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3 Quem quer ser sustentável?

4 Cidades Criativas — do desejável ao possível

5 A arte de reciclar

7 Lixo pode virar insumo e se transformar em renda

8 Licenciamento ambiental Gema, compromisso com a sustentabilidade

10 Lixo orgânico caseiro vira adubo

11 Danos ambientais, o que pode ser feito?

12 Aproveitando cascas, talos e sementes...

13 Reciclagem na geração de energias renováveis

15 A importância das cores

16 Programa Produção Associada ao Turismo nos Caminhos do Sul de Minas

17 Piranguinho faz o maior Pé-de-moleque do mundo

18 Transforme seus sonhos em realidade

19 Biomateriais: quando o homem cria ciborgues à sua imagem

21 Curso G9, em parceria com a Facesm, cria Clube de Xadrez em Itajubá

22 Dicas para uma boa saúde bucal

24 Vamos conhecer Carmo de Minas

Naturale é uma publicação da DIAGRARTE Editora Ltda

CNPJ 12.010.935/0001-38 Itajubá/MG

Editora: Elaine Cristina Pereira (Mtb 15601/MG)

ColaboradoresArticulistas: Alvaro Antonio Alencar de Queiroz, Ana Carla Fonseca, Anderson Costa Lopes, Bill Souza, Cláudia Tavares S. Stancioli, Cleber Marinho, Dra. Gracia Costa Lopes, Gilvane Alves Moreira, Luiz Otávio Guimarães Mendes, Maria Cecília Mendes, Maria Cristina R. Meirelles, Ronaldo Abranches e Silvano Silvério Costa,

Revisão: Marília Bustamante Abreu MarierProjeto Gráfico: Elaine Cristina PereiraFoto capa: Cleber Miranda, Peças de Domingos TótoraVendas: Diagrarte Editora LtdaImpressão: Resolução Gráfica LtdaTiragem: 2.500 exemplares impressos e 10.000 eletrônico

Distribuição Gratuita em mídia impressa e eletrônica

Os artigos assinados são de responsabilidade de seus autores.Direitos reservados. Para reproduzir é necessário citar a fonte.Venha fazer parte da Naturale, anuncie, envie artigos e fotos.

Faça parte desta corrente pela informação e pelo bem.Contate-nos: (35) 9982-1806

e-mail: [email protected] a versão eletrônica: www.diagrarte.com.br

Impresso no Brasil com papel originado de florestas renováveis e fontes mistas.

expediente

Apoio para distribuição

Caro leitorNesta edição trazemos como tema “A arte de reciclar” e

mostramos artistas plásticos, designers, artesãos, que produ-zem peças belíssimas tendo como matéria prima, o papel, o papelão, as fibras naturais, a madeira e móveis descartados pelas ruas ou nos lixões das cidades, transformando-os de ma-neira criativa em algo novo e útil.

Foi gratificante conhecer estas belas pessoas que nos tra-zem o belo através de sua arte, mostrando assim suas almas boas e comprometidas com o bem do planeta.

A “arte de reciclar” também passa por caminhos que nos levam ao poder público com programas de incentivo à coleta seletiva, à Política Nacional de Resíduos Sólidos aprovada no Congresso Nacional, a questões sociais de geração de renda de inúmeras pessoas que hoje vivem do “lixo”, às indústrias que precisam fazer o descarte correto de seus resíduos e podem contar com o Programa Nacional de Simbiose Industrial, ao co-mércio que alimenta diariamente o descarte de embalagens e afins e ao conhecimento através de pesquisas científicas que obtém também no “lixo” a matéria prima para novos produtos industrializados, como por exemplo, a pesquisa anunciada re-centemente do tijolo feito com lixo orgânico, em Araraquara/SP. Segundo o químico que desenvolveu a técnica, Marcelo dos San- tos, “o custo para a fabricação de cada tijolo com a nova com-posição pode cair pela metade, já que o produto originado pelo lixo doméstico é autossustentável e pode substituir até 50% da areia e 30% do concreto utilizados na produção convencional”. Juntam-se aqui outros materiais como a madeira plástica ho-je industrializada em larga escala e que retira dos lixões vários tipos de plástico, as telhas ecológicas feitas de fibras e as pro-duzidas com embalagens de pasta de dente, o asfalto ecológico que tem pneus descartados em sua composição, entre tantos outros produtos que reciclam materiais com grande eficiência.

Voltando aos caminhos trilhados, passamos também pelos produtores rurais que podem produzir adubo orgânico e aderir a técnicas menos poluentes, evitando a contaminação da terra e da água e de todos os alimentos produzidos para animais ou humanos com adubos químicos. Em nossa casa, percorremos este caminho, no consumo integral dos alimentos aproveitando cascas, talos e sementes, na separação dos resíduos secos dos orgânicos e porque não dizer pela transformação do nosso pró-prio lixo orgânico em adubo para o jardim.

Sim, todos temos um caminho comum a trilhar, indepen-dente de nossa área de atuação, todos moramos no mesmo planeta e utilizamos seus recursos, bem como geramos resí- duos que precisam ser destinados de forma adequada.

Que possamos abrir a janela de nossos olhos e ampliar-mos nosso modo de ver e relacionar com tudo que nos rodeia de forma criativa, bela e sustentável.

Boa leitura a todos!Elaine Pereira

Naturale15a edição Junho/Julho - 2012

ISSN 2237-986X

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Naturalejunho/julho - 2012

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A revista Naturale

é homenageada no mês do

Meio Ambiente

Em evento oficial de abertura da XIV Semana do Meio Ambien-te em Itajubá/MG, realizado em 4 de junho, a Prefeitura através da Secretaria de Meio Ambiente e do CODEMA (Conselho Municipal de Conservação, Defesa e Desenvolvimento do Meio Ambiente) home-nageou personalidades e entidades ligadas à preservação do Meio Ambiente. Receberam a homenagem o comandante do agrupamento da Polícia Militar Ambiental, terceiro-sargento Máximo Rodrigues de Souza; o parceiro do Meio Ambiente, Sebastião Paulino Costa Simões; a empresa Copasa, representada pelo gerente distrital, Tales Augusto Noronha Mota e a Revista Naturale, representada pela editora Elaine Cristina Pereira que recebeu do presidente do CODEMA, o Sr. Edmilson da Silva Santos, “o certificado ‘Amigo do Meio Ambiente’, em virtude da dedicação, empenho e trabalho em prol do meio ambiente em nos-so Município”.

O prefeito Jorge Renó Mouallem falou em seu pronunciamento so-bre a importância da educação no trabalho com o meio ambiente e que a revista Naturale contribui como veículo informativo e educativo nesta área. A Secretária do Meio Ambiente Andriane Tavares ressaltou que “a educação ambiental é primordial na conscientização e preservação dos recursos, tanto para crianças como para adultos, e que a revista Naturale com seu alcance tem contribuído muito nesse sentido”.

A editora Elaine Pereira agradeceu “o reconhecimento pelo tra-balho da Naturale, pois esta homenagem sinaliza o quão importante é desenvolver um projeto informativo de distribuição gratuita que le-va a milhares de leitores, independente de localização e classe social, informações que visam também uma melhor qualidade de vida. Com-partilho esta homenagem com todos os colaboradores e parceiros da Naturale”.

A revista Naturale será homenageada em 17 de junho pela Aca-demia Itajubense de Letras. Segundo sua presidente Maria de Lourdes Maia Gonçalves “a conservação, a proteção adequada e a raciona-lização no uso dos recursos naturais deve ser prioridade em nossas ações cotidianas. Deve pontuar o limite das atividades explorativas e transformadoras da paisagem, dentro do contexto do progresso e da consciência ecológica, como preconiza, com seriedade e conheci-

mento, a Revista Naturale que, por estas razões, será homenageada na pessoa de sua editora, Elaine Cristina Pereira, neste mês de junho pela Academia Itajubense de Letras”.

A editora Elaine Pereira agradece desde já “o re-conhecimento dos acadêmicos que tão conhecedores das Letras e dos valores para a conservação do meio ambiente nos prestam esta homenagem e incentivo”.

A revista Naturale também esteve presente com distribuição de exemplares no IV Salão Mineiro de Tu-rismo, realizado nos dias 18 e 19 de maio, no Minas Centro, em Belo Horizonte, através do Circuito Turísti-co Caminhos do Sul de Minas, e na II Festa da Semente Biodinâmica e Orgânica do Sul de Minas, organizada pela Associação de Produtores Orgânicos e Biodinâni-cos Serras Verdes, realizada em 2 de junho na cidade de Córrego do Bom Jesus.

Vice-prefeito, Laudelino Augusto; a revisora, Marília Marier; a Secretária de Meio Ambiente, Andriani Tavares; a editora da revista Naturale,

Elaine Pereira, o prefeito, Jorge Renó Mouallem e o presidente do CODEMA, Edmilson da Silva Santos.

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A revista Naturale é uma publicação da Diagrarte Editora, com periodicidade bimestral e

distribuição gratuita por meio impresso e eletrônico. Todas as edições estão disponíveis na página

www.diagrarte.com.br. Faça você também parte desta corrente de informação pelo bem. Contate-nos pelo telefone (35) 9982-1806

ou pelo e-mail: [email protected]

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Quem quer ser

Por Silvano Silvério Costa

Não há um único gestor municipal neste país que saia em defesa dos lixões ou aterros inadequados de sua cidade. Se existe um consenso nos mais de 4 mil municípios ainda sem disposição adequada, ele é em torno da necessidade de dar a destinação adequada aos resíduos sólidos. É por isso que o Congresso Nacional rompeu uma letargia de quase 20 anos e aprovou a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), sancionada em seguida pelo Palácio do Planalto e regulamentada em menos de cinco meses. Ambos os instrumentos legais, Lei e Regulamento, são consistentes e factíveis. Vão trazer não apenas a redução do impacto ambiental, mas também a inclusão, com a geração de emprego e renda e em consequência a redução da pobreza extrema.

A revolução a que se propõe a PNRS não está restrita ao manejo e à destinação ambientalmente adequada dos resíduos sólidos. Pretende alterar o modus operandi das empresas, citando nominalmente dez cadeias produtivas e o setor público, e afeta radicalmente as relações de consumo, aquelas práticas não sustentáveis que as pes-soas desprezam, mas não abandonam. No entanto, pode-se afirmar, sem exageros, que sua implementação estabelece um novo horizonte para os pactos sociais, pela sustentabilidade urbana no Brasil e para as economias locais. Todos querem ser eco-logicamente corretos.

A lei diz respeito não apenas aos resíduos sólidos urbanos, mas também aos de estabelecimentos comerciais e prestadores de serviços, aqueles gerados pelos serviços públicos de saneamento básico, os industriais, dos serviços de saúde, do transporte, da construção ci-vil, da mineração e até os resíduos do campo. Cada caso exigirá uma logística específica a ser pactuada entre gover-nos, empresas, municípios e a sociedade civil. Os planos de gestão estão sendo construídos com o apoio do Ministério do Meio Ambiente.

Em março deste ano, o Ministério colocou à disposição dos quase 4 mil prefeitos, atentos ou não para a obriga-toriedade dos prazos legais da PNRS, o Manual de Orientação para Elaboração dos Planos de Gestão de Resíduos Sóli-dos. Números da Pesquisa Nacional por Amostragem de Domicílios (PNAD) do IBGE dão conta de que 97% das cidades brasileiras estão cobertas por serviços de coleta domiciliar dos resíduos sólidos. O desafio da PNRS é fazer com que 49% dos municípios destinem adequadamen-te os seus resíduos sólidos e disponham, de forma ambientalmente adequada, os seus rejeitos.

A Pesquisa Nacional de Saneamen-to Básico, também do IBGE, revelou que

em 2010 cerca de 23% das cidades des-tinaram seus resíduos urbanos a aterros controlados e apenas 27% em aterros sanitários adequados.

Partindo do princípio de que o cho- rume resultante da decomposição do li- xo orgânico dos resíduos sólidos urba-nos contamina o lençol freático e que o gás metano não é coletado convenien- temente, estima-se que 73% dos muni-cípios ainda dispõem os seus rejeitos e resíduos de forma ambientalmente ina-dequada. Agrava o quadro, o fato de os lixões e aterros controlados servirem a atividades de subsistência dos catado-res, expondo milhares de pessoas ao contato com resíduos químicos perigo-sos, lixo hospitalar e à convivência com animais vetores de doenças infectocon-tagiosas.

A separação do lixo seco do molha-do, alvo de uma campanha de utilidade pública do Ministério do Meio Ambiente

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contam com aterros sanitários.”

em 2011, ainda está longe de produzir os efeitos desejados. O resultado da falta de cuidado da população é o baixo índice de reciclagem dos resíduos sólidos gerados. A PNSB de 2010 identificou que pouco mais de 15% dos municípios contam com programa de coleta seletiva.

Já o Sistema Nacional de Informações em Saneamento (SNIS/SNSA/MCidades) identificou que programas de coleta seletiva dos municípios retiraram das unidades de disposição final menos de 3% dos resíduos. O País recicla apenas 13% dos resí- duos que são gerados, segundo dados do Cempre. O potencial de reaproveitamen- to, de acordo com o Relatório de Pesquisa do Ipea/MMA, elaborado sob encomenda em 2010, é 30,4%.

Estamos diante de enormes desafios. Para prevenir e reduzir a geração dos resí-duos sólidos é preciso mudar hábitos de consumo em um país em desenvolvimento, que assiste à entrada de 1 milhão de novos consumidores a cada ano. A eliminação dos lixões e o aumento da disposição adequada dos rejeitos requerem o engajamen-to sem precedentes dos prefeitos, governadores, do setor privado e da população. Quanto ao aproveitamento do potencial da reciclagem e da reutilização dos resíduos sólidos e do sistema de logística reversa só serão possíveis com a mudança de valores por parte do empresariado e a adoção de novos patamares de valoração econômica. Com muita propriedade, a Lei buscou diferenciar resíduos (aquilo que tem valor eco-nômico, que pode ser reciclado ou reaproveitado) de rejeitos (aquilo que não pode

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25 anos

ininterruptos

no ar

e como sempre

a primeira!

ser reaproveitado ou reciclado).A PNRS institui um conjunto de

princípios, objetivos, instrumentos e me-tas importantes para sua implementação e vai além, fixando prazos. O princípio do poluidor pagador é norteador das determinações. Ao atribuir responsa-bilidade compartilhada a fabricantes, importadores, comerciantes, distribui-dores, cidadãos e titulares dos serviços de limpeza pública e manejo de resíduos sólidos urbanos pelo ciclo de vida dos produtos, prescreve também as san-ções para quem desrespeitar a lei e seus prazos. O MMA gastou R$ 36 milhões o ano passado para apoiar estados e mu-nicípios na elaboração de 35 planos de gestão de resíduos em 17 estados e 18 arranjos de municípios, que permitirão com que municípios e consórcios in-termunicipais busquem financiamentos junto à Caixa Econômica para implan-tarem a gestão correta. Estão previstos R$ 42 milhões para viabilizar os planos de coleta seletiva em 153 municípios que compreendem aqueles situados em regiões metropolitanas e outros mais populosos, todos que contam com ater-ros sanitários.

Os prazos são relativamente curtos em face da complexidade exigida para a plena execução das metas. A erradicação dos lixões a céu aberto, com a disposi-ção final adequada dos rejeitos, deve ser implantada, como determina a PNRS, até agosto de 2014. A Lei de Crimes Ambien-tais passou a ser aplicável aos casos em que resíduos forem dispostos em lixões mediante laudo de constatação, com responsabilização dos prefeitos e multas para os municípios em desacordo com a legislação e com seus prazos. A respon-sabilidade ambiental não é dever apenas do estado, mas também do cidadão.

Silvano Silvério Costa, Diretor do Departa-mento de Ambiente Urbano do Ministério do Meio Ambiente.

Cidades Criativas

Em busca de um antídoto para

os problemas urbanos? Entra em cena

a criatividade!Termo ainda nascente no Brasil e ado-

lescente no mundo, uma cidade criativa, seja ela grande ou pequena, antiga ou nova, apre-senta três características principais.

A primeira é inovação. Não apenas tec-nológica, mas também as inovações sociais, culturais, aqueles nós em pingo d’água que

do desejável ao possívelPor Ana Carla Fonseca

o brasileiro é tão versado em dar e que acabam transformando o limão em uma limonada. Não há dinheiro para comprar material de construção? Eis que surge um alpendre com o material que es-tá à mão. E não é que ele pára em pé? Inovação é criatividade posta em prática, para transformar problemas em soluções.

O segundo traço das cidades criativas é co-nexão. As conexões, aqui, são de várias ordens: entre público e privado (já que um sem o outro não consegue resolver muito), entre áreas da cidade (de modo que todos se apropriem e zelem pelo espa-ço de todos), entre passado e futuro (entendendo que, para projetar o futuro, é preciso entender o passado). A maior conexão da ci-dade criativa é consigo mesma, entendendo o que tem de diferencial, reconhecendo e valorizando suas diversidades, inclusive como forma de criar produtos e serviços impossíveis de copiar.

Por fim, uma cidade que se pretende criativa percebe o valor da cultura co-mo essência identitária, mas também como geradora de recursos econômicos (basta pensar nas festas, na gastronomia e em quanto as atividades artísticas movimentam). Acima de tudo, a cultura é fundamental para despertar novos pontos de vista, ampliar os horizontes e os repertórios das pessoas e atiçar um sentimento permanente de questionamento e curiosidade, matérias-primas da criatividade.

Quão mais criativas forem as pessoas que moram em uma cidade, mais criativa será a cidade, mais rica e diferencial será a economia e, com isso, mais realizadas as pessoas serão. Viva a criatividade!

Ana Carla Fonseca é economista e urbanista. Diretora da Garimpo de Soluções, tem nove livros publicados, e é consultora e palestrante internacional em economia criativa e cidades criativas.

Serra do Baturité (Ceará)

Doces artesanais (Carmo do Rio Claro/MG)

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A arte

Por Elaine Pereira

Por dom, por inspiração ou soltando a criatividade com os mate-riais que se tem a mão, vemos a cada dia uma gama de peças de design e de artesanato que além de belas, práticas, funcionais, estão dentro da economia verde, ou seja, contribuem com a preservação do meio ambiente, geram renda e chegam inclusive a fazer um trabalho socioe-ducativo.

Vamos compartilhar aqui algumas destas peças, sim, pois são inú-meros os artistas que com suas mãos transformam em beleza, o que para muitos seria apenas material para ser descartado. Um verdadeiro Dom...

Papelão, jornal e saco de cimento vazio são ingredientes para o preparo do papel machê, palavra originada do francês papier mâché, signi-fica papel picado que misturado com água e cola resulta em uma massa que pode ser moldada de diversas formas. Esta técnica se desenvolveu na China, por volta de dois séculos antes de Cristo, e também em re- giões das antigas Pérsia e Índia. Na Europa deu forma a peças decorati-vas e máscaras, curioso é que na Noruega foi construída uma igreja toda feita em papel machê, que durou 37 anos em ótimas condições.

Segundo Domingos Tótora, designer premiado internacionalmente, “o papel vem da madeira e com o trabalho da reciclagem ele volta a origem... volta a ser madeira novamente”, haja vista a resistência que o papel machê adquire.

Hoje, diferentemente dos primórdios, os milhões de toneladas de papel e papelão produzidos se tornaram um farto ingrediente para a confecção de peças que vão desde máscaras e artesanatos de pequeno porte até peças de design e móveis. Com isso muitos artistas tem feito pesquisas para aprimorar esta massa, incorporando a ela outros mate-riais e texturas, como as fibras vegetais, por exemplo.

Domingos Tótora desenvolve seu trabalho em Maria da Fé/MG, sua oficina conta com oito funcionários e seu consumo mensal de papelão chega a 800 kg. Ele utiliza boa parte do papelão descartado pelo co-mércio local, mas também compra na cidade vizinha. Entre peças de decoração e móveis de design arrojado, Domingos tem participado de diversas exposições internacionais e recebeu prêmios como: Prêmio Craft+Design e Menção Honrosa pelo trabalho focado em Ação sócio-ambiental; Prêmio Objeto Brasileiro na categoria Objeto de Produção Autoral; Prêmio Top XXI — Mercado Design na categoria Design Susten-tável; Brazil Design Awards 2009 — Brasil Design Week; Prêmio Design do Museu da Casa Brasileira — categoria mobiliário. Participou das ex-posições Brit Insurance Designs of the Year 2011 no Design Museum de Londres; Brazilian Design Modern & Contemporary Furniture em Berlim; Alegria — Design Contemporâneo Brasileiro no Design Flanders Galery em Bruxelas e da Casa Cor em São Paulo.

Domingos criou há 15 anos o “Projeto Gente de Fibra”, projeto so-ciocultural envolvendo a comunidade que reúne artesãos de Maria da Fé, que além do papel machê utiliza a fibra de bananeira. Hoje estes artesãos formam a Cooperativa Mariense de Artesanato, também mun-dialmente conhecida pelas peças que produz.

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de reciclar

Peças de Domingos Tótora

Peças da “Oficina Gente de Fibra”

continua na página seguinte Foto

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Entre os elementos misturados ao papel machê o design João Paulo incorpora a borra de café para dar textura e coloração as suas peças, trabalha também com cascas de euca-lipto. Utiliza em torno de 350 kg de papelão por mês, adquirido de catadores de sua cidade e região. Suas peças são comercializadas em Maria da Fé/MG e Santo Antônio do Pinhal/SP além de exportar para New York e Israel.

Já Hélio Silvério, de Carmo de Minas/MG, utiliza também no papel machê caixas de ovo e palha de café. Suas peças ganham uma textura muito especial e retratam a cultura cafeeira. A matéria prima é coletada tanto no comércio como nas residências.

José Ronaldo Guerra desenvolve um trabalho interessante de imitação de madeira utilizando ci- mento, tinta natural a base de terra e polvilho azedo. Um dos principais restauradores das obras do artista plástico por-tuguês Chico Cascateiro (do início do século XIX),

Guerrinha como é conhecido, faz esculturas, elementos deco-rativos imitando madeira e pedra em construções residenciais e restaura móveis que recolhe nas ruas e no lixão, utilizando esta mesma técnica. Utiliza também restos de madeiras dos cafezais, tão comum em Carmo de Minas.

Outro trabalho interes- sante é o da artista plásti-ca Adriana Alvarez, móveis e malas antigas, madeira de descarte, vidro, lona, entre outros materiais são sua ma-téria prima. Adriana nos diz que “o mais bacana é garim-par um objeto ou um móvel que aparentemente estava no

final de sua vida útil e com criatividade, técnica e muito tra-balho, dar uma cara nova, um novo uso, enfim revitalizar aquela peça que estava esquecida ou abandonada, e que pode se transformar na ‘estrela’ da decoração”.

Já na linha da permacultura, Hélio Brasil, aproveita garrafas de vidro, copos, pratos entre outros objetos junto com adobe (massa a base de terra crua) para criar paredes que além de luz trazem também arte ao ambiente.

Bem, estes são apenas alguns exemplos de artistas que fazem uma produção harmoniosa, aproveitando e reaproveitando recursos disponíveis, com respeito ao meio ambiente e que com muita criatividade manifestam a beleza em suas mais variadas formas, cores e texturas, produzindo uma experiência única e despertando os sentidos dos que entram em contato com suas peças.Fo

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Nada se perde, tudo se transforma. A máxima, hoje popular, encontra tradu-ção prática em iniciativas de empresas e pessoas que conseguem transformar lixo em fonte de renda. Um exemplo é o pro-jeto Simbiose Industrial, da Federação das Indústrias de Minas Gerais – Fiemg, que coloca frente a frente indústrias de diversos segmentos para que uma iden-tifique oportunidades econômicas no resíduo gerado por outra. “É uma roda de negócios. A empresa oferece o resí-duo que ela tem e que pode virar insumo ou matéria-prima em outro ramo”, diz o gerente de meio ambiente da entidade, Wagner Soares Costa.

A raiz da palavra simbiose deriva do grego symbiosis e quer dizer vida em comum com o outro. Na natureza é mui-to comum a associação entre plantas e animais na qual ambas as partes têm benefícios. Em muitos casos se ver livre de materiais sem serventia ou de resí- duos com responsabilidade tem custo alto. Se o material em questão é rea- proveitado, ganham as empresas envol- vidas e o meio ambiente.

Em Divinópolis, a empresa Farmax gera acetona como resíduo industrial e tem altos custos para descartá-la. A empresa Colormax se interessou pelo produto para utilização na produção de tinta sintética. O que era lixo tornou-se insumo. Os paletes de madeira antes descartados por uma fundição, gera energia através da queima para outra in-dústria do mesmo setor. É uma espécie de escambo do século XXI.

Recursos como energia, água, pro- dutos, resíduos e até mesmo capacidade técnica, inutilizados ou descartados por uma empresa podem ser aproveitados

por outra. A ideia aparentemente simples dá resultados financeiros e socioam-bientais. As possibilidades são infinitas. Para organizar o reaproveitamento de forma otimizada e aproximar empresas, o Sistema FIEMG, em parceria com as Federações dos Estados do Rio Grande do Sul e Alagoas e com o patrocínio do SEBRAE, está implantando o Programa Brasileiro de Simbiose Industrial.

O programa foi criado em 2003, no Reino Unido. Intitulado National In-dustrial Symbiosis Programme (NISP) e financiado pelo governo britânico, conta com cerca de 10 mil empresas. A primei-ra versão brasileira foi implementada em 2009 na região Centro-Oeste de Minas Gerais.

Em 2012 estão sendo realizados eventos em Minas Gerais nas cidades de Betim, Itajubá, Governador Valadares, Uberaba, Uberlândia, Ipatinga, Divinópo-lis e Montes Claros. Acontecerão ainda cinco eventos no Rio Grande do Sul e dois em Alagoas.

Na prática, cada empresa partici-pante precisa se engajar na exploração do seu quadro de recursos e materiais para identificar o que ela efetivamente pode oferecer e o que pretende adquirir. E não apenas insumos: uma empresa po-de colocar à disposição um funcionário que fica parte do dia ocioso, um equipa-mento ou mesmo conhecimento.

Cláudia Tavares S. Stancioli, Administra- dora Ambiental especializada em Direito Ambiental e em Tecnologia Ambiental pela UFMG. É Analista Ambiental da Gerência de Meio Ambiente da FIEMG no Núcleo de Re-síduos Sólidos e coordenadora do Programa Brasileiro de Simbiose Industrial.

e se transformar em renda

Por Cláudia Tavares S. Stancioli

Lixo pode virar insumo

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Nove empresas associadas ao Sindi-cato das Indústrias de Itajubá (SIMMMEI) criaram, há dois anos, o Grupo Estratégi-co de Meio Ambiente (GEMA). O objetivo é reunir e trocar informações e experiên-cias bem sucedidas que são desenvolvidas pelas indústrias da microrregião. Os en-contros são mensais.

“A criação do GEMA é uma forma de promover estudos na área de gestão am-biental visando a sustentabilidade de nossa cidade e país. São ações que, com certeza, contribuem para termos um planeta mais saudável”, explica a gerente do SIMMMEI, Sandra Márcia Cortez Ribeiro.

Desde o seu nascimento, lembra a gerente, o grupo já realizou uma série de palestras sobre o tema e promoveu ações de conscientização junto aos funcionários da indústria, nas escolas públicas e na so-ciedade.

Em 2011, o GEMA trabalhou a ques-tão da reciclagem e coleta seletiva na Semana do Meio Ambiente e promoveu a distribuição e o plantio de mudas no início da Primavera. Nesse ano, o tema escolhido foi o descarte correto do óleo de cozinha, em uma parceria com a empresa Minas Bioenergia. Foi feito campanha de divulga-ção em emissora de rádio, distribuição de material informativo e contato direto com a população em um estande montado na Praça Wenceslau Braz, no início de junho.

Fazem parte do GEMA as seguintes empresas: AEES, Alfresa, Alstom, Bal- teau, Cabelauto, Fania, Helibras, Mahle e Stabilus. A participação é aberta aos re-presentantes da área de meio ambiente das empresas associadas ao SIMMMEI.

GEMA, compromisso com a

sustentabilidade

Por Bill SouzaVivemos um momento da história

em que a grande descoberta está em criar meios para o reaproveitamento dos recursos existentes e já utilizados, para minimizarmos a exploração dos recursos naturais. A necessidade aliada à criativida-de tem aberto novos campos de pesquisa e novas empresas, que a nível individual, de pequeno ou de médio porte, bem como em cooperativas vêm aproveitando resídu-os como, por exemplo, madeira e papelão.

De outro lado, as indústrias, dentro das normas de Licenciamento Ambiental, precisam fazer um descarte correto de seus resíduos, para tanto precisam declarar para onde os mesmos estão sendo enviados e como estão sendo processados. Este pro-cedimento faz parte do Plano de Gestão de Resíduos das empresas.

Ai vem a pergunta: esta destinação pode ocorrer apenas entre as indústrias e com as empresas que tratam de resíduos? Como artistas plásticos e artesãos podem obter este material?

Vale ressaltar que em se tratando de resíduos inertes, ou seja, aqueles que de-vido as suas características e composição físico-química não sofrem transformações físicas, químicas ou biológicas de relevo, mantendo-se inalterados por um longo período de tempo, no caso aqui exposto como o papelão e o palets de madeira, não há impedimento para doação e reutilização ou aproveitamento na montagem de pro-dutos artesanais, desde que os artesãos disponham desses resíduos de forma cor-reta e deem destinação ambientalmente adequada aos mesmos.

Segundo o Superintendente Regional de Meio Ambiente — Supram Sul de Mi- nas, Luciano Junqueira de Melo, “a doa- ção desses resíduos deve ser contempla-

Licenciamento ambiental

da no Plano de Gestão de Resíduos das empresas, na qual necessariamente deverá constar os dados dos receptores, carac-terização/descrição do resíduo, volume e data. Para que a empresa cadastre os in-teressados em receber este material, ela pode pedir aos mesmos uma Certidão de Dispensa de Licenciamento Ambiental. Esta certidão pode ser solicitada por artis-tas plásticos e artesãos com CNPJ ou por cooperativas à SUPRAM da região com o preenchimento do Formulário Integrado de Caracterização do Empreendimento (FCE)”. O FCE pode ser obtido também no site: http://www.semad.mg.gov.br/regulari-zacao-ambiental/formularios.

Abre-se assim um importante ca-minho para as empresas, pois além de destinarem corretamente seus resíduos, estes podem tomar o caráter social, contri-buindo para a geração de renda de muitas pessoas. É claro que se deve ter atenção ao volume de material mensal que cada empresa dispõe, assim pode-se quantificar corretamente se atenderá a um artesão ou a uma cooperativa.

Se os resíduos podem ser transfor-mados em peças de arte, móveis e outros utensílios, todos ganham: a indústria por não ter que gastar com a queima do pro-duto, o que de certa forma gera poluição; os que a processam por terem matéria pri-ma para suas peças e assim geram renda; a população de modo geral que se beneficia dos objetos e o planeta que sofre menos com a poluição.

A simbiose pode assim abranger um número cada vez maior de pessoas e em-presas com um ganho de proporções que talvez ainda não possamos computar, mas que certamente resultará em melhor quali-dade de vida.

Por Elaine Pereira

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Por Gilvane Alves Moreira

Segundo dados da EMBRAPA, o Brasil produz 241.614 toneladas de lixo por dia, onde 76% são depositados a céu aberto, em lixões, 13% são depositados em aterros controlados, 10% em usinas de reciclagem e 0,1% são incinerados. Do total do lixo urbano, 60% são formados por resíduos orgânicos que podem se transformar em excelentes fontes de nutrientes para as plantas.

Nota-se que cada residência tem potencial para reduzir a grande massa de lixo produzida no país, e ainda, produzir adubo orgânico que pode ser utilizado em hortas e pomares domésticos, jardins e outros. O lixo orgânico é formado por materiais de origem animal tais como estercos de animais (cavalo, porco, galinha, etc), materiais de origem vegetal tais como bagaço de cana-de-açúcar, restos de capina, aparas de grama, restos de folhas do jardim, palhadas de milho e de frutíferas, entre outras. In-clui-se também os restos de alimentos de cozinha, crus ou cozidos, tais como cascas de frutas, cascas de legumes, restos de comida, saquinhos de chá, borra de café.

A compostagem do-méstica é um processo que não requer conhecimentos técnicos, é simples, eco-nomica e ecologicamente sustentável, uma vez que implica na redução dos re-síduos domésticos enviados para o lixo. Transforma todo material de origem orgânica em adubo, conhecido como composto orgânico, fertili-zante que pode ser usado como nutriente e corretivo de solo nos jardins, hortas e quintais. O uso do compos-to permite ainda aumentar a resistência das plantas con-tra pragas e doenças.

Carnes e queijos, de- vem ser evitados na com-postagem para que não haja atração de roedores, moscas e outros animais in-desejáveis. Outros materiais tais como, pilhas, baterias,

plásticos, fezes de animais domésticos, material tratado com produtos químicos, vidro, metal, óleos, não podem ser utili-zados na compostagem.

A compostagem pode ser feita de diversas formas. Entretanto, como a finalidade é a produção caseira, deve-se utilizar um processo mais simples e com materiais de fácil aquisição. Uma maneira prática é utilizar tambores plás-ticos de 100 a 200 litros, encontrados no comércio de reciclagem. Faça alguns furos de meio centímetro de diâmetro na base do tambor para que o líquido produzido na fermentação (chorume) se-ja escoado. Coloque o tambor em local de fácil acesso. Se for possível coloque o tambor diretamente sobre o solo. Co-mece adicionando algum tipo de palha seca no fundo do tambor para facilitar a drenagem. Após isto, se disponível, adi-cione uma camada de cerca de 5 cm de esterco bovino. Assim, diariamente, adi-cione o lixo produzido de acordo com os materiais permitidos citados acima, al-ternando sempre que possível, materiais verdes ou molhados (cascas de frutas, legumes, folhas de legumes) com mate-

riais secos (folhas de arbustos e árvores, grama aparada, palhas). Sempre que possível adicione esterco na proporção 30%, ou seja, para cada 30 cm de lixo adicionado, adicione 10 cm de ester-co. Deve-se sempre molhar um pouco o esterco a fim de melhorar o processo de compostagem. O topo do tambor deve ser completado com palha seca para evitar o aparecimento de insetos. Após completar o volume do tambor, pode-se colocar uma tela para evitar a entrada de pássaros. Em cerca de 60 a 90 dias o composto estará pronto. Para continuar com este processo diariamente, o ideal é que se tenha mais de um tambor. Assim, ao terminar de encher um, passe para o outro, até que o primeiro tambor fique pronto e seja disponibilizado para uma nova montagem.

A sustentabilidade nem sempre depende de atitudes drásticas a serem tomadas, mas sim, na maioria das vezes, em pequenos esforços feitos no dia a dia por cada um de nós.

Gilvane Alves Moreira, especialista em Agricultura Orgânica – FAEPE/UFLA. Sítio Santa Luzia.

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Em caso de danos causados ao meio ambiente tais co-mo: lixão em área de preservação ambiental, extração ilegal de minério, retirada de areia de praia, bem como na prevenção de dano em área de preservação permanente e na proteção à fauna (proibição de mortes de animais em centro de controle de zoonoses e pesca ilegal), existe a possibilidade de ser feito um Termo de Ajustamento de Conduta, mais conhecido como TAC, que substitui Processo Judicial ou até mesmo para encer-ramento deste, para que haja recuperação mais ágil do dano causado ao meio ambiente.

Pode ser proposto pelo Ministério Público, União, Esta-dos, Municípios, Distrito Federal.

Para que um dos órgãos acima mencionados possa propor o TAC, deve tomar ciência da ocorrência do dano am-biental, procurar o seu causador e com este fazer um acordo no qual toma-se as providências necessárias para a rápida re-cuperação do dano causado, cominando nele multas capazes de serem cobradas em caso de não cumprimento da obriga-ção acordada.

Caso um cidadão verifique a ocorrência de danos am-bientais, deve procurar um dos órgãos legitimados para que estes viabilizem o TAC o quanto antes.

O TAC encontra-se previsto na Lei de Ação Civil Pública (Lei 7345/85), em seu art. 5°, §6°:

“§ 6° Os órgãos públicos legitimados poderão tomar dos inte-ressados compromisso de ajustamento de sua conduta às exigências legais, mediante cominações, que terá eficácia de título executivo extrajudicial”.

O Termo de Ajustamento de Conduta é um meio rápido, uma vez que não necessita de Processo Judicial, e eficaz, pois em caso de não cumprimento é possível executar judicial-mente as obrigações e multas nele contidas. Diante de todo o exposto pode-se dizer que o TAC é um verdadeiro amigo do meio ambiente.

Luiz Otávio Guimarães Mendes, Advogado

Danos ambientais,

o que pode ser feito?Por Luiz Otávio Guimarães Mendes

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Aproveitando

cascas, talos e sementes...

Atualmente o Brasil enfrenta dois problemas paradoxais: a fome e o desper-dício de alimentos, pois o país que produz e exporta milhões de toneladas de alimen-tos é o mesmo que comporta milhões de pessoas sem acesso a ele em quantidade e qualidade suficientes para suprir suas ne-cessidades diárias. Se por um lado milhares de brasileiros passam fome todos os dias, toneladas de alimentos produzidos são jogadas fora diariamente, seja no proces-so produtivo, seja nas sobras domésticas. Estima-se que cerca de 30% dos alimentos comprados nos lares tem como destino o lixo.

As constantes crises financeiras e a falta de informação afetam diretamente as camadas sociais menos favorecidas, que encontram dificuldades em administrar o valor do ordenado destinado à compra de alimentos e as escolhas, neste momento, são decisivas na economia do lar. A ali-mentação mais econômica e também a mais saudável é a realizada com alimentos fundamentais como grãos, frutas, verduras e legumes e como solução para uma eco-nomia ainda maior, seria o aproveitamento integral destes alimentos, utilizando suas cascas, folhas, talos e sementes. O uso destas partes ‘não convencionais’ deve ser incentivado independentemente das camadas socioeconômicas, pois além de contribuir com a economia doméstica, acrescentam nutrientes importantes e ain-da estimula o consumo consciente, com menor geração de lixo orgânico. Apesar disso, grande parte da população ainda tem problemas em adotar essa prática, por preconceito ou por não terem informa-ções claras sobre o valor nutritivo e melhor forma de preparo destes alimentos, e aca-

bam não aderindo à causa, contrariando todos os conceitos de combate à fome e ao desperdício. A realidade é que o apro-veitamento integral dos alimentos ainda é um território a ser explorado. O movimen-to desta bandeira é discreto, que esconde inúmeros fatores sociais, mas que tem sido divulgado cada vez mais através de campa-nhas de educação nutricional.

Segundo análises químicas, as par-tes alimentares não convencionais muitas vezes possuem quantidades de nutrientes mais concentrados que no alimento pro-priamente dito. As cascas são ricas em fibras insolúveis, proteínas, vitaminas e minerais, que melhoram o trânsito intes-tinal, atuam como antioxidantes (fatores que combatem o envelhecimento celular), antiinflamatórios e aceleram a cicatrização. Os talos e as folhas concentram os níveis de minerais como cálcio, ferro e substân-cias funcionais como os carotenóides, importantes para a integridade da pele e visão. Já as sementes podem apresentar proteínas, minerais como magnésio, po-tássio e zinco, vitaminas do complexo B, importantes para ossos e músculos.

Segue uma lista de alimentos e suas partes que normalmente não são usadas, mas que poderiam ser adicionadas na ali-mentação diária de maneira criativa, a fim de melhorar o aporte vitamínico e de mine-rais das refeições:

ª Folhas/ramas de cenoura, beterraba, ba- tata doce, couve-flor, rabanete podem in-tegrar omeletes, tortas, refogados, risotos;

ª Talos e Cascas de hortaliças como cou-ve flor, couve, brócolis, batata, berinjela, beterraba, abóbora podem compor sopas, saladas, tortas. Cascas e entrecascas de frutas como melão, maracujá, melancia,

goiaba, banana, laranja, mexerica, mamão, maçã, abacaxi, podem ser usadas para confeccionar doces, compotas, geleias...

ª Sementes de abóbora, melão podem ser torradas e usadas como aperitivos.

Agora vamos aprender a fazer uma re-ceita que comprova que aproveitar ‘sobras’ resulta em pratos saborosos!

Torta gourmet de talos

Massa: 1½ xícara de farinha de trigo; 1 co-lher sobremesa de sal; 1 colher de chá de açúcar; ½ xícara de manteiga; 1 ovo; 1 co-lher de café de fermento em pó; 4 colheres de sopa de leite; (se tiver sobras de casca de abobrinha ou abóbora, pode cortar em tirinhas e acrescentar na massa).Recheio: 1 ricota pequena; 1 colher de so-pa de manteiga; ¼ xícara de leite; 1xícara de cascas e talos picados de vegetais que tenha em sua casa; 3 colheres de sopa de queijo parmesão ralado; 1 gema; sal a gos-to; 1 dente de alho picado em cubinhosModo de preparo — Massa: misture a fari-nha, o sal, o açúcar e a manteiga até formar uma farofa grossa. Acrescente o ovo, o lei-te e o fermento a misture delicadamente a massa até que não grude nas mãos. Forre o fundo e as laterais de uma forma e asse até ficar seca. Recheio: bata no liquidificador 2/3 da ricota com o alho, o sal, o leite, a manteiga, a gema e o queijo. Depois colo-que a ricota restante esfarelada e os talos. Coloque sobre a massa pré-assada e volte para o forno, asse até ficar dourada.

Bom apetite!

Maria Cecília Mendes, Nutricionista pela Uni-versidade Anhembi-Morumbi. Pós-graduada em Nutrição Humana e Saúde pela UFLA e em Ciências Biológicas pela UFOP. Diretora da Asso-ciação Nutrasaúde.

Por Maria Cecília Mendes

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Vamos falar sobre a reciclagem. Em especial, sobre a origem do conceito e sobre a relação da reciclagem com as energias renováveis.

Por que o tema reciclagem é tão importante? Vamos encontrar a respos-ta em uma afirmativa feita por volta de 1770, hoje de uso público: Na natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma. Esta é a síntese da Lei de Lavoisier.

Antoine Lavoisier é considerado o pai da química. Ele observou que o con-tato entre o oxigênio e uma substância inflamável produz a combustão. Obser-vou, também que nunca se cria a matéria do nada ou se transforma a matéria em nada. Mas, sim, transforma-se algo em uma outra coisa. Este é o Princípio da Conservação da Massa, anteriormente publicado por Mikhail Lomonosov em 1760 e que encontrou em Lavoisier o seu melhor defensor e divulgador.

Tudo mesmo? Vejamos. Se colocar-mos uma fruta na janela, uma maçã, por exemplo, e ao lado um pedaço de vidro, o que podemos observar? Em poucos dias, no lugar da maçã encontraremos apenas uma mancha. Mas o pedaço de vidro estará lá, aparentemente no mesmo tamanho e com a mesma com-posição. E assim poderá ficar por muito tempo, talvez por uma infinidade de anos se nenhum evento o atingir e provocar a sua fragmentação e sua transformação. Mas, o que ocorreu com a maçã? Sua composição entrou em diferentes ciclos da natureza: parte foi consumida por pássaros, formigas e outras pequenas espécies; parte foi levada pelo vento e depois se transformou em fragmentos da atmosfera, da água, da terra. Trans-formou-se em outras coisas.

A lei da conservação da massa explica um dos maiores problemas da atualidade, a poluição, pois se a ma-téria não se transforma em nada, gera os resíduos. Se estes resíduos ficam acumulados sem nenhum tratamento, certamente poluem a natureza. Quando os resíduos se acumulam, pode ocorrer excesso de nutrientes, na água de lagos, do mar e o consequente excesso de ma-téria orgânica. Por outro lado, quando os resíduos são utilizados novamente, ocorre o processo de reaproveitamen-to. Por exemplo, a água utilizada na máquina de lavar roupa pode ser reapro-veitada para lavar o quintal. Ainda há um outro caminho para os resíduos: se eles são incorporados ao meio e são nova-mente utilizados em diferentes formas, estão sendo reciclados. Neste caso, podemos ter como exemplo as garrafas PET que são picotadas e transformadas em peças de construção de moradias.

O processo de reciclagem pode ocorrer de forma natural pela própria di-nâmica da natureza, ou pode se dar por ação humana que transforma aquela ma-téria em outra coisa. O produto gerado pela reciclagem pode ser de grande valia para o desenvolvimento da sociedade.

Uma das transformações importan-tes para uso e bem estar dos cidadãos ocorre na geração de energia. Em 1905, Einstein mostrou que a energia possui, como a matéria, a propriedade da inércia ou da massa. Conforme concluíra Lavoi-sier, Einstein demonstrou que a matéria não desaparece, apenas se transforma. Ele introduziu o conceito de massa inercial e demonstrou a relação entre a massa e a energia.

Partindo agora para o contexto de

energias renováveis

Reciclagem na geração de

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energias renováveis, pode-se afirmar que estas e o processo de reciclagem celebram a sua estreita relação, pois a energia renovável busca na natureza as suas fontes, transformando a matéria prima em energia, desde que a matéria utilizada seja naturalmente renovada e não ocorra agressão ao meio ambiente. Vejamos a fonte de diferentes energias renováveis:

ª Energia Solar: energia proveniente dos raios solares.

ª Energia Eólica: energia gerada pelo

vento resultante do deslocamento de massas de ar.

ª Biomassa: energia química contida em fonte orgânica que pode ser convertida em várias formas de energia: eletricida-de, combustível ou calor.

ª Células de combustível: energia ge-rada por dispositivo eletroquímico que transforma continuamente a energia química em energia elétrica.

ª Energia Hídrica: energia potencial resultante dos fluxos de água nos rios (queda), convertida em eletricidade.

ª Energia das Ondas: energia gerada pela movimentação das ondas que pro-duz trabalho mecânico, convertido em eletricidade.

ª Energia das Marés: energia gerada pela diferença de amplitude entre marés que produz trabalho mecânico, converti-do em eletricidade.

ª Energia Geotérmica: energia gerada pelo aproveitamento do calor interno da Terra.

Assim, a energia renovável é também um processo de reciclagem na transfor-mação de água, luz solar, vento, resíduos de plantas, frutos, madeira entre outros, para gerar energia com o objetivo de trazer qualidade de vida para seus usu-ários. Entendemos que conhecer como obter energia da própria natureza pode-rá ampliar as alternativas de reciclagem, contribuindo com a qualidade ambiental e com um mundo melhor.

Equipe APROER – Energias Renováveis, é uma associação sem fins lucrativos que busca a promoção social, educativa e ambiental das co-munidades onde atua, desenvolvendo projetos de energias renováveis. Com sede em Itajubá/MG atua em todo o território nacional e em alguns países da América Latina. www.aproer.org.br

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Assim como pisos, revestimentos e móveis, as cores escolhidas para pintura da casa são de suma importância para tornar o ambiente bonito e agradável. Além de respeitar os gostos pessoais é bom estar atento ao tipo de sensação que o local irá transmitir com a cor escolhida. O uso de uma ou várias cores no ambiente pode alterar a comunicação,

as atitudes e a aparência das pessoas, a cor pode trazer tranquilidade, reduzir o estresse ou aumentar a energia, a disposição e o desempenho.

A importância

O vermelho traduz vida e alegria, contribui também para a confiança em si mesmo, a coragem e uma atitude otimis-ta ante a vida. É uma cor que também tem seu aspecto negativo, e pode expres-sar raiva. Se estamos rodeados de muito vermelho, pode influir-nos negativamen-te e deixar-nos irritáveis e impacientes.

O amarelo contribui para a felici-dade. É uma cor brilhante, alegre, que simboliza o luxo - é como estar em festa a cada dia.

O branco é uma cor mais protetora, reflete paz e conforto, alivia a sensação de desespero, ajuda a limpar emoções, os pensamentos e o espírito.

O excesso de branco, quando não é necessário, pode dar a sensação de solidão e frio. Paredes brancas abrem a possibilidade de ousar nas cores dos es-tofados.

O verde tem uma forte ligação com a natureza, é a cor que procuramos instintivamente quando estamos depri-midos. A cor verde cria um sentimento de conforto e paz interior.

Cores

O azul traz tranquilidade, nosfaz sentir descontraídos e calmos, aju-da a controlar a mente, a ter clareza de ideias e a ser criativo.

Além das cores, existe hoje um grande leque de opções para mudar a sua casa, texturas e efeitos decorativos que tornam o ambiente mais aconche-gante.

Enfim, pequenas e boas transfor-mações podem gerar grande impacto na sua vida, nunca tenha medo de mudar.

das

Por Anderson Costa Lopes

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O Programa Produção Associada ao Turismo nos Caminhos do Sul de Minas – PAT, em sua atual fase, está mapeando empresas e empreendedo-res cuja produção, de alguma forma, atrai o fluxo turístico e enriquece a visi-bilidade da região através da qualidade e inovação de seus produtos.

O Programa PAT, desenvolvido pe-lo Circuito Turístico Caminhos do Sul de Minas – CTCSM em parceria com o SEBRAE MG, através da Microrregional Itajubá, cumpriu sua primeira fase, em 2011, mapeando e cadastrando mais de 200 empreendedores, dos 11 mu-nicípios integrados ao CTCSM, que já desenvolvem produtos nos segmen-tos de Artesanato, Eventos Turísticos, Comidas e Bebidas Típicas. Associado ao PAT, também foram realizados em 2011: o Mercado Caminhos do Sul de Minas, que apresentou a produção associada ao turismo e os roteiros da região nas cidades de Itajubá, Cristina, Piranguinho, Santa Rita do Sapucaí; o Projeto Escadaria em Belo Horizonte e na FRICI 2011; Oficina sobre Lei Geral e Empreendedor Individual; Curso de Elaboração de Projetos; Circuito de Pa-lestras em cinco municípios, atingindo mais de 200 pessoas; e a Missão Téc-

nica para a Serra Gaúcha, formada por representantes dos setores mapeados pelo Programa.

Ações 2012

O Circuito Turístico Caminhos do Sul de Minas apresentou o Programa PAT nos Caminhos do Sul de Minas no “Seminário de Produção Associada ao Turismo”, realizado pelo SEBRAE Nacional e Ministério do Turismo, em Belo Horizonte, no dia 09 de maio. Dando continuidade às ações do Pro-grama Produção Associada ao Turismo, em 2012, os parceiros SEBRAE MG e CTCSM já iniciaram a segunda fase do mapeamento nos segmentos de Agro-negócio, Conhecimento e Tecnologia.

Também realizaram a primeira eta-pa do “Circuito de Palestras Caminhos Empreendedores 2012”, visando aten-der as necessidades de capacitação das comunidades envolvidas. São destina-das a micro e pequenos empresários, formais ou informais, empreendedores e estudantes. A primeira etapa aconte-ceu em maio nas cidades de São José do Alegre, Delfim Moreira, Itajubá, Pi-ranguinho e Marmelópolis. Em junho acontecerá a segunda etapa nos muni-cípios de Cristina, Pedralva, Piranguçu, Santa Rita do Sapucaí e Wenceslau Braz.

PAT BH – Herika Nogueira, Assessora em Co-municação CTCSM; Mônica Stela de Alencar Castro, Coordenadora Estadual de Turismo do SEBRAE Minas; José Maurício, Presidente CTCSM; e Elaine de Fátima Rezende, Técnica do SEBRAE Microrregional Itajubá.

Integrantes da Missão Técnica Serra Gaucha em visita técnica à Vila Valduga: Eliza Bitencourt; Pe-dro Germiniani; Jean Carlo Nemanis; Thania M. Machado; o enólogo da Vinícula Valduga; Presi-dente do CTCSM, José Maurício; Carmen Matsue; Rosana Carnevalli; Gestor do CTCSM, Walter Al-varenga; Herika Nogueira e Orlando Mohallem.

Uma conquista importante para o CTCSM em seus 10 anos de exis-tência é a representação da entidade na Diretoria da Associação Comercial, Industrial e Empresarial de Itajubá – ACIEI, por meio de seu Presidente, José Maurício Carneiro da Silva, que assumiu a cadeira de Turismo junto à entidade empresarial. A eleição da nova Diretoria aconteceu no dia 13 de abril e foi empossada em 04 de maio durante a festividade comemorativa pelos 87 anos da ACIEI – “Medalha Di-di Pereira”.

Diretoria ACIEI – Ex-presidente do CTCSM e da ACIEI, Associado Benemérito do CTCSM e atual Conselheiro Consultivo da ACIEI, Luiz Roberto Costa Fortes; Presidente do CTCSM e atual Diretor de Turismo da ACIEI, José Mau- rício e o Presidente biênio 2012-2014 da ACIEI, Remy Andrade Filho.

O Circuito Turístico Caminhos do Sul de Minas – CTCSM, é uma Agên-cia de Desenvolvimento Regional, cuja missão é: “Orientar e estimular seus associados para atuarem no desen-volvimento sustentável da atividade turística na região”. Atualmente abran-ge os municípios de Conceição das Pedras, Cristina, Delfim Moreira, Itaju-bá, Marmelópolis, Pedralva, Piranguçu, Piranguinho, Santa Rita do Sapucaí, São José do Alegre e Wenceslau Braz.

Programa Produção Associada ao Turismo nos Caminhos do Sul de Minas

www.caminhosdosuldeminas.com.br

Av. Cel. Carneiro Júnior, 192 1º andar

Itajubá/MG (35) 3621-1859

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A tradição da cidade de Piranguinho na produção dos deliciosos pés-de-mole-que, iguaria que foi declarada Patrimônio Cultural do Estado de Minas Gerais, vem sendo destacada desde 2006 na Festa do Maior Pé-de-moleque do Mundo.

A união do poder público municipal e de 11 produtores locais do doce, mais o apoio da comunidade através das escolas e instituições, faz da realização dessa famosa festa um sucesso garantido, atraindo turis-tas da região do Sul de Minas, São Paulo, Vale do Paraíba e de diversos outros esta-dos. A Festa do Maior Pé-de-moleque do Mundo é um misto de atrações culturais, o melhor da gastronomia junina, shows va-riados e artesanato regional.

Destaca-se na festa a dança do pau de fitas, em que a coreografia desenvolve-se como uma ciranda de participantes que orbitam ao redor de um mastro central, esta apresentação reúne 150 crianças. Ao todo, na preparação e realização das atra-ções da festa, que conta com quadrilhas e danças regionais, são envolvidas mais de 1.200 pessoas.

O envolvimento de 11 produtores de pés-de-moleque é o que faz a atra-ção principal da festa. Na primeira festa, o pé-de-moleque gigante contou com 11 metros, sendo 1 metro doado por cada produtor. Desde então, a cada ano, foi-se aumentando o tamanho do doce em 1 me-tro e a festa cresceu mais que a proporção do doce. Em 2010, o pé-de-moleque gigan-te foi homologado pelo Rank Brasil, o livro dos recordes brasileiro, como o Maior Pé-de-moleque do Brasil, tendo 15 metros de comprimento, 60 cm de largura, 2 cm de al-tura e 232kg. Em 2011 o feito foi superado pelos produtores quando o pé-de-moleque atingiu 16 metros.

Considerado um evento âncora do

Piranguinho faz o maior

Pé-de-moleque do mundoPor Cleber Marinho

Circuito Turístico Caminhos do Sul de Minas, a festa reúne cultura regional e o prazer da degustação da gastronomia juni-na, o que é um forte atrativo para quem gosta de apreciar belíssimas apresenta-ções e busca a vivência em uma cidade do interior mineiro.

Em sua sétima edição, a Festa do Maior Pé-de-moleque do Mundo acontece de 15 a 17 de junho, a partir das 19h, no domingo com início às 9h. O ápice da fes-ta ocorre no sábado, dia 16, quando será confeccionado em praça pública o Maior Pé-de-Moleque do Mundo, com 17 metros, superando a marca do ano passado.

A festa conta com serviço de bar, com o melhor da gastronomia junina e delicio-so almoço no domingo. Exposição na Casa da Cultura retrata as edições anteriores da festa e expõe textos dos alunos do 5º ano do ensino fundamental da Escola Muni-cipal Almerinda Valente de Lima, além do artesanato e da estrutura de parque de di-versão com brinquedos infláveis.

Piranguinho se destaca no cenário tu-rístico e cultural na região do Sul de Minas, sendo referência regional na promoção de eventos e na valorização da sua cultura, preservando a história e a memória local.

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Por Ronaldo AbranchesAumente sua capacidade de trans-

formar seus sonhos em realidade, seja um empreendedor! Mas, quem é essa pessoa?

No Brasil, o termo empreendedoris-mo chegou com forte vinculação com à capacidade de identificar oportunidades de novos negócios e desenvolvê-los com prosperidade e sucesso. Assim tem sido divulgado e disseminado por algumas or-ganizações que contribuem na formação empreendedora. Através dos estudos e pesquisas realizadas pelo Núcleo de Em-preendedorismo da Faculdade de Ciências Sociais Aplicadas do Sul de Minas (FACESM) temos consolidado o termo empreendedo-rismo como: “Idealismo com efetividade, como agente de transformação econômica e social”. Esta definição abrange a capaci-dade de idealização e transformação em algo real, prático e concreto. Estas ações geram valores econômicos de maneira in-clusiva e distribuída, ajudando a reduzir as desigualdades sociais. Assim, todo sonho, ideal, desejo ou projeto que seja transfor-mado em realidade, é empreendedorismo.

O conceito de empreendedorismo tem dois enfoques: o econômico, repre-sentado por pensadores como Schumpeter e o comportamental, por pensadores co-mo McClelland. Os economistas tendem a ligar os empreendedores com a inovação, enquanto os comportamentalistas concen-traram-se nas características atitudinais.

Uma sociedade culturalmente empre-endedora é capaz de gerar riquezas, elevar sua condição socioeconômica, melhorar o índice de desenvolvimento humano (IDH), possibilitar às classes menos favorecidas acessos a determinados recursos que po-dem gerar a independência, favorecendo a obtenção da cidadania. Desenvolver uma nova cultura, não é algo que se estabele-ce em curto prazo, pois é necessário que seja sedimentada na sociedade ao longo dos anos. Por isso, o ideal é que o ensino de empreendedorismo seja inserido desde os primeiros anos escolares, a fim de mu-dar uma realidade e caminhar ao encontro dessa nova cultura. O estilo de educar deve

fazer parte do projeto pedagógico do ensi-no básico, médio e superior. A educação, além de ensinar, ajuda a integrar ensino e vida, conhecimento e ética, reflexão e ação, a ter uma visão da totalidade. Neste con-texto, o desafio da proposta educacional empreendedora é construir novos valores em uma sociedade heterogênea, marcada positivamente pela diversidade cultural, mas, negativamente pelas diferenças abis-sais de renda, poder e conhecimento. Mudar esta realidade significa fazer uma verdadeira revolução. O Empreendedoris-mo deve ser articulado como uma política pública, moderna e desafiadora, capaz de mudar a realidade de uma comunidade, es-tado e nação, a começar por você!

Prof. Ronaldo Abranches, Bacharel em Admi- nistração, Especialista em Qualidade e Produ-tividade; Mestre em Engenharia de Produção. Professor e diretor do Instituto de Pós-gradua-ção, Pesquisa e Extensão da FACESM. Diretor da Quality Steps Assessoria Empresarial.

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Biomateriais: quando o homem cria ciborgues à sua imagem

“… e criou Deus o homem à sua imagem...” (Gn 1:27)

Pelo Dr. Alvaro Antonio Alencar de Queiroz

Ao longo da História, a constante luta do ser humano para sobreviver e melhorar sua qualidade de vida levou à criação de uma imensa interface entre o homem e a natureza, impedindo a seleção natural. A integração entre o organismo biológico humano e os materiais sintéticos proporcionados pela ciência contemporânea tem levado a um gran-de aumento na expectativa de vida; muito além do imaginado pelo Império Romano onde a esperança média de vida era cerca de quarenta anos.

Entretanto, o ser humano enfrenta com o envelhecimento, a progressiva deterioração dos tecidos e órgãos biológicos após cerca de qua-tro décadas de existência. O desenvolvimento de procedimentos cirúrgicos para a implantação de novos órgãos ou tecidos e a evolução dos proces-sos de fabricação de próteses a partir de materiais sintéticos é uma rotina neste século.

A utilização de materiais sintéticos na medici-na ocorre desde a antiguidade, principalmente os metais — o vidro e o ouro — devido a sua inércia química aparente quando em contato com o orga-nismo humano.

Diversos materiais sintéticos podem ser utilizados na reconstituição do tecido humano lesado por trauma ou enfermidades a exemplo da utilização dos materiais compostos baseados no polímero biodegradável — poli (caprolactona) e hidroxiapatita (HA) (Figura 1).

Figura 1. Tomografia computadorizada mostra defeito facial por trauma indicado por seta em (A). Em (B) to-mografia computadorizada ilustra o preenchimento do defeito com rede de compósito de hidroxiapatita/poli (caprolactona) (HA/PCL) conforme indicado pela seta. Em (C) RX mostra o preenchimento de falha óssea em

mão com o compósito HA/PCL. Em (D) e (E) microestru-tura do compósito HA/PCL. Em (F), (G) e (H) as diversas

formas nas quais podem ser fabricados o compósito HA/PCL sintetizados na UNIFEI.

A partir de meados do século XX houve uma verdadeira revolução quanto ao desenvol- vimento de materiais para aplicações médicas.

Figura 2. O implante de uma prótese de quadril permite que a competidora olímpica Sonia

Stravinsky patine com leveza e performance de grande beleza.

Uma definição importante de um biomaterial é a sua biocompati-bilidade com o organismo biológico receptor, isto é, a capacidade do material ter uma resposta favorável numa aplicação específica, com o mínimo de reações alérgicas, infla-matórias ou tóxicas, quando em contato com os tecidos vivos ou fluidos do organismo. Entretanto, não existem materiais totalmente inertes, há sempre uma resposta dos tecidos a qualquer corpo es-tranho quando inserido no corpo humano. Alterando algumas pro-priedades dos materiais é possível

Figura 3. Materiais sintéticos desenvolvidos para aplicações médicas específicas.

minimizar ou controlar a resposta do tecido biológico ao material sintético implan-tado. A Figura 3 ilustra os principais materiais desenvolvidos para aplicações na medicina, também denominados de biomateriais.

Durante os últimos trinta anos, as doenças cardiovasculares (CVD) aumentaram substancialmente em muitos países em desenvolvimen-to. A doença arterial coronariana, conhecida como infarto do miocár-dio, é a manifestação mais comum do CVD, contribuindo significati-vamente para sua elevada taxa de mortalidade. As projeções atuais com base em estudos epidemio-lógicos estimam que as taxas de mortalidade global da doença ar-terial coronariana deverá dobrar na próxima década.

O infarto agudo do miocárdio resulta em uma grave lesão no co-ração devido à obstrução do fluxo sanguíneo em uma artéria do tecido cardíaco, formado essencialmente por células do miocárdio. Devido à súbita obstrução do fluxo sanguíneo, o tecido cardíaco sofre uma isquemia e necrose (morte celular). A esta morte do tecido cardíaco se dá o nome de infarto (Figura 4). Uma vez que o coração humano não possui a capacidade de se autorregenerar, as células mortas formam um tecido cicatricial não contráctil fibroso na área de infarto do miocárdio que reduz a eficiência contrátil do coração.

A utilização dos polímeros na medicina permitiu inovações que não eram pos- síveis com os materiais tradicionais a exemplo dos metais e cerâmicas pro- porcionando assim uma enorme flexibilidade na fabricação de peças molda- das, além de densidade menor e resistência significativamente maior que os materiais tradicionais. Os biomateriais passaram por uma espetacular evolução nas últimas três décadas. Em poucos anos, a demanda social, as necessidades clínicas e o desenvolvimento tecnológico levaram ao desenvolvimento de próte- ses biocompatíveis que permitem não somente a recuperação da qualidade de vida do paciente, mas muitas vezes sua total reabilitação profissional (Figura 2).

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Figura 4. Ilustração simplificada do infarto agudo do miocárdio. Após o fechamento da

artéria coronariana ou de um de seus ramos por um coágulo sanguíneo ou, obstrução da luz do vaso por arteriosclerose, células do miocárdio

morrem por falta de oxigênio.

Recentemente, uma equipe de pesqui-sadores da Universidade Federal de Itajubá (UNIFEI) coordenada pelo prof. Dr. Alvaro A. A. de Queiroz desenvolveu processo uti-lizando a eletrofiação para a obtenção de uma membrana contendo nanotubos de polianilina capazes de regenerar as células do miocárdio de um paciente que sofreu in-farto. A polianilina é um polímero condutor de eletricidade, entretanto não é biocom-patível. Os nanotubos são revestidos com um polímero biocompatível derivado da glicerina (PGLD) (Figura 5). A membrana obtida após ser colocada em contato com a área infartada é estimulada eletricamen-te com o auxílio de um marcapasso e sua estrutura flexível permite os movimentos de contração e expansão, similarmente ao tecido cardíaco. Estudos em laboratório apontam que a membrana eletricamente ativa permite o crescimento de células do miocárdio e poderá em um futuro próximo regenerar áreas infartadas do coração.

Figura 5. Ilustração da técnica de eletrofiação para a obtenção de uma matriz extracelular nanofibro-sa que induz a proliferação de células do miocárdio, desenvolvida no Centro de Estudos e Inovação

em Materiais Biofuncionais Avançados da UNIFEI. As nanofibras são formadas pelo polímero condutor poli (anilina) (PANI) que estimula eletricamente o crescimento de células do miocárdio.

Atualmente, os pesquisadores da UNIFEI estão trabalhando em técnicas que levem a uma concentração maior de na-notubos PANI na membrana e ao mesmo tempo uma melhoria nas suas proprieda-des adesivas ao tecido cardíaco de modo que possa mimetizar a condução dos im-pulsos elétricos do músculo cardíaco. A pesquisa desenvolvida poderá aumentar as expectativas da qualidade de vida e res-taurar as funcionalidades fisiológicas do tecido cardíaco após o infarto.

Outra vertente da pesquisa é a utiliza-ção do material obtido em feixes de fibras eletroativas para a robótica na fabricação de músculos artificiais. Nesse caso, o feixe de fibras será capaz de mudar sua forma em resposta a estímulos externos, se con-traindo de forma similar aos movimentos gerados pelos músculos humanos. A in-venção poderá ter um potencial suficiente para permitir sua utilização em robótica na

fabricação de próteses inteligentes que se movimentam com o auxílio da inteligência artificial (Figura 6). As próteses inteligentes já são uma realidade, mas seu preço é ina-cessível à população de baixa renda devido à tecnologia importada, além da falta de engenheiros qualificados no Brasil para a demanda de fabricação e/ou manutenção.

Atualmente, os pesquisadores da UNIFEI estudam a densidade de cargas elétricas no material e o torque gerado por massa de fio em função de sua composi-ção.

Figura 6. Utilizando técnicas da nanotecnologia, o material eletroativo desenvolvido nos labora-tórios da UNIFEI (CEIMBA) está sendo fabricado

na forma de feixes de fibras que mimetizam o músculo humano (A). A eletricidade gerada nas nanofibras pelas contrações musculares será

utilizada para movimentar próteses bioelétricas. Como exemplo de próteses inteligentes tem-se

as próteses mioelétricas de mão (http://www.sierraortho.com/i-limb-hand) (B) e braços biô-

nicos (http://www.ric.org/research/centers/cbm/) (C). Entretanto, tais próteses não utilizam o tipo

de tecnologia desenvolvida na UNIFEI.

Os desenvolvimentos conseguidos na Ciência dos Biomateriais estão intima-mente ligados aos avanços de outras áreas da ciência, a saber: Bioinformática, Física/ Química Supramolecular e Biologia Mole-cular. No entanto, embora a convergência da Ciência em novas tecnologias ofereça novas possibilidades quanto à manuten-ção da qualidade de vida na longevidade

humana também apresenta novos desa-fios. Embora as descobertas científicas nas áreas de Ciências biológicas, Química e Fí-sica ocorram com impressionante rapidez neste século, tais avanços não chegam à clínica na mesma velocidade que a tornam avanços científicos.

A flecha do tempo faz com que o or-ganismo biológico humano enfraqueça e viva em uma combinação mórbida do au-mento da longevidade e o envelhecimento do corpo humano. Em mais algumas déca-das, a perspectiva de vida ultrapassará uma centena de anos e o acoplamento entre a célula biológica e o silício será inevitável. A corrida pela medicina regenerativa deverá ser abandonada à medida que se percebe que não basta manter o corpo restaurado, mas que é preciso ampliar suas capaci-dades físicas e mentais para assegurar a sobrevivência; tarefa essa inicialmente exe-cutada pelos lentos passos dos caprichos da evolução natural no alvorecer humano sobre a Terra.

Com os notáveis avanços deste sécu-lo, mesmo que o corpo humano entre em total e inevitável declínio biológico devido à flecha do tempo, sua associação às má-quinas lhe dará perspectivas de viver mais e com qualidade. O ser humano do século XXI oscila entre os extremos do orgânico e do inorgânico e, diferentemente da ficção científica, não é um aperfeiçoamento arti-ficial da espécie humana, mas sim apenas a última tentativa de sobrevivência. Nesse caso, a célula biológica e os chips estarão tão intimamente interligados que a exis-tência da mente e da consciência não mais pressuporá a da vida.Dr. Alvaro Antonio Alencar de Queiroz, Coorde-nador Científico do Centro de Estudos e Inovação em Materiais Biofuncionais Avançados, UNIFEI.

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(A)(B) (C)

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O Curso G9, em parceria com a Facesm (Faculdade de Ciências Sociais Aplicadas do Sul de Minas), está criando o Clube de Xadrez do Curso G9 (CXG9), que será reconhecido oficialmente pe-la Federação Mineira de Xadrez (FMX). A documentação necessária já foi en-caminhada a Belo Horizonte, sede da instituição, que deverá oficializar o clube ainda em junho.

“Ao receber o aval da Federação, teremos uma série de vantagens. A prin- cipal delas, sem dúvida, será a possibili- dade de sediarmos campeonatos minei- ros e brasileiros de xadrez”, disse o dire- tor geral da Facesm, professor Hector Gustavo Arango, que será o primeiro pre- sidente do CXG9, como será chamado o clube.

O diretor de Planejamento do G9, professor Giovanni Henrique Faria Flo-riano, que será vice-presidente do Clube

de Xadrez, apresenta outras oportunida-des que se abrem com a oficialização do CXG9. “Haverá o reconhecimento dos atletas associados, o que os credencia a disputar campeonatos oficiais. Também iremos promover cursos e treinamentos aos associados”, ressalta. Os encontros serão sempre nas manhãs de sábado, no Curso G9.

Giovanni Faria aponta ainda outra vantagem: “A exemplo do que realizamos no G9, queremos incentivar os asso-ciados à prática de ações solidárias. Os nossos atletas podem se tornar ins-trutores para levar o xadrez até outras instituições”, fala.

Para o presidente do Clube Itaju-bense de Xadrez (CIX), Aécio Zózimo Bustamante, o CXG9 irá preencher uma lacuna que o CIX já não consegue pre-encher. “Em nosso tempo, produzimos grandes campeões em Itajubá, mas agora

é a hora de passar essa responsabilidade à nova geração”, diz. O CIX foi fundado em 1971, mas não é um clube oficial da FMX.

A implantação do Clube de Xadrez é mais um passo que o Curso G9 dá pa-ra promover o resgate do esporte em Itajubá. Há três anos, o colégio criou a Oficina de Xadrez, que já revelou talen-tos para o esporte. A equipe conquistou vários títulos no recente Festival Mineiro da Juventude Rápido 2012, realizado em maio, e se classificou para a Fase Regio-nal dos Jogos Escolares de Minas Gerais (JEMG).

Curso G9, em parceria com a Facesm, cria Clube de Xadrez em Itajubá

Grupo será reconhecido oficialmente pela Federação Mineira de Xadrez

Por Bill Souza

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Pela Dra. Gracia Costa Lopes

Dicas para uma boa saúde bucal

Hálito puro e sorriso saudável são o resultado de uma boa higiene bucal, aprenda como garanti-la.

Trinta e dois dentes, essa é a quanti-dade de dentes alinhados que um adulto deveria ter para um processo digestivo adequado, uma estética agradável e to-da alegria de sorrir. Só que esse não é o número de dentes que a maioria dos brasileiros apresenta. O Brasil é conheci-do como o país dos desdentados e cabe a nós, profissionais de saúde, orientar as pessoas para que tenham uma boa saú-de bucal.

Confira algumas dicas fundamen-tais para conservação dos dentes e uma melhor qualidade de vida:

ª Escovar os dentes ao acordar, depois de cada refeição e antes de dormir — as escovas devem ser indivi-duais e trocadas com frequência média de três meses, pois o uso constante deforma as cerdas, fazendo com que a limpeza seja menos eficiente e com o tempo bactérias e fungos podem se de-positar entre elas. Escolha sempre uma escova macia. Realize as escovações com pasta de dente que contenha flúor.

ª Use e abuse do fio dental — o fio dental complementa a ação da escova,

ª Escove sempre a língua — utilize sempre limpadores de língua para remo-ver a “saburra”, restos de alimentos e células que deixam a língua com aspecto esbranquiçado/amarelado.

ª Flúor — crianças abaixo de 12 anos devem ingerir água potável fluoretada, dentifrícios fluoretados e quando neces-sário aplicação de flúor pelo dentista.

ª Fique de olho na gengiva — é im-portante observar a cor e o aspecto da gengiva, pois mudanças nestes quesitos indicam o aparecimento de doenças

como a gengivite, uma inflamação que, quando não tratada pode evoluir para outros problemas. E se a gengiva sangra durante a escovação, procure um den-tista.

ª Manter uma alimentação saudá-vel — rica em fibras e com baixo teor de açúcares e carboidratos. O grande risco dos açúcares para os dentes é a fre- quência em que eles são ingeridos e não a quantidade. Evitar alimentos e bebi-das com corantes que possam manchar os dentes e as restaurações de resina. Evitar ingerir refrigerantes e bebidas áci-das, assim como chupar frutas cítricas com muita frequência (exemplo: limão). Elas podem causar erosões dentárias e sensibilidade excessiva.

ª Hálito ruim não é bom sinal — Além de muito desagradável, ele pode ser um indício de que a saúde bucal não está nada bem. O sintoma pode sinali-zar a periodontite, doença provocada pela inflamação da gengiva, que pode causar perda dos dentes, se não for tratada na forma correta. A halitose ge-ralmente está associada à existência de cáries e a má higiene bucal, porém po-de ter outra origem como a respiratória (sinusite e amidalite), digestiva (erupção gástrica, dispepsia, neoplasias e úlcera duodenal) e a de origem metabólica e sistêmica (diabetes, enfermidades febris, alterações hormonais, secura da boca, estresse).

ª Previna problemas odontológicos — visite seu dentista a cada seis meses.

pois chega até locais mais difíceis e re-move as bactérias que ali se encontram.

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Circuito das Águas de Minas Gerais

Carmo de Minas

Localizada na face mineira da Serra da Mantiqueira, Carmo de Minas exibe mirantes de altitude e paisagens de tirar o fôlego. O município está inserido na primeira região do Sul de Minas a receber o selo de Indicação de Procedência do Café. Faz parte do Circuito Turístico das Águas e possui enorme vocação para o turismo no espaço rural associado à cafeicultura.

Os cafés especiais da microrregião da Serra da Mantiqueira, em espe-cial os de Carmo de Minas são equilibrados e balanceados, com sabores complexos e doçura elevada. A combinação entre o clima, solo e o manejo sustentável são condições favoráveis na produção de grãos de alta quali-dade, reconhecida por torrefadores e cafeterias no mundo inteiro.

Sua economia se baseia na agropecuária, sendo que a cultura do café responde por mais de 70% do Produto Interno Bruto do Município. Nos últimos 20 anos, o processo de produção de cafés foi aprimorado com a implantação da colheita seletiva de grãos precoces, médios e tardios, o uso de lavadores e descascadores do café cereja, a expansão e adequação de novas variedades.

A Associação dos Produtores de Cafés da Mantiqueira vem de-senvolvendo um trabalho na microrregião, visando a capacitação dos cafeicultores e a definição de estratégias de mercado mais competitivas, o que permite ao consumidor identificar aromas e sabores peculiares de cada origem, através das Denominações Geográficas, tornando a micror-região referência na comercialização de cafés.

Produzindo cafés há mais de cem anos, Carmo de Minas representa hoje o Brasil na produção dos melhores cafés do mundo. Somado a isto, é uma das 12 cidades brasileiras agraciadas pelas obras do famoso artista português, o naturalista Francisco da Silva Reis, conhecido como “Chico Cascateiro”, que deixou sua marca no Coreto da Praça da Matriz, cuja obra foi moldada em argamassa, areia, óleo de baleia e cerâmica, imitando madeira e pedras.

O estilo arquitetônico das construções históricas, como a Igreja Matriz que possui traços barrocos e intervenções neoclássicas e abriga em seu interior os 14 quadros da Via Sacra de Cristo, tombados como Patrimônio do Município; as obras literárias de escritores carmenses con-

sagrados como Murilo Rubião, Plínio Motta e Oto Nogueira, dentre outros; as manifestações cultu-rais genuínas, os saberes e fazeres de seu povo e a possibilidade de conhecer de perto o processo de produção do café, do pé à xícara, são expe- riências inesquecíveis que o turista pode viven-ciar em Carmo de Minas. Venha experimentar novas emoções!

Por Maria Cristina R. Meirelles

Vamos conhecer

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