existencialismo -i o drama da existência 17/6/20141

24
Existencialismo -I Existencialismo -I O drama da existência O drama da existência 14/06/22 14/06/22 1 www.nilson.pro.br www.nilson.pro.br

Upload: internet

Post on 18-Apr-2015

117 views

Category:

Documents


1 download

TRANSCRIPT

Page 1: Existencialismo -I O drama da existência 17/6/20141

Existencialismo -IExistencialismo -I

O drama da existência O drama da existência

11/04/2311/04/23 11www.nilson.pro.brwww.nilson.pro.br

Page 2: Existencialismo -I O drama da existência 17/6/20141

Definição Definição O termo existencialismo designa o conjunto de tendências O termo existencialismo designa o conjunto de tendências

filosóficas que, embora divergentes em vários aspectos, têm na filosóficas que, embora divergentes em vários aspectos, têm na existência o ponto de partida e o objeto fundamental de reflexões. existência o ponto de partida e o objeto fundamental de reflexões. Por isso, podemos designá-las mais propriamente de filosofias de Por isso, podemos designá-las mais propriamente de filosofias de existência, no plural.existência, no plural.

O que é existir?O que é existir? Implica nas relações do homem consigo, com os outros seres Implica nas relações do homem consigo, com os outros seres

humanos, com os objetos culturais e com a natureza.humanos, com os objetos culturais e com a natureza. Podem ser determinadas (Ex: leis da física)Podem ser determinadas (Ex: leis da física) Ou indeterminadas (resultam da nossa liberdade ou do acaso, Ou indeterminadas (resultam da nossa liberdade ou do acaso,

sendo possíveis acontecer ou não) sendo possíveis acontecer ou não) Visão dramática da condição humana Visão dramática da condição humana Albert Camus: ‘a única questão filosófica séria é o suicídio’Albert Camus: ‘a única questão filosófica séria é o suicídio’

11/04/2311/04/23 22www.nilson.pro.brwww.nilson.pro.br

Page 3: Existencialismo -I O drama da existência 17/6/20141

Conceitos característicos do Conceitos característicos do existencialismoexistencialismo

Ser Humano: Ser Humano: é entendido como uma realidade imperfeita, aberta e é entendido como uma realidade imperfeita, aberta e inacabada, que foi ‘lançada’ ao mundo e vive sob riscos e ameaças.inacabada, que foi ‘lançada’ ao mundo e vive sob riscos e ameaças.

Liberdade Humana: Liberdade Humana: não é plena, mas condicionada às não é plena, mas condicionada às circunstâncias históricas da existência. Neste sentido, querer não circunstâncias históricas da existência. Neste sentido, querer não se identifica com poder. Homens e mulheres agem no mundo se identifica com poder. Homens e mulheres agem no mundo superando ou não os obstáculos que lhes apresentam. superando ou não os obstáculos que lhes apresentam.

Vida Humana: Vida Humana: não é um caminho seguro em direção ao progresso, não é um caminho seguro em direção ao progresso, ao êxito e ao crescimento. Ao contrário, é marcada por situações de ao êxito e ao crescimento. Ao contrário, é marcada por situações de sofrimento, como doença, dor, injustiças, luta pela sobrevivência, sofrimento, como doença, dor, injustiças, luta pela sobrevivência, fracassos, velhice e morte. Assim, não podemos ignorar o fracassos, velhice e morte. Assim, não podemos ignorar o sofrimento humano, a angústia interior, a exploração social. É sofrimento humano, a angústia interior, a exploração social. É preciso considerar estes aspectos adversos da vida e encará-los. preciso considerar estes aspectos adversos da vida e encará-los.

Surgidas propriamente no século XX, as filosofias da existência Surgidas propriamente no século XX, as filosofias da existência sofreram influência do pensamento de alguns filósofos do período sofreram influência do pensamento de alguns filósofos do período anterior, considerados, por isso pré-existencialistas. Entre eles, anterior, considerados, por isso pré-existencialistas. Entre eles, destacam-se Schopenhauer, Kierkegaard, Nietzsche e Husserl.destacam-se Schopenhauer, Kierkegaard, Nietzsche e Husserl.

11/04/2311/04/23 33www.nilson.pro.brwww.nilson.pro.br

Page 4: Existencialismo -I O drama da existência 17/6/20141

Arthur Schopenhauer (1788 – Arthur Schopenhauer (1788 – 1860)1860)

O maior opositor do pensamento hegeliano, O maior opositor do pensamento hegeliano, acusando-o de charlatanismo por construir sua acusando-o de charlatanismo por construir sua filosofia segundo os interesses do Estado filosofia segundo os interesses do Estado prussiano. De fato a dialética hegeliana prussiano. De fato a dialética hegeliana legitimava todas as formas de governo e legitimava todas as formas de governo e instituições, mesmo as mais nefastas. Por isso, instituições, mesmo as mais nefastas. Por isso, Schopenhauer denominava Hegel como Schopenhauer denominava Hegel como ‘acadêmico mercenário’.‘acadêmico mercenário’.

Como filósofo, apesar de sua vasta cultura, Como filósofo, apesar de sua vasta cultura, seria reconhecido muito tardiamente, nos seria reconhecido muito tardiamente, nos últimos anos de sua vida. últimos anos de sua vida.

11/04/2311/04/23 44www.nilson.pro.brwww.nilson.pro.br

Page 5: Existencialismo -I O drama da existência 17/6/20141

Na obra Na obra O mundo como vontade e O mundo como vontade e representaçãorepresentação, sustenta que, como o , sustenta que, como o conhecimento é uma relação na qual o objeto é conhecimento é uma relação na qual o objeto é percebido pelo sujeito, o homem não conhece percebido pelo sujeito, o homem não conhece as coisas como elas são, mas como elas podem as coisas como elas são, mas como elas podem ser percebidas e interpretadas, uma retomada ser percebidas e interpretadas, uma retomada de ______? Opondo-se à possibilidade de saber de ______? Opondo-se à possibilidade de saber absoluto que Hegel preconizava. absoluto que Hegel preconizava.

Para o filósofo, ‘tudo o que o mundo inclui ou Para o filósofo, ‘tudo o que o mundo inclui ou pode incluir é inevitavelmente dependente do pode incluir é inevitavelmente dependente do sujeito, não existindo, senão, para o sujeito. O sujeito, não existindo, senão, para o sujeito. O mundo é representação’. Não há uma realidade mundo é representação’. Não há uma realidade absoluta, para existir o conhecimento do mundo, absoluta, para existir o conhecimento do mundo, é preciso existir o sujeito. é preciso existir o sujeito.

11/04/2311/04/23 55www.nilson.pro.brwww.nilson.pro.br

Page 6: Existencialismo -I O drama da existência 17/6/20141

A ‘representação do mundo’ seria para ele como A ‘representação do mundo’ seria para ele como uma ‘ilusão’, pois o objeto conhecido é uma ‘ilusão’, pois o objeto conhecido é condicionado pelo sujeito. Mas, diferente de condicionado pelo sujeito. Mas, diferente de Kant, admite ser possível alcançar a essência Kant, admite ser possível alcançar a essência das coisas, através do das coisas, através do insightinsight intuitivo, um tipo intuitivo, um tipo de iluminação. Processo no qual a arte possuiria de iluminação. Processo no qual a arte possuiria grande relevância, pois a atividade estética grande relevância, pois a atividade estética permitiria ao homem a compreensão da permitiria ao homem a compreensão da verdade. Pela arte, o sujeito se desprenderia de verdade. Pela arte, o sujeito se desprenderia de sua individualidade para fundir-se no objeto, sua individualidade para fundir-se no objeto, numa entrega pura e plena. Nesse ponto numa entrega pura e plena. Nesse ponto Schopenhauer era um romântico. Schopenhauer era um romântico.

11/04/2311/04/23 66www.nilson.pro.brwww.nilson.pro.br

Page 7: Existencialismo -I O drama da existência 17/6/20141

11/04/2311/04/23 77www.nilson.pro.brwww.nilson.pro.br

Page 8: Existencialismo -I O drama da existência 17/6/20141

O PessimistaO Pessimista Sua filosofia, por outro ângulo, se caracteriza por uma visão Sua filosofia, por outro ângulo, se caracteriza por uma visão

pessimista do homem e da vida. Para ele, o ser humano seria pessimista do homem e da vida. Para ele, o ser humano seria essencialmente essencialmente vontadevontade, o que o levaria a desejar sempre mais, , o que o levaria a desejar sempre mais, produzindo uma insatisfação constante. Essa vontade, que se produzindo uma insatisfação constante. Essa vontade, que se expressa nas ações humanas, seria parte de uma vontade que expressa nas ações humanas, seria parte de uma vontade que anima todas as coisas da natureza. E, se a essência do homem e anima todas as coisas da natureza. E, se a essência do homem e do mundo é essa vontade insaciável, Schopenhauer identifica aí a do mundo é essa vontade insaciável, Schopenhauer identifica aí a origem das lutas entre os homens, da dor e do sofrimentoorigem das lutas entre os homens, da dor e do sofrimento

A história é, para ele, a história de lutas, na qual ‘a infelicidade é a A história é, para ele, a história de lutas, na qual ‘a infelicidade é a norma’, a regra geral. Temos, portanto, a recusa da concepção norma’, a regra geral. Temos, portanto, a recusa da concepção racionalista da história, elaborada por Hegel, segundo a qual a racionalista da história, elaborada por Hegel, segundo a qual a história possui um sentido e progride em direção a uma maior história possui um sentido e progride em direção a uma maior liberdade. liberdade.

Para Schopenhauer, apenas pela arte se ascende, ou seja, o Para Schopenhauer, apenas pela arte se ascende, ou seja, o abandono de si, pode o homem se libertar da dor. abandono de si, pode o homem se libertar da dor.

11/04/2311/04/23 88www.nilson.pro.brwww.nilson.pro.br

Page 9: Existencialismo -I O drama da existência 17/6/20141

11/04/2311/04/23 99www.nilson.pro.brwww.nilson.pro.br

Page 10: Existencialismo -I O drama da existência 17/6/20141

Sören Kierkegaard (1813 – 1855)Sören Kierkegaard (1813 – 1855)

Também contestou a supremacia da razão como único instrumento Também contestou a supremacia da razão como único instrumento capaz de estabelecer a verdade, tal como Hegel propunha.capaz de estabelecer a verdade, tal como Hegel propunha.

Como pensador cristão, defendeu o conhecimento que se origina Como pensador cristão, defendeu o conhecimento que se origina da fé. Kierkegaard afirmava que a existência humana possui três da fé. Kierkegaard afirmava que a existência humana possui três dimensões:dimensões:

A dimensão estética: A dimensão estética: na qual se procura o prazer;na qual se procura o prazer; A dimensão ética: A dimensão ética: na qual se vivencia o problema da liberdade e da na qual se vivencia o problema da liberdade e da

contradição entre o prazer e o dever contradição entre o prazer e o dever A dimensão religiosa: A dimensão religiosa: marcada pela fé. marcada pela fé. De acordo com o filósofo, cabe ao homem escolher em que De acordo com o filósofo, cabe ao homem escolher em que

dimensão ele quer viver, já que se trata de dimensões que se dimensão ele quer viver, já que se trata de dimensões que se excluem entre si. Essas dimensões podem ser entendidas, também excluem entre si. Essas dimensões podem ser entendidas, também como etapas pelas quais o homem passa durante a sua existência: como etapas pelas quais o homem passa durante a sua existência: primeiro viria a estética, depois a ética e, por último, a religiosa, que primeiro viria a estética, depois a ética e, por último, a religiosa, que seria a mais elevada. seria a mais elevada.

11/04/2311/04/23 1010www.nilson.pro.brwww.nilson.pro.br

Page 11: Existencialismo -I O drama da existência 17/6/20141

Sua principal crítica em relação a Hegel é que Sua principal crítica em relação a Hegel é que sua filosofia não leva em consideração a sua filosofia não leva em consideração a subjetividade humana. subjetividade humana.

Influenciou profundamente os irracionalistas e Influenciou profundamente os irracionalistas e os existencialistas, postulando que nenhum os existencialistas, postulando que nenhum sistema de pensamento consegue dar conta da sistema de pensamento consegue dar conta da experiência ampla e única da vida individual. experiência ampla e única da vida individual.

Opondo-se a abstração hegeliana, Kierkegaard Opondo-se a abstração hegeliana, Kierkegaard procurou destacar as condições específicas da procurou destacar as condições específicas da existência humana e incorporá-las às reflexões existência humana e incorporá-las às reflexões filosóficas , por isso é chamado de ‘o pai do filosóficas , por isso é chamado de ‘o pai do existencialismo’.existencialismo’.

11/04/2311/04/23 1111www.nilson.pro.brwww.nilson.pro.br

Page 12: Existencialismo -I O drama da existência 17/6/20141

Em sua obra, procurou analisar os problemas da Em sua obra, procurou analisar os problemas da relação existencial do homem com o mundo, relação existencial do homem com o mundo, consigo mesmo e com Deus:consigo mesmo e com Deus:

A relação do homem com o mundo – outros A relação do homem com o mundo – outros seres humanos e a natureza – é dominada pela seres humanos e a natureza – é dominada pela angústiaangústia, que é entendida como o sentimento , que é entendida como o sentimento profundo que temos ao perceber a instabilidade profundo que temos ao perceber a instabilidade de viver num mundo de acontecimentos de viver num mundo de acontecimentos possíveis, sem garantia de que nossas possíveis, sem garantia de que nossas expectativas sejam realizadas.expectativas sejam realizadas.

‘ ‘Não possível, tudo é possível’Não possível, tudo é possível’ Assim, vivemos num mundo onde tanto é Assim, vivemos num mundo onde tanto é

possível a dor como o prazer, o bem como o possível a dor como o prazer, o bem como o mal, o amor como o ódio, o favorável como o mal, o amor como o ódio, o favorável como o desfavorável.desfavorável.

11/04/2311/04/23 1212www.nilson.pro.brwww.nilson.pro.br

Page 13: Existencialismo -I O drama da existência 17/6/20141

A relação do homem consigo é marcada pela A relação do homem consigo é marcada pela inquietação inquietação e pelo e pelo desesperodesespero. Isso ocorre por . Isso ocorre por duas razões fundamentais: ou porque o homem duas razões fundamentais: ou porque o homem nunca está plenamente satisfeito com as nunca está plenamente satisfeito com as possibilidades que realizou, ou porque não possibilidades que realizou, ou porque não conseguiu realizar o que pretendia, esgotando conseguiu realizar o que pretendia, esgotando os limites do possível e fracassando diante de os limites do possível e fracassando diante de suas expectativas. suas expectativas.

A relação do homem com Deus seria talvez a A relação do homem com Deus seria talvez a única via para a superação da angústia e do única via para a superação da angústia e do desespero. Contudo, é marcada pelo desespero. Contudo, é marcada pelo paradoxoparadoxo de ter de compreender pela fé o que é de ter de compreender pela fé o que é incompreensível pela razão. incompreensível pela razão.

11/04/2311/04/23 1313www.nilson.pro.brwww.nilson.pro.br

Page 14: Existencialismo -I O drama da existência 17/6/20141

11/04/2311/04/23 1414www.nilson.pro.brwww.nilson.pro.br

Page 15: Existencialismo -I O drama da existência 17/6/20141

Friedrich Wilhelm Nietzsche (1844 Friedrich Wilhelm Nietzsche (1844 – 1900)– 1900)

Nasceu na cidade de Röcken (na Prússia) atual Nasceu na cidade de Röcken (na Prússia) atual Alemanha. Filho de um culto pastor protestante Alemanha. Filho de um culto pastor protestante ascendia à uma linhagem de pastores.ascendia à uma linhagem de pastores.

Possuía um gênio brilhante, tendo estudado grego, latim Possuía um gênio brilhante, tendo estudado grego, latim e hebraico (tendo lido os evangelhos nessas línguas) foi e hebraico (tendo lido os evangelhos nessas línguas) foi professor de teologia e filosofia. Em 1869, tornou-se professor de teologia e filosofia. Em 1869, tornou-se professor titular de Filosofia na universidade da Basiléia. professor titular de Filosofia na universidade da Basiléia.

A partir da leitura de A partir da leitura de O mundo como vontade e O mundo como vontade e representaçãorepresentação, sentiu-se profundamente atraído pelas , sentiu-se profundamente atraído pelas reflexões filosóficas.reflexões filosóficas.

Nietzsche foi, sem dúvida alguma, um dos maiores Nietzsche foi, sem dúvida alguma, um dos maiores gênios da humanidade, embora muito incompreendido, gênios da humanidade, embora muito incompreendido, ele foi um homem a frente do seu tempo, do nosso ele foi um homem a frente do seu tempo, do nosso tempo e de muitos que ainda virão. tempo e de muitos que ainda virão.

11/04/2311/04/23 1515www.nilson.pro.brwww.nilson.pro.br

Page 16: Existencialismo -I O drama da existência 17/6/20141

Alguns conceitos principais de Alguns conceitos principais de NietzscheNietzsche

Apolíneo Apolíneo e e DionisíacoDionisíaco: na obra ‘O nascimento : na obra ‘O nascimento da tragédia’, o filósofo estabelece a distinção da tragédia’, o filósofo estabelece a distinção entre os dois princípios mencionados. O entre os dois princípios mencionados. O Apolíneo advém do deus grego Apolo (deus da Apolíneo advém do deus grego Apolo (deus da razão, da clareza, da ordem), por conseguinte, razão, da clareza, da ordem), por conseguinte, O Dionisíaco provém de Dionísio (deus da O Dionisíaco provém de Dionísio (deus da aventura, da música, da fantasia, da desordem).aventura, da música, da fantasia, da desordem).

Para Nietzsche, esse dois princípios ou Para Nietzsche, esse dois princípios ou dimensões complementares da realidade, foram dimensões complementares da realidade, foram separados na Grécia socrática, que, optando separados na Grécia socrática, que, optando pelo culto à razão, secou a seiva criadora da pelo culto à razão, secou a seiva criadora da filosofia, contida na dimensão dionisíaca. filosofia, contida na dimensão dionisíaca.

11/04/2311/04/23 1616www.nilson.pro.brwww.nilson.pro.br

Page 17: Existencialismo -I O drama da existência 17/6/20141

A genealogia da moralA genealogia da moral Nietzsche tece uma critica veemente aos valores morais, propondo Nietzsche tece uma critica veemente aos valores morais, propondo

uma nova abordagem: a da averiguação genealógica da moral, isto uma nova abordagem: a da averiguação genealógica da moral, isto é, o estudo da formação histórica dos valores morais.é, o estudo da formação histórica dos valores morais.

Sua conclusão foi de que não existem as noções absolutas de BEM Sua conclusão foi de que não existem as noções absolutas de BEM e MAL. Para ele, as concepções morais são elaboradas pelos e MAL. Para ele, as concepções morais são elaboradas pelos homens, a partir dos interesses humanos. Ou seja, são produtos homens, a partir dos interesses humanos. Ou seja, são produtos histórico-culturais. No entanto, as religiões, principalmente o histórico-culturais. No entanto, as religiões, principalmente o judaísmo e o cristianismo, impõem esses valores humano como se judaísmo e o cristianismo, impõem esses valores humano como se fossem produtos da ‘vontade de Deus’.fossem produtos da ‘vontade de Deus’.

Segundo sua filosofia, grande parte das pessoas acomoda-se a Segundo sua filosofia, grande parte das pessoas acomoda-se a uma ‘moral de rebanho’, baseada na submissão irrefletida aos uma ‘moral de rebanho’, baseada na submissão irrefletida aos valores dominantes da civilização cristã e burguesa. valores dominantes da civilização cristã e burguesa.

A fim de resolver tal problema propôs a ‘tresvaloração dos valores’, A fim de resolver tal problema propôs a ‘tresvaloração dos valores’, conceito que se encontra ao longo de toda sua obra.conceito que se encontra ao longo de toda sua obra.

11/04/2311/04/23 1717www.nilson.pro.brwww.nilson.pro.br

Page 18: Existencialismo -I O drama da existência 17/6/20141

Nietzsche se valia da escrita aforismática. Nietzsche se valia da escrita aforismática. Aforismo é uma máxima, isto é, uma sentença Aforismo é uma máxima, isto é, uma sentença curta que exprime um conceito, um conselho ou curta que exprime um conceito, um conselho ou um ensinamento. um ensinamento.

Basicamente, em seus aforismos, trata de Basicamente, em seus aforismos, trata de diversos temas, como religião, moral, artes, diversos temas, como religião, moral, artes, ciências, etc. seu conjunto revela, no entanto, ciências, etc. seu conjunto revela, no entanto, uma crítica profunda e impiedosa à civilização uma crítica profunda e impiedosa à civilização ocidental. Crítica à massificação, à visão de ocidental. Crítica à massificação, à visão de mundo burguesa, ao conservadorismo cristão, mundo burguesa, ao conservadorismo cristão, entre outros assuntos. Debateu também o valor entre outros assuntos. Debateu também o valor da existência humana.da existência humana.

11/04/2311/04/23 1818www.nilson.pro.brwww.nilson.pro.br

Page 19: Existencialismo -I O drama da existência 17/6/20141

NiilismoNiilismo Segundo a analise de Nietzsche, no momento em que o Segundo a analise de Nietzsche, no momento em que o

cristianismo deixou de ser a ‘única verdade’ para se cristianismo deixou de ser a ‘única verdade’ para se tornar uma das interpretações possíveis do mundo, toda tornar uma das interpretações possíveis do mundo, toda a civilização ocidental e seus a civilização ocidental e seus valores absolutosvalores absolutos foram foram postos em xeque. Nesse contexto, ocorre uma escalada postos em xeque. Nesse contexto, ocorre uma escalada do Niilismo que deve ser entendido como um sentimento do Niilismo que deve ser entendido como um sentimento opressivo e difuso, próprio às fases agudas de ocaso de opressivo e difuso, próprio às fases agudas de ocaso de uma cultura. O niilismo seria a expressão afetiva e uma cultura. O niilismo seria a expressão afetiva e intelectual da decadência. intelectual da decadência.

O niilismo moderno apontado por Nietzsche assenta-se, O niilismo moderno apontado por Nietzsche assenta-se, entre outras coisas, na afirmação da morte de Deus, que entre outras coisas, na afirmação da morte de Deus, que é interpretada como a rejeição à crença num ser é interpretada como a rejeição à crença num ser absoluto e transcendental, capaz de traçar para todos os absoluto e transcendental, capaz de traçar para todos os humanos ‘o caminho, a verdade e a vida’.humanos ‘o caminho, a verdade e a vida’.

11/04/2311/04/23 1919www.nilson.pro.brwww.nilson.pro.br

Page 20: Existencialismo -I O drama da existência 17/6/20141

Assim, por meio do niilismo, o homem moderno Assim, por meio do niilismo, o homem moderno vivencia a perda de sentido dos valores vivencia a perda de sentido dos valores superiores de nossa cultura. Por essa ótica, o superiores de nossa cultura. Por essa ótica, o niilismo seria o sentimento coletivo de que niilismo seria o sentimento coletivo de que nossos sistemas tradicionais de valoração, tanto nossos sistemas tradicionais de valoração, tanto no plano do conhecimento quanto no ético-no plano do conhecimento quanto no ético-religioso, ou sóciopolítico, ficaram sem religioso, ou sóciopolítico, ficaram sem consistência e já não podem mais atuar como consistência e já não podem mais atuar como instâncias doadoras de sentido e fundamento instâncias doadoras de sentido e fundamento para o conhecimento e a ação. para o conhecimento e a ação.

‘‘Ouse conquistar a si’ talvez seja a grande Ouse conquistar a si’ talvez seja a grande indicação nietzscheana àqueles que buscam indicação nietzscheana àqueles que buscam viver a ‘liberdade da razão’, sem conformismo, viver a ‘liberdade da razão’, sem conformismo, resignação ou submissão. resignação ou submissão.

11/04/2311/04/23 2020www.nilson.pro.brwww.nilson.pro.br

Page 21: Existencialismo -I O drama da existência 17/6/20141

11/04/2311/04/23 2121www.nilson.pro.brwww.nilson.pro.br

Page 22: Existencialismo -I O drama da existência 17/6/20141

Edmund Husserl (1859-1938)Edmund Husserl (1859-1938) Formulou o método de investigação filosófica conhecido como Formulou o método de investigação filosófica conhecido como

fenomenologia. Surgiu primeiramente na atmosfera da matemática, fenomenologia. Surgiu primeiramente na atmosfera da matemática, posteriormente desenvolveu-se na psicologia e na filosofia.posteriormente desenvolveu-se na psicologia e na filosofia.

O método fenomenológico consiste, basicamente, na observação e O método fenomenológico consiste, basicamente, na observação e descrição rigorosa do fenômeno, isto, é daquilo que se manifesta, descrição rigorosa do fenômeno, isto, é daquilo que se manifesta, aparece ou se oferece aos sentidos ou à consciência. Dessa aparece ou se oferece aos sentidos ou à consciência. Dessa maneira, busca-se analisar como se forma, para nos, o como de maneira, busca-se analisar como se forma, para nos, o como de nossa experiência, sem que o sujeito ofereça resistência ao nossa experiência, sem que o sujeito ofereça resistência ao fenômeno estudado nem se desvie dele. O sujeito deve, portanto, fenômeno estudado nem se desvie dele. O sujeito deve, portanto, orientar-se para o fenômeno. Sua consciência será sempre orientar-se para o fenômeno. Sua consciência será sempre consciência de alguma coisa. A fenomenologia se apresenta como consciência de alguma coisa. A fenomenologia se apresenta como a investigação das experiências conscientes (fenômenos), ou seja, a investigação das experiências conscientes (fenômenos), ou seja, ‘o mundo da vida’, que Husserl denomina com o termo ‘o mundo da vida’, que Husserl denomina com o termo LebensweltLebenswelt. .

11/04/2311/04/23 2222www.nilson.pro.brwww.nilson.pro.br

Page 23: Existencialismo -I O drama da existência 17/6/20141

11/04/2311/04/23 2323www.nilson.pro.brwww.nilson.pro.br

Page 24: Existencialismo -I O drama da existência 17/6/20141

Martin Heidegger (1889 – 1976) Martin Heidegger (1889 – 1976) Rompendo com a tendência dominante da filosofia moderna que, Rompendo com a tendência dominante da filosofia moderna que,

desde Descartes, estava voltada para a teoria do conhecimento, desde Descartes, estava voltada para a teoria do conhecimento, este alemão retomou a questão da ontologia, a investigação do ser. este alemão retomou a questão da ontologia, a investigação do ser. Para ele, o problema central da filosofia é o ser, a existência de Para ele, o problema central da filosofia é o ser, a existência de tudo. tudo.

‘‘a questão que me preocupa não é a existência do homem e sim a a questão que me preocupa não é a existência do homem e sim a questão do ser em seu conjunto e enquanto tal’questão do ser em seu conjunto e enquanto tal’

Para Heidegger, o Para Heidegger, o enteente é a existência, a manifestação dos modos é a existência, a manifestação dos modos de ser. de ser.

O O ser ser é essência, aquilo que fundamenta e ilumina a existência ou é essência, aquilo que fundamenta e ilumina a existência ou os modos do ser. os modos do ser.

A partir dessa diferenciação é possível estabelecer duas fases da A partir dessa diferenciação é possível estabelecer duas fases da filosofia heideggeriana. Na primeira, ela busca o conhecimento do filosofia heideggeriana. Na primeira, ela busca o conhecimento do ser através da análise do ente humano, da existência humana. Na ser através da análise do ente humano, da existência humana. Na segunda, o ente sai do primeiro plano e o próprio ser torna-se a segunda, o ente sai do primeiro plano e o próprio ser torna-se a chave para a compreensão da existência.chave para a compreensão da existência.

11/04/2311/04/23 2424www.nilson.pro.brwww.nilson.pro.br