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Expansao Angolana

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    Sexta-feira, 8 de Novembro 2013 | Nmero 242 | Director Carlos Rosado de Carvalho | Preo 500 Kz

    www.expansao.co.ao | Prmio Superbrands Angola 2013

    Opinio Lucy Kellaway Norberto Carlos

    Pedro Bequengue Despachantes so pouco conhecidos P30

    Literatura Prmio Saramago para Ondjaki P44

    PUB

    Corte de 191,6 mil milhes Kz nos gastos de educao e sade

    Edso

    n C

    hag

    as

    AT SETEMBRO

    Operaes angolanas rendem 17,7 mil milhes Kz banca portuguesa

    BPI, BES e Millennium bcp ganham cada vez mais dinheiro em Angola |P14

    A proposta de Oramento Geral do Estado prev receitas de 4.744,8 mil milhes Kz e despesas de 5.375,1 mil milhes, o que resulta num dfice de 630,5 mil milhes, o primeiro desde 2009. A grande aposta o investimento pblico, sobretudo em infra-estruturas, que aumenta 49,6%. As verbas para a funo educao so reduzidas em 23,6%, o equivalente a 138,2 mil milhes Kz, e as da sade em 14,5%, ou 53,4 mil milhes. |P2 a 8

    Especial seis pginas OGE 2014

    RELATRIO DO BANCO MUNDIAL

    Angola continua na cauda dos pases para se fazer negciosDoing Business 2014 coloca o Pas na 179. posio do ranking |P34

    SECTOR PETROLFERO

    Empresas prestadoras de servios driblam nova lei cambialFirmas criadas no exterior podem receber pagamentos em moeda estrangeira |P34

    Edso

    n C

    hag

    as

  • 2 EXPANSO | 8 de Novembro 2013

    OGE 2014

    CARLOS ROSADO DE CARVALHO

    As contas pblicas angolanas de-vero registar em 2014 um dfice global de 630,3 mil milhes Kz, de acordo com a proposta de Ora-mento Geral do Estado (OGE) en-tregue pelo Governo na Assem-bleia Nacional (AN), no dia 30 de Outubro de 2014, um dia antes da expirao do prazo legal. Ser a pri-meira vez, desde 2009, que a dife-rena entre aquilo que o Estado ar-recada e aquilo que gasta num ano acaba no vermelho. As contas ex-cluem as operaes financeiras, como emprstimos recebidos e pagos, e so, na ptica do compro-misso, isto , as despesas autoriza-das no ano so contabilizadas nes-se ano, mesmo que no sejam pa-gas nesse ano.

    O dfice de 630,3 mil milhes Kz o resultado da diferena entre re-ceitas de 4.744,4 mil milhes e des-pesas de 5.375,1 mil milhes.

    Os 7.258.384.559.944 Kz, ou 7.258,4 mil milhes Kz ou ainda 7,3 bilies Kz de receitas e igual valor

    de despesas de que falam o Gover-no e a comunicao social incluem operaes financeiras, nomeada-mente os emprstimos contrados para financiar o dfice e as amorti-zaes da dvida pblica. Da que se diga que o oramento est equili-brado, isto , prev o mesmo valor de receitas e despesas.

    Em dlares, sem operaes fi-nanceiras, considerando uma taxa de 100 Kz por USD, as receitas as-cendem a 47,4 mil milhes USD, e

    as despesas a 53,8 mil milhes, sen-do o dfice correspondente de 6,3 mil milhes. Os valores so arre-dondados, pelo que as contas po-dem divergir em dcimas.

    Comparando a proposta do OGE 2014 com as estimativas de execuo do OGE 2013, as receitas aumentam 209,1 mil milhes Kz ou 4,6%, de 4.535,7 mil milhes este ano para os referidos 4.744,8 mil milhes, no prximo. J os gas-tos pblicos do um pulo de 869,9

    mil milhes Kz ou 19,3%, de 4 505,2 mil milhes Kz para os referidos 5375,1 mil milhes.

    O resultado do fraco crescimen-to das entradas e do disparar das sadas dos cofres do Estado a de-gradao das contas pblicas. Pas-sam de um excedente de 30,5 mil milhes Kz para o referido dfice de 630,3 mil milhes Kz, indician-do uma poltica oramental forte-mente expansionista, isto , de aposta deliberada no aumento da despesa para apoiar a economia.

    Analisando a despesa na ptica econmica, conclui-se que o seu aumento em grande parte expli-cado pelo forte acrscimo do in-vestimento, considerado boa despesa devido ao seu efeito repro-dutivo sobre a economia ao longo de vrios anos. Isto, por oposio m despesa, constituda pelas despesas correntes somatrio dos salrios, bens e servios, juros e transferncias correntes, como subsdios e prestaes sociais. Os efeitos das despesas correntes na economia resumem-se ao ano em que so realizadas.

    O investimento pblico ora-mentado para o prximo ano au-

    Tesoura nos gastos sociais, empurro no investimento

    Fernando Dias dos Santos, presidente da Assembleia Nacional, esquerda, recebeu de Edeltrudes Costa, ministro de Estado, e de Armando Manuel, ministro das Finanas, a proposta do OGE 2014

    O Governo prev gastar 2.175,2 mil milhes Kz no sector social em 2014, menos 51,2 mil milhes Kz ou 2,3% do que no ano em curso, de acordo com a proposta de OGE. J o investimento d um pulo de 564,2 mil milhes Kz ou 49,6%, para 1.701,2 mil milhes Kz. Globalmente, o documento projecta um aumento das receitas de 4,6% para 4.744,8 mil milhes Kz, enquanto as despesas disparam 19,3%, para 5.375,1 mil milhes Kz. O resultado um dfice de 630,5 mil milhes Kz, o equivalente a 4,9% do PIB, o primeiro desde 2009.

    A N L I S E

    JA Im

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    s

    Porque que as contas pblicas angolanas entram no vermelho

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    20142013201220112010

    Despesas aumentam...

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    20142013201220112010

    ... Impulsionadas, sobretudo, pelo investimento...

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    20142013201220112010

    ... Mas tambm pelas despesas correntes...

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    20142013201220112010

    ... Enquanto receitas balanam...

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    20142013201220112010

    ... Em especial as petrolferas...

    38,3

    41,9

    9,713,3

    28,6 28,7 38,6

    37,0

    29,325,8

    O sobe... Aumentos de despesas natureza econmica

    Classificao Var. 14/13 %

    Outras despesas

    Subsdios

    Investimento

    Juros

    Pessoal

    63,8

    52,0

    49,6

    37,8

    13,8

    Aumentos de despesas funo

    Classificao Var. 14/13 %

    Habitao

    Servios Pblicos Gerais

    Sector econmico

    Defesa, Segurana e Ordem Pblica

    83,2

    22,1

    16,9

    1,9

    ... E desce dos gastosCortes de despesas natureza econmica

    Classificao Var. 14/13 %

    Bens e servios

    Prestaes sociais

    Doaes -100,0

    -41,0

    -3,3

    Cortes de despesas funo

    Classificao Var. 14/13 %

    Proteco Social

    Sade

    Educao

    Outras sociais -35,9

    -23,6

    -14,5

    -5,4

  • EXPANSO | 8 de Novembro 2013 3

    menta 564,2 mil milhes Kz ou 49,6% face ao executado em 2013, ao passar de 1.137,0 mil milhes Kz para 1.701,2 mil milhes Kz.

    Se excluirmos o investimento das despesas, o OGE de 2013 passa a excedentrio. A diferena entre receitas correntes e despesas cor-rentes de 1.070,9 mil milhes Kz, mas em baixa face aos 1.167,5 mil milhes estimados para 2013.

    Isso sucede porque os gastos correntes, a tal m despesa, tam-bm aumentam, mais concreta-mente em 305,7 mil milhes ou 9,1%, de 3.368,2 mil milhes para 3.673,9 mil milhes Kz. Mas nem toda a m despesa aumenta. A aquisio de bens e servios, considerada a pior despesa, desce 3,3%, para 1.430,7 mil milhes.

    Subsdios aumentam 52% Na subida dos gastos correntes, destaque para as transferncias correntes, que disparam 25,9%, para 746,4 mil milhes Kz. Esta ru-brica impulsionada pelos subs-dios, que aumentam 52%, para 535,6 mil milhes Kz. A maior par-te destes valores vai para subsdios a preos de 393,7 mil milhes Kz, entre os quais os subsdios a com-bustveis que beneficiam mais os mais ricos. O Governo no discri-mina qual a fatia dos subsdios a preos que vo para os combust-veis, mas alguns analistas avanam uma percentagem de 90%.

    As prestaes sociais penses de reforma, abono de famlia e bol-sas de estudo, entre outras rubri-cas , despesas que, supostamente, beneficiam mais os mais pobres, fazem o caminho inverso ao dos subsdios, sofrendo um corte de 70,7 mil milhes Kz ou 41%, para 101,7 mil milhes Kz. O corte nas despesas sociais no OGE 2014 tambm visvel, analisando as despesas por funo. No prximo ano, o Governo prev gastar 2.175,2 mil milhes Kz no sector social, menos 51,2 mil milhes Kz ou 2,3% do que o oramentado em 2013.

    A tesoura mais violenta na edu-cao, com um corte de 138,2 mil milhes Kz ou 23,6%, para 447,5 mil milhes Kz, seguida da sade, cujo envelope desce 53,4 mil mi-lhes Kz, para 315,7 mil milhes Kz. A educao e a sade so consi-deradas os maiores problemas de Angola, a par da habitao.

    Habitao que no s escapa aos cortes como v o seu oramento aumentar. Em 2014, o envelope destinado habitao sobe 259,7 mil milhes Kz ou 83,2%, para 571,7 mil milhes Kz.

    Uma outra forma de olhar para o OGE analisar os principais indi-cadores oramentais em percen-tagem do PIB em vez de valores em Kz. Um exerccio que permite ava-liar o peso do Estado na economia e

    fazer comparaes internacionais. O dfice de 630,3 mil milhes Kz

    de 2014 equivalente a 4,9% do PIB, que compara com um supera-vit de 30,5 mil milhes Kz corres-pondente a 0,3% do PIB em 2013.

    A despesa, excluindo activos fi-nanceiros, sobe 3,6 pp do PIB, de 38,3% do PIB, em 2013, para 41,9%, em 2014, enquanto a receita faz o caminho inverso, descendo 1,6 pp, de 38,6 % para 37,0%.

    Retirando o investimento, cujo peso no PIB sobe 3,6 pp, de 9,7% do PIB para 13,3%, o excedente cor-rente cai 1,4 pp, passando de 10,7% do PIB para apenas 9,3%.

    As escolhas polticas do Gover-no, traduzidas nas diferentes taxas de crescimento das diferentes ru-bricas de despesa, provocam algu-mas alteraes na estrutura dos gastos oramentais.

    Assim, a forte aposta no investi-mento faz que o seu peso na despe-sa total aumente 6,4 pp, de 25,2%, em 2013, para 31,6%, em 2014, pas-sando a ser a maior rubrica da des-pesa, destronando a aquisio de bens e servios. A compra de bens e servios passa para segundo lugar, com o seu peso a cair 6,2 pp, de 32,8% do total para 26,6%.

    No terceiro lugar no ranking da despesa, esto os gastos com pes-soal, com 25,5% do total, menos 1,2 pp que os 26,7% anteriores.

    No investimento, mantm-se a aposta no beto, com destaque para a construo de infra-estru-turas e instalaes, que conso-mem 723,1 mil milhes Kz, seguida da construo de imveis, onde sero aplicados 482,3 mil milhes Kz, e das obras de reabilitao de imveis infra-estruturais e insta-laes, com um envelope finan-ceiro de 421,9 mil milhes Kz. Na aquisio de equipamentos de processamento de dados, que su-postamente incluir os computa-dores e outro material informti-co, sero gastos apenas 40,9 mil milhes, 1,6%.

    Ateno aos salrios Nas despesas correntes, a factura com os salrios da funo pblica angolana mantm-se pelo terceiro ano acima de 1 bilio, impulsiona-da pela admisso de novos funcio-nrios, por um lado, e pelos au-mentos decretados pelo Governo, por outro. No prximo ano, os gas-tos com a remunerao dos em-pregados do Estado aumentam 13,8%, para 1.369,3 mil milhes Kz.

    As despesas com pessoal so uma das rubricas a seguir no futu-ro, porque o seu aumento intro-duz rigidez no oramento. Uma vez admitidos, os funcionrios pblicos no podem ser despedi-dos, o que quer dizer que esta ru-brica no pode ser gerida de acor-do com o ciclo econmico.

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    20142013201220112010

    ... Cavando o primeiro buraco oramental desde 2009...

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    20142013201220112010

    ... E reduzindo superavit corrente...

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    20142013201220112010

    ... Mas sem fazer disparar dvida pblica

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    20142013201220112010

    Excluso dos juros...

    Evoluo das despesas, receitas e saldos do Estado em % do PIB

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    20142013201220112010

    ... Melhora saldo primrio, mas no elimina buraco

    0,3 -4,9

    9,9 8,4

    30,6

    32,9

    0,8 1,0 -3,91,0

    O deve e o haver das contas dos EstadoEntradas...

    Receitas pblicas correntes, KZ mil milhes

    Classificao 2012 2013 2014 Var. 14/13 %

    Receitas correntes

    Impostos

    Petrolferos

    Dos quais Direitos da concessionria

    No petrolferos

    Impostos sobre rendimentos, lucros e ganhos de capital

    Impostos sobre patrimnio

    Impostos sobre bens e servios

    Impostos sobre importaes e exportaes

    Outros impostos

    Contribuies sociais

    Doaes

    Outras receitas

    5.053,80

    4.825,90

    4.102,70

    2.800,10

    723,20

    324,7

    16,2

    165,2

    111,3

    105,9

    106,6

    1,6

    119,8

    4.535,70

    4.364,70

    3.448,20

    2.272,50

    916,50

    463,2

    25,6

    188,5

    118,7

    120,5

    72,4

    1,6

    97

    4.744,8

    4.539,9

    3.313,1

    2.504,6

    1.226,9

    527,2

    150,7

    328,6

    165,2

    55,1

    165,3

    0,0

    39,5

    4,6

    4,0

    -3,9

    10,2

    33,9

    13,8

    488,7

    74,3

    39,2

    -54,3

    128,3

    -100,0

    -59,3

    ... Sadas...

    Despesas pblicas sem activos financeiros, AKZ mil milhes

    Classificao 2012 2013 2014 Var. 14/13 %

    Despesa Total

    Despesas correntes

    Remunerao dos empregados

    Vencimentos

    Contribuies sociais

    Bens e servios

    Juros

    Externos

    Internos

    Transferncias correntes

    Subsdios

    Doaes

    Prestaes sociais

    Outras despesas

    Investimento

    4.329,2

    3.184,7

    1.031,0

    973,9

    57,1

    1.296,6

    105,5

    36,8

    68,7

    751,5

    548,2

    2,1

    154,4

    46,8

    1.144,5

    4.505,2

    3.368,2

    1.203,0

    1.133,3

    69,7

    1.479,8

    92,6

    50,4

    42,3

    592,8

    352,9

    1,5

    172,4

    66,0

    1.137,0

    5.375,1

    3.673,9

    1.369,3

    1.288,4

    81,0

    1.430,7

    127,6

    59,1

    68,5

    746,4

    536,5

    0,0

    101,7

    108,1

    1.701,2

    19,3

    9,1

    13,8

    13,7

    16,2

    -3,3

    37,8

    17,3

    61,9

    25,9

    52,0

    -100,0

    -41,0

    63,8

    49,6

    ... E saldos

    Saldos OGE, Kz mil milhes e % PIB

    Classificao 2012 2013 2014 Var. 14/13 %

    Saldo global

    Saldo global % PIB

    Saldo global primrio

    Saldo global primrio % PIB

    Saldo corrente

    Saldo corrente % PIB

    Saldo corrente primrio

    Saldo corrente primrio % PIB

    724,6

    6,7

    830,1

    7,6

    1.869,1

    17,2

    1.974,6

    18,2

    30,5

    0,3

    123,1

    1,0

    1.167,5

    9,9

    1.260,1

    10,7

    -630,3

    -4,9

    -502,7

    -3,9

    1.070,9

    8,4

    1.198,5

    9,3

    NC

    NC

    NC

    NC

    -8,3

    -1,6

    -4,9

    -1,4

    A proposta de lei do OGE para 2014 discutida e votada na generalidade na reunio plenria extraordinria da Assembleia Nacional convocada pelo seu presidente, Fernando da Piedade Dias dos Santos, para hoje, 8 de Novembro de 2013, a partir das 9 horas. A proposta baixa depois s comisses especializadas, onde os deputados podero alter-la. A discusso e votao final deve ocorrer at ao dia 15 de Dezembro para que a lei entre em vigor a 1 de Janeiro de 2014. A Lei do OGE de 2014 no passa de uma previso de receitas e despesas do Estado para o prximo ano econmico. E 60 dias aps o encerramento de cada trimestre, o Ministrio das Finanas est obrigado a dar publicidade do resultado da execuo do OGE 2014. At 30 de Setembro de 2015, o ministro das Finanas dever entregar na AN a Conta Geral do Estado de 2014, e ento saberemos se as previses de receita e despesa agora reveladas se cumpriram ou no.

    O C A L E N D R I O D O D E B A T E O R A M E N T A L

    PIB dever crescer 8% em 2014, mais 2,9 pontos

    percentuais do que os 5,1% projectados para este ano

    Pressupostos

    Economia acelera

    Custo de vida dever aumentar

    8% ponto mdio da previso de inflao homloga, abaixo

    dos 9% previstos para 2013

    Inflao abranda

    Taxa oficial do kwanza dever

    deslizar de 96,3 Kz para 97,8 Kz por dlar

    Kwanza desvaloriza

    OGE foi elaborado com base num preo fiscal do petrleo de

    98 USD o barril, contra 96 USD em 2013

    Preo do petrleo sobe...

    Produo de petrleo dever descer ligeiramente, de

    1,78 milhes barris/dia para 1,76 millhes

    ... E produo estabiliza

    Reservas lquidas de divisas devero aumentar 10,1% para

    33,7 mil milhes USD, o equivalente a pouco mais de 8 meses de importaes

    Reservas aumentam

  • 4 EXPANSO | 8 de Novembro 2013

    OGE 2014

    Reduo da petrodependncia do OGE passa pelo aumento das receitas dos impostos no petrolferos

    -4000

    -3000

    -2000

    -1000

    0

    1000

    2000

    3000

    4000

    5000

    6000

    Saldo GlobalDespesasReceitas-4000

    -3000

    -2000

    -1000

    0

    1000

    2000

    3000

    4000

    5000

    6000

    Saldo no petrolferoDespesasReceitas

    OGE 2014 com petrleo.... ... E sem petrleo

    4.744,8 5.375,1

    -630,3

    1.431,7

    5.375,1

    -3.943,4

    S habitao escapa ao corte nas despesas sociais

    Despesas por funo, Kz mil milhes

    Classificao 2012 2013 2014 Var. 14/13 %

    Sector Social

    Educao

    Sade

    Proteco Social

    Habitao

    Outras sociais

    Sector econmico

    Defesa, Segurana e Ordem Pblica

    Servios Pblicos Gerais

    Despesa total

    1.491,6

    376,8

    231,3

    570,1

    183,1

    130,4

    449,3

    681,1

    1.879,1

    4.501,1

    2.226,4

    585,7

    369,2

    736,5

    312,0

    223,0

    1.218,0

    1.171,3

    2.019,8

    6.635,6

    2.175,2

    447,5

    315,7

    696,9

    571,7

    143,0

    1.423,7

    1.194,1

    2.465,3

    7.258,4

    -2,3

    -23,6

    -14,5

    -5,4

    83,2

    -35,9

    16,9

    1,9

    22,1

    9,4

    Fonte: CGE 2011 para 2010 e 2011; OGE 2014 para 2012, 2013 e 2014

    Defesa e segurana com mais dinheiro que sade e educao juntasDespesas por funo, Kz mil milhes

    0

    2

    4

    6

    8

    10

    12

    14

    16

    18

    20142013201220112010

    Defesa, Segurana e Ordem Pblica Sade + EducaoEducao Sade

    Fonte: CGE 2011 para 2010 e 2011; OGE 2014 para 2012, 2013 e 2014

    16,5

    10,5

    6,2

    4,3

    17,7

    14,4

    8,8

    5,6

    A proposta de OGE 2014 no s mantm a tradio de gastar mais di-nheiro com defesa, segurana e or-dem pblica do que em educao e sade juntas, como agrava o fosso. Em 2013, as despesas com defesa, se-gurana e ordem pblica represen-tavam 17,7% do OGE, contra 14,4% da educao e sade, uma diferena de 3,3 pp. Em 2014, o fosso agrava-se para 5 pp, diferena entre os 16,5% alocados defesa, segurana e ordem pblica e os 10,5% oramentados para a educao e a sade.

    Para militares, polcias e tribunais est reservado um envelope financei-ro de 1.194,1 mil milhes Kz em 20134, mais 22,8 mil milhes Kz ou 1,9% do que em 2013. As verbas para a educao e a sade levam um corte de 191,6 mil milhes Kz, 20,1%, de 954,9 mil milhes para 763,2 mil milhes.

    Na educao, a tesourada de 23,6%, ou 139,2 mil milhes Kz, para 447,5 mil milhes Kz, enquanto a sade v as verbas encurtadas em 53,4 mil milhes Kz ou 14,5%, para 315,7 mil milhes Kz. Apesar dos cortes, o sector social continua a ser a funo do Estado que recebe a maior fatia do OGE 2014, 30,0% do total, mas em baixa de 3,6 pp face aos 33,6% deste ano. As verbas para o sector social so reduzidas em 2,3%, para 2.175,2 mil milhes Kz.

    Mas as contas sobre a fatia desti-nada ao sector social precisam de ser

    corrigidas, pois incluem subsdios a combustveis que beneficiam mais os mais ricos. O OGE 2014 atribui proteco social 696,9 mil milhes Kz, dos quais 393,7 mil milhes Kz so subsdios a preos. A ltima in-formao disponvel, referente a 2007, revela que quase 90% dos sub-sdios a preos se destinam aos com-bustveis.

    Uma anlise mais fina da funo social permite ainda um olhar crti-co sobre as despesas com a subfun-o educao. O ensino primrio so-fre um corte de 105,3 mil milhes Kz ou 33,3%, para 211,4 mil milhes Kz, enquanto as verbas para o ensino se-cundrio descem apenas 2,3% ou 2,1 mil milhes Kz, para 89,1 mil mi-lhes Kz. Pelo contrrio, o enevelo-pe financeiro para o ensino superior engorda 20,9%, para 99,6 mil mi-lhes Kz. Com este salto, as verbas alocadas ao ensino superior ultra-passam as do ensino secundrio.

    Os recursos por nveis de ensino sugerem, porventura, um esforo fi-nanceiro exagerado em favor das universidades e em detrimento das escolas secundrias, que so em maior nmero e tm muito mais alunos.

    Na repartio funcional das des-pesas pblicas, destaque para a fun-o de apoio ao sector econmico, cujos recursos crescem 16,9%, para 1.423,7 mil milhes Kz. CC.R.C.

    CARLOS ROSADO DE CARVALHO

    Num oramento fortemente de-pendente das receitas do petr-leo como o angolano, um exer-ccio inevitvel imaginar as contas pblicas sem petrleo.

    Um exerccio que passa por subtrair s receitas sem activos financeiros, de 4.744,8 mil mi-lhes, as receitas petrolferas, de 3.313,1 mil milhes. O mesmo deveria ser feito relativamente s despesas, isto , deveria reti-rar-se das despesas totais as des-pesas relacionadas com o petr-leo, como seria o caso, por exem-plo, do valor que o Estado paga Sonangol a ttulo de comisso de gesto dos contratos com as pe-trolferas. Como a informao sobre o OGE a que o Expanso teve acesso no distingue despe-sas petrolferas e no petrolfe-ras, esses clculos no so poss-veis.

    Descontando os valores das receitas petrolferas, chegamos ao OGE 2014 sem petrleo que compreende receitas de 1.431,7

    mil milhes Kz e despesas de 5.375,1 mil milhes Kz, iguais s do OGE sem petrleo por no ser possvel subtrair as despesas pe-trolferas por falta de informa-o. Feitas as contas, o OGE sem petrleo do prximo ano apre-senta um dfice de 3.943,4 mil milhes Kz, um aumento de 525,7 mil milhes Kz face aos 3.417,7 mil milhes Kz previstos para 2013.

    J em percentagem do PIB no petrolfero, o dfice desce 2,8 pp, de 46,6% do PIB no pe-trolfero previsto para 2014, que de 8.460,9,6 mil milhes Kz, para 49,4% do PIB no petrolfe-ro de 2013, estimado em 6.913,3

    mil milhes Kz. A contradio entre o au-

    mento do dfice no petrolfe-ro em Kz e a reduo em % do PIB no petrolfero explica-se pelo facto de o dfice aumen-tar menos do que o PIB no pe-trolfero: 14,8% e 22,4%, res-pectivamente.

    A melhoria do dfice no pe-trolfero em % do PIB deve-se ao bom desempenho dos im-postos no petrolferos, que so-bem 1,3 pp do PIB no petrolfe-ro de 13,3% em 2013 para 14,5% em 2014. Em valor, os impostos no petrolferos do um pulo de 33,9% passando de 916,5 mil milhes Kz para 1.226,9 mil milhes Kz, ultrapassando, pela primeira vez, a fasquia de 1 bilio Kz, mais de 10 mil mi-lhes USD.

    Uma boa notcia qual no dever ser estranha a reforma fiscal em curso, bem como a di-versificao da economia. Con-tudo, as receitas petrolferas ainda continuam a ser indis-pensveis para alavancar o or-amento. Em 2014, o peso das receitas petrolferas nas recei-tas totais dever rondar os 70%.

    Menos 190 mil milhes Kz para educao e sade

    Sem petrleo, dfice seria seis vezes maior

    C O R T E D E 2 0 , 1 %

    A L E R T A

    Excluindo as receitas petrolferas, o OGE 2014 registaria um buraco de 3,9 bilies Kz equivalente a 46,6% do PIB no petrolfero, em vez do dfice de 3,9% do PIB ou 630,3 mil milhes Kz previsto na proposta que inclui o petrleo. Sinais da petrodependncia crnica do Estado.

    Em 2014, o peso das receitas petrolferas nas receitas totais ronda os 70%

    Em 2014, as verbas para a funo educao sofrem um corte de 138,2 mil milhes Kz, enquanto a sade perde 53,4 mil milhes Kz face ao oramentado no exerccio de 2013.

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    tos

  • EXPANSO | 8 de Novembro 2013 5

    DAVID RODRIGUES

    Uma forte travagem nas des-pesas de investimento ter sido a principal causa do exce-dente oramental marginal com que o Governo espera en-cerrar o exerccio de 2013. O OGE 2013 previa para este ano um dfice de cerca de 450 mil milhes de Kz, corresponden-tes a 3,4% do PIB, mas, de acor-do com a execuo oramental agora apresentada (ver grfi-cos), as contas ficam no ver-de, ainda que em tons muito ligeiros, apresentando um su-pervite de 0,3% do PIB (cerca de 30,5 mil milhes Kz).

    De acordo com a execuo do OGE 2013 apresentada pelo Governo, o ano correu bem em termos de receita (a taxa de execuo ser de 99,2%), mas a despesa ficou abaixo do pre-visto (89,7%), custa de alguns

    cortes e apesar de impon-derveis, que o Governo no controla, como um gasto supe-rior ao oramentado em des-pesa com juros. Receitas de acordo com o previsto No caso da receita, houve, at, muito boas notcias, com algu-mas rubricas, como os impos-tos sobre produtos petrolfe-ros ou sobre o patrimnio, a superarem as estimativas. No caso do petrleo, tal dever-se-- ao facto de a cotao do bar-ril ter ficado acima do previsto o OGE 2013 apontava para uma mdia de 96 USD, mas o Governo projecta que o preo se fixe nos 100,5 USD. J no caso do imposto sobre o patri-mnio, a melhoria pode dever--se a um funcionamento mais eficiente da mquina de co-brana fiscal.

    Mas foi do lado da despesa que se verificaram as maiores diferenas face ao que estava previsto. A execuo das des-pesas de investimento que se previa ascenderem a pouco menos de 1.700 mil milhes Kz no OGE 2013 ficou aqum do previsto, nos 67,7%, e esta foi a maior ajuda para se evitar um buraco nas contas deste ano.

    M despesa em bens e servios sobe em 2013 O OGE 2013, recorde-se, ape-nas foi publicado em 7 de Mar-o passado (o atraso deveu-se ao processo eleitoral de Agos-to de 2012) e prometia mais apoios e investimentos nas reas sociais. Mas o Executivo acabou por cortar nas despe-sas com subsdios (a execuo ficou na ordem dos 61%) onde se inclui, por exemplo, os combustveis ou a energia, en-tre outros e com prestaes sociais (95,2%).

    J a despesa com bens e ser-vios conhecidas como a m despesa ficou acima do ora-mentado (a execuo foi de cerca de 128%). Pelo contr-rio, as despesas com remune-raes de empregados acaba-ram por ficar um pouco abaixo (92,28% de execuo) do ora-mentado.

    No Relatrio de Fundamen-tao do OGE 2014 o Executi-vo admite que, em traos ge-rais, at ao primeiro semestre assistiu-se realizao de uma poltica oramental contrac-cionista que permitiu, alis, uma acumulao lquida de activos financeiros a favor do Estado (de 460,7 mil milhes USD). No segundo semestre, pelo contrrio, de acordo com o documento, prev-se uma expanso oramental.

    Balano da execuo do OGE 2013Entradas...

    Receitas pblicas correntes, Kz mil milhes

    Classificao Previsto Realizado % Execuo

    Receitas correntes

    Impostos

    Petrolferos

    Dos quais Direitos da concessionria

    No petrolferos

    Impostos sobre rendimentos, lucros e ganhos de capital

    Impostos sobre patrimnio

    Impostos sobre bens e servios

    Impostos sobre importaes e exportaes

    Outros impostos

    Contribuies sociais

    Doaes

    Outras receitas

    4.570,4

    4.400,9

    3.281,8

    2.390,8

    1.119,2

    496,9

    24,3

    251,8

    216,8

    129,2

    72,4

    0,1

    97,0

    4.535,7

    4.364,7

    3.448,2

    2.272,5

    916,5

    463,2

    25,6

    188,5

    118,7

    120,5

    72,4

    1,6

    97,0

    99,2

    99,2

    105,1

    95,1

    81,9

    93,2

    105,3

    74,9

    54,8

    -54,3

    100,0

    1.282,3

    100,0

    ... Sadas...

    Despesas pblicas sem activos financeiros, AKZ mil milhes

    Classificao Previsto Realizado % Execuo

    Despesa Total

    Despesas correntes

    Remunerao dos empregados

    Bens e servios

    Juros

    Transferncias correntes

    Subsdios

    Prestaes sociais

    Outras despesas

    Investimento

    5.020,9

    3.340,6

    1.296,2

    1.155,6

    64,8

    824,1

    577,1

    181,0

    66,1

    1.680,3

    4.505,2

    3.368,2

    1.203,0

    1.479,8

    92,6

    592,8

    352,9

    172,4

    67,5

    1.137,0

    89,7

    100,8

    92,8

    128,1

    142,8

    71,9

    61,2

    95,2

    2,1

    67,7

    ... E saldos

    Saldo global

    Saldo global primrio

    Saldo corrente

    Saldo corrente primrio

    -450,5

    -385,7

    1.229,8

    1.294,6

    30,5

    123,1

    1.167,5

    1.260,1

    NC

    NC

    94,9

    97,3

    Painel de bordoEvoluo dos principais indicadores da economia angolana 2012-2014

    Indicador 2012 2013 2014

    Produto Interno Bruto (PIB) preos correntes, AKZ mil milhes

    PIB no petrolfero

    PIB petrolfero e gs

    PIB preos correntes =100

    PIB no petrolfero, em % total preos correntes

    PIB petrolfero, em % total preos correntes

    Variao real anual PIB, em %

    PIB no-petrolfero

    PIB petrolfero

    Inflao, em %

    Taxa de cmbio BNA AKZ/USD

    Produo petrleo anual

    Produo petrleo mil barris dia

    10.876,0

    5.895,0

    4.981,0

    100,0

    54,2

    45,8

    5,2

    5,6

    4,3

    9,0

    95,4

    631,8

    1,73

    111,6

    112,0

    -55,5

    32.241,5

    33,5

    -1.119,8

    11.764,0

    6.913,3

    4.850,7

    100,0

    58,8

    41,2

    5,1

    6,5

    2,6

    9,0

    96,3

    648,3

    1,78

    100,5

    108,7

    -48,1

    30.632,3

    31,5

    -1.652,3

    12.822,5

    8.460,9

    4.361,6

    100,0

    66,0

    34,0

    8,0

    9,7

    4,5

    8,0

    97,8

    641,7

    1,76

    98,0

    104,6

    -45,1

    33.736,6

    19,6

    1.239,0

    Preo mdio do petrleo angolano USD/Barril

    Preo mdio Brent

    Saldo Primrio No Petrolfero % PIB No Petrolfero

    Reservas Internacionais Lquidas milhes USD

    Taxa de Crescimento M2

    Investimento Directo Lquido

    Estimativas e projeces a partir de 2013

    Fontes: Proposta OGE 2014, Ministrio Planeamento, BNA e FMI

    Excesso de optimismo econmico

    0

    2

    4

    6

    8

    10

    12

    14

    2013201220112010

    O crescimento econmico tem ficado sistematicamente abaixo das previses do OGE

    Previso

    Realidade

    8,67,6

    12,8

    7,1

    3,4 3,9

    5,2 5,1

    Saldo positivo tangente

    -1000

    0

    1000

    2000

    3000

    4000

    5000

    6000

    SaldoDespesasReceitas

    Previsto Realizado

    4.570,4

    -450,5

    4.505,2

    5.020,9

    30,5

    4.535,7

    Do dfice ao excedente

    C O R T E N O I N V E S T I M E N T O E V I T O U B U R A C O E S T E A N O

    Ser desta que o Governo acerta?

    C R E S C I M E N T O D A E C O N O M I A

    CARLOS ROSADO DE CARVALHO

    O crescimento da economia ango-lana dever acelerar de 5,1% em 2013 para 8,0% no prximo ano, de acordo com o cenrio macroecon-mico da proposta de OGE igual ao do Plano Nacional de Desenvolvi-mento 2013-2017. A previso mais optimista do que a do Fundo Monetrio Internacional, que aponta para um crescimento de apenas 6,3% em 2014.

    A instituio sediada em Wa-shington baixou as perspectivas econmicas para a economia ango-lana cortando as taxas de cresci-mento de 2012 (de 8,4% para 5,2%), de 2013 (de 6,2% para 5,6%) e 2014 (de 7,3% para 6,3%) explicando que as revises reflectiam atrasos na execuo oramental. O mesmo motivo levou o Governo a baixar a sua estimativa de crescimento para

    2012, de 7,4% para 5,2%, e a projec-o para 2013, de 7,1% para 5,1%. Analistas esperavam que o cresci-mento para 2014 tambm fosse re-visto em baixa, mas o Governo man-teve os 8,0% avanados no PND. Uma deciso que ter ancorada no facto de o ODE 2014 prever um au-mento do investimento pblico de 49,6%.

    O passado recente sugere que as previses do Governo devem ser analisadas com cautela. Para 2010, o Ministrio do Planeamento apontava para um crescimento de 8,6%, mas na realidade no ultra-passou os 3,4%. Para 2011, as previ-ses oficiais iniciais avanaram com uma taxa de 7,6% mas acabou por quedar-se em 3,9%. O maior erro aconteceu em 2012. O Gover-no comeou por projectar um cres-cimento de 12,8%, mas, segundo as ltimas estimativas apresentadas pelo Presidente da Repblica no discurso sobre o Estado da Nao, no ultrapassam os 5,1%.

    Execuo da receita em 2013 est em linha com o oramentado, mas a despesa fica abaixo do previsto. Travo nas despesas de investimento permitiu evitar buraco nas contas deste ano.

    Quando os analistas esperavam uma reviso em baixa do crescimento para 2014, como fez o FMI, o Governo manteve os 8% inscritos no PND 2013-2017. O passado recente no abona a favor das previses oficiais.

    Execuo da receita este ano dever ficar em 99,2%. A da despesa, fica em 89,7%

  • 6 EXPANSO | 8 de Novembro 2013

    OGE 2014

    -4000-3000-2000-1000

    0100020003000400050006000

    -4000-3000-2000-1000

    0100020003000400050006000

    -4000-3000-2000-1000

    0100020003000400050006000

    -60-50-40-30-20-10

    01020304050607080

    -60-50-40-30-20-10

    01020304050607080

    -60-50-40-30-20-10

    01020304050607080

    -4000-3000-2000-1000

    0100020003000400050006000

    -4000-3000-2000-1000

    0100020003000400050006000

    -4000-3000-2000-1000

    0100020003000400050006000

    -60-50-40-30-20-10

    01020304050607080

    -60-50-40-30-20-10

    01020304050607080

    -60-50-40-30-20-10

    01020304050607080

    Impostos so a maiorfonte de receita

    Receitas natureza econmicamil milhes Kz

    2012 2013 2014

    Os impostos so a maior fonte de receitado OGE 2014, garantindo 95,7% dos4,7 bilies Kz que devero entrar nos cofresdo Tesouro. Prev-se que este ano seroarrecadados 4,5 bilies Kz de impostos, mais 4%do que os 4,5 bilies estimados para 2013

    Impostos

    Contribuies sociais

    Outras receitas

    Receitas por secto mil milhes Kz

    Petrolferas

    No petrolferas

    Impostos no petrolferosem mil milhes Kz

    Impostos sobre rendimentos,lucros e ganhos de capital

    Impostos sobre bens e servios

    Impostos sobre importaese exportaes

    Impostos sobre patrimnio

    Outros impostos

    PetrodependnciaAs receitas petrolferas so a maior fontede receita do OGE, garantindo 69,8%dos 4,7 bilies Kz que devero entrarnos cofres do Tesouro em 2014.Prev-se que neste ano sero arrecadados3,3 bilies Kz de impostos, menos 3,9%do que os 3,4 bilies estimados para 2013

    Pouca vida alm do petrleoOs impostos no petrolferos deverocontribuir com apenas 1,2 mil milhes Kzpara o OGE 2014, o equivalente a 25,6%das receitas sem activos financeiros.Com 527,2 mil milhes Kz, mais 13,8%do que em 2013, os impostos sobre os salrios,os lucros e a aplicao de capitais assegurammais de 40% dos impostos no petrolferos

    De onde vem o dinheiro...

    Dfice global...

    Saldo global mil milhes Kz Saldo global % do PIB%

    O OGE 2014 apresenta um dfice de 630,3 mil milhes Kz ou 4,9% do PIB, resultante da diferena entre receitas de 4,7 bilies Kz e despesas de 5,4 bilies

    ... Mas superavit primrioTirando o investimento e os juros, o OGE 2014 passa a superavitrio com um excedente de 1,2 bilies Kz ou 9,3% do PIB

    Contas com petrleo...

    5053.14329.2

    724.6

    46.5

    105.9

    16.2

    324.7

    165.2

    111.3

    120.5

    25.6

    463.2

    188.5

    118.7

    55.1

    150.7

    527.2

    328.6

    4102.7

    951.1

    3448.2

    1087.5

    3313.1

    1431.7

    165.2

    4825.9

    106.6

    121.4

    4364.7

    72.4

    98.6

    4539.9

    165.3

    39.5

    39.8

    6.7

    2012 2013 2014

    4535.7 4505.2

    30.5

    38.6 38.3

    0.3

    4744.85375.1

    -630.3

    37.0 41.9

    -4.9

    2012 2013

    Receitas

    2014

    2012 2013 2014

    Saldo global primrio mil milhes Kz

    2012 2013 2014

    Despesas SaldoReceitas correntes Despesas sem activos financeiros Saldo

    Saldo global primrio % PIBReceitas correntes Despesas correntes primrias Saldo corrente Receitas correntes Despesas correntes primrias Saldo corrente

    5053.8

    3079.21974.6

    4535.7

    3275.6

    1260.1

    4744.83546.3

    1198.5

    46.5

    28.318.2

    38.627.8

    10.7

    37.027.7

    9.3

    Oramento Geral do Estado 2014

    Exp

    ans

    o/A

    nyf

    orm

    s D

    esig

    n

  • EXPANSO | 8 de Novembro 2013 7

    -4000-3000-2000-1000

    0100020003000400050006000

    -4000-3000-2000-1000

    0100020003000400050006000

    -4000-3000-2000-1000

    0100020003000400050006000

    -60-50-40-30-20-10

    01020304050607080

    -60-50-40-30-20-10

    01020304050607080

    -60-50-40-30-20-10

    01020304050607080

    -4000-3000-2000-1000

    0100020003000400050006000

    -4000-3000-2000-1000

    0100020003000400050006000

    -4000-3000-2000-1000

    0100020003000400050006000

    -60-50-40-30-20-10

    01020304050607080

    -60-50-40-30-20-10

    01020304050607080

    -60-50-40-30-20-10

    01020304050607080

    2012 2013 2014

    As despesas correntes arrebatam a maior fatiado OGE, consumindo 68,4% dos 5,4 bilies Kzde gastos pblicos oramentados para 2014.Prev-se que este ano sero consumidos 3,7 biliesKz em despesas correntes mais 9,1% do que em 2013

    Despesas correntes maisque duplicam investimento

    Os servios pblicos gerais representam 34%dos 7,26 bilies Kz de gastos pblicos incluindoactivos financeiros oramentados para 2014.Prev-se que neste ano sero consumidos2,5 bilies Kz em servios pblicos gerais,mais 22,1% do que em 2013

    Mquina pesada

    Em 2014, o Estado dever gastar 26,6%do OGE a comprar bens e servios.No total so 1,43 bilies Kz, menos 3,3%do que no ano passado. Apesar da quebra,os bens e servios continuaro a ser a maiorfatua das despesas correntes com 38,9%

    O Estado bom comprador

    ... E para onde vai

    Sem petrleo, o OGE 2014 apresenta um dfice de 3,9 bilies Kz ou 46,6% do PIB no petrolfero, resultante da diferena entre receitas de 1,4 bilies Kz e despesas de 5,4 bilies

    Buraco monumental...

    Fonte: Proposta de OGE 2014

    Tirando o investimento e os juros, o OGE 2014 sem petrleo melhora com o dfice a reduzir-se para 2,1 bilies Kz ou 25% do PIB no petrolfero

    ... Mesmo sem investimento e juros

    ... E sem petrleo

    46.8

    105.5

    1296.6

    1031.0

    548.2

    66.0

    92.6

    1479.8

    1203.0

    352.9

    108.1

    127.6

    1430.7

    1369.3

    3184.7

    1144.5

    3368.2

    1137.0

    3673.9

    1701.2

    536.5

    130.4

    231.3

    570.1

    183.1

    376.8

    223.0

    369.2

    736.5

    312.0

    585.7

    143.0

    315.7

    696.8

    958.0 716.1 897.3

    681.1 1171.3 1194.1

    449.3 1218.0 1423.7

    921.1 1303.7 1568.0

    572.0

    447.8

    Despesas natureza econmicamil milhes Kz

    Despesas correntes

    Investimento

    Despesas por funomil milhes Kz

    Servios Pblicos Gerais

    Sector econmico

    Proteco Social

    Habitao

    Educao

    Sade

    Outras sociais

    Defesa, Segurana e Ordem Pblica

    Operaes dvida pblica

    Despesas correntesem mil milhes Kz

    Bens e servios

    Pessoal

    Subsdios

    Juros

    Outras despesas

    951.2

    4329.2

    -3378.0

    16.1

    73.4

    -57.3

    1087.5

    4505.2

    -3417.7

    15.7

    65.2

    -49.4

    1431.7

    5375.1

    63.5

    16.9

    -46.6

    2012 2013 2014 2012 2013 2014

    Saldo no petrolfero mil milhes Kz Saldo no petrolfero % PIBReceitasno petrolferas

    Despesas sem activosfinanceiros

    Saldono petrolfero

    Receitasno petrolferas

    Despesas sem activosfinanceiros

    Saldono petrolfero

    Saldo primrio no petrolfero % PIBReceitas correntesno petrolferas

    Despesas correntesprimrias

    Saldo corrente prim.no petrolfero

    Receitas correntesno petrolferas

    Despesas correntesprimrias

    Saldo corrente prim.no petrolfero

    951.2

    3079.2

    -2128.0

    1087.5

    3275.6

    -2188.1

    1431.7

    3546.3

    -2114.6

    16.9

    41.9

    -25.0

    15.7

    47.4

    -31.7

    16.1

    52.2

    -36.1

    2012 2013 2014

    Saldo primrio no petrolfero mil milhes Kz

    2012 2013 2014

    -3943.4

    No prximo ano devero entrar nos cofres do Tesouro 4,7 bilies Kz, correspondentes s receitas sem financiamentos, e sair 5,4 bilies Kz, referentes s despesas sem activos financeiros. Contas feitas, o Estado registarum dfice de 630 mil milhes Kz ou 4,9% do PIB. Confira os grandes nmeros da proposta de OGE 4104

  • 8 EXPANSO | 8 de Novembro 2013

    OPINIOD I T O

    positivo quando os governos provinciais no esperam apenas pela interveno do governo central. So boas solues que o governo do Zaire tem procurado para melhorar as condies sociais das populaes. Benedito Daniel Deputado do PRS

    Muitos professores seleccionados para o municpio de Cambambe acabam por desistir sem dar qualquer justificao. Da a carncia de professores que temos registado em algumas escolas. Nos prximos concursos pblicos, vamos estar atentos a estes casos. Francisco Diogo Administrador municipal de Cambambe

    Angola, como Estado-membro das Naes Unidas, imbuda do esprito de consolidao da paz, reconciliao nacional e unidade nacional, comprometeu-se desde 1978 a estabelecer um programa de aco governativa para fazer com que toda a populao em posse ilcita de armas as entregasse Polcia Nacional. Paulo de Almeida

    Comissrio-chefe da Polcia Nacional

    Devemos felicitar a iniciativa do Entreposto Aduaneiro por responder nova poltica comercial do Executivo, focada no processo de urbanizao comercial, que consiste na melhor organizao dos espaos, relativamente higiene e exposio de produtos. Augusto Jnior Secretrio de Estado do Comrcio

    inaceitvel que, em pleno sculo XXI, uma deciso unilateral de um [Estados Unidos] prive outro e todo o seu povo de usufrurem de liberdades fundamentais e de exercerem livremente os direitos polticos, econmicos ou comerciais. Ismael Martins Representante permanente de Angola nas Naes Unidas sobre o boicote dos Estados Unidos a Cuba

    Nos ltimos dias, as relaes entre Angola e Portugal, ou vice-versa, esfriaram e surgiu uma polmica por causa do alarido da imprensa portuguesa sobre supostos

    processos judiciais contra dirigentes angolanos. A polmica tomou propores tais, que o Presidente de Angola, Jos Eduardo dos Santos, anunciou o fim da parceria estratgica entre os dois pases. O anncio do fim dessa relao privilegiada no pegou de surpresa muita gente. O problema que se coloca, e to empolado pela imprensa em Portugal, no a origem nem a licitude do capital angolano l investido. Esta outra novela. O problema muito mais profundo e tem origens histricas. Ns, os angolanos, no somos, nem nunca fomos, lindos aos olhos de Portugal, principalmente para uma determinada elite. E h razes histricas de sobra, pelo menos do lado de Angola, que mostram que devemos caminhar com mais cautela nesta relao. O jornalista portugus Celso Filipe, no seu livro, recente, intitulado O Poder Angolano em Portugal, expressa com preciso o iderio desta elite lisboeta. Neste livro, o subdirector do Jornal de Negcios d pistas

    interessantes que podem ajudar-nos a entender e a traar melhor a nossa relao com Portugal e os portugueses.

    A maldio, passada e recente, dessa relao apela-nos precauo. Angola, em qualquer circunstncia, deve escolher bem o que convm. Todo o cuidado pouco. Enganam-se aqueles que nutrem a iluso de que, nas relaes entre pases, os interesses no contam. O exemplo vem da prpria Europa. Na nossa relao com Portugal sempre prevaleceu aquela viso do Ocidente em relao ao outro. Ela nunca se alterou. O que est em causa, no fundo, no a licitude ou no do dinheiro investido em Portugal. O que est e continua difcil, para alguns, em Portugal, digerir alguma supremacia dos ex-colonizados. Muitos portugueses acham-se perdedores e vivem desagradados, magoados e humilhados por Angola. um pesadelo fundado na base do preconceito que vem l de trs. Esta convivncia tortuosa, entre ns e eles, comeou com a invaso de Diogo Co ao nosso territrio, em 1582. De l para c, angolanos e portugueses sempre se relacionaram na base do desrespeito, de inverdades e inimizades. Aquelas relaes, sustentadas em falsidades e mentiras, tendem a

    A N L I S E

    Portugal e Angola: uma relao econmica de amor e dio

    Director Carlos Rosado de Carvalho Chefe de Redaco Adjunto Francisco de Andrade Grande Reprter Csar Silveira Redaco Andr Samuel, Aylton Melo, Estvo Martins, Eunice Sebastio, Marcelino Von-Haff, Nelson Rodrigues, Pedro Fernandes e Ana Filipe (Secretria de Redaco), Manuela Costa (Secretariado), Rui Gouveia (Reviso) Colaboradores Alexandre Frade Batista, Cndido Mendes Fotografia Edson Chagas (Subeditor), Csar Magalhes, Ldia Onde Exclusivos Dirio Econmico, Financial Times Departamento Grfico Gilson Cssio, Marta Gregrio Infografia Expanso/Anyforms Design Projecto Grfico Econmica/+2 designers Produo Ana Marques (Chefia), Artur Camaro, Carlos Martins, Joo Santos Tratamento de Imagem Samuel Rainho (Coordenador), Paulo Garcia, Tiago Maia Impresso Sogapal Distribuidora Score Media Direco Comercial Sofa Costa (Directora), Carina Amuedo, Carla Carreira, Ctia Amado, Jorge Domingos Miguel Direco Administrativa e Financeira Renato Moreira (Director), Garcia Jos, Herlander Toms, Katila Denise, Rosa Ngola, Stanislau Pataca Contactos: 244 222 322 665 / 244 222 322 674 Fax: 244 222 443 453. Rua Damio de Gis, n. 81 Bairro de Alvalade, Luanda Angola Contactos E-mail: [email protected] / [email protected] Distribuio em Portugal Estratgia Media Direco-Geral Nilza Rodrigues Departamento Administrativo Amlia Saavedra Contactos +351 927747062 Registo MCS-520/B2009

    Norberto Carlos Docente universitrio

    Maioria dos portugueses encontra melhores condies de vida em Angola do que no pas de origem

    Edso

    n C

    hag

    as

  • EXPANSO | 8 de Novembro 2013 9

    manchar toda a tentativa de construo de um novo modelo de relacionamento comum.

    Hoje, Angola, para alm de ser hospitaleira, oferece aos portugueses ptimas oportunidades econmicas, difceis de serem encontradas em Portugal. Alis, os portugueses sabem que encontram, aqui, um mercado melhor para investirem e fazerem dinheiro mais rpido, ao contrrio do que ocorre em Portugal. O mercado angolano d brechas para isso, e frtil para quem vem de um mercado to competitivo quanto o europeu. Angola , para muitos cidados de outras paragens, um eldorado. O que est aqui em causa no o investimento estrangeiro e a mo--de-obra especializada, to necessria para alavancar a nossa economia. Os nossos amigos portugueses sabem que se do bem aqui. H mesmo quem diga que eles j so da famlia. Que o digam os nossos compatriotas de Benguela, Huambo, Lubango, de Malanje ou de Luanda. Eles deram-se bem aqui, principalmente, nos sectores de servios e da construo civil, e esto em vantagem. Quando no so gestores, so donos. O nosso mercado favorece--os. E, j agora, como esto os angolanos l do outro lado? Quantos angolanos, pedreiros ou licenciados, prosperaram em Portugal? Quantos angolanos, ao longo dos anos de emigrao em Portugal, se tornaram gerentes ou proprietrios, ou coisa parecida? No h memria sobre algum caso. Tudo isso acontece, porque h, tambm, do lado de c, do nosso lado, uma tendncia preconceituosa de inferioridade em relao aos europeus e, em particular, aos portugueses. Aqui, no nosso Pas, em muitas ocasies ser-se europeu j certificado de competncia. E h mesmo, em alguns sectores, uma tendncia crescente de privilegi-los. Hoje, fala-se, por exemplo, que vivem e trabalham, em Angola, cerca de 150 mil portugueses. Onde que eles

    vivem? No importa a profisso e o trabalho, eles esto aqui no topo da pirmide social. Muitos chegam, trabalham por conta de outrem e, meia dzia de anos depois, j so proprietrios. Esta quantidade, que no quer dizer necessariamente qualidade, de portugueses endinheirados, ou no, no vive nos nossos musseques. Quase todos eles vivem nos grandes centros urbanos. Eles vivem bem, so protegidos. E o inverso? Quantos angolanos vivem em Portugal como milhares de portugueses vivem em Angola? Esses e outros factores, muitas vezes, colocam-nos econmica e politicamente, na relao com Portugal, do lado da subalternidade. Como se pode concluir, as relaes entre Angola e Portugal nunca foram saudveis ao longo dos tempos. O livro de Celso Filipe mostra essa viso que alguns portugueses tm em relao aos angolanos e a frica, em geral. Se h interesse em alterar essa relao para sedimentar os novos tempos, ela deve assentar na paridade. As nossas relaes, como as relaes entre Estados e povos, devem fundar-se na base do respeito e de interesses mtuos. A viso baseada na supremacia deve cessar. Porque o mundo, como disse o ministro George Chicoty, no se esgota em Portugal. Os ressentimentos que algumas figuras em Portugal nutrem contra Angola devem esvair-se quando h um interesse maior dos dois povos. O momento econmico de cada um dos pases deve ser aproveitado para que se estabeleam balizas daquilo que melhor para cada um. Na verdade, muito mais do que isso, Portugal e Angola, ou Angola e Portugal, precisam de clarificar muito bem o tipo de relaes que pretendem construir daqui em diante. Esta relao de amor e dio deve ficar para trs. Temos de construir uma nova relao baseada no respeito mtuo, na paridade e no reconhecimento das diferenas. preciso fazer um esforo e realizar um bom trabalho, quebrar os preconceitos ainda subjacentes. Portugal tem o maior fardo. Tomara que, um dia, tudo volte aos trilhos, e os alorpados no venham estragar tudo de novo.

    Angola a crescer mais e a distribuir melhor, foi o slogan com que o MPLA ganhou as eleies gerais de 2012. O Oramento Geral do Estado (OGE) porventura o

    instrumento mais poderoso para o partido no poder cumprir a promessa.

    A anlise da proposta de OGE para o exerccio econmico de 2014 d-nos pistas importantes sobre o que est a ser feito.

    Comeando pelo crescer mais, o cenrio macroeconmico apresentado com o OGE 2014, revela que em 2013, primeiro ano do governo sado das eleies, deveremos crescer menos, ainda que marginalmente, do que em 2012, ltimo ano do governo anterior.

    As ltimas projeces apontam para uma variao real anual do PIB de 5,1% em 2013, menos uma dcima de ponto percentual (pp) do que os 5,2% registados em 2012.

    Para 2014, o Governo prev uma acelerao do ritmo de crescimento da economia para 8%. A previso mais optimista do que a do FMI, que aponta para um crescimento de apenas 6,3% em 2014.

    A instituio baixou as perspectivas econmicas para Angola, cortando o crescimento de 2012 (de 8,4% para 5,2%), de 2013 (de 6,2% para 5,6%) e de 2014 (de 7,3% para 6,3%), explicando que as revises reflectiam atrasos na execuo oramental. O mesmo motivo levou o Governo a baixar a sua estimativa de crescimento para 2012, de 7,4% para 5,2%, e a projeco para 2013, de 7,1% para 5,1%. Analistas, incluindo este escriba, esperavam uma reviso em baixa da previso oficial de crescimento para 2014, mas o governo manteve os 8,0% avanados no PND.

    Uma deciso que estar ancorada no facto de o OGE 2014 prever um aumento do investimento pblico de 49,6%. O tempo dir se haver capacidade para cumprir to ambicioso objectivo.

    O passado recente no abona muito a favor da capacidade do Governo executar o investimento pblico oramentado. Para 2013, a taxa de execuo prevista para o investimento pblico de 67,7%. A taxa de execuo do investimento pblico no primeiro semestre de 2013 foi de 21%. O que significa que para chegar aos 67,7% de execuo no ano, o investimento pblico no segundo semestre tem de mais do que duplicar.

    certo que o OGE 2013 s entrou em vigor em Maro. Tambm verdade que houve mudanas de ministros das Finanas e da Construo, mudanas que o PR justificou com a m gesto da dvida pblica. Duas situaes que tero prejudicado a execuo oramental. Mas, se os motores demorarem a arrancar, est em causa a previso de crescimento de 2013, mas tambm de 2014.

    A menos que o actual cenrio se altere

    drasticamente, no devemos esperar taxas de crescimento por a alm. A economia angolana vai crescer mais do que nos anos a seguir crise, mas muito menos do que que cresceu nos anos dourados a seguir Paz de 2002.

    Se, tudo o indica, vamos crescer um pouco mais, quanto ao distribuir melhor estou ainda mais pessimista. A proposta de OGE para 2014 um retrocesso em matria de gastos sociais. No sou adepto de uma poltica assistencialista. Entendo, tal como o Governo, que a melhor forma de combater a pobreza diversificar a economia para criar emprego. Desse ponto de vista, a aposta no investimento pblico para a construo de infra-estruturas que alavanquem a diversificao da economia correcta. Isto no pressuposto de que o investimento bem seleccionado, bem projectado, bem construdo, bem fiscalizado e bem mantido.

    Enquanto o investimento no d os frutos desejados, necessrio apoiar as camadas da populao mais vulnerveis atravs de prestaes sociais directas, melhor educao e mais sade.

    Comparando a proposta de OGE 2014 com a de 2013 vemos que as transferncias para as famlias, que incluem apoios s crianas, aos idosos, vivas e doentes, levam um corte global de 31,8%.

    A funo educao sofre uma tesourada de 23,6%, com destaque para o ensino primrio, que vai ter menos 33,3% de dinheiro alocado. J o ensino superior, ao contrrio do que seria recomendvel, v as suas verbas aumentarem 20,9 % para um valor superior ao do ensino secundrio que sofre uma quebra de 2,3%.

    Finalmente, a funo sade v o seu envelope financeiro emagrecer 14,5%.

    Bem sei que as verbas alocadas a cada funo no dizem tudo. Uma boa gesto pode at permitir fazer melhor com menos dinheiro.

    Mas receio bem que, pelo menos a avaliar pela proposta de OGE 2014 vamos distribuir pior. Espero bem que me engane.

    As revises em baixa das projeces econmicas indicam que vamos crescer mais, mas menos que o previsto. A avaliar pelos cortes nas transferncias para as famlias, educao e sade do OGE 2014 receio que tambm vamos distribuir pior. Espero bem que me engane

    Angola a crescer (pouco) mais e a distribuir pior

    E C O N O M I A 1 0 0 M A K A S

    Carlos Rosado de Carvalho Director

    Angola e Portugal precisam de clarificar muito bem o tipo de relaes que pretendem construir daqui em diante. Esta relao de amor e dio deve ficar para trs. Temos de construir uma nova relao baseada no respeito mtuo, na paridade e no reconhecimento das diferenas. Tomara que um dia tudo volte aos trilhos

  • 10 EXPANSO | 8 de Novembro 2013

    EMPRESAS

    N E W S H O L D C E N T R O C A R A N I P

    2,8 mil milhes Kz5,396 milhes de aces 2,2 mil milhes Kz

    AYLTON MELO

    O valor do volume de emprei-tadas da Gestimvel, empresa especializada na edificao de projectos imobilirios, pode-r atingir os 12,6 mil milhes K z (cerca de 130 m ilhes USD), at 2014, segundo reve-lou o seu director-geral, Nuno Gaspar.

    O gestor explicou que a em-p resa com eou p or ap licar perto de 20 milhes USD, na con struo do j con cludo e d i f c i o K N 1 0, e m L u a n d a . Um valor relativamente igual foi gasto na edificao do Lu-bango Center, na provncia da Hula, em 2011.

    Entretanto, a empresa tem em curso a edificao da pri-m e i r a d e q u a t r o t o r r e s q u e constituem o projecto Zenith Towers, localizado em Talato-na, Luanda. O projecto total est orado, s egun do N un o G a s p a r, e m m a i s d e 9 0 m i -lhes USD, sendo que 60 mi-lhes USD deste valor sero gastos na construo, enquan-to os restan tes 30 m ilhes USD foram em p regados n a compra do espao, pagamento de projectista, entre outros.

    Prev-se que o empreendi-mento, constitudo por duas torres para escritrios e ou-tras duas para habitao plu-rifamiliar, esteja concludo em quatro anos e meio, sendo que a primeira torre de escri-trios, que comportar 12 pi-s o s e u m a c ave p a r a o p a r-queamento de 300 viaturas, est em fase adiantada de exe-cuo. Os espaos da torre em referncia esto j a ser co-m e r c i a l i z a d o s a 5. 2 0 0 U S D por cada metro quadrado.

    Nuno Gaspar admite, no en-

    tanto, que as vendas estejam a correr a passos mais lentos do que h alguns anos, ao mesmo tempo que se manifesta satis-feito por ter j consumado al-gumas vendas nesta fase das obras, em que, conforme avanou, se conseguiu j fe-char na totalidade um dos 12 p is os previstos, sendo que, neste momento, esto em ne-gociaes mais quatro pisos e duas fraces individuais.

    Estamos a praticar preos por metro quadrado abaixo do praticado actualmente nesta zona nobre da cidade de Luan-da, alm de o dobro do rcio de estacionamento, elevadores e de reas exteriores para pas-sear livremente, indicou.

    Em cada piso haver quatro unidades com 97 m cada, ao passo que os escritrios, do rs-do-cho, os mais peque-nos, ocupam uma rea total de 73 m e os maiores 193 m 2. Este edifcio destinado a em-presas que procuram um lugar sossegado para realizar neg-cios e desenvolver projectos, afirm a o director-g eral da Gestimvel.

    A torre em questo est a ser edificada pela construtora Casais e dever ser concluda no ms de Novembro de 2014. Quanto s restantes torres para a habitao, Nuno Gas-par afirma que as vendas no devero ter incio sem que se concluam as duas primeiras.

    Nuno Gaspar referiu que os diferentes projectos imobili-rios possuem dimenses, ca-ractersticas e tempo de exe-cuo diferentes, o que, como disse, torna difcil estimar um volume anual de investi-mentos e de vendas.

    R e fi r a - s e q u e a s Z e n i t h Towers foram projectadas pelo arquitecto Costa Lopes, autor do Projecto de Requali-ficao da Baa de Luanda.

    Desde 2004 a contribuir para modernizar o Pas A G e st i m ve l f o i c r i a d a e m Angola, em 2004, por uma es-trutura accionista com mais de meio sculo de experincia no desenvolvimento dos mais variados projectos imobili-r i o s e m d i ve r sa s p a r t e s d o mundo.

    Com o conhecimento adqui-rido ao nvel da gesto imobi-liria, das necessidades e dos p r o d u t o s m a i s a d e q u a d o s para o mercado ang olano, a Gestimvel especializou-se na edificao de projectos imobilirios e reabilitao de espaos urbanos. Como pro-motora imobiliria, a empresa p ot e n c i a a s u a e q u i p a , n a prestao de servios de ges-to de projectos de terceiros.

    A e m p r e sa t e m u m a m a r-cante presena nas cidades de Luanda e Lubango, sendo que pretende construir e promo-ver projectos imobilirios nas provncias do Uge, Kwanza Sul e Lundas Norte e Sul, nos prximos anos.

    S E C T O R I M O B I L I R I O

    Gestimvel prev investir 12,6 mil milhes em imveis at 2014 A empresa actua com maior presena nas cidades de Luanda e Lubango e pretende expandir a sua actividade s provncias do Uge, Kwanza Sul e s duas Lundas.

    A empresa tem em curso a edificao da primeira de quatro torres que constituem o projecto Zenith Towers, localizado em Talatona, Luanda

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    A empresa iniciou a sua actividade em 2004

    Valor do investimento de novos contratos assinados pela agncia A Agncia Nacional para Investimento Privado (ANIP) procedeu recentemen-te assinatura de 12 novos contratos de investimento privado avaliados em 2,8 mil milhes Kz, que permitiro a criao de 471 novos postos de trabalho para cidados nacionais.

    Previso de facturao da empresa para o prximo ano A Centrocar, empresa angolana do ramo de comercializao e assistncia tcni-ca de equipamentos de construo civil, prev aumentar os nveis de facturao de 1,9 mil milhes Kz (20 milhes USD) para 2,2 mil milhes Kz (23 milhes USD), em 2014.

    Aumento da participao no grupo de comunicao social O grupo angolano Newslhold aumentou a sua participao no grupo de comunica-o social portugus Impresa para 3,21%. Actualmente o Newshold, aps novas aquisies processadas junto do merca-do de valores mobilirios, conta com uma participao de 396 milhes de aces.

  • EXPANSO | 8 de Novembro 2013 11

    EUNICE SEBASTIO

    A Palm Garments, fbrica de uniformes de capital 100% an-golano, quer duplicar a produ-o de 100 mil peas por ms at ao primeiro trimestre do prxi-mo ano, ultrapassando assim as 50 mil registadas no primeiro semestre deste ano.

    Este objectivo, a ser atingido, dever gerar um aumento do n-mero de trabalhadores, que pas-sar dos actuais 450 para 1000 trabalhadores ate finais de 2014.

    Segundo o director da unidade fabril, Lus Contreiras, a produ-o aumentou nos ltimos me-ses de forma satisfatria, sendo que, actualmente, aPalm Gar-ments conta com um stock com

    uma capacidade de armazenar cerca de cinco contentores de tecidos diversos, provenientes de Pases como Bangladeche, Portugal, Paquisto e a ndia.

    O gestor mostrou-se ainda sa-tisfeito pelo facto de algumas empresas nacionais valorizarem mais a produo interna no que toca compra de uniformes as-sim como de outros produtos.

    Hoje sinto por parte das em-presas que, quando h uma ne-cessidade de compra, recorrem primeiro aos fabricantes locais, frisou.

    A Palm Garments, uma das poucas fbricas de uniformes no Pas, conta com uma carteira de clientes constituda por hospi-tais, colgios, Ministrio do In-terior (servios prisionais), em-presas de segurana, de sanea-mento bsico e igrejas.

    Dos trs turnos previstos na fase inaugural, a fbrica conta apenas com um em pleno fun-cionamento, devido, segundo disse Lus Contreiras, localiza-o da unidade industrial, que est numa rea no muito privilegiada para turnos noctur-nos.

    Ainda perigoso andar du-rante a noite na cidade: h assal-tos e no h transportes pbli-cos capazes de atender popula-o neste perodo do dia, escla-receu.

    At ao primeiro semestre des-te ano, a unidade fabril que tem capacidade para abastecer as 18 provncias do Pas contou com um volume de vendas de cerca de 195 milhes Kz (2 milhes USD) e prev chegar ao final do anocom uma facturao de 292 milhes Kz (3 milhes USD).

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    Palm Garments quer duplicar produo de uniformes Empresa angolana, que se dedica exclusivamente a produzir uniformes para hospitais, colgios, igrejas ou operrios de saneamento bsico, quer chegar s 100 mil peas por ms. No primeiro semestre fabricou 50 mil.

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    Produo em alta gera novos empregos

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  • 12 EXPANSO | 8 de Novembro 2013

    EMPRESAS

    Empresa do ramo do beto vai facturar

    neste ano cerca de 975 milhes Kz. Inovao vai continuar a ser a aposta.

    AYLTON MELO

    A facturao da Probeto deve-r atingir este ano cerca de 975 milhes Kz (10 milhes USD), mais 15% face a 2012, anunciou o director-geral da empresa na-cional especializada no fabrico de artefactos de beto.

    Segundo Armando Soares, a Probeto tem mantido estes n-

    veis de crescimento desde h cinco anos, estando agora a tra-balhar no oramento e linhas gerais da actividade para 2014. O objectivo continuar a cres-cer em todas as reas, com a in-troduo de novos produtos.

    A produo de pavimentos hidrulicos, desde Fevereiro passado, uma das inovaes mais recentes, disse. Localiza-do no municpio de Viana, no Kapalanca, arredores da Uni-versidade Piaget, o plo indus-trial da empresa, que nasceu em 2007, tem vrias unidades de produo, numa rea de 6 mil metros quadrados.

    Segundo o gestor, pelo menos 95% da matria-prima usada pela empresa adquirida no Pas. O ao pr-esforo e alguns

    tipos de pigmentos, por seu tur-no, vm de Portugal.

    Actualmente, emprega 95 funcionrios, dos quais 12 expa-triados. A passagem de expa-triados pontual, formamos diariamente mo-de-obra na-cional, e hoje temos encarrega-

    dos e responsveis de carrega-mentos que cresceram dentro da empresa, disse.

    Sobre as operaes da empre-sa, afirmou que a Probeto con-segue ter preos competitivos para a indstria, mas tambm procura satisfazer os clientes particulares. Muitas vezes so estes que divulgam os nossos produtos, sublinhou.

    Entre as obras mais emble-mticas em que tem estado en-volvida, destacam-se o forneci-mento de infra-estruturas, cai-xas de visita e pavimentos para a nova Assembleia Nacional. A Probeto tem ainda uma for-te presena nos projectos da Kora Angola e hotis AAA, e em projectos em Malanje, Bengue-la, Huambo, Zaire e Cunene.

    F A C T U R A O E S T E A N O A P R O X I M A - S E D E 1 0 0 0 M I L H E S K Z

    Probeto volta a crescer 15% pelo quinto ano consecutivo

    EUNICE SEBASTIO

    O arranque do projecto de ligao entre Angola e Brasil atravs de um cabo submarino de fibra pti-ca (SACS South Atlantic Cable System), que vai atravessar o Atlntico Sul, est previsto para princpios de 2014 e ter uma du-rao de cerca de 18 meses, anun-ciou o presidente da Angola Ca-bles, Antnio Nunes.

    O projecto, liderado pela Angola Cables, empresa de telecomunica-es que tem como accionistas as cinco principais operadoras na-cionais de telecomunicaes de rede fixa e mvel, conta ainda com a parceria da empresa brasileira Telebras.

    Segundo o presidente do conse-lho de administrao da empresa angolana, Antnio Nunes, o cabo submarino vai permitir a interli-gao entre os continentes africa-no e sul-americano, sendo esta considerada como a primeira co-nexo em fibras pticas submari-nas a interligar o Atlntico Sul.

    Antnio Nunes explicou que a Angola Cables vai colocar o cabo submarino em Sangano e ir at cidade de Fortaleza, no Nordeste brasileiro pelo Atlntico Sul, com um comprimento de 6 mil quil-metros e uma espessura do tama-nho de um dedo.

    O presidente da Angola Cables adiantou ainda que, com a entrada em funcionamento deste projec-to, a empresa perspectiva criar 17

    postos de trabalho para alm dos 63 j existentes.

    A empresa est tambm a can-didatar-se a ser o IXP regional da SACS a plataforma de ligao para todos os pases vizinhos em termos de Internet , em colabo-rao com o Ministrio das Tele-comunicaes e Tecnologias de Informao, para ser exchange point da Internet da regio da SADC (Comunidade para o Des-envolvimento da frica Austral).

    O ministro das Telecomunica-es e Tecnologias de Informao, Jos Carvalho da Rocha, que este-ve na conferncia de imprensa rea-lizada pela Angola Cables, disse que tal trar uma mais-valia para o sector, e garantiu que vai conti-nuar a apoiar todas as iniciativas.

    Queremos que a empresa, tal

    como o seu objecto social, contri-bua para que, cada vez mais, haja infra-estruturas de forma a servir a populao, adiantou.

    O Pas vai investir 48,7 mil mi-lhes Kz (500 milhes USD) para a melhoria das telecomunicaes sem fios em terra, no mar e no es-pao, a fim de atrair investimentos e diversificar a economia, actual-mente muito dependente do pe-trleo.

    Angola est envolvida num pro-

    jecto de um satlite russo, com um investimento de 29 mil milhes Kz (300 milhes USD), cujo lana-mento est previsto para 2017.

    Para alm disso, a Angola Ca-bles est a apoiar a Federao An-golana de Vela (team da Angola Cables) na prova da Regata Inter-nacional Cape Town-Rio de Ja-neiro, que ser composta por duas embarcaes.

    A regata vai partir no dia 4 de Ja-neiro de 2014 de Cape Town (fri-ca do Sul), e a Angola Cables vai realizar eventos nesta cidade a partir do dia 28 do mesmo ms. A empresa prev na ocasio anun-ciar a sua marca, tendo a regata uma durao de trs semanas, com previso de chegada cidade do Rio de Janeiro (Brasil) no dia 4 de Fevereiro.

    T R A B A L H O S V O D U R A R 1 8 M E S E S

    Cabo de fibra para o Brasil lanado no incio de 2014Angola Cables quer ser a plataforma regional para a frica Austral em servios atravs da Internet. Para tal, necessrio um investimento de 16,5 mil milhes Kz.

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    B R E V E S

    Empresa Tecmad faz prospeces A Tecmad Mining Services est a efectuar perfuraes na mina de diamantes de Camutu, municpio de Cuango, provncia da Lunda-Norte, para testar a viabilidade de expanso da explorao mineira, informou a Bloomberg. De acordo com a agncia financeira, uma fonte da empresa mineira anunciou terem entretanto sido recolhidas amostras de uma zona escavada a 150 metros para determinar a viabilidade tcnica do projecto. A provncia da Lunda-Norte tem 16 das 108 concesses diamantferas do territrio de Angola. l que se situa a mina de Cuango, a segunda maior da regio, e o quimberlito de Lucapa, que produz cerca de 12 mil quilates por ms. Petrolferas analisam pr-sal Empresas petrolferas que operam em Angola vo fazer prospeco em depsitos que se situam no pr-sal, camada geolgica situada por debaixo do fundo do mar, anunciou um quadro superior da estatal Sonangol. A mesma fonte afirmou que aquelas empresas pretendem testar a teoria segundo a qual as costas de Angola e do Brasil onde foram descobertos grandes depsitos no pr-sal so uma espcie de espelho uma da outra. Os resultados que temos at agora mostram uma qualidade do petrleo semelhante em Angola e no Brasil, disse a fonte oficial da companhia estatal. CFM aumentam frequncias A frequncia de viagens de comboio entre as provncias do Namibe, Hula e Kuando Kubango poder aumentar a partir do primeiro semestre do prximo ano, anunciou, nesta segunda-feira, na Matala, provncia da Hula, o presidente do conselho da administrao do Caminho-de-Ferro de Momedes (CFM), Daniel Quipaxe. Segundo o responsvel, a transportadora ferroviria est a trabalhar na criao de condies tcnicas e administrativas, visando responder procura. Esto neste momento a ser melhoradas infra-estruturas ligadas aos sistemas de telecomunicaes e sinalizao, explicou Daniel Quipaxe. De acordo com o gestor dos CFM, aps a concluso destas obras, a empresa ferroviria estar em condies de prestar um servio mais condigno aos particulares e empresas face ao efectuado actualmente.

    Cabo submarino vai ter um comprimento de 6 mil quilmetros

    PCA da Angola Cables, Antnio Nunes, na conferncia sobre o primeiro cabo de fibra ptica na regio austral

    Preos competitivos para empresas e particulares so parte do segredo da empresa angolana

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  • 14 EXPANSO | 8 de Novembro 2013

    ECONOMIA & FINANAS

    NELSON RODRIGUES

    As famlias e as empresas com ren-dimentos e poupanas no sistema bancrio vo poder contar, em 2014, com um programa de garan-tia de depsitos, anunciou o gover-nador do Banco Nacional de An-gola (BNA), Jos de Lima Massa-no, na abertura do Frum Poupan-a, realizado em Luanda por ocasio do Dia Mundial da Pou-pana.

    Na prtica, o BNA dever criar um sistema que garanta aos clien-tes dos bancos a segurana do seu dinheiro perante qualquer even-tualidade, como, por exemplo, a falncia de uma instituio finan-ceira.

    De acordo com a autoridade monetria e cambial, para alm de contribuir para a reduo da po-breza no Pas, o programa visa pro-teger a poupana e os rendimen-tos das famlias e das empresas, as-sim como potenciar o crescimen-to da bancarizao e dos nveis de poupana.

    Em casa, devemos ensaiar a elaborao de oramentos fami-liares, estimar quanto realizare-mos de receita num determinado perodo, como pretendemos con-sumir e quanto deixamos guarda-do no banco para usar mais tarde, aconselhou Jos Massano, diri-gindo-se s famlias.

    Ainda assim, Massano reforou a necessidade de, nos locais de tra-balho, os cidados partilharem ex-perincias de poupana, incenti-vando outros e contribuindo, por essa via, para o cumprimento de uma das metas traadas pelo ban-co central: incluso financeira.

    Estamos convencidos de que, na busca de maior eficincia, tere-mos solues que facilitaro ainda mais a incluso financeira e, por conseguinte, o aumento das op-es de poupana, sublinhou.

    O BNA lanou, em Agosto de 2011, um programa denominado Banquita, que consistia na abertu-ra de contas bancrias com apenas 100 Kz (no caso de depsitos or-dem) e 1.000 Kz (para abertura de depsitos a prazo), no mbito da sua tarefa de incluso financei-ra.

    Os esforos do banco central na modalidade Banquita resultaram em 226. 940 contas activas. Deste grupo, indica o BNA, parte dos clientes bancrios j migrou para contas regulares.

    Estes nmeros demonstram que se est a esbater a ideia de que para se ter uma conta bancria preciso ter muito dinheiro ou que

    muito caro mant-la activa, dis-se Jos Massano, acrescentando que, entre outras vantagens, as contas Banquita no esto sujeitas a quaisquer custos de manuten-o ou de movimentao, nem para a obteno de um carto de

    dbito da rede Multicaixa. Ao balancear o desempenho da

    actividade bancria nas mais va-riadas modalidades, o governador do BNA revelou que, entre De-zembro de 2010 e 30 de Setembro passado, o montante de depsitos no sistema totalizava 3,9 bilies Kz. Os depsitos a prazo aumenta-ram 72,3%, e ordem, 46,5%, no perodo em anlise. Depsitos valem 13,21% do PIB No seu discurso, margem do F-rum Poupana, Massano avanou que 62% do valor dos depsitos pertencem ao sector privado em-presarial no-financeiro, 33% a particulares e 5% ao sector pbli-

    co empresarial. Os valores, expli-cou, correspondem a cerca de 13,21% do produto interno bruto (PIB).

    Ainda no segmento de poupan-a, cerca de 25% dos depsitos ordem vm das famlias, que, na viso de Massano, tm um peso significativo na economia mo-netria e financeira, sendo consi-deradas determinantes no au-mento da capacidade interna de fi-nanciamento ao investimento.

    Ter conta bancria um passo, mas tambm necessrio que os servios e os produtos se ajustem continuamente especificidade e s necessidades dos consumido-res de servios financeiros, ape-lou o governador do BNA aos agentes econmicos, saudando o trabalho de adequao tecnolgi-ca e de ajustamentos procedimen-tais j realizados pelos bancos aderentes ao Banquita. Excesso de regulamento e pouca oferta Henriqueta Hunguana, moam-bicana e membro da organizao sul-africana New Faces Voices, convidada a intervir no frum, considerou que o desenvolvimen-to do segmento de poupana ban-cria depende de trs aspectos: re-gulamentao, oferta de servios e produtos bancrios, e procura.

    Segundo a moambicana, as au-toridades monetrias devem estu-dar formas de reduo dos requisi-tos para a abertura de contas, por-que o excesso de regras constituiu barreiras para os cidados das zonas rurais.

    importante que o quadro no seja to rgido, que no coloque muitas restries captao de depsitos pelas pessoas de baixas rendas, advertiu Hunguana, para quem a poupana d abertura a outras regalias financeiras, desi-gnadamente o crdito.

    Por outro lado, Henriqueta Hunguana chamou a ateno para o facto de, na maior parte dos ca-sos, os produtos bancrios no irem ao encontro da realidade dos cidados, sobretudo das mulhe-res, que tm questes especfi-cas.

    At que ponto que os nossos produtos financeiros so adequa-dos populao de baixa renda, e at que ponto so adequados s mulheres?, questionou a activis-ta, apontando para o papel das mulheres na sociedade.

    O governador do Banco Nacional de Angola (BNA) quer potenciar o crescimento da bancarizao e dos nveis de poupana da populao, reforar a incluso dos cidados na vida financeira do Pas e contribuir para a reduo da pobreza. Em 2014, arranca um programa de garantia de depsitos, diz Jos Massano.

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    I N C L U S O F I N A N C E I R A

    BNA promete garantia de depsitos bancrios para 2014

    O governador do banco central revelou que cerca de 25% dos depsitos ordem vm das famlias

    Montante total dos depsitos no sistema bancrio nacional

    Na sua ltima edio, acompanhada de uma revista sobre Poupana, o Expanso passou em revista a realidade deste segmento financeiro no Pas. Atravs dos indicadores do Banco Nacional de Angola (BNA), constatou-se que os baixos nveis de poupana existentes no Pas constituem um travo ao desenvolvimento, na medida em que por via da poupana que os governos financiam os investimentos que criam empregos e melhoram os nveis de vida da populao. De acordo com os clculos do Expanso a partir dos dados do banco central, em Agosto de 2013, as taxas de juros reais dos depsitos a prazo em kwanzas variavam entre -5,9% para maturidade at 90 dias e -2,8% a mais de um ano, descontando o efeito da inflao. Apesar destes dados, as estatsticas do BNA indicam uma evoluo positiva dos depsitos bancrios e das respectivas taxas de remunerao reais no global. Uma evoluo que poder ser acelerada pelas campanhas do BNA visando o aumento da taxa de bancarizao da populao.

    B A I X O S N V E I S D E P O U P A N A T R A V A M D E S E N V O L V I M E N T O

    3,9 bilies Kz

  • EXPANSO | 8 de Novembro 2013 15

    Para evitarem receber a totalidade dos pagamentos em Kz, as prestadoras de servios estaro a fazer acordos tripartidos, que lhes permitem ser representadas, ao mesmo tempo, por uma empresa residente no Pas e por outra no estrangeiro.

    CSAR SILVEIRA

    Alguns prestadores de servios do sector petrolfero podem estar a ten-tar contornar a exigncia da nova lei cambial aplicvel ao sector para evi-tarem receber a totalidade dos paga-mentos em kwanzas, conforme o es-tabelecido, fazendo recurso a acor-dos tripartidos, na relao com as operadoras, que lhes permitem ser representadas, simultaneamente, pela empresa residente no Pas e por uma outra no estrangeiro.

    A denncia foi feita na Confern-cia Internacional de Energia em Angola, realizada pelo Centro de Estudos e Investigao Cientfica (CEIC) da Universidade Catlica de Angola (UCAN), pelo director do

    gabinete jurdico da empresa ango-lana SOMOIL, Adilson Lima.

    Intervindo na abordagem do tema A Nova Lei Cambial do Sector Petrolfero, apresentado pelo vice--governador do Banco Nacional de Angola (BNA), Ricardo Abreu, o ju-rista pediu esclarecimentos sobre a forma como as operadoras devem agir perante a solicitao das presta-doras de servios para assinatura de contratos do gnero (tripartidos).

    Segundo esclareceu, as prestado-ras de servios tm defendido a ela-borao e assinatura de contratos tripartidos por um mesmo servio. Ou seja, a operadora, pelo mesmo servio, assinaria contrato com de-terminada empresa angolana e si-multaneamente com a congnere internacional. Sequencialmente, processaria dois tipos de pagamen-tos: um em kwanzas para a empresa

    de direito angolano, e outro em d-lares para a empresa estrangeira.

    Em vigor desde Maio de 2012, a lei defende que apenas as prestado-ras residentes cambiais no estran-geiro podem receber os pagamen-tos em dlares, enquanto as resi-dentes no Pas devem receber em kwanzas.

    Adilson Lima garantiu que as em-presas tm mostrado resistncia para a assinatura do referido con-trato por entender tratar-se de uma prtica que vai contra o esprito da lei.

    Em resposta, e sem admitir tra-tar-se de um processo que visa con-tornar a lei, o vice-governador do banco central Ricardo Abreu ape-lou s operadoras para agirem ape-nas em conformidade com a lei, ad-vertindo que, em caso de desvios, to-dos os intervenientes sero penali-

    zados. Desta feita, a posio da SO-

    MOIL, segundo Adilson Lima, ser continuar a abordar o BNA no senti-do de obter um esclarecimento ofi-cial para evitar constrangimento no momento dos pagamentos. Uma posio que, segundo garantiu, tem atrapalhado o negcio da empresa de que faz parte, visto existirem muitos contratos em stand-by.

    Denncia preocupa BNA Falando ao Expanso margem da conferncia, Ricardo Abreu lem-brou que existe um quadro legal es-tabelecido a que as empresas tm de obedecer, sendo bvio que preocu-pa haver tentativas de solues que estejam fora deste quadro.

    Estamos a monitorar a imple-mentao da lei progressivamente. Queremos garantir que seja feita de

    forma estvel e, obviamente, esta-remos atentos a comportamentos abusivos, garantiu.

    A Lei Cambial define que a con-cessionria e as sociedades investi-doras nacionais e estrangeiras de-vem proceder abertura e movi-mentao de contas em moeda na-cional em instituies financeiras bancrias domiciliadas no Pas, para efeito de liquidao de bens e servios fornecidos por entidades residentes.

    A lei determina tambm que a concessionria e as sociedades de-vem utilizar o saldo em moedas es-trangeiras depois da venda ao BNA para pagamento das obrigaes tri-butrias e demais encargos, para pagamento das despesas correntes, nomeadamente liquidao de im-portao de bens e servios forneci-dos por entidades no residentes.

    S E C T O R P E T R O L F E R O

    Prestadoras de servios podem estar a driblar nova lei cambial

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  • 16 EXPANSO | 8 de Novembro 2013

    ECONOMIA & FINANAS

    DAVID RODRIGUES

    As operaes na banca angolana renderam at Setembro cerca de 17,7 mil milhes Kz (135 milhes EUR) aos trs principais bancos privados a operar em Portugal. O BPI, que detm 50,1% do BFA, arrecadou a maior parte deste valor 7,7 mil milhes Kz. O BES ganhou perto de 6,4 mil milhes Kz com o BESA, onde detm quase 52% do capital. O Millen-nium bcp, que controla 50,1% do Millennium Angola, veio buscar pouco mais de 3,6 mil milhes Kz sua operao no Pas.

    As operaes internacionais pesam cada vez mais na banca portuguesa, que, na generalida-de, sofre ainda os efeitos da crise financeira e de crdito na Euro-pa. Dos trs bancos em anlise, apenas o BPI registou lucros nos primeiros nove meses do ano. A instituio gerida em Portugal por Fernando Ulrich teve um re-sultado lquido consolidado de 72,7 milhes EUR (-37,9% face ao perodo homlogo anterior), dos quais apenas 10,1 milhes fo-ram ganhos em Portugal.

    A fortaleza BFA designa-

    o dada pelo BPI ao seu brao armado angolano no documen-to de apresentao de resultados fechou o terceiro trimestre do ano com quase 1,2 milhes de clientes e 174 agncias, dando emprego a 2.417 pessoas.

    De Moambique, onde detm 30% do BCI, o contributo para o lucro da casa-me ficou-se pe-los 5,7 milhes de euros, menos 4,2% face a Setembro de 2012, que contrastam com o ganho de 3,6% obtido nas operaes ango-lanas.

    Espanha pressiona BES O BES, por seu turno, viu os re-sultados lquidos afundarem nos primeiros nove meses do ano, em que perdeu 381 milhes EUR, depois de, no homlogo, ter ganho 90,4 milhes.

    Os resultados do banco lidera-do por Ricardo Salgado foram pressionados pela queda do pro-duto bancrio comercial (re-cuou 15,5% face ao perodo ho-mlogo), da margem financeira

    (15,4%) e, sobretudo, com as provises para crdito vencido, que foram reforadas em 321 mi-lhes EUR no terceiro trimestre do ano, valendo agora quase 1.070 milhes.

    Apesar de terem registado lu-cros 66,3% inferiores face aos primeiros nove meses de 2012 (graas s perdas em Espanha), as operaes internacionais aju-daram a conter os danos, contri-buindo positivamente com 30,9 milhes EUR para o resultado consolidado.

    Angola, onde o BES controla o BESA, foi a estrela da compa-nhia. O banco explica na apre-sentao de resultados que abriu 21 novas agncias no pe-rodo em anlise e refora o compromisso de lanar novos produtos e servios com vista ao alargamento da sua base de clientes no Pas.

    Polnia pesa mais no BCP Entre Janeiro e Setembro, An-gola rendeu 48,6 milhes EUR ao banco, mas o resultado no comparvel com 2012, porque no ano passado a instituio no discriminou o resultado no Pas.

    Bem piores foram os resulta-

    dos do BCP, que perdeu 597,3 milhes EUR nos primeiro nove meses do ano, ainda assim me-nos do que no homlogo (tinha tido prejuzos de 796,3 milhes). A pressionar os resultados esti-veram tambm as provises para imparidades de crdito e o pagamento de juros pelo apoio estatal que a instituio rece-beu.

    As operaes internacionais, excluindo a Grcia, contribu-ram com perto de 130 milhes EUR para o resultado do banco liderado em Portugal por Nuno Amado e onde a Sonangol o maior accionista.

    A Polnia foi quem mais aju-dou, com um contributo de 93 milhes (mais 13,4% face ao ho-mlogo), seguida de Moambi-que (62,1 milhes, mais 1,9% em relao aos primeiros nove me-ses de 2012). O Millennium An-gola contribuiu com 27,5 mi-lhes EUR para o resultado do banco, que no final de Setembro tinha no Pas 79 sucursais (mais 19,7% do que h um ano) e em-pregava 1.062 colaboradores (mais 11,6% face a Setembro de 1012). Entretanto, a CGD, o ban-co estatal portugus, teve pre-

    juzos de 277,7 milhes EUR, com a actividade internacional (que vale 42% do total) a evitar males maiores. Uma das opera-es est em Angola (Banco Cai-xa Geral Totta Angola), mas o banco no discrimina o resulta-do no Pas.

    O P E R A E S N O P A S P E S A R A M P O S I T I V A M E N T E

    Angola rende quase 18 mil milhes Kz a bancos lusosBPI foi quem mais ganhou no Pas at Setembro, graas sua participao no BFA. BES e BCP evitaram perdas maiores com actividade internacional e Angola ganha fora.

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    Aumento das provises para imparidades de crdito e perda de negcio em Portugal esto a pressionar bancos

    O bancos portugueses instalados em Angola continuam com uma poltica de expanso e abertura de sucursais

    7,7 Valor em milhares de milhes de Kz ganho pelo BPI via BFA

    El Dorado angolano

    6,4 Ganho tambm em milhares de milhes de Kz do BES no BESA

    3,9 Lucro igualmente em milhares de milhes de Kz do BCP com Milennium Angola

    B R E V E S

    BIC passa a aceitar kwanzas em Portugal O Banco BIC iniciou na passada tera-feira o processo de internacionalizao e convertibilidade do kwanza ao comear a comercializar notas da moeda nacional na sua rede de agncias em Portugal, anunciou a instituio financeira em comunicado. a primeira vez que, fora de Angola, um banco comercial privado transacciona notas de kwanza, constituindo esta iniciativa uma forte aposta do Banco BIC no servio comunidade luso-angolana e a todos aqueles que desenvolvem uma actividade comercial e profissional em Angola e Portugal, adianta o comunicado. Venda de divisas pelo BNA atingiu 450 milhes USD O Banco Nacional de Angola (BNA) vendeu na ltima semana de Outubro 450 milhes USD ao sistema bancrio a uma taxa mdia de cmbio de venda do dlar situada em 97,782 Kz, segundo um anncio do banco central, citado pelo Jornal de Angola. No anncio, a autoridade monetria informou que foram feitas operaes de mercado aberto para regulao da liquidez que absorveu 8 mil milhes Kz nas maturidades regulamentares. Ainda assim, o BNA anunciou uma operao para a gesto corrente do Tesouro Nacional, com a qual colocou no mercado primrio Ttulos do Tesouro no montante de 23,9 mil milhes Kz, 11,6 mil milhes delas em Bilhetes do Tesouro (BT) e 12,3 mil milhes em Obrigaes do Tesouro (OT).

    Infraces econmicas baixam 12,9% no Moxico Cerca de 54 infraces econmicas foram registadas na ltima semana, no Moxico, menos sete violaes ou 12,9% do que no perodo anterior, em que o ndice de criminalidade somava 61 infraces, de acordo com um relatrio da Direco de Inspeco e Investigao das Actividades Econmicas (DIACE) da polcia local. Segundo o relatrio semanal da DIACE, as infraces resultam de uma sequncia de visitas de inspeco realizadas nos estabelecimentos comerciais dos municpios do Luena (sede da provncia) e do Luau. As irregularidades mais registadas foram a falta de boletim de sanidade, exposio de mercadorias, estruturas de clculos de preos, dsticos de localizao, afixao de etiquetas, emisso de facturas, avisos e asseio.

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  • O g overno brasileiro est a planear reduzir os emprsti-mos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econmico e Social (BNDES) em cerca de 20% no prximo ano para for-talecer as contas pblicas, aps registar o maior dfice oramental em quase quatro anos, aumentando a especula-o de que o pas pode ver re-duzida a sua notao de c