ex-panfleteiro compra escola do patrão e fatura r$ 24 mi com aula de games - notícias - uol...

2
12/02/2015 Expanfleteiro compra escola do patrão e fatura R$ 24 mi com aula de games Notícias UOL Economia http://economia.uol.com.br/empreendedorismo/noticias/redacao/2015/01/26/expanfleteirocompraescoladopatraoefaturar24micomauladegame… 1/2 BOVESPA -0,56% 48.239,67 pts DÓLAR COM -0,3% R$ 2,866 PESO ARG -0,15% R$ 0,331 EURO +0,12% R$ 3,248 DIRETO DA BOLSA 9h00 'Prévia do PIB' aponta queda de 0,15% em 2014, segundo BC BOLSAS CÂMBIO Ex-panfleteiro compra escola do patrão e fatura R$ 24 mi com aula de games Larissa Coldibeli Do UOL, em São Paulo 26/01/2015 06h00 Ouvir texto Imprimir Comunicar erro Alessandro Bomfim, 37, protagonizou uma virada. De entregador de panfletos de uma escola de informática no Rio de Janeiro, ele se tornou o dono do negócio, modernizou as aulas e criou uma rede, a Saga, que faturou R$ 24 milhões em 2014. Entre os cursos oferecidos estão computação gráfica e desenvolvimento de games. Antes, ele foi office-boy, entregador de pizza, balconista, auxiliar de serviços gerais, entre outros bicos que o ajudavam a sobreviver enquanto lutava pelo sonho de se tornar cantor de funk. Mas foi distribuindo panfletos, em 1997, que as portas se abriram. Ganhando R$ 10 por dia como freelancer, ele já se destacava ao atrair muitos alunos e foi chamado para integrar a equipe fixa da escola. Como queria ter liberdade de horário para poder levar suas músicas às rádios, recusou a proposta. Mas, cerca de um ano depois, sem resultados no mundo da música, resolveu se dedicar mais ao emprego e aceitou o cargo de vendedor externo. Com bom desempenho, logo virou gerente de vendas e, depois, gerente-geral da escola. À frente da gestão, sentia necessidade e vontade de promover mudanças. "Eu dava várias sugestões, principalmente no perfil dos cursos, mas os donos não aceitavam, eram muito fechados", afirma. Primeira medida como patrão foi abolir aulas de Power Point Em 2002, ele se juntou a dois amigos --um deles, sócio-investidor-- e fez uma oferta para comprar a escola. O investimento na época foi de cerca de R$ 90 mil, mais o pagamento de algumas dívidas da empresa. Sua primeira ação como dono foi abolir o curso genérico de informática, que ensinava a usar programas como Power Point e Excel, e criar o de computação gráfica, mais especializado. "Era uma linha totalmente diferente do que o mercado nacional estava aplicando naquele momento", declara. A estratégia se mostrou correta e logo Bomfim inaugurou filiais em São Gonçalo (RJ) e em São Paulo (SP). Em 2009, atento ao mercado internacional, ele identificou outra tendência: ensinar mais embasamento artístico, não apenas a mexer nas ferramentas. "Comecei a implementar isso, mas percebi que exigiria uma grande reformulação dos cursos. Então, resolvemos mudar tudo, inclusive o nome da escola, para virar, de fato, uma escola de arte digital", declara. Hoje, a Saga oferece cursos de computação gráfica, de desenvolvimento de jogos em 3D, de maquetes eletrônicas e de personagens 3D. As mensalidades variam de R$ 270 a R$ 550. Há unidades em Brasília (DF), Belo Horizonte (MG), Guarulhos (SP), Recife (PE), Salvador (BA) e São Paulo (SP).

Upload: junior-passos

Post on 25-Dec-2015

213 views

Category:

Documents


0 download

DESCRIPTION

profissional

TRANSCRIPT

Page 1: Ex-panfleteiro compra escola do patrão e fatura R$ 24 mi com aula de games - Notícias - UOL Economia

12/02/2015 Ex­panfleteiro compra escola do patrão e fatura R$ 24 mi com aula de games ­ Notícias ­ UOL Economia

http://economia.uol.com.br/empreendedorismo/noticias/redacao/2015/01/26/ex­panfleteiro­compra­escola­do­patrao­e­fatura­r­24­mi­com­aula­de­game… 1/2

BOVESPA

-0,56% 48.239,67 ptsDÓLAR COM

-0,3% R$ 2,866PESO ARG

-0,15% R$ 0,331EURO

+0,12% R$ 3,248

DIRETO DA BOLSA ' 9h00 'Prévia do PIB' aponta queda de 0,15% em 2014, segundo BC 9h30 Dólar opera quase estável, perto de R$ 2,88; acompanhe%

BOLSAS CÂMBIO

Ex-panfleteiro compra escola dopatrão e fatura R$ 24 mi com aulade gamesLarissa ColdibeliDo UOL, em São Paulo 26/01/2015 06h00

m n o H { Ouvir texto J Imprimir F Comunicar erro

Alessandro Bomfim, 37, protagonizou uma virada. De entregador de panfletos de

uma escola de informática no Rio de Janeiro, ele se tornou o dono do negócio,

modernizou as aulas e criou uma rede, a Saga, que faturou R$ 24 milhões em 2014.

Entre os cursos oferecidos estão computação gráfica e desenvolvimento de games.

Antes, ele foi office-boy, entregador de pizza, balconista, auxiliar de serviços gerais,

entre outros bicos que o ajudavam a sobreviver enquanto lutava pelo sonho de se

tornar cantor de funk. Mas foi distribuindo panfletos, em 1997, que as portas se

abriram. Ganhando R$ 10 por dia como freelancer, ele já se destacava ao atrair

muitos alunos e foi chamado para integrar a equipe fixa da escola.

Como queria ter liberdade de horário para poder levar suas músicas às

rádios, recusou a proposta. Mas, cerca de um ano depois, sem resultados no

mundo da música, resolveu se dedicar mais ao emprego e aceitou o cargo de

vendedor externo. Com bom desempenho, logo virou gerente de vendas e, depois,

gerente-geral da escola.

À frente da gestão, sentia necessidade e vontade de promover mudanças. "Eu dava

várias sugestões, principalmente no perfil dos cursos, mas os donos não aceitavam,

eram muito fechados", afirma.

Primeira medida como patrão foi abolir aulas de Power PointEm 2002, ele se juntou a dois amigos --um deles, sócio-investidor-- e fez uma oferta

para comprar a escola. O investimento na época foi de cerca de R$ 90 mil, mais o

pagamento de algumas dívidas da empresa. Sua primeira ação como dono foi abolir

o curso genérico de informática, que ensinava a usar programas como Power Point

e Excel, e criar o de computação gráfica, mais especializado.

"Era uma linha totalmente diferente do que o mercado nacional estava aplicando

naquele momento", declara. A estratégia se mostrou correta e logo Bomfim

inaugurou filiais em São Gonçalo (RJ) e em São Paulo (SP).

Em 2009, atento ao mercado internacional, ele identificou outra tendência: ensinar

mais embasamento artístico, não apenas a mexer nas ferramentas. "Comecei a

implementar isso, mas percebi que exigiria uma grande reformulação dos cursos.

Então, resolvemos mudar tudo, inclusive o nome da escola, para virar, de fato, uma

escola de arte digital", declara.

Hoje, a Saga oferece cursos de computação gráfica, de desenvolvimento de jogos

em 3D, de maquetes eletrônicas e de personagens 3D. As mensalidades variam de

R$ 270 a R$ 550. Há unidades em Brasília (DF), Belo Horizonte (MG), Guarulhos

(SP), Recife (PE), Salvador (BA) e São Paulo (SP).

Page 2: Ex-panfleteiro compra escola do patrão e fatura R$ 24 mi com aula de games - Notícias - UOL Economia

12/02/2015 Ex­panfleteiro compra escola do patrão e fatura R$ 24 mi com aula de games ­ Notícias ­ UOL Economia

http://economia.uol.com.br/empreendedorismo/noticias/redacao/2015/01/26/ex­panfleteiro­compra­escola­do­patrao­e­fatura­r­24­mi­com­aula­de­game… 2/2

Embora forme mão de obra para o mercado, 99% dos alunos são adolescentes

entre 13 e 16 anos interessados no mundo digital, segundo Bomfim. Mais de 12 mil

alunos já passaram pela escola. Desde 2011, a Saga tem parceria com a Gnomon

School of Visual Effects, escola de efeitos especiais de Hollywood. 

Concorrência e dólar alto são desafios atuaisEmbora tenha alcançado o sucesso, a saga de Bomfim continua. Hoje seus

desafios são a concorrência e o dólar alto. "O mercado hoje está mais difícil, por

isso, procuramos sair do tradicional eixo Sul-Sudeste. Temos duas unidades no

Nordeste e pretendo abrir uma na região Norte. Como trabalhamos com softwares

originais e importados, sofremos com a alta do dólar", diz.

Para o especialista em inovação Valter Pieracciani, sócio da Pieracciani

Desenvolvimento de Empresas, o ramo exige que o negócio se reinvente o tempo

todo para acompanhar as mudanças tecnológicas e econômicas. Segundo ele, uma

oscilação do mercado pode fazer as famílias cortarem gastos extras com cursos

extracurriculares.

"Frases como 'em time que está ganhando não se mexe' e 'sempre fizemos assim e

funcionou' devem ser abolidas do mundo dos negócios. Hoje, as empresas

aprendem fazendo. Se fizer bem feito e o cliente perceber valor naquilo, ele vai

pagar."

© 1996-2015 UOL - O melhor conteúdo. Todos os direitos reservados. Hospedagem: UOL Host