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1 EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ – competência: adequar JEF, JF ou delegada -PEDIDO DE TUTELA DE URGÊNCIA: prova documental incontroversa da manutenção da incapacidade - PEDIDO DE PRODUÇÃO ANTECIPADA DE PROVA PERICIAL QUALIFICAÇÃO, o qual não possui endereço eletrônico, vem, muito respeitosamente, perante Vossa Excelência, por suas advogadas infra-assinadas (procuração ad judicia em anexo e endereço eletrônico: ....), propor a presente AÇÃO DE RESTABELECIMENTO DE BENEFÍCIO PREVIDENCIÁRIO POR INCAPACIDADE – auxílio-doença c.c. pedido principal de aposentadoria por invalidez e pagamento de atrasados

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ – competência: adequar JEF, JF ou

delegada

-PEDIDO DE TUTELA DE URGÊNCIA: prova

documental incontroversa da manutenção da

incapacidade

- PEDIDO DE PRODUÇÃO ANTECIPADA DE PROVA

PERICIAL

QUALIFICAÇÃO, o qual não possui

endereço eletrônico, vem, muito respeitosamente, perante Vossa Excelência,

por suas advogadas infra-assinadas (procuração ad judicia em anexo e endereço

eletrônico: ....), propor a presente

AÇÃO DE RESTABELECIMENTO DE

BENEFÍCIO PREVIDENCIÁRIO POR

INCAPACIDADE – auxílio-doença

c.c. pedido principal de aposentadoria por

invalidez e pagamento de atrasados

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com base no artigo 201, inciso I, da Constituição Federal, e artigos 59 e

seguintes da Lei 8.213/91, em face de INSS – INSTITUTO NACIONAL DO

SEGURO SOCIAL, na pessoa de seu representante legal, pelos motivos de fato

e de direito a seguir expostos:

DO PEDIDO DE CONCESSÃO DE

TUTELA DE URGÊNCIA:

1. O requerente contribui para o órgão

requerido por muitos anos, na categoria de empregado, consoante demonstra os

documentos anexos, sendo considerado, portanto, segurado obrigatório, nos

termos do artigo 11, incisos I, da Lei 8.213/91.

2. Destarte, desde o ano

de 2006, o autor encontra-se incapaz para o trabalho e afastado do

mesmo, primeiramente, em gozo de aposentadoria por invalidez (NB n. ...), o

qual, cessado administrativamente, em razão de restabelecimento de processo

judicial foi restabelecido em ... e mantido até ...., quando, em razão de resultado

pericial judicial foi convertido em auxílio-doença (NB n. ...).

2.1 De lá para cá, sempre se manteve

afastado do trabalho, eis que suas patologias somáticas – e diversas cirurgias –

aliadas à sua profissão de motorista de ônibus rodoviário, determinaram sua

incapacidade total e temporária, assim admitida pelo órgão previdenciário.

2.2 Entretanto, em razão de uma perícia

administrativa realizada em ....., seu benefício foi cessado, agora, em ..., sem

qualquer perícia administrativa atual realizada.

2.2.1 Ou seja, a autarquia

previdenciária utilizou uma perícia do ano de

2014 para cancelar o benefício agora em 2016 –

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dois anos após sua realização – o que demonstra a

ilegalidade cometida, eis que não houve a cientificação do autor

quanto ao resultado da primeira perícia e nem a realização de

uma segunda – atual – para apurar a manutenção de incapacidade.

2.2.2 O autor encontra-se em

processo de pós-operatório, cuja cirurgia lombar foi realizada

em abril/2016, segundo comprova o documento médico em

anexo.

2.3 Assim sendo, diante da ilegalidade

cometida, requer seja concedida a tutela de urgência, seja o beneficio do autor

IMEDIATAMENTE RESTABELECIDO, com fundamento no artigo 300, do CPC, eis

que preenchido os requisitos legais:

a) Documentos comprovando a probabilidade do direito;

b) Risco de dano benefício alimentar e autor em 4º mês de pós-operatório,

sem quaisquer condições de trabalho e de sustento próprio.

2.4 O benefício deverá ser restabelecido

e mantido até a produção da prova pericial, a qual determinará se a incapacidade

é permanente ou temporária, bem como a data de seu início, para fins do pedido

principal ou subsidiário.

DOS FATOS:

3. Consoante acima citado, desde 2006

o autor encontra-se incapaz para o trabalho, sendo portador das seguintes

patologias:

- CID 10 M 43: OUTRAS DORSOPATIAS DEFORMANTES;

- CID 10 M 51.0: OUTROS TRANSTORNOS DE DISCOS INTERVERTEBRAIS;

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- CID 10 Z98.8: OUTROS ESTADOS PÓS-CIRURGICOS ESPECIFICADOS – pós

operatório canal lombar;

conforme fazem prova os inúmeros documentos médicos em

anexo, tendo sido submetido à nova cirurgia lombar em abril/2016,

havendo dor lombar residual e SEM QUALQUER CONDIÇÕES

LABORATIVAS, SEGUNDO DIAGNOSTICADO PELO

DR. NICOLA J. CARNEIRO NETO, médico inscrito no CRM n.

125.142, que acompanha o autor desde out/2013.

4. Assim, diante desta incapacidade

total para o trabalho, manteve-se em afastamento previdenciário desde 2006,

sendo o mesmo cessado agora em 29/julho/2016, por uma perícia realizada em

2014!

5. Todavia, o quadro patológico do

autor se agrava a cada dia, não possuindo qualquer capacidade laborativa, e

estando em tratamento médico constante, de forma que seu beneficio

jamais poderia ter sido cancelado, ainda mais sem perícia

administrativa atual para apurar a manutenção de

incapacidade atual.

6. Assim, estando sem benefício e não

tendo qualquer capacidade laborativa, imperioso se faz o restabelecimento do

benefício ao autor, uma vez que sua incapacidade para o trabalho é total, ante o

histórico que se apresenta nos autos.

DO DIREITO:

DA COBERTURA PREVIDENCIÁRIA

CONSTITUCIONAL:

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7. Segundo o artigo 201, I, de nossa

Magna Carta, a Previdência Social atenderá a cobertura dos eventos de doença e

invalidez, dentre outros, possuindo caráter contributivo-retributivo.

7.1 Assim, tendo contribuído para o

sistema legal, o autor, se incapaz, faz jus à contraprestação em forma de

benefício, não podendo este ser negado, sob pena de violação à Lei Maior.

DA INCAPACIDADE LABORATIVA

TOTAL:

8. Quanto às patologias que acometem

o requerente, estas restam estreme de dúvidas diante dos documentos médicos

acostados a presente (relatórios e exames médicos).

8.1 Primeiramente, há de se esclarecer

que a OMS – Organização Mundial de Saúde, define saúde como sendo “o

estado de completo bem-estar físico, mental e social e não

simplesmente a ausência de doença ou enfermidade.”

8.2 Diante deste conceito e do quadro

patológico do autor, bem como diante da sua profissão de motorista rodoviário, o

qual exige grande esforço lombar, conclui-se que o mesmo está totalmente

incapaz para o exercício de suas funções laborativas habituais.

8.3 Pelos documentos em anexo, nobre

julgador, observa-se cristalinamente que o requerente encontra-se

incapacitado para o labor de forma total, bem como está em tratamento

médico constante, consoante se verifica nos documentos anexos, os quais lhe

impedem de realizar sua função habitual.

8.4 Por outro lado, deve o auxílio-

doença ser prontamente restabelecido, diante das circunstâncias provadas nos

autos, pois seria, no mínimo, injusto negar a concessão do benefício pleiteado

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uma vez que o segurado não tem mais condições de trabalhar em sua função

habitual, qual seja, motorista rodoviário, e seria desumano querer que uma

pessoa nestas condições volte a exercer tais atividades.

8.4.1 O segurado, pessoa simples, com

idade avançada e que sempre trabalhou como motorista, não possui maiores

qualificações que lhe proporcionem a oportunidade de exercer outra função

laboral, ainda que de menor complexidade.

8.4.2 Ademais, diante da atual

conjuntura socioeconômica do país, em que falta emprego às pessoas que se

encontram até mesmo livre de limitações, não se pode crer que ele encontrará

colocação com as graves restrições apontadas no diagnóstico acostado aos

autos.

8.4.3 Assim, jamais poderia o médico

perito do INSS atestar pela capacidade laborativa do requerente, diante do

quadro clínico que se apresenta até os dias atuais.

Agindo desta forma, o médico perito do

requerido contrariou o código de ética médica, pois deu alta à paciente em

tratamento com outro profissional.

8.4.4 Destarte, a incapacidade também

é por bem mais de 15 (quinze) dias, consoante determina a legislação vigente,

eis que se encontra afastado do labor desde 2006, pelas mesmas patologias

incapacitantes.

9. Ante a cessação ilegal do auxílio-

doença do requerente e não tendo o mesmo capacidade laborativa, estando

desprovido de renda para suas despesas e de sua família, inclusive, alimentares,

é imperioso o ingresso da presente medida judicial, principalmente face o

princípio da dignidade da pessoa humana que foi ferido pelo ato administrativo

previdenciário.

DO VALOR DO BENEFÍCIO:

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10. Já quanto ao valor do auxílio-

doença, deverá este corresponder a 91% (noventa e um por cento) do salário-

de-benefício do autor, sendo este a média aritmética dos maiores salários de

contribuição, correspondentes a 80% (oitenta por cento) de todo o período

contributivo (artigo 29, inciso II, LB), mas não inferior ao salário mínimo

nacionalmente previsto.

DA DATA DO INÍCIO DO BENEFÍCIO:

11. A data de início do benefício (DIB)

deverá corresponder aquela da data de cessação do NB ..., ocorrida em ...,

devendo ser quitadas as parcelas em atraso a partir de então, com os acréscimos

legais.

DO PEDIDO PRINCIPAL:

APOSENTADORIA POR INVALIDEZ:

12. Se a perícia judicial atestar que a

incapacidade laborativa do autor é total, permanente e sem possibilidade de

reabilitação profissional, que seja concedido ao mesmo o benefício de

aposentadoria por invalidez, devido desde a DER do NB ..., ocorrida em ...,

ou da data que a perícia fixar como início da incapacidade permanente, e com

valores nos termos da lei 8.213/91, quitando-se as diferenças devidas, desde

então, observa a prescrição quinquenal.

12.1 Para a concessão de aposentadoria

por invalidez deverá também ser observada as demais circunstâncias do caso

concreto, tal como sua idade avançada, seu baixo grau de

escolaridade e sua vida laborativa de motorista rodoviário,

uma vez que, tais circunstâncias, aliadas à somatória de suas patologias, pode

ocasionar sua invalidez social, pois o reingresso no mercado de trabalho torna-se

prejudicado.

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12.2 Neste diapasão, tem-se que no

caso dos autos, o requerente possui 53 (cinquenta e três) anos de idade, e

sempre laborou como motorista rodoviário – desde 1999, bem como

possui baixo grau de instrução, não podendo realizar qualquer outra função,

diante da ausência de inaptidão para lhe garantir o sustento.

12.3 Ademais, por ser portador de

diversas patologias lombares, as quais lhe restringem por completo diversos

movimentos corporais, verifica-se que a reinserção no mercado de trabalho é

impossível.

12.3.1 Assim, atestar pela sua

capacidade laborativa para outras funções diversas daquelas é atestar pela sua

miserabilidade.

12.4 Neste sentido:

"PREVIDENCIÁRIO. AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL. BASE DE

INCIDÊNCIA DOS HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. INCIDÊNCIA DA

SÚMULA 111/STJ. APOSENTADORIA POR INVALIDEZ. LAUDO PERICIAL

CONCLUSIVO PELA INCAPACIDADE PARCIAL DO SEGURADO. NÃO VINCULAÇÃO.

CIRCUNSTÂNCIA SÓCIO-ECONÔMICA, PROFISSIONAL E CULTURAL FAVORÁVEL

À CONCESSÃO DO BENEFÍCIO. AGRAVO REGIMENTAL DO INSS PARCIALMENTE

PROVIDO.

1. Os honorários advocatícios, nas ações previdenciárias, devem incidir somente

sobre as prestações vencidas até a data da sentença de procedência do pedido

(Súm. 111/STJ).

2. Os pleitos previdenciários possuem relevante valor social de proteção

ao Trabalhador Segurado da Previdência Social, devendo ser, portanto,

julgados sob tal orientação exegética.

3. Para a concessão de aposentadoria por invalidez devem ser

considerados outros aspectos relevantes, além dos elencados

no art. 42 da Lei 8.213/91, tais como, a condição sócio-

econômica, profissional e cultural do segurado.

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4. Embora tenha o laudo pericial concluído pela incapacidade parcial do

segurado, o Magistrado não fica vinculado à prova pericial, podendo decidir

contrário a ela quando houver nos autos outros elementos que assim o

convençam, como no presente caso.

5. Em face das limitações impostas pela moléstia

incapacitante, avançada idade e baixo grau de escolaridade,

seria utopia defender a inserção da segurada no concorrido

mercado de trabalho, para iniciar uma nova atividade

profissional, motivo pelo qual faz jus à concessão de

aposentadoria por invalidez.

6. Agravo Regimental do INSS parcialmente provido para determinar que o

percentual relativo aos honorários advocatícios de sucumbência incidam

somente sobre as prestações vencidas até a data da sentença de procedência do

pedido." (STJ, AgRg no REsp 1.000.210/MG, 5ª Turma, Relator: Ministro

Napoleão Nunes Maia Filho, j. 21/9/10, vu, Dje 18/10/10). (grifos nossos).

12.5 Por fim, observa-se, nobre

julgador, data maxima venia, que a incapacidade laborativa, total e

temporária/permanente, para as atividades habituais do autor, bem como para

qualquer outra que lhe garanta o sustento, será ratificada pela perícia judicial,

para fins de concessão do pedido principal ou subsidiário.

DA QUALIDADE DE SEGURADO E DA

CARÊNCIA:

13. Embora o requerido tenha

reconhecido a qualidade de segurado do autor quando de seu pedido

administrativo, conforme comprovado nos autos, cumpre informar que o mesmo

encontrava-se empregado quando ficou incapaz, estando seu contrato de

trabalho suspenso desde então.

Já quanto à carência, esta encontra-se

devidamente cumprida pelo requerente, consoante demonstra a CTPS anexa.

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DA FORMA DE CESSAÇÃO DO

BENEFÍCIO: AÇÃO REVISIONAL INCONSTITUCIONALIDADE DA LEI

13.457/17:

14. Por se tratar de pedido de

restabelecimento/concessão de benefício de caráter precário, o qual demanda a

manutenção da incapacidade laborativa como seu fato gerador, possuindo o

requerido o poder-dever de fiscalização desta manutenção, mas, também em

razão da segurança jurídica que um provimento judicial deve

ocasionar, em respeito à nossa Magna Carta, requer, seja fixado em

sentença, que a cessação do benefício, se cabível, a qualquer tempo,

deverá ser realizada na forma do artigo 505, I, do CPC c.c.

artigo 71, da Lei 8.212/91, por possuir natureza de trato

continuativo.

14.1 Neste diapasão, observa-se que

a LEI 13.457/17, tendo alterado a lei 8.213/91, quando determina a

possibilidade de revisão administrativa de benefícios por

incapacidade concedidos judicialmente é inconstitucional, eis

que ofende os institutos constitucionais da coisa julgada e da segurança

jurídica, de forma que deve ser declarada como tal, de forma incidenter

tantum, afastando-se tal possibilidade e determinando-se a revisão judicial,

consoante acima narrado.

DO PEDIDO:

15. Diante do exposto requer:

1) primeiramente, que seja concedido os benefícios da Lei 1.060/50 ao

requerente, por ser pessoa economicamente hipossuficiente, na acepção jurídica

da palavra e estar desempregado, não podendo, desta forma, arcar com as

custas e despesas processuais sem se privar do necessário para a sua

sobrevivência e de sua família, conforme declarado em anexo, sob as penas da

lei;

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2) que seja concedida TUTELA DE URGÊNCIA, de forma inaudita altera

parte, para o imediato restabelecimento do benefício de auxílio-

doença em favor do autor, em razão do preenchimento dos requisitos do

artigo 300, do CPC, quais sejam: probabilidade do direito (incapacidade total

ante a documentação médica apresentada), e perigo de dano ou risco ao

resultado útil do processo, uma vez que o requerente necessita de seu benefício,

que possui natureza alimentar, para a sua sobrevivência, vez que se encontra no

4º mês de pós-operatório;

Bem como que seja fixado o prazo, não superior a 30 dias, para implantação do

beneficio, a partir da intimação;

3) que seja o instituto requerido citado, conforme artigo 247, III, do CPC (por

mandado, em razão de ser pessoa jurídica de direito público), para apresentar

defesa, dentro do prazo legal, se assim desejar, sob pena de confissão e revelia

quanto à matéria de fato;

4) para efetivação da citação, que seja concedido ao Sr. Oficial de Justiça os

benefícios dos artigos 212 e seguintes do Código de Processo Civil;

5) a dispensa da audiência de tentativa de conciliação, nos termos do artigo 334,

parágrafo 5º, do CPC;

6) que seja observado o disposto no artigo 489, parágrafo 1º, incisos IV

e VI, do CPC, acerca de todos os precedentes e jurisprudência colacionados em

inicial, sob pena de nulidade da r. sentença;

-que, ao final, seja a presente ação julgada inteiramente procedente, para:

-a) restabelecer o benefício de auxílio-doença ao autor, por preenchimento dos

requisitos legais, a ser calculado na forma da Lei 8.213/91, em seu artigo 29,

inciso II e §5º;

b) que a DATA DO INÍCIO do benefício (DIB) do auxílio-doença, seja

fixada na data da cessação ilegal do NB n. ...., qual seja: 29/07/2016,

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diante da prova documental em anexo (incapacidade total atestada desde

então), a ser ratificada pela prova pericial a ser produzida;

c) que as parcelas vencidas sejam quitadas de uma única vez, corrigidas

monetariamente e acrescidas de juros de mora, nos termos da legislação civil

vigente;

d) que, em sentença, seja concedida a TUTELA ESPECÍFICA DA OBRIGAÇÃO,

por se tratar de ação de obrigação de fazer, com espeque no artigo 497 e 536, §

1º, do CPC, para a imediata implantação a partir da sentença, sob pena de

astreinte;

e) requer, ainda, em pedido principal, se restar comprovada que

a incapacidade do autor é total e permanente, com fundamento na prova

pericial a ser produzida, que seja concedido o benefício de aposentadoria

por invalidez, este devido desde a DER do NB n. .., ou, ainda, na data a ser

fixada pela perícia médica, quitando-se as diferenças devidas desde então,

acrescidas de correção monetária e juros de mora, na forma da lei vigente,

observando-se a prescrição quinquenal, se cabível;

f) em qualquer um dos casos de concessão, requer-se seja fixada também, a

forma de cessação do benefício deverá ser por ação revisional, nos termos da lei

8.212/91, declarando-se a inconstitucionalidade da MP 739/16, neste tocante;

g) e, ainda, que seja o instituto requerido condenado ao pagamento de

honorários sucumbenciais a serem arbitrados por Vossa Excelência no percentual

de 20% (vinte por cento), calculado sobre as parcelas vencidas (compreendidas

estas desde a concessão do benefício até a data da sentença de primeira

instância), caso este valor não seja inferior à R$ 1.500,00 (um mil e quinhentos

reais), para não apresentar caráter irrisório;

h) que todas as intimações referentes à presente demanda, a serem realizadas

no DOE, sejam feitas em nome das 2 (duas) causídicas que esta subscrevem.

DAS PROVAS:

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16. Protesta provar o alegado por todos

os meios de prova em direito admitidos, especialmente pelas seguintes provas,

as quais desde já requer:

a) documental (documentos acostados à presente e outros que possam surgir

ao longo da demanda, nos termos do artigo 435, do CPC);

b) pericial, caso Vossa Excelência entenda necessária, em consonância

com o disposto no artigo 472 do CPC, diante dos documentos

elucidativos já apresentados em inicial, consistente em exame médico, a

ser realizado por perito habilitado por este juízo e com especialidade – e

conhecimento técnico suficiente (art. 156, §5º e art. 465, ambos do CPC) nas

enfermidades do requerente – NEUROCIRURGIÃO - a fim de atestar

pela sua incapacidade laborativa.

Os quesitos apresentam-se ao final da presente demanda, protestando pela

apresentação de quesitos complementares, em inteligência ao super-princípio

do devido processo legal.

-Quanto a esta prova, caso Vossa Excelência entenda necessária, requer seja

determinada sua produção antecipada, ou seja, antes da

determinação da citação do requerido, de forma a não ocasionar o

perecimento do direito do autor e facilitar a comprovação dos fatos, uma

vez que se trata de pedido de benefício de cunho alimentar, com aplicação

analógica do artigo 381, I, do CPC;

c) prova oral, também para comprovação da incapacidade do requerente, caso

seja necessário, cujo rol de testemunhas oportunamente apresentará.

DO VALOR DA CAUSA:

17. Dá-se a causa o valor de R$

....(....), nos termos do artigo 292, §§ 1º e 2º, do Código de Processo Civil.

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Termos em que,

Pede e Espera Deferimento.

Data e local

NOME E OAB

QUESITOS – PROVA PERICIAL:

a) O periciando possui quais patologias? Quais os sintomas destas patologias?

b) Podem as patologias ou os sintomas das mesmas serem considerados

incapacitantes para o trabalho de motorista de ônibus rodoviário? Por que?

c) Quais medicamentos o autor faz uso? Possuem efeitos colaterais? Quais?

Podem seus efeitos serem considerados incapacitantes para o trabalho?

d) O autor encontra-se atualmente incapacitado para a atividade laboral de

motorista de ônibus rodoviário, sua atividade habitual, considerando-se os

demais elementos sócio-econômico-culturais do caso em tela – tais como

idade avançada e baixo grau de instrução - e diante do conceito de saúde

estabelecido pela OMS (organização mundial de saúde)? Por quê?

e) Em caso de resposta negativa ao quesito acima, o sr. perito poderia

esclarecer se os relatórios médicos anexados aos autos, encontram-se

incorretos, considerando-se as determinações do CEM, principalmente

aquele fornecido pelo Dr. ...., inscrito no CRM ...., que acompanha o autor

desde out/2013 e que indica expressamente a presença de incapacidade

total? Em caso positivo, esclarecer em quais pontos estão incorretos

referidos laudos apresentados.

f) Qual a data do início da incapacidade (dia/mês/ano)? Qual o fundamento

utilizado para esta conclusão?

g) Os documentos médicos em anexos comprovam a incapacidade laborativa do

autor desde a data da cessação do benefício, ocorrida em 29/07/2016? Em

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caso negativo, por quê? Houve alguma recuperação da capacidade laborativa

neste período? Qual o fundamento utilizado para tal conclusão?

h) Em resposta positiva ao quesito acima, pode-se afirmar que a incapacidade

do autor é total e permanente desde qual data, segundo a documentação

dos autos? Pode-se afirmar, ainda, segundo a documentação dos autos, ser

desta forma – total e permanente - desde 17/12/2008 – data da concessão

do auxilio-doença – NB n. ...., considerando-se que, desde então encontra-

se afastado do trabalho habitual?

i) A incapacidade é total ou parcial? Por quê? Em caso de ser parcial, seria

total para sua atividade habitual de motorista de ônibus rodoviário? Poderia

ele desenvolver outras funções, principalmente segundo o conceito de saúde

da OMS e do Manual de pericia médica do INSS? Seria uni, multi ou

omniprofissional a incapacidade do periciando, segundo o manual de perícia

médica do INSS? Por quê?

j) Se parcial, poderia ele desenvolver a sua atividade habitual de forma

satisfatória, considerando-se os demais elementos sócio-econômicos-

culturais do caso em tela, tais como idade e grau de instrução? Por quê?

k) A incapacidade do periciando é para apenas uma atividade ou para várias?

Em caso de várias, quais são elas? Em caso de uma, para qual? Esta

incapacidade, para uma ou para várias atividades, é de forma total para as

mesmas ou parcial?

l) A incapacidade é transitória ou permanente? Por quê?

m) Em caso de ser transitória, qual a data provável de cura? Por quê?

n) Em caso de ser permanente, desde quando pode ser considerada como

permanente?