excelentÍssimo senhor doutor desembargador relator do acÓrdÃo n

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EXCELENTSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR RELATOR DO ACRDO N. ____, DA ____ CMARA ESPECIAL CRIMINAL DO GRGIO TRIBUNAL DE JUSTIA DO ESTADO DE SO PAULO.

A, j qualificado nos autos de recurso em sentido estrito de n. ____, por seu advogado ao final firmado, no se conformando com o venerando acrdo que, por deciso no unnime manteve a acusao por homicdio doloso, julgou procedente o recurso, vem, respeitosamente, presena de Vossa Excelncia, dentro do prazo legal, opor

EMBARGOS INFRINGENTES, Com fulcro no artigo 609, pargrafo nico do Cdigo de Processo Penal. Requer seja recebido e processado o presente recurso com as inclusas razes de inconformismo. Nestes termos, Pede deferimento. So Paulo, data. Advogado OAB n. ____

RAZES DE EMBARGOS INFRINGENTES EMBARGANTE: A EMBARGADO: MINISTRIO PBLICO. RECURSO EM SENTITO ESTRITO N. ____. Egrgio Tribunal de Justia, Colenda Cmara, Douto Procurador de Justia, Em que pese o notrio conhecimento jurdico da Colenda Cmara Criminal deste Egrgio Tribunal de Justia, a reforma do venerando acrdo medida que se impe pelas razes de fato e de direito a seguir expendidas: I DOS FATOS: A, ora Embargante, foi denunciado como incurso nas penas do art. 121, caput, do Cdigo Penal, porque, irritado com a conduta de dois adolescentes, efetuou um disparo de arma de fogo para o alto, assim agindo no sentido de asssustar aqueles que julgou portarem-se de maneira inconveniente. Efetuado o disparo, o projtil, aps chocar-se com um poste, ricocheteou e atingiu um dos jovens, sendo a leso causa eficiente de sua morte. O magistrado proferiu sentena desclassificatria, por entender tratar-se de homicdio culposo. O Ministrio Pblico recorreu em sentido estrito, requerendo fosse o ora Embargante processado nos exatos termos da exordial acusatria. A 1 Cmara deste Tribunal, por deciso no unnime, reformou a deciso recorrida, sendo certo que o voto divergente entendeu que o Embargante deve ser processado por homicdio culposo. II DO DIREITO: Analisando o contedo dos autos, verifica-se a olhos nus assistir razo ao Douto Desembargador que proferiu o voto vencido.

Pela dinmica dos fatos, v-se que o agente no agiu com a vontade direta e consciente de produzir o resultado morte, diante do que no se pode falar em dolo direto. No h que se falar tambm em dolo eventual, vez que o Embargante no agiu assumindo o risco de produzir o resultado lesivo. De acordo com a situao ftica j explanada, extramos terem sido preenchidos todos os requisitos da culpa, haja vista a existncia de conduta [ao voluntria] com inobservncia ao dever de cuidado [sem a devida cautela, cuidado que o Embargante deveria ter tido]. Houve tambm o resultado lesivo, qual seja, a morte da vtima, guardando este ltimo nexo de causalidade com a conduta imprudente. Em todo este contexto, existia tambm a possibilidade de o agente, por suas condies pessoais, prever o resultado de sua conduta, culminando esta em um fato tpico. Vejamos: [] O crime culposo a conduta voluntria [ao ou omisso] que produz resultado antijurdico no querido, mas previsvel, excepcionalmente previsto, que podia com a devida ateno ser evitado [] Ao efetuar disparo de arma de fogo, A deixou de tomar as cautelas necessrias para que o projtil no ricocheteasse em nenhum objeto, vindo a atingir terceiros que estivessem prximos ao local dos fatos, de forma que agiu de modo imprudente. A culpa, na modalidade da imprudncia, consiste em proceder o agente sem a necessria cautela, deixando de empregar as precaues indicadas pela experincia como capazes de prevenir possveis resultados lesivos (TACRIM-SP AC Rel. Sidnei Beneti JUTACRIM94/244). No palco dos acontecimentos, evidente o cometimento de crime culposo, em razo do que inexistem motivos para que seja o Embargante processado, e talvez at condenado por conduta mais grave que aquela supostamente praticada, eis que a pretenso punitiva no pode servir de escusa para a prtica de abusos. III DO PEDIDO: Em razo do exposto, requer seja conhecido e provido o presente recurso, acolhendo-se o voto vencido com o fim de manter-se a desclassificao para que seja o Embargante processado pela suposta prtica de homicdio em sua forma culposa.

So Paulo, data. Advogado OAB n.