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1 EXPEDIÇÕES BIOLÓGICAS A BORDO DO BUSÃO DA CIÊNCIA DO AGRESTE E DO SERTÃO: ARTICULANDO UNIVERSIDADE, ESCOLAS E ESPAÇOS NÃO FORMAIS DE APRENDIZAGEM Cleverton da Silva, Andresa Reis Lima, Hugo Andrade, Juliana Prudente Souza Nascimento, Mateus Matos Ferreira, Mayara de Lima Mota, Nadja Kelly Barros, Narla Mota Júnior, Wesla Marcelina Dantas, Wildio Ikaro da Graça Santos, e Ricardo Santos do Carmo Resumo Neste artigo, apresentamos as oficinas de biologia realizadas como parte de um projeto de extensão universitária da Universidade Federal de Sergipe. As oficinas temáticas, conduzidas por instituições de ensino superior, são conhecidas pelo potencial que têm para melhorar a formação dos acadêmicos que as produzem e, por outro lado, para motivar o público-alvo a engajar-se de modo ativo na aprendizagem de conceitos importantes. No projeto “Busão da Ciência”, abordamos o conceito de função aplicado ao discurso sobre biodiversidade e serviços ecossistêmicos. Os debates, promovidos nas oficinas, tiveram foco central entender as consequências potenciais da perda de biodiversidade sobre os serviços ecossistêmicos. Uma dimensão social foi considerada quando levantamos os aspectos éticos e morais envolvendo as ações humanas que produzem degradação social e ambiental. Palavras-chave: Popularização Científica. Educação Não Formal. Ensino das Ciências. Introdução A educação surge como um dos principais e fundamentais requisitos para que os indivíduos tenham acesso a uma série de bens e serviços disponíveis, na sociedade, e, assim, possam desfrutar de seus direitos como cidadãos (GADOTTI, 2005). Quando se fala em educação, ensino, aprendizagem, logo associamos estes termos à escola, porém, é preciso expandir esse pensamento. Há algumas décadas, o processo de ensino era de responsabilidade da escola, entretanto, hoje já se sabe que tal ação não acontece apenas nas instituições de ensino. Então, o ato de ensinar apresenta-se em diferentes momentos e formas e, quando ele se dá fora do formalismo próprio das instituições escolares, estamos diante de ações de ensino das ciências em espaço não formal (GOHN, 2006).

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EXPEDIÇÕES BIOLÓGICAS A BORDO DO

BUSÃO DA CIÊNCIA DO AGRESTE E DO

SERTÃO: ARTICULANDO UNIVERSIDADE,

ESCOLAS E ESPAÇOS NÃO FORMAIS DE

APRENDIZAGEM

Cleverton da Silva, Andresa Reis Lima, Hugo

Andrade, Juliana Prudente Souza Nascimento,

Mateus Matos Ferreira, Mayara de Lima Mota,

Nadja Kelly Barros, Narla Mota Júnior, Wesla

Marcelina Dantas, Wildio Ikaro da Graça Santos,

e Ricardo Santos do Carmo

Resumo

Neste artigo, apresentamos as oficinas de biologia

realizadas como parte de um projeto de extensão

universitária da Universidade Federal de Sergipe. As

oficinas temáticas, conduzidas por instituições de

ensino superior, são conhecidas pelo potencial que

têm para melhorar a formação dos acadêmicos que

as produzem e, por outro lado, para motivar o

público-alvo a engajar-se de modo ativo na

aprendizagem de conceitos importantes. No projeto

“Busão da Ciência”, abordamos o conceito de função

aplicado ao discurso sobre biodiversidade e serviços

ecossistêmicos. Os debates, promovidos nas oficinas,

tiveram foco central entender as consequências

potenciais da perda de biodiversidade sobre os

serviços ecossistêmicos. Uma dimensão social foi

considerada quando levantamos os aspectos éticos e

morais envolvendo as ações humanas que produzem

degradação social e ambiental.

Palavras-chave: Popularização Científica. Educação

Não Formal. Ensino das Ciências.

Introdução

A educação surge como um dos principais e fundamentais

requisitos para que os indivíduos tenham acesso a uma série de

bens e serviços disponíveis, na sociedade, e, assim, possam

desfrutar de seus direitos como cidadãos (GADOTTI, 2005).

Quando se fala em educação, ensino, aprendizagem, logo

associamos estes termos à escola, porém, é preciso expandir

esse pensamento. Há algumas décadas, o processo de ensino era

de responsabilidade da escola, entretanto, hoje já se sabe que tal

ação não acontece apenas nas instituições de ensino. Então, o

ato de ensinar apresenta-se em diferentes momentos e formas

e, quando ele se dá fora do formalismo próprio das instituições

escolares, estamos diante de ações de ensino das ciências em

espaço não formal (GOHN, 2006).

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Para Gaspar (2005), temos que levar em consideração

outros espaços para o desenvolvimento dos processos de ensino

e aprendizagem. Esse autor afirma que os espaços não

formais de ensino, tais como museus, jardins botânicos, centros

de ciências, feiras e amostras de ciências, aquários, museus

itinerantes, entre outros, podem ter impactos na educação

científica. Ainda nas palavras de Gaspar, tais ambientes se

revelam uma fonte enorme de conhecimento útil à educação

científica, não só para alunos e professores, como também para

a população de maneira geral. Nesses espaços, atividades

teóricas, de demonstração, e de “mãos à obra”, planejadas no

âmbito de projetos de popularização das ciências, é capaz de

impulsionar a criatividade, a reflexão e a capacidade de

resolução de problemas dos visitantes, fazendo bem para a

nossa sociedade.

Os trabalhos de popularização das ciências, portanto, têm

como um dos objetivos auxiliarem às pessoas a compreender os

elementos do pensamento científico (criatividade, lógica,

intuição, flexibilidade, uso do pensamento divergente, criticidade,

etc.), ao tempo em que elas também possam reparar que,

muitas vezes sem notar, mantemos uma relação diária com os

conhecimentos das ciências. Nesse rumo, ninguém mais duvida

dos ganhos educacionais, que podemos alcançar, com relações

mais fortes entre o ensino escolar de ciências e as atividades

planejadas em projetos de educação não formal, na medida em

que as duas modalidades não competem, mas exploram

elementos das ciências sob ângulos diferentes. Essa interação

precisa acontecer, sempre que possível, e um dos motivos é bem

apontado pelo professor Nélio Bizzo, de modo que preferimos as

suas próprias palavras: “não se admite mais que o ensino de

ciências deva limitar-se a transmitir aos alunos notícias sobre os

produtos da ciência [...]. O ensino de ciências deve proporcionar

a todos os estudantes a oportunidade de desenvolver

capacidades que nele despertem a inquietação diante do

desconhecido, buscando explicações lógicas e razoáveis,

amparadas em elementos tangíveis” (BIZZO, 1998, p. 14).

Sendo assim, o projeto “Ciências Sobre Rodas – Busão

da Ciência do Agreste e do Sertão” foi planejado para diminuir a

lacuna existente entre a população e as ciências, e, ao mesmo

tempo, auxiliar o trabalho docente, com a sugestão de recursos

para dinamizar as aulas, pois os materiais podem ser usados

nas abordagens dos conteúdos, favorecendo a criatividade e a

curiosidade para as ciências.

Este artigo está estruturado da seguinte maneira. Na

próxima seção, apresentamos a concepção do projeto “Ciências

sobre Rodas” que realizamos no campus de licenciaturas da

Universidade Federal de Sergipe (UFS) e como o projeto está

estruturado para alcançar os objetivos de divulgação científica.

Nesse particular, destacamos o foco do subprojeto da Biologia.

Em seguida, explicamos, brevemente, que as ações da Biologia

têm como matriz teórica a literatura da filosofia da ecologia que

investiga o conceito de função aplicado ao discurso sobre

biodiversidade e serviços ecossistêmicos. Após essa breve

abordagem, apresentamos as atividades pensadas, como

dissemos, para contemplar a temática “funções e serviços

ecossistêmicos”. Por fim, a partir do que já expusemos, lançamos

nossas considerações à guisa de conclusão na última seção.

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O Projeto Ciências Sobre Rodas: Busão da

Ciência do Agreste e do Sertão

Em termos gerais, o projeto “Ciências sobre Rodas –

Busão da Ciência do Agreste e do Sertão” (ver mais em

https://busaodaciencia.org/) é um projeto em que estudantes

do curso de licenciatura, em Ciências Biológicas da UFS, no

agreste sergipano da cidade de Itabaiana, em colaboração com

outras licenciaturas, desenvolvem atividades para a divulgação

das ciências, por meio de expedições a bordo de um veículo

Mercedes-Benz Sprinter, mas que, durante as expedições pelo

interior de Sergipe, passou a ser conhecido pela equipe e pelo

público, simplesmente, como Busão da Ciência.

O projeto funciona de modo similar às chamadas feiras

de ciências, em que fazemos demonstrações, atividades de

“mãos à obra” e expomos materiais que motivam a população

dos lugares visitados a interagir e a formular questões sobre

aspectos que mais lhes tenham impactado. No dia das

expedições do Busão da Ciência, buscamos incorporar o espírito

do projeto de consideração das ideias dos alunos com vistas a

dar-lhes condições de desenvolvimento de uma cultura científica

e, neste particular, dar condições para que mobilizem os

conhecimentos das ciências em suas vidas em comunidade.

O Busão, propriamente dito, é um meio de transporte,

ajudando-nos no deslocamento dos materiais necessários para a

realização das atividades (ver Figura 1).

Figura 1 - Busão da Ciência, veículo de transporte dos materiais

das atividades de divulgação científica

Nossas expedições a bordo do Busão da Ciência já

chegaram às praças públicas, feiras livres e ginásios de esportes

de um conjunto de municípios, no agreste e no sertão, tendo

inclusive atravessado a fronteira geográfica para chegar ao

estado de Alagoas. Com os recursos liberados até este

momento, alcançamos nove cidades do interior sergipano (na

ordem: São Domingos, Moita Bonita, Nossa Senhora Aparecida,

Nossa Senhora da Glória, Monte Alegre, Neópolis, Santana do

São Francisco, Estância, Itaporanga D´Ajuda) e duas cidades

alagoanas (Pão de Açúcar e Penedo). Fizemos cinco expedições,

atendendo a mais de um colégio em cada expedição, e, assim,

chegamos a doze colégios no período entre fev. de 2014 e jun.

de 2016. Aqui, vamos nos dedicar a trazer à tona as ações na

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área de Biologia realizadas de set. de 2014 a out. de 2015,

quando chegamos com o Busão da Ciência às cidades de São

Domingos e Moita Bonita, bem como ao agreste sergipano

representado pelas cidades de Nossa Senhora Aparecida e

Nossa Senhora da Glória. Nesse período, em jul. de 2015,

também, atravessamos o leito do Rio São Francisco e

alcançamos a cidade de Pão de Açúcar em Alagoas, estado em

que, depois, voltamos com a “Expedição Baixo São Francisco”,

em out. de 2015, para visitar a escola pública da rede estadual

na cidade de Penedo. Em todos esses lugares, confirmamos o

critério que consideramos, nos planejamentos das expedições, a

situação de que são locais que pouco ou nada dispõem de

projetos de ciências como parte da educação não formal.

As temáticas levadas, nas expedições feitas, variam de

acordo com os cursos envolvidos (Biologia, Geografia, Física,

Química, Matemática). No caso da Biologia, preparamos as

oficinas pedagógicas para ensinar sobre como os “itens da

biodiversidade”, isto é, processos ecológicos ou entidades

(organismos, populações, características dos organismos,

interações, etc.) têm efeito no funcionamento dos ecossistemas.

Em outras palavras, buscamos explicar que muitas propriedades

dos ecossistemas (produtividade, retenção de nutrientes,

biomassa, interações) dependem da biodiversidade. Os debates

que envolvem a noção de função para entender os sistemas

ecológicos indicam que entender as consequências potenciais da

perda de biodiversidade, sobre os serviços ecossistêmicos, é

hoje um tema quente na Ecologia, o que torna útil a seção

seguinte, na qual explicaremos, brevemente, os pontos mais

importantes dos debates.

Funções e Serviços Ecossistêmicos

O conceito de serviços ecossistêmicos aparece, hoje, em

muitos documentos políticos, de governos e organizações

internacionais. O Relatório do Milênio (MA, 2005) teve um

impacto forte na divulgação do conceito, definido como

“benefícios que as pessoas obtêm a partir dos ecossistemas”

(MA, 2005, p. 1). Esse documento tornou o conceito mais

conhecido, mas a definição oferecida é simples. Uma definição

melhor é feita por Daly e Dasgupta (2001) que, de modo mais

amplo, concebem os serviços ecossistêmicos como “a ampla

gama de condições e processos, por meio dos quais, os

ecossistemas, e sua biodiversidade, conferem benefícios à

humanidade”. A referência à existência de processos ligados à

biodiversidade chama a atenção para a complexidade dos

ecossistemas, que inclui o que fazem os organismos com o

ambiente, com os recursos do ambiente, e o que eles fazem uns

com os outros em interação. Assim, a definição dos serviços

ecossistêmicos envolve, também, o conceito de função que, no

contexto biológico, atribuímos aos organismos ou a processos.

Na Ecologia, há um debate que trata de entender se são os

organismos que realizam funções ou se é a biodiversidade, ou a

espécie em si, o lócus da atribuição funcionali. Para os

propósitos deste artigo, importa ter em conta que os serviços

estão associados às funções dos ecossistemas (De GROOT et

al., 2002, p. 395). Desta perspectiva, as funções ecossistêmicas

podem ser resumidas em quatro grandes categorias: funções de

(1) regulação, (2) suporte (3) suprimento e (4) informação. As

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funções de regulação incluem as capacidades dos ecossistemas

naturais de suportarem os processos de manutenção da vida;

as funções de suporte incluem a capacidade de oferecer refúgio

e habitat a animais e plantas selvagens; as funções de

suprimento estão relacionadas à captura e ao armazenamento

de energia, em compostos orgânicos, pelos organismos

fotossintetizantes e, por fim, as funções de informação referem-

se ao oferecimento pelos ecossistemas naturais de atividades de

recreação, desenvolvimento cognitivo e experiência estética aos

seres humanos. Em síntese, seguindo esses autores, cada

função está associada a um determinado serviço ecossistêmico.

Atividades desenvolvidas

Diante do tema “Funções e Serviços Ecossistêmicos”,

apresentamos diferentes grupos de seres vivos (aves, árvores,

aranhas, abelhas, anfíbios, répteis, fungos, borboletas) e seus

respectivos serviços ecossistêmicos através de demonstrações,

exposições de banners, exposição de fotos, materiais biológicos,

lupas eletrônicas (estereoscópio), réplicas de materiais

biológicos confeccionadas em resinas, folders, livretos ilustrados

e doação de sementes e mudas de árvores nativas da Mata

Atlântica. O tema evolução, há anos, tem sido defendido pelo

papel central, organizador do pensamento biológico (MEYER;

EL-HANI, 2005) e nós o consideramos, nas oficinas diversas, e

criamos uma oficina específica, explicando a evolução humana e

sobre os dinossauros.

O livreto “Histórias da Natureza: Funções e Serviços

Ecossistêmicos” (Figura 2) foi o primeiro passo das atividades

de Biologia. O bolsista do projeto, primeiro autor deste artigo,

recebeu a tarefa de preparar o livreto com histórias que

explicam como a variedade de formas de vida realizam funções

que contribuem, por exemplo, para a oferta de alimentos ou

produtos necessários à sobrevivência da humanidade. Quando o

livreto ficou pronto, foram os recursos do Prodocência/CAPES

(Programa de Consolidação das Licenciaturas) e do próprio

CNPq, financiador do Projeto Busão da Ciência, que tornaram

possível a publicação desse material didático.

Figura 2- Capa do livreto “Histórias da Natureza: Funções

e Serviços Ecossistêmicos”

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Ao todo, produzimos quinhentos exemplares deste livreto

e distribuímos pelas escolas visitadas, para serem usados como

material auxiliar nas práticas de Educação Ambiental e no

ensino de Ecologia sobre as Funções e os Serviços

Ecossistêmicos. O arquivo digital do livro está disponível no

blog do projeto (https://busaodaciencia.org/).

Aves

De modo geral, as aves são um grupo importante em

várias funções: (1) função de ligantes de informação genética;

(2) função de regulação de presas; (3) função de “agentes

sanitários”; (4) função de transferência de recursos, e (5)

função de facilitação de processos ecológicos. A ligação de

informação genética é uma função das mais conhecidas, como é

o caso das espécies frugívoras (espécies que se alimentam de

frutas) e nectarívoras (espécies que se alimentam de néctar),

que transportam material genético através da dispersão de

sementes e polinização.

A dispersão de sementes costuma ser a função mais

facilmente percebida na investigação das aves na natureza,

porém não a única. A regulação da população de presas por

aves de rapina como, por exemplo, corujas e gaviões, tem

efeito significativo no funcionamento dos ecossistemas. Além

disso, as aves de rapina, como os urubus, também contribuem

para a decomposição da matéria orgânica, funcionando como

“agentes sanitários” nos ecossistemas. Além dessas funções, as

aves aquáticas são vistas com atenção particular, na medida em

que fazem a transferência de minerais dos oceanos para os

continentes, enriquecendo o solo e favorecendo as comunidades

de plantas, com efeito no funcionamento dos ecossistemas. Por

fim, as aves também facilitam processos ecológicos; por

exemplo, aves “engenheiras de ecossistemas”, como os pica-

paus, alteram seus ambientes construindo ninhos, usados por

outras espécies de aves, para guardar alimento ou outras

finalidades.

Materiais utilizados

Utilizamos um banner, crânios de espécies de aves feitos

de resina e guia de aves (GRANTSAU, 2010).

Conceitos envolvidos

Nessa oficina, abordamos os seguintes conceitos:

camuflagem, cadeia alimentar, dieta alimentar (granívoro,

insetívoro, frugívoro, dentre outros), comportamento social,

período de maior atividade (hábitos diurno ou noturno),

população, comunidade, ecossistema, nicho ecológico, serviço

ambiental, nome popular e científico, zoologia (vertebrados,

aves), morfologia, fisiologia, evolução.

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Figura 3 - Oficina relacionada à temática “Aves: Funções

e Serviços Ecossistêmicos”

Borboletas

Borboletas são organismos da ordem Lepidoptera, sendo

esta uma das subdivisões da classe Insecta, que constitui uma

das partes do filo Arthropoda. Uma primeira explicação, que

fizemos na oficina, foi a de que as borboletas são caracterizadas

por apresentarem grandes asas membranosas cobertas por

escamas que proporcionam uma gama diversa de cores,

padrões e formas. Um destaque de maior importância que

fizemos é o de que as borboletas são agentes de grande

importância na manutenção do ecossistema. É que elas

possuem uma íntima relação com seus recursos alimentares e

são muito sensíveis a mudanças ambientais, motivo pelo qual

são utilizadas como bioindicadores em estudos de qualidade

ambiental. Também que elas desempenham papel de

polinizadores (nectívoras) e que participam de diferentes níveis

tróficos, na cadeia alimentar, servindo de alimento para outros

organismos. A respeito desse tópico, dissemos que as

borboletas podem ser detritívoras, contribuindo para a

degradação de matéria orgânica. Por fim, mereceu atenção a

parcela de contribuição das borboletas, na restauração de

ecossistemas, ao atrair predadores, sendo elas próprias as

presas, e através da propagação vegetal, por meio da difusão

de pólen durante a nutrição (polinização).

Materiais utilizados

Utilizamos um banner, uma caixa entomológica e lupas

de mão.

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Conceitos envolvidos

Abordamos os conceitos: entomologia básica, serviço

ambiental, biodiversidade, pragas, importância médica (lagartas

urticantes), mimetismo, aposematismo, evolução.

Figura 4 - Oficina relacionada à temática “Borboletas: Funções

e Serviços Ecossistêmicos”

Abelhas

Ao estudar este grupo funcional, apresentamos as

espécies de abelhas com vistas a explicar de forma lúdica e

didática por que a conservação da biodiversidade de abelhas é

fundamental para o funcionamento dos ecossistemas. Demos

ênfase particular à função de polinização, base de 75% da

produção de alimentos em todo o mundo. O destaque desta

oficina é a discussão que promovemos sobre o valor intrínseco e

o valor econômico da polinização. Os estudantes são chamados

a entender que o serviço de polinização é restrito a um

subconjunto limitado de espécies conhecidas de abelhas, o que

significa que a perda de um grupo pode inviabilizar a

polinização. Os estudantes percebem com realce, em vista

disso, que importa mais o valor intrínseco das espécies, ou seja,

o valor de existência das espécies tem primazia em relação ao

valor econômico.

Materiais utilizados

Utilizamos um banner, material biológico (abelhas), lupa

(estereoscópio).

Conceitos envolvidos

Abordamos os conceitos: polinização, entomologia

básica, comportamento social, agroecologia, evolução.

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Figura 5.- Oficina relacionada à temática “Abelhas: Funções

e Serviços Ecossistêmicos”

Árvores

Para esclarecer como as árvores nos beneficiam com

seus serviços ecossistêmicos, que ocorrem silenciosamente,

preparamos duas oficinas. Uma oficina nós denominamos

“Manejo da cobertura vegetal”. Essa oficina é uma atividade de

demonstração de como ocorre a erosão hídrica no solo,

enfatizando a importância da cobertura vegetal. Na prática,

criamos dois modelos de solo, um coberto por vegetação e

outro completamente desnudo, para ilustrar os efeitos da ação

da água da chuva no desprendimento de partículas e a

consequente erosão do solo. Os modelos, que montamos, foram

úteis para explicar acerca da mata ciliar, dizendo da participação

que ela tem nos ecossistemas, sobretudo na manutenção dos

cursos d’água, deixando os rios correrem para o mar.

A outra oficina foi “Fluxo de energia e Fotossíntese”, em

que buscamos explicitar por que a fotossíntese é um dos

processos que tornam possível a vida na Terra. O nosso

interesse foi o de proporcionar a cada visitante a percepção da

ocorrência do processo de fotossíntese. Colocamos ramos de

Elodea sp. em um aquário com água (cerca de 5L) e

adicionamos bicarbonato de sódio (cerca de 50g). Por óbvio,

precisávamos de luz e resolvemos isso com uma lâmpada

incandescente que pusemos próximo ao aquário. A luz incidindo

sobre a elódea já nos fez imaginar que ali estava acontecendo a

fotossíntese, mas o processo precisava ficar “visível” para todos.

Neste sentido, adicionamos corante azul, comum naculinária, à

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água e foi possível estabelecer um contraste e notar a liberação

de oxigênio molecular na coluna d’água. Concluímos a oficina

levantando um debate que tratava de sublinhar a relação do

processo de fotossíntese ao desenvolvimento econômico e social

dos países, na medida em que, por exemplo, a produtividade

agrícola responde por vultosos recursos financeiros no mundo.

Para que toda a abordagem continue a ser lembrada, doamos e

plantamos, junto com os estudantes, mudas de espécies de

árvores da Mata Atlântica no pátio das escolas que visitamos.

Materiais utilizados

“Manejo da cobertura vegetal”: amostras de solo, duas

garrafas tipo pet (2 litros) ou dois recipientes de vidro

transparentes, gramíneas.

“Fluxo de energia e Fotossíntese”: recipiente de vidro

transparente, corante alimentício artificial (opcional),

bicarbonato de sódio (NaHCO3), lâmpada incandescente e

exemplares de Elodea sp.

Conceitos envolvidos

Abordamos os conceitos: fotossíntese, solo, erosão,

conceitos básicos de botânica, serviço ambiental, evolução.

Figura 6 - Oficina relacionada à temática “Árvores: Funções

e Serviços Ecossistêmicos”

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Fungos

Com o propósito de esclarecer a importância dos fungos,

uma vez que são tratados de forma pejorativa e lembrados por

seus efeitos prejudiciais pela comunidade leiga do assunto,

expomos a temática com foco nas funções e serviços

ecossistêmicos oferecidos pela comunidade fúngica. É bem

verdade que os fungos são organismos onipresentes na natureza

e que ocasionam diversos prejuízos em variados setores das

atividades humanas (OLIVEIRA, 2014), mas, em contrapartida, a

maioria das espécies fúngicas desempenha funções únicas e

cruciais na manutenção de ecossistemas, como componentes

fundamentais de cadeias alimentares e ciclos biogeoquímicos. No

ambiente, os fungos são os principais decompositores de matéria

orgânica, promovendo, assim, a ciclagem de nutrientes. Atuam

na biodegradação, na micorremediação, no tratamento biológico

de efluentes. Estabelecem relações simbióticas com vários

organismos e, ainda, participam do controle biológico. Para a

indústria farmacêutica, apresentam importância relevante na

produção de medicamentos e compostos orgânicos, além de

serem empregados na alimentação humana (ESPOSITO;

AZEVEDO, 2010).

Materiais utilizados

Utilizamos um banner, material biológico (fungos e

liquens), fungo comestível (Champignon), alimentos comestíveis

que possuem fungos em sua composição (vinho, pães,

fermento, cerveja), medicamento (antibiótico) e meio de cultura

(mingau de amido, requeijão, laranja, pão).

Conceitos envolvidos

Abordamos os conceitos: fungos, biodegradação,

decomposição, ciclagem de nutrientes, cadeia alimentar,

ecossistema, fermentação, simbiose, liquens, micorrizas e

parasitas.

Figura 7 - Oficina relacionada à temática “Fungos: Funções

e Serviços Ecossistêmicos”

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Aranhas

Nessa oficina, explicamos que, diante da diversidade

enorme de artrópodes, as aranhas são um dos grupos mais

abundantes e estão envolvidos em processos essenciais como

parte da cadeia trófica. As aranhas são muito sensíveis à perda

da heterogeneidade ambiental, pois isto significa perda de

habitat para reprodução, abrigo, forrageamento, etc. Assim, a

distribuição das aranhas é, fortemente, afetada por fatores

bióticos, como a disponibilidade de presas, abundância de

competidores, predadores, parasitas e, principalmente, pela

vegetação característica de todos os habitats (GONZAGA;

SANTOS; JAPIASSÚ, 2007).

Ensinamos que, evolutivamente, as aranhas originaram-

se no mar, tendo como ancestral mais antigo um animal que se

assemelhava a um caranguejo. Em rochas formadas, há cerca

de 380 milhões de anos, no período Devoniano, são

encontrados os primeiros fósseis de aranhas, que pertenciam ao

grupo trigonotarbídeos, que não possuem um parentesco direto

com as aranhas atuais. No final, pontuamos que as aranhas são

carnívoras, sendo que a maioria é generalista e vive

praticamente em todos os ambientes terrestres. Por serem

carnívoras, a dieta da maioria das aranhas se constitui de

insetos. Entretanto, algumas espécies de maior porte e mais

atuais complementam a dieta capturando pequenos vertebrados

(lagartos, anfíbios, filhotes de roedores, pequenos peixes e

pássaros). Esse hábito alimentar tem a ver com o principal

serviço ecossistêmico das aranhas, que é a manutenção do

equilíbrio ecológico, por meio do controle de pragas, como

insetos e roedores.

Materiais utilizados

Utilizamos: banner, lupa (estereoscópio), lupas de mão,

fotografias de aranhas, material biológico (exemplares de

espécies de aranhas conservadas em álcool a 70%), terrário,

guia de aranhas (MICHAEL, 1999) e teia de aranha feita de

linha de crochê.

Conceitos envolvidos

Abordamos os conceitos: peçonha, ecossistema, zoologia

(artrópodes, aracnídeos), morfologia, fisiologia, cadeia

alimentar, camuflagem, evolução.

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Figura 8 - Oficina relacionada à temática “Aranhas: Funções

e Serviços Ecossistêmicos”

Herpetofauna

Iniciamos essa oficina com a explicação de que a

herpetologia é o ramo da ciência que estuda os répteis e os

anfíbios. Em seguida, reconhecemos que ambos não são bem

vistos pela maioria da sociedade, devido à falta de informação,

o que tem gerado, ao longo do tempo, muitos mitos e lendas.

Entre os répteis, as serpentes talvez sejam as mais mal-

afamadas, tratadas como se tivessem pouca importância

biológica, geralmente consideradas perigosas e, por esse

motivo, mortas por quem as encontra. De outro modo, há

répteis que são utilizados como fonte alimentar como, por

exemplo, o teiú. Os anfíbios, por sua vez, como têm uma vida

associada ao ambiente aquático, estão sujeitos a impactos

desde sua fase larval.

Tanto répteis quanto anfíbios são animais de grande

importância para os diversos ecossistemas, sendo um dos elos,

nas cadeias tróficas, contribuindo como controladores de

pragas. Além disso, os lagartos e os anfíbios são importantes

dispersores de sementes, sendo essa uma característica

fundamental para a fitofisionomia dos ecossistemas.

Materiais utilizados

Utilizamos um banner, material biológico (répteis e

anfíbios de coleção científica) e luvas descartáveis.

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Conceitos envolvidos

Abordamos os conceitos: ecologia, zoologia (anfíbios e

repteis), evolução, cadeia alimentar, período de maior atividade

(hábitos diurno e noturno), peçonha, importância médica,

serviço ambiental, dieta alimentar, comportamento.

Figura 9. Oficina relacionada à temática“Herpetofauna: Funções e

Serviços Ecossistêmicos”

Evolução

Nesta linha temática, buscamos envolver o público de

modo a tornar mais fácil a compreensão de como as espécies

evoluem e entram em extinção ao longo do tempo geológico.

Isso significa aprender que, quando pensamos evolutivamente,

a adaptação dos seres vivos é sempre uma luta pela existência,

e ocorre assim, principalmente, porque os recursos naturais

(alimento, abrigo, etc.) são limitados. Isso está relacionado ao

fato, também, de os indivíduos dentro de uma mesma

população não serem iguais. Há variações (fisiológicas,

bioquímicas, anatômicas) que permitem viver melhor em

determinado ambiente. Aliás, é esse o momento que

aproveitamos para explicar sobre o papel da seleção natural,

destacando que não é o ambiente que seleciona os organismos,

mas que alguns organismos já vêm “de fábrica” mais bem

equipados do que outros – no sentido da fisiologia, por exemplo

– e, por isso, enfrentam com mais sucesso as mudanças no

ambiente.

O tratamento desses conceitos ocorreu, ao longo da

mostra da coleção de réplica de fósseis, expostos por nós no

grupo de pesquisa. Com as réplicas dos fósseis, pudemos

contar, principalmente, a história da evolução humana e a

história da vida dos dinossauros. Os crânios de hominídeos

chamaram bastante a atenção dos visitantes, que puderam

tocar e perceber diferenças, como o tamanho de cada um,

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medida que indica a habilidade de processar informações e

fornece pistas das condições ambientais em que nossos

ancestrais viviam. Na apresentação dos fósseis, usamos um

esquema impresso que mostrava os eventos sucessivos de

ramificação que representam o surgimento das diferentes

espécies de hominídeos a partir de espécies pré-existentes. Isso

esclareceu a teoria darwinista de que os seres vivos partilham

ancestrais comuns e que uma boa representação da evolução

não é uma sequência linear de espécies, como se houvesse um

progresso ou melhoramento a ser alcançado, mas sim a de uma

árvore em que todos os galhos estão conectados entre si

(MEYER; EL-HANI, 2005, p. 35).

Em sentido mais amplo, como a evolução dos seres vivos

está acoplada às mudanças no ambiente físico-químico, isto é,

as próprias atividades dos organismos, também, têm efeito nas

transformações do ambiente, abordamos as mudanças na Terra.

Esse foi o “gancho” para falar sobre quando, há mais ou menos

100 milhões de anos atrás, o mundo era dominado por grandes

répteis, na terra e no mar. Pegadas fósseis em exposições

rochosas, depósitos fossilíferos com dentes e garras evidenciam

essa história. Na oficina, os dentes e as garras do Tiranossauro

rex, um terópode (dinossauro carnívoro), animaram a todos,

revelando surpresa com as enormes proporções, em que apenas

o crânio, por exemplo, pesava mais de 270 quilos e possuía

cerca de 60 dentes serrilhados e pontiagudos. Entretanto, esse

foi um animal que ficou para trás, na história da vida na Terra,

devido a um evento catastrófico há cerca de 66.043.000 de

anos. Esse caso serviu para explicar que um evento imprevisível

(impacto de um asteroide gigante que acertou a Terra) pode pôr

fim às espécies viventes, apesar de todas as adaptações que

lhes favoreçam, o que evidencia a importância do acaso nos

processos evolutivos.

Materiais utilizados

Utilizamos: crânios de Australopithecus afarensis, A.

sediba, Homo Erectus, H. heidelbergensis, H. neanderthalensis,

H. sapiens, réplica de Archaeopteryx lithographica, ovo de

dinossauro (Oviraptor), inseto em âmbar, crânio de Smilodon

fatalis, crânio de Velociraptor, garra de Tiranossauro rex, dente

de T. rex.

Conceitos envolvidos

Abordamos os conceitos: criacionismo, evolucionismo,

tempo geológico, seleção natural, adaptação, especiação,

extinção, grande cadeia dos seres vivos, narrativa lamarckista,

narrativa darwinista, ancestralidade comum e divergência

evolutiva, hierarquia genealógica, metáfora da árvore.

16

Figura 9. Oficina relacionada à temática “Evolução Biológica”

com réplicas de fósseis

Nas oficinas, notamos que os alunos, ao entrarem em

contato com os materiais biológicos, puderam desenvolver

algumas habilidades, sumarizadas abaixo:

Incentivo à criatividade e à curiosidade: a

criatividade está atrelada à imaginação. Ao

desenvolver novos pensamentos, ideias, sobre o

tema exposto, os estudantes estão desenvolvendo o

seu processo criativo. Dessa perspectiva, a abertura

para novos conhecimentos estimula a curiosidade

que é fundamental para o aprendizado;

Observação: Observar é reparar com atenção,

analisar, estudar. Assim, ao entrar em contato com

os materiais, foi manifestado maior interesse e

motivação para o aprendizado;

Destreza manual: O contato com a lupa, para

observar a morfologia das aranhas e herpetofauna,

proporcionou o desenvolvimento da coordenação

motora e visual, intimamente ligada à destreza

manual;

Linguagem oral: O ouvir e o falar, na conversa

informal durante a aplicação das oficinas, fogem da

abordagem sistemática da escola, em que, na

maioria das vezes, o aluno apenas escuta.

Entendemos que o desenvolvimento da linguagem

oral prepara o aluno para a linguagem escrita;

17

Compreensão da diversidade biológica: A

compreensão da diversidade biológica se deu por

meio da experimentação (observar, manipular,

indagar, etc). Por isso, a prática no estudo de

processos ecológicos é um aspecto relevante na

construção do conhecimento teórico.

Ao visualizar os objetos de estudo, o estudante pode

entender melhor o assunto, pois o que está sendo observado

pode ser tocado e manipulado, o que permite que, a partir da

observação concreta, possa se imaginar explicações. Desta

forma, os estudantes podem deixar de fazer o simples papel de

ouvintes, comum no modelo tradicional de ensino, e engajar-se

em discussões motivantes.

Conclusão

O projeto Busão da Ciência envolveu a população em

geral, mostrando como as ciências explicam os fenômenos

naturais e, além disso, podem ajudar a resolver problemas do

cotidiano. Dessa forma, entendemos que o desenvolvimento de

atividades práticas como parte da educação não formal serve a

objetivos recreativos e de engajamento ativo necessário à

aprendizagem. Através deste projeto de educação não formal,

pudemos perceber que a extensão universitária, como é o caso

do Projeto Busão da Ciência do Agreste e do Sertão, é também

uma importante via de popularização das ciências. As

modalidades formal e não formal de educação devem ser mais

bem articuladas, e as universidades e seus professores,

pesquisadores e estudantes têm uma grande dívida social que

não pode ser esquecida ou desconhecida, a fim de que a

existência das instituições universitárias continue a ter sentido.

Agradecimentos: R.S.C. e N.M.J. dedicam este trabalho a

Letícia Mota do Carmo, quem nos acompanha em todos os

momentos, motivando-nos para o trabalho e para a vida.

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Janeiro: [s.n.], 2014. 230 p. Disponível em:

<http://www.controllab.com.br/pdf/topicos_micologia_4ed.pdf>

Acesso em: 2016.

________________________ 1 Para conhecer este debate, remetemos o leitor a Nunes-Neto et al., 2013.

19

Sobre os autores

Cleverton da Silva

Andresa Reis Lima

Hugo Andrade

Juliana Prudente Souza Nascimento

Mateus Matos Ferreira

Mayara de Lima Mota

Nadja Kelly Barros

Narla Mota Júnior

Wesla Marcelina Dantas

Wildio Ikaro da Graça Santos

Graduando(a) em Ciências Biológicas do Departamento de

Biociências, Universidade Federal de Sergipe, Campus Prof.

Alberto Carvalho.

Ricardo Santos do Carmo

Professor do Departamento de Biociências, Universidade Federal

de Sergipe, Campus Prof. Alberto Carvalho. Av. Vereador

Olímpio Grande, s/n, 49500-000. Itabaiana, Sergipe, Brasil.

Pesquisador do Laboratório de Ensino, Filosofia e História da

Biologia (LEFHBIO), Instituto de Biologia, Universidade Federal

da Bahia, Rua Barão de Geremoabo, s/n, Campus Universitário

de Ondina, Salvador, Bahia, Brasil, 40170-115

E-mail: [email protected]

Biological expeditions on board of the bus

of science of wast land and backwoods:

articulating university, school and non-

formal learning spaces.

Abstract

In this paper, we present the thematic workshops biology

carried out as part of a university extension project of the

Federal University of Sergipe. The thematic workshops

conducted by higher education institutions are known by

the potential to improve the training of academics who

produce them, as well as to motivate the audience to

engage in an active way in learning important concepts.

In the project "Bus of Science", we approach the concept of

function applied in the context of the discourse on

biodiversity and ecosystem services. The debates held in

the workshops were the central focus of understanding the

potential consequences of biodiversity loss on ecosystem

services. A social dimension was considered when we

raise the ethical and moral issues involving human actions

that produce social and environmental degradation.

Keywords: Popularization of Science. Non-formal

education. Science teaching.