exercícios espirituais da antiguidade: filosofia como modo de vida

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FILOSOFIA GREGA

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Page 1: Exercícios Espirituais da Antiguidade:   Filosofia como modo de vida

FILOSOFIA GREGA

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“Se você se propõe a falar, pergunte a si mesmo: É verdadeiro?

É necessário? É gentil?”Buda

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Exercícios Espirituais da antiguidade.

Page 4: Exercícios Espirituais da Antiguidade:   Filosofia como modo de vida

AnaxágorasAnaxágoras

HeraclitoHeraclito

TalesTales

AnaximandroAnaximandro

AnaxímenesAnaxímenes

PlatãoPlatão

AristótelesAristóteles

SócratesSócrates

EmpédoclesEmpédocles

PitágorasPitágoras

XenófanesXenófanes

ParménidesParménides

ZenãoZenão

DemócritoDemócrito

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TALES É considerado o primeiro

pensador racional, isto é, o primeiro a explicar os aconte-cimentos recorrendo à razão e não a causas sobrenaturais. Nasceu em Mileto, na Jónia, por volta de 624-23 aC.

A sua doutrina fundamental reside na identificação da substância universal com a água. A água é, para Tales, a causa material do mundo; aquilo que subjaz a toda a mudança.

«(…) Tudo é água e, por consequência, a terra está sobre a água»

ANAXIMANDROConcidadão e contemporâneo de

Tales, nasceu em Mileto por volta de 610-09 aC.

No campo da filosofia substituiu a “água” de Tales pelo (apeiron) (infinito ou indefinido). A causa material do mundo seria algo invisível tal como é, na medida em que se nos mostra sempre na forma de 1 dos 4 elementos: terra; ar; água e fogo.A mudança do mundo consistiria na alteração do elemento com que o apeiron se nos mostra.

«O principio de todas as coisas é o apeiron e dele provêm os céus e o mundo neles contidos»

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ANAXÍMENES

Discípulo de Anaxímenos, nasceu em Mileto por volta de 546-45 aC.

Substituiu a agua e o indefinido de Tales e Anaximando pelo ar.

«O ar é um deus, é gerado e imenso e infinito e está sempre em movimento»

HERÁCLITO Último dos pensadores jónios, nasceu

na cidade de Éfeso e foi contemporâneo de Parmé-nides – floresceram por alturas de 504-01 aC.

Para Heraclito, um dos pensadores que mais influência teve na filosofia, a mudança, ou devir de todas as coisas, caracteriza o mundo. Este é um fluxo constante em que nada se detém. O fogo é para Heraclito o elemento que melhor repre-senta a permanente mudança.

«A doença torna a saúde agradável e boa, a fome a saciedade, a fadiga o descanso»

«Não podemos banhar-nos duas vezes nas águas de um rio porque outras são as águas que por ele correm»

«Tudo flúi»

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ANAXÁGORAS Anaxágoras nasceu em 499-98 aC em

Clazómenes e diz-se que introduziu a filosofia em Atenas.

Anaxágoras pensa que a realidade é constituída por pequenas partículas a que chama sementes. Estas caracterizam-se pela sua infinita divisibilidade e agregabilidade sem que nunca formem um todo máximo ou um elemento indivisível. Da sua união e desunião resulta o mundo.

«(…) Os gregos estão errados ao admitir o nascimento e a morte; pois nada nasce ou morre, mas tudo se une e se separa, a partir das coisas que existem. Por isso andariam melhor se chamassem ao nascer composição e ao morrer dissolução»

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DEMÓCRITO Demócrito que nasceu em Abdera e é contemporâneo de Platão, é o mais conhecido dos

“Atomistas”. As explicações de Demócrito para o funcionamento do mundo são as melhor sucedidas

entre os pré-socráticos porque conciliam harmoniosamente os princípios da filosofia eleática com a física dos jónios. Demócrito admite que o mundo é constituído por ser e não ser, o que seria impensável para Parménides. Identifica o ser com a multiplici-dade de partículas indivisíveis (eternamente as mesmas) – os átomos -- e o não ser com o espaço vazio entre partículas -- o nada. Os átomos são animados de um movimento espontâneo pelo qual chocam, resultando daqui a formação e a dissolução dos corpos e dos mundos.

«Ser é cheio e sólido, não ser é vazio e denso. Visto que o vazio existe em não menor grau que o corpo, segue-se que o não ser não existe menos do que o ser. Os dois juntos são as causas materiais das coisas existentes»

«Tudo acontece segundo a necessidade; pois a causa do nascimento de todas as coisas é o redemoinho»

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SÓCRATES Sócrates, cidadão de Atenas, é por muitos considerado o pai da filosofia. Não se

conhece a data do seu nascimento mas sabe-se que era de origem humilde: o pai era escultor e a mãe parteira.

´ Sócrates nada escreveu. O que hoje sabemos dele deve-se sobretudo a Platão razão pela qual é difícil determinar onde acaba o Sócrates real e começa o Sócrates platonico.

Ao que tudo indica, as preocupações de Sócrates prendiam-se com os problemas morais tendo feito da sua vida uma investigação sobre as virtudes. Esta investigação tinha um pressuposto: o reconhecimento da ignorância e a crença na verdade, pelo que a ignorância devia constantemente ser superada – nisto se distingue dos sofistas. Tinha como máxima sua a máxima de Apolo “Conhece-te a ti próprio” dando-lhe um sentido não religioso: vê como és ignorante, reconhece a tua ignorância!

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SÓCRATES

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PLATÃOPlatão nasceu em Atenas em 428 aC. Provinha de uma família da antiga nobreza ateniense e foi

um dos seguidores de Sócrates. Quando este foi condenado à morte decidiu abandonar a carreira política e dedicar-se à filosofia. A sua influência na filosofia foi e continua a ser muito importante.

Grande parte da sua vasta obra literária chegou até nós, o que não aconteceu com nenhum pensador anterior a Platão. Para os que se iniciam no pensamento de Platão existem diversas obras introdutórias.

Em traços gerais, as teorias que melhor caracterizam a filosofia de Platão são a teoria das ideias, a reminiscência, a dualidade dos mundos e a imortalidade da alma. Com estas teorias Platão defende a existência de um mundo sensível e de um mundo inteligível, sendo o primeiro uma cópia do segundo. Assim, a forma substitui a matéria como principal objectivo da investigação filosófica. Cada homem, enquanto ser inteligível, é imortal e tem em si o conhecimento de todas as verdades que, pela dialéctica, podem ser recordadas.

Principais obras: Apologia de Sócrates, República, Fédon, Banquete, Teeteto, Timeu…

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ARISTÓTELESAristóteles nasceu em Estagira em 484-83. Com 17 anos ingressa na Academia de

Platão onde permaneceu vinte anos, até à morte deste. Foi preceptor do príncipe Alexandre, futuro Alexandre Magno. Quando este subiu ao trono regressou a Atenas onde fundou o Liceu. Aristóteles era originário da burguesia intelectual e teve sempre uma visão mais prática dos problemas da filosofia do que o seu mestre.

O ponto de partida da filosofia aristotélica é idêntico ao de Platão: a superioridade das formas relativamente à matéria. Diferem na medida em que para Aristóteles aquilo que faz com que as coisas sejam o que são não está fora delas, mas nelas. A reflexão sobre a substância motivou as suas obra sobre Metafísica, Física, Lógica e Psicologia. Mas a actividade de Aristóteles foi além da filosofia, a que chamava primeira sabedoria, tendo-se dedicado, por exemplo, à Medicina, Zoologia, Botânica.

A influência de Aristóteles na filosofia é bastante apreciável embora a apropriação que a Escolástica fez das suas ideias tenha feito com que o Renascimento fosse, muitas vezes, anti-aristotélico.

As suas principais obras são: Categorias, Metafísica, Ética a Nicomaco

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Helenismo é um termo que designa tradicionalmente o período

histórico e cultural durante o qual a civilização grega se difundiu no mundo mediterrânico, euro-asiático e no Oriente, fundindo-se com a cultura local.

Da união da cultura grega com as culturas da Ásia Menor, Eurásia, Ásia central, Síria, África do Norte, Fenícia, Mesopotâmia, Índia e Irã, nasceu a civilização helenística, que obteve grande destaque em nível artístico, filosófico, religioso, econômico e científico.

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O helenismo se difundiu do Atlântico até o rio Indo. Do ponto de vista cronológico, o helenismo se desenvolveu do início do reinado de Alexandre, o Grande, da Macedônia (336 a.C) até 30 a.C

(anexação do reino do Egito por Roma).

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Na Filosofia, o Helenismo fez surgir novas correntes filosóficas, tais como:Estoicismo: fundada por Zênão de Cítio, defendia a felicidade como equilíbrio

interior, no qual oferecia ao homem a possibilidade de aceitar, com serenidade, a dor e o prazer, a ventura e o infortúnio.

Epicurismo: fundada por Epicuro de Samos, que pregava a obtenção do prazer, base da felicidade humana, e defendia o alheamento dos aspectos negativos da vida.

Ceticismo: fundada por Pirro, caracterizava-se pelo negativismo e defendia que a felicidade consiste em não julgar coisa alguma, desprezava as coisas materiais pois afirmava que todo conhecimento humano é relativo.

Cínica: fundada por Antístenes enfatizavam que a verdadeira felicidade não se encontraria em benefícios exteriores como o luxo material, o poder político ou a boa saúde. A verdadeira felicidade estaria em não se sentir dependente das coisas aleatórias e efêmeras. E porque não se constituiria em benefícios dessa espécie, a felicidade estaria ao alcance de todos. 

Page 16: Exercícios Espirituais da Antiguidade:   Filosofia como modo de vida

Exercicios Espirituais da Antiguidade

“Uma concepção de filosofia que opõe-se a concepção moderna, na medida em que concebemos o saber, nos dia atuais, como algo a ser encontrado nas construções teóricas e mais, que a função do filósofo consiste em debruçar-se sobre teorias abstratas, independente do estilo de vida que adote. “

Page 17: Exercícios Espirituais da Antiguidade:   Filosofia como modo de vida

Exercicios Espirituais da Antiguidade

“Quando hás de, enfim, começar a viver virtuosamente?”, disse Platão a um ancião que contava algumas lições sobre a virtude.

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Pierre Hadot

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• Nascido em 21 de fevereiro de 1921 na França, Hadot recebeu uma educação católica, o que o levou a seguir a vida religiosa, tendo sido ordenado sacerdote em 1944. Todavia, por desavenças teóricas e por querer se casar, deixou o sacerdócio em 1952.

• Pierre Hadot é considerado um dos expoentes da intelectualidade francesa, tendo influenciado, inclusive, Michel Foucault. Filólogo e filósofo foi diretor da École des hautes études en sciences sociales (EHESS) e professor no Collège de France, em que ocupava a cadeira de História do Pensamento Grego e Romano, passando ser professor honorário a partir de 1991. Escreveu diversas obras, dentre elas: O que é a Filosofia Antiga?; O véu de Isís; Elogio da Filosofia Antiga; Elogio de Sócrates; Wittgenstein et les limites du langage; dentre outros.

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• Pierre Hadot escreveu, em sua obra "Exercices spirituels et philosophie antique »(1987), algo que supostamente teria influenciado Michel Foucault na elaboração dos argumentos que foram publicados no final de sua vida, apesar de só haver uma menção a Pierre Hadot na introdução ao Uso dos Prazeres. Os dois autores não chegaram a estabelecer um diálogo sistemático que levasse em conta seus respectivos trabalhos, devido, no mínimo, ao falecimento de Michel Foucault em 1984.

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Pierre Hadot

Page 23: Exercícios Espirituais da Antiguidade:   Filosofia como modo de vida

FILOSOFIA: EXERCÍCIO INTELECTUAL / EXERCÍCIO FÍSICO

"[...] Todas as escolas, cada uma a seu modo, creem então na liberdade da vontade, graças à qual o ser humano tem a possibilidade de modificar a si mesmo, de se aperfeiçoar, de se realizar. O paralelismo entre exercício físico e exercício espiritual está subjacente aqui: do mesmo modo que, pela repetição de exercícios corporais, o atleta dá a seu corpo uma forma e uma força novas, por meio de exercícios espirituais o filósofo desenvolve sua força da alma, modifica o seu clima interior, transforma a sua visão de mundo e, finalmente, todo seu ser. A analogia podia parecer tanto mais evidente porque é no gymnasion, isto é, no local em que se praticam exercícios físicos, que também se dão as lições de filosofia, isto é, que se praticava o treinamento na ginástica espiritual [...]" (HADOT, Pierre. Exercícios espirituais e filosofia antiga. São Paulo: É Realizações, 2014, p. 56).

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Michel Foucault• Poitiers, 1926 – Paris, 1984;• Filho de médico e dona de casa;• Dificuldades de relacionamento com o pai e com colegas;• Estudou filosofia na École Normale Supérieure (anos 50) e

também psicologia;• Lecionou na Argélia, na Polônia, na Suécia e na

Universidade de Vincennes;• Membro do Collège de France (1970);• É um dos nomes mais representativos da filosofia

contemporânea;• Não focou pesquisas no campo educacional, mas sendo-lhe

infielmente fiéis podemos pensar de outro modo a Educação.

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OS TRÊS DOMÍNIOS DE FOUCAULT1º Foucault 2º Foucault 3º FoucaultArqueologia Genealogia (Ética)

Ser-saber sujeito de

conhecimento

Ser-poder sujeito de ação sobre

os outros

Ser-consigo sujeito de ação

sobre si

Que posso saber?

Que posso fazer? Quem sou eu? Quem posso ser?

Como? Problematiza a formação de

conhecimento

Por que? Problematiza o

surgimento de algo (relaciona saber e

poder)

Como nos tornamos o que

somos?Problematiza a subjetividade

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SUJEITO

• “[Meu objetivo] não foi analisar o fenômeno do poder [...] foi criar uma história dos diferentes modos pelos quais, em nossa cultura, os seres humanos tornaram-se sujeitos”.

• Sujeitos de práticas: dos outros sobre si (dominação, sujeição) e de si sobre si mesmo (subjetivação).

• Tornamo-nos aquilo que somos por meio da combinação de práticas de sujeição e subjetivação, atravessadas por saberes e apoiadas em poder.

• O que estamos fazendo de nós mesmos?• Subjetividade: uma, mas em permanente transformação

(identidades, valores, representações).se é.

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OS LIVROS FOUCAULT

1º Foucault 2º Foucault 3º Foucault

História da Loucura (61)

Nascimento da Clínica (63)

As Palavras e as Coisas (66)

Arqueologia do Saber (69)

Vigiar e Punir (75)

HS I – o uso dos prazeres (76)

HS II – a vontade de saber (84)

HS III – o cuidado de si (84)

Page 29: Exercícios Espirituais da Antiguidade:   Filosofia como modo de vida

OS CURSOS NO COLLÈGE DE FRANCE

3º Foucault

* Do governo dos vivos (1980*Subjetividade e verdade (1981)*A hermenêutica do sujeito (1982)* O governo dos vivos (1983)* A coragem da verdade (1984).

Page 30: Exercícios Espirituais da Antiguidade:   Filosofia como modo de vida

Cuidado de Si, a problemática estávoltada para a análise, à partir dos textos

gregos e latinos, dos preceitos acerca do modo de vida, que baseava-se na preocupação de si.

Page 31: Exercícios Espirituais da Antiguidade:   Filosofia como modo de vida

O tema da "estilização da existência" era primordial em sua obra:

"Problema histórico, naturalmente, e que ele formula, como sempre, muito intimamente ligado ao que ele vive. Gilles Deleuze o destaca com razão: o que interessa a Foucault nesse momento não é o retorno à Antiguidade, mas 'nós hoje'. Ele havia declarado a Dreyfus e Rabinow: "o que me surpreende é que em nossa sociedade a arte só tenha relação com os objetos e não com os indivíduos ou com a vida. A vida de todo indivíduo não poderia ser uma obra de arte?" (ERIBON: 1990, p. 310).

Page 32: Exercícios Espirituais da Antiguidade:   Filosofia como modo de vida

O significado de Cuidado de Si, (epiméleia heautoû) no período socrático-platônico remete ao cuidado como uma espécie ou aplicação concreta, precisa e particular da regra que vinculava todo o cuidado de si mesmo. O sentido desse cuidado é assim expresso por Foucault: “é preciso que te ocupes contigo mesmo, que não te esqueças de ti mesmo, que tenhas cuidado contigo mesmo” (FOUCAULT, 2010,)

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Exercicios

“ Não é uma teoria metafisica e sim, precisamente exercicios, isto é, uma pratica, uma atividade de trabalho sobre si mesmo, que se pode chamar de ascese de si”.

Page 34: Exercícios Espirituais da Antiguidade:   Filosofia como modo de vida

• Ascese•  na filosofia grega, conjunto de práticas e

disciplinas caracterizadas pela austeridade e autocontrole do corpo e do espírito, que acompanham e fortalecem a especulação teórica em busca da verdade.

•  no cristianismo e em todas as grandes religiões, conjunto de práticas austeras, comportamentos disciplinados e evitações morais prescritos aos fiéis, tendo em vista a realização de desígnios divinos e leis sagradas.

Page 35: Exercícios Espirituais da Antiguidade:   Filosofia como modo de vida

“Os exercicios expirituais fazem parte de nossa experiencia, são experimentos”.

Page 36: Exercícios Espirituais da Antiguidade:   Filosofia como modo de vida

Espirituais

“A palavra espiritual permite entender bem que esses exercicios são obra não somente do pensamento e sim de todo o psiquismo do individuo.”

Page 37: Exercícios Espirituais da Antiguidade:   Filosofia como modo de vida

Espirituais

“A expressão engloba o pensamento, a imaginação, a sensibilidade, assim como a vontade. A filosofia antiga é Exercicio Espiritual por que ela é um modo de vida, uma forma de vida, uma escolha de vida”.

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Sócrates é um homem consciente de que nada sabe. É este filósofo que está constantemente lembrando aos outros que o saber não é uma "receita de bolo" cujas proposições ou ingredientes podem ser fabricados e transmitidos.

Nesta passagem do Banquete percebemos isso claramente quando Agatão diz:

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“ Aqui, Sócrates! Reclina-te ao meu lado, a fim de que ao teu contato desfrute eu da sábia idéia que te ocorreu em frente de casa. (...) Sócrates então senta-se e diz:

Seria bom Agatão, se de tal natureza fosse a sabedoria que do mais cheio escorresse ao mais vazio..." (PLATÃO: 1972, p.

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Exercícios Espirituais • Atenção;• A pesquisa;• A leitura;• A audição;• O domínio de si;• A indiferença as coisas indiferentes;• A terapia das paixões;• A meditação.

Page 41: Exercícios Espirituais da Antiguidade:   Filosofia como modo de vida

Atenção

Atitude fundamental antiga, é uma vigilância e uma presença de espírito continua, uma consciência de si sempre desperta, uma tensão constante do espirito e resguardo de uma sentença.

Exemplo:

“Nem um dia sem uma linha.”Marco Aurélio

Page 42: Exercícios Espirituais da Antiguidade:   Filosofia como modo de vida

Atenção

• Trata-se de um trabalho constante de filtragem das representações. Assim, quando surge uma representação em nossa mente, devemos aplicar o cânon estóico, que separa o que depende e o que não depende de nós. Devemos ter um cuidado especial com a nossa alma a fim de não aceitarmos o que nos é dado primeiramente e superficialmente.

Page 43: Exercícios Espirituais da Antiguidade:   Filosofia como modo de vida

Atenção  Isso nos ensina a viver feliz, independente de como

esteja, por simplesmente ter a sua vida !

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Meditação

Permitirá estar pronto no momento em que uma circunstancia inesperada e até drámatica surgir.

“ Desde a manha examinar-se-á de antemão oque se deve fazer no decurso do dia e fixarseao de antemão os princípios que dirigirão e inspirarão as suas ações, de noite fazer-a novamente um exame para se dar conta dos erros ou dos progressos realizados”.

Page 45: Exercícios Espirituais da Antiguidade:   Filosofia como modo de vida

MeditaçãoSegundo Foucault, com este exercício, Sêneca

evoca um juiz, o qual não lhe fornecerá nenhuma autopunição e sim apenas uma sábia reflexão que lhe servirá futuramente.

"O que há de mais belo do que esse hábito de inquirir sobre todo o seu dia? Que sono, este que sucede a essa revista dos próprios atos? O quanto é calmo (tranquillus), profundo (altus) e livre (liber) quando a alma recebeu sua porção de elogio e de reprovação" (FOUCAULT: 1985, p. 66).

Page 46: Exercícios Espirituais da Antiguidade:   Filosofia como modo de vida

A leitura e a audição

A meditação se nutrirá de maneira ainda mais simples da leitura de setenças de poetas e filósfosos , mas a leitura também pode ser a explicação de textos própiamente filosóficos, redigidas pelo mestre ou ouvidas no ensino filosófico dado por um professor.

Page 47: Exercícios Espirituais da Antiguidade:   Filosofia como modo de vida

Indiferença as coisas indiferentes

Aplicação da regra:

“Viver sempre perfeitamente feliz: Nossa alma encontra em si mesma o poder para tanto, se permaneceres indiferente as coisas indiferentes”

Page 48: Exercícios Espirituais da Antiguidade:   Filosofia como modo de vida

Viver sempre perfeitamente feliz. A nossa alma tem em si mesma esse poder de ficar indiferente perante as coisas indiferentes. Ficará indiferente se considerar cada uma delas analiticamente e em bloco, lembrando-se que nenhuma nos impõe opinião a seu respeito nem nos vem solicitar; os objetos estão aí imóveis e somos nós que formamos os nossos juízos sobre eles e os entalhamos, por dizê-lo assim, em nós mesmos; e está em nosso poder não os gravar e, se eles se insinuam nalgum cantinho da alma, apagá-los de repente. Depois os cuidados que te pungem não duram, bem depressa deixará de viver. E por que tens um penoso sentimento de serem assim as coisas? Se são conformes à natureza aceita-as alegremente e sejam-te propícias. Se vão ao arrepio da natureza, busca o que for conforme à tua natureza, e corre nessa direcção, fosse-te ela menos propícia; merece indulgência quem procura o seu próprio bem. 

Marco Aurélio, in 'Pensamentos'

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Dominio de Si

Esforça-se para despojarse de suas paixoes, das vaidades , do prurido em torno de teu nome, fugir da maledicencia, desporjarse do ódio. Plutarco tem uma vasta obra sobre o dominio de si:

Do controle da colera, Da tranquilidade da Alma, Do amor fraterno, Do amor pelas crianças, Da tagalerice, Da Curiosidade, Do amor pelas riquezas, Da falsa vergonha, Da inveja e do ódio.

Page 50: Exercícios Espirituais da Antiguidade:   Filosofia como modo de vida

Sêneca também escreveu obras do mesmo genero:

Da colera, Dos beneficios, Da tranquilidade da alma, Da brevidade da vida, Do ócio.

Um principio muito simples é sempre recomendado nesses exercicios:

Começar a se exercitar pelas coisas mais fácieis para adquirir pouco a pouco um hábito estável e sólido.

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Doutrina Estóica

• Só aqueles que vivem em uníssono com a ordem do cosmo, livre de emoções, desejos e paixões e seja indiferentemente perante ao próprio destino, alcançaria o estado final "apatia". Esta insensibilidade perante os acontecimentos da vida, a "paz estóica", significava a verdadeira felicidade.

Page 52: Exercícios Espirituais da Antiguidade:   Filosofia como modo de vida

Marco AurélioCésar Marco Aurélio Antonino Augusto,conhecido como Marco Aurélio (26 de abril de 121 — 17 de março de 180), foi imperador romano desde o ano de 161 d.c. até sua morte.

 

Page 53: Exercícios Espirituais da Antiguidade:   Filosofia como modo de vida

• Seu reinado foi marcado por guerras na parte oriental do Império Romano contra os partas, e na fronteira norte, contra os germanos. Foi o último dos cinco bons imperadores, e é lembrado como um governante bem-sucedido e culto; dedicou-se à filosofia, especialmente à corrente filosófica do estoicismo, e escreveu uma obra que até hoje é lida, Meditações.

Page 54: Exercícios Espirituais da Antiguidade:   Filosofia como modo de vida

• “Pratica cada um dos teus atos como se fosse o último da tua vida.”

• “Escava dentro de ti. É lá que está a fonte do bem, e esta pode jorrar continuamente, se a escavares sempre.”

• “A maior parte das coisas que dizemos e fazemos não é necessária; quem as eliminar da própria vida será mais tranquilo e sereno.”

Page 55: Exercícios Espirituais da Antiguidade:   Filosofia como modo de vida

Sêneca

Importante escritor e filósofo da época do Império Romano. Nasceu na cidade de Córdoba (província romana da Hispânia) em 4 a.C. Sêneca faleceu na cidade de Roma no ano de 65 d.C.  Foi um importante representante do estoicismo (doutrina universal que defende a ideia de que o universo é regido por uma lógica universal). Era um defensor da vida simples, da ética e do destino predestinado.

Page 56: Exercícios Espirituais da Antiguidade:   Filosofia como modo de vida

• Sêneca, Sobre a brevidade da vida:• A vida divide-se em três períodos: o que foi, o

que é, e o que há de ser. Destes o que vivemos é breve, o que havemos de viver, duvidoso; o que já vivemos certo…O tempo presente é brevíssimo, tanto que a alguns parece não existir, pois está sempre em movimento; frui e precipita-se; deixa de ser antes de vir a ser; é tão incapaz de deter-se, quanto o mundo ou as estrelas, cujo infatigável movimento não lês permite permanecer no mesmo lugar…

Page 57: Exercícios Espirituais da Antiguidade:   Filosofia como modo de vida

• Deve-se aprender a viver por toda a vida, e, por mais que tu talvez te espantes, a vida toda é um aprender a morrer…

• "Não é porque certas coisas são difíceis que nós não ousamos. É justamente porque não ousamos que tais coisas são difíceis“

• “Apressa-te a viver bem e pensa que cada dia é, por si só, uma vida.”

Page 58: Exercícios Espirituais da Antiguidade:   Filosofia como modo de vida

Sêneca conta que à entrada da escola de Epicuro havia a seguinte inscrição: “Hóspede, aqui serás feliz; o soberano bem, aqui, é o prazer”. Este “professor do prazer “, foi entretanto, um dos homens mais sóbrios da antiguidade. Meu corpo – dizia ele – fica saturado de prazer quando tenho pão e água.

(Epicuro, Pensamentos)

Page 59: Exercícios Espirituais da Antiguidade:   Filosofia como modo de vida

Epicuro

•Epicuro de Samos (em grego antigo: Ἐπίκουρος, Epikouros, "aliado, camarada"; 341 a.C., Samos — 271 ou 270 a.C., Atenas) foi um filósofo grego do período helenístico. Seu pensamento foi muito difundido e numerosos centros epicuristas se desenvolveram na Jônia, no Egito e, a partir do século I, em Roma, onde Lucrécio foi seu maior divulgador.

Page 60: Exercícios Espirituais da Antiguidade:   Filosofia como modo de vida

• “A morte não é nada para nós, pois, quando existimos, não existe a morte, e quando existe a morte, não existimos mais.”

• “Só há um caminho para a felicidade. Não nos preocuparmos com coisas que ultrapassam o poder da nossa vontade.”

• Amizade, liberdade e reflexão.

Page 61: Exercícios Espirituais da Antiguidade:   Filosofia como modo de vida

“Que ninguém hesite em se dedicar à filosofia enquanto jovem, nem se canse de fazê-lo depois de velho, porque ninguém jamais é demasiadamente jovem ou demasiadamente velho para alcançar a saúde do espírito. Quem afirma que a hora de filosofar ainda não chegou, ou que já passou, é como se dissesse que ainda não chegou, ou que já passou a hora de ser feliz”. Epicuro, CM, p.21 

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A filosofia para Epicuro é, antes de tudo, uma terapia. Desse modo, Epicuro propõe um “remédio” para curar a alma humana, chamado quádruplo remédio (tetrapharmakon). Aquele que aplicasse esse “remédio” estaria livre de perturbações e alcançaria a ataraxia.

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O TETRAPHARMAKON• 1 – NÃO SE DEVE TEMER AOS DEUSES• Epicuro não nega a existência dos deuses: “os deuses realmente

existem e é evidente o conhecimento que temos deles; já a imagem que deles faz a maioria esta não existe”. O que Epicuro nega é a providência divina, ele não admite que os deuses vigiem as ações humanas, punindo os maus e recompensando os bons. Os deuses que Epicuro apresenta não possuem desejo de vingança, não têm inveja e não se intrometem no mundo. Vivem na bem-aventurança e em tranqüilidade. “Considerando a divindade um ente imortal e bem-aventurado(...) pensa a respeito dela tudo que for capaz de conservar-lhe felicidade e imortalidade”.

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O TETRAPHARMAKON

•Dessa forma, não é preciso temê-los, pois eles não se interessam no cosmo e nem nas coisas humanas, como a religião popular acreditava que os deuses traziam malefícios para os maus e benefícios para os bons. Segundo Epicuro, isso são opiniões falsas acerca dos deuses. O objetivo de Epicuro era libertar as pessoas dessas superstições, pois elas traziam perturbações para a alma.•Para Epicuro é vão o culto interessado. Não adianta fazer preces aos deuses, esperando que eles perdoem suas ações. Quanto aos epicuristas prestavam um culto desinteressado à divindade. 

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O TETRAPHARMAKON

• 2 – NÃO SE DEVE TEMER  À MORTE• O segundo passo para atingir a ataraxia é se livrar do temor da

morte. Epicuro era materialista e concebia tanto o corpo quanto a alma constituídos de átomos. Se a morte é a desintegração dos átomos, não se precisa esperar nada depois dela. Por isso, a morte não é nada, pois  ela é a privação das sensações. Da mesma forma que não existe nada de terrível em viver, também não existe nada de terrível em deixar de viver. De modo que sofrer pela espera da morte  ou mesmo querer prolongá-la não passa de tolice. Pois, não é a vida mais longa que importa e sim a mais agradável, ainda que curta. É preferível uma vida curta e feliz do que uma vida longa e cheia de sofrimentos. “O mais terrível de todos os males, a morte, não significa nada para nós, justamente porque, quando estamos vivos, é a morte que não está presente; ao contrário, quando a morte está presente, nós é que não estamos”.

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O TETRAPHARMAKON

• 3 – É POSSÍVEL SUPORTAR A DOR• Para Epicuro, toda dor no corpo é suportável. Se a dor for

forte dura pouco e não pode, de maneira alguma, tirar o prazer da alma. se a dor for fortíssima, logo leva à morte, e como se viu a morte não é nada. Quanto a dor da alma, são produzidas  unicamente por pelas falsas opiniões (temor dos deuses, o destino e a cega necessidade, temores acerca dos fenômenos terrestres e celestes). Quanto a isso, a filosofia epicurista é um “remédio” para a cura destes males.

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• 4 – É POSSÍVEL ALCANÇAR A FELICIDADE

• A felicidade é acessível a todos, pois cada pessoa tem dentro de si a liberdade interior capaz de trazer a felicidade. E é esse o objetivo da filosofia de Epicuro, libertar as pessoas dos males que as impedem de alcançar a felicidade. Para isso deve-se aplicar o tetrapharmakon. Dessa forma, a filosofia epicurista era uma “terapia”. Ela é acima de tudo um modo de vida prático(práxis). Quem conseguir viver este ideal, “viverá como um deus entre os homens”. “O essencial para a nossa felicidade é a nossa condição íntima, da qual somos os donos”.

O TETRAPHARMAKON

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ATARAXIA  é um termo grego usado por Pirro e Epicuro para um estado mental caracterizado pela ausência de preocupação, acompanhada de lucidez.

Para os epicuristas, a ataraxia era sinônimo da única verdadeira felicidade possível para uma pessoa.

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INGREDIENTES DA FELICIDADE

Para quem liga a filosofia de Epicuro aos prazeres carnais como a orgia, bebedeiras e todos os tipos de excessos vão se surpreender quando descobrirem as verdadeiras preferencias do filosofo do prazer, a casa onde morava não era luxuosa, a comida era simples.

Epicuro preferia a àgua ao vinho e contentava-se com um jantar que incluía pão, legumes e um punhado de azeitonas.

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INGREDIENTES DA FELICIDADE

“ Mande-me um pouco de queijo para que eu possa fazer um banquete de vez em quando” pediu ao amigo, eram esses os gostos de um homem que havia descrito o prazer como propósito da vida.

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INGREDIENTES DA FELICIDADE

Na realidade, ele nada mais fez do que, depois de uma analise racional, chegar a conclusões surpreendentes sobre o que de fato tornava a vida agradável, e felizmente para os que não dispunham de uma boa renda parecia que os ingredientes essenciais do prazer, por mais impalpáveis que fossem, não eram muito dispendiosos.

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EPICURO

Felicidade, um rol epicurista de aquisições:

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AMIZADE

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LIBERDADE

 

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REFLEXÃO

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• Michel Foucault e Pierre Hadot propuseram, em diferentes momentos, que se fizesse uma atualização, nos dias de hoje, da concepção filosófica presente na Antigüidade. Tanto no Cuidado de Si (1985) quanto nos Exercices espirituels et philosophie antique (1987), faz-se presente uma noção de filosofia que exercita a formação de si. Trata-se de uma opçãoexistencial, onde o indivíduo, mediante a prática de exercícios espirituais, obtém a transformação de si próprio.

Conclusão

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Conclusão• Especula-se que Michel Foucault tenha sido

influenciado pelos argumentos de PierreHadot. Contudo, Pierre Hadot aparece explicitamente na História da Sexualidade em um único momento: numa uma citação na introdução ao Uso dos Prazeres. Hadot, por sua vez, escreveu posteriormente um artigo em que comentava as proposições esboçadas por Foucault. Trata-se do “Refléxions sur la notion de culture de soi” (1988). Um debate mais sistemático entre ambos não se realizou devido à prematuridade da morte de Foucault, acontecida em 1984.

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Referências bibliográficas:•ERIBON, Didier. (1990), Michel Foucault. São Paulo, Companhia das Letras.•FOUCAULT, Michel. (1984), História da Sexualidade 2: O Uso dos Prazeres. Rio de•Janeiro, Graal.•_________________. (1985), História da Sexualidade 3: O Cuidado de Si. Rio de Janeiro,•Graal.•_________________. (1994), Dits et Écrits. Paris, Gallimard (pp.783-813).•HADOT, Pierre. (1987), Exercices spirituels et philosophie antique. Paris, Études•Augustiniennes.•_____________. (1988), "Refléxions sur la notion de culture de soi", in Michel Foucault•philosophe. Rencontre Internationale, Paris.•_____________. (1999), O que é a filosofia antiga?. São Paulo, Edições Loyola.•ORTEGA, Francisco. (1999), Amizade e Estética da Existência em Foucault. Rio de Janeiro,•Graal.•PLATÃO. (1972), O Banquete. São Paulo, Abril (Coleção Os Pensadores.