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II Encontro de Pesquisa na Graduação em Filosofia da Unesp Sessão de Comunicações 23 de agosto de 2007 (Quinta-feira) 9h30-12h00 Mesa 1: Filosofia contemporânea - Política Coordenador: Ricardo Pereira Tassinari Local: Sala 42 UMA ANÁLISE DO CONCEITO DE CULPA NA OBRA EROS E CIVILIZAÇÃO. Maria Érbia Cássia CARNAÚBA (Departamento de Filosofia. FFC Universidade Estadual Paulista – Campus de Marília. Fapesp - [email protected]) Em Eros e Civilização Marcuse descreve a dialética da civilização partindo da análise da afirmação de Freud de que “... o preço que pagamos por nosso avanço em termos de civilização é uma perda de felicidade pela intensificação do sentimento de culpa” (FREUD,S. 1974, p.185). Ao pressupor a correlação entre progresso e sentimento de culpa, Freud aponta para a infelicidade como condição estrutural da vida na civilização. Mas ao perceber essa dinâmica, Freud ao mesmo tempo concebeu como imutável a oposição entre indivíduo e sociedade. Partindo desse caráter irreconciliável, Marcuse acusa Freud de negar e defender ao mesmo tempo a civilização: Freud a negaria por alegar a impossibilidade de superar o estado de carência frente à natureza e a defenderia em virtude de ser a civilização a responsável por produzir os bens culturais, uma vez que ao homem é impossível viver sob a hegemonia do princípio de prazer. Como são as pulsões sublimadas que dão a origem à cultura, Freud considera eterna e irredutível a luta pela existência, assim como seria eterno e irredutível o conflito entre princípio de prazer e princípio de realidade. Marcuse resgata a teoria freudiana para argumentar que é possível uma sociedade menos repressiva, desde que sejam superados alguns obstáculos, o sentimento de culpa exacerbado é um deles. Pretendemos analisar o papel do sentimento de culpa na sociedade e sua importância como elemento antagônico frente à hipótese de Marcuse de uma sociedade menos repressiva. Orientador:.Sinésio Ferraz BUENO. NOTAS ACERCA DO CONCEITO DE ESSÊNCIA EM THOMAS HOBBES E EM HERBERT MARCUSE. Hélio Alexandre da SILVA (Programa de Pós- Graduação em Filosofia. FFC Universidade Estadual Paulista – Campus de Marília. CAPES - [email protected]) Trata-se nesse trabalho de estabelecer alguns apontamentos acerca de duas visões distintas do conceito de essência. Para desenvolver tal conceito serão utilizados dois autores representantes de tradições distintas, um do séc. XVII Thomas Hobbes, e um do séc. XX Herbert Marcuse. Esses dois autores são herdeiros de momentos da história da filosofia em que a razão desempenha um papel distinto. De um modo amplo e genérico podemos entender esses dois momentos da seguinte maneira: se de um lado a filosofia moderna vê na razão a possibilidade da emancipação humana e da construção de um conhecimento humano em que a religião e a ciência se distanciem cada vez mais, do outro lado, a contemporaneidade denuncia nessa razão moderna seu caráter mecânico,

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II Encontro de Pesquisa na Graduação em Filosofia da UnespSessão de Comunicações

23 de agosto de 2007 (Quinta-feira)9h30-12h00

Mesa 1: Filosofia contemporânea - PolíticaCoordenador: Ricardo Pereira TassinariLocal: Sala 42

UMA ANÁLISE DO CONCEITO DE CULPA NA OBRA EROS E CIVILIZAÇÃO. Maria Érbia Cássia CARNAÚBA (Departamento de Filosofia. FFC Universidade Estadual Paulista – Campus de Marília. Fapesp - [email protected]) Em Eros e Civilização Marcuse descreve a dialética da civilização partindo da análise da afirmação de Freud de que “... o preço que pagamos por nosso avanço em termos de civilização é uma perda de felicidade pela intensificação do sentimento de culpa” (FREUD,S. 1974, p.185). Ao pressupor a correlação entre progresso e sentimento de culpa, Freud aponta para a infelicidade como condição estrutural da vida na civilização. Mas ao perceber essa dinâmica, Freud ao mesmo tempo concebeu como imutável a oposição entre indivíduo e sociedade. Partindo desse caráter irreconciliável, Marcuse acusa Freud de negar e defender ao mesmo tempo a civilização: Freud a negaria por alegar a impossibilidade de superar o estado de carência frente à natureza e a defenderia em virtude de ser a civilização a responsável por produzir os bens culturais, uma vez que ao homem é impossível viver sob a hegemonia do princípio de prazer. Como são as pulsões sublimadas que dão a origem à cultura, Freud considera eterna e irredutível a luta pela existência, assim como seria eterno e irredutível o conflito entre princípio de prazer e princípio de realidade. Marcuse resgata a teoria freudiana para argumentar que é possível uma sociedade menos repressiva, desde que sejam superados alguns obstáculos, o sentimento de culpa exacerbado é um deles. Pretendemos analisar o papel do sentimento de culpa na sociedade e sua importância como elemento antagônico frente à hipótese de Marcuse de uma sociedade menos repressiva.Orientador:.Sinésio Ferraz BUENO.

NOTAS ACERCA DO CONCEITO DE ESSÊNCIA EM THOMAS HOBBES E EM HERBERT MARCUSE. Hélio Alexandre da SILVA (Programa de Pós-Graduação em Filosofia. FFC Universidade Estadual Paulista – Campus de Marília. CAPES - [email protected])

Trata-se nesse trabalho de estabelecer alguns apontamentos acerca de duas visões distintas do conceito de essência. Para desenvolver tal conceito serão utilizados dois autores representantes de tradições distintas, um do séc. XVII Thomas Hobbes, e um do séc. XX Herbert Marcuse. Esses dois autores são herdeiros de momentos da história da filosofia em que a razão desempenha um papel distinto. De um modo amplo e genérico podemos entender esses dois momentos da seguinte maneira: se de um lado a filosofia moderna vê na razão a possibilidade da emancipação humana e da construção de um conhecimento humano em que a religião e a ciência se distanciem cada vez mais, do outro lado, a contemporaneidade denuncia nessa razão moderna seu caráter mecânico,

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utilitarista e instrumental. É claro que essa exposição nada mais é que um quadro geral e amplo que serve exclusivamente para situar o ambiente histórico dos autores que trabalharemos aqui. Contudo, será dentro desse contexto histórico amplo que tentaremos explicar brevemente o conceito de essência desenvolvido por Hobbes e por Marcuse. No pensamento do filósofo inglês a razão é concebida como cálculo de nomes, e nesse sentido ele entende a noção de essência como um conceito relativo ao âmbito dos nomes e das aparências. Marcuse, por sua vez, trata o conceito de essência amparado num modelo de razão dialética que se coloca, indiretamente, como via de superação do modelo proposto por Hobbes. Assim, nossa intenção aqui é tentar expor algumas razões que podem sustentar a distinção desses dois modos de pensar o conceito de essência. Orientador: Ricardo MONTEAGUDO.

LINGUAGEM E POLÍTICA NO PENSAMENTO DE NOAM CHOMSKY. Leonardo Borges REIS (Programa de Pós-graduação em Filosofia. FFC Universidade Estadual Paulista – Campus de Marília - [email protected])

A tentativa de aproximação entre o discurso filosófico/político e a teoria da linguagem em Noam Chomsky (1927) pode ser considerada uma tarefa bem delimitada por meio da reflexão exposta em sua obra de juventude (entre os anos 1950 até meados de 1965). No entanto, Chomsky tem sido muito claro nos últimos anos quanto a possível ligação entre as atividades de teórico da lingüística e pensador político. Segundo o autor não existiria uma ligação “profunda” entre as temáticas, isto é, seu trabalho de crítica da ideologia e do poder não possuiria o mesmo “status científico” que sua teoria da gramática gerativa. Na obra do jovem Chomsky a linguagem é definida principalmente por sua capacidade universal de geração infinita de sentenças (Função criativa), o indivíduo traria intuições fundamentais para lidar com a linguagem socialmente estabelecida, mas o processo da linguagem, mais complexo do que sua manifestação social externa, é compreendida, por Chomsky, como originário de uma faculdade intelectual humana, dotada de universalidade (Gramática Universal). Tal criatividade da linguagem participa dirigi-se a uma concepção de agir livre da natureza humana expressa. Seja a ação econômica, política ou social há a propensão a um rico e elaborado desenvolvimento criativo do homem.. A discussão a priori, segundo Chomsky, tende a demonstrar que o ser humano não é maleável, que não está pronto simplesmente para ser tabula rasa da sociedade, ao contrário, a existência de uma determinação de base sugere a dignidade humana. Invocando a idéia de natureza nestas argumentações, Chomsky procura uma aproximação da imagem de sociedade justa com a natureza gerativa do ser dotado de linguagem, um socialismo “natural” seria aquele que expressa um modelo de sociedade próximo da realização da natureza humana. A divisão mente e corpo, neste projeto cartesiano será a condição da existência da alma e sua liberdade no mundo, os homens não podem subsumir a um estado de máquinas, a linguagem dota o homem de propriedades criativas fundamentais, sua experiência não pode ser assumida como opressão. Junto a esse movimento acompanhar-se-á, assim, uma atitude posterior cientificamente “cética”, por assim dizer, contra a teoria da natureza humana defendida nos anos 50 e 60. Essa passagem temática se dá, dentre vários motivos, principalmente pela base “científica” adotada pelo lingüista. “Base” esta, expressa por um movimento que revela a transição de um Modelo Matemático (de regras lógicas) ao Biológico (de estados mentais) no estudo da estrutura lingüística. A filosofia passa a ser uma divagação dada a impostura empírica que aquele discurso

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passa a abrigar, falar de política e natureza humana é possível, mas não mais como “teoria”, como um discurso “válido” cientificamente. Se o modelo passa a ser biológico procura-se então uma redução da mente ao corpo. Orientador: Ricardo MONTEAGUDO.

SOBRE O CONCEITO DE NEGATIVIDADE EM HEGEL SEGUNDO HERBERT MARCUSE. Thiago Evandro Vieira da SILVA (Departamento de Filosofia – Faculdade de Filosofia e Ciências – Campus de Marília. BAAE - [email protected])

O presente trabalho pretende identificar a influência do pensamento dialético de Hegel na teoria de Marcuse de modo a buscar responder a seguinte questão: qual é a importância da negatividade hegeliana no livro Razão e Revolução de Marcuse? Sabe-se que o pensamento dialético concebido por Hegel influenciou diversos autores como Marx, Lukács e os teóricos de Frankfurt, um grupo de intelectuais cujo modo de pensar é conhecido como teoria crítica e que tem Herbert Marcuse como um de seus representantes. Apesar de estes últimos terem fundado um centro de estudos marxistas que viria a se chamar Instituto de Pesquisa Social, o hegelianismo mostrou-se tão mais forte em Marcuse a ponto dele publicar um livro - Razão e Revolução: Hegel e o advento da teoria social - dedicando uma parte inteira a descrever os fundamentos da filosofia de Hegel. É claro que a dialética hegeliana foi o ponto de partida de Marx, e isso se apresenta de forma clara no referido livro, aliás, as outras duas partes deste são sobre a influência da filosofia hegeliana e sobre os desdobramentos dela. Todavia, muito além de apontar o hegelianismo como o fundamento do marxismo, nota-se uma influência direta da filosofia de Hegel na constituição do pensamento dialético da teoria crítica e, mais precisamente, no de Marcuse, preponderantemente no capítulo intitulado A filosofia da história. De acordo com Marcuse (1969), o ser em Hegel manifesta-se em um processo que se desenvolve através de contradições, que podem ser percebidas historicamente quando se abre uma diferença entre a forma como a coisa se apresenta e aquilo que ela é essencialmente. Para realizar sua essência o ser deve negar o que é para então poder desenvolver seu potencial, tal processo é conhecido como lógica dialética. Marcuse (1969), no capítulo sobre a Filosofia da História problematiza e questiona os limites do conceito de negatividade em Hegel, apresentado como sendo o poder destrutivo do tempo. Em tal escrito Hegel descreve o conteúdo histórico da razão, e, segundo ele, o processo da razão não apresenta um desenvolvimento contínuo uma vez que fases de retrocesso e progresso se alternam, assim, o retrocesso faz parte da dialética da transformação histórica. Mas para Marcuse, a despeito dos avanços e retrocessos os indivíduos históricos universais de Hegel são joguetes de uma necessidade mais alta; meros instrumentos do processo histórico, “agentes do Espírito do Mundo”. Se o homem é instrumento de um processo histórico superior, a história não seria o palco de felicidade, mas o espaço para a manifestação daquilo que Hegel denomina “astúcia da razão”. Orientadora: Arlenice Almeida da SILVA.

A PERDA DAS CARACTERÍSTICAS DO HOMEM PERANTE SUAS ATIVIDADES PRODUTIVAS. Juliana Carla Fleiria PIMENTA (Departamentos de Filosofia e Didática. FFC Universidade Estadual Paulista – Campus de Marília. PROGRAD - [email protected])

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A presente pesquisa tem por responsabilidade investigar e analisar o modo com que o homem, possivelmente tenha perdido sua capacidade reflexiva perante todas as coisas, fazendo de sua própria atividade produtiva algo estranho para si mesmo, sendo que, justamente, essa atividade deveria ser o começo de uma reprodução de suas capacidades intelectuais e criativas. Posto isso, propomos o ensino de Filosofia, essencialmente para a formação dos estudantes de Ensino Básico, no município de Marília, como sendo necessário para que possamos reverter essa situação de alienação sobre nossas próprias produções, que não encontram meios para fruir nossas vontades. Nos escritos de Karl Marx, em especial no “Manuscritos econômico-filosóficos”, compreende-se todo o caminho que levou a essa desumanização, degradação, fazendo o homem perder-se de si e de suas idiossincrasias, a partir de sua própria atividade produtiva, atingindo seu ápice no sistema capitalista. Visto que, todas nossas criações se transformaram em meras reproduções, sendo cada vez mais alvo de uma situação que na produção de um determinado objeto não se eleva o caráter intelectual do indivíduo, e sim algo imposto pela economia capitalista. A educação formal infelizmente atingiu essa mesma situação, tendo como meta ensinar ao indivíduo apenas aquilo que será necessário para a manutenção do sistema econômico, intensificando o estranhamento que os estudantes terão perante as suas futuras realizações produtivas. Assim sendo, nossa pesquisa visa mostrar que a Filosofia atuará na formação de estudantes do Ensino Básico de Marília, com possibilidade de servir de base para outros municípios, a partir de indivíduos capacitados para exercerem autonomia perante suas produções, podendo reverter essa situação de alienação e coisificação, e assim, alcançarem elevação de suas personalidades, lapidando suas produções com suas mais belas características humanas.Orientadora: Vandeí Pinto da SILVA.

Mesa 2: Filosofia Moderna – Ética e políticaCoordenador: Wagner BarrosLocal: Sala 45

CONSIDERAÇÕES ACERCA DO CONCEITO DE TOLERÂNCIA EM VOLTAIRE. Estevam Roosevelt Rodrigues FRANCO (Departamento de Filosofia. FFC Universidade Estadual Paulista – Campus de Marília. [email protected])

Em meados de 1761 Jean Calas, um senhor de 63 anos, chefe de família protestante, foi acusado injustamente de assassinar o próprio filho de 26 anos, pois o filho se convertera ao catolicismo. Voltaire toma o caso como marco em sua defesa da tolerância religiosa e civil e redige o “Tratado sobre a Tolerância”. Nesta obra, Voltaire comenta diversos temas e apresenta uma nova concepção de História a partir do conceito de tolerância. Ainda que apresente muitas opiniões divergentes em seus escritos, o tema da liberdade religiosa e do repúdio à superstição aparece constantemente. Pretendemos assim nesse trabalho analisar o "Tratado sobre a Tolerância" sob a visão da autora Maria das Graças que em sua obra “Ilustração e História” define o conceito de história para Voltaire como a recriação de fatos passados em "presentes", ou seja, dar as concepções antigas apenas o seu valor histórico e observar os acontecimentos passados sob a luz das idéias modernas. Ao redor de tantos devaneios disciplinares cabe-nos enfim a reflexão da

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tentativa de inter-relacionar o próprio conceito em questão, para definir o que de fato significou tolerância na modernidade, e também que conseqüências essa definição acarreta nos dias de hoje.

A VIRTUDE CÍVICA COMO PRINCÍPIO ESSENCIAL DA DEMOCRACIA: CONSIDERAÇÕES A PARTIR DE MONTENQUIEU EM “ESPÍRITO DAS LEIS”. Gianfrancesco TORNICH. (Departamento de Filosofia . FFC Universidade Estadual Paulista – Campus de Marília. [email protected])

A obra "Espírito das Leis" (1748) do pensador francês Montesquieu (1689 - 1755) teve e tem muita influência em vários aspectos, tais como: Sociologia, Direito, Política e Filosofia. Sendo assim, a presente pesquisa pretende tocá-la no seu aspecto filosófico, ao investigar como o autor diferencia as formas de governo e as cruzam com o que ele chama de leis naturais e leis positivas. Dentro da classificação sobre as formas de governo que Montesquieu distingue em três: República, Monarquia e Despotismo, ele coloca que cada forma possui um princípio essencial, que seria uma paixão humana, que cria condições para o regime funcionar, partindo dessa analise pretendemos verificar mais especificamente o conceito de virtude cívica que a caracteriza. Procuraremos implicações no pensamento político moderno e contemporâneo que se relacionam com as idéias de Montesquieu, como o caso do alemão Ernest Cassirer, em sua análise da filosofia do período denominado de Iluminismo.

ROUSSEAU E A ESCOLA DO DIREITO NATURAL: A QUESTÃO DA SOBERANIA. André Queiroz LUCENA (Departamento de Filosofia. FFC Universidade Estadual Paulista – Campus de Marilia. Bolsa Monitoria - [email protected])

Trata-se neste trabalho de apresentar os aspectos gerais da concepção de Soberania em Rousseau e as divergências com a Escola do Direito Natural. O estabelecimento da autoridade política firmado pelo contrato social implica para os filósofos e jurisconsultos do Direito natural, na reflexão acerca das relações de poder da sociedade constituída. Para Rousseau, as cláusulas que instituem a Soberania na obra dos seus interlocutores, especialmente no debate com Hobbes (´Leviathan`, ´De cive`), Grotius ( ´Direito da Paz e da Guerra`) e Pufendorf ( Les Devoirs de l´homme et du citoyen`) mostram a justificação do despotismo e do direito do mais forte. Deste modo ao elaborar os ´princípios do direito político` é necessário refutá-los. Examinar as mediações para a compreensão de sua teoria política é o nosso objetivo.Orientador: Ricardo MONTEAGUDO.

A FELICIDADE EM ESPINOSA. Tiago Vinicius da SILVA (Departamento de Filosofia. FFC Universidade Estadual Paulista – Campus de Marília. [email protected] )

O objetivo deste trabalho é pesquisar a construção da felicidade em Espinosa, sendo estabelecida como exercício de liberdade racional. Esse racionalismo absoluto de Espinosa é a causa que possibilita o conhecimento da realidade pelo intelecto, ou seja, demonstra que a capacidade racional nos liberta da ignorância não existindo mistérios ou coisas obscuras. Assim sendo, ocorre a libertação do ser humano da transcendência

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teológico-religiosa que oprime, através da idéia de culpa originária e na aceitação de princípios divinos submetidos a ideais de bem e mal que resultam da imaginação, cuja característica principal é não fornecer o conhecimento da coisa tal como ela é em si mesma, mas apenas criar uma imagem a partir de causas externas sobre o homem. É o homem utilizando-se da razão que trilhará o árduo caminho proposto por Espinosa, ou seja, não obedecerá a princípios externos a ele na busca de um estado de contínuo contentamento, pois a felicidade é possuir um Bem imperecível que tem a capacidade de ser igualmente partilhado por todos, dessa maneira, é através da razão livre que se pode alcançar o verdadeiro Bem. É analisando as implicações das concepções de Espinosa na racionalidade humana que podemos compreender como a felicidade é o verdadeiro Bem alcançado através de uma racionalidade liberta da ignorância que propagam apenas o medo e a servidão. Orientador: Ricardo MONTEAGUDO.

Mesa 3: Filosofia Moderna – ConhecimentoCoordenadora: Maria Eunice Quilici GonzalesLocal: 47

PASCAL CRÍTICO DE DESCARTES: A RELAÇÃO CORPO-ALMA. Herbert Barucci RAVAGNANI (Departamento de Filosofia. FFC Universidade Estadual Paulista - [email protected])

O objetivo de nosso texto é o de compreender como Descartes tenta fundamentar sua metafísica distinguindo as substâncias pensante e extensa (res cogitans e res extensa), e como Pascal analisa tal empreendimento. Entendemos que, a partir dessa distinção, Descartes se encontra em dificuldades para explicar a relação que tais substâncias mantêm entre si. A relação corpo-alma, assim como a relação Universo-Deus, parece problemática nos termos em que é colocada pela filosofia de Descartes. Isso porque ele realiza uma separação de ambas as substâncias tão grande que, posteriormente, não consegue reuni-las novamente. Como reflexão ulterior, analisaremos como Pascal vê e julga a metafísica cartesiana no que diz respeito à sua tentativa de estabelecer verdades sobre as substâncias e a existência de Deus. Veremos que, com a crítica que Pascal desfere contra o método e pressupostos cartesianos, mostra-se a sua concepção dos limites da razão humana, revelando-se a visão trágica que ele possui da condição do homem no mundo. Pascal se situa, assim, como um dos iniciadores da tradição crítica da Modernidade. Orientadora: Mariana Claudia BROENS.

DE VISIONE HOMO: O ESTÁDIO DO ESPELHO NA OBRA DE NICOLAU DE CUSA. Edson Renato NARDI (Observatório da Violência. Universidade de São Paulo – Campus de Ribeirão Preto. [email protected])

Esta produção é fruto das conclusões advindas da exegese da obra De Visione Dei (1453) do pensador renascentista Nicolau de Cusa (1401-1464) e busca demonstrar que a referida obra, apresenta reflexões originais relativas às teorias de formação do Eu, genericamente denominadas pela Psicologia com o conceito de relações especulares e que compõem um dos elementos centrais da teoria psicanalítica introduzida por Jacques

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Lacan manifestada no conceito de Estádio do Espelho. O objetivo que nos propusemos, na medida em que oferecem uma nova proposta de análise, alheia às abordagens de ordem teológica, posto que advoga a manifestação da visão do Homem em detrimento da visão de Deus, encontram amparo teórico em Feuerbach, isto porque, se faz a retirada do “si alienado” do homem, mostrando que o mistério da teologia na verdade é uma antropologia. Além disso, amparamos nossas argumentações em dois elementos centrais presentes no texto analisado. O primeiro refere-se à fonte de reflexão do referido autor, manifestada na relação dialógica que cria ao se deparar com o olhar de um personagem apresentado em uma obra de arte. Acreditamos que o efeito proporcionado pelo referido olhar, quer seja, o de acompanhar o pensador de Cusa e, conseqüentemente, manifestar a presença do Outro, é fruto de uma técnica de pintura denominada sfumato, técnica esta, que está no cerne de uma das características do Renascimento, referimo-nos à busca, da obtenção de perspectiva na pintura com o intuito de imitar a apropriação da realidade exercitada pelo olhar humano Quanto ao segundo elemento, este refere-se aos insights que o cusano cria por intermédio desta relação especular, na medida em que apresentam alguns dos elementos centrais da relação do Eu com o Outro tal como propostas por Jacques Lacan. Em razão do exposto, consideramos que tal empreendimento apresenta reflexões ontológicas originais e pertinentes às indagações contemporâneas relativas a esta temática, além disso, demonstram quão imbricadas encontram-se a Filosofia e a Psicanálise na explicação da formação do Eu o que a torna uma obra de mediação entre estas duas áreas de conhecimento. Por fim, consideramos ainda, que as asserções relativas à presença do sfumato em uma produção anterior à sua provável invenção (atribuída a Leonardo da Vinci) apresentam elementos originais de indagação, passíveis de novas pesquisas a respeito.Orientador: Sérgio KODATO

EM BUSCA DE UMA VIDA FELIZ: RAZÃO E EMOÇÃO NA FILOSOFIA DE ESPINOSA. Orion Ferreira LIMA (Departamento de Filosofia. FFC Universidade Estadual Paulista - Campus de Marília - [email protected])

O presente trabalho investiga, à luz do pensamento de Espinosa, o papel das emoções e dos sentimentos na busca por uma vida feliz. Para Espinosa, há dois caminhos possíveis para se obter uma vida feliz: O primeiro caminho encontra-se acessível a todos, respeitando as leis e normas do Estado Democrático estabelecido. O segundo requer, além da observância das regras e normas, uma busca contínua por um conhecimento verdadeiro, calcado numa reflexão constante de si e do mundo. Ambos caminhos exigem uma aceitação dos acontecimentos naturais a partir de uma reflexão científica e não mais mitológica. Diante do mistério da morte, tomado como exemplo máximo do dilema humano, o homem se convence de que lhe é necessário substituir paixões negativas (medo, insegurança) por emoções positivas (memórias dos momentos de prazer, pessoas importantes que fizeram parte de sua vida). O homem deve ser capaz de discernir qual a paixão positiva que aumenta sua potência e qual a negativa que a diminui. Demonstraremos que a liberdade, como uma das manifestações mais bem elaboradas da consciência, não se limita apenas a capacidade de decidir sobre o bem ou o mal, mas representa a capacidade que os seres humanos possuem de se libertarem dos objetos que os tornam escravos. Para libertar o homem de seus grilhões e, por conseguinte de toda e qualquer paixão que diminua sua potência de agir, faz-se

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necessário ter em mente que as emoções e os sentimentos não mais representam um obstáculo, mas se colocam como veículos para se alcançar uma vida feliz.

A UNIVERSALIZAÇÃO DO CONHECIMENTO EM FRANCIS BACON. Carla Bucioli BOVO (Universidade Estadual de Maringuá - [email protected])

Francis Bacon se faz defensor da Escola quando essa diz que a verdade absoluta está em Deus; também defende os alquimistas quando dizem que a natureza deveria ser transformada. Tanto a escola, quando os alquimistas, eram cidadãos da elite dominante da época. Acatando essas duas idéias, tenta ir além do pensamento aristotélico de ciência e instituir uma nova noção de ciência. Bacon inicia seus aforismos sobre a interpretação da natureza e o reino do homem, dizendo que para haver uma universalização do conhecimento, há antes que se construir uma base laica, pública, para a investigação. Surge assim a idéia de uma Universidade pública. Sua principal idéia foi a de transformar artesãos (homens sem acesso ao conhecimento, porém dotados de grande técnica) em estudiosos. Para isso, daria a eles instrumentos e suporte para possibilitar o estudo e aprendizado da natureza, fazendo assim conhecimento para todos. O filósofo vai além, diz que não basta apenas dar instrumentos e suporte para os artesãos. O conhecimento ainda ficaria apenas voltado para a elite e agora para os artesãos. Seu intuito era universalizar, de fato, o conhecimento. Assim, numa metáfora muito bem articulada, chamando o verdadeiro filósofo (estudioso), de filósofo abelha, Bacon apresenta como ele deve proceder: o estudioso coletaria com objetividade; transformaria o que fosse interessante ser transformado, ou corrigido; e, devolveria esse conhecimento para a sociedade, não restringindo esse conhecimento em momento algum.

O CONHECIMENTO EM KANT E HEGEL: UMA TENTATIVA DE APROXIMAÇÃO. Paulo Cézar FERNANDES (Departamento de Filosofia. Pós-Graduação em filosofia. FFC Universidade Estadual Paulista – Campus de Marília - [email protected])

Embora Hegel não tenha apresentado explicitamente uma teoria do conhecimento, na Fenomenologia do Espírito, bem como em um texto intitulado Diferença entre os sistemas de filosofia de Fichte e Schelling, pode-se identificar críticas abertas às teorias de ambos os filósofos, extensivas, inclusive, ao sistema teórico kantiano. As críticas de Hegel dizem respeito especificamente à relação sujeito-objeto, sendo que, segundo este, Schelling buscaria estabelecer uma perspectiva para o conhecimento objetivo a partir do próprio objeto e Fichte, a partir de um ponto contrário, seguindo a linha já desenvolvida por Kant, a saber, a partir do sujeito. A proposta de Hegel seria no sentido de, superando essas duas linhas de pensamento, apresentar um resultado em que a participação tanto do sujeito quanto do objeto fossem igualmente consideradas e na mesma proporção, alcançando-se o Absoluto como fruto da relação desses dois elementos, numa dialética em que há tanto a aniquilação dos mesmos, quanto, ao mesmo tempo, sua preservação. A proposta da apresentação será no sentido de demonstrar que, contrariamente à crítica de Hegel, Kant não se posiciona ao lado de Fichte como pretenderam os que sucederam no tempo o filósofo crítico, pois, sua

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filosofia teórica, em que pese a perspectiva central no sujeito, considera igualmente necessária a participação do objeto no processo do conhecimento.

24 de agosto de 2007 (Sexta-feira)09h30-12h00

Mesa 4: Filosofia contemporânea - subjetividadeCoordenador: Lúcio Lourenço PradoLocal: Sala 42

ALGUNS PROBLEMAS NA FILOSOFIA DO ESPAÇO E DO TEMPO. Júlio César Bueno de ANDRADE (Departamento de Matemática. IGCE Universidade Estadual Paulista – Campus de Rio Claro. PROPE (Unesp) - [email protected])

O objetivo deste trabalho é formular alguns problemas em aberto na filosofia do espaço e do tempo que requerem métodos característicos das tradições matemáticas dos fundamentos da geometria para as suas soluções. Na formulação dos problemas, a filosofia nos fornece as principais questões sobre o espaço e o tempo que podem ser discutidas sob o ponto de vista tanto da filosofia quanto da matemática. No desenvolvimento do trabalho procuramos separar os problemas que lidam com os fundamentos da física de um lado e aqueles que lidam com os fundamentos filosóficos da geometria de outro. A primeira parte do trabalho lida com dois problemas clássicos da geometria do espaço, o primeiro problema é aquele em que se busca apresentar ao operacionalismo uma exata fundamentação no caso das mensurações espaciais, e o segundo problema está preocupado em prover uma teoria adequada de aproximação e erro em cenários geométricos. A segunda parte do trabalho irá abordar o espaço físico e o espaço-tempo e irá apresentar principalmente os tópicos relativos à teoria axiomática de corpos, os fundamentos operacionais da relatividade especial e os conceitos fundamentais da física elementar. Como conclusão do trabalho pretendo apresentar os problemas citados acima como questões puramente filosóficas do espaço e tempo e que podem ser tratados por métodos da física e matemática. Orientador:Jairo José da SILVA.

O CONCEITO DE EXPERIÊNCIA NO PARADIGMA PRAGMATISTA. Eloísa Benvenutti de ANDRADE (Departamento de Filosofia. FFC Universidade Estadual Paulista – Campus de Marília. CNPq - [email protected])

Uma das características mais férteis do contexto pragmatista foi seu rompimento com a tradição dualista e consequentemente com a preocupação em dizer sobre as coisas do mundo considerando apenas como possível a fixação ora na aparência, ora na realidade. O abandono dos pressupostos dualistas e representacionistas permitiu aos pragmatistas, em especial a John Dewey e William James, a elucidação de alguns questionamentos sobre o papel da experiência na constituição do conhecimento, ao passo que forneceram uma nova perspectiva conceitual para ambos os termos. A presente comunicação tem como objetivo justamente expor algumas destas perspectivas que permeiam os conceitos de experiência e conhecimento. Para tal feito, nos propomos a investigar o papel fundamental da ação no processo do conhecimento apresentando o pressuposto

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pragamatista que trata da relevância epistemologica da ação. Através do pensamento de Dewey, veremos como o conhecimento teórico e prático provém da experiência e baseiam-se nela. Deste modo, apresentaremos o peculiar paradigma, a saber, pragmatista, de abertura para um caminho onde o conceito de experiência se modifica, bem como, a própria relação temporal do homem com suas idéias. Orientadora:Mariana Cláudia BROENS.

FILOSOFIA DA HISTÓRIA HEGELIANA – LIBERDADE, RAZÃO E O MUNDO GERMÂNICO. Lincoln Menezes de FRANÇA (Programa de Pós-graduação (Mestrado). FFC Universidade Estadual Paulista – Campus de Marília - [email protected] )

Conceitos de fundamental importância para a chamada modernidade, Liberdade e Razão significam a expressão das necessidades de uma importante camada social de uma época. Esses conceitos se expressam de maneira universal nas mais variadas obras filosóficas, tendo peso importante na caracterização das mesmas no referido momento histórico. Embora esses conceitos apresentem essas características em comum, cada obra filosófica traz consigo uma característica essencial peculiar. Neste trabalho analisamos, por meio de revisão bibliográfica, de forma interpretativa, o que Hegel designa por mundo germânico e a relação deste com os conceitos de Liberdade e Razão nas Lições sobre a Filosofia da História. Isso porque, segundo a Filosofia da História hegeliana, a realização do Espírito se dá de forma mais desenvolvida por meio da Razão e da Liberdade num povo específico, através do Estado, a cada fase histórica, sendo o mundo germânico o ápice do progresso do Espírito. Nesse sentido, na Filosofia da História, Liberdade e Razão são conceitos de caráter universal, mas teriam eles características germânicas? Ou então, o mundo germânico seria caracterizado pelos conceitos de Liberdade e Razão? A Filosofia da História, de Hegel, por descrever um processo de desenvolvimento do Espírito em direção à Liberdade por etapas, traz em seu bojo o cerne de sua argumentação em torno da prova da existência de Deus, em que os Espíritos dos povos são expressão, e que a compreensão filosófica da História pode apreender a finalidade última do mundo. As análises desses conceitos a partir dessas necessidades trazem um sentido inteligível de significado. Uma alternativa de análise conveniente se daria no sentido de averiguar as relações dos referidos conceitos com os objetivos políticos nacionalistas do filósofo e a incorporação desse discurso aos seus conceitos fundamentais de caráter universal, mas de sutilezas de particularidades interessantes, como é o caso do germanismo.Orientador: Pedro Geraldo Aparecido NOVELLI.

CRIATIVIDADE : REFUTAÇÃO DE UMA SUBJETIVIDADE ABSOLUTA. Tiziana COCCHIERI (Departamento de Pós-graduação em Filosofia. FFC Universidade Estadual Paulista – Campus de Marília. CNPq - [email protected])

Neste artigo discutiremos duas concepções sobre a criatividade: a formação da crença na idéia de gênio criador, que possui caráter subjetivado e de difícil especulação acadêmica, comparando-a aos argumentos pertinentes à ciência cognitiva e filosofia da mente, no tocante aos processos de criação. O problema para acolhermos a crença do gênio criador está na impossibilidade do estudo objetivo da ação criativa, pois, segundo a perspectiva do gênio, apenas algumas pessoas teriam o “dom” para terem acesso a tais

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processos. A insistência na busca da compreensão que envolve a ação criadora seria vã. Isto é o mesmo que aceitar que o processo de criação não poderia ser perscrutado, examinado, estudado e identificado em seu padrão estrutural. No entanto, a hipótese a ser colocada neste trabalho é de que a criatividade possui também um caráter objetivo e que há a possibilidade de se fazer um estudo razoavelmente sistematizado desse processo. A idéia central a ser apresentada gravita em torno da defesa da possibilidade objetiva nos estudos dos processos criativos, abordando sua fundamentação na base das conceituações desenvolvidas pela filosofia da mente e ciência cognitiva. Além disso, analisaremos alguns exemplos que ajudarão na comparação entre algumas distinções percebidas nas duas perspectivas apresentadas: a idéia do gênio, e a visão do espelhamento cognoscitivo da criatividade. Orientadora: Maria Eunice Quilici GONZALEZ.

HEIDEGGER E A METAFÍSICA DA SUBJETIVIDADE. Wagner de BARROS. (Programa de Pós-Graduação (Mestrado). FFC Universidade Estadual Paulista – Campus de Marília - [email protected])

Nosso objetivo é expor a crítica heideggeriana à metafísica da subjetividade. Segundo Heidegger, o pensamento moderno é marcado por uma filosofia do sujeito. Por exemplo, no pensamento de Descartes, o sujeito é aquilo que fundamenta a realidade. No entanto – e esta será uma das polêmicas entre Heidegger e Sartre -, a metafísica da subjetividade contribui para o esquecimento da questão do ser. Para Heidegger, o ser é que torna possível o pensamento e não o inverso. O pensar só pode acontecer porque o ser se revela. Conseqüentemente, a ontologia heideggeriana se torna fundamental para a compreensão desta crítica à metafísica da subjetividade. Nossas análises partem dos seguintes textos: “Carta sobre o humanismo” e a alguns capítulos de “Ser e Tempo”.Orientador: José Carlos BRUNI.

Mesa 5: ÉticaCoordenador: Paulo César FernandesLocal: Sala 49

NIETZSCHE, RESSENTIMENTO E CRISTIANISMO. Hérculis Vinícius Branco DOURADO (Departamento de pós-graduação em Filosofia. FFC Universidade Estadual Paulista – Campus de Marília - [email protected])

O intuito do presente trabalho é expor o pensamento nietzscheano a cerca do ressentimento, destacando a ligação com o cristianismo, pois tais termos, na concepção nietzscheana, apresentam-se muito próximos. Assim, para obter tal escopo, a exposição focalizar-se-á em duas obras de Nietzsche, as quais se situam no terceiro período de seus escritos, a saber: Genealogia da moral (1887) e O Anticristo (1888). Tendo em vista que, enquanto, Nietzsche desenvolve a temática do ressentimento na primeira obra citada, na outra propaga uma forte crítica ao cristianismo.Orientador: Márcio Benchimol BARROS.

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NIETZSCHE E A PSICOLOGIA DO RESSENTIMENTO: O AUXÍLIO DA PSICOLOGIA DE DOSTOIÉVKI. Marcio Cavalcante de ANDRADE (Departamento de Filosofia. FFC Universidade Estadual Paulista – Campus de Marília. [email protected])

Nossa pesquisa pretende examinar a influência das obras de Dostoievski no pensamento de Friedrich Nietzsche, utilizando correspondências e obras do filósofo alemão concernentes ao tema da psicologia do ressentimento. Salientando desse modo a extrema importância da literatura do autor russo na consolidação do conceito de ressentimento elaborado por Nietzsche Pretendemos analisar os protagonistas de duas obras de Fiódor Dostoievski - O homem do subsolo (da obra “Memórias do Subsolo” de 1864) e Raskólnikov (da obra “Crime e Castigo” de 1866) – mediante o conceito nietzschiano de ressentimento, segundo o qual o ser ressentido demonstra uma impotência perante os seus atos, ficando atrelado ao passado. O ‘homem do subsolo’, cuja relevância é mencionada com entusiasmo pelo filósofo alemão em uma de suas correspondências, é considerado como uma versão literária perfeita da idéia de ressentimento, representando um indivíduo angustiado e pessimista, esse personagem nos revela com uma extrema frieza um absurdo desprezo pelo mundo a sua volta sem nenhum tipo de remorso, amargurando-se ainda mais, parecendo até gosta da situação angustiante em que está, não demonstrando nenhum sinal de querer sair dessa situação inóspita. Raskólnikov, por sua vez, contém em seus atos um forte sentimento de culpa. Estudante pobre, que comete um duplo assassinato se vê às volta de uma complexa carga de ressentimento, não conseguindo suportar essa situação. Estando numa polifonia interna causada por um emaranhado de sentimento, como o remorso provocado pelo crime, a crise financeira (por ter que abandonar os estudos pela grave crise financeira sua e de seus pais) e a pretensão de transgredir as leis morais da sociedade (por se ter uma aspiração de ser um homem extraordinário –conceito que ele próprio elaborou para designar a origem dos homens), esse indivíduo não possui condições de suportar essa enorme pressão. Nosso trabalho pretende relacionar o “homem do subsolo” com o conceito nietzschiano de ressentimento e o personagem Raskólnikov como referência para a consolidação da idéia da moral escrava. Pretendemos assim mostrar como o filósofo alemão, que afirma ter aprendido muito com a psicologia de Dostoiévski, como auxílio de seus ensinamentos, torna-se o primeiro psicólogo da Europa do século XIX.Orientador: Márcio Benchimol BARROS.

NIETZSCHE E A GENEALOGIA DOS VALORES MORAIS. Rodrigo ROCHA (Departamento de Filosofia. FFC Universidade Estadual Paulista - Campus de Marília. [email protected])

Tendo em vista a necessidade de uma crítica dos valores morais anunciada por Nietzsche como a nova exigência que se fizera ouvir, na modernidade, com o advento da morte de Deus, abordaremos, neste trabalho, a questão do método genealógico utilizado pelo filósofo. Assim, mostraremos como, através deste, nos é dado notar a proveniência histórica desses valores, o que nos remeterá a uma exposição do conceito de ressentimento, em função do qual Nietzsche polemiza o problema da moral mostrando-nos que, ao contrário do que pensava a tradição, a oposição de valores bem e mal não teria uma origem divina mas, contrariamente, seria produto do espírito de vingança dos sacerdotes judeus, lançado contra os valores da aristocracia senhorial.Orientador: José Carlos BRUNI.

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ÉTICA DISCURSIVA: UMA PROPOSTA DE UNIVERSALIDADE NA LEI MORAL. Cristina Amaro VIANA (Mestre em Filosofia pela FFC Universidade Estadual Paulista – campus de Marília. [email protected])

Entendendo “ética” enquanto a reflexão filosófica sobre a natureza, origem e valor dos costumes de uma determinada cultura ou sociedade, nota-se que ela apresenta, ao longo da história da filosofia, algumas questões centrais. Uma dessas questões diz respeito à universalidade das máximas morais. Em poucas palavras, trata-se da seguinte indagação: a lei moral pode ser pensada como uma lei inquestionável que seja válida para todas as pessoas, independentemente do lugar e do tempo? Alguns filósofos acreditam firmemente na resposta afirmativa a essa pergunta. Kant (1724-1804), por exemplo, desenvolveu a noção de imperativo categórico e, a partir dela, buscou legitimar o caráter universal da moralidade com base numa racionalidade objetiva, transcendental. Na moral kantiana, o que fundamenta o dever é a forma da ação moral, e não o seu conteúdo propriamente dito; dessa maneira, as máximas do imperativo categórico não constituem normas de conduta ou regras de ação estabelecidas de maneira rígida, e sim princípios universais que servem de parâmetro para toda ação moral. Ora, como chegamos a conhecer esses princípios universais? Segundo Kant, esse conhecimento é possível pelo exercício da razão pura prática. E este é o ponto em que se insere a proposta da ética discursiva. Segundo esta perspectiva teórica ― delineada em grande medida pelas reflexões de Habermas (1929-) sobre a ação comunicativa, e analisada reflexivamente por Rouanet (1934-) ―, o discurso teria um papel central na busca do conhecimento dos princípios éticos universais. Assim como a moralidade proposta por Kant, a ética discursiva também entende que a objetividade e generalidade da conduta moralmente correta estão na forma e não no conteúdo das ações morais. Por essa razão, a ética discursiva sugere que os elementos universais da moralidade se encontram nos pressupostos gerais e necessários da comunicação lingüística. Dessa maneira, a proposta é que o caráter universal e necessário das leis morais seja fundamentado no discurso, a partir do diálogo, e não no acesso individual e solitário a partir de uma racionalidade transcendental.

POSSE E DIREITO RACIONAL EM KANT. Thiago Magalhães da SILVA (Departamento de Filosofia e Ciências Humanas – DFCH. Universidade Estadual de Santa Cruz – UESC. PROIIC/UESC - [email protected])

A Metafísica dos costumes de Kant envolve princípios morais puros que tornam possível a submissão das ações a leis éticas ou jurídicas, isto é, o uso prático da razão. Ela subdivide-se em doutrina do direito e doutrina da virtude ou ética. Na doutrina do direito, encontram-se as condições formais sob as quais o arbítrio de alguém é compatível com a ação de outrem, de acordo com a lei universal de liberdade na sua relação externa. A doutrina universal do direito subdivide-se em direito privado (direito natural) e direito público (direito civil). Chama-se direito público aquele que se origina no poder do estado civil, ou seja, o direito positivo. Entende-se por direito privado aquele que emana do direito natural ou estado de natureza. Enquanto o direito natural tem como fonte as relações jurídicas autônomas entre indivíduos, com base em princípios a priori, o direito público nasce das relações de indivíduos entre si dentro do Estado ou com o poder Estatal, relações essas subordinadas à autoridade por este estabelecida através da vontade do legislador. O direito privado contém, dentre outras coisas, a teoria kantiana da propriedade. O exercício do direito de proprietário é capaz de limitar a liberdade de outrem, fundado em princípios racionais e na necessidade jurídica. A posse física constitui mera relação empírica ao passo que a posse jurídica,

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inteligível ou racional representa uma relação pura a priori, a partir da qual o possuidor continua dono da coisa que lhe pertence, mesmo não estando presente ao lado dela.Orientador: Marcos Alberto de OLIVEIRA

MESA 6: EstéticaCoordenador: Sinomar Ferreira RioLocal: Sala 50

O BELO E O SUBLIME NA FORMAÇÃO DO JUÍZO DE GOSTO E ARTICULADOR DA SOCIABILIDADE UNIVERSAL: UM OLHAR ESTÉTICO SOBRE O SER NOS ESPAÇOS PÚBLICOS E PRIVADOS ÁTRAVES DA TEORIA KANTIANA. Merinéia RIBEIRO (Departamento de Filosofia. FFC Universidade Estadual Paulista – Campus Marília - [email protected])

A pesquisa que tem por base a obra de Immanuel Kant, “Observações sobre o sentimento do belo e do sublime” (1764). Nesta obra, Kant se propõe a observar, sob escolhas próprias, o sentimento do belo e do sublime e, em especial, analisar as implicações que o âmbito social pode infligir nestes sentidos. Essa obra representa parte da produção da primeira fase do filósofo de Königsberg. Sendo assim, procuramos tecer uma análise filosófica do processo seguido por Kant. A obra kantiana é composta por uma descrição dos comportamentos humanos numa alçada universal, para posteriormente traçar o ideal de elegância em que se inclui os ditames dos refinamentos e que, também, delineia o que poderia ser colocado como “homem esclarecido”. Este então baliza sua conduta pela crítica externa, pois vive num corpo social e segue o estatuto que o conduz, o qual é socialmente aceitável e previamente escolhido. Nas “Observações”, o sentimento moral é associado à conduta do homem justo em relação às outras modalidades de conduta, que interagem com ele, surgindo espaço para o sentimento de pudor (honra). Neste aspecto, Kant se propõe à descrição das condutas humanas, a fim de acender a um ponto que capte o todo da natureza humana, de maneira que possa ser conhecido o princípio moral universalizado e este, esteja aos olhos de todos, promovendo a perfeição moral. Por ora, vislumbramos que para Kant, nesta obra pesquisada, a organização social tem um caráter eminentemente de justiça e moral. Isso nos impõe a repensar as implicações dessa interpretação no juízo do gosto, ponto seqüencial na discussão kantiana, depois de definido como o sentimento do belo e do sublime manifestam suas propriedades empiricamente nas ações humanas.

A PAIDÉIA DO HOMEM GREGO SEGUNDO TRÊS MOMENTOS DA OBRA O NASCIMENTO DA TRAGÉDIA: HOMERO, TRAGÉDIA E SÓCRATES. Leonardo Gonçalves GOMES (Departamento de Administração e Supervisão Escolar). Departamento de Filosofia. FFC Universidade Estadual Paulista – Campus de Marília [email protected])

Esta comunicação procura estabelecer uma interface entre paidéia grega e as considerações do jovem Nietzsche sobre a Grécia antiga a partir da obra O Nascimento da Tragédia (1871-2). Na medida em que a paidéia grega possui uma vasta história e sinuosidades que extrapolam nossa alçada, articulamos o conceito de (areté),

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conceito-raiz da paidéia grega, extraído da obra Paidéia: a formação do homem grego (1936) de Werner Jaeger, com três distintos momentos da obra de Nietzsche, a saber, o período homérico (§§3, 5 e 6), o nascimento da tragédia (§§7-10) e o pensamento socrático (§13). A articulação destes momentos com o conceito de areté nos permite aduzir distintos modos de formação do homem grego: o herói, o trágico e o filósofo (no sentido socrático). A partir de tais modos, procuramos extrair das considerações do jovem alemão o perfil formativo do homem nos referidos momentos da paidéia grega. Orientador: Pedro Ângelo PAGNI

A ARTE EM MARX. André Souza SILVA (Departamento de Filosofia. FFC Universidade Estadual Paulista – Campus de Marília. [email protected])

Marx não desenvolveu uma estética “sistemática” embora tenha escrito, em diversos de seus textos, reflexões sobre a arte. Desde sua juventude o filósofo alemão esteve envolvido com leituras dos clássicos gregos e alemães, como Goethe, e chegou a escrever romances e poesias. Um dos seus principais textos sobre a arte se encontra na Introdução de Para a Crítica da Economia Política (1858).Nesta obra, Marx discute como a arte se desenvolve na sociedade. Para Marx, a arte se encontra na superestrutura da sociedade (na qual “se encontram” a política, a cultura, a ideologia e as leis) “sustentada” por uma base econômica formada pelas relações de produção (relações entre classes) e pelas forças produtivas (força de trabalho, máquinas).Apesar de a arte manter uma relação com a base material da sociedade, a arte goza, em Marx, de autonomia relativa frente ao mundo econômico, estando em descompasso com a sociedade na qual nasceu. O filósofo oferece o caso da arte grega antiga como exemplo de como aquela arte estava em descompasso com sua materialidade social. A arte grega era sofisticada, argumenta Marx, para a sociedade pouco desenvolvida economicamente que era a Grécia antiga. O que deve ser esclarecido, para Marx, é como a arte grega, surgida num ambiente materialmente arcaico, pode ainda se mostrar como ideal de arte e nos proporcionar um prazer estético. Pretendemos expor a teoria marxista da arte tendo como apoio o livro O que é estética? De Marc Jimenez. Orientadora: Arlenice Almeida da SILVA

IMITAÇÃO E BELEZA: O PRAZER E O CONHECER NO LIMITE DO REAL E DO VEROSSÍMEL. Guilherme Kaiala Goulart FERREIRA. (Departamento de Filosofia. FFC Universidade Estadual Paulista - Campus de Marília. [email protected])

O objeto de nosso trabalho é a análise da relação entre o conceito de imitação (mímeses) e o de beleza (kállos) no contexto do pensamento grego antigo. Como ponto de partida nos fundamentamos no pensamento filosófico de Aristóteles no concerto de sua obra Poética. Iniciaremos tratando a questão da linguagem, estabelecendo um paralelo entre a antigüidade e a contemporaneidade, ou seja, diferenciando entre o que atualmente e antigamente chama-se arte; trata-se de um diálogo entre os conceitos de tékhne, poíeses, mímeses e “arte”. Abordaremos o modo como os conceitos de imitação e de beleza se unem com a temática da natureza e da realidade; cogitaremos como o poeta se apropria da natureza e ao mesmo tempo supera-a no ato artístico, operando no limite entre o real e o verossímil. Como eixo central, nossa atenção se desdobra sobre a questão do prazer e do conhecimento como frutos do ato mimético; em seguida, questionaremos de que espécie é o prazer e o conhecimento que a arte gera no espectador. Em suma, nosso

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trabalho é lançar um olhar reflexivo para a arte na antigüidade clássica, trabalhando sua linguagem e conceitos. Sua finalidade é entender os aspectos da arte na exata medida a qual se dá a gênese da arte ocidental.Orientadora: Arlenice Almeida da SILVA

A REPRESENTAÇÃO DA MODERNIDADE EM CHARLES BAUDELAIRE. Vanessa WATANABE (Departamento de Filosofia. FFC Faculdade de Filosofia e Ciências – Campus de Marília - [email protected])

A importância de Charles Baudelaire para a arte moderna é evidente, visto a sua influência como crítico literário e a construção da sua representação do conceito de moderno. Seu grande potencial com a poesia simbolista, posto que nesta já se evidência críticas à arte clássica e alguns traços da modernidade, em que este estava embebido. Marcelo Jacques aponta ainda, a observação de compreender tal autor diante de uma influência estética constituído na posterioridade. “- à luz não apenas de sua época, a da agonia romântica, mas também das muitas e principais influências que lhe inervam a floração poética e o ideário estético”. (BAUDELAIRE, 2000, p.53). Contudo, a crítica a um ideário estético foi um grande foco de sua obra. A arte neste período limitou-se a abordar segundo Baudelaire, assuntos públicos e oficiais, evidenciando um heroísmo político. Entretanto, para ele, o verdadeiro artista da modernidade buscará outras facetas de heroísmo, em que evidenciará as belezas particulares de um mundo condenado pela moral das cidades modernas, em um espetáculo, em que se encontram as mulheres de vida errante e os criminosos. Com tais considerações, este demonstra toda a beleza presente na atmosfera da vida parisiense que não é observada. Para Baudelaire, o verdadeiro artista deve observar a multidão, em suas atitudes de expressiva simplicidade. O flâneur é assim, um observador apaixonado, a pessoa que se desposa do universo das multidões. Este irá representar a multiplicidade da vida nas grandes capitais, em sua eterna beleza e harmonia, revelando a própria vida em circunstâncias fugidias. Deste modo, existe no pensamento crítico de Baudelaire, forte entonação para o sentir os prazeres causados pela arte, diante das variedades de sensações e, não simplesmente pensar em uma construção erudita que visa as posições simétricas e regras demarcadas pelas escolas de professores – jurados. Em uma produção de arte há sempre algo de novo, que não se enquadrará em tais pressupostos estéticos. A expressão do individualismo, em uma demonstração da sua personalidade.Orientadora: Arlenice Almeida da SILVA

Mesa 7: Filosofia da InformaçãoCoordenadora: Mariana Cláudia BroensLocal: Sala 55

RELAÇÃO INFORMACIONAL: UMA ALTERNATIVA À RELAÇÃO CAUSAL NA TEORIA DA AÇÃO? Gilberto César Lopez RODRIGUES. (Departamento de Filosofia. FFC Universidade estadual Paulista – Campus de Marília. [email protected])

O objetivo deste trabalho é examinar, a partir de uma perspectiva filosófica, as teorias da ação apoiadas nos conceitos de causalidade. Argumentaremos que a redução dos

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modos causais aristotélicos ao entendimento linear de causalidade eficiente por parte da física clássica dificulta a explicação da ação intencional que corpos vivos apresentam. Apresentaremos uma concepção alternativa para compreensão da ação inspirada na Teoria Geral dos Sistemas, em especial nos conceitos de causalidade circular e de relação informacional. Nossa investigação é apoiada nos trabalhos de filósofos estudiosos da Teoria da Informação tais como Dretske (1981), Alicia Juarrero (1999), Capurro (1996, 2003) e Gonzalez (2004, 2007) tendo como fio condutor investigar em que medida a teoria da informação por eles proposta propicia uma alternativa filosófica satisfatória para o estudo da ação.Orientadora: Maria Eunici Quilici GONZALEZ.

UMA ANÁLISE SOBRE O DESENVOLVIMENTO DO CONCEITO DE INFORMAÇÃO. João Antônio de MORAES. (Departamento de Filosofia. FFC Universidade Estadual Paulista – Campus de Marília. [email protected])

Este trabalho tem por objetivo analisar o conceito de informação tal como apresentado em Gonzalez, Nascimento e Haselager (2004) no decorrer das últimas décadas, com o propósito de compreendermos os avanços da ciência no que concerne à teoria da informação. Conforme ressaltado em Gonzalez (et al) o termo informação tem sido utilizado em diversas áreas, principalmente no setor de comunicações, porém, ainda não se obteve um consenso entre os pesquisadores que tratam do assunto. A partir de Gonzalez (et al) pretendemos expor as vertentes que permeiam essa conceitualização para que, assim, possamos compreender o processo conceitual evolutivo em que as análises do conceito de informação se encontram. A informação foi conteceitualizada pela primeira vez no âmbito das engenharias e comunicações, primeiro por Hartley e Szilard e depois Shannon e Weaver que propuseram um conceito de informação para fundamentar sua Teoria Matemática da Comunicação (MTC). Tal teoria considera a informação como uma simples mensagem, dando importância a quantidade de mensagem transmitida. Visto que os conceitos de informação sugeridos por essa vertente não satisfazem as questões concernentes à epistemologia e ontologia da informação. Estudiosos, como Juarrero e Dretske, adotaram outra postura visando uma conceitualização da informação de cunho filosófico (Gonzalez et al, 2004). Essa segunda vertente irá se dividir em três tendências: realismo informacional; ecologia informacional; e, semântica informacional. Faremos uma breve apresentação dos princípios fundamentais das abordagens do conceito de informação que cada uma delas apresenta, para situar-nos nas pesquisas contemporâneas.Orientadora: Maria Eunici Quilici GONZALEZ.

INFORMAÇÃO, SIGNIFICADO E O CONCEITO DE AFFORDANCE NA FILOSOFIA ECOLÓGICA DE JAMES GIBSON. Juliana MORONI (Departamento de Filosofia. FFC Universidade Estadual Paulista – Campus de Marília. CNPq/PIBIC - [email protected]) Este trabalho tem como finalidade analisar a relação entre informação e significado na concepção ecológica de James Gibson, tomando como ponto de referência a sua obra “The ecological approach to visual perception.” Nesta obra, Gibson (1986), através do estudo do conceito de affordance e de informação ecológica, ressalta a inter-relação dinâmica entre organismo e meio ambiente. De acordo com a concepção gibsoniana, a

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affordance é caracterizada como a possibilidade de ação que o ambiente disponibiliza ao organismo; é a relação de reciprocidade e dinamismo entre organismo e meio ambiente. No caso da visão, os organismos percebem visualmente e diretamente as affordances presentes no meio, captando a informação que está no ambiente iluminado. Segundo Gonzalez (2005, p. 206), a informação, para os teóricos da informação ecológica “(...) é o conjunto de invariantes contitutivos das affordances que se estabelecem na relação entre organismo e meio ambiente.”A percepção das affordances ocorre de maneira direta e não mediada; o significado de um objeto não advém dos estados subjetivos do sujeito, mas está conectado com as várias affordances que este objeto lhe proporciona. Argumentamos que este é um ponto discutível na concepção gibsoniana, pois, as affordances por ele consideradas objetivas, paradoxalmente, também apresentam um aspecto subjetivo na medida em que podem ser construídas de acordo com a cultura de determinada sociedade. Então, pode-se afirmar que: as affordances construídas culturalmente dependem das necessidades do observador. Procuramos indicar a relevância epistemológica do conceito de informação para os estudos da filosofia da mente na esfera da ação.Orientadora: Maria Eunici Quilici GONZALEZ.

A RELAÇÃO-INDIVÍDUO-SOCIEDADE E A CONSTITUIÇÃO DE HÁBITOS NO AMBIENTE. Fernando César PILAN (Departamento de Filosofia. FFC Universidade Estadual Paulista – Campus de Marília. [email protected])

Segundo John Dewey, a experiência é base de todo o conhecimento humano. Para ele, o processo do processo de produção do conhecimento deve ocorrer por meio da experiência, pois considera que a ação precede o pensamento e por isso todo trabalho reflexivo está intimamente ligado com eventos da vida quotidiana. A proposta do trabalho é, através da noção de experiência, ressaltar o valor do conhecimento comum dentro dos processos de produção do conhecimento e investigar o papel do ambiente na formação dos hábitos socialmente estruturados e decorrentes da ação cognitivamente bem sucedida.Orientadora: Mariana Cláudia BROENS.

CONSIDERAÇÕES PRAGMÁTICAS DO CONCEITO DE INFORMAÇÃO. João G. J. MIRANDA. (Departamento de Filosofia. FFC Universidade Estadual Paulista - Campus de Marília. Pibic/CNPq - [email protected])

O conceito de informação tem sido estudado de modo sistemático principalmente por pesquisadores das áreas da Ciência Cognitiva, Matemática, Física e Biologia. O objetivo perseguido por tais pesquisadores é saber como manipular, armazenar, disseminar, reproduzir, e interagir com os dados informacionais de maneira mais eficiente. Neste contexto, a informação é vista em termos de transmissão e recepção de mensagens, suas preocupações centrais giram em torno dos conceitos de mensurabilidade e quantidade de informação gerada por uma fonte, a capacidade de transmissão do canal, assim como sua eficácia na transmissão de dados Como podemos notar, o direcionamento desses estudos da informação é basicamente técnico, por isso fogem de seus domínios questões de cunho epistemológico, ontológico e pragmático inerentes ao conceito de informação bem como sua relação com os processos de aquisição do conhecimento. O objetivo da nossa comunicação é justamente uma tentativa de

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explicitação do caráter epistemológico e ontológico da informação, indicando seu possível vínculo com o conhecimento e seu subseqüente desdobramento prático. Nesse sentido, analisamos a filosofia proposta por Charles S. Peirce (1931, 1958), principalmente sua lógica, denominada Semiótica, e seu método, denominado Pragmatismo. Assim sendo, na perspectiva epistemológica, defendemos a hipótese que a informação é o elemento responsável pela fundamentação e justificação de crenças verdadeiras. No viés ontológico, procuramos mostrar que informação, longe de ser uma substância, uma entidade ou coisa, pode ser identificada como um processo semiótico. E, pragmaticamente, concebemos a informação como aquilo que propicia a obtenção, a quebra e a mudança de crenças (conhecimento) que servirão de fundamento para a ação de um agente situado em um ambiente.Orientadora: Maria Eunici Quilici GONZALEZ.