exigências de lisina digestível para juvenis de tilápia-do-nilo

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Correspondências devem ser enviadas para: [email protected] Revista Brasileira de Zootecnia © 2006 Sociedade Brasileira de Zootecnia ISSN impresso: 1516-3598 ISSN on-line: 1806-9290 www.sbz.org.br R. Bras. Zootec., v.35, n.3, p.937-942, 2006 (supl.) Exigências de lisina digestível para juvenis de tilápia-do-nilo Wilson Massamitu Furuya 1 , Vivian Gomes dos Santos 3 , Lilian Carolina Rosa Silva 2 , Valéria Rossetto Barriviera Furuya 1 , Eduardo Shiguero Sakaguti 1 1 Depto. de Zootecnia - UEM, Av. Colombo, 5790, 87020-900, Maringá-PR. 2 Programa de Pós-graduação em Zootecnia - PPZ/UEM, Maringá-PR. 3 Graduação em Zootecnia, UEM, Maringá-PR. RESUMO - Este estudo foi realizado com o objetivo de determinar a exigência de lisina digestível para juvenis de tilápia-do-nilo. Noventa e seis peixes revertidos sexualmente e com peso vivo inicial de 5,72 ± 0,10 g foram alimentados por 42 dias com quatro rações (29.51% de PB e 3.235 kcal de energia digestível/kg) contendo diferentes níveis de L-lisina HCl (0,1; 0,3; 0,5 e 0,7%, correspondendo a rações com 1,04; 1,27; 1,51 e 1,741% de lisina digestível, respectivamente). Os peixes foram distribuídos em 16 tanques com capacidade de 1.000 L cada um, em um delineamento inteiramente casualizado, com quatro tratamentos, três repetições e seis peixes por unidade experimental. Não foi observado efeito dos níveis de lisina sobre o índice hepato-somático, a gordura visceral, a sobrevivência e os teores de água e extrato etéreo na carcaça. A análise de Linear Response Plateau do ganho de peso e da conversão alimentar versus níveis de lisina digestível demonstrou estimativa de exigência de 1,56 e 1,44% de lisina digestível, respectivamente. Foi observado efeito quadrático sobre o rendimento de carcaça, que aumentou até o nível de 1,61% de lisina digestível. Considerando o desempenho, recomenda-se que dietas para juvenis de tilápia-do-nilo devem conter 1,44% de lisina digestível (5,23% da proteína da dieta). Palavras-chave: desempenho, exigência, lisina, Oreochromis niloticus Digestible lysine requirements of Nile tilapia juveniles ABSTRACT - This trial was carried out to determine the digestible lysine requirements of Nile tilapia juveniles. Ninety- six reverted fishes averaging initial weight of 5.72 ± 0.10 g were fed four diets (29.51% of crude protein and 3,235 kcal/kg of digestible energy) containing increasing levels of L-lysine HCl (0.1, 0.3, 0.5, and 0.7%), during 42 days. The following treatments were evaluated: dietary lysine levels of 1.04; 1.27; 1.51 and 1.741%. Fishes were allotted to 1000-L 16 tanks, as a completely randomized design with four treatments, three replicates and eight fishes per experimental unit. No treatment effects on hepatosomatic index, visceral fat, survival rate and water ether extract in the carcass were observed. The Linear Response Plateau analysis of weight gain and feed:gain ratio versus digestible lysine level yielded an estimated digestible lysine requirement of 1.56 and 1.44% for Nile tilapia juveniles, respectively. Quadratic effect of treatments on carcass yield that increased up to 1.61% of digestible lysine was observed. Considering the performance, it is recommended diets containing up to 1.44% of digestible lysine (5.23% of protein) for Nile tilapia juveniles. Key Words: lysine, Oreochromis niloticus, performance, requirement Introdução A tilápia-do-nilo (Oreochromis niloticus) é uma espécie de água doce cuja criação vem aumentando rapidamente no Brasil, principalmente em sistemas intensivos (Fitzsimmons, 2000). Em altas densidades, os peixes necessitam de dietas completas, uma vez que o alimento natural disponível no meio aquático não atende às suas exigências nutricionais. Diversos alimentos protéicos de origem vegetal têm sido utilizados em substituição à farinha de peixe, pela maior disponibilidade no mercado e, conseqüentemente, pelo menor custo. Entretanto, por apresentarem deficiência de alguns aminoácidos, é necessária a suplementação com aminoácidos sintéticos. Para adequada suplementação, é necessário o conhe- cimento da exigência de cada aminoácidos essencial, prin- cipalmente os mais limitantes. A lisina geralmente é o primeiro ou segundo aminoácido limitante em dietas para peixes, sendo encontrada em elevada proporção na carcaça (Furuya et al., 2004). A suplementação de lisina está relacionada ao aumento no ganho de peso, à melhora na conversão alimentar, ao aumento na retenção de nitrogênio e à redução

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  • Correspondncias devem ser enviadas para: [email protected]

    Revista Brasileira de Zootecnia 2006 Sociedade Brasileira de ZootecniaISSN impresso: 1516-3598ISSN on-line: 1806-9290www.sbz.org.br

    R. Bras. Zootec., v.35, n.3, p.937-942, 2006 (supl.)

    Exigncias de lisina digestvel para juvenis de tilpia-do-nilo

    Wilson Massamitu Furuya1, Vivian Gomes dos Santos3, Lilian Carolina Rosa Silva2, ValriaRossetto Barriviera Furuya1, Eduardo Shiguero Sakaguti1

    1 Depto. de Zootecnia - UEM, Av. Colombo, 5790, 87020-900, Maring-PR.2 Programa de Ps-graduao em Zootecnia - PPZ/UEM, Maring-PR.3 Graduao em Zootecnia, UEM, Maring-PR.

    RESUMO - Este estudo foi realizado com o objetivo de determinar a exigncia de lisina digestvel para juvenis detilpia-do-nilo. Noventa e seis peixes revertidos sexualmente e com peso vivo inicial de 5,72 0,10 g foram alimentadospor 42 dias com quatro raes (29.51% de PB e 3.235 kcal de energia digestvel/kg) contendo diferentes nveis de L-lisinaHCl (0,1; 0,3; 0,5 e 0,7%, correspondendo a raes com 1,04; 1,27; 1,51 e 1,741% de lisina digestvel, respectivamente).Os peixes foram distribudos em 16 tanques com capacidade de 1.000 L cada um, em um delineamento inteiramentecasualizado, com quatro tratamentos, trs repeties e seis peixes por unidade experimental. No foi observado efeitodos nveis de lisina sobre o ndice hepato-somtico, a gordura visceral, a sobrevivncia e os teores de gua e extrato etreona carcaa. A anlise de Linear Response Plateau do ganho de peso e da converso alimentar versus nveis de lisinadigestvel demonstrou estimativa de exigncia de 1,56 e 1,44% de lisina digestvel, respectivamente. Foi observado efeitoquadrtico sobre o rendimento de carcaa, que aumentou at o nvel de 1,61% de lisina digestvel. Considerando odesempenho, recomenda-se que dietas para juvenis de tilpia-do-nilo devem conter 1,44% de lisina digestvel (5,23% daprotena da dieta).

    Palavras-chave: desempenho, exigncia, lisina, Oreochromis niloticus

    Digestible lysine requirements of Nile tilapia juveniles

    ABSTRACT - This trial was carried out to determine the digestible lysine requirements of Nile tilapia juveniles. Ninety-six reverted fishes averaging initial weight of 5.72 0.10 g were fed four diets (29.51% of crude protein and 3,235 kcal/kgof digestible energy) containing increasing levels of L-lysine HCl (0.1, 0.3, 0.5, and 0.7%), during 42 days. The followingtreatments were evaluated: dietary lysine levels of 1.04; 1.27; 1.51 and 1.741%. Fishes were allotted to 1000-L 16 tanks,as a completely randomized design with four treatments, three replicates and eight fishes per experimental unit. No treatmenteffects on hepatosomatic index, visceral fat, survival rate and water ether extract in the carcass were observed. The LinearResponse Plateau analysis of weight gain and feed:gain ratio versus digestible lysine level yielded an estimated digestible lysinerequirement of 1.56 and 1.44% for Nile tilapia juveniles, respectively. Quadratic effect of treatments on carcass yield thatincreased up to 1.61% of digestible lysine was observed. Considering the performance, it is recommended diets containing upto 1.44% of digestible lysine (5.23% of protein) for Nile tilapia juveniles.

    Key Words: lysine, Oreochromis niloticus, performance, requirement

    Introduo

    A tilpia-do-nilo (Oreochromis niloticus) uma espciede gua doce cuja criao vem aumentando rapidamente noBrasil, principalmente em sistemas intensivos (Fitzsimmons,2000). Em altas densidades, os peixes necessitam de dietascompletas, uma vez que o alimento natural disponvel nomeio aqutico no atende s suas exigncias nutricionais.

    Diversos alimentos proticos de origem vegetal tmsido utilizados em substituio farinha de peixe, pela maiordisponibilidade no mercado e, conseqentemente, pelo

    menor custo. Entretanto, por apresentarem deficincia dealguns aminocidos, necessria a suplementao comaminocidos sintticos.

    Para adequada suplementao, necessrio o conhe-cimento da exigncia de cada aminocidos essencial, prin-cipalmente os mais limitantes. A lisina geralmente oprimeiro ou segundo aminocido limitante em dietas parapeixes, sendo encontrada em elevada proporo na carcaa(Furuya et al., 2004). A suplementao de lisina est relacionadaao aumento no ganho de peso, melhora na conversoalimentar, ao aumento na reteno de nitrognio e reduo

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    no contedo de lipdios na carcaa (Bai & Gatlin, 1994;Davis et al., 1997; Berge et al., 1998).

    A exigncia de lisina tem sido avaliada para juvenis dediversas espcies carnvoras, como o sea bass, Dicentrarchuslabrax (Tibaldi & Lanari, 1991), o striped bass, Moronechysops x M. saxatilis (Keembiyehetty & Gatlin,1992) e atruta arco-ris, Oncorhynchus mykiss (Kim et al., 1992). Parajuvenis de espcies herbvoras e onvoras, o teor de lisina nadieta de aproximadamente 1,5 ou 5% da protena da dieta,como pode ser observado nos trabalhos realizados porSantiago & Lovell (1988), com tilpias-do-nilo, Murthy &Varghese (1997), com carpa (Labeo rohita), Forster &Ogata (1998), com juvenis de flounder (Paralichthysolivaceus) (1 g), Fagbenro et al. (1998), com o bagre africano(Clarias gariepinus), e Ahmed & Khan (2004), com a carpa(Cirrhinus mrigala).

    A deficincia de um nico aminocido na dieta podelimitar a utilizao de toda a protena pelos peixes. Almdisso, a digestibilidade dos aminocidos bastante varivelentre os ingredientes (Furuya et al., 2001a). Considerandoque ainda so poucas as informaes sobre as exigncias deaminocidos digestveis para a tilpia-do-nilo, importanteapresentar as exigncias em forma de aminocido digestvelpara permitir a adequada utilizao da protena da rao pelospeixes e reduzir o custo com alimentao.

    Este trabalho foi realizado com o objetivo de determinara exigncia de lisina digestvel para juvenis de tilpia-do-nilo, considerando o crescimento, a utilizao dosnutrientes e a composio qumica da carcaa.

    Material e Mtodos

    O experimento foi realizado no Laboratrio deAqicultura da Universidade Estadual de Maring - UEM,Maring-PR, durante 42 dias.

    Foram utilizados 96 peixes da linhagem tailandesarevertidos durante a fase larval, com peso inicial de 5,72 0,10 g, originados da Piscicultura Araucria Belmonte,Rolndia-PR. Os peixes foram distribudos em 16 aqurioscom volume til unitrio de 800 L, com sistema individual derenovao da gua (5%/dia) e aerao constante por meiode pedra porosa acoplada a um soprador central.

    Foram avaliadas raes com 0; 3,00; 6,00 e 9,00 g deL-lisina HCl (78,9 %)/kg, correspondentes a raes com1,04; 1,27; 1,51 e 1,74% de lisina digestvel ou 1,17; 1,48; 1,63e 1,79% de lisina total, respectivamente.

    Uma rao-referncia foi formulada para atender sexigncias de PB estimadas para tilpia-do-nilo por Furuyaet al. (2000), mantendo-se a relao protena:energia prxima recomendada pelo NRC (1993) para tilpias (Tabela 1).

    Os aminocidos DL-metionina e L-treonina foramsuplementados na rao-referncia, com base no conceitode protena ideal (Furuya et al., 2001a), para tilpia-do-nilo.

    Antes da montagem do experimento, foi determinada adigestibilidade aparente da energia bruta, dos nutrientes edos aminocidos da rao-referncia, utilizando-semetodologia descrita por Furuya et al. (2001b). Os coeficientesde digestibilidade foram determinados de acordo com aexpresso descrita por Nose (1960):

    Tabela 1 - Composies percentual e calculada da rao-referncia

    Table 1 - Ingredient and calculated compositions of the reference diet

    Ingrediente (%)Ingredient

    Milho (Corn) 39,43Farelo de soja (Soybean meal) 24,00Glten de milho (Corn gluten) 20,00Farelo de trigo (Wheat meal) 8,00Farinha de peixe (Fish meal) 4,00Fosfato biclcico (Dicalcium phosphate) 2,20leo de soja (Soy oil) 1,00DL-metionina (DL-methionine) 0,20Suplemento mineral e vitamnico1 (Min. and vit. mix) 0,50Sal comum (Salt) 0,50Vitamina C2 (Vitamin C) 0,05BHT 3 0,02Alginato4 (Sodium alginate) 0,10Tota l 100,00

    Composio (matria natural)5Composition (as-fed basis)

    Matria seca (%) (Dry matter) 88,86Energia digestvel (kcal/kg) (Digestible energy) 3.235,33Protena bruta (%) (Crude protein) 29,83Protena digestvel (%) (Digestible protein) 27,51Extrato etreo (%) (Ether extract) 2,82Fibra bruta (%) (Crude fiber) 3,06Clcio (%) (Calcium) 0,82Fsforo disponvel (%) (Available phosphorus) 0,57Aminocido digestvel (%)6 (Digestible amino acids)Lisina (Lysine) 1,04Metionina (Methionine) 0,75Metionina + cistina (Methionine + cystine) 1,15Treonina (Threonine) 0,98Triptofano (Tryptophan) 0,24Arginina (Arginine) 1,111 Suplemento mineral e vitamnico (mineral and vitamin mix) (Supre Mais):

    composio por kg do produto (composit ion per kg the product) :Vit. A = 1200.000 UI; vit. D3 = 200.000 UI; vit. E = 12.000 mg;vit. K3 = 2.400 mg; vit. B1 = 4.800 mg; vit. B2 = 4.800 mg; vit. B6 = 4.000 mg;vit. B12 = 4.800 mg; c. flico (folic acid) = 1.200 mg; pantotenato de Ca(pantothenic calcium) = 12.000 mg; vit. C = 48.000 mg; biotina (biotin) = 48 mg;colina (choline) = 65.000 mg; cido nicotnico (nicotinic acid) = 24.000 mg;Fe = 10.000 mg; Cu = 600 mg; Mn = 4.000 mg; Zn = 6.000 mg; I = 20 mg;Co = 2 mg e Se = 20 mg;

    2 Vitamina C: sal clcico 2 - monofosfato de cido ascrbico com (42% deprincpio ativo) (Vitamin C: calcic salt, 2-monophosphate of ascorbic acid-42% activeprinciple).

    3 Butil Hidrxi Tolueno (Butil-hidroxi-toluen).4 Aglutinante (Aglutinant).5 Valores determinados no Laboratrio de Nutrio Animal -DZO/UEM.

    (Analyses were performed at the Nutrition Lab of DZO/UEM).6 Valores determinados no Laboratrio de Alta Tecnologia, Campinas-SP.

    (Analyses were performed at LABTEC, Campinas-SP).

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    =

    r

    f

    f

    r

    NN

    OCrOCrCDA

    %%

    .3%3%

    .1001002

    2

    em que: CDA = coeficiente de digestibilidade aparente (%);%Cr2O3d e %Cr2O3f = % de xido de crmo na rao e nasfezes, respectivamente; %Nf e % Nd = % de nutriente nasfezes e na rao, respectivamente.

    Todos os ingredientes foram modos at atingiremdimetro igual ou inferior a 0,36 mm. As raes foramgranuladas por meio de uma prensa eltrica e, aps desidra-tao em estufa ventilada a 50oC, durante 24 horas, foramdesintegradas at o dimetro recomendado por Jauncey &Ross (1982) para tilpias.

    As anlises qumicas dos alimentos, das raes e dascarcaas foram feitas no Laboratrio de Anlise de Alimentosdo Departamento de Zootecnia da Universidade Estadualde Maring UEM, de acordo com metodologia descrita porSilva et al. (1990). A anlise dos aminocidos da rao-referncia e das fezes foi realizada no Laboratrio de AltaTecnologia - LABTEC, Campinas-SP, e a de xido de cromofoi feita conforme descrito por Graner et al. (1972).

    Todos os peixes foram pesados no incio e ao final doexperimento. A rao diria total foi distribuda quatrovezes/dia, s 8, 11h30, 15 e 18h. O arraoamento foi manuale a dieta foi fornecida at a saciedade aparente, quando nose observaram captura e regurgitao dos grnulos.

    Aps pesagem final, dois peixes de cada unidade experi-mental foram utilizados para determinao do rendimento decarcaa (peso da carcaa isenta de vsceras/peso vivo x 100),do teor de gordura visceral (peso da gordura viscero-somtica/peso vivo x 100) e do ndice hepato-somtico (peso do fgado/peso vivo x 100). A taxa de eficincia protica e a eficincia dereteno de nitrognio foram calculadas de acordo com asexpresses descritas por Jauncey & Ross (1982).

    Diariamente, foram tomadas as medidas de temperatura(8 e 16h) da gua dos tanques e, a cada cinco dias, foramrealizadas as medidas de pH, oxignio dissolvido (mg/L) econdutividade eltrica (Sm/cm) da gua de cada tanque.Os dados foram obtidos por meio de kit digital porttil.

    Os peixes foram distribudos em delineamento inteira-mente casualisado, com quatro tratamentos e quatro repe-ties, considerando-se unidade experimental cada tanquede 0,8 m3 de gua, com seis peixes.

    Os dados foram submetidos s anlises de varincia(ANOVA) e regresso polinomial e/ou LRP (Linear ResponsePlateau), por meio do programa estatstico SAEG (Euclydes,1983). Os dados de sobrevivncia foram transformados pelaexpresso y=arcsen 100/x , em que x o valor da varivel,em porcentagem.

    O modelo estatstico utilizado para anlise das caracte-rsticas de desempenho e econmicas foi:

    Yij = b0 + b1(hi - h) + b2(hi - h)2 + eij

    em que: Yij = observao referente ao tanque j, em que seutilizou nvel de lisina digestvel i; b0 = constante;b1 = coeficiente linear de regresso da varivel Y conformeo nvel de lisina digestvel i, para todo i diferente de 1;b2 = coeficiente quadrtico de regresso da varivel Y,conforme o nvel de lisina digestvel i, para todo i diferentede 1; hi = da porcentagem do nvel de lisina digestvel i,sendo i = 1, 2, 3 e 4 e i1 = 1,04; i2 = 1,27; i3 = 1,51 e i4 = 1,74%;h = mdia da porcentagem do nvel de lisina digestvel eeij = erro aleatrio associado a cada observao.

    Resultados e Discusso

    Foram obtidos valores de 26,3 1,55C; 6,24 0,5 mg/L;7,46 0,12 e 240,05 14,8 Sm/cm, respectivamente, paratemperatura, oxignio dissolvido, pH e condutividade el-trica da gua dos tanques. Os parmetros obtidos encon-tram-se na faixa recomendada por Popma & Green (1990)para mximo crescimento das tilpias.

    Geralmente, os trabalhos realizados para determina-o de aminocidos para peixes foram obtidos comalevinos, por meio de dietas semipurificadas ou purificadas,de modo que os coeficientes de digestibilidade da energiae protena foram estimados, e no determinados comorealizado neste trabalho. Alm disso, os dados so apre-sentados em forma de aminocidos totais, o que dificultaa comparao dos dados.

    Os valores mdios de desempenho de juvenis de tilpia-do-nilo alimentados com dietas contendo valores crescentesde lisina digestvel encontram-se na Tabela 2.

    No foi observado efeito (P

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    dente a 5,67% de lisina digestvel em relao ao contedode protena digestvel da dieta.

    Este valor (1,56%) superior ao encontrado por Santiago& Lovell (1988), que estimaram exigncia de 1,43% de lisina(5,1% da protena da dieta) para tilpia-do-nilo na fase inicial.Todavia, inferior aos obtidos por Murthy & Varghese(1997) e Fagbenro et al. (1998), de 2,24 (5,6% da protena) e2,29% de lisina (5,73% da protena), em juvenis de carpa ebagre do canal, respectivamente, alimentados com raesformuladas com base no valor de lisina total. Quando o valorde lisina foi calculado como porcentagem da protena dadieta, os valores estimados por esses ltimos autores foramprximos aos registrados neste estudo.

    A baixa proporo de lisina em relao ao contedo deprotena da dieta observada principalmente em dietas comvalores elevados de protena, como pode ser observado notrabalho realizado com juvenis de red sea bream por Forster& Ogata (1998), que estimaram valor de 1,73% de lisina(3,3% da protena) na dieta para mximo ganho de peso dospeixes alimentados com raes com 48% de PB. Isso foidemonstrado anteriormente por Tibaldi & Lanari (1991),que determinaram exigncia de 2,17% de lisina (4,34% daprotena) para alevinos de sea bass. Keembiyehetty &Gatlin (1992), por sua vez, estimaram exigncia de 1,41% delisina (4,03% da protena) para juvenis de striped bass.Trabalhando com truta arco-ris de aproximadamente 12,4 gde peso vivo, Kim et al. (1992) determinaram exigncia de1,30% de lisina na rao (3,71% da protena). Valores prximosforam obtidos por Berge et al. (1998), em juvenis de salmodo Atlntico, com valor de 1,8% de lisina na dieta paramximo ganho de peso (3,6% de lisina em relao PB).

    Assim, a comparao dos dados com base em valoresde porcentagem da lisina da dieta ou como porcentagem dalisina em relao protena da dieta relativa, se conside-radas as diferenas nos nveis de protena. Alm disso, importante ressaltar que, neste estudo, a proporo delisina foi obtida com base nos valores de lisina e protenadigestveis, enquanto os demais autores obtiveram essarelao com base em valores brutos de lisina e protena.

    Pelo modelo descontnuo LRP (Linear ResponsePlateau), que melhor se ajustou aos dados (P

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    2006 Sociedade Brasileira de Zootecnia

    relao ao contedo de protena digestvel da dieta. Esteresultado inferior aos encontrados por Forster & Ogata(1998) e Keembiyehetty & Gatlin (1992), de 1,9 e 1,91% lisinatotal em dietas para juvenis de flounder e striped bass,respectivamente, para melhor valor dessa varivel.

    O acrscimo de lisina nas dietas resultou em aumentocrescente (P

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    2006 Sociedade Brasileira de Zootecnia

    As diferenas nos resultados podem estar relaciona-das espcie, composio da rao-referncia, ao manejoalimentar e aos parmetros fsico-qumicos da gua. Ocoeficiente de digestibilidade da lisina varia entre ingre-dientes de acordo com sua composio em aminocidos ecom o processamento utilizado para obteno do alimento.

    Neste estudo, optou-se pelo aumento na freqncia dearraoamento para permitir adequada utilizao doaminocido suplementado, de forma a no ocorrer um poolplasmtico de lisina a uma taxa incompatvel com a capaci-dade de utilizao, permitindo adequada reteno de nitro-gnio corporal e, conseqentemente, aumento no rendi-mento de carcaa.

    A determinao da exigncia de lisina para juvenis detilpia-do-nilo necessria para permitir a elaborao dedietas com adequado balanceamento de aminocidos,objetivando maximizar o crescimento, a eficincia de utiliza-o da protena (aminocidos) e o rendimento de carcaa.

    Concluses

    Os dados obtidos neste estudo indicam que a tilpia-do-nilo na fase inicial (5 a 30 g de PV) apresenta exigncia de1,44% de lisina digestvel (1,55% de lisina total), correspon-dente a 5,23% da protena digestvel da dieta, para melhordesempenho, rendimento e composio qumica da carcaa.

    Literatura Citada

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    Recebido: 20/05/05Aprovado:25/11/05

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