eva e pandora, as culpadas das desgraças do mundo? · 76 | março 2012 | | março 2012 | 77...

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| março 2012 | 77 76 | março 2012 | " A s mães têm que aconselhar muito os filhos, tá mais presente, sempre que tiver em casa conversar mais com o filho, dar mais conselho. Porque hoje eu vejo que lutei muito pouco pelo meu filho. Eu tinha que ter lutado mais. Muito mais. Tinha que ter dado um jeito de ter ficado mais com ele, para dar mais conselho pra ele. (…) Eu fui o pai e mãe deles. Hoje eu vejo que eu não lutei nada pelo Diogo, porque ele morreu criança, não deu tempo de eu fazer muita coisa por ele. Hoje vejo que de certa maneira eu ajudei a matar o meu filho, e isso é o que mais me dói”. O depoimento extraído do livro “As Mulheres do Tráfico”, de MV Bill e Celso Athayde, mostra claramente o sofrimento de uma mãe que também foi pai e chora pelo tempo que não teve em sua vida para poder conversar, aconselhar, educar seu rebento. São as mulheres que carregam a culpa pelos desastres ocorridos em sua família, mesmo que decorrentes de circunstâncias alheias à sua vontade. Vivencio desde 2006 no Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clinicas de São Paulo a pesquisa "O brincar como atividade terapêutica nos tratamentos psiquiátricos de crianças e adolescentes", é um trabalho contínuo de grandes descobertas sobre o comportamento humano, este estudo é acompanhado pelas profissionais Adriana Dias Barbosa Vizzotto e a Dra Marisol Montero Sendin, o grupo de contadores de histórias da Associação Viva Deixe Viver e objetiva observar com os pais e acompanhantes o interesse do paciente pelo brincar e contar histórias; verificar os métodos e maneiras utilizadas no brincar das crianças e adolescentes e suas famílias em tratamento psiquiátrico; identificar patologias através do brincar e contar histórias para facilitar processos de interação dos pacientes, equipe multiprofissional e as famílias. Em nenhum caso o pai foi apontado como principal cuidador. Transtorno mental diagnosticado é o primeiro a sair pela tangente, ou seja, toda carga de culpa, angústia e sofrimento recai sobre a mãe principal cuidadora ou em alguns casos as avós. Os resultados preliminares apontaram que do total de 65 casos pesquisados, 70% dos pacientes são do sexo masculino. As lembranças negativas mais fortes na vida dessas cuidadoras estão ligadas a dores afetivas, causadas pela violência doméstica e problemas financeiros, como: fome, moradia precária, poucas roupas, falta de brinquedos. Mais de um terço da amostra relatam problemas de relacionamento no lar, com pais que bebiam e batiam na mãe e nos filhos, casais que brigavam muito. Desde que o mundo é mundo a mulher tem sofrido o estigma de Pandora e Eva, a primeira criada por Zeus com atributos provenientes de diversos deuses da mitologia grega como a beleza infinita vinda de Vênus, a língua de Mercúrio, a voz macia veio de Apolo e Atena que lhe ofertou um belíssimo vestido que permitia perceber as formas suaves do corpo. Toda esta sensualidade nasceu com o intuito de Eva e Pandora, as culpadas das desgraças do mundo? Indicadores comunicação sustentável Cimino VOLUNTÁRIO – AUTOR VALDIR CIMINO Saiba Mais Conclusões parciais "O brincar como atividade terapêutica nos tratamentos psiquiátricos de crianças e adolescentes" Mães que tiveram experiências de brincar com seus filhos quan- do bebês, ou muito pequenos, são as mesmas que relatam expe- riências relacionadas às conquistas afetivas. Estas mães rolam no tapete, viram cambalhota, dão gargalhadas, escorregam, sen- tam no chão, pintam e bordam, segundo uma delas. Estas mães que brincam são as que parecem mais próximas do mundo de seus filhos e para quem brincar é um ato de amor. V Workshop “A descoberta do brincar e contar histórias na saúde mental” A Associação Viva e Deixe Viver, por meio do “Centro de Contação de Histórias”, e em parceria com o Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas de São Paulo, realiza há cinco anos evento que oferece aos participantes a melhoria do bem-estar na relação entre pacientes, profissionais da saúde e educação e familias, diversas oficinas, palestras e minicursos sobre como as atividades lúdicas vem transfor- mando a saúde brasileira. O evento acontecerá nos 25 e 26 de Maio de 2012, no Anfiteatro do Instituto de Psiquiatria – Hospital das Clínicas – Rua Dr. Ovídio Pires de Campos 785 – São Paulo – SP Inscrições no site: www.vivaedeixeviver.org.br Informações: (11) 3081-6343 www.valdircimino.com.br e [email protected] VALDIR CIMINO PRESIDENTE DA VIVA E DEIXE VIVER, DIRE- TOR DA CIMINO EVENTOS E TREINAMENTO, CONSULTOR - COMUNICAÇÃO SUSTENTÁVEL, E EDUCADOR NA FACOM/FAAP Desde 1994, o Brasil contextualizou documento proveniente da Convenção Interamericana para Prevenir, Punir e Erradicar a Violência contra a Mulher. A Lei Maria da Penha foi escrita e define o que é violência contra a mulher, tendo como dispositivos gerais o Art. 5º . Para os efeitos desta Lei, configura violência doméstica e familiar contra a mulher qualquer ação ou omissão baseada no gênero que lhe cause morte, lesão, sofrimento físico, sexual ou psicológico e dano moral ou patrimonial: I - no âmbito da unidade doméstica, compreendida como o espaço de convívio permanente de pessoas, com ou sem vínculo familiar, inclusive as esporadicamente agregadas; II - no âmbito da família, compreendida como a comunidade formada por indivíduos que são ou se consideram aparentados, unidos por laços naturais, por afinidade ou por vontade expressa; III - em qualquer relação íntima de afeto, na qual o agressor conviva ou tenha convivido com a ofendida, independentemente de coabitação. Parágrafo único. As relações pessoais enunciadas neste artigo independem de orientação sexual. Art. 6º A violência doméstica e familiar contra a mulher constitui uma das formas de violação dos direitos humanos. Fonte: http://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/lei%20 11.340-2006?OpenDocument"LEI Nº 11.340, DE 7 DE AGOSTO DE 2006. castigar Prometeu, defensor da humanidade. O presente entregue por Zeus era uma caixa onde foram colocados todos os males da humanidade, como o orgulho, a ambição, a crueldade, a traição, as doenças, as pestes, ou seja, a desgraça humana. Prometeu tinha ciência de que não poderia receber nenhum presente, então Pandora encantou Epimeteu, irmão de Prometeu, que se apaixonou perdidamente e abriu a tal caixa, a partir daí a raça humana perdeu a felicidade de viver no eterno paraíso. Esta mesma desperança encontramos na história de Eva, que, tentada pela serpente (desejo), come e depois oferece a Adão o fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal, proibido por Deus. Ambos são banidos do paraíso e, mais uma vez, a culpa de todos os problemas da humanidade passa a recair sobre a mulher. A história do mundo é exatamente a evolução das crendices e das religiões vivenciadas pelo homem, em ambos os casos a ignorância e o preconceito contra a mulher foram promovidos por divindades masculinas. Fonte: www.vivaedeixeviver.org.br/media/arquivos/pesquisas/obrincarcomoatividadeterapeutica.pdf

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| março 2012 | 7776 | março 2012 |

"As mães têm que aconselhar muito os filhos, tá mais presente, sempre que tiver em casa conversar mais com o filho, dar mais conselho.

Porque hoje eu vejo que lutei muito pouco pelo meu filho. Eu tinha que ter lutado mais. Muito mais. Tinha que ter dado um jeito de ter ficado mais com ele, para dar mais conselho pra ele. (…) Eu fui o pai e mãe deles. Hoje eu vejo que eu não lutei nada pelo Diogo, porque ele morreu criança, não deu tempo de eu fazer muita coisa por ele. Hoje vejo que de certa maneira eu ajudei a matar o meu filho, e isso é o que mais me dói”. O depoimento extraído do livro “As Mulheres do Tráfico”, de MV Bill e Celso Athayde, mostra claramente o sofrimento de uma mãe que também foi pai e chora pelo tempo que não teve em sua vida para poder conversar, aconselhar, educar seu rebento.São as mulheres que carregam a culpa pelos desastres ocorridos em sua família, mesmo que decorrentes de circunstâncias alheias à sua vontade. Vivencio desde 2006 no Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clinicas de São Paulo a pesquisa "O brincar como atividade terapêutica nos tratamentos psiquiátricos de crianças e adolescentes", é um trabalho contínuo de grandes descobertas sobre o comportamento humano, este estudo é acompanhado pelas profissionais Adriana Dias Barbosa Vizzotto e a Dra Marisol Montero Sendin, o grupo de contadores de histórias da Associação Viva Deixe Viver e objetiva observar com os pais e acompanhantes o interesse do paciente pelo brincar e contar histórias; verificar os métodos e maneiras utilizadas no brincar das crianças e adolescentes e suas famílias em tratamento psiquiátrico; identificar patologias através do brincar e contar histórias para facilitar processos de interação dos pacientes, equipe multiprofissional e as famílias. Em nenhum caso o pai foi apontado como principal cuidador. Transtorno mental diagnosticado é o primeiro a sair pela tangente, ou seja, toda carga de culpa, angústia e sofrimento recai sobre a mãe principal cuidadora ou em alguns casos as avós. Os resultados preliminares apontaram que do total de 65 casos pesquisados, 70% dos pacientes são do sexo masculino.

As lembranças negativas mais fortes na vida dessas cuidadoras estão ligadas a dores afetivas, causadas pela violência doméstica e problemas financeiros, como: fome, moradia precária, poucas roupas, falta de brinquedos. Mais de um terço da amostra relatam problemas de relacionamento no lar, com pais que bebiam e batiam na mãe e nos filhos, casais que brigavam muito. Desde que o mundo é mundo a mulher tem sofrido o estigma de Pandora e Eva, a primeira criada por Zeus com atributos provenientes de diversos deuses da mitologia grega como a beleza infinita vinda de Vênus, a língua de Mercúrio, a voz macia veio de Apolo e Atena que lhe ofertou um belíssimo vestido que permitia perceber as formas suaves do corpo. Toda esta sensualidade nasceu com o intuito de

Eva e Pandora, as culpadas das desgraças do mundo?

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Saiba MaisConclusões parciais "O brincar como atividade terapêutica nos tratamentos psiquiátricos de crianças e adolescentes" Mães que tiveram experiências de brincar com seus filhos quan-do bebês, ou muito pequenos, são as mesmas que relatam expe-riências relacionadas às conquistas afetivas. Estas mães rolam no tapete, viram cambalhota, dão gargalhadas, escorregam, sen-tam no chão, pintam e bordam, segundo uma delas. Estas mães que brincam são as que parecem mais próximas do mundo de seus filhos e para quem brincar é um ato de amor.

V Workshop “A descoberta do brincar e contar histórias na saúde mental”A Associação Viva e Deixe Viver, por meio do “Centro de Contação de Histórias”, e em parceria com o Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas de São Paulo, realiza há cinco anos evento que oferece aos participantes a melhoria do bem-estar na relação entre pacientes, profissionais da saúde e educação e familias, diversas oficinas, palestras e minicursos sobre como as atividades lúdicas vem transfor-mando a saúde brasileira. O evento acontecerá nos 25 e 26 de Maio de 2012, no Anfiteatro do Instituto de Psiquiatria – Hospital das Clínicas – Rua Dr. Ovídio Pires de Campos 785 – São Paulo – SPInscrições no site: www.vivaedeixeviver.org.br Informações: (11) 3081-6343

www.valdircimino.com.br e [email protected]

Valdir Cimino

Presidente da ViVa e deixe ViVer, dire-tor da Cimino eVentos e treinamento, Consultor - ComuniCação sustentáVel, e eduCador na FaCom/FaaP

Desde 1994, o Brasil contextualizou documento proveniente da Convenção Interamericana para Prevenir, Punir e Erradicar a Violência contra a Mulher. A Lei Maria da Penha foi escrita e define o que é violência contra a mulher, tendo como dispositivos gerais o Art. 5º . Para os efeitos desta Lei, configura violência doméstica e familiar contra a mulher qualquer ação ou omissão baseada no gênero que lhe cause morte, lesão, sofrimento físico, sexual ou psicológico e dano moral ou patrimonial:I - no âmbito da unidade doméstica, compreendida como o espaço de convívio permanente de pessoas, com ou sem vínculo familiar, inclusive as esporadicamente agregadas;II - no âmbito da família, compreendida como a comunidade formada por indivíduos que são ou se consideram aparentados, unidos por laços naturais, por afinidade ou por vontade expressa;III - em qualquer relação íntima de afeto, na qual o agressor conviva ou tenha convivido com a ofendida, independentemente de coabitação.Parágrafo único. As relações pessoais enunciadas neste artigo independem de orientação sexual.Art. 6º A violência doméstica e familiar contra a mulher constitui uma das formas de violação dos direitos humanos.

Fonte: http://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/lei%2011.340-2006?OpenDocument"LEI Nº 11.340, DE 7 DE AGOSTO DE 2006.

castigar Prometeu, defensor da humanidade. O presente entregue por Zeus era uma caixa onde foram colocados todos os males da humanidade, como o orgulho, a ambição, a crueldade, a traição, as doenças, as pestes, ou seja, a desgraça humana. Prometeu tinha ciência de que não poderia receber nenhum presente, então Pandora encantou Epimeteu, irmão de Prometeu, que se apaixonou perdidamente e abriu a tal caixa, a partir daí a raça humana perdeu a felicidade de viver no eterno paraíso.

Esta mesma desperança encontramos na história de Eva, que, tentada pela serpente (desejo), come e depois oferece a Adão o fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal, proibido por Deus. Ambos são banidos do paraíso e, mais uma vez, a culpa de todos os problemas da humanidade passa a recair sobre a mulher. A história do mundo é exatamente a evolução das crendices e das religiões vivenciadas pelo homem, em ambos os casos a ignorância e o preconceito contra a mulher foram promovidos por divindades masculinas.

Fonte: www.vivaedeixeviver.org.br/media/arquivos/pesquisas/obrincarcomoatividadeterapeutica.pdf