exploração espacial - ciênciamão · fazendo o uso de naves espaciais, satélites artificiais ou...

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Exploração Espacial Ricardo Augusto Vianna de Lacerda (Especialização em Ensino de Astronomia) Universidade de São Paulo - Campus EACH-USP-Leste Introdução: Exploração espacial é o conjunto de esforços do homem em estudar o espaço e seus astros do ponto de vista científico e da sua exploração econômica, fazendo o uso de naves espaciais, satélites artificiais ou sondas espaciais, e muitas vezes fazendo uso de humanos em suas missões: os astronautas. A ciência que estuda os vôos espaciais e a tecnologia relacionada com eles é chamada de astronáutica. O céu sempre atraiu a atenção e os sonhos do homem. Há duzentos anos, em uma famosa obra de ficção intitulada "Da Terra à Lua" (1865), Júlio Verne escreve sobre um grupo de homens que viajou até a Lua usando um gigantesco canhão. Na França, Georges Melies foi um dos pioneiros do cinema, e em seu filme "Le voyage dans la Lune" (1902) acabou criando um dos primeiros filmes de ficção científica em que descrevia uma incrível viagem à Lua. Em 1964 a Inglaterra também produziu um filme de ficção intitulado ―First Men in the Moon‖ com o título no Brasil de: ―Os Primeiros Homens na Lua‖ O filme começa quando um grupo de astronautas das Nações Unidas está planejando uma nova missão à Lua. Os astronautas estão um tanto confusos e, sobretudo, intrigados com a experiência de um homem (Edward Judd). Este homem diz que quando sua noiva, um cientista e ele fizeram esta viagem à Lua há 65 anos atrás, foram atacados pelos 'Selenitas', grotescas formigas com forma humana que vivem em imensas cavernas de cristal. Agora, cabe a essa equipe das Nações Unidas tentar esta alunissagem, uma missão que poderia ser mais aterrorizante do que se havia pensado. Em obras como "A Guerra dos Mundos" (1898) e "The First Men On The Moon" (1901), H. G. Wells também concebe idéias de exploração do espaço e de contato com civilizações extraterrestres. Muito ainda faltava para que o homem pudesse alcançar o espaço exterior, mas este sonho tornou-se realidade, em parte, através das idéias destes visionários e do trabalho de pioneiros. Entre estes pioneiros devemos lembrar os engenheiros de foguetes Robert Hutchings Goddard (EUA), Konstantin Tsiolkovsky (Rússia), Hermann Oberth (Alemanha), e mais recentemente Wernher von Braun (Alemanha) e Sergei Korolev (Ucrânia). Palavras chaves: Sondas Espaciais, Foguetes, Ficção, Estações Espaciais e Corrida Espacial.

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Page 1: Exploração Espacial - CiênciaMão · fazendo o uso de naves espaciais, satélites artificiais ou sondas espaciais, e muitas vezes fazendo uso de humanos em suas missões: os astronautas

Exploração Espacial

Ricardo Augusto Vianna de Lacerda

(Especialização em Ensino de Astronomia)

Universidade de São Paulo - Campus EACH-USP-Leste

Introdução: Exploração espacial é o conjunto de esforços do homem em estudar o

espaço e seus astros do ponto de vista científico e da sua exploração econômica,

fazendo o uso de naves espaciais, satélites artificiais ou sondas espaciais, e muitas vezes

fazendo uso de humanos em suas missões: os astronautas. A ciência que estuda os vôos

espaciais e a tecnologia relacionada com eles é chamada de astronáutica.

O céu sempre atraiu a atenção e os sonhos do homem. Há duzentos anos, em uma

famosa obra de ficção intitulada "Da Terra à Lua" (1865), Júlio Verne escreve sobre um

grupo de homens que viajou até a Lua usando um gigantesco canhão. Na França,

Georges Melies foi um dos pioneiros do cinema, e em seu filme "Le voyage dans la

Lune" (1902) acabou criando um dos primeiros filmes de ficção científica em que

descrevia uma incrível viagem à Lua. Em 1964 a Inglaterra também produziu um filme

de ficção intitulado ―First Men in the Moon‖ com o título no Brasil de: ―Os Primeiros

Homens na Lua‖ O filme começa quando um grupo de astronautas das Nações Unidas

está planejando uma nova missão à Lua. Os astronautas estão um tanto confusos e,

sobretudo, intrigados com a experiência de um homem (Edward Judd). Este homem diz

que quando sua noiva, um cientista e ele fizeram esta viagem à Lua há 65 anos atrás,

foram atacados pelos 'Selenitas', grotescas formigas com forma humana que vivem em

imensas cavernas de cristal. Agora, cabe a essa equipe das Nações Unidas tentar esta

alunissagem, uma missão que poderia ser mais aterrorizante do que se havia pensado.

Em obras como "A Guerra dos Mundos" (1898) e "The First Men On The Moon"

(1901), H. G. Wells também concebe idéias de exploração do espaço e de contato com

civilizações extraterrestres.

Muito ainda faltava para que o homem pudesse alcançar o espaço exterior, mas este

sonho tornou-se realidade, em parte, através das idéias destes visionários e do trabalho

de pioneiros. Entre estes pioneiros devemos lembrar os engenheiros de foguetes Robert

Hutchings Goddard (EUA), Konstantin Tsiolkovsky (Rússia), Hermann Oberth

(Alemanha), e mais recentemente Wernher von Braun (Alemanha) e Sergei Korolev

(Ucrânia).

Palavras chaves: Sondas Espaciais, Foguetes, Ficção, Estações Espaciais e Corrida

Espacial.

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Sputnik I e II: O SPUTNIK, "companheiro" em russo, era uma esfera metálica com 50

cm de diâmetro, similar a uma bola de futsal, pesando cerca de 83 quilos com

equipamentos, que completava uma translação em torno da Terra em aproximadamente

100 minutos. No interior do Sputnik I (figura.1) haviam transmissores de sinais de rádio

que eram enviados por quatro antenas acopladas e captados em estações no mundo

inteiro.

[Fig.1] Um foguete R-7 colocou o Sputnik em órbita. Aqui é possível ver a espaçonave Soyuz TMA-2 no

topo de um foguete R-7.

O satélite artificial soviético Sputnik I foi lançado em 4 de outubro de 1957, foi data

então a largada da ―Corrida Espacial‖ rumo à exploração espacial. De uma forma

indireta, podemos considerar que quem realmente deu o primeiro passo para a

exploração espacial foi o Sr. Isaac Newton, físico inglês do século XVII, quando aos

vinte e poucos anos de idade, teve que se refugiar bem longe de sua cidade natal, para a

fazenda de sua família, quando em 1665, Londres é assolada pela peste negra que

dizimou parte de sua população. É neste período no ambiente calmo da fazenda que foi,

segundo palavras do próprio Newton, o mais importante de sua vida. Entregando-se

totalmente ao estudo e à meditação, quando tinha apenas 23 a 24 anos de idade, ele

conseguiu realizar muitas descobertas em apenas 18 meses nesta fazenda, envolvendo as

bases praticamente de toda sua obra. Entre os trabalhos desta época podemos citar a

Teoria da Gravitação Universal que fora publicado a cerca de 320 anos num livro que

ele chamou de: ―Philosophiae Naturalis Principia Mathematica” (figura.2),

publicada em 1687, Além da Leia de Gravitação Universal, ele também publicas as

chamadas: ―Leis de Newton‖ — as três leis dos corpos em movimento que assentaram-

se como fundamento da mecânica clássica.

[Fig.2]

Bem! Voltando ao assunto, os "BIPS" captados em todo o mundo emocionavam e

abriam caminho para lançamentos de satélites para os mais variados fins: pesquisas na

alta atmosfera, telecomunicações, mapeamento e sensoriamento remoto, espionagem

militar ou industrial e até "guerra nas estrelas" inspirado no filme de ficção ―Star

Wars‖ dirigida pelo cineasta George Lucas. Satélites meteorológicos e de espionagem

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são satélites de baixas altitudes. Satélites como o telescópio espacial Hubble (1990),

Compton Gama Ray (1991), Chandra X-ray (1999) e outros nos fornecem informações,

proporcionando um avanço científico sem precedentes sobre o Universo e sua origem.

(ÉRICO KEMPER, 2007). O primeiro satélite de comunicações a entrar em

funcionamento foi o Telstar, lançado em 1962, apenas 5 anos depois do Sputnik I. No

Brasil a primeira transmissão por satélite aconteceu no início de 1969, sendo a partir daí

os noticiários, como o Jornal Nacional, transmitidos ao vivo via Embratel. A emissora

de televisão TV CULTURA fez suas primeiras transmissões via satélite justamente

quando o homem pisa pela 1ª vez na superfície lunar, nosso satélite natural,

comemorando este ano, seus 40 anos de transmissão e também os 40 anos da chegada

do homem à Lua.

Hoje em dia, ao cair da tarde ou nas altas horas da madrugada, é possível ver satélites

artificiais cruzando vagarosamente o céu. Agora são dezenas ou talvez milhares deles

transmitindo informações, ajudando na meteorologia e nos projetos de preservação

ecológica. Os "BIPS" do SPUTNIK abriram os caminhos do homem no espaço. Mas

também foram o sinal de partida para uma corrida espacial que condicionava o

desenvolvimento científico a uma disputa política e econômica.

O lançamento do Sputnik I pegou de surpresa o lado capitalista e feriu profundamente o

orgulho norte-americano, porque para os EUA, que dois anos antes haviam anunciado a

intenção de lançar um satélite artificial, isto era uma afronta, e chegar em segundo lugar

numa disputa que só tinha dois participantes era algo inaceitável. Era preciso reagir,

partir ao contra-ataque urgentemente. Um mês depois do Sputnik I, a União Soviética

vence a disputa, mais uma vez, pela soberania do espaço sideral, lançando o Sputnik II.

A bordo da cápsula do Sputnik II (figura.3) estava o primeiro ser vivo a ir ao espaço: a

cadela Laika, que sobreviveu por sete dias até ser colocada em sono permanente.

(ÉRICO KEMPER, 2007).

[Fig.3]

Em dezembro do mesmo ano (1957) os norte-americanos fizeram a contagem regressiva

para o lançamento do seu primeiro satélite artificial projetado pela equipe liderada por

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Wernher Von Braun, agora naturalizado americano. Falhas no equipamento o fizeram

explodir imediatamente após os foguetes serem disparados. A segunda tentativa de von

Braun, em 31 de janeiro de 1958, conseguiu pôr em órbita da Terra o primeiro satélite

artificial norte-americano. Von Braun torna-se um herói nacional para os Estados

Unidos. Nos meses seguintes vários satélites foram colocados em órbita pelas duas

superpotências. (ÉRICO KEMPER, 2007).

Ao final da Segunda Guerra Mundial o mundo torna-se bipolar: de um lado o ideal

socialista defendido pelos soviéticos e de outro o capitalismo representado pelos EUA.

Inicia-se a Guerra Fria, marcada por um período de disputas entre as superpotências

bélicas, os norte-americanos e os soviéticos, onde cada um tenta expandir sua ideologia

à força. Nunca houve confronto direto entre elas, mas travaram sangrentas batalhas

dentro de outros países como no Vietnã e nas Coréias. Havia também a guerra das

propagandas, na qual cada uma tentava mostrar ao outro e ao mundo a superioridade do

seu sistema, evidenciado nas olimpíadas e na corrida espacial. Vários seriados e filmes

foram frutos desta batalha, a exemplo: O agente 86 criado em 1965 foi exibida na Rede

Record de Televisão, era um seriado cômico e os filmes de 007 sendo o 1º exibido em

1962 entre outros. A guerra fria carregava de demagogia os discursos dos líderes que

disputavam a paternidade de um sonho: LEVAR O HOMEM AO ESPAÇO.

Conquistando o Espaço:

No fim da década de 50, o principal objetivo na corrida espacial era o de enviar um

homem ao espaço. Mais uma vez os russos chegaram na frente: foi Yuri Gagarin o

primeiro homem a ir ao espaço. O lançamento foi na manhã do dia 12 de abril de 1961,

com um vôo que durou 108 minutos, completando uma volta em torno da Terra

atingindo a altitude de 327 km. Durante seu passeio espacial, Yuri Gagarin registra uma

frase simples e marcante! ―A Terra é Azul‖. Em 6 de agosto do mesmo ano, outro

cosmonauta russo, German Titov, repete a façanha, levando equipamentos em que fez o

primeiro filme sobre a Terra vista do espaço. Aos olhos do mundo não havia dúvida: os

soviéticos eram os líderes na corrida espacial em todos os sentidos.

A resposta de contra-ataque na corrida espacial veio com o discurso de John F.

Kennedy, o então presidente dos EUA, em 25 de maio de 1961, que faz a promessa de

colocar um homem na Lua e trazê-lo com segurança de volta à Terra. A frase que ficou

marcada para sempre na história da exploração espacial foi: “Escolhemos ir à Lua,

escolhemos ir à Lua, ... escolhemos ir à Lua, não porque é fácil, mas sim porque é

difícil!” Mas a ficção, como sempre, saía na frente.

Em ―O FLASH GORDON‖, das histórias em quadrinhos de ALEX RAYMOND,

antecipava em 1933 as viagens interplanetárias. O desenho clássico dessas histórias

procurava formas aerodinâmicas terrestres para as naves e construía um herói apolíneo

para enfrentar desafios sobre-humanos. FLASH GORDON foi para o cinema em 1936,

e, como obra de ficção, naturalmente não precisava se incomodar com gravidade,

pressão atmosférica, órbitas estáveis ou reentrada na atmosfera... Mas, no duro trabalho

dos laboratórios, eram essas as maiores preocupações dos técnicos. Já se sabia como

colocar um equipamento em órbita, mas como trazê-lo de volta?

Quando o SPUTNIK 1 penetrou a atmosfera, o atrito com o ar fez com que ele fosse

ficando retorcido e fosse se quebrando em várias partes. Isso acontece todas as vezes

que a gente sai de um meio como o vácuo, por exemplo, e entra na atmosfera, um meio

mais denso, ou então do ar para a água, como por exemplo um mergulho de mau jeito

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em uma piscina. A Solução estava em encontrar materiais resistentes para revestir a

cápsula e na escolha do ângulo correto para a reentrada.

O primeiro vôo orbital americano aconteceu quase um ano depois, com JOHN GLENN

numa cápsula do projeto MERCURY, que completou 3 órbitas em torno da Terra. Mas

nenhum desses feitos superava o sucesso de GAGARIN e a liderança SOVIÉTICA na

exploração espacial. Usando seu prestígio internacional, o presidente JOHN

KENNEDY, já com os rascunhos do PROJETO Apolo nas mãos, lançava, em 25 de

maio de 1961, o desafio de em 10 anos um americano caminhar na Lua.

Independentemente das jogadas políticas ou da propaganda, a proposta de KENNEDY

falava de um sonho de toda a humanidade: conhecer a Lua de perto.

A polêmica estava lançada... os milhões de dólares gastos nessa aventura para a Lua não

seriam melhor aplicados em projetos contra a fome e a miséria, em projetos sociais ou

educacionais? E mais . . . os técnicos discutiam a importância dos vôos tripulados à Lua,

já que as sondas mecânicas poderiam realizar essas viagens com menor custo e menores

riscos. Tanto que esse foi o caminho escolhido pelo programa espacial soviético, a partir

de 1968. O Congresso Nacional dos ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA DO NORTE

aprovou as idéias de KENNEDY. Assim, iniciava-se a corrida à Lua.

Naquela época, os conhecimentos sobre a Lua eram muito fragmentados, mas ao mesmo

tempo eram atentador! Telescópios desde a época de Galileu Galilei revelaram terrenos

elevados que brilhavam, chamados de montanhas e bacias escuras chamadas ―mares‖.

Haviam crateras circulares que se pareciam com topos de vulcões. Porém, a idade da

Lua e de que ela é feita era tudo um mistério.

O Projeto Mercury foi concluído no final de 1963, quando se iniciou o Projeto Gemini

que consistia em realizar testes de acoplamentos em órbita da Terra.

Espaçonave Gemini

Com o sucesso das missões dos projetos Mercury e Gemini, os EUA estavam prontos

para ir à Lua (ÉRICO KEMPER, 2007). Então surgiram as missões da sondas Rangers

em 1965, em busca de locais de pouso da Missão Apollo para coletar rochas da

superfície lunar. Depois de muitas tentativas e erros, apenas as sondas Rangers 7, 8 e 9

tiveram sucessos. Essas sondas foram lançadas para colidirem com a superfície lunar.

Elas eram equipadas com câmaras de televisão e enviavam milhares de fotografias da

superfície lunar antes de se chocarem com a Lua. Esta fotos só foram superadas pela

série ―Orbiter‖ de sondas destinadas para realizarem órbitas de baixa altitude em volta

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da Lua. A Lua era um mundo frio, sem vida! Bombardeados por meteoritos. Mas não se

sabia que tipo de superfície era formada a Lua. Então entra em sena mais uma vez, a

união soviética, desta vez com a sonda Luna 9 em 1966, ela pousou com segurança

num terreno firme e a pequena sonda guardava mais uma surpresa. Na época a

tecnologia de comunicação era o Telex ou Facsímile e é através destes aparelhos é que

foi recebido sinais da Luna 9 e decodificada para imagens. Essas foram as primeiras

imagens da superfície lunar. Mais uma vez os soviéticos estavam a frente. Mas houve

um pequeno problema! Quem detinha as melhores antenas de recepção da época eram

os ingleses, então quando receberam as primeiras fotos, eles publicaram nos jornais para

toda a Inglaterra, isso deixaram os soviéticos furiosos, pois a Inglaterra publicou

primeiro! Enquanto isso os E.U.A, treinavam os primeiros astronautas a caminharem na

Lua. Na noite de Natal de 1968, a Apollo8 levou os primeiros homens ao redor da Lua.

Durante a volta em torno da Lua, a base de controle Houston perdeu contato com o

veículo espacial, pois eles estavam no lado oculto da Lua. Depois da Morte de Kennedy

e o afastamento de Krushovick, a união soviética lança mais uma sonda da série Luna.

Agora a Luna15, um robô capaz de pousar na Lua, recolher uma amostra do solo lunar e

voltar à Terra, pois eles não queriam arriscar vidas! Em julho de 1969, os dois lados

estavam preparados para lançar. A luna15 foi a 1ª a deixar a plataforma de lançamento,

três dias depois a Apollo 11 entrou na corrida. O módulo lunar tocou o solo da Lua na

noite do dia 20 de julho de 1969. Milhares de telespectadores assistiram ao vivo pela

TV p primeiro passo humano na superfície lunar feito pelo astronauta Niel Armstrong e

neste momento ele finca a bandeira norte americana e diz a frase do século: ―É um

pequeno passo para o homem, mas um salto gigantesco para a humanidade‖.

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Os soviéticos ficaram decepcionados! Mas eles eram fortes e entenderam que poderiam

continuar com as missões à Lua, mas já não eram os primeiros! Os astronautas da

missão Apollo 11, recolheram amostras de rocha lunar para trazer para a Terra e os

soviéticos também conseguiram alguns gramas de rocha lunar para serem analisadas.

Nos dez anos depois da chegada do homem à Lua, graças à inúmeras missões de

exploração lunar, foi possível colecionar amostras de rochas de nove diferentes regiões

da Lua. Assim, enquanto as seis missões norte-americanas (Apollo 11, 12, 14, 15, 16 e

17) trouxeram mais de 2.000 amostras, selecionadas pelos astronautas em seis diferentes

regiões da superfície lunar, num total de 382 quilogramas, as três sondas automáticas

soviéticas (Luná 16, 20 2 24) recolheram algumas amostras que totalizaram cerca de

130 gramas (MOURÃO, 1979).

De acordo com informações extra-oficiais norte-americanas quatro foguetes N-1

explodiram nos testes na base de lançamento, em fevereiro de 1969, julho de 1970,

julho de 1971 e novembro de 1971. Em 1974 a tentativa de levar o homem à Lua foi

abandonada (WHITE,2003).

Os resultados das missões Apollo foram impressionantes: doze homens em 166 horas

percorreram cerca de 10 quilômetros na superfície da Lua, de onde recolheram 382

quilogramas de rochas. Neste período, utilizaram mais de sessenta instrumentos

científicos, obtendo os mais importantes resultados. A viagem à Lua não revelou apenas

o passado turbulento da terra e de seu mundo companheiro, ela também transformou a

percepção dos planetas mais além, nos fez perceber que somos capazes de explorar

outros mundos, outras luas, seja missões tripuladas ou não.

Como funcionavam os lançamentos de foguetes?

As missões Apollo foram lançadas ao espaço pelo gigantesco veículo lançador Saturno

V, de três estágios, impulsionado por cinco poderosos foguetes no primeiro estágio,

mais dois foguetes no segundo e no terceiro estágios. Os três estágios do foguete

usavam oxigênio líquido como oxidante. Enquanto o primeiro estágio usava querosene

como combustível, o segundo e o terceiro estágio usavam hidrogênio líquido. Os cinco

foguetes do primeiro estágio forneciam mais de 3,5 milhões de quilograma-força de

empuxo7 ao conjunto, lançando-o, em apenas 2,5 minutos, à altitude de 61 km, quando

foi descartado. O segundo estágio impulsionou o terceiro estágio e a nave Apollo em

órbita ao redor da Terra a 180 km de altitude. O terceiro estágio lançou a nave Apollo

em direção à Lua, em órbita elíptica, a velocidade de 24,5 km/h quando finalmente foi

descartada (MOURÃO, 2000).

O princípio de propulsão dos foguetes é muito simples: combustível líquido reage com

oxidante em reação química na câmara de combustão produzindo gases sob elevadas

temperaturas e pressões que são impelidos para fora do foguete. Os gases, pela Terceira

Lei de Newton, reagem sobre o foguete com força de mesma intensidade e direção, mas

de sentido contrário impelindo o foguete para cima. O aluno pode construir seu próprio

foguete, veja como fazer na atividade de astronomia ―Construindo Foguetes‖ disponível

no site ―Ciência à Mão‖ Copie e cole no Google o endereço abaixo:

(http://www.cienciamao.if.usp.br/tudo/exibir.php?midia=aas&cod=_exploracaoespacial

explor) para ter acesso à esta atividade.

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O foguete Saturno V era composto de três partes:

Uma ilustração em corte da espaçonave Apollo, incluindo o módulo lunar

As primeiras Estações Orbitais:

Salyut: Em abril de 1971, subiu ao espaço a estação orbital ―Salyut-1‖, pesando cerca

de 18 toneladas e tinha a forma de um cilindro cujo diâmetro externo variava entre 3 e 4

metros, equipados com 4 grandes ―asas‖ cobertas de células solares para captar energia

solar e gerar energia elétrica para toda a estação orbital. Numa segunda tentativa de

acoplamento da nave da série ―Soyuz‖, a Soyuz-11, lançada ao espaço em 6 de junho de

1971, consegui com sucesso no dia 7 de junho se acoplar à estação orbital Salyut e seus

tripulantes passaram para bordo da estação, iniciando o programa de pesquisas. Esse

programa incluiu observações da Terra e do espaço, experiências médicas e biológicas e

testes com novos tipos de ferramentas especialmente projetadas para funcionar em

ambiente de ―gravidade zero‖. Os astronautas regressaram à Terra no dia 29 de junho, e

a estação reingressou na atmosfera oito meses depois, destruindo-se pelo atrito com a

1. O módulo de comando (MC) é a única parte que retornava trazendo os astronautas à

Terra caindo de pára-quedas. Ali, os astronautas ficavam a maior parte da viagem.

2. O módulo de serviço (MS) era o compartimento que continha equipamentos de

manutenção de vida e motores.

3. O módulo lunar (ML) era a nave de alunissagem que levava dois astronautas à

superfície da Lua e também os trazia de volta à órbita da Lua para o encontro com os

outros dois módulos que lá permaneciam em órbita.

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atmosfera terrestre. Os soviéticos fizeram uma segunda tentativa, lançando a nave

Soyuz para iniciar a construção da estação orbital ―Soyuz-2‖, mas durante a subida, do

primeiro vôo, a espaçonave começou a dar cambalhotas e partiu-se em pedaços e

destruindo-se na alta atmosfera.

Nave espacial Soyuz (à esquerda) e a nave espacial Apollo (à direita)

Lançamento da nave espacial Soyuz

SkyLab: O êxito da ―Salyut-1‖ convenceu os norte-americanos a acelerar o programa

de sua própria estação orbital, projetada para utilizar os foguetes, naves e componentes

que sobrassem do Projeto ―Apollo‖ de exploração lunar. A estação orbital norte-

americana batizada de ―SkyLab‖ era muito maior e muito mais pesada que a soviética, e

destinava-se a um programa de testes mais extenso: media 6 metros de diâmetro

externo, pesava mais de 80 toneladas e tinha 8 compartimentos habitáveis internos,

incluindo banheiro com chuveiro, cozinha e quartos separados para os tripulantes, era

um verdadeiro apartamento espacial! O ano de 1973 foi escolhido para a execução do

projeto ―SkyLab‖ antes que terminassem com os foguetes lançadores ―Saturno‖. O

SkyLab foi lançado do Cabo Canaveral no dia 14 de maio de 1973. Entrou em órbita

com sucesso, mas durante o lançamento, uma de suas grandes asas com células solares

não abriram como estava programada e escaparam no espaço. A estação orbital SkyLab

ficou em órbita por alguns anos e nela foram realizadas varias experiências com aranhas

na ausência de gravidade, observações de recursos naturais da Terra inclusive do

território brasileiro, observações das manchas solares, etc. Os painéis solares esquerda

da estação espacial SkyLab foram danificados por meteoritos e depois foram desligados

da nave. A Nasa programou o Skylab para cair numa região menos povoada.No dia 12

de julho de 1979 foi possível ver no céu noturno da Austrália, fragmentos

incandescentes da estação orbital SkyLab.

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Imagem cedida pela NASA

Fotografia da Skylab 1 em órbita após os reparos. Note o guarda-sol dourado.

Concebida e construída essencialmente com o material empregado nas missões Apollo,

a estação orbital SkyLab custou aproximadamente 2 bilhões de dólares, uma cifra

relativamente pequena quando comparada aos 28 bilhões de dólares gastos pelos

Estados Unidos da América para a conquista da Lua.

Em 20 de fevereiro de 1986, às 0h28 (horário de Moscou) um foguete de carga Proton-

K lançado do cosmódromo de Baikonur, no Casaquistão, pôs em órbita o primeiro

módulo da Mir. Na última hora, o primeiro módulo estava pesando uma tonelada a mais

do que o previsto, e para que o Proton-K pudesse decolar foi descarregada uma série de

aparelhos, levados mais tarde ao espaço em sucessivas viagens. A previsão para o

término da construção era de dois anos, mas acabou demorando nove por falta de

liberação de verbas. Até o fim da União Soviética, em 1991, a Mir tinha apenas três

módulos: o Kvant, para medições astrofísicas da Terra e do cosmos, posto em órbita em

1987; o Kvant-2, módulo reserva para uso variado, que foi posto em órbita em 1989; e o

Kristal, laboratório de experiências tecnológicas, a partir de 1990.

Com dinheiro pago à Nasa, agência espacial norte-americana, foi possível finalizar a

construção da estação, com o programa Mir-Shuttle, em 1995 e 1996. Foram acoplados

os módulos Spector, para fins militares, e Priroda, para pesquisa sobre a biosfera e

projetos ecológicos.

Com a participação de outros 29 países, a estação abrigou 24 programas espaciais

internacionais, e seus laboratórios testaram diversos materiais e substâncias em

experiências impossíveis de ser feitas na Terra.

Graças a essas pesquisas, foi possível desenvolver aparatos médicos que tornam

possível a sobrevivência humana durante longos períodos sem gravidade.

Desde a primeira tripulação, em março de 1986, 104 astronautas de 12 países viajaram

ao complexo orbital. Alguns foram e voltaram cinco vezes. Entre as 28 expedições

tripuladas que foram à Mir, 16 permaneceram vários meses lá. Em uma delas, o médico

e astronauta Valeri Poliakov bateu o recorde de permanência no espaço ao ficar 438 dias

na estação: a metade do tempo necessário para se viajar até Marte. Outro russo, Serguei

Avdeyev, acumulou em três vôos, 747 dias no cosmos (mais de dois anos). A viagem

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mais curiosa, no entanto, foi a de Serguei Krikaliov, que saiu da Terra como cidadão

soviético e regressou após o colapso da URSS, como cidadão russo.

Inicialmente projetada para durar até cinco anos, o maior trunfo da Mir foi o de triplicar

sua vida útil.

A estação espacial Mir foi um exemplo de cooperação internacional, ao acolher

astronautas da Eslovênia, Bulgária, Afeganistão, Casaquistão, França, Japão, Reino

Unido, Áustria, Alemanha, Canadá, Estados Unidos e Síria, fora as missões conjuntas

com a Agência Espacial Européia.

A existência da Mir sofreu sua grande prova em 1997, quando uma nave de carga

Progress se chocou contra o módulo Spektr em uma manobra de acoplagem. A primeira

"colisão espacial" registrada teve efeitos irreparáveis, pois o módulo afetado foi lacrado

e inutilizado. durante vários meses os sistemas elétricos e de orientação da Mir seguiram

falhando. Apesar da colisão e outros incidentes, como um incêndio a bordo em 1999,

quando astronautas trocavam um filtro da tubulação de ar, a realização de experiências

científicas continuou até a última tripulação entrar na estação, em 2000.

A queda da Mir em 2001 iniciou, quando o foguete Progress acoplado à estação acionou

os propulsores pela última vez, freando a órbita da estrutura e fazendo com que ela

cedesse à gravidade. Os destroços da estação afundaram no sul do oceano Pacífico por e

encerraram o espetáculo da reentrada da estação espacial na atmosfera terrestre, dando

fim aos 15 anos de vida útil do primeiro complexo orbital construído pelo homem. Após

o fim da estação, que não foi prematuro, os russo podem dizer que a Mir cumpriu sua

missão.

A Estação Espacial Freedom era o nome dado ao projeto da NASA para construir uma

estação espacial permanentemente tripulada. Ela foi aprovada pelo então-presidente

Ronald Reagan e anunciada em 1984. Freedom nunca foi construída, e depois de várias

reduções, as sobras do projeto se tornaram parte da Estação Espacial Internacional

(figura.10). A estação espacial tinha lugar para 4 astronautas.

Atualmente temos a Estação Orbital Internacional (ISS) que é uma estação permanente

de pesquisa espacial. Participam de seu desenvolvimento 16 países: EUA, Canadá,

Japão, Rússia, 11 países pertencentes a Agência Espacial Européia e o Brasil. A ISS,

quando completa, irá medir aproximadamente 90 m por 70 m, o que é mais de quatro

vezes o tamanho da MIR.

A construção da ISS começou

em 1998 com a conexão do

módulo de controle Russo

Zarya com o Unity Node

norte-americano. A

construção ainda levará

alguns anos para ser

concluída, embora a ISS já

esteja funcional neste

momento.

[Fig.10]

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Além da Lua - Sondas Espaciais não Tripuladas:

No século XX redefinimos a vida na sociedade: rádio, TV, remédios os mais diversos,

computadores, raio laser, raios X, aviões, ônibus espacial, viagem à Lua, estação

espacial, Telescópio Espacial Hubble, bomba de hidrogênio, energia nuclear, carros, etc.

Neste século acreditamos que serão possíveis a viagem tripulada a Marte, ao centro da

Terra, inteligência artificial, seres bioeletrônicos manufaturados por meio de mistura de

tecidos biológicos com componentes eletrônicos, talvez quem sabe iguais ao robôs do

exterminador do futuro, só que ao invés de exterminadores, serão chamados de

exploradores estelares em busca de novos mundos, o uso internacional da energia solar

como alternativa ao petróleo, o controle completo da poluição global, o fim do efeito

estufa extra, uma maior igualdade social, a solução para a fome e a discriminação,

internet para todos, o fim do analfabetismo e o fim das guerras.

Nos anos 40 e 50, vimos os primeiros ensaios rumo ao espaço. Nos anos 60,

conhecemos um pouco da acirrada corrida espacial entre as duas grandes potências da

época: E.U.A e U.R.S.S. Final da década de 60 e início da década de 70, o homem pisa

na superfície lunar, deixa vários instrumentos de medidas na Lua e voltam com cerca de

300 quilogramas de rochas para estudos científicos. O final dos anos 70 e

principalmente, nos anos 80, o quadro da corrida espacial mudou muito. Missões

espaciais exploratórias passaram a ser feitas por satélites robotizados, controlados

remotamente na Terra, enquanto que astronautas passaram a tomar conta das missões

feitas através dos ônibus espaciais capazes de aterrizarem após a reentrada na atmosfera

terrestre. A idéia romântica da exploração do espaço como última fronteira ou ainda

como dizia no seriado de TV ―Jornada nas Estrelas‖ A Fronteira Final, foi substituída

por rentáveis missões dedicadas ao lançamento de satélites ou por missões científicas

dedicadas tanto a observações astronômicas, livres da interferência atmosférica, ou a

experimentos efetuados em órbita, aproveitando a ausência (simulada!) de gravidade.

Vamos voltar ao ano de (1961) e contar um pouco da história das sondas espaciais não

tripuladas e suas viagens interplanetárias.

Naturalmente como os engenheiros espaciais sabiam como enviar uma sonda para a

Lua, o próximo passo seria Vênus, não somente por ser o alvo mais perto, como

também por encerrar um mistério. Afinal em Vênus tem ou não Florestas e dinossauros?

A primeira sonda foi a Venera I, enviada pelos russos a 12 de fevereiro de 1961. Após

vários meses ela passou a 100.000 quilômetros de Vênus, mas o rádio falhou e não

houve dados. Então os americanos mandaram a Mariner I, mas esta desviou-se do curso

e teve que ser destruída. Então em 26 de agosto de 1962, os Estados Unidos enviaram a

Vênus a Mariner 2. Ela passou a 35.000 quilômetros de Vênus e funcionou com

perfeição. Foi a primeira sonda planetária não tripulada bem sucedida e confirmou a

temperatura elevada de Vênus. Além da Venera 1 e a Mariner 2, foram feitas outras

observações com as sonda: Venus Express, Pioneer Venus, Veja, Magellan, VISE e

Venus Surface Explorer.

O reconhecimento dos planetas por meio de sondas automáticas foi uma das realizações

mais espetaculares dos anos 70. Demonstrou a existência de duas tendências na NASA.

A primeira visava como caracteriza a programação soviética, ao estudo em

profundidade de determinados planetas: nos E.U.A, o planeta Marte, e na URSS, o

planeta Vênus. Assim em novembro de 1971, a Sonda Mariner 9 se tornou o primeiro

satélite artificial marciano, quando então foram obtidas mais de 7000 fotografias com

grandes detalhes da superfície do planeta vermelho, o que provocou uma verdadeira

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revolução nas idéias sobre a superfície. Em 1976, duas Sondas: Viking I e Viking II,

desceram no planeta Marte, para realizarem pesquisas físicas, químicas e biológicas.

Até hoje, em termos de busca de vida, o planeta Marte é o foco das atenções, já foram

várias sondas, são elas: Mars Pathfinder, Mars Global Surveyor, Mars Express, Mars

Odyssey, Mars Exploration Rovers, Mars Reconnaissance Orbiter, Nozomi e a Phoenix.

Dentro dessa tendência, a URSS, hoje apenas Rússia, efetuou o lançamento de uma

série de cápsulas, com carga útil, aos planetas Vênus e Marte. Enquanto os norte-

americanos se afastaram na época, de experiências que exigiam uma sonda-laboratório

muito resistente e pesada, os então soviéticos, passaram a se dedicar com grande

interesse nesta modalidade de exploração espacial. Desse modo, em 1975, as estações

Vênus 9 e 10 transmitiram as primeiras imagens do solo venusiano. A segunda

tendência nos programas das sondas planetárias tem sido a diversificação dos objetos,

que tem permitido sucessos e repercussões não só no meio astronômico como junto ao

grande público. Graças a essa diversificação, possuímos uma nova visão panorâmica do

Sistema Solar.

A tendência diversificadora levou, em 1974, ao reconhecimento do planeta Mercúrio

pela Sonda Mariner 10, que sobrevoou o planeta por três vezes. Em 1973 e 1974, o

planeta Júpiter foi pesquisado pelas Sondas Pionner 10 e 11, assim como, em 1979,

pelas Sondas Voyager 1 e 2. Estas sondas foram coordenadas pelo astrônomo Carl

Segan. Em sua cruzada contra o que chamava de ''ignorância científica'' e os perigos

sociais que essa ignorância pode causar, Sagan lançou mão de todos os recursos

oferecidos pela mídia, de livros e artigos em jornais e revistas até sua famosa série para

televisão, ''Cosmos'' _que fascinou toda uma geração, trazendo para a sala de estar a

imensidão do Universo e a surpreendente criatividade da Natureza. A Pionner 10

conduziu a primeira obra de arte criada pela civilização terráquea com vistas a uma

civilização estraterrestre. A placa-mensagem foi desenhada por Linda Segan (figura.11),

esposa de Carl Segan. Tal idéia surgiu em dezembro de 1971, em San Juan, por ocasião

de uma reunião da ―American Astronomical Society‖, quando o astrônomo norte-

americano Frank Drake surgeriu a Carl Sagan a idéia dessa plaqueta. Uma réplica foi

colocada na Pionner 11. Em janeiro de 1977, durante a reunião anual da ―American

Astronomical Society‖, em Holonulu, Carl Segan e Frank Drake tiveram a idéia de

colocar nas Sondas Voyager 1 e 2, que seriam lançadas em 20 de agosto e 5 de setembro

de 1977, um disco-mensagem (figura.12) com informações técnico-científicas, ruídos

dos animais terrestres, assim como fotografias que caracterizam a nossa civilização.

Assim, nesse pacote está reunida um pequena enciclopédia de nossa civilização.

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[Fig.11] [Fig.12] A esquerda está a placa-mensagem que foi desenhada por Linda Segan e conduzida pela Pionner

10 e a direita o disco de ouro conduzido pelas Voygers é uma apresentação do que é a Terra para

um alienígena. Tem de Chuck Berry a dialetos africanos.

Em 1979, as sondas espaciais Voyager 1 e 2 passaram perto das quatro grandes luas de

Júpiter (atualmente existem ao menos 63), revelando alguns de seus incríveis segredos,

incluindo superfícies torturadas e extremamente ativas. Io, por exemplo, tem vulcões

que ejetam matéria rica em enxofre a altitudes de 200 quilômetros. A missão apenas

aguçou a curiosidade dos astrônomos, que acreditam que Júpiter e suas luas representem

um Sistema Solar em miniatura. Estudando o Sistema Jupiteriano, os astrônomos podem

aprender muito sobre a formação e evolução do Sistema Solar.

A Voyager 2 tirou esta fotografia das erupções do vulcão Pele na Lua de Júpiter Io

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V'Ger

Em "Jornada nas Estrelas: o Filme" (o primeiro filme da série), grande parte da trama

girava em torno de uma estranha forma de vida eletrônica, chamada V'Ger. No final do

filme, descobre-se que é uma das sondas espaciais Voyager (Voyager 6, que nunca

exisitiu no mundo real) que adquiriu consciência por si só ou a recebeu de uma raça

alienígena. Ela quer erradicar toda a humanidade, mas, em vez disso, se transforma em

nova forma de vida.

No universo fictício de Jornada nas Estrelas, há uma certa discussão em relação ao

lugar da V'Ger na história. Alguns sugerem que ela criou a Borg, uma raça alienígenas

fria e lógica que se tornam os principais vilões em "Jornada nas Estrelas: A Nova

Geração". Outros acham que os borg encontraram V'Ger, mas que os alienígenas

cibernéticos existiram antes do encontro. Quem ainda não assistiu e gosta de ficção,

vale apena assistir esses dois longas-metragens.

Mas nos anos 90, e particularmente no final da década, a política de exploração espacial

novamente entra em mudança. Dois projetos foram recebidos com destaque especial.

Um é o laboratório espacial que a NASA, uma plataforma orbital que serve não só como

centro de pesquisas, mas também como ponte entre a Terra e futuras missões tripuladas.

Outra é a "missão para Marte", que recebeu enorme impulso na década de 90 com a

possível descoberta de restos de vida microorgânica em Marte e com o sucesso da sonda

robotizada "Pathfinder" (figura.14), que pousou em 4 de julho de 1997 e explorou sua

superfície. O local exato do pouso foi batizado de "Memorial Carl Sagan", em

homenagem ao grande cientista e divulgador Carl Sagan (1934 até 1996).

O robô explorador Sojourner passeou pela superfície de Marte recolhendo informações

durante mais de um mês terrestre, no total foram obtidas 16.500 fotos a partir do

módulo de pouso e 550 imagens do Sojourner. A missão Mars Pathfinder é a segunda

missão do programa de exploração espacial da NASA denominado de Programa

Discovery. Que é um programa científico que estabeleceu metas para o

desenvolvimento de missões de baixo custo para a pesquisa espacial.

Muito possivelmente, as crianças do século XXI poderão novamente sonhar em ser

astronautas. E algumas irão ver esse sonho se tornar realidade, viajando em direção ao

enigmático planeta vermelho.

[Fig.14]

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Depois das missões Viking 1 e 2 e a Mars Pathfinder, houve várias missões: Mars

Global Surveyor, Mars Express, Mars Odyssey, Mars Exploration Rovers, Mars

Reconnaissance Orbiter, Nozomi e a Phoenix. Esta última é uma sonda espacial não-

tripulada da NASA, lançada de Cabo Canaveral em 4 de agosto de 2007, com o objetivo

de pesquisar por moléculas de água na região do pólo norte do planeta Marte, onde

pousou em 25 de maio de 2008. Lançada ao espaço por um foguete Delta II, a sonda

consiste em um aterrissador dotado de um braço mecânico destinado a coletar amostras

de solos, para análises físico-químicas. A Phoenix ia levar um aterrizador que tinha a

intenção de ser utilizado pela sonda Mars Surveyor 2001 antes de seu cancelamento. Ela

transportou um conjunto de instrumentos mais atualizados com relação aos utilizados na

fracassada missão Mars Polar Lander.

O objetivo da sonda foi a procura de água e ela pousou próximo ao pólo norte de Marte

onde acredita-se existir água congelada. Pouso este realizado próximo ao pólo norte do

planeta. A missão durarou cerca de 150 dias marcianos e a Phoenix utilizou o seu braço

robótico para cavar o solo marciano. Este solo é afetado pelas variações sazonais do

clima nos pólos e poderá conter componentes orgânicos necessários para a vida.

Para analisar as amostras de solo coletadas pelo braço robótico, a sonda espacial foi

equipada com um aquecedor e um mini laboratório portátil de última geração na época.

As amostras foram aquecidas para liberar seus componentes voláteis, para que

pudessem então ser analisada a sua composição química, além de outras características.

A sonda Phoenix (figura.15) herdou as tecnologias de imagem embutidas nas missões

Pathfinder e Mars Exploration Rover. Ela também possuía uma câmera de alta definição

e som estéreo no alto de uma coluna de 2 metros de altura. Esta câmera tem dois "olhos"

projetadas para a observação das vizinhanças em alta resolução, a fim de localizar o

melhor solo a ser escavado. Ela também foi equipada com uma câmera multi-espectral

para a identificação dos minerais locais.

Além de pesquisas no solo, a Phoenix também pesquisou a atmosfera de Marte,

monitorando-a até uma altitude de vinte quilômetros, obtendo dados sobre a formação,

duração e movimento das nuvens, dos nevoeiros e das tempestades de areia que

caracterizam o planeta. Mediu também a temperatura e a pressão atmosférica no local

de pouso.

[Fig.15] Concepção artística da sonda

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A Missão Phoenix é liderada pela Universidade do Arizona, com gerenciamento do

projeto do Laboratório de Propulsão a Jato (Nasa) e desenvolvimento e parceria com a

empresa Lockheed Martin Space Systems. Contribuem para a missão a agência espacial

canadense, a Universidade de Neuchatel (Suíça), a Universidade de Copenhague

(Dinamarca), o Instituto Max Planck (Alemanha) e o Instituto Meteorológico Finlandês.

A Nasa (agência espacial norte-americana) enviou outra missão para Júpiter

chamada, apropriadamente, Galileu (figura.16), em homenagem ao renomado

astrônomo da antiguidade Galileu Galilei._o primeiro a ver as luas de Júpiter. Ela foi

lançada em 18 de outubro de 1989 pelo ônibus espacial Atlants, a mesma chegou a

Júpiter no dia 7 de Dezembro de 1995 A sonda passou pelas luas, prestando atenção

especialmente em Europa. Aparentemente, Europa é a menos interessante das quatro

grandes luas; sua superfície não apresenta as marcas dramáticas de vulcanismo como

em Io, ou as crateras de Ganimede e Calisto. Ao contrário, a superfície de Europa

parece bastante pacata, marcada apenas por longas linhas que indicam a presença de

falhas geológicas. No entanto, quando a sonda Galileu tirou fotos com resolução de 20

metros, ficou claro que Europa é coberta por uma camada de gelo, com uma espessura

estimada em torno de sete quilômetros. As fotos revelaram, ainda, estruturas

semelhantes a icebergs, paralisados pelo gelo à sua volta, como carros em um

congestionamento caótico.

[Fig.16] Concepção artística da sonda

Mas a grande surpresa, que já era uma suspeita de vários astrônomos, é o que está por

baixo dessa espessa crosta de gelo: um oceano de água salgada, cobrindo todo o planeta,

envolvendo uma região central rica em ferro. Ou seja, foi encontrada água líquida no

espaço. E em quantidades enormes, talvez até duas vezes maiores que nos oceanos

terrestres. Mais ainda, a atração gravitacional entre Júpiter e Europa é tão grande que a

pobre lua é constantemente distorcida pelo planeta gigante, uma amplificação do efeito

que provoca as marés aqui na Terra. Essas distorções geram uma enorme quantidade de

energia no interior da lua, capaz de aquecer seus oceanos. A água em Europa pode ser

quente! Como a presença de água é um ingrediente fundamental para a existência da

vida (ao menos as formas que conhecemos), Europa passou a ocupar a posição de honra,

junto a Marte, para a existência de vida extraterrestre.

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Os leitores familiares com o filme de ficção científica russo "Solaris" (distribuído,

infelizmente, como a resposta soviética ao filme "2001 - Uma Odisséia no Espaço")

devem lembrar-se do planeta, coberto por um oceano, cuja manifestação de vida era

poder materializar os medos e fantasias do inconsciente humano. Certamente, esse não é

o caso de Europa. Mas, quem sabe se nossas fantasias com relação à vida extraterrestre

não estão sendo materializadas pela presença de seu oceano líquido? Você deve estar se

perguntando como é possível determinar a presença de um oceano, imerso sob uma

crosta de gelo, em um mundo tão distante? As medidas feitas pela sonda Galileu foram

baseadas no magnetismo local de Europa. Tal como a Terra, Júpiter tem um campo

magnético. Só que, no caso de Júpiter, ele é muito mais forte, com conseqüências

importantes para as suas luas. Em Europa, a orientação local do campo magnético de

Júpiter muda a cada 5,5 horas. Quando mudanças em um campo magnético ocorrem em

um meio condutor de eletricidade (como a água do mar ou ferro), correntes elétricas

locais aparecem, criando, por sua vez, um campo magnético secundário, que pode ser

detectado com instrumentos equivalentes a bússolas sofisticadas.

As medidas feitas pela sonda Galileu indicaram que uma camada de água salgada com dez

quilômetros de profundidade é o melhor candidato a meio condutor em Europa. Em 21 de

Setembro de 2003, depois de 14 anos no espaço e 8 anos orbitando ao redor de Júpiter, a

missão Galileu se encerrou quando o orbitador foi enviado contra a densa atmosfera de

Júpiter a 50 quilômetros por segundo, para garantir que nenhuma lua local pudesse ser

contaminada com alguns microrganismos da Terra.

A sonda Cassini-Huygens (figura.17) é um projeto colaborativo entre a ESA e a NASA para

estudar Saturno e as suas luas através de uma missão espacial não tripulada. A nave espacial

consiste de dois elementos principais: a Cassini orbiter e a sonda Huygens. Foi lançada a 15 de

Outubro de 1997 e entrou na órbita de Saturno no 1° de Julho de 2004. É a primeira sonda a

orbitar Saturno.

[FIG.17] Concepção artística da sonda

Neptune Orbiter é um projeto da NASA de uma sonda espacial não tripulada para

explorar o planeta Netuno. A previsão de lançamento inicial era para meados de 2016 e

levaria 8 a 12 anos para chegar ao planeta, porém a previsão de lançamento atual é para

2035. Esta sonda foi projetada para responder muitas perguntas que ainda cercam o

planeta. Sua missão principal é estudar a atmosfera e o clima, suas luas e

particularmente Tritão. A missão deve levar aproximadamente 10.25 anos para chegar a

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Netuno, e preve passagem por Vênus e Júpiter para obter impulso gravitacional. O

estudo inicial previa também a sua passagem por Urano, mas isso foi julgado

desnecessário e retirado dos planos. A missão ao todo, após a chegada ao planeta, deve

durar de 3 a 5 anos.

A sonda New Horizons (figura.18) é uma missão não tripulada da NASA, que foi

lançada em 19 de Janeiro de 2006, por meio de um foguete espacial Atlas V-551 a partir

da Estação da Força Aérea, no estado da Flórida. A finalidade desta missão é a de

explorar o Planeta anão Plutão e seus satélites, includindo a lua Caronte e transmitir as

imagens e os dados coletados para a Terra. Os planejadores desta missão pretendem que

a NASA aprove a continuação da missão para a exploração do Cinturão de Kuiper.

[FIG.18] Concepção artística da sonda

A sonda foi construída através de um consórcio formado entre o Southwest Research

Institute e o Johns Hopkins Applied Physics Laboratory. O cientista coordenador da

missão é S. Alan Stern da Southwest Research. O principal objetivo desta missão é o de

caracterizar globalmente a geologia e a morfologia de Plutão e de Caronte, além de

mapear as suas superfícies. Também vai procurar estudar a atmosfera neutra de Plutão e

estudar a sua taxa de fuga. Os outros objetivos desta missão incluem o estudo das

variações da superfície e da atmosfera de Plutão e de Caronte ao longo do tempo. Serão

obtidas imagens de alta-definição em estéreo de determinadas áreas de Plutão e Caronte,

para caracterizar a sua atmosfera superior, a ionosfera; as partículas energéticas do meio

ambiente e a sua interação com o vento solar. Além disso a sonda vai procurar pela

existência de alguma atmosfera em torno de Caronte. Vai procurar caracterizar a ação

das partículas energéticas entre Plutão e Caronte. Também irá procurar por satélites

ainda não descobertos e por possíveis anéis que envolvam Plutão e Caronte.

Posteriormente pretende-se que a sonda deixe Plutão e saia a procura de um ou mais

objetos do Cinturão de Kuiper.

Missões para cometas e asteróides

O objetivo da missão não tripulada norte-americana Deep Impact ou Impacto Profundo

da NASA, sob os cuidados do Laboratório de Jato-propulsão - JPL, foi o de lançar um

impactador contra o cometa 9P/Tempel 1 ou simplesmente Tempel 1 que circula entre

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as órbitas de Marte e Júpiter, observar a explosão e dela analisar os componentes

químicos e físicos internos do cometa.

Concepção artística mostra a Deep Impact e a Impactor ao fundo.

A sonda Deep Impact foi lançada em Janeiro pelo foguete Delta II modelo 2925, do

Cabo Canaveral, Estados Unidos. O impacto da sonda com o cometa ocorreu em 4 de

Julho de 2005.

O cometa escolhido pertence a uma classe de cometas que são comuns do sistema solar.

O impacto não deverá causar uma significativa mudança na trajetória do cometa.

Stardust é uma nave espacial da NASA, gerenciada pelo Laboratório de Jato-propulsão -

JPL da Califórnia. Foi lançada em 7 de fevereiro de 1999, pelo foguete Delta II, no

Cabo Canaveral, estado da Flórida. A sua finalidade é o de investigar o cometa Wild 2 e

o asteróide Annefrank, além de recolher poeira interestelar.

Concepção artística da sonda Stardust

Stardust é a primeira missão norte-americana, dedicada única e exclusivamente para

explorar um cometa com a finalidade de retornar material extraterrestre, fora da órbita

da Lua. A Stardust aproximou-se de Wild 2 em 2 de janeiro de 2004, após uma viagem

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de quatro anos pelo espaço. Durante esta aproximação ele coletou amostras de poeira do

cometa e obteve fotos detalhadas do seu núcleo gelado.

Adicionalmente a sonda Stardust deverá trazer amostras de poeira interestelar que foi

recentemente descoberta passando pelo Sistema Solar e se dirige para a constelação de

Sagitário. A sonda Stardust chegou a 15 de janeiro de 2006 à Terra, para entregar as

amostras do material proveniente do cometa dentro de uma cápsula.

Além das sondas Deep Impact e Stardust, foram lançadas as sondas: Hayabusa, NEAR

Shoemaker, Deep Space 1, Sonda Dawn, OSIRIS, Vega, ISEE-3/ICE, Sakigake, Giotto,

Suisei, Rosetta e Comet Surface Sample Return.

Missões para estudar o Sol

A Solar and Heliospheric Observatory - SOHO é uma missão não tripulada da European

Space Agency (ESA) e da NASA. Foi lançada em Dezembro de 1995, com a finalidade

de estudar o Sol.

Apesar dos inúmeros problemas que a sonda tem passado e de ter em muito

ultrapassado sua vida útil inicial, a sonda continua operando, enviando para a Terra

informações sobre a atividade do Sol. Além desta, foram feitas outras missões com

sondas não tripuladas para estudas a nossa estrela ―Sol‖, são elas:

Programa Helios (1974-1985)

Ulysses (1994-2008)

Genesis (2001-2004)

Hinode (2006-ainda em operação)

STEREO (2006-ainda em operação)

IBEX (2008-ainda em operação)

Solar Dynamics Observatory (prevista para lançamento em 26/01/2010)

Missões para fora do Sistema Solar

O Observatório de Raio-X Chandra é um telescópio espacial fabricado pela NASA e

gerenciada pelo Laboratório de Jato-Propulsão - JPL. Foi lançado em 23 de julho de

1999, pelo vôo do ônibus espacial Columbia, missão STS-93. Foi assim chamado em

honra do físico índiano Subrahmanyan Chandrasekhar, um dos fundadores da

astrofísica.

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Observatório de Raio-X Chandra

O Observatótio Chandra é a terceira missão da NASA pertencente aos Grandes

Observatórios Espaciais - Great Observatories Program, consistindo numa família de

Quatro Observatórios Orbitais, cada um observando o Universo em um comprimento

diferente de onda, como a luz visível, raios gama, raios-X e o infravermelho. O primeiro

foi o Telescópio Espacial Hubble e o segundo foi o Observatório de raios Gama

Compton. O telescópio Telescópio espacial Spitzer é a última missão deste programa

espacial. As outras missões relacionados a este programa são:

Hubble - Telescópio Espacial Hubbe

Compton - Observatório de Raios Gama

Spitzer - Observatório de Radiação Infravermelha

Chandra pode observar o céu em raios-X com uma resolução angular de 0,5 segundos

de arco, mil vezes mais acurado do que o primeiro telescópio orbital de raios-X.

O futuro da exploração espacial

A NASA quer que o Orion seja versátil para futuras explorações espaciais. Imagina-se

que ele será capaz de transportar as tripulações da Estação Espacial Internacional em

2014 e para a Lua em 2020. Marte será o próximo objetivo. O principal objetivo do

CEV é voltar à Lua. Durante o estágio de projeto da Apollo havia duas propostas para

colocar o homem na lua:

- um Encontro na órbita da Terra (EOR) - partes de um grande foguete lunar seriam

colocadas na órbita terrestre e desembarcadas na lua;

- um Encontro na órbita Lunar (LOR) - duas espaçonaves menores (módulo de

comando/serviço e módulo lunar) se encontrariam na órbita lunar.

Os cientistas concordam eventualmente que um encontro na órbita Lunar pouparia peso

e atingiria um dos objetivos do presidente John F. Kennedy, de colocar um homem na

lua em 10 anos. O plano de vôo do CEV para retorno à Lua incorpora elementos da

órbita terrestre, quanto em órbita Lunar.

As missões lunares do CEV estabelecerão uma base lunar para explorar a lua e procurar

água em seu polo sul, necessária para sobrevivência e fonte potencial de material para

produção de combustível para foguetes. Elas também permitirão que os astronautas

testem equipamentos e técnicas para futuras missões a Marte. Como a Lua está a apenas

três dias de distância, é mais seguro e mais barato lançar missões para Marte a partir do

solo lunar. Uma missão de resgate também seria mais fácil em uma missão lunar do que

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em uma a Marte. O CEV servirá de modelo para outros projetos de espaçonaves

tripuladas, designadas para ir ao espaço mais distante.

Imagem cedida pela NASA /John Frassanito and Associates Astronautas deixam a lua no estágio de

ascensão

Com o CEV, a NASA espera fazer astronautas retornarem à lua e realizar o sonho de

mandar pessoas para explorar Marte e o restante do Sistema Solar e talvez quem sabe,

outros mundos além.

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Bibliografia:

Mourão, R.R.F, EM BUSCA DE OUTROS MUNDOS. 1981 - 221 PAG . Editora:

Circulo do Livro.

Taylor, J.W. R., Coleção: Série Prisma - Foguetes e Mísseis. Edições Melhoramentos e

Editora da USP. 1970.

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