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Os Três Tipos de Tesouro. Resumo e cenário histórico. A carta “Os Três Tipos de Tesouro” foi escrita em setembro de 1277, quando Daishonin se encontrava no Monte Minobu, e endereçada para Shijo Nakatsukasa Saburo Saemon-no-jo Yorimoto, conhecido como Shijo Kingo,1 em Kamakura. Por volta de 1274, Shijo Kingo havia iniciado seus esforços para converter seu lorde, chamado Ema, aos ensinamentos de Daishonin. Esse fato, porém, fez o lorde Ema — seguidor do bonzo Ryokan da escola Preceitos-Verdadeira Palavra — reagir com antipatia. Além disso, outros empregados maldosos espalharam falsas acusações sobre Shijo Kingo, manchando seu bom nome e aborrecendo ainda mais o lorde Ema, que reduziu o tamanho de seus feudos, ameaçando enviá-lo à remota província de Etigo. Na época em que esta carta foi escrita, Shijo Kingo passava por sérias dificuldades. Entretanto, seguindo fielmente as orientações de Nitiren Daishonin, de jamais desonrar o Sutra de Lótus, Shijo Kingo mudou radicalmente aquela situação. O lorde foi acometido por uma grave doença e Shijo Kingo, que era versado em medicina, cuidou dele. Assim, ele teve a oportunidade de reconquistar a confiança de seu lorde. Esse fato ocorreu alguns meses depois de Shijo Kingo ter enfrentado a ameaça de perder seus feudos. A chance de melhorar seu relacionamento com o lorde se materializou, embora diversas questões de difícil solução persistissem. Neste escrito, Daishonin ensina a seu fiel discípulo a importância de viver de maneira sábia, e esclarece qual é o correto comportamento humano num momento de adversidades. Como budistas, qual deve ser o comportamento correto? Como agir firme e sabiamente para vencer qualquer dificuldade? Nitiren Daishonin responde a essas perguntas nesta carta, explicando o caminho essencial da vida para os praticantes do Budismo. Trecho da carta.

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Page 1: Exame Oral 2

Os Três Tipos de Tesouro.

Resumo e cenário histórico.

A carta “Os Três Tipos de Tesouro” foi escrita em setembro de 1277, quando Daishonin se encontrava no Monte Minobu, e endereçada para Shijo Nakatsukasa Saburo Saemon-no-jo Yorimoto, conhecido como Shijo Kingo,1 em Kamakura.Por volta de 1274, Shijo Kingo havia iniciado seus esforços para converter seu lorde, chamado Ema, aos ensinamentos de Daishonin. Esse fato, porém, fez o lorde Ema — seguidor do bonzo Ryokan da escola Preceitos-Verdadeira Palavra — reagir com antipatia. Além disso, outros empregados maldosos espalharam falsas acusações sobre Shijo Kingo, manchando seu bom nome e aborrecendo ainda mais o lorde Ema, que reduziu o tamanho de seus feudos, ameaçando enviá-lo à remota província de Etigo.Na época em que esta carta foi escrita, Shijo Kingo passava por sérias dificuldades. Entretanto, seguindo fielmente as orientações de Nitiren Daishonin, de jamais desonrar o Sutra de Lótus, Shijo Kingo mudou radicalmente aquela situação. O lorde foi acometido por uma grave doença e Shijo Kingo, que era versado em medicina, cuidou dele. Assim, ele teve a oportunidade de reconquistar a confiança de seu lorde. Esse fato ocorreu alguns meses depois de Shijo Kingo ter enfrentado a ameaça de perder seus feudos. A chance de melhorar seu relacionamento com o lorde se materializou, embora diversas questões de difícil solução persistissem. Neste escrito, Daishonin ensina a seu fiel discípulo a importância de viver de maneira sábia, e esclarece qual é o correto comportamento humano num momento de adversidades. Como budistas, qual deve ser o comportamento correto? Como agir firme e sabiamente para vencer qualquer dificuldade? Nitiren Daishonin responde a essas perguntas nesta carta, explicando o caminho essencial da vida para os praticantes do Budismo.Trecho da carta.

Lamento a doença de seu lorde. Embora ele não tenha fé no Sutra de Lótus, o senhor é membro do clã dele e é graças à consideração dessa pessoa que o senhor pode fazer oferecimentos ao Sutra. Assim, estes [oferecimentos ao Sutra] podem se tornar orações exclusivamente para a recuperação de seu lorde. Pense numa pequena árvore que fica debaixo de uma grande ou na grama que fica à beira de um grande rio. Embora não recebam a chuva nem a água do rio diretamente, ainda assim vicejam, compartilhando o orvalho da grande árvore ou a umidade do rio. O mesmo acontece com o relacionamento entre o senhor e seu lorde. Para dar outro exemplo, o rei Ajatashatru2 era inimigo do Buda. Mas como Jivaka, ministro da corte do rei, acreditava no Buda e fazia contínuos oferecimentos a ele, consta que os benefícios decorrentes de suas ações retornaram para Ajatashatru.Explanação.

Sobre este escrito, o presidente Ikeda afirma: “Seguindo os passos do pai como samurai, Shijo Kingo servia à família Ema, que era ligada a um dos regentes Hojo do governo militar de Kamakura. Tanto o pai como o filho demonstraram fidelidade máxima à família Ema em tempos de perigo. Porém, Shijo Kingo atraiu a antipatia do lorde Ema após tentar convertê-lo aos ensinamentos de Nitiren Daishonin.

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“Sofrendo hostilidades injustificadas e submetido a uma ação disciplinar, incluindo a transferência para outra propriedade numa província remota, parece que Shijo Kingo considerou uma ação judicial contra o lorde Ema. Daishonin pede a ele, em outra carta datada do mesmo período, que se contenha: ‘Como vassalos, o senhor, seus pais e seus parentes possuem uma obrigação moral com seu lorde e ‘Mesmo que ele nunca lhe demonstre a mínima consideração, o senhor não deve guardar rancor’. A ingratidão está entre os piores tipos de conduta humana, uma vez que implica em mau carma.“Daishonin diz a Shijo Kingo que, em vez de ficar ressentido com seu lorde, que o pressionava diretamente, ele deve se concentrar em combater o verdadeiro adversário. Ou seja, as funções dos Três Obstáculos e das Quatro Maldades manifestadas nas ações do lorde Ema. O culpado, aponta ele, é Ryokan cujas tramoias abomináveis eram responsáveis pela perseguição aos discípulos de Daishonin e pelas falsas suposições do lorde Ema. Nitiren Daishonin declara que Ryokan é o ‘falso sábio arrogante’ — um dos Três Poderosos Inimigos5 do Budismo. É uma advertência para reconhecer a verdadeira natureza dessas forças negativas e obstrutivas.“Seguindo essa orientação de Daishonin, Shijo Kingo agiu com sinceridade e sabedoria em sua vida diária e no relacionamento com outras pessoas. Como resultado, o lorde Ema, quando ficou doente, foi se tratar com Shijo Kingo, que era reconhecido como um ‘médico excelente’.“Ao ficar sabendo que o lorde Ema estava doente, Nitiren Daishonin escreve: ‘Lamento a doença de seu lorde’ . Ele estava profundamente preocupado com a doença do lorde, mesmo que, aparentemente, este fosse a pessoa a causar sofrimento a Shijo Kingo, sincero praticante do Sutra de Lótus. Quando se trata da verdade ou de erro em termos da Lei ou do ensino, o Budismo Nitiren mantém uma atitude rigorosa. Mas, quando se trata do sofrimento das pessoas, o Budismo tem o espírito de tolerância e compaixão. Esta era a disposição de Nitiren Daishonin: ajudar as pessoas que sofrem, mesmo que tenham caluniado a Lei. Pensando no infortúnio delas, exclamou: ‘Como é trágico, que lamentável! Sentia-se ‘indignado’ com o sofrimento humano. A essência do Budismo está no sincero desejo pela felicidade de cada pessoa.“Meu mestre, Jossei Toda, segundo presidente da Soka Gakkai, compartilhava o mesmo espírito de Nitiren Daishonin. Quando alguém abandonava a fé, ele sentia profunda tristeza. ‘Como isso é trágico!’, exclamou certa vez. ‘Dói, como se uma broca perfurasse meu coração!’“A Soka Gakkai tem um desenvolvimento brilhante e sem precedentes, pois herdou o nobre espírito de estar entre as pessoas e agir visando à felicidade de todos.“Neste escrito, Nitiren Daishonin destaca que o lorde Ema, embora não fosse praticante do Sutra de Lótus, tornou possível a Shijo Kingo fazer oferecimentos ao Sutra. Por essa razão, diz ele, o mérito e a boa sorte adquiridos por Shijo Kingo também se estenderiam ao lorde. Ele cita o exemplo de uma pequena árvore debaixo de uma grande ou da grama que fica às margens de um grande rio. Embora não recebam nem a chuva nem a água do rio diretamente, ainda assim compartilharão a umidade natural na forma de orvalho e se desenvolverão. Ele também observa que, na época de Sakyamuni, havia um rei chamado Ajatashatru que era um grande inimigo do Budismo. Mas esse governante foi protegido, pois seu médico, Jivaka, era um devotado discípulo do Buda.“Na família, quando há uma pessoa que irradia o brilho da Lei Mística, todos os seus membros, incluindo aqueles que não praticam o Budismo Nitiren, serão protegidos. Um indivíduo pode igualmente iluminar seu local de trabalho e sua comunidade. O benefício da

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Lei Mística é vasto e imensurável. Do ponto de vista da prática budista, o importante é que nós mesmos, independentemente do que os outros façam, nos tornemos a grande árvore ou o grande rio desta analogia.”Trecho da carta

É muito raro nascer como ser humano. O número de pessoas dotadas de vida humana é tão pequeno quanto a quantidade de terra que se pode colocar sobre uma unha. Viver como ser humano é difícil — tão difícil quanto o orvalho permanecer sobre a grama. É melhor viver um único dia com honra que viver 120 anos e morrer na desgraça. Conduza sua vida de forma que todas as pessoas de Kamakura o elogiarão e dirão que Shijo Nakatsukasa Saburo Saemon-no-jo Yorimoto (Shijo Kingo) é diligente em servir a seu lorde, ao budismo e à sociedade .Explanação.

Nesta frase, Nitiren Daishonin afirma que nossa vida como seres humanos é insubstituível e preciosa. Sobre essa frase, o presidente Ikeda ressalta: “O verdadeiro mérito como ser humano surge a partir do que decidimos tornar o propósito de nossa vida e como alcançá-lo”. Ao mesmo tempo, Daishonin oferece uma orientação específica e concreta para Shijo Kingo com o desejo de que ele seja bem-sucedido num nível mais fundamental, servindo diligentemente a seu lorde, ao budismo e à sociedade. Daishonin o orienta a buscar a vitória em três áreas específicas, isto é, na reconstrução de uma relação de confiança mútua com seu lorde, na continuidade aos esforços como praticante do budismo e na conquista da confiança daqueles que o cercam. Em outras palavras, somos vitoriosos quando manifestamos o brilho de nossa natureza de Buda em todos os aspectos da vida, demonstrando a prova real em conquistar o elogio e a admiração daqueles que nos rodeiam. Portanto, em nossa luta em prol do Kossen-rufu, torna-se fundamental conquistarmos a confiança e o respeito na sociedade.O Mestre continua: ”As relações de Shijo Kingo com aqueles ao seu redor — lorde Ema, membros da família dele, seus colegas de trabalho, irmãos e companheiros de prática — estavam longe de ser pacíficas. Houve casos em que, provavelmente, sua obstinação criou problemas. Porém, sem resolver esses problemas, ele não venceria na fé.“Por isso, Daishonin o estimula a melhorar seu caráter e mostrar a prova real por meio de uma grandiosa revolução humana. Era seu desejo que Shijo Kingo, como figura central entre seus discípulos em Kamakura, se tornasse um líder admirável na sociedade e levasse uma vida de profundo significado”.Além disso, como um dia de vida é mais valioso que todos os tesouros do universo, em nosso dia a dia, devemos prezar a vida a cada momento por meio de atitudes concretas. Assim, ações como cuidar da saúde, da boa alimentação, da segurança pessoal e evitar situações de risco são fundamentais para um bom praticante do Budismo.Trecho da carta

A essência de todos os ensinamentos de Sakyamuni é o Sutra de Lótus, e a chave da prática do Sutra de Lótus está no capítulo “Bodhisattva Jamais Desprezar” [Fukyo].6 O que significa o profundo respeito que o Bodhisattva Jamais Desprezar demonstrava pelas pessoas? O propósito do advento do Buda Sakyamuni, o lorde dos ensinamentos, neste mundo encontra-se em seu comportamento como ser humano. O sábio deve ser chamado humano, e os tolos são denominados animais .

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Explanação.

Na explanação do presidente Ikeda consta: ”Na conclusão de ‘Os Três Tipos de Tesouro’, Daishonin afirma que o Sutra de Lótus é a essência dos ensinamentos da vida de Sakyamuni. Ele enfatiza ainda que a chave da prática ensinada no Sutra de Lótus está no comportamento do Bodhisattva Jamais Desprezar Fukyo. “Diz-se que o Sutra de Lótus representa a finalidade do surgimento de Sakyamuni neste mundo. A razão de o Sutra de Lótus descrever a prática do Bodhisattva Jamais Desprezar, que incorpora o espírito do Sutra, é indicar que o propósito do surgimento de Sakyamuni neste mundo está em seu comportamento como ser humano.“O tesouro do coração é invisível aos olhos. Quando esse tesouro é expresso de forma concreta, com ações respeitosas com os outros, demonstra o poder da Lei Mística e da natureza de Buda. Portanto, mostrar respeito pelos outros em nossas ações constitui o padrão do nosso comportamento como budistas“.Ao mesmo tempo, demonstrar respeito pelos outros por meio do comportamento tem o poder de mudar nossa vida, transformando o carma e purificando os seis órgãos dos sentidos. Ao compartilharmos respeitosamente os ensinamentos do Sutra de Lótus com outras pessoas por meio de nosso exemplo de conduta como ser humano, manifestamos o estado de Buda. Portanto, quando nosso comportamento faz o Chakubuku, incorporamos o princípio da iluminação universal em nossa vida. Realizar o Chakubuku por meio de nosso exemplo de conduta como ser humano sem recuar diante das dificuldades é a prática capaz de conduzir todas as pessoas à iluminação. Essa prática ilumina brilhantemente até mesmo a vida de quem calunia e persegue os praticantes que incorporaram o princípio da iluminação universal.O presidente Ikeda conclui: “A prática do Chakubuku realizada por Daishonin, de refutar rigorosamente o erro, fundamenta-se em três pontos: no espírito de benevolência com o indivíduo que está enganado; no sentimento de preocupação pela felicidade das pessoas; e no desejo fervoroso de concretizar a paz e a segurança da nação. É uma luta para refutar o falso e revelar o verdadeiro respeitando a natureza de Buda de todas as pessoas.“O Chakubuku no Budismo Nitiren baseia-se numa filosofia de respeito aos outros. Isso significa refutar o erro daqueles que desrespeitam a vida das pessoas. Baseando-se nesse entendimento, Daishonin indica que, mesmo na era maligna dos Últimos Dias da Lei, precisamos agir de maneira prudente e respeitosa em vez de simplesmente nos apressar para refutar o erro.”Afirmar a verdade de forma plena e explícita também é Chakubuku. Os Últimos Dias da Lei são uma época repleta de desconfiança e medo decorrentes de uma sociedade onde as pessoas não são respeitadas e não há consideração pela vida. Numa época assim, o Chakubuku significa levantar-se só e segurar bem alto a bandeira do respeito pelos seres humanos e pela dignidade da vida. Esta é também a corajosa prática do Chakubuku”.Resumindo...

- A carta foi escrita em 1277.- Nitiren Daishonin encontrava-se no Monte Minobu.

- Foi endereçada a Shijo Nakatsukasa Saburo Saemon-no-jo Yorimoto, mais conhecido como Shijo Kingo.

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- Shijo Kingo tentou converter seu lorde, chamado Ema, aos ensinamentos de Daishonin. Isso fez que ele reagisse com antipatia, reduzindo o tamanho dos seus feudos e submetendo-o à ação disciplinar.

O que a carta ensina:

- Nitiren orienta seu fiel discípulo sobre a importância de viver de maneira sábia, e esclarece qual é o correto comportamento humano diante das adversidades.- A ingratidão está entre os piores tipos de conduta humana, uma vez que implica em mau carma.

- Em nossa luta em prol do Kossen-rufu, torna-se fundamental conquistarmos a confiança e o respeito na sociedade.

“Os Três Tipos de Tesouro” são:

- Tesouro do cofre: indica os bens materiais.- Tesouro do corpo: significa aspectos como a saúde ou as habilidades adquiridas.

- Tesouro do coração: remete à abundância de riquezas espirituais e materiais, mas, no nível fundamental, refere-se à fé e ao brilho da natureza de Buda polida por esta fé.

1. Shijo Kingo . Um dos principais discípulos de Nitiren Daishonin. Seu nome e título completos eram Shijo Nakatsukasa Saburo Saemon-no-jo Yorimoto. Como samurai, serviu à família Ema do clã governante Hojo. Shijo Kingo também tinha conhecimentos tanto de medicina como de artes marciais. Acredita-se que tenha se convertido ao ensinamento de Daishonin por volta de 1256. Quando Nitiren Daishonin foi levado a Tatsunokuti para ser decapitado, em 1271, Shijo Kingo o acompanhou, determinado a morrer ao lado dele.2. Ajatashatru: Rei de Magadha, na Índia, que viveu na época do Buda Sakyamuni. Incitado por Devadatta, ele usurpou o trono, matando seu pai. Mais tarde, porém, lamentou profundamente sua conduta. Atormentado pela culpa, irromperam feridas virulentas em seu corpo e ele recebeu a predição de que morreria. Seu médico e ministro Jivaka persuadiu-o a se arrepender de sua má conduta e a buscar os ensinamentos do Buda. Ajatashatru fez isso, superou a doença e se tornou devoto de Sakyamuni.3. Jivaka: Médico habilidoso que viveu em Magadha, Índia, na época de Sakyamuni. Como médico da corte, Jivaka serviu a Bimbisara, rei de Magadha, e seu filho Ajatashatru.4. Três Obstáculos e Quatro Maldades: Vários obstáculos e impedimentos à prática do Budismo. Os Três Obstáculos são: (1) obstáculo dos desejos mundanos; (2) obstáculo do carma; e (3) obstáculo da punição. As Quatro Maldades são: (1) impedimento dos desejos mundanos; (2) impedimento dos cinco componentes; (3) impedimento da morte; e (4) impedimento do Rei Demônio.5. Três Poderosos Inimigos: Três tipos de pessoas arrogantes que perseguem aqueles que propagam o Sutra de Lótus após a morte do Buda Sakyamuni, descritos no trecho em verso que encerra o 13o capítulo do Sutra de Lótus, “Devoção Encorajadora”. O Grande Mestre Miao-lo , da China, resume-os como pessoas leigas arrogantes, monges arrogantes e falsos sábios arrogantes.

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6. Bodhisattva Jamais Desprezar: Esse bodhisattva — que foi Sakyamuni numa existência anterior — é descrito no 20º capítulo do Sutra de Lótus, “Bodhisattva Jamais Desprezar”. Ele se curvava perante todos que encontrava e dizia: “Tenho profunda reverência por você e nunca ousaria tratá-lo com desprezo nem arrogância. Por quê? Porque todos estão praticando o Caminho do Bodhisattva e com certeza atingirão o estado de Buda” . No entanto, ele foi atacado por pessoas arrogantes, que batiam nele com varas e bastões e lhe atiravam pedras. O Sutra explica que a prática de respeitar a natureza de Buda dos outros se tornou a causa para ele manifestar o estado de Buda.

A Seleção do Tempo.Resumo e cenário histórico.

O Buda Nitiren Daishonin redigiu “A Seleção do Tempo” em 1275, quando estava com 53 anos e residia no Monte Minobu. Acredita-se que este texto tenha sido confiado a um discípulo chamado Yui que morava em Nishiyama, na província de Suruga atual província de Shizuoka, no centro do Japão.No ano anterior, em outubro de 1274, o exército mongol havia atacado o Japão. Por isso, “A Seleção do Tempo” foi escrita num ambiente em que parecia inevitável ocorrer uma segunda invasão dos mongóis e o país inteiro estava em pânico e consternado.Pela relevância do seu conteúdo, essa carta é considerada um dos cinco principais escritos de Nitiren Daishonin.Logo no começo, Daishonin declara que se a pessoa deseja estudar o Budismo, “deve primeiro aprender a compreender o tempo”. Com isso, ele deixa claro que a primeira obrigatoriedade que o budista deve cumprir é compreender o tempo.O Budismo sempre leva a época em consideração, já que se preocupa com o bem-estar dos que estão vivendo no presente momento. E “selecionar o tempo” significa escolher corretamente os Últimos Dias da Lei como a época para a propagação mundial da Lei Mística — ou seja, a época do Kossen-rufu. Portanto, nesse contexto, o “tempo” corresponde ao momento para expor a Lei.Na parte inicial deste escrito, Nitiren Daishonin afirma: “Não há nenhuma dúvida de que nossa época atual corresponde ao quinto período de quinhentos anos descrito no Sutra da Grande Coleção, quando ‘a Lei pura se tornar obscurecida e se perder’. Mas depois que a Lei pura ficar obscurecida e se perder, a pura e nobre Lei do Nam-myoho-rengue-kyo, que é a verdadeira essência do Sutra de Lótus, com toda certeza, será propagada e amplamente proclamada por toda a terra de Jambudvipa... o mundo inteiro.Como o sábio mais notável, ao longo deste extenso escrito, Daishonin esclarece como levantou-se sozinho nesta era corrompida, cheia de guerras e conflitos, para proclamar a pura e nobre Lei do Nam-myoho-rengue-kyo. Ele explica que empreendeu um esforço altruístico para afastar o perigo de o ensinamento correto do Budismo se deteriorar nos Últimos Dias da Lei. Além disso, seus esforços estavam voltados a criar a época do Kossen-rufu Mundial, para conduzir todas as pessoas à iluminação. Ele conclui chamando seus discípulos a continuar essa batalha no futuro. Esta é a mensagem principal de “A Seleção do Tempo”.Trecho da carta.

O Buda Sakyamuni também estendeu sua língua, que é incapaz de proferir falsidades, até alcançar o mais alto céu do mundo da forma. Ele estava dizendo que, no último período de

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quinhentos anos após seu falecimento, quando toda a doutrina budista estivesse para desaparecer, o Bodhisattva Práticas Superiores se apresentaria com os cinco caracteres do Myoho-rengue-kyo e iria administrá-los como um bom remédio para as pessoas que sofrem de lepra — isto é, as pessoas de descrença incorrigível e aquelas que caluniam a Lei. E ele encarregou Brahma, Shakra, os Deuses do Sol e da Lua, Os Quatro Reis Celestiais e as divindades dragões para que atuassem como protetores desse bodhisattva. Como essas palavras douradas poderiam ser falsas? Mesmo que a grande terra virasse de cabeça para baixo, uma montanha se desintegrasse e ruísse, depois da primavera não chegasse o verão, o Sol se movesse para o Leste ou a Lua caísse na Terra, esta predição nunca deixaria de se concretizar.Explanação.

Em sua explanação deste escrito, o presidente Ikeda afirma: “Daishonin indica, nesse trecho, que o ensinamento do Nam-myoho-rengue-kyo é o ‘bom remédio’ que salva ‘as pessoas de descrença incorrigível e aquelas que caluniam a Lei’ nos Últimos Dias, uma época em que a Lei pura está prestes a desaparecer.“‘Pessoas de descrença incorrigível’ são aquelas que, preocupadas em atender seus desejos mundanos, se recusam a aceitar a validade do ensinamento correto, exposto pelo Buda, caluniando-o. Assim, o Sutra do Nirvana explica que, apesar de as pessoas de descrença incorrigível possuírem a natureza de Buda, elas são incapazes de manifestar o estado de Buda. Por conseguinte, Daishonin compara-as àquelas que são acometidas por uma doença grave e incurável”. Em relação ao ato de “caluniar a Lei”, Daishonin observa em sua “Tese sobre o Estabelecimento do Ensino Correto para a Paz da Nação” que essa calúnia estava corroendo o coração das pessoas, ameaçando destruir o tecido espiritual da sociedade. O presidente Ikeda continua: “Ele destaca o caluniador como o ‘único mal’, ou causa potente, para o sofrimento das pessoas e a confusão na sociedade .”Caluniar a Lei é como caluniar o Sutra de Lótus, o ensinamento da Iluminação Universal. Na raiz dessa calúnia encontra-se a ignorância ou a escuridão que reside na vida das pessoas e faz surgir o desrespeito pela dignidade humana e a falta de consideração pela vida. Isso dá origem a um pensamento prejudicial que oprime e discrimina as pessoas e põe a sociedade num caos. “O 21o capítulo do Sutra de Lótus, ‘Os Poderes Místicos do Buda’, refere-se à transferência da Lei de Sakyamuni para o Bodhisattva Práticas Superiores [o líder dos Bodhisattvas da Terra]. Sakyamuni confia o ensinamento a Práticas Superiores e a outros Bodhisattvas da Terra que juraram dar continuidade à propagação após seu falecimento. Esse capítulo diz que o Bodhisattva Práticas Superiores, ao difundir o ensinamento do Myoho-rengue-kyo no turbulento mundo saha — uma era maligna após o falecimento do Buda —, é como o Sol e a Lua dissipando a escuridão na vida de todas as pessoas. A missão dos Bodhisattvas da Terra é plantar as sementes do estado de Buda da Lei Mística no coração das pessoas e ajudar essas sementes a alcançar um fragrante desabrochar.“Daishonin empenhou-se incessantemente como devoto do Sutra de Lótus, comprometido em confrontar a calúnia contra a Lei e em livrar as pessoas do sofrimento. Empregando a voz e a vida ao máximo, ele orou e ensinou o Nam-myoho-rengue-kyo para as pessoas. Assim, enquanto Daishonin resistia à intensa hostilidade da sociedade, o ensinamento do Nam-myoho-rengue-kyo era propagado de forma gradativa, conduzindo muitas pessoas a uma vida de genuína felicidade. Ao mesmo tempo que ele empreendia sua destemida

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batalha, também aumentava o número de pessoas que o apoiava em sua causa e se juntava a ele nessa tarefa. Os esforços corajosos e pioneiros desse grandioso defensor do ensinamento correto conduziram e criaram o momento para o Kossen-rufu”.Conforme a frase “E ele encarregou Brahma, Shakra, os Deuses do Sol e da Lua, Os Quatro Reis Celestiais e as divindades dragões para que atuassem como protetores desse bodhisattva”, a abnegada devoção para propagar a Lei, demonstrada pelos Bodhisattvas da Terra sob a liderança do Bodhisattva Práticas Superiores, provoca infalivelmente a proteção das divindades celestiais.Na frase final deste trecho de “A Seleção do Tempo”, Daishonin declara, com firme convicção de que, mesmo que o mundo virasse de cabeça para baixo e o Sol se levantasse no Oeste e se pusesse no Leste, não haveria absolutamente nenhuma dúvida de que a grandiosa correnteza do Kossen-rufu havia começado a fluir nos Últimos Dias da Lei.Esta frase que estudamos agora inspira a missão da Soka Gakkai na presente época, assim como o presidente Ikeda expressa no começo de sua explanação: “Neste auspicioso momento de nossa história, estudem comigo o escrito ‘A Seleção do Tempo’. Vamos reafirmar o grande significado da época do Kossen-rufu Mundial — predita por Daishonin — por ter chegado na era atual. Vamos também dar o máximo de nós para criar o momento certo de promover o Kossen-rufu. Inicio minha explanação na esperança de que ela se torne fonte de coragem e inspiração, enquanto vocês buscam seus objetivos com elevado orgulho e senso de missão como pessoas que se reuniram nesta época para dedicar a vida em prol do Kossen-rufu”.Ele também afirma: “Sempre agi com a convicção de que o tempo certo é alcançado com determinação e esforço e que tudo se resume em desafiarmos a nós próprios. Em vez de ficar sentado em serena contemplação, recitei Daimoku e entrei em ação — viajei, conversei e escrevi incansavelmente para propagar o Budismo Nitiren. Abri as portas do coração das pessoas, ajudando-as a construir uma intransponível fortaleza de paz e felicidade na vida. Estou convicto de que este é o significado de ‘selecionar o tempo’ — ou escolher o tempo certo — em termos de nossa prática budista individual”.Trecho da carta

Pequenos rios se unem para formar o grande oceano, e minúsculas partículas de areia se acumulam para formar o Monte Sumeru.8 Quando eu, Nitiren, comecei a ter fé no Sutra de Lótus, eu era semelhante a uma gota d’água ou uma única partícula de areia em todo o Japão. Mas, depois, quando duas, três, dez pessoas e, eventualmente, cem, mil e um milhão de pessoas passarem a recitar o Sutra de Lótus e a transmiti-lo aos outros, todos formarão um Monte Sumeru da perfeita iluminação,9 o oceano de um grande nirvana.10 Não procurem nenhum outro caminho, a não ser aquele pelo qual se manifeste o estado de Buda! Explanação.

Ao falar sobre essa frase, o presidente Ikeda ressalta: “O Kossen-rufu — a ampla propagação da Lei Mística — é posto em prática quando uma pessoa corajosa desperta para o ensinamento correto, se levanta e triunfa sobre todos os obstáculos para alcançar este objetivo.”Como indicado pela luta de Daishonin, sendo o ‘principal devoto do Sutra de Lótus em toda a terra de Jambudvipa ,o mundo inteiro e seu comportamento como pessoa de

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sabedoria, criar uma terra de paz e prosperidade, baseada no ensinamento correto do Budismo, começa com a transformação interior na vida de cada pessoa.“Assim como miríades de gotas d’água se juntam para formar um grande oceano ou minúsculas partículas de poeira se acumulam para formar uma enorme montanha, inumeráveis indivíduos, juntos, formam um grande movimento ou uma imensa onda. Tudo começa com uma única pessoa. A paixão e o comprometimento dela inspirarão outra pessoa e mais outra a se unir com a mesma determinação e visão. Por sua vez, inspirarão muitas outras pessoas — seus grupos crescerão em tamanho e força.”O Sutra de Lótus é um ensinamento para a iluminação de todas as pessoas que tem o poder de romper a escuridão fundamental e despertá-las para a natureza de Buda inerente. Quando os praticantes do Sutra de Lótus realizam o Chakubuku, iluminam a escuridão em torno deles, assim como o Sol. Como resultado, segundo Daishonin, esses praticantes despertarão ‘duas, três, dez pessoas e, eventualmente, cem, mil, dez mil e um milhão de pessoas, que se unirão a eles em seus esforços e despertarão inumeráveis pessoas. Juntos, como partículas de poeira ou gotas d’água, formam ‘o Monte Sumeru da perfeita iluminação, um oceano do grande nirvana’. “Quando a sabedoria e a compaixão da Lei Mística se espalharem por toda a Terra e os princípios humanísticos do Sutra de Lótus forem abraçados como valores humanos universais, veremos a construção de sociedades em que prevalece a paz duradoura.“Daishonin ensina que o ‘Monte Sumeru da perfeita iluminação’ e o ‘oceano do grande nirvana’ serão formados por meio do surgimento de nobres multidões que lutam com o mesmo espírito invencível do primeiro devoto. Ele nos ensina ainda que não devemos procurar outro caminho para manifestar o estado de Buda senão o de criar uma grande onda do Kossen-rufu, que começa com a revolução humana de cada pessoa.“Somente evidenciamos o estado de Buda inerente por meio de esforços para concretizar o grande desejo do Buda (Daigan) para a felicidade humana e para a paz mundial”.Portanto, neste trecho do escrito “A Seleção do Tempo”, o presidente Ikeda diz: “Daishonin encoraja seus discípulos a se juntar a ele na luta em prol do Kossen-rufu, o que permite manifestar um sublime estado de vida”.O Budismo Nitiren é um ensinamento humanístico. Ele possibilita que encontremos uma esperança suprema dentro de nós mesmos — esperança que é representada pela infinita nobreza da vida. Encontramos a suprema esperança em nossa vida, assim como esperança luminosa na vida das outras pessoas.Baseados no espírito fundamental da empatia e da preocupação com os outros, despertamos para a missão de construir um mundo melhor, caracterizado pelo respeito à dignidade da vida. Dessa forma, trilhamos este caminho de transformação e criação de valores enquanto confrontamos corajosamente a realidade mais difícil. Este é o espírito demonstrado pelos Bodhisattvas da Terra, descrito no Sutra de Lótus. Uma transformação interna na vida de alguém gera a mudança de incontáveis pessoas e, por fim, transforma o mundo. A missão dos Bodhisattvas da Terra é pôr isso em movimento e espalhar uma corrente contínua de valor positivo e de esperança. O importante é a pessoa despertar e agir agora.Resumindo...

- A carta foi escrita em 1275.- Nitiren Daishonin estava com 53 anose morava no Monte Minobu.

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- Quem a recebeu foi Yui, um discípulo que morava em Nishiyama, na província de Suruga (atual província de Shizuoka,no centro do Japão).

- Todo o povo japonês estava com medo de uma nova invasão mongol, o que já havia acontecido em 1274.

O que a carta ensina:- A época correta para realizar o Chakubuku é agora.

- Daishonin mostra por que os Últimos Dias da Lei são o momento correto para propagar o Budismo.

- O Nam-myoho-rengue-kyo é o “bom remédio” que salva todas as pessoas, inclusive aquelas de descrença incorrigível e que caluniam a Lei.

- As pessoas de descrença incorrível estão preocupadas em satisfazer apenas às suas vontades e se recusam a aceitar a verdade dos ensinamentos do Buda.

1. Cinco principais escritos: São os cinco mais importantes escritos redigidos por Nitiren Daishonin: “Tese sobre o Estabelecimento do Ensino Correto para a Paz da Nação” (julho de 1260 — Kamakura); “Abertura dos Olhos” (fevereiro de 1272 — Ilha de Sado); (3) “O Verdadeiro Objeto de Devoção para a Observação da Mente” (abril de 1273 — Ilha de Sado); (4) “A Seleção do Tempo” (1275 — Minobu); (5) “Retribuição aos Débitos de Gratidão” (julho de 1276 — Minobu).2. Cinco períodos de quinhentos anos: No Sutra da Grande Coleção, Sakyamuni prediz o futuro após seu falecimento, dividindo-o em cinco períodos consecutivos, durante os quais o Budismo será propagado, prosperará e posteriormente cairá em declínio. O período de declínio corresponde ao começo dos Últimos Dias da Lei. Os cinco períodos são: (1) a “época de alcançar a libertação”, em que muitas pessoas atingem a emancipação praticando os ensinamentos do Buda; (2) a “época da meditação”, quando a meditação é amplamente praticada; (3) a “época da leitura, da recitação e da escuta”, quando as pessoas estudam e recitam os sutras e ouvem as preleções sobre ele como prática central; (4) a “época de construir templos e estupa”, em que muitos templos e estupa são construídos, mas o espírito de buscar os ensinamentos budistas declina; e (5) a “época do conflito”, conhecida também como a “época das brigas e disputas”, quando ocorrem disputas entre várias escolas budistas rivais e os ensinamentos do Buda Sakyamuni ficam obscurecidos e se perdem.3. “...estendeu sua língua, que é incapaz de proferir falsidades, até alcançar o mais alto céu do mundo da forma”: Uma das trinta e duas características do Buda é sua ampla língua, que simboliza a verdade de suas palavras. No 21o capítulo do Sutra de Lótus, “Os Poderes Místicos do Buda”, Sakyamuni e outros budas estendem a língua até os mais elevados céus para confirmar a veracidade do que havia sido proferido.4. Bodhisattva Práticas Superiores: Líder dos Bodhisattvas da Terra. Sakyamuni encarrega Práticas Superiores de propagar o Sutra de Lótus durante a era maligna dos Últimos Dias da Lei. Em seus escritos, Nitiren Daishonin associa a si mesmo ao Bodhisattva Práticas Superiores, dizendo estar cumprindo a missão que foi confiada ao bodhisattva por Sakyamuni, e refere-se aos seus esforços de propagação como o trabalho do Bodhisattva

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Práticas Superiores. Nitikan Shonin, 26o sumo prelado, considerava Daishonin como a reencarnação do Bodhisattva Práticas Superiores em função de seu comportamento, e como o Buda dos Últimos Dias da Lei em função de sua iluminação interior.5. Cinco caracteres do Myoho-rengue-kyo: Escrito com cinco caracteres chineses, ao passo que Nam-myoho-rengue-kyo se escreve com sete (nam, ou namu, composto por dois caracteres). Daishonin com frequência utiliza Myoho-rengue-kyo como sinônimo de Nam-myoho-rengue-kyo em seus escritos.6. Pessoas de descrença incorrigível: Também, icchantikas. Pessoas que não têm nenhuma aspiração à iluminação e, portanto, nenhuma perspectiva de manifestar o estado de Buda. Apegadas a doutrinas errôneas, elas caluniam o ensinamento correto do Buda e se opõem a ele. Dependendo do sutra, divergem as opiniões sobre a possibilidade de as pessoas de descrença incorrigível atingirem a iluminação.7. Brahma, Shakra, os Deuses do Sol e da Lua, Os Quatro Reis Celestiais e as divindades dragões: Trata-se de deuses e reis descritos na mitologia budista. Brahma e Shakra são os dois principais deuses protetores do Budismo. Os Quatro Reis Celestiais servem a Shakra e protegem os quatro quadrantes do mundo.8. Monte Sumeru: Na cosmologia indiana, o Monte Sumeru é um pico muito alto que está no centro do mundo.9. Perfeita iluminação: Constitui o último e mais alto estágio de cinquenta e dois estágios da prática de bodhisattva, ou estado de Buda. É o estágio no qual se erradica a escuridão fundamental.10. Grande nirvana: Representa o estado sublime de iluminação do Buda, absolutamente calmo e imperturbável, e dotado de profunda compaixão e sabedoria.

A vida de Nitiren Daishonin.

Nitiren Daishonin nasceu em 16 de fevereiro de 1222, em Kominato, na província de Awa (a leste da atual Baía de Tóquio), no Japão. Filho de pescadores, na infância, recebeu o nome Zenniti-maro.Aos 12 anos, iniciou os estudos no templo Seityoji, da escola Tendai. Decidiu seguir o sacerdócio aos 16 anos, tendo Dozembo — o sacerdote chefe desse templo — como mestre. Ao ordenar-se, adotou o nome religioso Zeshobo Rentyo. Depois de vários anos de estudo nos principais templos de Kamakura, Quioto e Nara, Rentyo concluiu que o verdadeiro ensinamento do budismo encontrava-se no Sutra de Lótus por revelar a essência da iluminação do Buda Sakyamuni. Rentyo retornou para o templo Seityoji e, em 28 de abril de 1253, recitou o Nam-myoho-rengue-kyo pela primeira vez, declarando a fundação do Budismo Nitiren. Ele também mudou o nome para Nitiren (literalmente, Sol Lótus). Nessa ocasião, Daishonin refutou a escola Terra Pura (Nembutsu) afirmando ser a causadora de incessantes sofrimentos. Essa declaração provocou a ira de Tojo Kaguenobu, fervoroso adepto da Terra Pura. Tojo valeu-se da autoridade regional exercida para banir Daishonin do templo Seityoji que foi para Kamakura, sede do governo da época. Numa pequena cabana localizada em Matsubagayatsu, no subúrbio de Kamakura, Daishonin iniciou as atividades de propagação de seus ensinamentos. Nesse período, as três calamidades e os sete desastres1 ocorreram um após o outro. Em particular, um grande terremoto abalou Kamakura em agosto de 1257 e destruiu grande parte das edificações. Diante dessas ocorrências, Daishonin visitou o templo Jissoji para ponderar sobre como

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erradicar a causa dessas calamidades. Durante a permanência de Daishonin nesse templo, Nikko tornou-se seu discípulo. Mais tarde, assumiu como legítimo sucessor de Nitiren Daishonin. No dia 16 de julho de 1260, Daishonin endereçou um tratado intitulado “Tese sobre o Estabelecimento do Ensino Correto para a Paz da Nação” (Rissho Ankoku Ron) a Hojo Tokiyori, ex-regente que exercia grande influência no governo. A Tese afirmava que a causa das três calamidades e dos sete desastres estava na calúnia das pessoas à verdadeira Lei e na aceitação de doutrinas que contradiziam os ensinamentos do Buda Sakyamuni. Entretanto, Tokiyori rejeitou a admoestação do Buda Nitiren. Enquanto isso, com o apoio de Hojo Shiguetoki, pai do então regente Hojo Nagatoki, um grupo de seguidores da Terra Pura reuniu-se em torno da cabana de Daishonin, em Matsubagayatsu, para assassiná-lo. Esse acontecimento é conhecido como Perseguição de Matsubagayatsu e ocorreu na noite de 27 de agosto de 1260. Nitiren Daishonin escapou por pouco dessa perseguição, mas foi enviado a Izu em 12 de maio de 1261 onde cumpriu seu exílio. Esse fato ficou conhecido como o Exílio em Izu. A ordem do regente de exilá-lo foi uma decisão ilegal baseada apenas em razões pessoais. Daishonin foi libertado em 22 de fevereiro de 1263 por ordem de Hojo Tokiyori e retornou a Kamakura.Em 11 de novembro de 1264, quando Daishonin estava a caminho de uma visita a seu discípulo Kudo Yoshitaka, ele e sua comitiva foram atacados pelos soldados de Tojo Kaguenobu na localidade de Komatsubara. Nessa emboscada, conhecida como Perseguição de Komatsubara, Daishonin teve um corte à espada na testa e sua mão esquerda foi quebrada. Além disso, dois de seus discípulos, Kyoninbo e Yoshitaka, foram mortos.Outra tentativa de Daishonin para alertar as autoridades foi motivada pela chegada de emissários mongóis a Kamakura, em 18 de janeiro de 1268. Os emissários traziam uma ordem de submissão ao governo japonês. Caso a ordem fosse ignorada, o Japão seria invadido pelo exército mongol. Diante da iminente invasão estrangeira, que havia predito no Rissho Ankoku Ron, Daishonin repreendeu os governantes, dizendo que deveriam abraçar o Budismo Nitiren. No dia 10 de setembro de 1271, Hei no Saemon, subdelegado do Departamento de Assuntos Militares, intimou Daishonin a depor na corte imperial. Este o enfrentou destemidamente, advertindo quanto à conduta errônea do governo. Como resultado, dois dias depois, em 12 de setembro de 1271, Daishonin foi arrastado como um criminoso pelas ruas de Kamakura por soldados de Hei no Saemon, que decidiu arbitrariamente condená-lo à pena de morte. Contudo, no momento da decapitação, um corpo celeste tão brilhante quanto a Lua surgiu repentinamente no céu de Enoshima.O episódio é descrito no seguinte trecho de “Sobre o Comportamento do Buda”: “Era pouco antes da alvorada e estava muito escuro para ver a fisionomia de qualquer pessoa. Entretanto, o objeto luminoso clareou toda a área. O carrasco caiu cobrindo o rosto por ter os olhos ofuscados. Os soldados entraram em pânico e ficaram atemorizados. Alguns fugiram para longe, outros caíram de seus cavalos e vários se encolheram debaixo das selas” . Esse acontecimento ficou conhecido como Perseguição de Tatsunokuti.Nesse momento, Nitiren Daishonin abandonou a condição efêmera de Bodhisattva Práticas Superiores (Jogyo) e revelou a verdadeira identidade de Buda Original dos Últimos Dias da Lei. Esse fato é chamado hosshaku kempon (abandonar a forma transitória e revelar a verdadeira identidade).

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Após a tentativa malsucedida de execução, Daishonin foi condenado ao exílio na Ilha de Sado, no Mar do Japão. Ele chegou à remota ilha em 11 de novembro de 1271, onde o inverno era extremamente rigoroso. Daishonin foi abandonado numa pequena cabana em ruínas, localizada no meio do cemitério de Tsukahara. Além de não possuir roupas para suportar o frio nem alimentos, o Buda sofreu constantes ataques dos bonzos inimigos que residiam na região. Mesmo diante dessas circunstâncias, ele escreveu importantes obras durante a permanência em Sado, sendo “Abertura dos Olhos” e “O Verdadeiro Objeto de Devoção” as duas principais.O escrito “Abertura dos Olhos”, concluído em fevereiro de 1272, é a prova documental da revelação de Daishonin como Buda Original. Ele expõe ser o possuidor das “três virtudes de soberano, mestre e pais” e o “Buda Original dos Últimos Dias da Lei”, ou o “objeto de devoção em termos de pessoa”.Ele escreveu “O Verdadeiro Objeto de Devoção” em abril de 1273, no qual esclarece o objeto de devoção para a salvação de todas as pessoas nos Últimos Dias da Lei. Daishonin inscreveu sua condição de vida em forma de mandala, revelando o “objeto de devoção em termos de Lei”. Por meio desses escritos, Nitiren Daishonin ensina que as pessoas nos Últimos Dias da Lei devem abraçar o objeto de devoção (Gohonzon) de Unicidade de Pessoa e Lei (ninpo ikka) e recitar o Daimoku com fé para manifestar a iluminação nesta existência.Perdoado do exílio em fevereiro de 1274, Daishonin retornou a Kamakura e apresentou-se perante Hei no Saemon em 8 de abril. Nessa ocasião, o subdelegado do Departamento de Assuntos Militares mostrou-se gentil e educado ao perguntar a Daishonin sobre o ataque mongol e quando isso ocorreria. O Buda respondeu claramente: “Eles certamente chegarão ainda este ano”, conforme consta no escrito “Sobre o Comportamento do Buda”.Daishonin advertiu os oficiais contra a aceitação de religiões heréticas e solicitou que abraçassem a fé no Budismo Nitiren a fim de evitar a invasão. Entretanto, esses oficiais recusaram a advertência. Assim, Daishonin decidiu viver em reclusão na vila Haguiri, situada aos pés do Monte Minobu. Em outubro de 1274, as forças mongóis atacaram as ilhas Ikki e Tshushima e a região de Kyushu, no sul do Japão. Durante esse período, Nitiren Daishonin dedicou-se a preparar seus discípulos e trabalhou em volumosas teses, como “A Seleção do Tempo” e “Retribuição aos Débitos de Gratidão”. Ele também transferiu oralmente seus ensinamentos ao fiel discípulo e sucessor Nikko, os quais compõem o “Registro dos Ensinos Orais” (Ongui Kuden).Em setembro de 1279, vinte camponeses e discípulos de Daishonin, que viviam em Atsuhara, foram detidos injustamente, levados a Kamakura e aprisionados. Eles foram coagidos a abandonar a fé no Budismo Nitiren, mas persistiram sem ceder às torturas impostas pelos guardas de Hei no Saemon. Mais tarde, os três irmãos Jinshiro, Yagoro e Yarokuro foram executados, enquanto os outros dezessete discípulos foram banidos de suas terras. Esta foi a Perseguição de Atsuhara.Com esse acontecimento, em que os camponeses mantiveram a fé com o risco da própria vida, Daishonin reconheceu que a época para cumprir o propósito de seu advento havia chegado. Dessa forma, inscreveu o Dai-Gohonzon do Budismo Nitiren em 12 de outubro de 1279.Mais tarde, Nitiren Daishonin mudou-se para o templo Kuon, construído em novembro de 1281. Depois de transferir a essência de seus ensinos a Nikko, Daishonin faleceu em 13 de outubro de 1282, na residência de seu discípulo Munenaka Ikegami.

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Resumindo...

Nasceu em 16 de fevereiro de 1222, em Kominato, na província de Awa, no Japão. Filho de pescadores, recebeu o nome de Zenniti-maro.Aos 12 anos, iniciou os estudos no templo Seityoji, da escola Tendai. Ao ordenar-se, adotou o nome religioso Zeshobo Rentyo.

Em 28 de abril de 1253, recitou o Nam-myoho-rengue-kyo pela primeira vez, declarando a fundação do Budismo Nitiren. Mudou seu nome para Nitiren (Sol Lótus).

Por refutar a escola Terra Pura (Nembutsu) como causadora dos incessantes sofrimentos, provocou a ira de Tojo Kaguenobu.

Numa cabana em Matsubagayatsu, no subúrbio de Kamakura, Daishonin iniciou as atividades de propagação de seus ensinamentos.

Em 16 de julho de 1260, Nitiren endereçou a “Tese sobre o Estabelecimento do Ensino Correto para a Paz da Nação” (Rissho Ankoku Ron) a Hojo Tokiyori.

Sofre um ataque dos seguidores da Terra Pura em sua cabana, em 27 de agosto de 1260 — conhecido como Perseguição de Matsubagayatsu. Ele escapou, mas foi enviado para o exílio em Izu, em 12 de maio de 1261 e libertado em 22 de fevereiro de 1263.

Em 11 de novembro de 1264, foi atacado pelos soldados de Kaguenobu. Essa emboscada ficou conhecida como Perseguição de Komatsubara. Daishonin teve um corte à espada na testa e sua mão esquerda foi quebrada.

Em 12 de setembro de 1271, ele foi arbitrariamente condenado à pena de morte. Contudo, no momento da decapitação, um corpo celeste brilhante surgiu no céu, fazendo que todos os soldados fugissem em pânico. Esse acontecimento ficou conhecido como Perseguição de Tatsunokuti.

Daishonin foi condenado ao exílio, e chegou à remota Ilha de Sado em 11 de novembro de 1271, onde o inverno era extremamente rigoroso. Foi perdoado em fevereiro de 1274 e retornou a Kamakura.

Em setembro de 1279, vinte camponeses e discípulos de Daishonin foram detidos injustamente. Mesmo diante das torturas para abandonar a fé, eles persistiram. Três irmãos Jinshiro, Yagoro e Yarokuro foram executados. Esta foi a Perseguição de Atsuhara.

Percebendo que seus discípulos mantiveram a fé com risco da própria vida, Daishonin reconheceu que a época para cumprir seu advento havia chegado. Dessa forma, inscreveu o Dai-Gohonzon em 12 de outubro de 1279.

Depois de transferir seus ensinos a Nikko, faleceu em 13 de outubro de 1282.

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Nota:1. As três calamidades são: guerra, peste e fome. Os sete desastres são: eclipse solar ou

lunar; movimento anormal de corpos celestes ou aparecimento de cometas; destruição geral pelo fogo; irregularidades meteorológicas, como tempestades e alterações anormais de temperatura; ventanias e furacões; seca prolongada; destruição do país por lutas internas ou invasão estrangeira. Esses desastres e essas calamidades variam de acordo com os sutras.

História da Soka Gakkai.

A SGI e o Kossen-rufu Mundial.A Soka Gakkai surgiu com a missão de propagar mundialmente o Budismo Nitiren. Esta é uma organização que herdou a ordem e o desejo de Nitiren Daishonin de realizar a paz, visando ao bem-estar da humanidade. O ensinamento de Daishonin tornou-se conhecido em mais de 192 países e territórios por meio dos esforços da Soka Gakkai.A essência do Sutra de Lótus e do Budismo Nitiren encontra-se na crença de que todas as pessoas, sem exceção, possuem e podem manifestar o estado de Buda. É a filosofia que prega o humanismo e o respeito absoluto à dignidade da vida.As diversas atividades da Soka Gakkai têm o propósito de contribuir para o desenvolvimento da cultura humana e da paz mundial com base no ideal humanístico exposto por Nitiren Daishonin.

O presidente Makiguti reviveu os ensinamentos do Budismo, visando ao bem-estar da sociedade.

O presidente Ikeda dedicou toda a sua vida para realizar os objetivos de seu mestre, Jossei Toda.

A história da Soka Gakkai é construída com base na unicidade de mestre e discípulo entre os três presidentes.

O jovem Daisaku Ikeda e seu mestre, Jossei Toda. Juntos criaram uma onda de propagação do Budismo em todo o Japão.A época de Tsunessaburo Makiguti.

Tsunessaburo Makiguti nasceu em 6 de junho de 1871, na província de Niigata. Na adolescência, mudou-se sozinho para Hokkaido, norte do Japão, para trabalhar e manter seus estudos. Aos 18 anos, matriculou-se na Escola Normal de Hokkaido (atual Faculdade de Pedagogia de Hokkaido). Após a formatura, atuou como professor de ensino fundamental.Como gostava de estudar Geografia, Makiguti escreveu sua primeira obra sob o título Geografia da Vida Humana. Ele se mudou para Tóquio, em 1901, com o objetivo de publicá-la, o que aconteceu dois anos depois. Em Tóquio, exerceu a função de diretor em diversas escolas de ensino fundamental.

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Seu discípulo, Jossei Toda, nasceu em 11 de fevereiro de 1900, na província de Ishikawa. Por volta de 1902, sua família migrou para a Vila Atsuta, em Hokkaido. Toda trilhou pelo caminho da educação e tornou-se professor do ensino fundamental.Em 1920, ele deixou a Vila Atsuta e foi para Tóquio onde foi contratado como professor substituto na Escola de Ensino Fundamental Nishimati. Nessa escola, Toda conheceu Tsunessaburo Makiguti, diretor da instituição e pouco tempo depois, percebendo a grandiosidade de Makiguti, tornou-se seu discípulo.Em meio à atuação na área educacional, Makiguti procurava uma religião para ser a base da sua vida. Em 1928, converteu-se ao Budismo Nitiren, sendo seguido por Toda.A fundação da Soka Kyoiku Gakkai.

O professor Makiguti acumulou vasta experiência na área da Educação. Como resultado, escreveu a Teoria do Sistema Educacional de Criação de Valores, na qual consta o nome Soka Kyoiku Gakkai (Sociedade Educacional de Criação de Valores). A obra foi editada por Jossei Toda. Por esse motivo, a data de sua publicação, 18 de novembro de 1930, é considerada o dia da fundação da Soka Gakkai (sucessora da Soka Kyoiku Gakkai).A Soka Kyoiku Gakkai foi estruturada de forma gradativa e começou a atuar efetivamente em 1937 com educadores que simpatizavam com o sistema educacional Soka (criação de valores). Mais tarde, passou a ser composta por pessoas de outras áreas e se tornou uma organização de leigos praticantes do Budismo Nitiren.Nessa época, a Nitiren Shoshu, com sede no Taissekiji (Templo Principal), era uma pequena entidade religiosa formada por clérigos cujos adeptos compunham uma espécie de paróquia em torno de templos locais e recebiam orientação de seus priores. No entanto, desde a fundação, a Soka Kyoiku Gakkai estabeleceu-se como instituição independente da Nitiren Shoshu. Em torno do presidente Makiguti e do diretor-geral Jossei Toda, a Organização permaneceu como entidade leiga autônoma e seus integrantes receberam orientações sobre a prática do Budismo por intermédio de sua liderança, sem se subordinar ao clero da Nitiren Shoshu.A prática religiosa desenvolvida na Soka Kyoiku Gakkai objetivava a conquista da felicidade absoluta na vida diária, incentivando os membros a se fortalecer na fé e na prática e atuar pela paz e prosperidade social, sem se prender a rituais religiosos nos templos ou nas ocasiões de casamentos e funerais. Portanto, promoveu a mais correta forma de prática religiosa baseada no espírito original do Budismo Nitiren.Por meio de reuniões de palestra e de campanhas de Chakubuku por todo o Japão, a Organização foi se desenvolvendo e chegou a alcançar cerca de três mil associados.A imposição do regime militar japonês

O governo militar japonês, que se inclinava para a expansão da guerra, adotou o xintoísmo como religião oficial e como suporte espiritual da nação. Quando começou a Segunda Guerra Mundial, o governo impôs a unificação das religiões e a adoração do talismã xintoísta.Em junho de 1943, o clero da Nitiren Shoshu, temendo a repressão do governo militar, instruiu a Soka Kyoiku Gakkai a aceitar o talismã xintoísta. Essa atitude era uma heresia que contrariava os ensinamentos de Nitiren Daishonin. A Organização rejeitou a ideia de aceitar o talismã xintoísta, mantendo-se fiel aos ensinamentos budistas. Como consequência, em 6 de julho do mesmo ano, Makiguti, Toda e mais 21 líderes da Soka

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Kyoiku Gakkai foram presos. Diante do rigor dos interrogatórios, somente Makiguti e Toda mantiveram-se firmes às suas convicções, enquanto os demais abandonaram a fé.A percepção alcançada na prisão.

Na prisão, Jossei Toda empenhou-se na recitação do Daimoku e na leitura do Sutra de Lótus, chegando à percepção de que “Buda é a própria vida”. Ele entendeu também que era um Bodhisattva da Terra que participara da Cerimônia no Ar, descrita no Sutra de Lótus. Essa percepção ocorreu em novembro de 1944.Na mesma época, o presidente Makiguti apresentou um quadro de desnutrição grave em virtude da idade avançada. Assim, em 18 de novembro, data de fundação da Soka Gakkai, Makiguti faleceu como um mártir aos 73 anos na prisão, em Tóquio. Foi uma nobre existência de ações concretas de “não poupar a própria vida”, conforme consta no Gosho. Pioneiro de seus dias, ele reviveu o espírito do Buda Nitiren Daishonin de propagar a Lei Mística e salvar o povo do sofrimento, realizando o Chakubuku.Com a percepção alcançada na prisão, Jossei Toda criou inabalável convicção no Budismo Nitiren e a plena consciência da missão como líder do Kossen-rufu. O despertar de Toda tornou-se o ponto primordial do progresso da Organização do pós-guerra.Durante uma cerimônia em memória a Makiguti, Toda disse: “Com sua vasta e ilimitada benevolência, o senhor permitiu-me acompanhá-lo até mesmo na prisão. Graças a isso, li com minha própria vida a passagem do Sutra de Lótus: ‘[Eles] habitaram aqui e ali, em várias terras do Buda, renascendo constantemente na companhia de seus mestres’. Como resultado desse benefício, entendi o verdadeiro significado do ensinamento dos Bodhisattvas da Terra e, ainda que fosse uma pequena parte, compreendi o significado do Sutra de Lótus com minha vida. Poderia existir felicidade maior que esta?”A frase “[Eles] habitaram aqui e ali, em várias terras do Buda, renascendo constantemente na companhia de seus mestres” é uma passagem do sétimo capítulo do Sutra de Lótus, “Parábola da Cidade Imaginária”. Ela descreve o eterno laço de mestre e discípulo, que nascem sempre juntos em quaisquer das terras do Buda para se empenhar pela felicidade das pessoas.Enquanto os outros se afastavam da fé, o presidente Toda expressava o sincero sentimento de agradecer a seu mestre Makiguti, demonstrando o profundo laço de mestre e discípulo existente entre ambos.A época de Jossei Toda.Libertado em 3 de julho de 1945 da prisão, Jossei Toda iniciou imediatamente a reconstrução da Organização. Em março de 1946, alterou o nome Soka Kyoiku Gakkai para Soka Gakkai (Sociedade de Criação de Valores) com o propósito de atuar em prol da paz mundial e da felicidade da humanidade, transcendendo o objetivo inicial de promover a reforma educacional.Ao reencontrar alguns membros, Toda retomou também a realização de reuniões de palestra e de campanhas de Chakubuku em várias localidades do interior do Japão.

O encontro com o verdadeiro discípulo.

Em meio à reconstrução da Soka Gakkai, Jossei Toda conhece um jovem que se tornaria seu fiel discípulo e mudaria a história do Kossen-rufu Mundial.Era o jovem Daisaku Ikeda, que nasceu no bairro de Ota, em Tóquio, no dia 2 de janeiro de 1928. Quando estava com 13 anos, teve início a Segunda Guerra Mundial e seus quatro

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irmãos mais velhos foram convocados para as frentes de batalha. Ele foi trabalhar numa indústria de armamentos para ajudar no sustento da família. Porém, vivia imerso no questionamento sobre a vida e a morte por sofrer de tuberculose. O jovem Ikeda vivenciou os horrores da guerra sob constantes ataques aéreos e sofreu com a tristeza de sua mãe diante da morte do filho mais velho no campo de batalha. Passada a guerra, estudou inúmeras obras literárias e filosóficas em busca de uma visão correta da vida.Nessas circunstâncias, o jovem Ikeda participou de uma Reunião de Palestra da Soka Gakkai no dia 14 de agosto de 1947, encontrando-se pela primeira vez com Jossei Toda.Naquele dia, o presidente Toda explanou a “Tese sobre o Estabelecimento do Ensino Correto para a Paz da Nação”. Ao término da explanação, o jovem fez uma série de perguntas: qual é o modo correto de vida? O que é ser um verdadeiro patriota? Qual é o significado do Nam-myoho-rengue-kyo? Diante das respostas claras e coerentes de Toda, o jovem sentiu que poderia confiar nele. Dez dias depois, em 24 de agosto, ele se converteu ao Budismo Nitiren.A partir dessa data, o jovem, que na época frequentava o curso noturno do Instituto Educacional Taisei (predecessor da Faculdade Fuji de Tóquio), estudou o Budismo, participando das explanações de seu mestre sobre o Sutra de Lótus. Em janeiro de 1949, foi trabalhar na editora de Toda.Em razão da situação econômica caótica do pós-guerra, as empresas de Toda faliram e ele renunciou ao cargo de diretor-geral da Soka Gakkai. Dentre os funcionários, somente o jovem Ikeda permaneceu ao lado dele. O discípulo deixou, inclusive, os estudos para apoiar o mestre integralmente. Por isso, Toda passou a ministrar-lhe aulas particulares sobre as mais variadas matérias com qualidade superior à de qualquer curso universitário. Ele denominou essa educação de “Universidade Toda”.A posse do segundo presidente.Em 3 de maio de 1951, Jossei Toda tomou posse como segundo presidente e objetivou concretizar 750 mil conversões no Japão. Era um número quase impossível de ser alcançado, considerando que havia apenas três mil membros. Toda planejou diversas estratégias visando à ampliação do movimento em prol do Kossen-rufu. Uma dessas estratégias foi o início da publicação do jornal Seikyo Shimbun em 20 de abril de 1951. Nessa ocasião, ele começou a escrever a série do romance Revolução Humana.O significado de “revolução humana” consiste na transformação da condição de vida de cada pessoa com base na prática da fé. Toda reavivou o Budismo Nitiren na época atual por meio da filosofia de vida inserida na “revolução humana”. Além disso, logo após sua posse, fundou as Divisões Feminina, Masculina de Jovens e Feminina de Jovens.Sempre ao lado de seu mestre, em janeiro de 1952, o jovem Ikeda assumiu como secretário do Distrito Kamata. Sua missão era provocar uma grande onda de expansão que impulsionasse o ritmo da propagação em toda a Soka Gakkai. E assim aconteceu. Em fevereiro, o Distrito Kamata alcançou o inédito resultado de 201 Chakubuku, rompendo todos os limites da campanha de propagação da época.Paralelamente à expansão do Budismo, Toda publicou a obra Coletânea dos Escritos de Nitiren Daishonin (Nichiren Daishonin Gosho Zenshu), em 28 de abril de 1952, em comemoração dos 700 anos de fundação do Budismo Nitiren.

A manifestação da natureza maligna do poder.Em 1956, o jovem Ikeda desenvolveu ampla campanha de propagação na região de Kansai, atingindo no mês de maio o inédito resultado de 11.111 conversões no Distrito Osaka. Em

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julho daquele ano, como responsável pela campanha eleitoral em Osaka, alcançou uma vitória até então impossível.A partir dessa conquista, a Soka Gakkai tornou-se o foco das atenções como uma organização influente na sociedade e, por isso, começou a sofrer pressões injustas por parte do governo. O jovem Daisaku Ikeda enfrentou de forma corajosa tais pressões com o propósito de proteger os membros da Soka Gakkai.Em 3 de julho de 1957, o jovem Ikeda foi preso sob falsa acusação de fraude eleitoral. Durante duas semanas de interrogatório, ele foi submetido à ameaça de que, caso não assumisse a culpa, o presidente Toda seria preso. A fim de proteger seu mestre, que se encontrava com a saúde debilitada, o líder viu-se obrigado a assumir a responsabilidade e foi libertado no dia 17 de julho. O processo judicial do caso, conhecido como “Incidente de Osaka”, arrastou-se até 25 de janeiro de 1962, quando a justiça japonesa o declarou inocente.

Confiando a herança do Kossen-rufu.

Em 8 de setembro de 1957, Jossei Toda proferiu a “Declaração pela Abolição das Armas Nucleares”, que se tornou a diretriz do movimento da Soka Gakkai em prol da paz. Na Declaração, ele condena o uso de armas nucleares considerando-as um “grande mal” que tira da humanidade o direito à vida.Toda concluiu, em dezembro daquele ano, a maior realização de sua existência, concretizando mais de 750 mil Chakubuku.No dia 16 de março de 1958, foi realizada a cerimônia de transmissão do bastão do Kossen-rufu a seis mil membros da Divisão dos Jovens. Esse dia ficou conhecido como “Dia do Kossen-rufu”. Duas semanas depois, em 2 de abril, Jossei Toda encerrou sua nobre existência aos 58 anos, tendo concluído todos os seus objetivos.A época do presidente IkedaCom o falecimento de Jossei Toda, o discípulo Daisaku Ikeda, aos 32 anos, tornou-se o líder da Soka Gakkai, assumindo como o terceiro presidente em 3 de maio de 1960.Cinco meses depois, em 2 de outubro, ele marcou o primeiro passo para a propagação mundial do Budismo Nitiren, partindo em viagem para as Américas do Norte e do Sul. Em janeiro do ano seguinte, viajou para a Ásia e a Índia; e, em outubro, visitou a Europa. Iniciou assim a realização do Kossen-rufu Mundial e o retorno do Budismo para o Oeste, conforme predito por Nitiren Daishonin.Para realizar os objetivos traçados por Toda, o presidente Ikeda expandiu o movimento em prol da paz, cultura e educação e fundou o Instituto de Filosofia Oriental, a Associação de Concertos Min-On, o Museu de Arte Fuji de Tóquio e o Sistema de Ensino Soka, desde o jardim de infância até o curso superior.Em 8 de setembro de 1968, o presidente Ikeda apresentou uma proposta para reatar as relações diplomáticas sino-japonesas e, em 1972, dialogou com o renomado historiador Arnold Toynbee.Numa época em que havia espessas barreiras criadas pela guerra fria, ele abriu caminhos de paz e amizade visitando e dialogando com os líderes da China, da antiga União Soviética e dos Estados Unidos.Com a fundação da Soka Gakkai Internacional, em 26 de janeiro de 1975, na Ilha de Guam, ele foi indicado para ser o presidente. Em abril de 1979, ele se tornou presidente honorário da Soka Gakkai.

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Homenagens e reconhecimentos.Desde 1983, anualmente, a cada 26 de janeiro, “Dia da SGI”, o Dr. Daisaku Ikeda encaminha à Organização das Nações Unidas (ONU) sua Proposta de Paz. Portanto, em 2012, o líder enviou sua 30ª Proposta de Paz à ONU. Os encontros com personalidades somam mais de sete mil. As obras literárias na forma de diálogo com intelectuais do mundo alcançam cinquenta títulos. Em particular, o diálogo com o Dr. Arnold Toynbee já foi publicado em 27 idiomas, e recebeu a aprovação de um grande número de personalidades e de líderes mundiais. Além disso, o presidente Ikeda realizou até hoje mais de trinta palestras e conferências em renomadas universidades e entidades científicas.Em 1995, foi aprovada a “Carta da SGI”, que estabelece os princípios filosóficos e humanísticos da Organização. Em 1996, foi fundado o Instituto Toda para a Paz Global e Pesquisa Política cujo fundamento são os ideais do presidente Toda. E, em 2001, foi inaugurado o campus de Aliso Viejo da Universidade Soka da América, na Califórnia. Atualmente, o movimento em prol da paz, cultura e educação com base no Budismo Nitiren expandiu-se em escala mundial.Hoje, o nome dos três primeiros presidentes é reconhecido em todo o mundo, na forma de denominação de logradouros públicos, bem como de homenagens e condecorações diversas. Atualmente, o presidente Ikeda recebeu mais de 25 condecorações estatais, cerca de trezentos títulos acadêmicos, mais de setecentos títulos de cidadania honorária e um grande número de diversas outras homenagens em reconhecimento à sua atuação em prol da paz, da cultura e da educação.Em paralelo a esse desenvolvimento, em 1991, houve um incidente com o clero da Nitiren Shoshu que excomungou mais de dez milhões de adeptos pertencentes à Soka Gakkai. Esse ato arbitrário foi considerado heresia por opor-se ao espírito do Buda Nitiren Daishonin. Apesar de diversas tentativas de destruir a Organização, a Soka Gakkai superou essa problemática e promoveu ampla campanha de propagação no mundo inteiro.Atualmente, os membros da SGI atuam em 192 países e territórios e têm comprovado a veracidade do Budismo Nitiren em sua vida, desenvolvendo, ao mesmo tempo, a formação de jovens como herdeiros do Kossen-rufu e como discípulos do presidente Ikeda.Por outro lado, com base no humanismo budista, os integrantes da SGI contribuem para a prosperidade social em seus respectivos países, promovendo diversos eventos nas áreas de cultura, educação, meio ambiente, os quais têm recebido o reconhecimento público. Dessa forma, por meio da atuação dos membros da SGI, o Budismo Nitiren tem se tornado uma luz de esperança para a humanidade.

Resumindo...

Data de fundação da Soka Gakkai:18 de novembro de 1930.Fundador e primeiro presidente: Tsunessaburo Makiguti.

Nasceu em 6 de junho de 1871.Tornou-se professor.Mudou-se para Tóquio. Escreveu a obra Geografia da Vida Humana.Fundou a Soka Kyoiku Gakkai com Jossei Toda, seu fiel discípulo.

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Por meio da realização do Chakubuku, reviveu os ensinamentos de Nitiren Daishoninpara todas as pessoas.Foi preso por não aceitar a imposição do governo de adorar o talismã xitoísma durante a Segunda Guerra Mundial.Faleceu em 18 de novembro de 1944, devido à desnutrição e às precárias condições na prisão.Segundo presidente: Jossei TodaNasceu em 11 de fevereiro de 1900.Em 1920, deixou a Vila Atsuta e foi paraTóquio para trabalharcomo professor.Foi preso com seu mestre, Makiguti, e permaneceu na prisão até 3 de julho de 1945.Na prisão, empenhou-se na recitação do Daimoku e na leitura do Sutra de Lótus. Com isso, percebeu que era um Bodhisattva da Terra, criando inabalável convicção no Budismo Nitiren e plena consciência como líder do Kossen-rufu.Quando saiu da prisão, decidiu reconstruir a Organização e voltou a realizar reuniões de palestra e explanações dos escritos de Daishonin.Tornou-se presidente da Soka Gakkai em 3 de maio de 1951, quando objetivou realizar 750 mil Chakubuku. A meta foi alcançada em dezembro de 1957, tendo seu discípulo, Daisaku Ikeda, na linha de frente da campanha de propagação em diversas regiões do Japão.

Em 8 de setembro de 1957, fez a Declaração pela Abolição das Armas Nucleares que se tornou a diretriz da Soka Gakkai na luta pela paz.Em 16 de março de 1958, liderou a transmissão do bastão do Kossen-rufu aos jovens.Faleceu em 2 de abril de 1958, deixando como missão ao seu discípulo realizar o Kossen-rufu Mundial.

Terceiro presidente: Daisaku Ikeda.

Nasceu em 2 de janeiro de 1928.Aos 13 anos, sofreu com a Segunda Guerra Mundial e viu seus irmãos mais velhos irem para a frente de batalha.Em 14 de agosto de 1947, participou da primeira Reunião de Palestra onde conheceu Jossei Toda e a Soka Gakkai.Dez dias depois, em 24 de agosto, converteu-se ao Budismo Nitiren.Em janeiro de 1952, foi nomeado consultor do Distrito Kamata. Em fevereiro, o Distrito alcançou o inédito resultado de 201 Chakubuku num único mês.Em maio de 1956, o Distrito Osaka realizou 11.111 Chakubuku, tendo a liderança do jovem Daisaku Ikeda.Em 3 de maio de 1960, assumiu como terceiro presidente daSoka Gakkai.Cinco meses depois, em 2 de outubro, embarcou em sua primeira viagem internacional para os Estados Unidos, Brasil e Canadá.Em 26 de janeiro de 1975, fundou a Soka Gakkai Internacional e tornou-se seu presidente.Desde 1983, envia anualmente à ONU uma Proposta de Paz.

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Como resultado de sua atuação, a SGI está presente em 192 países e territórios e tem o reconhecimento da sociedade como organização promotora da paz em prol da felicidade das pessoas.

História da BSGI: As quatro visitas do presidente Ikeda ao Brasil.

Primeira visita – 1960.

O presidente Ikeda desembarcou no Aeroporto de Congonhas, em São Paulo, por volta da 1 hora da madrugada do dia 19 de outubro de 1960. Essa data foi denominada mais tarde como Dia da BSGI.Na viagem iniciada em 2 de outubro — data conhecida como Dia da Paz Mundial —, ele visitou, durante vinte e quatro dias, as cidades norte-americanas de Honolulu, São Francisco, Seattle, Chicago, Nova York, Washington e Los Angeles, além de São Paulo (Brasil) e Toronto (Canadá).A exaustiva viagem e os intensos esforços para desbravar os primeiros passos do Kossen-rufu Mundial debilitaram o corpo do jovem líder que, desde a juventude, sofria com problemas de saúde. Em Nova York, os membros da comitiva o aconselharam a cancelar a viagem ao Brasil.Diante dessa preocupação, o presidente Ikeda disse a um dos integrantes do grupo que o acompanhavam: “Contudo, eu irei. Existem companheiros que estão me aguardando. Jamais cancelaria a viagem sabendo que eles estão me esperando. O senhor sabe perfeitamente que o maior objetivo desta viagem é a visita ao Brasil. Chegamos até aqui exatamente para isso. Não podemos desistir na metade do caminho. Alguma vez o presidente Toda recuou em meio a uma luta?! Sou discípulo do presidente Toda! Eu vou. Vou sem falta, custe o que custar! Se tiver de tombar, então tombarei em combate! Que desventura pode haver nisso?!” Com essa determinação, e mesmo ciente do risco que poderia enfrentar, o jovem líder veio para São Paulo.No dia 20, diante de cerca de 150 pessoas reunidas no salão do restaurante Chá Flora, no bairro da Liberdade, ele anunciou a fundação do primeiro distrito fora do Japão, o Distrito Brasil, composto pelas comunidades São Paulo, Arujá e Campinas.Nessa ocasião, o presidente Ikeda salientou: “O Brasil tornou-se pioneiro do Kossen-rufu Mundial. Aqui existe um potencial ilimitado para o futuro. Como desbravadores da paz e da felicidade, solicito aos senhores que abram em meu lugar o caminho do Kossen-rufu do Brasil. Por favor, conto com os senhores” .No jantar realizado com os recém-nomeados líderes do Distrito Brasil, ele recomendou: “A partir de agora, o Kossen-rufu do Brasil vai alcançar um grande avanço. É importante que os senhores, como dirigentes, em vez de pensar em se tornar flores e frutos, tenham a decisão de se tornar o próprio solo do Brasil para o bem dos companheiros que os sucederão. Ao mesmo tempo, transmitam a todos quão maravilhoso é viver junto com a Soka Gakkai e em prol do Kossen-rufu. (...) Outro ponto fundamental é a decisão dos senhores de jamais se afastarem da Soka Gakkai, aconteça o que acontecer. Uma vez que se encontram na posição de orientar os membros, se abandonarem a prática da fé, traindo os companheiros, esse ato se constituirá numa falta muito grave. Além disso, chegará a época em que a Soka Gakkai terá de enfrentar várias formas de opressão. Haverá também, com toda a certeza, movimentos que tentarão conturbar a união harmoniosa da Organização.

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Mas é justamente polindo-nos por meio dessas provações que nos tornamos verdadeiros budistas e alcançamos um glorioso curso de vida” .No dia seguinte, 21 de outubro, o presidente Ikeda seguiu viagem para Los Angeles, Estados Unidos, retornando a Tóquio no dia 25. Durante as poucas horas que esteve em São Paulo, ele plantou a semente do espírito da unicidade de mestre e discípulo no coração de cerca de 150 membros daquela época e os incentivou a iniciar o movimento de propagação (Chakubuku) do Budismo Nitiren em terras brasileiras.Segunda visita – 1966.

Em pouco mais de cinco anos, desde a fundação, a BSGI alcançou grande resultado na propagação do Budismo promovida pelas pessoas que se reuniram no restaurante Chá Flora.No início de 1965, o número de membros girava em torno de 2.500 famílias. Essa quantidade cresceu para 5.600 em agosto, e, no fim do ano, chegou a 6.800 famílias. Nos dois primeiros meses de 1966 foram realizados mais 1.200 Chakubuku, totalizando oito mil famílias.Em sua segunda visita ao Brasil, o presidente Ikeda desembarcou no Rio de Janeiro em 10 de março de 1966, acompanhado de sua esposa, Kaneko. No Rio, havia, nessa época, 166 famílias que compunham três comunidades e dez blocos.Desde 1964, o Brasil vivia sob regime militar. Os cinco dias da segunda visita do presidente Ikeda transcorreram sob constante vigilância policial em consequência de informações distorcidas sobre a Soka Gakkai.O Departamento de Ordem Política e Social — poderosa polícia política da época — rotulou a Soka Gakkai como uma organização política com fachada de instituição religiosa. Com base na suspeita de que o objetivo da visita do presidente Ikeda era o de fundar um partido político no Brasil, seus passos foram vigiados pelos agentes policiais.Na manhã do dia seguinte da chegada ao Rio, o presidente Ikeda foi procurado por um jornalista que publicara um artigo difamatório a respeito da Soka Gakkai. Na entrevista, ele esclareceu: “A religião existe para proporcionar felicidade às pessoas, para construir um mundo de paz e também para criar uma sociedade cada vez melhor. Esses propósitos fazem parte da missão original que deve ser cumprida pelas religiões. Assim, uma religião que fecha os olhos e permanece indiferente diante dos sofrimentos das pessoas e dos problemas sociais deve ser qualificada como uma religião morta. No caso do Budismo, cuja essência está embasada no Sutra de Lótus, ele expõe o caminho da benevolência e ensina que todas as pessoas são dotadas da natureza de Buda, revelando a suprema igualdade e o respeito absoluto à dignidade da vida. A Soka Gakkai, por sua vez, tem como objetivo contribuir para a paz e a felicidade das pessoas, aplicando os princípios filosóficos do Budismo nos diversos campos da atividade humana, tais como a arte, a cultura e a educação. Com base nesse pensamento, elegemos nossos membros para atuar também no campo da política” .O jornalista perguntou-lhe se a Soka Gakkai pretendia criar um partido político no Brasil. A resposta foi clara: “No caso de assuntos relacionados com a crença no Budismo, posso prestar meus conselhos e fazer minhas recomendações. Porém, a questão de como tratar e agir no campo da política deve ser analisada e definida pelos membros de cada país. Quanto a isso, não devo interferir nem ditar alguma instrução. Antes de tudo, sou japonês e penso que não devo me intrometer nesse assunto.“Pessoalmente, penso que não há nenhuma necessidade de criar um partido político, seja no Brasil, seja em qualquer outro país” .

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Depois de algum tempo, esse jornalista publicou uma matéria esclarecendo que não havia nenhum fundamento no alarde criado em torno da Soka Gakkai, rotulando-a de organização fascista. A entrevista concedida pelo presidente Ikeda foi reportada corretamente e os objetivos da Soka Gakkai foram descritos sem distorção.Além da entrevista e de se encontrar com membros pioneiros, o Mestre subiu ao Morro do Corcovado de onde conheceu a Baía de Guanabara, o Pão de Açúcar e o Cristo Redentor.Dois acontecimentos foram o ponto alto da sua segunda visita ao Brasil: o “Festival Cultural da América do Sul”, realizado no dia 13 de março, no Teatro Municipal de São Paulo, com a participação de 1.700 figurantes de várias localidades do país; e o encontro com cinco mil membros no Ginásio de Esportes do Pacaembu, também na capital paulista. Esses eventos ocorreram sob a vigilância de centenas de policiais.O empenho dos associados nessa época resultou na inauguração da sede própria da BSGI em São Paulo (atual Sede Social da Divisão Feminina da BSGI) cujo imóvel foi adquirido pessoalmente pelo presidente Ikeda durante sua segunda visita ao Brasil. A Organização, que era um distrito, passou a ser composta por três distritos gerais (atual regional ou área) e sete distritos.Terceira visita - 1984

Foram dezoito anos de espera, mas, em 19 de fevereiro de 1984, o presidente Ikeda desembarcou em São Paulo, em sua terceira visita ao Brasil.Durante os onze dias de permanência em solo brasileiro, ele viajou para Brasília, onde manteve audiências com o presidente da República, com os ministros da Casa Civil, da Educação e Cultura e das Relações Exteriores, e também visitou e doou livros para a Universidade de Brasília. Nos intervalos desses compromissos, encontrou-se com os membros e os incentivou calorosamente.No dia 25 de fevereiro, o presidente Ikeda apareceu inesperadamente no Ginásio de Esportes do Ibirapuera, em São Paulo. Os milhares de figurantes e integrantes da Organização que se encontravam no Ginásio ficaram surpresos e muito felizes.Quando ele surgiu no ginásio e começou a dar a volta na pista olhando para os membros que lotavam as arquibancadas, uma forte manifestação de alegria e um turbilhão de vozes estremeceram o local. Todos aguardavam por esse grande momento.Depois de percorrer o Ginásio com os braços erguidos, ele pegou o microfone e externou seu profundo sentimento: “Sinto-me muito feliz por estar aqui junto com todos os senhores. Foram dezoito anos de longa espera, mas finalmente pude reencontrar-me com os senhores, que são sublimes mensageiros do Buda. Este grandioso festival cultural ficará, sem dúvida, gravado eternamente na história do Kossen-rufu do Brasil. Até chegar este momento, quanto avanço e quanta devoção não houve da parte dos senhores e quão belos laços de solidariedade não se formaram entre todos! Neste momento, meu sentimento é o de abraçar cada um dos senhores, apertar a mão de cada um e louvar com lágrimas nos olhos e profunda gratidão o nobre empenho de todos. A Lei Mística é a fonte inesgotável da criatividade cultural que construirá o novo século. Declaro com toda a determinação que este é o caminho absoluto para edificar um mundo de verdadeira paz e felicidade” (NRH, v. 11, p. 73-74).Em coro, os figurantes e os espectadores cantaram com altivo orgulho Saudação a Sensei. Essa canção encorajou os companheiros do Brasil nos momentos mais difíceis, incentivando-os a desafiar os próprios limites. Foi a canção que criou a forte solidariedade e o companheirismo entre os valorosos membros de todos os recantos das terras brasileiras.

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Quarta visita - 1993O presidente Ikeda desembarcou no dia 9 de fevereiro de 1993 no Aeroporto Internacional do Rio de Janeiro, onde foi recebido por inúmeras personalidades, entre elas o então presidente da Academia Brasileira de Letras (ABL), Austregésilo de Athayde.Além dos inesquecíveis encontros com os membros, o presidente Ikeda foi acolhido como sócio correspondente da ABL e homenageado com o título de Doutor Honoris Causa da Universidade Federal do Rio de Janeiro.Na sequência, viajou para Buenos Aires (Argentina), Assunção (Paraguai) e Santiago (Chile), retornou a São Paulo e permaneceu no Centro Cultural Campestre da BSGI.O governo paulista homenageou-o com a Medalha dos Bandeirantes, com o título de “Educador Emérito da Escola Pública do Estado de São Paulo” e de “Professor Visitante Honorário” da Universidade de São Paulo.No Paraná, o presidente Ikeda foi homenageado com a “Ordem do Pinheiro” pelo governo do Estado, com os títulos de Doutor Honoris Causa da Universidade Federal do Paraná e de Cidadão Honorário de Londrina.No CCCamp, ele participou da Convenção Sul-Americana da SGI, da 16ª Convenção da SGI e de vários outros eventos. Durante os dias em que esteve em terras brasileiras, ele vivenciou o grande avanço da BSGI desde a sua primeira visita em 1960. Ao longo de 2010, a BSGI comemorou seu cinquentenário em diversas atividades, entre as quais a Convenção Comemorativa do “Brasil Monarca do Mundo”, realizada de forma inédita na cidade de Manaus, Amazonas, orgulhando-se em manter a relação de mestre e discípulo como fonte primordial de seu crescimento desde a fundação.

Resumindo.

Primeira visita.O presidente Ikeda desembarcou no Aeroporto de Congonhas, em São Paulo, por volta da 1h da madrugada do dia 19 de outubro de 1960. Essa data foi denominada como Dia da BSGI.No dia 20, com cerca de 150 pessoas reunidas no restaurante Chá Flora, no bairro da Liberdade, o presidente Ikeda anunciou a fundação do primeiro distrito fora do Japão, o Distrito Brasil, composto pelas comunidades São Paulo, Arujá e Campinas.Segunda visita.Em 10 de março de 1966, o presidente Ikeda desembarcou no Rio de Janeiro, acompanhado de sua esposa, Kaneko.Desde 1964, o Brasil vivia sob regime militar, e a visita do presidente Ikeda transcorreu sob constante vigilância policial em consequência de informações distorcidas sobre a Soka Gakkai.O empenho dos associados resultou na inauguração da sede própria da BSGI, cujo imóvel foi adquirido pessoalmente pelo presidente Ikeda nesta visita. A BSGI passa a ser composta por três distritos gerais (atual regional ou área) e sete distritos.

Terceira visita.Depois de dezoito anos de espera, em 19 de fevereiro de 1984, o presidente Ikeda desembarcou em São Paulo.Durante onze dias de permanência, ele manteve audiência com o presidente da República, e outras autoridades brasileiras, e doou livros para a Universidade de Brasília.

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No dia 25 de fevereiro, o presidente Ikeda apareceu inesperadamente no Ginásio de Esportes do Ibirapuera, em São Paulo, surpreendendo os milhares de figurantes e os espectadores. Em coro, todos cantaram Saudação a Sensei.

Quarta visita.Recebido por inúmeras personalidades, entre elas o então presidente da ABL, Austregésilo de Athayde, o presidente Ikeda desembarca no Aeroporto Internacional do Rio de Janeiro, em 9 de fevereiro de 1993.Ele é acolhido como sócio correspondente da ABL e homenageado com o título de Doutor Honoris Causa da UFRJ, entre outras instituições educacionais e de diversas homenagens governamentais. No CCCamp, é realizado a 16a Convenção da SGI e vários outros eventos.

Movimento Renascença.

A problemática do clero e as heresias da seita Nikken.Desde a sua fundação, a Soka Gakkai é uma entidade leiga autônoma e seus membros recebem orientação sobre a prática do Budismo Nitiren de seus líderes sem ficar subordinados ao clero da Nitiren Shoshu.A Soka Gakkai assumiu essa posição porque seu primeiro presidente, Tsunessaburo Makiguti, via com olhos críticos a situação do clero da Nitiren Shoshu. O clero havia se afastado do espírito de Nitiren Daishonin, tornando-se mera entidade religiosa, tal como outras seitas budistas que se ocupavam apenas de formalidades religiosas, como funerais e cerimônias em memória dos falecidos. Por essa decadência observada ao longo de muitos anos, as seitas budistas em geral foram chamadas pela população de “religião de funeral” pelo fato de os bonzos cobrarem donativos exagerados.Além disso, os clérigos da Nitiren Shoshu não tinham consciência de que o Budismo Nitiren expunha os princípios fundamentais para mudar o destino das pessoas e da sociedade nem se esforçavam em propagá-lo visando ao Kossen-rufu. Em virtude desse declínio, agravado com a disputa de poder entre os clérigos, a doutrina de Nitiren Daishonin, herdada por Nikko Shonin, estava sendo desviada dos seus reais propósitos. Diante desse cenário, a Soka Gakkai recuperou a legitimidade do Budismo Nitiren como religião viva que conduz as pessoas à felicidade e promove a paz social.Durante a Segunda Guerra Mundial, o governo do Japão, desrespeitando o direito à liberdade de crença, obrigou o povo japonês a aceitar o xintoísmo como religião oficial e instituiu que todas as outras deveriam adotar o talismã xintoísta como objeto de adoração.Em meio a essa circunstância, o clero orientou os adeptos a seguir o xintoísmo, proibiu a publicação de Os Escritos de Nitiren Daishonin, eliminando até mesmo frases que pudessem ofender o governo xintoísta. Além do mais, apoiou ativamente os atos de guerra, instigando os adeptos a orar pela vitória nas frentes de batalha. Esses fatos deixaram evidentes que o clero da Nitiren Shoshu não tinha o espírito de Daishonin de defender os direitos humanos.Ao contrário, Tsunessaburo Makiguti e Jossei Toda, segundo presidente da Soka Gakkai, mantiveram esse espírito ao rejeitar energicamente a imposição do clero, que tentou obrigar a Organização a adotar o talismã xintoísta. Eles defenderam a liberdade de crença, lutando contra a ordem do governo totalitário japonês de controlar o pensamento e a convicção religiosos.

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No dia 6 de julho de 1943, Makiguti, Toda e mais 21 líderes da Soka Gakkai foram detidos. Somente Makiguti e Toda se mantiveram firmes às suas convicções, enquanto os demais abandonaram a fé. Makiguti morreu na prisão, em 18 de novembro de 1944, e Toda foi libertado, pouco antes do término da Segunda Guerra Mundial, em 3 de julho de 1945.Toda empenhou-se em proteger o clero na esperança de estabelecer a harmonia entre clérigos e leigos. Em 1952, quando a Soka Gakkai estava com uma estrutura mais forte, ele organizou peregrinações ao Templo Principal para os membros apoiarem o clero a solucionar a situação financeira caótica em que se encontrava e elaborou também o projeto de construção de templos locais.Após assumir como terceiro presidente da Soka Gakkai, Daisaku Ikeda continuou a proteger o clero. Com o apoio de todos os membros da Organização, o presidente Ikeda promoveu a construção do Daikyakuden e do Sho-Hondo (ambos destruídos mais tarde pelo sumo prelado Nikken) nas áreas do Templo Principal, além de erguer mais de 350 templos locais.

A problemática do clero.

Ao longo dos anos, ocorreram atritos com a Soka Gakkai, devido à natureza autoritária dos clérigos. A situação sempre era contornada com a iniciativa da Soka Gakkai de manter a harmonia entre clérigos e adeptos. Dentre essas divergências, destacam-se duas.A primeira foi no fim da década de 1970, quando um grupo de clérigos da Nitiren Shoshu atacou de forma injustificada a Soka Gakkai para persuadir os membros a se afastar da Organização e a se tornar adeptos diretos dos templos (Danto).A segunda ocorreu em dezembro de 1990. Nessa ocasião, o clero da Nitiren Shoshu, sob a liderança do sumo prelado Nikken, atacou repentinamente a Soka Gakkai com críticas e difamações infundadas. O clero pôs em prática um plano arquitetado por Nikken para destruir a Organização e usurpar seus integrantes. Essa estratégia ficou conhecida como “Plano C” (a letra “c” é a inicial da palavra cut — cortar —, em inglês, indicando o ato de “cortar a Soka Gakkai”).Assim, sem qualquer justificativa, o clero destituiu o presidente Ikeda e os líderes da Soka Gakkai da função de coordenadores da Hokkeko (Associação de Leigos da Nitiren Shoshu). A direção do clero recusou todos os pedidos dos líderes da Organização de dialogar sobre a problemática numa tentativa de encontrar soluções. Em novembro de 1991, o clero excomungou os membros da Soka Gakkai, negando-lhes a concessão do Gohonzon.Em 1993, a Soka Gakkai adotou o Gohonzon transcrito por Nitikan Shonin, promovendo a concessão do objeto de devoção aos membros do mundo inteiro. Tornou-se uma instituição independente do clero e assinalou um grande avanço como organização promotora do Kossen-rufu, diretamente ligada a Nitiren Daishonin.A heresia do clero e a integridade da Soka Gakkai ficaram ainda mais evidentes passados poucos anos da problemática. A Soka Gakkai expandiu-se de 115 países, em 1990, para 192, em 2008. Já o clero seguiu por uma trilha de decadência.Alegando problemas de saúde, em dezembro de 2005, Nikken afastou-se da mais alta posição do clero, transferindo o posto de sumo prelado para Nitinyo. Entretanto, a correnteza do clero foi definitivamente manchada pelas ações maléficas de Nikken, transformando-se numa seita herética totalmente contrária ao Budismo Nitiren. Por essa razão, ela foi denominada seita Nikken.As heresias da seita Nikken.

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1. Ameaça de destruição do Kossen-rufu.Em novembro de 1991, o clero enviou uma ordem de excomunhão à Soka Gakkai. Nessa notificação não foi mencionada nenhuma evidência do ponto de vista da doutrina nem citações do Gosho de Nitiren Daishonin. As únicas alegações eram de caráter autoritário e ressentimentos pela falta de submissão da Soka Gakkai à autoridade do clero.Conforme os ditos dourados de Daishonin, a realização do Kossen-rufu é o verdadeiro testamento do Buda Original. A Soka Gakkai sempre se empenhou na realização do Chakubuku, propagando o Budismo Nitiren no mundo por intermédio da SGI. Portanto, as ações do clero representam a gravíssima heresia da tentativa de destruir o Kossen-rufu. Em outras palavras, são calúnias da maior gravidade, pois se opõem ao nobre espírito do Buda Nitiren Daishonin em prol da felicidade de toda a humanidade.

2. Absolutismo do sumo prelado.A adoração incondicional ao sumo prelado é o único ponto em que a seita Nikken se sustenta na tentativa de frear sua decadência diante da frustrada perseguição à SGI e a seus membros. Esse absolutismo do sumo prelado é claramente uma heresia aos ensinamentos de Daishonin. Essa ideia absurda de que o sumo prelado é absoluto não consta em nenhum escrito do Buda nem nas diretrizes deixadas pelo seu sucessor, Nikko Shonin. Pelo contrário, Nikko Shonin refuta o absolutismo do sumo prelado nos seus “Vinte e Seis Artigos de Advertência”, afirmando: “Mesmo que o sumo prelado em exercício dite normas que se oponham ao Budismo, ninguém deve adotá-las em absoluto”.

3. Distorção do conceito de herança do sangue vital.A seita Nikken transformou a concepção sobre a herança do sangue vital (transmissão da doutrina budista) numa crença mistificada. Ou seja, para o clero, a simples sucessão ao posto de sumo prelado faz do novo ocupante um indivíduo dotado da iluminação do Buda e dos “ensinamentos secretamente transmitidos” no ato da sucessão. Essa ideia é totalmente distorcida e nada tem a ver com o conceito de herança do sangue vital exposto por Daishonin e Nikko Shonin.No escrito “A Herança da Suprema Lei da Vida” consta: “Eu, Nitiren, tenho me dedicado a despertar todas as pessoas do Japão para a fé no Sutra de Lótus de modo que elas também compartilhem essa herança e atinjam o estado de Buda” (END, v. 3, p. 177). Sendo assim, o sangue vital dos ensinamentos de Nitiren Daishonin é herdado pelas pessoas que têm fé no Budismo. Não é monopólio de determinado indivíduo.Neste escrito também consta: “Sem a herança da fé, mesmo o ato de abraçar o Sutra de Lótus será inútil” (END, v. 3, p. 179). Essa frase expõe claramente que a transmissão da herança do sangue vital ocorre somente quando é mantida a genuína fé nos ensinamentos de Daishonin, e não da forma mistificada que estabelece como condição a detenção do poder exercido pelo sumo prelado. O fato de se opor aos ensinamentos de Nitiren Daishonin — como fez a seita Nikken — leva a uma prática sem o sangue vital da fé. Por essa razão, não surgem benefícios, mesmo abraçando o Gohonzon.

4. Abuso em cerimônias religiosas.Uma das grandes calúnias cometidas pela seita Nikken refere-se ao abuso em cerimônias religiosas. Exemplo dessa ação é a cerimônia de funeral, utilizada como instrumento de arrecadação de dinheiro. O clero alega que a presença de sacerdotes em funerais é

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obrigatória para o falecido atingir a iluminação, pois somente eles estão capacitados a conceder essa condição. Alega ainda que a cerimônia de falecimento sem a presença de um sacerdote conduz o falecido ao inferno. Trata-se de um abuso da posição de religioso e uma forma de tirar proveito das famílias enlutadas num momento de tristeza.Nos escritos de Nitiren Daishonin lê-se: “Por ter recitado o Nam-myoho-rengue-kyo em vida, seu saudoso pai é uma pessoa que atingiu o estado de Buda na presente forma” . Assim, Daishonin enfatiza que a iluminação das pessoas depende unicamente da prática da fé e das ações realizadas em vida. Não é algo definido pelo indivíduo que celebra o funeral.Essa atitude dos sacerdotes constitui grande heresia, um ato que distorce totalmente o Budismo Nitiren. Durante toda a vida, Nitiren Daishonin não conduziu nenhum funeral de seus discípulos, não deu nomes póstumos (kaimyo) nem escreveu ripas em memória aos falecidos (toba). Todos esses ritos foram criados posteriormente pelos clérigos como fonte de renda.

5. Discriminação entre clérigos e leigos.A seita Nikken criou o princípio de “mestre e discípulo entre clérigos e leigos”, ou seja, pôs os sacerdotes numa posição superior como mestre, e os leigos, na condição inferior de discípulos.Também determinou que os leigos deveriam obedecer cegamente aos clérigos. Esta é uma forma de discriminação entre praticantes do Budismo. Além disso, o princípio de mestre e discípulo exposto no Budismo Nitiren não é uma relação que se estabelece por uma simples diferença de posição. Nitiren Daishonin e Nikko Shonin jamais mencionaram conceitos rígidos do tipo “o sacerdote é o mestre e o leigo, o discípulo”. Pelo contrário, Daishonin afirma sobre a igualdade entre clérigos e leigos: “O Buda considera, seguramente, qualquer um neste mundo que abraça o Sutra de Lótus, seja homem ou mulher, monge ou freira, como o senhor de todos os seres vivos” .Portanto, a discriminação entre os praticantes é um ato que contraria o espírito do Budismo Nitiren.

6. Degeneração religiosa.Nitiren Daishonin definiu o caminho dos sacerdotes com as seguintes palavras: “O verdadeiro sacerdote é aquele que mantém pura honestidade, rara cobiça e sábio sustento” . Entretanto, o comportamento de Nikken e dos bonzos de sua seita contraria totalmente os ensinamentos do Buda Nitiren Daishonin.É notória a vida de ostentação que Nikken levava em suas frequentes visitas a hotéis de alto luxo e a águas termais. Comportamentos semelhantes são apresentados por grande número de bonzos da seita Nikken, tornando-a um grupo de “aproveitadores” do Budismo que nada tem a ver com o real espírito ensinado por Nitiren Daishonin.Com rigor, Daishonin repreende esses maus sacerdotes, referindo-se a eles como “animais vestidos de mantos clericais” e “espíritos famintos devoradores da Lei.

Conclusão.

Em relação aos “inimigos do Sutra de Lótus” e aos “inimigos do Buda”, Nitiren Daishonin ensina em diversas passagens sobre a atitude de denunciá-los veementemente, como na

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frase: “Por maiores que sejam as boas causas que as pessoas realizem, ou por mais que leiam e copiem o Sutra de Lótus inteiro mil ou dez mil vezes, ou atinjam o caminho da compreensão dos Três Mil Mundos num Único Momento da Vida, se falham em denunciar os inimigos do Sutra de Lótus, será impossível atingirem o caminho” (END, v. 1, p. 198). Daishonin afirma que, sem a atitude de combater os inimigos do Sutra de Lótus, não há como manifestar a iluminação.O combate às ações que tentam destruir o Budismo é a maior das responsabilidades de um verdadeiro praticante budista. Ignorar essas maldades, sem combatê-las, torna-se uma atitude caluniosa, conivente com a destruição do Budismo. Além disso, uma luta contra as maldades é em si uma prática para se elevar a condição de vida rumo à própria felicidade absoluta.Em síntese, devemos nos empenhar cada vez mais em prol da propagação mundial do Budismo [Chakubuku], enquanto combatemos com firmeza as maldades da seita Nikken.Resumindo...

O clero da Nitiren Shoshu afastou-se dos ensinamentos de Nitiren Daishonin e tornou-se uma entidade religiosa voltada apenas a cerimônias de funeral.1a problemática do clero: Ocorreu em 1970, quando um grupo de clérigos tentava convencer os membros da Soka Gakkai a se afastar da organização e se tornar adeptos diretos do clero.

2a problemática do clero:O sumo prelado Nikken elaborou um plano em dezembro de 1990 para destruir a Soka Gakkai.As ações do clero foram:

Os líderes da Soka Gakkai e o presidente Ikeda não exerceriam mais a função de coordenadores do Hokkeko (Associação de Leigos da Nitiren Shoshu).

Os líderes da Soka Gakkai e o presidente Ikeda não exerceriam mais a função de coordenadores do Hokkeko (Associação de Leigos da Nitiren Shoshu).

Excomunhão de todos os membros da SGI.As heresias da seita Nikken.1. Ameaça de destruição do Kossen-rufu.2. Absolutismo do sumo prelado.3. Distorção do conceito de herança do sangue vital.4. Abuso em cerimônias religiosas.5. Discriminação entre clérigos e leigos.6. Degeneração religiosa.