evolução legislativa

Download Evolução legislativa

If you can't read please download the document

Upload: yule

Post on 05-Jan-2016

64 views

Category:

Documents


0 download

DESCRIPTION

Evolução legislativa O Livro V das Ordenações Filipinas (Felipe I, 1595), legislação que não contemplava o princípio da reserva legal, tratava de forma assistematizada as condutas que podem ser consideradas análogas ao atual crime de contrabando ou descaminho, do art. 334, do CP. - PowerPoint PPT Presentation

TRANSCRIPT

Apresentao do PowerPoint

Evoluo legislativa

O Livro V das Ordenaes Filipinas (Felipe I, 1595), legislao que no contemplava o princpio da reserva legal, tratava de forma assistematizada as condutas que podem ser consideradas anlogas ao atual crime de contrabando ou descaminho, do art. 334, do CP.

Estabelecia a Lei, e.g., que certas "cousas" no poderiam ser levadas para fora do Reino sem licena de "El-Rey".

A pena para a infrao era o perdimento dos bens, a metade para quem o denunciasse e a outra metade para o Reino, alm do degredo A licena do Rei custava o pagamento de duas dzimas (Quinto).

Legislao Social e TributriaCRIMES TRIBUTRIOSMarqus de Pombal, 1 Ministro de D. Jos I (dcada de 1760), reformulou a legislao e introduziu a modalidade de tributo denominada "Avena", que consistia no pagamento, ao Reino, de uma parcela da produo industrial e agrcola. (Pierangeli, Cdigos Penais do Brasil, pag. 172, 2 ed., RT).

O Sistema Tributrio no reclamava, devido sua simplicidade, disciplina legislativa criminal, mesmo porque, inexistindo o princpio da reserva legal, acabava por prevalecer a vontade do Rei.

Legislao Social e TributriaCRIMES TRIBUTRIOSA primeira alterao considervel veio com o Cdigo Criminal do Imprio que, em seu art. 1, consagrava o princpio da legalidade em matria penal e, por consequncia, obrigou perfeita descrio das condutas criminosas, inclusive aquela conduta considerada lesiva ao "Thesouro.

art. 177 - Importar ou exportar gneros ou mercadorias prohibidas; ou no pagar os direitos dos que so permitidos, na sua importao ou exportao.

Legislao Social e TributriaCRIMES TRIBUTRIOSO primeiro CP da Repblica (1890), no seu Ttulo VII (Dos Crimes Contra a Fazenda Pblica), cujo nico captulo continha somente o art. 265, "qualifica" assim o crime de contrabando:

"Importar ou exportar, gneros ou mercadorias prohibidas; evitar no todo ou em parte o pagamento dos direitos e impostos estabelecidos sobre a entrada, sahida e consumo de mercadorias, e por qualquer modo iludir ou defraudas esse pagamento".

Legislao Social e TributriaCRIMES TRIBUTRIOSA Consolidao das Leis Penais Dec. 22213/32, tratou igualmente dos crimes contra a Fazenda Pblica, definindo tambm apenas o crime de contrabando em seu artigo 265, porm, agregando outras condutas ao tipo, como importar e fabricar rtulos de bebidas e quaisquer outros produtos nacionais como se fossem estrangeiros, disciplinou a navegao de cabotagem dos navios estrangeiros, etc.

A incluso das "novas" condutas na realidade foi mera incorporao de tipos penais previstos em leis esparsas, como o do art. 4 da Lei 123/1892, do art. 1 do Decreto 1425-B/1905 e do art. 56 da Lei 4.440/1921.

Obs. Tanto o Cdigo Penal de 1890 quanto a Consolidao de 1932 consideravam inafianvel o crime de contrabando arts. 406 de ambos.

Legislao Social e TributriaCRIMES TRIBUTRIOSO CP de 1940 tratou do "Contrabando ou Descaminho" no seu art. 334, inserindo-o no captulo dos "Crimes Praticados por Particular Contra a Administrao em Geral", enxugando o tipo penal para criminalizar as condutas de exportar ou importar mercadoria proibida ou iludir, no todo ou em parte, o pagamento de direito ou imposto devido pela entrada, pela sada ou pelo consumo de mercadoria.

Manteve a penalizao da navegao de cabotagem fora dos casos permitidos em lei e do fato assimilado, em lei especial, a contrabando ou descaminho.Legislao Social e TributriaCRIMES TRIBUTRIOSDevido crescente complexidade da legislao e quantidade de dispositivos penais-tributrios distribudos em leis esparsas (ex. art. 11 da Lei 4.357/64 equiparou ao crime de apropriao indbita o no recolhimento de valores relativos ao IR, descontados pelas fontes pagadoras, ao Imposto de Consumo, indevidamente creditados na escriturao fiscal, e ao Imposto do Selo, recebidos de terceiros) e diante da progressiva complexidade das prprias relaes e obrigaes tributrias, tornou-se necessria a reunio dos tipos penais-tributrios existentes e a tipificao de outras condutas.Legislao Social e TributriaCRIMES TRIBUTRIOSFoi promulgada, ento, a Lei 4.729/65, diploma que, no dizer de Xavier de Albuquerque (ex-Presidente do STF), conferiu cidadania e positividade ao nosso Direito Penal Tributrio, tipificando, em seu art. 1, as diversas condutas consideradas crimes de sonegao fiscal e, em seu art. 2, estabelecendo a extino da punibilidade de tais crimes quando o tributo fosse recolhido antes do incio, na esfera administrativa, da ao fiscal prpria, determinando, em seu art. 7, que a autoridade administrativa remeteria imediatamente os elementos de comprobatrios da infrao penal-fiscal ao MP, e este, entendendo-os suficientes, ofereceria desde logo a denncia.

de se notar, alis unanimidade entre os autores, que a Lei 4.729/65, ao tipificar os delitos de sonegao fiscal, conferiu-lhes natureza de crimes formais, definindo a conduta e a inteno do agente como crime consumado, relegando a mero exaurimento a obteno da vantagem pretendida.

Legislao Social e TributriaCRIMES TRIBUTRIOSA histria se repetiu e, enquanto vigorava a LSF, tnhamos a previso de crimes de sonegao fiscal nesta e nas demais leis ou regulamentos, de natureza tributria ou previdenciria, que dispunha sobre o IR, o IPI e a Previdncia Social.

Com o advento da Lei 8.137/90, concentraram-se todos os delitos contra a ordem tributria em um s estatuto.Legislao Social e TributriaCRIMES TRIBUTRIOSA principal alterao trazida pela Lei 8.137/90 se deu na natureza dos delitos tributrios, transformados de crimes formais em materiais ou de resultado.

A lei foi promulgada no auge do prestgio poltico do ex-Presidente Fernando Collor de Melo (27.12.1990), quando ainda era sua Ministra da Economia a Sra. Zlia Cardoso de Melo.Legislao Social e TributriaCRIMES TRIBUTRIOSLEI N 8.137, DE DEZEMBRO DE 1990Define crimes contra a ordem tributria, econmica e contra as relaes de consumo, e d outras providncias.

O PRESIDENTE DA REPBLICA, fao saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte lei:

CAPTULO IDos Crimes Contra a Ordem TributriaSeo IDos crimes praticados por particulares

Legislao Social e TributriaCRIMES TRIBUTRIOSArt. 1 Constitui crime contra a ordem tributria suprimir ou reduzir tributo, ou contribuio social e qualquer acessrio, mediante as seguintes condutas: (Vide Lei n 9.964, de 10.4.2000)

I - omitir informao, ou prestar declarao falsa s autoridades fazendrias;

II - fraudar a fiscalizao tributria, inserindo elementos inexatos, ou omitindo operao de qualquer natureza, em documento ou livro exigido pela lei fiscal;Legislao Social e TributriaCRIMES TRIBUTRIOS III - falsificar ou alterar nota fiscal, fatura, duplicata, nota de venda, ou qualquer outro documento relativo operao tributvel;

IV - elaborar, distribuir, fornecer, emitir ou utilizar documento que saiba ou deva saber falso ou inexato;

V - negar ou deixar de fornecer, quando obrigatrio, nota fiscal ou documento equivalente, relativa a venda de mercadoria ou prestao de servio, efetivamente realizada, ou fornec-la em desacordo com a legislao.

Pena - recluso de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa.Legislao Social e TributriaCRIMES TRIBUTRIOS Pargrafo nico. A falta de atendimento da exigncia da autoridade, no prazo de 10 (dez) dias, que poder ser convertido em horas em razo da maior ou menor complexidade da matria ou da dificuldade quanto ao atendimento da exigncia, caracteriza a infrao prevista no inciso V.Legislao Social e TributriaCRIMES TRIBUTRIOSArt. 2 Constitui crime da mesma natureza: (Vide Lei n 9.964, de 10.4.2000)

I - fazer declarao falsa ou omitir declarao sobre rendas, bens ou fatos, ou empregar outra fraude, para eximir-se, total ou parcialmente, de pagamento de tributo;

II - deixar de recolher, no prazo legal, valor de tributo ou de contribuio social, descontado ou cobrado, na qualidade de sujeito passivo de obrigao e que deveria recolher aos cofres pblicos;Legislao Social e TributriaCRIMES TRIBUTRIOS III - exigir, pagar ou receber, para si ou para o contribuinte beneficirio, qualquer percentagem sobre a parcela dedutvel ou deduzida de imposto ou de contribuio como incentivo fiscal;

IV - deixar de aplicar, ou aplicar em desacordo com o estatudo, incentivo fiscal ou parcelas de imposto liberadas por rgo ou entidade de desenvolvimento;Legislao Social e TributriaCRIMES TRIBUTRIOS V - utilizar ou divulgar programa de processamento de dados que permita ao sujeito passivo da obrigao tributria possuir informao contbil diversa daquela que , por lei, fornecida Fazenda Pblica.

Pena - deteno, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.Legislao Social e TributriaCRIMES TRIBUTRIOSSeo IIDos crimes praticados por funcionrios pblicos Art. 3 Constitui crime funcional contra a ordem tributria, alm dos previstos no Decreto-Lei n 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Cdigo Penal (Ttulo XI, Captulo I):

I - extraviar livro oficial, processo fiscal ou qualquer documento, de que tenha a guarda em razo da funo; soneg-lo, ou inutiliz-lo, total ou parcialmente, acarretando pagamento indevido ou inexato de tributo ou contribuio social;Legislao Social e TributriaCRIMES TRIBUTRIOS II - exigir, solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da funo ou antes de iniciar seu exerccio, mas em razo dela, vantagem indevida; ou aceitar promessa de tal vantagem, para deixar de lanar ou cobrar tributo ou contribuio social, ou cobr-los parcialmente.

Pena - recluso, de 3 (trs) a 8 (oito) anos, e multa. III - patrocinar, direta ou indiretamente, interesse privado perante a administrao fazendria, valendo-se da qualidade de funcionrio pblico.

Pena - recluso, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.Legislao Social e TributriaCRIMES TRIBUTRIOSCAPTULO IIIDas Multas Art. 8 Nos crimes definidos nos arts. 1 a 3 desta lei, a pena de multa ser fixada entre 10 (dez) e 360 (trezentos e sessenta) dias-multa, conforme seja necessrio e suficiente para reprovao e preveno do crime. Pargrafo nico. O dia-multa ser fixado pelo juiz em valor no inferior a 14 (quatorze) nem superior a 200 (duzentos) Bnus do Tesouro Nacional BTN. Art. 9 A pena de deteno ou recluso poder ser convertida em multa de valor equivalente a: I - 200.000 (duzentos mil) at 5.000.000 (cinco milhes) de BTN, nos crimes definidos no art. 4; II - 5.000 (cinco mil) at 200.000 (duzentos mil) BTN, nos crimes definidos nos arts. 5 e 6; III - 50.000 (cinqenta mil) at 1.000.000 (um milho de BTN), nos crimes definidos no art. 7. Art. 10. Caso o juiz, considerado o ganho ilcito e a situao econmica do ru, verifique a insuficincia ou excessiva onerosidade das penas pecunirias previstas nesta lei, poder diminu-las at a dcima parte ou elev-las ao dcuplo.Legislao Social e TributriaCRIMES TRIBUTRIOSCAPTULO IVDas Disposies Gerais

Art. 11. Quem, de qualquer modo, inclusive por meio de pessoa jurdica, concorre para os crimes definidos nesta lei, incide nas penas a estes cominadas, na medida de sua culpabilidade.

Pargrafo nico. Quando a venda ao consumidor for efetuada por sistema de entrega ao consumo ou por intermdio de outro em que o preo ao consumidor estabelecido ou sugerido pelo fabricante ou concedente, o ato por este praticado no alcana o distribuidor ou revendedor.

Art. 12. So circunstncias que podem agravar de 1/3 (um tero) at a metade as penas previstas nos arts. 1, 2 e 4 a 7:

I - ocasionar grave dano coletividade; II - ser o crime cometido por servidor pblico no exerccio de suas funes; III - ser o crime praticado em relao prestao de servios ou ao comrcio de bens essenciais vida ou sade.

Legislao Social e TributriaCRIMES TRIBUTRIOS Art. 14. Extingue-se a punibilidade dos crimes definidos nos arts. 1 a 3 quando o agente promover o pagamento de tributo ou contribuio social, inclusive acessrios, antes do recebimento da denncia. (Artigo revogado pela Lei n 8.383, de 30.12.1991)

Art. 15. Os crimes previstos nesta lei so de ao penal pblica, aplicando-se-lhes o disposto no art. 100 do Decreto-Lei n 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Cdigo Penal.

Legislao Social e TributriaCRIMES TRIBUTRIOS Art. 19. O caput do art. 172 do Decreto-Lei n 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Cdigo Penal, passa a ter a seguinte redao:"Art. 172. Emitir fatura, duplicata ou nota de venda que no corresponda mercadoria vendida, em quantidade ou qualidade, ou ao servio prestado.Pena - deteno, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa".

Art. 20. O 1 do art. 316 do Decreto-Lei n 2 848, de 7 de dezembro de 1940 Cdigo Penal, passa a ter a seguinte redao:"Art. 316. ............................................................ 1 Se o funcionrio exige tributo ou contribuio social que sabe ou deveria saber indevido, ou, quando devido, emprega na cobrana meio vexatrio ou gravoso, que a lei no autoriza;Pena - recluso, de 3 (trs) a 8 (oito) anos, e multa".Legislao Social e TributriaCRIMES TRIBUTRIOSArt. 21. O art. 318 do Decreto-Lei n 2.848, de 7 de dezembro de 1940 Cdigo Penal, quanto fixao da pena, passa a ter a seguinte redao:"Art. 318. ............................................................Pena - recluso, de 3 (trs) a 8 (oito) anos, e multa".CDIGO PENAL

Facilitao de contrabando ou descaminhoArt. 318 - Facilitar, com infrao de dever funcional, a prtica de contrabando ou descaminho (art. 334):Pena - recluso, de dois a cinco anos, e multa, de um conto a dez contos de ris. Pena - recluso, de 3 (trs) a 8 (oito) anos, e multa. (Redao dada pela Lei n 8.137, de 27.12.1990)Legislao Social e TributriaCRIMES TRIBUTRIOSCrime contra a Ordem Tributria

Art.83.A representao fiscal para fins penais relativa aos crimes contra a ordem tributria previstos nos arts. 1o e 2o da Lei no 8.137, de 27 de dezembro de 1990, e aos crimes contra a Previdncia Social, previstos nos arts. 168-A e 337-A do Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940-Cdigo Penal, ser encaminhada ao Ministrio Pblico depois de proferida a deciso final, na esfera administrativa, sobre a exigncia fiscal do crdito tributrio correspondente. (Redao dada pela Medida Provisria n 497, de 2010)

Pargrafo nico. As disposies contidas no caput do art. 34 da Lei n 9.249, de 26 de dezembro de 1995, aplicam-se aos processos administrativos e aos inquritos e processos em curso, desde que no recebida a denncia pelo juiz.Legislao Social e TributriaCRIMES TRIBUTRIOSA despeito das divergncias, temos que o dispositivo se harmoniza com a nova natureza conferida pela lei 8.137/90 ao delito tributrio.

Com efeito, se o delito se consuma com o resultado; se o resultado consiste na supresso ou reduo do tributo e tal efeito comporta discusso na esfera administrativa tendente a uma deciso sobre a prpria exigncia do crdito tributrio, ou, em ltima anlise, sobre a prpria existncia da obrigao tributria, principal ou acessria, cujo descumprimento importa na prtica do delito, por bvio que antes da deciso administrativa grande o risco de, em caso de denncia, estar se processando o cidado por um fato inexistente, ou seja, por uma conduta, comissiva ou omissiva, da qual ele no estava obrigado a se abster, razo por que o legislador preferiu estabelecer uma condio especfica de procedibilidade para a ao penal.Legislao Social e TributriaCRIMES TRIBUTRIOSSmula vinculante n 24 do STF:

"No se tipifica crime material contra a ordem tributria, previsto no art. 1, incisos I a IV, da Lei n 8.137/90, antes do lanamento definitivo do tributo".

Legislao Social e TributriaCRIMES TRIBUTRIOSO pagamento do tributo (ou contribuio social), ressalvando-se alguns poucos momentos de eclipse (1991 a 1995, por exemplo), sempre foi causa de extino da punibilidade no nosso ordenamento jurdico.

Isso significa que o legislador brasileiro concede primazia, nos crimes tributrios e previdencirios, mais funo arrecadatria do Estado que a repressiva.

Alis, os sonegadores de impostos, em praticamente todas as legislaes penais do mundo inteiro, contam com tratamento privilegiado.

Frente ao autor de um furto, por exemplo, a distino brutal.Legislao Social e TributriaCRIMES TRIBUTRIOSTambm da nossa tradio jurdica a exigncia (temporal) de que o pagamento do tributo devido deve ser feito antes do recebimento da denncia. Esse sistema, como se sabe, crimingeno (gera criminalidade), porque o sonegador (bem informado) computa (na sua relao custo-benefcio) o seguinte: sonega-se e, depois, se for descoberto, paga-se!Legislao Social e TributriaCRIMES TRIBUTRIOSA novidade nesse tema o seguinte: em 02.05.02, no habeas corpus 11.598-SC (Gilson Dipp), decidiu-se levar a questo para a Terceira Seo do STJ (que composta da quinta e da sexta turmas).

Em 08.05.02 a Seo (3), por maioria de votos (6x2), no HC 11.598-SC, decidiu que, nos crimes de sonegao fiscal, o parcelamento da dvida com o Estado antes do oferecimento da denncia extingue a punibilidade, nos termos do art. 34 da Lei n. 9.249/1995, ainda que restando eventual discusso extrapenal dos valores. Precedentes citados: HC 9.909-PE, DJ 13/12/1999; REsp 197.365-MG, DJ 6/9/1999, e REsp 184.338-SC, DJ 31/5/1999 (cf. Informativo STJ n. 132).

Legislao Social e TributriaCRIMES TRIBUTRIOSOs principais argumentos (escorreitamente alinhados) pelo Min. Gilson Dipp (de quem emanou o voto condutor no julgamento no HC 11.598-SC) so os seguintes:

(a) o pagamento equivale ao (leia-se: tem o mesmo valor jurdico do) parcelamento; (b) o parcelamento cria nova obrigao e extingue a anterior; (c) h novao da dvida; (d) a transao entre as partes altera a relao jurdica e retira seu contedo criminal; (e) o Estado dispe de mecanismos prprios e rigorosos para cobrar essa dvida; (f) a negociao envolve sanes para o caso de descumprimento da obrigao; (g) o inadimplemento das parcelas deve ser resolvido no juzo apropriado; (h) o parcelamento extingue a dvida anterior, surgindo uma nova; (i) o Direito penal no deve preocupar-se com atos que no sejam relevantemente anti-sociais.

Em suma: aplicando-se por analogia o art. 34 da Lei 9.249/95 o parcelamento (nos crimes tributrios) feito antes do recebimento da denncia extingue o ius puniendi.Legislao Social e TributriaCRIMES TRIBUTRIOSQuando ao parcelamento no crime de apropriao indbita previdenciria (CP, art. 168-A) preciso fazer uma distino:

(a) crime ocorrido at 14.10.00 (leia-se: antes da Lei 9.983/00): parcelamento at o recebimento da denncia extingue a punibilidade;

(b) crime ocorrido aps 15.10.00 (aps a Lei 9.983/2000): o parcelamento para extinguir a punibilidade deve ser feito antes do incio da ao fiscal (consoante o disposto no art. 168-A do CP).Legislao Social e TributriaCRIMES TRIBUTRIOSA Constituio Federal ("CF"), em seus artigos 194 e 195, dita que a seguridade social (sade, previdncia e assistncia social) deve ser provida por toda a sociedade, de forma direta ou indireta, e pelo Estado, que deve prov-la alocando adequadamente os recursos oriundos dos tributos.

As contribuies sociais do empregado em relao sua previdncia social, recolhidas pelo empregador, para serem entregues ao Estado (INSS), tm como causa a necessidade de assegurar o indivduo na velhice ou, por exemplo, em acidente que o impea de trabalhar, que so situaes nas quais se encontra quando no possui mais foras produtivas para se manter e, portanto, so situaes que demonstram a importncia do recolhimento desta contribuio social enquanto fonte alimentar futura deste indivduo.Legislao Social e TributriaCRIMES TRIBUTRIOSSe a CF, em seu artigo 5, inciso LXII, diz que no pode haver priso civil por dvida, no faz sentido ser possvel a existncia de priso penal por dvida, pois lei que probe o menos (esfera civil) no pode proibir o mais (esfera penal). Legislao Social e TributriaCRIMES TRIBUTRIOSO Tribunal Federal da 3 Regio, j adotou tal posicionamento: "Admite-se a absolvio, pela aplicao do princpio da inexigibilidade de conduta diversa, ao agente que deixa de repassar autarquia previdenciria as contribuies descontadas dos salrios de seus empregados, quando verificada atravs dos dados coligidos na instruo probatria a penria do microempresrio, face grave crise financeira, causada por atos e fatos alheios sua vontade, compelindo-o a abater-se do compromisso fiscal a fim de poder honrar os seus encargos para com os funcionrios." (RT 744/696-7).Legislao Social e TributriaCRIMES TRIBUTRIOSNingum pode ser punido em razo de algo que no tem culpa, pois deve existir uma relao de causalidade entre os efeitos do crime e a conduta do agente pautada na vontade deste de realizar esta conduta, que no caso do CP 203 a vontade de fraudar e no caso do CP 168-A deve ser a vontade de apropriar-se indebitamente, ilegalmente, o que se evidencia pela prpria localizao do artigo dentro do Codigo Penal: Parte Especial, Ttulo II (Dos crimes contra o patrimnio), Captulo V (Da apropriao indbita). Legislao Social e TributriaCRIMES TRIBUTRIOS

26/03/2009 - 15h27Dona da Daslu condenada pela Justia Federal a 94 anos e meio de prisoRosanne D'AgostinoDo UOL NotciasEm So PauloA juza Maria Isabel do Prado, da 2 Vara da Justia Federal em Guarulhos (Grande SP), por entender que a butique Daslu e importadores ligados empresa faziam parte de uma "organizao criminosa", condenou Eliana Tranchesi, dona da loja, uma pena total de 94 anos e seis meses de priso por crimes como formao de quadrilha, descaminho (importao fraudulenta de produto lcito) e falsidade ideolgica.A condenao, em sentena de cerca de 500 pginas, em primeira instncia, e cabe recurso. No total, sete pessoas foram condenadas priso pela Justia Federal envolvidas com irregularidades na Daslu. As informaes sobre a sentena foram divulgadas pelo Ministrio Pblico Federal, que denunciou os acusados por subfaturamento de produtos importados que eram vendidos na loja, com o objetivo de pagar menos impostosLegislao Social e TributriaCRIMES TRIBUTRIOSMPF/AL obtm condenao de empresrio por crime contra ordem tributria30/6/2010 Empresrio lesou os cofres pblicos em mais de R$ 1 milho e usou laranjas para fugir do Fisco.

O empresrio Antnio Pinto da Costa foi condenado a trs anos de recluso e cem dias de multa por crime contra a ordem tributria, previsto na Lei 8.137/90, que resultou num prejuzo de mais de R$ 1 milho aos cofres pblicos. A sentena da 2 Vara da Justia federal, em Alagoas foi motivada por denncia apresentada pelo Ministrio Pblico Federal em Alagoas.Na denncia, subscrita pelo procurador da Repblica Gino Srvio Malta Lbo, o MPF alagoano argumentou que as condutas criminosas do empresrio fundaram-se na omisso na apresentao de documentos fiscais da empresa Estoril Comrcio e Representaes Ltda s autoridades fazendrias e omisso de elementos em livro exigido pela lei fiscal.

Ainda segundo o MPF, durante os procedimentos que resultaram na ao fiscal, foi constatado que, alm de no cumprir a obrigao legal de apresentar documentos contbeis, extratos bancrios entre outros, para comprovao de cumprimento de obrigaes relativas ao Imposto de Renda da empresa, no exerccio de 1998, o empresrio tambm falsificou notas fiscais e transferiu o controle da firma para laranjas, com o objetivo de impossibilitar sua responsabilizao.

Na sentena, o juiz federal Srgio de Abreu Pinto, determina a substituio da pena privativa de liberdade por pena restritiva de direito, na forma de prestao pecuniria (em valor a ser ainda fixado pela Execuo Penal) e prestao de servios comunidade, conforme estabelecem, respectivamente, os artigos 45 e 46 do Cdigo Penal.Legislao Social e TributriaCRIMES TRIBUTRIOSEmpresrio condenado por crime contra a ordem tributriaExtrado de: Secretaria da Fazenda do Estado do Maranho - 14 de Outubro de 2009

Juza da 10 Vara Criminal, Oriana Gomes, condenou pena de recluso de 4 anos e 8 meses o empresrio Jos Teles de Almeida, scio-administrador da empresa AGROPECURIA J. T. Ltda, de Imperatriz, por participao em crime contra a ordem tributria, no caso da fraude fiscal do sistema fronteira da Secretaria da Fazenda do Estado descoberto no ano de 1999. A denncia oferecida pelo Promotor Jos Osmar Alves, de Combate aos Crimes Contra a Ordem Tributria, informa que o empresrio foi condenado por fraude fiscal nos autos de Ao Penal, responsabilizado pelo crime de supresso do ICMS entre 1996 e 1997, atravs da empresa AGROPECURIA J. T. Ltda. De acordo com a sentena, a pena de recluso decorreu de condutas tipificadas na Lei n 8.137/90 dos crimes contra a ordem tributria e a previso do Cdigo Penal para crime continuado.

O empresrio foi condenado ainda ao pagamento de multa no valor de 330 dias-multa, que ser elevada ao seu dcuplo. A pena dever ser cumprida em regime fechado. Na sentena a Juza pondera que o ru solto continuar a praticar crimes contra a ordem financeira e tributria, abrindo e fechando empresas sem pagar os impostos devidos, dando maus exemplos para aqueles que cumprem seu dever. Legislao Social e TributriaCRIMES TRIBUTRIOS

30/04/2007Fonte: Supremo Tribunal FederalO ministro Cezar Peluso, relator do Habeas Corpus (HC) 91197, impetrado no Supremo Tribunal Federal (STF), suspendeu mandado de priso, expedido pelo Superior Tribunal de Justia (STJ), contra Enrico Picciotto. O empresrio foi condenado a 15 anos de priso, pela prtica de crimes contra a ordem tributria e o sistema financeiro nacional. Picciotto havia sido absolvido, em primeira instncia, em relao aos delitos contra o sistema financeiro nacional e a ordem tributria nacional, tipificados nos artigos 4 e 7, II e II, da Lei n 7.492/86, e artigo 1, I e II da Lei n 8.137/90, respectivamente. Entretanto, ao analisar recurso de apelao interposto pelo Ministrio Pblico Federal (MPF), o Tribunal Regional Federal da 3 Regio condenou o empresrio a 15 anos de priso. Desta condenao, a defesa interps recurso especial e extraordinrio, ao STJ e ao STF, respectivamente, impetrando ainda, habeas corpus perante o Superior Tribunal de Justia (STJ), a fim de anular a deciso condenatria em relao ao crime contra a ordem tributria.

STF decide sobre crime contra a ordem tributria e recursoLegislao Social e TributriaCRIMES TRIBUTRIOSJustia Federal penaliza empresrio baiano por sonegao e dever pagar multa milionria.

Justia Federal condenou o empresrio baiano C. A. R. por crime contra a ordem tributria. O empresrio ter de restituir Unio R$ 2,5 milhes que sonegou, por quatro anos, em suas Declaraes de Ajuste Anual do Imposto de Renda de Pessoa Fsica (IRPF).

C. A. R. tambm foi condenado a dois anos, oito meses e 15 dias de recluso. No entanto, a Justia substituiu a pena privativa de liberdade por duas penas restritivas de direito, consistentes em prestao de servio comunidade ou entidades pblicas por prazo idntico ao da pena de recluso.

O empresrio tambm ter de pagar multa e prestao pecuniria de dez salrios mnimos, que dever ser destinada entidade pblica ou privada com destinao social. Segundo o Ministrio Pblica Federal na Bahia, de 2002 a 2005, C. A. R. deliberadamente deixou de informar, nas declaraes Receita Federal, o montante total dos valores depositados em suas contas bancrias, com a finalidade de reduzir o valor final de tributo a ser pago.

Ao final de 2007, o crdito tributrio j totalizava cerca de 2,5 milhes de reais, com multas e juros de mora inclusos. O mesmo empresrio j tinha sido anteriormente denunciado, perante o Superior Tribunal de Justia, como um dos integrantes da organizao criminosa investigada na Operao Jaleco Branco.Legislao Social e TributriaCRIMES TRIBUTRIOSCONCLUSO:

Muito cuidado com a trato da questo tributria na empresa.

FOI MUITO BOM TRABALHAR COM VOCES!Legislao Social e TributriaCRIMES TRIBUTRIOS