eucalipto - verdades e mentiras

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Eucalipto: Verdades e MentirasAlexandre Bertola1

CONTEDO PG

1. INTRODUO...................................................................................................................................... 1 2. PLANTAES FLORESTAIS ............................................................................................................ 2 3. O EUCALIPTO ..................................................................................................................................... 2 3.1. PRIMEIROS PLANTIOS NO BRASIL .......................................................................................... 5 3.2. UM RECURSO RENOVVEL...................................................................................................... 7 3.3. EUCALIPTO: UMA RVORE MUITO ESPECIAL .................................................................... 8 4. A DERRUBADA DOS MITOS........................................................................................................... 9 4.1. MONOCULTURA........................................................................................................................... 9 4.2. FAIXAS ECOLGICAS .............................................................................................................. 10 4.3. PROJETO MICROBACIA ............................................................................................................ 13 4.4. UM DEBATE SOBRE O EUCALIPTO........................................................................................ 17 4.5. EUCALIPTO COMO CINCIA, PLANTIO CONSCIENTE....................................................... 19 4.6. VOC ACHA QUE O EUCALIPTO SECA O SOLO???............................................................ 22 4.7. O FILHO DO MEIO ...................................................................................................................... 25 4.8. O EUCALIPTO E O LOBO MAU ................................................................................................ 26 5. CONSIDERAES FINAIS .............................................................................................................. 28

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Setor de Inventrio Florestal V&M Florestal Ltda. Praa Voluntrios da Ptria, 81, Curvelo/MG, CEP: 35790-000. [email protected]

1. INTRODUO Uma pergunta que ns, Engenheiros Florestais, no cansamos de responder : O que faz um Engenheiro Florestal? No s temos o prazer de responder, como fazemos uma descrio do tipo: Somos profissionais capazes de manejar os Recursos Naturais Renovveis (florestas, fauna silvestre, recursos hdricos, solos florestais e ar), atuando assim em cinco vertentes da vida sobre a terra, observando os preceitos Ecolgicos, Econmicos e Sociais, gerando benefcios permanentes sociedade, mediante a utilizao racional dos Recursos Naturais, os quais vm aumentando cada dia que passa. So seis os grandes campos de atuao desta profisso: a Produo Florestal, a Ecologia Aplicada, a Tecnologia de Produtos Florestais, os Planejamentos Ambientais, os Sistemas Geogrficos de Informaes e todos os tipos de Mapeamentos da Superfcie da Terra. Depois de ter respondido a esta questo com todo orgulho que um Engenheiro Florestal tem de sua profisso, somos obrigados a responder uma segunda pergunta, a qual precisamos ser muito convincentes na resposta. verdade que o eucalipto seca as nascentes, empobrece e resseca os solos e reduz a diversidade animal e vegetal? Bom, para tentar acabar de uma vez por todas com estas acusaes infundadas sobre o eucalipto e, provar que est espcie florestal tem muito a nos oferecer, que este material foi preparado com o objetivo de mostrar para todos que, atravs de pesquisas, experimentos e diversos outros trabalhos feitos por profissionais como ns, de diversas instituies do pas, o Eucalipto no esse bicho papo que todos insistem em dizer. Ns, Engenheiros Florestais, esperamos que a sociedade primeiramente se conscientize da importncia desta profisso, dos benefcios que ela pode trazer, principalmente no que diz respeito melhoria da qualidade de vida de todos e principalmente, acabar de uma vez por todas com esta imagem negativa que foi criada em torno desta espcie florestal. preciso, reconhecimento, envolvimento e investimento governamental no apenas pela importncia econmica da madeira e floresta plantada mas, tambm, em todo o processo social e econmico, como gerador de empregos e tecnologia, alm, da importncia ambiental. O reconhecimento deste mercado em potencial pode trazer vantagens competitivas inigualveis ao Brasil, que tem a melhor tecnologia de plantio de florestas do mundo. As caractersticas que dispomos, naturalmente, pelo clima brasileiro, em 1

relao ao plantio e tempo curto para a colheita, um sinal que impressiona. Desenvolvendo e incentivando este potencial, teremos vantagens econmicas, sociais e fixaremos o homem no campo, diminuindo a fome, a misria e a fuga para as grandes cidades. 2. PLANTAES FLORESTAIS Plantaes florestais, ou seja, a formao de florestas a partir de regenerao artificial, tm sido estabelecidas desde h muito tempo na Amrica do Norte e na Europa com o propsito de fornecer madeira para fins industriais. Essas duas regies tradicionalmente supriram a maior parte da demanda mundial de madeira como matriaprima industrial. Nos trpicos, as plantaes florestais tambm existem h mais de um sculo, mas apenas em pequena escala. Povoamentos de teca j existiam na ndia desde 1850; o Pinus radiata foi introduzido na Austrlia em 1871, e alguns anos mais tarde chegou tambm ao Chile e frica do Sul; e as bem sucedidas plantaes de cipreste na frica do Sul tiveram inicio por volta da virada do presente sculo. Para atender a demanda atual de produtos florestais, tem aumentado a rea implantada com florestas puras, sendo que, em vrios pases, e, e, especial no Brasil, essas florestas tm sido estabelecidas com espcies do gnero Eucalyptus, cujos materiais genticos so adaptados a diferentes condies ambientais. O cultivo do eucalipto fora da Austrlia, iniciou-se h 200 anos aproximadamente e, atualmente, tem sido amplamente utilizado em vrios pases para fins de produo de papel e celulose, energia, madeira para serraria, dentre outros, em razo da grande diversidade de espcies e de usos, elevada taxa de crescimento e, capacidade de regenerar-se por brotao a partir da cepa e ser manejado em vrias rotaes. 3. O EUCALIPTO Os primeiros ensaios de reflorestamento com espcies do gnero Eucalyptus datam de 1854, principalmente com E. globulus, na poca a espcie mais conhecida. J havia, nessa poca, plantaes de eucalipto bem sucedidas na Espanha e em Portugal. Na ndia, o segundo pas em termos de rea total reflorestada com eucalipto (aproximadamente 550.000 hectares at 1980 e taxa anual de plantio da ordem de 6.000

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hectares), as primeiras introdues ocorreram em 1843, e por volta de 1856 j havia povoamentos bem desenvolvidos de eucalipto na regio referida como colinas de Nilgiris. Semelhantemente, na frica do Sul os primeiros ensaios com eucaliptos foram realizados em 1828. Quando em visita quele pas em 1939, Andrade (1939) classificou as plantaes de eucalipto como as melhores que havia observado fora da Austrlia. Em rea total plantada, a frica do Sul ocupa o quarto lugar, com rea total ao redor de 370.006 hectares em 1983, e com uma taxa anual de plantio de cerca de 10.500 hectares. Espanha, Angola e China so as outras naes com extensivas reas reflorestadas com eucalipto, com valores de aproximadamente 400.000 hectares para as duas primeiras, e de 300.000 hectares para a China. Na Amrica do Sul, admite-se que o Chile tenha sido o primeiro pais a introduzir o eucalipto por volta de 1823. Logo a seguir tambm a Argentina e o Uruguai iniciaram o plantio. Desde o inicio do presente sculo, o contnuo crescimento da populao e o crescente aumento na demanda de madeira foram responsveis pelo surgimento do interesse e da necessidade do uso de espcies de eucalipto para a produo de madeira, lenha, moires, dormentes etc., em muitos pases. A partir de 1945, a crescente demanda de madeira para fins de produo de celulose, compensados, chapas, assim como o rpido desenvolvimento tecnolgico verificado, resultou em aumento adicional na rea plantada com eucalipto. E o eucalipto adquiriu, rapidamente, a caracterstica marcante de ser a espcie florestal mais plantada no mundo, apresentando condies de crescer e se desenvolver onde quer que as condies climticas fossem tais que a temperatura mnima do solo no fosse limitante.

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Figura 1: Plantio de eucalipto. A crise de energia desencadeada nos anos 70 representou, sem dvida, um impulso adicional no aumento da demanda de madeira e no conseqente aumento do interesse na utilizao do eucalipto para a formao de plantaes florestais. O levantamento da FAO (1981) inclui mais de noventa pases envolvidos em programas de reflorestamento com eucalipto, dos quais cerca de 58 em larga escala, especialmente as seguintes naes: frica do Sul, Angola, Arglia, Argentina, Austrlia, Bolvia, Brasil, Burundi, Camares. Chile, China, Chipre, Colmbia, Congo, Cuba, Equador, Espanha, Estados Unidos, Etipia, Frana, ndia, lraque, Israel, Itlia, Qunia, Lbia, Madagascar, Mali, Marrocos, Mauritnia, Mxico, Moambique, Nigria, Nova Zelndia, Paquisto, Papua-Nova Guin, Paraguai, Peru, Portugal, Ruanda, Rssia, Sri Lanka, Sudo, Suazilndia, Tanznia, Tunsia, Turquia, Uganda; Uruguai, Zaire, Zmbia e Zimbbue. At 1973, a rea total plantada nesses pases alcanava cerca de 4 milhes de hectares. Em 1987, a estimativa total atingia cerca de 6 milhes de hectares, com uma produtividade potencial da ordem de 30 milhes de metros cbicos de madeira por ano (baseado numa produo mdia de 10 a 15 m3/ha.ano, e numa densidade bsica mdia de 400 kg/m3.

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3.1. PRIMEIROS PLANTIOS NO BRASIL Originrio da Austrlia e da Indonsia, o eucalipto chegou ao Brasil em 1825 como planta ornamental. Sua utilizao para fins econmicos s teve incio em 1903, quando passou a ser empregado na produo de dormentes ferrovirios e lenha para alimentar as locomotivas da poca. Todavia, a expanso em larga escala da eucaliptocultura foi devida ao trabalho pioneiro de Navarro de Andrade na ento Companhia Paulista de Estrada de Ferro, iniciado em 1903. Desde essa data e at por volta de 1966, as estimativas do conta de uma rea total plantada de aproximadamente 400.000 hectares. No Brasil, o norte do Esprito Santo, o extremo sul da Bahia e o nordeste de Minas Gerais so regies de grande potencial para o desenvolvimento do cultivo do eucalipto, pois l existe ampla disponibilidade de reas e clima adequado, entre outros fatores. Em 1966 o governo federal estabeleceu o programa de incentivos fiscais, a fim de atender a crescente demanda de uma incipiente porm agressiva indstria baseada na utilizao de madeira como matria-prima para produo principalmente de carvo e papel e celulose, principalmente nas regies sul e sudeste, as quais estavam, j naquela poca, completamente destitudas de cobertura florestal natural. Com o advento do programa de incentivos fiscais, a rea plantada aumentou consideravelmente. J em 1973, o ano em que a FAO obteve os dados para a elaborao do clssico Eucalypt for Planting (FAO, 1981), a rea total plantada no pas tinha ultrapassado a cifra de 1 milho de hectares, a maior rea plantada com eucalipto em todo o mundo, mais do que o dobro da rea plantada pelo segundo colocado, a ndia. E claro que essa classificao diz respeito apenas a plantaes de eucalipto. Considerando a rea total de plantaes florestais com todas as espcies, o Brasil situa-se bem abaixo dos pases lderes: China, Unio Sovitica e Estados Unidos. Os reflorestamentos estabelecidos inicialmente, no Brasil, no apresentaram os resultados esperados quanto produtividade. O insucesso desses reflorestamentos se deveu principalmente aos seguintes fatores: Insuficincia de trabalhos cientficos que permitissem nortear o estabelecimento dessas florestas com tcnicas de manejo adequadas, tornando-as mais produtivas e, portanto reduzindo a presso sobre as florestas nativas; Planejamento inadequado de uso da terra, pois sendo o eucalipto considerado adaptado a solos marginais e prprio para secar o solo, o mesmo foi utilizado tanto

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em reas com afloramento rochoso, quanto em reas com elevada deficincia e excedente hdrico; Escolha inadequada da espcie/procedncia, pois em razo da alta produtividade nos reflorestamentos iniciais, principalmente de E. grandis e E. saligna, essas espcies foram consideradas adequadas para o plantio em quaisquer condies ambientais, ocorrendo ento, um desastre ecolgico quando do seu estabelecimento na regio de cerrado, em especial na regio do So Francisco e Jequitinhonha; Uso de tcnicas inadequadas de implantao, destacando-se o uso insuficiente e inadequado de fertilizantes e a falta de uso de tcnicas conservacionistas; Falhas na poltica, legislao e fiscalizao, uma vez que, dentre outros, permitiu-se a substituio total da floresta nativa pela plantada e, a fiscalizao era realizada apenas at o segundo ano, deixando o investidor inescrupuloso, que tinha apenas interesse em obter lucro imediato, abandonar os plantios s pragas e ao fogo. As falhas ocorridas na implantao e manejo dos primeiros povoamentos estabelecidos com eucalipto contriburam para a formao de florestas desuniformes e com baixa produtividade e, que em razo do estresse fisiolgico e abandono a que estavam submetidos, permitiu o desenvolvimento de pragas e doenas bem como incndios que destruram extensas reas, o que resultou em desastre ecolgico, chamando a ateno da imprensa nacional e internacional. Os fatos acima mencionados, certamente aliados aspectos econmicos e polticos, geraram elevado criticismo quanto aos impactos ambientais dos plantios de eucalipto, levantando-se questes, as quais sero discutidas em outros tpicos, tais como: eucalipto empobrece e seca o solo, retirando gua mesmo de poos a quilmetros de distncia, com suas razes de 20 m de profundidade e, suas folhas venenosas, que ao carem no cho, matam as outras plantas. Essas questes devem, porm, ser analisadas com base em dados cientficos, para que as crticas sejam feitas apenas quanto s questes ambientais comprovadamente verdadeiras. Por isso, vrios cientistas de diferentes partes do mundo tm procurado analisar essas diferentes crticas com base em dados de pesquisa e observaes em condies de campo. Deve-se salientar que, para atender a elevada demanda de produtos florestais para os diferentes fins, as florestas nativas no so suficientes em razo das dificuldades de se estabelecerem tcnicas de manejo adequadas para que se obtenha produtividade em nveis compatveis com a demanda. Ou seja, o estabelecimento das monoculturas indispensvel. H, porm, que se levar em conta 6

que possvel, em qualquer atividade antrpica, reduzir os impactos ambientais para a satisfao do homem quanto sua qualidade de vida. 3.2. UM RECURSO RENOVVEL Durante milhares de anos o eucalipto evoluiu em ambientes secos e de solos pouco frteis, na regio onde fica hoje a Austrlia. Para os especialistas, isso ajuda a explicar a resistncia, rpido crescimento e capacidade de recuperao dessa rvore mesmo sob condies ambientais desfavorveis. Em todo o mundo existem aproximadamente 700 diferentes espcies de eucalipto, sendo que dezenas delas esto em pases como o Chile, os Estados Unidos e a China, cujos climas e solos so to diversos quanto os do Brasil. uma rvore da famlia das Mirtceas - a mesma da goiabeira, da jabuticabeira e da pitangueira. O que muita gente desconhece que o eucalipto, hoje, uma alternativa de preservao da natureza. Por ser uma rvore de rpido crescimento e de fcil adaptao s mais diferentes condies de solo e clima, o eucalipto plantado passou a ser uma alternativa racional contra a devastao das florestas nativas em diversas regies do planeta. A destruio j consumiu quase metade das matas originais que cobrem a superfcie terrestre. O desmatamento foi provocado, principalmente, pela agricultura, pecuria e a comercializao de madeira. Agora, os plantios sustentveis comeam a ser usados em lugar de rvores centenrias no uso industrial e residencial. Por enquanto, apenas 14% de toda a madeira consumida no mundo so provenientes de plantios florestais. Mas, no Brasil, a substituio de jacarands, imbuias e ips por eucaliptos plantados comea a crescer. Dos mais de 300 milhes de metros cbicos de madeira consumidos por ano, aproximadamente 100 milhes j provm de plantios florestais, a maior parte de eucaliptos. Esse consumo distribudo entre gerao de energia, na forma de lenha e carvo vegetal; produtos slidos, como madeira serrada e aglomerados; e celulose, usada na produo de papel.

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3.3. EUCALIPTO: UMA RVORE MUITO ESPECIAL Dele tudo se aproveita, tudo se transforma. Da fibra se faz a celulose para a produo de diversos tipos de papel, tecido sinttico e cpsulas de remdios. A madeira utilizada na produo de mveis, acabamentos refinados da construo civil, pisos, postes e mastros para barcos. Dele tambm se obtm o leo essencial usado em produtos de limpeza, alimentcios, perfumes e remdios. Sem falar do mel de alta qualidade produzido a partir do plen de suas flores. De alguma forma, o eucalipto est presente na vida das pessoas. Reduz a presso sobre a mata nativa e protege sua fauna; Recupera solos exauridos pelo cultivo e queimadas e controla a eroso; Mantm a cobertura do solo pela deposio dos resduos florestais; Contribui para regular o fluxo e a qualidade dos recursos hdricos; Absorve grande quantidade de CO2 da atmosfera, diminuindo a poluio e o calor e combatendo o efeito estufa; Fornece matria-prima para produtos indispensveis em nossas vidas; uma fonte de riquezas econmicas e sociais; Gera empregos e mantm o homem no campo;

Figura 2: Em 1 plano, madeira de eucalipto cortada e empilhada na estrada para posterior transporte. Em 2 plano, o plantio. Fonte: Veracel

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Por todas as riquezas vindas da sua cultura, o eucalipto pode ser considerado uma verdadeira "rvore de negcios". No Brasil, o eucalipto dez vezes mais produtivo do que outras rvores utilizadas em pases de clima frio para produzir celulose. Uma vantagem natural que nos oferece condies de desenvolver aqui uma atividade econmica florestal ainda mais competitiva do que na Sucia, Canad e Estados Unidos, onde essa indstria uma das principais bases econmicas. 4. A DERRUBADA DOS MITOS A seguir, sero apresentado alguns artigos, com a discusso de vrias questes ambientais relativas monocultura florestal na viso de vrias empresas e instituies florestais, principalmente quando o eucalipto utilizado, demonstrando a evoluo de tecnologia envolvida na reduo dos seus impactos ambientais e, principalmente, derrubando por terra, de uma vez por todas, a falsa tese de que o eucalipto o bicho papo que todos dizem ser.

4.1. MONOCULTURA Fonte: A cultura do eucalipto SBS. Entende-se por monocultura o crescimento de vegetais de uma s espcie, ou de um nmero limitado de espcies, da mesma idade, em blocos com tamanhos suficientes para no causar impacto ecolgico significativo. A implantao de monoculturas sem dvida um dos pontos que merecem a ateno da sociedade. Caf, soja, cana-de-acar, eucalipto ou qualquer outra cultura que seja feita sem critrios ambientais extremamente prejudicial ao ambiente natural e social. No entanto, todos os produtos resultantes das mesmas so fundamentais sociedade. Outro fator caracterstico da monocultura que os produtos agrcolas e florestais so plantados com propsitos econmicos, ou seja, as culturas ocupam grandes extenses de reas e utilizam produtos e tecnologias que resultam em alta produtividade e baixos custos de produo. Deve-se ressaltar que as plantaes florestais ocupam, em sua grande maioria, reas marginais agricultura, terras esgotadas pelas culturas agrcolas e por pastagens degradadas.

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No que diz respeito biodiversidade, a monocultura extensiva do eucalipto, ou de qualquer outra cultura, pode restringir a variabilidade de recursos para o desenvolvimento de espcies vegetais e animais, mas deve-se levar em considerao que centenas de espcies de plantas, gramneas, pssaros e mamferos ainda esto vivendo nessa monocultura florestal, incluindo planejamento tcnico de utilizao das reas (seleo de solos aptos para plantio, preservao de mananciais e matas ciliares...), do estabelecimento de corredores de vegetao natural para a movimentao da fauna, do plantio de enriquecimento nas reas de preservao e da adoo de manejos diferenciados (cortes em faixas). Apesar das plantaes de eucalipto ocuparem no Brasil cerca de 3 milhes de hectares, essa rea corresponde somente 2,3% da rea total de terras utilizveis. 4.2. FAIXAS ECOLGICAS Fonte: V & M Florestal Ltda. Criada em 1969 com o objetivo de desenvolver alternativa de gerao de energia renovvel, em substituio ao carvo mineral para atender demanda energtica da atividade siderrgica da V & M do Brasil S.A., a V & M Florestal Ltda, instalou-se no Norte e Noroeste do Estado de Minas Gerais, onde promove a atividade de florestamento utilizando o Eucalyptus spp, destinado produo de carvo vegetal. Esta regio, onde predomina o bioma o cerrado, utilizada historicamente com a pecuria extensiva, passou com a implantao da V & M Florestal, bem como outras empresas do setor, a ser utilizada para a instalao de diversos projetos florestais, sendo que na poca no existia para a regio, tecnologia silvicultural disponvel. Foi ento aproveitada a tecnologia que j havia sido desenvolvida para o Estado de So Paulo, onde se plantava o Eucalyptus grandis, sendo que as condies ambientais daquele Estado eram amplamente diferenciadas, apresentando caractersticas de fertilidade do solo, precipitao e sua distribuio no transcorrer do ano, superiores quelas encontradas em Minas Gerais. A ausncia de tecnologias adaptadas s condies ridas das regies Norte e Noroeste do Estado de Minas, fez com que as empresas ali estabelecidas buscassem, de acordo com seu comprometimento e disponibilidade de recursos, o desenvolvimento de tecnologias prprias, buscando espcies mais adaptadas s condies locais, bem como procedimentos de manejo ambiental que reduzisse os impactos da atividade silvicultural

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sobre a diversidade biolgica e grande cultura, no cerrado.

equilbrio do meio ambiente, promovendo ento

sustentabilidade atividade silvicultural que se instalava, pioneiramente, em forma de As empresas que atuam diretamente sobre os recursos naturais devem investir na manuteno do desenvolvimento sustentvel, utilizando prticas de uso do ambiente com critrios cientficos, buscando tcnicas viveis ecolgica, social e economicamente. Neste contexto, as empresas florestais assumem imprescindvel papel na conservao e preservao da fauna e flora nativas, pois o manejo e a explorao de florestas implantadas implicam na manipulao de reas que apresentam caractersticas bsicas para a composio de habitats, necessrios sobrevivncia de diversas espcies de animais e vegetais. A silvicultura entretanto, utiliza-se do eucalipto ou outra espcie vegetal arbrea, representa dentre as atividades agrrias, a que mais se assemelha a uma cobertura florestal nativa, devido ao porte das rvores e ao longo ciclo da cultura, permitindo o estabelecimento nestas reas, de diversos componentes da fauna e flora nativas. A questo ambiental constitui para a V & M Florestal, desde o incio de suas atividades, fator de extrema importncia, determinando a avaliao, desenvolvimento e aplicao de diversas aes de carter conservacionista em suas reas de atuao. Preocupada em atenuar a contnua ocorrncia de problemas ambientais causados pelos macios florestais implantados e de forma a contribuir para um aprimoramento do sistema de conservao de fauna e flora em suas reas de atuao no bioma do cerrado, a empresa buscou o desenvolvimento de tecnologia adaptada s condies locais. O modelo de conservao de faixas de vegetao natural intercalando os plantios de eucalipto, denominadas faixas ecolgicas, teve sua implementao na V & M Florestal a partir de 1985, em todos os projetos florestais que foram implementados, representando a conservao sistemtica de faixas de vegetao natural mantidas integralmente, com largura mnima de 25 metros, sendo estas paralelas, intercalando os plantios de eucalipto a cada 500 metros. As faixas de vegetao natural so interligadas em suas extremidades e s reas de reserva, dando ao projeto florestal a forma de uma malha. So tambm conservadas ilhas ecolgicas, preferencialmente prximas ao centro das reas plantadas e/ou coincidindo com locais que apresentam vegetao de sub bosque intensa. Estas ilhas tem uma proporo de 500 m para cada 5,0 ha de rea de plantio (Figura 3). 11

Figura 3: Vista area de projetos florestais da V & M Florestal, compostos por ilhas e faixas ecolgicas, sendo estas interligadas entre si e as reas de Reserva Legal e Preservao Permanente. A distribuio espacial das reservas em faixas sistematizadas nos

reflorestamentos, associada preservao de ilhas ecolgicas e rvores dentro do prprio plantio e s reservas, trazem benefcios importantes para o equilbrio ambiental, tais como: Preservao da flora nativa distribuda de forma mais ampla; Possibilidade de maiores meios de sobrevivncia da fauna nativa da regio, pela maior facilidade de alimentao, locomoo e abrigo; Controle biolgico natural das pragas mais eficiente; Maior estabilidade ambiental nos plantios florestais; Controle de incndios florestais mais eficiente, provocado pela constituio de barreiras naturais; Manejo mais eficiente dos solos florestais, especialmente quanto ao controle de eroso e armazenamento de gua mais efetivo; Melhoria no aspecto cnico da regio; Contribuio formao de mentalidade conservacionista. Assim, o modelo de faixas de vegetao nativa intercalando as reas que so utilizadas para as atividades florestais, desenvolvido e implementado pela V & M Florestal, tem garantido resultados tais como a conservao do bioma do cerrado e de seus componentes e, o desenvolvimento de atividade florestal racional, integrada 12

conservao ambiental. Alis, graas a esta e inmeras outras iniciativas da empresa, lhe valeram a outorga do certificado ISO 14.001 - Sistema de Gesto Ambiental e do Conselho de Manejo Florestal FSC, os quais, para a empresa, um reconhecimento pblico e de mbito mundial. 4.3. PROJETO MICROBACIA Fonte: Aracruz Celulose A falta de conhecimento sobre a cultura do eucalipto, que chegou ao Brasil h menos de duzentos anos, j provocou muita polmica. Mas os avanos da cincia e a experincia acumulada em dcadas de plantio provaram que o eucalipto, quando cultivado de maneira correta e responsvel, interage com a natureza e ainda oferece inmeros benefcios ao homem, assim como outras culturas. Inmeras pesquisas, entre elas o Projeto Microbacia, o qual foi criado em 1993 pela Aracruz Celulose em parceria com instituies de pesquisa e universidades do Brasil e do exterior, trazem novos fatos que jogam por terra mitos criados em torno do eucalipto. Foram feitos estudos sobre o eucalipto e suas interaes com as reservas nativas de Mata Atlntica e o meio ambiente, numa rea de 286 hectares localizada em Aracruz, Esprito Santo. Nesta rea, que reproduz os diversos ambientes florestais operados pela empresa, realizado o monitoramento ambiental do ciclo completo de cultivo do eucalipto. So ainda desenvolvidos estudos sobre a biodiversidade, os recursos hdricos, ecofisiologia e as condies do solo. Em dez anos, o Projeto Microbacia gerou um importante banco de dados com informaes cientficas sobre o eucalipto, que permitem Aracruz aprimorar continuamente os seus procedimentos de manejo florestal e ainda por cima trazer novos fatos que jogam por terra mitos criados em torno do eucalipto: 1 - O eucalipto seca o solo - Falso Comparaes entre espcies de eucalipto com outras essncias florestais mostram que os plantios de eucalipto no Brasil consomem a mesma quantidade de gua que as florestas nativas. Sua eficincia no aproveitamento da gua garante maior produtividade quando comparado a outras culturas agrcolas.

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O consumo maior ocorre na poca de chuvas, quando o contedo de gua no solo elevado e suficiente para suprir os mananciais hdricos. Mas nos perodos em que o solo est mais seco, o consumo devido perda de gua pela transpirao bastante reduzido. A folhagem ou copa do eucalipto retm menos gua de chuva do que as rvores das florestas tropicais, que possuem copas mais amplas. Por isso, nos plantios de eucalipto mais gua de chuva vai direto para o solo enquanto que na floresta tropical nativa a gua retida nas copas das rvores evapora-se diretamente para a atmosfera. Estudos comprovam que a gua disponvel para o crescimento do eucalipto proveniente, sobretudo, da camada superficial do solo. Normalmente, suas razes no ultrapassam 2,5 metros de profundidade e no conseguem chegar aos lenis freticos, quase sempre localizados em profundidades bem maiores. Todas essas descobertas podem ser constatadas no municpio de Aracruz (ES). Recentemente, foi aberto um poo artesiano em terras onde, por quase duas dcadas, existiram plantios de eucalipto. O poo, destinado irrigao das reas de cultivo agrcola, apresentou uma vazo com bomba de 60 mil litros/hora, muito superior mdia dos poos regionais, que de 15-20 mil litros/hora, com bomba. 2 - O eucalipto empobrece o solo Falso Pesquisas independentes j mostraram os efeitos benficos do eucalipto sobre diversas propriedades do solo, como estrutura, capacidade de armazenamento de gua, drenagem e aerao, entre outras. Quase tudo o que o eucalipto tira do solo, ele devolve. Aps a colheita, cascas, folhas e galhos, que possuem 70% dos nutrientes da rvore, permanecem no local e incorporam-se ao solo como matria orgnica. Alm de contribuir para a reposio (ciclagem) de nutrientes, essa espessa camada de resduo florestal contribui tambm no controle da eroso. As tcnicas de manejo utilizadas pela Aracruz favorecem a permanente cobertura do solo. Quando as rvores so colhidas, recomea o ciclo pela regenerao ou por um novo plantio. Aqui tambm, o Projeto Microbacia tem apresentado elementos importantes para a fundamentao das prticas de manejo desenvolvidas pela Aracruz. A empresa mantm dados completos sobre a qualidade dos seus solos e as demandas nutricionais

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do eucalipto em todos os seus plantios. Esses cuidados tm garantido nveis de fertilidade e de conservao crescentes e apropriados para a produo de eucalipto e de outras culturas por vrios ciclos e geraes. Mais uma vez, reas no municpio de Aracruz que foram ocupadas com plantios de eucalipto ao longo de quase 20 anos e recentemente convertidas para outras culturas, vm apresentando nveis de produtividade acima da mdia estadual. Na primeira experincia da comunidade local com o cultivo de feijo, por exemplo, foram colhidos 700 kg por hectare, 100kg acima da mdia capixaba para essa leguminosa. 3 - O eucalipto gera um "deserto verde" Falso Por ser uma cultura de porte florestal, o eucalipto e o sub-bosque presente nos plantios formam corredores para as reas de preservao e criam um hbitat para a fauna, oferecendo condies de abrigo, de alimentao e mesmo de reproduo para vrias espcies. Com a adoo de modernas tcnicas de planejamento de uso do solo, fica garantida a biodiversidade dos sistemas aquticos e terrestres. Uma das maiores contribuies da Aracruz para a manuteno da biodiversidade a preservao de uma rea de reservas equivalente a 66 mil hectares. So quase 30% do total das propriedades da empresa s com rvores nativas intercaladas com os plantios de eucalipto. E, medida que a Aracruz for expandindo seus plantios, novas reservas nativas sero incorporadas. Isso quer dizer que haver cada vez mais proteo ao que resta da Mata Atlntica. Um inventrio realizado em uma dessas reas como parte do Projeto Microbacia mostrou a riqueza de fauna e flora tpicas de Mata Atlntica: 558 espcies de rvores nas reservas nativas e 150 diferentes espcies vegetais no sub-bosque do eucalipto. 700 espcies da fauna, das quais 27 reconhecidas pelo IBAMA como ameaadas de extino, entre elas 408 espcies de aves sendo 16 tambm ameaadas (gaviopombo, gavio-de-penacho, araponga, curi, sabi e papagainho, entre outras), cuja preservao est assegurada nas reservas nativas da Aracruz. 3.724 espcies de insetos nas reas da companhia, das quais 765 exclusivas do eucalipto.

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Nessa rea preservada pela empresa, os prprios seres vivos existentes tm proporcionado a regresso do ataque de insetos aos plantios. As aves e, sobretudo, insetos e microorganismos inimigos das pragas fazem o trabalho natural de proteo. Assim, a interveno humana reduzida, principalmente no uso de agrotxicos. 4 - O eucalipto gera poucos benefcios sociais e econmicos no interior - Falso So inmeras as formas de contabilizar as riquezas geradas nas comunidades prximas ao cultivo do eucalipto. Entre elas, empregos diretos e indiretos, recolhimento de impostos, investimentos em infra-estrutura, consumo de bens de produo local, fomento a diversos tipos de novos negcios (inclusive de plantios em reas improdutivas) e iniciativas na rea social como construo de novas escolas e postos de sade, alm de doaes, que levam cidadania a reas antes esquecidas. O eucalipto j provou ser um negcio que distribui suas riquezas entre todos que esto sua volta. Promove o desenvolvimento social e econmico como est fazendo no extremo sul da Bahia, precisamente onde esto o plantio da Aracruz e seu mais novo investimento: a Aracruz Produtos de Madeira, uma moderna unidade industrial na localidade de Posto da Mata. Nessa parte do Brasil, o eucalipto e a Aracruz fizeram a diferena na vida de milhares de pessoas. Os nmeros que traduzem as atividades da Aracruz no extremo sul da Bahia mostram hoje uma realidade bem diferente de alguns anos atrs. So mais de 5.000 empregos diretos e indiretos. Um gasto anual com a remunerao do pessoal prprio superior a R$10 milhes. Gasto mdio anual de cerca de R$50 milhes na compra de materiais e servios de fornecedores. Pagamento anual de impostos: mdia de R$13 milhes. Investimentos em compra de terras, plantios e sociais de mais de R$600 milhes. Investimentos em ao social: recuperao e construo de escolas pblicas e postos de sade, programa de aes educativas de sade, doaes e contribuies financeiras aos municpios baianos onde a Aracruz est presente. Do material escolar ao poste de iluminao, passando pela construo de estradas e o atendimento mdico, a empresa mudou a vida de seus parceiros para melhor.

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4.4. UM DEBATE SOBRE O EUCALIPTO Fonte: Site da SBS Periodicamente tm sido divulgadas informaes sobre as florestas de rpido crescimento (pinus e eucalipto) que no se coadunam com a realidade de um setor altamente profissionalizado e cuja atuao ps o Brasil em posio de vanguarda, com gerao de estratgicas divisas ao Pas. A expanso dessas florestas torna-se necessria e apresenta timas perspectivas em curtssimo prazo, cuja principal conseqncia a gerao de empregos. No se defende a produo florestal ultrapassando os limites estabelecidos pela legislao. necessrio que, entre os diferentes rgos envolvidos, haja convergncia de aes de maneira que ocorra de fato uma transversalidade e no o despreparo, a imobilidade e a desarticulao. As condies que atualmente prevalecem j ocasionaram conseqncias negativas para o Estado de So Paulo, uma vez que, pela primeira vez, houve decrscimo das reas com florestas plantadas: 812 mil hectares em 1992 e 770 mil hectares em 2001. O abastecimento industrial tem sido assegurado pelo aumento da produtividade das florestas plantadas que no Pas dez vezes superior dos lderes mundiais, sendo a nossa silvicultura reconhecida como uma das mais evoludas. A produo de toras para serraria ou laminao tem sido o objetivo bsico do manejo das florestas nos principais pases produtores de madeira serrada. Esse manejo de ciclo maior, mais tcnico e mais lucrativo, tem como subprodutos a matria-prima para celulose, painis com base em madeira e para energia.

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Figura 4: Fluxo produtivo do eucalipto para produo de carvo vegetal. Fonte: V&M Florestal Ltda. Entendemos ser necessrio o debate sobre o sistema silvicultural para o eucalipto. H necessidade de que sejam avaliados plantios com espaamentos iniciais mais amplos, com corte final aos 12/15 anos, com a execuo de podas (cortes dos galhos) e desbastes intermedirios. Desta forma, nesta idade as rvores j produziram toras de maior valor. Dentre os maiores exportadores de madeira serrada destaca-se, em quinto lugar, a ustria, pas cem vezes menor que o Brasil, que ocupa o nono lugar! Devemos fazer uma reflexo sobre tal condio, considerando-se que a produo austraca originria de pequenas propriedades, exploradas em regies acidentadas. Com uma legislao, porm, exeqvel e cumprida. No devem ainda prevalecer as distores causadas na poca dos incentivos fiscais, em que vultosos recursos nem sempre foram adequadamente utilizados, at em termos ambientais. Seria proibido adotar como pioneiras espcies exticas em reas de preservao permanente j degradadas? Recentemente a Estao Ecolgica de Assis, unidade do Instituto Florestal de SP, mediante ato legislativo competente, foi ampliada, abrangendo rea que fora ocupada por floresta de E.citriodora por mais de 20 anos. Sob o Eucalipto regenerou-se 18

a vegetao do cerrado, com densidade e riqueza semelhantes s reas preservadas com este tipo de vegetao. Em recente noticirio sobre possveis conseqncias de plantios de Eucalipto na regio de Nazar Paulista, levantamentos efetuados em 12 municpios vizinhos mostram que os reflorestamentos significam apenas 8% das suas reas totais. De modo nenhum o Eucalipto pode ser o causador de qualquer degradao. O que deve ser considerada a situao referente a outros usos do solo: pastagens sofrveis e reas com graves problemas de eroso. Questes que antes eram polmicas, relacionando as florestas plantadas com a alterao do ciclo hidrolgico ou de nutrientes e liberao de substncias qumicas, j esto revistas, cientificamente embasadas pelo trabalho srio e competente de instituies e profissionais da mais alta responsabilidade. Embora tenhamos atingido alto nvel tecnolgico em grande parte da silvicultura, processamento e industrializao das florestas de rpido crescimento, necessrio se faz que os obstculos para a ampliao das reas florestais de rpido crescimento sejam superados e o assunto conduzido de forma competente e sem radicalismos. 4.5. EUCALIPTO COMO CINCIA, PLANTIO CONSCIENTE Fonte: SBS Em perodos cclicos, surgem crticas ao plantio florestal, em especial s plantaes de eucaliptos e pinus, por pessoas preocupadas com a preservao ambiental, porm com pouqussimo embasamento tcnico e desconhecimento da evoluo da silvicultura, ou seja, da cultura de rvores no Brasil e no mundo. Esta cincia surgiu com a necessidade de garantir matria-prima para setores produtivos da economia, de forma a impedir impactos ambientais que venham a comprometer os recursos naturais do planeta, dentre os quais se encontram as florestas nativas e todo um ecossistema que sobrevive graas a essas reas, com destaque para a preservao dos recursos hdricos, to importantes para o futuro da humanidade. So pertinentes as preocupaes quanto aos desmatamentos ilegais, o desrespeito s reas de Preservao Permanente e a destruio das reas de Reserva Legal, realizados por proprietrios de terras inescrupulosos. So crimes ambientais, que exigem punio exemplar queles que assim procedem, seja qual for o uso que se

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pretenda dar propriedade. Seja para plantar eucalipto, fazer pastagem, produzir arroz, feijo, milho, frutas, flores. Nada justifica a contnua degradao dos remanescentes florestais existentes. Neste sentido, os ambientalistas, sejam qual for a sua formao profissional, contam com todo o apoio da comunidade de profissionais que atuam na rea de silvicultura. Por outro lado, a grande parte da produo de matria-prima para a indstria de papel e celulose cegamente atacada por aqueles que se dizem ambientalistas se estende por reas onde so aplicadas tcnicas que garantem a minimizao dos impactos ambientais. A silvicultura brasileira considerada uma das mais evoludas do mundo e o plantio de eucalipto tem sido uma das vrias opes utilizadas para ocupao de reas impunemente desmatadas no passado e que j se encontravam em avanado estgio de degradao. No Brasil, o setor de florestas plantadas dispe de 5 milhes de hectares cultivados com eucalipto e pinus e mantm outros 1,6 milho de hectares de florestas nativas, constituindo-se, assim, no setor produtivo que mais investe na preservao de matas nativas. Alm disso, o plantio de rvores para abastecer a indstria de papel e celulose, mveis, siderurgia a carvo vegetal, painis e chapas contribui, de forma significativa, para reduzir a presso sobre as florestas nativas, conforme ressaltam diversos estudos do Ministrio do Meio Ambiente e de universidade brasileiras. Cada hectare de floresta plantada de eucalipto produz a mesma quantidade de madeira que 30 hectares de florestas tropicais nativas; , realmente, inaceitvel o descaso de certos proprietrios rurais, que cultivam as mais variadas culturas ou rvores ou mesmo pastagem, para com os recursos solo, gua e cobertura florestal em reas acidentadas ou com importantes peculiaridades ambientais. tambm condenvel a maneira como se conduzem algumas florestas de eucalipto em regies de localizao indevida, colheita em idades inapropriadas, sem manejo das brotaes e utilizao de fogo. Estes so procedimentos ultrapassados, que precisam ser combatidos. Trata-se de uma atividade que no se sustenta, no gera empregos dignos, no gera renda capaz de mudar o quadro de pobreza que se verifica em muitas propriedades rurais. A silvicultura brasileira, fortemente baseada no plantio de eucalipto e pinus, no nada disto. Pelo contrrio, propicia emprego para 500 mil pessoas de forma direta e 2 milhes de trabalhadores indiretamente; gera anualmente US$ 16,1 bilhes em produtos de base florestal, o que representa 2,6% do PIB e propicia um supervit na balana comercial de cerca de US$ 3,4 bilhes. Somente as 20

exportaes de produtos oriundos de matria-prima de florestas plantadas de eucalipto e pinus no Brasil totalizaram aproximadamente US$ 3,35 bilhes no ano passado. H 47 anos a Sociedade Brasileira de Silvicultura vem defendendo o plantio e o uso do eucalipto com base em conhecimentos cientficos, gerados nas universidades, instituies de pesquisas e empresas florestais. Hoje, devido aos conhecimentos provenientes da cincia, tecnologia e experincia, alguns pontos que no passado geravam polmica foram revistos e esclarecidos, como por exemplo: O eucalipto NO seca o solo: comparaes feitas entre espcies de eucalipto e

outras espcies florestais mostram que os plantios de eucalipto no Brasil consomem a mesma quantidade de gua que as florestas nativas. Sua maior eficincia no aproveitamento da gua garante maior produtividade quando comparado a outras culturas agrcolas (com 1 litro de gua produz-se 2,9 gramas de madeira de eucalipto; com a mesma quantidade de gua produz-se apenas 1,8 grama de acar, 0,9 grama de gros de trigo e 0,5 grama de gros de feijo); O eucalipto NO empobrece o solo: pesquisas independentes j mostraram os efeitos benficos do eucalipto sobre diversas propriedades do solo, como estrutura, capacidade de armazenamento de gua, drenagem e aerao, entre outras. A remoo de nutrientes (nitrognio - N, fsforo - P, potssio - K e clcio - Ca) para eucalipto com 8 anos foi de 110, 11, 95 e 50 kg/ha/ano, respectivamente; enquanto a cana-de-acar removeu 208, 22, 200 e 153 kg/ha/ano, respectivamente; As plantaes de eucalipto realmente no abrigam uma biodiversidade to grande como no caso das florestas naturais. Mas, como existe a colheita de forma sustentvel, aliada manuteno de reas de proteo ambiental e de reservas naturais inseridas em diversos tipos de ecossistemas, os impactos so minimizados. Ainda assim, o eucalipto e o sub-bosque presentes nos plantios formam corredores para as reas de preservao e criam habitat para a fauna, oferecendo condies de abrigo, alimentao e reproduo para vrias espcies; A atividade produtiva baseada nas plantaes de eucaliptos e pinus gera muitos benefcios sociais e econmicos e no pode continuar a ser atacada de forma cega por pessoas que se dizem defensoras do meio ambiente. Quando manejados de forma adequada como tantos outros empreendimentos rurais - os plantios de eucalipto oferecem inmeras vantagens ao meio ambiente e sociedade em geral, recuperando solos exauridos pelo cultivo e queimadas; controlando a eroso; contribuindo na

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regulao do fluxo e da qualidade dos recursos hdricos e na estabilizao do solo, absorvendo por ha/ano 10 toneladas de carbono da atmosfera e , assim, diminuindo a poluio e o aquecimento global e combatendo o efeito estufa, s para citar alguns. 4.6. VOC ACHA QUE O EUCALIPTO SECA O SOLO??? Fonte: IPEF Em primeiro lugar, deve ser lembrado o fato de que o grande gnero Eucalyptus possui mais de 600 espcies descritas, apresentando uma variao latitudinal de ocorrncia que vai de 7'N at 43039'S. Ao ocorrer em tamanha variao de latitudes, deve-se esperar que as espcies de eucalipto devem ter desenvolvido gentipos adaptados s mais variadas condies de solo e clima. A existncia dessa variao intra-especfica em relao a fatores ambientais j foi confirmada para uma srie de espcies, e possvel que outros exemplos sejam observados no futuro. Para algumas espcies, a quantidade de variao geogrfica enorme . Alega-se, por exemplo, que uma rvore de eucalipto pode consumir cerca de 360 litros de gua por dia. Num espaamento de 2,0x2,0 metros, isso eqivaleria a uma evapotranspirao diria de cerca de 90 milmetros. Supondo tratar-se do valor correspondente ao pico da transpirao diria, e que a mdia diria fosse a metade desse valor, ainda assim a evapotranspirao anual alcanaria a cifra astronmica de 16 425 milmetros. Figura 5: Consumo mdio de gua em diferentes tipos de florestas. Estudos realizados no vale do Paraba, demonstraram que entre os 3 e 5 anos, quando o eucalipto atinge seu ciclo de crescimento mais importante, h realmente uma queda nos nveis de gua e nutrientes do solo, como acontece com todas as plantas em formao , mas, aps esse perodo, os nveis voltam ao normal. Fonte: VCP 22

Em nosso meio, alguns trabalhos que foram realizados, mostram que o consumo de gua por E. saligna aos sete anos de idade, tambm em espaamento de 2x2 metros, era de 75 milhes de litros/ha/ano, o que corresponde a um consumo dirio de cerca de 82 litros/ rvore e ao valor mdio de 7 500 milmetros anuais de evapotranspirao. Tais valores elevados de evapotranspirao so altamente improvveis e fisicamente no realsticos, levando-se em conta a quantidade normal de energia solar disponvel para a evaporao da gua. Mesmo para regies equatoriais, essa quantidade de energia solar disponvel aparentemente permite uma evapotranspirao anual no limite de aproximadamente 500 milmetros. Alm disso, a transpirao ocorre atravs dos estmatos, o que implica que deve haver um efetivo controle biolgico do processo pela planta. A alegada capacidade de crescer em reas encharcadas, por sua vez, tambm restrita a apenas algumas poucas espcies do gnero, tais como o E. robusta, E. canzaldulensis, E. tereticornis, o que tambm impede a generalizao sobre esse efeito para todo o gnero. Com relao caracterstica de espcie extica, interessante observar a duplicidade de valores que normalmente utilizada quando se comparam culturas agrcolas com essncias florestais. Quanto s primeiras, geralmente aceito que possam ser exticas, como ocorre com a maioria das grandes culturas no mundo (milho, trigo, arroz, batata, mandioca etc.), e como o caso do caf e da cana-de-acar no nosso meio. Tambm no se contesta, no caso de culturas agrcolas, que o solo poderia exaurir-se em nutrientes com o decorrer das sucessivas rotaes se no fosse feita a fertilizao mineral. Normalmente, aps o capital inicial de nutrientes do solo ter-se exaurido por sucessivas rotaes, a produtividade da rea cai para nveis baixos, e a manuteno desse nvel baixo de produtividade depende da taxa dos processos naturais de restaurao da fertilidade do solo, especialmente de nitrognio. Essa fertilidade natural de equilbrio corresponderia a uma produtividade mdia de gros da ordem de 650 a 2 000 kg.ha-l. A produtividade mundial recorde de milho, para comparao, de 18 000 kg.ha a qual foi obtida em Michigan, nos Estados Unidos. Essa alta produtividade extremamente dependente da adio anual de fertilizantes minerais e do alto nvel de tecnologia aplicado. No caso de plantaes florestais, por outro lado, esses aspectos so altamente criticados.

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O conceito de espcie extica no deve ter limites polticos, mas apenas e estritamente ecolgicos e histricos, como bem esclareceu recentemente um trabalho no qual procurou-se analisar os aspectos ecolgicos espaciais e temporais do reflorestamento com espcies exticas. Toda espcie requer uma srie de exigncias no que diz respeito a fatores do meio, exigncias estas que, se no forem atendidas, conduzem a comportamentos distintos e inferiores ao que permite o potencial gentico. Dentro do amplo espao ecolgico onde uma dada espcie pode ocorrer, existem espaos menores caracterizados por apresentarem algum fator de restrio ao completo desenvolvimento da espcie, assim como existem espaos menores que apresentam um conjunto de fatores ambientais os quais permitem o mximo aproveitamento das condies do stio pela espcie. Portanto, conclui-se que, a simples presena de uma dada espcie em dado local no permite concluir que a mesma encontra-se totalmente adaptada ecologia do meio. Pela mesma razo, tampouco a ausncia de uma dada espcie em dado local permite concluir o contrrio. Esse o fundamento da introduo de espcies. Dentro do amplo espao ecolgico onde seja possvel o crescimento de uma dada espcie, nos espaos menores onde tal espcie no encontra condies para reproduzir-se naturalmente, o homem pode auxiliar atravs da regenerao artificial, ou seja, atravs do plantio. Concluindo, os dados disponveis apresentam uma clara evidncia de que as plantaes de eucalipto, no que diz respeito ao balano hdrico de bacias hidrogrficas, no diferem de outras espcies florestais, apresentando aumento mdio do deflvio devido ao corte da floresta, e diminuio mdia do deflvio devido ao reflorestamento da bacia, da mesma magnitude de resultados similares obtidos com outras espcies florestais. No conjunto, a imagem hidrolgica das espcies de eucalipto como um todo, ou das plantaes de eucalipto, de acordo com os resultados analisados na presente reviso, suficientemente clara para eliminar qualquer preocupao para com possveis efeitos hidrolgicos colaterais do eucalipto.

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4.7. O FILHO DO MEIO Fonte: ABRACAVE As plantaes florestais no Brasil enfrentam um dilema digno de assistncia psicolgica, pois padecem de uma terrvel crise existencial. Se por um lado seu perfil eminentemente agrcola - plantio, tratos culturais, colheita e comercializao - as caracteriza como um componente do agronegcio, em sentido oposto seu produto natural um conjunto de rvores e, como tal, so consideradas florestas. Nas trincheiras do agronegcio, as plantaes florestais so discriminadas porque no participam do crdito agrcola, no possuem seguro para frustrao de safra, no tm acesso a crdito para colheita e comercializao e os juros, nos poucos organismos que financiam a atividade, so maiores que os praticados para outras culturas e pecuria. Se buscam abrigo no universo das florestas, so rotuladas de monocultura e acusadas de no apresentarem a biodiversidade de uma floresta nativa, de serem formadas por espcies exticas, de no favorecerem a fauna, de degradarem o solo, dentre outras afirmaes que, apesar de no resistirem a uma anlise cientfica, esto materializadas em leis e atos administrativos do poder pblico e cristalizadas no imaginrio popular. Essa situao assemelha-se do irmo intermedirio numa famlia de trs filhos. A me, educadora por natureza, cuida para que desde menino o primognito seja treinado e educado para ser homem, dando-lhe liberdade e despertando nele sentimentos precoces de masculinidade e virilidade, sendo-lhe proibidos, entretanto, comportamentos que indiquem fraqueza, medo ou covardia. O filho mais novo, por outro lado, sempre muito protegido. Ter um futuro promissor, seja no comrcio, na poltica, nas atividades acadmicas, eclesisticas ou outras de igual brilho e importncia. Para dedicar-se aos estudos, a me cuida para que no perca tempo com lazer, boemias, namoro ou quaisquer outras atividades que lhe desviem a ateno. O filho do meio pode encarnar tanto a sina do irmo mais velho quanto a do mais moo. Entretanto, o que mais o caracteriza que estar sempre sendo tolhido pelas restries que so impostas acima e abaixo: "Aos dois mais velhos no permitido chorar, porque so homens". Aos dois mais novos no permitido sair noite, porque so crianas".

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As plantaes florestais so como o filho do meio. Num extremo arcam com todos os problemas inerentes ao agronegcio e no se beneficiam em nenhum momento das benesses concedidas a esse setor. Na outra ponta sofrem todas as restries e controles impostos ao uso de florestas nativas, ao mesmo tempo que carregam a pecha de impactar negativamente o meio ambiente, no podendo "curtir" o privilgio de ser floresta. Nos cursos de Engenharia Florestal existe um tema denominado fitossociologia. Que os cientistas debrucem-se sobre a matria e iluminem os legisladores e administradores pblicos, porque os produtores florestais esto comeando a assimilar a sndrome da plantao florestal, cujo sintoma o desabastecimento de matrias-primas florestais no mercado e a conseqente presso sobre as matas nativas. A, salve-se quem puder!

4.8. O EUCALIPTO E O LOBO MAU Fonte: Engenheiro Florestal (Annimo) Sou cidado e cumpridor dos meus deveres e tambm um dos interessados na discusso criada pelos nossos legisladores em torno do eucalipto em nosso Estado, pois sou Engenheiro Florestal e trabalho diretamente ligado esta cultura. Estou me posicionando em defesa da minha profisso, pois existe uma diferena entre interesse e crena e, eu acredito no que fao. No me atreveria a tomar posio contra ou a favor de um diagnstico mdico ou da especificao de uma viga em uma construo e, no procuraria um advogado para tratar do meu dente. Mas tenho me sentido muito mal com as discusses em torno de uma espcie florestal e com as prticas utilizadas para sua produo, pois sei que estas so frutos de muitos estudos, trabalhos e esforos de diversos profissionais que se especializaram em uma atividade na qual ns, os brasileiros, somos considerados entre os maiores especialistas. Atualmente, por afirmaes irresponsveis, pois so proferidas por pessoas sem conhecimento ou fundamento, o meu trabalho e de milhares de colegas de profisso deste pas, so colocados em xeque. So profissionais de empresas, universidades, de rgos fiscalizadores e de ONGs srias, que se dedicam a conhecer e aprimorar esta Cultura no pas de forma sustentvel, ou seja, buscando o equilbrio entre os interesses sociais, econmicos e ambientais.

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Acusar os plantios de eucalipto de sugarem as guas disponveis, como bombas dgua e, danificarem o solo s porque crescem e esto prontos a serem utilizados em 6 ou 7 anos, seria a mesma coisa que acusar uma vaca, resultado de um trabalho eficiente de seleo e que produz 40 litros de leite por dia, de agressiva ao meio ambiente e a sociedade, porque a mdia abaixo de 15 litros. No mundo, somos reconhecidos pela capacidade de fazer a terra produzir, seja alimento, matria-prima para a indstria ou bens de consumo. Nosso Estado e nosso pas, renem condies apropriadas para isso e, os profissionais, as universidades, os rgos pblicos e as empresas, transformam este potencial em negcios que geram empregos, impostos, receitas e dividendos para quem investe. Sabemos tambm, que existem disputas comerciais e, que quando o Brasil se destaca em algum setor, logo aparece, formas de tentar dificultar as nossas aes. Como aconteceu com a produo de avies, com a carne, com o caf, com as frutas brasileiras e, mais recentemente, com o ao. Este movimento, tambm existe contra a indstria de celulose e madeira baseada em reflorestamentos, pois nosso pas reconhecidamente competente nesta atividade, o que vai de encontro a interesses de outros pases que, para produzirem um plantio para produo de celulose, precisam de cerca de mais de 30 anos e ns, de apenas 7 anos. uma grande diferena que nos faz competitivos demais. Portanto, precisamos na verdade, identificar efetivamente quem o lobo mau desta estria; quais so os verdadeiros interesses destas acusaes infundadas e, com que responsabilidades acusam. Muitas vezes, estas acusaes, vm de associaes de pessoas com interesses especficos e que se vestem de cordeiros, atrs da denominao ONG sem responsabilidade nenhuma em gerar emprego, impostos ou qualquer outro benefcio sociedade. Portanto, neste assunto, como na estria, temos que ter cuidado com o lobo mau e no com a floresta.

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5. CONSIDERAES FINAIS O eucalipto, pelas suas caractersticas de adaptao s mais diferentes condies de clima e solo e diversificao do uso de sua madeira, tem sido uma das rvores mais plantadas no mundo. Considerando-se a necessidade de se conterem os desmatamentos, a heterogeneidade das espcies encontradas nas florestas naturais tropicais e a escassez de madeiras que proporcionem altos rendimentos industriais, qualidade desejada, constata-se que o eucalipto tem importncia fundamental para o progresso do Pas e do mundo. Em funo da crescente demanda da sociedade por madeira, a necessidade de se repor aumentar a rea reflorestada com eucalipto uma das grandes alternativas para o crescimento do Brasil no prximo sculo. Alm desse, o ritmo de crescimento das plantaes e a alta tecnologia desenvolvida nas ltimas dcadas, em nosso pas, tm proporcionado grandes vantagens em relao aos outros pases produtores de madeira de eucalipto. Apesar da existncia de grandes contrastes, principalmente no gerenciamento global das plantaes florestais, pode-se afirmar que o eucalipto vem desempenhando seu papel satisfatoriamente, pois, como j foi dito anteriormente: Tem ocupado reas degradadas, porm com vocao florestal e recuperando os solos, principalmente, no que diz respeito ao controle da eroso e compactao; Tem contribudo para regular o fluxo e a qualidade dos recursos hdricos; Tem auxiliado na reduo da presso sobre as matas nativas e, consequentemente, aumento de proteo fauna; Vem efetivando o seqestro de CO2 da atmosfera e colaborando para a reduo da poluio atmosfrica; Participa eficazmente como produtor de matria-prima para diferentes produtos de uso cotidiano. Com os avanos j conseguidos pelo Setor Florestal Brasileiro com a cultura do eucalipto e conciliando-se as questes silviculturais, ambientais e scio-econmicas, tem-se certeza de que, silvicultura brasileira poder crescer em um ritmo rpido e seguro. importante que haja maior conscientizao e menor radicalismo de toda a sociedade, no sentido de atender s suas necessidades atuais e propiciar melhores condies para as geraes futuras.

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