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12/02/2015 Expanfleteiro compra escola do patrão e fatura R$ 24 mi com aula de games Notícias UOL Economia
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BOLSAS CÂMBIO
Ex-panfleteiro compra escola dopatrão e fatura R$ 24 mi com aulade gamesLarissa ColdibeliDo UOL, em São Paulo 26/01/2015 06h00
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Alessandro Bomfim, 37, protagonizou uma virada. De entregador de panfletos de
uma escola de informática no Rio de Janeiro, ele se tornou o dono do negócio,
modernizou as aulas e criou uma rede, a Saga, que faturou R$ 24 milhões em 2014.
Entre os cursos oferecidos estão computação gráfica e desenvolvimento de games.
Antes, ele foi office-boy, entregador de pizza, balconista, auxiliar de serviços gerais,
entre outros bicos que o ajudavam a sobreviver enquanto lutava pelo sonho de se
tornar cantor de funk. Mas foi distribuindo panfletos, em 1997, que as portas se
abriram. Ganhando R$ 10 por dia como freelancer, ele já se destacava ao atrair
muitos alunos e foi chamado para integrar a equipe fixa da escola.
Como queria ter liberdade de horário para poder levar suas músicas às
rádios, recusou a proposta. Mas, cerca de um ano depois, sem resultados no
mundo da música, resolveu se dedicar mais ao emprego e aceitou o cargo de
vendedor externo. Com bom desempenho, logo virou gerente de vendas e, depois,
gerente-geral da escola.
À frente da gestão, sentia necessidade e vontade de promover mudanças. "Eu dava
várias sugestões, principalmente no perfil dos cursos, mas os donos não aceitavam,
eram muito fechados", afirma.
Primeira medida como patrão foi abolir aulas de Power PointEm 2002, ele se juntou a dois amigos --um deles, sócio-investidor-- e fez uma oferta
para comprar a escola. O investimento na época foi de cerca de R$ 90 mil, mais o
pagamento de algumas dívidas da empresa. Sua primeira ação como dono foi abolir
o curso genérico de informática, que ensinava a usar programas como Power Point
e Excel, e criar o de computação gráfica, mais especializado.
"Era uma linha totalmente diferente do que o mercado nacional estava aplicando
naquele momento", declara. A estratégia se mostrou correta e logo Bomfim
inaugurou filiais em São Gonçalo (RJ) e em São Paulo (SP).
Em 2009, atento ao mercado internacional, ele identificou outra tendência: ensinar
mais embasamento artístico, não apenas a mexer nas ferramentas. "Comecei a
implementar isso, mas percebi que exigiria uma grande reformulação dos cursos.
Então, resolvemos mudar tudo, inclusive o nome da escola, para virar, de fato, uma
escola de arte digital", declara.
Hoje, a Saga oferece cursos de computação gráfica, de desenvolvimento de jogos
em 3D, de maquetes eletrônicas e de personagens 3D. As mensalidades variam de
R$ 270 a R$ 550. Há unidades em Brasília (DF), Belo Horizonte (MG), Guarulhos
(SP), Recife (PE), Salvador (BA) e São Paulo (SP).
12/02/2015 Expanfleteiro compra escola do patrão e fatura R$ 24 mi com aula de games Notícias UOL Economia
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Embora forme mão de obra para o mercado, 99% dos alunos são adolescentes
entre 13 e 16 anos interessados no mundo digital, segundo Bomfim. Mais de 12 mil
alunos já passaram pela escola. Desde 2011, a Saga tem parceria com a Gnomon
School of Visual Effects, escola de efeitos especiais de Hollywood.
Concorrência e dólar alto são desafios atuaisEmbora tenha alcançado o sucesso, a saga de Bomfim continua. Hoje seus
desafios são a concorrência e o dólar alto. "O mercado hoje está mais difícil, por
isso, procuramos sair do tradicional eixo Sul-Sudeste. Temos duas unidades no
Nordeste e pretendo abrir uma na região Norte. Como trabalhamos com softwares
originais e importados, sofremos com a alta do dólar", diz.
Para o especialista em inovação Valter Pieracciani, sócio da Pieracciani
Desenvolvimento de Empresas, o ramo exige que o negócio se reinvente o tempo
todo para acompanhar as mudanças tecnológicas e econômicas. Segundo ele, uma
oscilação do mercado pode fazer as famílias cortarem gastos extras com cursos
extracurriculares.
"Frases como 'em time que está ganhando não se mexe' e 'sempre fizemos assim e
funcionou' devem ser abolidas do mundo dos negócios. Hoje, as empresas
aprendem fazendo. Se fizer bem feito e o cliente perceber valor naquilo, ele vai
pagar."
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