiu-se que a

variaccedilatildeo no tamanho seria devido agrave divisatildeo de trabalho ou seja a diferenccedila no

tamanho do corpo consiste em uma eficaacutecia maior para lutar contra invasores e a

diferenccedila em relaccedilatildeo ao tamanho da cabeccedila seria devido agrave necessidade das

forrageiras de decorar caminhos para busca do alimento

38

39

3 METODOLOGIA

31 AacuteREA DE ESTUDO

O Municiacutepio de Vitoacuteria possui uma extensatildeo geograacutefica que envolve um grau

elevado de urbanizaccedilatildeo (SOUZA 2011) De acordo com o Instituto Brasileiro de

Geografia e Estatiacutestica (2010) o Municiacutepio apresenta uma aacuterea de mais de 98 Kmsup2 e

conta com uma populaccedilatildeo estimada de 352104 habitantes O clima da regiatildeo de

Vitoacuteria pode ser classificado como Tropical uacutemido (CLASSIFICACcedilAtildeO [20--])

apresentando temperatura maacutexima que pode chegar a 32ordm C e miacutenima que fica em

torno de 24ordm C com os maiores iacutendices de precipitaccedilatildeo pluviomeacutetrica entre os meses

de Outubro a Janeiro (INSTITUTO CAPIXABA DE PESQUISA ASSISTEcircNCIA

TEacuteCNICA E EXTENSAtildeO RURAL 2011)

Vitoacuteria eacute um dos Municiacutepios que apresentam os maiores niacuteveis de temperaturas do

Estado Isso se deve ao fato de as grandes montanhas dificultarem a passagem dos

ventos do nuacutemero de preacutedios que aumenta com o passar dos anos assim como a

poluiccedilatildeo (SOUZA 2011)

O estudo foi realizado no Campus Universitaacuterio Alaor de Queiroz Arauacutejo da

Universidade Federal do Espiacuterito Santo (FERNANDES VALE 2013) tambeacutem

conhecido como campus de Goiabeiras Este campus se encontra localizado no

Municiacutepio de Vitoacuteria capital do Estado do Espiacuterito Santo e nas coordenadas

geograacuteficas de 20ordm 16rsquoS e 40ordm 18rsquoW (FERREIRA DANTAS 2000)

O Campus fica ao Sul e ao Oeste do canal da passagem e a Leste com a Avenida

Fernando Ferrari Ateacute 2008 era composta por uma aacuterea de ambiente entre mareacutes e

terrestre de 1592545 msup2 poreacutem com a ampliaccedilatildeo da Avenida Fernando Ferrari

essa aacuterea foi reduzida para 1567545 msup2 (FERNANDES VALE 2013) A aacuterea

amostral se localiza no entorno do Centro de Ciecircncias Humanas e Naturais (CCHN)

Implantada por volta da deacutecada de 1970 ela compotildee os ICrsquos (iniciais de Ilha do

Cercado) I II III e IV (FERNANDES VALE 2013) e apresenta uma aacuterea que

compreende edificaccedilotildees como preacutedios passarelas ruas asfaltadas paacutetio de

estacionamento e aacutereas jardinadas (MAPA 01)

40

Mapa 01- Mapa do Campus Universitaacuterio de Goiabeiras (UFES) com destaque da

aacuterea de estudo em vermelho

Fonte Google Maps (2014) 32 OBTENCcedilAtildeO DOS DADOS

A aacuterea de estudo foi inspecionada agrave procura de ninhos de T angustula com

observaccedilotildees em calccediladas paredes muros postes troncos de aacutervores entre outros

conforme Taura e Laroca (1991) Os ninhos encontrados foram marcados por letra

alfabeacutetica e mapeados com o auxiacutelio de um marcador permanente (marca Jocar

Office) e um GPS (marca Garmin etrex vista) As observaccedilotildees foram realizadas uma

vez a cada semana durante cinco meses de Abril agrave Setembro de 2014 totalizando

21 dias amostrados (140 horas) O periacuteodo no qual foram realizadas as observaccedilotildees

41

foi de 0700 agrave 1700 horas As observaccedilotildees foram feitas durante 15 minutos em cada

ninho e intercaladas nos periacuteodos matutino vespertino e dia todo com o auxilio de

uma lupa de matildeo devido elas apresentarem aproximadamente 5 miliacutemetros

(NOGUEIRA-NETO 1997) A lupa de matildeo foi utilizada tambeacutem para observar a cor

do poacutelen que as abelhas traziam para dentro do ninho

A contagem do nuacutemero de entradas e saiacutedas das abelhas coletoras e das abelhas

que protegem a colocircnia de invasores foi realizada em todos os ninhos com o auxilio

de um contador de nuacutemeros Os registros foram realizados com redaccedilatildeo dos

eventos e por meio de fotografias As observaccedilotildees seguiram o meacutetodo Animal-Focal

descrito por Altmann (1973) para anaacutelise do comportamento das abelhas Esse

meacutetodo consiste em amostrar os comportamentos de um ou mais indiviacuteduos por um

determinado periacuteodo de tempo O levantamento das principais fontes de alimento de

T angustula foi obtido a partir de dados bibliograacuteficos

33 ANAacuteLISE DOS DADOS

Para anaacutelise dos dados foi utilizado o programa ldquoMapSourcerdquo para a construccedilatildeo do

mapa dos ninhos encontrados Foi tambeacutem utilizado o programa Microsoft Excel

2007 para construccedilatildeo de graacuteficos para analisar o nuacutemero de visitas (entrada e saiacuteda)

que as abelhas coletoras apresentaram durante os cinco meses observados Os

graacuteficos foram construiacutedos por intervalos de horas sendo que as informaccedilotildees se

acumularam mais proacuteximo do horaacuterio em que houve mais eventos observados no

ninho O mesmo programa foi utilizado para retirar a meacutedia da quantidade de

guardas na defesa do ninho

Os dados resultantes do levantamento bibliograacutefico das fontes alimentares serviram

de base para a elaboraccedilatildeo de um graacutefico com a contribuiccedilatildeo das famiacutelias de plantas

mais visitadas por T angustula

42

43

4 RESULTADOS E DISCUSSOtildeES

41 LOCALIZACcedilAtildeO DOS NINHOS

Foram encontrados onze ninhos (marcados por letra alfabeacutetica de A a K) cinco

instalados em paredes e muros (K C I e J) e seis localizados sob placas de

concreto de passarelas (A B D E F G e H) (mais precisamente na base das

pilastras da passarela que se encontra entre os IC`s II e III) Este fato corrobora com

os estudos de Taura e Laroca (1991) que indica que a disponibilidade de nidificaccedilatildeo

nesses locais aumenta com as atividades antroacutepicas A localizaccedilatildeo dos ninhos eacute

apresentada pelo Mapa 02

Os ninhos C J K (Mapa 02) recebiam calorna maior parte do dia jaacute os demais natildeo

recebiam sol diretamente na maior parte do dia pois eram protegidos pela pilastra e

pela cobertura da passarela

Durante todo o periacuteodo das observaccedilotildees em geral o clima foi de dias quentes com

presenccedila de ventos

MAPA 02 ndash Mapa dos ninhos de T angustula estudadas no Campus de Goiabeiras

(UFES) Abril ndash Setembro2014

Fonte Modificado em Google earth (2014) Dos 11 ninhos observados dois ninhos natildeo apresentavam a entrada com o formato

comum de cilindro e traziam um formato natildeo definido

44

Em todos os ninhos foi possiacutevel ver que a abertura da extremidade do tubo era

relativamente grande Tal formato permite que haja espaccedilo para que algumas

abelhas guardas permaneccedilam na entrada do tubo ao mesmo tempo em que deixa

espaccedilo suficiente para as forrageiras passarem (KARCHER RATNIEKS 2009) Ao

longo de todo o tubo havia presenccedila de centenas de perfuraccedilotildees o que segundo

Gruter Karcher e Ratinieks (2011) eram para ajudar nas trocas gasosas

Nos cinco meses observados trecircs ninhos desapareceram da aacuterea amostral restando

ao final das observaccedilotildees oito ninhos Um deles (ninho E) foi perdido logo no iniacutecio

das observaccedilotildees supotildee-se que tenha ocorrido alguma intervenccedilatildeo aguda por

exemplo humana pois logo no segundo dia de observaccedilatildeo o mesmo jaacute natildeo estava

no lugar demarcado Outros dois ninhos (ninhos F e G) tambeacutem foram perdidos O F

persistiu ateacute o mecircs de Maio e o ninho G ateacute Julho Nestes o desaparecimento se

sucedeu apoacutes eventos de revoadas

42 INTERACcedilOtildeES INTER E INTRAESPECIacuteFICAS

TABELA 1 - Dados dos Ninhos observados

Data Ninho Hora Cores de Poacutelen

Presenccedila de

Resina Operaacuteriaslimpeza Guardas

em peacute Guardas pairando Ameaccedila

14abr D 07h-8h

Amarelo Branco Laranja

Vermelho

X 5 1

13mai C 10h-11h

Amarelo Branco Laranja

Vermelho

X X 4 4

20mai J 15h-16h Branco X X 8 12 02jun H 12h-13h Branco X X 8 4 16jul D 13h-14h Branco

X 8 2 Formiga

20jun B 08h-09h

Amarelo Branco Laranja

Vermelho

X X 9 3

06ago C 14h-15h Branco X 7 10 Lagartixa

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria As observaccedilotildees indicaram que as jataiacutes visitavam vaacuterias espeacutecies de flores durante

as manhatildes e iniacutecio das tardes pois nesse periacuteodo trouxeram uma grande

45

diversidade de poacutelen (cores amarela laranja branca e vermelha) transportados em

suas corbiacutecula para dentro do ninho B C e D (TABELA 1) (FIGURA 1-A) No horaacuterio

da tarde essa diversidade diminuiacutea nos ninhos C D H e J (TABELA 1) e era

representada pelo transporte de poacutelen de cor branca Este fato mostra que a

diversidade de flores visitadas decresce ao longo do dia

As abelhas sociais de um modo geral visitam as flores enquanto elas satildeo atrativas

Elas apresentam preferecircncia pela cor e satildeo capazes de discriminar os conjuntos

florais realizar sua localizaccedilatildeo e selecionar aquelas que produzem maior quantidade

e melhor qualidade de alimento (PIRANI LAURINO 1993) Existem diversos fatores

que podem influenciar a coleta de alimento pelas abelhas sociais entre eles o

comportamento das campeiras e a necessidade das colocircnias que depende do seu

tamanho (PIRANI LAURINO 1993)

Aleacutem de poacutelen tambeacutem foi observado carregamento de resina nas corbiacuteculas para

dentro do ninho B C H e J (TABELA 1) (FIGURA 1-B) essa eacute coletada pelas

abelhas em bototildees florais Depois de a resina ser coletada ela pode ser armazenada

pura ou misturada com cera No caso de T angustula ela geralmente faz a

armazenagem na forma pura (NOGUEIRA-NETO 1997) Como a resina eacute viscosa e

grudenta as abelhas a utilizam para vedar o entorno da entrada do tubo e tambeacutem

para depositar uma quantidade sobre o corpo e cabeccedila das formigas para defender

a colocircnia contra invasores (WITTMANN 1985 NOGUEIRA-NETO 1997)

Durante todo o periacuteodo observado foi notada a presenccedila de operaacuterias que cuidavam

da limpeza dos ninhos (TABELA 1) Essas operaacuterias trabalhavam retirando resiacuteduos

(detritos) de dentro do ninho e o faziam carregando atraveacutes de sua mandiacutebula

(FIGURA 1-C) Este trabalho era realizado continuamente ao longo de todo o dia

Para Nogueira-Neto (1997) T angustula eacute a espeacutecie que tem o melhor haacutebito de

limpeza e por esta razatildeo seu mel e seu proacutepolis satildeo considerados o melhor dentre

as outras espeacutecies

FIGURA 1- Divisatildeo de trabalho entre operaacuterias de Tetragonisca angustula A

Detalhe da corbiacutecula com poacutelen B Detalhe da corbiacutecula com resina C Operaacuteria de

limpeza com resiacuteduo na mandiacutebula

46

Fonte Arquivo Labibio

Em cada ninho foi possiacutevel notar a presenccedila de abelhas que ficavam tanto pousadas

ao longo do tubo de entrada do ninho quanto sobrevoando proacuteximo do mesmo

Essas abelhas satildeo chamadas por Gruter Karcher e Ratnieks (2011) de abelhas

guardas em peacute e pairando respectivamente As guardas em peacute estavam sempre

em grandes quantidades e estiveram em atividade praticamente em todo o periacuteodo

do dia

Essas guardas ficavam na maior parte do tempo com a mandiacutebula apoiada sobre o

ninho acredita-se que tenham a funccedilatildeo de depositar resina ao entorno do ninho As

demais guardas que ficavam sobrevoando estiveram mais ausentes logo no

A B

C

47

comeccedilo da manhatilde por volta das 0700 as 0900 horas As guardas pairando ficavam

na maioria das vezes em nuacutemeros de trecircs a quatro sempre posicionadas a direita e

esquerda do tubo e em direccedilatildeo a entrada (FIGURA 2)

FIGURA 2- Ninho de T angustula com guardas pairando destacado em vermelho e

guardas em peacute em destaque azul

Fonte Arquivo Labibio

Foi observado que no periacuteodo da tarde o nuacutemero de guardas pairando aumentava

Isso era visto com maior frequumlecircncia nos ninhos C e J instalados em paredes

(TABELA 1) Segundo Gruter Karcher e Ratnieks (2011) as colocircnias que

apresentam um nuacutemero maior de guardas pairando sofrem ameaccedilas de

vertebrados fato corroborado no ninho C (TABELA 1) que foi atacado por uma

lagartixa No momento em que aconteceu uma parte da populaccedilatildeo saiu do ninho e

se mostraram bem agitadas O que de acordo com Gruter Karcher Ratnieks (2011)

trata-se de uma resposta defensiva agrave percepccedilatildeo da respiraccedilatildeo de vaacuterios

vertebrados

Tambeacutem foi observado o comportamento defensivo em quando formigas se

aproximavam do ninho D (TABELA 1) As jataiacutes as ldquobeliscavamrdquo para que se

afastassem Esse mesmo comportamento foi visto durante minhas observaccedilotildees ao

Ninho A toda vez que me aproximava para observar ou fotografar surgiam vaacuterias ao

48

meu redor em uma dessas observaccedilotildees a jataiacute picou pele exposta Dentre todos os

ninhos essa foi a que apresentou o comportamento mais agressivo

De acordo com os estudos de Gruter e colaboradores (2012) T angustula eacute a uacutenica

espeacutecie que apresenta um sistema de defesa que envolve dois grupos distintos e

complementares de guardas uma pairando que se estacionam no ar proacuteximo ao

ninho e outras em peacute ao redor da entrada do ninho As guardas que ficam de frente

para o caminho de vocirco satildeo chamadas de grupo principal e as que ficam

posicionadas agrave direita e agrave esquerda do ninho satildeo o grupo secundaacuterio (GRUTER

KARCHER RATNIEKS 2011)

Uma caracteriacutestica interessante dessas guardas eacute que apresentam caracteriacutesticas

morfoloacutegicas diferentes das operaacuterias (satildeo maiores e mais pesadas) (GRUTER et

al 2012) Elas apresentam diferenccedilas no comprimento da asa no tamanho das

pernas traseiras que satildeo relativamente maiores para seu corpo (podendo ajudar na

luta contra invasores) e cabeccedila um pouco menor que das forrageiras Essa ultima

caracteriacutestica estaacute associada agrave maior necessidade das forrageiras de processar

informaccedilotildees sensoriais relacionadas ao forrageamento (GRUTER et al 2012)

As abelhas guardas possuem a funccedilatildeo de defender sua colocircnia de ataques de

intrusos que aproveitam do seu trabalho para roubar o alimento produzido

(GRUTER KARCHER RATNIEKS 2011) As accedilotildees especiacuteficas desses intrusos satildeo

detectadas mais pelas guardas em peacute pois elas conseguem identificar as campeiras

e natildeo campeiras da mesma espeacutecie por quimiorecepccedilatildeo (KARCHER RATNIEKS

2009 GRUTER KARCHER RATNIEKS 2011) Jaacute as guardas que pairam perto do

ninho atacam intrusos que natildeo satildeo da mesma espeacutecie elas o reconhecem pela cor

forma do corpo e pelos odores volaacuteteis (KARCHER RATNIEKS 2009) De acordo

com Zweden e Colaboradores (2011) a presenccedila de guardas pairando aumenta a

detecccedilatildeo de intrusos e que essas guardas respondem especialmente a pistas

visuais Como comportamento de defesa as guardas liberam um feromocircnio de

alarme para recrutar os trabalhadores para o ataque (FREE 1987 apud ZWEDEN

2011)

O nuacutemero meacutedio de guardas durante o periacuteodo observado mostrou-se maior para as

guardas em peacute (78) do que para as guardas pairando (35) Esse fato eacute explicado

por Gruter Karcher e Ratnieks (2011) para eles o gasto energeacutetico das guardas

pairando eacute muito maior de modo que eacute menos dispendioso energicamente para as

49

abelhas ficarem em peacute Mesmo tendo um gasto energeacutetico muito alto nas

observaccedilotildees de Wittmann (1985) as atividades do voo das guardas foi constatado

que essas ficavam pairando por cerca de 70 minutos antes de voltar para dentro do

ninho Este fato mostra que a mudanccedila de guardas natildeo eacute comum e que a defesa do

ninho eacute feita por divisatildeo de trabalho e natildeo por alternacircncia de tarefas (GRUTER

KARCHER RATNIEKS 2011)

Os ninhos que desapareceram ao longo das observaccedilotildees foram devido agraves revoadas

um comportamento comum nas abelhas Nas jataiacutes as revoadas geralmente

ocorrem devido ao calor para refrescar o ninho em caso de altas temperaturas uma

parte da populaccedilatildeo sai do ninho enxameamento para reproduccedilatildeo ou devido agrave

interferecircncia humana quando um ninho eacute retirado de um local para outro

(INFORMACcedilAtildeO PESSOAL ZOCOLOTTI V R) De acordo com este na primeira

semana eacute possiacutevel presenciar alguma revoada que pode ser para identificaccedilatildeo

tanto da flora apiacutecola quanto para localizaccedilatildeo do novo ambiente

No caso dos ninhos F e G ao final de cada revoada observada a entrada do ninho

ficava bastante danificada Foram observadas trecircs revoadas (duas no mesmo dia)

do ninho F todas no mecircs de Maio e duas (em dias diferentes) no ninho G no mecircs

de Junho Apoacutes estas observaccedilotildees os dois ninhos desapareceram

Durante as revoadas vaacuterias abelhas caiam no chatildeo agarradas umas nas outras

Apoacutes queda era possiacutevel observar que as guardas conseguiam prender e retirar

com sua mandiacutebula as pernas e asas do invasor (FIGURA 3-A e B) o que impedia

as invasoras de conseguir atacar novamente Segundo Kerr e colaboradores (2005)

as guardas agarram as pernas dos invasores para que eles caiam no chatildeo e sejam

comidos pelas formigas que ficam proacuteximas aos ninhos

50

FIGURA 3 - Ataque de invasores A T angustula com mandiacutebula presa agrave perna do

Jataiacute invasora BPerna de invasores retirada apoacutes ataque

Fonte Arquivo Labibio

De acordo com Zocolotti VR (INFORMACcedilAtildeO PESSOAL) as cinco espeacutecies de

Meliponini criadas por ele podem apresentar o comportamento de saquear outros

ninhos e isso pode ocorrer por oportunismo ou por falta de alimento Em especial

as Jataiacutes geralmente possuem o costume de atacar as proacuteprias jataiacutes esses

ataques acontecem dentro do mesmo ninho e entre outros proacuteximos Esses ataques

podem ocorrer por atraccedilatildeo de feromocircnio de princesa (rainhas jovens natildeo

fecundadas) por enxame fraco ou ateacute mesmo para absorver o fraco ou seja elas

entram e acabam matando a rainha e mantecircm os trabalhadores por um tempo ateacute

absorver o enxame ou ateacute mesmo o deixam morrer sendo dessa maneira muito

complexas em relaccedilatildeo ao comportamento

Na aacuterea do campus da Ufes houve uma consideraacutevel devastaccedilatildeo na vegetaccedilatildeo

nativa (compreendida de Mata Atlacircntica Manguezal e Restinga) devido agrave

construccedilatildeo de preacutedios que foram erguidos logo no iniacutecio da implantaccedilatildeo da

Universidade Como medida compensatoacuteria foi feito o plantio de espeacutecies arboacutereas

usando em demasia espeacutecies exoacuteticas (CASTRO 2003) Na Ufes eacute possiacutevel ver

poucas aacutereas jardinadas Aleacutem disso sempre que eacute necessaacuterio construir um novo

preacutedio novas aacutereas satildeo eliminadas podendo ou natildeo ser compensada com plantas

nativas

A B

51

Em abelhas sociais o comportamento de saque eacute comum acontecer em sequumlecircncias

natildeo contiacutenuas ou seja ela cessa e recomeccedila por periacuteodos de tempo (SANTANA

etal 2004) Durante as observaccedilotildees foram presenciadas trecircs revoadas ao ninho F

duas no mesmo dia poreacutem em horaacuterios diferentes e duas ao ninho G em dias

diferentes (FIGURAS 4- A B C e D)

FIGURA 4 ndash Revoada do ninho F A Vista da entrada do iniacutecio do estudo B Vista

da entrada em plena atividade em iniacutecio de maio C Entrada apoacutes uma revoada em

maio D Vista da entrada do ninho apoacutes uacuteltima revoada em maio

Fonte Arquivo Labibio

Nas figuras 4a e b mostram o estado em que a entrada do ninho se encontrava na

primeira semana de observaccedilatildeo (vinte e oito de Abril) e na primeira semana do mecircs

seguinte (sete de Maio) esse uacuteltimo a entrada do ninho jaacute se encontrava danificado

No ninho F(FIGURA 4) as revoadas que ocorreram no dia vinte de Maio entre

A B

C D

52

1000 e 1400 horas e no dia vinte e seis de Maio entre 1600 e 1700 horas

corroborando com Santana e colaboradores (2004) sobre o comportamento de

saques intermitentes

No ninho G as revoadas se iniciaram duas semanas apoacutes o desaparecimento do

ninho F nos dias nove e vinte e seis de junho entre 1500 e 1600 horas e dia 16 de

junho no mesmo horaacuterio (FIGURA 5-A B e C)

FIGURA 5 ndash Revoadas no Ninho G A Ninho no iniacutecio de Maio B Registro da

primeira revoada C Ultima revoada perda do ninho

Fonte Arquivo Labibio

As observaccedilotildees evidenciaram a ocorrecircncia de um acuacutemulo de resiacuteduos sobre os

ninhos apoacutes as revoadas (FGURA 5-B) No ninho G tinha uma subpopulaccedilatildeo

A B

C

53

pequena mas bem ativa conforme verificado apoacutes quatro horas de observaccedilatildeo em

nove dias (Graacutefico 1- A e B)

GRAacuteFICO1 A ndash Ritmo de Saiacutedas no Ninho G

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

GRAacuteFICO 1B ndash Ritmo de entradas no ninho G

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

0

20

40

60

80

100

120

140

09h-10h 10h-11h 12h-13h 14h-15h 16h-17h

Nuacutem

ero

de V

isita

s

Horaacuterios

13mai 20mai 26mai

0

20

40

60

80

100

120

140

160

180

200

09h-10h 10h-11h 12h-13h 14h-15h 16h-17h

Nuacutem

ero

de V

isita

s

Horaacuterios

13mai 20mai 26mai

54

No ninho G as abelhas iniciaram suas atividades antes de 09h evidenciado pela

entrada de aproximadamente 180 forrageadoras entre 9 e 10h As saiacutedas neste

mesmo periacuteodo ficaram em torno de 100

Entre 16h-17h houve um grande nuacutemero de entrada o que era esperado todas as

que saiacuteram tecircm que retornar enquanto haacute luminosidade e antes do ninho ser

fechado Conforme esperado por Gruter Karcher Ratnieks (2011) quando comeccedila

a escurecer as Jataiacutes fecham a entrada do tubo para impedir que intrusos ataquem

seu ninho durante a noite e abrem pela manhatilde quando o clima estaacute mais favoraacutevel

para iniciarem suas atividades

Neste ninho entre 12h-13h houve um nuacutemero maior de saiacutedas que de entradas ateacute

agraves 16h Isso possivelmente esteve relacionado agrave uma grande distacircncia entre o ninho

e as fontes de recursos troacuteficos

Outro ninho em que foi possiacutevel observar todos os meses notou-se que apresentou

atividade durante todo o dia (GRAacuteFICO 2-A e B)

GRAacuteFICO 2A ndash Ritmo de saiacutedas do ninho B

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

0

50

100

150

200

250

300

350

400

450

500

07h-08h 08h-09h 09h-10h 11h-12h 12h-13h 13h-14h 14h-15h 15h-16h 16h-17h

Nuacutem

ero

de V

isita

s

Horaacuterios

28abr 13mai 20mai 26mai 09jun 16jun 23jun 01jul 09jul

16jul 23jul 30jul 06ago 13ago 20ago 27ago 05set 10set

55

GRAacuteFICO 2B ndash Ritmo de entradas do nino B

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

O ninho B tinha uma subpopulaccedilatildeo mais numerosa que F e G Durante o inverno

(2307 e 2708) as abelhas iniciavam suas atividades cerca de duas horas mais

tarde em horaacuterio com temperatura mais elevada (indicado pela seta preta) Tal fato

corrobora com as observaccedilotildees de Ulian e colaboradores (2007) que constata que

em periacuteodo mais chuvoso onde as temperaturas satildeo geralmente mais baixas as

Jataiacutes apresentam iniacutecio de atividade agraves 9 horas da manhatilde devido agrave temperatura

nesse horaacuterio comeccedilar a aumentar

Proacuteximo do horaacuterio de 10 horas houve um grande nuacutemero de saiacutedas do ninho

seguido de um grande nuacutemero de entrada o que indica a ocorrecircncia de uma fonte

de recursos proacutexima ao ninho ou a indisponibilidade de recurso para ser coletado

naquela hora Acredita-se que na primeira possibilidade - fonte proacutexima ela era de

resina pelo fato de ter havido um intervalo de saiacuteda ateacute agraves 12h jaacute que esta

demanda mais tempo para ser retirada da corbiacutecula e armazenada por ser

pegajosa No caso da segunda possibilidade natildeo encontraram alimento disponiacutevel

naquele horaacuterio o retorno ao ninho eacute a alternativa mais eficaz para evitar um alto

gasto energeacutetico ateacute que o recurso fique disponiacutevel para coleta

0

100

200

300

400

500

600

07h-08h 08h-09h 09h-10h 10h-11h 11h-12h 12h-13h 13h-14h 14h-15h 15h-16h 16h-17h

Nuacutem

ero

de V

isita

s

Horaacuterios 28abr 13mai 20mai 26mai 09jun 16jun 23jun 09jul16jul 23jul 30jul 20ago 27ago 05set 10set

56

No outono as atividades das Jataiacutes comeccedilaram a diminuir por volta de 15 horas

(indicado pela seta marrom) ateacute cessar totalmente no iniacutecio das 16 horas Pelos

graacuteficos nota-se que o ninho B possui vantagem de uma hora nas atividades em

relaccedilatildeo ao ninho G isso provavelmente ocorreu porque o ninho B obteve mais

sucesso nas coletas distribuiacutedas ao longo do dia

43 RECURSOS FLORAIS

Eacute notoacuteria a relaccedilatildeo que existe entre abelha-flor relaccedilatildeo essa que sucedeu a milhotildees

de anos desde entatildeo as abelhas dependem de substancias utilizadas na

alimentaccedilatildeo e as plantas se beneficiam com a polinizaccedilatildeo (PIRANI LAURINO

1993) Para entender a biologia dos Meliponini eacute importante conhecer sua

alimentaccedilatildeo Para isso eacute necessaacuterio fazer um levantamento das plantas utilizadas

para coleta de poacutelen e neacutectar (SOUZA 1999 apud OLIVEIRA ABSY MIRANDA

2009)

Com base nos dados obtidos sobre as fontes alimentares de T angustula na

literatura (TABELA 2) nota-se a capacidade dessa espeacutecie de visitar uma ampla

diversidade de famiacutelias de plantas Segundo Toledo e colaboradores (2003) durante

cada voo das campeiras em meacutedia 100 flores satildeo visitadas

O levantamento bibliograacutefico indicou que existem duas metodologias bastante

usadas por autores para conhecer a dieta das abelhas Uma delas eacute a investigaccedilatildeo

palinoloacutegica para avaliar as fontes de recursos florais utilizados (poacutelen e neacutectar)

com base no gratildeo de poacutelen depositado no corpo da abelha para identificaccedilatildeo das

espeacutecies vegetais (CARVALHO MARCHINE ROS 1999 FEIDEN 1994 SIMIONI et

al 2007 OLIVEIRA ABSY MIRANDA 2009 MORGADO et al 2011NOVAIS

ABSY SANTOS 2013) A outra se daacute por meio de observaccedilotildees das campeiras nas

flores (AGOSTINI SAZIMA 2003 TOLEDO et al 2003OLIVEIRA ABSY

MIRANDA 2009 BRAGA et al 2012) A partir desses meacutetodos eacute possiacutevel saber

quais satildeo as plantas que produzem seus alimentos preferenciais e quais as fontes

alternativas (OLIVEIRA ABSY MIRANDA 2009)

57

TABELA 2 ndash Relaccedilatildeo das espeacutecies de plantas visitadas porT Angustula Continua

Famiacutelia Espeacutecie Polinizada Visitada Recurso

Poacutelen Neacutectar

Acanthaceae Thunbergia grandiflora X Odontonema strictum X X

Justicia brandegeana X

Ruellia silvaecola X Agavaceae Agave americana X X X

Agave sisalana X X X

Agave attenuata X X X

Dracena fragana X X X Aizoaceae Mesembryantemum spectabilis X Lamprantus productus X Amaranthaceae Gomphrena globosa X Amarylidaceae Clivia miniata X X X Anacardiaceae Schinus terebinthifolius X X

Lithraea molleoides X X

Toxicodendron verniciferum X X

Mangifera indica X X X

Tapirira guianensis X Apiaceae Hydrocotyle leucocephala X Apocynaceae Trevetia peruviana X Araliaceae Tetrapanax papyrifera X X X Asclepiadaceae Asclepias curassavica X X Asteraceae Parthenium hysterophorus X Aspillia latissima X Aspillia sp X Balsaminaceae Impatiens balsamina X X X

Impatiens sultanii X Bignoniaceae Spathodea campanulata X X Tabebulaim petiginosa X X X

Tabebula chrysotricha X X X Bixaceae Bixa orellana X X Bombacaceae Ceiba arianthos X X

Pseudo bombax sp X X

Pseudobombax tomentoso X X

Eriotheca canolleana X X

Bombax ceiba X X Boraginaceae Cordia superba X X

Cordia glabrata X X Brassicaceae Brassica sp X Cactaceae Opuntia ficusindica X X Caesalpiniaceae Schizolobium parahyba X X Capparaceae Cleome spinosa X Caprifoliaceae Lonicera japonica X X

58

TABELA 2 ndash Relaccedilatildeo das espeacutecies de plantas visitadas por T angustula Continua

Famiacutelia Espeacutecie Polinizada Visitada Recurso

Poacutelen Neacutectar

Sambucus australis X X Caryophylaceae Silene armeria X Cecropiaceae Cecropia hololeuca X Cochlospermaceae Cochlospermum vitifolium X X Compositae Vernonia polyanthes X X

Bidens pilosa X X Cosmos auphureus X X X

Centratherium violaceum X X X

Dahlia sp X Eclipta alba X Asterla evis X Tithonia rotundifolia X X X

Tithonia speciosa X X X

Tithonia diversifolia X Baccharis sp X Wedelia paludosa X Eupatorium sp X Mikania glomerata X X

Montano apyramidata X X Montano abipinnatifiada X Senecio brasiliensis X X X

Emilia sonchifolia X X Ambrosia sp X X Creopsis grandiflora X Galinsoga parviflora X Crassulaceae Kalanchoe tubiflora X X Cyperaceae Cyperus sp X Elaeocarpaceae Muntingia calabura X Ericaceae Rhododendron simsii X X X

Rhododendron indicum X X X Euphorbiaceae Alchornea sidaefolia X X X

Euphorbia milii X X X

Euphorbia pulcherrima X X X

Ricinus communis X X X

Croton sp X Fabaceae Desmodium sp X Tipuana tipu X Vigna peduncularis X X Guttiferae Kielmeyera coriacea X X Iridaceae Dietes vegeta X Labiatae Salvia splendens X Origanum vugare X

59

TABELA 2 ndash Relaccedilatildeo das espeacutecies de plantas visitadas por T angustula Continua

Famiacutelia Espeacutecie Polinizada Visitada Recurso

Poacutelen Neacutectar

Ocimum sellowii X Iboza riparia X X X

Coleus blumei X X X Leguminosae Andira anthelmintica X X

Mimosa daleoides X X X

Myroxylon balsamum X X X

Piptadenia gonoacantha X X X

Stylos anthesscabra X Caesalpinia bonducella X X X

Caesalpinia pelthophoroides X X X

Crotalaria lanceolata X Calliandra twedii X Sophora tomentosa X X Mimosa pudica X Erythrina speciosa X X X

Cassia grandis X Schizolobium parahyba X X Senna multijuga X Senna bicapsularis X X Delonix regia X Clitoria fairchildiana X Centrolobium tomentoso X Liliaceae Aloe sp X X Bulbine frutescens X Loranthaceae Struthanthus andrastylus X X Lythraceae Lagerstroemia indica X X Magnoliaceae Talauma ovata X X Malpighiaceae Malphiguia glabra X Tetrapterys X Byrsonima intermedia X X X Malvaceae Hibiscus rosa-sinensis X X X

Malvaviscus arboreus X X Sida rhombifolia X Melastomataceae Tibouchina granulosa X X

Clidemeia sp X X

Tibouchina sp X X X

Tibouchina holosericea X X Meliaceae Trichilia sp X Mimosaceae Leucaena leucocephala X Anadenanthera collubrina X Moraceae Cecropia pachystachya X X X

Morus nigra X X

60

TABELA 2 ndash Relaccedilatildeo das espeacutecies de plantas visitadas por T angustula Continua

Famiacutelia Espeacutecie Polinizada Visitada Recurso

Poacutelen Neacutectar Myrsinaceae Ardisia crenata X X Myrtaceae Eucalyptus robusta X X X

Eugenia jambos X X X

Eugenia pitanga X Eucalyptus terecornis X Plinia glomerata X Nyctaginaceae Bougainvile aspectabilis X X X Oleaceae Jasminum azoricum X Palmae Acrocomia aculeata X X

Archontophoenix cunninghamiana X

Syagrus romanzoffiana X Copernicia alba X X Sheelea phalerata X Passifloraceae Passiflora jilekii X Piperaceae Piper mollicomum X Poaceae Paspalum sp X Polemoniaceae Cobae scandens X Polygonaceae Polygonum capitatum X X X Pontederiaceae Pontederia lanceolata X X Proteaceae Grevill a bansksii X X X Rosaceae Prunus persica X X X

Pyracantha coccinea X X Rubiaceae Pentas lanceolata X X

Citrus airantum X X Rutaceae Citrus limon X X X Scrophulariaceae Paulownia imperialis X X Solanaceae Nicotiana tabacum X X Sterculiaceae Dombeya burgessiae X Dombeya wallichii X Sterculia chicha X X Tiliaceae Heliocarpus americanus X X X Tropaeolaceae Tropaeolum majus X X X Ulmaceae Tipo celtis X Trema micrantha X X Umbelliferae Foeniculum vulgare X X X Verbenaceae Duranta repens X

Vitex agnus-castus X

Velloziaceae Vellozia candia X X X Zingiberaceae Hedychium coronarium X Fonte Pirani Laurino 1993 Carvalho Marchine Ros 1999 Agostini Sazima 2003 Toledo et al 2003 Cartopassi-Laurino 2005 Braga e Colaboradores 2012 Novais Absy Santos 2013

61

Foram encontradas 71 famiacutelias e um total de 166 espeacutecies Dessas 30 espeacutecies satildeo

polinizadas e 136 satildeo visitadas Poacutelen e neacutectar satildeo os recursos mais coletados

com coleta de poacutelen em 78 espeacutecies e de neacutectar em 69 De acordo coma Lista de

Espeacutecies da Flora do Brasil (2010) 20 das espeacutecies que satildeo polinizadas (TABELA

2) satildeo nativas o restante satildeo espeacutecies exoacuteticas ou seja natildeo pertencem agrave flora

brasileira

As famiacutelias que apresentaram maior porcentagem de visitas por T angustula foram

Compositae e Leguminosae (TABELA 2) com 13 e 12 de espeacutecies

respectivamente (GRAacuteFICO 3) sendo as famiacutelias mais importantes para a dieta da

jataiacute (AGOSTINE SAZIMA 2003 SIIONI et al 2007) Esse resultado eacute similar ao

trabalho de Simioni e colaboradores (2007) seus resultados mostram que uma das

famiacutelias analisadas Leguminosae tambeacutem apresentaram um maior destaque na

quantidade de visitas realizadas por T angustula esse fato pode ser explicado pelo

fato de que Leguminosae representa a mais importante fonte de poacutelen para essa

espeacutecie

As famiacutelias Compositae e Leguminosae satildeo as mais bem representadas pelo fato

de apresentarem espeacutecies que fornecem alimento em maior qualidade e quantidade

por vaacuterios periacuteodos do ano Com destaque para a famiacutelia Leguminosae que fornece

recursos alimentares para as abelhas nos periacuteodos de estiagem (PIRANI LAURINO

1993 AGOSTINE SAZIMA 2003)

O graacutefico abaixo ilustra o comportamento generalista deT angustula Onde 41 das

visitadas realizadas pela espeacutecie se distribuem por 55 famiacutelias vegetais Esse

comportamento concorda com trabalho de Anacleto (2007) onde dentre as cinco

espeacutecies estudadas por ele a que apresentou o haacutebito mais generalista em relaccedilatildeo

ao nuacutemero de plantas visitadas foi T angustula

62

GRAacuteFICO 3 ndash Contribuiccedilatildeo das famiacutelias de plantas para a dieta de T angustula

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria com base nos dados da Tabela 1

As abelhas generalistas visitam flores pequenas e abertas e satildeo menos

relacionadas agraves flores especializadas (RUTHCKE JULES 1993 ROUBIK 1992

apud AGOSTINI SAZIMA 2003) e tecircm preferecircncia de flores arboacutereas com

inflorescecircncia densas

Um exemplo de flores que natildeo satildeo especializadas e que satildeo importantes para a

dieta de T angustula eacute da famiacutelia Asteraceae as espeacutecies Mangifera indica e

Schinus terebinthifolius apresentam grande densidade de flores e permite faacutecil

acesso para as abelhas deste modo tornam-se importantes fornecedores de fontes

de poacutelen (BRAGA et al 2012)

De acordo com o levantamento das plantas utilizadas pelas abelhas jataiacute realizado

por diferentes autores as famiacutelias que se mostraram bem representadas foram

Malvaceae Caesalpiniaceae Melastomataceae Myrtaceae Euphorbiaceae e

Anacardiaceae sendo consideradas portanto essenciais para a dieta da jataiacute

2 2 3 2

2 3

13

3 2

3

12 2 2 2 3

3

41

Acanthaceae Agavaceae Anacardiaceae Asteraceae Bignoniaceae

Bombacaceae Compositae Euphorbiaceae Fabaceae Labiatae

Leguminosae Malpighiaceae Malvaceae Melastomataceae Myrtaceae

Palmae Outros

63

Em geral essas famiacutelias podem ser caracterizadas pela floraccedilatildeo do tipo contiacutenuo ou

seja uma floraccedilatildeo que natildeo cessa ou que ocorre na maior parte do ano o que

permite as abelhas ter acesso aos recursos em todas as estaccedilotildees do ano

(CARVALHO MARCHINI ROS 1999 AGOSTINI SAZIMA 2003 TOLEDO et al

2003 MORGADO et al 2011)

64

65

5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS Sendo este a primeira pesquisa com abelhas em compus no Espiacuterito Santo Foi

observado que a distribuiccedilatildeo dos ninhos encontrados apresentou-se uniforme

Todos os ninhos estavam instalados em paredes e pisos de concreto o que indica

seu potencial de adaptabilidade agraves condiccedilotildees antroacutepicas

A diversidade de cores de poacutelen trazida pelas forrageiras no iniacutecio da manhatilde indica

uma ampla disponibilidade de alimento que a flores oferecem nesse periacuteodo do dia

bem como a eficiecircncia das forrageiras em selecionar essas flores

De acordo com as observaccedilotildees que foram realizadas no estudo as abelhas T

angustula podem ter suas atividades influenciadas pelo clima Uma vez que foi

observado que no periacuteodo de inverno em que as temperaturas satildeo mais baixas

elas comeccedilavam a realizar suas funccedilotildees nos horaacuterios com as temperaturas mais

altas

A divisatildeo de trabalho entre forrageadoras operaacuterias de limpeza e de defesa

observado nessa espeacutecie indica o comportamento altamente social dos Meliponini

O mecanismo de defesa observado em T angustula entre guardas pairando e em

peacute pode indicar uma caracteriacutestica de complementaridade na defesa do ninho uma

vez que durante as observaccedilotildees os dois tipos de guardas sempre se fizeram

presentes O que mostra que mesmo com o atrofiamento do ferratildeo os indiviacuteduos

desenvolveram estrateacutegias para a defesa contra invasores

Foi comum observar a presenccedila de revoadas nos ninhos entre as Jataiacutes Este

comportamento em geral eacute comum para o desenvolvimento (sobrevivecircncia) da

colocircnia No caso dos ninhos observados apoacutes as revoadas eles foram

desaparecendo Este fato pode indicar um baixo iacutendice de recursos troacuteficos para

essas abelhas dentro do campus pois ao inveacutes dos ninhos se manterem ou

aumentarem em quantidade ao longo das observaccedilotildees eles desapareceram

O levantamento das flores visitadas por T angustula indicou um comportamento

generalista desta espeacutecie em visitar uma grande variedade de plantas o que mostra

sua importacircncia para garantir a variabilidade dessas plantas

66

Esse levantamento tambeacutem indicou que a polinizaccedilatildeo realizada por elas foi

predominante em plantas exoacuteticas O que pode refletir a deficiecircncia na quantidade

de plantas nativas melitoacutefilas na aacuterea de estudo

67

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2 REFERENCIAL TEOacuteRICO 21 CONTEXTO SISTEMAacuteTICO DAS ABELHAS

Os invertebrados da classe Insecta pertencem ao filo dos artropodos ou seja dos

animais que apresentam apecircndices locomotores articulados (BRUSCA BRUSCA

2007) Esse filo possui milhares de espeacutecies descritas que estatildeo espalhadas em

diversas classes ldquoA classe dos insetos compreende aqueles que possuem o corpo

dividido em trecircs regiotildees como cabeccedila toacuterax e abdocircmen um par de antenas

geralmente dois pares de asas e trecircs pares de pernas toraxicasrdquo (LIMA 1938)

O sucesso evolutivo dos insetos se deve a algumas caracteriacutesticas que favoreceram

sua adaptaccedilatildeo como a presenccedila das asas que permitiu o seu acesso ao alimento e

a escapar de predadores e o dobramento que permitiu o acesso a habitats muito

pequenos a presenccedila de epicuticula ceacuterea a qual reduziu a dessecaccedilatildeo um ovo

com casca resistente que tolerou ser exposto a condiccedilotildees ambientais extremas e o

seu desenvolvimento que compreende uma larva (RUPPERT BARNES 1996)

Os insetos satildeo um dos principais predadores de invertebrados e essenciais para

alimentaccedilatildeo de muitos animais terrestres por serem inuacutemeros compotildeem grande

parte das cadeias alimentares terrestres Em geral possuem extrema importacircncia

para o ambiente por serem papel chave na polinizaccedilatildeo de grande maioria das

plantas ( RUPPET BARNES 1996 BRUSCA BRUSCA 2007)

Os insetos satildeo classificados em diversas ordens destacando os Hymenoptera cuja

ordem eacute um dos quatro grupos com maior diversidade ao lado de Diptera

Coleoptera e Lepdoptera Cada uma destas ordens possui uma estimativa de

aproximadamente cem mil espeacutecies descritas em todo o mundo com exceccedilatildeo do

Coleoptera que pode chegar a trezentos mil (GOULET HUBER 1993 MACEDO

[20--])

Os Hymenoptera se destacam por possuiacuterem vaacuterias espeacutecies que apresentam

diversidade no haacutebito de vida como predaccedilatildeo parasitismo comportamento soacutelitaacuterio

e formaccedilatildeo de sociedades complexas Dentre as importantiacutessimas funccedilotildees que

desempenham ao ambiente estaacute agrave polinizaccedilatildeo das plantas cultivadas exercidas

pelas abelhas e vespas o controle bioloacutegico por parte dos himenoacutepteros

20

parasitoacuteides de pragas agriacutecolas e tambeacutem ciclagem de nutrientes e dispersatildeo de

sementes exercidas pelas formigas (ALDREY CAZALLA 1999 MACEDO [20--])

A ordem Hymenoptera eacute dividida nas subordens Symphyta e Apocrita essa ultima eacute

dividida nos grupos Parasitica e Aculeata (ALDREY CAZALLA 1999) Symphyta eacute

um grupo pequeno que apresenta o haacutebito mais primitivo principalmente os haacutebitos

de se alimentar nas plantas esse grupo possui caracteriacutesticas que se perdem do

resto dos Hymenoptera Symphyta satildeo animais de cintura grossa eles apresentam

asas inteiramente desenvolvidas pouco ou quase nenhum dimorfismo sexual e

possui unido o primeiro e segundo seguimento abdominal O ovipositor da maioria

das espeacutecies desse grupo eacute comprido lateralmente e modificado com dentes

marginais para que funcione como uma serra para perfurar o tecido das plantas

Suas larvas satildeo na maioria das vezes na forma de lagarta com presenccedila de pernas

falsas no abdocircmen e cabeccedila desenvolvida (GOULET HUBER 1993 BRUSCA

BRUSCA 2007)

Jaacute a subordem Apocrita considerada como grupo monofileacutetico eacute caracterizada pela

junccedilatildeo estreita entre o primeiro segmento do abdocircmen (metassoma) com o toacuterax

(mesossoma) o que permitiu maior flexibilidade para o metassoma controlar o

ovipositor (GOULET HUBER 1993 MACEDO [20--]) No grupo Apocrita existe a

presenccedila de grupos sociais que compreendem castas caracterizadas com machos

haploacuteides rainha e fecircmeas partenogeneacuteticas e outros indiviacuteduos como soldados e

operaacuterias (BRUSCA BRUSCA 2007)

Os membros de Apocrita satildeo basicamente carniacutevoros alimentando-se de outros

insetos No entanto vaacuterios grupos tecircm abandonado a vida de carniacutevoros e

desenvolvido para uma dieta vegetal O grupo das abelhas alimenta-se de poacutelen e

neacutectar enquanto o grupo de vespas fazem as galhas familiares sobre umas aacutervores

ou dentro de folhas frutos e caules das quais as larvas se alimentam e algumas

espeacutecies do grupo das formigas se alimentam apenas de vegetais ou satildeo oniacutevoros

(GOULET HUBER 1993)

O grupo Parasitica eacute uma divisatildeo da subordem Apocrita neste grupo inclui-se

alguns grupos fitoacutefagos e uma grande parte de parasitoacuteides (AUDREY CAZALLA

1999) Os parasitoacuteides satildeo insetos que depositam seus ovos em ovos larvas ninfa

ou pupa de hospedeiros geralmente levam agrave morte e tecircm a fase adulta com vida

livre (GOULET HUBER 1993 MACEDO [20--]) De acordo com os estudos de

21

Audrey e Cazalla (1999) o uso da divisatildeo cladiacutestica desse grupo tende a ser

eliminado porque constitui um agrupamento artificial das superfamiacutelias de

Hymenoptera As superfamiacutelias que se incluem satildeo Trigonalyoidea Megalyroidea

Evanioidea Stephanoidea Ichneumonoidea Chalcidoidea Proctotrupoidea

Ceraphronoideae Cynipoidea (AUDREY CAZALLA 1999) Destacamos a

superfamiacutelia Chalcidoidea essa envolve muitos Hymenopteros que satildeo de grande

importacircncia para a ecologia como tambeacutem para economia e a superfamiacutelia

Ichneumonoidea que de acordo com os dados de Rasnitsyn (1988) (apud AUDREY

CAZALLA 1999) satildeo o grupo irmatildeo dos Aculeata

Jaacute o grupo dos Aculeata satildeo os mais diversos em Hymenoptera eles apresentam

uma origem evolutiva comum que eacute representada pelo ferratildeo caracteriacutestica que

apareceu apenas uma vez durante a evoluccedilatildeo do grupo (AUDREY CAZALLA1999)

Neste grupo satildeo conhecidas sete superfamiacutelias como Chrysidoidea Formicoidea

Tiphoidea Pompiloidea Apoidea Vespoidea e Sphecoidea As principais diferenccedilas

entre as classificaccedilotildees recentes estatildeo relacionada com a grande diversidade de

vespas esfecoacuteides e os Apidae Esses estatildeo dentro da superfamiacutelia dos Apoidea por

apresentarem caracteriacutesticas semelhantes A superfamiacutelia Chrysidoidea eacute

considerada grupo irmatildeo dos Apoidea e Vespoidea Dentre as superfamiacutelias a dos

Apoidea eacute que apresenta a maior diversidade de aculeados (AUDREY CAZALLA

1999)

O evento evolutivo que deu origem aos primeiros aculeados foi agrave aquisiccedilatildeo de um

ferratildeo venenoso a partir do ovipositor dos icneumoniacutedeos ou seja os Apocrita

possuiacuteam uma glacircndula que era associada ao ovipositor Essa glacircndula produzia

secreccedilotildees que eram mais suscetiacuteveis ao substrato para o desenvolvimento das

larvas poreacutem durante a evoluccedilatildeo essa glacircndula comeccedilou a produzir veneno para

paralisar seus hospedeiros e utilizaacute-los como alimento para as larvas Desde entatildeo

o ovipositor dos aculeados acabou sendo usado tambeacutem para inoculaccedilatildeo de

veneno como uma arma defensiva para se protegerem de alguns vertebrados

(AUDREY CAZALLA 1999)

Esse evento foi muito importante e resultou em alguns modos de vida que puderam

estabelecer estrateacutegias evolutivas bem sucedidas como por exemplo o

desenvolvimento dos meacutetodos de transporte das presas em ninhos diferentes A

construccedilatildeo de ninhos foi uma estrateacutegia evolutiva importante visto que as espeacutecies

22

armazenavam alimento em grande quantidade antes de comeccedilar o desenvolvimento

de suas larvas (AUDREY CAZALLA 1999)

O desenvolvimento das sociedades eacute caracterizado pela presenccedila de divisatildeo de

castas Ela se baseia no mecanismo haplo-diploacuteide da determinaccedilatildeo do sexo em

que as fecircmeas satildeo diploacuteides feacuterteis os machos haploacuteides e cooperam apenas na

fecundaccedilatildeo da rainha e as operarias esteacutereis Essa sociedade ocorre em todas as

formigas e em algumas abelhas e vespas (AUDREY CAZALLA 1999 PRATO [20--

])Para que a espeacutecie seja eussocial eacute necessaacuterio que dentro do ninho tenha divisatildeo

de trabalho colaboraccedilatildeo para cuidar da prole e ter mais de uma geraccedilatildeo em um

mesmo ninho (AUDREY CAZALLA 1999)

O grupo das abelhas estaacute reunido na Superfamiacutelia Apoidea De acordo com a

proposta da aacutervore filogeneacutetica dos principais clados das abelhas descrita por

Michener (1944 apud SILVEIRA MELO ALMEIDA 2002) seis famiacutelias foram

reconhecidas satildeo elas Colletidae Apidae Adrenidae Halictidae Megachilidae e

Milittidae Essa classificaccedilatildeo representou um importante avanccedilo nas relaccedilotildees

filogeneacuteticas desse grupo (SILVEIRA MELO ALMEIDA 2002) Nos estudos de

Melo e Gonccedilalves (2005) eacute abordada uma classificaccedilatildeo mais atual para as abelhas

Essa classificaccedilatildeo eacute revisada por Michener (2000 apud MELO GONCcedilALVES

2005) em que ele defende uma mudanccedila na qual as abelhas estatildeo incluiacutedas apenas

em uma famiacutelia a Apidae e as famiacutelias da classificaccedilatildeo tradicional como subfamiacutelias

Nessa revisatildeo da classificaccedilatildeo das abelhas satildeo reconhecidas sete subfamiacutelias 51

tribos e 27 subtribos (MELO GONCcedilALVES 2005) De acordo com esta a

subfamilia Meliponinae passa a ser a tribo Meliponini com duas subtribos Trigonina

e MeliponinaPara este trabalho foi utilizada esta nova classificaccedilatildeo das abelhas

revisada por Michener (2000)

Na superfamiacutelia Apoidea grande parte das abelhas satildeo solitaacuterias (85) entre elas

estatildeo algumas espeacutecies da subfamiacutelia Megachilidae Anthophoridae e Apidae No

haacutebito de vida solitaacuterio cada fecircmea cuida sozinha do seu ninho ou seja o constroacutei

coloca os ovos busca alimento suficiente para o crescimento da larva e

normalmente morre antes da sua progecircnie amadurecer natildeo tendo dessa maneira

contato entre as geraccedilotildees (SANTOS 2002 MICHENER 1969 PERUQUEETI [19--

]) Jaacute a grande parte das abelhas que apresentam os haacutebitos mais sociais satildeo os

Apinae (Bombineos (Bombini) Apineos(Apini) e Meliponineos (Meliponini) elas vivem

23

em grandes colocircnias com apenas uma rainha e vaacuterias operaacuterias e divisatildeo de

trabalho (MICHENER 1969)

Haacute dois grandes grupos de abelhas altamente sociais ambos na subfamiacutelia Apinae

os Apineos (todos do gecircnero Apis) e os Meliponineos (Meliponini) (abelhas sem

ferratildeo) Esse comportamento pode ter evoluiacutedo duas vezes a partir de semelhanccedilas

no comportamento social entre Apis e Meliponineos (Meliponini) que surgiram

independentemente (WINSTON MICHENER 1977) Em ambos os grupos satildeo

produzidos enxames poreacutem com mecanismos bem diferentes Nos Meliponineos

(Meliponini) as operaacuterias da colocircnia voam para encontrar novos siacutetios para nidificar

preparam o ninho com mateacuterias do ninho antigo e somente quando o novo ninho

estaacute pronto a rainha jovem se junta a estas operaacuterias e deixa a rainha velha no

antigo ninho Jaacute em Apis a rainha velha sai com suas operaacuterias e deixa a jovem no

ninho antigo (WINSTON MICHENER 1977)

Em relaccedilatildeo agrave alimentaccedilatildeo das larvas em Apis satildeo operaacuterias que fazem esse

trabalho Jaacute em meliponineos (meliponini) as operaacuterias fecham as ceacutelulas de cria

com ovos e colocam alimento suficiente para a larva completar seu desenvolvimento

(WINSTON MICHENER 1977)

As abelhas dependem totalmente das plantas para se alimentarem o seu

aparecimento pode estar relacionado com o surgimento das angiospermas

(PERUQUETTI [19--] PIRANI LAURINO 1993) As angiospermas mais primitivas

surgiram com flores bem rasas com o passar do tempo foram se especializando em

plantas estreitas tubulares e profundas Para ter maior sucesso na coleta do neacutectar

as abelhas adaptaram suas peccedilas bucais com liacutengua curta e liacutengua longa assim

passaram a ser chamadas de abelhas lambedoras e sugadoras respectivamente

(PERUQUETTI [19--] PIRANI LAURINO 1993) Para a coleta dos gratildeos de poacutelen

as primeiras abelhas portavam muitos pelos em volta do corpo condiccedilatildeo que foi

modificada ao longo do tempo (PIRANI LAURINO 1993)

22 AS ABELHAS MELIPONINI

Para estudos a respeito dos meliponineos (meliponini) Nogueira-Neto (1997)

publicou um livro que relata seus conhecimentos sobre essas abelhas indiacutegenas

24

sem ferratildeo O livro faz uma abordagem a respeito da vida dos meliponiacuteneos

(Meliponini pertencente agrave Apidae) mostrando os principais aspectos de suas

caracteriacutesticas bem como meacutetodos para sua criaccedilatildeo e cuidados que um

meliponicultor deve ter Os primeiros capiacutetulos fazem uma apresentaccedilatildeo que

caracteriza os meliponiacuteneos Haacute a apresentaccedilatildeo da classificaccedilatildeo dessas abelhas a

descriccedilatildeo de sua fonte de alimento de sua distribuiccedilatildeo geograacutefica de seu

relacionamento com outras abelhas e de sua possiacutevel aclimataccedilatildeo O autor faz

consideraccedilotildees sobre a arquitetura e o material usado para a construccedilatildeo de seus

ninhos e daacute destaque principal ao material que elas mesmas produzem a cera Nos

capiacutetulos subsequumlentes satildeo feitas consideraccedilotildees sobre a geneacutetica e o

comportamento das abelhas o tratamento e as teacutecnicas necessaacuterias para sua

criaccedilatildeo Aleacutem disso haacute tambeacutem discussotildees sobre a conservaccedilatildeo do mel a higiene

ou a sua falta em algumas espeacutecies e a existecircncia de meacuteis perigosos Neste livro o

autor teve o intuito de contribuir com seus estudos para que outros cientistas e

meliponicultores pudessem conhecer a vida dos meliponiacuteneos e fazer possiacuteveis

identificaccedilotildees de muitas outras espeacutecies

23 IMPACTOS DA URBANIZACcedilAtildeO NAS ABELHAS

Vaacuterios estudos relatam que eacute comum encontrar abelhas em aacutereas urbanizadas

(antropizadas) As espeacutecies encontradas de modo geral apresentam boa

adaptaccedilatildeo a esses ambientes Alguns estudos com relaccedilatildeo a essas abelhas

urbanas tratam de impactos que esses ambientes podem causar a elas

Laroca Sebastiatildeo e Cure (1982) realizaram um trabalho de abordagem a respeito

do impacto da urbanizaccedilatildeo sobre a abundacircncia relativa fenologia e flores

preferenciais das abelhas que se encontram em aacutereas urbanas Com coletas feitas

durante um ano no parque Passeio Puacuteblico localizado no centro da cidade de

Curitiba e na regiatildeo de Boa Vista tambeacutem em Curitiba eles constataram que

comparada as duas aacutereas de estudos o Passeio Puacuteblico apresentou um nuacutemero

menor de espeacutecies e em fenologia e flores preferenciais constataram que a

composiccedilatildeo das flores estaacute muito alterada devido agrave introduccedilatildeo de espeacutecies

cultivadas Portanto concluiacuteram que o processo de urbanizaccedilatildeo produz grandes

25

mudanccedilas na composiccedilatildeo floriacutestica nos locais de nidificaccedilatildeo e que apresentam ter

influecircncias significativas nas caracteriacutesticas associadas agraves abelhas

Taura e Laroca (1991) realizaram uma pesquisa com o propoacutesito de analisar a

distribuiccedilatildeo e a abundacircncia de ninhos de abelhas sociais em locais que apresentam

constantes processos de urbanizaccedilatildeo Com levantamentos realizados na regiatildeo de

Passeio Puacuteblico (Curitiba) eles encontraram 32 ninhos de Apidae com

predominacircncia da subfamiacutelia dos Meliponiacuteneos Assim sendo concluiacuteram que os

meliponiacuteneos eram favorecidos pelas atividades humanas para nidificaccedilatildeo uma vez

que foram encontrados em paredotildees de concretos edificaccedilotildees entre outros locais

Entretanto tambeacutem concluiacuteram que essas abelhas satildeo ameaccediladas devido agrave

instabilidade do ambiente que apresenta muitas mudanccedilas por causa da

urbanizaccedilatildeo

Pirani e Laurino (1993) publicaram um livro sobre flores e abelhas em Satildeo Paulo

onde os autores tinham o interesse de estudar as relaccedilotildees entre as abelhas e o

ambiente conhecer as plantas visitadas por elas e suas preferecircncias florais em

aacutereas onde haacute interferecircncia humana Todo estudo foi realizado dentro do Campus

Universitaacuterio de Satildeo Paulo Para desenvolver esse trabalho eles coletaram

informaccedilotildees sobre as plantas apiacutecolas dos jardins do ldquocampusrdquo sobre a atraccedilatildeo que

as espeacutecies de abelhas sociais tecircm por estas plantas e sobre as variaccedilotildees abioacuteticas

existentes As coletas nas flores de amostras de mel e poacutelen das colocircnias e

observaccedilotildees dos ninhos das abelhas foram perioacutedicas Eles obtiveram 133 espeacutecies

de flores visitadas separadas em sete famiacutelias Neste livro Pirani e Laurino fazem

discussotildees a respeito dos resultados dos seus dados associando com trabalhos de

outros autores e concluem que trabalhos como esse apresenta grande importacircncia

pois mostra o valor de determinadas espeacutecies vegetais para as abelhas e que ainda

haacute muito estudo para se fazer com relaccedilatildeo agrave abelha-flor

Devido aos danos que as abelhas vecircm sofrendo com a perda de habitat Oliveira

Morato e Garcia (1995) fizeram um estudo para conhecer as espeacutecies de

meliponineos existentes em aacutereas desmatadas fragmentos de mata isolados e mata

continua nesta uacuteltima foi tambeacutem realizado estudo para saber informaccedilotildees sobre a

densidade dos ninhos As aacutereas fragmentadas foram divididas em hectares e as

coletas das abelhas foram feitas em ninhos nidificados em aacutervores vivas e mortas

Todo o trabalho foi realizado na regiatildeo de Manaus Amazocircnia que vem sofrendo

26

antropizaccedilatildeo Foram coletadas um total de 54 espeacutecies de meliponineos sendo que

na mata contiacutenua foram 37 espeacutecies nos fragmentos isolados (de 1 e 10 hectar) e

na aacuterea desmatada foram coletada entre 21 e 25 espeacutecies e no fragmento de mata

continua(100 hectar) apenas 9 foram coletada Os autores concluiacuteram que mesmo a

regiatildeo ter apresentado grande riqueza de espeacutecies as aacutereas fragmentadas das

matas estatildeo diminuindo o tamanho das comunidades de meliponineos o que pode

deste modo comprometer a reproduccedilatildeo de diversas plantas melitoacutefilasna regiatildeo

Kearns Inouye e Wase (1998) publicaram um trabalho sobre a interaccedilatildeo de planta-

polinizador e suas interaccedilotildees Neste trabalho os autores descrevem a respeito da

natureza ecoloacutegica e evolutiva dessas interaccedilotildees e das evidentes ameaccedilas que

estatildeo sofrendo por meio das atividades humanas como tambeacutem discute sobre

soluccedilotildees de gestatildeo de melhoria para locais onde haacute crise na polinizaccedilatildeo Com

respeito a essas crises os autores debatem durante todo o trabalho que esse

problema jaacute eacute generalizado por ser associada agraves atividades humanas e que ele eacute

causado principalmente pelo uso de pesticidas e herbicidas mudanccedila no uso dos

solos pastagens agricultura fragmentaccedilatildeo do habitat desses polinizadores e pela

introduccedilatildeo de espeacutecies natildeo nativas nos ambientes O trabalho conclui que todos

esses problemas podem ter futuramente um aumento devido agraves grandes alteraccedilotildees

de habitat causado por uma populaccedilatildeo que estaacute sempre em crescimento e

sugeriram que os proacuteprios cidadatildeos e ecologistas natildeo devem medir esforccedilos para

reverter esse quadro

Proniacute (2000) realizou uma pesquisa para conhecer a biodiversidade de abelhas

indiacutegenas sem ferratildeo com o intuito de apresentar manejos de conservaccedilatildeo para os

ecossistemas Com levantamentos preliminares de ninhos de abelhas nas regiotildees

(urbana e rural) de Londrinas (Paranaacute) e municiacutepios proacuteximos agrave Bacia do Rio Tibagi

(Paranaacute) ele constatou que a aacuterea estudada apresenta uma distribuiccedilatildeo

diversificada tanto nos ecossistemas urbanos como nos agroecossistemas Em

relaccedilatildeo agrave diversidade das abelhas indiacutegenas sem ferratildeo ele observou que 12 das 19

espeacutecies encontradas ocorrem nos agroecossistemas e que praticamente natildeo

nidificam em aacutereas urbanas Portanto ele concluiu que a biodiversidade dessas

abelhas na Bacia do Rio Tibagi estaacute seriamente ameaccedilada principalmente devido agrave

diminuiccedilatildeo de aacutereas florestadas Segundo o autor para que haja melhoria do quadro

27

eacute preciso da responsabilidade de meliponicultores pesquisadores entre outros para

que sejam proporcionadas condiccedilotildees boas para essas abelhas

Devido agraves grandes mudanccedilas do ambiente provocadas pela urbanizaccedilatildeo Souza e

colaboradores (2002) fizeram um estudo durante um ano (Marccedilo de 2000 a Julho de

2001) com o intuito de verificar a diversidade e habitat de Meliponini em uma aacuterea

urbana e identificar a relaccedilatildeo das espeacutecies com o processo de urbanizaccedilatildeo Foi

realizada inspeccedilatildeo mensal a procura de ninhos de meliponini dentro do Campus da

Universidade Federal de Juiz de Fora Minas Gerais Com os ninhos encontrados foi

feito a identificaccedilatildeo do substrato em que foi nidificado Essas informaccedilotildees foram

relacionadas com os dados de temperatura umidade e precipitaccedilatildeo do municiacutepio

Durante o estudo foi encontrado uma meacutedia de 3488 ninhos e quatro espeacutecies

foram identificadas sendo elas Tetragonisca angustula Nannotrigona testaceicornis

Trigona spinipes e Partamona sp As espeacutecies encontradas apresentaram

preferecircncia em substratos de construccedilotildees (cavidades preacute-existentes) Em relaccedilatildeo agrave

temperatura umidade e precipitaccedilatildeo os autores observaram uma correlaccedilatildeo

positiva entre a temperatura e a abundancia dos ninhos das abelhas sem ferratildeo por

outro lado natildeo foi encontrado para umidade relativa do ar e precipitaccedilatildeo Deste

modo concluiacuteram que mesmo em ambiente urbano essas espeacutecies ainda

conseguem sobreviver com sucesso por traacutes das atividades antropicas

Com relaccedilatildeo aos ninhos de T angustula com o clima do ambiente em que esses satildeo

nidificados Chiari e colaboradores (2002) realizaram um trabalho para ver se as

variaccedilotildees climaacuteticas tecircm alguma relaccedilatildeo com o desenvolvimento dos ninhos das

Jataiacutes Foram realizadas coletas das abelhas que foram depositadas em trecircs tipos

diferentes de colmeacuteias Fritzen Nogueira-Neto e Guiliane Apoacutes esse procedimento

as colocircnias foram pesadas e instaladas no municiacutepio de Maringaacute Paranaacute Ao longo

do estudo a temperatura do ambiente onde as colmeacuteias foram instaladas foi

monitorada Apenas a colmeacuteia Nogueira-Neto natildeo apresentou associaccedilatildeo com a

variaccedilatildeo das temperaturas Nos modelos Fritzen e Giuliane foram observados que o

peso de ambas apresentaram de forma positiva com a umidade relativa do ar

apenas Giuliane teve relaccedilatildeo positiva com a insolaccedilatildeo Deste modo os autores

concluiacuteram que os modelos Giuliane e Noguera-Neto satildeo mais apropriados para as

colmeacuteias de T angustula

28

Outro trabalho tambeacutem realizado em Campus Universitaacuterio foi feito por Almeida

(2002) sobre composiccedilatildeo das comunidades de abelhas em Satildeo Paulo O autor teve

o intuito de contribuir com informaccedilotildees sobre as espeacutecies de abelhas e as plantas

visitadas por elas Com levantamento das abelhas e plantas em duas aacutereas de

Cerrado (Cerradatildeo e Cerrado) localizado no campus Universitaacuterio no Municiacutepio de

Pirassununga foi coletado um total de 261 amostras de plantas de 41 famiacutelias e 140

espeacutecies Dessas apenas cinco ocorreram nas duas aacutereas Com relaccedilatildeo agraves

abelhas foram coletadas um total de 141 espeacutecies em quatro famiacutelias Foi concluiacutedo

que a famiacutelia que apresentou maior riqueza de espeacutecie foi Apidae Com relaccedilatildeo agraves

plantas as famiacutelias Asteraceae Malvaceae Fabaceae Sapindaceae e Vichysiaceae

foram as mais ricas em nuacutemero de espeacutecies

Neves e Viana (2002) realizaram um estudo sobre a ecologia da comunidade de

abelhas eussociais com o propoacutesito de analisar as atividades do seu vocirco

relacionando com recursos alimentares variaccedilotildees meteoroloacutegicas entre outros

fatores Com coletas das abelhas amostras de plantas floridas e monitoramento dos

ninhos nas dunas continentais na Bahia Eles capturaram oito espeacutecies da famiacutelia

Apidae Estas abelhas exibiam maior atividade no periacuteodo da manhatilde Um nuacutemero de

plantas floridas foi verificado na estaccedilatildeo chuvosa Assim sendo concluiacuteram que a

disponibilidade de recursos disponiacutevel e agraves variaccedilotildees meteoroloacutegicas favorecem a

concentraccedilatildeo de visitas florais dessas abelhas pela manhatilde

Um estudo sobre a ecologia das populaccedilotildees de meliponiacuteneos Souza e

colaboradores (2005) fizeram buscas pelos ninhos e coletas das abelhas no Campus

da Universidade Federal da Bahia eles encontraram 94 ninhos com 19 espeacutecies

diferentes tendo uma predominacircncia da espeacutecie Tetragonisca angustula Deste

modo concluiacuteram que a riqueza de espeacutecies de meliponineos (meliponini)

encontrada no Campus (o qual eacute um local que sofre antropizaccedilatildeo) pode ser devida

a disponibilidade de substratos para nidificaccedilatildeo e pela quantidade de recursos que eacute

ofertado

Stuch (2006) realizou uma pesquisa sobre a variabilidade geneacutetica das populaccedilotildees

de Tetragonisca angustula Nesse trabalho o autor primeiramente faz uma revisatildeo

da bibliografia com o propoacutesito de apresentar informaccedilotildees a respeito da estrutura

das populaccedilotildees de meliponiacuteneos (meliponini) sobre as abelhas indiacutegenas sem

ferratildeo e principalmente a respeito da abelha em estudo onde destacam informaccedilotildees

29

do comportamento locais de nidificaccedilatildeo dos recursos usados para se alimentar e

do mel que eacute produzido por eles Com coletas e anaacutelises realizadas por meio de

marcador molecular nas cidades de Dracena em Satildeo Paulo e Ivatuba no Paranaacute Ele

observou que as amostras obtidas em Ivatuba apresentaram 60 de polimorfismo e

na cidade de Dracena foram apresentadas 40 Deste modo o autor concluiu que

em Ivatuba as populaccedilotildees de T angustula estatildeo diferenciadas geneticamente e natildeo

apresentam endocruzamento entre os ninhos jaacute as populaccedilotildees da cidade de

Dracena natildeo se encontraram modificados podendo os ninhos ser considerados

como um soacute Segundo o autor essas informaccedilotildees satildeo muito importantes para que

estudos de praacuteticas de manejo sejam realizados para manter a variabilidade dessas

populaccedilotildees

Outro trabalho tambeacutem em aacutereas fragmentadas foi realizado por Alvarenga (2008)

Neste trabalho o autor teve o objetivo de conhecer a diversidade e densidade dos

ninhos de meliponineos (meliponini) na Mata de Santa Tereza (Estaccedilatildeo Ecoloacutegica de

Ribeiratildeo Preto Satildeo Paulo) que fica situado entre a Mata Atlacircntica e o Cerrado com

levantamentos dos ninhos e das aacutervores que poderiam apresentar um tamanho

potencial para essas abelhas nidificarem Foram encontrados ninhos de quatro

espeacutecies de meliponineos (meliponini) sendo T angustula e Scaura latitarsis

representaram 25 dos ninhos encontrados e Trigona hyalinata 50 E em relaccedilatildeo

aacutes aacutervores cerca de 67 foram analisadas poucas apresentavam rachaduras ou

cavidades para abrigar os ninhos Deste modo foi concluiacutedo que na aacuterea estudada

haacute uma riqueza baixa e densidade relativamente meacutedia e tambeacutem poucos locais

para nidificaccedilatildeo

Andena e colaboradores (2009) tambeacutem fizeram um trabalho em aacutereas degradadas

Para eles esses estudos satildeo essecircncias devido a essas aacutereas serem a principal

razatildeo para o aumento das taxas de perda da diversidade geneacutetica e extinccedilatildeo das

abelhas Os autores realizaram um estudo para conhecer a diversidade de abelhas

no Cerrado em Satildeo Paulo Foram realizadas coletas das abelhas em quatro

reservas em regiotildees fragmentadas do Cerrado Reserva de Corumbataiacute Estaccedilatildeo

Ecoloacutegica de Jataiacute Parque Vassununga e Reserva de Cajuru Com cerca de 500

indiviacuteduos coletados as aacutereas que apresentaram maior riqueza foram Cajuru e

Corumbataiacute e as aacutereas com menor riqueza foram Vassununga e Estaccedilatildeo Ecoloacutegica

Jataiacute Mesmo apresentando maior nuacutemero de riqueza a aacuterea de Corumbataiacute sofreu

30

vaacuterias alteraccedilotildees na composiccedilatildeo fauniacutestica durante o estudo Assim sendo foi

concluiacutedo que pesquisas como essas satildeo importantes pois contribuem com

informaccedilotildees a respeito da influencia que essas aacutereas degradadas podem exercer

sobre a composiccedilatildeo fauniacutestica e a riqueza das espeacutecies de abelhas

Um inventaacuterio sobre os meliponiacuteneos (meliponini) no Bioma Cerrado foi realizado por

Fernandes e colaboradores (2012) Com levantamentos feitos durante dois anos em

quatro aacutereas diferentes (Municiacutepio de Tangaraacute da Serra ndash MT nos arredores do

campus universitaacuterio de Mato Grosso na Reserva Florestal Antocircnio Conselheiro ndash

MT e na zona rural do municiacutepio Tangaraacute da Serra - MT) os autores coletaram 128

espeacutecimes distribuiacutedos em 27 espeacutecies e 14 gecircneros e constataram que a maior

riqueza foi vista na reserva florestal e na zona rural do municiacutepio de Tangaraacute da

Serra Deste modo eles concluiacuteram que a riqueza observada na reserva pode ser

devido agrave mata apresentar pouca antropizaccedilatildeo e que as informaccedilotildees obtidas nesse

estudo satildeo de extrema importacircncia para a preservaccedilatildeo da biodiversidade da reserva

florestal

Uma pesquisa realizada por Oliveira e colaboradores (2013) cujo tema foi

Levantamento de Ocorrecircncia de Meliponiacutedeos (Meliponini) em Municiacutepios na regiatildeo

do Vale do Jauru ndash MT foia incidecircncia de abelhas sem ferratildeo em zonas urbanas

Com entrevistas aos moradores e com sessotildees de fotos para definir quais espeacutecies

de abelhas se encontravam nas proximidades das casas da regiatildeo do Vale do Jauru

eles encontraram 67 colmeacuteias sendo 17 predominantes em apenas uma cidade

Deste modo concluiacuteram que na regiatildeo do Vale do Jauru encontram-se grandes

aacutereas verdes proporcionando dessa forma alimento e a preservaccedilatildeo das abelhas

24 COLETA DE RECURSOS E PRODUCcedilAtildeO DE MEL DAS MELIPONINI

Devido agraves poucas informaccedilotildees sobre a composiccedilatildeo do mel e fontes alimentares

utilizados pelos meliponineos Anacleto (2007) fez um estudo com o intuito de

conhecer as principais fontes que fazem parte da dieta dessas abelhas e tambeacutem

conhecer as caracteriacutesticas quiacutemicas do mel produzido por elas O estudo foi no

Municiacutepio de Piracicaba Satildeo Paulo Foi realizado um levantamento das plantas

visitadas por cinco espeacutecies de meliponineos (T angustula Scaptotrigona

31

bipunctata Nanotrigona testaceicornis Friesiomellita varia e Tetragona clavipes)

coleta de mel nos potes de alimento dos ninhos e coleta de poacutelen retirada das

corbiacuteculas O autor obteve 158 espeacutecies de plantas sendo que dessas 67 foram

visitadas pelas abelhas em estudo e na anaacutelise poliacutenica foram encontradas 72

espeacutecies de plantas A espeacutecie que apresentou menor nuacutemero de visitas foi F varia

em contrapartida T angustula foi a espeacutecie que apresentou o haacutebito mais

generalista em relaccedilatildeo ao numero de espeacutecies de plantas visitadas Com relaccedilatildeo ao

mel foram analisadas um total 31 amostras Os estudos com a composiccedilatildeo do mel

apresentaram uma dificuldade devido agrave legislaccedilatildeo atender apenas as caracteriacutesticas

do mel de Apis melliacutefera e natildeo o mel das abelhas nativas O mel de F varia foi a que

apresentou menor niacutevel de accediluacutecar em contrapartida o niacutevel de accediluacutecar do mel de T

angustula foi o mais elevado Deste modo foi concluiacutedo que as espeacutecies estudadas

se mostraram generalistas com exceccedilatildeo de F varia e com relaccedilatildeo agrave anaacutelise do

mel foi concluiacutedo que haacute a necessidade de um padratildeo na legislaccedilatildeo proacuteprio para

uma melhor anaacutelise dos compostos quiacutemicos do mel de meliponiacuteneos

Anacleto e colaboradores (2009) tambeacutem realizaram uma pesquisa sobre o padratildeo

de qualidade do mel das abelhas sem ferratildeo Para esse estudo foi analisado a

composiccedilatildeo do mel das abelhas Tetragonisca angustula Com coletas feitas

diretamente de dentro das colocircnias encontradas em Piracicaba ndash (SP) e com

anaacutelises feitas sobre o accediluacutecar proteiacutenas pH acidez cor entre outros fatores os

autores obtiveram 20 amostras de mel e relataram que o accediluacutecar dessas amostras

apresentaram valores inferiores ao que eacute estabelecido pelas normas

brasileirasAssim sendo concluiacuteram que 5 de accediluacutecar do mel coletado natildeo se

enquadram na legislaccedilatildeo e que seria necessaacuterio um maior estudo para que uma

nova legislaccedilatildeo seja feita

No trabalho de Sommeijer e colaboradores (1983) aleacutem de analisar os recursos

coletados por algumas abelhas sem ferratildeo (Meliponineos) e Apis mellifera os

autores tambeacutem fizeram observaccedilotildees no comportamento de forrageamento dessas

abelhas As observaccedilotildees e amostras de poacutelen foram retiradas semanalmente das

corbiacuteculas das forrageiras que retornavam ao ninho Os autores observaram que as

coletas dos recursos ocorreram em periacuteodos diferentes os voos de neacutectar ocorreram

na maior parte das vezes de manhatilde e os vocircos de poacutelen ocorreram agrave tarde Em

relaccedilatildeo ao poacutelen foram obtidas 191 amostras sendo que quatro famiacutelias se

32

mostraram mais presentes Myrtaceae Sapotaceae Sapindaceae e Melliaceae

Desta forma concluiacuteram que as coletas de poacutelen pelas forrageiras podem ter

predominado no periacuteodo da manhatilde devido agraves flores se mostrar mais murchas com o

passar do dia Tambeacutem concluiacuteram que os recursos de poliacutenicos foram bem

diversos o que confirmou o haacutebito generalista dessas abelhas

Carvalho e Marchini (1999) realizaram um estudo dentro de um campus Universitaacuterio

(USP) em Piracicaba Em seu trabalho tiveram o objetivo de conhecer as plantas

que oferecem recursos para abelhas em ambientes mais antropizados Com coletas

de abelhas operaacuterias em colocircnias de Tetragonisca angustula e Nannotrigona

testaceicornis os autores analisaram os gratildeos de poacutelen coletados por elas Atraveacutes

dessa anaacutelise obtiveram 31 tipos poliacutenicos em 22 famiacutelias de plantas sendo que

entre essas famiacutelias para N testaceicornis os gratildeos de poacutelen que se mostrou mais

frequumlente foi de Myrtaceae e para T angustula foram Fabaceae Liliaceae e

Mimosaceae Dessa maneira concluiacuteram que essas espeacutecies se mostraram

generalistas visitando diversas plantas

No mesmo ano Carvalho Marchini e Ros (1999) fizeram um estudo para comparar

e analisar as fontes de poacutelen utilizadas por Apis mellifera e quatro diferentes

espeacutecies de Trigonini (Nannotrigona testaceicornis Partamona helleri Plebeia

droryana e Tetragonisca angustula) O trabalho teve o intuito de fornecer

informaccedilotildees sobre as preferecircncias florais e as relaccedilotildees troacuteficas dessas espeacutecies

Com coletas realizadas nos meses de Outubro e Novembro de 1996 no campus da

USP em Piracicaba os autores coletaram 53 tipos poliacutenicos desses os tipos mais

frequentes para todas as abelhas foram Aracaceae Bulbine frutescens e

Eucalyptus spe com as relaccedilotildees troacuteficas eles observaram que a utilizaccedilatildeo de fontes

de poacutelen variou conforme a espeacutecie e que a dieta se mostrou bem diversificada

Dessa maneira os autores concluiacuteram que P droryana e Phelleri foram agraves

espeacutecies que apresentaram maior uniformidade na utilizaccedilatildeo de fontes de poacutelen e a

maior sobreposiccedilatildeo de nicho troacutefico ocorreu entre N testaceiconis e T angustula e

menor sobreposiccedilatildeo foi entre A meliacutefera e T angustula

Devido agrave carecircncia de estudos sobre os recursos florais utilizados pelas abelhas

Agostini e Sazima (2003) fizeram um estudo sobre a fenologia das espeacutecies de

plantas ornamentais e suas relaccedilotildees com as espeacutecies de abelhas Com registros da

fenologia das plantas arboacutereas e arbustivas e o tipo de recurso utilizado pelas

33

abelhas no campus da Universidade Estadual de Campinas em Satildeo Paulo os

autores registraram 42 espeacutecies de plantas e observaram que na aacuterea estudada

houve plantas florindo todos os meses e natildeo houve sazonalidade marcada Com

relaccedilatildeo ao tipo de recurso utilizado pelas abelhas foi observado que as plantas mais

visitadas foram da famiacutelia Leguminosae e Bombacaceae por serem importantes

fontes de alimento para as abelhas no periacuteodo de estiagem Concluiacuteram que plano

de manejo em ambientes urbanos usando plantas ornamentais nativas seria

importante para acolher maior diversidade de abelhas as quais cumprem papel

importantiacutessimo na manutenccedilatildeo da biodiversidade dos ecossistemas naturais

Como muitas plantas de importacircncia econocircmica dependem de insetos para

aumentar a produccedilatildeo e a qualidade dos frutos Toledo e colaboradores (2003)

pesquisaram as angiospermas na regiatildeo de Maringaacute no estado do Paranaacute para

contribuir com o conhecimento da biodiversidade nessa regiatildeo Com coletas em

onze espeacutecies de plantas examinadas na Universidade Estadual de Maringa

Paranaacute os autores obtiveram 331 insetos Entre as abelhas trecircs espeacutecies coletadas

foram as mais abundantes Tetragonisca angustula Apis mellifera e Trigona spinipes

Os autores concluiacuteram que essas abelhas africanizadas e sem ferratildeo foram as mais

abundantes nas coletas as flores devido tanto ao seu comportamento generalista

como pela sobreposiccedilatildeo no local de forrageamento

Simioni e Colaboradores (2007) realizaram um estudo para investigar os recursos

alimentares de Tetragonisca angustula fiebrigi em Mato Grosso do Sul Com

amostras de cargas poliacutenicas corbiculares das operaacuterias em um ambiente natural de

Corumbaacute-MS no periacuteodo de seis meses os autores relataram que T angustula

visitou 43 espeacutecies de plantas para coleta de poacutelen e as famiacutelias mais visitadas

foram Leguminosae Palmae Asteraceae e a subfamiacutelia Mimosidae devido agrave grande

quantidade de poacutelen acessiacutevel Deste modo concluiacuteram que Tetragonisca

angustula mostrou-se seletivo com relaccedilatildeo agraves fontes de alimento disponiacutevel na aacuterea

estudada e que a famiacutelia Leguminosae se mostrou a mais importante fonte de poacutelen

para T angustula

Muitas espeacutecies de abelhas vecircm sendo utilizadas consorciadas ao cultivo de

diversas espeacutecies de plantas No trabalho de Antunes e colaboradores (2007) eles

utilizaram a espeacutecie Tetragonisca angustula para verificar seu efeito como agente

polinizador na produccedilatildeo de frutos de cultivares de morango em estufa O estudo foi

34

realizado na Universidade de Passo Fundo RS utilizando quatro cultivares de

morangueiro (Oso Grande Tdla Chandler e Dover) com ausecircncia e presenccedila de

duas e quatro colmeacuteias de T angustula Os autores observaram que o numero de

visitas as flores foram o mesmo para os mesmos nuacutemeros de colocircnias e que o uso

de duas ou quatro colmeacuteias natildeo alterou a produccedilatildeo dos frutos Aleacutem disso

observaram tambeacutem que a porcentagem de frutos deformados teve uma queda

consideraacutevel de 85 para 5 Sendo assim concluiacuteram que a presenccedila de

Tetragonisca angustula para a polinizaccedilatildeo em ambiente fechado tem grande

importacircncia para o aumento da produtividade e para o aumento da quantidade de

frutos comerciaacuteveis

Devido agrave grande importacircncia das abelhas sem ferratildeo para manter a biodiversidade

das plantas Braga e colaboradores (2012) fizeram um estudo com a espeacutecie T

angustula por ela ser amplamente distribuiacuteda nos habitats tropicais Com estudo

realizado em duas ilhas (Ilha Grande e Tucuruccedilaacute) e outras duas na ilha Ariroacute e

Tinguaacute todas SAP aacutereas de Mata Atlacircntica do Estado do Rio de Janeiro e apenas

Ilha Grande pertence a uma unidade de proteccedilatildeo ambiental Para esse estudo os

autores fizeram coletas de carga de poacutelen e observaccedilotildees agraves flores T angustula

visitou 61 espeacutecies de plantas sendo Anacardiaceae e Asteraceaeas mais visitadas

Na Ilha grande foi a aacuterea onde se obteve maior nuacutemero de visitas e onde se

encontrou 39 tipos poliacutenicos Dessa maneira concluiacuteram que a dieta de T angustula

eacute bem ampla e que essas pesquisas satildeo necessaacuterias para conhecer as plantas que

operam como recurso para as abelhas em ambiente natural

Com o intuito de contribuir para o conhecimento da flora e sua utilizaccedilatildeo por

polinizadores nativos Novais Absy e Santos (2013) caracterizaram o poacutelen de T

angustula atraveacutes da anaacutelise palinoloacutegica analisando os meacuteis produzidos por esta

espeacutecie em duas regiotildees semi-aacuteridas tropicais do nordeste do Brasil Com amostras

de mel coletados mensalmente nos municiacutepios de Itaberaba e Ruy Barbosa na

Bahia durante 14 meses os autores observaram que o espectro poliacutenico das

amostras de mel de T angustula consistiu um total de 67 tipos de poacutelen sendo que

18 deles foram comuns aos espectros de poacutelen tanto de Itaberaba quanto de Ruy

Barbosa e as famiacutelias das plantas que predominaram em ambos municiacutepios foram

Fabaceae Myrtaceae Malvaceae e Euphorbiaceae Concluiacuteram que houve um uso

heterogeneo dos recursos naturais no municiacutepio de Itaberaba e homogecircneo no

35

municiacutepio de Ruy Barbosa neste foi detectado um tamanho maior do nicho de poacutelen

de T angustula Para os autores isso se deve a diferenccedila na diversidade de plantas

entre os dois municiacutepios

25 COMPORTAMENTO DA ABELHA JATAIacute

Para algumas pesquisas estudos sobre comportamento eacute essencial para obter

informaccedilotildees importantes sobre a espeacutecie em estudo Para que pesquisadores

possam fazer estudo de comportamento em campo Altmann (1973) publicou um

trabalho sobre comportamento animal onde ela faz um guia para orientar os

observadores em seus estudos Ela apresenta meacutetodos para ser utilizado nas

observaccedilotildees tanto em comportamento individual quanto em grupo e apresenta o uso

de meacutetodos de amostragem nas observaccedilotildees Nesse a autora relata trabalhos de

outros autores sobre observaccedilotildees comportamentais e faz discussotildees a respeito de

problemas de amostragem em comportamento social como tambeacutem as vantagens e

desvantagens do uso de alguns meacutetodos

Um estudo relacionado com o comportamento de T angustula foi realizado por

Wittmann (1985) para mostrar que o sistema de defesa dessa espeacutecie natildeo era

apenas para defesa de alguns insetos voadores mais tambeacutem para defesa contra

ataques de abelhas cleptobioacuteticas Para observaccedilatildeo do comportamento das guardas

pairando foi mantida uma colocircnia de Lestremelitta limatildeo proacuteximo a quatros colocircnias

de T agustula O autor notou que o posicionamento das guardas pairando proacuteximo

ao corredor de vocirco do ninho permitia maior eficiecircncia nos ataques aos intrusos

cleptobioacuteticos e que durante esses ataques o numero de guardas aumentava

consideravelmente para reforccedilar a defesa do ninho Dessa maneira concluiu-se que

no comportamento de defesa essa espeacutecie faz um recrutamento em massa das

guardas em resposta a um feromocircnio lanccedilado por L limatildeo

Couvillon e colaboradores (2007) fizeram um estudo sobre a movimentaccedilatildeo das

forrageiras em relaccedilatildeo ao tamanho da entrada do ninho e o comportamento

defensivo das guardas em relaccedilatildeo agraves perturbaccedilotildees que os ninhos sofrem Para esse

trabalho os autores estudaram 26 espeacutecies de abelhas sem ferratildeo no campus da

Universidade de Satildeo Paulo em Ribeiratildeo Preto Foram medidas a entrada dos ninhos

36

e o comprimento de abelhas forrageiras Foi verificado que a entrada do tubo do

ninho se ajusta ao tamanho das abelhas operaacuterias ou seja quanto maior for a

abelha maior seraacute a entrada do ninho Tambeacutem observaram que as guardas tinham

o comportamento de proteger o ninho bloqueando sua entrada e permitindo apenas

a entrada das forrageiras Assim concluiacuteam que essas abelhas apresentam

importantes mecanismos de defesa para ninho e que estudos como esse podem

trazer informaccedilotildees importantes ao comportamento de defesas das abelhas sem

ferratildeo

Minussi e Santos (2007) fizeram um estudo para descobrir se haacute algum efeito

negativo da Apis mellifera sobre as abelhas nativas em relaccedilatildeo agrave coleta de recursos

Para isso os autores fizeram um trabalho sobre o comportamento que ocorre entre

essas abelhas Com observaccedilotildees agraves flores e coletas das abelhas na Escola

Agroteacutecnica Federal de Sombrio no municiacutepio de Santa Rosa Santa Catarina Apis

mellifera foi agrave espeacutecie mais abundante encontrada na aacuterea em estudo em seguida

Trigona spinipes foi a mais abundante Durante as observaccedilotildees notaram que o

comportamento de abertura das mandiacutebulas da subfamiacutelia Halictinae para atacar e

expulsar as abelhas africanizadas das flores era comum e que esse comportamento

ocorria sempre antes que abelhas conseguissem chegar ao fundo da flor Dessa

maneira concluiacuteram que as abelhas nativas conseguem se defender das abelhas

africanizadas para garantir seu recurso

Karcher e Ratnieks (2009) mostraram em suas pesquisas que ninhos de T

angustula natildeo eram apenas defendidos por guardas pairando mas tambeacutem por

guardas que ficam de peacute na entrada do ninho Os autores colocaram dez campeiras

e natildeo campeiras da mesma espeacutecie e campeiras tratadas com odor de

Scaptotrigona bipunctata em cinco ninhos As guardas de peacute natildeo rejeitaram

nenhuma campeira mas rejeitaram quase todas natildeo campeiras e campeiras

tratadas com odor volaacutetil A partir desse resultado concluiacuteram que as operaacuterias que

ficam de peacute na entrada do ninho tambeacutem atuam como oacutetimas guardas para

discriminar as abelhas campeiras e natildeo campeiras

No trabalho de Gruter Karcher e Ratnieks (2011)foi realizado um estudo sobre as

abelhas guardas de Tetragonisca angustula que ficam pairando e de peacute proacuteximo ao

ninho Os autores fizeram algumas experiecircncias para saber se havia alternacircncias de

tarefas entre elas A pesquisa teve duraccedilatildeo de trecircs anos e foi realizada em uma

37

fazenda perto de Satildeo Paulo Para observar essa alternacircncia de tarefas as abelhas

guardas foram coletadas e marcadas Dessa maneira notaram que das 18 abelhas

marcadas 12 eram exclusivamente guardas em peacute e seis realizavam os dois tipos

de guardas Durante as 21 horas de observaccedilatildeo natildeo foi observado mudanccedila entre

os tipos de guardas A partir desses resultados concluiacuteram que a alternacircncia de

tarefa entre as guardas eacute rara de acontecer indicando que a defesa de T angustula

e feita por divisatildeo de trabalho

Zweden e colaboradores (2011) fizeram um trabalho semelhante agrave Wittmann (1984)

com os guardas de defesa que ficam pairando Em seu estudo os autores tinham o

objetivo de testar a hipoacutetese que as guardas aumentavam a defesa do ninho em

relaccedilatildeo aos intrusos principalmente Lestrimellita limatildeo a qual eacute um ladratildeo

obrigatoacuterio de Tetragonisca angustula Foram feitas mediccedilotildees da distacircncia em que

as guardas pairando atacavam tanto um manequim de massa de modelar coberto de

citral (odor volaacutetil liberado por L limatildeo) quanto operaacuterias de Lestrimellita limatildeo

receacutem morto Todos os intrusos do experimento foram atacados por T angustula a

distacircncia que ocorreu o ataque variou entre 0-22 cm os ninhos que tinham mais

guardas apresentou maior distacircncia Dessa maneira concluiacuteram que a presenccedila de

guardas pairando aumenta a detecccedilatildeo de intrusos e que essas guardas respondem

especialmente a pistas visuais

As abelhas sem ferratildeo (eussocias) costumam apresentar divisatildeo de trabalho em

suas colocircnias Gruter e colaboradores (2012) em seu estudo quiseram testar a

hipoacutetese de que os soldados especializados (guardas) para a defesa das colocircnias de

jataiacute (Tetragonisca angustula) eram relativamente maiores que os trabalhadores

Com anaacutelise no tamanho e na forma das forrageiras guardas e trabalhadores que

removem resiacuteduos das colocircnias o autor constatou que o peso corporal das guardas

era maior que das abelhas forrageiras e que o tamanho da cabeccedila das forrageiras

mostrou-se um pouco maior em relaccedilatildeo agraves guardas Assim concluiu-se que a

variaccedilatildeo no tamanho seria devido agrave divisatildeo de trabalho ou seja a diferenccedila no

tamanho do corpo consiste em uma eficaacutecia maior para lutar contra invasores e a

diferenccedila em relaccedilatildeo ao tamanho da cabeccedila seria devido agrave necessidade das

forrageiras de decorar caminhos para busca do alimento

38

39

3 METODOLOGIA

31 AacuteREA DE ESTUDO

O Municiacutepio de Vitoacuteria possui uma extensatildeo geograacutefica que envolve um grau

elevado de urbanizaccedilatildeo (SOUZA 2011) De acordo com o Instituto Brasileiro de

Geografia e Estatiacutestica (2010) o Municiacutepio apresenta uma aacuterea de mais de 98 Kmsup2 e

conta com uma populaccedilatildeo estimada de 352104 habitantes O clima da regiatildeo de

Vitoacuteria pode ser classificado como Tropical uacutemido (CLASSIFICACcedilAtildeO [20--])

apresentando temperatura maacutexima que pode chegar a 32ordm C e miacutenima que fica em

torno de 24ordm C com os maiores iacutendices de precipitaccedilatildeo pluviomeacutetrica entre os meses

de Outubro a Janeiro (INSTITUTO CAPIXABA DE PESQUISA ASSISTEcircNCIA

TEacuteCNICA E EXTENSAtildeO RURAL 2011)

Vitoacuteria eacute um dos Municiacutepios que apresentam os maiores niacuteveis de temperaturas do

Estado Isso se deve ao fato de as grandes montanhas dificultarem a passagem dos

ventos do nuacutemero de preacutedios que aumenta com o passar dos anos assim como a

poluiccedilatildeo (SOUZA 2011)

O estudo foi realizado no Campus Universitaacuterio Alaor de Queiroz Arauacutejo da

Universidade Federal do Espiacuterito Santo (FERNANDES VALE 2013) tambeacutem

conhecido como campus de Goiabeiras Este campus se encontra localizado no

Municiacutepio de Vitoacuteria capital do Estado do Espiacuterito Santo e nas coordenadas

geograacuteficas de 20ordm 16rsquoS e 40ordm 18rsquoW (FERREIRA DANTAS 2000)

O Campus fica ao Sul e ao Oeste do canal da passagem e a Leste com a Avenida

Fernando Ferrari Ateacute 2008 era composta por uma aacuterea de ambiente entre mareacutes e

terrestre de 1592545 msup2 poreacutem com a ampliaccedilatildeo da Avenida Fernando Ferrari

essa aacuterea foi reduzida para 1567545 msup2 (FERNANDES VALE 2013) A aacuterea

amostral se localiza no entorno do Centro de Ciecircncias Humanas e Naturais (CCHN)

Implantada por volta da deacutecada de 1970 ela compotildee os ICrsquos (iniciais de Ilha do

Cercado) I II III e IV (FERNANDES VALE 2013) e apresenta uma aacuterea que

compreende edificaccedilotildees como preacutedios passarelas ruas asfaltadas paacutetio de

estacionamento e aacutereas jardinadas (MAPA 01)

40

Mapa 01- Mapa do Campus Universitaacuterio de Goiabeiras (UFES) com destaque da

aacuterea de estudo em vermelho

Fonte Google Maps (2014) 32 OBTENCcedilAtildeO DOS DADOS

A aacuterea de estudo foi inspecionada agrave procura de ninhos de T angustula com

observaccedilotildees em calccediladas paredes muros postes troncos de aacutervores entre outros

conforme Taura e Laroca (1991) Os ninhos encontrados foram marcados por letra

alfabeacutetica e mapeados com o auxiacutelio de um marcador permanente (marca Jocar

Office) e um GPS (marca Garmin etrex vista) As observaccedilotildees foram realizadas uma

vez a cada semana durante cinco meses de Abril agrave Setembro de 2014 totalizando

21 dias amostrados (140 horas) O periacuteodo no qual foram realizadas as observaccedilotildees

41

foi de 0700 agrave 1700 horas As observaccedilotildees foram feitas durante 15 minutos em cada

ninho e intercaladas nos periacuteodos matutino vespertino e dia todo com o auxilio de

uma lupa de matildeo devido elas apresentarem aproximadamente 5 miliacutemetros

(NOGUEIRA-NETO 1997) A lupa de matildeo foi utilizada tambeacutem para observar a cor

do poacutelen que as abelhas traziam para dentro do ninho

A contagem do nuacutemero de entradas e saiacutedas das abelhas coletoras e das abelhas

que protegem a colocircnia de invasores foi realizada em todos os ninhos com o auxilio

de um contador de nuacutemeros Os registros foram realizados com redaccedilatildeo dos

eventos e por meio de fotografias As observaccedilotildees seguiram o meacutetodo Animal-Focal

descrito por Altmann (1973) para anaacutelise do comportamento das abelhas Esse

meacutetodo consiste em amostrar os comportamentos de um ou mais indiviacuteduos por um

determinado periacuteodo de tempo O levantamento das principais fontes de alimento de

T angustula foi obtido a partir de dados bibliograacuteficos

33 ANAacuteLISE DOS DADOS

Para anaacutelise dos dados foi utilizado o programa ldquoMapSourcerdquo para a construccedilatildeo do

mapa dos ninhos encontrados Foi tambeacutem utilizado o programa Microsoft Excel

2007 para construccedilatildeo de graacuteficos para analisar o nuacutemero de visitas (entrada e saiacuteda)

que as abelhas coletoras apresentaram durante os cinco meses observados Os

graacuteficos foram construiacutedos por intervalos de horas sendo que as informaccedilotildees se

acumularam mais proacuteximo do horaacuterio em que houve mais eventos observados no

ninho O mesmo programa foi utilizado para retirar a meacutedia da quantidade de

guardas na defesa do ninho

Os dados resultantes do levantamento bibliograacutefico das fontes alimentares serviram

de base para a elaboraccedilatildeo de um graacutefico com a contribuiccedilatildeo das famiacutelias de plantas

mais visitadas por T angustula

42

43

4 RESULTADOS E DISCUSSOtildeES

41 LOCALIZACcedilAtildeO DOS NINHOS

Foram encontrados onze ninhos (marcados por letra alfabeacutetica de A a K) cinco

instalados em paredes e muros (K C I e J) e seis localizados sob placas de

concreto de passarelas (A B D E F G e H) (mais precisamente na base das

pilastras da passarela que se encontra entre os IC`s II e III) Este fato corrobora com

os estudos de Taura e Laroca (1991) que indica que a disponibilidade de nidificaccedilatildeo

nesses locais aumenta com as atividades antroacutepicas A localizaccedilatildeo dos ninhos eacute

apresentada pelo Mapa 02

Os ninhos C J K (Mapa 02) recebiam calorna maior parte do dia jaacute os demais natildeo

recebiam sol diretamente na maior parte do dia pois eram protegidos pela pilastra e

pela cobertura da passarela

Durante todo o periacuteodo das observaccedilotildees em geral o clima foi de dias quentes com

presenccedila de ventos

MAPA 02 ndash Mapa dos ninhos de T angustula estudadas no Campus de Goiabeiras

(UFES) Abril ndash Setembro2014

Fonte Modificado em Google earth (2014) Dos 11 ninhos observados dois ninhos natildeo apresentavam a entrada com o formato

comum de cilindro e traziam um formato natildeo definido

44

Em todos os ninhos foi possiacutevel ver que a abertura da extremidade do tubo era

relativamente grande Tal formato permite que haja espaccedilo para que algumas

abelhas guardas permaneccedilam na entrada do tubo ao mesmo tempo em que deixa

espaccedilo suficiente para as forrageiras passarem (KARCHER RATNIEKS 2009) Ao

longo de todo o tubo havia presenccedila de centenas de perfuraccedilotildees o que segundo

Gruter Karcher e Ratinieks (2011) eram para ajudar nas trocas gasosas

Nos cinco meses observados trecircs ninhos desapareceram da aacuterea amostral restando

ao final das observaccedilotildees oito ninhos Um deles (ninho E) foi perdido logo no iniacutecio

das observaccedilotildees supotildee-se que tenha ocorrido alguma intervenccedilatildeo aguda por

exemplo humana pois logo no segundo dia de observaccedilatildeo o mesmo jaacute natildeo estava

no lugar demarcado Outros dois ninhos (ninhos F e G) tambeacutem foram perdidos O F

persistiu ateacute o mecircs de Maio e o ninho G ateacute Julho Nestes o desaparecimento se

sucedeu apoacutes eventos de revoadas

42 INTERACcedilOtildeES INTER E INTRAESPECIacuteFICAS

TABELA 1 - Dados dos Ninhos observados

Data Ninho Hora Cores de Poacutelen

Presenccedila de

Resina Operaacuteriaslimpeza Guardas

em peacute Guardas pairando Ameaccedila

14abr D 07h-8h

Amarelo Branco Laranja

Vermelho

X 5 1

13mai C 10h-11h

Amarelo Branco Laranja

Vermelho

X X 4 4

20mai J 15h-16h Branco X X 8 12 02jun H 12h-13h Branco X X 8 4 16jul D 13h-14h Branco

X 8 2 Formiga

20jun B 08h-09h

Amarelo Branco Laranja

Vermelho

X X 9 3

06ago C 14h-15h Branco X 7 10 Lagartixa

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria As observaccedilotildees indicaram que as jataiacutes visitavam vaacuterias espeacutecies de flores durante

as manhatildes e iniacutecio das tardes pois nesse periacuteodo trouxeram uma grande

45

diversidade de poacutelen (cores amarela laranja branca e vermelha) transportados em

suas corbiacutecula para dentro do ninho B C e D (TABELA 1) (FIGURA 1-A) No horaacuterio

da tarde essa diversidade diminuiacutea nos ninhos C D H e J (TABELA 1) e era

representada pelo transporte de poacutelen de cor branca Este fato mostra que a

diversidade de flores visitadas decresce ao longo do dia

As abelhas sociais de um modo geral visitam as flores enquanto elas satildeo atrativas

Elas apresentam preferecircncia pela cor e satildeo capazes de discriminar os conjuntos

florais realizar sua localizaccedilatildeo e selecionar aquelas que produzem maior quantidade

e melhor qualidade de alimento (PIRANI LAURINO 1993) Existem diversos fatores

que podem influenciar a coleta de alimento pelas abelhas sociais entre eles o

comportamento das campeiras e a necessidade das colocircnias que depende do seu

tamanho (PIRANI LAURINO 1993)

Aleacutem de poacutelen tambeacutem foi observado carregamento de resina nas corbiacuteculas para

dentro do ninho B C H e J (TABELA 1) (FIGURA 1-B) essa eacute coletada pelas

abelhas em bototildees florais Depois de a resina ser coletada ela pode ser armazenada

pura ou misturada com cera No caso de T angustula ela geralmente faz a

armazenagem na forma pura (NOGUEIRA-NETO 1997) Como a resina eacute viscosa e

grudenta as abelhas a utilizam para vedar o entorno da entrada do tubo e tambeacutem

para depositar uma quantidade sobre o corpo e cabeccedila das formigas para defender

a colocircnia contra invasores (WITTMANN 1985 NOGUEIRA-NETO 1997)

Durante todo o periacuteodo observado foi notada a presenccedila de operaacuterias que cuidavam

da limpeza dos ninhos (TABELA 1) Essas operaacuterias trabalhavam retirando resiacuteduos

(detritos) de dentro do ninho e o faziam carregando atraveacutes de sua mandiacutebula

(FIGURA 1-C) Este trabalho era realizado continuamente ao longo de todo o dia

Para Nogueira-Neto (1997) T angustula eacute a espeacutecie que tem o melhor haacutebito de

limpeza e por esta razatildeo seu mel e seu proacutepolis satildeo considerados o melhor dentre

as outras espeacutecies

FIGURA 1- Divisatildeo de trabalho entre operaacuterias de Tetragonisca angustula A

Detalhe da corbiacutecula com poacutelen B Detalhe da corbiacutecula com resina C Operaacuteria de

limpeza com resiacuteduo na mandiacutebula

46

Fonte Arquivo Labibio

Em cada ninho foi possiacutevel notar a presenccedila de abelhas que ficavam tanto pousadas

ao longo do tubo de entrada do ninho quanto sobrevoando proacuteximo do mesmo

Essas abelhas satildeo chamadas por Gruter Karcher e Ratnieks (2011) de abelhas

guardas em peacute e pairando respectivamente As guardas em peacute estavam sempre

em grandes quantidades e estiveram em atividade praticamente em todo o periacuteodo

do dia

Essas guardas ficavam na maior parte do tempo com a mandiacutebula apoiada sobre o

ninho acredita-se que tenham a funccedilatildeo de depositar resina ao entorno do ninho As

demais guardas que ficavam sobrevoando estiveram mais ausentes logo no

A B

C

47

comeccedilo da manhatilde por volta das 0700 as 0900 horas As guardas pairando ficavam

na maioria das vezes em nuacutemeros de trecircs a quatro sempre posicionadas a direita e

esquerda do tubo e em direccedilatildeo a entrada (FIGURA 2)

FIGURA 2- Ninho de T angustula com guardas pairando destacado em vermelho e

guardas em peacute em destaque azul

Fonte Arquivo Labibio

Foi observado que no periacuteodo da tarde o nuacutemero de guardas pairando aumentava

Isso era visto com maior frequumlecircncia nos ninhos C e J instalados em paredes

(TABELA 1) Segundo Gruter Karcher e Ratnieks (2011) as colocircnias que

apresentam um nuacutemero maior de guardas pairando sofrem ameaccedilas de

vertebrados fato corroborado no ninho C (TABELA 1) que foi atacado por uma

lagartixa No momento em que aconteceu uma parte da populaccedilatildeo saiu do ninho e

se mostraram bem agitadas O que de acordo com Gruter Karcher Ratnieks (2011)

trata-se de uma resposta defensiva agrave percepccedilatildeo da respiraccedilatildeo de vaacuterios

vertebrados

Tambeacutem foi observado o comportamento defensivo em quando formigas se

aproximavam do ninho D (TABELA 1) As jataiacutes as ldquobeliscavamrdquo para que se

afastassem Esse mesmo comportamento foi visto durante minhas observaccedilotildees ao

Ninho A toda vez que me aproximava para observar ou fotografar surgiam vaacuterias ao

48

meu redor em uma dessas observaccedilotildees a jataiacute picou pele exposta Dentre todos os

ninhos essa foi a que apresentou o comportamento mais agressivo

De acordo com os estudos de Gruter e colaboradores (2012) T angustula eacute a uacutenica

espeacutecie que apresenta um sistema de defesa que envolve dois grupos distintos e

complementares de guardas uma pairando que se estacionam no ar proacuteximo ao

ninho e outras em peacute ao redor da entrada do ninho As guardas que ficam de frente

para o caminho de vocirco satildeo chamadas de grupo principal e as que ficam

posicionadas agrave direita e agrave esquerda do ninho satildeo o grupo secundaacuterio (GRUTER

KARCHER RATNIEKS 2011)

Uma caracteriacutestica interessante dessas guardas eacute que apresentam caracteriacutesticas

morfoloacutegicas diferentes das operaacuterias (satildeo maiores e mais pesadas) (GRUTER et

al 2012) Elas apresentam diferenccedilas no comprimento da asa no tamanho das

pernas traseiras que satildeo relativamente maiores para seu corpo (podendo ajudar na

luta contra invasores) e cabeccedila um pouco menor que das forrageiras Essa ultima

caracteriacutestica estaacute associada agrave maior necessidade das forrageiras de processar

informaccedilotildees sensoriais relacionadas ao forrageamento (GRUTER et al 2012)

As abelhas guardas possuem a funccedilatildeo de defender sua colocircnia de ataques de

intrusos que aproveitam do seu trabalho para roubar o alimento produzido

(GRUTER KARCHER RATNIEKS 2011) As accedilotildees especiacuteficas desses intrusos satildeo

detectadas mais pelas guardas em peacute pois elas conseguem identificar as campeiras

e natildeo campeiras da mesma espeacutecie por quimiorecepccedilatildeo (KARCHER RATNIEKS

2009 GRUTER KARCHER RATNIEKS 2011) Jaacute as guardas que pairam perto do

ninho atacam intrusos que natildeo satildeo da mesma espeacutecie elas o reconhecem pela cor

forma do corpo e pelos odores volaacuteteis (KARCHER RATNIEKS 2009) De acordo

com Zweden e Colaboradores (2011) a presenccedila de guardas pairando aumenta a

detecccedilatildeo de intrusos e que essas guardas respondem especialmente a pistas

visuais Como comportamento de defesa as guardas liberam um feromocircnio de

alarme para recrutar os trabalhadores para o ataque (FREE 1987 apud ZWEDEN

2011)

O nuacutemero meacutedio de guardas durante o periacuteodo observado mostrou-se maior para as

guardas em peacute (78) do que para as guardas pairando (35) Esse fato eacute explicado

por Gruter Karcher e Ratnieks (2011) para eles o gasto energeacutetico das guardas

pairando eacute muito maior de modo que eacute menos dispendioso energicamente para as

49

abelhas ficarem em peacute Mesmo tendo um gasto energeacutetico muito alto nas

observaccedilotildees de Wittmann (1985) as atividades do voo das guardas foi constatado

que essas ficavam pairando por cerca de 70 minutos antes de voltar para dentro do

ninho Este fato mostra que a mudanccedila de guardas natildeo eacute comum e que a defesa do

ninho eacute feita por divisatildeo de trabalho e natildeo por alternacircncia de tarefas (GRUTER

KARCHER RATNIEKS 2011)

Os ninhos que desapareceram ao longo das observaccedilotildees foram devido agraves revoadas

um comportamento comum nas abelhas Nas jataiacutes as revoadas geralmente

ocorrem devido ao calor para refrescar o ninho em caso de altas temperaturas uma

parte da populaccedilatildeo sai do ninho enxameamento para reproduccedilatildeo ou devido agrave

interferecircncia humana quando um ninho eacute retirado de um local para outro

(INFORMACcedilAtildeO PESSOAL ZOCOLOTTI V R) De acordo com este na primeira

semana eacute possiacutevel presenciar alguma revoada que pode ser para identificaccedilatildeo

tanto da flora apiacutecola quanto para localizaccedilatildeo do novo ambiente

No caso dos ninhos F e G ao final de cada revoada observada a entrada do ninho

ficava bastante danificada Foram observadas trecircs revoadas (duas no mesmo dia)

do ninho F todas no mecircs de Maio e duas (em dias diferentes) no ninho G no mecircs

de Junho Apoacutes estas observaccedilotildees os dois ninhos desapareceram

Durante as revoadas vaacuterias abelhas caiam no chatildeo agarradas umas nas outras

Apoacutes queda era possiacutevel observar que as guardas conseguiam prender e retirar

com sua mandiacutebula as pernas e asas do invasor (FIGURA 3-A e B) o que impedia

as invasoras de conseguir atacar novamente Segundo Kerr e colaboradores (2005)

as guardas agarram as pernas dos invasores para que eles caiam no chatildeo e sejam

comidos pelas formigas que ficam proacuteximas aos ninhos

50

FIGURA 3 - Ataque de invasores A T angustula com mandiacutebula presa agrave perna do

Jataiacute invasora BPerna de invasores retirada apoacutes ataque

Fonte Arquivo Labibio

De acordo com Zocolotti VR (INFORMACcedilAtildeO PESSOAL) as cinco espeacutecies de

Meliponini criadas por ele podem apresentar o comportamento de saquear outros

ninhos e isso pode ocorrer por oportunismo ou por falta de alimento Em especial

as Jataiacutes geralmente possuem o costume de atacar as proacuteprias jataiacutes esses

ataques acontecem dentro do mesmo ninho e entre outros proacuteximos Esses ataques

podem ocorrer por atraccedilatildeo de feromocircnio de princesa (rainhas jovens natildeo

fecundadas) por enxame fraco ou ateacute mesmo para absorver o fraco ou seja elas

entram e acabam matando a rainha e mantecircm os trabalhadores por um tempo ateacute

absorver o enxame ou ateacute mesmo o deixam morrer sendo dessa maneira muito

complexas em relaccedilatildeo ao comportamento

Na aacuterea do campus da Ufes houve uma consideraacutevel devastaccedilatildeo na vegetaccedilatildeo

nativa (compreendida de Mata Atlacircntica Manguezal e Restinga) devido agrave

construccedilatildeo de preacutedios que foram erguidos logo no iniacutecio da implantaccedilatildeo da

Universidade Como medida compensatoacuteria foi feito o plantio de espeacutecies arboacutereas

usando em demasia espeacutecies exoacuteticas (CASTRO 2003) Na Ufes eacute possiacutevel ver

poucas aacutereas jardinadas Aleacutem disso sempre que eacute necessaacuterio construir um novo

preacutedio novas aacutereas satildeo eliminadas podendo ou natildeo ser compensada com plantas

nativas

A B

51

Em abelhas sociais o comportamento de saque eacute comum acontecer em sequumlecircncias

natildeo contiacutenuas ou seja ela cessa e recomeccedila por periacuteodos de tempo (SANTANA

etal 2004) Durante as observaccedilotildees foram presenciadas trecircs revoadas ao ninho F

duas no mesmo dia poreacutem em horaacuterios diferentes e duas ao ninho G em dias

diferentes (FIGURAS 4- A B C e D)

FIGURA 4 ndash Revoada do ninho F A Vista da entrada do iniacutecio do estudo B Vista

da entrada em plena atividade em iniacutecio de maio C Entrada apoacutes uma revoada em

maio D Vista da entrada do ninho apoacutes uacuteltima revoada em maio

Fonte Arquivo Labibio

Nas figuras 4a e b mostram o estado em que a entrada do ninho se encontrava na

primeira semana de observaccedilatildeo (vinte e oito de Abril) e na primeira semana do mecircs

seguinte (sete de Maio) esse uacuteltimo a entrada do ninho jaacute se encontrava danificado

No ninho F(FIGURA 4) as revoadas que ocorreram no dia vinte de Maio entre

A B

C D

52

1000 e 1400 horas e no dia vinte e seis de Maio entre 1600 e 1700 horas

corroborando com Santana e colaboradores (2004) sobre o comportamento de

saques intermitentes

No ninho G as revoadas se iniciaram duas semanas apoacutes o desaparecimento do

ninho F nos dias nove e vinte e seis de junho entre 1500 e 1600 horas e dia 16 de

junho no mesmo horaacuterio (FIGURA 5-A B e C)

FIGURA 5 ndash Revoadas no Ninho G A Ninho no iniacutecio de Maio B Registro da

primeira revoada C Ultima revoada perda do ninho

Fonte Arquivo Labibio

As observaccedilotildees evidenciaram a ocorrecircncia de um acuacutemulo de resiacuteduos sobre os

ninhos apoacutes as revoadas (FGURA 5-B) No ninho G tinha uma subpopulaccedilatildeo

A B

C

53

pequena mas bem ativa conforme verificado apoacutes quatro horas de observaccedilatildeo em

nove dias (Graacutefico 1- A e B)

GRAacuteFICO1 A ndash Ritmo de Saiacutedas no Ninho G

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

GRAacuteFICO 1B ndash Ritmo de entradas no ninho G

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

0

20

40

60

80

100

120

140

09h-10h 10h-11h 12h-13h 14h-15h 16h-17h

Nuacutem

ero

de V

isita

s

Horaacuterios

13mai 20mai 26mai

0

20

40

60

80

100

120

140

160

180

200

09h-10h 10h-11h 12h-13h 14h-15h 16h-17h

Nuacutem

ero

de V

isita

s

Horaacuterios

13mai 20mai 26mai

54

No ninho G as abelhas iniciaram suas atividades antes de 09h evidenciado pela

entrada de aproximadamente 180 forrageadoras entre 9 e 10h As saiacutedas neste

mesmo periacuteodo ficaram em torno de 100

Entre 16h-17h houve um grande nuacutemero de entrada o que era esperado todas as

que saiacuteram tecircm que retornar enquanto haacute luminosidade e antes do ninho ser

fechado Conforme esperado por Gruter Karcher Ratnieks (2011) quando comeccedila

a escurecer as Jataiacutes fecham a entrada do tubo para impedir que intrusos ataquem

seu ninho durante a noite e abrem pela manhatilde quando o clima estaacute mais favoraacutevel

para iniciarem suas atividades

Neste ninho entre 12h-13h houve um nuacutemero maior de saiacutedas que de entradas ateacute

agraves 16h Isso possivelmente esteve relacionado agrave uma grande distacircncia entre o ninho

e as fontes de recursos troacuteficos

Outro ninho em que foi possiacutevel observar todos os meses notou-se que apresentou

atividade durante todo o dia (GRAacuteFICO 2-A e B)

GRAacuteFICO 2A ndash Ritmo de saiacutedas do ninho B

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

0

50

100

150

200

250

300

350

400

450

500

07h-08h 08h-09h 09h-10h 11h-12h 12h-13h 13h-14h 14h-15h 15h-16h 16h-17h

Nuacutem

ero

de V

isita

s

Horaacuterios

28abr 13mai 20mai 26mai 09jun 16jun 23jun 01jul 09jul

16jul 23jul 30jul 06ago 13ago 20ago 27ago 05set 10set

55

GRAacuteFICO 2B ndash Ritmo de entradas do nino B

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

O ninho B tinha uma subpopulaccedilatildeo mais numerosa que F e G Durante o inverno

(2307 e 2708) as abelhas iniciavam suas atividades cerca de duas horas mais

tarde em horaacuterio com temperatura mais elevada (indicado pela seta preta) Tal fato

corrobora com as observaccedilotildees de Ulian e colaboradores (2007) que constata que

em periacuteodo mais chuvoso onde as temperaturas satildeo geralmente mais baixas as

Jataiacutes apresentam iniacutecio de atividade agraves 9 horas da manhatilde devido agrave temperatura

nesse horaacuterio comeccedilar a aumentar

Proacuteximo do horaacuterio de 10 horas houve um grande nuacutemero de saiacutedas do ninho

seguido de um grande nuacutemero de entrada o que indica a ocorrecircncia de uma fonte

de recursos proacutexima ao ninho ou a indisponibilidade de recurso para ser coletado

naquela hora Acredita-se que na primeira possibilidade - fonte proacutexima ela era de

resina pelo fato de ter havido um intervalo de saiacuteda ateacute agraves 12h jaacute que esta

demanda mais tempo para ser retirada da corbiacutecula e armazenada por ser

pegajosa No caso da segunda possibilidade natildeo encontraram alimento disponiacutevel

naquele horaacuterio o retorno ao ninho eacute a alternativa mais eficaz para evitar um alto

gasto energeacutetico ateacute que o recurso fique disponiacutevel para coleta

0

100

200

300

400

500

600

07h-08h 08h-09h 09h-10h 10h-11h 11h-12h 12h-13h 13h-14h 14h-15h 15h-16h 16h-17h

Nuacutem

ero

de V

isita

s

Horaacuterios 28abr 13mai 20mai 26mai 09jun 16jun 23jun 09jul16jul 23jul 30jul 20ago 27ago 05set 10set

56

No outono as atividades das Jataiacutes comeccedilaram a diminuir por volta de 15 horas

(indicado pela seta marrom) ateacute cessar totalmente no iniacutecio das 16 horas Pelos

graacuteficos nota-se que o ninho B possui vantagem de uma hora nas atividades em

relaccedilatildeo ao ninho G isso provavelmente ocorreu porque o ninho B obteve mais

sucesso nas coletas distribuiacutedas ao longo do dia

43 RECURSOS FLORAIS

Eacute notoacuteria a relaccedilatildeo que existe entre abelha-flor relaccedilatildeo essa que sucedeu a milhotildees

de anos desde entatildeo as abelhas dependem de substancias utilizadas na

alimentaccedilatildeo e as plantas se beneficiam com a polinizaccedilatildeo (PIRANI LAURINO

1993) Para entender a biologia dos Meliponini eacute importante conhecer sua

alimentaccedilatildeo Para isso eacute necessaacuterio fazer um levantamento das plantas utilizadas

para coleta de poacutelen e neacutectar (SOUZA 1999 apud OLIVEIRA ABSY MIRANDA

2009)

Com base nos dados obtidos sobre as fontes alimentares de T angustula na

literatura (TABELA 2) nota-se a capacidade dessa espeacutecie de visitar uma ampla

diversidade de famiacutelias de plantas Segundo Toledo e colaboradores (2003) durante

cada voo das campeiras em meacutedia 100 flores satildeo visitadas

O levantamento bibliograacutefico indicou que existem duas metodologias bastante

usadas por autores para conhecer a dieta das abelhas Uma delas eacute a investigaccedilatildeo

palinoloacutegica para avaliar as fontes de recursos florais utilizados (poacutelen e neacutectar)

com base no gratildeo de poacutelen depositado no corpo da abelha para identificaccedilatildeo das

espeacutecies vegetais (CARVALHO MARCHINE ROS 1999 FEIDEN 1994 SIMIONI et

al 2007 OLIVEIRA ABSY MIRANDA 2009 MORGADO et al 2011NOVAIS

ABSY SANTOS 2013) A outra se daacute por meio de observaccedilotildees das campeiras nas

flores (AGOSTINI SAZIMA 2003 TOLEDO et al 2003OLIVEIRA ABSY

MIRANDA 2009 BRAGA et al 2012) A partir desses meacutetodos eacute possiacutevel saber

quais satildeo as plantas que produzem seus alimentos preferenciais e quais as fontes

alternativas (OLIVEIRA ABSY MIRANDA 2009)

57

TABELA 2 ndash Relaccedilatildeo das espeacutecies de plantas visitadas porT Angustula Continua

Famiacutelia Espeacutecie Polinizada Visitada Recurso

Poacutelen Neacutectar

Acanthaceae Thunbergia grandiflora X Odontonema strictum X X

Justicia brandegeana X

Ruellia silvaecola X Agavaceae Agave americana X X X

Agave sisalana X X X

Agave attenuata X X X

Dracena fragana X X X Aizoaceae Mesembryantemum spectabilis X Lamprantus productus X Amaranthaceae Gomphrena globosa X Amarylidaceae Clivia miniata X X X Anacardiaceae Schinus terebinthifolius X X

Lithraea molleoides X X

Toxicodendron verniciferum X X

Mangifera indica X X X

Tapirira guianensis X Apiaceae Hydrocotyle leucocephala X Apocynaceae Trevetia peruviana X Araliaceae Tetrapanax papyrifera X X X Asclepiadaceae Asclepias curassavica X X Asteraceae Parthenium hysterophorus X Aspillia latissima X Aspillia sp X Balsaminaceae Impatiens balsamina X X X

Impatiens sultanii X Bignoniaceae Spathodea campanulata X X Tabebulaim petiginosa X X X

Tabebula chrysotricha X X X Bixaceae Bixa orellana X X Bombacaceae Ceiba arianthos X X

Pseudo bombax sp X X

Pseudobombax tomentoso X X

Eriotheca canolleana X X

Bombax ceiba X X Boraginaceae Cordia superba X X

Cordia glabrata X X Brassicaceae Brassica sp X Cactaceae Opuntia ficusindica X X Caesalpiniaceae Schizolobium parahyba X X Capparaceae Cleome spinosa X Caprifoliaceae Lonicera japonica X X

58

TABELA 2 ndash Relaccedilatildeo das espeacutecies de plantas visitadas por T angustula Continua

Famiacutelia Espeacutecie Polinizada Visitada Recurso

Poacutelen Neacutectar

Sambucus australis X X Caryophylaceae Silene armeria X Cecropiaceae Cecropia hololeuca X Cochlospermaceae Cochlospermum vitifolium X X Compositae Vernonia polyanthes X X

Bidens pilosa X X Cosmos auphureus X X X

Centratherium violaceum X X X

Dahlia sp X Eclipta alba X Asterla evis X Tithonia rotundifolia X X X

Tithonia speciosa X X X

Tithonia diversifolia X Baccharis sp X Wedelia paludosa X Eupatorium sp X Mikania glomerata X X

Montano apyramidata X X Montano abipinnatifiada X Senecio brasiliensis X X X

Emilia sonchifolia X X Ambrosia sp X X Creopsis grandiflora X Galinsoga parviflora X Crassulaceae Kalanchoe tubiflora X X Cyperaceae Cyperus sp X Elaeocarpaceae Muntingia calabura X Ericaceae Rhododendron simsii X X X

Rhododendron indicum X X X Euphorbiaceae Alchornea sidaefolia X X X

Euphorbia milii X X X

Euphorbia pulcherrima X X X

Ricinus communis X X X

Croton sp X Fabaceae Desmodium sp X Tipuana tipu X Vigna peduncularis X X Guttiferae Kielmeyera coriacea X X Iridaceae Dietes vegeta X Labiatae Salvia splendens X Origanum vugare X

59

TABELA 2 ndash Relaccedilatildeo das espeacutecies de plantas visitadas por T angustula Continua

Famiacutelia Espeacutecie Polinizada Visitada Recurso

Poacutelen Neacutectar

Ocimum sellowii X Iboza riparia X X X

Coleus blumei X X X Leguminosae Andira anthelmintica X X

Mimosa daleoides X X X

Myroxylon balsamum X X X

Piptadenia gonoacantha X X X

Stylos anthesscabra X Caesalpinia bonducella X X X

Caesalpinia pelthophoroides X X X

Crotalaria lanceolata X Calliandra twedii X Sophora tomentosa X X Mimosa pudica X Erythrina speciosa X X X

Cassia grandis X Schizolobium parahyba X X Senna multijuga X Senna bicapsularis X X Delonix regia X Clitoria fairchildiana X Centrolobium tomentoso X Liliaceae Aloe sp X X Bulbine frutescens X Loranthaceae Struthanthus andrastylus X X Lythraceae Lagerstroemia indica X X Magnoliaceae Talauma ovata X X Malpighiaceae Malphiguia glabra X Tetrapterys X Byrsonima intermedia X X X Malvaceae Hibiscus rosa-sinensis X X X

Malvaviscus arboreus X X Sida rhombifolia X Melastomataceae Tibouchina granulosa X X

Clidemeia sp X X

Tibouchina sp X X X

Tibouchina holosericea X X Meliaceae Trichilia sp X Mimosaceae Leucaena leucocephala X Anadenanthera collubrina X Moraceae Cecropia pachystachya X X X

Morus nigra X X

60

TABELA 2 ndash Relaccedilatildeo das espeacutecies de plantas visitadas por T angustula Continua

Famiacutelia Espeacutecie Polinizada Visitada Recurso

Poacutelen Neacutectar Myrsinaceae Ardisia crenata X X Myrtaceae Eucalyptus robusta X X X

Eugenia jambos X X X

Eugenia pitanga X Eucalyptus terecornis X Plinia glomerata X Nyctaginaceae Bougainvile aspectabilis X X X Oleaceae Jasminum azoricum X Palmae Acrocomia aculeata X X

Archontophoenix cunninghamiana X

Syagrus romanzoffiana X Copernicia alba X X Sheelea phalerata X Passifloraceae Passiflora jilekii X Piperaceae Piper mollicomum X Poaceae Paspalum sp X Polemoniaceae Cobae scandens X Polygonaceae Polygonum capitatum X X X Pontederiaceae Pontederia lanceolata X X Proteaceae Grevill a bansksii X X X Rosaceae Prunus persica X X X

Pyracantha coccinea X X Rubiaceae Pentas lanceolata X X

Citrus airantum X X Rutaceae Citrus limon X X X Scrophulariaceae Paulownia imperialis X X Solanaceae Nicotiana tabacum X X Sterculiaceae Dombeya burgessiae X Dombeya wallichii X Sterculia chicha X X Tiliaceae Heliocarpus americanus X X X Tropaeolaceae Tropaeolum majus X X X Ulmaceae Tipo celtis X Trema micrantha X X Umbelliferae Foeniculum vulgare X X X Verbenaceae Duranta repens X

Vitex agnus-castus X

Velloziaceae Vellozia candia X X X Zingiberaceae Hedychium coronarium X Fonte Pirani Laurino 1993 Carvalho Marchine Ros 1999 Agostini Sazima 2003 Toledo et al 2003 Cartopassi-Laurino 2005 Braga e Colaboradores 2012 Novais Absy Santos 2013

61

Foram encontradas 71 famiacutelias e um total de 166 espeacutecies Dessas 30 espeacutecies satildeo

polinizadas e 136 satildeo visitadas Poacutelen e neacutectar satildeo os recursos mais coletados

com coleta de poacutelen em 78 espeacutecies e de neacutectar em 69 De acordo coma Lista de

Espeacutecies da Flora do Brasil (2010) 20 das espeacutecies que satildeo polinizadas (TABELA

2) satildeo nativas o restante satildeo espeacutecies exoacuteticas ou seja natildeo pertencem agrave flora

brasileira

As famiacutelias que apresentaram maior porcentagem de visitas por T angustula foram

Compositae e Leguminosae (TABELA 2) com 13 e 12 de espeacutecies

respectivamente (GRAacuteFICO 3) sendo as famiacutelias mais importantes para a dieta da

jataiacute (AGOSTINE SAZIMA 2003 SIIONI et al 2007) Esse resultado eacute similar ao

trabalho de Simioni e colaboradores (2007) seus resultados mostram que uma das

famiacutelias analisadas Leguminosae tambeacutem apresentaram um maior destaque na

quantidade de visitas realizadas por T angustula esse fato pode ser explicado pelo

fato de que Leguminosae representa a mais importante fonte de poacutelen para essa

espeacutecie

As famiacutelias Compositae e Leguminosae satildeo as mais bem representadas pelo fato

de apresentarem espeacutecies que fornecem alimento em maior qualidade e quantidade

por vaacuterios periacuteodos do ano Com destaque para a famiacutelia Leguminosae que fornece

recursos alimentares para as abelhas nos periacuteodos de estiagem (PIRANI LAURINO

1993 AGOSTINE SAZIMA 2003)

O graacutefico abaixo ilustra o comportamento generalista deT angustula Onde 41 das

visitadas realizadas pela espeacutecie se distribuem por 55 famiacutelias vegetais Esse

comportamento concorda com trabalho de Anacleto (2007) onde dentre as cinco

espeacutecies estudadas por ele a que apresentou o haacutebito mais generalista em relaccedilatildeo

ao nuacutemero de plantas visitadas foi T angustula

62

GRAacuteFICO 3 ndash Contribuiccedilatildeo das famiacutelias de plantas para a dieta de T angustula

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria com base nos dados da Tabela 1

As abelhas generalistas visitam flores pequenas e abertas e satildeo menos

relacionadas agraves flores especializadas (RUTHCKE JULES 1993 ROUBIK 1992

apud AGOSTINI SAZIMA 2003) e tecircm preferecircncia de flores arboacutereas com

inflorescecircncia densas

Um exemplo de flores que natildeo satildeo especializadas e que satildeo importantes para a

dieta de T angustula eacute da famiacutelia Asteraceae as espeacutecies Mangifera indica e

Schinus terebinthifolius apresentam grande densidade de flores e permite faacutecil

acesso para as abelhas deste modo tornam-se importantes fornecedores de fontes

de poacutelen (BRAGA et al 2012)

De acordo com o levantamento das plantas utilizadas pelas abelhas jataiacute realizado

por diferentes autores as famiacutelias que se mostraram bem representadas foram

Malvaceae Caesalpiniaceae Melastomataceae Myrtaceae Euphorbiaceae e

Anacardiaceae sendo consideradas portanto essenciais para a dieta da jataiacute

2 2 3 2

2 3

13

3 2

3

12 2 2 2 3

3

41

Acanthaceae Agavaceae Anacardiaceae Asteraceae Bignoniaceae

Bombacaceae Compositae Euphorbiaceae Fabaceae Labiatae

Leguminosae Malpighiaceae Malvaceae Melastomataceae Myrtaceae

Palmae Outros

63

Em geral essas famiacutelias podem ser caracterizadas pela floraccedilatildeo do tipo contiacutenuo ou

seja uma floraccedilatildeo que natildeo cessa ou que ocorre na maior parte do ano o que

permite as abelhas ter acesso aos recursos em todas as estaccedilotildees do ano

(CARVALHO MARCHINI ROS 1999 AGOSTINI SAZIMA 2003 TOLEDO et al

2003 MORGADO et al 2011)

64

65

5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS Sendo este a primeira pesquisa com abelhas em compus no Espiacuterito Santo Foi

observado que a distribuiccedilatildeo dos ninhos encontrados apresentou-se uniforme

Todos os ninhos estavam instalados em paredes e pisos de concreto o que indica

seu potencial de adaptabilidade agraves condiccedilotildees antroacutepicas

A diversidade de cores de poacutelen trazida pelas forrageiras no iniacutecio da manhatilde indica

uma ampla disponibilidade de alimento que a flores oferecem nesse periacuteodo do dia

bem como a eficiecircncia das forrageiras em selecionar essas flores

De acordo com as observaccedilotildees que foram realizadas no estudo as abelhas T

angustula podem ter suas atividades influenciadas pelo clima Uma vez que foi

observado que no periacuteodo de inverno em que as temperaturas satildeo mais baixas

elas comeccedilavam a realizar suas funccedilotildees nos horaacuterios com as temperaturas mais

altas

A divisatildeo de trabalho entre forrageadoras operaacuterias de limpeza e de defesa

observado nessa espeacutecie indica o comportamento altamente social dos Meliponini

O mecanismo de defesa observado em T angustula entre guardas pairando e em

peacute pode indicar uma caracteriacutestica de complementaridade na defesa do ninho uma

vez que durante as observaccedilotildees os dois tipos de guardas sempre se fizeram

presentes O que mostra que mesmo com o atrofiamento do ferratildeo os indiviacuteduos

desenvolveram estrateacutegias para a defesa contra invasores

Foi comum observar a presenccedila de revoadas nos ninhos entre as Jataiacutes Este

comportamento em geral eacute comum para o desenvolvimento (sobrevivecircncia) da

colocircnia No caso dos ninhos observados apoacutes as revoadas eles foram

desaparecendo Este fato pode indicar um baixo iacutendice de recursos troacuteficos para

essas abelhas dentro do campus pois ao inveacutes dos ninhos se manterem ou

aumentarem em quantidade ao longo das observaccedilotildees eles desapareceram

O levantamento das flores visitadas por T angustula indicou um comportamento

generalista desta espeacutecie em visitar uma grande variedade de plantas o que mostra

sua importacircncia para garantir a variabilidade dessas plantas

66

Esse levantamento tambeacutem indicou que a polinizaccedilatildeo realizada por elas foi

predominante em plantas exoacuteticas O que pode refletir a deficiecircncia na quantidade

de plantas nativas melitoacutefilas na aacuterea de estudo

67

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Page 13: FACULDADE CATÓLICA SALESIANA DO ESPÍRITO SANTO … · No grupo dos Apinae está à tribo dos Meliponini, conhecidas como abelhas indígenas sem ferrão por possuir seu ferrão atrofiado

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2 REFERENCIAL TEOacuteRICO 21 CONTEXTO SISTEMAacuteTICO DAS ABELHAS

Os invertebrados da classe Insecta pertencem ao filo dos artropodos ou seja dos

animais que apresentam apecircndices locomotores articulados (BRUSCA BRUSCA

2007) Esse filo possui milhares de espeacutecies descritas que estatildeo espalhadas em

diversas classes ldquoA classe dos insetos compreende aqueles que possuem o corpo

dividido em trecircs regiotildees como cabeccedila toacuterax e abdocircmen um par de antenas

geralmente dois pares de asas e trecircs pares de pernas toraxicasrdquo (LIMA 1938)

O sucesso evolutivo dos insetos se deve a algumas caracteriacutesticas que favoreceram

sua adaptaccedilatildeo como a presenccedila das asas que permitiu o seu acesso ao alimento e

a escapar de predadores e o dobramento que permitiu o acesso a habitats muito

pequenos a presenccedila de epicuticula ceacuterea a qual reduziu a dessecaccedilatildeo um ovo

com casca resistente que tolerou ser exposto a condiccedilotildees ambientais extremas e o

seu desenvolvimento que compreende uma larva (RUPPERT BARNES 1996)

Os insetos satildeo um dos principais predadores de invertebrados e essenciais para

alimentaccedilatildeo de muitos animais terrestres por serem inuacutemeros compotildeem grande

parte das cadeias alimentares terrestres Em geral possuem extrema importacircncia

para o ambiente por serem papel chave na polinizaccedilatildeo de grande maioria das

plantas ( RUPPET BARNES 1996 BRUSCA BRUSCA 2007)

Os insetos satildeo classificados em diversas ordens destacando os Hymenoptera cuja

ordem eacute um dos quatro grupos com maior diversidade ao lado de Diptera

Coleoptera e Lepdoptera Cada uma destas ordens possui uma estimativa de

aproximadamente cem mil espeacutecies descritas em todo o mundo com exceccedilatildeo do

Coleoptera que pode chegar a trezentos mil (GOULET HUBER 1993 MACEDO

[20--])

Os Hymenoptera se destacam por possuiacuterem vaacuterias espeacutecies que apresentam

diversidade no haacutebito de vida como predaccedilatildeo parasitismo comportamento soacutelitaacuterio

e formaccedilatildeo de sociedades complexas Dentre as importantiacutessimas funccedilotildees que

desempenham ao ambiente estaacute agrave polinizaccedilatildeo das plantas cultivadas exercidas

pelas abelhas e vespas o controle bioloacutegico por parte dos himenoacutepteros

20

parasitoacuteides de pragas agriacutecolas e tambeacutem ciclagem de nutrientes e dispersatildeo de

sementes exercidas pelas formigas (ALDREY CAZALLA 1999 MACEDO [20--])

A ordem Hymenoptera eacute dividida nas subordens Symphyta e Apocrita essa ultima eacute

dividida nos grupos Parasitica e Aculeata (ALDREY CAZALLA 1999) Symphyta eacute

um grupo pequeno que apresenta o haacutebito mais primitivo principalmente os haacutebitos

de se alimentar nas plantas esse grupo possui caracteriacutesticas que se perdem do

resto dos Hymenoptera Symphyta satildeo animais de cintura grossa eles apresentam

asas inteiramente desenvolvidas pouco ou quase nenhum dimorfismo sexual e

possui unido o primeiro e segundo seguimento abdominal O ovipositor da maioria

das espeacutecies desse grupo eacute comprido lateralmente e modificado com dentes

marginais para que funcione como uma serra para perfurar o tecido das plantas

Suas larvas satildeo na maioria das vezes na forma de lagarta com presenccedila de pernas

falsas no abdocircmen e cabeccedila desenvolvida (GOULET HUBER 1993 BRUSCA

BRUSCA 2007)

Jaacute a subordem Apocrita considerada como grupo monofileacutetico eacute caracterizada pela

junccedilatildeo estreita entre o primeiro segmento do abdocircmen (metassoma) com o toacuterax

(mesossoma) o que permitiu maior flexibilidade para o metassoma controlar o

ovipositor (GOULET HUBER 1993 MACEDO [20--]) No grupo Apocrita existe a

presenccedila de grupos sociais que compreendem castas caracterizadas com machos

haploacuteides rainha e fecircmeas partenogeneacuteticas e outros indiviacuteduos como soldados e

operaacuterias (BRUSCA BRUSCA 2007)

Os membros de Apocrita satildeo basicamente carniacutevoros alimentando-se de outros

insetos No entanto vaacuterios grupos tecircm abandonado a vida de carniacutevoros e

desenvolvido para uma dieta vegetal O grupo das abelhas alimenta-se de poacutelen e

neacutectar enquanto o grupo de vespas fazem as galhas familiares sobre umas aacutervores

ou dentro de folhas frutos e caules das quais as larvas se alimentam e algumas

espeacutecies do grupo das formigas se alimentam apenas de vegetais ou satildeo oniacutevoros

(GOULET HUBER 1993)

O grupo Parasitica eacute uma divisatildeo da subordem Apocrita neste grupo inclui-se

alguns grupos fitoacutefagos e uma grande parte de parasitoacuteides (AUDREY CAZALLA

1999) Os parasitoacuteides satildeo insetos que depositam seus ovos em ovos larvas ninfa

ou pupa de hospedeiros geralmente levam agrave morte e tecircm a fase adulta com vida

livre (GOULET HUBER 1993 MACEDO [20--]) De acordo com os estudos de

21

Audrey e Cazalla (1999) o uso da divisatildeo cladiacutestica desse grupo tende a ser

eliminado porque constitui um agrupamento artificial das superfamiacutelias de

Hymenoptera As superfamiacutelias que se incluem satildeo Trigonalyoidea Megalyroidea

Evanioidea Stephanoidea Ichneumonoidea Chalcidoidea Proctotrupoidea

Ceraphronoideae Cynipoidea (AUDREY CAZALLA 1999) Destacamos a

superfamiacutelia Chalcidoidea essa envolve muitos Hymenopteros que satildeo de grande

importacircncia para a ecologia como tambeacutem para economia e a superfamiacutelia

Ichneumonoidea que de acordo com os dados de Rasnitsyn (1988) (apud AUDREY

CAZALLA 1999) satildeo o grupo irmatildeo dos Aculeata

Jaacute o grupo dos Aculeata satildeo os mais diversos em Hymenoptera eles apresentam

uma origem evolutiva comum que eacute representada pelo ferratildeo caracteriacutestica que

apareceu apenas uma vez durante a evoluccedilatildeo do grupo (AUDREY CAZALLA1999)

Neste grupo satildeo conhecidas sete superfamiacutelias como Chrysidoidea Formicoidea

Tiphoidea Pompiloidea Apoidea Vespoidea e Sphecoidea As principais diferenccedilas

entre as classificaccedilotildees recentes estatildeo relacionada com a grande diversidade de

vespas esfecoacuteides e os Apidae Esses estatildeo dentro da superfamiacutelia dos Apoidea por

apresentarem caracteriacutesticas semelhantes A superfamiacutelia Chrysidoidea eacute

considerada grupo irmatildeo dos Apoidea e Vespoidea Dentre as superfamiacutelias a dos

Apoidea eacute que apresenta a maior diversidade de aculeados (AUDREY CAZALLA

1999)

O evento evolutivo que deu origem aos primeiros aculeados foi agrave aquisiccedilatildeo de um

ferratildeo venenoso a partir do ovipositor dos icneumoniacutedeos ou seja os Apocrita

possuiacuteam uma glacircndula que era associada ao ovipositor Essa glacircndula produzia

secreccedilotildees que eram mais suscetiacuteveis ao substrato para o desenvolvimento das

larvas poreacutem durante a evoluccedilatildeo essa glacircndula comeccedilou a produzir veneno para

paralisar seus hospedeiros e utilizaacute-los como alimento para as larvas Desde entatildeo

o ovipositor dos aculeados acabou sendo usado tambeacutem para inoculaccedilatildeo de

veneno como uma arma defensiva para se protegerem de alguns vertebrados

(AUDREY CAZALLA 1999)

Esse evento foi muito importante e resultou em alguns modos de vida que puderam

estabelecer estrateacutegias evolutivas bem sucedidas como por exemplo o

desenvolvimento dos meacutetodos de transporte das presas em ninhos diferentes A

construccedilatildeo de ninhos foi uma estrateacutegia evolutiva importante visto que as espeacutecies

22

armazenavam alimento em grande quantidade antes de comeccedilar o desenvolvimento

de suas larvas (AUDREY CAZALLA 1999)

O desenvolvimento das sociedades eacute caracterizado pela presenccedila de divisatildeo de

castas Ela se baseia no mecanismo haplo-diploacuteide da determinaccedilatildeo do sexo em

que as fecircmeas satildeo diploacuteides feacuterteis os machos haploacuteides e cooperam apenas na

fecundaccedilatildeo da rainha e as operarias esteacutereis Essa sociedade ocorre em todas as

formigas e em algumas abelhas e vespas (AUDREY CAZALLA 1999 PRATO [20--

])Para que a espeacutecie seja eussocial eacute necessaacuterio que dentro do ninho tenha divisatildeo

de trabalho colaboraccedilatildeo para cuidar da prole e ter mais de uma geraccedilatildeo em um

mesmo ninho (AUDREY CAZALLA 1999)

O grupo das abelhas estaacute reunido na Superfamiacutelia Apoidea De acordo com a

proposta da aacutervore filogeneacutetica dos principais clados das abelhas descrita por

Michener (1944 apud SILVEIRA MELO ALMEIDA 2002) seis famiacutelias foram

reconhecidas satildeo elas Colletidae Apidae Adrenidae Halictidae Megachilidae e

Milittidae Essa classificaccedilatildeo representou um importante avanccedilo nas relaccedilotildees

filogeneacuteticas desse grupo (SILVEIRA MELO ALMEIDA 2002) Nos estudos de

Melo e Gonccedilalves (2005) eacute abordada uma classificaccedilatildeo mais atual para as abelhas

Essa classificaccedilatildeo eacute revisada por Michener (2000 apud MELO GONCcedilALVES

2005) em que ele defende uma mudanccedila na qual as abelhas estatildeo incluiacutedas apenas

em uma famiacutelia a Apidae e as famiacutelias da classificaccedilatildeo tradicional como subfamiacutelias

Nessa revisatildeo da classificaccedilatildeo das abelhas satildeo reconhecidas sete subfamiacutelias 51

tribos e 27 subtribos (MELO GONCcedilALVES 2005) De acordo com esta a

subfamilia Meliponinae passa a ser a tribo Meliponini com duas subtribos Trigonina

e MeliponinaPara este trabalho foi utilizada esta nova classificaccedilatildeo das abelhas

revisada por Michener (2000)

Na superfamiacutelia Apoidea grande parte das abelhas satildeo solitaacuterias (85) entre elas

estatildeo algumas espeacutecies da subfamiacutelia Megachilidae Anthophoridae e Apidae No

haacutebito de vida solitaacuterio cada fecircmea cuida sozinha do seu ninho ou seja o constroacutei

coloca os ovos busca alimento suficiente para o crescimento da larva e

normalmente morre antes da sua progecircnie amadurecer natildeo tendo dessa maneira

contato entre as geraccedilotildees (SANTOS 2002 MICHENER 1969 PERUQUEETI [19--

]) Jaacute a grande parte das abelhas que apresentam os haacutebitos mais sociais satildeo os

Apinae (Bombineos (Bombini) Apineos(Apini) e Meliponineos (Meliponini) elas vivem

23

em grandes colocircnias com apenas uma rainha e vaacuterias operaacuterias e divisatildeo de

trabalho (MICHENER 1969)

Haacute dois grandes grupos de abelhas altamente sociais ambos na subfamiacutelia Apinae

os Apineos (todos do gecircnero Apis) e os Meliponineos (Meliponini) (abelhas sem

ferratildeo) Esse comportamento pode ter evoluiacutedo duas vezes a partir de semelhanccedilas

no comportamento social entre Apis e Meliponineos (Meliponini) que surgiram

independentemente (WINSTON MICHENER 1977) Em ambos os grupos satildeo

produzidos enxames poreacutem com mecanismos bem diferentes Nos Meliponineos

(Meliponini) as operaacuterias da colocircnia voam para encontrar novos siacutetios para nidificar

preparam o ninho com mateacuterias do ninho antigo e somente quando o novo ninho

estaacute pronto a rainha jovem se junta a estas operaacuterias e deixa a rainha velha no

antigo ninho Jaacute em Apis a rainha velha sai com suas operaacuterias e deixa a jovem no

ninho antigo (WINSTON MICHENER 1977)

Em relaccedilatildeo agrave alimentaccedilatildeo das larvas em Apis satildeo operaacuterias que fazem esse

trabalho Jaacute em meliponineos (meliponini) as operaacuterias fecham as ceacutelulas de cria

com ovos e colocam alimento suficiente para a larva completar seu desenvolvimento

(WINSTON MICHENER 1977)

As abelhas dependem totalmente das plantas para se alimentarem o seu

aparecimento pode estar relacionado com o surgimento das angiospermas

(PERUQUETTI [19--] PIRANI LAURINO 1993) As angiospermas mais primitivas

surgiram com flores bem rasas com o passar do tempo foram se especializando em

plantas estreitas tubulares e profundas Para ter maior sucesso na coleta do neacutectar

as abelhas adaptaram suas peccedilas bucais com liacutengua curta e liacutengua longa assim

passaram a ser chamadas de abelhas lambedoras e sugadoras respectivamente

(PERUQUETTI [19--] PIRANI LAURINO 1993) Para a coleta dos gratildeos de poacutelen

as primeiras abelhas portavam muitos pelos em volta do corpo condiccedilatildeo que foi

modificada ao longo do tempo (PIRANI LAURINO 1993)

22 AS ABELHAS MELIPONINI

Para estudos a respeito dos meliponineos (meliponini) Nogueira-Neto (1997)

publicou um livro que relata seus conhecimentos sobre essas abelhas indiacutegenas

24

sem ferratildeo O livro faz uma abordagem a respeito da vida dos meliponiacuteneos

(Meliponini pertencente agrave Apidae) mostrando os principais aspectos de suas

caracteriacutesticas bem como meacutetodos para sua criaccedilatildeo e cuidados que um

meliponicultor deve ter Os primeiros capiacutetulos fazem uma apresentaccedilatildeo que

caracteriza os meliponiacuteneos Haacute a apresentaccedilatildeo da classificaccedilatildeo dessas abelhas a

descriccedilatildeo de sua fonte de alimento de sua distribuiccedilatildeo geograacutefica de seu

relacionamento com outras abelhas e de sua possiacutevel aclimataccedilatildeo O autor faz

consideraccedilotildees sobre a arquitetura e o material usado para a construccedilatildeo de seus

ninhos e daacute destaque principal ao material que elas mesmas produzem a cera Nos

capiacutetulos subsequumlentes satildeo feitas consideraccedilotildees sobre a geneacutetica e o

comportamento das abelhas o tratamento e as teacutecnicas necessaacuterias para sua

criaccedilatildeo Aleacutem disso haacute tambeacutem discussotildees sobre a conservaccedilatildeo do mel a higiene

ou a sua falta em algumas espeacutecies e a existecircncia de meacuteis perigosos Neste livro o

autor teve o intuito de contribuir com seus estudos para que outros cientistas e

meliponicultores pudessem conhecer a vida dos meliponiacuteneos e fazer possiacuteveis

identificaccedilotildees de muitas outras espeacutecies

23 IMPACTOS DA URBANIZACcedilAtildeO NAS ABELHAS

Vaacuterios estudos relatam que eacute comum encontrar abelhas em aacutereas urbanizadas

(antropizadas) As espeacutecies encontradas de modo geral apresentam boa

adaptaccedilatildeo a esses ambientes Alguns estudos com relaccedilatildeo a essas abelhas

urbanas tratam de impactos que esses ambientes podem causar a elas

Laroca Sebastiatildeo e Cure (1982) realizaram um trabalho de abordagem a respeito

do impacto da urbanizaccedilatildeo sobre a abundacircncia relativa fenologia e flores

preferenciais das abelhas que se encontram em aacutereas urbanas Com coletas feitas

durante um ano no parque Passeio Puacuteblico localizado no centro da cidade de

Curitiba e na regiatildeo de Boa Vista tambeacutem em Curitiba eles constataram que

comparada as duas aacutereas de estudos o Passeio Puacuteblico apresentou um nuacutemero

menor de espeacutecies e em fenologia e flores preferenciais constataram que a

composiccedilatildeo das flores estaacute muito alterada devido agrave introduccedilatildeo de espeacutecies

cultivadas Portanto concluiacuteram que o processo de urbanizaccedilatildeo produz grandes

25

mudanccedilas na composiccedilatildeo floriacutestica nos locais de nidificaccedilatildeo e que apresentam ter

influecircncias significativas nas caracteriacutesticas associadas agraves abelhas

Taura e Laroca (1991) realizaram uma pesquisa com o propoacutesito de analisar a

distribuiccedilatildeo e a abundacircncia de ninhos de abelhas sociais em locais que apresentam

constantes processos de urbanizaccedilatildeo Com levantamentos realizados na regiatildeo de

Passeio Puacuteblico (Curitiba) eles encontraram 32 ninhos de Apidae com

predominacircncia da subfamiacutelia dos Meliponiacuteneos Assim sendo concluiacuteram que os

meliponiacuteneos eram favorecidos pelas atividades humanas para nidificaccedilatildeo uma vez

que foram encontrados em paredotildees de concretos edificaccedilotildees entre outros locais

Entretanto tambeacutem concluiacuteram que essas abelhas satildeo ameaccediladas devido agrave

instabilidade do ambiente que apresenta muitas mudanccedilas por causa da

urbanizaccedilatildeo

Pirani e Laurino (1993) publicaram um livro sobre flores e abelhas em Satildeo Paulo

onde os autores tinham o interesse de estudar as relaccedilotildees entre as abelhas e o

ambiente conhecer as plantas visitadas por elas e suas preferecircncias florais em

aacutereas onde haacute interferecircncia humana Todo estudo foi realizado dentro do Campus

Universitaacuterio de Satildeo Paulo Para desenvolver esse trabalho eles coletaram

informaccedilotildees sobre as plantas apiacutecolas dos jardins do ldquocampusrdquo sobre a atraccedilatildeo que

as espeacutecies de abelhas sociais tecircm por estas plantas e sobre as variaccedilotildees abioacuteticas

existentes As coletas nas flores de amostras de mel e poacutelen das colocircnias e

observaccedilotildees dos ninhos das abelhas foram perioacutedicas Eles obtiveram 133 espeacutecies

de flores visitadas separadas em sete famiacutelias Neste livro Pirani e Laurino fazem

discussotildees a respeito dos resultados dos seus dados associando com trabalhos de

outros autores e concluem que trabalhos como esse apresenta grande importacircncia

pois mostra o valor de determinadas espeacutecies vegetais para as abelhas e que ainda

haacute muito estudo para se fazer com relaccedilatildeo agrave abelha-flor

Devido aos danos que as abelhas vecircm sofrendo com a perda de habitat Oliveira

Morato e Garcia (1995) fizeram um estudo para conhecer as espeacutecies de

meliponineos existentes em aacutereas desmatadas fragmentos de mata isolados e mata

continua nesta uacuteltima foi tambeacutem realizado estudo para saber informaccedilotildees sobre a

densidade dos ninhos As aacutereas fragmentadas foram divididas em hectares e as

coletas das abelhas foram feitas em ninhos nidificados em aacutervores vivas e mortas

Todo o trabalho foi realizado na regiatildeo de Manaus Amazocircnia que vem sofrendo

26

antropizaccedilatildeo Foram coletadas um total de 54 espeacutecies de meliponineos sendo que

na mata contiacutenua foram 37 espeacutecies nos fragmentos isolados (de 1 e 10 hectar) e

na aacuterea desmatada foram coletada entre 21 e 25 espeacutecies e no fragmento de mata

continua(100 hectar) apenas 9 foram coletada Os autores concluiacuteram que mesmo a

regiatildeo ter apresentado grande riqueza de espeacutecies as aacutereas fragmentadas das

matas estatildeo diminuindo o tamanho das comunidades de meliponineos o que pode

deste modo comprometer a reproduccedilatildeo de diversas plantas melitoacutefilasna regiatildeo

Kearns Inouye e Wase (1998) publicaram um trabalho sobre a interaccedilatildeo de planta-

polinizador e suas interaccedilotildees Neste trabalho os autores descrevem a respeito da

natureza ecoloacutegica e evolutiva dessas interaccedilotildees e das evidentes ameaccedilas que

estatildeo sofrendo por meio das atividades humanas como tambeacutem discute sobre

soluccedilotildees de gestatildeo de melhoria para locais onde haacute crise na polinizaccedilatildeo Com

respeito a essas crises os autores debatem durante todo o trabalho que esse

problema jaacute eacute generalizado por ser associada agraves atividades humanas e que ele eacute

causado principalmente pelo uso de pesticidas e herbicidas mudanccedila no uso dos

solos pastagens agricultura fragmentaccedilatildeo do habitat desses polinizadores e pela

introduccedilatildeo de espeacutecies natildeo nativas nos ambientes O trabalho conclui que todos

esses problemas podem ter futuramente um aumento devido agraves grandes alteraccedilotildees

de habitat causado por uma populaccedilatildeo que estaacute sempre em crescimento e

sugeriram que os proacuteprios cidadatildeos e ecologistas natildeo devem medir esforccedilos para

reverter esse quadro

Proniacute (2000) realizou uma pesquisa para conhecer a biodiversidade de abelhas

indiacutegenas sem ferratildeo com o intuito de apresentar manejos de conservaccedilatildeo para os

ecossistemas Com levantamentos preliminares de ninhos de abelhas nas regiotildees

(urbana e rural) de Londrinas (Paranaacute) e municiacutepios proacuteximos agrave Bacia do Rio Tibagi

(Paranaacute) ele constatou que a aacuterea estudada apresenta uma distribuiccedilatildeo

diversificada tanto nos ecossistemas urbanos como nos agroecossistemas Em

relaccedilatildeo agrave diversidade das abelhas indiacutegenas sem ferratildeo ele observou que 12 das 19

espeacutecies encontradas ocorrem nos agroecossistemas e que praticamente natildeo

nidificam em aacutereas urbanas Portanto ele concluiu que a biodiversidade dessas

abelhas na Bacia do Rio Tibagi estaacute seriamente ameaccedilada principalmente devido agrave

diminuiccedilatildeo de aacutereas florestadas Segundo o autor para que haja melhoria do quadro

27

eacute preciso da responsabilidade de meliponicultores pesquisadores entre outros para

que sejam proporcionadas condiccedilotildees boas para essas abelhas

Devido agraves grandes mudanccedilas do ambiente provocadas pela urbanizaccedilatildeo Souza e

colaboradores (2002) fizeram um estudo durante um ano (Marccedilo de 2000 a Julho de

2001) com o intuito de verificar a diversidade e habitat de Meliponini em uma aacuterea

urbana e identificar a relaccedilatildeo das espeacutecies com o processo de urbanizaccedilatildeo Foi

realizada inspeccedilatildeo mensal a procura de ninhos de meliponini dentro do Campus da

Universidade Federal de Juiz de Fora Minas Gerais Com os ninhos encontrados foi

feito a identificaccedilatildeo do substrato em que foi nidificado Essas informaccedilotildees foram

relacionadas com os dados de temperatura umidade e precipitaccedilatildeo do municiacutepio

Durante o estudo foi encontrado uma meacutedia de 3488 ninhos e quatro espeacutecies

foram identificadas sendo elas Tetragonisca angustula Nannotrigona testaceicornis

Trigona spinipes e Partamona sp As espeacutecies encontradas apresentaram

preferecircncia em substratos de construccedilotildees (cavidades preacute-existentes) Em relaccedilatildeo agrave

temperatura umidade e precipitaccedilatildeo os autores observaram uma correlaccedilatildeo

positiva entre a temperatura e a abundancia dos ninhos das abelhas sem ferratildeo por

outro lado natildeo foi encontrado para umidade relativa do ar e precipitaccedilatildeo Deste

modo concluiacuteram que mesmo em ambiente urbano essas espeacutecies ainda

conseguem sobreviver com sucesso por traacutes das atividades antropicas

Com relaccedilatildeo aos ninhos de T angustula com o clima do ambiente em que esses satildeo

nidificados Chiari e colaboradores (2002) realizaram um trabalho para ver se as

variaccedilotildees climaacuteticas tecircm alguma relaccedilatildeo com o desenvolvimento dos ninhos das

Jataiacutes Foram realizadas coletas das abelhas que foram depositadas em trecircs tipos

diferentes de colmeacuteias Fritzen Nogueira-Neto e Guiliane Apoacutes esse procedimento

as colocircnias foram pesadas e instaladas no municiacutepio de Maringaacute Paranaacute Ao longo

do estudo a temperatura do ambiente onde as colmeacuteias foram instaladas foi

monitorada Apenas a colmeacuteia Nogueira-Neto natildeo apresentou associaccedilatildeo com a

variaccedilatildeo das temperaturas Nos modelos Fritzen e Giuliane foram observados que o

peso de ambas apresentaram de forma positiva com a umidade relativa do ar

apenas Giuliane teve relaccedilatildeo positiva com a insolaccedilatildeo Deste modo os autores

concluiacuteram que os modelos Giuliane e Noguera-Neto satildeo mais apropriados para as

colmeacuteias de T angustula

28

Outro trabalho tambeacutem realizado em Campus Universitaacuterio foi feito por Almeida

(2002) sobre composiccedilatildeo das comunidades de abelhas em Satildeo Paulo O autor teve

o intuito de contribuir com informaccedilotildees sobre as espeacutecies de abelhas e as plantas

visitadas por elas Com levantamento das abelhas e plantas em duas aacutereas de

Cerrado (Cerradatildeo e Cerrado) localizado no campus Universitaacuterio no Municiacutepio de

Pirassununga foi coletado um total de 261 amostras de plantas de 41 famiacutelias e 140

espeacutecies Dessas apenas cinco ocorreram nas duas aacutereas Com relaccedilatildeo agraves

abelhas foram coletadas um total de 141 espeacutecies em quatro famiacutelias Foi concluiacutedo

que a famiacutelia que apresentou maior riqueza de espeacutecie foi Apidae Com relaccedilatildeo agraves

plantas as famiacutelias Asteraceae Malvaceae Fabaceae Sapindaceae e Vichysiaceae

foram as mais ricas em nuacutemero de espeacutecies

Neves e Viana (2002) realizaram um estudo sobre a ecologia da comunidade de

abelhas eussociais com o propoacutesito de analisar as atividades do seu vocirco

relacionando com recursos alimentares variaccedilotildees meteoroloacutegicas entre outros

fatores Com coletas das abelhas amostras de plantas floridas e monitoramento dos

ninhos nas dunas continentais na Bahia Eles capturaram oito espeacutecies da famiacutelia

Apidae Estas abelhas exibiam maior atividade no periacuteodo da manhatilde Um nuacutemero de

plantas floridas foi verificado na estaccedilatildeo chuvosa Assim sendo concluiacuteram que a

disponibilidade de recursos disponiacutevel e agraves variaccedilotildees meteoroloacutegicas favorecem a

concentraccedilatildeo de visitas florais dessas abelhas pela manhatilde

Um estudo sobre a ecologia das populaccedilotildees de meliponiacuteneos Souza e

colaboradores (2005) fizeram buscas pelos ninhos e coletas das abelhas no Campus

da Universidade Federal da Bahia eles encontraram 94 ninhos com 19 espeacutecies

diferentes tendo uma predominacircncia da espeacutecie Tetragonisca angustula Deste

modo concluiacuteram que a riqueza de espeacutecies de meliponineos (meliponini)

encontrada no Campus (o qual eacute um local que sofre antropizaccedilatildeo) pode ser devida

a disponibilidade de substratos para nidificaccedilatildeo e pela quantidade de recursos que eacute

ofertado

Stuch (2006) realizou uma pesquisa sobre a variabilidade geneacutetica das populaccedilotildees

de Tetragonisca angustula Nesse trabalho o autor primeiramente faz uma revisatildeo

da bibliografia com o propoacutesito de apresentar informaccedilotildees a respeito da estrutura

das populaccedilotildees de meliponiacuteneos (meliponini) sobre as abelhas indiacutegenas sem

ferratildeo e principalmente a respeito da abelha em estudo onde destacam informaccedilotildees

29

do comportamento locais de nidificaccedilatildeo dos recursos usados para se alimentar e

do mel que eacute produzido por eles Com coletas e anaacutelises realizadas por meio de

marcador molecular nas cidades de Dracena em Satildeo Paulo e Ivatuba no Paranaacute Ele

observou que as amostras obtidas em Ivatuba apresentaram 60 de polimorfismo e

na cidade de Dracena foram apresentadas 40 Deste modo o autor concluiu que

em Ivatuba as populaccedilotildees de T angustula estatildeo diferenciadas geneticamente e natildeo

apresentam endocruzamento entre os ninhos jaacute as populaccedilotildees da cidade de

Dracena natildeo se encontraram modificados podendo os ninhos ser considerados

como um soacute Segundo o autor essas informaccedilotildees satildeo muito importantes para que

estudos de praacuteticas de manejo sejam realizados para manter a variabilidade dessas

populaccedilotildees

Outro trabalho tambeacutem em aacutereas fragmentadas foi realizado por Alvarenga (2008)

Neste trabalho o autor teve o objetivo de conhecer a diversidade e densidade dos

ninhos de meliponineos (meliponini) na Mata de Santa Tereza (Estaccedilatildeo Ecoloacutegica de

Ribeiratildeo Preto Satildeo Paulo) que fica situado entre a Mata Atlacircntica e o Cerrado com

levantamentos dos ninhos e das aacutervores que poderiam apresentar um tamanho

potencial para essas abelhas nidificarem Foram encontrados ninhos de quatro

espeacutecies de meliponineos (meliponini) sendo T angustula e Scaura latitarsis

representaram 25 dos ninhos encontrados e Trigona hyalinata 50 E em relaccedilatildeo

aacutes aacutervores cerca de 67 foram analisadas poucas apresentavam rachaduras ou

cavidades para abrigar os ninhos Deste modo foi concluiacutedo que na aacuterea estudada

haacute uma riqueza baixa e densidade relativamente meacutedia e tambeacutem poucos locais

para nidificaccedilatildeo

Andena e colaboradores (2009) tambeacutem fizeram um trabalho em aacutereas degradadas

Para eles esses estudos satildeo essecircncias devido a essas aacutereas serem a principal

razatildeo para o aumento das taxas de perda da diversidade geneacutetica e extinccedilatildeo das

abelhas Os autores realizaram um estudo para conhecer a diversidade de abelhas

no Cerrado em Satildeo Paulo Foram realizadas coletas das abelhas em quatro

reservas em regiotildees fragmentadas do Cerrado Reserva de Corumbataiacute Estaccedilatildeo

Ecoloacutegica de Jataiacute Parque Vassununga e Reserva de Cajuru Com cerca de 500

indiviacuteduos coletados as aacutereas que apresentaram maior riqueza foram Cajuru e

Corumbataiacute e as aacutereas com menor riqueza foram Vassununga e Estaccedilatildeo Ecoloacutegica

Jataiacute Mesmo apresentando maior nuacutemero de riqueza a aacuterea de Corumbataiacute sofreu

30

vaacuterias alteraccedilotildees na composiccedilatildeo fauniacutestica durante o estudo Assim sendo foi

concluiacutedo que pesquisas como essas satildeo importantes pois contribuem com

informaccedilotildees a respeito da influencia que essas aacutereas degradadas podem exercer

sobre a composiccedilatildeo fauniacutestica e a riqueza das espeacutecies de abelhas

Um inventaacuterio sobre os meliponiacuteneos (meliponini) no Bioma Cerrado foi realizado por

Fernandes e colaboradores (2012) Com levantamentos feitos durante dois anos em

quatro aacutereas diferentes (Municiacutepio de Tangaraacute da Serra ndash MT nos arredores do

campus universitaacuterio de Mato Grosso na Reserva Florestal Antocircnio Conselheiro ndash

MT e na zona rural do municiacutepio Tangaraacute da Serra - MT) os autores coletaram 128

espeacutecimes distribuiacutedos em 27 espeacutecies e 14 gecircneros e constataram que a maior

riqueza foi vista na reserva florestal e na zona rural do municiacutepio de Tangaraacute da

Serra Deste modo eles concluiacuteram que a riqueza observada na reserva pode ser

devido agrave mata apresentar pouca antropizaccedilatildeo e que as informaccedilotildees obtidas nesse

estudo satildeo de extrema importacircncia para a preservaccedilatildeo da biodiversidade da reserva

florestal

Uma pesquisa realizada por Oliveira e colaboradores (2013) cujo tema foi

Levantamento de Ocorrecircncia de Meliponiacutedeos (Meliponini) em Municiacutepios na regiatildeo

do Vale do Jauru ndash MT foia incidecircncia de abelhas sem ferratildeo em zonas urbanas

Com entrevistas aos moradores e com sessotildees de fotos para definir quais espeacutecies

de abelhas se encontravam nas proximidades das casas da regiatildeo do Vale do Jauru

eles encontraram 67 colmeacuteias sendo 17 predominantes em apenas uma cidade

Deste modo concluiacuteram que na regiatildeo do Vale do Jauru encontram-se grandes

aacutereas verdes proporcionando dessa forma alimento e a preservaccedilatildeo das abelhas

24 COLETA DE RECURSOS E PRODUCcedilAtildeO DE MEL DAS MELIPONINI

Devido agraves poucas informaccedilotildees sobre a composiccedilatildeo do mel e fontes alimentares

utilizados pelos meliponineos Anacleto (2007) fez um estudo com o intuito de

conhecer as principais fontes que fazem parte da dieta dessas abelhas e tambeacutem

conhecer as caracteriacutesticas quiacutemicas do mel produzido por elas O estudo foi no

Municiacutepio de Piracicaba Satildeo Paulo Foi realizado um levantamento das plantas

visitadas por cinco espeacutecies de meliponineos (T angustula Scaptotrigona

31

bipunctata Nanotrigona testaceicornis Friesiomellita varia e Tetragona clavipes)

coleta de mel nos potes de alimento dos ninhos e coleta de poacutelen retirada das

corbiacuteculas O autor obteve 158 espeacutecies de plantas sendo que dessas 67 foram

visitadas pelas abelhas em estudo e na anaacutelise poliacutenica foram encontradas 72

espeacutecies de plantas A espeacutecie que apresentou menor nuacutemero de visitas foi F varia

em contrapartida T angustula foi a espeacutecie que apresentou o haacutebito mais

generalista em relaccedilatildeo ao numero de espeacutecies de plantas visitadas Com relaccedilatildeo ao

mel foram analisadas um total 31 amostras Os estudos com a composiccedilatildeo do mel

apresentaram uma dificuldade devido agrave legislaccedilatildeo atender apenas as caracteriacutesticas

do mel de Apis melliacutefera e natildeo o mel das abelhas nativas O mel de F varia foi a que

apresentou menor niacutevel de accediluacutecar em contrapartida o niacutevel de accediluacutecar do mel de T

angustula foi o mais elevado Deste modo foi concluiacutedo que as espeacutecies estudadas

se mostraram generalistas com exceccedilatildeo de F varia e com relaccedilatildeo agrave anaacutelise do

mel foi concluiacutedo que haacute a necessidade de um padratildeo na legislaccedilatildeo proacuteprio para

uma melhor anaacutelise dos compostos quiacutemicos do mel de meliponiacuteneos

Anacleto e colaboradores (2009) tambeacutem realizaram uma pesquisa sobre o padratildeo

de qualidade do mel das abelhas sem ferratildeo Para esse estudo foi analisado a

composiccedilatildeo do mel das abelhas Tetragonisca angustula Com coletas feitas

diretamente de dentro das colocircnias encontradas em Piracicaba ndash (SP) e com

anaacutelises feitas sobre o accediluacutecar proteiacutenas pH acidez cor entre outros fatores os

autores obtiveram 20 amostras de mel e relataram que o accediluacutecar dessas amostras

apresentaram valores inferiores ao que eacute estabelecido pelas normas

brasileirasAssim sendo concluiacuteram que 5 de accediluacutecar do mel coletado natildeo se

enquadram na legislaccedilatildeo e que seria necessaacuterio um maior estudo para que uma

nova legislaccedilatildeo seja feita

No trabalho de Sommeijer e colaboradores (1983) aleacutem de analisar os recursos

coletados por algumas abelhas sem ferratildeo (Meliponineos) e Apis mellifera os

autores tambeacutem fizeram observaccedilotildees no comportamento de forrageamento dessas

abelhas As observaccedilotildees e amostras de poacutelen foram retiradas semanalmente das

corbiacuteculas das forrageiras que retornavam ao ninho Os autores observaram que as

coletas dos recursos ocorreram em periacuteodos diferentes os voos de neacutectar ocorreram

na maior parte das vezes de manhatilde e os vocircos de poacutelen ocorreram agrave tarde Em

relaccedilatildeo ao poacutelen foram obtidas 191 amostras sendo que quatro famiacutelias se

32

mostraram mais presentes Myrtaceae Sapotaceae Sapindaceae e Melliaceae

Desta forma concluiacuteram que as coletas de poacutelen pelas forrageiras podem ter

predominado no periacuteodo da manhatilde devido agraves flores se mostrar mais murchas com o

passar do dia Tambeacutem concluiacuteram que os recursos de poliacutenicos foram bem

diversos o que confirmou o haacutebito generalista dessas abelhas

Carvalho e Marchini (1999) realizaram um estudo dentro de um campus Universitaacuterio

(USP) em Piracicaba Em seu trabalho tiveram o objetivo de conhecer as plantas

que oferecem recursos para abelhas em ambientes mais antropizados Com coletas

de abelhas operaacuterias em colocircnias de Tetragonisca angustula e Nannotrigona

testaceicornis os autores analisaram os gratildeos de poacutelen coletados por elas Atraveacutes

dessa anaacutelise obtiveram 31 tipos poliacutenicos em 22 famiacutelias de plantas sendo que

entre essas famiacutelias para N testaceicornis os gratildeos de poacutelen que se mostrou mais

frequumlente foi de Myrtaceae e para T angustula foram Fabaceae Liliaceae e

Mimosaceae Dessa maneira concluiacuteram que essas espeacutecies se mostraram

generalistas visitando diversas plantas

No mesmo ano Carvalho Marchini e Ros (1999) fizeram um estudo para comparar

e analisar as fontes de poacutelen utilizadas por Apis mellifera e quatro diferentes

espeacutecies de Trigonini (Nannotrigona testaceicornis Partamona helleri Plebeia

droryana e Tetragonisca angustula) O trabalho teve o intuito de fornecer

informaccedilotildees sobre as preferecircncias florais e as relaccedilotildees troacuteficas dessas espeacutecies

Com coletas realizadas nos meses de Outubro e Novembro de 1996 no campus da

USP em Piracicaba os autores coletaram 53 tipos poliacutenicos desses os tipos mais

frequentes para todas as abelhas foram Aracaceae Bulbine frutescens e

Eucalyptus spe com as relaccedilotildees troacuteficas eles observaram que a utilizaccedilatildeo de fontes

de poacutelen variou conforme a espeacutecie e que a dieta se mostrou bem diversificada

Dessa maneira os autores concluiacuteram que P droryana e Phelleri foram agraves

espeacutecies que apresentaram maior uniformidade na utilizaccedilatildeo de fontes de poacutelen e a

maior sobreposiccedilatildeo de nicho troacutefico ocorreu entre N testaceiconis e T angustula e

menor sobreposiccedilatildeo foi entre A meliacutefera e T angustula

Devido agrave carecircncia de estudos sobre os recursos florais utilizados pelas abelhas

Agostini e Sazima (2003) fizeram um estudo sobre a fenologia das espeacutecies de

plantas ornamentais e suas relaccedilotildees com as espeacutecies de abelhas Com registros da

fenologia das plantas arboacutereas e arbustivas e o tipo de recurso utilizado pelas

33

abelhas no campus da Universidade Estadual de Campinas em Satildeo Paulo os

autores registraram 42 espeacutecies de plantas e observaram que na aacuterea estudada

houve plantas florindo todos os meses e natildeo houve sazonalidade marcada Com

relaccedilatildeo ao tipo de recurso utilizado pelas abelhas foi observado que as plantas mais

visitadas foram da famiacutelia Leguminosae e Bombacaceae por serem importantes

fontes de alimento para as abelhas no periacuteodo de estiagem Concluiacuteram que plano

de manejo em ambientes urbanos usando plantas ornamentais nativas seria

importante para acolher maior diversidade de abelhas as quais cumprem papel

importantiacutessimo na manutenccedilatildeo da biodiversidade dos ecossistemas naturais

Como muitas plantas de importacircncia econocircmica dependem de insetos para

aumentar a produccedilatildeo e a qualidade dos frutos Toledo e colaboradores (2003)

pesquisaram as angiospermas na regiatildeo de Maringaacute no estado do Paranaacute para

contribuir com o conhecimento da biodiversidade nessa regiatildeo Com coletas em

onze espeacutecies de plantas examinadas na Universidade Estadual de Maringa

Paranaacute os autores obtiveram 331 insetos Entre as abelhas trecircs espeacutecies coletadas

foram as mais abundantes Tetragonisca angustula Apis mellifera e Trigona spinipes

Os autores concluiacuteram que essas abelhas africanizadas e sem ferratildeo foram as mais

abundantes nas coletas as flores devido tanto ao seu comportamento generalista

como pela sobreposiccedilatildeo no local de forrageamento

Simioni e Colaboradores (2007) realizaram um estudo para investigar os recursos

alimentares de Tetragonisca angustula fiebrigi em Mato Grosso do Sul Com

amostras de cargas poliacutenicas corbiculares das operaacuterias em um ambiente natural de

Corumbaacute-MS no periacuteodo de seis meses os autores relataram que T angustula

visitou 43 espeacutecies de plantas para coleta de poacutelen e as famiacutelias mais visitadas

foram Leguminosae Palmae Asteraceae e a subfamiacutelia Mimosidae devido agrave grande

quantidade de poacutelen acessiacutevel Deste modo concluiacuteram que Tetragonisca

angustula mostrou-se seletivo com relaccedilatildeo agraves fontes de alimento disponiacutevel na aacuterea

estudada e que a famiacutelia Leguminosae se mostrou a mais importante fonte de poacutelen

para T angustula

Muitas espeacutecies de abelhas vecircm sendo utilizadas consorciadas ao cultivo de

diversas espeacutecies de plantas No trabalho de Antunes e colaboradores (2007) eles

utilizaram a espeacutecie Tetragonisca angustula para verificar seu efeito como agente

polinizador na produccedilatildeo de frutos de cultivares de morango em estufa O estudo foi

34

realizado na Universidade de Passo Fundo RS utilizando quatro cultivares de

morangueiro (Oso Grande Tdla Chandler e Dover) com ausecircncia e presenccedila de

duas e quatro colmeacuteias de T angustula Os autores observaram que o numero de

visitas as flores foram o mesmo para os mesmos nuacutemeros de colocircnias e que o uso

de duas ou quatro colmeacuteias natildeo alterou a produccedilatildeo dos frutos Aleacutem disso

observaram tambeacutem que a porcentagem de frutos deformados teve uma queda

consideraacutevel de 85 para 5 Sendo assim concluiacuteram que a presenccedila de

Tetragonisca angustula para a polinizaccedilatildeo em ambiente fechado tem grande

importacircncia para o aumento da produtividade e para o aumento da quantidade de

frutos comerciaacuteveis

Devido agrave grande importacircncia das abelhas sem ferratildeo para manter a biodiversidade

das plantas Braga e colaboradores (2012) fizeram um estudo com a espeacutecie T

angustula por ela ser amplamente distribuiacuteda nos habitats tropicais Com estudo

realizado em duas ilhas (Ilha Grande e Tucuruccedilaacute) e outras duas na ilha Ariroacute e

Tinguaacute todas SAP aacutereas de Mata Atlacircntica do Estado do Rio de Janeiro e apenas

Ilha Grande pertence a uma unidade de proteccedilatildeo ambiental Para esse estudo os

autores fizeram coletas de carga de poacutelen e observaccedilotildees agraves flores T angustula

visitou 61 espeacutecies de plantas sendo Anacardiaceae e Asteraceaeas mais visitadas

Na Ilha grande foi a aacuterea onde se obteve maior nuacutemero de visitas e onde se

encontrou 39 tipos poliacutenicos Dessa maneira concluiacuteram que a dieta de T angustula

eacute bem ampla e que essas pesquisas satildeo necessaacuterias para conhecer as plantas que

operam como recurso para as abelhas em ambiente natural

Com o intuito de contribuir para o conhecimento da flora e sua utilizaccedilatildeo por

polinizadores nativos Novais Absy e Santos (2013) caracterizaram o poacutelen de T

angustula atraveacutes da anaacutelise palinoloacutegica analisando os meacuteis produzidos por esta

espeacutecie em duas regiotildees semi-aacuteridas tropicais do nordeste do Brasil Com amostras

de mel coletados mensalmente nos municiacutepios de Itaberaba e Ruy Barbosa na

Bahia durante 14 meses os autores observaram que o espectro poliacutenico das

amostras de mel de T angustula consistiu um total de 67 tipos de poacutelen sendo que

18 deles foram comuns aos espectros de poacutelen tanto de Itaberaba quanto de Ruy

Barbosa e as famiacutelias das plantas que predominaram em ambos municiacutepios foram

Fabaceae Myrtaceae Malvaceae e Euphorbiaceae Concluiacuteram que houve um uso

heterogeneo dos recursos naturais no municiacutepio de Itaberaba e homogecircneo no

35

municiacutepio de Ruy Barbosa neste foi detectado um tamanho maior do nicho de poacutelen

de T angustula Para os autores isso se deve a diferenccedila na diversidade de plantas

entre os dois municiacutepios

25 COMPORTAMENTO DA ABELHA JATAIacute

Para algumas pesquisas estudos sobre comportamento eacute essencial para obter

informaccedilotildees importantes sobre a espeacutecie em estudo Para que pesquisadores

possam fazer estudo de comportamento em campo Altmann (1973) publicou um

trabalho sobre comportamento animal onde ela faz um guia para orientar os

observadores em seus estudos Ela apresenta meacutetodos para ser utilizado nas

observaccedilotildees tanto em comportamento individual quanto em grupo e apresenta o uso

de meacutetodos de amostragem nas observaccedilotildees Nesse a autora relata trabalhos de

outros autores sobre observaccedilotildees comportamentais e faz discussotildees a respeito de

problemas de amostragem em comportamento social como tambeacutem as vantagens e

desvantagens do uso de alguns meacutetodos

Um estudo relacionado com o comportamento de T angustula foi realizado por

Wittmann (1985) para mostrar que o sistema de defesa dessa espeacutecie natildeo era

apenas para defesa de alguns insetos voadores mais tambeacutem para defesa contra

ataques de abelhas cleptobioacuteticas Para observaccedilatildeo do comportamento das guardas

pairando foi mantida uma colocircnia de Lestremelitta limatildeo proacuteximo a quatros colocircnias

de T agustula O autor notou que o posicionamento das guardas pairando proacuteximo

ao corredor de vocirco do ninho permitia maior eficiecircncia nos ataques aos intrusos

cleptobioacuteticos e que durante esses ataques o numero de guardas aumentava

consideravelmente para reforccedilar a defesa do ninho Dessa maneira concluiu-se que

no comportamento de defesa essa espeacutecie faz um recrutamento em massa das

guardas em resposta a um feromocircnio lanccedilado por L limatildeo

Couvillon e colaboradores (2007) fizeram um estudo sobre a movimentaccedilatildeo das

forrageiras em relaccedilatildeo ao tamanho da entrada do ninho e o comportamento

defensivo das guardas em relaccedilatildeo agraves perturbaccedilotildees que os ninhos sofrem Para esse

trabalho os autores estudaram 26 espeacutecies de abelhas sem ferratildeo no campus da

Universidade de Satildeo Paulo em Ribeiratildeo Preto Foram medidas a entrada dos ninhos

36

e o comprimento de abelhas forrageiras Foi verificado que a entrada do tubo do

ninho se ajusta ao tamanho das abelhas operaacuterias ou seja quanto maior for a

abelha maior seraacute a entrada do ninho Tambeacutem observaram que as guardas tinham

o comportamento de proteger o ninho bloqueando sua entrada e permitindo apenas

a entrada das forrageiras Assim concluiacuteam que essas abelhas apresentam

importantes mecanismos de defesa para ninho e que estudos como esse podem

trazer informaccedilotildees importantes ao comportamento de defesas das abelhas sem

ferratildeo

Minussi e Santos (2007) fizeram um estudo para descobrir se haacute algum efeito

negativo da Apis mellifera sobre as abelhas nativas em relaccedilatildeo agrave coleta de recursos

Para isso os autores fizeram um trabalho sobre o comportamento que ocorre entre

essas abelhas Com observaccedilotildees agraves flores e coletas das abelhas na Escola

Agroteacutecnica Federal de Sombrio no municiacutepio de Santa Rosa Santa Catarina Apis

mellifera foi agrave espeacutecie mais abundante encontrada na aacuterea em estudo em seguida

Trigona spinipes foi a mais abundante Durante as observaccedilotildees notaram que o

comportamento de abertura das mandiacutebulas da subfamiacutelia Halictinae para atacar e

expulsar as abelhas africanizadas das flores era comum e que esse comportamento

ocorria sempre antes que abelhas conseguissem chegar ao fundo da flor Dessa

maneira concluiacuteram que as abelhas nativas conseguem se defender das abelhas

africanizadas para garantir seu recurso

Karcher e Ratnieks (2009) mostraram em suas pesquisas que ninhos de T

angustula natildeo eram apenas defendidos por guardas pairando mas tambeacutem por

guardas que ficam de peacute na entrada do ninho Os autores colocaram dez campeiras

e natildeo campeiras da mesma espeacutecie e campeiras tratadas com odor de

Scaptotrigona bipunctata em cinco ninhos As guardas de peacute natildeo rejeitaram

nenhuma campeira mas rejeitaram quase todas natildeo campeiras e campeiras

tratadas com odor volaacutetil A partir desse resultado concluiacuteram que as operaacuterias que

ficam de peacute na entrada do ninho tambeacutem atuam como oacutetimas guardas para

discriminar as abelhas campeiras e natildeo campeiras

No trabalho de Gruter Karcher e Ratnieks (2011)foi realizado um estudo sobre as

abelhas guardas de Tetragonisca angustula que ficam pairando e de peacute proacuteximo ao

ninho Os autores fizeram algumas experiecircncias para saber se havia alternacircncias de

tarefas entre elas A pesquisa teve duraccedilatildeo de trecircs anos e foi realizada em uma

37

fazenda perto de Satildeo Paulo Para observar essa alternacircncia de tarefas as abelhas

guardas foram coletadas e marcadas Dessa maneira notaram que das 18 abelhas

marcadas 12 eram exclusivamente guardas em peacute e seis realizavam os dois tipos

de guardas Durante as 21 horas de observaccedilatildeo natildeo foi observado mudanccedila entre

os tipos de guardas A partir desses resultados concluiacuteram que a alternacircncia de

tarefa entre as guardas eacute rara de acontecer indicando que a defesa de T angustula

e feita por divisatildeo de trabalho

Zweden e colaboradores (2011) fizeram um trabalho semelhante agrave Wittmann (1984)

com os guardas de defesa que ficam pairando Em seu estudo os autores tinham o

objetivo de testar a hipoacutetese que as guardas aumentavam a defesa do ninho em

relaccedilatildeo aos intrusos principalmente Lestrimellita limatildeo a qual eacute um ladratildeo

obrigatoacuterio de Tetragonisca angustula Foram feitas mediccedilotildees da distacircncia em que

as guardas pairando atacavam tanto um manequim de massa de modelar coberto de

citral (odor volaacutetil liberado por L limatildeo) quanto operaacuterias de Lestrimellita limatildeo

receacutem morto Todos os intrusos do experimento foram atacados por T angustula a

distacircncia que ocorreu o ataque variou entre 0-22 cm os ninhos que tinham mais

guardas apresentou maior distacircncia Dessa maneira concluiacuteram que a presenccedila de

guardas pairando aumenta a detecccedilatildeo de intrusos e que essas guardas respondem

especialmente a pistas visuais

As abelhas sem ferratildeo (eussocias) costumam apresentar divisatildeo de trabalho em

suas colocircnias Gruter e colaboradores (2012) em seu estudo quiseram testar a

hipoacutetese de que os soldados especializados (guardas) para a defesa das colocircnias de

jataiacute (Tetragonisca angustula) eram relativamente maiores que os trabalhadores

Com anaacutelise no tamanho e na forma das forrageiras guardas e trabalhadores que

removem resiacuteduos das colocircnias o autor constatou que o peso corporal das guardas

era maior que das abelhas forrageiras e que o tamanho da cabeccedila das forrageiras

mostrou-se um pouco maior em relaccedilatildeo agraves guardas Assim concluiu-se que a

variaccedilatildeo no tamanho seria devido agrave divisatildeo de trabalho ou seja a diferenccedila no

tamanho do corpo consiste em uma eficaacutecia maior para lutar contra invasores e a

diferenccedila em relaccedilatildeo ao tamanho da cabeccedila seria devido agrave necessidade das

forrageiras de decorar caminhos para busca do alimento

38

39

3 METODOLOGIA

31 AacuteREA DE ESTUDO

O Municiacutepio de Vitoacuteria possui uma extensatildeo geograacutefica que envolve um grau

elevado de urbanizaccedilatildeo (SOUZA 2011) De acordo com o Instituto Brasileiro de

Geografia e Estatiacutestica (2010) o Municiacutepio apresenta uma aacuterea de mais de 98 Kmsup2 e

conta com uma populaccedilatildeo estimada de 352104 habitantes O clima da regiatildeo de

Vitoacuteria pode ser classificado como Tropical uacutemido (CLASSIFICACcedilAtildeO [20--])

apresentando temperatura maacutexima que pode chegar a 32ordm C e miacutenima que fica em

torno de 24ordm C com os maiores iacutendices de precipitaccedilatildeo pluviomeacutetrica entre os meses

de Outubro a Janeiro (INSTITUTO CAPIXABA DE PESQUISA ASSISTEcircNCIA

TEacuteCNICA E EXTENSAtildeO RURAL 2011)

Vitoacuteria eacute um dos Municiacutepios que apresentam os maiores niacuteveis de temperaturas do

Estado Isso se deve ao fato de as grandes montanhas dificultarem a passagem dos

ventos do nuacutemero de preacutedios que aumenta com o passar dos anos assim como a

poluiccedilatildeo (SOUZA 2011)

O estudo foi realizado no Campus Universitaacuterio Alaor de Queiroz Arauacutejo da

Universidade Federal do Espiacuterito Santo (FERNANDES VALE 2013) tambeacutem

conhecido como campus de Goiabeiras Este campus se encontra localizado no

Municiacutepio de Vitoacuteria capital do Estado do Espiacuterito Santo e nas coordenadas

geograacuteficas de 20ordm 16rsquoS e 40ordm 18rsquoW (FERREIRA DANTAS 2000)

O Campus fica ao Sul e ao Oeste do canal da passagem e a Leste com a Avenida

Fernando Ferrari Ateacute 2008 era composta por uma aacuterea de ambiente entre mareacutes e

terrestre de 1592545 msup2 poreacutem com a ampliaccedilatildeo da Avenida Fernando Ferrari

essa aacuterea foi reduzida para 1567545 msup2 (FERNANDES VALE 2013) A aacuterea

amostral se localiza no entorno do Centro de Ciecircncias Humanas e Naturais (CCHN)

Implantada por volta da deacutecada de 1970 ela compotildee os ICrsquos (iniciais de Ilha do

Cercado) I II III e IV (FERNANDES VALE 2013) e apresenta uma aacuterea que

compreende edificaccedilotildees como preacutedios passarelas ruas asfaltadas paacutetio de

estacionamento e aacutereas jardinadas (MAPA 01)

40

Mapa 01- Mapa do Campus Universitaacuterio de Goiabeiras (UFES) com destaque da

aacuterea de estudo em vermelho

Fonte Google Maps (2014) 32 OBTENCcedilAtildeO DOS DADOS

A aacuterea de estudo foi inspecionada agrave procura de ninhos de T angustula com

observaccedilotildees em calccediladas paredes muros postes troncos de aacutervores entre outros

conforme Taura e Laroca (1991) Os ninhos encontrados foram marcados por letra

alfabeacutetica e mapeados com o auxiacutelio de um marcador permanente (marca Jocar

Office) e um GPS (marca Garmin etrex vista) As observaccedilotildees foram realizadas uma

vez a cada semana durante cinco meses de Abril agrave Setembro de 2014 totalizando

21 dias amostrados (140 horas) O periacuteodo no qual foram realizadas as observaccedilotildees

41

foi de 0700 agrave 1700 horas As observaccedilotildees foram feitas durante 15 minutos em cada

ninho e intercaladas nos periacuteodos matutino vespertino e dia todo com o auxilio de

uma lupa de matildeo devido elas apresentarem aproximadamente 5 miliacutemetros

(NOGUEIRA-NETO 1997) A lupa de matildeo foi utilizada tambeacutem para observar a cor

do poacutelen que as abelhas traziam para dentro do ninho

A contagem do nuacutemero de entradas e saiacutedas das abelhas coletoras e das abelhas

que protegem a colocircnia de invasores foi realizada em todos os ninhos com o auxilio

de um contador de nuacutemeros Os registros foram realizados com redaccedilatildeo dos

eventos e por meio de fotografias As observaccedilotildees seguiram o meacutetodo Animal-Focal

descrito por Altmann (1973) para anaacutelise do comportamento das abelhas Esse

meacutetodo consiste em amostrar os comportamentos de um ou mais indiviacuteduos por um

determinado periacuteodo de tempo O levantamento das principais fontes de alimento de

T angustula foi obtido a partir de dados bibliograacuteficos

33 ANAacuteLISE DOS DADOS

Para anaacutelise dos dados foi utilizado o programa ldquoMapSourcerdquo para a construccedilatildeo do

mapa dos ninhos encontrados Foi tambeacutem utilizado o programa Microsoft Excel

2007 para construccedilatildeo de graacuteficos para analisar o nuacutemero de visitas (entrada e saiacuteda)

que as abelhas coletoras apresentaram durante os cinco meses observados Os

graacuteficos foram construiacutedos por intervalos de horas sendo que as informaccedilotildees se

acumularam mais proacuteximo do horaacuterio em que houve mais eventos observados no

ninho O mesmo programa foi utilizado para retirar a meacutedia da quantidade de

guardas na defesa do ninho

Os dados resultantes do levantamento bibliograacutefico das fontes alimentares serviram

de base para a elaboraccedilatildeo de um graacutefico com a contribuiccedilatildeo das famiacutelias de plantas

mais visitadas por T angustula

42

43

4 RESULTADOS E DISCUSSOtildeES

41 LOCALIZACcedilAtildeO DOS NINHOS

Foram encontrados onze ninhos (marcados por letra alfabeacutetica de A a K) cinco

instalados em paredes e muros (K C I e J) e seis localizados sob placas de

concreto de passarelas (A B D E F G e H) (mais precisamente na base das

pilastras da passarela que se encontra entre os IC`s II e III) Este fato corrobora com

os estudos de Taura e Laroca (1991) que indica que a disponibilidade de nidificaccedilatildeo

nesses locais aumenta com as atividades antroacutepicas A localizaccedilatildeo dos ninhos eacute

apresentada pelo Mapa 02

Os ninhos C J K (Mapa 02) recebiam calorna maior parte do dia jaacute os demais natildeo

recebiam sol diretamente na maior parte do dia pois eram protegidos pela pilastra e

pela cobertura da passarela

Durante todo o periacuteodo das observaccedilotildees em geral o clima foi de dias quentes com

presenccedila de ventos

MAPA 02 ndash Mapa dos ninhos de T angustula estudadas no Campus de Goiabeiras

(UFES) Abril ndash Setembro2014

Fonte Modificado em Google earth (2014) Dos 11 ninhos observados dois ninhos natildeo apresentavam a entrada com o formato

comum de cilindro e traziam um formato natildeo definido

44

Em todos os ninhos foi possiacutevel ver que a abertura da extremidade do tubo era

relativamente grande Tal formato permite que haja espaccedilo para que algumas

abelhas guardas permaneccedilam na entrada do tubo ao mesmo tempo em que deixa

espaccedilo suficiente para as forrageiras passarem (KARCHER RATNIEKS 2009) Ao

longo de todo o tubo havia presenccedila de centenas de perfuraccedilotildees o que segundo

Gruter Karcher e Ratinieks (2011) eram para ajudar nas trocas gasosas

Nos cinco meses observados trecircs ninhos desapareceram da aacuterea amostral restando

ao final das observaccedilotildees oito ninhos Um deles (ninho E) foi perdido logo no iniacutecio

das observaccedilotildees supotildee-se que tenha ocorrido alguma intervenccedilatildeo aguda por

exemplo humana pois logo no segundo dia de observaccedilatildeo o mesmo jaacute natildeo estava

no lugar demarcado Outros dois ninhos (ninhos F e G) tambeacutem foram perdidos O F

persistiu ateacute o mecircs de Maio e o ninho G ateacute Julho Nestes o desaparecimento se

sucedeu apoacutes eventos de revoadas

42 INTERACcedilOtildeES INTER E INTRAESPECIacuteFICAS

TABELA 1 - Dados dos Ninhos observados

Data Ninho Hora Cores de Poacutelen

Presenccedila de

Resina Operaacuteriaslimpeza Guardas

em peacute Guardas pairando Ameaccedila

14abr D 07h-8h

Amarelo Branco Laranja

Vermelho

X 5 1

13mai C 10h-11h

Amarelo Branco Laranja

Vermelho

X X 4 4

20mai J 15h-16h Branco X X 8 12 02jun H 12h-13h Branco X X 8 4 16jul D 13h-14h Branco

X 8 2 Formiga

20jun B 08h-09h

Amarelo Branco Laranja

Vermelho

X X 9 3

06ago C 14h-15h Branco X 7 10 Lagartixa

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria As observaccedilotildees indicaram que as jataiacutes visitavam vaacuterias espeacutecies de flores durante

as manhatildes e iniacutecio das tardes pois nesse periacuteodo trouxeram uma grande

45

diversidade de poacutelen (cores amarela laranja branca e vermelha) transportados em

suas corbiacutecula para dentro do ninho B C e D (TABELA 1) (FIGURA 1-A) No horaacuterio

da tarde essa diversidade diminuiacutea nos ninhos C D H e J (TABELA 1) e era

representada pelo transporte de poacutelen de cor branca Este fato mostra que a

diversidade de flores visitadas decresce ao longo do dia

As abelhas sociais de um modo geral visitam as flores enquanto elas satildeo atrativas

Elas apresentam preferecircncia pela cor e satildeo capazes de discriminar os conjuntos

florais realizar sua localizaccedilatildeo e selecionar aquelas que produzem maior quantidade

e melhor qualidade de alimento (PIRANI LAURINO 1993) Existem diversos fatores

que podem influenciar a coleta de alimento pelas abelhas sociais entre eles o

comportamento das campeiras e a necessidade das colocircnias que depende do seu

tamanho (PIRANI LAURINO 1993)

Aleacutem de poacutelen tambeacutem foi observado carregamento de resina nas corbiacuteculas para

dentro do ninho B C H e J (TABELA 1) (FIGURA 1-B) essa eacute coletada pelas

abelhas em bototildees florais Depois de a resina ser coletada ela pode ser armazenada

pura ou misturada com cera No caso de T angustula ela geralmente faz a

armazenagem na forma pura (NOGUEIRA-NETO 1997) Como a resina eacute viscosa e

grudenta as abelhas a utilizam para vedar o entorno da entrada do tubo e tambeacutem

para depositar uma quantidade sobre o corpo e cabeccedila das formigas para defender

a colocircnia contra invasores (WITTMANN 1985 NOGUEIRA-NETO 1997)

Durante todo o periacuteodo observado foi notada a presenccedila de operaacuterias que cuidavam

da limpeza dos ninhos (TABELA 1) Essas operaacuterias trabalhavam retirando resiacuteduos

(detritos) de dentro do ninho e o faziam carregando atraveacutes de sua mandiacutebula

(FIGURA 1-C) Este trabalho era realizado continuamente ao longo de todo o dia

Para Nogueira-Neto (1997) T angustula eacute a espeacutecie que tem o melhor haacutebito de

limpeza e por esta razatildeo seu mel e seu proacutepolis satildeo considerados o melhor dentre

as outras espeacutecies

FIGURA 1- Divisatildeo de trabalho entre operaacuterias de Tetragonisca angustula A

Detalhe da corbiacutecula com poacutelen B Detalhe da corbiacutecula com resina C Operaacuteria de

limpeza com resiacuteduo na mandiacutebula

46

Fonte Arquivo Labibio

Em cada ninho foi possiacutevel notar a presenccedila de abelhas que ficavam tanto pousadas

ao longo do tubo de entrada do ninho quanto sobrevoando proacuteximo do mesmo

Essas abelhas satildeo chamadas por Gruter Karcher e Ratnieks (2011) de abelhas

guardas em peacute e pairando respectivamente As guardas em peacute estavam sempre

em grandes quantidades e estiveram em atividade praticamente em todo o periacuteodo

do dia

Essas guardas ficavam na maior parte do tempo com a mandiacutebula apoiada sobre o

ninho acredita-se que tenham a funccedilatildeo de depositar resina ao entorno do ninho As

demais guardas que ficavam sobrevoando estiveram mais ausentes logo no

A B

C

47

comeccedilo da manhatilde por volta das 0700 as 0900 horas As guardas pairando ficavam

na maioria das vezes em nuacutemeros de trecircs a quatro sempre posicionadas a direita e

esquerda do tubo e em direccedilatildeo a entrada (FIGURA 2)

FIGURA 2- Ninho de T angustula com guardas pairando destacado em vermelho e

guardas em peacute em destaque azul

Fonte Arquivo Labibio

Foi observado que no periacuteodo da tarde o nuacutemero de guardas pairando aumentava

Isso era visto com maior frequumlecircncia nos ninhos C e J instalados em paredes

(TABELA 1) Segundo Gruter Karcher e Ratnieks (2011) as colocircnias que

apresentam um nuacutemero maior de guardas pairando sofrem ameaccedilas de

vertebrados fato corroborado no ninho C (TABELA 1) que foi atacado por uma

lagartixa No momento em que aconteceu uma parte da populaccedilatildeo saiu do ninho e

se mostraram bem agitadas O que de acordo com Gruter Karcher Ratnieks (2011)

trata-se de uma resposta defensiva agrave percepccedilatildeo da respiraccedilatildeo de vaacuterios

vertebrados

Tambeacutem foi observado o comportamento defensivo em quando formigas se

aproximavam do ninho D (TABELA 1) As jataiacutes as ldquobeliscavamrdquo para que se

afastassem Esse mesmo comportamento foi visto durante minhas observaccedilotildees ao

Ninho A toda vez que me aproximava para observar ou fotografar surgiam vaacuterias ao

48

meu redor em uma dessas observaccedilotildees a jataiacute picou pele exposta Dentre todos os

ninhos essa foi a que apresentou o comportamento mais agressivo

De acordo com os estudos de Gruter e colaboradores (2012) T angustula eacute a uacutenica

espeacutecie que apresenta um sistema de defesa que envolve dois grupos distintos e

complementares de guardas uma pairando que se estacionam no ar proacuteximo ao

ninho e outras em peacute ao redor da entrada do ninho As guardas que ficam de frente

para o caminho de vocirco satildeo chamadas de grupo principal e as que ficam

posicionadas agrave direita e agrave esquerda do ninho satildeo o grupo secundaacuterio (GRUTER

KARCHER RATNIEKS 2011)

Uma caracteriacutestica interessante dessas guardas eacute que apresentam caracteriacutesticas

morfoloacutegicas diferentes das operaacuterias (satildeo maiores e mais pesadas) (GRUTER et

al 2012) Elas apresentam diferenccedilas no comprimento da asa no tamanho das

pernas traseiras que satildeo relativamente maiores para seu corpo (podendo ajudar na

luta contra invasores) e cabeccedila um pouco menor que das forrageiras Essa ultima

caracteriacutestica estaacute associada agrave maior necessidade das forrageiras de processar

informaccedilotildees sensoriais relacionadas ao forrageamento (GRUTER et al 2012)

As abelhas guardas possuem a funccedilatildeo de defender sua colocircnia de ataques de

intrusos que aproveitam do seu trabalho para roubar o alimento produzido

(GRUTER KARCHER RATNIEKS 2011) As accedilotildees especiacuteficas desses intrusos satildeo

detectadas mais pelas guardas em peacute pois elas conseguem identificar as campeiras

e natildeo campeiras da mesma espeacutecie por quimiorecepccedilatildeo (KARCHER RATNIEKS

2009 GRUTER KARCHER RATNIEKS 2011) Jaacute as guardas que pairam perto do

ninho atacam intrusos que natildeo satildeo da mesma espeacutecie elas o reconhecem pela cor

forma do corpo e pelos odores volaacuteteis (KARCHER RATNIEKS 2009) De acordo

com Zweden e Colaboradores (2011) a presenccedila de guardas pairando aumenta a

detecccedilatildeo de intrusos e que essas guardas respondem especialmente a pistas

visuais Como comportamento de defesa as guardas liberam um feromocircnio de

alarme para recrutar os trabalhadores para o ataque (FREE 1987 apud ZWEDEN

2011)

O nuacutemero meacutedio de guardas durante o periacuteodo observado mostrou-se maior para as

guardas em peacute (78) do que para as guardas pairando (35) Esse fato eacute explicado

por Gruter Karcher e Ratnieks (2011) para eles o gasto energeacutetico das guardas

pairando eacute muito maior de modo que eacute menos dispendioso energicamente para as

49

abelhas ficarem em peacute Mesmo tendo um gasto energeacutetico muito alto nas

observaccedilotildees de Wittmann (1985) as atividades do voo das guardas foi constatado

que essas ficavam pairando por cerca de 70 minutos antes de voltar para dentro do

ninho Este fato mostra que a mudanccedila de guardas natildeo eacute comum e que a defesa do

ninho eacute feita por divisatildeo de trabalho e natildeo por alternacircncia de tarefas (GRUTER

KARCHER RATNIEKS 2011)

Os ninhos que desapareceram ao longo das observaccedilotildees foram devido agraves revoadas

um comportamento comum nas abelhas Nas jataiacutes as revoadas geralmente

ocorrem devido ao calor para refrescar o ninho em caso de altas temperaturas uma

parte da populaccedilatildeo sai do ninho enxameamento para reproduccedilatildeo ou devido agrave

interferecircncia humana quando um ninho eacute retirado de um local para outro

(INFORMACcedilAtildeO PESSOAL ZOCOLOTTI V R) De acordo com este na primeira

semana eacute possiacutevel presenciar alguma revoada que pode ser para identificaccedilatildeo

tanto da flora apiacutecola quanto para localizaccedilatildeo do novo ambiente

No caso dos ninhos F e G ao final de cada revoada observada a entrada do ninho

ficava bastante danificada Foram observadas trecircs revoadas (duas no mesmo dia)

do ninho F todas no mecircs de Maio e duas (em dias diferentes) no ninho G no mecircs

de Junho Apoacutes estas observaccedilotildees os dois ninhos desapareceram

Durante as revoadas vaacuterias abelhas caiam no chatildeo agarradas umas nas outras

Apoacutes queda era possiacutevel observar que as guardas conseguiam prender e retirar

com sua mandiacutebula as pernas e asas do invasor (FIGURA 3-A e B) o que impedia

as invasoras de conseguir atacar novamente Segundo Kerr e colaboradores (2005)

as guardas agarram as pernas dos invasores para que eles caiam no chatildeo e sejam

comidos pelas formigas que ficam proacuteximas aos ninhos

50

FIGURA 3 - Ataque de invasores A T angustula com mandiacutebula presa agrave perna do

Jataiacute invasora BPerna de invasores retirada apoacutes ataque

Fonte Arquivo Labibio

De acordo com Zocolotti VR (INFORMACcedilAtildeO PESSOAL) as cinco espeacutecies de

Meliponini criadas por ele podem apresentar o comportamento de saquear outros

ninhos e isso pode ocorrer por oportunismo ou por falta de alimento Em especial

as Jataiacutes geralmente possuem o costume de atacar as proacuteprias jataiacutes esses

ataques acontecem dentro do mesmo ninho e entre outros proacuteximos Esses ataques

podem ocorrer por atraccedilatildeo de feromocircnio de princesa (rainhas jovens natildeo

fecundadas) por enxame fraco ou ateacute mesmo para absorver o fraco ou seja elas

entram e acabam matando a rainha e mantecircm os trabalhadores por um tempo ateacute

absorver o enxame ou ateacute mesmo o deixam morrer sendo dessa maneira muito

complexas em relaccedilatildeo ao comportamento

Na aacuterea do campus da Ufes houve uma consideraacutevel devastaccedilatildeo na vegetaccedilatildeo

nativa (compreendida de Mata Atlacircntica Manguezal e Restinga) devido agrave

construccedilatildeo de preacutedios que foram erguidos logo no iniacutecio da implantaccedilatildeo da

Universidade Como medida compensatoacuteria foi feito o plantio de espeacutecies arboacutereas

usando em demasia espeacutecies exoacuteticas (CASTRO 2003) Na Ufes eacute possiacutevel ver

poucas aacutereas jardinadas Aleacutem disso sempre que eacute necessaacuterio construir um novo

preacutedio novas aacutereas satildeo eliminadas podendo ou natildeo ser compensada com plantas

nativas

A B

51

Em abelhas sociais o comportamento de saque eacute comum acontecer em sequumlecircncias

natildeo contiacutenuas ou seja ela cessa e recomeccedila por periacuteodos de tempo (SANTANA

etal 2004) Durante as observaccedilotildees foram presenciadas trecircs revoadas ao ninho F

duas no mesmo dia poreacutem em horaacuterios diferentes e duas ao ninho G em dias

diferentes (FIGURAS 4- A B C e D)

FIGURA 4 ndash Revoada do ninho F A Vista da entrada do iniacutecio do estudo B Vista

da entrada em plena atividade em iniacutecio de maio C Entrada apoacutes uma revoada em

maio D Vista da entrada do ninho apoacutes uacuteltima revoada em maio

Fonte Arquivo Labibio

Nas figuras 4a e b mostram o estado em que a entrada do ninho se encontrava na

primeira semana de observaccedilatildeo (vinte e oito de Abril) e na primeira semana do mecircs

seguinte (sete de Maio) esse uacuteltimo a entrada do ninho jaacute se encontrava danificado

No ninho F(FIGURA 4) as revoadas que ocorreram no dia vinte de Maio entre

A B

C D

52

1000 e 1400 horas e no dia vinte e seis de Maio entre 1600 e 1700 horas

corroborando com Santana e colaboradores (2004) sobre o comportamento de

saques intermitentes

No ninho G as revoadas se iniciaram duas semanas apoacutes o desaparecimento do

ninho F nos dias nove e vinte e seis de junho entre 1500 e 1600 horas e dia 16 de

junho no mesmo horaacuterio (FIGURA 5-A B e C)

FIGURA 5 ndash Revoadas no Ninho G A Ninho no iniacutecio de Maio B Registro da

primeira revoada C Ultima revoada perda do ninho

Fonte Arquivo Labibio

As observaccedilotildees evidenciaram a ocorrecircncia de um acuacutemulo de resiacuteduos sobre os

ninhos apoacutes as revoadas (FGURA 5-B) No ninho G tinha uma subpopulaccedilatildeo

A B

C

53

pequena mas bem ativa conforme verificado apoacutes quatro horas de observaccedilatildeo em

nove dias (Graacutefico 1- A e B)

GRAacuteFICO1 A ndash Ritmo de Saiacutedas no Ninho G

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

GRAacuteFICO 1B ndash Ritmo de entradas no ninho G

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

0

20

40

60

80

100

120

140

09h-10h 10h-11h 12h-13h 14h-15h 16h-17h

Nuacutem

ero

de V

isita

s

Horaacuterios

13mai 20mai 26mai

0

20

40

60

80

100

120

140

160

180

200

09h-10h 10h-11h 12h-13h 14h-15h 16h-17h

Nuacutem

ero

de V

isita

s

Horaacuterios

13mai 20mai 26mai

54

No ninho G as abelhas iniciaram suas atividades antes de 09h evidenciado pela

entrada de aproximadamente 180 forrageadoras entre 9 e 10h As saiacutedas neste

mesmo periacuteodo ficaram em torno de 100

Entre 16h-17h houve um grande nuacutemero de entrada o que era esperado todas as

que saiacuteram tecircm que retornar enquanto haacute luminosidade e antes do ninho ser

fechado Conforme esperado por Gruter Karcher Ratnieks (2011) quando comeccedila

a escurecer as Jataiacutes fecham a entrada do tubo para impedir que intrusos ataquem

seu ninho durante a noite e abrem pela manhatilde quando o clima estaacute mais favoraacutevel

para iniciarem suas atividades

Neste ninho entre 12h-13h houve um nuacutemero maior de saiacutedas que de entradas ateacute

agraves 16h Isso possivelmente esteve relacionado agrave uma grande distacircncia entre o ninho

e as fontes de recursos troacuteficos

Outro ninho em que foi possiacutevel observar todos os meses notou-se que apresentou

atividade durante todo o dia (GRAacuteFICO 2-A e B)

GRAacuteFICO 2A ndash Ritmo de saiacutedas do ninho B

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

0

50

100

150

200

250

300

350

400

450

500

07h-08h 08h-09h 09h-10h 11h-12h 12h-13h 13h-14h 14h-15h 15h-16h 16h-17h

Nuacutem

ero

de V

isita

s

Horaacuterios

28abr 13mai 20mai 26mai 09jun 16jun 23jun 01jul 09jul

16jul 23jul 30jul 06ago 13ago 20ago 27ago 05set 10set

55

GRAacuteFICO 2B ndash Ritmo de entradas do nino B

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

O ninho B tinha uma subpopulaccedilatildeo mais numerosa que F e G Durante o inverno

(2307 e 2708) as abelhas iniciavam suas atividades cerca de duas horas mais

tarde em horaacuterio com temperatura mais elevada (indicado pela seta preta) Tal fato

corrobora com as observaccedilotildees de Ulian e colaboradores (2007) que constata que

em periacuteodo mais chuvoso onde as temperaturas satildeo geralmente mais baixas as

Jataiacutes apresentam iniacutecio de atividade agraves 9 horas da manhatilde devido agrave temperatura

nesse horaacuterio comeccedilar a aumentar

Proacuteximo do horaacuterio de 10 horas houve um grande nuacutemero de saiacutedas do ninho

seguido de um grande nuacutemero de entrada o que indica a ocorrecircncia de uma fonte

de recursos proacutexima ao ninho ou a indisponibilidade de recurso para ser coletado

naquela hora Acredita-se que na primeira possibilidade - fonte proacutexima ela era de

resina pelo fato de ter havido um intervalo de saiacuteda ateacute agraves 12h jaacute que esta

demanda mais tempo para ser retirada da corbiacutecula e armazenada por ser

pegajosa No caso da segunda possibilidade natildeo encontraram alimento disponiacutevel

naquele horaacuterio o retorno ao ninho eacute a alternativa mais eficaz para evitar um alto

gasto energeacutetico ateacute que o recurso fique disponiacutevel para coleta

0

100

200

300

400

500

600

07h-08h 08h-09h 09h-10h 10h-11h 11h-12h 12h-13h 13h-14h 14h-15h 15h-16h 16h-17h

Nuacutem

ero

de V

isita

s

Horaacuterios 28abr 13mai 20mai 26mai 09jun 16jun 23jun 09jul16jul 23jul 30jul 20ago 27ago 05set 10set

56

No outono as atividades das Jataiacutes comeccedilaram a diminuir por volta de 15 horas

(indicado pela seta marrom) ateacute cessar totalmente no iniacutecio das 16 horas Pelos

graacuteficos nota-se que o ninho B possui vantagem de uma hora nas atividades em

relaccedilatildeo ao ninho G isso provavelmente ocorreu porque o ninho B obteve mais

sucesso nas coletas distribuiacutedas ao longo do dia

43 RECURSOS FLORAIS

Eacute notoacuteria a relaccedilatildeo que existe entre abelha-flor relaccedilatildeo essa que sucedeu a milhotildees

de anos desde entatildeo as abelhas dependem de substancias utilizadas na

alimentaccedilatildeo e as plantas se beneficiam com a polinizaccedilatildeo (PIRANI LAURINO

1993) Para entender a biologia dos Meliponini eacute importante conhecer sua

alimentaccedilatildeo Para isso eacute necessaacuterio fazer um levantamento das plantas utilizadas

para coleta de poacutelen e neacutectar (SOUZA 1999 apud OLIVEIRA ABSY MIRANDA

2009)

Com base nos dados obtidos sobre as fontes alimentares de T angustula na

literatura (TABELA 2) nota-se a capacidade dessa espeacutecie de visitar uma ampla

diversidade de famiacutelias de plantas Segundo Toledo e colaboradores (2003) durante

cada voo das campeiras em meacutedia 100 flores satildeo visitadas

O levantamento bibliograacutefico indicou que existem duas metodologias bastante

usadas por autores para conhecer a dieta das abelhas Uma delas eacute a investigaccedilatildeo

palinoloacutegica para avaliar as fontes de recursos florais utilizados (poacutelen e neacutectar)

com base no gratildeo de poacutelen depositado no corpo da abelha para identificaccedilatildeo das

espeacutecies vegetais (CARVALHO MARCHINE ROS 1999 FEIDEN 1994 SIMIONI et

al 2007 OLIVEIRA ABSY MIRANDA 2009 MORGADO et al 2011NOVAIS

ABSY SANTOS 2013) A outra se daacute por meio de observaccedilotildees das campeiras nas

flores (AGOSTINI SAZIMA 2003 TOLEDO et al 2003OLIVEIRA ABSY

MIRANDA 2009 BRAGA et al 2012) A partir desses meacutetodos eacute possiacutevel saber

quais satildeo as plantas que produzem seus alimentos preferenciais e quais as fontes

alternativas (OLIVEIRA ABSY MIRANDA 2009)

57

TABELA 2 ndash Relaccedilatildeo das espeacutecies de plantas visitadas porT Angustula Continua

Famiacutelia Espeacutecie Polinizada Visitada Recurso

Poacutelen Neacutectar

Acanthaceae Thunbergia grandiflora X Odontonema strictum X X

Justicia brandegeana X

Ruellia silvaecola X Agavaceae Agave americana X X X

Agave sisalana X X X

Agave attenuata X X X

Dracena fragana X X X Aizoaceae Mesembryantemum spectabilis X Lamprantus productus X Amaranthaceae Gomphrena globosa X Amarylidaceae Clivia miniata X X X Anacardiaceae Schinus terebinthifolius X X

Lithraea molleoides X X

Toxicodendron verniciferum X X

Mangifera indica X X X

Tapirira guianensis X Apiaceae Hydrocotyle leucocephala X Apocynaceae Trevetia peruviana X Araliaceae Tetrapanax papyrifera X X X Asclepiadaceae Asclepias curassavica X X Asteraceae Parthenium hysterophorus X Aspillia latissima X Aspillia sp X Balsaminaceae Impatiens balsamina X X X

Impatiens sultanii X Bignoniaceae Spathodea campanulata X X Tabebulaim petiginosa X X X

Tabebula chrysotricha X X X Bixaceae Bixa orellana X X Bombacaceae Ceiba arianthos X X

Pseudo bombax sp X X

Pseudobombax tomentoso X X

Eriotheca canolleana X X

Bombax ceiba X X Boraginaceae Cordia superba X X

Cordia glabrata X X Brassicaceae Brassica sp X Cactaceae Opuntia ficusindica X X Caesalpiniaceae Schizolobium parahyba X X Capparaceae Cleome spinosa X Caprifoliaceae Lonicera japonica X X

58

TABELA 2 ndash Relaccedilatildeo das espeacutecies de plantas visitadas por T angustula Continua

Famiacutelia Espeacutecie Polinizada Visitada Recurso

Poacutelen Neacutectar

Sambucus australis X X Caryophylaceae Silene armeria X Cecropiaceae Cecropia hololeuca X Cochlospermaceae Cochlospermum vitifolium X X Compositae Vernonia polyanthes X X

Bidens pilosa X X Cosmos auphureus X X X

Centratherium violaceum X X X

Dahlia sp X Eclipta alba X Asterla evis X Tithonia rotundifolia X X X

Tithonia speciosa X X X

Tithonia diversifolia X Baccharis sp X Wedelia paludosa X Eupatorium sp X Mikania glomerata X X

Montano apyramidata X X Montano abipinnatifiada X Senecio brasiliensis X X X

Emilia sonchifolia X X Ambrosia sp X X Creopsis grandiflora X Galinsoga parviflora X Crassulaceae Kalanchoe tubiflora X X Cyperaceae Cyperus sp X Elaeocarpaceae Muntingia calabura X Ericaceae Rhododendron simsii X X X

Rhododendron indicum X X X Euphorbiaceae Alchornea sidaefolia X X X

Euphorbia milii X X X

Euphorbia pulcherrima X X X

Ricinus communis X X X

Croton sp X Fabaceae Desmodium sp X Tipuana tipu X Vigna peduncularis X X Guttiferae Kielmeyera coriacea X X Iridaceae Dietes vegeta X Labiatae Salvia splendens X Origanum vugare X

59

TABELA 2 ndash Relaccedilatildeo das espeacutecies de plantas visitadas por T angustula Continua

Famiacutelia Espeacutecie Polinizada Visitada Recurso

Poacutelen Neacutectar

Ocimum sellowii X Iboza riparia X X X

Coleus blumei X X X Leguminosae Andira anthelmintica X X

Mimosa daleoides X X X

Myroxylon balsamum X X X

Piptadenia gonoacantha X X X

Stylos anthesscabra X Caesalpinia bonducella X X X

Caesalpinia pelthophoroides X X X

Crotalaria lanceolata X Calliandra twedii X Sophora tomentosa X X Mimosa pudica X Erythrina speciosa X X X

Cassia grandis X Schizolobium parahyba X X Senna multijuga X Senna bicapsularis X X Delonix regia X Clitoria fairchildiana X Centrolobium tomentoso X Liliaceae Aloe sp X X Bulbine frutescens X Loranthaceae Struthanthus andrastylus X X Lythraceae Lagerstroemia indica X X Magnoliaceae Talauma ovata X X Malpighiaceae Malphiguia glabra X Tetrapterys X Byrsonima intermedia X X X Malvaceae Hibiscus rosa-sinensis X X X

Malvaviscus arboreus X X Sida rhombifolia X Melastomataceae Tibouchina granulosa X X

Clidemeia sp X X

Tibouchina sp X X X

Tibouchina holosericea X X Meliaceae Trichilia sp X Mimosaceae Leucaena leucocephala X Anadenanthera collubrina X Moraceae Cecropia pachystachya X X X

Morus nigra X X

60

TABELA 2 ndash Relaccedilatildeo das espeacutecies de plantas visitadas por T angustula Continua

Famiacutelia Espeacutecie Polinizada Visitada Recurso

Poacutelen Neacutectar Myrsinaceae Ardisia crenata X X Myrtaceae Eucalyptus robusta X X X

Eugenia jambos X X X

Eugenia pitanga X Eucalyptus terecornis X Plinia glomerata X Nyctaginaceae Bougainvile aspectabilis X X X Oleaceae Jasminum azoricum X Palmae Acrocomia aculeata X X

Archontophoenix cunninghamiana X

Syagrus romanzoffiana X Copernicia alba X X Sheelea phalerata X Passifloraceae Passiflora jilekii X Piperaceae Piper mollicomum X Poaceae Paspalum sp X Polemoniaceae Cobae scandens X Polygonaceae Polygonum capitatum X X X Pontederiaceae Pontederia lanceolata X X Proteaceae Grevill a bansksii X X X Rosaceae Prunus persica X X X

Pyracantha coccinea X X Rubiaceae Pentas lanceolata X X

Citrus airantum X X Rutaceae Citrus limon X X X Scrophulariaceae Paulownia imperialis X X Solanaceae Nicotiana tabacum X X Sterculiaceae Dombeya burgessiae X Dombeya wallichii X Sterculia chicha X X Tiliaceae Heliocarpus americanus X X X Tropaeolaceae Tropaeolum majus X X X Ulmaceae Tipo celtis X Trema micrantha X X Umbelliferae Foeniculum vulgare X X X Verbenaceae Duranta repens X

Vitex agnus-castus X

Velloziaceae Vellozia candia X X X Zingiberaceae Hedychium coronarium X Fonte Pirani Laurino 1993 Carvalho Marchine Ros 1999 Agostini Sazima 2003 Toledo et al 2003 Cartopassi-Laurino 2005 Braga e Colaboradores 2012 Novais Absy Santos 2013

61

Foram encontradas 71 famiacutelias e um total de 166 espeacutecies Dessas 30 espeacutecies satildeo

polinizadas e 136 satildeo visitadas Poacutelen e neacutectar satildeo os recursos mais coletados

com coleta de poacutelen em 78 espeacutecies e de neacutectar em 69 De acordo coma Lista de

Espeacutecies da Flora do Brasil (2010) 20 das espeacutecies que satildeo polinizadas (TABELA

2) satildeo nativas o restante satildeo espeacutecies exoacuteticas ou seja natildeo pertencem agrave flora

brasileira

As famiacutelias que apresentaram maior porcentagem de visitas por T angustula foram

Compositae e Leguminosae (TABELA 2) com 13 e 12 de espeacutecies

respectivamente (GRAacuteFICO 3) sendo as famiacutelias mais importantes para a dieta da

jataiacute (AGOSTINE SAZIMA 2003 SIIONI et al 2007) Esse resultado eacute similar ao

trabalho de Simioni e colaboradores (2007) seus resultados mostram que uma das

famiacutelias analisadas Leguminosae tambeacutem apresentaram um maior destaque na

quantidade de visitas realizadas por T angustula esse fato pode ser explicado pelo

fato de que Leguminosae representa a mais importante fonte de poacutelen para essa

espeacutecie

As famiacutelias Compositae e Leguminosae satildeo as mais bem representadas pelo fato

de apresentarem espeacutecies que fornecem alimento em maior qualidade e quantidade

por vaacuterios periacuteodos do ano Com destaque para a famiacutelia Leguminosae que fornece

recursos alimentares para as abelhas nos periacuteodos de estiagem (PIRANI LAURINO

1993 AGOSTINE SAZIMA 2003)

O graacutefico abaixo ilustra o comportamento generalista deT angustula Onde 41 das

visitadas realizadas pela espeacutecie se distribuem por 55 famiacutelias vegetais Esse

comportamento concorda com trabalho de Anacleto (2007) onde dentre as cinco

espeacutecies estudadas por ele a que apresentou o haacutebito mais generalista em relaccedilatildeo

ao nuacutemero de plantas visitadas foi T angustula

62

GRAacuteFICO 3 ndash Contribuiccedilatildeo das famiacutelias de plantas para a dieta de T angustula

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria com base nos dados da Tabela 1

As abelhas generalistas visitam flores pequenas e abertas e satildeo menos

relacionadas agraves flores especializadas (RUTHCKE JULES 1993 ROUBIK 1992

apud AGOSTINI SAZIMA 2003) e tecircm preferecircncia de flores arboacutereas com

inflorescecircncia densas

Um exemplo de flores que natildeo satildeo especializadas e que satildeo importantes para a

dieta de T angustula eacute da famiacutelia Asteraceae as espeacutecies Mangifera indica e

Schinus terebinthifolius apresentam grande densidade de flores e permite faacutecil

acesso para as abelhas deste modo tornam-se importantes fornecedores de fontes

de poacutelen (BRAGA et al 2012)

De acordo com o levantamento das plantas utilizadas pelas abelhas jataiacute realizado

por diferentes autores as famiacutelias que se mostraram bem representadas foram

Malvaceae Caesalpiniaceae Melastomataceae Myrtaceae Euphorbiaceae e

Anacardiaceae sendo consideradas portanto essenciais para a dieta da jataiacute

2 2 3 2

2 3

13

3 2

3

12 2 2 2 3

3

41

Acanthaceae Agavaceae Anacardiaceae Asteraceae Bignoniaceae

Bombacaceae Compositae Euphorbiaceae Fabaceae Labiatae

Leguminosae Malpighiaceae Malvaceae Melastomataceae Myrtaceae

Palmae Outros

63

Em geral essas famiacutelias podem ser caracterizadas pela floraccedilatildeo do tipo contiacutenuo ou

seja uma floraccedilatildeo que natildeo cessa ou que ocorre na maior parte do ano o que

permite as abelhas ter acesso aos recursos em todas as estaccedilotildees do ano

(CARVALHO MARCHINI ROS 1999 AGOSTINI SAZIMA 2003 TOLEDO et al

2003 MORGADO et al 2011)

64

65

5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS Sendo este a primeira pesquisa com abelhas em compus no Espiacuterito Santo Foi

observado que a distribuiccedilatildeo dos ninhos encontrados apresentou-se uniforme

Todos os ninhos estavam instalados em paredes e pisos de concreto o que indica

seu potencial de adaptabilidade agraves condiccedilotildees antroacutepicas

A diversidade de cores de poacutelen trazida pelas forrageiras no iniacutecio da manhatilde indica

uma ampla disponibilidade de alimento que a flores oferecem nesse periacuteodo do dia

bem como a eficiecircncia das forrageiras em selecionar essas flores

De acordo com as observaccedilotildees que foram realizadas no estudo as abelhas T

angustula podem ter suas atividades influenciadas pelo clima Uma vez que foi

observado que no periacuteodo de inverno em que as temperaturas satildeo mais baixas

elas comeccedilavam a realizar suas funccedilotildees nos horaacuterios com as temperaturas mais

altas

A divisatildeo de trabalho entre forrageadoras operaacuterias de limpeza e de defesa

observado nessa espeacutecie indica o comportamento altamente social dos Meliponini

O mecanismo de defesa observado em T angustula entre guardas pairando e em

peacute pode indicar uma caracteriacutestica de complementaridade na defesa do ninho uma

vez que durante as observaccedilotildees os dois tipos de guardas sempre se fizeram

presentes O que mostra que mesmo com o atrofiamento do ferratildeo os indiviacuteduos

desenvolveram estrateacutegias para a defesa contra invasores

Foi comum observar a presenccedila de revoadas nos ninhos entre as Jataiacutes Este

comportamento em geral eacute comum para o desenvolvimento (sobrevivecircncia) da

colocircnia No caso dos ninhos observados apoacutes as revoadas eles foram

desaparecendo Este fato pode indicar um baixo iacutendice de recursos troacuteficos para

essas abelhas dentro do campus pois ao inveacutes dos ninhos se manterem ou

aumentarem em quantidade ao longo das observaccedilotildees eles desapareceram

O levantamento das flores visitadas por T angustula indicou um comportamento

generalista desta espeacutecie em visitar uma grande variedade de plantas o que mostra

sua importacircncia para garantir a variabilidade dessas plantas

66

Esse levantamento tambeacutem indicou que a polinizaccedilatildeo realizada por elas foi

predominante em plantas exoacuteticas O que pode refletir a deficiecircncia na quantidade

de plantas nativas melitoacutefilas na aacuterea de estudo

67

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Page 14: FACULDADE CATÓLICA SALESIANA DO ESPÍRITO SANTO … · No grupo dos Apinae está à tribo dos Meliponini, conhecidas como abelhas indígenas sem ferrão por possuir seu ferrão atrofiado

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parasitoacuteides de pragas agriacutecolas e tambeacutem ciclagem de nutrientes e dispersatildeo de

sementes exercidas pelas formigas (ALDREY CAZALLA 1999 MACEDO [20--])

A ordem Hymenoptera eacute dividida nas subordens Symphyta e Apocrita essa ultima eacute

dividida nos grupos Parasitica e Aculeata (ALDREY CAZALLA 1999) Symphyta eacute

um grupo pequeno que apresenta o haacutebito mais primitivo principalmente os haacutebitos

de se alimentar nas plantas esse grupo possui caracteriacutesticas que se perdem do

resto dos Hymenoptera Symphyta satildeo animais de cintura grossa eles apresentam

asas inteiramente desenvolvidas pouco ou quase nenhum dimorfismo sexual e

possui unido o primeiro e segundo seguimento abdominal O ovipositor da maioria

das espeacutecies desse grupo eacute comprido lateralmente e modificado com dentes

marginais para que funcione como uma serra para perfurar o tecido das plantas

Suas larvas satildeo na maioria das vezes na forma de lagarta com presenccedila de pernas

falsas no abdocircmen e cabeccedila desenvolvida (GOULET HUBER 1993 BRUSCA

BRUSCA 2007)

Jaacute a subordem Apocrita considerada como grupo monofileacutetico eacute caracterizada pela

junccedilatildeo estreita entre o primeiro segmento do abdocircmen (metassoma) com o toacuterax

(mesossoma) o que permitiu maior flexibilidade para o metassoma controlar o

ovipositor (GOULET HUBER 1993 MACEDO [20--]) No grupo Apocrita existe a

presenccedila de grupos sociais que compreendem castas caracterizadas com machos

haploacuteides rainha e fecircmeas partenogeneacuteticas e outros indiviacuteduos como soldados e

operaacuterias (BRUSCA BRUSCA 2007)

Os membros de Apocrita satildeo basicamente carniacutevoros alimentando-se de outros

insetos No entanto vaacuterios grupos tecircm abandonado a vida de carniacutevoros e

desenvolvido para uma dieta vegetal O grupo das abelhas alimenta-se de poacutelen e

neacutectar enquanto o grupo de vespas fazem as galhas familiares sobre umas aacutervores

ou dentro de folhas frutos e caules das quais as larvas se alimentam e algumas

espeacutecies do grupo das formigas se alimentam apenas de vegetais ou satildeo oniacutevoros

(GOULET HUBER 1993)

O grupo Parasitica eacute uma divisatildeo da subordem Apocrita neste grupo inclui-se

alguns grupos fitoacutefagos e uma grande parte de parasitoacuteides (AUDREY CAZALLA

1999) Os parasitoacuteides satildeo insetos que depositam seus ovos em ovos larvas ninfa

ou pupa de hospedeiros geralmente levam agrave morte e tecircm a fase adulta com vida

livre (GOULET HUBER 1993 MACEDO [20--]) De acordo com os estudos de

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Audrey e Cazalla (1999) o uso da divisatildeo cladiacutestica desse grupo tende a ser

eliminado porque constitui um agrupamento artificial das superfamiacutelias de

Hymenoptera As superfamiacutelias que se incluem satildeo Trigonalyoidea Megalyroidea

Evanioidea Stephanoidea Ichneumonoidea Chalcidoidea Proctotrupoidea

Ceraphronoideae Cynipoidea (AUDREY CAZALLA 1999) Destacamos a

superfamiacutelia Chalcidoidea essa envolve muitos Hymenopteros que satildeo de grande

importacircncia para a ecologia como tambeacutem para economia e a superfamiacutelia

Ichneumonoidea que de acordo com os dados de Rasnitsyn (1988) (apud AUDREY

CAZALLA 1999) satildeo o grupo irmatildeo dos Aculeata

Jaacute o grupo dos Aculeata satildeo os mais diversos em Hymenoptera eles apresentam

uma origem evolutiva comum que eacute representada pelo ferratildeo caracteriacutestica que

apareceu apenas uma vez durante a evoluccedilatildeo do grupo (AUDREY CAZALLA1999)

Neste grupo satildeo conhecidas sete superfamiacutelias como Chrysidoidea Formicoidea

Tiphoidea Pompiloidea Apoidea Vespoidea e Sphecoidea As principais diferenccedilas

entre as classificaccedilotildees recentes estatildeo relacionada com a grande diversidade de

vespas esfecoacuteides e os Apidae Esses estatildeo dentro da superfamiacutelia dos Apoidea por

apresentarem caracteriacutesticas semelhantes A superfamiacutelia Chrysidoidea eacute

considerada grupo irmatildeo dos Apoidea e Vespoidea Dentre as superfamiacutelias a dos

Apoidea eacute que apresenta a maior diversidade de aculeados (AUDREY CAZALLA

1999)

O evento evolutivo que deu origem aos primeiros aculeados foi agrave aquisiccedilatildeo de um

ferratildeo venenoso a partir do ovipositor dos icneumoniacutedeos ou seja os Apocrita

possuiacuteam uma glacircndula que era associada ao ovipositor Essa glacircndula produzia

secreccedilotildees que eram mais suscetiacuteveis ao substrato para o desenvolvimento das

larvas poreacutem durante a evoluccedilatildeo essa glacircndula comeccedilou a produzir veneno para

paralisar seus hospedeiros e utilizaacute-los como alimento para as larvas Desde entatildeo

o ovipositor dos aculeados acabou sendo usado tambeacutem para inoculaccedilatildeo de

veneno como uma arma defensiva para se protegerem de alguns vertebrados

(AUDREY CAZALLA 1999)

Esse evento foi muito importante e resultou em alguns modos de vida que puderam

estabelecer estrateacutegias evolutivas bem sucedidas como por exemplo o

desenvolvimento dos meacutetodos de transporte das presas em ninhos diferentes A

construccedilatildeo de ninhos foi uma estrateacutegia evolutiva importante visto que as espeacutecies

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armazenavam alimento em grande quantidade antes de comeccedilar o desenvolvimento

de suas larvas (AUDREY CAZALLA 1999)

O desenvolvimento das sociedades eacute caracterizado pela presenccedila de divisatildeo de

castas Ela se baseia no mecanismo haplo-diploacuteide da determinaccedilatildeo do sexo em

que as fecircmeas satildeo diploacuteides feacuterteis os machos haploacuteides e cooperam apenas na

fecundaccedilatildeo da rainha e as operarias esteacutereis Essa sociedade ocorre em todas as

formigas e em algumas abelhas e vespas (AUDREY CAZALLA 1999 PRATO [20--

])Para que a espeacutecie seja eussocial eacute necessaacuterio que dentro do ninho tenha divisatildeo

de trabalho colaboraccedilatildeo para cuidar da prole e ter mais de uma geraccedilatildeo em um

mesmo ninho (AUDREY CAZALLA 1999)

O grupo das abelhas estaacute reunido na Superfamiacutelia Apoidea De acordo com a

proposta da aacutervore filogeneacutetica dos principais clados das abelhas descrita por

Michener (1944 apud SILVEIRA MELO ALMEIDA 2002) seis famiacutelias foram

reconhecidas satildeo elas Colletidae Apidae Adrenidae Halictidae Megachilidae e

Milittidae Essa classificaccedilatildeo representou um importante avanccedilo nas relaccedilotildees

filogeneacuteticas desse grupo (SILVEIRA MELO ALMEIDA 2002) Nos estudos de

Melo e Gonccedilalves (2005) eacute abordada uma classificaccedilatildeo mais atual para as abelhas

Essa classificaccedilatildeo eacute revisada por Michener (2000 apud MELO GONCcedilALVES

2005) em que ele defende uma mudanccedila na qual as abelhas estatildeo incluiacutedas apenas

em uma famiacutelia a Apidae e as famiacutelias da classificaccedilatildeo tradicional como subfamiacutelias

Nessa revisatildeo da classificaccedilatildeo das abelhas satildeo reconhecidas sete subfamiacutelias 51

tribos e 27 subtribos (MELO GONCcedilALVES 2005) De acordo com esta a

subfamilia Meliponinae passa a ser a tribo Meliponini com duas subtribos Trigonina

e MeliponinaPara este trabalho foi utilizada esta nova classificaccedilatildeo das abelhas

revisada por Michener (2000)

Na superfamiacutelia Apoidea grande parte das abelhas satildeo solitaacuterias (85) entre elas

estatildeo algumas espeacutecies da subfamiacutelia Megachilidae Anthophoridae e Apidae No

haacutebito de vida solitaacuterio cada fecircmea cuida sozinha do seu ninho ou seja o constroacutei

coloca os ovos busca alimento suficiente para o crescimento da larva e

normalmente morre antes da sua progecircnie amadurecer natildeo tendo dessa maneira

contato entre as geraccedilotildees (SANTOS 2002 MICHENER 1969 PERUQUEETI [19--

]) Jaacute a grande parte das abelhas que apresentam os haacutebitos mais sociais satildeo os

Apinae (Bombineos (Bombini) Apineos(Apini) e Meliponineos (Meliponini) elas vivem

23

em grandes colocircnias com apenas uma rainha e vaacuterias operaacuterias e divisatildeo de

trabalho (MICHENER 1969)

Haacute dois grandes grupos de abelhas altamente sociais ambos na subfamiacutelia Apinae

os Apineos (todos do gecircnero Apis) e os Meliponineos (Meliponini) (abelhas sem

ferratildeo) Esse comportamento pode ter evoluiacutedo duas vezes a partir de semelhanccedilas

no comportamento social entre Apis e Meliponineos (Meliponini) que surgiram

independentemente (WINSTON MICHENER 1977) Em ambos os grupos satildeo

produzidos enxames poreacutem com mecanismos bem diferentes Nos Meliponineos

(Meliponini) as operaacuterias da colocircnia voam para encontrar novos siacutetios para nidificar

preparam o ninho com mateacuterias do ninho antigo e somente quando o novo ninho

estaacute pronto a rainha jovem se junta a estas operaacuterias e deixa a rainha velha no

antigo ninho Jaacute em Apis a rainha velha sai com suas operaacuterias e deixa a jovem no

ninho antigo (WINSTON MICHENER 1977)

Em relaccedilatildeo agrave alimentaccedilatildeo das larvas em Apis satildeo operaacuterias que fazem esse

trabalho Jaacute em meliponineos (meliponini) as operaacuterias fecham as ceacutelulas de cria

com ovos e colocam alimento suficiente para a larva completar seu desenvolvimento

(WINSTON MICHENER 1977)

As abelhas dependem totalmente das plantas para se alimentarem o seu

aparecimento pode estar relacionado com o surgimento das angiospermas

(PERUQUETTI [19--] PIRANI LAURINO 1993) As angiospermas mais primitivas

surgiram com flores bem rasas com o passar do tempo foram se especializando em

plantas estreitas tubulares e profundas Para ter maior sucesso na coleta do neacutectar

as abelhas adaptaram suas peccedilas bucais com liacutengua curta e liacutengua longa assim

passaram a ser chamadas de abelhas lambedoras e sugadoras respectivamente

(PERUQUETTI [19--] PIRANI LAURINO 1993) Para a coleta dos gratildeos de poacutelen

as primeiras abelhas portavam muitos pelos em volta do corpo condiccedilatildeo que foi

modificada ao longo do tempo (PIRANI LAURINO 1993)

22 AS ABELHAS MELIPONINI

Para estudos a respeito dos meliponineos (meliponini) Nogueira-Neto (1997)

publicou um livro que relata seus conhecimentos sobre essas abelhas indiacutegenas

24

sem ferratildeo O livro faz uma abordagem a respeito da vida dos meliponiacuteneos

(Meliponini pertencente agrave Apidae) mostrando os principais aspectos de suas

caracteriacutesticas bem como meacutetodos para sua criaccedilatildeo e cuidados que um

meliponicultor deve ter Os primeiros capiacutetulos fazem uma apresentaccedilatildeo que

caracteriza os meliponiacuteneos Haacute a apresentaccedilatildeo da classificaccedilatildeo dessas abelhas a

descriccedilatildeo de sua fonte de alimento de sua distribuiccedilatildeo geograacutefica de seu

relacionamento com outras abelhas e de sua possiacutevel aclimataccedilatildeo O autor faz

consideraccedilotildees sobre a arquitetura e o material usado para a construccedilatildeo de seus

ninhos e daacute destaque principal ao material que elas mesmas produzem a cera Nos

capiacutetulos subsequumlentes satildeo feitas consideraccedilotildees sobre a geneacutetica e o

comportamento das abelhas o tratamento e as teacutecnicas necessaacuterias para sua

criaccedilatildeo Aleacutem disso haacute tambeacutem discussotildees sobre a conservaccedilatildeo do mel a higiene

ou a sua falta em algumas espeacutecies e a existecircncia de meacuteis perigosos Neste livro o

autor teve o intuito de contribuir com seus estudos para que outros cientistas e

meliponicultores pudessem conhecer a vida dos meliponiacuteneos e fazer possiacuteveis

identificaccedilotildees de muitas outras espeacutecies

23 IMPACTOS DA URBANIZACcedilAtildeO NAS ABELHAS

Vaacuterios estudos relatam que eacute comum encontrar abelhas em aacutereas urbanizadas

(antropizadas) As espeacutecies encontradas de modo geral apresentam boa

adaptaccedilatildeo a esses ambientes Alguns estudos com relaccedilatildeo a essas abelhas

urbanas tratam de impactos que esses ambientes podem causar a elas

Laroca Sebastiatildeo e Cure (1982) realizaram um trabalho de abordagem a respeito

do impacto da urbanizaccedilatildeo sobre a abundacircncia relativa fenologia e flores

preferenciais das abelhas que se encontram em aacutereas urbanas Com coletas feitas

durante um ano no parque Passeio Puacuteblico localizado no centro da cidade de

Curitiba e na regiatildeo de Boa Vista tambeacutem em Curitiba eles constataram que

comparada as duas aacutereas de estudos o Passeio Puacuteblico apresentou um nuacutemero

menor de espeacutecies e em fenologia e flores preferenciais constataram que a

composiccedilatildeo das flores estaacute muito alterada devido agrave introduccedilatildeo de espeacutecies

cultivadas Portanto concluiacuteram que o processo de urbanizaccedilatildeo produz grandes

25

mudanccedilas na composiccedilatildeo floriacutestica nos locais de nidificaccedilatildeo e que apresentam ter

influecircncias significativas nas caracteriacutesticas associadas agraves abelhas

Taura e Laroca (1991) realizaram uma pesquisa com o propoacutesito de analisar a

distribuiccedilatildeo e a abundacircncia de ninhos de abelhas sociais em locais que apresentam

constantes processos de urbanizaccedilatildeo Com levantamentos realizados na regiatildeo de

Passeio Puacuteblico (Curitiba) eles encontraram 32 ninhos de Apidae com

predominacircncia da subfamiacutelia dos Meliponiacuteneos Assim sendo concluiacuteram que os

meliponiacuteneos eram favorecidos pelas atividades humanas para nidificaccedilatildeo uma vez

que foram encontrados em paredotildees de concretos edificaccedilotildees entre outros locais

Entretanto tambeacutem concluiacuteram que essas abelhas satildeo ameaccediladas devido agrave

instabilidade do ambiente que apresenta muitas mudanccedilas por causa da

urbanizaccedilatildeo

Pirani e Laurino (1993) publicaram um livro sobre flores e abelhas em Satildeo Paulo

onde os autores tinham o interesse de estudar as relaccedilotildees entre as abelhas e o

ambiente conhecer as plantas visitadas por elas e suas preferecircncias florais em

aacutereas onde haacute interferecircncia humana Todo estudo foi realizado dentro do Campus

Universitaacuterio de Satildeo Paulo Para desenvolver esse trabalho eles coletaram

informaccedilotildees sobre as plantas apiacutecolas dos jardins do ldquocampusrdquo sobre a atraccedilatildeo que

as espeacutecies de abelhas sociais tecircm por estas plantas e sobre as variaccedilotildees abioacuteticas

existentes As coletas nas flores de amostras de mel e poacutelen das colocircnias e

observaccedilotildees dos ninhos das abelhas foram perioacutedicas Eles obtiveram 133 espeacutecies

de flores visitadas separadas em sete famiacutelias Neste livro Pirani e Laurino fazem

discussotildees a respeito dos resultados dos seus dados associando com trabalhos de

outros autores e concluem que trabalhos como esse apresenta grande importacircncia

pois mostra o valor de determinadas espeacutecies vegetais para as abelhas e que ainda

haacute muito estudo para se fazer com relaccedilatildeo agrave abelha-flor

Devido aos danos que as abelhas vecircm sofrendo com a perda de habitat Oliveira

Morato e Garcia (1995) fizeram um estudo para conhecer as espeacutecies de

meliponineos existentes em aacutereas desmatadas fragmentos de mata isolados e mata

continua nesta uacuteltima foi tambeacutem realizado estudo para saber informaccedilotildees sobre a

densidade dos ninhos As aacutereas fragmentadas foram divididas em hectares e as

coletas das abelhas foram feitas em ninhos nidificados em aacutervores vivas e mortas

Todo o trabalho foi realizado na regiatildeo de Manaus Amazocircnia que vem sofrendo

26

antropizaccedilatildeo Foram coletadas um total de 54 espeacutecies de meliponineos sendo que

na mata contiacutenua foram 37 espeacutecies nos fragmentos isolados (de 1 e 10 hectar) e

na aacuterea desmatada foram coletada entre 21 e 25 espeacutecies e no fragmento de mata

continua(100 hectar) apenas 9 foram coletada Os autores concluiacuteram que mesmo a

regiatildeo ter apresentado grande riqueza de espeacutecies as aacutereas fragmentadas das

matas estatildeo diminuindo o tamanho das comunidades de meliponineos o que pode

deste modo comprometer a reproduccedilatildeo de diversas plantas melitoacutefilasna regiatildeo

Kearns Inouye e Wase (1998) publicaram um trabalho sobre a interaccedilatildeo de planta-

polinizador e suas interaccedilotildees Neste trabalho os autores descrevem a respeito da

natureza ecoloacutegica e evolutiva dessas interaccedilotildees e das evidentes ameaccedilas que

estatildeo sofrendo por meio das atividades humanas como tambeacutem discute sobre

soluccedilotildees de gestatildeo de melhoria para locais onde haacute crise na polinizaccedilatildeo Com

respeito a essas crises os autores debatem durante todo o trabalho que esse

problema jaacute eacute generalizado por ser associada agraves atividades humanas e que ele eacute

causado principalmente pelo uso de pesticidas e herbicidas mudanccedila no uso dos

solos pastagens agricultura fragmentaccedilatildeo do habitat desses polinizadores e pela

introduccedilatildeo de espeacutecies natildeo nativas nos ambientes O trabalho conclui que todos

esses problemas podem ter futuramente um aumento devido agraves grandes alteraccedilotildees

de habitat causado por uma populaccedilatildeo que estaacute sempre em crescimento e

sugeriram que os proacuteprios cidadatildeos e ecologistas natildeo devem medir esforccedilos para

reverter esse quadro

Proniacute (2000) realizou uma pesquisa para conhecer a biodiversidade de abelhas

indiacutegenas sem ferratildeo com o intuito de apresentar manejos de conservaccedilatildeo para os

ecossistemas Com levantamentos preliminares de ninhos de abelhas nas regiotildees

(urbana e rural) de Londrinas (Paranaacute) e municiacutepios proacuteximos agrave Bacia do Rio Tibagi

(Paranaacute) ele constatou que a aacuterea estudada apresenta uma distribuiccedilatildeo

diversificada tanto nos ecossistemas urbanos como nos agroecossistemas Em

relaccedilatildeo agrave diversidade das abelhas indiacutegenas sem ferratildeo ele observou que 12 das 19

espeacutecies encontradas ocorrem nos agroecossistemas e que praticamente natildeo

nidificam em aacutereas urbanas Portanto ele concluiu que a biodiversidade dessas

abelhas na Bacia do Rio Tibagi estaacute seriamente ameaccedilada principalmente devido agrave

diminuiccedilatildeo de aacutereas florestadas Segundo o autor para que haja melhoria do quadro

27

eacute preciso da responsabilidade de meliponicultores pesquisadores entre outros para

que sejam proporcionadas condiccedilotildees boas para essas abelhas

Devido agraves grandes mudanccedilas do ambiente provocadas pela urbanizaccedilatildeo Souza e

colaboradores (2002) fizeram um estudo durante um ano (Marccedilo de 2000 a Julho de

2001) com o intuito de verificar a diversidade e habitat de Meliponini em uma aacuterea

urbana e identificar a relaccedilatildeo das espeacutecies com o processo de urbanizaccedilatildeo Foi

realizada inspeccedilatildeo mensal a procura de ninhos de meliponini dentro do Campus da

Universidade Federal de Juiz de Fora Minas Gerais Com os ninhos encontrados foi

feito a identificaccedilatildeo do substrato em que foi nidificado Essas informaccedilotildees foram

relacionadas com os dados de temperatura umidade e precipitaccedilatildeo do municiacutepio

Durante o estudo foi encontrado uma meacutedia de 3488 ninhos e quatro espeacutecies

foram identificadas sendo elas Tetragonisca angustula Nannotrigona testaceicornis

Trigona spinipes e Partamona sp As espeacutecies encontradas apresentaram

preferecircncia em substratos de construccedilotildees (cavidades preacute-existentes) Em relaccedilatildeo agrave

temperatura umidade e precipitaccedilatildeo os autores observaram uma correlaccedilatildeo

positiva entre a temperatura e a abundancia dos ninhos das abelhas sem ferratildeo por

outro lado natildeo foi encontrado para umidade relativa do ar e precipitaccedilatildeo Deste

modo concluiacuteram que mesmo em ambiente urbano essas espeacutecies ainda

conseguem sobreviver com sucesso por traacutes das atividades antropicas

Com relaccedilatildeo aos ninhos de T angustula com o clima do ambiente em que esses satildeo

nidificados Chiari e colaboradores (2002) realizaram um trabalho para ver se as

variaccedilotildees climaacuteticas tecircm alguma relaccedilatildeo com o desenvolvimento dos ninhos das

Jataiacutes Foram realizadas coletas das abelhas que foram depositadas em trecircs tipos

diferentes de colmeacuteias Fritzen Nogueira-Neto e Guiliane Apoacutes esse procedimento

as colocircnias foram pesadas e instaladas no municiacutepio de Maringaacute Paranaacute Ao longo

do estudo a temperatura do ambiente onde as colmeacuteias foram instaladas foi

monitorada Apenas a colmeacuteia Nogueira-Neto natildeo apresentou associaccedilatildeo com a

variaccedilatildeo das temperaturas Nos modelos Fritzen e Giuliane foram observados que o

peso de ambas apresentaram de forma positiva com a umidade relativa do ar

apenas Giuliane teve relaccedilatildeo positiva com a insolaccedilatildeo Deste modo os autores

concluiacuteram que os modelos Giuliane e Noguera-Neto satildeo mais apropriados para as

colmeacuteias de T angustula

28

Outro trabalho tambeacutem realizado em Campus Universitaacuterio foi feito por Almeida

(2002) sobre composiccedilatildeo das comunidades de abelhas em Satildeo Paulo O autor teve

o intuito de contribuir com informaccedilotildees sobre as espeacutecies de abelhas e as plantas

visitadas por elas Com levantamento das abelhas e plantas em duas aacutereas de

Cerrado (Cerradatildeo e Cerrado) localizado no campus Universitaacuterio no Municiacutepio de

Pirassununga foi coletado um total de 261 amostras de plantas de 41 famiacutelias e 140

espeacutecies Dessas apenas cinco ocorreram nas duas aacutereas Com relaccedilatildeo agraves

abelhas foram coletadas um total de 141 espeacutecies em quatro famiacutelias Foi concluiacutedo

que a famiacutelia que apresentou maior riqueza de espeacutecie foi Apidae Com relaccedilatildeo agraves

plantas as famiacutelias Asteraceae Malvaceae Fabaceae Sapindaceae e Vichysiaceae

foram as mais ricas em nuacutemero de espeacutecies

Neves e Viana (2002) realizaram um estudo sobre a ecologia da comunidade de

abelhas eussociais com o propoacutesito de analisar as atividades do seu vocirco

relacionando com recursos alimentares variaccedilotildees meteoroloacutegicas entre outros

fatores Com coletas das abelhas amostras de plantas floridas e monitoramento dos

ninhos nas dunas continentais na Bahia Eles capturaram oito espeacutecies da famiacutelia

Apidae Estas abelhas exibiam maior atividade no periacuteodo da manhatilde Um nuacutemero de

plantas floridas foi verificado na estaccedilatildeo chuvosa Assim sendo concluiacuteram que a

disponibilidade de recursos disponiacutevel e agraves variaccedilotildees meteoroloacutegicas favorecem a

concentraccedilatildeo de visitas florais dessas abelhas pela manhatilde

Um estudo sobre a ecologia das populaccedilotildees de meliponiacuteneos Souza e

colaboradores (2005) fizeram buscas pelos ninhos e coletas das abelhas no Campus

da Universidade Federal da Bahia eles encontraram 94 ninhos com 19 espeacutecies

diferentes tendo uma predominacircncia da espeacutecie Tetragonisca angustula Deste

modo concluiacuteram que a riqueza de espeacutecies de meliponineos (meliponini)

encontrada no Campus (o qual eacute um local que sofre antropizaccedilatildeo) pode ser devida

a disponibilidade de substratos para nidificaccedilatildeo e pela quantidade de recursos que eacute

ofertado

Stuch (2006) realizou uma pesquisa sobre a variabilidade geneacutetica das populaccedilotildees

de Tetragonisca angustula Nesse trabalho o autor primeiramente faz uma revisatildeo

da bibliografia com o propoacutesito de apresentar informaccedilotildees a respeito da estrutura

das populaccedilotildees de meliponiacuteneos (meliponini) sobre as abelhas indiacutegenas sem

ferratildeo e principalmente a respeito da abelha em estudo onde destacam informaccedilotildees

29

do comportamento locais de nidificaccedilatildeo dos recursos usados para se alimentar e

do mel que eacute produzido por eles Com coletas e anaacutelises realizadas por meio de

marcador molecular nas cidades de Dracena em Satildeo Paulo e Ivatuba no Paranaacute Ele

observou que as amostras obtidas em Ivatuba apresentaram 60 de polimorfismo e

na cidade de Dracena foram apresentadas 40 Deste modo o autor concluiu que

em Ivatuba as populaccedilotildees de T angustula estatildeo diferenciadas geneticamente e natildeo

apresentam endocruzamento entre os ninhos jaacute as populaccedilotildees da cidade de

Dracena natildeo se encontraram modificados podendo os ninhos ser considerados

como um soacute Segundo o autor essas informaccedilotildees satildeo muito importantes para que

estudos de praacuteticas de manejo sejam realizados para manter a variabilidade dessas

populaccedilotildees

Outro trabalho tambeacutem em aacutereas fragmentadas foi realizado por Alvarenga (2008)

Neste trabalho o autor teve o objetivo de conhecer a diversidade e densidade dos

ninhos de meliponineos (meliponini) na Mata de Santa Tereza (Estaccedilatildeo Ecoloacutegica de

Ribeiratildeo Preto Satildeo Paulo) que fica situado entre a Mata Atlacircntica e o Cerrado com

levantamentos dos ninhos e das aacutervores que poderiam apresentar um tamanho

potencial para essas abelhas nidificarem Foram encontrados ninhos de quatro

espeacutecies de meliponineos (meliponini) sendo T angustula e Scaura latitarsis

representaram 25 dos ninhos encontrados e Trigona hyalinata 50 E em relaccedilatildeo

aacutes aacutervores cerca de 67 foram analisadas poucas apresentavam rachaduras ou

cavidades para abrigar os ninhos Deste modo foi concluiacutedo que na aacuterea estudada

haacute uma riqueza baixa e densidade relativamente meacutedia e tambeacutem poucos locais

para nidificaccedilatildeo

Andena e colaboradores (2009) tambeacutem fizeram um trabalho em aacutereas degradadas

Para eles esses estudos satildeo essecircncias devido a essas aacutereas serem a principal

razatildeo para o aumento das taxas de perda da diversidade geneacutetica e extinccedilatildeo das

abelhas Os autores realizaram um estudo para conhecer a diversidade de abelhas

no Cerrado em Satildeo Paulo Foram realizadas coletas das abelhas em quatro

reservas em regiotildees fragmentadas do Cerrado Reserva de Corumbataiacute Estaccedilatildeo

Ecoloacutegica de Jataiacute Parque Vassununga e Reserva de Cajuru Com cerca de 500

indiviacuteduos coletados as aacutereas que apresentaram maior riqueza foram Cajuru e

Corumbataiacute e as aacutereas com menor riqueza foram Vassununga e Estaccedilatildeo Ecoloacutegica

Jataiacute Mesmo apresentando maior nuacutemero de riqueza a aacuterea de Corumbataiacute sofreu

30

vaacuterias alteraccedilotildees na composiccedilatildeo fauniacutestica durante o estudo Assim sendo foi

concluiacutedo que pesquisas como essas satildeo importantes pois contribuem com

informaccedilotildees a respeito da influencia que essas aacutereas degradadas podem exercer

sobre a composiccedilatildeo fauniacutestica e a riqueza das espeacutecies de abelhas

Um inventaacuterio sobre os meliponiacuteneos (meliponini) no Bioma Cerrado foi realizado por

Fernandes e colaboradores (2012) Com levantamentos feitos durante dois anos em

quatro aacutereas diferentes (Municiacutepio de Tangaraacute da Serra ndash MT nos arredores do

campus universitaacuterio de Mato Grosso na Reserva Florestal Antocircnio Conselheiro ndash

MT e na zona rural do municiacutepio Tangaraacute da Serra - MT) os autores coletaram 128

espeacutecimes distribuiacutedos em 27 espeacutecies e 14 gecircneros e constataram que a maior

riqueza foi vista na reserva florestal e na zona rural do municiacutepio de Tangaraacute da

Serra Deste modo eles concluiacuteram que a riqueza observada na reserva pode ser

devido agrave mata apresentar pouca antropizaccedilatildeo e que as informaccedilotildees obtidas nesse

estudo satildeo de extrema importacircncia para a preservaccedilatildeo da biodiversidade da reserva

florestal

Uma pesquisa realizada por Oliveira e colaboradores (2013) cujo tema foi

Levantamento de Ocorrecircncia de Meliponiacutedeos (Meliponini) em Municiacutepios na regiatildeo

do Vale do Jauru ndash MT foia incidecircncia de abelhas sem ferratildeo em zonas urbanas

Com entrevistas aos moradores e com sessotildees de fotos para definir quais espeacutecies

de abelhas se encontravam nas proximidades das casas da regiatildeo do Vale do Jauru

eles encontraram 67 colmeacuteias sendo 17 predominantes em apenas uma cidade

Deste modo concluiacuteram que na regiatildeo do Vale do Jauru encontram-se grandes

aacutereas verdes proporcionando dessa forma alimento e a preservaccedilatildeo das abelhas

24 COLETA DE RECURSOS E PRODUCcedilAtildeO DE MEL DAS MELIPONINI

Devido agraves poucas informaccedilotildees sobre a composiccedilatildeo do mel e fontes alimentares

utilizados pelos meliponineos Anacleto (2007) fez um estudo com o intuito de

conhecer as principais fontes que fazem parte da dieta dessas abelhas e tambeacutem

conhecer as caracteriacutesticas quiacutemicas do mel produzido por elas O estudo foi no

Municiacutepio de Piracicaba Satildeo Paulo Foi realizado um levantamento das plantas

visitadas por cinco espeacutecies de meliponineos (T angustula Scaptotrigona

31

bipunctata Nanotrigona testaceicornis Friesiomellita varia e Tetragona clavipes)

coleta de mel nos potes de alimento dos ninhos e coleta de poacutelen retirada das

corbiacuteculas O autor obteve 158 espeacutecies de plantas sendo que dessas 67 foram

visitadas pelas abelhas em estudo e na anaacutelise poliacutenica foram encontradas 72

espeacutecies de plantas A espeacutecie que apresentou menor nuacutemero de visitas foi F varia

em contrapartida T angustula foi a espeacutecie que apresentou o haacutebito mais

generalista em relaccedilatildeo ao numero de espeacutecies de plantas visitadas Com relaccedilatildeo ao

mel foram analisadas um total 31 amostras Os estudos com a composiccedilatildeo do mel

apresentaram uma dificuldade devido agrave legislaccedilatildeo atender apenas as caracteriacutesticas

do mel de Apis melliacutefera e natildeo o mel das abelhas nativas O mel de F varia foi a que

apresentou menor niacutevel de accediluacutecar em contrapartida o niacutevel de accediluacutecar do mel de T

angustula foi o mais elevado Deste modo foi concluiacutedo que as espeacutecies estudadas

se mostraram generalistas com exceccedilatildeo de F varia e com relaccedilatildeo agrave anaacutelise do

mel foi concluiacutedo que haacute a necessidade de um padratildeo na legislaccedilatildeo proacuteprio para

uma melhor anaacutelise dos compostos quiacutemicos do mel de meliponiacuteneos

Anacleto e colaboradores (2009) tambeacutem realizaram uma pesquisa sobre o padratildeo

de qualidade do mel das abelhas sem ferratildeo Para esse estudo foi analisado a

composiccedilatildeo do mel das abelhas Tetragonisca angustula Com coletas feitas

diretamente de dentro das colocircnias encontradas em Piracicaba ndash (SP) e com

anaacutelises feitas sobre o accediluacutecar proteiacutenas pH acidez cor entre outros fatores os

autores obtiveram 20 amostras de mel e relataram que o accediluacutecar dessas amostras

apresentaram valores inferiores ao que eacute estabelecido pelas normas

brasileirasAssim sendo concluiacuteram que 5 de accediluacutecar do mel coletado natildeo se

enquadram na legislaccedilatildeo e que seria necessaacuterio um maior estudo para que uma

nova legislaccedilatildeo seja feita

No trabalho de Sommeijer e colaboradores (1983) aleacutem de analisar os recursos

coletados por algumas abelhas sem ferratildeo (Meliponineos) e Apis mellifera os

autores tambeacutem fizeram observaccedilotildees no comportamento de forrageamento dessas

abelhas As observaccedilotildees e amostras de poacutelen foram retiradas semanalmente das

corbiacuteculas das forrageiras que retornavam ao ninho Os autores observaram que as

coletas dos recursos ocorreram em periacuteodos diferentes os voos de neacutectar ocorreram

na maior parte das vezes de manhatilde e os vocircos de poacutelen ocorreram agrave tarde Em

relaccedilatildeo ao poacutelen foram obtidas 191 amostras sendo que quatro famiacutelias se

32

mostraram mais presentes Myrtaceae Sapotaceae Sapindaceae e Melliaceae

Desta forma concluiacuteram que as coletas de poacutelen pelas forrageiras podem ter

predominado no periacuteodo da manhatilde devido agraves flores se mostrar mais murchas com o

passar do dia Tambeacutem concluiacuteram que os recursos de poliacutenicos foram bem

diversos o que confirmou o haacutebito generalista dessas abelhas

Carvalho e Marchini (1999) realizaram um estudo dentro de um campus Universitaacuterio

(USP) em Piracicaba Em seu trabalho tiveram o objetivo de conhecer as plantas

que oferecem recursos para abelhas em ambientes mais antropizados Com coletas

de abelhas operaacuterias em colocircnias de Tetragonisca angustula e Nannotrigona

testaceicornis os autores analisaram os gratildeos de poacutelen coletados por elas Atraveacutes

dessa anaacutelise obtiveram 31 tipos poliacutenicos em 22 famiacutelias de plantas sendo que

entre essas famiacutelias para N testaceicornis os gratildeos de poacutelen que se mostrou mais

frequumlente foi de Myrtaceae e para T angustula foram Fabaceae Liliaceae e

Mimosaceae Dessa maneira concluiacuteram que essas espeacutecies se mostraram

generalistas visitando diversas plantas

No mesmo ano Carvalho Marchini e Ros (1999) fizeram um estudo para comparar

e analisar as fontes de poacutelen utilizadas por Apis mellifera e quatro diferentes

espeacutecies de Trigonini (Nannotrigona testaceicornis Partamona helleri Plebeia

droryana e Tetragonisca angustula) O trabalho teve o intuito de fornecer

informaccedilotildees sobre as preferecircncias florais e as relaccedilotildees troacuteficas dessas espeacutecies

Com coletas realizadas nos meses de Outubro e Novembro de 1996 no campus da

USP em Piracicaba os autores coletaram 53 tipos poliacutenicos desses os tipos mais

frequentes para todas as abelhas foram Aracaceae Bulbine frutescens e

Eucalyptus spe com as relaccedilotildees troacuteficas eles observaram que a utilizaccedilatildeo de fontes

de poacutelen variou conforme a espeacutecie e que a dieta se mostrou bem diversificada

Dessa maneira os autores concluiacuteram que P droryana e Phelleri foram agraves

espeacutecies que apresentaram maior uniformidade na utilizaccedilatildeo de fontes de poacutelen e a

maior sobreposiccedilatildeo de nicho troacutefico ocorreu entre N testaceiconis e T angustula e

menor sobreposiccedilatildeo foi entre A meliacutefera e T angustula

Devido agrave carecircncia de estudos sobre os recursos florais utilizados pelas abelhas

Agostini e Sazima (2003) fizeram um estudo sobre a fenologia das espeacutecies de

plantas ornamentais e suas relaccedilotildees com as espeacutecies de abelhas Com registros da

fenologia das plantas arboacutereas e arbustivas e o tipo de recurso utilizado pelas

33

abelhas no campus da Universidade Estadual de Campinas em Satildeo Paulo os

autores registraram 42 espeacutecies de plantas e observaram que na aacuterea estudada

houve plantas florindo todos os meses e natildeo houve sazonalidade marcada Com

relaccedilatildeo ao tipo de recurso utilizado pelas abelhas foi observado que as plantas mais

visitadas foram da famiacutelia Leguminosae e Bombacaceae por serem importantes

fontes de alimento para as abelhas no periacuteodo de estiagem Concluiacuteram que plano

de manejo em ambientes urbanos usando plantas ornamentais nativas seria

importante para acolher maior diversidade de abelhas as quais cumprem papel

importantiacutessimo na manutenccedilatildeo da biodiversidade dos ecossistemas naturais

Como muitas plantas de importacircncia econocircmica dependem de insetos para

aumentar a produccedilatildeo e a qualidade dos frutos Toledo e colaboradores (2003)

pesquisaram as angiospermas na regiatildeo de Maringaacute no estado do Paranaacute para

contribuir com o conhecimento da biodiversidade nessa regiatildeo Com coletas em

onze espeacutecies de plantas examinadas na Universidade Estadual de Maringa

Paranaacute os autores obtiveram 331 insetos Entre as abelhas trecircs espeacutecies coletadas

foram as mais abundantes Tetragonisca angustula Apis mellifera e Trigona spinipes

Os autores concluiacuteram que essas abelhas africanizadas e sem ferratildeo foram as mais

abundantes nas coletas as flores devido tanto ao seu comportamento generalista

como pela sobreposiccedilatildeo no local de forrageamento

Simioni e Colaboradores (2007) realizaram um estudo para investigar os recursos

alimentares de Tetragonisca angustula fiebrigi em Mato Grosso do Sul Com

amostras de cargas poliacutenicas corbiculares das operaacuterias em um ambiente natural de

Corumbaacute-MS no periacuteodo de seis meses os autores relataram que T angustula

visitou 43 espeacutecies de plantas para coleta de poacutelen e as famiacutelias mais visitadas

foram Leguminosae Palmae Asteraceae e a subfamiacutelia Mimosidae devido agrave grande

quantidade de poacutelen acessiacutevel Deste modo concluiacuteram que Tetragonisca

angustula mostrou-se seletivo com relaccedilatildeo agraves fontes de alimento disponiacutevel na aacuterea

estudada e que a famiacutelia Leguminosae se mostrou a mais importante fonte de poacutelen

para T angustula

Muitas espeacutecies de abelhas vecircm sendo utilizadas consorciadas ao cultivo de

diversas espeacutecies de plantas No trabalho de Antunes e colaboradores (2007) eles

utilizaram a espeacutecie Tetragonisca angustula para verificar seu efeito como agente

polinizador na produccedilatildeo de frutos de cultivares de morango em estufa O estudo foi

34

realizado na Universidade de Passo Fundo RS utilizando quatro cultivares de

morangueiro (Oso Grande Tdla Chandler e Dover) com ausecircncia e presenccedila de

duas e quatro colmeacuteias de T angustula Os autores observaram que o numero de

visitas as flores foram o mesmo para os mesmos nuacutemeros de colocircnias e que o uso

de duas ou quatro colmeacuteias natildeo alterou a produccedilatildeo dos frutos Aleacutem disso

observaram tambeacutem que a porcentagem de frutos deformados teve uma queda

consideraacutevel de 85 para 5 Sendo assim concluiacuteram que a presenccedila de

Tetragonisca angustula para a polinizaccedilatildeo em ambiente fechado tem grande

importacircncia para o aumento da produtividade e para o aumento da quantidade de

frutos comerciaacuteveis

Devido agrave grande importacircncia das abelhas sem ferratildeo para manter a biodiversidade

das plantas Braga e colaboradores (2012) fizeram um estudo com a espeacutecie T

angustula por ela ser amplamente distribuiacuteda nos habitats tropicais Com estudo

realizado em duas ilhas (Ilha Grande e Tucuruccedilaacute) e outras duas na ilha Ariroacute e

Tinguaacute todas SAP aacutereas de Mata Atlacircntica do Estado do Rio de Janeiro e apenas

Ilha Grande pertence a uma unidade de proteccedilatildeo ambiental Para esse estudo os

autores fizeram coletas de carga de poacutelen e observaccedilotildees agraves flores T angustula

visitou 61 espeacutecies de plantas sendo Anacardiaceae e Asteraceaeas mais visitadas

Na Ilha grande foi a aacuterea onde se obteve maior nuacutemero de visitas e onde se

encontrou 39 tipos poliacutenicos Dessa maneira concluiacuteram que a dieta de T angustula

eacute bem ampla e que essas pesquisas satildeo necessaacuterias para conhecer as plantas que

operam como recurso para as abelhas em ambiente natural

Com o intuito de contribuir para o conhecimento da flora e sua utilizaccedilatildeo por

polinizadores nativos Novais Absy e Santos (2013) caracterizaram o poacutelen de T

angustula atraveacutes da anaacutelise palinoloacutegica analisando os meacuteis produzidos por esta

espeacutecie em duas regiotildees semi-aacuteridas tropicais do nordeste do Brasil Com amostras

de mel coletados mensalmente nos municiacutepios de Itaberaba e Ruy Barbosa na

Bahia durante 14 meses os autores observaram que o espectro poliacutenico das

amostras de mel de T angustula consistiu um total de 67 tipos de poacutelen sendo que

18 deles foram comuns aos espectros de poacutelen tanto de Itaberaba quanto de Ruy

Barbosa e as famiacutelias das plantas que predominaram em ambos municiacutepios foram

Fabaceae Myrtaceae Malvaceae e Euphorbiaceae Concluiacuteram que houve um uso

heterogeneo dos recursos naturais no municiacutepio de Itaberaba e homogecircneo no

35

municiacutepio de Ruy Barbosa neste foi detectado um tamanho maior do nicho de poacutelen

de T angustula Para os autores isso se deve a diferenccedila na diversidade de plantas

entre os dois municiacutepios

25 COMPORTAMENTO DA ABELHA JATAIacute

Para algumas pesquisas estudos sobre comportamento eacute essencial para obter

informaccedilotildees importantes sobre a espeacutecie em estudo Para que pesquisadores

possam fazer estudo de comportamento em campo Altmann (1973) publicou um

trabalho sobre comportamento animal onde ela faz um guia para orientar os

observadores em seus estudos Ela apresenta meacutetodos para ser utilizado nas

observaccedilotildees tanto em comportamento individual quanto em grupo e apresenta o uso

de meacutetodos de amostragem nas observaccedilotildees Nesse a autora relata trabalhos de

outros autores sobre observaccedilotildees comportamentais e faz discussotildees a respeito de

problemas de amostragem em comportamento social como tambeacutem as vantagens e

desvantagens do uso de alguns meacutetodos

Um estudo relacionado com o comportamento de T angustula foi realizado por

Wittmann (1985) para mostrar que o sistema de defesa dessa espeacutecie natildeo era

apenas para defesa de alguns insetos voadores mais tambeacutem para defesa contra

ataques de abelhas cleptobioacuteticas Para observaccedilatildeo do comportamento das guardas

pairando foi mantida uma colocircnia de Lestremelitta limatildeo proacuteximo a quatros colocircnias

de T agustula O autor notou que o posicionamento das guardas pairando proacuteximo

ao corredor de vocirco do ninho permitia maior eficiecircncia nos ataques aos intrusos

cleptobioacuteticos e que durante esses ataques o numero de guardas aumentava

consideravelmente para reforccedilar a defesa do ninho Dessa maneira concluiu-se que

no comportamento de defesa essa espeacutecie faz um recrutamento em massa das

guardas em resposta a um feromocircnio lanccedilado por L limatildeo

Couvillon e colaboradores (2007) fizeram um estudo sobre a movimentaccedilatildeo das

forrageiras em relaccedilatildeo ao tamanho da entrada do ninho e o comportamento

defensivo das guardas em relaccedilatildeo agraves perturbaccedilotildees que os ninhos sofrem Para esse

trabalho os autores estudaram 26 espeacutecies de abelhas sem ferratildeo no campus da

Universidade de Satildeo Paulo em Ribeiratildeo Preto Foram medidas a entrada dos ninhos

36

e o comprimento de abelhas forrageiras Foi verificado que a entrada do tubo do

ninho se ajusta ao tamanho das abelhas operaacuterias ou seja quanto maior for a

abelha maior seraacute a entrada do ninho Tambeacutem observaram que as guardas tinham

o comportamento de proteger o ninho bloqueando sua entrada e permitindo apenas

a entrada das forrageiras Assim concluiacuteam que essas abelhas apresentam

importantes mecanismos de defesa para ninho e que estudos como esse podem

trazer informaccedilotildees importantes ao comportamento de defesas das abelhas sem

ferratildeo

Minussi e Santos (2007) fizeram um estudo para descobrir se haacute algum efeito

negativo da Apis mellifera sobre as abelhas nativas em relaccedilatildeo agrave coleta de recursos

Para isso os autores fizeram um trabalho sobre o comportamento que ocorre entre

essas abelhas Com observaccedilotildees agraves flores e coletas das abelhas na Escola

Agroteacutecnica Federal de Sombrio no municiacutepio de Santa Rosa Santa Catarina Apis

mellifera foi agrave espeacutecie mais abundante encontrada na aacuterea em estudo em seguida

Trigona spinipes foi a mais abundante Durante as observaccedilotildees notaram que o

comportamento de abertura das mandiacutebulas da subfamiacutelia Halictinae para atacar e

expulsar as abelhas africanizadas das flores era comum e que esse comportamento

ocorria sempre antes que abelhas conseguissem chegar ao fundo da flor Dessa

maneira concluiacuteram que as abelhas nativas conseguem se defender das abelhas

africanizadas para garantir seu recurso

Karcher e Ratnieks (2009) mostraram em suas pesquisas que ninhos de T

angustula natildeo eram apenas defendidos por guardas pairando mas tambeacutem por

guardas que ficam de peacute na entrada do ninho Os autores colocaram dez campeiras

e natildeo campeiras da mesma espeacutecie e campeiras tratadas com odor de

Scaptotrigona bipunctata em cinco ninhos As guardas de peacute natildeo rejeitaram

nenhuma campeira mas rejeitaram quase todas natildeo campeiras e campeiras

tratadas com odor volaacutetil A partir desse resultado concluiacuteram que as operaacuterias que

ficam de peacute na entrada do ninho tambeacutem atuam como oacutetimas guardas para

discriminar as abelhas campeiras e natildeo campeiras

No trabalho de Gruter Karcher e Ratnieks (2011)foi realizado um estudo sobre as

abelhas guardas de Tetragonisca angustula que ficam pairando e de peacute proacuteximo ao

ninho Os autores fizeram algumas experiecircncias para saber se havia alternacircncias de

tarefas entre elas A pesquisa teve duraccedilatildeo de trecircs anos e foi realizada em uma

37

fazenda perto de Satildeo Paulo Para observar essa alternacircncia de tarefas as abelhas

guardas foram coletadas e marcadas Dessa maneira notaram que das 18 abelhas

marcadas 12 eram exclusivamente guardas em peacute e seis realizavam os dois tipos

de guardas Durante as 21 horas de observaccedilatildeo natildeo foi observado mudanccedila entre

os tipos de guardas A partir desses resultados concluiacuteram que a alternacircncia de

tarefa entre as guardas eacute rara de acontecer indicando que a defesa de T angustula

e feita por divisatildeo de trabalho

Zweden e colaboradores (2011) fizeram um trabalho semelhante agrave Wittmann (1984)

com os guardas de defesa que ficam pairando Em seu estudo os autores tinham o

objetivo de testar a hipoacutetese que as guardas aumentavam a defesa do ninho em

relaccedilatildeo aos intrusos principalmente Lestrimellita limatildeo a qual eacute um ladratildeo

obrigatoacuterio de Tetragonisca angustula Foram feitas mediccedilotildees da distacircncia em que

as guardas pairando atacavam tanto um manequim de massa de modelar coberto de

citral (odor volaacutetil liberado por L limatildeo) quanto operaacuterias de Lestrimellita limatildeo

receacutem morto Todos os intrusos do experimento foram atacados por T angustula a

distacircncia que ocorreu o ataque variou entre 0-22 cm os ninhos que tinham mais

guardas apresentou maior distacircncia Dessa maneira concluiacuteram que a presenccedila de

guardas pairando aumenta a detecccedilatildeo de intrusos e que essas guardas respondem

especialmente a pistas visuais

As abelhas sem ferratildeo (eussocias) costumam apresentar divisatildeo de trabalho em

suas colocircnias Gruter e colaboradores (2012) em seu estudo quiseram testar a

hipoacutetese de que os soldados especializados (guardas) para a defesa das colocircnias de

jataiacute (Tetragonisca angustula) eram relativamente maiores que os trabalhadores

Com anaacutelise no tamanho e na forma das forrageiras guardas e trabalhadores que

removem resiacuteduos das colocircnias o autor constatou que o peso corporal das guardas

era maior que das abelhas forrageiras e que o tamanho da cabeccedila das forrageiras

mostrou-se um pouco maior em relaccedilatildeo agraves guardas Assim concluiu-se que a

variaccedilatildeo no tamanho seria devido agrave divisatildeo de trabalho ou seja a diferenccedila no

tamanho do corpo consiste em uma eficaacutecia maior para lutar contra invasores e a

diferenccedila em relaccedilatildeo ao tamanho da cabeccedila seria devido agrave necessidade das

forrageiras de decorar caminhos para busca do alimento

38

39

3 METODOLOGIA

31 AacuteREA DE ESTUDO

O Municiacutepio de Vitoacuteria possui uma extensatildeo geograacutefica que envolve um grau

elevado de urbanizaccedilatildeo (SOUZA 2011) De acordo com o Instituto Brasileiro de

Geografia e Estatiacutestica (2010) o Municiacutepio apresenta uma aacuterea de mais de 98 Kmsup2 e

conta com uma populaccedilatildeo estimada de 352104 habitantes O clima da regiatildeo de

Vitoacuteria pode ser classificado como Tropical uacutemido (CLASSIFICACcedilAtildeO [20--])

apresentando temperatura maacutexima que pode chegar a 32ordm C e miacutenima que fica em

torno de 24ordm C com os maiores iacutendices de precipitaccedilatildeo pluviomeacutetrica entre os meses

de Outubro a Janeiro (INSTITUTO CAPIXABA DE PESQUISA ASSISTEcircNCIA

TEacuteCNICA E EXTENSAtildeO RURAL 2011)

Vitoacuteria eacute um dos Municiacutepios que apresentam os maiores niacuteveis de temperaturas do

Estado Isso se deve ao fato de as grandes montanhas dificultarem a passagem dos

ventos do nuacutemero de preacutedios que aumenta com o passar dos anos assim como a

poluiccedilatildeo (SOUZA 2011)

O estudo foi realizado no Campus Universitaacuterio Alaor de Queiroz Arauacutejo da

Universidade Federal do Espiacuterito Santo (FERNANDES VALE 2013) tambeacutem

conhecido como campus de Goiabeiras Este campus se encontra localizado no

Municiacutepio de Vitoacuteria capital do Estado do Espiacuterito Santo e nas coordenadas

geograacuteficas de 20ordm 16rsquoS e 40ordm 18rsquoW (FERREIRA DANTAS 2000)

O Campus fica ao Sul e ao Oeste do canal da passagem e a Leste com a Avenida

Fernando Ferrari Ateacute 2008 era composta por uma aacuterea de ambiente entre mareacutes e

terrestre de 1592545 msup2 poreacutem com a ampliaccedilatildeo da Avenida Fernando Ferrari

essa aacuterea foi reduzida para 1567545 msup2 (FERNANDES VALE 2013) A aacuterea

amostral se localiza no entorno do Centro de Ciecircncias Humanas e Naturais (CCHN)

Implantada por volta da deacutecada de 1970 ela compotildee os ICrsquos (iniciais de Ilha do

Cercado) I II III e IV (FERNANDES VALE 2013) e apresenta uma aacuterea que

compreende edificaccedilotildees como preacutedios passarelas ruas asfaltadas paacutetio de

estacionamento e aacutereas jardinadas (MAPA 01)

40

Mapa 01- Mapa do Campus Universitaacuterio de Goiabeiras (UFES) com destaque da

aacuterea de estudo em vermelho

Fonte Google Maps (2014) 32 OBTENCcedilAtildeO DOS DADOS

A aacuterea de estudo foi inspecionada agrave procura de ninhos de T angustula com

observaccedilotildees em calccediladas paredes muros postes troncos de aacutervores entre outros

conforme Taura e Laroca (1991) Os ninhos encontrados foram marcados por letra

alfabeacutetica e mapeados com o auxiacutelio de um marcador permanente (marca Jocar

Office) e um GPS (marca Garmin etrex vista) As observaccedilotildees foram realizadas uma

vez a cada semana durante cinco meses de Abril agrave Setembro de 2014 totalizando

21 dias amostrados (140 horas) O periacuteodo no qual foram realizadas as observaccedilotildees

41

foi de 0700 agrave 1700 horas As observaccedilotildees foram feitas durante 15 minutos em cada

ninho e intercaladas nos periacuteodos matutino vespertino e dia todo com o auxilio de

uma lupa de matildeo devido elas apresentarem aproximadamente 5 miliacutemetros

(NOGUEIRA-NETO 1997) A lupa de matildeo foi utilizada tambeacutem para observar a cor

do poacutelen que as abelhas traziam para dentro do ninho

A contagem do nuacutemero de entradas e saiacutedas das abelhas coletoras e das abelhas

que protegem a colocircnia de invasores foi realizada em todos os ninhos com o auxilio

de um contador de nuacutemeros Os registros foram realizados com redaccedilatildeo dos

eventos e por meio de fotografias As observaccedilotildees seguiram o meacutetodo Animal-Focal

descrito por Altmann (1973) para anaacutelise do comportamento das abelhas Esse

meacutetodo consiste em amostrar os comportamentos de um ou mais indiviacuteduos por um

determinado periacuteodo de tempo O levantamento das principais fontes de alimento de

T angustula foi obtido a partir de dados bibliograacuteficos

33 ANAacuteLISE DOS DADOS

Para anaacutelise dos dados foi utilizado o programa ldquoMapSourcerdquo para a construccedilatildeo do

mapa dos ninhos encontrados Foi tambeacutem utilizado o programa Microsoft Excel

2007 para construccedilatildeo de graacuteficos para analisar o nuacutemero de visitas (entrada e saiacuteda)

que as abelhas coletoras apresentaram durante os cinco meses observados Os

graacuteficos foram construiacutedos por intervalos de horas sendo que as informaccedilotildees se

acumularam mais proacuteximo do horaacuterio em que houve mais eventos observados no

ninho O mesmo programa foi utilizado para retirar a meacutedia da quantidade de

guardas na defesa do ninho

Os dados resultantes do levantamento bibliograacutefico das fontes alimentares serviram

de base para a elaboraccedilatildeo de um graacutefico com a contribuiccedilatildeo das famiacutelias de plantas

mais visitadas por T angustula

42

43

4 RESULTADOS E DISCUSSOtildeES

41 LOCALIZACcedilAtildeO DOS NINHOS

Foram encontrados onze ninhos (marcados por letra alfabeacutetica de A a K) cinco

instalados em paredes e muros (K C I e J) e seis localizados sob placas de

concreto de passarelas (A B D E F G e H) (mais precisamente na base das

pilastras da passarela que se encontra entre os IC`s II e III) Este fato corrobora com

os estudos de Taura e Laroca (1991) que indica que a disponibilidade de nidificaccedilatildeo

nesses locais aumenta com as atividades antroacutepicas A localizaccedilatildeo dos ninhos eacute

apresentada pelo Mapa 02

Os ninhos C J K (Mapa 02) recebiam calorna maior parte do dia jaacute os demais natildeo

recebiam sol diretamente na maior parte do dia pois eram protegidos pela pilastra e

pela cobertura da passarela

Durante todo o periacuteodo das observaccedilotildees em geral o clima foi de dias quentes com

presenccedila de ventos

MAPA 02 ndash Mapa dos ninhos de T angustula estudadas no Campus de Goiabeiras

(UFES) Abril ndash Setembro2014

Fonte Modificado em Google earth (2014) Dos 11 ninhos observados dois ninhos natildeo apresentavam a entrada com o formato

comum de cilindro e traziam um formato natildeo definido

44

Em todos os ninhos foi possiacutevel ver que a abertura da extremidade do tubo era

relativamente grande Tal formato permite que haja espaccedilo para que algumas

abelhas guardas permaneccedilam na entrada do tubo ao mesmo tempo em que deixa

espaccedilo suficiente para as forrageiras passarem (KARCHER RATNIEKS 2009) Ao

longo de todo o tubo havia presenccedila de centenas de perfuraccedilotildees o que segundo

Gruter Karcher e Ratinieks (2011) eram para ajudar nas trocas gasosas

Nos cinco meses observados trecircs ninhos desapareceram da aacuterea amostral restando

ao final das observaccedilotildees oito ninhos Um deles (ninho E) foi perdido logo no iniacutecio

das observaccedilotildees supotildee-se que tenha ocorrido alguma intervenccedilatildeo aguda por

exemplo humana pois logo no segundo dia de observaccedilatildeo o mesmo jaacute natildeo estava

no lugar demarcado Outros dois ninhos (ninhos F e G) tambeacutem foram perdidos O F

persistiu ateacute o mecircs de Maio e o ninho G ateacute Julho Nestes o desaparecimento se

sucedeu apoacutes eventos de revoadas

42 INTERACcedilOtildeES INTER E INTRAESPECIacuteFICAS

TABELA 1 - Dados dos Ninhos observados

Data Ninho Hora Cores de Poacutelen

Presenccedila de

Resina Operaacuteriaslimpeza Guardas

em peacute Guardas pairando Ameaccedila

14abr D 07h-8h

Amarelo Branco Laranja

Vermelho

X 5 1

13mai C 10h-11h

Amarelo Branco Laranja

Vermelho

X X 4 4

20mai J 15h-16h Branco X X 8 12 02jun H 12h-13h Branco X X 8 4 16jul D 13h-14h Branco

X 8 2 Formiga

20jun B 08h-09h

Amarelo Branco Laranja

Vermelho

X X 9 3

06ago C 14h-15h Branco X 7 10 Lagartixa

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria As observaccedilotildees indicaram que as jataiacutes visitavam vaacuterias espeacutecies de flores durante

as manhatildes e iniacutecio das tardes pois nesse periacuteodo trouxeram uma grande

45

diversidade de poacutelen (cores amarela laranja branca e vermelha) transportados em

suas corbiacutecula para dentro do ninho B C e D (TABELA 1) (FIGURA 1-A) No horaacuterio

da tarde essa diversidade diminuiacutea nos ninhos C D H e J (TABELA 1) e era

representada pelo transporte de poacutelen de cor branca Este fato mostra que a

diversidade de flores visitadas decresce ao longo do dia

As abelhas sociais de um modo geral visitam as flores enquanto elas satildeo atrativas

Elas apresentam preferecircncia pela cor e satildeo capazes de discriminar os conjuntos

florais realizar sua localizaccedilatildeo e selecionar aquelas que produzem maior quantidade

e melhor qualidade de alimento (PIRANI LAURINO 1993) Existem diversos fatores

que podem influenciar a coleta de alimento pelas abelhas sociais entre eles o

comportamento das campeiras e a necessidade das colocircnias que depende do seu

tamanho (PIRANI LAURINO 1993)

Aleacutem de poacutelen tambeacutem foi observado carregamento de resina nas corbiacuteculas para

dentro do ninho B C H e J (TABELA 1) (FIGURA 1-B) essa eacute coletada pelas

abelhas em bototildees florais Depois de a resina ser coletada ela pode ser armazenada

pura ou misturada com cera No caso de T angustula ela geralmente faz a

armazenagem na forma pura (NOGUEIRA-NETO 1997) Como a resina eacute viscosa e

grudenta as abelhas a utilizam para vedar o entorno da entrada do tubo e tambeacutem

para depositar uma quantidade sobre o corpo e cabeccedila das formigas para defender

a colocircnia contra invasores (WITTMANN 1985 NOGUEIRA-NETO 1997)

Durante todo o periacuteodo observado foi notada a presenccedila de operaacuterias que cuidavam

da limpeza dos ninhos (TABELA 1) Essas operaacuterias trabalhavam retirando resiacuteduos

(detritos) de dentro do ninho e o faziam carregando atraveacutes de sua mandiacutebula

(FIGURA 1-C) Este trabalho era realizado continuamente ao longo de todo o dia

Para Nogueira-Neto (1997) T angustula eacute a espeacutecie que tem o melhor haacutebito de

limpeza e por esta razatildeo seu mel e seu proacutepolis satildeo considerados o melhor dentre

as outras espeacutecies

FIGURA 1- Divisatildeo de trabalho entre operaacuterias de Tetragonisca angustula A

Detalhe da corbiacutecula com poacutelen B Detalhe da corbiacutecula com resina C Operaacuteria de

limpeza com resiacuteduo na mandiacutebula

46

Fonte Arquivo Labibio

Em cada ninho foi possiacutevel notar a presenccedila de abelhas que ficavam tanto pousadas

ao longo do tubo de entrada do ninho quanto sobrevoando proacuteximo do mesmo

Essas abelhas satildeo chamadas por Gruter Karcher e Ratnieks (2011) de abelhas

guardas em peacute e pairando respectivamente As guardas em peacute estavam sempre

em grandes quantidades e estiveram em atividade praticamente em todo o periacuteodo

do dia

Essas guardas ficavam na maior parte do tempo com a mandiacutebula apoiada sobre o

ninho acredita-se que tenham a funccedilatildeo de depositar resina ao entorno do ninho As

demais guardas que ficavam sobrevoando estiveram mais ausentes logo no

A B

C

47

comeccedilo da manhatilde por volta das 0700 as 0900 horas As guardas pairando ficavam

na maioria das vezes em nuacutemeros de trecircs a quatro sempre posicionadas a direita e

esquerda do tubo e em direccedilatildeo a entrada (FIGURA 2)

FIGURA 2- Ninho de T angustula com guardas pairando destacado em vermelho e

guardas em peacute em destaque azul

Fonte Arquivo Labibio

Foi observado que no periacuteodo da tarde o nuacutemero de guardas pairando aumentava

Isso era visto com maior frequumlecircncia nos ninhos C e J instalados em paredes

(TABELA 1) Segundo Gruter Karcher e Ratnieks (2011) as colocircnias que

apresentam um nuacutemero maior de guardas pairando sofrem ameaccedilas de

vertebrados fato corroborado no ninho C (TABELA 1) que foi atacado por uma

lagartixa No momento em que aconteceu uma parte da populaccedilatildeo saiu do ninho e

se mostraram bem agitadas O que de acordo com Gruter Karcher Ratnieks (2011)

trata-se de uma resposta defensiva agrave percepccedilatildeo da respiraccedilatildeo de vaacuterios

vertebrados

Tambeacutem foi observado o comportamento defensivo em quando formigas se

aproximavam do ninho D (TABELA 1) As jataiacutes as ldquobeliscavamrdquo para que se

afastassem Esse mesmo comportamento foi visto durante minhas observaccedilotildees ao

Ninho A toda vez que me aproximava para observar ou fotografar surgiam vaacuterias ao

48

meu redor em uma dessas observaccedilotildees a jataiacute picou pele exposta Dentre todos os

ninhos essa foi a que apresentou o comportamento mais agressivo

De acordo com os estudos de Gruter e colaboradores (2012) T angustula eacute a uacutenica

espeacutecie que apresenta um sistema de defesa que envolve dois grupos distintos e

complementares de guardas uma pairando que se estacionam no ar proacuteximo ao

ninho e outras em peacute ao redor da entrada do ninho As guardas que ficam de frente

para o caminho de vocirco satildeo chamadas de grupo principal e as que ficam

posicionadas agrave direita e agrave esquerda do ninho satildeo o grupo secundaacuterio (GRUTER

KARCHER RATNIEKS 2011)

Uma caracteriacutestica interessante dessas guardas eacute que apresentam caracteriacutesticas

morfoloacutegicas diferentes das operaacuterias (satildeo maiores e mais pesadas) (GRUTER et

al 2012) Elas apresentam diferenccedilas no comprimento da asa no tamanho das

pernas traseiras que satildeo relativamente maiores para seu corpo (podendo ajudar na

luta contra invasores) e cabeccedila um pouco menor que das forrageiras Essa ultima

caracteriacutestica estaacute associada agrave maior necessidade das forrageiras de processar

informaccedilotildees sensoriais relacionadas ao forrageamento (GRUTER et al 2012)

As abelhas guardas possuem a funccedilatildeo de defender sua colocircnia de ataques de

intrusos que aproveitam do seu trabalho para roubar o alimento produzido

(GRUTER KARCHER RATNIEKS 2011) As accedilotildees especiacuteficas desses intrusos satildeo

detectadas mais pelas guardas em peacute pois elas conseguem identificar as campeiras

e natildeo campeiras da mesma espeacutecie por quimiorecepccedilatildeo (KARCHER RATNIEKS

2009 GRUTER KARCHER RATNIEKS 2011) Jaacute as guardas que pairam perto do

ninho atacam intrusos que natildeo satildeo da mesma espeacutecie elas o reconhecem pela cor

forma do corpo e pelos odores volaacuteteis (KARCHER RATNIEKS 2009) De acordo

com Zweden e Colaboradores (2011) a presenccedila de guardas pairando aumenta a

detecccedilatildeo de intrusos e que essas guardas respondem especialmente a pistas

visuais Como comportamento de defesa as guardas liberam um feromocircnio de

alarme para recrutar os trabalhadores para o ataque (FREE 1987 apud ZWEDEN

2011)

O nuacutemero meacutedio de guardas durante o periacuteodo observado mostrou-se maior para as

guardas em peacute (78) do que para as guardas pairando (35) Esse fato eacute explicado

por Gruter Karcher e Ratnieks (2011) para eles o gasto energeacutetico das guardas

pairando eacute muito maior de modo que eacute menos dispendioso energicamente para as

49

abelhas ficarem em peacute Mesmo tendo um gasto energeacutetico muito alto nas

observaccedilotildees de Wittmann (1985) as atividades do voo das guardas foi constatado

que essas ficavam pairando por cerca de 70 minutos antes de voltar para dentro do

ninho Este fato mostra que a mudanccedila de guardas natildeo eacute comum e que a defesa do

ninho eacute feita por divisatildeo de trabalho e natildeo por alternacircncia de tarefas (GRUTER

KARCHER RATNIEKS 2011)

Os ninhos que desapareceram ao longo das observaccedilotildees foram devido agraves revoadas

um comportamento comum nas abelhas Nas jataiacutes as revoadas geralmente

ocorrem devido ao calor para refrescar o ninho em caso de altas temperaturas uma

parte da populaccedilatildeo sai do ninho enxameamento para reproduccedilatildeo ou devido agrave

interferecircncia humana quando um ninho eacute retirado de um local para outro

(INFORMACcedilAtildeO PESSOAL ZOCOLOTTI V R) De acordo com este na primeira

semana eacute possiacutevel presenciar alguma revoada que pode ser para identificaccedilatildeo

tanto da flora apiacutecola quanto para localizaccedilatildeo do novo ambiente

No caso dos ninhos F e G ao final de cada revoada observada a entrada do ninho

ficava bastante danificada Foram observadas trecircs revoadas (duas no mesmo dia)

do ninho F todas no mecircs de Maio e duas (em dias diferentes) no ninho G no mecircs

de Junho Apoacutes estas observaccedilotildees os dois ninhos desapareceram

Durante as revoadas vaacuterias abelhas caiam no chatildeo agarradas umas nas outras

Apoacutes queda era possiacutevel observar que as guardas conseguiam prender e retirar

com sua mandiacutebula as pernas e asas do invasor (FIGURA 3-A e B) o que impedia

as invasoras de conseguir atacar novamente Segundo Kerr e colaboradores (2005)

as guardas agarram as pernas dos invasores para que eles caiam no chatildeo e sejam

comidos pelas formigas que ficam proacuteximas aos ninhos

50

FIGURA 3 - Ataque de invasores A T angustula com mandiacutebula presa agrave perna do

Jataiacute invasora BPerna de invasores retirada apoacutes ataque

Fonte Arquivo Labibio

De acordo com Zocolotti VR (INFORMACcedilAtildeO PESSOAL) as cinco espeacutecies de

Meliponini criadas por ele podem apresentar o comportamento de saquear outros

ninhos e isso pode ocorrer por oportunismo ou por falta de alimento Em especial

as Jataiacutes geralmente possuem o costume de atacar as proacuteprias jataiacutes esses

ataques acontecem dentro do mesmo ninho e entre outros proacuteximos Esses ataques

podem ocorrer por atraccedilatildeo de feromocircnio de princesa (rainhas jovens natildeo

fecundadas) por enxame fraco ou ateacute mesmo para absorver o fraco ou seja elas

entram e acabam matando a rainha e mantecircm os trabalhadores por um tempo ateacute

absorver o enxame ou ateacute mesmo o deixam morrer sendo dessa maneira muito

complexas em relaccedilatildeo ao comportamento

Na aacuterea do campus da Ufes houve uma consideraacutevel devastaccedilatildeo na vegetaccedilatildeo

nativa (compreendida de Mata Atlacircntica Manguezal e Restinga) devido agrave

construccedilatildeo de preacutedios que foram erguidos logo no iniacutecio da implantaccedilatildeo da

Universidade Como medida compensatoacuteria foi feito o plantio de espeacutecies arboacutereas

usando em demasia espeacutecies exoacuteticas (CASTRO 2003) Na Ufes eacute possiacutevel ver

poucas aacutereas jardinadas Aleacutem disso sempre que eacute necessaacuterio construir um novo

preacutedio novas aacutereas satildeo eliminadas podendo ou natildeo ser compensada com plantas

nativas

A B

51

Em abelhas sociais o comportamento de saque eacute comum acontecer em sequumlecircncias

natildeo contiacutenuas ou seja ela cessa e recomeccedila por periacuteodos de tempo (SANTANA

etal 2004) Durante as observaccedilotildees foram presenciadas trecircs revoadas ao ninho F

duas no mesmo dia poreacutem em horaacuterios diferentes e duas ao ninho G em dias

diferentes (FIGURAS 4- A B C e D)

FIGURA 4 ndash Revoada do ninho F A Vista da entrada do iniacutecio do estudo B Vista

da entrada em plena atividade em iniacutecio de maio C Entrada apoacutes uma revoada em

maio D Vista da entrada do ninho apoacutes uacuteltima revoada em maio

Fonte Arquivo Labibio

Nas figuras 4a e b mostram o estado em que a entrada do ninho se encontrava na

primeira semana de observaccedilatildeo (vinte e oito de Abril) e na primeira semana do mecircs

seguinte (sete de Maio) esse uacuteltimo a entrada do ninho jaacute se encontrava danificado

No ninho F(FIGURA 4) as revoadas que ocorreram no dia vinte de Maio entre

A B

C D

52

1000 e 1400 horas e no dia vinte e seis de Maio entre 1600 e 1700 horas

corroborando com Santana e colaboradores (2004) sobre o comportamento de

saques intermitentes

No ninho G as revoadas se iniciaram duas semanas apoacutes o desaparecimento do

ninho F nos dias nove e vinte e seis de junho entre 1500 e 1600 horas e dia 16 de

junho no mesmo horaacuterio (FIGURA 5-A B e C)

FIGURA 5 ndash Revoadas no Ninho G A Ninho no iniacutecio de Maio B Registro da

primeira revoada C Ultima revoada perda do ninho

Fonte Arquivo Labibio

As observaccedilotildees evidenciaram a ocorrecircncia de um acuacutemulo de resiacuteduos sobre os

ninhos apoacutes as revoadas (FGURA 5-B) No ninho G tinha uma subpopulaccedilatildeo

A B

C

53

pequena mas bem ativa conforme verificado apoacutes quatro horas de observaccedilatildeo em

nove dias (Graacutefico 1- A e B)

GRAacuteFICO1 A ndash Ritmo de Saiacutedas no Ninho G

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

GRAacuteFICO 1B ndash Ritmo de entradas no ninho G

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

0

20

40

60

80

100

120

140

09h-10h 10h-11h 12h-13h 14h-15h 16h-17h

Nuacutem

ero

de V

isita

s

Horaacuterios

13mai 20mai 26mai

0

20

40

60

80

100

120

140

160

180

200

09h-10h 10h-11h 12h-13h 14h-15h 16h-17h

Nuacutem

ero

de V

isita

s

Horaacuterios

13mai 20mai 26mai

54

No ninho G as abelhas iniciaram suas atividades antes de 09h evidenciado pela

entrada de aproximadamente 180 forrageadoras entre 9 e 10h As saiacutedas neste

mesmo periacuteodo ficaram em torno de 100

Entre 16h-17h houve um grande nuacutemero de entrada o que era esperado todas as

que saiacuteram tecircm que retornar enquanto haacute luminosidade e antes do ninho ser

fechado Conforme esperado por Gruter Karcher Ratnieks (2011) quando comeccedila

a escurecer as Jataiacutes fecham a entrada do tubo para impedir que intrusos ataquem

seu ninho durante a noite e abrem pela manhatilde quando o clima estaacute mais favoraacutevel

para iniciarem suas atividades

Neste ninho entre 12h-13h houve um nuacutemero maior de saiacutedas que de entradas ateacute

agraves 16h Isso possivelmente esteve relacionado agrave uma grande distacircncia entre o ninho

e as fontes de recursos troacuteficos

Outro ninho em que foi possiacutevel observar todos os meses notou-se que apresentou

atividade durante todo o dia (GRAacuteFICO 2-A e B)

GRAacuteFICO 2A ndash Ritmo de saiacutedas do ninho B

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

0

50

100

150

200

250

300

350

400

450

500

07h-08h 08h-09h 09h-10h 11h-12h 12h-13h 13h-14h 14h-15h 15h-16h 16h-17h

Nuacutem

ero

de V

isita

s

Horaacuterios

28abr 13mai 20mai 26mai 09jun 16jun 23jun 01jul 09jul

16jul 23jul 30jul 06ago 13ago 20ago 27ago 05set 10set

55

GRAacuteFICO 2B ndash Ritmo de entradas do nino B

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

O ninho B tinha uma subpopulaccedilatildeo mais numerosa que F e G Durante o inverno

(2307 e 2708) as abelhas iniciavam suas atividades cerca de duas horas mais

tarde em horaacuterio com temperatura mais elevada (indicado pela seta preta) Tal fato

corrobora com as observaccedilotildees de Ulian e colaboradores (2007) que constata que

em periacuteodo mais chuvoso onde as temperaturas satildeo geralmente mais baixas as

Jataiacutes apresentam iniacutecio de atividade agraves 9 horas da manhatilde devido agrave temperatura

nesse horaacuterio comeccedilar a aumentar

Proacuteximo do horaacuterio de 10 horas houve um grande nuacutemero de saiacutedas do ninho

seguido de um grande nuacutemero de entrada o que indica a ocorrecircncia de uma fonte

de recursos proacutexima ao ninho ou a indisponibilidade de recurso para ser coletado

naquela hora Acredita-se que na primeira possibilidade - fonte proacutexima ela era de

resina pelo fato de ter havido um intervalo de saiacuteda ateacute agraves 12h jaacute que esta

demanda mais tempo para ser retirada da corbiacutecula e armazenada por ser

pegajosa No caso da segunda possibilidade natildeo encontraram alimento disponiacutevel

naquele horaacuterio o retorno ao ninho eacute a alternativa mais eficaz para evitar um alto

gasto energeacutetico ateacute que o recurso fique disponiacutevel para coleta

0

100

200

300

400

500

600

07h-08h 08h-09h 09h-10h 10h-11h 11h-12h 12h-13h 13h-14h 14h-15h 15h-16h 16h-17h

Nuacutem

ero

de V

isita

s

Horaacuterios 28abr 13mai 20mai 26mai 09jun 16jun 23jun 09jul16jul 23jul 30jul 20ago 27ago 05set 10set

56

No outono as atividades das Jataiacutes comeccedilaram a diminuir por volta de 15 horas

(indicado pela seta marrom) ateacute cessar totalmente no iniacutecio das 16 horas Pelos

graacuteficos nota-se que o ninho B possui vantagem de uma hora nas atividades em

relaccedilatildeo ao ninho G isso provavelmente ocorreu porque o ninho B obteve mais

sucesso nas coletas distribuiacutedas ao longo do dia

43 RECURSOS FLORAIS

Eacute notoacuteria a relaccedilatildeo que existe entre abelha-flor relaccedilatildeo essa que sucedeu a milhotildees

de anos desde entatildeo as abelhas dependem de substancias utilizadas na

alimentaccedilatildeo e as plantas se beneficiam com a polinizaccedilatildeo (PIRANI LAURINO

1993) Para entender a biologia dos Meliponini eacute importante conhecer sua

alimentaccedilatildeo Para isso eacute necessaacuterio fazer um levantamento das plantas utilizadas

para coleta de poacutelen e neacutectar (SOUZA 1999 apud OLIVEIRA ABSY MIRANDA

2009)

Com base nos dados obtidos sobre as fontes alimentares de T angustula na

literatura (TABELA 2) nota-se a capacidade dessa espeacutecie de visitar uma ampla

diversidade de famiacutelias de plantas Segundo Toledo e colaboradores (2003) durante

cada voo das campeiras em meacutedia 100 flores satildeo visitadas

O levantamento bibliograacutefico indicou que existem duas metodologias bastante

usadas por autores para conhecer a dieta das abelhas Uma delas eacute a investigaccedilatildeo

palinoloacutegica para avaliar as fontes de recursos florais utilizados (poacutelen e neacutectar)

com base no gratildeo de poacutelen depositado no corpo da abelha para identificaccedilatildeo das

espeacutecies vegetais (CARVALHO MARCHINE ROS 1999 FEIDEN 1994 SIMIONI et

al 2007 OLIVEIRA ABSY MIRANDA 2009 MORGADO et al 2011NOVAIS

ABSY SANTOS 2013) A outra se daacute por meio de observaccedilotildees das campeiras nas

flores (AGOSTINI SAZIMA 2003 TOLEDO et al 2003OLIVEIRA ABSY

MIRANDA 2009 BRAGA et al 2012) A partir desses meacutetodos eacute possiacutevel saber

quais satildeo as plantas que produzem seus alimentos preferenciais e quais as fontes

alternativas (OLIVEIRA ABSY MIRANDA 2009)

57

TABELA 2 ndash Relaccedilatildeo das espeacutecies de plantas visitadas porT Angustula Continua

Famiacutelia Espeacutecie Polinizada Visitada Recurso

Poacutelen Neacutectar

Acanthaceae Thunbergia grandiflora X Odontonema strictum X X

Justicia brandegeana X

Ruellia silvaecola X Agavaceae Agave americana X X X

Agave sisalana X X X

Agave attenuata X X X

Dracena fragana X X X Aizoaceae Mesembryantemum spectabilis X Lamprantus productus X Amaranthaceae Gomphrena globosa X Amarylidaceae Clivia miniata X X X Anacardiaceae Schinus terebinthifolius X X

Lithraea molleoides X X

Toxicodendron verniciferum X X

Mangifera indica X X X

Tapirira guianensis X Apiaceae Hydrocotyle leucocephala X Apocynaceae Trevetia peruviana X Araliaceae Tetrapanax papyrifera X X X Asclepiadaceae Asclepias curassavica X X Asteraceae Parthenium hysterophorus X Aspillia latissima X Aspillia sp X Balsaminaceae Impatiens balsamina X X X

Impatiens sultanii X Bignoniaceae Spathodea campanulata X X Tabebulaim petiginosa X X X

Tabebula chrysotricha X X X Bixaceae Bixa orellana X X Bombacaceae Ceiba arianthos X X

Pseudo bombax sp X X

Pseudobombax tomentoso X X

Eriotheca canolleana X X

Bombax ceiba X X Boraginaceae Cordia superba X X

Cordia glabrata X X Brassicaceae Brassica sp X Cactaceae Opuntia ficusindica X X Caesalpiniaceae Schizolobium parahyba X X Capparaceae Cleome spinosa X Caprifoliaceae Lonicera japonica X X

58

TABELA 2 ndash Relaccedilatildeo das espeacutecies de plantas visitadas por T angustula Continua

Famiacutelia Espeacutecie Polinizada Visitada Recurso

Poacutelen Neacutectar

Sambucus australis X X Caryophylaceae Silene armeria X Cecropiaceae Cecropia hololeuca X Cochlospermaceae Cochlospermum vitifolium X X Compositae Vernonia polyanthes X X

Bidens pilosa X X Cosmos auphureus X X X

Centratherium violaceum X X X

Dahlia sp X Eclipta alba X Asterla evis X Tithonia rotundifolia X X X

Tithonia speciosa X X X

Tithonia diversifolia X Baccharis sp X Wedelia paludosa X Eupatorium sp X Mikania glomerata X X

Montano apyramidata X X Montano abipinnatifiada X Senecio brasiliensis X X X

Emilia sonchifolia X X Ambrosia sp X X Creopsis grandiflora X Galinsoga parviflora X Crassulaceae Kalanchoe tubiflora X X Cyperaceae Cyperus sp X Elaeocarpaceae Muntingia calabura X Ericaceae Rhododendron simsii X X X

Rhododendron indicum X X X Euphorbiaceae Alchornea sidaefolia X X X

Euphorbia milii X X X

Euphorbia pulcherrima X X X

Ricinus communis X X X

Croton sp X Fabaceae Desmodium sp X Tipuana tipu X Vigna peduncularis X X Guttiferae Kielmeyera coriacea X X Iridaceae Dietes vegeta X Labiatae Salvia splendens X Origanum vugare X

59

TABELA 2 ndash Relaccedilatildeo das espeacutecies de plantas visitadas por T angustula Continua

Famiacutelia Espeacutecie Polinizada Visitada Recurso

Poacutelen Neacutectar

Ocimum sellowii X Iboza riparia X X X

Coleus blumei X X X Leguminosae Andira anthelmintica X X

Mimosa daleoides X X X

Myroxylon balsamum X X X

Piptadenia gonoacantha X X X

Stylos anthesscabra X Caesalpinia bonducella X X X

Caesalpinia pelthophoroides X X X

Crotalaria lanceolata X Calliandra twedii X Sophora tomentosa X X Mimosa pudica X Erythrina speciosa X X X

Cassia grandis X Schizolobium parahyba X X Senna multijuga X Senna bicapsularis X X Delonix regia X Clitoria fairchildiana X Centrolobium tomentoso X Liliaceae Aloe sp X X Bulbine frutescens X Loranthaceae Struthanthus andrastylus X X Lythraceae Lagerstroemia indica X X Magnoliaceae Talauma ovata X X Malpighiaceae Malphiguia glabra X Tetrapterys X Byrsonima intermedia X X X Malvaceae Hibiscus rosa-sinensis X X X

Malvaviscus arboreus X X Sida rhombifolia X Melastomataceae Tibouchina granulosa X X

Clidemeia sp X X

Tibouchina sp X X X

Tibouchina holosericea X X Meliaceae Trichilia sp X Mimosaceae Leucaena leucocephala X Anadenanthera collubrina X Moraceae Cecropia pachystachya X X X

Morus nigra X X

60

TABELA 2 ndash Relaccedilatildeo das espeacutecies de plantas visitadas por T angustula Continua

Famiacutelia Espeacutecie Polinizada Visitada Recurso

Poacutelen Neacutectar Myrsinaceae Ardisia crenata X X Myrtaceae Eucalyptus robusta X X X

Eugenia jambos X X X

Eugenia pitanga X Eucalyptus terecornis X Plinia glomerata X Nyctaginaceae Bougainvile aspectabilis X X X Oleaceae Jasminum azoricum X Palmae Acrocomia aculeata X X

Archontophoenix cunninghamiana X

Syagrus romanzoffiana X Copernicia alba X X Sheelea phalerata X Passifloraceae Passiflora jilekii X Piperaceae Piper mollicomum X Poaceae Paspalum sp X Polemoniaceae Cobae scandens X Polygonaceae Polygonum capitatum X X X Pontederiaceae Pontederia lanceolata X X Proteaceae Grevill a bansksii X X X Rosaceae Prunus persica X X X

Pyracantha coccinea X X Rubiaceae Pentas lanceolata X X

Citrus airantum X X Rutaceae Citrus limon X X X Scrophulariaceae Paulownia imperialis X X Solanaceae Nicotiana tabacum X X Sterculiaceae Dombeya burgessiae X Dombeya wallichii X Sterculia chicha X X Tiliaceae Heliocarpus americanus X X X Tropaeolaceae Tropaeolum majus X X X Ulmaceae Tipo celtis X Trema micrantha X X Umbelliferae Foeniculum vulgare X X X Verbenaceae Duranta repens X

Vitex agnus-castus X

Velloziaceae Vellozia candia X X X Zingiberaceae Hedychium coronarium X Fonte Pirani Laurino 1993 Carvalho Marchine Ros 1999 Agostini Sazima 2003 Toledo et al 2003 Cartopassi-Laurino 2005 Braga e Colaboradores 2012 Novais Absy Santos 2013

61

Foram encontradas 71 famiacutelias e um total de 166 espeacutecies Dessas 30 espeacutecies satildeo

polinizadas e 136 satildeo visitadas Poacutelen e neacutectar satildeo os recursos mais coletados

com coleta de poacutelen em 78 espeacutecies e de neacutectar em 69 De acordo coma Lista de

Espeacutecies da Flora do Brasil (2010) 20 das espeacutecies que satildeo polinizadas (TABELA

2) satildeo nativas o restante satildeo espeacutecies exoacuteticas ou seja natildeo pertencem agrave flora

brasileira

As famiacutelias que apresentaram maior porcentagem de visitas por T angustula foram

Compositae e Leguminosae (TABELA 2) com 13 e 12 de espeacutecies

respectivamente (GRAacuteFICO 3) sendo as famiacutelias mais importantes para a dieta da

jataiacute (AGOSTINE SAZIMA 2003 SIIONI et al 2007) Esse resultado eacute similar ao

trabalho de Simioni e colaboradores (2007) seus resultados mostram que uma das

famiacutelias analisadas Leguminosae tambeacutem apresentaram um maior destaque na

quantidade de visitas realizadas por T angustula esse fato pode ser explicado pelo

fato de que Leguminosae representa a mais importante fonte de poacutelen para essa

espeacutecie

As famiacutelias Compositae e Leguminosae satildeo as mais bem representadas pelo fato

de apresentarem espeacutecies que fornecem alimento em maior qualidade e quantidade

por vaacuterios periacuteodos do ano Com destaque para a famiacutelia Leguminosae que fornece

recursos alimentares para as abelhas nos periacuteodos de estiagem (PIRANI LAURINO

1993 AGOSTINE SAZIMA 2003)

O graacutefico abaixo ilustra o comportamento generalista deT angustula Onde 41 das

visitadas realizadas pela espeacutecie se distribuem por 55 famiacutelias vegetais Esse

comportamento concorda com trabalho de Anacleto (2007) onde dentre as cinco

espeacutecies estudadas por ele a que apresentou o haacutebito mais generalista em relaccedilatildeo

ao nuacutemero de plantas visitadas foi T angustula

62

GRAacuteFICO 3 ndash Contribuiccedilatildeo das famiacutelias de plantas para a dieta de T angustula

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria com base nos dados da Tabela 1

As abelhas generalistas visitam flores pequenas e abertas e satildeo menos

relacionadas agraves flores especializadas (RUTHCKE JULES 1993 ROUBIK 1992

apud AGOSTINI SAZIMA 2003) e tecircm preferecircncia de flores arboacutereas com

inflorescecircncia densas

Um exemplo de flores que natildeo satildeo especializadas e que satildeo importantes para a

dieta de T angustula eacute da famiacutelia Asteraceae as espeacutecies Mangifera indica e

Schinus terebinthifolius apresentam grande densidade de flores e permite faacutecil

acesso para as abelhas deste modo tornam-se importantes fornecedores de fontes

de poacutelen (BRAGA et al 2012)

De acordo com o levantamento das plantas utilizadas pelas abelhas jataiacute realizado

por diferentes autores as famiacutelias que se mostraram bem representadas foram

Malvaceae Caesalpiniaceae Melastomataceae Myrtaceae Euphorbiaceae e

Anacardiaceae sendo consideradas portanto essenciais para a dieta da jataiacute

2 2 3 2

2 3

13

3 2

3

12 2 2 2 3

3

41

Acanthaceae Agavaceae Anacardiaceae Asteraceae Bignoniaceae

Bombacaceae Compositae Euphorbiaceae Fabaceae Labiatae

Leguminosae Malpighiaceae Malvaceae Melastomataceae Myrtaceae

Palmae Outros

63

Em geral essas famiacutelias podem ser caracterizadas pela floraccedilatildeo do tipo contiacutenuo ou

seja uma floraccedilatildeo que natildeo cessa ou que ocorre na maior parte do ano o que

permite as abelhas ter acesso aos recursos em todas as estaccedilotildees do ano

(CARVALHO MARCHINI ROS 1999 AGOSTINI SAZIMA 2003 TOLEDO et al

2003 MORGADO et al 2011)

64

65

5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS Sendo este a primeira pesquisa com abelhas em compus no Espiacuterito Santo Foi

observado que a distribuiccedilatildeo dos ninhos encontrados apresentou-se uniforme

Todos os ninhos estavam instalados em paredes e pisos de concreto o que indica

seu potencial de adaptabilidade agraves condiccedilotildees antroacutepicas

A diversidade de cores de poacutelen trazida pelas forrageiras no iniacutecio da manhatilde indica

uma ampla disponibilidade de alimento que a flores oferecem nesse periacuteodo do dia

bem como a eficiecircncia das forrageiras em selecionar essas flores

De acordo com as observaccedilotildees que foram realizadas no estudo as abelhas T

angustula podem ter suas atividades influenciadas pelo clima Uma vez que foi

observado que no periacuteodo de inverno em que as temperaturas satildeo mais baixas

elas comeccedilavam a realizar suas funccedilotildees nos horaacuterios com as temperaturas mais

altas

A divisatildeo de trabalho entre forrageadoras operaacuterias de limpeza e de defesa

observado nessa espeacutecie indica o comportamento altamente social dos Meliponini

O mecanismo de defesa observado em T angustula entre guardas pairando e em

peacute pode indicar uma caracteriacutestica de complementaridade na defesa do ninho uma

vez que durante as observaccedilotildees os dois tipos de guardas sempre se fizeram

presentes O que mostra que mesmo com o atrofiamento do ferratildeo os indiviacuteduos

desenvolveram estrateacutegias para a defesa contra invasores

Foi comum observar a presenccedila de revoadas nos ninhos entre as Jataiacutes Este

comportamento em geral eacute comum para o desenvolvimento (sobrevivecircncia) da

colocircnia No caso dos ninhos observados apoacutes as revoadas eles foram

desaparecendo Este fato pode indicar um baixo iacutendice de recursos troacuteficos para

essas abelhas dentro do campus pois ao inveacutes dos ninhos se manterem ou

aumentarem em quantidade ao longo das observaccedilotildees eles desapareceram

O levantamento das flores visitadas por T angustula indicou um comportamento

generalista desta espeacutecie em visitar uma grande variedade de plantas o que mostra

sua importacircncia para garantir a variabilidade dessas plantas

66

Esse levantamento tambeacutem indicou que a polinizaccedilatildeo realizada por elas foi

predominante em plantas exoacuteticas O que pode refletir a deficiecircncia na quantidade

de plantas nativas melitoacutefilas na aacuterea de estudo

67

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Page 15: FACULDADE CATÓLICA SALESIANA DO ESPÍRITO SANTO … · No grupo dos Apinae está à tribo dos Meliponini, conhecidas como abelhas indígenas sem ferrão por possuir seu ferrão atrofiado

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Audrey e Cazalla (1999) o uso da divisatildeo cladiacutestica desse grupo tende a ser

eliminado porque constitui um agrupamento artificial das superfamiacutelias de

Hymenoptera As superfamiacutelias que se incluem satildeo Trigonalyoidea Megalyroidea

Evanioidea Stephanoidea Ichneumonoidea Chalcidoidea Proctotrupoidea

Ceraphronoideae Cynipoidea (AUDREY CAZALLA 1999) Destacamos a

superfamiacutelia Chalcidoidea essa envolve muitos Hymenopteros que satildeo de grande

importacircncia para a ecologia como tambeacutem para economia e a superfamiacutelia

Ichneumonoidea que de acordo com os dados de Rasnitsyn (1988) (apud AUDREY

CAZALLA 1999) satildeo o grupo irmatildeo dos Aculeata

Jaacute o grupo dos Aculeata satildeo os mais diversos em Hymenoptera eles apresentam

uma origem evolutiva comum que eacute representada pelo ferratildeo caracteriacutestica que

apareceu apenas uma vez durante a evoluccedilatildeo do grupo (AUDREY CAZALLA1999)

Neste grupo satildeo conhecidas sete superfamiacutelias como Chrysidoidea Formicoidea

Tiphoidea Pompiloidea Apoidea Vespoidea e Sphecoidea As principais diferenccedilas

entre as classificaccedilotildees recentes estatildeo relacionada com a grande diversidade de

vespas esfecoacuteides e os Apidae Esses estatildeo dentro da superfamiacutelia dos Apoidea por

apresentarem caracteriacutesticas semelhantes A superfamiacutelia Chrysidoidea eacute

considerada grupo irmatildeo dos Apoidea e Vespoidea Dentre as superfamiacutelias a dos

Apoidea eacute que apresenta a maior diversidade de aculeados (AUDREY CAZALLA

1999)

O evento evolutivo que deu origem aos primeiros aculeados foi agrave aquisiccedilatildeo de um

ferratildeo venenoso a partir do ovipositor dos icneumoniacutedeos ou seja os Apocrita

possuiacuteam uma glacircndula que era associada ao ovipositor Essa glacircndula produzia

secreccedilotildees que eram mais suscetiacuteveis ao substrato para o desenvolvimento das

larvas poreacutem durante a evoluccedilatildeo essa glacircndula comeccedilou a produzir veneno para

paralisar seus hospedeiros e utilizaacute-los como alimento para as larvas Desde entatildeo

o ovipositor dos aculeados acabou sendo usado tambeacutem para inoculaccedilatildeo de

veneno como uma arma defensiva para se protegerem de alguns vertebrados

(AUDREY CAZALLA 1999)

Esse evento foi muito importante e resultou em alguns modos de vida que puderam

estabelecer estrateacutegias evolutivas bem sucedidas como por exemplo o

desenvolvimento dos meacutetodos de transporte das presas em ninhos diferentes A

construccedilatildeo de ninhos foi uma estrateacutegia evolutiva importante visto que as espeacutecies

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armazenavam alimento em grande quantidade antes de comeccedilar o desenvolvimento

de suas larvas (AUDREY CAZALLA 1999)

O desenvolvimento das sociedades eacute caracterizado pela presenccedila de divisatildeo de

castas Ela se baseia no mecanismo haplo-diploacuteide da determinaccedilatildeo do sexo em

que as fecircmeas satildeo diploacuteides feacuterteis os machos haploacuteides e cooperam apenas na

fecundaccedilatildeo da rainha e as operarias esteacutereis Essa sociedade ocorre em todas as

formigas e em algumas abelhas e vespas (AUDREY CAZALLA 1999 PRATO [20--

])Para que a espeacutecie seja eussocial eacute necessaacuterio que dentro do ninho tenha divisatildeo

de trabalho colaboraccedilatildeo para cuidar da prole e ter mais de uma geraccedilatildeo em um

mesmo ninho (AUDREY CAZALLA 1999)

O grupo das abelhas estaacute reunido na Superfamiacutelia Apoidea De acordo com a

proposta da aacutervore filogeneacutetica dos principais clados das abelhas descrita por

Michener (1944 apud SILVEIRA MELO ALMEIDA 2002) seis famiacutelias foram

reconhecidas satildeo elas Colletidae Apidae Adrenidae Halictidae Megachilidae e

Milittidae Essa classificaccedilatildeo representou um importante avanccedilo nas relaccedilotildees

filogeneacuteticas desse grupo (SILVEIRA MELO ALMEIDA 2002) Nos estudos de

Melo e Gonccedilalves (2005) eacute abordada uma classificaccedilatildeo mais atual para as abelhas

Essa classificaccedilatildeo eacute revisada por Michener (2000 apud MELO GONCcedilALVES

2005) em que ele defende uma mudanccedila na qual as abelhas estatildeo incluiacutedas apenas

em uma famiacutelia a Apidae e as famiacutelias da classificaccedilatildeo tradicional como subfamiacutelias

Nessa revisatildeo da classificaccedilatildeo das abelhas satildeo reconhecidas sete subfamiacutelias 51

tribos e 27 subtribos (MELO GONCcedilALVES 2005) De acordo com esta a

subfamilia Meliponinae passa a ser a tribo Meliponini com duas subtribos Trigonina

e MeliponinaPara este trabalho foi utilizada esta nova classificaccedilatildeo das abelhas

revisada por Michener (2000)

Na superfamiacutelia Apoidea grande parte das abelhas satildeo solitaacuterias (85) entre elas

estatildeo algumas espeacutecies da subfamiacutelia Megachilidae Anthophoridae e Apidae No

haacutebito de vida solitaacuterio cada fecircmea cuida sozinha do seu ninho ou seja o constroacutei

coloca os ovos busca alimento suficiente para o crescimento da larva e

normalmente morre antes da sua progecircnie amadurecer natildeo tendo dessa maneira

contato entre as geraccedilotildees (SANTOS 2002 MICHENER 1969 PERUQUEETI [19--

]) Jaacute a grande parte das abelhas que apresentam os haacutebitos mais sociais satildeo os

Apinae (Bombineos (Bombini) Apineos(Apini) e Meliponineos (Meliponini) elas vivem

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em grandes colocircnias com apenas uma rainha e vaacuterias operaacuterias e divisatildeo de

trabalho (MICHENER 1969)

Haacute dois grandes grupos de abelhas altamente sociais ambos na subfamiacutelia Apinae

os Apineos (todos do gecircnero Apis) e os Meliponineos (Meliponini) (abelhas sem

ferratildeo) Esse comportamento pode ter evoluiacutedo duas vezes a partir de semelhanccedilas

no comportamento social entre Apis e Meliponineos (Meliponini) que surgiram

independentemente (WINSTON MICHENER 1977) Em ambos os grupos satildeo

produzidos enxames poreacutem com mecanismos bem diferentes Nos Meliponineos

(Meliponini) as operaacuterias da colocircnia voam para encontrar novos siacutetios para nidificar

preparam o ninho com mateacuterias do ninho antigo e somente quando o novo ninho

estaacute pronto a rainha jovem se junta a estas operaacuterias e deixa a rainha velha no

antigo ninho Jaacute em Apis a rainha velha sai com suas operaacuterias e deixa a jovem no

ninho antigo (WINSTON MICHENER 1977)

Em relaccedilatildeo agrave alimentaccedilatildeo das larvas em Apis satildeo operaacuterias que fazem esse

trabalho Jaacute em meliponineos (meliponini) as operaacuterias fecham as ceacutelulas de cria

com ovos e colocam alimento suficiente para a larva completar seu desenvolvimento

(WINSTON MICHENER 1977)

As abelhas dependem totalmente das plantas para se alimentarem o seu

aparecimento pode estar relacionado com o surgimento das angiospermas

(PERUQUETTI [19--] PIRANI LAURINO 1993) As angiospermas mais primitivas

surgiram com flores bem rasas com o passar do tempo foram se especializando em

plantas estreitas tubulares e profundas Para ter maior sucesso na coleta do neacutectar

as abelhas adaptaram suas peccedilas bucais com liacutengua curta e liacutengua longa assim

passaram a ser chamadas de abelhas lambedoras e sugadoras respectivamente

(PERUQUETTI [19--] PIRANI LAURINO 1993) Para a coleta dos gratildeos de poacutelen

as primeiras abelhas portavam muitos pelos em volta do corpo condiccedilatildeo que foi

modificada ao longo do tempo (PIRANI LAURINO 1993)

22 AS ABELHAS MELIPONINI

Para estudos a respeito dos meliponineos (meliponini) Nogueira-Neto (1997)

publicou um livro que relata seus conhecimentos sobre essas abelhas indiacutegenas

24

sem ferratildeo O livro faz uma abordagem a respeito da vida dos meliponiacuteneos

(Meliponini pertencente agrave Apidae) mostrando os principais aspectos de suas

caracteriacutesticas bem como meacutetodos para sua criaccedilatildeo e cuidados que um

meliponicultor deve ter Os primeiros capiacutetulos fazem uma apresentaccedilatildeo que

caracteriza os meliponiacuteneos Haacute a apresentaccedilatildeo da classificaccedilatildeo dessas abelhas a

descriccedilatildeo de sua fonte de alimento de sua distribuiccedilatildeo geograacutefica de seu

relacionamento com outras abelhas e de sua possiacutevel aclimataccedilatildeo O autor faz

consideraccedilotildees sobre a arquitetura e o material usado para a construccedilatildeo de seus

ninhos e daacute destaque principal ao material que elas mesmas produzem a cera Nos

capiacutetulos subsequumlentes satildeo feitas consideraccedilotildees sobre a geneacutetica e o

comportamento das abelhas o tratamento e as teacutecnicas necessaacuterias para sua

criaccedilatildeo Aleacutem disso haacute tambeacutem discussotildees sobre a conservaccedilatildeo do mel a higiene

ou a sua falta em algumas espeacutecies e a existecircncia de meacuteis perigosos Neste livro o

autor teve o intuito de contribuir com seus estudos para que outros cientistas e

meliponicultores pudessem conhecer a vida dos meliponiacuteneos e fazer possiacuteveis

identificaccedilotildees de muitas outras espeacutecies

23 IMPACTOS DA URBANIZACcedilAtildeO NAS ABELHAS

Vaacuterios estudos relatam que eacute comum encontrar abelhas em aacutereas urbanizadas

(antropizadas) As espeacutecies encontradas de modo geral apresentam boa

adaptaccedilatildeo a esses ambientes Alguns estudos com relaccedilatildeo a essas abelhas

urbanas tratam de impactos que esses ambientes podem causar a elas

Laroca Sebastiatildeo e Cure (1982) realizaram um trabalho de abordagem a respeito

do impacto da urbanizaccedilatildeo sobre a abundacircncia relativa fenologia e flores

preferenciais das abelhas que se encontram em aacutereas urbanas Com coletas feitas

durante um ano no parque Passeio Puacuteblico localizado no centro da cidade de

Curitiba e na regiatildeo de Boa Vista tambeacutem em Curitiba eles constataram que

comparada as duas aacutereas de estudos o Passeio Puacuteblico apresentou um nuacutemero

menor de espeacutecies e em fenologia e flores preferenciais constataram que a

composiccedilatildeo das flores estaacute muito alterada devido agrave introduccedilatildeo de espeacutecies

cultivadas Portanto concluiacuteram que o processo de urbanizaccedilatildeo produz grandes

25

mudanccedilas na composiccedilatildeo floriacutestica nos locais de nidificaccedilatildeo e que apresentam ter

influecircncias significativas nas caracteriacutesticas associadas agraves abelhas

Taura e Laroca (1991) realizaram uma pesquisa com o propoacutesito de analisar a

distribuiccedilatildeo e a abundacircncia de ninhos de abelhas sociais em locais que apresentam

constantes processos de urbanizaccedilatildeo Com levantamentos realizados na regiatildeo de

Passeio Puacuteblico (Curitiba) eles encontraram 32 ninhos de Apidae com

predominacircncia da subfamiacutelia dos Meliponiacuteneos Assim sendo concluiacuteram que os

meliponiacuteneos eram favorecidos pelas atividades humanas para nidificaccedilatildeo uma vez

que foram encontrados em paredotildees de concretos edificaccedilotildees entre outros locais

Entretanto tambeacutem concluiacuteram que essas abelhas satildeo ameaccediladas devido agrave

instabilidade do ambiente que apresenta muitas mudanccedilas por causa da

urbanizaccedilatildeo

Pirani e Laurino (1993) publicaram um livro sobre flores e abelhas em Satildeo Paulo

onde os autores tinham o interesse de estudar as relaccedilotildees entre as abelhas e o

ambiente conhecer as plantas visitadas por elas e suas preferecircncias florais em

aacutereas onde haacute interferecircncia humana Todo estudo foi realizado dentro do Campus

Universitaacuterio de Satildeo Paulo Para desenvolver esse trabalho eles coletaram

informaccedilotildees sobre as plantas apiacutecolas dos jardins do ldquocampusrdquo sobre a atraccedilatildeo que

as espeacutecies de abelhas sociais tecircm por estas plantas e sobre as variaccedilotildees abioacuteticas

existentes As coletas nas flores de amostras de mel e poacutelen das colocircnias e

observaccedilotildees dos ninhos das abelhas foram perioacutedicas Eles obtiveram 133 espeacutecies

de flores visitadas separadas em sete famiacutelias Neste livro Pirani e Laurino fazem

discussotildees a respeito dos resultados dos seus dados associando com trabalhos de

outros autores e concluem que trabalhos como esse apresenta grande importacircncia

pois mostra o valor de determinadas espeacutecies vegetais para as abelhas e que ainda

haacute muito estudo para se fazer com relaccedilatildeo agrave abelha-flor

Devido aos danos que as abelhas vecircm sofrendo com a perda de habitat Oliveira

Morato e Garcia (1995) fizeram um estudo para conhecer as espeacutecies de

meliponineos existentes em aacutereas desmatadas fragmentos de mata isolados e mata

continua nesta uacuteltima foi tambeacutem realizado estudo para saber informaccedilotildees sobre a

densidade dos ninhos As aacutereas fragmentadas foram divididas em hectares e as

coletas das abelhas foram feitas em ninhos nidificados em aacutervores vivas e mortas

Todo o trabalho foi realizado na regiatildeo de Manaus Amazocircnia que vem sofrendo

26

antropizaccedilatildeo Foram coletadas um total de 54 espeacutecies de meliponineos sendo que

na mata contiacutenua foram 37 espeacutecies nos fragmentos isolados (de 1 e 10 hectar) e

na aacuterea desmatada foram coletada entre 21 e 25 espeacutecies e no fragmento de mata

continua(100 hectar) apenas 9 foram coletada Os autores concluiacuteram que mesmo a

regiatildeo ter apresentado grande riqueza de espeacutecies as aacutereas fragmentadas das

matas estatildeo diminuindo o tamanho das comunidades de meliponineos o que pode

deste modo comprometer a reproduccedilatildeo de diversas plantas melitoacutefilasna regiatildeo

Kearns Inouye e Wase (1998) publicaram um trabalho sobre a interaccedilatildeo de planta-

polinizador e suas interaccedilotildees Neste trabalho os autores descrevem a respeito da

natureza ecoloacutegica e evolutiva dessas interaccedilotildees e das evidentes ameaccedilas que

estatildeo sofrendo por meio das atividades humanas como tambeacutem discute sobre

soluccedilotildees de gestatildeo de melhoria para locais onde haacute crise na polinizaccedilatildeo Com

respeito a essas crises os autores debatem durante todo o trabalho que esse

problema jaacute eacute generalizado por ser associada agraves atividades humanas e que ele eacute

causado principalmente pelo uso de pesticidas e herbicidas mudanccedila no uso dos

solos pastagens agricultura fragmentaccedilatildeo do habitat desses polinizadores e pela

introduccedilatildeo de espeacutecies natildeo nativas nos ambientes O trabalho conclui que todos

esses problemas podem ter futuramente um aumento devido agraves grandes alteraccedilotildees

de habitat causado por uma populaccedilatildeo que estaacute sempre em crescimento e

sugeriram que os proacuteprios cidadatildeos e ecologistas natildeo devem medir esforccedilos para

reverter esse quadro

Proniacute (2000) realizou uma pesquisa para conhecer a biodiversidade de abelhas

indiacutegenas sem ferratildeo com o intuito de apresentar manejos de conservaccedilatildeo para os

ecossistemas Com levantamentos preliminares de ninhos de abelhas nas regiotildees

(urbana e rural) de Londrinas (Paranaacute) e municiacutepios proacuteximos agrave Bacia do Rio Tibagi

(Paranaacute) ele constatou que a aacuterea estudada apresenta uma distribuiccedilatildeo

diversificada tanto nos ecossistemas urbanos como nos agroecossistemas Em

relaccedilatildeo agrave diversidade das abelhas indiacutegenas sem ferratildeo ele observou que 12 das 19

espeacutecies encontradas ocorrem nos agroecossistemas e que praticamente natildeo

nidificam em aacutereas urbanas Portanto ele concluiu que a biodiversidade dessas

abelhas na Bacia do Rio Tibagi estaacute seriamente ameaccedilada principalmente devido agrave

diminuiccedilatildeo de aacutereas florestadas Segundo o autor para que haja melhoria do quadro

27

eacute preciso da responsabilidade de meliponicultores pesquisadores entre outros para

que sejam proporcionadas condiccedilotildees boas para essas abelhas

Devido agraves grandes mudanccedilas do ambiente provocadas pela urbanizaccedilatildeo Souza e

colaboradores (2002) fizeram um estudo durante um ano (Marccedilo de 2000 a Julho de

2001) com o intuito de verificar a diversidade e habitat de Meliponini em uma aacuterea

urbana e identificar a relaccedilatildeo das espeacutecies com o processo de urbanizaccedilatildeo Foi

realizada inspeccedilatildeo mensal a procura de ninhos de meliponini dentro do Campus da

Universidade Federal de Juiz de Fora Minas Gerais Com os ninhos encontrados foi

feito a identificaccedilatildeo do substrato em que foi nidificado Essas informaccedilotildees foram

relacionadas com os dados de temperatura umidade e precipitaccedilatildeo do municiacutepio

Durante o estudo foi encontrado uma meacutedia de 3488 ninhos e quatro espeacutecies

foram identificadas sendo elas Tetragonisca angustula Nannotrigona testaceicornis

Trigona spinipes e Partamona sp As espeacutecies encontradas apresentaram

preferecircncia em substratos de construccedilotildees (cavidades preacute-existentes) Em relaccedilatildeo agrave

temperatura umidade e precipitaccedilatildeo os autores observaram uma correlaccedilatildeo

positiva entre a temperatura e a abundancia dos ninhos das abelhas sem ferratildeo por

outro lado natildeo foi encontrado para umidade relativa do ar e precipitaccedilatildeo Deste

modo concluiacuteram que mesmo em ambiente urbano essas espeacutecies ainda

conseguem sobreviver com sucesso por traacutes das atividades antropicas

Com relaccedilatildeo aos ninhos de T angustula com o clima do ambiente em que esses satildeo

nidificados Chiari e colaboradores (2002) realizaram um trabalho para ver se as

variaccedilotildees climaacuteticas tecircm alguma relaccedilatildeo com o desenvolvimento dos ninhos das

Jataiacutes Foram realizadas coletas das abelhas que foram depositadas em trecircs tipos

diferentes de colmeacuteias Fritzen Nogueira-Neto e Guiliane Apoacutes esse procedimento

as colocircnias foram pesadas e instaladas no municiacutepio de Maringaacute Paranaacute Ao longo

do estudo a temperatura do ambiente onde as colmeacuteias foram instaladas foi

monitorada Apenas a colmeacuteia Nogueira-Neto natildeo apresentou associaccedilatildeo com a

variaccedilatildeo das temperaturas Nos modelos Fritzen e Giuliane foram observados que o

peso de ambas apresentaram de forma positiva com a umidade relativa do ar

apenas Giuliane teve relaccedilatildeo positiva com a insolaccedilatildeo Deste modo os autores

concluiacuteram que os modelos Giuliane e Noguera-Neto satildeo mais apropriados para as

colmeacuteias de T angustula

28

Outro trabalho tambeacutem realizado em Campus Universitaacuterio foi feito por Almeida

(2002) sobre composiccedilatildeo das comunidades de abelhas em Satildeo Paulo O autor teve

o intuito de contribuir com informaccedilotildees sobre as espeacutecies de abelhas e as plantas

visitadas por elas Com levantamento das abelhas e plantas em duas aacutereas de

Cerrado (Cerradatildeo e Cerrado) localizado no campus Universitaacuterio no Municiacutepio de

Pirassununga foi coletado um total de 261 amostras de plantas de 41 famiacutelias e 140

espeacutecies Dessas apenas cinco ocorreram nas duas aacutereas Com relaccedilatildeo agraves

abelhas foram coletadas um total de 141 espeacutecies em quatro famiacutelias Foi concluiacutedo

que a famiacutelia que apresentou maior riqueza de espeacutecie foi Apidae Com relaccedilatildeo agraves

plantas as famiacutelias Asteraceae Malvaceae Fabaceae Sapindaceae e Vichysiaceae

foram as mais ricas em nuacutemero de espeacutecies

Neves e Viana (2002) realizaram um estudo sobre a ecologia da comunidade de

abelhas eussociais com o propoacutesito de analisar as atividades do seu vocirco

relacionando com recursos alimentares variaccedilotildees meteoroloacutegicas entre outros

fatores Com coletas das abelhas amostras de plantas floridas e monitoramento dos

ninhos nas dunas continentais na Bahia Eles capturaram oito espeacutecies da famiacutelia

Apidae Estas abelhas exibiam maior atividade no periacuteodo da manhatilde Um nuacutemero de

plantas floridas foi verificado na estaccedilatildeo chuvosa Assim sendo concluiacuteram que a

disponibilidade de recursos disponiacutevel e agraves variaccedilotildees meteoroloacutegicas favorecem a

concentraccedilatildeo de visitas florais dessas abelhas pela manhatilde

Um estudo sobre a ecologia das populaccedilotildees de meliponiacuteneos Souza e

colaboradores (2005) fizeram buscas pelos ninhos e coletas das abelhas no Campus

da Universidade Federal da Bahia eles encontraram 94 ninhos com 19 espeacutecies

diferentes tendo uma predominacircncia da espeacutecie Tetragonisca angustula Deste

modo concluiacuteram que a riqueza de espeacutecies de meliponineos (meliponini)

encontrada no Campus (o qual eacute um local que sofre antropizaccedilatildeo) pode ser devida

a disponibilidade de substratos para nidificaccedilatildeo e pela quantidade de recursos que eacute

ofertado

Stuch (2006) realizou uma pesquisa sobre a variabilidade geneacutetica das populaccedilotildees

de Tetragonisca angustula Nesse trabalho o autor primeiramente faz uma revisatildeo

da bibliografia com o propoacutesito de apresentar informaccedilotildees a respeito da estrutura

das populaccedilotildees de meliponiacuteneos (meliponini) sobre as abelhas indiacutegenas sem

ferratildeo e principalmente a respeito da abelha em estudo onde destacam informaccedilotildees

29

do comportamento locais de nidificaccedilatildeo dos recursos usados para se alimentar e

do mel que eacute produzido por eles Com coletas e anaacutelises realizadas por meio de

marcador molecular nas cidades de Dracena em Satildeo Paulo e Ivatuba no Paranaacute Ele

observou que as amostras obtidas em Ivatuba apresentaram 60 de polimorfismo e

na cidade de Dracena foram apresentadas 40 Deste modo o autor concluiu que

em Ivatuba as populaccedilotildees de T angustula estatildeo diferenciadas geneticamente e natildeo

apresentam endocruzamento entre os ninhos jaacute as populaccedilotildees da cidade de

Dracena natildeo se encontraram modificados podendo os ninhos ser considerados

como um soacute Segundo o autor essas informaccedilotildees satildeo muito importantes para que

estudos de praacuteticas de manejo sejam realizados para manter a variabilidade dessas

populaccedilotildees

Outro trabalho tambeacutem em aacutereas fragmentadas foi realizado por Alvarenga (2008)

Neste trabalho o autor teve o objetivo de conhecer a diversidade e densidade dos

ninhos de meliponineos (meliponini) na Mata de Santa Tereza (Estaccedilatildeo Ecoloacutegica de

Ribeiratildeo Preto Satildeo Paulo) que fica situado entre a Mata Atlacircntica e o Cerrado com

levantamentos dos ninhos e das aacutervores que poderiam apresentar um tamanho

potencial para essas abelhas nidificarem Foram encontrados ninhos de quatro

espeacutecies de meliponineos (meliponini) sendo T angustula e Scaura latitarsis

representaram 25 dos ninhos encontrados e Trigona hyalinata 50 E em relaccedilatildeo

aacutes aacutervores cerca de 67 foram analisadas poucas apresentavam rachaduras ou

cavidades para abrigar os ninhos Deste modo foi concluiacutedo que na aacuterea estudada

haacute uma riqueza baixa e densidade relativamente meacutedia e tambeacutem poucos locais

para nidificaccedilatildeo

Andena e colaboradores (2009) tambeacutem fizeram um trabalho em aacutereas degradadas

Para eles esses estudos satildeo essecircncias devido a essas aacutereas serem a principal

razatildeo para o aumento das taxas de perda da diversidade geneacutetica e extinccedilatildeo das

abelhas Os autores realizaram um estudo para conhecer a diversidade de abelhas

no Cerrado em Satildeo Paulo Foram realizadas coletas das abelhas em quatro

reservas em regiotildees fragmentadas do Cerrado Reserva de Corumbataiacute Estaccedilatildeo

Ecoloacutegica de Jataiacute Parque Vassununga e Reserva de Cajuru Com cerca de 500

indiviacuteduos coletados as aacutereas que apresentaram maior riqueza foram Cajuru e

Corumbataiacute e as aacutereas com menor riqueza foram Vassununga e Estaccedilatildeo Ecoloacutegica

Jataiacute Mesmo apresentando maior nuacutemero de riqueza a aacuterea de Corumbataiacute sofreu

30

vaacuterias alteraccedilotildees na composiccedilatildeo fauniacutestica durante o estudo Assim sendo foi

concluiacutedo que pesquisas como essas satildeo importantes pois contribuem com

informaccedilotildees a respeito da influencia que essas aacutereas degradadas podem exercer

sobre a composiccedilatildeo fauniacutestica e a riqueza das espeacutecies de abelhas

Um inventaacuterio sobre os meliponiacuteneos (meliponini) no Bioma Cerrado foi realizado por

Fernandes e colaboradores (2012) Com levantamentos feitos durante dois anos em

quatro aacutereas diferentes (Municiacutepio de Tangaraacute da Serra ndash MT nos arredores do

campus universitaacuterio de Mato Grosso na Reserva Florestal Antocircnio Conselheiro ndash

MT e na zona rural do municiacutepio Tangaraacute da Serra - MT) os autores coletaram 128

espeacutecimes distribuiacutedos em 27 espeacutecies e 14 gecircneros e constataram que a maior

riqueza foi vista na reserva florestal e na zona rural do municiacutepio de Tangaraacute da

Serra Deste modo eles concluiacuteram que a riqueza observada na reserva pode ser

devido agrave mata apresentar pouca antropizaccedilatildeo e que as informaccedilotildees obtidas nesse

estudo satildeo de extrema importacircncia para a preservaccedilatildeo da biodiversidade da reserva

florestal

Uma pesquisa realizada por Oliveira e colaboradores (2013) cujo tema foi

Levantamento de Ocorrecircncia de Meliponiacutedeos (Meliponini) em Municiacutepios na regiatildeo

do Vale do Jauru ndash MT foia incidecircncia de abelhas sem ferratildeo em zonas urbanas

Com entrevistas aos moradores e com sessotildees de fotos para definir quais espeacutecies

de abelhas se encontravam nas proximidades das casas da regiatildeo do Vale do Jauru

eles encontraram 67 colmeacuteias sendo 17 predominantes em apenas uma cidade

Deste modo concluiacuteram que na regiatildeo do Vale do Jauru encontram-se grandes

aacutereas verdes proporcionando dessa forma alimento e a preservaccedilatildeo das abelhas

24 COLETA DE RECURSOS E PRODUCcedilAtildeO DE MEL DAS MELIPONINI

Devido agraves poucas informaccedilotildees sobre a composiccedilatildeo do mel e fontes alimentares

utilizados pelos meliponineos Anacleto (2007) fez um estudo com o intuito de

conhecer as principais fontes que fazem parte da dieta dessas abelhas e tambeacutem

conhecer as caracteriacutesticas quiacutemicas do mel produzido por elas O estudo foi no

Municiacutepio de Piracicaba Satildeo Paulo Foi realizado um levantamento das plantas

visitadas por cinco espeacutecies de meliponineos (T angustula Scaptotrigona

31

bipunctata Nanotrigona testaceicornis Friesiomellita varia e Tetragona clavipes)

coleta de mel nos potes de alimento dos ninhos e coleta de poacutelen retirada das

corbiacuteculas O autor obteve 158 espeacutecies de plantas sendo que dessas 67 foram

visitadas pelas abelhas em estudo e na anaacutelise poliacutenica foram encontradas 72

espeacutecies de plantas A espeacutecie que apresentou menor nuacutemero de visitas foi F varia

em contrapartida T angustula foi a espeacutecie que apresentou o haacutebito mais

generalista em relaccedilatildeo ao numero de espeacutecies de plantas visitadas Com relaccedilatildeo ao

mel foram analisadas um total 31 amostras Os estudos com a composiccedilatildeo do mel

apresentaram uma dificuldade devido agrave legislaccedilatildeo atender apenas as caracteriacutesticas

do mel de Apis melliacutefera e natildeo o mel das abelhas nativas O mel de F varia foi a que

apresentou menor niacutevel de accediluacutecar em contrapartida o niacutevel de accediluacutecar do mel de T

angustula foi o mais elevado Deste modo foi concluiacutedo que as espeacutecies estudadas

se mostraram generalistas com exceccedilatildeo de F varia e com relaccedilatildeo agrave anaacutelise do

mel foi concluiacutedo que haacute a necessidade de um padratildeo na legislaccedilatildeo proacuteprio para

uma melhor anaacutelise dos compostos quiacutemicos do mel de meliponiacuteneos

Anacleto e colaboradores (2009) tambeacutem realizaram uma pesquisa sobre o padratildeo

de qualidade do mel das abelhas sem ferratildeo Para esse estudo foi analisado a

composiccedilatildeo do mel das abelhas Tetragonisca angustula Com coletas feitas

diretamente de dentro das colocircnias encontradas em Piracicaba ndash (SP) e com

anaacutelises feitas sobre o accediluacutecar proteiacutenas pH acidez cor entre outros fatores os

autores obtiveram 20 amostras de mel e relataram que o accediluacutecar dessas amostras

apresentaram valores inferiores ao que eacute estabelecido pelas normas

brasileirasAssim sendo concluiacuteram que 5 de accediluacutecar do mel coletado natildeo se

enquadram na legislaccedilatildeo e que seria necessaacuterio um maior estudo para que uma

nova legislaccedilatildeo seja feita

No trabalho de Sommeijer e colaboradores (1983) aleacutem de analisar os recursos

coletados por algumas abelhas sem ferratildeo (Meliponineos) e Apis mellifera os

autores tambeacutem fizeram observaccedilotildees no comportamento de forrageamento dessas

abelhas As observaccedilotildees e amostras de poacutelen foram retiradas semanalmente das

corbiacuteculas das forrageiras que retornavam ao ninho Os autores observaram que as

coletas dos recursos ocorreram em periacuteodos diferentes os voos de neacutectar ocorreram

na maior parte das vezes de manhatilde e os vocircos de poacutelen ocorreram agrave tarde Em

relaccedilatildeo ao poacutelen foram obtidas 191 amostras sendo que quatro famiacutelias se

32

mostraram mais presentes Myrtaceae Sapotaceae Sapindaceae e Melliaceae

Desta forma concluiacuteram que as coletas de poacutelen pelas forrageiras podem ter

predominado no periacuteodo da manhatilde devido agraves flores se mostrar mais murchas com o

passar do dia Tambeacutem concluiacuteram que os recursos de poliacutenicos foram bem

diversos o que confirmou o haacutebito generalista dessas abelhas

Carvalho e Marchini (1999) realizaram um estudo dentro de um campus Universitaacuterio

(USP) em Piracicaba Em seu trabalho tiveram o objetivo de conhecer as plantas

que oferecem recursos para abelhas em ambientes mais antropizados Com coletas

de abelhas operaacuterias em colocircnias de Tetragonisca angustula e Nannotrigona

testaceicornis os autores analisaram os gratildeos de poacutelen coletados por elas Atraveacutes

dessa anaacutelise obtiveram 31 tipos poliacutenicos em 22 famiacutelias de plantas sendo que

entre essas famiacutelias para N testaceicornis os gratildeos de poacutelen que se mostrou mais

frequumlente foi de Myrtaceae e para T angustula foram Fabaceae Liliaceae e

Mimosaceae Dessa maneira concluiacuteram que essas espeacutecies se mostraram

generalistas visitando diversas plantas

No mesmo ano Carvalho Marchini e Ros (1999) fizeram um estudo para comparar

e analisar as fontes de poacutelen utilizadas por Apis mellifera e quatro diferentes

espeacutecies de Trigonini (Nannotrigona testaceicornis Partamona helleri Plebeia

droryana e Tetragonisca angustula) O trabalho teve o intuito de fornecer

informaccedilotildees sobre as preferecircncias florais e as relaccedilotildees troacuteficas dessas espeacutecies

Com coletas realizadas nos meses de Outubro e Novembro de 1996 no campus da

USP em Piracicaba os autores coletaram 53 tipos poliacutenicos desses os tipos mais

frequentes para todas as abelhas foram Aracaceae Bulbine frutescens e

Eucalyptus spe com as relaccedilotildees troacuteficas eles observaram que a utilizaccedilatildeo de fontes

de poacutelen variou conforme a espeacutecie e que a dieta se mostrou bem diversificada

Dessa maneira os autores concluiacuteram que P droryana e Phelleri foram agraves

espeacutecies que apresentaram maior uniformidade na utilizaccedilatildeo de fontes de poacutelen e a

maior sobreposiccedilatildeo de nicho troacutefico ocorreu entre N testaceiconis e T angustula e

menor sobreposiccedilatildeo foi entre A meliacutefera e T angustula

Devido agrave carecircncia de estudos sobre os recursos florais utilizados pelas abelhas

Agostini e Sazima (2003) fizeram um estudo sobre a fenologia das espeacutecies de

plantas ornamentais e suas relaccedilotildees com as espeacutecies de abelhas Com registros da

fenologia das plantas arboacutereas e arbustivas e o tipo de recurso utilizado pelas

33

abelhas no campus da Universidade Estadual de Campinas em Satildeo Paulo os

autores registraram 42 espeacutecies de plantas e observaram que na aacuterea estudada

houve plantas florindo todos os meses e natildeo houve sazonalidade marcada Com

relaccedilatildeo ao tipo de recurso utilizado pelas abelhas foi observado que as plantas mais

visitadas foram da famiacutelia Leguminosae e Bombacaceae por serem importantes

fontes de alimento para as abelhas no periacuteodo de estiagem Concluiacuteram que plano

de manejo em ambientes urbanos usando plantas ornamentais nativas seria

importante para acolher maior diversidade de abelhas as quais cumprem papel

importantiacutessimo na manutenccedilatildeo da biodiversidade dos ecossistemas naturais

Como muitas plantas de importacircncia econocircmica dependem de insetos para

aumentar a produccedilatildeo e a qualidade dos frutos Toledo e colaboradores (2003)

pesquisaram as angiospermas na regiatildeo de Maringaacute no estado do Paranaacute para

contribuir com o conhecimento da biodiversidade nessa regiatildeo Com coletas em

onze espeacutecies de plantas examinadas na Universidade Estadual de Maringa

Paranaacute os autores obtiveram 331 insetos Entre as abelhas trecircs espeacutecies coletadas

foram as mais abundantes Tetragonisca angustula Apis mellifera e Trigona spinipes

Os autores concluiacuteram que essas abelhas africanizadas e sem ferratildeo foram as mais

abundantes nas coletas as flores devido tanto ao seu comportamento generalista

como pela sobreposiccedilatildeo no local de forrageamento

Simioni e Colaboradores (2007) realizaram um estudo para investigar os recursos

alimentares de Tetragonisca angustula fiebrigi em Mato Grosso do Sul Com

amostras de cargas poliacutenicas corbiculares das operaacuterias em um ambiente natural de

Corumbaacute-MS no periacuteodo de seis meses os autores relataram que T angustula

visitou 43 espeacutecies de plantas para coleta de poacutelen e as famiacutelias mais visitadas

foram Leguminosae Palmae Asteraceae e a subfamiacutelia Mimosidae devido agrave grande

quantidade de poacutelen acessiacutevel Deste modo concluiacuteram que Tetragonisca

angustula mostrou-se seletivo com relaccedilatildeo agraves fontes de alimento disponiacutevel na aacuterea

estudada e que a famiacutelia Leguminosae se mostrou a mais importante fonte de poacutelen

para T angustula

Muitas espeacutecies de abelhas vecircm sendo utilizadas consorciadas ao cultivo de

diversas espeacutecies de plantas No trabalho de Antunes e colaboradores (2007) eles

utilizaram a espeacutecie Tetragonisca angustula para verificar seu efeito como agente

polinizador na produccedilatildeo de frutos de cultivares de morango em estufa O estudo foi

34

realizado na Universidade de Passo Fundo RS utilizando quatro cultivares de

morangueiro (Oso Grande Tdla Chandler e Dover) com ausecircncia e presenccedila de

duas e quatro colmeacuteias de T angustula Os autores observaram que o numero de

visitas as flores foram o mesmo para os mesmos nuacutemeros de colocircnias e que o uso

de duas ou quatro colmeacuteias natildeo alterou a produccedilatildeo dos frutos Aleacutem disso

observaram tambeacutem que a porcentagem de frutos deformados teve uma queda

consideraacutevel de 85 para 5 Sendo assim concluiacuteram que a presenccedila de

Tetragonisca angustula para a polinizaccedilatildeo em ambiente fechado tem grande

importacircncia para o aumento da produtividade e para o aumento da quantidade de

frutos comerciaacuteveis

Devido agrave grande importacircncia das abelhas sem ferratildeo para manter a biodiversidade

das plantas Braga e colaboradores (2012) fizeram um estudo com a espeacutecie T

angustula por ela ser amplamente distribuiacuteda nos habitats tropicais Com estudo

realizado em duas ilhas (Ilha Grande e Tucuruccedilaacute) e outras duas na ilha Ariroacute e

Tinguaacute todas SAP aacutereas de Mata Atlacircntica do Estado do Rio de Janeiro e apenas

Ilha Grande pertence a uma unidade de proteccedilatildeo ambiental Para esse estudo os

autores fizeram coletas de carga de poacutelen e observaccedilotildees agraves flores T angustula

visitou 61 espeacutecies de plantas sendo Anacardiaceae e Asteraceaeas mais visitadas

Na Ilha grande foi a aacuterea onde se obteve maior nuacutemero de visitas e onde se

encontrou 39 tipos poliacutenicos Dessa maneira concluiacuteram que a dieta de T angustula

eacute bem ampla e que essas pesquisas satildeo necessaacuterias para conhecer as plantas que

operam como recurso para as abelhas em ambiente natural

Com o intuito de contribuir para o conhecimento da flora e sua utilizaccedilatildeo por

polinizadores nativos Novais Absy e Santos (2013) caracterizaram o poacutelen de T

angustula atraveacutes da anaacutelise palinoloacutegica analisando os meacuteis produzidos por esta

espeacutecie em duas regiotildees semi-aacuteridas tropicais do nordeste do Brasil Com amostras

de mel coletados mensalmente nos municiacutepios de Itaberaba e Ruy Barbosa na

Bahia durante 14 meses os autores observaram que o espectro poliacutenico das

amostras de mel de T angustula consistiu um total de 67 tipos de poacutelen sendo que

18 deles foram comuns aos espectros de poacutelen tanto de Itaberaba quanto de Ruy

Barbosa e as famiacutelias das plantas que predominaram em ambos municiacutepios foram

Fabaceae Myrtaceae Malvaceae e Euphorbiaceae Concluiacuteram que houve um uso

heterogeneo dos recursos naturais no municiacutepio de Itaberaba e homogecircneo no

35

municiacutepio de Ruy Barbosa neste foi detectado um tamanho maior do nicho de poacutelen

de T angustula Para os autores isso se deve a diferenccedila na diversidade de plantas

entre os dois municiacutepios

25 COMPORTAMENTO DA ABELHA JATAIacute

Para algumas pesquisas estudos sobre comportamento eacute essencial para obter

informaccedilotildees importantes sobre a espeacutecie em estudo Para que pesquisadores

possam fazer estudo de comportamento em campo Altmann (1973) publicou um

trabalho sobre comportamento animal onde ela faz um guia para orientar os

observadores em seus estudos Ela apresenta meacutetodos para ser utilizado nas

observaccedilotildees tanto em comportamento individual quanto em grupo e apresenta o uso

de meacutetodos de amostragem nas observaccedilotildees Nesse a autora relata trabalhos de

outros autores sobre observaccedilotildees comportamentais e faz discussotildees a respeito de

problemas de amostragem em comportamento social como tambeacutem as vantagens e

desvantagens do uso de alguns meacutetodos

Um estudo relacionado com o comportamento de T angustula foi realizado por

Wittmann (1985) para mostrar que o sistema de defesa dessa espeacutecie natildeo era

apenas para defesa de alguns insetos voadores mais tambeacutem para defesa contra

ataques de abelhas cleptobioacuteticas Para observaccedilatildeo do comportamento das guardas

pairando foi mantida uma colocircnia de Lestremelitta limatildeo proacuteximo a quatros colocircnias

de T agustula O autor notou que o posicionamento das guardas pairando proacuteximo

ao corredor de vocirco do ninho permitia maior eficiecircncia nos ataques aos intrusos

cleptobioacuteticos e que durante esses ataques o numero de guardas aumentava

consideravelmente para reforccedilar a defesa do ninho Dessa maneira concluiu-se que

no comportamento de defesa essa espeacutecie faz um recrutamento em massa das

guardas em resposta a um feromocircnio lanccedilado por L limatildeo

Couvillon e colaboradores (2007) fizeram um estudo sobre a movimentaccedilatildeo das

forrageiras em relaccedilatildeo ao tamanho da entrada do ninho e o comportamento

defensivo das guardas em relaccedilatildeo agraves perturbaccedilotildees que os ninhos sofrem Para esse

trabalho os autores estudaram 26 espeacutecies de abelhas sem ferratildeo no campus da

Universidade de Satildeo Paulo em Ribeiratildeo Preto Foram medidas a entrada dos ninhos

36

e o comprimento de abelhas forrageiras Foi verificado que a entrada do tubo do

ninho se ajusta ao tamanho das abelhas operaacuterias ou seja quanto maior for a

abelha maior seraacute a entrada do ninho Tambeacutem observaram que as guardas tinham

o comportamento de proteger o ninho bloqueando sua entrada e permitindo apenas

a entrada das forrageiras Assim concluiacuteam que essas abelhas apresentam

importantes mecanismos de defesa para ninho e que estudos como esse podem

trazer informaccedilotildees importantes ao comportamento de defesas das abelhas sem

ferratildeo

Minussi e Santos (2007) fizeram um estudo para descobrir se haacute algum efeito

negativo da Apis mellifera sobre as abelhas nativas em relaccedilatildeo agrave coleta de recursos

Para isso os autores fizeram um trabalho sobre o comportamento que ocorre entre

essas abelhas Com observaccedilotildees agraves flores e coletas das abelhas na Escola

Agroteacutecnica Federal de Sombrio no municiacutepio de Santa Rosa Santa Catarina Apis

mellifera foi agrave espeacutecie mais abundante encontrada na aacuterea em estudo em seguida

Trigona spinipes foi a mais abundante Durante as observaccedilotildees notaram que o

comportamento de abertura das mandiacutebulas da subfamiacutelia Halictinae para atacar e

expulsar as abelhas africanizadas das flores era comum e que esse comportamento

ocorria sempre antes que abelhas conseguissem chegar ao fundo da flor Dessa

maneira concluiacuteram que as abelhas nativas conseguem se defender das abelhas

africanizadas para garantir seu recurso

Karcher e Ratnieks (2009) mostraram em suas pesquisas que ninhos de T

angustula natildeo eram apenas defendidos por guardas pairando mas tambeacutem por

guardas que ficam de peacute na entrada do ninho Os autores colocaram dez campeiras

e natildeo campeiras da mesma espeacutecie e campeiras tratadas com odor de

Scaptotrigona bipunctata em cinco ninhos As guardas de peacute natildeo rejeitaram

nenhuma campeira mas rejeitaram quase todas natildeo campeiras e campeiras

tratadas com odor volaacutetil A partir desse resultado concluiacuteram que as operaacuterias que

ficam de peacute na entrada do ninho tambeacutem atuam como oacutetimas guardas para

discriminar as abelhas campeiras e natildeo campeiras

No trabalho de Gruter Karcher e Ratnieks (2011)foi realizado um estudo sobre as

abelhas guardas de Tetragonisca angustula que ficam pairando e de peacute proacuteximo ao

ninho Os autores fizeram algumas experiecircncias para saber se havia alternacircncias de

tarefas entre elas A pesquisa teve duraccedilatildeo de trecircs anos e foi realizada em uma

37

fazenda perto de Satildeo Paulo Para observar essa alternacircncia de tarefas as abelhas

guardas foram coletadas e marcadas Dessa maneira notaram que das 18 abelhas

marcadas 12 eram exclusivamente guardas em peacute e seis realizavam os dois tipos

de guardas Durante as 21 horas de observaccedilatildeo natildeo foi observado mudanccedila entre

os tipos de guardas A partir desses resultados concluiacuteram que a alternacircncia de

tarefa entre as guardas eacute rara de acontecer indicando que a defesa de T angustula

e feita por divisatildeo de trabalho

Zweden e colaboradores (2011) fizeram um trabalho semelhante agrave Wittmann (1984)

com os guardas de defesa que ficam pairando Em seu estudo os autores tinham o

objetivo de testar a hipoacutetese que as guardas aumentavam a defesa do ninho em

relaccedilatildeo aos intrusos principalmente Lestrimellita limatildeo a qual eacute um ladratildeo

obrigatoacuterio de Tetragonisca angustula Foram feitas mediccedilotildees da distacircncia em que

as guardas pairando atacavam tanto um manequim de massa de modelar coberto de

citral (odor volaacutetil liberado por L limatildeo) quanto operaacuterias de Lestrimellita limatildeo

receacutem morto Todos os intrusos do experimento foram atacados por T angustula a

distacircncia que ocorreu o ataque variou entre 0-22 cm os ninhos que tinham mais

guardas apresentou maior distacircncia Dessa maneira concluiacuteram que a presenccedila de

guardas pairando aumenta a detecccedilatildeo de intrusos e que essas guardas respondem

especialmente a pistas visuais

As abelhas sem ferratildeo (eussocias) costumam apresentar divisatildeo de trabalho em

suas colocircnias Gruter e colaboradores (2012) em seu estudo quiseram testar a

hipoacutetese de que os soldados especializados (guardas) para a defesa das colocircnias de

jataiacute (Tetragonisca angustula) eram relativamente maiores que os trabalhadores

Com anaacutelise no tamanho e na forma das forrageiras guardas e trabalhadores que

removem resiacuteduos das colocircnias o autor constatou que o peso corporal das guardas

era maior que das abelhas forrageiras e que o tamanho da cabeccedila das forrageiras

mostrou-se um pouco maior em relaccedilatildeo agraves guardas Assim concluiu-se que a

variaccedilatildeo no tamanho seria devido agrave divisatildeo de trabalho ou seja a diferenccedila no

tamanho do corpo consiste em uma eficaacutecia maior para lutar contra invasores e a

diferenccedila em relaccedilatildeo ao tamanho da cabeccedila seria devido agrave necessidade das

forrageiras de decorar caminhos para busca do alimento

38

39

3 METODOLOGIA

31 AacuteREA DE ESTUDO

O Municiacutepio de Vitoacuteria possui uma extensatildeo geograacutefica que envolve um grau

elevado de urbanizaccedilatildeo (SOUZA 2011) De acordo com o Instituto Brasileiro de

Geografia e Estatiacutestica (2010) o Municiacutepio apresenta uma aacuterea de mais de 98 Kmsup2 e

conta com uma populaccedilatildeo estimada de 352104 habitantes O clima da regiatildeo de

Vitoacuteria pode ser classificado como Tropical uacutemido (CLASSIFICACcedilAtildeO [20--])

apresentando temperatura maacutexima que pode chegar a 32ordm C e miacutenima que fica em

torno de 24ordm C com os maiores iacutendices de precipitaccedilatildeo pluviomeacutetrica entre os meses

de Outubro a Janeiro (INSTITUTO CAPIXABA DE PESQUISA ASSISTEcircNCIA

TEacuteCNICA E EXTENSAtildeO RURAL 2011)

Vitoacuteria eacute um dos Municiacutepios que apresentam os maiores niacuteveis de temperaturas do

Estado Isso se deve ao fato de as grandes montanhas dificultarem a passagem dos

ventos do nuacutemero de preacutedios que aumenta com o passar dos anos assim como a

poluiccedilatildeo (SOUZA 2011)

O estudo foi realizado no Campus Universitaacuterio Alaor de Queiroz Arauacutejo da

Universidade Federal do Espiacuterito Santo (FERNANDES VALE 2013) tambeacutem

conhecido como campus de Goiabeiras Este campus se encontra localizado no

Municiacutepio de Vitoacuteria capital do Estado do Espiacuterito Santo e nas coordenadas

geograacuteficas de 20ordm 16rsquoS e 40ordm 18rsquoW (FERREIRA DANTAS 2000)

O Campus fica ao Sul e ao Oeste do canal da passagem e a Leste com a Avenida

Fernando Ferrari Ateacute 2008 era composta por uma aacuterea de ambiente entre mareacutes e

terrestre de 1592545 msup2 poreacutem com a ampliaccedilatildeo da Avenida Fernando Ferrari

essa aacuterea foi reduzida para 1567545 msup2 (FERNANDES VALE 2013) A aacuterea

amostral se localiza no entorno do Centro de Ciecircncias Humanas e Naturais (CCHN)

Implantada por volta da deacutecada de 1970 ela compotildee os ICrsquos (iniciais de Ilha do

Cercado) I II III e IV (FERNANDES VALE 2013) e apresenta uma aacuterea que

compreende edificaccedilotildees como preacutedios passarelas ruas asfaltadas paacutetio de

estacionamento e aacutereas jardinadas (MAPA 01)

40

Mapa 01- Mapa do Campus Universitaacuterio de Goiabeiras (UFES) com destaque da

aacuterea de estudo em vermelho

Fonte Google Maps (2014) 32 OBTENCcedilAtildeO DOS DADOS

A aacuterea de estudo foi inspecionada agrave procura de ninhos de T angustula com

observaccedilotildees em calccediladas paredes muros postes troncos de aacutervores entre outros

conforme Taura e Laroca (1991) Os ninhos encontrados foram marcados por letra

alfabeacutetica e mapeados com o auxiacutelio de um marcador permanente (marca Jocar

Office) e um GPS (marca Garmin etrex vista) As observaccedilotildees foram realizadas uma

vez a cada semana durante cinco meses de Abril agrave Setembro de 2014 totalizando

21 dias amostrados (140 horas) O periacuteodo no qual foram realizadas as observaccedilotildees

41

foi de 0700 agrave 1700 horas As observaccedilotildees foram feitas durante 15 minutos em cada

ninho e intercaladas nos periacuteodos matutino vespertino e dia todo com o auxilio de

uma lupa de matildeo devido elas apresentarem aproximadamente 5 miliacutemetros

(NOGUEIRA-NETO 1997) A lupa de matildeo foi utilizada tambeacutem para observar a cor

do poacutelen que as abelhas traziam para dentro do ninho

A contagem do nuacutemero de entradas e saiacutedas das abelhas coletoras e das abelhas

que protegem a colocircnia de invasores foi realizada em todos os ninhos com o auxilio

de um contador de nuacutemeros Os registros foram realizados com redaccedilatildeo dos

eventos e por meio de fotografias As observaccedilotildees seguiram o meacutetodo Animal-Focal

descrito por Altmann (1973) para anaacutelise do comportamento das abelhas Esse

meacutetodo consiste em amostrar os comportamentos de um ou mais indiviacuteduos por um

determinado periacuteodo de tempo O levantamento das principais fontes de alimento de

T angustula foi obtido a partir de dados bibliograacuteficos

33 ANAacuteLISE DOS DADOS

Para anaacutelise dos dados foi utilizado o programa ldquoMapSourcerdquo para a construccedilatildeo do

mapa dos ninhos encontrados Foi tambeacutem utilizado o programa Microsoft Excel

2007 para construccedilatildeo de graacuteficos para analisar o nuacutemero de visitas (entrada e saiacuteda)

que as abelhas coletoras apresentaram durante os cinco meses observados Os

graacuteficos foram construiacutedos por intervalos de horas sendo que as informaccedilotildees se

acumularam mais proacuteximo do horaacuterio em que houve mais eventos observados no

ninho O mesmo programa foi utilizado para retirar a meacutedia da quantidade de

guardas na defesa do ninho

Os dados resultantes do levantamento bibliograacutefico das fontes alimentares serviram

de base para a elaboraccedilatildeo de um graacutefico com a contribuiccedilatildeo das famiacutelias de plantas

mais visitadas por T angustula

42

43

4 RESULTADOS E DISCUSSOtildeES

41 LOCALIZACcedilAtildeO DOS NINHOS

Foram encontrados onze ninhos (marcados por letra alfabeacutetica de A a K) cinco

instalados em paredes e muros (K C I e J) e seis localizados sob placas de

concreto de passarelas (A B D E F G e H) (mais precisamente na base das

pilastras da passarela que se encontra entre os IC`s II e III) Este fato corrobora com

os estudos de Taura e Laroca (1991) que indica que a disponibilidade de nidificaccedilatildeo

nesses locais aumenta com as atividades antroacutepicas A localizaccedilatildeo dos ninhos eacute

apresentada pelo Mapa 02

Os ninhos C J K (Mapa 02) recebiam calorna maior parte do dia jaacute os demais natildeo

recebiam sol diretamente na maior parte do dia pois eram protegidos pela pilastra e

pela cobertura da passarela

Durante todo o periacuteodo das observaccedilotildees em geral o clima foi de dias quentes com

presenccedila de ventos

MAPA 02 ndash Mapa dos ninhos de T angustula estudadas no Campus de Goiabeiras

(UFES) Abril ndash Setembro2014

Fonte Modificado em Google earth (2014) Dos 11 ninhos observados dois ninhos natildeo apresentavam a entrada com o formato

comum de cilindro e traziam um formato natildeo definido

44

Em todos os ninhos foi possiacutevel ver que a abertura da extremidade do tubo era

relativamente grande Tal formato permite que haja espaccedilo para que algumas

abelhas guardas permaneccedilam na entrada do tubo ao mesmo tempo em que deixa

espaccedilo suficiente para as forrageiras passarem (KARCHER RATNIEKS 2009) Ao

longo de todo o tubo havia presenccedila de centenas de perfuraccedilotildees o que segundo

Gruter Karcher e Ratinieks (2011) eram para ajudar nas trocas gasosas

Nos cinco meses observados trecircs ninhos desapareceram da aacuterea amostral restando

ao final das observaccedilotildees oito ninhos Um deles (ninho E) foi perdido logo no iniacutecio

das observaccedilotildees supotildee-se que tenha ocorrido alguma intervenccedilatildeo aguda por

exemplo humana pois logo no segundo dia de observaccedilatildeo o mesmo jaacute natildeo estava

no lugar demarcado Outros dois ninhos (ninhos F e G) tambeacutem foram perdidos O F

persistiu ateacute o mecircs de Maio e o ninho G ateacute Julho Nestes o desaparecimento se

sucedeu apoacutes eventos de revoadas

42 INTERACcedilOtildeES INTER E INTRAESPECIacuteFICAS

TABELA 1 - Dados dos Ninhos observados

Data Ninho Hora Cores de Poacutelen

Presenccedila de

Resina Operaacuteriaslimpeza Guardas

em peacute Guardas pairando Ameaccedila

14abr D 07h-8h

Amarelo Branco Laranja

Vermelho

X 5 1

13mai C 10h-11h

Amarelo Branco Laranja

Vermelho

X X 4 4

20mai J 15h-16h Branco X X 8 12 02jun H 12h-13h Branco X X 8 4 16jul D 13h-14h Branco

X 8 2 Formiga

20jun B 08h-09h

Amarelo Branco Laranja

Vermelho

X X 9 3

06ago C 14h-15h Branco X 7 10 Lagartixa

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria As observaccedilotildees indicaram que as jataiacutes visitavam vaacuterias espeacutecies de flores durante

as manhatildes e iniacutecio das tardes pois nesse periacuteodo trouxeram uma grande

45

diversidade de poacutelen (cores amarela laranja branca e vermelha) transportados em

suas corbiacutecula para dentro do ninho B C e D (TABELA 1) (FIGURA 1-A) No horaacuterio

da tarde essa diversidade diminuiacutea nos ninhos C D H e J (TABELA 1) e era

representada pelo transporte de poacutelen de cor branca Este fato mostra que a

diversidade de flores visitadas decresce ao longo do dia

As abelhas sociais de um modo geral visitam as flores enquanto elas satildeo atrativas

Elas apresentam preferecircncia pela cor e satildeo capazes de discriminar os conjuntos

florais realizar sua localizaccedilatildeo e selecionar aquelas que produzem maior quantidade

e melhor qualidade de alimento (PIRANI LAURINO 1993) Existem diversos fatores

que podem influenciar a coleta de alimento pelas abelhas sociais entre eles o

comportamento das campeiras e a necessidade das colocircnias que depende do seu

tamanho (PIRANI LAURINO 1993)

Aleacutem de poacutelen tambeacutem foi observado carregamento de resina nas corbiacuteculas para

dentro do ninho B C H e J (TABELA 1) (FIGURA 1-B) essa eacute coletada pelas

abelhas em bototildees florais Depois de a resina ser coletada ela pode ser armazenada

pura ou misturada com cera No caso de T angustula ela geralmente faz a

armazenagem na forma pura (NOGUEIRA-NETO 1997) Como a resina eacute viscosa e

grudenta as abelhas a utilizam para vedar o entorno da entrada do tubo e tambeacutem

para depositar uma quantidade sobre o corpo e cabeccedila das formigas para defender

a colocircnia contra invasores (WITTMANN 1985 NOGUEIRA-NETO 1997)

Durante todo o periacuteodo observado foi notada a presenccedila de operaacuterias que cuidavam

da limpeza dos ninhos (TABELA 1) Essas operaacuterias trabalhavam retirando resiacuteduos

(detritos) de dentro do ninho e o faziam carregando atraveacutes de sua mandiacutebula

(FIGURA 1-C) Este trabalho era realizado continuamente ao longo de todo o dia

Para Nogueira-Neto (1997) T angustula eacute a espeacutecie que tem o melhor haacutebito de

limpeza e por esta razatildeo seu mel e seu proacutepolis satildeo considerados o melhor dentre

as outras espeacutecies

FIGURA 1- Divisatildeo de trabalho entre operaacuterias de Tetragonisca angustula A

Detalhe da corbiacutecula com poacutelen B Detalhe da corbiacutecula com resina C Operaacuteria de

limpeza com resiacuteduo na mandiacutebula

46

Fonte Arquivo Labibio

Em cada ninho foi possiacutevel notar a presenccedila de abelhas que ficavam tanto pousadas

ao longo do tubo de entrada do ninho quanto sobrevoando proacuteximo do mesmo

Essas abelhas satildeo chamadas por Gruter Karcher e Ratnieks (2011) de abelhas

guardas em peacute e pairando respectivamente As guardas em peacute estavam sempre

em grandes quantidades e estiveram em atividade praticamente em todo o periacuteodo

do dia

Essas guardas ficavam na maior parte do tempo com a mandiacutebula apoiada sobre o

ninho acredita-se que tenham a funccedilatildeo de depositar resina ao entorno do ninho As

demais guardas que ficavam sobrevoando estiveram mais ausentes logo no

A B

C

47

comeccedilo da manhatilde por volta das 0700 as 0900 horas As guardas pairando ficavam

na maioria das vezes em nuacutemeros de trecircs a quatro sempre posicionadas a direita e

esquerda do tubo e em direccedilatildeo a entrada (FIGURA 2)

FIGURA 2- Ninho de T angustula com guardas pairando destacado em vermelho e

guardas em peacute em destaque azul

Fonte Arquivo Labibio

Foi observado que no periacuteodo da tarde o nuacutemero de guardas pairando aumentava

Isso era visto com maior frequumlecircncia nos ninhos C e J instalados em paredes

(TABELA 1) Segundo Gruter Karcher e Ratnieks (2011) as colocircnias que

apresentam um nuacutemero maior de guardas pairando sofrem ameaccedilas de

vertebrados fato corroborado no ninho C (TABELA 1) que foi atacado por uma

lagartixa No momento em que aconteceu uma parte da populaccedilatildeo saiu do ninho e

se mostraram bem agitadas O que de acordo com Gruter Karcher Ratnieks (2011)

trata-se de uma resposta defensiva agrave percepccedilatildeo da respiraccedilatildeo de vaacuterios

vertebrados

Tambeacutem foi observado o comportamento defensivo em quando formigas se

aproximavam do ninho D (TABELA 1) As jataiacutes as ldquobeliscavamrdquo para que se

afastassem Esse mesmo comportamento foi visto durante minhas observaccedilotildees ao

Ninho A toda vez que me aproximava para observar ou fotografar surgiam vaacuterias ao

48

meu redor em uma dessas observaccedilotildees a jataiacute picou pele exposta Dentre todos os

ninhos essa foi a que apresentou o comportamento mais agressivo

De acordo com os estudos de Gruter e colaboradores (2012) T angustula eacute a uacutenica

espeacutecie que apresenta um sistema de defesa que envolve dois grupos distintos e

complementares de guardas uma pairando que se estacionam no ar proacuteximo ao

ninho e outras em peacute ao redor da entrada do ninho As guardas que ficam de frente

para o caminho de vocirco satildeo chamadas de grupo principal e as que ficam

posicionadas agrave direita e agrave esquerda do ninho satildeo o grupo secundaacuterio (GRUTER

KARCHER RATNIEKS 2011)

Uma caracteriacutestica interessante dessas guardas eacute que apresentam caracteriacutesticas

morfoloacutegicas diferentes das operaacuterias (satildeo maiores e mais pesadas) (GRUTER et

al 2012) Elas apresentam diferenccedilas no comprimento da asa no tamanho das

pernas traseiras que satildeo relativamente maiores para seu corpo (podendo ajudar na

luta contra invasores) e cabeccedila um pouco menor que das forrageiras Essa ultima

caracteriacutestica estaacute associada agrave maior necessidade das forrageiras de processar

informaccedilotildees sensoriais relacionadas ao forrageamento (GRUTER et al 2012)

As abelhas guardas possuem a funccedilatildeo de defender sua colocircnia de ataques de

intrusos que aproveitam do seu trabalho para roubar o alimento produzido

(GRUTER KARCHER RATNIEKS 2011) As accedilotildees especiacuteficas desses intrusos satildeo

detectadas mais pelas guardas em peacute pois elas conseguem identificar as campeiras

e natildeo campeiras da mesma espeacutecie por quimiorecepccedilatildeo (KARCHER RATNIEKS

2009 GRUTER KARCHER RATNIEKS 2011) Jaacute as guardas que pairam perto do

ninho atacam intrusos que natildeo satildeo da mesma espeacutecie elas o reconhecem pela cor

forma do corpo e pelos odores volaacuteteis (KARCHER RATNIEKS 2009) De acordo

com Zweden e Colaboradores (2011) a presenccedila de guardas pairando aumenta a

detecccedilatildeo de intrusos e que essas guardas respondem especialmente a pistas

visuais Como comportamento de defesa as guardas liberam um feromocircnio de

alarme para recrutar os trabalhadores para o ataque (FREE 1987 apud ZWEDEN

2011)

O nuacutemero meacutedio de guardas durante o periacuteodo observado mostrou-se maior para as

guardas em peacute (78) do que para as guardas pairando (35) Esse fato eacute explicado

por Gruter Karcher e Ratnieks (2011) para eles o gasto energeacutetico das guardas

pairando eacute muito maior de modo que eacute menos dispendioso energicamente para as

49

abelhas ficarem em peacute Mesmo tendo um gasto energeacutetico muito alto nas

observaccedilotildees de Wittmann (1985) as atividades do voo das guardas foi constatado

que essas ficavam pairando por cerca de 70 minutos antes de voltar para dentro do

ninho Este fato mostra que a mudanccedila de guardas natildeo eacute comum e que a defesa do

ninho eacute feita por divisatildeo de trabalho e natildeo por alternacircncia de tarefas (GRUTER

KARCHER RATNIEKS 2011)

Os ninhos que desapareceram ao longo das observaccedilotildees foram devido agraves revoadas

um comportamento comum nas abelhas Nas jataiacutes as revoadas geralmente

ocorrem devido ao calor para refrescar o ninho em caso de altas temperaturas uma

parte da populaccedilatildeo sai do ninho enxameamento para reproduccedilatildeo ou devido agrave

interferecircncia humana quando um ninho eacute retirado de um local para outro

(INFORMACcedilAtildeO PESSOAL ZOCOLOTTI V R) De acordo com este na primeira

semana eacute possiacutevel presenciar alguma revoada que pode ser para identificaccedilatildeo

tanto da flora apiacutecola quanto para localizaccedilatildeo do novo ambiente

No caso dos ninhos F e G ao final de cada revoada observada a entrada do ninho

ficava bastante danificada Foram observadas trecircs revoadas (duas no mesmo dia)

do ninho F todas no mecircs de Maio e duas (em dias diferentes) no ninho G no mecircs

de Junho Apoacutes estas observaccedilotildees os dois ninhos desapareceram

Durante as revoadas vaacuterias abelhas caiam no chatildeo agarradas umas nas outras

Apoacutes queda era possiacutevel observar que as guardas conseguiam prender e retirar

com sua mandiacutebula as pernas e asas do invasor (FIGURA 3-A e B) o que impedia

as invasoras de conseguir atacar novamente Segundo Kerr e colaboradores (2005)

as guardas agarram as pernas dos invasores para que eles caiam no chatildeo e sejam

comidos pelas formigas que ficam proacuteximas aos ninhos

50

FIGURA 3 - Ataque de invasores A T angustula com mandiacutebula presa agrave perna do

Jataiacute invasora BPerna de invasores retirada apoacutes ataque

Fonte Arquivo Labibio

De acordo com Zocolotti VR (INFORMACcedilAtildeO PESSOAL) as cinco espeacutecies de

Meliponini criadas por ele podem apresentar o comportamento de saquear outros

ninhos e isso pode ocorrer por oportunismo ou por falta de alimento Em especial

as Jataiacutes geralmente possuem o costume de atacar as proacuteprias jataiacutes esses

ataques acontecem dentro do mesmo ninho e entre outros proacuteximos Esses ataques

podem ocorrer por atraccedilatildeo de feromocircnio de princesa (rainhas jovens natildeo

fecundadas) por enxame fraco ou ateacute mesmo para absorver o fraco ou seja elas

entram e acabam matando a rainha e mantecircm os trabalhadores por um tempo ateacute

absorver o enxame ou ateacute mesmo o deixam morrer sendo dessa maneira muito

complexas em relaccedilatildeo ao comportamento

Na aacuterea do campus da Ufes houve uma consideraacutevel devastaccedilatildeo na vegetaccedilatildeo

nativa (compreendida de Mata Atlacircntica Manguezal e Restinga) devido agrave

construccedilatildeo de preacutedios que foram erguidos logo no iniacutecio da implantaccedilatildeo da

Universidade Como medida compensatoacuteria foi feito o plantio de espeacutecies arboacutereas

usando em demasia espeacutecies exoacuteticas (CASTRO 2003) Na Ufes eacute possiacutevel ver

poucas aacutereas jardinadas Aleacutem disso sempre que eacute necessaacuterio construir um novo

preacutedio novas aacutereas satildeo eliminadas podendo ou natildeo ser compensada com plantas

nativas

A B

51

Em abelhas sociais o comportamento de saque eacute comum acontecer em sequumlecircncias

natildeo contiacutenuas ou seja ela cessa e recomeccedila por periacuteodos de tempo (SANTANA

etal 2004) Durante as observaccedilotildees foram presenciadas trecircs revoadas ao ninho F

duas no mesmo dia poreacutem em horaacuterios diferentes e duas ao ninho G em dias

diferentes (FIGURAS 4- A B C e D)

FIGURA 4 ndash Revoada do ninho F A Vista da entrada do iniacutecio do estudo B Vista

da entrada em plena atividade em iniacutecio de maio C Entrada apoacutes uma revoada em

maio D Vista da entrada do ninho apoacutes uacuteltima revoada em maio

Fonte Arquivo Labibio

Nas figuras 4a e b mostram o estado em que a entrada do ninho se encontrava na

primeira semana de observaccedilatildeo (vinte e oito de Abril) e na primeira semana do mecircs

seguinte (sete de Maio) esse uacuteltimo a entrada do ninho jaacute se encontrava danificado

No ninho F(FIGURA 4) as revoadas que ocorreram no dia vinte de Maio entre

A B

C D

52

1000 e 1400 horas e no dia vinte e seis de Maio entre 1600 e 1700 horas

corroborando com Santana e colaboradores (2004) sobre o comportamento de

saques intermitentes

No ninho G as revoadas se iniciaram duas semanas apoacutes o desaparecimento do

ninho F nos dias nove e vinte e seis de junho entre 1500 e 1600 horas e dia 16 de

junho no mesmo horaacuterio (FIGURA 5-A B e C)

FIGURA 5 ndash Revoadas no Ninho G A Ninho no iniacutecio de Maio B Registro da

primeira revoada C Ultima revoada perda do ninho

Fonte Arquivo Labibio

As observaccedilotildees evidenciaram a ocorrecircncia de um acuacutemulo de resiacuteduos sobre os

ninhos apoacutes as revoadas (FGURA 5-B) No ninho G tinha uma subpopulaccedilatildeo

A B

C

53

pequena mas bem ativa conforme verificado apoacutes quatro horas de observaccedilatildeo em

nove dias (Graacutefico 1- A e B)

GRAacuteFICO1 A ndash Ritmo de Saiacutedas no Ninho G

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

GRAacuteFICO 1B ndash Ritmo de entradas no ninho G

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

0

20

40

60

80

100

120

140

09h-10h 10h-11h 12h-13h 14h-15h 16h-17h

Nuacutem

ero

de V

isita

s

Horaacuterios

13mai 20mai 26mai

0

20

40

60

80

100

120

140

160

180

200

09h-10h 10h-11h 12h-13h 14h-15h 16h-17h

Nuacutem

ero

de V

isita

s

Horaacuterios

13mai 20mai 26mai

54

No ninho G as abelhas iniciaram suas atividades antes de 09h evidenciado pela

entrada de aproximadamente 180 forrageadoras entre 9 e 10h As saiacutedas neste

mesmo periacuteodo ficaram em torno de 100

Entre 16h-17h houve um grande nuacutemero de entrada o que era esperado todas as

que saiacuteram tecircm que retornar enquanto haacute luminosidade e antes do ninho ser

fechado Conforme esperado por Gruter Karcher Ratnieks (2011) quando comeccedila

a escurecer as Jataiacutes fecham a entrada do tubo para impedir que intrusos ataquem

seu ninho durante a noite e abrem pela manhatilde quando o clima estaacute mais favoraacutevel

para iniciarem suas atividades

Neste ninho entre 12h-13h houve um nuacutemero maior de saiacutedas que de entradas ateacute

agraves 16h Isso possivelmente esteve relacionado agrave uma grande distacircncia entre o ninho

e as fontes de recursos troacuteficos

Outro ninho em que foi possiacutevel observar todos os meses notou-se que apresentou

atividade durante todo o dia (GRAacuteFICO 2-A e B)

GRAacuteFICO 2A ndash Ritmo de saiacutedas do ninho B

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

0

50

100

150

200

250

300

350

400

450

500

07h-08h 08h-09h 09h-10h 11h-12h 12h-13h 13h-14h 14h-15h 15h-16h 16h-17h

Nuacutem

ero

de V

isita

s

Horaacuterios

28abr 13mai 20mai 26mai 09jun 16jun 23jun 01jul 09jul

16jul 23jul 30jul 06ago 13ago 20ago 27ago 05set 10set

55

GRAacuteFICO 2B ndash Ritmo de entradas do nino B

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

O ninho B tinha uma subpopulaccedilatildeo mais numerosa que F e G Durante o inverno

(2307 e 2708) as abelhas iniciavam suas atividades cerca de duas horas mais

tarde em horaacuterio com temperatura mais elevada (indicado pela seta preta) Tal fato

corrobora com as observaccedilotildees de Ulian e colaboradores (2007) que constata que

em periacuteodo mais chuvoso onde as temperaturas satildeo geralmente mais baixas as

Jataiacutes apresentam iniacutecio de atividade agraves 9 horas da manhatilde devido agrave temperatura

nesse horaacuterio comeccedilar a aumentar

Proacuteximo do horaacuterio de 10 horas houve um grande nuacutemero de saiacutedas do ninho

seguido de um grande nuacutemero de entrada o que indica a ocorrecircncia de uma fonte

de recursos proacutexima ao ninho ou a indisponibilidade de recurso para ser coletado

naquela hora Acredita-se que na primeira possibilidade - fonte proacutexima ela era de

resina pelo fato de ter havido um intervalo de saiacuteda ateacute agraves 12h jaacute que esta

demanda mais tempo para ser retirada da corbiacutecula e armazenada por ser

pegajosa No caso da segunda possibilidade natildeo encontraram alimento disponiacutevel

naquele horaacuterio o retorno ao ninho eacute a alternativa mais eficaz para evitar um alto

gasto energeacutetico ateacute que o recurso fique disponiacutevel para coleta

0

100

200

300

400

500

600

07h-08h 08h-09h 09h-10h 10h-11h 11h-12h 12h-13h 13h-14h 14h-15h 15h-16h 16h-17h

Nuacutem

ero

de V

isita

s

Horaacuterios 28abr 13mai 20mai 26mai 09jun 16jun 23jun 09jul16jul 23jul 30jul 20ago 27ago 05set 10set

56

No outono as atividades das Jataiacutes comeccedilaram a diminuir por volta de 15 horas

(indicado pela seta marrom) ateacute cessar totalmente no iniacutecio das 16 horas Pelos

graacuteficos nota-se que o ninho B possui vantagem de uma hora nas atividades em

relaccedilatildeo ao ninho G isso provavelmente ocorreu porque o ninho B obteve mais

sucesso nas coletas distribuiacutedas ao longo do dia

43 RECURSOS FLORAIS

Eacute notoacuteria a relaccedilatildeo que existe entre abelha-flor relaccedilatildeo essa que sucedeu a milhotildees

de anos desde entatildeo as abelhas dependem de substancias utilizadas na

alimentaccedilatildeo e as plantas se beneficiam com a polinizaccedilatildeo (PIRANI LAURINO

1993) Para entender a biologia dos Meliponini eacute importante conhecer sua

alimentaccedilatildeo Para isso eacute necessaacuterio fazer um levantamento das plantas utilizadas

para coleta de poacutelen e neacutectar (SOUZA 1999 apud OLIVEIRA ABSY MIRANDA

2009)

Com base nos dados obtidos sobre as fontes alimentares de T angustula na

literatura (TABELA 2) nota-se a capacidade dessa espeacutecie de visitar uma ampla

diversidade de famiacutelias de plantas Segundo Toledo e colaboradores (2003) durante

cada voo das campeiras em meacutedia 100 flores satildeo visitadas

O levantamento bibliograacutefico indicou que existem duas metodologias bastante

usadas por autores para conhecer a dieta das abelhas Uma delas eacute a investigaccedilatildeo

palinoloacutegica para avaliar as fontes de recursos florais utilizados (poacutelen e neacutectar)

com base no gratildeo de poacutelen depositado no corpo da abelha para identificaccedilatildeo das

espeacutecies vegetais (CARVALHO MARCHINE ROS 1999 FEIDEN 1994 SIMIONI et

al 2007 OLIVEIRA ABSY MIRANDA 2009 MORGADO et al 2011NOVAIS

ABSY SANTOS 2013) A outra se daacute por meio de observaccedilotildees das campeiras nas

flores (AGOSTINI SAZIMA 2003 TOLEDO et al 2003OLIVEIRA ABSY

MIRANDA 2009 BRAGA et al 2012) A partir desses meacutetodos eacute possiacutevel saber

quais satildeo as plantas que produzem seus alimentos preferenciais e quais as fontes

alternativas (OLIVEIRA ABSY MIRANDA 2009)

57

TABELA 2 ndash Relaccedilatildeo das espeacutecies de plantas visitadas porT Angustula Continua

Famiacutelia Espeacutecie Polinizada Visitada Recurso

Poacutelen Neacutectar

Acanthaceae Thunbergia grandiflora X Odontonema strictum X X

Justicia brandegeana X

Ruellia silvaecola X Agavaceae Agave americana X X X

Agave sisalana X X X

Agave attenuata X X X

Dracena fragana X X X Aizoaceae Mesembryantemum spectabilis X Lamprantus productus X Amaranthaceae Gomphrena globosa X Amarylidaceae Clivia miniata X X X Anacardiaceae Schinus terebinthifolius X X

Lithraea molleoides X X

Toxicodendron verniciferum X X

Mangifera indica X X X

Tapirira guianensis X Apiaceae Hydrocotyle leucocephala X Apocynaceae Trevetia peruviana X Araliaceae Tetrapanax papyrifera X X X Asclepiadaceae Asclepias curassavica X X Asteraceae Parthenium hysterophorus X Aspillia latissima X Aspillia sp X Balsaminaceae Impatiens balsamina X X X

Impatiens sultanii X Bignoniaceae Spathodea campanulata X X Tabebulaim petiginosa X X X

Tabebula chrysotricha X X X Bixaceae Bixa orellana X X Bombacaceae Ceiba arianthos X X

Pseudo bombax sp X X

Pseudobombax tomentoso X X

Eriotheca canolleana X X

Bombax ceiba X X Boraginaceae Cordia superba X X

Cordia glabrata X X Brassicaceae Brassica sp X Cactaceae Opuntia ficusindica X X Caesalpiniaceae Schizolobium parahyba X X Capparaceae Cleome spinosa X Caprifoliaceae Lonicera japonica X X

58

TABELA 2 ndash Relaccedilatildeo das espeacutecies de plantas visitadas por T angustula Continua

Famiacutelia Espeacutecie Polinizada Visitada Recurso

Poacutelen Neacutectar

Sambucus australis X X Caryophylaceae Silene armeria X Cecropiaceae Cecropia hololeuca X Cochlospermaceae Cochlospermum vitifolium X X Compositae Vernonia polyanthes X X

Bidens pilosa X X Cosmos auphureus X X X

Centratherium violaceum X X X

Dahlia sp X Eclipta alba X Asterla evis X Tithonia rotundifolia X X X

Tithonia speciosa X X X

Tithonia diversifolia X Baccharis sp X Wedelia paludosa X Eupatorium sp X Mikania glomerata X X

Montano apyramidata X X Montano abipinnatifiada X Senecio brasiliensis X X X

Emilia sonchifolia X X Ambrosia sp X X Creopsis grandiflora X Galinsoga parviflora X Crassulaceae Kalanchoe tubiflora X X Cyperaceae Cyperus sp X Elaeocarpaceae Muntingia calabura X Ericaceae Rhododendron simsii X X X

Rhododendron indicum X X X Euphorbiaceae Alchornea sidaefolia X X X

Euphorbia milii X X X

Euphorbia pulcherrima X X X

Ricinus communis X X X

Croton sp X Fabaceae Desmodium sp X Tipuana tipu X Vigna peduncularis X X Guttiferae Kielmeyera coriacea X X Iridaceae Dietes vegeta X Labiatae Salvia splendens X Origanum vugare X

59

TABELA 2 ndash Relaccedilatildeo das espeacutecies de plantas visitadas por T angustula Continua

Famiacutelia Espeacutecie Polinizada Visitada Recurso

Poacutelen Neacutectar

Ocimum sellowii X Iboza riparia X X X

Coleus blumei X X X Leguminosae Andira anthelmintica X X

Mimosa daleoides X X X

Myroxylon balsamum X X X

Piptadenia gonoacantha X X X

Stylos anthesscabra X Caesalpinia bonducella X X X

Caesalpinia pelthophoroides X X X

Crotalaria lanceolata X Calliandra twedii X Sophora tomentosa X X Mimosa pudica X Erythrina speciosa X X X

Cassia grandis X Schizolobium parahyba X X Senna multijuga X Senna bicapsularis X X Delonix regia X Clitoria fairchildiana X Centrolobium tomentoso X Liliaceae Aloe sp X X Bulbine frutescens X Loranthaceae Struthanthus andrastylus X X Lythraceae Lagerstroemia indica X X Magnoliaceae Talauma ovata X X Malpighiaceae Malphiguia glabra X Tetrapterys X Byrsonima intermedia X X X Malvaceae Hibiscus rosa-sinensis X X X

Malvaviscus arboreus X X Sida rhombifolia X Melastomataceae Tibouchina granulosa X X

Clidemeia sp X X

Tibouchina sp X X X

Tibouchina holosericea X X Meliaceae Trichilia sp X Mimosaceae Leucaena leucocephala X Anadenanthera collubrina X Moraceae Cecropia pachystachya X X X

Morus nigra X X

60

TABELA 2 ndash Relaccedilatildeo das espeacutecies de plantas visitadas por T angustula Continua

Famiacutelia Espeacutecie Polinizada Visitada Recurso

Poacutelen Neacutectar Myrsinaceae Ardisia crenata X X Myrtaceae Eucalyptus robusta X X X

Eugenia jambos X X X

Eugenia pitanga X Eucalyptus terecornis X Plinia glomerata X Nyctaginaceae Bougainvile aspectabilis X X X Oleaceae Jasminum azoricum X Palmae Acrocomia aculeata X X

Archontophoenix cunninghamiana X

Syagrus romanzoffiana X Copernicia alba X X Sheelea phalerata X Passifloraceae Passiflora jilekii X Piperaceae Piper mollicomum X Poaceae Paspalum sp X Polemoniaceae Cobae scandens X Polygonaceae Polygonum capitatum X X X Pontederiaceae Pontederia lanceolata X X Proteaceae Grevill a bansksii X X X Rosaceae Prunus persica X X X

Pyracantha coccinea X X Rubiaceae Pentas lanceolata X X

Citrus airantum X X Rutaceae Citrus limon X X X Scrophulariaceae Paulownia imperialis X X Solanaceae Nicotiana tabacum X X Sterculiaceae Dombeya burgessiae X Dombeya wallichii X Sterculia chicha X X Tiliaceae Heliocarpus americanus X X X Tropaeolaceae Tropaeolum majus X X X Ulmaceae Tipo celtis X Trema micrantha X X Umbelliferae Foeniculum vulgare X X X Verbenaceae Duranta repens X

Vitex agnus-castus X

Velloziaceae Vellozia candia X X X Zingiberaceae Hedychium coronarium X Fonte Pirani Laurino 1993 Carvalho Marchine Ros 1999 Agostini Sazima 2003 Toledo et al 2003 Cartopassi-Laurino 2005 Braga e Colaboradores 2012 Novais Absy Santos 2013

61

Foram encontradas 71 famiacutelias e um total de 166 espeacutecies Dessas 30 espeacutecies satildeo

polinizadas e 136 satildeo visitadas Poacutelen e neacutectar satildeo os recursos mais coletados

com coleta de poacutelen em 78 espeacutecies e de neacutectar em 69 De acordo coma Lista de

Espeacutecies da Flora do Brasil (2010) 20 das espeacutecies que satildeo polinizadas (TABELA

2) satildeo nativas o restante satildeo espeacutecies exoacuteticas ou seja natildeo pertencem agrave flora

brasileira

As famiacutelias que apresentaram maior porcentagem de visitas por T angustula foram

Compositae e Leguminosae (TABELA 2) com 13 e 12 de espeacutecies

respectivamente (GRAacuteFICO 3) sendo as famiacutelias mais importantes para a dieta da

jataiacute (AGOSTINE SAZIMA 2003 SIIONI et al 2007) Esse resultado eacute similar ao

trabalho de Simioni e colaboradores (2007) seus resultados mostram que uma das

famiacutelias analisadas Leguminosae tambeacutem apresentaram um maior destaque na

quantidade de visitas realizadas por T angustula esse fato pode ser explicado pelo

fato de que Leguminosae representa a mais importante fonte de poacutelen para essa

espeacutecie

As famiacutelias Compositae e Leguminosae satildeo as mais bem representadas pelo fato

de apresentarem espeacutecies que fornecem alimento em maior qualidade e quantidade

por vaacuterios periacuteodos do ano Com destaque para a famiacutelia Leguminosae que fornece

recursos alimentares para as abelhas nos periacuteodos de estiagem (PIRANI LAURINO

1993 AGOSTINE SAZIMA 2003)

O graacutefico abaixo ilustra o comportamento generalista deT angustula Onde 41 das

visitadas realizadas pela espeacutecie se distribuem por 55 famiacutelias vegetais Esse

comportamento concorda com trabalho de Anacleto (2007) onde dentre as cinco

espeacutecies estudadas por ele a que apresentou o haacutebito mais generalista em relaccedilatildeo

ao nuacutemero de plantas visitadas foi T angustula

62

GRAacuteFICO 3 ndash Contribuiccedilatildeo das famiacutelias de plantas para a dieta de T angustula

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria com base nos dados da Tabela 1

As abelhas generalistas visitam flores pequenas e abertas e satildeo menos

relacionadas agraves flores especializadas (RUTHCKE JULES 1993 ROUBIK 1992

apud AGOSTINI SAZIMA 2003) e tecircm preferecircncia de flores arboacutereas com

inflorescecircncia densas

Um exemplo de flores que natildeo satildeo especializadas e que satildeo importantes para a

dieta de T angustula eacute da famiacutelia Asteraceae as espeacutecies Mangifera indica e

Schinus terebinthifolius apresentam grande densidade de flores e permite faacutecil

acesso para as abelhas deste modo tornam-se importantes fornecedores de fontes

de poacutelen (BRAGA et al 2012)

De acordo com o levantamento das plantas utilizadas pelas abelhas jataiacute realizado

por diferentes autores as famiacutelias que se mostraram bem representadas foram

Malvaceae Caesalpiniaceae Melastomataceae Myrtaceae Euphorbiaceae e

Anacardiaceae sendo consideradas portanto essenciais para a dieta da jataiacute

2 2 3 2

2 3

13

3 2

3

12 2 2 2 3

3

41

Acanthaceae Agavaceae Anacardiaceae Asteraceae Bignoniaceae

Bombacaceae Compositae Euphorbiaceae Fabaceae Labiatae

Leguminosae Malpighiaceae Malvaceae Melastomataceae Myrtaceae

Palmae Outros

63

Em geral essas famiacutelias podem ser caracterizadas pela floraccedilatildeo do tipo contiacutenuo ou

seja uma floraccedilatildeo que natildeo cessa ou que ocorre na maior parte do ano o que

permite as abelhas ter acesso aos recursos em todas as estaccedilotildees do ano

(CARVALHO MARCHINI ROS 1999 AGOSTINI SAZIMA 2003 TOLEDO et al

2003 MORGADO et al 2011)

64

65

5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS Sendo este a primeira pesquisa com abelhas em compus no Espiacuterito Santo Foi

observado que a distribuiccedilatildeo dos ninhos encontrados apresentou-se uniforme

Todos os ninhos estavam instalados em paredes e pisos de concreto o que indica

seu potencial de adaptabilidade agraves condiccedilotildees antroacutepicas

A diversidade de cores de poacutelen trazida pelas forrageiras no iniacutecio da manhatilde indica

uma ampla disponibilidade de alimento que a flores oferecem nesse periacuteodo do dia

bem como a eficiecircncia das forrageiras em selecionar essas flores

De acordo com as observaccedilotildees que foram realizadas no estudo as abelhas T

angustula podem ter suas atividades influenciadas pelo clima Uma vez que foi

observado que no periacuteodo de inverno em que as temperaturas satildeo mais baixas

elas comeccedilavam a realizar suas funccedilotildees nos horaacuterios com as temperaturas mais

altas

A divisatildeo de trabalho entre forrageadoras operaacuterias de limpeza e de defesa

observado nessa espeacutecie indica o comportamento altamente social dos Meliponini

O mecanismo de defesa observado em T angustula entre guardas pairando e em

peacute pode indicar uma caracteriacutestica de complementaridade na defesa do ninho uma

vez que durante as observaccedilotildees os dois tipos de guardas sempre se fizeram

presentes O que mostra que mesmo com o atrofiamento do ferratildeo os indiviacuteduos

desenvolveram estrateacutegias para a defesa contra invasores

Foi comum observar a presenccedila de revoadas nos ninhos entre as Jataiacutes Este

comportamento em geral eacute comum para o desenvolvimento (sobrevivecircncia) da

colocircnia No caso dos ninhos observados apoacutes as revoadas eles foram

desaparecendo Este fato pode indicar um baixo iacutendice de recursos troacuteficos para

essas abelhas dentro do campus pois ao inveacutes dos ninhos se manterem ou

aumentarem em quantidade ao longo das observaccedilotildees eles desapareceram

O levantamento das flores visitadas por T angustula indicou um comportamento

generalista desta espeacutecie em visitar uma grande variedade de plantas o que mostra

sua importacircncia para garantir a variabilidade dessas plantas

66

Esse levantamento tambeacutem indicou que a polinizaccedilatildeo realizada por elas foi

predominante em plantas exoacuteticas O que pode refletir a deficiecircncia na quantidade

de plantas nativas melitoacutefilas na aacuterea de estudo

67

REFEREcircNCIAS AGOSTINI Kayna SAZIMA Marlies Plantas Ornamentais e seus Recursos para Abelhas no Campus da Universidade Estadual de Campinas Estado de Satildeo Paulo Brasil Bragantia Campinas v 62 n 3 2003 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0006-87052003000300001gt Acesso em 15 Ago 2014 ALDREY Joseacute LN CAZALLA Feacutelix M F Filogenia y Evolucioacuten Del Orden Hymenoptera Sociedade Entomoloacutegica Aragonesa Madrid n 26 p 459-474 1999 Disponiacutevel em lthttpwwwsea-entomologiaorgPDFBOLETIN_26B26-032-459pdfgt Acesso em 26 Out 2014 ALMEIDA Daniela Espeacutecies de abelhas (Hymenoptera Apoidae) e tipificaccedilatildeo dos meacuteis por elas produzidos em aacuterea de Cerrado do Municiacutepio de Pirassununga Estado de Satildeo Paulo 2002 116 f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Entomologia)- Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz Piracicaba 2002 ALTMANN Jeanne Observational Study of Behavior Sampling Methods AnInternationaljournalofComparativeEthology Chicago v 49 p 227-265 1973 ALVARENGA Paulo E F Levantamento da Fauna de Abelhas (Hymenoptera Apidae Meliponina) na mata Santa Tereza Estaccedilatildeo ecoloacutegica de Ribeiratildeo Preto-SP e limitantes da densidade de seus ninhos 2008 94 f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Entomologia) ndash Faculdade de Filosofia Ciecircncias e Letras de Ribeiratildeo Preto da USP Satildeo Paulo 2008 ANACLETO Daniela A Recursos alimentares desenvolvimento das colocircnias e caracteriacutestica fiacutesico quiacutemicas microbioloacutegicas e poliacutenicas de mel e cargas de poacutelen de meliponineos do municiacutepio de Piracicaba Satildeo Paulo 2007 134 f Tese (Doutorado em Entomologia)- Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz Piracicaba 2007 ANACLETO Daniela A et al Composiccedilatildeo de Amostras de Mel de Jatai (Tetragonisca angustula Letrille 1811) Ciecircncia e Tecnologia de Alimento Campinas n 29 p 535-541 2009 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrpdfctav29n3a13v29n3pdfgt Acesso em 10 Abr 2014 ANDENA S R Bee communities (Hymenoptera Anthophila) ofthe ldquoCerradordquo ecosystem in Satildeo Paulo State Brazil Geneticsand Molecular Research Ribeiratildeo Preto v 8 n 2 2009 Disponiacuteve emlthttpwwwfunpecrpcombrgmryear2009vol8-2pdfkerr009pdfgt Acesso em 20 Ago 2014 ANTUNES Ordice T et al Produccedilatildeo de cultivares de morangueiro polinizada pela abelha Jataiacute em ambiente protegido Horticultura Brasileira Passo Fundo v 25 n 1 2007 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrpdfhbv25n1a18v25n1pdfgt Acessoem 20 Ago 2014

68

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Page 16: FACULDADE CATÓLICA SALESIANA DO ESPÍRITO SANTO … · No grupo dos Apinae está à tribo dos Meliponini, conhecidas como abelhas indígenas sem ferrão por possuir seu ferrão atrofiado

22

armazenavam alimento em grande quantidade antes de comeccedilar o desenvolvimento

de suas larvas (AUDREY CAZALLA 1999)

O desenvolvimento das sociedades eacute caracterizado pela presenccedila de divisatildeo de

castas Ela se baseia no mecanismo haplo-diploacuteide da determinaccedilatildeo do sexo em

que as fecircmeas satildeo diploacuteides feacuterteis os machos haploacuteides e cooperam apenas na

fecundaccedilatildeo da rainha e as operarias esteacutereis Essa sociedade ocorre em todas as

formigas e em algumas abelhas e vespas (AUDREY CAZALLA 1999 PRATO [20--

])Para que a espeacutecie seja eussocial eacute necessaacuterio que dentro do ninho tenha divisatildeo

de trabalho colaboraccedilatildeo para cuidar da prole e ter mais de uma geraccedilatildeo em um

mesmo ninho (AUDREY CAZALLA 1999)

O grupo das abelhas estaacute reunido na Superfamiacutelia Apoidea De acordo com a

proposta da aacutervore filogeneacutetica dos principais clados das abelhas descrita por

Michener (1944 apud SILVEIRA MELO ALMEIDA 2002) seis famiacutelias foram

reconhecidas satildeo elas Colletidae Apidae Adrenidae Halictidae Megachilidae e

Milittidae Essa classificaccedilatildeo representou um importante avanccedilo nas relaccedilotildees

filogeneacuteticas desse grupo (SILVEIRA MELO ALMEIDA 2002) Nos estudos de

Melo e Gonccedilalves (2005) eacute abordada uma classificaccedilatildeo mais atual para as abelhas

Essa classificaccedilatildeo eacute revisada por Michener (2000 apud MELO GONCcedilALVES

2005) em que ele defende uma mudanccedila na qual as abelhas estatildeo incluiacutedas apenas

em uma famiacutelia a Apidae e as famiacutelias da classificaccedilatildeo tradicional como subfamiacutelias

Nessa revisatildeo da classificaccedilatildeo das abelhas satildeo reconhecidas sete subfamiacutelias 51

tribos e 27 subtribos (MELO GONCcedilALVES 2005) De acordo com esta a

subfamilia Meliponinae passa a ser a tribo Meliponini com duas subtribos Trigonina

e MeliponinaPara este trabalho foi utilizada esta nova classificaccedilatildeo das abelhas

revisada por Michener (2000)

Na superfamiacutelia Apoidea grande parte das abelhas satildeo solitaacuterias (85) entre elas

estatildeo algumas espeacutecies da subfamiacutelia Megachilidae Anthophoridae e Apidae No

haacutebito de vida solitaacuterio cada fecircmea cuida sozinha do seu ninho ou seja o constroacutei

coloca os ovos busca alimento suficiente para o crescimento da larva e

normalmente morre antes da sua progecircnie amadurecer natildeo tendo dessa maneira

contato entre as geraccedilotildees (SANTOS 2002 MICHENER 1969 PERUQUEETI [19--

]) Jaacute a grande parte das abelhas que apresentam os haacutebitos mais sociais satildeo os

Apinae (Bombineos (Bombini) Apineos(Apini) e Meliponineos (Meliponini) elas vivem

23

em grandes colocircnias com apenas uma rainha e vaacuterias operaacuterias e divisatildeo de

trabalho (MICHENER 1969)

Haacute dois grandes grupos de abelhas altamente sociais ambos na subfamiacutelia Apinae

os Apineos (todos do gecircnero Apis) e os Meliponineos (Meliponini) (abelhas sem

ferratildeo) Esse comportamento pode ter evoluiacutedo duas vezes a partir de semelhanccedilas

no comportamento social entre Apis e Meliponineos (Meliponini) que surgiram

independentemente (WINSTON MICHENER 1977) Em ambos os grupos satildeo

produzidos enxames poreacutem com mecanismos bem diferentes Nos Meliponineos

(Meliponini) as operaacuterias da colocircnia voam para encontrar novos siacutetios para nidificar

preparam o ninho com mateacuterias do ninho antigo e somente quando o novo ninho

estaacute pronto a rainha jovem se junta a estas operaacuterias e deixa a rainha velha no

antigo ninho Jaacute em Apis a rainha velha sai com suas operaacuterias e deixa a jovem no

ninho antigo (WINSTON MICHENER 1977)

Em relaccedilatildeo agrave alimentaccedilatildeo das larvas em Apis satildeo operaacuterias que fazem esse

trabalho Jaacute em meliponineos (meliponini) as operaacuterias fecham as ceacutelulas de cria

com ovos e colocam alimento suficiente para a larva completar seu desenvolvimento

(WINSTON MICHENER 1977)

As abelhas dependem totalmente das plantas para se alimentarem o seu

aparecimento pode estar relacionado com o surgimento das angiospermas

(PERUQUETTI [19--] PIRANI LAURINO 1993) As angiospermas mais primitivas

surgiram com flores bem rasas com o passar do tempo foram se especializando em

plantas estreitas tubulares e profundas Para ter maior sucesso na coleta do neacutectar

as abelhas adaptaram suas peccedilas bucais com liacutengua curta e liacutengua longa assim

passaram a ser chamadas de abelhas lambedoras e sugadoras respectivamente

(PERUQUETTI [19--] PIRANI LAURINO 1993) Para a coleta dos gratildeos de poacutelen

as primeiras abelhas portavam muitos pelos em volta do corpo condiccedilatildeo que foi

modificada ao longo do tempo (PIRANI LAURINO 1993)

22 AS ABELHAS MELIPONINI

Para estudos a respeito dos meliponineos (meliponini) Nogueira-Neto (1997)

publicou um livro que relata seus conhecimentos sobre essas abelhas indiacutegenas

24

sem ferratildeo O livro faz uma abordagem a respeito da vida dos meliponiacuteneos

(Meliponini pertencente agrave Apidae) mostrando os principais aspectos de suas

caracteriacutesticas bem como meacutetodos para sua criaccedilatildeo e cuidados que um

meliponicultor deve ter Os primeiros capiacutetulos fazem uma apresentaccedilatildeo que

caracteriza os meliponiacuteneos Haacute a apresentaccedilatildeo da classificaccedilatildeo dessas abelhas a

descriccedilatildeo de sua fonte de alimento de sua distribuiccedilatildeo geograacutefica de seu

relacionamento com outras abelhas e de sua possiacutevel aclimataccedilatildeo O autor faz

consideraccedilotildees sobre a arquitetura e o material usado para a construccedilatildeo de seus

ninhos e daacute destaque principal ao material que elas mesmas produzem a cera Nos

capiacutetulos subsequumlentes satildeo feitas consideraccedilotildees sobre a geneacutetica e o

comportamento das abelhas o tratamento e as teacutecnicas necessaacuterias para sua

criaccedilatildeo Aleacutem disso haacute tambeacutem discussotildees sobre a conservaccedilatildeo do mel a higiene

ou a sua falta em algumas espeacutecies e a existecircncia de meacuteis perigosos Neste livro o

autor teve o intuito de contribuir com seus estudos para que outros cientistas e

meliponicultores pudessem conhecer a vida dos meliponiacuteneos e fazer possiacuteveis

identificaccedilotildees de muitas outras espeacutecies

23 IMPACTOS DA URBANIZACcedilAtildeO NAS ABELHAS

Vaacuterios estudos relatam que eacute comum encontrar abelhas em aacutereas urbanizadas

(antropizadas) As espeacutecies encontradas de modo geral apresentam boa

adaptaccedilatildeo a esses ambientes Alguns estudos com relaccedilatildeo a essas abelhas

urbanas tratam de impactos que esses ambientes podem causar a elas

Laroca Sebastiatildeo e Cure (1982) realizaram um trabalho de abordagem a respeito

do impacto da urbanizaccedilatildeo sobre a abundacircncia relativa fenologia e flores

preferenciais das abelhas que se encontram em aacutereas urbanas Com coletas feitas

durante um ano no parque Passeio Puacuteblico localizado no centro da cidade de

Curitiba e na regiatildeo de Boa Vista tambeacutem em Curitiba eles constataram que

comparada as duas aacutereas de estudos o Passeio Puacuteblico apresentou um nuacutemero

menor de espeacutecies e em fenologia e flores preferenciais constataram que a

composiccedilatildeo das flores estaacute muito alterada devido agrave introduccedilatildeo de espeacutecies

cultivadas Portanto concluiacuteram que o processo de urbanizaccedilatildeo produz grandes

25

mudanccedilas na composiccedilatildeo floriacutestica nos locais de nidificaccedilatildeo e que apresentam ter

influecircncias significativas nas caracteriacutesticas associadas agraves abelhas

Taura e Laroca (1991) realizaram uma pesquisa com o propoacutesito de analisar a

distribuiccedilatildeo e a abundacircncia de ninhos de abelhas sociais em locais que apresentam

constantes processos de urbanizaccedilatildeo Com levantamentos realizados na regiatildeo de

Passeio Puacuteblico (Curitiba) eles encontraram 32 ninhos de Apidae com

predominacircncia da subfamiacutelia dos Meliponiacuteneos Assim sendo concluiacuteram que os

meliponiacuteneos eram favorecidos pelas atividades humanas para nidificaccedilatildeo uma vez

que foram encontrados em paredotildees de concretos edificaccedilotildees entre outros locais

Entretanto tambeacutem concluiacuteram que essas abelhas satildeo ameaccediladas devido agrave

instabilidade do ambiente que apresenta muitas mudanccedilas por causa da

urbanizaccedilatildeo

Pirani e Laurino (1993) publicaram um livro sobre flores e abelhas em Satildeo Paulo

onde os autores tinham o interesse de estudar as relaccedilotildees entre as abelhas e o

ambiente conhecer as plantas visitadas por elas e suas preferecircncias florais em

aacutereas onde haacute interferecircncia humana Todo estudo foi realizado dentro do Campus

Universitaacuterio de Satildeo Paulo Para desenvolver esse trabalho eles coletaram

informaccedilotildees sobre as plantas apiacutecolas dos jardins do ldquocampusrdquo sobre a atraccedilatildeo que

as espeacutecies de abelhas sociais tecircm por estas plantas e sobre as variaccedilotildees abioacuteticas

existentes As coletas nas flores de amostras de mel e poacutelen das colocircnias e

observaccedilotildees dos ninhos das abelhas foram perioacutedicas Eles obtiveram 133 espeacutecies

de flores visitadas separadas em sete famiacutelias Neste livro Pirani e Laurino fazem

discussotildees a respeito dos resultados dos seus dados associando com trabalhos de

outros autores e concluem que trabalhos como esse apresenta grande importacircncia

pois mostra o valor de determinadas espeacutecies vegetais para as abelhas e que ainda

haacute muito estudo para se fazer com relaccedilatildeo agrave abelha-flor

Devido aos danos que as abelhas vecircm sofrendo com a perda de habitat Oliveira

Morato e Garcia (1995) fizeram um estudo para conhecer as espeacutecies de

meliponineos existentes em aacutereas desmatadas fragmentos de mata isolados e mata

continua nesta uacuteltima foi tambeacutem realizado estudo para saber informaccedilotildees sobre a

densidade dos ninhos As aacutereas fragmentadas foram divididas em hectares e as

coletas das abelhas foram feitas em ninhos nidificados em aacutervores vivas e mortas

Todo o trabalho foi realizado na regiatildeo de Manaus Amazocircnia que vem sofrendo

26

antropizaccedilatildeo Foram coletadas um total de 54 espeacutecies de meliponineos sendo que

na mata contiacutenua foram 37 espeacutecies nos fragmentos isolados (de 1 e 10 hectar) e

na aacuterea desmatada foram coletada entre 21 e 25 espeacutecies e no fragmento de mata

continua(100 hectar) apenas 9 foram coletada Os autores concluiacuteram que mesmo a

regiatildeo ter apresentado grande riqueza de espeacutecies as aacutereas fragmentadas das

matas estatildeo diminuindo o tamanho das comunidades de meliponineos o que pode

deste modo comprometer a reproduccedilatildeo de diversas plantas melitoacutefilasna regiatildeo

Kearns Inouye e Wase (1998) publicaram um trabalho sobre a interaccedilatildeo de planta-

polinizador e suas interaccedilotildees Neste trabalho os autores descrevem a respeito da

natureza ecoloacutegica e evolutiva dessas interaccedilotildees e das evidentes ameaccedilas que

estatildeo sofrendo por meio das atividades humanas como tambeacutem discute sobre

soluccedilotildees de gestatildeo de melhoria para locais onde haacute crise na polinizaccedilatildeo Com

respeito a essas crises os autores debatem durante todo o trabalho que esse

problema jaacute eacute generalizado por ser associada agraves atividades humanas e que ele eacute

causado principalmente pelo uso de pesticidas e herbicidas mudanccedila no uso dos

solos pastagens agricultura fragmentaccedilatildeo do habitat desses polinizadores e pela

introduccedilatildeo de espeacutecies natildeo nativas nos ambientes O trabalho conclui que todos

esses problemas podem ter futuramente um aumento devido agraves grandes alteraccedilotildees

de habitat causado por uma populaccedilatildeo que estaacute sempre em crescimento e

sugeriram que os proacuteprios cidadatildeos e ecologistas natildeo devem medir esforccedilos para

reverter esse quadro

Proniacute (2000) realizou uma pesquisa para conhecer a biodiversidade de abelhas

indiacutegenas sem ferratildeo com o intuito de apresentar manejos de conservaccedilatildeo para os

ecossistemas Com levantamentos preliminares de ninhos de abelhas nas regiotildees

(urbana e rural) de Londrinas (Paranaacute) e municiacutepios proacuteximos agrave Bacia do Rio Tibagi

(Paranaacute) ele constatou que a aacuterea estudada apresenta uma distribuiccedilatildeo

diversificada tanto nos ecossistemas urbanos como nos agroecossistemas Em

relaccedilatildeo agrave diversidade das abelhas indiacutegenas sem ferratildeo ele observou que 12 das 19

espeacutecies encontradas ocorrem nos agroecossistemas e que praticamente natildeo

nidificam em aacutereas urbanas Portanto ele concluiu que a biodiversidade dessas

abelhas na Bacia do Rio Tibagi estaacute seriamente ameaccedilada principalmente devido agrave

diminuiccedilatildeo de aacutereas florestadas Segundo o autor para que haja melhoria do quadro

27

eacute preciso da responsabilidade de meliponicultores pesquisadores entre outros para

que sejam proporcionadas condiccedilotildees boas para essas abelhas

Devido agraves grandes mudanccedilas do ambiente provocadas pela urbanizaccedilatildeo Souza e

colaboradores (2002) fizeram um estudo durante um ano (Marccedilo de 2000 a Julho de

2001) com o intuito de verificar a diversidade e habitat de Meliponini em uma aacuterea

urbana e identificar a relaccedilatildeo das espeacutecies com o processo de urbanizaccedilatildeo Foi

realizada inspeccedilatildeo mensal a procura de ninhos de meliponini dentro do Campus da

Universidade Federal de Juiz de Fora Minas Gerais Com os ninhos encontrados foi

feito a identificaccedilatildeo do substrato em que foi nidificado Essas informaccedilotildees foram

relacionadas com os dados de temperatura umidade e precipitaccedilatildeo do municiacutepio

Durante o estudo foi encontrado uma meacutedia de 3488 ninhos e quatro espeacutecies

foram identificadas sendo elas Tetragonisca angustula Nannotrigona testaceicornis

Trigona spinipes e Partamona sp As espeacutecies encontradas apresentaram

preferecircncia em substratos de construccedilotildees (cavidades preacute-existentes) Em relaccedilatildeo agrave

temperatura umidade e precipitaccedilatildeo os autores observaram uma correlaccedilatildeo

positiva entre a temperatura e a abundancia dos ninhos das abelhas sem ferratildeo por

outro lado natildeo foi encontrado para umidade relativa do ar e precipitaccedilatildeo Deste

modo concluiacuteram que mesmo em ambiente urbano essas espeacutecies ainda

conseguem sobreviver com sucesso por traacutes das atividades antropicas

Com relaccedilatildeo aos ninhos de T angustula com o clima do ambiente em que esses satildeo

nidificados Chiari e colaboradores (2002) realizaram um trabalho para ver se as

variaccedilotildees climaacuteticas tecircm alguma relaccedilatildeo com o desenvolvimento dos ninhos das

Jataiacutes Foram realizadas coletas das abelhas que foram depositadas em trecircs tipos

diferentes de colmeacuteias Fritzen Nogueira-Neto e Guiliane Apoacutes esse procedimento

as colocircnias foram pesadas e instaladas no municiacutepio de Maringaacute Paranaacute Ao longo

do estudo a temperatura do ambiente onde as colmeacuteias foram instaladas foi

monitorada Apenas a colmeacuteia Nogueira-Neto natildeo apresentou associaccedilatildeo com a

variaccedilatildeo das temperaturas Nos modelos Fritzen e Giuliane foram observados que o

peso de ambas apresentaram de forma positiva com a umidade relativa do ar

apenas Giuliane teve relaccedilatildeo positiva com a insolaccedilatildeo Deste modo os autores

concluiacuteram que os modelos Giuliane e Noguera-Neto satildeo mais apropriados para as

colmeacuteias de T angustula

28

Outro trabalho tambeacutem realizado em Campus Universitaacuterio foi feito por Almeida

(2002) sobre composiccedilatildeo das comunidades de abelhas em Satildeo Paulo O autor teve

o intuito de contribuir com informaccedilotildees sobre as espeacutecies de abelhas e as plantas

visitadas por elas Com levantamento das abelhas e plantas em duas aacutereas de

Cerrado (Cerradatildeo e Cerrado) localizado no campus Universitaacuterio no Municiacutepio de

Pirassununga foi coletado um total de 261 amostras de plantas de 41 famiacutelias e 140

espeacutecies Dessas apenas cinco ocorreram nas duas aacutereas Com relaccedilatildeo agraves

abelhas foram coletadas um total de 141 espeacutecies em quatro famiacutelias Foi concluiacutedo

que a famiacutelia que apresentou maior riqueza de espeacutecie foi Apidae Com relaccedilatildeo agraves

plantas as famiacutelias Asteraceae Malvaceae Fabaceae Sapindaceae e Vichysiaceae

foram as mais ricas em nuacutemero de espeacutecies

Neves e Viana (2002) realizaram um estudo sobre a ecologia da comunidade de

abelhas eussociais com o propoacutesito de analisar as atividades do seu vocirco

relacionando com recursos alimentares variaccedilotildees meteoroloacutegicas entre outros

fatores Com coletas das abelhas amostras de plantas floridas e monitoramento dos

ninhos nas dunas continentais na Bahia Eles capturaram oito espeacutecies da famiacutelia

Apidae Estas abelhas exibiam maior atividade no periacuteodo da manhatilde Um nuacutemero de

plantas floridas foi verificado na estaccedilatildeo chuvosa Assim sendo concluiacuteram que a

disponibilidade de recursos disponiacutevel e agraves variaccedilotildees meteoroloacutegicas favorecem a

concentraccedilatildeo de visitas florais dessas abelhas pela manhatilde

Um estudo sobre a ecologia das populaccedilotildees de meliponiacuteneos Souza e

colaboradores (2005) fizeram buscas pelos ninhos e coletas das abelhas no Campus

da Universidade Federal da Bahia eles encontraram 94 ninhos com 19 espeacutecies

diferentes tendo uma predominacircncia da espeacutecie Tetragonisca angustula Deste

modo concluiacuteram que a riqueza de espeacutecies de meliponineos (meliponini)

encontrada no Campus (o qual eacute um local que sofre antropizaccedilatildeo) pode ser devida

a disponibilidade de substratos para nidificaccedilatildeo e pela quantidade de recursos que eacute

ofertado

Stuch (2006) realizou uma pesquisa sobre a variabilidade geneacutetica das populaccedilotildees

de Tetragonisca angustula Nesse trabalho o autor primeiramente faz uma revisatildeo

da bibliografia com o propoacutesito de apresentar informaccedilotildees a respeito da estrutura

das populaccedilotildees de meliponiacuteneos (meliponini) sobre as abelhas indiacutegenas sem

ferratildeo e principalmente a respeito da abelha em estudo onde destacam informaccedilotildees

29

do comportamento locais de nidificaccedilatildeo dos recursos usados para se alimentar e

do mel que eacute produzido por eles Com coletas e anaacutelises realizadas por meio de

marcador molecular nas cidades de Dracena em Satildeo Paulo e Ivatuba no Paranaacute Ele

observou que as amostras obtidas em Ivatuba apresentaram 60 de polimorfismo e

na cidade de Dracena foram apresentadas 40 Deste modo o autor concluiu que

em Ivatuba as populaccedilotildees de T angustula estatildeo diferenciadas geneticamente e natildeo

apresentam endocruzamento entre os ninhos jaacute as populaccedilotildees da cidade de

Dracena natildeo se encontraram modificados podendo os ninhos ser considerados

como um soacute Segundo o autor essas informaccedilotildees satildeo muito importantes para que

estudos de praacuteticas de manejo sejam realizados para manter a variabilidade dessas

populaccedilotildees

Outro trabalho tambeacutem em aacutereas fragmentadas foi realizado por Alvarenga (2008)

Neste trabalho o autor teve o objetivo de conhecer a diversidade e densidade dos

ninhos de meliponineos (meliponini) na Mata de Santa Tereza (Estaccedilatildeo Ecoloacutegica de

Ribeiratildeo Preto Satildeo Paulo) que fica situado entre a Mata Atlacircntica e o Cerrado com

levantamentos dos ninhos e das aacutervores que poderiam apresentar um tamanho

potencial para essas abelhas nidificarem Foram encontrados ninhos de quatro

espeacutecies de meliponineos (meliponini) sendo T angustula e Scaura latitarsis

representaram 25 dos ninhos encontrados e Trigona hyalinata 50 E em relaccedilatildeo

aacutes aacutervores cerca de 67 foram analisadas poucas apresentavam rachaduras ou

cavidades para abrigar os ninhos Deste modo foi concluiacutedo que na aacuterea estudada

haacute uma riqueza baixa e densidade relativamente meacutedia e tambeacutem poucos locais

para nidificaccedilatildeo

Andena e colaboradores (2009) tambeacutem fizeram um trabalho em aacutereas degradadas

Para eles esses estudos satildeo essecircncias devido a essas aacutereas serem a principal

razatildeo para o aumento das taxas de perda da diversidade geneacutetica e extinccedilatildeo das

abelhas Os autores realizaram um estudo para conhecer a diversidade de abelhas

no Cerrado em Satildeo Paulo Foram realizadas coletas das abelhas em quatro

reservas em regiotildees fragmentadas do Cerrado Reserva de Corumbataiacute Estaccedilatildeo

Ecoloacutegica de Jataiacute Parque Vassununga e Reserva de Cajuru Com cerca de 500

indiviacuteduos coletados as aacutereas que apresentaram maior riqueza foram Cajuru e

Corumbataiacute e as aacutereas com menor riqueza foram Vassununga e Estaccedilatildeo Ecoloacutegica

Jataiacute Mesmo apresentando maior nuacutemero de riqueza a aacuterea de Corumbataiacute sofreu

30

vaacuterias alteraccedilotildees na composiccedilatildeo fauniacutestica durante o estudo Assim sendo foi

concluiacutedo que pesquisas como essas satildeo importantes pois contribuem com

informaccedilotildees a respeito da influencia que essas aacutereas degradadas podem exercer

sobre a composiccedilatildeo fauniacutestica e a riqueza das espeacutecies de abelhas

Um inventaacuterio sobre os meliponiacuteneos (meliponini) no Bioma Cerrado foi realizado por

Fernandes e colaboradores (2012) Com levantamentos feitos durante dois anos em

quatro aacutereas diferentes (Municiacutepio de Tangaraacute da Serra ndash MT nos arredores do

campus universitaacuterio de Mato Grosso na Reserva Florestal Antocircnio Conselheiro ndash

MT e na zona rural do municiacutepio Tangaraacute da Serra - MT) os autores coletaram 128

espeacutecimes distribuiacutedos em 27 espeacutecies e 14 gecircneros e constataram que a maior

riqueza foi vista na reserva florestal e na zona rural do municiacutepio de Tangaraacute da

Serra Deste modo eles concluiacuteram que a riqueza observada na reserva pode ser

devido agrave mata apresentar pouca antropizaccedilatildeo e que as informaccedilotildees obtidas nesse

estudo satildeo de extrema importacircncia para a preservaccedilatildeo da biodiversidade da reserva

florestal

Uma pesquisa realizada por Oliveira e colaboradores (2013) cujo tema foi

Levantamento de Ocorrecircncia de Meliponiacutedeos (Meliponini) em Municiacutepios na regiatildeo

do Vale do Jauru ndash MT foia incidecircncia de abelhas sem ferratildeo em zonas urbanas

Com entrevistas aos moradores e com sessotildees de fotos para definir quais espeacutecies

de abelhas se encontravam nas proximidades das casas da regiatildeo do Vale do Jauru

eles encontraram 67 colmeacuteias sendo 17 predominantes em apenas uma cidade

Deste modo concluiacuteram que na regiatildeo do Vale do Jauru encontram-se grandes

aacutereas verdes proporcionando dessa forma alimento e a preservaccedilatildeo das abelhas

24 COLETA DE RECURSOS E PRODUCcedilAtildeO DE MEL DAS MELIPONINI

Devido agraves poucas informaccedilotildees sobre a composiccedilatildeo do mel e fontes alimentares

utilizados pelos meliponineos Anacleto (2007) fez um estudo com o intuito de

conhecer as principais fontes que fazem parte da dieta dessas abelhas e tambeacutem

conhecer as caracteriacutesticas quiacutemicas do mel produzido por elas O estudo foi no

Municiacutepio de Piracicaba Satildeo Paulo Foi realizado um levantamento das plantas

visitadas por cinco espeacutecies de meliponineos (T angustula Scaptotrigona

31

bipunctata Nanotrigona testaceicornis Friesiomellita varia e Tetragona clavipes)

coleta de mel nos potes de alimento dos ninhos e coleta de poacutelen retirada das

corbiacuteculas O autor obteve 158 espeacutecies de plantas sendo que dessas 67 foram

visitadas pelas abelhas em estudo e na anaacutelise poliacutenica foram encontradas 72

espeacutecies de plantas A espeacutecie que apresentou menor nuacutemero de visitas foi F varia

em contrapartida T angustula foi a espeacutecie que apresentou o haacutebito mais

generalista em relaccedilatildeo ao numero de espeacutecies de plantas visitadas Com relaccedilatildeo ao

mel foram analisadas um total 31 amostras Os estudos com a composiccedilatildeo do mel

apresentaram uma dificuldade devido agrave legislaccedilatildeo atender apenas as caracteriacutesticas

do mel de Apis melliacutefera e natildeo o mel das abelhas nativas O mel de F varia foi a que

apresentou menor niacutevel de accediluacutecar em contrapartida o niacutevel de accediluacutecar do mel de T

angustula foi o mais elevado Deste modo foi concluiacutedo que as espeacutecies estudadas

se mostraram generalistas com exceccedilatildeo de F varia e com relaccedilatildeo agrave anaacutelise do

mel foi concluiacutedo que haacute a necessidade de um padratildeo na legislaccedilatildeo proacuteprio para

uma melhor anaacutelise dos compostos quiacutemicos do mel de meliponiacuteneos

Anacleto e colaboradores (2009) tambeacutem realizaram uma pesquisa sobre o padratildeo

de qualidade do mel das abelhas sem ferratildeo Para esse estudo foi analisado a

composiccedilatildeo do mel das abelhas Tetragonisca angustula Com coletas feitas

diretamente de dentro das colocircnias encontradas em Piracicaba ndash (SP) e com

anaacutelises feitas sobre o accediluacutecar proteiacutenas pH acidez cor entre outros fatores os

autores obtiveram 20 amostras de mel e relataram que o accediluacutecar dessas amostras

apresentaram valores inferiores ao que eacute estabelecido pelas normas

brasileirasAssim sendo concluiacuteram que 5 de accediluacutecar do mel coletado natildeo se

enquadram na legislaccedilatildeo e que seria necessaacuterio um maior estudo para que uma

nova legislaccedilatildeo seja feita

No trabalho de Sommeijer e colaboradores (1983) aleacutem de analisar os recursos

coletados por algumas abelhas sem ferratildeo (Meliponineos) e Apis mellifera os

autores tambeacutem fizeram observaccedilotildees no comportamento de forrageamento dessas

abelhas As observaccedilotildees e amostras de poacutelen foram retiradas semanalmente das

corbiacuteculas das forrageiras que retornavam ao ninho Os autores observaram que as

coletas dos recursos ocorreram em periacuteodos diferentes os voos de neacutectar ocorreram

na maior parte das vezes de manhatilde e os vocircos de poacutelen ocorreram agrave tarde Em

relaccedilatildeo ao poacutelen foram obtidas 191 amostras sendo que quatro famiacutelias se

32

mostraram mais presentes Myrtaceae Sapotaceae Sapindaceae e Melliaceae

Desta forma concluiacuteram que as coletas de poacutelen pelas forrageiras podem ter

predominado no periacuteodo da manhatilde devido agraves flores se mostrar mais murchas com o

passar do dia Tambeacutem concluiacuteram que os recursos de poliacutenicos foram bem

diversos o que confirmou o haacutebito generalista dessas abelhas

Carvalho e Marchini (1999) realizaram um estudo dentro de um campus Universitaacuterio

(USP) em Piracicaba Em seu trabalho tiveram o objetivo de conhecer as plantas

que oferecem recursos para abelhas em ambientes mais antropizados Com coletas

de abelhas operaacuterias em colocircnias de Tetragonisca angustula e Nannotrigona

testaceicornis os autores analisaram os gratildeos de poacutelen coletados por elas Atraveacutes

dessa anaacutelise obtiveram 31 tipos poliacutenicos em 22 famiacutelias de plantas sendo que

entre essas famiacutelias para N testaceicornis os gratildeos de poacutelen que se mostrou mais

frequumlente foi de Myrtaceae e para T angustula foram Fabaceae Liliaceae e

Mimosaceae Dessa maneira concluiacuteram que essas espeacutecies se mostraram

generalistas visitando diversas plantas

No mesmo ano Carvalho Marchini e Ros (1999) fizeram um estudo para comparar

e analisar as fontes de poacutelen utilizadas por Apis mellifera e quatro diferentes

espeacutecies de Trigonini (Nannotrigona testaceicornis Partamona helleri Plebeia

droryana e Tetragonisca angustula) O trabalho teve o intuito de fornecer

informaccedilotildees sobre as preferecircncias florais e as relaccedilotildees troacuteficas dessas espeacutecies

Com coletas realizadas nos meses de Outubro e Novembro de 1996 no campus da

USP em Piracicaba os autores coletaram 53 tipos poliacutenicos desses os tipos mais

frequentes para todas as abelhas foram Aracaceae Bulbine frutescens e

Eucalyptus spe com as relaccedilotildees troacuteficas eles observaram que a utilizaccedilatildeo de fontes

de poacutelen variou conforme a espeacutecie e que a dieta se mostrou bem diversificada

Dessa maneira os autores concluiacuteram que P droryana e Phelleri foram agraves

espeacutecies que apresentaram maior uniformidade na utilizaccedilatildeo de fontes de poacutelen e a

maior sobreposiccedilatildeo de nicho troacutefico ocorreu entre N testaceiconis e T angustula e

menor sobreposiccedilatildeo foi entre A meliacutefera e T angustula

Devido agrave carecircncia de estudos sobre os recursos florais utilizados pelas abelhas

Agostini e Sazima (2003) fizeram um estudo sobre a fenologia das espeacutecies de

plantas ornamentais e suas relaccedilotildees com as espeacutecies de abelhas Com registros da

fenologia das plantas arboacutereas e arbustivas e o tipo de recurso utilizado pelas

33

abelhas no campus da Universidade Estadual de Campinas em Satildeo Paulo os

autores registraram 42 espeacutecies de plantas e observaram que na aacuterea estudada

houve plantas florindo todos os meses e natildeo houve sazonalidade marcada Com

relaccedilatildeo ao tipo de recurso utilizado pelas abelhas foi observado que as plantas mais

visitadas foram da famiacutelia Leguminosae e Bombacaceae por serem importantes

fontes de alimento para as abelhas no periacuteodo de estiagem Concluiacuteram que plano

de manejo em ambientes urbanos usando plantas ornamentais nativas seria

importante para acolher maior diversidade de abelhas as quais cumprem papel

importantiacutessimo na manutenccedilatildeo da biodiversidade dos ecossistemas naturais

Como muitas plantas de importacircncia econocircmica dependem de insetos para

aumentar a produccedilatildeo e a qualidade dos frutos Toledo e colaboradores (2003)

pesquisaram as angiospermas na regiatildeo de Maringaacute no estado do Paranaacute para

contribuir com o conhecimento da biodiversidade nessa regiatildeo Com coletas em

onze espeacutecies de plantas examinadas na Universidade Estadual de Maringa

Paranaacute os autores obtiveram 331 insetos Entre as abelhas trecircs espeacutecies coletadas

foram as mais abundantes Tetragonisca angustula Apis mellifera e Trigona spinipes

Os autores concluiacuteram que essas abelhas africanizadas e sem ferratildeo foram as mais

abundantes nas coletas as flores devido tanto ao seu comportamento generalista

como pela sobreposiccedilatildeo no local de forrageamento

Simioni e Colaboradores (2007) realizaram um estudo para investigar os recursos

alimentares de Tetragonisca angustula fiebrigi em Mato Grosso do Sul Com

amostras de cargas poliacutenicas corbiculares das operaacuterias em um ambiente natural de

Corumbaacute-MS no periacuteodo de seis meses os autores relataram que T angustula

visitou 43 espeacutecies de plantas para coleta de poacutelen e as famiacutelias mais visitadas

foram Leguminosae Palmae Asteraceae e a subfamiacutelia Mimosidae devido agrave grande

quantidade de poacutelen acessiacutevel Deste modo concluiacuteram que Tetragonisca

angustula mostrou-se seletivo com relaccedilatildeo agraves fontes de alimento disponiacutevel na aacuterea

estudada e que a famiacutelia Leguminosae se mostrou a mais importante fonte de poacutelen

para T angustula

Muitas espeacutecies de abelhas vecircm sendo utilizadas consorciadas ao cultivo de

diversas espeacutecies de plantas No trabalho de Antunes e colaboradores (2007) eles

utilizaram a espeacutecie Tetragonisca angustula para verificar seu efeito como agente

polinizador na produccedilatildeo de frutos de cultivares de morango em estufa O estudo foi

34

realizado na Universidade de Passo Fundo RS utilizando quatro cultivares de

morangueiro (Oso Grande Tdla Chandler e Dover) com ausecircncia e presenccedila de

duas e quatro colmeacuteias de T angustula Os autores observaram que o numero de

visitas as flores foram o mesmo para os mesmos nuacutemeros de colocircnias e que o uso

de duas ou quatro colmeacuteias natildeo alterou a produccedilatildeo dos frutos Aleacutem disso

observaram tambeacutem que a porcentagem de frutos deformados teve uma queda

consideraacutevel de 85 para 5 Sendo assim concluiacuteram que a presenccedila de

Tetragonisca angustula para a polinizaccedilatildeo em ambiente fechado tem grande

importacircncia para o aumento da produtividade e para o aumento da quantidade de

frutos comerciaacuteveis

Devido agrave grande importacircncia das abelhas sem ferratildeo para manter a biodiversidade

das plantas Braga e colaboradores (2012) fizeram um estudo com a espeacutecie T

angustula por ela ser amplamente distribuiacuteda nos habitats tropicais Com estudo

realizado em duas ilhas (Ilha Grande e Tucuruccedilaacute) e outras duas na ilha Ariroacute e

Tinguaacute todas SAP aacutereas de Mata Atlacircntica do Estado do Rio de Janeiro e apenas

Ilha Grande pertence a uma unidade de proteccedilatildeo ambiental Para esse estudo os

autores fizeram coletas de carga de poacutelen e observaccedilotildees agraves flores T angustula

visitou 61 espeacutecies de plantas sendo Anacardiaceae e Asteraceaeas mais visitadas

Na Ilha grande foi a aacuterea onde se obteve maior nuacutemero de visitas e onde se

encontrou 39 tipos poliacutenicos Dessa maneira concluiacuteram que a dieta de T angustula

eacute bem ampla e que essas pesquisas satildeo necessaacuterias para conhecer as plantas que

operam como recurso para as abelhas em ambiente natural

Com o intuito de contribuir para o conhecimento da flora e sua utilizaccedilatildeo por

polinizadores nativos Novais Absy e Santos (2013) caracterizaram o poacutelen de T

angustula atraveacutes da anaacutelise palinoloacutegica analisando os meacuteis produzidos por esta

espeacutecie em duas regiotildees semi-aacuteridas tropicais do nordeste do Brasil Com amostras

de mel coletados mensalmente nos municiacutepios de Itaberaba e Ruy Barbosa na

Bahia durante 14 meses os autores observaram que o espectro poliacutenico das

amostras de mel de T angustula consistiu um total de 67 tipos de poacutelen sendo que

18 deles foram comuns aos espectros de poacutelen tanto de Itaberaba quanto de Ruy

Barbosa e as famiacutelias das plantas que predominaram em ambos municiacutepios foram

Fabaceae Myrtaceae Malvaceae e Euphorbiaceae Concluiacuteram que houve um uso

heterogeneo dos recursos naturais no municiacutepio de Itaberaba e homogecircneo no

35

municiacutepio de Ruy Barbosa neste foi detectado um tamanho maior do nicho de poacutelen

de T angustula Para os autores isso se deve a diferenccedila na diversidade de plantas

entre os dois municiacutepios

25 COMPORTAMENTO DA ABELHA JATAIacute

Para algumas pesquisas estudos sobre comportamento eacute essencial para obter

informaccedilotildees importantes sobre a espeacutecie em estudo Para que pesquisadores

possam fazer estudo de comportamento em campo Altmann (1973) publicou um

trabalho sobre comportamento animal onde ela faz um guia para orientar os

observadores em seus estudos Ela apresenta meacutetodos para ser utilizado nas

observaccedilotildees tanto em comportamento individual quanto em grupo e apresenta o uso

de meacutetodos de amostragem nas observaccedilotildees Nesse a autora relata trabalhos de

outros autores sobre observaccedilotildees comportamentais e faz discussotildees a respeito de

problemas de amostragem em comportamento social como tambeacutem as vantagens e

desvantagens do uso de alguns meacutetodos

Um estudo relacionado com o comportamento de T angustula foi realizado por

Wittmann (1985) para mostrar que o sistema de defesa dessa espeacutecie natildeo era

apenas para defesa de alguns insetos voadores mais tambeacutem para defesa contra

ataques de abelhas cleptobioacuteticas Para observaccedilatildeo do comportamento das guardas

pairando foi mantida uma colocircnia de Lestremelitta limatildeo proacuteximo a quatros colocircnias

de T agustula O autor notou que o posicionamento das guardas pairando proacuteximo

ao corredor de vocirco do ninho permitia maior eficiecircncia nos ataques aos intrusos

cleptobioacuteticos e que durante esses ataques o numero de guardas aumentava

consideravelmente para reforccedilar a defesa do ninho Dessa maneira concluiu-se que

no comportamento de defesa essa espeacutecie faz um recrutamento em massa das

guardas em resposta a um feromocircnio lanccedilado por L limatildeo

Couvillon e colaboradores (2007) fizeram um estudo sobre a movimentaccedilatildeo das

forrageiras em relaccedilatildeo ao tamanho da entrada do ninho e o comportamento

defensivo das guardas em relaccedilatildeo agraves perturbaccedilotildees que os ninhos sofrem Para esse

trabalho os autores estudaram 26 espeacutecies de abelhas sem ferratildeo no campus da

Universidade de Satildeo Paulo em Ribeiratildeo Preto Foram medidas a entrada dos ninhos

36

e o comprimento de abelhas forrageiras Foi verificado que a entrada do tubo do

ninho se ajusta ao tamanho das abelhas operaacuterias ou seja quanto maior for a

abelha maior seraacute a entrada do ninho Tambeacutem observaram que as guardas tinham

o comportamento de proteger o ninho bloqueando sua entrada e permitindo apenas

a entrada das forrageiras Assim concluiacuteam que essas abelhas apresentam

importantes mecanismos de defesa para ninho e que estudos como esse podem

trazer informaccedilotildees importantes ao comportamento de defesas das abelhas sem

ferratildeo

Minussi e Santos (2007) fizeram um estudo para descobrir se haacute algum efeito

negativo da Apis mellifera sobre as abelhas nativas em relaccedilatildeo agrave coleta de recursos

Para isso os autores fizeram um trabalho sobre o comportamento que ocorre entre

essas abelhas Com observaccedilotildees agraves flores e coletas das abelhas na Escola

Agroteacutecnica Federal de Sombrio no municiacutepio de Santa Rosa Santa Catarina Apis

mellifera foi agrave espeacutecie mais abundante encontrada na aacuterea em estudo em seguida

Trigona spinipes foi a mais abundante Durante as observaccedilotildees notaram que o

comportamento de abertura das mandiacutebulas da subfamiacutelia Halictinae para atacar e

expulsar as abelhas africanizadas das flores era comum e que esse comportamento

ocorria sempre antes que abelhas conseguissem chegar ao fundo da flor Dessa

maneira concluiacuteram que as abelhas nativas conseguem se defender das abelhas

africanizadas para garantir seu recurso

Karcher e Ratnieks (2009) mostraram em suas pesquisas que ninhos de T

angustula natildeo eram apenas defendidos por guardas pairando mas tambeacutem por

guardas que ficam de peacute na entrada do ninho Os autores colocaram dez campeiras

e natildeo campeiras da mesma espeacutecie e campeiras tratadas com odor de

Scaptotrigona bipunctata em cinco ninhos As guardas de peacute natildeo rejeitaram

nenhuma campeira mas rejeitaram quase todas natildeo campeiras e campeiras

tratadas com odor volaacutetil A partir desse resultado concluiacuteram que as operaacuterias que

ficam de peacute na entrada do ninho tambeacutem atuam como oacutetimas guardas para

discriminar as abelhas campeiras e natildeo campeiras

No trabalho de Gruter Karcher e Ratnieks (2011)foi realizado um estudo sobre as

abelhas guardas de Tetragonisca angustula que ficam pairando e de peacute proacuteximo ao

ninho Os autores fizeram algumas experiecircncias para saber se havia alternacircncias de

tarefas entre elas A pesquisa teve duraccedilatildeo de trecircs anos e foi realizada em uma

37

fazenda perto de Satildeo Paulo Para observar essa alternacircncia de tarefas as abelhas

guardas foram coletadas e marcadas Dessa maneira notaram que das 18 abelhas

marcadas 12 eram exclusivamente guardas em peacute e seis realizavam os dois tipos

de guardas Durante as 21 horas de observaccedilatildeo natildeo foi observado mudanccedila entre

os tipos de guardas A partir desses resultados concluiacuteram que a alternacircncia de

tarefa entre as guardas eacute rara de acontecer indicando que a defesa de T angustula

e feita por divisatildeo de trabalho

Zweden e colaboradores (2011) fizeram um trabalho semelhante agrave Wittmann (1984)

com os guardas de defesa que ficam pairando Em seu estudo os autores tinham o

objetivo de testar a hipoacutetese que as guardas aumentavam a defesa do ninho em

relaccedilatildeo aos intrusos principalmente Lestrimellita limatildeo a qual eacute um ladratildeo

obrigatoacuterio de Tetragonisca angustula Foram feitas mediccedilotildees da distacircncia em que

as guardas pairando atacavam tanto um manequim de massa de modelar coberto de

citral (odor volaacutetil liberado por L limatildeo) quanto operaacuterias de Lestrimellita limatildeo

receacutem morto Todos os intrusos do experimento foram atacados por T angustula a

distacircncia que ocorreu o ataque variou entre 0-22 cm os ninhos que tinham mais

guardas apresentou maior distacircncia Dessa maneira concluiacuteram que a presenccedila de

guardas pairando aumenta a detecccedilatildeo de intrusos e que essas guardas respondem

especialmente a pistas visuais

As abelhas sem ferratildeo (eussocias) costumam apresentar divisatildeo de trabalho em

suas colocircnias Gruter e colaboradores (2012) em seu estudo quiseram testar a

hipoacutetese de que os soldados especializados (guardas) para a defesa das colocircnias de

jataiacute (Tetragonisca angustula) eram relativamente maiores que os trabalhadores

Com anaacutelise no tamanho e na forma das forrageiras guardas e trabalhadores que

removem resiacuteduos das colocircnias o autor constatou que o peso corporal das guardas

era maior que das abelhas forrageiras e que o tamanho da cabeccedila das forrageiras

mostrou-se um pouco maior em relaccedilatildeo agraves guardas Assim concluiu-se que a

variaccedilatildeo no tamanho seria devido agrave divisatildeo de trabalho ou seja a diferenccedila no

tamanho do corpo consiste em uma eficaacutecia maior para lutar contra invasores e a

diferenccedila em relaccedilatildeo ao tamanho da cabeccedila seria devido agrave necessidade das

forrageiras de decorar caminhos para busca do alimento

38

39

3 METODOLOGIA

31 AacuteREA DE ESTUDO

O Municiacutepio de Vitoacuteria possui uma extensatildeo geograacutefica que envolve um grau

elevado de urbanizaccedilatildeo (SOUZA 2011) De acordo com o Instituto Brasileiro de

Geografia e Estatiacutestica (2010) o Municiacutepio apresenta uma aacuterea de mais de 98 Kmsup2 e

conta com uma populaccedilatildeo estimada de 352104 habitantes O clima da regiatildeo de

Vitoacuteria pode ser classificado como Tropical uacutemido (CLASSIFICACcedilAtildeO [20--])

apresentando temperatura maacutexima que pode chegar a 32ordm C e miacutenima que fica em

torno de 24ordm C com os maiores iacutendices de precipitaccedilatildeo pluviomeacutetrica entre os meses

de Outubro a Janeiro (INSTITUTO CAPIXABA DE PESQUISA ASSISTEcircNCIA

TEacuteCNICA E EXTENSAtildeO RURAL 2011)

Vitoacuteria eacute um dos Municiacutepios que apresentam os maiores niacuteveis de temperaturas do

Estado Isso se deve ao fato de as grandes montanhas dificultarem a passagem dos

ventos do nuacutemero de preacutedios que aumenta com o passar dos anos assim como a

poluiccedilatildeo (SOUZA 2011)

O estudo foi realizado no Campus Universitaacuterio Alaor de Queiroz Arauacutejo da

Universidade Federal do Espiacuterito Santo (FERNANDES VALE 2013) tambeacutem

conhecido como campus de Goiabeiras Este campus se encontra localizado no

Municiacutepio de Vitoacuteria capital do Estado do Espiacuterito Santo e nas coordenadas

geograacuteficas de 20ordm 16rsquoS e 40ordm 18rsquoW (FERREIRA DANTAS 2000)

O Campus fica ao Sul e ao Oeste do canal da passagem e a Leste com a Avenida

Fernando Ferrari Ateacute 2008 era composta por uma aacuterea de ambiente entre mareacutes e

terrestre de 1592545 msup2 poreacutem com a ampliaccedilatildeo da Avenida Fernando Ferrari

essa aacuterea foi reduzida para 1567545 msup2 (FERNANDES VALE 2013) A aacuterea

amostral se localiza no entorno do Centro de Ciecircncias Humanas e Naturais (CCHN)

Implantada por volta da deacutecada de 1970 ela compotildee os ICrsquos (iniciais de Ilha do

Cercado) I II III e IV (FERNANDES VALE 2013) e apresenta uma aacuterea que

compreende edificaccedilotildees como preacutedios passarelas ruas asfaltadas paacutetio de

estacionamento e aacutereas jardinadas (MAPA 01)

40

Mapa 01- Mapa do Campus Universitaacuterio de Goiabeiras (UFES) com destaque da

aacuterea de estudo em vermelho

Fonte Google Maps (2014) 32 OBTENCcedilAtildeO DOS DADOS

A aacuterea de estudo foi inspecionada agrave procura de ninhos de T angustula com

observaccedilotildees em calccediladas paredes muros postes troncos de aacutervores entre outros

conforme Taura e Laroca (1991) Os ninhos encontrados foram marcados por letra

alfabeacutetica e mapeados com o auxiacutelio de um marcador permanente (marca Jocar

Office) e um GPS (marca Garmin etrex vista) As observaccedilotildees foram realizadas uma

vez a cada semana durante cinco meses de Abril agrave Setembro de 2014 totalizando

21 dias amostrados (140 horas) O periacuteodo no qual foram realizadas as observaccedilotildees

41

foi de 0700 agrave 1700 horas As observaccedilotildees foram feitas durante 15 minutos em cada

ninho e intercaladas nos periacuteodos matutino vespertino e dia todo com o auxilio de

uma lupa de matildeo devido elas apresentarem aproximadamente 5 miliacutemetros

(NOGUEIRA-NETO 1997) A lupa de matildeo foi utilizada tambeacutem para observar a cor

do poacutelen que as abelhas traziam para dentro do ninho

A contagem do nuacutemero de entradas e saiacutedas das abelhas coletoras e das abelhas

que protegem a colocircnia de invasores foi realizada em todos os ninhos com o auxilio

de um contador de nuacutemeros Os registros foram realizados com redaccedilatildeo dos

eventos e por meio de fotografias As observaccedilotildees seguiram o meacutetodo Animal-Focal

descrito por Altmann (1973) para anaacutelise do comportamento das abelhas Esse

meacutetodo consiste em amostrar os comportamentos de um ou mais indiviacuteduos por um

determinado periacuteodo de tempo O levantamento das principais fontes de alimento de

T angustula foi obtido a partir de dados bibliograacuteficos

33 ANAacuteLISE DOS DADOS

Para anaacutelise dos dados foi utilizado o programa ldquoMapSourcerdquo para a construccedilatildeo do

mapa dos ninhos encontrados Foi tambeacutem utilizado o programa Microsoft Excel

2007 para construccedilatildeo de graacuteficos para analisar o nuacutemero de visitas (entrada e saiacuteda)

que as abelhas coletoras apresentaram durante os cinco meses observados Os

graacuteficos foram construiacutedos por intervalos de horas sendo que as informaccedilotildees se

acumularam mais proacuteximo do horaacuterio em que houve mais eventos observados no

ninho O mesmo programa foi utilizado para retirar a meacutedia da quantidade de

guardas na defesa do ninho

Os dados resultantes do levantamento bibliograacutefico das fontes alimentares serviram

de base para a elaboraccedilatildeo de um graacutefico com a contribuiccedilatildeo das famiacutelias de plantas

mais visitadas por T angustula

42

43

4 RESULTADOS E DISCUSSOtildeES

41 LOCALIZACcedilAtildeO DOS NINHOS

Foram encontrados onze ninhos (marcados por letra alfabeacutetica de A a K) cinco

instalados em paredes e muros (K C I e J) e seis localizados sob placas de

concreto de passarelas (A B D E F G e H) (mais precisamente na base das

pilastras da passarela que se encontra entre os IC`s II e III) Este fato corrobora com

os estudos de Taura e Laroca (1991) que indica que a disponibilidade de nidificaccedilatildeo

nesses locais aumenta com as atividades antroacutepicas A localizaccedilatildeo dos ninhos eacute

apresentada pelo Mapa 02

Os ninhos C J K (Mapa 02) recebiam calorna maior parte do dia jaacute os demais natildeo

recebiam sol diretamente na maior parte do dia pois eram protegidos pela pilastra e

pela cobertura da passarela

Durante todo o periacuteodo das observaccedilotildees em geral o clima foi de dias quentes com

presenccedila de ventos

MAPA 02 ndash Mapa dos ninhos de T angustula estudadas no Campus de Goiabeiras

(UFES) Abril ndash Setembro2014

Fonte Modificado em Google earth (2014) Dos 11 ninhos observados dois ninhos natildeo apresentavam a entrada com o formato

comum de cilindro e traziam um formato natildeo definido

44

Em todos os ninhos foi possiacutevel ver que a abertura da extremidade do tubo era

relativamente grande Tal formato permite que haja espaccedilo para que algumas

abelhas guardas permaneccedilam na entrada do tubo ao mesmo tempo em que deixa

espaccedilo suficiente para as forrageiras passarem (KARCHER RATNIEKS 2009) Ao

longo de todo o tubo havia presenccedila de centenas de perfuraccedilotildees o que segundo

Gruter Karcher e Ratinieks (2011) eram para ajudar nas trocas gasosas

Nos cinco meses observados trecircs ninhos desapareceram da aacuterea amostral restando

ao final das observaccedilotildees oito ninhos Um deles (ninho E) foi perdido logo no iniacutecio

das observaccedilotildees supotildee-se que tenha ocorrido alguma intervenccedilatildeo aguda por

exemplo humana pois logo no segundo dia de observaccedilatildeo o mesmo jaacute natildeo estava

no lugar demarcado Outros dois ninhos (ninhos F e G) tambeacutem foram perdidos O F

persistiu ateacute o mecircs de Maio e o ninho G ateacute Julho Nestes o desaparecimento se

sucedeu apoacutes eventos de revoadas

42 INTERACcedilOtildeES INTER E INTRAESPECIacuteFICAS

TABELA 1 - Dados dos Ninhos observados

Data Ninho Hora Cores de Poacutelen

Presenccedila de

Resina Operaacuteriaslimpeza Guardas

em peacute Guardas pairando Ameaccedila

14abr D 07h-8h

Amarelo Branco Laranja

Vermelho

X 5 1

13mai C 10h-11h

Amarelo Branco Laranja

Vermelho

X X 4 4

20mai J 15h-16h Branco X X 8 12 02jun H 12h-13h Branco X X 8 4 16jul D 13h-14h Branco

X 8 2 Formiga

20jun B 08h-09h

Amarelo Branco Laranja

Vermelho

X X 9 3

06ago C 14h-15h Branco X 7 10 Lagartixa

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria As observaccedilotildees indicaram que as jataiacutes visitavam vaacuterias espeacutecies de flores durante

as manhatildes e iniacutecio das tardes pois nesse periacuteodo trouxeram uma grande

45

diversidade de poacutelen (cores amarela laranja branca e vermelha) transportados em

suas corbiacutecula para dentro do ninho B C e D (TABELA 1) (FIGURA 1-A) No horaacuterio

da tarde essa diversidade diminuiacutea nos ninhos C D H e J (TABELA 1) e era

representada pelo transporte de poacutelen de cor branca Este fato mostra que a

diversidade de flores visitadas decresce ao longo do dia

As abelhas sociais de um modo geral visitam as flores enquanto elas satildeo atrativas

Elas apresentam preferecircncia pela cor e satildeo capazes de discriminar os conjuntos

florais realizar sua localizaccedilatildeo e selecionar aquelas que produzem maior quantidade

e melhor qualidade de alimento (PIRANI LAURINO 1993) Existem diversos fatores

que podem influenciar a coleta de alimento pelas abelhas sociais entre eles o

comportamento das campeiras e a necessidade das colocircnias que depende do seu

tamanho (PIRANI LAURINO 1993)

Aleacutem de poacutelen tambeacutem foi observado carregamento de resina nas corbiacuteculas para

dentro do ninho B C H e J (TABELA 1) (FIGURA 1-B) essa eacute coletada pelas

abelhas em bototildees florais Depois de a resina ser coletada ela pode ser armazenada

pura ou misturada com cera No caso de T angustula ela geralmente faz a

armazenagem na forma pura (NOGUEIRA-NETO 1997) Como a resina eacute viscosa e

grudenta as abelhas a utilizam para vedar o entorno da entrada do tubo e tambeacutem

para depositar uma quantidade sobre o corpo e cabeccedila das formigas para defender

a colocircnia contra invasores (WITTMANN 1985 NOGUEIRA-NETO 1997)

Durante todo o periacuteodo observado foi notada a presenccedila de operaacuterias que cuidavam

da limpeza dos ninhos (TABELA 1) Essas operaacuterias trabalhavam retirando resiacuteduos

(detritos) de dentro do ninho e o faziam carregando atraveacutes de sua mandiacutebula

(FIGURA 1-C) Este trabalho era realizado continuamente ao longo de todo o dia

Para Nogueira-Neto (1997) T angustula eacute a espeacutecie que tem o melhor haacutebito de

limpeza e por esta razatildeo seu mel e seu proacutepolis satildeo considerados o melhor dentre

as outras espeacutecies

FIGURA 1- Divisatildeo de trabalho entre operaacuterias de Tetragonisca angustula A

Detalhe da corbiacutecula com poacutelen B Detalhe da corbiacutecula com resina C Operaacuteria de

limpeza com resiacuteduo na mandiacutebula

46

Fonte Arquivo Labibio

Em cada ninho foi possiacutevel notar a presenccedila de abelhas que ficavam tanto pousadas

ao longo do tubo de entrada do ninho quanto sobrevoando proacuteximo do mesmo

Essas abelhas satildeo chamadas por Gruter Karcher e Ratnieks (2011) de abelhas

guardas em peacute e pairando respectivamente As guardas em peacute estavam sempre

em grandes quantidades e estiveram em atividade praticamente em todo o periacuteodo

do dia

Essas guardas ficavam na maior parte do tempo com a mandiacutebula apoiada sobre o

ninho acredita-se que tenham a funccedilatildeo de depositar resina ao entorno do ninho As

demais guardas que ficavam sobrevoando estiveram mais ausentes logo no

A B

C

47

comeccedilo da manhatilde por volta das 0700 as 0900 horas As guardas pairando ficavam

na maioria das vezes em nuacutemeros de trecircs a quatro sempre posicionadas a direita e

esquerda do tubo e em direccedilatildeo a entrada (FIGURA 2)

FIGURA 2- Ninho de T angustula com guardas pairando destacado em vermelho e

guardas em peacute em destaque azul

Fonte Arquivo Labibio

Foi observado que no periacuteodo da tarde o nuacutemero de guardas pairando aumentava

Isso era visto com maior frequumlecircncia nos ninhos C e J instalados em paredes

(TABELA 1) Segundo Gruter Karcher e Ratnieks (2011) as colocircnias que

apresentam um nuacutemero maior de guardas pairando sofrem ameaccedilas de

vertebrados fato corroborado no ninho C (TABELA 1) que foi atacado por uma

lagartixa No momento em que aconteceu uma parte da populaccedilatildeo saiu do ninho e

se mostraram bem agitadas O que de acordo com Gruter Karcher Ratnieks (2011)

trata-se de uma resposta defensiva agrave percepccedilatildeo da respiraccedilatildeo de vaacuterios

vertebrados

Tambeacutem foi observado o comportamento defensivo em quando formigas se

aproximavam do ninho D (TABELA 1) As jataiacutes as ldquobeliscavamrdquo para que se

afastassem Esse mesmo comportamento foi visto durante minhas observaccedilotildees ao

Ninho A toda vez que me aproximava para observar ou fotografar surgiam vaacuterias ao

48

meu redor em uma dessas observaccedilotildees a jataiacute picou pele exposta Dentre todos os

ninhos essa foi a que apresentou o comportamento mais agressivo

De acordo com os estudos de Gruter e colaboradores (2012) T angustula eacute a uacutenica

espeacutecie que apresenta um sistema de defesa que envolve dois grupos distintos e

complementares de guardas uma pairando que se estacionam no ar proacuteximo ao

ninho e outras em peacute ao redor da entrada do ninho As guardas que ficam de frente

para o caminho de vocirco satildeo chamadas de grupo principal e as que ficam

posicionadas agrave direita e agrave esquerda do ninho satildeo o grupo secundaacuterio (GRUTER

KARCHER RATNIEKS 2011)

Uma caracteriacutestica interessante dessas guardas eacute que apresentam caracteriacutesticas

morfoloacutegicas diferentes das operaacuterias (satildeo maiores e mais pesadas) (GRUTER et

al 2012) Elas apresentam diferenccedilas no comprimento da asa no tamanho das

pernas traseiras que satildeo relativamente maiores para seu corpo (podendo ajudar na

luta contra invasores) e cabeccedila um pouco menor que das forrageiras Essa ultima

caracteriacutestica estaacute associada agrave maior necessidade das forrageiras de processar

informaccedilotildees sensoriais relacionadas ao forrageamento (GRUTER et al 2012)

As abelhas guardas possuem a funccedilatildeo de defender sua colocircnia de ataques de

intrusos que aproveitam do seu trabalho para roubar o alimento produzido

(GRUTER KARCHER RATNIEKS 2011) As accedilotildees especiacuteficas desses intrusos satildeo

detectadas mais pelas guardas em peacute pois elas conseguem identificar as campeiras

e natildeo campeiras da mesma espeacutecie por quimiorecepccedilatildeo (KARCHER RATNIEKS

2009 GRUTER KARCHER RATNIEKS 2011) Jaacute as guardas que pairam perto do

ninho atacam intrusos que natildeo satildeo da mesma espeacutecie elas o reconhecem pela cor

forma do corpo e pelos odores volaacuteteis (KARCHER RATNIEKS 2009) De acordo

com Zweden e Colaboradores (2011) a presenccedila de guardas pairando aumenta a

detecccedilatildeo de intrusos e que essas guardas respondem especialmente a pistas

visuais Como comportamento de defesa as guardas liberam um feromocircnio de

alarme para recrutar os trabalhadores para o ataque (FREE 1987 apud ZWEDEN

2011)

O nuacutemero meacutedio de guardas durante o periacuteodo observado mostrou-se maior para as

guardas em peacute (78) do que para as guardas pairando (35) Esse fato eacute explicado

por Gruter Karcher e Ratnieks (2011) para eles o gasto energeacutetico das guardas

pairando eacute muito maior de modo que eacute menos dispendioso energicamente para as

49

abelhas ficarem em peacute Mesmo tendo um gasto energeacutetico muito alto nas

observaccedilotildees de Wittmann (1985) as atividades do voo das guardas foi constatado

que essas ficavam pairando por cerca de 70 minutos antes de voltar para dentro do

ninho Este fato mostra que a mudanccedila de guardas natildeo eacute comum e que a defesa do

ninho eacute feita por divisatildeo de trabalho e natildeo por alternacircncia de tarefas (GRUTER

KARCHER RATNIEKS 2011)

Os ninhos que desapareceram ao longo das observaccedilotildees foram devido agraves revoadas

um comportamento comum nas abelhas Nas jataiacutes as revoadas geralmente

ocorrem devido ao calor para refrescar o ninho em caso de altas temperaturas uma

parte da populaccedilatildeo sai do ninho enxameamento para reproduccedilatildeo ou devido agrave

interferecircncia humana quando um ninho eacute retirado de um local para outro

(INFORMACcedilAtildeO PESSOAL ZOCOLOTTI V R) De acordo com este na primeira

semana eacute possiacutevel presenciar alguma revoada que pode ser para identificaccedilatildeo

tanto da flora apiacutecola quanto para localizaccedilatildeo do novo ambiente

No caso dos ninhos F e G ao final de cada revoada observada a entrada do ninho

ficava bastante danificada Foram observadas trecircs revoadas (duas no mesmo dia)

do ninho F todas no mecircs de Maio e duas (em dias diferentes) no ninho G no mecircs

de Junho Apoacutes estas observaccedilotildees os dois ninhos desapareceram

Durante as revoadas vaacuterias abelhas caiam no chatildeo agarradas umas nas outras

Apoacutes queda era possiacutevel observar que as guardas conseguiam prender e retirar

com sua mandiacutebula as pernas e asas do invasor (FIGURA 3-A e B) o que impedia

as invasoras de conseguir atacar novamente Segundo Kerr e colaboradores (2005)

as guardas agarram as pernas dos invasores para que eles caiam no chatildeo e sejam

comidos pelas formigas que ficam proacuteximas aos ninhos

50

FIGURA 3 - Ataque de invasores A T angustula com mandiacutebula presa agrave perna do

Jataiacute invasora BPerna de invasores retirada apoacutes ataque

Fonte Arquivo Labibio

De acordo com Zocolotti VR (INFORMACcedilAtildeO PESSOAL) as cinco espeacutecies de

Meliponini criadas por ele podem apresentar o comportamento de saquear outros

ninhos e isso pode ocorrer por oportunismo ou por falta de alimento Em especial

as Jataiacutes geralmente possuem o costume de atacar as proacuteprias jataiacutes esses

ataques acontecem dentro do mesmo ninho e entre outros proacuteximos Esses ataques

podem ocorrer por atraccedilatildeo de feromocircnio de princesa (rainhas jovens natildeo

fecundadas) por enxame fraco ou ateacute mesmo para absorver o fraco ou seja elas

entram e acabam matando a rainha e mantecircm os trabalhadores por um tempo ateacute

absorver o enxame ou ateacute mesmo o deixam morrer sendo dessa maneira muito

complexas em relaccedilatildeo ao comportamento

Na aacuterea do campus da Ufes houve uma consideraacutevel devastaccedilatildeo na vegetaccedilatildeo

nativa (compreendida de Mata Atlacircntica Manguezal e Restinga) devido agrave

construccedilatildeo de preacutedios que foram erguidos logo no iniacutecio da implantaccedilatildeo da

Universidade Como medida compensatoacuteria foi feito o plantio de espeacutecies arboacutereas

usando em demasia espeacutecies exoacuteticas (CASTRO 2003) Na Ufes eacute possiacutevel ver

poucas aacutereas jardinadas Aleacutem disso sempre que eacute necessaacuterio construir um novo

preacutedio novas aacutereas satildeo eliminadas podendo ou natildeo ser compensada com plantas

nativas

A B

51

Em abelhas sociais o comportamento de saque eacute comum acontecer em sequumlecircncias

natildeo contiacutenuas ou seja ela cessa e recomeccedila por periacuteodos de tempo (SANTANA

etal 2004) Durante as observaccedilotildees foram presenciadas trecircs revoadas ao ninho F

duas no mesmo dia poreacutem em horaacuterios diferentes e duas ao ninho G em dias

diferentes (FIGURAS 4- A B C e D)

FIGURA 4 ndash Revoada do ninho F A Vista da entrada do iniacutecio do estudo B Vista

da entrada em plena atividade em iniacutecio de maio C Entrada apoacutes uma revoada em

maio D Vista da entrada do ninho apoacutes uacuteltima revoada em maio

Fonte Arquivo Labibio

Nas figuras 4a e b mostram o estado em que a entrada do ninho se encontrava na

primeira semana de observaccedilatildeo (vinte e oito de Abril) e na primeira semana do mecircs

seguinte (sete de Maio) esse uacuteltimo a entrada do ninho jaacute se encontrava danificado

No ninho F(FIGURA 4) as revoadas que ocorreram no dia vinte de Maio entre

A B

C D

52

1000 e 1400 horas e no dia vinte e seis de Maio entre 1600 e 1700 horas

corroborando com Santana e colaboradores (2004) sobre o comportamento de

saques intermitentes

No ninho G as revoadas se iniciaram duas semanas apoacutes o desaparecimento do

ninho F nos dias nove e vinte e seis de junho entre 1500 e 1600 horas e dia 16 de

junho no mesmo horaacuterio (FIGURA 5-A B e C)

FIGURA 5 ndash Revoadas no Ninho G A Ninho no iniacutecio de Maio B Registro da

primeira revoada C Ultima revoada perda do ninho

Fonte Arquivo Labibio

As observaccedilotildees evidenciaram a ocorrecircncia de um acuacutemulo de resiacuteduos sobre os

ninhos apoacutes as revoadas (FGURA 5-B) No ninho G tinha uma subpopulaccedilatildeo

A B

C

53

pequena mas bem ativa conforme verificado apoacutes quatro horas de observaccedilatildeo em

nove dias (Graacutefico 1- A e B)

GRAacuteFICO1 A ndash Ritmo de Saiacutedas no Ninho G

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

GRAacuteFICO 1B ndash Ritmo de entradas no ninho G

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

0

20

40

60

80

100

120

140

09h-10h 10h-11h 12h-13h 14h-15h 16h-17h

Nuacutem

ero

de V

isita

s

Horaacuterios

13mai 20mai 26mai

0

20

40

60

80

100

120

140

160

180

200

09h-10h 10h-11h 12h-13h 14h-15h 16h-17h

Nuacutem

ero

de V

isita

s

Horaacuterios

13mai 20mai 26mai

54

No ninho G as abelhas iniciaram suas atividades antes de 09h evidenciado pela

entrada de aproximadamente 180 forrageadoras entre 9 e 10h As saiacutedas neste

mesmo periacuteodo ficaram em torno de 100

Entre 16h-17h houve um grande nuacutemero de entrada o que era esperado todas as

que saiacuteram tecircm que retornar enquanto haacute luminosidade e antes do ninho ser

fechado Conforme esperado por Gruter Karcher Ratnieks (2011) quando comeccedila

a escurecer as Jataiacutes fecham a entrada do tubo para impedir que intrusos ataquem

seu ninho durante a noite e abrem pela manhatilde quando o clima estaacute mais favoraacutevel

para iniciarem suas atividades

Neste ninho entre 12h-13h houve um nuacutemero maior de saiacutedas que de entradas ateacute

agraves 16h Isso possivelmente esteve relacionado agrave uma grande distacircncia entre o ninho

e as fontes de recursos troacuteficos

Outro ninho em que foi possiacutevel observar todos os meses notou-se que apresentou

atividade durante todo o dia (GRAacuteFICO 2-A e B)

GRAacuteFICO 2A ndash Ritmo de saiacutedas do ninho B

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

0

50

100

150

200

250

300

350

400

450

500

07h-08h 08h-09h 09h-10h 11h-12h 12h-13h 13h-14h 14h-15h 15h-16h 16h-17h

Nuacutem

ero

de V

isita

s

Horaacuterios

28abr 13mai 20mai 26mai 09jun 16jun 23jun 01jul 09jul

16jul 23jul 30jul 06ago 13ago 20ago 27ago 05set 10set

55

GRAacuteFICO 2B ndash Ritmo de entradas do nino B

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

O ninho B tinha uma subpopulaccedilatildeo mais numerosa que F e G Durante o inverno

(2307 e 2708) as abelhas iniciavam suas atividades cerca de duas horas mais

tarde em horaacuterio com temperatura mais elevada (indicado pela seta preta) Tal fato

corrobora com as observaccedilotildees de Ulian e colaboradores (2007) que constata que

em periacuteodo mais chuvoso onde as temperaturas satildeo geralmente mais baixas as

Jataiacutes apresentam iniacutecio de atividade agraves 9 horas da manhatilde devido agrave temperatura

nesse horaacuterio comeccedilar a aumentar

Proacuteximo do horaacuterio de 10 horas houve um grande nuacutemero de saiacutedas do ninho

seguido de um grande nuacutemero de entrada o que indica a ocorrecircncia de uma fonte

de recursos proacutexima ao ninho ou a indisponibilidade de recurso para ser coletado

naquela hora Acredita-se que na primeira possibilidade - fonte proacutexima ela era de

resina pelo fato de ter havido um intervalo de saiacuteda ateacute agraves 12h jaacute que esta

demanda mais tempo para ser retirada da corbiacutecula e armazenada por ser

pegajosa No caso da segunda possibilidade natildeo encontraram alimento disponiacutevel

naquele horaacuterio o retorno ao ninho eacute a alternativa mais eficaz para evitar um alto

gasto energeacutetico ateacute que o recurso fique disponiacutevel para coleta

0

100

200

300

400

500

600

07h-08h 08h-09h 09h-10h 10h-11h 11h-12h 12h-13h 13h-14h 14h-15h 15h-16h 16h-17h

Nuacutem

ero

de V

isita

s

Horaacuterios 28abr 13mai 20mai 26mai 09jun 16jun 23jun 09jul16jul 23jul 30jul 20ago 27ago 05set 10set

56

No outono as atividades das Jataiacutes comeccedilaram a diminuir por volta de 15 horas

(indicado pela seta marrom) ateacute cessar totalmente no iniacutecio das 16 horas Pelos

graacuteficos nota-se que o ninho B possui vantagem de uma hora nas atividades em

relaccedilatildeo ao ninho G isso provavelmente ocorreu porque o ninho B obteve mais

sucesso nas coletas distribuiacutedas ao longo do dia

43 RECURSOS FLORAIS

Eacute notoacuteria a relaccedilatildeo que existe entre abelha-flor relaccedilatildeo essa que sucedeu a milhotildees

de anos desde entatildeo as abelhas dependem de substancias utilizadas na

alimentaccedilatildeo e as plantas se beneficiam com a polinizaccedilatildeo (PIRANI LAURINO

1993) Para entender a biologia dos Meliponini eacute importante conhecer sua

alimentaccedilatildeo Para isso eacute necessaacuterio fazer um levantamento das plantas utilizadas

para coleta de poacutelen e neacutectar (SOUZA 1999 apud OLIVEIRA ABSY MIRANDA

2009)

Com base nos dados obtidos sobre as fontes alimentares de T angustula na

literatura (TABELA 2) nota-se a capacidade dessa espeacutecie de visitar uma ampla

diversidade de famiacutelias de plantas Segundo Toledo e colaboradores (2003) durante

cada voo das campeiras em meacutedia 100 flores satildeo visitadas

O levantamento bibliograacutefico indicou que existem duas metodologias bastante

usadas por autores para conhecer a dieta das abelhas Uma delas eacute a investigaccedilatildeo

palinoloacutegica para avaliar as fontes de recursos florais utilizados (poacutelen e neacutectar)

com base no gratildeo de poacutelen depositado no corpo da abelha para identificaccedilatildeo das

espeacutecies vegetais (CARVALHO MARCHINE ROS 1999 FEIDEN 1994 SIMIONI et

al 2007 OLIVEIRA ABSY MIRANDA 2009 MORGADO et al 2011NOVAIS

ABSY SANTOS 2013) A outra se daacute por meio de observaccedilotildees das campeiras nas

flores (AGOSTINI SAZIMA 2003 TOLEDO et al 2003OLIVEIRA ABSY

MIRANDA 2009 BRAGA et al 2012) A partir desses meacutetodos eacute possiacutevel saber

quais satildeo as plantas que produzem seus alimentos preferenciais e quais as fontes

alternativas (OLIVEIRA ABSY MIRANDA 2009)

57

TABELA 2 ndash Relaccedilatildeo das espeacutecies de plantas visitadas porT Angustula Continua

Famiacutelia Espeacutecie Polinizada Visitada Recurso

Poacutelen Neacutectar

Acanthaceae Thunbergia grandiflora X Odontonema strictum X X

Justicia brandegeana X

Ruellia silvaecola X Agavaceae Agave americana X X X

Agave sisalana X X X

Agave attenuata X X X

Dracena fragana X X X Aizoaceae Mesembryantemum spectabilis X Lamprantus productus X Amaranthaceae Gomphrena globosa X Amarylidaceae Clivia miniata X X X Anacardiaceae Schinus terebinthifolius X X

Lithraea molleoides X X

Toxicodendron verniciferum X X

Mangifera indica X X X

Tapirira guianensis X Apiaceae Hydrocotyle leucocephala X Apocynaceae Trevetia peruviana X Araliaceae Tetrapanax papyrifera X X X Asclepiadaceae Asclepias curassavica X X Asteraceae Parthenium hysterophorus X Aspillia latissima X Aspillia sp X Balsaminaceae Impatiens balsamina X X X

Impatiens sultanii X Bignoniaceae Spathodea campanulata X X Tabebulaim petiginosa X X X

Tabebula chrysotricha X X X Bixaceae Bixa orellana X X Bombacaceae Ceiba arianthos X X

Pseudo bombax sp X X

Pseudobombax tomentoso X X

Eriotheca canolleana X X

Bombax ceiba X X Boraginaceae Cordia superba X X

Cordia glabrata X X Brassicaceae Brassica sp X Cactaceae Opuntia ficusindica X X Caesalpiniaceae Schizolobium parahyba X X Capparaceae Cleome spinosa X Caprifoliaceae Lonicera japonica X X

58

TABELA 2 ndash Relaccedilatildeo das espeacutecies de plantas visitadas por T angustula Continua

Famiacutelia Espeacutecie Polinizada Visitada Recurso

Poacutelen Neacutectar

Sambucus australis X X Caryophylaceae Silene armeria X Cecropiaceae Cecropia hololeuca X Cochlospermaceae Cochlospermum vitifolium X X Compositae Vernonia polyanthes X X

Bidens pilosa X X Cosmos auphureus X X X

Centratherium violaceum X X X

Dahlia sp X Eclipta alba X Asterla evis X Tithonia rotundifolia X X X

Tithonia speciosa X X X

Tithonia diversifolia X Baccharis sp X Wedelia paludosa X Eupatorium sp X Mikania glomerata X X

Montano apyramidata X X Montano abipinnatifiada X Senecio brasiliensis X X X

Emilia sonchifolia X X Ambrosia sp X X Creopsis grandiflora X Galinsoga parviflora X Crassulaceae Kalanchoe tubiflora X X Cyperaceae Cyperus sp X Elaeocarpaceae Muntingia calabura X Ericaceae Rhododendron simsii X X X

Rhododendron indicum X X X Euphorbiaceae Alchornea sidaefolia X X X

Euphorbia milii X X X

Euphorbia pulcherrima X X X

Ricinus communis X X X

Croton sp X Fabaceae Desmodium sp X Tipuana tipu X Vigna peduncularis X X Guttiferae Kielmeyera coriacea X X Iridaceae Dietes vegeta X Labiatae Salvia splendens X Origanum vugare X

59

TABELA 2 ndash Relaccedilatildeo das espeacutecies de plantas visitadas por T angustula Continua

Famiacutelia Espeacutecie Polinizada Visitada Recurso

Poacutelen Neacutectar

Ocimum sellowii X Iboza riparia X X X

Coleus blumei X X X Leguminosae Andira anthelmintica X X

Mimosa daleoides X X X

Myroxylon balsamum X X X

Piptadenia gonoacantha X X X

Stylos anthesscabra X Caesalpinia bonducella X X X

Caesalpinia pelthophoroides X X X

Crotalaria lanceolata X Calliandra twedii X Sophora tomentosa X X Mimosa pudica X Erythrina speciosa X X X

Cassia grandis X Schizolobium parahyba X X Senna multijuga X Senna bicapsularis X X Delonix regia X Clitoria fairchildiana X Centrolobium tomentoso X Liliaceae Aloe sp X X Bulbine frutescens X Loranthaceae Struthanthus andrastylus X X Lythraceae Lagerstroemia indica X X Magnoliaceae Talauma ovata X X Malpighiaceae Malphiguia glabra X Tetrapterys X Byrsonima intermedia X X X Malvaceae Hibiscus rosa-sinensis X X X

Malvaviscus arboreus X X Sida rhombifolia X Melastomataceae Tibouchina granulosa X X

Clidemeia sp X X

Tibouchina sp X X X

Tibouchina holosericea X X Meliaceae Trichilia sp X Mimosaceae Leucaena leucocephala X Anadenanthera collubrina X Moraceae Cecropia pachystachya X X X

Morus nigra X X

60

TABELA 2 ndash Relaccedilatildeo das espeacutecies de plantas visitadas por T angustula Continua

Famiacutelia Espeacutecie Polinizada Visitada Recurso

Poacutelen Neacutectar Myrsinaceae Ardisia crenata X X Myrtaceae Eucalyptus robusta X X X

Eugenia jambos X X X

Eugenia pitanga X Eucalyptus terecornis X Plinia glomerata X Nyctaginaceae Bougainvile aspectabilis X X X Oleaceae Jasminum azoricum X Palmae Acrocomia aculeata X X

Archontophoenix cunninghamiana X

Syagrus romanzoffiana X Copernicia alba X X Sheelea phalerata X Passifloraceae Passiflora jilekii X Piperaceae Piper mollicomum X Poaceae Paspalum sp X Polemoniaceae Cobae scandens X Polygonaceae Polygonum capitatum X X X Pontederiaceae Pontederia lanceolata X X Proteaceae Grevill a bansksii X X X Rosaceae Prunus persica X X X

Pyracantha coccinea X X Rubiaceae Pentas lanceolata X X

Citrus airantum X X Rutaceae Citrus limon X X X Scrophulariaceae Paulownia imperialis X X Solanaceae Nicotiana tabacum X X Sterculiaceae Dombeya burgessiae X Dombeya wallichii X Sterculia chicha X X Tiliaceae Heliocarpus americanus X X X Tropaeolaceae Tropaeolum majus X X X Ulmaceae Tipo celtis X Trema micrantha X X Umbelliferae Foeniculum vulgare X X X Verbenaceae Duranta repens X

Vitex agnus-castus X

Velloziaceae Vellozia candia X X X Zingiberaceae Hedychium coronarium X Fonte Pirani Laurino 1993 Carvalho Marchine Ros 1999 Agostini Sazima 2003 Toledo et al 2003 Cartopassi-Laurino 2005 Braga e Colaboradores 2012 Novais Absy Santos 2013

61

Foram encontradas 71 famiacutelias e um total de 166 espeacutecies Dessas 30 espeacutecies satildeo

polinizadas e 136 satildeo visitadas Poacutelen e neacutectar satildeo os recursos mais coletados

com coleta de poacutelen em 78 espeacutecies e de neacutectar em 69 De acordo coma Lista de

Espeacutecies da Flora do Brasil (2010) 20 das espeacutecies que satildeo polinizadas (TABELA

2) satildeo nativas o restante satildeo espeacutecies exoacuteticas ou seja natildeo pertencem agrave flora

brasileira

As famiacutelias que apresentaram maior porcentagem de visitas por T angustula foram

Compositae e Leguminosae (TABELA 2) com 13 e 12 de espeacutecies

respectivamente (GRAacuteFICO 3) sendo as famiacutelias mais importantes para a dieta da

jataiacute (AGOSTINE SAZIMA 2003 SIIONI et al 2007) Esse resultado eacute similar ao

trabalho de Simioni e colaboradores (2007) seus resultados mostram que uma das

famiacutelias analisadas Leguminosae tambeacutem apresentaram um maior destaque na

quantidade de visitas realizadas por T angustula esse fato pode ser explicado pelo

fato de que Leguminosae representa a mais importante fonte de poacutelen para essa

espeacutecie

As famiacutelias Compositae e Leguminosae satildeo as mais bem representadas pelo fato

de apresentarem espeacutecies que fornecem alimento em maior qualidade e quantidade

por vaacuterios periacuteodos do ano Com destaque para a famiacutelia Leguminosae que fornece

recursos alimentares para as abelhas nos periacuteodos de estiagem (PIRANI LAURINO

1993 AGOSTINE SAZIMA 2003)

O graacutefico abaixo ilustra o comportamento generalista deT angustula Onde 41 das

visitadas realizadas pela espeacutecie se distribuem por 55 famiacutelias vegetais Esse

comportamento concorda com trabalho de Anacleto (2007) onde dentre as cinco

espeacutecies estudadas por ele a que apresentou o haacutebito mais generalista em relaccedilatildeo

ao nuacutemero de plantas visitadas foi T angustula

62

GRAacuteFICO 3 ndash Contribuiccedilatildeo das famiacutelias de plantas para a dieta de T angustula

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria com base nos dados da Tabela 1

As abelhas generalistas visitam flores pequenas e abertas e satildeo menos

relacionadas agraves flores especializadas (RUTHCKE JULES 1993 ROUBIK 1992

apud AGOSTINI SAZIMA 2003) e tecircm preferecircncia de flores arboacutereas com

inflorescecircncia densas

Um exemplo de flores que natildeo satildeo especializadas e que satildeo importantes para a

dieta de T angustula eacute da famiacutelia Asteraceae as espeacutecies Mangifera indica e

Schinus terebinthifolius apresentam grande densidade de flores e permite faacutecil

acesso para as abelhas deste modo tornam-se importantes fornecedores de fontes

de poacutelen (BRAGA et al 2012)

De acordo com o levantamento das plantas utilizadas pelas abelhas jataiacute realizado

por diferentes autores as famiacutelias que se mostraram bem representadas foram

Malvaceae Caesalpiniaceae Melastomataceae Myrtaceae Euphorbiaceae e

Anacardiaceae sendo consideradas portanto essenciais para a dieta da jataiacute

2 2 3 2

2 3

13

3 2

3

12 2 2 2 3

3

41

Acanthaceae Agavaceae Anacardiaceae Asteraceae Bignoniaceae

Bombacaceae Compositae Euphorbiaceae Fabaceae Labiatae

Leguminosae Malpighiaceae Malvaceae Melastomataceae Myrtaceae

Palmae Outros

63

Em geral essas famiacutelias podem ser caracterizadas pela floraccedilatildeo do tipo contiacutenuo ou

seja uma floraccedilatildeo que natildeo cessa ou que ocorre na maior parte do ano o que

permite as abelhas ter acesso aos recursos em todas as estaccedilotildees do ano

(CARVALHO MARCHINI ROS 1999 AGOSTINI SAZIMA 2003 TOLEDO et al

2003 MORGADO et al 2011)

64

65

5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS Sendo este a primeira pesquisa com abelhas em compus no Espiacuterito Santo Foi

observado que a distribuiccedilatildeo dos ninhos encontrados apresentou-se uniforme

Todos os ninhos estavam instalados em paredes e pisos de concreto o que indica

seu potencial de adaptabilidade agraves condiccedilotildees antroacutepicas

A diversidade de cores de poacutelen trazida pelas forrageiras no iniacutecio da manhatilde indica

uma ampla disponibilidade de alimento que a flores oferecem nesse periacuteodo do dia

bem como a eficiecircncia das forrageiras em selecionar essas flores

De acordo com as observaccedilotildees que foram realizadas no estudo as abelhas T

angustula podem ter suas atividades influenciadas pelo clima Uma vez que foi

observado que no periacuteodo de inverno em que as temperaturas satildeo mais baixas

elas comeccedilavam a realizar suas funccedilotildees nos horaacuterios com as temperaturas mais

altas

A divisatildeo de trabalho entre forrageadoras operaacuterias de limpeza e de defesa

observado nessa espeacutecie indica o comportamento altamente social dos Meliponini

O mecanismo de defesa observado em T angustula entre guardas pairando e em

peacute pode indicar uma caracteriacutestica de complementaridade na defesa do ninho uma

vez que durante as observaccedilotildees os dois tipos de guardas sempre se fizeram

presentes O que mostra que mesmo com o atrofiamento do ferratildeo os indiviacuteduos

desenvolveram estrateacutegias para a defesa contra invasores

Foi comum observar a presenccedila de revoadas nos ninhos entre as Jataiacutes Este

comportamento em geral eacute comum para o desenvolvimento (sobrevivecircncia) da

colocircnia No caso dos ninhos observados apoacutes as revoadas eles foram

desaparecendo Este fato pode indicar um baixo iacutendice de recursos troacuteficos para

essas abelhas dentro do campus pois ao inveacutes dos ninhos se manterem ou

aumentarem em quantidade ao longo das observaccedilotildees eles desapareceram

O levantamento das flores visitadas por T angustula indicou um comportamento

generalista desta espeacutecie em visitar uma grande variedade de plantas o que mostra

sua importacircncia para garantir a variabilidade dessas plantas

66

Esse levantamento tambeacutem indicou que a polinizaccedilatildeo realizada por elas foi

predominante em plantas exoacuteticas O que pode refletir a deficiecircncia na quantidade

de plantas nativas melitoacutefilas na aacuterea de estudo

67

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Page 17: FACULDADE CATÓLICA SALESIANA DO ESPÍRITO SANTO … · No grupo dos Apinae está à tribo dos Meliponini, conhecidas como abelhas indígenas sem ferrão por possuir seu ferrão atrofiado

23

em grandes colocircnias com apenas uma rainha e vaacuterias operaacuterias e divisatildeo de

trabalho (MICHENER 1969)

Haacute dois grandes grupos de abelhas altamente sociais ambos na subfamiacutelia Apinae

os Apineos (todos do gecircnero Apis) e os Meliponineos (Meliponini) (abelhas sem

ferratildeo) Esse comportamento pode ter evoluiacutedo duas vezes a partir de semelhanccedilas

no comportamento social entre Apis e Meliponineos (Meliponini) que surgiram

independentemente (WINSTON MICHENER 1977) Em ambos os grupos satildeo

produzidos enxames poreacutem com mecanismos bem diferentes Nos Meliponineos

(Meliponini) as operaacuterias da colocircnia voam para encontrar novos siacutetios para nidificar

preparam o ninho com mateacuterias do ninho antigo e somente quando o novo ninho

estaacute pronto a rainha jovem se junta a estas operaacuterias e deixa a rainha velha no

antigo ninho Jaacute em Apis a rainha velha sai com suas operaacuterias e deixa a jovem no

ninho antigo (WINSTON MICHENER 1977)

Em relaccedilatildeo agrave alimentaccedilatildeo das larvas em Apis satildeo operaacuterias que fazem esse

trabalho Jaacute em meliponineos (meliponini) as operaacuterias fecham as ceacutelulas de cria

com ovos e colocam alimento suficiente para a larva completar seu desenvolvimento

(WINSTON MICHENER 1977)

As abelhas dependem totalmente das plantas para se alimentarem o seu

aparecimento pode estar relacionado com o surgimento das angiospermas

(PERUQUETTI [19--] PIRANI LAURINO 1993) As angiospermas mais primitivas

surgiram com flores bem rasas com o passar do tempo foram se especializando em

plantas estreitas tubulares e profundas Para ter maior sucesso na coleta do neacutectar

as abelhas adaptaram suas peccedilas bucais com liacutengua curta e liacutengua longa assim

passaram a ser chamadas de abelhas lambedoras e sugadoras respectivamente

(PERUQUETTI [19--] PIRANI LAURINO 1993) Para a coleta dos gratildeos de poacutelen

as primeiras abelhas portavam muitos pelos em volta do corpo condiccedilatildeo que foi

modificada ao longo do tempo (PIRANI LAURINO 1993)

22 AS ABELHAS MELIPONINI

Para estudos a respeito dos meliponineos (meliponini) Nogueira-Neto (1997)

publicou um livro que relata seus conhecimentos sobre essas abelhas indiacutegenas

24

sem ferratildeo O livro faz uma abordagem a respeito da vida dos meliponiacuteneos

(Meliponini pertencente agrave Apidae) mostrando os principais aspectos de suas

caracteriacutesticas bem como meacutetodos para sua criaccedilatildeo e cuidados que um

meliponicultor deve ter Os primeiros capiacutetulos fazem uma apresentaccedilatildeo que

caracteriza os meliponiacuteneos Haacute a apresentaccedilatildeo da classificaccedilatildeo dessas abelhas a

descriccedilatildeo de sua fonte de alimento de sua distribuiccedilatildeo geograacutefica de seu

relacionamento com outras abelhas e de sua possiacutevel aclimataccedilatildeo O autor faz

consideraccedilotildees sobre a arquitetura e o material usado para a construccedilatildeo de seus

ninhos e daacute destaque principal ao material que elas mesmas produzem a cera Nos

capiacutetulos subsequumlentes satildeo feitas consideraccedilotildees sobre a geneacutetica e o

comportamento das abelhas o tratamento e as teacutecnicas necessaacuterias para sua

criaccedilatildeo Aleacutem disso haacute tambeacutem discussotildees sobre a conservaccedilatildeo do mel a higiene

ou a sua falta em algumas espeacutecies e a existecircncia de meacuteis perigosos Neste livro o

autor teve o intuito de contribuir com seus estudos para que outros cientistas e

meliponicultores pudessem conhecer a vida dos meliponiacuteneos e fazer possiacuteveis

identificaccedilotildees de muitas outras espeacutecies

23 IMPACTOS DA URBANIZACcedilAtildeO NAS ABELHAS

Vaacuterios estudos relatam que eacute comum encontrar abelhas em aacutereas urbanizadas

(antropizadas) As espeacutecies encontradas de modo geral apresentam boa

adaptaccedilatildeo a esses ambientes Alguns estudos com relaccedilatildeo a essas abelhas

urbanas tratam de impactos que esses ambientes podem causar a elas

Laroca Sebastiatildeo e Cure (1982) realizaram um trabalho de abordagem a respeito

do impacto da urbanizaccedilatildeo sobre a abundacircncia relativa fenologia e flores

preferenciais das abelhas que se encontram em aacutereas urbanas Com coletas feitas

durante um ano no parque Passeio Puacuteblico localizado no centro da cidade de

Curitiba e na regiatildeo de Boa Vista tambeacutem em Curitiba eles constataram que

comparada as duas aacutereas de estudos o Passeio Puacuteblico apresentou um nuacutemero

menor de espeacutecies e em fenologia e flores preferenciais constataram que a

composiccedilatildeo das flores estaacute muito alterada devido agrave introduccedilatildeo de espeacutecies

cultivadas Portanto concluiacuteram que o processo de urbanizaccedilatildeo produz grandes

25

mudanccedilas na composiccedilatildeo floriacutestica nos locais de nidificaccedilatildeo e que apresentam ter

influecircncias significativas nas caracteriacutesticas associadas agraves abelhas

Taura e Laroca (1991) realizaram uma pesquisa com o propoacutesito de analisar a

distribuiccedilatildeo e a abundacircncia de ninhos de abelhas sociais em locais que apresentam

constantes processos de urbanizaccedilatildeo Com levantamentos realizados na regiatildeo de

Passeio Puacuteblico (Curitiba) eles encontraram 32 ninhos de Apidae com

predominacircncia da subfamiacutelia dos Meliponiacuteneos Assim sendo concluiacuteram que os

meliponiacuteneos eram favorecidos pelas atividades humanas para nidificaccedilatildeo uma vez

que foram encontrados em paredotildees de concretos edificaccedilotildees entre outros locais

Entretanto tambeacutem concluiacuteram que essas abelhas satildeo ameaccediladas devido agrave

instabilidade do ambiente que apresenta muitas mudanccedilas por causa da

urbanizaccedilatildeo

Pirani e Laurino (1993) publicaram um livro sobre flores e abelhas em Satildeo Paulo

onde os autores tinham o interesse de estudar as relaccedilotildees entre as abelhas e o

ambiente conhecer as plantas visitadas por elas e suas preferecircncias florais em

aacutereas onde haacute interferecircncia humana Todo estudo foi realizado dentro do Campus

Universitaacuterio de Satildeo Paulo Para desenvolver esse trabalho eles coletaram

informaccedilotildees sobre as plantas apiacutecolas dos jardins do ldquocampusrdquo sobre a atraccedilatildeo que

as espeacutecies de abelhas sociais tecircm por estas plantas e sobre as variaccedilotildees abioacuteticas

existentes As coletas nas flores de amostras de mel e poacutelen das colocircnias e

observaccedilotildees dos ninhos das abelhas foram perioacutedicas Eles obtiveram 133 espeacutecies

de flores visitadas separadas em sete famiacutelias Neste livro Pirani e Laurino fazem

discussotildees a respeito dos resultados dos seus dados associando com trabalhos de

outros autores e concluem que trabalhos como esse apresenta grande importacircncia

pois mostra o valor de determinadas espeacutecies vegetais para as abelhas e que ainda

haacute muito estudo para se fazer com relaccedilatildeo agrave abelha-flor

Devido aos danos que as abelhas vecircm sofrendo com a perda de habitat Oliveira

Morato e Garcia (1995) fizeram um estudo para conhecer as espeacutecies de

meliponineos existentes em aacutereas desmatadas fragmentos de mata isolados e mata

continua nesta uacuteltima foi tambeacutem realizado estudo para saber informaccedilotildees sobre a

densidade dos ninhos As aacutereas fragmentadas foram divididas em hectares e as

coletas das abelhas foram feitas em ninhos nidificados em aacutervores vivas e mortas

Todo o trabalho foi realizado na regiatildeo de Manaus Amazocircnia que vem sofrendo

26

antropizaccedilatildeo Foram coletadas um total de 54 espeacutecies de meliponineos sendo que

na mata contiacutenua foram 37 espeacutecies nos fragmentos isolados (de 1 e 10 hectar) e

na aacuterea desmatada foram coletada entre 21 e 25 espeacutecies e no fragmento de mata

continua(100 hectar) apenas 9 foram coletada Os autores concluiacuteram que mesmo a

regiatildeo ter apresentado grande riqueza de espeacutecies as aacutereas fragmentadas das

matas estatildeo diminuindo o tamanho das comunidades de meliponineos o que pode

deste modo comprometer a reproduccedilatildeo de diversas plantas melitoacutefilasna regiatildeo

Kearns Inouye e Wase (1998) publicaram um trabalho sobre a interaccedilatildeo de planta-

polinizador e suas interaccedilotildees Neste trabalho os autores descrevem a respeito da

natureza ecoloacutegica e evolutiva dessas interaccedilotildees e das evidentes ameaccedilas que

estatildeo sofrendo por meio das atividades humanas como tambeacutem discute sobre

soluccedilotildees de gestatildeo de melhoria para locais onde haacute crise na polinizaccedilatildeo Com

respeito a essas crises os autores debatem durante todo o trabalho que esse

problema jaacute eacute generalizado por ser associada agraves atividades humanas e que ele eacute

causado principalmente pelo uso de pesticidas e herbicidas mudanccedila no uso dos

solos pastagens agricultura fragmentaccedilatildeo do habitat desses polinizadores e pela

introduccedilatildeo de espeacutecies natildeo nativas nos ambientes O trabalho conclui que todos

esses problemas podem ter futuramente um aumento devido agraves grandes alteraccedilotildees

de habitat causado por uma populaccedilatildeo que estaacute sempre em crescimento e

sugeriram que os proacuteprios cidadatildeos e ecologistas natildeo devem medir esforccedilos para

reverter esse quadro

Proniacute (2000) realizou uma pesquisa para conhecer a biodiversidade de abelhas

indiacutegenas sem ferratildeo com o intuito de apresentar manejos de conservaccedilatildeo para os

ecossistemas Com levantamentos preliminares de ninhos de abelhas nas regiotildees

(urbana e rural) de Londrinas (Paranaacute) e municiacutepios proacuteximos agrave Bacia do Rio Tibagi

(Paranaacute) ele constatou que a aacuterea estudada apresenta uma distribuiccedilatildeo

diversificada tanto nos ecossistemas urbanos como nos agroecossistemas Em

relaccedilatildeo agrave diversidade das abelhas indiacutegenas sem ferratildeo ele observou que 12 das 19

espeacutecies encontradas ocorrem nos agroecossistemas e que praticamente natildeo

nidificam em aacutereas urbanas Portanto ele concluiu que a biodiversidade dessas

abelhas na Bacia do Rio Tibagi estaacute seriamente ameaccedilada principalmente devido agrave

diminuiccedilatildeo de aacutereas florestadas Segundo o autor para que haja melhoria do quadro

27

eacute preciso da responsabilidade de meliponicultores pesquisadores entre outros para

que sejam proporcionadas condiccedilotildees boas para essas abelhas

Devido agraves grandes mudanccedilas do ambiente provocadas pela urbanizaccedilatildeo Souza e

colaboradores (2002) fizeram um estudo durante um ano (Marccedilo de 2000 a Julho de

2001) com o intuito de verificar a diversidade e habitat de Meliponini em uma aacuterea

urbana e identificar a relaccedilatildeo das espeacutecies com o processo de urbanizaccedilatildeo Foi

realizada inspeccedilatildeo mensal a procura de ninhos de meliponini dentro do Campus da

Universidade Federal de Juiz de Fora Minas Gerais Com os ninhos encontrados foi

feito a identificaccedilatildeo do substrato em que foi nidificado Essas informaccedilotildees foram

relacionadas com os dados de temperatura umidade e precipitaccedilatildeo do municiacutepio

Durante o estudo foi encontrado uma meacutedia de 3488 ninhos e quatro espeacutecies

foram identificadas sendo elas Tetragonisca angustula Nannotrigona testaceicornis

Trigona spinipes e Partamona sp As espeacutecies encontradas apresentaram

preferecircncia em substratos de construccedilotildees (cavidades preacute-existentes) Em relaccedilatildeo agrave

temperatura umidade e precipitaccedilatildeo os autores observaram uma correlaccedilatildeo

positiva entre a temperatura e a abundancia dos ninhos das abelhas sem ferratildeo por

outro lado natildeo foi encontrado para umidade relativa do ar e precipitaccedilatildeo Deste

modo concluiacuteram que mesmo em ambiente urbano essas espeacutecies ainda

conseguem sobreviver com sucesso por traacutes das atividades antropicas

Com relaccedilatildeo aos ninhos de T angustula com o clima do ambiente em que esses satildeo

nidificados Chiari e colaboradores (2002) realizaram um trabalho para ver se as

variaccedilotildees climaacuteticas tecircm alguma relaccedilatildeo com o desenvolvimento dos ninhos das

Jataiacutes Foram realizadas coletas das abelhas que foram depositadas em trecircs tipos

diferentes de colmeacuteias Fritzen Nogueira-Neto e Guiliane Apoacutes esse procedimento

as colocircnias foram pesadas e instaladas no municiacutepio de Maringaacute Paranaacute Ao longo

do estudo a temperatura do ambiente onde as colmeacuteias foram instaladas foi

monitorada Apenas a colmeacuteia Nogueira-Neto natildeo apresentou associaccedilatildeo com a

variaccedilatildeo das temperaturas Nos modelos Fritzen e Giuliane foram observados que o

peso de ambas apresentaram de forma positiva com a umidade relativa do ar

apenas Giuliane teve relaccedilatildeo positiva com a insolaccedilatildeo Deste modo os autores

concluiacuteram que os modelos Giuliane e Noguera-Neto satildeo mais apropriados para as

colmeacuteias de T angustula

28

Outro trabalho tambeacutem realizado em Campus Universitaacuterio foi feito por Almeida

(2002) sobre composiccedilatildeo das comunidades de abelhas em Satildeo Paulo O autor teve

o intuito de contribuir com informaccedilotildees sobre as espeacutecies de abelhas e as plantas

visitadas por elas Com levantamento das abelhas e plantas em duas aacutereas de

Cerrado (Cerradatildeo e Cerrado) localizado no campus Universitaacuterio no Municiacutepio de

Pirassununga foi coletado um total de 261 amostras de plantas de 41 famiacutelias e 140

espeacutecies Dessas apenas cinco ocorreram nas duas aacutereas Com relaccedilatildeo agraves

abelhas foram coletadas um total de 141 espeacutecies em quatro famiacutelias Foi concluiacutedo

que a famiacutelia que apresentou maior riqueza de espeacutecie foi Apidae Com relaccedilatildeo agraves

plantas as famiacutelias Asteraceae Malvaceae Fabaceae Sapindaceae e Vichysiaceae

foram as mais ricas em nuacutemero de espeacutecies

Neves e Viana (2002) realizaram um estudo sobre a ecologia da comunidade de

abelhas eussociais com o propoacutesito de analisar as atividades do seu vocirco

relacionando com recursos alimentares variaccedilotildees meteoroloacutegicas entre outros

fatores Com coletas das abelhas amostras de plantas floridas e monitoramento dos

ninhos nas dunas continentais na Bahia Eles capturaram oito espeacutecies da famiacutelia

Apidae Estas abelhas exibiam maior atividade no periacuteodo da manhatilde Um nuacutemero de

plantas floridas foi verificado na estaccedilatildeo chuvosa Assim sendo concluiacuteram que a

disponibilidade de recursos disponiacutevel e agraves variaccedilotildees meteoroloacutegicas favorecem a

concentraccedilatildeo de visitas florais dessas abelhas pela manhatilde

Um estudo sobre a ecologia das populaccedilotildees de meliponiacuteneos Souza e

colaboradores (2005) fizeram buscas pelos ninhos e coletas das abelhas no Campus

da Universidade Federal da Bahia eles encontraram 94 ninhos com 19 espeacutecies

diferentes tendo uma predominacircncia da espeacutecie Tetragonisca angustula Deste

modo concluiacuteram que a riqueza de espeacutecies de meliponineos (meliponini)

encontrada no Campus (o qual eacute um local que sofre antropizaccedilatildeo) pode ser devida

a disponibilidade de substratos para nidificaccedilatildeo e pela quantidade de recursos que eacute

ofertado

Stuch (2006) realizou uma pesquisa sobre a variabilidade geneacutetica das populaccedilotildees

de Tetragonisca angustula Nesse trabalho o autor primeiramente faz uma revisatildeo

da bibliografia com o propoacutesito de apresentar informaccedilotildees a respeito da estrutura

das populaccedilotildees de meliponiacuteneos (meliponini) sobre as abelhas indiacutegenas sem

ferratildeo e principalmente a respeito da abelha em estudo onde destacam informaccedilotildees

29

do comportamento locais de nidificaccedilatildeo dos recursos usados para se alimentar e

do mel que eacute produzido por eles Com coletas e anaacutelises realizadas por meio de

marcador molecular nas cidades de Dracena em Satildeo Paulo e Ivatuba no Paranaacute Ele

observou que as amostras obtidas em Ivatuba apresentaram 60 de polimorfismo e

na cidade de Dracena foram apresentadas 40 Deste modo o autor concluiu que

em Ivatuba as populaccedilotildees de T angustula estatildeo diferenciadas geneticamente e natildeo

apresentam endocruzamento entre os ninhos jaacute as populaccedilotildees da cidade de

Dracena natildeo se encontraram modificados podendo os ninhos ser considerados

como um soacute Segundo o autor essas informaccedilotildees satildeo muito importantes para que

estudos de praacuteticas de manejo sejam realizados para manter a variabilidade dessas

populaccedilotildees

Outro trabalho tambeacutem em aacutereas fragmentadas foi realizado por Alvarenga (2008)

Neste trabalho o autor teve o objetivo de conhecer a diversidade e densidade dos

ninhos de meliponineos (meliponini) na Mata de Santa Tereza (Estaccedilatildeo Ecoloacutegica de

Ribeiratildeo Preto Satildeo Paulo) que fica situado entre a Mata Atlacircntica e o Cerrado com

levantamentos dos ninhos e das aacutervores que poderiam apresentar um tamanho

potencial para essas abelhas nidificarem Foram encontrados ninhos de quatro

espeacutecies de meliponineos (meliponini) sendo T angustula e Scaura latitarsis

representaram 25 dos ninhos encontrados e Trigona hyalinata 50 E em relaccedilatildeo

aacutes aacutervores cerca de 67 foram analisadas poucas apresentavam rachaduras ou

cavidades para abrigar os ninhos Deste modo foi concluiacutedo que na aacuterea estudada

haacute uma riqueza baixa e densidade relativamente meacutedia e tambeacutem poucos locais

para nidificaccedilatildeo

Andena e colaboradores (2009) tambeacutem fizeram um trabalho em aacutereas degradadas

Para eles esses estudos satildeo essecircncias devido a essas aacutereas serem a principal

razatildeo para o aumento das taxas de perda da diversidade geneacutetica e extinccedilatildeo das

abelhas Os autores realizaram um estudo para conhecer a diversidade de abelhas

no Cerrado em Satildeo Paulo Foram realizadas coletas das abelhas em quatro

reservas em regiotildees fragmentadas do Cerrado Reserva de Corumbataiacute Estaccedilatildeo

Ecoloacutegica de Jataiacute Parque Vassununga e Reserva de Cajuru Com cerca de 500

indiviacuteduos coletados as aacutereas que apresentaram maior riqueza foram Cajuru e

Corumbataiacute e as aacutereas com menor riqueza foram Vassununga e Estaccedilatildeo Ecoloacutegica

Jataiacute Mesmo apresentando maior nuacutemero de riqueza a aacuterea de Corumbataiacute sofreu

30

vaacuterias alteraccedilotildees na composiccedilatildeo fauniacutestica durante o estudo Assim sendo foi

concluiacutedo que pesquisas como essas satildeo importantes pois contribuem com

informaccedilotildees a respeito da influencia que essas aacutereas degradadas podem exercer

sobre a composiccedilatildeo fauniacutestica e a riqueza das espeacutecies de abelhas

Um inventaacuterio sobre os meliponiacuteneos (meliponini) no Bioma Cerrado foi realizado por

Fernandes e colaboradores (2012) Com levantamentos feitos durante dois anos em

quatro aacutereas diferentes (Municiacutepio de Tangaraacute da Serra ndash MT nos arredores do

campus universitaacuterio de Mato Grosso na Reserva Florestal Antocircnio Conselheiro ndash

MT e na zona rural do municiacutepio Tangaraacute da Serra - MT) os autores coletaram 128

espeacutecimes distribuiacutedos em 27 espeacutecies e 14 gecircneros e constataram que a maior

riqueza foi vista na reserva florestal e na zona rural do municiacutepio de Tangaraacute da

Serra Deste modo eles concluiacuteram que a riqueza observada na reserva pode ser

devido agrave mata apresentar pouca antropizaccedilatildeo e que as informaccedilotildees obtidas nesse

estudo satildeo de extrema importacircncia para a preservaccedilatildeo da biodiversidade da reserva

florestal

Uma pesquisa realizada por Oliveira e colaboradores (2013) cujo tema foi

Levantamento de Ocorrecircncia de Meliponiacutedeos (Meliponini) em Municiacutepios na regiatildeo

do Vale do Jauru ndash MT foia incidecircncia de abelhas sem ferratildeo em zonas urbanas

Com entrevistas aos moradores e com sessotildees de fotos para definir quais espeacutecies

de abelhas se encontravam nas proximidades das casas da regiatildeo do Vale do Jauru

eles encontraram 67 colmeacuteias sendo 17 predominantes em apenas uma cidade

Deste modo concluiacuteram que na regiatildeo do Vale do Jauru encontram-se grandes

aacutereas verdes proporcionando dessa forma alimento e a preservaccedilatildeo das abelhas

24 COLETA DE RECURSOS E PRODUCcedilAtildeO DE MEL DAS MELIPONINI

Devido agraves poucas informaccedilotildees sobre a composiccedilatildeo do mel e fontes alimentares

utilizados pelos meliponineos Anacleto (2007) fez um estudo com o intuito de

conhecer as principais fontes que fazem parte da dieta dessas abelhas e tambeacutem

conhecer as caracteriacutesticas quiacutemicas do mel produzido por elas O estudo foi no

Municiacutepio de Piracicaba Satildeo Paulo Foi realizado um levantamento das plantas

visitadas por cinco espeacutecies de meliponineos (T angustula Scaptotrigona

31

bipunctata Nanotrigona testaceicornis Friesiomellita varia e Tetragona clavipes)

coleta de mel nos potes de alimento dos ninhos e coleta de poacutelen retirada das

corbiacuteculas O autor obteve 158 espeacutecies de plantas sendo que dessas 67 foram

visitadas pelas abelhas em estudo e na anaacutelise poliacutenica foram encontradas 72

espeacutecies de plantas A espeacutecie que apresentou menor nuacutemero de visitas foi F varia

em contrapartida T angustula foi a espeacutecie que apresentou o haacutebito mais

generalista em relaccedilatildeo ao numero de espeacutecies de plantas visitadas Com relaccedilatildeo ao

mel foram analisadas um total 31 amostras Os estudos com a composiccedilatildeo do mel

apresentaram uma dificuldade devido agrave legislaccedilatildeo atender apenas as caracteriacutesticas

do mel de Apis melliacutefera e natildeo o mel das abelhas nativas O mel de F varia foi a que

apresentou menor niacutevel de accediluacutecar em contrapartida o niacutevel de accediluacutecar do mel de T

angustula foi o mais elevado Deste modo foi concluiacutedo que as espeacutecies estudadas

se mostraram generalistas com exceccedilatildeo de F varia e com relaccedilatildeo agrave anaacutelise do

mel foi concluiacutedo que haacute a necessidade de um padratildeo na legislaccedilatildeo proacuteprio para

uma melhor anaacutelise dos compostos quiacutemicos do mel de meliponiacuteneos

Anacleto e colaboradores (2009) tambeacutem realizaram uma pesquisa sobre o padratildeo

de qualidade do mel das abelhas sem ferratildeo Para esse estudo foi analisado a

composiccedilatildeo do mel das abelhas Tetragonisca angustula Com coletas feitas

diretamente de dentro das colocircnias encontradas em Piracicaba ndash (SP) e com

anaacutelises feitas sobre o accediluacutecar proteiacutenas pH acidez cor entre outros fatores os

autores obtiveram 20 amostras de mel e relataram que o accediluacutecar dessas amostras

apresentaram valores inferiores ao que eacute estabelecido pelas normas

brasileirasAssim sendo concluiacuteram que 5 de accediluacutecar do mel coletado natildeo se

enquadram na legislaccedilatildeo e que seria necessaacuterio um maior estudo para que uma

nova legislaccedilatildeo seja feita

No trabalho de Sommeijer e colaboradores (1983) aleacutem de analisar os recursos

coletados por algumas abelhas sem ferratildeo (Meliponineos) e Apis mellifera os

autores tambeacutem fizeram observaccedilotildees no comportamento de forrageamento dessas

abelhas As observaccedilotildees e amostras de poacutelen foram retiradas semanalmente das

corbiacuteculas das forrageiras que retornavam ao ninho Os autores observaram que as

coletas dos recursos ocorreram em periacuteodos diferentes os voos de neacutectar ocorreram

na maior parte das vezes de manhatilde e os vocircos de poacutelen ocorreram agrave tarde Em

relaccedilatildeo ao poacutelen foram obtidas 191 amostras sendo que quatro famiacutelias se

32

mostraram mais presentes Myrtaceae Sapotaceae Sapindaceae e Melliaceae

Desta forma concluiacuteram que as coletas de poacutelen pelas forrageiras podem ter

predominado no periacuteodo da manhatilde devido agraves flores se mostrar mais murchas com o

passar do dia Tambeacutem concluiacuteram que os recursos de poliacutenicos foram bem

diversos o que confirmou o haacutebito generalista dessas abelhas

Carvalho e Marchini (1999) realizaram um estudo dentro de um campus Universitaacuterio

(USP) em Piracicaba Em seu trabalho tiveram o objetivo de conhecer as plantas

que oferecem recursos para abelhas em ambientes mais antropizados Com coletas

de abelhas operaacuterias em colocircnias de Tetragonisca angustula e Nannotrigona

testaceicornis os autores analisaram os gratildeos de poacutelen coletados por elas Atraveacutes

dessa anaacutelise obtiveram 31 tipos poliacutenicos em 22 famiacutelias de plantas sendo que

entre essas famiacutelias para N testaceicornis os gratildeos de poacutelen que se mostrou mais

frequumlente foi de Myrtaceae e para T angustula foram Fabaceae Liliaceae e

Mimosaceae Dessa maneira concluiacuteram que essas espeacutecies se mostraram

generalistas visitando diversas plantas

No mesmo ano Carvalho Marchini e Ros (1999) fizeram um estudo para comparar

e analisar as fontes de poacutelen utilizadas por Apis mellifera e quatro diferentes

espeacutecies de Trigonini (Nannotrigona testaceicornis Partamona helleri Plebeia

droryana e Tetragonisca angustula) O trabalho teve o intuito de fornecer

informaccedilotildees sobre as preferecircncias florais e as relaccedilotildees troacuteficas dessas espeacutecies

Com coletas realizadas nos meses de Outubro e Novembro de 1996 no campus da

USP em Piracicaba os autores coletaram 53 tipos poliacutenicos desses os tipos mais

frequentes para todas as abelhas foram Aracaceae Bulbine frutescens e

Eucalyptus spe com as relaccedilotildees troacuteficas eles observaram que a utilizaccedilatildeo de fontes

de poacutelen variou conforme a espeacutecie e que a dieta se mostrou bem diversificada

Dessa maneira os autores concluiacuteram que P droryana e Phelleri foram agraves

espeacutecies que apresentaram maior uniformidade na utilizaccedilatildeo de fontes de poacutelen e a

maior sobreposiccedilatildeo de nicho troacutefico ocorreu entre N testaceiconis e T angustula e

menor sobreposiccedilatildeo foi entre A meliacutefera e T angustula

Devido agrave carecircncia de estudos sobre os recursos florais utilizados pelas abelhas

Agostini e Sazima (2003) fizeram um estudo sobre a fenologia das espeacutecies de

plantas ornamentais e suas relaccedilotildees com as espeacutecies de abelhas Com registros da

fenologia das plantas arboacutereas e arbustivas e o tipo de recurso utilizado pelas

33

abelhas no campus da Universidade Estadual de Campinas em Satildeo Paulo os

autores registraram 42 espeacutecies de plantas e observaram que na aacuterea estudada

houve plantas florindo todos os meses e natildeo houve sazonalidade marcada Com

relaccedilatildeo ao tipo de recurso utilizado pelas abelhas foi observado que as plantas mais

visitadas foram da famiacutelia Leguminosae e Bombacaceae por serem importantes

fontes de alimento para as abelhas no periacuteodo de estiagem Concluiacuteram que plano

de manejo em ambientes urbanos usando plantas ornamentais nativas seria

importante para acolher maior diversidade de abelhas as quais cumprem papel

importantiacutessimo na manutenccedilatildeo da biodiversidade dos ecossistemas naturais

Como muitas plantas de importacircncia econocircmica dependem de insetos para

aumentar a produccedilatildeo e a qualidade dos frutos Toledo e colaboradores (2003)

pesquisaram as angiospermas na regiatildeo de Maringaacute no estado do Paranaacute para

contribuir com o conhecimento da biodiversidade nessa regiatildeo Com coletas em

onze espeacutecies de plantas examinadas na Universidade Estadual de Maringa

Paranaacute os autores obtiveram 331 insetos Entre as abelhas trecircs espeacutecies coletadas

foram as mais abundantes Tetragonisca angustula Apis mellifera e Trigona spinipes

Os autores concluiacuteram que essas abelhas africanizadas e sem ferratildeo foram as mais

abundantes nas coletas as flores devido tanto ao seu comportamento generalista

como pela sobreposiccedilatildeo no local de forrageamento

Simioni e Colaboradores (2007) realizaram um estudo para investigar os recursos

alimentares de Tetragonisca angustula fiebrigi em Mato Grosso do Sul Com

amostras de cargas poliacutenicas corbiculares das operaacuterias em um ambiente natural de

Corumbaacute-MS no periacuteodo de seis meses os autores relataram que T angustula

visitou 43 espeacutecies de plantas para coleta de poacutelen e as famiacutelias mais visitadas

foram Leguminosae Palmae Asteraceae e a subfamiacutelia Mimosidae devido agrave grande

quantidade de poacutelen acessiacutevel Deste modo concluiacuteram que Tetragonisca

angustula mostrou-se seletivo com relaccedilatildeo agraves fontes de alimento disponiacutevel na aacuterea

estudada e que a famiacutelia Leguminosae se mostrou a mais importante fonte de poacutelen

para T angustula

Muitas espeacutecies de abelhas vecircm sendo utilizadas consorciadas ao cultivo de

diversas espeacutecies de plantas No trabalho de Antunes e colaboradores (2007) eles

utilizaram a espeacutecie Tetragonisca angustula para verificar seu efeito como agente

polinizador na produccedilatildeo de frutos de cultivares de morango em estufa O estudo foi

34

realizado na Universidade de Passo Fundo RS utilizando quatro cultivares de

morangueiro (Oso Grande Tdla Chandler e Dover) com ausecircncia e presenccedila de

duas e quatro colmeacuteias de T angustula Os autores observaram que o numero de

visitas as flores foram o mesmo para os mesmos nuacutemeros de colocircnias e que o uso

de duas ou quatro colmeacuteias natildeo alterou a produccedilatildeo dos frutos Aleacutem disso

observaram tambeacutem que a porcentagem de frutos deformados teve uma queda

consideraacutevel de 85 para 5 Sendo assim concluiacuteram que a presenccedila de

Tetragonisca angustula para a polinizaccedilatildeo em ambiente fechado tem grande

importacircncia para o aumento da produtividade e para o aumento da quantidade de

frutos comerciaacuteveis

Devido agrave grande importacircncia das abelhas sem ferratildeo para manter a biodiversidade

das plantas Braga e colaboradores (2012) fizeram um estudo com a espeacutecie T

angustula por ela ser amplamente distribuiacuteda nos habitats tropicais Com estudo

realizado em duas ilhas (Ilha Grande e Tucuruccedilaacute) e outras duas na ilha Ariroacute e

Tinguaacute todas SAP aacutereas de Mata Atlacircntica do Estado do Rio de Janeiro e apenas

Ilha Grande pertence a uma unidade de proteccedilatildeo ambiental Para esse estudo os

autores fizeram coletas de carga de poacutelen e observaccedilotildees agraves flores T angustula

visitou 61 espeacutecies de plantas sendo Anacardiaceae e Asteraceaeas mais visitadas

Na Ilha grande foi a aacuterea onde se obteve maior nuacutemero de visitas e onde se

encontrou 39 tipos poliacutenicos Dessa maneira concluiacuteram que a dieta de T angustula

eacute bem ampla e que essas pesquisas satildeo necessaacuterias para conhecer as plantas que

operam como recurso para as abelhas em ambiente natural

Com o intuito de contribuir para o conhecimento da flora e sua utilizaccedilatildeo por

polinizadores nativos Novais Absy e Santos (2013) caracterizaram o poacutelen de T

angustula atraveacutes da anaacutelise palinoloacutegica analisando os meacuteis produzidos por esta

espeacutecie em duas regiotildees semi-aacuteridas tropicais do nordeste do Brasil Com amostras

de mel coletados mensalmente nos municiacutepios de Itaberaba e Ruy Barbosa na

Bahia durante 14 meses os autores observaram que o espectro poliacutenico das

amostras de mel de T angustula consistiu um total de 67 tipos de poacutelen sendo que

18 deles foram comuns aos espectros de poacutelen tanto de Itaberaba quanto de Ruy

Barbosa e as famiacutelias das plantas que predominaram em ambos municiacutepios foram

Fabaceae Myrtaceae Malvaceae e Euphorbiaceae Concluiacuteram que houve um uso

heterogeneo dos recursos naturais no municiacutepio de Itaberaba e homogecircneo no

35

municiacutepio de Ruy Barbosa neste foi detectado um tamanho maior do nicho de poacutelen

de T angustula Para os autores isso se deve a diferenccedila na diversidade de plantas

entre os dois municiacutepios

25 COMPORTAMENTO DA ABELHA JATAIacute

Para algumas pesquisas estudos sobre comportamento eacute essencial para obter

informaccedilotildees importantes sobre a espeacutecie em estudo Para que pesquisadores

possam fazer estudo de comportamento em campo Altmann (1973) publicou um

trabalho sobre comportamento animal onde ela faz um guia para orientar os

observadores em seus estudos Ela apresenta meacutetodos para ser utilizado nas

observaccedilotildees tanto em comportamento individual quanto em grupo e apresenta o uso

de meacutetodos de amostragem nas observaccedilotildees Nesse a autora relata trabalhos de

outros autores sobre observaccedilotildees comportamentais e faz discussotildees a respeito de

problemas de amostragem em comportamento social como tambeacutem as vantagens e

desvantagens do uso de alguns meacutetodos

Um estudo relacionado com o comportamento de T angustula foi realizado por

Wittmann (1985) para mostrar que o sistema de defesa dessa espeacutecie natildeo era

apenas para defesa de alguns insetos voadores mais tambeacutem para defesa contra

ataques de abelhas cleptobioacuteticas Para observaccedilatildeo do comportamento das guardas

pairando foi mantida uma colocircnia de Lestremelitta limatildeo proacuteximo a quatros colocircnias

de T agustula O autor notou que o posicionamento das guardas pairando proacuteximo

ao corredor de vocirco do ninho permitia maior eficiecircncia nos ataques aos intrusos

cleptobioacuteticos e que durante esses ataques o numero de guardas aumentava

consideravelmente para reforccedilar a defesa do ninho Dessa maneira concluiu-se que

no comportamento de defesa essa espeacutecie faz um recrutamento em massa das

guardas em resposta a um feromocircnio lanccedilado por L limatildeo

Couvillon e colaboradores (2007) fizeram um estudo sobre a movimentaccedilatildeo das

forrageiras em relaccedilatildeo ao tamanho da entrada do ninho e o comportamento

defensivo das guardas em relaccedilatildeo agraves perturbaccedilotildees que os ninhos sofrem Para esse

trabalho os autores estudaram 26 espeacutecies de abelhas sem ferratildeo no campus da

Universidade de Satildeo Paulo em Ribeiratildeo Preto Foram medidas a entrada dos ninhos

36

e o comprimento de abelhas forrageiras Foi verificado que a entrada do tubo do

ninho se ajusta ao tamanho das abelhas operaacuterias ou seja quanto maior for a

abelha maior seraacute a entrada do ninho Tambeacutem observaram que as guardas tinham

o comportamento de proteger o ninho bloqueando sua entrada e permitindo apenas

a entrada das forrageiras Assim concluiacuteam que essas abelhas apresentam

importantes mecanismos de defesa para ninho e que estudos como esse podem

trazer informaccedilotildees importantes ao comportamento de defesas das abelhas sem

ferratildeo

Minussi e Santos (2007) fizeram um estudo para descobrir se haacute algum efeito

negativo da Apis mellifera sobre as abelhas nativas em relaccedilatildeo agrave coleta de recursos

Para isso os autores fizeram um trabalho sobre o comportamento que ocorre entre

essas abelhas Com observaccedilotildees agraves flores e coletas das abelhas na Escola

Agroteacutecnica Federal de Sombrio no municiacutepio de Santa Rosa Santa Catarina Apis

mellifera foi agrave espeacutecie mais abundante encontrada na aacuterea em estudo em seguida

Trigona spinipes foi a mais abundante Durante as observaccedilotildees notaram que o

comportamento de abertura das mandiacutebulas da subfamiacutelia Halictinae para atacar e

expulsar as abelhas africanizadas das flores era comum e que esse comportamento

ocorria sempre antes que abelhas conseguissem chegar ao fundo da flor Dessa

maneira concluiacuteram que as abelhas nativas conseguem se defender das abelhas

africanizadas para garantir seu recurso

Karcher e Ratnieks (2009) mostraram em suas pesquisas que ninhos de T

angustula natildeo eram apenas defendidos por guardas pairando mas tambeacutem por

guardas que ficam de peacute na entrada do ninho Os autores colocaram dez campeiras

e natildeo campeiras da mesma espeacutecie e campeiras tratadas com odor de

Scaptotrigona bipunctata em cinco ninhos As guardas de peacute natildeo rejeitaram

nenhuma campeira mas rejeitaram quase todas natildeo campeiras e campeiras

tratadas com odor volaacutetil A partir desse resultado concluiacuteram que as operaacuterias que

ficam de peacute na entrada do ninho tambeacutem atuam como oacutetimas guardas para

discriminar as abelhas campeiras e natildeo campeiras

No trabalho de Gruter Karcher e Ratnieks (2011)foi realizado um estudo sobre as

abelhas guardas de Tetragonisca angustula que ficam pairando e de peacute proacuteximo ao

ninho Os autores fizeram algumas experiecircncias para saber se havia alternacircncias de

tarefas entre elas A pesquisa teve duraccedilatildeo de trecircs anos e foi realizada em uma

37

fazenda perto de Satildeo Paulo Para observar essa alternacircncia de tarefas as abelhas

guardas foram coletadas e marcadas Dessa maneira notaram que das 18 abelhas

marcadas 12 eram exclusivamente guardas em peacute e seis realizavam os dois tipos

de guardas Durante as 21 horas de observaccedilatildeo natildeo foi observado mudanccedila entre

os tipos de guardas A partir desses resultados concluiacuteram que a alternacircncia de

tarefa entre as guardas eacute rara de acontecer indicando que a defesa de T angustula

e feita por divisatildeo de trabalho

Zweden e colaboradores (2011) fizeram um trabalho semelhante agrave Wittmann (1984)

com os guardas de defesa que ficam pairando Em seu estudo os autores tinham o

objetivo de testar a hipoacutetese que as guardas aumentavam a defesa do ninho em

relaccedilatildeo aos intrusos principalmente Lestrimellita limatildeo a qual eacute um ladratildeo

obrigatoacuterio de Tetragonisca angustula Foram feitas mediccedilotildees da distacircncia em que

as guardas pairando atacavam tanto um manequim de massa de modelar coberto de

citral (odor volaacutetil liberado por L limatildeo) quanto operaacuterias de Lestrimellita limatildeo

receacutem morto Todos os intrusos do experimento foram atacados por T angustula a

distacircncia que ocorreu o ataque variou entre 0-22 cm os ninhos que tinham mais

guardas apresentou maior distacircncia Dessa maneira concluiacuteram que a presenccedila de

guardas pairando aumenta a detecccedilatildeo de intrusos e que essas guardas respondem

especialmente a pistas visuais

As abelhas sem ferratildeo (eussocias) costumam apresentar divisatildeo de trabalho em

suas colocircnias Gruter e colaboradores (2012) em seu estudo quiseram testar a

hipoacutetese de que os soldados especializados (guardas) para a defesa das colocircnias de

jataiacute (Tetragonisca angustula) eram relativamente maiores que os trabalhadores

Com anaacutelise no tamanho e na forma das forrageiras guardas e trabalhadores que

removem resiacuteduos das colocircnias o autor constatou que o peso corporal das guardas

era maior que das abelhas forrageiras e que o tamanho da cabeccedila das forrageiras

mostrou-se um pouco maior em relaccedilatildeo agraves guardas Assim concluiu-se que a

variaccedilatildeo no tamanho seria devido agrave divisatildeo de trabalho ou seja a diferenccedila no

tamanho do corpo consiste em uma eficaacutecia maior para lutar contra invasores e a

diferenccedila em relaccedilatildeo ao tamanho da cabeccedila seria devido agrave necessidade das

forrageiras de decorar caminhos para busca do alimento

38

39

3 METODOLOGIA

31 AacuteREA DE ESTUDO

O Municiacutepio de Vitoacuteria possui uma extensatildeo geograacutefica que envolve um grau

elevado de urbanizaccedilatildeo (SOUZA 2011) De acordo com o Instituto Brasileiro de

Geografia e Estatiacutestica (2010) o Municiacutepio apresenta uma aacuterea de mais de 98 Kmsup2 e

conta com uma populaccedilatildeo estimada de 352104 habitantes O clima da regiatildeo de

Vitoacuteria pode ser classificado como Tropical uacutemido (CLASSIFICACcedilAtildeO [20--])

apresentando temperatura maacutexima que pode chegar a 32ordm C e miacutenima que fica em

torno de 24ordm C com os maiores iacutendices de precipitaccedilatildeo pluviomeacutetrica entre os meses

de Outubro a Janeiro (INSTITUTO CAPIXABA DE PESQUISA ASSISTEcircNCIA

TEacuteCNICA E EXTENSAtildeO RURAL 2011)

Vitoacuteria eacute um dos Municiacutepios que apresentam os maiores niacuteveis de temperaturas do

Estado Isso se deve ao fato de as grandes montanhas dificultarem a passagem dos

ventos do nuacutemero de preacutedios que aumenta com o passar dos anos assim como a

poluiccedilatildeo (SOUZA 2011)

O estudo foi realizado no Campus Universitaacuterio Alaor de Queiroz Arauacutejo da

Universidade Federal do Espiacuterito Santo (FERNANDES VALE 2013) tambeacutem

conhecido como campus de Goiabeiras Este campus se encontra localizado no

Municiacutepio de Vitoacuteria capital do Estado do Espiacuterito Santo e nas coordenadas

geograacuteficas de 20ordm 16rsquoS e 40ordm 18rsquoW (FERREIRA DANTAS 2000)

O Campus fica ao Sul e ao Oeste do canal da passagem e a Leste com a Avenida

Fernando Ferrari Ateacute 2008 era composta por uma aacuterea de ambiente entre mareacutes e

terrestre de 1592545 msup2 poreacutem com a ampliaccedilatildeo da Avenida Fernando Ferrari

essa aacuterea foi reduzida para 1567545 msup2 (FERNANDES VALE 2013) A aacuterea

amostral se localiza no entorno do Centro de Ciecircncias Humanas e Naturais (CCHN)

Implantada por volta da deacutecada de 1970 ela compotildee os ICrsquos (iniciais de Ilha do

Cercado) I II III e IV (FERNANDES VALE 2013) e apresenta uma aacuterea que

compreende edificaccedilotildees como preacutedios passarelas ruas asfaltadas paacutetio de

estacionamento e aacutereas jardinadas (MAPA 01)

40

Mapa 01- Mapa do Campus Universitaacuterio de Goiabeiras (UFES) com destaque da

aacuterea de estudo em vermelho

Fonte Google Maps (2014) 32 OBTENCcedilAtildeO DOS DADOS

A aacuterea de estudo foi inspecionada agrave procura de ninhos de T angustula com

observaccedilotildees em calccediladas paredes muros postes troncos de aacutervores entre outros

conforme Taura e Laroca (1991) Os ninhos encontrados foram marcados por letra

alfabeacutetica e mapeados com o auxiacutelio de um marcador permanente (marca Jocar

Office) e um GPS (marca Garmin etrex vista) As observaccedilotildees foram realizadas uma

vez a cada semana durante cinco meses de Abril agrave Setembro de 2014 totalizando

21 dias amostrados (140 horas) O periacuteodo no qual foram realizadas as observaccedilotildees

41

foi de 0700 agrave 1700 horas As observaccedilotildees foram feitas durante 15 minutos em cada

ninho e intercaladas nos periacuteodos matutino vespertino e dia todo com o auxilio de

uma lupa de matildeo devido elas apresentarem aproximadamente 5 miliacutemetros

(NOGUEIRA-NETO 1997) A lupa de matildeo foi utilizada tambeacutem para observar a cor

do poacutelen que as abelhas traziam para dentro do ninho

A contagem do nuacutemero de entradas e saiacutedas das abelhas coletoras e das abelhas

que protegem a colocircnia de invasores foi realizada em todos os ninhos com o auxilio

de um contador de nuacutemeros Os registros foram realizados com redaccedilatildeo dos

eventos e por meio de fotografias As observaccedilotildees seguiram o meacutetodo Animal-Focal

descrito por Altmann (1973) para anaacutelise do comportamento das abelhas Esse

meacutetodo consiste em amostrar os comportamentos de um ou mais indiviacuteduos por um

determinado periacuteodo de tempo O levantamento das principais fontes de alimento de

T angustula foi obtido a partir de dados bibliograacuteficos

33 ANAacuteLISE DOS DADOS

Para anaacutelise dos dados foi utilizado o programa ldquoMapSourcerdquo para a construccedilatildeo do

mapa dos ninhos encontrados Foi tambeacutem utilizado o programa Microsoft Excel

2007 para construccedilatildeo de graacuteficos para analisar o nuacutemero de visitas (entrada e saiacuteda)

que as abelhas coletoras apresentaram durante os cinco meses observados Os

graacuteficos foram construiacutedos por intervalos de horas sendo que as informaccedilotildees se

acumularam mais proacuteximo do horaacuterio em que houve mais eventos observados no

ninho O mesmo programa foi utilizado para retirar a meacutedia da quantidade de

guardas na defesa do ninho

Os dados resultantes do levantamento bibliograacutefico das fontes alimentares serviram

de base para a elaboraccedilatildeo de um graacutefico com a contribuiccedilatildeo das famiacutelias de plantas

mais visitadas por T angustula

42

43

4 RESULTADOS E DISCUSSOtildeES

41 LOCALIZACcedilAtildeO DOS NINHOS

Foram encontrados onze ninhos (marcados por letra alfabeacutetica de A a K) cinco

instalados em paredes e muros (K C I e J) e seis localizados sob placas de

concreto de passarelas (A B D E F G e H) (mais precisamente na base das

pilastras da passarela que se encontra entre os IC`s II e III) Este fato corrobora com

os estudos de Taura e Laroca (1991) que indica que a disponibilidade de nidificaccedilatildeo

nesses locais aumenta com as atividades antroacutepicas A localizaccedilatildeo dos ninhos eacute

apresentada pelo Mapa 02

Os ninhos C J K (Mapa 02) recebiam calorna maior parte do dia jaacute os demais natildeo

recebiam sol diretamente na maior parte do dia pois eram protegidos pela pilastra e

pela cobertura da passarela

Durante todo o periacuteodo das observaccedilotildees em geral o clima foi de dias quentes com

presenccedila de ventos

MAPA 02 ndash Mapa dos ninhos de T angustula estudadas no Campus de Goiabeiras

(UFES) Abril ndash Setembro2014

Fonte Modificado em Google earth (2014) Dos 11 ninhos observados dois ninhos natildeo apresentavam a entrada com o formato

comum de cilindro e traziam um formato natildeo definido

44

Em todos os ninhos foi possiacutevel ver que a abertura da extremidade do tubo era

relativamente grande Tal formato permite que haja espaccedilo para que algumas

abelhas guardas permaneccedilam na entrada do tubo ao mesmo tempo em que deixa

espaccedilo suficiente para as forrageiras passarem (KARCHER RATNIEKS 2009) Ao

longo de todo o tubo havia presenccedila de centenas de perfuraccedilotildees o que segundo

Gruter Karcher e Ratinieks (2011) eram para ajudar nas trocas gasosas

Nos cinco meses observados trecircs ninhos desapareceram da aacuterea amostral restando

ao final das observaccedilotildees oito ninhos Um deles (ninho E) foi perdido logo no iniacutecio

das observaccedilotildees supotildee-se que tenha ocorrido alguma intervenccedilatildeo aguda por

exemplo humana pois logo no segundo dia de observaccedilatildeo o mesmo jaacute natildeo estava

no lugar demarcado Outros dois ninhos (ninhos F e G) tambeacutem foram perdidos O F

persistiu ateacute o mecircs de Maio e o ninho G ateacute Julho Nestes o desaparecimento se

sucedeu apoacutes eventos de revoadas

42 INTERACcedilOtildeES INTER E INTRAESPECIacuteFICAS

TABELA 1 - Dados dos Ninhos observados

Data Ninho Hora Cores de Poacutelen

Presenccedila de

Resina Operaacuteriaslimpeza Guardas

em peacute Guardas pairando Ameaccedila

14abr D 07h-8h

Amarelo Branco Laranja

Vermelho

X 5 1

13mai C 10h-11h

Amarelo Branco Laranja

Vermelho

X X 4 4

20mai J 15h-16h Branco X X 8 12 02jun H 12h-13h Branco X X 8 4 16jul D 13h-14h Branco

X 8 2 Formiga

20jun B 08h-09h

Amarelo Branco Laranja

Vermelho

X X 9 3

06ago C 14h-15h Branco X 7 10 Lagartixa

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria As observaccedilotildees indicaram que as jataiacutes visitavam vaacuterias espeacutecies de flores durante

as manhatildes e iniacutecio das tardes pois nesse periacuteodo trouxeram uma grande

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diversidade de poacutelen (cores amarela laranja branca e vermelha) transportados em

suas corbiacutecula para dentro do ninho B C e D (TABELA 1) (FIGURA 1-A) No horaacuterio

da tarde essa diversidade diminuiacutea nos ninhos C D H e J (TABELA 1) e era

representada pelo transporte de poacutelen de cor branca Este fato mostra que a

diversidade de flores visitadas decresce ao longo do dia

As abelhas sociais de um modo geral visitam as flores enquanto elas satildeo atrativas

Elas apresentam preferecircncia pela cor e satildeo capazes de discriminar os conjuntos

florais realizar sua localizaccedilatildeo e selecionar aquelas que produzem maior quantidade

e melhor qualidade de alimento (PIRANI LAURINO 1993) Existem diversos fatores

que podem influenciar a coleta de alimento pelas abelhas sociais entre eles o

comportamento das campeiras e a necessidade das colocircnias que depende do seu

tamanho (PIRANI LAURINO 1993)

Aleacutem de poacutelen tambeacutem foi observado carregamento de resina nas corbiacuteculas para

dentro do ninho B C H e J (TABELA 1) (FIGURA 1-B) essa eacute coletada pelas

abelhas em bototildees florais Depois de a resina ser coletada ela pode ser armazenada

pura ou misturada com cera No caso de T angustula ela geralmente faz a

armazenagem na forma pura (NOGUEIRA-NETO 1997) Como a resina eacute viscosa e

grudenta as abelhas a utilizam para vedar o entorno da entrada do tubo e tambeacutem

para depositar uma quantidade sobre o corpo e cabeccedila das formigas para defender

a colocircnia contra invasores (WITTMANN 1985 NOGUEIRA-NETO 1997)

Durante todo o periacuteodo observado foi notada a presenccedila de operaacuterias que cuidavam

da limpeza dos ninhos (TABELA 1) Essas operaacuterias trabalhavam retirando resiacuteduos

(detritos) de dentro do ninho e o faziam carregando atraveacutes de sua mandiacutebula

(FIGURA 1-C) Este trabalho era realizado continuamente ao longo de todo o dia

Para Nogueira-Neto (1997) T angustula eacute a espeacutecie que tem o melhor haacutebito de

limpeza e por esta razatildeo seu mel e seu proacutepolis satildeo considerados o melhor dentre

as outras espeacutecies

FIGURA 1- Divisatildeo de trabalho entre operaacuterias de Tetragonisca angustula A

Detalhe da corbiacutecula com poacutelen B Detalhe da corbiacutecula com resina C Operaacuteria de

limpeza com resiacuteduo na mandiacutebula

46

Fonte Arquivo Labibio

Em cada ninho foi possiacutevel notar a presenccedila de abelhas que ficavam tanto pousadas

ao longo do tubo de entrada do ninho quanto sobrevoando proacuteximo do mesmo

Essas abelhas satildeo chamadas por Gruter Karcher e Ratnieks (2011) de abelhas

guardas em peacute e pairando respectivamente As guardas em peacute estavam sempre

em grandes quantidades e estiveram em atividade praticamente em todo o periacuteodo

do dia

Essas guardas ficavam na maior parte do tempo com a mandiacutebula apoiada sobre o

ninho acredita-se que tenham a funccedilatildeo de depositar resina ao entorno do ninho As

demais guardas que ficavam sobrevoando estiveram mais ausentes logo no

A B

C

47

comeccedilo da manhatilde por volta das 0700 as 0900 horas As guardas pairando ficavam

na maioria das vezes em nuacutemeros de trecircs a quatro sempre posicionadas a direita e

esquerda do tubo e em direccedilatildeo a entrada (FIGURA 2)

FIGURA 2- Ninho de T angustula com guardas pairando destacado em vermelho e

guardas em peacute em destaque azul

Fonte Arquivo Labibio

Foi observado que no periacuteodo da tarde o nuacutemero de guardas pairando aumentava

Isso era visto com maior frequumlecircncia nos ninhos C e J instalados em paredes

(TABELA 1) Segundo Gruter Karcher e Ratnieks (2011) as colocircnias que

apresentam um nuacutemero maior de guardas pairando sofrem ameaccedilas de

vertebrados fato corroborado no ninho C (TABELA 1) que foi atacado por uma

lagartixa No momento em que aconteceu uma parte da populaccedilatildeo saiu do ninho e

se mostraram bem agitadas O que de acordo com Gruter Karcher Ratnieks (2011)

trata-se de uma resposta defensiva agrave percepccedilatildeo da respiraccedilatildeo de vaacuterios

vertebrados

Tambeacutem foi observado o comportamento defensivo em quando formigas se

aproximavam do ninho D (TABELA 1) As jataiacutes as ldquobeliscavamrdquo para que se

afastassem Esse mesmo comportamento foi visto durante minhas observaccedilotildees ao

Ninho A toda vez que me aproximava para observar ou fotografar surgiam vaacuterias ao

48

meu redor em uma dessas observaccedilotildees a jataiacute picou pele exposta Dentre todos os

ninhos essa foi a que apresentou o comportamento mais agressivo

De acordo com os estudos de Gruter e colaboradores (2012) T angustula eacute a uacutenica

espeacutecie que apresenta um sistema de defesa que envolve dois grupos distintos e

complementares de guardas uma pairando que se estacionam no ar proacuteximo ao

ninho e outras em peacute ao redor da entrada do ninho As guardas que ficam de frente

para o caminho de vocirco satildeo chamadas de grupo principal e as que ficam

posicionadas agrave direita e agrave esquerda do ninho satildeo o grupo secundaacuterio (GRUTER

KARCHER RATNIEKS 2011)

Uma caracteriacutestica interessante dessas guardas eacute que apresentam caracteriacutesticas

morfoloacutegicas diferentes das operaacuterias (satildeo maiores e mais pesadas) (GRUTER et

al 2012) Elas apresentam diferenccedilas no comprimento da asa no tamanho das

pernas traseiras que satildeo relativamente maiores para seu corpo (podendo ajudar na

luta contra invasores) e cabeccedila um pouco menor que das forrageiras Essa ultima

caracteriacutestica estaacute associada agrave maior necessidade das forrageiras de processar

informaccedilotildees sensoriais relacionadas ao forrageamento (GRUTER et al 2012)

As abelhas guardas possuem a funccedilatildeo de defender sua colocircnia de ataques de

intrusos que aproveitam do seu trabalho para roubar o alimento produzido

(GRUTER KARCHER RATNIEKS 2011) As accedilotildees especiacuteficas desses intrusos satildeo

detectadas mais pelas guardas em peacute pois elas conseguem identificar as campeiras

e natildeo campeiras da mesma espeacutecie por quimiorecepccedilatildeo (KARCHER RATNIEKS

2009 GRUTER KARCHER RATNIEKS 2011) Jaacute as guardas que pairam perto do

ninho atacam intrusos que natildeo satildeo da mesma espeacutecie elas o reconhecem pela cor

forma do corpo e pelos odores volaacuteteis (KARCHER RATNIEKS 2009) De acordo

com Zweden e Colaboradores (2011) a presenccedila de guardas pairando aumenta a

detecccedilatildeo de intrusos e que essas guardas respondem especialmente a pistas

visuais Como comportamento de defesa as guardas liberam um feromocircnio de

alarme para recrutar os trabalhadores para o ataque (FREE 1987 apud ZWEDEN

2011)

O nuacutemero meacutedio de guardas durante o periacuteodo observado mostrou-se maior para as

guardas em peacute (78) do que para as guardas pairando (35) Esse fato eacute explicado

por Gruter Karcher e Ratnieks (2011) para eles o gasto energeacutetico das guardas

pairando eacute muito maior de modo que eacute menos dispendioso energicamente para as

49

abelhas ficarem em peacute Mesmo tendo um gasto energeacutetico muito alto nas

observaccedilotildees de Wittmann (1985) as atividades do voo das guardas foi constatado

que essas ficavam pairando por cerca de 70 minutos antes de voltar para dentro do

ninho Este fato mostra que a mudanccedila de guardas natildeo eacute comum e que a defesa do

ninho eacute feita por divisatildeo de trabalho e natildeo por alternacircncia de tarefas (GRUTER

KARCHER RATNIEKS 2011)

Os ninhos que desapareceram ao longo das observaccedilotildees foram devido agraves revoadas

um comportamento comum nas abelhas Nas jataiacutes as revoadas geralmente

ocorrem devido ao calor para refrescar o ninho em caso de altas temperaturas uma

parte da populaccedilatildeo sai do ninho enxameamento para reproduccedilatildeo ou devido agrave

interferecircncia humana quando um ninho eacute retirado de um local para outro

(INFORMACcedilAtildeO PESSOAL ZOCOLOTTI V R) De acordo com este na primeira

semana eacute possiacutevel presenciar alguma revoada que pode ser para identificaccedilatildeo

tanto da flora apiacutecola quanto para localizaccedilatildeo do novo ambiente

No caso dos ninhos F e G ao final de cada revoada observada a entrada do ninho

ficava bastante danificada Foram observadas trecircs revoadas (duas no mesmo dia)

do ninho F todas no mecircs de Maio e duas (em dias diferentes) no ninho G no mecircs

de Junho Apoacutes estas observaccedilotildees os dois ninhos desapareceram

Durante as revoadas vaacuterias abelhas caiam no chatildeo agarradas umas nas outras

Apoacutes queda era possiacutevel observar que as guardas conseguiam prender e retirar

com sua mandiacutebula as pernas e asas do invasor (FIGURA 3-A e B) o que impedia

as invasoras de conseguir atacar novamente Segundo Kerr e colaboradores (2005)

as guardas agarram as pernas dos invasores para que eles caiam no chatildeo e sejam

comidos pelas formigas que ficam proacuteximas aos ninhos

50

FIGURA 3 - Ataque de invasores A T angustula com mandiacutebula presa agrave perna do

Jataiacute invasora BPerna de invasores retirada apoacutes ataque

Fonte Arquivo Labibio

De acordo com Zocolotti VR (INFORMACcedilAtildeO PESSOAL) as cinco espeacutecies de

Meliponini criadas por ele podem apresentar o comportamento de saquear outros

ninhos e isso pode ocorrer por oportunismo ou por falta de alimento Em especial

as Jataiacutes geralmente possuem o costume de atacar as proacuteprias jataiacutes esses

ataques acontecem dentro do mesmo ninho e entre outros proacuteximos Esses ataques

podem ocorrer por atraccedilatildeo de feromocircnio de princesa (rainhas jovens natildeo

fecundadas) por enxame fraco ou ateacute mesmo para absorver o fraco ou seja elas

entram e acabam matando a rainha e mantecircm os trabalhadores por um tempo ateacute

absorver o enxame ou ateacute mesmo o deixam morrer sendo dessa maneira muito

complexas em relaccedilatildeo ao comportamento

Na aacuterea do campus da Ufes houve uma consideraacutevel devastaccedilatildeo na vegetaccedilatildeo

nativa (compreendida de Mata Atlacircntica Manguezal e Restinga) devido agrave

construccedilatildeo de preacutedios que foram erguidos logo no iniacutecio da implantaccedilatildeo da

Universidade Como medida compensatoacuteria foi feito o plantio de espeacutecies arboacutereas

usando em demasia espeacutecies exoacuteticas (CASTRO 2003) Na Ufes eacute possiacutevel ver

poucas aacutereas jardinadas Aleacutem disso sempre que eacute necessaacuterio construir um novo

preacutedio novas aacutereas satildeo eliminadas podendo ou natildeo ser compensada com plantas

nativas

A B

51

Em abelhas sociais o comportamento de saque eacute comum acontecer em sequumlecircncias

natildeo contiacutenuas ou seja ela cessa e recomeccedila por periacuteodos de tempo (SANTANA

etal 2004) Durante as observaccedilotildees foram presenciadas trecircs revoadas ao ninho F

duas no mesmo dia poreacutem em horaacuterios diferentes e duas ao ninho G em dias

diferentes (FIGURAS 4- A B C e D)

FIGURA 4 ndash Revoada do ninho F A Vista da entrada do iniacutecio do estudo B Vista

da entrada em plena atividade em iniacutecio de maio C Entrada apoacutes uma revoada em

maio D Vista da entrada do ninho apoacutes uacuteltima revoada em maio

Fonte Arquivo Labibio

Nas figuras 4a e b mostram o estado em que a entrada do ninho se encontrava na

primeira semana de observaccedilatildeo (vinte e oito de Abril) e na primeira semana do mecircs

seguinte (sete de Maio) esse uacuteltimo a entrada do ninho jaacute se encontrava danificado

No ninho F(FIGURA 4) as revoadas que ocorreram no dia vinte de Maio entre

A B

C D

52

1000 e 1400 horas e no dia vinte e seis de Maio entre 1600 e 1700 horas

corroborando com Santana e colaboradores (2004) sobre o comportamento de

saques intermitentes

No ninho G as revoadas se iniciaram duas semanas apoacutes o desaparecimento do

ninho F nos dias nove e vinte e seis de junho entre 1500 e 1600 horas e dia 16 de

junho no mesmo horaacuterio (FIGURA 5-A B e C)

FIGURA 5 ndash Revoadas no Ninho G A Ninho no iniacutecio de Maio B Registro da

primeira revoada C Ultima revoada perda do ninho

Fonte Arquivo Labibio

As observaccedilotildees evidenciaram a ocorrecircncia de um acuacutemulo de resiacuteduos sobre os

ninhos apoacutes as revoadas (FGURA 5-B) No ninho G tinha uma subpopulaccedilatildeo

A B

C

53

pequena mas bem ativa conforme verificado apoacutes quatro horas de observaccedilatildeo em

nove dias (Graacutefico 1- A e B)

GRAacuteFICO1 A ndash Ritmo de Saiacutedas no Ninho G

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

GRAacuteFICO 1B ndash Ritmo de entradas no ninho G

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

0

20

40

60

80

100

120

140

09h-10h 10h-11h 12h-13h 14h-15h 16h-17h

Nuacutem

ero

de V

isita

s

Horaacuterios

13mai 20mai 26mai

0

20

40

60

80

100

120

140

160

180

200

09h-10h 10h-11h 12h-13h 14h-15h 16h-17h

Nuacutem

ero

de V

isita

s

Horaacuterios

13mai 20mai 26mai

54

No ninho G as abelhas iniciaram suas atividades antes de 09h evidenciado pela

entrada de aproximadamente 180 forrageadoras entre 9 e 10h As saiacutedas neste

mesmo periacuteodo ficaram em torno de 100

Entre 16h-17h houve um grande nuacutemero de entrada o que era esperado todas as

que saiacuteram tecircm que retornar enquanto haacute luminosidade e antes do ninho ser

fechado Conforme esperado por Gruter Karcher Ratnieks (2011) quando comeccedila

a escurecer as Jataiacutes fecham a entrada do tubo para impedir que intrusos ataquem

seu ninho durante a noite e abrem pela manhatilde quando o clima estaacute mais favoraacutevel

para iniciarem suas atividades

Neste ninho entre 12h-13h houve um nuacutemero maior de saiacutedas que de entradas ateacute

agraves 16h Isso possivelmente esteve relacionado agrave uma grande distacircncia entre o ninho

e as fontes de recursos troacuteficos

Outro ninho em que foi possiacutevel observar todos os meses notou-se que apresentou

atividade durante todo o dia (GRAacuteFICO 2-A e B)

GRAacuteFICO 2A ndash Ritmo de saiacutedas do ninho B

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

0

50

100

150

200

250

300

350

400

450

500

07h-08h 08h-09h 09h-10h 11h-12h 12h-13h 13h-14h 14h-15h 15h-16h 16h-17h

Nuacutem

ero

de V

isita

s

Horaacuterios

28abr 13mai 20mai 26mai 09jun 16jun 23jun 01jul 09jul

16jul 23jul 30jul 06ago 13ago 20ago 27ago 05set 10set

55

GRAacuteFICO 2B ndash Ritmo de entradas do nino B

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

O ninho B tinha uma subpopulaccedilatildeo mais numerosa que F e G Durante o inverno

(2307 e 2708) as abelhas iniciavam suas atividades cerca de duas horas mais

tarde em horaacuterio com temperatura mais elevada (indicado pela seta preta) Tal fato

corrobora com as observaccedilotildees de Ulian e colaboradores (2007) que constata que

em periacuteodo mais chuvoso onde as temperaturas satildeo geralmente mais baixas as

Jataiacutes apresentam iniacutecio de atividade agraves 9 horas da manhatilde devido agrave temperatura

nesse horaacuterio comeccedilar a aumentar

Proacuteximo do horaacuterio de 10 horas houve um grande nuacutemero de saiacutedas do ninho

seguido de um grande nuacutemero de entrada o que indica a ocorrecircncia de uma fonte

de recursos proacutexima ao ninho ou a indisponibilidade de recurso para ser coletado

naquela hora Acredita-se que na primeira possibilidade - fonte proacutexima ela era de

resina pelo fato de ter havido um intervalo de saiacuteda ateacute agraves 12h jaacute que esta

demanda mais tempo para ser retirada da corbiacutecula e armazenada por ser

pegajosa No caso da segunda possibilidade natildeo encontraram alimento disponiacutevel

naquele horaacuterio o retorno ao ninho eacute a alternativa mais eficaz para evitar um alto

gasto energeacutetico ateacute que o recurso fique disponiacutevel para coleta

0

100

200

300

400

500

600

07h-08h 08h-09h 09h-10h 10h-11h 11h-12h 12h-13h 13h-14h 14h-15h 15h-16h 16h-17h

Nuacutem

ero

de V

isita

s

Horaacuterios 28abr 13mai 20mai 26mai 09jun 16jun 23jun 09jul16jul 23jul 30jul 20ago 27ago 05set 10set

56

No outono as atividades das Jataiacutes comeccedilaram a diminuir por volta de 15 horas

(indicado pela seta marrom) ateacute cessar totalmente no iniacutecio das 16 horas Pelos

graacuteficos nota-se que o ninho B possui vantagem de uma hora nas atividades em

relaccedilatildeo ao ninho G isso provavelmente ocorreu porque o ninho B obteve mais

sucesso nas coletas distribuiacutedas ao longo do dia

43 RECURSOS FLORAIS

Eacute notoacuteria a relaccedilatildeo que existe entre abelha-flor relaccedilatildeo essa que sucedeu a milhotildees

de anos desde entatildeo as abelhas dependem de substancias utilizadas na

alimentaccedilatildeo e as plantas se beneficiam com a polinizaccedilatildeo (PIRANI LAURINO

1993) Para entender a biologia dos Meliponini eacute importante conhecer sua

alimentaccedilatildeo Para isso eacute necessaacuterio fazer um levantamento das plantas utilizadas

para coleta de poacutelen e neacutectar (SOUZA 1999 apud OLIVEIRA ABSY MIRANDA

2009)

Com base nos dados obtidos sobre as fontes alimentares de T angustula na

literatura (TABELA 2) nota-se a capacidade dessa espeacutecie de visitar uma ampla

diversidade de famiacutelias de plantas Segundo Toledo e colaboradores (2003) durante

cada voo das campeiras em meacutedia 100 flores satildeo visitadas

O levantamento bibliograacutefico indicou que existem duas metodologias bastante

usadas por autores para conhecer a dieta das abelhas Uma delas eacute a investigaccedilatildeo

palinoloacutegica para avaliar as fontes de recursos florais utilizados (poacutelen e neacutectar)

com base no gratildeo de poacutelen depositado no corpo da abelha para identificaccedilatildeo das

espeacutecies vegetais (CARVALHO MARCHINE ROS 1999 FEIDEN 1994 SIMIONI et

al 2007 OLIVEIRA ABSY MIRANDA 2009 MORGADO et al 2011NOVAIS

ABSY SANTOS 2013) A outra se daacute por meio de observaccedilotildees das campeiras nas

flores (AGOSTINI SAZIMA 2003 TOLEDO et al 2003OLIVEIRA ABSY

MIRANDA 2009 BRAGA et al 2012) A partir desses meacutetodos eacute possiacutevel saber

quais satildeo as plantas que produzem seus alimentos preferenciais e quais as fontes

alternativas (OLIVEIRA ABSY MIRANDA 2009)

57

TABELA 2 ndash Relaccedilatildeo das espeacutecies de plantas visitadas porT Angustula Continua

Famiacutelia Espeacutecie Polinizada Visitada Recurso

Poacutelen Neacutectar

Acanthaceae Thunbergia grandiflora X Odontonema strictum X X

Justicia brandegeana X

Ruellia silvaecola X Agavaceae Agave americana X X X

Agave sisalana X X X

Agave attenuata X X X

Dracena fragana X X X Aizoaceae Mesembryantemum spectabilis X Lamprantus productus X Amaranthaceae Gomphrena globosa X Amarylidaceae Clivia miniata X X X Anacardiaceae Schinus terebinthifolius X X

Lithraea molleoides X X

Toxicodendron verniciferum X X

Mangifera indica X X X

Tapirira guianensis X Apiaceae Hydrocotyle leucocephala X Apocynaceae Trevetia peruviana X Araliaceae Tetrapanax papyrifera X X X Asclepiadaceae Asclepias curassavica X X Asteraceae Parthenium hysterophorus X Aspillia latissima X Aspillia sp X Balsaminaceae Impatiens balsamina X X X

Impatiens sultanii X Bignoniaceae Spathodea campanulata X X Tabebulaim petiginosa X X X

Tabebula chrysotricha X X X Bixaceae Bixa orellana X X Bombacaceae Ceiba arianthos X X

Pseudo bombax sp X X

Pseudobombax tomentoso X X

Eriotheca canolleana X X

Bombax ceiba X X Boraginaceae Cordia superba X X

Cordia glabrata X X Brassicaceae Brassica sp X Cactaceae Opuntia ficusindica X X Caesalpiniaceae Schizolobium parahyba X X Capparaceae Cleome spinosa X Caprifoliaceae Lonicera japonica X X

58

TABELA 2 ndash Relaccedilatildeo das espeacutecies de plantas visitadas por T angustula Continua

Famiacutelia Espeacutecie Polinizada Visitada Recurso

Poacutelen Neacutectar

Sambucus australis X X Caryophylaceae Silene armeria X Cecropiaceae Cecropia hololeuca X Cochlospermaceae Cochlospermum vitifolium X X Compositae Vernonia polyanthes X X

Bidens pilosa X X Cosmos auphureus X X X

Centratherium violaceum X X X

Dahlia sp X Eclipta alba X Asterla evis X Tithonia rotundifolia X X X

Tithonia speciosa X X X

Tithonia diversifolia X Baccharis sp X Wedelia paludosa X Eupatorium sp X Mikania glomerata X X

Montano apyramidata X X Montano abipinnatifiada X Senecio brasiliensis X X X

Emilia sonchifolia X X Ambrosia sp X X Creopsis grandiflora X Galinsoga parviflora X Crassulaceae Kalanchoe tubiflora X X Cyperaceae Cyperus sp X Elaeocarpaceae Muntingia calabura X Ericaceae Rhododendron simsii X X X

Rhododendron indicum X X X Euphorbiaceae Alchornea sidaefolia X X X

Euphorbia milii X X X

Euphorbia pulcherrima X X X

Ricinus communis X X X

Croton sp X Fabaceae Desmodium sp X Tipuana tipu X Vigna peduncularis X X Guttiferae Kielmeyera coriacea X X Iridaceae Dietes vegeta X Labiatae Salvia splendens X Origanum vugare X

59

TABELA 2 ndash Relaccedilatildeo das espeacutecies de plantas visitadas por T angustula Continua

Famiacutelia Espeacutecie Polinizada Visitada Recurso

Poacutelen Neacutectar

Ocimum sellowii X Iboza riparia X X X

Coleus blumei X X X Leguminosae Andira anthelmintica X X

Mimosa daleoides X X X

Myroxylon balsamum X X X

Piptadenia gonoacantha X X X

Stylos anthesscabra X Caesalpinia bonducella X X X

Caesalpinia pelthophoroides X X X

Crotalaria lanceolata X Calliandra twedii X Sophora tomentosa X X Mimosa pudica X Erythrina speciosa X X X

Cassia grandis X Schizolobium parahyba X X Senna multijuga X Senna bicapsularis X X Delonix regia X Clitoria fairchildiana X Centrolobium tomentoso X Liliaceae Aloe sp X X Bulbine frutescens X Loranthaceae Struthanthus andrastylus X X Lythraceae Lagerstroemia indica X X Magnoliaceae Talauma ovata X X Malpighiaceae Malphiguia glabra X Tetrapterys X Byrsonima intermedia X X X Malvaceae Hibiscus rosa-sinensis X X X

Malvaviscus arboreus X X Sida rhombifolia X Melastomataceae Tibouchina granulosa X X

Clidemeia sp X X

Tibouchina sp X X X

Tibouchina holosericea X X Meliaceae Trichilia sp X Mimosaceae Leucaena leucocephala X Anadenanthera collubrina X Moraceae Cecropia pachystachya X X X

Morus nigra X X

60

TABELA 2 ndash Relaccedilatildeo das espeacutecies de plantas visitadas por T angustula Continua

Famiacutelia Espeacutecie Polinizada Visitada Recurso

Poacutelen Neacutectar Myrsinaceae Ardisia crenata X X Myrtaceae Eucalyptus robusta X X X

Eugenia jambos X X X

Eugenia pitanga X Eucalyptus terecornis X Plinia glomerata X Nyctaginaceae Bougainvile aspectabilis X X X Oleaceae Jasminum azoricum X Palmae Acrocomia aculeata X X

Archontophoenix cunninghamiana X

Syagrus romanzoffiana X Copernicia alba X X Sheelea phalerata X Passifloraceae Passiflora jilekii X Piperaceae Piper mollicomum X Poaceae Paspalum sp X Polemoniaceae Cobae scandens X Polygonaceae Polygonum capitatum X X X Pontederiaceae Pontederia lanceolata X X Proteaceae Grevill a bansksii X X X Rosaceae Prunus persica X X X

Pyracantha coccinea X X Rubiaceae Pentas lanceolata X X

Citrus airantum X X Rutaceae Citrus limon X X X Scrophulariaceae Paulownia imperialis X X Solanaceae Nicotiana tabacum X X Sterculiaceae Dombeya burgessiae X Dombeya wallichii X Sterculia chicha X X Tiliaceae Heliocarpus americanus X X X Tropaeolaceae Tropaeolum majus X X X Ulmaceae Tipo celtis X Trema micrantha X X Umbelliferae Foeniculum vulgare X X X Verbenaceae Duranta repens X

Vitex agnus-castus X

Velloziaceae Vellozia candia X X X Zingiberaceae Hedychium coronarium X Fonte Pirani Laurino 1993 Carvalho Marchine Ros 1999 Agostini Sazima 2003 Toledo et al 2003 Cartopassi-Laurino 2005 Braga e Colaboradores 2012 Novais Absy Santos 2013

61

Foram encontradas 71 famiacutelias e um total de 166 espeacutecies Dessas 30 espeacutecies satildeo

polinizadas e 136 satildeo visitadas Poacutelen e neacutectar satildeo os recursos mais coletados

com coleta de poacutelen em 78 espeacutecies e de neacutectar em 69 De acordo coma Lista de

Espeacutecies da Flora do Brasil (2010) 20 das espeacutecies que satildeo polinizadas (TABELA

2) satildeo nativas o restante satildeo espeacutecies exoacuteticas ou seja natildeo pertencem agrave flora

brasileira

As famiacutelias que apresentaram maior porcentagem de visitas por T angustula foram

Compositae e Leguminosae (TABELA 2) com 13 e 12 de espeacutecies

respectivamente (GRAacuteFICO 3) sendo as famiacutelias mais importantes para a dieta da

jataiacute (AGOSTINE SAZIMA 2003 SIIONI et al 2007) Esse resultado eacute similar ao

trabalho de Simioni e colaboradores (2007) seus resultados mostram que uma das

famiacutelias analisadas Leguminosae tambeacutem apresentaram um maior destaque na

quantidade de visitas realizadas por T angustula esse fato pode ser explicado pelo

fato de que Leguminosae representa a mais importante fonte de poacutelen para essa

espeacutecie

As famiacutelias Compositae e Leguminosae satildeo as mais bem representadas pelo fato

de apresentarem espeacutecies que fornecem alimento em maior qualidade e quantidade

por vaacuterios periacuteodos do ano Com destaque para a famiacutelia Leguminosae que fornece

recursos alimentares para as abelhas nos periacuteodos de estiagem (PIRANI LAURINO

1993 AGOSTINE SAZIMA 2003)

O graacutefico abaixo ilustra o comportamento generalista deT angustula Onde 41 das

visitadas realizadas pela espeacutecie se distribuem por 55 famiacutelias vegetais Esse

comportamento concorda com trabalho de Anacleto (2007) onde dentre as cinco

espeacutecies estudadas por ele a que apresentou o haacutebito mais generalista em relaccedilatildeo

ao nuacutemero de plantas visitadas foi T angustula

62

GRAacuteFICO 3 ndash Contribuiccedilatildeo das famiacutelias de plantas para a dieta de T angustula

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria com base nos dados da Tabela 1

As abelhas generalistas visitam flores pequenas e abertas e satildeo menos

relacionadas agraves flores especializadas (RUTHCKE JULES 1993 ROUBIK 1992

apud AGOSTINI SAZIMA 2003) e tecircm preferecircncia de flores arboacutereas com

inflorescecircncia densas

Um exemplo de flores que natildeo satildeo especializadas e que satildeo importantes para a

dieta de T angustula eacute da famiacutelia Asteraceae as espeacutecies Mangifera indica e

Schinus terebinthifolius apresentam grande densidade de flores e permite faacutecil

acesso para as abelhas deste modo tornam-se importantes fornecedores de fontes

de poacutelen (BRAGA et al 2012)

De acordo com o levantamento das plantas utilizadas pelas abelhas jataiacute realizado

por diferentes autores as famiacutelias que se mostraram bem representadas foram

Malvaceae Caesalpiniaceae Melastomataceae Myrtaceae Euphorbiaceae e

Anacardiaceae sendo consideradas portanto essenciais para a dieta da jataiacute

2 2 3 2

2 3

13

3 2

3

12 2 2 2 3

3

41

Acanthaceae Agavaceae Anacardiaceae Asteraceae Bignoniaceae

Bombacaceae Compositae Euphorbiaceae Fabaceae Labiatae

Leguminosae Malpighiaceae Malvaceae Melastomataceae Myrtaceae

Palmae Outros

63

Em geral essas famiacutelias podem ser caracterizadas pela floraccedilatildeo do tipo contiacutenuo ou

seja uma floraccedilatildeo que natildeo cessa ou que ocorre na maior parte do ano o que

permite as abelhas ter acesso aos recursos em todas as estaccedilotildees do ano

(CARVALHO MARCHINI ROS 1999 AGOSTINI SAZIMA 2003 TOLEDO et al

2003 MORGADO et al 2011)

64

65

5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS Sendo este a primeira pesquisa com abelhas em compus no Espiacuterito Santo Foi

observado que a distribuiccedilatildeo dos ninhos encontrados apresentou-se uniforme

Todos os ninhos estavam instalados em paredes e pisos de concreto o que indica

seu potencial de adaptabilidade agraves condiccedilotildees antroacutepicas

A diversidade de cores de poacutelen trazida pelas forrageiras no iniacutecio da manhatilde indica

uma ampla disponibilidade de alimento que a flores oferecem nesse periacuteodo do dia

bem como a eficiecircncia das forrageiras em selecionar essas flores

De acordo com as observaccedilotildees que foram realizadas no estudo as abelhas T

angustula podem ter suas atividades influenciadas pelo clima Uma vez que foi

observado que no periacuteodo de inverno em que as temperaturas satildeo mais baixas

elas comeccedilavam a realizar suas funccedilotildees nos horaacuterios com as temperaturas mais

altas

A divisatildeo de trabalho entre forrageadoras operaacuterias de limpeza e de defesa

observado nessa espeacutecie indica o comportamento altamente social dos Meliponini

O mecanismo de defesa observado em T angustula entre guardas pairando e em

peacute pode indicar uma caracteriacutestica de complementaridade na defesa do ninho uma

vez que durante as observaccedilotildees os dois tipos de guardas sempre se fizeram

presentes O que mostra que mesmo com o atrofiamento do ferratildeo os indiviacuteduos

desenvolveram estrateacutegias para a defesa contra invasores

Foi comum observar a presenccedila de revoadas nos ninhos entre as Jataiacutes Este

comportamento em geral eacute comum para o desenvolvimento (sobrevivecircncia) da

colocircnia No caso dos ninhos observados apoacutes as revoadas eles foram

desaparecendo Este fato pode indicar um baixo iacutendice de recursos troacuteficos para

essas abelhas dentro do campus pois ao inveacutes dos ninhos se manterem ou

aumentarem em quantidade ao longo das observaccedilotildees eles desapareceram

O levantamento das flores visitadas por T angustula indicou um comportamento

generalista desta espeacutecie em visitar uma grande variedade de plantas o que mostra

sua importacircncia para garantir a variabilidade dessas plantas

66

Esse levantamento tambeacutem indicou que a polinizaccedilatildeo realizada por elas foi

predominante em plantas exoacuteticas O que pode refletir a deficiecircncia na quantidade

de plantas nativas melitoacutefilas na aacuterea de estudo

67

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Page 18: FACULDADE CATÓLICA SALESIANA DO ESPÍRITO SANTO … · No grupo dos Apinae está à tribo dos Meliponini, conhecidas como abelhas indígenas sem ferrão por possuir seu ferrão atrofiado

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sem ferratildeo O livro faz uma abordagem a respeito da vida dos meliponiacuteneos

(Meliponini pertencente agrave Apidae) mostrando os principais aspectos de suas

caracteriacutesticas bem como meacutetodos para sua criaccedilatildeo e cuidados que um

meliponicultor deve ter Os primeiros capiacutetulos fazem uma apresentaccedilatildeo que

caracteriza os meliponiacuteneos Haacute a apresentaccedilatildeo da classificaccedilatildeo dessas abelhas a

descriccedilatildeo de sua fonte de alimento de sua distribuiccedilatildeo geograacutefica de seu

relacionamento com outras abelhas e de sua possiacutevel aclimataccedilatildeo O autor faz

consideraccedilotildees sobre a arquitetura e o material usado para a construccedilatildeo de seus

ninhos e daacute destaque principal ao material que elas mesmas produzem a cera Nos

capiacutetulos subsequumlentes satildeo feitas consideraccedilotildees sobre a geneacutetica e o

comportamento das abelhas o tratamento e as teacutecnicas necessaacuterias para sua

criaccedilatildeo Aleacutem disso haacute tambeacutem discussotildees sobre a conservaccedilatildeo do mel a higiene

ou a sua falta em algumas espeacutecies e a existecircncia de meacuteis perigosos Neste livro o

autor teve o intuito de contribuir com seus estudos para que outros cientistas e

meliponicultores pudessem conhecer a vida dos meliponiacuteneos e fazer possiacuteveis

identificaccedilotildees de muitas outras espeacutecies

23 IMPACTOS DA URBANIZACcedilAtildeO NAS ABELHAS

Vaacuterios estudos relatam que eacute comum encontrar abelhas em aacutereas urbanizadas

(antropizadas) As espeacutecies encontradas de modo geral apresentam boa

adaptaccedilatildeo a esses ambientes Alguns estudos com relaccedilatildeo a essas abelhas

urbanas tratam de impactos que esses ambientes podem causar a elas

Laroca Sebastiatildeo e Cure (1982) realizaram um trabalho de abordagem a respeito

do impacto da urbanizaccedilatildeo sobre a abundacircncia relativa fenologia e flores

preferenciais das abelhas que se encontram em aacutereas urbanas Com coletas feitas

durante um ano no parque Passeio Puacuteblico localizado no centro da cidade de

Curitiba e na regiatildeo de Boa Vista tambeacutem em Curitiba eles constataram que

comparada as duas aacutereas de estudos o Passeio Puacuteblico apresentou um nuacutemero

menor de espeacutecies e em fenologia e flores preferenciais constataram que a

composiccedilatildeo das flores estaacute muito alterada devido agrave introduccedilatildeo de espeacutecies

cultivadas Portanto concluiacuteram que o processo de urbanizaccedilatildeo produz grandes

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mudanccedilas na composiccedilatildeo floriacutestica nos locais de nidificaccedilatildeo e que apresentam ter

influecircncias significativas nas caracteriacutesticas associadas agraves abelhas

Taura e Laroca (1991) realizaram uma pesquisa com o propoacutesito de analisar a

distribuiccedilatildeo e a abundacircncia de ninhos de abelhas sociais em locais que apresentam

constantes processos de urbanizaccedilatildeo Com levantamentos realizados na regiatildeo de

Passeio Puacuteblico (Curitiba) eles encontraram 32 ninhos de Apidae com

predominacircncia da subfamiacutelia dos Meliponiacuteneos Assim sendo concluiacuteram que os

meliponiacuteneos eram favorecidos pelas atividades humanas para nidificaccedilatildeo uma vez

que foram encontrados em paredotildees de concretos edificaccedilotildees entre outros locais

Entretanto tambeacutem concluiacuteram que essas abelhas satildeo ameaccediladas devido agrave

instabilidade do ambiente que apresenta muitas mudanccedilas por causa da

urbanizaccedilatildeo

Pirani e Laurino (1993) publicaram um livro sobre flores e abelhas em Satildeo Paulo

onde os autores tinham o interesse de estudar as relaccedilotildees entre as abelhas e o

ambiente conhecer as plantas visitadas por elas e suas preferecircncias florais em

aacutereas onde haacute interferecircncia humana Todo estudo foi realizado dentro do Campus

Universitaacuterio de Satildeo Paulo Para desenvolver esse trabalho eles coletaram

informaccedilotildees sobre as plantas apiacutecolas dos jardins do ldquocampusrdquo sobre a atraccedilatildeo que

as espeacutecies de abelhas sociais tecircm por estas plantas e sobre as variaccedilotildees abioacuteticas

existentes As coletas nas flores de amostras de mel e poacutelen das colocircnias e

observaccedilotildees dos ninhos das abelhas foram perioacutedicas Eles obtiveram 133 espeacutecies

de flores visitadas separadas em sete famiacutelias Neste livro Pirani e Laurino fazem

discussotildees a respeito dos resultados dos seus dados associando com trabalhos de

outros autores e concluem que trabalhos como esse apresenta grande importacircncia

pois mostra o valor de determinadas espeacutecies vegetais para as abelhas e que ainda

haacute muito estudo para se fazer com relaccedilatildeo agrave abelha-flor

Devido aos danos que as abelhas vecircm sofrendo com a perda de habitat Oliveira

Morato e Garcia (1995) fizeram um estudo para conhecer as espeacutecies de

meliponineos existentes em aacutereas desmatadas fragmentos de mata isolados e mata

continua nesta uacuteltima foi tambeacutem realizado estudo para saber informaccedilotildees sobre a

densidade dos ninhos As aacutereas fragmentadas foram divididas em hectares e as

coletas das abelhas foram feitas em ninhos nidificados em aacutervores vivas e mortas

Todo o trabalho foi realizado na regiatildeo de Manaus Amazocircnia que vem sofrendo

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antropizaccedilatildeo Foram coletadas um total de 54 espeacutecies de meliponineos sendo que

na mata contiacutenua foram 37 espeacutecies nos fragmentos isolados (de 1 e 10 hectar) e

na aacuterea desmatada foram coletada entre 21 e 25 espeacutecies e no fragmento de mata

continua(100 hectar) apenas 9 foram coletada Os autores concluiacuteram que mesmo a

regiatildeo ter apresentado grande riqueza de espeacutecies as aacutereas fragmentadas das

matas estatildeo diminuindo o tamanho das comunidades de meliponineos o que pode

deste modo comprometer a reproduccedilatildeo de diversas plantas melitoacutefilasna regiatildeo

Kearns Inouye e Wase (1998) publicaram um trabalho sobre a interaccedilatildeo de planta-

polinizador e suas interaccedilotildees Neste trabalho os autores descrevem a respeito da

natureza ecoloacutegica e evolutiva dessas interaccedilotildees e das evidentes ameaccedilas que

estatildeo sofrendo por meio das atividades humanas como tambeacutem discute sobre

soluccedilotildees de gestatildeo de melhoria para locais onde haacute crise na polinizaccedilatildeo Com

respeito a essas crises os autores debatem durante todo o trabalho que esse

problema jaacute eacute generalizado por ser associada agraves atividades humanas e que ele eacute

causado principalmente pelo uso de pesticidas e herbicidas mudanccedila no uso dos

solos pastagens agricultura fragmentaccedilatildeo do habitat desses polinizadores e pela

introduccedilatildeo de espeacutecies natildeo nativas nos ambientes O trabalho conclui que todos

esses problemas podem ter futuramente um aumento devido agraves grandes alteraccedilotildees

de habitat causado por uma populaccedilatildeo que estaacute sempre em crescimento e

sugeriram que os proacuteprios cidadatildeos e ecologistas natildeo devem medir esforccedilos para

reverter esse quadro

Proniacute (2000) realizou uma pesquisa para conhecer a biodiversidade de abelhas

indiacutegenas sem ferratildeo com o intuito de apresentar manejos de conservaccedilatildeo para os

ecossistemas Com levantamentos preliminares de ninhos de abelhas nas regiotildees

(urbana e rural) de Londrinas (Paranaacute) e municiacutepios proacuteximos agrave Bacia do Rio Tibagi

(Paranaacute) ele constatou que a aacuterea estudada apresenta uma distribuiccedilatildeo

diversificada tanto nos ecossistemas urbanos como nos agroecossistemas Em

relaccedilatildeo agrave diversidade das abelhas indiacutegenas sem ferratildeo ele observou que 12 das 19

espeacutecies encontradas ocorrem nos agroecossistemas e que praticamente natildeo

nidificam em aacutereas urbanas Portanto ele concluiu que a biodiversidade dessas

abelhas na Bacia do Rio Tibagi estaacute seriamente ameaccedilada principalmente devido agrave

diminuiccedilatildeo de aacutereas florestadas Segundo o autor para que haja melhoria do quadro

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eacute preciso da responsabilidade de meliponicultores pesquisadores entre outros para

que sejam proporcionadas condiccedilotildees boas para essas abelhas

Devido agraves grandes mudanccedilas do ambiente provocadas pela urbanizaccedilatildeo Souza e

colaboradores (2002) fizeram um estudo durante um ano (Marccedilo de 2000 a Julho de

2001) com o intuito de verificar a diversidade e habitat de Meliponini em uma aacuterea

urbana e identificar a relaccedilatildeo das espeacutecies com o processo de urbanizaccedilatildeo Foi

realizada inspeccedilatildeo mensal a procura de ninhos de meliponini dentro do Campus da

Universidade Federal de Juiz de Fora Minas Gerais Com os ninhos encontrados foi

feito a identificaccedilatildeo do substrato em que foi nidificado Essas informaccedilotildees foram

relacionadas com os dados de temperatura umidade e precipitaccedilatildeo do municiacutepio

Durante o estudo foi encontrado uma meacutedia de 3488 ninhos e quatro espeacutecies

foram identificadas sendo elas Tetragonisca angustula Nannotrigona testaceicornis

Trigona spinipes e Partamona sp As espeacutecies encontradas apresentaram

preferecircncia em substratos de construccedilotildees (cavidades preacute-existentes) Em relaccedilatildeo agrave

temperatura umidade e precipitaccedilatildeo os autores observaram uma correlaccedilatildeo

positiva entre a temperatura e a abundancia dos ninhos das abelhas sem ferratildeo por

outro lado natildeo foi encontrado para umidade relativa do ar e precipitaccedilatildeo Deste

modo concluiacuteram que mesmo em ambiente urbano essas espeacutecies ainda

conseguem sobreviver com sucesso por traacutes das atividades antropicas

Com relaccedilatildeo aos ninhos de T angustula com o clima do ambiente em que esses satildeo

nidificados Chiari e colaboradores (2002) realizaram um trabalho para ver se as

variaccedilotildees climaacuteticas tecircm alguma relaccedilatildeo com o desenvolvimento dos ninhos das

Jataiacutes Foram realizadas coletas das abelhas que foram depositadas em trecircs tipos

diferentes de colmeacuteias Fritzen Nogueira-Neto e Guiliane Apoacutes esse procedimento

as colocircnias foram pesadas e instaladas no municiacutepio de Maringaacute Paranaacute Ao longo

do estudo a temperatura do ambiente onde as colmeacuteias foram instaladas foi

monitorada Apenas a colmeacuteia Nogueira-Neto natildeo apresentou associaccedilatildeo com a

variaccedilatildeo das temperaturas Nos modelos Fritzen e Giuliane foram observados que o

peso de ambas apresentaram de forma positiva com a umidade relativa do ar

apenas Giuliane teve relaccedilatildeo positiva com a insolaccedilatildeo Deste modo os autores

concluiacuteram que os modelos Giuliane e Noguera-Neto satildeo mais apropriados para as

colmeacuteias de T angustula

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Outro trabalho tambeacutem realizado em Campus Universitaacuterio foi feito por Almeida

(2002) sobre composiccedilatildeo das comunidades de abelhas em Satildeo Paulo O autor teve

o intuito de contribuir com informaccedilotildees sobre as espeacutecies de abelhas e as plantas

visitadas por elas Com levantamento das abelhas e plantas em duas aacutereas de

Cerrado (Cerradatildeo e Cerrado) localizado no campus Universitaacuterio no Municiacutepio de

Pirassununga foi coletado um total de 261 amostras de plantas de 41 famiacutelias e 140

espeacutecies Dessas apenas cinco ocorreram nas duas aacutereas Com relaccedilatildeo agraves

abelhas foram coletadas um total de 141 espeacutecies em quatro famiacutelias Foi concluiacutedo

que a famiacutelia que apresentou maior riqueza de espeacutecie foi Apidae Com relaccedilatildeo agraves

plantas as famiacutelias Asteraceae Malvaceae Fabaceae Sapindaceae e Vichysiaceae

foram as mais ricas em nuacutemero de espeacutecies

Neves e Viana (2002) realizaram um estudo sobre a ecologia da comunidade de

abelhas eussociais com o propoacutesito de analisar as atividades do seu vocirco

relacionando com recursos alimentares variaccedilotildees meteoroloacutegicas entre outros

fatores Com coletas das abelhas amostras de plantas floridas e monitoramento dos

ninhos nas dunas continentais na Bahia Eles capturaram oito espeacutecies da famiacutelia

Apidae Estas abelhas exibiam maior atividade no periacuteodo da manhatilde Um nuacutemero de

plantas floridas foi verificado na estaccedilatildeo chuvosa Assim sendo concluiacuteram que a

disponibilidade de recursos disponiacutevel e agraves variaccedilotildees meteoroloacutegicas favorecem a

concentraccedilatildeo de visitas florais dessas abelhas pela manhatilde

Um estudo sobre a ecologia das populaccedilotildees de meliponiacuteneos Souza e

colaboradores (2005) fizeram buscas pelos ninhos e coletas das abelhas no Campus

da Universidade Federal da Bahia eles encontraram 94 ninhos com 19 espeacutecies

diferentes tendo uma predominacircncia da espeacutecie Tetragonisca angustula Deste

modo concluiacuteram que a riqueza de espeacutecies de meliponineos (meliponini)

encontrada no Campus (o qual eacute um local que sofre antropizaccedilatildeo) pode ser devida

a disponibilidade de substratos para nidificaccedilatildeo e pela quantidade de recursos que eacute

ofertado

Stuch (2006) realizou uma pesquisa sobre a variabilidade geneacutetica das populaccedilotildees

de Tetragonisca angustula Nesse trabalho o autor primeiramente faz uma revisatildeo

da bibliografia com o propoacutesito de apresentar informaccedilotildees a respeito da estrutura

das populaccedilotildees de meliponiacuteneos (meliponini) sobre as abelhas indiacutegenas sem

ferratildeo e principalmente a respeito da abelha em estudo onde destacam informaccedilotildees

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do comportamento locais de nidificaccedilatildeo dos recursos usados para se alimentar e

do mel que eacute produzido por eles Com coletas e anaacutelises realizadas por meio de

marcador molecular nas cidades de Dracena em Satildeo Paulo e Ivatuba no Paranaacute Ele

observou que as amostras obtidas em Ivatuba apresentaram 60 de polimorfismo e

na cidade de Dracena foram apresentadas 40 Deste modo o autor concluiu que

em Ivatuba as populaccedilotildees de T angustula estatildeo diferenciadas geneticamente e natildeo

apresentam endocruzamento entre os ninhos jaacute as populaccedilotildees da cidade de

Dracena natildeo se encontraram modificados podendo os ninhos ser considerados

como um soacute Segundo o autor essas informaccedilotildees satildeo muito importantes para que

estudos de praacuteticas de manejo sejam realizados para manter a variabilidade dessas

populaccedilotildees

Outro trabalho tambeacutem em aacutereas fragmentadas foi realizado por Alvarenga (2008)

Neste trabalho o autor teve o objetivo de conhecer a diversidade e densidade dos

ninhos de meliponineos (meliponini) na Mata de Santa Tereza (Estaccedilatildeo Ecoloacutegica de

Ribeiratildeo Preto Satildeo Paulo) que fica situado entre a Mata Atlacircntica e o Cerrado com

levantamentos dos ninhos e das aacutervores que poderiam apresentar um tamanho

potencial para essas abelhas nidificarem Foram encontrados ninhos de quatro

espeacutecies de meliponineos (meliponini) sendo T angustula e Scaura latitarsis

representaram 25 dos ninhos encontrados e Trigona hyalinata 50 E em relaccedilatildeo

aacutes aacutervores cerca de 67 foram analisadas poucas apresentavam rachaduras ou

cavidades para abrigar os ninhos Deste modo foi concluiacutedo que na aacuterea estudada

haacute uma riqueza baixa e densidade relativamente meacutedia e tambeacutem poucos locais

para nidificaccedilatildeo

Andena e colaboradores (2009) tambeacutem fizeram um trabalho em aacutereas degradadas

Para eles esses estudos satildeo essecircncias devido a essas aacutereas serem a principal

razatildeo para o aumento das taxas de perda da diversidade geneacutetica e extinccedilatildeo das

abelhas Os autores realizaram um estudo para conhecer a diversidade de abelhas

no Cerrado em Satildeo Paulo Foram realizadas coletas das abelhas em quatro

reservas em regiotildees fragmentadas do Cerrado Reserva de Corumbataiacute Estaccedilatildeo

Ecoloacutegica de Jataiacute Parque Vassununga e Reserva de Cajuru Com cerca de 500

indiviacuteduos coletados as aacutereas que apresentaram maior riqueza foram Cajuru e

Corumbataiacute e as aacutereas com menor riqueza foram Vassununga e Estaccedilatildeo Ecoloacutegica

Jataiacute Mesmo apresentando maior nuacutemero de riqueza a aacuterea de Corumbataiacute sofreu

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vaacuterias alteraccedilotildees na composiccedilatildeo fauniacutestica durante o estudo Assim sendo foi

concluiacutedo que pesquisas como essas satildeo importantes pois contribuem com

informaccedilotildees a respeito da influencia que essas aacutereas degradadas podem exercer

sobre a composiccedilatildeo fauniacutestica e a riqueza das espeacutecies de abelhas

Um inventaacuterio sobre os meliponiacuteneos (meliponini) no Bioma Cerrado foi realizado por

Fernandes e colaboradores (2012) Com levantamentos feitos durante dois anos em

quatro aacutereas diferentes (Municiacutepio de Tangaraacute da Serra ndash MT nos arredores do

campus universitaacuterio de Mato Grosso na Reserva Florestal Antocircnio Conselheiro ndash

MT e na zona rural do municiacutepio Tangaraacute da Serra - MT) os autores coletaram 128

espeacutecimes distribuiacutedos em 27 espeacutecies e 14 gecircneros e constataram que a maior

riqueza foi vista na reserva florestal e na zona rural do municiacutepio de Tangaraacute da

Serra Deste modo eles concluiacuteram que a riqueza observada na reserva pode ser

devido agrave mata apresentar pouca antropizaccedilatildeo e que as informaccedilotildees obtidas nesse

estudo satildeo de extrema importacircncia para a preservaccedilatildeo da biodiversidade da reserva

florestal

Uma pesquisa realizada por Oliveira e colaboradores (2013) cujo tema foi

Levantamento de Ocorrecircncia de Meliponiacutedeos (Meliponini) em Municiacutepios na regiatildeo

do Vale do Jauru ndash MT foia incidecircncia de abelhas sem ferratildeo em zonas urbanas

Com entrevistas aos moradores e com sessotildees de fotos para definir quais espeacutecies

de abelhas se encontravam nas proximidades das casas da regiatildeo do Vale do Jauru

eles encontraram 67 colmeacuteias sendo 17 predominantes em apenas uma cidade

Deste modo concluiacuteram que na regiatildeo do Vale do Jauru encontram-se grandes

aacutereas verdes proporcionando dessa forma alimento e a preservaccedilatildeo das abelhas

24 COLETA DE RECURSOS E PRODUCcedilAtildeO DE MEL DAS MELIPONINI

Devido agraves poucas informaccedilotildees sobre a composiccedilatildeo do mel e fontes alimentares

utilizados pelos meliponineos Anacleto (2007) fez um estudo com o intuito de

conhecer as principais fontes que fazem parte da dieta dessas abelhas e tambeacutem

conhecer as caracteriacutesticas quiacutemicas do mel produzido por elas O estudo foi no

Municiacutepio de Piracicaba Satildeo Paulo Foi realizado um levantamento das plantas

visitadas por cinco espeacutecies de meliponineos (T angustula Scaptotrigona

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bipunctata Nanotrigona testaceicornis Friesiomellita varia e Tetragona clavipes)

coleta de mel nos potes de alimento dos ninhos e coleta de poacutelen retirada das

corbiacuteculas O autor obteve 158 espeacutecies de plantas sendo que dessas 67 foram

visitadas pelas abelhas em estudo e na anaacutelise poliacutenica foram encontradas 72

espeacutecies de plantas A espeacutecie que apresentou menor nuacutemero de visitas foi F varia

em contrapartida T angustula foi a espeacutecie que apresentou o haacutebito mais

generalista em relaccedilatildeo ao numero de espeacutecies de plantas visitadas Com relaccedilatildeo ao

mel foram analisadas um total 31 amostras Os estudos com a composiccedilatildeo do mel

apresentaram uma dificuldade devido agrave legislaccedilatildeo atender apenas as caracteriacutesticas

do mel de Apis melliacutefera e natildeo o mel das abelhas nativas O mel de F varia foi a que

apresentou menor niacutevel de accediluacutecar em contrapartida o niacutevel de accediluacutecar do mel de T

angustula foi o mais elevado Deste modo foi concluiacutedo que as espeacutecies estudadas

se mostraram generalistas com exceccedilatildeo de F varia e com relaccedilatildeo agrave anaacutelise do

mel foi concluiacutedo que haacute a necessidade de um padratildeo na legislaccedilatildeo proacuteprio para

uma melhor anaacutelise dos compostos quiacutemicos do mel de meliponiacuteneos

Anacleto e colaboradores (2009) tambeacutem realizaram uma pesquisa sobre o padratildeo

de qualidade do mel das abelhas sem ferratildeo Para esse estudo foi analisado a

composiccedilatildeo do mel das abelhas Tetragonisca angustula Com coletas feitas

diretamente de dentro das colocircnias encontradas em Piracicaba ndash (SP) e com

anaacutelises feitas sobre o accediluacutecar proteiacutenas pH acidez cor entre outros fatores os

autores obtiveram 20 amostras de mel e relataram que o accediluacutecar dessas amostras

apresentaram valores inferiores ao que eacute estabelecido pelas normas

brasileirasAssim sendo concluiacuteram que 5 de accediluacutecar do mel coletado natildeo se

enquadram na legislaccedilatildeo e que seria necessaacuterio um maior estudo para que uma

nova legislaccedilatildeo seja feita

No trabalho de Sommeijer e colaboradores (1983) aleacutem de analisar os recursos

coletados por algumas abelhas sem ferratildeo (Meliponineos) e Apis mellifera os

autores tambeacutem fizeram observaccedilotildees no comportamento de forrageamento dessas

abelhas As observaccedilotildees e amostras de poacutelen foram retiradas semanalmente das

corbiacuteculas das forrageiras que retornavam ao ninho Os autores observaram que as

coletas dos recursos ocorreram em periacuteodos diferentes os voos de neacutectar ocorreram

na maior parte das vezes de manhatilde e os vocircos de poacutelen ocorreram agrave tarde Em

relaccedilatildeo ao poacutelen foram obtidas 191 amostras sendo que quatro famiacutelias se

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mostraram mais presentes Myrtaceae Sapotaceae Sapindaceae e Melliaceae

Desta forma concluiacuteram que as coletas de poacutelen pelas forrageiras podem ter

predominado no periacuteodo da manhatilde devido agraves flores se mostrar mais murchas com o

passar do dia Tambeacutem concluiacuteram que os recursos de poliacutenicos foram bem

diversos o que confirmou o haacutebito generalista dessas abelhas

Carvalho e Marchini (1999) realizaram um estudo dentro de um campus Universitaacuterio

(USP) em Piracicaba Em seu trabalho tiveram o objetivo de conhecer as plantas

que oferecem recursos para abelhas em ambientes mais antropizados Com coletas

de abelhas operaacuterias em colocircnias de Tetragonisca angustula e Nannotrigona

testaceicornis os autores analisaram os gratildeos de poacutelen coletados por elas Atraveacutes

dessa anaacutelise obtiveram 31 tipos poliacutenicos em 22 famiacutelias de plantas sendo que

entre essas famiacutelias para N testaceicornis os gratildeos de poacutelen que se mostrou mais

frequumlente foi de Myrtaceae e para T angustula foram Fabaceae Liliaceae e

Mimosaceae Dessa maneira concluiacuteram que essas espeacutecies se mostraram

generalistas visitando diversas plantas

No mesmo ano Carvalho Marchini e Ros (1999) fizeram um estudo para comparar

e analisar as fontes de poacutelen utilizadas por Apis mellifera e quatro diferentes

espeacutecies de Trigonini (Nannotrigona testaceicornis Partamona helleri Plebeia

droryana e Tetragonisca angustula) O trabalho teve o intuito de fornecer

informaccedilotildees sobre as preferecircncias florais e as relaccedilotildees troacuteficas dessas espeacutecies

Com coletas realizadas nos meses de Outubro e Novembro de 1996 no campus da

USP em Piracicaba os autores coletaram 53 tipos poliacutenicos desses os tipos mais

frequentes para todas as abelhas foram Aracaceae Bulbine frutescens e

Eucalyptus spe com as relaccedilotildees troacuteficas eles observaram que a utilizaccedilatildeo de fontes

de poacutelen variou conforme a espeacutecie e que a dieta se mostrou bem diversificada

Dessa maneira os autores concluiacuteram que P droryana e Phelleri foram agraves

espeacutecies que apresentaram maior uniformidade na utilizaccedilatildeo de fontes de poacutelen e a

maior sobreposiccedilatildeo de nicho troacutefico ocorreu entre N testaceiconis e T angustula e

menor sobreposiccedilatildeo foi entre A meliacutefera e T angustula

Devido agrave carecircncia de estudos sobre os recursos florais utilizados pelas abelhas

Agostini e Sazima (2003) fizeram um estudo sobre a fenologia das espeacutecies de

plantas ornamentais e suas relaccedilotildees com as espeacutecies de abelhas Com registros da

fenologia das plantas arboacutereas e arbustivas e o tipo de recurso utilizado pelas

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abelhas no campus da Universidade Estadual de Campinas em Satildeo Paulo os

autores registraram 42 espeacutecies de plantas e observaram que na aacuterea estudada

houve plantas florindo todos os meses e natildeo houve sazonalidade marcada Com

relaccedilatildeo ao tipo de recurso utilizado pelas abelhas foi observado que as plantas mais

visitadas foram da famiacutelia Leguminosae e Bombacaceae por serem importantes

fontes de alimento para as abelhas no periacuteodo de estiagem Concluiacuteram que plano

de manejo em ambientes urbanos usando plantas ornamentais nativas seria

importante para acolher maior diversidade de abelhas as quais cumprem papel

importantiacutessimo na manutenccedilatildeo da biodiversidade dos ecossistemas naturais

Como muitas plantas de importacircncia econocircmica dependem de insetos para

aumentar a produccedilatildeo e a qualidade dos frutos Toledo e colaboradores (2003)

pesquisaram as angiospermas na regiatildeo de Maringaacute no estado do Paranaacute para

contribuir com o conhecimento da biodiversidade nessa regiatildeo Com coletas em

onze espeacutecies de plantas examinadas na Universidade Estadual de Maringa

Paranaacute os autores obtiveram 331 insetos Entre as abelhas trecircs espeacutecies coletadas

foram as mais abundantes Tetragonisca angustula Apis mellifera e Trigona spinipes

Os autores concluiacuteram que essas abelhas africanizadas e sem ferratildeo foram as mais

abundantes nas coletas as flores devido tanto ao seu comportamento generalista

como pela sobreposiccedilatildeo no local de forrageamento

Simioni e Colaboradores (2007) realizaram um estudo para investigar os recursos

alimentares de Tetragonisca angustula fiebrigi em Mato Grosso do Sul Com

amostras de cargas poliacutenicas corbiculares das operaacuterias em um ambiente natural de

Corumbaacute-MS no periacuteodo de seis meses os autores relataram que T angustula

visitou 43 espeacutecies de plantas para coleta de poacutelen e as famiacutelias mais visitadas

foram Leguminosae Palmae Asteraceae e a subfamiacutelia Mimosidae devido agrave grande

quantidade de poacutelen acessiacutevel Deste modo concluiacuteram que Tetragonisca

angustula mostrou-se seletivo com relaccedilatildeo agraves fontes de alimento disponiacutevel na aacuterea

estudada e que a famiacutelia Leguminosae se mostrou a mais importante fonte de poacutelen

para T angustula

Muitas espeacutecies de abelhas vecircm sendo utilizadas consorciadas ao cultivo de

diversas espeacutecies de plantas No trabalho de Antunes e colaboradores (2007) eles

utilizaram a espeacutecie Tetragonisca angustula para verificar seu efeito como agente

polinizador na produccedilatildeo de frutos de cultivares de morango em estufa O estudo foi

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realizado na Universidade de Passo Fundo RS utilizando quatro cultivares de

morangueiro (Oso Grande Tdla Chandler e Dover) com ausecircncia e presenccedila de

duas e quatro colmeacuteias de T angustula Os autores observaram que o numero de

visitas as flores foram o mesmo para os mesmos nuacutemeros de colocircnias e que o uso

de duas ou quatro colmeacuteias natildeo alterou a produccedilatildeo dos frutos Aleacutem disso

observaram tambeacutem que a porcentagem de frutos deformados teve uma queda

consideraacutevel de 85 para 5 Sendo assim concluiacuteram que a presenccedila de

Tetragonisca angustula para a polinizaccedilatildeo em ambiente fechado tem grande

importacircncia para o aumento da produtividade e para o aumento da quantidade de

frutos comerciaacuteveis

Devido agrave grande importacircncia das abelhas sem ferratildeo para manter a biodiversidade

das plantas Braga e colaboradores (2012) fizeram um estudo com a espeacutecie T

angustula por ela ser amplamente distribuiacuteda nos habitats tropicais Com estudo

realizado em duas ilhas (Ilha Grande e Tucuruccedilaacute) e outras duas na ilha Ariroacute e

Tinguaacute todas SAP aacutereas de Mata Atlacircntica do Estado do Rio de Janeiro e apenas

Ilha Grande pertence a uma unidade de proteccedilatildeo ambiental Para esse estudo os

autores fizeram coletas de carga de poacutelen e observaccedilotildees agraves flores T angustula

visitou 61 espeacutecies de plantas sendo Anacardiaceae e Asteraceaeas mais visitadas

Na Ilha grande foi a aacuterea onde se obteve maior nuacutemero de visitas e onde se

encontrou 39 tipos poliacutenicos Dessa maneira concluiacuteram que a dieta de T angustula

eacute bem ampla e que essas pesquisas satildeo necessaacuterias para conhecer as plantas que

operam como recurso para as abelhas em ambiente natural

Com o intuito de contribuir para o conhecimento da flora e sua utilizaccedilatildeo por

polinizadores nativos Novais Absy e Santos (2013) caracterizaram o poacutelen de T

angustula atraveacutes da anaacutelise palinoloacutegica analisando os meacuteis produzidos por esta

espeacutecie em duas regiotildees semi-aacuteridas tropicais do nordeste do Brasil Com amostras

de mel coletados mensalmente nos municiacutepios de Itaberaba e Ruy Barbosa na

Bahia durante 14 meses os autores observaram que o espectro poliacutenico das

amostras de mel de T angustula consistiu um total de 67 tipos de poacutelen sendo que

18 deles foram comuns aos espectros de poacutelen tanto de Itaberaba quanto de Ruy

Barbosa e as famiacutelias das plantas que predominaram em ambos municiacutepios foram

Fabaceae Myrtaceae Malvaceae e Euphorbiaceae Concluiacuteram que houve um uso

heterogeneo dos recursos naturais no municiacutepio de Itaberaba e homogecircneo no

35

municiacutepio de Ruy Barbosa neste foi detectado um tamanho maior do nicho de poacutelen

de T angustula Para os autores isso se deve a diferenccedila na diversidade de plantas

entre os dois municiacutepios

25 COMPORTAMENTO DA ABELHA JATAIacute

Para algumas pesquisas estudos sobre comportamento eacute essencial para obter

informaccedilotildees importantes sobre a espeacutecie em estudo Para que pesquisadores

possam fazer estudo de comportamento em campo Altmann (1973) publicou um

trabalho sobre comportamento animal onde ela faz um guia para orientar os

observadores em seus estudos Ela apresenta meacutetodos para ser utilizado nas

observaccedilotildees tanto em comportamento individual quanto em grupo e apresenta o uso

de meacutetodos de amostragem nas observaccedilotildees Nesse a autora relata trabalhos de

outros autores sobre observaccedilotildees comportamentais e faz discussotildees a respeito de

problemas de amostragem em comportamento social como tambeacutem as vantagens e

desvantagens do uso de alguns meacutetodos

Um estudo relacionado com o comportamento de T angustula foi realizado por

Wittmann (1985) para mostrar que o sistema de defesa dessa espeacutecie natildeo era

apenas para defesa de alguns insetos voadores mais tambeacutem para defesa contra

ataques de abelhas cleptobioacuteticas Para observaccedilatildeo do comportamento das guardas

pairando foi mantida uma colocircnia de Lestremelitta limatildeo proacuteximo a quatros colocircnias

de T agustula O autor notou que o posicionamento das guardas pairando proacuteximo

ao corredor de vocirco do ninho permitia maior eficiecircncia nos ataques aos intrusos

cleptobioacuteticos e que durante esses ataques o numero de guardas aumentava

consideravelmente para reforccedilar a defesa do ninho Dessa maneira concluiu-se que

no comportamento de defesa essa espeacutecie faz um recrutamento em massa das

guardas em resposta a um feromocircnio lanccedilado por L limatildeo

Couvillon e colaboradores (2007) fizeram um estudo sobre a movimentaccedilatildeo das

forrageiras em relaccedilatildeo ao tamanho da entrada do ninho e o comportamento

defensivo das guardas em relaccedilatildeo agraves perturbaccedilotildees que os ninhos sofrem Para esse

trabalho os autores estudaram 26 espeacutecies de abelhas sem ferratildeo no campus da

Universidade de Satildeo Paulo em Ribeiratildeo Preto Foram medidas a entrada dos ninhos

36

e o comprimento de abelhas forrageiras Foi verificado que a entrada do tubo do

ninho se ajusta ao tamanho das abelhas operaacuterias ou seja quanto maior for a

abelha maior seraacute a entrada do ninho Tambeacutem observaram que as guardas tinham

o comportamento de proteger o ninho bloqueando sua entrada e permitindo apenas

a entrada das forrageiras Assim concluiacuteam que essas abelhas apresentam

importantes mecanismos de defesa para ninho e que estudos como esse podem

trazer informaccedilotildees importantes ao comportamento de defesas das abelhas sem

ferratildeo

Minussi e Santos (2007) fizeram um estudo para descobrir se haacute algum efeito

negativo da Apis mellifera sobre as abelhas nativas em relaccedilatildeo agrave coleta de recursos

Para isso os autores fizeram um trabalho sobre o comportamento que ocorre entre

essas abelhas Com observaccedilotildees agraves flores e coletas das abelhas na Escola

Agroteacutecnica Federal de Sombrio no municiacutepio de Santa Rosa Santa Catarina Apis

mellifera foi agrave espeacutecie mais abundante encontrada na aacuterea em estudo em seguida

Trigona spinipes foi a mais abundante Durante as observaccedilotildees notaram que o

comportamento de abertura das mandiacutebulas da subfamiacutelia Halictinae para atacar e

expulsar as abelhas africanizadas das flores era comum e que esse comportamento

ocorria sempre antes que abelhas conseguissem chegar ao fundo da flor Dessa

maneira concluiacuteram que as abelhas nativas conseguem se defender das abelhas

africanizadas para garantir seu recurso

Karcher e Ratnieks (2009) mostraram em suas pesquisas que ninhos de T

angustula natildeo eram apenas defendidos por guardas pairando mas tambeacutem por

guardas que ficam de peacute na entrada do ninho Os autores colocaram dez campeiras

e natildeo campeiras da mesma espeacutecie e campeiras tratadas com odor de

Scaptotrigona bipunctata em cinco ninhos As guardas de peacute natildeo rejeitaram

nenhuma campeira mas rejeitaram quase todas natildeo campeiras e campeiras

tratadas com odor volaacutetil A partir desse resultado concluiacuteram que as operaacuterias que

ficam de peacute na entrada do ninho tambeacutem atuam como oacutetimas guardas para

discriminar as abelhas campeiras e natildeo campeiras

No trabalho de Gruter Karcher e Ratnieks (2011)foi realizado um estudo sobre as

abelhas guardas de Tetragonisca angustula que ficam pairando e de peacute proacuteximo ao

ninho Os autores fizeram algumas experiecircncias para saber se havia alternacircncias de

tarefas entre elas A pesquisa teve duraccedilatildeo de trecircs anos e foi realizada em uma

37

fazenda perto de Satildeo Paulo Para observar essa alternacircncia de tarefas as abelhas

guardas foram coletadas e marcadas Dessa maneira notaram que das 18 abelhas

marcadas 12 eram exclusivamente guardas em peacute e seis realizavam os dois tipos

de guardas Durante as 21 horas de observaccedilatildeo natildeo foi observado mudanccedila entre

os tipos de guardas A partir desses resultados concluiacuteram que a alternacircncia de

tarefa entre as guardas eacute rara de acontecer indicando que a defesa de T angustula

e feita por divisatildeo de trabalho

Zweden e colaboradores (2011) fizeram um trabalho semelhante agrave Wittmann (1984)

com os guardas de defesa que ficam pairando Em seu estudo os autores tinham o

objetivo de testar a hipoacutetese que as guardas aumentavam a defesa do ninho em

relaccedilatildeo aos intrusos principalmente Lestrimellita limatildeo a qual eacute um ladratildeo

obrigatoacuterio de Tetragonisca angustula Foram feitas mediccedilotildees da distacircncia em que

as guardas pairando atacavam tanto um manequim de massa de modelar coberto de

citral (odor volaacutetil liberado por L limatildeo) quanto operaacuterias de Lestrimellita limatildeo

receacutem morto Todos os intrusos do experimento foram atacados por T angustula a

distacircncia que ocorreu o ataque variou entre 0-22 cm os ninhos que tinham mais

guardas apresentou maior distacircncia Dessa maneira concluiacuteram que a presenccedila de

guardas pairando aumenta a detecccedilatildeo de intrusos e que essas guardas respondem

especialmente a pistas visuais

As abelhas sem ferratildeo (eussocias) costumam apresentar divisatildeo de trabalho em

suas colocircnias Gruter e colaboradores (2012) em seu estudo quiseram testar a

hipoacutetese de que os soldados especializados (guardas) para a defesa das colocircnias de

jataiacute (Tetragonisca angustula) eram relativamente maiores que os trabalhadores

Com anaacutelise no tamanho e na forma das forrageiras guardas e trabalhadores que

removem resiacuteduos das colocircnias o autor constatou que o peso corporal das guardas

era maior que das abelhas forrageiras e que o tamanho da cabeccedila das forrageiras

mostrou-se um pouco maior em relaccedilatildeo agraves guardas Assim concluiu-se que a

variaccedilatildeo no tamanho seria devido agrave divisatildeo de trabalho ou seja a diferenccedila no

tamanho do corpo consiste em uma eficaacutecia maior para lutar contra invasores e a

diferenccedila em relaccedilatildeo ao tamanho da cabeccedila seria devido agrave necessidade das

forrageiras de decorar caminhos para busca do alimento

38

39

3 METODOLOGIA

31 AacuteREA DE ESTUDO

O Municiacutepio de Vitoacuteria possui uma extensatildeo geograacutefica que envolve um grau

elevado de urbanizaccedilatildeo (SOUZA 2011) De acordo com o Instituto Brasileiro de

Geografia e Estatiacutestica (2010) o Municiacutepio apresenta uma aacuterea de mais de 98 Kmsup2 e

conta com uma populaccedilatildeo estimada de 352104 habitantes O clima da regiatildeo de

Vitoacuteria pode ser classificado como Tropical uacutemido (CLASSIFICACcedilAtildeO [20--])

apresentando temperatura maacutexima que pode chegar a 32ordm C e miacutenima que fica em

torno de 24ordm C com os maiores iacutendices de precipitaccedilatildeo pluviomeacutetrica entre os meses

de Outubro a Janeiro (INSTITUTO CAPIXABA DE PESQUISA ASSISTEcircNCIA

TEacuteCNICA E EXTENSAtildeO RURAL 2011)

Vitoacuteria eacute um dos Municiacutepios que apresentam os maiores niacuteveis de temperaturas do

Estado Isso se deve ao fato de as grandes montanhas dificultarem a passagem dos

ventos do nuacutemero de preacutedios que aumenta com o passar dos anos assim como a

poluiccedilatildeo (SOUZA 2011)

O estudo foi realizado no Campus Universitaacuterio Alaor de Queiroz Arauacutejo da

Universidade Federal do Espiacuterito Santo (FERNANDES VALE 2013) tambeacutem

conhecido como campus de Goiabeiras Este campus se encontra localizado no

Municiacutepio de Vitoacuteria capital do Estado do Espiacuterito Santo e nas coordenadas

geograacuteficas de 20ordm 16rsquoS e 40ordm 18rsquoW (FERREIRA DANTAS 2000)

O Campus fica ao Sul e ao Oeste do canal da passagem e a Leste com a Avenida

Fernando Ferrari Ateacute 2008 era composta por uma aacuterea de ambiente entre mareacutes e

terrestre de 1592545 msup2 poreacutem com a ampliaccedilatildeo da Avenida Fernando Ferrari

essa aacuterea foi reduzida para 1567545 msup2 (FERNANDES VALE 2013) A aacuterea

amostral se localiza no entorno do Centro de Ciecircncias Humanas e Naturais (CCHN)

Implantada por volta da deacutecada de 1970 ela compotildee os ICrsquos (iniciais de Ilha do

Cercado) I II III e IV (FERNANDES VALE 2013) e apresenta uma aacuterea que

compreende edificaccedilotildees como preacutedios passarelas ruas asfaltadas paacutetio de

estacionamento e aacutereas jardinadas (MAPA 01)

40

Mapa 01- Mapa do Campus Universitaacuterio de Goiabeiras (UFES) com destaque da

aacuterea de estudo em vermelho

Fonte Google Maps (2014) 32 OBTENCcedilAtildeO DOS DADOS

A aacuterea de estudo foi inspecionada agrave procura de ninhos de T angustula com

observaccedilotildees em calccediladas paredes muros postes troncos de aacutervores entre outros

conforme Taura e Laroca (1991) Os ninhos encontrados foram marcados por letra

alfabeacutetica e mapeados com o auxiacutelio de um marcador permanente (marca Jocar

Office) e um GPS (marca Garmin etrex vista) As observaccedilotildees foram realizadas uma

vez a cada semana durante cinco meses de Abril agrave Setembro de 2014 totalizando

21 dias amostrados (140 horas) O periacuteodo no qual foram realizadas as observaccedilotildees

41

foi de 0700 agrave 1700 horas As observaccedilotildees foram feitas durante 15 minutos em cada

ninho e intercaladas nos periacuteodos matutino vespertino e dia todo com o auxilio de

uma lupa de matildeo devido elas apresentarem aproximadamente 5 miliacutemetros

(NOGUEIRA-NETO 1997) A lupa de matildeo foi utilizada tambeacutem para observar a cor

do poacutelen que as abelhas traziam para dentro do ninho

A contagem do nuacutemero de entradas e saiacutedas das abelhas coletoras e das abelhas

que protegem a colocircnia de invasores foi realizada em todos os ninhos com o auxilio

de um contador de nuacutemeros Os registros foram realizados com redaccedilatildeo dos

eventos e por meio de fotografias As observaccedilotildees seguiram o meacutetodo Animal-Focal

descrito por Altmann (1973) para anaacutelise do comportamento das abelhas Esse

meacutetodo consiste em amostrar os comportamentos de um ou mais indiviacuteduos por um

determinado periacuteodo de tempo O levantamento das principais fontes de alimento de

T angustula foi obtido a partir de dados bibliograacuteficos

33 ANAacuteLISE DOS DADOS

Para anaacutelise dos dados foi utilizado o programa ldquoMapSourcerdquo para a construccedilatildeo do

mapa dos ninhos encontrados Foi tambeacutem utilizado o programa Microsoft Excel

2007 para construccedilatildeo de graacuteficos para analisar o nuacutemero de visitas (entrada e saiacuteda)

que as abelhas coletoras apresentaram durante os cinco meses observados Os

graacuteficos foram construiacutedos por intervalos de horas sendo que as informaccedilotildees se

acumularam mais proacuteximo do horaacuterio em que houve mais eventos observados no

ninho O mesmo programa foi utilizado para retirar a meacutedia da quantidade de

guardas na defesa do ninho

Os dados resultantes do levantamento bibliograacutefico das fontes alimentares serviram

de base para a elaboraccedilatildeo de um graacutefico com a contribuiccedilatildeo das famiacutelias de plantas

mais visitadas por T angustula

42

43

4 RESULTADOS E DISCUSSOtildeES

41 LOCALIZACcedilAtildeO DOS NINHOS

Foram encontrados onze ninhos (marcados por letra alfabeacutetica de A a K) cinco

instalados em paredes e muros (K C I e J) e seis localizados sob placas de

concreto de passarelas (A B D E F G e H) (mais precisamente na base das

pilastras da passarela que se encontra entre os IC`s II e III) Este fato corrobora com

os estudos de Taura e Laroca (1991) que indica que a disponibilidade de nidificaccedilatildeo

nesses locais aumenta com as atividades antroacutepicas A localizaccedilatildeo dos ninhos eacute

apresentada pelo Mapa 02

Os ninhos C J K (Mapa 02) recebiam calorna maior parte do dia jaacute os demais natildeo

recebiam sol diretamente na maior parte do dia pois eram protegidos pela pilastra e

pela cobertura da passarela

Durante todo o periacuteodo das observaccedilotildees em geral o clima foi de dias quentes com

presenccedila de ventos

MAPA 02 ndash Mapa dos ninhos de T angustula estudadas no Campus de Goiabeiras

(UFES) Abril ndash Setembro2014

Fonte Modificado em Google earth (2014) Dos 11 ninhos observados dois ninhos natildeo apresentavam a entrada com o formato

comum de cilindro e traziam um formato natildeo definido

44

Em todos os ninhos foi possiacutevel ver que a abertura da extremidade do tubo era

relativamente grande Tal formato permite que haja espaccedilo para que algumas

abelhas guardas permaneccedilam na entrada do tubo ao mesmo tempo em que deixa

espaccedilo suficiente para as forrageiras passarem (KARCHER RATNIEKS 2009) Ao

longo de todo o tubo havia presenccedila de centenas de perfuraccedilotildees o que segundo

Gruter Karcher e Ratinieks (2011) eram para ajudar nas trocas gasosas

Nos cinco meses observados trecircs ninhos desapareceram da aacuterea amostral restando

ao final das observaccedilotildees oito ninhos Um deles (ninho E) foi perdido logo no iniacutecio

das observaccedilotildees supotildee-se que tenha ocorrido alguma intervenccedilatildeo aguda por

exemplo humana pois logo no segundo dia de observaccedilatildeo o mesmo jaacute natildeo estava

no lugar demarcado Outros dois ninhos (ninhos F e G) tambeacutem foram perdidos O F

persistiu ateacute o mecircs de Maio e o ninho G ateacute Julho Nestes o desaparecimento se

sucedeu apoacutes eventos de revoadas

42 INTERACcedilOtildeES INTER E INTRAESPECIacuteFICAS

TABELA 1 - Dados dos Ninhos observados

Data Ninho Hora Cores de Poacutelen

Presenccedila de

Resina Operaacuteriaslimpeza Guardas

em peacute Guardas pairando Ameaccedila

14abr D 07h-8h

Amarelo Branco Laranja

Vermelho

X 5 1

13mai C 10h-11h

Amarelo Branco Laranja

Vermelho

X X 4 4

20mai J 15h-16h Branco X X 8 12 02jun H 12h-13h Branco X X 8 4 16jul D 13h-14h Branco

X 8 2 Formiga

20jun B 08h-09h

Amarelo Branco Laranja

Vermelho

X X 9 3

06ago C 14h-15h Branco X 7 10 Lagartixa

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria As observaccedilotildees indicaram que as jataiacutes visitavam vaacuterias espeacutecies de flores durante

as manhatildes e iniacutecio das tardes pois nesse periacuteodo trouxeram uma grande

45

diversidade de poacutelen (cores amarela laranja branca e vermelha) transportados em

suas corbiacutecula para dentro do ninho B C e D (TABELA 1) (FIGURA 1-A) No horaacuterio

da tarde essa diversidade diminuiacutea nos ninhos C D H e J (TABELA 1) e era

representada pelo transporte de poacutelen de cor branca Este fato mostra que a

diversidade de flores visitadas decresce ao longo do dia

As abelhas sociais de um modo geral visitam as flores enquanto elas satildeo atrativas

Elas apresentam preferecircncia pela cor e satildeo capazes de discriminar os conjuntos

florais realizar sua localizaccedilatildeo e selecionar aquelas que produzem maior quantidade

e melhor qualidade de alimento (PIRANI LAURINO 1993) Existem diversos fatores

que podem influenciar a coleta de alimento pelas abelhas sociais entre eles o

comportamento das campeiras e a necessidade das colocircnias que depende do seu

tamanho (PIRANI LAURINO 1993)

Aleacutem de poacutelen tambeacutem foi observado carregamento de resina nas corbiacuteculas para

dentro do ninho B C H e J (TABELA 1) (FIGURA 1-B) essa eacute coletada pelas

abelhas em bototildees florais Depois de a resina ser coletada ela pode ser armazenada

pura ou misturada com cera No caso de T angustula ela geralmente faz a

armazenagem na forma pura (NOGUEIRA-NETO 1997) Como a resina eacute viscosa e

grudenta as abelhas a utilizam para vedar o entorno da entrada do tubo e tambeacutem

para depositar uma quantidade sobre o corpo e cabeccedila das formigas para defender

a colocircnia contra invasores (WITTMANN 1985 NOGUEIRA-NETO 1997)

Durante todo o periacuteodo observado foi notada a presenccedila de operaacuterias que cuidavam

da limpeza dos ninhos (TABELA 1) Essas operaacuterias trabalhavam retirando resiacuteduos

(detritos) de dentro do ninho e o faziam carregando atraveacutes de sua mandiacutebula

(FIGURA 1-C) Este trabalho era realizado continuamente ao longo de todo o dia

Para Nogueira-Neto (1997) T angustula eacute a espeacutecie que tem o melhor haacutebito de

limpeza e por esta razatildeo seu mel e seu proacutepolis satildeo considerados o melhor dentre

as outras espeacutecies

FIGURA 1- Divisatildeo de trabalho entre operaacuterias de Tetragonisca angustula A

Detalhe da corbiacutecula com poacutelen B Detalhe da corbiacutecula com resina C Operaacuteria de

limpeza com resiacuteduo na mandiacutebula

46

Fonte Arquivo Labibio

Em cada ninho foi possiacutevel notar a presenccedila de abelhas que ficavam tanto pousadas

ao longo do tubo de entrada do ninho quanto sobrevoando proacuteximo do mesmo

Essas abelhas satildeo chamadas por Gruter Karcher e Ratnieks (2011) de abelhas

guardas em peacute e pairando respectivamente As guardas em peacute estavam sempre

em grandes quantidades e estiveram em atividade praticamente em todo o periacuteodo

do dia

Essas guardas ficavam na maior parte do tempo com a mandiacutebula apoiada sobre o

ninho acredita-se que tenham a funccedilatildeo de depositar resina ao entorno do ninho As

demais guardas que ficavam sobrevoando estiveram mais ausentes logo no

A B

C

47

comeccedilo da manhatilde por volta das 0700 as 0900 horas As guardas pairando ficavam

na maioria das vezes em nuacutemeros de trecircs a quatro sempre posicionadas a direita e

esquerda do tubo e em direccedilatildeo a entrada (FIGURA 2)

FIGURA 2- Ninho de T angustula com guardas pairando destacado em vermelho e

guardas em peacute em destaque azul

Fonte Arquivo Labibio

Foi observado que no periacuteodo da tarde o nuacutemero de guardas pairando aumentava

Isso era visto com maior frequumlecircncia nos ninhos C e J instalados em paredes

(TABELA 1) Segundo Gruter Karcher e Ratnieks (2011) as colocircnias que

apresentam um nuacutemero maior de guardas pairando sofrem ameaccedilas de

vertebrados fato corroborado no ninho C (TABELA 1) que foi atacado por uma

lagartixa No momento em que aconteceu uma parte da populaccedilatildeo saiu do ninho e

se mostraram bem agitadas O que de acordo com Gruter Karcher Ratnieks (2011)

trata-se de uma resposta defensiva agrave percepccedilatildeo da respiraccedilatildeo de vaacuterios

vertebrados

Tambeacutem foi observado o comportamento defensivo em quando formigas se

aproximavam do ninho D (TABELA 1) As jataiacutes as ldquobeliscavamrdquo para que se

afastassem Esse mesmo comportamento foi visto durante minhas observaccedilotildees ao

Ninho A toda vez que me aproximava para observar ou fotografar surgiam vaacuterias ao

48

meu redor em uma dessas observaccedilotildees a jataiacute picou pele exposta Dentre todos os

ninhos essa foi a que apresentou o comportamento mais agressivo

De acordo com os estudos de Gruter e colaboradores (2012) T angustula eacute a uacutenica

espeacutecie que apresenta um sistema de defesa que envolve dois grupos distintos e

complementares de guardas uma pairando que se estacionam no ar proacuteximo ao

ninho e outras em peacute ao redor da entrada do ninho As guardas que ficam de frente

para o caminho de vocirco satildeo chamadas de grupo principal e as que ficam

posicionadas agrave direita e agrave esquerda do ninho satildeo o grupo secundaacuterio (GRUTER

KARCHER RATNIEKS 2011)

Uma caracteriacutestica interessante dessas guardas eacute que apresentam caracteriacutesticas

morfoloacutegicas diferentes das operaacuterias (satildeo maiores e mais pesadas) (GRUTER et

al 2012) Elas apresentam diferenccedilas no comprimento da asa no tamanho das

pernas traseiras que satildeo relativamente maiores para seu corpo (podendo ajudar na

luta contra invasores) e cabeccedila um pouco menor que das forrageiras Essa ultima

caracteriacutestica estaacute associada agrave maior necessidade das forrageiras de processar

informaccedilotildees sensoriais relacionadas ao forrageamento (GRUTER et al 2012)

As abelhas guardas possuem a funccedilatildeo de defender sua colocircnia de ataques de

intrusos que aproveitam do seu trabalho para roubar o alimento produzido

(GRUTER KARCHER RATNIEKS 2011) As accedilotildees especiacuteficas desses intrusos satildeo

detectadas mais pelas guardas em peacute pois elas conseguem identificar as campeiras

e natildeo campeiras da mesma espeacutecie por quimiorecepccedilatildeo (KARCHER RATNIEKS

2009 GRUTER KARCHER RATNIEKS 2011) Jaacute as guardas que pairam perto do

ninho atacam intrusos que natildeo satildeo da mesma espeacutecie elas o reconhecem pela cor

forma do corpo e pelos odores volaacuteteis (KARCHER RATNIEKS 2009) De acordo

com Zweden e Colaboradores (2011) a presenccedila de guardas pairando aumenta a

detecccedilatildeo de intrusos e que essas guardas respondem especialmente a pistas

visuais Como comportamento de defesa as guardas liberam um feromocircnio de

alarme para recrutar os trabalhadores para o ataque (FREE 1987 apud ZWEDEN

2011)

O nuacutemero meacutedio de guardas durante o periacuteodo observado mostrou-se maior para as

guardas em peacute (78) do que para as guardas pairando (35) Esse fato eacute explicado

por Gruter Karcher e Ratnieks (2011) para eles o gasto energeacutetico das guardas

pairando eacute muito maior de modo que eacute menos dispendioso energicamente para as

49

abelhas ficarem em peacute Mesmo tendo um gasto energeacutetico muito alto nas

observaccedilotildees de Wittmann (1985) as atividades do voo das guardas foi constatado

que essas ficavam pairando por cerca de 70 minutos antes de voltar para dentro do

ninho Este fato mostra que a mudanccedila de guardas natildeo eacute comum e que a defesa do

ninho eacute feita por divisatildeo de trabalho e natildeo por alternacircncia de tarefas (GRUTER

KARCHER RATNIEKS 2011)

Os ninhos que desapareceram ao longo das observaccedilotildees foram devido agraves revoadas

um comportamento comum nas abelhas Nas jataiacutes as revoadas geralmente

ocorrem devido ao calor para refrescar o ninho em caso de altas temperaturas uma

parte da populaccedilatildeo sai do ninho enxameamento para reproduccedilatildeo ou devido agrave

interferecircncia humana quando um ninho eacute retirado de um local para outro

(INFORMACcedilAtildeO PESSOAL ZOCOLOTTI V R) De acordo com este na primeira

semana eacute possiacutevel presenciar alguma revoada que pode ser para identificaccedilatildeo

tanto da flora apiacutecola quanto para localizaccedilatildeo do novo ambiente

No caso dos ninhos F e G ao final de cada revoada observada a entrada do ninho

ficava bastante danificada Foram observadas trecircs revoadas (duas no mesmo dia)

do ninho F todas no mecircs de Maio e duas (em dias diferentes) no ninho G no mecircs

de Junho Apoacutes estas observaccedilotildees os dois ninhos desapareceram

Durante as revoadas vaacuterias abelhas caiam no chatildeo agarradas umas nas outras

Apoacutes queda era possiacutevel observar que as guardas conseguiam prender e retirar

com sua mandiacutebula as pernas e asas do invasor (FIGURA 3-A e B) o que impedia

as invasoras de conseguir atacar novamente Segundo Kerr e colaboradores (2005)

as guardas agarram as pernas dos invasores para que eles caiam no chatildeo e sejam

comidos pelas formigas que ficam proacuteximas aos ninhos

50

FIGURA 3 - Ataque de invasores A T angustula com mandiacutebula presa agrave perna do

Jataiacute invasora BPerna de invasores retirada apoacutes ataque

Fonte Arquivo Labibio

De acordo com Zocolotti VR (INFORMACcedilAtildeO PESSOAL) as cinco espeacutecies de

Meliponini criadas por ele podem apresentar o comportamento de saquear outros

ninhos e isso pode ocorrer por oportunismo ou por falta de alimento Em especial

as Jataiacutes geralmente possuem o costume de atacar as proacuteprias jataiacutes esses

ataques acontecem dentro do mesmo ninho e entre outros proacuteximos Esses ataques

podem ocorrer por atraccedilatildeo de feromocircnio de princesa (rainhas jovens natildeo

fecundadas) por enxame fraco ou ateacute mesmo para absorver o fraco ou seja elas

entram e acabam matando a rainha e mantecircm os trabalhadores por um tempo ateacute

absorver o enxame ou ateacute mesmo o deixam morrer sendo dessa maneira muito

complexas em relaccedilatildeo ao comportamento

Na aacuterea do campus da Ufes houve uma consideraacutevel devastaccedilatildeo na vegetaccedilatildeo

nativa (compreendida de Mata Atlacircntica Manguezal e Restinga) devido agrave

construccedilatildeo de preacutedios que foram erguidos logo no iniacutecio da implantaccedilatildeo da

Universidade Como medida compensatoacuteria foi feito o plantio de espeacutecies arboacutereas

usando em demasia espeacutecies exoacuteticas (CASTRO 2003) Na Ufes eacute possiacutevel ver

poucas aacutereas jardinadas Aleacutem disso sempre que eacute necessaacuterio construir um novo

preacutedio novas aacutereas satildeo eliminadas podendo ou natildeo ser compensada com plantas

nativas

A B

51

Em abelhas sociais o comportamento de saque eacute comum acontecer em sequumlecircncias

natildeo contiacutenuas ou seja ela cessa e recomeccedila por periacuteodos de tempo (SANTANA

etal 2004) Durante as observaccedilotildees foram presenciadas trecircs revoadas ao ninho F

duas no mesmo dia poreacutem em horaacuterios diferentes e duas ao ninho G em dias

diferentes (FIGURAS 4- A B C e D)

FIGURA 4 ndash Revoada do ninho F A Vista da entrada do iniacutecio do estudo B Vista

da entrada em plena atividade em iniacutecio de maio C Entrada apoacutes uma revoada em

maio D Vista da entrada do ninho apoacutes uacuteltima revoada em maio

Fonte Arquivo Labibio

Nas figuras 4a e b mostram o estado em que a entrada do ninho se encontrava na

primeira semana de observaccedilatildeo (vinte e oito de Abril) e na primeira semana do mecircs

seguinte (sete de Maio) esse uacuteltimo a entrada do ninho jaacute se encontrava danificado

No ninho F(FIGURA 4) as revoadas que ocorreram no dia vinte de Maio entre

A B

C D

52

1000 e 1400 horas e no dia vinte e seis de Maio entre 1600 e 1700 horas

corroborando com Santana e colaboradores (2004) sobre o comportamento de

saques intermitentes

No ninho G as revoadas se iniciaram duas semanas apoacutes o desaparecimento do

ninho F nos dias nove e vinte e seis de junho entre 1500 e 1600 horas e dia 16 de

junho no mesmo horaacuterio (FIGURA 5-A B e C)

FIGURA 5 ndash Revoadas no Ninho G A Ninho no iniacutecio de Maio B Registro da

primeira revoada C Ultima revoada perda do ninho

Fonte Arquivo Labibio

As observaccedilotildees evidenciaram a ocorrecircncia de um acuacutemulo de resiacuteduos sobre os

ninhos apoacutes as revoadas (FGURA 5-B) No ninho G tinha uma subpopulaccedilatildeo

A B

C

53

pequena mas bem ativa conforme verificado apoacutes quatro horas de observaccedilatildeo em

nove dias (Graacutefico 1- A e B)

GRAacuteFICO1 A ndash Ritmo de Saiacutedas no Ninho G

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

GRAacuteFICO 1B ndash Ritmo de entradas no ninho G

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

0

20

40

60

80

100

120

140

09h-10h 10h-11h 12h-13h 14h-15h 16h-17h

Nuacutem

ero

de V

isita

s

Horaacuterios

13mai 20mai 26mai

0

20

40

60

80

100

120

140

160

180

200

09h-10h 10h-11h 12h-13h 14h-15h 16h-17h

Nuacutem

ero

de V

isita

s

Horaacuterios

13mai 20mai 26mai

54

No ninho G as abelhas iniciaram suas atividades antes de 09h evidenciado pela

entrada de aproximadamente 180 forrageadoras entre 9 e 10h As saiacutedas neste

mesmo periacuteodo ficaram em torno de 100

Entre 16h-17h houve um grande nuacutemero de entrada o que era esperado todas as

que saiacuteram tecircm que retornar enquanto haacute luminosidade e antes do ninho ser

fechado Conforme esperado por Gruter Karcher Ratnieks (2011) quando comeccedila

a escurecer as Jataiacutes fecham a entrada do tubo para impedir que intrusos ataquem

seu ninho durante a noite e abrem pela manhatilde quando o clima estaacute mais favoraacutevel

para iniciarem suas atividades

Neste ninho entre 12h-13h houve um nuacutemero maior de saiacutedas que de entradas ateacute

agraves 16h Isso possivelmente esteve relacionado agrave uma grande distacircncia entre o ninho

e as fontes de recursos troacuteficos

Outro ninho em que foi possiacutevel observar todos os meses notou-se que apresentou

atividade durante todo o dia (GRAacuteFICO 2-A e B)

GRAacuteFICO 2A ndash Ritmo de saiacutedas do ninho B

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

0

50

100

150

200

250

300

350

400

450

500

07h-08h 08h-09h 09h-10h 11h-12h 12h-13h 13h-14h 14h-15h 15h-16h 16h-17h

Nuacutem

ero

de V

isita

s

Horaacuterios

28abr 13mai 20mai 26mai 09jun 16jun 23jun 01jul 09jul

16jul 23jul 30jul 06ago 13ago 20ago 27ago 05set 10set

55

GRAacuteFICO 2B ndash Ritmo de entradas do nino B

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

O ninho B tinha uma subpopulaccedilatildeo mais numerosa que F e G Durante o inverno

(2307 e 2708) as abelhas iniciavam suas atividades cerca de duas horas mais

tarde em horaacuterio com temperatura mais elevada (indicado pela seta preta) Tal fato

corrobora com as observaccedilotildees de Ulian e colaboradores (2007) que constata que

em periacuteodo mais chuvoso onde as temperaturas satildeo geralmente mais baixas as

Jataiacutes apresentam iniacutecio de atividade agraves 9 horas da manhatilde devido agrave temperatura

nesse horaacuterio comeccedilar a aumentar

Proacuteximo do horaacuterio de 10 horas houve um grande nuacutemero de saiacutedas do ninho

seguido de um grande nuacutemero de entrada o que indica a ocorrecircncia de uma fonte

de recursos proacutexima ao ninho ou a indisponibilidade de recurso para ser coletado

naquela hora Acredita-se que na primeira possibilidade - fonte proacutexima ela era de

resina pelo fato de ter havido um intervalo de saiacuteda ateacute agraves 12h jaacute que esta

demanda mais tempo para ser retirada da corbiacutecula e armazenada por ser

pegajosa No caso da segunda possibilidade natildeo encontraram alimento disponiacutevel

naquele horaacuterio o retorno ao ninho eacute a alternativa mais eficaz para evitar um alto

gasto energeacutetico ateacute que o recurso fique disponiacutevel para coleta

0

100

200

300

400

500

600

07h-08h 08h-09h 09h-10h 10h-11h 11h-12h 12h-13h 13h-14h 14h-15h 15h-16h 16h-17h

Nuacutem

ero

de V

isita

s

Horaacuterios 28abr 13mai 20mai 26mai 09jun 16jun 23jun 09jul16jul 23jul 30jul 20ago 27ago 05set 10set

56

No outono as atividades das Jataiacutes comeccedilaram a diminuir por volta de 15 horas

(indicado pela seta marrom) ateacute cessar totalmente no iniacutecio das 16 horas Pelos

graacuteficos nota-se que o ninho B possui vantagem de uma hora nas atividades em

relaccedilatildeo ao ninho G isso provavelmente ocorreu porque o ninho B obteve mais

sucesso nas coletas distribuiacutedas ao longo do dia

43 RECURSOS FLORAIS

Eacute notoacuteria a relaccedilatildeo que existe entre abelha-flor relaccedilatildeo essa que sucedeu a milhotildees

de anos desde entatildeo as abelhas dependem de substancias utilizadas na

alimentaccedilatildeo e as plantas se beneficiam com a polinizaccedilatildeo (PIRANI LAURINO

1993) Para entender a biologia dos Meliponini eacute importante conhecer sua

alimentaccedilatildeo Para isso eacute necessaacuterio fazer um levantamento das plantas utilizadas

para coleta de poacutelen e neacutectar (SOUZA 1999 apud OLIVEIRA ABSY MIRANDA

2009)

Com base nos dados obtidos sobre as fontes alimentares de T angustula na

literatura (TABELA 2) nota-se a capacidade dessa espeacutecie de visitar uma ampla

diversidade de famiacutelias de plantas Segundo Toledo e colaboradores (2003) durante

cada voo das campeiras em meacutedia 100 flores satildeo visitadas

O levantamento bibliograacutefico indicou que existem duas metodologias bastante

usadas por autores para conhecer a dieta das abelhas Uma delas eacute a investigaccedilatildeo

palinoloacutegica para avaliar as fontes de recursos florais utilizados (poacutelen e neacutectar)

com base no gratildeo de poacutelen depositado no corpo da abelha para identificaccedilatildeo das

espeacutecies vegetais (CARVALHO MARCHINE ROS 1999 FEIDEN 1994 SIMIONI et

al 2007 OLIVEIRA ABSY MIRANDA 2009 MORGADO et al 2011NOVAIS

ABSY SANTOS 2013) A outra se daacute por meio de observaccedilotildees das campeiras nas

flores (AGOSTINI SAZIMA 2003 TOLEDO et al 2003OLIVEIRA ABSY

MIRANDA 2009 BRAGA et al 2012) A partir desses meacutetodos eacute possiacutevel saber

quais satildeo as plantas que produzem seus alimentos preferenciais e quais as fontes

alternativas (OLIVEIRA ABSY MIRANDA 2009)

57

TABELA 2 ndash Relaccedilatildeo das espeacutecies de plantas visitadas porT Angustula Continua

Famiacutelia Espeacutecie Polinizada Visitada Recurso

Poacutelen Neacutectar

Acanthaceae Thunbergia grandiflora X Odontonema strictum X X

Justicia brandegeana X

Ruellia silvaecola X Agavaceae Agave americana X X X

Agave sisalana X X X

Agave attenuata X X X

Dracena fragana X X X Aizoaceae Mesembryantemum spectabilis X Lamprantus productus X Amaranthaceae Gomphrena globosa X Amarylidaceae Clivia miniata X X X Anacardiaceae Schinus terebinthifolius X X

Lithraea molleoides X X

Toxicodendron verniciferum X X

Mangifera indica X X X

Tapirira guianensis X Apiaceae Hydrocotyle leucocephala X Apocynaceae Trevetia peruviana X Araliaceae Tetrapanax papyrifera X X X Asclepiadaceae Asclepias curassavica X X Asteraceae Parthenium hysterophorus X Aspillia latissima X Aspillia sp X Balsaminaceae Impatiens balsamina X X X

Impatiens sultanii X Bignoniaceae Spathodea campanulata X X Tabebulaim petiginosa X X X

Tabebula chrysotricha X X X Bixaceae Bixa orellana X X Bombacaceae Ceiba arianthos X X

Pseudo bombax sp X X

Pseudobombax tomentoso X X

Eriotheca canolleana X X

Bombax ceiba X X Boraginaceae Cordia superba X X

Cordia glabrata X X Brassicaceae Brassica sp X Cactaceae Opuntia ficusindica X X Caesalpiniaceae Schizolobium parahyba X X Capparaceae Cleome spinosa X Caprifoliaceae Lonicera japonica X X

58

TABELA 2 ndash Relaccedilatildeo das espeacutecies de plantas visitadas por T angustula Continua

Famiacutelia Espeacutecie Polinizada Visitada Recurso

Poacutelen Neacutectar

Sambucus australis X X Caryophylaceae Silene armeria X Cecropiaceae Cecropia hololeuca X Cochlospermaceae Cochlospermum vitifolium X X Compositae Vernonia polyanthes X X

Bidens pilosa X X Cosmos auphureus X X X

Centratherium violaceum X X X

Dahlia sp X Eclipta alba X Asterla evis X Tithonia rotundifolia X X X

Tithonia speciosa X X X

Tithonia diversifolia X Baccharis sp X Wedelia paludosa X Eupatorium sp X Mikania glomerata X X

Montano apyramidata X X Montano abipinnatifiada X Senecio brasiliensis X X X

Emilia sonchifolia X X Ambrosia sp X X Creopsis grandiflora X Galinsoga parviflora X Crassulaceae Kalanchoe tubiflora X X Cyperaceae Cyperus sp X Elaeocarpaceae Muntingia calabura X Ericaceae Rhododendron simsii X X X

Rhododendron indicum X X X Euphorbiaceae Alchornea sidaefolia X X X

Euphorbia milii X X X

Euphorbia pulcherrima X X X

Ricinus communis X X X

Croton sp X Fabaceae Desmodium sp X Tipuana tipu X Vigna peduncularis X X Guttiferae Kielmeyera coriacea X X Iridaceae Dietes vegeta X Labiatae Salvia splendens X Origanum vugare X

59

TABELA 2 ndash Relaccedilatildeo das espeacutecies de plantas visitadas por T angustula Continua

Famiacutelia Espeacutecie Polinizada Visitada Recurso

Poacutelen Neacutectar

Ocimum sellowii X Iboza riparia X X X

Coleus blumei X X X Leguminosae Andira anthelmintica X X

Mimosa daleoides X X X

Myroxylon balsamum X X X

Piptadenia gonoacantha X X X

Stylos anthesscabra X Caesalpinia bonducella X X X

Caesalpinia pelthophoroides X X X

Crotalaria lanceolata X Calliandra twedii X Sophora tomentosa X X Mimosa pudica X Erythrina speciosa X X X

Cassia grandis X Schizolobium parahyba X X Senna multijuga X Senna bicapsularis X X Delonix regia X Clitoria fairchildiana X Centrolobium tomentoso X Liliaceae Aloe sp X X Bulbine frutescens X Loranthaceae Struthanthus andrastylus X X Lythraceae Lagerstroemia indica X X Magnoliaceae Talauma ovata X X Malpighiaceae Malphiguia glabra X Tetrapterys X Byrsonima intermedia X X X Malvaceae Hibiscus rosa-sinensis X X X

Malvaviscus arboreus X X Sida rhombifolia X Melastomataceae Tibouchina granulosa X X

Clidemeia sp X X

Tibouchina sp X X X

Tibouchina holosericea X X Meliaceae Trichilia sp X Mimosaceae Leucaena leucocephala X Anadenanthera collubrina X Moraceae Cecropia pachystachya X X X

Morus nigra X X

60

TABELA 2 ndash Relaccedilatildeo das espeacutecies de plantas visitadas por T angustula Continua

Famiacutelia Espeacutecie Polinizada Visitada Recurso

Poacutelen Neacutectar Myrsinaceae Ardisia crenata X X Myrtaceae Eucalyptus robusta X X X

Eugenia jambos X X X

Eugenia pitanga X Eucalyptus terecornis X Plinia glomerata X Nyctaginaceae Bougainvile aspectabilis X X X Oleaceae Jasminum azoricum X Palmae Acrocomia aculeata X X

Archontophoenix cunninghamiana X

Syagrus romanzoffiana X Copernicia alba X X Sheelea phalerata X Passifloraceae Passiflora jilekii X Piperaceae Piper mollicomum X Poaceae Paspalum sp X Polemoniaceae Cobae scandens X Polygonaceae Polygonum capitatum X X X Pontederiaceae Pontederia lanceolata X X Proteaceae Grevill a bansksii X X X Rosaceae Prunus persica X X X

Pyracantha coccinea X X Rubiaceae Pentas lanceolata X X

Citrus airantum X X Rutaceae Citrus limon X X X Scrophulariaceae Paulownia imperialis X X Solanaceae Nicotiana tabacum X X Sterculiaceae Dombeya burgessiae X Dombeya wallichii X Sterculia chicha X X Tiliaceae Heliocarpus americanus X X X Tropaeolaceae Tropaeolum majus X X X Ulmaceae Tipo celtis X Trema micrantha X X Umbelliferae Foeniculum vulgare X X X Verbenaceae Duranta repens X

Vitex agnus-castus X

Velloziaceae Vellozia candia X X X Zingiberaceae Hedychium coronarium X Fonte Pirani Laurino 1993 Carvalho Marchine Ros 1999 Agostini Sazima 2003 Toledo et al 2003 Cartopassi-Laurino 2005 Braga e Colaboradores 2012 Novais Absy Santos 2013

61

Foram encontradas 71 famiacutelias e um total de 166 espeacutecies Dessas 30 espeacutecies satildeo

polinizadas e 136 satildeo visitadas Poacutelen e neacutectar satildeo os recursos mais coletados

com coleta de poacutelen em 78 espeacutecies e de neacutectar em 69 De acordo coma Lista de

Espeacutecies da Flora do Brasil (2010) 20 das espeacutecies que satildeo polinizadas (TABELA

2) satildeo nativas o restante satildeo espeacutecies exoacuteticas ou seja natildeo pertencem agrave flora

brasileira

As famiacutelias que apresentaram maior porcentagem de visitas por T angustula foram

Compositae e Leguminosae (TABELA 2) com 13 e 12 de espeacutecies

respectivamente (GRAacuteFICO 3) sendo as famiacutelias mais importantes para a dieta da

jataiacute (AGOSTINE SAZIMA 2003 SIIONI et al 2007) Esse resultado eacute similar ao

trabalho de Simioni e colaboradores (2007) seus resultados mostram que uma das

famiacutelias analisadas Leguminosae tambeacutem apresentaram um maior destaque na

quantidade de visitas realizadas por T angustula esse fato pode ser explicado pelo

fato de que Leguminosae representa a mais importante fonte de poacutelen para essa

espeacutecie

As famiacutelias Compositae e Leguminosae satildeo as mais bem representadas pelo fato

de apresentarem espeacutecies que fornecem alimento em maior qualidade e quantidade

por vaacuterios periacuteodos do ano Com destaque para a famiacutelia Leguminosae que fornece

recursos alimentares para as abelhas nos periacuteodos de estiagem (PIRANI LAURINO

1993 AGOSTINE SAZIMA 2003)

O graacutefico abaixo ilustra o comportamento generalista deT angustula Onde 41 das

visitadas realizadas pela espeacutecie se distribuem por 55 famiacutelias vegetais Esse

comportamento concorda com trabalho de Anacleto (2007) onde dentre as cinco

espeacutecies estudadas por ele a que apresentou o haacutebito mais generalista em relaccedilatildeo

ao nuacutemero de plantas visitadas foi T angustula

62

GRAacuteFICO 3 ndash Contribuiccedilatildeo das famiacutelias de plantas para a dieta de T angustula

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria com base nos dados da Tabela 1

As abelhas generalistas visitam flores pequenas e abertas e satildeo menos

relacionadas agraves flores especializadas (RUTHCKE JULES 1993 ROUBIK 1992

apud AGOSTINI SAZIMA 2003) e tecircm preferecircncia de flores arboacutereas com

inflorescecircncia densas

Um exemplo de flores que natildeo satildeo especializadas e que satildeo importantes para a

dieta de T angustula eacute da famiacutelia Asteraceae as espeacutecies Mangifera indica e

Schinus terebinthifolius apresentam grande densidade de flores e permite faacutecil

acesso para as abelhas deste modo tornam-se importantes fornecedores de fontes

de poacutelen (BRAGA et al 2012)

De acordo com o levantamento das plantas utilizadas pelas abelhas jataiacute realizado

por diferentes autores as famiacutelias que se mostraram bem representadas foram

Malvaceae Caesalpiniaceae Melastomataceae Myrtaceae Euphorbiaceae e

Anacardiaceae sendo consideradas portanto essenciais para a dieta da jataiacute

2 2 3 2

2 3

13

3 2

3

12 2 2 2 3

3

41

Acanthaceae Agavaceae Anacardiaceae Asteraceae Bignoniaceae

Bombacaceae Compositae Euphorbiaceae Fabaceae Labiatae

Leguminosae Malpighiaceae Malvaceae Melastomataceae Myrtaceae

Palmae Outros

63

Em geral essas famiacutelias podem ser caracterizadas pela floraccedilatildeo do tipo contiacutenuo ou

seja uma floraccedilatildeo que natildeo cessa ou que ocorre na maior parte do ano o que

permite as abelhas ter acesso aos recursos em todas as estaccedilotildees do ano

(CARVALHO MARCHINI ROS 1999 AGOSTINI SAZIMA 2003 TOLEDO et al

2003 MORGADO et al 2011)

64

65

5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS Sendo este a primeira pesquisa com abelhas em compus no Espiacuterito Santo Foi

observado que a distribuiccedilatildeo dos ninhos encontrados apresentou-se uniforme

Todos os ninhos estavam instalados em paredes e pisos de concreto o que indica

seu potencial de adaptabilidade agraves condiccedilotildees antroacutepicas

A diversidade de cores de poacutelen trazida pelas forrageiras no iniacutecio da manhatilde indica

uma ampla disponibilidade de alimento que a flores oferecem nesse periacuteodo do dia

bem como a eficiecircncia das forrageiras em selecionar essas flores

De acordo com as observaccedilotildees que foram realizadas no estudo as abelhas T

angustula podem ter suas atividades influenciadas pelo clima Uma vez que foi

observado que no periacuteodo de inverno em que as temperaturas satildeo mais baixas

elas comeccedilavam a realizar suas funccedilotildees nos horaacuterios com as temperaturas mais

altas

A divisatildeo de trabalho entre forrageadoras operaacuterias de limpeza e de defesa

observado nessa espeacutecie indica o comportamento altamente social dos Meliponini

O mecanismo de defesa observado em T angustula entre guardas pairando e em

peacute pode indicar uma caracteriacutestica de complementaridade na defesa do ninho uma

vez que durante as observaccedilotildees os dois tipos de guardas sempre se fizeram

presentes O que mostra que mesmo com o atrofiamento do ferratildeo os indiviacuteduos

desenvolveram estrateacutegias para a defesa contra invasores

Foi comum observar a presenccedila de revoadas nos ninhos entre as Jataiacutes Este

comportamento em geral eacute comum para o desenvolvimento (sobrevivecircncia) da

colocircnia No caso dos ninhos observados apoacutes as revoadas eles foram

desaparecendo Este fato pode indicar um baixo iacutendice de recursos troacuteficos para

essas abelhas dentro do campus pois ao inveacutes dos ninhos se manterem ou

aumentarem em quantidade ao longo das observaccedilotildees eles desapareceram

O levantamento das flores visitadas por T angustula indicou um comportamento

generalista desta espeacutecie em visitar uma grande variedade de plantas o que mostra

sua importacircncia para garantir a variabilidade dessas plantas

66

Esse levantamento tambeacutem indicou que a polinizaccedilatildeo realizada por elas foi

predominante em plantas exoacuteticas O que pode refletir a deficiecircncia na quantidade

de plantas nativas melitoacutefilas na aacuterea de estudo

67

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Page 19: FACULDADE CATÓLICA SALESIANA DO ESPÍRITO SANTO … · No grupo dos Apinae está à tribo dos Meliponini, conhecidas como abelhas indígenas sem ferrão por possuir seu ferrão atrofiado

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mudanccedilas na composiccedilatildeo floriacutestica nos locais de nidificaccedilatildeo e que apresentam ter

influecircncias significativas nas caracteriacutesticas associadas agraves abelhas

Taura e Laroca (1991) realizaram uma pesquisa com o propoacutesito de analisar a

distribuiccedilatildeo e a abundacircncia de ninhos de abelhas sociais em locais que apresentam

constantes processos de urbanizaccedilatildeo Com levantamentos realizados na regiatildeo de

Passeio Puacuteblico (Curitiba) eles encontraram 32 ninhos de Apidae com

predominacircncia da subfamiacutelia dos Meliponiacuteneos Assim sendo concluiacuteram que os

meliponiacuteneos eram favorecidos pelas atividades humanas para nidificaccedilatildeo uma vez

que foram encontrados em paredotildees de concretos edificaccedilotildees entre outros locais

Entretanto tambeacutem concluiacuteram que essas abelhas satildeo ameaccediladas devido agrave

instabilidade do ambiente que apresenta muitas mudanccedilas por causa da

urbanizaccedilatildeo

Pirani e Laurino (1993) publicaram um livro sobre flores e abelhas em Satildeo Paulo

onde os autores tinham o interesse de estudar as relaccedilotildees entre as abelhas e o

ambiente conhecer as plantas visitadas por elas e suas preferecircncias florais em

aacutereas onde haacute interferecircncia humana Todo estudo foi realizado dentro do Campus

Universitaacuterio de Satildeo Paulo Para desenvolver esse trabalho eles coletaram

informaccedilotildees sobre as plantas apiacutecolas dos jardins do ldquocampusrdquo sobre a atraccedilatildeo que

as espeacutecies de abelhas sociais tecircm por estas plantas e sobre as variaccedilotildees abioacuteticas

existentes As coletas nas flores de amostras de mel e poacutelen das colocircnias e

observaccedilotildees dos ninhos das abelhas foram perioacutedicas Eles obtiveram 133 espeacutecies

de flores visitadas separadas em sete famiacutelias Neste livro Pirani e Laurino fazem

discussotildees a respeito dos resultados dos seus dados associando com trabalhos de

outros autores e concluem que trabalhos como esse apresenta grande importacircncia

pois mostra o valor de determinadas espeacutecies vegetais para as abelhas e que ainda

haacute muito estudo para se fazer com relaccedilatildeo agrave abelha-flor

Devido aos danos que as abelhas vecircm sofrendo com a perda de habitat Oliveira

Morato e Garcia (1995) fizeram um estudo para conhecer as espeacutecies de

meliponineos existentes em aacutereas desmatadas fragmentos de mata isolados e mata

continua nesta uacuteltima foi tambeacutem realizado estudo para saber informaccedilotildees sobre a

densidade dos ninhos As aacutereas fragmentadas foram divididas em hectares e as

coletas das abelhas foram feitas em ninhos nidificados em aacutervores vivas e mortas

Todo o trabalho foi realizado na regiatildeo de Manaus Amazocircnia que vem sofrendo

26

antropizaccedilatildeo Foram coletadas um total de 54 espeacutecies de meliponineos sendo que

na mata contiacutenua foram 37 espeacutecies nos fragmentos isolados (de 1 e 10 hectar) e

na aacuterea desmatada foram coletada entre 21 e 25 espeacutecies e no fragmento de mata

continua(100 hectar) apenas 9 foram coletada Os autores concluiacuteram que mesmo a

regiatildeo ter apresentado grande riqueza de espeacutecies as aacutereas fragmentadas das

matas estatildeo diminuindo o tamanho das comunidades de meliponineos o que pode

deste modo comprometer a reproduccedilatildeo de diversas plantas melitoacutefilasna regiatildeo

Kearns Inouye e Wase (1998) publicaram um trabalho sobre a interaccedilatildeo de planta-

polinizador e suas interaccedilotildees Neste trabalho os autores descrevem a respeito da

natureza ecoloacutegica e evolutiva dessas interaccedilotildees e das evidentes ameaccedilas que

estatildeo sofrendo por meio das atividades humanas como tambeacutem discute sobre

soluccedilotildees de gestatildeo de melhoria para locais onde haacute crise na polinizaccedilatildeo Com

respeito a essas crises os autores debatem durante todo o trabalho que esse

problema jaacute eacute generalizado por ser associada agraves atividades humanas e que ele eacute

causado principalmente pelo uso de pesticidas e herbicidas mudanccedila no uso dos

solos pastagens agricultura fragmentaccedilatildeo do habitat desses polinizadores e pela

introduccedilatildeo de espeacutecies natildeo nativas nos ambientes O trabalho conclui que todos

esses problemas podem ter futuramente um aumento devido agraves grandes alteraccedilotildees

de habitat causado por uma populaccedilatildeo que estaacute sempre em crescimento e

sugeriram que os proacuteprios cidadatildeos e ecologistas natildeo devem medir esforccedilos para

reverter esse quadro

Proniacute (2000) realizou uma pesquisa para conhecer a biodiversidade de abelhas

indiacutegenas sem ferratildeo com o intuito de apresentar manejos de conservaccedilatildeo para os

ecossistemas Com levantamentos preliminares de ninhos de abelhas nas regiotildees

(urbana e rural) de Londrinas (Paranaacute) e municiacutepios proacuteximos agrave Bacia do Rio Tibagi

(Paranaacute) ele constatou que a aacuterea estudada apresenta uma distribuiccedilatildeo

diversificada tanto nos ecossistemas urbanos como nos agroecossistemas Em

relaccedilatildeo agrave diversidade das abelhas indiacutegenas sem ferratildeo ele observou que 12 das 19

espeacutecies encontradas ocorrem nos agroecossistemas e que praticamente natildeo

nidificam em aacutereas urbanas Portanto ele concluiu que a biodiversidade dessas

abelhas na Bacia do Rio Tibagi estaacute seriamente ameaccedilada principalmente devido agrave

diminuiccedilatildeo de aacutereas florestadas Segundo o autor para que haja melhoria do quadro

27

eacute preciso da responsabilidade de meliponicultores pesquisadores entre outros para

que sejam proporcionadas condiccedilotildees boas para essas abelhas

Devido agraves grandes mudanccedilas do ambiente provocadas pela urbanizaccedilatildeo Souza e

colaboradores (2002) fizeram um estudo durante um ano (Marccedilo de 2000 a Julho de

2001) com o intuito de verificar a diversidade e habitat de Meliponini em uma aacuterea

urbana e identificar a relaccedilatildeo das espeacutecies com o processo de urbanizaccedilatildeo Foi

realizada inspeccedilatildeo mensal a procura de ninhos de meliponini dentro do Campus da

Universidade Federal de Juiz de Fora Minas Gerais Com os ninhos encontrados foi

feito a identificaccedilatildeo do substrato em que foi nidificado Essas informaccedilotildees foram

relacionadas com os dados de temperatura umidade e precipitaccedilatildeo do municiacutepio

Durante o estudo foi encontrado uma meacutedia de 3488 ninhos e quatro espeacutecies

foram identificadas sendo elas Tetragonisca angustula Nannotrigona testaceicornis

Trigona spinipes e Partamona sp As espeacutecies encontradas apresentaram

preferecircncia em substratos de construccedilotildees (cavidades preacute-existentes) Em relaccedilatildeo agrave

temperatura umidade e precipitaccedilatildeo os autores observaram uma correlaccedilatildeo

positiva entre a temperatura e a abundancia dos ninhos das abelhas sem ferratildeo por

outro lado natildeo foi encontrado para umidade relativa do ar e precipitaccedilatildeo Deste

modo concluiacuteram que mesmo em ambiente urbano essas espeacutecies ainda

conseguem sobreviver com sucesso por traacutes das atividades antropicas

Com relaccedilatildeo aos ninhos de T angustula com o clima do ambiente em que esses satildeo

nidificados Chiari e colaboradores (2002) realizaram um trabalho para ver se as

variaccedilotildees climaacuteticas tecircm alguma relaccedilatildeo com o desenvolvimento dos ninhos das

Jataiacutes Foram realizadas coletas das abelhas que foram depositadas em trecircs tipos

diferentes de colmeacuteias Fritzen Nogueira-Neto e Guiliane Apoacutes esse procedimento

as colocircnias foram pesadas e instaladas no municiacutepio de Maringaacute Paranaacute Ao longo

do estudo a temperatura do ambiente onde as colmeacuteias foram instaladas foi

monitorada Apenas a colmeacuteia Nogueira-Neto natildeo apresentou associaccedilatildeo com a

variaccedilatildeo das temperaturas Nos modelos Fritzen e Giuliane foram observados que o

peso de ambas apresentaram de forma positiva com a umidade relativa do ar

apenas Giuliane teve relaccedilatildeo positiva com a insolaccedilatildeo Deste modo os autores

concluiacuteram que os modelos Giuliane e Noguera-Neto satildeo mais apropriados para as

colmeacuteias de T angustula

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Outro trabalho tambeacutem realizado em Campus Universitaacuterio foi feito por Almeida

(2002) sobre composiccedilatildeo das comunidades de abelhas em Satildeo Paulo O autor teve

o intuito de contribuir com informaccedilotildees sobre as espeacutecies de abelhas e as plantas

visitadas por elas Com levantamento das abelhas e plantas em duas aacutereas de

Cerrado (Cerradatildeo e Cerrado) localizado no campus Universitaacuterio no Municiacutepio de

Pirassununga foi coletado um total de 261 amostras de plantas de 41 famiacutelias e 140

espeacutecies Dessas apenas cinco ocorreram nas duas aacutereas Com relaccedilatildeo agraves

abelhas foram coletadas um total de 141 espeacutecies em quatro famiacutelias Foi concluiacutedo

que a famiacutelia que apresentou maior riqueza de espeacutecie foi Apidae Com relaccedilatildeo agraves

plantas as famiacutelias Asteraceae Malvaceae Fabaceae Sapindaceae e Vichysiaceae

foram as mais ricas em nuacutemero de espeacutecies

Neves e Viana (2002) realizaram um estudo sobre a ecologia da comunidade de

abelhas eussociais com o propoacutesito de analisar as atividades do seu vocirco

relacionando com recursos alimentares variaccedilotildees meteoroloacutegicas entre outros

fatores Com coletas das abelhas amostras de plantas floridas e monitoramento dos

ninhos nas dunas continentais na Bahia Eles capturaram oito espeacutecies da famiacutelia

Apidae Estas abelhas exibiam maior atividade no periacuteodo da manhatilde Um nuacutemero de

plantas floridas foi verificado na estaccedilatildeo chuvosa Assim sendo concluiacuteram que a

disponibilidade de recursos disponiacutevel e agraves variaccedilotildees meteoroloacutegicas favorecem a

concentraccedilatildeo de visitas florais dessas abelhas pela manhatilde

Um estudo sobre a ecologia das populaccedilotildees de meliponiacuteneos Souza e

colaboradores (2005) fizeram buscas pelos ninhos e coletas das abelhas no Campus

da Universidade Federal da Bahia eles encontraram 94 ninhos com 19 espeacutecies

diferentes tendo uma predominacircncia da espeacutecie Tetragonisca angustula Deste

modo concluiacuteram que a riqueza de espeacutecies de meliponineos (meliponini)

encontrada no Campus (o qual eacute um local que sofre antropizaccedilatildeo) pode ser devida

a disponibilidade de substratos para nidificaccedilatildeo e pela quantidade de recursos que eacute

ofertado

Stuch (2006) realizou uma pesquisa sobre a variabilidade geneacutetica das populaccedilotildees

de Tetragonisca angustula Nesse trabalho o autor primeiramente faz uma revisatildeo

da bibliografia com o propoacutesito de apresentar informaccedilotildees a respeito da estrutura

das populaccedilotildees de meliponiacuteneos (meliponini) sobre as abelhas indiacutegenas sem

ferratildeo e principalmente a respeito da abelha em estudo onde destacam informaccedilotildees

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do comportamento locais de nidificaccedilatildeo dos recursos usados para se alimentar e

do mel que eacute produzido por eles Com coletas e anaacutelises realizadas por meio de

marcador molecular nas cidades de Dracena em Satildeo Paulo e Ivatuba no Paranaacute Ele

observou que as amostras obtidas em Ivatuba apresentaram 60 de polimorfismo e

na cidade de Dracena foram apresentadas 40 Deste modo o autor concluiu que

em Ivatuba as populaccedilotildees de T angustula estatildeo diferenciadas geneticamente e natildeo

apresentam endocruzamento entre os ninhos jaacute as populaccedilotildees da cidade de

Dracena natildeo se encontraram modificados podendo os ninhos ser considerados

como um soacute Segundo o autor essas informaccedilotildees satildeo muito importantes para que

estudos de praacuteticas de manejo sejam realizados para manter a variabilidade dessas

populaccedilotildees

Outro trabalho tambeacutem em aacutereas fragmentadas foi realizado por Alvarenga (2008)

Neste trabalho o autor teve o objetivo de conhecer a diversidade e densidade dos

ninhos de meliponineos (meliponini) na Mata de Santa Tereza (Estaccedilatildeo Ecoloacutegica de

Ribeiratildeo Preto Satildeo Paulo) que fica situado entre a Mata Atlacircntica e o Cerrado com

levantamentos dos ninhos e das aacutervores que poderiam apresentar um tamanho

potencial para essas abelhas nidificarem Foram encontrados ninhos de quatro

espeacutecies de meliponineos (meliponini) sendo T angustula e Scaura latitarsis

representaram 25 dos ninhos encontrados e Trigona hyalinata 50 E em relaccedilatildeo

aacutes aacutervores cerca de 67 foram analisadas poucas apresentavam rachaduras ou

cavidades para abrigar os ninhos Deste modo foi concluiacutedo que na aacuterea estudada

haacute uma riqueza baixa e densidade relativamente meacutedia e tambeacutem poucos locais

para nidificaccedilatildeo

Andena e colaboradores (2009) tambeacutem fizeram um trabalho em aacutereas degradadas

Para eles esses estudos satildeo essecircncias devido a essas aacutereas serem a principal

razatildeo para o aumento das taxas de perda da diversidade geneacutetica e extinccedilatildeo das

abelhas Os autores realizaram um estudo para conhecer a diversidade de abelhas

no Cerrado em Satildeo Paulo Foram realizadas coletas das abelhas em quatro

reservas em regiotildees fragmentadas do Cerrado Reserva de Corumbataiacute Estaccedilatildeo

Ecoloacutegica de Jataiacute Parque Vassununga e Reserva de Cajuru Com cerca de 500

indiviacuteduos coletados as aacutereas que apresentaram maior riqueza foram Cajuru e

Corumbataiacute e as aacutereas com menor riqueza foram Vassununga e Estaccedilatildeo Ecoloacutegica

Jataiacute Mesmo apresentando maior nuacutemero de riqueza a aacuterea de Corumbataiacute sofreu

30

vaacuterias alteraccedilotildees na composiccedilatildeo fauniacutestica durante o estudo Assim sendo foi

concluiacutedo que pesquisas como essas satildeo importantes pois contribuem com

informaccedilotildees a respeito da influencia que essas aacutereas degradadas podem exercer

sobre a composiccedilatildeo fauniacutestica e a riqueza das espeacutecies de abelhas

Um inventaacuterio sobre os meliponiacuteneos (meliponini) no Bioma Cerrado foi realizado por

Fernandes e colaboradores (2012) Com levantamentos feitos durante dois anos em

quatro aacutereas diferentes (Municiacutepio de Tangaraacute da Serra ndash MT nos arredores do

campus universitaacuterio de Mato Grosso na Reserva Florestal Antocircnio Conselheiro ndash

MT e na zona rural do municiacutepio Tangaraacute da Serra - MT) os autores coletaram 128

espeacutecimes distribuiacutedos em 27 espeacutecies e 14 gecircneros e constataram que a maior

riqueza foi vista na reserva florestal e na zona rural do municiacutepio de Tangaraacute da

Serra Deste modo eles concluiacuteram que a riqueza observada na reserva pode ser

devido agrave mata apresentar pouca antropizaccedilatildeo e que as informaccedilotildees obtidas nesse

estudo satildeo de extrema importacircncia para a preservaccedilatildeo da biodiversidade da reserva

florestal

Uma pesquisa realizada por Oliveira e colaboradores (2013) cujo tema foi

Levantamento de Ocorrecircncia de Meliponiacutedeos (Meliponini) em Municiacutepios na regiatildeo

do Vale do Jauru ndash MT foia incidecircncia de abelhas sem ferratildeo em zonas urbanas

Com entrevistas aos moradores e com sessotildees de fotos para definir quais espeacutecies

de abelhas se encontravam nas proximidades das casas da regiatildeo do Vale do Jauru

eles encontraram 67 colmeacuteias sendo 17 predominantes em apenas uma cidade

Deste modo concluiacuteram que na regiatildeo do Vale do Jauru encontram-se grandes

aacutereas verdes proporcionando dessa forma alimento e a preservaccedilatildeo das abelhas

24 COLETA DE RECURSOS E PRODUCcedilAtildeO DE MEL DAS MELIPONINI

Devido agraves poucas informaccedilotildees sobre a composiccedilatildeo do mel e fontes alimentares

utilizados pelos meliponineos Anacleto (2007) fez um estudo com o intuito de

conhecer as principais fontes que fazem parte da dieta dessas abelhas e tambeacutem

conhecer as caracteriacutesticas quiacutemicas do mel produzido por elas O estudo foi no

Municiacutepio de Piracicaba Satildeo Paulo Foi realizado um levantamento das plantas

visitadas por cinco espeacutecies de meliponineos (T angustula Scaptotrigona

31

bipunctata Nanotrigona testaceicornis Friesiomellita varia e Tetragona clavipes)

coleta de mel nos potes de alimento dos ninhos e coleta de poacutelen retirada das

corbiacuteculas O autor obteve 158 espeacutecies de plantas sendo que dessas 67 foram

visitadas pelas abelhas em estudo e na anaacutelise poliacutenica foram encontradas 72

espeacutecies de plantas A espeacutecie que apresentou menor nuacutemero de visitas foi F varia

em contrapartida T angustula foi a espeacutecie que apresentou o haacutebito mais

generalista em relaccedilatildeo ao numero de espeacutecies de plantas visitadas Com relaccedilatildeo ao

mel foram analisadas um total 31 amostras Os estudos com a composiccedilatildeo do mel

apresentaram uma dificuldade devido agrave legislaccedilatildeo atender apenas as caracteriacutesticas

do mel de Apis melliacutefera e natildeo o mel das abelhas nativas O mel de F varia foi a que

apresentou menor niacutevel de accediluacutecar em contrapartida o niacutevel de accediluacutecar do mel de T

angustula foi o mais elevado Deste modo foi concluiacutedo que as espeacutecies estudadas

se mostraram generalistas com exceccedilatildeo de F varia e com relaccedilatildeo agrave anaacutelise do

mel foi concluiacutedo que haacute a necessidade de um padratildeo na legislaccedilatildeo proacuteprio para

uma melhor anaacutelise dos compostos quiacutemicos do mel de meliponiacuteneos

Anacleto e colaboradores (2009) tambeacutem realizaram uma pesquisa sobre o padratildeo

de qualidade do mel das abelhas sem ferratildeo Para esse estudo foi analisado a

composiccedilatildeo do mel das abelhas Tetragonisca angustula Com coletas feitas

diretamente de dentro das colocircnias encontradas em Piracicaba ndash (SP) e com

anaacutelises feitas sobre o accediluacutecar proteiacutenas pH acidez cor entre outros fatores os

autores obtiveram 20 amostras de mel e relataram que o accediluacutecar dessas amostras

apresentaram valores inferiores ao que eacute estabelecido pelas normas

brasileirasAssim sendo concluiacuteram que 5 de accediluacutecar do mel coletado natildeo se

enquadram na legislaccedilatildeo e que seria necessaacuterio um maior estudo para que uma

nova legislaccedilatildeo seja feita

No trabalho de Sommeijer e colaboradores (1983) aleacutem de analisar os recursos

coletados por algumas abelhas sem ferratildeo (Meliponineos) e Apis mellifera os

autores tambeacutem fizeram observaccedilotildees no comportamento de forrageamento dessas

abelhas As observaccedilotildees e amostras de poacutelen foram retiradas semanalmente das

corbiacuteculas das forrageiras que retornavam ao ninho Os autores observaram que as

coletas dos recursos ocorreram em periacuteodos diferentes os voos de neacutectar ocorreram

na maior parte das vezes de manhatilde e os vocircos de poacutelen ocorreram agrave tarde Em

relaccedilatildeo ao poacutelen foram obtidas 191 amostras sendo que quatro famiacutelias se

32

mostraram mais presentes Myrtaceae Sapotaceae Sapindaceae e Melliaceae

Desta forma concluiacuteram que as coletas de poacutelen pelas forrageiras podem ter

predominado no periacuteodo da manhatilde devido agraves flores se mostrar mais murchas com o

passar do dia Tambeacutem concluiacuteram que os recursos de poliacutenicos foram bem

diversos o que confirmou o haacutebito generalista dessas abelhas

Carvalho e Marchini (1999) realizaram um estudo dentro de um campus Universitaacuterio

(USP) em Piracicaba Em seu trabalho tiveram o objetivo de conhecer as plantas

que oferecem recursos para abelhas em ambientes mais antropizados Com coletas

de abelhas operaacuterias em colocircnias de Tetragonisca angustula e Nannotrigona

testaceicornis os autores analisaram os gratildeos de poacutelen coletados por elas Atraveacutes

dessa anaacutelise obtiveram 31 tipos poliacutenicos em 22 famiacutelias de plantas sendo que

entre essas famiacutelias para N testaceicornis os gratildeos de poacutelen que se mostrou mais

frequumlente foi de Myrtaceae e para T angustula foram Fabaceae Liliaceae e

Mimosaceae Dessa maneira concluiacuteram que essas espeacutecies se mostraram

generalistas visitando diversas plantas

No mesmo ano Carvalho Marchini e Ros (1999) fizeram um estudo para comparar

e analisar as fontes de poacutelen utilizadas por Apis mellifera e quatro diferentes

espeacutecies de Trigonini (Nannotrigona testaceicornis Partamona helleri Plebeia

droryana e Tetragonisca angustula) O trabalho teve o intuito de fornecer

informaccedilotildees sobre as preferecircncias florais e as relaccedilotildees troacuteficas dessas espeacutecies

Com coletas realizadas nos meses de Outubro e Novembro de 1996 no campus da

USP em Piracicaba os autores coletaram 53 tipos poliacutenicos desses os tipos mais

frequentes para todas as abelhas foram Aracaceae Bulbine frutescens e

Eucalyptus spe com as relaccedilotildees troacuteficas eles observaram que a utilizaccedilatildeo de fontes

de poacutelen variou conforme a espeacutecie e que a dieta se mostrou bem diversificada

Dessa maneira os autores concluiacuteram que P droryana e Phelleri foram agraves

espeacutecies que apresentaram maior uniformidade na utilizaccedilatildeo de fontes de poacutelen e a

maior sobreposiccedilatildeo de nicho troacutefico ocorreu entre N testaceiconis e T angustula e

menor sobreposiccedilatildeo foi entre A meliacutefera e T angustula

Devido agrave carecircncia de estudos sobre os recursos florais utilizados pelas abelhas

Agostini e Sazima (2003) fizeram um estudo sobre a fenologia das espeacutecies de

plantas ornamentais e suas relaccedilotildees com as espeacutecies de abelhas Com registros da

fenologia das plantas arboacutereas e arbustivas e o tipo de recurso utilizado pelas

33

abelhas no campus da Universidade Estadual de Campinas em Satildeo Paulo os

autores registraram 42 espeacutecies de plantas e observaram que na aacuterea estudada

houve plantas florindo todos os meses e natildeo houve sazonalidade marcada Com

relaccedilatildeo ao tipo de recurso utilizado pelas abelhas foi observado que as plantas mais

visitadas foram da famiacutelia Leguminosae e Bombacaceae por serem importantes

fontes de alimento para as abelhas no periacuteodo de estiagem Concluiacuteram que plano

de manejo em ambientes urbanos usando plantas ornamentais nativas seria

importante para acolher maior diversidade de abelhas as quais cumprem papel

importantiacutessimo na manutenccedilatildeo da biodiversidade dos ecossistemas naturais

Como muitas plantas de importacircncia econocircmica dependem de insetos para

aumentar a produccedilatildeo e a qualidade dos frutos Toledo e colaboradores (2003)

pesquisaram as angiospermas na regiatildeo de Maringaacute no estado do Paranaacute para

contribuir com o conhecimento da biodiversidade nessa regiatildeo Com coletas em

onze espeacutecies de plantas examinadas na Universidade Estadual de Maringa

Paranaacute os autores obtiveram 331 insetos Entre as abelhas trecircs espeacutecies coletadas

foram as mais abundantes Tetragonisca angustula Apis mellifera e Trigona spinipes

Os autores concluiacuteram que essas abelhas africanizadas e sem ferratildeo foram as mais

abundantes nas coletas as flores devido tanto ao seu comportamento generalista

como pela sobreposiccedilatildeo no local de forrageamento

Simioni e Colaboradores (2007) realizaram um estudo para investigar os recursos

alimentares de Tetragonisca angustula fiebrigi em Mato Grosso do Sul Com

amostras de cargas poliacutenicas corbiculares das operaacuterias em um ambiente natural de

Corumbaacute-MS no periacuteodo de seis meses os autores relataram que T angustula

visitou 43 espeacutecies de plantas para coleta de poacutelen e as famiacutelias mais visitadas

foram Leguminosae Palmae Asteraceae e a subfamiacutelia Mimosidae devido agrave grande

quantidade de poacutelen acessiacutevel Deste modo concluiacuteram que Tetragonisca

angustula mostrou-se seletivo com relaccedilatildeo agraves fontes de alimento disponiacutevel na aacuterea

estudada e que a famiacutelia Leguminosae se mostrou a mais importante fonte de poacutelen

para T angustula

Muitas espeacutecies de abelhas vecircm sendo utilizadas consorciadas ao cultivo de

diversas espeacutecies de plantas No trabalho de Antunes e colaboradores (2007) eles

utilizaram a espeacutecie Tetragonisca angustula para verificar seu efeito como agente

polinizador na produccedilatildeo de frutos de cultivares de morango em estufa O estudo foi

34

realizado na Universidade de Passo Fundo RS utilizando quatro cultivares de

morangueiro (Oso Grande Tdla Chandler e Dover) com ausecircncia e presenccedila de

duas e quatro colmeacuteias de T angustula Os autores observaram que o numero de

visitas as flores foram o mesmo para os mesmos nuacutemeros de colocircnias e que o uso

de duas ou quatro colmeacuteias natildeo alterou a produccedilatildeo dos frutos Aleacutem disso

observaram tambeacutem que a porcentagem de frutos deformados teve uma queda

consideraacutevel de 85 para 5 Sendo assim concluiacuteram que a presenccedila de

Tetragonisca angustula para a polinizaccedilatildeo em ambiente fechado tem grande

importacircncia para o aumento da produtividade e para o aumento da quantidade de

frutos comerciaacuteveis

Devido agrave grande importacircncia das abelhas sem ferratildeo para manter a biodiversidade

das plantas Braga e colaboradores (2012) fizeram um estudo com a espeacutecie T

angustula por ela ser amplamente distribuiacuteda nos habitats tropicais Com estudo

realizado em duas ilhas (Ilha Grande e Tucuruccedilaacute) e outras duas na ilha Ariroacute e

Tinguaacute todas SAP aacutereas de Mata Atlacircntica do Estado do Rio de Janeiro e apenas

Ilha Grande pertence a uma unidade de proteccedilatildeo ambiental Para esse estudo os

autores fizeram coletas de carga de poacutelen e observaccedilotildees agraves flores T angustula

visitou 61 espeacutecies de plantas sendo Anacardiaceae e Asteraceaeas mais visitadas

Na Ilha grande foi a aacuterea onde se obteve maior nuacutemero de visitas e onde se

encontrou 39 tipos poliacutenicos Dessa maneira concluiacuteram que a dieta de T angustula

eacute bem ampla e que essas pesquisas satildeo necessaacuterias para conhecer as plantas que

operam como recurso para as abelhas em ambiente natural

Com o intuito de contribuir para o conhecimento da flora e sua utilizaccedilatildeo por

polinizadores nativos Novais Absy e Santos (2013) caracterizaram o poacutelen de T

angustula atraveacutes da anaacutelise palinoloacutegica analisando os meacuteis produzidos por esta

espeacutecie em duas regiotildees semi-aacuteridas tropicais do nordeste do Brasil Com amostras

de mel coletados mensalmente nos municiacutepios de Itaberaba e Ruy Barbosa na

Bahia durante 14 meses os autores observaram que o espectro poliacutenico das

amostras de mel de T angustula consistiu um total de 67 tipos de poacutelen sendo que

18 deles foram comuns aos espectros de poacutelen tanto de Itaberaba quanto de Ruy

Barbosa e as famiacutelias das plantas que predominaram em ambos municiacutepios foram

Fabaceae Myrtaceae Malvaceae e Euphorbiaceae Concluiacuteram que houve um uso

heterogeneo dos recursos naturais no municiacutepio de Itaberaba e homogecircneo no

35

municiacutepio de Ruy Barbosa neste foi detectado um tamanho maior do nicho de poacutelen

de T angustula Para os autores isso se deve a diferenccedila na diversidade de plantas

entre os dois municiacutepios

25 COMPORTAMENTO DA ABELHA JATAIacute

Para algumas pesquisas estudos sobre comportamento eacute essencial para obter

informaccedilotildees importantes sobre a espeacutecie em estudo Para que pesquisadores

possam fazer estudo de comportamento em campo Altmann (1973) publicou um

trabalho sobre comportamento animal onde ela faz um guia para orientar os

observadores em seus estudos Ela apresenta meacutetodos para ser utilizado nas

observaccedilotildees tanto em comportamento individual quanto em grupo e apresenta o uso

de meacutetodos de amostragem nas observaccedilotildees Nesse a autora relata trabalhos de

outros autores sobre observaccedilotildees comportamentais e faz discussotildees a respeito de

problemas de amostragem em comportamento social como tambeacutem as vantagens e

desvantagens do uso de alguns meacutetodos

Um estudo relacionado com o comportamento de T angustula foi realizado por

Wittmann (1985) para mostrar que o sistema de defesa dessa espeacutecie natildeo era

apenas para defesa de alguns insetos voadores mais tambeacutem para defesa contra

ataques de abelhas cleptobioacuteticas Para observaccedilatildeo do comportamento das guardas

pairando foi mantida uma colocircnia de Lestremelitta limatildeo proacuteximo a quatros colocircnias

de T agustula O autor notou que o posicionamento das guardas pairando proacuteximo

ao corredor de vocirco do ninho permitia maior eficiecircncia nos ataques aos intrusos

cleptobioacuteticos e que durante esses ataques o numero de guardas aumentava

consideravelmente para reforccedilar a defesa do ninho Dessa maneira concluiu-se que

no comportamento de defesa essa espeacutecie faz um recrutamento em massa das

guardas em resposta a um feromocircnio lanccedilado por L limatildeo

Couvillon e colaboradores (2007) fizeram um estudo sobre a movimentaccedilatildeo das

forrageiras em relaccedilatildeo ao tamanho da entrada do ninho e o comportamento

defensivo das guardas em relaccedilatildeo agraves perturbaccedilotildees que os ninhos sofrem Para esse

trabalho os autores estudaram 26 espeacutecies de abelhas sem ferratildeo no campus da

Universidade de Satildeo Paulo em Ribeiratildeo Preto Foram medidas a entrada dos ninhos

36

e o comprimento de abelhas forrageiras Foi verificado que a entrada do tubo do

ninho se ajusta ao tamanho das abelhas operaacuterias ou seja quanto maior for a

abelha maior seraacute a entrada do ninho Tambeacutem observaram que as guardas tinham

o comportamento de proteger o ninho bloqueando sua entrada e permitindo apenas

a entrada das forrageiras Assim concluiacuteam que essas abelhas apresentam

importantes mecanismos de defesa para ninho e que estudos como esse podem

trazer informaccedilotildees importantes ao comportamento de defesas das abelhas sem

ferratildeo

Minussi e Santos (2007) fizeram um estudo para descobrir se haacute algum efeito

negativo da Apis mellifera sobre as abelhas nativas em relaccedilatildeo agrave coleta de recursos

Para isso os autores fizeram um trabalho sobre o comportamento que ocorre entre

essas abelhas Com observaccedilotildees agraves flores e coletas das abelhas na Escola

Agroteacutecnica Federal de Sombrio no municiacutepio de Santa Rosa Santa Catarina Apis

mellifera foi agrave espeacutecie mais abundante encontrada na aacuterea em estudo em seguida

Trigona spinipes foi a mais abundante Durante as observaccedilotildees notaram que o

comportamento de abertura das mandiacutebulas da subfamiacutelia Halictinae para atacar e

expulsar as abelhas africanizadas das flores era comum e que esse comportamento

ocorria sempre antes que abelhas conseguissem chegar ao fundo da flor Dessa

maneira concluiacuteram que as abelhas nativas conseguem se defender das abelhas

africanizadas para garantir seu recurso

Karcher e Ratnieks (2009) mostraram em suas pesquisas que ninhos de T

angustula natildeo eram apenas defendidos por guardas pairando mas tambeacutem por

guardas que ficam de peacute na entrada do ninho Os autores colocaram dez campeiras

e natildeo campeiras da mesma espeacutecie e campeiras tratadas com odor de

Scaptotrigona bipunctata em cinco ninhos As guardas de peacute natildeo rejeitaram

nenhuma campeira mas rejeitaram quase todas natildeo campeiras e campeiras

tratadas com odor volaacutetil A partir desse resultado concluiacuteram que as operaacuterias que

ficam de peacute na entrada do ninho tambeacutem atuam como oacutetimas guardas para

discriminar as abelhas campeiras e natildeo campeiras

No trabalho de Gruter Karcher e Ratnieks (2011)foi realizado um estudo sobre as

abelhas guardas de Tetragonisca angustula que ficam pairando e de peacute proacuteximo ao

ninho Os autores fizeram algumas experiecircncias para saber se havia alternacircncias de

tarefas entre elas A pesquisa teve duraccedilatildeo de trecircs anos e foi realizada em uma

37

fazenda perto de Satildeo Paulo Para observar essa alternacircncia de tarefas as abelhas

guardas foram coletadas e marcadas Dessa maneira notaram que das 18 abelhas

marcadas 12 eram exclusivamente guardas em peacute e seis realizavam os dois tipos

de guardas Durante as 21 horas de observaccedilatildeo natildeo foi observado mudanccedila entre

os tipos de guardas A partir desses resultados concluiacuteram que a alternacircncia de

tarefa entre as guardas eacute rara de acontecer indicando que a defesa de T angustula

e feita por divisatildeo de trabalho

Zweden e colaboradores (2011) fizeram um trabalho semelhante agrave Wittmann (1984)

com os guardas de defesa que ficam pairando Em seu estudo os autores tinham o

objetivo de testar a hipoacutetese que as guardas aumentavam a defesa do ninho em

relaccedilatildeo aos intrusos principalmente Lestrimellita limatildeo a qual eacute um ladratildeo

obrigatoacuterio de Tetragonisca angustula Foram feitas mediccedilotildees da distacircncia em que

as guardas pairando atacavam tanto um manequim de massa de modelar coberto de

citral (odor volaacutetil liberado por L limatildeo) quanto operaacuterias de Lestrimellita limatildeo

receacutem morto Todos os intrusos do experimento foram atacados por T angustula a

distacircncia que ocorreu o ataque variou entre 0-22 cm os ninhos que tinham mais

guardas apresentou maior distacircncia Dessa maneira concluiacuteram que a presenccedila de

guardas pairando aumenta a detecccedilatildeo de intrusos e que essas guardas respondem

especialmente a pistas visuais

As abelhas sem ferratildeo (eussocias) costumam apresentar divisatildeo de trabalho em

suas colocircnias Gruter e colaboradores (2012) em seu estudo quiseram testar a

hipoacutetese de que os soldados especializados (guardas) para a defesa das colocircnias de

jataiacute (Tetragonisca angustula) eram relativamente maiores que os trabalhadores

Com anaacutelise no tamanho e na forma das forrageiras guardas e trabalhadores que

removem resiacuteduos das colocircnias o autor constatou que o peso corporal das guardas

era maior que das abelhas forrageiras e que o tamanho da cabeccedila das forrageiras

mostrou-se um pouco maior em relaccedilatildeo agraves guardas Assim concluiu-se que a

variaccedilatildeo no tamanho seria devido agrave divisatildeo de trabalho ou seja a diferenccedila no

tamanho do corpo consiste em uma eficaacutecia maior para lutar contra invasores e a

diferenccedila em relaccedilatildeo ao tamanho da cabeccedila seria devido agrave necessidade das

forrageiras de decorar caminhos para busca do alimento

38

39

3 METODOLOGIA

31 AacuteREA DE ESTUDO

O Municiacutepio de Vitoacuteria possui uma extensatildeo geograacutefica que envolve um grau

elevado de urbanizaccedilatildeo (SOUZA 2011) De acordo com o Instituto Brasileiro de

Geografia e Estatiacutestica (2010) o Municiacutepio apresenta uma aacuterea de mais de 98 Kmsup2 e

conta com uma populaccedilatildeo estimada de 352104 habitantes O clima da regiatildeo de

Vitoacuteria pode ser classificado como Tropical uacutemido (CLASSIFICACcedilAtildeO [20--])

apresentando temperatura maacutexima que pode chegar a 32ordm C e miacutenima que fica em

torno de 24ordm C com os maiores iacutendices de precipitaccedilatildeo pluviomeacutetrica entre os meses

de Outubro a Janeiro (INSTITUTO CAPIXABA DE PESQUISA ASSISTEcircNCIA

TEacuteCNICA E EXTENSAtildeO RURAL 2011)

Vitoacuteria eacute um dos Municiacutepios que apresentam os maiores niacuteveis de temperaturas do

Estado Isso se deve ao fato de as grandes montanhas dificultarem a passagem dos

ventos do nuacutemero de preacutedios que aumenta com o passar dos anos assim como a

poluiccedilatildeo (SOUZA 2011)

O estudo foi realizado no Campus Universitaacuterio Alaor de Queiroz Arauacutejo da

Universidade Federal do Espiacuterito Santo (FERNANDES VALE 2013) tambeacutem

conhecido como campus de Goiabeiras Este campus se encontra localizado no

Municiacutepio de Vitoacuteria capital do Estado do Espiacuterito Santo e nas coordenadas

geograacuteficas de 20ordm 16rsquoS e 40ordm 18rsquoW (FERREIRA DANTAS 2000)

O Campus fica ao Sul e ao Oeste do canal da passagem e a Leste com a Avenida

Fernando Ferrari Ateacute 2008 era composta por uma aacuterea de ambiente entre mareacutes e

terrestre de 1592545 msup2 poreacutem com a ampliaccedilatildeo da Avenida Fernando Ferrari

essa aacuterea foi reduzida para 1567545 msup2 (FERNANDES VALE 2013) A aacuterea

amostral se localiza no entorno do Centro de Ciecircncias Humanas e Naturais (CCHN)

Implantada por volta da deacutecada de 1970 ela compotildee os ICrsquos (iniciais de Ilha do

Cercado) I II III e IV (FERNANDES VALE 2013) e apresenta uma aacuterea que

compreende edificaccedilotildees como preacutedios passarelas ruas asfaltadas paacutetio de

estacionamento e aacutereas jardinadas (MAPA 01)

40

Mapa 01- Mapa do Campus Universitaacuterio de Goiabeiras (UFES) com destaque da

aacuterea de estudo em vermelho

Fonte Google Maps (2014) 32 OBTENCcedilAtildeO DOS DADOS

A aacuterea de estudo foi inspecionada agrave procura de ninhos de T angustula com

observaccedilotildees em calccediladas paredes muros postes troncos de aacutervores entre outros

conforme Taura e Laroca (1991) Os ninhos encontrados foram marcados por letra

alfabeacutetica e mapeados com o auxiacutelio de um marcador permanente (marca Jocar

Office) e um GPS (marca Garmin etrex vista) As observaccedilotildees foram realizadas uma

vez a cada semana durante cinco meses de Abril agrave Setembro de 2014 totalizando

21 dias amostrados (140 horas) O periacuteodo no qual foram realizadas as observaccedilotildees

41

foi de 0700 agrave 1700 horas As observaccedilotildees foram feitas durante 15 minutos em cada

ninho e intercaladas nos periacuteodos matutino vespertino e dia todo com o auxilio de

uma lupa de matildeo devido elas apresentarem aproximadamente 5 miliacutemetros

(NOGUEIRA-NETO 1997) A lupa de matildeo foi utilizada tambeacutem para observar a cor

do poacutelen que as abelhas traziam para dentro do ninho

A contagem do nuacutemero de entradas e saiacutedas das abelhas coletoras e das abelhas

que protegem a colocircnia de invasores foi realizada em todos os ninhos com o auxilio

de um contador de nuacutemeros Os registros foram realizados com redaccedilatildeo dos

eventos e por meio de fotografias As observaccedilotildees seguiram o meacutetodo Animal-Focal

descrito por Altmann (1973) para anaacutelise do comportamento das abelhas Esse

meacutetodo consiste em amostrar os comportamentos de um ou mais indiviacuteduos por um

determinado periacuteodo de tempo O levantamento das principais fontes de alimento de

T angustula foi obtido a partir de dados bibliograacuteficos

33 ANAacuteLISE DOS DADOS

Para anaacutelise dos dados foi utilizado o programa ldquoMapSourcerdquo para a construccedilatildeo do

mapa dos ninhos encontrados Foi tambeacutem utilizado o programa Microsoft Excel

2007 para construccedilatildeo de graacuteficos para analisar o nuacutemero de visitas (entrada e saiacuteda)

que as abelhas coletoras apresentaram durante os cinco meses observados Os

graacuteficos foram construiacutedos por intervalos de horas sendo que as informaccedilotildees se

acumularam mais proacuteximo do horaacuterio em que houve mais eventos observados no

ninho O mesmo programa foi utilizado para retirar a meacutedia da quantidade de

guardas na defesa do ninho

Os dados resultantes do levantamento bibliograacutefico das fontes alimentares serviram

de base para a elaboraccedilatildeo de um graacutefico com a contribuiccedilatildeo das famiacutelias de plantas

mais visitadas por T angustula

42

43

4 RESULTADOS E DISCUSSOtildeES

41 LOCALIZACcedilAtildeO DOS NINHOS

Foram encontrados onze ninhos (marcados por letra alfabeacutetica de A a K) cinco

instalados em paredes e muros (K C I e J) e seis localizados sob placas de

concreto de passarelas (A B D E F G e H) (mais precisamente na base das

pilastras da passarela que se encontra entre os IC`s II e III) Este fato corrobora com

os estudos de Taura e Laroca (1991) que indica que a disponibilidade de nidificaccedilatildeo

nesses locais aumenta com as atividades antroacutepicas A localizaccedilatildeo dos ninhos eacute

apresentada pelo Mapa 02

Os ninhos C J K (Mapa 02) recebiam calorna maior parte do dia jaacute os demais natildeo

recebiam sol diretamente na maior parte do dia pois eram protegidos pela pilastra e

pela cobertura da passarela

Durante todo o periacuteodo das observaccedilotildees em geral o clima foi de dias quentes com

presenccedila de ventos

MAPA 02 ndash Mapa dos ninhos de T angustula estudadas no Campus de Goiabeiras

(UFES) Abril ndash Setembro2014

Fonte Modificado em Google earth (2014) Dos 11 ninhos observados dois ninhos natildeo apresentavam a entrada com o formato

comum de cilindro e traziam um formato natildeo definido

44

Em todos os ninhos foi possiacutevel ver que a abertura da extremidade do tubo era

relativamente grande Tal formato permite que haja espaccedilo para que algumas

abelhas guardas permaneccedilam na entrada do tubo ao mesmo tempo em que deixa

espaccedilo suficiente para as forrageiras passarem (KARCHER RATNIEKS 2009) Ao

longo de todo o tubo havia presenccedila de centenas de perfuraccedilotildees o que segundo

Gruter Karcher e Ratinieks (2011) eram para ajudar nas trocas gasosas

Nos cinco meses observados trecircs ninhos desapareceram da aacuterea amostral restando

ao final das observaccedilotildees oito ninhos Um deles (ninho E) foi perdido logo no iniacutecio

das observaccedilotildees supotildee-se que tenha ocorrido alguma intervenccedilatildeo aguda por

exemplo humana pois logo no segundo dia de observaccedilatildeo o mesmo jaacute natildeo estava

no lugar demarcado Outros dois ninhos (ninhos F e G) tambeacutem foram perdidos O F

persistiu ateacute o mecircs de Maio e o ninho G ateacute Julho Nestes o desaparecimento se

sucedeu apoacutes eventos de revoadas

42 INTERACcedilOtildeES INTER E INTRAESPECIacuteFICAS

TABELA 1 - Dados dos Ninhos observados

Data Ninho Hora Cores de Poacutelen

Presenccedila de

Resina Operaacuteriaslimpeza Guardas

em peacute Guardas pairando Ameaccedila

14abr D 07h-8h

Amarelo Branco Laranja

Vermelho

X 5 1

13mai C 10h-11h

Amarelo Branco Laranja

Vermelho

X X 4 4

20mai J 15h-16h Branco X X 8 12 02jun H 12h-13h Branco X X 8 4 16jul D 13h-14h Branco

X 8 2 Formiga

20jun B 08h-09h

Amarelo Branco Laranja

Vermelho

X X 9 3

06ago C 14h-15h Branco X 7 10 Lagartixa

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria As observaccedilotildees indicaram que as jataiacutes visitavam vaacuterias espeacutecies de flores durante

as manhatildes e iniacutecio das tardes pois nesse periacuteodo trouxeram uma grande

45

diversidade de poacutelen (cores amarela laranja branca e vermelha) transportados em

suas corbiacutecula para dentro do ninho B C e D (TABELA 1) (FIGURA 1-A) No horaacuterio

da tarde essa diversidade diminuiacutea nos ninhos C D H e J (TABELA 1) e era

representada pelo transporte de poacutelen de cor branca Este fato mostra que a

diversidade de flores visitadas decresce ao longo do dia

As abelhas sociais de um modo geral visitam as flores enquanto elas satildeo atrativas

Elas apresentam preferecircncia pela cor e satildeo capazes de discriminar os conjuntos

florais realizar sua localizaccedilatildeo e selecionar aquelas que produzem maior quantidade

e melhor qualidade de alimento (PIRANI LAURINO 1993) Existem diversos fatores

que podem influenciar a coleta de alimento pelas abelhas sociais entre eles o

comportamento das campeiras e a necessidade das colocircnias que depende do seu

tamanho (PIRANI LAURINO 1993)

Aleacutem de poacutelen tambeacutem foi observado carregamento de resina nas corbiacuteculas para

dentro do ninho B C H e J (TABELA 1) (FIGURA 1-B) essa eacute coletada pelas

abelhas em bototildees florais Depois de a resina ser coletada ela pode ser armazenada

pura ou misturada com cera No caso de T angustula ela geralmente faz a

armazenagem na forma pura (NOGUEIRA-NETO 1997) Como a resina eacute viscosa e

grudenta as abelhas a utilizam para vedar o entorno da entrada do tubo e tambeacutem

para depositar uma quantidade sobre o corpo e cabeccedila das formigas para defender

a colocircnia contra invasores (WITTMANN 1985 NOGUEIRA-NETO 1997)

Durante todo o periacuteodo observado foi notada a presenccedila de operaacuterias que cuidavam

da limpeza dos ninhos (TABELA 1) Essas operaacuterias trabalhavam retirando resiacuteduos

(detritos) de dentro do ninho e o faziam carregando atraveacutes de sua mandiacutebula

(FIGURA 1-C) Este trabalho era realizado continuamente ao longo de todo o dia

Para Nogueira-Neto (1997) T angustula eacute a espeacutecie que tem o melhor haacutebito de

limpeza e por esta razatildeo seu mel e seu proacutepolis satildeo considerados o melhor dentre

as outras espeacutecies

FIGURA 1- Divisatildeo de trabalho entre operaacuterias de Tetragonisca angustula A

Detalhe da corbiacutecula com poacutelen B Detalhe da corbiacutecula com resina C Operaacuteria de

limpeza com resiacuteduo na mandiacutebula

46

Fonte Arquivo Labibio

Em cada ninho foi possiacutevel notar a presenccedila de abelhas que ficavam tanto pousadas

ao longo do tubo de entrada do ninho quanto sobrevoando proacuteximo do mesmo

Essas abelhas satildeo chamadas por Gruter Karcher e Ratnieks (2011) de abelhas

guardas em peacute e pairando respectivamente As guardas em peacute estavam sempre

em grandes quantidades e estiveram em atividade praticamente em todo o periacuteodo

do dia

Essas guardas ficavam na maior parte do tempo com a mandiacutebula apoiada sobre o

ninho acredita-se que tenham a funccedilatildeo de depositar resina ao entorno do ninho As

demais guardas que ficavam sobrevoando estiveram mais ausentes logo no

A B

C

47

comeccedilo da manhatilde por volta das 0700 as 0900 horas As guardas pairando ficavam

na maioria das vezes em nuacutemeros de trecircs a quatro sempre posicionadas a direita e

esquerda do tubo e em direccedilatildeo a entrada (FIGURA 2)

FIGURA 2- Ninho de T angustula com guardas pairando destacado em vermelho e

guardas em peacute em destaque azul

Fonte Arquivo Labibio

Foi observado que no periacuteodo da tarde o nuacutemero de guardas pairando aumentava

Isso era visto com maior frequumlecircncia nos ninhos C e J instalados em paredes

(TABELA 1) Segundo Gruter Karcher e Ratnieks (2011) as colocircnias que

apresentam um nuacutemero maior de guardas pairando sofrem ameaccedilas de

vertebrados fato corroborado no ninho C (TABELA 1) que foi atacado por uma

lagartixa No momento em que aconteceu uma parte da populaccedilatildeo saiu do ninho e

se mostraram bem agitadas O que de acordo com Gruter Karcher Ratnieks (2011)

trata-se de uma resposta defensiva agrave percepccedilatildeo da respiraccedilatildeo de vaacuterios

vertebrados

Tambeacutem foi observado o comportamento defensivo em quando formigas se

aproximavam do ninho D (TABELA 1) As jataiacutes as ldquobeliscavamrdquo para que se

afastassem Esse mesmo comportamento foi visto durante minhas observaccedilotildees ao

Ninho A toda vez que me aproximava para observar ou fotografar surgiam vaacuterias ao

48

meu redor em uma dessas observaccedilotildees a jataiacute picou pele exposta Dentre todos os

ninhos essa foi a que apresentou o comportamento mais agressivo

De acordo com os estudos de Gruter e colaboradores (2012) T angustula eacute a uacutenica

espeacutecie que apresenta um sistema de defesa que envolve dois grupos distintos e

complementares de guardas uma pairando que se estacionam no ar proacuteximo ao

ninho e outras em peacute ao redor da entrada do ninho As guardas que ficam de frente

para o caminho de vocirco satildeo chamadas de grupo principal e as que ficam

posicionadas agrave direita e agrave esquerda do ninho satildeo o grupo secundaacuterio (GRUTER

KARCHER RATNIEKS 2011)

Uma caracteriacutestica interessante dessas guardas eacute que apresentam caracteriacutesticas

morfoloacutegicas diferentes das operaacuterias (satildeo maiores e mais pesadas) (GRUTER et

al 2012) Elas apresentam diferenccedilas no comprimento da asa no tamanho das

pernas traseiras que satildeo relativamente maiores para seu corpo (podendo ajudar na

luta contra invasores) e cabeccedila um pouco menor que das forrageiras Essa ultima

caracteriacutestica estaacute associada agrave maior necessidade das forrageiras de processar

informaccedilotildees sensoriais relacionadas ao forrageamento (GRUTER et al 2012)

As abelhas guardas possuem a funccedilatildeo de defender sua colocircnia de ataques de

intrusos que aproveitam do seu trabalho para roubar o alimento produzido

(GRUTER KARCHER RATNIEKS 2011) As accedilotildees especiacuteficas desses intrusos satildeo

detectadas mais pelas guardas em peacute pois elas conseguem identificar as campeiras

e natildeo campeiras da mesma espeacutecie por quimiorecepccedilatildeo (KARCHER RATNIEKS

2009 GRUTER KARCHER RATNIEKS 2011) Jaacute as guardas que pairam perto do

ninho atacam intrusos que natildeo satildeo da mesma espeacutecie elas o reconhecem pela cor

forma do corpo e pelos odores volaacuteteis (KARCHER RATNIEKS 2009) De acordo

com Zweden e Colaboradores (2011) a presenccedila de guardas pairando aumenta a

detecccedilatildeo de intrusos e que essas guardas respondem especialmente a pistas

visuais Como comportamento de defesa as guardas liberam um feromocircnio de

alarme para recrutar os trabalhadores para o ataque (FREE 1987 apud ZWEDEN

2011)

O nuacutemero meacutedio de guardas durante o periacuteodo observado mostrou-se maior para as

guardas em peacute (78) do que para as guardas pairando (35) Esse fato eacute explicado

por Gruter Karcher e Ratnieks (2011) para eles o gasto energeacutetico das guardas

pairando eacute muito maior de modo que eacute menos dispendioso energicamente para as

49

abelhas ficarem em peacute Mesmo tendo um gasto energeacutetico muito alto nas

observaccedilotildees de Wittmann (1985) as atividades do voo das guardas foi constatado

que essas ficavam pairando por cerca de 70 minutos antes de voltar para dentro do

ninho Este fato mostra que a mudanccedila de guardas natildeo eacute comum e que a defesa do

ninho eacute feita por divisatildeo de trabalho e natildeo por alternacircncia de tarefas (GRUTER

KARCHER RATNIEKS 2011)

Os ninhos que desapareceram ao longo das observaccedilotildees foram devido agraves revoadas

um comportamento comum nas abelhas Nas jataiacutes as revoadas geralmente

ocorrem devido ao calor para refrescar o ninho em caso de altas temperaturas uma

parte da populaccedilatildeo sai do ninho enxameamento para reproduccedilatildeo ou devido agrave

interferecircncia humana quando um ninho eacute retirado de um local para outro

(INFORMACcedilAtildeO PESSOAL ZOCOLOTTI V R) De acordo com este na primeira

semana eacute possiacutevel presenciar alguma revoada que pode ser para identificaccedilatildeo

tanto da flora apiacutecola quanto para localizaccedilatildeo do novo ambiente

No caso dos ninhos F e G ao final de cada revoada observada a entrada do ninho

ficava bastante danificada Foram observadas trecircs revoadas (duas no mesmo dia)

do ninho F todas no mecircs de Maio e duas (em dias diferentes) no ninho G no mecircs

de Junho Apoacutes estas observaccedilotildees os dois ninhos desapareceram

Durante as revoadas vaacuterias abelhas caiam no chatildeo agarradas umas nas outras

Apoacutes queda era possiacutevel observar que as guardas conseguiam prender e retirar

com sua mandiacutebula as pernas e asas do invasor (FIGURA 3-A e B) o que impedia

as invasoras de conseguir atacar novamente Segundo Kerr e colaboradores (2005)

as guardas agarram as pernas dos invasores para que eles caiam no chatildeo e sejam

comidos pelas formigas que ficam proacuteximas aos ninhos

50

FIGURA 3 - Ataque de invasores A T angustula com mandiacutebula presa agrave perna do

Jataiacute invasora BPerna de invasores retirada apoacutes ataque

Fonte Arquivo Labibio

De acordo com Zocolotti VR (INFORMACcedilAtildeO PESSOAL) as cinco espeacutecies de

Meliponini criadas por ele podem apresentar o comportamento de saquear outros

ninhos e isso pode ocorrer por oportunismo ou por falta de alimento Em especial

as Jataiacutes geralmente possuem o costume de atacar as proacuteprias jataiacutes esses

ataques acontecem dentro do mesmo ninho e entre outros proacuteximos Esses ataques

podem ocorrer por atraccedilatildeo de feromocircnio de princesa (rainhas jovens natildeo

fecundadas) por enxame fraco ou ateacute mesmo para absorver o fraco ou seja elas

entram e acabam matando a rainha e mantecircm os trabalhadores por um tempo ateacute

absorver o enxame ou ateacute mesmo o deixam morrer sendo dessa maneira muito

complexas em relaccedilatildeo ao comportamento

Na aacuterea do campus da Ufes houve uma consideraacutevel devastaccedilatildeo na vegetaccedilatildeo

nativa (compreendida de Mata Atlacircntica Manguezal e Restinga) devido agrave

construccedilatildeo de preacutedios que foram erguidos logo no iniacutecio da implantaccedilatildeo da

Universidade Como medida compensatoacuteria foi feito o plantio de espeacutecies arboacutereas

usando em demasia espeacutecies exoacuteticas (CASTRO 2003) Na Ufes eacute possiacutevel ver

poucas aacutereas jardinadas Aleacutem disso sempre que eacute necessaacuterio construir um novo

preacutedio novas aacutereas satildeo eliminadas podendo ou natildeo ser compensada com plantas

nativas

A B

51

Em abelhas sociais o comportamento de saque eacute comum acontecer em sequumlecircncias

natildeo contiacutenuas ou seja ela cessa e recomeccedila por periacuteodos de tempo (SANTANA

etal 2004) Durante as observaccedilotildees foram presenciadas trecircs revoadas ao ninho F

duas no mesmo dia poreacutem em horaacuterios diferentes e duas ao ninho G em dias

diferentes (FIGURAS 4- A B C e D)

FIGURA 4 ndash Revoada do ninho F A Vista da entrada do iniacutecio do estudo B Vista

da entrada em plena atividade em iniacutecio de maio C Entrada apoacutes uma revoada em

maio D Vista da entrada do ninho apoacutes uacuteltima revoada em maio

Fonte Arquivo Labibio

Nas figuras 4a e b mostram o estado em que a entrada do ninho se encontrava na

primeira semana de observaccedilatildeo (vinte e oito de Abril) e na primeira semana do mecircs

seguinte (sete de Maio) esse uacuteltimo a entrada do ninho jaacute se encontrava danificado

No ninho F(FIGURA 4) as revoadas que ocorreram no dia vinte de Maio entre

A B

C D

52

1000 e 1400 horas e no dia vinte e seis de Maio entre 1600 e 1700 horas

corroborando com Santana e colaboradores (2004) sobre o comportamento de

saques intermitentes

No ninho G as revoadas se iniciaram duas semanas apoacutes o desaparecimento do

ninho F nos dias nove e vinte e seis de junho entre 1500 e 1600 horas e dia 16 de

junho no mesmo horaacuterio (FIGURA 5-A B e C)

FIGURA 5 ndash Revoadas no Ninho G A Ninho no iniacutecio de Maio B Registro da

primeira revoada C Ultima revoada perda do ninho

Fonte Arquivo Labibio

As observaccedilotildees evidenciaram a ocorrecircncia de um acuacutemulo de resiacuteduos sobre os

ninhos apoacutes as revoadas (FGURA 5-B) No ninho G tinha uma subpopulaccedilatildeo

A B

C

53

pequena mas bem ativa conforme verificado apoacutes quatro horas de observaccedilatildeo em

nove dias (Graacutefico 1- A e B)

GRAacuteFICO1 A ndash Ritmo de Saiacutedas no Ninho G

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

GRAacuteFICO 1B ndash Ritmo de entradas no ninho G

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

0

20

40

60

80

100

120

140

09h-10h 10h-11h 12h-13h 14h-15h 16h-17h

Nuacutem

ero

de V

isita

s

Horaacuterios

13mai 20mai 26mai

0

20

40

60

80

100

120

140

160

180

200

09h-10h 10h-11h 12h-13h 14h-15h 16h-17h

Nuacutem

ero

de V

isita

s

Horaacuterios

13mai 20mai 26mai

54

No ninho G as abelhas iniciaram suas atividades antes de 09h evidenciado pela

entrada de aproximadamente 180 forrageadoras entre 9 e 10h As saiacutedas neste

mesmo periacuteodo ficaram em torno de 100

Entre 16h-17h houve um grande nuacutemero de entrada o que era esperado todas as

que saiacuteram tecircm que retornar enquanto haacute luminosidade e antes do ninho ser

fechado Conforme esperado por Gruter Karcher Ratnieks (2011) quando comeccedila

a escurecer as Jataiacutes fecham a entrada do tubo para impedir que intrusos ataquem

seu ninho durante a noite e abrem pela manhatilde quando o clima estaacute mais favoraacutevel

para iniciarem suas atividades

Neste ninho entre 12h-13h houve um nuacutemero maior de saiacutedas que de entradas ateacute

agraves 16h Isso possivelmente esteve relacionado agrave uma grande distacircncia entre o ninho

e as fontes de recursos troacuteficos

Outro ninho em que foi possiacutevel observar todos os meses notou-se que apresentou

atividade durante todo o dia (GRAacuteFICO 2-A e B)

GRAacuteFICO 2A ndash Ritmo de saiacutedas do ninho B

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

0

50

100

150

200

250

300

350

400

450

500

07h-08h 08h-09h 09h-10h 11h-12h 12h-13h 13h-14h 14h-15h 15h-16h 16h-17h

Nuacutem

ero

de V

isita

s

Horaacuterios

28abr 13mai 20mai 26mai 09jun 16jun 23jun 01jul 09jul

16jul 23jul 30jul 06ago 13ago 20ago 27ago 05set 10set

55

GRAacuteFICO 2B ndash Ritmo de entradas do nino B

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

O ninho B tinha uma subpopulaccedilatildeo mais numerosa que F e G Durante o inverno

(2307 e 2708) as abelhas iniciavam suas atividades cerca de duas horas mais

tarde em horaacuterio com temperatura mais elevada (indicado pela seta preta) Tal fato

corrobora com as observaccedilotildees de Ulian e colaboradores (2007) que constata que

em periacuteodo mais chuvoso onde as temperaturas satildeo geralmente mais baixas as

Jataiacutes apresentam iniacutecio de atividade agraves 9 horas da manhatilde devido agrave temperatura

nesse horaacuterio comeccedilar a aumentar

Proacuteximo do horaacuterio de 10 horas houve um grande nuacutemero de saiacutedas do ninho

seguido de um grande nuacutemero de entrada o que indica a ocorrecircncia de uma fonte

de recursos proacutexima ao ninho ou a indisponibilidade de recurso para ser coletado

naquela hora Acredita-se que na primeira possibilidade - fonte proacutexima ela era de

resina pelo fato de ter havido um intervalo de saiacuteda ateacute agraves 12h jaacute que esta

demanda mais tempo para ser retirada da corbiacutecula e armazenada por ser

pegajosa No caso da segunda possibilidade natildeo encontraram alimento disponiacutevel

naquele horaacuterio o retorno ao ninho eacute a alternativa mais eficaz para evitar um alto

gasto energeacutetico ateacute que o recurso fique disponiacutevel para coleta

0

100

200

300

400

500

600

07h-08h 08h-09h 09h-10h 10h-11h 11h-12h 12h-13h 13h-14h 14h-15h 15h-16h 16h-17h

Nuacutem

ero

de V

isita

s

Horaacuterios 28abr 13mai 20mai 26mai 09jun 16jun 23jun 09jul16jul 23jul 30jul 20ago 27ago 05set 10set

56

No outono as atividades das Jataiacutes comeccedilaram a diminuir por volta de 15 horas

(indicado pela seta marrom) ateacute cessar totalmente no iniacutecio das 16 horas Pelos

graacuteficos nota-se que o ninho B possui vantagem de uma hora nas atividades em

relaccedilatildeo ao ninho G isso provavelmente ocorreu porque o ninho B obteve mais

sucesso nas coletas distribuiacutedas ao longo do dia

43 RECURSOS FLORAIS

Eacute notoacuteria a relaccedilatildeo que existe entre abelha-flor relaccedilatildeo essa que sucedeu a milhotildees

de anos desde entatildeo as abelhas dependem de substancias utilizadas na

alimentaccedilatildeo e as plantas se beneficiam com a polinizaccedilatildeo (PIRANI LAURINO

1993) Para entender a biologia dos Meliponini eacute importante conhecer sua

alimentaccedilatildeo Para isso eacute necessaacuterio fazer um levantamento das plantas utilizadas

para coleta de poacutelen e neacutectar (SOUZA 1999 apud OLIVEIRA ABSY MIRANDA

2009)

Com base nos dados obtidos sobre as fontes alimentares de T angustula na

literatura (TABELA 2) nota-se a capacidade dessa espeacutecie de visitar uma ampla

diversidade de famiacutelias de plantas Segundo Toledo e colaboradores (2003) durante

cada voo das campeiras em meacutedia 100 flores satildeo visitadas

O levantamento bibliograacutefico indicou que existem duas metodologias bastante

usadas por autores para conhecer a dieta das abelhas Uma delas eacute a investigaccedilatildeo

palinoloacutegica para avaliar as fontes de recursos florais utilizados (poacutelen e neacutectar)

com base no gratildeo de poacutelen depositado no corpo da abelha para identificaccedilatildeo das

espeacutecies vegetais (CARVALHO MARCHINE ROS 1999 FEIDEN 1994 SIMIONI et

al 2007 OLIVEIRA ABSY MIRANDA 2009 MORGADO et al 2011NOVAIS

ABSY SANTOS 2013) A outra se daacute por meio de observaccedilotildees das campeiras nas

flores (AGOSTINI SAZIMA 2003 TOLEDO et al 2003OLIVEIRA ABSY

MIRANDA 2009 BRAGA et al 2012) A partir desses meacutetodos eacute possiacutevel saber

quais satildeo as plantas que produzem seus alimentos preferenciais e quais as fontes

alternativas (OLIVEIRA ABSY MIRANDA 2009)

57

TABELA 2 ndash Relaccedilatildeo das espeacutecies de plantas visitadas porT Angustula Continua

Famiacutelia Espeacutecie Polinizada Visitada Recurso

Poacutelen Neacutectar

Acanthaceae Thunbergia grandiflora X Odontonema strictum X X

Justicia brandegeana X

Ruellia silvaecola X Agavaceae Agave americana X X X

Agave sisalana X X X

Agave attenuata X X X

Dracena fragana X X X Aizoaceae Mesembryantemum spectabilis X Lamprantus productus X Amaranthaceae Gomphrena globosa X Amarylidaceae Clivia miniata X X X Anacardiaceae Schinus terebinthifolius X X

Lithraea molleoides X X

Toxicodendron verniciferum X X

Mangifera indica X X X

Tapirira guianensis X Apiaceae Hydrocotyle leucocephala X Apocynaceae Trevetia peruviana X Araliaceae Tetrapanax papyrifera X X X Asclepiadaceae Asclepias curassavica X X Asteraceae Parthenium hysterophorus X Aspillia latissima X Aspillia sp X Balsaminaceae Impatiens balsamina X X X

Impatiens sultanii X Bignoniaceae Spathodea campanulata X X Tabebulaim petiginosa X X X

Tabebula chrysotricha X X X Bixaceae Bixa orellana X X Bombacaceae Ceiba arianthos X X

Pseudo bombax sp X X

Pseudobombax tomentoso X X

Eriotheca canolleana X X

Bombax ceiba X X Boraginaceae Cordia superba X X

Cordia glabrata X X Brassicaceae Brassica sp X Cactaceae Opuntia ficusindica X X Caesalpiniaceae Schizolobium parahyba X X Capparaceae Cleome spinosa X Caprifoliaceae Lonicera japonica X X

58

TABELA 2 ndash Relaccedilatildeo das espeacutecies de plantas visitadas por T angustula Continua

Famiacutelia Espeacutecie Polinizada Visitada Recurso

Poacutelen Neacutectar

Sambucus australis X X Caryophylaceae Silene armeria X Cecropiaceae Cecropia hololeuca X Cochlospermaceae Cochlospermum vitifolium X X Compositae Vernonia polyanthes X X

Bidens pilosa X X Cosmos auphureus X X X

Centratherium violaceum X X X

Dahlia sp X Eclipta alba X Asterla evis X Tithonia rotundifolia X X X

Tithonia speciosa X X X

Tithonia diversifolia X Baccharis sp X Wedelia paludosa X Eupatorium sp X Mikania glomerata X X

Montano apyramidata X X Montano abipinnatifiada X Senecio brasiliensis X X X

Emilia sonchifolia X X Ambrosia sp X X Creopsis grandiflora X Galinsoga parviflora X Crassulaceae Kalanchoe tubiflora X X Cyperaceae Cyperus sp X Elaeocarpaceae Muntingia calabura X Ericaceae Rhododendron simsii X X X

Rhododendron indicum X X X Euphorbiaceae Alchornea sidaefolia X X X

Euphorbia milii X X X

Euphorbia pulcherrima X X X

Ricinus communis X X X

Croton sp X Fabaceae Desmodium sp X Tipuana tipu X Vigna peduncularis X X Guttiferae Kielmeyera coriacea X X Iridaceae Dietes vegeta X Labiatae Salvia splendens X Origanum vugare X

59

TABELA 2 ndash Relaccedilatildeo das espeacutecies de plantas visitadas por T angustula Continua

Famiacutelia Espeacutecie Polinizada Visitada Recurso

Poacutelen Neacutectar

Ocimum sellowii X Iboza riparia X X X

Coleus blumei X X X Leguminosae Andira anthelmintica X X

Mimosa daleoides X X X

Myroxylon balsamum X X X

Piptadenia gonoacantha X X X

Stylos anthesscabra X Caesalpinia bonducella X X X

Caesalpinia pelthophoroides X X X

Crotalaria lanceolata X Calliandra twedii X Sophora tomentosa X X Mimosa pudica X Erythrina speciosa X X X

Cassia grandis X Schizolobium parahyba X X Senna multijuga X Senna bicapsularis X X Delonix regia X Clitoria fairchildiana X Centrolobium tomentoso X Liliaceae Aloe sp X X Bulbine frutescens X Loranthaceae Struthanthus andrastylus X X Lythraceae Lagerstroemia indica X X Magnoliaceae Talauma ovata X X Malpighiaceae Malphiguia glabra X Tetrapterys X Byrsonima intermedia X X X Malvaceae Hibiscus rosa-sinensis X X X

Malvaviscus arboreus X X Sida rhombifolia X Melastomataceae Tibouchina granulosa X X

Clidemeia sp X X

Tibouchina sp X X X

Tibouchina holosericea X X Meliaceae Trichilia sp X Mimosaceae Leucaena leucocephala X Anadenanthera collubrina X Moraceae Cecropia pachystachya X X X

Morus nigra X X

60

TABELA 2 ndash Relaccedilatildeo das espeacutecies de plantas visitadas por T angustula Continua

Famiacutelia Espeacutecie Polinizada Visitada Recurso

Poacutelen Neacutectar Myrsinaceae Ardisia crenata X X Myrtaceae Eucalyptus robusta X X X

Eugenia jambos X X X

Eugenia pitanga X Eucalyptus terecornis X Plinia glomerata X Nyctaginaceae Bougainvile aspectabilis X X X Oleaceae Jasminum azoricum X Palmae Acrocomia aculeata X X

Archontophoenix cunninghamiana X

Syagrus romanzoffiana X Copernicia alba X X Sheelea phalerata X Passifloraceae Passiflora jilekii X Piperaceae Piper mollicomum X Poaceae Paspalum sp X Polemoniaceae Cobae scandens X Polygonaceae Polygonum capitatum X X X Pontederiaceae Pontederia lanceolata X X Proteaceae Grevill a bansksii X X X Rosaceae Prunus persica X X X

Pyracantha coccinea X X Rubiaceae Pentas lanceolata X X

Citrus airantum X X Rutaceae Citrus limon X X X Scrophulariaceae Paulownia imperialis X X Solanaceae Nicotiana tabacum X X Sterculiaceae Dombeya burgessiae X Dombeya wallichii X Sterculia chicha X X Tiliaceae Heliocarpus americanus X X X Tropaeolaceae Tropaeolum majus X X X Ulmaceae Tipo celtis X Trema micrantha X X Umbelliferae Foeniculum vulgare X X X Verbenaceae Duranta repens X

Vitex agnus-castus X

Velloziaceae Vellozia candia X X X Zingiberaceae Hedychium coronarium X Fonte Pirani Laurino 1993 Carvalho Marchine Ros 1999 Agostini Sazima 2003 Toledo et al 2003 Cartopassi-Laurino 2005 Braga e Colaboradores 2012 Novais Absy Santos 2013

61

Foram encontradas 71 famiacutelias e um total de 166 espeacutecies Dessas 30 espeacutecies satildeo

polinizadas e 136 satildeo visitadas Poacutelen e neacutectar satildeo os recursos mais coletados

com coleta de poacutelen em 78 espeacutecies e de neacutectar em 69 De acordo coma Lista de

Espeacutecies da Flora do Brasil (2010) 20 das espeacutecies que satildeo polinizadas (TABELA

2) satildeo nativas o restante satildeo espeacutecies exoacuteticas ou seja natildeo pertencem agrave flora

brasileira

As famiacutelias que apresentaram maior porcentagem de visitas por T angustula foram

Compositae e Leguminosae (TABELA 2) com 13 e 12 de espeacutecies

respectivamente (GRAacuteFICO 3) sendo as famiacutelias mais importantes para a dieta da

jataiacute (AGOSTINE SAZIMA 2003 SIIONI et al 2007) Esse resultado eacute similar ao

trabalho de Simioni e colaboradores (2007) seus resultados mostram que uma das

famiacutelias analisadas Leguminosae tambeacutem apresentaram um maior destaque na

quantidade de visitas realizadas por T angustula esse fato pode ser explicado pelo

fato de que Leguminosae representa a mais importante fonte de poacutelen para essa

espeacutecie

As famiacutelias Compositae e Leguminosae satildeo as mais bem representadas pelo fato

de apresentarem espeacutecies que fornecem alimento em maior qualidade e quantidade

por vaacuterios periacuteodos do ano Com destaque para a famiacutelia Leguminosae que fornece

recursos alimentares para as abelhas nos periacuteodos de estiagem (PIRANI LAURINO

1993 AGOSTINE SAZIMA 2003)

O graacutefico abaixo ilustra o comportamento generalista deT angustula Onde 41 das

visitadas realizadas pela espeacutecie se distribuem por 55 famiacutelias vegetais Esse

comportamento concorda com trabalho de Anacleto (2007) onde dentre as cinco

espeacutecies estudadas por ele a que apresentou o haacutebito mais generalista em relaccedilatildeo

ao nuacutemero de plantas visitadas foi T angustula

62

GRAacuteFICO 3 ndash Contribuiccedilatildeo das famiacutelias de plantas para a dieta de T angustula

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria com base nos dados da Tabela 1

As abelhas generalistas visitam flores pequenas e abertas e satildeo menos

relacionadas agraves flores especializadas (RUTHCKE JULES 1993 ROUBIK 1992

apud AGOSTINI SAZIMA 2003) e tecircm preferecircncia de flores arboacutereas com

inflorescecircncia densas

Um exemplo de flores que natildeo satildeo especializadas e que satildeo importantes para a

dieta de T angustula eacute da famiacutelia Asteraceae as espeacutecies Mangifera indica e

Schinus terebinthifolius apresentam grande densidade de flores e permite faacutecil

acesso para as abelhas deste modo tornam-se importantes fornecedores de fontes

de poacutelen (BRAGA et al 2012)

De acordo com o levantamento das plantas utilizadas pelas abelhas jataiacute realizado

por diferentes autores as famiacutelias que se mostraram bem representadas foram

Malvaceae Caesalpiniaceae Melastomataceae Myrtaceae Euphorbiaceae e

Anacardiaceae sendo consideradas portanto essenciais para a dieta da jataiacute

2 2 3 2

2 3

13

3 2

3

12 2 2 2 3

3

41

Acanthaceae Agavaceae Anacardiaceae Asteraceae Bignoniaceae

Bombacaceae Compositae Euphorbiaceae Fabaceae Labiatae

Leguminosae Malpighiaceae Malvaceae Melastomataceae Myrtaceae

Palmae Outros

63

Em geral essas famiacutelias podem ser caracterizadas pela floraccedilatildeo do tipo contiacutenuo ou

seja uma floraccedilatildeo que natildeo cessa ou que ocorre na maior parte do ano o que

permite as abelhas ter acesso aos recursos em todas as estaccedilotildees do ano

(CARVALHO MARCHINI ROS 1999 AGOSTINI SAZIMA 2003 TOLEDO et al

2003 MORGADO et al 2011)

64

65

5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS Sendo este a primeira pesquisa com abelhas em compus no Espiacuterito Santo Foi

observado que a distribuiccedilatildeo dos ninhos encontrados apresentou-se uniforme

Todos os ninhos estavam instalados em paredes e pisos de concreto o que indica

seu potencial de adaptabilidade agraves condiccedilotildees antroacutepicas

A diversidade de cores de poacutelen trazida pelas forrageiras no iniacutecio da manhatilde indica

uma ampla disponibilidade de alimento que a flores oferecem nesse periacuteodo do dia

bem como a eficiecircncia das forrageiras em selecionar essas flores

De acordo com as observaccedilotildees que foram realizadas no estudo as abelhas T

angustula podem ter suas atividades influenciadas pelo clima Uma vez que foi

observado que no periacuteodo de inverno em que as temperaturas satildeo mais baixas

elas comeccedilavam a realizar suas funccedilotildees nos horaacuterios com as temperaturas mais

altas

A divisatildeo de trabalho entre forrageadoras operaacuterias de limpeza e de defesa

observado nessa espeacutecie indica o comportamento altamente social dos Meliponini

O mecanismo de defesa observado em T angustula entre guardas pairando e em

peacute pode indicar uma caracteriacutestica de complementaridade na defesa do ninho uma

vez que durante as observaccedilotildees os dois tipos de guardas sempre se fizeram

presentes O que mostra que mesmo com o atrofiamento do ferratildeo os indiviacuteduos

desenvolveram estrateacutegias para a defesa contra invasores

Foi comum observar a presenccedila de revoadas nos ninhos entre as Jataiacutes Este

comportamento em geral eacute comum para o desenvolvimento (sobrevivecircncia) da

colocircnia No caso dos ninhos observados apoacutes as revoadas eles foram

desaparecendo Este fato pode indicar um baixo iacutendice de recursos troacuteficos para

essas abelhas dentro do campus pois ao inveacutes dos ninhos se manterem ou

aumentarem em quantidade ao longo das observaccedilotildees eles desapareceram

O levantamento das flores visitadas por T angustula indicou um comportamento

generalista desta espeacutecie em visitar uma grande variedade de plantas o que mostra

sua importacircncia para garantir a variabilidade dessas plantas

66

Esse levantamento tambeacutem indicou que a polinizaccedilatildeo realizada por elas foi

predominante em plantas exoacuteticas O que pode refletir a deficiecircncia na quantidade

de plantas nativas melitoacutefilas na aacuterea de estudo

67

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Page 20: FACULDADE CATÓLICA SALESIANA DO ESPÍRITO SANTO … · No grupo dos Apinae está à tribo dos Meliponini, conhecidas como abelhas indígenas sem ferrão por possuir seu ferrão atrofiado

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antropizaccedilatildeo Foram coletadas um total de 54 espeacutecies de meliponineos sendo que

na mata contiacutenua foram 37 espeacutecies nos fragmentos isolados (de 1 e 10 hectar) e

na aacuterea desmatada foram coletada entre 21 e 25 espeacutecies e no fragmento de mata

continua(100 hectar) apenas 9 foram coletada Os autores concluiacuteram que mesmo a

regiatildeo ter apresentado grande riqueza de espeacutecies as aacutereas fragmentadas das

matas estatildeo diminuindo o tamanho das comunidades de meliponineos o que pode

deste modo comprometer a reproduccedilatildeo de diversas plantas melitoacutefilasna regiatildeo

Kearns Inouye e Wase (1998) publicaram um trabalho sobre a interaccedilatildeo de planta-

polinizador e suas interaccedilotildees Neste trabalho os autores descrevem a respeito da

natureza ecoloacutegica e evolutiva dessas interaccedilotildees e das evidentes ameaccedilas que

estatildeo sofrendo por meio das atividades humanas como tambeacutem discute sobre

soluccedilotildees de gestatildeo de melhoria para locais onde haacute crise na polinizaccedilatildeo Com

respeito a essas crises os autores debatem durante todo o trabalho que esse

problema jaacute eacute generalizado por ser associada agraves atividades humanas e que ele eacute

causado principalmente pelo uso de pesticidas e herbicidas mudanccedila no uso dos

solos pastagens agricultura fragmentaccedilatildeo do habitat desses polinizadores e pela

introduccedilatildeo de espeacutecies natildeo nativas nos ambientes O trabalho conclui que todos

esses problemas podem ter futuramente um aumento devido agraves grandes alteraccedilotildees

de habitat causado por uma populaccedilatildeo que estaacute sempre em crescimento e

sugeriram que os proacuteprios cidadatildeos e ecologistas natildeo devem medir esforccedilos para

reverter esse quadro

Proniacute (2000) realizou uma pesquisa para conhecer a biodiversidade de abelhas

indiacutegenas sem ferratildeo com o intuito de apresentar manejos de conservaccedilatildeo para os

ecossistemas Com levantamentos preliminares de ninhos de abelhas nas regiotildees

(urbana e rural) de Londrinas (Paranaacute) e municiacutepios proacuteximos agrave Bacia do Rio Tibagi

(Paranaacute) ele constatou que a aacuterea estudada apresenta uma distribuiccedilatildeo

diversificada tanto nos ecossistemas urbanos como nos agroecossistemas Em

relaccedilatildeo agrave diversidade das abelhas indiacutegenas sem ferratildeo ele observou que 12 das 19

espeacutecies encontradas ocorrem nos agroecossistemas e que praticamente natildeo

nidificam em aacutereas urbanas Portanto ele concluiu que a biodiversidade dessas

abelhas na Bacia do Rio Tibagi estaacute seriamente ameaccedilada principalmente devido agrave

diminuiccedilatildeo de aacutereas florestadas Segundo o autor para que haja melhoria do quadro

27

eacute preciso da responsabilidade de meliponicultores pesquisadores entre outros para

que sejam proporcionadas condiccedilotildees boas para essas abelhas

Devido agraves grandes mudanccedilas do ambiente provocadas pela urbanizaccedilatildeo Souza e

colaboradores (2002) fizeram um estudo durante um ano (Marccedilo de 2000 a Julho de

2001) com o intuito de verificar a diversidade e habitat de Meliponini em uma aacuterea

urbana e identificar a relaccedilatildeo das espeacutecies com o processo de urbanizaccedilatildeo Foi

realizada inspeccedilatildeo mensal a procura de ninhos de meliponini dentro do Campus da

Universidade Federal de Juiz de Fora Minas Gerais Com os ninhos encontrados foi

feito a identificaccedilatildeo do substrato em que foi nidificado Essas informaccedilotildees foram

relacionadas com os dados de temperatura umidade e precipitaccedilatildeo do municiacutepio

Durante o estudo foi encontrado uma meacutedia de 3488 ninhos e quatro espeacutecies

foram identificadas sendo elas Tetragonisca angustula Nannotrigona testaceicornis

Trigona spinipes e Partamona sp As espeacutecies encontradas apresentaram

preferecircncia em substratos de construccedilotildees (cavidades preacute-existentes) Em relaccedilatildeo agrave

temperatura umidade e precipitaccedilatildeo os autores observaram uma correlaccedilatildeo

positiva entre a temperatura e a abundancia dos ninhos das abelhas sem ferratildeo por

outro lado natildeo foi encontrado para umidade relativa do ar e precipitaccedilatildeo Deste

modo concluiacuteram que mesmo em ambiente urbano essas espeacutecies ainda

conseguem sobreviver com sucesso por traacutes das atividades antropicas

Com relaccedilatildeo aos ninhos de T angustula com o clima do ambiente em que esses satildeo

nidificados Chiari e colaboradores (2002) realizaram um trabalho para ver se as

variaccedilotildees climaacuteticas tecircm alguma relaccedilatildeo com o desenvolvimento dos ninhos das

Jataiacutes Foram realizadas coletas das abelhas que foram depositadas em trecircs tipos

diferentes de colmeacuteias Fritzen Nogueira-Neto e Guiliane Apoacutes esse procedimento

as colocircnias foram pesadas e instaladas no municiacutepio de Maringaacute Paranaacute Ao longo

do estudo a temperatura do ambiente onde as colmeacuteias foram instaladas foi

monitorada Apenas a colmeacuteia Nogueira-Neto natildeo apresentou associaccedilatildeo com a

variaccedilatildeo das temperaturas Nos modelos Fritzen e Giuliane foram observados que o

peso de ambas apresentaram de forma positiva com a umidade relativa do ar

apenas Giuliane teve relaccedilatildeo positiva com a insolaccedilatildeo Deste modo os autores

concluiacuteram que os modelos Giuliane e Noguera-Neto satildeo mais apropriados para as

colmeacuteias de T angustula

28

Outro trabalho tambeacutem realizado em Campus Universitaacuterio foi feito por Almeida

(2002) sobre composiccedilatildeo das comunidades de abelhas em Satildeo Paulo O autor teve

o intuito de contribuir com informaccedilotildees sobre as espeacutecies de abelhas e as plantas

visitadas por elas Com levantamento das abelhas e plantas em duas aacutereas de

Cerrado (Cerradatildeo e Cerrado) localizado no campus Universitaacuterio no Municiacutepio de

Pirassununga foi coletado um total de 261 amostras de plantas de 41 famiacutelias e 140

espeacutecies Dessas apenas cinco ocorreram nas duas aacutereas Com relaccedilatildeo agraves

abelhas foram coletadas um total de 141 espeacutecies em quatro famiacutelias Foi concluiacutedo

que a famiacutelia que apresentou maior riqueza de espeacutecie foi Apidae Com relaccedilatildeo agraves

plantas as famiacutelias Asteraceae Malvaceae Fabaceae Sapindaceae e Vichysiaceae

foram as mais ricas em nuacutemero de espeacutecies

Neves e Viana (2002) realizaram um estudo sobre a ecologia da comunidade de

abelhas eussociais com o propoacutesito de analisar as atividades do seu vocirco

relacionando com recursos alimentares variaccedilotildees meteoroloacutegicas entre outros

fatores Com coletas das abelhas amostras de plantas floridas e monitoramento dos

ninhos nas dunas continentais na Bahia Eles capturaram oito espeacutecies da famiacutelia

Apidae Estas abelhas exibiam maior atividade no periacuteodo da manhatilde Um nuacutemero de

plantas floridas foi verificado na estaccedilatildeo chuvosa Assim sendo concluiacuteram que a

disponibilidade de recursos disponiacutevel e agraves variaccedilotildees meteoroloacutegicas favorecem a

concentraccedilatildeo de visitas florais dessas abelhas pela manhatilde

Um estudo sobre a ecologia das populaccedilotildees de meliponiacuteneos Souza e

colaboradores (2005) fizeram buscas pelos ninhos e coletas das abelhas no Campus

da Universidade Federal da Bahia eles encontraram 94 ninhos com 19 espeacutecies

diferentes tendo uma predominacircncia da espeacutecie Tetragonisca angustula Deste

modo concluiacuteram que a riqueza de espeacutecies de meliponineos (meliponini)

encontrada no Campus (o qual eacute um local que sofre antropizaccedilatildeo) pode ser devida

a disponibilidade de substratos para nidificaccedilatildeo e pela quantidade de recursos que eacute

ofertado

Stuch (2006) realizou uma pesquisa sobre a variabilidade geneacutetica das populaccedilotildees

de Tetragonisca angustula Nesse trabalho o autor primeiramente faz uma revisatildeo

da bibliografia com o propoacutesito de apresentar informaccedilotildees a respeito da estrutura

das populaccedilotildees de meliponiacuteneos (meliponini) sobre as abelhas indiacutegenas sem

ferratildeo e principalmente a respeito da abelha em estudo onde destacam informaccedilotildees

29

do comportamento locais de nidificaccedilatildeo dos recursos usados para se alimentar e

do mel que eacute produzido por eles Com coletas e anaacutelises realizadas por meio de

marcador molecular nas cidades de Dracena em Satildeo Paulo e Ivatuba no Paranaacute Ele

observou que as amostras obtidas em Ivatuba apresentaram 60 de polimorfismo e

na cidade de Dracena foram apresentadas 40 Deste modo o autor concluiu que

em Ivatuba as populaccedilotildees de T angustula estatildeo diferenciadas geneticamente e natildeo

apresentam endocruzamento entre os ninhos jaacute as populaccedilotildees da cidade de

Dracena natildeo se encontraram modificados podendo os ninhos ser considerados

como um soacute Segundo o autor essas informaccedilotildees satildeo muito importantes para que

estudos de praacuteticas de manejo sejam realizados para manter a variabilidade dessas

populaccedilotildees

Outro trabalho tambeacutem em aacutereas fragmentadas foi realizado por Alvarenga (2008)

Neste trabalho o autor teve o objetivo de conhecer a diversidade e densidade dos

ninhos de meliponineos (meliponini) na Mata de Santa Tereza (Estaccedilatildeo Ecoloacutegica de

Ribeiratildeo Preto Satildeo Paulo) que fica situado entre a Mata Atlacircntica e o Cerrado com

levantamentos dos ninhos e das aacutervores que poderiam apresentar um tamanho

potencial para essas abelhas nidificarem Foram encontrados ninhos de quatro

espeacutecies de meliponineos (meliponini) sendo T angustula e Scaura latitarsis

representaram 25 dos ninhos encontrados e Trigona hyalinata 50 E em relaccedilatildeo

aacutes aacutervores cerca de 67 foram analisadas poucas apresentavam rachaduras ou

cavidades para abrigar os ninhos Deste modo foi concluiacutedo que na aacuterea estudada

haacute uma riqueza baixa e densidade relativamente meacutedia e tambeacutem poucos locais

para nidificaccedilatildeo

Andena e colaboradores (2009) tambeacutem fizeram um trabalho em aacutereas degradadas

Para eles esses estudos satildeo essecircncias devido a essas aacutereas serem a principal

razatildeo para o aumento das taxas de perda da diversidade geneacutetica e extinccedilatildeo das

abelhas Os autores realizaram um estudo para conhecer a diversidade de abelhas

no Cerrado em Satildeo Paulo Foram realizadas coletas das abelhas em quatro

reservas em regiotildees fragmentadas do Cerrado Reserva de Corumbataiacute Estaccedilatildeo

Ecoloacutegica de Jataiacute Parque Vassununga e Reserva de Cajuru Com cerca de 500

indiviacuteduos coletados as aacutereas que apresentaram maior riqueza foram Cajuru e

Corumbataiacute e as aacutereas com menor riqueza foram Vassununga e Estaccedilatildeo Ecoloacutegica

Jataiacute Mesmo apresentando maior nuacutemero de riqueza a aacuterea de Corumbataiacute sofreu

30

vaacuterias alteraccedilotildees na composiccedilatildeo fauniacutestica durante o estudo Assim sendo foi

concluiacutedo que pesquisas como essas satildeo importantes pois contribuem com

informaccedilotildees a respeito da influencia que essas aacutereas degradadas podem exercer

sobre a composiccedilatildeo fauniacutestica e a riqueza das espeacutecies de abelhas

Um inventaacuterio sobre os meliponiacuteneos (meliponini) no Bioma Cerrado foi realizado por

Fernandes e colaboradores (2012) Com levantamentos feitos durante dois anos em

quatro aacutereas diferentes (Municiacutepio de Tangaraacute da Serra ndash MT nos arredores do

campus universitaacuterio de Mato Grosso na Reserva Florestal Antocircnio Conselheiro ndash

MT e na zona rural do municiacutepio Tangaraacute da Serra - MT) os autores coletaram 128

espeacutecimes distribuiacutedos em 27 espeacutecies e 14 gecircneros e constataram que a maior

riqueza foi vista na reserva florestal e na zona rural do municiacutepio de Tangaraacute da

Serra Deste modo eles concluiacuteram que a riqueza observada na reserva pode ser

devido agrave mata apresentar pouca antropizaccedilatildeo e que as informaccedilotildees obtidas nesse

estudo satildeo de extrema importacircncia para a preservaccedilatildeo da biodiversidade da reserva

florestal

Uma pesquisa realizada por Oliveira e colaboradores (2013) cujo tema foi

Levantamento de Ocorrecircncia de Meliponiacutedeos (Meliponini) em Municiacutepios na regiatildeo

do Vale do Jauru ndash MT foia incidecircncia de abelhas sem ferratildeo em zonas urbanas

Com entrevistas aos moradores e com sessotildees de fotos para definir quais espeacutecies

de abelhas se encontravam nas proximidades das casas da regiatildeo do Vale do Jauru

eles encontraram 67 colmeacuteias sendo 17 predominantes em apenas uma cidade

Deste modo concluiacuteram que na regiatildeo do Vale do Jauru encontram-se grandes

aacutereas verdes proporcionando dessa forma alimento e a preservaccedilatildeo das abelhas

24 COLETA DE RECURSOS E PRODUCcedilAtildeO DE MEL DAS MELIPONINI

Devido agraves poucas informaccedilotildees sobre a composiccedilatildeo do mel e fontes alimentares

utilizados pelos meliponineos Anacleto (2007) fez um estudo com o intuito de

conhecer as principais fontes que fazem parte da dieta dessas abelhas e tambeacutem

conhecer as caracteriacutesticas quiacutemicas do mel produzido por elas O estudo foi no

Municiacutepio de Piracicaba Satildeo Paulo Foi realizado um levantamento das plantas

visitadas por cinco espeacutecies de meliponineos (T angustula Scaptotrigona

31

bipunctata Nanotrigona testaceicornis Friesiomellita varia e Tetragona clavipes)

coleta de mel nos potes de alimento dos ninhos e coleta de poacutelen retirada das

corbiacuteculas O autor obteve 158 espeacutecies de plantas sendo que dessas 67 foram

visitadas pelas abelhas em estudo e na anaacutelise poliacutenica foram encontradas 72

espeacutecies de plantas A espeacutecie que apresentou menor nuacutemero de visitas foi F varia

em contrapartida T angustula foi a espeacutecie que apresentou o haacutebito mais

generalista em relaccedilatildeo ao numero de espeacutecies de plantas visitadas Com relaccedilatildeo ao

mel foram analisadas um total 31 amostras Os estudos com a composiccedilatildeo do mel

apresentaram uma dificuldade devido agrave legislaccedilatildeo atender apenas as caracteriacutesticas

do mel de Apis melliacutefera e natildeo o mel das abelhas nativas O mel de F varia foi a que

apresentou menor niacutevel de accediluacutecar em contrapartida o niacutevel de accediluacutecar do mel de T

angustula foi o mais elevado Deste modo foi concluiacutedo que as espeacutecies estudadas

se mostraram generalistas com exceccedilatildeo de F varia e com relaccedilatildeo agrave anaacutelise do

mel foi concluiacutedo que haacute a necessidade de um padratildeo na legislaccedilatildeo proacuteprio para

uma melhor anaacutelise dos compostos quiacutemicos do mel de meliponiacuteneos

Anacleto e colaboradores (2009) tambeacutem realizaram uma pesquisa sobre o padratildeo

de qualidade do mel das abelhas sem ferratildeo Para esse estudo foi analisado a

composiccedilatildeo do mel das abelhas Tetragonisca angustula Com coletas feitas

diretamente de dentro das colocircnias encontradas em Piracicaba ndash (SP) e com

anaacutelises feitas sobre o accediluacutecar proteiacutenas pH acidez cor entre outros fatores os

autores obtiveram 20 amostras de mel e relataram que o accediluacutecar dessas amostras

apresentaram valores inferiores ao que eacute estabelecido pelas normas

brasileirasAssim sendo concluiacuteram que 5 de accediluacutecar do mel coletado natildeo se

enquadram na legislaccedilatildeo e que seria necessaacuterio um maior estudo para que uma

nova legislaccedilatildeo seja feita

No trabalho de Sommeijer e colaboradores (1983) aleacutem de analisar os recursos

coletados por algumas abelhas sem ferratildeo (Meliponineos) e Apis mellifera os

autores tambeacutem fizeram observaccedilotildees no comportamento de forrageamento dessas

abelhas As observaccedilotildees e amostras de poacutelen foram retiradas semanalmente das

corbiacuteculas das forrageiras que retornavam ao ninho Os autores observaram que as

coletas dos recursos ocorreram em periacuteodos diferentes os voos de neacutectar ocorreram

na maior parte das vezes de manhatilde e os vocircos de poacutelen ocorreram agrave tarde Em

relaccedilatildeo ao poacutelen foram obtidas 191 amostras sendo que quatro famiacutelias se

32

mostraram mais presentes Myrtaceae Sapotaceae Sapindaceae e Melliaceae

Desta forma concluiacuteram que as coletas de poacutelen pelas forrageiras podem ter

predominado no periacuteodo da manhatilde devido agraves flores se mostrar mais murchas com o

passar do dia Tambeacutem concluiacuteram que os recursos de poliacutenicos foram bem

diversos o que confirmou o haacutebito generalista dessas abelhas

Carvalho e Marchini (1999) realizaram um estudo dentro de um campus Universitaacuterio

(USP) em Piracicaba Em seu trabalho tiveram o objetivo de conhecer as plantas

que oferecem recursos para abelhas em ambientes mais antropizados Com coletas

de abelhas operaacuterias em colocircnias de Tetragonisca angustula e Nannotrigona

testaceicornis os autores analisaram os gratildeos de poacutelen coletados por elas Atraveacutes

dessa anaacutelise obtiveram 31 tipos poliacutenicos em 22 famiacutelias de plantas sendo que

entre essas famiacutelias para N testaceicornis os gratildeos de poacutelen que se mostrou mais

frequumlente foi de Myrtaceae e para T angustula foram Fabaceae Liliaceae e

Mimosaceae Dessa maneira concluiacuteram que essas espeacutecies se mostraram

generalistas visitando diversas plantas

No mesmo ano Carvalho Marchini e Ros (1999) fizeram um estudo para comparar

e analisar as fontes de poacutelen utilizadas por Apis mellifera e quatro diferentes

espeacutecies de Trigonini (Nannotrigona testaceicornis Partamona helleri Plebeia

droryana e Tetragonisca angustula) O trabalho teve o intuito de fornecer

informaccedilotildees sobre as preferecircncias florais e as relaccedilotildees troacuteficas dessas espeacutecies

Com coletas realizadas nos meses de Outubro e Novembro de 1996 no campus da

USP em Piracicaba os autores coletaram 53 tipos poliacutenicos desses os tipos mais

frequentes para todas as abelhas foram Aracaceae Bulbine frutescens e

Eucalyptus spe com as relaccedilotildees troacuteficas eles observaram que a utilizaccedilatildeo de fontes

de poacutelen variou conforme a espeacutecie e que a dieta se mostrou bem diversificada

Dessa maneira os autores concluiacuteram que P droryana e Phelleri foram agraves

espeacutecies que apresentaram maior uniformidade na utilizaccedilatildeo de fontes de poacutelen e a

maior sobreposiccedilatildeo de nicho troacutefico ocorreu entre N testaceiconis e T angustula e

menor sobreposiccedilatildeo foi entre A meliacutefera e T angustula

Devido agrave carecircncia de estudos sobre os recursos florais utilizados pelas abelhas

Agostini e Sazima (2003) fizeram um estudo sobre a fenologia das espeacutecies de

plantas ornamentais e suas relaccedilotildees com as espeacutecies de abelhas Com registros da

fenologia das plantas arboacutereas e arbustivas e o tipo de recurso utilizado pelas

33

abelhas no campus da Universidade Estadual de Campinas em Satildeo Paulo os

autores registraram 42 espeacutecies de plantas e observaram que na aacuterea estudada

houve plantas florindo todos os meses e natildeo houve sazonalidade marcada Com

relaccedilatildeo ao tipo de recurso utilizado pelas abelhas foi observado que as plantas mais

visitadas foram da famiacutelia Leguminosae e Bombacaceae por serem importantes

fontes de alimento para as abelhas no periacuteodo de estiagem Concluiacuteram que plano

de manejo em ambientes urbanos usando plantas ornamentais nativas seria

importante para acolher maior diversidade de abelhas as quais cumprem papel

importantiacutessimo na manutenccedilatildeo da biodiversidade dos ecossistemas naturais

Como muitas plantas de importacircncia econocircmica dependem de insetos para

aumentar a produccedilatildeo e a qualidade dos frutos Toledo e colaboradores (2003)

pesquisaram as angiospermas na regiatildeo de Maringaacute no estado do Paranaacute para

contribuir com o conhecimento da biodiversidade nessa regiatildeo Com coletas em

onze espeacutecies de plantas examinadas na Universidade Estadual de Maringa

Paranaacute os autores obtiveram 331 insetos Entre as abelhas trecircs espeacutecies coletadas

foram as mais abundantes Tetragonisca angustula Apis mellifera e Trigona spinipes

Os autores concluiacuteram que essas abelhas africanizadas e sem ferratildeo foram as mais

abundantes nas coletas as flores devido tanto ao seu comportamento generalista

como pela sobreposiccedilatildeo no local de forrageamento

Simioni e Colaboradores (2007) realizaram um estudo para investigar os recursos

alimentares de Tetragonisca angustula fiebrigi em Mato Grosso do Sul Com

amostras de cargas poliacutenicas corbiculares das operaacuterias em um ambiente natural de

Corumbaacute-MS no periacuteodo de seis meses os autores relataram que T angustula

visitou 43 espeacutecies de plantas para coleta de poacutelen e as famiacutelias mais visitadas

foram Leguminosae Palmae Asteraceae e a subfamiacutelia Mimosidae devido agrave grande

quantidade de poacutelen acessiacutevel Deste modo concluiacuteram que Tetragonisca

angustula mostrou-se seletivo com relaccedilatildeo agraves fontes de alimento disponiacutevel na aacuterea

estudada e que a famiacutelia Leguminosae se mostrou a mais importante fonte de poacutelen

para T angustula

Muitas espeacutecies de abelhas vecircm sendo utilizadas consorciadas ao cultivo de

diversas espeacutecies de plantas No trabalho de Antunes e colaboradores (2007) eles

utilizaram a espeacutecie Tetragonisca angustula para verificar seu efeito como agente

polinizador na produccedilatildeo de frutos de cultivares de morango em estufa O estudo foi

34

realizado na Universidade de Passo Fundo RS utilizando quatro cultivares de

morangueiro (Oso Grande Tdla Chandler e Dover) com ausecircncia e presenccedila de

duas e quatro colmeacuteias de T angustula Os autores observaram que o numero de

visitas as flores foram o mesmo para os mesmos nuacutemeros de colocircnias e que o uso

de duas ou quatro colmeacuteias natildeo alterou a produccedilatildeo dos frutos Aleacutem disso

observaram tambeacutem que a porcentagem de frutos deformados teve uma queda

consideraacutevel de 85 para 5 Sendo assim concluiacuteram que a presenccedila de

Tetragonisca angustula para a polinizaccedilatildeo em ambiente fechado tem grande

importacircncia para o aumento da produtividade e para o aumento da quantidade de

frutos comerciaacuteveis

Devido agrave grande importacircncia das abelhas sem ferratildeo para manter a biodiversidade

das plantas Braga e colaboradores (2012) fizeram um estudo com a espeacutecie T

angustula por ela ser amplamente distribuiacuteda nos habitats tropicais Com estudo

realizado em duas ilhas (Ilha Grande e Tucuruccedilaacute) e outras duas na ilha Ariroacute e

Tinguaacute todas SAP aacutereas de Mata Atlacircntica do Estado do Rio de Janeiro e apenas

Ilha Grande pertence a uma unidade de proteccedilatildeo ambiental Para esse estudo os

autores fizeram coletas de carga de poacutelen e observaccedilotildees agraves flores T angustula

visitou 61 espeacutecies de plantas sendo Anacardiaceae e Asteraceaeas mais visitadas

Na Ilha grande foi a aacuterea onde se obteve maior nuacutemero de visitas e onde se

encontrou 39 tipos poliacutenicos Dessa maneira concluiacuteram que a dieta de T angustula

eacute bem ampla e que essas pesquisas satildeo necessaacuterias para conhecer as plantas que

operam como recurso para as abelhas em ambiente natural

Com o intuito de contribuir para o conhecimento da flora e sua utilizaccedilatildeo por

polinizadores nativos Novais Absy e Santos (2013) caracterizaram o poacutelen de T

angustula atraveacutes da anaacutelise palinoloacutegica analisando os meacuteis produzidos por esta

espeacutecie em duas regiotildees semi-aacuteridas tropicais do nordeste do Brasil Com amostras

de mel coletados mensalmente nos municiacutepios de Itaberaba e Ruy Barbosa na

Bahia durante 14 meses os autores observaram que o espectro poliacutenico das

amostras de mel de T angustula consistiu um total de 67 tipos de poacutelen sendo que

18 deles foram comuns aos espectros de poacutelen tanto de Itaberaba quanto de Ruy

Barbosa e as famiacutelias das plantas que predominaram em ambos municiacutepios foram

Fabaceae Myrtaceae Malvaceae e Euphorbiaceae Concluiacuteram que houve um uso

heterogeneo dos recursos naturais no municiacutepio de Itaberaba e homogecircneo no

35

municiacutepio de Ruy Barbosa neste foi detectado um tamanho maior do nicho de poacutelen

de T angustula Para os autores isso se deve a diferenccedila na diversidade de plantas

entre os dois municiacutepios

25 COMPORTAMENTO DA ABELHA JATAIacute

Para algumas pesquisas estudos sobre comportamento eacute essencial para obter

informaccedilotildees importantes sobre a espeacutecie em estudo Para que pesquisadores

possam fazer estudo de comportamento em campo Altmann (1973) publicou um

trabalho sobre comportamento animal onde ela faz um guia para orientar os

observadores em seus estudos Ela apresenta meacutetodos para ser utilizado nas

observaccedilotildees tanto em comportamento individual quanto em grupo e apresenta o uso

de meacutetodos de amostragem nas observaccedilotildees Nesse a autora relata trabalhos de

outros autores sobre observaccedilotildees comportamentais e faz discussotildees a respeito de

problemas de amostragem em comportamento social como tambeacutem as vantagens e

desvantagens do uso de alguns meacutetodos

Um estudo relacionado com o comportamento de T angustula foi realizado por

Wittmann (1985) para mostrar que o sistema de defesa dessa espeacutecie natildeo era

apenas para defesa de alguns insetos voadores mais tambeacutem para defesa contra

ataques de abelhas cleptobioacuteticas Para observaccedilatildeo do comportamento das guardas

pairando foi mantida uma colocircnia de Lestremelitta limatildeo proacuteximo a quatros colocircnias

de T agustula O autor notou que o posicionamento das guardas pairando proacuteximo

ao corredor de vocirco do ninho permitia maior eficiecircncia nos ataques aos intrusos

cleptobioacuteticos e que durante esses ataques o numero de guardas aumentava

consideravelmente para reforccedilar a defesa do ninho Dessa maneira concluiu-se que

no comportamento de defesa essa espeacutecie faz um recrutamento em massa das

guardas em resposta a um feromocircnio lanccedilado por L limatildeo

Couvillon e colaboradores (2007) fizeram um estudo sobre a movimentaccedilatildeo das

forrageiras em relaccedilatildeo ao tamanho da entrada do ninho e o comportamento

defensivo das guardas em relaccedilatildeo agraves perturbaccedilotildees que os ninhos sofrem Para esse

trabalho os autores estudaram 26 espeacutecies de abelhas sem ferratildeo no campus da

Universidade de Satildeo Paulo em Ribeiratildeo Preto Foram medidas a entrada dos ninhos

36

e o comprimento de abelhas forrageiras Foi verificado que a entrada do tubo do

ninho se ajusta ao tamanho das abelhas operaacuterias ou seja quanto maior for a

abelha maior seraacute a entrada do ninho Tambeacutem observaram que as guardas tinham

o comportamento de proteger o ninho bloqueando sua entrada e permitindo apenas

a entrada das forrageiras Assim concluiacuteam que essas abelhas apresentam

importantes mecanismos de defesa para ninho e que estudos como esse podem

trazer informaccedilotildees importantes ao comportamento de defesas das abelhas sem

ferratildeo

Minussi e Santos (2007) fizeram um estudo para descobrir se haacute algum efeito

negativo da Apis mellifera sobre as abelhas nativas em relaccedilatildeo agrave coleta de recursos

Para isso os autores fizeram um trabalho sobre o comportamento que ocorre entre

essas abelhas Com observaccedilotildees agraves flores e coletas das abelhas na Escola

Agroteacutecnica Federal de Sombrio no municiacutepio de Santa Rosa Santa Catarina Apis

mellifera foi agrave espeacutecie mais abundante encontrada na aacuterea em estudo em seguida

Trigona spinipes foi a mais abundante Durante as observaccedilotildees notaram que o

comportamento de abertura das mandiacutebulas da subfamiacutelia Halictinae para atacar e

expulsar as abelhas africanizadas das flores era comum e que esse comportamento

ocorria sempre antes que abelhas conseguissem chegar ao fundo da flor Dessa

maneira concluiacuteram que as abelhas nativas conseguem se defender das abelhas

africanizadas para garantir seu recurso

Karcher e Ratnieks (2009) mostraram em suas pesquisas que ninhos de T

angustula natildeo eram apenas defendidos por guardas pairando mas tambeacutem por

guardas que ficam de peacute na entrada do ninho Os autores colocaram dez campeiras

e natildeo campeiras da mesma espeacutecie e campeiras tratadas com odor de

Scaptotrigona bipunctata em cinco ninhos As guardas de peacute natildeo rejeitaram

nenhuma campeira mas rejeitaram quase todas natildeo campeiras e campeiras

tratadas com odor volaacutetil A partir desse resultado concluiacuteram que as operaacuterias que

ficam de peacute na entrada do ninho tambeacutem atuam como oacutetimas guardas para

discriminar as abelhas campeiras e natildeo campeiras

No trabalho de Gruter Karcher e Ratnieks (2011)foi realizado um estudo sobre as

abelhas guardas de Tetragonisca angustula que ficam pairando e de peacute proacuteximo ao

ninho Os autores fizeram algumas experiecircncias para saber se havia alternacircncias de

tarefas entre elas A pesquisa teve duraccedilatildeo de trecircs anos e foi realizada em uma

37

fazenda perto de Satildeo Paulo Para observar essa alternacircncia de tarefas as abelhas

guardas foram coletadas e marcadas Dessa maneira notaram que das 18 abelhas

marcadas 12 eram exclusivamente guardas em peacute e seis realizavam os dois tipos

de guardas Durante as 21 horas de observaccedilatildeo natildeo foi observado mudanccedila entre

os tipos de guardas A partir desses resultados concluiacuteram que a alternacircncia de

tarefa entre as guardas eacute rara de acontecer indicando que a defesa de T angustula

e feita por divisatildeo de trabalho

Zweden e colaboradores (2011) fizeram um trabalho semelhante agrave Wittmann (1984)

com os guardas de defesa que ficam pairando Em seu estudo os autores tinham o

objetivo de testar a hipoacutetese que as guardas aumentavam a defesa do ninho em

relaccedilatildeo aos intrusos principalmente Lestrimellita limatildeo a qual eacute um ladratildeo

obrigatoacuterio de Tetragonisca angustula Foram feitas mediccedilotildees da distacircncia em que

as guardas pairando atacavam tanto um manequim de massa de modelar coberto de

citral (odor volaacutetil liberado por L limatildeo) quanto operaacuterias de Lestrimellita limatildeo

receacutem morto Todos os intrusos do experimento foram atacados por T angustula a

distacircncia que ocorreu o ataque variou entre 0-22 cm os ninhos que tinham mais

guardas apresentou maior distacircncia Dessa maneira concluiacuteram que a presenccedila de

guardas pairando aumenta a detecccedilatildeo de intrusos e que essas guardas respondem

especialmente a pistas visuais

As abelhas sem ferratildeo (eussocias) costumam apresentar divisatildeo de trabalho em

suas colocircnias Gruter e colaboradores (2012) em seu estudo quiseram testar a

hipoacutetese de que os soldados especializados (guardas) para a defesa das colocircnias de

jataiacute (Tetragonisca angustula) eram relativamente maiores que os trabalhadores

Com anaacutelise no tamanho e na forma das forrageiras guardas e trabalhadores que

removem resiacuteduos das colocircnias o autor constatou que o peso corporal das guardas

era maior que das abelhas forrageiras e que o tamanho da cabeccedila das forrageiras

mostrou-se um pouco maior em relaccedilatildeo agraves guardas Assim concluiu-se que a

variaccedilatildeo no tamanho seria devido agrave divisatildeo de trabalho ou seja a diferenccedila no

tamanho do corpo consiste em uma eficaacutecia maior para lutar contra invasores e a

diferenccedila em relaccedilatildeo ao tamanho da cabeccedila seria devido agrave necessidade das

forrageiras de decorar caminhos para busca do alimento

38

39

3 METODOLOGIA

31 AacuteREA DE ESTUDO

O Municiacutepio de Vitoacuteria possui uma extensatildeo geograacutefica que envolve um grau

elevado de urbanizaccedilatildeo (SOUZA 2011) De acordo com o Instituto Brasileiro de

Geografia e Estatiacutestica (2010) o Municiacutepio apresenta uma aacuterea de mais de 98 Kmsup2 e

conta com uma populaccedilatildeo estimada de 352104 habitantes O clima da regiatildeo de

Vitoacuteria pode ser classificado como Tropical uacutemido (CLASSIFICACcedilAtildeO [20--])

apresentando temperatura maacutexima que pode chegar a 32ordm C e miacutenima que fica em

torno de 24ordm C com os maiores iacutendices de precipitaccedilatildeo pluviomeacutetrica entre os meses

de Outubro a Janeiro (INSTITUTO CAPIXABA DE PESQUISA ASSISTEcircNCIA

TEacuteCNICA E EXTENSAtildeO RURAL 2011)

Vitoacuteria eacute um dos Municiacutepios que apresentam os maiores niacuteveis de temperaturas do

Estado Isso se deve ao fato de as grandes montanhas dificultarem a passagem dos

ventos do nuacutemero de preacutedios que aumenta com o passar dos anos assim como a

poluiccedilatildeo (SOUZA 2011)

O estudo foi realizado no Campus Universitaacuterio Alaor de Queiroz Arauacutejo da

Universidade Federal do Espiacuterito Santo (FERNANDES VALE 2013) tambeacutem

conhecido como campus de Goiabeiras Este campus se encontra localizado no

Municiacutepio de Vitoacuteria capital do Estado do Espiacuterito Santo e nas coordenadas

geograacuteficas de 20ordm 16rsquoS e 40ordm 18rsquoW (FERREIRA DANTAS 2000)

O Campus fica ao Sul e ao Oeste do canal da passagem e a Leste com a Avenida

Fernando Ferrari Ateacute 2008 era composta por uma aacuterea de ambiente entre mareacutes e

terrestre de 1592545 msup2 poreacutem com a ampliaccedilatildeo da Avenida Fernando Ferrari

essa aacuterea foi reduzida para 1567545 msup2 (FERNANDES VALE 2013) A aacuterea

amostral se localiza no entorno do Centro de Ciecircncias Humanas e Naturais (CCHN)

Implantada por volta da deacutecada de 1970 ela compotildee os ICrsquos (iniciais de Ilha do

Cercado) I II III e IV (FERNANDES VALE 2013) e apresenta uma aacuterea que

compreende edificaccedilotildees como preacutedios passarelas ruas asfaltadas paacutetio de

estacionamento e aacutereas jardinadas (MAPA 01)

40

Mapa 01- Mapa do Campus Universitaacuterio de Goiabeiras (UFES) com destaque da

aacuterea de estudo em vermelho

Fonte Google Maps (2014) 32 OBTENCcedilAtildeO DOS DADOS

A aacuterea de estudo foi inspecionada agrave procura de ninhos de T angustula com

observaccedilotildees em calccediladas paredes muros postes troncos de aacutervores entre outros

conforme Taura e Laroca (1991) Os ninhos encontrados foram marcados por letra

alfabeacutetica e mapeados com o auxiacutelio de um marcador permanente (marca Jocar

Office) e um GPS (marca Garmin etrex vista) As observaccedilotildees foram realizadas uma

vez a cada semana durante cinco meses de Abril agrave Setembro de 2014 totalizando

21 dias amostrados (140 horas) O periacuteodo no qual foram realizadas as observaccedilotildees

41

foi de 0700 agrave 1700 horas As observaccedilotildees foram feitas durante 15 minutos em cada

ninho e intercaladas nos periacuteodos matutino vespertino e dia todo com o auxilio de

uma lupa de matildeo devido elas apresentarem aproximadamente 5 miliacutemetros

(NOGUEIRA-NETO 1997) A lupa de matildeo foi utilizada tambeacutem para observar a cor

do poacutelen que as abelhas traziam para dentro do ninho

A contagem do nuacutemero de entradas e saiacutedas das abelhas coletoras e das abelhas

que protegem a colocircnia de invasores foi realizada em todos os ninhos com o auxilio

de um contador de nuacutemeros Os registros foram realizados com redaccedilatildeo dos

eventos e por meio de fotografias As observaccedilotildees seguiram o meacutetodo Animal-Focal

descrito por Altmann (1973) para anaacutelise do comportamento das abelhas Esse

meacutetodo consiste em amostrar os comportamentos de um ou mais indiviacuteduos por um

determinado periacuteodo de tempo O levantamento das principais fontes de alimento de

T angustula foi obtido a partir de dados bibliograacuteficos

33 ANAacuteLISE DOS DADOS

Para anaacutelise dos dados foi utilizado o programa ldquoMapSourcerdquo para a construccedilatildeo do

mapa dos ninhos encontrados Foi tambeacutem utilizado o programa Microsoft Excel

2007 para construccedilatildeo de graacuteficos para analisar o nuacutemero de visitas (entrada e saiacuteda)

que as abelhas coletoras apresentaram durante os cinco meses observados Os

graacuteficos foram construiacutedos por intervalos de horas sendo que as informaccedilotildees se

acumularam mais proacuteximo do horaacuterio em que houve mais eventos observados no

ninho O mesmo programa foi utilizado para retirar a meacutedia da quantidade de

guardas na defesa do ninho

Os dados resultantes do levantamento bibliograacutefico das fontes alimentares serviram

de base para a elaboraccedilatildeo de um graacutefico com a contribuiccedilatildeo das famiacutelias de plantas

mais visitadas por T angustula

42

43

4 RESULTADOS E DISCUSSOtildeES

41 LOCALIZACcedilAtildeO DOS NINHOS

Foram encontrados onze ninhos (marcados por letra alfabeacutetica de A a K) cinco

instalados em paredes e muros (K C I e J) e seis localizados sob placas de

concreto de passarelas (A B D E F G e H) (mais precisamente na base das

pilastras da passarela que se encontra entre os IC`s II e III) Este fato corrobora com

os estudos de Taura e Laroca (1991) que indica que a disponibilidade de nidificaccedilatildeo

nesses locais aumenta com as atividades antroacutepicas A localizaccedilatildeo dos ninhos eacute

apresentada pelo Mapa 02

Os ninhos C J K (Mapa 02) recebiam calorna maior parte do dia jaacute os demais natildeo

recebiam sol diretamente na maior parte do dia pois eram protegidos pela pilastra e

pela cobertura da passarela

Durante todo o periacuteodo das observaccedilotildees em geral o clima foi de dias quentes com

presenccedila de ventos

MAPA 02 ndash Mapa dos ninhos de T angustula estudadas no Campus de Goiabeiras

(UFES) Abril ndash Setembro2014

Fonte Modificado em Google earth (2014) Dos 11 ninhos observados dois ninhos natildeo apresentavam a entrada com o formato

comum de cilindro e traziam um formato natildeo definido

44

Em todos os ninhos foi possiacutevel ver que a abertura da extremidade do tubo era

relativamente grande Tal formato permite que haja espaccedilo para que algumas

abelhas guardas permaneccedilam na entrada do tubo ao mesmo tempo em que deixa

espaccedilo suficiente para as forrageiras passarem (KARCHER RATNIEKS 2009) Ao

longo de todo o tubo havia presenccedila de centenas de perfuraccedilotildees o que segundo

Gruter Karcher e Ratinieks (2011) eram para ajudar nas trocas gasosas

Nos cinco meses observados trecircs ninhos desapareceram da aacuterea amostral restando

ao final das observaccedilotildees oito ninhos Um deles (ninho E) foi perdido logo no iniacutecio

das observaccedilotildees supotildee-se que tenha ocorrido alguma intervenccedilatildeo aguda por

exemplo humana pois logo no segundo dia de observaccedilatildeo o mesmo jaacute natildeo estava

no lugar demarcado Outros dois ninhos (ninhos F e G) tambeacutem foram perdidos O F

persistiu ateacute o mecircs de Maio e o ninho G ateacute Julho Nestes o desaparecimento se

sucedeu apoacutes eventos de revoadas

42 INTERACcedilOtildeES INTER E INTRAESPECIacuteFICAS

TABELA 1 - Dados dos Ninhos observados

Data Ninho Hora Cores de Poacutelen

Presenccedila de

Resina Operaacuteriaslimpeza Guardas

em peacute Guardas pairando Ameaccedila

14abr D 07h-8h

Amarelo Branco Laranja

Vermelho

X 5 1

13mai C 10h-11h

Amarelo Branco Laranja

Vermelho

X X 4 4

20mai J 15h-16h Branco X X 8 12 02jun H 12h-13h Branco X X 8 4 16jul D 13h-14h Branco

X 8 2 Formiga

20jun B 08h-09h

Amarelo Branco Laranja

Vermelho

X X 9 3

06ago C 14h-15h Branco X 7 10 Lagartixa

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria As observaccedilotildees indicaram que as jataiacutes visitavam vaacuterias espeacutecies de flores durante

as manhatildes e iniacutecio das tardes pois nesse periacuteodo trouxeram uma grande

45

diversidade de poacutelen (cores amarela laranja branca e vermelha) transportados em

suas corbiacutecula para dentro do ninho B C e D (TABELA 1) (FIGURA 1-A) No horaacuterio

da tarde essa diversidade diminuiacutea nos ninhos C D H e J (TABELA 1) e era

representada pelo transporte de poacutelen de cor branca Este fato mostra que a

diversidade de flores visitadas decresce ao longo do dia

As abelhas sociais de um modo geral visitam as flores enquanto elas satildeo atrativas

Elas apresentam preferecircncia pela cor e satildeo capazes de discriminar os conjuntos

florais realizar sua localizaccedilatildeo e selecionar aquelas que produzem maior quantidade

e melhor qualidade de alimento (PIRANI LAURINO 1993) Existem diversos fatores

que podem influenciar a coleta de alimento pelas abelhas sociais entre eles o

comportamento das campeiras e a necessidade das colocircnias que depende do seu

tamanho (PIRANI LAURINO 1993)

Aleacutem de poacutelen tambeacutem foi observado carregamento de resina nas corbiacuteculas para

dentro do ninho B C H e J (TABELA 1) (FIGURA 1-B) essa eacute coletada pelas

abelhas em bototildees florais Depois de a resina ser coletada ela pode ser armazenada

pura ou misturada com cera No caso de T angustula ela geralmente faz a

armazenagem na forma pura (NOGUEIRA-NETO 1997) Como a resina eacute viscosa e

grudenta as abelhas a utilizam para vedar o entorno da entrada do tubo e tambeacutem

para depositar uma quantidade sobre o corpo e cabeccedila das formigas para defender

a colocircnia contra invasores (WITTMANN 1985 NOGUEIRA-NETO 1997)

Durante todo o periacuteodo observado foi notada a presenccedila de operaacuterias que cuidavam

da limpeza dos ninhos (TABELA 1) Essas operaacuterias trabalhavam retirando resiacuteduos

(detritos) de dentro do ninho e o faziam carregando atraveacutes de sua mandiacutebula

(FIGURA 1-C) Este trabalho era realizado continuamente ao longo de todo o dia

Para Nogueira-Neto (1997) T angustula eacute a espeacutecie que tem o melhor haacutebito de

limpeza e por esta razatildeo seu mel e seu proacutepolis satildeo considerados o melhor dentre

as outras espeacutecies

FIGURA 1- Divisatildeo de trabalho entre operaacuterias de Tetragonisca angustula A

Detalhe da corbiacutecula com poacutelen B Detalhe da corbiacutecula com resina C Operaacuteria de

limpeza com resiacuteduo na mandiacutebula

46

Fonte Arquivo Labibio

Em cada ninho foi possiacutevel notar a presenccedila de abelhas que ficavam tanto pousadas

ao longo do tubo de entrada do ninho quanto sobrevoando proacuteximo do mesmo

Essas abelhas satildeo chamadas por Gruter Karcher e Ratnieks (2011) de abelhas

guardas em peacute e pairando respectivamente As guardas em peacute estavam sempre

em grandes quantidades e estiveram em atividade praticamente em todo o periacuteodo

do dia

Essas guardas ficavam na maior parte do tempo com a mandiacutebula apoiada sobre o

ninho acredita-se que tenham a funccedilatildeo de depositar resina ao entorno do ninho As

demais guardas que ficavam sobrevoando estiveram mais ausentes logo no

A B

C

47

comeccedilo da manhatilde por volta das 0700 as 0900 horas As guardas pairando ficavam

na maioria das vezes em nuacutemeros de trecircs a quatro sempre posicionadas a direita e

esquerda do tubo e em direccedilatildeo a entrada (FIGURA 2)

FIGURA 2- Ninho de T angustula com guardas pairando destacado em vermelho e

guardas em peacute em destaque azul

Fonte Arquivo Labibio

Foi observado que no periacuteodo da tarde o nuacutemero de guardas pairando aumentava

Isso era visto com maior frequumlecircncia nos ninhos C e J instalados em paredes

(TABELA 1) Segundo Gruter Karcher e Ratnieks (2011) as colocircnias que

apresentam um nuacutemero maior de guardas pairando sofrem ameaccedilas de

vertebrados fato corroborado no ninho C (TABELA 1) que foi atacado por uma

lagartixa No momento em que aconteceu uma parte da populaccedilatildeo saiu do ninho e

se mostraram bem agitadas O que de acordo com Gruter Karcher Ratnieks (2011)

trata-se de uma resposta defensiva agrave percepccedilatildeo da respiraccedilatildeo de vaacuterios

vertebrados

Tambeacutem foi observado o comportamento defensivo em quando formigas se

aproximavam do ninho D (TABELA 1) As jataiacutes as ldquobeliscavamrdquo para que se

afastassem Esse mesmo comportamento foi visto durante minhas observaccedilotildees ao

Ninho A toda vez que me aproximava para observar ou fotografar surgiam vaacuterias ao

48

meu redor em uma dessas observaccedilotildees a jataiacute picou pele exposta Dentre todos os

ninhos essa foi a que apresentou o comportamento mais agressivo

De acordo com os estudos de Gruter e colaboradores (2012) T angustula eacute a uacutenica

espeacutecie que apresenta um sistema de defesa que envolve dois grupos distintos e

complementares de guardas uma pairando que se estacionam no ar proacuteximo ao

ninho e outras em peacute ao redor da entrada do ninho As guardas que ficam de frente

para o caminho de vocirco satildeo chamadas de grupo principal e as que ficam

posicionadas agrave direita e agrave esquerda do ninho satildeo o grupo secundaacuterio (GRUTER

KARCHER RATNIEKS 2011)

Uma caracteriacutestica interessante dessas guardas eacute que apresentam caracteriacutesticas

morfoloacutegicas diferentes das operaacuterias (satildeo maiores e mais pesadas) (GRUTER et

al 2012) Elas apresentam diferenccedilas no comprimento da asa no tamanho das

pernas traseiras que satildeo relativamente maiores para seu corpo (podendo ajudar na

luta contra invasores) e cabeccedila um pouco menor que das forrageiras Essa ultima

caracteriacutestica estaacute associada agrave maior necessidade das forrageiras de processar

informaccedilotildees sensoriais relacionadas ao forrageamento (GRUTER et al 2012)

As abelhas guardas possuem a funccedilatildeo de defender sua colocircnia de ataques de

intrusos que aproveitam do seu trabalho para roubar o alimento produzido

(GRUTER KARCHER RATNIEKS 2011) As accedilotildees especiacuteficas desses intrusos satildeo

detectadas mais pelas guardas em peacute pois elas conseguem identificar as campeiras

e natildeo campeiras da mesma espeacutecie por quimiorecepccedilatildeo (KARCHER RATNIEKS

2009 GRUTER KARCHER RATNIEKS 2011) Jaacute as guardas que pairam perto do

ninho atacam intrusos que natildeo satildeo da mesma espeacutecie elas o reconhecem pela cor

forma do corpo e pelos odores volaacuteteis (KARCHER RATNIEKS 2009) De acordo

com Zweden e Colaboradores (2011) a presenccedila de guardas pairando aumenta a

detecccedilatildeo de intrusos e que essas guardas respondem especialmente a pistas

visuais Como comportamento de defesa as guardas liberam um feromocircnio de

alarme para recrutar os trabalhadores para o ataque (FREE 1987 apud ZWEDEN

2011)

O nuacutemero meacutedio de guardas durante o periacuteodo observado mostrou-se maior para as

guardas em peacute (78) do que para as guardas pairando (35) Esse fato eacute explicado

por Gruter Karcher e Ratnieks (2011) para eles o gasto energeacutetico das guardas

pairando eacute muito maior de modo que eacute menos dispendioso energicamente para as

49

abelhas ficarem em peacute Mesmo tendo um gasto energeacutetico muito alto nas

observaccedilotildees de Wittmann (1985) as atividades do voo das guardas foi constatado

que essas ficavam pairando por cerca de 70 minutos antes de voltar para dentro do

ninho Este fato mostra que a mudanccedila de guardas natildeo eacute comum e que a defesa do

ninho eacute feita por divisatildeo de trabalho e natildeo por alternacircncia de tarefas (GRUTER

KARCHER RATNIEKS 2011)

Os ninhos que desapareceram ao longo das observaccedilotildees foram devido agraves revoadas

um comportamento comum nas abelhas Nas jataiacutes as revoadas geralmente

ocorrem devido ao calor para refrescar o ninho em caso de altas temperaturas uma

parte da populaccedilatildeo sai do ninho enxameamento para reproduccedilatildeo ou devido agrave

interferecircncia humana quando um ninho eacute retirado de um local para outro

(INFORMACcedilAtildeO PESSOAL ZOCOLOTTI V R) De acordo com este na primeira

semana eacute possiacutevel presenciar alguma revoada que pode ser para identificaccedilatildeo

tanto da flora apiacutecola quanto para localizaccedilatildeo do novo ambiente

No caso dos ninhos F e G ao final de cada revoada observada a entrada do ninho

ficava bastante danificada Foram observadas trecircs revoadas (duas no mesmo dia)

do ninho F todas no mecircs de Maio e duas (em dias diferentes) no ninho G no mecircs

de Junho Apoacutes estas observaccedilotildees os dois ninhos desapareceram

Durante as revoadas vaacuterias abelhas caiam no chatildeo agarradas umas nas outras

Apoacutes queda era possiacutevel observar que as guardas conseguiam prender e retirar

com sua mandiacutebula as pernas e asas do invasor (FIGURA 3-A e B) o que impedia

as invasoras de conseguir atacar novamente Segundo Kerr e colaboradores (2005)

as guardas agarram as pernas dos invasores para que eles caiam no chatildeo e sejam

comidos pelas formigas que ficam proacuteximas aos ninhos

50

FIGURA 3 - Ataque de invasores A T angustula com mandiacutebula presa agrave perna do

Jataiacute invasora BPerna de invasores retirada apoacutes ataque

Fonte Arquivo Labibio

De acordo com Zocolotti VR (INFORMACcedilAtildeO PESSOAL) as cinco espeacutecies de

Meliponini criadas por ele podem apresentar o comportamento de saquear outros

ninhos e isso pode ocorrer por oportunismo ou por falta de alimento Em especial

as Jataiacutes geralmente possuem o costume de atacar as proacuteprias jataiacutes esses

ataques acontecem dentro do mesmo ninho e entre outros proacuteximos Esses ataques

podem ocorrer por atraccedilatildeo de feromocircnio de princesa (rainhas jovens natildeo

fecundadas) por enxame fraco ou ateacute mesmo para absorver o fraco ou seja elas

entram e acabam matando a rainha e mantecircm os trabalhadores por um tempo ateacute

absorver o enxame ou ateacute mesmo o deixam morrer sendo dessa maneira muito

complexas em relaccedilatildeo ao comportamento

Na aacuterea do campus da Ufes houve uma consideraacutevel devastaccedilatildeo na vegetaccedilatildeo

nativa (compreendida de Mata Atlacircntica Manguezal e Restinga) devido agrave

construccedilatildeo de preacutedios que foram erguidos logo no iniacutecio da implantaccedilatildeo da

Universidade Como medida compensatoacuteria foi feito o plantio de espeacutecies arboacutereas

usando em demasia espeacutecies exoacuteticas (CASTRO 2003) Na Ufes eacute possiacutevel ver

poucas aacutereas jardinadas Aleacutem disso sempre que eacute necessaacuterio construir um novo

preacutedio novas aacutereas satildeo eliminadas podendo ou natildeo ser compensada com plantas

nativas

A B

51

Em abelhas sociais o comportamento de saque eacute comum acontecer em sequumlecircncias

natildeo contiacutenuas ou seja ela cessa e recomeccedila por periacuteodos de tempo (SANTANA

etal 2004) Durante as observaccedilotildees foram presenciadas trecircs revoadas ao ninho F

duas no mesmo dia poreacutem em horaacuterios diferentes e duas ao ninho G em dias

diferentes (FIGURAS 4- A B C e D)

FIGURA 4 ndash Revoada do ninho F A Vista da entrada do iniacutecio do estudo B Vista

da entrada em plena atividade em iniacutecio de maio C Entrada apoacutes uma revoada em

maio D Vista da entrada do ninho apoacutes uacuteltima revoada em maio

Fonte Arquivo Labibio

Nas figuras 4a e b mostram o estado em que a entrada do ninho se encontrava na

primeira semana de observaccedilatildeo (vinte e oito de Abril) e na primeira semana do mecircs

seguinte (sete de Maio) esse uacuteltimo a entrada do ninho jaacute se encontrava danificado

No ninho F(FIGURA 4) as revoadas que ocorreram no dia vinte de Maio entre

A B

C D

52

1000 e 1400 horas e no dia vinte e seis de Maio entre 1600 e 1700 horas

corroborando com Santana e colaboradores (2004) sobre o comportamento de

saques intermitentes

No ninho G as revoadas se iniciaram duas semanas apoacutes o desaparecimento do

ninho F nos dias nove e vinte e seis de junho entre 1500 e 1600 horas e dia 16 de

junho no mesmo horaacuterio (FIGURA 5-A B e C)

FIGURA 5 ndash Revoadas no Ninho G A Ninho no iniacutecio de Maio B Registro da

primeira revoada C Ultima revoada perda do ninho

Fonte Arquivo Labibio

As observaccedilotildees evidenciaram a ocorrecircncia de um acuacutemulo de resiacuteduos sobre os

ninhos apoacutes as revoadas (FGURA 5-B) No ninho G tinha uma subpopulaccedilatildeo

A B

C

53

pequena mas bem ativa conforme verificado apoacutes quatro horas de observaccedilatildeo em

nove dias (Graacutefico 1- A e B)

GRAacuteFICO1 A ndash Ritmo de Saiacutedas no Ninho G

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

GRAacuteFICO 1B ndash Ritmo de entradas no ninho G

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

0

20

40

60

80

100

120

140

09h-10h 10h-11h 12h-13h 14h-15h 16h-17h

Nuacutem

ero

de V

isita

s

Horaacuterios

13mai 20mai 26mai

0

20

40

60

80

100

120

140

160

180

200

09h-10h 10h-11h 12h-13h 14h-15h 16h-17h

Nuacutem

ero

de V

isita

s

Horaacuterios

13mai 20mai 26mai

54

No ninho G as abelhas iniciaram suas atividades antes de 09h evidenciado pela

entrada de aproximadamente 180 forrageadoras entre 9 e 10h As saiacutedas neste

mesmo periacuteodo ficaram em torno de 100

Entre 16h-17h houve um grande nuacutemero de entrada o que era esperado todas as

que saiacuteram tecircm que retornar enquanto haacute luminosidade e antes do ninho ser

fechado Conforme esperado por Gruter Karcher Ratnieks (2011) quando comeccedila

a escurecer as Jataiacutes fecham a entrada do tubo para impedir que intrusos ataquem

seu ninho durante a noite e abrem pela manhatilde quando o clima estaacute mais favoraacutevel

para iniciarem suas atividades

Neste ninho entre 12h-13h houve um nuacutemero maior de saiacutedas que de entradas ateacute

agraves 16h Isso possivelmente esteve relacionado agrave uma grande distacircncia entre o ninho

e as fontes de recursos troacuteficos

Outro ninho em que foi possiacutevel observar todos os meses notou-se que apresentou

atividade durante todo o dia (GRAacuteFICO 2-A e B)

GRAacuteFICO 2A ndash Ritmo de saiacutedas do ninho B

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

0

50

100

150

200

250

300

350

400

450

500

07h-08h 08h-09h 09h-10h 11h-12h 12h-13h 13h-14h 14h-15h 15h-16h 16h-17h

Nuacutem

ero

de V

isita

s

Horaacuterios

28abr 13mai 20mai 26mai 09jun 16jun 23jun 01jul 09jul

16jul 23jul 30jul 06ago 13ago 20ago 27ago 05set 10set

55

GRAacuteFICO 2B ndash Ritmo de entradas do nino B

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

O ninho B tinha uma subpopulaccedilatildeo mais numerosa que F e G Durante o inverno

(2307 e 2708) as abelhas iniciavam suas atividades cerca de duas horas mais

tarde em horaacuterio com temperatura mais elevada (indicado pela seta preta) Tal fato

corrobora com as observaccedilotildees de Ulian e colaboradores (2007) que constata que

em periacuteodo mais chuvoso onde as temperaturas satildeo geralmente mais baixas as

Jataiacutes apresentam iniacutecio de atividade agraves 9 horas da manhatilde devido agrave temperatura

nesse horaacuterio comeccedilar a aumentar

Proacuteximo do horaacuterio de 10 horas houve um grande nuacutemero de saiacutedas do ninho

seguido de um grande nuacutemero de entrada o que indica a ocorrecircncia de uma fonte

de recursos proacutexima ao ninho ou a indisponibilidade de recurso para ser coletado

naquela hora Acredita-se que na primeira possibilidade - fonte proacutexima ela era de

resina pelo fato de ter havido um intervalo de saiacuteda ateacute agraves 12h jaacute que esta

demanda mais tempo para ser retirada da corbiacutecula e armazenada por ser

pegajosa No caso da segunda possibilidade natildeo encontraram alimento disponiacutevel

naquele horaacuterio o retorno ao ninho eacute a alternativa mais eficaz para evitar um alto

gasto energeacutetico ateacute que o recurso fique disponiacutevel para coleta

0

100

200

300

400

500

600

07h-08h 08h-09h 09h-10h 10h-11h 11h-12h 12h-13h 13h-14h 14h-15h 15h-16h 16h-17h

Nuacutem

ero

de V

isita

s

Horaacuterios 28abr 13mai 20mai 26mai 09jun 16jun 23jun 09jul16jul 23jul 30jul 20ago 27ago 05set 10set

56

No outono as atividades das Jataiacutes comeccedilaram a diminuir por volta de 15 horas

(indicado pela seta marrom) ateacute cessar totalmente no iniacutecio das 16 horas Pelos

graacuteficos nota-se que o ninho B possui vantagem de uma hora nas atividades em

relaccedilatildeo ao ninho G isso provavelmente ocorreu porque o ninho B obteve mais

sucesso nas coletas distribuiacutedas ao longo do dia

43 RECURSOS FLORAIS

Eacute notoacuteria a relaccedilatildeo que existe entre abelha-flor relaccedilatildeo essa que sucedeu a milhotildees

de anos desde entatildeo as abelhas dependem de substancias utilizadas na

alimentaccedilatildeo e as plantas se beneficiam com a polinizaccedilatildeo (PIRANI LAURINO

1993) Para entender a biologia dos Meliponini eacute importante conhecer sua

alimentaccedilatildeo Para isso eacute necessaacuterio fazer um levantamento das plantas utilizadas

para coleta de poacutelen e neacutectar (SOUZA 1999 apud OLIVEIRA ABSY MIRANDA

2009)

Com base nos dados obtidos sobre as fontes alimentares de T angustula na

literatura (TABELA 2) nota-se a capacidade dessa espeacutecie de visitar uma ampla

diversidade de famiacutelias de plantas Segundo Toledo e colaboradores (2003) durante

cada voo das campeiras em meacutedia 100 flores satildeo visitadas

O levantamento bibliograacutefico indicou que existem duas metodologias bastante

usadas por autores para conhecer a dieta das abelhas Uma delas eacute a investigaccedilatildeo

palinoloacutegica para avaliar as fontes de recursos florais utilizados (poacutelen e neacutectar)

com base no gratildeo de poacutelen depositado no corpo da abelha para identificaccedilatildeo das

espeacutecies vegetais (CARVALHO MARCHINE ROS 1999 FEIDEN 1994 SIMIONI et

al 2007 OLIVEIRA ABSY MIRANDA 2009 MORGADO et al 2011NOVAIS

ABSY SANTOS 2013) A outra se daacute por meio de observaccedilotildees das campeiras nas

flores (AGOSTINI SAZIMA 2003 TOLEDO et al 2003OLIVEIRA ABSY

MIRANDA 2009 BRAGA et al 2012) A partir desses meacutetodos eacute possiacutevel saber

quais satildeo as plantas que produzem seus alimentos preferenciais e quais as fontes

alternativas (OLIVEIRA ABSY MIRANDA 2009)

57

TABELA 2 ndash Relaccedilatildeo das espeacutecies de plantas visitadas porT Angustula Continua

Famiacutelia Espeacutecie Polinizada Visitada Recurso

Poacutelen Neacutectar

Acanthaceae Thunbergia grandiflora X Odontonema strictum X X

Justicia brandegeana X

Ruellia silvaecola X Agavaceae Agave americana X X X

Agave sisalana X X X

Agave attenuata X X X

Dracena fragana X X X Aizoaceae Mesembryantemum spectabilis X Lamprantus productus X Amaranthaceae Gomphrena globosa X Amarylidaceae Clivia miniata X X X Anacardiaceae Schinus terebinthifolius X X

Lithraea molleoides X X

Toxicodendron verniciferum X X

Mangifera indica X X X

Tapirira guianensis X Apiaceae Hydrocotyle leucocephala X Apocynaceae Trevetia peruviana X Araliaceae Tetrapanax papyrifera X X X Asclepiadaceae Asclepias curassavica X X Asteraceae Parthenium hysterophorus X Aspillia latissima X Aspillia sp X Balsaminaceae Impatiens balsamina X X X

Impatiens sultanii X Bignoniaceae Spathodea campanulata X X Tabebulaim petiginosa X X X

Tabebula chrysotricha X X X Bixaceae Bixa orellana X X Bombacaceae Ceiba arianthos X X

Pseudo bombax sp X X

Pseudobombax tomentoso X X

Eriotheca canolleana X X

Bombax ceiba X X Boraginaceae Cordia superba X X

Cordia glabrata X X Brassicaceae Brassica sp X Cactaceae Opuntia ficusindica X X Caesalpiniaceae Schizolobium parahyba X X Capparaceae Cleome spinosa X Caprifoliaceae Lonicera japonica X X

58

TABELA 2 ndash Relaccedilatildeo das espeacutecies de plantas visitadas por T angustula Continua

Famiacutelia Espeacutecie Polinizada Visitada Recurso

Poacutelen Neacutectar

Sambucus australis X X Caryophylaceae Silene armeria X Cecropiaceae Cecropia hololeuca X Cochlospermaceae Cochlospermum vitifolium X X Compositae Vernonia polyanthes X X

Bidens pilosa X X Cosmos auphureus X X X

Centratherium violaceum X X X

Dahlia sp X Eclipta alba X Asterla evis X Tithonia rotundifolia X X X

Tithonia speciosa X X X

Tithonia diversifolia X Baccharis sp X Wedelia paludosa X Eupatorium sp X Mikania glomerata X X

Montano apyramidata X X Montano abipinnatifiada X Senecio brasiliensis X X X

Emilia sonchifolia X X Ambrosia sp X X Creopsis grandiflora X Galinsoga parviflora X Crassulaceae Kalanchoe tubiflora X X Cyperaceae Cyperus sp X Elaeocarpaceae Muntingia calabura X Ericaceae Rhododendron simsii X X X

Rhododendron indicum X X X Euphorbiaceae Alchornea sidaefolia X X X

Euphorbia milii X X X

Euphorbia pulcherrima X X X

Ricinus communis X X X

Croton sp X Fabaceae Desmodium sp X Tipuana tipu X Vigna peduncularis X X Guttiferae Kielmeyera coriacea X X Iridaceae Dietes vegeta X Labiatae Salvia splendens X Origanum vugare X

59

TABELA 2 ndash Relaccedilatildeo das espeacutecies de plantas visitadas por T angustula Continua

Famiacutelia Espeacutecie Polinizada Visitada Recurso

Poacutelen Neacutectar

Ocimum sellowii X Iboza riparia X X X

Coleus blumei X X X Leguminosae Andira anthelmintica X X

Mimosa daleoides X X X

Myroxylon balsamum X X X

Piptadenia gonoacantha X X X

Stylos anthesscabra X Caesalpinia bonducella X X X

Caesalpinia pelthophoroides X X X

Crotalaria lanceolata X Calliandra twedii X Sophora tomentosa X X Mimosa pudica X Erythrina speciosa X X X

Cassia grandis X Schizolobium parahyba X X Senna multijuga X Senna bicapsularis X X Delonix regia X Clitoria fairchildiana X Centrolobium tomentoso X Liliaceae Aloe sp X X Bulbine frutescens X Loranthaceae Struthanthus andrastylus X X Lythraceae Lagerstroemia indica X X Magnoliaceae Talauma ovata X X Malpighiaceae Malphiguia glabra X Tetrapterys X Byrsonima intermedia X X X Malvaceae Hibiscus rosa-sinensis X X X

Malvaviscus arboreus X X Sida rhombifolia X Melastomataceae Tibouchina granulosa X X

Clidemeia sp X X

Tibouchina sp X X X

Tibouchina holosericea X X Meliaceae Trichilia sp X Mimosaceae Leucaena leucocephala X Anadenanthera collubrina X Moraceae Cecropia pachystachya X X X

Morus nigra X X

60

TABELA 2 ndash Relaccedilatildeo das espeacutecies de plantas visitadas por T angustula Continua

Famiacutelia Espeacutecie Polinizada Visitada Recurso

Poacutelen Neacutectar Myrsinaceae Ardisia crenata X X Myrtaceae Eucalyptus robusta X X X

Eugenia jambos X X X

Eugenia pitanga X Eucalyptus terecornis X Plinia glomerata X Nyctaginaceae Bougainvile aspectabilis X X X Oleaceae Jasminum azoricum X Palmae Acrocomia aculeata X X

Archontophoenix cunninghamiana X

Syagrus romanzoffiana X Copernicia alba X X Sheelea phalerata X Passifloraceae Passiflora jilekii X Piperaceae Piper mollicomum X Poaceae Paspalum sp X Polemoniaceae Cobae scandens X Polygonaceae Polygonum capitatum X X X Pontederiaceae Pontederia lanceolata X X Proteaceae Grevill a bansksii X X X Rosaceae Prunus persica X X X

Pyracantha coccinea X X Rubiaceae Pentas lanceolata X X

Citrus airantum X X Rutaceae Citrus limon X X X Scrophulariaceae Paulownia imperialis X X Solanaceae Nicotiana tabacum X X Sterculiaceae Dombeya burgessiae X Dombeya wallichii X Sterculia chicha X X Tiliaceae Heliocarpus americanus X X X Tropaeolaceae Tropaeolum majus X X X Ulmaceae Tipo celtis X Trema micrantha X X Umbelliferae Foeniculum vulgare X X X Verbenaceae Duranta repens X

Vitex agnus-castus X

Velloziaceae Vellozia candia X X X Zingiberaceae Hedychium coronarium X Fonte Pirani Laurino 1993 Carvalho Marchine Ros 1999 Agostini Sazima 2003 Toledo et al 2003 Cartopassi-Laurino 2005 Braga e Colaboradores 2012 Novais Absy Santos 2013

61

Foram encontradas 71 famiacutelias e um total de 166 espeacutecies Dessas 30 espeacutecies satildeo

polinizadas e 136 satildeo visitadas Poacutelen e neacutectar satildeo os recursos mais coletados

com coleta de poacutelen em 78 espeacutecies e de neacutectar em 69 De acordo coma Lista de

Espeacutecies da Flora do Brasil (2010) 20 das espeacutecies que satildeo polinizadas (TABELA

2) satildeo nativas o restante satildeo espeacutecies exoacuteticas ou seja natildeo pertencem agrave flora

brasileira

As famiacutelias que apresentaram maior porcentagem de visitas por T angustula foram

Compositae e Leguminosae (TABELA 2) com 13 e 12 de espeacutecies

respectivamente (GRAacuteFICO 3) sendo as famiacutelias mais importantes para a dieta da

jataiacute (AGOSTINE SAZIMA 2003 SIIONI et al 2007) Esse resultado eacute similar ao

trabalho de Simioni e colaboradores (2007) seus resultados mostram que uma das

famiacutelias analisadas Leguminosae tambeacutem apresentaram um maior destaque na

quantidade de visitas realizadas por T angustula esse fato pode ser explicado pelo

fato de que Leguminosae representa a mais importante fonte de poacutelen para essa

espeacutecie

As famiacutelias Compositae e Leguminosae satildeo as mais bem representadas pelo fato

de apresentarem espeacutecies que fornecem alimento em maior qualidade e quantidade

por vaacuterios periacuteodos do ano Com destaque para a famiacutelia Leguminosae que fornece

recursos alimentares para as abelhas nos periacuteodos de estiagem (PIRANI LAURINO

1993 AGOSTINE SAZIMA 2003)

O graacutefico abaixo ilustra o comportamento generalista deT angustula Onde 41 das

visitadas realizadas pela espeacutecie se distribuem por 55 famiacutelias vegetais Esse

comportamento concorda com trabalho de Anacleto (2007) onde dentre as cinco

espeacutecies estudadas por ele a que apresentou o haacutebito mais generalista em relaccedilatildeo

ao nuacutemero de plantas visitadas foi T angustula

62

GRAacuteFICO 3 ndash Contribuiccedilatildeo das famiacutelias de plantas para a dieta de T angustula

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria com base nos dados da Tabela 1

As abelhas generalistas visitam flores pequenas e abertas e satildeo menos

relacionadas agraves flores especializadas (RUTHCKE JULES 1993 ROUBIK 1992

apud AGOSTINI SAZIMA 2003) e tecircm preferecircncia de flores arboacutereas com

inflorescecircncia densas

Um exemplo de flores que natildeo satildeo especializadas e que satildeo importantes para a

dieta de T angustula eacute da famiacutelia Asteraceae as espeacutecies Mangifera indica e

Schinus terebinthifolius apresentam grande densidade de flores e permite faacutecil

acesso para as abelhas deste modo tornam-se importantes fornecedores de fontes

de poacutelen (BRAGA et al 2012)

De acordo com o levantamento das plantas utilizadas pelas abelhas jataiacute realizado

por diferentes autores as famiacutelias que se mostraram bem representadas foram

Malvaceae Caesalpiniaceae Melastomataceae Myrtaceae Euphorbiaceae e

Anacardiaceae sendo consideradas portanto essenciais para a dieta da jataiacute

2 2 3 2

2 3

13

3 2

3

12 2 2 2 3

3

41

Acanthaceae Agavaceae Anacardiaceae Asteraceae Bignoniaceae

Bombacaceae Compositae Euphorbiaceae Fabaceae Labiatae

Leguminosae Malpighiaceae Malvaceae Melastomataceae Myrtaceae

Palmae Outros

63

Em geral essas famiacutelias podem ser caracterizadas pela floraccedilatildeo do tipo contiacutenuo ou

seja uma floraccedilatildeo que natildeo cessa ou que ocorre na maior parte do ano o que

permite as abelhas ter acesso aos recursos em todas as estaccedilotildees do ano

(CARVALHO MARCHINI ROS 1999 AGOSTINI SAZIMA 2003 TOLEDO et al

2003 MORGADO et al 2011)

64

65

5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS Sendo este a primeira pesquisa com abelhas em compus no Espiacuterito Santo Foi

observado que a distribuiccedilatildeo dos ninhos encontrados apresentou-se uniforme

Todos os ninhos estavam instalados em paredes e pisos de concreto o que indica

seu potencial de adaptabilidade agraves condiccedilotildees antroacutepicas

A diversidade de cores de poacutelen trazida pelas forrageiras no iniacutecio da manhatilde indica

uma ampla disponibilidade de alimento que a flores oferecem nesse periacuteodo do dia

bem como a eficiecircncia das forrageiras em selecionar essas flores

De acordo com as observaccedilotildees que foram realizadas no estudo as abelhas T

angustula podem ter suas atividades influenciadas pelo clima Uma vez que foi

observado que no periacuteodo de inverno em que as temperaturas satildeo mais baixas

elas comeccedilavam a realizar suas funccedilotildees nos horaacuterios com as temperaturas mais

altas

A divisatildeo de trabalho entre forrageadoras operaacuterias de limpeza e de defesa

observado nessa espeacutecie indica o comportamento altamente social dos Meliponini

O mecanismo de defesa observado em T angustula entre guardas pairando e em

peacute pode indicar uma caracteriacutestica de complementaridade na defesa do ninho uma

vez que durante as observaccedilotildees os dois tipos de guardas sempre se fizeram

presentes O que mostra que mesmo com o atrofiamento do ferratildeo os indiviacuteduos

desenvolveram estrateacutegias para a defesa contra invasores

Foi comum observar a presenccedila de revoadas nos ninhos entre as Jataiacutes Este

comportamento em geral eacute comum para o desenvolvimento (sobrevivecircncia) da

colocircnia No caso dos ninhos observados apoacutes as revoadas eles foram

desaparecendo Este fato pode indicar um baixo iacutendice de recursos troacuteficos para

essas abelhas dentro do campus pois ao inveacutes dos ninhos se manterem ou

aumentarem em quantidade ao longo das observaccedilotildees eles desapareceram

O levantamento das flores visitadas por T angustula indicou um comportamento

generalista desta espeacutecie em visitar uma grande variedade de plantas o que mostra

sua importacircncia para garantir a variabilidade dessas plantas

66

Esse levantamento tambeacutem indicou que a polinizaccedilatildeo realizada por elas foi

predominante em plantas exoacuteticas O que pode refletir a deficiecircncia na quantidade

de plantas nativas melitoacutefilas na aacuterea de estudo

67

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Page 21: FACULDADE CATÓLICA SALESIANA DO ESPÍRITO SANTO … · No grupo dos Apinae está à tribo dos Meliponini, conhecidas como abelhas indígenas sem ferrão por possuir seu ferrão atrofiado

27

eacute preciso da responsabilidade de meliponicultores pesquisadores entre outros para

que sejam proporcionadas condiccedilotildees boas para essas abelhas

Devido agraves grandes mudanccedilas do ambiente provocadas pela urbanizaccedilatildeo Souza e

colaboradores (2002) fizeram um estudo durante um ano (Marccedilo de 2000 a Julho de

2001) com o intuito de verificar a diversidade e habitat de Meliponini em uma aacuterea

urbana e identificar a relaccedilatildeo das espeacutecies com o processo de urbanizaccedilatildeo Foi

realizada inspeccedilatildeo mensal a procura de ninhos de meliponini dentro do Campus da

Universidade Federal de Juiz de Fora Minas Gerais Com os ninhos encontrados foi

feito a identificaccedilatildeo do substrato em que foi nidificado Essas informaccedilotildees foram

relacionadas com os dados de temperatura umidade e precipitaccedilatildeo do municiacutepio

Durante o estudo foi encontrado uma meacutedia de 3488 ninhos e quatro espeacutecies

foram identificadas sendo elas Tetragonisca angustula Nannotrigona testaceicornis

Trigona spinipes e Partamona sp As espeacutecies encontradas apresentaram

preferecircncia em substratos de construccedilotildees (cavidades preacute-existentes) Em relaccedilatildeo agrave

temperatura umidade e precipitaccedilatildeo os autores observaram uma correlaccedilatildeo

positiva entre a temperatura e a abundancia dos ninhos das abelhas sem ferratildeo por

outro lado natildeo foi encontrado para umidade relativa do ar e precipitaccedilatildeo Deste

modo concluiacuteram que mesmo em ambiente urbano essas espeacutecies ainda

conseguem sobreviver com sucesso por traacutes das atividades antropicas

Com relaccedilatildeo aos ninhos de T angustula com o clima do ambiente em que esses satildeo

nidificados Chiari e colaboradores (2002) realizaram um trabalho para ver se as

variaccedilotildees climaacuteticas tecircm alguma relaccedilatildeo com o desenvolvimento dos ninhos das

Jataiacutes Foram realizadas coletas das abelhas que foram depositadas em trecircs tipos

diferentes de colmeacuteias Fritzen Nogueira-Neto e Guiliane Apoacutes esse procedimento

as colocircnias foram pesadas e instaladas no municiacutepio de Maringaacute Paranaacute Ao longo

do estudo a temperatura do ambiente onde as colmeacuteias foram instaladas foi

monitorada Apenas a colmeacuteia Nogueira-Neto natildeo apresentou associaccedilatildeo com a

variaccedilatildeo das temperaturas Nos modelos Fritzen e Giuliane foram observados que o

peso de ambas apresentaram de forma positiva com a umidade relativa do ar

apenas Giuliane teve relaccedilatildeo positiva com a insolaccedilatildeo Deste modo os autores

concluiacuteram que os modelos Giuliane e Noguera-Neto satildeo mais apropriados para as

colmeacuteias de T angustula

28

Outro trabalho tambeacutem realizado em Campus Universitaacuterio foi feito por Almeida

(2002) sobre composiccedilatildeo das comunidades de abelhas em Satildeo Paulo O autor teve

o intuito de contribuir com informaccedilotildees sobre as espeacutecies de abelhas e as plantas

visitadas por elas Com levantamento das abelhas e plantas em duas aacutereas de

Cerrado (Cerradatildeo e Cerrado) localizado no campus Universitaacuterio no Municiacutepio de

Pirassununga foi coletado um total de 261 amostras de plantas de 41 famiacutelias e 140

espeacutecies Dessas apenas cinco ocorreram nas duas aacutereas Com relaccedilatildeo agraves

abelhas foram coletadas um total de 141 espeacutecies em quatro famiacutelias Foi concluiacutedo

que a famiacutelia que apresentou maior riqueza de espeacutecie foi Apidae Com relaccedilatildeo agraves

plantas as famiacutelias Asteraceae Malvaceae Fabaceae Sapindaceae e Vichysiaceae

foram as mais ricas em nuacutemero de espeacutecies

Neves e Viana (2002) realizaram um estudo sobre a ecologia da comunidade de

abelhas eussociais com o propoacutesito de analisar as atividades do seu vocirco

relacionando com recursos alimentares variaccedilotildees meteoroloacutegicas entre outros

fatores Com coletas das abelhas amostras de plantas floridas e monitoramento dos

ninhos nas dunas continentais na Bahia Eles capturaram oito espeacutecies da famiacutelia

Apidae Estas abelhas exibiam maior atividade no periacuteodo da manhatilde Um nuacutemero de

plantas floridas foi verificado na estaccedilatildeo chuvosa Assim sendo concluiacuteram que a

disponibilidade de recursos disponiacutevel e agraves variaccedilotildees meteoroloacutegicas favorecem a

concentraccedilatildeo de visitas florais dessas abelhas pela manhatilde

Um estudo sobre a ecologia das populaccedilotildees de meliponiacuteneos Souza e

colaboradores (2005) fizeram buscas pelos ninhos e coletas das abelhas no Campus

da Universidade Federal da Bahia eles encontraram 94 ninhos com 19 espeacutecies

diferentes tendo uma predominacircncia da espeacutecie Tetragonisca angustula Deste

modo concluiacuteram que a riqueza de espeacutecies de meliponineos (meliponini)

encontrada no Campus (o qual eacute um local que sofre antropizaccedilatildeo) pode ser devida

a disponibilidade de substratos para nidificaccedilatildeo e pela quantidade de recursos que eacute

ofertado

Stuch (2006) realizou uma pesquisa sobre a variabilidade geneacutetica das populaccedilotildees

de Tetragonisca angustula Nesse trabalho o autor primeiramente faz uma revisatildeo

da bibliografia com o propoacutesito de apresentar informaccedilotildees a respeito da estrutura

das populaccedilotildees de meliponiacuteneos (meliponini) sobre as abelhas indiacutegenas sem

ferratildeo e principalmente a respeito da abelha em estudo onde destacam informaccedilotildees

29

do comportamento locais de nidificaccedilatildeo dos recursos usados para se alimentar e

do mel que eacute produzido por eles Com coletas e anaacutelises realizadas por meio de

marcador molecular nas cidades de Dracena em Satildeo Paulo e Ivatuba no Paranaacute Ele

observou que as amostras obtidas em Ivatuba apresentaram 60 de polimorfismo e

na cidade de Dracena foram apresentadas 40 Deste modo o autor concluiu que

em Ivatuba as populaccedilotildees de T angustula estatildeo diferenciadas geneticamente e natildeo

apresentam endocruzamento entre os ninhos jaacute as populaccedilotildees da cidade de

Dracena natildeo se encontraram modificados podendo os ninhos ser considerados

como um soacute Segundo o autor essas informaccedilotildees satildeo muito importantes para que

estudos de praacuteticas de manejo sejam realizados para manter a variabilidade dessas

populaccedilotildees

Outro trabalho tambeacutem em aacutereas fragmentadas foi realizado por Alvarenga (2008)

Neste trabalho o autor teve o objetivo de conhecer a diversidade e densidade dos

ninhos de meliponineos (meliponini) na Mata de Santa Tereza (Estaccedilatildeo Ecoloacutegica de

Ribeiratildeo Preto Satildeo Paulo) que fica situado entre a Mata Atlacircntica e o Cerrado com

levantamentos dos ninhos e das aacutervores que poderiam apresentar um tamanho

potencial para essas abelhas nidificarem Foram encontrados ninhos de quatro

espeacutecies de meliponineos (meliponini) sendo T angustula e Scaura latitarsis

representaram 25 dos ninhos encontrados e Trigona hyalinata 50 E em relaccedilatildeo

aacutes aacutervores cerca de 67 foram analisadas poucas apresentavam rachaduras ou

cavidades para abrigar os ninhos Deste modo foi concluiacutedo que na aacuterea estudada

haacute uma riqueza baixa e densidade relativamente meacutedia e tambeacutem poucos locais

para nidificaccedilatildeo

Andena e colaboradores (2009) tambeacutem fizeram um trabalho em aacutereas degradadas

Para eles esses estudos satildeo essecircncias devido a essas aacutereas serem a principal

razatildeo para o aumento das taxas de perda da diversidade geneacutetica e extinccedilatildeo das

abelhas Os autores realizaram um estudo para conhecer a diversidade de abelhas

no Cerrado em Satildeo Paulo Foram realizadas coletas das abelhas em quatro

reservas em regiotildees fragmentadas do Cerrado Reserva de Corumbataiacute Estaccedilatildeo

Ecoloacutegica de Jataiacute Parque Vassununga e Reserva de Cajuru Com cerca de 500

indiviacuteduos coletados as aacutereas que apresentaram maior riqueza foram Cajuru e

Corumbataiacute e as aacutereas com menor riqueza foram Vassununga e Estaccedilatildeo Ecoloacutegica

Jataiacute Mesmo apresentando maior nuacutemero de riqueza a aacuterea de Corumbataiacute sofreu

30

vaacuterias alteraccedilotildees na composiccedilatildeo fauniacutestica durante o estudo Assim sendo foi

concluiacutedo que pesquisas como essas satildeo importantes pois contribuem com

informaccedilotildees a respeito da influencia que essas aacutereas degradadas podem exercer

sobre a composiccedilatildeo fauniacutestica e a riqueza das espeacutecies de abelhas

Um inventaacuterio sobre os meliponiacuteneos (meliponini) no Bioma Cerrado foi realizado por

Fernandes e colaboradores (2012) Com levantamentos feitos durante dois anos em

quatro aacutereas diferentes (Municiacutepio de Tangaraacute da Serra ndash MT nos arredores do

campus universitaacuterio de Mato Grosso na Reserva Florestal Antocircnio Conselheiro ndash

MT e na zona rural do municiacutepio Tangaraacute da Serra - MT) os autores coletaram 128

espeacutecimes distribuiacutedos em 27 espeacutecies e 14 gecircneros e constataram que a maior

riqueza foi vista na reserva florestal e na zona rural do municiacutepio de Tangaraacute da

Serra Deste modo eles concluiacuteram que a riqueza observada na reserva pode ser

devido agrave mata apresentar pouca antropizaccedilatildeo e que as informaccedilotildees obtidas nesse

estudo satildeo de extrema importacircncia para a preservaccedilatildeo da biodiversidade da reserva

florestal

Uma pesquisa realizada por Oliveira e colaboradores (2013) cujo tema foi

Levantamento de Ocorrecircncia de Meliponiacutedeos (Meliponini) em Municiacutepios na regiatildeo

do Vale do Jauru ndash MT foia incidecircncia de abelhas sem ferratildeo em zonas urbanas

Com entrevistas aos moradores e com sessotildees de fotos para definir quais espeacutecies

de abelhas se encontravam nas proximidades das casas da regiatildeo do Vale do Jauru

eles encontraram 67 colmeacuteias sendo 17 predominantes em apenas uma cidade

Deste modo concluiacuteram que na regiatildeo do Vale do Jauru encontram-se grandes

aacutereas verdes proporcionando dessa forma alimento e a preservaccedilatildeo das abelhas

24 COLETA DE RECURSOS E PRODUCcedilAtildeO DE MEL DAS MELIPONINI

Devido agraves poucas informaccedilotildees sobre a composiccedilatildeo do mel e fontes alimentares

utilizados pelos meliponineos Anacleto (2007) fez um estudo com o intuito de

conhecer as principais fontes que fazem parte da dieta dessas abelhas e tambeacutem

conhecer as caracteriacutesticas quiacutemicas do mel produzido por elas O estudo foi no

Municiacutepio de Piracicaba Satildeo Paulo Foi realizado um levantamento das plantas

visitadas por cinco espeacutecies de meliponineos (T angustula Scaptotrigona

31

bipunctata Nanotrigona testaceicornis Friesiomellita varia e Tetragona clavipes)

coleta de mel nos potes de alimento dos ninhos e coleta de poacutelen retirada das

corbiacuteculas O autor obteve 158 espeacutecies de plantas sendo que dessas 67 foram

visitadas pelas abelhas em estudo e na anaacutelise poliacutenica foram encontradas 72

espeacutecies de plantas A espeacutecie que apresentou menor nuacutemero de visitas foi F varia

em contrapartida T angustula foi a espeacutecie que apresentou o haacutebito mais

generalista em relaccedilatildeo ao numero de espeacutecies de plantas visitadas Com relaccedilatildeo ao

mel foram analisadas um total 31 amostras Os estudos com a composiccedilatildeo do mel

apresentaram uma dificuldade devido agrave legislaccedilatildeo atender apenas as caracteriacutesticas

do mel de Apis melliacutefera e natildeo o mel das abelhas nativas O mel de F varia foi a que

apresentou menor niacutevel de accediluacutecar em contrapartida o niacutevel de accediluacutecar do mel de T

angustula foi o mais elevado Deste modo foi concluiacutedo que as espeacutecies estudadas

se mostraram generalistas com exceccedilatildeo de F varia e com relaccedilatildeo agrave anaacutelise do

mel foi concluiacutedo que haacute a necessidade de um padratildeo na legislaccedilatildeo proacuteprio para

uma melhor anaacutelise dos compostos quiacutemicos do mel de meliponiacuteneos

Anacleto e colaboradores (2009) tambeacutem realizaram uma pesquisa sobre o padratildeo

de qualidade do mel das abelhas sem ferratildeo Para esse estudo foi analisado a

composiccedilatildeo do mel das abelhas Tetragonisca angustula Com coletas feitas

diretamente de dentro das colocircnias encontradas em Piracicaba ndash (SP) e com

anaacutelises feitas sobre o accediluacutecar proteiacutenas pH acidez cor entre outros fatores os

autores obtiveram 20 amostras de mel e relataram que o accediluacutecar dessas amostras

apresentaram valores inferiores ao que eacute estabelecido pelas normas

brasileirasAssim sendo concluiacuteram que 5 de accediluacutecar do mel coletado natildeo se

enquadram na legislaccedilatildeo e que seria necessaacuterio um maior estudo para que uma

nova legislaccedilatildeo seja feita

No trabalho de Sommeijer e colaboradores (1983) aleacutem de analisar os recursos

coletados por algumas abelhas sem ferratildeo (Meliponineos) e Apis mellifera os

autores tambeacutem fizeram observaccedilotildees no comportamento de forrageamento dessas

abelhas As observaccedilotildees e amostras de poacutelen foram retiradas semanalmente das

corbiacuteculas das forrageiras que retornavam ao ninho Os autores observaram que as

coletas dos recursos ocorreram em periacuteodos diferentes os voos de neacutectar ocorreram

na maior parte das vezes de manhatilde e os vocircos de poacutelen ocorreram agrave tarde Em

relaccedilatildeo ao poacutelen foram obtidas 191 amostras sendo que quatro famiacutelias se

32

mostraram mais presentes Myrtaceae Sapotaceae Sapindaceae e Melliaceae

Desta forma concluiacuteram que as coletas de poacutelen pelas forrageiras podem ter

predominado no periacuteodo da manhatilde devido agraves flores se mostrar mais murchas com o

passar do dia Tambeacutem concluiacuteram que os recursos de poliacutenicos foram bem

diversos o que confirmou o haacutebito generalista dessas abelhas

Carvalho e Marchini (1999) realizaram um estudo dentro de um campus Universitaacuterio

(USP) em Piracicaba Em seu trabalho tiveram o objetivo de conhecer as plantas

que oferecem recursos para abelhas em ambientes mais antropizados Com coletas

de abelhas operaacuterias em colocircnias de Tetragonisca angustula e Nannotrigona

testaceicornis os autores analisaram os gratildeos de poacutelen coletados por elas Atraveacutes

dessa anaacutelise obtiveram 31 tipos poliacutenicos em 22 famiacutelias de plantas sendo que

entre essas famiacutelias para N testaceicornis os gratildeos de poacutelen que se mostrou mais

frequumlente foi de Myrtaceae e para T angustula foram Fabaceae Liliaceae e

Mimosaceae Dessa maneira concluiacuteram que essas espeacutecies se mostraram

generalistas visitando diversas plantas

No mesmo ano Carvalho Marchini e Ros (1999) fizeram um estudo para comparar

e analisar as fontes de poacutelen utilizadas por Apis mellifera e quatro diferentes

espeacutecies de Trigonini (Nannotrigona testaceicornis Partamona helleri Plebeia

droryana e Tetragonisca angustula) O trabalho teve o intuito de fornecer

informaccedilotildees sobre as preferecircncias florais e as relaccedilotildees troacuteficas dessas espeacutecies

Com coletas realizadas nos meses de Outubro e Novembro de 1996 no campus da

USP em Piracicaba os autores coletaram 53 tipos poliacutenicos desses os tipos mais

frequentes para todas as abelhas foram Aracaceae Bulbine frutescens e

Eucalyptus spe com as relaccedilotildees troacuteficas eles observaram que a utilizaccedilatildeo de fontes

de poacutelen variou conforme a espeacutecie e que a dieta se mostrou bem diversificada

Dessa maneira os autores concluiacuteram que P droryana e Phelleri foram agraves

espeacutecies que apresentaram maior uniformidade na utilizaccedilatildeo de fontes de poacutelen e a

maior sobreposiccedilatildeo de nicho troacutefico ocorreu entre N testaceiconis e T angustula e

menor sobreposiccedilatildeo foi entre A meliacutefera e T angustula

Devido agrave carecircncia de estudos sobre os recursos florais utilizados pelas abelhas

Agostini e Sazima (2003) fizeram um estudo sobre a fenologia das espeacutecies de

plantas ornamentais e suas relaccedilotildees com as espeacutecies de abelhas Com registros da

fenologia das plantas arboacutereas e arbustivas e o tipo de recurso utilizado pelas

33

abelhas no campus da Universidade Estadual de Campinas em Satildeo Paulo os

autores registraram 42 espeacutecies de plantas e observaram que na aacuterea estudada

houve plantas florindo todos os meses e natildeo houve sazonalidade marcada Com

relaccedilatildeo ao tipo de recurso utilizado pelas abelhas foi observado que as plantas mais

visitadas foram da famiacutelia Leguminosae e Bombacaceae por serem importantes

fontes de alimento para as abelhas no periacuteodo de estiagem Concluiacuteram que plano

de manejo em ambientes urbanos usando plantas ornamentais nativas seria

importante para acolher maior diversidade de abelhas as quais cumprem papel

importantiacutessimo na manutenccedilatildeo da biodiversidade dos ecossistemas naturais

Como muitas plantas de importacircncia econocircmica dependem de insetos para

aumentar a produccedilatildeo e a qualidade dos frutos Toledo e colaboradores (2003)

pesquisaram as angiospermas na regiatildeo de Maringaacute no estado do Paranaacute para

contribuir com o conhecimento da biodiversidade nessa regiatildeo Com coletas em

onze espeacutecies de plantas examinadas na Universidade Estadual de Maringa

Paranaacute os autores obtiveram 331 insetos Entre as abelhas trecircs espeacutecies coletadas

foram as mais abundantes Tetragonisca angustula Apis mellifera e Trigona spinipes

Os autores concluiacuteram que essas abelhas africanizadas e sem ferratildeo foram as mais

abundantes nas coletas as flores devido tanto ao seu comportamento generalista

como pela sobreposiccedilatildeo no local de forrageamento

Simioni e Colaboradores (2007) realizaram um estudo para investigar os recursos

alimentares de Tetragonisca angustula fiebrigi em Mato Grosso do Sul Com

amostras de cargas poliacutenicas corbiculares das operaacuterias em um ambiente natural de

Corumbaacute-MS no periacuteodo de seis meses os autores relataram que T angustula

visitou 43 espeacutecies de plantas para coleta de poacutelen e as famiacutelias mais visitadas

foram Leguminosae Palmae Asteraceae e a subfamiacutelia Mimosidae devido agrave grande

quantidade de poacutelen acessiacutevel Deste modo concluiacuteram que Tetragonisca

angustula mostrou-se seletivo com relaccedilatildeo agraves fontes de alimento disponiacutevel na aacuterea

estudada e que a famiacutelia Leguminosae se mostrou a mais importante fonte de poacutelen

para T angustula

Muitas espeacutecies de abelhas vecircm sendo utilizadas consorciadas ao cultivo de

diversas espeacutecies de plantas No trabalho de Antunes e colaboradores (2007) eles

utilizaram a espeacutecie Tetragonisca angustula para verificar seu efeito como agente

polinizador na produccedilatildeo de frutos de cultivares de morango em estufa O estudo foi

34

realizado na Universidade de Passo Fundo RS utilizando quatro cultivares de

morangueiro (Oso Grande Tdla Chandler e Dover) com ausecircncia e presenccedila de

duas e quatro colmeacuteias de T angustula Os autores observaram que o numero de

visitas as flores foram o mesmo para os mesmos nuacutemeros de colocircnias e que o uso

de duas ou quatro colmeacuteias natildeo alterou a produccedilatildeo dos frutos Aleacutem disso

observaram tambeacutem que a porcentagem de frutos deformados teve uma queda

consideraacutevel de 85 para 5 Sendo assim concluiacuteram que a presenccedila de

Tetragonisca angustula para a polinizaccedilatildeo em ambiente fechado tem grande

importacircncia para o aumento da produtividade e para o aumento da quantidade de

frutos comerciaacuteveis

Devido agrave grande importacircncia das abelhas sem ferratildeo para manter a biodiversidade

das plantas Braga e colaboradores (2012) fizeram um estudo com a espeacutecie T

angustula por ela ser amplamente distribuiacuteda nos habitats tropicais Com estudo

realizado em duas ilhas (Ilha Grande e Tucuruccedilaacute) e outras duas na ilha Ariroacute e

Tinguaacute todas SAP aacutereas de Mata Atlacircntica do Estado do Rio de Janeiro e apenas

Ilha Grande pertence a uma unidade de proteccedilatildeo ambiental Para esse estudo os

autores fizeram coletas de carga de poacutelen e observaccedilotildees agraves flores T angustula

visitou 61 espeacutecies de plantas sendo Anacardiaceae e Asteraceaeas mais visitadas

Na Ilha grande foi a aacuterea onde se obteve maior nuacutemero de visitas e onde se

encontrou 39 tipos poliacutenicos Dessa maneira concluiacuteram que a dieta de T angustula

eacute bem ampla e que essas pesquisas satildeo necessaacuterias para conhecer as plantas que

operam como recurso para as abelhas em ambiente natural

Com o intuito de contribuir para o conhecimento da flora e sua utilizaccedilatildeo por

polinizadores nativos Novais Absy e Santos (2013) caracterizaram o poacutelen de T

angustula atraveacutes da anaacutelise palinoloacutegica analisando os meacuteis produzidos por esta

espeacutecie em duas regiotildees semi-aacuteridas tropicais do nordeste do Brasil Com amostras

de mel coletados mensalmente nos municiacutepios de Itaberaba e Ruy Barbosa na

Bahia durante 14 meses os autores observaram que o espectro poliacutenico das

amostras de mel de T angustula consistiu um total de 67 tipos de poacutelen sendo que

18 deles foram comuns aos espectros de poacutelen tanto de Itaberaba quanto de Ruy

Barbosa e as famiacutelias das plantas que predominaram em ambos municiacutepios foram

Fabaceae Myrtaceae Malvaceae e Euphorbiaceae Concluiacuteram que houve um uso

heterogeneo dos recursos naturais no municiacutepio de Itaberaba e homogecircneo no

35

municiacutepio de Ruy Barbosa neste foi detectado um tamanho maior do nicho de poacutelen

de T angustula Para os autores isso se deve a diferenccedila na diversidade de plantas

entre os dois municiacutepios

25 COMPORTAMENTO DA ABELHA JATAIacute

Para algumas pesquisas estudos sobre comportamento eacute essencial para obter

informaccedilotildees importantes sobre a espeacutecie em estudo Para que pesquisadores

possam fazer estudo de comportamento em campo Altmann (1973) publicou um

trabalho sobre comportamento animal onde ela faz um guia para orientar os

observadores em seus estudos Ela apresenta meacutetodos para ser utilizado nas

observaccedilotildees tanto em comportamento individual quanto em grupo e apresenta o uso

de meacutetodos de amostragem nas observaccedilotildees Nesse a autora relata trabalhos de

outros autores sobre observaccedilotildees comportamentais e faz discussotildees a respeito de

problemas de amostragem em comportamento social como tambeacutem as vantagens e

desvantagens do uso de alguns meacutetodos

Um estudo relacionado com o comportamento de T angustula foi realizado por

Wittmann (1985) para mostrar que o sistema de defesa dessa espeacutecie natildeo era

apenas para defesa de alguns insetos voadores mais tambeacutem para defesa contra

ataques de abelhas cleptobioacuteticas Para observaccedilatildeo do comportamento das guardas

pairando foi mantida uma colocircnia de Lestremelitta limatildeo proacuteximo a quatros colocircnias

de T agustula O autor notou que o posicionamento das guardas pairando proacuteximo

ao corredor de vocirco do ninho permitia maior eficiecircncia nos ataques aos intrusos

cleptobioacuteticos e que durante esses ataques o numero de guardas aumentava

consideravelmente para reforccedilar a defesa do ninho Dessa maneira concluiu-se que

no comportamento de defesa essa espeacutecie faz um recrutamento em massa das

guardas em resposta a um feromocircnio lanccedilado por L limatildeo

Couvillon e colaboradores (2007) fizeram um estudo sobre a movimentaccedilatildeo das

forrageiras em relaccedilatildeo ao tamanho da entrada do ninho e o comportamento

defensivo das guardas em relaccedilatildeo agraves perturbaccedilotildees que os ninhos sofrem Para esse

trabalho os autores estudaram 26 espeacutecies de abelhas sem ferratildeo no campus da

Universidade de Satildeo Paulo em Ribeiratildeo Preto Foram medidas a entrada dos ninhos

36

e o comprimento de abelhas forrageiras Foi verificado que a entrada do tubo do

ninho se ajusta ao tamanho das abelhas operaacuterias ou seja quanto maior for a

abelha maior seraacute a entrada do ninho Tambeacutem observaram que as guardas tinham

o comportamento de proteger o ninho bloqueando sua entrada e permitindo apenas

a entrada das forrageiras Assim concluiacuteam que essas abelhas apresentam

importantes mecanismos de defesa para ninho e que estudos como esse podem

trazer informaccedilotildees importantes ao comportamento de defesas das abelhas sem

ferratildeo

Minussi e Santos (2007) fizeram um estudo para descobrir se haacute algum efeito

negativo da Apis mellifera sobre as abelhas nativas em relaccedilatildeo agrave coleta de recursos

Para isso os autores fizeram um trabalho sobre o comportamento que ocorre entre

essas abelhas Com observaccedilotildees agraves flores e coletas das abelhas na Escola

Agroteacutecnica Federal de Sombrio no municiacutepio de Santa Rosa Santa Catarina Apis

mellifera foi agrave espeacutecie mais abundante encontrada na aacuterea em estudo em seguida

Trigona spinipes foi a mais abundante Durante as observaccedilotildees notaram que o

comportamento de abertura das mandiacutebulas da subfamiacutelia Halictinae para atacar e

expulsar as abelhas africanizadas das flores era comum e que esse comportamento

ocorria sempre antes que abelhas conseguissem chegar ao fundo da flor Dessa

maneira concluiacuteram que as abelhas nativas conseguem se defender das abelhas

africanizadas para garantir seu recurso

Karcher e Ratnieks (2009) mostraram em suas pesquisas que ninhos de T

angustula natildeo eram apenas defendidos por guardas pairando mas tambeacutem por

guardas que ficam de peacute na entrada do ninho Os autores colocaram dez campeiras

e natildeo campeiras da mesma espeacutecie e campeiras tratadas com odor de

Scaptotrigona bipunctata em cinco ninhos As guardas de peacute natildeo rejeitaram

nenhuma campeira mas rejeitaram quase todas natildeo campeiras e campeiras

tratadas com odor volaacutetil A partir desse resultado concluiacuteram que as operaacuterias que

ficam de peacute na entrada do ninho tambeacutem atuam como oacutetimas guardas para

discriminar as abelhas campeiras e natildeo campeiras

No trabalho de Gruter Karcher e Ratnieks (2011)foi realizado um estudo sobre as

abelhas guardas de Tetragonisca angustula que ficam pairando e de peacute proacuteximo ao

ninho Os autores fizeram algumas experiecircncias para saber se havia alternacircncias de

tarefas entre elas A pesquisa teve duraccedilatildeo de trecircs anos e foi realizada em uma

37

fazenda perto de Satildeo Paulo Para observar essa alternacircncia de tarefas as abelhas

guardas foram coletadas e marcadas Dessa maneira notaram que das 18 abelhas

marcadas 12 eram exclusivamente guardas em peacute e seis realizavam os dois tipos

de guardas Durante as 21 horas de observaccedilatildeo natildeo foi observado mudanccedila entre

os tipos de guardas A partir desses resultados concluiacuteram que a alternacircncia de

tarefa entre as guardas eacute rara de acontecer indicando que a defesa de T angustula

e feita por divisatildeo de trabalho

Zweden e colaboradores (2011) fizeram um trabalho semelhante agrave Wittmann (1984)

com os guardas de defesa que ficam pairando Em seu estudo os autores tinham o

objetivo de testar a hipoacutetese que as guardas aumentavam a defesa do ninho em

relaccedilatildeo aos intrusos principalmente Lestrimellita limatildeo a qual eacute um ladratildeo

obrigatoacuterio de Tetragonisca angustula Foram feitas mediccedilotildees da distacircncia em que

as guardas pairando atacavam tanto um manequim de massa de modelar coberto de

citral (odor volaacutetil liberado por L limatildeo) quanto operaacuterias de Lestrimellita limatildeo

receacutem morto Todos os intrusos do experimento foram atacados por T angustula a

distacircncia que ocorreu o ataque variou entre 0-22 cm os ninhos que tinham mais

guardas apresentou maior distacircncia Dessa maneira concluiacuteram que a presenccedila de

guardas pairando aumenta a detecccedilatildeo de intrusos e que essas guardas respondem

especialmente a pistas visuais

As abelhas sem ferratildeo (eussocias) costumam apresentar divisatildeo de trabalho em

suas colocircnias Gruter e colaboradores (2012) em seu estudo quiseram testar a

hipoacutetese de que os soldados especializados (guardas) para a defesa das colocircnias de

jataiacute (Tetragonisca angustula) eram relativamente maiores que os trabalhadores

Com anaacutelise no tamanho e na forma das forrageiras guardas e trabalhadores que

removem resiacuteduos das colocircnias o autor constatou que o peso corporal das guardas

era maior que das abelhas forrageiras e que o tamanho da cabeccedila das forrageiras

mostrou-se um pouco maior em relaccedilatildeo agraves guardas Assim concluiu-se que a

variaccedilatildeo no tamanho seria devido agrave divisatildeo de trabalho ou seja a diferenccedila no

tamanho do corpo consiste em uma eficaacutecia maior para lutar contra invasores e a

diferenccedila em relaccedilatildeo ao tamanho da cabeccedila seria devido agrave necessidade das

forrageiras de decorar caminhos para busca do alimento

38

39

3 METODOLOGIA

31 AacuteREA DE ESTUDO

O Municiacutepio de Vitoacuteria possui uma extensatildeo geograacutefica que envolve um grau

elevado de urbanizaccedilatildeo (SOUZA 2011) De acordo com o Instituto Brasileiro de

Geografia e Estatiacutestica (2010) o Municiacutepio apresenta uma aacuterea de mais de 98 Kmsup2 e

conta com uma populaccedilatildeo estimada de 352104 habitantes O clima da regiatildeo de

Vitoacuteria pode ser classificado como Tropical uacutemido (CLASSIFICACcedilAtildeO [20--])

apresentando temperatura maacutexima que pode chegar a 32ordm C e miacutenima que fica em

torno de 24ordm C com os maiores iacutendices de precipitaccedilatildeo pluviomeacutetrica entre os meses

de Outubro a Janeiro (INSTITUTO CAPIXABA DE PESQUISA ASSISTEcircNCIA

TEacuteCNICA E EXTENSAtildeO RURAL 2011)

Vitoacuteria eacute um dos Municiacutepios que apresentam os maiores niacuteveis de temperaturas do

Estado Isso se deve ao fato de as grandes montanhas dificultarem a passagem dos

ventos do nuacutemero de preacutedios que aumenta com o passar dos anos assim como a

poluiccedilatildeo (SOUZA 2011)

O estudo foi realizado no Campus Universitaacuterio Alaor de Queiroz Arauacutejo da

Universidade Federal do Espiacuterito Santo (FERNANDES VALE 2013) tambeacutem

conhecido como campus de Goiabeiras Este campus se encontra localizado no

Municiacutepio de Vitoacuteria capital do Estado do Espiacuterito Santo e nas coordenadas

geograacuteficas de 20ordm 16rsquoS e 40ordm 18rsquoW (FERREIRA DANTAS 2000)

O Campus fica ao Sul e ao Oeste do canal da passagem e a Leste com a Avenida

Fernando Ferrari Ateacute 2008 era composta por uma aacuterea de ambiente entre mareacutes e

terrestre de 1592545 msup2 poreacutem com a ampliaccedilatildeo da Avenida Fernando Ferrari

essa aacuterea foi reduzida para 1567545 msup2 (FERNANDES VALE 2013) A aacuterea

amostral se localiza no entorno do Centro de Ciecircncias Humanas e Naturais (CCHN)

Implantada por volta da deacutecada de 1970 ela compotildee os ICrsquos (iniciais de Ilha do

Cercado) I II III e IV (FERNANDES VALE 2013) e apresenta uma aacuterea que

compreende edificaccedilotildees como preacutedios passarelas ruas asfaltadas paacutetio de

estacionamento e aacutereas jardinadas (MAPA 01)

40

Mapa 01- Mapa do Campus Universitaacuterio de Goiabeiras (UFES) com destaque da

aacuterea de estudo em vermelho

Fonte Google Maps (2014) 32 OBTENCcedilAtildeO DOS DADOS

A aacuterea de estudo foi inspecionada agrave procura de ninhos de T angustula com

observaccedilotildees em calccediladas paredes muros postes troncos de aacutervores entre outros

conforme Taura e Laroca (1991) Os ninhos encontrados foram marcados por letra

alfabeacutetica e mapeados com o auxiacutelio de um marcador permanente (marca Jocar

Office) e um GPS (marca Garmin etrex vista) As observaccedilotildees foram realizadas uma

vez a cada semana durante cinco meses de Abril agrave Setembro de 2014 totalizando

21 dias amostrados (140 horas) O periacuteodo no qual foram realizadas as observaccedilotildees

41

foi de 0700 agrave 1700 horas As observaccedilotildees foram feitas durante 15 minutos em cada

ninho e intercaladas nos periacuteodos matutino vespertino e dia todo com o auxilio de

uma lupa de matildeo devido elas apresentarem aproximadamente 5 miliacutemetros

(NOGUEIRA-NETO 1997) A lupa de matildeo foi utilizada tambeacutem para observar a cor

do poacutelen que as abelhas traziam para dentro do ninho

A contagem do nuacutemero de entradas e saiacutedas das abelhas coletoras e das abelhas

que protegem a colocircnia de invasores foi realizada em todos os ninhos com o auxilio

de um contador de nuacutemeros Os registros foram realizados com redaccedilatildeo dos

eventos e por meio de fotografias As observaccedilotildees seguiram o meacutetodo Animal-Focal

descrito por Altmann (1973) para anaacutelise do comportamento das abelhas Esse

meacutetodo consiste em amostrar os comportamentos de um ou mais indiviacuteduos por um

determinado periacuteodo de tempo O levantamento das principais fontes de alimento de

T angustula foi obtido a partir de dados bibliograacuteficos

33 ANAacuteLISE DOS DADOS

Para anaacutelise dos dados foi utilizado o programa ldquoMapSourcerdquo para a construccedilatildeo do

mapa dos ninhos encontrados Foi tambeacutem utilizado o programa Microsoft Excel

2007 para construccedilatildeo de graacuteficos para analisar o nuacutemero de visitas (entrada e saiacuteda)

que as abelhas coletoras apresentaram durante os cinco meses observados Os

graacuteficos foram construiacutedos por intervalos de horas sendo que as informaccedilotildees se

acumularam mais proacuteximo do horaacuterio em que houve mais eventos observados no

ninho O mesmo programa foi utilizado para retirar a meacutedia da quantidade de

guardas na defesa do ninho

Os dados resultantes do levantamento bibliograacutefico das fontes alimentares serviram

de base para a elaboraccedilatildeo de um graacutefico com a contribuiccedilatildeo das famiacutelias de plantas

mais visitadas por T angustula

42

43

4 RESULTADOS E DISCUSSOtildeES

41 LOCALIZACcedilAtildeO DOS NINHOS

Foram encontrados onze ninhos (marcados por letra alfabeacutetica de A a K) cinco

instalados em paredes e muros (K C I e J) e seis localizados sob placas de

concreto de passarelas (A B D E F G e H) (mais precisamente na base das

pilastras da passarela que se encontra entre os IC`s II e III) Este fato corrobora com

os estudos de Taura e Laroca (1991) que indica que a disponibilidade de nidificaccedilatildeo

nesses locais aumenta com as atividades antroacutepicas A localizaccedilatildeo dos ninhos eacute

apresentada pelo Mapa 02

Os ninhos C J K (Mapa 02) recebiam calorna maior parte do dia jaacute os demais natildeo

recebiam sol diretamente na maior parte do dia pois eram protegidos pela pilastra e

pela cobertura da passarela

Durante todo o periacuteodo das observaccedilotildees em geral o clima foi de dias quentes com

presenccedila de ventos

MAPA 02 ndash Mapa dos ninhos de T angustula estudadas no Campus de Goiabeiras

(UFES) Abril ndash Setembro2014

Fonte Modificado em Google earth (2014) Dos 11 ninhos observados dois ninhos natildeo apresentavam a entrada com o formato

comum de cilindro e traziam um formato natildeo definido

44

Em todos os ninhos foi possiacutevel ver que a abertura da extremidade do tubo era

relativamente grande Tal formato permite que haja espaccedilo para que algumas

abelhas guardas permaneccedilam na entrada do tubo ao mesmo tempo em que deixa

espaccedilo suficiente para as forrageiras passarem (KARCHER RATNIEKS 2009) Ao

longo de todo o tubo havia presenccedila de centenas de perfuraccedilotildees o que segundo

Gruter Karcher e Ratinieks (2011) eram para ajudar nas trocas gasosas

Nos cinco meses observados trecircs ninhos desapareceram da aacuterea amostral restando

ao final das observaccedilotildees oito ninhos Um deles (ninho E) foi perdido logo no iniacutecio

das observaccedilotildees supotildee-se que tenha ocorrido alguma intervenccedilatildeo aguda por

exemplo humana pois logo no segundo dia de observaccedilatildeo o mesmo jaacute natildeo estava

no lugar demarcado Outros dois ninhos (ninhos F e G) tambeacutem foram perdidos O F

persistiu ateacute o mecircs de Maio e o ninho G ateacute Julho Nestes o desaparecimento se

sucedeu apoacutes eventos de revoadas

42 INTERACcedilOtildeES INTER E INTRAESPECIacuteFICAS

TABELA 1 - Dados dos Ninhos observados

Data Ninho Hora Cores de Poacutelen

Presenccedila de

Resina Operaacuteriaslimpeza Guardas

em peacute Guardas pairando Ameaccedila

14abr D 07h-8h

Amarelo Branco Laranja

Vermelho

X 5 1

13mai C 10h-11h

Amarelo Branco Laranja

Vermelho

X X 4 4

20mai J 15h-16h Branco X X 8 12 02jun H 12h-13h Branco X X 8 4 16jul D 13h-14h Branco

X 8 2 Formiga

20jun B 08h-09h

Amarelo Branco Laranja

Vermelho

X X 9 3

06ago C 14h-15h Branco X 7 10 Lagartixa

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria As observaccedilotildees indicaram que as jataiacutes visitavam vaacuterias espeacutecies de flores durante

as manhatildes e iniacutecio das tardes pois nesse periacuteodo trouxeram uma grande

45

diversidade de poacutelen (cores amarela laranja branca e vermelha) transportados em

suas corbiacutecula para dentro do ninho B C e D (TABELA 1) (FIGURA 1-A) No horaacuterio

da tarde essa diversidade diminuiacutea nos ninhos C D H e J (TABELA 1) e era

representada pelo transporte de poacutelen de cor branca Este fato mostra que a

diversidade de flores visitadas decresce ao longo do dia

As abelhas sociais de um modo geral visitam as flores enquanto elas satildeo atrativas

Elas apresentam preferecircncia pela cor e satildeo capazes de discriminar os conjuntos

florais realizar sua localizaccedilatildeo e selecionar aquelas que produzem maior quantidade

e melhor qualidade de alimento (PIRANI LAURINO 1993) Existem diversos fatores

que podem influenciar a coleta de alimento pelas abelhas sociais entre eles o

comportamento das campeiras e a necessidade das colocircnias que depende do seu

tamanho (PIRANI LAURINO 1993)

Aleacutem de poacutelen tambeacutem foi observado carregamento de resina nas corbiacuteculas para

dentro do ninho B C H e J (TABELA 1) (FIGURA 1-B) essa eacute coletada pelas

abelhas em bototildees florais Depois de a resina ser coletada ela pode ser armazenada

pura ou misturada com cera No caso de T angustula ela geralmente faz a

armazenagem na forma pura (NOGUEIRA-NETO 1997) Como a resina eacute viscosa e

grudenta as abelhas a utilizam para vedar o entorno da entrada do tubo e tambeacutem

para depositar uma quantidade sobre o corpo e cabeccedila das formigas para defender

a colocircnia contra invasores (WITTMANN 1985 NOGUEIRA-NETO 1997)

Durante todo o periacuteodo observado foi notada a presenccedila de operaacuterias que cuidavam

da limpeza dos ninhos (TABELA 1) Essas operaacuterias trabalhavam retirando resiacuteduos

(detritos) de dentro do ninho e o faziam carregando atraveacutes de sua mandiacutebula

(FIGURA 1-C) Este trabalho era realizado continuamente ao longo de todo o dia

Para Nogueira-Neto (1997) T angustula eacute a espeacutecie que tem o melhor haacutebito de

limpeza e por esta razatildeo seu mel e seu proacutepolis satildeo considerados o melhor dentre

as outras espeacutecies

FIGURA 1- Divisatildeo de trabalho entre operaacuterias de Tetragonisca angustula A

Detalhe da corbiacutecula com poacutelen B Detalhe da corbiacutecula com resina C Operaacuteria de

limpeza com resiacuteduo na mandiacutebula

46

Fonte Arquivo Labibio

Em cada ninho foi possiacutevel notar a presenccedila de abelhas que ficavam tanto pousadas

ao longo do tubo de entrada do ninho quanto sobrevoando proacuteximo do mesmo

Essas abelhas satildeo chamadas por Gruter Karcher e Ratnieks (2011) de abelhas

guardas em peacute e pairando respectivamente As guardas em peacute estavam sempre

em grandes quantidades e estiveram em atividade praticamente em todo o periacuteodo

do dia

Essas guardas ficavam na maior parte do tempo com a mandiacutebula apoiada sobre o

ninho acredita-se que tenham a funccedilatildeo de depositar resina ao entorno do ninho As

demais guardas que ficavam sobrevoando estiveram mais ausentes logo no

A B

C

47

comeccedilo da manhatilde por volta das 0700 as 0900 horas As guardas pairando ficavam

na maioria das vezes em nuacutemeros de trecircs a quatro sempre posicionadas a direita e

esquerda do tubo e em direccedilatildeo a entrada (FIGURA 2)

FIGURA 2- Ninho de T angustula com guardas pairando destacado em vermelho e

guardas em peacute em destaque azul

Fonte Arquivo Labibio

Foi observado que no periacuteodo da tarde o nuacutemero de guardas pairando aumentava

Isso era visto com maior frequumlecircncia nos ninhos C e J instalados em paredes

(TABELA 1) Segundo Gruter Karcher e Ratnieks (2011) as colocircnias que

apresentam um nuacutemero maior de guardas pairando sofrem ameaccedilas de

vertebrados fato corroborado no ninho C (TABELA 1) que foi atacado por uma

lagartixa No momento em que aconteceu uma parte da populaccedilatildeo saiu do ninho e

se mostraram bem agitadas O que de acordo com Gruter Karcher Ratnieks (2011)

trata-se de uma resposta defensiva agrave percepccedilatildeo da respiraccedilatildeo de vaacuterios

vertebrados

Tambeacutem foi observado o comportamento defensivo em quando formigas se

aproximavam do ninho D (TABELA 1) As jataiacutes as ldquobeliscavamrdquo para que se

afastassem Esse mesmo comportamento foi visto durante minhas observaccedilotildees ao

Ninho A toda vez que me aproximava para observar ou fotografar surgiam vaacuterias ao

48

meu redor em uma dessas observaccedilotildees a jataiacute picou pele exposta Dentre todos os

ninhos essa foi a que apresentou o comportamento mais agressivo

De acordo com os estudos de Gruter e colaboradores (2012) T angustula eacute a uacutenica

espeacutecie que apresenta um sistema de defesa que envolve dois grupos distintos e

complementares de guardas uma pairando que se estacionam no ar proacuteximo ao

ninho e outras em peacute ao redor da entrada do ninho As guardas que ficam de frente

para o caminho de vocirco satildeo chamadas de grupo principal e as que ficam

posicionadas agrave direita e agrave esquerda do ninho satildeo o grupo secundaacuterio (GRUTER

KARCHER RATNIEKS 2011)

Uma caracteriacutestica interessante dessas guardas eacute que apresentam caracteriacutesticas

morfoloacutegicas diferentes das operaacuterias (satildeo maiores e mais pesadas) (GRUTER et

al 2012) Elas apresentam diferenccedilas no comprimento da asa no tamanho das

pernas traseiras que satildeo relativamente maiores para seu corpo (podendo ajudar na

luta contra invasores) e cabeccedila um pouco menor que das forrageiras Essa ultima

caracteriacutestica estaacute associada agrave maior necessidade das forrageiras de processar

informaccedilotildees sensoriais relacionadas ao forrageamento (GRUTER et al 2012)

As abelhas guardas possuem a funccedilatildeo de defender sua colocircnia de ataques de

intrusos que aproveitam do seu trabalho para roubar o alimento produzido

(GRUTER KARCHER RATNIEKS 2011) As accedilotildees especiacuteficas desses intrusos satildeo

detectadas mais pelas guardas em peacute pois elas conseguem identificar as campeiras

e natildeo campeiras da mesma espeacutecie por quimiorecepccedilatildeo (KARCHER RATNIEKS

2009 GRUTER KARCHER RATNIEKS 2011) Jaacute as guardas que pairam perto do

ninho atacam intrusos que natildeo satildeo da mesma espeacutecie elas o reconhecem pela cor

forma do corpo e pelos odores volaacuteteis (KARCHER RATNIEKS 2009) De acordo

com Zweden e Colaboradores (2011) a presenccedila de guardas pairando aumenta a

detecccedilatildeo de intrusos e que essas guardas respondem especialmente a pistas

visuais Como comportamento de defesa as guardas liberam um feromocircnio de

alarme para recrutar os trabalhadores para o ataque (FREE 1987 apud ZWEDEN

2011)

O nuacutemero meacutedio de guardas durante o periacuteodo observado mostrou-se maior para as

guardas em peacute (78) do que para as guardas pairando (35) Esse fato eacute explicado

por Gruter Karcher e Ratnieks (2011) para eles o gasto energeacutetico das guardas

pairando eacute muito maior de modo que eacute menos dispendioso energicamente para as

49

abelhas ficarem em peacute Mesmo tendo um gasto energeacutetico muito alto nas

observaccedilotildees de Wittmann (1985) as atividades do voo das guardas foi constatado

que essas ficavam pairando por cerca de 70 minutos antes de voltar para dentro do

ninho Este fato mostra que a mudanccedila de guardas natildeo eacute comum e que a defesa do

ninho eacute feita por divisatildeo de trabalho e natildeo por alternacircncia de tarefas (GRUTER

KARCHER RATNIEKS 2011)

Os ninhos que desapareceram ao longo das observaccedilotildees foram devido agraves revoadas

um comportamento comum nas abelhas Nas jataiacutes as revoadas geralmente

ocorrem devido ao calor para refrescar o ninho em caso de altas temperaturas uma

parte da populaccedilatildeo sai do ninho enxameamento para reproduccedilatildeo ou devido agrave

interferecircncia humana quando um ninho eacute retirado de um local para outro

(INFORMACcedilAtildeO PESSOAL ZOCOLOTTI V R) De acordo com este na primeira

semana eacute possiacutevel presenciar alguma revoada que pode ser para identificaccedilatildeo

tanto da flora apiacutecola quanto para localizaccedilatildeo do novo ambiente

No caso dos ninhos F e G ao final de cada revoada observada a entrada do ninho

ficava bastante danificada Foram observadas trecircs revoadas (duas no mesmo dia)

do ninho F todas no mecircs de Maio e duas (em dias diferentes) no ninho G no mecircs

de Junho Apoacutes estas observaccedilotildees os dois ninhos desapareceram

Durante as revoadas vaacuterias abelhas caiam no chatildeo agarradas umas nas outras

Apoacutes queda era possiacutevel observar que as guardas conseguiam prender e retirar

com sua mandiacutebula as pernas e asas do invasor (FIGURA 3-A e B) o que impedia

as invasoras de conseguir atacar novamente Segundo Kerr e colaboradores (2005)

as guardas agarram as pernas dos invasores para que eles caiam no chatildeo e sejam

comidos pelas formigas que ficam proacuteximas aos ninhos

50

FIGURA 3 - Ataque de invasores A T angustula com mandiacutebula presa agrave perna do

Jataiacute invasora BPerna de invasores retirada apoacutes ataque

Fonte Arquivo Labibio

De acordo com Zocolotti VR (INFORMACcedilAtildeO PESSOAL) as cinco espeacutecies de

Meliponini criadas por ele podem apresentar o comportamento de saquear outros

ninhos e isso pode ocorrer por oportunismo ou por falta de alimento Em especial

as Jataiacutes geralmente possuem o costume de atacar as proacuteprias jataiacutes esses

ataques acontecem dentro do mesmo ninho e entre outros proacuteximos Esses ataques

podem ocorrer por atraccedilatildeo de feromocircnio de princesa (rainhas jovens natildeo

fecundadas) por enxame fraco ou ateacute mesmo para absorver o fraco ou seja elas

entram e acabam matando a rainha e mantecircm os trabalhadores por um tempo ateacute

absorver o enxame ou ateacute mesmo o deixam morrer sendo dessa maneira muito

complexas em relaccedilatildeo ao comportamento

Na aacuterea do campus da Ufes houve uma consideraacutevel devastaccedilatildeo na vegetaccedilatildeo

nativa (compreendida de Mata Atlacircntica Manguezal e Restinga) devido agrave

construccedilatildeo de preacutedios que foram erguidos logo no iniacutecio da implantaccedilatildeo da

Universidade Como medida compensatoacuteria foi feito o plantio de espeacutecies arboacutereas

usando em demasia espeacutecies exoacuteticas (CASTRO 2003) Na Ufes eacute possiacutevel ver

poucas aacutereas jardinadas Aleacutem disso sempre que eacute necessaacuterio construir um novo

preacutedio novas aacutereas satildeo eliminadas podendo ou natildeo ser compensada com plantas

nativas

A B

51

Em abelhas sociais o comportamento de saque eacute comum acontecer em sequumlecircncias

natildeo contiacutenuas ou seja ela cessa e recomeccedila por periacuteodos de tempo (SANTANA

etal 2004) Durante as observaccedilotildees foram presenciadas trecircs revoadas ao ninho F

duas no mesmo dia poreacutem em horaacuterios diferentes e duas ao ninho G em dias

diferentes (FIGURAS 4- A B C e D)

FIGURA 4 ndash Revoada do ninho F A Vista da entrada do iniacutecio do estudo B Vista

da entrada em plena atividade em iniacutecio de maio C Entrada apoacutes uma revoada em

maio D Vista da entrada do ninho apoacutes uacuteltima revoada em maio

Fonte Arquivo Labibio

Nas figuras 4a e b mostram o estado em que a entrada do ninho se encontrava na

primeira semana de observaccedilatildeo (vinte e oito de Abril) e na primeira semana do mecircs

seguinte (sete de Maio) esse uacuteltimo a entrada do ninho jaacute se encontrava danificado

No ninho F(FIGURA 4) as revoadas que ocorreram no dia vinte de Maio entre

A B

C D

52

1000 e 1400 horas e no dia vinte e seis de Maio entre 1600 e 1700 horas

corroborando com Santana e colaboradores (2004) sobre o comportamento de

saques intermitentes

No ninho G as revoadas se iniciaram duas semanas apoacutes o desaparecimento do

ninho F nos dias nove e vinte e seis de junho entre 1500 e 1600 horas e dia 16 de

junho no mesmo horaacuterio (FIGURA 5-A B e C)

FIGURA 5 ndash Revoadas no Ninho G A Ninho no iniacutecio de Maio B Registro da

primeira revoada C Ultima revoada perda do ninho

Fonte Arquivo Labibio

As observaccedilotildees evidenciaram a ocorrecircncia de um acuacutemulo de resiacuteduos sobre os

ninhos apoacutes as revoadas (FGURA 5-B) No ninho G tinha uma subpopulaccedilatildeo

A B

C

53

pequena mas bem ativa conforme verificado apoacutes quatro horas de observaccedilatildeo em

nove dias (Graacutefico 1- A e B)

GRAacuteFICO1 A ndash Ritmo de Saiacutedas no Ninho G

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

GRAacuteFICO 1B ndash Ritmo de entradas no ninho G

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

0

20

40

60

80

100

120

140

09h-10h 10h-11h 12h-13h 14h-15h 16h-17h

Nuacutem

ero

de V

isita

s

Horaacuterios

13mai 20mai 26mai

0

20

40

60

80

100

120

140

160

180

200

09h-10h 10h-11h 12h-13h 14h-15h 16h-17h

Nuacutem

ero

de V

isita

s

Horaacuterios

13mai 20mai 26mai

54

No ninho G as abelhas iniciaram suas atividades antes de 09h evidenciado pela

entrada de aproximadamente 180 forrageadoras entre 9 e 10h As saiacutedas neste

mesmo periacuteodo ficaram em torno de 100

Entre 16h-17h houve um grande nuacutemero de entrada o que era esperado todas as

que saiacuteram tecircm que retornar enquanto haacute luminosidade e antes do ninho ser

fechado Conforme esperado por Gruter Karcher Ratnieks (2011) quando comeccedila

a escurecer as Jataiacutes fecham a entrada do tubo para impedir que intrusos ataquem

seu ninho durante a noite e abrem pela manhatilde quando o clima estaacute mais favoraacutevel

para iniciarem suas atividades

Neste ninho entre 12h-13h houve um nuacutemero maior de saiacutedas que de entradas ateacute

agraves 16h Isso possivelmente esteve relacionado agrave uma grande distacircncia entre o ninho

e as fontes de recursos troacuteficos

Outro ninho em que foi possiacutevel observar todos os meses notou-se que apresentou

atividade durante todo o dia (GRAacuteFICO 2-A e B)

GRAacuteFICO 2A ndash Ritmo de saiacutedas do ninho B

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

0

50

100

150

200

250

300

350

400

450

500

07h-08h 08h-09h 09h-10h 11h-12h 12h-13h 13h-14h 14h-15h 15h-16h 16h-17h

Nuacutem

ero

de V

isita

s

Horaacuterios

28abr 13mai 20mai 26mai 09jun 16jun 23jun 01jul 09jul

16jul 23jul 30jul 06ago 13ago 20ago 27ago 05set 10set

55

GRAacuteFICO 2B ndash Ritmo de entradas do nino B

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

O ninho B tinha uma subpopulaccedilatildeo mais numerosa que F e G Durante o inverno

(2307 e 2708) as abelhas iniciavam suas atividades cerca de duas horas mais

tarde em horaacuterio com temperatura mais elevada (indicado pela seta preta) Tal fato

corrobora com as observaccedilotildees de Ulian e colaboradores (2007) que constata que

em periacuteodo mais chuvoso onde as temperaturas satildeo geralmente mais baixas as

Jataiacutes apresentam iniacutecio de atividade agraves 9 horas da manhatilde devido agrave temperatura

nesse horaacuterio comeccedilar a aumentar

Proacuteximo do horaacuterio de 10 horas houve um grande nuacutemero de saiacutedas do ninho

seguido de um grande nuacutemero de entrada o que indica a ocorrecircncia de uma fonte

de recursos proacutexima ao ninho ou a indisponibilidade de recurso para ser coletado

naquela hora Acredita-se que na primeira possibilidade - fonte proacutexima ela era de

resina pelo fato de ter havido um intervalo de saiacuteda ateacute agraves 12h jaacute que esta

demanda mais tempo para ser retirada da corbiacutecula e armazenada por ser

pegajosa No caso da segunda possibilidade natildeo encontraram alimento disponiacutevel

naquele horaacuterio o retorno ao ninho eacute a alternativa mais eficaz para evitar um alto

gasto energeacutetico ateacute que o recurso fique disponiacutevel para coleta

0

100

200

300

400

500

600

07h-08h 08h-09h 09h-10h 10h-11h 11h-12h 12h-13h 13h-14h 14h-15h 15h-16h 16h-17h

Nuacutem

ero

de V

isita

s

Horaacuterios 28abr 13mai 20mai 26mai 09jun 16jun 23jun 09jul16jul 23jul 30jul 20ago 27ago 05set 10set

56

No outono as atividades das Jataiacutes comeccedilaram a diminuir por volta de 15 horas

(indicado pela seta marrom) ateacute cessar totalmente no iniacutecio das 16 horas Pelos

graacuteficos nota-se que o ninho B possui vantagem de uma hora nas atividades em

relaccedilatildeo ao ninho G isso provavelmente ocorreu porque o ninho B obteve mais

sucesso nas coletas distribuiacutedas ao longo do dia

43 RECURSOS FLORAIS

Eacute notoacuteria a relaccedilatildeo que existe entre abelha-flor relaccedilatildeo essa que sucedeu a milhotildees

de anos desde entatildeo as abelhas dependem de substancias utilizadas na

alimentaccedilatildeo e as plantas se beneficiam com a polinizaccedilatildeo (PIRANI LAURINO

1993) Para entender a biologia dos Meliponini eacute importante conhecer sua

alimentaccedilatildeo Para isso eacute necessaacuterio fazer um levantamento das plantas utilizadas

para coleta de poacutelen e neacutectar (SOUZA 1999 apud OLIVEIRA ABSY MIRANDA

2009)

Com base nos dados obtidos sobre as fontes alimentares de T angustula na

literatura (TABELA 2) nota-se a capacidade dessa espeacutecie de visitar uma ampla

diversidade de famiacutelias de plantas Segundo Toledo e colaboradores (2003) durante

cada voo das campeiras em meacutedia 100 flores satildeo visitadas

O levantamento bibliograacutefico indicou que existem duas metodologias bastante

usadas por autores para conhecer a dieta das abelhas Uma delas eacute a investigaccedilatildeo

palinoloacutegica para avaliar as fontes de recursos florais utilizados (poacutelen e neacutectar)

com base no gratildeo de poacutelen depositado no corpo da abelha para identificaccedilatildeo das

espeacutecies vegetais (CARVALHO MARCHINE ROS 1999 FEIDEN 1994 SIMIONI et

al 2007 OLIVEIRA ABSY MIRANDA 2009 MORGADO et al 2011NOVAIS

ABSY SANTOS 2013) A outra se daacute por meio de observaccedilotildees das campeiras nas

flores (AGOSTINI SAZIMA 2003 TOLEDO et al 2003OLIVEIRA ABSY

MIRANDA 2009 BRAGA et al 2012) A partir desses meacutetodos eacute possiacutevel saber

quais satildeo as plantas que produzem seus alimentos preferenciais e quais as fontes

alternativas (OLIVEIRA ABSY MIRANDA 2009)

57

TABELA 2 ndash Relaccedilatildeo das espeacutecies de plantas visitadas porT Angustula Continua

Famiacutelia Espeacutecie Polinizada Visitada Recurso

Poacutelen Neacutectar

Acanthaceae Thunbergia grandiflora X Odontonema strictum X X

Justicia brandegeana X

Ruellia silvaecola X Agavaceae Agave americana X X X

Agave sisalana X X X

Agave attenuata X X X

Dracena fragana X X X Aizoaceae Mesembryantemum spectabilis X Lamprantus productus X Amaranthaceae Gomphrena globosa X Amarylidaceae Clivia miniata X X X Anacardiaceae Schinus terebinthifolius X X

Lithraea molleoides X X

Toxicodendron verniciferum X X

Mangifera indica X X X

Tapirira guianensis X Apiaceae Hydrocotyle leucocephala X Apocynaceae Trevetia peruviana X Araliaceae Tetrapanax papyrifera X X X Asclepiadaceae Asclepias curassavica X X Asteraceae Parthenium hysterophorus X Aspillia latissima X Aspillia sp X Balsaminaceae Impatiens balsamina X X X

Impatiens sultanii X Bignoniaceae Spathodea campanulata X X Tabebulaim petiginosa X X X

Tabebula chrysotricha X X X Bixaceae Bixa orellana X X Bombacaceae Ceiba arianthos X X

Pseudo bombax sp X X

Pseudobombax tomentoso X X

Eriotheca canolleana X X

Bombax ceiba X X Boraginaceae Cordia superba X X

Cordia glabrata X X Brassicaceae Brassica sp X Cactaceae Opuntia ficusindica X X Caesalpiniaceae Schizolobium parahyba X X Capparaceae Cleome spinosa X Caprifoliaceae Lonicera japonica X X

58

TABELA 2 ndash Relaccedilatildeo das espeacutecies de plantas visitadas por T angustula Continua

Famiacutelia Espeacutecie Polinizada Visitada Recurso

Poacutelen Neacutectar

Sambucus australis X X Caryophylaceae Silene armeria X Cecropiaceae Cecropia hololeuca X Cochlospermaceae Cochlospermum vitifolium X X Compositae Vernonia polyanthes X X

Bidens pilosa X X Cosmos auphureus X X X

Centratherium violaceum X X X

Dahlia sp X Eclipta alba X Asterla evis X Tithonia rotundifolia X X X

Tithonia speciosa X X X

Tithonia diversifolia X Baccharis sp X Wedelia paludosa X Eupatorium sp X Mikania glomerata X X

Montano apyramidata X X Montano abipinnatifiada X Senecio brasiliensis X X X

Emilia sonchifolia X X Ambrosia sp X X Creopsis grandiflora X Galinsoga parviflora X Crassulaceae Kalanchoe tubiflora X X Cyperaceae Cyperus sp X Elaeocarpaceae Muntingia calabura X Ericaceae Rhododendron simsii X X X

Rhododendron indicum X X X Euphorbiaceae Alchornea sidaefolia X X X

Euphorbia milii X X X

Euphorbia pulcherrima X X X

Ricinus communis X X X

Croton sp X Fabaceae Desmodium sp X Tipuana tipu X Vigna peduncularis X X Guttiferae Kielmeyera coriacea X X Iridaceae Dietes vegeta X Labiatae Salvia splendens X Origanum vugare X

59

TABELA 2 ndash Relaccedilatildeo das espeacutecies de plantas visitadas por T angustula Continua

Famiacutelia Espeacutecie Polinizada Visitada Recurso

Poacutelen Neacutectar

Ocimum sellowii X Iboza riparia X X X

Coleus blumei X X X Leguminosae Andira anthelmintica X X

Mimosa daleoides X X X

Myroxylon balsamum X X X

Piptadenia gonoacantha X X X

Stylos anthesscabra X Caesalpinia bonducella X X X

Caesalpinia pelthophoroides X X X

Crotalaria lanceolata X Calliandra twedii X Sophora tomentosa X X Mimosa pudica X Erythrina speciosa X X X

Cassia grandis X Schizolobium parahyba X X Senna multijuga X Senna bicapsularis X X Delonix regia X Clitoria fairchildiana X Centrolobium tomentoso X Liliaceae Aloe sp X X Bulbine frutescens X Loranthaceae Struthanthus andrastylus X X Lythraceae Lagerstroemia indica X X Magnoliaceae Talauma ovata X X Malpighiaceae Malphiguia glabra X Tetrapterys X Byrsonima intermedia X X X Malvaceae Hibiscus rosa-sinensis X X X

Malvaviscus arboreus X X Sida rhombifolia X Melastomataceae Tibouchina granulosa X X

Clidemeia sp X X

Tibouchina sp X X X

Tibouchina holosericea X X Meliaceae Trichilia sp X Mimosaceae Leucaena leucocephala X Anadenanthera collubrina X Moraceae Cecropia pachystachya X X X

Morus nigra X X

60

TABELA 2 ndash Relaccedilatildeo das espeacutecies de plantas visitadas por T angustula Continua

Famiacutelia Espeacutecie Polinizada Visitada Recurso

Poacutelen Neacutectar Myrsinaceae Ardisia crenata X X Myrtaceae Eucalyptus robusta X X X

Eugenia jambos X X X

Eugenia pitanga X Eucalyptus terecornis X Plinia glomerata X Nyctaginaceae Bougainvile aspectabilis X X X Oleaceae Jasminum azoricum X Palmae Acrocomia aculeata X X

Archontophoenix cunninghamiana X

Syagrus romanzoffiana X Copernicia alba X X Sheelea phalerata X Passifloraceae Passiflora jilekii X Piperaceae Piper mollicomum X Poaceae Paspalum sp X Polemoniaceae Cobae scandens X Polygonaceae Polygonum capitatum X X X Pontederiaceae Pontederia lanceolata X X Proteaceae Grevill a bansksii X X X Rosaceae Prunus persica X X X

Pyracantha coccinea X X Rubiaceae Pentas lanceolata X X

Citrus airantum X X Rutaceae Citrus limon X X X Scrophulariaceae Paulownia imperialis X X Solanaceae Nicotiana tabacum X X Sterculiaceae Dombeya burgessiae X Dombeya wallichii X Sterculia chicha X X Tiliaceae Heliocarpus americanus X X X Tropaeolaceae Tropaeolum majus X X X Ulmaceae Tipo celtis X Trema micrantha X X Umbelliferae Foeniculum vulgare X X X Verbenaceae Duranta repens X

Vitex agnus-castus X

Velloziaceae Vellozia candia X X X Zingiberaceae Hedychium coronarium X Fonte Pirani Laurino 1993 Carvalho Marchine Ros 1999 Agostini Sazima 2003 Toledo et al 2003 Cartopassi-Laurino 2005 Braga e Colaboradores 2012 Novais Absy Santos 2013

61

Foram encontradas 71 famiacutelias e um total de 166 espeacutecies Dessas 30 espeacutecies satildeo

polinizadas e 136 satildeo visitadas Poacutelen e neacutectar satildeo os recursos mais coletados

com coleta de poacutelen em 78 espeacutecies e de neacutectar em 69 De acordo coma Lista de

Espeacutecies da Flora do Brasil (2010) 20 das espeacutecies que satildeo polinizadas (TABELA

2) satildeo nativas o restante satildeo espeacutecies exoacuteticas ou seja natildeo pertencem agrave flora

brasileira

As famiacutelias que apresentaram maior porcentagem de visitas por T angustula foram

Compositae e Leguminosae (TABELA 2) com 13 e 12 de espeacutecies

respectivamente (GRAacuteFICO 3) sendo as famiacutelias mais importantes para a dieta da

jataiacute (AGOSTINE SAZIMA 2003 SIIONI et al 2007) Esse resultado eacute similar ao

trabalho de Simioni e colaboradores (2007) seus resultados mostram que uma das

famiacutelias analisadas Leguminosae tambeacutem apresentaram um maior destaque na

quantidade de visitas realizadas por T angustula esse fato pode ser explicado pelo

fato de que Leguminosae representa a mais importante fonte de poacutelen para essa

espeacutecie

As famiacutelias Compositae e Leguminosae satildeo as mais bem representadas pelo fato

de apresentarem espeacutecies que fornecem alimento em maior qualidade e quantidade

por vaacuterios periacuteodos do ano Com destaque para a famiacutelia Leguminosae que fornece

recursos alimentares para as abelhas nos periacuteodos de estiagem (PIRANI LAURINO

1993 AGOSTINE SAZIMA 2003)

O graacutefico abaixo ilustra o comportamento generalista deT angustula Onde 41 das

visitadas realizadas pela espeacutecie se distribuem por 55 famiacutelias vegetais Esse

comportamento concorda com trabalho de Anacleto (2007) onde dentre as cinco

espeacutecies estudadas por ele a que apresentou o haacutebito mais generalista em relaccedilatildeo

ao nuacutemero de plantas visitadas foi T angustula

62

GRAacuteFICO 3 ndash Contribuiccedilatildeo das famiacutelias de plantas para a dieta de T angustula

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria com base nos dados da Tabela 1

As abelhas generalistas visitam flores pequenas e abertas e satildeo menos

relacionadas agraves flores especializadas (RUTHCKE JULES 1993 ROUBIK 1992

apud AGOSTINI SAZIMA 2003) e tecircm preferecircncia de flores arboacutereas com

inflorescecircncia densas

Um exemplo de flores que natildeo satildeo especializadas e que satildeo importantes para a

dieta de T angustula eacute da famiacutelia Asteraceae as espeacutecies Mangifera indica e

Schinus terebinthifolius apresentam grande densidade de flores e permite faacutecil

acesso para as abelhas deste modo tornam-se importantes fornecedores de fontes

de poacutelen (BRAGA et al 2012)

De acordo com o levantamento das plantas utilizadas pelas abelhas jataiacute realizado

por diferentes autores as famiacutelias que se mostraram bem representadas foram

Malvaceae Caesalpiniaceae Melastomataceae Myrtaceae Euphorbiaceae e

Anacardiaceae sendo consideradas portanto essenciais para a dieta da jataiacute

2 2 3 2

2 3

13

3 2

3

12 2 2 2 3

3

41

Acanthaceae Agavaceae Anacardiaceae Asteraceae Bignoniaceae

Bombacaceae Compositae Euphorbiaceae Fabaceae Labiatae

Leguminosae Malpighiaceae Malvaceae Melastomataceae Myrtaceae

Palmae Outros

63

Em geral essas famiacutelias podem ser caracterizadas pela floraccedilatildeo do tipo contiacutenuo ou

seja uma floraccedilatildeo que natildeo cessa ou que ocorre na maior parte do ano o que

permite as abelhas ter acesso aos recursos em todas as estaccedilotildees do ano

(CARVALHO MARCHINI ROS 1999 AGOSTINI SAZIMA 2003 TOLEDO et al

2003 MORGADO et al 2011)

64

65

5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS Sendo este a primeira pesquisa com abelhas em compus no Espiacuterito Santo Foi

observado que a distribuiccedilatildeo dos ninhos encontrados apresentou-se uniforme

Todos os ninhos estavam instalados em paredes e pisos de concreto o que indica

seu potencial de adaptabilidade agraves condiccedilotildees antroacutepicas

A diversidade de cores de poacutelen trazida pelas forrageiras no iniacutecio da manhatilde indica

uma ampla disponibilidade de alimento que a flores oferecem nesse periacuteodo do dia

bem como a eficiecircncia das forrageiras em selecionar essas flores

De acordo com as observaccedilotildees que foram realizadas no estudo as abelhas T

angustula podem ter suas atividades influenciadas pelo clima Uma vez que foi

observado que no periacuteodo de inverno em que as temperaturas satildeo mais baixas

elas comeccedilavam a realizar suas funccedilotildees nos horaacuterios com as temperaturas mais

altas

A divisatildeo de trabalho entre forrageadoras operaacuterias de limpeza e de defesa

observado nessa espeacutecie indica o comportamento altamente social dos Meliponini

O mecanismo de defesa observado em T angustula entre guardas pairando e em

peacute pode indicar uma caracteriacutestica de complementaridade na defesa do ninho uma

vez que durante as observaccedilotildees os dois tipos de guardas sempre se fizeram

presentes O que mostra que mesmo com o atrofiamento do ferratildeo os indiviacuteduos

desenvolveram estrateacutegias para a defesa contra invasores

Foi comum observar a presenccedila de revoadas nos ninhos entre as Jataiacutes Este

comportamento em geral eacute comum para o desenvolvimento (sobrevivecircncia) da

colocircnia No caso dos ninhos observados apoacutes as revoadas eles foram

desaparecendo Este fato pode indicar um baixo iacutendice de recursos troacuteficos para

essas abelhas dentro do campus pois ao inveacutes dos ninhos se manterem ou

aumentarem em quantidade ao longo das observaccedilotildees eles desapareceram

O levantamento das flores visitadas por T angustula indicou um comportamento

generalista desta espeacutecie em visitar uma grande variedade de plantas o que mostra

sua importacircncia para garantir a variabilidade dessas plantas

66

Esse levantamento tambeacutem indicou que a polinizaccedilatildeo realizada por elas foi

predominante em plantas exoacuteticas O que pode refletir a deficiecircncia na quantidade

de plantas nativas melitoacutefilas na aacuterea de estudo

67

REFEREcircNCIAS AGOSTINI Kayna SAZIMA Marlies Plantas Ornamentais e seus Recursos para Abelhas no Campus da Universidade Estadual de Campinas Estado de Satildeo Paulo Brasil Bragantia Campinas v 62 n 3 2003 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0006-87052003000300001gt Acesso em 15 Ago 2014 ALDREY Joseacute LN CAZALLA Feacutelix M F Filogenia y Evolucioacuten Del Orden Hymenoptera Sociedade Entomoloacutegica Aragonesa Madrid n 26 p 459-474 1999 Disponiacutevel em lthttpwwwsea-entomologiaorgPDFBOLETIN_26B26-032-459pdfgt Acesso em 26 Out 2014 ALMEIDA Daniela Espeacutecies de abelhas (Hymenoptera Apoidae) e tipificaccedilatildeo dos meacuteis por elas produzidos em aacuterea de Cerrado do Municiacutepio de Pirassununga Estado de Satildeo Paulo 2002 116 f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Entomologia)- Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz Piracicaba 2002 ALTMANN Jeanne Observational Study of Behavior Sampling Methods AnInternationaljournalofComparativeEthology Chicago v 49 p 227-265 1973 ALVARENGA Paulo E F Levantamento da Fauna de Abelhas (Hymenoptera Apidae Meliponina) na mata Santa Tereza Estaccedilatildeo ecoloacutegica de Ribeiratildeo Preto-SP e limitantes da densidade de seus ninhos 2008 94 f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Entomologia) ndash Faculdade de Filosofia Ciecircncias e Letras de Ribeiratildeo Preto da USP Satildeo Paulo 2008 ANACLETO Daniela A Recursos alimentares desenvolvimento das colocircnias e caracteriacutestica fiacutesico quiacutemicas microbioloacutegicas e poliacutenicas de mel e cargas de poacutelen de meliponineos do municiacutepio de Piracicaba Satildeo Paulo 2007 134 f Tese (Doutorado em Entomologia)- Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz Piracicaba 2007 ANACLETO Daniela A et al Composiccedilatildeo de Amostras de Mel de Jatai (Tetragonisca angustula Letrille 1811) Ciecircncia e Tecnologia de Alimento Campinas n 29 p 535-541 2009 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrpdfctav29n3a13v29n3pdfgt Acesso em 10 Abr 2014 ANDENA S R Bee communities (Hymenoptera Anthophila) ofthe ldquoCerradordquo ecosystem in Satildeo Paulo State Brazil Geneticsand Molecular Research Ribeiratildeo Preto v 8 n 2 2009 Disponiacuteve emlthttpwwwfunpecrpcombrgmryear2009vol8-2pdfkerr009pdfgt Acesso em 20 Ago 2014 ANTUNES Ordice T et al Produccedilatildeo de cultivares de morangueiro polinizada pela abelha Jataiacute em ambiente protegido Horticultura Brasileira Passo Fundo v 25 n 1 2007 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrpdfhbv25n1a18v25n1pdfgt Acessoem 20 Ago 2014

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Page 22: FACULDADE CATÓLICA SALESIANA DO ESPÍRITO SANTO … · No grupo dos Apinae está à tribo dos Meliponini, conhecidas como abelhas indígenas sem ferrão por possuir seu ferrão atrofiado

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Outro trabalho tambeacutem realizado em Campus Universitaacuterio foi feito por Almeida

(2002) sobre composiccedilatildeo das comunidades de abelhas em Satildeo Paulo O autor teve

o intuito de contribuir com informaccedilotildees sobre as espeacutecies de abelhas e as plantas

visitadas por elas Com levantamento das abelhas e plantas em duas aacutereas de

Cerrado (Cerradatildeo e Cerrado) localizado no campus Universitaacuterio no Municiacutepio de

Pirassununga foi coletado um total de 261 amostras de plantas de 41 famiacutelias e 140

espeacutecies Dessas apenas cinco ocorreram nas duas aacutereas Com relaccedilatildeo agraves

abelhas foram coletadas um total de 141 espeacutecies em quatro famiacutelias Foi concluiacutedo

que a famiacutelia que apresentou maior riqueza de espeacutecie foi Apidae Com relaccedilatildeo agraves

plantas as famiacutelias Asteraceae Malvaceae Fabaceae Sapindaceae e Vichysiaceae

foram as mais ricas em nuacutemero de espeacutecies

Neves e Viana (2002) realizaram um estudo sobre a ecologia da comunidade de

abelhas eussociais com o propoacutesito de analisar as atividades do seu vocirco

relacionando com recursos alimentares variaccedilotildees meteoroloacutegicas entre outros

fatores Com coletas das abelhas amostras de plantas floridas e monitoramento dos

ninhos nas dunas continentais na Bahia Eles capturaram oito espeacutecies da famiacutelia

Apidae Estas abelhas exibiam maior atividade no periacuteodo da manhatilde Um nuacutemero de

plantas floridas foi verificado na estaccedilatildeo chuvosa Assim sendo concluiacuteram que a

disponibilidade de recursos disponiacutevel e agraves variaccedilotildees meteoroloacutegicas favorecem a

concentraccedilatildeo de visitas florais dessas abelhas pela manhatilde

Um estudo sobre a ecologia das populaccedilotildees de meliponiacuteneos Souza e

colaboradores (2005) fizeram buscas pelos ninhos e coletas das abelhas no Campus

da Universidade Federal da Bahia eles encontraram 94 ninhos com 19 espeacutecies

diferentes tendo uma predominacircncia da espeacutecie Tetragonisca angustula Deste

modo concluiacuteram que a riqueza de espeacutecies de meliponineos (meliponini)

encontrada no Campus (o qual eacute um local que sofre antropizaccedilatildeo) pode ser devida

a disponibilidade de substratos para nidificaccedilatildeo e pela quantidade de recursos que eacute

ofertado

Stuch (2006) realizou uma pesquisa sobre a variabilidade geneacutetica das populaccedilotildees

de Tetragonisca angustula Nesse trabalho o autor primeiramente faz uma revisatildeo

da bibliografia com o propoacutesito de apresentar informaccedilotildees a respeito da estrutura

das populaccedilotildees de meliponiacuteneos (meliponini) sobre as abelhas indiacutegenas sem

ferratildeo e principalmente a respeito da abelha em estudo onde destacam informaccedilotildees

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do comportamento locais de nidificaccedilatildeo dos recursos usados para se alimentar e

do mel que eacute produzido por eles Com coletas e anaacutelises realizadas por meio de

marcador molecular nas cidades de Dracena em Satildeo Paulo e Ivatuba no Paranaacute Ele

observou que as amostras obtidas em Ivatuba apresentaram 60 de polimorfismo e

na cidade de Dracena foram apresentadas 40 Deste modo o autor concluiu que

em Ivatuba as populaccedilotildees de T angustula estatildeo diferenciadas geneticamente e natildeo

apresentam endocruzamento entre os ninhos jaacute as populaccedilotildees da cidade de

Dracena natildeo se encontraram modificados podendo os ninhos ser considerados

como um soacute Segundo o autor essas informaccedilotildees satildeo muito importantes para que

estudos de praacuteticas de manejo sejam realizados para manter a variabilidade dessas

populaccedilotildees

Outro trabalho tambeacutem em aacutereas fragmentadas foi realizado por Alvarenga (2008)

Neste trabalho o autor teve o objetivo de conhecer a diversidade e densidade dos

ninhos de meliponineos (meliponini) na Mata de Santa Tereza (Estaccedilatildeo Ecoloacutegica de

Ribeiratildeo Preto Satildeo Paulo) que fica situado entre a Mata Atlacircntica e o Cerrado com

levantamentos dos ninhos e das aacutervores que poderiam apresentar um tamanho

potencial para essas abelhas nidificarem Foram encontrados ninhos de quatro

espeacutecies de meliponineos (meliponini) sendo T angustula e Scaura latitarsis

representaram 25 dos ninhos encontrados e Trigona hyalinata 50 E em relaccedilatildeo

aacutes aacutervores cerca de 67 foram analisadas poucas apresentavam rachaduras ou

cavidades para abrigar os ninhos Deste modo foi concluiacutedo que na aacuterea estudada

haacute uma riqueza baixa e densidade relativamente meacutedia e tambeacutem poucos locais

para nidificaccedilatildeo

Andena e colaboradores (2009) tambeacutem fizeram um trabalho em aacutereas degradadas

Para eles esses estudos satildeo essecircncias devido a essas aacutereas serem a principal

razatildeo para o aumento das taxas de perda da diversidade geneacutetica e extinccedilatildeo das

abelhas Os autores realizaram um estudo para conhecer a diversidade de abelhas

no Cerrado em Satildeo Paulo Foram realizadas coletas das abelhas em quatro

reservas em regiotildees fragmentadas do Cerrado Reserva de Corumbataiacute Estaccedilatildeo

Ecoloacutegica de Jataiacute Parque Vassununga e Reserva de Cajuru Com cerca de 500

indiviacuteduos coletados as aacutereas que apresentaram maior riqueza foram Cajuru e

Corumbataiacute e as aacutereas com menor riqueza foram Vassununga e Estaccedilatildeo Ecoloacutegica

Jataiacute Mesmo apresentando maior nuacutemero de riqueza a aacuterea de Corumbataiacute sofreu

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vaacuterias alteraccedilotildees na composiccedilatildeo fauniacutestica durante o estudo Assim sendo foi

concluiacutedo que pesquisas como essas satildeo importantes pois contribuem com

informaccedilotildees a respeito da influencia que essas aacutereas degradadas podem exercer

sobre a composiccedilatildeo fauniacutestica e a riqueza das espeacutecies de abelhas

Um inventaacuterio sobre os meliponiacuteneos (meliponini) no Bioma Cerrado foi realizado por

Fernandes e colaboradores (2012) Com levantamentos feitos durante dois anos em

quatro aacutereas diferentes (Municiacutepio de Tangaraacute da Serra ndash MT nos arredores do

campus universitaacuterio de Mato Grosso na Reserva Florestal Antocircnio Conselheiro ndash

MT e na zona rural do municiacutepio Tangaraacute da Serra - MT) os autores coletaram 128

espeacutecimes distribuiacutedos em 27 espeacutecies e 14 gecircneros e constataram que a maior

riqueza foi vista na reserva florestal e na zona rural do municiacutepio de Tangaraacute da

Serra Deste modo eles concluiacuteram que a riqueza observada na reserva pode ser

devido agrave mata apresentar pouca antropizaccedilatildeo e que as informaccedilotildees obtidas nesse

estudo satildeo de extrema importacircncia para a preservaccedilatildeo da biodiversidade da reserva

florestal

Uma pesquisa realizada por Oliveira e colaboradores (2013) cujo tema foi

Levantamento de Ocorrecircncia de Meliponiacutedeos (Meliponini) em Municiacutepios na regiatildeo

do Vale do Jauru ndash MT foia incidecircncia de abelhas sem ferratildeo em zonas urbanas

Com entrevistas aos moradores e com sessotildees de fotos para definir quais espeacutecies

de abelhas se encontravam nas proximidades das casas da regiatildeo do Vale do Jauru

eles encontraram 67 colmeacuteias sendo 17 predominantes em apenas uma cidade

Deste modo concluiacuteram que na regiatildeo do Vale do Jauru encontram-se grandes

aacutereas verdes proporcionando dessa forma alimento e a preservaccedilatildeo das abelhas

24 COLETA DE RECURSOS E PRODUCcedilAtildeO DE MEL DAS MELIPONINI

Devido agraves poucas informaccedilotildees sobre a composiccedilatildeo do mel e fontes alimentares

utilizados pelos meliponineos Anacleto (2007) fez um estudo com o intuito de

conhecer as principais fontes que fazem parte da dieta dessas abelhas e tambeacutem

conhecer as caracteriacutesticas quiacutemicas do mel produzido por elas O estudo foi no

Municiacutepio de Piracicaba Satildeo Paulo Foi realizado um levantamento das plantas

visitadas por cinco espeacutecies de meliponineos (T angustula Scaptotrigona

31

bipunctata Nanotrigona testaceicornis Friesiomellita varia e Tetragona clavipes)

coleta de mel nos potes de alimento dos ninhos e coleta de poacutelen retirada das

corbiacuteculas O autor obteve 158 espeacutecies de plantas sendo que dessas 67 foram

visitadas pelas abelhas em estudo e na anaacutelise poliacutenica foram encontradas 72

espeacutecies de plantas A espeacutecie que apresentou menor nuacutemero de visitas foi F varia

em contrapartida T angustula foi a espeacutecie que apresentou o haacutebito mais

generalista em relaccedilatildeo ao numero de espeacutecies de plantas visitadas Com relaccedilatildeo ao

mel foram analisadas um total 31 amostras Os estudos com a composiccedilatildeo do mel

apresentaram uma dificuldade devido agrave legislaccedilatildeo atender apenas as caracteriacutesticas

do mel de Apis melliacutefera e natildeo o mel das abelhas nativas O mel de F varia foi a que

apresentou menor niacutevel de accediluacutecar em contrapartida o niacutevel de accediluacutecar do mel de T

angustula foi o mais elevado Deste modo foi concluiacutedo que as espeacutecies estudadas

se mostraram generalistas com exceccedilatildeo de F varia e com relaccedilatildeo agrave anaacutelise do

mel foi concluiacutedo que haacute a necessidade de um padratildeo na legislaccedilatildeo proacuteprio para

uma melhor anaacutelise dos compostos quiacutemicos do mel de meliponiacuteneos

Anacleto e colaboradores (2009) tambeacutem realizaram uma pesquisa sobre o padratildeo

de qualidade do mel das abelhas sem ferratildeo Para esse estudo foi analisado a

composiccedilatildeo do mel das abelhas Tetragonisca angustula Com coletas feitas

diretamente de dentro das colocircnias encontradas em Piracicaba ndash (SP) e com

anaacutelises feitas sobre o accediluacutecar proteiacutenas pH acidez cor entre outros fatores os

autores obtiveram 20 amostras de mel e relataram que o accediluacutecar dessas amostras

apresentaram valores inferiores ao que eacute estabelecido pelas normas

brasileirasAssim sendo concluiacuteram que 5 de accediluacutecar do mel coletado natildeo se

enquadram na legislaccedilatildeo e que seria necessaacuterio um maior estudo para que uma

nova legislaccedilatildeo seja feita

No trabalho de Sommeijer e colaboradores (1983) aleacutem de analisar os recursos

coletados por algumas abelhas sem ferratildeo (Meliponineos) e Apis mellifera os

autores tambeacutem fizeram observaccedilotildees no comportamento de forrageamento dessas

abelhas As observaccedilotildees e amostras de poacutelen foram retiradas semanalmente das

corbiacuteculas das forrageiras que retornavam ao ninho Os autores observaram que as

coletas dos recursos ocorreram em periacuteodos diferentes os voos de neacutectar ocorreram

na maior parte das vezes de manhatilde e os vocircos de poacutelen ocorreram agrave tarde Em

relaccedilatildeo ao poacutelen foram obtidas 191 amostras sendo que quatro famiacutelias se

32

mostraram mais presentes Myrtaceae Sapotaceae Sapindaceae e Melliaceae

Desta forma concluiacuteram que as coletas de poacutelen pelas forrageiras podem ter

predominado no periacuteodo da manhatilde devido agraves flores se mostrar mais murchas com o

passar do dia Tambeacutem concluiacuteram que os recursos de poliacutenicos foram bem

diversos o que confirmou o haacutebito generalista dessas abelhas

Carvalho e Marchini (1999) realizaram um estudo dentro de um campus Universitaacuterio

(USP) em Piracicaba Em seu trabalho tiveram o objetivo de conhecer as plantas

que oferecem recursos para abelhas em ambientes mais antropizados Com coletas

de abelhas operaacuterias em colocircnias de Tetragonisca angustula e Nannotrigona

testaceicornis os autores analisaram os gratildeos de poacutelen coletados por elas Atraveacutes

dessa anaacutelise obtiveram 31 tipos poliacutenicos em 22 famiacutelias de plantas sendo que

entre essas famiacutelias para N testaceicornis os gratildeos de poacutelen que se mostrou mais

frequumlente foi de Myrtaceae e para T angustula foram Fabaceae Liliaceae e

Mimosaceae Dessa maneira concluiacuteram que essas espeacutecies se mostraram

generalistas visitando diversas plantas

No mesmo ano Carvalho Marchini e Ros (1999) fizeram um estudo para comparar

e analisar as fontes de poacutelen utilizadas por Apis mellifera e quatro diferentes

espeacutecies de Trigonini (Nannotrigona testaceicornis Partamona helleri Plebeia

droryana e Tetragonisca angustula) O trabalho teve o intuito de fornecer

informaccedilotildees sobre as preferecircncias florais e as relaccedilotildees troacuteficas dessas espeacutecies

Com coletas realizadas nos meses de Outubro e Novembro de 1996 no campus da

USP em Piracicaba os autores coletaram 53 tipos poliacutenicos desses os tipos mais

frequentes para todas as abelhas foram Aracaceae Bulbine frutescens e

Eucalyptus spe com as relaccedilotildees troacuteficas eles observaram que a utilizaccedilatildeo de fontes

de poacutelen variou conforme a espeacutecie e que a dieta se mostrou bem diversificada

Dessa maneira os autores concluiacuteram que P droryana e Phelleri foram agraves

espeacutecies que apresentaram maior uniformidade na utilizaccedilatildeo de fontes de poacutelen e a

maior sobreposiccedilatildeo de nicho troacutefico ocorreu entre N testaceiconis e T angustula e

menor sobreposiccedilatildeo foi entre A meliacutefera e T angustula

Devido agrave carecircncia de estudos sobre os recursos florais utilizados pelas abelhas

Agostini e Sazima (2003) fizeram um estudo sobre a fenologia das espeacutecies de

plantas ornamentais e suas relaccedilotildees com as espeacutecies de abelhas Com registros da

fenologia das plantas arboacutereas e arbustivas e o tipo de recurso utilizado pelas

33

abelhas no campus da Universidade Estadual de Campinas em Satildeo Paulo os

autores registraram 42 espeacutecies de plantas e observaram que na aacuterea estudada

houve plantas florindo todos os meses e natildeo houve sazonalidade marcada Com

relaccedilatildeo ao tipo de recurso utilizado pelas abelhas foi observado que as plantas mais

visitadas foram da famiacutelia Leguminosae e Bombacaceae por serem importantes

fontes de alimento para as abelhas no periacuteodo de estiagem Concluiacuteram que plano

de manejo em ambientes urbanos usando plantas ornamentais nativas seria

importante para acolher maior diversidade de abelhas as quais cumprem papel

importantiacutessimo na manutenccedilatildeo da biodiversidade dos ecossistemas naturais

Como muitas plantas de importacircncia econocircmica dependem de insetos para

aumentar a produccedilatildeo e a qualidade dos frutos Toledo e colaboradores (2003)

pesquisaram as angiospermas na regiatildeo de Maringaacute no estado do Paranaacute para

contribuir com o conhecimento da biodiversidade nessa regiatildeo Com coletas em

onze espeacutecies de plantas examinadas na Universidade Estadual de Maringa

Paranaacute os autores obtiveram 331 insetos Entre as abelhas trecircs espeacutecies coletadas

foram as mais abundantes Tetragonisca angustula Apis mellifera e Trigona spinipes

Os autores concluiacuteram que essas abelhas africanizadas e sem ferratildeo foram as mais

abundantes nas coletas as flores devido tanto ao seu comportamento generalista

como pela sobreposiccedilatildeo no local de forrageamento

Simioni e Colaboradores (2007) realizaram um estudo para investigar os recursos

alimentares de Tetragonisca angustula fiebrigi em Mato Grosso do Sul Com

amostras de cargas poliacutenicas corbiculares das operaacuterias em um ambiente natural de

Corumbaacute-MS no periacuteodo de seis meses os autores relataram que T angustula

visitou 43 espeacutecies de plantas para coleta de poacutelen e as famiacutelias mais visitadas

foram Leguminosae Palmae Asteraceae e a subfamiacutelia Mimosidae devido agrave grande

quantidade de poacutelen acessiacutevel Deste modo concluiacuteram que Tetragonisca

angustula mostrou-se seletivo com relaccedilatildeo agraves fontes de alimento disponiacutevel na aacuterea

estudada e que a famiacutelia Leguminosae se mostrou a mais importante fonte de poacutelen

para T angustula

Muitas espeacutecies de abelhas vecircm sendo utilizadas consorciadas ao cultivo de

diversas espeacutecies de plantas No trabalho de Antunes e colaboradores (2007) eles

utilizaram a espeacutecie Tetragonisca angustula para verificar seu efeito como agente

polinizador na produccedilatildeo de frutos de cultivares de morango em estufa O estudo foi

34

realizado na Universidade de Passo Fundo RS utilizando quatro cultivares de

morangueiro (Oso Grande Tdla Chandler e Dover) com ausecircncia e presenccedila de

duas e quatro colmeacuteias de T angustula Os autores observaram que o numero de

visitas as flores foram o mesmo para os mesmos nuacutemeros de colocircnias e que o uso

de duas ou quatro colmeacuteias natildeo alterou a produccedilatildeo dos frutos Aleacutem disso

observaram tambeacutem que a porcentagem de frutos deformados teve uma queda

consideraacutevel de 85 para 5 Sendo assim concluiacuteram que a presenccedila de

Tetragonisca angustula para a polinizaccedilatildeo em ambiente fechado tem grande

importacircncia para o aumento da produtividade e para o aumento da quantidade de

frutos comerciaacuteveis

Devido agrave grande importacircncia das abelhas sem ferratildeo para manter a biodiversidade

das plantas Braga e colaboradores (2012) fizeram um estudo com a espeacutecie T

angustula por ela ser amplamente distribuiacuteda nos habitats tropicais Com estudo

realizado em duas ilhas (Ilha Grande e Tucuruccedilaacute) e outras duas na ilha Ariroacute e

Tinguaacute todas SAP aacutereas de Mata Atlacircntica do Estado do Rio de Janeiro e apenas

Ilha Grande pertence a uma unidade de proteccedilatildeo ambiental Para esse estudo os

autores fizeram coletas de carga de poacutelen e observaccedilotildees agraves flores T angustula

visitou 61 espeacutecies de plantas sendo Anacardiaceae e Asteraceaeas mais visitadas

Na Ilha grande foi a aacuterea onde se obteve maior nuacutemero de visitas e onde se

encontrou 39 tipos poliacutenicos Dessa maneira concluiacuteram que a dieta de T angustula

eacute bem ampla e que essas pesquisas satildeo necessaacuterias para conhecer as plantas que

operam como recurso para as abelhas em ambiente natural

Com o intuito de contribuir para o conhecimento da flora e sua utilizaccedilatildeo por

polinizadores nativos Novais Absy e Santos (2013) caracterizaram o poacutelen de T

angustula atraveacutes da anaacutelise palinoloacutegica analisando os meacuteis produzidos por esta

espeacutecie em duas regiotildees semi-aacuteridas tropicais do nordeste do Brasil Com amostras

de mel coletados mensalmente nos municiacutepios de Itaberaba e Ruy Barbosa na

Bahia durante 14 meses os autores observaram que o espectro poliacutenico das

amostras de mel de T angustula consistiu um total de 67 tipos de poacutelen sendo que

18 deles foram comuns aos espectros de poacutelen tanto de Itaberaba quanto de Ruy

Barbosa e as famiacutelias das plantas que predominaram em ambos municiacutepios foram

Fabaceae Myrtaceae Malvaceae e Euphorbiaceae Concluiacuteram que houve um uso

heterogeneo dos recursos naturais no municiacutepio de Itaberaba e homogecircneo no

35

municiacutepio de Ruy Barbosa neste foi detectado um tamanho maior do nicho de poacutelen

de T angustula Para os autores isso se deve a diferenccedila na diversidade de plantas

entre os dois municiacutepios

25 COMPORTAMENTO DA ABELHA JATAIacute

Para algumas pesquisas estudos sobre comportamento eacute essencial para obter

informaccedilotildees importantes sobre a espeacutecie em estudo Para que pesquisadores

possam fazer estudo de comportamento em campo Altmann (1973) publicou um

trabalho sobre comportamento animal onde ela faz um guia para orientar os

observadores em seus estudos Ela apresenta meacutetodos para ser utilizado nas

observaccedilotildees tanto em comportamento individual quanto em grupo e apresenta o uso

de meacutetodos de amostragem nas observaccedilotildees Nesse a autora relata trabalhos de

outros autores sobre observaccedilotildees comportamentais e faz discussotildees a respeito de

problemas de amostragem em comportamento social como tambeacutem as vantagens e

desvantagens do uso de alguns meacutetodos

Um estudo relacionado com o comportamento de T angustula foi realizado por

Wittmann (1985) para mostrar que o sistema de defesa dessa espeacutecie natildeo era

apenas para defesa de alguns insetos voadores mais tambeacutem para defesa contra

ataques de abelhas cleptobioacuteticas Para observaccedilatildeo do comportamento das guardas

pairando foi mantida uma colocircnia de Lestremelitta limatildeo proacuteximo a quatros colocircnias

de T agustula O autor notou que o posicionamento das guardas pairando proacuteximo

ao corredor de vocirco do ninho permitia maior eficiecircncia nos ataques aos intrusos

cleptobioacuteticos e que durante esses ataques o numero de guardas aumentava

consideravelmente para reforccedilar a defesa do ninho Dessa maneira concluiu-se que

no comportamento de defesa essa espeacutecie faz um recrutamento em massa das

guardas em resposta a um feromocircnio lanccedilado por L limatildeo

Couvillon e colaboradores (2007) fizeram um estudo sobre a movimentaccedilatildeo das

forrageiras em relaccedilatildeo ao tamanho da entrada do ninho e o comportamento

defensivo das guardas em relaccedilatildeo agraves perturbaccedilotildees que os ninhos sofrem Para esse

trabalho os autores estudaram 26 espeacutecies de abelhas sem ferratildeo no campus da

Universidade de Satildeo Paulo em Ribeiratildeo Preto Foram medidas a entrada dos ninhos

36

e o comprimento de abelhas forrageiras Foi verificado que a entrada do tubo do

ninho se ajusta ao tamanho das abelhas operaacuterias ou seja quanto maior for a

abelha maior seraacute a entrada do ninho Tambeacutem observaram que as guardas tinham

o comportamento de proteger o ninho bloqueando sua entrada e permitindo apenas

a entrada das forrageiras Assim concluiacuteam que essas abelhas apresentam

importantes mecanismos de defesa para ninho e que estudos como esse podem

trazer informaccedilotildees importantes ao comportamento de defesas das abelhas sem

ferratildeo

Minussi e Santos (2007) fizeram um estudo para descobrir se haacute algum efeito

negativo da Apis mellifera sobre as abelhas nativas em relaccedilatildeo agrave coleta de recursos

Para isso os autores fizeram um trabalho sobre o comportamento que ocorre entre

essas abelhas Com observaccedilotildees agraves flores e coletas das abelhas na Escola

Agroteacutecnica Federal de Sombrio no municiacutepio de Santa Rosa Santa Catarina Apis

mellifera foi agrave espeacutecie mais abundante encontrada na aacuterea em estudo em seguida

Trigona spinipes foi a mais abundante Durante as observaccedilotildees notaram que o

comportamento de abertura das mandiacutebulas da subfamiacutelia Halictinae para atacar e

expulsar as abelhas africanizadas das flores era comum e que esse comportamento

ocorria sempre antes que abelhas conseguissem chegar ao fundo da flor Dessa

maneira concluiacuteram que as abelhas nativas conseguem se defender das abelhas

africanizadas para garantir seu recurso

Karcher e Ratnieks (2009) mostraram em suas pesquisas que ninhos de T

angustula natildeo eram apenas defendidos por guardas pairando mas tambeacutem por

guardas que ficam de peacute na entrada do ninho Os autores colocaram dez campeiras

e natildeo campeiras da mesma espeacutecie e campeiras tratadas com odor de

Scaptotrigona bipunctata em cinco ninhos As guardas de peacute natildeo rejeitaram

nenhuma campeira mas rejeitaram quase todas natildeo campeiras e campeiras

tratadas com odor volaacutetil A partir desse resultado concluiacuteram que as operaacuterias que

ficam de peacute na entrada do ninho tambeacutem atuam como oacutetimas guardas para

discriminar as abelhas campeiras e natildeo campeiras

No trabalho de Gruter Karcher e Ratnieks (2011)foi realizado um estudo sobre as

abelhas guardas de Tetragonisca angustula que ficam pairando e de peacute proacuteximo ao

ninho Os autores fizeram algumas experiecircncias para saber se havia alternacircncias de

tarefas entre elas A pesquisa teve duraccedilatildeo de trecircs anos e foi realizada em uma

37

fazenda perto de Satildeo Paulo Para observar essa alternacircncia de tarefas as abelhas

guardas foram coletadas e marcadas Dessa maneira notaram que das 18 abelhas

marcadas 12 eram exclusivamente guardas em peacute e seis realizavam os dois tipos

de guardas Durante as 21 horas de observaccedilatildeo natildeo foi observado mudanccedila entre

os tipos de guardas A partir desses resultados concluiacuteram que a alternacircncia de

tarefa entre as guardas eacute rara de acontecer indicando que a defesa de T angustula

e feita por divisatildeo de trabalho

Zweden e colaboradores (2011) fizeram um trabalho semelhante agrave Wittmann (1984)

com os guardas de defesa que ficam pairando Em seu estudo os autores tinham o

objetivo de testar a hipoacutetese que as guardas aumentavam a defesa do ninho em

relaccedilatildeo aos intrusos principalmente Lestrimellita limatildeo a qual eacute um ladratildeo

obrigatoacuterio de Tetragonisca angustula Foram feitas mediccedilotildees da distacircncia em que

as guardas pairando atacavam tanto um manequim de massa de modelar coberto de

citral (odor volaacutetil liberado por L limatildeo) quanto operaacuterias de Lestrimellita limatildeo

receacutem morto Todos os intrusos do experimento foram atacados por T angustula a

distacircncia que ocorreu o ataque variou entre 0-22 cm os ninhos que tinham mais

guardas apresentou maior distacircncia Dessa maneira concluiacuteram que a presenccedila de

guardas pairando aumenta a detecccedilatildeo de intrusos e que essas guardas respondem

especialmente a pistas visuais

As abelhas sem ferratildeo (eussocias) costumam apresentar divisatildeo de trabalho em

suas colocircnias Gruter e colaboradores (2012) em seu estudo quiseram testar a

hipoacutetese de que os soldados especializados (guardas) para a defesa das colocircnias de

jataiacute (Tetragonisca angustula) eram relativamente maiores que os trabalhadores

Com anaacutelise no tamanho e na forma das forrageiras guardas e trabalhadores que

removem resiacuteduos das colocircnias o autor constatou que o peso corporal das guardas

era maior que das abelhas forrageiras e que o tamanho da cabeccedila das forrageiras

mostrou-se um pouco maior em relaccedilatildeo agraves guardas Assim concluiu-se que a

variaccedilatildeo no tamanho seria devido agrave divisatildeo de trabalho ou seja a diferenccedila no

tamanho do corpo consiste em uma eficaacutecia maior para lutar contra invasores e a

diferenccedila em relaccedilatildeo ao tamanho da cabeccedila seria devido agrave necessidade das

forrageiras de decorar caminhos para busca do alimento

38

39

3 METODOLOGIA

31 AacuteREA DE ESTUDO

O Municiacutepio de Vitoacuteria possui uma extensatildeo geograacutefica que envolve um grau

elevado de urbanizaccedilatildeo (SOUZA 2011) De acordo com o Instituto Brasileiro de

Geografia e Estatiacutestica (2010) o Municiacutepio apresenta uma aacuterea de mais de 98 Kmsup2 e

conta com uma populaccedilatildeo estimada de 352104 habitantes O clima da regiatildeo de

Vitoacuteria pode ser classificado como Tropical uacutemido (CLASSIFICACcedilAtildeO [20--])

apresentando temperatura maacutexima que pode chegar a 32ordm C e miacutenima que fica em

torno de 24ordm C com os maiores iacutendices de precipitaccedilatildeo pluviomeacutetrica entre os meses

de Outubro a Janeiro (INSTITUTO CAPIXABA DE PESQUISA ASSISTEcircNCIA

TEacuteCNICA E EXTENSAtildeO RURAL 2011)

Vitoacuteria eacute um dos Municiacutepios que apresentam os maiores niacuteveis de temperaturas do

Estado Isso se deve ao fato de as grandes montanhas dificultarem a passagem dos

ventos do nuacutemero de preacutedios que aumenta com o passar dos anos assim como a

poluiccedilatildeo (SOUZA 2011)

O estudo foi realizado no Campus Universitaacuterio Alaor de Queiroz Arauacutejo da

Universidade Federal do Espiacuterito Santo (FERNANDES VALE 2013) tambeacutem

conhecido como campus de Goiabeiras Este campus se encontra localizado no

Municiacutepio de Vitoacuteria capital do Estado do Espiacuterito Santo e nas coordenadas

geograacuteficas de 20ordm 16rsquoS e 40ordm 18rsquoW (FERREIRA DANTAS 2000)

O Campus fica ao Sul e ao Oeste do canal da passagem e a Leste com a Avenida

Fernando Ferrari Ateacute 2008 era composta por uma aacuterea de ambiente entre mareacutes e

terrestre de 1592545 msup2 poreacutem com a ampliaccedilatildeo da Avenida Fernando Ferrari

essa aacuterea foi reduzida para 1567545 msup2 (FERNANDES VALE 2013) A aacuterea

amostral se localiza no entorno do Centro de Ciecircncias Humanas e Naturais (CCHN)

Implantada por volta da deacutecada de 1970 ela compotildee os ICrsquos (iniciais de Ilha do

Cercado) I II III e IV (FERNANDES VALE 2013) e apresenta uma aacuterea que

compreende edificaccedilotildees como preacutedios passarelas ruas asfaltadas paacutetio de

estacionamento e aacutereas jardinadas (MAPA 01)

40

Mapa 01- Mapa do Campus Universitaacuterio de Goiabeiras (UFES) com destaque da

aacuterea de estudo em vermelho

Fonte Google Maps (2014) 32 OBTENCcedilAtildeO DOS DADOS

A aacuterea de estudo foi inspecionada agrave procura de ninhos de T angustula com

observaccedilotildees em calccediladas paredes muros postes troncos de aacutervores entre outros

conforme Taura e Laroca (1991) Os ninhos encontrados foram marcados por letra

alfabeacutetica e mapeados com o auxiacutelio de um marcador permanente (marca Jocar

Office) e um GPS (marca Garmin etrex vista) As observaccedilotildees foram realizadas uma

vez a cada semana durante cinco meses de Abril agrave Setembro de 2014 totalizando

21 dias amostrados (140 horas) O periacuteodo no qual foram realizadas as observaccedilotildees

41

foi de 0700 agrave 1700 horas As observaccedilotildees foram feitas durante 15 minutos em cada

ninho e intercaladas nos periacuteodos matutino vespertino e dia todo com o auxilio de

uma lupa de matildeo devido elas apresentarem aproximadamente 5 miliacutemetros

(NOGUEIRA-NETO 1997) A lupa de matildeo foi utilizada tambeacutem para observar a cor

do poacutelen que as abelhas traziam para dentro do ninho

A contagem do nuacutemero de entradas e saiacutedas das abelhas coletoras e das abelhas

que protegem a colocircnia de invasores foi realizada em todos os ninhos com o auxilio

de um contador de nuacutemeros Os registros foram realizados com redaccedilatildeo dos

eventos e por meio de fotografias As observaccedilotildees seguiram o meacutetodo Animal-Focal

descrito por Altmann (1973) para anaacutelise do comportamento das abelhas Esse

meacutetodo consiste em amostrar os comportamentos de um ou mais indiviacuteduos por um

determinado periacuteodo de tempo O levantamento das principais fontes de alimento de

T angustula foi obtido a partir de dados bibliograacuteficos

33 ANAacuteLISE DOS DADOS

Para anaacutelise dos dados foi utilizado o programa ldquoMapSourcerdquo para a construccedilatildeo do

mapa dos ninhos encontrados Foi tambeacutem utilizado o programa Microsoft Excel

2007 para construccedilatildeo de graacuteficos para analisar o nuacutemero de visitas (entrada e saiacuteda)

que as abelhas coletoras apresentaram durante os cinco meses observados Os

graacuteficos foram construiacutedos por intervalos de horas sendo que as informaccedilotildees se

acumularam mais proacuteximo do horaacuterio em que houve mais eventos observados no

ninho O mesmo programa foi utilizado para retirar a meacutedia da quantidade de

guardas na defesa do ninho

Os dados resultantes do levantamento bibliograacutefico das fontes alimentares serviram

de base para a elaboraccedilatildeo de um graacutefico com a contribuiccedilatildeo das famiacutelias de plantas

mais visitadas por T angustula

42

43

4 RESULTADOS E DISCUSSOtildeES

41 LOCALIZACcedilAtildeO DOS NINHOS

Foram encontrados onze ninhos (marcados por letra alfabeacutetica de A a K) cinco

instalados em paredes e muros (K C I e J) e seis localizados sob placas de

concreto de passarelas (A B D E F G e H) (mais precisamente na base das

pilastras da passarela que se encontra entre os IC`s II e III) Este fato corrobora com

os estudos de Taura e Laroca (1991) que indica que a disponibilidade de nidificaccedilatildeo

nesses locais aumenta com as atividades antroacutepicas A localizaccedilatildeo dos ninhos eacute

apresentada pelo Mapa 02

Os ninhos C J K (Mapa 02) recebiam calorna maior parte do dia jaacute os demais natildeo

recebiam sol diretamente na maior parte do dia pois eram protegidos pela pilastra e

pela cobertura da passarela

Durante todo o periacuteodo das observaccedilotildees em geral o clima foi de dias quentes com

presenccedila de ventos

MAPA 02 ndash Mapa dos ninhos de T angustula estudadas no Campus de Goiabeiras

(UFES) Abril ndash Setembro2014

Fonte Modificado em Google earth (2014) Dos 11 ninhos observados dois ninhos natildeo apresentavam a entrada com o formato

comum de cilindro e traziam um formato natildeo definido

44

Em todos os ninhos foi possiacutevel ver que a abertura da extremidade do tubo era

relativamente grande Tal formato permite que haja espaccedilo para que algumas

abelhas guardas permaneccedilam na entrada do tubo ao mesmo tempo em que deixa

espaccedilo suficiente para as forrageiras passarem (KARCHER RATNIEKS 2009) Ao

longo de todo o tubo havia presenccedila de centenas de perfuraccedilotildees o que segundo

Gruter Karcher e Ratinieks (2011) eram para ajudar nas trocas gasosas

Nos cinco meses observados trecircs ninhos desapareceram da aacuterea amostral restando

ao final das observaccedilotildees oito ninhos Um deles (ninho E) foi perdido logo no iniacutecio

das observaccedilotildees supotildee-se que tenha ocorrido alguma intervenccedilatildeo aguda por

exemplo humana pois logo no segundo dia de observaccedilatildeo o mesmo jaacute natildeo estava

no lugar demarcado Outros dois ninhos (ninhos F e G) tambeacutem foram perdidos O F

persistiu ateacute o mecircs de Maio e o ninho G ateacute Julho Nestes o desaparecimento se

sucedeu apoacutes eventos de revoadas

42 INTERACcedilOtildeES INTER E INTRAESPECIacuteFICAS

TABELA 1 - Dados dos Ninhos observados

Data Ninho Hora Cores de Poacutelen

Presenccedila de

Resina Operaacuteriaslimpeza Guardas

em peacute Guardas pairando Ameaccedila

14abr D 07h-8h

Amarelo Branco Laranja

Vermelho

X 5 1

13mai C 10h-11h

Amarelo Branco Laranja

Vermelho

X X 4 4

20mai J 15h-16h Branco X X 8 12 02jun H 12h-13h Branco X X 8 4 16jul D 13h-14h Branco

X 8 2 Formiga

20jun B 08h-09h

Amarelo Branco Laranja

Vermelho

X X 9 3

06ago C 14h-15h Branco X 7 10 Lagartixa

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria As observaccedilotildees indicaram que as jataiacutes visitavam vaacuterias espeacutecies de flores durante

as manhatildes e iniacutecio das tardes pois nesse periacuteodo trouxeram uma grande

45

diversidade de poacutelen (cores amarela laranja branca e vermelha) transportados em

suas corbiacutecula para dentro do ninho B C e D (TABELA 1) (FIGURA 1-A) No horaacuterio

da tarde essa diversidade diminuiacutea nos ninhos C D H e J (TABELA 1) e era

representada pelo transporte de poacutelen de cor branca Este fato mostra que a

diversidade de flores visitadas decresce ao longo do dia

As abelhas sociais de um modo geral visitam as flores enquanto elas satildeo atrativas

Elas apresentam preferecircncia pela cor e satildeo capazes de discriminar os conjuntos

florais realizar sua localizaccedilatildeo e selecionar aquelas que produzem maior quantidade

e melhor qualidade de alimento (PIRANI LAURINO 1993) Existem diversos fatores

que podem influenciar a coleta de alimento pelas abelhas sociais entre eles o

comportamento das campeiras e a necessidade das colocircnias que depende do seu

tamanho (PIRANI LAURINO 1993)

Aleacutem de poacutelen tambeacutem foi observado carregamento de resina nas corbiacuteculas para

dentro do ninho B C H e J (TABELA 1) (FIGURA 1-B) essa eacute coletada pelas

abelhas em bototildees florais Depois de a resina ser coletada ela pode ser armazenada

pura ou misturada com cera No caso de T angustula ela geralmente faz a

armazenagem na forma pura (NOGUEIRA-NETO 1997) Como a resina eacute viscosa e

grudenta as abelhas a utilizam para vedar o entorno da entrada do tubo e tambeacutem

para depositar uma quantidade sobre o corpo e cabeccedila das formigas para defender

a colocircnia contra invasores (WITTMANN 1985 NOGUEIRA-NETO 1997)

Durante todo o periacuteodo observado foi notada a presenccedila de operaacuterias que cuidavam

da limpeza dos ninhos (TABELA 1) Essas operaacuterias trabalhavam retirando resiacuteduos

(detritos) de dentro do ninho e o faziam carregando atraveacutes de sua mandiacutebula

(FIGURA 1-C) Este trabalho era realizado continuamente ao longo de todo o dia

Para Nogueira-Neto (1997) T angustula eacute a espeacutecie que tem o melhor haacutebito de

limpeza e por esta razatildeo seu mel e seu proacutepolis satildeo considerados o melhor dentre

as outras espeacutecies

FIGURA 1- Divisatildeo de trabalho entre operaacuterias de Tetragonisca angustula A

Detalhe da corbiacutecula com poacutelen B Detalhe da corbiacutecula com resina C Operaacuteria de

limpeza com resiacuteduo na mandiacutebula

46

Fonte Arquivo Labibio

Em cada ninho foi possiacutevel notar a presenccedila de abelhas que ficavam tanto pousadas

ao longo do tubo de entrada do ninho quanto sobrevoando proacuteximo do mesmo

Essas abelhas satildeo chamadas por Gruter Karcher e Ratnieks (2011) de abelhas

guardas em peacute e pairando respectivamente As guardas em peacute estavam sempre

em grandes quantidades e estiveram em atividade praticamente em todo o periacuteodo

do dia

Essas guardas ficavam na maior parte do tempo com a mandiacutebula apoiada sobre o

ninho acredita-se que tenham a funccedilatildeo de depositar resina ao entorno do ninho As

demais guardas que ficavam sobrevoando estiveram mais ausentes logo no

A B

C

47

comeccedilo da manhatilde por volta das 0700 as 0900 horas As guardas pairando ficavam

na maioria das vezes em nuacutemeros de trecircs a quatro sempre posicionadas a direita e

esquerda do tubo e em direccedilatildeo a entrada (FIGURA 2)

FIGURA 2- Ninho de T angustula com guardas pairando destacado em vermelho e

guardas em peacute em destaque azul

Fonte Arquivo Labibio

Foi observado que no periacuteodo da tarde o nuacutemero de guardas pairando aumentava

Isso era visto com maior frequumlecircncia nos ninhos C e J instalados em paredes

(TABELA 1) Segundo Gruter Karcher e Ratnieks (2011) as colocircnias que

apresentam um nuacutemero maior de guardas pairando sofrem ameaccedilas de

vertebrados fato corroborado no ninho C (TABELA 1) que foi atacado por uma

lagartixa No momento em que aconteceu uma parte da populaccedilatildeo saiu do ninho e

se mostraram bem agitadas O que de acordo com Gruter Karcher Ratnieks (2011)

trata-se de uma resposta defensiva agrave percepccedilatildeo da respiraccedilatildeo de vaacuterios

vertebrados

Tambeacutem foi observado o comportamento defensivo em quando formigas se

aproximavam do ninho D (TABELA 1) As jataiacutes as ldquobeliscavamrdquo para que se

afastassem Esse mesmo comportamento foi visto durante minhas observaccedilotildees ao

Ninho A toda vez que me aproximava para observar ou fotografar surgiam vaacuterias ao

48

meu redor em uma dessas observaccedilotildees a jataiacute picou pele exposta Dentre todos os

ninhos essa foi a que apresentou o comportamento mais agressivo

De acordo com os estudos de Gruter e colaboradores (2012) T angustula eacute a uacutenica

espeacutecie que apresenta um sistema de defesa que envolve dois grupos distintos e

complementares de guardas uma pairando que se estacionam no ar proacuteximo ao

ninho e outras em peacute ao redor da entrada do ninho As guardas que ficam de frente

para o caminho de vocirco satildeo chamadas de grupo principal e as que ficam

posicionadas agrave direita e agrave esquerda do ninho satildeo o grupo secundaacuterio (GRUTER

KARCHER RATNIEKS 2011)

Uma caracteriacutestica interessante dessas guardas eacute que apresentam caracteriacutesticas

morfoloacutegicas diferentes das operaacuterias (satildeo maiores e mais pesadas) (GRUTER et

al 2012) Elas apresentam diferenccedilas no comprimento da asa no tamanho das

pernas traseiras que satildeo relativamente maiores para seu corpo (podendo ajudar na

luta contra invasores) e cabeccedila um pouco menor que das forrageiras Essa ultima

caracteriacutestica estaacute associada agrave maior necessidade das forrageiras de processar

informaccedilotildees sensoriais relacionadas ao forrageamento (GRUTER et al 2012)

As abelhas guardas possuem a funccedilatildeo de defender sua colocircnia de ataques de

intrusos que aproveitam do seu trabalho para roubar o alimento produzido

(GRUTER KARCHER RATNIEKS 2011) As accedilotildees especiacuteficas desses intrusos satildeo

detectadas mais pelas guardas em peacute pois elas conseguem identificar as campeiras

e natildeo campeiras da mesma espeacutecie por quimiorecepccedilatildeo (KARCHER RATNIEKS

2009 GRUTER KARCHER RATNIEKS 2011) Jaacute as guardas que pairam perto do

ninho atacam intrusos que natildeo satildeo da mesma espeacutecie elas o reconhecem pela cor

forma do corpo e pelos odores volaacuteteis (KARCHER RATNIEKS 2009) De acordo

com Zweden e Colaboradores (2011) a presenccedila de guardas pairando aumenta a

detecccedilatildeo de intrusos e que essas guardas respondem especialmente a pistas

visuais Como comportamento de defesa as guardas liberam um feromocircnio de

alarme para recrutar os trabalhadores para o ataque (FREE 1987 apud ZWEDEN

2011)

O nuacutemero meacutedio de guardas durante o periacuteodo observado mostrou-se maior para as

guardas em peacute (78) do que para as guardas pairando (35) Esse fato eacute explicado

por Gruter Karcher e Ratnieks (2011) para eles o gasto energeacutetico das guardas

pairando eacute muito maior de modo que eacute menos dispendioso energicamente para as

49

abelhas ficarem em peacute Mesmo tendo um gasto energeacutetico muito alto nas

observaccedilotildees de Wittmann (1985) as atividades do voo das guardas foi constatado

que essas ficavam pairando por cerca de 70 minutos antes de voltar para dentro do

ninho Este fato mostra que a mudanccedila de guardas natildeo eacute comum e que a defesa do

ninho eacute feita por divisatildeo de trabalho e natildeo por alternacircncia de tarefas (GRUTER

KARCHER RATNIEKS 2011)

Os ninhos que desapareceram ao longo das observaccedilotildees foram devido agraves revoadas

um comportamento comum nas abelhas Nas jataiacutes as revoadas geralmente

ocorrem devido ao calor para refrescar o ninho em caso de altas temperaturas uma

parte da populaccedilatildeo sai do ninho enxameamento para reproduccedilatildeo ou devido agrave

interferecircncia humana quando um ninho eacute retirado de um local para outro

(INFORMACcedilAtildeO PESSOAL ZOCOLOTTI V R) De acordo com este na primeira

semana eacute possiacutevel presenciar alguma revoada que pode ser para identificaccedilatildeo

tanto da flora apiacutecola quanto para localizaccedilatildeo do novo ambiente

No caso dos ninhos F e G ao final de cada revoada observada a entrada do ninho

ficava bastante danificada Foram observadas trecircs revoadas (duas no mesmo dia)

do ninho F todas no mecircs de Maio e duas (em dias diferentes) no ninho G no mecircs

de Junho Apoacutes estas observaccedilotildees os dois ninhos desapareceram

Durante as revoadas vaacuterias abelhas caiam no chatildeo agarradas umas nas outras

Apoacutes queda era possiacutevel observar que as guardas conseguiam prender e retirar

com sua mandiacutebula as pernas e asas do invasor (FIGURA 3-A e B) o que impedia

as invasoras de conseguir atacar novamente Segundo Kerr e colaboradores (2005)

as guardas agarram as pernas dos invasores para que eles caiam no chatildeo e sejam

comidos pelas formigas que ficam proacuteximas aos ninhos

50

FIGURA 3 - Ataque de invasores A T angustula com mandiacutebula presa agrave perna do

Jataiacute invasora BPerna de invasores retirada apoacutes ataque

Fonte Arquivo Labibio

De acordo com Zocolotti VR (INFORMACcedilAtildeO PESSOAL) as cinco espeacutecies de

Meliponini criadas por ele podem apresentar o comportamento de saquear outros

ninhos e isso pode ocorrer por oportunismo ou por falta de alimento Em especial

as Jataiacutes geralmente possuem o costume de atacar as proacuteprias jataiacutes esses

ataques acontecem dentro do mesmo ninho e entre outros proacuteximos Esses ataques

podem ocorrer por atraccedilatildeo de feromocircnio de princesa (rainhas jovens natildeo

fecundadas) por enxame fraco ou ateacute mesmo para absorver o fraco ou seja elas

entram e acabam matando a rainha e mantecircm os trabalhadores por um tempo ateacute

absorver o enxame ou ateacute mesmo o deixam morrer sendo dessa maneira muito

complexas em relaccedilatildeo ao comportamento

Na aacuterea do campus da Ufes houve uma consideraacutevel devastaccedilatildeo na vegetaccedilatildeo

nativa (compreendida de Mata Atlacircntica Manguezal e Restinga) devido agrave

construccedilatildeo de preacutedios que foram erguidos logo no iniacutecio da implantaccedilatildeo da

Universidade Como medida compensatoacuteria foi feito o plantio de espeacutecies arboacutereas

usando em demasia espeacutecies exoacuteticas (CASTRO 2003) Na Ufes eacute possiacutevel ver

poucas aacutereas jardinadas Aleacutem disso sempre que eacute necessaacuterio construir um novo

preacutedio novas aacutereas satildeo eliminadas podendo ou natildeo ser compensada com plantas

nativas

A B

51

Em abelhas sociais o comportamento de saque eacute comum acontecer em sequumlecircncias

natildeo contiacutenuas ou seja ela cessa e recomeccedila por periacuteodos de tempo (SANTANA

etal 2004) Durante as observaccedilotildees foram presenciadas trecircs revoadas ao ninho F

duas no mesmo dia poreacutem em horaacuterios diferentes e duas ao ninho G em dias

diferentes (FIGURAS 4- A B C e D)

FIGURA 4 ndash Revoada do ninho F A Vista da entrada do iniacutecio do estudo B Vista

da entrada em plena atividade em iniacutecio de maio C Entrada apoacutes uma revoada em

maio D Vista da entrada do ninho apoacutes uacuteltima revoada em maio

Fonte Arquivo Labibio

Nas figuras 4a e b mostram o estado em que a entrada do ninho se encontrava na

primeira semana de observaccedilatildeo (vinte e oito de Abril) e na primeira semana do mecircs

seguinte (sete de Maio) esse uacuteltimo a entrada do ninho jaacute se encontrava danificado

No ninho F(FIGURA 4) as revoadas que ocorreram no dia vinte de Maio entre

A B

C D

52

1000 e 1400 horas e no dia vinte e seis de Maio entre 1600 e 1700 horas

corroborando com Santana e colaboradores (2004) sobre o comportamento de

saques intermitentes

No ninho G as revoadas se iniciaram duas semanas apoacutes o desaparecimento do

ninho F nos dias nove e vinte e seis de junho entre 1500 e 1600 horas e dia 16 de

junho no mesmo horaacuterio (FIGURA 5-A B e C)

FIGURA 5 ndash Revoadas no Ninho G A Ninho no iniacutecio de Maio B Registro da

primeira revoada C Ultima revoada perda do ninho

Fonte Arquivo Labibio

As observaccedilotildees evidenciaram a ocorrecircncia de um acuacutemulo de resiacuteduos sobre os

ninhos apoacutes as revoadas (FGURA 5-B) No ninho G tinha uma subpopulaccedilatildeo

A B

C

53

pequena mas bem ativa conforme verificado apoacutes quatro horas de observaccedilatildeo em

nove dias (Graacutefico 1- A e B)

GRAacuteFICO1 A ndash Ritmo de Saiacutedas no Ninho G

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

GRAacuteFICO 1B ndash Ritmo de entradas no ninho G

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

0

20

40

60

80

100

120

140

09h-10h 10h-11h 12h-13h 14h-15h 16h-17h

Nuacutem

ero

de V

isita

s

Horaacuterios

13mai 20mai 26mai

0

20

40

60

80

100

120

140

160

180

200

09h-10h 10h-11h 12h-13h 14h-15h 16h-17h

Nuacutem

ero

de V

isita

s

Horaacuterios

13mai 20mai 26mai

54

No ninho G as abelhas iniciaram suas atividades antes de 09h evidenciado pela

entrada de aproximadamente 180 forrageadoras entre 9 e 10h As saiacutedas neste

mesmo periacuteodo ficaram em torno de 100

Entre 16h-17h houve um grande nuacutemero de entrada o que era esperado todas as

que saiacuteram tecircm que retornar enquanto haacute luminosidade e antes do ninho ser

fechado Conforme esperado por Gruter Karcher Ratnieks (2011) quando comeccedila

a escurecer as Jataiacutes fecham a entrada do tubo para impedir que intrusos ataquem

seu ninho durante a noite e abrem pela manhatilde quando o clima estaacute mais favoraacutevel

para iniciarem suas atividades

Neste ninho entre 12h-13h houve um nuacutemero maior de saiacutedas que de entradas ateacute

agraves 16h Isso possivelmente esteve relacionado agrave uma grande distacircncia entre o ninho

e as fontes de recursos troacuteficos

Outro ninho em que foi possiacutevel observar todos os meses notou-se que apresentou

atividade durante todo o dia (GRAacuteFICO 2-A e B)

GRAacuteFICO 2A ndash Ritmo de saiacutedas do ninho B

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

0

50

100

150

200

250

300

350

400

450

500

07h-08h 08h-09h 09h-10h 11h-12h 12h-13h 13h-14h 14h-15h 15h-16h 16h-17h

Nuacutem

ero

de V

isita

s

Horaacuterios

28abr 13mai 20mai 26mai 09jun 16jun 23jun 01jul 09jul

16jul 23jul 30jul 06ago 13ago 20ago 27ago 05set 10set

55

GRAacuteFICO 2B ndash Ritmo de entradas do nino B

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

O ninho B tinha uma subpopulaccedilatildeo mais numerosa que F e G Durante o inverno

(2307 e 2708) as abelhas iniciavam suas atividades cerca de duas horas mais

tarde em horaacuterio com temperatura mais elevada (indicado pela seta preta) Tal fato

corrobora com as observaccedilotildees de Ulian e colaboradores (2007) que constata que

em periacuteodo mais chuvoso onde as temperaturas satildeo geralmente mais baixas as

Jataiacutes apresentam iniacutecio de atividade agraves 9 horas da manhatilde devido agrave temperatura

nesse horaacuterio comeccedilar a aumentar

Proacuteximo do horaacuterio de 10 horas houve um grande nuacutemero de saiacutedas do ninho

seguido de um grande nuacutemero de entrada o que indica a ocorrecircncia de uma fonte

de recursos proacutexima ao ninho ou a indisponibilidade de recurso para ser coletado

naquela hora Acredita-se que na primeira possibilidade - fonte proacutexima ela era de

resina pelo fato de ter havido um intervalo de saiacuteda ateacute agraves 12h jaacute que esta

demanda mais tempo para ser retirada da corbiacutecula e armazenada por ser

pegajosa No caso da segunda possibilidade natildeo encontraram alimento disponiacutevel

naquele horaacuterio o retorno ao ninho eacute a alternativa mais eficaz para evitar um alto

gasto energeacutetico ateacute que o recurso fique disponiacutevel para coleta

0

100

200

300

400

500

600

07h-08h 08h-09h 09h-10h 10h-11h 11h-12h 12h-13h 13h-14h 14h-15h 15h-16h 16h-17h

Nuacutem

ero

de V

isita

s

Horaacuterios 28abr 13mai 20mai 26mai 09jun 16jun 23jun 09jul16jul 23jul 30jul 20ago 27ago 05set 10set

56

No outono as atividades das Jataiacutes comeccedilaram a diminuir por volta de 15 horas

(indicado pela seta marrom) ateacute cessar totalmente no iniacutecio das 16 horas Pelos

graacuteficos nota-se que o ninho B possui vantagem de uma hora nas atividades em

relaccedilatildeo ao ninho G isso provavelmente ocorreu porque o ninho B obteve mais

sucesso nas coletas distribuiacutedas ao longo do dia

43 RECURSOS FLORAIS

Eacute notoacuteria a relaccedilatildeo que existe entre abelha-flor relaccedilatildeo essa que sucedeu a milhotildees

de anos desde entatildeo as abelhas dependem de substancias utilizadas na

alimentaccedilatildeo e as plantas se beneficiam com a polinizaccedilatildeo (PIRANI LAURINO

1993) Para entender a biologia dos Meliponini eacute importante conhecer sua

alimentaccedilatildeo Para isso eacute necessaacuterio fazer um levantamento das plantas utilizadas

para coleta de poacutelen e neacutectar (SOUZA 1999 apud OLIVEIRA ABSY MIRANDA

2009)

Com base nos dados obtidos sobre as fontes alimentares de T angustula na

literatura (TABELA 2) nota-se a capacidade dessa espeacutecie de visitar uma ampla

diversidade de famiacutelias de plantas Segundo Toledo e colaboradores (2003) durante

cada voo das campeiras em meacutedia 100 flores satildeo visitadas

O levantamento bibliograacutefico indicou que existem duas metodologias bastante

usadas por autores para conhecer a dieta das abelhas Uma delas eacute a investigaccedilatildeo

palinoloacutegica para avaliar as fontes de recursos florais utilizados (poacutelen e neacutectar)

com base no gratildeo de poacutelen depositado no corpo da abelha para identificaccedilatildeo das

espeacutecies vegetais (CARVALHO MARCHINE ROS 1999 FEIDEN 1994 SIMIONI et

al 2007 OLIVEIRA ABSY MIRANDA 2009 MORGADO et al 2011NOVAIS

ABSY SANTOS 2013) A outra se daacute por meio de observaccedilotildees das campeiras nas

flores (AGOSTINI SAZIMA 2003 TOLEDO et al 2003OLIVEIRA ABSY

MIRANDA 2009 BRAGA et al 2012) A partir desses meacutetodos eacute possiacutevel saber

quais satildeo as plantas que produzem seus alimentos preferenciais e quais as fontes

alternativas (OLIVEIRA ABSY MIRANDA 2009)

57

TABELA 2 ndash Relaccedilatildeo das espeacutecies de plantas visitadas porT Angustula Continua

Famiacutelia Espeacutecie Polinizada Visitada Recurso

Poacutelen Neacutectar

Acanthaceae Thunbergia grandiflora X Odontonema strictum X X

Justicia brandegeana X

Ruellia silvaecola X Agavaceae Agave americana X X X

Agave sisalana X X X

Agave attenuata X X X

Dracena fragana X X X Aizoaceae Mesembryantemum spectabilis X Lamprantus productus X Amaranthaceae Gomphrena globosa X Amarylidaceae Clivia miniata X X X Anacardiaceae Schinus terebinthifolius X X

Lithraea molleoides X X

Toxicodendron verniciferum X X

Mangifera indica X X X

Tapirira guianensis X Apiaceae Hydrocotyle leucocephala X Apocynaceae Trevetia peruviana X Araliaceae Tetrapanax papyrifera X X X Asclepiadaceae Asclepias curassavica X X Asteraceae Parthenium hysterophorus X Aspillia latissima X Aspillia sp X Balsaminaceae Impatiens balsamina X X X

Impatiens sultanii X Bignoniaceae Spathodea campanulata X X Tabebulaim petiginosa X X X

Tabebula chrysotricha X X X Bixaceae Bixa orellana X X Bombacaceae Ceiba arianthos X X

Pseudo bombax sp X X

Pseudobombax tomentoso X X

Eriotheca canolleana X X

Bombax ceiba X X Boraginaceae Cordia superba X X

Cordia glabrata X X Brassicaceae Brassica sp X Cactaceae Opuntia ficusindica X X Caesalpiniaceae Schizolobium parahyba X X Capparaceae Cleome spinosa X Caprifoliaceae Lonicera japonica X X

58

TABELA 2 ndash Relaccedilatildeo das espeacutecies de plantas visitadas por T angustula Continua

Famiacutelia Espeacutecie Polinizada Visitada Recurso

Poacutelen Neacutectar

Sambucus australis X X Caryophylaceae Silene armeria X Cecropiaceae Cecropia hololeuca X Cochlospermaceae Cochlospermum vitifolium X X Compositae Vernonia polyanthes X X

Bidens pilosa X X Cosmos auphureus X X X

Centratherium violaceum X X X

Dahlia sp X Eclipta alba X Asterla evis X Tithonia rotundifolia X X X

Tithonia speciosa X X X

Tithonia diversifolia X Baccharis sp X Wedelia paludosa X Eupatorium sp X Mikania glomerata X X

Montano apyramidata X X Montano abipinnatifiada X Senecio brasiliensis X X X

Emilia sonchifolia X X Ambrosia sp X X Creopsis grandiflora X Galinsoga parviflora X Crassulaceae Kalanchoe tubiflora X X Cyperaceae Cyperus sp X Elaeocarpaceae Muntingia calabura X Ericaceae Rhododendron simsii X X X

Rhododendron indicum X X X Euphorbiaceae Alchornea sidaefolia X X X

Euphorbia milii X X X

Euphorbia pulcherrima X X X

Ricinus communis X X X

Croton sp X Fabaceae Desmodium sp X Tipuana tipu X Vigna peduncularis X X Guttiferae Kielmeyera coriacea X X Iridaceae Dietes vegeta X Labiatae Salvia splendens X Origanum vugare X

59

TABELA 2 ndash Relaccedilatildeo das espeacutecies de plantas visitadas por T angustula Continua

Famiacutelia Espeacutecie Polinizada Visitada Recurso

Poacutelen Neacutectar

Ocimum sellowii X Iboza riparia X X X

Coleus blumei X X X Leguminosae Andira anthelmintica X X

Mimosa daleoides X X X

Myroxylon balsamum X X X

Piptadenia gonoacantha X X X

Stylos anthesscabra X Caesalpinia bonducella X X X

Caesalpinia pelthophoroides X X X

Crotalaria lanceolata X Calliandra twedii X Sophora tomentosa X X Mimosa pudica X Erythrina speciosa X X X

Cassia grandis X Schizolobium parahyba X X Senna multijuga X Senna bicapsularis X X Delonix regia X Clitoria fairchildiana X Centrolobium tomentoso X Liliaceae Aloe sp X X Bulbine frutescens X Loranthaceae Struthanthus andrastylus X X Lythraceae Lagerstroemia indica X X Magnoliaceae Talauma ovata X X Malpighiaceae Malphiguia glabra X Tetrapterys X Byrsonima intermedia X X X Malvaceae Hibiscus rosa-sinensis X X X

Malvaviscus arboreus X X Sida rhombifolia X Melastomataceae Tibouchina granulosa X X

Clidemeia sp X X

Tibouchina sp X X X

Tibouchina holosericea X X Meliaceae Trichilia sp X Mimosaceae Leucaena leucocephala X Anadenanthera collubrina X Moraceae Cecropia pachystachya X X X

Morus nigra X X

60

TABELA 2 ndash Relaccedilatildeo das espeacutecies de plantas visitadas por T angustula Continua

Famiacutelia Espeacutecie Polinizada Visitada Recurso

Poacutelen Neacutectar Myrsinaceae Ardisia crenata X X Myrtaceae Eucalyptus robusta X X X

Eugenia jambos X X X

Eugenia pitanga X Eucalyptus terecornis X Plinia glomerata X Nyctaginaceae Bougainvile aspectabilis X X X Oleaceae Jasminum azoricum X Palmae Acrocomia aculeata X X

Archontophoenix cunninghamiana X

Syagrus romanzoffiana X Copernicia alba X X Sheelea phalerata X Passifloraceae Passiflora jilekii X Piperaceae Piper mollicomum X Poaceae Paspalum sp X Polemoniaceae Cobae scandens X Polygonaceae Polygonum capitatum X X X Pontederiaceae Pontederia lanceolata X X Proteaceae Grevill a bansksii X X X Rosaceae Prunus persica X X X

Pyracantha coccinea X X Rubiaceae Pentas lanceolata X X

Citrus airantum X X Rutaceae Citrus limon X X X Scrophulariaceae Paulownia imperialis X X Solanaceae Nicotiana tabacum X X Sterculiaceae Dombeya burgessiae X Dombeya wallichii X Sterculia chicha X X Tiliaceae Heliocarpus americanus X X X Tropaeolaceae Tropaeolum majus X X X Ulmaceae Tipo celtis X Trema micrantha X X Umbelliferae Foeniculum vulgare X X X Verbenaceae Duranta repens X

Vitex agnus-castus X

Velloziaceae Vellozia candia X X X Zingiberaceae Hedychium coronarium X Fonte Pirani Laurino 1993 Carvalho Marchine Ros 1999 Agostini Sazima 2003 Toledo et al 2003 Cartopassi-Laurino 2005 Braga e Colaboradores 2012 Novais Absy Santos 2013

61

Foram encontradas 71 famiacutelias e um total de 166 espeacutecies Dessas 30 espeacutecies satildeo

polinizadas e 136 satildeo visitadas Poacutelen e neacutectar satildeo os recursos mais coletados

com coleta de poacutelen em 78 espeacutecies e de neacutectar em 69 De acordo coma Lista de

Espeacutecies da Flora do Brasil (2010) 20 das espeacutecies que satildeo polinizadas (TABELA

2) satildeo nativas o restante satildeo espeacutecies exoacuteticas ou seja natildeo pertencem agrave flora

brasileira

As famiacutelias que apresentaram maior porcentagem de visitas por T angustula foram

Compositae e Leguminosae (TABELA 2) com 13 e 12 de espeacutecies

respectivamente (GRAacuteFICO 3) sendo as famiacutelias mais importantes para a dieta da

jataiacute (AGOSTINE SAZIMA 2003 SIIONI et al 2007) Esse resultado eacute similar ao

trabalho de Simioni e colaboradores (2007) seus resultados mostram que uma das

famiacutelias analisadas Leguminosae tambeacutem apresentaram um maior destaque na

quantidade de visitas realizadas por T angustula esse fato pode ser explicado pelo

fato de que Leguminosae representa a mais importante fonte de poacutelen para essa

espeacutecie

As famiacutelias Compositae e Leguminosae satildeo as mais bem representadas pelo fato

de apresentarem espeacutecies que fornecem alimento em maior qualidade e quantidade

por vaacuterios periacuteodos do ano Com destaque para a famiacutelia Leguminosae que fornece

recursos alimentares para as abelhas nos periacuteodos de estiagem (PIRANI LAURINO

1993 AGOSTINE SAZIMA 2003)

O graacutefico abaixo ilustra o comportamento generalista deT angustula Onde 41 das

visitadas realizadas pela espeacutecie se distribuem por 55 famiacutelias vegetais Esse

comportamento concorda com trabalho de Anacleto (2007) onde dentre as cinco

espeacutecies estudadas por ele a que apresentou o haacutebito mais generalista em relaccedilatildeo

ao nuacutemero de plantas visitadas foi T angustula

62

GRAacuteFICO 3 ndash Contribuiccedilatildeo das famiacutelias de plantas para a dieta de T angustula

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria com base nos dados da Tabela 1

As abelhas generalistas visitam flores pequenas e abertas e satildeo menos

relacionadas agraves flores especializadas (RUTHCKE JULES 1993 ROUBIK 1992

apud AGOSTINI SAZIMA 2003) e tecircm preferecircncia de flores arboacutereas com

inflorescecircncia densas

Um exemplo de flores que natildeo satildeo especializadas e que satildeo importantes para a

dieta de T angustula eacute da famiacutelia Asteraceae as espeacutecies Mangifera indica e

Schinus terebinthifolius apresentam grande densidade de flores e permite faacutecil

acesso para as abelhas deste modo tornam-se importantes fornecedores de fontes

de poacutelen (BRAGA et al 2012)

De acordo com o levantamento das plantas utilizadas pelas abelhas jataiacute realizado

por diferentes autores as famiacutelias que se mostraram bem representadas foram

Malvaceae Caesalpiniaceae Melastomataceae Myrtaceae Euphorbiaceae e

Anacardiaceae sendo consideradas portanto essenciais para a dieta da jataiacute

2 2 3 2

2 3

13

3 2

3

12 2 2 2 3

3

41

Acanthaceae Agavaceae Anacardiaceae Asteraceae Bignoniaceae

Bombacaceae Compositae Euphorbiaceae Fabaceae Labiatae

Leguminosae Malpighiaceae Malvaceae Melastomataceae Myrtaceae

Palmae Outros

63

Em geral essas famiacutelias podem ser caracterizadas pela floraccedilatildeo do tipo contiacutenuo ou

seja uma floraccedilatildeo que natildeo cessa ou que ocorre na maior parte do ano o que

permite as abelhas ter acesso aos recursos em todas as estaccedilotildees do ano

(CARVALHO MARCHINI ROS 1999 AGOSTINI SAZIMA 2003 TOLEDO et al

2003 MORGADO et al 2011)

64

65

5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS Sendo este a primeira pesquisa com abelhas em compus no Espiacuterito Santo Foi

observado que a distribuiccedilatildeo dos ninhos encontrados apresentou-se uniforme

Todos os ninhos estavam instalados em paredes e pisos de concreto o que indica

seu potencial de adaptabilidade agraves condiccedilotildees antroacutepicas

A diversidade de cores de poacutelen trazida pelas forrageiras no iniacutecio da manhatilde indica

uma ampla disponibilidade de alimento que a flores oferecem nesse periacuteodo do dia

bem como a eficiecircncia das forrageiras em selecionar essas flores

De acordo com as observaccedilotildees que foram realizadas no estudo as abelhas T

angustula podem ter suas atividades influenciadas pelo clima Uma vez que foi

observado que no periacuteodo de inverno em que as temperaturas satildeo mais baixas

elas comeccedilavam a realizar suas funccedilotildees nos horaacuterios com as temperaturas mais

altas

A divisatildeo de trabalho entre forrageadoras operaacuterias de limpeza e de defesa

observado nessa espeacutecie indica o comportamento altamente social dos Meliponini

O mecanismo de defesa observado em T angustula entre guardas pairando e em

peacute pode indicar uma caracteriacutestica de complementaridade na defesa do ninho uma

vez que durante as observaccedilotildees os dois tipos de guardas sempre se fizeram

presentes O que mostra que mesmo com o atrofiamento do ferratildeo os indiviacuteduos

desenvolveram estrateacutegias para a defesa contra invasores

Foi comum observar a presenccedila de revoadas nos ninhos entre as Jataiacutes Este

comportamento em geral eacute comum para o desenvolvimento (sobrevivecircncia) da

colocircnia No caso dos ninhos observados apoacutes as revoadas eles foram

desaparecendo Este fato pode indicar um baixo iacutendice de recursos troacuteficos para

essas abelhas dentro do campus pois ao inveacutes dos ninhos se manterem ou

aumentarem em quantidade ao longo das observaccedilotildees eles desapareceram

O levantamento das flores visitadas por T angustula indicou um comportamento

generalista desta espeacutecie em visitar uma grande variedade de plantas o que mostra

sua importacircncia para garantir a variabilidade dessas plantas

66

Esse levantamento tambeacutem indicou que a polinizaccedilatildeo realizada por elas foi

predominante em plantas exoacuteticas O que pode refletir a deficiecircncia na quantidade

de plantas nativas melitoacutefilas na aacuterea de estudo

67

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Page 23: FACULDADE CATÓLICA SALESIANA DO ESPÍRITO SANTO … · No grupo dos Apinae está à tribo dos Meliponini, conhecidas como abelhas indígenas sem ferrão por possuir seu ferrão atrofiado

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do comportamento locais de nidificaccedilatildeo dos recursos usados para se alimentar e

do mel que eacute produzido por eles Com coletas e anaacutelises realizadas por meio de

marcador molecular nas cidades de Dracena em Satildeo Paulo e Ivatuba no Paranaacute Ele

observou que as amostras obtidas em Ivatuba apresentaram 60 de polimorfismo e

na cidade de Dracena foram apresentadas 40 Deste modo o autor concluiu que

em Ivatuba as populaccedilotildees de T angustula estatildeo diferenciadas geneticamente e natildeo

apresentam endocruzamento entre os ninhos jaacute as populaccedilotildees da cidade de

Dracena natildeo se encontraram modificados podendo os ninhos ser considerados

como um soacute Segundo o autor essas informaccedilotildees satildeo muito importantes para que

estudos de praacuteticas de manejo sejam realizados para manter a variabilidade dessas

populaccedilotildees

Outro trabalho tambeacutem em aacutereas fragmentadas foi realizado por Alvarenga (2008)

Neste trabalho o autor teve o objetivo de conhecer a diversidade e densidade dos

ninhos de meliponineos (meliponini) na Mata de Santa Tereza (Estaccedilatildeo Ecoloacutegica de

Ribeiratildeo Preto Satildeo Paulo) que fica situado entre a Mata Atlacircntica e o Cerrado com

levantamentos dos ninhos e das aacutervores que poderiam apresentar um tamanho

potencial para essas abelhas nidificarem Foram encontrados ninhos de quatro

espeacutecies de meliponineos (meliponini) sendo T angustula e Scaura latitarsis

representaram 25 dos ninhos encontrados e Trigona hyalinata 50 E em relaccedilatildeo

aacutes aacutervores cerca de 67 foram analisadas poucas apresentavam rachaduras ou

cavidades para abrigar os ninhos Deste modo foi concluiacutedo que na aacuterea estudada

haacute uma riqueza baixa e densidade relativamente meacutedia e tambeacutem poucos locais

para nidificaccedilatildeo

Andena e colaboradores (2009) tambeacutem fizeram um trabalho em aacutereas degradadas

Para eles esses estudos satildeo essecircncias devido a essas aacutereas serem a principal

razatildeo para o aumento das taxas de perda da diversidade geneacutetica e extinccedilatildeo das

abelhas Os autores realizaram um estudo para conhecer a diversidade de abelhas

no Cerrado em Satildeo Paulo Foram realizadas coletas das abelhas em quatro

reservas em regiotildees fragmentadas do Cerrado Reserva de Corumbataiacute Estaccedilatildeo

Ecoloacutegica de Jataiacute Parque Vassununga e Reserva de Cajuru Com cerca de 500

indiviacuteduos coletados as aacutereas que apresentaram maior riqueza foram Cajuru e

Corumbataiacute e as aacutereas com menor riqueza foram Vassununga e Estaccedilatildeo Ecoloacutegica

Jataiacute Mesmo apresentando maior nuacutemero de riqueza a aacuterea de Corumbataiacute sofreu

30

vaacuterias alteraccedilotildees na composiccedilatildeo fauniacutestica durante o estudo Assim sendo foi

concluiacutedo que pesquisas como essas satildeo importantes pois contribuem com

informaccedilotildees a respeito da influencia que essas aacutereas degradadas podem exercer

sobre a composiccedilatildeo fauniacutestica e a riqueza das espeacutecies de abelhas

Um inventaacuterio sobre os meliponiacuteneos (meliponini) no Bioma Cerrado foi realizado por

Fernandes e colaboradores (2012) Com levantamentos feitos durante dois anos em

quatro aacutereas diferentes (Municiacutepio de Tangaraacute da Serra ndash MT nos arredores do

campus universitaacuterio de Mato Grosso na Reserva Florestal Antocircnio Conselheiro ndash

MT e na zona rural do municiacutepio Tangaraacute da Serra - MT) os autores coletaram 128

espeacutecimes distribuiacutedos em 27 espeacutecies e 14 gecircneros e constataram que a maior

riqueza foi vista na reserva florestal e na zona rural do municiacutepio de Tangaraacute da

Serra Deste modo eles concluiacuteram que a riqueza observada na reserva pode ser

devido agrave mata apresentar pouca antropizaccedilatildeo e que as informaccedilotildees obtidas nesse

estudo satildeo de extrema importacircncia para a preservaccedilatildeo da biodiversidade da reserva

florestal

Uma pesquisa realizada por Oliveira e colaboradores (2013) cujo tema foi

Levantamento de Ocorrecircncia de Meliponiacutedeos (Meliponini) em Municiacutepios na regiatildeo

do Vale do Jauru ndash MT foia incidecircncia de abelhas sem ferratildeo em zonas urbanas

Com entrevistas aos moradores e com sessotildees de fotos para definir quais espeacutecies

de abelhas se encontravam nas proximidades das casas da regiatildeo do Vale do Jauru

eles encontraram 67 colmeacuteias sendo 17 predominantes em apenas uma cidade

Deste modo concluiacuteram que na regiatildeo do Vale do Jauru encontram-se grandes

aacutereas verdes proporcionando dessa forma alimento e a preservaccedilatildeo das abelhas

24 COLETA DE RECURSOS E PRODUCcedilAtildeO DE MEL DAS MELIPONINI

Devido agraves poucas informaccedilotildees sobre a composiccedilatildeo do mel e fontes alimentares

utilizados pelos meliponineos Anacleto (2007) fez um estudo com o intuito de

conhecer as principais fontes que fazem parte da dieta dessas abelhas e tambeacutem

conhecer as caracteriacutesticas quiacutemicas do mel produzido por elas O estudo foi no

Municiacutepio de Piracicaba Satildeo Paulo Foi realizado um levantamento das plantas

visitadas por cinco espeacutecies de meliponineos (T angustula Scaptotrigona

31

bipunctata Nanotrigona testaceicornis Friesiomellita varia e Tetragona clavipes)

coleta de mel nos potes de alimento dos ninhos e coleta de poacutelen retirada das

corbiacuteculas O autor obteve 158 espeacutecies de plantas sendo que dessas 67 foram

visitadas pelas abelhas em estudo e na anaacutelise poliacutenica foram encontradas 72

espeacutecies de plantas A espeacutecie que apresentou menor nuacutemero de visitas foi F varia

em contrapartida T angustula foi a espeacutecie que apresentou o haacutebito mais

generalista em relaccedilatildeo ao numero de espeacutecies de plantas visitadas Com relaccedilatildeo ao

mel foram analisadas um total 31 amostras Os estudos com a composiccedilatildeo do mel

apresentaram uma dificuldade devido agrave legislaccedilatildeo atender apenas as caracteriacutesticas

do mel de Apis melliacutefera e natildeo o mel das abelhas nativas O mel de F varia foi a que

apresentou menor niacutevel de accediluacutecar em contrapartida o niacutevel de accediluacutecar do mel de T

angustula foi o mais elevado Deste modo foi concluiacutedo que as espeacutecies estudadas

se mostraram generalistas com exceccedilatildeo de F varia e com relaccedilatildeo agrave anaacutelise do

mel foi concluiacutedo que haacute a necessidade de um padratildeo na legislaccedilatildeo proacuteprio para

uma melhor anaacutelise dos compostos quiacutemicos do mel de meliponiacuteneos

Anacleto e colaboradores (2009) tambeacutem realizaram uma pesquisa sobre o padratildeo

de qualidade do mel das abelhas sem ferratildeo Para esse estudo foi analisado a

composiccedilatildeo do mel das abelhas Tetragonisca angustula Com coletas feitas

diretamente de dentro das colocircnias encontradas em Piracicaba ndash (SP) e com

anaacutelises feitas sobre o accediluacutecar proteiacutenas pH acidez cor entre outros fatores os

autores obtiveram 20 amostras de mel e relataram que o accediluacutecar dessas amostras

apresentaram valores inferiores ao que eacute estabelecido pelas normas

brasileirasAssim sendo concluiacuteram que 5 de accediluacutecar do mel coletado natildeo se

enquadram na legislaccedilatildeo e que seria necessaacuterio um maior estudo para que uma

nova legislaccedilatildeo seja feita

No trabalho de Sommeijer e colaboradores (1983) aleacutem de analisar os recursos

coletados por algumas abelhas sem ferratildeo (Meliponineos) e Apis mellifera os

autores tambeacutem fizeram observaccedilotildees no comportamento de forrageamento dessas

abelhas As observaccedilotildees e amostras de poacutelen foram retiradas semanalmente das

corbiacuteculas das forrageiras que retornavam ao ninho Os autores observaram que as

coletas dos recursos ocorreram em periacuteodos diferentes os voos de neacutectar ocorreram

na maior parte das vezes de manhatilde e os vocircos de poacutelen ocorreram agrave tarde Em

relaccedilatildeo ao poacutelen foram obtidas 191 amostras sendo que quatro famiacutelias se

32

mostraram mais presentes Myrtaceae Sapotaceae Sapindaceae e Melliaceae

Desta forma concluiacuteram que as coletas de poacutelen pelas forrageiras podem ter

predominado no periacuteodo da manhatilde devido agraves flores se mostrar mais murchas com o

passar do dia Tambeacutem concluiacuteram que os recursos de poliacutenicos foram bem

diversos o que confirmou o haacutebito generalista dessas abelhas

Carvalho e Marchini (1999) realizaram um estudo dentro de um campus Universitaacuterio

(USP) em Piracicaba Em seu trabalho tiveram o objetivo de conhecer as plantas

que oferecem recursos para abelhas em ambientes mais antropizados Com coletas

de abelhas operaacuterias em colocircnias de Tetragonisca angustula e Nannotrigona

testaceicornis os autores analisaram os gratildeos de poacutelen coletados por elas Atraveacutes

dessa anaacutelise obtiveram 31 tipos poliacutenicos em 22 famiacutelias de plantas sendo que

entre essas famiacutelias para N testaceicornis os gratildeos de poacutelen que se mostrou mais

frequumlente foi de Myrtaceae e para T angustula foram Fabaceae Liliaceae e

Mimosaceae Dessa maneira concluiacuteram que essas espeacutecies se mostraram

generalistas visitando diversas plantas

No mesmo ano Carvalho Marchini e Ros (1999) fizeram um estudo para comparar

e analisar as fontes de poacutelen utilizadas por Apis mellifera e quatro diferentes

espeacutecies de Trigonini (Nannotrigona testaceicornis Partamona helleri Plebeia

droryana e Tetragonisca angustula) O trabalho teve o intuito de fornecer

informaccedilotildees sobre as preferecircncias florais e as relaccedilotildees troacuteficas dessas espeacutecies

Com coletas realizadas nos meses de Outubro e Novembro de 1996 no campus da

USP em Piracicaba os autores coletaram 53 tipos poliacutenicos desses os tipos mais

frequentes para todas as abelhas foram Aracaceae Bulbine frutescens e

Eucalyptus spe com as relaccedilotildees troacuteficas eles observaram que a utilizaccedilatildeo de fontes

de poacutelen variou conforme a espeacutecie e que a dieta se mostrou bem diversificada

Dessa maneira os autores concluiacuteram que P droryana e Phelleri foram agraves

espeacutecies que apresentaram maior uniformidade na utilizaccedilatildeo de fontes de poacutelen e a

maior sobreposiccedilatildeo de nicho troacutefico ocorreu entre N testaceiconis e T angustula e

menor sobreposiccedilatildeo foi entre A meliacutefera e T angustula

Devido agrave carecircncia de estudos sobre os recursos florais utilizados pelas abelhas

Agostini e Sazima (2003) fizeram um estudo sobre a fenologia das espeacutecies de

plantas ornamentais e suas relaccedilotildees com as espeacutecies de abelhas Com registros da

fenologia das plantas arboacutereas e arbustivas e o tipo de recurso utilizado pelas

33

abelhas no campus da Universidade Estadual de Campinas em Satildeo Paulo os

autores registraram 42 espeacutecies de plantas e observaram que na aacuterea estudada

houve plantas florindo todos os meses e natildeo houve sazonalidade marcada Com

relaccedilatildeo ao tipo de recurso utilizado pelas abelhas foi observado que as plantas mais

visitadas foram da famiacutelia Leguminosae e Bombacaceae por serem importantes

fontes de alimento para as abelhas no periacuteodo de estiagem Concluiacuteram que plano

de manejo em ambientes urbanos usando plantas ornamentais nativas seria

importante para acolher maior diversidade de abelhas as quais cumprem papel

importantiacutessimo na manutenccedilatildeo da biodiversidade dos ecossistemas naturais

Como muitas plantas de importacircncia econocircmica dependem de insetos para

aumentar a produccedilatildeo e a qualidade dos frutos Toledo e colaboradores (2003)

pesquisaram as angiospermas na regiatildeo de Maringaacute no estado do Paranaacute para

contribuir com o conhecimento da biodiversidade nessa regiatildeo Com coletas em

onze espeacutecies de plantas examinadas na Universidade Estadual de Maringa

Paranaacute os autores obtiveram 331 insetos Entre as abelhas trecircs espeacutecies coletadas

foram as mais abundantes Tetragonisca angustula Apis mellifera e Trigona spinipes

Os autores concluiacuteram que essas abelhas africanizadas e sem ferratildeo foram as mais

abundantes nas coletas as flores devido tanto ao seu comportamento generalista

como pela sobreposiccedilatildeo no local de forrageamento

Simioni e Colaboradores (2007) realizaram um estudo para investigar os recursos

alimentares de Tetragonisca angustula fiebrigi em Mato Grosso do Sul Com

amostras de cargas poliacutenicas corbiculares das operaacuterias em um ambiente natural de

Corumbaacute-MS no periacuteodo de seis meses os autores relataram que T angustula

visitou 43 espeacutecies de plantas para coleta de poacutelen e as famiacutelias mais visitadas

foram Leguminosae Palmae Asteraceae e a subfamiacutelia Mimosidae devido agrave grande

quantidade de poacutelen acessiacutevel Deste modo concluiacuteram que Tetragonisca

angustula mostrou-se seletivo com relaccedilatildeo agraves fontes de alimento disponiacutevel na aacuterea

estudada e que a famiacutelia Leguminosae se mostrou a mais importante fonte de poacutelen

para T angustula

Muitas espeacutecies de abelhas vecircm sendo utilizadas consorciadas ao cultivo de

diversas espeacutecies de plantas No trabalho de Antunes e colaboradores (2007) eles

utilizaram a espeacutecie Tetragonisca angustula para verificar seu efeito como agente

polinizador na produccedilatildeo de frutos de cultivares de morango em estufa O estudo foi

34

realizado na Universidade de Passo Fundo RS utilizando quatro cultivares de

morangueiro (Oso Grande Tdla Chandler e Dover) com ausecircncia e presenccedila de

duas e quatro colmeacuteias de T angustula Os autores observaram que o numero de

visitas as flores foram o mesmo para os mesmos nuacutemeros de colocircnias e que o uso

de duas ou quatro colmeacuteias natildeo alterou a produccedilatildeo dos frutos Aleacutem disso

observaram tambeacutem que a porcentagem de frutos deformados teve uma queda

consideraacutevel de 85 para 5 Sendo assim concluiacuteram que a presenccedila de

Tetragonisca angustula para a polinizaccedilatildeo em ambiente fechado tem grande

importacircncia para o aumento da produtividade e para o aumento da quantidade de

frutos comerciaacuteveis

Devido agrave grande importacircncia das abelhas sem ferratildeo para manter a biodiversidade

das plantas Braga e colaboradores (2012) fizeram um estudo com a espeacutecie T

angustula por ela ser amplamente distribuiacuteda nos habitats tropicais Com estudo

realizado em duas ilhas (Ilha Grande e Tucuruccedilaacute) e outras duas na ilha Ariroacute e

Tinguaacute todas SAP aacutereas de Mata Atlacircntica do Estado do Rio de Janeiro e apenas

Ilha Grande pertence a uma unidade de proteccedilatildeo ambiental Para esse estudo os

autores fizeram coletas de carga de poacutelen e observaccedilotildees agraves flores T angustula

visitou 61 espeacutecies de plantas sendo Anacardiaceae e Asteraceaeas mais visitadas

Na Ilha grande foi a aacuterea onde se obteve maior nuacutemero de visitas e onde se

encontrou 39 tipos poliacutenicos Dessa maneira concluiacuteram que a dieta de T angustula

eacute bem ampla e que essas pesquisas satildeo necessaacuterias para conhecer as plantas que

operam como recurso para as abelhas em ambiente natural

Com o intuito de contribuir para o conhecimento da flora e sua utilizaccedilatildeo por

polinizadores nativos Novais Absy e Santos (2013) caracterizaram o poacutelen de T

angustula atraveacutes da anaacutelise palinoloacutegica analisando os meacuteis produzidos por esta

espeacutecie em duas regiotildees semi-aacuteridas tropicais do nordeste do Brasil Com amostras

de mel coletados mensalmente nos municiacutepios de Itaberaba e Ruy Barbosa na

Bahia durante 14 meses os autores observaram que o espectro poliacutenico das

amostras de mel de T angustula consistiu um total de 67 tipos de poacutelen sendo que

18 deles foram comuns aos espectros de poacutelen tanto de Itaberaba quanto de Ruy

Barbosa e as famiacutelias das plantas que predominaram em ambos municiacutepios foram

Fabaceae Myrtaceae Malvaceae e Euphorbiaceae Concluiacuteram que houve um uso

heterogeneo dos recursos naturais no municiacutepio de Itaberaba e homogecircneo no

35

municiacutepio de Ruy Barbosa neste foi detectado um tamanho maior do nicho de poacutelen

de T angustula Para os autores isso se deve a diferenccedila na diversidade de plantas

entre os dois municiacutepios

25 COMPORTAMENTO DA ABELHA JATAIacute

Para algumas pesquisas estudos sobre comportamento eacute essencial para obter

informaccedilotildees importantes sobre a espeacutecie em estudo Para que pesquisadores

possam fazer estudo de comportamento em campo Altmann (1973) publicou um

trabalho sobre comportamento animal onde ela faz um guia para orientar os

observadores em seus estudos Ela apresenta meacutetodos para ser utilizado nas

observaccedilotildees tanto em comportamento individual quanto em grupo e apresenta o uso

de meacutetodos de amostragem nas observaccedilotildees Nesse a autora relata trabalhos de

outros autores sobre observaccedilotildees comportamentais e faz discussotildees a respeito de

problemas de amostragem em comportamento social como tambeacutem as vantagens e

desvantagens do uso de alguns meacutetodos

Um estudo relacionado com o comportamento de T angustula foi realizado por

Wittmann (1985) para mostrar que o sistema de defesa dessa espeacutecie natildeo era

apenas para defesa de alguns insetos voadores mais tambeacutem para defesa contra

ataques de abelhas cleptobioacuteticas Para observaccedilatildeo do comportamento das guardas

pairando foi mantida uma colocircnia de Lestremelitta limatildeo proacuteximo a quatros colocircnias

de T agustula O autor notou que o posicionamento das guardas pairando proacuteximo

ao corredor de vocirco do ninho permitia maior eficiecircncia nos ataques aos intrusos

cleptobioacuteticos e que durante esses ataques o numero de guardas aumentava

consideravelmente para reforccedilar a defesa do ninho Dessa maneira concluiu-se que

no comportamento de defesa essa espeacutecie faz um recrutamento em massa das

guardas em resposta a um feromocircnio lanccedilado por L limatildeo

Couvillon e colaboradores (2007) fizeram um estudo sobre a movimentaccedilatildeo das

forrageiras em relaccedilatildeo ao tamanho da entrada do ninho e o comportamento

defensivo das guardas em relaccedilatildeo agraves perturbaccedilotildees que os ninhos sofrem Para esse

trabalho os autores estudaram 26 espeacutecies de abelhas sem ferratildeo no campus da

Universidade de Satildeo Paulo em Ribeiratildeo Preto Foram medidas a entrada dos ninhos

36

e o comprimento de abelhas forrageiras Foi verificado que a entrada do tubo do

ninho se ajusta ao tamanho das abelhas operaacuterias ou seja quanto maior for a

abelha maior seraacute a entrada do ninho Tambeacutem observaram que as guardas tinham

o comportamento de proteger o ninho bloqueando sua entrada e permitindo apenas

a entrada das forrageiras Assim concluiacuteam que essas abelhas apresentam

importantes mecanismos de defesa para ninho e que estudos como esse podem

trazer informaccedilotildees importantes ao comportamento de defesas das abelhas sem

ferratildeo

Minussi e Santos (2007) fizeram um estudo para descobrir se haacute algum efeito

negativo da Apis mellifera sobre as abelhas nativas em relaccedilatildeo agrave coleta de recursos

Para isso os autores fizeram um trabalho sobre o comportamento que ocorre entre

essas abelhas Com observaccedilotildees agraves flores e coletas das abelhas na Escola

Agroteacutecnica Federal de Sombrio no municiacutepio de Santa Rosa Santa Catarina Apis

mellifera foi agrave espeacutecie mais abundante encontrada na aacuterea em estudo em seguida

Trigona spinipes foi a mais abundante Durante as observaccedilotildees notaram que o

comportamento de abertura das mandiacutebulas da subfamiacutelia Halictinae para atacar e

expulsar as abelhas africanizadas das flores era comum e que esse comportamento

ocorria sempre antes que abelhas conseguissem chegar ao fundo da flor Dessa

maneira concluiacuteram que as abelhas nativas conseguem se defender das abelhas

africanizadas para garantir seu recurso

Karcher e Ratnieks (2009) mostraram em suas pesquisas que ninhos de T

angustula natildeo eram apenas defendidos por guardas pairando mas tambeacutem por

guardas que ficam de peacute na entrada do ninho Os autores colocaram dez campeiras

e natildeo campeiras da mesma espeacutecie e campeiras tratadas com odor de

Scaptotrigona bipunctata em cinco ninhos As guardas de peacute natildeo rejeitaram

nenhuma campeira mas rejeitaram quase todas natildeo campeiras e campeiras

tratadas com odor volaacutetil A partir desse resultado concluiacuteram que as operaacuterias que

ficam de peacute na entrada do ninho tambeacutem atuam como oacutetimas guardas para

discriminar as abelhas campeiras e natildeo campeiras

No trabalho de Gruter Karcher e Ratnieks (2011)foi realizado um estudo sobre as

abelhas guardas de Tetragonisca angustula que ficam pairando e de peacute proacuteximo ao

ninho Os autores fizeram algumas experiecircncias para saber se havia alternacircncias de

tarefas entre elas A pesquisa teve duraccedilatildeo de trecircs anos e foi realizada em uma

37

fazenda perto de Satildeo Paulo Para observar essa alternacircncia de tarefas as abelhas

guardas foram coletadas e marcadas Dessa maneira notaram que das 18 abelhas

marcadas 12 eram exclusivamente guardas em peacute e seis realizavam os dois tipos

de guardas Durante as 21 horas de observaccedilatildeo natildeo foi observado mudanccedila entre

os tipos de guardas A partir desses resultados concluiacuteram que a alternacircncia de

tarefa entre as guardas eacute rara de acontecer indicando que a defesa de T angustula

e feita por divisatildeo de trabalho

Zweden e colaboradores (2011) fizeram um trabalho semelhante agrave Wittmann (1984)

com os guardas de defesa que ficam pairando Em seu estudo os autores tinham o

objetivo de testar a hipoacutetese que as guardas aumentavam a defesa do ninho em

relaccedilatildeo aos intrusos principalmente Lestrimellita limatildeo a qual eacute um ladratildeo

obrigatoacuterio de Tetragonisca angustula Foram feitas mediccedilotildees da distacircncia em que

as guardas pairando atacavam tanto um manequim de massa de modelar coberto de

citral (odor volaacutetil liberado por L limatildeo) quanto operaacuterias de Lestrimellita limatildeo

receacutem morto Todos os intrusos do experimento foram atacados por T angustula a

distacircncia que ocorreu o ataque variou entre 0-22 cm os ninhos que tinham mais

guardas apresentou maior distacircncia Dessa maneira concluiacuteram que a presenccedila de

guardas pairando aumenta a detecccedilatildeo de intrusos e que essas guardas respondem

especialmente a pistas visuais

As abelhas sem ferratildeo (eussocias) costumam apresentar divisatildeo de trabalho em

suas colocircnias Gruter e colaboradores (2012) em seu estudo quiseram testar a

hipoacutetese de que os soldados especializados (guardas) para a defesa das colocircnias de

jataiacute (Tetragonisca angustula) eram relativamente maiores que os trabalhadores

Com anaacutelise no tamanho e na forma das forrageiras guardas e trabalhadores que

removem resiacuteduos das colocircnias o autor constatou que o peso corporal das guardas

era maior que das abelhas forrageiras e que o tamanho da cabeccedila das forrageiras

mostrou-se um pouco maior em relaccedilatildeo agraves guardas Assim concluiu-se que a

variaccedilatildeo no tamanho seria devido agrave divisatildeo de trabalho ou seja a diferenccedila no

tamanho do corpo consiste em uma eficaacutecia maior para lutar contra invasores e a

diferenccedila em relaccedilatildeo ao tamanho da cabeccedila seria devido agrave necessidade das

forrageiras de decorar caminhos para busca do alimento

38

39

3 METODOLOGIA

31 AacuteREA DE ESTUDO

O Municiacutepio de Vitoacuteria possui uma extensatildeo geograacutefica que envolve um grau

elevado de urbanizaccedilatildeo (SOUZA 2011) De acordo com o Instituto Brasileiro de

Geografia e Estatiacutestica (2010) o Municiacutepio apresenta uma aacuterea de mais de 98 Kmsup2 e

conta com uma populaccedilatildeo estimada de 352104 habitantes O clima da regiatildeo de

Vitoacuteria pode ser classificado como Tropical uacutemido (CLASSIFICACcedilAtildeO [20--])

apresentando temperatura maacutexima que pode chegar a 32ordm C e miacutenima que fica em

torno de 24ordm C com os maiores iacutendices de precipitaccedilatildeo pluviomeacutetrica entre os meses

de Outubro a Janeiro (INSTITUTO CAPIXABA DE PESQUISA ASSISTEcircNCIA

TEacuteCNICA E EXTENSAtildeO RURAL 2011)

Vitoacuteria eacute um dos Municiacutepios que apresentam os maiores niacuteveis de temperaturas do

Estado Isso se deve ao fato de as grandes montanhas dificultarem a passagem dos

ventos do nuacutemero de preacutedios que aumenta com o passar dos anos assim como a

poluiccedilatildeo (SOUZA 2011)

O estudo foi realizado no Campus Universitaacuterio Alaor de Queiroz Arauacutejo da

Universidade Federal do Espiacuterito Santo (FERNANDES VALE 2013) tambeacutem

conhecido como campus de Goiabeiras Este campus se encontra localizado no

Municiacutepio de Vitoacuteria capital do Estado do Espiacuterito Santo e nas coordenadas

geograacuteficas de 20ordm 16rsquoS e 40ordm 18rsquoW (FERREIRA DANTAS 2000)

O Campus fica ao Sul e ao Oeste do canal da passagem e a Leste com a Avenida

Fernando Ferrari Ateacute 2008 era composta por uma aacuterea de ambiente entre mareacutes e

terrestre de 1592545 msup2 poreacutem com a ampliaccedilatildeo da Avenida Fernando Ferrari

essa aacuterea foi reduzida para 1567545 msup2 (FERNANDES VALE 2013) A aacuterea

amostral se localiza no entorno do Centro de Ciecircncias Humanas e Naturais (CCHN)

Implantada por volta da deacutecada de 1970 ela compotildee os ICrsquos (iniciais de Ilha do

Cercado) I II III e IV (FERNANDES VALE 2013) e apresenta uma aacuterea que

compreende edificaccedilotildees como preacutedios passarelas ruas asfaltadas paacutetio de

estacionamento e aacutereas jardinadas (MAPA 01)

40

Mapa 01- Mapa do Campus Universitaacuterio de Goiabeiras (UFES) com destaque da

aacuterea de estudo em vermelho

Fonte Google Maps (2014) 32 OBTENCcedilAtildeO DOS DADOS

A aacuterea de estudo foi inspecionada agrave procura de ninhos de T angustula com

observaccedilotildees em calccediladas paredes muros postes troncos de aacutervores entre outros

conforme Taura e Laroca (1991) Os ninhos encontrados foram marcados por letra

alfabeacutetica e mapeados com o auxiacutelio de um marcador permanente (marca Jocar

Office) e um GPS (marca Garmin etrex vista) As observaccedilotildees foram realizadas uma

vez a cada semana durante cinco meses de Abril agrave Setembro de 2014 totalizando

21 dias amostrados (140 horas) O periacuteodo no qual foram realizadas as observaccedilotildees

41

foi de 0700 agrave 1700 horas As observaccedilotildees foram feitas durante 15 minutos em cada

ninho e intercaladas nos periacuteodos matutino vespertino e dia todo com o auxilio de

uma lupa de matildeo devido elas apresentarem aproximadamente 5 miliacutemetros

(NOGUEIRA-NETO 1997) A lupa de matildeo foi utilizada tambeacutem para observar a cor

do poacutelen que as abelhas traziam para dentro do ninho

A contagem do nuacutemero de entradas e saiacutedas das abelhas coletoras e das abelhas

que protegem a colocircnia de invasores foi realizada em todos os ninhos com o auxilio

de um contador de nuacutemeros Os registros foram realizados com redaccedilatildeo dos

eventos e por meio de fotografias As observaccedilotildees seguiram o meacutetodo Animal-Focal

descrito por Altmann (1973) para anaacutelise do comportamento das abelhas Esse

meacutetodo consiste em amostrar os comportamentos de um ou mais indiviacuteduos por um

determinado periacuteodo de tempo O levantamento das principais fontes de alimento de

T angustula foi obtido a partir de dados bibliograacuteficos

33 ANAacuteLISE DOS DADOS

Para anaacutelise dos dados foi utilizado o programa ldquoMapSourcerdquo para a construccedilatildeo do

mapa dos ninhos encontrados Foi tambeacutem utilizado o programa Microsoft Excel

2007 para construccedilatildeo de graacuteficos para analisar o nuacutemero de visitas (entrada e saiacuteda)

que as abelhas coletoras apresentaram durante os cinco meses observados Os

graacuteficos foram construiacutedos por intervalos de horas sendo que as informaccedilotildees se

acumularam mais proacuteximo do horaacuterio em que houve mais eventos observados no

ninho O mesmo programa foi utilizado para retirar a meacutedia da quantidade de

guardas na defesa do ninho

Os dados resultantes do levantamento bibliograacutefico das fontes alimentares serviram

de base para a elaboraccedilatildeo de um graacutefico com a contribuiccedilatildeo das famiacutelias de plantas

mais visitadas por T angustula

42

43

4 RESULTADOS E DISCUSSOtildeES

41 LOCALIZACcedilAtildeO DOS NINHOS

Foram encontrados onze ninhos (marcados por letra alfabeacutetica de A a K) cinco

instalados em paredes e muros (K C I e J) e seis localizados sob placas de

concreto de passarelas (A B D E F G e H) (mais precisamente na base das

pilastras da passarela que se encontra entre os IC`s II e III) Este fato corrobora com

os estudos de Taura e Laroca (1991) que indica que a disponibilidade de nidificaccedilatildeo

nesses locais aumenta com as atividades antroacutepicas A localizaccedilatildeo dos ninhos eacute

apresentada pelo Mapa 02

Os ninhos C J K (Mapa 02) recebiam calorna maior parte do dia jaacute os demais natildeo

recebiam sol diretamente na maior parte do dia pois eram protegidos pela pilastra e

pela cobertura da passarela

Durante todo o periacuteodo das observaccedilotildees em geral o clima foi de dias quentes com

presenccedila de ventos

MAPA 02 ndash Mapa dos ninhos de T angustula estudadas no Campus de Goiabeiras

(UFES) Abril ndash Setembro2014

Fonte Modificado em Google earth (2014) Dos 11 ninhos observados dois ninhos natildeo apresentavam a entrada com o formato

comum de cilindro e traziam um formato natildeo definido

44

Em todos os ninhos foi possiacutevel ver que a abertura da extremidade do tubo era

relativamente grande Tal formato permite que haja espaccedilo para que algumas

abelhas guardas permaneccedilam na entrada do tubo ao mesmo tempo em que deixa

espaccedilo suficiente para as forrageiras passarem (KARCHER RATNIEKS 2009) Ao

longo de todo o tubo havia presenccedila de centenas de perfuraccedilotildees o que segundo

Gruter Karcher e Ratinieks (2011) eram para ajudar nas trocas gasosas

Nos cinco meses observados trecircs ninhos desapareceram da aacuterea amostral restando

ao final das observaccedilotildees oito ninhos Um deles (ninho E) foi perdido logo no iniacutecio

das observaccedilotildees supotildee-se que tenha ocorrido alguma intervenccedilatildeo aguda por

exemplo humana pois logo no segundo dia de observaccedilatildeo o mesmo jaacute natildeo estava

no lugar demarcado Outros dois ninhos (ninhos F e G) tambeacutem foram perdidos O F

persistiu ateacute o mecircs de Maio e o ninho G ateacute Julho Nestes o desaparecimento se

sucedeu apoacutes eventos de revoadas

42 INTERACcedilOtildeES INTER E INTRAESPECIacuteFICAS

TABELA 1 - Dados dos Ninhos observados

Data Ninho Hora Cores de Poacutelen

Presenccedila de

Resina Operaacuteriaslimpeza Guardas

em peacute Guardas pairando Ameaccedila

14abr D 07h-8h

Amarelo Branco Laranja

Vermelho

X 5 1

13mai C 10h-11h

Amarelo Branco Laranja

Vermelho

X X 4 4

20mai J 15h-16h Branco X X 8 12 02jun H 12h-13h Branco X X 8 4 16jul D 13h-14h Branco

X 8 2 Formiga

20jun B 08h-09h

Amarelo Branco Laranja

Vermelho

X X 9 3

06ago C 14h-15h Branco X 7 10 Lagartixa

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria As observaccedilotildees indicaram que as jataiacutes visitavam vaacuterias espeacutecies de flores durante

as manhatildes e iniacutecio das tardes pois nesse periacuteodo trouxeram uma grande

45

diversidade de poacutelen (cores amarela laranja branca e vermelha) transportados em

suas corbiacutecula para dentro do ninho B C e D (TABELA 1) (FIGURA 1-A) No horaacuterio

da tarde essa diversidade diminuiacutea nos ninhos C D H e J (TABELA 1) e era

representada pelo transporte de poacutelen de cor branca Este fato mostra que a

diversidade de flores visitadas decresce ao longo do dia

As abelhas sociais de um modo geral visitam as flores enquanto elas satildeo atrativas

Elas apresentam preferecircncia pela cor e satildeo capazes de discriminar os conjuntos

florais realizar sua localizaccedilatildeo e selecionar aquelas que produzem maior quantidade

e melhor qualidade de alimento (PIRANI LAURINO 1993) Existem diversos fatores

que podem influenciar a coleta de alimento pelas abelhas sociais entre eles o

comportamento das campeiras e a necessidade das colocircnias que depende do seu

tamanho (PIRANI LAURINO 1993)

Aleacutem de poacutelen tambeacutem foi observado carregamento de resina nas corbiacuteculas para

dentro do ninho B C H e J (TABELA 1) (FIGURA 1-B) essa eacute coletada pelas

abelhas em bototildees florais Depois de a resina ser coletada ela pode ser armazenada

pura ou misturada com cera No caso de T angustula ela geralmente faz a

armazenagem na forma pura (NOGUEIRA-NETO 1997) Como a resina eacute viscosa e

grudenta as abelhas a utilizam para vedar o entorno da entrada do tubo e tambeacutem

para depositar uma quantidade sobre o corpo e cabeccedila das formigas para defender

a colocircnia contra invasores (WITTMANN 1985 NOGUEIRA-NETO 1997)

Durante todo o periacuteodo observado foi notada a presenccedila de operaacuterias que cuidavam

da limpeza dos ninhos (TABELA 1) Essas operaacuterias trabalhavam retirando resiacuteduos

(detritos) de dentro do ninho e o faziam carregando atraveacutes de sua mandiacutebula

(FIGURA 1-C) Este trabalho era realizado continuamente ao longo de todo o dia

Para Nogueira-Neto (1997) T angustula eacute a espeacutecie que tem o melhor haacutebito de

limpeza e por esta razatildeo seu mel e seu proacutepolis satildeo considerados o melhor dentre

as outras espeacutecies

FIGURA 1- Divisatildeo de trabalho entre operaacuterias de Tetragonisca angustula A

Detalhe da corbiacutecula com poacutelen B Detalhe da corbiacutecula com resina C Operaacuteria de

limpeza com resiacuteduo na mandiacutebula

46

Fonte Arquivo Labibio

Em cada ninho foi possiacutevel notar a presenccedila de abelhas que ficavam tanto pousadas

ao longo do tubo de entrada do ninho quanto sobrevoando proacuteximo do mesmo

Essas abelhas satildeo chamadas por Gruter Karcher e Ratnieks (2011) de abelhas

guardas em peacute e pairando respectivamente As guardas em peacute estavam sempre

em grandes quantidades e estiveram em atividade praticamente em todo o periacuteodo

do dia

Essas guardas ficavam na maior parte do tempo com a mandiacutebula apoiada sobre o

ninho acredita-se que tenham a funccedilatildeo de depositar resina ao entorno do ninho As

demais guardas que ficavam sobrevoando estiveram mais ausentes logo no

A B

C

47

comeccedilo da manhatilde por volta das 0700 as 0900 horas As guardas pairando ficavam

na maioria das vezes em nuacutemeros de trecircs a quatro sempre posicionadas a direita e

esquerda do tubo e em direccedilatildeo a entrada (FIGURA 2)

FIGURA 2- Ninho de T angustula com guardas pairando destacado em vermelho e

guardas em peacute em destaque azul

Fonte Arquivo Labibio

Foi observado que no periacuteodo da tarde o nuacutemero de guardas pairando aumentava

Isso era visto com maior frequumlecircncia nos ninhos C e J instalados em paredes

(TABELA 1) Segundo Gruter Karcher e Ratnieks (2011) as colocircnias que

apresentam um nuacutemero maior de guardas pairando sofrem ameaccedilas de

vertebrados fato corroborado no ninho C (TABELA 1) que foi atacado por uma

lagartixa No momento em que aconteceu uma parte da populaccedilatildeo saiu do ninho e

se mostraram bem agitadas O que de acordo com Gruter Karcher Ratnieks (2011)

trata-se de uma resposta defensiva agrave percepccedilatildeo da respiraccedilatildeo de vaacuterios

vertebrados

Tambeacutem foi observado o comportamento defensivo em quando formigas se

aproximavam do ninho D (TABELA 1) As jataiacutes as ldquobeliscavamrdquo para que se

afastassem Esse mesmo comportamento foi visto durante minhas observaccedilotildees ao

Ninho A toda vez que me aproximava para observar ou fotografar surgiam vaacuterias ao

48

meu redor em uma dessas observaccedilotildees a jataiacute picou pele exposta Dentre todos os

ninhos essa foi a que apresentou o comportamento mais agressivo

De acordo com os estudos de Gruter e colaboradores (2012) T angustula eacute a uacutenica

espeacutecie que apresenta um sistema de defesa que envolve dois grupos distintos e

complementares de guardas uma pairando que se estacionam no ar proacuteximo ao

ninho e outras em peacute ao redor da entrada do ninho As guardas que ficam de frente

para o caminho de vocirco satildeo chamadas de grupo principal e as que ficam

posicionadas agrave direita e agrave esquerda do ninho satildeo o grupo secundaacuterio (GRUTER

KARCHER RATNIEKS 2011)

Uma caracteriacutestica interessante dessas guardas eacute que apresentam caracteriacutesticas

morfoloacutegicas diferentes das operaacuterias (satildeo maiores e mais pesadas) (GRUTER et

al 2012) Elas apresentam diferenccedilas no comprimento da asa no tamanho das

pernas traseiras que satildeo relativamente maiores para seu corpo (podendo ajudar na

luta contra invasores) e cabeccedila um pouco menor que das forrageiras Essa ultima

caracteriacutestica estaacute associada agrave maior necessidade das forrageiras de processar

informaccedilotildees sensoriais relacionadas ao forrageamento (GRUTER et al 2012)

As abelhas guardas possuem a funccedilatildeo de defender sua colocircnia de ataques de

intrusos que aproveitam do seu trabalho para roubar o alimento produzido

(GRUTER KARCHER RATNIEKS 2011) As accedilotildees especiacuteficas desses intrusos satildeo

detectadas mais pelas guardas em peacute pois elas conseguem identificar as campeiras

e natildeo campeiras da mesma espeacutecie por quimiorecepccedilatildeo (KARCHER RATNIEKS

2009 GRUTER KARCHER RATNIEKS 2011) Jaacute as guardas que pairam perto do

ninho atacam intrusos que natildeo satildeo da mesma espeacutecie elas o reconhecem pela cor

forma do corpo e pelos odores volaacuteteis (KARCHER RATNIEKS 2009) De acordo

com Zweden e Colaboradores (2011) a presenccedila de guardas pairando aumenta a

detecccedilatildeo de intrusos e que essas guardas respondem especialmente a pistas

visuais Como comportamento de defesa as guardas liberam um feromocircnio de

alarme para recrutar os trabalhadores para o ataque (FREE 1987 apud ZWEDEN

2011)

O nuacutemero meacutedio de guardas durante o periacuteodo observado mostrou-se maior para as

guardas em peacute (78) do que para as guardas pairando (35) Esse fato eacute explicado

por Gruter Karcher e Ratnieks (2011) para eles o gasto energeacutetico das guardas

pairando eacute muito maior de modo que eacute menos dispendioso energicamente para as

49

abelhas ficarem em peacute Mesmo tendo um gasto energeacutetico muito alto nas

observaccedilotildees de Wittmann (1985) as atividades do voo das guardas foi constatado

que essas ficavam pairando por cerca de 70 minutos antes de voltar para dentro do

ninho Este fato mostra que a mudanccedila de guardas natildeo eacute comum e que a defesa do

ninho eacute feita por divisatildeo de trabalho e natildeo por alternacircncia de tarefas (GRUTER

KARCHER RATNIEKS 2011)

Os ninhos que desapareceram ao longo das observaccedilotildees foram devido agraves revoadas

um comportamento comum nas abelhas Nas jataiacutes as revoadas geralmente

ocorrem devido ao calor para refrescar o ninho em caso de altas temperaturas uma

parte da populaccedilatildeo sai do ninho enxameamento para reproduccedilatildeo ou devido agrave

interferecircncia humana quando um ninho eacute retirado de um local para outro

(INFORMACcedilAtildeO PESSOAL ZOCOLOTTI V R) De acordo com este na primeira

semana eacute possiacutevel presenciar alguma revoada que pode ser para identificaccedilatildeo

tanto da flora apiacutecola quanto para localizaccedilatildeo do novo ambiente

No caso dos ninhos F e G ao final de cada revoada observada a entrada do ninho

ficava bastante danificada Foram observadas trecircs revoadas (duas no mesmo dia)

do ninho F todas no mecircs de Maio e duas (em dias diferentes) no ninho G no mecircs

de Junho Apoacutes estas observaccedilotildees os dois ninhos desapareceram

Durante as revoadas vaacuterias abelhas caiam no chatildeo agarradas umas nas outras

Apoacutes queda era possiacutevel observar que as guardas conseguiam prender e retirar

com sua mandiacutebula as pernas e asas do invasor (FIGURA 3-A e B) o que impedia

as invasoras de conseguir atacar novamente Segundo Kerr e colaboradores (2005)

as guardas agarram as pernas dos invasores para que eles caiam no chatildeo e sejam

comidos pelas formigas que ficam proacuteximas aos ninhos

50

FIGURA 3 - Ataque de invasores A T angustula com mandiacutebula presa agrave perna do

Jataiacute invasora BPerna de invasores retirada apoacutes ataque

Fonte Arquivo Labibio

De acordo com Zocolotti VR (INFORMACcedilAtildeO PESSOAL) as cinco espeacutecies de

Meliponini criadas por ele podem apresentar o comportamento de saquear outros

ninhos e isso pode ocorrer por oportunismo ou por falta de alimento Em especial

as Jataiacutes geralmente possuem o costume de atacar as proacuteprias jataiacutes esses

ataques acontecem dentro do mesmo ninho e entre outros proacuteximos Esses ataques

podem ocorrer por atraccedilatildeo de feromocircnio de princesa (rainhas jovens natildeo

fecundadas) por enxame fraco ou ateacute mesmo para absorver o fraco ou seja elas

entram e acabam matando a rainha e mantecircm os trabalhadores por um tempo ateacute

absorver o enxame ou ateacute mesmo o deixam morrer sendo dessa maneira muito

complexas em relaccedilatildeo ao comportamento

Na aacuterea do campus da Ufes houve uma consideraacutevel devastaccedilatildeo na vegetaccedilatildeo

nativa (compreendida de Mata Atlacircntica Manguezal e Restinga) devido agrave

construccedilatildeo de preacutedios que foram erguidos logo no iniacutecio da implantaccedilatildeo da

Universidade Como medida compensatoacuteria foi feito o plantio de espeacutecies arboacutereas

usando em demasia espeacutecies exoacuteticas (CASTRO 2003) Na Ufes eacute possiacutevel ver

poucas aacutereas jardinadas Aleacutem disso sempre que eacute necessaacuterio construir um novo

preacutedio novas aacutereas satildeo eliminadas podendo ou natildeo ser compensada com plantas

nativas

A B

51

Em abelhas sociais o comportamento de saque eacute comum acontecer em sequumlecircncias

natildeo contiacutenuas ou seja ela cessa e recomeccedila por periacuteodos de tempo (SANTANA

etal 2004) Durante as observaccedilotildees foram presenciadas trecircs revoadas ao ninho F

duas no mesmo dia poreacutem em horaacuterios diferentes e duas ao ninho G em dias

diferentes (FIGURAS 4- A B C e D)

FIGURA 4 ndash Revoada do ninho F A Vista da entrada do iniacutecio do estudo B Vista

da entrada em plena atividade em iniacutecio de maio C Entrada apoacutes uma revoada em

maio D Vista da entrada do ninho apoacutes uacuteltima revoada em maio

Fonte Arquivo Labibio

Nas figuras 4a e b mostram o estado em que a entrada do ninho se encontrava na

primeira semana de observaccedilatildeo (vinte e oito de Abril) e na primeira semana do mecircs

seguinte (sete de Maio) esse uacuteltimo a entrada do ninho jaacute se encontrava danificado

No ninho F(FIGURA 4) as revoadas que ocorreram no dia vinte de Maio entre

A B

C D

52

1000 e 1400 horas e no dia vinte e seis de Maio entre 1600 e 1700 horas

corroborando com Santana e colaboradores (2004) sobre o comportamento de

saques intermitentes

No ninho G as revoadas se iniciaram duas semanas apoacutes o desaparecimento do

ninho F nos dias nove e vinte e seis de junho entre 1500 e 1600 horas e dia 16 de

junho no mesmo horaacuterio (FIGURA 5-A B e C)

FIGURA 5 ndash Revoadas no Ninho G A Ninho no iniacutecio de Maio B Registro da

primeira revoada C Ultima revoada perda do ninho

Fonte Arquivo Labibio

As observaccedilotildees evidenciaram a ocorrecircncia de um acuacutemulo de resiacuteduos sobre os

ninhos apoacutes as revoadas (FGURA 5-B) No ninho G tinha uma subpopulaccedilatildeo

A B

C

53

pequena mas bem ativa conforme verificado apoacutes quatro horas de observaccedilatildeo em

nove dias (Graacutefico 1- A e B)

GRAacuteFICO1 A ndash Ritmo de Saiacutedas no Ninho G

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

GRAacuteFICO 1B ndash Ritmo de entradas no ninho G

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

0

20

40

60

80

100

120

140

09h-10h 10h-11h 12h-13h 14h-15h 16h-17h

Nuacutem

ero

de V

isita

s

Horaacuterios

13mai 20mai 26mai

0

20

40

60

80

100

120

140

160

180

200

09h-10h 10h-11h 12h-13h 14h-15h 16h-17h

Nuacutem

ero

de V

isita

s

Horaacuterios

13mai 20mai 26mai

54

No ninho G as abelhas iniciaram suas atividades antes de 09h evidenciado pela

entrada de aproximadamente 180 forrageadoras entre 9 e 10h As saiacutedas neste

mesmo periacuteodo ficaram em torno de 100

Entre 16h-17h houve um grande nuacutemero de entrada o que era esperado todas as

que saiacuteram tecircm que retornar enquanto haacute luminosidade e antes do ninho ser

fechado Conforme esperado por Gruter Karcher Ratnieks (2011) quando comeccedila

a escurecer as Jataiacutes fecham a entrada do tubo para impedir que intrusos ataquem

seu ninho durante a noite e abrem pela manhatilde quando o clima estaacute mais favoraacutevel

para iniciarem suas atividades

Neste ninho entre 12h-13h houve um nuacutemero maior de saiacutedas que de entradas ateacute

agraves 16h Isso possivelmente esteve relacionado agrave uma grande distacircncia entre o ninho

e as fontes de recursos troacuteficos

Outro ninho em que foi possiacutevel observar todos os meses notou-se que apresentou

atividade durante todo o dia (GRAacuteFICO 2-A e B)

GRAacuteFICO 2A ndash Ritmo de saiacutedas do ninho B

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

0

50

100

150

200

250

300

350

400

450

500

07h-08h 08h-09h 09h-10h 11h-12h 12h-13h 13h-14h 14h-15h 15h-16h 16h-17h

Nuacutem

ero

de V

isita

s

Horaacuterios

28abr 13mai 20mai 26mai 09jun 16jun 23jun 01jul 09jul

16jul 23jul 30jul 06ago 13ago 20ago 27ago 05set 10set

55

GRAacuteFICO 2B ndash Ritmo de entradas do nino B

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

O ninho B tinha uma subpopulaccedilatildeo mais numerosa que F e G Durante o inverno

(2307 e 2708) as abelhas iniciavam suas atividades cerca de duas horas mais

tarde em horaacuterio com temperatura mais elevada (indicado pela seta preta) Tal fato

corrobora com as observaccedilotildees de Ulian e colaboradores (2007) que constata que

em periacuteodo mais chuvoso onde as temperaturas satildeo geralmente mais baixas as

Jataiacutes apresentam iniacutecio de atividade agraves 9 horas da manhatilde devido agrave temperatura

nesse horaacuterio comeccedilar a aumentar

Proacuteximo do horaacuterio de 10 horas houve um grande nuacutemero de saiacutedas do ninho

seguido de um grande nuacutemero de entrada o que indica a ocorrecircncia de uma fonte

de recursos proacutexima ao ninho ou a indisponibilidade de recurso para ser coletado

naquela hora Acredita-se que na primeira possibilidade - fonte proacutexima ela era de

resina pelo fato de ter havido um intervalo de saiacuteda ateacute agraves 12h jaacute que esta

demanda mais tempo para ser retirada da corbiacutecula e armazenada por ser

pegajosa No caso da segunda possibilidade natildeo encontraram alimento disponiacutevel

naquele horaacuterio o retorno ao ninho eacute a alternativa mais eficaz para evitar um alto

gasto energeacutetico ateacute que o recurso fique disponiacutevel para coleta

0

100

200

300

400

500

600

07h-08h 08h-09h 09h-10h 10h-11h 11h-12h 12h-13h 13h-14h 14h-15h 15h-16h 16h-17h

Nuacutem

ero

de V

isita

s

Horaacuterios 28abr 13mai 20mai 26mai 09jun 16jun 23jun 09jul16jul 23jul 30jul 20ago 27ago 05set 10set

56

No outono as atividades das Jataiacutes comeccedilaram a diminuir por volta de 15 horas

(indicado pela seta marrom) ateacute cessar totalmente no iniacutecio das 16 horas Pelos

graacuteficos nota-se que o ninho B possui vantagem de uma hora nas atividades em

relaccedilatildeo ao ninho G isso provavelmente ocorreu porque o ninho B obteve mais

sucesso nas coletas distribuiacutedas ao longo do dia

43 RECURSOS FLORAIS

Eacute notoacuteria a relaccedilatildeo que existe entre abelha-flor relaccedilatildeo essa que sucedeu a milhotildees

de anos desde entatildeo as abelhas dependem de substancias utilizadas na

alimentaccedilatildeo e as plantas se beneficiam com a polinizaccedilatildeo (PIRANI LAURINO

1993) Para entender a biologia dos Meliponini eacute importante conhecer sua

alimentaccedilatildeo Para isso eacute necessaacuterio fazer um levantamento das plantas utilizadas

para coleta de poacutelen e neacutectar (SOUZA 1999 apud OLIVEIRA ABSY MIRANDA

2009)

Com base nos dados obtidos sobre as fontes alimentares de T angustula na

literatura (TABELA 2) nota-se a capacidade dessa espeacutecie de visitar uma ampla

diversidade de famiacutelias de plantas Segundo Toledo e colaboradores (2003) durante

cada voo das campeiras em meacutedia 100 flores satildeo visitadas

O levantamento bibliograacutefico indicou que existem duas metodologias bastante

usadas por autores para conhecer a dieta das abelhas Uma delas eacute a investigaccedilatildeo

palinoloacutegica para avaliar as fontes de recursos florais utilizados (poacutelen e neacutectar)

com base no gratildeo de poacutelen depositado no corpo da abelha para identificaccedilatildeo das

espeacutecies vegetais (CARVALHO MARCHINE ROS 1999 FEIDEN 1994 SIMIONI et

al 2007 OLIVEIRA ABSY MIRANDA 2009 MORGADO et al 2011NOVAIS

ABSY SANTOS 2013) A outra se daacute por meio de observaccedilotildees das campeiras nas

flores (AGOSTINI SAZIMA 2003 TOLEDO et al 2003OLIVEIRA ABSY

MIRANDA 2009 BRAGA et al 2012) A partir desses meacutetodos eacute possiacutevel saber

quais satildeo as plantas que produzem seus alimentos preferenciais e quais as fontes

alternativas (OLIVEIRA ABSY MIRANDA 2009)

57

TABELA 2 ndash Relaccedilatildeo das espeacutecies de plantas visitadas porT Angustula Continua

Famiacutelia Espeacutecie Polinizada Visitada Recurso

Poacutelen Neacutectar

Acanthaceae Thunbergia grandiflora X Odontonema strictum X X

Justicia brandegeana X

Ruellia silvaecola X Agavaceae Agave americana X X X

Agave sisalana X X X

Agave attenuata X X X

Dracena fragana X X X Aizoaceae Mesembryantemum spectabilis X Lamprantus productus X Amaranthaceae Gomphrena globosa X Amarylidaceae Clivia miniata X X X Anacardiaceae Schinus terebinthifolius X X

Lithraea molleoides X X

Toxicodendron verniciferum X X

Mangifera indica X X X

Tapirira guianensis X Apiaceae Hydrocotyle leucocephala X Apocynaceae Trevetia peruviana X Araliaceae Tetrapanax papyrifera X X X Asclepiadaceae Asclepias curassavica X X Asteraceae Parthenium hysterophorus X Aspillia latissima X Aspillia sp X Balsaminaceae Impatiens balsamina X X X

Impatiens sultanii X Bignoniaceae Spathodea campanulata X X Tabebulaim petiginosa X X X

Tabebula chrysotricha X X X Bixaceae Bixa orellana X X Bombacaceae Ceiba arianthos X X

Pseudo bombax sp X X

Pseudobombax tomentoso X X

Eriotheca canolleana X X

Bombax ceiba X X Boraginaceae Cordia superba X X

Cordia glabrata X X Brassicaceae Brassica sp X Cactaceae Opuntia ficusindica X X Caesalpiniaceae Schizolobium parahyba X X Capparaceae Cleome spinosa X Caprifoliaceae Lonicera japonica X X

58

TABELA 2 ndash Relaccedilatildeo das espeacutecies de plantas visitadas por T angustula Continua

Famiacutelia Espeacutecie Polinizada Visitada Recurso

Poacutelen Neacutectar

Sambucus australis X X Caryophylaceae Silene armeria X Cecropiaceae Cecropia hololeuca X Cochlospermaceae Cochlospermum vitifolium X X Compositae Vernonia polyanthes X X

Bidens pilosa X X Cosmos auphureus X X X

Centratherium violaceum X X X

Dahlia sp X Eclipta alba X Asterla evis X Tithonia rotundifolia X X X

Tithonia speciosa X X X

Tithonia diversifolia X Baccharis sp X Wedelia paludosa X Eupatorium sp X Mikania glomerata X X

Montano apyramidata X X Montano abipinnatifiada X Senecio brasiliensis X X X

Emilia sonchifolia X X Ambrosia sp X X Creopsis grandiflora X Galinsoga parviflora X Crassulaceae Kalanchoe tubiflora X X Cyperaceae Cyperus sp X Elaeocarpaceae Muntingia calabura X Ericaceae Rhododendron simsii X X X

Rhododendron indicum X X X Euphorbiaceae Alchornea sidaefolia X X X

Euphorbia milii X X X

Euphorbia pulcherrima X X X

Ricinus communis X X X

Croton sp X Fabaceae Desmodium sp X Tipuana tipu X Vigna peduncularis X X Guttiferae Kielmeyera coriacea X X Iridaceae Dietes vegeta X Labiatae Salvia splendens X Origanum vugare X

59

TABELA 2 ndash Relaccedilatildeo das espeacutecies de plantas visitadas por T angustula Continua

Famiacutelia Espeacutecie Polinizada Visitada Recurso

Poacutelen Neacutectar

Ocimum sellowii X Iboza riparia X X X

Coleus blumei X X X Leguminosae Andira anthelmintica X X

Mimosa daleoides X X X

Myroxylon balsamum X X X

Piptadenia gonoacantha X X X

Stylos anthesscabra X Caesalpinia bonducella X X X

Caesalpinia pelthophoroides X X X

Crotalaria lanceolata X Calliandra twedii X Sophora tomentosa X X Mimosa pudica X Erythrina speciosa X X X

Cassia grandis X Schizolobium parahyba X X Senna multijuga X Senna bicapsularis X X Delonix regia X Clitoria fairchildiana X Centrolobium tomentoso X Liliaceae Aloe sp X X Bulbine frutescens X Loranthaceae Struthanthus andrastylus X X Lythraceae Lagerstroemia indica X X Magnoliaceae Talauma ovata X X Malpighiaceae Malphiguia glabra X Tetrapterys X Byrsonima intermedia X X X Malvaceae Hibiscus rosa-sinensis X X X

Malvaviscus arboreus X X Sida rhombifolia X Melastomataceae Tibouchina granulosa X X

Clidemeia sp X X

Tibouchina sp X X X

Tibouchina holosericea X X Meliaceae Trichilia sp X Mimosaceae Leucaena leucocephala X Anadenanthera collubrina X Moraceae Cecropia pachystachya X X X

Morus nigra X X

60

TABELA 2 ndash Relaccedilatildeo das espeacutecies de plantas visitadas por T angustula Continua

Famiacutelia Espeacutecie Polinizada Visitada Recurso

Poacutelen Neacutectar Myrsinaceae Ardisia crenata X X Myrtaceae Eucalyptus robusta X X X

Eugenia jambos X X X

Eugenia pitanga X Eucalyptus terecornis X Plinia glomerata X Nyctaginaceae Bougainvile aspectabilis X X X Oleaceae Jasminum azoricum X Palmae Acrocomia aculeata X X

Archontophoenix cunninghamiana X

Syagrus romanzoffiana X Copernicia alba X X Sheelea phalerata X Passifloraceae Passiflora jilekii X Piperaceae Piper mollicomum X Poaceae Paspalum sp X Polemoniaceae Cobae scandens X Polygonaceae Polygonum capitatum X X X Pontederiaceae Pontederia lanceolata X X Proteaceae Grevill a bansksii X X X Rosaceae Prunus persica X X X

Pyracantha coccinea X X Rubiaceae Pentas lanceolata X X

Citrus airantum X X Rutaceae Citrus limon X X X Scrophulariaceae Paulownia imperialis X X Solanaceae Nicotiana tabacum X X Sterculiaceae Dombeya burgessiae X Dombeya wallichii X Sterculia chicha X X Tiliaceae Heliocarpus americanus X X X Tropaeolaceae Tropaeolum majus X X X Ulmaceae Tipo celtis X Trema micrantha X X Umbelliferae Foeniculum vulgare X X X Verbenaceae Duranta repens X

Vitex agnus-castus X

Velloziaceae Vellozia candia X X X Zingiberaceae Hedychium coronarium X Fonte Pirani Laurino 1993 Carvalho Marchine Ros 1999 Agostini Sazima 2003 Toledo et al 2003 Cartopassi-Laurino 2005 Braga e Colaboradores 2012 Novais Absy Santos 2013

61

Foram encontradas 71 famiacutelias e um total de 166 espeacutecies Dessas 30 espeacutecies satildeo

polinizadas e 136 satildeo visitadas Poacutelen e neacutectar satildeo os recursos mais coletados

com coleta de poacutelen em 78 espeacutecies e de neacutectar em 69 De acordo coma Lista de

Espeacutecies da Flora do Brasil (2010) 20 das espeacutecies que satildeo polinizadas (TABELA

2) satildeo nativas o restante satildeo espeacutecies exoacuteticas ou seja natildeo pertencem agrave flora

brasileira

As famiacutelias que apresentaram maior porcentagem de visitas por T angustula foram

Compositae e Leguminosae (TABELA 2) com 13 e 12 de espeacutecies

respectivamente (GRAacuteFICO 3) sendo as famiacutelias mais importantes para a dieta da

jataiacute (AGOSTINE SAZIMA 2003 SIIONI et al 2007) Esse resultado eacute similar ao

trabalho de Simioni e colaboradores (2007) seus resultados mostram que uma das

famiacutelias analisadas Leguminosae tambeacutem apresentaram um maior destaque na

quantidade de visitas realizadas por T angustula esse fato pode ser explicado pelo

fato de que Leguminosae representa a mais importante fonte de poacutelen para essa

espeacutecie

As famiacutelias Compositae e Leguminosae satildeo as mais bem representadas pelo fato

de apresentarem espeacutecies que fornecem alimento em maior qualidade e quantidade

por vaacuterios periacuteodos do ano Com destaque para a famiacutelia Leguminosae que fornece

recursos alimentares para as abelhas nos periacuteodos de estiagem (PIRANI LAURINO

1993 AGOSTINE SAZIMA 2003)

O graacutefico abaixo ilustra o comportamento generalista deT angustula Onde 41 das

visitadas realizadas pela espeacutecie se distribuem por 55 famiacutelias vegetais Esse

comportamento concorda com trabalho de Anacleto (2007) onde dentre as cinco

espeacutecies estudadas por ele a que apresentou o haacutebito mais generalista em relaccedilatildeo

ao nuacutemero de plantas visitadas foi T angustula

62

GRAacuteFICO 3 ndash Contribuiccedilatildeo das famiacutelias de plantas para a dieta de T angustula

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria com base nos dados da Tabela 1

As abelhas generalistas visitam flores pequenas e abertas e satildeo menos

relacionadas agraves flores especializadas (RUTHCKE JULES 1993 ROUBIK 1992

apud AGOSTINI SAZIMA 2003) e tecircm preferecircncia de flores arboacutereas com

inflorescecircncia densas

Um exemplo de flores que natildeo satildeo especializadas e que satildeo importantes para a

dieta de T angustula eacute da famiacutelia Asteraceae as espeacutecies Mangifera indica e

Schinus terebinthifolius apresentam grande densidade de flores e permite faacutecil

acesso para as abelhas deste modo tornam-se importantes fornecedores de fontes

de poacutelen (BRAGA et al 2012)

De acordo com o levantamento das plantas utilizadas pelas abelhas jataiacute realizado

por diferentes autores as famiacutelias que se mostraram bem representadas foram

Malvaceae Caesalpiniaceae Melastomataceae Myrtaceae Euphorbiaceae e

Anacardiaceae sendo consideradas portanto essenciais para a dieta da jataiacute

2 2 3 2

2 3

13

3 2

3

12 2 2 2 3

3

41

Acanthaceae Agavaceae Anacardiaceae Asteraceae Bignoniaceae

Bombacaceae Compositae Euphorbiaceae Fabaceae Labiatae

Leguminosae Malpighiaceae Malvaceae Melastomataceae Myrtaceae

Palmae Outros

63

Em geral essas famiacutelias podem ser caracterizadas pela floraccedilatildeo do tipo contiacutenuo ou

seja uma floraccedilatildeo que natildeo cessa ou que ocorre na maior parte do ano o que

permite as abelhas ter acesso aos recursos em todas as estaccedilotildees do ano

(CARVALHO MARCHINI ROS 1999 AGOSTINI SAZIMA 2003 TOLEDO et al

2003 MORGADO et al 2011)

64

65

5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS Sendo este a primeira pesquisa com abelhas em compus no Espiacuterito Santo Foi

observado que a distribuiccedilatildeo dos ninhos encontrados apresentou-se uniforme

Todos os ninhos estavam instalados em paredes e pisos de concreto o que indica

seu potencial de adaptabilidade agraves condiccedilotildees antroacutepicas

A diversidade de cores de poacutelen trazida pelas forrageiras no iniacutecio da manhatilde indica

uma ampla disponibilidade de alimento que a flores oferecem nesse periacuteodo do dia

bem como a eficiecircncia das forrageiras em selecionar essas flores

De acordo com as observaccedilotildees que foram realizadas no estudo as abelhas T

angustula podem ter suas atividades influenciadas pelo clima Uma vez que foi

observado que no periacuteodo de inverno em que as temperaturas satildeo mais baixas

elas comeccedilavam a realizar suas funccedilotildees nos horaacuterios com as temperaturas mais

altas

A divisatildeo de trabalho entre forrageadoras operaacuterias de limpeza e de defesa

observado nessa espeacutecie indica o comportamento altamente social dos Meliponini

O mecanismo de defesa observado em T angustula entre guardas pairando e em

peacute pode indicar uma caracteriacutestica de complementaridade na defesa do ninho uma

vez que durante as observaccedilotildees os dois tipos de guardas sempre se fizeram

presentes O que mostra que mesmo com o atrofiamento do ferratildeo os indiviacuteduos

desenvolveram estrateacutegias para a defesa contra invasores

Foi comum observar a presenccedila de revoadas nos ninhos entre as Jataiacutes Este

comportamento em geral eacute comum para o desenvolvimento (sobrevivecircncia) da

colocircnia No caso dos ninhos observados apoacutes as revoadas eles foram

desaparecendo Este fato pode indicar um baixo iacutendice de recursos troacuteficos para

essas abelhas dentro do campus pois ao inveacutes dos ninhos se manterem ou

aumentarem em quantidade ao longo das observaccedilotildees eles desapareceram

O levantamento das flores visitadas por T angustula indicou um comportamento

generalista desta espeacutecie em visitar uma grande variedade de plantas o que mostra

sua importacircncia para garantir a variabilidade dessas plantas

66

Esse levantamento tambeacutem indicou que a polinizaccedilatildeo realizada por elas foi

predominante em plantas exoacuteticas O que pode refletir a deficiecircncia na quantidade

de plantas nativas melitoacutefilas na aacuterea de estudo

67

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Page 24: FACULDADE CATÓLICA SALESIANA DO ESPÍRITO SANTO … · No grupo dos Apinae está à tribo dos Meliponini, conhecidas como abelhas indígenas sem ferrão por possuir seu ferrão atrofiado

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vaacuterias alteraccedilotildees na composiccedilatildeo fauniacutestica durante o estudo Assim sendo foi

concluiacutedo que pesquisas como essas satildeo importantes pois contribuem com

informaccedilotildees a respeito da influencia que essas aacutereas degradadas podem exercer

sobre a composiccedilatildeo fauniacutestica e a riqueza das espeacutecies de abelhas

Um inventaacuterio sobre os meliponiacuteneos (meliponini) no Bioma Cerrado foi realizado por

Fernandes e colaboradores (2012) Com levantamentos feitos durante dois anos em

quatro aacutereas diferentes (Municiacutepio de Tangaraacute da Serra ndash MT nos arredores do

campus universitaacuterio de Mato Grosso na Reserva Florestal Antocircnio Conselheiro ndash

MT e na zona rural do municiacutepio Tangaraacute da Serra - MT) os autores coletaram 128

espeacutecimes distribuiacutedos em 27 espeacutecies e 14 gecircneros e constataram que a maior

riqueza foi vista na reserva florestal e na zona rural do municiacutepio de Tangaraacute da

Serra Deste modo eles concluiacuteram que a riqueza observada na reserva pode ser

devido agrave mata apresentar pouca antropizaccedilatildeo e que as informaccedilotildees obtidas nesse

estudo satildeo de extrema importacircncia para a preservaccedilatildeo da biodiversidade da reserva

florestal

Uma pesquisa realizada por Oliveira e colaboradores (2013) cujo tema foi

Levantamento de Ocorrecircncia de Meliponiacutedeos (Meliponini) em Municiacutepios na regiatildeo

do Vale do Jauru ndash MT foia incidecircncia de abelhas sem ferratildeo em zonas urbanas

Com entrevistas aos moradores e com sessotildees de fotos para definir quais espeacutecies

de abelhas se encontravam nas proximidades das casas da regiatildeo do Vale do Jauru

eles encontraram 67 colmeacuteias sendo 17 predominantes em apenas uma cidade

Deste modo concluiacuteram que na regiatildeo do Vale do Jauru encontram-se grandes

aacutereas verdes proporcionando dessa forma alimento e a preservaccedilatildeo das abelhas

24 COLETA DE RECURSOS E PRODUCcedilAtildeO DE MEL DAS MELIPONINI

Devido agraves poucas informaccedilotildees sobre a composiccedilatildeo do mel e fontes alimentares

utilizados pelos meliponineos Anacleto (2007) fez um estudo com o intuito de

conhecer as principais fontes que fazem parte da dieta dessas abelhas e tambeacutem

conhecer as caracteriacutesticas quiacutemicas do mel produzido por elas O estudo foi no

Municiacutepio de Piracicaba Satildeo Paulo Foi realizado um levantamento das plantas

visitadas por cinco espeacutecies de meliponineos (T angustula Scaptotrigona

31

bipunctata Nanotrigona testaceicornis Friesiomellita varia e Tetragona clavipes)

coleta de mel nos potes de alimento dos ninhos e coleta de poacutelen retirada das

corbiacuteculas O autor obteve 158 espeacutecies de plantas sendo que dessas 67 foram

visitadas pelas abelhas em estudo e na anaacutelise poliacutenica foram encontradas 72

espeacutecies de plantas A espeacutecie que apresentou menor nuacutemero de visitas foi F varia

em contrapartida T angustula foi a espeacutecie que apresentou o haacutebito mais

generalista em relaccedilatildeo ao numero de espeacutecies de plantas visitadas Com relaccedilatildeo ao

mel foram analisadas um total 31 amostras Os estudos com a composiccedilatildeo do mel

apresentaram uma dificuldade devido agrave legislaccedilatildeo atender apenas as caracteriacutesticas

do mel de Apis melliacutefera e natildeo o mel das abelhas nativas O mel de F varia foi a que

apresentou menor niacutevel de accediluacutecar em contrapartida o niacutevel de accediluacutecar do mel de T

angustula foi o mais elevado Deste modo foi concluiacutedo que as espeacutecies estudadas

se mostraram generalistas com exceccedilatildeo de F varia e com relaccedilatildeo agrave anaacutelise do

mel foi concluiacutedo que haacute a necessidade de um padratildeo na legislaccedilatildeo proacuteprio para

uma melhor anaacutelise dos compostos quiacutemicos do mel de meliponiacuteneos

Anacleto e colaboradores (2009) tambeacutem realizaram uma pesquisa sobre o padratildeo

de qualidade do mel das abelhas sem ferratildeo Para esse estudo foi analisado a

composiccedilatildeo do mel das abelhas Tetragonisca angustula Com coletas feitas

diretamente de dentro das colocircnias encontradas em Piracicaba ndash (SP) e com

anaacutelises feitas sobre o accediluacutecar proteiacutenas pH acidez cor entre outros fatores os

autores obtiveram 20 amostras de mel e relataram que o accediluacutecar dessas amostras

apresentaram valores inferiores ao que eacute estabelecido pelas normas

brasileirasAssim sendo concluiacuteram que 5 de accediluacutecar do mel coletado natildeo se

enquadram na legislaccedilatildeo e que seria necessaacuterio um maior estudo para que uma

nova legislaccedilatildeo seja feita

No trabalho de Sommeijer e colaboradores (1983) aleacutem de analisar os recursos

coletados por algumas abelhas sem ferratildeo (Meliponineos) e Apis mellifera os

autores tambeacutem fizeram observaccedilotildees no comportamento de forrageamento dessas

abelhas As observaccedilotildees e amostras de poacutelen foram retiradas semanalmente das

corbiacuteculas das forrageiras que retornavam ao ninho Os autores observaram que as

coletas dos recursos ocorreram em periacuteodos diferentes os voos de neacutectar ocorreram

na maior parte das vezes de manhatilde e os vocircos de poacutelen ocorreram agrave tarde Em

relaccedilatildeo ao poacutelen foram obtidas 191 amostras sendo que quatro famiacutelias se

32

mostraram mais presentes Myrtaceae Sapotaceae Sapindaceae e Melliaceae

Desta forma concluiacuteram que as coletas de poacutelen pelas forrageiras podem ter

predominado no periacuteodo da manhatilde devido agraves flores se mostrar mais murchas com o

passar do dia Tambeacutem concluiacuteram que os recursos de poliacutenicos foram bem

diversos o que confirmou o haacutebito generalista dessas abelhas

Carvalho e Marchini (1999) realizaram um estudo dentro de um campus Universitaacuterio

(USP) em Piracicaba Em seu trabalho tiveram o objetivo de conhecer as plantas

que oferecem recursos para abelhas em ambientes mais antropizados Com coletas

de abelhas operaacuterias em colocircnias de Tetragonisca angustula e Nannotrigona

testaceicornis os autores analisaram os gratildeos de poacutelen coletados por elas Atraveacutes

dessa anaacutelise obtiveram 31 tipos poliacutenicos em 22 famiacutelias de plantas sendo que

entre essas famiacutelias para N testaceicornis os gratildeos de poacutelen que se mostrou mais

frequumlente foi de Myrtaceae e para T angustula foram Fabaceae Liliaceae e

Mimosaceae Dessa maneira concluiacuteram que essas espeacutecies se mostraram

generalistas visitando diversas plantas

No mesmo ano Carvalho Marchini e Ros (1999) fizeram um estudo para comparar

e analisar as fontes de poacutelen utilizadas por Apis mellifera e quatro diferentes

espeacutecies de Trigonini (Nannotrigona testaceicornis Partamona helleri Plebeia

droryana e Tetragonisca angustula) O trabalho teve o intuito de fornecer

informaccedilotildees sobre as preferecircncias florais e as relaccedilotildees troacuteficas dessas espeacutecies

Com coletas realizadas nos meses de Outubro e Novembro de 1996 no campus da

USP em Piracicaba os autores coletaram 53 tipos poliacutenicos desses os tipos mais

frequentes para todas as abelhas foram Aracaceae Bulbine frutescens e

Eucalyptus spe com as relaccedilotildees troacuteficas eles observaram que a utilizaccedilatildeo de fontes

de poacutelen variou conforme a espeacutecie e que a dieta se mostrou bem diversificada

Dessa maneira os autores concluiacuteram que P droryana e Phelleri foram agraves

espeacutecies que apresentaram maior uniformidade na utilizaccedilatildeo de fontes de poacutelen e a

maior sobreposiccedilatildeo de nicho troacutefico ocorreu entre N testaceiconis e T angustula e

menor sobreposiccedilatildeo foi entre A meliacutefera e T angustula

Devido agrave carecircncia de estudos sobre os recursos florais utilizados pelas abelhas

Agostini e Sazima (2003) fizeram um estudo sobre a fenologia das espeacutecies de

plantas ornamentais e suas relaccedilotildees com as espeacutecies de abelhas Com registros da

fenologia das plantas arboacutereas e arbustivas e o tipo de recurso utilizado pelas

33

abelhas no campus da Universidade Estadual de Campinas em Satildeo Paulo os

autores registraram 42 espeacutecies de plantas e observaram que na aacuterea estudada

houve plantas florindo todos os meses e natildeo houve sazonalidade marcada Com

relaccedilatildeo ao tipo de recurso utilizado pelas abelhas foi observado que as plantas mais

visitadas foram da famiacutelia Leguminosae e Bombacaceae por serem importantes

fontes de alimento para as abelhas no periacuteodo de estiagem Concluiacuteram que plano

de manejo em ambientes urbanos usando plantas ornamentais nativas seria

importante para acolher maior diversidade de abelhas as quais cumprem papel

importantiacutessimo na manutenccedilatildeo da biodiversidade dos ecossistemas naturais

Como muitas plantas de importacircncia econocircmica dependem de insetos para

aumentar a produccedilatildeo e a qualidade dos frutos Toledo e colaboradores (2003)

pesquisaram as angiospermas na regiatildeo de Maringaacute no estado do Paranaacute para

contribuir com o conhecimento da biodiversidade nessa regiatildeo Com coletas em

onze espeacutecies de plantas examinadas na Universidade Estadual de Maringa

Paranaacute os autores obtiveram 331 insetos Entre as abelhas trecircs espeacutecies coletadas

foram as mais abundantes Tetragonisca angustula Apis mellifera e Trigona spinipes

Os autores concluiacuteram que essas abelhas africanizadas e sem ferratildeo foram as mais

abundantes nas coletas as flores devido tanto ao seu comportamento generalista

como pela sobreposiccedilatildeo no local de forrageamento

Simioni e Colaboradores (2007) realizaram um estudo para investigar os recursos

alimentares de Tetragonisca angustula fiebrigi em Mato Grosso do Sul Com

amostras de cargas poliacutenicas corbiculares das operaacuterias em um ambiente natural de

Corumbaacute-MS no periacuteodo de seis meses os autores relataram que T angustula

visitou 43 espeacutecies de plantas para coleta de poacutelen e as famiacutelias mais visitadas

foram Leguminosae Palmae Asteraceae e a subfamiacutelia Mimosidae devido agrave grande

quantidade de poacutelen acessiacutevel Deste modo concluiacuteram que Tetragonisca

angustula mostrou-se seletivo com relaccedilatildeo agraves fontes de alimento disponiacutevel na aacuterea

estudada e que a famiacutelia Leguminosae se mostrou a mais importante fonte de poacutelen

para T angustula

Muitas espeacutecies de abelhas vecircm sendo utilizadas consorciadas ao cultivo de

diversas espeacutecies de plantas No trabalho de Antunes e colaboradores (2007) eles

utilizaram a espeacutecie Tetragonisca angustula para verificar seu efeito como agente

polinizador na produccedilatildeo de frutos de cultivares de morango em estufa O estudo foi

34

realizado na Universidade de Passo Fundo RS utilizando quatro cultivares de

morangueiro (Oso Grande Tdla Chandler e Dover) com ausecircncia e presenccedila de

duas e quatro colmeacuteias de T angustula Os autores observaram que o numero de

visitas as flores foram o mesmo para os mesmos nuacutemeros de colocircnias e que o uso

de duas ou quatro colmeacuteias natildeo alterou a produccedilatildeo dos frutos Aleacutem disso

observaram tambeacutem que a porcentagem de frutos deformados teve uma queda

consideraacutevel de 85 para 5 Sendo assim concluiacuteram que a presenccedila de

Tetragonisca angustula para a polinizaccedilatildeo em ambiente fechado tem grande

importacircncia para o aumento da produtividade e para o aumento da quantidade de

frutos comerciaacuteveis

Devido agrave grande importacircncia das abelhas sem ferratildeo para manter a biodiversidade

das plantas Braga e colaboradores (2012) fizeram um estudo com a espeacutecie T

angustula por ela ser amplamente distribuiacuteda nos habitats tropicais Com estudo

realizado em duas ilhas (Ilha Grande e Tucuruccedilaacute) e outras duas na ilha Ariroacute e

Tinguaacute todas SAP aacutereas de Mata Atlacircntica do Estado do Rio de Janeiro e apenas

Ilha Grande pertence a uma unidade de proteccedilatildeo ambiental Para esse estudo os

autores fizeram coletas de carga de poacutelen e observaccedilotildees agraves flores T angustula

visitou 61 espeacutecies de plantas sendo Anacardiaceae e Asteraceaeas mais visitadas

Na Ilha grande foi a aacuterea onde se obteve maior nuacutemero de visitas e onde se

encontrou 39 tipos poliacutenicos Dessa maneira concluiacuteram que a dieta de T angustula

eacute bem ampla e que essas pesquisas satildeo necessaacuterias para conhecer as plantas que

operam como recurso para as abelhas em ambiente natural

Com o intuito de contribuir para o conhecimento da flora e sua utilizaccedilatildeo por

polinizadores nativos Novais Absy e Santos (2013) caracterizaram o poacutelen de T

angustula atraveacutes da anaacutelise palinoloacutegica analisando os meacuteis produzidos por esta

espeacutecie em duas regiotildees semi-aacuteridas tropicais do nordeste do Brasil Com amostras

de mel coletados mensalmente nos municiacutepios de Itaberaba e Ruy Barbosa na

Bahia durante 14 meses os autores observaram que o espectro poliacutenico das

amostras de mel de T angustula consistiu um total de 67 tipos de poacutelen sendo que

18 deles foram comuns aos espectros de poacutelen tanto de Itaberaba quanto de Ruy

Barbosa e as famiacutelias das plantas que predominaram em ambos municiacutepios foram

Fabaceae Myrtaceae Malvaceae e Euphorbiaceae Concluiacuteram que houve um uso

heterogeneo dos recursos naturais no municiacutepio de Itaberaba e homogecircneo no

35

municiacutepio de Ruy Barbosa neste foi detectado um tamanho maior do nicho de poacutelen

de T angustula Para os autores isso se deve a diferenccedila na diversidade de plantas

entre os dois municiacutepios

25 COMPORTAMENTO DA ABELHA JATAIacute

Para algumas pesquisas estudos sobre comportamento eacute essencial para obter

informaccedilotildees importantes sobre a espeacutecie em estudo Para que pesquisadores

possam fazer estudo de comportamento em campo Altmann (1973) publicou um

trabalho sobre comportamento animal onde ela faz um guia para orientar os

observadores em seus estudos Ela apresenta meacutetodos para ser utilizado nas

observaccedilotildees tanto em comportamento individual quanto em grupo e apresenta o uso

de meacutetodos de amostragem nas observaccedilotildees Nesse a autora relata trabalhos de

outros autores sobre observaccedilotildees comportamentais e faz discussotildees a respeito de

problemas de amostragem em comportamento social como tambeacutem as vantagens e

desvantagens do uso de alguns meacutetodos

Um estudo relacionado com o comportamento de T angustula foi realizado por

Wittmann (1985) para mostrar que o sistema de defesa dessa espeacutecie natildeo era

apenas para defesa de alguns insetos voadores mais tambeacutem para defesa contra

ataques de abelhas cleptobioacuteticas Para observaccedilatildeo do comportamento das guardas

pairando foi mantida uma colocircnia de Lestremelitta limatildeo proacuteximo a quatros colocircnias

de T agustula O autor notou que o posicionamento das guardas pairando proacuteximo

ao corredor de vocirco do ninho permitia maior eficiecircncia nos ataques aos intrusos

cleptobioacuteticos e que durante esses ataques o numero de guardas aumentava

consideravelmente para reforccedilar a defesa do ninho Dessa maneira concluiu-se que

no comportamento de defesa essa espeacutecie faz um recrutamento em massa das

guardas em resposta a um feromocircnio lanccedilado por L limatildeo

Couvillon e colaboradores (2007) fizeram um estudo sobre a movimentaccedilatildeo das

forrageiras em relaccedilatildeo ao tamanho da entrada do ninho e o comportamento

defensivo das guardas em relaccedilatildeo agraves perturbaccedilotildees que os ninhos sofrem Para esse

trabalho os autores estudaram 26 espeacutecies de abelhas sem ferratildeo no campus da

Universidade de Satildeo Paulo em Ribeiratildeo Preto Foram medidas a entrada dos ninhos

36

e o comprimento de abelhas forrageiras Foi verificado que a entrada do tubo do

ninho se ajusta ao tamanho das abelhas operaacuterias ou seja quanto maior for a

abelha maior seraacute a entrada do ninho Tambeacutem observaram que as guardas tinham

o comportamento de proteger o ninho bloqueando sua entrada e permitindo apenas

a entrada das forrageiras Assim concluiacuteam que essas abelhas apresentam

importantes mecanismos de defesa para ninho e que estudos como esse podem

trazer informaccedilotildees importantes ao comportamento de defesas das abelhas sem

ferratildeo

Minussi e Santos (2007) fizeram um estudo para descobrir se haacute algum efeito

negativo da Apis mellifera sobre as abelhas nativas em relaccedilatildeo agrave coleta de recursos

Para isso os autores fizeram um trabalho sobre o comportamento que ocorre entre

essas abelhas Com observaccedilotildees agraves flores e coletas das abelhas na Escola

Agroteacutecnica Federal de Sombrio no municiacutepio de Santa Rosa Santa Catarina Apis

mellifera foi agrave espeacutecie mais abundante encontrada na aacuterea em estudo em seguida

Trigona spinipes foi a mais abundante Durante as observaccedilotildees notaram que o

comportamento de abertura das mandiacutebulas da subfamiacutelia Halictinae para atacar e

expulsar as abelhas africanizadas das flores era comum e que esse comportamento

ocorria sempre antes que abelhas conseguissem chegar ao fundo da flor Dessa

maneira concluiacuteram que as abelhas nativas conseguem se defender das abelhas

africanizadas para garantir seu recurso

Karcher e Ratnieks (2009) mostraram em suas pesquisas que ninhos de T

angustula natildeo eram apenas defendidos por guardas pairando mas tambeacutem por

guardas que ficam de peacute na entrada do ninho Os autores colocaram dez campeiras

e natildeo campeiras da mesma espeacutecie e campeiras tratadas com odor de

Scaptotrigona bipunctata em cinco ninhos As guardas de peacute natildeo rejeitaram

nenhuma campeira mas rejeitaram quase todas natildeo campeiras e campeiras

tratadas com odor volaacutetil A partir desse resultado concluiacuteram que as operaacuterias que

ficam de peacute na entrada do ninho tambeacutem atuam como oacutetimas guardas para

discriminar as abelhas campeiras e natildeo campeiras

No trabalho de Gruter Karcher e Ratnieks (2011)foi realizado um estudo sobre as

abelhas guardas de Tetragonisca angustula que ficam pairando e de peacute proacuteximo ao

ninho Os autores fizeram algumas experiecircncias para saber se havia alternacircncias de

tarefas entre elas A pesquisa teve duraccedilatildeo de trecircs anos e foi realizada em uma

37

fazenda perto de Satildeo Paulo Para observar essa alternacircncia de tarefas as abelhas

guardas foram coletadas e marcadas Dessa maneira notaram que das 18 abelhas

marcadas 12 eram exclusivamente guardas em peacute e seis realizavam os dois tipos

de guardas Durante as 21 horas de observaccedilatildeo natildeo foi observado mudanccedila entre

os tipos de guardas A partir desses resultados concluiacuteram que a alternacircncia de

tarefa entre as guardas eacute rara de acontecer indicando que a defesa de T angustula

e feita por divisatildeo de trabalho

Zweden e colaboradores (2011) fizeram um trabalho semelhante agrave Wittmann (1984)

com os guardas de defesa que ficam pairando Em seu estudo os autores tinham o

objetivo de testar a hipoacutetese que as guardas aumentavam a defesa do ninho em

relaccedilatildeo aos intrusos principalmente Lestrimellita limatildeo a qual eacute um ladratildeo

obrigatoacuterio de Tetragonisca angustula Foram feitas mediccedilotildees da distacircncia em que

as guardas pairando atacavam tanto um manequim de massa de modelar coberto de

citral (odor volaacutetil liberado por L limatildeo) quanto operaacuterias de Lestrimellita limatildeo

receacutem morto Todos os intrusos do experimento foram atacados por T angustula a

distacircncia que ocorreu o ataque variou entre 0-22 cm os ninhos que tinham mais

guardas apresentou maior distacircncia Dessa maneira concluiacuteram que a presenccedila de

guardas pairando aumenta a detecccedilatildeo de intrusos e que essas guardas respondem

especialmente a pistas visuais

As abelhas sem ferratildeo (eussocias) costumam apresentar divisatildeo de trabalho em

suas colocircnias Gruter e colaboradores (2012) em seu estudo quiseram testar a

hipoacutetese de que os soldados especializados (guardas) para a defesa das colocircnias de

jataiacute (Tetragonisca angustula) eram relativamente maiores que os trabalhadores

Com anaacutelise no tamanho e na forma das forrageiras guardas e trabalhadores que

removem resiacuteduos das colocircnias o autor constatou que o peso corporal das guardas

era maior que das abelhas forrageiras e que o tamanho da cabeccedila das forrageiras

mostrou-se um pouco maior em relaccedilatildeo agraves guardas Assim concluiu-se que a

variaccedilatildeo no tamanho seria devido agrave divisatildeo de trabalho ou seja a diferenccedila no

tamanho do corpo consiste em uma eficaacutecia maior para lutar contra invasores e a

diferenccedila em relaccedilatildeo ao tamanho da cabeccedila seria devido agrave necessidade das

forrageiras de decorar caminhos para busca do alimento

38

39

3 METODOLOGIA

31 AacuteREA DE ESTUDO

O Municiacutepio de Vitoacuteria possui uma extensatildeo geograacutefica que envolve um grau

elevado de urbanizaccedilatildeo (SOUZA 2011) De acordo com o Instituto Brasileiro de

Geografia e Estatiacutestica (2010) o Municiacutepio apresenta uma aacuterea de mais de 98 Kmsup2 e

conta com uma populaccedilatildeo estimada de 352104 habitantes O clima da regiatildeo de

Vitoacuteria pode ser classificado como Tropical uacutemido (CLASSIFICACcedilAtildeO [20--])

apresentando temperatura maacutexima que pode chegar a 32ordm C e miacutenima que fica em

torno de 24ordm C com os maiores iacutendices de precipitaccedilatildeo pluviomeacutetrica entre os meses

de Outubro a Janeiro (INSTITUTO CAPIXABA DE PESQUISA ASSISTEcircNCIA

TEacuteCNICA E EXTENSAtildeO RURAL 2011)

Vitoacuteria eacute um dos Municiacutepios que apresentam os maiores niacuteveis de temperaturas do

Estado Isso se deve ao fato de as grandes montanhas dificultarem a passagem dos

ventos do nuacutemero de preacutedios que aumenta com o passar dos anos assim como a

poluiccedilatildeo (SOUZA 2011)

O estudo foi realizado no Campus Universitaacuterio Alaor de Queiroz Arauacutejo da

Universidade Federal do Espiacuterito Santo (FERNANDES VALE 2013) tambeacutem

conhecido como campus de Goiabeiras Este campus se encontra localizado no

Municiacutepio de Vitoacuteria capital do Estado do Espiacuterito Santo e nas coordenadas

geograacuteficas de 20ordm 16rsquoS e 40ordm 18rsquoW (FERREIRA DANTAS 2000)

O Campus fica ao Sul e ao Oeste do canal da passagem e a Leste com a Avenida

Fernando Ferrari Ateacute 2008 era composta por uma aacuterea de ambiente entre mareacutes e

terrestre de 1592545 msup2 poreacutem com a ampliaccedilatildeo da Avenida Fernando Ferrari

essa aacuterea foi reduzida para 1567545 msup2 (FERNANDES VALE 2013) A aacuterea

amostral se localiza no entorno do Centro de Ciecircncias Humanas e Naturais (CCHN)

Implantada por volta da deacutecada de 1970 ela compotildee os ICrsquos (iniciais de Ilha do

Cercado) I II III e IV (FERNANDES VALE 2013) e apresenta uma aacuterea que

compreende edificaccedilotildees como preacutedios passarelas ruas asfaltadas paacutetio de

estacionamento e aacutereas jardinadas (MAPA 01)

40

Mapa 01- Mapa do Campus Universitaacuterio de Goiabeiras (UFES) com destaque da

aacuterea de estudo em vermelho

Fonte Google Maps (2014) 32 OBTENCcedilAtildeO DOS DADOS

A aacuterea de estudo foi inspecionada agrave procura de ninhos de T angustula com

observaccedilotildees em calccediladas paredes muros postes troncos de aacutervores entre outros

conforme Taura e Laroca (1991) Os ninhos encontrados foram marcados por letra

alfabeacutetica e mapeados com o auxiacutelio de um marcador permanente (marca Jocar

Office) e um GPS (marca Garmin etrex vista) As observaccedilotildees foram realizadas uma

vez a cada semana durante cinco meses de Abril agrave Setembro de 2014 totalizando

21 dias amostrados (140 horas) O periacuteodo no qual foram realizadas as observaccedilotildees

41

foi de 0700 agrave 1700 horas As observaccedilotildees foram feitas durante 15 minutos em cada

ninho e intercaladas nos periacuteodos matutino vespertino e dia todo com o auxilio de

uma lupa de matildeo devido elas apresentarem aproximadamente 5 miliacutemetros

(NOGUEIRA-NETO 1997) A lupa de matildeo foi utilizada tambeacutem para observar a cor

do poacutelen que as abelhas traziam para dentro do ninho

A contagem do nuacutemero de entradas e saiacutedas das abelhas coletoras e das abelhas

que protegem a colocircnia de invasores foi realizada em todos os ninhos com o auxilio

de um contador de nuacutemeros Os registros foram realizados com redaccedilatildeo dos

eventos e por meio de fotografias As observaccedilotildees seguiram o meacutetodo Animal-Focal

descrito por Altmann (1973) para anaacutelise do comportamento das abelhas Esse

meacutetodo consiste em amostrar os comportamentos de um ou mais indiviacuteduos por um

determinado periacuteodo de tempo O levantamento das principais fontes de alimento de

T angustula foi obtido a partir de dados bibliograacuteficos

33 ANAacuteLISE DOS DADOS

Para anaacutelise dos dados foi utilizado o programa ldquoMapSourcerdquo para a construccedilatildeo do

mapa dos ninhos encontrados Foi tambeacutem utilizado o programa Microsoft Excel

2007 para construccedilatildeo de graacuteficos para analisar o nuacutemero de visitas (entrada e saiacuteda)

que as abelhas coletoras apresentaram durante os cinco meses observados Os

graacuteficos foram construiacutedos por intervalos de horas sendo que as informaccedilotildees se

acumularam mais proacuteximo do horaacuterio em que houve mais eventos observados no

ninho O mesmo programa foi utilizado para retirar a meacutedia da quantidade de

guardas na defesa do ninho

Os dados resultantes do levantamento bibliograacutefico das fontes alimentares serviram

de base para a elaboraccedilatildeo de um graacutefico com a contribuiccedilatildeo das famiacutelias de plantas

mais visitadas por T angustula

42

43

4 RESULTADOS E DISCUSSOtildeES

41 LOCALIZACcedilAtildeO DOS NINHOS

Foram encontrados onze ninhos (marcados por letra alfabeacutetica de A a K) cinco

instalados em paredes e muros (K C I e J) e seis localizados sob placas de

concreto de passarelas (A B D E F G e H) (mais precisamente na base das

pilastras da passarela que se encontra entre os IC`s II e III) Este fato corrobora com

os estudos de Taura e Laroca (1991) que indica que a disponibilidade de nidificaccedilatildeo

nesses locais aumenta com as atividades antroacutepicas A localizaccedilatildeo dos ninhos eacute

apresentada pelo Mapa 02

Os ninhos C J K (Mapa 02) recebiam calorna maior parte do dia jaacute os demais natildeo

recebiam sol diretamente na maior parte do dia pois eram protegidos pela pilastra e

pela cobertura da passarela

Durante todo o periacuteodo das observaccedilotildees em geral o clima foi de dias quentes com

presenccedila de ventos

MAPA 02 ndash Mapa dos ninhos de T angustula estudadas no Campus de Goiabeiras

(UFES) Abril ndash Setembro2014

Fonte Modificado em Google earth (2014) Dos 11 ninhos observados dois ninhos natildeo apresentavam a entrada com o formato

comum de cilindro e traziam um formato natildeo definido

44

Em todos os ninhos foi possiacutevel ver que a abertura da extremidade do tubo era

relativamente grande Tal formato permite que haja espaccedilo para que algumas

abelhas guardas permaneccedilam na entrada do tubo ao mesmo tempo em que deixa

espaccedilo suficiente para as forrageiras passarem (KARCHER RATNIEKS 2009) Ao

longo de todo o tubo havia presenccedila de centenas de perfuraccedilotildees o que segundo

Gruter Karcher e Ratinieks (2011) eram para ajudar nas trocas gasosas

Nos cinco meses observados trecircs ninhos desapareceram da aacuterea amostral restando

ao final das observaccedilotildees oito ninhos Um deles (ninho E) foi perdido logo no iniacutecio

das observaccedilotildees supotildee-se que tenha ocorrido alguma intervenccedilatildeo aguda por

exemplo humana pois logo no segundo dia de observaccedilatildeo o mesmo jaacute natildeo estava

no lugar demarcado Outros dois ninhos (ninhos F e G) tambeacutem foram perdidos O F

persistiu ateacute o mecircs de Maio e o ninho G ateacute Julho Nestes o desaparecimento se

sucedeu apoacutes eventos de revoadas

42 INTERACcedilOtildeES INTER E INTRAESPECIacuteFICAS

TABELA 1 - Dados dos Ninhos observados

Data Ninho Hora Cores de Poacutelen

Presenccedila de

Resina Operaacuteriaslimpeza Guardas

em peacute Guardas pairando Ameaccedila

14abr D 07h-8h

Amarelo Branco Laranja

Vermelho

X 5 1

13mai C 10h-11h

Amarelo Branco Laranja

Vermelho

X X 4 4

20mai J 15h-16h Branco X X 8 12 02jun H 12h-13h Branco X X 8 4 16jul D 13h-14h Branco

X 8 2 Formiga

20jun B 08h-09h

Amarelo Branco Laranja

Vermelho

X X 9 3

06ago C 14h-15h Branco X 7 10 Lagartixa

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria As observaccedilotildees indicaram que as jataiacutes visitavam vaacuterias espeacutecies de flores durante

as manhatildes e iniacutecio das tardes pois nesse periacuteodo trouxeram uma grande

45

diversidade de poacutelen (cores amarela laranja branca e vermelha) transportados em

suas corbiacutecula para dentro do ninho B C e D (TABELA 1) (FIGURA 1-A) No horaacuterio

da tarde essa diversidade diminuiacutea nos ninhos C D H e J (TABELA 1) e era

representada pelo transporte de poacutelen de cor branca Este fato mostra que a

diversidade de flores visitadas decresce ao longo do dia

As abelhas sociais de um modo geral visitam as flores enquanto elas satildeo atrativas

Elas apresentam preferecircncia pela cor e satildeo capazes de discriminar os conjuntos

florais realizar sua localizaccedilatildeo e selecionar aquelas que produzem maior quantidade

e melhor qualidade de alimento (PIRANI LAURINO 1993) Existem diversos fatores

que podem influenciar a coleta de alimento pelas abelhas sociais entre eles o

comportamento das campeiras e a necessidade das colocircnias que depende do seu

tamanho (PIRANI LAURINO 1993)

Aleacutem de poacutelen tambeacutem foi observado carregamento de resina nas corbiacuteculas para

dentro do ninho B C H e J (TABELA 1) (FIGURA 1-B) essa eacute coletada pelas

abelhas em bototildees florais Depois de a resina ser coletada ela pode ser armazenada

pura ou misturada com cera No caso de T angustula ela geralmente faz a

armazenagem na forma pura (NOGUEIRA-NETO 1997) Como a resina eacute viscosa e

grudenta as abelhas a utilizam para vedar o entorno da entrada do tubo e tambeacutem

para depositar uma quantidade sobre o corpo e cabeccedila das formigas para defender

a colocircnia contra invasores (WITTMANN 1985 NOGUEIRA-NETO 1997)

Durante todo o periacuteodo observado foi notada a presenccedila de operaacuterias que cuidavam

da limpeza dos ninhos (TABELA 1) Essas operaacuterias trabalhavam retirando resiacuteduos

(detritos) de dentro do ninho e o faziam carregando atraveacutes de sua mandiacutebula

(FIGURA 1-C) Este trabalho era realizado continuamente ao longo de todo o dia

Para Nogueira-Neto (1997) T angustula eacute a espeacutecie que tem o melhor haacutebito de

limpeza e por esta razatildeo seu mel e seu proacutepolis satildeo considerados o melhor dentre

as outras espeacutecies

FIGURA 1- Divisatildeo de trabalho entre operaacuterias de Tetragonisca angustula A

Detalhe da corbiacutecula com poacutelen B Detalhe da corbiacutecula com resina C Operaacuteria de

limpeza com resiacuteduo na mandiacutebula

46

Fonte Arquivo Labibio

Em cada ninho foi possiacutevel notar a presenccedila de abelhas que ficavam tanto pousadas

ao longo do tubo de entrada do ninho quanto sobrevoando proacuteximo do mesmo

Essas abelhas satildeo chamadas por Gruter Karcher e Ratnieks (2011) de abelhas

guardas em peacute e pairando respectivamente As guardas em peacute estavam sempre

em grandes quantidades e estiveram em atividade praticamente em todo o periacuteodo

do dia

Essas guardas ficavam na maior parte do tempo com a mandiacutebula apoiada sobre o

ninho acredita-se que tenham a funccedilatildeo de depositar resina ao entorno do ninho As

demais guardas que ficavam sobrevoando estiveram mais ausentes logo no

A B

C

47

comeccedilo da manhatilde por volta das 0700 as 0900 horas As guardas pairando ficavam

na maioria das vezes em nuacutemeros de trecircs a quatro sempre posicionadas a direita e

esquerda do tubo e em direccedilatildeo a entrada (FIGURA 2)

FIGURA 2- Ninho de T angustula com guardas pairando destacado em vermelho e

guardas em peacute em destaque azul

Fonte Arquivo Labibio

Foi observado que no periacuteodo da tarde o nuacutemero de guardas pairando aumentava

Isso era visto com maior frequumlecircncia nos ninhos C e J instalados em paredes

(TABELA 1) Segundo Gruter Karcher e Ratnieks (2011) as colocircnias que

apresentam um nuacutemero maior de guardas pairando sofrem ameaccedilas de

vertebrados fato corroborado no ninho C (TABELA 1) que foi atacado por uma

lagartixa No momento em que aconteceu uma parte da populaccedilatildeo saiu do ninho e

se mostraram bem agitadas O que de acordo com Gruter Karcher Ratnieks (2011)

trata-se de uma resposta defensiva agrave percepccedilatildeo da respiraccedilatildeo de vaacuterios

vertebrados

Tambeacutem foi observado o comportamento defensivo em quando formigas se

aproximavam do ninho D (TABELA 1) As jataiacutes as ldquobeliscavamrdquo para que se

afastassem Esse mesmo comportamento foi visto durante minhas observaccedilotildees ao

Ninho A toda vez que me aproximava para observar ou fotografar surgiam vaacuterias ao

48

meu redor em uma dessas observaccedilotildees a jataiacute picou pele exposta Dentre todos os

ninhos essa foi a que apresentou o comportamento mais agressivo

De acordo com os estudos de Gruter e colaboradores (2012) T angustula eacute a uacutenica

espeacutecie que apresenta um sistema de defesa que envolve dois grupos distintos e

complementares de guardas uma pairando que se estacionam no ar proacuteximo ao

ninho e outras em peacute ao redor da entrada do ninho As guardas que ficam de frente

para o caminho de vocirco satildeo chamadas de grupo principal e as que ficam

posicionadas agrave direita e agrave esquerda do ninho satildeo o grupo secundaacuterio (GRUTER

KARCHER RATNIEKS 2011)

Uma caracteriacutestica interessante dessas guardas eacute que apresentam caracteriacutesticas

morfoloacutegicas diferentes das operaacuterias (satildeo maiores e mais pesadas) (GRUTER et

al 2012) Elas apresentam diferenccedilas no comprimento da asa no tamanho das

pernas traseiras que satildeo relativamente maiores para seu corpo (podendo ajudar na

luta contra invasores) e cabeccedila um pouco menor que das forrageiras Essa ultima

caracteriacutestica estaacute associada agrave maior necessidade das forrageiras de processar

informaccedilotildees sensoriais relacionadas ao forrageamento (GRUTER et al 2012)

As abelhas guardas possuem a funccedilatildeo de defender sua colocircnia de ataques de

intrusos que aproveitam do seu trabalho para roubar o alimento produzido

(GRUTER KARCHER RATNIEKS 2011) As accedilotildees especiacuteficas desses intrusos satildeo

detectadas mais pelas guardas em peacute pois elas conseguem identificar as campeiras

e natildeo campeiras da mesma espeacutecie por quimiorecepccedilatildeo (KARCHER RATNIEKS

2009 GRUTER KARCHER RATNIEKS 2011) Jaacute as guardas que pairam perto do

ninho atacam intrusos que natildeo satildeo da mesma espeacutecie elas o reconhecem pela cor

forma do corpo e pelos odores volaacuteteis (KARCHER RATNIEKS 2009) De acordo

com Zweden e Colaboradores (2011) a presenccedila de guardas pairando aumenta a

detecccedilatildeo de intrusos e que essas guardas respondem especialmente a pistas

visuais Como comportamento de defesa as guardas liberam um feromocircnio de

alarme para recrutar os trabalhadores para o ataque (FREE 1987 apud ZWEDEN

2011)

O nuacutemero meacutedio de guardas durante o periacuteodo observado mostrou-se maior para as

guardas em peacute (78) do que para as guardas pairando (35) Esse fato eacute explicado

por Gruter Karcher e Ratnieks (2011) para eles o gasto energeacutetico das guardas

pairando eacute muito maior de modo que eacute menos dispendioso energicamente para as

49

abelhas ficarem em peacute Mesmo tendo um gasto energeacutetico muito alto nas

observaccedilotildees de Wittmann (1985) as atividades do voo das guardas foi constatado

que essas ficavam pairando por cerca de 70 minutos antes de voltar para dentro do

ninho Este fato mostra que a mudanccedila de guardas natildeo eacute comum e que a defesa do

ninho eacute feita por divisatildeo de trabalho e natildeo por alternacircncia de tarefas (GRUTER

KARCHER RATNIEKS 2011)

Os ninhos que desapareceram ao longo das observaccedilotildees foram devido agraves revoadas

um comportamento comum nas abelhas Nas jataiacutes as revoadas geralmente

ocorrem devido ao calor para refrescar o ninho em caso de altas temperaturas uma

parte da populaccedilatildeo sai do ninho enxameamento para reproduccedilatildeo ou devido agrave

interferecircncia humana quando um ninho eacute retirado de um local para outro

(INFORMACcedilAtildeO PESSOAL ZOCOLOTTI V R) De acordo com este na primeira

semana eacute possiacutevel presenciar alguma revoada que pode ser para identificaccedilatildeo

tanto da flora apiacutecola quanto para localizaccedilatildeo do novo ambiente

No caso dos ninhos F e G ao final de cada revoada observada a entrada do ninho

ficava bastante danificada Foram observadas trecircs revoadas (duas no mesmo dia)

do ninho F todas no mecircs de Maio e duas (em dias diferentes) no ninho G no mecircs

de Junho Apoacutes estas observaccedilotildees os dois ninhos desapareceram

Durante as revoadas vaacuterias abelhas caiam no chatildeo agarradas umas nas outras

Apoacutes queda era possiacutevel observar que as guardas conseguiam prender e retirar

com sua mandiacutebula as pernas e asas do invasor (FIGURA 3-A e B) o que impedia

as invasoras de conseguir atacar novamente Segundo Kerr e colaboradores (2005)

as guardas agarram as pernas dos invasores para que eles caiam no chatildeo e sejam

comidos pelas formigas que ficam proacuteximas aos ninhos

50

FIGURA 3 - Ataque de invasores A T angustula com mandiacutebula presa agrave perna do

Jataiacute invasora BPerna de invasores retirada apoacutes ataque

Fonte Arquivo Labibio

De acordo com Zocolotti VR (INFORMACcedilAtildeO PESSOAL) as cinco espeacutecies de

Meliponini criadas por ele podem apresentar o comportamento de saquear outros

ninhos e isso pode ocorrer por oportunismo ou por falta de alimento Em especial

as Jataiacutes geralmente possuem o costume de atacar as proacuteprias jataiacutes esses

ataques acontecem dentro do mesmo ninho e entre outros proacuteximos Esses ataques

podem ocorrer por atraccedilatildeo de feromocircnio de princesa (rainhas jovens natildeo

fecundadas) por enxame fraco ou ateacute mesmo para absorver o fraco ou seja elas

entram e acabam matando a rainha e mantecircm os trabalhadores por um tempo ateacute

absorver o enxame ou ateacute mesmo o deixam morrer sendo dessa maneira muito

complexas em relaccedilatildeo ao comportamento

Na aacuterea do campus da Ufes houve uma consideraacutevel devastaccedilatildeo na vegetaccedilatildeo

nativa (compreendida de Mata Atlacircntica Manguezal e Restinga) devido agrave

construccedilatildeo de preacutedios que foram erguidos logo no iniacutecio da implantaccedilatildeo da

Universidade Como medida compensatoacuteria foi feito o plantio de espeacutecies arboacutereas

usando em demasia espeacutecies exoacuteticas (CASTRO 2003) Na Ufes eacute possiacutevel ver

poucas aacutereas jardinadas Aleacutem disso sempre que eacute necessaacuterio construir um novo

preacutedio novas aacutereas satildeo eliminadas podendo ou natildeo ser compensada com plantas

nativas

A B

51

Em abelhas sociais o comportamento de saque eacute comum acontecer em sequumlecircncias

natildeo contiacutenuas ou seja ela cessa e recomeccedila por periacuteodos de tempo (SANTANA

etal 2004) Durante as observaccedilotildees foram presenciadas trecircs revoadas ao ninho F

duas no mesmo dia poreacutem em horaacuterios diferentes e duas ao ninho G em dias

diferentes (FIGURAS 4- A B C e D)

FIGURA 4 ndash Revoada do ninho F A Vista da entrada do iniacutecio do estudo B Vista

da entrada em plena atividade em iniacutecio de maio C Entrada apoacutes uma revoada em

maio D Vista da entrada do ninho apoacutes uacuteltima revoada em maio

Fonte Arquivo Labibio

Nas figuras 4a e b mostram o estado em que a entrada do ninho se encontrava na

primeira semana de observaccedilatildeo (vinte e oito de Abril) e na primeira semana do mecircs

seguinte (sete de Maio) esse uacuteltimo a entrada do ninho jaacute se encontrava danificado

No ninho F(FIGURA 4) as revoadas que ocorreram no dia vinte de Maio entre

A B

C D

52

1000 e 1400 horas e no dia vinte e seis de Maio entre 1600 e 1700 horas

corroborando com Santana e colaboradores (2004) sobre o comportamento de

saques intermitentes

No ninho G as revoadas se iniciaram duas semanas apoacutes o desaparecimento do

ninho F nos dias nove e vinte e seis de junho entre 1500 e 1600 horas e dia 16 de

junho no mesmo horaacuterio (FIGURA 5-A B e C)

FIGURA 5 ndash Revoadas no Ninho G A Ninho no iniacutecio de Maio B Registro da

primeira revoada C Ultima revoada perda do ninho

Fonte Arquivo Labibio

As observaccedilotildees evidenciaram a ocorrecircncia de um acuacutemulo de resiacuteduos sobre os

ninhos apoacutes as revoadas (FGURA 5-B) No ninho G tinha uma subpopulaccedilatildeo

A B

C

53

pequena mas bem ativa conforme verificado apoacutes quatro horas de observaccedilatildeo em

nove dias (Graacutefico 1- A e B)

GRAacuteFICO1 A ndash Ritmo de Saiacutedas no Ninho G

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

GRAacuteFICO 1B ndash Ritmo de entradas no ninho G

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

0

20

40

60

80

100

120

140

09h-10h 10h-11h 12h-13h 14h-15h 16h-17h

Nuacutem

ero

de V

isita

s

Horaacuterios

13mai 20mai 26mai

0

20

40

60

80

100

120

140

160

180

200

09h-10h 10h-11h 12h-13h 14h-15h 16h-17h

Nuacutem

ero

de V

isita

s

Horaacuterios

13mai 20mai 26mai

54

No ninho G as abelhas iniciaram suas atividades antes de 09h evidenciado pela

entrada de aproximadamente 180 forrageadoras entre 9 e 10h As saiacutedas neste

mesmo periacuteodo ficaram em torno de 100

Entre 16h-17h houve um grande nuacutemero de entrada o que era esperado todas as

que saiacuteram tecircm que retornar enquanto haacute luminosidade e antes do ninho ser

fechado Conforme esperado por Gruter Karcher Ratnieks (2011) quando comeccedila

a escurecer as Jataiacutes fecham a entrada do tubo para impedir que intrusos ataquem

seu ninho durante a noite e abrem pela manhatilde quando o clima estaacute mais favoraacutevel

para iniciarem suas atividades

Neste ninho entre 12h-13h houve um nuacutemero maior de saiacutedas que de entradas ateacute

agraves 16h Isso possivelmente esteve relacionado agrave uma grande distacircncia entre o ninho

e as fontes de recursos troacuteficos

Outro ninho em que foi possiacutevel observar todos os meses notou-se que apresentou

atividade durante todo o dia (GRAacuteFICO 2-A e B)

GRAacuteFICO 2A ndash Ritmo de saiacutedas do ninho B

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

0

50

100

150

200

250

300

350

400

450

500

07h-08h 08h-09h 09h-10h 11h-12h 12h-13h 13h-14h 14h-15h 15h-16h 16h-17h

Nuacutem

ero

de V

isita

s

Horaacuterios

28abr 13mai 20mai 26mai 09jun 16jun 23jun 01jul 09jul

16jul 23jul 30jul 06ago 13ago 20ago 27ago 05set 10set

55

GRAacuteFICO 2B ndash Ritmo de entradas do nino B

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

O ninho B tinha uma subpopulaccedilatildeo mais numerosa que F e G Durante o inverno

(2307 e 2708) as abelhas iniciavam suas atividades cerca de duas horas mais

tarde em horaacuterio com temperatura mais elevada (indicado pela seta preta) Tal fato

corrobora com as observaccedilotildees de Ulian e colaboradores (2007) que constata que

em periacuteodo mais chuvoso onde as temperaturas satildeo geralmente mais baixas as

Jataiacutes apresentam iniacutecio de atividade agraves 9 horas da manhatilde devido agrave temperatura

nesse horaacuterio comeccedilar a aumentar

Proacuteximo do horaacuterio de 10 horas houve um grande nuacutemero de saiacutedas do ninho

seguido de um grande nuacutemero de entrada o que indica a ocorrecircncia de uma fonte

de recursos proacutexima ao ninho ou a indisponibilidade de recurso para ser coletado

naquela hora Acredita-se que na primeira possibilidade - fonte proacutexima ela era de

resina pelo fato de ter havido um intervalo de saiacuteda ateacute agraves 12h jaacute que esta

demanda mais tempo para ser retirada da corbiacutecula e armazenada por ser

pegajosa No caso da segunda possibilidade natildeo encontraram alimento disponiacutevel

naquele horaacuterio o retorno ao ninho eacute a alternativa mais eficaz para evitar um alto

gasto energeacutetico ateacute que o recurso fique disponiacutevel para coleta

0

100

200

300

400

500

600

07h-08h 08h-09h 09h-10h 10h-11h 11h-12h 12h-13h 13h-14h 14h-15h 15h-16h 16h-17h

Nuacutem

ero

de V

isita

s

Horaacuterios 28abr 13mai 20mai 26mai 09jun 16jun 23jun 09jul16jul 23jul 30jul 20ago 27ago 05set 10set

56

No outono as atividades das Jataiacutes comeccedilaram a diminuir por volta de 15 horas

(indicado pela seta marrom) ateacute cessar totalmente no iniacutecio das 16 horas Pelos

graacuteficos nota-se que o ninho B possui vantagem de uma hora nas atividades em

relaccedilatildeo ao ninho G isso provavelmente ocorreu porque o ninho B obteve mais

sucesso nas coletas distribuiacutedas ao longo do dia

43 RECURSOS FLORAIS

Eacute notoacuteria a relaccedilatildeo que existe entre abelha-flor relaccedilatildeo essa que sucedeu a milhotildees

de anos desde entatildeo as abelhas dependem de substancias utilizadas na

alimentaccedilatildeo e as plantas se beneficiam com a polinizaccedilatildeo (PIRANI LAURINO

1993) Para entender a biologia dos Meliponini eacute importante conhecer sua

alimentaccedilatildeo Para isso eacute necessaacuterio fazer um levantamento das plantas utilizadas

para coleta de poacutelen e neacutectar (SOUZA 1999 apud OLIVEIRA ABSY MIRANDA

2009)

Com base nos dados obtidos sobre as fontes alimentares de T angustula na

literatura (TABELA 2) nota-se a capacidade dessa espeacutecie de visitar uma ampla

diversidade de famiacutelias de plantas Segundo Toledo e colaboradores (2003) durante

cada voo das campeiras em meacutedia 100 flores satildeo visitadas

O levantamento bibliograacutefico indicou que existem duas metodologias bastante

usadas por autores para conhecer a dieta das abelhas Uma delas eacute a investigaccedilatildeo

palinoloacutegica para avaliar as fontes de recursos florais utilizados (poacutelen e neacutectar)

com base no gratildeo de poacutelen depositado no corpo da abelha para identificaccedilatildeo das

espeacutecies vegetais (CARVALHO MARCHINE ROS 1999 FEIDEN 1994 SIMIONI et

al 2007 OLIVEIRA ABSY MIRANDA 2009 MORGADO et al 2011NOVAIS

ABSY SANTOS 2013) A outra se daacute por meio de observaccedilotildees das campeiras nas

flores (AGOSTINI SAZIMA 2003 TOLEDO et al 2003OLIVEIRA ABSY

MIRANDA 2009 BRAGA et al 2012) A partir desses meacutetodos eacute possiacutevel saber

quais satildeo as plantas que produzem seus alimentos preferenciais e quais as fontes

alternativas (OLIVEIRA ABSY MIRANDA 2009)

57

TABELA 2 ndash Relaccedilatildeo das espeacutecies de plantas visitadas porT Angustula Continua

Famiacutelia Espeacutecie Polinizada Visitada Recurso

Poacutelen Neacutectar

Acanthaceae Thunbergia grandiflora X Odontonema strictum X X

Justicia brandegeana X

Ruellia silvaecola X Agavaceae Agave americana X X X

Agave sisalana X X X

Agave attenuata X X X

Dracena fragana X X X Aizoaceae Mesembryantemum spectabilis X Lamprantus productus X Amaranthaceae Gomphrena globosa X Amarylidaceae Clivia miniata X X X Anacardiaceae Schinus terebinthifolius X X

Lithraea molleoides X X

Toxicodendron verniciferum X X

Mangifera indica X X X

Tapirira guianensis X Apiaceae Hydrocotyle leucocephala X Apocynaceae Trevetia peruviana X Araliaceae Tetrapanax papyrifera X X X Asclepiadaceae Asclepias curassavica X X Asteraceae Parthenium hysterophorus X Aspillia latissima X Aspillia sp X Balsaminaceae Impatiens balsamina X X X

Impatiens sultanii X Bignoniaceae Spathodea campanulata X X Tabebulaim petiginosa X X X

Tabebula chrysotricha X X X Bixaceae Bixa orellana X X Bombacaceae Ceiba arianthos X X

Pseudo bombax sp X X

Pseudobombax tomentoso X X

Eriotheca canolleana X X

Bombax ceiba X X Boraginaceae Cordia superba X X

Cordia glabrata X X Brassicaceae Brassica sp X Cactaceae Opuntia ficusindica X X Caesalpiniaceae Schizolobium parahyba X X Capparaceae Cleome spinosa X Caprifoliaceae Lonicera japonica X X

58

TABELA 2 ndash Relaccedilatildeo das espeacutecies de plantas visitadas por T angustula Continua

Famiacutelia Espeacutecie Polinizada Visitada Recurso

Poacutelen Neacutectar

Sambucus australis X X Caryophylaceae Silene armeria X Cecropiaceae Cecropia hololeuca X Cochlospermaceae Cochlospermum vitifolium X X Compositae Vernonia polyanthes X X

Bidens pilosa X X Cosmos auphureus X X X

Centratherium violaceum X X X

Dahlia sp X Eclipta alba X Asterla evis X Tithonia rotundifolia X X X

Tithonia speciosa X X X

Tithonia diversifolia X Baccharis sp X Wedelia paludosa X Eupatorium sp X Mikania glomerata X X

Montano apyramidata X X Montano abipinnatifiada X Senecio brasiliensis X X X

Emilia sonchifolia X X Ambrosia sp X X Creopsis grandiflora X Galinsoga parviflora X Crassulaceae Kalanchoe tubiflora X X Cyperaceae Cyperus sp X Elaeocarpaceae Muntingia calabura X Ericaceae Rhododendron simsii X X X

Rhododendron indicum X X X Euphorbiaceae Alchornea sidaefolia X X X

Euphorbia milii X X X

Euphorbia pulcherrima X X X

Ricinus communis X X X

Croton sp X Fabaceae Desmodium sp X Tipuana tipu X Vigna peduncularis X X Guttiferae Kielmeyera coriacea X X Iridaceae Dietes vegeta X Labiatae Salvia splendens X Origanum vugare X

59

TABELA 2 ndash Relaccedilatildeo das espeacutecies de plantas visitadas por T angustula Continua

Famiacutelia Espeacutecie Polinizada Visitada Recurso

Poacutelen Neacutectar

Ocimum sellowii X Iboza riparia X X X

Coleus blumei X X X Leguminosae Andira anthelmintica X X

Mimosa daleoides X X X

Myroxylon balsamum X X X

Piptadenia gonoacantha X X X

Stylos anthesscabra X Caesalpinia bonducella X X X

Caesalpinia pelthophoroides X X X

Crotalaria lanceolata X Calliandra twedii X Sophora tomentosa X X Mimosa pudica X Erythrina speciosa X X X

Cassia grandis X Schizolobium parahyba X X Senna multijuga X Senna bicapsularis X X Delonix regia X Clitoria fairchildiana X Centrolobium tomentoso X Liliaceae Aloe sp X X Bulbine frutescens X Loranthaceae Struthanthus andrastylus X X Lythraceae Lagerstroemia indica X X Magnoliaceae Talauma ovata X X Malpighiaceae Malphiguia glabra X Tetrapterys X Byrsonima intermedia X X X Malvaceae Hibiscus rosa-sinensis X X X

Malvaviscus arboreus X X Sida rhombifolia X Melastomataceae Tibouchina granulosa X X

Clidemeia sp X X

Tibouchina sp X X X

Tibouchina holosericea X X Meliaceae Trichilia sp X Mimosaceae Leucaena leucocephala X Anadenanthera collubrina X Moraceae Cecropia pachystachya X X X

Morus nigra X X

60

TABELA 2 ndash Relaccedilatildeo das espeacutecies de plantas visitadas por T angustula Continua

Famiacutelia Espeacutecie Polinizada Visitada Recurso

Poacutelen Neacutectar Myrsinaceae Ardisia crenata X X Myrtaceae Eucalyptus robusta X X X

Eugenia jambos X X X

Eugenia pitanga X Eucalyptus terecornis X Plinia glomerata X Nyctaginaceae Bougainvile aspectabilis X X X Oleaceae Jasminum azoricum X Palmae Acrocomia aculeata X X

Archontophoenix cunninghamiana X

Syagrus romanzoffiana X Copernicia alba X X Sheelea phalerata X Passifloraceae Passiflora jilekii X Piperaceae Piper mollicomum X Poaceae Paspalum sp X Polemoniaceae Cobae scandens X Polygonaceae Polygonum capitatum X X X Pontederiaceae Pontederia lanceolata X X Proteaceae Grevill a bansksii X X X Rosaceae Prunus persica X X X

Pyracantha coccinea X X Rubiaceae Pentas lanceolata X X

Citrus airantum X X Rutaceae Citrus limon X X X Scrophulariaceae Paulownia imperialis X X Solanaceae Nicotiana tabacum X X Sterculiaceae Dombeya burgessiae X Dombeya wallichii X Sterculia chicha X X Tiliaceae Heliocarpus americanus X X X Tropaeolaceae Tropaeolum majus X X X Ulmaceae Tipo celtis X Trema micrantha X X Umbelliferae Foeniculum vulgare X X X Verbenaceae Duranta repens X

Vitex agnus-castus X

Velloziaceae Vellozia candia X X X Zingiberaceae Hedychium coronarium X Fonte Pirani Laurino 1993 Carvalho Marchine Ros 1999 Agostini Sazima 2003 Toledo et al 2003 Cartopassi-Laurino 2005 Braga e Colaboradores 2012 Novais Absy Santos 2013

61

Foram encontradas 71 famiacutelias e um total de 166 espeacutecies Dessas 30 espeacutecies satildeo

polinizadas e 136 satildeo visitadas Poacutelen e neacutectar satildeo os recursos mais coletados

com coleta de poacutelen em 78 espeacutecies e de neacutectar em 69 De acordo coma Lista de

Espeacutecies da Flora do Brasil (2010) 20 das espeacutecies que satildeo polinizadas (TABELA

2) satildeo nativas o restante satildeo espeacutecies exoacuteticas ou seja natildeo pertencem agrave flora

brasileira

As famiacutelias que apresentaram maior porcentagem de visitas por T angustula foram

Compositae e Leguminosae (TABELA 2) com 13 e 12 de espeacutecies

respectivamente (GRAacuteFICO 3) sendo as famiacutelias mais importantes para a dieta da

jataiacute (AGOSTINE SAZIMA 2003 SIIONI et al 2007) Esse resultado eacute similar ao

trabalho de Simioni e colaboradores (2007) seus resultados mostram que uma das

famiacutelias analisadas Leguminosae tambeacutem apresentaram um maior destaque na

quantidade de visitas realizadas por T angustula esse fato pode ser explicado pelo

fato de que Leguminosae representa a mais importante fonte de poacutelen para essa

espeacutecie

As famiacutelias Compositae e Leguminosae satildeo as mais bem representadas pelo fato

de apresentarem espeacutecies que fornecem alimento em maior qualidade e quantidade

por vaacuterios periacuteodos do ano Com destaque para a famiacutelia Leguminosae que fornece

recursos alimentares para as abelhas nos periacuteodos de estiagem (PIRANI LAURINO

1993 AGOSTINE SAZIMA 2003)

O graacutefico abaixo ilustra o comportamento generalista deT angustula Onde 41 das

visitadas realizadas pela espeacutecie se distribuem por 55 famiacutelias vegetais Esse

comportamento concorda com trabalho de Anacleto (2007) onde dentre as cinco

espeacutecies estudadas por ele a que apresentou o haacutebito mais generalista em relaccedilatildeo

ao nuacutemero de plantas visitadas foi T angustula

62

GRAacuteFICO 3 ndash Contribuiccedilatildeo das famiacutelias de plantas para a dieta de T angustula

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria com base nos dados da Tabela 1

As abelhas generalistas visitam flores pequenas e abertas e satildeo menos

relacionadas agraves flores especializadas (RUTHCKE JULES 1993 ROUBIK 1992

apud AGOSTINI SAZIMA 2003) e tecircm preferecircncia de flores arboacutereas com

inflorescecircncia densas

Um exemplo de flores que natildeo satildeo especializadas e que satildeo importantes para a

dieta de T angustula eacute da famiacutelia Asteraceae as espeacutecies Mangifera indica e

Schinus terebinthifolius apresentam grande densidade de flores e permite faacutecil

acesso para as abelhas deste modo tornam-se importantes fornecedores de fontes

de poacutelen (BRAGA et al 2012)

De acordo com o levantamento das plantas utilizadas pelas abelhas jataiacute realizado

por diferentes autores as famiacutelias que se mostraram bem representadas foram

Malvaceae Caesalpiniaceae Melastomataceae Myrtaceae Euphorbiaceae e

Anacardiaceae sendo consideradas portanto essenciais para a dieta da jataiacute

2 2 3 2

2 3

13

3 2

3

12 2 2 2 3

3

41

Acanthaceae Agavaceae Anacardiaceae Asteraceae Bignoniaceae

Bombacaceae Compositae Euphorbiaceae Fabaceae Labiatae

Leguminosae Malpighiaceae Malvaceae Melastomataceae Myrtaceae

Palmae Outros

63

Em geral essas famiacutelias podem ser caracterizadas pela floraccedilatildeo do tipo contiacutenuo ou

seja uma floraccedilatildeo que natildeo cessa ou que ocorre na maior parte do ano o que

permite as abelhas ter acesso aos recursos em todas as estaccedilotildees do ano

(CARVALHO MARCHINI ROS 1999 AGOSTINI SAZIMA 2003 TOLEDO et al

2003 MORGADO et al 2011)

64

65

5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS Sendo este a primeira pesquisa com abelhas em compus no Espiacuterito Santo Foi

observado que a distribuiccedilatildeo dos ninhos encontrados apresentou-se uniforme

Todos os ninhos estavam instalados em paredes e pisos de concreto o que indica

seu potencial de adaptabilidade agraves condiccedilotildees antroacutepicas

A diversidade de cores de poacutelen trazida pelas forrageiras no iniacutecio da manhatilde indica

uma ampla disponibilidade de alimento que a flores oferecem nesse periacuteodo do dia

bem como a eficiecircncia das forrageiras em selecionar essas flores

De acordo com as observaccedilotildees que foram realizadas no estudo as abelhas T

angustula podem ter suas atividades influenciadas pelo clima Uma vez que foi

observado que no periacuteodo de inverno em que as temperaturas satildeo mais baixas

elas comeccedilavam a realizar suas funccedilotildees nos horaacuterios com as temperaturas mais

altas

A divisatildeo de trabalho entre forrageadoras operaacuterias de limpeza e de defesa

observado nessa espeacutecie indica o comportamento altamente social dos Meliponini

O mecanismo de defesa observado em T angustula entre guardas pairando e em

peacute pode indicar uma caracteriacutestica de complementaridade na defesa do ninho uma

vez que durante as observaccedilotildees os dois tipos de guardas sempre se fizeram

presentes O que mostra que mesmo com o atrofiamento do ferratildeo os indiviacuteduos

desenvolveram estrateacutegias para a defesa contra invasores

Foi comum observar a presenccedila de revoadas nos ninhos entre as Jataiacutes Este

comportamento em geral eacute comum para o desenvolvimento (sobrevivecircncia) da

colocircnia No caso dos ninhos observados apoacutes as revoadas eles foram

desaparecendo Este fato pode indicar um baixo iacutendice de recursos troacuteficos para

essas abelhas dentro do campus pois ao inveacutes dos ninhos se manterem ou

aumentarem em quantidade ao longo das observaccedilotildees eles desapareceram

O levantamento das flores visitadas por T angustula indicou um comportamento

generalista desta espeacutecie em visitar uma grande variedade de plantas o que mostra

sua importacircncia para garantir a variabilidade dessas plantas

66

Esse levantamento tambeacutem indicou que a polinizaccedilatildeo realizada por elas foi

predominante em plantas exoacuteticas O que pode refletir a deficiecircncia na quantidade

de plantas nativas melitoacutefilas na aacuterea de estudo

67

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Page 25: FACULDADE CATÓLICA SALESIANA DO ESPÍRITO SANTO … · No grupo dos Apinae está à tribo dos Meliponini, conhecidas como abelhas indígenas sem ferrão por possuir seu ferrão atrofiado

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bipunctata Nanotrigona testaceicornis Friesiomellita varia e Tetragona clavipes)

coleta de mel nos potes de alimento dos ninhos e coleta de poacutelen retirada das

corbiacuteculas O autor obteve 158 espeacutecies de plantas sendo que dessas 67 foram

visitadas pelas abelhas em estudo e na anaacutelise poliacutenica foram encontradas 72

espeacutecies de plantas A espeacutecie que apresentou menor nuacutemero de visitas foi F varia

em contrapartida T angustula foi a espeacutecie que apresentou o haacutebito mais

generalista em relaccedilatildeo ao numero de espeacutecies de plantas visitadas Com relaccedilatildeo ao

mel foram analisadas um total 31 amostras Os estudos com a composiccedilatildeo do mel

apresentaram uma dificuldade devido agrave legislaccedilatildeo atender apenas as caracteriacutesticas

do mel de Apis melliacutefera e natildeo o mel das abelhas nativas O mel de F varia foi a que

apresentou menor niacutevel de accediluacutecar em contrapartida o niacutevel de accediluacutecar do mel de T

angustula foi o mais elevado Deste modo foi concluiacutedo que as espeacutecies estudadas

se mostraram generalistas com exceccedilatildeo de F varia e com relaccedilatildeo agrave anaacutelise do

mel foi concluiacutedo que haacute a necessidade de um padratildeo na legislaccedilatildeo proacuteprio para

uma melhor anaacutelise dos compostos quiacutemicos do mel de meliponiacuteneos

Anacleto e colaboradores (2009) tambeacutem realizaram uma pesquisa sobre o padratildeo

de qualidade do mel das abelhas sem ferratildeo Para esse estudo foi analisado a

composiccedilatildeo do mel das abelhas Tetragonisca angustula Com coletas feitas

diretamente de dentro das colocircnias encontradas em Piracicaba ndash (SP) e com

anaacutelises feitas sobre o accediluacutecar proteiacutenas pH acidez cor entre outros fatores os

autores obtiveram 20 amostras de mel e relataram que o accediluacutecar dessas amostras

apresentaram valores inferiores ao que eacute estabelecido pelas normas

brasileirasAssim sendo concluiacuteram que 5 de accediluacutecar do mel coletado natildeo se

enquadram na legislaccedilatildeo e que seria necessaacuterio um maior estudo para que uma

nova legislaccedilatildeo seja feita

No trabalho de Sommeijer e colaboradores (1983) aleacutem de analisar os recursos

coletados por algumas abelhas sem ferratildeo (Meliponineos) e Apis mellifera os

autores tambeacutem fizeram observaccedilotildees no comportamento de forrageamento dessas

abelhas As observaccedilotildees e amostras de poacutelen foram retiradas semanalmente das

corbiacuteculas das forrageiras que retornavam ao ninho Os autores observaram que as

coletas dos recursos ocorreram em periacuteodos diferentes os voos de neacutectar ocorreram

na maior parte das vezes de manhatilde e os vocircos de poacutelen ocorreram agrave tarde Em

relaccedilatildeo ao poacutelen foram obtidas 191 amostras sendo que quatro famiacutelias se

32

mostraram mais presentes Myrtaceae Sapotaceae Sapindaceae e Melliaceae

Desta forma concluiacuteram que as coletas de poacutelen pelas forrageiras podem ter

predominado no periacuteodo da manhatilde devido agraves flores se mostrar mais murchas com o

passar do dia Tambeacutem concluiacuteram que os recursos de poliacutenicos foram bem

diversos o que confirmou o haacutebito generalista dessas abelhas

Carvalho e Marchini (1999) realizaram um estudo dentro de um campus Universitaacuterio

(USP) em Piracicaba Em seu trabalho tiveram o objetivo de conhecer as plantas

que oferecem recursos para abelhas em ambientes mais antropizados Com coletas

de abelhas operaacuterias em colocircnias de Tetragonisca angustula e Nannotrigona

testaceicornis os autores analisaram os gratildeos de poacutelen coletados por elas Atraveacutes

dessa anaacutelise obtiveram 31 tipos poliacutenicos em 22 famiacutelias de plantas sendo que

entre essas famiacutelias para N testaceicornis os gratildeos de poacutelen que se mostrou mais

frequumlente foi de Myrtaceae e para T angustula foram Fabaceae Liliaceae e

Mimosaceae Dessa maneira concluiacuteram que essas espeacutecies se mostraram

generalistas visitando diversas plantas

No mesmo ano Carvalho Marchini e Ros (1999) fizeram um estudo para comparar

e analisar as fontes de poacutelen utilizadas por Apis mellifera e quatro diferentes

espeacutecies de Trigonini (Nannotrigona testaceicornis Partamona helleri Plebeia

droryana e Tetragonisca angustula) O trabalho teve o intuito de fornecer

informaccedilotildees sobre as preferecircncias florais e as relaccedilotildees troacuteficas dessas espeacutecies

Com coletas realizadas nos meses de Outubro e Novembro de 1996 no campus da

USP em Piracicaba os autores coletaram 53 tipos poliacutenicos desses os tipos mais

frequentes para todas as abelhas foram Aracaceae Bulbine frutescens e

Eucalyptus spe com as relaccedilotildees troacuteficas eles observaram que a utilizaccedilatildeo de fontes

de poacutelen variou conforme a espeacutecie e que a dieta se mostrou bem diversificada

Dessa maneira os autores concluiacuteram que P droryana e Phelleri foram agraves

espeacutecies que apresentaram maior uniformidade na utilizaccedilatildeo de fontes de poacutelen e a

maior sobreposiccedilatildeo de nicho troacutefico ocorreu entre N testaceiconis e T angustula e

menor sobreposiccedilatildeo foi entre A meliacutefera e T angustula

Devido agrave carecircncia de estudos sobre os recursos florais utilizados pelas abelhas

Agostini e Sazima (2003) fizeram um estudo sobre a fenologia das espeacutecies de

plantas ornamentais e suas relaccedilotildees com as espeacutecies de abelhas Com registros da

fenologia das plantas arboacutereas e arbustivas e o tipo de recurso utilizado pelas

33

abelhas no campus da Universidade Estadual de Campinas em Satildeo Paulo os

autores registraram 42 espeacutecies de plantas e observaram que na aacuterea estudada

houve plantas florindo todos os meses e natildeo houve sazonalidade marcada Com

relaccedilatildeo ao tipo de recurso utilizado pelas abelhas foi observado que as plantas mais

visitadas foram da famiacutelia Leguminosae e Bombacaceae por serem importantes

fontes de alimento para as abelhas no periacuteodo de estiagem Concluiacuteram que plano

de manejo em ambientes urbanos usando plantas ornamentais nativas seria

importante para acolher maior diversidade de abelhas as quais cumprem papel

importantiacutessimo na manutenccedilatildeo da biodiversidade dos ecossistemas naturais

Como muitas plantas de importacircncia econocircmica dependem de insetos para

aumentar a produccedilatildeo e a qualidade dos frutos Toledo e colaboradores (2003)

pesquisaram as angiospermas na regiatildeo de Maringaacute no estado do Paranaacute para

contribuir com o conhecimento da biodiversidade nessa regiatildeo Com coletas em

onze espeacutecies de plantas examinadas na Universidade Estadual de Maringa

Paranaacute os autores obtiveram 331 insetos Entre as abelhas trecircs espeacutecies coletadas

foram as mais abundantes Tetragonisca angustula Apis mellifera e Trigona spinipes

Os autores concluiacuteram que essas abelhas africanizadas e sem ferratildeo foram as mais

abundantes nas coletas as flores devido tanto ao seu comportamento generalista

como pela sobreposiccedilatildeo no local de forrageamento

Simioni e Colaboradores (2007) realizaram um estudo para investigar os recursos

alimentares de Tetragonisca angustula fiebrigi em Mato Grosso do Sul Com

amostras de cargas poliacutenicas corbiculares das operaacuterias em um ambiente natural de

Corumbaacute-MS no periacuteodo de seis meses os autores relataram que T angustula

visitou 43 espeacutecies de plantas para coleta de poacutelen e as famiacutelias mais visitadas

foram Leguminosae Palmae Asteraceae e a subfamiacutelia Mimosidae devido agrave grande

quantidade de poacutelen acessiacutevel Deste modo concluiacuteram que Tetragonisca

angustula mostrou-se seletivo com relaccedilatildeo agraves fontes de alimento disponiacutevel na aacuterea

estudada e que a famiacutelia Leguminosae se mostrou a mais importante fonte de poacutelen

para T angustula

Muitas espeacutecies de abelhas vecircm sendo utilizadas consorciadas ao cultivo de

diversas espeacutecies de plantas No trabalho de Antunes e colaboradores (2007) eles

utilizaram a espeacutecie Tetragonisca angustula para verificar seu efeito como agente

polinizador na produccedilatildeo de frutos de cultivares de morango em estufa O estudo foi

34

realizado na Universidade de Passo Fundo RS utilizando quatro cultivares de

morangueiro (Oso Grande Tdla Chandler e Dover) com ausecircncia e presenccedila de

duas e quatro colmeacuteias de T angustula Os autores observaram que o numero de

visitas as flores foram o mesmo para os mesmos nuacutemeros de colocircnias e que o uso

de duas ou quatro colmeacuteias natildeo alterou a produccedilatildeo dos frutos Aleacutem disso

observaram tambeacutem que a porcentagem de frutos deformados teve uma queda

consideraacutevel de 85 para 5 Sendo assim concluiacuteram que a presenccedila de

Tetragonisca angustula para a polinizaccedilatildeo em ambiente fechado tem grande

importacircncia para o aumento da produtividade e para o aumento da quantidade de

frutos comerciaacuteveis

Devido agrave grande importacircncia das abelhas sem ferratildeo para manter a biodiversidade

das plantas Braga e colaboradores (2012) fizeram um estudo com a espeacutecie T

angustula por ela ser amplamente distribuiacuteda nos habitats tropicais Com estudo

realizado em duas ilhas (Ilha Grande e Tucuruccedilaacute) e outras duas na ilha Ariroacute e

Tinguaacute todas SAP aacutereas de Mata Atlacircntica do Estado do Rio de Janeiro e apenas

Ilha Grande pertence a uma unidade de proteccedilatildeo ambiental Para esse estudo os

autores fizeram coletas de carga de poacutelen e observaccedilotildees agraves flores T angustula

visitou 61 espeacutecies de plantas sendo Anacardiaceae e Asteraceaeas mais visitadas

Na Ilha grande foi a aacuterea onde se obteve maior nuacutemero de visitas e onde se

encontrou 39 tipos poliacutenicos Dessa maneira concluiacuteram que a dieta de T angustula

eacute bem ampla e que essas pesquisas satildeo necessaacuterias para conhecer as plantas que

operam como recurso para as abelhas em ambiente natural

Com o intuito de contribuir para o conhecimento da flora e sua utilizaccedilatildeo por

polinizadores nativos Novais Absy e Santos (2013) caracterizaram o poacutelen de T

angustula atraveacutes da anaacutelise palinoloacutegica analisando os meacuteis produzidos por esta

espeacutecie em duas regiotildees semi-aacuteridas tropicais do nordeste do Brasil Com amostras

de mel coletados mensalmente nos municiacutepios de Itaberaba e Ruy Barbosa na

Bahia durante 14 meses os autores observaram que o espectro poliacutenico das

amostras de mel de T angustula consistiu um total de 67 tipos de poacutelen sendo que

18 deles foram comuns aos espectros de poacutelen tanto de Itaberaba quanto de Ruy

Barbosa e as famiacutelias das plantas que predominaram em ambos municiacutepios foram

Fabaceae Myrtaceae Malvaceae e Euphorbiaceae Concluiacuteram que houve um uso

heterogeneo dos recursos naturais no municiacutepio de Itaberaba e homogecircneo no

35

municiacutepio de Ruy Barbosa neste foi detectado um tamanho maior do nicho de poacutelen

de T angustula Para os autores isso se deve a diferenccedila na diversidade de plantas

entre os dois municiacutepios

25 COMPORTAMENTO DA ABELHA JATAIacute

Para algumas pesquisas estudos sobre comportamento eacute essencial para obter

informaccedilotildees importantes sobre a espeacutecie em estudo Para que pesquisadores

possam fazer estudo de comportamento em campo Altmann (1973) publicou um

trabalho sobre comportamento animal onde ela faz um guia para orientar os

observadores em seus estudos Ela apresenta meacutetodos para ser utilizado nas

observaccedilotildees tanto em comportamento individual quanto em grupo e apresenta o uso

de meacutetodos de amostragem nas observaccedilotildees Nesse a autora relata trabalhos de

outros autores sobre observaccedilotildees comportamentais e faz discussotildees a respeito de

problemas de amostragem em comportamento social como tambeacutem as vantagens e

desvantagens do uso de alguns meacutetodos

Um estudo relacionado com o comportamento de T angustula foi realizado por

Wittmann (1985) para mostrar que o sistema de defesa dessa espeacutecie natildeo era

apenas para defesa de alguns insetos voadores mais tambeacutem para defesa contra

ataques de abelhas cleptobioacuteticas Para observaccedilatildeo do comportamento das guardas

pairando foi mantida uma colocircnia de Lestremelitta limatildeo proacuteximo a quatros colocircnias

de T agustula O autor notou que o posicionamento das guardas pairando proacuteximo

ao corredor de vocirco do ninho permitia maior eficiecircncia nos ataques aos intrusos

cleptobioacuteticos e que durante esses ataques o numero de guardas aumentava

consideravelmente para reforccedilar a defesa do ninho Dessa maneira concluiu-se que

no comportamento de defesa essa espeacutecie faz um recrutamento em massa das

guardas em resposta a um feromocircnio lanccedilado por L limatildeo

Couvillon e colaboradores (2007) fizeram um estudo sobre a movimentaccedilatildeo das

forrageiras em relaccedilatildeo ao tamanho da entrada do ninho e o comportamento

defensivo das guardas em relaccedilatildeo agraves perturbaccedilotildees que os ninhos sofrem Para esse

trabalho os autores estudaram 26 espeacutecies de abelhas sem ferratildeo no campus da

Universidade de Satildeo Paulo em Ribeiratildeo Preto Foram medidas a entrada dos ninhos

36

e o comprimento de abelhas forrageiras Foi verificado que a entrada do tubo do

ninho se ajusta ao tamanho das abelhas operaacuterias ou seja quanto maior for a

abelha maior seraacute a entrada do ninho Tambeacutem observaram que as guardas tinham

o comportamento de proteger o ninho bloqueando sua entrada e permitindo apenas

a entrada das forrageiras Assim concluiacuteam que essas abelhas apresentam

importantes mecanismos de defesa para ninho e que estudos como esse podem

trazer informaccedilotildees importantes ao comportamento de defesas das abelhas sem

ferratildeo

Minussi e Santos (2007) fizeram um estudo para descobrir se haacute algum efeito

negativo da Apis mellifera sobre as abelhas nativas em relaccedilatildeo agrave coleta de recursos

Para isso os autores fizeram um trabalho sobre o comportamento que ocorre entre

essas abelhas Com observaccedilotildees agraves flores e coletas das abelhas na Escola

Agroteacutecnica Federal de Sombrio no municiacutepio de Santa Rosa Santa Catarina Apis

mellifera foi agrave espeacutecie mais abundante encontrada na aacuterea em estudo em seguida

Trigona spinipes foi a mais abundante Durante as observaccedilotildees notaram que o

comportamento de abertura das mandiacutebulas da subfamiacutelia Halictinae para atacar e

expulsar as abelhas africanizadas das flores era comum e que esse comportamento

ocorria sempre antes que abelhas conseguissem chegar ao fundo da flor Dessa

maneira concluiacuteram que as abelhas nativas conseguem se defender das abelhas

africanizadas para garantir seu recurso

Karcher e Ratnieks (2009) mostraram em suas pesquisas que ninhos de T

angustula natildeo eram apenas defendidos por guardas pairando mas tambeacutem por

guardas que ficam de peacute na entrada do ninho Os autores colocaram dez campeiras

e natildeo campeiras da mesma espeacutecie e campeiras tratadas com odor de

Scaptotrigona bipunctata em cinco ninhos As guardas de peacute natildeo rejeitaram

nenhuma campeira mas rejeitaram quase todas natildeo campeiras e campeiras

tratadas com odor volaacutetil A partir desse resultado concluiacuteram que as operaacuterias que

ficam de peacute na entrada do ninho tambeacutem atuam como oacutetimas guardas para

discriminar as abelhas campeiras e natildeo campeiras

No trabalho de Gruter Karcher e Ratnieks (2011)foi realizado um estudo sobre as

abelhas guardas de Tetragonisca angustula que ficam pairando e de peacute proacuteximo ao

ninho Os autores fizeram algumas experiecircncias para saber se havia alternacircncias de

tarefas entre elas A pesquisa teve duraccedilatildeo de trecircs anos e foi realizada em uma

37

fazenda perto de Satildeo Paulo Para observar essa alternacircncia de tarefas as abelhas

guardas foram coletadas e marcadas Dessa maneira notaram que das 18 abelhas

marcadas 12 eram exclusivamente guardas em peacute e seis realizavam os dois tipos

de guardas Durante as 21 horas de observaccedilatildeo natildeo foi observado mudanccedila entre

os tipos de guardas A partir desses resultados concluiacuteram que a alternacircncia de

tarefa entre as guardas eacute rara de acontecer indicando que a defesa de T angustula

e feita por divisatildeo de trabalho

Zweden e colaboradores (2011) fizeram um trabalho semelhante agrave Wittmann (1984)

com os guardas de defesa que ficam pairando Em seu estudo os autores tinham o

objetivo de testar a hipoacutetese que as guardas aumentavam a defesa do ninho em

relaccedilatildeo aos intrusos principalmente Lestrimellita limatildeo a qual eacute um ladratildeo

obrigatoacuterio de Tetragonisca angustula Foram feitas mediccedilotildees da distacircncia em que

as guardas pairando atacavam tanto um manequim de massa de modelar coberto de

citral (odor volaacutetil liberado por L limatildeo) quanto operaacuterias de Lestrimellita limatildeo

receacutem morto Todos os intrusos do experimento foram atacados por T angustula a

distacircncia que ocorreu o ataque variou entre 0-22 cm os ninhos que tinham mais

guardas apresentou maior distacircncia Dessa maneira concluiacuteram que a presenccedila de

guardas pairando aumenta a detecccedilatildeo de intrusos e que essas guardas respondem

especialmente a pistas visuais

As abelhas sem ferratildeo (eussocias) costumam apresentar divisatildeo de trabalho em

suas colocircnias Gruter e colaboradores (2012) em seu estudo quiseram testar a

hipoacutetese de que os soldados especializados (guardas) para a defesa das colocircnias de

jataiacute (Tetragonisca angustula) eram relativamente maiores que os trabalhadores

Com anaacutelise no tamanho e na forma das forrageiras guardas e trabalhadores que

removem resiacuteduos das colocircnias o autor constatou que o peso corporal das guardas

era maior que das abelhas forrageiras e que o tamanho da cabeccedila das forrageiras

mostrou-se um pouco maior em relaccedilatildeo agraves guardas Assim concluiu-se que a

variaccedilatildeo no tamanho seria devido agrave divisatildeo de trabalho ou seja a diferenccedila no

tamanho do corpo consiste em uma eficaacutecia maior para lutar contra invasores e a

diferenccedila em relaccedilatildeo ao tamanho da cabeccedila seria devido agrave necessidade das

forrageiras de decorar caminhos para busca do alimento

38

39

3 METODOLOGIA

31 AacuteREA DE ESTUDO

O Municiacutepio de Vitoacuteria possui uma extensatildeo geograacutefica que envolve um grau

elevado de urbanizaccedilatildeo (SOUZA 2011) De acordo com o Instituto Brasileiro de

Geografia e Estatiacutestica (2010) o Municiacutepio apresenta uma aacuterea de mais de 98 Kmsup2 e

conta com uma populaccedilatildeo estimada de 352104 habitantes O clima da regiatildeo de

Vitoacuteria pode ser classificado como Tropical uacutemido (CLASSIFICACcedilAtildeO [20--])

apresentando temperatura maacutexima que pode chegar a 32ordm C e miacutenima que fica em

torno de 24ordm C com os maiores iacutendices de precipitaccedilatildeo pluviomeacutetrica entre os meses

de Outubro a Janeiro (INSTITUTO CAPIXABA DE PESQUISA ASSISTEcircNCIA

TEacuteCNICA E EXTENSAtildeO RURAL 2011)

Vitoacuteria eacute um dos Municiacutepios que apresentam os maiores niacuteveis de temperaturas do

Estado Isso se deve ao fato de as grandes montanhas dificultarem a passagem dos

ventos do nuacutemero de preacutedios que aumenta com o passar dos anos assim como a

poluiccedilatildeo (SOUZA 2011)

O estudo foi realizado no Campus Universitaacuterio Alaor de Queiroz Arauacutejo da

Universidade Federal do Espiacuterito Santo (FERNANDES VALE 2013) tambeacutem

conhecido como campus de Goiabeiras Este campus se encontra localizado no

Municiacutepio de Vitoacuteria capital do Estado do Espiacuterito Santo e nas coordenadas

geograacuteficas de 20ordm 16rsquoS e 40ordm 18rsquoW (FERREIRA DANTAS 2000)

O Campus fica ao Sul e ao Oeste do canal da passagem e a Leste com a Avenida

Fernando Ferrari Ateacute 2008 era composta por uma aacuterea de ambiente entre mareacutes e

terrestre de 1592545 msup2 poreacutem com a ampliaccedilatildeo da Avenida Fernando Ferrari

essa aacuterea foi reduzida para 1567545 msup2 (FERNANDES VALE 2013) A aacuterea

amostral se localiza no entorno do Centro de Ciecircncias Humanas e Naturais (CCHN)

Implantada por volta da deacutecada de 1970 ela compotildee os ICrsquos (iniciais de Ilha do

Cercado) I II III e IV (FERNANDES VALE 2013) e apresenta uma aacuterea que

compreende edificaccedilotildees como preacutedios passarelas ruas asfaltadas paacutetio de

estacionamento e aacutereas jardinadas (MAPA 01)

40

Mapa 01- Mapa do Campus Universitaacuterio de Goiabeiras (UFES) com destaque da

aacuterea de estudo em vermelho

Fonte Google Maps (2014) 32 OBTENCcedilAtildeO DOS DADOS

A aacuterea de estudo foi inspecionada agrave procura de ninhos de T angustula com

observaccedilotildees em calccediladas paredes muros postes troncos de aacutervores entre outros

conforme Taura e Laroca (1991) Os ninhos encontrados foram marcados por letra

alfabeacutetica e mapeados com o auxiacutelio de um marcador permanente (marca Jocar

Office) e um GPS (marca Garmin etrex vista) As observaccedilotildees foram realizadas uma

vez a cada semana durante cinco meses de Abril agrave Setembro de 2014 totalizando

21 dias amostrados (140 horas) O periacuteodo no qual foram realizadas as observaccedilotildees

41

foi de 0700 agrave 1700 horas As observaccedilotildees foram feitas durante 15 minutos em cada

ninho e intercaladas nos periacuteodos matutino vespertino e dia todo com o auxilio de

uma lupa de matildeo devido elas apresentarem aproximadamente 5 miliacutemetros

(NOGUEIRA-NETO 1997) A lupa de matildeo foi utilizada tambeacutem para observar a cor

do poacutelen que as abelhas traziam para dentro do ninho

A contagem do nuacutemero de entradas e saiacutedas das abelhas coletoras e das abelhas

que protegem a colocircnia de invasores foi realizada em todos os ninhos com o auxilio

de um contador de nuacutemeros Os registros foram realizados com redaccedilatildeo dos

eventos e por meio de fotografias As observaccedilotildees seguiram o meacutetodo Animal-Focal

descrito por Altmann (1973) para anaacutelise do comportamento das abelhas Esse

meacutetodo consiste em amostrar os comportamentos de um ou mais indiviacuteduos por um

determinado periacuteodo de tempo O levantamento das principais fontes de alimento de

T angustula foi obtido a partir de dados bibliograacuteficos

33 ANAacuteLISE DOS DADOS

Para anaacutelise dos dados foi utilizado o programa ldquoMapSourcerdquo para a construccedilatildeo do

mapa dos ninhos encontrados Foi tambeacutem utilizado o programa Microsoft Excel

2007 para construccedilatildeo de graacuteficos para analisar o nuacutemero de visitas (entrada e saiacuteda)

que as abelhas coletoras apresentaram durante os cinco meses observados Os

graacuteficos foram construiacutedos por intervalos de horas sendo que as informaccedilotildees se

acumularam mais proacuteximo do horaacuterio em que houve mais eventos observados no

ninho O mesmo programa foi utilizado para retirar a meacutedia da quantidade de

guardas na defesa do ninho

Os dados resultantes do levantamento bibliograacutefico das fontes alimentares serviram

de base para a elaboraccedilatildeo de um graacutefico com a contribuiccedilatildeo das famiacutelias de plantas

mais visitadas por T angustula

42

43

4 RESULTADOS E DISCUSSOtildeES

41 LOCALIZACcedilAtildeO DOS NINHOS

Foram encontrados onze ninhos (marcados por letra alfabeacutetica de A a K) cinco

instalados em paredes e muros (K C I e J) e seis localizados sob placas de

concreto de passarelas (A B D E F G e H) (mais precisamente na base das

pilastras da passarela que se encontra entre os IC`s II e III) Este fato corrobora com

os estudos de Taura e Laroca (1991) que indica que a disponibilidade de nidificaccedilatildeo

nesses locais aumenta com as atividades antroacutepicas A localizaccedilatildeo dos ninhos eacute

apresentada pelo Mapa 02

Os ninhos C J K (Mapa 02) recebiam calorna maior parte do dia jaacute os demais natildeo

recebiam sol diretamente na maior parte do dia pois eram protegidos pela pilastra e

pela cobertura da passarela

Durante todo o periacuteodo das observaccedilotildees em geral o clima foi de dias quentes com

presenccedila de ventos

MAPA 02 ndash Mapa dos ninhos de T angustula estudadas no Campus de Goiabeiras

(UFES) Abril ndash Setembro2014

Fonte Modificado em Google earth (2014) Dos 11 ninhos observados dois ninhos natildeo apresentavam a entrada com o formato

comum de cilindro e traziam um formato natildeo definido

44

Em todos os ninhos foi possiacutevel ver que a abertura da extremidade do tubo era

relativamente grande Tal formato permite que haja espaccedilo para que algumas

abelhas guardas permaneccedilam na entrada do tubo ao mesmo tempo em que deixa

espaccedilo suficiente para as forrageiras passarem (KARCHER RATNIEKS 2009) Ao

longo de todo o tubo havia presenccedila de centenas de perfuraccedilotildees o que segundo

Gruter Karcher e Ratinieks (2011) eram para ajudar nas trocas gasosas

Nos cinco meses observados trecircs ninhos desapareceram da aacuterea amostral restando

ao final das observaccedilotildees oito ninhos Um deles (ninho E) foi perdido logo no iniacutecio

das observaccedilotildees supotildee-se que tenha ocorrido alguma intervenccedilatildeo aguda por

exemplo humana pois logo no segundo dia de observaccedilatildeo o mesmo jaacute natildeo estava

no lugar demarcado Outros dois ninhos (ninhos F e G) tambeacutem foram perdidos O F

persistiu ateacute o mecircs de Maio e o ninho G ateacute Julho Nestes o desaparecimento se

sucedeu apoacutes eventos de revoadas

42 INTERACcedilOtildeES INTER E INTRAESPECIacuteFICAS

TABELA 1 - Dados dos Ninhos observados

Data Ninho Hora Cores de Poacutelen

Presenccedila de

Resina Operaacuteriaslimpeza Guardas

em peacute Guardas pairando Ameaccedila

14abr D 07h-8h

Amarelo Branco Laranja

Vermelho

X 5 1

13mai C 10h-11h

Amarelo Branco Laranja

Vermelho

X X 4 4

20mai J 15h-16h Branco X X 8 12 02jun H 12h-13h Branco X X 8 4 16jul D 13h-14h Branco

X 8 2 Formiga

20jun B 08h-09h

Amarelo Branco Laranja

Vermelho

X X 9 3

06ago C 14h-15h Branco X 7 10 Lagartixa

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria As observaccedilotildees indicaram que as jataiacutes visitavam vaacuterias espeacutecies de flores durante

as manhatildes e iniacutecio das tardes pois nesse periacuteodo trouxeram uma grande

45

diversidade de poacutelen (cores amarela laranja branca e vermelha) transportados em

suas corbiacutecula para dentro do ninho B C e D (TABELA 1) (FIGURA 1-A) No horaacuterio

da tarde essa diversidade diminuiacutea nos ninhos C D H e J (TABELA 1) e era

representada pelo transporte de poacutelen de cor branca Este fato mostra que a

diversidade de flores visitadas decresce ao longo do dia

As abelhas sociais de um modo geral visitam as flores enquanto elas satildeo atrativas

Elas apresentam preferecircncia pela cor e satildeo capazes de discriminar os conjuntos

florais realizar sua localizaccedilatildeo e selecionar aquelas que produzem maior quantidade

e melhor qualidade de alimento (PIRANI LAURINO 1993) Existem diversos fatores

que podem influenciar a coleta de alimento pelas abelhas sociais entre eles o

comportamento das campeiras e a necessidade das colocircnias que depende do seu

tamanho (PIRANI LAURINO 1993)

Aleacutem de poacutelen tambeacutem foi observado carregamento de resina nas corbiacuteculas para

dentro do ninho B C H e J (TABELA 1) (FIGURA 1-B) essa eacute coletada pelas

abelhas em bototildees florais Depois de a resina ser coletada ela pode ser armazenada

pura ou misturada com cera No caso de T angustula ela geralmente faz a

armazenagem na forma pura (NOGUEIRA-NETO 1997) Como a resina eacute viscosa e

grudenta as abelhas a utilizam para vedar o entorno da entrada do tubo e tambeacutem

para depositar uma quantidade sobre o corpo e cabeccedila das formigas para defender

a colocircnia contra invasores (WITTMANN 1985 NOGUEIRA-NETO 1997)

Durante todo o periacuteodo observado foi notada a presenccedila de operaacuterias que cuidavam

da limpeza dos ninhos (TABELA 1) Essas operaacuterias trabalhavam retirando resiacuteduos

(detritos) de dentro do ninho e o faziam carregando atraveacutes de sua mandiacutebula

(FIGURA 1-C) Este trabalho era realizado continuamente ao longo de todo o dia

Para Nogueira-Neto (1997) T angustula eacute a espeacutecie que tem o melhor haacutebito de

limpeza e por esta razatildeo seu mel e seu proacutepolis satildeo considerados o melhor dentre

as outras espeacutecies

FIGURA 1- Divisatildeo de trabalho entre operaacuterias de Tetragonisca angustula A

Detalhe da corbiacutecula com poacutelen B Detalhe da corbiacutecula com resina C Operaacuteria de

limpeza com resiacuteduo na mandiacutebula

46

Fonte Arquivo Labibio

Em cada ninho foi possiacutevel notar a presenccedila de abelhas que ficavam tanto pousadas

ao longo do tubo de entrada do ninho quanto sobrevoando proacuteximo do mesmo

Essas abelhas satildeo chamadas por Gruter Karcher e Ratnieks (2011) de abelhas

guardas em peacute e pairando respectivamente As guardas em peacute estavam sempre

em grandes quantidades e estiveram em atividade praticamente em todo o periacuteodo

do dia

Essas guardas ficavam na maior parte do tempo com a mandiacutebula apoiada sobre o

ninho acredita-se que tenham a funccedilatildeo de depositar resina ao entorno do ninho As

demais guardas que ficavam sobrevoando estiveram mais ausentes logo no

A B

C

47

comeccedilo da manhatilde por volta das 0700 as 0900 horas As guardas pairando ficavam

na maioria das vezes em nuacutemeros de trecircs a quatro sempre posicionadas a direita e

esquerda do tubo e em direccedilatildeo a entrada (FIGURA 2)

FIGURA 2- Ninho de T angustula com guardas pairando destacado em vermelho e

guardas em peacute em destaque azul

Fonte Arquivo Labibio

Foi observado que no periacuteodo da tarde o nuacutemero de guardas pairando aumentava

Isso era visto com maior frequumlecircncia nos ninhos C e J instalados em paredes

(TABELA 1) Segundo Gruter Karcher e Ratnieks (2011) as colocircnias que

apresentam um nuacutemero maior de guardas pairando sofrem ameaccedilas de

vertebrados fato corroborado no ninho C (TABELA 1) que foi atacado por uma

lagartixa No momento em que aconteceu uma parte da populaccedilatildeo saiu do ninho e

se mostraram bem agitadas O que de acordo com Gruter Karcher Ratnieks (2011)

trata-se de uma resposta defensiva agrave percepccedilatildeo da respiraccedilatildeo de vaacuterios

vertebrados

Tambeacutem foi observado o comportamento defensivo em quando formigas se

aproximavam do ninho D (TABELA 1) As jataiacutes as ldquobeliscavamrdquo para que se

afastassem Esse mesmo comportamento foi visto durante minhas observaccedilotildees ao

Ninho A toda vez que me aproximava para observar ou fotografar surgiam vaacuterias ao

48

meu redor em uma dessas observaccedilotildees a jataiacute picou pele exposta Dentre todos os

ninhos essa foi a que apresentou o comportamento mais agressivo

De acordo com os estudos de Gruter e colaboradores (2012) T angustula eacute a uacutenica

espeacutecie que apresenta um sistema de defesa que envolve dois grupos distintos e

complementares de guardas uma pairando que se estacionam no ar proacuteximo ao

ninho e outras em peacute ao redor da entrada do ninho As guardas que ficam de frente

para o caminho de vocirco satildeo chamadas de grupo principal e as que ficam

posicionadas agrave direita e agrave esquerda do ninho satildeo o grupo secundaacuterio (GRUTER

KARCHER RATNIEKS 2011)

Uma caracteriacutestica interessante dessas guardas eacute que apresentam caracteriacutesticas

morfoloacutegicas diferentes das operaacuterias (satildeo maiores e mais pesadas) (GRUTER et

al 2012) Elas apresentam diferenccedilas no comprimento da asa no tamanho das

pernas traseiras que satildeo relativamente maiores para seu corpo (podendo ajudar na

luta contra invasores) e cabeccedila um pouco menor que das forrageiras Essa ultima

caracteriacutestica estaacute associada agrave maior necessidade das forrageiras de processar

informaccedilotildees sensoriais relacionadas ao forrageamento (GRUTER et al 2012)

As abelhas guardas possuem a funccedilatildeo de defender sua colocircnia de ataques de

intrusos que aproveitam do seu trabalho para roubar o alimento produzido

(GRUTER KARCHER RATNIEKS 2011) As accedilotildees especiacuteficas desses intrusos satildeo

detectadas mais pelas guardas em peacute pois elas conseguem identificar as campeiras

e natildeo campeiras da mesma espeacutecie por quimiorecepccedilatildeo (KARCHER RATNIEKS

2009 GRUTER KARCHER RATNIEKS 2011) Jaacute as guardas que pairam perto do

ninho atacam intrusos que natildeo satildeo da mesma espeacutecie elas o reconhecem pela cor

forma do corpo e pelos odores volaacuteteis (KARCHER RATNIEKS 2009) De acordo

com Zweden e Colaboradores (2011) a presenccedila de guardas pairando aumenta a

detecccedilatildeo de intrusos e que essas guardas respondem especialmente a pistas

visuais Como comportamento de defesa as guardas liberam um feromocircnio de

alarme para recrutar os trabalhadores para o ataque (FREE 1987 apud ZWEDEN

2011)

O nuacutemero meacutedio de guardas durante o periacuteodo observado mostrou-se maior para as

guardas em peacute (78) do que para as guardas pairando (35) Esse fato eacute explicado

por Gruter Karcher e Ratnieks (2011) para eles o gasto energeacutetico das guardas

pairando eacute muito maior de modo que eacute menos dispendioso energicamente para as

49

abelhas ficarem em peacute Mesmo tendo um gasto energeacutetico muito alto nas

observaccedilotildees de Wittmann (1985) as atividades do voo das guardas foi constatado

que essas ficavam pairando por cerca de 70 minutos antes de voltar para dentro do

ninho Este fato mostra que a mudanccedila de guardas natildeo eacute comum e que a defesa do

ninho eacute feita por divisatildeo de trabalho e natildeo por alternacircncia de tarefas (GRUTER

KARCHER RATNIEKS 2011)

Os ninhos que desapareceram ao longo das observaccedilotildees foram devido agraves revoadas

um comportamento comum nas abelhas Nas jataiacutes as revoadas geralmente

ocorrem devido ao calor para refrescar o ninho em caso de altas temperaturas uma

parte da populaccedilatildeo sai do ninho enxameamento para reproduccedilatildeo ou devido agrave

interferecircncia humana quando um ninho eacute retirado de um local para outro

(INFORMACcedilAtildeO PESSOAL ZOCOLOTTI V R) De acordo com este na primeira

semana eacute possiacutevel presenciar alguma revoada que pode ser para identificaccedilatildeo

tanto da flora apiacutecola quanto para localizaccedilatildeo do novo ambiente

No caso dos ninhos F e G ao final de cada revoada observada a entrada do ninho

ficava bastante danificada Foram observadas trecircs revoadas (duas no mesmo dia)

do ninho F todas no mecircs de Maio e duas (em dias diferentes) no ninho G no mecircs

de Junho Apoacutes estas observaccedilotildees os dois ninhos desapareceram

Durante as revoadas vaacuterias abelhas caiam no chatildeo agarradas umas nas outras

Apoacutes queda era possiacutevel observar que as guardas conseguiam prender e retirar

com sua mandiacutebula as pernas e asas do invasor (FIGURA 3-A e B) o que impedia

as invasoras de conseguir atacar novamente Segundo Kerr e colaboradores (2005)

as guardas agarram as pernas dos invasores para que eles caiam no chatildeo e sejam

comidos pelas formigas que ficam proacuteximas aos ninhos

50

FIGURA 3 - Ataque de invasores A T angustula com mandiacutebula presa agrave perna do

Jataiacute invasora BPerna de invasores retirada apoacutes ataque

Fonte Arquivo Labibio

De acordo com Zocolotti VR (INFORMACcedilAtildeO PESSOAL) as cinco espeacutecies de

Meliponini criadas por ele podem apresentar o comportamento de saquear outros

ninhos e isso pode ocorrer por oportunismo ou por falta de alimento Em especial

as Jataiacutes geralmente possuem o costume de atacar as proacuteprias jataiacutes esses

ataques acontecem dentro do mesmo ninho e entre outros proacuteximos Esses ataques

podem ocorrer por atraccedilatildeo de feromocircnio de princesa (rainhas jovens natildeo

fecundadas) por enxame fraco ou ateacute mesmo para absorver o fraco ou seja elas

entram e acabam matando a rainha e mantecircm os trabalhadores por um tempo ateacute

absorver o enxame ou ateacute mesmo o deixam morrer sendo dessa maneira muito

complexas em relaccedilatildeo ao comportamento

Na aacuterea do campus da Ufes houve uma consideraacutevel devastaccedilatildeo na vegetaccedilatildeo

nativa (compreendida de Mata Atlacircntica Manguezal e Restinga) devido agrave

construccedilatildeo de preacutedios que foram erguidos logo no iniacutecio da implantaccedilatildeo da

Universidade Como medida compensatoacuteria foi feito o plantio de espeacutecies arboacutereas

usando em demasia espeacutecies exoacuteticas (CASTRO 2003) Na Ufes eacute possiacutevel ver

poucas aacutereas jardinadas Aleacutem disso sempre que eacute necessaacuterio construir um novo

preacutedio novas aacutereas satildeo eliminadas podendo ou natildeo ser compensada com plantas

nativas

A B

51

Em abelhas sociais o comportamento de saque eacute comum acontecer em sequumlecircncias

natildeo contiacutenuas ou seja ela cessa e recomeccedila por periacuteodos de tempo (SANTANA

etal 2004) Durante as observaccedilotildees foram presenciadas trecircs revoadas ao ninho F

duas no mesmo dia poreacutem em horaacuterios diferentes e duas ao ninho G em dias

diferentes (FIGURAS 4- A B C e D)

FIGURA 4 ndash Revoada do ninho F A Vista da entrada do iniacutecio do estudo B Vista

da entrada em plena atividade em iniacutecio de maio C Entrada apoacutes uma revoada em

maio D Vista da entrada do ninho apoacutes uacuteltima revoada em maio

Fonte Arquivo Labibio

Nas figuras 4a e b mostram o estado em que a entrada do ninho se encontrava na

primeira semana de observaccedilatildeo (vinte e oito de Abril) e na primeira semana do mecircs

seguinte (sete de Maio) esse uacuteltimo a entrada do ninho jaacute se encontrava danificado

No ninho F(FIGURA 4) as revoadas que ocorreram no dia vinte de Maio entre

A B

C D

52

1000 e 1400 horas e no dia vinte e seis de Maio entre 1600 e 1700 horas

corroborando com Santana e colaboradores (2004) sobre o comportamento de

saques intermitentes

No ninho G as revoadas se iniciaram duas semanas apoacutes o desaparecimento do

ninho F nos dias nove e vinte e seis de junho entre 1500 e 1600 horas e dia 16 de

junho no mesmo horaacuterio (FIGURA 5-A B e C)

FIGURA 5 ndash Revoadas no Ninho G A Ninho no iniacutecio de Maio B Registro da

primeira revoada C Ultima revoada perda do ninho

Fonte Arquivo Labibio

As observaccedilotildees evidenciaram a ocorrecircncia de um acuacutemulo de resiacuteduos sobre os

ninhos apoacutes as revoadas (FGURA 5-B) No ninho G tinha uma subpopulaccedilatildeo

A B

C

53

pequena mas bem ativa conforme verificado apoacutes quatro horas de observaccedilatildeo em

nove dias (Graacutefico 1- A e B)

GRAacuteFICO1 A ndash Ritmo de Saiacutedas no Ninho G

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

GRAacuteFICO 1B ndash Ritmo de entradas no ninho G

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

0

20

40

60

80

100

120

140

09h-10h 10h-11h 12h-13h 14h-15h 16h-17h

Nuacutem

ero

de V

isita

s

Horaacuterios

13mai 20mai 26mai

0

20

40

60

80

100

120

140

160

180

200

09h-10h 10h-11h 12h-13h 14h-15h 16h-17h

Nuacutem

ero

de V

isita

s

Horaacuterios

13mai 20mai 26mai

54

No ninho G as abelhas iniciaram suas atividades antes de 09h evidenciado pela

entrada de aproximadamente 180 forrageadoras entre 9 e 10h As saiacutedas neste

mesmo periacuteodo ficaram em torno de 100

Entre 16h-17h houve um grande nuacutemero de entrada o que era esperado todas as

que saiacuteram tecircm que retornar enquanto haacute luminosidade e antes do ninho ser

fechado Conforme esperado por Gruter Karcher Ratnieks (2011) quando comeccedila

a escurecer as Jataiacutes fecham a entrada do tubo para impedir que intrusos ataquem

seu ninho durante a noite e abrem pela manhatilde quando o clima estaacute mais favoraacutevel

para iniciarem suas atividades

Neste ninho entre 12h-13h houve um nuacutemero maior de saiacutedas que de entradas ateacute

agraves 16h Isso possivelmente esteve relacionado agrave uma grande distacircncia entre o ninho

e as fontes de recursos troacuteficos

Outro ninho em que foi possiacutevel observar todos os meses notou-se que apresentou

atividade durante todo o dia (GRAacuteFICO 2-A e B)

GRAacuteFICO 2A ndash Ritmo de saiacutedas do ninho B

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

0

50

100

150

200

250

300

350

400

450

500

07h-08h 08h-09h 09h-10h 11h-12h 12h-13h 13h-14h 14h-15h 15h-16h 16h-17h

Nuacutem

ero

de V

isita

s

Horaacuterios

28abr 13mai 20mai 26mai 09jun 16jun 23jun 01jul 09jul

16jul 23jul 30jul 06ago 13ago 20ago 27ago 05set 10set

55

GRAacuteFICO 2B ndash Ritmo de entradas do nino B

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

O ninho B tinha uma subpopulaccedilatildeo mais numerosa que F e G Durante o inverno

(2307 e 2708) as abelhas iniciavam suas atividades cerca de duas horas mais

tarde em horaacuterio com temperatura mais elevada (indicado pela seta preta) Tal fato

corrobora com as observaccedilotildees de Ulian e colaboradores (2007) que constata que

em periacuteodo mais chuvoso onde as temperaturas satildeo geralmente mais baixas as

Jataiacutes apresentam iniacutecio de atividade agraves 9 horas da manhatilde devido agrave temperatura

nesse horaacuterio comeccedilar a aumentar

Proacuteximo do horaacuterio de 10 horas houve um grande nuacutemero de saiacutedas do ninho

seguido de um grande nuacutemero de entrada o que indica a ocorrecircncia de uma fonte

de recursos proacutexima ao ninho ou a indisponibilidade de recurso para ser coletado

naquela hora Acredita-se que na primeira possibilidade - fonte proacutexima ela era de

resina pelo fato de ter havido um intervalo de saiacuteda ateacute agraves 12h jaacute que esta

demanda mais tempo para ser retirada da corbiacutecula e armazenada por ser

pegajosa No caso da segunda possibilidade natildeo encontraram alimento disponiacutevel

naquele horaacuterio o retorno ao ninho eacute a alternativa mais eficaz para evitar um alto

gasto energeacutetico ateacute que o recurso fique disponiacutevel para coleta

0

100

200

300

400

500

600

07h-08h 08h-09h 09h-10h 10h-11h 11h-12h 12h-13h 13h-14h 14h-15h 15h-16h 16h-17h

Nuacutem

ero

de V

isita

s

Horaacuterios 28abr 13mai 20mai 26mai 09jun 16jun 23jun 09jul16jul 23jul 30jul 20ago 27ago 05set 10set

56

No outono as atividades das Jataiacutes comeccedilaram a diminuir por volta de 15 horas

(indicado pela seta marrom) ateacute cessar totalmente no iniacutecio das 16 horas Pelos

graacuteficos nota-se que o ninho B possui vantagem de uma hora nas atividades em

relaccedilatildeo ao ninho G isso provavelmente ocorreu porque o ninho B obteve mais

sucesso nas coletas distribuiacutedas ao longo do dia

43 RECURSOS FLORAIS

Eacute notoacuteria a relaccedilatildeo que existe entre abelha-flor relaccedilatildeo essa que sucedeu a milhotildees

de anos desde entatildeo as abelhas dependem de substancias utilizadas na

alimentaccedilatildeo e as plantas se beneficiam com a polinizaccedilatildeo (PIRANI LAURINO

1993) Para entender a biologia dos Meliponini eacute importante conhecer sua

alimentaccedilatildeo Para isso eacute necessaacuterio fazer um levantamento das plantas utilizadas

para coleta de poacutelen e neacutectar (SOUZA 1999 apud OLIVEIRA ABSY MIRANDA

2009)

Com base nos dados obtidos sobre as fontes alimentares de T angustula na

literatura (TABELA 2) nota-se a capacidade dessa espeacutecie de visitar uma ampla

diversidade de famiacutelias de plantas Segundo Toledo e colaboradores (2003) durante

cada voo das campeiras em meacutedia 100 flores satildeo visitadas

O levantamento bibliograacutefico indicou que existem duas metodologias bastante

usadas por autores para conhecer a dieta das abelhas Uma delas eacute a investigaccedilatildeo

palinoloacutegica para avaliar as fontes de recursos florais utilizados (poacutelen e neacutectar)

com base no gratildeo de poacutelen depositado no corpo da abelha para identificaccedilatildeo das

espeacutecies vegetais (CARVALHO MARCHINE ROS 1999 FEIDEN 1994 SIMIONI et

al 2007 OLIVEIRA ABSY MIRANDA 2009 MORGADO et al 2011NOVAIS

ABSY SANTOS 2013) A outra se daacute por meio de observaccedilotildees das campeiras nas

flores (AGOSTINI SAZIMA 2003 TOLEDO et al 2003OLIVEIRA ABSY

MIRANDA 2009 BRAGA et al 2012) A partir desses meacutetodos eacute possiacutevel saber

quais satildeo as plantas que produzem seus alimentos preferenciais e quais as fontes

alternativas (OLIVEIRA ABSY MIRANDA 2009)

57

TABELA 2 ndash Relaccedilatildeo das espeacutecies de plantas visitadas porT Angustula Continua

Famiacutelia Espeacutecie Polinizada Visitada Recurso

Poacutelen Neacutectar

Acanthaceae Thunbergia grandiflora X Odontonema strictum X X

Justicia brandegeana X

Ruellia silvaecola X Agavaceae Agave americana X X X

Agave sisalana X X X

Agave attenuata X X X

Dracena fragana X X X Aizoaceae Mesembryantemum spectabilis X Lamprantus productus X Amaranthaceae Gomphrena globosa X Amarylidaceae Clivia miniata X X X Anacardiaceae Schinus terebinthifolius X X

Lithraea molleoides X X

Toxicodendron verniciferum X X

Mangifera indica X X X

Tapirira guianensis X Apiaceae Hydrocotyle leucocephala X Apocynaceae Trevetia peruviana X Araliaceae Tetrapanax papyrifera X X X Asclepiadaceae Asclepias curassavica X X Asteraceae Parthenium hysterophorus X Aspillia latissima X Aspillia sp X Balsaminaceae Impatiens balsamina X X X

Impatiens sultanii X Bignoniaceae Spathodea campanulata X X Tabebulaim petiginosa X X X

Tabebula chrysotricha X X X Bixaceae Bixa orellana X X Bombacaceae Ceiba arianthos X X

Pseudo bombax sp X X

Pseudobombax tomentoso X X

Eriotheca canolleana X X

Bombax ceiba X X Boraginaceae Cordia superba X X

Cordia glabrata X X Brassicaceae Brassica sp X Cactaceae Opuntia ficusindica X X Caesalpiniaceae Schizolobium parahyba X X Capparaceae Cleome spinosa X Caprifoliaceae Lonicera japonica X X

58

TABELA 2 ndash Relaccedilatildeo das espeacutecies de plantas visitadas por T angustula Continua

Famiacutelia Espeacutecie Polinizada Visitada Recurso

Poacutelen Neacutectar

Sambucus australis X X Caryophylaceae Silene armeria X Cecropiaceae Cecropia hololeuca X Cochlospermaceae Cochlospermum vitifolium X X Compositae Vernonia polyanthes X X

Bidens pilosa X X Cosmos auphureus X X X

Centratherium violaceum X X X

Dahlia sp X Eclipta alba X Asterla evis X Tithonia rotundifolia X X X

Tithonia speciosa X X X

Tithonia diversifolia X Baccharis sp X Wedelia paludosa X Eupatorium sp X Mikania glomerata X X

Montano apyramidata X X Montano abipinnatifiada X Senecio brasiliensis X X X

Emilia sonchifolia X X Ambrosia sp X X Creopsis grandiflora X Galinsoga parviflora X Crassulaceae Kalanchoe tubiflora X X Cyperaceae Cyperus sp X Elaeocarpaceae Muntingia calabura X Ericaceae Rhododendron simsii X X X

Rhododendron indicum X X X Euphorbiaceae Alchornea sidaefolia X X X

Euphorbia milii X X X

Euphorbia pulcherrima X X X

Ricinus communis X X X

Croton sp X Fabaceae Desmodium sp X Tipuana tipu X Vigna peduncularis X X Guttiferae Kielmeyera coriacea X X Iridaceae Dietes vegeta X Labiatae Salvia splendens X Origanum vugare X

59

TABELA 2 ndash Relaccedilatildeo das espeacutecies de plantas visitadas por T angustula Continua

Famiacutelia Espeacutecie Polinizada Visitada Recurso

Poacutelen Neacutectar

Ocimum sellowii X Iboza riparia X X X

Coleus blumei X X X Leguminosae Andira anthelmintica X X

Mimosa daleoides X X X

Myroxylon balsamum X X X

Piptadenia gonoacantha X X X

Stylos anthesscabra X Caesalpinia bonducella X X X

Caesalpinia pelthophoroides X X X

Crotalaria lanceolata X Calliandra twedii X Sophora tomentosa X X Mimosa pudica X Erythrina speciosa X X X

Cassia grandis X Schizolobium parahyba X X Senna multijuga X Senna bicapsularis X X Delonix regia X Clitoria fairchildiana X Centrolobium tomentoso X Liliaceae Aloe sp X X Bulbine frutescens X Loranthaceae Struthanthus andrastylus X X Lythraceae Lagerstroemia indica X X Magnoliaceae Talauma ovata X X Malpighiaceae Malphiguia glabra X Tetrapterys X Byrsonima intermedia X X X Malvaceae Hibiscus rosa-sinensis X X X

Malvaviscus arboreus X X Sida rhombifolia X Melastomataceae Tibouchina granulosa X X

Clidemeia sp X X

Tibouchina sp X X X

Tibouchina holosericea X X Meliaceae Trichilia sp X Mimosaceae Leucaena leucocephala X Anadenanthera collubrina X Moraceae Cecropia pachystachya X X X

Morus nigra X X

60

TABELA 2 ndash Relaccedilatildeo das espeacutecies de plantas visitadas por T angustula Continua

Famiacutelia Espeacutecie Polinizada Visitada Recurso

Poacutelen Neacutectar Myrsinaceae Ardisia crenata X X Myrtaceae Eucalyptus robusta X X X

Eugenia jambos X X X

Eugenia pitanga X Eucalyptus terecornis X Plinia glomerata X Nyctaginaceae Bougainvile aspectabilis X X X Oleaceae Jasminum azoricum X Palmae Acrocomia aculeata X X

Archontophoenix cunninghamiana X

Syagrus romanzoffiana X Copernicia alba X X Sheelea phalerata X Passifloraceae Passiflora jilekii X Piperaceae Piper mollicomum X Poaceae Paspalum sp X Polemoniaceae Cobae scandens X Polygonaceae Polygonum capitatum X X X Pontederiaceae Pontederia lanceolata X X Proteaceae Grevill a bansksii X X X Rosaceae Prunus persica X X X

Pyracantha coccinea X X Rubiaceae Pentas lanceolata X X

Citrus airantum X X Rutaceae Citrus limon X X X Scrophulariaceae Paulownia imperialis X X Solanaceae Nicotiana tabacum X X Sterculiaceae Dombeya burgessiae X Dombeya wallichii X Sterculia chicha X X Tiliaceae Heliocarpus americanus X X X Tropaeolaceae Tropaeolum majus X X X Ulmaceae Tipo celtis X Trema micrantha X X Umbelliferae Foeniculum vulgare X X X Verbenaceae Duranta repens X

Vitex agnus-castus X

Velloziaceae Vellozia candia X X X Zingiberaceae Hedychium coronarium X Fonte Pirani Laurino 1993 Carvalho Marchine Ros 1999 Agostini Sazima 2003 Toledo et al 2003 Cartopassi-Laurino 2005 Braga e Colaboradores 2012 Novais Absy Santos 2013

61

Foram encontradas 71 famiacutelias e um total de 166 espeacutecies Dessas 30 espeacutecies satildeo

polinizadas e 136 satildeo visitadas Poacutelen e neacutectar satildeo os recursos mais coletados

com coleta de poacutelen em 78 espeacutecies e de neacutectar em 69 De acordo coma Lista de

Espeacutecies da Flora do Brasil (2010) 20 das espeacutecies que satildeo polinizadas (TABELA

2) satildeo nativas o restante satildeo espeacutecies exoacuteticas ou seja natildeo pertencem agrave flora

brasileira

As famiacutelias que apresentaram maior porcentagem de visitas por T angustula foram

Compositae e Leguminosae (TABELA 2) com 13 e 12 de espeacutecies

respectivamente (GRAacuteFICO 3) sendo as famiacutelias mais importantes para a dieta da

jataiacute (AGOSTINE SAZIMA 2003 SIIONI et al 2007) Esse resultado eacute similar ao

trabalho de Simioni e colaboradores (2007) seus resultados mostram que uma das

famiacutelias analisadas Leguminosae tambeacutem apresentaram um maior destaque na

quantidade de visitas realizadas por T angustula esse fato pode ser explicado pelo

fato de que Leguminosae representa a mais importante fonte de poacutelen para essa

espeacutecie

As famiacutelias Compositae e Leguminosae satildeo as mais bem representadas pelo fato

de apresentarem espeacutecies que fornecem alimento em maior qualidade e quantidade

por vaacuterios periacuteodos do ano Com destaque para a famiacutelia Leguminosae que fornece

recursos alimentares para as abelhas nos periacuteodos de estiagem (PIRANI LAURINO

1993 AGOSTINE SAZIMA 2003)

O graacutefico abaixo ilustra o comportamento generalista deT angustula Onde 41 das

visitadas realizadas pela espeacutecie se distribuem por 55 famiacutelias vegetais Esse

comportamento concorda com trabalho de Anacleto (2007) onde dentre as cinco

espeacutecies estudadas por ele a que apresentou o haacutebito mais generalista em relaccedilatildeo

ao nuacutemero de plantas visitadas foi T angustula

62

GRAacuteFICO 3 ndash Contribuiccedilatildeo das famiacutelias de plantas para a dieta de T angustula

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria com base nos dados da Tabela 1

As abelhas generalistas visitam flores pequenas e abertas e satildeo menos

relacionadas agraves flores especializadas (RUTHCKE JULES 1993 ROUBIK 1992

apud AGOSTINI SAZIMA 2003) e tecircm preferecircncia de flores arboacutereas com

inflorescecircncia densas

Um exemplo de flores que natildeo satildeo especializadas e que satildeo importantes para a

dieta de T angustula eacute da famiacutelia Asteraceae as espeacutecies Mangifera indica e

Schinus terebinthifolius apresentam grande densidade de flores e permite faacutecil

acesso para as abelhas deste modo tornam-se importantes fornecedores de fontes

de poacutelen (BRAGA et al 2012)

De acordo com o levantamento das plantas utilizadas pelas abelhas jataiacute realizado

por diferentes autores as famiacutelias que se mostraram bem representadas foram

Malvaceae Caesalpiniaceae Melastomataceae Myrtaceae Euphorbiaceae e

Anacardiaceae sendo consideradas portanto essenciais para a dieta da jataiacute

2 2 3 2

2 3

13

3 2

3

12 2 2 2 3

3

41

Acanthaceae Agavaceae Anacardiaceae Asteraceae Bignoniaceae

Bombacaceae Compositae Euphorbiaceae Fabaceae Labiatae

Leguminosae Malpighiaceae Malvaceae Melastomataceae Myrtaceae

Palmae Outros

63

Em geral essas famiacutelias podem ser caracterizadas pela floraccedilatildeo do tipo contiacutenuo ou

seja uma floraccedilatildeo que natildeo cessa ou que ocorre na maior parte do ano o que

permite as abelhas ter acesso aos recursos em todas as estaccedilotildees do ano

(CARVALHO MARCHINI ROS 1999 AGOSTINI SAZIMA 2003 TOLEDO et al

2003 MORGADO et al 2011)

64

65

5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS Sendo este a primeira pesquisa com abelhas em compus no Espiacuterito Santo Foi

observado que a distribuiccedilatildeo dos ninhos encontrados apresentou-se uniforme

Todos os ninhos estavam instalados em paredes e pisos de concreto o que indica

seu potencial de adaptabilidade agraves condiccedilotildees antroacutepicas

A diversidade de cores de poacutelen trazida pelas forrageiras no iniacutecio da manhatilde indica

uma ampla disponibilidade de alimento que a flores oferecem nesse periacuteodo do dia

bem como a eficiecircncia das forrageiras em selecionar essas flores

De acordo com as observaccedilotildees que foram realizadas no estudo as abelhas T

angustula podem ter suas atividades influenciadas pelo clima Uma vez que foi

observado que no periacuteodo de inverno em que as temperaturas satildeo mais baixas

elas comeccedilavam a realizar suas funccedilotildees nos horaacuterios com as temperaturas mais

altas

A divisatildeo de trabalho entre forrageadoras operaacuterias de limpeza e de defesa

observado nessa espeacutecie indica o comportamento altamente social dos Meliponini

O mecanismo de defesa observado em T angustula entre guardas pairando e em

peacute pode indicar uma caracteriacutestica de complementaridade na defesa do ninho uma

vez que durante as observaccedilotildees os dois tipos de guardas sempre se fizeram

presentes O que mostra que mesmo com o atrofiamento do ferratildeo os indiviacuteduos

desenvolveram estrateacutegias para a defesa contra invasores

Foi comum observar a presenccedila de revoadas nos ninhos entre as Jataiacutes Este

comportamento em geral eacute comum para o desenvolvimento (sobrevivecircncia) da

colocircnia No caso dos ninhos observados apoacutes as revoadas eles foram

desaparecendo Este fato pode indicar um baixo iacutendice de recursos troacuteficos para

essas abelhas dentro do campus pois ao inveacutes dos ninhos se manterem ou

aumentarem em quantidade ao longo das observaccedilotildees eles desapareceram

O levantamento das flores visitadas por T angustula indicou um comportamento

generalista desta espeacutecie em visitar uma grande variedade de plantas o que mostra

sua importacircncia para garantir a variabilidade dessas plantas

66

Esse levantamento tambeacutem indicou que a polinizaccedilatildeo realizada por elas foi

predominante em plantas exoacuteticas O que pode refletir a deficiecircncia na quantidade

de plantas nativas melitoacutefilas na aacuterea de estudo

67

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Page 26: FACULDADE CATÓLICA SALESIANA DO ESPÍRITO SANTO … · No grupo dos Apinae está à tribo dos Meliponini, conhecidas como abelhas indígenas sem ferrão por possuir seu ferrão atrofiado

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mostraram mais presentes Myrtaceae Sapotaceae Sapindaceae e Melliaceae

Desta forma concluiacuteram que as coletas de poacutelen pelas forrageiras podem ter

predominado no periacuteodo da manhatilde devido agraves flores se mostrar mais murchas com o

passar do dia Tambeacutem concluiacuteram que os recursos de poliacutenicos foram bem

diversos o que confirmou o haacutebito generalista dessas abelhas

Carvalho e Marchini (1999) realizaram um estudo dentro de um campus Universitaacuterio

(USP) em Piracicaba Em seu trabalho tiveram o objetivo de conhecer as plantas

que oferecem recursos para abelhas em ambientes mais antropizados Com coletas

de abelhas operaacuterias em colocircnias de Tetragonisca angustula e Nannotrigona

testaceicornis os autores analisaram os gratildeos de poacutelen coletados por elas Atraveacutes

dessa anaacutelise obtiveram 31 tipos poliacutenicos em 22 famiacutelias de plantas sendo que

entre essas famiacutelias para N testaceicornis os gratildeos de poacutelen que se mostrou mais

frequumlente foi de Myrtaceae e para T angustula foram Fabaceae Liliaceae e

Mimosaceae Dessa maneira concluiacuteram que essas espeacutecies se mostraram

generalistas visitando diversas plantas

No mesmo ano Carvalho Marchini e Ros (1999) fizeram um estudo para comparar

e analisar as fontes de poacutelen utilizadas por Apis mellifera e quatro diferentes

espeacutecies de Trigonini (Nannotrigona testaceicornis Partamona helleri Plebeia

droryana e Tetragonisca angustula) O trabalho teve o intuito de fornecer

informaccedilotildees sobre as preferecircncias florais e as relaccedilotildees troacuteficas dessas espeacutecies

Com coletas realizadas nos meses de Outubro e Novembro de 1996 no campus da

USP em Piracicaba os autores coletaram 53 tipos poliacutenicos desses os tipos mais

frequentes para todas as abelhas foram Aracaceae Bulbine frutescens e

Eucalyptus spe com as relaccedilotildees troacuteficas eles observaram que a utilizaccedilatildeo de fontes

de poacutelen variou conforme a espeacutecie e que a dieta se mostrou bem diversificada

Dessa maneira os autores concluiacuteram que P droryana e Phelleri foram agraves

espeacutecies que apresentaram maior uniformidade na utilizaccedilatildeo de fontes de poacutelen e a

maior sobreposiccedilatildeo de nicho troacutefico ocorreu entre N testaceiconis e T angustula e

menor sobreposiccedilatildeo foi entre A meliacutefera e T angustula

Devido agrave carecircncia de estudos sobre os recursos florais utilizados pelas abelhas

Agostini e Sazima (2003) fizeram um estudo sobre a fenologia das espeacutecies de

plantas ornamentais e suas relaccedilotildees com as espeacutecies de abelhas Com registros da

fenologia das plantas arboacutereas e arbustivas e o tipo de recurso utilizado pelas

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abelhas no campus da Universidade Estadual de Campinas em Satildeo Paulo os

autores registraram 42 espeacutecies de plantas e observaram que na aacuterea estudada

houve plantas florindo todos os meses e natildeo houve sazonalidade marcada Com

relaccedilatildeo ao tipo de recurso utilizado pelas abelhas foi observado que as plantas mais

visitadas foram da famiacutelia Leguminosae e Bombacaceae por serem importantes

fontes de alimento para as abelhas no periacuteodo de estiagem Concluiacuteram que plano

de manejo em ambientes urbanos usando plantas ornamentais nativas seria

importante para acolher maior diversidade de abelhas as quais cumprem papel

importantiacutessimo na manutenccedilatildeo da biodiversidade dos ecossistemas naturais

Como muitas plantas de importacircncia econocircmica dependem de insetos para

aumentar a produccedilatildeo e a qualidade dos frutos Toledo e colaboradores (2003)

pesquisaram as angiospermas na regiatildeo de Maringaacute no estado do Paranaacute para

contribuir com o conhecimento da biodiversidade nessa regiatildeo Com coletas em

onze espeacutecies de plantas examinadas na Universidade Estadual de Maringa

Paranaacute os autores obtiveram 331 insetos Entre as abelhas trecircs espeacutecies coletadas

foram as mais abundantes Tetragonisca angustula Apis mellifera e Trigona spinipes

Os autores concluiacuteram que essas abelhas africanizadas e sem ferratildeo foram as mais

abundantes nas coletas as flores devido tanto ao seu comportamento generalista

como pela sobreposiccedilatildeo no local de forrageamento

Simioni e Colaboradores (2007) realizaram um estudo para investigar os recursos

alimentares de Tetragonisca angustula fiebrigi em Mato Grosso do Sul Com

amostras de cargas poliacutenicas corbiculares das operaacuterias em um ambiente natural de

Corumbaacute-MS no periacuteodo de seis meses os autores relataram que T angustula

visitou 43 espeacutecies de plantas para coleta de poacutelen e as famiacutelias mais visitadas

foram Leguminosae Palmae Asteraceae e a subfamiacutelia Mimosidae devido agrave grande

quantidade de poacutelen acessiacutevel Deste modo concluiacuteram que Tetragonisca

angustula mostrou-se seletivo com relaccedilatildeo agraves fontes de alimento disponiacutevel na aacuterea

estudada e que a famiacutelia Leguminosae se mostrou a mais importante fonte de poacutelen

para T angustula

Muitas espeacutecies de abelhas vecircm sendo utilizadas consorciadas ao cultivo de

diversas espeacutecies de plantas No trabalho de Antunes e colaboradores (2007) eles

utilizaram a espeacutecie Tetragonisca angustula para verificar seu efeito como agente

polinizador na produccedilatildeo de frutos de cultivares de morango em estufa O estudo foi

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realizado na Universidade de Passo Fundo RS utilizando quatro cultivares de

morangueiro (Oso Grande Tdla Chandler e Dover) com ausecircncia e presenccedila de

duas e quatro colmeacuteias de T angustula Os autores observaram que o numero de

visitas as flores foram o mesmo para os mesmos nuacutemeros de colocircnias e que o uso

de duas ou quatro colmeacuteias natildeo alterou a produccedilatildeo dos frutos Aleacutem disso

observaram tambeacutem que a porcentagem de frutos deformados teve uma queda

consideraacutevel de 85 para 5 Sendo assim concluiacuteram que a presenccedila de

Tetragonisca angustula para a polinizaccedilatildeo em ambiente fechado tem grande

importacircncia para o aumento da produtividade e para o aumento da quantidade de

frutos comerciaacuteveis

Devido agrave grande importacircncia das abelhas sem ferratildeo para manter a biodiversidade

das plantas Braga e colaboradores (2012) fizeram um estudo com a espeacutecie T

angustula por ela ser amplamente distribuiacuteda nos habitats tropicais Com estudo

realizado em duas ilhas (Ilha Grande e Tucuruccedilaacute) e outras duas na ilha Ariroacute e

Tinguaacute todas SAP aacutereas de Mata Atlacircntica do Estado do Rio de Janeiro e apenas

Ilha Grande pertence a uma unidade de proteccedilatildeo ambiental Para esse estudo os

autores fizeram coletas de carga de poacutelen e observaccedilotildees agraves flores T angustula

visitou 61 espeacutecies de plantas sendo Anacardiaceae e Asteraceaeas mais visitadas

Na Ilha grande foi a aacuterea onde se obteve maior nuacutemero de visitas e onde se

encontrou 39 tipos poliacutenicos Dessa maneira concluiacuteram que a dieta de T angustula

eacute bem ampla e que essas pesquisas satildeo necessaacuterias para conhecer as plantas que

operam como recurso para as abelhas em ambiente natural

Com o intuito de contribuir para o conhecimento da flora e sua utilizaccedilatildeo por

polinizadores nativos Novais Absy e Santos (2013) caracterizaram o poacutelen de T

angustula atraveacutes da anaacutelise palinoloacutegica analisando os meacuteis produzidos por esta

espeacutecie em duas regiotildees semi-aacuteridas tropicais do nordeste do Brasil Com amostras

de mel coletados mensalmente nos municiacutepios de Itaberaba e Ruy Barbosa na

Bahia durante 14 meses os autores observaram que o espectro poliacutenico das

amostras de mel de T angustula consistiu um total de 67 tipos de poacutelen sendo que

18 deles foram comuns aos espectros de poacutelen tanto de Itaberaba quanto de Ruy

Barbosa e as famiacutelias das plantas que predominaram em ambos municiacutepios foram

Fabaceae Myrtaceae Malvaceae e Euphorbiaceae Concluiacuteram que houve um uso

heterogeneo dos recursos naturais no municiacutepio de Itaberaba e homogecircneo no

35

municiacutepio de Ruy Barbosa neste foi detectado um tamanho maior do nicho de poacutelen

de T angustula Para os autores isso se deve a diferenccedila na diversidade de plantas

entre os dois municiacutepios

25 COMPORTAMENTO DA ABELHA JATAIacute

Para algumas pesquisas estudos sobre comportamento eacute essencial para obter

informaccedilotildees importantes sobre a espeacutecie em estudo Para que pesquisadores

possam fazer estudo de comportamento em campo Altmann (1973) publicou um

trabalho sobre comportamento animal onde ela faz um guia para orientar os

observadores em seus estudos Ela apresenta meacutetodos para ser utilizado nas

observaccedilotildees tanto em comportamento individual quanto em grupo e apresenta o uso

de meacutetodos de amostragem nas observaccedilotildees Nesse a autora relata trabalhos de

outros autores sobre observaccedilotildees comportamentais e faz discussotildees a respeito de

problemas de amostragem em comportamento social como tambeacutem as vantagens e

desvantagens do uso de alguns meacutetodos

Um estudo relacionado com o comportamento de T angustula foi realizado por

Wittmann (1985) para mostrar que o sistema de defesa dessa espeacutecie natildeo era

apenas para defesa de alguns insetos voadores mais tambeacutem para defesa contra

ataques de abelhas cleptobioacuteticas Para observaccedilatildeo do comportamento das guardas

pairando foi mantida uma colocircnia de Lestremelitta limatildeo proacuteximo a quatros colocircnias

de T agustula O autor notou que o posicionamento das guardas pairando proacuteximo

ao corredor de vocirco do ninho permitia maior eficiecircncia nos ataques aos intrusos

cleptobioacuteticos e que durante esses ataques o numero de guardas aumentava

consideravelmente para reforccedilar a defesa do ninho Dessa maneira concluiu-se que

no comportamento de defesa essa espeacutecie faz um recrutamento em massa das

guardas em resposta a um feromocircnio lanccedilado por L limatildeo

Couvillon e colaboradores (2007) fizeram um estudo sobre a movimentaccedilatildeo das

forrageiras em relaccedilatildeo ao tamanho da entrada do ninho e o comportamento

defensivo das guardas em relaccedilatildeo agraves perturbaccedilotildees que os ninhos sofrem Para esse

trabalho os autores estudaram 26 espeacutecies de abelhas sem ferratildeo no campus da

Universidade de Satildeo Paulo em Ribeiratildeo Preto Foram medidas a entrada dos ninhos

36

e o comprimento de abelhas forrageiras Foi verificado que a entrada do tubo do

ninho se ajusta ao tamanho das abelhas operaacuterias ou seja quanto maior for a

abelha maior seraacute a entrada do ninho Tambeacutem observaram que as guardas tinham

o comportamento de proteger o ninho bloqueando sua entrada e permitindo apenas

a entrada das forrageiras Assim concluiacuteam que essas abelhas apresentam

importantes mecanismos de defesa para ninho e que estudos como esse podem

trazer informaccedilotildees importantes ao comportamento de defesas das abelhas sem

ferratildeo

Minussi e Santos (2007) fizeram um estudo para descobrir se haacute algum efeito

negativo da Apis mellifera sobre as abelhas nativas em relaccedilatildeo agrave coleta de recursos

Para isso os autores fizeram um trabalho sobre o comportamento que ocorre entre

essas abelhas Com observaccedilotildees agraves flores e coletas das abelhas na Escola

Agroteacutecnica Federal de Sombrio no municiacutepio de Santa Rosa Santa Catarina Apis

mellifera foi agrave espeacutecie mais abundante encontrada na aacuterea em estudo em seguida

Trigona spinipes foi a mais abundante Durante as observaccedilotildees notaram que o

comportamento de abertura das mandiacutebulas da subfamiacutelia Halictinae para atacar e

expulsar as abelhas africanizadas das flores era comum e que esse comportamento

ocorria sempre antes que abelhas conseguissem chegar ao fundo da flor Dessa

maneira concluiacuteram que as abelhas nativas conseguem se defender das abelhas

africanizadas para garantir seu recurso

Karcher e Ratnieks (2009) mostraram em suas pesquisas que ninhos de T

angustula natildeo eram apenas defendidos por guardas pairando mas tambeacutem por

guardas que ficam de peacute na entrada do ninho Os autores colocaram dez campeiras

e natildeo campeiras da mesma espeacutecie e campeiras tratadas com odor de

Scaptotrigona bipunctata em cinco ninhos As guardas de peacute natildeo rejeitaram

nenhuma campeira mas rejeitaram quase todas natildeo campeiras e campeiras

tratadas com odor volaacutetil A partir desse resultado concluiacuteram que as operaacuterias que

ficam de peacute na entrada do ninho tambeacutem atuam como oacutetimas guardas para

discriminar as abelhas campeiras e natildeo campeiras

No trabalho de Gruter Karcher e Ratnieks (2011)foi realizado um estudo sobre as

abelhas guardas de Tetragonisca angustula que ficam pairando e de peacute proacuteximo ao

ninho Os autores fizeram algumas experiecircncias para saber se havia alternacircncias de

tarefas entre elas A pesquisa teve duraccedilatildeo de trecircs anos e foi realizada em uma

37

fazenda perto de Satildeo Paulo Para observar essa alternacircncia de tarefas as abelhas

guardas foram coletadas e marcadas Dessa maneira notaram que das 18 abelhas

marcadas 12 eram exclusivamente guardas em peacute e seis realizavam os dois tipos

de guardas Durante as 21 horas de observaccedilatildeo natildeo foi observado mudanccedila entre

os tipos de guardas A partir desses resultados concluiacuteram que a alternacircncia de

tarefa entre as guardas eacute rara de acontecer indicando que a defesa de T angustula

e feita por divisatildeo de trabalho

Zweden e colaboradores (2011) fizeram um trabalho semelhante agrave Wittmann (1984)

com os guardas de defesa que ficam pairando Em seu estudo os autores tinham o

objetivo de testar a hipoacutetese que as guardas aumentavam a defesa do ninho em

relaccedilatildeo aos intrusos principalmente Lestrimellita limatildeo a qual eacute um ladratildeo

obrigatoacuterio de Tetragonisca angustula Foram feitas mediccedilotildees da distacircncia em que

as guardas pairando atacavam tanto um manequim de massa de modelar coberto de

citral (odor volaacutetil liberado por L limatildeo) quanto operaacuterias de Lestrimellita limatildeo

receacutem morto Todos os intrusos do experimento foram atacados por T angustula a

distacircncia que ocorreu o ataque variou entre 0-22 cm os ninhos que tinham mais

guardas apresentou maior distacircncia Dessa maneira concluiacuteram que a presenccedila de

guardas pairando aumenta a detecccedilatildeo de intrusos e que essas guardas respondem

especialmente a pistas visuais

As abelhas sem ferratildeo (eussocias) costumam apresentar divisatildeo de trabalho em

suas colocircnias Gruter e colaboradores (2012) em seu estudo quiseram testar a

hipoacutetese de que os soldados especializados (guardas) para a defesa das colocircnias de

jataiacute (Tetragonisca angustula) eram relativamente maiores que os trabalhadores

Com anaacutelise no tamanho e na forma das forrageiras guardas e trabalhadores que

removem resiacuteduos das colocircnias o autor constatou que o peso corporal das guardas

era maior que das abelhas forrageiras e que o tamanho da cabeccedila das forrageiras

mostrou-se um pouco maior em relaccedilatildeo agraves guardas Assim concluiu-se que a

variaccedilatildeo no tamanho seria devido agrave divisatildeo de trabalho ou seja a diferenccedila no

tamanho do corpo consiste em uma eficaacutecia maior para lutar contra invasores e a

diferenccedila em relaccedilatildeo ao tamanho da cabeccedila seria devido agrave necessidade das

forrageiras de decorar caminhos para busca do alimento

38

39

3 METODOLOGIA

31 AacuteREA DE ESTUDO

O Municiacutepio de Vitoacuteria possui uma extensatildeo geograacutefica que envolve um grau

elevado de urbanizaccedilatildeo (SOUZA 2011) De acordo com o Instituto Brasileiro de

Geografia e Estatiacutestica (2010) o Municiacutepio apresenta uma aacuterea de mais de 98 Kmsup2 e

conta com uma populaccedilatildeo estimada de 352104 habitantes O clima da regiatildeo de

Vitoacuteria pode ser classificado como Tropical uacutemido (CLASSIFICACcedilAtildeO [20--])

apresentando temperatura maacutexima que pode chegar a 32ordm C e miacutenima que fica em

torno de 24ordm C com os maiores iacutendices de precipitaccedilatildeo pluviomeacutetrica entre os meses

de Outubro a Janeiro (INSTITUTO CAPIXABA DE PESQUISA ASSISTEcircNCIA

TEacuteCNICA E EXTENSAtildeO RURAL 2011)

Vitoacuteria eacute um dos Municiacutepios que apresentam os maiores niacuteveis de temperaturas do

Estado Isso se deve ao fato de as grandes montanhas dificultarem a passagem dos

ventos do nuacutemero de preacutedios que aumenta com o passar dos anos assim como a

poluiccedilatildeo (SOUZA 2011)

O estudo foi realizado no Campus Universitaacuterio Alaor de Queiroz Arauacutejo da

Universidade Federal do Espiacuterito Santo (FERNANDES VALE 2013) tambeacutem

conhecido como campus de Goiabeiras Este campus se encontra localizado no

Municiacutepio de Vitoacuteria capital do Estado do Espiacuterito Santo e nas coordenadas

geograacuteficas de 20ordm 16rsquoS e 40ordm 18rsquoW (FERREIRA DANTAS 2000)

O Campus fica ao Sul e ao Oeste do canal da passagem e a Leste com a Avenida

Fernando Ferrari Ateacute 2008 era composta por uma aacuterea de ambiente entre mareacutes e

terrestre de 1592545 msup2 poreacutem com a ampliaccedilatildeo da Avenida Fernando Ferrari

essa aacuterea foi reduzida para 1567545 msup2 (FERNANDES VALE 2013) A aacuterea

amostral se localiza no entorno do Centro de Ciecircncias Humanas e Naturais (CCHN)

Implantada por volta da deacutecada de 1970 ela compotildee os ICrsquos (iniciais de Ilha do

Cercado) I II III e IV (FERNANDES VALE 2013) e apresenta uma aacuterea que

compreende edificaccedilotildees como preacutedios passarelas ruas asfaltadas paacutetio de

estacionamento e aacutereas jardinadas (MAPA 01)

40

Mapa 01- Mapa do Campus Universitaacuterio de Goiabeiras (UFES) com destaque da

aacuterea de estudo em vermelho

Fonte Google Maps (2014) 32 OBTENCcedilAtildeO DOS DADOS

A aacuterea de estudo foi inspecionada agrave procura de ninhos de T angustula com

observaccedilotildees em calccediladas paredes muros postes troncos de aacutervores entre outros

conforme Taura e Laroca (1991) Os ninhos encontrados foram marcados por letra

alfabeacutetica e mapeados com o auxiacutelio de um marcador permanente (marca Jocar

Office) e um GPS (marca Garmin etrex vista) As observaccedilotildees foram realizadas uma

vez a cada semana durante cinco meses de Abril agrave Setembro de 2014 totalizando

21 dias amostrados (140 horas) O periacuteodo no qual foram realizadas as observaccedilotildees

41

foi de 0700 agrave 1700 horas As observaccedilotildees foram feitas durante 15 minutos em cada

ninho e intercaladas nos periacuteodos matutino vespertino e dia todo com o auxilio de

uma lupa de matildeo devido elas apresentarem aproximadamente 5 miliacutemetros

(NOGUEIRA-NETO 1997) A lupa de matildeo foi utilizada tambeacutem para observar a cor

do poacutelen que as abelhas traziam para dentro do ninho

A contagem do nuacutemero de entradas e saiacutedas das abelhas coletoras e das abelhas

que protegem a colocircnia de invasores foi realizada em todos os ninhos com o auxilio

de um contador de nuacutemeros Os registros foram realizados com redaccedilatildeo dos

eventos e por meio de fotografias As observaccedilotildees seguiram o meacutetodo Animal-Focal

descrito por Altmann (1973) para anaacutelise do comportamento das abelhas Esse

meacutetodo consiste em amostrar os comportamentos de um ou mais indiviacuteduos por um

determinado periacuteodo de tempo O levantamento das principais fontes de alimento de

T angustula foi obtido a partir de dados bibliograacuteficos

33 ANAacuteLISE DOS DADOS

Para anaacutelise dos dados foi utilizado o programa ldquoMapSourcerdquo para a construccedilatildeo do

mapa dos ninhos encontrados Foi tambeacutem utilizado o programa Microsoft Excel

2007 para construccedilatildeo de graacuteficos para analisar o nuacutemero de visitas (entrada e saiacuteda)

que as abelhas coletoras apresentaram durante os cinco meses observados Os

graacuteficos foram construiacutedos por intervalos de horas sendo que as informaccedilotildees se

acumularam mais proacuteximo do horaacuterio em que houve mais eventos observados no

ninho O mesmo programa foi utilizado para retirar a meacutedia da quantidade de

guardas na defesa do ninho

Os dados resultantes do levantamento bibliograacutefico das fontes alimentares serviram

de base para a elaboraccedilatildeo de um graacutefico com a contribuiccedilatildeo das famiacutelias de plantas

mais visitadas por T angustula

42

43

4 RESULTADOS E DISCUSSOtildeES

41 LOCALIZACcedilAtildeO DOS NINHOS

Foram encontrados onze ninhos (marcados por letra alfabeacutetica de A a K) cinco

instalados em paredes e muros (K C I e J) e seis localizados sob placas de

concreto de passarelas (A B D E F G e H) (mais precisamente na base das

pilastras da passarela que se encontra entre os IC`s II e III) Este fato corrobora com

os estudos de Taura e Laroca (1991) que indica que a disponibilidade de nidificaccedilatildeo

nesses locais aumenta com as atividades antroacutepicas A localizaccedilatildeo dos ninhos eacute

apresentada pelo Mapa 02

Os ninhos C J K (Mapa 02) recebiam calorna maior parte do dia jaacute os demais natildeo

recebiam sol diretamente na maior parte do dia pois eram protegidos pela pilastra e

pela cobertura da passarela

Durante todo o periacuteodo das observaccedilotildees em geral o clima foi de dias quentes com

presenccedila de ventos

MAPA 02 ndash Mapa dos ninhos de T angustula estudadas no Campus de Goiabeiras

(UFES) Abril ndash Setembro2014

Fonte Modificado em Google earth (2014) Dos 11 ninhos observados dois ninhos natildeo apresentavam a entrada com o formato

comum de cilindro e traziam um formato natildeo definido

44

Em todos os ninhos foi possiacutevel ver que a abertura da extremidade do tubo era

relativamente grande Tal formato permite que haja espaccedilo para que algumas

abelhas guardas permaneccedilam na entrada do tubo ao mesmo tempo em que deixa

espaccedilo suficiente para as forrageiras passarem (KARCHER RATNIEKS 2009) Ao

longo de todo o tubo havia presenccedila de centenas de perfuraccedilotildees o que segundo

Gruter Karcher e Ratinieks (2011) eram para ajudar nas trocas gasosas

Nos cinco meses observados trecircs ninhos desapareceram da aacuterea amostral restando

ao final das observaccedilotildees oito ninhos Um deles (ninho E) foi perdido logo no iniacutecio

das observaccedilotildees supotildee-se que tenha ocorrido alguma intervenccedilatildeo aguda por

exemplo humana pois logo no segundo dia de observaccedilatildeo o mesmo jaacute natildeo estava

no lugar demarcado Outros dois ninhos (ninhos F e G) tambeacutem foram perdidos O F

persistiu ateacute o mecircs de Maio e o ninho G ateacute Julho Nestes o desaparecimento se

sucedeu apoacutes eventos de revoadas

42 INTERACcedilOtildeES INTER E INTRAESPECIacuteFICAS

TABELA 1 - Dados dos Ninhos observados

Data Ninho Hora Cores de Poacutelen

Presenccedila de

Resina Operaacuteriaslimpeza Guardas

em peacute Guardas pairando Ameaccedila

14abr D 07h-8h

Amarelo Branco Laranja

Vermelho

X 5 1

13mai C 10h-11h

Amarelo Branco Laranja

Vermelho

X X 4 4

20mai J 15h-16h Branco X X 8 12 02jun H 12h-13h Branco X X 8 4 16jul D 13h-14h Branco

X 8 2 Formiga

20jun B 08h-09h

Amarelo Branco Laranja

Vermelho

X X 9 3

06ago C 14h-15h Branco X 7 10 Lagartixa

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria As observaccedilotildees indicaram que as jataiacutes visitavam vaacuterias espeacutecies de flores durante

as manhatildes e iniacutecio das tardes pois nesse periacuteodo trouxeram uma grande

45

diversidade de poacutelen (cores amarela laranja branca e vermelha) transportados em

suas corbiacutecula para dentro do ninho B C e D (TABELA 1) (FIGURA 1-A) No horaacuterio

da tarde essa diversidade diminuiacutea nos ninhos C D H e J (TABELA 1) e era

representada pelo transporte de poacutelen de cor branca Este fato mostra que a

diversidade de flores visitadas decresce ao longo do dia

As abelhas sociais de um modo geral visitam as flores enquanto elas satildeo atrativas

Elas apresentam preferecircncia pela cor e satildeo capazes de discriminar os conjuntos

florais realizar sua localizaccedilatildeo e selecionar aquelas que produzem maior quantidade

e melhor qualidade de alimento (PIRANI LAURINO 1993) Existem diversos fatores

que podem influenciar a coleta de alimento pelas abelhas sociais entre eles o

comportamento das campeiras e a necessidade das colocircnias que depende do seu

tamanho (PIRANI LAURINO 1993)

Aleacutem de poacutelen tambeacutem foi observado carregamento de resina nas corbiacuteculas para

dentro do ninho B C H e J (TABELA 1) (FIGURA 1-B) essa eacute coletada pelas

abelhas em bototildees florais Depois de a resina ser coletada ela pode ser armazenada

pura ou misturada com cera No caso de T angustula ela geralmente faz a

armazenagem na forma pura (NOGUEIRA-NETO 1997) Como a resina eacute viscosa e

grudenta as abelhas a utilizam para vedar o entorno da entrada do tubo e tambeacutem

para depositar uma quantidade sobre o corpo e cabeccedila das formigas para defender

a colocircnia contra invasores (WITTMANN 1985 NOGUEIRA-NETO 1997)

Durante todo o periacuteodo observado foi notada a presenccedila de operaacuterias que cuidavam

da limpeza dos ninhos (TABELA 1) Essas operaacuterias trabalhavam retirando resiacuteduos

(detritos) de dentro do ninho e o faziam carregando atraveacutes de sua mandiacutebula

(FIGURA 1-C) Este trabalho era realizado continuamente ao longo de todo o dia

Para Nogueira-Neto (1997) T angustula eacute a espeacutecie que tem o melhor haacutebito de

limpeza e por esta razatildeo seu mel e seu proacutepolis satildeo considerados o melhor dentre

as outras espeacutecies

FIGURA 1- Divisatildeo de trabalho entre operaacuterias de Tetragonisca angustula A

Detalhe da corbiacutecula com poacutelen B Detalhe da corbiacutecula com resina C Operaacuteria de

limpeza com resiacuteduo na mandiacutebula

46

Fonte Arquivo Labibio

Em cada ninho foi possiacutevel notar a presenccedila de abelhas que ficavam tanto pousadas

ao longo do tubo de entrada do ninho quanto sobrevoando proacuteximo do mesmo

Essas abelhas satildeo chamadas por Gruter Karcher e Ratnieks (2011) de abelhas

guardas em peacute e pairando respectivamente As guardas em peacute estavam sempre

em grandes quantidades e estiveram em atividade praticamente em todo o periacuteodo

do dia

Essas guardas ficavam na maior parte do tempo com a mandiacutebula apoiada sobre o

ninho acredita-se que tenham a funccedilatildeo de depositar resina ao entorno do ninho As

demais guardas que ficavam sobrevoando estiveram mais ausentes logo no

A B

C

47

comeccedilo da manhatilde por volta das 0700 as 0900 horas As guardas pairando ficavam

na maioria das vezes em nuacutemeros de trecircs a quatro sempre posicionadas a direita e

esquerda do tubo e em direccedilatildeo a entrada (FIGURA 2)

FIGURA 2- Ninho de T angustula com guardas pairando destacado em vermelho e

guardas em peacute em destaque azul

Fonte Arquivo Labibio

Foi observado que no periacuteodo da tarde o nuacutemero de guardas pairando aumentava

Isso era visto com maior frequumlecircncia nos ninhos C e J instalados em paredes

(TABELA 1) Segundo Gruter Karcher e Ratnieks (2011) as colocircnias que

apresentam um nuacutemero maior de guardas pairando sofrem ameaccedilas de

vertebrados fato corroborado no ninho C (TABELA 1) que foi atacado por uma

lagartixa No momento em que aconteceu uma parte da populaccedilatildeo saiu do ninho e

se mostraram bem agitadas O que de acordo com Gruter Karcher Ratnieks (2011)

trata-se de uma resposta defensiva agrave percepccedilatildeo da respiraccedilatildeo de vaacuterios

vertebrados

Tambeacutem foi observado o comportamento defensivo em quando formigas se

aproximavam do ninho D (TABELA 1) As jataiacutes as ldquobeliscavamrdquo para que se

afastassem Esse mesmo comportamento foi visto durante minhas observaccedilotildees ao

Ninho A toda vez que me aproximava para observar ou fotografar surgiam vaacuterias ao

48

meu redor em uma dessas observaccedilotildees a jataiacute picou pele exposta Dentre todos os

ninhos essa foi a que apresentou o comportamento mais agressivo

De acordo com os estudos de Gruter e colaboradores (2012) T angustula eacute a uacutenica

espeacutecie que apresenta um sistema de defesa que envolve dois grupos distintos e

complementares de guardas uma pairando que se estacionam no ar proacuteximo ao

ninho e outras em peacute ao redor da entrada do ninho As guardas que ficam de frente

para o caminho de vocirco satildeo chamadas de grupo principal e as que ficam

posicionadas agrave direita e agrave esquerda do ninho satildeo o grupo secundaacuterio (GRUTER

KARCHER RATNIEKS 2011)

Uma caracteriacutestica interessante dessas guardas eacute que apresentam caracteriacutesticas

morfoloacutegicas diferentes das operaacuterias (satildeo maiores e mais pesadas) (GRUTER et

al 2012) Elas apresentam diferenccedilas no comprimento da asa no tamanho das

pernas traseiras que satildeo relativamente maiores para seu corpo (podendo ajudar na

luta contra invasores) e cabeccedila um pouco menor que das forrageiras Essa ultima

caracteriacutestica estaacute associada agrave maior necessidade das forrageiras de processar

informaccedilotildees sensoriais relacionadas ao forrageamento (GRUTER et al 2012)

As abelhas guardas possuem a funccedilatildeo de defender sua colocircnia de ataques de

intrusos que aproveitam do seu trabalho para roubar o alimento produzido

(GRUTER KARCHER RATNIEKS 2011) As accedilotildees especiacuteficas desses intrusos satildeo

detectadas mais pelas guardas em peacute pois elas conseguem identificar as campeiras

e natildeo campeiras da mesma espeacutecie por quimiorecepccedilatildeo (KARCHER RATNIEKS

2009 GRUTER KARCHER RATNIEKS 2011) Jaacute as guardas que pairam perto do

ninho atacam intrusos que natildeo satildeo da mesma espeacutecie elas o reconhecem pela cor

forma do corpo e pelos odores volaacuteteis (KARCHER RATNIEKS 2009) De acordo

com Zweden e Colaboradores (2011) a presenccedila de guardas pairando aumenta a

detecccedilatildeo de intrusos e que essas guardas respondem especialmente a pistas

visuais Como comportamento de defesa as guardas liberam um feromocircnio de

alarme para recrutar os trabalhadores para o ataque (FREE 1987 apud ZWEDEN

2011)

O nuacutemero meacutedio de guardas durante o periacuteodo observado mostrou-se maior para as

guardas em peacute (78) do que para as guardas pairando (35) Esse fato eacute explicado

por Gruter Karcher e Ratnieks (2011) para eles o gasto energeacutetico das guardas

pairando eacute muito maior de modo que eacute menos dispendioso energicamente para as

49

abelhas ficarem em peacute Mesmo tendo um gasto energeacutetico muito alto nas

observaccedilotildees de Wittmann (1985) as atividades do voo das guardas foi constatado

que essas ficavam pairando por cerca de 70 minutos antes de voltar para dentro do

ninho Este fato mostra que a mudanccedila de guardas natildeo eacute comum e que a defesa do

ninho eacute feita por divisatildeo de trabalho e natildeo por alternacircncia de tarefas (GRUTER

KARCHER RATNIEKS 2011)

Os ninhos que desapareceram ao longo das observaccedilotildees foram devido agraves revoadas

um comportamento comum nas abelhas Nas jataiacutes as revoadas geralmente

ocorrem devido ao calor para refrescar o ninho em caso de altas temperaturas uma

parte da populaccedilatildeo sai do ninho enxameamento para reproduccedilatildeo ou devido agrave

interferecircncia humana quando um ninho eacute retirado de um local para outro

(INFORMACcedilAtildeO PESSOAL ZOCOLOTTI V R) De acordo com este na primeira

semana eacute possiacutevel presenciar alguma revoada que pode ser para identificaccedilatildeo

tanto da flora apiacutecola quanto para localizaccedilatildeo do novo ambiente

No caso dos ninhos F e G ao final de cada revoada observada a entrada do ninho

ficava bastante danificada Foram observadas trecircs revoadas (duas no mesmo dia)

do ninho F todas no mecircs de Maio e duas (em dias diferentes) no ninho G no mecircs

de Junho Apoacutes estas observaccedilotildees os dois ninhos desapareceram

Durante as revoadas vaacuterias abelhas caiam no chatildeo agarradas umas nas outras

Apoacutes queda era possiacutevel observar que as guardas conseguiam prender e retirar

com sua mandiacutebula as pernas e asas do invasor (FIGURA 3-A e B) o que impedia

as invasoras de conseguir atacar novamente Segundo Kerr e colaboradores (2005)

as guardas agarram as pernas dos invasores para que eles caiam no chatildeo e sejam

comidos pelas formigas que ficam proacuteximas aos ninhos

50

FIGURA 3 - Ataque de invasores A T angustula com mandiacutebula presa agrave perna do

Jataiacute invasora BPerna de invasores retirada apoacutes ataque

Fonte Arquivo Labibio

De acordo com Zocolotti VR (INFORMACcedilAtildeO PESSOAL) as cinco espeacutecies de

Meliponini criadas por ele podem apresentar o comportamento de saquear outros

ninhos e isso pode ocorrer por oportunismo ou por falta de alimento Em especial

as Jataiacutes geralmente possuem o costume de atacar as proacuteprias jataiacutes esses

ataques acontecem dentro do mesmo ninho e entre outros proacuteximos Esses ataques

podem ocorrer por atraccedilatildeo de feromocircnio de princesa (rainhas jovens natildeo

fecundadas) por enxame fraco ou ateacute mesmo para absorver o fraco ou seja elas

entram e acabam matando a rainha e mantecircm os trabalhadores por um tempo ateacute

absorver o enxame ou ateacute mesmo o deixam morrer sendo dessa maneira muito

complexas em relaccedilatildeo ao comportamento

Na aacuterea do campus da Ufes houve uma consideraacutevel devastaccedilatildeo na vegetaccedilatildeo

nativa (compreendida de Mata Atlacircntica Manguezal e Restinga) devido agrave

construccedilatildeo de preacutedios que foram erguidos logo no iniacutecio da implantaccedilatildeo da

Universidade Como medida compensatoacuteria foi feito o plantio de espeacutecies arboacutereas

usando em demasia espeacutecies exoacuteticas (CASTRO 2003) Na Ufes eacute possiacutevel ver

poucas aacutereas jardinadas Aleacutem disso sempre que eacute necessaacuterio construir um novo

preacutedio novas aacutereas satildeo eliminadas podendo ou natildeo ser compensada com plantas

nativas

A B

51

Em abelhas sociais o comportamento de saque eacute comum acontecer em sequumlecircncias

natildeo contiacutenuas ou seja ela cessa e recomeccedila por periacuteodos de tempo (SANTANA

etal 2004) Durante as observaccedilotildees foram presenciadas trecircs revoadas ao ninho F

duas no mesmo dia poreacutem em horaacuterios diferentes e duas ao ninho G em dias

diferentes (FIGURAS 4- A B C e D)

FIGURA 4 ndash Revoada do ninho F A Vista da entrada do iniacutecio do estudo B Vista

da entrada em plena atividade em iniacutecio de maio C Entrada apoacutes uma revoada em

maio D Vista da entrada do ninho apoacutes uacuteltima revoada em maio

Fonte Arquivo Labibio

Nas figuras 4a e b mostram o estado em que a entrada do ninho se encontrava na

primeira semana de observaccedilatildeo (vinte e oito de Abril) e na primeira semana do mecircs

seguinte (sete de Maio) esse uacuteltimo a entrada do ninho jaacute se encontrava danificado

No ninho F(FIGURA 4) as revoadas que ocorreram no dia vinte de Maio entre

A B

C D

52

1000 e 1400 horas e no dia vinte e seis de Maio entre 1600 e 1700 horas

corroborando com Santana e colaboradores (2004) sobre o comportamento de

saques intermitentes

No ninho G as revoadas se iniciaram duas semanas apoacutes o desaparecimento do

ninho F nos dias nove e vinte e seis de junho entre 1500 e 1600 horas e dia 16 de

junho no mesmo horaacuterio (FIGURA 5-A B e C)

FIGURA 5 ndash Revoadas no Ninho G A Ninho no iniacutecio de Maio B Registro da

primeira revoada C Ultima revoada perda do ninho

Fonte Arquivo Labibio

As observaccedilotildees evidenciaram a ocorrecircncia de um acuacutemulo de resiacuteduos sobre os

ninhos apoacutes as revoadas (FGURA 5-B) No ninho G tinha uma subpopulaccedilatildeo

A B

C

53

pequena mas bem ativa conforme verificado apoacutes quatro horas de observaccedilatildeo em

nove dias (Graacutefico 1- A e B)

GRAacuteFICO1 A ndash Ritmo de Saiacutedas no Ninho G

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

GRAacuteFICO 1B ndash Ritmo de entradas no ninho G

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

0

20

40

60

80

100

120

140

09h-10h 10h-11h 12h-13h 14h-15h 16h-17h

Nuacutem

ero

de V

isita

s

Horaacuterios

13mai 20mai 26mai

0

20

40

60

80

100

120

140

160

180

200

09h-10h 10h-11h 12h-13h 14h-15h 16h-17h

Nuacutem

ero

de V

isita

s

Horaacuterios

13mai 20mai 26mai

54

No ninho G as abelhas iniciaram suas atividades antes de 09h evidenciado pela

entrada de aproximadamente 180 forrageadoras entre 9 e 10h As saiacutedas neste

mesmo periacuteodo ficaram em torno de 100

Entre 16h-17h houve um grande nuacutemero de entrada o que era esperado todas as

que saiacuteram tecircm que retornar enquanto haacute luminosidade e antes do ninho ser

fechado Conforme esperado por Gruter Karcher Ratnieks (2011) quando comeccedila

a escurecer as Jataiacutes fecham a entrada do tubo para impedir que intrusos ataquem

seu ninho durante a noite e abrem pela manhatilde quando o clima estaacute mais favoraacutevel

para iniciarem suas atividades

Neste ninho entre 12h-13h houve um nuacutemero maior de saiacutedas que de entradas ateacute

agraves 16h Isso possivelmente esteve relacionado agrave uma grande distacircncia entre o ninho

e as fontes de recursos troacuteficos

Outro ninho em que foi possiacutevel observar todos os meses notou-se que apresentou

atividade durante todo o dia (GRAacuteFICO 2-A e B)

GRAacuteFICO 2A ndash Ritmo de saiacutedas do ninho B

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

0

50

100

150

200

250

300

350

400

450

500

07h-08h 08h-09h 09h-10h 11h-12h 12h-13h 13h-14h 14h-15h 15h-16h 16h-17h

Nuacutem

ero

de V

isita

s

Horaacuterios

28abr 13mai 20mai 26mai 09jun 16jun 23jun 01jul 09jul

16jul 23jul 30jul 06ago 13ago 20ago 27ago 05set 10set

55

GRAacuteFICO 2B ndash Ritmo de entradas do nino B

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

O ninho B tinha uma subpopulaccedilatildeo mais numerosa que F e G Durante o inverno

(2307 e 2708) as abelhas iniciavam suas atividades cerca de duas horas mais

tarde em horaacuterio com temperatura mais elevada (indicado pela seta preta) Tal fato

corrobora com as observaccedilotildees de Ulian e colaboradores (2007) que constata que

em periacuteodo mais chuvoso onde as temperaturas satildeo geralmente mais baixas as

Jataiacutes apresentam iniacutecio de atividade agraves 9 horas da manhatilde devido agrave temperatura

nesse horaacuterio comeccedilar a aumentar

Proacuteximo do horaacuterio de 10 horas houve um grande nuacutemero de saiacutedas do ninho

seguido de um grande nuacutemero de entrada o que indica a ocorrecircncia de uma fonte

de recursos proacutexima ao ninho ou a indisponibilidade de recurso para ser coletado

naquela hora Acredita-se que na primeira possibilidade - fonte proacutexima ela era de

resina pelo fato de ter havido um intervalo de saiacuteda ateacute agraves 12h jaacute que esta

demanda mais tempo para ser retirada da corbiacutecula e armazenada por ser

pegajosa No caso da segunda possibilidade natildeo encontraram alimento disponiacutevel

naquele horaacuterio o retorno ao ninho eacute a alternativa mais eficaz para evitar um alto

gasto energeacutetico ateacute que o recurso fique disponiacutevel para coleta

0

100

200

300

400

500

600

07h-08h 08h-09h 09h-10h 10h-11h 11h-12h 12h-13h 13h-14h 14h-15h 15h-16h 16h-17h

Nuacutem

ero

de V

isita

s

Horaacuterios 28abr 13mai 20mai 26mai 09jun 16jun 23jun 09jul16jul 23jul 30jul 20ago 27ago 05set 10set

56

No outono as atividades das Jataiacutes comeccedilaram a diminuir por volta de 15 horas

(indicado pela seta marrom) ateacute cessar totalmente no iniacutecio das 16 horas Pelos

graacuteficos nota-se que o ninho B possui vantagem de uma hora nas atividades em

relaccedilatildeo ao ninho G isso provavelmente ocorreu porque o ninho B obteve mais

sucesso nas coletas distribuiacutedas ao longo do dia

43 RECURSOS FLORAIS

Eacute notoacuteria a relaccedilatildeo que existe entre abelha-flor relaccedilatildeo essa que sucedeu a milhotildees

de anos desde entatildeo as abelhas dependem de substancias utilizadas na

alimentaccedilatildeo e as plantas se beneficiam com a polinizaccedilatildeo (PIRANI LAURINO

1993) Para entender a biologia dos Meliponini eacute importante conhecer sua

alimentaccedilatildeo Para isso eacute necessaacuterio fazer um levantamento das plantas utilizadas

para coleta de poacutelen e neacutectar (SOUZA 1999 apud OLIVEIRA ABSY MIRANDA

2009)

Com base nos dados obtidos sobre as fontes alimentares de T angustula na

literatura (TABELA 2) nota-se a capacidade dessa espeacutecie de visitar uma ampla

diversidade de famiacutelias de plantas Segundo Toledo e colaboradores (2003) durante

cada voo das campeiras em meacutedia 100 flores satildeo visitadas

O levantamento bibliograacutefico indicou que existem duas metodologias bastante

usadas por autores para conhecer a dieta das abelhas Uma delas eacute a investigaccedilatildeo

palinoloacutegica para avaliar as fontes de recursos florais utilizados (poacutelen e neacutectar)

com base no gratildeo de poacutelen depositado no corpo da abelha para identificaccedilatildeo das

espeacutecies vegetais (CARVALHO MARCHINE ROS 1999 FEIDEN 1994 SIMIONI et

al 2007 OLIVEIRA ABSY MIRANDA 2009 MORGADO et al 2011NOVAIS

ABSY SANTOS 2013) A outra se daacute por meio de observaccedilotildees das campeiras nas

flores (AGOSTINI SAZIMA 2003 TOLEDO et al 2003OLIVEIRA ABSY

MIRANDA 2009 BRAGA et al 2012) A partir desses meacutetodos eacute possiacutevel saber

quais satildeo as plantas que produzem seus alimentos preferenciais e quais as fontes

alternativas (OLIVEIRA ABSY MIRANDA 2009)

57

TABELA 2 ndash Relaccedilatildeo das espeacutecies de plantas visitadas porT Angustula Continua

Famiacutelia Espeacutecie Polinizada Visitada Recurso

Poacutelen Neacutectar

Acanthaceae Thunbergia grandiflora X Odontonema strictum X X

Justicia brandegeana X

Ruellia silvaecola X Agavaceae Agave americana X X X

Agave sisalana X X X

Agave attenuata X X X

Dracena fragana X X X Aizoaceae Mesembryantemum spectabilis X Lamprantus productus X Amaranthaceae Gomphrena globosa X Amarylidaceae Clivia miniata X X X Anacardiaceae Schinus terebinthifolius X X

Lithraea molleoides X X

Toxicodendron verniciferum X X

Mangifera indica X X X

Tapirira guianensis X Apiaceae Hydrocotyle leucocephala X Apocynaceae Trevetia peruviana X Araliaceae Tetrapanax papyrifera X X X Asclepiadaceae Asclepias curassavica X X Asteraceae Parthenium hysterophorus X Aspillia latissima X Aspillia sp X Balsaminaceae Impatiens balsamina X X X

Impatiens sultanii X Bignoniaceae Spathodea campanulata X X Tabebulaim petiginosa X X X

Tabebula chrysotricha X X X Bixaceae Bixa orellana X X Bombacaceae Ceiba arianthos X X

Pseudo bombax sp X X

Pseudobombax tomentoso X X

Eriotheca canolleana X X

Bombax ceiba X X Boraginaceae Cordia superba X X

Cordia glabrata X X Brassicaceae Brassica sp X Cactaceae Opuntia ficusindica X X Caesalpiniaceae Schizolobium parahyba X X Capparaceae Cleome spinosa X Caprifoliaceae Lonicera japonica X X

58

TABELA 2 ndash Relaccedilatildeo das espeacutecies de plantas visitadas por T angustula Continua

Famiacutelia Espeacutecie Polinizada Visitada Recurso

Poacutelen Neacutectar

Sambucus australis X X Caryophylaceae Silene armeria X Cecropiaceae Cecropia hololeuca X Cochlospermaceae Cochlospermum vitifolium X X Compositae Vernonia polyanthes X X

Bidens pilosa X X Cosmos auphureus X X X

Centratherium violaceum X X X

Dahlia sp X Eclipta alba X Asterla evis X Tithonia rotundifolia X X X

Tithonia speciosa X X X

Tithonia diversifolia X Baccharis sp X Wedelia paludosa X Eupatorium sp X Mikania glomerata X X

Montano apyramidata X X Montano abipinnatifiada X Senecio brasiliensis X X X

Emilia sonchifolia X X Ambrosia sp X X Creopsis grandiflora X Galinsoga parviflora X Crassulaceae Kalanchoe tubiflora X X Cyperaceae Cyperus sp X Elaeocarpaceae Muntingia calabura X Ericaceae Rhododendron simsii X X X

Rhododendron indicum X X X Euphorbiaceae Alchornea sidaefolia X X X

Euphorbia milii X X X

Euphorbia pulcherrima X X X

Ricinus communis X X X

Croton sp X Fabaceae Desmodium sp X Tipuana tipu X Vigna peduncularis X X Guttiferae Kielmeyera coriacea X X Iridaceae Dietes vegeta X Labiatae Salvia splendens X Origanum vugare X

59

TABELA 2 ndash Relaccedilatildeo das espeacutecies de plantas visitadas por T angustula Continua

Famiacutelia Espeacutecie Polinizada Visitada Recurso

Poacutelen Neacutectar

Ocimum sellowii X Iboza riparia X X X

Coleus blumei X X X Leguminosae Andira anthelmintica X X

Mimosa daleoides X X X

Myroxylon balsamum X X X

Piptadenia gonoacantha X X X

Stylos anthesscabra X Caesalpinia bonducella X X X

Caesalpinia pelthophoroides X X X

Crotalaria lanceolata X Calliandra twedii X Sophora tomentosa X X Mimosa pudica X Erythrina speciosa X X X

Cassia grandis X Schizolobium parahyba X X Senna multijuga X Senna bicapsularis X X Delonix regia X Clitoria fairchildiana X Centrolobium tomentoso X Liliaceae Aloe sp X X Bulbine frutescens X Loranthaceae Struthanthus andrastylus X X Lythraceae Lagerstroemia indica X X Magnoliaceae Talauma ovata X X Malpighiaceae Malphiguia glabra X Tetrapterys X Byrsonima intermedia X X X Malvaceae Hibiscus rosa-sinensis X X X

Malvaviscus arboreus X X Sida rhombifolia X Melastomataceae Tibouchina granulosa X X

Clidemeia sp X X

Tibouchina sp X X X

Tibouchina holosericea X X Meliaceae Trichilia sp X Mimosaceae Leucaena leucocephala X Anadenanthera collubrina X Moraceae Cecropia pachystachya X X X

Morus nigra X X

60

TABELA 2 ndash Relaccedilatildeo das espeacutecies de plantas visitadas por T angustula Continua

Famiacutelia Espeacutecie Polinizada Visitada Recurso

Poacutelen Neacutectar Myrsinaceae Ardisia crenata X X Myrtaceae Eucalyptus robusta X X X

Eugenia jambos X X X

Eugenia pitanga X Eucalyptus terecornis X Plinia glomerata X Nyctaginaceae Bougainvile aspectabilis X X X Oleaceae Jasminum azoricum X Palmae Acrocomia aculeata X X

Archontophoenix cunninghamiana X

Syagrus romanzoffiana X Copernicia alba X X Sheelea phalerata X Passifloraceae Passiflora jilekii X Piperaceae Piper mollicomum X Poaceae Paspalum sp X Polemoniaceae Cobae scandens X Polygonaceae Polygonum capitatum X X X Pontederiaceae Pontederia lanceolata X X Proteaceae Grevill a bansksii X X X Rosaceae Prunus persica X X X

Pyracantha coccinea X X Rubiaceae Pentas lanceolata X X

Citrus airantum X X Rutaceae Citrus limon X X X Scrophulariaceae Paulownia imperialis X X Solanaceae Nicotiana tabacum X X Sterculiaceae Dombeya burgessiae X Dombeya wallichii X Sterculia chicha X X Tiliaceae Heliocarpus americanus X X X Tropaeolaceae Tropaeolum majus X X X Ulmaceae Tipo celtis X Trema micrantha X X Umbelliferae Foeniculum vulgare X X X Verbenaceae Duranta repens X

Vitex agnus-castus X

Velloziaceae Vellozia candia X X X Zingiberaceae Hedychium coronarium X Fonte Pirani Laurino 1993 Carvalho Marchine Ros 1999 Agostini Sazima 2003 Toledo et al 2003 Cartopassi-Laurino 2005 Braga e Colaboradores 2012 Novais Absy Santos 2013

61

Foram encontradas 71 famiacutelias e um total de 166 espeacutecies Dessas 30 espeacutecies satildeo

polinizadas e 136 satildeo visitadas Poacutelen e neacutectar satildeo os recursos mais coletados

com coleta de poacutelen em 78 espeacutecies e de neacutectar em 69 De acordo coma Lista de

Espeacutecies da Flora do Brasil (2010) 20 das espeacutecies que satildeo polinizadas (TABELA

2) satildeo nativas o restante satildeo espeacutecies exoacuteticas ou seja natildeo pertencem agrave flora

brasileira

As famiacutelias que apresentaram maior porcentagem de visitas por T angustula foram

Compositae e Leguminosae (TABELA 2) com 13 e 12 de espeacutecies

respectivamente (GRAacuteFICO 3) sendo as famiacutelias mais importantes para a dieta da

jataiacute (AGOSTINE SAZIMA 2003 SIIONI et al 2007) Esse resultado eacute similar ao

trabalho de Simioni e colaboradores (2007) seus resultados mostram que uma das

famiacutelias analisadas Leguminosae tambeacutem apresentaram um maior destaque na

quantidade de visitas realizadas por T angustula esse fato pode ser explicado pelo

fato de que Leguminosae representa a mais importante fonte de poacutelen para essa

espeacutecie

As famiacutelias Compositae e Leguminosae satildeo as mais bem representadas pelo fato

de apresentarem espeacutecies que fornecem alimento em maior qualidade e quantidade

por vaacuterios periacuteodos do ano Com destaque para a famiacutelia Leguminosae que fornece

recursos alimentares para as abelhas nos periacuteodos de estiagem (PIRANI LAURINO

1993 AGOSTINE SAZIMA 2003)

O graacutefico abaixo ilustra o comportamento generalista deT angustula Onde 41 das

visitadas realizadas pela espeacutecie se distribuem por 55 famiacutelias vegetais Esse

comportamento concorda com trabalho de Anacleto (2007) onde dentre as cinco

espeacutecies estudadas por ele a que apresentou o haacutebito mais generalista em relaccedilatildeo

ao nuacutemero de plantas visitadas foi T angustula

62

GRAacuteFICO 3 ndash Contribuiccedilatildeo das famiacutelias de plantas para a dieta de T angustula

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria com base nos dados da Tabela 1

As abelhas generalistas visitam flores pequenas e abertas e satildeo menos

relacionadas agraves flores especializadas (RUTHCKE JULES 1993 ROUBIK 1992

apud AGOSTINI SAZIMA 2003) e tecircm preferecircncia de flores arboacutereas com

inflorescecircncia densas

Um exemplo de flores que natildeo satildeo especializadas e que satildeo importantes para a

dieta de T angustula eacute da famiacutelia Asteraceae as espeacutecies Mangifera indica e

Schinus terebinthifolius apresentam grande densidade de flores e permite faacutecil

acesso para as abelhas deste modo tornam-se importantes fornecedores de fontes

de poacutelen (BRAGA et al 2012)

De acordo com o levantamento das plantas utilizadas pelas abelhas jataiacute realizado

por diferentes autores as famiacutelias que se mostraram bem representadas foram

Malvaceae Caesalpiniaceae Melastomataceae Myrtaceae Euphorbiaceae e

Anacardiaceae sendo consideradas portanto essenciais para a dieta da jataiacute

2 2 3 2

2 3

13

3 2

3

12 2 2 2 3

3

41

Acanthaceae Agavaceae Anacardiaceae Asteraceae Bignoniaceae

Bombacaceae Compositae Euphorbiaceae Fabaceae Labiatae

Leguminosae Malpighiaceae Malvaceae Melastomataceae Myrtaceae

Palmae Outros

63

Em geral essas famiacutelias podem ser caracterizadas pela floraccedilatildeo do tipo contiacutenuo ou

seja uma floraccedilatildeo que natildeo cessa ou que ocorre na maior parte do ano o que

permite as abelhas ter acesso aos recursos em todas as estaccedilotildees do ano

(CARVALHO MARCHINI ROS 1999 AGOSTINI SAZIMA 2003 TOLEDO et al

2003 MORGADO et al 2011)

64

65

5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS Sendo este a primeira pesquisa com abelhas em compus no Espiacuterito Santo Foi

observado que a distribuiccedilatildeo dos ninhos encontrados apresentou-se uniforme

Todos os ninhos estavam instalados em paredes e pisos de concreto o que indica

seu potencial de adaptabilidade agraves condiccedilotildees antroacutepicas

A diversidade de cores de poacutelen trazida pelas forrageiras no iniacutecio da manhatilde indica

uma ampla disponibilidade de alimento que a flores oferecem nesse periacuteodo do dia

bem como a eficiecircncia das forrageiras em selecionar essas flores

De acordo com as observaccedilotildees que foram realizadas no estudo as abelhas T

angustula podem ter suas atividades influenciadas pelo clima Uma vez que foi

observado que no periacuteodo de inverno em que as temperaturas satildeo mais baixas

elas comeccedilavam a realizar suas funccedilotildees nos horaacuterios com as temperaturas mais

altas

A divisatildeo de trabalho entre forrageadoras operaacuterias de limpeza e de defesa

observado nessa espeacutecie indica o comportamento altamente social dos Meliponini

O mecanismo de defesa observado em T angustula entre guardas pairando e em

peacute pode indicar uma caracteriacutestica de complementaridade na defesa do ninho uma

vez que durante as observaccedilotildees os dois tipos de guardas sempre se fizeram

presentes O que mostra que mesmo com o atrofiamento do ferratildeo os indiviacuteduos

desenvolveram estrateacutegias para a defesa contra invasores

Foi comum observar a presenccedila de revoadas nos ninhos entre as Jataiacutes Este

comportamento em geral eacute comum para o desenvolvimento (sobrevivecircncia) da

colocircnia No caso dos ninhos observados apoacutes as revoadas eles foram

desaparecendo Este fato pode indicar um baixo iacutendice de recursos troacuteficos para

essas abelhas dentro do campus pois ao inveacutes dos ninhos se manterem ou

aumentarem em quantidade ao longo das observaccedilotildees eles desapareceram

O levantamento das flores visitadas por T angustula indicou um comportamento

generalista desta espeacutecie em visitar uma grande variedade de plantas o que mostra

sua importacircncia para garantir a variabilidade dessas plantas

66

Esse levantamento tambeacutem indicou que a polinizaccedilatildeo realizada por elas foi

predominante em plantas exoacuteticas O que pode refletir a deficiecircncia na quantidade

de plantas nativas melitoacutefilas na aacuterea de estudo

67

REFEREcircNCIAS AGOSTINI Kayna SAZIMA Marlies Plantas Ornamentais e seus Recursos para Abelhas no Campus da Universidade Estadual de Campinas Estado de Satildeo Paulo Brasil Bragantia Campinas v 62 n 3 2003 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0006-87052003000300001gt Acesso em 15 Ago 2014 ALDREY Joseacute LN CAZALLA Feacutelix M F Filogenia y Evolucioacuten Del Orden Hymenoptera Sociedade Entomoloacutegica Aragonesa Madrid n 26 p 459-474 1999 Disponiacutevel em lthttpwwwsea-entomologiaorgPDFBOLETIN_26B26-032-459pdfgt Acesso em 26 Out 2014 ALMEIDA Daniela Espeacutecies de abelhas (Hymenoptera Apoidae) e tipificaccedilatildeo dos meacuteis por elas produzidos em aacuterea de Cerrado do Municiacutepio de Pirassununga Estado de Satildeo Paulo 2002 116 f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Entomologia)- Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz Piracicaba 2002 ALTMANN Jeanne Observational Study of Behavior Sampling Methods AnInternationaljournalofComparativeEthology Chicago v 49 p 227-265 1973 ALVARENGA Paulo E F Levantamento da Fauna de Abelhas (Hymenoptera Apidae Meliponina) na mata Santa Tereza Estaccedilatildeo ecoloacutegica de Ribeiratildeo Preto-SP e limitantes da densidade de seus ninhos 2008 94 f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Entomologia) ndash Faculdade de Filosofia Ciecircncias e Letras de Ribeiratildeo Preto da USP Satildeo Paulo 2008 ANACLETO Daniela A Recursos alimentares desenvolvimento das colocircnias e caracteriacutestica fiacutesico quiacutemicas microbioloacutegicas e poliacutenicas de mel e cargas de poacutelen de meliponineos do municiacutepio de Piracicaba Satildeo Paulo 2007 134 f Tese (Doutorado em Entomologia)- Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz Piracicaba 2007 ANACLETO Daniela A et al Composiccedilatildeo de Amostras de Mel de Jatai (Tetragonisca angustula Letrille 1811) Ciecircncia e Tecnologia de Alimento Campinas n 29 p 535-541 2009 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrpdfctav29n3a13v29n3pdfgt Acesso em 10 Abr 2014 ANDENA S R Bee communities (Hymenoptera Anthophila) ofthe ldquoCerradordquo ecosystem in Satildeo Paulo State Brazil Geneticsand Molecular Research Ribeiratildeo Preto v 8 n 2 2009 Disponiacuteve emlthttpwwwfunpecrpcombrgmryear2009vol8-2pdfkerr009pdfgt Acesso em 20 Ago 2014 ANTUNES Ordice T et al Produccedilatildeo de cultivares de morangueiro polinizada pela abelha Jataiacute em ambiente protegido Horticultura Brasileira Passo Fundo v 25 n 1 2007 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrpdfhbv25n1a18v25n1pdfgt Acessoem 20 Ago 2014

68

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Page 27: FACULDADE CATÓLICA SALESIANA DO ESPÍRITO SANTO … · No grupo dos Apinae está à tribo dos Meliponini, conhecidas como abelhas indígenas sem ferrão por possuir seu ferrão atrofiado

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abelhas no campus da Universidade Estadual de Campinas em Satildeo Paulo os

autores registraram 42 espeacutecies de plantas e observaram que na aacuterea estudada

houve plantas florindo todos os meses e natildeo houve sazonalidade marcada Com

relaccedilatildeo ao tipo de recurso utilizado pelas abelhas foi observado que as plantas mais

visitadas foram da famiacutelia Leguminosae e Bombacaceae por serem importantes

fontes de alimento para as abelhas no periacuteodo de estiagem Concluiacuteram que plano

de manejo em ambientes urbanos usando plantas ornamentais nativas seria

importante para acolher maior diversidade de abelhas as quais cumprem papel

importantiacutessimo na manutenccedilatildeo da biodiversidade dos ecossistemas naturais

Como muitas plantas de importacircncia econocircmica dependem de insetos para

aumentar a produccedilatildeo e a qualidade dos frutos Toledo e colaboradores (2003)

pesquisaram as angiospermas na regiatildeo de Maringaacute no estado do Paranaacute para

contribuir com o conhecimento da biodiversidade nessa regiatildeo Com coletas em

onze espeacutecies de plantas examinadas na Universidade Estadual de Maringa

Paranaacute os autores obtiveram 331 insetos Entre as abelhas trecircs espeacutecies coletadas

foram as mais abundantes Tetragonisca angustula Apis mellifera e Trigona spinipes

Os autores concluiacuteram que essas abelhas africanizadas e sem ferratildeo foram as mais

abundantes nas coletas as flores devido tanto ao seu comportamento generalista

como pela sobreposiccedilatildeo no local de forrageamento

Simioni e Colaboradores (2007) realizaram um estudo para investigar os recursos

alimentares de Tetragonisca angustula fiebrigi em Mato Grosso do Sul Com

amostras de cargas poliacutenicas corbiculares das operaacuterias em um ambiente natural de

Corumbaacute-MS no periacuteodo de seis meses os autores relataram que T angustula

visitou 43 espeacutecies de plantas para coleta de poacutelen e as famiacutelias mais visitadas

foram Leguminosae Palmae Asteraceae e a subfamiacutelia Mimosidae devido agrave grande

quantidade de poacutelen acessiacutevel Deste modo concluiacuteram que Tetragonisca

angustula mostrou-se seletivo com relaccedilatildeo agraves fontes de alimento disponiacutevel na aacuterea

estudada e que a famiacutelia Leguminosae se mostrou a mais importante fonte de poacutelen

para T angustula

Muitas espeacutecies de abelhas vecircm sendo utilizadas consorciadas ao cultivo de

diversas espeacutecies de plantas No trabalho de Antunes e colaboradores (2007) eles

utilizaram a espeacutecie Tetragonisca angustula para verificar seu efeito como agente

polinizador na produccedilatildeo de frutos de cultivares de morango em estufa O estudo foi

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realizado na Universidade de Passo Fundo RS utilizando quatro cultivares de

morangueiro (Oso Grande Tdla Chandler e Dover) com ausecircncia e presenccedila de

duas e quatro colmeacuteias de T angustula Os autores observaram que o numero de

visitas as flores foram o mesmo para os mesmos nuacutemeros de colocircnias e que o uso

de duas ou quatro colmeacuteias natildeo alterou a produccedilatildeo dos frutos Aleacutem disso

observaram tambeacutem que a porcentagem de frutos deformados teve uma queda

consideraacutevel de 85 para 5 Sendo assim concluiacuteram que a presenccedila de

Tetragonisca angustula para a polinizaccedilatildeo em ambiente fechado tem grande

importacircncia para o aumento da produtividade e para o aumento da quantidade de

frutos comerciaacuteveis

Devido agrave grande importacircncia das abelhas sem ferratildeo para manter a biodiversidade

das plantas Braga e colaboradores (2012) fizeram um estudo com a espeacutecie T

angustula por ela ser amplamente distribuiacuteda nos habitats tropicais Com estudo

realizado em duas ilhas (Ilha Grande e Tucuruccedilaacute) e outras duas na ilha Ariroacute e

Tinguaacute todas SAP aacutereas de Mata Atlacircntica do Estado do Rio de Janeiro e apenas

Ilha Grande pertence a uma unidade de proteccedilatildeo ambiental Para esse estudo os

autores fizeram coletas de carga de poacutelen e observaccedilotildees agraves flores T angustula

visitou 61 espeacutecies de plantas sendo Anacardiaceae e Asteraceaeas mais visitadas

Na Ilha grande foi a aacuterea onde se obteve maior nuacutemero de visitas e onde se

encontrou 39 tipos poliacutenicos Dessa maneira concluiacuteram que a dieta de T angustula

eacute bem ampla e que essas pesquisas satildeo necessaacuterias para conhecer as plantas que

operam como recurso para as abelhas em ambiente natural

Com o intuito de contribuir para o conhecimento da flora e sua utilizaccedilatildeo por

polinizadores nativos Novais Absy e Santos (2013) caracterizaram o poacutelen de T

angustula atraveacutes da anaacutelise palinoloacutegica analisando os meacuteis produzidos por esta

espeacutecie em duas regiotildees semi-aacuteridas tropicais do nordeste do Brasil Com amostras

de mel coletados mensalmente nos municiacutepios de Itaberaba e Ruy Barbosa na

Bahia durante 14 meses os autores observaram que o espectro poliacutenico das

amostras de mel de T angustula consistiu um total de 67 tipos de poacutelen sendo que

18 deles foram comuns aos espectros de poacutelen tanto de Itaberaba quanto de Ruy

Barbosa e as famiacutelias das plantas que predominaram em ambos municiacutepios foram

Fabaceae Myrtaceae Malvaceae e Euphorbiaceae Concluiacuteram que houve um uso

heterogeneo dos recursos naturais no municiacutepio de Itaberaba e homogecircneo no

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municiacutepio de Ruy Barbosa neste foi detectado um tamanho maior do nicho de poacutelen

de T angustula Para os autores isso se deve a diferenccedila na diversidade de plantas

entre os dois municiacutepios

25 COMPORTAMENTO DA ABELHA JATAIacute

Para algumas pesquisas estudos sobre comportamento eacute essencial para obter

informaccedilotildees importantes sobre a espeacutecie em estudo Para que pesquisadores

possam fazer estudo de comportamento em campo Altmann (1973) publicou um

trabalho sobre comportamento animal onde ela faz um guia para orientar os

observadores em seus estudos Ela apresenta meacutetodos para ser utilizado nas

observaccedilotildees tanto em comportamento individual quanto em grupo e apresenta o uso

de meacutetodos de amostragem nas observaccedilotildees Nesse a autora relata trabalhos de

outros autores sobre observaccedilotildees comportamentais e faz discussotildees a respeito de

problemas de amostragem em comportamento social como tambeacutem as vantagens e

desvantagens do uso de alguns meacutetodos

Um estudo relacionado com o comportamento de T angustula foi realizado por

Wittmann (1985) para mostrar que o sistema de defesa dessa espeacutecie natildeo era

apenas para defesa de alguns insetos voadores mais tambeacutem para defesa contra

ataques de abelhas cleptobioacuteticas Para observaccedilatildeo do comportamento das guardas

pairando foi mantida uma colocircnia de Lestremelitta limatildeo proacuteximo a quatros colocircnias

de T agustula O autor notou que o posicionamento das guardas pairando proacuteximo

ao corredor de vocirco do ninho permitia maior eficiecircncia nos ataques aos intrusos

cleptobioacuteticos e que durante esses ataques o numero de guardas aumentava

consideravelmente para reforccedilar a defesa do ninho Dessa maneira concluiu-se que

no comportamento de defesa essa espeacutecie faz um recrutamento em massa das

guardas em resposta a um feromocircnio lanccedilado por L limatildeo

Couvillon e colaboradores (2007) fizeram um estudo sobre a movimentaccedilatildeo das

forrageiras em relaccedilatildeo ao tamanho da entrada do ninho e o comportamento

defensivo das guardas em relaccedilatildeo agraves perturbaccedilotildees que os ninhos sofrem Para esse

trabalho os autores estudaram 26 espeacutecies de abelhas sem ferratildeo no campus da

Universidade de Satildeo Paulo em Ribeiratildeo Preto Foram medidas a entrada dos ninhos

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e o comprimento de abelhas forrageiras Foi verificado que a entrada do tubo do

ninho se ajusta ao tamanho das abelhas operaacuterias ou seja quanto maior for a

abelha maior seraacute a entrada do ninho Tambeacutem observaram que as guardas tinham

o comportamento de proteger o ninho bloqueando sua entrada e permitindo apenas

a entrada das forrageiras Assim concluiacuteam que essas abelhas apresentam

importantes mecanismos de defesa para ninho e que estudos como esse podem

trazer informaccedilotildees importantes ao comportamento de defesas das abelhas sem

ferratildeo

Minussi e Santos (2007) fizeram um estudo para descobrir se haacute algum efeito

negativo da Apis mellifera sobre as abelhas nativas em relaccedilatildeo agrave coleta de recursos

Para isso os autores fizeram um trabalho sobre o comportamento que ocorre entre

essas abelhas Com observaccedilotildees agraves flores e coletas das abelhas na Escola

Agroteacutecnica Federal de Sombrio no municiacutepio de Santa Rosa Santa Catarina Apis

mellifera foi agrave espeacutecie mais abundante encontrada na aacuterea em estudo em seguida

Trigona spinipes foi a mais abundante Durante as observaccedilotildees notaram que o

comportamento de abertura das mandiacutebulas da subfamiacutelia Halictinae para atacar e

expulsar as abelhas africanizadas das flores era comum e que esse comportamento

ocorria sempre antes que abelhas conseguissem chegar ao fundo da flor Dessa

maneira concluiacuteram que as abelhas nativas conseguem se defender das abelhas

africanizadas para garantir seu recurso

Karcher e Ratnieks (2009) mostraram em suas pesquisas que ninhos de T

angustula natildeo eram apenas defendidos por guardas pairando mas tambeacutem por

guardas que ficam de peacute na entrada do ninho Os autores colocaram dez campeiras

e natildeo campeiras da mesma espeacutecie e campeiras tratadas com odor de

Scaptotrigona bipunctata em cinco ninhos As guardas de peacute natildeo rejeitaram

nenhuma campeira mas rejeitaram quase todas natildeo campeiras e campeiras

tratadas com odor volaacutetil A partir desse resultado concluiacuteram que as operaacuterias que

ficam de peacute na entrada do ninho tambeacutem atuam como oacutetimas guardas para

discriminar as abelhas campeiras e natildeo campeiras

No trabalho de Gruter Karcher e Ratnieks (2011)foi realizado um estudo sobre as

abelhas guardas de Tetragonisca angustula que ficam pairando e de peacute proacuteximo ao

ninho Os autores fizeram algumas experiecircncias para saber se havia alternacircncias de

tarefas entre elas A pesquisa teve duraccedilatildeo de trecircs anos e foi realizada em uma

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fazenda perto de Satildeo Paulo Para observar essa alternacircncia de tarefas as abelhas

guardas foram coletadas e marcadas Dessa maneira notaram que das 18 abelhas

marcadas 12 eram exclusivamente guardas em peacute e seis realizavam os dois tipos

de guardas Durante as 21 horas de observaccedilatildeo natildeo foi observado mudanccedila entre

os tipos de guardas A partir desses resultados concluiacuteram que a alternacircncia de

tarefa entre as guardas eacute rara de acontecer indicando que a defesa de T angustula

e feita por divisatildeo de trabalho

Zweden e colaboradores (2011) fizeram um trabalho semelhante agrave Wittmann (1984)

com os guardas de defesa que ficam pairando Em seu estudo os autores tinham o

objetivo de testar a hipoacutetese que as guardas aumentavam a defesa do ninho em

relaccedilatildeo aos intrusos principalmente Lestrimellita limatildeo a qual eacute um ladratildeo

obrigatoacuterio de Tetragonisca angustula Foram feitas mediccedilotildees da distacircncia em que

as guardas pairando atacavam tanto um manequim de massa de modelar coberto de

citral (odor volaacutetil liberado por L limatildeo) quanto operaacuterias de Lestrimellita limatildeo

receacutem morto Todos os intrusos do experimento foram atacados por T angustula a

distacircncia que ocorreu o ataque variou entre 0-22 cm os ninhos que tinham mais

guardas apresentou maior distacircncia Dessa maneira concluiacuteram que a presenccedila de

guardas pairando aumenta a detecccedilatildeo de intrusos e que essas guardas respondem

especialmente a pistas visuais

As abelhas sem ferratildeo (eussocias) costumam apresentar divisatildeo de trabalho em

suas colocircnias Gruter e colaboradores (2012) em seu estudo quiseram testar a

hipoacutetese de que os soldados especializados (guardas) para a defesa das colocircnias de

jataiacute (Tetragonisca angustula) eram relativamente maiores que os trabalhadores

Com anaacutelise no tamanho e na forma das forrageiras guardas e trabalhadores que

removem resiacuteduos das colocircnias o autor constatou que o peso corporal das guardas

era maior que das abelhas forrageiras e que o tamanho da cabeccedila das forrageiras

mostrou-se um pouco maior em relaccedilatildeo agraves guardas Assim concluiu-se que a

variaccedilatildeo no tamanho seria devido agrave divisatildeo de trabalho ou seja a diferenccedila no

tamanho do corpo consiste em uma eficaacutecia maior para lutar contra invasores e a

diferenccedila em relaccedilatildeo ao tamanho da cabeccedila seria devido agrave necessidade das

forrageiras de decorar caminhos para busca do alimento

38

39

3 METODOLOGIA

31 AacuteREA DE ESTUDO

O Municiacutepio de Vitoacuteria possui uma extensatildeo geograacutefica que envolve um grau

elevado de urbanizaccedilatildeo (SOUZA 2011) De acordo com o Instituto Brasileiro de

Geografia e Estatiacutestica (2010) o Municiacutepio apresenta uma aacuterea de mais de 98 Kmsup2 e

conta com uma populaccedilatildeo estimada de 352104 habitantes O clima da regiatildeo de

Vitoacuteria pode ser classificado como Tropical uacutemido (CLASSIFICACcedilAtildeO [20--])

apresentando temperatura maacutexima que pode chegar a 32ordm C e miacutenima que fica em

torno de 24ordm C com os maiores iacutendices de precipitaccedilatildeo pluviomeacutetrica entre os meses

de Outubro a Janeiro (INSTITUTO CAPIXABA DE PESQUISA ASSISTEcircNCIA

TEacuteCNICA E EXTENSAtildeO RURAL 2011)

Vitoacuteria eacute um dos Municiacutepios que apresentam os maiores niacuteveis de temperaturas do

Estado Isso se deve ao fato de as grandes montanhas dificultarem a passagem dos

ventos do nuacutemero de preacutedios que aumenta com o passar dos anos assim como a

poluiccedilatildeo (SOUZA 2011)

O estudo foi realizado no Campus Universitaacuterio Alaor de Queiroz Arauacutejo da

Universidade Federal do Espiacuterito Santo (FERNANDES VALE 2013) tambeacutem

conhecido como campus de Goiabeiras Este campus se encontra localizado no

Municiacutepio de Vitoacuteria capital do Estado do Espiacuterito Santo e nas coordenadas

geograacuteficas de 20ordm 16rsquoS e 40ordm 18rsquoW (FERREIRA DANTAS 2000)

O Campus fica ao Sul e ao Oeste do canal da passagem e a Leste com a Avenida

Fernando Ferrari Ateacute 2008 era composta por uma aacuterea de ambiente entre mareacutes e

terrestre de 1592545 msup2 poreacutem com a ampliaccedilatildeo da Avenida Fernando Ferrari

essa aacuterea foi reduzida para 1567545 msup2 (FERNANDES VALE 2013) A aacuterea

amostral se localiza no entorno do Centro de Ciecircncias Humanas e Naturais (CCHN)

Implantada por volta da deacutecada de 1970 ela compotildee os ICrsquos (iniciais de Ilha do

Cercado) I II III e IV (FERNANDES VALE 2013) e apresenta uma aacuterea que

compreende edificaccedilotildees como preacutedios passarelas ruas asfaltadas paacutetio de

estacionamento e aacutereas jardinadas (MAPA 01)

40

Mapa 01- Mapa do Campus Universitaacuterio de Goiabeiras (UFES) com destaque da

aacuterea de estudo em vermelho

Fonte Google Maps (2014) 32 OBTENCcedilAtildeO DOS DADOS

A aacuterea de estudo foi inspecionada agrave procura de ninhos de T angustula com

observaccedilotildees em calccediladas paredes muros postes troncos de aacutervores entre outros

conforme Taura e Laroca (1991) Os ninhos encontrados foram marcados por letra

alfabeacutetica e mapeados com o auxiacutelio de um marcador permanente (marca Jocar

Office) e um GPS (marca Garmin etrex vista) As observaccedilotildees foram realizadas uma

vez a cada semana durante cinco meses de Abril agrave Setembro de 2014 totalizando

21 dias amostrados (140 horas) O periacuteodo no qual foram realizadas as observaccedilotildees

41

foi de 0700 agrave 1700 horas As observaccedilotildees foram feitas durante 15 minutos em cada

ninho e intercaladas nos periacuteodos matutino vespertino e dia todo com o auxilio de

uma lupa de matildeo devido elas apresentarem aproximadamente 5 miliacutemetros

(NOGUEIRA-NETO 1997) A lupa de matildeo foi utilizada tambeacutem para observar a cor

do poacutelen que as abelhas traziam para dentro do ninho

A contagem do nuacutemero de entradas e saiacutedas das abelhas coletoras e das abelhas

que protegem a colocircnia de invasores foi realizada em todos os ninhos com o auxilio

de um contador de nuacutemeros Os registros foram realizados com redaccedilatildeo dos

eventos e por meio de fotografias As observaccedilotildees seguiram o meacutetodo Animal-Focal

descrito por Altmann (1973) para anaacutelise do comportamento das abelhas Esse

meacutetodo consiste em amostrar os comportamentos de um ou mais indiviacuteduos por um

determinado periacuteodo de tempo O levantamento das principais fontes de alimento de

T angustula foi obtido a partir de dados bibliograacuteficos

33 ANAacuteLISE DOS DADOS

Para anaacutelise dos dados foi utilizado o programa ldquoMapSourcerdquo para a construccedilatildeo do

mapa dos ninhos encontrados Foi tambeacutem utilizado o programa Microsoft Excel

2007 para construccedilatildeo de graacuteficos para analisar o nuacutemero de visitas (entrada e saiacuteda)

que as abelhas coletoras apresentaram durante os cinco meses observados Os

graacuteficos foram construiacutedos por intervalos de horas sendo que as informaccedilotildees se

acumularam mais proacuteximo do horaacuterio em que houve mais eventos observados no

ninho O mesmo programa foi utilizado para retirar a meacutedia da quantidade de

guardas na defesa do ninho

Os dados resultantes do levantamento bibliograacutefico das fontes alimentares serviram

de base para a elaboraccedilatildeo de um graacutefico com a contribuiccedilatildeo das famiacutelias de plantas

mais visitadas por T angustula

42

43

4 RESULTADOS E DISCUSSOtildeES

41 LOCALIZACcedilAtildeO DOS NINHOS

Foram encontrados onze ninhos (marcados por letra alfabeacutetica de A a K) cinco

instalados em paredes e muros (K C I e J) e seis localizados sob placas de

concreto de passarelas (A B D E F G e H) (mais precisamente na base das

pilastras da passarela que se encontra entre os IC`s II e III) Este fato corrobora com

os estudos de Taura e Laroca (1991) que indica que a disponibilidade de nidificaccedilatildeo

nesses locais aumenta com as atividades antroacutepicas A localizaccedilatildeo dos ninhos eacute

apresentada pelo Mapa 02

Os ninhos C J K (Mapa 02) recebiam calorna maior parte do dia jaacute os demais natildeo

recebiam sol diretamente na maior parte do dia pois eram protegidos pela pilastra e

pela cobertura da passarela

Durante todo o periacuteodo das observaccedilotildees em geral o clima foi de dias quentes com

presenccedila de ventos

MAPA 02 ndash Mapa dos ninhos de T angustula estudadas no Campus de Goiabeiras

(UFES) Abril ndash Setembro2014

Fonte Modificado em Google earth (2014) Dos 11 ninhos observados dois ninhos natildeo apresentavam a entrada com o formato

comum de cilindro e traziam um formato natildeo definido

44

Em todos os ninhos foi possiacutevel ver que a abertura da extremidade do tubo era

relativamente grande Tal formato permite que haja espaccedilo para que algumas

abelhas guardas permaneccedilam na entrada do tubo ao mesmo tempo em que deixa

espaccedilo suficiente para as forrageiras passarem (KARCHER RATNIEKS 2009) Ao

longo de todo o tubo havia presenccedila de centenas de perfuraccedilotildees o que segundo

Gruter Karcher e Ratinieks (2011) eram para ajudar nas trocas gasosas

Nos cinco meses observados trecircs ninhos desapareceram da aacuterea amostral restando

ao final das observaccedilotildees oito ninhos Um deles (ninho E) foi perdido logo no iniacutecio

das observaccedilotildees supotildee-se que tenha ocorrido alguma intervenccedilatildeo aguda por

exemplo humana pois logo no segundo dia de observaccedilatildeo o mesmo jaacute natildeo estava

no lugar demarcado Outros dois ninhos (ninhos F e G) tambeacutem foram perdidos O F

persistiu ateacute o mecircs de Maio e o ninho G ateacute Julho Nestes o desaparecimento se

sucedeu apoacutes eventos de revoadas

42 INTERACcedilOtildeES INTER E INTRAESPECIacuteFICAS

TABELA 1 - Dados dos Ninhos observados

Data Ninho Hora Cores de Poacutelen

Presenccedila de

Resina Operaacuteriaslimpeza Guardas

em peacute Guardas pairando Ameaccedila

14abr D 07h-8h

Amarelo Branco Laranja

Vermelho

X 5 1

13mai C 10h-11h

Amarelo Branco Laranja

Vermelho

X X 4 4

20mai J 15h-16h Branco X X 8 12 02jun H 12h-13h Branco X X 8 4 16jul D 13h-14h Branco

X 8 2 Formiga

20jun B 08h-09h

Amarelo Branco Laranja

Vermelho

X X 9 3

06ago C 14h-15h Branco X 7 10 Lagartixa

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria As observaccedilotildees indicaram que as jataiacutes visitavam vaacuterias espeacutecies de flores durante

as manhatildes e iniacutecio das tardes pois nesse periacuteodo trouxeram uma grande

45

diversidade de poacutelen (cores amarela laranja branca e vermelha) transportados em

suas corbiacutecula para dentro do ninho B C e D (TABELA 1) (FIGURA 1-A) No horaacuterio

da tarde essa diversidade diminuiacutea nos ninhos C D H e J (TABELA 1) e era

representada pelo transporte de poacutelen de cor branca Este fato mostra que a

diversidade de flores visitadas decresce ao longo do dia

As abelhas sociais de um modo geral visitam as flores enquanto elas satildeo atrativas

Elas apresentam preferecircncia pela cor e satildeo capazes de discriminar os conjuntos

florais realizar sua localizaccedilatildeo e selecionar aquelas que produzem maior quantidade

e melhor qualidade de alimento (PIRANI LAURINO 1993) Existem diversos fatores

que podem influenciar a coleta de alimento pelas abelhas sociais entre eles o

comportamento das campeiras e a necessidade das colocircnias que depende do seu

tamanho (PIRANI LAURINO 1993)

Aleacutem de poacutelen tambeacutem foi observado carregamento de resina nas corbiacuteculas para

dentro do ninho B C H e J (TABELA 1) (FIGURA 1-B) essa eacute coletada pelas

abelhas em bototildees florais Depois de a resina ser coletada ela pode ser armazenada

pura ou misturada com cera No caso de T angustula ela geralmente faz a

armazenagem na forma pura (NOGUEIRA-NETO 1997) Como a resina eacute viscosa e

grudenta as abelhas a utilizam para vedar o entorno da entrada do tubo e tambeacutem

para depositar uma quantidade sobre o corpo e cabeccedila das formigas para defender

a colocircnia contra invasores (WITTMANN 1985 NOGUEIRA-NETO 1997)

Durante todo o periacuteodo observado foi notada a presenccedila de operaacuterias que cuidavam

da limpeza dos ninhos (TABELA 1) Essas operaacuterias trabalhavam retirando resiacuteduos

(detritos) de dentro do ninho e o faziam carregando atraveacutes de sua mandiacutebula

(FIGURA 1-C) Este trabalho era realizado continuamente ao longo de todo o dia

Para Nogueira-Neto (1997) T angustula eacute a espeacutecie que tem o melhor haacutebito de

limpeza e por esta razatildeo seu mel e seu proacutepolis satildeo considerados o melhor dentre

as outras espeacutecies

FIGURA 1- Divisatildeo de trabalho entre operaacuterias de Tetragonisca angustula A

Detalhe da corbiacutecula com poacutelen B Detalhe da corbiacutecula com resina C Operaacuteria de

limpeza com resiacuteduo na mandiacutebula

46

Fonte Arquivo Labibio

Em cada ninho foi possiacutevel notar a presenccedila de abelhas que ficavam tanto pousadas

ao longo do tubo de entrada do ninho quanto sobrevoando proacuteximo do mesmo

Essas abelhas satildeo chamadas por Gruter Karcher e Ratnieks (2011) de abelhas

guardas em peacute e pairando respectivamente As guardas em peacute estavam sempre

em grandes quantidades e estiveram em atividade praticamente em todo o periacuteodo

do dia

Essas guardas ficavam na maior parte do tempo com a mandiacutebula apoiada sobre o

ninho acredita-se que tenham a funccedilatildeo de depositar resina ao entorno do ninho As

demais guardas que ficavam sobrevoando estiveram mais ausentes logo no

A B

C

47

comeccedilo da manhatilde por volta das 0700 as 0900 horas As guardas pairando ficavam

na maioria das vezes em nuacutemeros de trecircs a quatro sempre posicionadas a direita e

esquerda do tubo e em direccedilatildeo a entrada (FIGURA 2)

FIGURA 2- Ninho de T angustula com guardas pairando destacado em vermelho e

guardas em peacute em destaque azul

Fonte Arquivo Labibio

Foi observado que no periacuteodo da tarde o nuacutemero de guardas pairando aumentava

Isso era visto com maior frequumlecircncia nos ninhos C e J instalados em paredes

(TABELA 1) Segundo Gruter Karcher e Ratnieks (2011) as colocircnias que

apresentam um nuacutemero maior de guardas pairando sofrem ameaccedilas de

vertebrados fato corroborado no ninho C (TABELA 1) que foi atacado por uma

lagartixa No momento em que aconteceu uma parte da populaccedilatildeo saiu do ninho e

se mostraram bem agitadas O que de acordo com Gruter Karcher Ratnieks (2011)

trata-se de uma resposta defensiva agrave percepccedilatildeo da respiraccedilatildeo de vaacuterios

vertebrados

Tambeacutem foi observado o comportamento defensivo em quando formigas se

aproximavam do ninho D (TABELA 1) As jataiacutes as ldquobeliscavamrdquo para que se

afastassem Esse mesmo comportamento foi visto durante minhas observaccedilotildees ao

Ninho A toda vez que me aproximava para observar ou fotografar surgiam vaacuterias ao

48

meu redor em uma dessas observaccedilotildees a jataiacute picou pele exposta Dentre todos os

ninhos essa foi a que apresentou o comportamento mais agressivo

De acordo com os estudos de Gruter e colaboradores (2012) T angustula eacute a uacutenica

espeacutecie que apresenta um sistema de defesa que envolve dois grupos distintos e

complementares de guardas uma pairando que se estacionam no ar proacuteximo ao

ninho e outras em peacute ao redor da entrada do ninho As guardas que ficam de frente

para o caminho de vocirco satildeo chamadas de grupo principal e as que ficam

posicionadas agrave direita e agrave esquerda do ninho satildeo o grupo secundaacuterio (GRUTER

KARCHER RATNIEKS 2011)

Uma caracteriacutestica interessante dessas guardas eacute que apresentam caracteriacutesticas

morfoloacutegicas diferentes das operaacuterias (satildeo maiores e mais pesadas) (GRUTER et

al 2012) Elas apresentam diferenccedilas no comprimento da asa no tamanho das

pernas traseiras que satildeo relativamente maiores para seu corpo (podendo ajudar na

luta contra invasores) e cabeccedila um pouco menor que das forrageiras Essa ultima

caracteriacutestica estaacute associada agrave maior necessidade das forrageiras de processar

informaccedilotildees sensoriais relacionadas ao forrageamento (GRUTER et al 2012)

As abelhas guardas possuem a funccedilatildeo de defender sua colocircnia de ataques de

intrusos que aproveitam do seu trabalho para roubar o alimento produzido

(GRUTER KARCHER RATNIEKS 2011) As accedilotildees especiacuteficas desses intrusos satildeo

detectadas mais pelas guardas em peacute pois elas conseguem identificar as campeiras

e natildeo campeiras da mesma espeacutecie por quimiorecepccedilatildeo (KARCHER RATNIEKS

2009 GRUTER KARCHER RATNIEKS 2011) Jaacute as guardas que pairam perto do

ninho atacam intrusos que natildeo satildeo da mesma espeacutecie elas o reconhecem pela cor

forma do corpo e pelos odores volaacuteteis (KARCHER RATNIEKS 2009) De acordo

com Zweden e Colaboradores (2011) a presenccedila de guardas pairando aumenta a

detecccedilatildeo de intrusos e que essas guardas respondem especialmente a pistas

visuais Como comportamento de defesa as guardas liberam um feromocircnio de

alarme para recrutar os trabalhadores para o ataque (FREE 1987 apud ZWEDEN

2011)

O nuacutemero meacutedio de guardas durante o periacuteodo observado mostrou-se maior para as

guardas em peacute (78) do que para as guardas pairando (35) Esse fato eacute explicado

por Gruter Karcher e Ratnieks (2011) para eles o gasto energeacutetico das guardas

pairando eacute muito maior de modo que eacute menos dispendioso energicamente para as

49

abelhas ficarem em peacute Mesmo tendo um gasto energeacutetico muito alto nas

observaccedilotildees de Wittmann (1985) as atividades do voo das guardas foi constatado

que essas ficavam pairando por cerca de 70 minutos antes de voltar para dentro do

ninho Este fato mostra que a mudanccedila de guardas natildeo eacute comum e que a defesa do

ninho eacute feita por divisatildeo de trabalho e natildeo por alternacircncia de tarefas (GRUTER

KARCHER RATNIEKS 2011)

Os ninhos que desapareceram ao longo das observaccedilotildees foram devido agraves revoadas

um comportamento comum nas abelhas Nas jataiacutes as revoadas geralmente

ocorrem devido ao calor para refrescar o ninho em caso de altas temperaturas uma

parte da populaccedilatildeo sai do ninho enxameamento para reproduccedilatildeo ou devido agrave

interferecircncia humana quando um ninho eacute retirado de um local para outro

(INFORMACcedilAtildeO PESSOAL ZOCOLOTTI V R) De acordo com este na primeira

semana eacute possiacutevel presenciar alguma revoada que pode ser para identificaccedilatildeo

tanto da flora apiacutecola quanto para localizaccedilatildeo do novo ambiente

No caso dos ninhos F e G ao final de cada revoada observada a entrada do ninho

ficava bastante danificada Foram observadas trecircs revoadas (duas no mesmo dia)

do ninho F todas no mecircs de Maio e duas (em dias diferentes) no ninho G no mecircs

de Junho Apoacutes estas observaccedilotildees os dois ninhos desapareceram

Durante as revoadas vaacuterias abelhas caiam no chatildeo agarradas umas nas outras

Apoacutes queda era possiacutevel observar que as guardas conseguiam prender e retirar

com sua mandiacutebula as pernas e asas do invasor (FIGURA 3-A e B) o que impedia

as invasoras de conseguir atacar novamente Segundo Kerr e colaboradores (2005)

as guardas agarram as pernas dos invasores para que eles caiam no chatildeo e sejam

comidos pelas formigas que ficam proacuteximas aos ninhos

50

FIGURA 3 - Ataque de invasores A T angustula com mandiacutebula presa agrave perna do

Jataiacute invasora BPerna de invasores retirada apoacutes ataque

Fonte Arquivo Labibio

De acordo com Zocolotti VR (INFORMACcedilAtildeO PESSOAL) as cinco espeacutecies de

Meliponini criadas por ele podem apresentar o comportamento de saquear outros

ninhos e isso pode ocorrer por oportunismo ou por falta de alimento Em especial

as Jataiacutes geralmente possuem o costume de atacar as proacuteprias jataiacutes esses

ataques acontecem dentro do mesmo ninho e entre outros proacuteximos Esses ataques

podem ocorrer por atraccedilatildeo de feromocircnio de princesa (rainhas jovens natildeo

fecundadas) por enxame fraco ou ateacute mesmo para absorver o fraco ou seja elas

entram e acabam matando a rainha e mantecircm os trabalhadores por um tempo ateacute

absorver o enxame ou ateacute mesmo o deixam morrer sendo dessa maneira muito

complexas em relaccedilatildeo ao comportamento

Na aacuterea do campus da Ufes houve uma consideraacutevel devastaccedilatildeo na vegetaccedilatildeo

nativa (compreendida de Mata Atlacircntica Manguezal e Restinga) devido agrave

construccedilatildeo de preacutedios que foram erguidos logo no iniacutecio da implantaccedilatildeo da

Universidade Como medida compensatoacuteria foi feito o plantio de espeacutecies arboacutereas

usando em demasia espeacutecies exoacuteticas (CASTRO 2003) Na Ufes eacute possiacutevel ver

poucas aacutereas jardinadas Aleacutem disso sempre que eacute necessaacuterio construir um novo

preacutedio novas aacutereas satildeo eliminadas podendo ou natildeo ser compensada com plantas

nativas

A B

51

Em abelhas sociais o comportamento de saque eacute comum acontecer em sequumlecircncias

natildeo contiacutenuas ou seja ela cessa e recomeccedila por periacuteodos de tempo (SANTANA

etal 2004) Durante as observaccedilotildees foram presenciadas trecircs revoadas ao ninho F

duas no mesmo dia poreacutem em horaacuterios diferentes e duas ao ninho G em dias

diferentes (FIGURAS 4- A B C e D)

FIGURA 4 ndash Revoada do ninho F A Vista da entrada do iniacutecio do estudo B Vista

da entrada em plena atividade em iniacutecio de maio C Entrada apoacutes uma revoada em

maio D Vista da entrada do ninho apoacutes uacuteltima revoada em maio

Fonte Arquivo Labibio

Nas figuras 4a e b mostram o estado em que a entrada do ninho se encontrava na

primeira semana de observaccedilatildeo (vinte e oito de Abril) e na primeira semana do mecircs

seguinte (sete de Maio) esse uacuteltimo a entrada do ninho jaacute se encontrava danificado

No ninho F(FIGURA 4) as revoadas que ocorreram no dia vinte de Maio entre

A B

C D

52

1000 e 1400 horas e no dia vinte e seis de Maio entre 1600 e 1700 horas

corroborando com Santana e colaboradores (2004) sobre o comportamento de

saques intermitentes

No ninho G as revoadas se iniciaram duas semanas apoacutes o desaparecimento do

ninho F nos dias nove e vinte e seis de junho entre 1500 e 1600 horas e dia 16 de

junho no mesmo horaacuterio (FIGURA 5-A B e C)

FIGURA 5 ndash Revoadas no Ninho G A Ninho no iniacutecio de Maio B Registro da

primeira revoada C Ultima revoada perda do ninho

Fonte Arquivo Labibio

As observaccedilotildees evidenciaram a ocorrecircncia de um acuacutemulo de resiacuteduos sobre os

ninhos apoacutes as revoadas (FGURA 5-B) No ninho G tinha uma subpopulaccedilatildeo

A B

C

53

pequena mas bem ativa conforme verificado apoacutes quatro horas de observaccedilatildeo em

nove dias (Graacutefico 1- A e B)

GRAacuteFICO1 A ndash Ritmo de Saiacutedas no Ninho G

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

GRAacuteFICO 1B ndash Ritmo de entradas no ninho G

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

0

20

40

60

80

100

120

140

09h-10h 10h-11h 12h-13h 14h-15h 16h-17h

Nuacutem

ero

de V

isita

s

Horaacuterios

13mai 20mai 26mai

0

20

40

60

80

100

120

140

160

180

200

09h-10h 10h-11h 12h-13h 14h-15h 16h-17h

Nuacutem

ero

de V

isita

s

Horaacuterios

13mai 20mai 26mai

54

No ninho G as abelhas iniciaram suas atividades antes de 09h evidenciado pela

entrada de aproximadamente 180 forrageadoras entre 9 e 10h As saiacutedas neste

mesmo periacuteodo ficaram em torno de 100

Entre 16h-17h houve um grande nuacutemero de entrada o que era esperado todas as

que saiacuteram tecircm que retornar enquanto haacute luminosidade e antes do ninho ser

fechado Conforme esperado por Gruter Karcher Ratnieks (2011) quando comeccedila

a escurecer as Jataiacutes fecham a entrada do tubo para impedir que intrusos ataquem

seu ninho durante a noite e abrem pela manhatilde quando o clima estaacute mais favoraacutevel

para iniciarem suas atividades

Neste ninho entre 12h-13h houve um nuacutemero maior de saiacutedas que de entradas ateacute

agraves 16h Isso possivelmente esteve relacionado agrave uma grande distacircncia entre o ninho

e as fontes de recursos troacuteficos

Outro ninho em que foi possiacutevel observar todos os meses notou-se que apresentou

atividade durante todo o dia (GRAacuteFICO 2-A e B)

GRAacuteFICO 2A ndash Ritmo de saiacutedas do ninho B

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

0

50

100

150

200

250

300

350

400

450

500

07h-08h 08h-09h 09h-10h 11h-12h 12h-13h 13h-14h 14h-15h 15h-16h 16h-17h

Nuacutem

ero

de V

isita

s

Horaacuterios

28abr 13mai 20mai 26mai 09jun 16jun 23jun 01jul 09jul

16jul 23jul 30jul 06ago 13ago 20ago 27ago 05set 10set

55

GRAacuteFICO 2B ndash Ritmo de entradas do nino B

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

O ninho B tinha uma subpopulaccedilatildeo mais numerosa que F e G Durante o inverno

(2307 e 2708) as abelhas iniciavam suas atividades cerca de duas horas mais

tarde em horaacuterio com temperatura mais elevada (indicado pela seta preta) Tal fato

corrobora com as observaccedilotildees de Ulian e colaboradores (2007) que constata que

em periacuteodo mais chuvoso onde as temperaturas satildeo geralmente mais baixas as

Jataiacutes apresentam iniacutecio de atividade agraves 9 horas da manhatilde devido agrave temperatura

nesse horaacuterio comeccedilar a aumentar

Proacuteximo do horaacuterio de 10 horas houve um grande nuacutemero de saiacutedas do ninho

seguido de um grande nuacutemero de entrada o que indica a ocorrecircncia de uma fonte

de recursos proacutexima ao ninho ou a indisponibilidade de recurso para ser coletado

naquela hora Acredita-se que na primeira possibilidade - fonte proacutexima ela era de

resina pelo fato de ter havido um intervalo de saiacuteda ateacute agraves 12h jaacute que esta

demanda mais tempo para ser retirada da corbiacutecula e armazenada por ser

pegajosa No caso da segunda possibilidade natildeo encontraram alimento disponiacutevel

naquele horaacuterio o retorno ao ninho eacute a alternativa mais eficaz para evitar um alto

gasto energeacutetico ateacute que o recurso fique disponiacutevel para coleta

0

100

200

300

400

500

600

07h-08h 08h-09h 09h-10h 10h-11h 11h-12h 12h-13h 13h-14h 14h-15h 15h-16h 16h-17h

Nuacutem

ero

de V

isita

s

Horaacuterios 28abr 13mai 20mai 26mai 09jun 16jun 23jun 09jul16jul 23jul 30jul 20ago 27ago 05set 10set

56

No outono as atividades das Jataiacutes comeccedilaram a diminuir por volta de 15 horas

(indicado pela seta marrom) ateacute cessar totalmente no iniacutecio das 16 horas Pelos

graacuteficos nota-se que o ninho B possui vantagem de uma hora nas atividades em

relaccedilatildeo ao ninho G isso provavelmente ocorreu porque o ninho B obteve mais

sucesso nas coletas distribuiacutedas ao longo do dia

43 RECURSOS FLORAIS

Eacute notoacuteria a relaccedilatildeo que existe entre abelha-flor relaccedilatildeo essa que sucedeu a milhotildees

de anos desde entatildeo as abelhas dependem de substancias utilizadas na

alimentaccedilatildeo e as plantas se beneficiam com a polinizaccedilatildeo (PIRANI LAURINO

1993) Para entender a biologia dos Meliponini eacute importante conhecer sua

alimentaccedilatildeo Para isso eacute necessaacuterio fazer um levantamento das plantas utilizadas

para coleta de poacutelen e neacutectar (SOUZA 1999 apud OLIVEIRA ABSY MIRANDA

2009)

Com base nos dados obtidos sobre as fontes alimentares de T angustula na

literatura (TABELA 2) nota-se a capacidade dessa espeacutecie de visitar uma ampla

diversidade de famiacutelias de plantas Segundo Toledo e colaboradores (2003) durante

cada voo das campeiras em meacutedia 100 flores satildeo visitadas

O levantamento bibliograacutefico indicou que existem duas metodologias bastante

usadas por autores para conhecer a dieta das abelhas Uma delas eacute a investigaccedilatildeo

palinoloacutegica para avaliar as fontes de recursos florais utilizados (poacutelen e neacutectar)

com base no gratildeo de poacutelen depositado no corpo da abelha para identificaccedilatildeo das

espeacutecies vegetais (CARVALHO MARCHINE ROS 1999 FEIDEN 1994 SIMIONI et

al 2007 OLIVEIRA ABSY MIRANDA 2009 MORGADO et al 2011NOVAIS

ABSY SANTOS 2013) A outra se daacute por meio de observaccedilotildees das campeiras nas

flores (AGOSTINI SAZIMA 2003 TOLEDO et al 2003OLIVEIRA ABSY

MIRANDA 2009 BRAGA et al 2012) A partir desses meacutetodos eacute possiacutevel saber

quais satildeo as plantas que produzem seus alimentos preferenciais e quais as fontes

alternativas (OLIVEIRA ABSY MIRANDA 2009)

57

TABELA 2 ndash Relaccedilatildeo das espeacutecies de plantas visitadas porT Angustula Continua

Famiacutelia Espeacutecie Polinizada Visitada Recurso

Poacutelen Neacutectar

Acanthaceae Thunbergia grandiflora X Odontonema strictum X X

Justicia brandegeana X

Ruellia silvaecola X Agavaceae Agave americana X X X

Agave sisalana X X X

Agave attenuata X X X

Dracena fragana X X X Aizoaceae Mesembryantemum spectabilis X Lamprantus productus X Amaranthaceae Gomphrena globosa X Amarylidaceae Clivia miniata X X X Anacardiaceae Schinus terebinthifolius X X

Lithraea molleoides X X

Toxicodendron verniciferum X X

Mangifera indica X X X

Tapirira guianensis X Apiaceae Hydrocotyle leucocephala X Apocynaceae Trevetia peruviana X Araliaceae Tetrapanax papyrifera X X X Asclepiadaceae Asclepias curassavica X X Asteraceae Parthenium hysterophorus X Aspillia latissima X Aspillia sp X Balsaminaceae Impatiens balsamina X X X

Impatiens sultanii X Bignoniaceae Spathodea campanulata X X Tabebulaim petiginosa X X X

Tabebula chrysotricha X X X Bixaceae Bixa orellana X X Bombacaceae Ceiba arianthos X X

Pseudo bombax sp X X

Pseudobombax tomentoso X X

Eriotheca canolleana X X

Bombax ceiba X X Boraginaceae Cordia superba X X

Cordia glabrata X X Brassicaceae Brassica sp X Cactaceae Opuntia ficusindica X X Caesalpiniaceae Schizolobium parahyba X X Capparaceae Cleome spinosa X Caprifoliaceae Lonicera japonica X X

58

TABELA 2 ndash Relaccedilatildeo das espeacutecies de plantas visitadas por T angustula Continua

Famiacutelia Espeacutecie Polinizada Visitada Recurso

Poacutelen Neacutectar

Sambucus australis X X Caryophylaceae Silene armeria X Cecropiaceae Cecropia hololeuca X Cochlospermaceae Cochlospermum vitifolium X X Compositae Vernonia polyanthes X X

Bidens pilosa X X Cosmos auphureus X X X

Centratherium violaceum X X X

Dahlia sp X Eclipta alba X Asterla evis X Tithonia rotundifolia X X X

Tithonia speciosa X X X

Tithonia diversifolia X Baccharis sp X Wedelia paludosa X Eupatorium sp X Mikania glomerata X X

Montano apyramidata X X Montano abipinnatifiada X Senecio brasiliensis X X X

Emilia sonchifolia X X Ambrosia sp X X Creopsis grandiflora X Galinsoga parviflora X Crassulaceae Kalanchoe tubiflora X X Cyperaceae Cyperus sp X Elaeocarpaceae Muntingia calabura X Ericaceae Rhododendron simsii X X X

Rhododendron indicum X X X Euphorbiaceae Alchornea sidaefolia X X X

Euphorbia milii X X X

Euphorbia pulcherrima X X X

Ricinus communis X X X

Croton sp X Fabaceae Desmodium sp X Tipuana tipu X Vigna peduncularis X X Guttiferae Kielmeyera coriacea X X Iridaceae Dietes vegeta X Labiatae Salvia splendens X Origanum vugare X

59

TABELA 2 ndash Relaccedilatildeo das espeacutecies de plantas visitadas por T angustula Continua

Famiacutelia Espeacutecie Polinizada Visitada Recurso

Poacutelen Neacutectar

Ocimum sellowii X Iboza riparia X X X

Coleus blumei X X X Leguminosae Andira anthelmintica X X

Mimosa daleoides X X X

Myroxylon balsamum X X X

Piptadenia gonoacantha X X X

Stylos anthesscabra X Caesalpinia bonducella X X X

Caesalpinia pelthophoroides X X X

Crotalaria lanceolata X Calliandra twedii X Sophora tomentosa X X Mimosa pudica X Erythrina speciosa X X X

Cassia grandis X Schizolobium parahyba X X Senna multijuga X Senna bicapsularis X X Delonix regia X Clitoria fairchildiana X Centrolobium tomentoso X Liliaceae Aloe sp X X Bulbine frutescens X Loranthaceae Struthanthus andrastylus X X Lythraceae Lagerstroemia indica X X Magnoliaceae Talauma ovata X X Malpighiaceae Malphiguia glabra X Tetrapterys X Byrsonima intermedia X X X Malvaceae Hibiscus rosa-sinensis X X X

Malvaviscus arboreus X X Sida rhombifolia X Melastomataceae Tibouchina granulosa X X

Clidemeia sp X X

Tibouchina sp X X X

Tibouchina holosericea X X Meliaceae Trichilia sp X Mimosaceae Leucaena leucocephala X Anadenanthera collubrina X Moraceae Cecropia pachystachya X X X

Morus nigra X X

60

TABELA 2 ndash Relaccedilatildeo das espeacutecies de plantas visitadas por T angustula Continua

Famiacutelia Espeacutecie Polinizada Visitada Recurso

Poacutelen Neacutectar Myrsinaceae Ardisia crenata X X Myrtaceae Eucalyptus robusta X X X

Eugenia jambos X X X

Eugenia pitanga X Eucalyptus terecornis X Plinia glomerata X Nyctaginaceae Bougainvile aspectabilis X X X Oleaceae Jasminum azoricum X Palmae Acrocomia aculeata X X

Archontophoenix cunninghamiana X

Syagrus romanzoffiana X Copernicia alba X X Sheelea phalerata X Passifloraceae Passiflora jilekii X Piperaceae Piper mollicomum X Poaceae Paspalum sp X Polemoniaceae Cobae scandens X Polygonaceae Polygonum capitatum X X X Pontederiaceae Pontederia lanceolata X X Proteaceae Grevill a bansksii X X X Rosaceae Prunus persica X X X

Pyracantha coccinea X X Rubiaceae Pentas lanceolata X X

Citrus airantum X X Rutaceae Citrus limon X X X Scrophulariaceae Paulownia imperialis X X Solanaceae Nicotiana tabacum X X Sterculiaceae Dombeya burgessiae X Dombeya wallichii X Sterculia chicha X X Tiliaceae Heliocarpus americanus X X X Tropaeolaceae Tropaeolum majus X X X Ulmaceae Tipo celtis X Trema micrantha X X Umbelliferae Foeniculum vulgare X X X Verbenaceae Duranta repens X

Vitex agnus-castus X

Velloziaceae Vellozia candia X X X Zingiberaceae Hedychium coronarium X Fonte Pirani Laurino 1993 Carvalho Marchine Ros 1999 Agostini Sazima 2003 Toledo et al 2003 Cartopassi-Laurino 2005 Braga e Colaboradores 2012 Novais Absy Santos 2013

61

Foram encontradas 71 famiacutelias e um total de 166 espeacutecies Dessas 30 espeacutecies satildeo

polinizadas e 136 satildeo visitadas Poacutelen e neacutectar satildeo os recursos mais coletados

com coleta de poacutelen em 78 espeacutecies e de neacutectar em 69 De acordo coma Lista de

Espeacutecies da Flora do Brasil (2010) 20 das espeacutecies que satildeo polinizadas (TABELA

2) satildeo nativas o restante satildeo espeacutecies exoacuteticas ou seja natildeo pertencem agrave flora

brasileira

As famiacutelias que apresentaram maior porcentagem de visitas por T angustula foram

Compositae e Leguminosae (TABELA 2) com 13 e 12 de espeacutecies

respectivamente (GRAacuteFICO 3) sendo as famiacutelias mais importantes para a dieta da

jataiacute (AGOSTINE SAZIMA 2003 SIIONI et al 2007) Esse resultado eacute similar ao

trabalho de Simioni e colaboradores (2007) seus resultados mostram que uma das

famiacutelias analisadas Leguminosae tambeacutem apresentaram um maior destaque na

quantidade de visitas realizadas por T angustula esse fato pode ser explicado pelo

fato de que Leguminosae representa a mais importante fonte de poacutelen para essa

espeacutecie

As famiacutelias Compositae e Leguminosae satildeo as mais bem representadas pelo fato

de apresentarem espeacutecies que fornecem alimento em maior qualidade e quantidade

por vaacuterios periacuteodos do ano Com destaque para a famiacutelia Leguminosae que fornece

recursos alimentares para as abelhas nos periacuteodos de estiagem (PIRANI LAURINO

1993 AGOSTINE SAZIMA 2003)

O graacutefico abaixo ilustra o comportamento generalista deT angustula Onde 41 das

visitadas realizadas pela espeacutecie se distribuem por 55 famiacutelias vegetais Esse

comportamento concorda com trabalho de Anacleto (2007) onde dentre as cinco

espeacutecies estudadas por ele a que apresentou o haacutebito mais generalista em relaccedilatildeo

ao nuacutemero de plantas visitadas foi T angustula

62

GRAacuteFICO 3 ndash Contribuiccedilatildeo das famiacutelias de plantas para a dieta de T angustula

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria com base nos dados da Tabela 1

As abelhas generalistas visitam flores pequenas e abertas e satildeo menos

relacionadas agraves flores especializadas (RUTHCKE JULES 1993 ROUBIK 1992

apud AGOSTINI SAZIMA 2003) e tecircm preferecircncia de flores arboacutereas com

inflorescecircncia densas

Um exemplo de flores que natildeo satildeo especializadas e que satildeo importantes para a

dieta de T angustula eacute da famiacutelia Asteraceae as espeacutecies Mangifera indica e

Schinus terebinthifolius apresentam grande densidade de flores e permite faacutecil

acesso para as abelhas deste modo tornam-se importantes fornecedores de fontes

de poacutelen (BRAGA et al 2012)

De acordo com o levantamento das plantas utilizadas pelas abelhas jataiacute realizado

por diferentes autores as famiacutelias que se mostraram bem representadas foram

Malvaceae Caesalpiniaceae Melastomataceae Myrtaceae Euphorbiaceae e

Anacardiaceae sendo consideradas portanto essenciais para a dieta da jataiacute

2 2 3 2

2 3

13

3 2

3

12 2 2 2 3

3

41

Acanthaceae Agavaceae Anacardiaceae Asteraceae Bignoniaceae

Bombacaceae Compositae Euphorbiaceae Fabaceae Labiatae

Leguminosae Malpighiaceae Malvaceae Melastomataceae Myrtaceae

Palmae Outros

63

Em geral essas famiacutelias podem ser caracterizadas pela floraccedilatildeo do tipo contiacutenuo ou

seja uma floraccedilatildeo que natildeo cessa ou que ocorre na maior parte do ano o que

permite as abelhas ter acesso aos recursos em todas as estaccedilotildees do ano

(CARVALHO MARCHINI ROS 1999 AGOSTINI SAZIMA 2003 TOLEDO et al

2003 MORGADO et al 2011)

64

65

5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS Sendo este a primeira pesquisa com abelhas em compus no Espiacuterito Santo Foi

observado que a distribuiccedilatildeo dos ninhos encontrados apresentou-se uniforme

Todos os ninhos estavam instalados em paredes e pisos de concreto o que indica

seu potencial de adaptabilidade agraves condiccedilotildees antroacutepicas

A diversidade de cores de poacutelen trazida pelas forrageiras no iniacutecio da manhatilde indica

uma ampla disponibilidade de alimento que a flores oferecem nesse periacuteodo do dia

bem como a eficiecircncia das forrageiras em selecionar essas flores

De acordo com as observaccedilotildees que foram realizadas no estudo as abelhas T

angustula podem ter suas atividades influenciadas pelo clima Uma vez que foi

observado que no periacuteodo de inverno em que as temperaturas satildeo mais baixas

elas comeccedilavam a realizar suas funccedilotildees nos horaacuterios com as temperaturas mais

altas

A divisatildeo de trabalho entre forrageadoras operaacuterias de limpeza e de defesa

observado nessa espeacutecie indica o comportamento altamente social dos Meliponini

O mecanismo de defesa observado em T angustula entre guardas pairando e em

peacute pode indicar uma caracteriacutestica de complementaridade na defesa do ninho uma

vez que durante as observaccedilotildees os dois tipos de guardas sempre se fizeram

presentes O que mostra que mesmo com o atrofiamento do ferratildeo os indiviacuteduos

desenvolveram estrateacutegias para a defesa contra invasores

Foi comum observar a presenccedila de revoadas nos ninhos entre as Jataiacutes Este

comportamento em geral eacute comum para o desenvolvimento (sobrevivecircncia) da

colocircnia No caso dos ninhos observados apoacutes as revoadas eles foram

desaparecendo Este fato pode indicar um baixo iacutendice de recursos troacuteficos para

essas abelhas dentro do campus pois ao inveacutes dos ninhos se manterem ou

aumentarem em quantidade ao longo das observaccedilotildees eles desapareceram

O levantamento das flores visitadas por T angustula indicou um comportamento

generalista desta espeacutecie em visitar uma grande variedade de plantas o que mostra

sua importacircncia para garantir a variabilidade dessas plantas

66

Esse levantamento tambeacutem indicou que a polinizaccedilatildeo realizada por elas foi

predominante em plantas exoacuteticas O que pode refletir a deficiecircncia na quantidade

de plantas nativas melitoacutefilas na aacuterea de estudo

67

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Page 28: FACULDADE CATÓLICA SALESIANA DO ESPÍRITO SANTO … · No grupo dos Apinae está à tribo dos Meliponini, conhecidas como abelhas indígenas sem ferrão por possuir seu ferrão atrofiado

34

realizado na Universidade de Passo Fundo RS utilizando quatro cultivares de

morangueiro (Oso Grande Tdla Chandler e Dover) com ausecircncia e presenccedila de

duas e quatro colmeacuteias de T angustula Os autores observaram que o numero de

visitas as flores foram o mesmo para os mesmos nuacutemeros de colocircnias e que o uso

de duas ou quatro colmeacuteias natildeo alterou a produccedilatildeo dos frutos Aleacutem disso

observaram tambeacutem que a porcentagem de frutos deformados teve uma queda

consideraacutevel de 85 para 5 Sendo assim concluiacuteram que a presenccedila de

Tetragonisca angustula para a polinizaccedilatildeo em ambiente fechado tem grande

importacircncia para o aumento da produtividade e para o aumento da quantidade de

frutos comerciaacuteveis

Devido agrave grande importacircncia das abelhas sem ferratildeo para manter a biodiversidade

das plantas Braga e colaboradores (2012) fizeram um estudo com a espeacutecie T

angustula por ela ser amplamente distribuiacuteda nos habitats tropicais Com estudo

realizado em duas ilhas (Ilha Grande e Tucuruccedilaacute) e outras duas na ilha Ariroacute e

Tinguaacute todas SAP aacutereas de Mata Atlacircntica do Estado do Rio de Janeiro e apenas

Ilha Grande pertence a uma unidade de proteccedilatildeo ambiental Para esse estudo os

autores fizeram coletas de carga de poacutelen e observaccedilotildees agraves flores T angustula

visitou 61 espeacutecies de plantas sendo Anacardiaceae e Asteraceaeas mais visitadas

Na Ilha grande foi a aacuterea onde se obteve maior nuacutemero de visitas e onde se

encontrou 39 tipos poliacutenicos Dessa maneira concluiacuteram que a dieta de T angustula

eacute bem ampla e que essas pesquisas satildeo necessaacuterias para conhecer as plantas que

operam como recurso para as abelhas em ambiente natural

Com o intuito de contribuir para o conhecimento da flora e sua utilizaccedilatildeo por

polinizadores nativos Novais Absy e Santos (2013) caracterizaram o poacutelen de T

angustula atraveacutes da anaacutelise palinoloacutegica analisando os meacuteis produzidos por esta

espeacutecie em duas regiotildees semi-aacuteridas tropicais do nordeste do Brasil Com amostras

de mel coletados mensalmente nos municiacutepios de Itaberaba e Ruy Barbosa na

Bahia durante 14 meses os autores observaram que o espectro poliacutenico das

amostras de mel de T angustula consistiu um total de 67 tipos de poacutelen sendo que

18 deles foram comuns aos espectros de poacutelen tanto de Itaberaba quanto de Ruy

Barbosa e as famiacutelias das plantas que predominaram em ambos municiacutepios foram

Fabaceae Myrtaceae Malvaceae e Euphorbiaceae Concluiacuteram que houve um uso

heterogeneo dos recursos naturais no municiacutepio de Itaberaba e homogecircneo no

35

municiacutepio de Ruy Barbosa neste foi detectado um tamanho maior do nicho de poacutelen

de T angustula Para os autores isso se deve a diferenccedila na diversidade de plantas

entre os dois municiacutepios

25 COMPORTAMENTO DA ABELHA JATAIacute

Para algumas pesquisas estudos sobre comportamento eacute essencial para obter

informaccedilotildees importantes sobre a espeacutecie em estudo Para que pesquisadores

possam fazer estudo de comportamento em campo Altmann (1973) publicou um

trabalho sobre comportamento animal onde ela faz um guia para orientar os

observadores em seus estudos Ela apresenta meacutetodos para ser utilizado nas

observaccedilotildees tanto em comportamento individual quanto em grupo e apresenta o uso

de meacutetodos de amostragem nas observaccedilotildees Nesse a autora relata trabalhos de

outros autores sobre observaccedilotildees comportamentais e faz discussotildees a respeito de

problemas de amostragem em comportamento social como tambeacutem as vantagens e

desvantagens do uso de alguns meacutetodos

Um estudo relacionado com o comportamento de T angustula foi realizado por

Wittmann (1985) para mostrar que o sistema de defesa dessa espeacutecie natildeo era

apenas para defesa de alguns insetos voadores mais tambeacutem para defesa contra

ataques de abelhas cleptobioacuteticas Para observaccedilatildeo do comportamento das guardas

pairando foi mantida uma colocircnia de Lestremelitta limatildeo proacuteximo a quatros colocircnias

de T agustula O autor notou que o posicionamento das guardas pairando proacuteximo

ao corredor de vocirco do ninho permitia maior eficiecircncia nos ataques aos intrusos

cleptobioacuteticos e que durante esses ataques o numero de guardas aumentava

consideravelmente para reforccedilar a defesa do ninho Dessa maneira concluiu-se que

no comportamento de defesa essa espeacutecie faz um recrutamento em massa das

guardas em resposta a um feromocircnio lanccedilado por L limatildeo

Couvillon e colaboradores (2007) fizeram um estudo sobre a movimentaccedilatildeo das

forrageiras em relaccedilatildeo ao tamanho da entrada do ninho e o comportamento

defensivo das guardas em relaccedilatildeo agraves perturbaccedilotildees que os ninhos sofrem Para esse

trabalho os autores estudaram 26 espeacutecies de abelhas sem ferratildeo no campus da

Universidade de Satildeo Paulo em Ribeiratildeo Preto Foram medidas a entrada dos ninhos

36

e o comprimento de abelhas forrageiras Foi verificado que a entrada do tubo do

ninho se ajusta ao tamanho das abelhas operaacuterias ou seja quanto maior for a

abelha maior seraacute a entrada do ninho Tambeacutem observaram que as guardas tinham

o comportamento de proteger o ninho bloqueando sua entrada e permitindo apenas

a entrada das forrageiras Assim concluiacuteam que essas abelhas apresentam

importantes mecanismos de defesa para ninho e que estudos como esse podem

trazer informaccedilotildees importantes ao comportamento de defesas das abelhas sem

ferratildeo

Minussi e Santos (2007) fizeram um estudo para descobrir se haacute algum efeito

negativo da Apis mellifera sobre as abelhas nativas em relaccedilatildeo agrave coleta de recursos

Para isso os autores fizeram um trabalho sobre o comportamento que ocorre entre

essas abelhas Com observaccedilotildees agraves flores e coletas das abelhas na Escola

Agroteacutecnica Federal de Sombrio no municiacutepio de Santa Rosa Santa Catarina Apis

mellifera foi agrave espeacutecie mais abundante encontrada na aacuterea em estudo em seguida

Trigona spinipes foi a mais abundante Durante as observaccedilotildees notaram que o

comportamento de abertura das mandiacutebulas da subfamiacutelia Halictinae para atacar e

expulsar as abelhas africanizadas das flores era comum e que esse comportamento

ocorria sempre antes que abelhas conseguissem chegar ao fundo da flor Dessa

maneira concluiacuteram que as abelhas nativas conseguem se defender das abelhas

africanizadas para garantir seu recurso

Karcher e Ratnieks (2009) mostraram em suas pesquisas que ninhos de T

angustula natildeo eram apenas defendidos por guardas pairando mas tambeacutem por

guardas que ficam de peacute na entrada do ninho Os autores colocaram dez campeiras

e natildeo campeiras da mesma espeacutecie e campeiras tratadas com odor de

Scaptotrigona bipunctata em cinco ninhos As guardas de peacute natildeo rejeitaram

nenhuma campeira mas rejeitaram quase todas natildeo campeiras e campeiras

tratadas com odor volaacutetil A partir desse resultado concluiacuteram que as operaacuterias que

ficam de peacute na entrada do ninho tambeacutem atuam como oacutetimas guardas para

discriminar as abelhas campeiras e natildeo campeiras

No trabalho de Gruter Karcher e Ratnieks (2011)foi realizado um estudo sobre as

abelhas guardas de Tetragonisca angustula que ficam pairando e de peacute proacuteximo ao

ninho Os autores fizeram algumas experiecircncias para saber se havia alternacircncias de

tarefas entre elas A pesquisa teve duraccedilatildeo de trecircs anos e foi realizada em uma

37

fazenda perto de Satildeo Paulo Para observar essa alternacircncia de tarefas as abelhas

guardas foram coletadas e marcadas Dessa maneira notaram que das 18 abelhas

marcadas 12 eram exclusivamente guardas em peacute e seis realizavam os dois tipos

de guardas Durante as 21 horas de observaccedilatildeo natildeo foi observado mudanccedila entre

os tipos de guardas A partir desses resultados concluiacuteram que a alternacircncia de

tarefa entre as guardas eacute rara de acontecer indicando que a defesa de T angustula

e feita por divisatildeo de trabalho

Zweden e colaboradores (2011) fizeram um trabalho semelhante agrave Wittmann (1984)

com os guardas de defesa que ficam pairando Em seu estudo os autores tinham o

objetivo de testar a hipoacutetese que as guardas aumentavam a defesa do ninho em

relaccedilatildeo aos intrusos principalmente Lestrimellita limatildeo a qual eacute um ladratildeo

obrigatoacuterio de Tetragonisca angustula Foram feitas mediccedilotildees da distacircncia em que

as guardas pairando atacavam tanto um manequim de massa de modelar coberto de

citral (odor volaacutetil liberado por L limatildeo) quanto operaacuterias de Lestrimellita limatildeo

receacutem morto Todos os intrusos do experimento foram atacados por T angustula a

distacircncia que ocorreu o ataque variou entre 0-22 cm os ninhos que tinham mais

guardas apresentou maior distacircncia Dessa maneira concluiacuteram que a presenccedila de

guardas pairando aumenta a detecccedilatildeo de intrusos e que essas guardas respondem

especialmente a pistas visuais

As abelhas sem ferratildeo (eussocias) costumam apresentar divisatildeo de trabalho em

suas colocircnias Gruter e colaboradores (2012) em seu estudo quiseram testar a

hipoacutetese de que os soldados especializados (guardas) para a defesa das colocircnias de

jataiacute (Tetragonisca angustula) eram relativamente maiores que os trabalhadores

Com anaacutelise no tamanho e na forma das forrageiras guardas e trabalhadores que

removem resiacuteduos das colocircnias o autor constatou que o peso corporal das guardas

era maior que das abelhas forrageiras e que o tamanho da cabeccedila das forrageiras

mostrou-se um pouco maior em relaccedilatildeo agraves guardas Assim concluiu-se que a

variaccedilatildeo no tamanho seria devido agrave divisatildeo de trabalho ou seja a diferenccedila no

tamanho do corpo consiste em uma eficaacutecia maior para lutar contra invasores e a

diferenccedila em relaccedilatildeo ao tamanho da cabeccedila seria devido agrave necessidade das

forrageiras de decorar caminhos para busca do alimento

38

39

3 METODOLOGIA

31 AacuteREA DE ESTUDO

O Municiacutepio de Vitoacuteria possui uma extensatildeo geograacutefica que envolve um grau

elevado de urbanizaccedilatildeo (SOUZA 2011) De acordo com o Instituto Brasileiro de

Geografia e Estatiacutestica (2010) o Municiacutepio apresenta uma aacuterea de mais de 98 Kmsup2 e

conta com uma populaccedilatildeo estimada de 352104 habitantes O clima da regiatildeo de

Vitoacuteria pode ser classificado como Tropical uacutemido (CLASSIFICACcedilAtildeO [20--])

apresentando temperatura maacutexima que pode chegar a 32ordm C e miacutenima que fica em

torno de 24ordm C com os maiores iacutendices de precipitaccedilatildeo pluviomeacutetrica entre os meses

de Outubro a Janeiro (INSTITUTO CAPIXABA DE PESQUISA ASSISTEcircNCIA

TEacuteCNICA E EXTENSAtildeO RURAL 2011)

Vitoacuteria eacute um dos Municiacutepios que apresentam os maiores niacuteveis de temperaturas do

Estado Isso se deve ao fato de as grandes montanhas dificultarem a passagem dos

ventos do nuacutemero de preacutedios que aumenta com o passar dos anos assim como a

poluiccedilatildeo (SOUZA 2011)

O estudo foi realizado no Campus Universitaacuterio Alaor de Queiroz Arauacutejo da

Universidade Federal do Espiacuterito Santo (FERNANDES VALE 2013) tambeacutem

conhecido como campus de Goiabeiras Este campus se encontra localizado no

Municiacutepio de Vitoacuteria capital do Estado do Espiacuterito Santo e nas coordenadas

geograacuteficas de 20ordm 16rsquoS e 40ordm 18rsquoW (FERREIRA DANTAS 2000)

O Campus fica ao Sul e ao Oeste do canal da passagem e a Leste com a Avenida

Fernando Ferrari Ateacute 2008 era composta por uma aacuterea de ambiente entre mareacutes e

terrestre de 1592545 msup2 poreacutem com a ampliaccedilatildeo da Avenida Fernando Ferrari

essa aacuterea foi reduzida para 1567545 msup2 (FERNANDES VALE 2013) A aacuterea

amostral se localiza no entorno do Centro de Ciecircncias Humanas e Naturais (CCHN)

Implantada por volta da deacutecada de 1970 ela compotildee os ICrsquos (iniciais de Ilha do

Cercado) I II III e IV (FERNANDES VALE 2013) e apresenta uma aacuterea que

compreende edificaccedilotildees como preacutedios passarelas ruas asfaltadas paacutetio de

estacionamento e aacutereas jardinadas (MAPA 01)

40

Mapa 01- Mapa do Campus Universitaacuterio de Goiabeiras (UFES) com destaque da

aacuterea de estudo em vermelho

Fonte Google Maps (2014) 32 OBTENCcedilAtildeO DOS DADOS

A aacuterea de estudo foi inspecionada agrave procura de ninhos de T angustula com

observaccedilotildees em calccediladas paredes muros postes troncos de aacutervores entre outros

conforme Taura e Laroca (1991) Os ninhos encontrados foram marcados por letra

alfabeacutetica e mapeados com o auxiacutelio de um marcador permanente (marca Jocar

Office) e um GPS (marca Garmin etrex vista) As observaccedilotildees foram realizadas uma

vez a cada semana durante cinco meses de Abril agrave Setembro de 2014 totalizando

21 dias amostrados (140 horas) O periacuteodo no qual foram realizadas as observaccedilotildees

41

foi de 0700 agrave 1700 horas As observaccedilotildees foram feitas durante 15 minutos em cada

ninho e intercaladas nos periacuteodos matutino vespertino e dia todo com o auxilio de

uma lupa de matildeo devido elas apresentarem aproximadamente 5 miliacutemetros

(NOGUEIRA-NETO 1997) A lupa de matildeo foi utilizada tambeacutem para observar a cor

do poacutelen que as abelhas traziam para dentro do ninho

A contagem do nuacutemero de entradas e saiacutedas das abelhas coletoras e das abelhas

que protegem a colocircnia de invasores foi realizada em todos os ninhos com o auxilio

de um contador de nuacutemeros Os registros foram realizados com redaccedilatildeo dos

eventos e por meio de fotografias As observaccedilotildees seguiram o meacutetodo Animal-Focal

descrito por Altmann (1973) para anaacutelise do comportamento das abelhas Esse

meacutetodo consiste em amostrar os comportamentos de um ou mais indiviacuteduos por um

determinado periacuteodo de tempo O levantamento das principais fontes de alimento de

T angustula foi obtido a partir de dados bibliograacuteficos

33 ANAacuteLISE DOS DADOS

Para anaacutelise dos dados foi utilizado o programa ldquoMapSourcerdquo para a construccedilatildeo do

mapa dos ninhos encontrados Foi tambeacutem utilizado o programa Microsoft Excel

2007 para construccedilatildeo de graacuteficos para analisar o nuacutemero de visitas (entrada e saiacuteda)

que as abelhas coletoras apresentaram durante os cinco meses observados Os

graacuteficos foram construiacutedos por intervalos de horas sendo que as informaccedilotildees se

acumularam mais proacuteximo do horaacuterio em que houve mais eventos observados no

ninho O mesmo programa foi utilizado para retirar a meacutedia da quantidade de

guardas na defesa do ninho

Os dados resultantes do levantamento bibliograacutefico das fontes alimentares serviram

de base para a elaboraccedilatildeo de um graacutefico com a contribuiccedilatildeo das famiacutelias de plantas

mais visitadas por T angustula

42

43

4 RESULTADOS E DISCUSSOtildeES

41 LOCALIZACcedilAtildeO DOS NINHOS

Foram encontrados onze ninhos (marcados por letra alfabeacutetica de A a K) cinco

instalados em paredes e muros (K C I e J) e seis localizados sob placas de

concreto de passarelas (A B D E F G e H) (mais precisamente na base das

pilastras da passarela que se encontra entre os IC`s II e III) Este fato corrobora com

os estudos de Taura e Laroca (1991) que indica que a disponibilidade de nidificaccedilatildeo

nesses locais aumenta com as atividades antroacutepicas A localizaccedilatildeo dos ninhos eacute

apresentada pelo Mapa 02

Os ninhos C J K (Mapa 02) recebiam calorna maior parte do dia jaacute os demais natildeo

recebiam sol diretamente na maior parte do dia pois eram protegidos pela pilastra e

pela cobertura da passarela

Durante todo o periacuteodo das observaccedilotildees em geral o clima foi de dias quentes com

presenccedila de ventos

MAPA 02 ndash Mapa dos ninhos de T angustula estudadas no Campus de Goiabeiras

(UFES) Abril ndash Setembro2014

Fonte Modificado em Google earth (2014) Dos 11 ninhos observados dois ninhos natildeo apresentavam a entrada com o formato

comum de cilindro e traziam um formato natildeo definido

44

Em todos os ninhos foi possiacutevel ver que a abertura da extremidade do tubo era

relativamente grande Tal formato permite que haja espaccedilo para que algumas

abelhas guardas permaneccedilam na entrada do tubo ao mesmo tempo em que deixa

espaccedilo suficiente para as forrageiras passarem (KARCHER RATNIEKS 2009) Ao

longo de todo o tubo havia presenccedila de centenas de perfuraccedilotildees o que segundo

Gruter Karcher e Ratinieks (2011) eram para ajudar nas trocas gasosas

Nos cinco meses observados trecircs ninhos desapareceram da aacuterea amostral restando

ao final das observaccedilotildees oito ninhos Um deles (ninho E) foi perdido logo no iniacutecio

das observaccedilotildees supotildee-se que tenha ocorrido alguma intervenccedilatildeo aguda por

exemplo humana pois logo no segundo dia de observaccedilatildeo o mesmo jaacute natildeo estava

no lugar demarcado Outros dois ninhos (ninhos F e G) tambeacutem foram perdidos O F

persistiu ateacute o mecircs de Maio e o ninho G ateacute Julho Nestes o desaparecimento se

sucedeu apoacutes eventos de revoadas

42 INTERACcedilOtildeES INTER E INTRAESPECIacuteFICAS

TABELA 1 - Dados dos Ninhos observados

Data Ninho Hora Cores de Poacutelen

Presenccedila de

Resina Operaacuteriaslimpeza Guardas

em peacute Guardas pairando Ameaccedila

14abr D 07h-8h

Amarelo Branco Laranja

Vermelho

X 5 1

13mai C 10h-11h

Amarelo Branco Laranja

Vermelho

X X 4 4

20mai J 15h-16h Branco X X 8 12 02jun H 12h-13h Branco X X 8 4 16jul D 13h-14h Branco

X 8 2 Formiga

20jun B 08h-09h

Amarelo Branco Laranja

Vermelho

X X 9 3

06ago C 14h-15h Branco X 7 10 Lagartixa

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria As observaccedilotildees indicaram que as jataiacutes visitavam vaacuterias espeacutecies de flores durante

as manhatildes e iniacutecio das tardes pois nesse periacuteodo trouxeram uma grande

45

diversidade de poacutelen (cores amarela laranja branca e vermelha) transportados em

suas corbiacutecula para dentro do ninho B C e D (TABELA 1) (FIGURA 1-A) No horaacuterio

da tarde essa diversidade diminuiacutea nos ninhos C D H e J (TABELA 1) e era

representada pelo transporte de poacutelen de cor branca Este fato mostra que a

diversidade de flores visitadas decresce ao longo do dia

As abelhas sociais de um modo geral visitam as flores enquanto elas satildeo atrativas

Elas apresentam preferecircncia pela cor e satildeo capazes de discriminar os conjuntos

florais realizar sua localizaccedilatildeo e selecionar aquelas que produzem maior quantidade

e melhor qualidade de alimento (PIRANI LAURINO 1993) Existem diversos fatores

que podem influenciar a coleta de alimento pelas abelhas sociais entre eles o

comportamento das campeiras e a necessidade das colocircnias que depende do seu

tamanho (PIRANI LAURINO 1993)

Aleacutem de poacutelen tambeacutem foi observado carregamento de resina nas corbiacuteculas para

dentro do ninho B C H e J (TABELA 1) (FIGURA 1-B) essa eacute coletada pelas

abelhas em bototildees florais Depois de a resina ser coletada ela pode ser armazenada

pura ou misturada com cera No caso de T angustula ela geralmente faz a

armazenagem na forma pura (NOGUEIRA-NETO 1997) Como a resina eacute viscosa e

grudenta as abelhas a utilizam para vedar o entorno da entrada do tubo e tambeacutem

para depositar uma quantidade sobre o corpo e cabeccedila das formigas para defender

a colocircnia contra invasores (WITTMANN 1985 NOGUEIRA-NETO 1997)

Durante todo o periacuteodo observado foi notada a presenccedila de operaacuterias que cuidavam

da limpeza dos ninhos (TABELA 1) Essas operaacuterias trabalhavam retirando resiacuteduos

(detritos) de dentro do ninho e o faziam carregando atraveacutes de sua mandiacutebula

(FIGURA 1-C) Este trabalho era realizado continuamente ao longo de todo o dia

Para Nogueira-Neto (1997) T angustula eacute a espeacutecie que tem o melhor haacutebito de

limpeza e por esta razatildeo seu mel e seu proacutepolis satildeo considerados o melhor dentre

as outras espeacutecies

FIGURA 1- Divisatildeo de trabalho entre operaacuterias de Tetragonisca angustula A

Detalhe da corbiacutecula com poacutelen B Detalhe da corbiacutecula com resina C Operaacuteria de

limpeza com resiacuteduo na mandiacutebula

46

Fonte Arquivo Labibio

Em cada ninho foi possiacutevel notar a presenccedila de abelhas que ficavam tanto pousadas

ao longo do tubo de entrada do ninho quanto sobrevoando proacuteximo do mesmo

Essas abelhas satildeo chamadas por Gruter Karcher e Ratnieks (2011) de abelhas

guardas em peacute e pairando respectivamente As guardas em peacute estavam sempre

em grandes quantidades e estiveram em atividade praticamente em todo o periacuteodo

do dia

Essas guardas ficavam na maior parte do tempo com a mandiacutebula apoiada sobre o

ninho acredita-se que tenham a funccedilatildeo de depositar resina ao entorno do ninho As

demais guardas que ficavam sobrevoando estiveram mais ausentes logo no

A B

C

47

comeccedilo da manhatilde por volta das 0700 as 0900 horas As guardas pairando ficavam

na maioria das vezes em nuacutemeros de trecircs a quatro sempre posicionadas a direita e

esquerda do tubo e em direccedilatildeo a entrada (FIGURA 2)

FIGURA 2- Ninho de T angustula com guardas pairando destacado em vermelho e

guardas em peacute em destaque azul

Fonte Arquivo Labibio

Foi observado que no periacuteodo da tarde o nuacutemero de guardas pairando aumentava

Isso era visto com maior frequumlecircncia nos ninhos C e J instalados em paredes

(TABELA 1) Segundo Gruter Karcher e Ratnieks (2011) as colocircnias que

apresentam um nuacutemero maior de guardas pairando sofrem ameaccedilas de

vertebrados fato corroborado no ninho C (TABELA 1) que foi atacado por uma

lagartixa No momento em que aconteceu uma parte da populaccedilatildeo saiu do ninho e

se mostraram bem agitadas O que de acordo com Gruter Karcher Ratnieks (2011)

trata-se de uma resposta defensiva agrave percepccedilatildeo da respiraccedilatildeo de vaacuterios

vertebrados

Tambeacutem foi observado o comportamento defensivo em quando formigas se

aproximavam do ninho D (TABELA 1) As jataiacutes as ldquobeliscavamrdquo para que se

afastassem Esse mesmo comportamento foi visto durante minhas observaccedilotildees ao

Ninho A toda vez que me aproximava para observar ou fotografar surgiam vaacuterias ao

48

meu redor em uma dessas observaccedilotildees a jataiacute picou pele exposta Dentre todos os

ninhos essa foi a que apresentou o comportamento mais agressivo

De acordo com os estudos de Gruter e colaboradores (2012) T angustula eacute a uacutenica

espeacutecie que apresenta um sistema de defesa que envolve dois grupos distintos e

complementares de guardas uma pairando que se estacionam no ar proacuteximo ao

ninho e outras em peacute ao redor da entrada do ninho As guardas que ficam de frente

para o caminho de vocirco satildeo chamadas de grupo principal e as que ficam

posicionadas agrave direita e agrave esquerda do ninho satildeo o grupo secundaacuterio (GRUTER

KARCHER RATNIEKS 2011)

Uma caracteriacutestica interessante dessas guardas eacute que apresentam caracteriacutesticas

morfoloacutegicas diferentes das operaacuterias (satildeo maiores e mais pesadas) (GRUTER et

al 2012) Elas apresentam diferenccedilas no comprimento da asa no tamanho das

pernas traseiras que satildeo relativamente maiores para seu corpo (podendo ajudar na

luta contra invasores) e cabeccedila um pouco menor que das forrageiras Essa ultima

caracteriacutestica estaacute associada agrave maior necessidade das forrageiras de processar

informaccedilotildees sensoriais relacionadas ao forrageamento (GRUTER et al 2012)

As abelhas guardas possuem a funccedilatildeo de defender sua colocircnia de ataques de

intrusos que aproveitam do seu trabalho para roubar o alimento produzido

(GRUTER KARCHER RATNIEKS 2011) As accedilotildees especiacuteficas desses intrusos satildeo

detectadas mais pelas guardas em peacute pois elas conseguem identificar as campeiras

e natildeo campeiras da mesma espeacutecie por quimiorecepccedilatildeo (KARCHER RATNIEKS

2009 GRUTER KARCHER RATNIEKS 2011) Jaacute as guardas que pairam perto do

ninho atacam intrusos que natildeo satildeo da mesma espeacutecie elas o reconhecem pela cor

forma do corpo e pelos odores volaacuteteis (KARCHER RATNIEKS 2009) De acordo

com Zweden e Colaboradores (2011) a presenccedila de guardas pairando aumenta a

detecccedilatildeo de intrusos e que essas guardas respondem especialmente a pistas

visuais Como comportamento de defesa as guardas liberam um feromocircnio de

alarme para recrutar os trabalhadores para o ataque (FREE 1987 apud ZWEDEN

2011)

O nuacutemero meacutedio de guardas durante o periacuteodo observado mostrou-se maior para as

guardas em peacute (78) do que para as guardas pairando (35) Esse fato eacute explicado

por Gruter Karcher e Ratnieks (2011) para eles o gasto energeacutetico das guardas

pairando eacute muito maior de modo que eacute menos dispendioso energicamente para as

49

abelhas ficarem em peacute Mesmo tendo um gasto energeacutetico muito alto nas

observaccedilotildees de Wittmann (1985) as atividades do voo das guardas foi constatado

que essas ficavam pairando por cerca de 70 minutos antes de voltar para dentro do

ninho Este fato mostra que a mudanccedila de guardas natildeo eacute comum e que a defesa do

ninho eacute feita por divisatildeo de trabalho e natildeo por alternacircncia de tarefas (GRUTER

KARCHER RATNIEKS 2011)

Os ninhos que desapareceram ao longo das observaccedilotildees foram devido agraves revoadas

um comportamento comum nas abelhas Nas jataiacutes as revoadas geralmente

ocorrem devido ao calor para refrescar o ninho em caso de altas temperaturas uma

parte da populaccedilatildeo sai do ninho enxameamento para reproduccedilatildeo ou devido agrave

interferecircncia humana quando um ninho eacute retirado de um local para outro

(INFORMACcedilAtildeO PESSOAL ZOCOLOTTI V R) De acordo com este na primeira

semana eacute possiacutevel presenciar alguma revoada que pode ser para identificaccedilatildeo

tanto da flora apiacutecola quanto para localizaccedilatildeo do novo ambiente

No caso dos ninhos F e G ao final de cada revoada observada a entrada do ninho

ficava bastante danificada Foram observadas trecircs revoadas (duas no mesmo dia)

do ninho F todas no mecircs de Maio e duas (em dias diferentes) no ninho G no mecircs

de Junho Apoacutes estas observaccedilotildees os dois ninhos desapareceram

Durante as revoadas vaacuterias abelhas caiam no chatildeo agarradas umas nas outras

Apoacutes queda era possiacutevel observar que as guardas conseguiam prender e retirar

com sua mandiacutebula as pernas e asas do invasor (FIGURA 3-A e B) o que impedia

as invasoras de conseguir atacar novamente Segundo Kerr e colaboradores (2005)

as guardas agarram as pernas dos invasores para que eles caiam no chatildeo e sejam

comidos pelas formigas que ficam proacuteximas aos ninhos

50

FIGURA 3 - Ataque de invasores A T angustula com mandiacutebula presa agrave perna do

Jataiacute invasora BPerna de invasores retirada apoacutes ataque

Fonte Arquivo Labibio

De acordo com Zocolotti VR (INFORMACcedilAtildeO PESSOAL) as cinco espeacutecies de

Meliponini criadas por ele podem apresentar o comportamento de saquear outros

ninhos e isso pode ocorrer por oportunismo ou por falta de alimento Em especial

as Jataiacutes geralmente possuem o costume de atacar as proacuteprias jataiacutes esses

ataques acontecem dentro do mesmo ninho e entre outros proacuteximos Esses ataques

podem ocorrer por atraccedilatildeo de feromocircnio de princesa (rainhas jovens natildeo

fecundadas) por enxame fraco ou ateacute mesmo para absorver o fraco ou seja elas

entram e acabam matando a rainha e mantecircm os trabalhadores por um tempo ateacute

absorver o enxame ou ateacute mesmo o deixam morrer sendo dessa maneira muito

complexas em relaccedilatildeo ao comportamento

Na aacuterea do campus da Ufes houve uma consideraacutevel devastaccedilatildeo na vegetaccedilatildeo

nativa (compreendida de Mata Atlacircntica Manguezal e Restinga) devido agrave

construccedilatildeo de preacutedios que foram erguidos logo no iniacutecio da implantaccedilatildeo da

Universidade Como medida compensatoacuteria foi feito o plantio de espeacutecies arboacutereas

usando em demasia espeacutecies exoacuteticas (CASTRO 2003) Na Ufes eacute possiacutevel ver

poucas aacutereas jardinadas Aleacutem disso sempre que eacute necessaacuterio construir um novo

preacutedio novas aacutereas satildeo eliminadas podendo ou natildeo ser compensada com plantas

nativas

A B

51

Em abelhas sociais o comportamento de saque eacute comum acontecer em sequumlecircncias

natildeo contiacutenuas ou seja ela cessa e recomeccedila por periacuteodos de tempo (SANTANA

etal 2004) Durante as observaccedilotildees foram presenciadas trecircs revoadas ao ninho F

duas no mesmo dia poreacutem em horaacuterios diferentes e duas ao ninho G em dias

diferentes (FIGURAS 4- A B C e D)

FIGURA 4 ndash Revoada do ninho F A Vista da entrada do iniacutecio do estudo B Vista

da entrada em plena atividade em iniacutecio de maio C Entrada apoacutes uma revoada em

maio D Vista da entrada do ninho apoacutes uacuteltima revoada em maio

Fonte Arquivo Labibio

Nas figuras 4a e b mostram o estado em que a entrada do ninho se encontrava na

primeira semana de observaccedilatildeo (vinte e oito de Abril) e na primeira semana do mecircs

seguinte (sete de Maio) esse uacuteltimo a entrada do ninho jaacute se encontrava danificado

No ninho F(FIGURA 4) as revoadas que ocorreram no dia vinte de Maio entre

A B

C D

52

1000 e 1400 horas e no dia vinte e seis de Maio entre 1600 e 1700 horas

corroborando com Santana e colaboradores (2004) sobre o comportamento de

saques intermitentes

No ninho G as revoadas se iniciaram duas semanas apoacutes o desaparecimento do

ninho F nos dias nove e vinte e seis de junho entre 1500 e 1600 horas e dia 16 de

junho no mesmo horaacuterio (FIGURA 5-A B e C)

FIGURA 5 ndash Revoadas no Ninho G A Ninho no iniacutecio de Maio B Registro da

primeira revoada C Ultima revoada perda do ninho

Fonte Arquivo Labibio

As observaccedilotildees evidenciaram a ocorrecircncia de um acuacutemulo de resiacuteduos sobre os

ninhos apoacutes as revoadas (FGURA 5-B) No ninho G tinha uma subpopulaccedilatildeo

A B

C

53

pequena mas bem ativa conforme verificado apoacutes quatro horas de observaccedilatildeo em

nove dias (Graacutefico 1- A e B)

GRAacuteFICO1 A ndash Ritmo de Saiacutedas no Ninho G

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

GRAacuteFICO 1B ndash Ritmo de entradas no ninho G

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

0

20

40

60

80

100

120

140

09h-10h 10h-11h 12h-13h 14h-15h 16h-17h

Nuacutem

ero

de V

isita

s

Horaacuterios

13mai 20mai 26mai

0

20

40

60

80

100

120

140

160

180

200

09h-10h 10h-11h 12h-13h 14h-15h 16h-17h

Nuacutem

ero

de V

isita

s

Horaacuterios

13mai 20mai 26mai

54

No ninho G as abelhas iniciaram suas atividades antes de 09h evidenciado pela

entrada de aproximadamente 180 forrageadoras entre 9 e 10h As saiacutedas neste

mesmo periacuteodo ficaram em torno de 100

Entre 16h-17h houve um grande nuacutemero de entrada o que era esperado todas as

que saiacuteram tecircm que retornar enquanto haacute luminosidade e antes do ninho ser

fechado Conforme esperado por Gruter Karcher Ratnieks (2011) quando comeccedila

a escurecer as Jataiacutes fecham a entrada do tubo para impedir que intrusos ataquem

seu ninho durante a noite e abrem pela manhatilde quando o clima estaacute mais favoraacutevel

para iniciarem suas atividades

Neste ninho entre 12h-13h houve um nuacutemero maior de saiacutedas que de entradas ateacute

agraves 16h Isso possivelmente esteve relacionado agrave uma grande distacircncia entre o ninho

e as fontes de recursos troacuteficos

Outro ninho em que foi possiacutevel observar todos os meses notou-se que apresentou

atividade durante todo o dia (GRAacuteFICO 2-A e B)

GRAacuteFICO 2A ndash Ritmo de saiacutedas do ninho B

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

0

50

100

150

200

250

300

350

400

450

500

07h-08h 08h-09h 09h-10h 11h-12h 12h-13h 13h-14h 14h-15h 15h-16h 16h-17h

Nuacutem

ero

de V

isita

s

Horaacuterios

28abr 13mai 20mai 26mai 09jun 16jun 23jun 01jul 09jul

16jul 23jul 30jul 06ago 13ago 20ago 27ago 05set 10set

55

GRAacuteFICO 2B ndash Ritmo de entradas do nino B

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

O ninho B tinha uma subpopulaccedilatildeo mais numerosa que F e G Durante o inverno

(2307 e 2708) as abelhas iniciavam suas atividades cerca de duas horas mais

tarde em horaacuterio com temperatura mais elevada (indicado pela seta preta) Tal fato

corrobora com as observaccedilotildees de Ulian e colaboradores (2007) que constata que

em periacuteodo mais chuvoso onde as temperaturas satildeo geralmente mais baixas as

Jataiacutes apresentam iniacutecio de atividade agraves 9 horas da manhatilde devido agrave temperatura

nesse horaacuterio comeccedilar a aumentar

Proacuteximo do horaacuterio de 10 horas houve um grande nuacutemero de saiacutedas do ninho

seguido de um grande nuacutemero de entrada o que indica a ocorrecircncia de uma fonte

de recursos proacutexima ao ninho ou a indisponibilidade de recurso para ser coletado

naquela hora Acredita-se que na primeira possibilidade - fonte proacutexima ela era de

resina pelo fato de ter havido um intervalo de saiacuteda ateacute agraves 12h jaacute que esta

demanda mais tempo para ser retirada da corbiacutecula e armazenada por ser

pegajosa No caso da segunda possibilidade natildeo encontraram alimento disponiacutevel

naquele horaacuterio o retorno ao ninho eacute a alternativa mais eficaz para evitar um alto

gasto energeacutetico ateacute que o recurso fique disponiacutevel para coleta

0

100

200

300

400

500

600

07h-08h 08h-09h 09h-10h 10h-11h 11h-12h 12h-13h 13h-14h 14h-15h 15h-16h 16h-17h

Nuacutem

ero

de V

isita

s

Horaacuterios 28abr 13mai 20mai 26mai 09jun 16jun 23jun 09jul16jul 23jul 30jul 20ago 27ago 05set 10set

56

No outono as atividades das Jataiacutes comeccedilaram a diminuir por volta de 15 horas

(indicado pela seta marrom) ateacute cessar totalmente no iniacutecio das 16 horas Pelos

graacuteficos nota-se que o ninho B possui vantagem de uma hora nas atividades em

relaccedilatildeo ao ninho G isso provavelmente ocorreu porque o ninho B obteve mais

sucesso nas coletas distribuiacutedas ao longo do dia

43 RECURSOS FLORAIS

Eacute notoacuteria a relaccedilatildeo que existe entre abelha-flor relaccedilatildeo essa que sucedeu a milhotildees

de anos desde entatildeo as abelhas dependem de substancias utilizadas na

alimentaccedilatildeo e as plantas se beneficiam com a polinizaccedilatildeo (PIRANI LAURINO

1993) Para entender a biologia dos Meliponini eacute importante conhecer sua

alimentaccedilatildeo Para isso eacute necessaacuterio fazer um levantamento das plantas utilizadas

para coleta de poacutelen e neacutectar (SOUZA 1999 apud OLIVEIRA ABSY MIRANDA

2009)

Com base nos dados obtidos sobre as fontes alimentares de T angustula na

literatura (TABELA 2) nota-se a capacidade dessa espeacutecie de visitar uma ampla

diversidade de famiacutelias de plantas Segundo Toledo e colaboradores (2003) durante

cada voo das campeiras em meacutedia 100 flores satildeo visitadas

O levantamento bibliograacutefico indicou que existem duas metodologias bastante

usadas por autores para conhecer a dieta das abelhas Uma delas eacute a investigaccedilatildeo

palinoloacutegica para avaliar as fontes de recursos florais utilizados (poacutelen e neacutectar)

com base no gratildeo de poacutelen depositado no corpo da abelha para identificaccedilatildeo das

espeacutecies vegetais (CARVALHO MARCHINE ROS 1999 FEIDEN 1994 SIMIONI et

al 2007 OLIVEIRA ABSY MIRANDA 2009 MORGADO et al 2011NOVAIS

ABSY SANTOS 2013) A outra se daacute por meio de observaccedilotildees das campeiras nas

flores (AGOSTINI SAZIMA 2003 TOLEDO et al 2003OLIVEIRA ABSY

MIRANDA 2009 BRAGA et al 2012) A partir desses meacutetodos eacute possiacutevel saber

quais satildeo as plantas que produzem seus alimentos preferenciais e quais as fontes

alternativas (OLIVEIRA ABSY MIRANDA 2009)

57

TABELA 2 ndash Relaccedilatildeo das espeacutecies de plantas visitadas porT Angustula Continua

Famiacutelia Espeacutecie Polinizada Visitada Recurso

Poacutelen Neacutectar

Acanthaceae Thunbergia grandiflora X Odontonema strictum X X

Justicia brandegeana X

Ruellia silvaecola X Agavaceae Agave americana X X X

Agave sisalana X X X

Agave attenuata X X X

Dracena fragana X X X Aizoaceae Mesembryantemum spectabilis X Lamprantus productus X Amaranthaceae Gomphrena globosa X Amarylidaceae Clivia miniata X X X Anacardiaceae Schinus terebinthifolius X X

Lithraea molleoides X X

Toxicodendron verniciferum X X

Mangifera indica X X X

Tapirira guianensis X Apiaceae Hydrocotyle leucocephala X Apocynaceae Trevetia peruviana X Araliaceae Tetrapanax papyrifera X X X Asclepiadaceae Asclepias curassavica X X Asteraceae Parthenium hysterophorus X Aspillia latissima X Aspillia sp X Balsaminaceae Impatiens balsamina X X X

Impatiens sultanii X Bignoniaceae Spathodea campanulata X X Tabebulaim petiginosa X X X

Tabebula chrysotricha X X X Bixaceae Bixa orellana X X Bombacaceae Ceiba arianthos X X

Pseudo bombax sp X X

Pseudobombax tomentoso X X

Eriotheca canolleana X X

Bombax ceiba X X Boraginaceae Cordia superba X X

Cordia glabrata X X Brassicaceae Brassica sp X Cactaceae Opuntia ficusindica X X Caesalpiniaceae Schizolobium parahyba X X Capparaceae Cleome spinosa X Caprifoliaceae Lonicera japonica X X

58

TABELA 2 ndash Relaccedilatildeo das espeacutecies de plantas visitadas por T angustula Continua

Famiacutelia Espeacutecie Polinizada Visitada Recurso

Poacutelen Neacutectar

Sambucus australis X X Caryophylaceae Silene armeria X Cecropiaceae Cecropia hololeuca X Cochlospermaceae Cochlospermum vitifolium X X Compositae Vernonia polyanthes X X

Bidens pilosa X X Cosmos auphureus X X X

Centratherium violaceum X X X

Dahlia sp X Eclipta alba X Asterla evis X Tithonia rotundifolia X X X

Tithonia speciosa X X X

Tithonia diversifolia X Baccharis sp X Wedelia paludosa X Eupatorium sp X Mikania glomerata X X

Montano apyramidata X X Montano abipinnatifiada X Senecio brasiliensis X X X

Emilia sonchifolia X X Ambrosia sp X X Creopsis grandiflora X Galinsoga parviflora X Crassulaceae Kalanchoe tubiflora X X Cyperaceae Cyperus sp X Elaeocarpaceae Muntingia calabura X Ericaceae Rhododendron simsii X X X

Rhododendron indicum X X X Euphorbiaceae Alchornea sidaefolia X X X

Euphorbia milii X X X

Euphorbia pulcherrima X X X

Ricinus communis X X X

Croton sp X Fabaceae Desmodium sp X Tipuana tipu X Vigna peduncularis X X Guttiferae Kielmeyera coriacea X X Iridaceae Dietes vegeta X Labiatae Salvia splendens X Origanum vugare X

59

TABELA 2 ndash Relaccedilatildeo das espeacutecies de plantas visitadas por T angustula Continua

Famiacutelia Espeacutecie Polinizada Visitada Recurso

Poacutelen Neacutectar

Ocimum sellowii X Iboza riparia X X X

Coleus blumei X X X Leguminosae Andira anthelmintica X X

Mimosa daleoides X X X

Myroxylon balsamum X X X

Piptadenia gonoacantha X X X

Stylos anthesscabra X Caesalpinia bonducella X X X

Caesalpinia pelthophoroides X X X

Crotalaria lanceolata X Calliandra twedii X Sophora tomentosa X X Mimosa pudica X Erythrina speciosa X X X

Cassia grandis X Schizolobium parahyba X X Senna multijuga X Senna bicapsularis X X Delonix regia X Clitoria fairchildiana X Centrolobium tomentoso X Liliaceae Aloe sp X X Bulbine frutescens X Loranthaceae Struthanthus andrastylus X X Lythraceae Lagerstroemia indica X X Magnoliaceae Talauma ovata X X Malpighiaceae Malphiguia glabra X Tetrapterys X Byrsonima intermedia X X X Malvaceae Hibiscus rosa-sinensis X X X

Malvaviscus arboreus X X Sida rhombifolia X Melastomataceae Tibouchina granulosa X X

Clidemeia sp X X

Tibouchina sp X X X

Tibouchina holosericea X X Meliaceae Trichilia sp X Mimosaceae Leucaena leucocephala X Anadenanthera collubrina X Moraceae Cecropia pachystachya X X X

Morus nigra X X

60

TABELA 2 ndash Relaccedilatildeo das espeacutecies de plantas visitadas por T angustula Continua

Famiacutelia Espeacutecie Polinizada Visitada Recurso

Poacutelen Neacutectar Myrsinaceae Ardisia crenata X X Myrtaceae Eucalyptus robusta X X X

Eugenia jambos X X X

Eugenia pitanga X Eucalyptus terecornis X Plinia glomerata X Nyctaginaceae Bougainvile aspectabilis X X X Oleaceae Jasminum azoricum X Palmae Acrocomia aculeata X X

Archontophoenix cunninghamiana X

Syagrus romanzoffiana X Copernicia alba X X Sheelea phalerata X Passifloraceae Passiflora jilekii X Piperaceae Piper mollicomum X Poaceae Paspalum sp X Polemoniaceae Cobae scandens X Polygonaceae Polygonum capitatum X X X Pontederiaceae Pontederia lanceolata X X Proteaceae Grevill a bansksii X X X Rosaceae Prunus persica X X X

Pyracantha coccinea X X Rubiaceae Pentas lanceolata X X

Citrus airantum X X Rutaceae Citrus limon X X X Scrophulariaceae Paulownia imperialis X X Solanaceae Nicotiana tabacum X X Sterculiaceae Dombeya burgessiae X Dombeya wallichii X Sterculia chicha X X Tiliaceae Heliocarpus americanus X X X Tropaeolaceae Tropaeolum majus X X X Ulmaceae Tipo celtis X Trema micrantha X X Umbelliferae Foeniculum vulgare X X X Verbenaceae Duranta repens X

Vitex agnus-castus X

Velloziaceae Vellozia candia X X X Zingiberaceae Hedychium coronarium X Fonte Pirani Laurino 1993 Carvalho Marchine Ros 1999 Agostini Sazima 2003 Toledo et al 2003 Cartopassi-Laurino 2005 Braga e Colaboradores 2012 Novais Absy Santos 2013

61

Foram encontradas 71 famiacutelias e um total de 166 espeacutecies Dessas 30 espeacutecies satildeo

polinizadas e 136 satildeo visitadas Poacutelen e neacutectar satildeo os recursos mais coletados

com coleta de poacutelen em 78 espeacutecies e de neacutectar em 69 De acordo coma Lista de

Espeacutecies da Flora do Brasil (2010) 20 das espeacutecies que satildeo polinizadas (TABELA

2) satildeo nativas o restante satildeo espeacutecies exoacuteticas ou seja natildeo pertencem agrave flora

brasileira

As famiacutelias que apresentaram maior porcentagem de visitas por T angustula foram

Compositae e Leguminosae (TABELA 2) com 13 e 12 de espeacutecies

respectivamente (GRAacuteFICO 3) sendo as famiacutelias mais importantes para a dieta da

jataiacute (AGOSTINE SAZIMA 2003 SIIONI et al 2007) Esse resultado eacute similar ao

trabalho de Simioni e colaboradores (2007) seus resultados mostram que uma das

famiacutelias analisadas Leguminosae tambeacutem apresentaram um maior destaque na

quantidade de visitas realizadas por T angustula esse fato pode ser explicado pelo

fato de que Leguminosae representa a mais importante fonte de poacutelen para essa

espeacutecie

As famiacutelias Compositae e Leguminosae satildeo as mais bem representadas pelo fato

de apresentarem espeacutecies que fornecem alimento em maior qualidade e quantidade

por vaacuterios periacuteodos do ano Com destaque para a famiacutelia Leguminosae que fornece

recursos alimentares para as abelhas nos periacuteodos de estiagem (PIRANI LAURINO

1993 AGOSTINE SAZIMA 2003)

O graacutefico abaixo ilustra o comportamento generalista deT angustula Onde 41 das

visitadas realizadas pela espeacutecie se distribuem por 55 famiacutelias vegetais Esse

comportamento concorda com trabalho de Anacleto (2007) onde dentre as cinco

espeacutecies estudadas por ele a que apresentou o haacutebito mais generalista em relaccedilatildeo

ao nuacutemero de plantas visitadas foi T angustula

62

GRAacuteFICO 3 ndash Contribuiccedilatildeo das famiacutelias de plantas para a dieta de T angustula

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria com base nos dados da Tabela 1

As abelhas generalistas visitam flores pequenas e abertas e satildeo menos

relacionadas agraves flores especializadas (RUTHCKE JULES 1993 ROUBIK 1992

apud AGOSTINI SAZIMA 2003) e tecircm preferecircncia de flores arboacutereas com

inflorescecircncia densas

Um exemplo de flores que natildeo satildeo especializadas e que satildeo importantes para a

dieta de T angustula eacute da famiacutelia Asteraceae as espeacutecies Mangifera indica e

Schinus terebinthifolius apresentam grande densidade de flores e permite faacutecil

acesso para as abelhas deste modo tornam-se importantes fornecedores de fontes

de poacutelen (BRAGA et al 2012)

De acordo com o levantamento das plantas utilizadas pelas abelhas jataiacute realizado

por diferentes autores as famiacutelias que se mostraram bem representadas foram

Malvaceae Caesalpiniaceae Melastomataceae Myrtaceae Euphorbiaceae e

Anacardiaceae sendo consideradas portanto essenciais para a dieta da jataiacute

2 2 3 2

2 3

13

3 2

3

12 2 2 2 3

3

41

Acanthaceae Agavaceae Anacardiaceae Asteraceae Bignoniaceae

Bombacaceae Compositae Euphorbiaceae Fabaceae Labiatae

Leguminosae Malpighiaceae Malvaceae Melastomataceae Myrtaceae

Palmae Outros

63

Em geral essas famiacutelias podem ser caracterizadas pela floraccedilatildeo do tipo contiacutenuo ou

seja uma floraccedilatildeo que natildeo cessa ou que ocorre na maior parte do ano o que

permite as abelhas ter acesso aos recursos em todas as estaccedilotildees do ano

(CARVALHO MARCHINI ROS 1999 AGOSTINI SAZIMA 2003 TOLEDO et al

2003 MORGADO et al 2011)

64

65

5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS Sendo este a primeira pesquisa com abelhas em compus no Espiacuterito Santo Foi

observado que a distribuiccedilatildeo dos ninhos encontrados apresentou-se uniforme

Todos os ninhos estavam instalados em paredes e pisos de concreto o que indica

seu potencial de adaptabilidade agraves condiccedilotildees antroacutepicas

A diversidade de cores de poacutelen trazida pelas forrageiras no iniacutecio da manhatilde indica

uma ampla disponibilidade de alimento que a flores oferecem nesse periacuteodo do dia

bem como a eficiecircncia das forrageiras em selecionar essas flores

De acordo com as observaccedilotildees que foram realizadas no estudo as abelhas T

angustula podem ter suas atividades influenciadas pelo clima Uma vez que foi

observado que no periacuteodo de inverno em que as temperaturas satildeo mais baixas

elas comeccedilavam a realizar suas funccedilotildees nos horaacuterios com as temperaturas mais

altas

A divisatildeo de trabalho entre forrageadoras operaacuterias de limpeza e de defesa

observado nessa espeacutecie indica o comportamento altamente social dos Meliponini

O mecanismo de defesa observado em T angustula entre guardas pairando e em

peacute pode indicar uma caracteriacutestica de complementaridade na defesa do ninho uma

vez que durante as observaccedilotildees os dois tipos de guardas sempre se fizeram

presentes O que mostra que mesmo com o atrofiamento do ferratildeo os indiviacuteduos

desenvolveram estrateacutegias para a defesa contra invasores

Foi comum observar a presenccedila de revoadas nos ninhos entre as Jataiacutes Este

comportamento em geral eacute comum para o desenvolvimento (sobrevivecircncia) da

colocircnia No caso dos ninhos observados apoacutes as revoadas eles foram

desaparecendo Este fato pode indicar um baixo iacutendice de recursos troacuteficos para

essas abelhas dentro do campus pois ao inveacutes dos ninhos se manterem ou

aumentarem em quantidade ao longo das observaccedilotildees eles desapareceram

O levantamento das flores visitadas por T angustula indicou um comportamento

generalista desta espeacutecie em visitar uma grande variedade de plantas o que mostra

sua importacircncia para garantir a variabilidade dessas plantas

66

Esse levantamento tambeacutem indicou que a polinizaccedilatildeo realizada por elas foi

predominante em plantas exoacuteticas O que pode refletir a deficiecircncia na quantidade

de plantas nativas melitoacutefilas na aacuterea de estudo

67

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Page 29: FACULDADE CATÓLICA SALESIANA DO ESPÍRITO SANTO … · No grupo dos Apinae está à tribo dos Meliponini, conhecidas como abelhas indígenas sem ferrão por possuir seu ferrão atrofiado

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municiacutepio de Ruy Barbosa neste foi detectado um tamanho maior do nicho de poacutelen

de T angustula Para os autores isso se deve a diferenccedila na diversidade de plantas

entre os dois municiacutepios

25 COMPORTAMENTO DA ABELHA JATAIacute

Para algumas pesquisas estudos sobre comportamento eacute essencial para obter

informaccedilotildees importantes sobre a espeacutecie em estudo Para que pesquisadores

possam fazer estudo de comportamento em campo Altmann (1973) publicou um

trabalho sobre comportamento animal onde ela faz um guia para orientar os

observadores em seus estudos Ela apresenta meacutetodos para ser utilizado nas

observaccedilotildees tanto em comportamento individual quanto em grupo e apresenta o uso

de meacutetodos de amostragem nas observaccedilotildees Nesse a autora relata trabalhos de

outros autores sobre observaccedilotildees comportamentais e faz discussotildees a respeito de

problemas de amostragem em comportamento social como tambeacutem as vantagens e

desvantagens do uso de alguns meacutetodos

Um estudo relacionado com o comportamento de T angustula foi realizado por

Wittmann (1985) para mostrar que o sistema de defesa dessa espeacutecie natildeo era

apenas para defesa de alguns insetos voadores mais tambeacutem para defesa contra

ataques de abelhas cleptobioacuteticas Para observaccedilatildeo do comportamento das guardas

pairando foi mantida uma colocircnia de Lestremelitta limatildeo proacuteximo a quatros colocircnias

de T agustula O autor notou que o posicionamento das guardas pairando proacuteximo

ao corredor de vocirco do ninho permitia maior eficiecircncia nos ataques aos intrusos

cleptobioacuteticos e que durante esses ataques o numero de guardas aumentava

consideravelmente para reforccedilar a defesa do ninho Dessa maneira concluiu-se que

no comportamento de defesa essa espeacutecie faz um recrutamento em massa das

guardas em resposta a um feromocircnio lanccedilado por L limatildeo

Couvillon e colaboradores (2007) fizeram um estudo sobre a movimentaccedilatildeo das

forrageiras em relaccedilatildeo ao tamanho da entrada do ninho e o comportamento

defensivo das guardas em relaccedilatildeo agraves perturbaccedilotildees que os ninhos sofrem Para esse

trabalho os autores estudaram 26 espeacutecies de abelhas sem ferratildeo no campus da

Universidade de Satildeo Paulo em Ribeiratildeo Preto Foram medidas a entrada dos ninhos

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e o comprimento de abelhas forrageiras Foi verificado que a entrada do tubo do

ninho se ajusta ao tamanho das abelhas operaacuterias ou seja quanto maior for a

abelha maior seraacute a entrada do ninho Tambeacutem observaram que as guardas tinham

o comportamento de proteger o ninho bloqueando sua entrada e permitindo apenas

a entrada das forrageiras Assim concluiacuteam que essas abelhas apresentam

importantes mecanismos de defesa para ninho e que estudos como esse podem

trazer informaccedilotildees importantes ao comportamento de defesas das abelhas sem

ferratildeo

Minussi e Santos (2007) fizeram um estudo para descobrir se haacute algum efeito

negativo da Apis mellifera sobre as abelhas nativas em relaccedilatildeo agrave coleta de recursos

Para isso os autores fizeram um trabalho sobre o comportamento que ocorre entre

essas abelhas Com observaccedilotildees agraves flores e coletas das abelhas na Escola

Agroteacutecnica Federal de Sombrio no municiacutepio de Santa Rosa Santa Catarina Apis

mellifera foi agrave espeacutecie mais abundante encontrada na aacuterea em estudo em seguida

Trigona spinipes foi a mais abundante Durante as observaccedilotildees notaram que o

comportamento de abertura das mandiacutebulas da subfamiacutelia Halictinae para atacar e

expulsar as abelhas africanizadas das flores era comum e que esse comportamento

ocorria sempre antes que abelhas conseguissem chegar ao fundo da flor Dessa

maneira concluiacuteram que as abelhas nativas conseguem se defender das abelhas

africanizadas para garantir seu recurso

Karcher e Ratnieks (2009) mostraram em suas pesquisas que ninhos de T

angustula natildeo eram apenas defendidos por guardas pairando mas tambeacutem por

guardas que ficam de peacute na entrada do ninho Os autores colocaram dez campeiras

e natildeo campeiras da mesma espeacutecie e campeiras tratadas com odor de

Scaptotrigona bipunctata em cinco ninhos As guardas de peacute natildeo rejeitaram

nenhuma campeira mas rejeitaram quase todas natildeo campeiras e campeiras

tratadas com odor volaacutetil A partir desse resultado concluiacuteram que as operaacuterias que

ficam de peacute na entrada do ninho tambeacutem atuam como oacutetimas guardas para

discriminar as abelhas campeiras e natildeo campeiras

No trabalho de Gruter Karcher e Ratnieks (2011)foi realizado um estudo sobre as

abelhas guardas de Tetragonisca angustula que ficam pairando e de peacute proacuteximo ao

ninho Os autores fizeram algumas experiecircncias para saber se havia alternacircncias de

tarefas entre elas A pesquisa teve duraccedilatildeo de trecircs anos e foi realizada em uma

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fazenda perto de Satildeo Paulo Para observar essa alternacircncia de tarefas as abelhas

guardas foram coletadas e marcadas Dessa maneira notaram que das 18 abelhas

marcadas 12 eram exclusivamente guardas em peacute e seis realizavam os dois tipos

de guardas Durante as 21 horas de observaccedilatildeo natildeo foi observado mudanccedila entre

os tipos de guardas A partir desses resultados concluiacuteram que a alternacircncia de

tarefa entre as guardas eacute rara de acontecer indicando que a defesa de T angustula

e feita por divisatildeo de trabalho

Zweden e colaboradores (2011) fizeram um trabalho semelhante agrave Wittmann (1984)

com os guardas de defesa que ficam pairando Em seu estudo os autores tinham o

objetivo de testar a hipoacutetese que as guardas aumentavam a defesa do ninho em

relaccedilatildeo aos intrusos principalmente Lestrimellita limatildeo a qual eacute um ladratildeo

obrigatoacuterio de Tetragonisca angustula Foram feitas mediccedilotildees da distacircncia em que

as guardas pairando atacavam tanto um manequim de massa de modelar coberto de

citral (odor volaacutetil liberado por L limatildeo) quanto operaacuterias de Lestrimellita limatildeo

receacutem morto Todos os intrusos do experimento foram atacados por T angustula a

distacircncia que ocorreu o ataque variou entre 0-22 cm os ninhos que tinham mais

guardas apresentou maior distacircncia Dessa maneira concluiacuteram que a presenccedila de

guardas pairando aumenta a detecccedilatildeo de intrusos e que essas guardas respondem

especialmente a pistas visuais

As abelhas sem ferratildeo (eussocias) costumam apresentar divisatildeo de trabalho em

suas colocircnias Gruter e colaboradores (2012) em seu estudo quiseram testar a

hipoacutetese de que os soldados especializados (guardas) para a defesa das colocircnias de

jataiacute (Tetragonisca angustula) eram relativamente maiores que os trabalhadores

Com anaacutelise no tamanho e na forma das forrageiras guardas e trabalhadores que

removem resiacuteduos das colocircnias o autor constatou que o peso corporal das guardas

era maior que das abelhas forrageiras e que o tamanho da cabeccedila das forrageiras

mostrou-se um pouco maior em relaccedilatildeo agraves guardas Assim concluiu-se que a

variaccedilatildeo no tamanho seria devido agrave divisatildeo de trabalho ou seja a diferenccedila no

tamanho do corpo consiste em uma eficaacutecia maior para lutar contra invasores e a

diferenccedila em relaccedilatildeo ao tamanho da cabeccedila seria devido agrave necessidade das

forrageiras de decorar caminhos para busca do alimento

38

39

3 METODOLOGIA

31 AacuteREA DE ESTUDO

O Municiacutepio de Vitoacuteria possui uma extensatildeo geograacutefica que envolve um grau

elevado de urbanizaccedilatildeo (SOUZA 2011) De acordo com o Instituto Brasileiro de

Geografia e Estatiacutestica (2010) o Municiacutepio apresenta uma aacuterea de mais de 98 Kmsup2 e

conta com uma populaccedilatildeo estimada de 352104 habitantes O clima da regiatildeo de

Vitoacuteria pode ser classificado como Tropical uacutemido (CLASSIFICACcedilAtildeO [20--])

apresentando temperatura maacutexima que pode chegar a 32ordm C e miacutenima que fica em

torno de 24ordm C com os maiores iacutendices de precipitaccedilatildeo pluviomeacutetrica entre os meses

de Outubro a Janeiro (INSTITUTO CAPIXABA DE PESQUISA ASSISTEcircNCIA

TEacuteCNICA E EXTENSAtildeO RURAL 2011)

Vitoacuteria eacute um dos Municiacutepios que apresentam os maiores niacuteveis de temperaturas do

Estado Isso se deve ao fato de as grandes montanhas dificultarem a passagem dos

ventos do nuacutemero de preacutedios que aumenta com o passar dos anos assim como a

poluiccedilatildeo (SOUZA 2011)

O estudo foi realizado no Campus Universitaacuterio Alaor de Queiroz Arauacutejo da

Universidade Federal do Espiacuterito Santo (FERNANDES VALE 2013) tambeacutem

conhecido como campus de Goiabeiras Este campus se encontra localizado no

Municiacutepio de Vitoacuteria capital do Estado do Espiacuterito Santo e nas coordenadas

geograacuteficas de 20ordm 16rsquoS e 40ordm 18rsquoW (FERREIRA DANTAS 2000)

O Campus fica ao Sul e ao Oeste do canal da passagem e a Leste com a Avenida

Fernando Ferrari Ateacute 2008 era composta por uma aacuterea de ambiente entre mareacutes e

terrestre de 1592545 msup2 poreacutem com a ampliaccedilatildeo da Avenida Fernando Ferrari

essa aacuterea foi reduzida para 1567545 msup2 (FERNANDES VALE 2013) A aacuterea

amostral se localiza no entorno do Centro de Ciecircncias Humanas e Naturais (CCHN)

Implantada por volta da deacutecada de 1970 ela compotildee os ICrsquos (iniciais de Ilha do

Cercado) I II III e IV (FERNANDES VALE 2013) e apresenta uma aacuterea que

compreende edificaccedilotildees como preacutedios passarelas ruas asfaltadas paacutetio de

estacionamento e aacutereas jardinadas (MAPA 01)

40

Mapa 01- Mapa do Campus Universitaacuterio de Goiabeiras (UFES) com destaque da

aacuterea de estudo em vermelho

Fonte Google Maps (2014) 32 OBTENCcedilAtildeO DOS DADOS

A aacuterea de estudo foi inspecionada agrave procura de ninhos de T angustula com

observaccedilotildees em calccediladas paredes muros postes troncos de aacutervores entre outros

conforme Taura e Laroca (1991) Os ninhos encontrados foram marcados por letra

alfabeacutetica e mapeados com o auxiacutelio de um marcador permanente (marca Jocar

Office) e um GPS (marca Garmin etrex vista) As observaccedilotildees foram realizadas uma

vez a cada semana durante cinco meses de Abril agrave Setembro de 2014 totalizando

21 dias amostrados (140 horas) O periacuteodo no qual foram realizadas as observaccedilotildees

41

foi de 0700 agrave 1700 horas As observaccedilotildees foram feitas durante 15 minutos em cada

ninho e intercaladas nos periacuteodos matutino vespertino e dia todo com o auxilio de

uma lupa de matildeo devido elas apresentarem aproximadamente 5 miliacutemetros

(NOGUEIRA-NETO 1997) A lupa de matildeo foi utilizada tambeacutem para observar a cor

do poacutelen que as abelhas traziam para dentro do ninho

A contagem do nuacutemero de entradas e saiacutedas das abelhas coletoras e das abelhas

que protegem a colocircnia de invasores foi realizada em todos os ninhos com o auxilio

de um contador de nuacutemeros Os registros foram realizados com redaccedilatildeo dos

eventos e por meio de fotografias As observaccedilotildees seguiram o meacutetodo Animal-Focal

descrito por Altmann (1973) para anaacutelise do comportamento das abelhas Esse

meacutetodo consiste em amostrar os comportamentos de um ou mais indiviacuteduos por um

determinado periacuteodo de tempo O levantamento das principais fontes de alimento de

T angustula foi obtido a partir de dados bibliograacuteficos

33 ANAacuteLISE DOS DADOS

Para anaacutelise dos dados foi utilizado o programa ldquoMapSourcerdquo para a construccedilatildeo do

mapa dos ninhos encontrados Foi tambeacutem utilizado o programa Microsoft Excel

2007 para construccedilatildeo de graacuteficos para analisar o nuacutemero de visitas (entrada e saiacuteda)

que as abelhas coletoras apresentaram durante os cinco meses observados Os

graacuteficos foram construiacutedos por intervalos de horas sendo que as informaccedilotildees se

acumularam mais proacuteximo do horaacuterio em que houve mais eventos observados no

ninho O mesmo programa foi utilizado para retirar a meacutedia da quantidade de

guardas na defesa do ninho

Os dados resultantes do levantamento bibliograacutefico das fontes alimentares serviram

de base para a elaboraccedilatildeo de um graacutefico com a contribuiccedilatildeo das famiacutelias de plantas

mais visitadas por T angustula

42

43

4 RESULTADOS E DISCUSSOtildeES

41 LOCALIZACcedilAtildeO DOS NINHOS

Foram encontrados onze ninhos (marcados por letra alfabeacutetica de A a K) cinco

instalados em paredes e muros (K C I e J) e seis localizados sob placas de

concreto de passarelas (A B D E F G e H) (mais precisamente na base das

pilastras da passarela que se encontra entre os IC`s II e III) Este fato corrobora com

os estudos de Taura e Laroca (1991) que indica que a disponibilidade de nidificaccedilatildeo

nesses locais aumenta com as atividades antroacutepicas A localizaccedilatildeo dos ninhos eacute

apresentada pelo Mapa 02

Os ninhos C J K (Mapa 02) recebiam calorna maior parte do dia jaacute os demais natildeo

recebiam sol diretamente na maior parte do dia pois eram protegidos pela pilastra e

pela cobertura da passarela

Durante todo o periacuteodo das observaccedilotildees em geral o clima foi de dias quentes com

presenccedila de ventos

MAPA 02 ndash Mapa dos ninhos de T angustula estudadas no Campus de Goiabeiras

(UFES) Abril ndash Setembro2014

Fonte Modificado em Google earth (2014) Dos 11 ninhos observados dois ninhos natildeo apresentavam a entrada com o formato

comum de cilindro e traziam um formato natildeo definido

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Em todos os ninhos foi possiacutevel ver que a abertura da extremidade do tubo era

relativamente grande Tal formato permite que haja espaccedilo para que algumas

abelhas guardas permaneccedilam na entrada do tubo ao mesmo tempo em que deixa

espaccedilo suficiente para as forrageiras passarem (KARCHER RATNIEKS 2009) Ao

longo de todo o tubo havia presenccedila de centenas de perfuraccedilotildees o que segundo

Gruter Karcher e Ratinieks (2011) eram para ajudar nas trocas gasosas

Nos cinco meses observados trecircs ninhos desapareceram da aacuterea amostral restando

ao final das observaccedilotildees oito ninhos Um deles (ninho E) foi perdido logo no iniacutecio

das observaccedilotildees supotildee-se que tenha ocorrido alguma intervenccedilatildeo aguda por

exemplo humana pois logo no segundo dia de observaccedilatildeo o mesmo jaacute natildeo estava

no lugar demarcado Outros dois ninhos (ninhos F e G) tambeacutem foram perdidos O F

persistiu ateacute o mecircs de Maio e o ninho G ateacute Julho Nestes o desaparecimento se

sucedeu apoacutes eventos de revoadas

42 INTERACcedilOtildeES INTER E INTRAESPECIacuteFICAS

TABELA 1 - Dados dos Ninhos observados

Data Ninho Hora Cores de Poacutelen

Presenccedila de

Resina Operaacuteriaslimpeza Guardas

em peacute Guardas pairando Ameaccedila

14abr D 07h-8h

Amarelo Branco Laranja

Vermelho

X 5 1

13mai C 10h-11h

Amarelo Branco Laranja

Vermelho

X X 4 4

20mai J 15h-16h Branco X X 8 12 02jun H 12h-13h Branco X X 8 4 16jul D 13h-14h Branco

X 8 2 Formiga

20jun B 08h-09h

Amarelo Branco Laranja

Vermelho

X X 9 3

06ago C 14h-15h Branco X 7 10 Lagartixa

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria As observaccedilotildees indicaram que as jataiacutes visitavam vaacuterias espeacutecies de flores durante

as manhatildes e iniacutecio das tardes pois nesse periacuteodo trouxeram uma grande

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diversidade de poacutelen (cores amarela laranja branca e vermelha) transportados em

suas corbiacutecula para dentro do ninho B C e D (TABELA 1) (FIGURA 1-A) No horaacuterio

da tarde essa diversidade diminuiacutea nos ninhos C D H e J (TABELA 1) e era

representada pelo transporte de poacutelen de cor branca Este fato mostra que a

diversidade de flores visitadas decresce ao longo do dia

As abelhas sociais de um modo geral visitam as flores enquanto elas satildeo atrativas

Elas apresentam preferecircncia pela cor e satildeo capazes de discriminar os conjuntos

florais realizar sua localizaccedilatildeo e selecionar aquelas que produzem maior quantidade

e melhor qualidade de alimento (PIRANI LAURINO 1993) Existem diversos fatores

que podem influenciar a coleta de alimento pelas abelhas sociais entre eles o

comportamento das campeiras e a necessidade das colocircnias que depende do seu

tamanho (PIRANI LAURINO 1993)

Aleacutem de poacutelen tambeacutem foi observado carregamento de resina nas corbiacuteculas para

dentro do ninho B C H e J (TABELA 1) (FIGURA 1-B) essa eacute coletada pelas

abelhas em bototildees florais Depois de a resina ser coletada ela pode ser armazenada

pura ou misturada com cera No caso de T angustula ela geralmente faz a

armazenagem na forma pura (NOGUEIRA-NETO 1997) Como a resina eacute viscosa e

grudenta as abelhas a utilizam para vedar o entorno da entrada do tubo e tambeacutem

para depositar uma quantidade sobre o corpo e cabeccedila das formigas para defender

a colocircnia contra invasores (WITTMANN 1985 NOGUEIRA-NETO 1997)

Durante todo o periacuteodo observado foi notada a presenccedila de operaacuterias que cuidavam

da limpeza dos ninhos (TABELA 1) Essas operaacuterias trabalhavam retirando resiacuteduos

(detritos) de dentro do ninho e o faziam carregando atraveacutes de sua mandiacutebula

(FIGURA 1-C) Este trabalho era realizado continuamente ao longo de todo o dia

Para Nogueira-Neto (1997) T angustula eacute a espeacutecie que tem o melhor haacutebito de

limpeza e por esta razatildeo seu mel e seu proacutepolis satildeo considerados o melhor dentre

as outras espeacutecies

FIGURA 1- Divisatildeo de trabalho entre operaacuterias de Tetragonisca angustula A

Detalhe da corbiacutecula com poacutelen B Detalhe da corbiacutecula com resina C Operaacuteria de

limpeza com resiacuteduo na mandiacutebula

46

Fonte Arquivo Labibio

Em cada ninho foi possiacutevel notar a presenccedila de abelhas que ficavam tanto pousadas

ao longo do tubo de entrada do ninho quanto sobrevoando proacuteximo do mesmo

Essas abelhas satildeo chamadas por Gruter Karcher e Ratnieks (2011) de abelhas

guardas em peacute e pairando respectivamente As guardas em peacute estavam sempre

em grandes quantidades e estiveram em atividade praticamente em todo o periacuteodo

do dia

Essas guardas ficavam na maior parte do tempo com a mandiacutebula apoiada sobre o

ninho acredita-se que tenham a funccedilatildeo de depositar resina ao entorno do ninho As

demais guardas que ficavam sobrevoando estiveram mais ausentes logo no

A B

C

47

comeccedilo da manhatilde por volta das 0700 as 0900 horas As guardas pairando ficavam

na maioria das vezes em nuacutemeros de trecircs a quatro sempre posicionadas a direita e

esquerda do tubo e em direccedilatildeo a entrada (FIGURA 2)

FIGURA 2- Ninho de T angustula com guardas pairando destacado em vermelho e

guardas em peacute em destaque azul

Fonte Arquivo Labibio

Foi observado que no periacuteodo da tarde o nuacutemero de guardas pairando aumentava

Isso era visto com maior frequumlecircncia nos ninhos C e J instalados em paredes

(TABELA 1) Segundo Gruter Karcher e Ratnieks (2011) as colocircnias que

apresentam um nuacutemero maior de guardas pairando sofrem ameaccedilas de

vertebrados fato corroborado no ninho C (TABELA 1) que foi atacado por uma

lagartixa No momento em que aconteceu uma parte da populaccedilatildeo saiu do ninho e

se mostraram bem agitadas O que de acordo com Gruter Karcher Ratnieks (2011)

trata-se de uma resposta defensiva agrave percepccedilatildeo da respiraccedilatildeo de vaacuterios

vertebrados

Tambeacutem foi observado o comportamento defensivo em quando formigas se

aproximavam do ninho D (TABELA 1) As jataiacutes as ldquobeliscavamrdquo para que se

afastassem Esse mesmo comportamento foi visto durante minhas observaccedilotildees ao

Ninho A toda vez que me aproximava para observar ou fotografar surgiam vaacuterias ao

48

meu redor em uma dessas observaccedilotildees a jataiacute picou pele exposta Dentre todos os

ninhos essa foi a que apresentou o comportamento mais agressivo

De acordo com os estudos de Gruter e colaboradores (2012) T angustula eacute a uacutenica

espeacutecie que apresenta um sistema de defesa que envolve dois grupos distintos e

complementares de guardas uma pairando que se estacionam no ar proacuteximo ao

ninho e outras em peacute ao redor da entrada do ninho As guardas que ficam de frente

para o caminho de vocirco satildeo chamadas de grupo principal e as que ficam

posicionadas agrave direita e agrave esquerda do ninho satildeo o grupo secundaacuterio (GRUTER

KARCHER RATNIEKS 2011)

Uma caracteriacutestica interessante dessas guardas eacute que apresentam caracteriacutesticas

morfoloacutegicas diferentes das operaacuterias (satildeo maiores e mais pesadas) (GRUTER et

al 2012) Elas apresentam diferenccedilas no comprimento da asa no tamanho das

pernas traseiras que satildeo relativamente maiores para seu corpo (podendo ajudar na

luta contra invasores) e cabeccedila um pouco menor que das forrageiras Essa ultima

caracteriacutestica estaacute associada agrave maior necessidade das forrageiras de processar

informaccedilotildees sensoriais relacionadas ao forrageamento (GRUTER et al 2012)

As abelhas guardas possuem a funccedilatildeo de defender sua colocircnia de ataques de

intrusos que aproveitam do seu trabalho para roubar o alimento produzido

(GRUTER KARCHER RATNIEKS 2011) As accedilotildees especiacuteficas desses intrusos satildeo

detectadas mais pelas guardas em peacute pois elas conseguem identificar as campeiras

e natildeo campeiras da mesma espeacutecie por quimiorecepccedilatildeo (KARCHER RATNIEKS

2009 GRUTER KARCHER RATNIEKS 2011) Jaacute as guardas que pairam perto do

ninho atacam intrusos que natildeo satildeo da mesma espeacutecie elas o reconhecem pela cor

forma do corpo e pelos odores volaacuteteis (KARCHER RATNIEKS 2009) De acordo

com Zweden e Colaboradores (2011) a presenccedila de guardas pairando aumenta a

detecccedilatildeo de intrusos e que essas guardas respondem especialmente a pistas

visuais Como comportamento de defesa as guardas liberam um feromocircnio de

alarme para recrutar os trabalhadores para o ataque (FREE 1987 apud ZWEDEN

2011)

O nuacutemero meacutedio de guardas durante o periacuteodo observado mostrou-se maior para as

guardas em peacute (78) do que para as guardas pairando (35) Esse fato eacute explicado

por Gruter Karcher e Ratnieks (2011) para eles o gasto energeacutetico das guardas

pairando eacute muito maior de modo que eacute menos dispendioso energicamente para as

49

abelhas ficarem em peacute Mesmo tendo um gasto energeacutetico muito alto nas

observaccedilotildees de Wittmann (1985) as atividades do voo das guardas foi constatado

que essas ficavam pairando por cerca de 70 minutos antes de voltar para dentro do

ninho Este fato mostra que a mudanccedila de guardas natildeo eacute comum e que a defesa do

ninho eacute feita por divisatildeo de trabalho e natildeo por alternacircncia de tarefas (GRUTER

KARCHER RATNIEKS 2011)

Os ninhos que desapareceram ao longo das observaccedilotildees foram devido agraves revoadas

um comportamento comum nas abelhas Nas jataiacutes as revoadas geralmente

ocorrem devido ao calor para refrescar o ninho em caso de altas temperaturas uma

parte da populaccedilatildeo sai do ninho enxameamento para reproduccedilatildeo ou devido agrave

interferecircncia humana quando um ninho eacute retirado de um local para outro

(INFORMACcedilAtildeO PESSOAL ZOCOLOTTI V R) De acordo com este na primeira

semana eacute possiacutevel presenciar alguma revoada que pode ser para identificaccedilatildeo

tanto da flora apiacutecola quanto para localizaccedilatildeo do novo ambiente

No caso dos ninhos F e G ao final de cada revoada observada a entrada do ninho

ficava bastante danificada Foram observadas trecircs revoadas (duas no mesmo dia)

do ninho F todas no mecircs de Maio e duas (em dias diferentes) no ninho G no mecircs

de Junho Apoacutes estas observaccedilotildees os dois ninhos desapareceram

Durante as revoadas vaacuterias abelhas caiam no chatildeo agarradas umas nas outras

Apoacutes queda era possiacutevel observar que as guardas conseguiam prender e retirar

com sua mandiacutebula as pernas e asas do invasor (FIGURA 3-A e B) o que impedia

as invasoras de conseguir atacar novamente Segundo Kerr e colaboradores (2005)

as guardas agarram as pernas dos invasores para que eles caiam no chatildeo e sejam

comidos pelas formigas que ficam proacuteximas aos ninhos

50

FIGURA 3 - Ataque de invasores A T angustula com mandiacutebula presa agrave perna do

Jataiacute invasora BPerna de invasores retirada apoacutes ataque

Fonte Arquivo Labibio

De acordo com Zocolotti VR (INFORMACcedilAtildeO PESSOAL) as cinco espeacutecies de

Meliponini criadas por ele podem apresentar o comportamento de saquear outros

ninhos e isso pode ocorrer por oportunismo ou por falta de alimento Em especial

as Jataiacutes geralmente possuem o costume de atacar as proacuteprias jataiacutes esses

ataques acontecem dentro do mesmo ninho e entre outros proacuteximos Esses ataques

podem ocorrer por atraccedilatildeo de feromocircnio de princesa (rainhas jovens natildeo

fecundadas) por enxame fraco ou ateacute mesmo para absorver o fraco ou seja elas

entram e acabam matando a rainha e mantecircm os trabalhadores por um tempo ateacute

absorver o enxame ou ateacute mesmo o deixam morrer sendo dessa maneira muito

complexas em relaccedilatildeo ao comportamento

Na aacuterea do campus da Ufes houve uma consideraacutevel devastaccedilatildeo na vegetaccedilatildeo

nativa (compreendida de Mata Atlacircntica Manguezal e Restinga) devido agrave

construccedilatildeo de preacutedios que foram erguidos logo no iniacutecio da implantaccedilatildeo da

Universidade Como medida compensatoacuteria foi feito o plantio de espeacutecies arboacutereas

usando em demasia espeacutecies exoacuteticas (CASTRO 2003) Na Ufes eacute possiacutevel ver

poucas aacutereas jardinadas Aleacutem disso sempre que eacute necessaacuterio construir um novo

preacutedio novas aacutereas satildeo eliminadas podendo ou natildeo ser compensada com plantas

nativas

A B

51

Em abelhas sociais o comportamento de saque eacute comum acontecer em sequumlecircncias

natildeo contiacutenuas ou seja ela cessa e recomeccedila por periacuteodos de tempo (SANTANA

etal 2004) Durante as observaccedilotildees foram presenciadas trecircs revoadas ao ninho F

duas no mesmo dia poreacutem em horaacuterios diferentes e duas ao ninho G em dias

diferentes (FIGURAS 4- A B C e D)

FIGURA 4 ndash Revoada do ninho F A Vista da entrada do iniacutecio do estudo B Vista

da entrada em plena atividade em iniacutecio de maio C Entrada apoacutes uma revoada em

maio D Vista da entrada do ninho apoacutes uacuteltima revoada em maio

Fonte Arquivo Labibio

Nas figuras 4a e b mostram o estado em que a entrada do ninho se encontrava na

primeira semana de observaccedilatildeo (vinte e oito de Abril) e na primeira semana do mecircs

seguinte (sete de Maio) esse uacuteltimo a entrada do ninho jaacute se encontrava danificado

No ninho F(FIGURA 4) as revoadas que ocorreram no dia vinte de Maio entre

A B

C D

52

1000 e 1400 horas e no dia vinte e seis de Maio entre 1600 e 1700 horas

corroborando com Santana e colaboradores (2004) sobre o comportamento de

saques intermitentes

No ninho G as revoadas se iniciaram duas semanas apoacutes o desaparecimento do

ninho F nos dias nove e vinte e seis de junho entre 1500 e 1600 horas e dia 16 de

junho no mesmo horaacuterio (FIGURA 5-A B e C)

FIGURA 5 ndash Revoadas no Ninho G A Ninho no iniacutecio de Maio B Registro da

primeira revoada C Ultima revoada perda do ninho

Fonte Arquivo Labibio

As observaccedilotildees evidenciaram a ocorrecircncia de um acuacutemulo de resiacuteduos sobre os

ninhos apoacutes as revoadas (FGURA 5-B) No ninho G tinha uma subpopulaccedilatildeo

A B

C

53

pequena mas bem ativa conforme verificado apoacutes quatro horas de observaccedilatildeo em

nove dias (Graacutefico 1- A e B)

GRAacuteFICO1 A ndash Ritmo de Saiacutedas no Ninho G

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

GRAacuteFICO 1B ndash Ritmo de entradas no ninho G

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

0

20

40

60

80

100

120

140

09h-10h 10h-11h 12h-13h 14h-15h 16h-17h

Nuacutem

ero

de V

isita

s

Horaacuterios

13mai 20mai 26mai

0

20

40

60

80

100

120

140

160

180

200

09h-10h 10h-11h 12h-13h 14h-15h 16h-17h

Nuacutem

ero

de V

isita

s

Horaacuterios

13mai 20mai 26mai

54

No ninho G as abelhas iniciaram suas atividades antes de 09h evidenciado pela

entrada de aproximadamente 180 forrageadoras entre 9 e 10h As saiacutedas neste

mesmo periacuteodo ficaram em torno de 100

Entre 16h-17h houve um grande nuacutemero de entrada o que era esperado todas as

que saiacuteram tecircm que retornar enquanto haacute luminosidade e antes do ninho ser

fechado Conforme esperado por Gruter Karcher Ratnieks (2011) quando comeccedila

a escurecer as Jataiacutes fecham a entrada do tubo para impedir que intrusos ataquem

seu ninho durante a noite e abrem pela manhatilde quando o clima estaacute mais favoraacutevel

para iniciarem suas atividades

Neste ninho entre 12h-13h houve um nuacutemero maior de saiacutedas que de entradas ateacute

agraves 16h Isso possivelmente esteve relacionado agrave uma grande distacircncia entre o ninho

e as fontes de recursos troacuteficos

Outro ninho em que foi possiacutevel observar todos os meses notou-se que apresentou

atividade durante todo o dia (GRAacuteFICO 2-A e B)

GRAacuteFICO 2A ndash Ritmo de saiacutedas do ninho B

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

0

50

100

150

200

250

300

350

400

450

500

07h-08h 08h-09h 09h-10h 11h-12h 12h-13h 13h-14h 14h-15h 15h-16h 16h-17h

Nuacutem

ero

de V

isita

s

Horaacuterios

28abr 13mai 20mai 26mai 09jun 16jun 23jun 01jul 09jul

16jul 23jul 30jul 06ago 13ago 20ago 27ago 05set 10set

55

GRAacuteFICO 2B ndash Ritmo de entradas do nino B

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

O ninho B tinha uma subpopulaccedilatildeo mais numerosa que F e G Durante o inverno

(2307 e 2708) as abelhas iniciavam suas atividades cerca de duas horas mais

tarde em horaacuterio com temperatura mais elevada (indicado pela seta preta) Tal fato

corrobora com as observaccedilotildees de Ulian e colaboradores (2007) que constata que

em periacuteodo mais chuvoso onde as temperaturas satildeo geralmente mais baixas as

Jataiacutes apresentam iniacutecio de atividade agraves 9 horas da manhatilde devido agrave temperatura

nesse horaacuterio comeccedilar a aumentar

Proacuteximo do horaacuterio de 10 horas houve um grande nuacutemero de saiacutedas do ninho

seguido de um grande nuacutemero de entrada o que indica a ocorrecircncia de uma fonte

de recursos proacutexima ao ninho ou a indisponibilidade de recurso para ser coletado

naquela hora Acredita-se que na primeira possibilidade - fonte proacutexima ela era de

resina pelo fato de ter havido um intervalo de saiacuteda ateacute agraves 12h jaacute que esta

demanda mais tempo para ser retirada da corbiacutecula e armazenada por ser

pegajosa No caso da segunda possibilidade natildeo encontraram alimento disponiacutevel

naquele horaacuterio o retorno ao ninho eacute a alternativa mais eficaz para evitar um alto

gasto energeacutetico ateacute que o recurso fique disponiacutevel para coleta

0

100

200

300

400

500

600

07h-08h 08h-09h 09h-10h 10h-11h 11h-12h 12h-13h 13h-14h 14h-15h 15h-16h 16h-17h

Nuacutem

ero

de V

isita

s

Horaacuterios 28abr 13mai 20mai 26mai 09jun 16jun 23jun 09jul16jul 23jul 30jul 20ago 27ago 05set 10set

56

No outono as atividades das Jataiacutes comeccedilaram a diminuir por volta de 15 horas

(indicado pela seta marrom) ateacute cessar totalmente no iniacutecio das 16 horas Pelos

graacuteficos nota-se que o ninho B possui vantagem de uma hora nas atividades em

relaccedilatildeo ao ninho G isso provavelmente ocorreu porque o ninho B obteve mais

sucesso nas coletas distribuiacutedas ao longo do dia

43 RECURSOS FLORAIS

Eacute notoacuteria a relaccedilatildeo que existe entre abelha-flor relaccedilatildeo essa que sucedeu a milhotildees

de anos desde entatildeo as abelhas dependem de substancias utilizadas na

alimentaccedilatildeo e as plantas se beneficiam com a polinizaccedilatildeo (PIRANI LAURINO

1993) Para entender a biologia dos Meliponini eacute importante conhecer sua

alimentaccedilatildeo Para isso eacute necessaacuterio fazer um levantamento das plantas utilizadas

para coleta de poacutelen e neacutectar (SOUZA 1999 apud OLIVEIRA ABSY MIRANDA

2009)

Com base nos dados obtidos sobre as fontes alimentares de T angustula na

literatura (TABELA 2) nota-se a capacidade dessa espeacutecie de visitar uma ampla

diversidade de famiacutelias de plantas Segundo Toledo e colaboradores (2003) durante

cada voo das campeiras em meacutedia 100 flores satildeo visitadas

O levantamento bibliograacutefico indicou que existem duas metodologias bastante

usadas por autores para conhecer a dieta das abelhas Uma delas eacute a investigaccedilatildeo

palinoloacutegica para avaliar as fontes de recursos florais utilizados (poacutelen e neacutectar)

com base no gratildeo de poacutelen depositado no corpo da abelha para identificaccedilatildeo das

espeacutecies vegetais (CARVALHO MARCHINE ROS 1999 FEIDEN 1994 SIMIONI et

al 2007 OLIVEIRA ABSY MIRANDA 2009 MORGADO et al 2011NOVAIS

ABSY SANTOS 2013) A outra se daacute por meio de observaccedilotildees das campeiras nas

flores (AGOSTINI SAZIMA 2003 TOLEDO et al 2003OLIVEIRA ABSY

MIRANDA 2009 BRAGA et al 2012) A partir desses meacutetodos eacute possiacutevel saber

quais satildeo as plantas que produzem seus alimentos preferenciais e quais as fontes

alternativas (OLIVEIRA ABSY MIRANDA 2009)

57

TABELA 2 ndash Relaccedilatildeo das espeacutecies de plantas visitadas porT Angustula Continua

Famiacutelia Espeacutecie Polinizada Visitada Recurso

Poacutelen Neacutectar

Acanthaceae Thunbergia grandiflora X Odontonema strictum X X

Justicia brandegeana X

Ruellia silvaecola X Agavaceae Agave americana X X X

Agave sisalana X X X

Agave attenuata X X X

Dracena fragana X X X Aizoaceae Mesembryantemum spectabilis X Lamprantus productus X Amaranthaceae Gomphrena globosa X Amarylidaceae Clivia miniata X X X Anacardiaceae Schinus terebinthifolius X X

Lithraea molleoides X X

Toxicodendron verniciferum X X

Mangifera indica X X X

Tapirira guianensis X Apiaceae Hydrocotyle leucocephala X Apocynaceae Trevetia peruviana X Araliaceae Tetrapanax papyrifera X X X Asclepiadaceae Asclepias curassavica X X Asteraceae Parthenium hysterophorus X Aspillia latissima X Aspillia sp X Balsaminaceae Impatiens balsamina X X X

Impatiens sultanii X Bignoniaceae Spathodea campanulata X X Tabebulaim petiginosa X X X

Tabebula chrysotricha X X X Bixaceae Bixa orellana X X Bombacaceae Ceiba arianthos X X

Pseudo bombax sp X X

Pseudobombax tomentoso X X

Eriotheca canolleana X X

Bombax ceiba X X Boraginaceae Cordia superba X X

Cordia glabrata X X Brassicaceae Brassica sp X Cactaceae Opuntia ficusindica X X Caesalpiniaceae Schizolobium parahyba X X Capparaceae Cleome spinosa X Caprifoliaceae Lonicera japonica X X

58

TABELA 2 ndash Relaccedilatildeo das espeacutecies de plantas visitadas por T angustula Continua

Famiacutelia Espeacutecie Polinizada Visitada Recurso

Poacutelen Neacutectar

Sambucus australis X X Caryophylaceae Silene armeria X Cecropiaceae Cecropia hololeuca X Cochlospermaceae Cochlospermum vitifolium X X Compositae Vernonia polyanthes X X

Bidens pilosa X X Cosmos auphureus X X X

Centratherium violaceum X X X

Dahlia sp X Eclipta alba X Asterla evis X Tithonia rotundifolia X X X

Tithonia speciosa X X X

Tithonia diversifolia X Baccharis sp X Wedelia paludosa X Eupatorium sp X Mikania glomerata X X

Montano apyramidata X X Montano abipinnatifiada X Senecio brasiliensis X X X

Emilia sonchifolia X X Ambrosia sp X X Creopsis grandiflora X Galinsoga parviflora X Crassulaceae Kalanchoe tubiflora X X Cyperaceae Cyperus sp X Elaeocarpaceae Muntingia calabura X Ericaceae Rhododendron simsii X X X

Rhododendron indicum X X X Euphorbiaceae Alchornea sidaefolia X X X

Euphorbia milii X X X

Euphorbia pulcherrima X X X

Ricinus communis X X X

Croton sp X Fabaceae Desmodium sp X Tipuana tipu X Vigna peduncularis X X Guttiferae Kielmeyera coriacea X X Iridaceae Dietes vegeta X Labiatae Salvia splendens X Origanum vugare X

59

TABELA 2 ndash Relaccedilatildeo das espeacutecies de plantas visitadas por T angustula Continua

Famiacutelia Espeacutecie Polinizada Visitada Recurso

Poacutelen Neacutectar

Ocimum sellowii X Iboza riparia X X X

Coleus blumei X X X Leguminosae Andira anthelmintica X X

Mimosa daleoides X X X

Myroxylon balsamum X X X

Piptadenia gonoacantha X X X

Stylos anthesscabra X Caesalpinia bonducella X X X

Caesalpinia pelthophoroides X X X

Crotalaria lanceolata X Calliandra twedii X Sophora tomentosa X X Mimosa pudica X Erythrina speciosa X X X

Cassia grandis X Schizolobium parahyba X X Senna multijuga X Senna bicapsularis X X Delonix regia X Clitoria fairchildiana X Centrolobium tomentoso X Liliaceae Aloe sp X X Bulbine frutescens X Loranthaceae Struthanthus andrastylus X X Lythraceae Lagerstroemia indica X X Magnoliaceae Talauma ovata X X Malpighiaceae Malphiguia glabra X Tetrapterys X Byrsonima intermedia X X X Malvaceae Hibiscus rosa-sinensis X X X

Malvaviscus arboreus X X Sida rhombifolia X Melastomataceae Tibouchina granulosa X X

Clidemeia sp X X

Tibouchina sp X X X

Tibouchina holosericea X X Meliaceae Trichilia sp X Mimosaceae Leucaena leucocephala X Anadenanthera collubrina X Moraceae Cecropia pachystachya X X X

Morus nigra X X

60

TABELA 2 ndash Relaccedilatildeo das espeacutecies de plantas visitadas por T angustula Continua

Famiacutelia Espeacutecie Polinizada Visitada Recurso

Poacutelen Neacutectar Myrsinaceae Ardisia crenata X X Myrtaceae Eucalyptus robusta X X X

Eugenia jambos X X X

Eugenia pitanga X Eucalyptus terecornis X Plinia glomerata X Nyctaginaceae Bougainvile aspectabilis X X X Oleaceae Jasminum azoricum X Palmae Acrocomia aculeata X X

Archontophoenix cunninghamiana X

Syagrus romanzoffiana X Copernicia alba X X Sheelea phalerata X Passifloraceae Passiflora jilekii X Piperaceae Piper mollicomum X Poaceae Paspalum sp X Polemoniaceae Cobae scandens X Polygonaceae Polygonum capitatum X X X Pontederiaceae Pontederia lanceolata X X Proteaceae Grevill a bansksii X X X Rosaceae Prunus persica X X X

Pyracantha coccinea X X Rubiaceae Pentas lanceolata X X

Citrus airantum X X Rutaceae Citrus limon X X X Scrophulariaceae Paulownia imperialis X X Solanaceae Nicotiana tabacum X X Sterculiaceae Dombeya burgessiae X Dombeya wallichii X Sterculia chicha X X Tiliaceae Heliocarpus americanus X X X Tropaeolaceae Tropaeolum majus X X X Ulmaceae Tipo celtis X Trema micrantha X X Umbelliferae Foeniculum vulgare X X X Verbenaceae Duranta repens X

Vitex agnus-castus X

Velloziaceae Vellozia candia X X X Zingiberaceae Hedychium coronarium X Fonte Pirani Laurino 1993 Carvalho Marchine Ros 1999 Agostini Sazima 2003 Toledo et al 2003 Cartopassi-Laurino 2005 Braga e Colaboradores 2012 Novais Absy Santos 2013

61

Foram encontradas 71 famiacutelias e um total de 166 espeacutecies Dessas 30 espeacutecies satildeo

polinizadas e 136 satildeo visitadas Poacutelen e neacutectar satildeo os recursos mais coletados

com coleta de poacutelen em 78 espeacutecies e de neacutectar em 69 De acordo coma Lista de

Espeacutecies da Flora do Brasil (2010) 20 das espeacutecies que satildeo polinizadas (TABELA

2) satildeo nativas o restante satildeo espeacutecies exoacuteticas ou seja natildeo pertencem agrave flora

brasileira

As famiacutelias que apresentaram maior porcentagem de visitas por T angustula foram

Compositae e Leguminosae (TABELA 2) com 13 e 12 de espeacutecies

respectivamente (GRAacuteFICO 3) sendo as famiacutelias mais importantes para a dieta da

jataiacute (AGOSTINE SAZIMA 2003 SIIONI et al 2007) Esse resultado eacute similar ao

trabalho de Simioni e colaboradores (2007) seus resultados mostram que uma das

famiacutelias analisadas Leguminosae tambeacutem apresentaram um maior destaque na

quantidade de visitas realizadas por T angustula esse fato pode ser explicado pelo

fato de que Leguminosae representa a mais importante fonte de poacutelen para essa

espeacutecie

As famiacutelias Compositae e Leguminosae satildeo as mais bem representadas pelo fato

de apresentarem espeacutecies que fornecem alimento em maior qualidade e quantidade

por vaacuterios periacuteodos do ano Com destaque para a famiacutelia Leguminosae que fornece

recursos alimentares para as abelhas nos periacuteodos de estiagem (PIRANI LAURINO

1993 AGOSTINE SAZIMA 2003)

O graacutefico abaixo ilustra o comportamento generalista deT angustula Onde 41 das

visitadas realizadas pela espeacutecie se distribuem por 55 famiacutelias vegetais Esse

comportamento concorda com trabalho de Anacleto (2007) onde dentre as cinco

espeacutecies estudadas por ele a que apresentou o haacutebito mais generalista em relaccedilatildeo

ao nuacutemero de plantas visitadas foi T angustula

62

GRAacuteFICO 3 ndash Contribuiccedilatildeo das famiacutelias de plantas para a dieta de T angustula

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria com base nos dados da Tabela 1

As abelhas generalistas visitam flores pequenas e abertas e satildeo menos

relacionadas agraves flores especializadas (RUTHCKE JULES 1993 ROUBIK 1992

apud AGOSTINI SAZIMA 2003) e tecircm preferecircncia de flores arboacutereas com

inflorescecircncia densas

Um exemplo de flores que natildeo satildeo especializadas e que satildeo importantes para a

dieta de T angustula eacute da famiacutelia Asteraceae as espeacutecies Mangifera indica e

Schinus terebinthifolius apresentam grande densidade de flores e permite faacutecil

acesso para as abelhas deste modo tornam-se importantes fornecedores de fontes

de poacutelen (BRAGA et al 2012)

De acordo com o levantamento das plantas utilizadas pelas abelhas jataiacute realizado

por diferentes autores as famiacutelias que se mostraram bem representadas foram

Malvaceae Caesalpiniaceae Melastomataceae Myrtaceae Euphorbiaceae e

Anacardiaceae sendo consideradas portanto essenciais para a dieta da jataiacute

2 2 3 2

2 3

13

3 2

3

12 2 2 2 3

3

41

Acanthaceae Agavaceae Anacardiaceae Asteraceae Bignoniaceae

Bombacaceae Compositae Euphorbiaceae Fabaceae Labiatae

Leguminosae Malpighiaceae Malvaceae Melastomataceae Myrtaceae

Palmae Outros

63

Em geral essas famiacutelias podem ser caracterizadas pela floraccedilatildeo do tipo contiacutenuo ou

seja uma floraccedilatildeo que natildeo cessa ou que ocorre na maior parte do ano o que

permite as abelhas ter acesso aos recursos em todas as estaccedilotildees do ano

(CARVALHO MARCHINI ROS 1999 AGOSTINI SAZIMA 2003 TOLEDO et al

2003 MORGADO et al 2011)

64

65

5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS Sendo este a primeira pesquisa com abelhas em compus no Espiacuterito Santo Foi

observado que a distribuiccedilatildeo dos ninhos encontrados apresentou-se uniforme

Todos os ninhos estavam instalados em paredes e pisos de concreto o que indica

seu potencial de adaptabilidade agraves condiccedilotildees antroacutepicas

A diversidade de cores de poacutelen trazida pelas forrageiras no iniacutecio da manhatilde indica

uma ampla disponibilidade de alimento que a flores oferecem nesse periacuteodo do dia

bem como a eficiecircncia das forrageiras em selecionar essas flores

De acordo com as observaccedilotildees que foram realizadas no estudo as abelhas T

angustula podem ter suas atividades influenciadas pelo clima Uma vez que foi

observado que no periacuteodo de inverno em que as temperaturas satildeo mais baixas

elas comeccedilavam a realizar suas funccedilotildees nos horaacuterios com as temperaturas mais

altas

A divisatildeo de trabalho entre forrageadoras operaacuterias de limpeza e de defesa

observado nessa espeacutecie indica o comportamento altamente social dos Meliponini

O mecanismo de defesa observado em T angustula entre guardas pairando e em

peacute pode indicar uma caracteriacutestica de complementaridade na defesa do ninho uma

vez que durante as observaccedilotildees os dois tipos de guardas sempre se fizeram

presentes O que mostra que mesmo com o atrofiamento do ferratildeo os indiviacuteduos

desenvolveram estrateacutegias para a defesa contra invasores

Foi comum observar a presenccedila de revoadas nos ninhos entre as Jataiacutes Este

comportamento em geral eacute comum para o desenvolvimento (sobrevivecircncia) da

colocircnia No caso dos ninhos observados apoacutes as revoadas eles foram

desaparecendo Este fato pode indicar um baixo iacutendice de recursos troacuteficos para

essas abelhas dentro do campus pois ao inveacutes dos ninhos se manterem ou

aumentarem em quantidade ao longo das observaccedilotildees eles desapareceram

O levantamento das flores visitadas por T angustula indicou um comportamento

generalista desta espeacutecie em visitar uma grande variedade de plantas o que mostra

sua importacircncia para garantir a variabilidade dessas plantas

66

Esse levantamento tambeacutem indicou que a polinizaccedilatildeo realizada por elas foi

predominante em plantas exoacuteticas O que pode refletir a deficiecircncia na quantidade

de plantas nativas melitoacutefilas na aacuterea de estudo

67

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Page 30: FACULDADE CATÓLICA SALESIANA DO ESPÍRITO SANTO … · No grupo dos Apinae está à tribo dos Meliponini, conhecidas como abelhas indígenas sem ferrão por possuir seu ferrão atrofiado

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e o comprimento de abelhas forrageiras Foi verificado que a entrada do tubo do

ninho se ajusta ao tamanho das abelhas operaacuterias ou seja quanto maior for a

abelha maior seraacute a entrada do ninho Tambeacutem observaram que as guardas tinham

o comportamento de proteger o ninho bloqueando sua entrada e permitindo apenas

a entrada das forrageiras Assim concluiacuteam que essas abelhas apresentam

importantes mecanismos de defesa para ninho e que estudos como esse podem

trazer informaccedilotildees importantes ao comportamento de defesas das abelhas sem

ferratildeo

Minussi e Santos (2007) fizeram um estudo para descobrir se haacute algum efeito

negativo da Apis mellifera sobre as abelhas nativas em relaccedilatildeo agrave coleta de recursos

Para isso os autores fizeram um trabalho sobre o comportamento que ocorre entre

essas abelhas Com observaccedilotildees agraves flores e coletas das abelhas na Escola

Agroteacutecnica Federal de Sombrio no municiacutepio de Santa Rosa Santa Catarina Apis

mellifera foi agrave espeacutecie mais abundante encontrada na aacuterea em estudo em seguida

Trigona spinipes foi a mais abundante Durante as observaccedilotildees notaram que o

comportamento de abertura das mandiacutebulas da subfamiacutelia Halictinae para atacar e

expulsar as abelhas africanizadas das flores era comum e que esse comportamento

ocorria sempre antes que abelhas conseguissem chegar ao fundo da flor Dessa

maneira concluiacuteram que as abelhas nativas conseguem se defender das abelhas

africanizadas para garantir seu recurso

Karcher e Ratnieks (2009) mostraram em suas pesquisas que ninhos de T

angustula natildeo eram apenas defendidos por guardas pairando mas tambeacutem por

guardas que ficam de peacute na entrada do ninho Os autores colocaram dez campeiras

e natildeo campeiras da mesma espeacutecie e campeiras tratadas com odor de

Scaptotrigona bipunctata em cinco ninhos As guardas de peacute natildeo rejeitaram

nenhuma campeira mas rejeitaram quase todas natildeo campeiras e campeiras

tratadas com odor volaacutetil A partir desse resultado concluiacuteram que as operaacuterias que

ficam de peacute na entrada do ninho tambeacutem atuam como oacutetimas guardas para

discriminar as abelhas campeiras e natildeo campeiras

No trabalho de Gruter Karcher e Ratnieks (2011)foi realizado um estudo sobre as

abelhas guardas de Tetragonisca angustula que ficam pairando e de peacute proacuteximo ao

ninho Os autores fizeram algumas experiecircncias para saber se havia alternacircncias de

tarefas entre elas A pesquisa teve duraccedilatildeo de trecircs anos e foi realizada em uma

37

fazenda perto de Satildeo Paulo Para observar essa alternacircncia de tarefas as abelhas

guardas foram coletadas e marcadas Dessa maneira notaram que das 18 abelhas

marcadas 12 eram exclusivamente guardas em peacute e seis realizavam os dois tipos

de guardas Durante as 21 horas de observaccedilatildeo natildeo foi observado mudanccedila entre

os tipos de guardas A partir desses resultados concluiacuteram que a alternacircncia de

tarefa entre as guardas eacute rara de acontecer indicando que a defesa de T angustula

e feita por divisatildeo de trabalho

Zweden e colaboradores (2011) fizeram um trabalho semelhante agrave Wittmann (1984)

com os guardas de defesa que ficam pairando Em seu estudo os autores tinham o

objetivo de testar a hipoacutetese que as guardas aumentavam a defesa do ninho em

relaccedilatildeo aos intrusos principalmente Lestrimellita limatildeo a qual eacute um ladratildeo

obrigatoacuterio de Tetragonisca angustula Foram feitas mediccedilotildees da distacircncia em que

as guardas pairando atacavam tanto um manequim de massa de modelar coberto de

citral (odor volaacutetil liberado por L limatildeo) quanto operaacuterias de Lestrimellita limatildeo

receacutem morto Todos os intrusos do experimento foram atacados por T angustula a

distacircncia que ocorreu o ataque variou entre 0-22 cm os ninhos que tinham mais

guardas apresentou maior distacircncia Dessa maneira concluiacuteram que a presenccedila de

guardas pairando aumenta a detecccedilatildeo de intrusos e que essas guardas respondem

especialmente a pistas visuais

As abelhas sem ferratildeo (eussocias) costumam apresentar divisatildeo de trabalho em

suas colocircnias Gruter e colaboradores (2012) em seu estudo quiseram testar a

hipoacutetese de que os soldados especializados (guardas) para a defesa das colocircnias de

jataiacute (Tetragonisca angustula) eram relativamente maiores que os trabalhadores

Com anaacutelise no tamanho e na forma das forrageiras guardas e trabalhadores que

removem resiacuteduos das colocircnias o autor constatou que o peso corporal das guardas

era maior que das abelhas forrageiras e que o tamanho da cabeccedila das forrageiras

mostrou-se um pouco maior em relaccedilatildeo agraves guardas Assim concluiu-se que a

variaccedilatildeo no tamanho seria devido agrave divisatildeo de trabalho ou seja a diferenccedila no

tamanho do corpo consiste em uma eficaacutecia maior para lutar contra invasores e a

diferenccedila em relaccedilatildeo ao tamanho da cabeccedila seria devido agrave necessidade das

forrageiras de decorar caminhos para busca do alimento

38

39

3 METODOLOGIA

31 AacuteREA DE ESTUDO

O Municiacutepio de Vitoacuteria possui uma extensatildeo geograacutefica que envolve um grau

elevado de urbanizaccedilatildeo (SOUZA 2011) De acordo com o Instituto Brasileiro de

Geografia e Estatiacutestica (2010) o Municiacutepio apresenta uma aacuterea de mais de 98 Kmsup2 e

conta com uma populaccedilatildeo estimada de 352104 habitantes O clima da regiatildeo de

Vitoacuteria pode ser classificado como Tropical uacutemido (CLASSIFICACcedilAtildeO [20--])

apresentando temperatura maacutexima que pode chegar a 32ordm C e miacutenima que fica em

torno de 24ordm C com os maiores iacutendices de precipitaccedilatildeo pluviomeacutetrica entre os meses

de Outubro a Janeiro (INSTITUTO CAPIXABA DE PESQUISA ASSISTEcircNCIA

TEacuteCNICA E EXTENSAtildeO RURAL 2011)

Vitoacuteria eacute um dos Municiacutepios que apresentam os maiores niacuteveis de temperaturas do

Estado Isso se deve ao fato de as grandes montanhas dificultarem a passagem dos

ventos do nuacutemero de preacutedios que aumenta com o passar dos anos assim como a

poluiccedilatildeo (SOUZA 2011)

O estudo foi realizado no Campus Universitaacuterio Alaor de Queiroz Arauacutejo da

Universidade Federal do Espiacuterito Santo (FERNANDES VALE 2013) tambeacutem

conhecido como campus de Goiabeiras Este campus se encontra localizado no

Municiacutepio de Vitoacuteria capital do Estado do Espiacuterito Santo e nas coordenadas

geograacuteficas de 20ordm 16rsquoS e 40ordm 18rsquoW (FERREIRA DANTAS 2000)

O Campus fica ao Sul e ao Oeste do canal da passagem e a Leste com a Avenida

Fernando Ferrari Ateacute 2008 era composta por uma aacuterea de ambiente entre mareacutes e

terrestre de 1592545 msup2 poreacutem com a ampliaccedilatildeo da Avenida Fernando Ferrari

essa aacuterea foi reduzida para 1567545 msup2 (FERNANDES VALE 2013) A aacuterea

amostral se localiza no entorno do Centro de Ciecircncias Humanas e Naturais (CCHN)

Implantada por volta da deacutecada de 1970 ela compotildee os ICrsquos (iniciais de Ilha do

Cercado) I II III e IV (FERNANDES VALE 2013) e apresenta uma aacuterea que

compreende edificaccedilotildees como preacutedios passarelas ruas asfaltadas paacutetio de

estacionamento e aacutereas jardinadas (MAPA 01)

40

Mapa 01- Mapa do Campus Universitaacuterio de Goiabeiras (UFES) com destaque da

aacuterea de estudo em vermelho

Fonte Google Maps (2014) 32 OBTENCcedilAtildeO DOS DADOS

A aacuterea de estudo foi inspecionada agrave procura de ninhos de T angustula com

observaccedilotildees em calccediladas paredes muros postes troncos de aacutervores entre outros

conforme Taura e Laroca (1991) Os ninhos encontrados foram marcados por letra

alfabeacutetica e mapeados com o auxiacutelio de um marcador permanente (marca Jocar

Office) e um GPS (marca Garmin etrex vista) As observaccedilotildees foram realizadas uma

vez a cada semana durante cinco meses de Abril agrave Setembro de 2014 totalizando

21 dias amostrados (140 horas) O periacuteodo no qual foram realizadas as observaccedilotildees

41

foi de 0700 agrave 1700 horas As observaccedilotildees foram feitas durante 15 minutos em cada

ninho e intercaladas nos periacuteodos matutino vespertino e dia todo com o auxilio de

uma lupa de matildeo devido elas apresentarem aproximadamente 5 miliacutemetros

(NOGUEIRA-NETO 1997) A lupa de matildeo foi utilizada tambeacutem para observar a cor

do poacutelen que as abelhas traziam para dentro do ninho

A contagem do nuacutemero de entradas e saiacutedas das abelhas coletoras e das abelhas

que protegem a colocircnia de invasores foi realizada em todos os ninhos com o auxilio

de um contador de nuacutemeros Os registros foram realizados com redaccedilatildeo dos

eventos e por meio de fotografias As observaccedilotildees seguiram o meacutetodo Animal-Focal

descrito por Altmann (1973) para anaacutelise do comportamento das abelhas Esse

meacutetodo consiste em amostrar os comportamentos de um ou mais indiviacuteduos por um

determinado periacuteodo de tempo O levantamento das principais fontes de alimento de

T angustula foi obtido a partir de dados bibliograacuteficos

33 ANAacuteLISE DOS DADOS

Para anaacutelise dos dados foi utilizado o programa ldquoMapSourcerdquo para a construccedilatildeo do

mapa dos ninhos encontrados Foi tambeacutem utilizado o programa Microsoft Excel

2007 para construccedilatildeo de graacuteficos para analisar o nuacutemero de visitas (entrada e saiacuteda)

que as abelhas coletoras apresentaram durante os cinco meses observados Os

graacuteficos foram construiacutedos por intervalos de horas sendo que as informaccedilotildees se

acumularam mais proacuteximo do horaacuterio em que houve mais eventos observados no

ninho O mesmo programa foi utilizado para retirar a meacutedia da quantidade de

guardas na defesa do ninho

Os dados resultantes do levantamento bibliograacutefico das fontes alimentares serviram

de base para a elaboraccedilatildeo de um graacutefico com a contribuiccedilatildeo das famiacutelias de plantas

mais visitadas por T angustula

42

43

4 RESULTADOS E DISCUSSOtildeES

41 LOCALIZACcedilAtildeO DOS NINHOS

Foram encontrados onze ninhos (marcados por letra alfabeacutetica de A a K) cinco

instalados em paredes e muros (K C I e J) e seis localizados sob placas de

concreto de passarelas (A B D E F G e H) (mais precisamente na base das

pilastras da passarela que se encontra entre os IC`s II e III) Este fato corrobora com

os estudos de Taura e Laroca (1991) que indica que a disponibilidade de nidificaccedilatildeo

nesses locais aumenta com as atividades antroacutepicas A localizaccedilatildeo dos ninhos eacute

apresentada pelo Mapa 02

Os ninhos C J K (Mapa 02) recebiam calorna maior parte do dia jaacute os demais natildeo

recebiam sol diretamente na maior parte do dia pois eram protegidos pela pilastra e

pela cobertura da passarela

Durante todo o periacuteodo das observaccedilotildees em geral o clima foi de dias quentes com

presenccedila de ventos

MAPA 02 ndash Mapa dos ninhos de T angustula estudadas no Campus de Goiabeiras

(UFES) Abril ndash Setembro2014

Fonte Modificado em Google earth (2014) Dos 11 ninhos observados dois ninhos natildeo apresentavam a entrada com o formato

comum de cilindro e traziam um formato natildeo definido

44

Em todos os ninhos foi possiacutevel ver que a abertura da extremidade do tubo era

relativamente grande Tal formato permite que haja espaccedilo para que algumas

abelhas guardas permaneccedilam na entrada do tubo ao mesmo tempo em que deixa

espaccedilo suficiente para as forrageiras passarem (KARCHER RATNIEKS 2009) Ao

longo de todo o tubo havia presenccedila de centenas de perfuraccedilotildees o que segundo

Gruter Karcher e Ratinieks (2011) eram para ajudar nas trocas gasosas

Nos cinco meses observados trecircs ninhos desapareceram da aacuterea amostral restando

ao final das observaccedilotildees oito ninhos Um deles (ninho E) foi perdido logo no iniacutecio

das observaccedilotildees supotildee-se que tenha ocorrido alguma intervenccedilatildeo aguda por

exemplo humana pois logo no segundo dia de observaccedilatildeo o mesmo jaacute natildeo estava

no lugar demarcado Outros dois ninhos (ninhos F e G) tambeacutem foram perdidos O F

persistiu ateacute o mecircs de Maio e o ninho G ateacute Julho Nestes o desaparecimento se

sucedeu apoacutes eventos de revoadas

42 INTERACcedilOtildeES INTER E INTRAESPECIacuteFICAS

TABELA 1 - Dados dos Ninhos observados

Data Ninho Hora Cores de Poacutelen

Presenccedila de

Resina Operaacuteriaslimpeza Guardas

em peacute Guardas pairando Ameaccedila

14abr D 07h-8h

Amarelo Branco Laranja

Vermelho

X 5 1

13mai C 10h-11h

Amarelo Branco Laranja

Vermelho

X X 4 4

20mai J 15h-16h Branco X X 8 12 02jun H 12h-13h Branco X X 8 4 16jul D 13h-14h Branco

X 8 2 Formiga

20jun B 08h-09h

Amarelo Branco Laranja

Vermelho

X X 9 3

06ago C 14h-15h Branco X 7 10 Lagartixa

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria As observaccedilotildees indicaram que as jataiacutes visitavam vaacuterias espeacutecies de flores durante

as manhatildes e iniacutecio das tardes pois nesse periacuteodo trouxeram uma grande

45

diversidade de poacutelen (cores amarela laranja branca e vermelha) transportados em

suas corbiacutecula para dentro do ninho B C e D (TABELA 1) (FIGURA 1-A) No horaacuterio

da tarde essa diversidade diminuiacutea nos ninhos C D H e J (TABELA 1) e era

representada pelo transporte de poacutelen de cor branca Este fato mostra que a

diversidade de flores visitadas decresce ao longo do dia

As abelhas sociais de um modo geral visitam as flores enquanto elas satildeo atrativas

Elas apresentam preferecircncia pela cor e satildeo capazes de discriminar os conjuntos

florais realizar sua localizaccedilatildeo e selecionar aquelas que produzem maior quantidade

e melhor qualidade de alimento (PIRANI LAURINO 1993) Existem diversos fatores

que podem influenciar a coleta de alimento pelas abelhas sociais entre eles o

comportamento das campeiras e a necessidade das colocircnias que depende do seu

tamanho (PIRANI LAURINO 1993)

Aleacutem de poacutelen tambeacutem foi observado carregamento de resina nas corbiacuteculas para

dentro do ninho B C H e J (TABELA 1) (FIGURA 1-B) essa eacute coletada pelas

abelhas em bototildees florais Depois de a resina ser coletada ela pode ser armazenada

pura ou misturada com cera No caso de T angustula ela geralmente faz a

armazenagem na forma pura (NOGUEIRA-NETO 1997) Como a resina eacute viscosa e

grudenta as abelhas a utilizam para vedar o entorno da entrada do tubo e tambeacutem

para depositar uma quantidade sobre o corpo e cabeccedila das formigas para defender

a colocircnia contra invasores (WITTMANN 1985 NOGUEIRA-NETO 1997)

Durante todo o periacuteodo observado foi notada a presenccedila de operaacuterias que cuidavam

da limpeza dos ninhos (TABELA 1) Essas operaacuterias trabalhavam retirando resiacuteduos

(detritos) de dentro do ninho e o faziam carregando atraveacutes de sua mandiacutebula

(FIGURA 1-C) Este trabalho era realizado continuamente ao longo de todo o dia

Para Nogueira-Neto (1997) T angustula eacute a espeacutecie que tem o melhor haacutebito de

limpeza e por esta razatildeo seu mel e seu proacutepolis satildeo considerados o melhor dentre

as outras espeacutecies

FIGURA 1- Divisatildeo de trabalho entre operaacuterias de Tetragonisca angustula A

Detalhe da corbiacutecula com poacutelen B Detalhe da corbiacutecula com resina C Operaacuteria de

limpeza com resiacuteduo na mandiacutebula

46

Fonte Arquivo Labibio

Em cada ninho foi possiacutevel notar a presenccedila de abelhas que ficavam tanto pousadas

ao longo do tubo de entrada do ninho quanto sobrevoando proacuteximo do mesmo

Essas abelhas satildeo chamadas por Gruter Karcher e Ratnieks (2011) de abelhas

guardas em peacute e pairando respectivamente As guardas em peacute estavam sempre

em grandes quantidades e estiveram em atividade praticamente em todo o periacuteodo

do dia

Essas guardas ficavam na maior parte do tempo com a mandiacutebula apoiada sobre o

ninho acredita-se que tenham a funccedilatildeo de depositar resina ao entorno do ninho As

demais guardas que ficavam sobrevoando estiveram mais ausentes logo no

A B

C

47

comeccedilo da manhatilde por volta das 0700 as 0900 horas As guardas pairando ficavam

na maioria das vezes em nuacutemeros de trecircs a quatro sempre posicionadas a direita e

esquerda do tubo e em direccedilatildeo a entrada (FIGURA 2)

FIGURA 2- Ninho de T angustula com guardas pairando destacado em vermelho e

guardas em peacute em destaque azul

Fonte Arquivo Labibio

Foi observado que no periacuteodo da tarde o nuacutemero de guardas pairando aumentava

Isso era visto com maior frequumlecircncia nos ninhos C e J instalados em paredes

(TABELA 1) Segundo Gruter Karcher e Ratnieks (2011) as colocircnias que

apresentam um nuacutemero maior de guardas pairando sofrem ameaccedilas de

vertebrados fato corroborado no ninho C (TABELA 1) que foi atacado por uma

lagartixa No momento em que aconteceu uma parte da populaccedilatildeo saiu do ninho e

se mostraram bem agitadas O que de acordo com Gruter Karcher Ratnieks (2011)

trata-se de uma resposta defensiva agrave percepccedilatildeo da respiraccedilatildeo de vaacuterios

vertebrados

Tambeacutem foi observado o comportamento defensivo em quando formigas se

aproximavam do ninho D (TABELA 1) As jataiacutes as ldquobeliscavamrdquo para que se

afastassem Esse mesmo comportamento foi visto durante minhas observaccedilotildees ao

Ninho A toda vez que me aproximava para observar ou fotografar surgiam vaacuterias ao

48

meu redor em uma dessas observaccedilotildees a jataiacute picou pele exposta Dentre todos os

ninhos essa foi a que apresentou o comportamento mais agressivo

De acordo com os estudos de Gruter e colaboradores (2012) T angustula eacute a uacutenica

espeacutecie que apresenta um sistema de defesa que envolve dois grupos distintos e

complementares de guardas uma pairando que se estacionam no ar proacuteximo ao

ninho e outras em peacute ao redor da entrada do ninho As guardas que ficam de frente

para o caminho de vocirco satildeo chamadas de grupo principal e as que ficam

posicionadas agrave direita e agrave esquerda do ninho satildeo o grupo secundaacuterio (GRUTER

KARCHER RATNIEKS 2011)

Uma caracteriacutestica interessante dessas guardas eacute que apresentam caracteriacutesticas

morfoloacutegicas diferentes das operaacuterias (satildeo maiores e mais pesadas) (GRUTER et

al 2012) Elas apresentam diferenccedilas no comprimento da asa no tamanho das

pernas traseiras que satildeo relativamente maiores para seu corpo (podendo ajudar na

luta contra invasores) e cabeccedila um pouco menor que das forrageiras Essa ultima

caracteriacutestica estaacute associada agrave maior necessidade das forrageiras de processar

informaccedilotildees sensoriais relacionadas ao forrageamento (GRUTER et al 2012)

As abelhas guardas possuem a funccedilatildeo de defender sua colocircnia de ataques de

intrusos que aproveitam do seu trabalho para roubar o alimento produzido

(GRUTER KARCHER RATNIEKS 2011) As accedilotildees especiacuteficas desses intrusos satildeo

detectadas mais pelas guardas em peacute pois elas conseguem identificar as campeiras

e natildeo campeiras da mesma espeacutecie por quimiorecepccedilatildeo (KARCHER RATNIEKS

2009 GRUTER KARCHER RATNIEKS 2011) Jaacute as guardas que pairam perto do

ninho atacam intrusos que natildeo satildeo da mesma espeacutecie elas o reconhecem pela cor

forma do corpo e pelos odores volaacuteteis (KARCHER RATNIEKS 2009) De acordo

com Zweden e Colaboradores (2011) a presenccedila de guardas pairando aumenta a

detecccedilatildeo de intrusos e que essas guardas respondem especialmente a pistas

visuais Como comportamento de defesa as guardas liberam um feromocircnio de

alarme para recrutar os trabalhadores para o ataque (FREE 1987 apud ZWEDEN

2011)

O nuacutemero meacutedio de guardas durante o periacuteodo observado mostrou-se maior para as

guardas em peacute (78) do que para as guardas pairando (35) Esse fato eacute explicado

por Gruter Karcher e Ratnieks (2011) para eles o gasto energeacutetico das guardas

pairando eacute muito maior de modo que eacute menos dispendioso energicamente para as

49

abelhas ficarem em peacute Mesmo tendo um gasto energeacutetico muito alto nas

observaccedilotildees de Wittmann (1985) as atividades do voo das guardas foi constatado

que essas ficavam pairando por cerca de 70 minutos antes de voltar para dentro do

ninho Este fato mostra que a mudanccedila de guardas natildeo eacute comum e que a defesa do

ninho eacute feita por divisatildeo de trabalho e natildeo por alternacircncia de tarefas (GRUTER

KARCHER RATNIEKS 2011)

Os ninhos que desapareceram ao longo das observaccedilotildees foram devido agraves revoadas

um comportamento comum nas abelhas Nas jataiacutes as revoadas geralmente

ocorrem devido ao calor para refrescar o ninho em caso de altas temperaturas uma

parte da populaccedilatildeo sai do ninho enxameamento para reproduccedilatildeo ou devido agrave

interferecircncia humana quando um ninho eacute retirado de um local para outro

(INFORMACcedilAtildeO PESSOAL ZOCOLOTTI V R) De acordo com este na primeira

semana eacute possiacutevel presenciar alguma revoada que pode ser para identificaccedilatildeo

tanto da flora apiacutecola quanto para localizaccedilatildeo do novo ambiente

No caso dos ninhos F e G ao final de cada revoada observada a entrada do ninho

ficava bastante danificada Foram observadas trecircs revoadas (duas no mesmo dia)

do ninho F todas no mecircs de Maio e duas (em dias diferentes) no ninho G no mecircs

de Junho Apoacutes estas observaccedilotildees os dois ninhos desapareceram

Durante as revoadas vaacuterias abelhas caiam no chatildeo agarradas umas nas outras

Apoacutes queda era possiacutevel observar que as guardas conseguiam prender e retirar

com sua mandiacutebula as pernas e asas do invasor (FIGURA 3-A e B) o que impedia

as invasoras de conseguir atacar novamente Segundo Kerr e colaboradores (2005)

as guardas agarram as pernas dos invasores para que eles caiam no chatildeo e sejam

comidos pelas formigas que ficam proacuteximas aos ninhos

50

FIGURA 3 - Ataque de invasores A T angustula com mandiacutebula presa agrave perna do

Jataiacute invasora BPerna de invasores retirada apoacutes ataque

Fonte Arquivo Labibio

De acordo com Zocolotti VR (INFORMACcedilAtildeO PESSOAL) as cinco espeacutecies de

Meliponini criadas por ele podem apresentar o comportamento de saquear outros

ninhos e isso pode ocorrer por oportunismo ou por falta de alimento Em especial

as Jataiacutes geralmente possuem o costume de atacar as proacuteprias jataiacutes esses

ataques acontecem dentro do mesmo ninho e entre outros proacuteximos Esses ataques

podem ocorrer por atraccedilatildeo de feromocircnio de princesa (rainhas jovens natildeo

fecundadas) por enxame fraco ou ateacute mesmo para absorver o fraco ou seja elas

entram e acabam matando a rainha e mantecircm os trabalhadores por um tempo ateacute

absorver o enxame ou ateacute mesmo o deixam morrer sendo dessa maneira muito

complexas em relaccedilatildeo ao comportamento

Na aacuterea do campus da Ufes houve uma consideraacutevel devastaccedilatildeo na vegetaccedilatildeo

nativa (compreendida de Mata Atlacircntica Manguezal e Restinga) devido agrave

construccedilatildeo de preacutedios que foram erguidos logo no iniacutecio da implantaccedilatildeo da

Universidade Como medida compensatoacuteria foi feito o plantio de espeacutecies arboacutereas

usando em demasia espeacutecies exoacuteticas (CASTRO 2003) Na Ufes eacute possiacutevel ver

poucas aacutereas jardinadas Aleacutem disso sempre que eacute necessaacuterio construir um novo

preacutedio novas aacutereas satildeo eliminadas podendo ou natildeo ser compensada com plantas

nativas

A B

51

Em abelhas sociais o comportamento de saque eacute comum acontecer em sequumlecircncias

natildeo contiacutenuas ou seja ela cessa e recomeccedila por periacuteodos de tempo (SANTANA

etal 2004) Durante as observaccedilotildees foram presenciadas trecircs revoadas ao ninho F

duas no mesmo dia poreacutem em horaacuterios diferentes e duas ao ninho G em dias

diferentes (FIGURAS 4- A B C e D)

FIGURA 4 ndash Revoada do ninho F A Vista da entrada do iniacutecio do estudo B Vista

da entrada em plena atividade em iniacutecio de maio C Entrada apoacutes uma revoada em

maio D Vista da entrada do ninho apoacutes uacuteltima revoada em maio

Fonte Arquivo Labibio

Nas figuras 4a e b mostram o estado em que a entrada do ninho se encontrava na

primeira semana de observaccedilatildeo (vinte e oito de Abril) e na primeira semana do mecircs

seguinte (sete de Maio) esse uacuteltimo a entrada do ninho jaacute se encontrava danificado

No ninho F(FIGURA 4) as revoadas que ocorreram no dia vinte de Maio entre

A B

C D

52

1000 e 1400 horas e no dia vinte e seis de Maio entre 1600 e 1700 horas

corroborando com Santana e colaboradores (2004) sobre o comportamento de

saques intermitentes

No ninho G as revoadas se iniciaram duas semanas apoacutes o desaparecimento do

ninho F nos dias nove e vinte e seis de junho entre 1500 e 1600 horas e dia 16 de

junho no mesmo horaacuterio (FIGURA 5-A B e C)

FIGURA 5 ndash Revoadas no Ninho G A Ninho no iniacutecio de Maio B Registro da

primeira revoada C Ultima revoada perda do ninho

Fonte Arquivo Labibio

As observaccedilotildees evidenciaram a ocorrecircncia de um acuacutemulo de resiacuteduos sobre os

ninhos apoacutes as revoadas (FGURA 5-B) No ninho G tinha uma subpopulaccedilatildeo

A B

C

53

pequena mas bem ativa conforme verificado apoacutes quatro horas de observaccedilatildeo em

nove dias (Graacutefico 1- A e B)

GRAacuteFICO1 A ndash Ritmo de Saiacutedas no Ninho G

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

GRAacuteFICO 1B ndash Ritmo de entradas no ninho G

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

0

20

40

60

80

100

120

140

09h-10h 10h-11h 12h-13h 14h-15h 16h-17h

Nuacutem

ero

de V

isita

s

Horaacuterios

13mai 20mai 26mai

0

20

40

60

80

100

120

140

160

180

200

09h-10h 10h-11h 12h-13h 14h-15h 16h-17h

Nuacutem

ero

de V

isita

s

Horaacuterios

13mai 20mai 26mai

54

No ninho G as abelhas iniciaram suas atividades antes de 09h evidenciado pela

entrada de aproximadamente 180 forrageadoras entre 9 e 10h As saiacutedas neste

mesmo periacuteodo ficaram em torno de 100

Entre 16h-17h houve um grande nuacutemero de entrada o que era esperado todas as

que saiacuteram tecircm que retornar enquanto haacute luminosidade e antes do ninho ser

fechado Conforme esperado por Gruter Karcher Ratnieks (2011) quando comeccedila

a escurecer as Jataiacutes fecham a entrada do tubo para impedir que intrusos ataquem

seu ninho durante a noite e abrem pela manhatilde quando o clima estaacute mais favoraacutevel

para iniciarem suas atividades

Neste ninho entre 12h-13h houve um nuacutemero maior de saiacutedas que de entradas ateacute

agraves 16h Isso possivelmente esteve relacionado agrave uma grande distacircncia entre o ninho

e as fontes de recursos troacuteficos

Outro ninho em que foi possiacutevel observar todos os meses notou-se que apresentou

atividade durante todo o dia (GRAacuteFICO 2-A e B)

GRAacuteFICO 2A ndash Ritmo de saiacutedas do ninho B

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

0

50

100

150

200

250

300

350

400

450

500

07h-08h 08h-09h 09h-10h 11h-12h 12h-13h 13h-14h 14h-15h 15h-16h 16h-17h

Nuacutem

ero

de V

isita

s

Horaacuterios

28abr 13mai 20mai 26mai 09jun 16jun 23jun 01jul 09jul

16jul 23jul 30jul 06ago 13ago 20ago 27ago 05set 10set

55

GRAacuteFICO 2B ndash Ritmo de entradas do nino B

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

O ninho B tinha uma subpopulaccedilatildeo mais numerosa que F e G Durante o inverno

(2307 e 2708) as abelhas iniciavam suas atividades cerca de duas horas mais

tarde em horaacuterio com temperatura mais elevada (indicado pela seta preta) Tal fato

corrobora com as observaccedilotildees de Ulian e colaboradores (2007) que constata que

em periacuteodo mais chuvoso onde as temperaturas satildeo geralmente mais baixas as

Jataiacutes apresentam iniacutecio de atividade agraves 9 horas da manhatilde devido agrave temperatura

nesse horaacuterio comeccedilar a aumentar

Proacuteximo do horaacuterio de 10 horas houve um grande nuacutemero de saiacutedas do ninho

seguido de um grande nuacutemero de entrada o que indica a ocorrecircncia de uma fonte

de recursos proacutexima ao ninho ou a indisponibilidade de recurso para ser coletado

naquela hora Acredita-se que na primeira possibilidade - fonte proacutexima ela era de

resina pelo fato de ter havido um intervalo de saiacuteda ateacute agraves 12h jaacute que esta

demanda mais tempo para ser retirada da corbiacutecula e armazenada por ser

pegajosa No caso da segunda possibilidade natildeo encontraram alimento disponiacutevel

naquele horaacuterio o retorno ao ninho eacute a alternativa mais eficaz para evitar um alto

gasto energeacutetico ateacute que o recurso fique disponiacutevel para coleta

0

100

200

300

400

500

600

07h-08h 08h-09h 09h-10h 10h-11h 11h-12h 12h-13h 13h-14h 14h-15h 15h-16h 16h-17h

Nuacutem

ero

de V

isita

s

Horaacuterios 28abr 13mai 20mai 26mai 09jun 16jun 23jun 09jul16jul 23jul 30jul 20ago 27ago 05set 10set

56

No outono as atividades das Jataiacutes comeccedilaram a diminuir por volta de 15 horas

(indicado pela seta marrom) ateacute cessar totalmente no iniacutecio das 16 horas Pelos

graacuteficos nota-se que o ninho B possui vantagem de uma hora nas atividades em

relaccedilatildeo ao ninho G isso provavelmente ocorreu porque o ninho B obteve mais

sucesso nas coletas distribuiacutedas ao longo do dia

43 RECURSOS FLORAIS

Eacute notoacuteria a relaccedilatildeo que existe entre abelha-flor relaccedilatildeo essa que sucedeu a milhotildees

de anos desde entatildeo as abelhas dependem de substancias utilizadas na

alimentaccedilatildeo e as plantas se beneficiam com a polinizaccedilatildeo (PIRANI LAURINO

1993) Para entender a biologia dos Meliponini eacute importante conhecer sua

alimentaccedilatildeo Para isso eacute necessaacuterio fazer um levantamento das plantas utilizadas

para coleta de poacutelen e neacutectar (SOUZA 1999 apud OLIVEIRA ABSY MIRANDA

2009)

Com base nos dados obtidos sobre as fontes alimentares de T angustula na

literatura (TABELA 2) nota-se a capacidade dessa espeacutecie de visitar uma ampla

diversidade de famiacutelias de plantas Segundo Toledo e colaboradores (2003) durante

cada voo das campeiras em meacutedia 100 flores satildeo visitadas

O levantamento bibliograacutefico indicou que existem duas metodologias bastante

usadas por autores para conhecer a dieta das abelhas Uma delas eacute a investigaccedilatildeo

palinoloacutegica para avaliar as fontes de recursos florais utilizados (poacutelen e neacutectar)

com base no gratildeo de poacutelen depositado no corpo da abelha para identificaccedilatildeo das

espeacutecies vegetais (CARVALHO MARCHINE ROS 1999 FEIDEN 1994 SIMIONI et

al 2007 OLIVEIRA ABSY MIRANDA 2009 MORGADO et al 2011NOVAIS

ABSY SANTOS 2013) A outra se daacute por meio de observaccedilotildees das campeiras nas

flores (AGOSTINI SAZIMA 2003 TOLEDO et al 2003OLIVEIRA ABSY

MIRANDA 2009 BRAGA et al 2012) A partir desses meacutetodos eacute possiacutevel saber

quais satildeo as plantas que produzem seus alimentos preferenciais e quais as fontes

alternativas (OLIVEIRA ABSY MIRANDA 2009)

57

TABELA 2 ndash Relaccedilatildeo das espeacutecies de plantas visitadas porT Angustula Continua

Famiacutelia Espeacutecie Polinizada Visitada Recurso

Poacutelen Neacutectar

Acanthaceae Thunbergia grandiflora X Odontonema strictum X X

Justicia brandegeana X

Ruellia silvaecola X Agavaceae Agave americana X X X

Agave sisalana X X X

Agave attenuata X X X

Dracena fragana X X X Aizoaceae Mesembryantemum spectabilis X Lamprantus productus X Amaranthaceae Gomphrena globosa X Amarylidaceae Clivia miniata X X X Anacardiaceae Schinus terebinthifolius X X

Lithraea molleoides X X

Toxicodendron verniciferum X X

Mangifera indica X X X

Tapirira guianensis X Apiaceae Hydrocotyle leucocephala X Apocynaceae Trevetia peruviana X Araliaceae Tetrapanax papyrifera X X X Asclepiadaceae Asclepias curassavica X X Asteraceae Parthenium hysterophorus X Aspillia latissima X Aspillia sp X Balsaminaceae Impatiens balsamina X X X

Impatiens sultanii X Bignoniaceae Spathodea campanulata X X Tabebulaim petiginosa X X X

Tabebula chrysotricha X X X Bixaceae Bixa orellana X X Bombacaceae Ceiba arianthos X X

Pseudo bombax sp X X

Pseudobombax tomentoso X X

Eriotheca canolleana X X

Bombax ceiba X X Boraginaceae Cordia superba X X

Cordia glabrata X X Brassicaceae Brassica sp X Cactaceae Opuntia ficusindica X X Caesalpiniaceae Schizolobium parahyba X X Capparaceae Cleome spinosa X Caprifoliaceae Lonicera japonica X X

58

TABELA 2 ndash Relaccedilatildeo das espeacutecies de plantas visitadas por T angustula Continua

Famiacutelia Espeacutecie Polinizada Visitada Recurso

Poacutelen Neacutectar

Sambucus australis X X Caryophylaceae Silene armeria X Cecropiaceae Cecropia hololeuca X Cochlospermaceae Cochlospermum vitifolium X X Compositae Vernonia polyanthes X X

Bidens pilosa X X Cosmos auphureus X X X

Centratherium violaceum X X X

Dahlia sp X Eclipta alba X Asterla evis X Tithonia rotundifolia X X X

Tithonia speciosa X X X

Tithonia diversifolia X Baccharis sp X Wedelia paludosa X Eupatorium sp X Mikania glomerata X X

Montano apyramidata X X Montano abipinnatifiada X Senecio brasiliensis X X X

Emilia sonchifolia X X Ambrosia sp X X Creopsis grandiflora X Galinsoga parviflora X Crassulaceae Kalanchoe tubiflora X X Cyperaceae Cyperus sp X Elaeocarpaceae Muntingia calabura X Ericaceae Rhododendron simsii X X X

Rhododendron indicum X X X Euphorbiaceae Alchornea sidaefolia X X X

Euphorbia milii X X X

Euphorbia pulcherrima X X X

Ricinus communis X X X

Croton sp X Fabaceae Desmodium sp X Tipuana tipu X Vigna peduncularis X X Guttiferae Kielmeyera coriacea X X Iridaceae Dietes vegeta X Labiatae Salvia splendens X Origanum vugare X

59

TABELA 2 ndash Relaccedilatildeo das espeacutecies de plantas visitadas por T angustula Continua

Famiacutelia Espeacutecie Polinizada Visitada Recurso

Poacutelen Neacutectar

Ocimum sellowii X Iboza riparia X X X

Coleus blumei X X X Leguminosae Andira anthelmintica X X

Mimosa daleoides X X X

Myroxylon balsamum X X X

Piptadenia gonoacantha X X X

Stylos anthesscabra X Caesalpinia bonducella X X X

Caesalpinia pelthophoroides X X X

Crotalaria lanceolata X Calliandra twedii X Sophora tomentosa X X Mimosa pudica X Erythrina speciosa X X X

Cassia grandis X Schizolobium parahyba X X Senna multijuga X Senna bicapsularis X X Delonix regia X Clitoria fairchildiana X Centrolobium tomentoso X Liliaceae Aloe sp X X Bulbine frutescens X Loranthaceae Struthanthus andrastylus X X Lythraceae Lagerstroemia indica X X Magnoliaceae Talauma ovata X X Malpighiaceae Malphiguia glabra X Tetrapterys X Byrsonima intermedia X X X Malvaceae Hibiscus rosa-sinensis X X X

Malvaviscus arboreus X X Sida rhombifolia X Melastomataceae Tibouchina granulosa X X

Clidemeia sp X X

Tibouchina sp X X X

Tibouchina holosericea X X Meliaceae Trichilia sp X Mimosaceae Leucaena leucocephala X Anadenanthera collubrina X Moraceae Cecropia pachystachya X X X

Morus nigra X X

60

TABELA 2 ndash Relaccedilatildeo das espeacutecies de plantas visitadas por T angustula Continua

Famiacutelia Espeacutecie Polinizada Visitada Recurso

Poacutelen Neacutectar Myrsinaceae Ardisia crenata X X Myrtaceae Eucalyptus robusta X X X

Eugenia jambos X X X

Eugenia pitanga X Eucalyptus terecornis X Plinia glomerata X Nyctaginaceae Bougainvile aspectabilis X X X Oleaceae Jasminum azoricum X Palmae Acrocomia aculeata X X

Archontophoenix cunninghamiana X

Syagrus romanzoffiana X Copernicia alba X X Sheelea phalerata X Passifloraceae Passiflora jilekii X Piperaceae Piper mollicomum X Poaceae Paspalum sp X Polemoniaceae Cobae scandens X Polygonaceae Polygonum capitatum X X X Pontederiaceae Pontederia lanceolata X X Proteaceae Grevill a bansksii X X X Rosaceae Prunus persica X X X

Pyracantha coccinea X X Rubiaceae Pentas lanceolata X X

Citrus airantum X X Rutaceae Citrus limon X X X Scrophulariaceae Paulownia imperialis X X Solanaceae Nicotiana tabacum X X Sterculiaceae Dombeya burgessiae X Dombeya wallichii X Sterculia chicha X X Tiliaceae Heliocarpus americanus X X X Tropaeolaceae Tropaeolum majus X X X Ulmaceae Tipo celtis X Trema micrantha X X Umbelliferae Foeniculum vulgare X X X Verbenaceae Duranta repens X

Vitex agnus-castus X

Velloziaceae Vellozia candia X X X Zingiberaceae Hedychium coronarium X Fonte Pirani Laurino 1993 Carvalho Marchine Ros 1999 Agostini Sazima 2003 Toledo et al 2003 Cartopassi-Laurino 2005 Braga e Colaboradores 2012 Novais Absy Santos 2013

61

Foram encontradas 71 famiacutelias e um total de 166 espeacutecies Dessas 30 espeacutecies satildeo

polinizadas e 136 satildeo visitadas Poacutelen e neacutectar satildeo os recursos mais coletados

com coleta de poacutelen em 78 espeacutecies e de neacutectar em 69 De acordo coma Lista de

Espeacutecies da Flora do Brasil (2010) 20 das espeacutecies que satildeo polinizadas (TABELA

2) satildeo nativas o restante satildeo espeacutecies exoacuteticas ou seja natildeo pertencem agrave flora

brasileira

As famiacutelias que apresentaram maior porcentagem de visitas por T angustula foram

Compositae e Leguminosae (TABELA 2) com 13 e 12 de espeacutecies

respectivamente (GRAacuteFICO 3) sendo as famiacutelias mais importantes para a dieta da

jataiacute (AGOSTINE SAZIMA 2003 SIIONI et al 2007) Esse resultado eacute similar ao

trabalho de Simioni e colaboradores (2007) seus resultados mostram que uma das

famiacutelias analisadas Leguminosae tambeacutem apresentaram um maior destaque na

quantidade de visitas realizadas por T angustula esse fato pode ser explicado pelo

fato de que Leguminosae representa a mais importante fonte de poacutelen para essa

espeacutecie

As famiacutelias Compositae e Leguminosae satildeo as mais bem representadas pelo fato

de apresentarem espeacutecies que fornecem alimento em maior qualidade e quantidade

por vaacuterios periacuteodos do ano Com destaque para a famiacutelia Leguminosae que fornece

recursos alimentares para as abelhas nos periacuteodos de estiagem (PIRANI LAURINO

1993 AGOSTINE SAZIMA 2003)

O graacutefico abaixo ilustra o comportamento generalista deT angustula Onde 41 das

visitadas realizadas pela espeacutecie se distribuem por 55 famiacutelias vegetais Esse

comportamento concorda com trabalho de Anacleto (2007) onde dentre as cinco

espeacutecies estudadas por ele a que apresentou o haacutebito mais generalista em relaccedilatildeo

ao nuacutemero de plantas visitadas foi T angustula

62

GRAacuteFICO 3 ndash Contribuiccedilatildeo das famiacutelias de plantas para a dieta de T angustula

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria com base nos dados da Tabela 1

As abelhas generalistas visitam flores pequenas e abertas e satildeo menos

relacionadas agraves flores especializadas (RUTHCKE JULES 1993 ROUBIK 1992

apud AGOSTINI SAZIMA 2003) e tecircm preferecircncia de flores arboacutereas com

inflorescecircncia densas

Um exemplo de flores que natildeo satildeo especializadas e que satildeo importantes para a

dieta de T angustula eacute da famiacutelia Asteraceae as espeacutecies Mangifera indica e

Schinus terebinthifolius apresentam grande densidade de flores e permite faacutecil

acesso para as abelhas deste modo tornam-se importantes fornecedores de fontes

de poacutelen (BRAGA et al 2012)

De acordo com o levantamento das plantas utilizadas pelas abelhas jataiacute realizado

por diferentes autores as famiacutelias que se mostraram bem representadas foram

Malvaceae Caesalpiniaceae Melastomataceae Myrtaceae Euphorbiaceae e

Anacardiaceae sendo consideradas portanto essenciais para a dieta da jataiacute

2 2 3 2

2 3

13

3 2

3

12 2 2 2 3

3

41

Acanthaceae Agavaceae Anacardiaceae Asteraceae Bignoniaceae

Bombacaceae Compositae Euphorbiaceae Fabaceae Labiatae

Leguminosae Malpighiaceae Malvaceae Melastomataceae Myrtaceae

Palmae Outros

63

Em geral essas famiacutelias podem ser caracterizadas pela floraccedilatildeo do tipo contiacutenuo ou

seja uma floraccedilatildeo que natildeo cessa ou que ocorre na maior parte do ano o que

permite as abelhas ter acesso aos recursos em todas as estaccedilotildees do ano

(CARVALHO MARCHINI ROS 1999 AGOSTINI SAZIMA 2003 TOLEDO et al

2003 MORGADO et al 2011)

64

65

5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS Sendo este a primeira pesquisa com abelhas em compus no Espiacuterito Santo Foi

observado que a distribuiccedilatildeo dos ninhos encontrados apresentou-se uniforme

Todos os ninhos estavam instalados em paredes e pisos de concreto o que indica

seu potencial de adaptabilidade agraves condiccedilotildees antroacutepicas

A diversidade de cores de poacutelen trazida pelas forrageiras no iniacutecio da manhatilde indica

uma ampla disponibilidade de alimento que a flores oferecem nesse periacuteodo do dia

bem como a eficiecircncia das forrageiras em selecionar essas flores

De acordo com as observaccedilotildees que foram realizadas no estudo as abelhas T

angustula podem ter suas atividades influenciadas pelo clima Uma vez que foi

observado que no periacuteodo de inverno em que as temperaturas satildeo mais baixas

elas comeccedilavam a realizar suas funccedilotildees nos horaacuterios com as temperaturas mais

altas

A divisatildeo de trabalho entre forrageadoras operaacuterias de limpeza e de defesa

observado nessa espeacutecie indica o comportamento altamente social dos Meliponini

O mecanismo de defesa observado em T angustula entre guardas pairando e em

peacute pode indicar uma caracteriacutestica de complementaridade na defesa do ninho uma

vez que durante as observaccedilotildees os dois tipos de guardas sempre se fizeram

presentes O que mostra que mesmo com o atrofiamento do ferratildeo os indiviacuteduos

desenvolveram estrateacutegias para a defesa contra invasores

Foi comum observar a presenccedila de revoadas nos ninhos entre as Jataiacutes Este

comportamento em geral eacute comum para o desenvolvimento (sobrevivecircncia) da

colocircnia No caso dos ninhos observados apoacutes as revoadas eles foram

desaparecendo Este fato pode indicar um baixo iacutendice de recursos troacuteficos para

essas abelhas dentro do campus pois ao inveacutes dos ninhos se manterem ou

aumentarem em quantidade ao longo das observaccedilotildees eles desapareceram

O levantamento das flores visitadas por T angustula indicou um comportamento

generalista desta espeacutecie em visitar uma grande variedade de plantas o que mostra

sua importacircncia para garantir a variabilidade dessas plantas

66

Esse levantamento tambeacutem indicou que a polinizaccedilatildeo realizada por elas foi

predominante em plantas exoacuteticas O que pode refletir a deficiecircncia na quantidade

de plantas nativas melitoacutefilas na aacuterea de estudo

67

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Page 31: FACULDADE CATÓLICA SALESIANA DO ESPÍRITO SANTO … · No grupo dos Apinae está à tribo dos Meliponini, conhecidas como abelhas indígenas sem ferrão por possuir seu ferrão atrofiado

37

fazenda perto de Satildeo Paulo Para observar essa alternacircncia de tarefas as abelhas

guardas foram coletadas e marcadas Dessa maneira notaram que das 18 abelhas

marcadas 12 eram exclusivamente guardas em peacute e seis realizavam os dois tipos

de guardas Durante as 21 horas de observaccedilatildeo natildeo foi observado mudanccedila entre

os tipos de guardas A partir desses resultados concluiacuteram que a alternacircncia de

tarefa entre as guardas eacute rara de acontecer indicando que a defesa de T angustula

e feita por divisatildeo de trabalho

Zweden e colaboradores (2011) fizeram um trabalho semelhante agrave Wittmann (1984)

com os guardas de defesa que ficam pairando Em seu estudo os autores tinham o

objetivo de testar a hipoacutetese que as guardas aumentavam a defesa do ninho em

relaccedilatildeo aos intrusos principalmente Lestrimellita limatildeo a qual eacute um ladratildeo

obrigatoacuterio de Tetragonisca angustula Foram feitas mediccedilotildees da distacircncia em que

as guardas pairando atacavam tanto um manequim de massa de modelar coberto de

citral (odor volaacutetil liberado por L limatildeo) quanto operaacuterias de Lestrimellita limatildeo

receacutem morto Todos os intrusos do experimento foram atacados por T angustula a

distacircncia que ocorreu o ataque variou entre 0-22 cm os ninhos que tinham mais

guardas apresentou maior distacircncia Dessa maneira concluiacuteram que a presenccedila de

guardas pairando aumenta a detecccedilatildeo de intrusos e que essas guardas respondem

especialmente a pistas visuais

As abelhas sem ferratildeo (eussocias) costumam apresentar divisatildeo de trabalho em

suas colocircnias Gruter e colaboradores (2012) em seu estudo quiseram testar a

hipoacutetese de que os soldados especializados (guardas) para a defesa das colocircnias de

jataiacute (Tetragonisca angustula) eram relativamente maiores que os trabalhadores

Com anaacutelise no tamanho e na forma das forrageiras guardas e trabalhadores que

removem resiacuteduos das colocircnias o autor constatou que o peso corporal das guardas

era maior que das abelhas forrageiras e que o tamanho da cabeccedila das forrageiras

mostrou-se um pouco maior em relaccedilatildeo agraves guardas Assim concluiu-se que a

variaccedilatildeo no tamanho seria devido agrave divisatildeo de trabalho ou seja a diferenccedila no

tamanho do corpo consiste em uma eficaacutecia maior para lutar contra invasores e a

diferenccedila em relaccedilatildeo ao tamanho da cabeccedila seria devido agrave necessidade das

forrageiras de decorar caminhos para busca do alimento

38

39

3 METODOLOGIA

31 AacuteREA DE ESTUDO

O Municiacutepio de Vitoacuteria possui uma extensatildeo geograacutefica que envolve um grau

elevado de urbanizaccedilatildeo (SOUZA 2011) De acordo com o Instituto Brasileiro de

Geografia e Estatiacutestica (2010) o Municiacutepio apresenta uma aacuterea de mais de 98 Kmsup2 e

conta com uma populaccedilatildeo estimada de 352104 habitantes O clima da regiatildeo de

Vitoacuteria pode ser classificado como Tropical uacutemido (CLASSIFICACcedilAtildeO [20--])

apresentando temperatura maacutexima que pode chegar a 32ordm C e miacutenima que fica em

torno de 24ordm C com os maiores iacutendices de precipitaccedilatildeo pluviomeacutetrica entre os meses

de Outubro a Janeiro (INSTITUTO CAPIXABA DE PESQUISA ASSISTEcircNCIA

TEacuteCNICA E EXTENSAtildeO RURAL 2011)

Vitoacuteria eacute um dos Municiacutepios que apresentam os maiores niacuteveis de temperaturas do

Estado Isso se deve ao fato de as grandes montanhas dificultarem a passagem dos

ventos do nuacutemero de preacutedios que aumenta com o passar dos anos assim como a

poluiccedilatildeo (SOUZA 2011)

O estudo foi realizado no Campus Universitaacuterio Alaor de Queiroz Arauacutejo da

Universidade Federal do Espiacuterito Santo (FERNANDES VALE 2013) tambeacutem

conhecido como campus de Goiabeiras Este campus se encontra localizado no

Municiacutepio de Vitoacuteria capital do Estado do Espiacuterito Santo e nas coordenadas

geograacuteficas de 20ordm 16rsquoS e 40ordm 18rsquoW (FERREIRA DANTAS 2000)

O Campus fica ao Sul e ao Oeste do canal da passagem e a Leste com a Avenida

Fernando Ferrari Ateacute 2008 era composta por uma aacuterea de ambiente entre mareacutes e

terrestre de 1592545 msup2 poreacutem com a ampliaccedilatildeo da Avenida Fernando Ferrari

essa aacuterea foi reduzida para 1567545 msup2 (FERNANDES VALE 2013) A aacuterea

amostral se localiza no entorno do Centro de Ciecircncias Humanas e Naturais (CCHN)

Implantada por volta da deacutecada de 1970 ela compotildee os ICrsquos (iniciais de Ilha do

Cercado) I II III e IV (FERNANDES VALE 2013) e apresenta uma aacuterea que

compreende edificaccedilotildees como preacutedios passarelas ruas asfaltadas paacutetio de

estacionamento e aacutereas jardinadas (MAPA 01)

40

Mapa 01- Mapa do Campus Universitaacuterio de Goiabeiras (UFES) com destaque da

aacuterea de estudo em vermelho

Fonte Google Maps (2014) 32 OBTENCcedilAtildeO DOS DADOS

A aacuterea de estudo foi inspecionada agrave procura de ninhos de T angustula com

observaccedilotildees em calccediladas paredes muros postes troncos de aacutervores entre outros

conforme Taura e Laroca (1991) Os ninhos encontrados foram marcados por letra

alfabeacutetica e mapeados com o auxiacutelio de um marcador permanente (marca Jocar

Office) e um GPS (marca Garmin etrex vista) As observaccedilotildees foram realizadas uma

vez a cada semana durante cinco meses de Abril agrave Setembro de 2014 totalizando

21 dias amostrados (140 horas) O periacuteodo no qual foram realizadas as observaccedilotildees

41

foi de 0700 agrave 1700 horas As observaccedilotildees foram feitas durante 15 minutos em cada

ninho e intercaladas nos periacuteodos matutino vespertino e dia todo com o auxilio de

uma lupa de matildeo devido elas apresentarem aproximadamente 5 miliacutemetros

(NOGUEIRA-NETO 1997) A lupa de matildeo foi utilizada tambeacutem para observar a cor

do poacutelen que as abelhas traziam para dentro do ninho

A contagem do nuacutemero de entradas e saiacutedas das abelhas coletoras e das abelhas

que protegem a colocircnia de invasores foi realizada em todos os ninhos com o auxilio

de um contador de nuacutemeros Os registros foram realizados com redaccedilatildeo dos

eventos e por meio de fotografias As observaccedilotildees seguiram o meacutetodo Animal-Focal

descrito por Altmann (1973) para anaacutelise do comportamento das abelhas Esse

meacutetodo consiste em amostrar os comportamentos de um ou mais indiviacuteduos por um

determinado periacuteodo de tempo O levantamento das principais fontes de alimento de

T angustula foi obtido a partir de dados bibliograacuteficos

33 ANAacuteLISE DOS DADOS

Para anaacutelise dos dados foi utilizado o programa ldquoMapSourcerdquo para a construccedilatildeo do

mapa dos ninhos encontrados Foi tambeacutem utilizado o programa Microsoft Excel

2007 para construccedilatildeo de graacuteficos para analisar o nuacutemero de visitas (entrada e saiacuteda)

que as abelhas coletoras apresentaram durante os cinco meses observados Os

graacuteficos foram construiacutedos por intervalos de horas sendo que as informaccedilotildees se

acumularam mais proacuteximo do horaacuterio em que houve mais eventos observados no

ninho O mesmo programa foi utilizado para retirar a meacutedia da quantidade de

guardas na defesa do ninho

Os dados resultantes do levantamento bibliograacutefico das fontes alimentares serviram

de base para a elaboraccedilatildeo de um graacutefico com a contribuiccedilatildeo das famiacutelias de plantas

mais visitadas por T angustula

42

43

4 RESULTADOS E DISCUSSOtildeES

41 LOCALIZACcedilAtildeO DOS NINHOS

Foram encontrados onze ninhos (marcados por letra alfabeacutetica de A a K) cinco

instalados em paredes e muros (K C I e J) e seis localizados sob placas de

concreto de passarelas (A B D E F G e H) (mais precisamente na base das

pilastras da passarela que se encontra entre os IC`s II e III) Este fato corrobora com

os estudos de Taura e Laroca (1991) que indica que a disponibilidade de nidificaccedilatildeo

nesses locais aumenta com as atividades antroacutepicas A localizaccedilatildeo dos ninhos eacute

apresentada pelo Mapa 02

Os ninhos C J K (Mapa 02) recebiam calorna maior parte do dia jaacute os demais natildeo

recebiam sol diretamente na maior parte do dia pois eram protegidos pela pilastra e

pela cobertura da passarela

Durante todo o periacuteodo das observaccedilotildees em geral o clima foi de dias quentes com

presenccedila de ventos

MAPA 02 ndash Mapa dos ninhos de T angustula estudadas no Campus de Goiabeiras

(UFES) Abril ndash Setembro2014

Fonte Modificado em Google earth (2014) Dos 11 ninhos observados dois ninhos natildeo apresentavam a entrada com o formato

comum de cilindro e traziam um formato natildeo definido

44

Em todos os ninhos foi possiacutevel ver que a abertura da extremidade do tubo era

relativamente grande Tal formato permite que haja espaccedilo para que algumas

abelhas guardas permaneccedilam na entrada do tubo ao mesmo tempo em que deixa

espaccedilo suficiente para as forrageiras passarem (KARCHER RATNIEKS 2009) Ao

longo de todo o tubo havia presenccedila de centenas de perfuraccedilotildees o que segundo

Gruter Karcher e Ratinieks (2011) eram para ajudar nas trocas gasosas

Nos cinco meses observados trecircs ninhos desapareceram da aacuterea amostral restando

ao final das observaccedilotildees oito ninhos Um deles (ninho E) foi perdido logo no iniacutecio

das observaccedilotildees supotildee-se que tenha ocorrido alguma intervenccedilatildeo aguda por

exemplo humana pois logo no segundo dia de observaccedilatildeo o mesmo jaacute natildeo estava

no lugar demarcado Outros dois ninhos (ninhos F e G) tambeacutem foram perdidos O F

persistiu ateacute o mecircs de Maio e o ninho G ateacute Julho Nestes o desaparecimento se

sucedeu apoacutes eventos de revoadas

42 INTERACcedilOtildeES INTER E INTRAESPECIacuteFICAS

TABELA 1 - Dados dos Ninhos observados

Data Ninho Hora Cores de Poacutelen

Presenccedila de

Resina Operaacuteriaslimpeza Guardas

em peacute Guardas pairando Ameaccedila

14abr D 07h-8h

Amarelo Branco Laranja

Vermelho

X 5 1

13mai C 10h-11h

Amarelo Branco Laranja

Vermelho

X X 4 4

20mai J 15h-16h Branco X X 8 12 02jun H 12h-13h Branco X X 8 4 16jul D 13h-14h Branco

X 8 2 Formiga

20jun B 08h-09h

Amarelo Branco Laranja

Vermelho

X X 9 3

06ago C 14h-15h Branco X 7 10 Lagartixa

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria As observaccedilotildees indicaram que as jataiacutes visitavam vaacuterias espeacutecies de flores durante

as manhatildes e iniacutecio das tardes pois nesse periacuteodo trouxeram uma grande

45

diversidade de poacutelen (cores amarela laranja branca e vermelha) transportados em

suas corbiacutecula para dentro do ninho B C e D (TABELA 1) (FIGURA 1-A) No horaacuterio

da tarde essa diversidade diminuiacutea nos ninhos C D H e J (TABELA 1) e era

representada pelo transporte de poacutelen de cor branca Este fato mostra que a

diversidade de flores visitadas decresce ao longo do dia

As abelhas sociais de um modo geral visitam as flores enquanto elas satildeo atrativas

Elas apresentam preferecircncia pela cor e satildeo capazes de discriminar os conjuntos

florais realizar sua localizaccedilatildeo e selecionar aquelas que produzem maior quantidade

e melhor qualidade de alimento (PIRANI LAURINO 1993) Existem diversos fatores

que podem influenciar a coleta de alimento pelas abelhas sociais entre eles o

comportamento das campeiras e a necessidade das colocircnias que depende do seu

tamanho (PIRANI LAURINO 1993)

Aleacutem de poacutelen tambeacutem foi observado carregamento de resina nas corbiacuteculas para

dentro do ninho B C H e J (TABELA 1) (FIGURA 1-B) essa eacute coletada pelas

abelhas em bototildees florais Depois de a resina ser coletada ela pode ser armazenada

pura ou misturada com cera No caso de T angustula ela geralmente faz a

armazenagem na forma pura (NOGUEIRA-NETO 1997) Como a resina eacute viscosa e

grudenta as abelhas a utilizam para vedar o entorno da entrada do tubo e tambeacutem

para depositar uma quantidade sobre o corpo e cabeccedila das formigas para defender

a colocircnia contra invasores (WITTMANN 1985 NOGUEIRA-NETO 1997)

Durante todo o periacuteodo observado foi notada a presenccedila de operaacuterias que cuidavam

da limpeza dos ninhos (TABELA 1) Essas operaacuterias trabalhavam retirando resiacuteduos

(detritos) de dentro do ninho e o faziam carregando atraveacutes de sua mandiacutebula

(FIGURA 1-C) Este trabalho era realizado continuamente ao longo de todo o dia

Para Nogueira-Neto (1997) T angustula eacute a espeacutecie que tem o melhor haacutebito de

limpeza e por esta razatildeo seu mel e seu proacutepolis satildeo considerados o melhor dentre

as outras espeacutecies

FIGURA 1- Divisatildeo de trabalho entre operaacuterias de Tetragonisca angustula A

Detalhe da corbiacutecula com poacutelen B Detalhe da corbiacutecula com resina C Operaacuteria de

limpeza com resiacuteduo na mandiacutebula

46

Fonte Arquivo Labibio

Em cada ninho foi possiacutevel notar a presenccedila de abelhas que ficavam tanto pousadas

ao longo do tubo de entrada do ninho quanto sobrevoando proacuteximo do mesmo

Essas abelhas satildeo chamadas por Gruter Karcher e Ratnieks (2011) de abelhas

guardas em peacute e pairando respectivamente As guardas em peacute estavam sempre

em grandes quantidades e estiveram em atividade praticamente em todo o periacuteodo

do dia

Essas guardas ficavam na maior parte do tempo com a mandiacutebula apoiada sobre o

ninho acredita-se que tenham a funccedilatildeo de depositar resina ao entorno do ninho As

demais guardas que ficavam sobrevoando estiveram mais ausentes logo no

A B

C

47

comeccedilo da manhatilde por volta das 0700 as 0900 horas As guardas pairando ficavam

na maioria das vezes em nuacutemeros de trecircs a quatro sempre posicionadas a direita e

esquerda do tubo e em direccedilatildeo a entrada (FIGURA 2)

FIGURA 2- Ninho de T angustula com guardas pairando destacado em vermelho e

guardas em peacute em destaque azul

Fonte Arquivo Labibio

Foi observado que no periacuteodo da tarde o nuacutemero de guardas pairando aumentava

Isso era visto com maior frequumlecircncia nos ninhos C e J instalados em paredes

(TABELA 1) Segundo Gruter Karcher e Ratnieks (2011) as colocircnias que

apresentam um nuacutemero maior de guardas pairando sofrem ameaccedilas de

vertebrados fato corroborado no ninho C (TABELA 1) que foi atacado por uma

lagartixa No momento em que aconteceu uma parte da populaccedilatildeo saiu do ninho e

se mostraram bem agitadas O que de acordo com Gruter Karcher Ratnieks (2011)

trata-se de uma resposta defensiva agrave percepccedilatildeo da respiraccedilatildeo de vaacuterios

vertebrados

Tambeacutem foi observado o comportamento defensivo em quando formigas se

aproximavam do ninho D (TABELA 1) As jataiacutes as ldquobeliscavamrdquo para que se

afastassem Esse mesmo comportamento foi visto durante minhas observaccedilotildees ao

Ninho A toda vez que me aproximava para observar ou fotografar surgiam vaacuterias ao

48

meu redor em uma dessas observaccedilotildees a jataiacute picou pele exposta Dentre todos os

ninhos essa foi a que apresentou o comportamento mais agressivo

De acordo com os estudos de Gruter e colaboradores (2012) T angustula eacute a uacutenica

espeacutecie que apresenta um sistema de defesa que envolve dois grupos distintos e

complementares de guardas uma pairando que se estacionam no ar proacuteximo ao

ninho e outras em peacute ao redor da entrada do ninho As guardas que ficam de frente

para o caminho de vocirco satildeo chamadas de grupo principal e as que ficam

posicionadas agrave direita e agrave esquerda do ninho satildeo o grupo secundaacuterio (GRUTER

KARCHER RATNIEKS 2011)

Uma caracteriacutestica interessante dessas guardas eacute que apresentam caracteriacutesticas

morfoloacutegicas diferentes das operaacuterias (satildeo maiores e mais pesadas) (GRUTER et

al 2012) Elas apresentam diferenccedilas no comprimento da asa no tamanho das

pernas traseiras que satildeo relativamente maiores para seu corpo (podendo ajudar na

luta contra invasores) e cabeccedila um pouco menor que das forrageiras Essa ultima

caracteriacutestica estaacute associada agrave maior necessidade das forrageiras de processar

informaccedilotildees sensoriais relacionadas ao forrageamento (GRUTER et al 2012)

As abelhas guardas possuem a funccedilatildeo de defender sua colocircnia de ataques de

intrusos que aproveitam do seu trabalho para roubar o alimento produzido

(GRUTER KARCHER RATNIEKS 2011) As accedilotildees especiacuteficas desses intrusos satildeo

detectadas mais pelas guardas em peacute pois elas conseguem identificar as campeiras

e natildeo campeiras da mesma espeacutecie por quimiorecepccedilatildeo (KARCHER RATNIEKS

2009 GRUTER KARCHER RATNIEKS 2011) Jaacute as guardas que pairam perto do

ninho atacam intrusos que natildeo satildeo da mesma espeacutecie elas o reconhecem pela cor

forma do corpo e pelos odores volaacuteteis (KARCHER RATNIEKS 2009) De acordo

com Zweden e Colaboradores (2011) a presenccedila de guardas pairando aumenta a

detecccedilatildeo de intrusos e que essas guardas respondem especialmente a pistas

visuais Como comportamento de defesa as guardas liberam um feromocircnio de

alarme para recrutar os trabalhadores para o ataque (FREE 1987 apud ZWEDEN

2011)

O nuacutemero meacutedio de guardas durante o periacuteodo observado mostrou-se maior para as

guardas em peacute (78) do que para as guardas pairando (35) Esse fato eacute explicado

por Gruter Karcher e Ratnieks (2011) para eles o gasto energeacutetico das guardas

pairando eacute muito maior de modo que eacute menos dispendioso energicamente para as

49

abelhas ficarem em peacute Mesmo tendo um gasto energeacutetico muito alto nas

observaccedilotildees de Wittmann (1985) as atividades do voo das guardas foi constatado

que essas ficavam pairando por cerca de 70 minutos antes de voltar para dentro do

ninho Este fato mostra que a mudanccedila de guardas natildeo eacute comum e que a defesa do

ninho eacute feita por divisatildeo de trabalho e natildeo por alternacircncia de tarefas (GRUTER

KARCHER RATNIEKS 2011)

Os ninhos que desapareceram ao longo das observaccedilotildees foram devido agraves revoadas

um comportamento comum nas abelhas Nas jataiacutes as revoadas geralmente

ocorrem devido ao calor para refrescar o ninho em caso de altas temperaturas uma

parte da populaccedilatildeo sai do ninho enxameamento para reproduccedilatildeo ou devido agrave

interferecircncia humana quando um ninho eacute retirado de um local para outro

(INFORMACcedilAtildeO PESSOAL ZOCOLOTTI V R) De acordo com este na primeira

semana eacute possiacutevel presenciar alguma revoada que pode ser para identificaccedilatildeo

tanto da flora apiacutecola quanto para localizaccedilatildeo do novo ambiente

No caso dos ninhos F e G ao final de cada revoada observada a entrada do ninho

ficava bastante danificada Foram observadas trecircs revoadas (duas no mesmo dia)

do ninho F todas no mecircs de Maio e duas (em dias diferentes) no ninho G no mecircs

de Junho Apoacutes estas observaccedilotildees os dois ninhos desapareceram

Durante as revoadas vaacuterias abelhas caiam no chatildeo agarradas umas nas outras

Apoacutes queda era possiacutevel observar que as guardas conseguiam prender e retirar

com sua mandiacutebula as pernas e asas do invasor (FIGURA 3-A e B) o que impedia

as invasoras de conseguir atacar novamente Segundo Kerr e colaboradores (2005)

as guardas agarram as pernas dos invasores para que eles caiam no chatildeo e sejam

comidos pelas formigas que ficam proacuteximas aos ninhos

50

FIGURA 3 - Ataque de invasores A T angustula com mandiacutebula presa agrave perna do

Jataiacute invasora BPerna de invasores retirada apoacutes ataque

Fonte Arquivo Labibio

De acordo com Zocolotti VR (INFORMACcedilAtildeO PESSOAL) as cinco espeacutecies de

Meliponini criadas por ele podem apresentar o comportamento de saquear outros

ninhos e isso pode ocorrer por oportunismo ou por falta de alimento Em especial

as Jataiacutes geralmente possuem o costume de atacar as proacuteprias jataiacutes esses

ataques acontecem dentro do mesmo ninho e entre outros proacuteximos Esses ataques

podem ocorrer por atraccedilatildeo de feromocircnio de princesa (rainhas jovens natildeo

fecundadas) por enxame fraco ou ateacute mesmo para absorver o fraco ou seja elas

entram e acabam matando a rainha e mantecircm os trabalhadores por um tempo ateacute

absorver o enxame ou ateacute mesmo o deixam morrer sendo dessa maneira muito

complexas em relaccedilatildeo ao comportamento

Na aacuterea do campus da Ufes houve uma consideraacutevel devastaccedilatildeo na vegetaccedilatildeo

nativa (compreendida de Mata Atlacircntica Manguezal e Restinga) devido agrave

construccedilatildeo de preacutedios que foram erguidos logo no iniacutecio da implantaccedilatildeo da

Universidade Como medida compensatoacuteria foi feito o plantio de espeacutecies arboacutereas

usando em demasia espeacutecies exoacuteticas (CASTRO 2003) Na Ufes eacute possiacutevel ver

poucas aacutereas jardinadas Aleacutem disso sempre que eacute necessaacuterio construir um novo

preacutedio novas aacutereas satildeo eliminadas podendo ou natildeo ser compensada com plantas

nativas

A B

51

Em abelhas sociais o comportamento de saque eacute comum acontecer em sequumlecircncias

natildeo contiacutenuas ou seja ela cessa e recomeccedila por periacuteodos de tempo (SANTANA

etal 2004) Durante as observaccedilotildees foram presenciadas trecircs revoadas ao ninho F

duas no mesmo dia poreacutem em horaacuterios diferentes e duas ao ninho G em dias

diferentes (FIGURAS 4- A B C e D)

FIGURA 4 ndash Revoada do ninho F A Vista da entrada do iniacutecio do estudo B Vista

da entrada em plena atividade em iniacutecio de maio C Entrada apoacutes uma revoada em

maio D Vista da entrada do ninho apoacutes uacuteltima revoada em maio

Fonte Arquivo Labibio

Nas figuras 4a e b mostram o estado em que a entrada do ninho se encontrava na

primeira semana de observaccedilatildeo (vinte e oito de Abril) e na primeira semana do mecircs

seguinte (sete de Maio) esse uacuteltimo a entrada do ninho jaacute se encontrava danificado

No ninho F(FIGURA 4) as revoadas que ocorreram no dia vinte de Maio entre

A B

C D

52

1000 e 1400 horas e no dia vinte e seis de Maio entre 1600 e 1700 horas

corroborando com Santana e colaboradores (2004) sobre o comportamento de

saques intermitentes

No ninho G as revoadas se iniciaram duas semanas apoacutes o desaparecimento do

ninho F nos dias nove e vinte e seis de junho entre 1500 e 1600 horas e dia 16 de

junho no mesmo horaacuterio (FIGURA 5-A B e C)

FIGURA 5 ndash Revoadas no Ninho G A Ninho no iniacutecio de Maio B Registro da

primeira revoada C Ultima revoada perda do ninho

Fonte Arquivo Labibio

As observaccedilotildees evidenciaram a ocorrecircncia de um acuacutemulo de resiacuteduos sobre os

ninhos apoacutes as revoadas (FGURA 5-B) No ninho G tinha uma subpopulaccedilatildeo

A B

C

53

pequena mas bem ativa conforme verificado apoacutes quatro horas de observaccedilatildeo em

nove dias (Graacutefico 1- A e B)

GRAacuteFICO1 A ndash Ritmo de Saiacutedas no Ninho G

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

GRAacuteFICO 1B ndash Ritmo de entradas no ninho G

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

0

20

40

60

80

100

120

140

09h-10h 10h-11h 12h-13h 14h-15h 16h-17h

Nuacutem

ero

de V

isita

s

Horaacuterios

13mai 20mai 26mai

0

20

40

60

80

100

120

140

160

180

200

09h-10h 10h-11h 12h-13h 14h-15h 16h-17h

Nuacutem

ero

de V

isita

s

Horaacuterios

13mai 20mai 26mai

54

No ninho G as abelhas iniciaram suas atividades antes de 09h evidenciado pela

entrada de aproximadamente 180 forrageadoras entre 9 e 10h As saiacutedas neste

mesmo periacuteodo ficaram em torno de 100

Entre 16h-17h houve um grande nuacutemero de entrada o que era esperado todas as

que saiacuteram tecircm que retornar enquanto haacute luminosidade e antes do ninho ser

fechado Conforme esperado por Gruter Karcher Ratnieks (2011) quando comeccedila

a escurecer as Jataiacutes fecham a entrada do tubo para impedir que intrusos ataquem

seu ninho durante a noite e abrem pela manhatilde quando o clima estaacute mais favoraacutevel

para iniciarem suas atividades

Neste ninho entre 12h-13h houve um nuacutemero maior de saiacutedas que de entradas ateacute

agraves 16h Isso possivelmente esteve relacionado agrave uma grande distacircncia entre o ninho

e as fontes de recursos troacuteficos

Outro ninho em que foi possiacutevel observar todos os meses notou-se que apresentou

atividade durante todo o dia (GRAacuteFICO 2-A e B)

GRAacuteFICO 2A ndash Ritmo de saiacutedas do ninho B

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

0

50

100

150

200

250

300

350

400

450

500

07h-08h 08h-09h 09h-10h 11h-12h 12h-13h 13h-14h 14h-15h 15h-16h 16h-17h

Nuacutem

ero

de V

isita

s

Horaacuterios

28abr 13mai 20mai 26mai 09jun 16jun 23jun 01jul 09jul

16jul 23jul 30jul 06ago 13ago 20ago 27ago 05set 10set

55

GRAacuteFICO 2B ndash Ritmo de entradas do nino B

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

O ninho B tinha uma subpopulaccedilatildeo mais numerosa que F e G Durante o inverno

(2307 e 2708) as abelhas iniciavam suas atividades cerca de duas horas mais

tarde em horaacuterio com temperatura mais elevada (indicado pela seta preta) Tal fato

corrobora com as observaccedilotildees de Ulian e colaboradores (2007) que constata que

em periacuteodo mais chuvoso onde as temperaturas satildeo geralmente mais baixas as

Jataiacutes apresentam iniacutecio de atividade agraves 9 horas da manhatilde devido agrave temperatura

nesse horaacuterio comeccedilar a aumentar

Proacuteximo do horaacuterio de 10 horas houve um grande nuacutemero de saiacutedas do ninho

seguido de um grande nuacutemero de entrada o que indica a ocorrecircncia de uma fonte

de recursos proacutexima ao ninho ou a indisponibilidade de recurso para ser coletado

naquela hora Acredita-se que na primeira possibilidade - fonte proacutexima ela era de

resina pelo fato de ter havido um intervalo de saiacuteda ateacute agraves 12h jaacute que esta

demanda mais tempo para ser retirada da corbiacutecula e armazenada por ser

pegajosa No caso da segunda possibilidade natildeo encontraram alimento disponiacutevel

naquele horaacuterio o retorno ao ninho eacute a alternativa mais eficaz para evitar um alto

gasto energeacutetico ateacute que o recurso fique disponiacutevel para coleta

0

100

200

300

400

500

600

07h-08h 08h-09h 09h-10h 10h-11h 11h-12h 12h-13h 13h-14h 14h-15h 15h-16h 16h-17h

Nuacutem

ero

de V

isita

s

Horaacuterios 28abr 13mai 20mai 26mai 09jun 16jun 23jun 09jul16jul 23jul 30jul 20ago 27ago 05set 10set

56

No outono as atividades das Jataiacutes comeccedilaram a diminuir por volta de 15 horas

(indicado pela seta marrom) ateacute cessar totalmente no iniacutecio das 16 horas Pelos

graacuteficos nota-se que o ninho B possui vantagem de uma hora nas atividades em

relaccedilatildeo ao ninho G isso provavelmente ocorreu porque o ninho B obteve mais

sucesso nas coletas distribuiacutedas ao longo do dia

43 RECURSOS FLORAIS

Eacute notoacuteria a relaccedilatildeo que existe entre abelha-flor relaccedilatildeo essa que sucedeu a milhotildees

de anos desde entatildeo as abelhas dependem de substancias utilizadas na

alimentaccedilatildeo e as plantas se beneficiam com a polinizaccedilatildeo (PIRANI LAURINO

1993) Para entender a biologia dos Meliponini eacute importante conhecer sua

alimentaccedilatildeo Para isso eacute necessaacuterio fazer um levantamento das plantas utilizadas

para coleta de poacutelen e neacutectar (SOUZA 1999 apud OLIVEIRA ABSY MIRANDA

2009)

Com base nos dados obtidos sobre as fontes alimentares de T angustula na

literatura (TABELA 2) nota-se a capacidade dessa espeacutecie de visitar uma ampla

diversidade de famiacutelias de plantas Segundo Toledo e colaboradores (2003) durante

cada voo das campeiras em meacutedia 100 flores satildeo visitadas

O levantamento bibliograacutefico indicou que existem duas metodologias bastante

usadas por autores para conhecer a dieta das abelhas Uma delas eacute a investigaccedilatildeo

palinoloacutegica para avaliar as fontes de recursos florais utilizados (poacutelen e neacutectar)

com base no gratildeo de poacutelen depositado no corpo da abelha para identificaccedilatildeo das

espeacutecies vegetais (CARVALHO MARCHINE ROS 1999 FEIDEN 1994 SIMIONI et

al 2007 OLIVEIRA ABSY MIRANDA 2009 MORGADO et al 2011NOVAIS

ABSY SANTOS 2013) A outra se daacute por meio de observaccedilotildees das campeiras nas

flores (AGOSTINI SAZIMA 2003 TOLEDO et al 2003OLIVEIRA ABSY

MIRANDA 2009 BRAGA et al 2012) A partir desses meacutetodos eacute possiacutevel saber

quais satildeo as plantas que produzem seus alimentos preferenciais e quais as fontes

alternativas (OLIVEIRA ABSY MIRANDA 2009)

57

TABELA 2 ndash Relaccedilatildeo das espeacutecies de plantas visitadas porT Angustula Continua

Famiacutelia Espeacutecie Polinizada Visitada Recurso

Poacutelen Neacutectar

Acanthaceae Thunbergia grandiflora X Odontonema strictum X X

Justicia brandegeana X

Ruellia silvaecola X Agavaceae Agave americana X X X

Agave sisalana X X X

Agave attenuata X X X

Dracena fragana X X X Aizoaceae Mesembryantemum spectabilis X Lamprantus productus X Amaranthaceae Gomphrena globosa X Amarylidaceae Clivia miniata X X X Anacardiaceae Schinus terebinthifolius X X

Lithraea molleoides X X

Toxicodendron verniciferum X X

Mangifera indica X X X

Tapirira guianensis X Apiaceae Hydrocotyle leucocephala X Apocynaceae Trevetia peruviana X Araliaceae Tetrapanax papyrifera X X X Asclepiadaceae Asclepias curassavica X X Asteraceae Parthenium hysterophorus X Aspillia latissima X Aspillia sp X Balsaminaceae Impatiens balsamina X X X

Impatiens sultanii X Bignoniaceae Spathodea campanulata X X Tabebulaim petiginosa X X X

Tabebula chrysotricha X X X Bixaceae Bixa orellana X X Bombacaceae Ceiba arianthos X X

Pseudo bombax sp X X

Pseudobombax tomentoso X X

Eriotheca canolleana X X

Bombax ceiba X X Boraginaceae Cordia superba X X

Cordia glabrata X X Brassicaceae Brassica sp X Cactaceae Opuntia ficusindica X X Caesalpiniaceae Schizolobium parahyba X X Capparaceae Cleome spinosa X Caprifoliaceae Lonicera japonica X X

58

TABELA 2 ndash Relaccedilatildeo das espeacutecies de plantas visitadas por T angustula Continua

Famiacutelia Espeacutecie Polinizada Visitada Recurso

Poacutelen Neacutectar

Sambucus australis X X Caryophylaceae Silene armeria X Cecropiaceae Cecropia hololeuca X Cochlospermaceae Cochlospermum vitifolium X X Compositae Vernonia polyanthes X X

Bidens pilosa X X Cosmos auphureus X X X

Centratherium violaceum X X X

Dahlia sp X Eclipta alba X Asterla evis X Tithonia rotundifolia X X X

Tithonia speciosa X X X

Tithonia diversifolia X Baccharis sp X Wedelia paludosa X Eupatorium sp X Mikania glomerata X X

Montano apyramidata X X Montano abipinnatifiada X Senecio brasiliensis X X X

Emilia sonchifolia X X Ambrosia sp X X Creopsis grandiflora X Galinsoga parviflora X Crassulaceae Kalanchoe tubiflora X X Cyperaceae Cyperus sp X Elaeocarpaceae Muntingia calabura X Ericaceae Rhododendron simsii X X X

Rhododendron indicum X X X Euphorbiaceae Alchornea sidaefolia X X X

Euphorbia milii X X X

Euphorbia pulcherrima X X X

Ricinus communis X X X

Croton sp X Fabaceae Desmodium sp X Tipuana tipu X Vigna peduncularis X X Guttiferae Kielmeyera coriacea X X Iridaceae Dietes vegeta X Labiatae Salvia splendens X Origanum vugare X

59

TABELA 2 ndash Relaccedilatildeo das espeacutecies de plantas visitadas por T angustula Continua

Famiacutelia Espeacutecie Polinizada Visitada Recurso

Poacutelen Neacutectar

Ocimum sellowii X Iboza riparia X X X

Coleus blumei X X X Leguminosae Andira anthelmintica X X

Mimosa daleoides X X X

Myroxylon balsamum X X X

Piptadenia gonoacantha X X X

Stylos anthesscabra X Caesalpinia bonducella X X X

Caesalpinia pelthophoroides X X X

Crotalaria lanceolata X Calliandra twedii X Sophora tomentosa X X Mimosa pudica X Erythrina speciosa X X X

Cassia grandis X Schizolobium parahyba X X Senna multijuga X Senna bicapsularis X X Delonix regia X Clitoria fairchildiana X Centrolobium tomentoso X Liliaceae Aloe sp X X Bulbine frutescens X Loranthaceae Struthanthus andrastylus X X Lythraceae Lagerstroemia indica X X Magnoliaceae Talauma ovata X X Malpighiaceae Malphiguia glabra X Tetrapterys X Byrsonima intermedia X X X Malvaceae Hibiscus rosa-sinensis X X X

Malvaviscus arboreus X X Sida rhombifolia X Melastomataceae Tibouchina granulosa X X

Clidemeia sp X X

Tibouchina sp X X X

Tibouchina holosericea X X Meliaceae Trichilia sp X Mimosaceae Leucaena leucocephala X Anadenanthera collubrina X Moraceae Cecropia pachystachya X X X

Morus nigra X X

60

TABELA 2 ndash Relaccedilatildeo das espeacutecies de plantas visitadas por T angustula Continua

Famiacutelia Espeacutecie Polinizada Visitada Recurso

Poacutelen Neacutectar Myrsinaceae Ardisia crenata X X Myrtaceae Eucalyptus robusta X X X

Eugenia jambos X X X

Eugenia pitanga X Eucalyptus terecornis X Plinia glomerata X Nyctaginaceae Bougainvile aspectabilis X X X Oleaceae Jasminum azoricum X Palmae Acrocomia aculeata X X

Archontophoenix cunninghamiana X

Syagrus romanzoffiana X Copernicia alba X X Sheelea phalerata X Passifloraceae Passiflora jilekii X Piperaceae Piper mollicomum X Poaceae Paspalum sp X Polemoniaceae Cobae scandens X Polygonaceae Polygonum capitatum X X X Pontederiaceae Pontederia lanceolata X X Proteaceae Grevill a bansksii X X X Rosaceae Prunus persica X X X

Pyracantha coccinea X X Rubiaceae Pentas lanceolata X X

Citrus airantum X X Rutaceae Citrus limon X X X Scrophulariaceae Paulownia imperialis X X Solanaceae Nicotiana tabacum X X Sterculiaceae Dombeya burgessiae X Dombeya wallichii X Sterculia chicha X X Tiliaceae Heliocarpus americanus X X X Tropaeolaceae Tropaeolum majus X X X Ulmaceae Tipo celtis X Trema micrantha X X Umbelliferae Foeniculum vulgare X X X Verbenaceae Duranta repens X

Vitex agnus-castus X

Velloziaceae Vellozia candia X X X Zingiberaceae Hedychium coronarium X Fonte Pirani Laurino 1993 Carvalho Marchine Ros 1999 Agostini Sazima 2003 Toledo et al 2003 Cartopassi-Laurino 2005 Braga e Colaboradores 2012 Novais Absy Santos 2013

61

Foram encontradas 71 famiacutelias e um total de 166 espeacutecies Dessas 30 espeacutecies satildeo

polinizadas e 136 satildeo visitadas Poacutelen e neacutectar satildeo os recursos mais coletados

com coleta de poacutelen em 78 espeacutecies e de neacutectar em 69 De acordo coma Lista de

Espeacutecies da Flora do Brasil (2010) 20 das espeacutecies que satildeo polinizadas (TABELA

2) satildeo nativas o restante satildeo espeacutecies exoacuteticas ou seja natildeo pertencem agrave flora

brasileira

As famiacutelias que apresentaram maior porcentagem de visitas por T angustula foram

Compositae e Leguminosae (TABELA 2) com 13 e 12 de espeacutecies

respectivamente (GRAacuteFICO 3) sendo as famiacutelias mais importantes para a dieta da

jataiacute (AGOSTINE SAZIMA 2003 SIIONI et al 2007) Esse resultado eacute similar ao

trabalho de Simioni e colaboradores (2007) seus resultados mostram que uma das

famiacutelias analisadas Leguminosae tambeacutem apresentaram um maior destaque na

quantidade de visitas realizadas por T angustula esse fato pode ser explicado pelo

fato de que Leguminosae representa a mais importante fonte de poacutelen para essa

espeacutecie

As famiacutelias Compositae e Leguminosae satildeo as mais bem representadas pelo fato

de apresentarem espeacutecies que fornecem alimento em maior qualidade e quantidade

por vaacuterios periacuteodos do ano Com destaque para a famiacutelia Leguminosae que fornece

recursos alimentares para as abelhas nos periacuteodos de estiagem (PIRANI LAURINO

1993 AGOSTINE SAZIMA 2003)

O graacutefico abaixo ilustra o comportamento generalista deT angustula Onde 41 das

visitadas realizadas pela espeacutecie se distribuem por 55 famiacutelias vegetais Esse

comportamento concorda com trabalho de Anacleto (2007) onde dentre as cinco

espeacutecies estudadas por ele a que apresentou o haacutebito mais generalista em relaccedilatildeo

ao nuacutemero de plantas visitadas foi T angustula

62

GRAacuteFICO 3 ndash Contribuiccedilatildeo das famiacutelias de plantas para a dieta de T angustula

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria com base nos dados da Tabela 1

As abelhas generalistas visitam flores pequenas e abertas e satildeo menos

relacionadas agraves flores especializadas (RUTHCKE JULES 1993 ROUBIK 1992

apud AGOSTINI SAZIMA 2003) e tecircm preferecircncia de flores arboacutereas com

inflorescecircncia densas

Um exemplo de flores que natildeo satildeo especializadas e que satildeo importantes para a

dieta de T angustula eacute da famiacutelia Asteraceae as espeacutecies Mangifera indica e

Schinus terebinthifolius apresentam grande densidade de flores e permite faacutecil

acesso para as abelhas deste modo tornam-se importantes fornecedores de fontes

de poacutelen (BRAGA et al 2012)

De acordo com o levantamento das plantas utilizadas pelas abelhas jataiacute realizado

por diferentes autores as famiacutelias que se mostraram bem representadas foram

Malvaceae Caesalpiniaceae Melastomataceae Myrtaceae Euphorbiaceae e

Anacardiaceae sendo consideradas portanto essenciais para a dieta da jataiacute

2 2 3 2

2 3

13

3 2

3

12 2 2 2 3

3

41

Acanthaceae Agavaceae Anacardiaceae Asteraceae Bignoniaceae

Bombacaceae Compositae Euphorbiaceae Fabaceae Labiatae

Leguminosae Malpighiaceae Malvaceae Melastomataceae Myrtaceae

Palmae Outros

63

Em geral essas famiacutelias podem ser caracterizadas pela floraccedilatildeo do tipo contiacutenuo ou

seja uma floraccedilatildeo que natildeo cessa ou que ocorre na maior parte do ano o que

permite as abelhas ter acesso aos recursos em todas as estaccedilotildees do ano

(CARVALHO MARCHINI ROS 1999 AGOSTINI SAZIMA 2003 TOLEDO et al

2003 MORGADO et al 2011)

64

65

5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS Sendo este a primeira pesquisa com abelhas em compus no Espiacuterito Santo Foi

observado que a distribuiccedilatildeo dos ninhos encontrados apresentou-se uniforme

Todos os ninhos estavam instalados em paredes e pisos de concreto o que indica

seu potencial de adaptabilidade agraves condiccedilotildees antroacutepicas

A diversidade de cores de poacutelen trazida pelas forrageiras no iniacutecio da manhatilde indica

uma ampla disponibilidade de alimento que a flores oferecem nesse periacuteodo do dia

bem como a eficiecircncia das forrageiras em selecionar essas flores

De acordo com as observaccedilotildees que foram realizadas no estudo as abelhas T

angustula podem ter suas atividades influenciadas pelo clima Uma vez que foi

observado que no periacuteodo de inverno em que as temperaturas satildeo mais baixas

elas comeccedilavam a realizar suas funccedilotildees nos horaacuterios com as temperaturas mais

altas

A divisatildeo de trabalho entre forrageadoras operaacuterias de limpeza e de defesa

observado nessa espeacutecie indica o comportamento altamente social dos Meliponini

O mecanismo de defesa observado em T angustula entre guardas pairando e em

peacute pode indicar uma caracteriacutestica de complementaridade na defesa do ninho uma

vez que durante as observaccedilotildees os dois tipos de guardas sempre se fizeram

presentes O que mostra que mesmo com o atrofiamento do ferratildeo os indiviacuteduos

desenvolveram estrateacutegias para a defesa contra invasores

Foi comum observar a presenccedila de revoadas nos ninhos entre as Jataiacutes Este

comportamento em geral eacute comum para o desenvolvimento (sobrevivecircncia) da

colocircnia No caso dos ninhos observados apoacutes as revoadas eles foram

desaparecendo Este fato pode indicar um baixo iacutendice de recursos troacuteficos para

essas abelhas dentro do campus pois ao inveacutes dos ninhos se manterem ou

aumentarem em quantidade ao longo das observaccedilotildees eles desapareceram

O levantamento das flores visitadas por T angustula indicou um comportamento

generalista desta espeacutecie em visitar uma grande variedade de plantas o que mostra

sua importacircncia para garantir a variabilidade dessas plantas

66

Esse levantamento tambeacutem indicou que a polinizaccedilatildeo realizada por elas foi

predominante em plantas exoacuteticas O que pode refletir a deficiecircncia na quantidade

de plantas nativas melitoacutefilas na aacuterea de estudo

67

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Page 32: FACULDADE CATÓLICA SALESIANA DO ESPÍRITO SANTO … · No grupo dos Apinae está à tribo dos Meliponini, conhecidas como abelhas indígenas sem ferrão por possuir seu ferrão atrofiado

38

39

3 METODOLOGIA

31 AacuteREA DE ESTUDO

O Municiacutepio de Vitoacuteria possui uma extensatildeo geograacutefica que envolve um grau

elevado de urbanizaccedilatildeo (SOUZA 2011) De acordo com o Instituto Brasileiro de

Geografia e Estatiacutestica (2010) o Municiacutepio apresenta uma aacuterea de mais de 98 Kmsup2 e

conta com uma populaccedilatildeo estimada de 352104 habitantes O clima da regiatildeo de

Vitoacuteria pode ser classificado como Tropical uacutemido (CLASSIFICACcedilAtildeO [20--])

apresentando temperatura maacutexima que pode chegar a 32ordm C e miacutenima que fica em

torno de 24ordm C com os maiores iacutendices de precipitaccedilatildeo pluviomeacutetrica entre os meses

de Outubro a Janeiro (INSTITUTO CAPIXABA DE PESQUISA ASSISTEcircNCIA

TEacuteCNICA E EXTENSAtildeO RURAL 2011)

Vitoacuteria eacute um dos Municiacutepios que apresentam os maiores niacuteveis de temperaturas do

Estado Isso se deve ao fato de as grandes montanhas dificultarem a passagem dos

ventos do nuacutemero de preacutedios que aumenta com o passar dos anos assim como a

poluiccedilatildeo (SOUZA 2011)

O estudo foi realizado no Campus Universitaacuterio Alaor de Queiroz Arauacutejo da

Universidade Federal do Espiacuterito Santo (FERNANDES VALE 2013) tambeacutem

conhecido como campus de Goiabeiras Este campus se encontra localizado no

Municiacutepio de Vitoacuteria capital do Estado do Espiacuterito Santo e nas coordenadas

geograacuteficas de 20ordm 16rsquoS e 40ordm 18rsquoW (FERREIRA DANTAS 2000)

O Campus fica ao Sul e ao Oeste do canal da passagem e a Leste com a Avenida

Fernando Ferrari Ateacute 2008 era composta por uma aacuterea de ambiente entre mareacutes e

terrestre de 1592545 msup2 poreacutem com a ampliaccedilatildeo da Avenida Fernando Ferrari

essa aacuterea foi reduzida para 1567545 msup2 (FERNANDES VALE 2013) A aacuterea

amostral se localiza no entorno do Centro de Ciecircncias Humanas e Naturais (CCHN)

Implantada por volta da deacutecada de 1970 ela compotildee os ICrsquos (iniciais de Ilha do

Cercado) I II III e IV (FERNANDES VALE 2013) e apresenta uma aacuterea que

compreende edificaccedilotildees como preacutedios passarelas ruas asfaltadas paacutetio de

estacionamento e aacutereas jardinadas (MAPA 01)

40

Mapa 01- Mapa do Campus Universitaacuterio de Goiabeiras (UFES) com destaque da

aacuterea de estudo em vermelho

Fonte Google Maps (2014) 32 OBTENCcedilAtildeO DOS DADOS

A aacuterea de estudo foi inspecionada agrave procura de ninhos de T angustula com

observaccedilotildees em calccediladas paredes muros postes troncos de aacutervores entre outros

conforme Taura e Laroca (1991) Os ninhos encontrados foram marcados por letra

alfabeacutetica e mapeados com o auxiacutelio de um marcador permanente (marca Jocar

Office) e um GPS (marca Garmin etrex vista) As observaccedilotildees foram realizadas uma

vez a cada semana durante cinco meses de Abril agrave Setembro de 2014 totalizando

21 dias amostrados (140 horas) O periacuteodo no qual foram realizadas as observaccedilotildees

41

foi de 0700 agrave 1700 horas As observaccedilotildees foram feitas durante 15 minutos em cada

ninho e intercaladas nos periacuteodos matutino vespertino e dia todo com o auxilio de

uma lupa de matildeo devido elas apresentarem aproximadamente 5 miliacutemetros

(NOGUEIRA-NETO 1997) A lupa de matildeo foi utilizada tambeacutem para observar a cor

do poacutelen que as abelhas traziam para dentro do ninho

A contagem do nuacutemero de entradas e saiacutedas das abelhas coletoras e das abelhas

que protegem a colocircnia de invasores foi realizada em todos os ninhos com o auxilio

de um contador de nuacutemeros Os registros foram realizados com redaccedilatildeo dos

eventos e por meio de fotografias As observaccedilotildees seguiram o meacutetodo Animal-Focal

descrito por Altmann (1973) para anaacutelise do comportamento das abelhas Esse

meacutetodo consiste em amostrar os comportamentos de um ou mais indiviacuteduos por um

determinado periacuteodo de tempo O levantamento das principais fontes de alimento de

T angustula foi obtido a partir de dados bibliograacuteficos

33 ANAacuteLISE DOS DADOS

Para anaacutelise dos dados foi utilizado o programa ldquoMapSourcerdquo para a construccedilatildeo do

mapa dos ninhos encontrados Foi tambeacutem utilizado o programa Microsoft Excel

2007 para construccedilatildeo de graacuteficos para analisar o nuacutemero de visitas (entrada e saiacuteda)

que as abelhas coletoras apresentaram durante os cinco meses observados Os

graacuteficos foram construiacutedos por intervalos de horas sendo que as informaccedilotildees se

acumularam mais proacuteximo do horaacuterio em que houve mais eventos observados no

ninho O mesmo programa foi utilizado para retirar a meacutedia da quantidade de

guardas na defesa do ninho

Os dados resultantes do levantamento bibliograacutefico das fontes alimentares serviram

de base para a elaboraccedilatildeo de um graacutefico com a contribuiccedilatildeo das famiacutelias de plantas

mais visitadas por T angustula

42

43

4 RESULTADOS E DISCUSSOtildeES

41 LOCALIZACcedilAtildeO DOS NINHOS

Foram encontrados onze ninhos (marcados por letra alfabeacutetica de A a K) cinco

instalados em paredes e muros (K C I e J) e seis localizados sob placas de

concreto de passarelas (A B D E F G e H) (mais precisamente na base das

pilastras da passarela que se encontra entre os IC`s II e III) Este fato corrobora com

os estudos de Taura e Laroca (1991) que indica que a disponibilidade de nidificaccedilatildeo

nesses locais aumenta com as atividades antroacutepicas A localizaccedilatildeo dos ninhos eacute

apresentada pelo Mapa 02

Os ninhos C J K (Mapa 02) recebiam calorna maior parte do dia jaacute os demais natildeo

recebiam sol diretamente na maior parte do dia pois eram protegidos pela pilastra e

pela cobertura da passarela

Durante todo o periacuteodo das observaccedilotildees em geral o clima foi de dias quentes com

presenccedila de ventos

MAPA 02 ndash Mapa dos ninhos de T angustula estudadas no Campus de Goiabeiras

(UFES) Abril ndash Setembro2014

Fonte Modificado em Google earth (2014) Dos 11 ninhos observados dois ninhos natildeo apresentavam a entrada com o formato

comum de cilindro e traziam um formato natildeo definido

44

Em todos os ninhos foi possiacutevel ver que a abertura da extremidade do tubo era

relativamente grande Tal formato permite que haja espaccedilo para que algumas

abelhas guardas permaneccedilam na entrada do tubo ao mesmo tempo em que deixa

espaccedilo suficiente para as forrageiras passarem (KARCHER RATNIEKS 2009) Ao

longo de todo o tubo havia presenccedila de centenas de perfuraccedilotildees o que segundo

Gruter Karcher e Ratinieks (2011) eram para ajudar nas trocas gasosas

Nos cinco meses observados trecircs ninhos desapareceram da aacuterea amostral restando

ao final das observaccedilotildees oito ninhos Um deles (ninho E) foi perdido logo no iniacutecio

das observaccedilotildees supotildee-se que tenha ocorrido alguma intervenccedilatildeo aguda por

exemplo humana pois logo no segundo dia de observaccedilatildeo o mesmo jaacute natildeo estava

no lugar demarcado Outros dois ninhos (ninhos F e G) tambeacutem foram perdidos O F

persistiu ateacute o mecircs de Maio e o ninho G ateacute Julho Nestes o desaparecimento se

sucedeu apoacutes eventos de revoadas

42 INTERACcedilOtildeES INTER E INTRAESPECIacuteFICAS

TABELA 1 - Dados dos Ninhos observados

Data Ninho Hora Cores de Poacutelen

Presenccedila de

Resina Operaacuteriaslimpeza Guardas

em peacute Guardas pairando Ameaccedila

14abr D 07h-8h

Amarelo Branco Laranja

Vermelho

X 5 1

13mai C 10h-11h

Amarelo Branco Laranja

Vermelho

X X 4 4

20mai J 15h-16h Branco X X 8 12 02jun H 12h-13h Branco X X 8 4 16jul D 13h-14h Branco

X 8 2 Formiga

20jun B 08h-09h

Amarelo Branco Laranja

Vermelho

X X 9 3

06ago C 14h-15h Branco X 7 10 Lagartixa

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria As observaccedilotildees indicaram que as jataiacutes visitavam vaacuterias espeacutecies de flores durante

as manhatildes e iniacutecio das tardes pois nesse periacuteodo trouxeram uma grande

45

diversidade de poacutelen (cores amarela laranja branca e vermelha) transportados em

suas corbiacutecula para dentro do ninho B C e D (TABELA 1) (FIGURA 1-A) No horaacuterio

da tarde essa diversidade diminuiacutea nos ninhos C D H e J (TABELA 1) e era

representada pelo transporte de poacutelen de cor branca Este fato mostra que a

diversidade de flores visitadas decresce ao longo do dia

As abelhas sociais de um modo geral visitam as flores enquanto elas satildeo atrativas

Elas apresentam preferecircncia pela cor e satildeo capazes de discriminar os conjuntos

florais realizar sua localizaccedilatildeo e selecionar aquelas que produzem maior quantidade

e melhor qualidade de alimento (PIRANI LAURINO 1993) Existem diversos fatores

que podem influenciar a coleta de alimento pelas abelhas sociais entre eles o

comportamento das campeiras e a necessidade das colocircnias que depende do seu

tamanho (PIRANI LAURINO 1993)

Aleacutem de poacutelen tambeacutem foi observado carregamento de resina nas corbiacuteculas para

dentro do ninho B C H e J (TABELA 1) (FIGURA 1-B) essa eacute coletada pelas

abelhas em bototildees florais Depois de a resina ser coletada ela pode ser armazenada

pura ou misturada com cera No caso de T angustula ela geralmente faz a

armazenagem na forma pura (NOGUEIRA-NETO 1997) Como a resina eacute viscosa e

grudenta as abelhas a utilizam para vedar o entorno da entrada do tubo e tambeacutem

para depositar uma quantidade sobre o corpo e cabeccedila das formigas para defender

a colocircnia contra invasores (WITTMANN 1985 NOGUEIRA-NETO 1997)

Durante todo o periacuteodo observado foi notada a presenccedila de operaacuterias que cuidavam

da limpeza dos ninhos (TABELA 1) Essas operaacuterias trabalhavam retirando resiacuteduos

(detritos) de dentro do ninho e o faziam carregando atraveacutes de sua mandiacutebula

(FIGURA 1-C) Este trabalho era realizado continuamente ao longo de todo o dia

Para Nogueira-Neto (1997) T angustula eacute a espeacutecie que tem o melhor haacutebito de

limpeza e por esta razatildeo seu mel e seu proacutepolis satildeo considerados o melhor dentre

as outras espeacutecies

FIGURA 1- Divisatildeo de trabalho entre operaacuterias de Tetragonisca angustula A

Detalhe da corbiacutecula com poacutelen B Detalhe da corbiacutecula com resina C Operaacuteria de

limpeza com resiacuteduo na mandiacutebula

46

Fonte Arquivo Labibio

Em cada ninho foi possiacutevel notar a presenccedila de abelhas que ficavam tanto pousadas

ao longo do tubo de entrada do ninho quanto sobrevoando proacuteximo do mesmo

Essas abelhas satildeo chamadas por Gruter Karcher e Ratnieks (2011) de abelhas

guardas em peacute e pairando respectivamente As guardas em peacute estavam sempre

em grandes quantidades e estiveram em atividade praticamente em todo o periacuteodo

do dia

Essas guardas ficavam na maior parte do tempo com a mandiacutebula apoiada sobre o

ninho acredita-se que tenham a funccedilatildeo de depositar resina ao entorno do ninho As

demais guardas que ficavam sobrevoando estiveram mais ausentes logo no

A B

C

47

comeccedilo da manhatilde por volta das 0700 as 0900 horas As guardas pairando ficavam

na maioria das vezes em nuacutemeros de trecircs a quatro sempre posicionadas a direita e

esquerda do tubo e em direccedilatildeo a entrada (FIGURA 2)

FIGURA 2- Ninho de T angustula com guardas pairando destacado em vermelho e

guardas em peacute em destaque azul

Fonte Arquivo Labibio

Foi observado que no periacuteodo da tarde o nuacutemero de guardas pairando aumentava

Isso era visto com maior frequumlecircncia nos ninhos C e J instalados em paredes

(TABELA 1) Segundo Gruter Karcher e Ratnieks (2011) as colocircnias que

apresentam um nuacutemero maior de guardas pairando sofrem ameaccedilas de

vertebrados fato corroborado no ninho C (TABELA 1) que foi atacado por uma

lagartixa No momento em que aconteceu uma parte da populaccedilatildeo saiu do ninho e

se mostraram bem agitadas O que de acordo com Gruter Karcher Ratnieks (2011)

trata-se de uma resposta defensiva agrave percepccedilatildeo da respiraccedilatildeo de vaacuterios

vertebrados

Tambeacutem foi observado o comportamento defensivo em quando formigas se

aproximavam do ninho D (TABELA 1) As jataiacutes as ldquobeliscavamrdquo para que se

afastassem Esse mesmo comportamento foi visto durante minhas observaccedilotildees ao

Ninho A toda vez que me aproximava para observar ou fotografar surgiam vaacuterias ao

48

meu redor em uma dessas observaccedilotildees a jataiacute picou pele exposta Dentre todos os

ninhos essa foi a que apresentou o comportamento mais agressivo

De acordo com os estudos de Gruter e colaboradores (2012) T angustula eacute a uacutenica

espeacutecie que apresenta um sistema de defesa que envolve dois grupos distintos e

complementares de guardas uma pairando que se estacionam no ar proacuteximo ao

ninho e outras em peacute ao redor da entrada do ninho As guardas que ficam de frente

para o caminho de vocirco satildeo chamadas de grupo principal e as que ficam

posicionadas agrave direita e agrave esquerda do ninho satildeo o grupo secundaacuterio (GRUTER

KARCHER RATNIEKS 2011)

Uma caracteriacutestica interessante dessas guardas eacute que apresentam caracteriacutesticas

morfoloacutegicas diferentes das operaacuterias (satildeo maiores e mais pesadas) (GRUTER et

al 2012) Elas apresentam diferenccedilas no comprimento da asa no tamanho das

pernas traseiras que satildeo relativamente maiores para seu corpo (podendo ajudar na

luta contra invasores) e cabeccedila um pouco menor que das forrageiras Essa ultima

caracteriacutestica estaacute associada agrave maior necessidade das forrageiras de processar

informaccedilotildees sensoriais relacionadas ao forrageamento (GRUTER et al 2012)

As abelhas guardas possuem a funccedilatildeo de defender sua colocircnia de ataques de

intrusos que aproveitam do seu trabalho para roubar o alimento produzido

(GRUTER KARCHER RATNIEKS 2011) As accedilotildees especiacuteficas desses intrusos satildeo

detectadas mais pelas guardas em peacute pois elas conseguem identificar as campeiras

e natildeo campeiras da mesma espeacutecie por quimiorecepccedilatildeo (KARCHER RATNIEKS

2009 GRUTER KARCHER RATNIEKS 2011) Jaacute as guardas que pairam perto do

ninho atacam intrusos que natildeo satildeo da mesma espeacutecie elas o reconhecem pela cor

forma do corpo e pelos odores volaacuteteis (KARCHER RATNIEKS 2009) De acordo

com Zweden e Colaboradores (2011) a presenccedila de guardas pairando aumenta a

detecccedilatildeo de intrusos e que essas guardas respondem especialmente a pistas

visuais Como comportamento de defesa as guardas liberam um feromocircnio de

alarme para recrutar os trabalhadores para o ataque (FREE 1987 apud ZWEDEN

2011)

O nuacutemero meacutedio de guardas durante o periacuteodo observado mostrou-se maior para as

guardas em peacute (78) do que para as guardas pairando (35) Esse fato eacute explicado

por Gruter Karcher e Ratnieks (2011) para eles o gasto energeacutetico das guardas

pairando eacute muito maior de modo que eacute menos dispendioso energicamente para as

49

abelhas ficarem em peacute Mesmo tendo um gasto energeacutetico muito alto nas

observaccedilotildees de Wittmann (1985) as atividades do voo das guardas foi constatado

que essas ficavam pairando por cerca de 70 minutos antes de voltar para dentro do

ninho Este fato mostra que a mudanccedila de guardas natildeo eacute comum e que a defesa do

ninho eacute feita por divisatildeo de trabalho e natildeo por alternacircncia de tarefas (GRUTER

KARCHER RATNIEKS 2011)

Os ninhos que desapareceram ao longo das observaccedilotildees foram devido agraves revoadas

um comportamento comum nas abelhas Nas jataiacutes as revoadas geralmente

ocorrem devido ao calor para refrescar o ninho em caso de altas temperaturas uma

parte da populaccedilatildeo sai do ninho enxameamento para reproduccedilatildeo ou devido agrave

interferecircncia humana quando um ninho eacute retirado de um local para outro

(INFORMACcedilAtildeO PESSOAL ZOCOLOTTI V R) De acordo com este na primeira

semana eacute possiacutevel presenciar alguma revoada que pode ser para identificaccedilatildeo

tanto da flora apiacutecola quanto para localizaccedilatildeo do novo ambiente

No caso dos ninhos F e G ao final de cada revoada observada a entrada do ninho

ficava bastante danificada Foram observadas trecircs revoadas (duas no mesmo dia)

do ninho F todas no mecircs de Maio e duas (em dias diferentes) no ninho G no mecircs

de Junho Apoacutes estas observaccedilotildees os dois ninhos desapareceram

Durante as revoadas vaacuterias abelhas caiam no chatildeo agarradas umas nas outras

Apoacutes queda era possiacutevel observar que as guardas conseguiam prender e retirar

com sua mandiacutebula as pernas e asas do invasor (FIGURA 3-A e B) o que impedia

as invasoras de conseguir atacar novamente Segundo Kerr e colaboradores (2005)

as guardas agarram as pernas dos invasores para que eles caiam no chatildeo e sejam

comidos pelas formigas que ficam proacuteximas aos ninhos

50

FIGURA 3 - Ataque de invasores A T angustula com mandiacutebula presa agrave perna do

Jataiacute invasora BPerna de invasores retirada apoacutes ataque

Fonte Arquivo Labibio

De acordo com Zocolotti VR (INFORMACcedilAtildeO PESSOAL) as cinco espeacutecies de

Meliponini criadas por ele podem apresentar o comportamento de saquear outros

ninhos e isso pode ocorrer por oportunismo ou por falta de alimento Em especial

as Jataiacutes geralmente possuem o costume de atacar as proacuteprias jataiacutes esses

ataques acontecem dentro do mesmo ninho e entre outros proacuteximos Esses ataques

podem ocorrer por atraccedilatildeo de feromocircnio de princesa (rainhas jovens natildeo

fecundadas) por enxame fraco ou ateacute mesmo para absorver o fraco ou seja elas

entram e acabam matando a rainha e mantecircm os trabalhadores por um tempo ateacute

absorver o enxame ou ateacute mesmo o deixam morrer sendo dessa maneira muito

complexas em relaccedilatildeo ao comportamento

Na aacuterea do campus da Ufes houve uma consideraacutevel devastaccedilatildeo na vegetaccedilatildeo

nativa (compreendida de Mata Atlacircntica Manguezal e Restinga) devido agrave

construccedilatildeo de preacutedios que foram erguidos logo no iniacutecio da implantaccedilatildeo da

Universidade Como medida compensatoacuteria foi feito o plantio de espeacutecies arboacutereas

usando em demasia espeacutecies exoacuteticas (CASTRO 2003) Na Ufes eacute possiacutevel ver

poucas aacutereas jardinadas Aleacutem disso sempre que eacute necessaacuterio construir um novo

preacutedio novas aacutereas satildeo eliminadas podendo ou natildeo ser compensada com plantas

nativas

A B

51

Em abelhas sociais o comportamento de saque eacute comum acontecer em sequumlecircncias

natildeo contiacutenuas ou seja ela cessa e recomeccedila por periacuteodos de tempo (SANTANA

etal 2004) Durante as observaccedilotildees foram presenciadas trecircs revoadas ao ninho F

duas no mesmo dia poreacutem em horaacuterios diferentes e duas ao ninho G em dias

diferentes (FIGURAS 4- A B C e D)

FIGURA 4 ndash Revoada do ninho F A Vista da entrada do iniacutecio do estudo B Vista

da entrada em plena atividade em iniacutecio de maio C Entrada apoacutes uma revoada em

maio D Vista da entrada do ninho apoacutes uacuteltima revoada em maio

Fonte Arquivo Labibio

Nas figuras 4a e b mostram o estado em que a entrada do ninho se encontrava na

primeira semana de observaccedilatildeo (vinte e oito de Abril) e na primeira semana do mecircs

seguinte (sete de Maio) esse uacuteltimo a entrada do ninho jaacute se encontrava danificado

No ninho F(FIGURA 4) as revoadas que ocorreram no dia vinte de Maio entre

A B

C D

52

1000 e 1400 horas e no dia vinte e seis de Maio entre 1600 e 1700 horas

corroborando com Santana e colaboradores (2004) sobre o comportamento de

saques intermitentes

No ninho G as revoadas se iniciaram duas semanas apoacutes o desaparecimento do

ninho F nos dias nove e vinte e seis de junho entre 1500 e 1600 horas e dia 16 de

junho no mesmo horaacuterio (FIGURA 5-A B e C)

FIGURA 5 ndash Revoadas no Ninho G A Ninho no iniacutecio de Maio B Registro da

primeira revoada C Ultima revoada perda do ninho

Fonte Arquivo Labibio

As observaccedilotildees evidenciaram a ocorrecircncia de um acuacutemulo de resiacuteduos sobre os

ninhos apoacutes as revoadas (FGURA 5-B) No ninho G tinha uma subpopulaccedilatildeo

A B

C

53

pequena mas bem ativa conforme verificado apoacutes quatro horas de observaccedilatildeo em

nove dias (Graacutefico 1- A e B)

GRAacuteFICO1 A ndash Ritmo de Saiacutedas no Ninho G

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

GRAacuteFICO 1B ndash Ritmo de entradas no ninho G

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

0

20

40

60

80

100

120

140

09h-10h 10h-11h 12h-13h 14h-15h 16h-17h

Nuacutem

ero

de V

isita

s

Horaacuterios

13mai 20mai 26mai

0

20

40

60

80

100

120

140

160

180

200

09h-10h 10h-11h 12h-13h 14h-15h 16h-17h

Nuacutem

ero

de V

isita

s

Horaacuterios

13mai 20mai 26mai

54

No ninho G as abelhas iniciaram suas atividades antes de 09h evidenciado pela

entrada de aproximadamente 180 forrageadoras entre 9 e 10h As saiacutedas neste

mesmo periacuteodo ficaram em torno de 100

Entre 16h-17h houve um grande nuacutemero de entrada o que era esperado todas as

que saiacuteram tecircm que retornar enquanto haacute luminosidade e antes do ninho ser

fechado Conforme esperado por Gruter Karcher Ratnieks (2011) quando comeccedila

a escurecer as Jataiacutes fecham a entrada do tubo para impedir que intrusos ataquem

seu ninho durante a noite e abrem pela manhatilde quando o clima estaacute mais favoraacutevel

para iniciarem suas atividades

Neste ninho entre 12h-13h houve um nuacutemero maior de saiacutedas que de entradas ateacute

agraves 16h Isso possivelmente esteve relacionado agrave uma grande distacircncia entre o ninho

e as fontes de recursos troacuteficos

Outro ninho em que foi possiacutevel observar todos os meses notou-se que apresentou

atividade durante todo o dia (GRAacuteFICO 2-A e B)

GRAacuteFICO 2A ndash Ritmo de saiacutedas do ninho B

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

0

50

100

150

200

250

300

350

400

450

500

07h-08h 08h-09h 09h-10h 11h-12h 12h-13h 13h-14h 14h-15h 15h-16h 16h-17h

Nuacutem

ero

de V

isita

s

Horaacuterios

28abr 13mai 20mai 26mai 09jun 16jun 23jun 01jul 09jul

16jul 23jul 30jul 06ago 13ago 20ago 27ago 05set 10set

55

GRAacuteFICO 2B ndash Ritmo de entradas do nino B

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

O ninho B tinha uma subpopulaccedilatildeo mais numerosa que F e G Durante o inverno

(2307 e 2708) as abelhas iniciavam suas atividades cerca de duas horas mais

tarde em horaacuterio com temperatura mais elevada (indicado pela seta preta) Tal fato

corrobora com as observaccedilotildees de Ulian e colaboradores (2007) que constata que

em periacuteodo mais chuvoso onde as temperaturas satildeo geralmente mais baixas as

Jataiacutes apresentam iniacutecio de atividade agraves 9 horas da manhatilde devido agrave temperatura

nesse horaacuterio comeccedilar a aumentar

Proacuteximo do horaacuterio de 10 horas houve um grande nuacutemero de saiacutedas do ninho

seguido de um grande nuacutemero de entrada o que indica a ocorrecircncia de uma fonte

de recursos proacutexima ao ninho ou a indisponibilidade de recurso para ser coletado

naquela hora Acredita-se que na primeira possibilidade - fonte proacutexima ela era de

resina pelo fato de ter havido um intervalo de saiacuteda ateacute agraves 12h jaacute que esta

demanda mais tempo para ser retirada da corbiacutecula e armazenada por ser

pegajosa No caso da segunda possibilidade natildeo encontraram alimento disponiacutevel

naquele horaacuterio o retorno ao ninho eacute a alternativa mais eficaz para evitar um alto

gasto energeacutetico ateacute que o recurso fique disponiacutevel para coleta

0

100

200

300

400

500

600

07h-08h 08h-09h 09h-10h 10h-11h 11h-12h 12h-13h 13h-14h 14h-15h 15h-16h 16h-17h

Nuacutem

ero

de V

isita

s

Horaacuterios 28abr 13mai 20mai 26mai 09jun 16jun 23jun 09jul16jul 23jul 30jul 20ago 27ago 05set 10set

56

No outono as atividades das Jataiacutes comeccedilaram a diminuir por volta de 15 horas

(indicado pela seta marrom) ateacute cessar totalmente no iniacutecio das 16 horas Pelos

graacuteficos nota-se que o ninho B possui vantagem de uma hora nas atividades em

relaccedilatildeo ao ninho G isso provavelmente ocorreu porque o ninho B obteve mais

sucesso nas coletas distribuiacutedas ao longo do dia

43 RECURSOS FLORAIS

Eacute notoacuteria a relaccedilatildeo que existe entre abelha-flor relaccedilatildeo essa que sucedeu a milhotildees

de anos desde entatildeo as abelhas dependem de substancias utilizadas na

alimentaccedilatildeo e as plantas se beneficiam com a polinizaccedilatildeo (PIRANI LAURINO

1993) Para entender a biologia dos Meliponini eacute importante conhecer sua

alimentaccedilatildeo Para isso eacute necessaacuterio fazer um levantamento das plantas utilizadas

para coleta de poacutelen e neacutectar (SOUZA 1999 apud OLIVEIRA ABSY MIRANDA

2009)

Com base nos dados obtidos sobre as fontes alimentares de T angustula na

literatura (TABELA 2) nota-se a capacidade dessa espeacutecie de visitar uma ampla

diversidade de famiacutelias de plantas Segundo Toledo e colaboradores (2003) durante

cada voo das campeiras em meacutedia 100 flores satildeo visitadas

O levantamento bibliograacutefico indicou que existem duas metodologias bastante

usadas por autores para conhecer a dieta das abelhas Uma delas eacute a investigaccedilatildeo

palinoloacutegica para avaliar as fontes de recursos florais utilizados (poacutelen e neacutectar)

com base no gratildeo de poacutelen depositado no corpo da abelha para identificaccedilatildeo das

espeacutecies vegetais (CARVALHO MARCHINE ROS 1999 FEIDEN 1994 SIMIONI et

al 2007 OLIVEIRA ABSY MIRANDA 2009 MORGADO et al 2011NOVAIS

ABSY SANTOS 2013) A outra se daacute por meio de observaccedilotildees das campeiras nas

flores (AGOSTINI SAZIMA 2003 TOLEDO et al 2003OLIVEIRA ABSY

MIRANDA 2009 BRAGA et al 2012) A partir desses meacutetodos eacute possiacutevel saber

quais satildeo as plantas que produzem seus alimentos preferenciais e quais as fontes

alternativas (OLIVEIRA ABSY MIRANDA 2009)

57

TABELA 2 ndash Relaccedilatildeo das espeacutecies de plantas visitadas porT Angustula Continua

Famiacutelia Espeacutecie Polinizada Visitada Recurso

Poacutelen Neacutectar

Acanthaceae Thunbergia grandiflora X Odontonema strictum X X

Justicia brandegeana X

Ruellia silvaecola X Agavaceae Agave americana X X X

Agave sisalana X X X

Agave attenuata X X X

Dracena fragana X X X Aizoaceae Mesembryantemum spectabilis X Lamprantus productus X Amaranthaceae Gomphrena globosa X Amarylidaceae Clivia miniata X X X Anacardiaceae Schinus terebinthifolius X X

Lithraea molleoides X X

Toxicodendron verniciferum X X

Mangifera indica X X X

Tapirira guianensis X Apiaceae Hydrocotyle leucocephala X Apocynaceae Trevetia peruviana X Araliaceae Tetrapanax papyrifera X X X Asclepiadaceae Asclepias curassavica X X Asteraceae Parthenium hysterophorus X Aspillia latissima X Aspillia sp X Balsaminaceae Impatiens balsamina X X X

Impatiens sultanii X Bignoniaceae Spathodea campanulata X X Tabebulaim petiginosa X X X

Tabebula chrysotricha X X X Bixaceae Bixa orellana X X Bombacaceae Ceiba arianthos X X

Pseudo bombax sp X X

Pseudobombax tomentoso X X

Eriotheca canolleana X X

Bombax ceiba X X Boraginaceae Cordia superba X X

Cordia glabrata X X Brassicaceae Brassica sp X Cactaceae Opuntia ficusindica X X Caesalpiniaceae Schizolobium parahyba X X Capparaceae Cleome spinosa X Caprifoliaceae Lonicera japonica X X

58

TABELA 2 ndash Relaccedilatildeo das espeacutecies de plantas visitadas por T angustula Continua

Famiacutelia Espeacutecie Polinizada Visitada Recurso

Poacutelen Neacutectar

Sambucus australis X X Caryophylaceae Silene armeria X Cecropiaceae Cecropia hololeuca X Cochlospermaceae Cochlospermum vitifolium X X Compositae Vernonia polyanthes X X

Bidens pilosa X X Cosmos auphureus X X X

Centratherium violaceum X X X

Dahlia sp X Eclipta alba X Asterla evis X Tithonia rotundifolia X X X

Tithonia speciosa X X X

Tithonia diversifolia X Baccharis sp X Wedelia paludosa X Eupatorium sp X Mikania glomerata X X

Montano apyramidata X X Montano abipinnatifiada X Senecio brasiliensis X X X

Emilia sonchifolia X X Ambrosia sp X X Creopsis grandiflora X Galinsoga parviflora X Crassulaceae Kalanchoe tubiflora X X Cyperaceae Cyperus sp X Elaeocarpaceae Muntingia calabura X Ericaceae Rhododendron simsii X X X

Rhododendron indicum X X X Euphorbiaceae Alchornea sidaefolia X X X

Euphorbia milii X X X

Euphorbia pulcherrima X X X

Ricinus communis X X X

Croton sp X Fabaceae Desmodium sp X Tipuana tipu X Vigna peduncularis X X Guttiferae Kielmeyera coriacea X X Iridaceae Dietes vegeta X Labiatae Salvia splendens X Origanum vugare X

59

TABELA 2 ndash Relaccedilatildeo das espeacutecies de plantas visitadas por T angustula Continua

Famiacutelia Espeacutecie Polinizada Visitada Recurso

Poacutelen Neacutectar

Ocimum sellowii X Iboza riparia X X X

Coleus blumei X X X Leguminosae Andira anthelmintica X X

Mimosa daleoides X X X

Myroxylon balsamum X X X

Piptadenia gonoacantha X X X

Stylos anthesscabra X Caesalpinia bonducella X X X

Caesalpinia pelthophoroides X X X

Crotalaria lanceolata X Calliandra twedii X Sophora tomentosa X X Mimosa pudica X Erythrina speciosa X X X

Cassia grandis X Schizolobium parahyba X X Senna multijuga X Senna bicapsularis X X Delonix regia X Clitoria fairchildiana X Centrolobium tomentoso X Liliaceae Aloe sp X X Bulbine frutescens X Loranthaceae Struthanthus andrastylus X X Lythraceae Lagerstroemia indica X X Magnoliaceae Talauma ovata X X Malpighiaceae Malphiguia glabra X Tetrapterys X Byrsonima intermedia X X X Malvaceae Hibiscus rosa-sinensis X X X

Malvaviscus arboreus X X Sida rhombifolia X Melastomataceae Tibouchina granulosa X X

Clidemeia sp X X

Tibouchina sp X X X

Tibouchina holosericea X X Meliaceae Trichilia sp X Mimosaceae Leucaena leucocephala X Anadenanthera collubrina X Moraceae Cecropia pachystachya X X X

Morus nigra X X

60

TABELA 2 ndash Relaccedilatildeo das espeacutecies de plantas visitadas por T angustula Continua

Famiacutelia Espeacutecie Polinizada Visitada Recurso

Poacutelen Neacutectar Myrsinaceae Ardisia crenata X X Myrtaceae Eucalyptus robusta X X X

Eugenia jambos X X X

Eugenia pitanga X Eucalyptus terecornis X Plinia glomerata X Nyctaginaceae Bougainvile aspectabilis X X X Oleaceae Jasminum azoricum X Palmae Acrocomia aculeata X X

Archontophoenix cunninghamiana X

Syagrus romanzoffiana X Copernicia alba X X Sheelea phalerata X Passifloraceae Passiflora jilekii X Piperaceae Piper mollicomum X Poaceae Paspalum sp X Polemoniaceae Cobae scandens X Polygonaceae Polygonum capitatum X X X Pontederiaceae Pontederia lanceolata X X Proteaceae Grevill a bansksii X X X Rosaceae Prunus persica X X X

Pyracantha coccinea X X Rubiaceae Pentas lanceolata X X

Citrus airantum X X Rutaceae Citrus limon X X X Scrophulariaceae Paulownia imperialis X X Solanaceae Nicotiana tabacum X X Sterculiaceae Dombeya burgessiae X Dombeya wallichii X Sterculia chicha X X Tiliaceae Heliocarpus americanus X X X Tropaeolaceae Tropaeolum majus X X X Ulmaceae Tipo celtis X Trema micrantha X X Umbelliferae Foeniculum vulgare X X X Verbenaceae Duranta repens X

Vitex agnus-castus X

Velloziaceae Vellozia candia X X X Zingiberaceae Hedychium coronarium X Fonte Pirani Laurino 1993 Carvalho Marchine Ros 1999 Agostini Sazima 2003 Toledo et al 2003 Cartopassi-Laurino 2005 Braga e Colaboradores 2012 Novais Absy Santos 2013

61

Foram encontradas 71 famiacutelias e um total de 166 espeacutecies Dessas 30 espeacutecies satildeo

polinizadas e 136 satildeo visitadas Poacutelen e neacutectar satildeo os recursos mais coletados

com coleta de poacutelen em 78 espeacutecies e de neacutectar em 69 De acordo coma Lista de

Espeacutecies da Flora do Brasil (2010) 20 das espeacutecies que satildeo polinizadas (TABELA

2) satildeo nativas o restante satildeo espeacutecies exoacuteticas ou seja natildeo pertencem agrave flora

brasileira

As famiacutelias que apresentaram maior porcentagem de visitas por T angustula foram

Compositae e Leguminosae (TABELA 2) com 13 e 12 de espeacutecies

respectivamente (GRAacuteFICO 3) sendo as famiacutelias mais importantes para a dieta da

jataiacute (AGOSTINE SAZIMA 2003 SIIONI et al 2007) Esse resultado eacute similar ao

trabalho de Simioni e colaboradores (2007) seus resultados mostram que uma das

famiacutelias analisadas Leguminosae tambeacutem apresentaram um maior destaque na

quantidade de visitas realizadas por T angustula esse fato pode ser explicado pelo

fato de que Leguminosae representa a mais importante fonte de poacutelen para essa

espeacutecie

As famiacutelias Compositae e Leguminosae satildeo as mais bem representadas pelo fato

de apresentarem espeacutecies que fornecem alimento em maior qualidade e quantidade

por vaacuterios periacuteodos do ano Com destaque para a famiacutelia Leguminosae que fornece

recursos alimentares para as abelhas nos periacuteodos de estiagem (PIRANI LAURINO

1993 AGOSTINE SAZIMA 2003)

O graacutefico abaixo ilustra o comportamento generalista deT angustula Onde 41 das

visitadas realizadas pela espeacutecie se distribuem por 55 famiacutelias vegetais Esse

comportamento concorda com trabalho de Anacleto (2007) onde dentre as cinco

espeacutecies estudadas por ele a que apresentou o haacutebito mais generalista em relaccedilatildeo

ao nuacutemero de plantas visitadas foi T angustula

62

GRAacuteFICO 3 ndash Contribuiccedilatildeo das famiacutelias de plantas para a dieta de T angustula

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria com base nos dados da Tabela 1

As abelhas generalistas visitam flores pequenas e abertas e satildeo menos

relacionadas agraves flores especializadas (RUTHCKE JULES 1993 ROUBIK 1992

apud AGOSTINI SAZIMA 2003) e tecircm preferecircncia de flores arboacutereas com

inflorescecircncia densas

Um exemplo de flores que natildeo satildeo especializadas e que satildeo importantes para a

dieta de T angustula eacute da famiacutelia Asteraceae as espeacutecies Mangifera indica e

Schinus terebinthifolius apresentam grande densidade de flores e permite faacutecil

acesso para as abelhas deste modo tornam-se importantes fornecedores de fontes

de poacutelen (BRAGA et al 2012)

De acordo com o levantamento das plantas utilizadas pelas abelhas jataiacute realizado

por diferentes autores as famiacutelias que se mostraram bem representadas foram

Malvaceae Caesalpiniaceae Melastomataceae Myrtaceae Euphorbiaceae e

Anacardiaceae sendo consideradas portanto essenciais para a dieta da jataiacute

2 2 3 2

2 3

13

3 2

3

12 2 2 2 3

3

41

Acanthaceae Agavaceae Anacardiaceae Asteraceae Bignoniaceae

Bombacaceae Compositae Euphorbiaceae Fabaceae Labiatae

Leguminosae Malpighiaceae Malvaceae Melastomataceae Myrtaceae

Palmae Outros

63

Em geral essas famiacutelias podem ser caracterizadas pela floraccedilatildeo do tipo contiacutenuo ou

seja uma floraccedilatildeo que natildeo cessa ou que ocorre na maior parte do ano o que

permite as abelhas ter acesso aos recursos em todas as estaccedilotildees do ano

(CARVALHO MARCHINI ROS 1999 AGOSTINI SAZIMA 2003 TOLEDO et al

2003 MORGADO et al 2011)

64

65

5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS Sendo este a primeira pesquisa com abelhas em compus no Espiacuterito Santo Foi

observado que a distribuiccedilatildeo dos ninhos encontrados apresentou-se uniforme

Todos os ninhos estavam instalados em paredes e pisos de concreto o que indica

seu potencial de adaptabilidade agraves condiccedilotildees antroacutepicas

A diversidade de cores de poacutelen trazida pelas forrageiras no iniacutecio da manhatilde indica

uma ampla disponibilidade de alimento que a flores oferecem nesse periacuteodo do dia

bem como a eficiecircncia das forrageiras em selecionar essas flores

De acordo com as observaccedilotildees que foram realizadas no estudo as abelhas T

angustula podem ter suas atividades influenciadas pelo clima Uma vez que foi

observado que no periacuteodo de inverno em que as temperaturas satildeo mais baixas

elas comeccedilavam a realizar suas funccedilotildees nos horaacuterios com as temperaturas mais

altas

A divisatildeo de trabalho entre forrageadoras operaacuterias de limpeza e de defesa

observado nessa espeacutecie indica o comportamento altamente social dos Meliponini

O mecanismo de defesa observado em T angustula entre guardas pairando e em

peacute pode indicar uma caracteriacutestica de complementaridade na defesa do ninho uma

vez que durante as observaccedilotildees os dois tipos de guardas sempre se fizeram

presentes O que mostra que mesmo com o atrofiamento do ferratildeo os indiviacuteduos

desenvolveram estrateacutegias para a defesa contra invasores

Foi comum observar a presenccedila de revoadas nos ninhos entre as Jataiacutes Este

comportamento em geral eacute comum para o desenvolvimento (sobrevivecircncia) da

colocircnia No caso dos ninhos observados apoacutes as revoadas eles foram

desaparecendo Este fato pode indicar um baixo iacutendice de recursos troacuteficos para

essas abelhas dentro do campus pois ao inveacutes dos ninhos se manterem ou

aumentarem em quantidade ao longo das observaccedilotildees eles desapareceram

O levantamento das flores visitadas por T angustula indicou um comportamento

generalista desta espeacutecie em visitar uma grande variedade de plantas o que mostra

sua importacircncia para garantir a variabilidade dessas plantas

66

Esse levantamento tambeacutem indicou que a polinizaccedilatildeo realizada por elas foi

predominante em plantas exoacuteticas O que pode refletir a deficiecircncia na quantidade

de plantas nativas melitoacutefilas na aacuterea de estudo

67

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Page 33: FACULDADE CATÓLICA SALESIANA DO ESPÍRITO SANTO … · No grupo dos Apinae está à tribo dos Meliponini, conhecidas como abelhas indígenas sem ferrão por possuir seu ferrão atrofiado

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3 METODOLOGIA

31 AacuteREA DE ESTUDO

O Municiacutepio de Vitoacuteria possui uma extensatildeo geograacutefica que envolve um grau

elevado de urbanizaccedilatildeo (SOUZA 2011) De acordo com o Instituto Brasileiro de

Geografia e Estatiacutestica (2010) o Municiacutepio apresenta uma aacuterea de mais de 98 Kmsup2 e

conta com uma populaccedilatildeo estimada de 352104 habitantes O clima da regiatildeo de

Vitoacuteria pode ser classificado como Tropical uacutemido (CLASSIFICACcedilAtildeO [20--])

apresentando temperatura maacutexima que pode chegar a 32ordm C e miacutenima que fica em

torno de 24ordm C com os maiores iacutendices de precipitaccedilatildeo pluviomeacutetrica entre os meses

de Outubro a Janeiro (INSTITUTO CAPIXABA DE PESQUISA ASSISTEcircNCIA

TEacuteCNICA E EXTENSAtildeO RURAL 2011)

Vitoacuteria eacute um dos Municiacutepios que apresentam os maiores niacuteveis de temperaturas do

Estado Isso se deve ao fato de as grandes montanhas dificultarem a passagem dos

ventos do nuacutemero de preacutedios que aumenta com o passar dos anos assim como a

poluiccedilatildeo (SOUZA 2011)

O estudo foi realizado no Campus Universitaacuterio Alaor de Queiroz Arauacutejo da

Universidade Federal do Espiacuterito Santo (FERNANDES VALE 2013) tambeacutem

conhecido como campus de Goiabeiras Este campus se encontra localizado no

Municiacutepio de Vitoacuteria capital do Estado do Espiacuterito Santo e nas coordenadas

geograacuteficas de 20ordm 16rsquoS e 40ordm 18rsquoW (FERREIRA DANTAS 2000)

O Campus fica ao Sul e ao Oeste do canal da passagem e a Leste com a Avenida

Fernando Ferrari Ateacute 2008 era composta por uma aacuterea de ambiente entre mareacutes e

terrestre de 1592545 msup2 poreacutem com a ampliaccedilatildeo da Avenida Fernando Ferrari

essa aacuterea foi reduzida para 1567545 msup2 (FERNANDES VALE 2013) A aacuterea

amostral se localiza no entorno do Centro de Ciecircncias Humanas e Naturais (CCHN)

Implantada por volta da deacutecada de 1970 ela compotildee os ICrsquos (iniciais de Ilha do

Cercado) I II III e IV (FERNANDES VALE 2013) e apresenta uma aacuterea que

compreende edificaccedilotildees como preacutedios passarelas ruas asfaltadas paacutetio de

estacionamento e aacutereas jardinadas (MAPA 01)

40

Mapa 01- Mapa do Campus Universitaacuterio de Goiabeiras (UFES) com destaque da

aacuterea de estudo em vermelho

Fonte Google Maps (2014) 32 OBTENCcedilAtildeO DOS DADOS

A aacuterea de estudo foi inspecionada agrave procura de ninhos de T angustula com

observaccedilotildees em calccediladas paredes muros postes troncos de aacutervores entre outros

conforme Taura e Laroca (1991) Os ninhos encontrados foram marcados por letra

alfabeacutetica e mapeados com o auxiacutelio de um marcador permanente (marca Jocar

Office) e um GPS (marca Garmin etrex vista) As observaccedilotildees foram realizadas uma

vez a cada semana durante cinco meses de Abril agrave Setembro de 2014 totalizando

21 dias amostrados (140 horas) O periacuteodo no qual foram realizadas as observaccedilotildees

41

foi de 0700 agrave 1700 horas As observaccedilotildees foram feitas durante 15 minutos em cada

ninho e intercaladas nos periacuteodos matutino vespertino e dia todo com o auxilio de

uma lupa de matildeo devido elas apresentarem aproximadamente 5 miliacutemetros

(NOGUEIRA-NETO 1997) A lupa de matildeo foi utilizada tambeacutem para observar a cor

do poacutelen que as abelhas traziam para dentro do ninho

A contagem do nuacutemero de entradas e saiacutedas das abelhas coletoras e das abelhas

que protegem a colocircnia de invasores foi realizada em todos os ninhos com o auxilio

de um contador de nuacutemeros Os registros foram realizados com redaccedilatildeo dos

eventos e por meio de fotografias As observaccedilotildees seguiram o meacutetodo Animal-Focal

descrito por Altmann (1973) para anaacutelise do comportamento das abelhas Esse

meacutetodo consiste em amostrar os comportamentos de um ou mais indiviacuteduos por um

determinado periacuteodo de tempo O levantamento das principais fontes de alimento de

T angustula foi obtido a partir de dados bibliograacuteficos

33 ANAacuteLISE DOS DADOS

Para anaacutelise dos dados foi utilizado o programa ldquoMapSourcerdquo para a construccedilatildeo do

mapa dos ninhos encontrados Foi tambeacutem utilizado o programa Microsoft Excel

2007 para construccedilatildeo de graacuteficos para analisar o nuacutemero de visitas (entrada e saiacuteda)

que as abelhas coletoras apresentaram durante os cinco meses observados Os

graacuteficos foram construiacutedos por intervalos de horas sendo que as informaccedilotildees se

acumularam mais proacuteximo do horaacuterio em que houve mais eventos observados no

ninho O mesmo programa foi utilizado para retirar a meacutedia da quantidade de

guardas na defesa do ninho

Os dados resultantes do levantamento bibliograacutefico das fontes alimentares serviram

de base para a elaboraccedilatildeo de um graacutefico com a contribuiccedilatildeo das famiacutelias de plantas

mais visitadas por T angustula

42

43

4 RESULTADOS E DISCUSSOtildeES

41 LOCALIZACcedilAtildeO DOS NINHOS

Foram encontrados onze ninhos (marcados por letra alfabeacutetica de A a K) cinco

instalados em paredes e muros (K C I e J) e seis localizados sob placas de

concreto de passarelas (A B D E F G e H) (mais precisamente na base das

pilastras da passarela que se encontra entre os IC`s II e III) Este fato corrobora com

os estudos de Taura e Laroca (1991) que indica que a disponibilidade de nidificaccedilatildeo

nesses locais aumenta com as atividades antroacutepicas A localizaccedilatildeo dos ninhos eacute

apresentada pelo Mapa 02

Os ninhos C J K (Mapa 02) recebiam calorna maior parte do dia jaacute os demais natildeo

recebiam sol diretamente na maior parte do dia pois eram protegidos pela pilastra e

pela cobertura da passarela

Durante todo o periacuteodo das observaccedilotildees em geral o clima foi de dias quentes com

presenccedila de ventos

MAPA 02 ndash Mapa dos ninhos de T angustula estudadas no Campus de Goiabeiras

(UFES) Abril ndash Setembro2014

Fonte Modificado em Google earth (2014) Dos 11 ninhos observados dois ninhos natildeo apresentavam a entrada com o formato

comum de cilindro e traziam um formato natildeo definido

44

Em todos os ninhos foi possiacutevel ver que a abertura da extremidade do tubo era

relativamente grande Tal formato permite que haja espaccedilo para que algumas

abelhas guardas permaneccedilam na entrada do tubo ao mesmo tempo em que deixa

espaccedilo suficiente para as forrageiras passarem (KARCHER RATNIEKS 2009) Ao

longo de todo o tubo havia presenccedila de centenas de perfuraccedilotildees o que segundo

Gruter Karcher e Ratinieks (2011) eram para ajudar nas trocas gasosas

Nos cinco meses observados trecircs ninhos desapareceram da aacuterea amostral restando

ao final das observaccedilotildees oito ninhos Um deles (ninho E) foi perdido logo no iniacutecio

das observaccedilotildees supotildee-se que tenha ocorrido alguma intervenccedilatildeo aguda por

exemplo humana pois logo no segundo dia de observaccedilatildeo o mesmo jaacute natildeo estava

no lugar demarcado Outros dois ninhos (ninhos F e G) tambeacutem foram perdidos O F

persistiu ateacute o mecircs de Maio e o ninho G ateacute Julho Nestes o desaparecimento se

sucedeu apoacutes eventos de revoadas

42 INTERACcedilOtildeES INTER E INTRAESPECIacuteFICAS

TABELA 1 - Dados dos Ninhos observados

Data Ninho Hora Cores de Poacutelen

Presenccedila de

Resina Operaacuteriaslimpeza Guardas

em peacute Guardas pairando Ameaccedila

14abr D 07h-8h

Amarelo Branco Laranja

Vermelho

X 5 1

13mai C 10h-11h

Amarelo Branco Laranja

Vermelho

X X 4 4

20mai J 15h-16h Branco X X 8 12 02jun H 12h-13h Branco X X 8 4 16jul D 13h-14h Branco

X 8 2 Formiga

20jun B 08h-09h

Amarelo Branco Laranja

Vermelho

X X 9 3

06ago C 14h-15h Branco X 7 10 Lagartixa

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria As observaccedilotildees indicaram que as jataiacutes visitavam vaacuterias espeacutecies de flores durante

as manhatildes e iniacutecio das tardes pois nesse periacuteodo trouxeram uma grande

45

diversidade de poacutelen (cores amarela laranja branca e vermelha) transportados em

suas corbiacutecula para dentro do ninho B C e D (TABELA 1) (FIGURA 1-A) No horaacuterio

da tarde essa diversidade diminuiacutea nos ninhos C D H e J (TABELA 1) e era

representada pelo transporte de poacutelen de cor branca Este fato mostra que a

diversidade de flores visitadas decresce ao longo do dia

As abelhas sociais de um modo geral visitam as flores enquanto elas satildeo atrativas

Elas apresentam preferecircncia pela cor e satildeo capazes de discriminar os conjuntos

florais realizar sua localizaccedilatildeo e selecionar aquelas que produzem maior quantidade

e melhor qualidade de alimento (PIRANI LAURINO 1993) Existem diversos fatores

que podem influenciar a coleta de alimento pelas abelhas sociais entre eles o

comportamento das campeiras e a necessidade das colocircnias que depende do seu

tamanho (PIRANI LAURINO 1993)

Aleacutem de poacutelen tambeacutem foi observado carregamento de resina nas corbiacuteculas para

dentro do ninho B C H e J (TABELA 1) (FIGURA 1-B) essa eacute coletada pelas

abelhas em bototildees florais Depois de a resina ser coletada ela pode ser armazenada

pura ou misturada com cera No caso de T angustula ela geralmente faz a

armazenagem na forma pura (NOGUEIRA-NETO 1997) Como a resina eacute viscosa e

grudenta as abelhas a utilizam para vedar o entorno da entrada do tubo e tambeacutem

para depositar uma quantidade sobre o corpo e cabeccedila das formigas para defender

a colocircnia contra invasores (WITTMANN 1985 NOGUEIRA-NETO 1997)

Durante todo o periacuteodo observado foi notada a presenccedila de operaacuterias que cuidavam

da limpeza dos ninhos (TABELA 1) Essas operaacuterias trabalhavam retirando resiacuteduos

(detritos) de dentro do ninho e o faziam carregando atraveacutes de sua mandiacutebula

(FIGURA 1-C) Este trabalho era realizado continuamente ao longo de todo o dia

Para Nogueira-Neto (1997) T angustula eacute a espeacutecie que tem o melhor haacutebito de

limpeza e por esta razatildeo seu mel e seu proacutepolis satildeo considerados o melhor dentre

as outras espeacutecies

FIGURA 1- Divisatildeo de trabalho entre operaacuterias de Tetragonisca angustula A

Detalhe da corbiacutecula com poacutelen B Detalhe da corbiacutecula com resina C Operaacuteria de

limpeza com resiacuteduo na mandiacutebula

46

Fonte Arquivo Labibio

Em cada ninho foi possiacutevel notar a presenccedila de abelhas que ficavam tanto pousadas

ao longo do tubo de entrada do ninho quanto sobrevoando proacuteximo do mesmo

Essas abelhas satildeo chamadas por Gruter Karcher e Ratnieks (2011) de abelhas

guardas em peacute e pairando respectivamente As guardas em peacute estavam sempre

em grandes quantidades e estiveram em atividade praticamente em todo o periacuteodo

do dia

Essas guardas ficavam na maior parte do tempo com a mandiacutebula apoiada sobre o

ninho acredita-se que tenham a funccedilatildeo de depositar resina ao entorno do ninho As

demais guardas que ficavam sobrevoando estiveram mais ausentes logo no

A B

C

47

comeccedilo da manhatilde por volta das 0700 as 0900 horas As guardas pairando ficavam

na maioria das vezes em nuacutemeros de trecircs a quatro sempre posicionadas a direita e

esquerda do tubo e em direccedilatildeo a entrada (FIGURA 2)

FIGURA 2- Ninho de T angustula com guardas pairando destacado em vermelho e

guardas em peacute em destaque azul

Fonte Arquivo Labibio

Foi observado que no periacuteodo da tarde o nuacutemero de guardas pairando aumentava

Isso era visto com maior frequumlecircncia nos ninhos C e J instalados em paredes

(TABELA 1) Segundo Gruter Karcher e Ratnieks (2011) as colocircnias que

apresentam um nuacutemero maior de guardas pairando sofrem ameaccedilas de

vertebrados fato corroborado no ninho C (TABELA 1) que foi atacado por uma

lagartixa No momento em que aconteceu uma parte da populaccedilatildeo saiu do ninho e

se mostraram bem agitadas O que de acordo com Gruter Karcher Ratnieks (2011)

trata-se de uma resposta defensiva agrave percepccedilatildeo da respiraccedilatildeo de vaacuterios

vertebrados

Tambeacutem foi observado o comportamento defensivo em quando formigas se

aproximavam do ninho D (TABELA 1) As jataiacutes as ldquobeliscavamrdquo para que se

afastassem Esse mesmo comportamento foi visto durante minhas observaccedilotildees ao

Ninho A toda vez que me aproximava para observar ou fotografar surgiam vaacuterias ao

48

meu redor em uma dessas observaccedilotildees a jataiacute picou pele exposta Dentre todos os

ninhos essa foi a que apresentou o comportamento mais agressivo

De acordo com os estudos de Gruter e colaboradores (2012) T angustula eacute a uacutenica

espeacutecie que apresenta um sistema de defesa que envolve dois grupos distintos e

complementares de guardas uma pairando que se estacionam no ar proacuteximo ao

ninho e outras em peacute ao redor da entrada do ninho As guardas que ficam de frente

para o caminho de vocirco satildeo chamadas de grupo principal e as que ficam

posicionadas agrave direita e agrave esquerda do ninho satildeo o grupo secundaacuterio (GRUTER

KARCHER RATNIEKS 2011)

Uma caracteriacutestica interessante dessas guardas eacute que apresentam caracteriacutesticas

morfoloacutegicas diferentes das operaacuterias (satildeo maiores e mais pesadas) (GRUTER et

al 2012) Elas apresentam diferenccedilas no comprimento da asa no tamanho das

pernas traseiras que satildeo relativamente maiores para seu corpo (podendo ajudar na

luta contra invasores) e cabeccedila um pouco menor que das forrageiras Essa ultima

caracteriacutestica estaacute associada agrave maior necessidade das forrageiras de processar

informaccedilotildees sensoriais relacionadas ao forrageamento (GRUTER et al 2012)

As abelhas guardas possuem a funccedilatildeo de defender sua colocircnia de ataques de

intrusos que aproveitam do seu trabalho para roubar o alimento produzido

(GRUTER KARCHER RATNIEKS 2011) As accedilotildees especiacuteficas desses intrusos satildeo

detectadas mais pelas guardas em peacute pois elas conseguem identificar as campeiras

e natildeo campeiras da mesma espeacutecie por quimiorecepccedilatildeo (KARCHER RATNIEKS

2009 GRUTER KARCHER RATNIEKS 2011) Jaacute as guardas que pairam perto do

ninho atacam intrusos que natildeo satildeo da mesma espeacutecie elas o reconhecem pela cor

forma do corpo e pelos odores volaacuteteis (KARCHER RATNIEKS 2009) De acordo

com Zweden e Colaboradores (2011) a presenccedila de guardas pairando aumenta a

detecccedilatildeo de intrusos e que essas guardas respondem especialmente a pistas

visuais Como comportamento de defesa as guardas liberam um feromocircnio de

alarme para recrutar os trabalhadores para o ataque (FREE 1987 apud ZWEDEN

2011)

O nuacutemero meacutedio de guardas durante o periacuteodo observado mostrou-se maior para as

guardas em peacute (78) do que para as guardas pairando (35) Esse fato eacute explicado

por Gruter Karcher e Ratnieks (2011) para eles o gasto energeacutetico das guardas

pairando eacute muito maior de modo que eacute menos dispendioso energicamente para as

49

abelhas ficarem em peacute Mesmo tendo um gasto energeacutetico muito alto nas

observaccedilotildees de Wittmann (1985) as atividades do voo das guardas foi constatado

que essas ficavam pairando por cerca de 70 minutos antes de voltar para dentro do

ninho Este fato mostra que a mudanccedila de guardas natildeo eacute comum e que a defesa do

ninho eacute feita por divisatildeo de trabalho e natildeo por alternacircncia de tarefas (GRUTER

KARCHER RATNIEKS 2011)

Os ninhos que desapareceram ao longo das observaccedilotildees foram devido agraves revoadas

um comportamento comum nas abelhas Nas jataiacutes as revoadas geralmente

ocorrem devido ao calor para refrescar o ninho em caso de altas temperaturas uma

parte da populaccedilatildeo sai do ninho enxameamento para reproduccedilatildeo ou devido agrave

interferecircncia humana quando um ninho eacute retirado de um local para outro

(INFORMACcedilAtildeO PESSOAL ZOCOLOTTI V R) De acordo com este na primeira

semana eacute possiacutevel presenciar alguma revoada que pode ser para identificaccedilatildeo

tanto da flora apiacutecola quanto para localizaccedilatildeo do novo ambiente

No caso dos ninhos F e G ao final de cada revoada observada a entrada do ninho

ficava bastante danificada Foram observadas trecircs revoadas (duas no mesmo dia)

do ninho F todas no mecircs de Maio e duas (em dias diferentes) no ninho G no mecircs

de Junho Apoacutes estas observaccedilotildees os dois ninhos desapareceram

Durante as revoadas vaacuterias abelhas caiam no chatildeo agarradas umas nas outras

Apoacutes queda era possiacutevel observar que as guardas conseguiam prender e retirar

com sua mandiacutebula as pernas e asas do invasor (FIGURA 3-A e B) o que impedia

as invasoras de conseguir atacar novamente Segundo Kerr e colaboradores (2005)

as guardas agarram as pernas dos invasores para que eles caiam no chatildeo e sejam

comidos pelas formigas que ficam proacuteximas aos ninhos

50

FIGURA 3 - Ataque de invasores A T angustula com mandiacutebula presa agrave perna do

Jataiacute invasora BPerna de invasores retirada apoacutes ataque

Fonte Arquivo Labibio

De acordo com Zocolotti VR (INFORMACcedilAtildeO PESSOAL) as cinco espeacutecies de

Meliponini criadas por ele podem apresentar o comportamento de saquear outros

ninhos e isso pode ocorrer por oportunismo ou por falta de alimento Em especial

as Jataiacutes geralmente possuem o costume de atacar as proacuteprias jataiacutes esses

ataques acontecem dentro do mesmo ninho e entre outros proacuteximos Esses ataques

podem ocorrer por atraccedilatildeo de feromocircnio de princesa (rainhas jovens natildeo

fecundadas) por enxame fraco ou ateacute mesmo para absorver o fraco ou seja elas

entram e acabam matando a rainha e mantecircm os trabalhadores por um tempo ateacute

absorver o enxame ou ateacute mesmo o deixam morrer sendo dessa maneira muito

complexas em relaccedilatildeo ao comportamento

Na aacuterea do campus da Ufes houve uma consideraacutevel devastaccedilatildeo na vegetaccedilatildeo

nativa (compreendida de Mata Atlacircntica Manguezal e Restinga) devido agrave

construccedilatildeo de preacutedios que foram erguidos logo no iniacutecio da implantaccedilatildeo da

Universidade Como medida compensatoacuteria foi feito o plantio de espeacutecies arboacutereas

usando em demasia espeacutecies exoacuteticas (CASTRO 2003) Na Ufes eacute possiacutevel ver

poucas aacutereas jardinadas Aleacutem disso sempre que eacute necessaacuterio construir um novo

preacutedio novas aacutereas satildeo eliminadas podendo ou natildeo ser compensada com plantas

nativas

A B

51

Em abelhas sociais o comportamento de saque eacute comum acontecer em sequumlecircncias

natildeo contiacutenuas ou seja ela cessa e recomeccedila por periacuteodos de tempo (SANTANA

etal 2004) Durante as observaccedilotildees foram presenciadas trecircs revoadas ao ninho F

duas no mesmo dia poreacutem em horaacuterios diferentes e duas ao ninho G em dias

diferentes (FIGURAS 4- A B C e D)

FIGURA 4 ndash Revoada do ninho F A Vista da entrada do iniacutecio do estudo B Vista

da entrada em plena atividade em iniacutecio de maio C Entrada apoacutes uma revoada em

maio D Vista da entrada do ninho apoacutes uacuteltima revoada em maio

Fonte Arquivo Labibio

Nas figuras 4a e b mostram o estado em que a entrada do ninho se encontrava na

primeira semana de observaccedilatildeo (vinte e oito de Abril) e na primeira semana do mecircs

seguinte (sete de Maio) esse uacuteltimo a entrada do ninho jaacute se encontrava danificado

No ninho F(FIGURA 4) as revoadas que ocorreram no dia vinte de Maio entre

A B

C D

52

1000 e 1400 horas e no dia vinte e seis de Maio entre 1600 e 1700 horas

corroborando com Santana e colaboradores (2004) sobre o comportamento de

saques intermitentes

No ninho G as revoadas se iniciaram duas semanas apoacutes o desaparecimento do

ninho F nos dias nove e vinte e seis de junho entre 1500 e 1600 horas e dia 16 de

junho no mesmo horaacuterio (FIGURA 5-A B e C)

FIGURA 5 ndash Revoadas no Ninho G A Ninho no iniacutecio de Maio B Registro da

primeira revoada C Ultima revoada perda do ninho

Fonte Arquivo Labibio

As observaccedilotildees evidenciaram a ocorrecircncia de um acuacutemulo de resiacuteduos sobre os

ninhos apoacutes as revoadas (FGURA 5-B) No ninho G tinha uma subpopulaccedilatildeo

A B

C

53

pequena mas bem ativa conforme verificado apoacutes quatro horas de observaccedilatildeo em

nove dias (Graacutefico 1- A e B)

GRAacuteFICO1 A ndash Ritmo de Saiacutedas no Ninho G

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

GRAacuteFICO 1B ndash Ritmo de entradas no ninho G

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

0

20

40

60

80

100

120

140

09h-10h 10h-11h 12h-13h 14h-15h 16h-17h

Nuacutem

ero

de V

isita

s

Horaacuterios

13mai 20mai 26mai

0

20

40

60

80

100

120

140

160

180

200

09h-10h 10h-11h 12h-13h 14h-15h 16h-17h

Nuacutem

ero

de V

isita

s

Horaacuterios

13mai 20mai 26mai

54

No ninho G as abelhas iniciaram suas atividades antes de 09h evidenciado pela

entrada de aproximadamente 180 forrageadoras entre 9 e 10h As saiacutedas neste

mesmo periacuteodo ficaram em torno de 100

Entre 16h-17h houve um grande nuacutemero de entrada o que era esperado todas as

que saiacuteram tecircm que retornar enquanto haacute luminosidade e antes do ninho ser

fechado Conforme esperado por Gruter Karcher Ratnieks (2011) quando comeccedila

a escurecer as Jataiacutes fecham a entrada do tubo para impedir que intrusos ataquem

seu ninho durante a noite e abrem pela manhatilde quando o clima estaacute mais favoraacutevel

para iniciarem suas atividades

Neste ninho entre 12h-13h houve um nuacutemero maior de saiacutedas que de entradas ateacute

agraves 16h Isso possivelmente esteve relacionado agrave uma grande distacircncia entre o ninho

e as fontes de recursos troacuteficos

Outro ninho em que foi possiacutevel observar todos os meses notou-se que apresentou

atividade durante todo o dia (GRAacuteFICO 2-A e B)

GRAacuteFICO 2A ndash Ritmo de saiacutedas do ninho B

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

0

50

100

150

200

250

300

350

400

450

500

07h-08h 08h-09h 09h-10h 11h-12h 12h-13h 13h-14h 14h-15h 15h-16h 16h-17h

Nuacutem

ero

de V

isita

s

Horaacuterios

28abr 13mai 20mai 26mai 09jun 16jun 23jun 01jul 09jul

16jul 23jul 30jul 06ago 13ago 20ago 27ago 05set 10set

55

GRAacuteFICO 2B ndash Ritmo de entradas do nino B

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

O ninho B tinha uma subpopulaccedilatildeo mais numerosa que F e G Durante o inverno

(2307 e 2708) as abelhas iniciavam suas atividades cerca de duas horas mais

tarde em horaacuterio com temperatura mais elevada (indicado pela seta preta) Tal fato

corrobora com as observaccedilotildees de Ulian e colaboradores (2007) que constata que

em periacuteodo mais chuvoso onde as temperaturas satildeo geralmente mais baixas as

Jataiacutes apresentam iniacutecio de atividade agraves 9 horas da manhatilde devido agrave temperatura

nesse horaacuterio comeccedilar a aumentar

Proacuteximo do horaacuterio de 10 horas houve um grande nuacutemero de saiacutedas do ninho

seguido de um grande nuacutemero de entrada o que indica a ocorrecircncia de uma fonte

de recursos proacutexima ao ninho ou a indisponibilidade de recurso para ser coletado

naquela hora Acredita-se que na primeira possibilidade - fonte proacutexima ela era de

resina pelo fato de ter havido um intervalo de saiacuteda ateacute agraves 12h jaacute que esta

demanda mais tempo para ser retirada da corbiacutecula e armazenada por ser

pegajosa No caso da segunda possibilidade natildeo encontraram alimento disponiacutevel

naquele horaacuterio o retorno ao ninho eacute a alternativa mais eficaz para evitar um alto

gasto energeacutetico ateacute que o recurso fique disponiacutevel para coleta

0

100

200

300

400

500

600

07h-08h 08h-09h 09h-10h 10h-11h 11h-12h 12h-13h 13h-14h 14h-15h 15h-16h 16h-17h

Nuacutem

ero

de V

isita

s

Horaacuterios 28abr 13mai 20mai 26mai 09jun 16jun 23jun 09jul16jul 23jul 30jul 20ago 27ago 05set 10set

56

No outono as atividades das Jataiacutes comeccedilaram a diminuir por volta de 15 horas

(indicado pela seta marrom) ateacute cessar totalmente no iniacutecio das 16 horas Pelos

graacuteficos nota-se que o ninho B possui vantagem de uma hora nas atividades em

relaccedilatildeo ao ninho G isso provavelmente ocorreu porque o ninho B obteve mais

sucesso nas coletas distribuiacutedas ao longo do dia

43 RECURSOS FLORAIS

Eacute notoacuteria a relaccedilatildeo que existe entre abelha-flor relaccedilatildeo essa que sucedeu a milhotildees

de anos desde entatildeo as abelhas dependem de substancias utilizadas na

alimentaccedilatildeo e as plantas se beneficiam com a polinizaccedilatildeo (PIRANI LAURINO

1993) Para entender a biologia dos Meliponini eacute importante conhecer sua

alimentaccedilatildeo Para isso eacute necessaacuterio fazer um levantamento das plantas utilizadas

para coleta de poacutelen e neacutectar (SOUZA 1999 apud OLIVEIRA ABSY MIRANDA

2009)

Com base nos dados obtidos sobre as fontes alimentares de T angustula na

literatura (TABELA 2) nota-se a capacidade dessa espeacutecie de visitar uma ampla

diversidade de famiacutelias de plantas Segundo Toledo e colaboradores (2003) durante

cada voo das campeiras em meacutedia 100 flores satildeo visitadas

O levantamento bibliograacutefico indicou que existem duas metodologias bastante

usadas por autores para conhecer a dieta das abelhas Uma delas eacute a investigaccedilatildeo

palinoloacutegica para avaliar as fontes de recursos florais utilizados (poacutelen e neacutectar)

com base no gratildeo de poacutelen depositado no corpo da abelha para identificaccedilatildeo das

espeacutecies vegetais (CARVALHO MARCHINE ROS 1999 FEIDEN 1994 SIMIONI et

al 2007 OLIVEIRA ABSY MIRANDA 2009 MORGADO et al 2011NOVAIS

ABSY SANTOS 2013) A outra se daacute por meio de observaccedilotildees das campeiras nas

flores (AGOSTINI SAZIMA 2003 TOLEDO et al 2003OLIVEIRA ABSY

MIRANDA 2009 BRAGA et al 2012) A partir desses meacutetodos eacute possiacutevel saber

quais satildeo as plantas que produzem seus alimentos preferenciais e quais as fontes

alternativas (OLIVEIRA ABSY MIRANDA 2009)

57

TABELA 2 ndash Relaccedilatildeo das espeacutecies de plantas visitadas porT Angustula Continua

Famiacutelia Espeacutecie Polinizada Visitada Recurso

Poacutelen Neacutectar

Acanthaceae Thunbergia grandiflora X Odontonema strictum X X

Justicia brandegeana X

Ruellia silvaecola X Agavaceae Agave americana X X X

Agave sisalana X X X

Agave attenuata X X X

Dracena fragana X X X Aizoaceae Mesembryantemum spectabilis X Lamprantus productus X Amaranthaceae Gomphrena globosa X Amarylidaceae Clivia miniata X X X Anacardiaceae Schinus terebinthifolius X X

Lithraea molleoides X X

Toxicodendron verniciferum X X

Mangifera indica X X X

Tapirira guianensis X Apiaceae Hydrocotyle leucocephala X Apocynaceae Trevetia peruviana X Araliaceae Tetrapanax papyrifera X X X Asclepiadaceae Asclepias curassavica X X Asteraceae Parthenium hysterophorus X Aspillia latissima X Aspillia sp X Balsaminaceae Impatiens balsamina X X X

Impatiens sultanii X Bignoniaceae Spathodea campanulata X X Tabebulaim petiginosa X X X

Tabebula chrysotricha X X X Bixaceae Bixa orellana X X Bombacaceae Ceiba arianthos X X

Pseudo bombax sp X X

Pseudobombax tomentoso X X

Eriotheca canolleana X X

Bombax ceiba X X Boraginaceae Cordia superba X X

Cordia glabrata X X Brassicaceae Brassica sp X Cactaceae Opuntia ficusindica X X Caesalpiniaceae Schizolobium parahyba X X Capparaceae Cleome spinosa X Caprifoliaceae Lonicera japonica X X

58

TABELA 2 ndash Relaccedilatildeo das espeacutecies de plantas visitadas por T angustula Continua

Famiacutelia Espeacutecie Polinizada Visitada Recurso

Poacutelen Neacutectar

Sambucus australis X X Caryophylaceae Silene armeria X Cecropiaceae Cecropia hololeuca X Cochlospermaceae Cochlospermum vitifolium X X Compositae Vernonia polyanthes X X

Bidens pilosa X X Cosmos auphureus X X X

Centratherium violaceum X X X

Dahlia sp X Eclipta alba X Asterla evis X Tithonia rotundifolia X X X

Tithonia speciosa X X X

Tithonia diversifolia X Baccharis sp X Wedelia paludosa X Eupatorium sp X Mikania glomerata X X

Montano apyramidata X X Montano abipinnatifiada X Senecio brasiliensis X X X

Emilia sonchifolia X X Ambrosia sp X X Creopsis grandiflora X Galinsoga parviflora X Crassulaceae Kalanchoe tubiflora X X Cyperaceae Cyperus sp X Elaeocarpaceae Muntingia calabura X Ericaceae Rhododendron simsii X X X

Rhododendron indicum X X X Euphorbiaceae Alchornea sidaefolia X X X

Euphorbia milii X X X

Euphorbia pulcherrima X X X

Ricinus communis X X X

Croton sp X Fabaceae Desmodium sp X Tipuana tipu X Vigna peduncularis X X Guttiferae Kielmeyera coriacea X X Iridaceae Dietes vegeta X Labiatae Salvia splendens X Origanum vugare X

59

TABELA 2 ndash Relaccedilatildeo das espeacutecies de plantas visitadas por T angustula Continua

Famiacutelia Espeacutecie Polinizada Visitada Recurso

Poacutelen Neacutectar

Ocimum sellowii X Iboza riparia X X X

Coleus blumei X X X Leguminosae Andira anthelmintica X X

Mimosa daleoides X X X

Myroxylon balsamum X X X

Piptadenia gonoacantha X X X

Stylos anthesscabra X Caesalpinia bonducella X X X

Caesalpinia pelthophoroides X X X

Crotalaria lanceolata X Calliandra twedii X Sophora tomentosa X X Mimosa pudica X Erythrina speciosa X X X

Cassia grandis X Schizolobium parahyba X X Senna multijuga X Senna bicapsularis X X Delonix regia X Clitoria fairchildiana X Centrolobium tomentoso X Liliaceae Aloe sp X X Bulbine frutescens X Loranthaceae Struthanthus andrastylus X X Lythraceae Lagerstroemia indica X X Magnoliaceae Talauma ovata X X Malpighiaceae Malphiguia glabra X Tetrapterys X Byrsonima intermedia X X X Malvaceae Hibiscus rosa-sinensis X X X

Malvaviscus arboreus X X Sida rhombifolia X Melastomataceae Tibouchina granulosa X X

Clidemeia sp X X

Tibouchina sp X X X

Tibouchina holosericea X X Meliaceae Trichilia sp X Mimosaceae Leucaena leucocephala X Anadenanthera collubrina X Moraceae Cecropia pachystachya X X X

Morus nigra X X

60

TABELA 2 ndash Relaccedilatildeo das espeacutecies de plantas visitadas por T angustula Continua

Famiacutelia Espeacutecie Polinizada Visitada Recurso

Poacutelen Neacutectar Myrsinaceae Ardisia crenata X X Myrtaceae Eucalyptus robusta X X X

Eugenia jambos X X X

Eugenia pitanga X Eucalyptus terecornis X Plinia glomerata X Nyctaginaceae Bougainvile aspectabilis X X X Oleaceae Jasminum azoricum X Palmae Acrocomia aculeata X X

Archontophoenix cunninghamiana X

Syagrus romanzoffiana X Copernicia alba X X Sheelea phalerata X Passifloraceae Passiflora jilekii X Piperaceae Piper mollicomum X Poaceae Paspalum sp X Polemoniaceae Cobae scandens X Polygonaceae Polygonum capitatum X X X Pontederiaceae Pontederia lanceolata X X Proteaceae Grevill a bansksii X X X Rosaceae Prunus persica X X X

Pyracantha coccinea X X Rubiaceae Pentas lanceolata X X

Citrus airantum X X Rutaceae Citrus limon X X X Scrophulariaceae Paulownia imperialis X X Solanaceae Nicotiana tabacum X X Sterculiaceae Dombeya burgessiae X Dombeya wallichii X Sterculia chicha X X Tiliaceae Heliocarpus americanus X X X Tropaeolaceae Tropaeolum majus X X X Ulmaceae Tipo celtis X Trema micrantha X X Umbelliferae Foeniculum vulgare X X X Verbenaceae Duranta repens X

Vitex agnus-castus X

Velloziaceae Vellozia candia X X X Zingiberaceae Hedychium coronarium X Fonte Pirani Laurino 1993 Carvalho Marchine Ros 1999 Agostini Sazima 2003 Toledo et al 2003 Cartopassi-Laurino 2005 Braga e Colaboradores 2012 Novais Absy Santos 2013

61

Foram encontradas 71 famiacutelias e um total de 166 espeacutecies Dessas 30 espeacutecies satildeo

polinizadas e 136 satildeo visitadas Poacutelen e neacutectar satildeo os recursos mais coletados

com coleta de poacutelen em 78 espeacutecies e de neacutectar em 69 De acordo coma Lista de

Espeacutecies da Flora do Brasil (2010) 20 das espeacutecies que satildeo polinizadas (TABELA

2) satildeo nativas o restante satildeo espeacutecies exoacuteticas ou seja natildeo pertencem agrave flora

brasileira

As famiacutelias que apresentaram maior porcentagem de visitas por T angustula foram

Compositae e Leguminosae (TABELA 2) com 13 e 12 de espeacutecies

respectivamente (GRAacuteFICO 3) sendo as famiacutelias mais importantes para a dieta da

jataiacute (AGOSTINE SAZIMA 2003 SIIONI et al 2007) Esse resultado eacute similar ao

trabalho de Simioni e colaboradores (2007) seus resultados mostram que uma das

famiacutelias analisadas Leguminosae tambeacutem apresentaram um maior destaque na

quantidade de visitas realizadas por T angustula esse fato pode ser explicado pelo

fato de que Leguminosae representa a mais importante fonte de poacutelen para essa

espeacutecie

As famiacutelias Compositae e Leguminosae satildeo as mais bem representadas pelo fato

de apresentarem espeacutecies que fornecem alimento em maior qualidade e quantidade

por vaacuterios periacuteodos do ano Com destaque para a famiacutelia Leguminosae que fornece

recursos alimentares para as abelhas nos periacuteodos de estiagem (PIRANI LAURINO

1993 AGOSTINE SAZIMA 2003)

O graacutefico abaixo ilustra o comportamento generalista deT angustula Onde 41 das

visitadas realizadas pela espeacutecie se distribuem por 55 famiacutelias vegetais Esse

comportamento concorda com trabalho de Anacleto (2007) onde dentre as cinco

espeacutecies estudadas por ele a que apresentou o haacutebito mais generalista em relaccedilatildeo

ao nuacutemero de plantas visitadas foi T angustula

62

GRAacuteFICO 3 ndash Contribuiccedilatildeo das famiacutelias de plantas para a dieta de T angustula

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria com base nos dados da Tabela 1

As abelhas generalistas visitam flores pequenas e abertas e satildeo menos

relacionadas agraves flores especializadas (RUTHCKE JULES 1993 ROUBIK 1992

apud AGOSTINI SAZIMA 2003) e tecircm preferecircncia de flores arboacutereas com

inflorescecircncia densas

Um exemplo de flores que natildeo satildeo especializadas e que satildeo importantes para a

dieta de T angustula eacute da famiacutelia Asteraceae as espeacutecies Mangifera indica e

Schinus terebinthifolius apresentam grande densidade de flores e permite faacutecil

acesso para as abelhas deste modo tornam-se importantes fornecedores de fontes

de poacutelen (BRAGA et al 2012)

De acordo com o levantamento das plantas utilizadas pelas abelhas jataiacute realizado

por diferentes autores as famiacutelias que se mostraram bem representadas foram

Malvaceae Caesalpiniaceae Melastomataceae Myrtaceae Euphorbiaceae e

Anacardiaceae sendo consideradas portanto essenciais para a dieta da jataiacute

2 2 3 2

2 3

13

3 2

3

12 2 2 2 3

3

41

Acanthaceae Agavaceae Anacardiaceae Asteraceae Bignoniaceae

Bombacaceae Compositae Euphorbiaceae Fabaceae Labiatae

Leguminosae Malpighiaceae Malvaceae Melastomataceae Myrtaceae

Palmae Outros

63

Em geral essas famiacutelias podem ser caracterizadas pela floraccedilatildeo do tipo contiacutenuo ou

seja uma floraccedilatildeo que natildeo cessa ou que ocorre na maior parte do ano o que

permite as abelhas ter acesso aos recursos em todas as estaccedilotildees do ano

(CARVALHO MARCHINI ROS 1999 AGOSTINI SAZIMA 2003 TOLEDO et al

2003 MORGADO et al 2011)

64

65

5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS Sendo este a primeira pesquisa com abelhas em compus no Espiacuterito Santo Foi

observado que a distribuiccedilatildeo dos ninhos encontrados apresentou-se uniforme

Todos os ninhos estavam instalados em paredes e pisos de concreto o que indica

seu potencial de adaptabilidade agraves condiccedilotildees antroacutepicas

A diversidade de cores de poacutelen trazida pelas forrageiras no iniacutecio da manhatilde indica

uma ampla disponibilidade de alimento que a flores oferecem nesse periacuteodo do dia

bem como a eficiecircncia das forrageiras em selecionar essas flores

De acordo com as observaccedilotildees que foram realizadas no estudo as abelhas T

angustula podem ter suas atividades influenciadas pelo clima Uma vez que foi

observado que no periacuteodo de inverno em que as temperaturas satildeo mais baixas

elas comeccedilavam a realizar suas funccedilotildees nos horaacuterios com as temperaturas mais

altas

A divisatildeo de trabalho entre forrageadoras operaacuterias de limpeza e de defesa

observado nessa espeacutecie indica o comportamento altamente social dos Meliponini

O mecanismo de defesa observado em T angustula entre guardas pairando e em

peacute pode indicar uma caracteriacutestica de complementaridade na defesa do ninho uma

vez que durante as observaccedilotildees os dois tipos de guardas sempre se fizeram

presentes O que mostra que mesmo com o atrofiamento do ferratildeo os indiviacuteduos

desenvolveram estrateacutegias para a defesa contra invasores

Foi comum observar a presenccedila de revoadas nos ninhos entre as Jataiacutes Este

comportamento em geral eacute comum para o desenvolvimento (sobrevivecircncia) da

colocircnia No caso dos ninhos observados apoacutes as revoadas eles foram

desaparecendo Este fato pode indicar um baixo iacutendice de recursos troacuteficos para

essas abelhas dentro do campus pois ao inveacutes dos ninhos se manterem ou

aumentarem em quantidade ao longo das observaccedilotildees eles desapareceram

O levantamento das flores visitadas por T angustula indicou um comportamento

generalista desta espeacutecie em visitar uma grande variedade de plantas o que mostra

sua importacircncia para garantir a variabilidade dessas plantas

66

Esse levantamento tambeacutem indicou que a polinizaccedilatildeo realizada por elas foi

predominante em plantas exoacuteticas O que pode refletir a deficiecircncia na quantidade

de plantas nativas melitoacutefilas na aacuterea de estudo

67

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Page 34: FACULDADE CATÓLICA SALESIANA DO ESPÍRITO SANTO … · No grupo dos Apinae está à tribo dos Meliponini, conhecidas como abelhas indígenas sem ferrão por possuir seu ferrão atrofiado

40

Mapa 01- Mapa do Campus Universitaacuterio de Goiabeiras (UFES) com destaque da

aacuterea de estudo em vermelho

Fonte Google Maps (2014) 32 OBTENCcedilAtildeO DOS DADOS

A aacuterea de estudo foi inspecionada agrave procura de ninhos de T angustula com

observaccedilotildees em calccediladas paredes muros postes troncos de aacutervores entre outros

conforme Taura e Laroca (1991) Os ninhos encontrados foram marcados por letra

alfabeacutetica e mapeados com o auxiacutelio de um marcador permanente (marca Jocar

Office) e um GPS (marca Garmin etrex vista) As observaccedilotildees foram realizadas uma

vez a cada semana durante cinco meses de Abril agrave Setembro de 2014 totalizando

21 dias amostrados (140 horas) O periacuteodo no qual foram realizadas as observaccedilotildees

41

foi de 0700 agrave 1700 horas As observaccedilotildees foram feitas durante 15 minutos em cada

ninho e intercaladas nos periacuteodos matutino vespertino e dia todo com o auxilio de

uma lupa de matildeo devido elas apresentarem aproximadamente 5 miliacutemetros

(NOGUEIRA-NETO 1997) A lupa de matildeo foi utilizada tambeacutem para observar a cor

do poacutelen que as abelhas traziam para dentro do ninho

A contagem do nuacutemero de entradas e saiacutedas das abelhas coletoras e das abelhas

que protegem a colocircnia de invasores foi realizada em todos os ninhos com o auxilio

de um contador de nuacutemeros Os registros foram realizados com redaccedilatildeo dos

eventos e por meio de fotografias As observaccedilotildees seguiram o meacutetodo Animal-Focal

descrito por Altmann (1973) para anaacutelise do comportamento das abelhas Esse

meacutetodo consiste em amostrar os comportamentos de um ou mais indiviacuteduos por um

determinado periacuteodo de tempo O levantamento das principais fontes de alimento de

T angustula foi obtido a partir de dados bibliograacuteficos

33 ANAacuteLISE DOS DADOS

Para anaacutelise dos dados foi utilizado o programa ldquoMapSourcerdquo para a construccedilatildeo do

mapa dos ninhos encontrados Foi tambeacutem utilizado o programa Microsoft Excel

2007 para construccedilatildeo de graacuteficos para analisar o nuacutemero de visitas (entrada e saiacuteda)

que as abelhas coletoras apresentaram durante os cinco meses observados Os

graacuteficos foram construiacutedos por intervalos de horas sendo que as informaccedilotildees se

acumularam mais proacuteximo do horaacuterio em que houve mais eventos observados no

ninho O mesmo programa foi utilizado para retirar a meacutedia da quantidade de

guardas na defesa do ninho

Os dados resultantes do levantamento bibliograacutefico das fontes alimentares serviram

de base para a elaboraccedilatildeo de um graacutefico com a contribuiccedilatildeo das famiacutelias de plantas

mais visitadas por T angustula

42

43

4 RESULTADOS E DISCUSSOtildeES

41 LOCALIZACcedilAtildeO DOS NINHOS

Foram encontrados onze ninhos (marcados por letra alfabeacutetica de A a K) cinco

instalados em paredes e muros (K C I e J) e seis localizados sob placas de

concreto de passarelas (A B D E F G e H) (mais precisamente na base das

pilastras da passarela que se encontra entre os IC`s II e III) Este fato corrobora com

os estudos de Taura e Laroca (1991) que indica que a disponibilidade de nidificaccedilatildeo

nesses locais aumenta com as atividades antroacutepicas A localizaccedilatildeo dos ninhos eacute

apresentada pelo Mapa 02

Os ninhos C J K (Mapa 02) recebiam calorna maior parte do dia jaacute os demais natildeo

recebiam sol diretamente na maior parte do dia pois eram protegidos pela pilastra e

pela cobertura da passarela

Durante todo o periacuteodo das observaccedilotildees em geral o clima foi de dias quentes com

presenccedila de ventos

MAPA 02 ndash Mapa dos ninhos de T angustula estudadas no Campus de Goiabeiras

(UFES) Abril ndash Setembro2014

Fonte Modificado em Google earth (2014) Dos 11 ninhos observados dois ninhos natildeo apresentavam a entrada com o formato

comum de cilindro e traziam um formato natildeo definido

44

Em todos os ninhos foi possiacutevel ver que a abertura da extremidade do tubo era

relativamente grande Tal formato permite que haja espaccedilo para que algumas

abelhas guardas permaneccedilam na entrada do tubo ao mesmo tempo em que deixa

espaccedilo suficiente para as forrageiras passarem (KARCHER RATNIEKS 2009) Ao

longo de todo o tubo havia presenccedila de centenas de perfuraccedilotildees o que segundo

Gruter Karcher e Ratinieks (2011) eram para ajudar nas trocas gasosas

Nos cinco meses observados trecircs ninhos desapareceram da aacuterea amostral restando

ao final das observaccedilotildees oito ninhos Um deles (ninho E) foi perdido logo no iniacutecio

das observaccedilotildees supotildee-se que tenha ocorrido alguma intervenccedilatildeo aguda por

exemplo humana pois logo no segundo dia de observaccedilatildeo o mesmo jaacute natildeo estava

no lugar demarcado Outros dois ninhos (ninhos F e G) tambeacutem foram perdidos O F

persistiu ateacute o mecircs de Maio e o ninho G ateacute Julho Nestes o desaparecimento se

sucedeu apoacutes eventos de revoadas

42 INTERACcedilOtildeES INTER E INTRAESPECIacuteFICAS

TABELA 1 - Dados dos Ninhos observados

Data Ninho Hora Cores de Poacutelen

Presenccedila de

Resina Operaacuteriaslimpeza Guardas

em peacute Guardas pairando Ameaccedila

14abr D 07h-8h

Amarelo Branco Laranja

Vermelho

X 5 1

13mai C 10h-11h

Amarelo Branco Laranja

Vermelho

X X 4 4

20mai J 15h-16h Branco X X 8 12 02jun H 12h-13h Branco X X 8 4 16jul D 13h-14h Branco

X 8 2 Formiga

20jun B 08h-09h

Amarelo Branco Laranja

Vermelho

X X 9 3

06ago C 14h-15h Branco X 7 10 Lagartixa

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria As observaccedilotildees indicaram que as jataiacutes visitavam vaacuterias espeacutecies de flores durante

as manhatildes e iniacutecio das tardes pois nesse periacuteodo trouxeram uma grande

45

diversidade de poacutelen (cores amarela laranja branca e vermelha) transportados em

suas corbiacutecula para dentro do ninho B C e D (TABELA 1) (FIGURA 1-A) No horaacuterio

da tarde essa diversidade diminuiacutea nos ninhos C D H e J (TABELA 1) e era

representada pelo transporte de poacutelen de cor branca Este fato mostra que a

diversidade de flores visitadas decresce ao longo do dia

As abelhas sociais de um modo geral visitam as flores enquanto elas satildeo atrativas

Elas apresentam preferecircncia pela cor e satildeo capazes de discriminar os conjuntos

florais realizar sua localizaccedilatildeo e selecionar aquelas que produzem maior quantidade

e melhor qualidade de alimento (PIRANI LAURINO 1993) Existem diversos fatores

que podem influenciar a coleta de alimento pelas abelhas sociais entre eles o

comportamento das campeiras e a necessidade das colocircnias que depende do seu

tamanho (PIRANI LAURINO 1993)

Aleacutem de poacutelen tambeacutem foi observado carregamento de resina nas corbiacuteculas para

dentro do ninho B C H e J (TABELA 1) (FIGURA 1-B) essa eacute coletada pelas

abelhas em bototildees florais Depois de a resina ser coletada ela pode ser armazenada

pura ou misturada com cera No caso de T angustula ela geralmente faz a

armazenagem na forma pura (NOGUEIRA-NETO 1997) Como a resina eacute viscosa e

grudenta as abelhas a utilizam para vedar o entorno da entrada do tubo e tambeacutem

para depositar uma quantidade sobre o corpo e cabeccedila das formigas para defender

a colocircnia contra invasores (WITTMANN 1985 NOGUEIRA-NETO 1997)

Durante todo o periacuteodo observado foi notada a presenccedila de operaacuterias que cuidavam

da limpeza dos ninhos (TABELA 1) Essas operaacuterias trabalhavam retirando resiacuteduos

(detritos) de dentro do ninho e o faziam carregando atraveacutes de sua mandiacutebula

(FIGURA 1-C) Este trabalho era realizado continuamente ao longo de todo o dia

Para Nogueira-Neto (1997) T angustula eacute a espeacutecie que tem o melhor haacutebito de

limpeza e por esta razatildeo seu mel e seu proacutepolis satildeo considerados o melhor dentre

as outras espeacutecies

FIGURA 1- Divisatildeo de trabalho entre operaacuterias de Tetragonisca angustula A

Detalhe da corbiacutecula com poacutelen B Detalhe da corbiacutecula com resina C Operaacuteria de

limpeza com resiacuteduo na mandiacutebula

46

Fonte Arquivo Labibio

Em cada ninho foi possiacutevel notar a presenccedila de abelhas que ficavam tanto pousadas

ao longo do tubo de entrada do ninho quanto sobrevoando proacuteximo do mesmo

Essas abelhas satildeo chamadas por Gruter Karcher e Ratnieks (2011) de abelhas

guardas em peacute e pairando respectivamente As guardas em peacute estavam sempre

em grandes quantidades e estiveram em atividade praticamente em todo o periacuteodo

do dia

Essas guardas ficavam na maior parte do tempo com a mandiacutebula apoiada sobre o

ninho acredita-se que tenham a funccedilatildeo de depositar resina ao entorno do ninho As

demais guardas que ficavam sobrevoando estiveram mais ausentes logo no

A B

C

47

comeccedilo da manhatilde por volta das 0700 as 0900 horas As guardas pairando ficavam

na maioria das vezes em nuacutemeros de trecircs a quatro sempre posicionadas a direita e

esquerda do tubo e em direccedilatildeo a entrada (FIGURA 2)

FIGURA 2- Ninho de T angustula com guardas pairando destacado em vermelho e

guardas em peacute em destaque azul

Fonte Arquivo Labibio

Foi observado que no periacuteodo da tarde o nuacutemero de guardas pairando aumentava

Isso era visto com maior frequumlecircncia nos ninhos C e J instalados em paredes

(TABELA 1) Segundo Gruter Karcher e Ratnieks (2011) as colocircnias que

apresentam um nuacutemero maior de guardas pairando sofrem ameaccedilas de

vertebrados fato corroborado no ninho C (TABELA 1) que foi atacado por uma

lagartixa No momento em que aconteceu uma parte da populaccedilatildeo saiu do ninho e

se mostraram bem agitadas O que de acordo com Gruter Karcher Ratnieks (2011)

trata-se de uma resposta defensiva agrave percepccedilatildeo da respiraccedilatildeo de vaacuterios

vertebrados

Tambeacutem foi observado o comportamento defensivo em quando formigas se

aproximavam do ninho D (TABELA 1) As jataiacutes as ldquobeliscavamrdquo para que se

afastassem Esse mesmo comportamento foi visto durante minhas observaccedilotildees ao

Ninho A toda vez que me aproximava para observar ou fotografar surgiam vaacuterias ao

48

meu redor em uma dessas observaccedilotildees a jataiacute picou pele exposta Dentre todos os

ninhos essa foi a que apresentou o comportamento mais agressivo

De acordo com os estudos de Gruter e colaboradores (2012) T angustula eacute a uacutenica

espeacutecie que apresenta um sistema de defesa que envolve dois grupos distintos e

complementares de guardas uma pairando que se estacionam no ar proacuteximo ao

ninho e outras em peacute ao redor da entrada do ninho As guardas que ficam de frente

para o caminho de vocirco satildeo chamadas de grupo principal e as que ficam

posicionadas agrave direita e agrave esquerda do ninho satildeo o grupo secundaacuterio (GRUTER

KARCHER RATNIEKS 2011)

Uma caracteriacutestica interessante dessas guardas eacute que apresentam caracteriacutesticas

morfoloacutegicas diferentes das operaacuterias (satildeo maiores e mais pesadas) (GRUTER et

al 2012) Elas apresentam diferenccedilas no comprimento da asa no tamanho das

pernas traseiras que satildeo relativamente maiores para seu corpo (podendo ajudar na

luta contra invasores) e cabeccedila um pouco menor que das forrageiras Essa ultima

caracteriacutestica estaacute associada agrave maior necessidade das forrageiras de processar

informaccedilotildees sensoriais relacionadas ao forrageamento (GRUTER et al 2012)

As abelhas guardas possuem a funccedilatildeo de defender sua colocircnia de ataques de

intrusos que aproveitam do seu trabalho para roubar o alimento produzido

(GRUTER KARCHER RATNIEKS 2011) As accedilotildees especiacuteficas desses intrusos satildeo

detectadas mais pelas guardas em peacute pois elas conseguem identificar as campeiras

e natildeo campeiras da mesma espeacutecie por quimiorecepccedilatildeo (KARCHER RATNIEKS

2009 GRUTER KARCHER RATNIEKS 2011) Jaacute as guardas que pairam perto do

ninho atacam intrusos que natildeo satildeo da mesma espeacutecie elas o reconhecem pela cor

forma do corpo e pelos odores volaacuteteis (KARCHER RATNIEKS 2009) De acordo

com Zweden e Colaboradores (2011) a presenccedila de guardas pairando aumenta a

detecccedilatildeo de intrusos e que essas guardas respondem especialmente a pistas

visuais Como comportamento de defesa as guardas liberam um feromocircnio de

alarme para recrutar os trabalhadores para o ataque (FREE 1987 apud ZWEDEN

2011)

O nuacutemero meacutedio de guardas durante o periacuteodo observado mostrou-se maior para as

guardas em peacute (78) do que para as guardas pairando (35) Esse fato eacute explicado

por Gruter Karcher e Ratnieks (2011) para eles o gasto energeacutetico das guardas

pairando eacute muito maior de modo que eacute menos dispendioso energicamente para as

49

abelhas ficarem em peacute Mesmo tendo um gasto energeacutetico muito alto nas

observaccedilotildees de Wittmann (1985) as atividades do voo das guardas foi constatado

que essas ficavam pairando por cerca de 70 minutos antes de voltar para dentro do

ninho Este fato mostra que a mudanccedila de guardas natildeo eacute comum e que a defesa do

ninho eacute feita por divisatildeo de trabalho e natildeo por alternacircncia de tarefas (GRUTER

KARCHER RATNIEKS 2011)

Os ninhos que desapareceram ao longo das observaccedilotildees foram devido agraves revoadas

um comportamento comum nas abelhas Nas jataiacutes as revoadas geralmente

ocorrem devido ao calor para refrescar o ninho em caso de altas temperaturas uma

parte da populaccedilatildeo sai do ninho enxameamento para reproduccedilatildeo ou devido agrave

interferecircncia humana quando um ninho eacute retirado de um local para outro

(INFORMACcedilAtildeO PESSOAL ZOCOLOTTI V R) De acordo com este na primeira

semana eacute possiacutevel presenciar alguma revoada que pode ser para identificaccedilatildeo

tanto da flora apiacutecola quanto para localizaccedilatildeo do novo ambiente

No caso dos ninhos F e G ao final de cada revoada observada a entrada do ninho

ficava bastante danificada Foram observadas trecircs revoadas (duas no mesmo dia)

do ninho F todas no mecircs de Maio e duas (em dias diferentes) no ninho G no mecircs

de Junho Apoacutes estas observaccedilotildees os dois ninhos desapareceram

Durante as revoadas vaacuterias abelhas caiam no chatildeo agarradas umas nas outras

Apoacutes queda era possiacutevel observar que as guardas conseguiam prender e retirar

com sua mandiacutebula as pernas e asas do invasor (FIGURA 3-A e B) o que impedia

as invasoras de conseguir atacar novamente Segundo Kerr e colaboradores (2005)

as guardas agarram as pernas dos invasores para que eles caiam no chatildeo e sejam

comidos pelas formigas que ficam proacuteximas aos ninhos

50

FIGURA 3 - Ataque de invasores A T angustula com mandiacutebula presa agrave perna do

Jataiacute invasora BPerna de invasores retirada apoacutes ataque

Fonte Arquivo Labibio

De acordo com Zocolotti VR (INFORMACcedilAtildeO PESSOAL) as cinco espeacutecies de

Meliponini criadas por ele podem apresentar o comportamento de saquear outros

ninhos e isso pode ocorrer por oportunismo ou por falta de alimento Em especial

as Jataiacutes geralmente possuem o costume de atacar as proacuteprias jataiacutes esses

ataques acontecem dentro do mesmo ninho e entre outros proacuteximos Esses ataques

podem ocorrer por atraccedilatildeo de feromocircnio de princesa (rainhas jovens natildeo

fecundadas) por enxame fraco ou ateacute mesmo para absorver o fraco ou seja elas

entram e acabam matando a rainha e mantecircm os trabalhadores por um tempo ateacute

absorver o enxame ou ateacute mesmo o deixam morrer sendo dessa maneira muito

complexas em relaccedilatildeo ao comportamento

Na aacuterea do campus da Ufes houve uma consideraacutevel devastaccedilatildeo na vegetaccedilatildeo

nativa (compreendida de Mata Atlacircntica Manguezal e Restinga) devido agrave

construccedilatildeo de preacutedios que foram erguidos logo no iniacutecio da implantaccedilatildeo da

Universidade Como medida compensatoacuteria foi feito o plantio de espeacutecies arboacutereas

usando em demasia espeacutecies exoacuteticas (CASTRO 2003) Na Ufes eacute possiacutevel ver

poucas aacutereas jardinadas Aleacutem disso sempre que eacute necessaacuterio construir um novo

preacutedio novas aacutereas satildeo eliminadas podendo ou natildeo ser compensada com plantas

nativas

A B

51

Em abelhas sociais o comportamento de saque eacute comum acontecer em sequumlecircncias

natildeo contiacutenuas ou seja ela cessa e recomeccedila por periacuteodos de tempo (SANTANA

etal 2004) Durante as observaccedilotildees foram presenciadas trecircs revoadas ao ninho F

duas no mesmo dia poreacutem em horaacuterios diferentes e duas ao ninho G em dias

diferentes (FIGURAS 4- A B C e D)

FIGURA 4 ndash Revoada do ninho F A Vista da entrada do iniacutecio do estudo B Vista

da entrada em plena atividade em iniacutecio de maio C Entrada apoacutes uma revoada em

maio D Vista da entrada do ninho apoacutes uacuteltima revoada em maio

Fonte Arquivo Labibio

Nas figuras 4a e b mostram o estado em que a entrada do ninho se encontrava na

primeira semana de observaccedilatildeo (vinte e oito de Abril) e na primeira semana do mecircs

seguinte (sete de Maio) esse uacuteltimo a entrada do ninho jaacute se encontrava danificado

No ninho F(FIGURA 4) as revoadas que ocorreram no dia vinte de Maio entre

A B

C D

52

1000 e 1400 horas e no dia vinte e seis de Maio entre 1600 e 1700 horas

corroborando com Santana e colaboradores (2004) sobre o comportamento de

saques intermitentes

No ninho G as revoadas se iniciaram duas semanas apoacutes o desaparecimento do

ninho F nos dias nove e vinte e seis de junho entre 1500 e 1600 horas e dia 16 de

junho no mesmo horaacuterio (FIGURA 5-A B e C)

FIGURA 5 ndash Revoadas no Ninho G A Ninho no iniacutecio de Maio B Registro da

primeira revoada C Ultima revoada perda do ninho

Fonte Arquivo Labibio

As observaccedilotildees evidenciaram a ocorrecircncia de um acuacutemulo de resiacuteduos sobre os

ninhos apoacutes as revoadas (FGURA 5-B) No ninho G tinha uma subpopulaccedilatildeo

A B

C

53

pequena mas bem ativa conforme verificado apoacutes quatro horas de observaccedilatildeo em

nove dias (Graacutefico 1- A e B)

GRAacuteFICO1 A ndash Ritmo de Saiacutedas no Ninho G

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

GRAacuteFICO 1B ndash Ritmo de entradas no ninho G

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

0

20

40

60

80

100

120

140

09h-10h 10h-11h 12h-13h 14h-15h 16h-17h

Nuacutem

ero

de V

isita

s

Horaacuterios

13mai 20mai 26mai

0

20

40

60

80

100

120

140

160

180

200

09h-10h 10h-11h 12h-13h 14h-15h 16h-17h

Nuacutem

ero

de V

isita

s

Horaacuterios

13mai 20mai 26mai

54

No ninho G as abelhas iniciaram suas atividades antes de 09h evidenciado pela

entrada de aproximadamente 180 forrageadoras entre 9 e 10h As saiacutedas neste

mesmo periacuteodo ficaram em torno de 100

Entre 16h-17h houve um grande nuacutemero de entrada o que era esperado todas as

que saiacuteram tecircm que retornar enquanto haacute luminosidade e antes do ninho ser

fechado Conforme esperado por Gruter Karcher Ratnieks (2011) quando comeccedila

a escurecer as Jataiacutes fecham a entrada do tubo para impedir que intrusos ataquem

seu ninho durante a noite e abrem pela manhatilde quando o clima estaacute mais favoraacutevel

para iniciarem suas atividades

Neste ninho entre 12h-13h houve um nuacutemero maior de saiacutedas que de entradas ateacute

agraves 16h Isso possivelmente esteve relacionado agrave uma grande distacircncia entre o ninho

e as fontes de recursos troacuteficos

Outro ninho em que foi possiacutevel observar todos os meses notou-se que apresentou

atividade durante todo o dia (GRAacuteFICO 2-A e B)

GRAacuteFICO 2A ndash Ritmo de saiacutedas do ninho B

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

0

50

100

150

200

250

300

350

400

450

500

07h-08h 08h-09h 09h-10h 11h-12h 12h-13h 13h-14h 14h-15h 15h-16h 16h-17h

Nuacutem

ero

de V

isita

s

Horaacuterios

28abr 13mai 20mai 26mai 09jun 16jun 23jun 01jul 09jul

16jul 23jul 30jul 06ago 13ago 20ago 27ago 05set 10set

55

GRAacuteFICO 2B ndash Ritmo de entradas do nino B

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

O ninho B tinha uma subpopulaccedilatildeo mais numerosa que F e G Durante o inverno

(2307 e 2708) as abelhas iniciavam suas atividades cerca de duas horas mais

tarde em horaacuterio com temperatura mais elevada (indicado pela seta preta) Tal fato

corrobora com as observaccedilotildees de Ulian e colaboradores (2007) que constata que

em periacuteodo mais chuvoso onde as temperaturas satildeo geralmente mais baixas as

Jataiacutes apresentam iniacutecio de atividade agraves 9 horas da manhatilde devido agrave temperatura

nesse horaacuterio comeccedilar a aumentar

Proacuteximo do horaacuterio de 10 horas houve um grande nuacutemero de saiacutedas do ninho

seguido de um grande nuacutemero de entrada o que indica a ocorrecircncia de uma fonte

de recursos proacutexima ao ninho ou a indisponibilidade de recurso para ser coletado

naquela hora Acredita-se que na primeira possibilidade - fonte proacutexima ela era de

resina pelo fato de ter havido um intervalo de saiacuteda ateacute agraves 12h jaacute que esta

demanda mais tempo para ser retirada da corbiacutecula e armazenada por ser

pegajosa No caso da segunda possibilidade natildeo encontraram alimento disponiacutevel

naquele horaacuterio o retorno ao ninho eacute a alternativa mais eficaz para evitar um alto

gasto energeacutetico ateacute que o recurso fique disponiacutevel para coleta

0

100

200

300

400

500

600

07h-08h 08h-09h 09h-10h 10h-11h 11h-12h 12h-13h 13h-14h 14h-15h 15h-16h 16h-17h

Nuacutem

ero

de V

isita

s

Horaacuterios 28abr 13mai 20mai 26mai 09jun 16jun 23jun 09jul16jul 23jul 30jul 20ago 27ago 05set 10set

56

No outono as atividades das Jataiacutes comeccedilaram a diminuir por volta de 15 horas

(indicado pela seta marrom) ateacute cessar totalmente no iniacutecio das 16 horas Pelos

graacuteficos nota-se que o ninho B possui vantagem de uma hora nas atividades em

relaccedilatildeo ao ninho G isso provavelmente ocorreu porque o ninho B obteve mais

sucesso nas coletas distribuiacutedas ao longo do dia

43 RECURSOS FLORAIS

Eacute notoacuteria a relaccedilatildeo que existe entre abelha-flor relaccedilatildeo essa que sucedeu a milhotildees

de anos desde entatildeo as abelhas dependem de substancias utilizadas na

alimentaccedilatildeo e as plantas se beneficiam com a polinizaccedilatildeo (PIRANI LAURINO

1993) Para entender a biologia dos Meliponini eacute importante conhecer sua

alimentaccedilatildeo Para isso eacute necessaacuterio fazer um levantamento das plantas utilizadas

para coleta de poacutelen e neacutectar (SOUZA 1999 apud OLIVEIRA ABSY MIRANDA

2009)

Com base nos dados obtidos sobre as fontes alimentares de T angustula na

literatura (TABELA 2) nota-se a capacidade dessa espeacutecie de visitar uma ampla

diversidade de famiacutelias de plantas Segundo Toledo e colaboradores (2003) durante

cada voo das campeiras em meacutedia 100 flores satildeo visitadas

O levantamento bibliograacutefico indicou que existem duas metodologias bastante

usadas por autores para conhecer a dieta das abelhas Uma delas eacute a investigaccedilatildeo

palinoloacutegica para avaliar as fontes de recursos florais utilizados (poacutelen e neacutectar)

com base no gratildeo de poacutelen depositado no corpo da abelha para identificaccedilatildeo das

espeacutecies vegetais (CARVALHO MARCHINE ROS 1999 FEIDEN 1994 SIMIONI et

al 2007 OLIVEIRA ABSY MIRANDA 2009 MORGADO et al 2011NOVAIS

ABSY SANTOS 2013) A outra se daacute por meio de observaccedilotildees das campeiras nas

flores (AGOSTINI SAZIMA 2003 TOLEDO et al 2003OLIVEIRA ABSY

MIRANDA 2009 BRAGA et al 2012) A partir desses meacutetodos eacute possiacutevel saber

quais satildeo as plantas que produzem seus alimentos preferenciais e quais as fontes

alternativas (OLIVEIRA ABSY MIRANDA 2009)

57

TABELA 2 ndash Relaccedilatildeo das espeacutecies de plantas visitadas porT Angustula Continua

Famiacutelia Espeacutecie Polinizada Visitada Recurso

Poacutelen Neacutectar

Acanthaceae Thunbergia grandiflora X Odontonema strictum X X

Justicia brandegeana X

Ruellia silvaecola X Agavaceae Agave americana X X X

Agave sisalana X X X

Agave attenuata X X X

Dracena fragana X X X Aizoaceae Mesembryantemum spectabilis X Lamprantus productus X Amaranthaceae Gomphrena globosa X Amarylidaceae Clivia miniata X X X Anacardiaceae Schinus terebinthifolius X X

Lithraea molleoides X X

Toxicodendron verniciferum X X

Mangifera indica X X X

Tapirira guianensis X Apiaceae Hydrocotyle leucocephala X Apocynaceae Trevetia peruviana X Araliaceae Tetrapanax papyrifera X X X Asclepiadaceae Asclepias curassavica X X Asteraceae Parthenium hysterophorus X Aspillia latissima X Aspillia sp X Balsaminaceae Impatiens balsamina X X X

Impatiens sultanii X Bignoniaceae Spathodea campanulata X X Tabebulaim petiginosa X X X

Tabebula chrysotricha X X X Bixaceae Bixa orellana X X Bombacaceae Ceiba arianthos X X

Pseudo bombax sp X X

Pseudobombax tomentoso X X

Eriotheca canolleana X X

Bombax ceiba X X Boraginaceae Cordia superba X X

Cordia glabrata X X Brassicaceae Brassica sp X Cactaceae Opuntia ficusindica X X Caesalpiniaceae Schizolobium parahyba X X Capparaceae Cleome spinosa X Caprifoliaceae Lonicera japonica X X

58

TABELA 2 ndash Relaccedilatildeo das espeacutecies de plantas visitadas por T angustula Continua

Famiacutelia Espeacutecie Polinizada Visitada Recurso

Poacutelen Neacutectar

Sambucus australis X X Caryophylaceae Silene armeria X Cecropiaceae Cecropia hololeuca X Cochlospermaceae Cochlospermum vitifolium X X Compositae Vernonia polyanthes X X

Bidens pilosa X X Cosmos auphureus X X X

Centratherium violaceum X X X

Dahlia sp X Eclipta alba X Asterla evis X Tithonia rotundifolia X X X

Tithonia speciosa X X X

Tithonia diversifolia X Baccharis sp X Wedelia paludosa X Eupatorium sp X Mikania glomerata X X

Montano apyramidata X X Montano abipinnatifiada X Senecio brasiliensis X X X

Emilia sonchifolia X X Ambrosia sp X X Creopsis grandiflora X Galinsoga parviflora X Crassulaceae Kalanchoe tubiflora X X Cyperaceae Cyperus sp X Elaeocarpaceae Muntingia calabura X Ericaceae Rhododendron simsii X X X

Rhododendron indicum X X X Euphorbiaceae Alchornea sidaefolia X X X

Euphorbia milii X X X

Euphorbia pulcherrima X X X

Ricinus communis X X X

Croton sp X Fabaceae Desmodium sp X Tipuana tipu X Vigna peduncularis X X Guttiferae Kielmeyera coriacea X X Iridaceae Dietes vegeta X Labiatae Salvia splendens X Origanum vugare X

59

TABELA 2 ndash Relaccedilatildeo das espeacutecies de plantas visitadas por T angustula Continua

Famiacutelia Espeacutecie Polinizada Visitada Recurso

Poacutelen Neacutectar

Ocimum sellowii X Iboza riparia X X X

Coleus blumei X X X Leguminosae Andira anthelmintica X X

Mimosa daleoides X X X

Myroxylon balsamum X X X

Piptadenia gonoacantha X X X

Stylos anthesscabra X Caesalpinia bonducella X X X

Caesalpinia pelthophoroides X X X

Crotalaria lanceolata X Calliandra twedii X Sophora tomentosa X X Mimosa pudica X Erythrina speciosa X X X

Cassia grandis X Schizolobium parahyba X X Senna multijuga X Senna bicapsularis X X Delonix regia X Clitoria fairchildiana X Centrolobium tomentoso X Liliaceae Aloe sp X X Bulbine frutescens X Loranthaceae Struthanthus andrastylus X X Lythraceae Lagerstroemia indica X X Magnoliaceae Talauma ovata X X Malpighiaceae Malphiguia glabra X Tetrapterys X Byrsonima intermedia X X X Malvaceae Hibiscus rosa-sinensis X X X

Malvaviscus arboreus X X Sida rhombifolia X Melastomataceae Tibouchina granulosa X X

Clidemeia sp X X

Tibouchina sp X X X

Tibouchina holosericea X X Meliaceae Trichilia sp X Mimosaceae Leucaena leucocephala X Anadenanthera collubrina X Moraceae Cecropia pachystachya X X X

Morus nigra X X

60

TABELA 2 ndash Relaccedilatildeo das espeacutecies de plantas visitadas por T angustula Continua

Famiacutelia Espeacutecie Polinizada Visitada Recurso

Poacutelen Neacutectar Myrsinaceae Ardisia crenata X X Myrtaceae Eucalyptus robusta X X X

Eugenia jambos X X X

Eugenia pitanga X Eucalyptus terecornis X Plinia glomerata X Nyctaginaceae Bougainvile aspectabilis X X X Oleaceae Jasminum azoricum X Palmae Acrocomia aculeata X X

Archontophoenix cunninghamiana X

Syagrus romanzoffiana X Copernicia alba X X Sheelea phalerata X Passifloraceae Passiflora jilekii X Piperaceae Piper mollicomum X Poaceae Paspalum sp X Polemoniaceae Cobae scandens X Polygonaceae Polygonum capitatum X X X Pontederiaceae Pontederia lanceolata X X Proteaceae Grevill a bansksii X X X Rosaceae Prunus persica X X X

Pyracantha coccinea X X Rubiaceae Pentas lanceolata X X

Citrus airantum X X Rutaceae Citrus limon X X X Scrophulariaceae Paulownia imperialis X X Solanaceae Nicotiana tabacum X X Sterculiaceae Dombeya burgessiae X Dombeya wallichii X Sterculia chicha X X Tiliaceae Heliocarpus americanus X X X Tropaeolaceae Tropaeolum majus X X X Ulmaceae Tipo celtis X Trema micrantha X X Umbelliferae Foeniculum vulgare X X X Verbenaceae Duranta repens X

Vitex agnus-castus X

Velloziaceae Vellozia candia X X X Zingiberaceae Hedychium coronarium X Fonte Pirani Laurino 1993 Carvalho Marchine Ros 1999 Agostini Sazima 2003 Toledo et al 2003 Cartopassi-Laurino 2005 Braga e Colaboradores 2012 Novais Absy Santos 2013

61

Foram encontradas 71 famiacutelias e um total de 166 espeacutecies Dessas 30 espeacutecies satildeo

polinizadas e 136 satildeo visitadas Poacutelen e neacutectar satildeo os recursos mais coletados

com coleta de poacutelen em 78 espeacutecies e de neacutectar em 69 De acordo coma Lista de

Espeacutecies da Flora do Brasil (2010) 20 das espeacutecies que satildeo polinizadas (TABELA

2) satildeo nativas o restante satildeo espeacutecies exoacuteticas ou seja natildeo pertencem agrave flora

brasileira

As famiacutelias que apresentaram maior porcentagem de visitas por T angustula foram

Compositae e Leguminosae (TABELA 2) com 13 e 12 de espeacutecies

respectivamente (GRAacuteFICO 3) sendo as famiacutelias mais importantes para a dieta da

jataiacute (AGOSTINE SAZIMA 2003 SIIONI et al 2007) Esse resultado eacute similar ao

trabalho de Simioni e colaboradores (2007) seus resultados mostram que uma das

famiacutelias analisadas Leguminosae tambeacutem apresentaram um maior destaque na

quantidade de visitas realizadas por T angustula esse fato pode ser explicado pelo

fato de que Leguminosae representa a mais importante fonte de poacutelen para essa

espeacutecie

As famiacutelias Compositae e Leguminosae satildeo as mais bem representadas pelo fato

de apresentarem espeacutecies que fornecem alimento em maior qualidade e quantidade

por vaacuterios periacuteodos do ano Com destaque para a famiacutelia Leguminosae que fornece

recursos alimentares para as abelhas nos periacuteodos de estiagem (PIRANI LAURINO

1993 AGOSTINE SAZIMA 2003)

O graacutefico abaixo ilustra o comportamento generalista deT angustula Onde 41 das

visitadas realizadas pela espeacutecie se distribuem por 55 famiacutelias vegetais Esse

comportamento concorda com trabalho de Anacleto (2007) onde dentre as cinco

espeacutecies estudadas por ele a que apresentou o haacutebito mais generalista em relaccedilatildeo

ao nuacutemero de plantas visitadas foi T angustula

62

GRAacuteFICO 3 ndash Contribuiccedilatildeo das famiacutelias de plantas para a dieta de T angustula

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria com base nos dados da Tabela 1

As abelhas generalistas visitam flores pequenas e abertas e satildeo menos

relacionadas agraves flores especializadas (RUTHCKE JULES 1993 ROUBIK 1992

apud AGOSTINI SAZIMA 2003) e tecircm preferecircncia de flores arboacutereas com

inflorescecircncia densas

Um exemplo de flores que natildeo satildeo especializadas e que satildeo importantes para a

dieta de T angustula eacute da famiacutelia Asteraceae as espeacutecies Mangifera indica e

Schinus terebinthifolius apresentam grande densidade de flores e permite faacutecil

acesso para as abelhas deste modo tornam-se importantes fornecedores de fontes

de poacutelen (BRAGA et al 2012)

De acordo com o levantamento das plantas utilizadas pelas abelhas jataiacute realizado

por diferentes autores as famiacutelias que se mostraram bem representadas foram

Malvaceae Caesalpiniaceae Melastomataceae Myrtaceae Euphorbiaceae e

Anacardiaceae sendo consideradas portanto essenciais para a dieta da jataiacute

2 2 3 2

2 3

13

3 2

3

12 2 2 2 3

3

41

Acanthaceae Agavaceae Anacardiaceae Asteraceae Bignoniaceae

Bombacaceae Compositae Euphorbiaceae Fabaceae Labiatae

Leguminosae Malpighiaceae Malvaceae Melastomataceae Myrtaceae

Palmae Outros

63

Em geral essas famiacutelias podem ser caracterizadas pela floraccedilatildeo do tipo contiacutenuo ou

seja uma floraccedilatildeo que natildeo cessa ou que ocorre na maior parte do ano o que

permite as abelhas ter acesso aos recursos em todas as estaccedilotildees do ano

(CARVALHO MARCHINI ROS 1999 AGOSTINI SAZIMA 2003 TOLEDO et al

2003 MORGADO et al 2011)

64

65

5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS Sendo este a primeira pesquisa com abelhas em compus no Espiacuterito Santo Foi

observado que a distribuiccedilatildeo dos ninhos encontrados apresentou-se uniforme

Todos os ninhos estavam instalados em paredes e pisos de concreto o que indica

seu potencial de adaptabilidade agraves condiccedilotildees antroacutepicas

A diversidade de cores de poacutelen trazida pelas forrageiras no iniacutecio da manhatilde indica

uma ampla disponibilidade de alimento que a flores oferecem nesse periacuteodo do dia

bem como a eficiecircncia das forrageiras em selecionar essas flores

De acordo com as observaccedilotildees que foram realizadas no estudo as abelhas T

angustula podem ter suas atividades influenciadas pelo clima Uma vez que foi

observado que no periacuteodo de inverno em que as temperaturas satildeo mais baixas

elas comeccedilavam a realizar suas funccedilotildees nos horaacuterios com as temperaturas mais

altas

A divisatildeo de trabalho entre forrageadoras operaacuterias de limpeza e de defesa

observado nessa espeacutecie indica o comportamento altamente social dos Meliponini

O mecanismo de defesa observado em T angustula entre guardas pairando e em

peacute pode indicar uma caracteriacutestica de complementaridade na defesa do ninho uma

vez que durante as observaccedilotildees os dois tipos de guardas sempre se fizeram

presentes O que mostra que mesmo com o atrofiamento do ferratildeo os indiviacuteduos

desenvolveram estrateacutegias para a defesa contra invasores

Foi comum observar a presenccedila de revoadas nos ninhos entre as Jataiacutes Este

comportamento em geral eacute comum para o desenvolvimento (sobrevivecircncia) da

colocircnia No caso dos ninhos observados apoacutes as revoadas eles foram

desaparecendo Este fato pode indicar um baixo iacutendice de recursos troacuteficos para

essas abelhas dentro do campus pois ao inveacutes dos ninhos se manterem ou

aumentarem em quantidade ao longo das observaccedilotildees eles desapareceram

O levantamento das flores visitadas por T angustula indicou um comportamento

generalista desta espeacutecie em visitar uma grande variedade de plantas o que mostra

sua importacircncia para garantir a variabilidade dessas plantas

66

Esse levantamento tambeacutem indicou que a polinizaccedilatildeo realizada por elas foi

predominante em plantas exoacuteticas O que pode refletir a deficiecircncia na quantidade

de plantas nativas melitoacutefilas na aacuterea de estudo

67

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Page 35: FACULDADE CATÓLICA SALESIANA DO ESPÍRITO SANTO … · No grupo dos Apinae está à tribo dos Meliponini, conhecidas como abelhas indígenas sem ferrão por possuir seu ferrão atrofiado

41

foi de 0700 agrave 1700 horas As observaccedilotildees foram feitas durante 15 minutos em cada

ninho e intercaladas nos periacuteodos matutino vespertino e dia todo com o auxilio de

uma lupa de matildeo devido elas apresentarem aproximadamente 5 miliacutemetros

(NOGUEIRA-NETO 1997) A lupa de matildeo foi utilizada tambeacutem para observar a cor

do poacutelen que as abelhas traziam para dentro do ninho

A contagem do nuacutemero de entradas e saiacutedas das abelhas coletoras e das abelhas

que protegem a colocircnia de invasores foi realizada em todos os ninhos com o auxilio

de um contador de nuacutemeros Os registros foram realizados com redaccedilatildeo dos

eventos e por meio de fotografias As observaccedilotildees seguiram o meacutetodo Animal-Focal

descrito por Altmann (1973) para anaacutelise do comportamento das abelhas Esse

meacutetodo consiste em amostrar os comportamentos de um ou mais indiviacuteduos por um

determinado periacuteodo de tempo O levantamento das principais fontes de alimento de

T angustula foi obtido a partir de dados bibliograacuteficos

33 ANAacuteLISE DOS DADOS

Para anaacutelise dos dados foi utilizado o programa ldquoMapSourcerdquo para a construccedilatildeo do

mapa dos ninhos encontrados Foi tambeacutem utilizado o programa Microsoft Excel

2007 para construccedilatildeo de graacuteficos para analisar o nuacutemero de visitas (entrada e saiacuteda)

que as abelhas coletoras apresentaram durante os cinco meses observados Os

graacuteficos foram construiacutedos por intervalos de horas sendo que as informaccedilotildees se

acumularam mais proacuteximo do horaacuterio em que houve mais eventos observados no

ninho O mesmo programa foi utilizado para retirar a meacutedia da quantidade de

guardas na defesa do ninho

Os dados resultantes do levantamento bibliograacutefico das fontes alimentares serviram

de base para a elaboraccedilatildeo de um graacutefico com a contribuiccedilatildeo das famiacutelias de plantas

mais visitadas por T angustula

42

43

4 RESULTADOS E DISCUSSOtildeES

41 LOCALIZACcedilAtildeO DOS NINHOS

Foram encontrados onze ninhos (marcados por letra alfabeacutetica de A a K) cinco

instalados em paredes e muros (K C I e J) e seis localizados sob placas de

concreto de passarelas (A B D E F G e H) (mais precisamente na base das

pilastras da passarela que se encontra entre os IC`s II e III) Este fato corrobora com

os estudos de Taura e Laroca (1991) que indica que a disponibilidade de nidificaccedilatildeo

nesses locais aumenta com as atividades antroacutepicas A localizaccedilatildeo dos ninhos eacute

apresentada pelo Mapa 02

Os ninhos C J K (Mapa 02) recebiam calorna maior parte do dia jaacute os demais natildeo

recebiam sol diretamente na maior parte do dia pois eram protegidos pela pilastra e

pela cobertura da passarela

Durante todo o periacuteodo das observaccedilotildees em geral o clima foi de dias quentes com

presenccedila de ventos

MAPA 02 ndash Mapa dos ninhos de T angustula estudadas no Campus de Goiabeiras

(UFES) Abril ndash Setembro2014

Fonte Modificado em Google earth (2014) Dos 11 ninhos observados dois ninhos natildeo apresentavam a entrada com o formato

comum de cilindro e traziam um formato natildeo definido

44

Em todos os ninhos foi possiacutevel ver que a abertura da extremidade do tubo era

relativamente grande Tal formato permite que haja espaccedilo para que algumas

abelhas guardas permaneccedilam na entrada do tubo ao mesmo tempo em que deixa

espaccedilo suficiente para as forrageiras passarem (KARCHER RATNIEKS 2009) Ao

longo de todo o tubo havia presenccedila de centenas de perfuraccedilotildees o que segundo

Gruter Karcher e Ratinieks (2011) eram para ajudar nas trocas gasosas

Nos cinco meses observados trecircs ninhos desapareceram da aacuterea amostral restando

ao final das observaccedilotildees oito ninhos Um deles (ninho E) foi perdido logo no iniacutecio

das observaccedilotildees supotildee-se que tenha ocorrido alguma intervenccedilatildeo aguda por

exemplo humana pois logo no segundo dia de observaccedilatildeo o mesmo jaacute natildeo estava

no lugar demarcado Outros dois ninhos (ninhos F e G) tambeacutem foram perdidos O F

persistiu ateacute o mecircs de Maio e o ninho G ateacute Julho Nestes o desaparecimento se

sucedeu apoacutes eventos de revoadas

42 INTERACcedilOtildeES INTER E INTRAESPECIacuteFICAS

TABELA 1 - Dados dos Ninhos observados

Data Ninho Hora Cores de Poacutelen

Presenccedila de

Resina Operaacuteriaslimpeza Guardas

em peacute Guardas pairando Ameaccedila

14abr D 07h-8h

Amarelo Branco Laranja

Vermelho

X 5 1

13mai C 10h-11h

Amarelo Branco Laranja

Vermelho

X X 4 4

20mai J 15h-16h Branco X X 8 12 02jun H 12h-13h Branco X X 8 4 16jul D 13h-14h Branco

X 8 2 Formiga

20jun B 08h-09h

Amarelo Branco Laranja

Vermelho

X X 9 3

06ago C 14h-15h Branco X 7 10 Lagartixa

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria As observaccedilotildees indicaram que as jataiacutes visitavam vaacuterias espeacutecies de flores durante

as manhatildes e iniacutecio das tardes pois nesse periacuteodo trouxeram uma grande

45

diversidade de poacutelen (cores amarela laranja branca e vermelha) transportados em

suas corbiacutecula para dentro do ninho B C e D (TABELA 1) (FIGURA 1-A) No horaacuterio

da tarde essa diversidade diminuiacutea nos ninhos C D H e J (TABELA 1) e era

representada pelo transporte de poacutelen de cor branca Este fato mostra que a

diversidade de flores visitadas decresce ao longo do dia

As abelhas sociais de um modo geral visitam as flores enquanto elas satildeo atrativas

Elas apresentam preferecircncia pela cor e satildeo capazes de discriminar os conjuntos

florais realizar sua localizaccedilatildeo e selecionar aquelas que produzem maior quantidade

e melhor qualidade de alimento (PIRANI LAURINO 1993) Existem diversos fatores

que podem influenciar a coleta de alimento pelas abelhas sociais entre eles o

comportamento das campeiras e a necessidade das colocircnias que depende do seu

tamanho (PIRANI LAURINO 1993)

Aleacutem de poacutelen tambeacutem foi observado carregamento de resina nas corbiacuteculas para

dentro do ninho B C H e J (TABELA 1) (FIGURA 1-B) essa eacute coletada pelas

abelhas em bototildees florais Depois de a resina ser coletada ela pode ser armazenada

pura ou misturada com cera No caso de T angustula ela geralmente faz a

armazenagem na forma pura (NOGUEIRA-NETO 1997) Como a resina eacute viscosa e

grudenta as abelhas a utilizam para vedar o entorno da entrada do tubo e tambeacutem

para depositar uma quantidade sobre o corpo e cabeccedila das formigas para defender

a colocircnia contra invasores (WITTMANN 1985 NOGUEIRA-NETO 1997)

Durante todo o periacuteodo observado foi notada a presenccedila de operaacuterias que cuidavam

da limpeza dos ninhos (TABELA 1) Essas operaacuterias trabalhavam retirando resiacuteduos

(detritos) de dentro do ninho e o faziam carregando atraveacutes de sua mandiacutebula

(FIGURA 1-C) Este trabalho era realizado continuamente ao longo de todo o dia

Para Nogueira-Neto (1997) T angustula eacute a espeacutecie que tem o melhor haacutebito de

limpeza e por esta razatildeo seu mel e seu proacutepolis satildeo considerados o melhor dentre

as outras espeacutecies

FIGURA 1- Divisatildeo de trabalho entre operaacuterias de Tetragonisca angustula A

Detalhe da corbiacutecula com poacutelen B Detalhe da corbiacutecula com resina C Operaacuteria de

limpeza com resiacuteduo na mandiacutebula

46

Fonte Arquivo Labibio

Em cada ninho foi possiacutevel notar a presenccedila de abelhas que ficavam tanto pousadas

ao longo do tubo de entrada do ninho quanto sobrevoando proacuteximo do mesmo

Essas abelhas satildeo chamadas por Gruter Karcher e Ratnieks (2011) de abelhas

guardas em peacute e pairando respectivamente As guardas em peacute estavam sempre

em grandes quantidades e estiveram em atividade praticamente em todo o periacuteodo

do dia

Essas guardas ficavam na maior parte do tempo com a mandiacutebula apoiada sobre o

ninho acredita-se que tenham a funccedilatildeo de depositar resina ao entorno do ninho As

demais guardas que ficavam sobrevoando estiveram mais ausentes logo no

A B

C

47

comeccedilo da manhatilde por volta das 0700 as 0900 horas As guardas pairando ficavam

na maioria das vezes em nuacutemeros de trecircs a quatro sempre posicionadas a direita e

esquerda do tubo e em direccedilatildeo a entrada (FIGURA 2)

FIGURA 2- Ninho de T angustula com guardas pairando destacado em vermelho e

guardas em peacute em destaque azul

Fonte Arquivo Labibio

Foi observado que no periacuteodo da tarde o nuacutemero de guardas pairando aumentava

Isso era visto com maior frequumlecircncia nos ninhos C e J instalados em paredes

(TABELA 1) Segundo Gruter Karcher e Ratnieks (2011) as colocircnias que

apresentam um nuacutemero maior de guardas pairando sofrem ameaccedilas de

vertebrados fato corroborado no ninho C (TABELA 1) que foi atacado por uma

lagartixa No momento em que aconteceu uma parte da populaccedilatildeo saiu do ninho e

se mostraram bem agitadas O que de acordo com Gruter Karcher Ratnieks (2011)

trata-se de uma resposta defensiva agrave percepccedilatildeo da respiraccedilatildeo de vaacuterios

vertebrados

Tambeacutem foi observado o comportamento defensivo em quando formigas se

aproximavam do ninho D (TABELA 1) As jataiacutes as ldquobeliscavamrdquo para que se

afastassem Esse mesmo comportamento foi visto durante minhas observaccedilotildees ao

Ninho A toda vez que me aproximava para observar ou fotografar surgiam vaacuterias ao

48

meu redor em uma dessas observaccedilotildees a jataiacute picou pele exposta Dentre todos os

ninhos essa foi a que apresentou o comportamento mais agressivo

De acordo com os estudos de Gruter e colaboradores (2012) T angustula eacute a uacutenica

espeacutecie que apresenta um sistema de defesa que envolve dois grupos distintos e

complementares de guardas uma pairando que se estacionam no ar proacuteximo ao

ninho e outras em peacute ao redor da entrada do ninho As guardas que ficam de frente

para o caminho de vocirco satildeo chamadas de grupo principal e as que ficam

posicionadas agrave direita e agrave esquerda do ninho satildeo o grupo secundaacuterio (GRUTER

KARCHER RATNIEKS 2011)

Uma caracteriacutestica interessante dessas guardas eacute que apresentam caracteriacutesticas

morfoloacutegicas diferentes das operaacuterias (satildeo maiores e mais pesadas) (GRUTER et

al 2012) Elas apresentam diferenccedilas no comprimento da asa no tamanho das

pernas traseiras que satildeo relativamente maiores para seu corpo (podendo ajudar na

luta contra invasores) e cabeccedila um pouco menor que das forrageiras Essa ultima

caracteriacutestica estaacute associada agrave maior necessidade das forrageiras de processar

informaccedilotildees sensoriais relacionadas ao forrageamento (GRUTER et al 2012)

As abelhas guardas possuem a funccedilatildeo de defender sua colocircnia de ataques de

intrusos que aproveitam do seu trabalho para roubar o alimento produzido

(GRUTER KARCHER RATNIEKS 2011) As accedilotildees especiacuteficas desses intrusos satildeo

detectadas mais pelas guardas em peacute pois elas conseguem identificar as campeiras

e natildeo campeiras da mesma espeacutecie por quimiorecepccedilatildeo (KARCHER RATNIEKS

2009 GRUTER KARCHER RATNIEKS 2011) Jaacute as guardas que pairam perto do

ninho atacam intrusos que natildeo satildeo da mesma espeacutecie elas o reconhecem pela cor

forma do corpo e pelos odores volaacuteteis (KARCHER RATNIEKS 2009) De acordo

com Zweden e Colaboradores (2011) a presenccedila de guardas pairando aumenta a

detecccedilatildeo de intrusos e que essas guardas respondem especialmente a pistas

visuais Como comportamento de defesa as guardas liberam um feromocircnio de

alarme para recrutar os trabalhadores para o ataque (FREE 1987 apud ZWEDEN

2011)

O nuacutemero meacutedio de guardas durante o periacuteodo observado mostrou-se maior para as

guardas em peacute (78) do que para as guardas pairando (35) Esse fato eacute explicado

por Gruter Karcher e Ratnieks (2011) para eles o gasto energeacutetico das guardas

pairando eacute muito maior de modo que eacute menos dispendioso energicamente para as

49

abelhas ficarem em peacute Mesmo tendo um gasto energeacutetico muito alto nas

observaccedilotildees de Wittmann (1985) as atividades do voo das guardas foi constatado

que essas ficavam pairando por cerca de 70 minutos antes de voltar para dentro do

ninho Este fato mostra que a mudanccedila de guardas natildeo eacute comum e que a defesa do

ninho eacute feita por divisatildeo de trabalho e natildeo por alternacircncia de tarefas (GRUTER

KARCHER RATNIEKS 2011)

Os ninhos que desapareceram ao longo das observaccedilotildees foram devido agraves revoadas

um comportamento comum nas abelhas Nas jataiacutes as revoadas geralmente

ocorrem devido ao calor para refrescar o ninho em caso de altas temperaturas uma

parte da populaccedilatildeo sai do ninho enxameamento para reproduccedilatildeo ou devido agrave

interferecircncia humana quando um ninho eacute retirado de um local para outro

(INFORMACcedilAtildeO PESSOAL ZOCOLOTTI V R) De acordo com este na primeira

semana eacute possiacutevel presenciar alguma revoada que pode ser para identificaccedilatildeo

tanto da flora apiacutecola quanto para localizaccedilatildeo do novo ambiente

No caso dos ninhos F e G ao final de cada revoada observada a entrada do ninho

ficava bastante danificada Foram observadas trecircs revoadas (duas no mesmo dia)

do ninho F todas no mecircs de Maio e duas (em dias diferentes) no ninho G no mecircs

de Junho Apoacutes estas observaccedilotildees os dois ninhos desapareceram

Durante as revoadas vaacuterias abelhas caiam no chatildeo agarradas umas nas outras

Apoacutes queda era possiacutevel observar que as guardas conseguiam prender e retirar

com sua mandiacutebula as pernas e asas do invasor (FIGURA 3-A e B) o que impedia

as invasoras de conseguir atacar novamente Segundo Kerr e colaboradores (2005)

as guardas agarram as pernas dos invasores para que eles caiam no chatildeo e sejam

comidos pelas formigas que ficam proacuteximas aos ninhos

50

FIGURA 3 - Ataque de invasores A T angustula com mandiacutebula presa agrave perna do

Jataiacute invasora BPerna de invasores retirada apoacutes ataque

Fonte Arquivo Labibio

De acordo com Zocolotti VR (INFORMACcedilAtildeO PESSOAL) as cinco espeacutecies de

Meliponini criadas por ele podem apresentar o comportamento de saquear outros

ninhos e isso pode ocorrer por oportunismo ou por falta de alimento Em especial

as Jataiacutes geralmente possuem o costume de atacar as proacuteprias jataiacutes esses

ataques acontecem dentro do mesmo ninho e entre outros proacuteximos Esses ataques

podem ocorrer por atraccedilatildeo de feromocircnio de princesa (rainhas jovens natildeo

fecundadas) por enxame fraco ou ateacute mesmo para absorver o fraco ou seja elas

entram e acabam matando a rainha e mantecircm os trabalhadores por um tempo ateacute

absorver o enxame ou ateacute mesmo o deixam morrer sendo dessa maneira muito

complexas em relaccedilatildeo ao comportamento

Na aacuterea do campus da Ufes houve uma consideraacutevel devastaccedilatildeo na vegetaccedilatildeo

nativa (compreendida de Mata Atlacircntica Manguezal e Restinga) devido agrave

construccedilatildeo de preacutedios que foram erguidos logo no iniacutecio da implantaccedilatildeo da

Universidade Como medida compensatoacuteria foi feito o plantio de espeacutecies arboacutereas

usando em demasia espeacutecies exoacuteticas (CASTRO 2003) Na Ufes eacute possiacutevel ver

poucas aacutereas jardinadas Aleacutem disso sempre que eacute necessaacuterio construir um novo

preacutedio novas aacutereas satildeo eliminadas podendo ou natildeo ser compensada com plantas

nativas

A B

51

Em abelhas sociais o comportamento de saque eacute comum acontecer em sequumlecircncias

natildeo contiacutenuas ou seja ela cessa e recomeccedila por periacuteodos de tempo (SANTANA

etal 2004) Durante as observaccedilotildees foram presenciadas trecircs revoadas ao ninho F

duas no mesmo dia poreacutem em horaacuterios diferentes e duas ao ninho G em dias

diferentes (FIGURAS 4- A B C e D)

FIGURA 4 ndash Revoada do ninho F A Vista da entrada do iniacutecio do estudo B Vista

da entrada em plena atividade em iniacutecio de maio C Entrada apoacutes uma revoada em

maio D Vista da entrada do ninho apoacutes uacuteltima revoada em maio

Fonte Arquivo Labibio

Nas figuras 4a e b mostram o estado em que a entrada do ninho se encontrava na

primeira semana de observaccedilatildeo (vinte e oito de Abril) e na primeira semana do mecircs

seguinte (sete de Maio) esse uacuteltimo a entrada do ninho jaacute se encontrava danificado

No ninho F(FIGURA 4) as revoadas que ocorreram no dia vinte de Maio entre

A B

C D

52

1000 e 1400 horas e no dia vinte e seis de Maio entre 1600 e 1700 horas

corroborando com Santana e colaboradores (2004) sobre o comportamento de

saques intermitentes

No ninho G as revoadas se iniciaram duas semanas apoacutes o desaparecimento do

ninho F nos dias nove e vinte e seis de junho entre 1500 e 1600 horas e dia 16 de

junho no mesmo horaacuterio (FIGURA 5-A B e C)

FIGURA 5 ndash Revoadas no Ninho G A Ninho no iniacutecio de Maio B Registro da

primeira revoada C Ultima revoada perda do ninho

Fonte Arquivo Labibio

As observaccedilotildees evidenciaram a ocorrecircncia de um acuacutemulo de resiacuteduos sobre os

ninhos apoacutes as revoadas (FGURA 5-B) No ninho G tinha uma subpopulaccedilatildeo

A B

C

53

pequena mas bem ativa conforme verificado apoacutes quatro horas de observaccedilatildeo em

nove dias (Graacutefico 1- A e B)

GRAacuteFICO1 A ndash Ritmo de Saiacutedas no Ninho G

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

GRAacuteFICO 1B ndash Ritmo de entradas no ninho G

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

0

20

40

60

80

100

120

140

09h-10h 10h-11h 12h-13h 14h-15h 16h-17h

Nuacutem

ero

de V

isita

s

Horaacuterios

13mai 20mai 26mai

0

20

40

60

80

100

120

140

160

180

200

09h-10h 10h-11h 12h-13h 14h-15h 16h-17h

Nuacutem

ero

de V

isita

s

Horaacuterios

13mai 20mai 26mai

54

No ninho G as abelhas iniciaram suas atividades antes de 09h evidenciado pela

entrada de aproximadamente 180 forrageadoras entre 9 e 10h As saiacutedas neste

mesmo periacuteodo ficaram em torno de 100

Entre 16h-17h houve um grande nuacutemero de entrada o que era esperado todas as

que saiacuteram tecircm que retornar enquanto haacute luminosidade e antes do ninho ser

fechado Conforme esperado por Gruter Karcher Ratnieks (2011) quando comeccedila

a escurecer as Jataiacutes fecham a entrada do tubo para impedir que intrusos ataquem

seu ninho durante a noite e abrem pela manhatilde quando o clima estaacute mais favoraacutevel

para iniciarem suas atividades

Neste ninho entre 12h-13h houve um nuacutemero maior de saiacutedas que de entradas ateacute

agraves 16h Isso possivelmente esteve relacionado agrave uma grande distacircncia entre o ninho

e as fontes de recursos troacuteficos

Outro ninho em que foi possiacutevel observar todos os meses notou-se que apresentou

atividade durante todo o dia (GRAacuteFICO 2-A e B)

GRAacuteFICO 2A ndash Ritmo de saiacutedas do ninho B

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

0

50

100

150

200

250

300

350

400

450

500

07h-08h 08h-09h 09h-10h 11h-12h 12h-13h 13h-14h 14h-15h 15h-16h 16h-17h

Nuacutem

ero

de V

isita

s

Horaacuterios

28abr 13mai 20mai 26mai 09jun 16jun 23jun 01jul 09jul

16jul 23jul 30jul 06ago 13ago 20ago 27ago 05set 10set

55

GRAacuteFICO 2B ndash Ritmo de entradas do nino B

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

O ninho B tinha uma subpopulaccedilatildeo mais numerosa que F e G Durante o inverno

(2307 e 2708) as abelhas iniciavam suas atividades cerca de duas horas mais

tarde em horaacuterio com temperatura mais elevada (indicado pela seta preta) Tal fato

corrobora com as observaccedilotildees de Ulian e colaboradores (2007) que constata que

em periacuteodo mais chuvoso onde as temperaturas satildeo geralmente mais baixas as

Jataiacutes apresentam iniacutecio de atividade agraves 9 horas da manhatilde devido agrave temperatura

nesse horaacuterio comeccedilar a aumentar

Proacuteximo do horaacuterio de 10 horas houve um grande nuacutemero de saiacutedas do ninho

seguido de um grande nuacutemero de entrada o que indica a ocorrecircncia de uma fonte

de recursos proacutexima ao ninho ou a indisponibilidade de recurso para ser coletado

naquela hora Acredita-se que na primeira possibilidade - fonte proacutexima ela era de

resina pelo fato de ter havido um intervalo de saiacuteda ateacute agraves 12h jaacute que esta

demanda mais tempo para ser retirada da corbiacutecula e armazenada por ser

pegajosa No caso da segunda possibilidade natildeo encontraram alimento disponiacutevel

naquele horaacuterio o retorno ao ninho eacute a alternativa mais eficaz para evitar um alto

gasto energeacutetico ateacute que o recurso fique disponiacutevel para coleta

0

100

200

300

400

500

600

07h-08h 08h-09h 09h-10h 10h-11h 11h-12h 12h-13h 13h-14h 14h-15h 15h-16h 16h-17h

Nuacutem

ero

de V

isita

s

Horaacuterios 28abr 13mai 20mai 26mai 09jun 16jun 23jun 09jul16jul 23jul 30jul 20ago 27ago 05set 10set

56

No outono as atividades das Jataiacutes comeccedilaram a diminuir por volta de 15 horas

(indicado pela seta marrom) ateacute cessar totalmente no iniacutecio das 16 horas Pelos

graacuteficos nota-se que o ninho B possui vantagem de uma hora nas atividades em

relaccedilatildeo ao ninho G isso provavelmente ocorreu porque o ninho B obteve mais

sucesso nas coletas distribuiacutedas ao longo do dia

43 RECURSOS FLORAIS

Eacute notoacuteria a relaccedilatildeo que existe entre abelha-flor relaccedilatildeo essa que sucedeu a milhotildees

de anos desde entatildeo as abelhas dependem de substancias utilizadas na

alimentaccedilatildeo e as plantas se beneficiam com a polinizaccedilatildeo (PIRANI LAURINO

1993) Para entender a biologia dos Meliponini eacute importante conhecer sua

alimentaccedilatildeo Para isso eacute necessaacuterio fazer um levantamento das plantas utilizadas

para coleta de poacutelen e neacutectar (SOUZA 1999 apud OLIVEIRA ABSY MIRANDA

2009)

Com base nos dados obtidos sobre as fontes alimentares de T angustula na

literatura (TABELA 2) nota-se a capacidade dessa espeacutecie de visitar uma ampla

diversidade de famiacutelias de plantas Segundo Toledo e colaboradores (2003) durante

cada voo das campeiras em meacutedia 100 flores satildeo visitadas

O levantamento bibliograacutefico indicou que existem duas metodologias bastante

usadas por autores para conhecer a dieta das abelhas Uma delas eacute a investigaccedilatildeo

palinoloacutegica para avaliar as fontes de recursos florais utilizados (poacutelen e neacutectar)

com base no gratildeo de poacutelen depositado no corpo da abelha para identificaccedilatildeo das

espeacutecies vegetais (CARVALHO MARCHINE ROS 1999 FEIDEN 1994 SIMIONI et

al 2007 OLIVEIRA ABSY MIRANDA 2009 MORGADO et al 2011NOVAIS

ABSY SANTOS 2013) A outra se daacute por meio de observaccedilotildees das campeiras nas

flores (AGOSTINI SAZIMA 2003 TOLEDO et al 2003OLIVEIRA ABSY

MIRANDA 2009 BRAGA et al 2012) A partir desses meacutetodos eacute possiacutevel saber

quais satildeo as plantas que produzem seus alimentos preferenciais e quais as fontes

alternativas (OLIVEIRA ABSY MIRANDA 2009)

57

TABELA 2 ndash Relaccedilatildeo das espeacutecies de plantas visitadas porT Angustula Continua

Famiacutelia Espeacutecie Polinizada Visitada Recurso

Poacutelen Neacutectar

Acanthaceae Thunbergia grandiflora X Odontonema strictum X X

Justicia brandegeana X

Ruellia silvaecola X Agavaceae Agave americana X X X

Agave sisalana X X X

Agave attenuata X X X

Dracena fragana X X X Aizoaceae Mesembryantemum spectabilis X Lamprantus productus X Amaranthaceae Gomphrena globosa X Amarylidaceae Clivia miniata X X X Anacardiaceae Schinus terebinthifolius X X

Lithraea molleoides X X

Toxicodendron verniciferum X X

Mangifera indica X X X

Tapirira guianensis X Apiaceae Hydrocotyle leucocephala X Apocynaceae Trevetia peruviana X Araliaceae Tetrapanax papyrifera X X X Asclepiadaceae Asclepias curassavica X X Asteraceae Parthenium hysterophorus X Aspillia latissima X Aspillia sp X Balsaminaceae Impatiens balsamina X X X

Impatiens sultanii X Bignoniaceae Spathodea campanulata X X Tabebulaim petiginosa X X X

Tabebula chrysotricha X X X Bixaceae Bixa orellana X X Bombacaceae Ceiba arianthos X X

Pseudo bombax sp X X

Pseudobombax tomentoso X X

Eriotheca canolleana X X

Bombax ceiba X X Boraginaceae Cordia superba X X

Cordia glabrata X X Brassicaceae Brassica sp X Cactaceae Opuntia ficusindica X X Caesalpiniaceae Schizolobium parahyba X X Capparaceae Cleome spinosa X Caprifoliaceae Lonicera japonica X X

58

TABELA 2 ndash Relaccedilatildeo das espeacutecies de plantas visitadas por T angustula Continua

Famiacutelia Espeacutecie Polinizada Visitada Recurso

Poacutelen Neacutectar

Sambucus australis X X Caryophylaceae Silene armeria X Cecropiaceae Cecropia hololeuca X Cochlospermaceae Cochlospermum vitifolium X X Compositae Vernonia polyanthes X X

Bidens pilosa X X Cosmos auphureus X X X

Centratherium violaceum X X X

Dahlia sp X Eclipta alba X Asterla evis X Tithonia rotundifolia X X X

Tithonia speciosa X X X

Tithonia diversifolia X Baccharis sp X Wedelia paludosa X Eupatorium sp X Mikania glomerata X X

Montano apyramidata X X Montano abipinnatifiada X Senecio brasiliensis X X X

Emilia sonchifolia X X Ambrosia sp X X Creopsis grandiflora X Galinsoga parviflora X Crassulaceae Kalanchoe tubiflora X X Cyperaceae Cyperus sp X Elaeocarpaceae Muntingia calabura X Ericaceae Rhododendron simsii X X X

Rhododendron indicum X X X Euphorbiaceae Alchornea sidaefolia X X X

Euphorbia milii X X X

Euphorbia pulcherrima X X X

Ricinus communis X X X

Croton sp X Fabaceae Desmodium sp X Tipuana tipu X Vigna peduncularis X X Guttiferae Kielmeyera coriacea X X Iridaceae Dietes vegeta X Labiatae Salvia splendens X Origanum vugare X

59

TABELA 2 ndash Relaccedilatildeo das espeacutecies de plantas visitadas por T angustula Continua

Famiacutelia Espeacutecie Polinizada Visitada Recurso

Poacutelen Neacutectar

Ocimum sellowii X Iboza riparia X X X

Coleus blumei X X X Leguminosae Andira anthelmintica X X

Mimosa daleoides X X X

Myroxylon balsamum X X X

Piptadenia gonoacantha X X X

Stylos anthesscabra X Caesalpinia bonducella X X X

Caesalpinia pelthophoroides X X X

Crotalaria lanceolata X Calliandra twedii X Sophora tomentosa X X Mimosa pudica X Erythrina speciosa X X X

Cassia grandis X Schizolobium parahyba X X Senna multijuga X Senna bicapsularis X X Delonix regia X Clitoria fairchildiana X Centrolobium tomentoso X Liliaceae Aloe sp X X Bulbine frutescens X Loranthaceae Struthanthus andrastylus X X Lythraceae Lagerstroemia indica X X Magnoliaceae Talauma ovata X X Malpighiaceae Malphiguia glabra X Tetrapterys X Byrsonima intermedia X X X Malvaceae Hibiscus rosa-sinensis X X X

Malvaviscus arboreus X X Sida rhombifolia X Melastomataceae Tibouchina granulosa X X

Clidemeia sp X X

Tibouchina sp X X X

Tibouchina holosericea X X Meliaceae Trichilia sp X Mimosaceae Leucaena leucocephala X Anadenanthera collubrina X Moraceae Cecropia pachystachya X X X

Morus nigra X X

60

TABELA 2 ndash Relaccedilatildeo das espeacutecies de plantas visitadas por T angustula Continua

Famiacutelia Espeacutecie Polinizada Visitada Recurso

Poacutelen Neacutectar Myrsinaceae Ardisia crenata X X Myrtaceae Eucalyptus robusta X X X

Eugenia jambos X X X

Eugenia pitanga X Eucalyptus terecornis X Plinia glomerata X Nyctaginaceae Bougainvile aspectabilis X X X Oleaceae Jasminum azoricum X Palmae Acrocomia aculeata X X

Archontophoenix cunninghamiana X

Syagrus romanzoffiana X Copernicia alba X X Sheelea phalerata X Passifloraceae Passiflora jilekii X Piperaceae Piper mollicomum X Poaceae Paspalum sp X Polemoniaceae Cobae scandens X Polygonaceae Polygonum capitatum X X X Pontederiaceae Pontederia lanceolata X X Proteaceae Grevill a bansksii X X X Rosaceae Prunus persica X X X

Pyracantha coccinea X X Rubiaceae Pentas lanceolata X X

Citrus airantum X X Rutaceae Citrus limon X X X Scrophulariaceae Paulownia imperialis X X Solanaceae Nicotiana tabacum X X Sterculiaceae Dombeya burgessiae X Dombeya wallichii X Sterculia chicha X X Tiliaceae Heliocarpus americanus X X X Tropaeolaceae Tropaeolum majus X X X Ulmaceae Tipo celtis X Trema micrantha X X Umbelliferae Foeniculum vulgare X X X Verbenaceae Duranta repens X

Vitex agnus-castus X

Velloziaceae Vellozia candia X X X Zingiberaceae Hedychium coronarium X Fonte Pirani Laurino 1993 Carvalho Marchine Ros 1999 Agostini Sazima 2003 Toledo et al 2003 Cartopassi-Laurino 2005 Braga e Colaboradores 2012 Novais Absy Santos 2013

61

Foram encontradas 71 famiacutelias e um total de 166 espeacutecies Dessas 30 espeacutecies satildeo

polinizadas e 136 satildeo visitadas Poacutelen e neacutectar satildeo os recursos mais coletados

com coleta de poacutelen em 78 espeacutecies e de neacutectar em 69 De acordo coma Lista de

Espeacutecies da Flora do Brasil (2010) 20 das espeacutecies que satildeo polinizadas (TABELA

2) satildeo nativas o restante satildeo espeacutecies exoacuteticas ou seja natildeo pertencem agrave flora

brasileira

As famiacutelias que apresentaram maior porcentagem de visitas por T angustula foram

Compositae e Leguminosae (TABELA 2) com 13 e 12 de espeacutecies

respectivamente (GRAacuteFICO 3) sendo as famiacutelias mais importantes para a dieta da

jataiacute (AGOSTINE SAZIMA 2003 SIIONI et al 2007) Esse resultado eacute similar ao

trabalho de Simioni e colaboradores (2007) seus resultados mostram que uma das

famiacutelias analisadas Leguminosae tambeacutem apresentaram um maior destaque na

quantidade de visitas realizadas por T angustula esse fato pode ser explicado pelo

fato de que Leguminosae representa a mais importante fonte de poacutelen para essa

espeacutecie

As famiacutelias Compositae e Leguminosae satildeo as mais bem representadas pelo fato

de apresentarem espeacutecies que fornecem alimento em maior qualidade e quantidade

por vaacuterios periacuteodos do ano Com destaque para a famiacutelia Leguminosae que fornece

recursos alimentares para as abelhas nos periacuteodos de estiagem (PIRANI LAURINO

1993 AGOSTINE SAZIMA 2003)

O graacutefico abaixo ilustra o comportamento generalista deT angustula Onde 41 das

visitadas realizadas pela espeacutecie se distribuem por 55 famiacutelias vegetais Esse

comportamento concorda com trabalho de Anacleto (2007) onde dentre as cinco

espeacutecies estudadas por ele a que apresentou o haacutebito mais generalista em relaccedilatildeo

ao nuacutemero de plantas visitadas foi T angustula

62

GRAacuteFICO 3 ndash Contribuiccedilatildeo das famiacutelias de plantas para a dieta de T angustula

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria com base nos dados da Tabela 1

As abelhas generalistas visitam flores pequenas e abertas e satildeo menos

relacionadas agraves flores especializadas (RUTHCKE JULES 1993 ROUBIK 1992

apud AGOSTINI SAZIMA 2003) e tecircm preferecircncia de flores arboacutereas com

inflorescecircncia densas

Um exemplo de flores que natildeo satildeo especializadas e que satildeo importantes para a

dieta de T angustula eacute da famiacutelia Asteraceae as espeacutecies Mangifera indica e

Schinus terebinthifolius apresentam grande densidade de flores e permite faacutecil

acesso para as abelhas deste modo tornam-se importantes fornecedores de fontes

de poacutelen (BRAGA et al 2012)

De acordo com o levantamento das plantas utilizadas pelas abelhas jataiacute realizado

por diferentes autores as famiacutelias que se mostraram bem representadas foram

Malvaceae Caesalpiniaceae Melastomataceae Myrtaceae Euphorbiaceae e

Anacardiaceae sendo consideradas portanto essenciais para a dieta da jataiacute

2 2 3 2

2 3

13

3 2

3

12 2 2 2 3

3

41

Acanthaceae Agavaceae Anacardiaceae Asteraceae Bignoniaceae

Bombacaceae Compositae Euphorbiaceae Fabaceae Labiatae

Leguminosae Malpighiaceae Malvaceae Melastomataceae Myrtaceae

Palmae Outros

63

Em geral essas famiacutelias podem ser caracterizadas pela floraccedilatildeo do tipo contiacutenuo ou

seja uma floraccedilatildeo que natildeo cessa ou que ocorre na maior parte do ano o que

permite as abelhas ter acesso aos recursos em todas as estaccedilotildees do ano

(CARVALHO MARCHINI ROS 1999 AGOSTINI SAZIMA 2003 TOLEDO et al

2003 MORGADO et al 2011)

64

65

5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS Sendo este a primeira pesquisa com abelhas em compus no Espiacuterito Santo Foi

observado que a distribuiccedilatildeo dos ninhos encontrados apresentou-se uniforme

Todos os ninhos estavam instalados em paredes e pisos de concreto o que indica

seu potencial de adaptabilidade agraves condiccedilotildees antroacutepicas

A diversidade de cores de poacutelen trazida pelas forrageiras no iniacutecio da manhatilde indica

uma ampla disponibilidade de alimento que a flores oferecem nesse periacuteodo do dia

bem como a eficiecircncia das forrageiras em selecionar essas flores

De acordo com as observaccedilotildees que foram realizadas no estudo as abelhas T

angustula podem ter suas atividades influenciadas pelo clima Uma vez que foi

observado que no periacuteodo de inverno em que as temperaturas satildeo mais baixas

elas comeccedilavam a realizar suas funccedilotildees nos horaacuterios com as temperaturas mais

altas

A divisatildeo de trabalho entre forrageadoras operaacuterias de limpeza e de defesa

observado nessa espeacutecie indica o comportamento altamente social dos Meliponini

O mecanismo de defesa observado em T angustula entre guardas pairando e em

peacute pode indicar uma caracteriacutestica de complementaridade na defesa do ninho uma

vez que durante as observaccedilotildees os dois tipos de guardas sempre se fizeram

presentes O que mostra que mesmo com o atrofiamento do ferratildeo os indiviacuteduos

desenvolveram estrateacutegias para a defesa contra invasores

Foi comum observar a presenccedila de revoadas nos ninhos entre as Jataiacutes Este

comportamento em geral eacute comum para o desenvolvimento (sobrevivecircncia) da

colocircnia No caso dos ninhos observados apoacutes as revoadas eles foram

desaparecendo Este fato pode indicar um baixo iacutendice de recursos troacuteficos para

essas abelhas dentro do campus pois ao inveacutes dos ninhos se manterem ou

aumentarem em quantidade ao longo das observaccedilotildees eles desapareceram

O levantamento das flores visitadas por T angustula indicou um comportamento

generalista desta espeacutecie em visitar uma grande variedade de plantas o que mostra

sua importacircncia para garantir a variabilidade dessas plantas

66

Esse levantamento tambeacutem indicou que a polinizaccedilatildeo realizada por elas foi

predominante em plantas exoacuteticas O que pode refletir a deficiecircncia na quantidade

de plantas nativas melitoacutefilas na aacuterea de estudo

67

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Page 36: FACULDADE CATÓLICA SALESIANA DO ESPÍRITO SANTO … · No grupo dos Apinae está à tribo dos Meliponini, conhecidas como abelhas indígenas sem ferrão por possuir seu ferrão atrofiado

42

43

4 RESULTADOS E DISCUSSOtildeES

41 LOCALIZACcedilAtildeO DOS NINHOS

Foram encontrados onze ninhos (marcados por letra alfabeacutetica de A a K) cinco

instalados em paredes e muros (K C I e J) e seis localizados sob placas de

concreto de passarelas (A B D E F G e H) (mais precisamente na base das

pilastras da passarela que se encontra entre os IC`s II e III) Este fato corrobora com

os estudos de Taura e Laroca (1991) que indica que a disponibilidade de nidificaccedilatildeo

nesses locais aumenta com as atividades antroacutepicas A localizaccedilatildeo dos ninhos eacute

apresentada pelo Mapa 02

Os ninhos C J K (Mapa 02) recebiam calorna maior parte do dia jaacute os demais natildeo

recebiam sol diretamente na maior parte do dia pois eram protegidos pela pilastra e

pela cobertura da passarela

Durante todo o periacuteodo das observaccedilotildees em geral o clima foi de dias quentes com

presenccedila de ventos

MAPA 02 ndash Mapa dos ninhos de T angustula estudadas no Campus de Goiabeiras

(UFES) Abril ndash Setembro2014

Fonte Modificado em Google earth (2014) Dos 11 ninhos observados dois ninhos natildeo apresentavam a entrada com o formato

comum de cilindro e traziam um formato natildeo definido

44

Em todos os ninhos foi possiacutevel ver que a abertura da extremidade do tubo era

relativamente grande Tal formato permite que haja espaccedilo para que algumas

abelhas guardas permaneccedilam na entrada do tubo ao mesmo tempo em que deixa

espaccedilo suficiente para as forrageiras passarem (KARCHER RATNIEKS 2009) Ao

longo de todo o tubo havia presenccedila de centenas de perfuraccedilotildees o que segundo

Gruter Karcher e Ratinieks (2011) eram para ajudar nas trocas gasosas

Nos cinco meses observados trecircs ninhos desapareceram da aacuterea amostral restando

ao final das observaccedilotildees oito ninhos Um deles (ninho E) foi perdido logo no iniacutecio

das observaccedilotildees supotildee-se que tenha ocorrido alguma intervenccedilatildeo aguda por

exemplo humana pois logo no segundo dia de observaccedilatildeo o mesmo jaacute natildeo estava

no lugar demarcado Outros dois ninhos (ninhos F e G) tambeacutem foram perdidos O F

persistiu ateacute o mecircs de Maio e o ninho G ateacute Julho Nestes o desaparecimento se

sucedeu apoacutes eventos de revoadas

42 INTERACcedilOtildeES INTER E INTRAESPECIacuteFICAS

TABELA 1 - Dados dos Ninhos observados

Data Ninho Hora Cores de Poacutelen

Presenccedila de

Resina Operaacuteriaslimpeza Guardas

em peacute Guardas pairando Ameaccedila

14abr D 07h-8h

Amarelo Branco Laranja

Vermelho

X 5 1

13mai C 10h-11h

Amarelo Branco Laranja

Vermelho

X X 4 4

20mai J 15h-16h Branco X X 8 12 02jun H 12h-13h Branco X X 8 4 16jul D 13h-14h Branco

X 8 2 Formiga

20jun B 08h-09h

Amarelo Branco Laranja

Vermelho

X X 9 3

06ago C 14h-15h Branco X 7 10 Lagartixa

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria As observaccedilotildees indicaram que as jataiacutes visitavam vaacuterias espeacutecies de flores durante

as manhatildes e iniacutecio das tardes pois nesse periacuteodo trouxeram uma grande

45

diversidade de poacutelen (cores amarela laranja branca e vermelha) transportados em

suas corbiacutecula para dentro do ninho B C e D (TABELA 1) (FIGURA 1-A) No horaacuterio

da tarde essa diversidade diminuiacutea nos ninhos C D H e J (TABELA 1) e era

representada pelo transporte de poacutelen de cor branca Este fato mostra que a

diversidade de flores visitadas decresce ao longo do dia

As abelhas sociais de um modo geral visitam as flores enquanto elas satildeo atrativas

Elas apresentam preferecircncia pela cor e satildeo capazes de discriminar os conjuntos

florais realizar sua localizaccedilatildeo e selecionar aquelas que produzem maior quantidade

e melhor qualidade de alimento (PIRANI LAURINO 1993) Existem diversos fatores

que podem influenciar a coleta de alimento pelas abelhas sociais entre eles o

comportamento das campeiras e a necessidade das colocircnias que depende do seu

tamanho (PIRANI LAURINO 1993)

Aleacutem de poacutelen tambeacutem foi observado carregamento de resina nas corbiacuteculas para

dentro do ninho B C H e J (TABELA 1) (FIGURA 1-B) essa eacute coletada pelas

abelhas em bototildees florais Depois de a resina ser coletada ela pode ser armazenada

pura ou misturada com cera No caso de T angustula ela geralmente faz a

armazenagem na forma pura (NOGUEIRA-NETO 1997) Como a resina eacute viscosa e

grudenta as abelhas a utilizam para vedar o entorno da entrada do tubo e tambeacutem

para depositar uma quantidade sobre o corpo e cabeccedila das formigas para defender

a colocircnia contra invasores (WITTMANN 1985 NOGUEIRA-NETO 1997)

Durante todo o periacuteodo observado foi notada a presenccedila de operaacuterias que cuidavam

da limpeza dos ninhos (TABELA 1) Essas operaacuterias trabalhavam retirando resiacuteduos

(detritos) de dentro do ninho e o faziam carregando atraveacutes de sua mandiacutebula

(FIGURA 1-C) Este trabalho era realizado continuamente ao longo de todo o dia

Para Nogueira-Neto (1997) T angustula eacute a espeacutecie que tem o melhor haacutebito de

limpeza e por esta razatildeo seu mel e seu proacutepolis satildeo considerados o melhor dentre

as outras espeacutecies

FIGURA 1- Divisatildeo de trabalho entre operaacuterias de Tetragonisca angustula A

Detalhe da corbiacutecula com poacutelen B Detalhe da corbiacutecula com resina C Operaacuteria de

limpeza com resiacuteduo na mandiacutebula

46

Fonte Arquivo Labibio

Em cada ninho foi possiacutevel notar a presenccedila de abelhas que ficavam tanto pousadas

ao longo do tubo de entrada do ninho quanto sobrevoando proacuteximo do mesmo

Essas abelhas satildeo chamadas por Gruter Karcher e Ratnieks (2011) de abelhas

guardas em peacute e pairando respectivamente As guardas em peacute estavam sempre

em grandes quantidades e estiveram em atividade praticamente em todo o periacuteodo

do dia

Essas guardas ficavam na maior parte do tempo com a mandiacutebula apoiada sobre o

ninho acredita-se que tenham a funccedilatildeo de depositar resina ao entorno do ninho As

demais guardas que ficavam sobrevoando estiveram mais ausentes logo no

A B

C

47

comeccedilo da manhatilde por volta das 0700 as 0900 horas As guardas pairando ficavam

na maioria das vezes em nuacutemeros de trecircs a quatro sempre posicionadas a direita e

esquerda do tubo e em direccedilatildeo a entrada (FIGURA 2)

FIGURA 2- Ninho de T angustula com guardas pairando destacado em vermelho e

guardas em peacute em destaque azul

Fonte Arquivo Labibio

Foi observado que no periacuteodo da tarde o nuacutemero de guardas pairando aumentava

Isso era visto com maior frequumlecircncia nos ninhos C e J instalados em paredes

(TABELA 1) Segundo Gruter Karcher e Ratnieks (2011) as colocircnias que

apresentam um nuacutemero maior de guardas pairando sofrem ameaccedilas de

vertebrados fato corroborado no ninho C (TABELA 1) que foi atacado por uma

lagartixa No momento em que aconteceu uma parte da populaccedilatildeo saiu do ninho e

se mostraram bem agitadas O que de acordo com Gruter Karcher Ratnieks (2011)

trata-se de uma resposta defensiva agrave percepccedilatildeo da respiraccedilatildeo de vaacuterios

vertebrados

Tambeacutem foi observado o comportamento defensivo em quando formigas se

aproximavam do ninho D (TABELA 1) As jataiacutes as ldquobeliscavamrdquo para que se

afastassem Esse mesmo comportamento foi visto durante minhas observaccedilotildees ao

Ninho A toda vez que me aproximava para observar ou fotografar surgiam vaacuterias ao

48

meu redor em uma dessas observaccedilotildees a jataiacute picou pele exposta Dentre todos os

ninhos essa foi a que apresentou o comportamento mais agressivo

De acordo com os estudos de Gruter e colaboradores (2012) T angustula eacute a uacutenica

espeacutecie que apresenta um sistema de defesa que envolve dois grupos distintos e

complementares de guardas uma pairando que se estacionam no ar proacuteximo ao

ninho e outras em peacute ao redor da entrada do ninho As guardas que ficam de frente

para o caminho de vocirco satildeo chamadas de grupo principal e as que ficam

posicionadas agrave direita e agrave esquerda do ninho satildeo o grupo secundaacuterio (GRUTER

KARCHER RATNIEKS 2011)

Uma caracteriacutestica interessante dessas guardas eacute que apresentam caracteriacutesticas

morfoloacutegicas diferentes das operaacuterias (satildeo maiores e mais pesadas) (GRUTER et

al 2012) Elas apresentam diferenccedilas no comprimento da asa no tamanho das

pernas traseiras que satildeo relativamente maiores para seu corpo (podendo ajudar na

luta contra invasores) e cabeccedila um pouco menor que das forrageiras Essa ultima

caracteriacutestica estaacute associada agrave maior necessidade das forrageiras de processar

informaccedilotildees sensoriais relacionadas ao forrageamento (GRUTER et al 2012)

As abelhas guardas possuem a funccedilatildeo de defender sua colocircnia de ataques de

intrusos que aproveitam do seu trabalho para roubar o alimento produzido

(GRUTER KARCHER RATNIEKS 2011) As accedilotildees especiacuteficas desses intrusos satildeo

detectadas mais pelas guardas em peacute pois elas conseguem identificar as campeiras

e natildeo campeiras da mesma espeacutecie por quimiorecepccedilatildeo (KARCHER RATNIEKS

2009 GRUTER KARCHER RATNIEKS 2011) Jaacute as guardas que pairam perto do

ninho atacam intrusos que natildeo satildeo da mesma espeacutecie elas o reconhecem pela cor

forma do corpo e pelos odores volaacuteteis (KARCHER RATNIEKS 2009) De acordo

com Zweden e Colaboradores (2011) a presenccedila de guardas pairando aumenta a

detecccedilatildeo de intrusos e que essas guardas respondem especialmente a pistas

visuais Como comportamento de defesa as guardas liberam um feromocircnio de

alarme para recrutar os trabalhadores para o ataque (FREE 1987 apud ZWEDEN

2011)

O nuacutemero meacutedio de guardas durante o periacuteodo observado mostrou-se maior para as

guardas em peacute (78) do que para as guardas pairando (35) Esse fato eacute explicado

por Gruter Karcher e Ratnieks (2011) para eles o gasto energeacutetico das guardas

pairando eacute muito maior de modo que eacute menos dispendioso energicamente para as

49

abelhas ficarem em peacute Mesmo tendo um gasto energeacutetico muito alto nas

observaccedilotildees de Wittmann (1985) as atividades do voo das guardas foi constatado

que essas ficavam pairando por cerca de 70 minutos antes de voltar para dentro do

ninho Este fato mostra que a mudanccedila de guardas natildeo eacute comum e que a defesa do

ninho eacute feita por divisatildeo de trabalho e natildeo por alternacircncia de tarefas (GRUTER

KARCHER RATNIEKS 2011)

Os ninhos que desapareceram ao longo das observaccedilotildees foram devido agraves revoadas

um comportamento comum nas abelhas Nas jataiacutes as revoadas geralmente

ocorrem devido ao calor para refrescar o ninho em caso de altas temperaturas uma

parte da populaccedilatildeo sai do ninho enxameamento para reproduccedilatildeo ou devido agrave

interferecircncia humana quando um ninho eacute retirado de um local para outro

(INFORMACcedilAtildeO PESSOAL ZOCOLOTTI V R) De acordo com este na primeira

semana eacute possiacutevel presenciar alguma revoada que pode ser para identificaccedilatildeo

tanto da flora apiacutecola quanto para localizaccedilatildeo do novo ambiente

No caso dos ninhos F e G ao final de cada revoada observada a entrada do ninho

ficava bastante danificada Foram observadas trecircs revoadas (duas no mesmo dia)

do ninho F todas no mecircs de Maio e duas (em dias diferentes) no ninho G no mecircs

de Junho Apoacutes estas observaccedilotildees os dois ninhos desapareceram

Durante as revoadas vaacuterias abelhas caiam no chatildeo agarradas umas nas outras

Apoacutes queda era possiacutevel observar que as guardas conseguiam prender e retirar

com sua mandiacutebula as pernas e asas do invasor (FIGURA 3-A e B) o que impedia

as invasoras de conseguir atacar novamente Segundo Kerr e colaboradores (2005)

as guardas agarram as pernas dos invasores para que eles caiam no chatildeo e sejam

comidos pelas formigas que ficam proacuteximas aos ninhos

50

FIGURA 3 - Ataque de invasores A T angustula com mandiacutebula presa agrave perna do

Jataiacute invasora BPerna de invasores retirada apoacutes ataque

Fonte Arquivo Labibio

De acordo com Zocolotti VR (INFORMACcedilAtildeO PESSOAL) as cinco espeacutecies de

Meliponini criadas por ele podem apresentar o comportamento de saquear outros

ninhos e isso pode ocorrer por oportunismo ou por falta de alimento Em especial

as Jataiacutes geralmente possuem o costume de atacar as proacuteprias jataiacutes esses

ataques acontecem dentro do mesmo ninho e entre outros proacuteximos Esses ataques

podem ocorrer por atraccedilatildeo de feromocircnio de princesa (rainhas jovens natildeo

fecundadas) por enxame fraco ou ateacute mesmo para absorver o fraco ou seja elas

entram e acabam matando a rainha e mantecircm os trabalhadores por um tempo ateacute

absorver o enxame ou ateacute mesmo o deixam morrer sendo dessa maneira muito

complexas em relaccedilatildeo ao comportamento

Na aacuterea do campus da Ufes houve uma consideraacutevel devastaccedilatildeo na vegetaccedilatildeo

nativa (compreendida de Mata Atlacircntica Manguezal e Restinga) devido agrave

construccedilatildeo de preacutedios que foram erguidos logo no iniacutecio da implantaccedilatildeo da

Universidade Como medida compensatoacuteria foi feito o plantio de espeacutecies arboacutereas

usando em demasia espeacutecies exoacuteticas (CASTRO 2003) Na Ufes eacute possiacutevel ver

poucas aacutereas jardinadas Aleacutem disso sempre que eacute necessaacuterio construir um novo

preacutedio novas aacutereas satildeo eliminadas podendo ou natildeo ser compensada com plantas

nativas

A B

51

Em abelhas sociais o comportamento de saque eacute comum acontecer em sequumlecircncias

natildeo contiacutenuas ou seja ela cessa e recomeccedila por periacuteodos de tempo (SANTANA

etal 2004) Durante as observaccedilotildees foram presenciadas trecircs revoadas ao ninho F

duas no mesmo dia poreacutem em horaacuterios diferentes e duas ao ninho G em dias

diferentes (FIGURAS 4- A B C e D)

FIGURA 4 ndash Revoada do ninho F A Vista da entrada do iniacutecio do estudo B Vista

da entrada em plena atividade em iniacutecio de maio C Entrada apoacutes uma revoada em

maio D Vista da entrada do ninho apoacutes uacuteltima revoada em maio

Fonte Arquivo Labibio

Nas figuras 4a e b mostram o estado em que a entrada do ninho se encontrava na

primeira semana de observaccedilatildeo (vinte e oito de Abril) e na primeira semana do mecircs

seguinte (sete de Maio) esse uacuteltimo a entrada do ninho jaacute se encontrava danificado

No ninho F(FIGURA 4) as revoadas que ocorreram no dia vinte de Maio entre

A B

C D

52

1000 e 1400 horas e no dia vinte e seis de Maio entre 1600 e 1700 horas

corroborando com Santana e colaboradores (2004) sobre o comportamento de

saques intermitentes

No ninho G as revoadas se iniciaram duas semanas apoacutes o desaparecimento do

ninho F nos dias nove e vinte e seis de junho entre 1500 e 1600 horas e dia 16 de

junho no mesmo horaacuterio (FIGURA 5-A B e C)

FIGURA 5 ndash Revoadas no Ninho G A Ninho no iniacutecio de Maio B Registro da

primeira revoada C Ultima revoada perda do ninho

Fonte Arquivo Labibio

As observaccedilotildees evidenciaram a ocorrecircncia de um acuacutemulo de resiacuteduos sobre os

ninhos apoacutes as revoadas (FGURA 5-B) No ninho G tinha uma subpopulaccedilatildeo

A B

C

53

pequena mas bem ativa conforme verificado apoacutes quatro horas de observaccedilatildeo em

nove dias (Graacutefico 1- A e B)

GRAacuteFICO1 A ndash Ritmo de Saiacutedas no Ninho G

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

GRAacuteFICO 1B ndash Ritmo de entradas no ninho G

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

0

20

40

60

80

100

120

140

09h-10h 10h-11h 12h-13h 14h-15h 16h-17h

Nuacutem

ero

de V

isita

s

Horaacuterios

13mai 20mai 26mai

0

20

40

60

80

100

120

140

160

180

200

09h-10h 10h-11h 12h-13h 14h-15h 16h-17h

Nuacutem

ero

de V

isita

s

Horaacuterios

13mai 20mai 26mai

54

No ninho G as abelhas iniciaram suas atividades antes de 09h evidenciado pela

entrada de aproximadamente 180 forrageadoras entre 9 e 10h As saiacutedas neste

mesmo periacuteodo ficaram em torno de 100

Entre 16h-17h houve um grande nuacutemero de entrada o que era esperado todas as

que saiacuteram tecircm que retornar enquanto haacute luminosidade e antes do ninho ser

fechado Conforme esperado por Gruter Karcher Ratnieks (2011) quando comeccedila

a escurecer as Jataiacutes fecham a entrada do tubo para impedir que intrusos ataquem

seu ninho durante a noite e abrem pela manhatilde quando o clima estaacute mais favoraacutevel

para iniciarem suas atividades

Neste ninho entre 12h-13h houve um nuacutemero maior de saiacutedas que de entradas ateacute

agraves 16h Isso possivelmente esteve relacionado agrave uma grande distacircncia entre o ninho

e as fontes de recursos troacuteficos

Outro ninho em que foi possiacutevel observar todos os meses notou-se que apresentou

atividade durante todo o dia (GRAacuteFICO 2-A e B)

GRAacuteFICO 2A ndash Ritmo de saiacutedas do ninho B

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

0

50

100

150

200

250

300

350

400

450

500

07h-08h 08h-09h 09h-10h 11h-12h 12h-13h 13h-14h 14h-15h 15h-16h 16h-17h

Nuacutem

ero

de V

isita

s

Horaacuterios

28abr 13mai 20mai 26mai 09jun 16jun 23jun 01jul 09jul

16jul 23jul 30jul 06ago 13ago 20ago 27ago 05set 10set

55

GRAacuteFICO 2B ndash Ritmo de entradas do nino B

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

O ninho B tinha uma subpopulaccedilatildeo mais numerosa que F e G Durante o inverno

(2307 e 2708) as abelhas iniciavam suas atividades cerca de duas horas mais

tarde em horaacuterio com temperatura mais elevada (indicado pela seta preta) Tal fato

corrobora com as observaccedilotildees de Ulian e colaboradores (2007) que constata que

em periacuteodo mais chuvoso onde as temperaturas satildeo geralmente mais baixas as

Jataiacutes apresentam iniacutecio de atividade agraves 9 horas da manhatilde devido agrave temperatura

nesse horaacuterio comeccedilar a aumentar

Proacuteximo do horaacuterio de 10 horas houve um grande nuacutemero de saiacutedas do ninho

seguido de um grande nuacutemero de entrada o que indica a ocorrecircncia de uma fonte

de recursos proacutexima ao ninho ou a indisponibilidade de recurso para ser coletado

naquela hora Acredita-se que na primeira possibilidade - fonte proacutexima ela era de

resina pelo fato de ter havido um intervalo de saiacuteda ateacute agraves 12h jaacute que esta

demanda mais tempo para ser retirada da corbiacutecula e armazenada por ser

pegajosa No caso da segunda possibilidade natildeo encontraram alimento disponiacutevel

naquele horaacuterio o retorno ao ninho eacute a alternativa mais eficaz para evitar um alto

gasto energeacutetico ateacute que o recurso fique disponiacutevel para coleta

0

100

200

300

400

500

600

07h-08h 08h-09h 09h-10h 10h-11h 11h-12h 12h-13h 13h-14h 14h-15h 15h-16h 16h-17h

Nuacutem

ero

de V

isita

s

Horaacuterios 28abr 13mai 20mai 26mai 09jun 16jun 23jun 09jul16jul 23jul 30jul 20ago 27ago 05set 10set

56

No outono as atividades das Jataiacutes comeccedilaram a diminuir por volta de 15 horas

(indicado pela seta marrom) ateacute cessar totalmente no iniacutecio das 16 horas Pelos

graacuteficos nota-se que o ninho B possui vantagem de uma hora nas atividades em

relaccedilatildeo ao ninho G isso provavelmente ocorreu porque o ninho B obteve mais

sucesso nas coletas distribuiacutedas ao longo do dia

43 RECURSOS FLORAIS

Eacute notoacuteria a relaccedilatildeo que existe entre abelha-flor relaccedilatildeo essa que sucedeu a milhotildees

de anos desde entatildeo as abelhas dependem de substancias utilizadas na

alimentaccedilatildeo e as plantas se beneficiam com a polinizaccedilatildeo (PIRANI LAURINO

1993) Para entender a biologia dos Meliponini eacute importante conhecer sua

alimentaccedilatildeo Para isso eacute necessaacuterio fazer um levantamento das plantas utilizadas

para coleta de poacutelen e neacutectar (SOUZA 1999 apud OLIVEIRA ABSY MIRANDA

2009)

Com base nos dados obtidos sobre as fontes alimentares de T angustula na

literatura (TABELA 2) nota-se a capacidade dessa espeacutecie de visitar uma ampla

diversidade de famiacutelias de plantas Segundo Toledo e colaboradores (2003) durante

cada voo das campeiras em meacutedia 100 flores satildeo visitadas

O levantamento bibliograacutefico indicou que existem duas metodologias bastante

usadas por autores para conhecer a dieta das abelhas Uma delas eacute a investigaccedilatildeo

palinoloacutegica para avaliar as fontes de recursos florais utilizados (poacutelen e neacutectar)

com base no gratildeo de poacutelen depositado no corpo da abelha para identificaccedilatildeo das

espeacutecies vegetais (CARVALHO MARCHINE ROS 1999 FEIDEN 1994 SIMIONI et

al 2007 OLIVEIRA ABSY MIRANDA 2009 MORGADO et al 2011NOVAIS

ABSY SANTOS 2013) A outra se daacute por meio de observaccedilotildees das campeiras nas

flores (AGOSTINI SAZIMA 2003 TOLEDO et al 2003OLIVEIRA ABSY

MIRANDA 2009 BRAGA et al 2012) A partir desses meacutetodos eacute possiacutevel saber

quais satildeo as plantas que produzem seus alimentos preferenciais e quais as fontes

alternativas (OLIVEIRA ABSY MIRANDA 2009)

57

TABELA 2 ndash Relaccedilatildeo das espeacutecies de plantas visitadas porT Angustula Continua

Famiacutelia Espeacutecie Polinizada Visitada Recurso

Poacutelen Neacutectar

Acanthaceae Thunbergia grandiflora X Odontonema strictum X X

Justicia brandegeana X

Ruellia silvaecola X Agavaceae Agave americana X X X

Agave sisalana X X X

Agave attenuata X X X

Dracena fragana X X X Aizoaceae Mesembryantemum spectabilis X Lamprantus productus X Amaranthaceae Gomphrena globosa X Amarylidaceae Clivia miniata X X X Anacardiaceae Schinus terebinthifolius X X

Lithraea molleoides X X

Toxicodendron verniciferum X X

Mangifera indica X X X

Tapirira guianensis X Apiaceae Hydrocotyle leucocephala X Apocynaceae Trevetia peruviana X Araliaceae Tetrapanax papyrifera X X X Asclepiadaceae Asclepias curassavica X X Asteraceae Parthenium hysterophorus X Aspillia latissima X Aspillia sp X Balsaminaceae Impatiens balsamina X X X

Impatiens sultanii X Bignoniaceae Spathodea campanulata X X Tabebulaim petiginosa X X X

Tabebula chrysotricha X X X Bixaceae Bixa orellana X X Bombacaceae Ceiba arianthos X X

Pseudo bombax sp X X

Pseudobombax tomentoso X X

Eriotheca canolleana X X

Bombax ceiba X X Boraginaceae Cordia superba X X

Cordia glabrata X X Brassicaceae Brassica sp X Cactaceae Opuntia ficusindica X X Caesalpiniaceae Schizolobium parahyba X X Capparaceae Cleome spinosa X Caprifoliaceae Lonicera japonica X X

58

TABELA 2 ndash Relaccedilatildeo das espeacutecies de plantas visitadas por T angustula Continua

Famiacutelia Espeacutecie Polinizada Visitada Recurso

Poacutelen Neacutectar

Sambucus australis X X Caryophylaceae Silene armeria X Cecropiaceae Cecropia hololeuca X Cochlospermaceae Cochlospermum vitifolium X X Compositae Vernonia polyanthes X X

Bidens pilosa X X Cosmos auphureus X X X

Centratherium violaceum X X X

Dahlia sp X Eclipta alba X Asterla evis X Tithonia rotundifolia X X X

Tithonia speciosa X X X

Tithonia diversifolia X Baccharis sp X Wedelia paludosa X Eupatorium sp X Mikania glomerata X X

Montano apyramidata X X Montano abipinnatifiada X Senecio brasiliensis X X X

Emilia sonchifolia X X Ambrosia sp X X Creopsis grandiflora X Galinsoga parviflora X Crassulaceae Kalanchoe tubiflora X X Cyperaceae Cyperus sp X Elaeocarpaceae Muntingia calabura X Ericaceae Rhododendron simsii X X X

Rhododendron indicum X X X Euphorbiaceae Alchornea sidaefolia X X X

Euphorbia milii X X X

Euphorbia pulcherrima X X X

Ricinus communis X X X

Croton sp X Fabaceae Desmodium sp X Tipuana tipu X Vigna peduncularis X X Guttiferae Kielmeyera coriacea X X Iridaceae Dietes vegeta X Labiatae Salvia splendens X Origanum vugare X

59

TABELA 2 ndash Relaccedilatildeo das espeacutecies de plantas visitadas por T angustula Continua

Famiacutelia Espeacutecie Polinizada Visitada Recurso

Poacutelen Neacutectar

Ocimum sellowii X Iboza riparia X X X

Coleus blumei X X X Leguminosae Andira anthelmintica X X

Mimosa daleoides X X X

Myroxylon balsamum X X X

Piptadenia gonoacantha X X X

Stylos anthesscabra X Caesalpinia bonducella X X X

Caesalpinia pelthophoroides X X X

Crotalaria lanceolata X Calliandra twedii X Sophora tomentosa X X Mimosa pudica X Erythrina speciosa X X X

Cassia grandis X Schizolobium parahyba X X Senna multijuga X Senna bicapsularis X X Delonix regia X Clitoria fairchildiana X Centrolobium tomentoso X Liliaceae Aloe sp X X Bulbine frutescens X Loranthaceae Struthanthus andrastylus X X Lythraceae Lagerstroemia indica X X Magnoliaceae Talauma ovata X X Malpighiaceae Malphiguia glabra X Tetrapterys X Byrsonima intermedia X X X Malvaceae Hibiscus rosa-sinensis X X X

Malvaviscus arboreus X X Sida rhombifolia X Melastomataceae Tibouchina granulosa X X

Clidemeia sp X X

Tibouchina sp X X X

Tibouchina holosericea X X Meliaceae Trichilia sp X Mimosaceae Leucaena leucocephala X Anadenanthera collubrina X Moraceae Cecropia pachystachya X X X

Morus nigra X X

60

TABELA 2 ndash Relaccedilatildeo das espeacutecies de plantas visitadas por T angustula Continua

Famiacutelia Espeacutecie Polinizada Visitada Recurso

Poacutelen Neacutectar Myrsinaceae Ardisia crenata X X Myrtaceae Eucalyptus robusta X X X

Eugenia jambos X X X

Eugenia pitanga X Eucalyptus terecornis X Plinia glomerata X Nyctaginaceae Bougainvile aspectabilis X X X Oleaceae Jasminum azoricum X Palmae Acrocomia aculeata X X

Archontophoenix cunninghamiana X

Syagrus romanzoffiana X Copernicia alba X X Sheelea phalerata X Passifloraceae Passiflora jilekii X Piperaceae Piper mollicomum X Poaceae Paspalum sp X Polemoniaceae Cobae scandens X Polygonaceae Polygonum capitatum X X X Pontederiaceae Pontederia lanceolata X X Proteaceae Grevill a bansksii X X X Rosaceae Prunus persica X X X

Pyracantha coccinea X X Rubiaceae Pentas lanceolata X X

Citrus airantum X X Rutaceae Citrus limon X X X Scrophulariaceae Paulownia imperialis X X Solanaceae Nicotiana tabacum X X Sterculiaceae Dombeya burgessiae X Dombeya wallichii X Sterculia chicha X X Tiliaceae Heliocarpus americanus X X X Tropaeolaceae Tropaeolum majus X X X Ulmaceae Tipo celtis X Trema micrantha X X Umbelliferae Foeniculum vulgare X X X Verbenaceae Duranta repens X

Vitex agnus-castus X

Velloziaceae Vellozia candia X X X Zingiberaceae Hedychium coronarium X Fonte Pirani Laurino 1993 Carvalho Marchine Ros 1999 Agostini Sazima 2003 Toledo et al 2003 Cartopassi-Laurino 2005 Braga e Colaboradores 2012 Novais Absy Santos 2013

61

Foram encontradas 71 famiacutelias e um total de 166 espeacutecies Dessas 30 espeacutecies satildeo

polinizadas e 136 satildeo visitadas Poacutelen e neacutectar satildeo os recursos mais coletados

com coleta de poacutelen em 78 espeacutecies e de neacutectar em 69 De acordo coma Lista de

Espeacutecies da Flora do Brasil (2010) 20 das espeacutecies que satildeo polinizadas (TABELA

2) satildeo nativas o restante satildeo espeacutecies exoacuteticas ou seja natildeo pertencem agrave flora

brasileira

As famiacutelias que apresentaram maior porcentagem de visitas por T angustula foram

Compositae e Leguminosae (TABELA 2) com 13 e 12 de espeacutecies

respectivamente (GRAacuteFICO 3) sendo as famiacutelias mais importantes para a dieta da

jataiacute (AGOSTINE SAZIMA 2003 SIIONI et al 2007) Esse resultado eacute similar ao

trabalho de Simioni e colaboradores (2007) seus resultados mostram que uma das

famiacutelias analisadas Leguminosae tambeacutem apresentaram um maior destaque na

quantidade de visitas realizadas por T angustula esse fato pode ser explicado pelo

fato de que Leguminosae representa a mais importante fonte de poacutelen para essa

espeacutecie

As famiacutelias Compositae e Leguminosae satildeo as mais bem representadas pelo fato

de apresentarem espeacutecies que fornecem alimento em maior qualidade e quantidade

por vaacuterios periacuteodos do ano Com destaque para a famiacutelia Leguminosae que fornece

recursos alimentares para as abelhas nos periacuteodos de estiagem (PIRANI LAURINO

1993 AGOSTINE SAZIMA 2003)

O graacutefico abaixo ilustra o comportamento generalista deT angustula Onde 41 das

visitadas realizadas pela espeacutecie se distribuem por 55 famiacutelias vegetais Esse

comportamento concorda com trabalho de Anacleto (2007) onde dentre as cinco

espeacutecies estudadas por ele a que apresentou o haacutebito mais generalista em relaccedilatildeo

ao nuacutemero de plantas visitadas foi T angustula

62

GRAacuteFICO 3 ndash Contribuiccedilatildeo das famiacutelias de plantas para a dieta de T angustula

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria com base nos dados da Tabela 1

As abelhas generalistas visitam flores pequenas e abertas e satildeo menos

relacionadas agraves flores especializadas (RUTHCKE JULES 1993 ROUBIK 1992

apud AGOSTINI SAZIMA 2003) e tecircm preferecircncia de flores arboacutereas com

inflorescecircncia densas

Um exemplo de flores que natildeo satildeo especializadas e que satildeo importantes para a

dieta de T angustula eacute da famiacutelia Asteraceae as espeacutecies Mangifera indica e

Schinus terebinthifolius apresentam grande densidade de flores e permite faacutecil

acesso para as abelhas deste modo tornam-se importantes fornecedores de fontes

de poacutelen (BRAGA et al 2012)

De acordo com o levantamento das plantas utilizadas pelas abelhas jataiacute realizado

por diferentes autores as famiacutelias que se mostraram bem representadas foram

Malvaceae Caesalpiniaceae Melastomataceae Myrtaceae Euphorbiaceae e

Anacardiaceae sendo consideradas portanto essenciais para a dieta da jataiacute

2 2 3 2

2 3

13

3 2

3

12 2 2 2 3

3

41

Acanthaceae Agavaceae Anacardiaceae Asteraceae Bignoniaceae

Bombacaceae Compositae Euphorbiaceae Fabaceae Labiatae

Leguminosae Malpighiaceae Malvaceae Melastomataceae Myrtaceae

Palmae Outros

63

Em geral essas famiacutelias podem ser caracterizadas pela floraccedilatildeo do tipo contiacutenuo ou

seja uma floraccedilatildeo que natildeo cessa ou que ocorre na maior parte do ano o que

permite as abelhas ter acesso aos recursos em todas as estaccedilotildees do ano

(CARVALHO MARCHINI ROS 1999 AGOSTINI SAZIMA 2003 TOLEDO et al

2003 MORGADO et al 2011)

64

65

5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS Sendo este a primeira pesquisa com abelhas em compus no Espiacuterito Santo Foi

observado que a distribuiccedilatildeo dos ninhos encontrados apresentou-se uniforme

Todos os ninhos estavam instalados em paredes e pisos de concreto o que indica

seu potencial de adaptabilidade agraves condiccedilotildees antroacutepicas

A diversidade de cores de poacutelen trazida pelas forrageiras no iniacutecio da manhatilde indica

uma ampla disponibilidade de alimento que a flores oferecem nesse periacuteodo do dia

bem como a eficiecircncia das forrageiras em selecionar essas flores

De acordo com as observaccedilotildees que foram realizadas no estudo as abelhas T

angustula podem ter suas atividades influenciadas pelo clima Uma vez que foi

observado que no periacuteodo de inverno em que as temperaturas satildeo mais baixas

elas comeccedilavam a realizar suas funccedilotildees nos horaacuterios com as temperaturas mais

altas

A divisatildeo de trabalho entre forrageadoras operaacuterias de limpeza e de defesa

observado nessa espeacutecie indica o comportamento altamente social dos Meliponini

O mecanismo de defesa observado em T angustula entre guardas pairando e em

peacute pode indicar uma caracteriacutestica de complementaridade na defesa do ninho uma

vez que durante as observaccedilotildees os dois tipos de guardas sempre se fizeram

presentes O que mostra que mesmo com o atrofiamento do ferratildeo os indiviacuteduos

desenvolveram estrateacutegias para a defesa contra invasores

Foi comum observar a presenccedila de revoadas nos ninhos entre as Jataiacutes Este

comportamento em geral eacute comum para o desenvolvimento (sobrevivecircncia) da

colocircnia No caso dos ninhos observados apoacutes as revoadas eles foram

desaparecendo Este fato pode indicar um baixo iacutendice de recursos troacuteficos para

essas abelhas dentro do campus pois ao inveacutes dos ninhos se manterem ou

aumentarem em quantidade ao longo das observaccedilotildees eles desapareceram

O levantamento das flores visitadas por T angustula indicou um comportamento

generalista desta espeacutecie em visitar uma grande variedade de plantas o que mostra

sua importacircncia para garantir a variabilidade dessas plantas

66

Esse levantamento tambeacutem indicou que a polinizaccedilatildeo realizada por elas foi

predominante em plantas exoacuteticas O que pode refletir a deficiecircncia na quantidade

de plantas nativas melitoacutefilas na aacuterea de estudo

67

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Page 37: FACULDADE CATÓLICA SALESIANA DO ESPÍRITO SANTO … · No grupo dos Apinae está à tribo dos Meliponini, conhecidas como abelhas indígenas sem ferrão por possuir seu ferrão atrofiado

43

4 RESULTADOS E DISCUSSOtildeES

41 LOCALIZACcedilAtildeO DOS NINHOS

Foram encontrados onze ninhos (marcados por letra alfabeacutetica de A a K) cinco

instalados em paredes e muros (K C I e J) e seis localizados sob placas de

concreto de passarelas (A B D E F G e H) (mais precisamente na base das

pilastras da passarela que se encontra entre os IC`s II e III) Este fato corrobora com

os estudos de Taura e Laroca (1991) que indica que a disponibilidade de nidificaccedilatildeo

nesses locais aumenta com as atividades antroacutepicas A localizaccedilatildeo dos ninhos eacute

apresentada pelo Mapa 02

Os ninhos C J K (Mapa 02) recebiam calorna maior parte do dia jaacute os demais natildeo

recebiam sol diretamente na maior parte do dia pois eram protegidos pela pilastra e

pela cobertura da passarela

Durante todo o periacuteodo das observaccedilotildees em geral o clima foi de dias quentes com

presenccedila de ventos

MAPA 02 ndash Mapa dos ninhos de T angustula estudadas no Campus de Goiabeiras

(UFES) Abril ndash Setembro2014

Fonte Modificado em Google earth (2014) Dos 11 ninhos observados dois ninhos natildeo apresentavam a entrada com o formato

comum de cilindro e traziam um formato natildeo definido

44

Em todos os ninhos foi possiacutevel ver que a abertura da extremidade do tubo era

relativamente grande Tal formato permite que haja espaccedilo para que algumas

abelhas guardas permaneccedilam na entrada do tubo ao mesmo tempo em que deixa

espaccedilo suficiente para as forrageiras passarem (KARCHER RATNIEKS 2009) Ao

longo de todo o tubo havia presenccedila de centenas de perfuraccedilotildees o que segundo

Gruter Karcher e Ratinieks (2011) eram para ajudar nas trocas gasosas

Nos cinco meses observados trecircs ninhos desapareceram da aacuterea amostral restando

ao final das observaccedilotildees oito ninhos Um deles (ninho E) foi perdido logo no iniacutecio

das observaccedilotildees supotildee-se que tenha ocorrido alguma intervenccedilatildeo aguda por

exemplo humana pois logo no segundo dia de observaccedilatildeo o mesmo jaacute natildeo estava

no lugar demarcado Outros dois ninhos (ninhos F e G) tambeacutem foram perdidos O F

persistiu ateacute o mecircs de Maio e o ninho G ateacute Julho Nestes o desaparecimento se

sucedeu apoacutes eventos de revoadas

42 INTERACcedilOtildeES INTER E INTRAESPECIacuteFICAS

TABELA 1 - Dados dos Ninhos observados

Data Ninho Hora Cores de Poacutelen

Presenccedila de

Resina Operaacuteriaslimpeza Guardas

em peacute Guardas pairando Ameaccedila

14abr D 07h-8h

Amarelo Branco Laranja

Vermelho

X 5 1

13mai C 10h-11h

Amarelo Branco Laranja

Vermelho

X X 4 4

20mai J 15h-16h Branco X X 8 12 02jun H 12h-13h Branco X X 8 4 16jul D 13h-14h Branco

X 8 2 Formiga

20jun B 08h-09h

Amarelo Branco Laranja

Vermelho

X X 9 3

06ago C 14h-15h Branco X 7 10 Lagartixa

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria As observaccedilotildees indicaram que as jataiacutes visitavam vaacuterias espeacutecies de flores durante

as manhatildes e iniacutecio das tardes pois nesse periacuteodo trouxeram uma grande

45

diversidade de poacutelen (cores amarela laranja branca e vermelha) transportados em

suas corbiacutecula para dentro do ninho B C e D (TABELA 1) (FIGURA 1-A) No horaacuterio

da tarde essa diversidade diminuiacutea nos ninhos C D H e J (TABELA 1) e era

representada pelo transporte de poacutelen de cor branca Este fato mostra que a

diversidade de flores visitadas decresce ao longo do dia

As abelhas sociais de um modo geral visitam as flores enquanto elas satildeo atrativas

Elas apresentam preferecircncia pela cor e satildeo capazes de discriminar os conjuntos

florais realizar sua localizaccedilatildeo e selecionar aquelas que produzem maior quantidade

e melhor qualidade de alimento (PIRANI LAURINO 1993) Existem diversos fatores

que podem influenciar a coleta de alimento pelas abelhas sociais entre eles o

comportamento das campeiras e a necessidade das colocircnias que depende do seu

tamanho (PIRANI LAURINO 1993)

Aleacutem de poacutelen tambeacutem foi observado carregamento de resina nas corbiacuteculas para

dentro do ninho B C H e J (TABELA 1) (FIGURA 1-B) essa eacute coletada pelas

abelhas em bototildees florais Depois de a resina ser coletada ela pode ser armazenada

pura ou misturada com cera No caso de T angustula ela geralmente faz a

armazenagem na forma pura (NOGUEIRA-NETO 1997) Como a resina eacute viscosa e

grudenta as abelhas a utilizam para vedar o entorno da entrada do tubo e tambeacutem

para depositar uma quantidade sobre o corpo e cabeccedila das formigas para defender

a colocircnia contra invasores (WITTMANN 1985 NOGUEIRA-NETO 1997)

Durante todo o periacuteodo observado foi notada a presenccedila de operaacuterias que cuidavam

da limpeza dos ninhos (TABELA 1) Essas operaacuterias trabalhavam retirando resiacuteduos

(detritos) de dentro do ninho e o faziam carregando atraveacutes de sua mandiacutebula

(FIGURA 1-C) Este trabalho era realizado continuamente ao longo de todo o dia

Para Nogueira-Neto (1997) T angustula eacute a espeacutecie que tem o melhor haacutebito de

limpeza e por esta razatildeo seu mel e seu proacutepolis satildeo considerados o melhor dentre

as outras espeacutecies

FIGURA 1- Divisatildeo de trabalho entre operaacuterias de Tetragonisca angustula A

Detalhe da corbiacutecula com poacutelen B Detalhe da corbiacutecula com resina C Operaacuteria de

limpeza com resiacuteduo na mandiacutebula

46

Fonte Arquivo Labibio

Em cada ninho foi possiacutevel notar a presenccedila de abelhas que ficavam tanto pousadas

ao longo do tubo de entrada do ninho quanto sobrevoando proacuteximo do mesmo

Essas abelhas satildeo chamadas por Gruter Karcher e Ratnieks (2011) de abelhas

guardas em peacute e pairando respectivamente As guardas em peacute estavam sempre

em grandes quantidades e estiveram em atividade praticamente em todo o periacuteodo

do dia

Essas guardas ficavam na maior parte do tempo com a mandiacutebula apoiada sobre o

ninho acredita-se que tenham a funccedilatildeo de depositar resina ao entorno do ninho As

demais guardas que ficavam sobrevoando estiveram mais ausentes logo no

A B

C

47

comeccedilo da manhatilde por volta das 0700 as 0900 horas As guardas pairando ficavam

na maioria das vezes em nuacutemeros de trecircs a quatro sempre posicionadas a direita e

esquerda do tubo e em direccedilatildeo a entrada (FIGURA 2)

FIGURA 2- Ninho de T angustula com guardas pairando destacado em vermelho e

guardas em peacute em destaque azul

Fonte Arquivo Labibio

Foi observado que no periacuteodo da tarde o nuacutemero de guardas pairando aumentava

Isso era visto com maior frequumlecircncia nos ninhos C e J instalados em paredes

(TABELA 1) Segundo Gruter Karcher e Ratnieks (2011) as colocircnias que

apresentam um nuacutemero maior de guardas pairando sofrem ameaccedilas de

vertebrados fato corroborado no ninho C (TABELA 1) que foi atacado por uma

lagartixa No momento em que aconteceu uma parte da populaccedilatildeo saiu do ninho e

se mostraram bem agitadas O que de acordo com Gruter Karcher Ratnieks (2011)

trata-se de uma resposta defensiva agrave percepccedilatildeo da respiraccedilatildeo de vaacuterios

vertebrados

Tambeacutem foi observado o comportamento defensivo em quando formigas se

aproximavam do ninho D (TABELA 1) As jataiacutes as ldquobeliscavamrdquo para que se

afastassem Esse mesmo comportamento foi visto durante minhas observaccedilotildees ao

Ninho A toda vez que me aproximava para observar ou fotografar surgiam vaacuterias ao

48

meu redor em uma dessas observaccedilotildees a jataiacute picou pele exposta Dentre todos os

ninhos essa foi a que apresentou o comportamento mais agressivo

De acordo com os estudos de Gruter e colaboradores (2012) T angustula eacute a uacutenica

espeacutecie que apresenta um sistema de defesa que envolve dois grupos distintos e

complementares de guardas uma pairando que se estacionam no ar proacuteximo ao

ninho e outras em peacute ao redor da entrada do ninho As guardas que ficam de frente

para o caminho de vocirco satildeo chamadas de grupo principal e as que ficam

posicionadas agrave direita e agrave esquerda do ninho satildeo o grupo secundaacuterio (GRUTER

KARCHER RATNIEKS 2011)

Uma caracteriacutestica interessante dessas guardas eacute que apresentam caracteriacutesticas

morfoloacutegicas diferentes das operaacuterias (satildeo maiores e mais pesadas) (GRUTER et

al 2012) Elas apresentam diferenccedilas no comprimento da asa no tamanho das

pernas traseiras que satildeo relativamente maiores para seu corpo (podendo ajudar na

luta contra invasores) e cabeccedila um pouco menor que das forrageiras Essa ultima

caracteriacutestica estaacute associada agrave maior necessidade das forrageiras de processar

informaccedilotildees sensoriais relacionadas ao forrageamento (GRUTER et al 2012)

As abelhas guardas possuem a funccedilatildeo de defender sua colocircnia de ataques de

intrusos que aproveitam do seu trabalho para roubar o alimento produzido

(GRUTER KARCHER RATNIEKS 2011) As accedilotildees especiacuteficas desses intrusos satildeo

detectadas mais pelas guardas em peacute pois elas conseguem identificar as campeiras

e natildeo campeiras da mesma espeacutecie por quimiorecepccedilatildeo (KARCHER RATNIEKS

2009 GRUTER KARCHER RATNIEKS 2011) Jaacute as guardas que pairam perto do

ninho atacam intrusos que natildeo satildeo da mesma espeacutecie elas o reconhecem pela cor

forma do corpo e pelos odores volaacuteteis (KARCHER RATNIEKS 2009) De acordo

com Zweden e Colaboradores (2011) a presenccedila de guardas pairando aumenta a

detecccedilatildeo de intrusos e que essas guardas respondem especialmente a pistas

visuais Como comportamento de defesa as guardas liberam um feromocircnio de

alarme para recrutar os trabalhadores para o ataque (FREE 1987 apud ZWEDEN

2011)

O nuacutemero meacutedio de guardas durante o periacuteodo observado mostrou-se maior para as

guardas em peacute (78) do que para as guardas pairando (35) Esse fato eacute explicado

por Gruter Karcher e Ratnieks (2011) para eles o gasto energeacutetico das guardas

pairando eacute muito maior de modo que eacute menos dispendioso energicamente para as

49

abelhas ficarem em peacute Mesmo tendo um gasto energeacutetico muito alto nas

observaccedilotildees de Wittmann (1985) as atividades do voo das guardas foi constatado

que essas ficavam pairando por cerca de 70 minutos antes de voltar para dentro do

ninho Este fato mostra que a mudanccedila de guardas natildeo eacute comum e que a defesa do

ninho eacute feita por divisatildeo de trabalho e natildeo por alternacircncia de tarefas (GRUTER

KARCHER RATNIEKS 2011)

Os ninhos que desapareceram ao longo das observaccedilotildees foram devido agraves revoadas

um comportamento comum nas abelhas Nas jataiacutes as revoadas geralmente

ocorrem devido ao calor para refrescar o ninho em caso de altas temperaturas uma

parte da populaccedilatildeo sai do ninho enxameamento para reproduccedilatildeo ou devido agrave

interferecircncia humana quando um ninho eacute retirado de um local para outro

(INFORMACcedilAtildeO PESSOAL ZOCOLOTTI V R) De acordo com este na primeira

semana eacute possiacutevel presenciar alguma revoada que pode ser para identificaccedilatildeo

tanto da flora apiacutecola quanto para localizaccedilatildeo do novo ambiente

No caso dos ninhos F e G ao final de cada revoada observada a entrada do ninho

ficava bastante danificada Foram observadas trecircs revoadas (duas no mesmo dia)

do ninho F todas no mecircs de Maio e duas (em dias diferentes) no ninho G no mecircs

de Junho Apoacutes estas observaccedilotildees os dois ninhos desapareceram

Durante as revoadas vaacuterias abelhas caiam no chatildeo agarradas umas nas outras

Apoacutes queda era possiacutevel observar que as guardas conseguiam prender e retirar

com sua mandiacutebula as pernas e asas do invasor (FIGURA 3-A e B) o que impedia

as invasoras de conseguir atacar novamente Segundo Kerr e colaboradores (2005)

as guardas agarram as pernas dos invasores para que eles caiam no chatildeo e sejam

comidos pelas formigas que ficam proacuteximas aos ninhos

50

FIGURA 3 - Ataque de invasores A T angustula com mandiacutebula presa agrave perna do

Jataiacute invasora BPerna de invasores retirada apoacutes ataque

Fonte Arquivo Labibio

De acordo com Zocolotti VR (INFORMACcedilAtildeO PESSOAL) as cinco espeacutecies de

Meliponini criadas por ele podem apresentar o comportamento de saquear outros

ninhos e isso pode ocorrer por oportunismo ou por falta de alimento Em especial

as Jataiacutes geralmente possuem o costume de atacar as proacuteprias jataiacutes esses

ataques acontecem dentro do mesmo ninho e entre outros proacuteximos Esses ataques

podem ocorrer por atraccedilatildeo de feromocircnio de princesa (rainhas jovens natildeo

fecundadas) por enxame fraco ou ateacute mesmo para absorver o fraco ou seja elas

entram e acabam matando a rainha e mantecircm os trabalhadores por um tempo ateacute

absorver o enxame ou ateacute mesmo o deixam morrer sendo dessa maneira muito

complexas em relaccedilatildeo ao comportamento

Na aacuterea do campus da Ufes houve uma consideraacutevel devastaccedilatildeo na vegetaccedilatildeo

nativa (compreendida de Mata Atlacircntica Manguezal e Restinga) devido agrave

construccedilatildeo de preacutedios que foram erguidos logo no iniacutecio da implantaccedilatildeo da

Universidade Como medida compensatoacuteria foi feito o plantio de espeacutecies arboacutereas

usando em demasia espeacutecies exoacuteticas (CASTRO 2003) Na Ufes eacute possiacutevel ver

poucas aacutereas jardinadas Aleacutem disso sempre que eacute necessaacuterio construir um novo

preacutedio novas aacutereas satildeo eliminadas podendo ou natildeo ser compensada com plantas

nativas

A B

51

Em abelhas sociais o comportamento de saque eacute comum acontecer em sequumlecircncias

natildeo contiacutenuas ou seja ela cessa e recomeccedila por periacuteodos de tempo (SANTANA

etal 2004) Durante as observaccedilotildees foram presenciadas trecircs revoadas ao ninho F

duas no mesmo dia poreacutem em horaacuterios diferentes e duas ao ninho G em dias

diferentes (FIGURAS 4- A B C e D)

FIGURA 4 ndash Revoada do ninho F A Vista da entrada do iniacutecio do estudo B Vista

da entrada em plena atividade em iniacutecio de maio C Entrada apoacutes uma revoada em

maio D Vista da entrada do ninho apoacutes uacuteltima revoada em maio

Fonte Arquivo Labibio

Nas figuras 4a e b mostram o estado em que a entrada do ninho se encontrava na

primeira semana de observaccedilatildeo (vinte e oito de Abril) e na primeira semana do mecircs

seguinte (sete de Maio) esse uacuteltimo a entrada do ninho jaacute se encontrava danificado

No ninho F(FIGURA 4) as revoadas que ocorreram no dia vinte de Maio entre

A B

C D

52

1000 e 1400 horas e no dia vinte e seis de Maio entre 1600 e 1700 horas

corroborando com Santana e colaboradores (2004) sobre o comportamento de

saques intermitentes

No ninho G as revoadas se iniciaram duas semanas apoacutes o desaparecimento do

ninho F nos dias nove e vinte e seis de junho entre 1500 e 1600 horas e dia 16 de

junho no mesmo horaacuterio (FIGURA 5-A B e C)

FIGURA 5 ndash Revoadas no Ninho G A Ninho no iniacutecio de Maio B Registro da

primeira revoada C Ultima revoada perda do ninho

Fonte Arquivo Labibio

As observaccedilotildees evidenciaram a ocorrecircncia de um acuacutemulo de resiacuteduos sobre os

ninhos apoacutes as revoadas (FGURA 5-B) No ninho G tinha uma subpopulaccedilatildeo

A B

C

53

pequena mas bem ativa conforme verificado apoacutes quatro horas de observaccedilatildeo em

nove dias (Graacutefico 1- A e B)

GRAacuteFICO1 A ndash Ritmo de Saiacutedas no Ninho G

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

GRAacuteFICO 1B ndash Ritmo de entradas no ninho G

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

0

20

40

60

80

100

120

140

09h-10h 10h-11h 12h-13h 14h-15h 16h-17h

Nuacutem

ero

de V

isita

s

Horaacuterios

13mai 20mai 26mai

0

20

40

60

80

100

120

140

160

180

200

09h-10h 10h-11h 12h-13h 14h-15h 16h-17h

Nuacutem

ero

de V

isita

s

Horaacuterios

13mai 20mai 26mai

54

No ninho G as abelhas iniciaram suas atividades antes de 09h evidenciado pela

entrada de aproximadamente 180 forrageadoras entre 9 e 10h As saiacutedas neste

mesmo periacuteodo ficaram em torno de 100

Entre 16h-17h houve um grande nuacutemero de entrada o que era esperado todas as

que saiacuteram tecircm que retornar enquanto haacute luminosidade e antes do ninho ser

fechado Conforme esperado por Gruter Karcher Ratnieks (2011) quando comeccedila

a escurecer as Jataiacutes fecham a entrada do tubo para impedir que intrusos ataquem

seu ninho durante a noite e abrem pela manhatilde quando o clima estaacute mais favoraacutevel

para iniciarem suas atividades

Neste ninho entre 12h-13h houve um nuacutemero maior de saiacutedas que de entradas ateacute

agraves 16h Isso possivelmente esteve relacionado agrave uma grande distacircncia entre o ninho

e as fontes de recursos troacuteficos

Outro ninho em que foi possiacutevel observar todos os meses notou-se que apresentou

atividade durante todo o dia (GRAacuteFICO 2-A e B)

GRAacuteFICO 2A ndash Ritmo de saiacutedas do ninho B

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

0

50

100

150

200

250

300

350

400

450

500

07h-08h 08h-09h 09h-10h 11h-12h 12h-13h 13h-14h 14h-15h 15h-16h 16h-17h

Nuacutem

ero

de V

isita

s

Horaacuterios

28abr 13mai 20mai 26mai 09jun 16jun 23jun 01jul 09jul

16jul 23jul 30jul 06ago 13ago 20ago 27ago 05set 10set

55

GRAacuteFICO 2B ndash Ritmo de entradas do nino B

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

O ninho B tinha uma subpopulaccedilatildeo mais numerosa que F e G Durante o inverno

(2307 e 2708) as abelhas iniciavam suas atividades cerca de duas horas mais

tarde em horaacuterio com temperatura mais elevada (indicado pela seta preta) Tal fato

corrobora com as observaccedilotildees de Ulian e colaboradores (2007) que constata que

em periacuteodo mais chuvoso onde as temperaturas satildeo geralmente mais baixas as

Jataiacutes apresentam iniacutecio de atividade agraves 9 horas da manhatilde devido agrave temperatura

nesse horaacuterio comeccedilar a aumentar

Proacuteximo do horaacuterio de 10 horas houve um grande nuacutemero de saiacutedas do ninho

seguido de um grande nuacutemero de entrada o que indica a ocorrecircncia de uma fonte

de recursos proacutexima ao ninho ou a indisponibilidade de recurso para ser coletado

naquela hora Acredita-se que na primeira possibilidade - fonte proacutexima ela era de

resina pelo fato de ter havido um intervalo de saiacuteda ateacute agraves 12h jaacute que esta

demanda mais tempo para ser retirada da corbiacutecula e armazenada por ser

pegajosa No caso da segunda possibilidade natildeo encontraram alimento disponiacutevel

naquele horaacuterio o retorno ao ninho eacute a alternativa mais eficaz para evitar um alto

gasto energeacutetico ateacute que o recurso fique disponiacutevel para coleta

0

100

200

300

400

500

600

07h-08h 08h-09h 09h-10h 10h-11h 11h-12h 12h-13h 13h-14h 14h-15h 15h-16h 16h-17h

Nuacutem

ero

de V

isita

s

Horaacuterios 28abr 13mai 20mai 26mai 09jun 16jun 23jun 09jul16jul 23jul 30jul 20ago 27ago 05set 10set

56

No outono as atividades das Jataiacutes comeccedilaram a diminuir por volta de 15 horas

(indicado pela seta marrom) ateacute cessar totalmente no iniacutecio das 16 horas Pelos

graacuteficos nota-se que o ninho B possui vantagem de uma hora nas atividades em

relaccedilatildeo ao ninho G isso provavelmente ocorreu porque o ninho B obteve mais

sucesso nas coletas distribuiacutedas ao longo do dia

43 RECURSOS FLORAIS

Eacute notoacuteria a relaccedilatildeo que existe entre abelha-flor relaccedilatildeo essa que sucedeu a milhotildees

de anos desde entatildeo as abelhas dependem de substancias utilizadas na

alimentaccedilatildeo e as plantas se beneficiam com a polinizaccedilatildeo (PIRANI LAURINO

1993) Para entender a biologia dos Meliponini eacute importante conhecer sua

alimentaccedilatildeo Para isso eacute necessaacuterio fazer um levantamento das plantas utilizadas

para coleta de poacutelen e neacutectar (SOUZA 1999 apud OLIVEIRA ABSY MIRANDA

2009)

Com base nos dados obtidos sobre as fontes alimentares de T angustula na

literatura (TABELA 2) nota-se a capacidade dessa espeacutecie de visitar uma ampla

diversidade de famiacutelias de plantas Segundo Toledo e colaboradores (2003) durante

cada voo das campeiras em meacutedia 100 flores satildeo visitadas

O levantamento bibliograacutefico indicou que existem duas metodologias bastante

usadas por autores para conhecer a dieta das abelhas Uma delas eacute a investigaccedilatildeo

palinoloacutegica para avaliar as fontes de recursos florais utilizados (poacutelen e neacutectar)

com base no gratildeo de poacutelen depositado no corpo da abelha para identificaccedilatildeo das

espeacutecies vegetais (CARVALHO MARCHINE ROS 1999 FEIDEN 1994 SIMIONI et

al 2007 OLIVEIRA ABSY MIRANDA 2009 MORGADO et al 2011NOVAIS

ABSY SANTOS 2013) A outra se daacute por meio de observaccedilotildees das campeiras nas

flores (AGOSTINI SAZIMA 2003 TOLEDO et al 2003OLIVEIRA ABSY

MIRANDA 2009 BRAGA et al 2012) A partir desses meacutetodos eacute possiacutevel saber

quais satildeo as plantas que produzem seus alimentos preferenciais e quais as fontes

alternativas (OLIVEIRA ABSY MIRANDA 2009)

57

TABELA 2 ndash Relaccedilatildeo das espeacutecies de plantas visitadas porT Angustula Continua

Famiacutelia Espeacutecie Polinizada Visitada Recurso

Poacutelen Neacutectar

Acanthaceae Thunbergia grandiflora X Odontonema strictum X X

Justicia brandegeana X

Ruellia silvaecola X Agavaceae Agave americana X X X

Agave sisalana X X X

Agave attenuata X X X

Dracena fragana X X X Aizoaceae Mesembryantemum spectabilis X Lamprantus productus X Amaranthaceae Gomphrena globosa X Amarylidaceae Clivia miniata X X X Anacardiaceae Schinus terebinthifolius X X

Lithraea molleoides X X

Toxicodendron verniciferum X X

Mangifera indica X X X

Tapirira guianensis X Apiaceae Hydrocotyle leucocephala X Apocynaceae Trevetia peruviana X Araliaceae Tetrapanax papyrifera X X X Asclepiadaceae Asclepias curassavica X X Asteraceae Parthenium hysterophorus X Aspillia latissima X Aspillia sp X Balsaminaceae Impatiens balsamina X X X

Impatiens sultanii X Bignoniaceae Spathodea campanulata X X Tabebulaim petiginosa X X X

Tabebula chrysotricha X X X Bixaceae Bixa orellana X X Bombacaceae Ceiba arianthos X X

Pseudo bombax sp X X

Pseudobombax tomentoso X X

Eriotheca canolleana X X

Bombax ceiba X X Boraginaceae Cordia superba X X

Cordia glabrata X X Brassicaceae Brassica sp X Cactaceae Opuntia ficusindica X X Caesalpiniaceae Schizolobium parahyba X X Capparaceae Cleome spinosa X Caprifoliaceae Lonicera japonica X X

58

TABELA 2 ndash Relaccedilatildeo das espeacutecies de plantas visitadas por T angustula Continua

Famiacutelia Espeacutecie Polinizada Visitada Recurso

Poacutelen Neacutectar

Sambucus australis X X Caryophylaceae Silene armeria X Cecropiaceae Cecropia hololeuca X Cochlospermaceae Cochlospermum vitifolium X X Compositae Vernonia polyanthes X X

Bidens pilosa X X Cosmos auphureus X X X

Centratherium violaceum X X X

Dahlia sp X Eclipta alba X Asterla evis X Tithonia rotundifolia X X X

Tithonia speciosa X X X

Tithonia diversifolia X Baccharis sp X Wedelia paludosa X Eupatorium sp X Mikania glomerata X X

Montano apyramidata X X Montano abipinnatifiada X Senecio brasiliensis X X X

Emilia sonchifolia X X Ambrosia sp X X Creopsis grandiflora X Galinsoga parviflora X Crassulaceae Kalanchoe tubiflora X X Cyperaceae Cyperus sp X Elaeocarpaceae Muntingia calabura X Ericaceae Rhododendron simsii X X X

Rhododendron indicum X X X Euphorbiaceae Alchornea sidaefolia X X X

Euphorbia milii X X X

Euphorbia pulcherrima X X X

Ricinus communis X X X

Croton sp X Fabaceae Desmodium sp X Tipuana tipu X Vigna peduncularis X X Guttiferae Kielmeyera coriacea X X Iridaceae Dietes vegeta X Labiatae Salvia splendens X Origanum vugare X

59

TABELA 2 ndash Relaccedilatildeo das espeacutecies de plantas visitadas por T angustula Continua

Famiacutelia Espeacutecie Polinizada Visitada Recurso

Poacutelen Neacutectar

Ocimum sellowii X Iboza riparia X X X

Coleus blumei X X X Leguminosae Andira anthelmintica X X

Mimosa daleoides X X X

Myroxylon balsamum X X X

Piptadenia gonoacantha X X X

Stylos anthesscabra X Caesalpinia bonducella X X X

Caesalpinia pelthophoroides X X X

Crotalaria lanceolata X Calliandra twedii X Sophora tomentosa X X Mimosa pudica X Erythrina speciosa X X X

Cassia grandis X Schizolobium parahyba X X Senna multijuga X Senna bicapsularis X X Delonix regia X Clitoria fairchildiana X Centrolobium tomentoso X Liliaceae Aloe sp X X Bulbine frutescens X Loranthaceae Struthanthus andrastylus X X Lythraceae Lagerstroemia indica X X Magnoliaceae Talauma ovata X X Malpighiaceae Malphiguia glabra X Tetrapterys X Byrsonima intermedia X X X Malvaceae Hibiscus rosa-sinensis X X X

Malvaviscus arboreus X X Sida rhombifolia X Melastomataceae Tibouchina granulosa X X

Clidemeia sp X X

Tibouchina sp X X X

Tibouchina holosericea X X Meliaceae Trichilia sp X Mimosaceae Leucaena leucocephala X Anadenanthera collubrina X Moraceae Cecropia pachystachya X X X

Morus nigra X X

60

TABELA 2 ndash Relaccedilatildeo das espeacutecies de plantas visitadas por T angustula Continua

Famiacutelia Espeacutecie Polinizada Visitada Recurso

Poacutelen Neacutectar Myrsinaceae Ardisia crenata X X Myrtaceae Eucalyptus robusta X X X

Eugenia jambos X X X

Eugenia pitanga X Eucalyptus terecornis X Plinia glomerata X Nyctaginaceae Bougainvile aspectabilis X X X Oleaceae Jasminum azoricum X Palmae Acrocomia aculeata X X

Archontophoenix cunninghamiana X

Syagrus romanzoffiana X Copernicia alba X X Sheelea phalerata X Passifloraceae Passiflora jilekii X Piperaceae Piper mollicomum X Poaceae Paspalum sp X Polemoniaceae Cobae scandens X Polygonaceae Polygonum capitatum X X X Pontederiaceae Pontederia lanceolata X X Proteaceae Grevill a bansksii X X X Rosaceae Prunus persica X X X

Pyracantha coccinea X X Rubiaceae Pentas lanceolata X X

Citrus airantum X X Rutaceae Citrus limon X X X Scrophulariaceae Paulownia imperialis X X Solanaceae Nicotiana tabacum X X Sterculiaceae Dombeya burgessiae X Dombeya wallichii X Sterculia chicha X X Tiliaceae Heliocarpus americanus X X X Tropaeolaceae Tropaeolum majus X X X Ulmaceae Tipo celtis X Trema micrantha X X Umbelliferae Foeniculum vulgare X X X Verbenaceae Duranta repens X

Vitex agnus-castus X

Velloziaceae Vellozia candia X X X Zingiberaceae Hedychium coronarium X Fonte Pirani Laurino 1993 Carvalho Marchine Ros 1999 Agostini Sazima 2003 Toledo et al 2003 Cartopassi-Laurino 2005 Braga e Colaboradores 2012 Novais Absy Santos 2013

61

Foram encontradas 71 famiacutelias e um total de 166 espeacutecies Dessas 30 espeacutecies satildeo

polinizadas e 136 satildeo visitadas Poacutelen e neacutectar satildeo os recursos mais coletados

com coleta de poacutelen em 78 espeacutecies e de neacutectar em 69 De acordo coma Lista de

Espeacutecies da Flora do Brasil (2010) 20 das espeacutecies que satildeo polinizadas (TABELA

2) satildeo nativas o restante satildeo espeacutecies exoacuteticas ou seja natildeo pertencem agrave flora

brasileira

As famiacutelias que apresentaram maior porcentagem de visitas por T angustula foram

Compositae e Leguminosae (TABELA 2) com 13 e 12 de espeacutecies

respectivamente (GRAacuteFICO 3) sendo as famiacutelias mais importantes para a dieta da

jataiacute (AGOSTINE SAZIMA 2003 SIIONI et al 2007) Esse resultado eacute similar ao

trabalho de Simioni e colaboradores (2007) seus resultados mostram que uma das

famiacutelias analisadas Leguminosae tambeacutem apresentaram um maior destaque na

quantidade de visitas realizadas por T angustula esse fato pode ser explicado pelo

fato de que Leguminosae representa a mais importante fonte de poacutelen para essa

espeacutecie

As famiacutelias Compositae e Leguminosae satildeo as mais bem representadas pelo fato

de apresentarem espeacutecies que fornecem alimento em maior qualidade e quantidade

por vaacuterios periacuteodos do ano Com destaque para a famiacutelia Leguminosae que fornece

recursos alimentares para as abelhas nos periacuteodos de estiagem (PIRANI LAURINO

1993 AGOSTINE SAZIMA 2003)

O graacutefico abaixo ilustra o comportamento generalista deT angustula Onde 41 das

visitadas realizadas pela espeacutecie se distribuem por 55 famiacutelias vegetais Esse

comportamento concorda com trabalho de Anacleto (2007) onde dentre as cinco

espeacutecies estudadas por ele a que apresentou o haacutebito mais generalista em relaccedilatildeo

ao nuacutemero de plantas visitadas foi T angustula

62

GRAacuteFICO 3 ndash Contribuiccedilatildeo das famiacutelias de plantas para a dieta de T angustula

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria com base nos dados da Tabela 1

As abelhas generalistas visitam flores pequenas e abertas e satildeo menos

relacionadas agraves flores especializadas (RUTHCKE JULES 1993 ROUBIK 1992

apud AGOSTINI SAZIMA 2003) e tecircm preferecircncia de flores arboacutereas com

inflorescecircncia densas

Um exemplo de flores que natildeo satildeo especializadas e que satildeo importantes para a

dieta de T angustula eacute da famiacutelia Asteraceae as espeacutecies Mangifera indica e

Schinus terebinthifolius apresentam grande densidade de flores e permite faacutecil

acesso para as abelhas deste modo tornam-se importantes fornecedores de fontes

de poacutelen (BRAGA et al 2012)

De acordo com o levantamento das plantas utilizadas pelas abelhas jataiacute realizado

por diferentes autores as famiacutelias que se mostraram bem representadas foram

Malvaceae Caesalpiniaceae Melastomataceae Myrtaceae Euphorbiaceae e

Anacardiaceae sendo consideradas portanto essenciais para a dieta da jataiacute

2 2 3 2

2 3

13

3 2

3

12 2 2 2 3

3

41

Acanthaceae Agavaceae Anacardiaceae Asteraceae Bignoniaceae

Bombacaceae Compositae Euphorbiaceae Fabaceae Labiatae

Leguminosae Malpighiaceae Malvaceae Melastomataceae Myrtaceae

Palmae Outros

63

Em geral essas famiacutelias podem ser caracterizadas pela floraccedilatildeo do tipo contiacutenuo ou

seja uma floraccedilatildeo que natildeo cessa ou que ocorre na maior parte do ano o que

permite as abelhas ter acesso aos recursos em todas as estaccedilotildees do ano

(CARVALHO MARCHINI ROS 1999 AGOSTINI SAZIMA 2003 TOLEDO et al

2003 MORGADO et al 2011)

64

65

5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS Sendo este a primeira pesquisa com abelhas em compus no Espiacuterito Santo Foi

observado que a distribuiccedilatildeo dos ninhos encontrados apresentou-se uniforme

Todos os ninhos estavam instalados em paredes e pisos de concreto o que indica

seu potencial de adaptabilidade agraves condiccedilotildees antroacutepicas

A diversidade de cores de poacutelen trazida pelas forrageiras no iniacutecio da manhatilde indica

uma ampla disponibilidade de alimento que a flores oferecem nesse periacuteodo do dia

bem como a eficiecircncia das forrageiras em selecionar essas flores

De acordo com as observaccedilotildees que foram realizadas no estudo as abelhas T

angustula podem ter suas atividades influenciadas pelo clima Uma vez que foi

observado que no periacuteodo de inverno em que as temperaturas satildeo mais baixas

elas comeccedilavam a realizar suas funccedilotildees nos horaacuterios com as temperaturas mais

altas

A divisatildeo de trabalho entre forrageadoras operaacuterias de limpeza e de defesa

observado nessa espeacutecie indica o comportamento altamente social dos Meliponini

O mecanismo de defesa observado em T angustula entre guardas pairando e em

peacute pode indicar uma caracteriacutestica de complementaridade na defesa do ninho uma

vez que durante as observaccedilotildees os dois tipos de guardas sempre se fizeram

presentes O que mostra que mesmo com o atrofiamento do ferratildeo os indiviacuteduos

desenvolveram estrateacutegias para a defesa contra invasores

Foi comum observar a presenccedila de revoadas nos ninhos entre as Jataiacutes Este

comportamento em geral eacute comum para o desenvolvimento (sobrevivecircncia) da

colocircnia No caso dos ninhos observados apoacutes as revoadas eles foram

desaparecendo Este fato pode indicar um baixo iacutendice de recursos troacuteficos para

essas abelhas dentro do campus pois ao inveacutes dos ninhos se manterem ou

aumentarem em quantidade ao longo das observaccedilotildees eles desapareceram

O levantamento das flores visitadas por T angustula indicou um comportamento

generalista desta espeacutecie em visitar uma grande variedade de plantas o que mostra

sua importacircncia para garantir a variabilidade dessas plantas

66

Esse levantamento tambeacutem indicou que a polinizaccedilatildeo realizada por elas foi

predominante em plantas exoacuteticas O que pode refletir a deficiecircncia na quantidade

de plantas nativas melitoacutefilas na aacuterea de estudo

67

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Page 38: FACULDADE CATÓLICA SALESIANA DO ESPÍRITO SANTO … · No grupo dos Apinae está à tribo dos Meliponini, conhecidas como abelhas indígenas sem ferrão por possuir seu ferrão atrofiado

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Em todos os ninhos foi possiacutevel ver que a abertura da extremidade do tubo era

relativamente grande Tal formato permite que haja espaccedilo para que algumas

abelhas guardas permaneccedilam na entrada do tubo ao mesmo tempo em que deixa

espaccedilo suficiente para as forrageiras passarem (KARCHER RATNIEKS 2009) Ao

longo de todo o tubo havia presenccedila de centenas de perfuraccedilotildees o que segundo

Gruter Karcher e Ratinieks (2011) eram para ajudar nas trocas gasosas

Nos cinco meses observados trecircs ninhos desapareceram da aacuterea amostral restando

ao final das observaccedilotildees oito ninhos Um deles (ninho E) foi perdido logo no iniacutecio

das observaccedilotildees supotildee-se que tenha ocorrido alguma intervenccedilatildeo aguda por

exemplo humana pois logo no segundo dia de observaccedilatildeo o mesmo jaacute natildeo estava

no lugar demarcado Outros dois ninhos (ninhos F e G) tambeacutem foram perdidos O F

persistiu ateacute o mecircs de Maio e o ninho G ateacute Julho Nestes o desaparecimento se

sucedeu apoacutes eventos de revoadas

42 INTERACcedilOtildeES INTER E INTRAESPECIacuteFICAS

TABELA 1 - Dados dos Ninhos observados

Data Ninho Hora Cores de Poacutelen

Presenccedila de

Resina Operaacuteriaslimpeza Guardas

em peacute Guardas pairando Ameaccedila

14abr D 07h-8h

Amarelo Branco Laranja

Vermelho

X 5 1

13mai C 10h-11h

Amarelo Branco Laranja

Vermelho

X X 4 4

20mai J 15h-16h Branco X X 8 12 02jun H 12h-13h Branco X X 8 4 16jul D 13h-14h Branco

X 8 2 Formiga

20jun B 08h-09h

Amarelo Branco Laranja

Vermelho

X X 9 3

06ago C 14h-15h Branco X 7 10 Lagartixa

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria As observaccedilotildees indicaram que as jataiacutes visitavam vaacuterias espeacutecies de flores durante

as manhatildes e iniacutecio das tardes pois nesse periacuteodo trouxeram uma grande

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diversidade de poacutelen (cores amarela laranja branca e vermelha) transportados em

suas corbiacutecula para dentro do ninho B C e D (TABELA 1) (FIGURA 1-A) No horaacuterio

da tarde essa diversidade diminuiacutea nos ninhos C D H e J (TABELA 1) e era

representada pelo transporte de poacutelen de cor branca Este fato mostra que a

diversidade de flores visitadas decresce ao longo do dia

As abelhas sociais de um modo geral visitam as flores enquanto elas satildeo atrativas

Elas apresentam preferecircncia pela cor e satildeo capazes de discriminar os conjuntos

florais realizar sua localizaccedilatildeo e selecionar aquelas que produzem maior quantidade

e melhor qualidade de alimento (PIRANI LAURINO 1993) Existem diversos fatores

que podem influenciar a coleta de alimento pelas abelhas sociais entre eles o

comportamento das campeiras e a necessidade das colocircnias que depende do seu

tamanho (PIRANI LAURINO 1993)

Aleacutem de poacutelen tambeacutem foi observado carregamento de resina nas corbiacuteculas para

dentro do ninho B C H e J (TABELA 1) (FIGURA 1-B) essa eacute coletada pelas

abelhas em bototildees florais Depois de a resina ser coletada ela pode ser armazenada

pura ou misturada com cera No caso de T angustula ela geralmente faz a

armazenagem na forma pura (NOGUEIRA-NETO 1997) Como a resina eacute viscosa e

grudenta as abelhas a utilizam para vedar o entorno da entrada do tubo e tambeacutem

para depositar uma quantidade sobre o corpo e cabeccedila das formigas para defender

a colocircnia contra invasores (WITTMANN 1985 NOGUEIRA-NETO 1997)

Durante todo o periacuteodo observado foi notada a presenccedila de operaacuterias que cuidavam

da limpeza dos ninhos (TABELA 1) Essas operaacuterias trabalhavam retirando resiacuteduos

(detritos) de dentro do ninho e o faziam carregando atraveacutes de sua mandiacutebula

(FIGURA 1-C) Este trabalho era realizado continuamente ao longo de todo o dia

Para Nogueira-Neto (1997) T angustula eacute a espeacutecie que tem o melhor haacutebito de

limpeza e por esta razatildeo seu mel e seu proacutepolis satildeo considerados o melhor dentre

as outras espeacutecies

FIGURA 1- Divisatildeo de trabalho entre operaacuterias de Tetragonisca angustula A

Detalhe da corbiacutecula com poacutelen B Detalhe da corbiacutecula com resina C Operaacuteria de

limpeza com resiacuteduo na mandiacutebula

46

Fonte Arquivo Labibio

Em cada ninho foi possiacutevel notar a presenccedila de abelhas que ficavam tanto pousadas

ao longo do tubo de entrada do ninho quanto sobrevoando proacuteximo do mesmo

Essas abelhas satildeo chamadas por Gruter Karcher e Ratnieks (2011) de abelhas

guardas em peacute e pairando respectivamente As guardas em peacute estavam sempre

em grandes quantidades e estiveram em atividade praticamente em todo o periacuteodo

do dia

Essas guardas ficavam na maior parte do tempo com a mandiacutebula apoiada sobre o

ninho acredita-se que tenham a funccedilatildeo de depositar resina ao entorno do ninho As

demais guardas que ficavam sobrevoando estiveram mais ausentes logo no

A B

C

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comeccedilo da manhatilde por volta das 0700 as 0900 horas As guardas pairando ficavam

na maioria das vezes em nuacutemeros de trecircs a quatro sempre posicionadas a direita e

esquerda do tubo e em direccedilatildeo a entrada (FIGURA 2)

FIGURA 2- Ninho de T angustula com guardas pairando destacado em vermelho e

guardas em peacute em destaque azul

Fonte Arquivo Labibio

Foi observado que no periacuteodo da tarde o nuacutemero de guardas pairando aumentava

Isso era visto com maior frequumlecircncia nos ninhos C e J instalados em paredes

(TABELA 1) Segundo Gruter Karcher e Ratnieks (2011) as colocircnias que

apresentam um nuacutemero maior de guardas pairando sofrem ameaccedilas de

vertebrados fato corroborado no ninho C (TABELA 1) que foi atacado por uma

lagartixa No momento em que aconteceu uma parte da populaccedilatildeo saiu do ninho e

se mostraram bem agitadas O que de acordo com Gruter Karcher Ratnieks (2011)

trata-se de uma resposta defensiva agrave percepccedilatildeo da respiraccedilatildeo de vaacuterios

vertebrados

Tambeacutem foi observado o comportamento defensivo em quando formigas se

aproximavam do ninho D (TABELA 1) As jataiacutes as ldquobeliscavamrdquo para que se

afastassem Esse mesmo comportamento foi visto durante minhas observaccedilotildees ao

Ninho A toda vez que me aproximava para observar ou fotografar surgiam vaacuterias ao

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meu redor em uma dessas observaccedilotildees a jataiacute picou pele exposta Dentre todos os

ninhos essa foi a que apresentou o comportamento mais agressivo

De acordo com os estudos de Gruter e colaboradores (2012) T angustula eacute a uacutenica

espeacutecie que apresenta um sistema de defesa que envolve dois grupos distintos e

complementares de guardas uma pairando que se estacionam no ar proacuteximo ao

ninho e outras em peacute ao redor da entrada do ninho As guardas que ficam de frente

para o caminho de vocirco satildeo chamadas de grupo principal e as que ficam

posicionadas agrave direita e agrave esquerda do ninho satildeo o grupo secundaacuterio (GRUTER

KARCHER RATNIEKS 2011)

Uma caracteriacutestica interessante dessas guardas eacute que apresentam caracteriacutesticas

morfoloacutegicas diferentes das operaacuterias (satildeo maiores e mais pesadas) (GRUTER et

al 2012) Elas apresentam diferenccedilas no comprimento da asa no tamanho das

pernas traseiras que satildeo relativamente maiores para seu corpo (podendo ajudar na

luta contra invasores) e cabeccedila um pouco menor que das forrageiras Essa ultima

caracteriacutestica estaacute associada agrave maior necessidade das forrageiras de processar

informaccedilotildees sensoriais relacionadas ao forrageamento (GRUTER et al 2012)

As abelhas guardas possuem a funccedilatildeo de defender sua colocircnia de ataques de

intrusos que aproveitam do seu trabalho para roubar o alimento produzido

(GRUTER KARCHER RATNIEKS 2011) As accedilotildees especiacuteficas desses intrusos satildeo

detectadas mais pelas guardas em peacute pois elas conseguem identificar as campeiras

e natildeo campeiras da mesma espeacutecie por quimiorecepccedilatildeo (KARCHER RATNIEKS

2009 GRUTER KARCHER RATNIEKS 2011) Jaacute as guardas que pairam perto do

ninho atacam intrusos que natildeo satildeo da mesma espeacutecie elas o reconhecem pela cor

forma do corpo e pelos odores volaacuteteis (KARCHER RATNIEKS 2009) De acordo

com Zweden e Colaboradores (2011) a presenccedila de guardas pairando aumenta a

detecccedilatildeo de intrusos e que essas guardas respondem especialmente a pistas

visuais Como comportamento de defesa as guardas liberam um feromocircnio de

alarme para recrutar os trabalhadores para o ataque (FREE 1987 apud ZWEDEN

2011)

O nuacutemero meacutedio de guardas durante o periacuteodo observado mostrou-se maior para as

guardas em peacute (78) do que para as guardas pairando (35) Esse fato eacute explicado

por Gruter Karcher e Ratnieks (2011) para eles o gasto energeacutetico das guardas

pairando eacute muito maior de modo que eacute menos dispendioso energicamente para as

49

abelhas ficarem em peacute Mesmo tendo um gasto energeacutetico muito alto nas

observaccedilotildees de Wittmann (1985) as atividades do voo das guardas foi constatado

que essas ficavam pairando por cerca de 70 minutos antes de voltar para dentro do

ninho Este fato mostra que a mudanccedila de guardas natildeo eacute comum e que a defesa do

ninho eacute feita por divisatildeo de trabalho e natildeo por alternacircncia de tarefas (GRUTER

KARCHER RATNIEKS 2011)

Os ninhos que desapareceram ao longo das observaccedilotildees foram devido agraves revoadas

um comportamento comum nas abelhas Nas jataiacutes as revoadas geralmente

ocorrem devido ao calor para refrescar o ninho em caso de altas temperaturas uma

parte da populaccedilatildeo sai do ninho enxameamento para reproduccedilatildeo ou devido agrave

interferecircncia humana quando um ninho eacute retirado de um local para outro

(INFORMACcedilAtildeO PESSOAL ZOCOLOTTI V R) De acordo com este na primeira

semana eacute possiacutevel presenciar alguma revoada que pode ser para identificaccedilatildeo

tanto da flora apiacutecola quanto para localizaccedilatildeo do novo ambiente

No caso dos ninhos F e G ao final de cada revoada observada a entrada do ninho

ficava bastante danificada Foram observadas trecircs revoadas (duas no mesmo dia)

do ninho F todas no mecircs de Maio e duas (em dias diferentes) no ninho G no mecircs

de Junho Apoacutes estas observaccedilotildees os dois ninhos desapareceram

Durante as revoadas vaacuterias abelhas caiam no chatildeo agarradas umas nas outras

Apoacutes queda era possiacutevel observar que as guardas conseguiam prender e retirar

com sua mandiacutebula as pernas e asas do invasor (FIGURA 3-A e B) o que impedia

as invasoras de conseguir atacar novamente Segundo Kerr e colaboradores (2005)

as guardas agarram as pernas dos invasores para que eles caiam no chatildeo e sejam

comidos pelas formigas que ficam proacuteximas aos ninhos

50

FIGURA 3 - Ataque de invasores A T angustula com mandiacutebula presa agrave perna do

Jataiacute invasora BPerna de invasores retirada apoacutes ataque

Fonte Arquivo Labibio

De acordo com Zocolotti VR (INFORMACcedilAtildeO PESSOAL) as cinco espeacutecies de

Meliponini criadas por ele podem apresentar o comportamento de saquear outros

ninhos e isso pode ocorrer por oportunismo ou por falta de alimento Em especial

as Jataiacutes geralmente possuem o costume de atacar as proacuteprias jataiacutes esses

ataques acontecem dentro do mesmo ninho e entre outros proacuteximos Esses ataques

podem ocorrer por atraccedilatildeo de feromocircnio de princesa (rainhas jovens natildeo

fecundadas) por enxame fraco ou ateacute mesmo para absorver o fraco ou seja elas

entram e acabam matando a rainha e mantecircm os trabalhadores por um tempo ateacute

absorver o enxame ou ateacute mesmo o deixam morrer sendo dessa maneira muito

complexas em relaccedilatildeo ao comportamento

Na aacuterea do campus da Ufes houve uma consideraacutevel devastaccedilatildeo na vegetaccedilatildeo

nativa (compreendida de Mata Atlacircntica Manguezal e Restinga) devido agrave

construccedilatildeo de preacutedios que foram erguidos logo no iniacutecio da implantaccedilatildeo da

Universidade Como medida compensatoacuteria foi feito o plantio de espeacutecies arboacutereas

usando em demasia espeacutecies exoacuteticas (CASTRO 2003) Na Ufes eacute possiacutevel ver

poucas aacutereas jardinadas Aleacutem disso sempre que eacute necessaacuterio construir um novo

preacutedio novas aacutereas satildeo eliminadas podendo ou natildeo ser compensada com plantas

nativas

A B

51

Em abelhas sociais o comportamento de saque eacute comum acontecer em sequumlecircncias

natildeo contiacutenuas ou seja ela cessa e recomeccedila por periacuteodos de tempo (SANTANA

etal 2004) Durante as observaccedilotildees foram presenciadas trecircs revoadas ao ninho F

duas no mesmo dia poreacutem em horaacuterios diferentes e duas ao ninho G em dias

diferentes (FIGURAS 4- A B C e D)

FIGURA 4 ndash Revoada do ninho F A Vista da entrada do iniacutecio do estudo B Vista

da entrada em plena atividade em iniacutecio de maio C Entrada apoacutes uma revoada em

maio D Vista da entrada do ninho apoacutes uacuteltima revoada em maio

Fonte Arquivo Labibio

Nas figuras 4a e b mostram o estado em que a entrada do ninho se encontrava na

primeira semana de observaccedilatildeo (vinte e oito de Abril) e na primeira semana do mecircs

seguinte (sete de Maio) esse uacuteltimo a entrada do ninho jaacute se encontrava danificado

No ninho F(FIGURA 4) as revoadas que ocorreram no dia vinte de Maio entre

A B

C D

52

1000 e 1400 horas e no dia vinte e seis de Maio entre 1600 e 1700 horas

corroborando com Santana e colaboradores (2004) sobre o comportamento de

saques intermitentes

No ninho G as revoadas se iniciaram duas semanas apoacutes o desaparecimento do

ninho F nos dias nove e vinte e seis de junho entre 1500 e 1600 horas e dia 16 de

junho no mesmo horaacuterio (FIGURA 5-A B e C)

FIGURA 5 ndash Revoadas no Ninho G A Ninho no iniacutecio de Maio B Registro da

primeira revoada C Ultima revoada perda do ninho

Fonte Arquivo Labibio

As observaccedilotildees evidenciaram a ocorrecircncia de um acuacutemulo de resiacuteduos sobre os

ninhos apoacutes as revoadas (FGURA 5-B) No ninho G tinha uma subpopulaccedilatildeo

A B

C

53

pequena mas bem ativa conforme verificado apoacutes quatro horas de observaccedilatildeo em

nove dias (Graacutefico 1- A e B)

GRAacuteFICO1 A ndash Ritmo de Saiacutedas no Ninho G

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

GRAacuteFICO 1B ndash Ritmo de entradas no ninho G

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

0

20

40

60

80

100

120

140

09h-10h 10h-11h 12h-13h 14h-15h 16h-17h

Nuacutem

ero

de V

isita

s

Horaacuterios

13mai 20mai 26mai

0

20

40

60

80

100

120

140

160

180

200

09h-10h 10h-11h 12h-13h 14h-15h 16h-17h

Nuacutem

ero

de V

isita

s

Horaacuterios

13mai 20mai 26mai

54

No ninho G as abelhas iniciaram suas atividades antes de 09h evidenciado pela

entrada de aproximadamente 180 forrageadoras entre 9 e 10h As saiacutedas neste

mesmo periacuteodo ficaram em torno de 100

Entre 16h-17h houve um grande nuacutemero de entrada o que era esperado todas as

que saiacuteram tecircm que retornar enquanto haacute luminosidade e antes do ninho ser

fechado Conforme esperado por Gruter Karcher Ratnieks (2011) quando comeccedila

a escurecer as Jataiacutes fecham a entrada do tubo para impedir que intrusos ataquem

seu ninho durante a noite e abrem pela manhatilde quando o clima estaacute mais favoraacutevel

para iniciarem suas atividades

Neste ninho entre 12h-13h houve um nuacutemero maior de saiacutedas que de entradas ateacute

agraves 16h Isso possivelmente esteve relacionado agrave uma grande distacircncia entre o ninho

e as fontes de recursos troacuteficos

Outro ninho em que foi possiacutevel observar todos os meses notou-se que apresentou

atividade durante todo o dia (GRAacuteFICO 2-A e B)

GRAacuteFICO 2A ndash Ritmo de saiacutedas do ninho B

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

0

50

100

150

200

250

300

350

400

450

500

07h-08h 08h-09h 09h-10h 11h-12h 12h-13h 13h-14h 14h-15h 15h-16h 16h-17h

Nuacutem

ero

de V

isita

s

Horaacuterios

28abr 13mai 20mai 26mai 09jun 16jun 23jun 01jul 09jul

16jul 23jul 30jul 06ago 13ago 20ago 27ago 05set 10set

55

GRAacuteFICO 2B ndash Ritmo de entradas do nino B

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

O ninho B tinha uma subpopulaccedilatildeo mais numerosa que F e G Durante o inverno

(2307 e 2708) as abelhas iniciavam suas atividades cerca de duas horas mais

tarde em horaacuterio com temperatura mais elevada (indicado pela seta preta) Tal fato

corrobora com as observaccedilotildees de Ulian e colaboradores (2007) que constata que

em periacuteodo mais chuvoso onde as temperaturas satildeo geralmente mais baixas as

Jataiacutes apresentam iniacutecio de atividade agraves 9 horas da manhatilde devido agrave temperatura

nesse horaacuterio comeccedilar a aumentar

Proacuteximo do horaacuterio de 10 horas houve um grande nuacutemero de saiacutedas do ninho

seguido de um grande nuacutemero de entrada o que indica a ocorrecircncia de uma fonte

de recursos proacutexima ao ninho ou a indisponibilidade de recurso para ser coletado

naquela hora Acredita-se que na primeira possibilidade - fonte proacutexima ela era de

resina pelo fato de ter havido um intervalo de saiacuteda ateacute agraves 12h jaacute que esta

demanda mais tempo para ser retirada da corbiacutecula e armazenada por ser

pegajosa No caso da segunda possibilidade natildeo encontraram alimento disponiacutevel

naquele horaacuterio o retorno ao ninho eacute a alternativa mais eficaz para evitar um alto

gasto energeacutetico ateacute que o recurso fique disponiacutevel para coleta

0

100

200

300

400

500

600

07h-08h 08h-09h 09h-10h 10h-11h 11h-12h 12h-13h 13h-14h 14h-15h 15h-16h 16h-17h

Nuacutem

ero

de V

isita

s

Horaacuterios 28abr 13mai 20mai 26mai 09jun 16jun 23jun 09jul16jul 23jul 30jul 20ago 27ago 05set 10set

56

No outono as atividades das Jataiacutes comeccedilaram a diminuir por volta de 15 horas

(indicado pela seta marrom) ateacute cessar totalmente no iniacutecio das 16 horas Pelos

graacuteficos nota-se que o ninho B possui vantagem de uma hora nas atividades em

relaccedilatildeo ao ninho G isso provavelmente ocorreu porque o ninho B obteve mais

sucesso nas coletas distribuiacutedas ao longo do dia

43 RECURSOS FLORAIS

Eacute notoacuteria a relaccedilatildeo que existe entre abelha-flor relaccedilatildeo essa que sucedeu a milhotildees

de anos desde entatildeo as abelhas dependem de substancias utilizadas na

alimentaccedilatildeo e as plantas se beneficiam com a polinizaccedilatildeo (PIRANI LAURINO

1993) Para entender a biologia dos Meliponini eacute importante conhecer sua

alimentaccedilatildeo Para isso eacute necessaacuterio fazer um levantamento das plantas utilizadas

para coleta de poacutelen e neacutectar (SOUZA 1999 apud OLIVEIRA ABSY MIRANDA

2009)

Com base nos dados obtidos sobre as fontes alimentares de T angustula na

literatura (TABELA 2) nota-se a capacidade dessa espeacutecie de visitar uma ampla

diversidade de famiacutelias de plantas Segundo Toledo e colaboradores (2003) durante

cada voo das campeiras em meacutedia 100 flores satildeo visitadas

O levantamento bibliograacutefico indicou que existem duas metodologias bastante

usadas por autores para conhecer a dieta das abelhas Uma delas eacute a investigaccedilatildeo

palinoloacutegica para avaliar as fontes de recursos florais utilizados (poacutelen e neacutectar)

com base no gratildeo de poacutelen depositado no corpo da abelha para identificaccedilatildeo das

espeacutecies vegetais (CARVALHO MARCHINE ROS 1999 FEIDEN 1994 SIMIONI et

al 2007 OLIVEIRA ABSY MIRANDA 2009 MORGADO et al 2011NOVAIS

ABSY SANTOS 2013) A outra se daacute por meio de observaccedilotildees das campeiras nas

flores (AGOSTINI SAZIMA 2003 TOLEDO et al 2003OLIVEIRA ABSY

MIRANDA 2009 BRAGA et al 2012) A partir desses meacutetodos eacute possiacutevel saber

quais satildeo as plantas que produzem seus alimentos preferenciais e quais as fontes

alternativas (OLIVEIRA ABSY MIRANDA 2009)

57

TABELA 2 ndash Relaccedilatildeo das espeacutecies de plantas visitadas porT Angustula Continua

Famiacutelia Espeacutecie Polinizada Visitada Recurso

Poacutelen Neacutectar

Acanthaceae Thunbergia grandiflora X Odontonema strictum X X

Justicia brandegeana X

Ruellia silvaecola X Agavaceae Agave americana X X X

Agave sisalana X X X

Agave attenuata X X X

Dracena fragana X X X Aizoaceae Mesembryantemum spectabilis X Lamprantus productus X Amaranthaceae Gomphrena globosa X Amarylidaceae Clivia miniata X X X Anacardiaceae Schinus terebinthifolius X X

Lithraea molleoides X X

Toxicodendron verniciferum X X

Mangifera indica X X X

Tapirira guianensis X Apiaceae Hydrocotyle leucocephala X Apocynaceae Trevetia peruviana X Araliaceae Tetrapanax papyrifera X X X Asclepiadaceae Asclepias curassavica X X Asteraceae Parthenium hysterophorus X Aspillia latissima X Aspillia sp X Balsaminaceae Impatiens balsamina X X X

Impatiens sultanii X Bignoniaceae Spathodea campanulata X X Tabebulaim petiginosa X X X

Tabebula chrysotricha X X X Bixaceae Bixa orellana X X Bombacaceae Ceiba arianthos X X

Pseudo bombax sp X X

Pseudobombax tomentoso X X

Eriotheca canolleana X X

Bombax ceiba X X Boraginaceae Cordia superba X X

Cordia glabrata X X Brassicaceae Brassica sp X Cactaceae Opuntia ficusindica X X Caesalpiniaceae Schizolobium parahyba X X Capparaceae Cleome spinosa X Caprifoliaceae Lonicera japonica X X

58

TABELA 2 ndash Relaccedilatildeo das espeacutecies de plantas visitadas por T angustula Continua

Famiacutelia Espeacutecie Polinizada Visitada Recurso

Poacutelen Neacutectar

Sambucus australis X X Caryophylaceae Silene armeria X Cecropiaceae Cecropia hololeuca X Cochlospermaceae Cochlospermum vitifolium X X Compositae Vernonia polyanthes X X

Bidens pilosa X X Cosmos auphureus X X X

Centratherium violaceum X X X

Dahlia sp X Eclipta alba X Asterla evis X Tithonia rotundifolia X X X

Tithonia speciosa X X X

Tithonia diversifolia X Baccharis sp X Wedelia paludosa X Eupatorium sp X Mikania glomerata X X

Montano apyramidata X X Montano abipinnatifiada X Senecio brasiliensis X X X

Emilia sonchifolia X X Ambrosia sp X X Creopsis grandiflora X Galinsoga parviflora X Crassulaceae Kalanchoe tubiflora X X Cyperaceae Cyperus sp X Elaeocarpaceae Muntingia calabura X Ericaceae Rhododendron simsii X X X

Rhododendron indicum X X X Euphorbiaceae Alchornea sidaefolia X X X

Euphorbia milii X X X

Euphorbia pulcherrima X X X

Ricinus communis X X X

Croton sp X Fabaceae Desmodium sp X Tipuana tipu X Vigna peduncularis X X Guttiferae Kielmeyera coriacea X X Iridaceae Dietes vegeta X Labiatae Salvia splendens X Origanum vugare X

59

TABELA 2 ndash Relaccedilatildeo das espeacutecies de plantas visitadas por T angustula Continua

Famiacutelia Espeacutecie Polinizada Visitada Recurso

Poacutelen Neacutectar

Ocimum sellowii X Iboza riparia X X X

Coleus blumei X X X Leguminosae Andira anthelmintica X X

Mimosa daleoides X X X

Myroxylon balsamum X X X

Piptadenia gonoacantha X X X

Stylos anthesscabra X Caesalpinia bonducella X X X

Caesalpinia pelthophoroides X X X

Crotalaria lanceolata X Calliandra twedii X Sophora tomentosa X X Mimosa pudica X Erythrina speciosa X X X

Cassia grandis X Schizolobium parahyba X X Senna multijuga X Senna bicapsularis X X Delonix regia X Clitoria fairchildiana X Centrolobium tomentoso X Liliaceae Aloe sp X X Bulbine frutescens X Loranthaceae Struthanthus andrastylus X X Lythraceae Lagerstroemia indica X X Magnoliaceae Talauma ovata X X Malpighiaceae Malphiguia glabra X Tetrapterys X Byrsonima intermedia X X X Malvaceae Hibiscus rosa-sinensis X X X

Malvaviscus arboreus X X Sida rhombifolia X Melastomataceae Tibouchina granulosa X X

Clidemeia sp X X

Tibouchina sp X X X

Tibouchina holosericea X X Meliaceae Trichilia sp X Mimosaceae Leucaena leucocephala X Anadenanthera collubrina X Moraceae Cecropia pachystachya X X X

Morus nigra X X

60

TABELA 2 ndash Relaccedilatildeo das espeacutecies de plantas visitadas por T angustula Continua

Famiacutelia Espeacutecie Polinizada Visitada Recurso

Poacutelen Neacutectar Myrsinaceae Ardisia crenata X X Myrtaceae Eucalyptus robusta X X X

Eugenia jambos X X X

Eugenia pitanga X Eucalyptus terecornis X Plinia glomerata X Nyctaginaceae Bougainvile aspectabilis X X X Oleaceae Jasminum azoricum X Palmae Acrocomia aculeata X X

Archontophoenix cunninghamiana X

Syagrus romanzoffiana X Copernicia alba X X Sheelea phalerata X Passifloraceae Passiflora jilekii X Piperaceae Piper mollicomum X Poaceae Paspalum sp X Polemoniaceae Cobae scandens X Polygonaceae Polygonum capitatum X X X Pontederiaceae Pontederia lanceolata X X Proteaceae Grevill a bansksii X X X Rosaceae Prunus persica X X X

Pyracantha coccinea X X Rubiaceae Pentas lanceolata X X

Citrus airantum X X Rutaceae Citrus limon X X X Scrophulariaceae Paulownia imperialis X X Solanaceae Nicotiana tabacum X X Sterculiaceae Dombeya burgessiae X Dombeya wallichii X Sterculia chicha X X Tiliaceae Heliocarpus americanus X X X Tropaeolaceae Tropaeolum majus X X X Ulmaceae Tipo celtis X Trema micrantha X X Umbelliferae Foeniculum vulgare X X X Verbenaceae Duranta repens X

Vitex agnus-castus X

Velloziaceae Vellozia candia X X X Zingiberaceae Hedychium coronarium X Fonte Pirani Laurino 1993 Carvalho Marchine Ros 1999 Agostini Sazima 2003 Toledo et al 2003 Cartopassi-Laurino 2005 Braga e Colaboradores 2012 Novais Absy Santos 2013

61

Foram encontradas 71 famiacutelias e um total de 166 espeacutecies Dessas 30 espeacutecies satildeo

polinizadas e 136 satildeo visitadas Poacutelen e neacutectar satildeo os recursos mais coletados

com coleta de poacutelen em 78 espeacutecies e de neacutectar em 69 De acordo coma Lista de

Espeacutecies da Flora do Brasil (2010) 20 das espeacutecies que satildeo polinizadas (TABELA

2) satildeo nativas o restante satildeo espeacutecies exoacuteticas ou seja natildeo pertencem agrave flora

brasileira

As famiacutelias que apresentaram maior porcentagem de visitas por T angustula foram

Compositae e Leguminosae (TABELA 2) com 13 e 12 de espeacutecies

respectivamente (GRAacuteFICO 3) sendo as famiacutelias mais importantes para a dieta da

jataiacute (AGOSTINE SAZIMA 2003 SIIONI et al 2007) Esse resultado eacute similar ao

trabalho de Simioni e colaboradores (2007) seus resultados mostram que uma das

famiacutelias analisadas Leguminosae tambeacutem apresentaram um maior destaque na

quantidade de visitas realizadas por T angustula esse fato pode ser explicado pelo

fato de que Leguminosae representa a mais importante fonte de poacutelen para essa

espeacutecie

As famiacutelias Compositae e Leguminosae satildeo as mais bem representadas pelo fato

de apresentarem espeacutecies que fornecem alimento em maior qualidade e quantidade

por vaacuterios periacuteodos do ano Com destaque para a famiacutelia Leguminosae que fornece

recursos alimentares para as abelhas nos periacuteodos de estiagem (PIRANI LAURINO

1993 AGOSTINE SAZIMA 2003)

O graacutefico abaixo ilustra o comportamento generalista deT angustula Onde 41 das

visitadas realizadas pela espeacutecie se distribuem por 55 famiacutelias vegetais Esse

comportamento concorda com trabalho de Anacleto (2007) onde dentre as cinco

espeacutecies estudadas por ele a que apresentou o haacutebito mais generalista em relaccedilatildeo

ao nuacutemero de plantas visitadas foi T angustula

62

GRAacuteFICO 3 ndash Contribuiccedilatildeo das famiacutelias de plantas para a dieta de T angustula

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria com base nos dados da Tabela 1

As abelhas generalistas visitam flores pequenas e abertas e satildeo menos

relacionadas agraves flores especializadas (RUTHCKE JULES 1993 ROUBIK 1992

apud AGOSTINI SAZIMA 2003) e tecircm preferecircncia de flores arboacutereas com

inflorescecircncia densas

Um exemplo de flores que natildeo satildeo especializadas e que satildeo importantes para a

dieta de T angustula eacute da famiacutelia Asteraceae as espeacutecies Mangifera indica e

Schinus terebinthifolius apresentam grande densidade de flores e permite faacutecil

acesso para as abelhas deste modo tornam-se importantes fornecedores de fontes

de poacutelen (BRAGA et al 2012)

De acordo com o levantamento das plantas utilizadas pelas abelhas jataiacute realizado

por diferentes autores as famiacutelias que se mostraram bem representadas foram

Malvaceae Caesalpiniaceae Melastomataceae Myrtaceae Euphorbiaceae e

Anacardiaceae sendo consideradas portanto essenciais para a dieta da jataiacute

2 2 3 2

2 3

13

3 2

3

12 2 2 2 3

3

41

Acanthaceae Agavaceae Anacardiaceae Asteraceae Bignoniaceae

Bombacaceae Compositae Euphorbiaceae Fabaceae Labiatae

Leguminosae Malpighiaceae Malvaceae Melastomataceae Myrtaceae

Palmae Outros

63

Em geral essas famiacutelias podem ser caracterizadas pela floraccedilatildeo do tipo contiacutenuo ou

seja uma floraccedilatildeo que natildeo cessa ou que ocorre na maior parte do ano o que

permite as abelhas ter acesso aos recursos em todas as estaccedilotildees do ano

(CARVALHO MARCHINI ROS 1999 AGOSTINI SAZIMA 2003 TOLEDO et al

2003 MORGADO et al 2011)

64

65

5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS Sendo este a primeira pesquisa com abelhas em compus no Espiacuterito Santo Foi

observado que a distribuiccedilatildeo dos ninhos encontrados apresentou-se uniforme

Todos os ninhos estavam instalados em paredes e pisos de concreto o que indica

seu potencial de adaptabilidade agraves condiccedilotildees antroacutepicas

A diversidade de cores de poacutelen trazida pelas forrageiras no iniacutecio da manhatilde indica

uma ampla disponibilidade de alimento que a flores oferecem nesse periacuteodo do dia

bem como a eficiecircncia das forrageiras em selecionar essas flores

De acordo com as observaccedilotildees que foram realizadas no estudo as abelhas T

angustula podem ter suas atividades influenciadas pelo clima Uma vez que foi

observado que no periacuteodo de inverno em que as temperaturas satildeo mais baixas

elas comeccedilavam a realizar suas funccedilotildees nos horaacuterios com as temperaturas mais

altas

A divisatildeo de trabalho entre forrageadoras operaacuterias de limpeza e de defesa

observado nessa espeacutecie indica o comportamento altamente social dos Meliponini

O mecanismo de defesa observado em T angustula entre guardas pairando e em

peacute pode indicar uma caracteriacutestica de complementaridade na defesa do ninho uma

vez que durante as observaccedilotildees os dois tipos de guardas sempre se fizeram

presentes O que mostra que mesmo com o atrofiamento do ferratildeo os indiviacuteduos

desenvolveram estrateacutegias para a defesa contra invasores

Foi comum observar a presenccedila de revoadas nos ninhos entre as Jataiacutes Este

comportamento em geral eacute comum para o desenvolvimento (sobrevivecircncia) da

colocircnia No caso dos ninhos observados apoacutes as revoadas eles foram

desaparecendo Este fato pode indicar um baixo iacutendice de recursos troacuteficos para

essas abelhas dentro do campus pois ao inveacutes dos ninhos se manterem ou

aumentarem em quantidade ao longo das observaccedilotildees eles desapareceram

O levantamento das flores visitadas por T angustula indicou um comportamento

generalista desta espeacutecie em visitar uma grande variedade de plantas o que mostra

sua importacircncia para garantir a variabilidade dessas plantas

66

Esse levantamento tambeacutem indicou que a polinizaccedilatildeo realizada por elas foi

predominante em plantas exoacuteticas O que pode refletir a deficiecircncia na quantidade

de plantas nativas melitoacutefilas na aacuterea de estudo

67

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Page 39: FACULDADE CATÓLICA SALESIANA DO ESPÍRITO SANTO … · No grupo dos Apinae está à tribo dos Meliponini, conhecidas como abelhas indígenas sem ferrão por possuir seu ferrão atrofiado

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diversidade de poacutelen (cores amarela laranja branca e vermelha) transportados em

suas corbiacutecula para dentro do ninho B C e D (TABELA 1) (FIGURA 1-A) No horaacuterio

da tarde essa diversidade diminuiacutea nos ninhos C D H e J (TABELA 1) e era

representada pelo transporte de poacutelen de cor branca Este fato mostra que a

diversidade de flores visitadas decresce ao longo do dia

As abelhas sociais de um modo geral visitam as flores enquanto elas satildeo atrativas

Elas apresentam preferecircncia pela cor e satildeo capazes de discriminar os conjuntos

florais realizar sua localizaccedilatildeo e selecionar aquelas que produzem maior quantidade

e melhor qualidade de alimento (PIRANI LAURINO 1993) Existem diversos fatores

que podem influenciar a coleta de alimento pelas abelhas sociais entre eles o

comportamento das campeiras e a necessidade das colocircnias que depende do seu

tamanho (PIRANI LAURINO 1993)

Aleacutem de poacutelen tambeacutem foi observado carregamento de resina nas corbiacuteculas para

dentro do ninho B C H e J (TABELA 1) (FIGURA 1-B) essa eacute coletada pelas

abelhas em bototildees florais Depois de a resina ser coletada ela pode ser armazenada

pura ou misturada com cera No caso de T angustula ela geralmente faz a

armazenagem na forma pura (NOGUEIRA-NETO 1997) Como a resina eacute viscosa e

grudenta as abelhas a utilizam para vedar o entorno da entrada do tubo e tambeacutem

para depositar uma quantidade sobre o corpo e cabeccedila das formigas para defender

a colocircnia contra invasores (WITTMANN 1985 NOGUEIRA-NETO 1997)

Durante todo o periacuteodo observado foi notada a presenccedila de operaacuterias que cuidavam

da limpeza dos ninhos (TABELA 1) Essas operaacuterias trabalhavam retirando resiacuteduos

(detritos) de dentro do ninho e o faziam carregando atraveacutes de sua mandiacutebula

(FIGURA 1-C) Este trabalho era realizado continuamente ao longo de todo o dia

Para Nogueira-Neto (1997) T angustula eacute a espeacutecie que tem o melhor haacutebito de

limpeza e por esta razatildeo seu mel e seu proacutepolis satildeo considerados o melhor dentre

as outras espeacutecies

FIGURA 1- Divisatildeo de trabalho entre operaacuterias de Tetragonisca angustula A

Detalhe da corbiacutecula com poacutelen B Detalhe da corbiacutecula com resina C Operaacuteria de

limpeza com resiacuteduo na mandiacutebula

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Fonte Arquivo Labibio

Em cada ninho foi possiacutevel notar a presenccedila de abelhas que ficavam tanto pousadas

ao longo do tubo de entrada do ninho quanto sobrevoando proacuteximo do mesmo

Essas abelhas satildeo chamadas por Gruter Karcher e Ratnieks (2011) de abelhas

guardas em peacute e pairando respectivamente As guardas em peacute estavam sempre

em grandes quantidades e estiveram em atividade praticamente em todo o periacuteodo

do dia

Essas guardas ficavam na maior parte do tempo com a mandiacutebula apoiada sobre o

ninho acredita-se que tenham a funccedilatildeo de depositar resina ao entorno do ninho As

demais guardas que ficavam sobrevoando estiveram mais ausentes logo no

A B

C

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comeccedilo da manhatilde por volta das 0700 as 0900 horas As guardas pairando ficavam

na maioria das vezes em nuacutemeros de trecircs a quatro sempre posicionadas a direita e

esquerda do tubo e em direccedilatildeo a entrada (FIGURA 2)

FIGURA 2- Ninho de T angustula com guardas pairando destacado em vermelho e

guardas em peacute em destaque azul

Fonte Arquivo Labibio

Foi observado que no periacuteodo da tarde o nuacutemero de guardas pairando aumentava

Isso era visto com maior frequumlecircncia nos ninhos C e J instalados em paredes

(TABELA 1) Segundo Gruter Karcher e Ratnieks (2011) as colocircnias que

apresentam um nuacutemero maior de guardas pairando sofrem ameaccedilas de

vertebrados fato corroborado no ninho C (TABELA 1) que foi atacado por uma

lagartixa No momento em que aconteceu uma parte da populaccedilatildeo saiu do ninho e

se mostraram bem agitadas O que de acordo com Gruter Karcher Ratnieks (2011)

trata-se de uma resposta defensiva agrave percepccedilatildeo da respiraccedilatildeo de vaacuterios

vertebrados

Tambeacutem foi observado o comportamento defensivo em quando formigas se

aproximavam do ninho D (TABELA 1) As jataiacutes as ldquobeliscavamrdquo para que se

afastassem Esse mesmo comportamento foi visto durante minhas observaccedilotildees ao

Ninho A toda vez que me aproximava para observar ou fotografar surgiam vaacuterias ao

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meu redor em uma dessas observaccedilotildees a jataiacute picou pele exposta Dentre todos os

ninhos essa foi a que apresentou o comportamento mais agressivo

De acordo com os estudos de Gruter e colaboradores (2012) T angustula eacute a uacutenica

espeacutecie que apresenta um sistema de defesa que envolve dois grupos distintos e

complementares de guardas uma pairando que se estacionam no ar proacuteximo ao

ninho e outras em peacute ao redor da entrada do ninho As guardas que ficam de frente

para o caminho de vocirco satildeo chamadas de grupo principal e as que ficam

posicionadas agrave direita e agrave esquerda do ninho satildeo o grupo secundaacuterio (GRUTER

KARCHER RATNIEKS 2011)

Uma caracteriacutestica interessante dessas guardas eacute que apresentam caracteriacutesticas

morfoloacutegicas diferentes das operaacuterias (satildeo maiores e mais pesadas) (GRUTER et

al 2012) Elas apresentam diferenccedilas no comprimento da asa no tamanho das

pernas traseiras que satildeo relativamente maiores para seu corpo (podendo ajudar na

luta contra invasores) e cabeccedila um pouco menor que das forrageiras Essa ultima

caracteriacutestica estaacute associada agrave maior necessidade das forrageiras de processar

informaccedilotildees sensoriais relacionadas ao forrageamento (GRUTER et al 2012)

As abelhas guardas possuem a funccedilatildeo de defender sua colocircnia de ataques de

intrusos que aproveitam do seu trabalho para roubar o alimento produzido

(GRUTER KARCHER RATNIEKS 2011) As accedilotildees especiacuteficas desses intrusos satildeo

detectadas mais pelas guardas em peacute pois elas conseguem identificar as campeiras

e natildeo campeiras da mesma espeacutecie por quimiorecepccedilatildeo (KARCHER RATNIEKS

2009 GRUTER KARCHER RATNIEKS 2011) Jaacute as guardas que pairam perto do

ninho atacam intrusos que natildeo satildeo da mesma espeacutecie elas o reconhecem pela cor

forma do corpo e pelos odores volaacuteteis (KARCHER RATNIEKS 2009) De acordo

com Zweden e Colaboradores (2011) a presenccedila de guardas pairando aumenta a

detecccedilatildeo de intrusos e que essas guardas respondem especialmente a pistas

visuais Como comportamento de defesa as guardas liberam um feromocircnio de

alarme para recrutar os trabalhadores para o ataque (FREE 1987 apud ZWEDEN

2011)

O nuacutemero meacutedio de guardas durante o periacuteodo observado mostrou-se maior para as

guardas em peacute (78) do que para as guardas pairando (35) Esse fato eacute explicado

por Gruter Karcher e Ratnieks (2011) para eles o gasto energeacutetico das guardas

pairando eacute muito maior de modo que eacute menos dispendioso energicamente para as

49

abelhas ficarem em peacute Mesmo tendo um gasto energeacutetico muito alto nas

observaccedilotildees de Wittmann (1985) as atividades do voo das guardas foi constatado

que essas ficavam pairando por cerca de 70 minutos antes de voltar para dentro do

ninho Este fato mostra que a mudanccedila de guardas natildeo eacute comum e que a defesa do

ninho eacute feita por divisatildeo de trabalho e natildeo por alternacircncia de tarefas (GRUTER

KARCHER RATNIEKS 2011)

Os ninhos que desapareceram ao longo das observaccedilotildees foram devido agraves revoadas

um comportamento comum nas abelhas Nas jataiacutes as revoadas geralmente

ocorrem devido ao calor para refrescar o ninho em caso de altas temperaturas uma

parte da populaccedilatildeo sai do ninho enxameamento para reproduccedilatildeo ou devido agrave

interferecircncia humana quando um ninho eacute retirado de um local para outro

(INFORMACcedilAtildeO PESSOAL ZOCOLOTTI V R) De acordo com este na primeira

semana eacute possiacutevel presenciar alguma revoada que pode ser para identificaccedilatildeo

tanto da flora apiacutecola quanto para localizaccedilatildeo do novo ambiente

No caso dos ninhos F e G ao final de cada revoada observada a entrada do ninho

ficava bastante danificada Foram observadas trecircs revoadas (duas no mesmo dia)

do ninho F todas no mecircs de Maio e duas (em dias diferentes) no ninho G no mecircs

de Junho Apoacutes estas observaccedilotildees os dois ninhos desapareceram

Durante as revoadas vaacuterias abelhas caiam no chatildeo agarradas umas nas outras

Apoacutes queda era possiacutevel observar que as guardas conseguiam prender e retirar

com sua mandiacutebula as pernas e asas do invasor (FIGURA 3-A e B) o que impedia

as invasoras de conseguir atacar novamente Segundo Kerr e colaboradores (2005)

as guardas agarram as pernas dos invasores para que eles caiam no chatildeo e sejam

comidos pelas formigas que ficam proacuteximas aos ninhos

50

FIGURA 3 - Ataque de invasores A T angustula com mandiacutebula presa agrave perna do

Jataiacute invasora BPerna de invasores retirada apoacutes ataque

Fonte Arquivo Labibio

De acordo com Zocolotti VR (INFORMACcedilAtildeO PESSOAL) as cinco espeacutecies de

Meliponini criadas por ele podem apresentar o comportamento de saquear outros

ninhos e isso pode ocorrer por oportunismo ou por falta de alimento Em especial

as Jataiacutes geralmente possuem o costume de atacar as proacuteprias jataiacutes esses

ataques acontecem dentro do mesmo ninho e entre outros proacuteximos Esses ataques

podem ocorrer por atraccedilatildeo de feromocircnio de princesa (rainhas jovens natildeo

fecundadas) por enxame fraco ou ateacute mesmo para absorver o fraco ou seja elas

entram e acabam matando a rainha e mantecircm os trabalhadores por um tempo ateacute

absorver o enxame ou ateacute mesmo o deixam morrer sendo dessa maneira muito

complexas em relaccedilatildeo ao comportamento

Na aacuterea do campus da Ufes houve uma consideraacutevel devastaccedilatildeo na vegetaccedilatildeo

nativa (compreendida de Mata Atlacircntica Manguezal e Restinga) devido agrave

construccedilatildeo de preacutedios que foram erguidos logo no iniacutecio da implantaccedilatildeo da

Universidade Como medida compensatoacuteria foi feito o plantio de espeacutecies arboacutereas

usando em demasia espeacutecies exoacuteticas (CASTRO 2003) Na Ufes eacute possiacutevel ver

poucas aacutereas jardinadas Aleacutem disso sempre que eacute necessaacuterio construir um novo

preacutedio novas aacutereas satildeo eliminadas podendo ou natildeo ser compensada com plantas

nativas

A B

51

Em abelhas sociais o comportamento de saque eacute comum acontecer em sequumlecircncias

natildeo contiacutenuas ou seja ela cessa e recomeccedila por periacuteodos de tempo (SANTANA

etal 2004) Durante as observaccedilotildees foram presenciadas trecircs revoadas ao ninho F

duas no mesmo dia poreacutem em horaacuterios diferentes e duas ao ninho G em dias

diferentes (FIGURAS 4- A B C e D)

FIGURA 4 ndash Revoada do ninho F A Vista da entrada do iniacutecio do estudo B Vista

da entrada em plena atividade em iniacutecio de maio C Entrada apoacutes uma revoada em

maio D Vista da entrada do ninho apoacutes uacuteltima revoada em maio

Fonte Arquivo Labibio

Nas figuras 4a e b mostram o estado em que a entrada do ninho se encontrava na

primeira semana de observaccedilatildeo (vinte e oito de Abril) e na primeira semana do mecircs

seguinte (sete de Maio) esse uacuteltimo a entrada do ninho jaacute se encontrava danificado

No ninho F(FIGURA 4) as revoadas que ocorreram no dia vinte de Maio entre

A B

C D

52

1000 e 1400 horas e no dia vinte e seis de Maio entre 1600 e 1700 horas

corroborando com Santana e colaboradores (2004) sobre o comportamento de

saques intermitentes

No ninho G as revoadas se iniciaram duas semanas apoacutes o desaparecimento do

ninho F nos dias nove e vinte e seis de junho entre 1500 e 1600 horas e dia 16 de

junho no mesmo horaacuterio (FIGURA 5-A B e C)

FIGURA 5 ndash Revoadas no Ninho G A Ninho no iniacutecio de Maio B Registro da

primeira revoada C Ultima revoada perda do ninho

Fonte Arquivo Labibio

As observaccedilotildees evidenciaram a ocorrecircncia de um acuacutemulo de resiacuteduos sobre os

ninhos apoacutes as revoadas (FGURA 5-B) No ninho G tinha uma subpopulaccedilatildeo

A B

C

53

pequena mas bem ativa conforme verificado apoacutes quatro horas de observaccedilatildeo em

nove dias (Graacutefico 1- A e B)

GRAacuteFICO1 A ndash Ritmo de Saiacutedas no Ninho G

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

GRAacuteFICO 1B ndash Ritmo de entradas no ninho G

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

0

20

40

60

80

100

120

140

09h-10h 10h-11h 12h-13h 14h-15h 16h-17h

Nuacutem

ero

de V

isita

s

Horaacuterios

13mai 20mai 26mai

0

20

40

60

80

100

120

140

160

180

200

09h-10h 10h-11h 12h-13h 14h-15h 16h-17h

Nuacutem

ero

de V

isita

s

Horaacuterios

13mai 20mai 26mai

54

No ninho G as abelhas iniciaram suas atividades antes de 09h evidenciado pela

entrada de aproximadamente 180 forrageadoras entre 9 e 10h As saiacutedas neste

mesmo periacuteodo ficaram em torno de 100

Entre 16h-17h houve um grande nuacutemero de entrada o que era esperado todas as

que saiacuteram tecircm que retornar enquanto haacute luminosidade e antes do ninho ser

fechado Conforme esperado por Gruter Karcher Ratnieks (2011) quando comeccedila

a escurecer as Jataiacutes fecham a entrada do tubo para impedir que intrusos ataquem

seu ninho durante a noite e abrem pela manhatilde quando o clima estaacute mais favoraacutevel

para iniciarem suas atividades

Neste ninho entre 12h-13h houve um nuacutemero maior de saiacutedas que de entradas ateacute

agraves 16h Isso possivelmente esteve relacionado agrave uma grande distacircncia entre o ninho

e as fontes de recursos troacuteficos

Outro ninho em que foi possiacutevel observar todos os meses notou-se que apresentou

atividade durante todo o dia (GRAacuteFICO 2-A e B)

GRAacuteFICO 2A ndash Ritmo de saiacutedas do ninho B

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

0

50

100

150

200

250

300

350

400

450

500

07h-08h 08h-09h 09h-10h 11h-12h 12h-13h 13h-14h 14h-15h 15h-16h 16h-17h

Nuacutem

ero

de V

isita

s

Horaacuterios

28abr 13mai 20mai 26mai 09jun 16jun 23jun 01jul 09jul

16jul 23jul 30jul 06ago 13ago 20ago 27ago 05set 10set

55

GRAacuteFICO 2B ndash Ritmo de entradas do nino B

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

O ninho B tinha uma subpopulaccedilatildeo mais numerosa que F e G Durante o inverno

(2307 e 2708) as abelhas iniciavam suas atividades cerca de duas horas mais

tarde em horaacuterio com temperatura mais elevada (indicado pela seta preta) Tal fato

corrobora com as observaccedilotildees de Ulian e colaboradores (2007) que constata que

em periacuteodo mais chuvoso onde as temperaturas satildeo geralmente mais baixas as

Jataiacutes apresentam iniacutecio de atividade agraves 9 horas da manhatilde devido agrave temperatura

nesse horaacuterio comeccedilar a aumentar

Proacuteximo do horaacuterio de 10 horas houve um grande nuacutemero de saiacutedas do ninho

seguido de um grande nuacutemero de entrada o que indica a ocorrecircncia de uma fonte

de recursos proacutexima ao ninho ou a indisponibilidade de recurso para ser coletado

naquela hora Acredita-se que na primeira possibilidade - fonte proacutexima ela era de

resina pelo fato de ter havido um intervalo de saiacuteda ateacute agraves 12h jaacute que esta

demanda mais tempo para ser retirada da corbiacutecula e armazenada por ser

pegajosa No caso da segunda possibilidade natildeo encontraram alimento disponiacutevel

naquele horaacuterio o retorno ao ninho eacute a alternativa mais eficaz para evitar um alto

gasto energeacutetico ateacute que o recurso fique disponiacutevel para coleta

0

100

200

300

400

500

600

07h-08h 08h-09h 09h-10h 10h-11h 11h-12h 12h-13h 13h-14h 14h-15h 15h-16h 16h-17h

Nuacutem

ero

de V

isita

s

Horaacuterios 28abr 13mai 20mai 26mai 09jun 16jun 23jun 09jul16jul 23jul 30jul 20ago 27ago 05set 10set

56

No outono as atividades das Jataiacutes comeccedilaram a diminuir por volta de 15 horas

(indicado pela seta marrom) ateacute cessar totalmente no iniacutecio das 16 horas Pelos

graacuteficos nota-se que o ninho B possui vantagem de uma hora nas atividades em

relaccedilatildeo ao ninho G isso provavelmente ocorreu porque o ninho B obteve mais

sucesso nas coletas distribuiacutedas ao longo do dia

43 RECURSOS FLORAIS

Eacute notoacuteria a relaccedilatildeo que existe entre abelha-flor relaccedilatildeo essa que sucedeu a milhotildees

de anos desde entatildeo as abelhas dependem de substancias utilizadas na

alimentaccedilatildeo e as plantas se beneficiam com a polinizaccedilatildeo (PIRANI LAURINO

1993) Para entender a biologia dos Meliponini eacute importante conhecer sua

alimentaccedilatildeo Para isso eacute necessaacuterio fazer um levantamento das plantas utilizadas

para coleta de poacutelen e neacutectar (SOUZA 1999 apud OLIVEIRA ABSY MIRANDA

2009)

Com base nos dados obtidos sobre as fontes alimentares de T angustula na

literatura (TABELA 2) nota-se a capacidade dessa espeacutecie de visitar uma ampla

diversidade de famiacutelias de plantas Segundo Toledo e colaboradores (2003) durante

cada voo das campeiras em meacutedia 100 flores satildeo visitadas

O levantamento bibliograacutefico indicou que existem duas metodologias bastante

usadas por autores para conhecer a dieta das abelhas Uma delas eacute a investigaccedilatildeo

palinoloacutegica para avaliar as fontes de recursos florais utilizados (poacutelen e neacutectar)

com base no gratildeo de poacutelen depositado no corpo da abelha para identificaccedilatildeo das

espeacutecies vegetais (CARVALHO MARCHINE ROS 1999 FEIDEN 1994 SIMIONI et

al 2007 OLIVEIRA ABSY MIRANDA 2009 MORGADO et al 2011NOVAIS

ABSY SANTOS 2013) A outra se daacute por meio de observaccedilotildees das campeiras nas

flores (AGOSTINI SAZIMA 2003 TOLEDO et al 2003OLIVEIRA ABSY

MIRANDA 2009 BRAGA et al 2012) A partir desses meacutetodos eacute possiacutevel saber

quais satildeo as plantas que produzem seus alimentos preferenciais e quais as fontes

alternativas (OLIVEIRA ABSY MIRANDA 2009)

57

TABELA 2 ndash Relaccedilatildeo das espeacutecies de plantas visitadas porT Angustula Continua

Famiacutelia Espeacutecie Polinizada Visitada Recurso

Poacutelen Neacutectar

Acanthaceae Thunbergia grandiflora X Odontonema strictum X X

Justicia brandegeana X

Ruellia silvaecola X Agavaceae Agave americana X X X

Agave sisalana X X X

Agave attenuata X X X

Dracena fragana X X X Aizoaceae Mesembryantemum spectabilis X Lamprantus productus X Amaranthaceae Gomphrena globosa X Amarylidaceae Clivia miniata X X X Anacardiaceae Schinus terebinthifolius X X

Lithraea molleoides X X

Toxicodendron verniciferum X X

Mangifera indica X X X

Tapirira guianensis X Apiaceae Hydrocotyle leucocephala X Apocynaceae Trevetia peruviana X Araliaceae Tetrapanax papyrifera X X X Asclepiadaceae Asclepias curassavica X X Asteraceae Parthenium hysterophorus X Aspillia latissima X Aspillia sp X Balsaminaceae Impatiens balsamina X X X

Impatiens sultanii X Bignoniaceae Spathodea campanulata X X Tabebulaim petiginosa X X X

Tabebula chrysotricha X X X Bixaceae Bixa orellana X X Bombacaceae Ceiba arianthos X X

Pseudo bombax sp X X

Pseudobombax tomentoso X X

Eriotheca canolleana X X

Bombax ceiba X X Boraginaceae Cordia superba X X

Cordia glabrata X X Brassicaceae Brassica sp X Cactaceae Opuntia ficusindica X X Caesalpiniaceae Schizolobium parahyba X X Capparaceae Cleome spinosa X Caprifoliaceae Lonicera japonica X X

58

TABELA 2 ndash Relaccedilatildeo das espeacutecies de plantas visitadas por T angustula Continua

Famiacutelia Espeacutecie Polinizada Visitada Recurso

Poacutelen Neacutectar

Sambucus australis X X Caryophylaceae Silene armeria X Cecropiaceae Cecropia hololeuca X Cochlospermaceae Cochlospermum vitifolium X X Compositae Vernonia polyanthes X X

Bidens pilosa X X Cosmos auphureus X X X

Centratherium violaceum X X X

Dahlia sp X Eclipta alba X Asterla evis X Tithonia rotundifolia X X X

Tithonia speciosa X X X

Tithonia diversifolia X Baccharis sp X Wedelia paludosa X Eupatorium sp X Mikania glomerata X X

Montano apyramidata X X Montano abipinnatifiada X Senecio brasiliensis X X X

Emilia sonchifolia X X Ambrosia sp X X Creopsis grandiflora X Galinsoga parviflora X Crassulaceae Kalanchoe tubiflora X X Cyperaceae Cyperus sp X Elaeocarpaceae Muntingia calabura X Ericaceae Rhododendron simsii X X X

Rhododendron indicum X X X Euphorbiaceae Alchornea sidaefolia X X X

Euphorbia milii X X X

Euphorbia pulcherrima X X X

Ricinus communis X X X

Croton sp X Fabaceae Desmodium sp X Tipuana tipu X Vigna peduncularis X X Guttiferae Kielmeyera coriacea X X Iridaceae Dietes vegeta X Labiatae Salvia splendens X Origanum vugare X

59

TABELA 2 ndash Relaccedilatildeo das espeacutecies de plantas visitadas por T angustula Continua

Famiacutelia Espeacutecie Polinizada Visitada Recurso

Poacutelen Neacutectar

Ocimum sellowii X Iboza riparia X X X

Coleus blumei X X X Leguminosae Andira anthelmintica X X

Mimosa daleoides X X X

Myroxylon balsamum X X X

Piptadenia gonoacantha X X X

Stylos anthesscabra X Caesalpinia bonducella X X X

Caesalpinia pelthophoroides X X X

Crotalaria lanceolata X Calliandra twedii X Sophora tomentosa X X Mimosa pudica X Erythrina speciosa X X X

Cassia grandis X Schizolobium parahyba X X Senna multijuga X Senna bicapsularis X X Delonix regia X Clitoria fairchildiana X Centrolobium tomentoso X Liliaceae Aloe sp X X Bulbine frutescens X Loranthaceae Struthanthus andrastylus X X Lythraceae Lagerstroemia indica X X Magnoliaceae Talauma ovata X X Malpighiaceae Malphiguia glabra X Tetrapterys X Byrsonima intermedia X X X Malvaceae Hibiscus rosa-sinensis X X X

Malvaviscus arboreus X X Sida rhombifolia X Melastomataceae Tibouchina granulosa X X

Clidemeia sp X X

Tibouchina sp X X X

Tibouchina holosericea X X Meliaceae Trichilia sp X Mimosaceae Leucaena leucocephala X Anadenanthera collubrina X Moraceae Cecropia pachystachya X X X

Morus nigra X X

60

TABELA 2 ndash Relaccedilatildeo das espeacutecies de plantas visitadas por T angustula Continua

Famiacutelia Espeacutecie Polinizada Visitada Recurso

Poacutelen Neacutectar Myrsinaceae Ardisia crenata X X Myrtaceae Eucalyptus robusta X X X

Eugenia jambos X X X

Eugenia pitanga X Eucalyptus terecornis X Plinia glomerata X Nyctaginaceae Bougainvile aspectabilis X X X Oleaceae Jasminum azoricum X Palmae Acrocomia aculeata X X

Archontophoenix cunninghamiana X

Syagrus romanzoffiana X Copernicia alba X X Sheelea phalerata X Passifloraceae Passiflora jilekii X Piperaceae Piper mollicomum X Poaceae Paspalum sp X Polemoniaceae Cobae scandens X Polygonaceae Polygonum capitatum X X X Pontederiaceae Pontederia lanceolata X X Proteaceae Grevill a bansksii X X X Rosaceae Prunus persica X X X

Pyracantha coccinea X X Rubiaceae Pentas lanceolata X X

Citrus airantum X X Rutaceae Citrus limon X X X Scrophulariaceae Paulownia imperialis X X Solanaceae Nicotiana tabacum X X Sterculiaceae Dombeya burgessiae X Dombeya wallichii X Sterculia chicha X X Tiliaceae Heliocarpus americanus X X X Tropaeolaceae Tropaeolum majus X X X Ulmaceae Tipo celtis X Trema micrantha X X Umbelliferae Foeniculum vulgare X X X Verbenaceae Duranta repens X

Vitex agnus-castus X

Velloziaceae Vellozia candia X X X Zingiberaceae Hedychium coronarium X Fonte Pirani Laurino 1993 Carvalho Marchine Ros 1999 Agostini Sazima 2003 Toledo et al 2003 Cartopassi-Laurino 2005 Braga e Colaboradores 2012 Novais Absy Santos 2013

61

Foram encontradas 71 famiacutelias e um total de 166 espeacutecies Dessas 30 espeacutecies satildeo

polinizadas e 136 satildeo visitadas Poacutelen e neacutectar satildeo os recursos mais coletados

com coleta de poacutelen em 78 espeacutecies e de neacutectar em 69 De acordo coma Lista de

Espeacutecies da Flora do Brasil (2010) 20 das espeacutecies que satildeo polinizadas (TABELA

2) satildeo nativas o restante satildeo espeacutecies exoacuteticas ou seja natildeo pertencem agrave flora

brasileira

As famiacutelias que apresentaram maior porcentagem de visitas por T angustula foram

Compositae e Leguminosae (TABELA 2) com 13 e 12 de espeacutecies

respectivamente (GRAacuteFICO 3) sendo as famiacutelias mais importantes para a dieta da

jataiacute (AGOSTINE SAZIMA 2003 SIIONI et al 2007) Esse resultado eacute similar ao

trabalho de Simioni e colaboradores (2007) seus resultados mostram que uma das

famiacutelias analisadas Leguminosae tambeacutem apresentaram um maior destaque na

quantidade de visitas realizadas por T angustula esse fato pode ser explicado pelo

fato de que Leguminosae representa a mais importante fonte de poacutelen para essa

espeacutecie

As famiacutelias Compositae e Leguminosae satildeo as mais bem representadas pelo fato

de apresentarem espeacutecies que fornecem alimento em maior qualidade e quantidade

por vaacuterios periacuteodos do ano Com destaque para a famiacutelia Leguminosae que fornece

recursos alimentares para as abelhas nos periacuteodos de estiagem (PIRANI LAURINO

1993 AGOSTINE SAZIMA 2003)

O graacutefico abaixo ilustra o comportamento generalista deT angustula Onde 41 das

visitadas realizadas pela espeacutecie se distribuem por 55 famiacutelias vegetais Esse

comportamento concorda com trabalho de Anacleto (2007) onde dentre as cinco

espeacutecies estudadas por ele a que apresentou o haacutebito mais generalista em relaccedilatildeo

ao nuacutemero de plantas visitadas foi T angustula

62

GRAacuteFICO 3 ndash Contribuiccedilatildeo das famiacutelias de plantas para a dieta de T angustula

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria com base nos dados da Tabela 1

As abelhas generalistas visitam flores pequenas e abertas e satildeo menos

relacionadas agraves flores especializadas (RUTHCKE JULES 1993 ROUBIK 1992

apud AGOSTINI SAZIMA 2003) e tecircm preferecircncia de flores arboacutereas com

inflorescecircncia densas

Um exemplo de flores que natildeo satildeo especializadas e que satildeo importantes para a

dieta de T angustula eacute da famiacutelia Asteraceae as espeacutecies Mangifera indica e

Schinus terebinthifolius apresentam grande densidade de flores e permite faacutecil

acesso para as abelhas deste modo tornam-se importantes fornecedores de fontes

de poacutelen (BRAGA et al 2012)

De acordo com o levantamento das plantas utilizadas pelas abelhas jataiacute realizado

por diferentes autores as famiacutelias que se mostraram bem representadas foram

Malvaceae Caesalpiniaceae Melastomataceae Myrtaceae Euphorbiaceae e

Anacardiaceae sendo consideradas portanto essenciais para a dieta da jataiacute

2 2 3 2

2 3

13

3 2

3

12 2 2 2 3

3

41

Acanthaceae Agavaceae Anacardiaceae Asteraceae Bignoniaceae

Bombacaceae Compositae Euphorbiaceae Fabaceae Labiatae

Leguminosae Malpighiaceae Malvaceae Melastomataceae Myrtaceae

Palmae Outros

63

Em geral essas famiacutelias podem ser caracterizadas pela floraccedilatildeo do tipo contiacutenuo ou

seja uma floraccedilatildeo que natildeo cessa ou que ocorre na maior parte do ano o que

permite as abelhas ter acesso aos recursos em todas as estaccedilotildees do ano

(CARVALHO MARCHINI ROS 1999 AGOSTINI SAZIMA 2003 TOLEDO et al

2003 MORGADO et al 2011)

64

65

5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS Sendo este a primeira pesquisa com abelhas em compus no Espiacuterito Santo Foi

observado que a distribuiccedilatildeo dos ninhos encontrados apresentou-se uniforme

Todos os ninhos estavam instalados em paredes e pisos de concreto o que indica

seu potencial de adaptabilidade agraves condiccedilotildees antroacutepicas

A diversidade de cores de poacutelen trazida pelas forrageiras no iniacutecio da manhatilde indica

uma ampla disponibilidade de alimento que a flores oferecem nesse periacuteodo do dia

bem como a eficiecircncia das forrageiras em selecionar essas flores

De acordo com as observaccedilotildees que foram realizadas no estudo as abelhas T

angustula podem ter suas atividades influenciadas pelo clima Uma vez que foi

observado que no periacuteodo de inverno em que as temperaturas satildeo mais baixas

elas comeccedilavam a realizar suas funccedilotildees nos horaacuterios com as temperaturas mais

altas

A divisatildeo de trabalho entre forrageadoras operaacuterias de limpeza e de defesa

observado nessa espeacutecie indica o comportamento altamente social dos Meliponini

O mecanismo de defesa observado em T angustula entre guardas pairando e em

peacute pode indicar uma caracteriacutestica de complementaridade na defesa do ninho uma

vez que durante as observaccedilotildees os dois tipos de guardas sempre se fizeram

presentes O que mostra que mesmo com o atrofiamento do ferratildeo os indiviacuteduos

desenvolveram estrateacutegias para a defesa contra invasores

Foi comum observar a presenccedila de revoadas nos ninhos entre as Jataiacutes Este

comportamento em geral eacute comum para o desenvolvimento (sobrevivecircncia) da

colocircnia No caso dos ninhos observados apoacutes as revoadas eles foram

desaparecendo Este fato pode indicar um baixo iacutendice de recursos troacuteficos para

essas abelhas dentro do campus pois ao inveacutes dos ninhos se manterem ou

aumentarem em quantidade ao longo das observaccedilotildees eles desapareceram

O levantamento das flores visitadas por T angustula indicou um comportamento

generalista desta espeacutecie em visitar uma grande variedade de plantas o que mostra

sua importacircncia para garantir a variabilidade dessas plantas

66

Esse levantamento tambeacutem indicou que a polinizaccedilatildeo realizada por elas foi

predominante em plantas exoacuteticas O que pode refletir a deficiecircncia na quantidade

de plantas nativas melitoacutefilas na aacuterea de estudo

67

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Fonte Arquivo Labibio

Em cada ninho foi possiacutevel notar a presenccedila de abelhas que ficavam tanto pousadas

ao longo do tubo de entrada do ninho quanto sobrevoando proacuteximo do mesmo

Essas abelhas satildeo chamadas por Gruter Karcher e Ratnieks (2011) de abelhas

guardas em peacute e pairando respectivamente As guardas em peacute estavam sempre

em grandes quantidades e estiveram em atividade praticamente em todo o periacuteodo

do dia

Essas guardas ficavam na maior parte do tempo com a mandiacutebula apoiada sobre o

ninho acredita-se que tenham a funccedilatildeo de depositar resina ao entorno do ninho As

demais guardas que ficavam sobrevoando estiveram mais ausentes logo no

A B

C

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comeccedilo da manhatilde por volta das 0700 as 0900 horas As guardas pairando ficavam

na maioria das vezes em nuacutemeros de trecircs a quatro sempre posicionadas a direita e

esquerda do tubo e em direccedilatildeo a entrada (FIGURA 2)

FIGURA 2- Ninho de T angustula com guardas pairando destacado em vermelho e

guardas em peacute em destaque azul

Fonte Arquivo Labibio

Foi observado que no periacuteodo da tarde o nuacutemero de guardas pairando aumentava

Isso era visto com maior frequumlecircncia nos ninhos C e J instalados em paredes

(TABELA 1) Segundo Gruter Karcher e Ratnieks (2011) as colocircnias que

apresentam um nuacutemero maior de guardas pairando sofrem ameaccedilas de

vertebrados fato corroborado no ninho C (TABELA 1) que foi atacado por uma

lagartixa No momento em que aconteceu uma parte da populaccedilatildeo saiu do ninho e

se mostraram bem agitadas O que de acordo com Gruter Karcher Ratnieks (2011)

trata-se de uma resposta defensiva agrave percepccedilatildeo da respiraccedilatildeo de vaacuterios

vertebrados

Tambeacutem foi observado o comportamento defensivo em quando formigas se

aproximavam do ninho D (TABELA 1) As jataiacutes as ldquobeliscavamrdquo para que se

afastassem Esse mesmo comportamento foi visto durante minhas observaccedilotildees ao

Ninho A toda vez que me aproximava para observar ou fotografar surgiam vaacuterias ao

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meu redor em uma dessas observaccedilotildees a jataiacute picou pele exposta Dentre todos os

ninhos essa foi a que apresentou o comportamento mais agressivo

De acordo com os estudos de Gruter e colaboradores (2012) T angustula eacute a uacutenica

espeacutecie que apresenta um sistema de defesa que envolve dois grupos distintos e

complementares de guardas uma pairando que se estacionam no ar proacuteximo ao

ninho e outras em peacute ao redor da entrada do ninho As guardas que ficam de frente

para o caminho de vocirco satildeo chamadas de grupo principal e as que ficam

posicionadas agrave direita e agrave esquerda do ninho satildeo o grupo secundaacuterio (GRUTER

KARCHER RATNIEKS 2011)

Uma caracteriacutestica interessante dessas guardas eacute que apresentam caracteriacutesticas

morfoloacutegicas diferentes das operaacuterias (satildeo maiores e mais pesadas) (GRUTER et

al 2012) Elas apresentam diferenccedilas no comprimento da asa no tamanho das

pernas traseiras que satildeo relativamente maiores para seu corpo (podendo ajudar na

luta contra invasores) e cabeccedila um pouco menor que das forrageiras Essa ultima

caracteriacutestica estaacute associada agrave maior necessidade das forrageiras de processar

informaccedilotildees sensoriais relacionadas ao forrageamento (GRUTER et al 2012)

As abelhas guardas possuem a funccedilatildeo de defender sua colocircnia de ataques de

intrusos que aproveitam do seu trabalho para roubar o alimento produzido

(GRUTER KARCHER RATNIEKS 2011) As accedilotildees especiacuteficas desses intrusos satildeo

detectadas mais pelas guardas em peacute pois elas conseguem identificar as campeiras

e natildeo campeiras da mesma espeacutecie por quimiorecepccedilatildeo (KARCHER RATNIEKS

2009 GRUTER KARCHER RATNIEKS 2011) Jaacute as guardas que pairam perto do

ninho atacam intrusos que natildeo satildeo da mesma espeacutecie elas o reconhecem pela cor

forma do corpo e pelos odores volaacuteteis (KARCHER RATNIEKS 2009) De acordo

com Zweden e Colaboradores (2011) a presenccedila de guardas pairando aumenta a

detecccedilatildeo de intrusos e que essas guardas respondem especialmente a pistas

visuais Como comportamento de defesa as guardas liberam um feromocircnio de

alarme para recrutar os trabalhadores para o ataque (FREE 1987 apud ZWEDEN

2011)

O nuacutemero meacutedio de guardas durante o periacuteodo observado mostrou-se maior para as

guardas em peacute (78) do que para as guardas pairando (35) Esse fato eacute explicado

por Gruter Karcher e Ratnieks (2011) para eles o gasto energeacutetico das guardas

pairando eacute muito maior de modo que eacute menos dispendioso energicamente para as

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abelhas ficarem em peacute Mesmo tendo um gasto energeacutetico muito alto nas

observaccedilotildees de Wittmann (1985) as atividades do voo das guardas foi constatado

que essas ficavam pairando por cerca de 70 minutos antes de voltar para dentro do

ninho Este fato mostra que a mudanccedila de guardas natildeo eacute comum e que a defesa do

ninho eacute feita por divisatildeo de trabalho e natildeo por alternacircncia de tarefas (GRUTER

KARCHER RATNIEKS 2011)

Os ninhos que desapareceram ao longo das observaccedilotildees foram devido agraves revoadas

um comportamento comum nas abelhas Nas jataiacutes as revoadas geralmente

ocorrem devido ao calor para refrescar o ninho em caso de altas temperaturas uma

parte da populaccedilatildeo sai do ninho enxameamento para reproduccedilatildeo ou devido agrave

interferecircncia humana quando um ninho eacute retirado de um local para outro

(INFORMACcedilAtildeO PESSOAL ZOCOLOTTI V R) De acordo com este na primeira

semana eacute possiacutevel presenciar alguma revoada que pode ser para identificaccedilatildeo

tanto da flora apiacutecola quanto para localizaccedilatildeo do novo ambiente

No caso dos ninhos F e G ao final de cada revoada observada a entrada do ninho

ficava bastante danificada Foram observadas trecircs revoadas (duas no mesmo dia)

do ninho F todas no mecircs de Maio e duas (em dias diferentes) no ninho G no mecircs

de Junho Apoacutes estas observaccedilotildees os dois ninhos desapareceram

Durante as revoadas vaacuterias abelhas caiam no chatildeo agarradas umas nas outras

Apoacutes queda era possiacutevel observar que as guardas conseguiam prender e retirar

com sua mandiacutebula as pernas e asas do invasor (FIGURA 3-A e B) o que impedia

as invasoras de conseguir atacar novamente Segundo Kerr e colaboradores (2005)

as guardas agarram as pernas dos invasores para que eles caiam no chatildeo e sejam

comidos pelas formigas que ficam proacuteximas aos ninhos

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FIGURA 3 - Ataque de invasores A T angustula com mandiacutebula presa agrave perna do

Jataiacute invasora BPerna de invasores retirada apoacutes ataque

Fonte Arquivo Labibio

De acordo com Zocolotti VR (INFORMACcedilAtildeO PESSOAL) as cinco espeacutecies de

Meliponini criadas por ele podem apresentar o comportamento de saquear outros

ninhos e isso pode ocorrer por oportunismo ou por falta de alimento Em especial

as Jataiacutes geralmente possuem o costume de atacar as proacuteprias jataiacutes esses

ataques acontecem dentro do mesmo ninho e entre outros proacuteximos Esses ataques

podem ocorrer por atraccedilatildeo de feromocircnio de princesa (rainhas jovens natildeo

fecundadas) por enxame fraco ou ateacute mesmo para absorver o fraco ou seja elas

entram e acabam matando a rainha e mantecircm os trabalhadores por um tempo ateacute

absorver o enxame ou ateacute mesmo o deixam morrer sendo dessa maneira muito

complexas em relaccedilatildeo ao comportamento

Na aacuterea do campus da Ufes houve uma consideraacutevel devastaccedilatildeo na vegetaccedilatildeo

nativa (compreendida de Mata Atlacircntica Manguezal e Restinga) devido agrave

construccedilatildeo de preacutedios que foram erguidos logo no iniacutecio da implantaccedilatildeo da

Universidade Como medida compensatoacuteria foi feito o plantio de espeacutecies arboacutereas

usando em demasia espeacutecies exoacuteticas (CASTRO 2003) Na Ufes eacute possiacutevel ver

poucas aacutereas jardinadas Aleacutem disso sempre que eacute necessaacuterio construir um novo

preacutedio novas aacutereas satildeo eliminadas podendo ou natildeo ser compensada com plantas

nativas

A B

51

Em abelhas sociais o comportamento de saque eacute comum acontecer em sequumlecircncias

natildeo contiacutenuas ou seja ela cessa e recomeccedila por periacuteodos de tempo (SANTANA

etal 2004) Durante as observaccedilotildees foram presenciadas trecircs revoadas ao ninho F

duas no mesmo dia poreacutem em horaacuterios diferentes e duas ao ninho G em dias

diferentes (FIGURAS 4- A B C e D)

FIGURA 4 ndash Revoada do ninho F A Vista da entrada do iniacutecio do estudo B Vista

da entrada em plena atividade em iniacutecio de maio C Entrada apoacutes uma revoada em

maio D Vista da entrada do ninho apoacutes uacuteltima revoada em maio

Fonte Arquivo Labibio

Nas figuras 4a e b mostram o estado em que a entrada do ninho se encontrava na

primeira semana de observaccedilatildeo (vinte e oito de Abril) e na primeira semana do mecircs

seguinte (sete de Maio) esse uacuteltimo a entrada do ninho jaacute se encontrava danificado

No ninho F(FIGURA 4) as revoadas que ocorreram no dia vinte de Maio entre

A B

C D

52

1000 e 1400 horas e no dia vinte e seis de Maio entre 1600 e 1700 horas

corroborando com Santana e colaboradores (2004) sobre o comportamento de

saques intermitentes

No ninho G as revoadas se iniciaram duas semanas apoacutes o desaparecimento do

ninho F nos dias nove e vinte e seis de junho entre 1500 e 1600 horas e dia 16 de

junho no mesmo horaacuterio (FIGURA 5-A B e C)

FIGURA 5 ndash Revoadas no Ninho G A Ninho no iniacutecio de Maio B Registro da

primeira revoada C Ultima revoada perda do ninho

Fonte Arquivo Labibio

As observaccedilotildees evidenciaram a ocorrecircncia de um acuacutemulo de resiacuteduos sobre os

ninhos apoacutes as revoadas (FGURA 5-B) No ninho G tinha uma subpopulaccedilatildeo

A B

C

53

pequena mas bem ativa conforme verificado apoacutes quatro horas de observaccedilatildeo em

nove dias (Graacutefico 1- A e B)

GRAacuteFICO1 A ndash Ritmo de Saiacutedas no Ninho G

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

GRAacuteFICO 1B ndash Ritmo de entradas no ninho G

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

0

20

40

60

80

100

120

140

09h-10h 10h-11h 12h-13h 14h-15h 16h-17h

Nuacutem

ero

de V

isita

s

Horaacuterios

13mai 20mai 26mai

0

20

40

60

80

100

120

140

160

180

200

09h-10h 10h-11h 12h-13h 14h-15h 16h-17h

Nuacutem

ero

de V

isita

s

Horaacuterios

13mai 20mai 26mai

54

No ninho G as abelhas iniciaram suas atividades antes de 09h evidenciado pela

entrada de aproximadamente 180 forrageadoras entre 9 e 10h As saiacutedas neste

mesmo periacuteodo ficaram em torno de 100

Entre 16h-17h houve um grande nuacutemero de entrada o que era esperado todas as

que saiacuteram tecircm que retornar enquanto haacute luminosidade e antes do ninho ser

fechado Conforme esperado por Gruter Karcher Ratnieks (2011) quando comeccedila

a escurecer as Jataiacutes fecham a entrada do tubo para impedir que intrusos ataquem

seu ninho durante a noite e abrem pela manhatilde quando o clima estaacute mais favoraacutevel

para iniciarem suas atividades

Neste ninho entre 12h-13h houve um nuacutemero maior de saiacutedas que de entradas ateacute

agraves 16h Isso possivelmente esteve relacionado agrave uma grande distacircncia entre o ninho

e as fontes de recursos troacuteficos

Outro ninho em que foi possiacutevel observar todos os meses notou-se que apresentou

atividade durante todo o dia (GRAacuteFICO 2-A e B)

GRAacuteFICO 2A ndash Ritmo de saiacutedas do ninho B

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

0

50

100

150

200

250

300

350

400

450

500

07h-08h 08h-09h 09h-10h 11h-12h 12h-13h 13h-14h 14h-15h 15h-16h 16h-17h

Nuacutem

ero

de V

isita

s

Horaacuterios

28abr 13mai 20mai 26mai 09jun 16jun 23jun 01jul 09jul

16jul 23jul 30jul 06ago 13ago 20ago 27ago 05set 10set

55

GRAacuteFICO 2B ndash Ritmo de entradas do nino B

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

O ninho B tinha uma subpopulaccedilatildeo mais numerosa que F e G Durante o inverno

(2307 e 2708) as abelhas iniciavam suas atividades cerca de duas horas mais

tarde em horaacuterio com temperatura mais elevada (indicado pela seta preta) Tal fato

corrobora com as observaccedilotildees de Ulian e colaboradores (2007) que constata que

em periacuteodo mais chuvoso onde as temperaturas satildeo geralmente mais baixas as

Jataiacutes apresentam iniacutecio de atividade agraves 9 horas da manhatilde devido agrave temperatura

nesse horaacuterio comeccedilar a aumentar

Proacuteximo do horaacuterio de 10 horas houve um grande nuacutemero de saiacutedas do ninho

seguido de um grande nuacutemero de entrada o que indica a ocorrecircncia de uma fonte

de recursos proacutexima ao ninho ou a indisponibilidade de recurso para ser coletado

naquela hora Acredita-se que na primeira possibilidade - fonte proacutexima ela era de

resina pelo fato de ter havido um intervalo de saiacuteda ateacute agraves 12h jaacute que esta

demanda mais tempo para ser retirada da corbiacutecula e armazenada por ser

pegajosa No caso da segunda possibilidade natildeo encontraram alimento disponiacutevel

naquele horaacuterio o retorno ao ninho eacute a alternativa mais eficaz para evitar um alto

gasto energeacutetico ateacute que o recurso fique disponiacutevel para coleta

0

100

200

300

400

500

600

07h-08h 08h-09h 09h-10h 10h-11h 11h-12h 12h-13h 13h-14h 14h-15h 15h-16h 16h-17h

Nuacutem

ero

de V

isita

s

Horaacuterios 28abr 13mai 20mai 26mai 09jun 16jun 23jun 09jul16jul 23jul 30jul 20ago 27ago 05set 10set

56

No outono as atividades das Jataiacutes comeccedilaram a diminuir por volta de 15 horas

(indicado pela seta marrom) ateacute cessar totalmente no iniacutecio das 16 horas Pelos

graacuteficos nota-se que o ninho B possui vantagem de uma hora nas atividades em

relaccedilatildeo ao ninho G isso provavelmente ocorreu porque o ninho B obteve mais

sucesso nas coletas distribuiacutedas ao longo do dia

43 RECURSOS FLORAIS

Eacute notoacuteria a relaccedilatildeo que existe entre abelha-flor relaccedilatildeo essa que sucedeu a milhotildees

de anos desde entatildeo as abelhas dependem de substancias utilizadas na

alimentaccedilatildeo e as plantas se beneficiam com a polinizaccedilatildeo (PIRANI LAURINO

1993) Para entender a biologia dos Meliponini eacute importante conhecer sua

alimentaccedilatildeo Para isso eacute necessaacuterio fazer um levantamento das plantas utilizadas

para coleta de poacutelen e neacutectar (SOUZA 1999 apud OLIVEIRA ABSY MIRANDA

2009)

Com base nos dados obtidos sobre as fontes alimentares de T angustula na

literatura (TABELA 2) nota-se a capacidade dessa espeacutecie de visitar uma ampla

diversidade de famiacutelias de plantas Segundo Toledo e colaboradores (2003) durante

cada voo das campeiras em meacutedia 100 flores satildeo visitadas

O levantamento bibliograacutefico indicou que existem duas metodologias bastante

usadas por autores para conhecer a dieta das abelhas Uma delas eacute a investigaccedilatildeo

palinoloacutegica para avaliar as fontes de recursos florais utilizados (poacutelen e neacutectar)

com base no gratildeo de poacutelen depositado no corpo da abelha para identificaccedilatildeo das

espeacutecies vegetais (CARVALHO MARCHINE ROS 1999 FEIDEN 1994 SIMIONI et

al 2007 OLIVEIRA ABSY MIRANDA 2009 MORGADO et al 2011NOVAIS

ABSY SANTOS 2013) A outra se daacute por meio de observaccedilotildees das campeiras nas

flores (AGOSTINI SAZIMA 2003 TOLEDO et al 2003OLIVEIRA ABSY

MIRANDA 2009 BRAGA et al 2012) A partir desses meacutetodos eacute possiacutevel saber

quais satildeo as plantas que produzem seus alimentos preferenciais e quais as fontes

alternativas (OLIVEIRA ABSY MIRANDA 2009)

57

TABELA 2 ndash Relaccedilatildeo das espeacutecies de plantas visitadas porT Angustula Continua

Famiacutelia Espeacutecie Polinizada Visitada Recurso

Poacutelen Neacutectar

Acanthaceae Thunbergia grandiflora X Odontonema strictum X X

Justicia brandegeana X

Ruellia silvaecola X Agavaceae Agave americana X X X

Agave sisalana X X X

Agave attenuata X X X

Dracena fragana X X X Aizoaceae Mesembryantemum spectabilis X Lamprantus productus X Amaranthaceae Gomphrena globosa X Amarylidaceae Clivia miniata X X X Anacardiaceae Schinus terebinthifolius X X

Lithraea molleoides X X

Toxicodendron verniciferum X X

Mangifera indica X X X

Tapirira guianensis X Apiaceae Hydrocotyle leucocephala X Apocynaceae Trevetia peruviana X Araliaceae Tetrapanax papyrifera X X X Asclepiadaceae Asclepias curassavica X X Asteraceae Parthenium hysterophorus X Aspillia latissima X Aspillia sp X Balsaminaceae Impatiens balsamina X X X

Impatiens sultanii X Bignoniaceae Spathodea campanulata X X Tabebulaim petiginosa X X X

Tabebula chrysotricha X X X Bixaceae Bixa orellana X X Bombacaceae Ceiba arianthos X X

Pseudo bombax sp X X

Pseudobombax tomentoso X X

Eriotheca canolleana X X

Bombax ceiba X X Boraginaceae Cordia superba X X

Cordia glabrata X X Brassicaceae Brassica sp X Cactaceae Opuntia ficusindica X X Caesalpiniaceae Schizolobium parahyba X X Capparaceae Cleome spinosa X Caprifoliaceae Lonicera japonica X X

58

TABELA 2 ndash Relaccedilatildeo das espeacutecies de plantas visitadas por T angustula Continua

Famiacutelia Espeacutecie Polinizada Visitada Recurso

Poacutelen Neacutectar

Sambucus australis X X Caryophylaceae Silene armeria X Cecropiaceae Cecropia hololeuca X Cochlospermaceae Cochlospermum vitifolium X X Compositae Vernonia polyanthes X X

Bidens pilosa X X Cosmos auphureus X X X

Centratherium violaceum X X X

Dahlia sp X Eclipta alba X Asterla evis X Tithonia rotundifolia X X X

Tithonia speciosa X X X

Tithonia diversifolia X Baccharis sp X Wedelia paludosa X Eupatorium sp X Mikania glomerata X X

Montano apyramidata X X Montano abipinnatifiada X Senecio brasiliensis X X X

Emilia sonchifolia X X Ambrosia sp X X Creopsis grandiflora X Galinsoga parviflora X Crassulaceae Kalanchoe tubiflora X X Cyperaceae Cyperus sp X Elaeocarpaceae Muntingia calabura X Ericaceae Rhododendron simsii X X X

Rhododendron indicum X X X Euphorbiaceae Alchornea sidaefolia X X X

Euphorbia milii X X X

Euphorbia pulcherrima X X X

Ricinus communis X X X

Croton sp X Fabaceae Desmodium sp X Tipuana tipu X Vigna peduncularis X X Guttiferae Kielmeyera coriacea X X Iridaceae Dietes vegeta X Labiatae Salvia splendens X Origanum vugare X

59

TABELA 2 ndash Relaccedilatildeo das espeacutecies de plantas visitadas por T angustula Continua

Famiacutelia Espeacutecie Polinizada Visitada Recurso

Poacutelen Neacutectar

Ocimum sellowii X Iboza riparia X X X

Coleus blumei X X X Leguminosae Andira anthelmintica X X

Mimosa daleoides X X X

Myroxylon balsamum X X X

Piptadenia gonoacantha X X X

Stylos anthesscabra X Caesalpinia bonducella X X X

Caesalpinia pelthophoroides X X X

Crotalaria lanceolata X Calliandra twedii X Sophora tomentosa X X Mimosa pudica X Erythrina speciosa X X X

Cassia grandis X Schizolobium parahyba X X Senna multijuga X Senna bicapsularis X X Delonix regia X Clitoria fairchildiana X Centrolobium tomentoso X Liliaceae Aloe sp X X Bulbine frutescens X Loranthaceae Struthanthus andrastylus X X Lythraceae Lagerstroemia indica X X Magnoliaceae Talauma ovata X X Malpighiaceae Malphiguia glabra X Tetrapterys X Byrsonima intermedia X X X Malvaceae Hibiscus rosa-sinensis X X X

Malvaviscus arboreus X X Sida rhombifolia X Melastomataceae Tibouchina granulosa X X

Clidemeia sp X X

Tibouchina sp X X X

Tibouchina holosericea X X Meliaceae Trichilia sp X Mimosaceae Leucaena leucocephala X Anadenanthera collubrina X Moraceae Cecropia pachystachya X X X

Morus nigra X X

60

TABELA 2 ndash Relaccedilatildeo das espeacutecies de plantas visitadas por T angustula Continua

Famiacutelia Espeacutecie Polinizada Visitada Recurso

Poacutelen Neacutectar Myrsinaceae Ardisia crenata X X Myrtaceae Eucalyptus robusta X X X

Eugenia jambos X X X

Eugenia pitanga X Eucalyptus terecornis X Plinia glomerata X Nyctaginaceae Bougainvile aspectabilis X X X Oleaceae Jasminum azoricum X Palmae Acrocomia aculeata X X

Archontophoenix cunninghamiana X

Syagrus romanzoffiana X Copernicia alba X X Sheelea phalerata X Passifloraceae Passiflora jilekii X Piperaceae Piper mollicomum X Poaceae Paspalum sp X Polemoniaceae Cobae scandens X Polygonaceae Polygonum capitatum X X X Pontederiaceae Pontederia lanceolata X X Proteaceae Grevill a bansksii X X X Rosaceae Prunus persica X X X

Pyracantha coccinea X X Rubiaceae Pentas lanceolata X X

Citrus airantum X X Rutaceae Citrus limon X X X Scrophulariaceae Paulownia imperialis X X Solanaceae Nicotiana tabacum X X Sterculiaceae Dombeya burgessiae X Dombeya wallichii X Sterculia chicha X X Tiliaceae Heliocarpus americanus X X X Tropaeolaceae Tropaeolum majus X X X Ulmaceae Tipo celtis X Trema micrantha X X Umbelliferae Foeniculum vulgare X X X Verbenaceae Duranta repens X

Vitex agnus-castus X

Velloziaceae Vellozia candia X X X Zingiberaceae Hedychium coronarium X Fonte Pirani Laurino 1993 Carvalho Marchine Ros 1999 Agostini Sazima 2003 Toledo et al 2003 Cartopassi-Laurino 2005 Braga e Colaboradores 2012 Novais Absy Santos 2013

61

Foram encontradas 71 famiacutelias e um total de 166 espeacutecies Dessas 30 espeacutecies satildeo

polinizadas e 136 satildeo visitadas Poacutelen e neacutectar satildeo os recursos mais coletados

com coleta de poacutelen em 78 espeacutecies e de neacutectar em 69 De acordo coma Lista de

Espeacutecies da Flora do Brasil (2010) 20 das espeacutecies que satildeo polinizadas (TABELA

2) satildeo nativas o restante satildeo espeacutecies exoacuteticas ou seja natildeo pertencem agrave flora

brasileira

As famiacutelias que apresentaram maior porcentagem de visitas por T angustula foram

Compositae e Leguminosae (TABELA 2) com 13 e 12 de espeacutecies

respectivamente (GRAacuteFICO 3) sendo as famiacutelias mais importantes para a dieta da

jataiacute (AGOSTINE SAZIMA 2003 SIIONI et al 2007) Esse resultado eacute similar ao

trabalho de Simioni e colaboradores (2007) seus resultados mostram que uma das

famiacutelias analisadas Leguminosae tambeacutem apresentaram um maior destaque na

quantidade de visitas realizadas por T angustula esse fato pode ser explicado pelo

fato de que Leguminosae representa a mais importante fonte de poacutelen para essa

espeacutecie

As famiacutelias Compositae e Leguminosae satildeo as mais bem representadas pelo fato

de apresentarem espeacutecies que fornecem alimento em maior qualidade e quantidade

por vaacuterios periacuteodos do ano Com destaque para a famiacutelia Leguminosae que fornece

recursos alimentares para as abelhas nos periacuteodos de estiagem (PIRANI LAURINO

1993 AGOSTINE SAZIMA 2003)

O graacutefico abaixo ilustra o comportamento generalista deT angustula Onde 41 das

visitadas realizadas pela espeacutecie se distribuem por 55 famiacutelias vegetais Esse

comportamento concorda com trabalho de Anacleto (2007) onde dentre as cinco

espeacutecies estudadas por ele a que apresentou o haacutebito mais generalista em relaccedilatildeo

ao nuacutemero de plantas visitadas foi T angustula

62

GRAacuteFICO 3 ndash Contribuiccedilatildeo das famiacutelias de plantas para a dieta de T angustula

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria com base nos dados da Tabela 1

As abelhas generalistas visitam flores pequenas e abertas e satildeo menos

relacionadas agraves flores especializadas (RUTHCKE JULES 1993 ROUBIK 1992

apud AGOSTINI SAZIMA 2003) e tecircm preferecircncia de flores arboacutereas com

inflorescecircncia densas

Um exemplo de flores que natildeo satildeo especializadas e que satildeo importantes para a

dieta de T angustula eacute da famiacutelia Asteraceae as espeacutecies Mangifera indica e

Schinus terebinthifolius apresentam grande densidade de flores e permite faacutecil

acesso para as abelhas deste modo tornam-se importantes fornecedores de fontes

de poacutelen (BRAGA et al 2012)

De acordo com o levantamento das plantas utilizadas pelas abelhas jataiacute realizado

por diferentes autores as famiacutelias que se mostraram bem representadas foram

Malvaceae Caesalpiniaceae Melastomataceae Myrtaceae Euphorbiaceae e

Anacardiaceae sendo consideradas portanto essenciais para a dieta da jataiacute

2 2 3 2

2 3

13

3 2

3

12 2 2 2 3

3

41

Acanthaceae Agavaceae Anacardiaceae Asteraceae Bignoniaceae

Bombacaceae Compositae Euphorbiaceae Fabaceae Labiatae

Leguminosae Malpighiaceae Malvaceae Melastomataceae Myrtaceae

Palmae Outros

63

Em geral essas famiacutelias podem ser caracterizadas pela floraccedilatildeo do tipo contiacutenuo ou

seja uma floraccedilatildeo que natildeo cessa ou que ocorre na maior parte do ano o que

permite as abelhas ter acesso aos recursos em todas as estaccedilotildees do ano

(CARVALHO MARCHINI ROS 1999 AGOSTINI SAZIMA 2003 TOLEDO et al

2003 MORGADO et al 2011)

64

65

5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS Sendo este a primeira pesquisa com abelhas em compus no Espiacuterito Santo Foi

observado que a distribuiccedilatildeo dos ninhos encontrados apresentou-se uniforme

Todos os ninhos estavam instalados em paredes e pisos de concreto o que indica

seu potencial de adaptabilidade agraves condiccedilotildees antroacutepicas

A diversidade de cores de poacutelen trazida pelas forrageiras no iniacutecio da manhatilde indica

uma ampla disponibilidade de alimento que a flores oferecem nesse periacuteodo do dia

bem como a eficiecircncia das forrageiras em selecionar essas flores

De acordo com as observaccedilotildees que foram realizadas no estudo as abelhas T

angustula podem ter suas atividades influenciadas pelo clima Uma vez que foi

observado que no periacuteodo de inverno em que as temperaturas satildeo mais baixas

elas comeccedilavam a realizar suas funccedilotildees nos horaacuterios com as temperaturas mais

altas

A divisatildeo de trabalho entre forrageadoras operaacuterias de limpeza e de defesa

observado nessa espeacutecie indica o comportamento altamente social dos Meliponini

O mecanismo de defesa observado em T angustula entre guardas pairando e em

peacute pode indicar uma caracteriacutestica de complementaridade na defesa do ninho uma

vez que durante as observaccedilotildees os dois tipos de guardas sempre se fizeram

presentes O que mostra que mesmo com o atrofiamento do ferratildeo os indiviacuteduos

desenvolveram estrateacutegias para a defesa contra invasores

Foi comum observar a presenccedila de revoadas nos ninhos entre as Jataiacutes Este

comportamento em geral eacute comum para o desenvolvimento (sobrevivecircncia) da

colocircnia No caso dos ninhos observados apoacutes as revoadas eles foram

desaparecendo Este fato pode indicar um baixo iacutendice de recursos troacuteficos para

essas abelhas dentro do campus pois ao inveacutes dos ninhos se manterem ou

aumentarem em quantidade ao longo das observaccedilotildees eles desapareceram

O levantamento das flores visitadas por T angustula indicou um comportamento

generalista desta espeacutecie em visitar uma grande variedade de plantas o que mostra

sua importacircncia para garantir a variabilidade dessas plantas

66

Esse levantamento tambeacutem indicou que a polinizaccedilatildeo realizada por elas foi

predominante em plantas exoacuteticas O que pode refletir a deficiecircncia na quantidade

de plantas nativas melitoacutefilas na aacuterea de estudo

67

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Page 41: FACULDADE CATÓLICA SALESIANA DO ESPÍRITO SANTO … · No grupo dos Apinae está à tribo dos Meliponini, conhecidas como abelhas indígenas sem ferrão por possuir seu ferrão atrofiado

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comeccedilo da manhatilde por volta das 0700 as 0900 horas As guardas pairando ficavam

na maioria das vezes em nuacutemeros de trecircs a quatro sempre posicionadas a direita e

esquerda do tubo e em direccedilatildeo a entrada (FIGURA 2)

FIGURA 2- Ninho de T angustula com guardas pairando destacado em vermelho e

guardas em peacute em destaque azul

Fonte Arquivo Labibio

Foi observado que no periacuteodo da tarde o nuacutemero de guardas pairando aumentava

Isso era visto com maior frequumlecircncia nos ninhos C e J instalados em paredes

(TABELA 1) Segundo Gruter Karcher e Ratnieks (2011) as colocircnias que

apresentam um nuacutemero maior de guardas pairando sofrem ameaccedilas de

vertebrados fato corroborado no ninho C (TABELA 1) que foi atacado por uma

lagartixa No momento em que aconteceu uma parte da populaccedilatildeo saiu do ninho e

se mostraram bem agitadas O que de acordo com Gruter Karcher Ratnieks (2011)

trata-se de uma resposta defensiva agrave percepccedilatildeo da respiraccedilatildeo de vaacuterios

vertebrados

Tambeacutem foi observado o comportamento defensivo em quando formigas se

aproximavam do ninho D (TABELA 1) As jataiacutes as ldquobeliscavamrdquo para que se

afastassem Esse mesmo comportamento foi visto durante minhas observaccedilotildees ao

Ninho A toda vez que me aproximava para observar ou fotografar surgiam vaacuterias ao

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meu redor em uma dessas observaccedilotildees a jataiacute picou pele exposta Dentre todos os

ninhos essa foi a que apresentou o comportamento mais agressivo

De acordo com os estudos de Gruter e colaboradores (2012) T angustula eacute a uacutenica

espeacutecie que apresenta um sistema de defesa que envolve dois grupos distintos e

complementares de guardas uma pairando que se estacionam no ar proacuteximo ao

ninho e outras em peacute ao redor da entrada do ninho As guardas que ficam de frente

para o caminho de vocirco satildeo chamadas de grupo principal e as que ficam

posicionadas agrave direita e agrave esquerda do ninho satildeo o grupo secundaacuterio (GRUTER

KARCHER RATNIEKS 2011)

Uma caracteriacutestica interessante dessas guardas eacute que apresentam caracteriacutesticas

morfoloacutegicas diferentes das operaacuterias (satildeo maiores e mais pesadas) (GRUTER et

al 2012) Elas apresentam diferenccedilas no comprimento da asa no tamanho das

pernas traseiras que satildeo relativamente maiores para seu corpo (podendo ajudar na

luta contra invasores) e cabeccedila um pouco menor que das forrageiras Essa ultima

caracteriacutestica estaacute associada agrave maior necessidade das forrageiras de processar

informaccedilotildees sensoriais relacionadas ao forrageamento (GRUTER et al 2012)

As abelhas guardas possuem a funccedilatildeo de defender sua colocircnia de ataques de

intrusos que aproveitam do seu trabalho para roubar o alimento produzido

(GRUTER KARCHER RATNIEKS 2011) As accedilotildees especiacuteficas desses intrusos satildeo

detectadas mais pelas guardas em peacute pois elas conseguem identificar as campeiras

e natildeo campeiras da mesma espeacutecie por quimiorecepccedilatildeo (KARCHER RATNIEKS

2009 GRUTER KARCHER RATNIEKS 2011) Jaacute as guardas que pairam perto do

ninho atacam intrusos que natildeo satildeo da mesma espeacutecie elas o reconhecem pela cor

forma do corpo e pelos odores volaacuteteis (KARCHER RATNIEKS 2009) De acordo

com Zweden e Colaboradores (2011) a presenccedila de guardas pairando aumenta a

detecccedilatildeo de intrusos e que essas guardas respondem especialmente a pistas

visuais Como comportamento de defesa as guardas liberam um feromocircnio de

alarme para recrutar os trabalhadores para o ataque (FREE 1987 apud ZWEDEN

2011)

O nuacutemero meacutedio de guardas durante o periacuteodo observado mostrou-se maior para as

guardas em peacute (78) do que para as guardas pairando (35) Esse fato eacute explicado

por Gruter Karcher e Ratnieks (2011) para eles o gasto energeacutetico das guardas

pairando eacute muito maior de modo que eacute menos dispendioso energicamente para as

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abelhas ficarem em peacute Mesmo tendo um gasto energeacutetico muito alto nas

observaccedilotildees de Wittmann (1985) as atividades do voo das guardas foi constatado

que essas ficavam pairando por cerca de 70 minutos antes de voltar para dentro do

ninho Este fato mostra que a mudanccedila de guardas natildeo eacute comum e que a defesa do

ninho eacute feita por divisatildeo de trabalho e natildeo por alternacircncia de tarefas (GRUTER

KARCHER RATNIEKS 2011)

Os ninhos que desapareceram ao longo das observaccedilotildees foram devido agraves revoadas

um comportamento comum nas abelhas Nas jataiacutes as revoadas geralmente

ocorrem devido ao calor para refrescar o ninho em caso de altas temperaturas uma

parte da populaccedilatildeo sai do ninho enxameamento para reproduccedilatildeo ou devido agrave

interferecircncia humana quando um ninho eacute retirado de um local para outro

(INFORMACcedilAtildeO PESSOAL ZOCOLOTTI V R) De acordo com este na primeira

semana eacute possiacutevel presenciar alguma revoada que pode ser para identificaccedilatildeo

tanto da flora apiacutecola quanto para localizaccedilatildeo do novo ambiente

No caso dos ninhos F e G ao final de cada revoada observada a entrada do ninho

ficava bastante danificada Foram observadas trecircs revoadas (duas no mesmo dia)

do ninho F todas no mecircs de Maio e duas (em dias diferentes) no ninho G no mecircs

de Junho Apoacutes estas observaccedilotildees os dois ninhos desapareceram

Durante as revoadas vaacuterias abelhas caiam no chatildeo agarradas umas nas outras

Apoacutes queda era possiacutevel observar que as guardas conseguiam prender e retirar

com sua mandiacutebula as pernas e asas do invasor (FIGURA 3-A e B) o que impedia

as invasoras de conseguir atacar novamente Segundo Kerr e colaboradores (2005)

as guardas agarram as pernas dos invasores para que eles caiam no chatildeo e sejam

comidos pelas formigas que ficam proacuteximas aos ninhos

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FIGURA 3 - Ataque de invasores A T angustula com mandiacutebula presa agrave perna do

Jataiacute invasora BPerna de invasores retirada apoacutes ataque

Fonte Arquivo Labibio

De acordo com Zocolotti VR (INFORMACcedilAtildeO PESSOAL) as cinco espeacutecies de

Meliponini criadas por ele podem apresentar o comportamento de saquear outros

ninhos e isso pode ocorrer por oportunismo ou por falta de alimento Em especial

as Jataiacutes geralmente possuem o costume de atacar as proacuteprias jataiacutes esses

ataques acontecem dentro do mesmo ninho e entre outros proacuteximos Esses ataques

podem ocorrer por atraccedilatildeo de feromocircnio de princesa (rainhas jovens natildeo

fecundadas) por enxame fraco ou ateacute mesmo para absorver o fraco ou seja elas

entram e acabam matando a rainha e mantecircm os trabalhadores por um tempo ateacute

absorver o enxame ou ateacute mesmo o deixam morrer sendo dessa maneira muito

complexas em relaccedilatildeo ao comportamento

Na aacuterea do campus da Ufes houve uma consideraacutevel devastaccedilatildeo na vegetaccedilatildeo

nativa (compreendida de Mata Atlacircntica Manguezal e Restinga) devido agrave

construccedilatildeo de preacutedios que foram erguidos logo no iniacutecio da implantaccedilatildeo da

Universidade Como medida compensatoacuteria foi feito o plantio de espeacutecies arboacutereas

usando em demasia espeacutecies exoacuteticas (CASTRO 2003) Na Ufes eacute possiacutevel ver

poucas aacutereas jardinadas Aleacutem disso sempre que eacute necessaacuterio construir um novo

preacutedio novas aacutereas satildeo eliminadas podendo ou natildeo ser compensada com plantas

nativas

A B

51

Em abelhas sociais o comportamento de saque eacute comum acontecer em sequumlecircncias

natildeo contiacutenuas ou seja ela cessa e recomeccedila por periacuteodos de tempo (SANTANA

etal 2004) Durante as observaccedilotildees foram presenciadas trecircs revoadas ao ninho F

duas no mesmo dia poreacutem em horaacuterios diferentes e duas ao ninho G em dias

diferentes (FIGURAS 4- A B C e D)

FIGURA 4 ndash Revoada do ninho F A Vista da entrada do iniacutecio do estudo B Vista

da entrada em plena atividade em iniacutecio de maio C Entrada apoacutes uma revoada em

maio D Vista da entrada do ninho apoacutes uacuteltima revoada em maio

Fonte Arquivo Labibio

Nas figuras 4a e b mostram o estado em que a entrada do ninho se encontrava na

primeira semana de observaccedilatildeo (vinte e oito de Abril) e na primeira semana do mecircs

seguinte (sete de Maio) esse uacuteltimo a entrada do ninho jaacute se encontrava danificado

No ninho F(FIGURA 4) as revoadas que ocorreram no dia vinte de Maio entre

A B

C D

52

1000 e 1400 horas e no dia vinte e seis de Maio entre 1600 e 1700 horas

corroborando com Santana e colaboradores (2004) sobre o comportamento de

saques intermitentes

No ninho G as revoadas se iniciaram duas semanas apoacutes o desaparecimento do

ninho F nos dias nove e vinte e seis de junho entre 1500 e 1600 horas e dia 16 de

junho no mesmo horaacuterio (FIGURA 5-A B e C)

FIGURA 5 ndash Revoadas no Ninho G A Ninho no iniacutecio de Maio B Registro da

primeira revoada C Ultima revoada perda do ninho

Fonte Arquivo Labibio

As observaccedilotildees evidenciaram a ocorrecircncia de um acuacutemulo de resiacuteduos sobre os

ninhos apoacutes as revoadas (FGURA 5-B) No ninho G tinha uma subpopulaccedilatildeo

A B

C

53

pequena mas bem ativa conforme verificado apoacutes quatro horas de observaccedilatildeo em

nove dias (Graacutefico 1- A e B)

GRAacuteFICO1 A ndash Ritmo de Saiacutedas no Ninho G

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

GRAacuteFICO 1B ndash Ritmo de entradas no ninho G

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

0

20

40

60

80

100

120

140

09h-10h 10h-11h 12h-13h 14h-15h 16h-17h

Nuacutem

ero

de V

isita

s

Horaacuterios

13mai 20mai 26mai

0

20

40

60

80

100

120

140

160

180

200

09h-10h 10h-11h 12h-13h 14h-15h 16h-17h

Nuacutem

ero

de V

isita

s

Horaacuterios

13mai 20mai 26mai

54

No ninho G as abelhas iniciaram suas atividades antes de 09h evidenciado pela

entrada de aproximadamente 180 forrageadoras entre 9 e 10h As saiacutedas neste

mesmo periacuteodo ficaram em torno de 100

Entre 16h-17h houve um grande nuacutemero de entrada o que era esperado todas as

que saiacuteram tecircm que retornar enquanto haacute luminosidade e antes do ninho ser

fechado Conforme esperado por Gruter Karcher Ratnieks (2011) quando comeccedila

a escurecer as Jataiacutes fecham a entrada do tubo para impedir que intrusos ataquem

seu ninho durante a noite e abrem pela manhatilde quando o clima estaacute mais favoraacutevel

para iniciarem suas atividades

Neste ninho entre 12h-13h houve um nuacutemero maior de saiacutedas que de entradas ateacute

agraves 16h Isso possivelmente esteve relacionado agrave uma grande distacircncia entre o ninho

e as fontes de recursos troacuteficos

Outro ninho em que foi possiacutevel observar todos os meses notou-se que apresentou

atividade durante todo o dia (GRAacuteFICO 2-A e B)

GRAacuteFICO 2A ndash Ritmo de saiacutedas do ninho B

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

0

50

100

150

200

250

300

350

400

450

500

07h-08h 08h-09h 09h-10h 11h-12h 12h-13h 13h-14h 14h-15h 15h-16h 16h-17h

Nuacutem

ero

de V

isita

s

Horaacuterios

28abr 13mai 20mai 26mai 09jun 16jun 23jun 01jul 09jul

16jul 23jul 30jul 06ago 13ago 20ago 27ago 05set 10set

55

GRAacuteFICO 2B ndash Ritmo de entradas do nino B

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

O ninho B tinha uma subpopulaccedilatildeo mais numerosa que F e G Durante o inverno

(2307 e 2708) as abelhas iniciavam suas atividades cerca de duas horas mais

tarde em horaacuterio com temperatura mais elevada (indicado pela seta preta) Tal fato

corrobora com as observaccedilotildees de Ulian e colaboradores (2007) que constata que

em periacuteodo mais chuvoso onde as temperaturas satildeo geralmente mais baixas as

Jataiacutes apresentam iniacutecio de atividade agraves 9 horas da manhatilde devido agrave temperatura

nesse horaacuterio comeccedilar a aumentar

Proacuteximo do horaacuterio de 10 horas houve um grande nuacutemero de saiacutedas do ninho

seguido de um grande nuacutemero de entrada o que indica a ocorrecircncia de uma fonte

de recursos proacutexima ao ninho ou a indisponibilidade de recurso para ser coletado

naquela hora Acredita-se que na primeira possibilidade - fonte proacutexima ela era de

resina pelo fato de ter havido um intervalo de saiacuteda ateacute agraves 12h jaacute que esta

demanda mais tempo para ser retirada da corbiacutecula e armazenada por ser

pegajosa No caso da segunda possibilidade natildeo encontraram alimento disponiacutevel

naquele horaacuterio o retorno ao ninho eacute a alternativa mais eficaz para evitar um alto

gasto energeacutetico ateacute que o recurso fique disponiacutevel para coleta

0

100

200

300

400

500

600

07h-08h 08h-09h 09h-10h 10h-11h 11h-12h 12h-13h 13h-14h 14h-15h 15h-16h 16h-17h

Nuacutem

ero

de V

isita

s

Horaacuterios 28abr 13mai 20mai 26mai 09jun 16jun 23jun 09jul16jul 23jul 30jul 20ago 27ago 05set 10set

56

No outono as atividades das Jataiacutes comeccedilaram a diminuir por volta de 15 horas

(indicado pela seta marrom) ateacute cessar totalmente no iniacutecio das 16 horas Pelos

graacuteficos nota-se que o ninho B possui vantagem de uma hora nas atividades em

relaccedilatildeo ao ninho G isso provavelmente ocorreu porque o ninho B obteve mais

sucesso nas coletas distribuiacutedas ao longo do dia

43 RECURSOS FLORAIS

Eacute notoacuteria a relaccedilatildeo que existe entre abelha-flor relaccedilatildeo essa que sucedeu a milhotildees

de anos desde entatildeo as abelhas dependem de substancias utilizadas na

alimentaccedilatildeo e as plantas se beneficiam com a polinizaccedilatildeo (PIRANI LAURINO

1993) Para entender a biologia dos Meliponini eacute importante conhecer sua

alimentaccedilatildeo Para isso eacute necessaacuterio fazer um levantamento das plantas utilizadas

para coleta de poacutelen e neacutectar (SOUZA 1999 apud OLIVEIRA ABSY MIRANDA

2009)

Com base nos dados obtidos sobre as fontes alimentares de T angustula na

literatura (TABELA 2) nota-se a capacidade dessa espeacutecie de visitar uma ampla

diversidade de famiacutelias de plantas Segundo Toledo e colaboradores (2003) durante

cada voo das campeiras em meacutedia 100 flores satildeo visitadas

O levantamento bibliograacutefico indicou que existem duas metodologias bastante

usadas por autores para conhecer a dieta das abelhas Uma delas eacute a investigaccedilatildeo

palinoloacutegica para avaliar as fontes de recursos florais utilizados (poacutelen e neacutectar)

com base no gratildeo de poacutelen depositado no corpo da abelha para identificaccedilatildeo das

espeacutecies vegetais (CARVALHO MARCHINE ROS 1999 FEIDEN 1994 SIMIONI et

al 2007 OLIVEIRA ABSY MIRANDA 2009 MORGADO et al 2011NOVAIS

ABSY SANTOS 2013) A outra se daacute por meio de observaccedilotildees das campeiras nas

flores (AGOSTINI SAZIMA 2003 TOLEDO et al 2003OLIVEIRA ABSY

MIRANDA 2009 BRAGA et al 2012) A partir desses meacutetodos eacute possiacutevel saber

quais satildeo as plantas que produzem seus alimentos preferenciais e quais as fontes

alternativas (OLIVEIRA ABSY MIRANDA 2009)

57

TABELA 2 ndash Relaccedilatildeo das espeacutecies de plantas visitadas porT Angustula Continua

Famiacutelia Espeacutecie Polinizada Visitada Recurso

Poacutelen Neacutectar

Acanthaceae Thunbergia grandiflora X Odontonema strictum X X

Justicia brandegeana X

Ruellia silvaecola X Agavaceae Agave americana X X X

Agave sisalana X X X

Agave attenuata X X X

Dracena fragana X X X Aizoaceae Mesembryantemum spectabilis X Lamprantus productus X Amaranthaceae Gomphrena globosa X Amarylidaceae Clivia miniata X X X Anacardiaceae Schinus terebinthifolius X X

Lithraea molleoides X X

Toxicodendron verniciferum X X

Mangifera indica X X X

Tapirira guianensis X Apiaceae Hydrocotyle leucocephala X Apocynaceae Trevetia peruviana X Araliaceae Tetrapanax papyrifera X X X Asclepiadaceae Asclepias curassavica X X Asteraceae Parthenium hysterophorus X Aspillia latissima X Aspillia sp X Balsaminaceae Impatiens balsamina X X X

Impatiens sultanii X Bignoniaceae Spathodea campanulata X X Tabebulaim petiginosa X X X

Tabebula chrysotricha X X X Bixaceae Bixa orellana X X Bombacaceae Ceiba arianthos X X

Pseudo bombax sp X X

Pseudobombax tomentoso X X

Eriotheca canolleana X X

Bombax ceiba X X Boraginaceae Cordia superba X X

Cordia glabrata X X Brassicaceae Brassica sp X Cactaceae Opuntia ficusindica X X Caesalpiniaceae Schizolobium parahyba X X Capparaceae Cleome spinosa X Caprifoliaceae Lonicera japonica X X

58

TABELA 2 ndash Relaccedilatildeo das espeacutecies de plantas visitadas por T angustula Continua

Famiacutelia Espeacutecie Polinizada Visitada Recurso

Poacutelen Neacutectar

Sambucus australis X X Caryophylaceae Silene armeria X Cecropiaceae Cecropia hololeuca X Cochlospermaceae Cochlospermum vitifolium X X Compositae Vernonia polyanthes X X

Bidens pilosa X X Cosmos auphureus X X X

Centratherium violaceum X X X

Dahlia sp X Eclipta alba X Asterla evis X Tithonia rotundifolia X X X

Tithonia speciosa X X X

Tithonia diversifolia X Baccharis sp X Wedelia paludosa X Eupatorium sp X Mikania glomerata X X

Montano apyramidata X X Montano abipinnatifiada X Senecio brasiliensis X X X

Emilia sonchifolia X X Ambrosia sp X X Creopsis grandiflora X Galinsoga parviflora X Crassulaceae Kalanchoe tubiflora X X Cyperaceae Cyperus sp X Elaeocarpaceae Muntingia calabura X Ericaceae Rhododendron simsii X X X

Rhododendron indicum X X X Euphorbiaceae Alchornea sidaefolia X X X

Euphorbia milii X X X

Euphorbia pulcherrima X X X

Ricinus communis X X X

Croton sp X Fabaceae Desmodium sp X Tipuana tipu X Vigna peduncularis X X Guttiferae Kielmeyera coriacea X X Iridaceae Dietes vegeta X Labiatae Salvia splendens X Origanum vugare X

59

TABELA 2 ndash Relaccedilatildeo das espeacutecies de plantas visitadas por T angustula Continua

Famiacutelia Espeacutecie Polinizada Visitada Recurso

Poacutelen Neacutectar

Ocimum sellowii X Iboza riparia X X X

Coleus blumei X X X Leguminosae Andira anthelmintica X X

Mimosa daleoides X X X

Myroxylon balsamum X X X

Piptadenia gonoacantha X X X

Stylos anthesscabra X Caesalpinia bonducella X X X

Caesalpinia pelthophoroides X X X

Crotalaria lanceolata X Calliandra twedii X Sophora tomentosa X X Mimosa pudica X Erythrina speciosa X X X

Cassia grandis X Schizolobium parahyba X X Senna multijuga X Senna bicapsularis X X Delonix regia X Clitoria fairchildiana X Centrolobium tomentoso X Liliaceae Aloe sp X X Bulbine frutescens X Loranthaceae Struthanthus andrastylus X X Lythraceae Lagerstroemia indica X X Magnoliaceae Talauma ovata X X Malpighiaceae Malphiguia glabra X Tetrapterys X Byrsonima intermedia X X X Malvaceae Hibiscus rosa-sinensis X X X

Malvaviscus arboreus X X Sida rhombifolia X Melastomataceae Tibouchina granulosa X X

Clidemeia sp X X

Tibouchina sp X X X

Tibouchina holosericea X X Meliaceae Trichilia sp X Mimosaceae Leucaena leucocephala X Anadenanthera collubrina X Moraceae Cecropia pachystachya X X X

Morus nigra X X

60

TABELA 2 ndash Relaccedilatildeo das espeacutecies de plantas visitadas por T angustula Continua

Famiacutelia Espeacutecie Polinizada Visitada Recurso

Poacutelen Neacutectar Myrsinaceae Ardisia crenata X X Myrtaceae Eucalyptus robusta X X X

Eugenia jambos X X X

Eugenia pitanga X Eucalyptus terecornis X Plinia glomerata X Nyctaginaceae Bougainvile aspectabilis X X X Oleaceae Jasminum azoricum X Palmae Acrocomia aculeata X X

Archontophoenix cunninghamiana X

Syagrus romanzoffiana X Copernicia alba X X Sheelea phalerata X Passifloraceae Passiflora jilekii X Piperaceae Piper mollicomum X Poaceae Paspalum sp X Polemoniaceae Cobae scandens X Polygonaceae Polygonum capitatum X X X Pontederiaceae Pontederia lanceolata X X Proteaceae Grevill a bansksii X X X Rosaceae Prunus persica X X X

Pyracantha coccinea X X Rubiaceae Pentas lanceolata X X

Citrus airantum X X Rutaceae Citrus limon X X X Scrophulariaceae Paulownia imperialis X X Solanaceae Nicotiana tabacum X X Sterculiaceae Dombeya burgessiae X Dombeya wallichii X Sterculia chicha X X Tiliaceae Heliocarpus americanus X X X Tropaeolaceae Tropaeolum majus X X X Ulmaceae Tipo celtis X Trema micrantha X X Umbelliferae Foeniculum vulgare X X X Verbenaceae Duranta repens X

Vitex agnus-castus X

Velloziaceae Vellozia candia X X X Zingiberaceae Hedychium coronarium X Fonte Pirani Laurino 1993 Carvalho Marchine Ros 1999 Agostini Sazima 2003 Toledo et al 2003 Cartopassi-Laurino 2005 Braga e Colaboradores 2012 Novais Absy Santos 2013

61

Foram encontradas 71 famiacutelias e um total de 166 espeacutecies Dessas 30 espeacutecies satildeo

polinizadas e 136 satildeo visitadas Poacutelen e neacutectar satildeo os recursos mais coletados

com coleta de poacutelen em 78 espeacutecies e de neacutectar em 69 De acordo coma Lista de

Espeacutecies da Flora do Brasil (2010) 20 das espeacutecies que satildeo polinizadas (TABELA

2) satildeo nativas o restante satildeo espeacutecies exoacuteticas ou seja natildeo pertencem agrave flora

brasileira

As famiacutelias que apresentaram maior porcentagem de visitas por T angustula foram

Compositae e Leguminosae (TABELA 2) com 13 e 12 de espeacutecies

respectivamente (GRAacuteFICO 3) sendo as famiacutelias mais importantes para a dieta da

jataiacute (AGOSTINE SAZIMA 2003 SIIONI et al 2007) Esse resultado eacute similar ao

trabalho de Simioni e colaboradores (2007) seus resultados mostram que uma das

famiacutelias analisadas Leguminosae tambeacutem apresentaram um maior destaque na

quantidade de visitas realizadas por T angustula esse fato pode ser explicado pelo

fato de que Leguminosae representa a mais importante fonte de poacutelen para essa

espeacutecie

As famiacutelias Compositae e Leguminosae satildeo as mais bem representadas pelo fato

de apresentarem espeacutecies que fornecem alimento em maior qualidade e quantidade

por vaacuterios periacuteodos do ano Com destaque para a famiacutelia Leguminosae que fornece

recursos alimentares para as abelhas nos periacuteodos de estiagem (PIRANI LAURINO

1993 AGOSTINE SAZIMA 2003)

O graacutefico abaixo ilustra o comportamento generalista deT angustula Onde 41 das

visitadas realizadas pela espeacutecie se distribuem por 55 famiacutelias vegetais Esse

comportamento concorda com trabalho de Anacleto (2007) onde dentre as cinco

espeacutecies estudadas por ele a que apresentou o haacutebito mais generalista em relaccedilatildeo

ao nuacutemero de plantas visitadas foi T angustula

62

GRAacuteFICO 3 ndash Contribuiccedilatildeo das famiacutelias de plantas para a dieta de T angustula

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria com base nos dados da Tabela 1

As abelhas generalistas visitam flores pequenas e abertas e satildeo menos

relacionadas agraves flores especializadas (RUTHCKE JULES 1993 ROUBIK 1992

apud AGOSTINI SAZIMA 2003) e tecircm preferecircncia de flores arboacutereas com

inflorescecircncia densas

Um exemplo de flores que natildeo satildeo especializadas e que satildeo importantes para a

dieta de T angustula eacute da famiacutelia Asteraceae as espeacutecies Mangifera indica e

Schinus terebinthifolius apresentam grande densidade de flores e permite faacutecil

acesso para as abelhas deste modo tornam-se importantes fornecedores de fontes

de poacutelen (BRAGA et al 2012)

De acordo com o levantamento das plantas utilizadas pelas abelhas jataiacute realizado

por diferentes autores as famiacutelias que se mostraram bem representadas foram

Malvaceae Caesalpiniaceae Melastomataceae Myrtaceae Euphorbiaceae e

Anacardiaceae sendo consideradas portanto essenciais para a dieta da jataiacute

2 2 3 2

2 3

13

3 2

3

12 2 2 2 3

3

41

Acanthaceae Agavaceae Anacardiaceae Asteraceae Bignoniaceae

Bombacaceae Compositae Euphorbiaceae Fabaceae Labiatae

Leguminosae Malpighiaceae Malvaceae Melastomataceae Myrtaceae

Palmae Outros

63

Em geral essas famiacutelias podem ser caracterizadas pela floraccedilatildeo do tipo contiacutenuo ou

seja uma floraccedilatildeo que natildeo cessa ou que ocorre na maior parte do ano o que

permite as abelhas ter acesso aos recursos em todas as estaccedilotildees do ano

(CARVALHO MARCHINI ROS 1999 AGOSTINI SAZIMA 2003 TOLEDO et al

2003 MORGADO et al 2011)

64

65

5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS Sendo este a primeira pesquisa com abelhas em compus no Espiacuterito Santo Foi

observado que a distribuiccedilatildeo dos ninhos encontrados apresentou-se uniforme

Todos os ninhos estavam instalados em paredes e pisos de concreto o que indica

seu potencial de adaptabilidade agraves condiccedilotildees antroacutepicas

A diversidade de cores de poacutelen trazida pelas forrageiras no iniacutecio da manhatilde indica

uma ampla disponibilidade de alimento que a flores oferecem nesse periacuteodo do dia

bem como a eficiecircncia das forrageiras em selecionar essas flores

De acordo com as observaccedilotildees que foram realizadas no estudo as abelhas T

angustula podem ter suas atividades influenciadas pelo clima Uma vez que foi

observado que no periacuteodo de inverno em que as temperaturas satildeo mais baixas

elas comeccedilavam a realizar suas funccedilotildees nos horaacuterios com as temperaturas mais

altas

A divisatildeo de trabalho entre forrageadoras operaacuterias de limpeza e de defesa

observado nessa espeacutecie indica o comportamento altamente social dos Meliponini

O mecanismo de defesa observado em T angustula entre guardas pairando e em

peacute pode indicar uma caracteriacutestica de complementaridade na defesa do ninho uma

vez que durante as observaccedilotildees os dois tipos de guardas sempre se fizeram

presentes O que mostra que mesmo com o atrofiamento do ferratildeo os indiviacuteduos

desenvolveram estrateacutegias para a defesa contra invasores

Foi comum observar a presenccedila de revoadas nos ninhos entre as Jataiacutes Este

comportamento em geral eacute comum para o desenvolvimento (sobrevivecircncia) da

colocircnia No caso dos ninhos observados apoacutes as revoadas eles foram

desaparecendo Este fato pode indicar um baixo iacutendice de recursos troacuteficos para

essas abelhas dentro do campus pois ao inveacutes dos ninhos se manterem ou

aumentarem em quantidade ao longo das observaccedilotildees eles desapareceram

O levantamento das flores visitadas por T angustula indicou um comportamento

generalista desta espeacutecie em visitar uma grande variedade de plantas o que mostra

sua importacircncia para garantir a variabilidade dessas plantas

66

Esse levantamento tambeacutem indicou que a polinizaccedilatildeo realizada por elas foi

predominante em plantas exoacuteticas O que pode refletir a deficiecircncia na quantidade

de plantas nativas melitoacutefilas na aacuterea de estudo

67

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Page 42: FACULDADE CATÓLICA SALESIANA DO ESPÍRITO SANTO … · No grupo dos Apinae está à tribo dos Meliponini, conhecidas como abelhas indígenas sem ferrão por possuir seu ferrão atrofiado

48

meu redor em uma dessas observaccedilotildees a jataiacute picou pele exposta Dentre todos os

ninhos essa foi a que apresentou o comportamento mais agressivo

De acordo com os estudos de Gruter e colaboradores (2012) T angustula eacute a uacutenica

espeacutecie que apresenta um sistema de defesa que envolve dois grupos distintos e

complementares de guardas uma pairando que se estacionam no ar proacuteximo ao

ninho e outras em peacute ao redor da entrada do ninho As guardas que ficam de frente

para o caminho de vocirco satildeo chamadas de grupo principal e as que ficam

posicionadas agrave direita e agrave esquerda do ninho satildeo o grupo secundaacuterio (GRUTER

KARCHER RATNIEKS 2011)

Uma caracteriacutestica interessante dessas guardas eacute que apresentam caracteriacutesticas

morfoloacutegicas diferentes das operaacuterias (satildeo maiores e mais pesadas) (GRUTER et

al 2012) Elas apresentam diferenccedilas no comprimento da asa no tamanho das

pernas traseiras que satildeo relativamente maiores para seu corpo (podendo ajudar na

luta contra invasores) e cabeccedila um pouco menor que das forrageiras Essa ultima

caracteriacutestica estaacute associada agrave maior necessidade das forrageiras de processar

informaccedilotildees sensoriais relacionadas ao forrageamento (GRUTER et al 2012)

As abelhas guardas possuem a funccedilatildeo de defender sua colocircnia de ataques de

intrusos que aproveitam do seu trabalho para roubar o alimento produzido

(GRUTER KARCHER RATNIEKS 2011) As accedilotildees especiacuteficas desses intrusos satildeo

detectadas mais pelas guardas em peacute pois elas conseguem identificar as campeiras

e natildeo campeiras da mesma espeacutecie por quimiorecepccedilatildeo (KARCHER RATNIEKS

2009 GRUTER KARCHER RATNIEKS 2011) Jaacute as guardas que pairam perto do

ninho atacam intrusos que natildeo satildeo da mesma espeacutecie elas o reconhecem pela cor

forma do corpo e pelos odores volaacuteteis (KARCHER RATNIEKS 2009) De acordo

com Zweden e Colaboradores (2011) a presenccedila de guardas pairando aumenta a

detecccedilatildeo de intrusos e que essas guardas respondem especialmente a pistas

visuais Como comportamento de defesa as guardas liberam um feromocircnio de

alarme para recrutar os trabalhadores para o ataque (FREE 1987 apud ZWEDEN

2011)

O nuacutemero meacutedio de guardas durante o periacuteodo observado mostrou-se maior para as

guardas em peacute (78) do que para as guardas pairando (35) Esse fato eacute explicado

por Gruter Karcher e Ratnieks (2011) para eles o gasto energeacutetico das guardas

pairando eacute muito maior de modo que eacute menos dispendioso energicamente para as

49

abelhas ficarem em peacute Mesmo tendo um gasto energeacutetico muito alto nas

observaccedilotildees de Wittmann (1985) as atividades do voo das guardas foi constatado

que essas ficavam pairando por cerca de 70 minutos antes de voltar para dentro do

ninho Este fato mostra que a mudanccedila de guardas natildeo eacute comum e que a defesa do

ninho eacute feita por divisatildeo de trabalho e natildeo por alternacircncia de tarefas (GRUTER

KARCHER RATNIEKS 2011)

Os ninhos que desapareceram ao longo das observaccedilotildees foram devido agraves revoadas

um comportamento comum nas abelhas Nas jataiacutes as revoadas geralmente

ocorrem devido ao calor para refrescar o ninho em caso de altas temperaturas uma

parte da populaccedilatildeo sai do ninho enxameamento para reproduccedilatildeo ou devido agrave

interferecircncia humana quando um ninho eacute retirado de um local para outro

(INFORMACcedilAtildeO PESSOAL ZOCOLOTTI V R) De acordo com este na primeira

semana eacute possiacutevel presenciar alguma revoada que pode ser para identificaccedilatildeo

tanto da flora apiacutecola quanto para localizaccedilatildeo do novo ambiente

No caso dos ninhos F e G ao final de cada revoada observada a entrada do ninho

ficava bastante danificada Foram observadas trecircs revoadas (duas no mesmo dia)

do ninho F todas no mecircs de Maio e duas (em dias diferentes) no ninho G no mecircs

de Junho Apoacutes estas observaccedilotildees os dois ninhos desapareceram

Durante as revoadas vaacuterias abelhas caiam no chatildeo agarradas umas nas outras

Apoacutes queda era possiacutevel observar que as guardas conseguiam prender e retirar

com sua mandiacutebula as pernas e asas do invasor (FIGURA 3-A e B) o que impedia

as invasoras de conseguir atacar novamente Segundo Kerr e colaboradores (2005)

as guardas agarram as pernas dos invasores para que eles caiam no chatildeo e sejam

comidos pelas formigas que ficam proacuteximas aos ninhos

50

FIGURA 3 - Ataque de invasores A T angustula com mandiacutebula presa agrave perna do

Jataiacute invasora BPerna de invasores retirada apoacutes ataque

Fonte Arquivo Labibio

De acordo com Zocolotti VR (INFORMACcedilAtildeO PESSOAL) as cinco espeacutecies de

Meliponini criadas por ele podem apresentar o comportamento de saquear outros

ninhos e isso pode ocorrer por oportunismo ou por falta de alimento Em especial

as Jataiacutes geralmente possuem o costume de atacar as proacuteprias jataiacutes esses

ataques acontecem dentro do mesmo ninho e entre outros proacuteximos Esses ataques

podem ocorrer por atraccedilatildeo de feromocircnio de princesa (rainhas jovens natildeo

fecundadas) por enxame fraco ou ateacute mesmo para absorver o fraco ou seja elas

entram e acabam matando a rainha e mantecircm os trabalhadores por um tempo ateacute

absorver o enxame ou ateacute mesmo o deixam morrer sendo dessa maneira muito

complexas em relaccedilatildeo ao comportamento

Na aacuterea do campus da Ufes houve uma consideraacutevel devastaccedilatildeo na vegetaccedilatildeo

nativa (compreendida de Mata Atlacircntica Manguezal e Restinga) devido agrave

construccedilatildeo de preacutedios que foram erguidos logo no iniacutecio da implantaccedilatildeo da

Universidade Como medida compensatoacuteria foi feito o plantio de espeacutecies arboacutereas

usando em demasia espeacutecies exoacuteticas (CASTRO 2003) Na Ufes eacute possiacutevel ver

poucas aacutereas jardinadas Aleacutem disso sempre que eacute necessaacuterio construir um novo

preacutedio novas aacutereas satildeo eliminadas podendo ou natildeo ser compensada com plantas

nativas

A B

51

Em abelhas sociais o comportamento de saque eacute comum acontecer em sequumlecircncias

natildeo contiacutenuas ou seja ela cessa e recomeccedila por periacuteodos de tempo (SANTANA

etal 2004) Durante as observaccedilotildees foram presenciadas trecircs revoadas ao ninho F

duas no mesmo dia poreacutem em horaacuterios diferentes e duas ao ninho G em dias

diferentes (FIGURAS 4- A B C e D)

FIGURA 4 ndash Revoada do ninho F A Vista da entrada do iniacutecio do estudo B Vista

da entrada em plena atividade em iniacutecio de maio C Entrada apoacutes uma revoada em

maio D Vista da entrada do ninho apoacutes uacuteltima revoada em maio

Fonte Arquivo Labibio

Nas figuras 4a e b mostram o estado em que a entrada do ninho se encontrava na

primeira semana de observaccedilatildeo (vinte e oito de Abril) e na primeira semana do mecircs

seguinte (sete de Maio) esse uacuteltimo a entrada do ninho jaacute se encontrava danificado

No ninho F(FIGURA 4) as revoadas que ocorreram no dia vinte de Maio entre

A B

C D

52

1000 e 1400 horas e no dia vinte e seis de Maio entre 1600 e 1700 horas

corroborando com Santana e colaboradores (2004) sobre o comportamento de

saques intermitentes

No ninho G as revoadas se iniciaram duas semanas apoacutes o desaparecimento do

ninho F nos dias nove e vinte e seis de junho entre 1500 e 1600 horas e dia 16 de

junho no mesmo horaacuterio (FIGURA 5-A B e C)

FIGURA 5 ndash Revoadas no Ninho G A Ninho no iniacutecio de Maio B Registro da

primeira revoada C Ultima revoada perda do ninho

Fonte Arquivo Labibio

As observaccedilotildees evidenciaram a ocorrecircncia de um acuacutemulo de resiacuteduos sobre os

ninhos apoacutes as revoadas (FGURA 5-B) No ninho G tinha uma subpopulaccedilatildeo

A B

C

53

pequena mas bem ativa conforme verificado apoacutes quatro horas de observaccedilatildeo em

nove dias (Graacutefico 1- A e B)

GRAacuteFICO1 A ndash Ritmo de Saiacutedas no Ninho G

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

GRAacuteFICO 1B ndash Ritmo de entradas no ninho G

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

0

20

40

60

80

100

120

140

09h-10h 10h-11h 12h-13h 14h-15h 16h-17h

Nuacutem

ero

de V

isita

s

Horaacuterios

13mai 20mai 26mai

0

20

40

60

80

100

120

140

160

180

200

09h-10h 10h-11h 12h-13h 14h-15h 16h-17h

Nuacutem

ero

de V

isita

s

Horaacuterios

13mai 20mai 26mai

54

No ninho G as abelhas iniciaram suas atividades antes de 09h evidenciado pela

entrada de aproximadamente 180 forrageadoras entre 9 e 10h As saiacutedas neste

mesmo periacuteodo ficaram em torno de 100

Entre 16h-17h houve um grande nuacutemero de entrada o que era esperado todas as

que saiacuteram tecircm que retornar enquanto haacute luminosidade e antes do ninho ser

fechado Conforme esperado por Gruter Karcher Ratnieks (2011) quando comeccedila

a escurecer as Jataiacutes fecham a entrada do tubo para impedir que intrusos ataquem

seu ninho durante a noite e abrem pela manhatilde quando o clima estaacute mais favoraacutevel

para iniciarem suas atividades

Neste ninho entre 12h-13h houve um nuacutemero maior de saiacutedas que de entradas ateacute

agraves 16h Isso possivelmente esteve relacionado agrave uma grande distacircncia entre o ninho

e as fontes de recursos troacuteficos

Outro ninho em que foi possiacutevel observar todos os meses notou-se que apresentou

atividade durante todo o dia (GRAacuteFICO 2-A e B)

GRAacuteFICO 2A ndash Ritmo de saiacutedas do ninho B

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

0

50

100

150

200

250

300

350

400

450

500

07h-08h 08h-09h 09h-10h 11h-12h 12h-13h 13h-14h 14h-15h 15h-16h 16h-17h

Nuacutem

ero

de V

isita

s

Horaacuterios

28abr 13mai 20mai 26mai 09jun 16jun 23jun 01jul 09jul

16jul 23jul 30jul 06ago 13ago 20ago 27ago 05set 10set

55

GRAacuteFICO 2B ndash Ritmo de entradas do nino B

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

O ninho B tinha uma subpopulaccedilatildeo mais numerosa que F e G Durante o inverno

(2307 e 2708) as abelhas iniciavam suas atividades cerca de duas horas mais

tarde em horaacuterio com temperatura mais elevada (indicado pela seta preta) Tal fato

corrobora com as observaccedilotildees de Ulian e colaboradores (2007) que constata que

em periacuteodo mais chuvoso onde as temperaturas satildeo geralmente mais baixas as

Jataiacutes apresentam iniacutecio de atividade agraves 9 horas da manhatilde devido agrave temperatura

nesse horaacuterio comeccedilar a aumentar

Proacuteximo do horaacuterio de 10 horas houve um grande nuacutemero de saiacutedas do ninho

seguido de um grande nuacutemero de entrada o que indica a ocorrecircncia de uma fonte

de recursos proacutexima ao ninho ou a indisponibilidade de recurso para ser coletado

naquela hora Acredita-se que na primeira possibilidade - fonte proacutexima ela era de

resina pelo fato de ter havido um intervalo de saiacuteda ateacute agraves 12h jaacute que esta

demanda mais tempo para ser retirada da corbiacutecula e armazenada por ser

pegajosa No caso da segunda possibilidade natildeo encontraram alimento disponiacutevel

naquele horaacuterio o retorno ao ninho eacute a alternativa mais eficaz para evitar um alto

gasto energeacutetico ateacute que o recurso fique disponiacutevel para coleta

0

100

200

300

400

500

600

07h-08h 08h-09h 09h-10h 10h-11h 11h-12h 12h-13h 13h-14h 14h-15h 15h-16h 16h-17h

Nuacutem

ero

de V

isita

s

Horaacuterios 28abr 13mai 20mai 26mai 09jun 16jun 23jun 09jul16jul 23jul 30jul 20ago 27ago 05set 10set

56

No outono as atividades das Jataiacutes comeccedilaram a diminuir por volta de 15 horas

(indicado pela seta marrom) ateacute cessar totalmente no iniacutecio das 16 horas Pelos

graacuteficos nota-se que o ninho B possui vantagem de uma hora nas atividades em

relaccedilatildeo ao ninho G isso provavelmente ocorreu porque o ninho B obteve mais

sucesso nas coletas distribuiacutedas ao longo do dia

43 RECURSOS FLORAIS

Eacute notoacuteria a relaccedilatildeo que existe entre abelha-flor relaccedilatildeo essa que sucedeu a milhotildees

de anos desde entatildeo as abelhas dependem de substancias utilizadas na

alimentaccedilatildeo e as plantas se beneficiam com a polinizaccedilatildeo (PIRANI LAURINO

1993) Para entender a biologia dos Meliponini eacute importante conhecer sua

alimentaccedilatildeo Para isso eacute necessaacuterio fazer um levantamento das plantas utilizadas

para coleta de poacutelen e neacutectar (SOUZA 1999 apud OLIVEIRA ABSY MIRANDA

2009)

Com base nos dados obtidos sobre as fontes alimentares de T angustula na

literatura (TABELA 2) nota-se a capacidade dessa espeacutecie de visitar uma ampla

diversidade de famiacutelias de plantas Segundo Toledo e colaboradores (2003) durante

cada voo das campeiras em meacutedia 100 flores satildeo visitadas

O levantamento bibliograacutefico indicou que existem duas metodologias bastante

usadas por autores para conhecer a dieta das abelhas Uma delas eacute a investigaccedilatildeo

palinoloacutegica para avaliar as fontes de recursos florais utilizados (poacutelen e neacutectar)

com base no gratildeo de poacutelen depositado no corpo da abelha para identificaccedilatildeo das

espeacutecies vegetais (CARVALHO MARCHINE ROS 1999 FEIDEN 1994 SIMIONI et

al 2007 OLIVEIRA ABSY MIRANDA 2009 MORGADO et al 2011NOVAIS

ABSY SANTOS 2013) A outra se daacute por meio de observaccedilotildees das campeiras nas

flores (AGOSTINI SAZIMA 2003 TOLEDO et al 2003OLIVEIRA ABSY

MIRANDA 2009 BRAGA et al 2012) A partir desses meacutetodos eacute possiacutevel saber

quais satildeo as plantas que produzem seus alimentos preferenciais e quais as fontes

alternativas (OLIVEIRA ABSY MIRANDA 2009)

57

TABELA 2 ndash Relaccedilatildeo das espeacutecies de plantas visitadas porT Angustula Continua

Famiacutelia Espeacutecie Polinizada Visitada Recurso

Poacutelen Neacutectar

Acanthaceae Thunbergia grandiflora X Odontonema strictum X X

Justicia brandegeana X

Ruellia silvaecola X Agavaceae Agave americana X X X

Agave sisalana X X X

Agave attenuata X X X

Dracena fragana X X X Aizoaceae Mesembryantemum spectabilis X Lamprantus productus X Amaranthaceae Gomphrena globosa X Amarylidaceae Clivia miniata X X X Anacardiaceae Schinus terebinthifolius X X

Lithraea molleoides X X

Toxicodendron verniciferum X X

Mangifera indica X X X

Tapirira guianensis X Apiaceae Hydrocotyle leucocephala X Apocynaceae Trevetia peruviana X Araliaceae Tetrapanax papyrifera X X X Asclepiadaceae Asclepias curassavica X X Asteraceae Parthenium hysterophorus X Aspillia latissima X Aspillia sp X Balsaminaceae Impatiens balsamina X X X

Impatiens sultanii X Bignoniaceae Spathodea campanulata X X Tabebulaim petiginosa X X X

Tabebula chrysotricha X X X Bixaceae Bixa orellana X X Bombacaceae Ceiba arianthos X X

Pseudo bombax sp X X

Pseudobombax tomentoso X X

Eriotheca canolleana X X

Bombax ceiba X X Boraginaceae Cordia superba X X

Cordia glabrata X X Brassicaceae Brassica sp X Cactaceae Opuntia ficusindica X X Caesalpiniaceae Schizolobium parahyba X X Capparaceae Cleome spinosa X Caprifoliaceae Lonicera japonica X X

58

TABELA 2 ndash Relaccedilatildeo das espeacutecies de plantas visitadas por T angustula Continua

Famiacutelia Espeacutecie Polinizada Visitada Recurso

Poacutelen Neacutectar

Sambucus australis X X Caryophylaceae Silene armeria X Cecropiaceae Cecropia hololeuca X Cochlospermaceae Cochlospermum vitifolium X X Compositae Vernonia polyanthes X X

Bidens pilosa X X Cosmos auphureus X X X

Centratherium violaceum X X X

Dahlia sp X Eclipta alba X Asterla evis X Tithonia rotundifolia X X X

Tithonia speciosa X X X

Tithonia diversifolia X Baccharis sp X Wedelia paludosa X Eupatorium sp X Mikania glomerata X X

Montano apyramidata X X Montano abipinnatifiada X Senecio brasiliensis X X X

Emilia sonchifolia X X Ambrosia sp X X Creopsis grandiflora X Galinsoga parviflora X Crassulaceae Kalanchoe tubiflora X X Cyperaceae Cyperus sp X Elaeocarpaceae Muntingia calabura X Ericaceae Rhododendron simsii X X X

Rhododendron indicum X X X Euphorbiaceae Alchornea sidaefolia X X X

Euphorbia milii X X X

Euphorbia pulcherrima X X X

Ricinus communis X X X

Croton sp X Fabaceae Desmodium sp X Tipuana tipu X Vigna peduncularis X X Guttiferae Kielmeyera coriacea X X Iridaceae Dietes vegeta X Labiatae Salvia splendens X Origanum vugare X

59

TABELA 2 ndash Relaccedilatildeo das espeacutecies de plantas visitadas por T angustula Continua

Famiacutelia Espeacutecie Polinizada Visitada Recurso

Poacutelen Neacutectar

Ocimum sellowii X Iboza riparia X X X

Coleus blumei X X X Leguminosae Andira anthelmintica X X

Mimosa daleoides X X X

Myroxylon balsamum X X X

Piptadenia gonoacantha X X X

Stylos anthesscabra X Caesalpinia bonducella X X X

Caesalpinia pelthophoroides X X X

Crotalaria lanceolata X Calliandra twedii X Sophora tomentosa X X Mimosa pudica X Erythrina speciosa X X X

Cassia grandis X Schizolobium parahyba X X Senna multijuga X Senna bicapsularis X X Delonix regia X Clitoria fairchildiana X Centrolobium tomentoso X Liliaceae Aloe sp X X Bulbine frutescens X Loranthaceae Struthanthus andrastylus X X Lythraceae Lagerstroemia indica X X Magnoliaceae Talauma ovata X X Malpighiaceae Malphiguia glabra X Tetrapterys X Byrsonima intermedia X X X Malvaceae Hibiscus rosa-sinensis X X X

Malvaviscus arboreus X X Sida rhombifolia X Melastomataceae Tibouchina granulosa X X

Clidemeia sp X X

Tibouchina sp X X X

Tibouchina holosericea X X Meliaceae Trichilia sp X Mimosaceae Leucaena leucocephala X Anadenanthera collubrina X Moraceae Cecropia pachystachya X X X

Morus nigra X X

60

TABELA 2 ndash Relaccedilatildeo das espeacutecies de plantas visitadas por T angustula Continua

Famiacutelia Espeacutecie Polinizada Visitada Recurso

Poacutelen Neacutectar Myrsinaceae Ardisia crenata X X Myrtaceae Eucalyptus robusta X X X

Eugenia jambos X X X

Eugenia pitanga X Eucalyptus terecornis X Plinia glomerata X Nyctaginaceae Bougainvile aspectabilis X X X Oleaceae Jasminum azoricum X Palmae Acrocomia aculeata X X

Archontophoenix cunninghamiana X

Syagrus romanzoffiana X Copernicia alba X X Sheelea phalerata X Passifloraceae Passiflora jilekii X Piperaceae Piper mollicomum X Poaceae Paspalum sp X Polemoniaceae Cobae scandens X Polygonaceae Polygonum capitatum X X X Pontederiaceae Pontederia lanceolata X X Proteaceae Grevill a bansksii X X X Rosaceae Prunus persica X X X

Pyracantha coccinea X X Rubiaceae Pentas lanceolata X X

Citrus airantum X X Rutaceae Citrus limon X X X Scrophulariaceae Paulownia imperialis X X Solanaceae Nicotiana tabacum X X Sterculiaceae Dombeya burgessiae X Dombeya wallichii X Sterculia chicha X X Tiliaceae Heliocarpus americanus X X X Tropaeolaceae Tropaeolum majus X X X Ulmaceae Tipo celtis X Trema micrantha X X Umbelliferae Foeniculum vulgare X X X Verbenaceae Duranta repens X

Vitex agnus-castus X

Velloziaceae Vellozia candia X X X Zingiberaceae Hedychium coronarium X Fonte Pirani Laurino 1993 Carvalho Marchine Ros 1999 Agostini Sazima 2003 Toledo et al 2003 Cartopassi-Laurino 2005 Braga e Colaboradores 2012 Novais Absy Santos 2013

61

Foram encontradas 71 famiacutelias e um total de 166 espeacutecies Dessas 30 espeacutecies satildeo

polinizadas e 136 satildeo visitadas Poacutelen e neacutectar satildeo os recursos mais coletados

com coleta de poacutelen em 78 espeacutecies e de neacutectar em 69 De acordo coma Lista de

Espeacutecies da Flora do Brasil (2010) 20 das espeacutecies que satildeo polinizadas (TABELA

2) satildeo nativas o restante satildeo espeacutecies exoacuteticas ou seja natildeo pertencem agrave flora

brasileira

As famiacutelias que apresentaram maior porcentagem de visitas por T angustula foram

Compositae e Leguminosae (TABELA 2) com 13 e 12 de espeacutecies

respectivamente (GRAacuteFICO 3) sendo as famiacutelias mais importantes para a dieta da

jataiacute (AGOSTINE SAZIMA 2003 SIIONI et al 2007) Esse resultado eacute similar ao

trabalho de Simioni e colaboradores (2007) seus resultados mostram que uma das

famiacutelias analisadas Leguminosae tambeacutem apresentaram um maior destaque na

quantidade de visitas realizadas por T angustula esse fato pode ser explicado pelo

fato de que Leguminosae representa a mais importante fonte de poacutelen para essa

espeacutecie

As famiacutelias Compositae e Leguminosae satildeo as mais bem representadas pelo fato

de apresentarem espeacutecies que fornecem alimento em maior qualidade e quantidade

por vaacuterios periacuteodos do ano Com destaque para a famiacutelia Leguminosae que fornece

recursos alimentares para as abelhas nos periacuteodos de estiagem (PIRANI LAURINO

1993 AGOSTINE SAZIMA 2003)

O graacutefico abaixo ilustra o comportamento generalista deT angustula Onde 41 das

visitadas realizadas pela espeacutecie se distribuem por 55 famiacutelias vegetais Esse

comportamento concorda com trabalho de Anacleto (2007) onde dentre as cinco

espeacutecies estudadas por ele a que apresentou o haacutebito mais generalista em relaccedilatildeo

ao nuacutemero de plantas visitadas foi T angustula

62

GRAacuteFICO 3 ndash Contribuiccedilatildeo das famiacutelias de plantas para a dieta de T angustula

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria com base nos dados da Tabela 1

As abelhas generalistas visitam flores pequenas e abertas e satildeo menos

relacionadas agraves flores especializadas (RUTHCKE JULES 1993 ROUBIK 1992

apud AGOSTINI SAZIMA 2003) e tecircm preferecircncia de flores arboacutereas com

inflorescecircncia densas

Um exemplo de flores que natildeo satildeo especializadas e que satildeo importantes para a

dieta de T angustula eacute da famiacutelia Asteraceae as espeacutecies Mangifera indica e

Schinus terebinthifolius apresentam grande densidade de flores e permite faacutecil

acesso para as abelhas deste modo tornam-se importantes fornecedores de fontes

de poacutelen (BRAGA et al 2012)

De acordo com o levantamento das plantas utilizadas pelas abelhas jataiacute realizado

por diferentes autores as famiacutelias que se mostraram bem representadas foram

Malvaceae Caesalpiniaceae Melastomataceae Myrtaceae Euphorbiaceae e

Anacardiaceae sendo consideradas portanto essenciais para a dieta da jataiacute

2 2 3 2

2 3

13

3 2

3

12 2 2 2 3

3

41

Acanthaceae Agavaceae Anacardiaceae Asteraceae Bignoniaceae

Bombacaceae Compositae Euphorbiaceae Fabaceae Labiatae

Leguminosae Malpighiaceae Malvaceae Melastomataceae Myrtaceae

Palmae Outros

63

Em geral essas famiacutelias podem ser caracterizadas pela floraccedilatildeo do tipo contiacutenuo ou

seja uma floraccedilatildeo que natildeo cessa ou que ocorre na maior parte do ano o que

permite as abelhas ter acesso aos recursos em todas as estaccedilotildees do ano

(CARVALHO MARCHINI ROS 1999 AGOSTINI SAZIMA 2003 TOLEDO et al

2003 MORGADO et al 2011)

64

65

5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS Sendo este a primeira pesquisa com abelhas em compus no Espiacuterito Santo Foi

observado que a distribuiccedilatildeo dos ninhos encontrados apresentou-se uniforme

Todos os ninhos estavam instalados em paredes e pisos de concreto o que indica

seu potencial de adaptabilidade agraves condiccedilotildees antroacutepicas

A diversidade de cores de poacutelen trazida pelas forrageiras no iniacutecio da manhatilde indica

uma ampla disponibilidade de alimento que a flores oferecem nesse periacuteodo do dia

bem como a eficiecircncia das forrageiras em selecionar essas flores

De acordo com as observaccedilotildees que foram realizadas no estudo as abelhas T

angustula podem ter suas atividades influenciadas pelo clima Uma vez que foi

observado que no periacuteodo de inverno em que as temperaturas satildeo mais baixas

elas comeccedilavam a realizar suas funccedilotildees nos horaacuterios com as temperaturas mais

altas

A divisatildeo de trabalho entre forrageadoras operaacuterias de limpeza e de defesa

observado nessa espeacutecie indica o comportamento altamente social dos Meliponini

O mecanismo de defesa observado em T angustula entre guardas pairando e em

peacute pode indicar uma caracteriacutestica de complementaridade na defesa do ninho uma

vez que durante as observaccedilotildees os dois tipos de guardas sempre se fizeram

presentes O que mostra que mesmo com o atrofiamento do ferratildeo os indiviacuteduos

desenvolveram estrateacutegias para a defesa contra invasores

Foi comum observar a presenccedila de revoadas nos ninhos entre as Jataiacutes Este

comportamento em geral eacute comum para o desenvolvimento (sobrevivecircncia) da

colocircnia No caso dos ninhos observados apoacutes as revoadas eles foram

desaparecendo Este fato pode indicar um baixo iacutendice de recursos troacuteficos para

essas abelhas dentro do campus pois ao inveacutes dos ninhos se manterem ou

aumentarem em quantidade ao longo das observaccedilotildees eles desapareceram

O levantamento das flores visitadas por T angustula indicou um comportamento

generalista desta espeacutecie em visitar uma grande variedade de plantas o que mostra

sua importacircncia para garantir a variabilidade dessas plantas

66

Esse levantamento tambeacutem indicou que a polinizaccedilatildeo realizada por elas foi

predominante em plantas exoacuteticas O que pode refletir a deficiecircncia na quantidade

de plantas nativas melitoacutefilas na aacuterea de estudo

67

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Page 43: FACULDADE CATÓLICA SALESIANA DO ESPÍRITO SANTO … · No grupo dos Apinae está à tribo dos Meliponini, conhecidas como abelhas indígenas sem ferrão por possuir seu ferrão atrofiado

49

abelhas ficarem em peacute Mesmo tendo um gasto energeacutetico muito alto nas

observaccedilotildees de Wittmann (1985) as atividades do voo das guardas foi constatado

que essas ficavam pairando por cerca de 70 minutos antes de voltar para dentro do

ninho Este fato mostra que a mudanccedila de guardas natildeo eacute comum e que a defesa do

ninho eacute feita por divisatildeo de trabalho e natildeo por alternacircncia de tarefas (GRUTER

KARCHER RATNIEKS 2011)

Os ninhos que desapareceram ao longo das observaccedilotildees foram devido agraves revoadas

um comportamento comum nas abelhas Nas jataiacutes as revoadas geralmente

ocorrem devido ao calor para refrescar o ninho em caso de altas temperaturas uma

parte da populaccedilatildeo sai do ninho enxameamento para reproduccedilatildeo ou devido agrave

interferecircncia humana quando um ninho eacute retirado de um local para outro

(INFORMACcedilAtildeO PESSOAL ZOCOLOTTI V R) De acordo com este na primeira

semana eacute possiacutevel presenciar alguma revoada que pode ser para identificaccedilatildeo

tanto da flora apiacutecola quanto para localizaccedilatildeo do novo ambiente

No caso dos ninhos F e G ao final de cada revoada observada a entrada do ninho

ficava bastante danificada Foram observadas trecircs revoadas (duas no mesmo dia)

do ninho F todas no mecircs de Maio e duas (em dias diferentes) no ninho G no mecircs

de Junho Apoacutes estas observaccedilotildees os dois ninhos desapareceram

Durante as revoadas vaacuterias abelhas caiam no chatildeo agarradas umas nas outras

Apoacutes queda era possiacutevel observar que as guardas conseguiam prender e retirar

com sua mandiacutebula as pernas e asas do invasor (FIGURA 3-A e B) o que impedia

as invasoras de conseguir atacar novamente Segundo Kerr e colaboradores (2005)

as guardas agarram as pernas dos invasores para que eles caiam no chatildeo e sejam

comidos pelas formigas que ficam proacuteximas aos ninhos

50

FIGURA 3 - Ataque de invasores A T angustula com mandiacutebula presa agrave perna do

Jataiacute invasora BPerna de invasores retirada apoacutes ataque

Fonte Arquivo Labibio

De acordo com Zocolotti VR (INFORMACcedilAtildeO PESSOAL) as cinco espeacutecies de

Meliponini criadas por ele podem apresentar o comportamento de saquear outros

ninhos e isso pode ocorrer por oportunismo ou por falta de alimento Em especial

as Jataiacutes geralmente possuem o costume de atacar as proacuteprias jataiacutes esses

ataques acontecem dentro do mesmo ninho e entre outros proacuteximos Esses ataques

podem ocorrer por atraccedilatildeo de feromocircnio de princesa (rainhas jovens natildeo

fecundadas) por enxame fraco ou ateacute mesmo para absorver o fraco ou seja elas

entram e acabam matando a rainha e mantecircm os trabalhadores por um tempo ateacute

absorver o enxame ou ateacute mesmo o deixam morrer sendo dessa maneira muito

complexas em relaccedilatildeo ao comportamento

Na aacuterea do campus da Ufes houve uma consideraacutevel devastaccedilatildeo na vegetaccedilatildeo

nativa (compreendida de Mata Atlacircntica Manguezal e Restinga) devido agrave

construccedilatildeo de preacutedios que foram erguidos logo no iniacutecio da implantaccedilatildeo da

Universidade Como medida compensatoacuteria foi feito o plantio de espeacutecies arboacutereas

usando em demasia espeacutecies exoacuteticas (CASTRO 2003) Na Ufes eacute possiacutevel ver

poucas aacutereas jardinadas Aleacutem disso sempre que eacute necessaacuterio construir um novo

preacutedio novas aacutereas satildeo eliminadas podendo ou natildeo ser compensada com plantas

nativas

A B

51

Em abelhas sociais o comportamento de saque eacute comum acontecer em sequumlecircncias

natildeo contiacutenuas ou seja ela cessa e recomeccedila por periacuteodos de tempo (SANTANA

etal 2004) Durante as observaccedilotildees foram presenciadas trecircs revoadas ao ninho F

duas no mesmo dia poreacutem em horaacuterios diferentes e duas ao ninho G em dias

diferentes (FIGURAS 4- A B C e D)

FIGURA 4 ndash Revoada do ninho F A Vista da entrada do iniacutecio do estudo B Vista

da entrada em plena atividade em iniacutecio de maio C Entrada apoacutes uma revoada em

maio D Vista da entrada do ninho apoacutes uacuteltima revoada em maio

Fonte Arquivo Labibio

Nas figuras 4a e b mostram o estado em que a entrada do ninho se encontrava na

primeira semana de observaccedilatildeo (vinte e oito de Abril) e na primeira semana do mecircs

seguinte (sete de Maio) esse uacuteltimo a entrada do ninho jaacute se encontrava danificado

No ninho F(FIGURA 4) as revoadas que ocorreram no dia vinte de Maio entre

A B

C D

52

1000 e 1400 horas e no dia vinte e seis de Maio entre 1600 e 1700 horas

corroborando com Santana e colaboradores (2004) sobre o comportamento de

saques intermitentes

No ninho G as revoadas se iniciaram duas semanas apoacutes o desaparecimento do

ninho F nos dias nove e vinte e seis de junho entre 1500 e 1600 horas e dia 16 de

junho no mesmo horaacuterio (FIGURA 5-A B e C)

FIGURA 5 ndash Revoadas no Ninho G A Ninho no iniacutecio de Maio B Registro da

primeira revoada C Ultima revoada perda do ninho

Fonte Arquivo Labibio

As observaccedilotildees evidenciaram a ocorrecircncia de um acuacutemulo de resiacuteduos sobre os

ninhos apoacutes as revoadas (FGURA 5-B) No ninho G tinha uma subpopulaccedilatildeo

A B

C

53

pequena mas bem ativa conforme verificado apoacutes quatro horas de observaccedilatildeo em

nove dias (Graacutefico 1- A e B)

GRAacuteFICO1 A ndash Ritmo de Saiacutedas no Ninho G

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

GRAacuteFICO 1B ndash Ritmo de entradas no ninho G

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

0

20

40

60

80

100

120

140

09h-10h 10h-11h 12h-13h 14h-15h 16h-17h

Nuacutem

ero

de V

isita

s

Horaacuterios

13mai 20mai 26mai

0

20

40

60

80

100

120

140

160

180

200

09h-10h 10h-11h 12h-13h 14h-15h 16h-17h

Nuacutem

ero

de V

isita

s

Horaacuterios

13mai 20mai 26mai

54

No ninho G as abelhas iniciaram suas atividades antes de 09h evidenciado pela

entrada de aproximadamente 180 forrageadoras entre 9 e 10h As saiacutedas neste

mesmo periacuteodo ficaram em torno de 100

Entre 16h-17h houve um grande nuacutemero de entrada o que era esperado todas as

que saiacuteram tecircm que retornar enquanto haacute luminosidade e antes do ninho ser

fechado Conforme esperado por Gruter Karcher Ratnieks (2011) quando comeccedila

a escurecer as Jataiacutes fecham a entrada do tubo para impedir que intrusos ataquem

seu ninho durante a noite e abrem pela manhatilde quando o clima estaacute mais favoraacutevel

para iniciarem suas atividades

Neste ninho entre 12h-13h houve um nuacutemero maior de saiacutedas que de entradas ateacute

agraves 16h Isso possivelmente esteve relacionado agrave uma grande distacircncia entre o ninho

e as fontes de recursos troacuteficos

Outro ninho em que foi possiacutevel observar todos os meses notou-se que apresentou

atividade durante todo o dia (GRAacuteFICO 2-A e B)

GRAacuteFICO 2A ndash Ritmo de saiacutedas do ninho B

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

0

50

100

150

200

250

300

350

400

450

500

07h-08h 08h-09h 09h-10h 11h-12h 12h-13h 13h-14h 14h-15h 15h-16h 16h-17h

Nuacutem

ero

de V

isita

s

Horaacuterios

28abr 13mai 20mai 26mai 09jun 16jun 23jun 01jul 09jul

16jul 23jul 30jul 06ago 13ago 20ago 27ago 05set 10set

55

GRAacuteFICO 2B ndash Ritmo de entradas do nino B

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

O ninho B tinha uma subpopulaccedilatildeo mais numerosa que F e G Durante o inverno

(2307 e 2708) as abelhas iniciavam suas atividades cerca de duas horas mais

tarde em horaacuterio com temperatura mais elevada (indicado pela seta preta) Tal fato

corrobora com as observaccedilotildees de Ulian e colaboradores (2007) que constata que

em periacuteodo mais chuvoso onde as temperaturas satildeo geralmente mais baixas as

Jataiacutes apresentam iniacutecio de atividade agraves 9 horas da manhatilde devido agrave temperatura

nesse horaacuterio comeccedilar a aumentar

Proacuteximo do horaacuterio de 10 horas houve um grande nuacutemero de saiacutedas do ninho

seguido de um grande nuacutemero de entrada o que indica a ocorrecircncia de uma fonte

de recursos proacutexima ao ninho ou a indisponibilidade de recurso para ser coletado

naquela hora Acredita-se que na primeira possibilidade - fonte proacutexima ela era de

resina pelo fato de ter havido um intervalo de saiacuteda ateacute agraves 12h jaacute que esta

demanda mais tempo para ser retirada da corbiacutecula e armazenada por ser

pegajosa No caso da segunda possibilidade natildeo encontraram alimento disponiacutevel

naquele horaacuterio o retorno ao ninho eacute a alternativa mais eficaz para evitar um alto

gasto energeacutetico ateacute que o recurso fique disponiacutevel para coleta

0

100

200

300

400

500

600

07h-08h 08h-09h 09h-10h 10h-11h 11h-12h 12h-13h 13h-14h 14h-15h 15h-16h 16h-17h

Nuacutem

ero

de V

isita

s

Horaacuterios 28abr 13mai 20mai 26mai 09jun 16jun 23jun 09jul16jul 23jul 30jul 20ago 27ago 05set 10set

56

No outono as atividades das Jataiacutes comeccedilaram a diminuir por volta de 15 horas

(indicado pela seta marrom) ateacute cessar totalmente no iniacutecio das 16 horas Pelos

graacuteficos nota-se que o ninho B possui vantagem de uma hora nas atividades em

relaccedilatildeo ao ninho G isso provavelmente ocorreu porque o ninho B obteve mais

sucesso nas coletas distribuiacutedas ao longo do dia

43 RECURSOS FLORAIS

Eacute notoacuteria a relaccedilatildeo que existe entre abelha-flor relaccedilatildeo essa que sucedeu a milhotildees

de anos desde entatildeo as abelhas dependem de substancias utilizadas na

alimentaccedilatildeo e as plantas se beneficiam com a polinizaccedilatildeo (PIRANI LAURINO

1993) Para entender a biologia dos Meliponini eacute importante conhecer sua

alimentaccedilatildeo Para isso eacute necessaacuterio fazer um levantamento das plantas utilizadas

para coleta de poacutelen e neacutectar (SOUZA 1999 apud OLIVEIRA ABSY MIRANDA

2009)

Com base nos dados obtidos sobre as fontes alimentares de T angustula na

literatura (TABELA 2) nota-se a capacidade dessa espeacutecie de visitar uma ampla

diversidade de famiacutelias de plantas Segundo Toledo e colaboradores (2003) durante

cada voo das campeiras em meacutedia 100 flores satildeo visitadas

O levantamento bibliograacutefico indicou que existem duas metodologias bastante

usadas por autores para conhecer a dieta das abelhas Uma delas eacute a investigaccedilatildeo

palinoloacutegica para avaliar as fontes de recursos florais utilizados (poacutelen e neacutectar)

com base no gratildeo de poacutelen depositado no corpo da abelha para identificaccedilatildeo das

espeacutecies vegetais (CARVALHO MARCHINE ROS 1999 FEIDEN 1994 SIMIONI et

al 2007 OLIVEIRA ABSY MIRANDA 2009 MORGADO et al 2011NOVAIS

ABSY SANTOS 2013) A outra se daacute por meio de observaccedilotildees das campeiras nas

flores (AGOSTINI SAZIMA 2003 TOLEDO et al 2003OLIVEIRA ABSY

MIRANDA 2009 BRAGA et al 2012) A partir desses meacutetodos eacute possiacutevel saber

quais satildeo as plantas que produzem seus alimentos preferenciais e quais as fontes

alternativas (OLIVEIRA ABSY MIRANDA 2009)

57

TABELA 2 ndash Relaccedilatildeo das espeacutecies de plantas visitadas porT Angustula Continua

Famiacutelia Espeacutecie Polinizada Visitada Recurso

Poacutelen Neacutectar

Acanthaceae Thunbergia grandiflora X Odontonema strictum X X

Justicia brandegeana X

Ruellia silvaecola X Agavaceae Agave americana X X X

Agave sisalana X X X

Agave attenuata X X X

Dracena fragana X X X Aizoaceae Mesembryantemum spectabilis X Lamprantus productus X Amaranthaceae Gomphrena globosa X Amarylidaceae Clivia miniata X X X Anacardiaceae Schinus terebinthifolius X X

Lithraea molleoides X X

Toxicodendron verniciferum X X

Mangifera indica X X X

Tapirira guianensis X Apiaceae Hydrocotyle leucocephala X Apocynaceae Trevetia peruviana X Araliaceae Tetrapanax papyrifera X X X Asclepiadaceae Asclepias curassavica X X Asteraceae Parthenium hysterophorus X Aspillia latissima X Aspillia sp X Balsaminaceae Impatiens balsamina X X X

Impatiens sultanii X Bignoniaceae Spathodea campanulata X X Tabebulaim petiginosa X X X

Tabebula chrysotricha X X X Bixaceae Bixa orellana X X Bombacaceae Ceiba arianthos X X

Pseudo bombax sp X X

Pseudobombax tomentoso X X

Eriotheca canolleana X X

Bombax ceiba X X Boraginaceae Cordia superba X X

Cordia glabrata X X Brassicaceae Brassica sp X Cactaceae Opuntia ficusindica X X Caesalpiniaceae Schizolobium parahyba X X Capparaceae Cleome spinosa X Caprifoliaceae Lonicera japonica X X

58

TABELA 2 ndash Relaccedilatildeo das espeacutecies de plantas visitadas por T angustula Continua

Famiacutelia Espeacutecie Polinizada Visitada Recurso

Poacutelen Neacutectar

Sambucus australis X X Caryophylaceae Silene armeria X Cecropiaceae Cecropia hololeuca X Cochlospermaceae Cochlospermum vitifolium X X Compositae Vernonia polyanthes X X

Bidens pilosa X X Cosmos auphureus X X X

Centratherium violaceum X X X

Dahlia sp X Eclipta alba X Asterla evis X Tithonia rotundifolia X X X

Tithonia speciosa X X X

Tithonia diversifolia X Baccharis sp X Wedelia paludosa X Eupatorium sp X Mikania glomerata X X

Montano apyramidata X X Montano abipinnatifiada X Senecio brasiliensis X X X

Emilia sonchifolia X X Ambrosia sp X X Creopsis grandiflora X Galinsoga parviflora X Crassulaceae Kalanchoe tubiflora X X Cyperaceae Cyperus sp X Elaeocarpaceae Muntingia calabura X Ericaceae Rhododendron simsii X X X

Rhododendron indicum X X X Euphorbiaceae Alchornea sidaefolia X X X

Euphorbia milii X X X

Euphorbia pulcherrima X X X

Ricinus communis X X X

Croton sp X Fabaceae Desmodium sp X Tipuana tipu X Vigna peduncularis X X Guttiferae Kielmeyera coriacea X X Iridaceae Dietes vegeta X Labiatae Salvia splendens X Origanum vugare X

59

TABELA 2 ndash Relaccedilatildeo das espeacutecies de plantas visitadas por T angustula Continua

Famiacutelia Espeacutecie Polinizada Visitada Recurso

Poacutelen Neacutectar

Ocimum sellowii X Iboza riparia X X X

Coleus blumei X X X Leguminosae Andira anthelmintica X X

Mimosa daleoides X X X

Myroxylon balsamum X X X

Piptadenia gonoacantha X X X

Stylos anthesscabra X Caesalpinia bonducella X X X

Caesalpinia pelthophoroides X X X

Crotalaria lanceolata X Calliandra twedii X Sophora tomentosa X X Mimosa pudica X Erythrina speciosa X X X

Cassia grandis X Schizolobium parahyba X X Senna multijuga X Senna bicapsularis X X Delonix regia X Clitoria fairchildiana X Centrolobium tomentoso X Liliaceae Aloe sp X X Bulbine frutescens X Loranthaceae Struthanthus andrastylus X X Lythraceae Lagerstroemia indica X X Magnoliaceae Talauma ovata X X Malpighiaceae Malphiguia glabra X Tetrapterys X Byrsonima intermedia X X X Malvaceae Hibiscus rosa-sinensis X X X

Malvaviscus arboreus X X Sida rhombifolia X Melastomataceae Tibouchina granulosa X X

Clidemeia sp X X

Tibouchina sp X X X

Tibouchina holosericea X X Meliaceae Trichilia sp X Mimosaceae Leucaena leucocephala X Anadenanthera collubrina X Moraceae Cecropia pachystachya X X X

Morus nigra X X

60

TABELA 2 ndash Relaccedilatildeo das espeacutecies de plantas visitadas por T angustula Continua

Famiacutelia Espeacutecie Polinizada Visitada Recurso

Poacutelen Neacutectar Myrsinaceae Ardisia crenata X X Myrtaceae Eucalyptus robusta X X X

Eugenia jambos X X X

Eugenia pitanga X Eucalyptus terecornis X Plinia glomerata X Nyctaginaceae Bougainvile aspectabilis X X X Oleaceae Jasminum azoricum X Palmae Acrocomia aculeata X X

Archontophoenix cunninghamiana X

Syagrus romanzoffiana X Copernicia alba X X Sheelea phalerata X Passifloraceae Passiflora jilekii X Piperaceae Piper mollicomum X Poaceae Paspalum sp X Polemoniaceae Cobae scandens X Polygonaceae Polygonum capitatum X X X Pontederiaceae Pontederia lanceolata X X Proteaceae Grevill a bansksii X X X Rosaceae Prunus persica X X X

Pyracantha coccinea X X Rubiaceae Pentas lanceolata X X

Citrus airantum X X Rutaceae Citrus limon X X X Scrophulariaceae Paulownia imperialis X X Solanaceae Nicotiana tabacum X X Sterculiaceae Dombeya burgessiae X Dombeya wallichii X Sterculia chicha X X Tiliaceae Heliocarpus americanus X X X Tropaeolaceae Tropaeolum majus X X X Ulmaceae Tipo celtis X Trema micrantha X X Umbelliferae Foeniculum vulgare X X X Verbenaceae Duranta repens X

Vitex agnus-castus X

Velloziaceae Vellozia candia X X X Zingiberaceae Hedychium coronarium X Fonte Pirani Laurino 1993 Carvalho Marchine Ros 1999 Agostini Sazima 2003 Toledo et al 2003 Cartopassi-Laurino 2005 Braga e Colaboradores 2012 Novais Absy Santos 2013

61

Foram encontradas 71 famiacutelias e um total de 166 espeacutecies Dessas 30 espeacutecies satildeo

polinizadas e 136 satildeo visitadas Poacutelen e neacutectar satildeo os recursos mais coletados

com coleta de poacutelen em 78 espeacutecies e de neacutectar em 69 De acordo coma Lista de

Espeacutecies da Flora do Brasil (2010) 20 das espeacutecies que satildeo polinizadas (TABELA

2) satildeo nativas o restante satildeo espeacutecies exoacuteticas ou seja natildeo pertencem agrave flora

brasileira

As famiacutelias que apresentaram maior porcentagem de visitas por T angustula foram

Compositae e Leguminosae (TABELA 2) com 13 e 12 de espeacutecies

respectivamente (GRAacuteFICO 3) sendo as famiacutelias mais importantes para a dieta da

jataiacute (AGOSTINE SAZIMA 2003 SIIONI et al 2007) Esse resultado eacute similar ao

trabalho de Simioni e colaboradores (2007) seus resultados mostram que uma das

famiacutelias analisadas Leguminosae tambeacutem apresentaram um maior destaque na

quantidade de visitas realizadas por T angustula esse fato pode ser explicado pelo

fato de que Leguminosae representa a mais importante fonte de poacutelen para essa

espeacutecie

As famiacutelias Compositae e Leguminosae satildeo as mais bem representadas pelo fato

de apresentarem espeacutecies que fornecem alimento em maior qualidade e quantidade

por vaacuterios periacuteodos do ano Com destaque para a famiacutelia Leguminosae que fornece

recursos alimentares para as abelhas nos periacuteodos de estiagem (PIRANI LAURINO

1993 AGOSTINE SAZIMA 2003)

O graacutefico abaixo ilustra o comportamento generalista deT angustula Onde 41 das

visitadas realizadas pela espeacutecie se distribuem por 55 famiacutelias vegetais Esse

comportamento concorda com trabalho de Anacleto (2007) onde dentre as cinco

espeacutecies estudadas por ele a que apresentou o haacutebito mais generalista em relaccedilatildeo

ao nuacutemero de plantas visitadas foi T angustula

62

GRAacuteFICO 3 ndash Contribuiccedilatildeo das famiacutelias de plantas para a dieta de T angustula

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria com base nos dados da Tabela 1

As abelhas generalistas visitam flores pequenas e abertas e satildeo menos

relacionadas agraves flores especializadas (RUTHCKE JULES 1993 ROUBIK 1992

apud AGOSTINI SAZIMA 2003) e tecircm preferecircncia de flores arboacutereas com

inflorescecircncia densas

Um exemplo de flores que natildeo satildeo especializadas e que satildeo importantes para a

dieta de T angustula eacute da famiacutelia Asteraceae as espeacutecies Mangifera indica e

Schinus terebinthifolius apresentam grande densidade de flores e permite faacutecil

acesso para as abelhas deste modo tornam-se importantes fornecedores de fontes

de poacutelen (BRAGA et al 2012)

De acordo com o levantamento das plantas utilizadas pelas abelhas jataiacute realizado

por diferentes autores as famiacutelias que se mostraram bem representadas foram

Malvaceae Caesalpiniaceae Melastomataceae Myrtaceae Euphorbiaceae e

Anacardiaceae sendo consideradas portanto essenciais para a dieta da jataiacute

2 2 3 2

2 3

13

3 2

3

12 2 2 2 3

3

41

Acanthaceae Agavaceae Anacardiaceae Asteraceae Bignoniaceae

Bombacaceae Compositae Euphorbiaceae Fabaceae Labiatae

Leguminosae Malpighiaceae Malvaceae Melastomataceae Myrtaceae

Palmae Outros

63

Em geral essas famiacutelias podem ser caracterizadas pela floraccedilatildeo do tipo contiacutenuo ou

seja uma floraccedilatildeo que natildeo cessa ou que ocorre na maior parte do ano o que

permite as abelhas ter acesso aos recursos em todas as estaccedilotildees do ano

(CARVALHO MARCHINI ROS 1999 AGOSTINI SAZIMA 2003 TOLEDO et al

2003 MORGADO et al 2011)

64

65

5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS Sendo este a primeira pesquisa com abelhas em compus no Espiacuterito Santo Foi

observado que a distribuiccedilatildeo dos ninhos encontrados apresentou-se uniforme

Todos os ninhos estavam instalados em paredes e pisos de concreto o que indica

seu potencial de adaptabilidade agraves condiccedilotildees antroacutepicas

A diversidade de cores de poacutelen trazida pelas forrageiras no iniacutecio da manhatilde indica

uma ampla disponibilidade de alimento que a flores oferecem nesse periacuteodo do dia

bem como a eficiecircncia das forrageiras em selecionar essas flores

De acordo com as observaccedilotildees que foram realizadas no estudo as abelhas T

angustula podem ter suas atividades influenciadas pelo clima Uma vez que foi

observado que no periacuteodo de inverno em que as temperaturas satildeo mais baixas

elas comeccedilavam a realizar suas funccedilotildees nos horaacuterios com as temperaturas mais

altas

A divisatildeo de trabalho entre forrageadoras operaacuterias de limpeza e de defesa

observado nessa espeacutecie indica o comportamento altamente social dos Meliponini

O mecanismo de defesa observado em T angustula entre guardas pairando e em

peacute pode indicar uma caracteriacutestica de complementaridade na defesa do ninho uma

vez que durante as observaccedilotildees os dois tipos de guardas sempre se fizeram

presentes O que mostra que mesmo com o atrofiamento do ferratildeo os indiviacuteduos

desenvolveram estrateacutegias para a defesa contra invasores

Foi comum observar a presenccedila de revoadas nos ninhos entre as Jataiacutes Este

comportamento em geral eacute comum para o desenvolvimento (sobrevivecircncia) da

colocircnia No caso dos ninhos observados apoacutes as revoadas eles foram

desaparecendo Este fato pode indicar um baixo iacutendice de recursos troacuteficos para

essas abelhas dentro do campus pois ao inveacutes dos ninhos se manterem ou

aumentarem em quantidade ao longo das observaccedilotildees eles desapareceram

O levantamento das flores visitadas por T angustula indicou um comportamento

generalista desta espeacutecie em visitar uma grande variedade de plantas o que mostra

sua importacircncia para garantir a variabilidade dessas plantas

66

Esse levantamento tambeacutem indicou que a polinizaccedilatildeo realizada por elas foi

predominante em plantas exoacuteticas O que pode refletir a deficiecircncia na quantidade

de plantas nativas melitoacutefilas na aacuterea de estudo

67

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Page 44: FACULDADE CATÓLICA SALESIANA DO ESPÍRITO SANTO … · No grupo dos Apinae está à tribo dos Meliponini, conhecidas como abelhas indígenas sem ferrão por possuir seu ferrão atrofiado

50

FIGURA 3 - Ataque de invasores A T angustula com mandiacutebula presa agrave perna do

Jataiacute invasora BPerna de invasores retirada apoacutes ataque

Fonte Arquivo Labibio

De acordo com Zocolotti VR (INFORMACcedilAtildeO PESSOAL) as cinco espeacutecies de

Meliponini criadas por ele podem apresentar o comportamento de saquear outros

ninhos e isso pode ocorrer por oportunismo ou por falta de alimento Em especial

as Jataiacutes geralmente possuem o costume de atacar as proacuteprias jataiacutes esses

ataques acontecem dentro do mesmo ninho e entre outros proacuteximos Esses ataques

podem ocorrer por atraccedilatildeo de feromocircnio de princesa (rainhas jovens natildeo

fecundadas) por enxame fraco ou ateacute mesmo para absorver o fraco ou seja elas

entram e acabam matando a rainha e mantecircm os trabalhadores por um tempo ateacute

absorver o enxame ou ateacute mesmo o deixam morrer sendo dessa maneira muito

complexas em relaccedilatildeo ao comportamento

Na aacuterea do campus da Ufes houve uma consideraacutevel devastaccedilatildeo na vegetaccedilatildeo

nativa (compreendida de Mata Atlacircntica Manguezal e Restinga) devido agrave

construccedilatildeo de preacutedios que foram erguidos logo no iniacutecio da implantaccedilatildeo da

Universidade Como medida compensatoacuteria foi feito o plantio de espeacutecies arboacutereas

usando em demasia espeacutecies exoacuteticas (CASTRO 2003) Na Ufes eacute possiacutevel ver

poucas aacutereas jardinadas Aleacutem disso sempre que eacute necessaacuterio construir um novo

preacutedio novas aacutereas satildeo eliminadas podendo ou natildeo ser compensada com plantas

nativas

A B

51

Em abelhas sociais o comportamento de saque eacute comum acontecer em sequumlecircncias

natildeo contiacutenuas ou seja ela cessa e recomeccedila por periacuteodos de tempo (SANTANA

etal 2004) Durante as observaccedilotildees foram presenciadas trecircs revoadas ao ninho F

duas no mesmo dia poreacutem em horaacuterios diferentes e duas ao ninho G em dias

diferentes (FIGURAS 4- A B C e D)

FIGURA 4 ndash Revoada do ninho F A Vista da entrada do iniacutecio do estudo B Vista

da entrada em plena atividade em iniacutecio de maio C Entrada apoacutes uma revoada em

maio D Vista da entrada do ninho apoacutes uacuteltima revoada em maio

Fonte Arquivo Labibio

Nas figuras 4a e b mostram o estado em que a entrada do ninho se encontrava na

primeira semana de observaccedilatildeo (vinte e oito de Abril) e na primeira semana do mecircs

seguinte (sete de Maio) esse uacuteltimo a entrada do ninho jaacute se encontrava danificado

No ninho F(FIGURA 4) as revoadas que ocorreram no dia vinte de Maio entre

A B

C D

52

1000 e 1400 horas e no dia vinte e seis de Maio entre 1600 e 1700 horas

corroborando com Santana e colaboradores (2004) sobre o comportamento de

saques intermitentes

No ninho G as revoadas se iniciaram duas semanas apoacutes o desaparecimento do

ninho F nos dias nove e vinte e seis de junho entre 1500 e 1600 horas e dia 16 de

junho no mesmo horaacuterio (FIGURA 5-A B e C)

FIGURA 5 ndash Revoadas no Ninho G A Ninho no iniacutecio de Maio B Registro da

primeira revoada C Ultima revoada perda do ninho

Fonte Arquivo Labibio

As observaccedilotildees evidenciaram a ocorrecircncia de um acuacutemulo de resiacuteduos sobre os

ninhos apoacutes as revoadas (FGURA 5-B) No ninho G tinha uma subpopulaccedilatildeo

A B

C

53

pequena mas bem ativa conforme verificado apoacutes quatro horas de observaccedilatildeo em

nove dias (Graacutefico 1- A e B)

GRAacuteFICO1 A ndash Ritmo de Saiacutedas no Ninho G

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

GRAacuteFICO 1B ndash Ritmo de entradas no ninho G

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

0

20

40

60

80

100

120

140

09h-10h 10h-11h 12h-13h 14h-15h 16h-17h

Nuacutem

ero

de V

isita

s

Horaacuterios

13mai 20mai 26mai

0

20

40

60

80

100

120

140

160

180

200

09h-10h 10h-11h 12h-13h 14h-15h 16h-17h

Nuacutem

ero

de V

isita

s

Horaacuterios

13mai 20mai 26mai

54

No ninho G as abelhas iniciaram suas atividades antes de 09h evidenciado pela

entrada de aproximadamente 180 forrageadoras entre 9 e 10h As saiacutedas neste

mesmo periacuteodo ficaram em torno de 100

Entre 16h-17h houve um grande nuacutemero de entrada o que era esperado todas as

que saiacuteram tecircm que retornar enquanto haacute luminosidade e antes do ninho ser

fechado Conforme esperado por Gruter Karcher Ratnieks (2011) quando comeccedila

a escurecer as Jataiacutes fecham a entrada do tubo para impedir que intrusos ataquem

seu ninho durante a noite e abrem pela manhatilde quando o clima estaacute mais favoraacutevel

para iniciarem suas atividades

Neste ninho entre 12h-13h houve um nuacutemero maior de saiacutedas que de entradas ateacute

agraves 16h Isso possivelmente esteve relacionado agrave uma grande distacircncia entre o ninho

e as fontes de recursos troacuteficos

Outro ninho em que foi possiacutevel observar todos os meses notou-se que apresentou

atividade durante todo o dia (GRAacuteFICO 2-A e B)

GRAacuteFICO 2A ndash Ritmo de saiacutedas do ninho B

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

0

50

100

150

200

250

300

350

400

450

500

07h-08h 08h-09h 09h-10h 11h-12h 12h-13h 13h-14h 14h-15h 15h-16h 16h-17h

Nuacutem

ero

de V

isita

s

Horaacuterios

28abr 13mai 20mai 26mai 09jun 16jun 23jun 01jul 09jul

16jul 23jul 30jul 06ago 13ago 20ago 27ago 05set 10set

55

GRAacuteFICO 2B ndash Ritmo de entradas do nino B

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

O ninho B tinha uma subpopulaccedilatildeo mais numerosa que F e G Durante o inverno

(2307 e 2708) as abelhas iniciavam suas atividades cerca de duas horas mais

tarde em horaacuterio com temperatura mais elevada (indicado pela seta preta) Tal fato

corrobora com as observaccedilotildees de Ulian e colaboradores (2007) que constata que

em periacuteodo mais chuvoso onde as temperaturas satildeo geralmente mais baixas as

Jataiacutes apresentam iniacutecio de atividade agraves 9 horas da manhatilde devido agrave temperatura

nesse horaacuterio comeccedilar a aumentar

Proacuteximo do horaacuterio de 10 horas houve um grande nuacutemero de saiacutedas do ninho

seguido de um grande nuacutemero de entrada o que indica a ocorrecircncia de uma fonte

de recursos proacutexima ao ninho ou a indisponibilidade de recurso para ser coletado

naquela hora Acredita-se que na primeira possibilidade - fonte proacutexima ela era de

resina pelo fato de ter havido um intervalo de saiacuteda ateacute agraves 12h jaacute que esta

demanda mais tempo para ser retirada da corbiacutecula e armazenada por ser

pegajosa No caso da segunda possibilidade natildeo encontraram alimento disponiacutevel

naquele horaacuterio o retorno ao ninho eacute a alternativa mais eficaz para evitar um alto

gasto energeacutetico ateacute que o recurso fique disponiacutevel para coleta

0

100

200

300

400

500

600

07h-08h 08h-09h 09h-10h 10h-11h 11h-12h 12h-13h 13h-14h 14h-15h 15h-16h 16h-17h

Nuacutem

ero

de V

isita

s

Horaacuterios 28abr 13mai 20mai 26mai 09jun 16jun 23jun 09jul16jul 23jul 30jul 20ago 27ago 05set 10set

56

No outono as atividades das Jataiacutes comeccedilaram a diminuir por volta de 15 horas

(indicado pela seta marrom) ateacute cessar totalmente no iniacutecio das 16 horas Pelos

graacuteficos nota-se que o ninho B possui vantagem de uma hora nas atividades em

relaccedilatildeo ao ninho G isso provavelmente ocorreu porque o ninho B obteve mais

sucesso nas coletas distribuiacutedas ao longo do dia

43 RECURSOS FLORAIS

Eacute notoacuteria a relaccedilatildeo que existe entre abelha-flor relaccedilatildeo essa que sucedeu a milhotildees

de anos desde entatildeo as abelhas dependem de substancias utilizadas na

alimentaccedilatildeo e as plantas se beneficiam com a polinizaccedilatildeo (PIRANI LAURINO

1993) Para entender a biologia dos Meliponini eacute importante conhecer sua

alimentaccedilatildeo Para isso eacute necessaacuterio fazer um levantamento das plantas utilizadas

para coleta de poacutelen e neacutectar (SOUZA 1999 apud OLIVEIRA ABSY MIRANDA

2009)

Com base nos dados obtidos sobre as fontes alimentares de T angustula na

literatura (TABELA 2) nota-se a capacidade dessa espeacutecie de visitar uma ampla

diversidade de famiacutelias de plantas Segundo Toledo e colaboradores (2003) durante

cada voo das campeiras em meacutedia 100 flores satildeo visitadas

O levantamento bibliograacutefico indicou que existem duas metodologias bastante

usadas por autores para conhecer a dieta das abelhas Uma delas eacute a investigaccedilatildeo

palinoloacutegica para avaliar as fontes de recursos florais utilizados (poacutelen e neacutectar)

com base no gratildeo de poacutelen depositado no corpo da abelha para identificaccedilatildeo das

espeacutecies vegetais (CARVALHO MARCHINE ROS 1999 FEIDEN 1994 SIMIONI et

al 2007 OLIVEIRA ABSY MIRANDA 2009 MORGADO et al 2011NOVAIS

ABSY SANTOS 2013) A outra se daacute por meio de observaccedilotildees das campeiras nas

flores (AGOSTINI SAZIMA 2003 TOLEDO et al 2003OLIVEIRA ABSY

MIRANDA 2009 BRAGA et al 2012) A partir desses meacutetodos eacute possiacutevel saber

quais satildeo as plantas que produzem seus alimentos preferenciais e quais as fontes

alternativas (OLIVEIRA ABSY MIRANDA 2009)

57

TABELA 2 ndash Relaccedilatildeo das espeacutecies de plantas visitadas porT Angustula Continua

Famiacutelia Espeacutecie Polinizada Visitada Recurso

Poacutelen Neacutectar

Acanthaceae Thunbergia grandiflora X Odontonema strictum X X

Justicia brandegeana X

Ruellia silvaecola X Agavaceae Agave americana X X X

Agave sisalana X X X

Agave attenuata X X X

Dracena fragana X X X Aizoaceae Mesembryantemum spectabilis X Lamprantus productus X Amaranthaceae Gomphrena globosa X Amarylidaceae Clivia miniata X X X Anacardiaceae Schinus terebinthifolius X X

Lithraea molleoides X X

Toxicodendron verniciferum X X

Mangifera indica X X X

Tapirira guianensis X Apiaceae Hydrocotyle leucocephala X Apocynaceae Trevetia peruviana X Araliaceae Tetrapanax papyrifera X X X Asclepiadaceae Asclepias curassavica X X Asteraceae Parthenium hysterophorus X Aspillia latissima X Aspillia sp X Balsaminaceae Impatiens balsamina X X X

Impatiens sultanii X Bignoniaceae Spathodea campanulata X X Tabebulaim petiginosa X X X

Tabebula chrysotricha X X X Bixaceae Bixa orellana X X Bombacaceae Ceiba arianthos X X

Pseudo bombax sp X X

Pseudobombax tomentoso X X

Eriotheca canolleana X X

Bombax ceiba X X Boraginaceae Cordia superba X X

Cordia glabrata X X Brassicaceae Brassica sp X Cactaceae Opuntia ficusindica X X Caesalpiniaceae Schizolobium parahyba X X Capparaceae Cleome spinosa X Caprifoliaceae Lonicera japonica X X

58

TABELA 2 ndash Relaccedilatildeo das espeacutecies de plantas visitadas por T angustula Continua

Famiacutelia Espeacutecie Polinizada Visitada Recurso

Poacutelen Neacutectar

Sambucus australis X X Caryophylaceae Silene armeria X Cecropiaceae Cecropia hololeuca X Cochlospermaceae Cochlospermum vitifolium X X Compositae Vernonia polyanthes X X

Bidens pilosa X X Cosmos auphureus X X X

Centratherium violaceum X X X

Dahlia sp X Eclipta alba X Asterla evis X Tithonia rotundifolia X X X

Tithonia speciosa X X X

Tithonia diversifolia X Baccharis sp X Wedelia paludosa X Eupatorium sp X Mikania glomerata X X

Montano apyramidata X X Montano abipinnatifiada X Senecio brasiliensis X X X

Emilia sonchifolia X X Ambrosia sp X X Creopsis grandiflora X Galinsoga parviflora X Crassulaceae Kalanchoe tubiflora X X Cyperaceae Cyperus sp X Elaeocarpaceae Muntingia calabura X Ericaceae Rhododendron simsii X X X

Rhododendron indicum X X X Euphorbiaceae Alchornea sidaefolia X X X

Euphorbia milii X X X

Euphorbia pulcherrima X X X

Ricinus communis X X X

Croton sp X Fabaceae Desmodium sp X Tipuana tipu X Vigna peduncularis X X Guttiferae Kielmeyera coriacea X X Iridaceae Dietes vegeta X Labiatae Salvia splendens X Origanum vugare X

59

TABELA 2 ndash Relaccedilatildeo das espeacutecies de plantas visitadas por T angustula Continua

Famiacutelia Espeacutecie Polinizada Visitada Recurso

Poacutelen Neacutectar

Ocimum sellowii X Iboza riparia X X X

Coleus blumei X X X Leguminosae Andira anthelmintica X X

Mimosa daleoides X X X

Myroxylon balsamum X X X

Piptadenia gonoacantha X X X

Stylos anthesscabra X Caesalpinia bonducella X X X

Caesalpinia pelthophoroides X X X

Crotalaria lanceolata X Calliandra twedii X Sophora tomentosa X X Mimosa pudica X Erythrina speciosa X X X

Cassia grandis X Schizolobium parahyba X X Senna multijuga X Senna bicapsularis X X Delonix regia X Clitoria fairchildiana X Centrolobium tomentoso X Liliaceae Aloe sp X X Bulbine frutescens X Loranthaceae Struthanthus andrastylus X X Lythraceae Lagerstroemia indica X X Magnoliaceae Talauma ovata X X Malpighiaceae Malphiguia glabra X Tetrapterys X Byrsonima intermedia X X X Malvaceae Hibiscus rosa-sinensis X X X

Malvaviscus arboreus X X Sida rhombifolia X Melastomataceae Tibouchina granulosa X X

Clidemeia sp X X

Tibouchina sp X X X

Tibouchina holosericea X X Meliaceae Trichilia sp X Mimosaceae Leucaena leucocephala X Anadenanthera collubrina X Moraceae Cecropia pachystachya X X X

Morus nigra X X

60

TABELA 2 ndash Relaccedilatildeo das espeacutecies de plantas visitadas por T angustula Continua

Famiacutelia Espeacutecie Polinizada Visitada Recurso

Poacutelen Neacutectar Myrsinaceae Ardisia crenata X X Myrtaceae Eucalyptus robusta X X X

Eugenia jambos X X X

Eugenia pitanga X Eucalyptus terecornis X Plinia glomerata X Nyctaginaceae Bougainvile aspectabilis X X X Oleaceae Jasminum azoricum X Palmae Acrocomia aculeata X X

Archontophoenix cunninghamiana X

Syagrus romanzoffiana X Copernicia alba X X Sheelea phalerata X Passifloraceae Passiflora jilekii X Piperaceae Piper mollicomum X Poaceae Paspalum sp X Polemoniaceae Cobae scandens X Polygonaceae Polygonum capitatum X X X Pontederiaceae Pontederia lanceolata X X Proteaceae Grevill a bansksii X X X Rosaceae Prunus persica X X X

Pyracantha coccinea X X Rubiaceae Pentas lanceolata X X

Citrus airantum X X Rutaceae Citrus limon X X X Scrophulariaceae Paulownia imperialis X X Solanaceae Nicotiana tabacum X X Sterculiaceae Dombeya burgessiae X Dombeya wallichii X Sterculia chicha X X Tiliaceae Heliocarpus americanus X X X Tropaeolaceae Tropaeolum majus X X X Ulmaceae Tipo celtis X Trema micrantha X X Umbelliferae Foeniculum vulgare X X X Verbenaceae Duranta repens X

Vitex agnus-castus X

Velloziaceae Vellozia candia X X X Zingiberaceae Hedychium coronarium X Fonte Pirani Laurino 1993 Carvalho Marchine Ros 1999 Agostini Sazima 2003 Toledo et al 2003 Cartopassi-Laurino 2005 Braga e Colaboradores 2012 Novais Absy Santos 2013

61

Foram encontradas 71 famiacutelias e um total de 166 espeacutecies Dessas 30 espeacutecies satildeo

polinizadas e 136 satildeo visitadas Poacutelen e neacutectar satildeo os recursos mais coletados

com coleta de poacutelen em 78 espeacutecies e de neacutectar em 69 De acordo coma Lista de

Espeacutecies da Flora do Brasil (2010) 20 das espeacutecies que satildeo polinizadas (TABELA

2) satildeo nativas o restante satildeo espeacutecies exoacuteticas ou seja natildeo pertencem agrave flora

brasileira

As famiacutelias que apresentaram maior porcentagem de visitas por T angustula foram

Compositae e Leguminosae (TABELA 2) com 13 e 12 de espeacutecies

respectivamente (GRAacuteFICO 3) sendo as famiacutelias mais importantes para a dieta da

jataiacute (AGOSTINE SAZIMA 2003 SIIONI et al 2007) Esse resultado eacute similar ao

trabalho de Simioni e colaboradores (2007) seus resultados mostram que uma das

famiacutelias analisadas Leguminosae tambeacutem apresentaram um maior destaque na

quantidade de visitas realizadas por T angustula esse fato pode ser explicado pelo

fato de que Leguminosae representa a mais importante fonte de poacutelen para essa

espeacutecie

As famiacutelias Compositae e Leguminosae satildeo as mais bem representadas pelo fato

de apresentarem espeacutecies que fornecem alimento em maior qualidade e quantidade

por vaacuterios periacuteodos do ano Com destaque para a famiacutelia Leguminosae que fornece

recursos alimentares para as abelhas nos periacuteodos de estiagem (PIRANI LAURINO

1993 AGOSTINE SAZIMA 2003)

O graacutefico abaixo ilustra o comportamento generalista deT angustula Onde 41 das

visitadas realizadas pela espeacutecie se distribuem por 55 famiacutelias vegetais Esse

comportamento concorda com trabalho de Anacleto (2007) onde dentre as cinco

espeacutecies estudadas por ele a que apresentou o haacutebito mais generalista em relaccedilatildeo

ao nuacutemero de plantas visitadas foi T angustula

62

GRAacuteFICO 3 ndash Contribuiccedilatildeo das famiacutelias de plantas para a dieta de T angustula

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria com base nos dados da Tabela 1

As abelhas generalistas visitam flores pequenas e abertas e satildeo menos

relacionadas agraves flores especializadas (RUTHCKE JULES 1993 ROUBIK 1992

apud AGOSTINI SAZIMA 2003) e tecircm preferecircncia de flores arboacutereas com

inflorescecircncia densas

Um exemplo de flores que natildeo satildeo especializadas e que satildeo importantes para a

dieta de T angustula eacute da famiacutelia Asteraceae as espeacutecies Mangifera indica e

Schinus terebinthifolius apresentam grande densidade de flores e permite faacutecil

acesso para as abelhas deste modo tornam-se importantes fornecedores de fontes

de poacutelen (BRAGA et al 2012)

De acordo com o levantamento das plantas utilizadas pelas abelhas jataiacute realizado

por diferentes autores as famiacutelias que se mostraram bem representadas foram

Malvaceae Caesalpiniaceae Melastomataceae Myrtaceae Euphorbiaceae e

Anacardiaceae sendo consideradas portanto essenciais para a dieta da jataiacute

2 2 3 2

2 3

13

3 2

3

12 2 2 2 3

3

41

Acanthaceae Agavaceae Anacardiaceae Asteraceae Bignoniaceae

Bombacaceae Compositae Euphorbiaceae Fabaceae Labiatae

Leguminosae Malpighiaceae Malvaceae Melastomataceae Myrtaceae

Palmae Outros

63

Em geral essas famiacutelias podem ser caracterizadas pela floraccedilatildeo do tipo contiacutenuo ou

seja uma floraccedilatildeo que natildeo cessa ou que ocorre na maior parte do ano o que

permite as abelhas ter acesso aos recursos em todas as estaccedilotildees do ano

(CARVALHO MARCHINI ROS 1999 AGOSTINI SAZIMA 2003 TOLEDO et al

2003 MORGADO et al 2011)

64

65

5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS Sendo este a primeira pesquisa com abelhas em compus no Espiacuterito Santo Foi

observado que a distribuiccedilatildeo dos ninhos encontrados apresentou-se uniforme

Todos os ninhos estavam instalados em paredes e pisos de concreto o que indica

seu potencial de adaptabilidade agraves condiccedilotildees antroacutepicas

A diversidade de cores de poacutelen trazida pelas forrageiras no iniacutecio da manhatilde indica

uma ampla disponibilidade de alimento que a flores oferecem nesse periacuteodo do dia

bem como a eficiecircncia das forrageiras em selecionar essas flores

De acordo com as observaccedilotildees que foram realizadas no estudo as abelhas T

angustula podem ter suas atividades influenciadas pelo clima Uma vez que foi

observado que no periacuteodo de inverno em que as temperaturas satildeo mais baixas

elas comeccedilavam a realizar suas funccedilotildees nos horaacuterios com as temperaturas mais

altas

A divisatildeo de trabalho entre forrageadoras operaacuterias de limpeza e de defesa

observado nessa espeacutecie indica o comportamento altamente social dos Meliponini

O mecanismo de defesa observado em T angustula entre guardas pairando e em

peacute pode indicar uma caracteriacutestica de complementaridade na defesa do ninho uma

vez que durante as observaccedilotildees os dois tipos de guardas sempre se fizeram

presentes O que mostra que mesmo com o atrofiamento do ferratildeo os indiviacuteduos

desenvolveram estrateacutegias para a defesa contra invasores

Foi comum observar a presenccedila de revoadas nos ninhos entre as Jataiacutes Este

comportamento em geral eacute comum para o desenvolvimento (sobrevivecircncia) da

colocircnia No caso dos ninhos observados apoacutes as revoadas eles foram

desaparecendo Este fato pode indicar um baixo iacutendice de recursos troacuteficos para

essas abelhas dentro do campus pois ao inveacutes dos ninhos se manterem ou

aumentarem em quantidade ao longo das observaccedilotildees eles desapareceram

O levantamento das flores visitadas por T angustula indicou um comportamento

generalista desta espeacutecie em visitar uma grande variedade de plantas o que mostra

sua importacircncia para garantir a variabilidade dessas plantas

66

Esse levantamento tambeacutem indicou que a polinizaccedilatildeo realizada por elas foi

predominante em plantas exoacuteticas O que pode refletir a deficiecircncia na quantidade

de plantas nativas melitoacutefilas na aacuterea de estudo

67

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Page 45: FACULDADE CATÓLICA SALESIANA DO ESPÍRITO SANTO … · No grupo dos Apinae está à tribo dos Meliponini, conhecidas como abelhas indígenas sem ferrão por possuir seu ferrão atrofiado

51

Em abelhas sociais o comportamento de saque eacute comum acontecer em sequumlecircncias

natildeo contiacutenuas ou seja ela cessa e recomeccedila por periacuteodos de tempo (SANTANA

etal 2004) Durante as observaccedilotildees foram presenciadas trecircs revoadas ao ninho F

duas no mesmo dia poreacutem em horaacuterios diferentes e duas ao ninho G em dias

diferentes (FIGURAS 4- A B C e D)

FIGURA 4 ndash Revoada do ninho F A Vista da entrada do iniacutecio do estudo B Vista

da entrada em plena atividade em iniacutecio de maio C Entrada apoacutes uma revoada em

maio D Vista da entrada do ninho apoacutes uacuteltima revoada em maio

Fonte Arquivo Labibio

Nas figuras 4a e b mostram o estado em que a entrada do ninho se encontrava na

primeira semana de observaccedilatildeo (vinte e oito de Abril) e na primeira semana do mecircs

seguinte (sete de Maio) esse uacuteltimo a entrada do ninho jaacute se encontrava danificado

No ninho F(FIGURA 4) as revoadas que ocorreram no dia vinte de Maio entre

A B

C D

52

1000 e 1400 horas e no dia vinte e seis de Maio entre 1600 e 1700 horas

corroborando com Santana e colaboradores (2004) sobre o comportamento de

saques intermitentes

No ninho G as revoadas se iniciaram duas semanas apoacutes o desaparecimento do

ninho F nos dias nove e vinte e seis de junho entre 1500 e 1600 horas e dia 16 de

junho no mesmo horaacuterio (FIGURA 5-A B e C)

FIGURA 5 ndash Revoadas no Ninho G A Ninho no iniacutecio de Maio B Registro da

primeira revoada C Ultima revoada perda do ninho

Fonte Arquivo Labibio

As observaccedilotildees evidenciaram a ocorrecircncia de um acuacutemulo de resiacuteduos sobre os

ninhos apoacutes as revoadas (FGURA 5-B) No ninho G tinha uma subpopulaccedilatildeo

A B

C

53

pequena mas bem ativa conforme verificado apoacutes quatro horas de observaccedilatildeo em

nove dias (Graacutefico 1- A e B)

GRAacuteFICO1 A ndash Ritmo de Saiacutedas no Ninho G

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

GRAacuteFICO 1B ndash Ritmo de entradas no ninho G

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

0

20

40

60

80

100

120

140

09h-10h 10h-11h 12h-13h 14h-15h 16h-17h

Nuacutem

ero

de V

isita

s

Horaacuterios

13mai 20mai 26mai

0

20

40

60

80

100

120

140

160

180

200

09h-10h 10h-11h 12h-13h 14h-15h 16h-17h

Nuacutem

ero

de V

isita

s

Horaacuterios

13mai 20mai 26mai

54

No ninho G as abelhas iniciaram suas atividades antes de 09h evidenciado pela

entrada de aproximadamente 180 forrageadoras entre 9 e 10h As saiacutedas neste

mesmo periacuteodo ficaram em torno de 100

Entre 16h-17h houve um grande nuacutemero de entrada o que era esperado todas as

que saiacuteram tecircm que retornar enquanto haacute luminosidade e antes do ninho ser

fechado Conforme esperado por Gruter Karcher Ratnieks (2011) quando comeccedila

a escurecer as Jataiacutes fecham a entrada do tubo para impedir que intrusos ataquem

seu ninho durante a noite e abrem pela manhatilde quando o clima estaacute mais favoraacutevel

para iniciarem suas atividades

Neste ninho entre 12h-13h houve um nuacutemero maior de saiacutedas que de entradas ateacute

agraves 16h Isso possivelmente esteve relacionado agrave uma grande distacircncia entre o ninho

e as fontes de recursos troacuteficos

Outro ninho em que foi possiacutevel observar todos os meses notou-se que apresentou

atividade durante todo o dia (GRAacuteFICO 2-A e B)

GRAacuteFICO 2A ndash Ritmo de saiacutedas do ninho B

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

0

50

100

150

200

250

300

350

400

450

500

07h-08h 08h-09h 09h-10h 11h-12h 12h-13h 13h-14h 14h-15h 15h-16h 16h-17h

Nuacutem

ero

de V

isita

s

Horaacuterios

28abr 13mai 20mai 26mai 09jun 16jun 23jun 01jul 09jul

16jul 23jul 30jul 06ago 13ago 20ago 27ago 05set 10set

55

GRAacuteFICO 2B ndash Ritmo de entradas do nino B

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

O ninho B tinha uma subpopulaccedilatildeo mais numerosa que F e G Durante o inverno

(2307 e 2708) as abelhas iniciavam suas atividades cerca de duas horas mais

tarde em horaacuterio com temperatura mais elevada (indicado pela seta preta) Tal fato

corrobora com as observaccedilotildees de Ulian e colaboradores (2007) que constata que

em periacuteodo mais chuvoso onde as temperaturas satildeo geralmente mais baixas as

Jataiacutes apresentam iniacutecio de atividade agraves 9 horas da manhatilde devido agrave temperatura

nesse horaacuterio comeccedilar a aumentar

Proacuteximo do horaacuterio de 10 horas houve um grande nuacutemero de saiacutedas do ninho

seguido de um grande nuacutemero de entrada o que indica a ocorrecircncia de uma fonte

de recursos proacutexima ao ninho ou a indisponibilidade de recurso para ser coletado

naquela hora Acredita-se que na primeira possibilidade - fonte proacutexima ela era de

resina pelo fato de ter havido um intervalo de saiacuteda ateacute agraves 12h jaacute que esta

demanda mais tempo para ser retirada da corbiacutecula e armazenada por ser

pegajosa No caso da segunda possibilidade natildeo encontraram alimento disponiacutevel

naquele horaacuterio o retorno ao ninho eacute a alternativa mais eficaz para evitar um alto

gasto energeacutetico ateacute que o recurso fique disponiacutevel para coleta

0

100

200

300

400

500

600

07h-08h 08h-09h 09h-10h 10h-11h 11h-12h 12h-13h 13h-14h 14h-15h 15h-16h 16h-17h

Nuacutem

ero

de V

isita

s

Horaacuterios 28abr 13mai 20mai 26mai 09jun 16jun 23jun 09jul16jul 23jul 30jul 20ago 27ago 05set 10set

56

No outono as atividades das Jataiacutes comeccedilaram a diminuir por volta de 15 horas

(indicado pela seta marrom) ateacute cessar totalmente no iniacutecio das 16 horas Pelos

graacuteficos nota-se que o ninho B possui vantagem de uma hora nas atividades em

relaccedilatildeo ao ninho G isso provavelmente ocorreu porque o ninho B obteve mais

sucesso nas coletas distribuiacutedas ao longo do dia

43 RECURSOS FLORAIS

Eacute notoacuteria a relaccedilatildeo que existe entre abelha-flor relaccedilatildeo essa que sucedeu a milhotildees

de anos desde entatildeo as abelhas dependem de substancias utilizadas na

alimentaccedilatildeo e as plantas se beneficiam com a polinizaccedilatildeo (PIRANI LAURINO

1993) Para entender a biologia dos Meliponini eacute importante conhecer sua

alimentaccedilatildeo Para isso eacute necessaacuterio fazer um levantamento das plantas utilizadas

para coleta de poacutelen e neacutectar (SOUZA 1999 apud OLIVEIRA ABSY MIRANDA

2009)

Com base nos dados obtidos sobre as fontes alimentares de T angustula na

literatura (TABELA 2) nota-se a capacidade dessa espeacutecie de visitar uma ampla

diversidade de famiacutelias de plantas Segundo Toledo e colaboradores (2003) durante

cada voo das campeiras em meacutedia 100 flores satildeo visitadas

O levantamento bibliograacutefico indicou que existem duas metodologias bastante

usadas por autores para conhecer a dieta das abelhas Uma delas eacute a investigaccedilatildeo

palinoloacutegica para avaliar as fontes de recursos florais utilizados (poacutelen e neacutectar)

com base no gratildeo de poacutelen depositado no corpo da abelha para identificaccedilatildeo das

espeacutecies vegetais (CARVALHO MARCHINE ROS 1999 FEIDEN 1994 SIMIONI et

al 2007 OLIVEIRA ABSY MIRANDA 2009 MORGADO et al 2011NOVAIS

ABSY SANTOS 2013) A outra se daacute por meio de observaccedilotildees das campeiras nas

flores (AGOSTINI SAZIMA 2003 TOLEDO et al 2003OLIVEIRA ABSY

MIRANDA 2009 BRAGA et al 2012) A partir desses meacutetodos eacute possiacutevel saber

quais satildeo as plantas que produzem seus alimentos preferenciais e quais as fontes

alternativas (OLIVEIRA ABSY MIRANDA 2009)

57

TABELA 2 ndash Relaccedilatildeo das espeacutecies de plantas visitadas porT Angustula Continua

Famiacutelia Espeacutecie Polinizada Visitada Recurso

Poacutelen Neacutectar

Acanthaceae Thunbergia grandiflora X Odontonema strictum X X

Justicia brandegeana X

Ruellia silvaecola X Agavaceae Agave americana X X X

Agave sisalana X X X

Agave attenuata X X X

Dracena fragana X X X Aizoaceae Mesembryantemum spectabilis X Lamprantus productus X Amaranthaceae Gomphrena globosa X Amarylidaceae Clivia miniata X X X Anacardiaceae Schinus terebinthifolius X X

Lithraea molleoides X X

Toxicodendron verniciferum X X

Mangifera indica X X X

Tapirira guianensis X Apiaceae Hydrocotyle leucocephala X Apocynaceae Trevetia peruviana X Araliaceae Tetrapanax papyrifera X X X Asclepiadaceae Asclepias curassavica X X Asteraceae Parthenium hysterophorus X Aspillia latissima X Aspillia sp X Balsaminaceae Impatiens balsamina X X X

Impatiens sultanii X Bignoniaceae Spathodea campanulata X X Tabebulaim petiginosa X X X

Tabebula chrysotricha X X X Bixaceae Bixa orellana X X Bombacaceae Ceiba arianthos X X

Pseudo bombax sp X X

Pseudobombax tomentoso X X

Eriotheca canolleana X X

Bombax ceiba X X Boraginaceae Cordia superba X X

Cordia glabrata X X Brassicaceae Brassica sp X Cactaceae Opuntia ficusindica X X Caesalpiniaceae Schizolobium parahyba X X Capparaceae Cleome spinosa X Caprifoliaceae Lonicera japonica X X

58

TABELA 2 ndash Relaccedilatildeo das espeacutecies de plantas visitadas por T angustula Continua

Famiacutelia Espeacutecie Polinizada Visitada Recurso

Poacutelen Neacutectar

Sambucus australis X X Caryophylaceae Silene armeria X Cecropiaceae Cecropia hololeuca X Cochlospermaceae Cochlospermum vitifolium X X Compositae Vernonia polyanthes X X

Bidens pilosa X X Cosmos auphureus X X X

Centratherium violaceum X X X

Dahlia sp X Eclipta alba X Asterla evis X Tithonia rotundifolia X X X

Tithonia speciosa X X X

Tithonia diversifolia X Baccharis sp X Wedelia paludosa X Eupatorium sp X Mikania glomerata X X

Montano apyramidata X X Montano abipinnatifiada X Senecio brasiliensis X X X

Emilia sonchifolia X X Ambrosia sp X X Creopsis grandiflora X Galinsoga parviflora X Crassulaceae Kalanchoe tubiflora X X Cyperaceae Cyperus sp X Elaeocarpaceae Muntingia calabura X Ericaceae Rhododendron simsii X X X

Rhododendron indicum X X X Euphorbiaceae Alchornea sidaefolia X X X

Euphorbia milii X X X

Euphorbia pulcherrima X X X

Ricinus communis X X X

Croton sp X Fabaceae Desmodium sp X Tipuana tipu X Vigna peduncularis X X Guttiferae Kielmeyera coriacea X X Iridaceae Dietes vegeta X Labiatae Salvia splendens X Origanum vugare X

59

TABELA 2 ndash Relaccedilatildeo das espeacutecies de plantas visitadas por T angustula Continua

Famiacutelia Espeacutecie Polinizada Visitada Recurso

Poacutelen Neacutectar

Ocimum sellowii X Iboza riparia X X X

Coleus blumei X X X Leguminosae Andira anthelmintica X X

Mimosa daleoides X X X

Myroxylon balsamum X X X

Piptadenia gonoacantha X X X

Stylos anthesscabra X Caesalpinia bonducella X X X

Caesalpinia pelthophoroides X X X

Crotalaria lanceolata X Calliandra twedii X Sophora tomentosa X X Mimosa pudica X Erythrina speciosa X X X

Cassia grandis X Schizolobium parahyba X X Senna multijuga X Senna bicapsularis X X Delonix regia X Clitoria fairchildiana X Centrolobium tomentoso X Liliaceae Aloe sp X X Bulbine frutescens X Loranthaceae Struthanthus andrastylus X X Lythraceae Lagerstroemia indica X X Magnoliaceae Talauma ovata X X Malpighiaceae Malphiguia glabra X Tetrapterys X Byrsonima intermedia X X X Malvaceae Hibiscus rosa-sinensis X X X

Malvaviscus arboreus X X Sida rhombifolia X Melastomataceae Tibouchina granulosa X X

Clidemeia sp X X

Tibouchina sp X X X

Tibouchina holosericea X X Meliaceae Trichilia sp X Mimosaceae Leucaena leucocephala X Anadenanthera collubrina X Moraceae Cecropia pachystachya X X X

Morus nigra X X

60

TABELA 2 ndash Relaccedilatildeo das espeacutecies de plantas visitadas por T angustula Continua

Famiacutelia Espeacutecie Polinizada Visitada Recurso

Poacutelen Neacutectar Myrsinaceae Ardisia crenata X X Myrtaceae Eucalyptus robusta X X X

Eugenia jambos X X X

Eugenia pitanga X Eucalyptus terecornis X Plinia glomerata X Nyctaginaceae Bougainvile aspectabilis X X X Oleaceae Jasminum azoricum X Palmae Acrocomia aculeata X X

Archontophoenix cunninghamiana X

Syagrus romanzoffiana X Copernicia alba X X Sheelea phalerata X Passifloraceae Passiflora jilekii X Piperaceae Piper mollicomum X Poaceae Paspalum sp X Polemoniaceae Cobae scandens X Polygonaceae Polygonum capitatum X X X Pontederiaceae Pontederia lanceolata X X Proteaceae Grevill a bansksii X X X Rosaceae Prunus persica X X X

Pyracantha coccinea X X Rubiaceae Pentas lanceolata X X

Citrus airantum X X Rutaceae Citrus limon X X X Scrophulariaceae Paulownia imperialis X X Solanaceae Nicotiana tabacum X X Sterculiaceae Dombeya burgessiae X Dombeya wallichii X Sterculia chicha X X Tiliaceae Heliocarpus americanus X X X Tropaeolaceae Tropaeolum majus X X X Ulmaceae Tipo celtis X Trema micrantha X X Umbelliferae Foeniculum vulgare X X X Verbenaceae Duranta repens X

Vitex agnus-castus X

Velloziaceae Vellozia candia X X X Zingiberaceae Hedychium coronarium X Fonte Pirani Laurino 1993 Carvalho Marchine Ros 1999 Agostini Sazima 2003 Toledo et al 2003 Cartopassi-Laurino 2005 Braga e Colaboradores 2012 Novais Absy Santos 2013

61

Foram encontradas 71 famiacutelias e um total de 166 espeacutecies Dessas 30 espeacutecies satildeo

polinizadas e 136 satildeo visitadas Poacutelen e neacutectar satildeo os recursos mais coletados

com coleta de poacutelen em 78 espeacutecies e de neacutectar em 69 De acordo coma Lista de

Espeacutecies da Flora do Brasil (2010) 20 das espeacutecies que satildeo polinizadas (TABELA

2) satildeo nativas o restante satildeo espeacutecies exoacuteticas ou seja natildeo pertencem agrave flora

brasileira

As famiacutelias que apresentaram maior porcentagem de visitas por T angustula foram

Compositae e Leguminosae (TABELA 2) com 13 e 12 de espeacutecies

respectivamente (GRAacuteFICO 3) sendo as famiacutelias mais importantes para a dieta da

jataiacute (AGOSTINE SAZIMA 2003 SIIONI et al 2007) Esse resultado eacute similar ao

trabalho de Simioni e colaboradores (2007) seus resultados mostram que uma das

famiacutelias analisadas Leguminosae tambeacutem apresentaram um maior destaque na

quantidade de visitas realizadas por T angustula esse fato pode ser explicado pelo

fato de que Leguminosae representa a mais importante fonte de poacutelen para essa

espeacutecie

As famiacutelias Compositae e Leguminosae satildeo as mais bem representadas pelo fato

de apresentarem espeacutecies que fornecem alimento em maior qualidade e quantidade

por vaacuterios periacuteodos do ano Com destaque para a famiacutelia Leguminosae que fornece

recursos alimentares para as abelhas nos periacuteodos de estiagem (PIRANI LAURINO

1993 AGOSTINE SAZIMA 2003)

O graacutefico abaixo ilustra o comportamento generalista deT angustula Onde 41 das

visitadas realizadas pela espeacutecie se distribuem por 55 famiacutelias vegetais Esse

comportamento concorda com trabalho de Anacleto (2007) onde dentre as cinco

espeacutecies estudadas por ele a que apresentou o haacutebito mais generalista em relaccedilatildeo

ao nuacutemero de plantas visitadas foi T angustula

62

GRAacuteFICO 3 ndash Contribuiccedilatildeo das famiacutelias de plantas para a dieta de T angustula

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria com base nos dados da Tabela 1

As abelhas generalistas visitam flores pequenas e abertas e satildeo menos

relacionadas agraves flores especializadas (RUTHCKE JULES 1993 ROUBIK 1992

apud AGOSTINI SAZIMA 2003) e tecircm preferecircncia de flores arboacutereas com

inflorescecircncia densas

Um exemplo de flores que natildeo satildeo especializadas e que satildeo importantes para a

dieta de T angustula eacute da famiacutelia Asteraceae as espeacutecies Mangifera indica e

Schinus terebinthifolius apresentam grande densidade de flores e permite faacutecil

acesso para as abelhas deste modo tornam-se importantes fornecedores de fontes

de poacutelen (BRAGA et al 2012)

De acordo com o levantamento das plantas utilizadas pelas abelhas jataiacute realizado

por diferentes autores as famiacutelias que se mostraram bem representadas foram

Malvaceae Caesalpiniaceae Melastomataceae Myrtaceae Euphorbiaceae e

Anacardiaceae sendo consideradas portanto essenciais para a dieta da jataiacute

2 2 3 2

2 3

13

3 2

3

12 2 2 2 3

3

41

Acanthaceae Agavaceae Anacardiaceae Asteraceae Bignoniaceae

Bombacaceae Compositae Euphorbiaceae Fabaceae Labiatae

Leguminosae Malpighiaceae Malvaceae Melastomataceae Myrtaceae

Palmae Outros

63

Em geral essas famiacutelias podem ser caracterizadas pela floraccedilatildeo do tipo contiacutenuo ou

seja uma floraccedilatildeo que natildeo cessa ou que ocorre na maior parte do ano o que

permite as abelhas ter acesso aos recursos em todas as estaccedilotildees do ano

(CARVALHO MARCHINI ROS 1999 AGOSTINI SAZIMA 2003 TOLEDO et al

2003 MORGADO et al 2011)

64

65

5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS Sendo este a primeira pesquisa com abelhas em compus no Espiacuterito Santo Foi

observado que a distribuiccedilatildeo dos ninhos encontrados apresentou-se uniforme

Todos os ninhos estavam instalados em paredes e pisos de concreto o que indica

seu potencial de adaptabilidade agraves condiccedilotildees antroacutepicas

A diversidade de cores de poacutelen trazida pelas forrageiras no iniacutecio da manhatilde indica

uma ampla disponibilidade de alimento que a flores oferecem nesse periacuteodo do dia

bem como a eficiecircncia das forrageiras em selecionar essas flores

De acordo com as observaccedilotildees que foram realizadas no estudo as abelhas T

angustula podem ter suas atividades influenciadas pelo clima Uma vez que foi

observado que no periacuteodo de inverno em que as temperaturas satildeo mais baixas

elas comeccedilavam a realizar suas funccedilotildees nos horaacuterios com as temperaturas mais

altas

A divisatildeo de trabalho entre forrageadoras operaacuterias de limpeza e de defesa

observado nessa espeacutecie indica o comportamento altamente social dos Meliponini

O mecanismo de defesa observado em T angustula entre guardas pairando e em

peacute pode indicar uma caracteriacutestica de complementaridade na defesa do ninho uma

vez que durante as observaccedilotildees os dois tipos de guardas sempre se fizeram

presentes O que mostra que mesmo com o atrofiamento do ferratildeo os indiviacuteduos

desenvolveram estrateacutegias para a defesa contra invasores

Foi comum observar a presenccedila de revoadas nos ninhos entre as Jataiacutes Este

comportamento em geral eacute comum para o desenvolvimento (sobrevivecircncia) da

colocircnia No caso dos ninhos observados apoacutes as revoadas eles foram

desaparecendo Este fato pode indicar um baixo iacutendice de recursos troacuteficos para

essas abelhas dentro do campus pois ao inveacutes dos ninhos se manterem ou

aumentarem em quantidade ao longo das observaccedilotildees eles desapareceram

O levantamento das flores visitadas por T angustula indicou um comportamento

generalista desta espeacutecie em visitar uma grande variedade de plantas o que mostra

sua importacircncia para garantir a variabilidade dessas plantas

66

Esse levantamento tambeacutem indicou que a polinizaccedilatildeo realizada por elas foi

predominante em plantas exoacuteticas O que pode refletir a deficiecircncia na quantidade

de plantas nativas melitoacutefilas na aacuterea de estudo

67

REFEREcircNCIAS AGOSTINI Kayna SAZIMA Marlies Plantas Ornamentais e seus Recursos para Abelhas no Campus da Universidade Estadual de Campinas Estado de Satildeo Paulo Brasil Bragantia Campinas v 62 n 3 2003 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0006-87052003000300001gt Acesso em 15 Ago 2014 ALDREY Joseacute LN CAZALLA Feacutelix M F Filogenia y Evolucioacuten Del Orden Hymenoptera Sociedade Entomoloacutegica Aragonesa Madrid n 26 p 459-474 1999 Disponiacutevel em lthttpwwwsea-entomologiaorgPDFBOLETIN_26B26-032-459pdfgt Acesso em 26 Out 2014 ALMEIDA Daniela Espeacutecies de abelhas (Hymenoptera Apoidae) e tipificaccedilatildeo dos meacuteis por elas produzidos em aacuterea de Cerrado do Municiacutepio de Pirassununga Estado de Satildeo Paulo 2002 116 f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Entomologia)- Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz Piracicaba 2002 ALTMANN Jeanne Observational Study of Behavior Sampling Methods AnInternationaljournalofComparativeEthology Chicago v 49 p 227-265 1973 ALVARENGA Paulo E F Levantamento da Fauna de Abelhas (Hymenoptera Apidae Meliponina) na mata Santa Tereza Estaccedilatildeo ecoloacutegica de Ribeiratildeo Preto-SP e limitantes da densidade de seus ninhos 2008 94 f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Entomologia) ndash Faculdade de Filosofia Ciecircncias e Letras de Ribeiratildeo Preto da USP Satildeo Paulo 2008 ANACLETO Daniela A Recursos alimentares desenvolvimento das colocircnias e caracteriacutestica fiacutesico quiacutemicas microbioloacutegicas e poliacutenicas de mel e cargas de poacutelen de meliponineos do municiacutepio de Piracicaba Satildeo Paulo 2007 134 f Tese (Doutorado em Entomologia)- Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz Piracicaba 2007 ANACLETO Daniela A et al Composiccedilatildeo de Amostras de Mel de Jatai (Tetragonisca angustula Letrille 1811) Ciecircncia e Tecnologia de Alimento Campinas n 29 p 535-541 2009 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrpdfctav29n3a13v29n3pdfgt Acesso em 10 Abr 2014 ANDENA S R Bee communities (Hymenoptera Anthophila) ofthe ldquoCerradordquo ecosystem in Satildeo Paulo State Brazil Geneticsand Molecular Research Ribeiratildeo Preto v 8 n 2 2009 Disponiacuteve emlthttpwwwfunpecrpcombrgmryear2009vol8-2pdfkerr009pdfgt Acesso em 20 Ago 2014 ANTUNES Ordice T et al Produccedilatildeo de cultivares de morangueiro polinizada pela abelha Jataiacute em ambiente protegido Horticultura Brasileira Passo Fundo v 25 n 1 2007 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrpdfhbv25n1a18v25n1pdfgt Acessoem 20 Ago 2014

68

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Page 46: FACULDADE CATÓLICA SALESIANA DO ESPÍRITO SANTO … · No grupo dos Apinae está à tribo dos Meliponini, conhecidas como abelhas indígenas sem ferrão por possuir seu ferrão atrofiado

52

1000 e 1400 horas e no dia vinte e seis de Maio entre 1600 e 1700 horas

corroborando com Santana e colaboradores (2004) sobre o comportamento de

saques intermitentes

No ninho G as revoadas se iniciaram duas semanas apoacutes o desaparecimento do

ninho F nos dias nove e vinte e seis de junho entre 1500 e 1600 horas e dia 16 de

junho no mesmo horaacuterio (FIGURA 5-A B e C)

FIGURA 5 ndash Revoadas no Ninho G A Ninho no iniacutecio de Maio B Registro da

primeira revoada C Ultima revoada perda do ninho

Fonte Arquivo Labibio

As observaccedilotildees evidenciaram a ocorrecircncia de um acuacutemulo de resiacuteduos sobre os

ninhos apoacutes as revoadas (FGURA 5-B) No ninho G tinha uma subpopulaccedilatildeo

A B

C

53

pequena mas bem ativa conforme verificado apoacutes quatro horas de observaccedilatildeo em

nove dias (Graacutefico 1- A e B)

GRAacuteFICO1 A ndash Ritmo de Saiacutedas no Ninho G

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

GRAacuteFICO 1B ndash Ritmo de entradas no ninho G

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

0

20

40

60

80

100

120

140

09h-10h 10h-11h 12h-13h 14h-15h 16h-17h

Nuacutem

ero

de V

isita

s

Horaacuterios

13mai 20mai 26mai

0

20

40

60

80

100

120

140

160

180

200

09h-10h 10h-11h 12h-13h 14h-15h 16h-17h

Nuacutem

ero

de V

isita

s

Horaacuterios

13mai 20mai 26mai

54

No ninho G as abelhas iniciaram suas atividades antes de 09h evidenciado pela

entrada de aproximadamente 180 forrageadoras entre 9 e 10h As saiacutedas neste

mesmo periacuteodo ficaram em torno de 100

Entre 16h-17h houve um grande nuacutemero de entrada o que era esperado todas as

que saiacuteram tecircm que retornar enquanto haacute luminosidade e antes do ninho ser

fechado Conforme esperado por Gruter Karcher Ratnieks (2011) quando comeccedila

a escurecer as Jataiacutes fecham a entrada do tubo para impedir que intrusos ataquem

seu ninho durante a noite e abrem pela manhatilde quando o clima estaacute mais favoraacutevel

para iniciarem suas atividades

Neste ninho entre 12h-13h houve um nuacutemero maior de saiacutedas que de entradas ateacute

agraves 16h Isso possivelmente esteve relacionado agrave uma grande distacircncia entre o ninho

e as fontes de recursos troacuteficos

Outro ninho em que foi possiacutevel observar todos os meses notou-se que apresentou

atividade durante todo o dia (GRAacuteFICO 2-A e B)

GRAacuteFICO 2A ndash Ritmo de saiacutedas do ninho B

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

0

50

100

150

200

250

300

350

400

450

500

07h-08h 08h-09h 09h-10h 11h-12h 12h-13h 13h-14h 14h-15h 15h-16h 16h-17h

Nuacutem

ero

de V

isita

s

Horaacuterios

28abr 13mai 20mai 26mai 09jun 16jun 23jun 01jul 09jul

16jul 23jul 30jul 06ago 13ago 20ago 27ago 05set 10set

55

GRAacuteFICO 2B ndash Ritmo de entradas do nino B

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

O ninho B tinha uma subpopulaccedilatildeo mais numerosa que F e G Durante o inverno

(2307 e 2708) as abelhas iniciavam suas atividades cerca de duas horas mais

tarde em horaacuterio com temperatura mais elevada (indicado pela seta preta) Tal fato

corrobora com as observaccedilotildees de Ulian e colaboradores (2007) que constata que

em periacuteodo mais chuvoso onde as temperaturas satildeo geralmente mais baixas as

Jataiacutes apresentam iniacutecio de atividade agraves 9 horas da manhatilde devido agrave temperatura

nesse horaacuterio comeccedilar a aumentar

Proacuteximo do horaacuterio de 10 horas houve um grande nuacutemero de saiacutedas do ninho

seguido de um grande nuacutemero de entrada o que indica a ocorrecircncia de uma fonte

de recursos proacutexima ao ninho ou a indisponibilidade de recurso para ser coletado

naquela hora Acredita-se que na primeira possibilidade - fonte proacutexima ela era de

resina pelo fato de ter havido um intervalo de saiacuteda ateacute agraves 12h jaacute que esta

demanda mais tempo para ser retirada da corbiacutecula e armazenada por ser

pegajosa No caso da segunda possibilidade natildeo encontraram alimento disponiacutevel

naquele horaacuterio o retorno ao ninho eacute a alternativa mais eficaz para evitar um alto

gasto energeacutetico ateacute que o recurso fique disponiacutevel para coleta

0

100

200

300

400

500

600

07h-08h 08h-09h 09h-10h 10h-11h 11h-12h 12h-13h 13h-14h 14h-15h 15h-16h 16h-17h

Nuacutem

ero

de V

isita

s

Horaacuterios 28abr 13mai 20mai 26mai 09jun 16jun 23jun 09jul16jul 23jul 30jul 20ago 27ago 05set 10set

56

No outono as atividades das Jataiacutes comeccedilaram a diminuir por volta de 15 horas

(indicado pela seta marrom) ateacute cessar totalmente no iniacutecio das 16 horas Pelos

graacuteficos nota-se que o ninho B possui vantagem de uma hora nas atividades em

relaccedilatildeo ao ninho G isso provavelmente ocorreu porque o ninho B obteve mais

sucesso nas coletas distribuiacutedas ao longo do dia

43 RECURSOS FLORAIS

Eacute notoacuteria a relaccedilatildeo que existe entre abelha-flor relaccedilatildeo essa que sucedeu a milhotildees

de anos desde entatildeo as abelhas dependem de substancias utilizadas na

alimentaccedilatildeo e as plantas se beneficiam com a polinizaccedilatildeo (PIRANI LAURINO

1993) Para entender a biologia dos Meliponini eacute importante conhecer sua

alimentaccedilatildeo Para isso eacute necessaacuterio fazer um levantamento das plantas utilizadas

para coleta de poacutelen e neacutectar (SOUZA 1999 apud OLIVEIRA ABSY MIRANDA

2009)

Com base nos dados obtidos sobre as fontes alimentares de T angustula na

literatura (TABELA 2) nota-se a capacidade dessa espeacutecie de visitar uma ampla

diversidade de famiacutelias de plantas Segundo Toledo e colaboradores (2003) durante

cada voo das campeiras em meacutedia 100 flores satildeo visitadas

O levantamento bibliograacutefico indicou que existem duas metodologias bastante

usadas por autores para conhecer a dieta das abelhas Uma delas eacute a investigaccedilatildeo

palinoloacutegica para avaliar as fontes de recursos florais utilizados (poacutelen e neacutectar)

com base no gratildeo de poacutelen depositado no corpo da abelha para identificaccedilatildeo das

espeacutecies vegetais (CARVALHO MARCHINE ROS 1999 FEIDEN 1994 SIMIONI et

al 2007 OLIVEIRA ABSY MIRANDA 2009 MORGADO et al 2011NOVAIS

ABSY SANTOS 2013) A outra se daacute por meio de observaccedilotildees das campeiras nas

flores (AGOSTINI SAZIMA 2003 TOLEDO et al 2003OLIVEIRA ABSY

MIRANDA 2009 BRAGA et al 2012) A partir desses meacutetodos eacute possiacutevel saber

quais satildeo as plantas que produzem seus alimentos preferenciais e quais as fontes

alternativas (OLIVEIRA ABSY MIRANDA 2009)

57

TABELA 2 ndash Relaccedilatildeo das espeacutecies de plantas visitadas porT Angustula Continua

Famiacutelia Espeacutecie Polinizada Visitada Recurso

Poacutelen Neacutectar

Acanthaceae Thunbergia grandiflora X Odontonema strictum X X

Justicia brandegeana X

Ruellia silvaecola X Agavaceae Agave americana X X X

Agave sisalana X X X

Agave attenuata X X X

Dracena fragana X X X Aizoaceae Mesembryantemum spectabilis X Lamprantus productus X Amaranthaceae Gomphrena globosa X Amarylidaceae Clivia miniata X X X Anacardiaceae Schinus terebinthifolius X X

Lithraea molleoides X X

Toxicodendron verniciferum X X

Mangifera indica X X X

Tapirira guianensis X Apiaceae Hydrocotyle leucocephala X Apocynaceae Trevetia peruviana X Araliaceae Tetrapanax papyrifera X X X Asclepiadaceae Asclepias curassavica X X Asteraceae Parthenium hysterophorus X Aspillia latissima X Aspillia sp X Balsaminaceae Impatiens balsamina X X X

Impatiens sultanii X Bignoniaceae Spathodea campanulata X X Tabebulaim petiginosa X X X

Tabebula chrysotricha X X X Bixaceae Bixa orellana X X Bombacaceae Ceiba arianthos X X

Pseudo bombax sp X X

Pseudobombax tomentoso X X

Eriotheca canolleana X X

Bombax ceiba X X Boraginaceae Cordia superba X X

Cordia glabrata X X Brassicaceae Brassica sp X Cactaceae Opuntia ficusindica X X Caesalpiniaceae Schizolobium parahyba X X Capparaceae Cleome spinosa X Caprifoliaceae Lonicera japonica X X

58

TABELA 2 ndash Relaccedilatildeo das espeacutecies de plantas visitadas por T angustula Continua

Famiacutelia Espeacutecie Polinizada Visitada Recurso

Poacutelen Neacutectar

Sambucus australis X X Caryophylaceae Silene armeria X Cecropiaceae Cecropia hololeuca X Cochlospermaceae Cochlospermum vitifolium X X Compositae Vernonia polyanthes X X

Bidens pilosa X X Cosmos auphureus X X X

Centratherium violaceum X X X

Dahlia sp X Eclipta alba X Asterla evis X Tithonia rotundifolia X X X

Tithonia speciosa X X X

Tithonia diversifolia X Baccharis sp X Wedelia paludosa X Eupatorium sp X Mikania glomerata X X

Montano apyramidata X X Montano abipinnatifiada X Senecio brasiliensis X X X

Emilia sonchifolia X X Ambrosia sp X X Creopsis grandiflora X Galinsoga parviflora X Crassulaceae Kalanchoe tubiflora X X Cyperaceae Cyperus sp X Elaeocarpaceae Muntingia calabura X Ericaceae Rhododendron simsii X X X

Rhododendron indicum X X X Euphorbiaceae Alchornea sidaefolia X X X

Euphorbia milii X X X

Euphorbia pulcherrima X X X

Ricinus communis X X X

Croton sp X Fabaceae Desmodium sp X Tipuana tipu X Vigna peduncularis X X Guttiferae Kielmeyera coriacea X X Iridaceae Dietes vegeta X Labiatae Salvia splendens X Origanum vugare X

59

TABELA 2 ndash Relaccedilatildeo das espeacutecies de plantas visitadas por T angustula Continua

Famiacutelia Espeacutecie Polinizada Visitada Recurso

Poacutelen Neacutectar

Ocimum sellowii X Iboza riparia X X X

Coleus blumei X X X Leguminosae Andira anthelmintica X X

Mimosa daleoides X X X

Myroxylon balsamum X X X

Piptadenia gonoacantha X X X

Stylos anthesscabra X Caesalpinia bonducella X X X

Caesalpinia pelthophoroides X X X

Crotalaria lanceolata X Calliandra twedii X Sophora tomentosa X X Mimosa pudica X Erythrina speciosa X X X

Cassia grandis X Schizolobium parahyba X X Senna multijuga X Senna bicapsularis X X Delonix regia X Clitoria fairchildiana X Centrolobium tomentoso X Liliaceae Aloe sp X X Bulbine frutescens X Loranthaceae Struthanthus andrastylus X X Lythraceae Lagerstroemia indica X X Magnoliaceae Talauma ovata X X Malpighiaceae Malphiguia glabra X Tetrapterys X Byrsonima intermedia X X X Malvaceae Hibiscus rosa-sinensis X X X

Malvaviscus arboreus X X Sida rhombifolia X Melastomataceae Tibouchina granulosa X X

Clidemeia sp X X

Tibouchina sp X X X

Tibouchina holosericea X X Meliaceae Trichilia sp X Mimosaceae Leucaena leucocephala X Anadenanthera collubrina X Moraceae Cecropia pachystachya X X X

Morus nigra X X

60

TABELA 2 ndash Relaccedilatildeo das espeacutecies de plantas visitadas por T angustula Continua

Famiacutelia Espeacutecie Polinizada Visitada Recurso

Poacutelen Neacutectar Myrsinaceae Ardisia crenata X X Myrtaceae Eucalyptus robusta X X X

Eugenia jambos X X X

Eugenia pitanga X Eucalyptus terecornis X Plinia glomerata X Nyctaginaceae Bougainvile aspectabilis X X X Oleaceae Jasminum azoricum X Palmae Acrocomia aculeata X X

Archontophoenix cunninghamiana X

Syagrus romanzoffiana X Copernicia alba X X Sheelea phalerata X Passifloraceae Passiflora jilekii X Piperaceae Piper mollicomum X Poaceae Paspalum sp X Polemoniaceae Cobae scandens X Polygonaceae Polygonum capitatum X X X Pontederiaceae Pontederia lanceolata X X Proteaceae Grevill a bansksii X X X Rosaceae Prunus persica X X X

Pyracantha coccinea X X Rubiaceae Pentas lanceolata X X

Citrus airantum X X Rutaceae Citrus limon X X X Scrophulariaceae Paulownia imperialis X X Solanaceae Nicotiana tabacum X X Sterculiaceae Dombeya burgessiae X Dombeya wallichii X Sterculia chicha X X Tiliaceae Heliocarpus americanus X X X Tropaeolaceae Tropaeolum majus X X X Ulmaceae Tipo celtis X Trema micrantha X X Umbelliferae Foeniculum vulgare X X X Verbenaceae Duranta repens X

Vitex agnus-castus X

Velloziaceae Vellozia candia X X X Zingiberaceae Hedychium coronarium X Fonte Pirani Laurino 1993 Carvalho Marchine Ros 1999 Agostini Sazima 2003 Toledo et al 2003 Cartopassi-Laurino 2005 Braga e Colaboradores 2012 Novais Absy Santos 2013

61

Foram encontradas 71 famiacutelias e um total de 166 espeacutecies Dessas 30 espeacutecies satildeo

polinizadas e 136 satildeo visitadas Poacutelen e neacutectar satildeo os recursos mais coletados

com coleta de poacutelen em 78 espeacutecies e de neacutectar em 69 De acordo coma Lista de

Espeacutecies da Flora do Brasil (2010) 20 das espeacutecies que satildeo polinizadas (TABELA

2) satildeo nativas o restante satildeo espeacutecies exoacuteticas ou seja natildeo pertencem agrave flora

brasileira

As famiacutelias que apresentaram maior porcentagem de visitas por T angustula foram

Compositae e Leguminosae (TABELA 2) com 13 e 12 de espeacutecies

respectivamente (GRAacuteFICO 3) sendo as famiacutelias mais importantes para a dieta da

jataiacute (AGOSTINE SAZIMA 2003 SIIONI et al 2007) Esse resultado eacute similar ao

trabalho de Simioni e colaboradores (2007) seus resultados mostram que uma das

famiacutelias analisadas Leguminosae tambeacutem apresentaram um maior destaque na

quantidade de visitas realizadas por T angustula esse fato pode ser explicado pelo

fato de que Leguminosae representa a mais importante fonte de poacutelen para essa

espeacutecie

As famiacutelias Compositae e Leguminosae satildeo as mais bem representadas pelo fato

de apresentarem espeacutecies que fornecem alimento em maior qualidade e quantidade

por vaacuterios periacuteodos do ano Com destaque para a famiacutelia Leguminosae que fornece

recursos alimentares para as abelhas nos periacuteodos de estiagem (PIRANI LAURINO

1993 AGOSTINE SAZIMA 2003)

O graacutefico abaixo ilustra o comportamento generalista deT angustula Onde 41 das

visitadas realizadas pela espeacutecie se distribuem por 55 famiacutelias vegetais Esse

comportamento concorda com trabalho de Anacleto (2007) onde dentre as cinco

espeacutecies estudadas por ele a que apresentou o haacutebito mais generalista em relaccedilatildeo

ao nuacutemero de plantas visitadas foi T angustula

62

GRAacuteFICO 3 ndash Contribuiccedilatildeo das famiacutelias de plantas para a dieta de T angustula

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria com base nos dados da Tabela 1

As abelhas generalistas visitam flores pequenas e abertas e satildeo menos

relacionadas agraves flores especializadas (RUTHCKE JULES 1993 ROUBIK 1992

apud AGOSTINI SAZIMA 2003) e tecircm preferecircncia de flores arboacutereas com

inflorescecircncia densas

Um exemplo de flores que natildeo satildeo especializadas e que satildeo importantes para a

dieta de T angustula eacute da famiacutelia Asteraceae as espeacutecies Mangifera indica e

Schinus terebinthifolius apresentam grande densidade de flores e permite faacutecil

acesso para as abelhas deste modo tornam-se importantes fornecedores de fontes

de poacutelen (BRAGA et al 2012)

De acordo com o levantamento das plantas utilizadas pelas abelhas jataiacute realizado

por diferentes autores as famiacutelias que se mostraram bem representadas foram

Malvaceae Caesalpiniaceae Melastomataceae Myrtaceae Euphorbiaceae e

Anacardiaceae sendo consideradas portanto essenciais para a dieta da jataiacute

2 2 3 2

2 3

13

3 2

3

12 2 2 2 3

3

41

Acanthaceae Agavaceae Anacardiaceae Asteraceae Bignoniaceae

Bombacaceae Compositae Euphorbiaceae Fabaceae Labiatae

Leguminosae Malpighiaceae Malvaceae Melastomataceae Myrtaceae

Palmae Outros

63

Em geral essas famiacutelias podem ser caracterizadas pela floraccedilatildeo do tipo contiacutenuo ou

seja uma floraccedilatildeo que natildeo cessa ou que ocorre na maior parte do ano o que

permite as abelhas ter acesso aos recursos em todas as estaccedilotildees do ano

(CARVALHO MARCHINI ROS 1999 AGOSTINI SAZIMA 2003 TOLEDO et al

2003 MORGADO et al 2011)

64

65

5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS Sendo este a primeira pesquisa com abelhas em compus no Espiacuterito Santo Foi

observado que a distribuiccedilatildeo dos ninhos encontrados apresentou-se uniforme

Todos os ninhos estavam instalados em paredes e pisos de concreto o que indica

seu potencial de adaptabilidade agraves condiccedilotildees antroacutepicas

A diversidade de cores de poacutelen trazida pelas forrageiras no iniacutecio da manhatilde indica

uma ampla disponibilidade de alimento que a flores oferecem nesse periacuteodo do dia

bem como a eficiecircncia das forrageiras em selecionar essas flores

De acordo com as observaccedilotildees que foram realizadas no estudo as abelhas T

angustula podem ter suas atividades influenciadas pelo clima Uma vez que foi

observado que no periacuteodo de inverno em que as temperaturas satildeo mais baixas

elas comeccedilavam a realizar suas funccedilotildees nos horaacuterios com as temperaturas mais

altas

A divisatildeo de trabalho entre forrageadoras operaacuterias de limpeza e de defesa

observado nessa espeacutecie indica o comportamento altamente social dos Meliponini

O mecanismo de defesa observado em T angustula entre guardas pairando e em

peacute pode indicar uma caracteriacutestica de complementaridade na defesa do ninho uma

vez que durante as observaccedilotildees os dois tipos de guardas sempre se fizeram

presentes O que mostra que mesmo com o atrofiamento do ferratildeo os indiviacuteduos

desenvolveram estrateacutegias para a defesa contra invasores

Foi comum observar a presenccedila de revoadas nos ninhos entre as Jataiacutes Este

comportamento em geral eacute comum para o desenvolvimento (sobrevivecircncia) da

colocircnia No caso dos ninhos observados apoacutes as revoadas eles foram

desaparecendo Este fato pode indicar um baixo iacutendice de recursos troacuteficos para

essas abelhas dentro do campus pois ao inveacutes dos ninhos se manterem ou

aumentarem em quantidade ao longo das observaccedilotildees eles desapareceram

O levantamento das flores visitadas por T angustula indicou um comportamento

generalista desta espeacutecie em visitar uma grande variedade de plantas o que mostra

sua importacircncia para garantir a variabilidade dessas plantas

66

Esse levantamento tambeacutem indicou que a polinizaccedilatildeo realizada por elas foi

predominante em plantas exoacuteticas O que pode refletir a deficiecircncia na quantidade

de plantas nativas melitoacutefilas na aacuterea de estudo

67

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Page 47: FACULDADE CATÓLICA SALESIANA DO ESPÍRITO SANTO … · No grupo dos Apinae está à tribo dos Meliponini, conhecidas como abelhas indígenas sem ferrão por possuir seu ferrão atrofiado

53

pequena mas bem ativa conforme verificado apoacutes quatro horas de observaccedilatildeo em

nove dias (Graacutefico 1- A e B)

GRAacuteFICO1 A ndash Ritmo de Saiacutedas no Ninho G

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

GRAacuteFICO 1B ndash Ritmo de entradas no ninho G

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

0

20

40

60

80

100

120

140

09h-10h 10h-11h 12h-13h 14h-15h 16h-17h

Nuacutem

ero

de V

isita

s

Horaacuterios

13mai 20mai 26mai

0

20

40

60

80

100

120

140

160

180

200

09h-10h 10h-11h 12h-13h 14h-15h 16h-17h

Nuacutem

ero

de V

isita

s

Horaacuterios

13mai 20mai 26mai

54

No ninho G as abelhas iniciaram suas atividades antes de 09h evidenciado pela

entrada de aproximadamente 180 forrageadoras entre 9 e 10h As saiacutedas neste

mesmo periacuteodo ficaram em torno de 100

Entre 16h-17h houve um grande nuacutemero de entrada o que era esperado todas as

que saiacuteram tecircm que retornar enquanto haacute luminosidade e antes do ninho ser

fechado Conforme esperado por Gruter Karcher Ratnieks (2011) quando comeccedila

a escurecer as Jataiacutes fecham a entrada do tubo para impedir que intrusos ataquem

seu ninho durante a noite e abrem pela manhatilde quando o clima estaacute mais favoraacutevel

para iniciarem suas atividades

Neste ninho entre 12h-13h houve um nuacutemero maior de saiacutedas que de entradas ateacute

agraves 16h Isso possivelmente esteve relacionado agrave uma grande distacircncia entre o ninho

e as fontes de recursos troacuteficos

Outro ninho em que foi possiacutevel observar todos os meses notou-se que apresentou

atividade durante todo o dia (GRAacuteFICO 2-A e B)

GRAacuteFICO 2A ndash Ritmo de saiacutedas do ninho B

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

0

50

100

150

200

250

300

350

400

450

500

07h-08h 08h-09h 09h-10h 11h-12h 12h-13h 13h-14h 14h-15h 15h-16h 16h-17h

Nuacutem

ero

de V

isita

s

Horaacuterios

28abr 13mai 20mai 26mai 09jun 16jun 23jun 01jul 09jul

16jul 23jul 30jul 06ago 13ago 20ago 27ago 05set 10set

55

GRAacuteFICO 2B ndash Ritmo de entradas do nino B

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

O ninho B tinha uma subpopulaccedilatildeo mais numerosa que F e G Durante o inverno

(2307 e 2708) as abelhas iniciavam suas atividades cerca de duas horas mais

tarde em horaacuterio com temperatura mais elevada (indicado pela seta preta) Tal fato

corrobora com as observaccedilotildees de Ulian e colaboradores (2007) que constata que

em periacuteodo mais chuvoso onde as temperaturas satildeo geralmente mais baixas as

Jataiacutes apresentam iniacutecio de atividade agraves 9 horas da manhatilde devido agrave temperatura

nesse horaacuterio comeccedilar a aumentar

Proacuteximo do horaacuterio de 10 horas houve um grande nuacutemero de saiacutedas do ninho

seguido de um grande nuacutemero de entrada o que indica a ocorrecircncia de uma fonte

de recursos proacutexima ao ninho ou a indisponibilidade de recurso para ser coletado

naquela hora Acredita-se que na primeira possibilidade - fonte proacutexima ela era de

resina pelo fato de ter havido um intervalo de saiacuteda ateacute agraves 12h jaacute que esta

demanda mais tempo para ser retirada da corbiacutecula e armazenada por ser

pegajosa No caso da segunda possibilidade natildeo encontraram alimento disponiacutevel

naquele horaacuterio o retorno ao ninho eacute a alternativa mais eficaz para evitar um alto

gasto energeacutetico ateacute que o recurso fique disponiacutevel para coleta

0

100

200

300

400

500

600

07h-08h 08h-09h 09h-10h 10h-11h 11h-12h 12h-13h 13h-14h 14h-15h 15h-16h 16h-17h

Nuacutem

ero

de V

isita

s

Horaacuterios 28abr 13mai 20mai 26mai 09jun 16jun 23jun 09jul16jul 23jul 30jul 20ago 27ago 05set 10set

56

No outono as atividades das Jataiacutes comeccedilaram a diminuir por volta de 15 horas

(indicado pela seta marrom) ateacute cessar totalmente no iniacutecio das 16 horas Pelos

graacuteficos nota-se que o ninho B possui vantagem de uma hora nas atividades em

relaccedilatildeo ao ninho G isso provavelmente ocorreu porque o ninho B obteve mais

sucesso nas coletas distribuiacutedas ao longo do dia

43 RECURSOS FLORAIS

Eacute notoacuteria a relaccedilatildeo que existe entre abelha-flor relaccedilatildeo essa que sucedeu a milhotildees

de anos desde entatildeo as abelhas dependem de substancias utilizadas na

alimentaccedilatildeo e as plantas se beneficiam com a polinizaccedilatildeo (PIRANI LAURINO

1993) Para entender a biologia dos Meliponini eacute importante conhecer sua

alimentaccedilatildeo Para isso eacute necessaacuterio fazer um levantamento das plantas utilizadas

para coleta de poacutelen e neacutectar (SOUZA 1999 apud OLIVEIRA ABSY MIRANDA

2009)

Com base nos dados obtidos sobre as fontes alimentares de T angustula na

literatura (TABELA 2) nota-se a capacidade dessa espeacutecie de visitar uma ampla

diversidade de famiacutelias de plantas Segundo Toledo e colaboradores (2003) durante

cada voo das campeiras em meacutedia 100 flores satildeo visitadas

O levantamento bibliograacutefico indicou que existem duas metodologias bastante

usadas por autores para conhecer a dieta das abelhas Uma delas eacute a investigaccedilatildeo

palinoloacutegica para avaliar as fontes de recursos florais utilizados (poacutelen e neacutectar)

com base no gratildeo de poacutelen depositado no corpo da abelha para identificaccedilatildeo das

espeacutecies vegetais (CARVALHO MARCHINE ROS 1999 FEIDEN 1994 SIMIONI et

al 2007 OLIVEIRA ABSY MIRANDA 2009 MORGADO et al 2011NOVAIS

ABSY SANTOS 2013) A outra se daacute por meio de observaccedilotildees das campeiras nas

flores (AGOSTINI SAZIMA 2003 TOLEDO et al 2003OLIVEIRA ABSY

MIRANDA 2009 BRAGA et al 2012) A partir desses meacutetodos eacute possiacutevel saber

quais satildeo as plantas que produzem seus alimentos preferenciais e quais as fontes

alternativas (OLIVEIRA ABSY MIRANDA 2009)

57

TABELA 2 ndash Relaccedilatildeo das espeacutecies de plantas visitadas porT Angustula Continua

Famiacutelia Espeacutecie Polinizada Visitada Recurso

Poacutelen Neacutectar

Acanthaceae Thunbergia grandiflora X Odontonema strictum X X

Justicia brandegeana X

Ruellia silvaecola X Agavaceae Agave americana X X X

Agave sisalana X X X

Agave attenuata X X X

Dracena fragana X X X Aizoaceae Mesembryantemum spectabilis X Lamprantus productus X Amaranthaceae Gomphrena globosa X Amarylidaceae Clivia miniata X X X Anacardiaceae Schinus terebinthifolius X X

Lithraea molleoides X X

Toxicodendron verniciferum X X

Mangifera indica X X X

Tapirira guianensis X Apiaceae Hydrocotyle leucocephala X Apocynaceae Trevetia peruviana X Araliaceae Tetrapanax papyrifera X X X Asclepiadaceae Asclepias curassavica X X Asteraceae Parthenium hysterophorus X Aspillia latissima X Aspillia sp X Balsaminaceae Impatiens balsamina X X X

Impatiens sultanii X Bignoniaceae Spathodea campanulata X X Tabebulaim petiginosa X X X

Tabebula chrysotricha X X X Bixaceae Bixa orellana X X Bombacaceae Ceiba arianthos X X

Pseudo bombax sp X X

Pseudobombax tomentoso X X

Eriotheca canolleana X X

Bombax ceiba X X Boraginaceae Cordia superba X X

Cordia glabrata X X Brassicaceae Brassica sp X Cactaceae Opuntia ficusindica X X Caesalpiniaceae Schizolobium parahyba X X Capparaceae Cleome spinosa X Caprifoliaceae Lonicera japonica X X

58

TABELA 2 ndash Relaccedilatildeo das espeacutecies de plantas visitadas por T angustula Continua

Famiacutelia Espeacutecie Polinizada Visitada Recurso

Poacutelen Neacutectar

Sambucus australis X X Caryophylaceae Silene armeria X Cecropiaceae Cecropia hololeuca X Cochlospermaceae Cochlospermum vitifolium X X Compositae Vernonia polyanthes X X

Bidens pilosa X X Cosmos auphureus X X X

Centratherium violaceum X X X

Dahlia sp X Eclipta alba X Asterla evis X Tithonia rotundifolia X X X

Tithonia speciosa X X X

Tithonia diversifolia X Baccharis sp X Wedelia paludosa X Eupatorium sp X Mikania glomerata X X

Montano apyramidata X X Montano abipinnatifiada X Senecio brasiliensis X X X

Emilia sonchifolia X X Ambrosia sp X X Creopsis grandiflora X Galinsoga parviflora X Crassulaceae Kalanchoe tubiflora X X Cyperaceae Cyperus sp X Elaeocarpaceae Muntingia calabura X Ericaceae Rhododendron simsii X X X

Rhododendron indicum X X X Euphorbiaceae Alchornea sidaefolia X X X

Euphorbia milii X X X

Euphorbia pulcherrima X X X

Ricinus communis X X X

Croton sp X Fabaceae Desmodium sp X Tipuana tipu X Vigna peduncularis X X Guttiferae Kielmeyera coriacea X X Iridaceae Dietes vegeta X Labiatae Salvia splendens X Origanum vugare X

59

TABELA 2 ndash Relaccedilatildeo das espeacutecies de plantas visitadas por T angustula Continua

Famiacutelia Espeacutecie Polinizada Visitada Recurso

Poacutelen Neacutectar

Ocimum sellowii X Iboza riparia X X X

Coleus blumei X X X Leguminosae Andira anthelmintica X X

Mimosa daleoides X X X

Myroxylon balsamum X X X

Piptadenia gonoacantha X X X

Stylos anthesscabra X Caesalpinia bonducella X X X

Caesalpinia pelthophoroides X X X

Crotalaria lanceolata X Calliandra twedii X Sophora tomentosa X X Mimosa pudica X Erythrina speciosa X X X

Cassia grandis X Schizolobium parahyba X X Senna multijuga X Senna bicapsularis X X Delonix regia X Clitoria fairchildiana X Centrolobium tomentoso X Liliaceae Aloe sp X X Bulbine frutescens X Loranthaceae Struthanthus andrastylus X X Lythraceae Lagerstroemia indica X X Magnoliaceae Talauma ovata X X Malpighiaceae Malphiguia glabra X Tetrapterys X Byrsonima intermedia X X X Malvaceae Hibiscus rosa-sinensis X X X

Malvaviscus arboreus X X Sida rhombifolia X Melastomataceae Tibouchina granulosa X X

Clidemeia sp X X

Tibouchina sp X X X

Tibouchina holosericea X X Meliaceae Trichilia sp X Mimosaceae Leucaena leucocephala X Anadenanthera collubrina X Moraceae Cecropia pachystachya X X X

Morus nigra X X

60

TABELA 2 ndash Relaccedilatildeo das espeacutecies de plantas visitadas por T angustula Continua

Famiacutelia Espeacutecie Polinizada Visitada Recurso

Poacutelen Neacutectar Myrsinaceae Ardisia crenata X X Myrtaceae Eucalyptus robusta X X X

Eugenia jambos X X X

Eugenia pitanga X Eucalyptus terecornis X Plinia glomerata X Nyctaginaceae Bougainvile aspectabilis X X X Oleaceae Jasminum azoricum X Palmae Acrocomia aculeata X X

Archontophoenix cunninghamiana X

Syagrus romanzoffiana X Copernicia alba X X Sheelea phalerata X Passifloraceae Passiflora jilekii X Piperaceae Piper mollicomum X Poaceae Paspalum sp X Polemoniaceae Cobae scandens X Polygonaceae Polygonum capitatum X X X Pontederiaceae Pontederia lanceolata X X Proteaceae Grevill a bansksii X X X Rosaceae Prunus persica X X X

Pyracantha coccinea X X Rubiaceae Pentas lanceolata X X

Citrus airantum X X Rutaceae Citrus limon X X X Scrophulariaceae Paulownia imperialis X X Solanaceae Nicotiana tabacum X X Sterculiaceae Dombeya burgessiae X Dombeya wallichii X Sterculia chicha X X Tiliaceae Heliocarpus americanus X X X Tropaeolaceae Tropaeolum majus X X X Ulmaceae Tipo celtis X Trema micrantha X X Umbelliferae Foeniculum vulgare X X X Verbenaceae Duranta repens X

Vitex agnus-castus X

Velloziaceae Vellozia candia X X X Zingiberaceae Hedychium coronarium X Fonte Pirani Laurino 1993 Carvalho Marchine Ros 1999 Agostini Sazima 2003 Toledo et al 2003 Cartopassi-Laurino 2005 Braga e Colaboradores 2012 Novais Absy Santos 2013

61

Foram encontradas 71 famiacutelias e um total de 166 espeacutecies Dessas 30 espeacutecies satildeo

polinizadas e 136 satildeo visitadas Poacutelen e neacutectar satildeo os recursos mais coletados

com coleta de poacutelen em 78 espeacutecies e de neacutectar em 69 De acordo coma Lista de

Espeacutecies da Flora do Brasil (2010) 20 das espeacutecies que satildeo polinizadas (TABELA

2) satildeo nativas o restante satildeo espeacutecies exoacuteticas ou seja natildeo pertencem agrave flora

brasileira

As famiacutelias que apresentaram maior porcentagem de visitas por T angustula foram

Compositae e Leguminosae (TABELA 2) com 13 e 12 de espeacutecies

respectivamente (GRAacuteFICO 3) sendo as famiacutelias mais importantes para a dieta da

jataiacute (AGOSTINE SAZIMA 2003 SIIONI et al 2007) Esse resultado eacute similar ao

trabalho de Simioni e colaboradores (2007) seus resultados mostram que uma das

famiacutelias analisadas Leguminosae tambeacutem apresentaram um maior destaque na

quantidade de visitas realizadas por T angustula esse fato pode ser explicado pelo

fato de que Leguminosae representa a mais importante fonte de poacutelen para essa

espeacutecie

As famiacutelias Compositae e Leguminosae satildeo as mais bem representadas pelo fato

de apresentarem espeacutecies que fornecem alimento em maior qualidade e quantidade

por vaacuterios periacuteodos do ano Com destaque para a famiacutelia Leguminosae que fornece

recursos alimentares para as abelhas nos periacuteodos de estiagem (PIRANI LAURINO

1993 AGOSTINE SAZIMA 2003)

O graacutefico abaixo ilustra o comportamento generalista deT angustula Onde 41 das

visitadas realizadas pela espeacutecie se distribuem por 55 famiacutelias vegetais Esse

comportamento concorda com trabalho de Anacleto (2007) onde dentre as cinco

espeacutecies estudadas por ele a que apresentou o haacutebito mais generalista em relaccedilatildeo

ao nuacutemero de plantas visitadas foi T angustula

62

GRAacuteFICO 3 ndash Contribuiccedilatildeo das famiacutelias de plantas para a dieta de T angustula

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria com base nos dados da Tabela 1

As abelhas generalistas visitam flores pequenas e abertas e satildeo menos

relacionadas agraves flores especializadas (RUTHCKE JULES 1993 ROUBIK 1992

apud AGOSTINI SAZIMA 2003) e tecircm preferecircncia de flores arboacutereas com

inflorescecircncia densas

Um exemplo de flores que natildeo satildeo especializadas e que satildeo importantes para a

dieta de T angustula eacute da famiacutelia Asteraceae as espeacutecies Mangifera indica e

Schinus terebinthifolius apresentam grande densidade de flores e permite faacutecil

acesso para as abelhas deste modo tornam-se importantes fornecedores de fontes

de poacutelen (BRAGA et al 2012)

De acordo com o levantamento das plantas utilizadas pelas abelhas jataiacute realizado

por diferentes autores as famiacutelias que se mostraram bem representadas foram

Malvaceae Caesalpiniaceae Melastomataceae Myrtaceae Euphorbiaceae e

Anacardiaceae sendo consideradas portanto essenciais para a dieta da jataiacute

2 2 3 2

2 3

13

3 2

3

12 2 2 2 3

3

41

Acanthaceae Agavaceae Anacardiaceae Asteraceae Bignoniaceae

Bombacaceae Compositae Euphorbiaceae Fabaceae Labiatae

Leguminosae Malpighiaceae Malvaceae Melastomataceae Myrtaceae

Palmae Outros

63

Em geral essas famiacutelias podem ser caracterizadas pela floraccedilatildeo do tipo contiacutenuo ou

seja uma floraccedilatildeo que natildeo cessa ou que ocorre na maior parte do ano o que

permite as abelhas ter acesso aos recursos em todas as estaccedilotildees do ano

(CARVALHO MARCHINI ROS 1999 AGOSTINI SAZIMA 2003 TOLEDO et al

2003 MORGADO et al 2011)

64

65

5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS Sendo este a primeira pesquisa com abelhas em compus no Espiacuterito Santo Foi

observado que a distribuiccedilatildeo dos ninhos encontrados apresentou-se uniforme

Todos os ninhos estavam instalados em paredes e pisos de concreto o que indica

seu potencial de adaptabilidade agraves condiccedilotildees antroacutepicas

A diversidade de cores de poacutelen trazida pelas forrageiras no iniacutecio da manhatilde indica

uma ampla disponibilidade de alimento que a flores oferecem nesse periacuteodo do dia

bem como a eficiecircncia das forrageiras em selecionar essas flores

De acordo com as observaccedilotildees que foram realizadas no estudo as abelhas T

angustula podem ter suas atividades influenciadas pelo clima Uma vez que foi

observado que no periacuteodo de inverno em que as temperaturas satildeo mais baixas

elas comeccedilavam a realizar suas funccedilotildees nos horaacuterios com as temperaturas mais

altas

A divisatildeo de trabalho entre forrageadoras operaacuterias de limpeza e de defesa

observado nessa espeacutecie indica o comportamento altamente social dos Meliponini

O mecanismo de defesa observado em T angustula entre guardas pairando e em

peacute pode indicar uma caracteriacutestica de complementaridade na defesa do ninho uma

vez que durante as observaccedilotildees os dois tipos de guardas sempre se fizeram

presentes O que mostra que mesmo com o atrofiamento do ferratildeo os indiviacuteduos

desenvolveram estrateacutegias para a defesa contra invasores

Foi comum observar a presenccedila de revoadas nos ninhos entre as Jataiacutes Este

comportamento em geral eacute comum para o desenvolvimento (sobrevivecircncia) da

colocircnia No caso dos ninhos observados apoacutes as revoadas eles foram

desaparecendo Este fato pode indicar um baixo iacutendice de recursos troacuteficos para

essas abelhas dentro do campus pois ao inveacutes dos ninhos se manterem ou

aumentarem em quantidade ao longo das observaccedilotildees eles desapareceram

O levantamento das flores visitadas por T angustula indicou um comportamento

generalista desta espeacutecie em visitar uma grande variedade de plantas o que mostra

sua importacircncia para garantir a variabilidade dessas plantas

66

Esse levantamento tambeacutem indicou que a polinizaccedilatildeo realizada por elas foi

predominante em plantas exoacuteticas O que pode refletir a deficiecircncia na quantidade

de plantas nativas melitoacutefilas na aacuterea de estudo

67

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Page 48: FACULDADE CATÓLICA SALESIANA DO ESPÍRITO SANTO … · No grupo dos Apinae está à tribo dos Meliponini, conhecidas como abelhas indígenas sem ferrão por possuir seu ferrão atrofiado

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No ninho G as abelhas iniciaram suas atividades antes de 09h evidenciado pela

entrada de aproximadamente 180 forrageadoras entre 9 e 10h As saiacutedas neste

mesmo periacuteodo ficaram em torno de 100

Entre 16h-17h houve um grande nuacutemero de entrada o que era esperado todas as

que saiacuteram tecircm que retornar enquanto haacute luminosidade e antes do ninho ser

fechado Conforme esperado por Gruter Karcher Ratnieks (2011) quando comeccedila

a escurecer as Jataiacutes fecham a entrada do tubo para impedir que intrusos ataquem

seu ninho durante a noite e abrem pela manhatilde quando o clima estaacute mais favoraacutevel

para iniciarem suas atividades

Neste ninho entre 12h-13h houve um nuacutemero maior de saiacutedas que de entradas ateacute

agraves 16h Isso possivelmente esteve relacionado agrave uma grande distacircncia entre o ninho

e as fontes de recursos troacuteficos

Outro ninho em que foi possiacutevel observar todos os meses notou-se que apresentou

atividade durante todo o dia (GRAacuteFICO 2-A e B)

GRAacuteFICO 2A ndash Ritmo de saiacutedas do ninho B

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

0

50

100

150

200

250

300

350

400

450

500

07h-08h 08h-09h 09h-10h 11h-12h 12h-13h 13h-14h 14h-15h 15h-16h 16h-17h

Nuacutem

ero

de V

isita

s

Horaacuterios

28abr 13mai 20mai 26mai 09jun 16jun 23jun 01jul 09jul

16jul 23jul 30jul 06ago 13ago 20ago 27ago 05set 10set

55

GRAacuteFICO 2B ndash Ritmo de entradas do nino B

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

O ninho B tinha uma subpopulaccedilatildeo mais numerosa que F e G Durante o inverno

(2307 e 2708) as abelhas iniciavam suas atividades cerca de duas horas mais

tarde em horaacuterio com temperatura mais elevada (indicado pela seta preta) Tal fato

corrobora com as observaccedilotildees de Ulian e colaboradores (2007) que constata que

em periacuteodo mais chuvoso onde as temperaturas satildeo geralmente mais baixas as

Jataiacutes apresentam iniacutecio de atividade agraves 9 horas da manhatilde devido agrave temperatura

nesse horaacuterio comeccedilar a aumentar

Proacuteximo do horaacuterio de 10 horas houve um grande nuacutemero de saiacutedas do ninho

seguido de um grande nuacutemero de entrada o que indica a ocorrecircncia de uma fonte

de recursos proacutexima ao ninho ou a indisponibilidade de recurso para ser coletado

naquela hora Acredita-se que na primeira possibilidade - fonte proacutexima ela era de

resina pelo fato de ter havido um intervalo de saiacuteda ateacute agraves 12h jaacute que esta

demanda mais tempo para ser retirada da corbiacutecula e armazenada por ser

pegajosa No caso da segunda possibilidade natildeo encontraram alimento disponiacutevel

naquele horaacuterio o retorno ao ninho eacute a alternativa mais eficaz para evitar um alto

gasto energeacutetico ateacute que o recurso fique disponiacutevel para coleta

0

100

200

300

400

500

600

07h-08h 08h-09h 09h-10h 10h-11h 11h-12h 12h-13h 13h-14h 14h-15h 15h-16h 16h-17h

Nuacutem

ero

de V

isita

s

Horaacuterios 28abr 13mai 20mai 26mai 09jun 16jun 23jun 09jul16jul 23jul 30jul 20ago 27ago 05set 10set

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No outono as atividades das Jataiacutes comeccedilaram a diminuir por volta de 15 horas

(indicado pela seta marrom) ateacute cessar totalmente no iniacutecio das 16 horas Pelos

graacuteficos nota-se que o ninho B possui vantagem de uma hora nas atividades em

relaccedilatildeo ao ninho G isso provavelmente ocorreu porque o ninho B obteve mais

sucesso nas coletas distribuiacutedas ao longo do dia

43 RECURSOS FLORAIS

Eacute notoacuteria a relaccedilatildeo que existe entre abelha-flor relaccedilatildeo essa que sucedeu a milhotildees

de anos desde entatildeo as abelhas dependem de substancias utilizadas na

alimentaccedilatildeo e as plantas se beneficiam com a polinizaccedilatildeo (PIRANI LAURINO

1993) Para entender a biologia dos Meliponini eacute importante conhecer sua

alimentaccedilatildeo Para isso eacute necessaacuterio fazer um levantamento das plantas utilizadas

para coleta de poacutelen e neacutectar (SOUZA 1999 apud OLIVEIRA ABSY MIRANDA

2009)

Com base nos dados obtidos sobre as fontes alimentares de T angustula na

literatura (TABELA 2) nota-se a capacidade dessa espeacutecie de visitar uma ampla

diversidade de famiacutelias de plantas Segundo Toledo e colaboradores (2003) durante

cada voo das campeiras em meacutedia 100 flores satildeo visitadas

O levantamento bibliograacutefico indicou que existem duas metodologias bastante

usadas por autores para conhecer a dieta das abelhas Uma delas eacute a investigaccedilatildeo

palinoloacutegica para avaliar as fontes de recursos florais utilizados (poacutelen e neacutectar)

com base no gratildeo de poacutelen depositado no corpo da abelha para identificaccedilatildeo das

espeacutecies vegetais (CARVALHO MARCHINE ROS 1999 FEIDEN 1994 SIMIONI et

al 2007 OLIVEIRA ABSY MIRANDA 2009 MORGADO et al 2011NOVAIS

ABSY SANTOS 2013) A outra se daacute por meio de observaccedilotildees das campeiras nas

flores (AGOSTINI SAZIMA 2003 TOLEDO et al 2003OLIVEIRA ABSY

MIRANDA 2009 BRAGA et al 2012) A partir desses meacutetodos eacute possiacutevel saber

quais satildeo as plantas que produzem seus alimentos preferenciais e quais as fontes

alternativas (OLIVEIRA ABSY MIRANDA 2009)

57

TABELA 2 ndash Relaccedilatildeo das espeacutecies de plantas visitadas porT Angustula Continua

Famiacutelia Espeacutecie Polinizada Visitada Recurso

Poacutelen Neacutectar

Acanthaceae Thunbergia grandiflora X Odontonema strictum X X

Justicia brandegeana X

Ruellia silvaecola X Agavaceae Agave americana X X X

Agave sisalana X X X

Agave attenuata X X X

Dracena fragana X X X Aizoaceae Mesembryantemum spectabilis X Lamprantus productus X Amaranthaceae Gomphrena globosa X Amarylidaceae Clivia miniata X X X Anacardiaceae Schinus terebinthifolius X X

Lithraea molleoides X X

Toxicodendron verniciferum X X

Mangifera indica X X X

Tapirira guianensis X Apiaceae Hydrocotyle leucocephala X Apocynaceae Trevetia peruviana X Araliaceae Tetrapanax papyrifera X X X Asclepiadaceae Asclepias curassavica X X Asteraceae Parthenium hysterophorus X Aspillia latissima X Aspillia sp X Balsaminaceae Impatiens balsamina X X X

Impatiens sultanii X Bignoniaceae Spathodea campanulata X X Tabebulaim petiginosa X X X

Tabebula chrysotricha X X X Bixaceae Bixa orellana X X Bombacaceae Ceiba arianthos X X

Pseudo bombax sp X X

Pseudobombax tomentoso X X

Eriotheca canolleana X X

Bombax ceiba X X Boraginaceae Cordia superba X X

Cordia glabrata X X Brassicaceae Brassica sp X Cactaceae Opuntia ficusindica X X Caesalpiniaceae Schizolobium parahyba X X Capparaceae Cleome spinosa X Caprifoliaceae Lonicera japonica X X

58

TABELA 2 ndash Relaccedilatildeo das espeacutecies de plantas visitadas por T angustula Continua

Famiacutelia Espeacutecie Polinizada Visitada Recurso

Poacutelen Neacutectar

Sambucus australis X X Caryophylaceae Silene armeria X Cecropiaceae Cecropia hololeuca X Cochlospermaceae Cochlospermum vitifolium X X Compositae Vernonia polyanthes X X

Bidens pilosa X X Cosmos auphureus X X X

Centratherium violaceum X X X

Dahlia sp X Eclipta alba X Asterla evis X Tithonia rotundifolia X X X

Tithonia speciosa X X X

Tithonia diversifolia X Baccharis sp X Wedelia paludosa X Eupatorium sp X Mikania glomerata X X

Montano apyramidata X X Montano abipinnatifiada X Senecio brasiliensis X X X

Emilia sonchifolia X X Ambrosia sp X X Creopsis grandiflora X Galinsoga parviflora X Crassulaceae Kalanchoe tubiflora X X Cyperaceae Cyperus sp X Elaeocarpaceae Muntingia calabura X Ericaceae Rhododendron simsii X X X

Rhododendron indicum X X X Euphorbiaceae Alchornea sidaefolia X X X

Euphorbia milii X X X

Euphorbia pulcherrima X X X

Ricinus communis X X X

Croton sp X Fabaceae Desmodium sp X Tipuana tipu X Vigna peduncularis X X Guttiferae Kielmeyera coriacea X X Iridaceae Dietes vegeta X Labiatae Salvia splendens X Origanum vugare X

59

TABELA 2 ndash Relaccedilatildeo das espeacutecies de plantas visitadas por T angustula Continua

Famiacutelia Espeacutecie Polinizada Visitada Recurso

Poacutelen Neacutectar

Ocimum sellowii X Iboza riparia X X X

Coleus blumei X X X Leguminosae Andira anthelmintica X X

Mimosa daleoides X X X

Myroxylon balsamum X X X

Piptadenia gonoacantha X X X

Stylos anthesscabra X Caesalpinia bonducella X X X

Caesalpinia pelthophoroides X X X

Crotalaria lanceolata X Calliandra twedii X Sophora tomentosa X X Mimosa pudica X Erythrina speciosa X X X

Cassia grandis X Schizolobium parahyba X X Senna multijuga X Senna bicapsularis X X Delonix regia X Clitoria fairchildiana X Centrolobium tomentoso X Liliaceae Aloe sp X X Bulbine frutescens X Loranthaceae Struthanthus andrastylus X X Lythraceae Lagerstroemia indica X X Magnoliaceae Talauma ovata X X Malpighiaceae Malphiguia glabra X Tetrapterys X Byrsonima intermedia X X X Malvaceae Hibiscus rosa-sinensis X X X

Malvaviscus arboreus X X Sida rhombifolia X Melastomataceae Tibouchina granulosa X X

Clidemeia sp X X

Tibouchina sp X X X

Tibouchina holosericea X X Meliaceae Trichilia sp X Mimosaceae Leucaena leucocephala X Anadenanthera collubrina X Moraceae Cecropia pachystachya X X X

Morus nigra X X

60

TABELA 2 ndash Relaccedilatildeo das espeacutecies de plantas visitadas por T angustula Continua

Famiacutelia Espeacutecie Polinizada Visitada Recurso

Poacutelen Neacutectar Myrsinaceae Ardisia crenata X X Myrtaceae Eucalyptus robusta X X X

Eugenia jambos X X X

Eugenia pitanga X Eucalyptus terecornis X Plinia glomerata X Nyctaginaceae Bougainvile aspectabilis X X X Oleaceae Jasminum azoricum X Palmae Acrocomia aculeata X X

Archontophoenix cunninghamiana X

Syagrus romanzoffiana X Copernicia alba X X Sheelea phalerata X Passifloraceae Passiflora jilekii X Piperaceae Piper mollicomum X Poaceae Paspalum sp X Polemoniaceae Cobae scandens X Polygonaceae Polygonum capitatum X X X Pontederiaceae Pontederia lanceolata X X Proteaceae Grevill a bansksii X X X Rosaceae Prunus persica X X X

Pyracantha coccinea X X Rubiaceae Pentas lanceolata X X

Citrus airantum X X Rutaceae Citrus limon X X X Scrophulariaceae Paulownia imperialis X X Solanaceae Nicotiana tabacum X X Sterculiaceae Dombeya burgessiae X Dombeya wallichii X Sterculia chicha X X Tiliaceae Heliocarpus americanus X X X Tropaeolaceae Tropaeolum majus X X X Ulmaceae Tipo celtis X Trema micrantha X X Umbelliferae Foeniculum vulgare X X X Verbenaceae Duranta repens X

Vitex agnus-castus X

Velloziaceae Vellozia candia X X X Zingiberaceae Hedychium coronarium X Fonte Pirani Laurino 1993 Carvalho Marchine Ros 1999 Agostini Sazima 2003 Toledo et al 2003 Cartopassi-Laurino 2005 Braga e Colaboradores 2012 Novais Absy Santos 2013

61

Foram encontradas 71 famiacutelias e um total de 166 espeacutecies Dessas 30 espeacutecies satildeo

polinizadas e 136 satildeo visitadas Poacutelen e neacutectar satildeo os recursos mais coletados

com coleta de poacutelen em 78 espeacutecies e de neacutectar em 69 De acordo coma Lista de

Espeacutecies da Flora do Brasil (2010) 20 das espeacutecies que satildeo polinizadas (TABELA

2) satildeo nativas o restante satildeo espeacutecies exoacuteticas ou seja natildeo pertencem agrave flora

brasileira

As famiacutelias que apresentaram maior porcentagem de visitas por T angustula foram

Compositae e Leguminosae (TABELA 2) com 13 e 12 de espeacutecies

respectivamente (GRAacuteFICO 3) sendo as famiacutelias mais importantes para a dieta da

jataiacute (AGOSTINE SAZIMA 2003 SIIONI et al 2007) Esse resultado eacute similar ao

trabalho de Simioni e colaboradores (2007) seus resultados mostram que uma das

famiacutelias analisadas Leguminosae tambeacutem apresentaram um maior destaque na

quantidade de visitas realizadas por T angustula esse fato pode ser explicado pelo

fato de que Leguminosae representa a mais importante fonte de poacutelen para essa

espeacutecie

As famiacutelias Compositae e Leguminosae satildeo as mais bem representadas pelo fato

de apresentarem espeacutecies que fornecem alimento em maior qualidade e quantidade

por vaacuterios periacuteodos do ano Com destaque para a famiacutelia Leguminosae que fornece

recursos alimentares para as abelhas nos periacuteodos de estiagem (PIRANI LAURINO

1993 AGOSTINE SAZIMA 2003)

O graacutefico abaixo ilustra o comportamento generalista deT angustula Onde 41 das

visitadas realizadas pela espeacutecie se distribuem por 55 famiacutelias vegetais Esse

comportamento concorda com trabalho de Anacleto (2007) onde dentre as cinco

espeacutecies estudadas por ele a que apresentou o haacutebito mais generalista em relaccedilatildeo

ao nuacutemero de plantas visitadas foi T angustula

62

GRAacuteFICO 3 ndash Contribuiccedilatildeo das famiacutelias de plantas para a dieta de T angustula

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria com base nos dados da Tabela 1

As abelhas generalistas visitam flores pequenas e abertas e satildeo menos

relacionadas agraves flores especializadas (RUTHCKE JULES 1993 ROUBIK 1992

apud AGOSTINI SAZIMA 2003) e tecircm preferecircncia de flores arboacutereas com

inflorescecircncia densas

Um exemplo de flores que natildeo satildeo especializadas e que satildeo importantes para a

dieta de T angustula eacute da famiacutelia Asteraceae as espeacutecies Mangifera indica e

Schinus terebinthifolius apresentam grande densidade de flores e permite faacutecil

acesso para as abelhas deste modo tornam-se importantes fornecedores de fontes

de poacutelen (BRAGA et al 2012)

De acordo com o levantamento das plantas utilizadas pelas abelhas jataiacute realizado

por diferentes autores as famiacutelias que se mostraram bem representadas foram

Malvaceae Caesalpiniaceae Melastomataceae Myrtaceae Euphorbiaceae e

Anacardiaceae sendo consideradas portanto essenciais para a dieta da jataiacute

2 2 3 2

2 3

13

3 2

3

12 2 2 2 3

3

41

Acanthaceae Agavaceae Anacardiaceae Asteraceae Bignoniaceae

Bombacaceae Compositae Euphorbiaceae Fabaceae Labiatae

Leguminosae Malpighiaceae Malvaceae Melastomataceae Myrtaceae

Palmae Outros

63

Em geral essas famiacutelias podem ser caracterizadas pela floraccedilatildeo do tipo contiacutenuo ou

seja uma floraccedilatildeo que natildeo cessa ou que ocorre na maior parte do ano o que

permite as abelhas ter acesso aos recursos em todas as estaccedilotildees do ano

(CARVALHO MARCHINI ROS 1999 AGOSTINI SAZIMA 2003 TOLEDO et al

2003 MORGADO et al 2011)

64

65

5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS Sendo este a primeira pesquisa com abelhas em compus no Espiacuterito Santo Foi

observado que a distribuiccedilatildeo dos ninhos encontrados apresentou-se uniforme

Todos os ninhos estavam instalados em paredes e pisos de concreto o que indica

seu potencial de adaptabilidade agraves condiccedilotildees antroacutepicas

A diversidade de cores de poacutelen trazida pelas forrageiras no iniacutecio da manhatilde indica

uma ampla disponibilidade de alimento que a flores oferecem nesse periacuteodo do dia

bem como a eficiecircncia das forrageiras em selecionar essas flores

De acordo com as observaccedilotildees que foram realizadas no estudo as abelhas T

angustula podem ter suas atividades influenciadas pelo clima Uma vez que foi

observado que no periacuteodo de inverno em que as temperaturas satildeo mais baixas

elas comeccedilavam a realizar suas funccedilotildees nos horaacuterios com as temperaturas mais

altas

A divisatildeo de trabalho entre forrageadoras operaacuterias de limpeza e de defesa

observado nessa espeacutecie indica o comportamento altamente social dos Meliponini

O mecanismo de defesa observado em T angustula entre guardas pairando e em

peacute pode indicar uma caracteriacutestica de complementaridade na defesa do ninho uma

vez que durante as observaccedilotildees os dois tipos de guardas sempre se fizeram

presentes O que mostra que mesmo com o atrofiamento do ferratildeo os indiviacuteduos

desenvolveram estrateacutegias para a defesa contra invasores

Foi comum observar a presenccedila de revoadas nos ninhos entre as Jataiacutes Este

comportamento em geral eacute comum para o desenvolvimento (sobrevivecircncia) da

colocircnia No caso dos ninhos observados apoacutes as revoadas eles foram

desaparecendo Este fato pode indicar um baixo iacutendice de recursos troacuteficos para

essas abelhas dentro do campus pois ao inveacutes dos ninhos se manterem ou

aumentarem em quantidade ao longo das observaccedilotildees eles desapareceram

O levantamento das flores visitadas por T angustula indicou um comportamento

generalista desta espeacutecie em visitar uma grande variedade de plantas o que mostra

sua importacircncia para garantir a variabilidade dessas plantas

66

Esse levantamento tambeacutem indicou que a polinizaccedilatildeo realizada por elas foi

predominante em plantas exoacuteticas O que pode refletir a deficiecircncia na quantidade

de plantas nativas melitoacutefilas na aacuterea de estudo

67

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Page 49: FACULDADE CATÓLICA SALESIANA DO ESPÍRITO SANTO … · No grupo dos Apinae está à tribo dos Meliponini, conhecidas como abelhas indígenas sem ferrão por possuir seu ferrão atrofiado

55

GRAacuteFICO 2B ndash Ritmo de entradas do nino B

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria

O ninho B tinha uma subpopulaccedilatildeo mais numerosa que F e G Durante o inverno

(2307 e 2708) as abelhas iniciavam suas atividades cerca de duas horas mais

tarde em horaacuterio com temperatura mais elevada (indicado pela seta preta) Tal fato

corrobora com as observaccedilotildees de Ulian e colaboradores (2007) que constata que

em periacuteodo mais chuvoso onde as temperaturas satildeo geralmente mais baixas as

Jataiacutes apresentam iniacutecio de atividade agraves 9 horas da manhatilde devido agrave temperatura

nesse horaacuterio comeccedilar a aumentar

Proacuteximo do horaacuterio de 10 horas houve um grande nuacutemero de saiacutedas do ninho

seguido de um grande nuacutemero de entrada o que indica a ocorrecircncia de uma fonte

de recursos proacutexima ao ninho ou a indisponibilidade de recurso para ser coletado

naquela hora Acredita-se que na primeira possibilidade - fonte proacutexima ela era de

resina pelo fato de ter havido um intervalo de saiacuteda ateacute agraves 12h jaacute que esta

demanda mais tempo para ser retirada da corbiacutecula e armazenada por ser

pegajosa No caso da segunda possibilidade natildeo encontraram alimento disponiacutevel

naquele horaacuterio o retorno ao ninho eacute a alternativa mais eficaz para evitar um alto

gasto energeacutetico ateacute que o recurso fique disponiacutevel para coleta

0

100

200

300

400

500

600

07h-08h 08h-09h 09h-10h 10h-11h 11h-12h 12h-13h 13h-14h 14h-15h 15h-16h 16h-17h

Nuacutem

ero

de V

isita

s

Horaacuterios 28abr 13mai 20mai 26mai 09jun 16jun 23jun 09jul16jul 23jul 30jul 20ago 27ago 05set 10set

56

No outono as atividades das Jataiacutes comeccedilaram a diminuir por volta de 15 horas

(indicado pela seta marrom) ateacute cessar totalmente no iniacutecio das 16 horas Pelos

graacuteficos nota-se que o ninho B possui vantagem de uma hora nas atividades em

relaccedilatildeo ao ninho G isso provavelmente ocorreu porque o ninho B obteve mais

sucesso nas coletas distribuiacutedas ao longo do dia

43 RECURSOS FLORAIS

Eacute notoacuteria a relaccedilatildeo que existe entre abelha-flor relaccedilatildeo essa que sucedeu a milhotildees

de anos desde entatildeo as abelhas dependem de substancias utilizadas na

alimentaccedilatildeo e as plantas se beneficiam com a polinizaccedilatildeo (PIRANI LAURINO

1993) Para entender a biologia dos Meliponini eacute importante conhecer sua

alimentaccedilatildeo Para isso eacute necessaacuterio fazer um levantamento das plantas utilizadas

para coleta de poacutelen e neacutectar (SOUZA 1999 apud OLIVEIRA ABSY MIRANDA

2009)

Com base nos dados obtidos sobre as fontes alimentares de T angustula na

literatura (TABELA 2) nota-se a capacidade dessa espeacutecie de visitar uma ampla

diversidade de famiacutelias de plantas Segundo Toledo e colaboradores (2003) durante

cada voo das campeiras em meacutedia 100 flores satildeo visitadas

O levantamento bibliograacutefico indicou que existem duas metodologias bastante

usadas por autores para conhecer a dieta das abelhas Uma delas eacute a investigaccedilatildeo

palinoloacutegica para avaliar as fontes de recursos florais utilizados (poacutelen e neacutectar)

com base no gratildeo de poacutelen depositado no corpo da abelha para identificaccedilatildeo das

espeacutecies vegetais (CARVALHO MARCHINE ROS 1999 FEIDEN 1994 SIMIONI et

al 2007 OLIVEIRA ABSY MIRANDA 2009 MORGADO et al 2011NOVAIS

ABSY SANTOS 2013) A outra se daacute por meio de observaccedilotildees das campeiras nas

flores (AGOSTINI SAZIMA 2003 TOLEDO et al 2003OLIVEIRA ABSY

MIRANDA 2009 BRAGA et al 2012) A partir desses meacutetodos eacute possiacutevel saber

quais satildeo as plantas que produzem seus alimentos preferenciais e quais as fontes

alternativas (OLIVEIRA ABSY MIRANDA 2009)

57

TABELA 2 ndash Relaccedilatildeo das espeacutecies de plantas visitadas porT Angustula Continua

Famiacutelia Espeacutecie Polinizada Visitada Recurso

Poacutelen Neacutectar

Acanthaceae Thunbergia grandiflora X Odontonema strictum X X

Justicia brandegeana X

Ruellia silvaecola X Agavaceae Agave americana X X X

Agave sisalana X X X

Agave attenuata X X X

Dracena fragana X X X Aizoaceae Mesembryantemum spectabilis X Lamprantus productus X Amaranthaceae Gomphrena globosa X Amarylidaceae Clivia miniata X X X Anacardiaceae Schinus terebinthifolius X X

Lithraea molleoides X X

Toxicodendron verniciferum X X

Mangifera indica X X X

Tapirira guianensis X Apiaceae Hydrocotyle leucocephala X Apocynaceae Trevetia peruviana X Araliaceae Tetrapanax papyrifera X X X Asclepiadaceae Asclepias curassavica X X Asteraceae Parthenium hysterophorus X Aspillia latissima X Aspillia sp X Balsaminaceae Impatiens balsamina X X X

Impatiens sultanii X Bignoniaceae Spathodea campanulata X X Tabebulaim petiginosa X X X

Tabebula chrysotricha X X X Bixaceae Bixa orellana X X Bombacaceae Ceiba arianthos X X

Pseudo bombax sp X X

Pseudobombax tomentoso X X

Eriotheca canolleana X X

Bombax ceiba X X Boraginaceae Cordia superba X X

Cordia glabrata X X Brassicaceae Brassica sp X Cactaceae Opuntia ficusindica X X Caesalpiniaceae Schizolobium parahyba X X Capparaceae Cleome spinosa X Caprifoliaceae Lonicera japonica X X

58

TABELA 2 ndash Relaccedilatildeo das espeacutecies de plantas visitadas por T angustula Continua

Famiacutelia Espeacutecie Polinizada Visitada Recurso

Poacutelen Neacutectar

Sambucus australis X X Caryophylaceae Silene armeria X Cecropiaceae Cecropia hololeuca X Cochlospermaceae Cochlospermum vitifolium X X Compositae Vernonia polyanthes X X

Bidens pilosa X X Cosmos auphureus X X X

Centratherium violaceum X X X

Dahlia sp X Eclipta alba X Asterla evis X Tithonia rotundifolia X X X

Tithonia speciosa X X X

Tithonia diversifolia X Baccharis sp X Wedelia paludosa X Eupatorium sp X Mikania glomerata X X

Montano apyramidata X X Montano abipinnatifiada X Senecio brasiliensis X X X

Emilia sonchifolia X X Ambrosia sp X X Creopsis grandiflora X Galinsoga parviflora X Crassulaceae Kalanchoe tubiflora X X Cyperaceae Cyperus sp X Elaeocarpaceae Muntingia calabura X Ericaceae Rhododendron simsii X X X

Rhododendron indicum X X X Euphorbiaceae Alchornea sidaefolia X X X

Euphorbia milii X X X

Euphorbia pulcherrima X X X

Ricinus communis X X X

Croton sp X Fabaceae Desmodium sp X Tipuana tipu X Vigna peduncularis X X Guttiferae Kielmeyera coriacea X X Iridaceae Dietes vegeta X Labiatae Salvia splendens X Origanum vugare X

59

TABELA 2 ndash Relaccedilatildeo das espeacutecies de plantas visitadas por T angustula Continua

Famiacutelia Espeacutecie Polinizada Visitada Recurso

Poacutelen Neacutectar

Ocimum sellowii X Iboza riparia X X X

Coleus blumei X X X Leguminosae Andira anthelmintica X X

Mimosa daleoides X X X

Myroxylon balsamum X X X

Piptadenia gonoacantha X X X

Stylos anthesscabra X Caesalpinia bonducella X X X

Caesalpinia pelthophoroides X X X

Crotalaria lanceolata X Calliandra twedii X Sophora tomentosa X X Mimosa pudica X Erythrina speciosa X X X

Cassia grandis X Schizolobium parahyba X X Senna multijuga X Senna bicapsularis X X Delonix regia X Clitoria fairchildiana X Centrolobium tomentoso X Liliaceae Aloe sp X X Bulbine frutescens X Loranthaceae Struthanthus andrastylus X X Lythraceae Lagerstroemia indica X X Magnoliaceae Talauma ovata X X Malpighiaceae Malphiguia glabra X Tetrapterys X Byrsonima intermedia X X X Malvaceae Hibiscus rosa-sinensis X X X

Malvaviscus arboreus X X Sida rhombifolia X Melastomataceae Tibouchina granulosa X X

Clidemeia sp X X

Tibouchina sp X X X

Tibouchina holosericea X X Meliaceae Trichilia sp X Mimosaceae Leucaena leucocephala X Anadenanthera collubrina X Moraceae Cecropia pachystachya X X X

Morus nigra X X

60

TABELA 2 ndash Relaccedilatildeo das espeacutecies de plantas visitadas por T angustula Continua

Famiacutelia Espeacutecie Polinizada Visitada Recurso

Poacutelen Neacutectar Myrsinaceae Ardisia crenata X X Myrtaceae Eucalyptus robusta X X X

Eugenia jambos X X X

Eugenia pitanga X Eucalyptus terecornis X Plinia glomerata X Nyctaginaceae Bougainvile aspectabilis X X X Oleaceae Jasminum azoricum X Palmae Acrocomia aculeata X X

Archontophoenix cunninghamiana X

Syagrus romanzoffiana X Copernicia alba X X Sheelea phalerata X Passifloraceae Passiflora jilekii X Piperaceae Piper mollicomum X Poaceae Paspalum sp X Polemoniaceae Cobae scandens X Polygonaceae Polygonum capitatum X X X Pontederiaceae Pontederia lanceolata X X Proteaceae Grevill a bansksii X X X Rosaceae Prunus persica X X X

Pyracantha coccinea X X Rubiaceae Pentas lanceolata X X

Citrus airantum X X Rutaceae Citrus limon X X X Scrophulariaceae Paulownia imperialis X X Solanaceae Nicotiana tabacum X X Sterculiaceae Dombeya burgessiae X Dombeya wallichii X Sterculia chicha X X Tiliaceae Heliocarpus americanus X X X Tropaeolaceae Tropaeolum majus X X X Ulmaceae Tipo celtis X Trema micrantha X X Umbelliferae Foeniculum vulgare X X X Verbenaceae Duranta repens X

Vitex agnus-castus X

Velloziaceae Vellozia candia X X X Zingiberaceae Hedychium coronarium X Fonte Pirani Laurino 1993 Carvalho Marchine Ros 1999 Agostini Sazima 2003 Toledo et al 2003 Cartopassi-Laurino 2005 Braga e Colaboradores 2012 Novais Absy Santos 2013

61

Foram encontradas 71 famiacutelias e um total de 166 espeacutecies Dessas 30 espeacutecies satildeo

polinizadas e 136 satildeo visitadas Poacutelen e neacutectar satildeo os recursos mais coletados

com coleta de poacutelen em 78 espeacutecies e de neacutectar em 69 De acordo coma Lista de

Espeacutecies da Flora do Brasil (2010) 20 das espeacutecies que satildeo polinizadas (TABELA

2) satildeo nativas o restante satildeo espeacutecies exoacuteticas ou seja natildeo pertencem agrave flora

brasileira

As famiacutelias que apresentaram maior porcentagem de visitas por T angustula foram

Compositae e Leguminosae (TABELA 2) com 13 e 12 de espeacutecies

respectivamente (GRAacuteFICO 3) sendo as famiacutelias mais importantes para a dieta da

jataiacute (AGOSTINE SAZIMA 2003 SIIONI et al 2007) Esse resultado eacute similar ao

trabalho de Simioni e colaboradores (2007) seus resultados mostram que uma das

famiacutelias analisadas Leguminosae tambeacutem apresentaram um maior destaque na

quantidade de visitas realizadas por T angustula esse fato pode ser explicado pelo

fato de que Leguminosae representa a mais importante fonte de poacutelen para essa

espeacutecie

As famiacutelias Compositae e Leguminosae satildeo as mais bem representadas pelo fato

de apresentarem espeacutecies que fornecem alimento em maior qualidade e quantidade

por vaacuterios periacuteodos do ano Com destaque para a famiacutelia Leguminosae que fornece

recursos alimentares para as abelhas nos periacuteodos de estiagem (PIRANI LAURINO

1993 AGOSTINE SAZIMA 2003)

O graacutefico abaixo ilustra o comportamento generalista deT angustula Onde 41 das

visitadas realizadas pela espeacutecie se distribuem por 55 famiacutelias vegetais Esse

comportamento concorda com trabalho de Anacleto (2007) onde dentre as cinco

espeacutecies estudadas por ele a que apresentou o haacutebito mais generalista em relaccedilatildeo

ao nuacutemero de plantas visitadas foi T angustula

62

GRAacuteFICO 3 ndash Contribuiccedilatildeo das famiacutelias de plantas para a dieta de T angustula

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria com base nos dados da Tabela 1

As abelhas generalistas visitam flores pequenas e abertas e satildeo menos

relacionadas agraves flores especializadas (RUTHCKE JULES 1993 ROUBIK 1992

apud AGOSTINI SAZIMA 2003) e tecircm preferecircncia de flores arboacutereas com

inflorescecircncia densas

Um exemplo de flores que natildeo satildeo especializadas e que satildeo importantes para a

dieta de T angustula eacute da famiacutelia Asteraceae as espeacutecies Mangifera indica e

Schinus terebinthifolius apresentam grande densidade de flores e permite faacutecil

acesso para as abelhas deste modo tornam-se importantes fornecedores de fontes

de poacutelen (BRAGA et al 2012)

De acordo com o levantamento das plantas utilizadas pelas abelhas jataiacute realizado

por diferentes autores as famiacutelias que se mostraram bem representadas foram

Malvaceae Caesalpiniaceae Melastomataceae Myrtaceae Euphorbiaceae e

Anacardiaceae sendo consideradas portanto essenciais para a dieta da jataiacute

2 2 3 2

2 3

13

3 2

3

12 2 2 2 3

3

41

Acanthaceae Agavaceae Anacardiaceae Asteraceae Bignoniaceae

Bombacaceae Compositae Euphorbiaceae Fabaceae Labiatae

Leguminosae Malpighiaceae Malvaceae Melastomataceae Myrtaceae

Palmae Outros

63

Em geral essas famiacutelias podem ser caracterizadas pela floraccedilatildeo do tipo contiacutenuo ou

seja uma floraccedilatildeo que natildeo cessa ou que ocorre na maior parte do ano o que

permite as abelhas ter acesso aos recursos em todas as estaccedilotildees do ano

(CARVALHO MARCHINI ROS 1999 AGOSTINI SAZIMA 2003 TOLEDO et al

2003 MORGADO et al 2011)

64

65

5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS Sendo este a primeira pesquisa com abelhas em compus no Espiacuterito Santo Foi

observado que a distribuiccedilatildeo dos ninhos encontrados apresentou-se uniforme

Todos os ninhos estavam instalados em paredes e pisos de concreto o que indica

seu potencial de adaptabilidade agraves condiccedilotildees antroacutepicas

A diversidade de cores de poacutelen trazida pelas forrageiras no iniacutecio da manhatilde indica

uma ampla disponibilidade de alimento que a flores oferecem nesse periacuteodo do dia

bem como a eficiecircncia das forrageiras em selecionar essas flores

De acordo com as observaccedilotildees que foram realizadas no estudo as abelhas T

angustula podem ter suas atividades influenciadas pelo clima Uma vez que foi

observado que no periacuteodo de inverno em que as temperaturas satildeo mais baixas

elas comeccedilavam a realizar suas funccedilotildees nos horaacuterios com as temperaturas mais

altas

A divisatildeo de trabalho entre forrageadoras operaacuterias de limpeza e de defesa

observado nessa espeacutecie indica o comportamento altamente social dos Meliponini

O mecanismo de defesa observado em T angustula entre guardas pairando e em

peacute pode indicar uma caracteriacutestica de complementaridade na defesa do ninho uma

vez que durante as observaccedilotildees os dois tipos de guardas sempre se fizeram

presentes O que mostra que mesmo com o atrofiamento do ferratildeo os indiviacuteduos

desenvolveram estrateacutegias para a defesa contra invasores

Foi comum observar a presenccedila de revoadas nos ninhos entre as Jataiacutes Este

comportamento em geral eacute comum para o desenvolvimento (sobrevivecircncia) da

colocircnia No caso dos ninhos observados apoacutes as revoadas eles foram

desaparecendo Este fato pode indicar um baixo iacutendice de recursos troacuteficos para

essas abelhas dentro do campus pois ao inveacutes dos ninhos se manterem ou

aumentarem em quantidade ao longo das observaccedilotildees eles desapareceram

O levantamento das flores visitadas por T angustula indicou um comportamento

generalista desta espeacutecie em visitar uma grande variedade de plantas o que mostra

sua importacircncia para garantir a variabilidade dessas plantas

66

Esse levantamento tambeacutem indicou que a polinizaccedilatildeo realizada por elas foi

predominante em plantas exoacuteticas O que pode refletir a deficiecircncia na quantidade

de plantas nativas melitoacutefilas na aacuterea de estudo

67

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Page 50: FACULDADE CATÓLICA SALESIANA DO ESPÍRITO SANTO … · No grupo dos Apinae está à tribo dos Meliponini, conhecidas como abelhas indígenas sem ferrão por possuir seu ferrão atrofiado

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No outono as atividades das Jataiacutes comeccedilaram a diminuir por volta de 15 horas

(indicado pela seta marrom) ateacute cessar totalmente no iniacutecio das 16 horas Pelos

graacuteficos nota-se que o ninho B possui vantagem de uma hora nas atividades em

relaccedilatildeo ao ninho G isso provavelmente ocorreu porque o ninho B obteve mais

sucesso nas coletas distribuiacutedas ao longo do dia

43 RECURSOS FLORAIS

Eacute notoacuteria a relaccedilatildeo que existe entre abelha-flor relaccedilatildeo essa que sucedeu a milhotildees

de anos desde entatildeo as abelhas dependem de substancias utilizadas na

alimentaccedilatildeo e as plantas se beneficiam com a polinizaccedilatildeo (PIRANI LAURINO

1993) Para entender a biologia dos Meliponini eacute importante conhecer sua

alimentaccedilatildeo Para isso eacute necessaacuterio fazer um levantamento das plantas utilizadas

para coleta de poacutelen e neacutectar (SOUZA 1999 apud OLIVEIRA ABSY MIRANDA

2009)

Com base nos dados obtidos sobre as fontes alimentares de T angustula na

literatura (TABELA 2) nota-se a capacidade dessa espeacutecie de visitar uma ampla

diversidade de famiacutelias de plantas Segundo Toledo e colaboradores (2003) durante

cada voo das campeiras em meacutedia 100 flores satildeo visitadas

O levantamento bibliograacutefico indicou que existem duas metodologias bastante

usadas por autores para conhecer a dieta das abelhas Uma delas eacute a investigaccedilatildeo

palinoloacutegica para avaliar as fontes de recursos florais utilizados (poacutelen e neacutectar)

com base no gratildeo de poacutelen depositado no corpo da abelha para identificaccedilatildeo das

espeacutecies vegetais (CARVALHO MARCHINE ROS 1999 FEIDEN 1994 SIMIONI et

al 2007 OLIVEIRA ABSY MIRANDA 2009 MORGADO et al 2011NOVAIS

ABSY SANTOS 2013) A outra se daacute por meio de observaccedilotildees das campeiras nas

flores (AGOSTINI SAZIMA 2003 TOLEDO et al 2003OLIVEIRA ABSY

MIRANDA 2009 BRAGA et al 2012) A partir desses meacutetodos eacute possiacutevel saber

quais satildeo as plantas que produzem seus alimentos preferenciais e quais as fontes

alternativas (OLIVEIRA ABSY MIRANDA 2009)

57

TABELA 2 ndash Relaccedilatildeo das espeacutecies de plantas visitadas porT Angustula Continua

Famiacutelia Espeacutecie Polinizada Visitada Recurso

Poacutelen Neacutectar

Acanthaceae Thunbergia grandiflora X Odontonema strictum X X

Justicia brandegeana X

Ruellia silvaecola X Agavaceae Agave americana X X X

Agave sisalana X X X

Agave attenuata X X X

Dracena fragana X X X Aizoaceae Mesembryantemum spectabilis X Lamprantus productus X Amaranthaceae Gomphrena globosa X Amarylidaceae Clivia miniata X X X Anacardiaceae Schinus terebinthifolius X X

Lithraea molleoides X X

Toxicodendron verniciferum X X

Mangifera indica X X X

Tapirira guianensis X Apiaceae Hydrocotyle leucocephala X Apocynaceae Trevetia peruviana X Araliaceae Tetrapanax papyrifera X X X Asclepiadaceae Asclepias curassavica X X Asteraceae Parthenium hysterophorus X Aspillia latissima X Aspillia sp X Balsaminaceae Impatiens balsamina X X X

Impatiens sultanii X Bignoniaceae Spathodea campanulata X X Tabebulaim petiginosa X X X

Tabebula chrysotricha X X X Bixaceae Bixa orellana X X Bombacaceae Ceiba arianthos X X

Pseudo bombax sp X X

Pseudobombax tomentoso X X

Eriotheca canolleana X X

Bombax ceiba X X Boraginaceae Cordia superba X X

Cordia glabrata X X Brassicaceae Brassica sp X Cactaceae Opuntia ficusindica X X Caesalpiniaceae Schizolobium parahyba X X Capparaceae Cleome spinosa X Caprifoliaceae Lonicera japonica X X

58

TABELA 2 ndash Relaccedilatildeo das espeacutecies de plantas visitadas por T angustula Continua

Famiacutelia Espeacutecie Polinizada Visitada Recurso

Poacutelen Neacutectar

Sambucus australis X X Caryophylaceae Silene armeria X Cecropiaceae Cecropia hololeuca X Cochlospermaceae Cochlospermum vitifolium X X Compositae Vernonia polyanthes X X

Bidens pilosa X X Cosmos auphureus X X X

Centratherium violaceum X X X

Dahlia sp X Eclipta alba X Asterla evis X Tithonia rotundifolia X X X

Tithonia speciosa X X X

Tithonia diversifolia X Baccharis sp X Wedelia paludosa X Eupatorium sp X Mikania glomerata X X

Montano apyramidata X X Montano abipinnatifiada X Senecio brasiliensis X X X

Emilia sonchifolia X X Ambrosia sp X X Creopsis grandiflora X Galinsoga parviflora X Crassulaceae Kalanchoe tubiflora X X Cyperaceae Cyperus sp X Elaeocarpaceae Muntingia calabura X Ericaceae Rhododendron simsii X X X

Rhododendron indicum X X X Euphorbiaceae Alchornea sidaefolia X X X

Euphorbia milii X X X

Euphorbia pulcherrima X X X

Ricinus communis X X X

Croton sp X Fabaceae Desmodium sp X Tipuana tipu X Vigna peduncularis X X Guttiferae Kielmeyera coriacea X X Iridaceae Dietes vegeta X Labiatae Salvia splendens X Origanum vugare X

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TABELA 2 ndash Relaccedilatildeo das espeacutecies de plantas visitadas por T angustula Continua

Famiacutelia Espeacutecie Polinizada Visitada Recurso

Poacutelen Neacutectar

Ocimum sellowii X Iboza riparia X X X

Coleus blumei X X X Leguminosae Andira anthelmintica X X

Mimosa daleoides X X X

Myroxylon balsamum X X X

Piptadenia gonoacantha X X X

Stylos anthesscabra X Caesalpinia bonducella X X X

Caesalpinia pelthophoroides X X X

Crotalaria lanceolata X Calliandra twedii X Sophora tomentosa X X Mimosa pudica X Erythrina speciosa X X X

Cassia grandis X Schizolobium parahyba X X Senna multijuga X Senna bicapsularis X X Delonix regia X Clitoria fairchildiana X Centrolobium tomentoso X Liliaceae Aloe sp X X Bulbine frutescens X Loranthaceae Struthanthus andrastylus X X Lythraceae Lagerstroemia indica X X Magnoliaceae Talauma ovata X X Malpighiaceae Malphiguia glabra X Tetrapterys X Byrsonima intermedia X X X Malvaceae Hibiscus rosa-sinensis X X X

Malvaviscus arboreus X X Sida rhombifolia X Melastomataceae Tibouchina granulosa X X

Clidemeia sp X X

Tibouchina sp X X X

Tibouchina holosericea X X Meliaceae Trichilia sp X Mimosaceae Leucaena leucocephala X Anadenanthera collubrina X Moraceae Cecropia pachystachya X X X

Morus nigra X X

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TABELA 2 ndash Relaccedilatildeo das espeacutecies de plantas visitadas por T angustula Continua

Famiacutelia Espeacutecie Polinizada Visitada Recurso

Poacutelen Neacutectar Myrsinaceae Ardisia crenata X X Myrtaceae Eucalyptus robusta X X X

Eugenia jambos X X X

Eugenia pitanga X Eucalyptus terecornis X Plinia glomerata X Nyctaginaceae Bougainvile aspectabilis X X X Oleaceae Jasminum azoricum X Palmae Acrocomia aculeata X X

Archontophoenix cunninghamiana X

Syagrus romanzoffiana X Copernicia alba X X Sheelea phalerata X Passifloraceae Passiflora jilekii X Piperaceae Piper mollicomum X Poaceae Paspalum sp X Polemoniaceae Cobae scandens X Polygonaceae Polygonum capitatum X X X Pontederiaceae Pontederia lanceolata X X Proteaceae Grevill a bansksii X X X Rosaceae Prunus persica X X X

Pyracantha coccinea X X Rubiaceae Pentas lanceolata X X

Citrus airantum X X Rutaceae Citrus limon X X X Scrophulariaceae Paulownia imperialis X X Solanaceae Nicotiana tabacum X X Sterculiaceae Dombeya burgessiae X Dombeya wallichii X Sterculia chicha X X Tiliaceae Heliocarpus americanus X X X Tropaeolaceae Tropaeolum majus X X X Ulmaceae Tipo celtis X Trema micrantha X X Umbelliferae Foeniculum vulgare X X X Verbenaceae Duranta repens X

Vitex agnus-castus X

Velloziaceae Vellozia candia X X X Zingiberaceae Hedychium coronarium X Fonte Pirani Laurino 1993 Carvalho Marchine Ros 1999 Agostini Sazima 2003 Toledo et al 2003 Cartopassi-Laurino 2005 Braga e Colaboradores 2012 Novais Absy Santos 2013

61

Foram encontradas 71 famiacutelias e um total de 166 espeacutecies Dessas 30 espeacutecies satildeo

polinizadas e 136 satildeo visitadas Poacutelen e neacutectar satildeo os recursos mais coletados

com coleta de poacutelen em 78 espeacutecies e de neacutectar em 69 De acordo coma Lista de

Espeacutecies da Flora do Brasil (2010) 20 das espeacutecies que satildeo polinizadas (TABELA

2) satildeo nativas o restante satildeo espeacutecies exoacuteticas ou seja natildeo pertencem agrave flora

brasileira

As famiacutelias que apresentaram maior porcentagem de visitas por T angustula foram

Compositae e Leguminosae (TABELA 2) com 13 e 12 de espeacutecies

respectivamente (GRAacuteFICO 3) sendo as famiacutelias mais importantes para a dieta da

jataiacute (AGOSTINE SAZIMA 2003 SIIONI et al 2007) Esse resultado eacute similar ao

trabalho de Simioni e colaboradores (2007) seus resultados mostram que uma das

famiacutelias analisadas Leguminosae tambeacutem apresentaram um maior destaque na

quantidade de visitas realizadas por T angustula esse fato pode ser explicado pelo

fato de que Leguminosae representa a mais importante fonte de poacutelen para essa

espeacutecie

As famiacutelias Compositae e Leguminosae satildeo as mais bem representadas pelo fato

de apresentarem espeacutecies que fornecem alimento em maior qualidade e quantidade

por vaacuterios periacuteodos do ano Com destaque para a famiacutelia Leguminosae que fornece

recursos alimentares para as abelhas nos periacuteodos de estiagem (PIRANI LAURINO

1993 AGOSTINE SAZIMA 2003)

O graacutefico abaixo ilustra o comportamento generalista deT angustula Onde 41 das

visitadas realizadas pela espeacutecie se distribuem por 55 famiacutelias vegetais Esse

comportamento concorda com trabalho de Anacleto (2007) onde dentre as cinco

espeacutecies estudadas por ele a que apresentou o haacutebito mais generalista em relaccedilatildeo

ao nuacutemero de plantas visitadas foi T angustula

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GRAacuteFICO 3 ndash Contribuiccedilatildeo das famiacutelias de plantas para a dieta de T angustula

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria com base nos dados da Tabela 1

As abelhas generalistas visitam flores pequenas e abertas e satildeo menos

relacionadas agraves flores especializadas (RUTHCKE JULES 1993 ROUBIK 1992

apud AGOSTINI SAZIMA 2003) e tecircm preferecircncia de flores arboacutereas com

inflorescecircncia densas

Um exemplo de flores que natildeo satildeo especializadas e que satildeo importantes para a

dieta de T angustula eacute da famiacutelia Asteraceae as espeacutecies Mangifera indica e

Schinus terebinthifolius apresentam grande densidade de flores e permite faacutecil

acesso para as abelhas deste modo tornam-se importantes fornecedores de fontes

de poacutelen (BRAGA et al 2012)

De acordo com o levantamento das plantas utilizadas pelas abelhas jataiacute realizado

por diferentes autores as famiacutelias que se mostraram bem representadas foram

Malvaceae Caesalpiniaceae Melastomataceae Myrtaceae Euphorbiaceae e

Anacardiaceae sendo consideradas portanto essenciais para a dieta da jataiacute

2 2 3 2

2 3

13

3 2

3

12 2 2 2 3

3

41

Acanthaceae Agavaceae Anacardiaceae Asteraceae Bignoniaceae

Bombacaceae Compositae Euphorbiaceae Fabaceae Labiatae

Leguminosae Malpighiaceae Malvaceae Melastomataceae Myrtaceae

Palmae Outros

63

Em geral essas famiacutelias podem ser caracterizadas pela floraccedilatildeo do tipo contiacutenuo ou

seja uma floraccedilatildeo que natildeo cessa ou que ocorre na maior parte do ano o que

permite as abelhas ter acesso aos recursos em todas as estaccedilotildees do ano

(CARVALHO MARCHINI ROS 1999 AGOSTINI SAZIMA 2003 TOLEDO et al

2003 MORGADO et al 2011)

64

65

5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS Sendo este a primeira pesquisa com abelhas em compus no Espiacuterito Santo Foi

observado que a distribuiccedilatildeo dos ninhos encontrados apresentou-se uniforme

Todos os ninhos estavam instalados em paredes e pisos de concreto o que indica

seu potencial de adaptabilidade agraves condiccedilotildees antroacutepicas

A diversidade de cores de poacutelen trazida pelas forrageiras no iniacutecio da manhatilde indica

uma ampla disponibilidade de alimento que a flores oferecem nesse periacuteodo do dia

bem como a eficiecircncia das forrageiras em selecionar essas flores

De acordo com as observaccedilotildees que foram realizadas no estudo as abelhas T

angustula podem ter suas atividades influenciadas pelo clima Uma vez que foi

observado que no periacuteodo de inverno em que as temperaturas satildeo mais baixas

elas comeccedilavam a realizar suas funccedilotildees nos horaacuterios com as temperaturas mais

altas

A divisatildeo de trabalho entre forrageadoras operaacuterias de limpeza e de defesa

observado nessa espeacutecie indica o comportamento altamente social dos Meliponini

O mecanismo de defesa observado em T angustula entre guardas pairando e em

peacute pode indicar uma caracteriacutestica de complementaridade na defesa do ninho uma

vez que durante as observaccedilotildees os dois tipos de guardas sempre se fizeram

presentes O que mostra que mesmo com o atrofiamento do ferratildeo os indiviacuteduos

desenvolveram estrateacutegias para a defesa contra invasores

Foi comum observar a presenccedila de revoadas nos ninhos entre as Jataiacutes Este

comportamento em geral eacute comum para o desenvolvimento (sobrevivecircncia) da

colocircnia No caso dos ninhos observados apoacutes as revoadas eles foram

desaparecendo Este fato pode indicar um baixo iacutendice de recursos troacuteficos para

essas abelhas dentro do campus pois ao inveacutes dos ninhos se manterem ou

aumentarem em quantidade ao longo das observaccedilotildees eles desapareceram

O levantamento das flores visitadas por T angustula indicou um comportamento

generalista desta espeacutecie em visitar uma grande variedade de plantas o que mostra

sua importacircncia para garantir a variabilidade dessas plantas

66

Esse levantamento tambeacutem indicou que a polinizaccedilatildeo realizada por elas foi

predominante em plantas exoacuteticas O que pode refletir a deficiecircncia na quantidade

de plantas nativas melitoacutefilas na aacuterea de estudo

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Page 51: FACULDADE CATÓLICA SALESIANA DO ESPÍRITO SANTO … · No grupo dos Apinae está à tribo dos Meliponini, conhecidas como abelhas indígenas sem ferrão por possuir seu ferrão atrofiado

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TABELA 2 ndash Relaccedilatildeo das espeacutecies de plantas visitadas porT Angustula Continua

Famiacutelia Espeacutecie Polinizada Visitada Recurso

Poacutelen Neacutectar

Acanthaceae Thunbergia grandiflora X Odontonema strictum X X

Justicia brandegeana X

Ruellia silvaecola X Agavaceae Agave americana X X X

Agave sisalana X X X

Agave attenuata X X X

Dracena fragana X X X Aizoaceae Mesembryantemum spectabilis X Lamprantus productus X Amaranthaceae Gomphrena globosa X Amarylidaceae Clivia miniata X X X Anacardiaceae Schinus terebinthifolius X X

Lithraea molleoides X X

Toxicodendron verniciferum X X

Mangifera indica X X X

Tapirira guianensis X Apiaceae Hydrocotyle leucocephala X Apocynaceae Trevetia peruviana X Araliaceae Tetrapanax papyrifera X X X Asclepiadaceae Asclepias curassavica X X Asteraceae Parthenium hysterophorus X Aspillia latissima X Aspillia sp X Balsaminaceae Impatiens balsamina X X X

Impatiens sultanii X Bignoniaceae Spathodea campanulata X X Tabebulaim petiginosa X X X

Tabebula chrysotricha X X X Bixaceae Bixa orellana X X Bombacaceae Ceiba arianthos X X

Pseudo bombax sp X X

Pseudobombax tomentoso X X

Eriotheca canolleana X X

Bombax ceiba X X Boraginaceae Cordia superba X X

Cordia glabrata X X Brassicaceae Brassica sp X Cactaceae Opuntia ficusindica X X Caesalpiniaceae Schizolobium parahyba X X Capparaceae Cleome spinosa X Caprifoliaceae Lonicera japonica X X

58

TABELA 2 ndash Relaccedilatildeo das espeacutecies de plantas visitadas por T angustula Continua

Famiacutelia Espeacutecie Polinizada Visitada Recurso

Poacutelen Neacutectar

Sambucus australis X X Caryophylaceae Silene armeria X Cecropiaceae Cecropia hololeuca X Cochlospermaceae Cochlospermum vitifolium X X Compositae Vernonia polyanthes X X

Bidens pilosa X X Cosmos auphureus X X X

Centratherium violaceum X X X

Dahlia sp X Eclipta alba X Asterla evis X Tithonia rotundifolia X X X

Tithonia speciosa X X X

Tithonia diversifolia X Baccharis sp X Wedelia paludosa X Eupatorium sp X Mikania glomerata X X

Montano apyramidata X X Montano abipinnatifiada X Senecio brasiliensis X X X

Emilia sonchifolia X X Ambrosia sp X X Creopsis grandiflora X Galinsoga parviflora X Crassulaceae Kalanchoe tubiflora X X Cyperaceae Cyperus sp X Elaeocarpaceae Muntingia calabura X Ericaceae Rhododendron simsii X X X

Rhododendron indicum X X X Euphorbiaceae Alchornea sidaefolia X X X

Euphorbia milii X X X

Euphorbia pulcherrima X X X

Ricinus communis X X X

Croton sp X Fabaceae Desmodium sp X Tipuana tipu X Vigna peduncularis X X Guttiferae Kielmeyera coriacea X X Iridaceae Dietes vegeta X Labiatae Salvia splendens X Origanum vugare X

59

TABELA 2 ndash Relaccedilatildeo das espeacutecies de plantas visitadas por T angustula Continua

Famiacutelia Espeacutecie Polinizada Visitada Recurso

Poacutelen Neacutectar

Ocimum sellowii X Iboza riparia X X X

Coleus blumei X X X Leguminosae Andira anthelmintica X X

Mimosa daleoides X X X

Myroxylon balsamum X X X

Piptadenia gonoacantha X X X

Stylos anthesscabra X Caesalpinia bonducella X X X

Caesalpinia pelthophoroides X X X

Crotalaria lanceolata X Calliandra twedii X Sophora tomentosa X X Mimosa pudica X Erythrina speciosa X X X

Cassia grandis X Schizolobium parahyba X X Senna multijuga X Senna bicapsularis X X Delonix regia X Clitoria fairchildiana X Centrolobium tomentoso X Liliaceae Aloe sp X X Bulbine frutescens X Loranthaceae Struthanthus andrastylus X X Lythraceae Lagerstroemia indica X X Magnoliaceae Talauma ovata X X Malpighiaceae Malphiguia glabra X Tetrapterys X Byrsonima intermedia X X X Malvaceae Hibiscus rosa-sinensis X X X

Malvaviscus arboreus X X Sida rhombifolia X Melastomataceae Tibouchina granulosa X X

Clidemeia sp X X

Tibouchina sp X X X

Tibouchina holosericea X X Meliaceae Trichilia sp X Mimosaceae Leucaena leucocephala X Anadenanthera collubrina X Moraceae Cecropia pachystachya X X X

Morus nigra X X

60

TABELA 2 ndash Relaccedilatildeo das espeacutecies de plantas visitadas por T angustula Continua

Famiacutelia Espeacutecie Polinizada Visitada Recurso

Poacutelen Neacutectar Myrsinaceae Ardisia crenata X X Myrtaceae Eucalyptus robusta X X X

Eugenia jambos X X X

Eugenia pitanga X Eucalyptus terecornis X Plinia glomerata X Nyctaginaceae Bougainvile aspectabilis X X X Oleaceae Jasminum azoricum X Palmae Acrocomia aculeata X X

Archontophoenix cunninghamiana X

Syagrus romanzoffiana X Copernicia alba X X Sheelea phalerata X Passifloraceae Passiflora jilekii X Piperaceae Piper mollicomum X Poaceae Paspalum sp X Polemoniaceae Cobae scandens X Polygonaceae Polygonum capitatum X X X Pontederiaceae Pontederia lanceolata X X Proteaceae Grevill a bansksii X X X Rosaceae Prunus persica X X X

Pyracantha coccinea X X Rubiaceae Pentas lanceolata X X

Citrus airantum X X Rutaceae Citrus limon X X X Scrophulariaceae Paulownia imperialis X X Solanaceae Nicotiana tabacum X X Sterculiaceae Dombeya burgessiae X Dombeya wallichii X Sterculia chicha X X Tiliaceae Heliocarpus americanus X X X Tropaeolaceae Tropaeolum majus X X X Ulmaceae Tipo celtis X Trema micrantha X X Umbelliferae Foeniculum vulgare X X X Verbenaceae Duranta repens X

Vitex agnus-castus X

Velloziaceae Vellozia candia X X X Zingiberaceae Hedychium coronarium X Fonte Pirani Laurino 1993 Carvalho Marchine Ros 1999 Agostini Sazima 2003 Toledo et al 2003 Cartopassi-Laurino 2005 Braga e Colaboradores 2012 Novais Absy Santos 2013

61

Foram encontradas 71 famiacutelias e um total de 166 espeacutecies Dessas 30 espeacutecies satildeo

polinizadas e 136 satildeo visitadas Poacutelen e neacutectar satildeo os recursos mais coletados

com coleta de poacutelen em 78 espeacutecies e de neacutectar em 69 De acordo coma Lista de

Espeacutecies da Flora do Brasil (2010) 20 das espeacutecies que satildeo polinizadas (TABELA

2) satildeo nativas o restante satildeo espeacutecies exoacuteticas ou seja natildeo pertencem agrave flora

brasileira

As famiacutelias que apresentaram maior porcentagem de visitas por T angustula foram

Compositae e Leguminosae (TABELA 2) com 13 e 12 de espeacutecies

respectivamente (GRAacuteFICO 3) sendo as famiacutelias mais importantes para a dieta da

jataiacute (AGOSTINE SAZIMA 2003 SIIONI et al 2007) Esse resultado eacute similar ao

trabalho de Simioni e colaboradores (2007) seus resultados mostram que uma das

famiacutelias analisadas Leguminosae tambeacutem apresentaram um maior destaque na

quantidade de visitas realizadas por T angustula esse fato pode ser explicado pelo

fato de que Leguminosae representa a mais importante fonte de poacutelen para essa

espeacutecie

As famiacutelias Compositae e Leguminosae satildeo as mais bem representadas pelo fato

de apresentarem espeacutecies que fornecem alimento em maior qualidade e quantidade

por vaacuterios periacuteodos do ano Com destaque para a famiacutelia Leguminosae que fornece

recursos alimentares para as abelhas nos periacuteodos de estiagem (PIRANI LAURINO

1993 AGOSTINE SAZIMA 2003)

O graacutefico abaixo ilustra o comportamento generalista deT angustula Onde 41 das

visitadas realizadas pela espeacutecie se distribuem por 55 famiacutelias vegetais Esse

comportamento concorda com trabalho de Anacleto (2007) onde dentre as cinco

espeacutecies estudadas por ele a que apresentou o haacutebito mais generalista em relaccedilatildeo

ao nuacutemero de plantas visitadas foi T angustula

62

GRAacuteFICO 3 ndash Contribuiccedilatildeo das famiacutelias de plantas para a dieta de T angustula

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria com base nos dados da Tabela 1

As abelhas generalistas visitam flores pequenas e abertas e satildeo menos

relacionadas agraves flores especializadas (RUTHCKE JULES 1993 ROUBIK 1992

apud AGOSTINI SAZIMA 2003) e tecircm preferecircncia de flores arboacutereas com

inflorescecircncia densas

Um exemplo de flores que natildeo satildeo especializadas e que satildeo importantes para a

dieta de T angustula eacute da famiacutelia Asteraceae as espeacutecies Mangifera indica e

Schinus terebinthifolius apresentam grande densidade de flores e permite faacutecil

acesso para as abelhas deste modo tornam-se importantes fornecedores de fontes

de poacutelen (BRAGA et al 2012)

De acordo com o levantamento das plantas utilizadas pelas abelhas jataiacute realizado

por diferentes autores as famiacutelias que se mostraram bem representadas foram

Malvaceae Caesalpiniaceae Melastomataceae Myrtaceae Euphorbiaceae e

Anacardiaceae sendo consideradas portanto essenciais para a dieta da jataiacute

2 2 3 2

2 3

13

3 2

3

12 2 2 2 3

3

41

Acanthaceae Agavaceae Anacardiaceae Asteraceae Bignoniaceae

Bombacaceae Compositae Euphorbiaceae Fabaceae Labiatae

Leguminosae Malpighiaceae Malvaceae Melastomataceae Myrtaceae

Palmae Outros

63

Em geral essas famiacutelias podem ser caracterizadas pela floraccedilatildeo do tipo contiacutenuo ou

seja uma floraccedilatildeo que natildeo cessa ou que ocorre na maior parte do ano o que

permite as abelhas ter acesso aos recursos em todas as estaccedilotildees do ano

(CARVALHO MARCHINI ROS 1999 AGOSTINI SAZIMA 2003 TOLEDO et al

2003 MORGADO et al 2011)

64

65

5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS Sendo este a primeira pesquisa com abelhas em compus no Espiacuterito Santo Foi

observado que a distribuiccedilatildeo dos ninhos encontrados apresentou-se uniforme

Todos os ninhos estavam instalados em paredes e pisos de concreto o que indica

seu potencial de adaptabilidade agraves condiccedilotildees antroacutepicas

A diversidade de cores de poacutelen trazida pelas forrageiras no iniacutecio da manhatilde indica

uma ampla disponibilidade de alimento que a flores oferecem nesse periacuteodo do dia

bem como a eficiecircncia das forrageiras em selecionar essas flores

De acordo com as observaccedilotildees que foram realizadas no estudo as abelhas T

angustula podem ter suas atividades influenciadas pelo clima Uma vez que foi

observado que no periacuteodo de inverno em que as temperaturas satildeo mais baixas

elas comeccedilavam a realizar suas funccedilotildees nos horaacuterios com as temperaturas mais

altas

A divisatildeo de trabalho entre forrageadoras operaacuterias de limpeza e de defesa

observado nessa espeacutecie indica o comportamento altamente social dos Meliponini

O mecanismo de defesa observado em T angustula entre guardas pairando e em

peacute pode indicar uma caracteriacutestica de complementaridade na defesa do ninho uma

vez que durante as observaccedilotildees os dois tipos de guardas sempre se fizeram

presentes O que mostra que mesmo com o atrofiamento do ferratildeo os indiviacuteduos

desenvolveram estrateacutegias para a defesa contra invasores

Foi comum observar a presenccedila de revoadas nos ninhos entre as Jataiacutes Este

comportamento em geral eacute comum para o desenvolvimento (sobrevivecircncia) da

colocircnia No caso dos ninhos observados apoacutes as revoadas eles foram

desaparecendo Este fato pode indicar um baixo iacutendice de recursos troacuteficos para

essas abelhas dentro do campus pois ao inveacutes dos ninhos se manterem ou

aumentarem em quantidade ao longo das observaccedilotildees eles desapareceram

O levantamento das flores visitadas por T angustula indicou um comportamento

generalista desta espeacutecie em visitar uma grande variedade de plantas o que mostra

sua importacircncia para garantir a variabilidade dessas plantas

66

Esse levantamento tambeacutem indicou que a polinizaccedilatildeo realizada por elas foi

predominante em plantas exoacuteticas O que pode refletir a deficiecircncia na quantidade

de plantas nativas melitoacutefilas na aacuterea de estudo

67

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Page 52: FACULDADE CATÓLICA SALESIANA DO ESPÍRITO SANTO … · No grupo dos Apinae está à tribo dos Meliponini, conhecidas como abelhas indígenas sem ferrão por possuir seu ferrão atrofiado

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TABELA 2 ndash Relaccedilatildeo das espeacutecies de plantas visitadas por T angustula Continua

Famiacutelia Espeacutecie Polinizada Visitada Recurso

Poacutelen Neacutectar

Sambucus australis X X Caryophylaceae Silene armeria X Cecropiaceae Cecropia hololeuca X Cochlospermaceae Cochlospermum vitifolium X X Compositae Vernonia polyanthes X X

Bidens pilosa X X Cosmos auphureus X X X

Centratherium violaceum X X X

Dahlia sp X Eclipta alba X Asterla evis X Tithonia rotundifolia X X X

Tithonia speciosa X X X

Tithonia diversifolia X Baccharis sp X Wedelia paludosa X Eupatorium sp X Mikania glomerata X X

Montano apyramidata X X Montano abipinnatifiada X Senecio brasiliensis X X X

Emilia sonchifolia X X Ambrosia sp X X Creopsis grandiflora X Galinsoga parviflora X Crassulaceae Kalanchoe tubiflora X X Cyperaceae Cyperus sp X Elaeocarpaceae Muntingia calabura X Ericaceae Rhododendron simsii X X X

Rhododendron indicum X X X Euphorbiaceae Alchornea sidaefolia X X X

Euphorbia milii X X X

Euphorbia pulcherrima X X X

Ricinus communis X X X

Croton sp X Fabaceae Desmodium sp X Tipuana tipu X Vigna peduncularis X X Guttiferae Kielmeyera coriacea X X Iridaceae Dietes vegeta X Labiatae Salvia splendens X Origanum vugare X

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TABELA 2 ndash Relaccedilatildeo das espeacutecies de plantas visitadas por T angustula Continua

Famiacutelia Espeacutecie Polinizada Visitada Recurso

Poacutelen Neacutectar

Ocimum sellowii X Iboza riparia X X X

Coleus blumei X X X Leguminosae Andira anthelmintica X X

Mimosa daleoides X X X

Myroxylon balsamum X X X

Piptadenia gonoacantha X X X

Stylos anthesscabra X Caesalpinia bonducella X X X

Caesalpinia pelthophoroides X X X

Crotalaria lanceolata X Calliandra twedii X Sophora tomentosa X X Mimosa pudica X Erythrina speciosa X X X

Cassia grandis X Schizolobium parahyba X X Senna multijuga X Senna bicapsularis X X Delonix regia X Clitoria fairchildiana X Centrolobium tomentoso X Liliaceae Aloe sp X X Bulbine frutescens X Loranthaceae Struthanthus andrastylus X X Lythraceae Lagerstroemia indica X X Magnoliaceae Talauma ovata X X Malpighiaceae Malphiguia glabra X Tetrapterys X Byrsonima intermedia X X X Malvaceae Hibiscus rosa-sinensis X X X

Malvaviscus arboreus X X Sida rhombifolia X Melastomataceae Tibouchina granulosa X X

Clidemeia sp X X

Tibouchina sp X X X

Tibouchina holosericea X X Meliaceae Trichilia sp X Mimosaceae Leucaena leucocephala X Anadenanthera collubrina X Moraceae Cecropia pachystachya X X X

Morus nigra X X

60

TABELA 2 ndash Relaccedilatildeo das espeacutecies de plantas visitadas por T angustula Continua

Famiacutelia Espeacutecie Polinizada Visitada Recurso

Poacutelen Neacutectar Myrsinaceae Ardisia crenata X X Myrtaceae Eucalyptus robusta X X X

Eugenia jambos X X X

Eugenia pitanga X Eucalyptus terecornis X Plinia glomerata X Nyctaginaceae Bougainvile aspectabilis X X X Oleaceae Jasminum azoricum X Palmae Acrocomia aculeata X X

Archontophoenix cunninghamiana X

Syagrus romanzoffiana X Copernicia alba X X Sheelea phalerata X Passifloraceae Passiflora jilekii X Piperaceae Piper mollicomum X Poaceae Paspalum sp X Polemoniaceae Cobae scandens X Polygonaceae Polygonum capitatum X X X Pontederiaceae Pontederia lanceolata X X Proteaceae Grevill a bansksii X X X Rosaceae Prunus persica X X X

Pyracantha coccinea X X Rubiaceae Pentas lanceolata X X

Citrus airantum X X Rutaceae Citrus limon X X X Scrophulariaceae Paulownia imperialis X X Solanaceae Nicotiana tabacum X X Sterculiaceae Dombeya burgessiae X Dombeya wallichii X Sterculia chicha X X Tiliaceae Heliocarpus americanus X X X Tropaeolaceae Tropaeolum majus X X X Ulmaceae Tipo celtis X Trema micrantha X X Umbelliferae Foeniculum vulgare X X X Verbenaceae Duranta repens X

Vitex agnus-castus X

Velloziaceae Vellozia candia X X X Zingiberaceae Hedychium coronarium X Fonte Pirani Laurino 1993 Carvalho Marchine Ros 1999 Agostini Sazima 2003 Toledo et al 2003 Cartopassi-Laurino 2005 Braga e Colaboradores 2012 Novais Absy Santos 2013

61

Foram encontradas 71 famiacutelias e um total de 166 espeacutecies Dessas 30 espeacutecies satildeo

polinizadas e 136 satildeo visitadas Poacutelen e neacutectar satildeo os recursos mais coletados

com coleta de poacutelen em 78 espeacutecies e de neacutectar em 69 De acordo coma Lista de

Espeacutecies da Flora do Brasil (2010) 20 das espeacutecies que satildeo polinizadas (TABELA

2) satildeo nativas o restante satildeo espeacutecies exoacuteticas ou seja natildeo pertencem agrave flora

brasileira

As famiacutelias que apresentaram maior porcentagem de visitas por T angustula foram

Compositae e Leguminosae (TABELA 2) com 13 e 12 de espeacutecies

respectivamente (GRAacuteFICO 3) sendo as famiacutelias mais importantes para a dieta da

jataiacute (AGOSTINE SAZIMA 2003 SIIONI et al 2007) Esse resultado eacute similar ao

trabalho de Simioni e colaboradores (2007) seus resultados mostram que uma das

famiacutelias analisadas Leguminosae tambeacutem apresentaram um maior destaque na

quantidade de visitas realizadas por T angustula esse fato pode ser explicado pelo

fato de que Leguminosae representa a mais importante fonte de poacutelen para essa

espeacutecie

As famiacutelias Compositae e Leguminosae satildeo as mais bem representadas pelo fato

de apresentarem espeacutecies que fornecem alimento em maior qualidade e quantidade

por vaacuterios periacuteodos do ano Com destaque para a famiacutelia Leguminosae que fornece

recursos alimentares para as abelhas nos periacuteodos de estiagem (PIRANI LAURINO

1993 AGOSTINE SAZIMA 2003)

O graacutefico abaixo ilustra o comportamento generalista deT angustula Onde 41 das

visitadas realizadas pela espeacutecie se distribuem por 55 famiacutelias vegetais Esse

comportamento concorda com trabalho de Anacleto (2007) onde dentre as cinco

espeacutecies estudadas por ele a que apresentou o haacutebito mais generalista em relaccedilatildeo

ao nuacutemero de plantas visitadas foi T angustula

62

GRAacuteFICO 3 ndash Contribuiccedilatildeo das famiacutelias de plantas para a dieta de T angustula

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria com base nos dados da Tabela 1

As abelhas generalistas visitam flores pequenas e abertas e satildeo menos

relacionadas agraves flores especializadas (RUTHCKE JULES 1993 ROUBIK 1992

apud AGOSTINI SAZIMA 2003) e tecircm preferecircncia de flores arboacutereas com

inflorescecircncia densas

Um exemplo de flores que natildeo satildeo especializadas e que satildeo importantes para a

dieta de T angustula eacute da famiacutelia Asteraceae as espeacutecies Mangifera indica e

Schinus terebinthifolius apresentam grande densidade de flores e permite faacutecil

acesso para as abelhas deste modo tornam-se importantes fornecedores de fontes

de poacutelen (BRAGA et al 2012)

De acordo com o levantamento das plantas utilizadas pelas abelhas jataiacute realizado

por diferentes autores as famiacutelias que se mostraram bem representadas foram

Malvaceae Caesalpiniaceae Melastomataceae Myrtaceae Euphorbiaceae e

Anacardiaceae sendo consideradas portanto essenciais para a dieta da jataiacute

2 2 3 2

2 3

13

3 2

3

12 2 2 2 3

3

41

Acanthaceae Agavaceae Anacardiaceae Asteraceae Bignoniaceae

Bombacaceae Compositae Euphorbiaceae Fabaceae Labiatae

Leguminosae Malpighiaceae Malvaceae Melastomataceae Myrtaceae

Palmae Outros

63

Em geral essas famiacutelias podem ser caracterizadas pela floraccedilatildeo do tipo contiacutenuo ou

seja uma floraccedilatildeo que natildeo cessa ou que ocorre na maior parte do ano o que

permite as abelhas ter acesso aos recursos em todas as estaccedilotildees do ano

(CARVALHO MARCHINI ROS 1999 AGOSTINI SAZIMA 2003 TOLEDO et al

2003 MORGADO et al 2011)

64

65

5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS Sendo este a primeira pesquisa com abelhas em compus no Espiacuterito Santo Foi

observado que a distribuiccedilatildeo dos ninhos encontrados apresentou-se uniforme

Todos os ninhos estavam instalados em paredes e pisos de concreto o que indica

seu potencial de adaptabilidade agraves condiccedilotildees antroacutepicas

A diversidade de cores de poacutelen trazida pelas forrageiras no iniacutecio da manhatilde indica

uma ampla disponibilidade de alimento que a flores oferecem nesse periacuteodo do dia

bem como a eficiecircncia das forrageiras em selecionar essas flores

De acordo com as observaccedilotildees que foram realizadas no estudo as abelhas T

angustula podem ter suas atividades influenciadas pelo clima Uma vez que foi

observado que no periacuteodo de inverno em que as temperaturas satildeo mais baixas

elas comeccedilavam a realizar suas funccedilotildees nos horaacuterios com as temperaturas mais

altas

A divisatildeo de trabalho entre forrageadoras operaacuterias de limpeza e de defesa

observado nessa espeacutecie indica o comportamento altamente social dos Meliponini

O mecanismo de defesa observado em T angustula entre guardas pairando e em

peacute pode indicar uma caracteriacutestica de complementaridade na defesa do ninho uma

vez que durante as observaccedilotildees os dois tipos de guardas sempre se fizeram

presentes O que mostra que mesmo com o atrofiamento do ferratildeo os indiviacuteduos

desenvolveram estrateacutegias para a defesa contra invasores

Foi comum observar a presenccedila de revoadas nos ninhos entre as Jataiacutes Este

comportamento em geral eacute comum para o desenvolvimento (sobrevivecircncia) da

colocircnia No caso dos ninhos observados apoacutes as revoadas eles foram

desaparecendo Este fato pode indicar um baixo iacutendice de recursos troacuteficos para

essas abelhas dentro do campus pois ao inveacutes dos ninhos se manterem ou

aumentarem em quantidade ao longo das observaccedilotildees eles desapareceram

O levantamento das flores visitadas por T angustula indicou um comportamento

generalista desta espeacutecie em visitar uma grande variedade de plantas o que mostra

sua importacircncia para garantir a variabilidade dessas plantas

66

Esse levantamento tambeacutem indicou que a polinizaccedilatildeo realizada por elas foi

predominante em plantas exoacuteticas O que pode refletir a deficiecircncia na quantidade

de plantas nativas melitoacutefilas na aacuterea de estudo

67

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Page 53: FACULDADE CATÓLICA SALESIANA DO ESPÍRITO SANTO … · No grupo dos Apinae está à tribo dos Meliponini, conhecidas como abelhas indígenas sem ferrão por possuir seu ferrão atrofiado

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TABELA 2 ndash Relaccedilatildeo das espeacutecies de plantas visitadas por T angustula Continua

Famiacutelia Espeacutecie Polinizada Visitada Recurso

Poacutelen Neacutectar

Ocimum sellowii X Iboza riparia X X X

Coleus blumei X X X Leguminosae Andira anthelmintica X X

Mimosa daleoides X X X

Myroxylon balsamum X X X

Piptadenia gonoacantha X X X

Stylos anthesscabra X Caesalpinia bonducella X X X

Caesalpinia pelthophoroides X X X

Crotalaria lanceolata X Calliandra twedii X Sophora tomentosa X X Mimosa pudica X Erythrina speciosa X X X

Cassia grandis X Schizolobium parahyba X X Senna multijuga X Senna bicapsularis X X Delonix regia X Clitoria fairchildiana X Centrolobium tomentoso X Liliaceae Aloe sp X X Bulbine frutescens X Loranthaceae Struthanthus andrastylus X X Lythraceae Lagerstroemia indica X X Magnoliaceae Talauma ovata X X Malpighiaceae Malphiguia glabra X Tetrapterys X Byrsonima intermedia X X X Malvaceae Hibiscus rosa-sinensis X X X

Malvaviscus arboreus X X Sida rhombifolia X Melastomataceae Tibouchina granulosa X X

Clidemeia sp X X

Tibouchina sp X X X

Tibouchina holosericea X X Meliaceae Trichilia sp X Mimosaceae Leucaena leucocephala X Anadenanthera collubrina X Moraceae Cecropia pachystachya X X X

Morus nigra X X

60

TABELA 2 ndash Relaccedilatildeo das espeacutecies de plantas visitadas por T angustula Continua

Famiacutelia Espeacutecie Polinizada Visitada Recurso

Poacutelen Neacutectar Myrsinaceae Ardisia crenata X X Myrtaceae Eucalyptus robusta X X X

Eugenia jambos X X X

Eugenia pitanga X Eucalyptus terecornis X Plinia glomerata X Nyctaginaceae Bougainvile aspectabilis X X X Oleaceae Jasminum azoricum X Palmae Acrocomia aculeata X X

Archontophoenix cunninghamiana X

Syagrus romanzoffiana X Copernicia alba X X Sheelea phalerata X Passifloraceae Passiflora jilekii X Piperaceae Piper mollicomum X Poaceae Paspalum sp X Polemoniaceae Cobae scandens X Polygonaceae Polygonum capitatum X X X Pontederiaceae Pontederia lanceolata X X Proteaceae Grevill a bansksii X X X Rosaceae Prunus persica X X X

Pyracantha coccinea X X Rubiaceae Pentas lanceolata X X

Citrus airantum X X Rutaceae Citrus limon X X X Scrophulariaceae Paulownia imperialis X X Solanaceae Nicotiana tabacum X X Sterculiaceae Dombeya burgessiae X Dombeya wallichii X Sterculia chicha X X Tiliaceae Heliocarpus americanus X X X Tropaeolaceae Tropaeolum majus X X X Ulmaceae Tipo celtis X Trema micrantha X X Umbelliferae Foeniculum vulgare X X X Verbenaceae Duranta repens X

Vitex agnus-castus X

Velloziaceae Vellozia candia X X X Zingiberaceae Hedychium coronarium X Fonte Pirani Laurino 1993 Carvalho Marchine Ros 1999 Agostini Sazima 2003 Toledo et al 2003 Cartopassi-Laurino 2005 Braga e Colaboradores 2012 Novais Absy Santos 2013

61

Foram encontradas 71 famiacutelias e um total de 166 espeacutecies Dessas 30 espeacutecies satildeo

polinizadas e 136 satildeo visitadas Poacutelen e neacutectar satildeo os recursos mais coletados

com coleta de poacutelen em 78 espeacutecies e de neacutectar em 69 De acordo coma Lista de

Espeacutecies da Flora do Brasil (2010) 20 das espeacutecies que satildeo polinizadas (TABELA

2) satildeo nativas o restante satildeo espeacutecies exoacuteticas ou seja natildeo pertencem agrave flora

brasileira

As famiacutelias que apresentaram maior porcentagem de visitas por T angustula foram

Compositae e Leguminosae (TABELA 2) com 13 e 12 de espeacutecies

respectivamente (GRAacuteFICO 3) sendo as famiacutelias mais importantes para a dieta da

jataiacute (AGOSTINE SAZIMA 2003 SIIONI et al 2007) Esse resultado eacute similar ao

trabalho de Simioni e colaboradores (2007) seus resultados mostram que uma das

famiacutelias analisadas Leguminosae tambeacutem apresentaram um maior destaque na

quantidade de visitas realizadas por T angustula esse fato pode ser explicado pelo

fato de que Leguminosae representa a mais importante fonte de poacutelen para essa

espeacutecie

As famiacutelias Compositae e Leguminosae satildeo as mais bem representadas pelo fato

de apresentarem espeacutecies que fornecem alimento em maior qualidade e quantidade

por vaacuterios periacuteodos do ano Com destaque para a famiacutelia Leguminosae que fornece

recursos alimentares para as abelhas nos periacuteodos de estiagem (PIRANI LAURINO

1993 AGOSTINE SAZIMA 2003)

O graacutefico abaixo ilustra o comportamento generalista deT angustula Onde 41 das

visitadas realizadas pela espeacutecie se distribuem por 55 famiacutelias vegetais Esse

comportamento concorda com trabalho de Anacleto (2007) onde dentre as cinco

espeacutecies estudadas por ele a que apresentou o haacutebito mais generalista em relaccedilatildeo

ao nuacutemero de plantas visitadas foi T angustula

62

GRAacuteFICO 3 ndash Contribuiccedilatildeo das famiacutelias de plantas para a dieta de T angustula

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria com base nos dados da Tabela 1

As abelhas generalistas visitam flores pequenas e abertas e satildeo menos

relacionadas agraves flores especializadas (RUTHCKE JULES 1993 ROUBIK 1992

apud AGOSTINI SAZIMA 2003) e tecircm preferecircncia de flores arboacutereas com

inflorescecircncia densas

Um exemplo de flores que natildeo satildeo especializadas e que satildeo importantes para a

dieta de T angustula eacute da famiacutelia Asteraceae as espeacutecies Mangifera indica e

Schinus terebinthifolius apresentam grande densidade de flores e permite faacutecil

acesso para as abelhas deste modo tornam-se importantes fornecedores de fontes

de poacutelen (BRAGA et al 2012)

De acordo com o levantamento das plantas utilizadas pelas abelhas jataiacute realizado

por diferentes autores as famiacutelias que se mostraram bem representadas foram

Malvaceae Caesalpiniaceae Melastomataceae Myrtaceae Euphorbiaceae e

Anacardiaceae sendo consideradas portanto essenciais para a dieta da jataiacute

2 2 3 2

2 3

13

3 2

3

12 2 2 2 3

3

41

Acanthaceae Agavaceae Anacardiaceae Asteraceae Bignoniaceae

Bombacaceae Compositae Euphorbiaceae Fabaceae Labiatae

Leguminosae Malpighiaceae Malvaceae Melastomataceae Myrtaceae

Palmae Outros

63

Em geral essas famiacutelias podem ser caracterizadas pela floraccedilatildeo do tipo contiacutenuo ou

seja uma floraccedilatildeo que natildeo cessa ou que ocorre na maior parte do ano o que

permite as abelhas ter acesso aos recursos em todas as estaccedilotildees do ano

(CARVALHO MARCHINI ROS 1999 AGOSTINI SAZIMA 2003 TOLEDO et al

2003 MORGADO et al 2011)

64

65

5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS Sendo este a primeira pesquisa com abelhas em compus no Espiacuterito Santo Foi

observado que a distribuiccedilatildeo dos ninhos encontrados apresentou-se uniforme

Todos os ninhos estavam instalados em paredes e pisos de concreto o que indica

seu potencial de adaptabilidade agraves condiccedilotildees antroacutepicas

A diversidade de cores de poacutelen trazida pelas forrageiras no iniacutecio da manhatilde indica

uma ampla disponibilidade de alimento que a flores oferecem nesse periacuteodo do dia

bem como a eficiecircncia das forrageiras em selecionar essas flores

De acordo com as observaccedilotildees que foram realizadas no estudo as abelhas T

angustula podem ter suas atividades influenciadas pelo clima Uma vez que foi

observado que no periacuteodo de inverno em que as temperaturas satildeo mais baixas

elas comeccedilavam a realizar suas funccedilotildees nos horaacuterios com as temperaturas mais

altas

A divisatildeo de trabalho entre forrageadoras operaacuterias de limpeza e de defesa

observado nessa espeacutecie indica o comportamento altamente social dos Meliponini

O mecanismo de defesa observado em T angustula entre guardas pairando e em

peacute pode indicar uma caracteriacutestica de complementaridade na defesa do ninho uma

vez que durante as observaccedilotildees os dois tipos de guardas sempre se fizeram

presentes O que mostra que mesmo com o atrofiamento do ferratildeo os indiviacuteduos

desenvolveram estrateacutegias para a defesa contra invasores

Foi comum observar a presenccedila de revoadas nos ninhos entre as Jataiacutes Este

comportamento em geral eacute comum para o desenvolvimento (sobrevivecircncia) da

colocircnia No caso dos ninhos observados apoacutes as revoadas eles foram

desaparecendo Este fato pode indicar um baixo iacutendice de recursos troacuteficos para

essas abelhas dentro do campus pois ao inveacutes dos ninhos se manterem ou

aumentarem em quantidade ao longo das observaccedilotildees eles desapareceram

O levantamento das flores visitadas por T angustula indicou um comportamento

generalista desta espeacutecie em visitar uma grande variedade de plantas o que mostra

sua importacircncia para garantir a variabilidade dessas plantas

66

Esse levantamento tambeacutem indicou que a polinizaccedilatildeo realizada por elas foi

predominante em plantas exoacuteticas O que pode refletir a deficiecircncia na quantidade

de plantas nativas melitoacutefilas na aacuterea de estudo

67

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Page 54: FACULDADE CATÓLICA SALESIANA DO ESPÍRITO SANTO … · No grupo dos Apinae está à tribo dos Meliponini, conhecidas como abelhas indígenas sem ferrão por possuir seu ferrão atrofiado

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TABELA 2 ndash Relaccedilatildeo das espeacutecies de plantas visitadas por T angustula Continua

Famiacutelia Espeacutecie Polinizada Visitada Recurso

Poacutelen Neacutectar Myrsinaceae Ardisia crenata X X Myrtaceae Eucalyptus robusta X X X

Eugenia jambos X X X

Eugenia pitanga X Eucalyptus terecornis X Plinia glomerata X Nyctaginaceae Bougainvile aspectabilis X X X Oleaceae Jasminum azoricum X Palmae Acrocomia aculeata X X

Archontophoenix cunninghamiana X

Syagrus romanzoffiana X Copernicia alba X X Sheelea phalerata X Passifloraceae Passiflora jilekii X Piperaceae Piper mollicomum X Poaceae Paspalum sp X Polemoniaceae Cobae scandens X Polygonaceae Polygonum capitatum X X X Pontederiaceae Pontederia lanceolata X X Proteaceae Grevill a bansksii X X X Rosaceae Prunus persica X X X

Pyracantha coccinea X X Rubiaceae Pentas lanceolata X X

Citrus airantum X X Rutaceae Citrus limon X X X Scrophulariaceae Paulownia imperialis X X Solanaceae Nicotiana tabacum X X Sterculiaceae Dombeya burgessiae X Dombeya wallichii X Sterculia chicha X X Tiliaceae Heliocarpus americanus X X X Tropaeolaceae Tropaeolum majus X X X Ulmaceae Tipo celtis X Trema micrantha X X Umbelliferae Foeniculum vulgare X X X Verbenaceae Duranta repens X

Vitex agnus-castus X

Velloziaceae Vellozia candia X X X Zingiberaceae Hedychium coronarium X Fonte Pirani Laurino 1993 Carvalho Marchine Ros 1999 Agostini Sazima 2003 Toledo et al 2003 Cartopassi-Laurino 2005 Braga e Colaboradores 2012 Novais Absy Santos 2013

61

Foram encontradas 71 famiacutelias e um total de 166 espeacutecies Dessas 30 espeacutecies satildeo

polinizadas e 136 satildeo visitadas Poacutelen e neacutectar satildeo os recursos mais coletados

com coleta de poacutelen em 78 espeacutecies e de neacutectar em 69 De acordo coma Lista de

Espeacutecies da Flora do Brasil (2010) 20 das espeacutecies que satildeo polinizadas (TABELA

2) satildeo nativas o restante satildeo espeacutecies exoacuteticas ou seja natildeo pertencem agrave flora

brasileira

As famiacutelias que apresentaram maior porcentagem de visitas por T angustula foram

Compositae e Leguminosae (TABELA 2) com 13 e 12 de espeacutecies

respectivamente (GRAacuteFICO 3) sendo as famiacutelias mais importantes para a dieta da

jataiacute (AGOSTINE SAZIMA 2003 SIIONI et al 2007) Esse resultado eacute similar ao

trabalho de Simioni e colaboradores (2007) seus resultados mostram que uma das

famiacutelias analisadas Leguminosae tambeacutem apresentaram um maior destaque na

quantidade de visitas realizadas por T angustula esse fato pode ser explicado pelo

fato de que Leguminosae representa a mais importante fonte de poacutelen para essa

espeacutecie

As famiacutelias Compositae e Leguminosae satildeo as mais bem representadas pelo fato

de apresentarem espeacutecies que fornecem alimento em maior qualidade e quantidade

por vaacuterios periacuteodos do ano Com destaque para a famiacutelia Leguminosae que fornece

recursos alimentares para as abelhas nos periacuteodos de estiagem (PIRANI LAURINO

1993 AGOSTINE SAZIMA 2003)

O graacutefico abaixo ilustra o comportamento generalista deT angustula Onde 41 das

visitadas realizadas pela espeacutecie se distribuem por 55 famiacutelias vegetais Esse

comportamento concorda com trabalho de Anacleto (2007) onde dentre as cinco

espeacutecies estudadas por ele a que apresentou o haacutebito mais generalista em relaccedilatildeo

ao nuacutemero de plantas visitadas foi T angustula

62

GRAacuteFICO 3 ndash Contribuiccedilatildeo das famiacutelias de plantas para a dieta de T angustula

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria com base nos dados da Tabela 1

As abelhas generalistas visitam flores pequenas e abertas e satildeo menos

relacionadas agraves flores especializadas (RUTHCKE JULES 1993 ROUBIK 1992

apud AGOSTINI SAZIMA 2003) e tecircm preferecircncia de flores arboacutereas com

inflorescecircncia densas

Um exemplo de flores que natildeo satildeo especializadas e que satildeo importantes para a

dieta de T angustula eacute da famiacutelia Asteraceae as espeacutecies Mangifera indica e

Schinus terebinthifolius apresentam grande densidade de flores e permite faacutecil

acesso para as abelhas deste modo tornam-se importantes fornecedores de fontes

de poacutelen (BRAGA et al 2012)

De acordo com o levantamento das plantas utilizadas pelas abelhas jataiacute realizado

por diferentes autores as famiacutelias que se mostraram bem representadas foram

Malvaceae Caesalpiniaceae Melastomataceae Myrtaceae Euphorbiaceae e

Anacardiaceae sendo consideradas portanto essenciais para a dieta da jataiacute

2 2 3 2

2 3

13

3 2

3

12 2 2 2 3

3

41

Acanthaceae Agavaceae Anacardiaceae Asteraceae Bignoniaceae

Bombacaceae Compositae Euphorbiaceae Fabaceae Labiatae

Leguminosae Malpighiaceae Malvaceae Melastomataceae Myrtaceae

Palmae Outros

63

Em geral essas famiacutelias podem ser caracterizadas pela floraccedilatildeo do tipo contiacutenuo ou

seja uma floraccedilatildeo que natildeo cessa ou que ocorre na maior parte do ano o que

permite as abelhas ter acesso aos recursos em todas as estaccedilotildees do ano

(CARVALHO MARCHINI ROS 1999 AGOSTINI SAZIMA 2003 TOLEDO et al

2003 MORGADO et al 2011)

64

65

5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS Sendo este a primeira pesquisa com abelhas em compus no Espiacuterito Santo Foi

observado que a distribuiccedilatildeo dos ninhos encontrados apresentou-se uniforme

Todos os ninhos estavam instalados em paredes e pisos de concreto o que indica

seu potencial de adaptabilidade agraves condiccedilotildees antroacutepicas

A diversidade de cores de poacutelen trazida pelas forrageiras no iniacutecio da manhatilde indica

uma ampla disponibilidade de alimento que a flores oferecem nesse periacuteodo do dia

bem como a eficiecircncia das forrageiras em selecionar essas flores

De acordo com as observaccedilotildees que foram realizadas no estudo as abelhas T

angustula podem ter suas atividades influenciadas pelo clima Uma vez que foi

observado que no periacuteodo de inverno em que as temperaturas satildeo mais baixas

elas comeccedilavam a realizar suas funccedilotildees nos horaacuterios com as temperaturas mais

altas

A divisatildeo de trabalho entre forrageadoras operaacuterias de limpeza e de defesa

observado nessa espeacutecie indica o comportamento altamente social dos Meliponini

O mecanismo de defesa observado em T angustula entre guardas pairando e em

peacute pode indicar uma caracteriacutestica de complementaridade na defesa do ninho uma

vez que durante as observaccedilotildees os dois tipos de guardas sempre se fizeram

presentes O que mostra que mesmo com o atrofiamento do ferratildeo os indiviacuteduos

desenvolveram estrateacutegias para a defesa contra invasores

Foi comum observar a presenccedila de revoadas nos ninhos entre as Jataiacutes Este

comportamento em geral eacute comum para o desenvolvimento (sobrevivecircncia) da

colocircnia No caso dos ninhos observados apoacutes as revoadas eles foram

desaparecendo Este fato pode indicar um baixo iacutendice de recursos troacuteficos para

essas abelhas dentro do campus pois ao inveacutes dos ninhos se manterem ou

aumentarem em quantidade ao longo das observaccedilotildees eles desapareceram

O levantamento das flores visitadas por T angustula indicou um comportamento

generalista desta espeacutecie em visitar uma grande variedade de plantas o que mostra

sua importacircncia para garantir a variabilidade dessas plantas

66

Esse levantamento tambeacutem indicou que a polinizaccedilatildeo realizada por elas foi

predominante em plantas exoacuteticas O que pode refletir a deficiecircncia na quantidade

de plantas nativas melitoacutefilas na aacuterea de estudo

67

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Page 55: FACULDADE CATÓLICA SALESIANA DO ESPÍRITO SANTO … · No grupo dos Apinae está à tribo dos Meliponini, conhecidas como abelhas indígenas sem ferrão por possuir seu ferrão atrofiado

61

Foram encontradas 71 famiacutelias e um total de 166 espeacutecies Dessas 30 espeacutecies satildeo

polinizadas e 136 satildeo visitadas Poacutelen e neacutectar satildeo os recursos mais coletados

com coleta de poacutelen em 78 espeacutecies e de neacutectar em 69 De acordo coma Lista de

Espeacutecies da Flora do Brasil (2010) 20 das espeacutecies que satildeo polinizadas (TABELA

2) satildeo nativas o restante satildeo espeacutecies exoacuteticas ou seja natildeo pertencem agrave flora

brasileira

As famiacutelias que apresentaram maior porcentagem de visitas por T angustula foram

Compositae e Leguminosae (TABELA 2) com 13 e 12 de espeacutecies

respectivamente (GRAacuteFICO 3) sendo as famiacutelias mais importantes para a dieta da

jataiacute (AGOSTINE SAZIMA 2003 SIIONI et al 2007) Esse resultado eacute similar ao

trabalho de Simioni e colaboradores (2007) seus resultados mostram que uma das

famiacutelias analisadas Leguminosae tambeacutem apresentaram um maior destaque na

quantidade de visitas realizadas por T angustula esse fato pode ser explicado pelo

fato de que Leguminosae representa a mais importante fonte de poacutelen para essa

espeacutecie

As famiacutelias Compositae e Leguminosae satildeo as mais bem representadas pelo fato

de apresentarem espeacutecies que fornecem alimento em maior qualidade e quantidade

por vaacuterios periacuteodos do ano Com destaque para a famiacutelia Leguminosae que fornece

recursos alimentares para as abelhas nos periacuteodos de estiagem (PIRANI LAURINO

1993 AGOSTINE SAZIMA 2003)

O graacutefico abaixo ilustra o comportamento generalista deT angustula Onde 41 das

visitadas realizadas pela espeacutecie se distribuem por 55 famiacutelias vegetais Esse

comportamento concorda com trabalho de Anacleto (2007) onde dentre as cinco

espeacutecies estudadas por ele a que apresentou o haacutebito mais generalista em relaccedilatildeo

ao nuacutemero de plantas visitadas foi T angustula

62

GRAacuteFICO 3 ndash Contribuiccedilatildeo das famiacutelias de plantas para a dieta de T angustula

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria com base nos dados da Tabela 1

As abelhas generalistas visitam flores pequenas e abertas e satildeo menos

relacionadas agraves flores especializadas (RUTHCKE JULES 1993 ROUBIK 1992

apud AGOSTINI SAZIMA 2003) e tecircm preferecircncia de flores arboacutereas com

inflorescecircncia densas

Um exemplo de flores que natildeo satildeo especializadas e que satildeo importantes para a

dieta de T angustula eacute da famiacutelia Asteraceae as espeacutecies Mangifera indica e

Schinus terebinthifolius apresentam grande densidade de flores e permite faacutecil

acesso para as abelhas deste modo tornam-se importantes fornecedores de fontes

de poacutelen (BRAGA et al 2012)

De acordo com o levantamento das plantas utilizadas pelas abelhas jataiacute realizado

por diferentes autores as famiacutelias que se mostraram bem representadas foram

Malvaceae Caesalpiniaceae Melastomataceae Myrtaceae Euphorbiaceae e

Anacardiaceae sendo consideradas portanto essenciais para a dieta da jataiacute

2 2 3 2

2 3

13

3 2

3

12 2 2 2 3

3

41

Acanthaceae Agavaceae Anacardiaceae Asteraceae Bignoniaceae

Bombacaceae Compositae Euphorbiaceae Fabaceae Labiatae

Leguminosae Malpighiaceae Malvaceae Melastomataceae Myrtaceae

Palmae Outros

63

Em geral essas famiacutelias podem ser caracterizadas pela floraccedilatildeo do tipo contiacutenuo ou

seja uma floraccedilatildeo que natildeo cessa ou que ocorre na maior parte do ano o que

permite as abelhas ter acesso aos recursos em todas as estaccedilotildees do ano

(CARVALHO MARCHINI ROS 1999 AGOSTINI SAZIMA 2003 TOLEDO et al

2003 MORGADO et al 2011)

64

65

5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS Sendo este a primeira pesquisa com abelhas em compus no Espiacuterito Santo Foi

observado que a distribuiccedilatildeo dos ninhos encontrados apresentou-se uniforme

Todos os ninhos estavam instalados em paredes e pisos de concreto o que indica

seu potencial de adaptabilidade agraves condiccedilotildees antroacutepicas

A diversidade de cores de poacutelen trazida pelas forrageiras no iniacutecio da manhatilde indica

uma ampla disponibilidade de alimento que a flores oferecem nesse periacuteodo do dia

bem como a eficiecircncia das forrageiras em selecionar essas flores

De acordo com as observaccedilotildees que foram realizadas no estudo as abelhas T

angustula podem ter suas atividades influenciadas pelo clima Uma vez que foi

observado que no periacuteodo de inverno em que as temperaturas satildeo mais baixas

elas comeccedilavam a realizar suas funccedilotildees nos horaacuterios com as temperaturas mais

altas

A divisatildeo de trabalho entre forrageadoras operaacuterias de limpeza e de defesa

observado nessa espeacutecie indica o comportamento altamente social dos Meliponini

O mecanismo de defesa observado em T angustula entre guardas pairando e em

peacute pode indicar uma caracteriacutestica de complementaridade na defesa do ninho uma

vez que durante as observaccedilotildees os dois tipos de guardas sempre se fizeram

presentes O que mostra que mesmo com o atrofiamento do ferratildeo os indiviacuteduos

desenvolveram estrateacutegias para a defesa contra invasores

Foi comum observar a presenccedila de revoadas nos ninhos entre as Jataiacutes Este

comportamento em geral eacute comum para o desenvolvimento (sobrevivecircncia) da

colocircnia No caso dos ninhos observados apoacutes as revoadas eles foram

desaparecendo Este fato pode indicar um baixo iacutendice de recursos troacuteficos para

essas abelhas dentro do campus pois ao inveacutes dos ninhos se manterem ou

aumentarem em quantidade ao longo das observaccedilotildees eles desapareceram

O levantamento das flores visitadas por T angustula indicou um comportamento

generalista desta espeacutecie em visitar uma grande variedade de plantas o que mostra

sua importacircncia para garantir a variabilidade dessas plantas

66

Esse levantamento tambeacutem indicou que a polinizaccedilatildeo realizada por elas foi

predominante em plantas exoacuteticas O que pode refletir a deficiecircncia na quantidade

de plantas nativas melitoacutefilas na aacuterea de estudo

67

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Page 56: FACULDADE CATÓLICA SALESIANA DO ESPÍRITO SANTO … · No grupo dos Apinae está à tribo dos Meliponini, conhecidas como abelhas indígenas sem ferrão por possuir seu ferrão atrofiado

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GRAacuteFICO 3 ndash Contribuiccedilatildeo das famiacutelias de plantas para a dieta de T angustula

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria com base nos dados da Tabela 1

As abelhas generalistas visitam flores pequenas e abertas e satildeo menos

relacionadas agraves flores especializadas (RUTHCKE JULES 1993 ROUBIK 1992

apud AGOSTINI SAZIMA 2003) e tecircm preferecircncia de flores arboacutereas com

inflorescecircncia densas

Um exemplo de flores que natildeo satildeo especializadas e que satildeo importantes para a

dieta de T angustula eacute da famiacutelia Asteraceae as espeacutecies Mangifera indica e

Schinus terebinthifolius apresentam grande densidade de flores e permite faacutecil

acesso para as abelhas deste modo tornam-se importantes fornecedores de fontes

de poacutelen (BRAGA et al 2012)

De acordo com o levantamento das plantas utilizadas pelas abelhas jataiacute realizado

por diferentes autores as famiacutelias que se mostraram bem representadas foram

Malvaceae Caesalpiniaceae Melastomataceae Myrtaceae Euphorbiaceae e

Anacardiaceae sendo consideradas portanto essenciais para a dieta da jataiacute

2 2 3 2

2 3

13

3 2

3

12 2 2 2 3

3

41

Acanthaceae Agavaceae Anacardiaceae Asteraceae Bignoniaceae

Bombacaceae Compositae Euphorbiaceae Fabaceae Labiatae

Leguminosae Malpighiaceae Malvaceae Melastomataceae Myrtaceae

Palmae Outros

63

Em geral essas famiacutelias podem ser caracterizadas pela floraccedilatildeo do tipo contiacutenuo ou

seja uma floraccedilatildeo que natildeo cessa ou que ocorre na maior parte do ano o que

permite as abelhas ter acesso aos recursos em todas as estaccedilotildees do ano

(CARVALHO MARCHINI ROS 1999 AGOSTINI SAZIMA 2003 TOLEDO et al

2003 MORGADO et al 2011)

64

65

5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS Sendo este a primeira pesquisa com abelhas em compus no Espiacuterito Santo Foi

observado que a distribuiccedilatildeo dos ninhos encontrados apresentou-se uniforme

Todos os ninhos estavam instalados em paredes e pisos de concreto o que indica

seu potencial de adaptabilidade agraves condiccedilotildees antroacutepicas

A diversidade de cores de poacutelen trazida pelas forrageiras no iniacutecio da manhatilde indica

uma ampla disponibilidade de alimento que a flores oferecem nesse periacuteodo do dia

bem como a eficiecircncia das forrageiras em selecionar essas flores

De acordo com as observaccedilotildees que foram realizadas no estudo as abelhas T

angustula podem ter suas atividades influenciadas pelo clima Uma vez que foi

observado que no periacuteodo de inverno em que as temperaturas satildeo mais baixas

elas comeccedilavam a realizar suas funccedilotildees nos horaacuterios com as temperaturas mais

altas

A divisatildeo de trabalho entre forrageadoras operaacuterias de limpeza e de defesa

observado nessa espeacutecie indica o comportamento altamente social dos Meliponini

O mecanismo de defesa observado em T angustula entre guardas pairando e em

peacute pode indicar uma caracteriacutestica de complementaridade na defesa do ninho uma

vez que durante as observaccedilotildees os dois tipos de guardas sempre se fizeram

presentes O que mostra que mesmo com o atrofiamento do ferratildeo os indiviacuteduos

desenvolveram estrateacutegias para a defesa contra invasores

Foi comum observar a presenccedila de revoadas nos ninhos entre as Jataiacutes Este

comportamento em geral eacute comum para o desenvolvimento (sobrevivecircncia) da

colocircnia No caso dos ninhos observados apoacutes as revoadas eles foram

desaparecendo Este fato pode indicar um baixo iacutendice de recursos troacuteficos para

essas abelhas dentro do campus pois ao inveacutes dos ninhos se manterem ou

aumentarem em quantidade ao longo das observaccedilotildees eles desapareceram

O levantamento das flores visitadas por T angustula indicou um comportamento

generalista desta espeacutecie em visitar uma grande variedade de plantas o que mostra

sua importacircncia para garantir a variabilidade dessas plantas

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Esse levantamento tambeacutem indicou que a polinizaccedilatildeo realizada por elas foi

predominante em plantas exoacuteticas O que pode refletir a deficiecircncia na quantidade

de plantas nativas melitoacutefilas na aacuterea de estudo

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Page 57: FACULDADE CATÓLICA SALESIANA DO ESPÍRITO SANTO … · No grupo dos Apinae está à tribo dos Meliponini, conhecidas como abelhas indígenas sem ferrão por possuir seu ferrão atrofiado

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Em geral essas famiacutelias podem ser caracterizadas pela floraccedilatildeo do tipo contiacutenuo ou

seja uma floraccedilatildeo que natildeo cessa ou que ocorre na maior parte do ano o que

permite as abelhas ter acesso aos recursos em todas as estaccedilotildees do ano

(CARVALHO MARCHINI ROS 1999 AGOSTINI SAZIMA 2003 TOLEDO et al

2003 MORGADO et al 2011)

64

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5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS Sendo este a primeira pesquisa com abelhas em compus no Espiacuterito Santo Foi

observado que a distribuiccedilatildeo dos ninhos encontrados apresentou-se uniforme

Todos os ninhos estavam instalados em paredes e pisos de concreto o que indica

seu potencial de adaptabilidade agraves condiccedilotildees antroacutepicas

A diversidade de cores de poacutelen trazida pelas forrageiras no iniacutecio da manhatilde indica

uma ampla disponibilidade de alimento que a flores oferecem nesse periacuteodo do dia

bem como a eficiecircncia das forrageiras em selecionar essas flores

De acordo com as observaccedilotildees que foram realizadas no estudo as abelhas T

angustula podem ter suas atividades influenciadas pelo clima Uma vez que foi

observado que no periacuteodo de inverno em que as temperaturas satildeo mais baixas

elas comeccedilavam a realizar suas funccedilotildees nos horaacuterios com as temperaturas mais

altas

A divisatildeo de trabalho entre forrageadoras operaacuterias de limpeza e de defesa

observado nessa espeacutecie indica o comportamento altamente social dos Meliponini

O mecanismo de defesa observado em T angustula entre guardas pairando e em

peacute pode indicar uma caracteriacutestica de complementaridade na defesa do ninho uma

vez que durante as observaccedilotildees os dois tipos de guardas sempre se fizeram

presentes O que mostra que mesmo com o atrofiamento do ferratildeo os indiviacuteduos

desenvolveram estrateacutegias para a defesa contra invasores

Foi comum observar a presenccedila de revoadas nos ninhos entre as Jataiacutes Este

comportamento em geral eacute comum para o desenvolvimento (sobrevivecircncia) da

colocircnia No caso dos ninhos observados apoacutes as revoadas eles foram

desaparecendo Este fato pode indicar um baixo iacutendice de recursos troacuteficos para

essas abelhas dentro do campus pois ao inveacutes dos ninhos se manterem ou

aumentarem em quantidade ao longo das observaccedilotildees eles desapareceram

O levantamento das flores visitadas por T angustula indicou um comportamento

generalista desta espeacutecie em visitar uma grande variedade de plantas o que mostra

sua importacircncia para garantir a variabilidade dessas plantas

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Esse levantamento tambeacutem indicou que a polinizaccedilatildeo realizada por elas foi

predominante em plantas exoacuteticas O que pode refletir a deficiecircncia na quantidade

de plantas nativas melitoacutefilas na aacuterea de estudo

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5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS Sendo este a primeira pesquisa com abelhas em compus no Espiacuterito Santo Foi

observado que a distribuiccedilatildeo dos ninhos encontrados apresentou-se uniforme

Todos os ninhos estavam instalados em paredes e pisos de concreto o que indica

seu potencial de adaptabilidade agraves condiccedilotildees antroacutepicas

A diversidade de cores de poacutelen trazida pelas forrageiras no iniacutecio da manhatilde indica

uma ampla disponibilidade de alimento que a flores oferecem nesse periacuteodo do dia

bem como a eficiecircncia das forrageiras em selecionar essas flores

De acordo com as observaccedilotildees que foram realizadas no estudo as abelhas T

angustula podem ter suas atividades influenciadas pelo clima Uma vez que foi

observado que no periacuteodo de inverno em que as temperaturas satildeo mais baixas

elas comeccedilavam a realizar suas funccedilotildees nos horaacuterios com as temperaturas mais

altas

A divisatildeo de trabalho entre forrageadoras operaacuterias de limpeza e de defesa

observado nessa espeacutecie indica o comportamento altamente social dos Meliponini

O mecanismo de defesa observado em T angustula entre guardas pairando e em

peacute pode indicar uma caracteriacutestica de complementaridade na defesa do ninho uma

vez que durante as observaccedilotildees os dois tipos de guardas sempre se fizeram

presentes O que mostra que mesmo com o atrofiamento do ferratildeo os indiviacuteduos

desenvolveram estrateacutegias para a defesa contra invasores

Foi comum observar a presenccedila de revoadas nos ninhos entre as Jataiacutes Este

comportamento em geral eacute comum para o desenvolvimento (sobrevivecircncia) da

colocircnia No caso dos ninhos observados apoacutes as revoadas eles foram

desaparecendo Este fato pode indicar um baixo iacutendice de recursos troacuteficos para

essas abelhas dentro do campus pois ao inveacutes dos ninhos se manterem ou

aumentarem em quantidade ao longo das observaccedilotildees eles desapareceram

O levantamento das flores visitadas por T angustula indicou um comportamento

generalista desta espeacutecie em visitar uma grande variedade de plantas o que mostra

sua importacircncia para garantir a variabilidade dessas plantas

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Esse levantamento tambeacutem indicou que a polinizaccedilatildeo realizada por elas foi

predominante em plantas exoacuteticas O que pode refletir a deficiecircncia na quantidade

de plantas nativas melitoacutefilas na aacuterea de estudo

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Page 59: FACULDADE CATÓLICA SALESIANA DO ESPÍRITO SANTO … · No grupo dos Apinae está à tribo dos Meliponini, conhecidas como abelhas indígenas sem ferrão por possuir seu ferrão atrofiado

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5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS Sendo este a primeira pesquisa com abelhas em compus no Espiacuterito Santo Foi

observado que a distribuiccedilatildeo dos ninhos encontrados apresentou-se uniforme

Todos os ninhos estavam instalados em paredes e pisos de concreto o que indica

seu potencial de adaptabilidade agraves condiccedilotildees antroacutepicas

A diversidade de cores de poacutelen trazida pelas forrageiras no iniacutecio da manhatilde indica

uma ampla disponibilidade de alimento que a flores oferecem nesse periacuteodo do dia

bem como a eficiecircncia das forrageiras em selecionar essas flores

De acordo com as observaccedilotildees que foram realizadas no estudo as abelhas T

angustula podem ter suas atividades influenciadas pelo clima Uma vez que foi

observado que no periacuteodo de inverno em que as temperaturas satildeo mais baixas

elas comeccedilavam a realizar suas funccedilotildees nos horaacuterios com as temperaturas mais

altas

A divisatildeo de trabalho entre forrageadoras operaacuterias de limpeza e de defesa

observado nessa espeacutecie indica o comportamento altamente social dos Meliponini

O mecanismo de defesa observado em T angustula entre guardas pairando e em

peacute pode indicar uma caracteriacutestica de complementaridade na defesa do ninho uma

vez que durante as observaccedilotildees os dois tipos de guardas sempre se fizeram

presentes O que mostra que mesmo com o atrofiamento do ferratildeo os indiviacuteduos

desenvolveram estrateacutegias para a defesa contra invasores

Foi comum observar a presenccedila de revoadas nos ninhos entre as Jataiacutes Este

comportamento em geral eacute comum para o desenvolvimento (sobrevivecircncia) da

colocircnia No caso dos ninhos observados apoacutes as revoadas eles foram

desaparecendo Este fato pode indicar um baixo iacutendice de recursos troacuteficos para

essas abelhas dentro do campus pois ao inveacutes dos ninhos se manterem ou

aumentarem em quantidade ao longo das observaccedilotildees eles desapareceram

O levantamento das flores visitadas por T angustula indicou um comportamento

generalista desta espeacutecie em visitar uma grande variedade de plantas o que mostra

sua importacircncia para garantir a variabilidade dessas plantas

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Esse levantamento tambeacutem indicou que a polinizaccedilatildeo realizada por elas foi

predominante em plantas exoacuteticas O que pode refletir a deficiecircncia na quantidade

de plantas nativas melitoacutefilas na aacuterea de estudo

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Esse levantamento tambeacutem indicou que a polinizaccedilatildeo realizada por elas foi

predominante em plantas exoacuteticas O que pode refletir a deficiecircncia na quantidade

de plantas nativas melitoacutefilas na aacuterea de estudo

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lthttpwwwseerufubrindexphpbiosciencejournalarticleviewArticle6420gt Acesso em 25 Out 2014 SOUZA Solon G X et al As abelhas sem ferratildeo (Apidae Meliponina) residentes no Campus Federaccedilatildeo Ondina da Universidade Federal da Bahia Salvador Bahia Brasil Candombaacute ndash Revista Virtual Bahia v 1 n 1 p 57-69 2005 Disponiacutevel em lthttprevistasunijorgeedubrcandomba2005-v1n1pdfsEdinaldoNeves2005v1n1pdfgt Acesso em 10 Abr 2014 SOUZA Samira M Mapeamento e Avaliaccedilatildeo da vegetaccedilatildeo urbana da cidade de Vitoacuteria ndash ES utilizando geotecnologias 2011 140 f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Ciecircncias Florestais) ndash Universidade Federal do espiacuterito santo Vitoacuteria 2011

STUCH Ana Luacutecia P B Estrutura de Populaccedilatildeo em Abelhas Jataiacute (Tetragonisca angustulaLetreille) por meio de Isoenzimas 2006 48 f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Zootecnia) ndash Centro de Ciecircncias Agraacuterias Universidade Estadual de Maringaacute Maringaacute 2006 TAURA Hilda M LAROCA Sebastiatildeo Abelhas Altamente Social ( Apidae) de uma Aacuterea Restrita em Curitiba (Brasil) Distribuiccedilatildeo dos Ninhos e Abundacircncia Relativa Acta Bioloacutegica ParaenseParanaacute n 20 p 85-101 1991 TEIXEIRA Alex FR VIANA Blandina F NEVES Edinaldo L Conhecendo as Abelhas Residentes em salvador Bahia Brasil ( Apidae Meliponinae) Uma Abordagem Preliminar In Encontro Sobre Abelhas Ribeiratildeo Preto Satildeo Paulo- Brasil 4 2000 Ribeiratildeo Prerto Anais do IV Encontro sobre Abelhas Ribeiratildeo Preto USP Ribeiratildeo Preto FFCLRP 2000 p 298 TOLEDO Vagner A A et al Plants and Pollinating Bees in Maringaacute State of Paranaacute BrazilBrazilian Archives of Biology an Technology Curitiba v 46 n 4 2003 Disponiacutevel emlthttpwwwscielobrscielophppid=S1516-89132003000400025ampscript=sci_arttextgt Acesso em 18 Ago 2014 ULIANElisaine L et al Fluxo de coleta de recursos de trecircs espeacutecies de abelhas sem ferratildeo (Apidae Meliponinae) no Municiacutepio de AltamiraPA In 59 Reuniatildeo Anual da SBPC 59 2007 Paranaacute Sociedade Brasileira par o Progresso da Ciecircncia Paranaacute UFPA 2007 Disponiacutevel em lthttpwwwsbpcnetorgbrlivro59ralivroeletronicoresumosR3510-1htmlgt Acesso em 28 Out 2014 VENTURIERI Giorgio C et al Meliponicultura no Brasil Situaccedilatildeo Atual e Perspectivas Futuras para o uso na Polinizaccedilatildeo Agriacutecola In Imperariz-Fonseca Vera L et al Polinizadores no Brasil Contribuiccedilatildeo e Perspectiva para a Biodiversidade uso Sustentaacutevel Conservaccedilatildeo e Serviccedilos Ambientais Satildeo Paulo Editora da Universidade de satildeo Paulo 2012 p 213-236 WINSTON Mark L MICHENER Charles D Dual originofhighly social behavioramongbees Proceedings of the National Academy of SciencesKansas v 74 n 3 p 1135-1137 1977Disponiacutevel em lthttpwwwpnasorgcontent7431135fullpdf+htmlgt Acesso em 15 out 2014

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WITTMANN D Arial defense of the nest by workers of the stingless bee Trigona (Tetragonisca) angustula (Latreille) (Hymenoptera Apidae) Behavioral Ecology and Sociobiology Germany v 16 1985Disponiacutevelem lthttplinkspringercomarticle101007BF00295143page-1gt Acessoem 15 Set 2014 ZWEDEN Jelle S V et al Hovering guards of the stingless bee Tetragonisca angustula increase colony defensive perimeter as shown by intra and inter-specific comparisons BehavioralEcologySociobiology Ingland v 65 2011 Disponiacutevel em lthttplinkspringercomarticle101007s00265-011-1141-2gt Acesso em 10 Set 2014

Page 67: FACULDADE CATÓLICA SALESIANA DO ESPÍRITO SANTO … · No grupo dos Apinae está à tribo dos Meliponini, conhecidas como abelhas indígenas sem ferrão por possuir seu ferrão atrofiado

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STUCH Ana Luacutecia P B Estrutura de Populaccedilatildeo em Abelhas Jataiacute (Tetragonisca angustulaLetreille) por meio de Isoenzimas 2006 48 f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Zootecnia) ndash Centro de Ciecircncias Agraacuterias Universidade Estadual de Maringaacute Maringaacute 2006 TAURA Hilda M LAROCA Sebastiatildeo Abelhas Altamente Social ( Apidae) de uma Aacuterea Restrita em Curitiba (Brasil) Distribuiccedilatildeo dos Ninhos e Abundacircncia Relativa Acta Bioloacutegica ParaenseParanaacute n 20 p 85-101 1991 TEIXEIRA Alex FR VIANA Blandina F NEVES Edinaldo L Conhecendo as Abelhas Residentes em salvador Bahia Brasil ( Apidae Meliponinae) Uma Abordagem Preliminar In Encontro Sobre Abelhas Ribeiratildeo Preto Satildeo Paulo- Brasil 4 2000 Ribeiratildeo Prerto Anais do IV Encontro sobre Abelhas Ribeiratildeo Preto USP Ribeiratildeo Preto FFCLRP 2000 p 298 TOLEDO Vagner A A et al Plants and Pollinating Bees in Maringaacute State of Paranaacute BrazilBrazilian Archives of Biology an Technology Curitiba v 46 n 4 2003 Disponiacutevel emlthttpwwwscielobrscielophppid=S1516-89132003000400025ampscript=sci_arttextgt Acesso em 18 Ago 2014 ULIANElisaine L et al Fluxo de coleta de recursos de trecircs espeacutecies de abelhas sem ferratildeo (Apidae Meliponinae) no Municiacutepio de AltamiraPA In 59 Reuniatildeo Anual da SBPC 59 2007 Paranaacute Sociedade Brasileira par o Progresso da Ciecircncia Paranaacute UFPA 2007 Disponiacutevel em lthttpwwwsbpcnetorgbrlivro59ralivroeletronicoresumosR3510-1htmlgt Acesso em 28 Out 2014 VENTURIERI Giorgio C et al Meliponicultura no Brasil Situaccedilatildeo Atual e Perspectivas Futuras para o uso na Polinizaccedilatildeo Agriacutecola In Imperariz-Fonseca Vera L et al Polinizadores no Brasil Contribuiccedilatildeo e Perspectiva para a Biodiversidade uso Sustentaacutevel Conservaccedilatildeo e Serviccedilos Ambientais Satildeo Paulo Editora da Universidade de satildeo Paulo 2012 p 213-236 WINSTON Mark L MICHENER Charles D Dual originofhighly social behavioramongbees Proceedings of the National Academy of SciencesKansas v 74 n 3 p 1135-1137 1977Disponiacutevel em lthttpwwwpnasorgcontent7431135fullpdf+htmlgt Acesso em 15 out 2014

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WITTMANN D Arial defense of the nest by workers of the stingless bee Trigona (Tetragonisca) angustula (Latreille) (Hymenoptera Apidae) Behavioral Ecology and Sociobiology Germany v 16 1985Disponiacutevelem lthttplinkspringercomarticle101007BF00295143page-1gt Acessoem 15 Set 2014 ZWEDEN Jelle S V et al Hovering guards of the stingless bee Tetragonisca angustula increase colony defensive perimeter as shown by intra and inter-specific comparisons BehavioralEcologySociobiology Ingland v 65 2011 Disponiacutevel em lthttplinkspringercomarticle101007s00265-011-1141-2gt Acesso em 10 Set 2014

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WITTMANN D Arial defense of the nest by workers of the stingless bee Trigona (Tetragonisca) angustula (Latreille) (Hymenoptera Apidae) Behavioral Ecology and Sociobiology Germany v 16 1985Disponiacutevelem lthttplinkspringercomarticle101007BF00295143page-1gt Acessoem 15 Set 2014 ZWEDEN Jelle S V et al Hovering guards of the stingless bee Tetragonisca angustula increase colony defensive perimeter as shown by intra and inter-specific comparisons BehavioralEcologySociobiology Ingland v 65 2011 Disponiacutevel em lthttplinkspringercomarticle101007s00265-011-1141-2gt Acesso em 10 Set 2014