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Factores chave nas instalações da UPS Índice Utilizar este guia.............................................................. 2 Descrição geral nas soluções de protecção................. 4 Soluções de protecção de potência .....................................................4 Software e serviços incluídos ...............................................................5 UPSs em instalações eléctricas..................................... 6 Função de cada componente na instalação .........................................6 Parâmetros essenciais da instalação ..................................................7 Fontes de informação na configuração as especificações da instalação ........................................................................................8 Noções básicas em instalações com UPSs .................. 9 Necessidade de potência de alta qualidade e elevada disponibilidade 9 Sistemas de alimentação com UPSs ...................................................10 Qualidade da potência da UPS ............................................................11 Disponibilidade da potência da UPS ....................................................13 Selecção da configuração ....................................................................17 Cálculos da potência ...................................................... 18 Elementos necessários para os cálculos da potência ..........................18 Classificações das configurações da UPS simples ..............................20 Classificações das configurações da UPS paralela .............................23 Controlo das harmónicas a montante ........................... 26 UPSs e correntes harmónicas a montante para diferentes rectificadores de entrada ......................................................................26 Filtragem das harmónicas a montante para os rectificadores em ponte de Graetz..............................................................................27 Selecção de um filtro ............................................................................29 Esquemas de ligação à terra do sistema ...................... 32 Informação antecedente sobre os esquemas de ligação à terra do sistema .................................................................................................32 Aplicações nas instalações da UPS .....................................................35 Protecção ......................................................................... 39 Protecção utilizando disjuntores ...........................................................42 Selecção dos disjuntores .....................................................................42 Cabos .............................................................................. 47 Selecção dos tamanhos do cabos........................................................47 Exemplo de uma instalação .................................................................48 Armazenamento de energia .......................................... 49 Tecnologias de armazenamento ..........................................................49 Selecção de uma bateria ......................................................................50 Monitorização da bateria ......................................................................51 Comunicação e interface homem-máquina ................. 53 Interface homem-máquina (HMI)..........................................................53 Comunicação .......................................................................................53 Trabalho preliminar ........................................................ 56 Considerações sobre instalação ..........................................................56 Sala da bateria .....................................................................................57 Schneider Electric 09/2015 edition p. 1

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Factores chave nas instalações da UPS

Índice Utilizar este guia .............................................................. 2 Descrição geral nas soluções de protecção................. 4

Soluções de protecção de potência .....................................................4 Software e serviços incluídos ...............................................................5

UPSs em instalações eléctricas ..................................... 6 Função de cada componente na instalação .........................................6 Parâmetros essenciais da instalação ..................................................7 Fontes de informação na configuração as especificações da instalação ........................................................................................8

Noções básicas em instalações com UPSs .................. 9 Necessidade de potência de alta qualidade e elevada disponibilidade 9 Sistemas de alimentação com UPSs ...................................................10 Qualidade da potência da UPS ............................................................11 Disponibilidade da potência da UPS ....................................................13 Selecção da configuração ....................................................................17

Cálculos da potência ...................................................... 18 Elementos necessários para os cálculos da potência ..........................18 Classificações das configurações da UPS simples ..............................20 Classificações das configurações da UPS paralela .............................23

Controlo das harmónicas a montante ........................... 26 UPSs e correntes harmónicas a montante para diferentes rectificadores de entrada ......................................................................26 Filtragem das harmónicas a montante para os rectificadores em ponte de Graetz ..............................................................................27 Selecção de um filtro ............................................................................29

Esquemas de ligação à terra do sistema ...................... 32 Informação antecedente sobre os esquemas de ligação à terra do sistema .................................................................................................32 Aplicações nas instalações da UPS .....................................................35

Protecção ......................................................................... 39 Protecção utilizando disjuntores ...........................................................42 Selecção dos disjuntores .....................................................................42

Cabos .............................................................................. 47 Selecção dos tamanhos do cabos ........................................................47 Exemplo de uma instalação .................................................................48

Armazenamento de energia .......................................... 49 Tecnologias de armazenamento ..........................................................49 Selecção de uma bateria ......................................................................50 Monitorização da bateria ......................................................................51

Comunicação e interface homem-máquina ................. 53 Interface homem-máquina (HMI) ..........................................................53 Comunicação .......................................................................................53

Trabalho preliminar ........................................................ 56 Considerações sobre instalação ..........................................................56 Sala da bateria .....................................................................................57

Schneider Electric 09/2015 edition p. 1

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Necessidades crescentes de potência de alta qualidade e elevada disponibilidade Os problemas relacionados com a qualidade e disponibilidade da potência eléctrica tornaram-se extremamente importantes devido ao papel chave dos computadores e da electrónica no desenvolvimento de muitas aplicações críticas. As perturbações nos sistemas de distribuição (micro interrupções de energia, interrupções de energia, sobretensões, etc.) podem causar perdas importantes ou situações perigosas de segurança numa variedade de actividades, como por exemplo: • Indústrias sensíveis ao processo, em que uma falha nos sistemas de controlo/monitorização podem resultar em perdas de produção. • Aeroportos e hospitais, em que o mau funcionamento do equipamento pode representar um perigo grave para a vida humana. • Tecnologias de informação e comunicação, em que o nível necessário de fiabilidade e dependência é ainda maior. Centros de dados necessitam de potência 24 horas por dia e 365 dias por ano, sem interrupções e de alta qualidade, ano após ano e sem pausas para manutenção. Agora, os sistemas de protecção UPS são parte integrante da cadeia de valores de muitas empresas. O seu nível de disponibilidade e qualidade de potência tem um efeito directo na continuidade das operações. A produtividade, a qualidade dos produtos e serviços, a capacidade de concorrência da empresa e segurança do local dependem do funcionamento regular da UPS. A falha não é uma opção. Schneider Electric – uma solução completa que cobre todas as necessidades Schneider Electric oferece uma gama completa de soluções de protecção de potência para satisfazer as necessidades de todas as aplicações sensíveis. Estas soluções implementam a tecnologia mais avançada de integração de produtos e software de comunicação, que oferecem os níveis de fiabilidade mais elevados. São suportadas por serviços completos baseados em conhecimentos únicos, presença mundial e utilização das técnicas e tecnologias mais avançadas. A Global ServicesTM, com 40 anos de experiência em instalações no local do cliente, acompanha a instalação através do ciclo de vida, desde a concepção, o arranque, o funcionamento até às actualizações, sempre que forem necessárias. As fontes de alimentação ininterruptas (UPSs) são obviamente uma parte vital destas soluções. Fornecem potência contínua de alta qualidade e elevada disponibilidade com interfaces incorporadas e avançadas de comunicação que são compatíveis com ambientes informáticos e electrónicos Geralmente são utilizadas em conjunto com outros produtos de comunicação, como condicionadores harmónicos, comutadores de transferência, quadros de distribuição, sistemas de monitorização de bateria e software de supervisão. No geral, esta oferta fornece uma resposta completa e eficiente aos problemas de protecção que resultam nas instalações sensíveis. Em relação aos centros de dados, as soluções a pedido integram a infra-estrutura física, incluindo prateleiras do servidor, UPSs, distribuição eléctrica, arrefecimento e segurança em conjunto com o software associado. Um guia para dar assistência aos profissionais que lidam com instalações eléctricas para aplicações críticas A Schneider Electric disponibilizou uma grande parte do seu know-how neste guia de concepção. O seu objectivo é dar assistência na concepção e instalação de soluções completas e optimizadas de protecção de potência, desde a rede de distribuição de energia eléctrica pública até à carga final, de acordo com os requisitos de qualidade e disponibilidade das suas aplicações críticas. Destina-se a todos os profissionais que lidam com este tipo de instalação, incluindo: • Empresas de engenharia e escritórios de concepção independentes, • Departamento de concepção do utilizador final, • Instaladores, • Gestores de projecto, • Directores de instalação, • Directores de sistemas informáticos, • Directores financeiros e de compras.

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Estrutura deste documento

Localizar informações Pode localizar as informações de várias formas: • O índice geral no início do guia, • A descrição geral nas páginas 4 e 5 do capítulo “Factores chave na instalação da UPS”, que apresenta os produtos, os sistemas de comunicação, o software e os serviços todos incluídos nas soluções de protecção.

Capítulos • O capítulo “Factores chave na instalação da UPS” apresenta nas páginas 6 e 7 o papel das UPSs nas instalações eléctricas e indica os parâmetros principais que se podem ter em consideração. A parte restante do capítulo orienta-o através do processo de selecção de uma solução, determinando os elementos principais de uma instalação com uma UPS. • O capítulo “Selecção da configuração da UPS” apresenta vários exemplos práticos para seleccionar uma configuração, desde uma unidade UPS simples até instalações que oferecem níveis de disponibilidade excepcionalmente elevados. • O capítulo “Eliminar correntes harmónicas” apresenta soluções para eliminar correntes harmónicas em instalações. • O capítulo “Revisão técnica” disponibiliza informação técnica precedente para dispositivos e noções mencionadas noutras partes do guia. Finalmente, para facilitar a preparação dos projectos:

Referências cruzadas Os vários capítulos incluem referências cruzadas (indicadas pelo símbolo ) a outras partes do guia de concepção apresentando informações mais profundas sobre tópicos específicos. As referências aos artigos técnicos (Notas de Aplicação - NA) são indicadas pelo seguinte símbolo juntamente com o número das Notas de Aplicação em questão.

Ver nº NA

Capítulo 1: Factores chave na instalação da UPS Capítulo 2 : Selecção da configuração da UPS Capítulo 3 : Eliminar correntes harmónicas Capítulo 5 : Revisão técnica

Descrição geral das soluções de protecção

Soluções de protecção de potência

Fig. 1.1. Produtos Schneider Electric.

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Descrição geral das soluções de protecção

Software e serviços incluídos

Fig. 1.2. Software e serviços Schneider Electric.

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UPSs em instalações eléctricas

Função de cada componente na instalação

Fig. 1.3. Funções dos componentes nas instalações com UPSs.

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UPSs em instalações eléctricas (cont.)

Parâmetros essenciais da instalação

Fig. 1.4. Parâmetros principais dos componentes nas instalações com UPSs.

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UPSs em instalações eléctricas (cont.)

Fontes de informação na configuração as especificações da instalação Os diagramas nas páginas anteriores disponibilizam uma descrição geral dos componentes e vários parâmetros nas instalações com UPSs. É essencial neste momento aprofundar os detalhes. A tabela abaixo indica: ● a ordem pela qual os assuntos são apresentados neste capítulo ● as escolhas a fazer ● o objectivo de cada decisão com a indicação das páginas relativas aos elementos relevantes neste capítulo ● onde se pode localizar informações adicionais noutros capítulos deste guia de concepção.

Escolhas Objectivo Ver Informações adicionais VerArquitectura única ou múltipla e configuração das fontes da UPS

Determinar a arquitectura de instalação e a configuração da UPS mais adequada aos requisitos em termos de energia, disponibilidade, actualizações, funcionamento e orçamento.

Selecção da configuração da

UPS

Exemplos e comparação de 13 instalações típicas, desde unidades simples a arquitecturas de elevada disponibilidade.

Selecção da configuração da UPS p.5

Fornecimento de cargas sensíveis. Revisão técnica

p.2Configurações da UPS. Revisão

técnica p.23

Conjuntos de geradores a motor. Revisão técnica

p.35Potência nominal da UPS

Determinar a classificação da unidade UPS ou unidades paralelas (para redundância ou capacidade) necessárias, tendo em conta o sistema de distribuição e características da carga.

Factores chave nas instalações

da UPS p.17

Constituição e funcionamento da UPS. Revisão técnica p. 14

Controlo das harmónicas a montante

Reduzir a distorção de tensão nos terminais a montante para níveis aceitáveis, dependendo das possíveis fontes de alimentação para fornecer o sistema UPS.

Factores chave nas instalações

da UPS p. 24

Eliminação das harmónicas nas instalações.

Eliminar correntes

harmónicasHarmónicas Revisão

técnica p. 38

Esquemas de ligação à terra do sistema

Garantir a conformidade da instalação com as normas aplicáveis em relação à segurança da vida e propriedade e funcionamento correcto dos dispositivos. Quais os esquemas de ligação à terra do sistema necessários para as aplicações?

Factores chave nas instalações

da UPS p. 30

Protecção a jusante e a montante utilizando disjuntores

Determinar a capacidade de interrupção e as classificações dos disjuntores a montante e a jusante da UPS, resolver quaisquer problemas de discriminação.

Factores chave nas instalações

da UPS p. 35

Ligações Limitar as quedas de tensão e aumento de temperaturas nos cabos, bem como a distorção harmónica nas entradas de carga.

Factores chave nas instalações

da UPS p. 43

Bateria Funcionamento com a potência da bateria (tempo de reserva) deve durar o tempo suficiente para satisfazer os requisitos do utilizador.

Factores chave nas instalações

da UPS p. 45

Soluções de armazenamento de energia e baterias.

Revisão técnica p. 31

Comunicação Definir a comunicação da UPS com o ambiente informático e eléctrico.

Factores chave nas instalações

da UPS p. 49

Trabalho preliminar (se existir)

O trabalho de construção e ventilação tem de ser planeado, principalmente se existir uma sala de bateria especial.

Revisão técnica p. 51

Normas Ter em consideração as principais normas aplicáveis da UPS.

Revisão técnica p. 33

Compatibilidade electromagnética Revisão técnica p. 26

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Noções básicas em instalações com UPSs (cont.)

Necessidade de potência de alta qualidade e elevada disponibilidade

Perturbações na potência do sistema de distribuição Os serviços da rede de distribuição de energia eléctrica pública e privada fornecem electricidade, cuja qualidade pode ser reduzida devido a várias perturbações. Estas perturbações são inevitáveis devido às distâncias envolvidas e à grande variedade de cargas relacionadas. A origem das perturbações inclui: • o próprio sistema de distribuição (condições atmosféricas, acidentes, mudança de dispositivos de protecção ou controlo, etc.), • O equipamento do utilizador (motores, dispositivos que podem provocar falhas, como fornos de arco, máquinas de soldagem, sistemas de electrónica, etc.). Estas perturbações incluem micro interrupções de energia, sobretensões, variações de frequência, harmónicas, ruído de AF, oscilações, etc. até interrupções maiores.

Perturbações na potência do sistema de distribuição, ver Capítulo 5 p.3.

Requisitos das cargas sensíveis O equipamento digital (computadores, sistemas de telecomunicação, instrumentos, etc.) utiliza microprocessadores que funcionam a frequências de vários megas ou, até mesmo, gigas Hertz, ou seja, suportam milhões ou biliões de operações por segundo. Uma perturbação no fornecimento de electricidade que dure poucos milisegundos pode afectar milhares ou milhões de operações básicas. O resultado pode ser mau funcionamento e perda de dados com consequências perigosas (por exemplo, aeroportos e hospitais) ou com consequências dispendiosas (por exemplo, perda de produção). É esta a razão pela qual muitas cargas, denominadas cargas sensíveis ou críticas, necessitam de um fornecimento que esteja protegido contra perturbações do sistema de distribuição. Exemplos: • processos industriais e os respectivos sistemas de controlo/monitorização – risco de perdas de produção. • aeroportos e hospitais – riscos de segurança para as pessoas. • tecnologias de informação e comunicação – risco de pausas no processamento a um elevado custo à hora. Muitos fabricantes de equipamento sensível especificam tolerâncias muito rigorosas (mais rigorosas do que o sistema de distribuição) para o fornecimento do seu equipamento, um dos exemplos e a CBEMA (Computer Business Equipment Manufacturer’s Association) para equipamento informático.

Cargas sensíveis, ver Revisão técnica p. 2 "Fornecimento de cargas sensíveis". Custos incorridos pela qualidade da potência eléctrica Mais de 50% das falhas de cargas críticas devem-se ao fornecimento de electricidade e o custo da inactividade à hora para as aplicações correspondentes geralmente é muito elevado (fig. 1.5). Desta forma, é essencial para a economia moderna, que está cada vez mais dependente das tecnologias digitais, resolver os problemas que afectam a qualidade e a disponibilidade da potência fornecida pelo sistema de distribuição quando se destina a cargas sensíveis.

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Noções básicas em instalações com UPSs (cont.)

Humanerror

Supplyproblems

Equipmentfailure

Nuisance tripping(circuit breaker, etc.)

15 %

20 %

20 %

45 %

Exemplos de custos das falhas à hora ● telemóveis – 40 mil Euros. ● sistemas de reservas aéreas – 90 mil Euros. ● transacções de cartões de crédito –2,5 milhões de Euros. ● linha de montagem automóvel - 6 milhões de Euros ● transacções da bolsa de valores – 6,5 milhões de Euros.

Fig. 1.5. Origem e custo das falhas dos sistemas devido ao fornecimento de electricidade.

Sistemas de alimentação com UPSs

Objectivo das UPSs As UPSs (fonte de alimentação ininterrupta) foram concebidas para satisfazer as necessidades apresentadas acima. Lançadas pela primeira vez nos anos 70, a sua importância tem vindo a crescer em conjunto com o desenvolvimento das tecnologias digitais. As UPSs são dispositivos eléctricos posicionados entre o sistema de distribuição e as cargas sensíveis. Fornecem potência muito mais fiável do que o sistema de distribuição e que corresponde às necessidades das cargas sensíveis em termos de qualidade e disponibilidade.

UPSs, ver Revisão técnica p. 4 "A solução UPS".

Tipos de UPSs O termo UPS abrange produtos com potências nominais aparentes, desde poucas centenas de VA até vários MVA, implementando diferentes tecnologias. É essa a razão pela qual a norma IEC 62040-3 e a norma equivalente europeia ENV 62040-3 define três tipos padrão (topologias) de UPS. As tecnologias da UPS incluem: • Estado em espera passivo, • Interacção com o sistema de distribuição, • Conversão dupla. Para as potências nominais baixas (< 2 kVA), as três tecnologias coexistem. Para as potências nominais superiores, praticamente todas as UPSs (por exemplo, componentes semicondutores de implementação, IGBTs) implementam a tecnologia de conversão dupla. As UPSs rotativas (com peças mecânicas rotativas, por exemplo volantes) não estão incluídas nos padrões e permanecem à margem no mercado.

Tipos de UPSs, ver Revisão técnica p. 9 "Tipos de UPSs estáticas". UPSs estáticas de conversão dupla Este é praticamente o único tipo de UPS utilizado em instalações de elevada potência devido às suas vantagens exclusivas em relação aos outros tipos. • regeneração completa da potência fornecida à saída, • isolamento total da carga do sistema de distribuição e das suas perturbações, • sem intervalo de transferência (quando aplicável) para uma linha bypass. • O princípio de funcionamento (fig. 1.6) é apresentado abaixo. • durante o funcionamento normal, o rectificador/carregador altera a potência de entrada de CA para potência de CC para alimentar um inversor e efectuar o carregamento flutuante da bateria. • o inversor regenera completamente um sinal sinusoidal, repondo a potência de CC em potência de CA, livre de todas as perturbações e dentro das tolerâncias rigorosas de amplitude e frequência. • se a potência de entrada de CA falhar, a bateria fornece a potência exigida pelo inversor durante um período de tempo de reserva especificado. • um bypass estático pode transferir a carga sem uma quebra no fornecimento da potência a uma linha de bypass para continuar a fornecer a

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Noções básicas em instalações com UPSs (cont.)

carga se for necessário (falha interna, curto-circuito, manutenção). Esta concepção de “tolerância a falhas” possibilita continuar a fornecer potência à carga no “modo de redução” (a potência não transita para o inversor) durante o período de tempo necessário para reestabelecer as condições normais.

UPSs de conversão dupla, ver Revisão técnica p. 14 "Componentes e funcionamento".

Fig. 1.6. UPS estática de conversão dupla

Qualidade da potência das UPSs de conversão dupla Qualidade da potência da

UPS Por predefinição, as UPSs de estado sólido e conversão dupla fornecem às cargas ligadas um sinal sinusoidal que: • é de alta qualidade porque é regenerado e regulado de forma contínua (amplitude ± 1%, frequência ± 0,5% • não tem perturbações resultantes do sistema de distribuição (devido à conversão dupla) e, especialmente , das micro interrupções e interrupções (devido à bateria). Este nível de qualidade tem de ser garantido, independentemente do tipo de carga. Qualidade da tensão para cargas lineares O que é uma carga linear? Uma carga linear fornecida com uma tensão sinusoidal transporta uma corrente sinusoidal com a mesma frequência do que a tensão. A corrente pode ser deslocada (ângulo ϕ) em relação à tensão (fig. 1.7). Exemplos de cargas lineares Muitas cargas são lineares, incluindo as lâmpadas padrão, unidades de aquecimento, cargas resistivas, motores, transformadores, etc. Não têm quaisquer componentes electrónicos, apenas resistências (R), indutores (L) e condensadores (C). UPSs e cargas lineares Para este tipo de carga, o sinal de saída da UPS é de elevada qualidade, ou seja, a tensão e a corrente são perfeitamente sinusoides, 50 ou 60 Hz.

Carga puramente resistiva Carga com indutor e/ou condensador

Fig. 1.7. Tensão e corrente para cargas lineares- Qualidade da tensão para cargas não lineares O que é uma carga não linear? Uma carga não linear (ou com distorção) fornecida com uma tensão sinusoidal transporta uma corrente periódica que tem a mesma frequência do que a tensão, mas não é sinusoidal. A corrente absorvida pela carga é, na verdade, a combinação (fig. 1.8) de: • uma corrente sinusoidal denominada a fundamental, à frequência de 50 ou 60 Hz.

Schneider Electric 09/2015 edition p. 11

Noções básicas em instalações com UPSs (cont.)

• Harmónicas, que são correntes sinusoides com uma amplitude inferior da fundamental, mas a uma frequência que é múltipla da fundamental e que define a ordem harmónica (por exemplo, a Terceira ordem harmónica tem uma frequência 3 x 50 Hz (ou 60 Hz) e a quinta ordem harmónica tem uma frequência 5 x 50 Hz (ou 60 Hz)). As correntes harmónicas são causadas pela presença dos componentes electrónicos (por exemplo, díodos, SCRs, IGBTs) que mudam a corrente de entrada. Exemplos de cargas não lineares As cargas não lineares incluem todas que têm uma fonte de alimentação no modo de comutador à entrada para fornecer os componentes electrónicos (por exemplo, computadores, unidades de velocidade variável, etc.).

Efeito das harmónicas (H3 e H5 neste

exemplo).

Tensão e corrente absorvidas por uma fonte de alimentação monofásica e no modo de comutador (computadores).

Fig. 1.8. A corrente absorvida por cargas não lineares é distorcida pelas harmónicas. O espectro harmónico da corrente absorvida por uma carga não linear A análise harmónica de uma corrente não linear consiste em determinar (fig. 1.9): • as ordens harmónicas presentes na corrente, • a importância relativa de cada ordem, medida como a percentagem da ordem.

Hk% = distorção da harmónica k = rms valueof harmonick

rms valueof thefundamental

Distorção harmónica da tensão e corrente As cargas não lineares causam harmónicas da tensão e corrente. Porque para cada harmónica de corrente existe uma harmónica de tensão com a mesma frequência. A tensão sinusoidal de 50 Hz (ou 60 Hz) da UPS é distorcida pelas harmónicas. A distorção de um senóide é apresentada como uma percentagem.

THD* % = distorção total = rms value of all theharmonic krms value of the fundamental

* Distorção Harmónica Total. Os seguintes valores estão definidos: • TDHU % para a tensão, com base nas harmónicas de tensão, • TDHI % para a corrente, com base nas harmónicas de corrente (fig. 1.9). Quanto maior for o conteúdo da harmónica, maior é a distorção. Na prática, a distorção na corrente absorvida pela carga é muito superior (THDI aproximadamente de 30%) do que a da tensão à entrada (THDI aproximadamente de 30%)

Corrente de entrada de um rectificador trifásico.

Níveis de distorção harmónica

H5 = 33% H7 = 2,7%

H11 = 7,3% H13 = 1,6% H17 = 2,6% H19 = 1,1% H23 = 1,5% H25 = 1,3%

THDI = 35% (ver cálculo cáp. 5, p. 41) Espectro harmónico e THDI correspondente.

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Noções básicas em instalações com UPSs (cont.)

Fig. 1.9. Exemplo do espectro harmónico da corrente absorvida por uma carga não linear.

Cargas não lineares, ver "Eliminação das harmónicas nas instalações" e Revisão técnica p. 38 "Harmónicas". UPSs e cargas não lineares As harmónicas afectam a tensão sinusoidal na saída da UPS. A distorção excessiva pode perturbar as cargas lineares ligadas em paralelo na saída, principalmente aumentando a corrente que transportam (aumento da temperatura). Para manter a qualidade da tensão de saída da UPS, é necessário limitar a sua distorção (THDU), por exemplo, limitar as harmónicas de corrente que produzem distorção de tensão. Particularmente, é necessário que a impedância (na saída da UPS e nos cabos que fornecem a carga) permaneça reduzida. Limitar a distorção da tensão de saída Devido à técnica de corte da frequência, a impedância da saída das UPSs da Schneider Electric é muito baixa, independentemente da frequência (por exemplo, independentemente da ordem harmónica). Esta técnica elimina praticamente toda a distorção na tensão de saída no fornecimento de cargas não lineares. A qualidade da tensão de saída é constante, até para cargas não lineares. Na prática, os criadores de instalação têm de: • verificar os valores de saída da UPS em relação a cargas não lineares e, especialmente, garantir que o nível apresentado de distorção, calculado para cargas não lineares padronizadas conforme a norma IEC 62040-3, é muito reduzido (THDU < 2 a 3%), • limitar o comprimento (impedância) dos cabos de saída que fornecem as cargas.

Desempenho da UPS para cargas não lineares, ver Revisão técnica p 43.

Disponibilidade da potência da UPS

O que significa disponibilidade? Disponibilidade de uma instalação eléctrica Disponibilidade é a possível capacidade da instalação para fornecer energia com o nível de qualidade exigido pelas cargas fornecidas. É expressa em percentagem.

Disponibilidade (%) = ( )1 1− ×MTTRMTBF

00

MTTR é o tempo médio para reparar o sistema de fornecimento depois de uma falha (incluindo o tempo para detector a causa da falha, repará-la e iniciar novamente o sistema). MTBF é o tempo médio entre as falhas, por exemplo o tempo em que o sistema de fornecimento consegue garantir o funcionamento correcto das cargas. • Exemplo. Uma disponibilidade de 99,9% (denominada três noves) corresponde a uma hipótese de 99,9% em que o sistema terá as funções necessárias num dado momento. A diferença entre esta probabilidade e 1 (ou seja 1 – 0,999 = 0,001) indica o nível de não disponibilidade (ou seja, uma hipótese entre 1000 que o sistema não terá as funções exigidas num dado momento).

Fig. 1.10. MTTR e MTBF. Qual o significado prático de disponibilidade?

Schneider Electric 09/2015 edition p. 13

Noções básicas em instalações com UPSs (cont.)

Os custos do tempo de inactividade para aplicações críticas são elevados (ver fig. 1.5). Obviamente, estas aplicações têm de permanecer em funcionamento durante o maior tempo possível. O mesmo aplica-se ao fornecimento de electricidade. A disponibilidade da energia fornecida por uma instalação eléctrica corresponde a uma medição estatística (em forma de percentagem) do seu tempo de funcionamento. Os valores de MTBF e MTTR são calculados ou medidos (com base nas observações longas o suficiente) para os componentes. Podem ser utilizados para determinar a disponibilidade da instalação durante o período de tempo. Quais são os factores que contribuem para a disponibilidade? A disponibilidade depende do MTBF e MTTR. • A disponibilidade seria igual a 100% se MTTR fosse igual a zero (reparação instantânea) ou se MTBF fosse infinito (funcionamento sem interrupções). Isto é estatisticamente impossível. • Na prática, quanto menor for MTTR e maior for MTBF, maior é a disponibilidade. Desde "3 noves" a "6 noves" A natureza crítica de muitas aplicações criou a necessidade de níveis muito maiores de disponibilidade da potência eléctrica. • A economia “tradicional” utiliza potência dos serviços da rede de distribuição de energia eléctrica pública. Um sistema de distribuição de qualidade média com segurança HV oferece 99,9% de disponibilidade (3 noves), que corresponde a oito horas de não disponibilidade por ano. • As cargas sensíveis necessitam de fornecimento eléctrico com capacidade em disponibilizar 99,99% de disponibilidade (4 noves), que corresponde a 50 minutos de não disponibilidade por ano. • O equipamento informático e de comunicação em contros de dados necessita de 99,9999% de disponibilidade (6 noves), que corresponde a 30 segundos de não disponibilidade por ano. Este nível é a forma para garantir, sem risco de perda maior financeira, o funcionamento de infraestruturas 24 horas por dia e 365 dias por ano, sem encerramento para manutenção. É um passo para o fornecimento contínuo.

A economia “tradicional” utiliza

energia dos serviços da rede de distribuição de energia eléctrica pública que oferecem 99,9% de disponibilidade, ou seja, 3 noves.

As cargas sensíveis necessitam de um nível de 99,99% de disponibilidade, ou seja, 4 noves.

Os centros de dados necessitam de 99,9999%, ou seja, 6 noves.

Fig. 1.11. Evolução do nível de disponibilidade necessária por aplicações. Como se pode melhorar a disponibilidade? Para melhorar a disponibilidade, é necessário reduzir o MTTR e aumentar o MTBF. Reduzir o MTTR A detecção de falha em tempo real, a análise por especialistas para garantir um diagnóstico exacto e a reparação rápida contribuem para reduzir o MTTR. Estes esforços dependem dos factores chave listados abaixo. Qualidade do serviço • Presença internacional do fabricante. • Disponibilidade internacional dos serviços. • O número, as competências e a experiência das equipas de assistência.

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Noções básicas em instalações com UPSs (cont.)

• A base do produto instalado e a experiência adquirida. • UPSs modulares simples de manter • Os recursos e a proximidade do suporte técnico. • Disponibilidade local de peças sobressalentes originais. • Métodos e ferramentas do fabricante de alto desempenho. • Diagnóstico remoto. • Formação em cursos adaptados às necessidades dos clientes. • Documentação disponível e de qualidade no idioma local.

A Global ServicesTM oferece uma gama completa de serviços de consultadoria, formação e auditoria para disponibilizar aos utilizadores o conhecimento necessário para o funcionamento do sistema, o diagnóstico e a manutenção de nível um.

Global ServicesTM

Reduzir o MTTR Aumentar a disponibilidade

Fig. 1.12. A qualidade dos serviços é um factor essencial na disponibilidade elevada. Capacidades da comunicação da UPS • Interface de fácil utilização para fornecer um diagnóstico simples. • Comunicação com o ambiente informático e eléctrico.

Comunicação e supervisão das UPSs da Schneider Electric, ver . Comunicação da UPS. Aumentar o MTBF Esta meta depende principalmente dos factores listados abaixo. Selecção dos componentes com fiabilidade comprovada • Produtos com processos certificados de fabrico, desenvolvimento e concepção. • Níveis certificados de desempenho por organizações independentes reconhecidas. • Conformidade com normas internacionais de segurança eléctrica, EMC (compatibilidade electromagnética) e medição de desempenho.

As soluções da Schneider Electric, com 40 anos de experiência na protecção de 350 GVA da potência crítica, têm comprovado o seu valor às principais empresas industriais. Todos os produtos estão em conformidade com as principais normas internacionais e o seu nível de desempenho está certificado por organizações reconhecidas.

Qualidade e fiabilidade certificadas Aumentar o MTBF Aumentar a disponibilidade

Fig. 1.13. A fiabilidade comprovada dos produtos aumenta o MTBF e a disponibilidade. Tolerância de falha incorporada A tolerância de falha possibilita o funcionamento num modo de redução, após falhas que podem ocorrer em diferentes níveis da instalação (ver fig. 1.14). Durante o tempo necessário de reparação, a carga continua a ser fornecida e gera receitas.

Schneider Electric 09/2015 edition p. 15

Noções básicas em instalações com UPSs (cont.)

Immediate tripping: - detection and alarms - identification of causes - corrective action

Fig. 1.14. A tolerância de falha aumenta a disponibilidade. Capacidade de manutenção da instalação É a capacidade para isolar (retirar energia) partes da instalação para manutenção sob condições seguras, enquanto o fornecimento da carga permanece. Deve ser possível: • na UPS, devido ao bypass estático e bypass de manutenção, • noutras partes da instalação, dependendo da arquitectura.

Fornecimento directo da carga durante a manutenção. Transferência automática sem interrupções da carga para a linha bypass após uma falha interna a jusante ou sobrecarga.

Fig. 1.15. Bypass estático e bypass de manutenção manual. As soluções da Schneider Electric garantem a tolerância de falha e capacidade de manutenção implementando: • UPSs de conversão dupla com capacidade para transferir a carga para a entrada de CA do bypass através do bypass automático e equipadas com um bypass de manutenção, • configurações da UPS redundante e de múltiplas fontes com unidades STS. Factores principais para a disponibilidade das instalações com UPSs Há alguns anos, a maioria das instalações era constituída por unidades UPS simples e o número de sistemas paralelos era reduzido. As aplicações que exigem este tipo de instalação ainda existem. No entanto, a passagem para a disponibilidade elevada exige a utilização de configurações que oferecem redundância a vários níveis na instalação (ver fig. 1.16).

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Noções básicas em instalações com UPSs (cont.)

Redundância da fonte: disponibilidade até mesmo durante longas interrupções dos serviços da rede de distribuição de energia eléctrica pública. redundância da UPS: fiabilidade e manutenção mais fácil e segura. Distribuição redundante com unidades STS: disponibilidade máxima.

Fig. 1.16. Os níveis necessários de disponibilidade deram origem à utilização de redundância em vários níveis da instalação. Esta tendência levou os criadores, dependendo da gravidade das cargas e dos requisitos de funcionamento, a terem em conta alguns ou todos os factores chave listados abaixo. Fiabilidade e disponibilidade Proponha uma configuração correspondente ao nível de disponibilidade necessária pela carga, incluindo componentes com níveis comprovados de fiabilidade e seguros através de um nível adequado de qualidade do serviço. Capacidade de manutenção Garanta uma manutenção simples do equipamento sob condições seguras para o pessoal e sem interromper o funcionamento. Capacidade de actualização Deve ser possível actualizar a instalação ao longo do tempo, tendo em conta a necessidade para expandir a instalação gradualmente e os requisitos de funcionamento. Discriminação e não propagação das falhas Deve ser possível limitar tanto quanto possível as falhas a uma pequena parte da instalação e ao mesmo tempo permitir a manutenção sem interromper as operações. Gestão e funcionamento da instalação Facilite as operações fornecendo os meios para antecipar os eventos através da supervisão da instalação e gestão dos sistemas.

Selecção da configuração

Pré-requisito na definição das especificações da instalação A selecção de uma configuração determina o nível de disponibilidade criada para a carga. Determina também as soluções possíveis para a maioria dos factores listados acima. A configuração pode ser de fonte única ou múltipla, com unidades UPS simples ou paralelas e com ou sem redundância. A selecção da configuração é o passo inicial na definição as especificações da instalação. Para ajudar na tomada da decisão certa, o capítulo 2 é totalmente dedicado a este assunto. Compara as várias configurações em termos de disponibilidade, protecção das cargas, capacidade de manutenção, capacidade de actualização e custo.

Selecção da configuração baseada em instalações típicas correspondendo a diferentes níveis de disponibilidade, ver Selecção da configuração da UPS

Cálculos da potência (cont.)

Elementos necessários para os cálculos da potência

Considerações sobre instalação Tipo de carga fornecida Cargas lineares (cos ϕ) ou cargas não lineares (factor de potência). Estas características determinam o factor de potência na saída da UPS. Potência máxima absorvida pela carga sob condições em estado estável. Para uma carga, esta é a potência nominal. Se várias cargas estiverem ligadas em paralelo na saída da UPS, é necessário calcular a carga total quando todas as cargas funcionam ao mesmo tempo. Caso contrário, é necessário utilizar diversidade para calcular o funcionamento menos favorável em termos de potência absorvida. Correntes de pico sob condições transitórias ou para um curto circuito a jusante A capacidade de sobrecarga de um sistema UPS depende do tempo de duração da sobrecarga. Se este tempo limite for excedido, a UPS transfere a carga para a entrada de CA do bypass, se as respectivas características de tensão estiverem dentro das tolerâncias. Neste caso, a carga deixa de estar protegida contra perturbações no sistema de distribuição. Dependendo da qualidade da tensão de CA do bypass, é possível: • utilizar a entrada de CA do bypass para suportar aumentos de energia, devido a mudanças de dispositivos ou a curto-circuitos a jusante. Evita uma sobredimensão do sistema. • Desactivar a transferência automática (excepto para falhas internas), enquanto a possibilidade de transferências manuais permanecem (por exemplo, para manutenção). As UPSs da Schneider Electric funcionam no modo de limitação de corrente. Ao espaçar a mudança dos dispositivos ao longo do tempo, geralmente é possível suportar correntes de pico sem ser necessário transferir para a potência de CA do bypass. Se a corrente de pico exceder o limite (por exemplo, 2,33 In para a UPS Galaxy 9000) durante alguns períodos de tempo (mas inferiores a um segundo), a corrente da UPS é limitada durante o tempo necessário. Este modo de funcionamento reduzido pode ser aceitável, por exemplo para um arranque forçado (na potência de bateria, na ausência da energia dos serviços da rede de distribuição de energia eléctrica pública). Potência de uma UPS Potência nominal de uma UPS Esta classificação, indicada nos catálogos, está na potência de saída. Está indicada como uma potência Sn em kVA, com a potência activa correspondente Pn em kW, para uma: • carga linear, • carga com cos ϕ = 0,8. Contudo, as UPSs de última geração da Schneider Electric pode, fornecer cargas com cos ϕ = 0,9 capacitiva. Cálculo da potência nominal Pn (kW) = 0,8 Sn (kVA). potência nominal activa Este cálculo depende da tensão de saída da UPS e a corrente absorvida pela carga, em que:

Sn (kVA) = UnIn 3 nos sistemas trifásicos Sn (kVA) = VnIn nos sistemas monofásicos Para uma UPS trifásica, U e I são valores de linha rms, para uma UPS monofásica, V é uma tensão fase a neutra, em que: Un = tensão fase a fase Vn = tensão fase a neutra Un = Vn 3 Por exemplo, se Un = 400 volts, Vn = 230 Volts.

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Cálculos da potência (cont.)

Potência e tipo de carga As duas tabelas abaixo apresentam as equações que associam a potência, tensão e corrente, dependendo do tipo de carga (linear ou não linear). São utilizados os seguintes símbolos: • valores de tensão instantânea u(t) e de corrente i(t), • os valores rms correspondentes U e I, • ω = frequência angular = 2 π f em que f é a frequência (50 ou 60 Hz), • ϕ = deslocação entre a tensão e a corrente sob condições sinusoidais. Cargas lineares

Trifásico Monofásico Tensão sinusoidal u(t) = U 2 sin ωt entre fases v(t) = V 2 sin ωt fase a neutra

U = V 3 Corrente sinusoidal deslocada i(t) = I 2 sin (ωt - ϕ) corrente da fase

Factor de crista da corrente 2 Potência aparente S (kVA) = UI 3 cos ϕ S (kVA) = VI

Potência activa P (kW) = UI 3 cos ϕ = S (kVA) cos ϕ P (kW) = VI cos ϕ = S (kVA) cos ϕ

Potência reactiva Q (kvar) = UI 3 sin ϕ = S (kVA) sin ϕ Q (kvar) = VI sin ϕ = S (kVA) sin ϕ

S = P Q2 2+

Cargas não lineares

Tensão sinusoidal A tensão da UPS regulada permanece sinusoidal (THDU baixo), independentemente do tipo de carga.

u(t) = U 2 sin ωt entre fases v(t) = V 2 sin ωt fase a neutra

U = V 3

Corrente com harmónicas

i(t) = i1(t) + Σihk(t) total da corrente de fase i1(t) = I1 2 sin (ωt - ϕ1) corrente fundamental

ik(t) = Ihk 2 sin (kωt - ϕk) k-ordem harmónica

I = I I I I12

22

32

42+ + + + .... valor rms da corrente total

C = valor da corrente de pico / valor rms Factor de crista da corrente

THDI = I I I I

I12

22

32

42

1

+ + + + .... Distorção harmónica total da corrente

Potência aparente S (kVA) = UI 3 S (kVA) = VI

Potência activa P (kW) = λ UI 3 = λ S (kVA) P (kW) = λ VI = λ S (kVA)

Factor de potência λ =

P kWS kVA

( )( )

Carga em percentagem da UPS Esta é a percentagem da potência nominal absorvida pela carga.

Carga (%) = S kVAS kVAload

n

( )( )

Recomendação: tenha em conta o aumento nas cargas

Aconselha-se a dar uma margem (potência em excesso) ao definir a potência nominal, especialmente se está planeada uma expansão do local. Neste caso, garanta que a carga em percentagem na UPS ainda é aceitável depois da expansão. Eficiência da UPS Este factor determina a potência absorvida pela UPS no sistema de distribuição a jusante, ou seja, o consumo. Pode calcular-se da seguinte forma:

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Cálculos da potência (cont.)

η (%) = P kP kUPSoutput

UPSinput

( )( )

WW

Para uma determinada potência nominal, um elevado nível de eficiência: • reduz as facturas de energia, • reduz as perdas de calor e, consequentemente, os requisitos de ventilação. É possível calcular a eficiência à carga total, ou seja, com 100% de carga.

ηn (%) = P kW

P kn

UPSinput

( )( )W

A potência activa da UPS é obtida ao multiplicar a potência aparente Sn (kVA) por 0,8 (if λ > 0,8) ou por λ (se λ< 0,8). A eficiência pode variar significativamente dependendo da carga em percentagem e do tipo de carga. O criador da instalação deve ter em atenção dois aspectos da eficiência.

Recomendação 1: verifique a eficiência para cargas não lineares A presença de cargas não lineares tem tendência a reduzir o factor de potência para valores abaixo de 0,8. Desta forma, é necessário verificar o valor de eficiência para cargas não lineares padronizadas. Recomenda-se esta verificação através das normas IEC 62040-3 / EN 62040-3.

Recomendação 2: verifique a eficiência na carga em percentagem planeada Geralmente, os fabricantes indicam a eficiência à carga total. Contudo, o valor pode ser inferior se a carga em percentagem for menor (1). Deve ter-se em atenção as UPSs que funcionam numa configuração de redundância activa, em que as unidades partilham a carga total e geralmente funcionam a 50% da carga total ou menos. Uma UPS está optimizada para funcionar à carga total. Apesar das perdas serem nos níveis máximos à carga total, a eficiência também está nos níveis máximos. Numa UPS padrão, as perdas não são proporcionais à carga em percentagem, e a eficiência é reduzida drasticamente quando a carga em percentagem também é inferior. Esta situação ocorre porque as perdas são constantes e a percentagem relativa desta parte aumenta quando a carga aumenta. Para obter uma eficiência elevada a nível de carga reduzidos, as perdas constantes podem ser muito baixas.

Devido à sua concepção, as UPSs da Schneider Electric têm perdas constantes muito reduzidas e como resultado, a eficiência é praticamente estável para cargas desde 30% a 100%.

Eficiência da UPS, ver Revisão técnica p. 20.

Classificações das configurações da UPS simples

Configurações da UPS simples Estas configurações incluem uma unidade UPS simples de conversão dupla (ver fig. 1.17). A capacidade de sobrecarga na UPS está indicada por um diagrama (o exemplo abaixo é para a gama Galaxy 9000). No caso de uma falha interna ou uma sobrecarga que exceda a capacidade da UPS, o sistema transfere automaticamente para a entrada de CA do bypass. Se a transferência não for possível, as UPSs da Schneider Electric limitam a corrente (ou seja, pico de 2,33 In durante um segundo para o Galaxy 9000, que corresponde a um senóide máximo com um valor rms de 2,33 / 2 = 1,65 In). Para além de um segundo, a UPS é encerrada. Está disponível um conjunto de comutadores de desactivação para isolar a UPS para manutenção em total segurança.

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Cálculos da potência (cont.)

Fig. 1.17. Unidade UPS estática simples de conversão dupla e exemplo de uma curva de sobretensão.

Níveis de potência sob condições em estado estável Uma UPS é dimensionada utilizando a potência nominal aparente de saída Sn (kVA) e um factor de potência de saída de 0,8. Estas condições correspondem a uma potência nominal activa de Pn (kW) = 0,8 Sn (kVA). Em situações reias, uma UPS fornece um número de cargas com um factor global de potência λ que geralmente não é 0,8 devido à presença de cargas não lineares e formas para aumentar o factor de potência; • Se λ ≥ 0,8, a UPS ainda está limitada a Pn (kW), • Se λ < 0,8, a UPS está limitada a λ Sn (kW) < Pn (kW). Consequentemente, a selecção da potência nominal em kVA deve ter em conta a potência activa fornecida às cargas. A potência activa é determinada através dos quatro passos seguintes. 1 – Potência aparente e activa absorvida pelas cargas O primeiro passo é avaliar os requisitos de potência da carga. A tabela abaixo deve ser elaborada para as cargas k a serem fornecidas.

Carga Potência nominal aparente (kVA)

Factor de potência de entrada λ (ou cos ϕ)

Potência nominal activa (kW)

Carga 1 S1 λ1 P1 = λ1 S1

Carga 2 S2 λ2 P2 = λ2 S2

… Carga i Si λi Pi = λi S i

… Carga k Sk λk Pk = λk S k

Total S λ P = λ S (1) S não é a soma de

Si. (2) λ tem de ser medido ou calculado.

(3) P = λ S = Σ λi S i

(1) S não é a soma de Si porque: -seria necessário calcular a soma vectorial se todas as cargas fossem lineares, utilizando os ângulos dos diferentes cos ϕ, - algumas das cargas não são lineares. (2) λ tem de ser medido no local ou avaliado com base na experiência passada. (3) P = λ S = Σ λi S i porque a potência activa é adicionada (sem deslocação). 2 – Potência nominal aparente da UPS (Sn) O segundo passo é seleccionar uma UPS com uma potência nominal aparente suficiente para incluir os requisitos da carga (em kVA). Mediante as condições fornecidas, a potência nominal aparente adequada para a UPS é: Sn(kVA) > S. em que S = P / λ. Na gama de UPSs, escolha a UPS com uma potência nominal Sn (kVA) logo acima de S. Se for necessária a potência de reserva e a classificação escolhida for demasiado próxima de S, escolha a próxima classificação mais elevada. 3 – Verificar a potência activa O terceiro passo é verificar se a potência nominal escolhida consegue satisfazer os requisitos de carga em kW, mediante as condições de funcionamento estipuladas. Para a classificação escolhida, a UPS fornecerá a potência nominal activa

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Cálculos da potência (cont.)

Pn (kW) = 0,8 Sn (kVA) • Se λ ≥ 0,8, garanta que Pn (kW) > P, ou seja, que a UPS pode fornecer a potência adicional necessária, caso contrário seleccione a próxima classificação mais elevada. • Se λ < 0,8, a potência fornecida pela UPS é suficiente porque Pn (kW) > λ Sn (kVA), ou seja, a selecção está correcta. 4. - Carga em percentagem O quarto passo é verificar se a carga em percentagem é aceitável agora e no futuro, consoante as condições de funcionamento pretendidas. A carga em percentagem é: Carga = S / Sn(kVA) . Tem de ser suficiente para incluir quaisquer aumentos na carga ou se existirem planos para expandir o sistema de forma a ser redundante.

Níveis de potência mediante condições transitórias Correntes de pico de carga É necessário saber a corrente de pico de cada carga e a duração das condições transitórias. Se existir o risco de um número de cargas ser activado ao mesmo tempo, é necessário somar as correntes de pico. Verificações necessárias Em seguida, é necessário verificar se a potência nominal da UPS planeada pode suportar as correntes de pico. Tenha em atenção que a UPS pode funcionar durante poucos períodos de tempo em modo de limitação de corrente (ou seja, 2.33 In durante um segundo para uma Galaxy 9000). Se a UPS não conseguir suportar as correntes de pico, é necessário decidir se é aceitável transferir para a entrada de CA do bypass quando ocorrem as condições transitórias. Se a transferência não for aceitável, é necessário aumentar a potência nominal.

Revisão das correntes de pico, ver Revisão técnica p. 37. Exemplo O exemplo abaixo serve simplesmente para ilustrar o ponto em questão e não corresponde a uma situação real. O objectivo é indicar os passos necessários. A instalação é constituída por três cargas trifásicas de 400 V ligadas em paralelo: • Sistema informático - S1 = 4 x 10 kVA (4 cargas idênticas de 10 kVA), λ = 0,6 para todas as cargas, corrente de pico 8 In durante 4 períodos de 50 Hz (80 ms) para cada carga, • Controlador de velocidade variável - S2 = 20 kVA, λ = 0,7, corrente de pico 4 In durante cinco períodos (100 ms), • Transformador de isolamento - S3 = 20 kVA, λ = cos ϕ = 0,8, corrente de pico 10 In durante seis períodos (120 ms).

Potência total consumida

pelas cargas P (kW) = 54 kW

4 x 10 kVA 20 kVA 20 kVA λ1 = 0.6 λ2 = 0,7 cos ϕ = 0,8

Potência nominal aparente de saída Sn(kVA) Potência activa

Pn (kW) = 0,8 Sn (kVA)

Factor de potência λ à saída da UPS para todas

as cargas

Potência máxima activa de saída (que a UPS possa

fornecer às cargas) λ Sn (kVA)

Fig. 1.18. Exemplo de uma instalação.

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Cálculos da potência (cont.)

Níveis de potência sob condições em estado estável 1 – Potência aparente e activa absorvida pelas cargas Deve ser elaborada a tabela que se segue.

Carga Potência nominal aparente (kVA)

Factor de potência de entrada

Potência nominal activa (kW)

Sistema informático 40 0.8* 32* Controlador de

velocidade variável20 0.7 14

Transformador LV/LV 20 0.8 16 Total S λ = 0.68

medido ou estimado P = 54 kW

* média do novo sistema topo de gama com factor de potência 0,9 e do equipamento mais antigo com factor de potência entre 0,7 e 0,8. 2 – Potência nominal aparente da UPS S = 54 / 0,68 = 79,4 kVA Deve seleccionar uma Galaxy PW UPS com uma classificação suficiente. A classificação 80 kVA não seria suficiente, ou seja, deve ser seleccionada a classificação 100 kVA ou superior, se estiver planeada uma extensão do local. 3 – Verificar a potência activa • A UPS pode fornecer as cargas 100 x 0,68 = 68 kW > 54 kW. 4 – Verificações da carga em percentagem e corrente nominal • A carga em percentagem é 79,4 / 100 = 79,4%. • Corrente nominal da UPS - Sn (kVA) = UI 3 , ou seja I = 100 / (400 x 1,732) = 144 A. Correntes de pico sob condições transitórias As cargas devem ser iniciadas uma após a outra para evitar juntarem-se às correntes de pico. É necessário verificar se a UPS pode suportar as correntes de pico. As correntes nominais são calculadas como S (kVA) = UI 3 , ou seja: • Sistema informático - In = 10 / (400 x 1,732) = 14,4 A, ou seja, 8 In ≈ 115 A durante 80 ms • Unidade de velocidade variável – In = 20/(400 x 1,732) = 28,8 A, ou seja, 4 In ≈ 115 A durante 100 ms • Transformador - In = 20 / (400 x 1,732) = 28,8 A, ou seja, 10 In = 288 A durante 120 ms • Uma Galaxy PW UPS de 100 kVA tem uma capacidade de sobrecarga de 120%, ou seja, 151 A x 1,2 = 173 A para 1 minuto e 150%, ou seja, 151 A x 1,5 = 216 A durante 1 minuto • Funcionamento em modo de limitação de corrente a 2,33 In, ou seja, 335 A durante um segundo. Se as quatro cargas do computador (10 kVA cada) forem iniciada uma após a outra, a capacidade de sobrecarga de 20% da UPS é suficiente (173 A-1mn > 115 A - 80 ms). Se as quatro cargas forem iniciadas simultaneamente, a corrente de pico seria 4 x 115 = 460 A > 335 A. O sistema iria limitar a corrente durante 80 ms. Para o controlador de velocidade variável, a capacidade de sobrecarga é suficiente. Para o transformador de isolamento (288 A durante 120 ms), a capacidade de sobrecarga é novamente suficiente.

Classificações das configurações da UPS paralela

Configurações da UPS paralelas Objectivo da ligação paralela A ligação paralela de um número de unidades idênticas é a forma para: • aumentar a potência nominal, • estabelecer redundância que aumenta a MTBF e disponibilidade. Tipos de ligação paralela Podem ser ligados dois tipos de unidades UPS em paralelo. • Unidades UPS paralelas integradas – cada unidade UPS inclui um bypass automático e um bypass de manutenção manual. O bypass manual pode ser comum a todo o sistema (num compartimento externo). • As unidades UPS paralelas com um SSC – compartimento de comutador estático inclui um bypass automático e um bypass de manutenção comuns a uma variedade de unidades paralelas sem bypasses (ver fig. 1.19).

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Cálculos da potência (cont.)

Também estão disponíveis sistemas paralelos modulares, constituídos por módulos redundantes e dedicados, potência, inteligência, bateria e bypass, tudo numa concepção de manutenção fácil e eficiente. Os módulos de potência podem ser adicionados facilmente à medida que a necessidade aumenta ou à medida que são necessários níveis mais elevados de disponibilidade. Existem dois tipos de configurações paralelas. • Sem redundância – todas as unidades UPS são obrigadas a fornecer a carga. A falha de uma unidade significa que todo o sistema encerra (não recomendado). • Com redundância N+1, N+2, etc. – o número de unidades UPS necessário para a carga é igual a N. Todas as unidades UPS (N+1, N+2, etc.) partilham a carga. Se uma unidade UPS for encerrada, as unidades restantes (pelo menos igual em número a N) continuam a partilhar a carga.

Características e configurações típicas, ver Capítulo 2.

Fig. 1.19. Sistema UPS com unidades ligadas em paralelo e um compartimento de comutador estático (SSC).

Níveis de potência em configurações paralelas redundantes Numa configuração paralela redundante constituídas por unidades idênticas, as unidades partilham a carga. A potência nominal de cada unidade não depende do nível de redundância, mas tem de ser calculada para continuar a fornecer a carga, mesmo se não existir redundância. A redundância activa: • aumenta a disponibilidade, • aumenta a capacidade de sobrecarga, • reduz a carga em percentagem em cada unidade UPS. O nível de potência é determinado através dos mesmos quatro passos do que a configuração da UPS simples. 1 – Potência aparente e activa absorvida pelas cargas É utilizado o mesmo tipo de tabela do utilizado para um UPS simples (ver Capítulo1 p. 20). O resultado é a potência aparente S que tem de ser fornecida à carga. 2 – Potência nominal aparente das unidades UPS (Sn) na configuração Considere um nível de redundância N + K (ou seja 2 + 1), que significa: - São necessárias unidades N (ou seja 2) para fornecer a carga, - As unidades K (ou seja 1 unidade extra) garante a redundância. Cada unidade UPS tem de ser dimensionada para activar o sistema como um todo para funcionar sem redundância, ou seja, com unidades operacionais N e unidades K encerradas. Neste caso, cada uma das unidades N tem de ter uma potência nominal aparente Sn (kVA), da seguinte forma: Sn(kVA) > S / N. Escolha d gama de UPSs, a UPS com uma potência nominal Sn (kVA) logo acima de S/N. Se for necessária a potência de reserva ou a classificação escolhida for demasiado próxima de S, escolha a próxima classificação mais elevada. 3 – Verificar a potência activa Para a classificação escolhida, a UPS fornecerá a potência nominal activa

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Cálculos da potência (cont.)

Pn (kW) = 0,8 Sn (kVA) • se λ ≥ 0,8, garanta que Pn (kW) > P, ou seja, que a UPS pode fornecer a potência adicional necessária, caso contrário seleccione a próxima classificação mais elevada. • se λ < 0,8, a potência fornecida pela UPS é suficiente porque Pn (kW) > λ Sn (kVA), ou seja, a selecção está correcta. 4 - Carga em percentagem Com redundância, as unidades UPS partilham a carga de acordo com a equação S / (N+K). A carga em percentagem para cada unidade quando existe redundância é: TL = S / (N + k) Sn(kVA) . Num sistema não redundante, é calculada da seguinte forma: TL = S / N Sn(kVA). Tem de ser suficiente para incluir quaisquer aumentos na carga. Exemplo Este exemplo utilizará os resultados do último exemplo e vamos considerar que as cargas são críticas, ou seja, a redundância é necessária. • A carga total é 54 kW com um factor de potência global para todas as cargas de 0,68, ou seja, S = 54 / 0,68 = 79,4 kVA. • Se for utilizada redundância de 2+1, as duas unidades devem ter capacidade para fornecer a carga. Cada deve fornecer S / 2 = 79,4 / 2 = 39,7 kVA. • Deve seleccionar uma Galaxy PW UPS com uma classificação suficiente. A classificação 40 kVA não seria suficiente, ou seja, deve ser seleccionada a classificação 50 kVA ou superior, se estiver planeada uma extensão do local. • Se a redundância não estiver disponível, as duas unidades devem ter capacidade para fornecer a carga. • Este é o caso porque 2 x 50 x 0,68 = 68 kW > 54 kW. • Durante o funcionamento, a carga em percentagem será: - com redundância, ou seja, com 3 unidades UPS que partilham a carga: 79,4 / 3 x 50 = 52,9%, - sem redundância, ou seja, só com 2 unidades UPS que partilham a carga: 79,4 / 2 x 50 = 79,4%.

Controlo das harmónicas a montante

UPSs e correntes harmónicas a montante para diferentes rectificadores de entrada

Função do rectificador de entrada As unidades UPS absorvem potência do sistema de distribuição de CA através de um rectificador/carregador. Em relação ao sistema a montante, o rectificador é uma carga não linear que causa harmónicas. No que diz respeito às harmónicas, existem dois tipos de rectificadores. Rectificadores padrão Estes rectificadores são trifásicos e incluem SCRs e utilizam uma ponte hexafásica (ponte de Graetz) com corte padrão da corrente. Este tipo de ponte transporta correntes com ordens de n = 6 k ± 1 (em que k é um número inteiro), principalmente H5 e H7 e para um grau menor H11 e H13. As harmónicas são controladas utilizando um filtro (ver fig. 1.20). Rectificadores activos controlados com base em transístor tipo PFC Estes rectificadores activos com base em transístor têm um sistema de regulação que ajusta a tensão de entrada e a corrente a um senoide de referência. Esta técnica garante uma tensão de entrada e uma corrente que são: • Perfeitamente sinusoidais, ou seja, livres de harmónicas, • em fase, ou seja, com um factor de potência próximo de 1. Com este tipo de rectificador, não são necessários filtros.

Limpar rectificadores com base em transístor, ver Capítulo 4.

Todas as gamas de UPSs de elevada potência da Schneider Electric (excepto a Galaxy PW e Galaxy 9000) utilizam tecnologias de rectificadores activos controlados do tipo PFC e, desta forma, não geram harmónicas.

Fig. 1.20. Rectificador de entrada e harmónicas.

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Controlo das harmónicas a montante (cont.)

Filtragem das harmónicas a montante para os rectificadores em ponte de Graetz

Objectivos da filtragem harmónica Esta secção diz respeito apenas às gamas Galaxy PW e Galaxy 9000 e às UPSs com rectificadores convencionais em ponte de Graetz. Um sistema a montante “limpo” O objectivo é garantir um nível de distorção de tensão (THDU) nos terminais que fornecem a UPS compatível com as outras cargas ligadas. A UTE recomenda limitar o THDU a: • 5% quando a fonte é um gerador, • 3% quando a fonte é um transformador para ter em conta 1 a 2% do THDU, que pode já estar presente no sistema de distribuição HV. Esta recomendação pode variar de país para país. Na prática, as soluções de distorção de tensão (THDU) têm de ser implementadas de acordo com as especificações do país onde a instalação está localizada. Combinação simples com um gerador a motor O objectivo é possibilitar uma combinação de UPS/gerador a motor sem risco de aumento do nível de harmónicas quando a carga é transferida para o gerador. Este risco existe porque o gerador tem uma impedância de fonte inferior à do transformador, que aumenta os efeitos das harmónicas. Factor de potência elevada na entrada do rectificador O objectivo é aumentar o factor de potência de entrada (geralmente para um nível superior do que 0,94). Reduz o consumo de kVA e evita a sobredimensão das fontes. Instalação em conformidade com as normas O objectivo é estar em conformidade com as normas relacionadas com as perturbações das harmónicas e com as recomendações para os serviços da rede de distribuição de energia eléctrica pública. • Normas sobre perturbações das harmónicas (ver tabela 1.2) - IEC 61000-3-2 / EN 61000-3-2 para dispositivos com uma corrente de entrada de ≤ 16 A/ph. - IEC 61000-3-4 / EN 61000-3-4 para dispositivos com uma corrente de entrada de > 16 A/ph. • Normas e recomendações sobre a qualidade dos sistemas de distribuição, principalmente: - IEC 61000-3-5 / EN 61000-3-5, - EN 50160 (Europa), - IEEE 519-2 (Estados Unidos), - ASE 3600 (Suíça), - G5/3 (Reino Unido), etc.

Normas sobre harmónicas, ver "Normas da UPS" na Revisão técnica p. 29. Tabela 1.2. Exemplo das limitações da corrente harmónica consoante o guia IEC 61000-3-4 / EN 61000-3-4 para dispositivos com uma corrente de entrada de > 16 A/ph (fase 1, ligação simplificada).

Harmónica % de H1 (fundamental) H3 21.6% H5 10.7% H7 7.2% H9 3.8% H11 3.1% H13 2.0% H15 0.7% H17 1.2% H19 1.1% H21 ≤ 0.6% H23 0.9% H25 0.8% H27 ≤ 0.6% H29 0.7% H31 0.7% ≥ H33 ≤ 0.6% Ordens pares ≤ 0,6% ou ≤ 8/n (n ordem par)

Tipos de filtros de harmónicas Os filtros de harmónicas eliminam determinadas ordens ou todas as ordens, dependendo da sua tecnologia. Estão disponíveis os seguintes tipos.

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Controlo das harmónicas a montante (cont.)

Filtros LC passivos • não compensados • compensados • não compensados com relé Rectificador de ponte dupla Filtro de mudança de fase Filtro THM activo (tecnologia activa de 12 impulsos).

Filtragem e ligação paralela Quando várias unidades UPS estão ligadas em paralelo e dependendo do tipo de filtro utilizado, é possível instalar: • um filtro individual em cada unidade UPS, • um filtro comum para toda a configuração em paralelo. O objectivo é alcançar um equilíbrio entre custo e eficiência, tendo em conta os níveis aceitáveis de distorção harmónica. As tabelas de comparação das várias soluções (Capítulo 1, p. 28) são úteis para fazer uma selecção. Combinação de filtros LC e gerador O gerador só pode fornecer correntes capacitivas relativamente reduzidas (10 a 30% de In). Ao instalar-se um filtro LC, a principal dificuldade recai sobre o arranque gradual do rectificador quando alimentado pelo gerador, quando a potência activa é zero e o gerador só fornece corrente capacitiva para o filtro. Em consequência, a utilização dos filtros LC têm de ser analisados correctamente para garantir que o funcionamento está em conformidade com as especificações do fabricante. Segue-se um método de selecção de filtros LC, utilizando como exemplo uma curva de redução de potência do gerador, semelhante aos fornecidos pelos fabricantes.

Fig. 1.21. Curva de redução de potência de um gerador, como uma função do factor de potência da instalação. A curva na figura acima, fornecida como exemplo entre muitas, mostra a redução de potência como uma função do ponto de funcionamento de um determinado gerador. Para uma carga verdadeiramente capacitiva (λ = 0), a potência disponível é igual apenas a 30% da potência nominal (ponto A). Se considerarmos uma potência nominal aparente, como a do gerador Pn = rectificador Pn, o significado dos pontos A, B, C, D , E e F é o seguinte: A: potência reactiva correspondente à corrente capacitiva de um filtro não compensado, B: potência reactiva correspondente à corrente capacitiva de um filtro compensado, C: ponto de funcionamento no arranque com um filtro não compensado com relé, D: ponto de funcionamento na carga nominal com um filtro não compensado, E: ponto de funcionamento na carga nominal com um filtro compensado, F: ponto de funcionamento na carga nominal, sem um filtro ou com um filtro de mudança de fase.

Schneider Electric 09/2015 edition p. 28

Controlo das harmónicas a montante (cont.)

Exemplo Considere um filtro não compensado com um gerador de 300 kVA e uma 200 kVA Galaxy PW UPS. A potência nominal do rectificador, tendo em conta 87% do valor de eficiência (1 / 0,87 = 1,15), é 1,15 vezes a do inversor, ou seja, 200 x 1,15 = 230 kVA. A corrente capacitiva do filtro não compensado é 230 x 30% (1) = 69 kVA. A potência reactiva que o gerador pode suportar (ponto A) é 300 x 0,3 = 90 kVA. Assim, o filtro é compatível com o gerador. (1) O valor de 30% foi determinado experimentalmente.

Selecção de um filtro Parâmetros de selecção de um filtro

Eficácia global – redução em distorção (THDI e THDU) A eficácia depende das ordens harmónicas filtradas e do grau de atenuação ou eliminação. É medido através do THDI na entrada do rectificador. O impacto no THDI determina o nível do THDU. É necessário verificar o desempenho na carga em percentagem planeada, tendo em conta que muitos sistemas UPS funcionam com cargas em percentagem entre 50 e 75%. Aumento no factor de potência λ O filtro aumenta o factor de potência (geralmente para um nível superior a 0,92). Compatibilidade com um gerador a motor Também é necessário verificar o desempenho com a(s) fonte(s) planeada(s), quer um transformador ou um gerador a motor. Porque o gerador tem uma impedância de saída inferior à do transformador, o que aumenta os efeitos das harmónicas. Adequado a configurações da UPS paralela Dependendo do tipo de filtro, é possível instalar um em cada unidade UPS ou configurar um único filtro para eliminação global das harmónicas. Eficiência O consumo dos filtros pode modificar ligeiramente a eficiência da instalação como um todo. Flexibilidade para configuração e actualizações Geralmente, os filtros são específicos a uma UPS e podem vir montados de fábrica ou serem colocados após a instalação. O regulador SineWave fornece eliminação global das harmónicas e maior flexibilidade na configuração. Dimensões É necessário verificar se o filtro pode ser instalado no gabinete da UPS ou num segundo gabinete. Custo Tem impacto na eficácia do filtro e tem de ser comparado com as vantagens obtidas. Conformidade com as normas É necessário determinar a conformidade com as normas, especialmente a IEC 61000-3-4, em termos dos níveis harmónicos individuais indicados nos textos. Tabela de comparação das soluções As seguintes tabelas listam os elementos para comparação, com um comentário geral sobre a utilização de cada tipo de solução. A tabela 1.3 apresenta soluções individuais para configurações da UPS simples. Estas soluções também podem ser utilizadas em configurações paralelas. A tabela 1.4 apresenta as soluções globais para todas as configurações.

Schneider Electric 09/2015 edition p. 29

Controlo das harmónicas a montante (cont.)

Tabela 1.3. Comparação de soluções individuais de filtragem harmónica

Tipo de filtro Critério

LC não compensado

LC compensado LC com relé Ponte dupla THM incorporado

Diagrama

Fig. 1.22a Fig. 1.22b Fig. 1.22c Fig. 1.22d Fig. 1.22e

Redução na distorção THDI com 100% de carga THDI com 50% de carga

7 a 8% 10%

7 a 8% 10%

7 a 8% 10%

10% 15%

4% 5%

Harmónicas eliminadas H5, H7 H5, H7 H5, H7 H5, H7, H17, H19 H2 a H25Factor de potência λ a 100% de carga λ a 50% de carga

0.95 1

0.95 1

0.95 1

0.85 0.8

0.94 0.94

Compatibilidade com gerador

* ** ** ** ***

Eficiência do filtro *** *** *** * ** Flexibilidade, capacidade de actualização

* * * * ***

Custo *** *** *** * ** Dimensões *** *** *** * *** Ligação em paralelo com UPS

* * * * **

Fig. 1.22f Fig. 1.22g Fig. 1.22h Fig. 1.22i Fig. 1.22jConformidade com o guia IEC 61000-3-4

não não não não sim

Comentários gerais Solução adequada a instalações sem um gerador a motor.

Solução adequada a instalações com um gerador a motor. A carga indutora adicionada reduz a potência capacitiva que deve ser fornecida pelo gerador a motor.

Solução adequada a instalações incluindo um gerador a motor com uma potência nominal inferior à da UPS. A linha LC é ligada pelo relé com um valor predefinido correspondente à carga em percentagem do inversor aceitável para o gerador a motor.

Solução adequada a instalações com geradores

Solução adequada a instalações sensíveis ou com níveis de carga variáveis. A solução mais eficiente e mais flexível. Não depende da carga em percentagem, ou do tipo de fonte a montante.

*** Excelente ** Boa * Suficiente

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Controlo das harmónicas a montante (cont.)

Tabela 1.4 Comparação das soluções globais.

Tipo de filtro Critério

SineWave Filtro de mudança de fase

Diagrama

UPSUPS UPS

AC input

Load

SW

Fig. 1.23a Fig. 1.23b Fig. 1.23c Fig. 1.23d

Redução na distorção THDI com 100% de carga THDI com 50% de carga

4% 5%

< 10% 35% com 1

encerramento de UPS

< 5% 19% com 1

encerramento de UPS

< 4% 12% com 1

encerramento de UPS

Harmónicas eliminadas H2 a H25 Factor de potência λ a 100% de carga λ a 50% de carga

0.95 1

0.8 0.8

Compatibilidade com gerador

*** **

Eficiência do filtro *** ** Flexibilidade, capacidade de actualização

*** *

Custo *** *** Dimensões *** * Conformidade com o guia IEC 61000-3-4

sim sim

Comentários gerais Solução adequada a instalações sensíveis ou com níveis de carga variáveis. A solução mais eficiente e mais flexível. Não depende da carga em percentagem, ou do tipo de fonte a montante.

Não é possível alterar a solução. Adequada a instalações com mais de duas unidades UPS ligadas em paralelo.

*** Excelente ** Boa * Suficiente

Esquemas de ligação à terra do sistema

Informação antecedente sobre as disposições de ligação à terra do sistema

Protecção de pessoas contra o contacto eléctrico As normas internacionais exigem que as instalações eléctricas tenham dois tipos de protecção das pessoas contra os perigos das correntes eléctricas. Protecção contra contactos directos O objectivo desta forma de protecção é evitar o contacto "directo" entre as pessoas e as peças com corrente (ver fig. 1.24). Inclui os pontos listados abaixo. • isolamento das peças com corrente utilizando barras ou compartimentos que proporcionem um grau de protecção, pelo menos, igual a IP2X ou IPXXB. • abertura no compartimento (portas, prateleiras, etc) só deve ser permitida mediante a utilização de uma chave ou ferramenta ou depois da desactivação das peças com corrente ou instalação automática de um ecrã. • ligação de um compartimento em metal a um condutor de protecção. Protecção contra contactos indirectos e esquemas de ligação à terra do sistema O objectivo desta forma de protecção é evitar o contacto “indirecto” entre pessoas e peças condutoras expostas (ECP) que ficaram com corrente acidentalmente devido a uma falha de isolamento. A corrente com falha cria nas peças condutoras expostas (ECP) um potencial que pode ser suficiente para causar uma corrente perigosa para passar pelo corpo da pessoa em contacto com as peças condutoras expostas (ver fig. 1.24). Esta protecção inclui os pontos listados abaixo. • ligação à terra obrigatória de todas as peças condutoras expostas (ECP) às quais o utilizador possa ter acesso. O condutor de protecção é utilizado para ligação à terra. Nunca deve ter interrupções (sem dispositivos de interrupção no condutor de protecção). As técnicas de interligação e ligação à terra das peças condutoras expostas (ECP) determinam o esquema de ligação do sistema (SEA) para a instalação. • desactivação da alimentação quando o potencial das ECPs tem a possibilidade de atingir níveis perigosos. A interrupção é efectuada através de um dispositivo de protecção que depende do esquema seleccionado de ligação à terra do sistema (SEA). geralmente necessita de dispositivos de corrente residual (RCD), porque as correntes de falha de isolamento são demasiado baixas para serem detectadas pelos dispositivos de protecção de sobrecorrente.

Fig. 1.24. Contactos directos e indirectos. Tipos de esquemas de ligação à terra do sistema (SEA) Existem três tipos de esquemas de ligação à terra do sistema (SEA). • Neutro isolado (IT). • Neutro ligado à terra (TT). • Peças condutoras expostas ligadas ao neutro (TN com TN-C e TN-S). As duas primeiras letras indicam a forma como o neutro e os ECPs das cargas estão ligadas.

Primeira letra Segunda letra Terceira letra (para TN) Ligação ao neutro Ligação aos ECPs Tipo de condutor de

protecção T = neutro ligado à terra T = peças condutoras

expostas ligadas ao neutro C = Neutro comum e

condutor de protecção (PEN)S = Neutro separado (N) e

condutor de protecção (PE) I = neutro isolado N = peças condutoras

expostas ligadas ao neutro Sistemas IT, TT ou TN TN-C ou TN-S

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Esquemas de ligação à terra do sistema (Cont.)

Esquemas de ligação à terra do sistema (SEA) Neutro isolado (IT)

● O neutro da fonte é: - isolado da ligação à terra (neutro isolado), - ou ligado à terra através de uma impedância elevada res (neutro impedante). ● As peças condutoras expostas (ECP), todas protegidas pelo mesmo dispositivo de interrupção, são ligadas à terra (resistência do electródio de ligação à terra RA).

L1L2L3N

PE

Ud

Zres

RAId

Ex. Falha fase-a-ECP numa carga. Uo é a tensão fase-a-neutro num sistema de distribuição (230 V). ● Corrente da primeira falha RA= 10 Ω e Zres= 3500 Ω (aproximadamente), Id = Uo / (RA + Zres) = 66 mA. ● Tensão da primeira falha Ud = Uo x RA / (RA + Zres) = 0,66 V. Esta potência não é perigosa. A falha tem de ser detectada por um IMD (dispositivo de monitorização de isolamento) localizado por um dispositivo de localização de falha e reparada. ● Corrente da segunda falha A segunda falha que ocorre antes da primeira falha ser reparada resulta num fluxo de um curto-circuito fase-para-fase ou fase-para-neutro. Tem de ser eliminada pelos dispositivos de protecção de sobrecorrente dentro do limite de tempo definido pelas normas.

Fig. 1.25. Sistema IT. Neutro ligado à terra (TT)

● O neutro da fonte tem ligação à terra. ● As peças condutoras expostas (ECP), todas protegidas pelo mesmo dispositivo de interrupção, são ligadas à terra (resistência do electródio de ligação à terra RA).

L1L2L3N

PE

UdRB RAId

Ex. Falha fase-a-ECP numa carga. Uo é a tensão fase-a-neutro num sistema de distribuição (230 V). ● Corrente com falha Ex. RA = 10 Ω e RB = 5 Ω Id = Uo / (RA + RB) = 15,3 A ● Tensão com falha Ud = Uo x RA / (RA + RB) = 153 V Esta potência é perigosa (> 50 V). A falha tem de ser eliminada pelos dispositivos de protecção dentro do tempo definido pelas normas. A corrente com falha é baixa e, desta forma, tem de ser detectada por um dispositivo de protecção de corrente residual (RCD) que impulsiona o dispositivo de protecção imediatamente. A corrente de funcionamento do RCD e o tempo necessário para eliminar a falha são definidos pelas normas.

Fig. 1.26. Sistema TT.

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Esquemas de ligação à terra do sistema (Cont.)

Peças condutoras expostas ligadas ao neutron (TN) ● O neutro da fonte tem ligação à terra

directamente. ● As ECPs da instalação ligadas ao neutro e consequentemente ligadas à terra através do condutor de protecção (PEN). Este esquema transforma todas as falhas de isolamento em curto-circuitos fase-a-neutro. ● A potência do condutor de protecção é mantida próxima da ligação à terra pelos vários pontos de ligação.

L1L2L3

PEN

Ud

FE

C

D

BA Id

● Impedância da ligação em sequência da falha Zb = ZABCDEF (parte do circuito ABCDEF) Zb ≈ ZBCDE ≈ 2 ZDE porque ZBC = ZDE (BC e DE são idênticos, a impedância de falha é insignificante) Ex. Uma carga fornecida por um cabo de cobre de 50 mm² com comprimento de 50 metros (fase e PE). Zb = 2 ρ L / S em que ρ = 22,5 Ω. mm2/m Zb = 2 x 22,5 10-3 x 50 / 50 = 45 mΩ. ● Tensão com falha Uma quebra de tensão de 20% é permitida para a tensão de fase-a-neutro Uo, ou seja, UBE = 0,8 Uo. No ZBC = ZDE, a potência dos ECPs aumenta para Ud = UBE / 2 = 0,8.Uo / 2 = 92 V ● Corrente com falha Id = 0,8 Uo / Zb = 0,8 x 230 / 45 10-3 = 4089 A A interrupção é feita pelos dispositivos de protecção de sobrecorrente dentro do tempo definido pelas normas. A corrente com falha depende da impedância da ligação em sequência da falha. É necessário ter em atenção para garantir que em todos os pontos no sistema a corrente com falha é superior ao limite de funcionamento dos dispositivos de protecção.

Fig. 1.27. Sistema TN-S (o princípio básico é idêntico ao sistema TN-C).

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Esquemas de ligação à terra do sistema (Cont.)

Comparação dos esquemas de ligação à terra do sistema (SEA)

Tipo de SEA IT (neutro isolado) TT (neutro ligado à terra) TN-S (ECP para neutro) TN-C (ECP para neutro) Funcionamento ● Sinalização da primeira

falha de isolamento. ● Localização e eliminação da primeira falha. ● Desactivação para a segunda falha.

● Desactivação para a primeira falha de isolamento.

● Ocorre a desactivação para a primeira falha de isolamento ● Neutro separado (N) e condutor de protecção (PE).

● Desactivação para a primeira falha de isolamento.● Neutro comum e condutor de protecção (PEN).

Protecção de pessoas ● Interligação e ligação à terra dos ECPs. ● Primeira falha: - corrente muito baixa, - monitorização/indicação por um IMD. ● Segunda falha: - corrente potencialmente perigosa, - interrupção por dispositivos de sobrecorrente (ex. disjuntor de circuito).

● Ligação à terra dos ECPs combinados com a utilização dos dispositivos de corrente residual (RCD). ● Primeira falha: - corrente de fuga é periogosa, mas demasiado baixa para ser detactada pelos dispositivos de protecção de sobrecorrente, - detecção pelos RCDs combinados com dispositivos de interrupção.

● Interligação e ligação à terra necessárias dos ECPs e neutros. ● primeira falha: - corrente com falha, - interrupção por dispositivos de sobrecorrente (ex. disjuntor de circuito).

● Interligação e ligação à terra necessárias dos ECPs e neutros. ● Primeira falha: - corrente com falha, - interrupção por dispositivos de sobrecorrente (ex. disjuntor de circuito).

Equipamento específico

Dispositivo de monitorização de isolamento (IMD) e dispositivo de localização de falha.

Dispositivos de corrente residual (RCD).

Deve utilizar-se RCDs para longas distâncias.

Vantagens e desvantagens EMC

● Solução que oferece o melhor serviço de continuidade (primeira falha é assinalada). ● Necessita de pessoal competente para supervisão (localização da primeira falha). ● Desempenho elevado do EMC, correntes muito baixas no cabo de ligação à terra.

● Solução mais simples em relação à concepção e instalação. ● Uso obrigatório dos RCDs.● Electródios de ligação à terra diferentes (fontes distantes). ● Altamente sensível a relâmpagos.

● Elevados custos de instalação para potência nominal elevada. ● Dificuldade de concepção (cálculo das impedâncias da ligação em sequência). ● Fluxo de elevadas correntes de falha. ● Elevado desempenho do EMC, corrente baixa no PE durante o funcionamento normal.

● Custos de instalação reduzidos (menos um condutor). ● Dificuldade de concepção (cálculo das impedâncias da ligação em sequência). ● Fluxo de elevadas correntes de falha. ● Baixo desempenho do EMC, elevadas correntes no PEN (ligações entre ECPs).

Utilização ● Instalações que necessitam de assistência contínua, ex. Hospitais, aeroportos, processos industriais, navios. ● Instalações e locais onde existe risco de incêndio ou explosão, ex. minas, etc.

● Edifícios comerciais e residenciais, iluminação pública, escolas, etc.

● Grandes edifícios comerciais, edifícios altos, etc. ● Indústrias sem processos contínuos (sistema IT). ● Alimentação dos sistemas informáticos.

● Grandes edifícios comerciais, edifícios altos, etc. ● Indústrias sem processos contínuos (sistema IT). ● Alimentação dos sistemas informáticos.

ECP = Peças condutoras expostas.

Aplicações nas instalações da UPS

Aspectos específicos nos sistemas com UPSs A implementação dos sistemas de protecção acima em instalações que incluem uma UPS exige várias precauções devido a inúmeras razões: • A UPS tem duas funções: - carga para o sistema a montante, - fonte de alimentação para o sistema a jusante, • Quando a bateria não está instalada num gabinete, uma falha de isolamento no sistema de CC pode dar origem ao fluxo de um componente de CC residual. Este componente pode perturbar o funcionamento de determinados dispositivos de protecção, principalmente RCDs utilizados para a protecção de pessoas. Protecção contra contactos directos Todas as instalações de UPSs da Schneider Electric satisfazem os requisitos aplicáveis porque o equipamento está instalado em gabinetes que fornecem um grau de protecção IP 20. Esta situação acontece mesmo quando a bateria está num gabinete. Quando a bateria não está instalada num gabinete (geralmente numa sala especial), devem ser implementadas as medidas apresentadas no final deste capítulo.

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Esquemas de ligação à terra do sistema (Cont.)

Protecção contra contactos indirectos Selecção de um esquema de ligação à terra do sistema Uma medida básica de protecção exigida pelas normas é a criação de um esquema de ligação à terra do sistema normalizado para a montante e a jusante da UPS. Os dois sistemas podem ser o mesmo ou diferentes se forem tomadas determinadas precauções. Numa instalação existente à qual a UPS é acrescentada, o sistema a montante já está definido. A selecção do sistema a jusante, quer o mesmo ou um diferente, depende da compatibilidade com as cargas sensíveis. A tabela na página anterior fornece os elementos necessários para comprar os vários esquemas normalizados de ligação à terra do sistema.

Atenção, os regulamentos locais podem proibir determinados tipos de esquemas de ligação à terra do sistema. Selecção dos dispositivos de interrupção Além da interligação e ligação à terra das peças condutoras expostas em conformidade com um esquema de ligação à terra do sistema normalizado, a protecção das pessoas tem de ser assegurada por dispositivos de interrupção, de acordo com o esquema de ligação à terra do sistema. Estes dispositivos têm de accionar os dispositivos de protecção de sobrecorrente no caso de uma falha de isolamento. O accionamento pode: • ser directamente provocado por definições adequadas nos dispositivos de sobreprotecção (disjuntores, fusíveis), • ou pode necessitar (obrigatório para o sistema IT) da utilização de dispositivos de corrente residual (RCU) que podem ou não ser montados no disjuntor de circuito. Os RCDs são necessários para detetar as correntes de falha de isolamento que geralmente são muito baixas para accionar dispositivos de protecção de sobrecorrente normalizados.

Consulte os requisitos locais em relação à segurança das instalações eléctricas. Tipos de sistemas para UPSs Os sistemas possíveis dependem: • do sistema a montante seleccionado ou existente da UPS, • do sistema a jusante da UPS, para o qual a selecção pode ser determinada: -pela reutilização do mesmo sistema do que o sistema a montante, -pela presença de transformadores de isolamento a montante e a jusante, que tornam possível a alteração do esquema de ligação à terra do sistema, - pelas cargas (ex. sistemas informáticos necessitam de um sistema TN-C ou TN), - pela organização do sistema de distribuição a jusante, com comutadores de transferência estática (STS), • de determinados requisitos impostos pelas normas, por exemplo o PE do condutor de protecção ou PEN pode nunca ser interrompido para garantir fluxo de corrente de falha. Pode ser instalado a montante um sistema TN-C (PEN não interrompida) de um sistema TN-S (condutores separados N e PE), mas não o contrário. As UPSs são cada vez mais concebidas sem transformadores, oferecendo vantagens em termos de peso, tamanho e eficiência. A tecnologia sem transformador também torna possível modular a tensão para uma melhor adaptação a todos os tipos de cargas, em particular as cargas não lineares com harmónicas. A tecnologia sem transformador tem um impacto na utilização dos esquemas de ligação à terra do sistema. Para obter mais informações, consulte Nota de Aplicação – NA 98:

See WP 98

"A Eliminação dos Transformadores de Isolamento nos Sistemas de Alimentação de Centros de Dados"). Existem muitos casos dependendo dos esquemas de ligação à terra a montante e a jusante e do tipo de UPS. O seu representante Schneider Electric tem um conjunto completo de diagramas para todos os esquemas de ligação à terra do sistema e gamas de UPSs.

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Esquemas de ligação à terra do sistema (Cont.)

As gamas Galaxy PW e Galaxy 9000 foram concebidas com transformadores de isolamento. Todas as outras gamas utilizam tecnologia sem transformadores, com o neutro recriado electronicamente. As seguintes páginas mostram alguns exemplos das UPSs Galaxy PW e Galaxy 5000, 7000 e 9000. Para outros casos, contacte o seu representante Schneider Electric para obter o diagrama aplicável.

Transformador de saída (Galaxy PW e 9000)

Sem transformador de saída (Galaxy 5000 e 7000))

Entradas separadas de bypass de CA e normal. Entradas comuns BP e

normais.Fig. 1.28. Diagramas padrão. Sistemas idênticos a montante e a jusante

Mesmo sistema a montante e a jusante IT, TT ou TN-S.

Neutro distribuído pelas duas linhas.

Mesmo sistema a montante e a jusante IT, TT ou TN-S.

Neutro distribuído apenas na linha de bypass.

Mesmo sistema a montante e a jusante TN-C

Mesmo sistema a montante e a jusante IT, TT ou TN-S.

Neutro distribuído. Galaxy PW e 9000 Galaxy 5000 e 7000

Fig. 1.29. Alguns exemplos com o mesmo sistema a montante e a jusante.

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Schneider Electric 09/2015 edition p. 38

Esquemas de ligação à terra do sistema (Cont.)

Sistemas diferentes a montante e a jusante

Alteração nos sistemas de ligação à terra a IT, TT ou TN-S a jusante.

Neutro distribuído pelas duas linhas.

Alteração nos sistemas de ligação à terra a IT, TT ou TN-S a jusante.

Neutro distribuído pelas duas linhas.

Alteração nos sistemas de ligação à terra

a TN-C a jusante.Alteração nos sistemas de ligação à terra

a TN-C a jusante. Galaxy PW e 9000 Galaxy 5000 e 7000

Fig. 1.30. Alguns exemplos com o sistema diferente a montante e a jusante.

Protecção

Protecção utilizando disjuntores

O sistema de protecção para instalações com unidades UPS apresentadas aqui irá implementar disjuntores. Segue uma apresentação das características principais dos disjuntores e das respectivas unidades de activação. O número da peça referido como exemplo diz respeito aos disjuntores da Schneider Electric. Outras características, como corrente e esforço térmico limitado, estão entre os pontos mais fortes da gama de disjuntores Compact NSX, mas não serão tratadas neste documento.

Para obter mais informações, consulte o catálogo de distribuição de média e baixa tensão da Schneider Electric e o “Guia de Instalação Eléctrica”. Unidades de activação Tecnologia Existem dois tipos de unidades de activação: • termo-magnética, • electrónica. Construção • incorporada (apenas termo-magnética). • intermutável. Comparação As unidades de activação termo-magnéticas são simples e acessíveis. As unidades de activação eléctrica oferecem mais definições precisas e completas para uma adaptação melhor às instalações e aos seus requisitos. A tabela abaixo resume as características dos dois tipos de unidades de activação para disjuntores, desde 1 a 630 A e deve permitir a resolução da maioria dos problemas detectados (desde 1 a 400 kVA). A figura 1.31 apresenta as curvas características das unidades de activação.

Protecção Símb. Definição Disponibilidade Protecção de

sobrecarga (atraso térmico ou longo) (1)

Ir Definição de corrente em sobrecarga.

Todas as unidades de activação.

Atraso longo (2) tr Aplica-se ao atraso logo de activação (por ex. para arranque do motor).

Unidades de activação electrónicas (por ex. Micrologic 2, 5, 6).

Protecção de curto-circuito (atraso curto ou magnético) (3)

Im ou Isd

Definição da corrente em curto-circuito. Em unidades de activação electrónica, lsd é uma função de Ir (geralmente 2 a Ir).

Todas as unidades de activação.

Atraso curto (4) tm ou tsd

Aplica-se a um atraso de activação curto (por ex. para discriminação de tempo com disjuntor a jusante).

Unidades de activação electrónicas (por ex. Micrologic 5, 6).

Protecção de curto-circuito, activação instantânea (5)

Ii Definição de curto-circuito instantâneo. Depende exclusivamente da classificação da unidade de activação (por exe. protecção de comutadores estáticos).

Unidades de activação electrónicas (por ex. Micrologic 5, 6).

(1) lr é o limite de protecção térmica (por vezes escrito lth) das unidades de activação termo-magnéticas ou o limite de protecção do atraso longo das unidades de activação electrónicas. Estes limites são definidos por uma curva de tempo inverso que depende da definição seleccionada. (2) tr é o atraso de tempo da protecção térmica do atraso longo para um determinado valor de lr. (3) lm é o limite magnético das unidades de activação termo-magnéticas e lsd é o limite de atraso curto das unidades de activação electrónicas. (4) tm é o atraso de tempo (ajustável ou fico) da protecção magnetic das unidades de activação termo-magnéticas e tsd é o atraso de tempo (geralmente ajustável) da protecção de atraso curto das unidades de activação electrónicas. (5) li é o limite de activação instantânea.

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Protecção (cont.)

Fig. 1.31. Curvas de tempo/corrente do disjuntor (lcu é a capacidade de interrupção final).

Schneider Electric 09/2015 edition p. 40

Protecção (cont.)

Discriminação, cascata e limitação de corrente Discriminação A discriminação resulta da selecção e definição do disjuntor correcto de tal forma que, se ocorrer uma falha, só activa o primeiro disjuntor a montante. Assim, a discriminação limita a parte da instalação afectada pela falha ao mínimo exacto. A tabela abaixo resume vários tipos de discriminação e a página anterior ilustra-os. Limitação de corrente Quando uma elevada corrente de falha chega ao disjuntor, os contactos do disjuntor separam-se sob as forças electrodinâmicas, é criado um arco e a sua resistência limita a energia do curto-circuito. Cascata Quando ocorre um curto-circuito a jusante da instalação (ver fig. 1.32), a corrente de falha também passa pelo disjuntor a montante que limita a corrente, atenuando assim a corrente aplicada ao disjuntor a jusante. A capacidade de interrupção do último é reforçada.

Discriminação Inclui Princípio Discriminação de

corrente

Todos os tipos de unidades de activação

A corrente de falha é inferior à definição do limite a montante. lr a montante > lr a jusante e lm ou lsd a montante > lm ou lsd a jusante

Discriminação de tempo

Apenas unidades de activação electrónicas (por ex. Micrologic)

Activação a montante dos atrasos por um longo tempo (lr) e atraso a curto tempo (lm ou lsd).

Discriminação de energia

Compact NSX e NS

A pressão do arco a montante não é suficiente para activar o disjuntor a montante, mas é suficiente para activar o disjuntor a jusante.

Bloqueio por zona

Compact NSX 100 a Masterpact com unidade de activação Micrologic

Activação a montante dos atrasos se também for detectado curto-circuito a jusante. Um cabo liga as unidade de activação a montante e a jusante.

Fig. 1.32. Discriminação e cascata a jusante/a montante.

Schneider Electric 09/2015 edition p. 41

Protecção (cont.)

Selecção dos disjuntores Classificação A classificação seleccionada (corrente nominal) para o disjuntor tem de ser a classificação mesmo acima da corrente nominal do cabo a jusante protegido. Capacidade de interrupção Tem de seleccionar a capacidade de interrupção mesmo acima da corrente de curto-circuito que pode ocorrer no ponto de instalação. Limites lr e lm A tabela que se segue indica a forma como determinar os limites lr e lm para garantir discriminação, dependendo das unidades de activação a jusante e a montante. Observação. Deve ser um técnico qualificado a implementar a discriminação de tempo, porque o tempo atrasa antes da activação aumentar o esforço térmico (I2t) a jusante (cabos, semi-condutores, etc). É necessário ter em atenção se a activação de CB2 é atrasada utilizando o atraso de tempo limite lm. A discriminação de energia não depende da unidade de activação, só do disjuntor. Os limites Ir e Im dependem das unidades de activação a montante e a jusante

Tipo de circuito a jusante

Rácio a montante lr / a jusante lr

Rácio a montante lm / a jusante lm

Rácio a montante lm / a jusante lm

unidade de activação a jusante

todos os tipos magnético electrónico

distribuição > 1.6 > 2 > 1.5 motor assincrónico > 3 > 2 > 1.5

Caso especial de curto-circuitos do gerador A figura 1.33 mostra a reacção de um gerador a um curto-circuito. Para evitar qualquer incerteza em relação ao tipo de excitação, iremos activar no primeiro pico (3 a 5 ln como X"d) utilizando a definição de protecção lm sem um atraso de tempo.

Fig. 1.33. Gerador durante um curto-circuito.

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Protecção (cont.)

Exemplo Considere o exemplo utilizado para determinar a potência nominal da UPS (Cap. 1 p. 21) com um número de cargas trifásicas ligadas em paralelo de 400 V, nomeadamente: • Sistema informático – S1 4 x 10 kVA, λ = 0,6, corrente de pico 8 In durante quatro períodos (80 ms), • Controlador de velocidade variável - S2 = 20 kVA, λ = 0,7, corrente de pico 4 In durante cinco períodos (100 ms), • Transformador de isolamento - S3 = 20 kVA, λ = 0,8, corrente de pico 10 In durante seis períodos (120 ms). As três cargas representam 54 kW com um factor de potência de 0,68. No capítulo 1, p. 21, foi seleccionado um Galaxy PW, com uma potência nominal de 100 kVA, I = 100 / (400 x 3 ) = 144 A.

Transformador 630 kVA

Determinar CB1 e CB2

Determinar o CB3 mais potente para discriminação

Potência total consumida

pelas cargas P (kW) = 54 kW

40 kVA 20 kVA 20 kVA λ = 0.6 λ = 0,7 cos ϕ = 0,8

Gerador 400 kVA

Potência nominal de saída aparente 100 kVA

In = 144 A

Factor de potência à saída da UPS para todas as

cargas λ = 0.68

Potência máxima activa de saída (que a UPS possa

fornecer às cargas) λ Sn (kVA) = 68 kW

Fig 1.34. Exemplo de uma instalação. O objectivo é seleccionar disjuntores CB1 e CB2, e o disjuntor mais potente CB3 compatível com os requisitos de discriminação, dado que a instalação a montante inclui o seguinte: • Transformador 20 kV / 400 V com potência nominal de 630 kVA, • Gerador a motor de 400 V com potência nominal de 400 kVA, • Transformador para ligação MLVS, cinco metros de cabo de alumínio 4 x 240 mm2 por fase, • Terminais da ligação do disjuntor, quatro metros utilizando três barras de cobre de 400 mm² por fase. Cálculo das classificações de CB1 e CB2 e capacidades de interrupção A capacidade de interrupção depende das correntes de curto-circuito a jusante do CB1 e CB2 ao nível do quadro de comutação principal de baixa tensão (MLVS). Geralmente, este valor de curto-circuito a montante é fornecido pelo utilitário. Também pode ser calculado. É necessário determinar a soma R das resistência a montante e a soma X das reactâncias a montante do ponto em questão. A corrente trifásica de curto-circuito é calculada da seguinte forma:

Isc 3-ph = U

R X3 2 2+

U é a tensão sem carga fase-a-fase (tensão de carga + 3 a 5%). R = Σ Rupstream e X = Σ Xupstream Neste exemplo, indicamos o método geral com várias simplificações para abreviar os cálculos.

Para obter informações mais detalhadas, consulte o documento nº 158 do Caderno Técnico “Cálculo das correntes de curto-circuito” da Schneider Electric.

Schneider Electric 09/2015 edition p. 43

Protecção (cont.)

Sistema a montante Ra, Xa

Fontes Rtr Xtr

Saída de fonte para ligação de cabo

MLVS Rc, Xc

Disjuntor geral Rd, Xd

Terminais MLVS Rb, Xb

Fig. 1.35. Cálculo da corrente de curto-circuito para CB2 e CB2. É necessário calcular as resistências e as reactâncias a montante do CB1 e CB2 na figura 1.34. Sistema de distribuição a montante do transformador • Psc = potência de curto-circuito a montante = 500 MVA = 500 x 106 VA • U20 = tensão sem carga fase-a-fase na bobina do secundário do transformador = 400 V, + 3%, ou seja, 410 V • Rup = resistência a montante ≈ 15% Xup, Xup dado insignificante • Xup = reactância a montante em relação à bobina do secundário do transformador

Xup = UPsc

202

= 410

500 10

2

6x= 0,288 mΩ

Rup ≈ 0 e Xup = 0,33 mΩ. Transformador • Sn = potência nominal aparente 630 kVA • In = corrente nominal = 630 / U 3 = 630 103 / (400 x 3 ) = 909 A • Usc = tensão do curto-circuito do transformador = 4% • Pcu = perdas de cobre do transformador em VA

Rtr = resistência do transformador = Pcu

In3 2 ≈ 20% Xtr, Ztr dado insignificante

Xtr ≈ Ztr = impedância do transformador = USn

x Usc202

= 4102 x 0,04 / 630 103 = 10,7

mΩ Rtr ≈ 0 e Xtr = 10,7 mΩ. Cabos de ligação do transformador ao MLVS • 5 metros de comprimento • Secção cruzada 240 mm² • ρ = resistividade à temperatura normal dos condutores cobre: ρ = 22,5 mΩ.mm2/m, alumínio: ρ = 36 mΩ.mm2/m • Xc = reactância do condutor (geralmente 0,08 mΩ/m) = 0,08 x 5 = 0,4 mΩ

Rc = resistência do cabo (cobre) = ρ LS

= 22,5 x 5 / (4 x 240) = 0,12 mΩ

Rc = 0,12 mΩ e Xc = 0,4 mΩ. Disjuntor geral Valores típicos Rd ≈ 0 e Xd = 0.15 mΩ.

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Protecção (cont.)

Terminais • Xb = reactância do terminal (geralmente 0,15 mΩ/m) = 0,15 x 4 = 0,6 mΩ

• Rb = resistência do terminal = ρ L / S= 22,5 x 4 / (3 x 400) = 0,075 mΩ (insignificante)

Rb ≈ 0 e Xb = 0,6 mΩ. Transformador Isc ao nível do CB1 e CB2 • R = Total de resistência a montante = 0,12 mΩ • X = Total de reactância a montante = 0,33 + 10,7 + 0,4 + 0,15 + 0,6 =12,18 mΩ R pode ser ignorado, determinado X.

Isc 3-ph = U

R X3 2 2+≈

UX3

= 4103 1218 10 3x x. − = 19,4 kA

Nota. É disponibilizada uma estimativa aproximada pela corrente de curto-circuito nos terminais do transformador, tendo em conta que a potência de curto-circuito a montante é infinita. ISCT = em terminais do transformador = In / Usc = 20 In = 20 x 909 = 18,2 kA Gerador Isc ao nível do CB1 e CB2 • potência nominal aparente do gerador – 400 kVA • corrente nominal do gerador = 400 / U 3 = 400 103 / (400 x 3 ) = 577 A • X"d = tensão de curto-circuito do gerador = 10% Está determinado a activar aos 5 In (ver fig. 1.33). ISCG = nos terminais do gerador = 5 In = 5 x 577 = 2,9 kA Corrente contínua do CB1 É a corrente à entrada da UPS. É necessário multiplicar a classificação da UPS por 1,2, para ter em conta a eficiência, ou seja, 120 kVA. Iinput = 120 / U 3 = 120 103 / (400 x 3 ) = 173 A Corrente contínua do CB2 É a corrente contínua das cargas fornecidas através do bypass, ou seja, 54 kW com um factor de potência de 0,68 para uma potência aparente S = 54 / 0,68 = 67,5 kVA Iload = 67,5 / U 3 = 120 103 / (400 x 3 ) = 97 A Corrente da aplicação de energia da carga maior Tem de ser aplicada energia às cargas em tempos diferentes. A corrente de pico maior é a do transformador de 20 kVA, ou seja, In = 28,8 A e 10 In = 288 A - 120 ms. O cálculo da corrente máxima do comutador estático É a corrente de curto-circuito ao nível do CB3, que equivale praticamente à do CB2. Parâmetros de selecção A tabela que se segue resume os vários valores calculados. Parâmetro Valor corrente de curto-circuito do transformador 19,4 kA corrente de curto-circuito do gerador 2,9 kA corrente do rectificador (entrada da UPS) 173 A corrente contínua de carga a jusante da UPS 97 A corrente de aplicação de energia da carga maior 288 A - 120 ms corrente máxima do comutador estático 19,4 kA

Características do CB1 e CB2 Característica D1 D2 Capacidade de interrupção > 19,4 kA, ou seja, 25 kA > 19,4 kA, ou seja, 25

kA Corrente contínua > 173 A, ou seja, 200 A > 97 A, ou seja, 125 A Limite lr > 173 A +20% > 97 A + 20% Limite lm > 173 A + 20% e

< 2,9 kA - 20% > 288 A +20% e < 2,9 kA - 20%

20% representa o intervalo de tolerância típico das definições do disjuntor. Schneider Electric 09/2015 edition p. 45

Schneider Electric 09/2015 edition p. 46

Protecção (cont.)

Características do disjuntor de CB3 mais potente possível

Fontes

Disjuntores de entrada

Bypass estático Impedância insignificante

Disjuntores de saída Isc no CB3 ≈ Isc no CB2

Fig. 1.36. Cálculo da corrente de curto-circuito no CB3. Funcionamento com potência do bypass • Capacidade de interrupção A corrente de curto-circuito maior a jusante do CB3 é praticamente a do CB2, porque considera-se que os circuitos de saída estão próximos da UPS. Consequentemente, a capacidade de interrupção do CB3 também é de 25 kA. • A classificação é determinada pela carga maior, ou seja, 4 x 10 kVA do sistema informático com uma corrente contínua de: Iload = 40 / U 3 = 40 103 / (400 x 3 ) = 57 A Deve seleccionar-se um dispositivo de 60 A. • Definições A maioria das cargas é do tipo de distribuição, ou seja, o limite lr do CB3 tem de ser inferior a 97 A / 1,6, ou seja, < 61 A. O limite lm tem de ser inferior a 1847 / 2, ou seja, < 900 A. Funcionamento sem potência do bypass Neste caso, a UPS em curto-circuito limita a sua corrente a 2,33 ln durante um segundo. Para as UPSs da Schneider Electric UPSs da gama Galaxy, os resultados experimentais determinaram que a classificação mais elevada do CB3 tem de ser inferior a 0,5 ln para garantir discriminação. É o caso do disjuntor para as cargas do computador. 60 A < 0,5 x 144= 72 A

Cabos

Selecção dos tamanhos do cabos

Aumento da temperatura do cabo e quedas de tensão A secção cruzada dos cabos depende: • do aumento de temperatura tolerável • da queda de tensão tolerável. Para uma determinada carga, cada um destes parâmetros resulta numa secção cruzada mínima tolerável. Deve ser utilizada o maior dos dois. Ao encaminhar cabos, é necessário ter cuidado para manter as distâncias exigidas entre os circuitos de controlo e os circuitos de potência, para evitar perturbações causadas por correntes de AF. Aumento da temperatura O aumento da temperatura tolerável nos cabos está limitado à capacidade de resistência de isolamento do cabo. O aumento da temperatura nos cabos depende do: • tipo de núcleo (Cu ou AI), • método de instalação, • número de cabos em contacto. As normas exigem, para cada tipo de cabo, a corrente máxima tolerável. Quedas de tensão Valores máximos As quedas máximas de tensão toleráveis são: • 3% para circuitos de CA (50 ou 60 Hz), • 1% para circuitos de CC. Tabelas de selecção As tabelas que se seguem indicam a queda de tensão em percentagem para um circuito constituído por 100 metros de cabo de cobre. Para calcular a queda de tensão num circuito com um comprimento L, multiplique o valor na tabela por L/100. Se a queda de tensão exceder os 3% num circuito trifásico ou 1% num circuito de CC, aumente a secção cruzada dos condutores até o valor estar dentro das tolerâncias. Queda de tensão para cabos de 100 metros • Sph – a secção cruzada dos condutores • In – corrente nominal dos dispositivos de protecção no circuito Circuito trifásico (condutores de cobre) 50-60 Hz - 400 V trifásico, cos ϕ = 0,8, sistema + N 3-ph equilibrado

Sph (mm2) 10 16 25 35 50 70 95 120 150 185 240 300 In (A) 10 0.9 16 1.2 20 1.6 1.1 25 2.0 1.3 0.9 32 2.6 1.7 1.1 40 3.3 2.1 1.4 1.0 50 4.1 2.6 1.7 1.3 1.0 63 5.1 3.3 2.2 1.6 1.2 0.9 70 5.7 3.7 2.4 1.7 1.3 1.0 0.8 80 6.5 4.2 2.7 2.1 1.5 1.2 0.9 0.7 100 8.2 5.3 3.4 2.6 2.0 2.0 1.1 0.9 0.8 125 6.6 4.3 3.2 2.4 2.4 1.4 1.1 1.0 0.8 160 5.5 4.3 3.2 3.2 1.8 1.5 1.2 1.1 0.9 200 5.3 3.9 3.9 2.2 1.8 1.6 1.3 1.2 0.9 250 4.9 4.9 2.8 2.3 1.9 1.7 1.4 1.2 320 3.5 2.9 2.5 2.1 1.9 1.5 400 4.4 3.6 3.1 2.7 2.3 1.9 500 4.5 3.9 3.4 2.9 2.4 600 4.9 4.2 3.6 3.0 800 5.3 4.4 3.8 1000 6.5 4.7

Para um circuito trifásico de 230 V, multiplique o resultado por 3 . Para um circuito monofásico de 208/230 V, multiplique o resultado por 2.

Schneider Electric 09/2015 edition p. 47

Cabos (cont.)

Circuito de CC (condutores de cobre) Sph (mm2) 25 35 50 70 95 120 150 185 240 300 In (A) 100 5.1 3.6 2.6 1.9 1.3 1.0 0.8 0.7 0.5 0.4 125 4.5 3.2 2.3 1.6 1.3 1.0 0.8 0.6 0.5 160 4.0 2.9 2.2 1.6 1.2 1.1 0.6 0.7 200 3.6 2.7 2.2 1.6 1.3 1.0 0.8 250 3.3 2.7 2.2 1.7 1.3 1.0 320 3.4 2.7 2.1 1.6 1.3 400 3.4 2.8 2.1 1.6 500 3.4 2.6 2.1 600 4.3 3.3 2.7 800 4.2 3.4 1000 5.3 4.2 1250 5.3

Caso especial para condutores neutros Nos sistemas trifásicos, a terceira ordem harmónica (e os seus múltiplos) de cargas monofásicas são acrescentados no condutor neutro (soma das correntes nas três fases). Por esta razão, aplica-se a seguinte regra – secção cruzada neutra – 1,5 x secção cruzada da fase. Exemplo do cálculo Vamos considerar um circuito trifásico de 400 V e 70 metros, com condutores de cobre e uma corrente nominal de 600 A. A norma IEC 60364 indica, dependendo do método de instalação e da carga, uma secção cruzada mínima. Devemos assumir que a secção cruzada mínima é de 95 mm2. Primeiro é necessário verificar se a queda de tensão não excede os 3%. A tabela para circuitos trifásicos na página seguinte indica, para um fluxo de corrente de 600 A num cabo de 300 mm2, uma queda de tensão de 3% para 100 metros de cabo, ou seja, para 70 metros: 3 x 70/100 = 2,1%, inferior ao limite de 3%. Pode aplicar-se um cálculo idêntico para uma corrente de CC de 1000 A num cabo de 10 metros com uma secção cruzada de 240 mm². A queda de tensão para 100 metros é 5,3%, ou seja, para dez metros. 5,3 x 10/100 = 0,53%, inferior ao limite de 1%.

Exemplo de uma instalação

Fig. 1.37. Ligação dos cabos.

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Armazenamento de energia

Tecnologias de armazenamento

Armazenamento de energia nas UPSs As UPSs necessitam de um sistema de armazenamento de energia para fornecer o inversor com potência se a potência dos serviços da rede de distribuição de energia eléctrica pública falhar ou deixar de estar entre as tolerâncias. A energia armazenada tem de ter as seguintes características: • Electricidade que esteja disponível de imediato para passar pelos micro-dijustores, pequenas quedas de tensão e interrupções dos serviços da rede de distribuição de energia eléctrica pública, • Nível de potência suficiente para alimentar toda a carga, ou seja, uma classificação equivalente à do próprio sistema UPS, • tempo de reserva, geralmente cerca de dez minutos, adequado às necessidades das cargas e a quaisquer outras fontes disponíveis (ou seja, gerador a motor para longos tempos de reserva).

Fig. 1.38. Diagrama simplificado de uma UPS com armazenamento de energia de reserva. Tecnologias disponíveis As várias tecnologias disponíveis actualmente são as seguintes: • baterias: - ácido-chumbo selada, - ácido-chumbo ventilada, - cádmio de níquel, • ultracondensadores, • volantes: - unidades tradicionais activadas a baixas velocidades (1500 rmp) e combinadas com geradores a motor, - unidades de velocidade média (7000 rpm) ou alta velocidade (30 a 100 000 rpm). Comparação das tecnologias As baterias são de longe a solução mais utilizada hoje. São a solução dominante devido ao baixo custo, eficiência comprovada e capacidade de armazenamento, mas apesar disso tem várias desvantagens em termos de tamanho, manutenção e ambiente. Os utlracondensadores ainda não oferecem os níveis de desempenho necessários. Os volantes que funcionam a alta velocidade constituem uma tecnologia possível em termos das potências nominais (40 a 500 kW), para tempos de reserva curtos (12 segundos a 1 minuto). A figura 1.39 mostra os campos de aplicação das diferentes tecnologias.

Para obter mais informações, consulte A Nota de Aplicação NP 65: “Comparar Baterias de Centros de Dados, Volantes e Ultracondensadores”.

See WP 65

Fig. 1.39. Características em termos de classificações de potência e tempos de reserva.

Schneider Electric 09/2015 edition p. 49

Armazenamento de energia (cont.)

A seguinte tabela compara as diferentes soluções em termos de capacidade de forma a cumprir os requisitos de armazenamento de energia das UPSs estáticas.

Critérios de comparação Tecnologia Baterias de

ácido-chumbo selada

Baterias de ácido-chumbo ventilada,

Baterias de Ni/Cad

Ultracondensadores

Volantes

Potência ****

**** **** * ***

Tempo de reserva *** 5 minutos até várias horas

**** 5 minutos até várias horas

* 5 minutos até várias horas

* poucos segundos

** uma dúzia de segundos

Preço de compra **** baixo

*** baixo a médio

** alto

* Custo multiplicado por 2 ou 3 em comparação a baterias, para 10 segundos de tempo de reserva

* custo multiplicado por 8 em comparação a baterias, para 10 segundos de tempo de reserva

Implementação / instalação / arranque Necessita de uma sala especial

*** não

** sim

* sim

**** não

** sim

Temperatura * * ** **** *** Vida útil ** ** *** **** *** Área ** ** ** **** *** Manutenção Frequência / tempo necessário

*** baixo

** médio

* alto

**** nenhum

* longos tempos de manutenção

Maturidade da tecnologia para UPSs **** **** **** ** *** **** excelente *** bom ** razoável * fraco Volantes Schneider Electric oferece sistemas de armazenamento de energia com volante a pedido. Esta solução é adequada para complementar baterias, porque pode ser utilizada em perturbações curtas sem activar a energia da bateria, preservando assim a bateria. É possível utilizar sem bateria, mas o tempo de reserva só dura uma dúzia de segundos. Para determinadas aplicações, esse tempo de reserva é insuficiente para iniciar um gerador a motor.

Selecção de uma bateria

Tipos de baterias As baterias utilizadas mais frequentemente em UPSs são: • baterias de ácido-chumbo seladas, também denominadas baterias (recombinação de gás), • baterias de ácido-chumbo ventiladas, • baterias de cádmio de níquel. As baterias de polímero de lítio estão a ser analisadas para serem utilizadas em UPSs. Devem estar disponíveis soluções com esta tecnologia em dois ou três anos.

Tipos de baterias, ver Cap. 5 p. 32 "Armazenamento de energia – Tipos de baterias". Para utilização em conjunto com as gamas UPS, a Schneider Electric recomenda baterias de ácido-chumbo seladas. A selecção de uma bateria depende dos seguintes factores: • requisitos e condições de funcionamento (sala especial, gabinete da bateria, prateleiras, etc.), • tempo de reserva necessário, • custos. Tempo de reserva A Schneider Electric oferece: • tempos de reserva padrão de 5, 10, 15 ou 30 minutos, • tempos de reserva personalizados, que podem chegar a várias horas. A selecção depende: • da duração média das falhas de potência do sistema, • de quaisquer fontes disponíveis que ofereçam tempos de reserva longos (gerador a motor, etc.), • do tipo de aplicação.

Schneider Electric 09/2015 edition p. 50

Armazenamento de energia (cont.)

Aplicam-se as seguintes regras gerais. • Sistemas informáticos O tempo de reserva da bateria tem de ser suficiente para abranger os procedimentos necessários para guardar ficheiros e encerrar o sistema, para garantir um encerramento controlado do sistema informático. Na prática, o departamento informático determina o tempo de reserva necessário, dependendo dos respectivos requisitos específicos. • Processos industriais O cálculo do tempo de reserva deve incluir o custo económico incorrido por uma interrupção no processo e o tempo necessário para a reiniciação. • Aplicações que exigem tempos de reserva longos Se ocorrerem interrupções longas, pode utilizar um gerador a motor para fazer de reserva a uma bateria, evitando a necessidade de baterias de grandes dimensões. Na prática, a utilização de um gerador a motor é aceitável para tempos de reserva superiores a 30 minutos a uma hora. Esta combinação deve ser analisada com atenção para optimizar a classificação do gerador e para garantir o funcionamento correcto.

Combinação com um gerador a motor, ver Cap. 5 p. 35 “Gerador a motor”. Vida útil A Schneider Electric oferece baterias com vidas úteis de 5, 10 anos ou superiores.

Vida útil da bateria, ver Cap. 5 p. 33. Comparação entre tipos de baterias Baterias de ácido-chumbo seladas (recombinação de gás) Estas baterias são as mais comuns pelas seguintes razões: • sem manutenção, • fácil implementação, • instalação em todos os tipos de salas (salas dos sistemas informáticos, salas para dispositivos técnicos não destinadas especificamente a baterias, etc.). Baterias ventiladas Este tipo de bateria (ácido-chumbo ou Ni/Cad) oferece determinadas vantagens: • vida útil longa, • tempos de reserva longos, • elevadas potências nominais. As baterias ventiladas têm de ser instaladas em salas especiais que cumpram os regulamentos exactos (ver Cap. 1 p. 51 “Trabalho preliminar”) e necessitam de manutenção adequada. As UPSs da Schneider Electric incluem sistemas avançados de monitorização da bateria. Monitorização da bateria Monitorização da bateria nas UPSs Galaxy DigiBatTM O sistema de monitorização da bateria DigiBatTM é uma unidade de hardware e software instalada como padrão nas UPSs da gama Galaxy da Schneider Electric e oferecem as seguintes funções: • introdução automática dos parâmetros da bateria, • vida útil optimizada da bateria, • protecção contra descargas excessivas, • regulamentação da tensão flutuante da bateria dependendo da temperatura, • limitação da corrente da bateria, • avaliação contínua da potência disponível tendo em conta o tempo de utilização da bateria, a temperatura e a carga em percentagem, • previsão da vida útil da bateria, • testes automáticos e periódicos na bateria, incluindo uma verificação no circuito da bateria, um teste ao circuito aberto e um teste à descarga parcial, etc.

DigiBat, ver Cap. 5 p. 34 "Gestão da bateria”. Schneider Electric 09/2015 edition p. 51

Schneider Electric 09/2015 edition p. 52

Armazenamento de energia (cont.)

Unidade do Environment Sensor Os parâmetros de funcionamento da bateria e, especialmente, a temperatura afectam a vida útil da bateria. O Environment Sensor, de fácil instalação, combinado com a placa de Gestão de Rede (SNMP/Web) possibilita a monitorização da temperatura/humidade e o estado dos dois contactos através de SNMP ou da Web. Também inicia o encerramento de equipamento, se necessário.

Detecção e prevenção de falha de bateria para UPSs Galaxy Apesar das vantagens das baterias de ácido-chumbo seladas, ao longo do tempo todas as baterias falham, devido ao tempo de utilização. Sem monitorização rigorosa, a integridade e a capacidade reais de uma bateria permanecem desconhecidas. As técnicas de monitorização da bateria têm um elevado impacto na fiabilidade e podem ser utilizadas para definir a melhor estratégia de substituição, dando origem a um melhor nível de protecção. A Schneider Electric também oferece sistemas de monitorização da bateria continua e célula-a-célula com software e capacidades de comunicação. O utilizador pode implementar este sistemas ou podem ser integrados na oferta de teleserviço.. Sistema de monitorização da bateria B2000 O sistema B2000 oferece uma monitorização contínua e total dos principais parâmetros da bateria. Inclui a tensão, a corrente, a temperatura e qualquer impulso detectado durante os ciclos de carga e descarga. Envia um alarme quando os níveis de tolerância são ultrapassados. Também está disponível a gravação automática de descargas, planeada ou não planeada, para análises de dados. O sistema de monitorização pode ajudar a detectar possíveis problemas antes da bateria falhar e, desta forma, melhorar a disponibilidade da energia da UPS. Sistema de monitorização da bateria Cellwatch A manutenção geral da matéria pode não ser suficiente para garantir o funcionamento correcto, principalmente para aplicações de missão crítica, onde não podem ocorrer quaisquer erros. Entre os testes periódicos (geralmente de três em três meses), uma célula pode falhar. Uma célula de ácido-chumbo selada regulada pela válvula pode falhar poucos dias após um teste periódico. A causa é a recção química que ocorrer na célula após os ciclos de carga e descarga. Estes ciclos ocorrem mesmo se o sistema de protecção não estiver em funcionamento. Além disso, a corrosão pode afectar todo o sistema de ligações do conjunto de baterias, no interior ou no exterior da célula. Por isso, foi necessário tomar outras precauções além da simples verificação da tensão. A análise efectuada mostrou que a resistência interna ou a impedância da célula é um bom indicador do seu estado, porque revela a deterioração e quaisquer problemas físicos. O sistema de monitorização Cellwatch utiliza este sistema com base na impedância da célula para monitorizar cada célula. Fornece monitorização fiável da vida útil de cada célula. Sistema de gestão da bateria Schneider Electric para UPSs SymmetraTM O sistema de gestão da bateria Schneider Electric, disponível para UPSs da gama Symmetra da Schneider Electric, garante que as baterias estão totalmente carregadas e prontas a serem utilizadas. Este sistema de montagem em prateleira 1U e acessível através do navegador combina a monitorização da bateria e os testes com o carregamento de pico individual para um desempenho máximo da bateria. A integração no seu sistema de gestão integrado preferido ou a utilização de um navegador disponibiliza a visibilidade do estado das baterias. Este sistema possibilita a resolução de problemas antes de afectarem a disponibilidade.

Comunicação e interface homem-máquina

Características gerais A interface homem-máquina na UPS tem de ser de fácil utilização e com múltiplos idiomas (ajustável ao idioma do utilizador). Geralmente é feita de um painel de representação, um painel de estado e de controlo e um visor alfanumérico. Pode estar disponível um menu de personalização protegido por palavra-passe para introdução dos parâmetros de instalação e acesso a informações detalhadas. Exemplo O HMI típico disponibiliza as funções listadas em baixo. Botões On (Ligar) e Off (Desligar) • retardados para evitar operações incorrectas. • com uma opção para EPO (emergency power off – desactivação de emergência). • independentes em relação ao resto do visor LEDs de estado que identificam claramente: • o funcionamento normal (carga protegida), • modo de funcionamento reduzido (mau funcionamento), • situações de perigo para a carga (carga não protegida), • funcionamento na alimentação da bateria. Alarmes • alarme sonoro e botão de reposição do alarme sonoro. • aviso de encerramento da bateria. • alarme geral. • falha da bateria. Um ecrã que fornece: • acesso às medições - potência de entrada (tensão, corrente, frequência). - bateria (tensão, correntes de carga e descarga, tempo de reserva restante, temperatura) - saída do inversor (tensão fase-a-neutro, corrente, frequência, potência activa e aparente, factor de crista). • acesso aos registos do histórico - registo incluindo eventos assinalados com horas. - gráficos de barras e curvas dos valores medidos. Disponibilidade elevada para aplicações críticas necessita de equipamento de protecção de comunicação O sistema UPS, essencial para equipamento de missão crítica, tem de incluir funcionalidades de comunicação para manter os operadores informados continuamente, onde quer que estejam, sobre qualquer risco que comprometa a segurança de funcionamento do sistema, para que possam agir de imediato. Para garantir a disponibilidade da potência, as funcionalidades de comunicação da UPS disponibilizam as quatro funções essenciais seguintes:

Supervisão / monitorização de todas as UPSs instaladas através do software. Notificação através da rede e da Internet. Encerramento controlado (local ou remoto, automático ou manual) das

aplicações protegidas. Teleserviço através de um modem e linha telefónica a um centro de suporte.

Comunicação

Interface homem-máquina (HMI)

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Comunicação e interface homem-máquina

(cont.)

Soluções da Schneider Electric Placas de comunicação • Placa de gestão de rede (Ethernet) - Monitorização Web - Notificação por email - SNMP MIB e Traps - Protecção de servidor com Network Shutdown Module - Supervisão com Enterprise Power Manager ou ISX Central - Monitorização de ambiente com Environment Sensor (T°, H%, Inputs) • Modbus – placa Jbus (RS232 e RS485) - Monitorização • Placa de teleserviço (Modem) - Alertas - Monitorização - Diagnóstico - Relatórios • Placa de relé (contactos) - Indicações Software de gestão • Enterprise Power Manager e ISX Central (software e servidor) Soluções de software para gerir todas as UPSs instaladas através de redes de IP, compatibilidade Web e acessíveis a partir de qualquer navegador. • Kits de Integração NMS (Sistema de Gestão de Rede) Integração com NMSs, como HP OpenView, IBM Tivoli, CA Unicenter, etc. • Network Shutdown Module - Módulo de software para encerramento seguro do sistema.

Fig. 1.40. As placas de comunicação combinadas com o software de supervisão oferecem uma grande variedade de funções.

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Trabalho preliminar

Considerações sobre instalação

Seguem-se os elementos principais que se deve ter em conta na instalação da UPS: • planos para modificações do local, qualquer trabalho preliminar (principalmente para uma sala de bateria), tendo em conta: - as dimensões do equipamento, - condições de funcionamento e manutenção (acessibilidade, espaço livre, etc.), - condições de temperatura têm de ser respeitadas, - considerações sobre segurança, - normas e regulamentações aplicáveis, • ventilação ou ar condicionado das salas, • criação de uma sala de bateria. Dimensões A disposição dos gabinetes e armários da UPS deve basear-se em planos exactos. As características físicas das UPSs da Schneider Electric que podem ser utilizadas para preparar os planos são apresentadas no capítulo 4. Indicam, para cada gama: • as dimensões e pesos da: - UPS e gabinetes de bypass centralizado; - gabinetes da bateria, - quaisquer gabinetes auxiliares (autotransformadores, transformadores, filtros, etc.), • espaço livre mínimo necessário para gabinetes e armários para garantir uma excelente ventilação e um acesso suficiente. Ventilação, ar condicionado Requisitos da ventilação As UPSs foram concebidas para funcionar a um determinado intervalo de temperatura (0 a 40°C para UPSs da Schneider Electric ) que é suficiente para a maioria das condições de funcionamento sem modificações. Contudo, as UPSs e o respectivo equipamento auxiliar produzem calor que pode, se não forem tomadas quaisquer medidas, aumentar a temperatura de uma sala mal ventilada. Além disso, a vida útil de uma bateria depende em grande parte da temperatura ambiente. As temperaturas entre os 15° C e 25° C ajudam na vida útil. É necessário ter este factor em conta se a bateria for instalada na mesma sala da UPS. Uma outra consideração é o facto das UPSs poderem estar instaladas na mesma sala do que o equipamento informático, que geralmente tem requisitos mais rigorosos em relação aos intervalos da temperatura de funcionamento. Seleccionar um tipo de ventilação Por todas as razões acima mencionadas, é necessária ventilação mínima e quando aplicável ar condicionado, para evitar quaisquer riscos de aumento de temperatura excessiva na sala devido ao calor produzido. A ventilação pode: • ser natural, • ser forçada através de um sistema de ventilação, • ser através da instalação de uma unidade de ar condicionado. A selecção depende: • do calor produzido que tem de ser evacuado, • do tamanho da sala. As características térmicas das UPSs da Schneider Electric encontram-se indicadas no capítulo 4 e podem ser utilizadas para calcular as necessidades de ventilação. Indicam, para cada gama: • o calor produzido dos gabinetes e quaisquer filtros instalados, • o volume da saída de ar de um sistema de ventilação.

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Trabalho preliminar

Grau de IP do nível de protecção e ruído Grau de protecção (IP) As UPSs têm de funcionar num ambiente compatível com o seu grau de protecção (IP 20 para UPSs da Schneider Electric), definido pela norma IEC 60529/EN 60529. Deve evitar-se a presença de pó, água e substâncias corrosivas. Nível de ruído As UPSs devem produzir um nível reduzido de ruído, adequado à sala onde estão instaladas. As condições de medição do nível de ruído indicado pelo fabricante devem estar em conformidade com a norma ISO 3746 (medição do ruído).

Sala da bateria Quando possível e se desejado, deve instalar-se a bateria num gabinete.

As dimensões do gabinete para bateria estão indicadas para cada gama de UPS, dependendo da potência nominal. Contudo, para UPSs com elevada potência, geralmente as baterias são instaladas em salas especiais (sala de electricidade). Deve instalar-se as baterias de acordo com as normas internacionais, as regulamentações locais e a norma IEC 60364. Método de instalação da bateria Seguem-se os critérios que determinam o método de instalação da bateria: • espaço em solo disponível, • o peso que o solo pode suportar (kg/m2), • facilidade de acesso e manutenção. São utilizados os três métodos seguintes. Bateria instalada directamente no chão Esta é a disposição mais simples. Contudo, é necessária uma sala de bateria com grandes dimensões, tendo em conta: • a grande quantidade de espaço em solo ocupado pela bateria, • o pavimento de isolamento (plataforma em madeira) é obrigatório se a tensão exceder os 150 volts. Bateria em prateleiras As células da bateria são instaladas em vários níveis diferentes, acima do solo. Ao determinar a altura entre cada prateleira, é necessário ter em conta o espaço exigido para verificar os níveis da bateria e encher as células da bateria facilmente. Recomenda-se uma altura mínima de 450 mm. Bateria em camadas Este método de instalação é semelhante ao anterior. É o método mais conveniente para verificar os níveis da bateria. Características da sala da bateria Independentemente do método de instalação seleccionado, a instalação da bateria tem de estar em conformidade com os seguintes requisitos (os números indicam os elementos apresentados na figura 1.40). Piso e paredes (1) • O piso tem de estar inclinado em direcção a um canal de evacuação, que termina num recipiente. • Revestimento de protecção contra ácido no piso e paredes, até uma altura de pelo menos 0,5 metros. Por exemplo, asfalto para baterias de ácido-chumbo, PVC ou tinta de cloro para baterias alcalinas.

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Trabalho preliminar

Ventilação (2) • cálculo de circulação O volume do ar a ser evacuado depende da corrente de carga máxima e do tipo de bateria. Em instalações que incluem várias baterias, a quantidade de ar que deve ser evacuado deve ser acumulativo. - baterias ventiladas d = 0,05 x N x Im, em que d – circulação em metros cúbicos por hora, N – número de células da bateria lm – corrente de carga máxima em amperes. - bateria selada As condições de ventilação de uma sala destinada a este fim são suficientes. • segurança Um dispositivo automático deve parar o carregamento da bateria, se o sistema de ventilação falhar. • localização O ar deve fazer-se circular a partir da parte superior da sala de bateria. Disposição da células (3) A disposição deve restringir o contacto simultâneo das duas partes desprotegidas que apresentam uma tensão maior ou igual a 150 V. Se não for possível cumprir a condição acima, deve instalar-se protecções terminais e deve efectuar-se ligações utilizando cabos de isolamento. Pavimento de acesso (4) Se a tensão exceder os 150 V, é necessário um pavimento especial. O pavimento deve ser sólido, com isolamento do piso e deve ter, pelo menos, um metro de distância em redor da bateria. Ligação da bateria (5) As ligações devem ser o mais curtas possível. Disjuntor de protecção da bateria (6) Geralmente o disjuntor é instalado num armário montado na parede. Equipamento contra incêndios (7) Extintores autorizados que incluem energia, CO2 e areia. Equipamento de segurança (8) O equipamento de segurança deve incluir óculos de protecção, luvas e uma fonte de água. Equipamento de inspecção (9) • Hidrómetro. • Dispositivo de enchimento. • Termómetro. Sensores (10) • Detector de hidrogénio. • Sensor de temperatura.

Fig. 1.41. Disposição da sala da bateria