evangelismo pessoal

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PROF.: CÍCERO NETO ABRIL 2008

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Evangelismo Pessoal

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Page 1: Evangelismo Pessoal

PROF.: CÍCERO NETO

ABRIL 2008

Page 2: Evangelismo Pessoal

E v a n g e l i s m o P e s s o a l P á g i n a | 2

Prof.: Cícero Neto

ÍNDICE

Introdução____________________________________________________________03

I ) Definição___________________________________________________________06

1. O que dizem os eruditos

2. Atos 1:8

II ) Base para o Evangelismo______________________________________________11

1. Conhecimento de Deus

2. Teocentrismo

III ) Estratégias e Ferramentas Evangelísticas________________________________16

1. Evangelismo de massa

2. Evangelismo pessoal

IV ) Plano de Salvação___________________________________________________19

1. O conteúdo da mensagem

2. A transmissão da mensagem

VI ) Conclusão_________________________________________________________25

Anexo _______________________________________________________________26

Bibliografia___________________________________________________________27

Page 3: Evangelismo Pessoal

E v a n g e l i s m o P e s s o a l P á g i n a | 3

Prof.: Cícero Neto

INTRODUÇÃO

Vivemos em um tempo muito

desafiador. O mundo contemporâneo é um

mundo globalizado, que tem como principal

característica o grande avanço tecnológico e a

velocidade com que as informações são

veiculadas, mas que ainda é influenciado pelos

fortes conceitos pós-modernos,

principalmente o relativismo, o pluralismo e o

hedonismo. O grande fato é que o homem de

hoje persisti em buscar a felicidade, a

realização e a satisfação pessoal. É uma busca

antropocêntrica, ou seja, o homem se coloca

no centro, buscando no mundo a sua volta

algo que lhe possa satisfazer e lhe trazer

felicidade. O evangelho responde a esta

grande necessidade do homem

contemporâneo, como disse Rick Warren: “As

boas novas

oferecem às

pessoas

perdidas o que elas estão freneticamente buscando.”

1 O que os homens de hoje precisam descobrir é que

a felicidade e a realização pessoal tão almejada, só

são possíveis através de Cristo e Cristo exige do

1 WARREN, R. Uma Igreja com Propósitos. São Paulo: Editora Vida, 1997, p272

“Se os homens

não estiverem

perdidos, se o

evangelho não for

verdadeiro, se a

educação for mais

necessária que a

salvação, e a

reforma política

mais fundamental

que a

transformação

espiritual,

certamente a

urgência da

evangelização

não passara de

conversa vazia

sem significado

algum.” (Russel P.

Shedd)

“As boas novas oferecem às pessoas perdidas o que elas

estão freneticamente buscando.”

(Rick Warren)

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Prof.: Cícero Neto

homem uma vida teocêntrica, ou seja, que coloque Deus no centro e acima de tudo.

Falar de evangelização é tratar de um assunto urgente, visto que a cada dia

morrem milhares de pessoas que não são convertidas a Cristo. Eles estão perdidos e

caminhando para o inferno desta maneira e por isto a evangelização deve ser nossa

prioridade, ainda que a educação, a ação social e

todos os aspectos para uma melhor qualidade de vida

física do homem sejam importantes, a evangelização

se sobressai sobre todas estas coisas, pois é o

evangelho que vai tirar o homem do caminho do

inferno para o caminho do céu, como disse Russel P.

Shedd: “Se os homens não estiverem perdidos, se o

evangelho não for verdadeiro, se a educação for mais

necessária que a salvação, e a reforma política mais

fundamental que a transformação espiritual,

certamente a urgência da evangelização não passara de conversa vazia sem

significado algum.” 2

Tratar a respeito da evangelização é sempre empolgante, pois diz respeito à

prática que nem aos anjos foi permitido realizar, mas tão somente aos homens

regenerados por Cristo. Tal prática é a única que, segundo a Bíblia, pode causar uma

festa no céu, e isto quer dizer que quando um cristão evangeliza um incrédulo e

este se converte ao Senhor o “estado do céu” é alterado, pois há festa no céu

quando um pecador se arrepende (Lucas 15:7). É glorioso pensar que o cristão,

através do próprio Deus, pode ser usado por Ele mesmo para ajudar um incrédulo a

sair do caminho da condenação ao inferno para o caminho que conduz a vida

eterna no céu.

Certa vez Guilherme Carey, que dedicou sua vida ao Senhor como missionário

na Índia, tido como o pai de missões modernas, desafiou: “Tente fazer grandes

2 SHEDD, R. P. Evangelização: Fundamentos bíblicos. São Paulo: Shedd Publicações, 2006, p8

“Tente fazer

grandes coisas

para Deus e

espere

grandes coisas

de Deus.”

(Guilherme

Carey)

Page 5: Evangelismo Pessoal

E v a n g e l i s m o P e s s o a l P á g i n a | 5

Prof.: Cícero Neto

coisas para Deus e espere grandes coisas de Deus.” 3 Certamente, decidir fazer

parte do projeto de evangelização dos homens, em obediência ao Senhor, é buscar

fazer algo grande para Deus, algo que promove festa no céu. Como diz o sábio rei

Salomão, inspirado pelo Todo Poderoso: “Quem ganha almas é sábio.” (Provérbios

11:30).

Nossa proposta, portanto, é tratarmos daqui para diante a respeito da

definição de evangelização, qual a base para a evangelização e também qual o

conteúdo da mensagem de evangelização e a partir disto vermos como podemos

transmitir esta mensagem e que estratégias e ferramentas poderemos utilizar.

3 BOTELHO, D. Onde Estão os 7.000 que não Dobraram os Joelhos a Baal? Camanducaia: Missão

Horizontes, 2001, p45

Page 6: Evangelismo Pessoal

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Prof.: Cícero Neto

I ) DEFINIÇÃO

1. O Que Dizem os Eruditos

Muitos têm procurado definir o que de fato é a evangelização e há algumas

considerações que são dignas de nossa reflexão.

Michael Green dá uma definição bem simples. Ele diz: “Evangelização é a

proclamação das boas novas de salvação a homens e mulheres tendo em vista a sua

conversão a Cristo e filiação a sua Igreja.” 4 Russel Shedd vai dizer que “a natureza

da evangelização é a comunicação do evangelho. Seu propósito é dar aos indivíduos

e aos grupos uma oportunidade genuína de receber a Jesus Cristo como Salvador e

Senhor. Sua meta é persuadi-los a se tornarem discípulos do Senhor e servi-lo na

comunhão da Igreja.” 5

Podemos ainda considerar, como uma definição mais abrangente de

evangelização, a resolução a respeito deste assunto,

que nos faz o Pacto de Lausanne: “Evangelizar é

difundir as boas novas de que Jesus Cristo morreu

por nossos pecados e ressuscitou dentre os mortos,

segundo as Escrituras, e que, como Senhor e Rei, ele

agora oferece o perdão dos pecados e o dom

libertador do Espírito a todos os que se arrependem

e crêem. A nossa presença cristã no mundo é indispensável à evangelização, como

também o é o diálogo, cujo propósito é ouvir com sensibilidade, a fim de

compreender. Mas a evangelização propriamente dita é a proclamação do Cristo

bíblico e histórico como Salvador e Senhor, com o intuito de persuadir as pessoas a

virem a ele pessoalmente assim se reconciliando com Deus. Na proclamação do

4 GREEN, M. Evangelização na Igreja Primitiva, São Paulo, Vida Nova, 1990, p7

5 SHEDD, op. Cit., p93

“… Na proclamação do

convite do evangelho,

não temos o direito de

esconder o custo do

discipulado...”

Page 7: Evangelismo Pessoal

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convite do evangelho, não temos o direito de esconder o custo do discipulado.

Jesus ainda convida todos que desejam segui-lo a negarem-se a si mesmos,

tomarem a cruz e identificarem-se com a sua nova comunidade. Os resultados da

evangelização incluem a obediência a Cristo, o ingresso em sua igreja e um serviço

responsável no mundo.” 6

2. Atos 1:8

Estas definições muito nos ajudam a

compreender melhor o que de fato é a

evangelização. Foi se tratado, acertadamente, de

proclamação do evangelho, de reconciliação do homem com Deus, de persuadir os

homens a fé, de difundir as boas novas, comunicar o evangelho, no entanto se faz

necessário acrescentarmos ainda uma outra idéia dentro da definição de

evangelização, que não foi tratada acima para que alcancemos um entendimento

maior. Trata-se da ordem que o Senhor Jesus nos dá em Atos 1:8. Ele disse:

“...recebereis poder, ao descer sobre vós o Espírito Santo, e sereis minhas

testemunhas tanto em Jerusalém como em toda a

Judéia e Samaria e até aos confins da terra.”

Jesus Cristo, a própria boas novas, está neste

contexto dizendo suas ultimas palavras na Terra, pois

logo Ele acenderia aos céus como está descrito no

verso 9, e em suas ultimas palavras, Jesus dá uma

ordem de vital importância, para Ele, aos seus

discípulos que estavam ali naquele momento, mas que

nós entendemos que se estende a todos que vierem a ser discípulos de Cristo, ou

seja, é uma ordem para nós, que dizemos que somos discípulos de Jesus.

6 Congresso Internacional de Evangelização Mundial, Lausanne, Suiça, Julho 1974.

“Sua missão é uma continuação da missão de Jesus sobre a Terra”

(Rick Warren)

Podemos, portanto,

entender a

evangelização como a

experiência de

testemunhar de Cristo

desde onde estivermos

até os confins da Terra.

Page 8: Evangelismo Pessoal

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Se os próprios homens não gastam suas ultimas palavras tratando de

assuntos de pouco relevância, pelo contrário, costumam dizer o que para eles é

altamente importante, quanto mais o Senhor Jesus, em toda a sua sabedoria.

Portanto, a última ordem de Cristo diz respeito a continuação de sua missão, o que

também podemos entender como a continuação de sua vida sobre a Terra, como

disse Rick Warren: “Sua missão é uma

continuação da missão de Jesus sobre a

Terra”7. Ele diz que nós vamos ser suas

testemunhas, podemos, portanto, entender

a evangelização como a experiência de

testemunhar de Cristo desde onde

estivermos até os confins da Terra.

É relevante nós considerarmos um

pouco mais o que Jesus quis dizer com

“testemunhas”. Analisando esta palavra no

texto original - gr. vamos ver

que ela é um substantivo no caso

nominativo predicativo, e isto ocorre depois

de verbos de existência. A idéia

fundamental do nominativo (“o caso de

nomear”) é designação. A função original

do caso era dar identificação mais específica ao sujeito do verbo. Algumas vezes isto

é chamado de o “sujeito complemento”, por que ele completa o sentindo do sujeito

e especifica a mesma pessoa ou coisa como sujeito. Isto quer dizer que Jesus

nomeou, designou os seus discípulos para serem suas testemunhas e estas por sua

vez estão tão identificadas com Jesus, Aquele quem as nomeou, de tal modo que

7 WARREN, R. Uma Vida com Propósitos: Você não esta aqui por acaso. São Paulo: Editora Vida, 2003,

p244

“Mártir cristão é

aquele que prefere

enfrentar a morte a

negar ao Cristo, ou

a Sua obra...

prefere sacrificar

tudo o que possa

ser considerado de

grande importância

para promover o

Reino de Deus...

prefere enfrentar

grandes

sofrimentos pelo

testemunho de

Cristo.”

Page 9: Evangelismo Pessoal

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fica difícil saber quem é Jesus e quem é testemunha. Testemunhar de Cristo implica,

portanto, viver a vida de Cristo. É poder dizer como Paulo:

“Já estou crucificado com Cristo; e vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim;

e a vida que agora vivo na carne vivo-a na fé do Filho de Deus, o qual me amou e se

entregou a si mesmo por mim.” (Gálatas 2:20)

É interessante notar que o vocábulo grego em Atos 1:8 traduzido por

testemunhas é (martures), do qual também se deriva o termo moderno

mártires. A definição mais simples de mártir é o indivíduo que morreu pela causa

em que cria. A missão Voz dos Mártires nos dá também uma definição para o mártir

Cristão: “Mártir cristão é aquele que prefere

enfrentar a morte a negar ao Cristo, ou a Sua

obra... prefere sacrificar tudo o que possa ser

considerado de grande importância para

promover o Reino de Deus... prefere enfrentar

grandes sofrimentos pelo testemunho de

Cristo.”8

Isto traz à consideração a verdade de que

testemunhar de Cristo implica em estar pronto para morrer por Cristo. Nada novo,

pois se a testemunha está tão identificada com Cristo, o sofrimento, a dor, a “cruz”

é seu destino.

Ao considerarmos esta verdade a respeito do testemunhar de Cristo, uma

questão pode se suscitar: “Será que conseguiremos testemunhar de Cristo, do

modo que Ele requer que testemunhemos?” A resposta está no próprio texto. Ele

disse que nós testemunharíamos a partir do momento que recebêssemos o poder

do Espírito Santo, logo o poder para ser testemunha não é humano e sim espiritual.

Nós vamos conseguir testemunhar, mas na dependência do Espírito Santo e não

com o nosso braço, como diz o salmista: “Uns confiam em carros, e outros, em

8 www.vozmartir.org

O poder para ser

testemunha não é humano

e sim espiritual. Nós vamos

conseguir testemunhar,

mas na dependência do

Espírito Santo, e não com o

nosso braço.

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cavalos, mas nós faremos menção do nome do SENHOR, nosso Deus.” (Salmo 20:7)

Pois, na verdade, é como também profetizou Zacarias, dizendo: “...não por força,

nem por violência, mas pelo meu Espírito, diz o SENHOR dos Exércitos.” (Zacarias

4:6)

Ao ser analisada no texto original, vamos notar que a palavra “poder” - gr.

que Jesus menciona em Atos 1:8, é um

substantivo no caso acusativo de objeto direto,

que ocorre quando este recebe a ação de um

verbo transitivo. A idéia principal do acusativo é

limitação. Ele limita em referência a extensão,

duração, direção, etc. Isto quer dizer que o

substantivo está limitado e limitado em referência ao sujeito, ou seja, o poder para

ser testemunha está limitado a quem recebeu o Espírito Santo. Este termo não tem

o sentido de autoridade, mas sim, força intensa, energia, poder real. Com isto

vemos que o cristão tem a grande incumbência de testemunhar de Cristo, mas

também tem a grande força do Espírito para cumprir tal incumbência.

Como percebemos, o vocábulo grego traduzido por poder é

(dunamin), deste também se deriva o termo moderno dinamite. Este fato

torna possível a consideração à comparação do poder do Espírito Santo como um

dinamite, correlacionado com o texto em que Jesus diz que “... as portas do inferno

não prevalecerão...” (Mateus 16:18), nos faz pensar que este poder faz as portas do

inferno explodirem.

Com base em Atos 1:8 podemos dizer, portanto, que a evangelização consiste

em testemunhar de Cristo, no poder do Espírito Santo. A partir desta afirmação

poderemos, então, compreender, daqui em diante, como testemunhar no poder do

Espírito Santo. Para isto precisaremos, antes de mais nada, considerar a base para a

evangelização.

A evangelização consiste

em testemunhar de Cristo,

no poder do Espírito Santo

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II ) BASE PARA O EVANGELISMO

1. Conhecimento de Deus

Ao tratarmos de qualquer princípio bíblico, é importante considerarmos a

fonte, a base, a motivação para a prática daquele princípio e no que diz respeito à

evangelização, isto não é diferente. A Bíblia nos mostra que tudo começou com

Deus, como está escrito em Romanos 11:36: “Porque dele, e por ele, e para ele são

todas as coisas; glória, pois, a ele eternamente. Amém!”, portanto, se quisermos

encontrar a motivação, a força para

cumprirmos o mandato evangelístico que o

Senhor nos deu, precisaremos nos voltar ao

próprio Deus, logo a base para a evangelização

é um conhecimento correto de Deus.

Há quem conheça a Deus e se relacione com Ele de modo bíblico, mas há

também quem conheça e se relacione com Deus a partir de suas experiências

pessoais e há ainda aqueles que conhecem e se relacionam com Deus a partir de

suas experiências interpessoais com homens e mulheres de Deus.

Concebendo Deus de modo experimental: Esta idéia quer mostrar que há

uma concepção de Deus, que é segundo a experiência de vida de cada

indivíduo, que é passada de geração em geração, ou seja, conceber

Deus de modo experimental é conhecê-lo através de tradições e

culturas e não pelo que, verdadeiramente, Ele é. O relacionamento

desta pessoa com Deus é simplesmente ritualístico. Ex.: O individuo

aprende desde criança, pelo pai e mãe católicos, que deve fazer o sinal

da cruz toda vez que passar em frente a uma igreja católica. Ele faz o

sinal da cruz e isto demonstra sua relação com Deus. A Bíblia mostra

A Base para a evangelização

é um conhecimento correto

de Deus.

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Prof.: Cícero Neto

que viver e se relacionar com Deus através de tradições é inútil. (1º

Pedro 1:18)

Concebendo Deus de modo relacional: É a concepção de Deus, adquirida

pela relação que um indivíduo tem com homens e mulheres que,

verdadeiramente, conhecem a Deus. O relacionamento desta pessoa

com Deus é superficial. Ex.: Um indivíduo pode ter sido criado na igreja

evangélica e ter convivido e aprendido com homens e mulheres de

Deus, mas ainda se parecer como Jó, que conhecia Deus só de ouvir

falar. Jó migrou de um conhecimento superficial para um conhecimento

profundo de Deus. (Jó 42: 1-6)

Concebendo Deus de modo bíblico: É a concepção correta de Deus,

segundo o que Ele verdadeiramente é. Aqueles que conhecem a Deus

desta maneira vivenciam um relacionamento profundo com Ele. Ex.:

Paulo tinha uma visão errada de Deus, mas a partir do momento que se

encontrou com Cristo, passou a conhecer e se relacionar com Deus, pelo

o que de verdade Ele é.

2. Teocentrismo

Vimos que a evangelização precisa

ter como motivação o próprio Deus,

como disse Russell Shedd: “A ordem

bíblica de evangelização precisa ser vista

no contexto do deleite divino. Assim

como o motivo por trás de todas as ações visa o aumento da felicidade de Deus...” 9

Também fica claro que para sermos motivados em Deus, precisamos conhecer a

Deus e nos relacionarmos com Ele de modo bíblico, portanto vamos ver o que a

Bíblia nos diz.

9 SHEDD, op. Cit., p13

“A ordem bíblica de

evangelização precisa ser vista

no contexto do deleite divino.

Assim como o motivo por trás

de todas as ações visa o

aumento da felicidade de

Deus...” (Russel Shedd)

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E v a n g e l i s m o P e s s o a l P á g i n a | 13

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Em II Corintios 5:11-21 o apóstolo Paulo escreve a respeito do ministério da

reconciliação, no verso 18 ele diz: “Deus ... nos deu o ministério da reconciliação;” e

no verso 19: “Deus ... pôs em nós a palavra da reconciliação.” Isto quer dizer que o

cristão, aquele que nasceu de novo, portanto é nova criatura (v17) tem o serviço, a

responsabilidade de testemunhar de Cristo. Ministério é um serviço prestado a

Deus e reconciliação é o que ocorre quando um indivíduo nasce de novo, logo

exercemos este serviço de levar outros a se reconciliarem com Deus pela palavra da

reconciliação, através de nossa ação de testemunhar de Cristo.

No inicio desta sentença o apóstolo Paulo afirma que no esforço para

testemunhar de Cristo, ele persuadia os homens a fé. É essencial notar que Paulo

mostra que o exercício de se persuadir os homens está diretamente embasado no

temor que devemos ao Senhor (v11), por isto

está claro que a motivação para evangelização

é o próprio Deus, como também disse Russel

Shedd: “A razão principal da ordem

evangelizadora deve ser teocêntrica.” 10

O temor a Deus é, portanto, um ponto

vital e só o temeremos quando o tivermos

acima de tudo e isto acontecerá quando

compreendermos que Ele é o Senhor, Todo Poderoso e detém autoridade total

sobre todas as coisas e sobre todas as suas criaturas, pois foi Ele mesmo que com

sua palavra criou (Gn 1), logo Ele é o único que tem direito sobre tudo e todos e

nada é maravilhoso demais que Ele não possa fazer (Jr 32:17). Ele é Eterno (Sl 90:1-

2), o “Eu Sou” (Ex 3:14), Imutável (Sl 102:26-28), Onipresente (Sl 139: 7-12),

Onisciente (139: 1-6), Bom (Sl 25:8), Amoroso (Jo 3:16), Justo (Dt 32:4), Santo (Lv

11:44-45) e a Bíblia diz ainda muito mais a respeito do que Ele é.

10

SHEDD, op. Cit., p23

... muitas vezes os cristãos

estão mais preocupados

com o que os outros

pensam dele do que com o

que o Senhor Todo

Poderoso pensa.

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Prof.: Cícero Neto

É essencial fazer-se estas

considerações, pois muitos não persuadem

os incrédulos à fé em Cristo, por que não o

teme o suficiente e se é desta forma eles não

se relacionam com um Deus Santo e Justo,

por exemplo, se não o temeriam.

O que ocorre é que muitas vezes os

cristãos estão mais preocupados com o que os outros pensam dele do que com o

que o Senhor Todo Poderoso pensa. Questionamentos freqüentes que acontecem

são: “O que o meu pai ou minha mãe vai dizer se eu fizer isto?” ou “O que o meu

marido ou esposa vai fazer se eu tomar esta atitude?” e ainda “O que os meus

vizinhos ou colegas de trabalho vão pensar se eu for tão radical assim?” ou talvez

“Se eu sair evangelizando todo mundo o tempo todo, vão achar que eu sou louco,

fanático ou coisa parecida.” Deste modo muitos estão temendo mais a sociedade e

o circulo de relacionamento ao qual estão inseridos do que o próprio Deus, logo não

testemunha de Cristo, persuadindo os homens à fé.

Para se temer a Deus é necessário conhecê-lo biblicamente e isto só é possível

através da valorização do relacionamento com Ele. Mas como é possível

identificarmos o valor que damos ao nosso relacionamento com Deus? Nós

podemos pesar os nossos valores ao considerarmos nosso tempo e dinheiro, pois

alguém só investe tempo e dinheiro naquilo que valoriza.

Neste ponto surgem questões vitais: “Quanto tempo você se dedica a oração

e ao estudo devocional da Bíblia?”, “Você tem o hábito de jejuar?” ou “Quanto

tempo do seu dia você se dedica aos trabalhos que sua igreja desenvolve?” e

“Quanto dos seus recursos financeiros você investe no Reino de Deus?”. Meia hora

de oração e meia de leitura bíblica, talvez, e você ainda pode dizer: “Eu dou meu

dízimo, certinho, todo mês e até oferto às vezes.”, mas será que está bom do modo

como está?

No mundo, tempo é

dinheiro.

No Reino, tempo são almas.

Page 15: Evangelismo Pessoal

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Basta refletir no fato de nosso dia ter 24 hs, que nós vamos perceber que

apenas uma hora de oração é muito pouco, na verdade, é menos de 10% do dia, no

entanto não são a maioria dos cristãos que

chegam a orar uma hora.

O que mais suga seu tempo e dinheiro

hoje, mostra o que você mais valoriza. Isto

quer dizer que você precisa negar-se a si

mesmo, os seus próprios valores, para se

dedicar ao relacionamento com Deus, como

disse Jesus: “buscai primeiro o reino de Deus,

e a sua justiça, e todas ‘outras’ coisas vos

serão acrescentadas.”(Mt 6:33)

Desta maneira elevaremos Deus a sua

justa posição em nossas vidas: Acima de tudo e de todos e assim teremos uma vida

teocêntrica e todas as nossas ações terão como princípio e fim o Senhor Todo

Poderoso, ou seja, não viveremos mais para nós mesmos, mas para Cristo. (II Co

5:15)

Portanto, quando se conhece a Deus de modo bíblico e se têm um

relacionamento tão aprofundado com Ele, o cristão o coloca acima de tudo e assim

têm o temor que se deve ter a Ele e persuadir

os homens à fé, exercendo o ministério da

reconciliação, será uma conseqüência

inevitável, pois um relacionamento correto

com Deus produz motivação o suficiente para

o cristão obedecer ao mandato evangelístico

de seu Senhor de testemunhar dEle desde

onde estiver até os confins da Terra.

...um relacionamento

correto com Deus produz

motivação o suficiente para

o cristão obedecer ao

mandato evangelístico de

seu Senhor de testemunhar

dEle desde aonde estiver até

os confins da Terra.

“Eu só tenho

medo de não

receber o

sorriso de

Deus.”

(Pr. Carlos A.

Simião)

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III ) ESTRATÉGIAS E FERRAMENTAS EVANGELÍSTICAS

Ao tratar-se de estratégias para a evangelização dos incrédulos e das

ferramentas para a realização deste mandato de Cristo de testemunhar dEle, se faz

necessário fazer-se distinção entre evangelismo de massa e evangelismo pessoal.

1. Evangelismo de Massa

Uma estratégia de evangelização

que visa alcançar um grande grupo de

pessoas ao mesmo tempo. Neste tipo de

estratégia, dependendo da ferramenta

evangelística, é possível se utilizar

métodos que confrontem os incrédulos a

tomarem uma decisão de entregar-se a

Cristo, mas nem sempre isto é feito.

A ferramenta mais comum de

evangelismo em massa é o sermão pregado em cultos públicos. Estes cultos podem

ser ao ar livre, no lar de alguém e na própria igreja. Durante muito tempo esta

ferramenta evangelística tem sido muito usada por grandes expoentes na história,

tais como Dwight Lyman Moody e Billy Graham e nos dias de hoje, do mesmo

modo, Reinhard Bonnke, de quem são as palavras: “O evangelho... é uma

proclamação de libertação. Dialogo? O evangelho não está aberto para

modificações. É mandatório, uma ordem real e divina.”11 Muitos outros pastores e

cristãos evangelistas, que nem sabemos seus nomes, estão fazendo uso do sermão

em cultos públicos para ganhar almas para Cristo. O método é simples: há um

11 BONNKE, R. Evangelismo por Fogo: Acendendo a sua paixão pelo perdido. Curitiba: CFAN, 3ed, p96

“O evangelho... é uma

proclamação de libertação.

Dialogo? O evangelho não está

aberto para modificações. É

mandatório, uma ordem real e

divina.” (Reinhard Bonnke)

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Prof.: Cícero Neto

esforço para atrair um grande grupo de incrédulos a um lugar específico e ali o

pregador, discursa um sermão evangelístico, neste caso, necessariamente, os

desafiando a se entregarem a Cristo. Há quem possa pensar que isto é novo, no

entanto a primeira ceifa de almas para Cristo foi através de um sermão a um grande

grupo de incrédulos e na ocasião, cerca de três mil almas se decidiram por Cristo. O

pregador era o apóstolo Pedro e esta história está descrita em Atos 2: 14-47.

Com o tempo, novas ferramentas de evangelização em massa foram sendo

criadas e utilizadas. Têm-se hoje a pantomínia, o teatro evangelístico e também os

folhetos com mensagem evangelística, que apesar de serem entregue

pessoalmente, não incluem um desafio a tomada de decisão por parte dos

incrédulos, sendo assim funcionam mais como “panfletagem”, portanto sendo

considerada uma estratégia para evangelização em massa, até por que na maioria

das vezes é feita por um grupo de cristãos que saem junto para fazerem um,

também, chamado “impacto evangelístico”. Como ferramentas de evangelização

em massa estão incluídos, ainda, os programas evangelísticos de rádio e tv, assim

como todos os recursos que a internet disponibilizou, através dos sites e correio

eletrônico, que possibilita o contato com um grande grupo de indivíduos no mundo

todo, sendo hoje uma ferramenta cada vez mais utilizada.

2. Evangelismo Pessoal

Uma estratégia de evangelização que envolve um contato pessoal e direto

entre o evangelista e o incrédulo. Apesar desta estratégia de evangelização já ter

tomado várias formas, por conta das várias ferramentas que hoje se têm, pode-se

notar que é tão antiga quanto a evangelização em massa, pois o próprio Senhor

Jesus se valeu dela. De modo pessoal e direto Jesus testemunhou das boas novas do

seu reino a mulher samaritana (Jo 4: 1-30), a Nicodemos (Jo 3: 1-21), a Zaqueu (Lc

19:1-10) e por certo, a tantos outros. Também chamada de corpo a corpo, esta

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estratégia, comumente, alcança um incrédulo por vez, no entanto também é

possível se alcançar dois ou três incrédulos ao mesmo tempo.

É importante notar que quando se evangeliza pessoalmente, o plano de

salvação sempre precisa ser apresentado, assim como o desafio para a conversão

do incrédulo, independentemente da metodologia e da ferramenta que se esteja

utilizando.

Na fila de um banco, na sala de espera

para uma consulta, no ponto de ônibus, em

uma viagem ou em vários outros momentos da

vida, o cristão pode se valer desta estratégia de

evangelização. Através das células, grupos

familiares, grupos pequenos, após um jogo de

futebol ou qualquer outra atividade esportiva,

pode-se estar evangelizando pessoalmente um

incrédulo. Programar saídas para visitações e

até mesmo abordar diretamente os incrédulos

nas ruas são ótimos métodos para se colocar em prática esta estratégia, para tanto,

algo precisa estar claro para o evangelista: o plano de salvação.

Uma ferramenta evangelística que muito tem ajudado os irmãos da Igreja

Batista Missionária é o folheto intitulado como “Plano perfeito”. Confeccionado

pelo Pr. Carlos Alberto Simião12, este folheto é constituído apenas de figuras e nele

está contida toda a mensagem do plano de salvação. Vamos aprender como utilizar

o folheto do “Plano Perfeito”, no entanto precisamos antes compreender o que é o

plano de salvação.

12

Pastor presidente da Igreja Batista Missionária em Volta Redonda a 15 anos.

Na fila de um banco, na sala

de espera para uma

consulta médica, no ponto

de ônibus, em uma viagem

ou andando pelas ruas, em

qualquer momento da vida,

o cristão pode criar uma

oportunidade para

evangelizar pessoalmente

um incrédulo.

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IV ) PLANO DE SALVAÇÃO

É a mensagem do evangelho. Em termos práticos é o que vamos dizer aos

incrédulos enquanto estivermos os evangelizando.

1. Conteúdo da Mensagem

Para compreendermos melhor o que contém na mensagem de salvação

iremos dividir, de forma didática, este conteúdo em quatro pontos, ainda que

outros estudiosos já tenham dividido em mais partes. Primeiramente falaremos do

plano de Deus, depois do problema do homem, a solução de Deus e então a nova

vida com Cristo.

O plano de Deus: Como já vimos anteriormente, tudo começa com Deus

e o plano de salvação não poderia ser diferente. Antes de tudo o

incrédulo precisa saber que ele faz parte de um projeto perfeito de Deus

e que o Senhor o criou com um

propósito definido de glorificá-lo,

por isto, no início, ao criar o

homem o colocou no paraíso, onde

ele gozava de toda felicidade e

satisfação possível, pois isto era

proveniente do perfeito

relacionamento que ele tinha com

Deus e que trazia glória para Deus

por que era sem mácula. Este plano de Deus ao criar o homem fica claro

nos capítulos 1 e 2 de Genêsis, no entanto também encontramos em

muitas outras passagens das escrituras este princípio enfatizado, tais

como: Isaías 43: 21, Levítico 26: 11-12, Apocalipse 21:3 que querem

...o plano de Deus é se

relacionar perfeitamente

com o homem, e assim este

vai o glorificar e por

conseqüência vais ser

completamente feliz.

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dizer que Deus quer um povo que o glorifique e isto acontecerá quando

houver um estreito relacionamento entre ambos. Também em João

10:10 percebe-se que Deus quer a felicidade do homem, quer dar vida

abundante para ele, mas para isto, novamente, é necessário o

relacionamento perfeito com Deus, que foi perdido no Jardim do Édem,

através de Adão, por causa do pecado. Sumariamente, conclui-se que o

plano de Deus é se relacionar perfeitamente com o homem, e assim

este vai o glorificar e por conseqüência vais ser completamente feliz.

O problema do homem: Se o plano de Deus é tão bom, por que muitos

homens não o vivem? Alguém pode questionar. O fato é que Adão

pecou ao desobedecer a Deus,

devido à sedução de satanás

(Gênesis 3: 1-7), e o pecado de

Adão foi imputado a toda sua

raça, como descrito em

Romanos 5:12. Eis, portanto, o

problema do homem: o

pecado, que todos os homens

já nascem com ele, por herdarem de Adão, mas também continuam

praticando ao longo de suas vidas. O pecado é o que separa o homem,

de Deus, por isso Paulo escreve que todos pecaram e estão separados

de Deus em Romanos 3:23, pois Deus não co-habita com pecado, por

que Ele é Santo. Romanos 6:23 ainda afirma que este pecado gerou

morte, ou seja, os homens estão perdidos em seus pecados,

caminhando em direção ao inferno e eles precisam se conscientizarem

disto e sentirem a culpa de seus pecados, para sentirem a necessidade

de salvação, pois como disse Russel Shedd: “Sem convicção de pecado e

sem clara consciência de culpa, não é provável que alguém suplique a

“Sem convicção de pecado e

sem clara consciência de culpa,

não é provável que alguém

suplique a Deus por

libertação.”

(Russel Shedd)

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Deus por libertação.”13 E ainda: “Tentar evangelizar alguém que não se

sinta angustiado por causa do pecado é como tentar resgatar um

homem que não percebe que se está afogando.”14

A solução de Deus: Neste ponto se percebe que Deus não desistiu do

plano dEle para o homem. Se o homem criou um problema para si, se

tornou pecador, Deus no mesmo instante providenciou a solução. Em

Gênesis 3:15, Deus diz qual era solução, Ele promete o Messias, o

salvador. O texto diz: “E porei inimizade entre ti e a mulher, e entre a tua

semente e a sua semente; esta te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o

calcanhar.” O descendente da mulher é Cristo. Ainda que o calcanhar de

Cristo tivesse de ser ferido, como descendente de Eva, ou seja, o

sofrimento do Messias é patente, Ele mesmo esmagaria a cabeça da

serpente, providenciando perdão pelo pecado humano e salvação

através dEle, como diz em João 3:16, 14:6. Jesus é a solução de Deus, no

entanto o homem pecador precisa reconhecer isto, arrepender-se de

seus pecados e entregar-se a Ele como seu salvador e Senhor. O

homem, portanto precisa tomar uma decisão ante a solução de Deus:

entregar-se a Cristo ou continuar no caminho de morte. Esta decisão é

simples de ser tomada, no entanto pode ser muito dificil, como foi para

o jovem rico que decidiu permanecer no caminho de morte (Lucas 18:

18-23), diferentemente da decisão de um dois ladrões crucificados junto

com Cristo, este disse: “lembra-te de mim” (Lucas 23: 38-43),

reconhecendo que precisava e queria a salvação providenciada por

Cristo. Saber sobre Cristo não é o suficiente o indivíduo precisa se

decidir por Cristo, pela fé.

13

SHEDD, op. Cit., p27

14 SHEDD, op. Cit., p26

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A nova vida com Cristo: Após o individuo se decidir por Cristo, a Bíblia

declara que ele se torna uma nova criatura (II Corintios 5:17), pois

nasceu de novo (João 3: 1-8). Ele é um bebe espiritual e precisa

aprender os rudimentos da fé e ser integrado a Igreja de Cristo. Vai se

começar com ele então o processo de discipulado, que também é

responsabilidade do evangelista

pessoal, pois este não pode ganhar

a pessoa e larga-la sem cuidados.

2. Como Transmitir a Mensagem

A mensagem do evangelho precisa atingir o

homem como um todo por isto ela deve alcançar

tanto sua razão, quanto sua emoção, ou seja o

individuo precisa entender a mensagem, mas

também sentir-se cumpulgido a aceitá-la, para

tanto isto requer um esforço do evangelista, por

isto Jesus contou a parábola da grande ceia em

Lucas 14: 15-23 e disse exatamente no verso 23

para os evangelistas forçarem os incrédulos a

participarem da alegria da salvação. Ao comentar

sobre este trecho, Russell Norman Champlin

disse: “...este versículo realmente enfatiza que

para o salão do banquete do reino de Deus fique

repleto, realmente cheio de gente, terão de ser feitos esforços intensos e exaustivos

entre os gentios, e que os servos terão de ser grandemente ambiciosos e

trabalhadores.”

Existem algumas recomendações para o momento da evangelização, que são

importantes para tomarmos nota. São elas:

“...este versículo

realmente enfatiza

que para o salão do

banquete do reino

de Deus fique

repleto, realmente

cheio de gente,

terão de ser feitos

esforços intensos e

exaustivos entre os

gentios, e que os

servos terão de ser

grandemente

ambiciosos e

trabalhadores.”

(Russell Norman

Champlin)

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Não espere que as pessoas venham a você. Na direção do Espírito Santo,

vá até as pessoas, busque-as;

Você pode iniciar a evangelização assim: “A mensagem deste folheto

mudou a minha vida. Gostaria de mostrá-la a você. Sabe, Deus nos criou

com um...”

Ou assim: “Eu sou estudante da Bíblia e estou fazendo uma pesquisa.

Você pode me responder uma pergunta? ‘Se você morresse hoje, você

tem certeza que iria para o céu? ’...”;

Seja entusiasmado, empolgado, sorridente, positivo, seja animado.

Mostre a pessoa que Cristo mudou sua vida para melhor e que você é

muito feliz por isto;

Seja amigável e sensível a pessoa. Você esta começando a criação de um

vinculo, um relacionamento de confiança;

Pressione, force as pessoas a entregarem suas vidas a Cristo (Lucas 14:

23);

Doe-se totalmente, se esforce ao máximo para que a pessoa decida se

entregar a Cristo. Lembre-se que Jesus chorou gotas de sangue pelos

pecadores (Lc 22: 44);

Nunca se esqueça que é o Espírito Santo que convence as pessoas e que

há quem resista ao Espírito (Lc 18: 18-23);

Pergunte o nome da pessoa no inicio da conversa e sempre repita o

nome dela no decorrer da evangelização, inclusive no momento da

decisão;

Dobre o folheto e segure-o de tal maneira que a pessoa possa ver

facilmente as figuras do folheto. Use seu dedo para focalizar a figura,

uma de cada vez, ao passo que você evangeliza. Isso ajudará a manter a

atenção;

Quando forem apresentadas perguntas que possam desviar o assunto,

explique que a maioria das perguntas serão respondidas no decorrer da

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evangelização. Ou diga: “É uma boa pergunta. Nós podemos falar sobre

ela quando terminarmos.” Marque um estudo com ela ou a leve a igreja

e diga que as perguntas serão então respondidas;

Não é um debate teológico e nem uma defesa da fé. Você não está em

uma discussão, você está evangelizando;

Jamais se esqueça de pegar o endereço, telefones, os dados de contato

da pessoa evangelizada, principalmente daqueles que se decidiram com

Cristo. Você tem que fazer um novo contato com eles em no máximo 48

horas.

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CONCLUSÃO

Vimos que evangelização é na verdade testemunhar de Cristo no poder do

Espírito Santo e para tanto é necessário conhecer a Deus de modo bíblico, tendo

um relacionamento profundo com Ele, pois só assim o evangelista vai ter a

motivação correta, que não acaba. Podemos evangelizar um grande grupo de

pessoas ao mesmo tempo, mas também podemos evangelizar pessoalmente os

incrédulos onde estivermos, e isto é muito simples, pois temos ferramentas para

fazê-lo.

Sobretudo o trabalho de evangelização é uma ordem de Deus e traz alegria ao

Senhor quando a obedecemos, portanto precisamos nos esmerar ao máximo para

ganhar almas para Cristo, pois uma sequer vale mais do que o mundo todo.

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ANEXO I

Ser um Mártir pelo Senhor

Desde que a primeira igreja surgiu no dia de pentecostes,

Os seguidores do Senhor se sacrificaram voluntariamente.

Dezenas de milhares sacrificaram suas vidas para que o evangelho pudesse prosperar.

Assim obtiveram a coroa da vida.

Ser um mártir pelo Senhor. (2 x )

Estou pronto a morrer gloriosamente pelo Senhor.

Os apóstolos que amaram o Senhor até o fim,

O seguiram voluntariamente pelo caminho do sofrimento.

João foi exilado para a ilha de Patmus.

Estevão foi apedrejado até a morte pela multidão.

Mateus foi cortado em pedaços na Pérsia, pelo povo,

Marcos morreu quando suas pernas foram arrancadas por cavalos.

O doutor Lucas foi cruelmente enforcado.

Pedro, Filipe e Simão foram crucificados.

Bartolomeu foi esfolado vivo pelos pagãos,

Tomé morreu na Índia, quando cinco cavalos rasgaram seu corpo.

O apóstolo Thiago foi decapitado pelo rei Herodes,

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Thiago, o menor, foi cortado ao meio por uma serra afiada.

Thiago, o irmão do Senhor, foi apedrejado até a morte,

Judas foi amarrado a um pilar e lhe atiraram flechas até morrer.

A cabeça de Matias foi cortada em Jerusalém.

Paulo foi martirizado sob o imperador Nero.

Estou disposto a tomar a cruz e avançar,

Seguir os apóstolos pela estrada do sacrifício.

Para que dezenas de milhares de almas preciosas possam ser salvas.

Estou disposto a abandonar tudo e ser um mártir pelo Senhor.

( Hino cantado por cristãos da

Igreja Subterrânea da China )

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BIBLIOGRAFIA

Apostila Nível 1 do Professor do INFORME: Instituto de Formação de Multiplicadores

Espirituais. Cruzada Estudantil e Profissional para Cristo

Apostila Nível 2 do Professor do INFORME: Instituto de Formação de Multiplicadores

Espirituais. Cruzada Estudantil e Profissional para Cristo

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7ed, 1996

BONNKE, R. Evangelismo por Fogo: Acendendo a sua paixão pelo perdido. Curitiba:

CFAN, 3ed

BOTELHO, D. Onde Estão os 7.000 que não Dobraram os Joelhos a Baal? Camanducaia:

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CHAMPLIN, R. N. Enciclopédia Novo Testamento Interpretado Versículo por Versículo.

Vol3. São Paulo: Mileniun, 1970

GREEN, M. Evangelização na Igreja Primitiva. São Paulo: Vida Nova, 1990

SÉRIE LAUSANNE n2. Evangelização e Responsabilidade Social: Relatório da consulta

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KENNEDY, D. J. Evangelismo Explosivo: Edição revisada. Rio de Janeiro: JUERP, 1989

SHEDD, R. P. Evangelização: Fundamentos bíblicos. São Paulo: Shedd Publicações,

2006

WAGENVELD, J. Iglecrecimiento integral: Una intrducción bíblica al estudio del

crecimento de la iglesia. Miami: Editorial Unilit e Logoi – FLET, 2000

WAGNER, P. Estratégias Para o Crescimento da Igreja: Princípios bíblicos e métodos

práticos para uma evangelização eficaz. São Paulo: Editora Sepal, 1991

WARREN, R. Uma Vida com Propósitos: Você não esta aqui por acaso. São Paulo:

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WARREN, R. Uma Igreja com Propósitos. São Paulo: Editora Vida, 1997