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Exemplar Avulso: R$ 3,31 – Assinatura: R$ 39,70 24 Teologia da bondade Acadêmicos e líderes discutem a base bíblica da solidariedade 6 Prazer de verdade Darleide Alves mostra o caminho para uma sexualidade saudável 10 Tema intrigante A teoria dos sete papas carece de fundamentação bíblica

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Adventista.Revista . Junho • 2013

As pegadas do verdadeiro líder

se confundem com as de Cristo

O poder do exemplo

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24 Teologia da bondade

Acadêmicos e líderes discutem a base bíblica da solidariedade

6 Prazer de verdade

Darleide Alves mostra o caminho para uma sexualidade saudável

10 Tema intrigante

A teoria dos sete papas carece de fundamentação bíblica

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Rubens Lessa é editor da

Revista Adventista.

rubens.lessa@ cpb.com.br

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editorial Rubens Lessa

encontros inesquecíveis

O convite para nossa primeira audiência com o Rei dos reis

foi escrito com o sangue do

Cordeiro

ao longo de meu ministério pas-toral, tive o privilégio de con-versar com algumas pessoas importantes, dentro e fora da

igreja, mas desejo mencionar dois encon-tros inesquecíveis. Um foi surpreendente, pois não o planejei. Já o segundo ocorreu por minha iniciativa, com a ajuda divina.

O primeiro aconteceu numa sexta-feira à noite, na igreja central de Belém do Pará. Os formandos de Medicina de 1968, adep-

do governo do Amapá. Eu havia chegado à cidade de Macapá fazia poucas semanas e solicitei uma audiên-cia com o governador, o General Ivanhoé Gonçalves Martins. Homem culto, porém sisudo, ele me disse: “O que o reverendo deseja?” Respondi: “Não vim pe-dir nada, governador. Vim aqui para dizer que sou o novo pastor da Igreja Adventista do Sétimo Dia, cujos membros, embora poucos e humildes, estão dispostos a servir à comunidade, enaltecendo os valores morais e espirituais. Também quero orar por Vossa Excelên-cia.” Ele sorriu e afirmou: “Esta é a primeira vez que um líder religioso vem aqui, não pede nada e ainda se coloca à disposição para ajudar a comunidade.” Após breve pausa, ele acrescentou: “Reverendo, peça o que precisar, pois o governo tem o dever de ajudar pessoas sérias como vocês.” Mas não solicitei nada.

Meses depois, o oficial de gabinete do palácio ba-teu à porta da modesta casa pastoral em que eu e mi-nha esposa morávamos. O governador solicitava que eu fosse falar com ele. No dia aprazado, compareci à presença do general. Ele disse: “Sou católico, mas como governador devo ajudar todos, indistintamente. Reve-rendo, vou lhe dar trinta minutos, cada domingo, para um programa religioso na emissora do governo e duas colunas no jornal O Novo Amapá para que o senhor escreva o que desejar.” Aceitei o oferecimento. No ano seguinte, mostrei ao governador um projeto para a construção de um centro de assistência social em Ma-capá. Ele doou o terreno, o prédio foi construído com a ajuda da então Missão Baixo-Amazonas e com a co-laboração dos queridos e dedicados irmãos da igreja local. Hoje, há também ali um belo templo adventista.

Dois encontros, duas experiências inusitadas, que só pela graça de Deus um ser humano comum pode desfrutar. Mas, neste mundo, nada poderá superar o privilégio que todo redimido terá quando for re-cebido em audiência pelo Rei do Universo, no Céu! Quando esse dia chegar, você não ficará tenso pe-rante o Todo-poderoso. Não vai pedir nada a Ele, pois já terá recebido tudo.

Mas, enquanto você e eu aguardamos o primeiro encontro pessoal com Jesus, precisamos atender ao que está escrito em Hebreus 4:16: “Acheguemo-nos, portanto, confiadamente, junto ao trono da graça, a fim de recebermos misericórdia e acharmos graça para socorro em ocasião oportuna.”

Essa é a única maneira pela qual você e eu pode-mos agendar a primeira audiência, no Céu, com o Rei dos reis. E “que feliz reunião teremos lá no lar!”

tos de diversas confissões religiosas, programaram um culto de ação de graças e convidaram um pas-tor adventista para falar sobre Deus como a fonte de toda sabedoria. O templo estava lotado. O Coral “Vo-zes da Amazônia”, formado por adventistas – alguns dos quais ex-membros do Coral “Carlos Gomes” –, do Instituto Adventista de Ensino (IAE), interpretou dois hinos: “Jesus, Alegria dos Homens” (Johann Se-bastian Bach) e “Aleluia” (Georg Friedrich Händel). Quem foi o “maestro”? Este pobre escriba! Por inicia-tiva de Sônia Streithorst, Zildomar Deucher e Euri-des Brito da Silva – influentes membros da igreja na capital paraense – fui incumbido de reger o mencio-nado coral, que, por alguns anos, havia sido muito bem conduzido pelo Prof. Wandyr Pires de Araújo.

Após a apresentação, voltei para meu lugar, a fim de ouvir o sermão. E quem estava à minha esquerda? Juscelino Kubitschek de Oliveira, que havia retor-nado do exílio fazia pouco tempo e estava em Be-lém como paraninfo da turma de formandos em Medicina. Ele me estendeu a mão e, com um largo sorriso, disse: “Parabéns, maestro!” Meio sem jeito, agradeci a gentileza do ilustre convidado. No sábado à noite, ele deveria falar aos formandos no Teatro da Paz, mas foi impedido pelas autoridades.

Vários anos de glória e poder, mas então, um ci-dadão comum, vigiado dia e noite. Mesmo assim, ao falar aos estudantes num ginásio de esportes, no do-mingo à noite, foi ovacionado pelo povo. Em 1976, morreu num acidente de carro, perto de Resende, RJ.

Glória, exílio e morte! Neste mundo mau e ingrato, tudo é passageiro, como a flor que nos inebria com seu perfume e, depois, murcha e seca. Diz a Bíblia: “Vocês nem sabem o que lhes acontecerá amanhã! Que é a sua vida? Vocês são como a neblina que aparece por um pouco de tempo e depois se dissipa” (Tg 4:14, NVI).

O segundo encontro que me propiciou muita ale-gria ocorreu em 1969, no Palácio do Setentrião, sede

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O poder do exemploA atração é elemento essencial em qualquer tipo de liderança.

Marcos Eduardo Gomes de Lima

a mensagem de apocalipse 17A interpretação de Apocalipse 17 é um dos maiores desafios para o estudante da Bíblia.

Diogo Cavalcanti

satanás teve acesso ao Céu?O querubim protetor perdeu a prerrogativa de habitar nas cortes celestiais, assim como a legião subordinada ao seu comando.

Ivan Schmidt

Graça e justiçaCom a lei somente, impera o legalismo. Por isso, tudo deve ser permeado pela graça.

César Vasconcellos de Souza

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seções 2 Editorial 3 O Leitor Opina / Cartas 4 Mensagem Pastoral 6 Entrevista 19 Boa Pergunta 20 Espaço Jovem 23 Notícias 42 Reflexões

Dê sua opinião: Você acha que a divulgação do documento “Estilo de Vida Adventista” está contribuindo para mudanças significativas em sua igreja?

São raros os casos em que alguém, ao abandonar a Igreja Adventista do Sétimo Dia, vai para outra denominação religiosa. Por que isso acontece?

A misericórdia, a bondade e o amor de Deus chamam constante-mente a ovelha perdida. Esse é o moti-vo pelo qual os que se afastam do redil não procuram outras denominações.

Luiz Carlos Antônio da SilvaCarangola, MG

Ao visitarmos uma família que não mais estava indo às reuniões, fomos informados de que eles es-tavam frequentando outra denomi-nação porque o louvor lá era bem mais animado do que o da nossa igreja e a recepção muito vibran-te. Eles se sentiram bem e se muda-ram para essa outra denominação. Quando os questionamos sobre os ensinamentos e doutrinas que ha-viam aprendido em nossa igreja, eles disseram que isso não era tão importante quanto se sentir bem na casa de Deus.

Por que isso acontece? Será por-que não recebemos tão bem as pes-soas em nossa igreja? Creio que não seja esse o motivo, pois, normal-mente, nossa equipe de recepção faz ótimo trabalho, tanto receben-do, como colocando material nas mãos das pessoas, conduzindo-as

a locais em que outros irmãos pos-sam dar assistência a elas.

Nosso louvor é fraco e desanima-do? Em algumas igrejas com me-nos recursos humanos, pode até ser. Mas, hoje, com os recursos au-diovisuais de que dispomos, é dif í-cil acontecer isso.

Então, onde está o problema? Creio que, às vezes, falhamos no preparo dos novos membros. No afã de levá-los ao batismo, muitas vezes pulamos algumas etapas desse pro-cesso. Na realidade, visamos mais à conquista de novos membros do que a discípulos verdadeiros. Quan-do o novo membro não se envolve nos trabalhos da causa de Deus, por qualquer pretexto ele vai à procura de um lugar em que se sinta melhor.

Alípio de AlmeidaSão José dos Campos, SP

Realmente, são raros os casos em que, ao se desviar da Igreja Adventis-ta, um ex-membro passa a fazer par-te de outra denominação. Isso ocor-re por fraqueza espiritual e não por dúvidas quanto à doutrina que ele aprendeu. Essa pessoa tem convic-ção da verdade e sabe que a Igreja Adventista é a menina dos olhos de Deus (Zc 2:8). Mesmo não sabendo manejar a Bíblia, ela tem a certeza de que a Palavra proporciona firmeza à doutrina que um dia lhe foi ensinada.

Mesmo afastada do redil, essa ovelha compreende que as demais denominações religiosas não pro-clamam as três mensagens angéli-

cas (Ap 14:6-12). Isso é um subsídio que a acompanhará por toda a vida. Ela sabe que fé, obras e graça estão interligadas e não fragmentadas, como pregam outras denominações.

José Rodrigues da Silva Sobrinhopor e-mail

CaRTas

ComemoraçãoA matéria sobre o sesquicen-

tenário da organização da Igreja (RA-maio) está excelente! Impres-siona-me cada vez mais a maneira simples pela qual um punhado de visionários – jovens, pobres, agri-cultores e destituídos de preparo acadêmico – foi comissionado por Deus para fundamentar a estrutu-ra denominacional que aí está. Vale ressaltar que o Senhor da missão salvífica fez uso de idêntico modus operandi – a simplicidade – para estabelecer o cristianismo no iní-cio da era cristã.

Qual foi o segredo do sucesso de Deus nesses empreendimentos? A resposta é óbvia: a ação de Seu po-der sobre homens e mulheres rea-vivados e reformados pelo Espírito Santo. E assim Ele completará Sua obra na Terra. Portanto, o desafio da igreja é não se ufanar da estrutura denominacional, mas se revestir da intrepidez espiritual dos pioneiros.

Manuel Xavier de LimaEngenheiro Coelho, SP

Escreva para: Revista Adventista “O Leitor Opina”: Caixa Postal 34 18270-970 – Tatuí, SP, ou [email protected]

As cartas publicadas não representam necessariamente o pensamento da Revista.

O Leitor Opina

nº 1261 Junho, 2013 ano 108

www.revistaadventista.com.br

Pu bli ca ção Men sal – ISSN 1981-1462

Órgão Ge ral da Igre ja Ad ven tis ta do Sé ti mo Dia no Bra sil. De di ca do à Pro cla ma ção da “Fé que uma vez foi

en tre gue aos san tos”.

“Aqui está a pa ciên cia dos san tos: Aqui es tão os que guar dam os man da men tos de Deus e a fé de Je sus.”

Apoc. 14:12.

E di torRu bens S. Les sa

E di to res As so cia dosPaulo Roberto Pinheiro, Marcos De Benedicto,

Sueli Oliveira, Francisco Lemos, Zinaldo Santos, Ivacy F. Oliveira, Michelson Borges, Diogo Cavalcanti,

Neila D. Oliveira, Guilherme Silva, André Oliveira Santos, Vanderlei Dorneles, Alceu Nunes, Márcio Nastrini,

Nerivan Silva, Wendel Lima, Adriana Teixeira, Vinícius Mendes, Eduardo Rueda e Alex Machado.

Co la bo ra do resTed Wilson, Erton Köhler, Magdiel Pérez, Marlon Lopes,

Edson Rosa, Domingos José de Souza, Geovani Souto Queiroz, Gilmar Zahn, Helder Roger Cavalcante Silva,

Leonino Santiago, Marlinton Lopes, Maurício Lima e Moisés Moacir da Silva.

Projeto GráficoLevi Gruber

Imagem da Capa Elenathewise / Fotolia

CA SA PU BLI CA DO RA BRA SI LEI RAEdi to ra dos Adventistas do Sétimo Dia

Ro do via Es ta dual SP 127 – km 106Cai xa Pos tal 34; CEP 18270-970 – Ta tuí, São Paulo

Fone (15) 3205-8800 – Fax (15) 3205-8900

SERVIçO DE ATENDIMENTO AO CLIENTELIGuE GRáTIS: 0800 9790606

Segunda a quinta, das 8h às 20hSexta, das 7h30 às 15h45 / Domingo, das 8h30 às 14h.

Diretor-Ge ralJosé Carlos de Lima

Diretor FinanceiroEdson Erthal de Medeiros

Re da tor-Che feRu bens S. Les sa

Ge ren te de ProduçãoReisner Martins

Ge ren te de Ven dasJoão Vicente Pereyra

Chefe de Ex pe di çãoEduardo G. da Luz

Chefe de ArteMarcelo de Souza

As no tí cias para a re vis ta do mês se guin te de vem es tar na Re da ção até o dia 10. Não se de vol vem ori gi nais,

mes mo não pu bli ca dos.

E xem plar Avul so: R$ 3,31. Assinatura: R$ 39,70.

Nú me ros atra sa dos: Pre ço da úl ti ma edi ção. A Edi to ra só se res pon sa bi li za pe las as si na tu ras an ga ria das por

re pre sen tan tes do SELS – Ser vi ço Edu ca cio nal Lar e Saú de.

Todos os direitos reservados. Proibida a reprodução total ou parcial, por qualquer meio, sem prévia autorização escrita do autor e da Editora.

5842 / 28481Ti ra gem: 21.000

em julho

• As armas do cristão

• Filmes de terror

• Família: presente de Deus

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eRTOn KÖhLeR é presidente da

Igreja Adventista do Sétimo Dia

para a América do Sul.

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Mensagem Pastoral erton Köhler

Multiplicando pequenos grupos

Quando uma igreja se

organiza em pequenos

grupos, os resultados não

demoram a aparecer

há poucos dias, realizamos o IV Fórum Sul-Americano de Pequenos Grupos “Multipli-cando Discípulos”. Reunimos

quase 350 pessoas, entre coordenadores distritais, pastores, departamentais e ad-ministradores, com o objetivo de orien-tar, compartilhar boas ideias e ouvir a opi-nião dos participantes sobre questões que ainda exigem definição.

recebe destaque e que está na base do sólido cres-cimento que temos tido: o preparo da igreja para os últimos dias, quando viveremos em grupos, sem o apoio das igrejas, pastores e instituições.

O desafio de Paulo, porém, está diante de nós: “progredir cada vez mais”. Para que isso aconteça (o movimento se consolide, alcance seu pleno poten-cial e envolva um grande grupo da igreja que ainda está fora dessa vida em comunidade), precisamos avançar juntos em algumas áreas:

Definir a identidade. Precisamos consolidar a vi-são de que os pequenos grupos têm sua base relacio-nal, seu foco na missão e seu conteúdo centralizados na Bíblia. O segredo está na qualidade dos relaciona-mentos e como eles são direcionados ao cumprimento da missão e alimentados pelo estudo da Palavra.

Integração com outras áreas da igreja. São vá-rias as frentes em que precisamos de mais integra-ção: o discipulado, as unidades de ação da Escola Sabatina, as duplas missionárias, as campanhas de evangelismo de colheita, os diferentes departamen-tos da igreja e o planejamento da igreja local.

Multiplicação intencional. Grande parcela da igreja está envolvida, mas ainda há muitos que preci-sam ser abraçados pelos pequenos grupos. Por isso, precisamos trabalhar intencionalmente pela multi-plicação, dando oportunidade para que novos líde-res surjam e outros sejam alcançados.

Formação de líderes. Esse é o segredo para a ma-nutenção e multiplicação dos pequenos grupos. Pre-cisamos de líderes que tenham a visão correta, uma experiência saudável e forte comprometimento. O segredo está no pequeno grupo protótipo, onde os futuros líderes aprendem antes de entrar em ação.

Construir sobre a mesma base. Temos regiões e realidades diferentes, mas precisamos construir to-dos sobre a mesma base. A visão geral precisa ser a mesma. Já a aplicação e os detalhes podem ser locais.

Acompanhamento pessoal. Esse é o principal segredo para formar líderes saudáveis e tornar re-ceptivo o ambiente do pequeno grupo. Quando um coordenador ou pastor se interessa em amar e ensi-nar os membros de seu grupo, ele os inspira a per-manecer fiéis, empregar seus dons, ser ativos e for-talecer a igreja como uma comunidade de amor.

O mesmo Paulo que desafia a “progredir cada vez mais”, também dá a certeza de que “no Senhor, o vosso trabalho não é vão” (1Co 15:58).

Anos atrás, quando a igreja abraçou essa visão, a realidade era mais desafiadora. Primeiramente, ex-plodimos em crescimento. Mas, por causa da rápida expansão e da falta de novos líderes preparados, o movimento quase desapareceu. Depois, começamos a tentar reproduzir o modelo evangélico e enfrenta-mos uma crise de identidade. Mas todo esse processo acabou servindo de base para nosso crescimento.

A partir de então, começamos a buscar mais con-sistência e identidade própria, realizando fóruns, ca-pacitações e celebrações. Também começaram a surgir os primeiros líderes dispostos a gerar um mo-vimento permanente, alinhar a caminhada da igreja, multiplicar e consolidar os pequenos grupos. Isso acabou diminuindo muito o medo e a desconfiança.

Hoje, temos especialistas preparados e boa lite-ratura para aprofundar a visão e dar sustentação à rede de pequenos grupos. Muitos administradores, departamentais, pastores e líderes estão comprome-tidos. Um verdadeiro exército de irmãos e irmãs está envolvido, alcançando cerca de oitocentas mil pes-soas. O programa é menos rígido e complexo, ofere-cendo mais liberdade para o desenvolvimento de ati-vidades. Os pequenos grupos protótipos e os de pas-tores têm sido a base da multiplicação de liderança.

Um dos principais objetivos do Fórum foi desa-fiar nossa liderança a multiplicar as igrejas envolvi-das e também o número de pequenos grupos. Esta-mos bem, mas podemos ir mais longe. “Contudo, vos exortamos, irmãos, a progredirdes cada vez mais” (1Ts 4:10). Esse é um chamado bíblico para o cres-cimento no amor fraternal (elemento básico do pe-queno grupo) e no relacionamento, que é o segundo princípio de nossa visão de discipulado.

Quando uma igreja se organiza em pequenos grupos de qualidade, os primeiros resultados não demoram a aparecer.

Mas há ainda outra razão que, poucas vezes,

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Um jornal a serviço da igreja Editor: Wendel Lima

Junho • [email protected]

32 Desbravadores recebem homenagens em várias partes do Brasil

35 Megaevento e série de pregações marcam início de projeto em Porto Alegre

37 Congresso inédito promove as missões transculturais e recruta voluntários

26 Há dez anos, Festa das Primícias ensina o propósito dos dízimos e ofertas

SolidariedadeO simpósio inédito realizado nos dias 13 a 16 de maio, na sede sul-americana da Igreja Adven-

tista, em Brasília, teve sua originalidade não apenas por ser o primeiro do gênero no continente, mas por gerar reflexão sobre uma questão que é imperativa para o cristão.

A máxima de que devemos fazer o bem para o próximo parece nos acompanhar desde sempre; no entanto, é necessário pensar no porquê, como e para que ser solidário. Parte dessas questões foi respondida no encontro que reuniu teólogos, líderes e servidores da ADRA.

O Dr. Elias Brasil de Souza, diretor associado do Instituto de Pesquisa Bíblica da sede mundial, por exemplo, explicou que o conceito de solidariedade no Antigo Testamento tem a ver com jus-tiça, juízo, bondade e misericórdia. Segundo ele, a Bíblia fala de proteção especialmente para três grupos vulneráveis: viúvas, órfãos e estrangeiros.

Por sua vez, o Dr. Alberto Timm, diretor associado do Patrimônio Literário de Ellen G. White, explanou sobre as ações sociais e o sábado. Ele analisou os sete milagres de Jesus realizados no dia sagrado e concluiu que o sétimo dia deve ser dedicado à abstinência dos interesses pessoais do adorador e ao benefício do semelhante.

O sofrimento das mulheres e a discriminação que ainda enfrentam em várias partes do mun-do foi o assunto abordado pela Dra. May-Ellen Colón, diretora do Serviço Comunitário Adven-tista da sede mundial da Igreja Adventista.

Segundo ela, os maiores desafios com os quais as mulheres se defrontam são o abuso, o anal-fabetismo, a sobrecarga de trabalho, as ameaças à saúde e a pobreza. Como resposta cristã a es-sas injustiças, ela sugeriu quatro ações: sociabilizar-se, simpatizar, servir e salvar.

Por fim, o sociólogo Dr. Thadeu de Jesus e Sil-va Filho apresentou o di-ferencial do cristianismo entre as religiões mun-diais como a confissão de fé que tem o foco no outro. E o pastor Günther Wallauer, por sua vez, destacou que o cuidado com o próximo é respon-sabilidade do cristão até a volta de Jesus. – Wendel Lima. Págs. 24 e 25

30 anosA Casa Publicadora Brasileira é a única

editora adventista no mundo a produzir os livros didáticos para todos os níveis da rede educacional adventista. Essa histó-ria começou em 1983, com a publicação das coleções Este Mundo Maravilhoso e Estratégias Fonortográficas.

De lá para cá, esse segmento da edito-ra passou por um processo de moderni-zação e profissionalização, respondendo hoje por um terço do faturamento da CPB. Isso significa a distribuição de 1,5 milhão de livros por ano para 160 mil alunos. Para dar conta dessa demanda, 300 profissionais, incluindo 112 autores, trabalham na produção e atualização de livros didáticos e paradidáticos.

Págs. 28 e 29

MAIS NOTÍCIAS

www.adventistas.org www.novotempo.com/revista

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Márcia EbingerColaboradora

Ela pediu a Deus que lhe mostras-se qual é a igreja verdadeira. Teve um sonho e nele viu a Igreja Adventista do Sétimo Dia. Poucos dias depois, um grupo da ASA (Ação Solidária Adventista) bateu à sua porta confir-mando a impressão do sonho.

Aquelas voluntárias pertenciam à Igreja Adventista do bairro em que Maria Cecília de Aguiar mora, na região leste de São Paulo. Ma-ria teve suas necessidades físicas atendidas pela equipe da ASA e a oportunidade de estudar a Bíblia.

Como demonstração clara de que pregação do evangelho e so-lidariedade são faces da mesma moeda, Maria foi batizada no en-cerramento do Simpósio Adven-tista de Solidariedade, no dia 16 de maio, na sede sul-americana da Igreja Adventista, em Brasília.

Inédito – O evento inédito, or-ganizado pela ADRA (Agência Adventista de Desenvolvimen-to e Recursos Assistenciais), reu-niu teólogos, servidores e líderes da agência humanitária de toda a América do Sul e de outras re-giões do mundo.

Segundo o coordenador sul-americano da ADRA e do encon-tro, pastor Günther Wallauer, o principal objetivo do evento foi “resgatar e fortalecer a visão de solidariedade e amor ao próxi-mo, reafirmando o compromisso de ser uma extensão viva do mi-nistério de Jesus”.

Na visão do líder dos adven-tistas da América do Sul, pastor Erton Köhler, o espírito de solida-riedade demonstrado pela ADRA e ASA precisa contagiar todos os membros da denominação.

“Tanto a ADRA, com seus pro-jetos sociais, quanto a ASA, com seu exército de voluntários, têm feito diferença na vida de milhões de pessoas em toda a América do Sul. Mas essa visão precisa se transformar no compromisso de vida de todos os líderes e membros da Igreja Adventista. Nossa visão solidária precisa ser formada por duas palavras que se completam: servir e salvar”, pontuou Köhler.

Parcerias – No evento, houve espaço para agradecer aos parcei-ros dos projetos de solidariedade dos adventistas. Um dos principais

convidados foi o secretário de As-sistência Social do Estado do Espí-rito Santo, Helder Salomão.

Marcaram presença à sessão solene de abertura o vice-prefeito e secretário municipal de Assis-tência Social de Vitória, Wagner Fumio Ito; o representante das Nações Unidas para a Alimenta-ção e Agricultura – Brasil, Alan Bojanic; a representante do Pro-grama das Nações Unidas para o Desenvolvimento, Maristela Marques Baioni; o embaixador da Bolívia no Brasil, Jerjes Justi-niano Talavera; o embaixador do Chile no Brasil, Fernando Schmi-dt Ariztía; além de representantes das embaixadas do Equador, Peru e Uruguai.

Somente em 2012, a ADRA fir-mou mais de 140 parcerias. Gra-ças a esse apoio, recursos técnicos e financeiros, a agência conseguiu atender a milhares de pessoas em situação de pobreza e aflição, tan-to em projetos de resposta à emer-gência quanto nos programas de desenvolvimento.

Antigo Testamento – As reflexões sobre as bases teológi-cas da solidariedade adventista ocuparam a maior parte do tem-po no encontro. Nove teólogos e líderes foram encarregados de falar ao grupo nesses momentos. As men-sagens devocionais fi-caram a cargo do pas-tor Geoffrey Mbwana, um dos vice-presiden-tes mundiais da Igreja Adventista.

Na palestra do Dr. Elias Brasil de Souza, di-retor associado do Insti-tuto de Pesquisa Bíblica da sede mundial, ficou claro de que o concei-to de solidariedade no Antigo Testamento tem a ver com justiça, juízo, bondade e misericórdia. Segundo ele, a Bíblia fala

de proteção especialmente para três grupos vulneráveis: viúvas, órfãos e estrangeiros.

Na apresentação do Dr. Reinal-do Siqueira, reitor do Seminário Adventista Latino-Americano de Teologia, a ênfase esteve no texto de Isaías 58. Segundo o teólogo, nesse capítulo a obra de solida-riedade e a religiosa estão intima-mente ligadas.

Sábado e missões – O Dr. Al-berto Timm, diretor associado do Patrimônio Literário de Ellen G. White explanou sobre as ações sociais e o sábado. Ele analisou os sete milagres de Jesus reali-zados no dia sagrado e concluiu que o sétimo dia deve ser dedi-cado à abstinência dos interesses

A teologia da bondadeSimpósio inédito reúne servidores da ADRA

para discutir sobre as bases bíblicas do ministério da solidariedade

Responsabilidade social

Maria Cecília de Aguiar foi alcançada pela ação social adventista na Zona Leste de São Paulo

Thadeu Silva: o cristianismo é a religião do foco no outro

ADRA e PetrobrasO núcleo infantil Vinde a Mim, de Hortolân-

dia, SP, foi uma das cinco instituições paulistas escolhidas pelo Programa Petrobras de De-senvolvimento e Cidadania para receber fi-nanciamento por 24 meses. A concorrida seleção teve quatro etapas e 3.439 projetos inscritos. O projeto aprovado prevê a capacitação de fun-cionários e atividades de canto coral, artes plásti-cas, esporte, entre outras. Serão beneficiadas 220 crianças e adolescentes, especialmente de famílias de presidiários, portadores de necessidades especiais e que estão em situação de vulnerabilidade social.

Pastor Günther Wallauer: o cuidado com o próximo é responsabilidade do cristão até a volta de Jesus

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pessoais do adorador e ao benefí-cio do semelhante.

A preocupação dos cristãos com os pobres e vulneráveis ao longo dos séculos foi um dos dois temas explorados pelo Dr. Wag-ner Kuhn, professor de Missio-logia e Estudos Interculturais na Universidade Andrews (EUA). Em sua segunda palestra, Kuhn apresentou alguns exemplos de transformação social resultan-tes do trabalho de William Ca-rey, precursor das missões cristãs modernas.

Mulheres e o pró-ximo – O sofrimento das mulheres e a discri-minação que ainda en-frentam em várias par-tes do mundo foram abordados pela Dra. May-Ellen Colón, di-retora do Serviço Co-munitário Adventis-ta da sede mundial da Igreja Adventista.

Segundo ela, os maiores desafios com os quais as mulheres se defrontam são o abuso, o analfabetismo, a so-

brecarga de trabalho, as ameaças à saúde e a pobreza. Como res-posta cristã a essas injustiças, ela sugeriu quatro ações: sociabilizar--se, simpatizar, servir e salvar.

Por fim, o sociólogo Dr. Thadeu de Jesus e Silva Filho apresentou o diferencial do cristianismo en-tre as religiões mundiais como a confissão de fé que tem o foco no outro. E o pastor Günther Wallauer destacou que o cuida-do com o próximo é responsabi-lidade da Igreja Adventista até a volta de Jesus.

Na prática – Durante quatro dias, os congressistas receberam forte bagagem teológica, discuti-ram tópicos em grupo, mas tam-bém manifestaram solidarieda-de prática. No último dia do evento, o grupo visitou vilas carentes do entorno de Bra-sília, uma creche adventista e o Centro Adventista de De-senvolvimento Comunitário (Cadec), de Samambaia.

Nesses locais, eles rea-lizaram a pintura de casas – atividade que beneficiou cerca de 180 pessoas – da quadra esportiva do Cadec e do parquinho de uma cre-che que atende 70 crianças.

Também foram distribuídas ces-tas básicas para 50 famílias que ouviram uma palestra sobre a im-portância da Bíblia, apresentada pelo pastor Evandro Fávero.

Parceiros do bemEm oito países da América do Sul, a ADRA man-

tém parcerias com instituições públicas e priva-das visando a integrar esforços no combate às desigualdades sociais. Conheça algumas dessas iniciativas.

ArgentinaA Granix, indústria adventista

de alimentos saudáveis, destina os biscoitos e cereais descarta-dos por seu controle de qualida-

de no requisito estético para os projetos da ADRA. Quase 500 mil pessoas já foram beneficiadas por esses produtos que ajudam em importantes pro-gramas de capacitação nutricional.

BolíviaA parceria com o Fundo Mun-

dial está protegendo mais de 100 mil pessoas da malária. A parte da ADRA é atuar nas re-

giões de difícil acesso, entregando mosquiteiros tratados com inseticida e oferecendo diagnóstico e medicamento rápido. Além disso, a agência trei-na colaboradores comunitários para trabalharem no combate e identificação da doença.

BrasilCerca de 600 moradores de

rua já foram ajudados pelo con-vênio da ADRA com a Secretaria Municipal de Assistência Social

de Vitória. Através do projeto, os maiores de 18 anos recebem cuidados assistenciais e partici-pam de atividades socioeducativas que favore-cem sua inclusão social. Os que têm transtornos mentais são encaminhados para tratamento es-pecializado. E aos que precisam de um lugar para dormir são oferecidas vagas para acolhimento noturno.

ChileUma parceria com o Serviço

Nacional de Menores (Sena-me) atende crianças e adoles-centes cujos direitos tenham

sido violados de alguma forma. Somente em 2012, mais de mil pessoas foram beneficiadas pelos 16 projetos em execução em cinco regiões do país, todos com o objetivo de assegurar o desenvol-vimento dessas crianças, preservar seus direitos e reintegrá-las a um contexto familiar saudável.

EquadorPara a ADRA, a gestão de

emergências envolve qua-tro etapas: prevenção, prepa-ro, resposta e recuperação. No

Equador, com a ajuda da Agência Espanhola de Cooperação Internacional para o Desenvol-vimento (AECID) foram feitas simulações de res-posta à erupção vulcânica, inundação e terremoto. Em breve, essa parceria vai resultar na capacita-ção de mais de 1.300 voluntários em gestão de situações de risco.

ParaguaiCom a ajuda da Agência dos

Estados Unidos para o Desen-volvimento Internacional, a ADRA trabalhou na construção

de abrigos semipermanentes para 450 famílias vítimas da inundação do Chaco Paraguaio, em 2012. A ADRA contou com o mesmo parceiro nas ações de emergência do terremoto do Chile e dos deslizamentos da região serrana do Rio de Janeiro.

PeruNo Peru, a desnutrição crôni-

ca e os quadros agudos de diar-reia e infecções respiratórias em crianças menores de cinco anos

foram minimizados em seis distritos de Lima. A parceria com a Empresa Minera Los Quenuales ofereceu agentes comunitários para ensinar às fa-mílias noções de nutrição, higiene, organização, convivência familiar e cultivo de hortas. Em quatro anos, mais de 3.600 pessoas foram beneficiadas.

UruguaiCom o apoio do Instituto del

Niño y Adolescente del Uru-guay (Inau), um centro juvenil dirigido pela ADRA envolve ado-

lescentes em atividades recreativas, oficinas de ha-bilidades, dinâmicas de preparo para a vida, além de orientação individual. Uma iniciativa semelhan-te, focada em crianças de 5 a 12 anos, atende outras 300 pessoas. Além disso, agentes comunitários ofe-recem acompanhamento domiciliar personalizado.

Wagner Kuhn falou sobre a preocupação histórica dos cristãos com os pobres e vulneráveis

Teólogos, líderes e servidores da ADRA dedicaram quatro dias para discutir sobre os fundamentos da ação social adventista

Solidariedade na prática: pintura de casas, de quadra esportiva e do parquinho de uma creche

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Márcio TonettiColaborador

O município de Mamborê, PR, localizado a pouco mais de 500 quilômetros de Curitiba, é um dos tantos no Brasil que têm como base econômica a agricultura e fo-ram impactados pelo êxodo rural.

Nas últimas décadas, muitos produtores rurais da região ven-deram suas propriedades em bus-ca de novas oportunidades nas cidades. Sobraram, em maior par-te, grandes fazendas, cujas exten-sões territoriais foram ampliadas ainda mais com a aquisição dos pequenos sítios vizinhos vendi-dos por causa do fluxo migratório para os centros urbanos.

Fluxo e contra-fluxo – Se-gundo dados do centro histórico do município, Mamborê chegou a ter 34.515 habitantes na década de 1970. Já o censo do IBGE de 2010 registrou apenas 13.968 morado-

res. A 12 quilômetros da peque-na cidade interiorana, no entanto, uma comunidade de adventistas tem resistido a esse fenômeno, lu-tando para permanecer no cam-po e preservar seus costumes e fé.

Embora também afetada pelo êxodo rural, 12 famílias ainda vi-vem no chamado bairro dos adven-tistas, formando uma comunidade de aproximadamente 70 pessoas.

Lá, a grande maioria dos mo-radores é de origem alemã, filhos de pioneiros que saíram de San-ta Catarina durante a década de 1940 em busca de um futuro pro-missor no Paraná. Nas malas, es-ses migrantes traziam apenas o essencial, acompanhado de uma bagagem cultural da qual não po-diam abrir mão: a fé adventista.

Igreja no centro da vida – Seu Valdemar Zukowski tinha nove anos de idade quando seus pais vie-ram de mudança para a região. “Foi

um início difícil. Só ti-nha mato. E a chegada foi um pouco de carro-ça e parte a pé”, recor-da. Tantos desafios re-forçaram o senso de dependência de Deus e essa é uma caracterís-tica notável entre esse povo, cuja religiosida-de chama a atenção da vizinhança. Ali, a igreja é o centro da vida.

O agricultor Val-dir dos Santos, gen-ro de seu Valdemar, é um dos moradores. Ele conta que costu-

ma praticar um “ritual” sempre que termina o plantio. Seu hábito é fa-zer uma oração assim que as últimas semen-tes são depositadas na terra. O lavrador explica que uma boa produção agrícola não demanda apenas mão-de-obra

qualificada e a ajuda de máquinas adequadas, mas, sobretudo, depen-de daquilo que só Deus pode con-ceder: sol e chuva na dose certa.

Festa na colheita – A fase da colheita é o momento mais aguar-dado por um agricultor. Mas no bairro dos adventistas essa época do ano se tornou ainda mais es-perada por conta de uma iniciati-va criada há dez anos no povoado. É a chamada Festa das Primícias.

A ideia está baseada numa ce-lebração descrita no Antigo Tes-tamento, na qual o povo de Israel trazia os primeiros frutos da ter-ra, as primícias, como oferta para Deus. O relato bíblico de Levítico 23 ganha, então, vida e novos per-sonagens alguns milênios depois.

Trânsito na roça – A festi-vidade é realizada no primeiro sábado de maio, quando o mu-nicípio recebe um número de vi-sitantes acima da média anual. Com a popularização do evento, as estradas rurais que dão aces-so ao povoado chegam a ter até congestionamento. Isso porque mais de três mil pessoas, em mé-dia, vêm a cada ano de várias re-giões do Paraná e de outros esta-dos para assistir à programação.

Cenário bem diferente do tes-temunhado pela dona Lires Zuko-wski na primeira edição da festa, em que participaram cerca de 70 pessoas, apenas moradores do bairro. “Fico emocionada quan-do vejo toda essa estrutura hoje sendo montada para receber tan-ta gente”, enfatiza.

Preparativos – Os prepara-tivos para recepcionar os con-vidados começam pelo menos trinta dias antes e envolvem mon-tagem de tendas, portais e cozi-nhas para o preparo do almoço no dia da programação. Na edi-ção de 2013, foram servidas gra-tuitamente 1.800 refeições.

Alberto Chamberlain é um dos moradores que auxiliam no pre-paro do ambiente. Durante três semanas, ele se dedicou integral-mente como voluntário, abando-nando suas próprias atividades. “Depois que iniciou a Festa das Primícias o pessoal começou a se envolver mais porque o progra-ma exige muita preparação e mão de obra. E quem faz tudo são os próprios membros da igreja”, frisa.

Participação de todos – O advogado Ilson Gomes é um dos coordenadores do evento que, pela sua importância e dimensão alcançadas, passou a fazer parte do calendário da sede administra-tiva regional da Igreja Adventista.

“A festa é um marco porque mudou a vida espiritual dessa comunidade em vários aspectos. O envolvimento é muito maior. Os membros têm convicção ple-na de que tudo pertence a Deus, não apenas os recursos, mas tam-bém os talentos e o tempo”, afir-ma Ilson.

Ofertas na carroça – Esse es-pírito de gratidão, perceptível no discurso da maioria das pessoas que vivem na região, motiva um dos momentos mais marcantes da festividade. É quando cada fa-mília entra levando uma oferta es-pecial, enquanto são lidos trechos de textos bíblicos e dos escritos de Ellen White sobre as bênçãos da fidelidade.

Eles trazem cereais, frutas, le-gumes, verduras, leite, além de alimentos prontos. Tudo é de-positado sobre uma das carroças

Frutos da gratidão e da fidelidadeFestividade realizada há dez anos por

comunidade rural resgata celebração do Antigo Testamento e atrai 3 mil fiéis

para o interior do Paraná

celebRação

A entrada das famílias com as ofertas é um dos momentos mais esperados da festividade

A festividade também é celebrada com batismo. Cinquenta pessoas já foram batizadas no evento como reflexo do trabalho da igreja e símbolo da entrega da vida a Deus

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que trouxeram os pioneiros para a região e que hoje cumpre o pa-pel de altar. Todas as doações são posteriormente direcionadas para famílias carentes e lares assisten-ciais do município.

Razões para doar – A Fes-ta das Primícias e seus desdobra-mentos na comunidade foram tema do trabalho de conclusão de curso (TCC) do aluno Édi Martins Peixoto. Como formando do cur-so de Teologia na Faculdade Ad-ventista da Bahia, ele escreveu o artigo “A Festa das Primícias como alegoria da religiosidade adventis-ta: uma análise da perspectiva dos chefes de família participantes na IASD de Mamborê-sítio”.

O autor conclui que a festa tem resultado em maior comprometi-mento dos membros com a igreja, em união da comunidade e fideli-dade nos dízimos e ofertas. Segun-do o levantamento feito por Édi, os números apontam para mudanças sensíveis na compreensão dos fiéis sobre a importância de ofertar.

“Para efeito de comparação, no ano em que a festa teve início, a relação era de R$ 27,00 de ofertas para cada R$ 100,00 de dízimo; já

na segunda festa, houve um au-mento para R$ 54,00 reais. Essa proporção se manteve até 2010, quando a igreja alcançou a média de R$ 90,00 reais de ofertas para cada R$ 100,00 de dízimos”, com-para o autor da pesquisa.

Autonomia financeira – Na avaliação de Ilson Gomes, esse crescimento na fidelidade dos membros a Deus levou a igre-ja a uma maior autonomia para desenvolver seus projetos. “Hoje, todos os departamentos são fi-nanciados pela própria igreja. A fidelidade dos membros dispen-sou a necessidade de pedir doa-ções e organizar campanhas para levantar recursos”, conta Gomes.

Com mais dinheiro em cai-xa, a congregação tem subsidia-do os estudos de alunos carentes em instituições adventistas e tam-bém custeado a participação dos desbravadores em grandes even-tos, como o próximo campori sul-americano, previsto para janeiro de 2014, em Barretos, SP.

Ricos não, fiéis sim – Quem não conhece a realidade local pode até pensar que a comunida-

de é formada somen-te por pessoas de alto

poder aquisitivo. Mas a maioria dos fieis é de pequenos produtores rurais, que trabalham na lavoura, pecuária leiteira e cultivo de hor-taliças; gente que precisa acordar cedo para tirar da terra o sustento.

“Esses resultados são decorren-tes de fidelidade e não fruto de ri-queza. Somos uma igreja peque-na, que tem recursos não porque é rica, mas porque é fiel”, reforça Gomes.

Segundo os organizadores, a Festa das Primícias partiu de uma importante compreensão quanto ao significado do que representa, de fato, colocar Deus em primei-ro lugar. Isso se refletiu também na maneira de ofertar e devolver o dízimo. É que, até então, a prá-tica mais comum entre os colonos era a de devolver o dízimo no mo-mento em que a oferta de preços estivesse mais favorável. Como geralmente em época de colhei-ta as cotações são baixas em fun-ção da grande oferta, o produto ficava estocado.

“A intenção era boa, mas o prin-cípio não estava correto”, explica o advogado Ilson Gomes. A postura adotada pelas famílias a partir daí foi a de que passariam a devolver o dízimo e separar suas ofertas ime-diatamente após a colheita. Com isso, os produtos nem esperam para ser vendidos pelo produtor rural. São doados em espécie mes-mo e depositados numa coope-rativa agrícola, numa conta em nome do escritório regional da Igreja Adventista.

Lavoura blindada – Esse de-senvolvimento espiritual tem sido acompanhado de experiências, como a contada pelo agricultor Jair Zonnemberg. Era um sábado pela manhã quando a família dele, de saída para o pequeno templo,

recebeu o telefonema de um vizi-nho agricultor.

“Ele ligou querendo saber que tipo de proteção eu tinha. Fiquei espantado com a pergunta, pois não sabia do que se tratava. Ele en-tão pediu para que eu fosse até o local para ver o que tinha aconte-cido”, relata. À tarde, seu Jair foi até a propriedade do vizinho, a 30 km de sua casa, e entendeu o mo-tivo da ligação. No dia anterior, uma chuva de granizo havia caí-do sobre a região, comprometen-do todas as lavouras de trigo já no ponto de colheita, menos a de Jair.

Testemunho para os vizi-nhos – “Esse senhor acabou vin-do à minha casa uma noite para conversarmos sobre isso e tive a oportunidade de falar sobre a par-ceria que nós temos com Deus e que Ele tem bênçãos reservadas para nós, não somente materiais, mas espirituais”, ressalta.

A fidelidade e o testemunho que acompanham os moradores do bairro dos adventistas já leva-ram muitos vizinhos a abraçar a mesma fé. A família de Wilson Rudnick foi uma delas. “A gen-te via que era um povo diferen-te. O modo de trabalho, a guarda do sábado. Tudo isso falou muito alto a ponto de desejarmos seguir o mesmo caminho”, afirma Wil-son, que hoje é um colaborador assíduo na organização do evento.

Plantio de igreja – Nos en-tornos dessa comunidade rural, a maioria das famílias não adventis-tas já abraçou a mesma fé. Isso ex-plica a decisão da igreja de extra-polar suas fronteiras e evangelizar um novo bairro de Mamborê.

Por conta desse projeto, o tem-plo rural não abre as portas aos domingos à noite. Há dois anos, os fiéis se dirigem à Igreja do Alto da Glória, uma nova congregação aberta com a ajuda dos membros do sítio, na qual eles coordenam uma série evangelística que já re-sultou em vinte batismos.

Um maior senso de missão tam-bém é apontado pelos membros e líderes adventistas locais como consequência da festividade que tem conseguido integrar as pes-soas na comunidade e na igreja, promover o crescimento na fide-lidade e valorizar a identidade e a história desse povoado que existe há quase sete décadas.

Igreja de Mamborê-sítio fecha as portas aos domingos à noite para evangelizar bairro na cidade. A nova congregação já conta com 20 conversos

Na cultura local, logo após a colheita, dízimos e ofertas são devolvidos em espécie pelos produtores rurais e depositados numa cooperativa em uma conta em nome do escritório regional da Igreja Adventista

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Olivandro MaiaColaborador

A produção de livros didáticos para a rede educacional adven-tista e escolas particulares e pú-blicas, hoje representa uma fatia significativa no contexto da Casa Publicadora Brasileira (CPB). Esse processo envolve quase 300 pro-fissionais – incluindo 112 autores – e resulta na distribuição de 1,5 milhão de exemplares anuais para todo o Brasil.

Mas chegar até esses números levou muito tempo. Não somente as três últimas décadas – período em que a editoria foi oficializa-da e se consolidou na CPB – mas quase cem anos, desde que a edi-tora passou a publicar livros com teor educativo e criacionista. Co-nheça essa história.

Literatura educativa – No fim do século 19, o Brasil passou por transformações significativas em seu contexto sociocultural – abolicionismo, proclamação da república e a forte influência no

meio acadêmico de ideias positi-vistas e evolucionistas.

Nessa época, era fundado, em 1896, em Curitiba, o Colégio Inter-nacional. Com visão pioneira, que tinha como base a filosofia educa-cional adventista, aquela semente resultou na implantação de outras unidades. Em 1915, havia nove es-colas adventistas em funcionamen-to e 162 estudantes matriculados.

Paralelamente, a CPB estava em sua segunda década de exis-tência, visando publicar livros denominacionais, além de títu-los educativos que tratavam do criacionismo.

A primeira obra no segmen-to educacional, Novo Método de Leitura Elementar (1914), era a tradução de uma metodologia destinada à alfabetização, e pro-punha um ensino intuitivo em que se aprenderia a ler com auxí-lio de desenho.

Nos anos seguintes foi traduzi-do e impresso o livro Histórias Es-colhidas das Escrituras Sagradas, de James Edson White. Essa obra original em inglês tinha sido uti-lizada na alfabetização e evangeli-zação das populações ribeirinhas do Rio Mississippi, nos Estados Unidos. Detalhe importante: a cartilha enfatizava em suas lições que “Deus fez...”.

Ensino religioso – A editora, que até então havia publicado mate-riais que mesclavam alfabetização com educação religiosa, a partir da primeira metade da década de 1930, sob orientação das sedes mundial e sul-americana da Igreja Adventista, iniciou a impressão de livros de En-sino Religioso em série. Totalmente voltada aos alunos do Ensino Fun-damental, a primeira coleção foi in-titulada Lições Bíblicas.

Até a década de 1980, todas as coleções de Ensino Religioso foram traduções de obras americanas. Se, por um lado, a edição desses livros

representava um avanço da produ-ção didática da editora, por outro, o material apresentava uma distân-cia cultural grande em relação ao contexto brasileiro. Os materiais eram extensos e isso impossibilita-va que fossem trabalhados durante todo o ano letivo. Havia a necessi-dade de livros nacionais.

Oficialização – Finalmente, em 1983, a editora implantou o setor responsável pelos livros didáticos. O que marcou essa nova fase fo-ram os lançamentos dos primeiros materiais elaborados no Brasil: as coleções Este Mundo Maravilhoso, de Eny e Esther Sarli, e Estratégias Fonortográficas, de Gerusa Mar-tins e Miriam Maranhão.

Esther Sarli conta que a ideia inicial era preparar uma aposti-la de alfabetização que servisse de referência prática e confiável para as estudantes do curso de Magistério do antigo IAE, atual Unasp, campus São Paulo. “Mes-mo sendo algo simples, deveria ser um material diferente dos demais existentes no mercado: dinâmico, funcional e que exaltasse a Deus como criador e mantenedor do Universo”, esclarece Esther.

Gerusa Martins se diz impres-sionada com o alcance de hoje dos livros didáticos adventistas. A co-leção Estratégias Fonortográfi-cas também visava aos alunos do

Magistério. “Jamais poderíamos sonhar que aquela sementinha lançada lá no IAE, depois cultiva-da pela CPB, fosse tão grandemente abençoada e fértil”, avalia admirada.

Pioneirismo – Como acontece em qualquer iniciativa pioneira, o começo foi desafiador. De acordo com Ivacy Oliveira, primeiro edi-tor de livros didáticos da CPB, a implantação de uma nova linha de produção foi o maior obstácu-lo na época.

“Até então produzíamos livros e periódicos sobre saúde, família e religião para a Igreja e o públi-co em geral. Os didáticos consti-tuíam algo completamente dife-rente. Estávamos entrando numa nova área, começando pelos auto-res e passando pela redação, arte e distribuição. Com certeza, só chegamos até aqui, numa histó-ria vitoriosa e única entre as edi-toras confessionais, pela graça de Deus”, analisa.

Nessa nova fase de produção totalmente brasileira, despon-taram autores nacionais para a área de Ensino Religioso. Em se-guida, diante da grande aceitação do público, a CPB iniciou a publi-cação para as demais disciplinas. Foram lançados livros de Língua Portuguesa com a série Crescer e Comunicar, de Hulda Cyrelli de Souza, e os livros de Ciências com a

30 anosHá três décadas, os livros didáticos da CPB procuram conciliar as exigências do MEC com a filosofia de educação adventista.

Editora distribui anualmente 1,5 milhão de exemplares para 160 mil alunos

educação

Parceria centenáriaA Rede Educacional Adventista e a

Casa Publicadora Brasileira já acumu-lam mais de cem anos de história no Brasil. Ao longo dessas décadas, a edi-tora procurou atender a demanda por livros educativos e didáticos das es-colas da rede. A história da CPB Edu-cacional é fruto dessa parceria, o que faz da CPB a única editora adventista do mundo a produzir o catálogo com-pleto dos livros didáticos.

1922 – A primeira cartilha a enfati-zar Deus como criador foi Histórias Escolhidas, de James Edson White. A obra apresentava método intuiti-vo e visava a alfabetizar utilizando desenhos.

1914 – Lançamento do livro Méto-do de Leitura Elementar (autor des-conhecido). A obra era voltada para a alfabetização de crianças e adul-tos no Brasil.

1936 – Começam a ser publicados livros de Ensino Religioso em série. A primeira coleção era intitulada Li-ções Bíblicas.

Alexander Dutra: a CPB é a única editora adventista no mundo que produz livros didáticos para todos os níveis de ensino

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publicação da série O Criador, o Mundo e Você, de Admir Arrais e Nair Ebling, esses últimos com um claro enfoque criacionista.

Criacionismo – “Anteriormen-te, todos os livros de ciências apre-sentavam apenas uma visão. Tudo só tinha sentido à luz da evolução. O início foi de muita rejeição, pois as pessoas estavam acostumadas dentro de um modelo, e nós pro-pusemos uma mudança estrutu-ral, pedagógica e metodológica com base na filosofia da educação adventista”, relembra a professora e autora Nair Ebling.

Segundo reportagem de um jornal de circulação nacional, pu-blicada em 3 de maio de 1987, a CPB era a única editora no Brasil que publicava livro didático con-trastando as teorias criacionista

e evolucionista. A ideia ini-cial era que esse material atendesse apenas as esco-las adventistas, mas devido à visibilidade dada à linha editorial dos livros pela mí-dia, muitas escolas de ou-tras denominações cristãs e colégios públicos adota-ram o material didático.

Livros para todos – Gradativamente, a CPB pas-sou a produzir livros para todos os níveis, da Educa-

ção Infantil ao Ensino Médio. Além disso, em 1997, foi iniciada a publicação de livros paradidáti-cos abordando valores como ho-nestidade, cortesia, sinceridade, respeito aos idosos e cuidado com meio ambiente.

Em 1999, na Bienal do Livro realizada no Rio de Janeiro, a CPB ficou em segundo lugar em ven-das de livros infantojuvenis. Pais e educadores deram preferência às obras da editora pelo fato de abor-darem assuntos que ressaltavam valores negligenciados ou hoje de-sestimulados pela sociedade.

Em 2004, outro passo impor-tante foi dado. Iniciou-se o plane-jamento do projeto para os livros do Ensino Médio. O lançamen-to do material foi progressivo, até que em 2009 as três séries tivessem suas coleções prontas. Atualmente,

o Sistema Inter@tivo de Ensi-no tem novas edições dos fas-cículos do primeiro e segundo anos, além das edições comple-mentares: Faça Texto, Faça Físi-ca e Enem Interativo.

Hoje e amanhã – Os livros didáticos da CPB atendem aos Parâmetros Curriculares Nacio-nais e às exigências da Lei de Di-retrizes e Bases da Educação, sem abrir mão da filosofia de educação adventista, a qual prevê um en-sino integral com ênfase no de-senvolvimento da espiritualidade.

Uma das evidências da quali-dade do material foi a adoção da coleção Aplicando a Matemáti-ca (Ensino Fundamental 2) pelo Programa Nacional do Livro Di-dático (PNLD). Com o reconheci-mento, a série passou a fazer parte do catálogo de material didático recomendado pelo MEC para as escolas públicas.

Vale destacar também que a CPB Educacional apresenta o criacionismo sem impor crenças religiosas nem omitir a versão evolucionista. “Prezamos para que nosso material didático esteja em harmonia com as prescrições do MEC. Além de citar a teoria da evolução, também buscamos apresentar nosso diferencial, que é trabalhar conceitos criacionis-tas em nossos materiais didáticos”,

explica o professor Alexander Du-tra, gerente da CPB Educacional.

Além de publicar 332 títulos didáticos e paradidáticos, a CPB Educacional passou a produzir e a disponibilizar conteúdos digi-tais por meio dos portais www.cpbeducacional.com.br e www.educacaoadventista.org.br para estudantes, pais e professores de escolas que adotam o material. Nessa direção, também está em desenvolvimento o projeto do li-vro digital para o Ensino Médio.

“Quando o livro didático sai da CPB, não temos ideia do impac-to que ocorrerá na vida de alunos e professores que utilizarão esse material. Não apenas no aspecto de crescimento intelectual e pro-fissional, mas principalmente no que diz respeito à maneira de ver a vida”, finaliza o professor Alexan-der Dutra.

1977 – Na década de 1970, foi tra-duzida e adaptada uma nova série de educação religiosa. Os livros eram bem ilustrados. Esses permaneceram no mercado até a década de 1990.

1985 – São publicadas a série Cres-cer e Comunicar (Língua Portuguesa), de Hulda Cyrelli de Souza, e a coleção O Criador, o Mundo e Você (Ciências), de Admir Arrais e Nair Ebling.

1997 – Lançados os primeiros para-didáticos abordando valores cristãos.

2004 – Início do projeto dos livros do Ensino Médio. O lançamento do material foi gradativo até completar as três séries em 2009.

2010 – A CPB Educacional passa a investir também nas produções digitais.

2013 – Início da produção do livro digital voltado para o Ensino Médio.

Fonte: “História dos livros didáti-cos no Brasil”, de Ivacy Furtado de Oliveira, em A educação adventista no Brasil, de Alberto Timm (org.), Unas-press, 2004.

1983 – A CPB implanta o setor res-ponsável pelos livros didáticos. Essa fase de produção nacional é marcada pelas coleções Este Mundo Maravi-lhoso, de Eny e Esther Sarli, e Estra-tégias Fonortográficas, de Gerusa Martins e Miriam Maranhão.

1998 – Publicação de uma série de Ensino Religioso totalmente elabo-rada por autores brasileiros.

Ivacy Oliveira, primeiro editor de livros didáticos da CPB, acompanhou desde 1983 as adaptações realizadas pela editora para conceber os novos produtos

A coleção Aplicando a Matemática faz parte do seleto catálogo recomendado pelo Programa Nacional do Livro Didático (PNLD) do MEC para as escolas públicas

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Da redação

“Por um lado lamentamos, pois já deveríamos estar no Céu. Por outro, comemoramos pela condução di-vina”. A frase do líder sul-america-no adventista, pastor Erton Köhler, resume o sentimento dos adventis-tas do continente que se lembraram dos 150 anos da organização da de-nominação, no dia 21 de maio.

No culto especial, realizado na sede sul-americana da Igreja Ad-ventista, em Brasília, o vice-presi-dente mundial da denominação, pastor Artur Stele, afirmou que um dos melhores antídotos para o desânimo espiritual é lembrar da dedicação com que os que nos an-tecederam trabalharam para que

o evangelho alcanças-se o maior número de pessoas.

Na cerimônia, lí-deres de ministérios da Igreja fizeram um breve comentário so-bre a biografia de al-guns pioneiros como Joseph Bates e J. Lou-gborough. Um dos pontos mais destaca-dos da trajetória dos primeiros adventistas era a disposição de-les para o trabalho da denominação, apesar dos escassos recursos.

No fim do programa, alguns funcionários do escritório, vestidos como os norte-america-nos que deram início à Igreja Ad-ventista, no século 19, participaram da oração final de consagração.

Unasp – A Igreja do Unasp, campus Engenheiro Coelho, de-dicou o sábado, dia 18 de maio, para refletir sobre os 150 anos da denominação. Para tanto, contou com a participação do Dr. Alber-to Timm, diretor associado do Patrimônio Ellen G. White da sede mundial da Igreja Adventis-ta. Timm veio dos Estados Uni-dos para pregar, na parte da ma-nhã, sobre o período formativo da denominação e sua rápida expan-são mundial.

Na parte da tarde, o teólo-go apresentou uma palestra sobre as tendências e desafios do adventismo contemporâ-neo, e alertou os presentes sobre o risco de a denomina-ção perder sua identidade por causa do secularismo.

Em uma congregação for-mada majoritariamente por jovens, ele chamou a aten-ção também para o perfil das novas gerações de membros, cada vez mais distantes dos princípios que estabeleceram a Igreja Adventista. Em tom de esperança, Timm disse acreditar que a globalização das comunicações pode agi-lizar a pregação do evangelho.

Battle Creek (EUA) – Na cidade que já foi o quartel-general da Igre-ja Adventista, Battle Creek, Michigan, na reunião da cúpula da denominação, em abril, dois dias foram dedica-dos para tirar lições da história adventista.

No sermão do sába-do, dia 13 de abril, no emblemático “Dime Tabernacle”, princi-pal templo adventis-ta da cidade, o pastor Ted Wilson disse que a Igreja não pode se contentar em comemorar aniversários na Terra, mas precisa logo chegar ao Céu.

“Estamos comemorando 150 anos aqui em Battle Creek, por-que não queremos esquecer quem somos, de onde viemos e o que Deus tem reservado para nós, como Seu povo – um povo único, com uma mensagem única num momento único na história da Terra”, mencionou o presiden-te mundial da Igreja.

“Esta mensagem não vai passar para outro grupo ou igreja. Não haverá outra igreja remanescen-te. Você e eu somos parte da Igre-ja final que Deus tem preparado”, concluiu Wilson.

Vila histórica – Durante um intervalo, os delegados do concílio testemunharam o lançamento da pedra fundamental de dois novos

edifícios no campus da Vila His-tórica Adventista – réplicas da pri-meira casa publicadora da Igreja e do primeiro instituto de reforma de saúde em Battle Creek. Debai-xo de garoa, o pastor Ted Wilson, ladeado por líderes eclesiásticos do mundo todo, posou para uma foto no local em que serão cons-truídos os novos edifícios.

No período que passaram na Vila Histórica Adventista, os lí-deres das 13 regiões adminis-trativas continentais da Igreja refletiram sobre os avanços e de-safios da história do adventismo, bem como sobre seus grandes personagens e críticos. A tônica do encontro é que a denominação precisa reavivar seu senso de ur-gência pela volta de Jesus. – Com reportagem de Felipe Lemos, Ká-tia Santos, Mark A. Kellner e Eli-zabeth Lechleitner.

Entre o lamento e a celebraçãoEm vila histórica dos Estados Unidos e no Brasil, adventistas refletem sobre os 150 anos da Igreja

HistóRia

Funcionários vestidos como norte-americanos do século 19, resgate da biografia dos pioneiros e oração de reconsagração marcaram culto especial na sede em Brasília

Líderes mundiais conheceram o local em que serão construídas as réplicas da primeira editora e do primeiro hospital da denominação, na Vila Histórica Adventista, em Battle Creek (EUA)

História na TVDurante 15 dias, a equipe de reportagem do programa Revista Novo Tem-

po viajou 4.500 km pelos Estados Uni-dos para recontar como foi o período formativo da Igreja Adventista. Com en-trevistas exclusivas e imagens inspira-doras, assistir a essa série de seis capítu-los é indispensável para quem deseja conhecer melhor a origem da denomi-nação (www.novo-tempo.com/revista).

Em sermão no histórico templo adventista de Battle Creek, líder mundial disse que a Igreja Adventista não pode se contentar em comemorar mais aniversários na Terra

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Da redação

Um compromisso com a nova geração, esse foi o chamado para os pastores adventistas durante o 1° Pastori do Tocantins. O even-to foi realizado nos dias 6 a 9 de maio, em meio às montanhas e cascatas da região de Taquaruçu.

O objetivo foi capacitar os mi-nistros nas habilidades básicas que envolvem a liderança do clu-be de desbravadores e ajudá-los a entender o potencial que a agre-miação oferece para o futuro da Igreja Adventista. Os 27 pastores tiveram aulas de primeiros socor-ros, técnicas de acampamento, ra-pel e tirolesa, além de orientações sobre cerimônias cívicas.

No início de abril, os pastores da região leste do Rio Grande do Sul participaram de treinamen-to semelhante, na cidade de Três

Coroas. Lá, a ênfase esteve na or-ganização das classes bíblicas de juvenis e no Batismo da Primave-ra. Assim como no encontro do Tocantins, marcou presença no evento gaúcho, o pastor Udolcy Zukowski, líder dos desbravado-res sul-americanos.

Dupla homenagem – Em Curitiba, a homenagem aos des-bravadores foi em dose dupla. Pri-meiro foi a Câmara Municipal da Capital que reconheceu a con-tribuição social da agremiação, no dia 25 de abril. Cinco dias de-pois, foi a vez da Assembleia Le-gislativa. A homenagem foi uma proposta do deputado Artagão Júnior. Também participou da so-lenidade o presidente da Assem-bleia Legislativa, Valdir Rossoni, além dos deputados Leonaldo Pa-ranhos, Pedro Lupion e Gilson de

Souza.O Estado do Pa-

raná já conta com 12 mil desbravadores, distribuídos em 300 clubes organizados. A agremiação é uma forte aliada do poder público no trabalho de prevenção à crimi-nalidade e ao uso de drogas.

Mais reconhecimento – A Câmara Legislativa do Distrito Federal também homenageou os 5 mil desbravadores da região re-conhecendo o último sábado de abril como o Dia do Desbravador. A sessão solene que marcou a deci-são foi realizada no dia 18 de abril.

“Queremos contar ainda mais com essa parceria e com os proje-tos que os desbravadores realizam em favor da nossa comunidade”, assinalou o deputado Wellington Silva, autor da proposta. No Distri-to Federal, desde o ano passado, o Dia do Jovem Adventista, celebra-do em 15 de novembro também faz parte do calendário oficial.

Em Itaguaí, RJ, a celebração pela data foi realizada na Câmara Mu-nicipal com a participação de 180 pessoas de cinco agremiações da região. A programação contou com louvores, oração, apresenta-ção de ordem unida, reflexão bíbli-ca e uma cerimônia de investidura.

Em Gravataí, RS, no dia 25 de abril, mais de 300 desbravadores acompanharam a aprovação do Dia Municipal do Desbravador na Câ-mara de Vereadores. Além da ofi-cialização da data, os adolescentes foram homenageados com uma pla-ca reconhecendo o trabalho presta-do pelo clube na comunidade.

Batismo – Na Igreja Central de Resende, RJ, o Dia Mundial dos Desbravadores foi marcado pelo batismo do cadete Bruno França, que cursa o quarto ano da Acade-mia Militar das Agulhas Negras. Filho de pais adventistas, Bruno decidiu ser batizado por influência do coronel adventista Hélio Araújo.

Bolo e congresso – Na mes-ma data, uma festa reuniu 1,5 mil adolescentes em Recife. Os jovens participaram de um congresso com palestras, atividades espor-tivas e música. No fim do dia, os desbravadores degustaram um bolo de 90 kg, com 1,5 metro de comprimento, decorado com os detalhes da bandeira do clube.

A programação foi dividida em duas partes. No período da ma-nhã, houve orientações e o tes-temunho do humorista Flávio Roberto Mendes Leão, que já in-terpretou o papel de “Ronaldinho Pernambucano” nos programas Domingão do Faustão, Raul Gil e Qual é o Seu Talento?

O artista, que é adventista do sétimo dia, falou sobre como aproveita o contato com as cele-bridades para entregar literatu-ra adventista. Na parte da tarde, a garotada foi testada em provas de atividades físicas e práticas do cotidiano do clube de desbrava-dores, como ordem unida, arte de acampar e nós e amarras.

Passeatas e fanfarras – Em Manaus, o Dia Mundial dos Des-bravadores foi repleto de ativida-des comunitárias: 350 voluntários doaram sangue e 4 mil pessoas, acompanhadas de fanfarras, fize-ram uma passeata na região leste da cidade. No município de Rio Preto da Eva, AM, onde há um internato adventista, 500 pessoas percorreram a cidade em passea-ta. O mesmo ocorreu em vários pontos de Boa Vista, RR.

Palmas para elesNo Dia Mundial dos Desbravadores, agremiação recebeu homenagens

por todo o Brasil e adolescentes participaram de atividades comunitárias

desbRavadoRes

Curitiba: Homenagens da Câmara de Vereadores e da Assembleia Legislativa. O Estado do Paraná tem 12 mil desbravadores

Distrito Federal: Foi oficializado o Dia do Desbravador. A região tem 5 mil desbravadores

Recife: Congresso terminou com bolo para 1,5 mil pessoas

Manaus: 4 mil pessoas desfilaram pela região leste da cidade e 350 doaram sangue

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Em Belém, PA, no dia 28 de abril, mais de 3 mil adolescentes marcharam pela cidade acom-panhados da banda da Guar-da Municipal. A concentração aconteceu na Praça Waldemar Henrique e seguiu até a Praça da República. Antes do desfile, o gru-po participou de um culto de gra-tidão ao ar livre.

Dengue e DVDs – Em Paranavaí, PR, o clube de desbrava-dores local ajudou no combate à dengue. No domingo, dia 21 de abril, os adoles-centes orientaram moradores da cida-de paranaense com o maior número de ca-sos da doença: quase 7 mil em 2013. Eles fizeram uma drama-tização sobre o tra-balho dos agentes

de saúde, distribuíram folhetos e recolheram lixo. A ação recebeu destaque da afiliada da Rede Glo-bo na região.

Em Porto Alegre, os desbrava-dores distribuíram abraços grátis, 1.600 DVDs missionários e convi-tes para uma semana de evange-lismo público dirigida pelo pastor Luís Gonçalves.

Serenata – Mas as atividades comunitárias dos voluntários não se limitaram, evidentemen-te, ao Dia Mundial dos Desbra-vadores. Na véspera do Dia das Mães, em Vila Velha, ES, os jo-vens do Clube de Líderes Mon-te Everest visitaram as pacientes do hospital infantil local. Eles cantaram, distribuíram abra-ços e DVDs missionários para as mães. Há quatro anos o grupo reali-za a ação. – Com re-portagem de Heloisa Kayser, Márcio To-netti, Fabiana Lopes, Adriano Alves, Re-bbeca Ricarte, Liane Prestes, Dayse Bezer-ra, Gustavo Aguiar, Lene Salles, Jackson França, Sidnei Cons-tante, Kelly Amaral, Bianca Lorini e Sidney Rodrigues.

Leonardo Leite Torres e Rosângela França

ColaboradoresNa região central do Amazo-

nas, na última semana de abril, uma caravana missionária visi-tou as cidades de Carauari, Tefé, Coari e Codajás convidando os adventistas e simpatizantes da igreja a participar de um pro-grama evangelístico noturno. Centenas de pessoas responde-ram ao convite em todos os mu-nicípios. As pregações ficaram por conta do novo líder dos ad-ventistas na região, pastor Sérgio Alan Caxeta. Como resultado da mobilização, 805 pessoas foram batizadas.

As celebrações foram precedi-das por um traba-lho de longo prazo das igrejas locais. Durante meses, os membros fo-ram motivados a intensificar seus momentos de de-voção diária e a

participar em pequenos grupos e duplas missionárias. A geografia local, desafiadora por causa dos rios e florestas, não impediu que os evangelistas chegassem aos rincões do Estado.

Rio Branco – O início de maio também foi atípico para os adven-tistas das cidades de Ariquemes, RO, e Rio Branco, AC. Em virtude da passagem da caravana de A Voz da Profecia, formada pelo quarte-to Arautos do Rei e o pastor Ivan Saraiva, mais de 2.200 pessoas acompanharam a programação. Lá, nove pessoas foram batizadas.

Mas o ponto alto da caravana foi em Rio Branco, onde durante

quatro noites, 2 mil convidados testemunharam o batismo de 39 pessoas. Líderes políticos estive-ram presentes e puderam sentir o calor humano do povo adventista. “A Igreja Adventista ajuda a elevar a vida cristã e a trazer os ensina-mentos de Jesus para uma socie-dade carente desses ensinos e do amor ao próximo”, elogiou o go-vernador do Acre, Tião Viana.

Curitiba – No dia 21 de abril, as duas sessões do programa Reencontro Imperdível reuniram 4.600 pessoas, sendo metade de-las ex-adventistas. Além dos mo-radores da Capital, dezenas de caravanas do interior paranaen-se chegaram ao Teatro Positivo, em Curitiba.

O programa não contemplou apenas o repertório dos cantores Sonete, Leonardo Gonçalves, Laura Morena e pastor Williams Costa Jr. Eles também compartilha-ram mensagens de espe-rança direcionadas àqueles que um dia fizeram parte da mesma família adven-tista e, por algum motivo, se afastaram.

Envolver o público no canto congregacional foi uma das formas de relem-brá-los dos momentos vivi-dos nos templos. No apelo,

dezenas de pessoas responderam ao convite de voltar à comunhão da igreja. O projeto Reencontro Imperdível já teve 40 edições, aju-dou a resgatar 10 mil ex-adventis-tas e acaba de ser transformado em um DVD ao vivo, a ser lança-do. – Com reportagem de Jefferson Paradello, Leonardo Leite Torres e Rosângela França.

Apelo em massaCaravanas missionárias no noroeste do Brasil

e reencontro no PR atraem milhares de pessoas

Missão

Quarteto Arautos do Rei passou por Ariquemes, RO, e Rio Branco, AC. Ao todo, 48 pessoas foram batizadas

40ª edição do programa Reencontro Imperdível atraiu 4.600 pessoas, em Curitiba. Metade delas eram ex-adventistas

Guarda de honraNo sul de Minas Gerais,

na posse dos vereadores e das prefeitas das cida-des de Volta Grande e Estrela Dalva, em ja-neiro, os Clubes de Des-bravadores Canaã (de Além Paraíba) e Con-quistadores (de Trimon-te) fizeram a guarda de honra da cerimônia. Na oportunidade, literatura cristã e o portfólio da Igre-ja Adventista foram entregues para as autoridades.

Vila Velha, ES: Pelo quarto ano seguido, líderes de desbravadores fizeram serenata para as mães dos pacientes do hospital infantil local

Porto Alegre: Adolescentes distribuíram abraços grátis, DVDs missionários e convites para um programa de evangelismo público

Amazonas: 805 pessoas batizadas em caravana missionária que visitou quatro cidades

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Bianca Lorini e Willian VieiraColaboradores

A distribuição massiva de DVDs missionários realizada por boa parte dos adventistas sul-americanos no dia 20 de abril foi estrategicamente prorrogada, em Porto Alegre, para o fim de sema-na seguinte. A razão? Conciliar a mobilização com uma grande série de evangelismo público em uma das capitais brasileiras mais desafiadoras para o adventismo.

A estratégia parece ter dado certo. Cerca de 4 mil pessoas acompanharam diariamente as pregações do pastor Luís Gon-çalves, evangelista adventista para a América do Sul, na Casa do Gaúcho. O centro de eventos foi palco da decisão de 241 pes-soas batizadas nos dias 28 de abril a 4 de maio, e de outras centenas que optaram, no mesmo período, por estudar a Bíblia.

Megamissão – Mas a arran-cada evangelística da capital gaú-cha começou horas antes do iní-cio da série de pregações. Mais de 5 mil pessoas se reuniram no tra-

dicional Anfiteatro Pôr do Sol, na Zona Sul. Lá, apresentações mu-sicais e estandes de prestação de serviço das frentes ministeriais da Igreja Adventista atraíram milha-res de gaúchos e facilitaram a dis-tribuição de 10 mil DVDs missio-nários, 20 mil panfletos sobre a TV Novo Tempo (canal aberto em Porto Alegre) e 20 mil con-vites da campanha evangelística.

Entre os oradores do encon-tro, destaque para os líderes de jovens, pastores Areli Barbosa e Elmar Borges. Além das auto-ridades eclesiásticas, o prefeito de Porto Alegre, José Fortunati, também compareceu à abertura da programação.

“Tenho acompanhado o tra-balho, as funções e as missões da Igreja Adventista. De um lado quero elogiar o trabalho espi-ritual que a Igreja tem realiza-do, um trabalho diferenciado, de agregação e transformação. E de outro lado o trabalho social. Esta-mos na Terra e temos uma missão que é salvar vidas”, destacou o ges-tor municipal.

Missão urbana – A mobilização em Por-to Alegre faz parte da ênfase mundial dos ad-ventistas na evangeliza-ção das grandes cida-des. O plano é que na Capital gaúcha ações de médio e longo prazos das sedes administrati-vas e das igrejas locais deem continuidade ao evento expressivo, mas pontual, do fim de abril.

“Escolhemos o título

‘A última esperança’ para essa sé-rie porque sabemos que o ser hu-mano tenta buscar soluções do jeito dele e, na maioria das vezes, não consegue nada. Então, o ob-jetivo foi mostrar que a última e a única esperança é Jesus”, explicou o pastor Luís Gonçalves, orador da série e do programa Arena do Futuro da TV Novo Tempo.

Conversões – Durante o even-to, dezenas de pessoas, casais e fa-mílias inteiras decidiram abraçar a fé adventista. Foi assim com Fer-nanda Rocha, que pediu demissão do emprego para observar o sá-bado. “Empregos existem vários, mas a vida eterna é uma só”, jus-tificou Fernanda.

Outro exemplo de conversão é o de Juliana Freitas e seu na-morado Mauro Celos. Os dois foram os primeiros alcançados pelo Ministério Adventista dos Surdos (MAS) da região leste do Rio Grande do Sul. O casal com-pareceu a todas as reuniões. Os organizadores cuidaram para que todo o programa tivesse tradução para Libras.

Grande parte das pessoas al-cançadas no evangelismo já tinha tido contato com a mensagem ad-ventista por intermédio da Rádio e TV Novo Tempo. É o caso do ex-pastor de uma denominação cristã, Lugerio Medeiros e sua es-posa, Charlane Lima. A decisão deles foi influenciada pelos pro-gramas Na Mira da Verdade e Está Escrito.

Teoria e práti-ca – A participa-ção do pastor Luís Gonçalves no pro-grama de Porto Ale-gre não se resumiu às pregações noturnas. No período da ma-nhã, ele e o pastor Marcelo Cardoso,

evangelista para o Sul do Brasil, ministraram aulas expositivas para 153 pastores dos três esta-dos da região.

À tarde, os pastores visitaram famílias, colocando em prática o que aprenderam na teoria. Ini-ciativas semelhantes já haviam sido realizadas em Santa Cata-rina e em outros países, como o Equador.

“Depois de 29 anos de ministé-rio, descobri que é possível fazer evangelismo de maneira agradá-vel e fácil. Estou disposto e ani-mado para chegar à minha região e reestruturar meu planejamen-to, envolvendo minha igreja ainda mais nesse projeto”, disse o pastor Renato Carvalho, líder da Igreja de Vila Jardim, em Porto Alegre.

Para o pastor Ricardo Olivei-ra, atuante em Três Barras, PR, o aprendizado da escola de evange-lismo deve fortalecer um trabalho já iniciado na sua cidade. “Nós te-mos um salão alugado que recebe em média dez pessoas nas reu-niões. O aprendizado que tive aqui me trouxe muitas ideias para apli-car no estabelecimento da nova igreja de Três Barras”, explica o que assimilou das aulas.

Arrancada evangelísticaSérie de pregações leva 241 pessoas ao batismo em Porto Alegre. Campanha

foi precedida por um megaevento comunitário e marca o início das ações

de missão urbana na cidade

Missão

Quatro mil pessoas na Casa do Gaúcho a cada noite ouviram as pregações e convites do pastor Luís Gonçalves (ao lado)

José Fortunati: Elogio do prefeito para o resultado agregador e transformador da missão da Igreja Adventista

Casais e famílias inteiras, incluindo surdos, tomaram a decisão pelo batismo no evento

Escola: 153 pastores aprenderam na prática sobre evangelismo público

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Jael EneasColaborador

Com motivação para servir até os extremos da Terra, 116 jovens participaram do 1º Congresso do Serviço Voluntário Adventista (SVA) no Brasil, no dia 27 de abril. O evento organizado pelo Unasp, campus Hortolândia, serviu para ampliar a visão sobre missão dos participantes e motivá-los a experi-mentar uma missão transcultural.

Quem foi ao congresso, teve a inspiração de ouvir histórias curio-sas de voluntários que serviram em Madagáscar, Ilhas Marshall, Mo-çambique, República Democráti-ca do Congo e outros países.

À tarde, houve a dedicação de um protótipo do Mapa Global do Voluntariado, monumento em aço e concreto que será inaugurado no campus Hortolândia por ocasião do “I Will Go 2.0”, congresso interna-cional a ser realizado pela primeira vez no Brasil, em 2015. A próxima edição argentina vai ser realizada nos dias 5 a 7 de setembro, na Uni-versidade Adventista del Plata.

Programação – Durante a pro-gramação, a expectativa era gran-

de. Ao vestirem cami-setas com a estampa “Jovens sem Frontei-ras”, os congressistas imprimiram dimen-são global ao con-gresso: a cada povo, tribo, língua e nação. Esta é a visão bíbli-ca de que o evange-lho eterno é para ser proclamado de forma

global, onde a fronteira é o mundo. Marcaram presença a coorde-

nadora do SVA para a América do Sul, Dra. Débora Siquera, o reitor do Seminário Adventista Latino-americano de Teologia (Salt), Dr. Reinaldo Siqueira, e o coordena-dor do SVA no Estado de São Pau-lo, pastor Emmanuel Guimarães. Toda estrutura musical do even-to esteve a cargo do Ministério de Louvor Tom de Vida, sob a batu-ta do maestro Wanderson Paiva.

O mundo clama – A profes-sora Débora Siqueira abriu o con-gresso com uma informação de ti-rar o fôlego: “Hoje existem mais de 400 projetos em 30 países cla-mando por voluntários”. Com o site do SVA projetado na tela, Dé-bora explicou passo a passo como se habilitar para servir em mis-sões transculturais.

Atualmente, vinte missioná-rios estrangeiros atuam na Amé-rica do Sul e 79 sul-americanos servem como voluntários. Desse grupo, trinta trabalham em países sul-americanos e 49 no restante do mundo, incluindo a desafiado-ra Janela 10/40, a faixa de terra que vai do oeste da África até a Ásia.

No sermão, o reitor do Salt, pastor Reinaldo Si-queira, arguiu que “ser voluntário é ir a todas as nações preparar pessoas para se encontrarem com Jesus”. Lembrou também as palavras de Deus a Jere-mias: “Antes que Eu te for-masse no ventre materno, Eu te conheci, te consa-grei e te constitui profeta às

nações” (Jr 1:5). E, concluiu: “Ser um voluntário adventista é ser mensageiro para reparar brechas”.

A aluna do curso de adminis-tração, Thyara Barisevicius, disse estar ansiosa para fazer sua ins-crição no site do projeto. “Quero ir e deixar uma marca de esperan-ça”, garantiu.

Histórias – A cada testemunho, os participantes recebiam nova dose de adrenalina. A dentista Luciana Marquart surpreendeu o público ao contar que “tratou den-tes fraturados de malgaxes e ma-laios por comerem arroz com pe-dras”. Luciana serviu por um ano em Madagáscar, na capital Anta-nanarivo, em 1999.

O casal Harry e Luanna Knoener também testemunhou. Pais de uma criança recém-nas-cida, eles disseram que “depois de vencer desafios culturais e lin-guísticos, você retorna para seu país totalmente diferente”. Lu-anna assegurou que vale a pena ser um voluntário adventis-ta. “Você deixa de reclamar das coisas e passa a valorizar mais a vida”, opinião com-partilhada pelo esposo. Eles atuaram por quase dois anos nas Ilhas Marshall, na área de tecnologia educacional.

O médico Edgard de Oli-veira gostou tanto da missão transcultural, que foi duas vezes. Atuou quatro anos na República Democrática do Congo e por dez anos serviu no Togo, onde fundou um hospital adventista.

Com participações bem recentes, se apresentaram o universitário Pedro Valença de Almeida (Guiné Bissau) e a dupla de alunos Raul Ca-milo e Rafael Soares (Ma-naus, Brasil).

Em rota contrária, tes-temunhou também o ita-liano Benny Ferraro, que ensina sua língua materna no Unasp, campus Engenheiro Coelho. “Eu vi o anúncio na

Revista Adventista, inscrevi-me e aqui estou”, explicou. Ele disse também que o maior benefício de participar foi ter sua fé forta-lecida. “Tive outra vez vontade de permanecer na igreja”, avaliou.

Servir está no sangue – “Ser-vir faz parte do DNA do Unasp”, pontuou o reitor do centro uni-versitário, professor Euler Bahia. “Há poucos dias, aprovamos mais sete projetos de voluntariado para a América do Sul, África, Ásia e o próprio Brasil”, adiantou o profes-sor Euler. O Unasp também rea-liza um trabalho social e evange-lístico com uma comunidade de quilombolas no Sertão do Valon-go, em Santa Catarina. Lá, atuam 50 alunos. – Com reportagem de Charlise Alves.

A fronteira é o mundoCongresso inédito no Brasil promove as missões transculturais e recruta

voluntários

voluntaRiado

Mais de 110 congressistas participaram de encontro sobre missões transculturais no Unasp, campus Hortolândia

O casal Harry e Luanna Knoener serviu por quase dois anos na área de tecnologia educacional, nas Ilhas Marshall

Quero participar!Nesta entrevista ping-

pong com a coordenado-ra do Serviço Voluntário Adventista, Débora Si-queira, você descobre como.

O que é SVA?É um programa oficial

da Igreja Adventista que provê serviço voluntário temporário.

Quem pode participar?Jovens, adultos, estudantes e profissionais

adventistas batizados, entre 18 e 79 anos.

Como fazer meu cadastro?Acesse www.voluntariosadventistas.org

ou www.adventistvolunteers.org e clique no link “quero ser voluntário”.

No que posso servir?Você pode atuar nas áreas de educa-

ção, evangelismo e saúde, entre outras. O domínio de línguas pode ampliar suas oportunidades.

E para participar do congresso interna-cional “I Will Go 2.O”?

Acesse http://iwillgo.uap.edu.ar. Mapa global: Voluntários apontam onde atuaram ou desejam trabalhar

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Felipe LemosColaborador

A Comissão Diretiva Plenária da sede sul-americana da Igre-ja Adventista, instância máxi-ma de decisões da denominação em oito países do continente, co-meçou suas reuniões no dia 17 de maio, em forte ambiente de espiritualidade.

Na sexta-feira, o batismo de Haidee de Oliveira Davanzo, de Varginha, MG, inspirou o grupo. Haidee anda 15 quilômetros a pé em estrada de chão para chegar à congregação adventista mais pró-xima de sua casa. Ela conheceu a mensagem adventista através da TV Novo Tempo e saiu literal-mente a procurar uma igreja.

Ainda em clima de celebra-ção, os líderes foram no dia se-guinte à cidade de Abadiânia, GO, para testemunhar a dedica-ção da reformada Igreja do Ins-tituto Adventista Brasil Central (Iabc). O novo templo do inter-nato tem capacidade para abri-gar 600 pessoas. A instituição, que tem 28 anos de existência, está ampliando sua estrutura de dormitórios e outros prédios administrativos.

O prefeito local, Wilmar Go-mes Arantes, disse que assim que a escola oferecer cursos do ensi-no superior, a prefeitura oferece-rá transporte gratuito da cidade para o internato.

Bíblia do Ancião – Na segunda-feira, dia 20, foi lançada a Bíblia do Ancião, edi-ção especial do Livro Sagrado com mate-riais adicionais úteis para os líderes volun-tários das 24 mil con-gregações adventistas do continente. A Bí-blia contém um guia de estudos preparado pelo pastor Mark Fin-ley e várias orienta-ções específicas para

o trabalho prático dos anciãos.

Eutanásia – Nas reuniões, foi registrado também o voto toma-do pela sede mundial da Igreja Adventista a respeito do atendi-mento a pacientes em estado ter-minal. A denominação se opõe “à eutanásia ativa, tomada inten-cional da vida de uma pessoa que está sofrendo ou morrendo”, diz o texto aprovado. O material tam-bém traz orientações sobre como profissionais de saúde e pastores devem lidar com familiares de pa-cientes terminais.

Discipulado – A ênfase no pro-cesso do discipulado foi dada atra-vés do testemunho da jovem Ága-tha Cristiane, membro da Igreja do Guará, DF. Ela, que foi instru-tora bíblica de outra denomina-ção cristã, agora é responsável por uma classe de discipulado na sua igreja. A meta dos líderes para o ano é implantar o chamado ci-clo do discipulado em pelo me-nos 20% das igrejas mais missio-nárias do continente.

Para 2014, outra ênfase no dis-cipulado será a celebração do dia de multiplicação dos pequenos grupos, marcado para 9 de agos-to. Nessa data, um culto especial vai assinalar a comemoração pela criação de novos pequenos grupos.

Idosos – Outro segmento ou ministério da Igreja Adventista

que receberá mais atenção é o dos idosos. Para dar apoio aos mais experientes ficou decidido que, nas sedes administrativas, esse atendimento especial será dado pelos secretários. Na área da Es-cola Sabatina, um documento aprovado na reunião propõe que o programa da escola mundial seja cada vez mais integrado com a dinâmica dos pequenos grupos. Esse seria um caminho, segun-do os líderes, de reforçar o sen-so de comunidade e o foco mis-sionário idealizados para a Escola Sabatina.

Um ano em missão – Um dos projetos apresentados na reunião que mais gerou expectativa nos líderes é a ideia de enviar um jovem voluntário de cada região administra-tiva da América do Sul, as chama-das Uniões, para uma experiência de evangelização de seis meses no Uruguai.

O plano é que esses 16 jovens, que serão financia-dos integralmente pela denominação, ajudem em proje-tos comunitários e séries de pregação pública nos bairros

mais elitizados de Montevidéu. Já no segundo semestre de 2014, a ideia é que os voluntários voltem para seus países a fim de servir em suas regiões de origem.

A inciativa é fruto de experiên-cias semelhantes recentes e po-sitivas. Marcus Vinícius Silva e Larissa Vieira, por exemplo, de-dicam o ano de 2013 como mis-sionários em Araguaína, TO. Liz Motta, por sua vez, participa do projeto mundial One Year in Mis-sion, como a única representan-te sul-americana. “Aprendi que evangelismo não é apenas um programa pontual”, explicou Liz, via internet, diretamente de Nova York, onde está aprendendo sobre missão.

Próximas metasIgreja sul-americana vai dar mais atenção para os idosos e aos projetos de voluntariado para os jovens, além de estimular a multiplicação de PGs e a implantação do ciclo do discipulado

institucional

Oração de consagração da Bíblia do Ancião. Edição especial tem material adicional com estudos bíblicos e orientações práticas para os líderes

Líderes sul-americanos conheceram a nova Igreja do Instituto Adventista Brasil Central, com capacidade para 600 pessoas, e testemunharam o batismo de Haidee de Oliveira Davanzo, que caminha 15 km para congregar no interior de Minas Gerais (no detalhe)

Momento de intercessão pelos jovens que estão dedicando o ano de 2013 para a evangelização da cidade de Araguaína, TO. Em 2014, 16 voluntários atuarão por seis meses em Montevidéu, Uruguai

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Gente

Bodas de Ouro (50 anos)De Paulo e Lindaura Peruzzo,

em Presidente Prudente, SP, pelo pastor Thiago Zorato. O casal tem quatro filhos e sete netos.

De Isaac Pereira e Julinete de Araújo Santos, na Igreja Central de Artur Nogueira, SP, pelo pastor Dir-son Santos. Eles atuaram como mis-sionários na lancha Luminar II, no norte do estado de Minas Gerais, e na área de enfermagem no Hospi-tal Silvestre, no Rio de Janeiro, RJ. O casal tem três filhos e cinco netos.

Bodas de Diamante (60 anos)

De Jerônimo Francisco e Tereza Badoco de Andrade. A cerimônia foi oficiada pelo pastor Paulo Silas, em São Paulo, SP. O casal tem oito fi-lhos, 17 netos e cinco bisnetos.

De Ondino Simões e Irene de Sá Miranda, em Blumenau, SC, pelo pastor Eloy Simões Miranda, irmão de Ondino. O casal tem três filhos.

De Edgar Timm e Alma Richardt Timm, em Pelotas, RS, pelo pastor Adalmiro John de Andrade. O casal tem duas filhas e cinco netos.

De Delcio e Maria Duarte Cor-rêa, na Igreja de Progresso, em Belo Horizonte, MG, pelo pastor Terso de Oliveira Duarte. O casal tem 10 fi-lhos e 19 netos.

Primeira-dama ganha exemplar de O Grande Conflito

Durante uma visita à primeira-da-ma do estado de São Paulo, Maria Lúcia Alckmin, representantes da ADRA apresentaram as ações so-ciais realizadas na cidade de Bar-retos, SP. A esposa do governador foi presenteada com um exemplar do livro O Grande Conflito, entregue pela assistente social Neuza Ferraz e pelos donos da Escola Fortes, Mário Nunes e Marinília Valle.

“Casa Publicadora, bom-dia!”

No mês de abril, Nadir de Olivei-ra e seu esposo Wagner Fernan-des se despediram da CPB, após mais de 40 anos servindo à edito-ra. O casal exerceu várias funções ao longo desse período e, nos últimos 30 anos, Nadir ocupava o cargo de telefonista. Ela se tornou conhecida pelo entusiasmo com que atendia às ligações, sua marca registrada. Algu-mas pessoas ligavam para a CPB só para receber um bom-dia animado. “Agradeço pelos dias maravilhosos que passei aqui”, declarou.

Governador da Paraíba recebe livros da Igreja

Em visita à cidade de Princesa Isa-bel, PB, o governador Ricardo Cou-tinho recebeu das mãos do pastor Sandson Magalhães os livros A Gran-de Esperança e Socorro! Estão me Se-guindo (CPB). Ao receber, o gover-nador destacou a importância da li-teratura e os desafios de ser líder.

vida e saúde Vacinas – Aliadas

da saúde pública mundial, elas erradicam doenças e previnem da gripe ao câncer.

Alergias – Dá para evitar esse incômodo com medidas simples de prevenção. Acredite!

Como anda sua autoestima? – Atitudes simples podem ajudar você a desenvolvê-la.

nosso amiguinho

Página da Luísa – Aprenda a fazer chipa, um delicioso lanche que lembra o pão de queijo.

Bate-papo – Nosso amigo Quico abre o coração e nos dá uma entrevista.

Aventuras da Turma – Um jogo de futebol foi o suficiente para dar ao Quico uma grande lição sobre espírito esportivo.

nosso amiguinho Júnior

É muito importante que cada um de nós tenha um espaço para morar. Não importa como seja sua casa, é nela que você se sente à vontade. Uma casa traz aquela sensação boa de que há um cantinho todo seu.

Revistas de junho

Contra o abuso sexualNo dia 18 de maio, data de mobilização nacional contra a exploração

sexual de crianças e adolescentes, 500 voluntários vestidos com a ca-miseta do projeto Que-brando o Silêncio fizeram uma passeata pelas ruas de Barreiras, oeste baia-no. Uma concentração na Praça Castro Alves encer-rou a manifestação. No dia anterior, 17, cerca de mil pessoas marcharam pelas ruas de Arthur No-gueira, no interior pau-lista, pedindo também o fim da violência contra os menores.

Policlínica e missão urbanaTornar a Igreja do Aleixo, em Manaus, um centro de influência na co-

munidade é o objetivo de um grupo de profissionais de saúde que dedica todos os sábados à tar-de para atender gratui-tamente à população. São oferecidas espe-cialidades como clíni-ca médica, psicologia, odontologia, dermato-logia, fonoaudiologia e farmácia. Todas as pes-soas atendidas rece-bem visita de duplas missionárias e são con-vidadas a participar de uma classe bíblica.

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41Revista Adventista I junho • 2013

Anita Schulz – Aos 56 anos, em Presiden-te Venceslau, SP, de aci-dente automobilístico. Era adventista havia 40

anos. Atuou como diaconisa e na ação social. Deixa filhos e netos.

Antônio Martins Dan-tas – Aos 74 anos, em Sete Lagoas, MG. Atuou como pastor em Manaus, Rondônia, Belém, Porto

Alegre, Mato Grosso do Sul e, por úl-timo, em Minas Gerais, onde se apo-sentou por motivo de saúde. Deixa esposa, três filhos e dois netos.

Benedito Spada – Aos 87 anos, em Maringá, PR, de insuficiência cardíaca. Era adventista havia mais de 60 anos. Frequentava

a Igreja Central da cidade. Atuou em diferentes áreas da igreja, principal-mente na ação missionária. Deixa es-posa, três filhas e cinco netos.

Cristina Rebelo da Cruz Morgan – Aos 43 anos, em Hortolândia, SP, de pneumonia. Era adven-tista havia quase 30 anos.

Trabalhou no Hospital Adventista de São Paulo e como professora no IASP. Deixa esposo e dois filhos.

Elias Cerda – Aos 75 anos, em Taquara, RS, de parada cardíaca. Era adventista havia 58 anos. Frequentava a Igreja do

IACS. Trabalhou na CPB e na gráfica da Associação Geral. Deixa esposa, dois filhos e netos.

Ercília Ribeiro de Mo-raes – Aos 90 anos, em Valparaíso de Goiás, GO, de falência múltipla de órgãos. Era adventista

havia 65 anos. Atuou como direto-ra da ação social, diaconisa e em ou-tras funções por muitos anos. Deixa seis filhos, netos, bisnetos e trinetos.

Fausto Luiz de Moura – Aos 98 anos, em Cam-pina Grande, PB. Era ad-ventista havia 80 anos. Pioneiro da igreja na ci-

dade, foi por décadas ancião e lí-der de vários departamentos. Deixa esposa, sete filhos, 15 netos e sete bisnetos.

Francisco Queiroz San-tiago – Aos 79 anos, em Araci, BA. Era adventis-ta havia 38 anos. Atuou no diaconato, no traba-

lho missionário e na construção de igrejas no interior da Bahia. Deixa esposa, oito filhos, 24 netos e nove bisnetos.

Haroldo Doll – Aos 80 anos, em Artur Noguei-ra, SP. Era adventista des-de a infância. Frequenta-va a Igreja Central da ci-

dade. Atuou como tesoureiro, diáco-no e ancião. Deixa esposa, duas filhas, genros e netos.

Hilda Maus – Aos 71 anos, em Joinville, SC, de fibrose pulmonar. Foi diaconisa na Igreja de Itapema do Norte, em

Itapoá, SC. Deixa esposo e filhos.

Jacy de Camargo Or-tolan – Aos 84 anos, em Campinas, SP, de choque séptico. Foi membro da Igreja Central da cidade

por 53 anos. Deixa esposo, quatro fi-lhos e seis netos.

João Silvério da Silva – Aos 79 anos, em Bragan-ça Paulista, SP, de aciden-te automobilístico. Era adventista havia cinco

anos. Deixa esposa, 10 filhos e netos.

José Vicente Basílio – Aos 85 anos, em Planal-mira, GO. Atuou como diácono por vários anos. Deixa esposa, seis filhos,

11 netos e uma bisneta.

Maria Teixeira Nunes dos Anjos – Aos 57 anos, no Rio de Janeiro, RJ, de parada cardíaca. Fre-quentava a Igreja do Lote

14, no bairro Santa Cruz. Exercia vá-rias funções, entre elas, a de diaconisa, cozinheira do Clube de Desbravado-res, auxiliar da ação social e do traba-lho missionário. Deixa esposo e filhas.

Martins Bergamo – Aos 83 anos, em Marília, SP, de AVC. Foi pioneiro da igre-ja em diversas cidades do Oeste paulista, como Ou-

rinhos, Marília e Campos Novos Paulis-ta. Atuou na ação missionária, no Clu-be de Desbravadores e em outros de-partamentos. Deixa esposa, quatro fi-lhos, 10 netos e quatro bisnetos.

Nilton Herédia – Aos 65 anos, em Três Lago-as, MS, de infecção ge-neralizada. Era adven-tista havia 31 anos. Fre-

quentava a Igreja Central da cida-de. Participou na construção de di-versas igrejas no interior do estado de São Paulo. Deixa esposa, três fi-lhas e netos.

Onézimo de Oliveira Duarte – Aos 82 anos, de acidente automobi-lístico. Atuou como pas-tor durante 35 anos nos

estados de Minas Gerais e Rio de Ja-neiro. Deixa esposa, filhos e netos.

Palmira Borges da Sil-va – Aos 89 anos, em Brotas, SP, de câncer de estômago. Frequentava a Igreja Central da cida-

de havia 35 anos. Deixa oito filhos, 18 netos e oito bisnetos.

Plácida Mariana de Sá – Aos 78 anos, em Ribei-rão Preto, SP, de infec-ção generalizada. Era adventista havia 47 anos.

Atuou como tesoureira por 12 anos, na Igreja do Parque dos Servidores. Deixa um filho e três netos.

Sidney da Costa Nu-nes – Aos 59 anos, em Hortolândia, SP, de AVC. Era adventista havia 17 anos. Frequentava a

Igreja Central da cidade. Serviu vá-rios anos como ancião e, atualmen-te, era diretor de Pequenos Grupos e cantava no coral da igreja. Deixa es-posa, três filhos e dois netos.

Ticiani Moreira Lara – Aos nove anos, em Ita-peva, SP, de hemorragia cerebral. Era membro da Igreja Central da cidade.

Deixa familiares.

Treinamento a bordoAssim como os discípulos de Cristo, que muito apren-

deram com o Mestre a bordo de um barco, cerca de cem voluntários também subiram em uma embarca-ção, no Rio de Janeiro, para receber treinamento so-bre como “pescar homens”. O encontro do dia 21 de abril foi marcado por troca de experiências, reconsa-gração e o compromisso assumido pelos pregadores voluntários de levar 300 pessoas ao batismo até julho.

65 anosNo dia 20 de abril, a Igreja do Curuçá, em Santo André,

SP, comemorou 65 anos. A formação da primeira congrega-ção do ABC Paulista teve participação direta de servidores da Casa Publicadora Brasileira que, até meados da déca-da de 1980, ficava localizada em Santo André. Participaram da cerimônia as duas únicas pioneiras da igreja que ainda vi-vem, Trindade e Eunice. A congregação tem 150 membros.

Trezentos administradores financeiros, diretores de escolas, líderes de publicações, profissionais de TI e gestores de hospitais da Região Centro-Oes-te estiveram no Instituto Adventista Brasil Cen-tral (Iabc), no interior de Goiás, para acompanhar um Seminário de Gestão e Liderança, no início de maio. Priorizar a missão foi o foco do encontro, que teve a presença do pastor Robert Lemon, te-soureiro da sede mundial da Igreja.

Rápida

F a l e c i M e n t o s“Bem-aventurados os que desde agora morrem no Senhor” Ap 14:13

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