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Revista EXIMBR

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NESTA EDIÇÃO

O COMÉRCIO EXTERIOR NO NOVO GOVERNO DILMA

21

LOGÍSTICA BRASILEIRA: ENTRAVES E SOLUÇÕES

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ENTREVISTA: PAULO FERNANDO MARCONDEZ FERRAZ, PRESIDENTE DA FCCE

AS FACILIDADES DO EXPORTA FÁCIL

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OS 103 ANOS DA CÂMARA PORTUGUESA

ARTIGO: JOSÉ BOTAFOGO GONÇALVES

VEÍCULO A HIDROGÊNIO

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AVC: 100 MIL MORTES POR ANO NO BRASIL

GUIA BONI E AMARAL - O RIO É UMA FESTA

CÂMARAS AFILIADAS

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EDITORIAL

LEVAREMOS INFORMAÇÕES DOBRASIL AO MUNDO

Você está lendo a primeira edição da revista EXIMBR.

Trata-se de um antigo sonho da Federação das Câmaras de Comércio Exterior (FCCE). Nosso maior objetivo é levar informação brasileira ao mundo, aos países que, eventualmente, tenham interesse em vir ao Brasil para importar ou exportar. Assim, poderemos ajudá-los no desenvolvimento dos seus negócios.

Com uma proposta inovadora, inicialmente nossa revista será inteiramente digital, sem edição impressa, pensando na sustentabilidade e também no alcance global. Ela poderá ser lida em tablets de diversos sistemas e também em nosso portal e nas redes sociais. Apresentaremos sempre uma versão em português e outra em inglês, com recursos de interatividade.

Neste início de 2015, tivemos a posse da presidente reeleita Dilma Rousseff. Com ela, e sua nova equipe econômica, chegam os desafios para reaquecer a economia brasileira – e eles são detalhados na nossa mate´ria de capa. Além disso, temos muitas outras atrações na revista.

Boa leitura! ■

PAULO FERNANDO MARCONDES FERRAZPRESIDENTE DA FCCE

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EXPEDIENTE

EditorThell de Castro

Mtb 41364/[email protected]

RedaçãoDaniel Smith

Jonas GonçalvesJônatas Mesquita

ProduçãoIgor Quirino

RevisãoBianca Montagnana

DiagramaçãoRoberta Furukawa Bartholomeu

Coordenação Editorial

NewsPrimesão paulo - rio de janeiro

[email protected]

Os artigos assinados não representam, necessariamente, o pensamento da revista e são de inteira responsabilidade de seus

autores

EXIMBRPUBLICAÇÃO DA FEDERAÇÃO DAS CÂMARAS DE COMÉRCIO EXTERIOR (FCCE)

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DIRETORIA 2014-2017

PresidentePaulo Fernando Marcondes Ferraz

1º Vice-PresidenteMarco Polo Moreira Leite

Vice-PresidentesCláudio do Carmo ChavesLuiz Carlos Correamauro laviolaSohaku Raimundo Cesar BastosRicardo Vieira Ferreira Martins

DiretoresAlexander ZhebitAugusto Tasso Fragoso PiresCarlos Jund Cesar MoreiraCharles TangClaudine BicharaEliana Ovalle Georges Ramez HageGil Vicente Gama Gilberto Ferreira RamosGlorisabel g. Thompson FloresGustavo BrigagâoJayme BlayJonathan SpeierJovelino Gomes PiresLuiz Oswaldo AranhaMarco Aurélio Kühner de OliveiraMauro de Lima CâmaraNelson Mufarrej FilhoPietro PetragliaRicardo CoelhoRicardo SirotskyRoberto Katan AritaRoberto Prisco Paraíso Ramos

Conselho Fiscal

TitularesBruno Silva da MottaDarke Resende Bhering de Mattos Marcelo Ignácio de Pinheiro Macêdo

SuplentesLuiz Octavio B. BurnierMônica Oliveira Bendia

Vice-Presidente “Europa”Paolo Franco Vittorio Arrigoni

Vice-Presidente “Leste Europeu”Ruy Antonio Reis Alves

Vice-Presidente “oriente médio”Nagi Naoufal

Vice-Presidente “Região Sul”Arno Gleisner

Vice-Presidente “Região Nordeste”Roberto de Arruda Nóbrega

Vice-Presidente “Região Norte”Cleymisse Coelho da Silva Morais

Vice-Presidente “SÃO PAULO”Rubens Medrano

Diretor Rio Grande do SulMauro Stomorvski

Diretor Paraná Rui Lemes

Diretor Rio Grande do Norte Joham Alves Xavier

Diretor Ceará e Piauí Rômulo Alexandre Soares

Conselho Superior

Membros Vitalícios

PresidenteJosé Botafogo Gonçalves

Vice-PresidentePaulo Pires do Rio

Antonio Delfim NettoBenedicto Fonseca MoreiraBernardo CabralCarlos Geraldo LangoniCarlos TavaresErnane GalvêasJoaquim Ferreira MângiaJosé Carlos Fragoso PiresLaerte Setúbal FilhoLAURO MOREIRAMarcus Vinicius P. de MoraesMilton CabralPaulo D’Arrigo VellinhoPaulo Tarso Flexa de LimaPhilippe T. de Saxe Coburgo e Bragança

Entre em contato com a fcce

secretário executivoeduardo treinta

Avenida General Justo, 3076º andar - Cep: 20021-130 Rio de Janeiro - RJFone: (21) 3804 9289Fax: (21) 2524 1624Email: [email protected]: www.fcce.org.br

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PAULO FERNANDO MARCONDES FERRAZ, PRESIDENTE DA FCCE

Paulo Fernando Marcondes Ferraz possui vasta experiência em comércio exterior, tendo presidido e sido sócio de grandes empresas do setor e atuado como consultor e representante de companhias internacionais no Brasil. Também foi diretor-executivo da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), presidente da Câmara de Comércio, Indústria e Turismo Brasil-Grécia, entre outras atribuições. Em mais de três décadas, ele participou e chefiou missões empresariais para os mais diversos países, muitas das quais resultaram em negócios de ponta tanto para o Brasil como para o país visitado.

Desde 2011, Ferraz é presidente da Federação das Câmaras de Comércio Exterior (FCCE), que em 2015 completa 65 anos de existência, sendo a mais antiga associação de classe do Brasil exclusivamente dedicada ao comércio exterior.

ENTREVISTA

Paulo Fernando Marcondes Ferraz

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Como é o trabalho da FCCE?

A Federação é, basicamente, das câmaras bilaterais. No Rio de Janeiro temos, aproximadamente, 50 câmaras, e pelo resto do Brasil, aproximadamente, mais 20 câmaras. Temos feito um trabalho de apoio e incentivo a essas elas. Inclusive, para alguns países que não têm departamento comercial nas suas embaixadas, incentivamos a criação das câmaras bilaterais para ajudar no comércio com o Brasil. Temos hoje uma relação bastante próxima com as autoridades chinesas e procuramos, de alguma forma, apoiar as câmaras existentes na ajuda das informações, sempre com o objetivo de melhorar a balança comercial desses países com o Brasil.

A FCCE recebe apoio governamental?

Temos recebido um apoio muito grande, principalmente do Ministério das Relações Exteriores, que nos auxilia de diversas formas. Por exemplo: quando temos necessidade de algum país onde temos um embaixador, o Itamaraty intermedia o contato direto com o governo brasileiro através das embaixadas no exterior.

Fale um pouco sobre o crescimento do trabalho da FCCE em outras regiões do Brasil.

A ideia de levar a Federação para

todas as regiões do Brasil é que temos feito acordos com as federações de comércio de diferentes Estados. Já firmamos um grande número de acordos, por exemplo, em São Paulo, que é praticamente um país. Então temos um vice-presidente em São Paulo que é diretor da Fecomércio. Com isso, estamos desenvolvendo um trabalho grande junto com eles. Se há um problema no Sul ou no Norte, temos um representante para apoiá-los e ajudá-los. Em Manaus, atualmente, temos uma sala com secretária disponível para qualquer associado nosso ou qualquer uma das câmaras bilaterais que tenham interesse em algum negócio. Cedemos apoio e estamos lá com o vice-presidente apoiando qualquer necessidade que exista das câmaras associadas.

Quais são os principais países que mantêm relações de comércio com o Brasil?

O Brasil mantém relações de comércio com o mundo inteiro, mas hoje temos como grande parceiro a China, que já até ultrapassou em números os Estados Unidos, que continuam sendo grandes parceiros. Mas a China tem feito um trabalho extremamente bem organizado e bem feito. No Brasil, temos 80 câmaras bilaterais, então estamos sempre apoiando todos os pedidos que vêm de informação, de melhoria, de possibilidade de negócios com os outros países. Nosso objetivo é ajudar o comércio

exterior brasileiro, ajudar a balança comercial através das câmaras bilaterais, que representam o comércio e os interesses dos países no Brasil.

Quais são as perspectivas para o comércio exterior brasileiro em 2015?

Este ano será de importantes reajustes na economia. Fatores como as eleições presidenciais, risco de recessão econômica e atual cenário inflacionário, bem como a retração dos negócios na indústria e o saldo comercial do primeiro semestre de 2014 trazem um desafio ainda maior para comércio exterior brasileiro. A

“No Brasil temos

80 câmaras

bilaterais, então

estamos sempre

apoiando todos os

pedidos que vêm

de informação,

de melhoria, de

possibilidade de

negócios com os

outros países”

ENTREVISTA

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projeção de crescimento desse setor da economia em 2015 é de 4%. Se compararmos a nossa participação no comércio mundial em 2011, que era de apenas 1,41%, poderá ser ainda menor, com previsão de queda para 1,15%.

Quais são os principais entraves para o comércio internacional brasileiro?

Precisamos transpor importantes questões relacionadas ao comércio internacional. O primeiro passo é romper com o chamado “Custo Brasil” e seus problemas estruturais, burocráticos e econômicos, que comprometem a competitividade, dificultando o comércio exterior. É preciso que haja mais investimentos em preparo de mão de obra e, principalmente, inovação tecnológica. Essas resoluções só são alcançadas por meio de acordos mais amplos com outros países e de parcerias entre governos e empresários. Contudo, não são poucas as dificuldades para transpor estas barreiras. Em um cenário internacional menos favorável, urge a necessidade de iniciativas como as da FCCE, de realizar parceiras e seminários de olho em novos mercados. Em 2014, realizamos mais de 15 rodadas de negócios com 10 países diferentes, incentivando a ampliação do comércio bilateral. Para 2015, estamos em negociação para rodadas de negócios tanto no Brasil quanto no exterior.

Quando comparamos 2014 com 2013, as exportações e as importações brasileiras sofreram queda. A que se atribui essa redução?

A acirrada concorrência externa e a falta de competitividade da economia brasileira se destacam como fatores relevantes para

a redução das exportações de produtos industrializados. Em relação às exportações de produtos primários, a principal causa de redução foi a queda de preços das commodities exportadas pelo Brasil, aliada à desaceleração da economia chinesa. Quando a China desacelera, o mundo vai junto. Não é culpa apenas do Brasil. Além disso, o baixo crescimento da União Europeia afetou diretamente países exportadores da América Latina, como o Brasil. Nesse aspecto, vale ressaltar que 19% das exportações brasileiras vão para a UE.

E a alta do dólar, prejudica o cenário?

A alta do dólar acarreta aumento do custo de produção e, em longo prazo, além de estimular a competitividade, se mostra positiva às exportações, estimulando, principalmente, a produção de matéria-prima nacional. É paradoxal, mas, no fim, para o exportador, o dólar assim ajuda no recebimento de divisas. A desvalorização do real influencia a receita de venda dos exportadores, que, observando a tendência apontada em relação ao comportamento da moeda americana, já amplia as estratégias de exportação para 2015. Contudo, em movimento contrário, a disparada do dólar faz com que o consumidor deixe de comprar produtos importados, trazendo preocupação aos donos de importadoras, com

“É preciso

que haja mais

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em preparo de

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ENTREVISTA

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previsão de diminuição nas vendas. Lógico que é preciso incentivar a competitividade para que não seja preciso um dólar nas alturas para o comércio exterior se beneficiar, pois acaba causando problemas para os setores ligados a investimentos.

Qual a prioridade para o crescimento do comércio exterior?

Em um cenário de ampliação da

abertura comercial, é claramente preciso melhorar os serviços de infraestrutura, o que vai diretamente resultar em um efeito positivo sobre os ganhos de comércio. Além disso, o Brasil precisa considerar uma inequívoca inovação tecnológica, visando diversificar sua pauta de exportação e proporcionando a venda de produtos de alto valor agregado.

Além do agronegócio e

minérios, quais produtos têm maior potencial para serem exportados?

A China é um país de dimensões continentais. Não há dúvidas de que continuaremos sendo fazendas para os chineses. Manteremos a exportação de soja a carne por muitas décadas, mas precisamos abrir caminho para que vestuários, produtos químicos, tecnologia ligada a etanol, fármacos, tecnologia

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aeronáutica e determinados segmentos de máquinas e equipamentos brasileiros ganhem espaço no mercado chinês.

Quais as novas oportunidades para fortalecer o comércio entre Brasil e China?

A parceria entre os dois países poderá trazer grandes investimentos para o Brasil. A China está disposta a investir para além dos setores de minério, soja e petróleo, expandindo para setores industriais, automóveis e alta

tecnologia. Só em 2012, o acordo entre os dois países alcançou cerca de US$ 75 bilhões. Com os acordos, a expectativa é de mais investimentos chineses que possibilitem avanços na infraestrutura brasileira. Em relação às exportações, com a suspensão do embargo a produtos brasileiros, podemos aumentar principalmente o comércio de carne, avançando para US$ 1,2 bilhão em 2015.

Para finalizar, qual o principal objetivo do lançamento da revista EXIMBR?

A EXIMBR será divulgada nas embaixadas e consulados no Brasil e no exterior, levando informações sobre o comércio exterior brasileiro. A maior razão é levar informação brasileira ao mundo, aos países que, eventualmente, tenham interesse em vir para nosso país para importar ou exportar, para que possamos ajudá-los no desenvolvimento dos seus negócios. ■

ENTREVISTA

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RADAR FCCE

FCCE APRESENTA VICE-PRESIDENTE PARA O ORIENTE MÉDIO

A Federação das Câmaras de Comércio Exterior (FCCE), prosseguindo em sua estratégia de expandir sua representação internacional, apresentou em dezembro o executivo Nagi Naoufal (foto) como seu vice-presidente para o Oriente Médio. Libanês com cidadania canadense, Naoufal atuou como vice-presidente de operações da rede de hotéis Sofitel na América

Latina e, recentemente, assumiu o cargo de presidente da Câmara de Comércio Brasil Líbano do Rio de Janeiro.

COQUETEL COMEMORATIVO DO DIA NACIONAL DA FINLÂNDIA

No dia 01 de dezembro foi realizado na sede da CNC (Confederação Nacional do Comércio) um coquetel comemorativo referente ao Dia Nacional da Finlândia. O evento contou com a presença do Embaixador da Finlândia, Markuu Virri, diversos membros de consulados e da comunidade finlandesa no Rio de Janeiro. Houve apresentação de dança de um grupo finlandês de Penedo (RJ). O presidente da FCCE, Paulo Fernando Marcondes Ferraz, também participou do evento.

EMPRESÁRIOS ADOTARÃO OTIMISMO COM CAUTELA EM 2015, APONTA FECOMERCIOSP

Empresários da capital paulista parecem acreditar que este novo ano será o início da retomada para investir e se preparar para crescer. No entanto, 66% dos entrevistados manifestaram que pretendem adotar uma postura de cautela gerencial. Essa percepção consta em pesquisa realizada pela FecomercioSP com cem empresários da capital paulista, entre os dias 1 e 3 de dezembro, para verificar suas expectativas para 2015. Para 48% dos empresários, os investimentos vão crescer (em média 16%) em 2015 e apenas 21% acreditam que vão cair (queda média estimada de 14%). A maioria dos empresários deve contar com aumento de produtividade para crescer, já que 61% dos entrevistados pretendem manter o atual quadro de funcionários.

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ALMOÇO DE CONFRATERNIZAÇÃO COM CÂMARAS DE COMÉRCIO FILIADAS

A FCCE realizou no dia 16 de dezembro um almoço de confraternização entre a diretoria e as câmaras de comércio filiadas. Houve a presença dos embaixadores José Botafogo Gonçalves e Paulo Pires do Rio, além do cônsul honorário do Sri Lanka, Sohaku Bastos, do cônsul honorário de Moçambique, Augusto Tasso Fragoso Pires, do cônsul comercial dos EUA no Rio de Janeiro, Mark Russel, do deputado Lelo Coimbra e do subsecretário de relações internacionais do governo do Rio de Janeiro, Pedro Spadale. O encontro contou com um discurso de agradecimento do presidente da FCCE, Paulo Fernando Marcondes Ferraz, que explicitou ainda os êxitos da Entidade em 2014 e as projeções para 2015. Confira as fotos do evento abaixo e na próxima página.

SECEX APRESENTOU NOVIDADES DO PORTAL ÚNICO DO COMÉRCIO EXTERIOR

Em reunião no escritório da Confederação Nacional da Indústria (CNI), em São Paulo, diretores da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, apresentaram as novidades do Portal Único de Comércio Exterior. As principais entregas foram o projeto de anexação de documentos digitalizados e o Sistema de Drawback Isenção Web. Com o novo sistema, serão automatizados os procedimentos, desde a comprovação das operações já realizadas, envolvendo as aquisições de insumos, importados ou adquiridos no mercado nacional, as exportações ou vendas equivalentes das mercadorias produzidas, até o controle da reposição dos estoques com a isenção de tributos.

José Botafogo Gonçalves (presidente do Conselho Superior da FCCE), PauloFernando Marcondes Ferraz (presidente da FCCE) e José Papa Jr.(ex-presidente da Fecomércio SP)

Discurso de Jovelino Pires (diretor da FCCE e da Ass. Brasileira de Comércio Exterior)

RADAR FCCE

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FCCE E ESTÁCIO PROMOVEM DOIS CURSOS SOBRE COMÉRCIO EXTERIOR

A FCCE e a Universidade Estácio de Sá firmaram acordo de cooperação técnica na área de ensino com foco em cursos e eventos do tema comércio exterior. Já são oferecidos os cursos Doing Business In Brazil (presencial) e Opportunity Brazil (EAD), informa o diretor da FCCE para as áreas de Inovação, Capacitação e Educação, Ricardo Sirotsky. Mais informações você confere em reportagem especial na próxima edição da EXIMBR.

Gilberto Ramos (presidente da Câmara de Comércio Brasil Rússia e diretor da FCCE), Patrick Kitelo (presidente da Câmara de Comércio Brasil República Democrática do Congo), Mauro de Lima Câmara (diretor da FCCE), João Pedro de Sabóia (presidente da Câmara de Comércio Brasil San Marino) e Alexander Zhebit (presidente da Câmara de Comércio Brasil Belarus e diretor da FCCE)

Discurso de Paulo Fernando Marcondes Ferraz (presidente da FCCE)

Paulo Fernando Marcondes Ferraz (presidente da FCCE) e Pietro Petraglia (presidente da Câmara Ítalo Brasileira do Rio de Janeiro e diretor da FCCE)

Paulo Pires do Rio (vice-presidente Cons. Sup. FCCE), Luiz Oswaldo Aranha (presidente Câmara de Comércio Brasil Honduras e diretor FCCE) e Mauro Laviola (vice-presidente Assoc. Bras. de Com. Exterior)

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Ricardo Sirotsky, diretor da FCCE

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FRASES

“A linha mestra de atuação do Itamaraty será colaborar intensamente para abrir, ampliar ou consolidar o acesso mais desimpedido possível do Brasil a todos os mercados do mundo, promovendo e defendendo o setor produtivo brasileiro e coadjuvando suas iniciativas e ajudando no que for possível a captar investimentos”Mauro Vieira, novo chanceler brasileiro, no evento de transmissão do cargo no Itamaraty

“Acho que é justamente buscar esse reequilíbrio macroeconômico, garantir a retomada da economia e criar condições para que se possa promover um avanço na agenda de reformas do país. E situo a reforma política também como um ponto importante. Acho que o grande vetor do crescimento do país serão as exportações”Armando Monteiro Neto, novo ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, na posse de Dilma Rousseff

“Durante todo o ano, a AmCham Rio buscou consolidar setores vistos como estratégicos para o empresariado brasileiro e do Rio de Janeiro. Aprofundamos o compromisso público de desenvolver iniciativas que proporcionem saltos de competitividade, uma agenda sustentada em seis bandeiras estratégicas: energia, entretenimento, logística e infraestrutura, seguros e resseguros, sustentabilidade e turismo”.Roberto Ramos, presidente da AmCham Rio, em balanço de 2014 na revista Brazilian Business

“A América Latina tem um desafio pendente de aumentar seu comércio inter-regional. Há espaço de colaboração e uma conexão logística para desenvolver esse comércio internacional que permite a todos sair fortalecidos. O Mercosul tem um espaço de colaboração, que pode ser fortalecido conjuntamente para gerar maior integração econômica para os nossos países. É uma matéria positiva, de futuro construtivo, e os países estão trabalhando nisso”.Luis Felipe Céspedes, ministro da Economia do Chile, na revista Istoé Dinheiro de 24/12/14

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LOGÍSTICA BRASILEIRA:ENTRAVES E SOLUÇÕESEXIMBR destaca quais são os principais entraves do setor de transportes e quais seriam as possíveis soluções, a curto prazo, para mudar este panorama.Por THELL DE CASTRO

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ESPECIAL

Falta de investimentos em rodovias, ferrovias e portos; custo-Brasil; burocracia; infraestrutura ineficaz. Quando montamos uma lista dos problemas de logística que dificultam a obtenção de melhores resultados no comércio exterior, existem vários itens que brigam entre si para pleitear prioridade. Quais são os principais entraves do setor de transportes? E quais seriam as possíveis soluções, principalmente a curto prazo, para mudar este panorama?

Para se ter uma ideia, pesquisa recente da Confederação Nacional dos Transportes (CNT) mostrou que, na década de 1970, o governo federal destinava 1,7% do PIB nacional para a área de transportes e logística. Em 2013, esta área recebeu apenas 0,3%.

Já um ranking elaborado pelo Fórum Econômico Mundial sobre a qualidade da infraestrutura de transportes, com 144 países, posicionou as ferrovias brasileiras na posição 95, o transporte aéreo em 113, as rodovias no 122, além dos portos, que também estão em 122.

Esta falta de investimentos é constatada pelo presidente da Federação das Câmaras de Comércio Exterior (FCCE), Paulo Fernando Marcondes Ferraz. Para ele, o Brasil investe menos do que deveria em logística. “O baixo investimento nesse setor se torna latente ao compararmos, por exemplo, o

Brasil aos Estados Unidos. Os norte-americanos aplicam 7,7% do seu PIB em transportes. Esta discrepância nos coloca em situação desfavorável em relação à competitividade frente aos demais países. Em 2013, apenas 34% do total previsto para o setor de transportes foi efetivamente aplicado”, ressalta.

“A falta de investimentos robustos e o atraso nos cronogramas de políticas públicas para a melhoria da infraestrutura de transportes no país são grandes entraves ao progresso, uma vez que impactam diretamente na cadeia produtiva, no frete e nos prazos de entrega de mercadorias”, destaca Edésio de Campos Horbylon Neto, diretor-superintendente da 3T Systems, do Grupo José Alves.

A já citada pesquisa da CNT também apurou o montante mínimo para a adequação da infraestrutura

de transportes no País – seriam necessários quase R$ 1 trilhão em investimentos, a fim de eliminar os gargalos enfrentados pelo setor. São, ao todo, 2.045 intervenções elencadas pela Entidade. As iniciativas compreendem, por exemplo, modernização e ampliação de rodovias, aeroportos, portos, hidrovias, ferrovias e terminais de cargas e passageiros. Os dados estão na quinta edição do Plano CNT de Transporte e Logística, lançado em agosto do ano passado.

“Isso exigirá da presidente Dilma e da sua equipe um grande esforço de gestão e de mobilização de recursos públicos, além da consolidação das parcerias público-privadas, que ainda não saíram do papel e precisam de uma atenção especial para viabilização de obras de maneira mais ágil”, enfatiza Neto.Ferraz também é a favor das parcerias público-privadas. “As

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parcerias com o setor privado favorecem o investimento em infraestrutura de transportes, na medida em que o poder público não possui total capacidade de oferecer todo o investimento que hoje se torna necessário para mudar a realidade logística brasileira”, afirma. “Essa relação tem reflexo positivo no desenvolvimento do comércio exterior, pois o governo não dispõe de todos os recursos necessários para mudar a realidade logística brasileira. As parcerias fornecem mais possibilidade de investimentos, em menor prazo. Desta forma, ao melhorar as condições de transporte, diminui-se o tempo e os gastos com translado dos produtos, tornando o País mais atrativo neste setor”, completa.

Cemitério logístico

Em reportagem no DCI (Diário Comércio Indústria & Serviços), a jornalista Verónica Goyzueta contou que a “dificuldade para escoar a produção de grãos de Mato Grosso por Santos, por exemplo, faz com que o custo de exportação do Brasil para a China seja quatro vezes maior do que dos Estados Unidos, reduzindo muito a competitividade dos brasileiros em relação aos seus concorrentes norte-americanos”.

Na mesma matéria, o pesquisador José Vicente Caixeta Filho, diretor da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiróz (ESALQ), da Universidade de São Paulo (USP),

ESPECIAL

citou que um dos principais problemas brasileiros é o predomínio do modal rodoviário. “São 200 mil quilômetros de rodovias ante a 30 mil em ferrovias, enquanto outros países continentais, como China, Estados Unidos, Canadá e Rússia, estão conectados por trens”, diz.

Comprovando o que disse o especialista, reportagem de André Borges, publicada no jornal O Estado de S. Paulo, mostrou que um “cemitério logístico” trava os investimentos em ferrovias. “O governo anunciou recentemente planos de construir 11 mil quilômetros de ferrovias e erguer mais de 800 aeroportos regionais, mas há anos não consegue executar uma tarefa básica: limpar os trilhos e os aeroportos que já existem”, conclui.

“Nas contas da Associação Nacional dos Transportadores Ferroviários (ANTF), que representa as concessionárias, um total de 5.400 vagões e locomotivas não foi arrendado no processo de privatização e, portanto, trata-se de material que precisa ser removido. Outras 7.400 unidades entraram nos pacotes de concessão, mas já estão em fase de devolução, por conta do fim de vida útil”, também destacou a matéria.

Nos portos, houve quebra de recordes em 2014. As estimativas da Codesp (Companhia Docas do Estado de São Paulo) indicam que a movimentação de cargas conteinerizadas pelo Porto de Santos (SP) cresceu 8%, confirmando recorde nesta modalidade – o movimento geral de cargas, no

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entanto, caiu. Já no Corredor de Exportação do Porto de Paranaguá (PR), também foi registrado um novo recorde no último mês do ano. Foi o melhor dezembro da história do complexo. Em 30 dias, foram exportadas mais de 982,7 mil toneladas de grãos. O volume é 31% maior que o recorde anterior, de 749 mil toneladas, em dezembro de 2012, e 47,5% maior que o volume registrado em 2013, 665,8 mil toneladas.

Contudo, a situação dos portos brasileiros está longe de ser a ideal. “Os portos enfrentam o problema de falta de infraestrutura e de barreiras alfandegárias. Em 2013, foi realizada uma alteração na legislação portuária, com o objetivo de modernizar os terminais, ampliando os investimentos privados e facilitando a construção dos portos. Contudo, deve-se ter consciência de que é necessário planejar logísticas eficientes, que reduzam os custos de transporte e que atendam às demandas do comércio”, destaca Ferraz.

O presidente da FCCE cita que a burocracia é um fato que trava o comércio exterior. “Se compararmos o Brasil aos Estados Unidos, o outro extremo da ponta, em relação ao tempo de liberação de mercadorias, por exemplo, os norte-americanos levam até 24 horas, enquanto, aqui, leva-se, em média, sete dias. A redução da burocracia diminuiria o tempo de trânsito das mercadorias

e cairia o preço do produto final”, explica.

O mesmo, de acordo com o dirigente, acontece nos aeroportos. “No Brasil, aproximadamente 1% das mercadorias segue por aviões. Infelizmente, a burocracia faz com que a liberação demore mais de uma semana para ocorrer. Em aeroportos dos Estados Unidos, por exemplo, essa espera cai para apenas seis horas”, ressalta.

E qual seria a solução? De acordo com Ferraz, “seria aumentar o horário de funcionamento das autoridades que liberam esses produtos, já que, atualmente, alguns departamentos trabalham apenas seis horas por dia. Se essas adequações fossem feitas, o preço do produto final cairia, bem como as horas gastas e as eventuais perdas. Consequentemente, o comércio exterior seria beneficiado”, afirma.

Desenvolvimento do transporte multimodal

“É preciso que o novo governo deixe de lado as manobras contáveis e faça um programa que inclua, entre suas prioridades, a ampliação do número de empresas exportadoras, porque só assim o País poderá diversificar sua pauta. Entre esses gargalos que compõem o chamado custo-Brasil, estão alguns que são sobejamente conhecidos, como a tributação excessiva, a deficiência de infraestrutura portuária e de transporte, a complexidade da legislação, a burocracia e a dificuldade de acesso a recursos financeiros que limitam a atuação das empresas exportadoras e daquelas que pretendem entrar ou voltar a atuar na área”, exemplifica Milton Lourenço, presidente da Fiorde Logística Internacional e diretor do Sindicato dos Comissários de Despachos, Agentes de Cargas

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e Logística do Estado de São Paulo e da Associação Nacional dos Comissários de Despachos, Agentes de Cargas e Logística.

Paulo Fernando Marcondes Ferraz conclui dizendo que a integração entre os modos rodoviário, ferroviário e hidroviário acarretaria no menor custo de transporte e na redução do tempo de trânsito dos produtos, proporcionando melhores serviços, sem muitos prejuízos. “Entretanto, o desenvolvimento do transporte multimodal ainda enfrenta problemas no País, principalmente em relação à legislação e à tributação. Quanto

maior for o investimento em infraestrutura, menores serão os custos de transporte e mais fácil será propor a integração entre os diferentes meios de locomoção”, define.

Dilma promete que logística será prioridade no PAC 3

Em seu discurso de posse, no primeiro dia de 2015, a presidente reeleita Dilma Rousseff afirmou que irá lançar a terceira edição do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) tendo como prioridade o setor de logística, principalmente no que diz

ESPECIAL

respeito ao transporte, energia e infraestrutura urbana.

A presidente também afirmou que o governo federal lançará o PIL 2 (Programa de Investimento em Logística). “Assim, a partir de 2015 iniciaremos a implantação de uma nova carteira de investimentos em logística, energia, infraestrutura social e urbana, combinando investimentos públicos e parcerias privadas”, destacou. Até o fechamento desta edição, no entanto, Dilma ainda não detalhou as iniciativas e nem esclareceu os valores que serão disponibilizados para os projetos.

Em cerimônia realizada no dia 5 de janeiro, em Brasília (DF), o novo ministro dos Transportes, Antonio Carlos Rodrigues, garantiu que dará continuidade às obras prioritárias e às concessões de estradas. “Os investimentos em ferrovias e rodovias, que pretendo manter e ampliar, deram grande melhoria à logística de transporte de cargas do país e ofereceram melhores condições para distribuição da produção nacional. Além de derrubar os custos aos mercados, tem diversificado e integrado a malha de transporte brasileira”, enfatizou.

Estas são as promessas. Espera-se, a partir de agora, que os integrantes do novo governo federal coloquem a mão na massa, pois há muito o que ser feito. ■Obras no Rio de Janeiro (RJ)

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PERFIL: NA CERIMÔNIA DE POSSE, ANTONIO CARLOS RODRIGUES DESTACOU QUE SEMPRE ACOMPANHOU AS QUESTÕES DE TRANSPORTESAntonio Carlos Rodrigues é advogado e empresário. Nascido na capital paulista, é casado e tem três filhos e quatro netos.

Começou sua vida pública em 1978, aos 28 anos, como assistente de diretoria na Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp). Nos anos seguintes, exerceu os cargos de Procurador, Secretário Parlamentar, Assessor Parlamentar e Chefe de Gabinete da Presidência na Assembleia Legislativa de São Paulo.

Foi eleito vereador no ano de 2000, sendo reeleito por três vezes consecutivas, em 2004, 2008 e 2012. Fato inédito na história da Câmara Municipal de São Paulo, foi o único vereador a ocupar por quatro vezes consecutivas a Presidência da Casa. Nesse período, chegou a ocupar por quatro vezes o cargo de prefeito da capital paulista. Suplente da senadora Marta Suplicy, assumiu o mandato no Senado de outubro de 2012 a novembro de 2014. Atualmente, é secretário-geral da Direção Nacional do Partido da República (PR).

Em seu primeiro discurso como ministro, Antonio Carlos Rodrigues destacou que, em sua vida profissional e política sempre acompanhou as questões de transportes. “Recentemente, nos dois anos como

senador pelo estado de São Paulo, tive a possibilidade de acompanhar de perto questões relacionadas ao Ministério dos Transportes. Sei o quanto esta área é importante e espero poder ampliar esse trabalho que tem conseguido alçar o Brasil a um novo patamar logístico”, afirmou.

Na década de 1990, integrou o Conselho

Administrativo da Companhia do Metropolitano de São Paulo (Metrô), foi Secretário Adjunto da Secretaria de Esportes e Turismo do Estado de São Paulo, diretor-presidente da Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos de São Paulo (EMTU) e Secretário de Serviços Públicos da Prefeitura de Guarulhos, de onde se afastou para se candidatar a vereador em São Paulo. ■

Antonio Carlos Rodrigues, ministro dos Transportes

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O COMÉRCIO EXTERIORNO NOVO GOVERNOConciliação pela competitividade: governo promete incentivos ao comércio exterior e setor produtivo reivindica profundas mudanças para recuperar confiança no País.Por JONAS GONÇALVES

Presidente Dilma Rousseff

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O início do segundo mandato da presidente Dilma Rousseff deverá ser marcado por ajustes estruturais, tanto por parte do Governo Federal quanto dos setores produtivos, diretamente interessados em medidas que busquem resgatar a competitividade da economia brasileira, como a tão reivindicada reforma tributária.

De acordo com o presidente da Federação das Câmaras de Comércio Exterior (FCCE), Paulo Marcondes Ferraz, o cenário tende a ser permeado por desafios crescentes.

“Fatores como as eleições presidenciais, risco de recessão econômica e atual cenário inflacionário, bem como a retração

dos negócios na indústria e o saldo comercial do primeiro semestre de 2014 trazem um desafio ainda maior para o comércio exterior brasileiro.

A projeção de crescimento desse setor da economia em 2015 é de 4%. Se compararmos a participação brasileira no comércio mundial em 2011, que era de apenas 1,41%, em 2015, poderá ser ainda menor, com previsão de queda para 1,15%”, aponta.

A análise de Ferraz ainda considera a redução das exportações e importações brasileiras em 2014 no comparativo com 2013. No ano passado, as exportações totalizaram US$ 225,101 bilhões, com retração de 7% em relação a 2013, enquanto as importações somaram US$

229,031 bilhões, com queda anual de 4,4%. “A acirrada concorrência externa e a falta de competitividade da economia brasileira se destacam como fatores relevantes para a redução das exportações de produtos industrializados”, salienta.

Em relação às exportações de produtos primários, o presidente da FCCE afirma que a principal causa de redução foi a queda de preços das commodities exportadas pelo Brasil, aliada à desaceleração da economia chinesa. “Quando a China desacelera, o mundo desacelera. Não é culpa apenas do Brasil. Além disso, o baixo crescimento da União Europeia afetou diretamente países exportadores da América Latina, como o Brasil”, diz. Ele ressalta que 19% das exportações brasileiras vão para a União Europeia.

Os desafios do atual panorama do comércio exterior podem ser constatados a partir dos números mais recentes da balança comercial brasileira, relativos a 2014, anunciados em janeiro pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC).

Pela primeira vez desde 2000, houve déficit (US$ 3,93 bilhões), o maior desde 1998 (US$ 6,623 bilhões). Já em 2013, apesar do superávit de US$ 2,6 bilhões, houve uma queda de 86,8% em relação a 2012, quando o saldo foi positivo em US$ 19,4 bilhões.

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MATÉRIA DE CAPA

Em entrevista à Agência Brasil, o secretário de Comércio Exterior do MDIC, Daniel Marteleto Godinho, revelou que a pasta irá anunciar medidas para buscar um resultado positivo neste ano via aumento das exportações. “Trabalhamos com a expectativa de um saldo comercial positivo em 2015. No entanto, julgamos que ainda é cedo para algum exercício numérico”, disse.

No cenário internacional, a expectativa de crescimento dos Estados Unidos poderá favorecer o resultado da balança, além da previsão de um câmbio de R$ 2,69 para 2015, taxa que o secretário

considera favorável às exportações. A taxa média em 2014 foi R$ 2,35. Godinho ressalvou, contudo, que a crise na Argentina e o baixo crescimento da União Europeia “não empolgam”.

Os principais países de origem das importações foram China (US$ 37,3 bilhões), Estados Unidos (US$ 35,3 bilhões), Argentina (US$ 14,1 bilhões), Alemanha (US$ 13,8 bilhões) e Nigéria (US$ 9,5 bilhões.

Já os destinos mais frequentes das exportações brasileiras no acumulado de 2014 foram China (US$ 40,6 bilhões), Estados Unidos

(US$ 27,1 bilhões), Argentina (US$ 14,3 bilhões), Países Baixos (US$ 13 bilhões) e Japão (US$ 6,7 bilhões).

Previsões

A primeira revisão feita pela Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB) para a balança comercial em 2015 aponta queda para as exportações e importações.

Os números estimados são US$ 215,360 bilhões para as vendas brasileiras no exterior (ante US$ 225,101 bilhões em 2014) e US$ 207,220 bilhões para as importações (foram US$ 229,031 bilhões no ano

José Augusto de Castro, presidente da AEB

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MATÉRIA DE CAPA

passado). Com isso, a associação estima um superávit de US$ 8,140 bilhões para a balança.

O presidente da AEB, José Augusto de Castro, declarou que a elevação da taxa de câmbio tornará os produtos nacionais exportados mais caros, reduzindo a demanda. O mercado espera que haja elevação da taxa básica de juros (Selic), definida pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central e da Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP), adotada pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) em suas operações.

A AEB espera, também, corte de gastos e a suspensão de recursos para os bancos públicos. “Tudo isso vai significar contração da economia e menor demanda”, explicou. Com isso, deverá haver uma queda forte das importações, que vai gerar um superávit na balança qualificado por Castro como negativo, porque é obtido não por aumento de exportações, mas por queda de importações.

O presidente da Entidade disse também que os preços das três principais commodities – minério de ferro, petróleo e soja – continuarão caindo em 2015. “O que muda um pouco é que não há queda no volume exportado”, destacou. No caso do petróleo, em particular, a perspectiva é de que o volume exportado suba em torno de 31%.Castro ressaltou que a queda

de preço internacional é muito acentuada. “Teremos redução da receita desses três produtos. Por isso, no conjunto, as commodities vão ter uma queda de 10,2% na receita de exportação”. Já os manufaturados subirão um pouco em função da taxa de câmbio.

Todos esses fatores acentuarão a tendência de queda na participação do Brasil nas exportações mundiais, depois de alta de 1,41%, em 2011, considerada a maior posição nos últimos 50 anos, diz a AEB. A projeção da associação é que essa participação possa ser de, no máximo, 1,15% em 2015.

Reforço

A Câmara de Comércio Exterior (Camex), que integra o MDIC, necessita de mais investimentos por parte do Governo Federal para melhor defender os interesses das empresas brasileiras no âmbito

internacional. A posição foi manifestada durante encontro no dia 6 de janeiro na Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), que teve a participação da CNI.

Na visão do setor industrial, o reforço institucional da Camex poderia evitar medidas contrárias aos interesses do comércio exterior brasileiro nas questões tributária e cambial, que interferem na competitividade.

Também foi criticado o fato de que as áreas de transporte e logística não têm assento na Câmara. Um dos efeitos da atual situação é a perda de participação da indústria no PIB, hoje em 15% - o equivalente ao nível de 1947, em parte pela redução da capacidade exportadora da indústria nacional.

Segundo o embaixador Rubens Barbosa, presidente do Conselho

Embaixador Rubens Barbosa

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Superior de Comércio Exterior (Coscex) da Fiesp, uma das sugestões já apresentadas ao Governo é promover a Camex, dando ao órgão o status de ministério ligado ao gabinete da Presidência da República e desvinculando-a do MDIC que, segundo ele, não teria força suficiente para implementar mudanças que alterem a situação atual do comércio exterior brasileiro.

Diplomacia

O Ministério das Relações Exteriores também é parte interessada nas questões comerciais. O novo chanceler do Brasil, Mauro Vieira, anunciou ao assumir o cargo que a atuação da pasta irá se basear na busca por uma ampliação do espaço brasileiro no cenário internacional.

“A linha mestra de atuação do Itamaraty (...) será colaborar intensamente para abrir, ampliar ou consolidar o acesso mais desimpedido possível do Brasil a todos os mercados do mundo, promovendo e defendendo o setor produtivo brasileiro e coadjuvando suas iniciativas e ajudando no que for possível a captar investimentos”, afirmou.

Apesar de reconhecer “permanentes desafios materiais” dos postos brasileiros no exterior, o chanceler cobrou uma diplomacia de resultados, “que se mede com números e se obtém com consciência da missão, ação e engajamento”.

Contudo, segundo analistas ouvidos pela BBC Brasil, o novo chanceler terá a difícil missão de estabelecer uma boa comunicação com a presidente e aumentar a importância da política externa.

Após ganhar prestígio e se expandir durante o governo Lula (2003-2010), o ministério teria sido colocado de lado no primeiro mandato de Dilma, perdendo relevância política e orçamentária. “O Itamaraty está marginalizado no momento. Está subutilizado e muito enfraquecido”, avalia Oliver Stuenkel, professor de Relações Internacionais da Fundação Getulio Vargas.Já o presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil, José Augusto de Castro, defende um Itamaraty mais voltado para o comércio. “Nós sentimos que o mundo hoje tem uma diplomacia

comercial e nós continuamos com uma diplomacia diplomática. As chancelarias do mundo deixaram de cuidar apenas da parte institucional do país para também cuidar da parte comercial, pois tudo hoje são acordos, sejam bilaterais ou multilaterais”, afirma.

Análises

Em artigos publicados na edição de novembro/dezembro de 2014 da revista Brazilian Business, da Câmara Americana de Comércio do Rio de Janeiro (Amcham Brasil RJ-ES), o presidente do Sistema Firjan (Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro), Eduardo Eugenio Gouvêa Vieira, e o vice-presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Marcos Guerra, traçaram perspectivas para o futuro. Ambos relacionaram diversas demandas na

Mauro Vieira, ministro das Relações Exteriores

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área de infraestrutura, notadamente nos segmentos de transporte, logística, energia e comunicações.

Para Vieira, além de resolver problemas estruturais, o País também precisa fortalecer a qualificação da mão de obra. Já Guerra manifestou expectativas sobre o planejamento e a gestão do Governo Federal. “É tempo de realizar reformas e desburocratizar as ultrapassadas normas que travam o desenvolvimento econômico”, pontuou.

Na mesma edição da revista, foi publicado um resumo do debate

“O Panorama Político-Econômico no Cenário Pós-Eleitoral”, promovido no dia 18 de novembro pela mesma Entidade. Durante o evento, representantes do setor privado e acadêmicos apresentaram incertezas e desconfianças para 2015.

“Está claro que o aprofundamento da atual política econômica é um erro. Essa política chamada desenvolvimentista gerou pouco crescimento e inflação no teto. Temos um cenário de pleno emprego, mas esse quadro vai piorar daqui pra frente”, projetou Fernando de Holanda Barbosa Filho,

pesquisador do Instituto Brasileiro de Economia, da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV).

O diretor de Desenvolvimento Industrial da CNI, Carlos Eduardo Abijaodi, destacou a queda contínua do Índice de Confiança do Empresário Industrial. “Há uma determinada insegurança no meio empresarial. E a pouca previsibilidade sobre a política econômica do governo gera uma baixa confiança e também reduz os investimentos”, afirmou.

Prioridades

Quando foi eleita pela primeira vez para a Presidência da República, em 2010, Dilma Rousseff definiu como uma de suas principais metas o incentivo ao comércio exterior. Na época, o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva enfatizou que o Brasil devia assumir um papel de protagonista no contexto internacional.

Em termos de política externa, a opção tanto de Lula quanto de Dilma foi privilegiar a relação com os países que integram o Mercosul e também com outras regiões do planeta fora do eixo “EUA-União Europeia”, em especial a África.

O contraponto foi apresentado pelo senador Aécio Neves (PSDB), que foi candidato à Presidência em 2014 e disputou o segundo turno contra Dilma. Para ele, que defendeu um

Balança Comercial Brasileira - Dezembro de 2014

US$ milhões FOB

Fonte: SECEX/MDIC

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Acumulado no ano

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MATÉRIA DE CAPA

estreitamento das relações com norte-americanos e europeus, o Mercosul deveria ser mais flexível e funcionar “em duas velocidades”, permitindo que o Brasil pudesse estabelecer acordos bilaterais e regionais sem a necessidade da anuência dos parceiros de Mercosul.

Em entrevista concedida ao jornal Folha de S. Paulo no último mês de outubro, o assessor internacional da Presidência nas gestões de Lula e Dilma, Marco Aurélio Garcia, rejeitou a ideia de flexibilização do Mercosul, dizendo que não se pode querer a dissolução de uma política de integração regional devido a crises, referindo-se principalmente à atual situação econômica da Argentina.

Garcia também repudiou a tese de

que a política externa foi relegada a segundo plano nos primeiros quatro anos do governo de Dilma. Para ele, houve um “deslocamento para uma diplomacia econômica, com maior intensidade em relação ao governo Lula”.

Brics

O bloco formado pelos principais países emergentes da atualidade – Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul – conhecido pela sigla “Brics”, teve o encontro de cúpula mais recente promovido em julho de 2014, na cidade de Fortaleza (CE). Houve avanço na constituição do Banco de Desenvolvimento dos Brics, que terá sede em Xangai (China) e, como presidente, um representante indiano.

Porém, turbulências provenientes da crise econômica mundial de 2008, ainda não totalmente solucionadas, podem atrapalhar os planos do bloco. Outras questões, como problemas políticos e instabilidade da moeda russa (o rublo), também são consideradas obstáculos relevantes.

Professor de Ciências Sociais da Universidade Presbiteriana Mackenzie, Francisco Américo Cassano acredita que, devido ao novo cenário mundial, com a crise da Rússia e a mudança de postura dos Estados Unidos em relação a Cuba, ainda é cedo para avaliar se o banco do Brics deslanchará no curto prazo. “Algumas variáveis aconteceram nesse intervalo de tempo, entre a criação do banco e o encerramento

Líderes dos BRICS

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do ano. O fato de os Estados Unidos ter se aproximado de Cuba e a economia brasileira ter apresentado sinais decepcionantes pode significar que as coisas nesse sentido devem ficar um pouco acomodadas”, disse, em entrevista.

Cassano defende uma revisão na política externa brasileira ante a nova realidade. Para ele, o Brasil deve ter uma melhor relação com os países desenvolvidos e ser menos dependente do comércio com a China e nações menos desenvolvidas. No entanto, quando defende a mudança, diz que esta não significaria uma ruptura com os países do Mercosul. Ao mesmo tempo, acredita que o Brasil terá de se aproximar mais da União Europeia.

Novos tempos

Com uma equipe econômica renovada, agora liderada pelos ministros Joaquim Levy (Fazenda) e Nelson Barbosa (Planejamento), além do presidente do Banco Central, Alexandre Tombini (BC), Dilma deverá priorizar a correção de erros cometidos no primeiro mandato, visando principalmente ajustar a política fiscal e manter a inflação controlada.

Esta é a síntese da análise feita por Ernesto Lozardo, professor

da Escola de Administração de Empresas de São Paulo, da Fundação Getulio Vargas (EAESP/FGV). Em artigo publicado no último mês de dezembro pelo jornal Valor Econômico, ele prevê que os próximos dois anos serão fundamentais para que, em 2017, o Brasil possa ter a economia reequilibrada.

Segundo reportagem assinada por Assis Moreira, publicada em dezembro de 2014 pelo mesmo jornal, a expectativa por mudanças na política comercial brasileira com as alterações no ministério em setores-chave – a exemplo da Agricultura, pasta agora liderada pela senadora Kátia Abreu (PMDB-TO), ligada ao

agronegócio, é considerada animadora por muitos que acompanham e analisam o cenário econômico.O texto ressalta que alterações de rumo são reivindicadas tanto pelo setor privado quanto pela Organização Mundial do Comércio (OMC), que veem o Brasil cada vez mais distante das cadeias globais de valor, responsáveis pelo aumento da produtividade graças à transferência de tecnologia e de conhecimento, o que resulta em mais exportações com valor agregado.

Dois representantes da Confederação Nacional da Indústria, Diego Bonomo

(gerente executivo de comércio exterior) e Constanza Negri Biasutti (assessora sênior), atestaram em outro artigo publicado em dezembro, também no Valor, que o Brasil precisa passar por três mudanças imediatas: de visão, passando a adotar uma política comercial voltada para as empresas; de instituições, com uma reforma da organização institucional do comércio exterior brasileiro; e de postura em negociações internacionais, abandonando uma visão “soberanista” em relação aos acordos comerciais, sendo mais flexível para viabilizar a inserção da produção do País no mercado internacional. ■

Joaquim Levy, ministro da Fazenda

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PERFIL: ARMANDO MONTEIRO NETO, NOVO MINISTRO DO MDIC, TEM APROVAÇÃO DO SETOR PRIVADO

O novo titular do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), Armando Monteiro Neto, é senador pelo PTB de Pernambuco.

Antes de chegar ao Senado, exerceu três mandatos como deputado federal, tendo sido eleito pela primeira vez em 1998 pelo PMDB. Os dois mandatos seguintes, conquistados nas disputas eleitorais de 2002 e 2006, foram exercidos pelo PTB, partido ao qual o parlamentar se filiou

em 2003. Nas eleições de 2010, foi eleito em chapa liderada pelo então governador reeleito Eduardo Campos (PSB). Além disso, foi candidato a governador de Pernambuco nas eleições de 2014 pelo PTB e obteve o segundo lugar na disputa, com 1.373.237 votos – o equivalente a 31,07%.

Administrador de empresas e advogado de 62 anos, o parlamentar é empresário do setor industrial. Presidiu

a Confederação Nacional da Indústria (CNI) entre 2002 e 2010 e dirigiu também o conselho de administração do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae). Antes de chegar à CNI, Monteiro Neto foi presidente da Federação das Indústrias do Estado de Pernambuco (Fiepe) e diretor regional do Senai e Sesi, além de ter comandado o Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Materiais Elétricos de Pernambuco (Simmepe).

Armando Monteiro Neto, ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior

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O ministro nasceu em Recife, em 1952. É filho do empresário e ex-ministro da Agricultura Armando de Queiroz Monteiro Filho e neto de Agamenon Magalhães, que foi governador de Pernambuco, deputado federal e ministro do Trabalho, Indústria e Comércio no governo de Getulio Vargas. É casado com Mônica Guimarães e pai de quatro filhos.

Ao tomar posse no início do ano como novo titular do MDIC, Monteiro apresentou os pilares da política que irá conduzir à frente da pasta. “Construir um ambiente econômico e institucional alinhado com as melhores referências internacionais é fundamental para que possamos nos expor e competir em uma economia mundial cada vez mais integrada”, destacou.

Segundo Monteiro, “o desafio central é promover a competitividade, o que significa reduzir custos sistêmicos e elevar a produtividade”.

O novo ministro resumiu suas políticas em cinco eixos: reformas microeconômicas com baixo impacto fiscal; política de comércio exterior mais ativa que produza a ampliação dos acordos comerciais com parceiros estratégicos e que permita maior inserção nas cadeias globais de valor; incentivo ao investimento e à renovação do parque fabril; arranjo institucional que favoreça e estimule a inovação; e aperfeiçoamento do sistema de governança que irá gerir a agenda da competitividade.

Por outro lado, Monteiro lembrou que o Brasil ainda possui elevados custos, um

sistema tributário complexo e oneroso, deficiências na capacitação do capital humano e na qualidade da infraestrutura, além de um excesso de regulamentações e procedimentos burocráticos que desestimulam o desenvolvimento da atividade produtiva.

Respaldo

A Confederação Nacional da Indústria (CNI) elogiou a indicação de Armando Monteiro Neto para o MDIC. Por meio de nota, a entidade avaliou que a escolha vai fortalecer o diálogo do setor produtivo com o governo.

Para o presidente da confederação, Robson Braga de Andrade, “o senador conhece muito bem a indústria brasileira e os setores de serviços e comércio. Tem um bom conhecimento do desenvolvimento e das necessidades dos setores produtivos e

uma interlocução fácil com o Congresso. É um senador respeitado pelos seus pares e certamente poderá contribuir com a presidente Dilma Rousseff”, disse.

A aprovação é compartilhada pelo presidente da Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee), Humberto Barbato. Para ele, o novo ministro, como ex-presidente da CNI, tem profundo conhecimento das dificuldades que a indústria enfrenta e as causas que têm levado o País para um quadro crítico de desindustrialização.

Barbato destaca ainda que, em suas primeiras declarações, o novo ministro já sinaliza para a busca em solucionar problemas sensíveis como a complexidade tributária, como forma de destravar investimentos e as exportações. “Ele está sintonizado com a agenda de competitividade da indústria”, diz. ■

Robson Braga de Andrade, presidente da CNI

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SERVIÇOS

AS FACILIDADES DO EXPORTA FÁCIL

Para facilitar o acesso de empresas de pequeno, médio e grande portes ao mercado externo, os Correios oferecem o Exporta Fácil, um serviço de remessa internacional que envia mercadorias para 215 países até o limite de US$ 50 mil.

“O Exporta Fácil, como o seu próprio nome indica, caracteriza-se por facilitar o envio de remessas postais ao exterior. O serviço é resultado de uma parceria entre os Correios, a Receita Federal, o Banco Central, o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior e outros órgãos do setor”, explica Ricardo Mota da Costa, gerente de Operações e Negócios Internacionais dos Correios.

Todo o processo é feito com base na Declaração Simplificada de Exportação (DSE), criada pelo governo em 1999, para incentivar o pequeno exportador e abrir as portas do mercado internacional para novas empresas.

Os Correios cuidam de do desembaraço alfandegário no Brasil, com a emissão do Certificado de Exportação, que retorna ao exportador em qualquer lugar do País, ou seja, ele não precisa se deslocar até as cidades que

disponham de autoridades alfandegárias para liberar as remessas.

“Com o Exporta Fácil, o cliente contrata a logística postal de sua mercadoria até o país de destino e os Correios cuidam do registro da operação no Sistema de Comércio Exterior (SISCOMEX), da Receita Federal. Os clientes que utilizam

o serviço não precisam obter, antecipadamente, o registro de Importador / Exportador, nem aguardar a emissão da DSE. Todos esses serviços são oferecidos sem custos adicionais ou burocracia, possibilitando ao exportador se preocupar, principalmente, da negociação comercial com o seu comprador e o preenchimento de documentos básicos que acompanham a mercadoria”, exemplifica o gerente.

Não há restrições de quantidade de pacotes, desde que, individualmente, não ultrapassem 30 quilos. Basta preencher um único formulário de exportação, disponível, inclusive na internet, e entregar o documento em uma das 4.400 agências habilitadas em todo o Brasil.

Segundo Mota, desde a criação do serviço, em 2000, mais de 11 mil empresas se utilizaram do Exporta Fácil para exportar e vender cerca

Ricardo Mota da Costa,dos Correios

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SERVIÇOS

de 2,5 milhões de encomendas, no valor de US$ 2,4 bilhões.

“Cabe destacar que o Exporta Fácil tem incentivado e facilitado às micro e pequenas empresas o ingresso no comércio exterior, dada a simplicidade, preços acessíveis e capilaridade dos Correios”, ressalta.

Em 2014, por exemplo, foram importados instrumentos de óptica, de fotografia, de medidas, médicos-cirúrgicos; vestuários e acessórios; artefatos de joalherias, metais preciosos e bijuterias; livros, jornais

e outros produtos das indústrias gráficas; produtos farmacêuticos; instrumentos musicais; brinquedos, jogos e artigos esportivos e mobiliário médico-cirúrgicos, entre outros.

Para 2015, os Correios têm expectativa de crescimento nas exportações através do serviço. “Os Correios intensificarão as ações do Exporta Fácil junto às micro e pequenas, com o objetivo de aumentar a participação desse segmento no mercado exportador”, conta Mota.

Parceria com a FCCE

A Federação das Câmaras de Comércio Exterior, inclusive, é parceira dos Correios. “A parceria tem como objetivo potencializar o conhecimento e o incremento às exportações brasileiras, auxiliando a identificação de mercados importadores de produtos brasileiros e disponibilizando o suporte por meio de consultoria técnica em comércio exterior dos Correios”, finaliza Mota. Confira mais informações no site dos Correios: www.correios.com.br. ■

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CÂMARA EM DESTAQUE

OS 103 ANOS DA CÂMARA PORTUGUESA

Criada em 11 de setembro de 1911, a Câmara Portuguesa de Comércio e Indústria do Rio de Janeiro é a mais antiga representação de Portugal no mundo, sendo a primeira instituição do gênero fora do país. Presidida pelo advogado Ricardo E. Vieira Coelho, a Entidade tem em sua diretoria gestores reconhecidos de grandes companhias luso-brasileiras.

Com a função de auxiliar no estreitamento das relações econômicas entre Portugal e o Rio de Janeiro, o órgão, um dos mais antigos filiados da FCCE, se apoia nos fatores que aproximam os dois povos, como o idioma, a cultura e a própria histórica.

A Câmara Portuguesa, associação civil, sem fins lucrativos e de direito privado, apoia a realização de negócios internacionais, aproximando empresas que buscam uma inserção competitiva no mundo global. “Neste século de globalização, de transformações

econômicas, políticas e sociais, o Brasil ganha uma posição ascendente na economia mundial e Portugal reavalia o relacionamento com o parceiro de sempre, hoje mais poderoso, mais moderno e exigente. Na esteira das mudanças que sacodem economias mundo afora, a Câmara Portuguesa do Rio de Janeiro vem ganhando contornos que refletem a diferença do perfil dos negócios atuais e do passado”, destaca Coelho.

“Pretendemos produzir e traçar desígnios comuns, uma plataforma de cooperação de modernização do que é o novo Portugal, um Portugal moderno, que clama por uma inserção competitiva no cenário mundial, junto a um Brasil mais competitivo, mais poderoso e com um destaque enorme no crescimento global”, completa.

Ricardo E. Vieira Coelho, presidente da Câmara

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CÂMARA EM DESTAQUE

Em setembro, a Câmara Portuguesa comemorou seus 103 anos de fundação com um jantar para empresários, personalidades e autoridades no Palácio São Clemente, em Botafogo.

A noite contou com um bloco de homenagens promovidas pela Câmara a empresários e personalidades que se destacaram no incremento das relações bilaterais em 2013. Foram distinguidos o Grupo Rui Costa, como empresa do ano, assim como a Martifer, a Domingues e Pinho Contadores, a Arte Convencional e o evento Rio Vinhos Portugal.

Além de participar ativamente dos negócios entre Brasil e Portugal,

a Câmara Portuguesa também promove eventos, palestras e ações culturais.

Uma delas já está se tornando tradição: trata-se do concurso O Melhor Bolo-Rei do Rio de Janeiro.

A quarta edição, promovida em dezembro, teve uma acirrada disputa, vencida pela confeitaria Doces do Eurico. O evento tem apoio do Consulado Geral de Portugal no Rio de Janeiro, da Confeitaria Deli Delícia e da Humaitá Louças.

Fortalecimento das relações

De acordo com dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), o

comércio entre Portugal e o Brasil terminou 2014 acima da marca de US$ 2 bilhões, ultrapassando o valor de US$ 1,94 bilhão obtido no ano anterior.

O melhor ano no comércio luso-brasileiro foi 2011, com trocas no valor de US$ 2,9 bilhões.

Presente na posse da presidente Dilma Rousseff, o vice-primeiro-ministro de Portugal, Paulo Portas, também foi recebido pelo vice-presidente brasileiro, Michel Temer.No encontro, ambos falaram das relações comerciais e da cooperação entre os dois países. “O ano de 2015 será bom para fortalecer ainda mais as relações Brasil-Portugal”, declarou Portas. ■

Luiz Fernando Pezão (governador do Rio), Nuno Bello (cônsul de Portugal) e Ricardo Coelho

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CÂMARA EM DESTAQUE

CÂMARA ITALIANA: MAIS UM AN0 DE DESTAQUE

Fundada em 1950 e oficialmente reconhecida pelo Ministério do Desenvolvimento Econômico Italiano, a Câmara Italiana do Rio de Janeiro é um ente privado sem fins lucrativos, cujas atividades dependem da estrutura dos próprios associados e da qualidade dos serviços oferecidos.

A Câmara faz parte de uma grande rede de câmaras italianas no mundo, sendo 105 (unioncamere) dentro

da Itália e 75 (assocamerestero) presentes em 50 países. Desde 2000, a Câmara é certificada ISO 9001 – inclusive foi a primeira fora da Europa a obter tal certificação. Em 2009, foi recertificada na ISO 9001 – 2008.

A sede da Câmara Italiana do Rio de Janeiro tem sede no centro da cidade do Rio de Janeiro, no moderno prédio da Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (FIRJAN), no CIN

(Centro Internacional de Negócios), projeto conjunto da própria FIRJAN e do SEBRAE-RJ. O escritório da Câmara usufrui uma localização privilegiada, que lhe proporciona um significativo intercâmbio de dados e facilita a participação conjunta em projetos e eventos.

“A nossa missão é ser a instituição-ponte entre Brasil e Itália, a interface para entrar no mercado brasileiro, conhecer as numerosas possibilidades de investimento e de negócios e promover o negócio e o intercâmbio comercial entre ambos os países”, destaca o presidente da Câmara, Pietro Domenica Petraglia.

Entre as atividades da Câmara está a promoção da exportação de produtos brasileiros na Itália e a importação de produtos italianos no Brasil, apoio nos procedimentos de importação, cálculo de impostos e obrigações aduaneiras.

Elaboração de pesquisas de mercado para identificar as melhores oportunidades setoriais, apoio a participação em concorrências e licitações internacionais, informações financeiras sobre empresas e sociedades, além de serviços de intérprete e tradução.

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Pietro Domenico Petraglia, presidente da Câmara

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CÂMARA EM DESTAQUE

A Câmara também identifica potenciais parceiros para a formação de joint-ventures, intercâmbio tecnológico, de know-how e dos mais diversos acordos de cooperação comercial e organização de agendas de encontros comerciais in loco. Participação nas mais importantes feiras e manifestações no Brasil e na Itália, e organização de missões

comerciais e institucionais em ambos os países, bem como organização de encontros B2B. E a realização de atividades promocionais, eventos, workshops e encontros para sócios e clientes, dando a eles a oportunidade de estabelecer contatos com a comunidade de negócios internacionais no Rio de Janeiro.

Confraternização

No dia 18 de dezembro foi realizado o jantar de confraternização de fim de ano da Câmara, no restaurante Gabbiano al Mare, localizado no Hotel Sol Ipanema.

O chef Romano Fontanive assinou o cardápio 100% italiano e o jantar contou com o patrocínio da TheWine.com, que apresentou o Dolcetto Piemonte DOC Ricossa para o brinde de comemoração a mais um ano de atividades bem sucedidas em prol da aproximação comercial entre Brasil e Itália.

O jantar contou com a presença de mais de 60 convidados, dentre eles o Subsecretário de Relações Internacionais da Casa Civil do Governo do Estado do Rio de Janeiro, Pedro Spadale, o Cônsul Geral da Itália no Rio de Janeiro, Mario Panaro, o Presidente da Câmara, Pietro Petraglia, os Vice-Presidentes, Alessandro Barillà e Raffaele Di Luca, demais associados e membros da Câmara.

O jantar foi o momento para relembrar importantes parcerias realizadas no ano de 2014 e o apoio à Expo Milano 2015, por meio do Italian Quality Experience, um projeto institucional idealizado pelas Câmaras de Comércio para apresentar, de modo eficaz, a excelência italiana em nível internacional. ■

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Jantar de confraternização

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ARTIGO

COMÉRCIO EXTERIORE DESENVOLVIMENTO

POR EMBAIXADOR JOSÉ BOTAFOGO GONÇALVES

Dentro da lógica mercantilista, que há séculos predomina no Brasil como princípio básico do comércio exterior, as exportações brasileiras são importantes na medida em que

elas promovem saldos na balança comercial, com os quais o país financia seus projetos internos, seja de investimentos, seja de consumo. Saldos na balança comercial implicam aritmeticamente que as exportações tenham que ter, em valor, superado as importações.

Lógica simples e aparentemente irretocável. Infelizmente, a busca pura e simples de saldos comerciais negligencia ou ignora outros elementos da estrutura exportadora, cuja natureza e alcance ultrapassam o objetivo aritmético simples de acumular saldos.

Refiro-me a questões como eficiência produtiva, cadeias globais e agregação de valor, logística eficiente, encargos tributários, burocráticos e trabalhistas que oneram o produto final.

Em outras palavras, a simples acumulação de saldos não garante a obtenção de competitividade internacional dos produtos brasileiros.

Outra grave questão, não abordada pelo simplismo mercantilista, é o de ignorar a proporção do comércio exterior brasileiro com o comércio mundial. Nos seus melhores anos, o comércio exterior brasileiro não ultrapassava a marca de 1,3% a 1,4% do comércio mundial.

Se projetarmos dobrar a participação do Brasil para 2,6% do comércio mundial, meta exequível e até modesta, o Brasil ganhará

EBC

EmbaixadorJosé Botafogo Gonçalves é presidentedo Conselho Superior da FCCE

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ARTIGO

mais flexibilidade na fixação de suas metas de acumular saldos na balança comercial.

Façamos uma simulação simples. Dentro de um comércio exterior global de 500 bilhões de dólares, se o país acumular 250 bilhões de saldo, este valor corresponde a 50% do comércio total. Não é tarefa fácil. Já com um comércio global de 1 trilhão, acumular um saldo de 300 bilhões, ou seja 20% maior, este valor só representará 33% do comércio global, situação mais politicamente palatável para os nossos principais parceiros comerciais.

A minha sugestão é que se mude o enfoque cultural com relação às importações. Gregos e troianos, direitistas e esquerdistas, ortodoxos e heterodoxos, funcionários públicos e empresários, sempre consideraram as importações como um mal necessário.

Protecionismo, ganancia fiscal, desenvolvimentismo nacionalista – como se o Brasil não fizesse parte do mundo –, todos, ou quase todos, víamos as importações como ameaças ao emprego, à indústria, à agricultura e até mesmo à soberania nacional, com frequência confundida com o dúbio conceito de autarquia. Ao contrário do que se pensa, as importações têm um valor altamente revolucionário e modernizador. Em um país que acumulou, por séculos, atrasos quase irrecuperáveis na educação

e consequentemente, no comércio e na tecnologia, o único modo de recuperar esse atraso secular é o de proceder a um ambicioso programa de importação de bens e serviços de conteúdo científico e tecnológico superior ao do que hoje se obtém de fontes internas.

Claro está, que nada justifica a não adoção de rigoroso programa de criação autóctone de ciência e tecnologia. Infelizmente, os resultados tardam a chegar. No entretempo, é necessário encontrar atalhos institucionais que acelerem o componente de ciência e tecnologia na produção nacional, seja a de bens industriais e agrícolas, como a de serviços.

Fica evidente de que o melhor caminho é o de negociar com os nossos parceiros mais dinâmicos, acordos comerciais pelos quais, em troca de melhor acesso ao nosso mercado de bens e serviços, tenhamos, em contrapartida, acesso aos mercados consumidores de nossos produtos tradicionais de importação. A política seria a de garantir acesso ao produto de maior valor agregado a fim de que o Brasil deixe de ser apenas um dinâmico exportador de “commodities”, sejam agrícolas como minerais.

Deixo, para o final, a afirmação que certamente será vista como contraditória ou falsa, embora, na verdade, seja absolutamente correta. Aumentar a percentagem

das importações no comércio exterior global do Brasil terá, como consequência, uma geração adicional relevante de empregos no país, tanto na área produtiva como na área de serviços.

As importações barateiam a cadeia produtiva brasileira, tornam o produto brasileiro menos caro do que o importado e desestimula os gastos de brasileiros nas suas viagens ao exterior. Creio que em 2014, os brasileiros gastaram 24 bilhões de dólares em suas viagens ao exterior

Todos nós sabemos que boa parte dessas despesas se refere à compra de roupas e produtos eletrônicos que, hoje no Brasil são tão caros, que as compras em Miami, New York ou Paris acabam se tornando um bom negócio financeiro. Paradoxalmente, o Brasil é um grande criador de empregos na Flórida ou em New York!

Concluo este texto dando meus parabéns à Federação da Câmara de Comércio Exterior do Brasil, que está promovendo a criação, no Congresso Brasileiro, de uma bancada de comércio exterior. É imprescindível que o Congresso Brasileiro se debruce sobre este assunto e promova uma modernização da legislação brasileira na área de comércio exterior. É preciso acabar com a grotesca distorção de definir o Brasil como gigante emergente na economia mundial e anão raquítico no comércio exterior. ■

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ESTILO DE VIDA // GASTRONOMIA

A ESCALADA DAS CERVEJAS ARTESANAISAtualmente existem centenas de marcas à disposição do público brasileiro, de diferentes tipos, desde leves e suaves até aquelas com intenso amargor.Por THELL DE CASTRO

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Cervejas artesanais – também conhecidas como gourmets ou especiais. Se você ainda não experimentou, deverá conhecê-las em breve. E, se gosta de cervejas diferenciadas, vai adorar.

Ao contrário do que acontecia até pouco tempo atrás, atualmente existem centenas de marcas à disposição do público brasileiro, de diferentes tipos, desde leves e suaves até aquelas com intenso amargor.

Primeiro surgiram marcas como DaDo Bier, Baden Baden e Eisenbahn. Agora, além destas consagradas, o público está cada vez mais familiarizado com nomes como Colorado, Bamberg, Backer e Amazon Beer, entre muitas outras, além das inúmeras marcas estrangeiras que chegam a cada dia.

De acordo com dados da Associação Brasileira das Microcervejarias, são estimados entre 300 e 350 produtores nacionais, que, anualmente, produzem 200 milhões de litros e faturam mais de R$ 2 bilhões.

Este número ainda é pequeno se comparado ao que acontece nos Estados Unidos. Populares por lá desde a década de 1980, atualmente são cerca de 3.200 fabricantes, com estimativa de chegar a 5.000 até o final de 2015. O faturamento estimado foi de US$ 14,3 bilhões em 2014. Mas as microcervejarias brasileiras crescem a cada dia.

A Cervejaria Colorado, do carioca Marcelo Carneiro da Rocha, é um bom exemplo disso. Em 1995, ele montou sua própria empresa na capital do chope – leia-se Ribeirão Preto, interior de São Paulo, onde produz, desde então, quatro tipos de chopes e cervejas gourmet, todos com toques marcantes de brasilidade, como mandioca, mel, rapadura e café.

O empresário explica que as pequenas cervejarias podem mais facilmente se devotar a estilos clássicos, bem como também à invenção de novos estilos de cervejas. “Enquanto as populares assemelham-se em sabor, aroma e cor, as especiais diferenciam-se por sua liberdade de estilo,

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receita personalizada e qualidade das matérias-primas”. Fora os ingredientes da receita básica da cerveja, que leva malte, levedura, lúpulo e água, as microcervejarias arriscam saborosas combinações com ervas, frutas, outros cereais e especiarias, além de poderem diferenciar-se em tempo de cozimento, nível de fermentação e produção de um alimento mais natural, sem conservantes.

Também de Ribeirão Preto vem a Invicta, cujo sócio proprietário e mestre-cervejeiro é Rodrigo Silveira, que, antes da empreitada, passou mais de 13 anos ganhando

experiência em renomadas cervejarias do interior do Estado. “Em agosto de 2011, junto com meu sócio Ismael Silva, resolvemos investir os conhecimentos em algo meu, criando a Invicta”, explica. Silveira também é vice-presidente da América Latina na Associação Global dos Cervejeiros Artesanais e está promovendo cursos na área, como sommelier e mestre-cervejeiro, entre outros.

“Buscamos sempre inovar em nossas receitas, trazendo ingredientes incomuns ou mesmo utilizando outros de forma inusitada, que podem dar uma nova característica ao estilo. A recém-lançada Damiana, por exemplo, utiliza uma flor com características afrodisíacas. A ideia é realmente mostrar que existem várias formas de se produzir e degustar cerveja”, explica.

Direto do Pará

Bons exemplos chegam de todo o Brasil. A Amazon Beer foi fundada em 2000, em Belém (PA), e é dirigida por Caio Guimarães. Atualmente vende cerca de 30 mil litros por

Rodrigo Silveira, da Invicta

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mês. Em junho de 2011, lançou sua linha de cervejas em garrafa, sempre focando em produtos com ingredientes selvagens da Amazônia.

A Amazon Beer já foi eleita a cervejaria do ano pela revista Prazeres da Mesa e suas marcas já ganharam diversos prêmios, inclusive de melhor cerveja do Brasil (Stout Açaí). Atualmente, produz sete estilos diferentes, com ingredientes como bacuri, taperebá, priprioca, cumaru e açaí, entre outros. “Criamos cervejas com identidade própria, sempre utilizando ingredientes selvagens da floresta amazônica. O resultado são produtos únicos, que aguçam o paladar dos nossos apreciadores”, explica Guimarães.

Mercado externo

O comércio exterior também está na pauta das microcervejarias. Desde 2013, a Colorado exporta várias de suas cervejas para a França, Estados Unidos, Nova Zelândia e Canadá. “Os principais rótulos vendidos para o exterior são Vixnu, Berthô e Guanabara. Nosso maior

desafio está em atingirmos preços competitivos dentro e fora do País. Existe demanda externa, mas faltam incentivos internos”, resume Franzini.

A Amazon Beer está se movimentando. “Ainda não exportamos, mas licenciamos a marca para a produção de nossas cervejas na Inglaterra, visando maior competitividade no mercado europeu. Acreditamos que nosso nome gere interesse mundial pelas cervejas, principalmente pelo foco na matéria-prima selvagem. Nosso plano é expandir negócios para, além da Europa, o Japão e os EUA”, conta. ■

Caio Guimarães, da Amazon

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ESTILO DE VIDA // VEÍCULOS

LANÇADO VEÍCULO MOVIDO A HIDROGÊNIO

A Toyota lançou recentemente o Mirai no mercado japonês. Trata-se do primeiro veículo híbrido movido a hidrogênio produzido em larga escala. O veículo marca o início de uma nova era, trazendo um carro com zero emissão de gases poluentes na atmosfera, como o CO2, liberando apenas água ou vapor d’água. Utiliza hidrogênio como combustível para gerar energia elétrica ao motor.

O mais novo veículo híbrido da Toyota apresenta design moderno, performance de um carro movido

a gasolina, tecnologia embarcada de última geração, alto nível de segurança e ainda pode servir como gerador em causa de falta ou corte de energia.

Funcionamento

O Mirai possui um motor elétrico, uma bateria, dois tanques de hidrogênio de alta pressão, com capacidade máxima de 70 Mpa, um conversor elevador de tensão, uma central de comando e a célula combustível a hidrogênio – uma estação localizada no centro do

assoalho do veículo. É dentro desta estação onde ocorre a reação química para colocá-lo em movimento.

O veículo capta o oxigênio da atmosfera através de sua entrada de ar frontal e o leva até esta estação, para onde o hidrogênio contido nos dois tanques também é direcionado. Dentro dela, a célula combustível divide o hidrogênio em duas moléculas, gerando uma carga elétrica. Ao mesmo tempo, o oxigênio se une às células de hidrogênio, formando água. A

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ESTILO DE VIDA // VEÍCULOS

energia elétrica é direcionada ao conversor, que alimenta o motor do Mirai, e a água é expelida pela válvula de escape. O motor também é alimentado diretamente pela bateria, recarregada por energia cinética gerada pela desaceleração e frenagem do automóvel. Possui dois tanques de hidrogênio com autonomia para rodar 650 quilômetros sem necessidade de reabastecimento.

Desempenho e design

A alta aceleração da célula combustível da Toyota, combinado a um controle de energia da bateria, acionam o motor elétrico e garantem uma capacidade de resposta poderosa em todas as

velocidades. Isso proporciona um aumento imediato de torque na primeira pisada no acelerador.

A estabilidade e o conforto de condução são destacados por conta do posicionamento da célula combustível e dos tanques de hidrogênio de alta pressão sob o assoalho, atingindo um baixo centro de gravidade, com distribuição de peso superior na traseira e frente do veículo. A aerodinâmica da carroceria ajuda a reduzir a resistência do vento, contribuindo para a melhoria da eficiência de combustível e estabilidade de condução.

Uma nova técnica foi empregada no design frontal para enfatizar os

gradeados à esquerda e à direita que forçam para dentro o ar para a obtenção de oxigênio e para a refrigeração do sistema de células combustíveis.

O perfil elegante da lateral evoca a forma fluida de uma gota d’água para expressar a característica do veículo de aspirar o ar e devolver água. Os trilhos laterais do teto e o capô parecem saltar do corpo do veículo, para criar a impressão de um carro rebaixado e, ao mesmo tempo, comunicar uma sensação futurista. A traseira do veículo apresenta um perfil arrojado. O formato trapezoidal se estende da guarnição da placa até a parte inferior dos cantos do parachoque e segue em direção às rodas. ■

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ESTILO DE VIDA // SAÚDE

As doenças cardiovasculares são responsáveis por cerca de 300 mil óbitos por ano no Brasil – esse número representa uma morte a cada dois minutos. Dentre as mais frequentes estão o infarto e o AVC, sendo este segundo responsável por 100 mil mortes anualmente, de acordo com estatísticas do Ministério da Saúde.

O AVC (Acidente Vascular Cerebral), popularmente conhecido como derrame, pode se caracterizar pelo surgimento de um quadro neurológico súbito causado por um entupimento ou pela interrupção do fluxo do sangue nas artérias do sistema nervoso central, podendo ser provocada pela formação de um coágulo. Esse, o mais comum, é chamado de isquêmico e representa 85% dos casos.

Outro tipo, menos frequente, é o hemorrágico, que acontece devido ao rompimento de uma artéria ou vaso sanguíneo. A falta ou restrição de sangue pode provocar lesão ou morte celular, assim como danos nas funções neurológicas.

O supervisor do setor de cardiologia clínica do Hospital do Coração (HCor), Dr. Ricardo Pavanello, afirma que a doença é a principal causa de incapacidade no mundo e que a incidência do AVC é maior que a do infarto em populações menos favorecidas. “Praticar atividades

AVC: 100 MIL MORTES POR ANO NO BRASIL

físicas regularmente, optar por uma alimentação balanceada, controlar o peso, não fumar e evitar o consumo excessivo de bebidas alcóolicas ajuda a se manter saudável e longe do AVC”, alerta o especialista.

Sinais, causas e tratamento

O AVC pode apresentar alguns sinais de alerta, como fraqueza ou formigamento de um lado do corpo, na face, braço ou perna, confusão ou variação na fala ou compreensão, alteração de equilíbrio e coordenação e dor de cabeça súbita, sem causa aparente.

Para saber se uma pessoa está sofrendo um AVC, a World Stroke Organization (WSO), Organização Mundial de Derrame, recomenda uma avaliação que consiste em três passos simples e rápidos: basta pedir para a pessoa sorrir e observar se o sorriso está torto, depois verificar se

consegue levantar os dois braços, e, finalmente, pedir para repetir uma frase e identificar se há alguma diferença na fala, se está enrolada ou arrastada.

Caso alguns desses sinais sejam notados, a orientação é que se deve procurar um médico imediatamente.

Além de hábitos como tabagismo, ingestão de bebidas alcoólicas e sedentarismo, as principais causas para o desenvolvimento de um AVC são a hipertensão arterial e a fibrilação atrial (mais conhecida como arritmia).

Para tratar a arritmia, uma das recomendações médicas é a cardioversão (por meio de remédios ou choque) e, para a prevenção da formação de coágulos, uma das terapias que pode auxiliar o paciente é o uso do anticoagulante rivaroxabana. ■

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ESTILO DE VIDA // LIVROS

Depois de uma volta ao mundo com o Guia dos guias, agora a conversa é nas mesas dos bares e restaurantes do Rio de Janeiro. José Bonifácio de Oliveira Sobrinho (Boni) e Ricardo Amaral batem um papo sobre o que mais os encantam na gastronomia carioca ao dar uma visão que ninguém tem: da intimidade com a cidade, a de quem viu a evolução de nossa culinária e seu paralelo com o que acontece lá fora. E também a de quem acompanha, passo a passo (e garfo a garfo), o surgimento de todos esses restaurantes, suas tradições e suas tendências.

GUIA BONI & AMARAL - O RIO É UMA FESTA!

REINVENTANDO O CAPITALISMO DE ESTADO (Portfolio Penguin, Aldo Musacchio e Sergio G. Lazzarini) A onda de liberalização que varreu os mercados nas décadas de 1980 e 1990 afetou as maneiras como os governos gerenciam as suas economias. Dentro desse contexto, o livro analisa a ascensão de uma

nova espécie de capitalismo de Estado em que os governos interagem com os investidores privados e,

muitas vezes, usam sua influência para auxiliar setores ou empresas de olho em dividendos políticos. Entre os exemplos estudados estão o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), a Petrobras e a Vale.

A ECONOMIA DA DESIGUALIDADE(Intrínseca, Thomas Piketty) A desigualdade é consequência da concentração do capital? O sistema tributário moderno é capaz de promover a redistribuição de renda ou é preciso uma grande reforma? O livro A Economia

da Desigualdade demonstra que o antagonismo esquerda/direita do debate político não discorda necessariamente em suas noções de justiça social, mas sim nos mecanismos econômicos que produzem a desigualdade e em como minorá-la. Em edição atualizada, incluindo gráficos e tabelas, o livro é mais uma aula de

Piketty sobre a natureza da distribuição de renda e o cenário econômico mundial.

Ricardo Amaral e Boni

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CÂMARAS DE COMÉRCIOFILIADAS À FCCE

Câmara de Comércio e Indústria do Estado do Rio de JaneiroIlmo. Sr. Presidente Vicente GuilhermelliRua da Assembléia, 77, 3 e 8 andares, CentroRio de Janeiro - RJCep: 20011-001Fone: 55 (21) 2242-3131Fax: 55 (21) 2242-5535E-mails: [email protected]@[email protected]: www.caerj.org.br

ÁFRICA

Câmara de Comércio Afro-BrasileiraIlmo. Sr. Presidente Rui MucajeRua XV de Novembro, 200, 11 andar, Conj. CSão Paulo - SPCep: 01013-000Fone: 55 (11) 3101-8162 / 3104-3449Fax: 55 (11) 3106-6156E-mails: [email protected]@afrochamber.orgSite: www.afrochamber.org

Câmara de Comércio do Brasil e República Democrática do CongoIlmo. Sr. Presidente Patrick KiteloFone: 55 (21) 4107-6588E-mail: [email protected]: www.brasilrdc.com.br

Câmara Empresarial de Comércio da Indústria e Agricultura do CongoIlmo. Sr. Presidente Vilton Juarez Garça LimaEstrada do Galeão, 1035 / 217, Jd. GuanabaraRio de Janeiro - RJCep: 21931-383Fone: 55 (21) 3367-4494E-mail: [email protected]: www.ccbrasilcongo.org.br

Consulado da República de Moçambique no Rio de JaneiroIlmo. Sr. Presidente Augusto Tasso Fragoso PiresRua da Assembleia, 98, 16 andar, CentroRio de Janeiro - RJCep: 20011-000Fone: 55 (21) 2122-3860E-mail: [email protected]

Câmara de Comércio, Indústria e Agropecuária Brasil-MoçambiqueIlmo. Sr. Presidente Honorário Murade Isaac MurargyGerente Geral: Srta. Liz de Abreu LacerdaAvenida Alameda da Serra, 119, sl 1202, Vila da SerraBelo Horizonte - MGCep: 34.000-000Fone: 55 (31) 3243-3012E-mail: [email protected]: www.cciabm.co

Câmara de Comércio, Indústria, Agricultura e Turismo Brasil MarrocosIlmo Sr. Presidente José Francisco Gouvea VieiraFone: 55 (21) 3594-8639E-mail: [email protected]: http://camarabrasilmarrocos.org

AMÉRICAS

Estados Unidos

Câmara de Comércio AmericanaIlmo. Sr. Presidente Roberto Prisco Paraíso RamosDiretor Executivo: Rafael LourençoPraça Pio X, 15, 5 andar, CentroRio de Janeiro - RJCep: 20040-020Fone: 55 (21) 3213-9207 / 3213-9200Fax: 55 (21) 3213-9201E-mail: [email protected]: www.amchamrio.com

Brazilian-American Chamber of Commerce of the Southeast, Inc.Ilma. Sra. Presidente Lucia M. JenningsDiretora Executiva: Fabiana Di Pietro XavierP.O. Box: 93411Atlanta, GA, 30377Fone: (404) 790-8932 / 880-1551E-mail: [email protected]: www.bacc-se.org

Câmara Texana de Comércio no BrasilIlmo. Sr. Presidente Max PaulPraia de Botafogo, 300, 5 andar, ala A, BotafogoRio de Janeiro - RJCep: 22250-040Fone: 55 (21) 2158-1118E-mails: [email protected]@betchamber.orgSite: www.betchamber.org

Argentina

Câmara Brasil-Argentina de Comércio, Indústria e Turismo do Rio de JaneiroIlmo. Sr. Presidente Pedro Alberto Moreira LeiteDiretor Executivo: Luiz M. QuintellaEd. Argentina, Praia de Botafogo, 228, sl 303, BotafogoRio de Janeiro - RJCep: 22350-145Fone: 55 (21) 3497-5990Fax: 55 (21) 3497-5591E-mails: [email protected]@[email protected]: www.camrio.org

Aruba

Câmara de Comércio e Turismo Brasil-ArubaIlmo. Sr. Presidente Luiz Carlos CorrêaAv. General Justo, 307, sl 600, CentroRio de Janeiro - RJCep: 20021-130

Fone: 55 (21) 3804-9289Fax: 55 (21) 2524-1624E-mail: [email protected]

Bolívia

Câmara de Comércio Brasil-BolíviaIlmo. Sr. Presidente Jorge Vaca Pereira VelascoAv. Nossa Senhora de Copacabana, 583, sl 602, CopacabanaRio de Janeiro - RJCep: 22050-001Fone: 55 (21) 2255-1134Fax: 55 (21) 2255-1287E-mail: [email protected]: http://www.acrj.org.br/camaras/camara-de-comercio-brasil-bolivia-

Chile

Câmara de Comércio Brasil-ChileIlmo. Sr. Presidente Carlos MoralesRua da Candelária, 9, 11 andar, CentroRio de Janeiro - RJFone: 55 (21) 2259-8414Fax: 55 (21) 2514-1246E-mail: [email protected]: www.bras-chile.com.br

Colômbia

Câmara de Comércio Brasil-ColômbiaIlmo. Sr. Presidente Carlos Alberto de Andrade PintoRua da Candelária, 9, 11 andar, CentroRio de Janeiro - RJCep: 20091-020Fone: 55 (21) 2547-1276 / 75Fax: 55 (21) 2549-4032E-mails: [email protected]@hotmail.comSite: http://www.acrj.org.br/camaras/camara-de-comercio-brasil-colombia

Equador

Câmara de Comércio Brasil-EquadorIlmo. Sr. Presidente Rubens BotteriRua da Candelária, 9, 11 andar, CentroRio de Janeiro - RJCep: 20010-120Fone: 55 (21) 3559-990E-mail: [email protected]: http://www.acrj.org.br/camaras/camara-de-comercio-brasil-equador

Honduras

Câmara de Comércio, Indústria e Turismo Brasil-HondurasIlmo. Sr. Presidente Luiz Oswaldo AranhaRua da Alfândega, 81-A, sl 502, CentroRio de Janeiro - RJCep: 20070-001Fone: 55 (21) 2242-8063 / 2242-8451E-mail: [email protected]

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CÂMARAS DE COMÉRCIOFILIADAS À FCCE

Panamá

Câmara de Comércio Brasil-PanamáIlma. Sra. Presidente Maria Cristina Novaes RodriguesSede social:Rua Teixeira da Silva, 560, ParaísoSão Paulo - SPCep: 04002-032Sede administrativa:Av. Queiroz Filho, 1700, sl 908, torre E, Vila HamburguesaSão Paulo - SPFone: 55 (11) 3527-5026E-mail: [email protected]: www.camarabrasilpanama.com.br

Paraguai

Câmara de Comércio Brasil-ParaguaiIlmo. Sr. Presidente Luiz Fernando MarcheseRua da Candelária, 9, 11 andar, CentroRio de Janeiro - RJCep: 20091-020Fone: 55 (21) 2514-1276E-mails: [email protected]@gmail.comSite: www.federasur.org.br

Peru

Câmara de Comércio Brasil-PeruIlmo. Sr. Presidente Cesar Augusto MaiaRua da Candelária, 9, sl 803, CentroRio de Janeiro - RJCep: 20091-020Fones: 55 (21) 2263-2585 / 2253-2261 / 2263-6004E-mail: [email protected]: www.acrj.org.br/camaras/camara-de-comercio-brasil-peru

República Dominicana

Câmara Oficial de Comércio Brasil-República DominicanaIlmo. Sr. Presidente José Manoel Dias AvelinoRua Figueiredo Magalhães, 286, sl 314, CopacabanaRio de Janeiro - RJCep: 22031-010Fone: 55 (21) 2332-8392E-mails: [email protected]@desenvolvimento.rj.gov.br

Venezuela

Câmara de Comércio Brasil-VenezuelaIlmo. Sr. Presidente Darc Antonio CostaLargo do Machado, 54, sl 606, CateteRio de Janeiro - RJCep: 22221-020Fone: 55 (21) 3235-6802Fax: 55 (21) 2265-8643E-mails: [email protected]@federasur.org.br / [email protected]: www.camarabv.org

ÁSIA

China

Câmara de Comércio e Indústria Brasil-ChinaIlmo. Sr. Presidente Charles Andrew T’angRua Senador Dantas, 71, 12 andar, CentroRio de Janeiro - RJCep: 20031-202Fone: 55 (21) 2532-5877Fax: 55 (21) 2240-8648E-mails: [email protected] / [email protected]: www.camarabrasilchina.com.br

Câmara Chinesa de Comércio do BrasilIlmo. Sr. Presidente Daniel ManucciDiretor: Fernando MouradRua Felipe dos Santos, 521, 8 andar, LourdesBelo Horizonte - MGCep: 30180-160Fone: (31) 2552-7414E-mail: [email protected]: www.camarachinesa.com.br

Hong Kong

Invest Hong Kong Consultora Executiva: Marina BarrosRua Cel. Xavier de Toledo, 316, 1 andar, cj 10ASão Paulo – SPCep: 01048-000Fone: 55 (11) 3159-0765Fax: 55 (11) 3159-0778Site: www.investhk.gov.hk

Indonésia

Câmara de Comércio, Indústria e Turismo Brasil-IndonésiaIlmo. Sr. Presidente Ricardo SternAv. Ataulfo de Paiva, 1240/203, LeblonRio de Janeiro - RJCep: 22440-035Fone: 55 (21) 2259-8756E-mails: [email protected]@viasete.com.br

Câmara de Comércio e Indústria Islâmica BrasileiraIlmo. Sr. Presidente Nawfal AlssabakVice-Presidente: Jalal Jamel Dawwod ChayaAlameda Santos, 771, cj 31, 3 andar, Cerqueira CésarSão Paulo - SPCep: 01419-001Fones: 55 (11) 3253-2620 / 3253-2075Fax: 55 (11) 3253-9812E-mail: [email protected]: www.brasiliraq.com.br

Índia

Câmara de Comércio, Indústria e Agropecuária Índia-BrasilIlmo. Sr. Presidente Elson de Barros GomesCoordenadora Geral: Nathália GomideRua Paraíba, 523, FuncionáriosBelo Horizonte – MGCep: 30130-140Fones: 55 (31) 3264-5444 / 3055-3836E-mails: [email protected]@indiabrazilchamber.orgSite: www.indiabrazilchamber.org

Câmara de Comércio, Indústria e Turismo Brasil-Índia no Rio de JaneiroIlmo. Sr. Carlos Henrique de Souza JundRua Alcindo Guanabara, 25, 11 andar, CentroRio de Janeiro - RJFone: 55 (21) 2262-7033Site: www.brazilindia.com.br

Iraque

Câmara de Comércio e Indústria Brasil-IraqueIlmo. Sr. Presidente Nawfal AlssabakVice-Presidente: Jalal Jamel Dawwod ChayaAlameda Santos, 771, cj 31, 3 andar, Cerqueira CésarSão Paulo - SPCep: 01419-001Fones: 55 (11) 3253-2620 / 3253-2075Fax: 55 (11) 3253-9812E-mail: [email protected]: www.brasiliraq.com.br

Israel

Câmara Brasil-Israel de Comércio e IndústriaIlmo. Sr. Presidente Jayme BlayAv. Brigadeiro Faria Lima, 1713, cj 61São Paulo - SPCep: 01452-001Fone: 55 (11) 3060-9333Fax: 55 (11) 3063-4424E-mails: [email protected]@cambici.org.brSite: www.cambici.org.br

Japão

Câmara de Comércio e Indústria Japonesa do Rio de JaneiroIlmo. Sr. Presidente Naoki KobayashiRua Senador Dantas 80, sl 1401, CentroRio de Janeiro - RJCep: 20031-201Fone: 55 (21) 2524-7361Fax: 55 (21) 2524-7366E-mail: [email protected]: www.ccijr.org.br

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CÂMARAS DE COMÉRCIOFILIADAS À FCCE

Líbano

Câmara de Comércio, Indústria e Agricultura Líbano-Brasileira do Estado do Rio de JaneiroIlmo. Sr. Presidente Paulo Cezar AssedAv. Franklin Roosevelt, 39, sls 702/706Rio de Janeiro – RJCep: 20021-120Fone: 55 (21) 2210-1419Fax: 55 (21) 2210-1420E-mails: [email protected]@uol.com.brSite: www.cclbrj.com

Câmara de Comércio Brasil-Líbano – CCBLIlmo. Sr. Presidente Alfredo Cotait NetoAv. Paulista, 688, 16 andar, São Paulo – SPCep: 01310-909Fone: 55 (11) 3262-1610Fax: 55 (11) 3262-4548E-mail: [email protected]: www.ccbl.com.br

Federação das Entidades Líbano-Brasileira do Estado do Rio de JaneiroIlmo. Sr. Presidente Nelson Mufarrej FilhoRua Sete de Setembro, 55, grupo 2603, CentroRio de Janeiro - RJCep: 20050-004Fone: 55 (21) 2509-8211E-mail: [email protected]

Câmara de Comércio Líbano-Brasileira de Minas GeraisIlmo. Sr. Presidente Charles LoftiRua Tomás Gonzaga, 802, 9 andar, LourdesBelo Horizonte - MGCep: 30180-140Fone: 55 (31) 3071-3900Fax: 55 (31) 3071-3922E-mails: [email protected]@cclbmg.com.brSite: www.cclbmg.com.br

Câmara de Investimento, Comércio e Indústria Brasil-Arábia SauditaIlmo. Sr. Salman Mohammed Abdullatif AlnaaimRua Olimpíadas, 205, 4 andar, Itaim Bibi, São Paulo – SPCep: 04551-000Fone: 55 (11) 3728-9298E-mail: [email protected]: www.cicibas.org

Sri Lanka

Consulado-Geral Honorário da República Democrática Socialista do Sri Lanka no Rio de JaneiroIlmo. Sr. Sohaku R. C. BastosAv. N. S. de Copacabana, 817, 12 andar, CopacabanaRio de Janeiro - RJCep: 22050-002Fone: 55 (21) 2205-8116Fax: 55 (21) 2240-5381E-mail: [email protected]: www.consulanka.org.br

Taipei

Escritório Econômico e Cultural de Taipei no BrasilIlmo. Sr. Ricardo HsuSHIS QI 9, cj 16, casa 23, Lago SulBrasília - DFCep: 71625-160Fones: 55 (61) 3364-0231 / 3364-4125Fax: 55 (61) 3364-0239E-mail: [email protected]: www.taiwanembassy.org/BR/mp.asp?mp=347

Turquia

Câmara de Comércio e Indústria Turco Brasileira Ilmo. Sr. Presidente Güray SírkeciogluAv. Brigadeiro Luis Antonio, 2729, cj 709, Jardim PaulistaSão Paulo - SPCep: 01401-000Fone: 55 (11) 4305-1453Cel: 55 (11) 97955-2586E-mail: [email protected]: www.ccitb.org.br

EUROPA

Alemanha

Câmara de Comércio e Indústria Brasil-AlemanhaIlmo. Sr. Presidente Sergio BoanadaDiretor Executivo: Hanno ErwesAv. Graça Aranha, 1, 6 andar, CasteloRio de Janeiro - RJCep: 20030-002Fone: 55 (21) 2224-2123Fax: 55 (21) 2252-7758E-mail: [email protected]

Câmara de Comércio e Indústria Brasil-AlemanhaIlmo. Sr. Presidente Everson OppermannRua Castro Alves, 600Porto Alegre, RS - Cep: 90430-130Fone: 55 (51) 3222-5766Fax: 55 (51) 3222-5556E-mails: [email protected]@ahkpoa.com.brSite: www.ahkpoa.com.br

Belarus

Câmara de Comércio e Indústria Brasil-BelarusIlmo. Sr. Presidente Alexander ZhebitAv. General Justo, 307, sl 600, CasteloRio de Janeiro - RJ - Cep: 20021-130Fone: 55 (21) 3804-9289Fax: 55 (21) 2524-1624E-mail: [email protected]: www.belarus.com.brwww.brasil-belarus.org.br

Bélgica / Luxemburgo

Câmara de Comércio e Indústria Belgo-Luxemburguesa-Brasileira no BrasilIlmo Sr. Presidente Daniel KedzierskiAv. Paulista 2.073, Conjunto Nacional, Horsa I, Sls 1113/1114São Paulo - SPCep: 01311-300Fone: 55 (11) 3284-9557Fax: 55 (11) 3283-3601E-mail: [email protected]: www.belgalux.com.brFacebook: facebook.com/belgalux

Dinamarca

Câmara de Comércio Dinamarquês-BrasileiraIlmo. Sr. Presidente Jan LomholdtRua Professor Álvaro Rodrigues, 352, 13 andar, BotafogoRio de Janeiro - RJCep: 22280-040Fone: 55 (21) 99249-5249Site: www.danchamb.com.brReino Unido

Câmara Britânica de Comércio no BrasilIlmo. Sr. Presidente Fabio CaldasAv. Graça Aranha, 1, 6 andar, CentroRio de Janeiro - RJCep: 20030-002Fones: 55 (21) 2240-1058 / 2262-5926Fax: 55 (21) 2240-1058E-mails: [email protected]@[email protected]: www.britcham.com.br

Eslováquia

Câmara de Comércio e Indústria Brasil-EslováquiaIlmo. Sr. Presidente Joaquim Ferreira MangiaAv. Rio Branco, 123, sl 1701, CentroRio de Janeiro - RJCep: 20040-005Fone: 55 (21) 2532-7404Fax: 55 (21) 2532-7412E-mail: [email protected]

Espanha

Escritório Comercial da EspanhaSr. Cônsul Ángel Funes RivasConselheira Econômica: Ana Raquel Garcia RubioPraça Gen. Gentil Falcão, 108, cj 82São Paulo - SPCep: 04571-150Fone: 55 (11) 5105-4378Fax: 55 (11) 5105-4382E-mail: [email protected]: www.icex.es / www.spainbusiness.com.br

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CÂMARAS DE COMÉRCIOFILIADAS À FCCE

França

Câmara de Comércio França-BrasilIlmo. Sr. Presidente Benoit d’IribaneAlameda Itu, 852, 19 andar, Jardim PaulistaSão Paulo - SPCep: 01421-001Fone: 55 (11) 3088-2290Fax: 55 (11) 3061-1553E-mail: [email protected]: www.ccfb.com.brhttp://saopaulo.ccfb.com.br

Câmara de Comércio França-BrasilIlma. Sra. Presidente Claudine Bichara de OliveiraAv. Presidente Antonio Carlos, 58, 10 andar, CentroRio de Janeiro - RJCep: 20020-010Fone: 55 (21) 2220-1015Fax: 55 (21) 2533-3925E-mails: [email protected]@ccfb.com.brSites: www.ccfb.com.br http://rio.ccfb.com.br

Grécia

Câmara de Comércio Brasil-GréciaIlmo Sr. Presidente Fabiano NiederauerAv. General Guedes da Fontoura, 674, Barra da TijucaRio de Janeiro - RJCep: 22621-242Fone: 55 (21) 2246-9055E-mails: [email protected]@ccbg.com.brSite: www.ccbg.com.br

Holanda

Câmara de comércio Holando-BrasileiraIlmo. Sr. Presidente Ronald EikelenboomDiretor Executivo: Hans MulderRua Marquês de Itu, 503, cj 62, Vila BuarqueSão Paulo - SPCep: 01223-001Fone: 55 (11) 3221-5899Fax: 55 (11) 3221-9242E-mail: [email protected]: www.dutcham.com.br

Câmara de Comércio Brasil-Holanda Ilmo. Sr. Maarten de HaanRua da Candelária, 9, sl 1101, CentroRio de Janeiro - RJCep: 20091-904Fone: 55 (21) 99154-5071E-mail: [email protected]: www.hbcc.com.br

Hungria

Câmara de Comércio e Indústria Brasil-HungriaIlmo. Sr. Presidente Joaquim Ferreira MangiaAv. Rio Branco, 123, sl 1701, CentroRio de Janeiro - RJCep: 20040-005Fone: 55 (21) 2532-7404Fax: 55 (21) 2532-7412E-mail: [email protected]

Itália

Câmara Ítalo-Brasileira de Comércio e IndústriaIlmo. Sr. Presidente Pietro PetragliaSecretário Geral: Giorgio Luigi RossiAv. Graça Aranha, 1, 6 andar, CentroRio de Janeiro - RJCep: 20030-002Fone: 55 (21) 2262-9141Fax: 55 (21) 2262-2998E-mail: [email protected]: www.portalitalia.com.brwww.camaraitaliana.com.br

Noruega

Câmara de Comércio Noruega-BrasilIlmo. Sr. Presidente Halvard IdlandGerente Executiva: Glorisabel Garrido Thompson FlôresRua Lauro Müller 116, sl 2401, BotafogoRio de Janeiro - RJCep: 22290-160Fone: 55 (21) 3544-0047Fax: 55 (21) 3544-0044E-mail: [email protected]: www.nbcc.com.br

Portugal

Federação das Câmaras Portuguesas de Comércio no BrasilIlmo. Sr. Presidente: Fernando Meira Ribeiro DiasAvenida do Contorno, 4520, 7 andar, FuncionáriosBelo Horizonte - MGFone: 55 (31) 3213 1557E-mail: [email protected]: www.brasilportugal.org.br

Câmara Portuguesa de Comércio no Brasil–BahiaIlmo. Sr. Presidente: Antônio CoradinhoRua Fonte do Boi, 216, loja F. Hotel Pestana, Rio VermelhoSalvador - BACep: 41940-360Fone: 55 (71) 2103-8073E-mail: [email protected]

Câmara Brasil-Portugal – CearáIlmo. Sr. Presidente: Jorge Duarte ChaskelmannAv. Barão de Studart, 1980, 2 andar, Ed. Casa da Indústria (FIEC), AldeotaFortaleza - CECep: 60120-901Fone: 55 (85) 3261-7423E-mail: [email protected]

Câmara Brasil-Portugal – Distrito Federal (Comércio / Indústria / Turismo)Ilmo. Sr. Presidente: Fernando Pedro de BritesSCLS 302, bloco B, lj 22Brasília - DFCep: 70338-520Fone: 55 (61) 3225-6630E-mails: [email protected]@futuramoveis.com.br

Câmara Portuguesa de Comércio no Brasil – Minas GeraisIlmo. Sr. Presidente: Fernando M. Ribeiro DiasAv. do Contorno, 4520, 7 andar, FuncionáriosBelo Horizonte - MGCep: 30110-916Fone: 55 (31) 3213-1557E-mail: [email protected]@camarabrasilportugal.com.br

Câmara Portuguesa de Comércio no Brasil – ParáIlmo. Sr. Presidente: Reginaldo FerreiraTrav. Quintino Bocaiúva, 1588, Ed. FIEPA, bloco A, 2 andarBelém - PACep: 66035-190Fone: 55 (91) 3250-1085E-mails: [email protected]@veloxmail.com.br

Câmara Brasil-Portugal – Paraíba (Comércio / Indústria / Turismo)Ilmo. Sr. Presidente: Antônio Manoel Soares de AlmeidaAv. João Machado, 310, sl 102, Ed. Empresarial Monte Carlo, JaguaribeJoão Pessoa - PBCep: 58013-520E-mails: [email protected]@gmail.com

Câmara de Comércio Brasil-Portugal – ParanáIlmo. Sr. Presidente: Antônio Francisco Corrêa AthaydePresidente Honorário: José Martins Brandão CoelhoRua Dr. Faivre, 123, CentroCuritiba - PRCep: 80060-140Fone: 55 (41) 3027-3303E-mails: [email protected]@gmail.com

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CÂMARAS DE COMÉRCIOFILIADAS À FCCE

Câmara Brasil-Portugal – Pernambuco (Comércio / Indústria / Turismo)Ilmo. Sr. Presidente: Armênio Ferreira DiogoRua da Aurora, 1225, 1 andar, Santo AmaroRecife - PECep: 50040-090Fones: 55 (81) 3221-8571/ 3223-8802E-mail: [email protected]

Câmara Portuguesa de Comércio e Indústria do Rio de JaneiroIlmo. Sr. Presidente: Ricardo CoelhoAv. Graça Aranha, 1, 6 andar, CentroRio de Janeiro - RJCep: 20030-002Fone: 55 (21) 2533-4189E-mail: [email protected]

Câmara Brasil-Portugal – Rio Grande do Norte (Comércio / Indústria / Turismo)Ilmo. Sr. Presidente: Sílvio de Araújo BezerraRua Raimundo Chaves, 2182, sl 101, Empresarial Candelária, CandeláriaNatal – RNCep: 59064-390Fone: 55 (84) 3206-5362E-mail: [email protected]

Câmara Brasil-Portugal – Rio Grande do Sul (Comércio / Indústria / Turismo)Ilmo. Sr. Presidente: Joaquim FirminoRua Andrade Neves, 155, cj 134Porto Alegre - RSCep: 90010-210Fone: 55 (51) 3221-1274E-mails: [email protected]@ccbp-rs.org.br

Câmara Brasil-Portugal – Santa Catarina (Comércio / Indústria / Turismo)Ilmo. Sr. Presidente: Cristiano BragaPresidente Honorário: Maurício Aristóteles FreitasRod. SC 401, 8600, Sto. Ant° de Lisboa, Corporate Park, bl 2, sl 1Florianópolis - SCCep: 88.050-000Fones: 55 (48) 3365 8600 / 55 (51) 3279-3568E-mails: [email protected]@ponto-brasil.com

Câmara Portuguesa de Comércio no Brasil – São PauloIlmo. Sr. Presidente: Manuel R.T. de Almeida FilhoAv. Liberdade, 602, 2 andarSão Paulo - SPCep: 01502-001Fone: 55 (11) 3340-3333E-mail: [email protected]

República Tcheca

Câmara de Comércio e Indústria Brasil – República TchecaIlmo. Sr. Presidente Joaquim Ferreira MangiaAv. Rio Branco, 123, sl 1701, CentroRio de Janeiro - RJCep: 20040-005Fone: 55 (21) 2532-7404Fax: 55 (21) 2532-7412E-mail: [email protected]

Romênia

Câmara de Comércio Brasil-RomêniaIlmo. Sr. Presidente Roberto Burgos GonçalvesRua Zamenhof 62, sl 402, EstácioRio de Janeiro - RJCep: 20250-070Fone: 55 (21) 3150-5550E-mail: [email protected]: www.acrj.org.br/camaras/camara-de-comercio-brasil-romenia

Rússia

Câmara de Comércio, Indústria e Turismo Brasil-RússiaIlmo. Sr. Presidente Gilberto Ferreira RamosRua Álvaro Alvim, 24/704, CentroRio de Janeiro - RJCep: 20031-010Fone: 55 (21) 3255-5090Fax: 55 (21) 3255-5090E-mail: [email protected]: www.brasil-russia.org.br

San Marino

Câmara de Comércio, Indústria, Turismo e Cultura Brasil-San MarinoIlmo. Sr. Presidente João Pedro de Sabóia Bandeira de Melo FilhoVice Presidente: Mauro Pereira de Lima CâmaraAv. General Justo, 307, sl 600, CentroRio de Janeiro - RJFone: 55 (21) 3804-9289Fax: 55 (21) 2524-1624Site: www.brasil-sanmarino.org.br

Suíça

Câmara de Comércio Suíço-BrasileiraIlmo. Sr. Presidente Emanuel BaltisAv. das Nações Unidas, 18.001São Paulo – SPCep: 04795-900Fones: 55 (11) 5683-7447 / 41 (44) 586-3741Fax: 55 (11) 5641 3306E-mail: [email protected]: www.swisscam.com.br

Suécia

Câmara de Comércio Sueco-BrasileiraIlmo. Sr. Presidente Nils Erik Gunnarsson GrafströmDiretor Executivo: Jonas LindströmRua Oscar Freire, 379, 12 andar, cj 121, Cerqueira CésarSão Paulo – SPCep: 01426-001Fone: 55 (11) 3066-2550Fax: 55 (11) 3066-2598E-mail: [email protected]: www.swedcham.com.br

Ucrânia

Câmara Brasil-Ucrânia de Comércio, Indústria e TurismoIlmo. Sr. Presidente Orlando Pereira de Lima ArrudaRua Japeri, 62, Rio CompridoRio de Janeiro – RJCep: 02261-080Fone: 55 (21) 2502-1897Fax: 55 (21) 2502-2081E-mail: [email protected]

OCEANIA

Austrália

Câmara de Comércio e Indústria Brasil-AustráliaDiretor-Presidente Ezequiel de Melo Campos NetoRua Espírito Santo, 2.727, 8 andar, LourdesBelo Horizonte - MGCep: 30160-032Fone: 55 (31) 2532-9645E-mail: [email protected]: www.australia.org.br

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