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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA – MG Departamento de Ensino de 2º Grau Coordenação de Ciências Humanas e Sociais TRABALHO EM GRUPO - INDUSTRIALIZAÇÂO NO MUNDO GEOGRAFIA - 3º BIMESTRE Profª Simone Maria de Araújo Villela TEMA: ESTADOS UNIDOS: O PROCESSO DE INDUSTRIALIZAÇÃO DA SUPER POTÊNCIA Data de apresentação: 15 de Junho de 2010. Valor: 6,0 pontos Alunos: Ana Esther G. O. Silva Ayeska P. Barbosa Camila Renata S. Coelho Guilherme Cardoso Henrique S. D.R. Hamacek Maria Luiza Andrade Mariana Gabriela Mariana Myriam Thaís Stephanie S. S. Pinto

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Page 1: EUA processo de industrialização

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃOCENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA – MGDepartamento de Ensino de 2º GrauCoordenação de Ciências Humanas e Sociais

TRABALHO EM GRUPO - INDUSTRIALIZAÇÂO NO MUNDO

GEOGRAFIA - 3º BIMESTRE

Profª Simone Maria de Araújo Villela

TEMA: ESTADOS UNIDOS: O PROCESSO DE INDUSTRIALIZAÇÃO DA SUPER POTÊNCIA

Data de apresentação: 15 de Junho de 2010.

Valor: 6,0 pontos

Alunos: Ana Esther G. O. Silva

Ayeska P. Barbosa

Camila Renata S. Coelho

Guilherme Cardoso

Henrique S. D.R. Hamacek

Maria Luiza Andrade

Mariana Gabriela

Mariana Myriam

Thaís Stephanie S. S. Pinto

Introdução

Page 2: EUA processo de industrialização

Atualmente, os Estados Unidos da América são o país que controla a economia

mundial. Após a Primeira Guerra Mundial e a Segunda Guerra Mundial, esse país

começou a se firmar como superpotência, e após o fim da Guerra Fria, com a

dissolução da União Soviética, se confirmaram como única superpotência mundial,

estabelecendo no Mundo uma forma capitalista de economia.

Segundo dados de 2009, as empresas norte-americanas ocupam os primeiros

lugares no Ranking Mundial das Maiores Empresas, entre elas a Google,

Microsoft, Coca-Cola e McDonald’s. Sabe-se que essas corporações estão hoje

presentes em quase todos os países do mundo, o que claramente demonstra a

influência norte-americana no cenário internacional. Dessa forma, pode-se concluir

que, atualmente, os Estados Unidos controlam a economia mundial, possuindo as

maiores indústrias e, consequentemente, obtendo os maiores lucros nas

transações comerciais. Um exemplo desse controle pôde ser sentido em todo o

globo nos anos de 1929 e 2008, quando as bolsas norte-americanas “quebraram”,

causando uma crise econômica que levou empresas por todo o mundo à falência e

milhares de pessoas ao desemprego.

O estudo apresentado no presente trabalho visa informar sobre as características

da industrialização dos Estados Unidos da América, bem como sua influência na

economia nacional e internacional e sua contribuição para a afirmação desse país

como superpotência mundial.

Localização

Os Estados Unidos da América estão localizados no centro da América do

Norte, entre Canadá e México. O país é banhado pelo oceano Atlântico, a leste; e

pelo oceano Pacífico, a oeste.

Possui um território de, aproximadamente, 9.372.614 km² e uma população

de 314,7 milhões (estimativa 2009). Portanto, possui densidade demográfica igual

a 31 hab./km². Apresenta um crescimento demográfico de 0,8% ao ano (1995 a

2000).

A moeda oficial do país é o dólar americano, uma das mais fortes do

mundo.

O idioma oficial é o inglês e o país é laico, ou seja, não possui religião

oficial.

Page 3: EUA processo de industrialização

O país apresenta clima temperado continental (L), subtropical (SE), de

montanha (centro e Montanhas Rochosas), árido tropical (SO), mediterrâneo

(costa O), árido frio (NO); e está a -2horas em relação à Brasília.

As principais cidades são: Nova Iorque, Los Angeles; Chicago, Houston,

Filadélfia, Washington DC (capital), São Francisco, Miami, Detroit, San Diego,

Boston, Orlando, Dallas, Atlanta e New Orleans.

Título: Mapa dos Estados Unidos

Fonte:http://www1.folha.uol.com.br/folha/mundo/2001-terrorismo_nos_eua-

lista_brasileiros.shtml Acessado em 14/06/10

Aspectos da formação territorial

Após a consolidação da independência, os Estados Unidos partiram para a

expansão territorial no continente, que começou quando as treze colônias

incorporaram um vasto território do sul dos Grandes Lagos até a Flórida

espanhola, e dos Apalaches até o Rio Mississipi como um dos termos do Tratado

de Paris. Em 1803, Thomas Jefferson comprou da França o território de Louisiana,

uma região que ia do oeste do Rio Mississipi até o leste das Montanhas Rochosas,

por 15 milhões de dólares. A Compra da Louisiana adicionou 2 144 476

quilômetros quadrados de área, mais do que dobrou o território dos Estados

Unidos. A compra rendeu posse total da Bacia do Rio Mississipi, e dava aos EUA

mais potencial para se expandir. Em 1804 dois exploradores, Meriwether Lewis e

William Clark, foram mandados à Louisiana para explorar e mapear o território. Em

Page 4: EUA processo de industrialização

1806 eles chegaram ao Oceano Pacífico e fizeram o primeiro contato entre

colonos de ascendência européia com diversas tribos de nativos americanos.

Outros territórios anexados pelos norte-americanos no século XIX que se

destacam são a Flórida, em 1819 e os que foram conquistados militarmente do

México e pelo Tratado de Guadalupe Hidalgo em 1848, que cedia aos Estados

Unidos as regiões da Califórnia, de Nevada, de Utah, a do Rio Colorado, o deserto

do Arizona e a península do Novo México.

No processo de expansão territorial dos Estados Unidos, grande parte dos povos

indígenas foi dizimada, tendo como principal apoio o imenso fluxo imigratório entre

1840 e 1900, época em que as crises sociais da Revolução Industrial e os lotes de

terra a oeste do Mississipi oferecidos pelo governo americano atraíam europeus, e

por ideias de cunho expansionista.

As idéias expansionistas estavam expressas sobretudo na Doutrina Monroe,

elaborada pelo presidente James Monroe em 1823. Nela, o governo dos Estados

Unidos definia sua posição em relação à América diante da Europa, considerando

uma hostilidade ao seu país qualquer interferência européia nos assuntos políticos

dos novos países recém-independentes da América espanhola. Essa ameaça

expressa na Doutrina Monroe, deixava claro as potencias européias que novas

tentativas de recolonizá-lo seriam rechaçadas e que os destinos da América, a

partir de então, seriam definidos pelos Estados Unidos, e não mais pelos

europeus.

Fatores da industrialização dos EUA

A industrialização dos Estados Unidos se iniciou na região Nordeste, entre

os Grandes Lagos e o oceano Atlântico. Durante sua colonização houve o

surgimento de um mercado consumidor, o que estimulou o desenvolvimento das

primeiras indústrias no Nordeste, no final do século XVIII.

Nas colônias do Norte, predominava o trabalho assalariado e familiar livre, o

que possibilitou a expansão das manufaturas, casas comerciais e bancos. Os

capitais se concentravam na burguesia industrial e comercial. Essa área é formada

atualmente pelas áreas metropolitanas do eixo Boston-Washington.

Outro fator que permitiu o desenvolvimento industrial no Norte dos Estados

Unidos é de ordem natural. A jazida de minério de ferro nos Grandes Lagos atraiu

o desenvolvimento de indústrias siderúrgicas, automobilísticas e ferroviárias, e as

Page 5: EUA processo de industrialização

jazidas de carvão mineral dos Montes Apalaches, localizadas mais ao sul e de fácil

exploração, também favoreceram o desenvolvimento. As condições favoráveis à

navegação dos Grandes Lagos, com saída para o Oceano Atlântico, facilitam os

transportes e o intercâmbio comercial. Os desníveis existentes entre os rios e

lagos das regiões ajudaram na produção de energia elétrica.

A partir de 1862, o sul do país passou a ser mais explorado, e, com o fim da

escravidão em 1863, o mercado consumidor se expandiu. As primeiras fábricas

surgiram em 1880. Eram fábricas do setor têxtil, instaladas por empresários da

Nova Inglaterra, que procuravam ficar próximos da matéria-prima (lã e algodão) e

da mão-de-obra barata. O grande desenvolvimento ocorreu após a segunda guerra

mundial, com o aumento da extração de petróleo no Texas e o desenvolvimento da

indústria aeroespacial na Flórida. A área industrial mais moderna, o Vale do Silício,

surgiu na década de 1970, na Califórnia.

Industrialização: o desenvolvimento, a localização industrial e os tipos de

indústrias

- > Desenvolvimento:

O primeiro processo de industrialização fora da Europa ocorreu nas

colônias britânicas que se tornaram os Estados Unidos. Quando ainda era colônia,

iniciou-se uma significativa fixação de imigrantes britânicos no Norte território

norte-americano. Esses imigrantes, fugindo de perseguições políticas e religiosas

ou das más condições de vida vigentes na Europa, foram para a faixa litorânea,

num trecho conhecido como Nova Inglaterra.

Desenvolviam uma agricultura diversificada (policultura) em pequenas

propriedades nas quais predominava o trabalho familiar.

Essas pequenas propriedades camponesas estavam voltadas para o

abastecimento de um mercado em expansão, inclusive para as cidades que

estavam surgindo e crescendo num ritmo muito rápido. Nessas cidades, muitas

delas portuárias, teve início uma atividade manufatureira, pois vários imigrantes

que eram artesãos no Reino Unido trouxeram consigo suas habilidades e

ferramentas. Gradativamente, foi se estruturando um mercado interno, com o

predomínio do trabalhado familiar livre, no campo, e do trabalho assalariado, nas

cidades. Isso criou as condições para a crescente expansão das manufaturas, das

casas de comércio e dos bancos. Ao mesmo tempo, as colônias do Norte

Page 6: EUA processo de industrialização

realizavam um comércio externo com as colônias do Sul, com a África e com as

Antilhas.

Nas colônias do Norte, encontrou-se uma colonização de povoamento.

Enquanto isso, nas colônias do Sul, imperava a colonização de exploração,

estrutura em uma sociedade rigidamente estratificada, que se apoiava na

exploração do trabalho escravo. A economia sulista era baseada nas plantations,

monoculturas especializadas que cultivavam principalmente o algodão, com a base

no trabalho escravo de negros africanos. Praticamente toda a produção era

destinada à exportação para o Reino Unido. A riqueza estava fortemente

concentrada nas mãos dos fazendeiros escravagistas e, dessa maneira, o

mercado interno prosperava muito lentamente, os capitais se concentravam nas

mãos da nascente burguesia industrial e comercial local. A burguesia nortista

tendia cada vez mais a desenvolver interesses próprios que, com o tempo,

passaram a se chocar com os interesses britânicos. O resultado disso é

conhecido: a independência de 1776, que fez dos Estados Unidos o primeiro país

livre da América.

A história encarregou-se de lançar as primeiras sementes que, com o

tempo, possibilitaram o florescimento da industrialização no Nordeste dos Estados

Unidos. A fixação da população permitiu a concentração de mão-de-obra e o

surgimento de um mercado consumidor interno. Com o passar do tempo houve um

acúmulo de capitais e o desenvolvimento de um sentimento separatista. É aqui

que se torna fundamental falar de um importante fator que colaborou ativamente

nesse processo.

A presença de imigrantes seguidores de religiões protestantes, como os

puritanos e presbiterianos, era maciça da mesma forma que a burguesia

emergente. Essas religiões favoreciam o desenvolvimento capitalista, à medida

que não condenavam normalmente a riqueza, não criavam empecilhos para o

enriquecimento pessoal, para a acumulação de capitais. Ao contrário, acreditavam

que a riqueza era bem-vinda porque era fruto do trabalho, de uma vida austera.

Assim, enriqueceria quem trabalhasse pesado, quem levasse uma vida frugal,

quem poupasse; logo, ficaria rico quem se afastasse do pecado, aproximando-se,

como conseqüência, de Deus, da salvação.

O nordeste dos Estados Unidos também dispunha de grandes jazidas de

carvão nas bacias sedimentares próximas aos Apalaches, nos estados da

Pensilvânia e de Ohio, e de grandes jazidas de minérios de ferro nos escudos

Page 7: EUA processo de industrialização

próximos ao lago Superior, nos estados de Minnesota e de Wisconsis; outro fator

que realizou grande influência no processo de industrialização norte-americano.

Os Grandes Lagos favoreceram imensamente os transportes e,

gradativamente, todos foram interligados através de obras de engenharia, como

canais artificiais. Interligam-se com o oceano pelo rio São Lourenço, que

desemboca no Atlântico, já no Canadá, e pelo rio Hudson, que é interligado ao

lago Erie por meio de um canal artificial construído no século passado. O rio

Hudson desemboca no Atlântico, onde se localiza o porto de Nova Iorque. Aliás,

esse é um dos motivos fundamentais por que esse se tornou principal porto dos

Estados unidos e, com o tempo, também a cidade, o seu principal centro

financeiro, comercial e cultural. Há muito tempo Nova Iorque polariza a interligação

entre o Atlântico e a região dos Grandes Lagos, no interior.

Os desníveis existentes entre os rios e lagos da região, com o passar do

tempo ajudaram o desenvolvimento. Com os avanços tecnológicos, grandes

barragens foram construídas para a produção de energia elétrica. Ao lado das

turbinas geradoras de energia, foram construídos sistemas de transposição desses

desníveis conhecidos como eclusas. Todas essas obras, além de ampliar

significativamente a rede de hidrovias, possibilitaram a geração de energia,

fundamental para a expansão do parque industrial já em fins do século XIX, época

em que ocorria a Segunda Revolução Industrial.

Após a independência, as diferenças econômicas, sociais e culturais entre a

sociedade nortista, nascida das colônias de povoamento, e a sociedade sulista,

oriunda das colônias de exploração, vão aflorar, arrastando-se até a Segunda

metade do século XIX, quando redundando em um conflito armado. Os estados

escravistas do sul, ou melhor, suas elites aristocráticas em franca decadência

política e econômica, tentando manter o poder e, ao mesmo tempo, a escravidão,

criaram os Estados Confederados da América. Declararam a secessão, ou seja,

sua separação de federação norte-americana, dominada pela burguesia

industrial e comercial nortista. Essa atitude resultou na Guerra de Secessão ou

Guerra Civil Americana, que se estendeu de 1861 a 1865.

A grande expansão da industrialização norte-americana ocorreu após o final

da Guerra de Secessão. A vitória da burguesia nortista trouxe como resultado

geopolítico mais importante a manutenção da unidade territorial do país, que já

estendia do Atlântico ao Pacífico. Interessada em aumentar o mercado consumidor

para os bens produzidos em escalas cada vez maiores por sua indústria, a

Page 8: EUA processo de industrialização

burguesia do Norte passou a estimular a imigração. Em 1862, foi

elaborada a lei Lincoln ou Homestead Act. Segundo essa lei, as famílias que

migrassem para o Oeste receberiam 65 hectares de terra para se fixarem e, caso

permanecessem cultivando-os por pelo menos cinco anos, teriam a sua posse

definitiva. Essa lei provocou um verdadeiro “boom” na imigração, garantindo uma

rápida ocupação das terras do Oeste, principalmente nos férteis solos das

planícies.

A imigração, ao mesmo tempo em que garantiu a ocupação de novos

territórios

conquistados aos índios e aos mexicanos (à custa de um grande genocídio),

possibilitou uma enorme expansão do mercado interno. Outra medida nesse

âmbito foi a decretação, em 1863, do fim da escravidão. A relação escravista de

trabalho estava condenada à extinção, por ser incompatível com a expansão do

mercado: pelo fato de não Ter renda, o escravo não consumia. A partir de então,

foi se disseminando nos Estados Unidos a mais tipicamente capitalista das

relações de trabalho: o trabalho assalariado. Assim, gradativamente, foi-se

estruturando pela primeira vez na história uma ampla sociedade de consumo, que

iria se consolidar. Isso foi possibilitado pelo desenvolvimento de produtos novos:

exemplos, máquina de escrever (1867), arame farpado (1874), telefone (1876),

fonógrafo (1877), a luz elétrica (1879), e os automóveis a gasolina (1885). Destes,

o automóvel teve o maior impacto sobre a economia da nação. No início de 1900,

Ransom Eli Olds e Henry Ford começaram a transformar os carros de produção

em massa. Os preços dos automóveis caíram e as vendas dispararam. O número

de automóveis de propriedade de norte-americanos saltou de 8.000 em 1900 para

quase 3,5 milhões em 1916.

Os recursos naturais ricos e variados América tiveram um papel

fundamental no surgimento de grandes negócios. O abastecimento abundante de

água ajudou o potencial das máquinas industriais. O grande número de florestas

influenciou no aparecimento e aumento de produtos de madeira para construção

civil. Os mineiros exploraram grandes quantidades de carvão e minério de ferro do

solo, que foi usado para construir máquinas, trilhos, pontes, automóveis e arranha-

céus. Outros minerais industrialmente valiosos incluídos foram o cobre, prata e

petróleo. Petróleo - a matéria-prima da gasolina - tornou-se particularmente

importante depois que o automóvel entrou em uso generalizado no início de 1900.

A população cresceu consideravelmente. Mais de 25 milhões de imigrantes

Page 9: EUA processo de industrialização

entraram nos Estados Unidos entre 1870 e 1916. O crescimento da população

ajudou no “boom” econômico de duas maneiras: aumentou o número de

consumidores e, assim, ampliou o mercado para os produtos e aumentou a mão-

de-obra economicamente ativa.

O sistema ferroviário americano tornou-se uma rede de transportes

nacional. O sistema construído nos Estados Unidos interligava o território por via

férrea de costa a costa.

As novas ferrovias estimularam o crescimento econômico industrial. As

empresas de mineração usaram o unificado sistema de transporte para enviar as

matérias-primas para as fábricas em longas distâncias rapidamente. Fabricantes

distribuíram seus produtos por via ferroviária para pontos em todo o país.

O desenvolvimento dos meios de comunicação contribuiu significativamente para o

crescimento econômico e, consequentemente para o processo de industrialização.

O governo fez pouco para regular as empresas. Sem restrições, executivos

de empresas nos Estados Unidos, lutaram para acabar com a concorrência e

ganhar o controle completo de suas indústrias. Eles formaram monopólios, que -

para a maior parte - é ilegal, hoje. Alguns proprietários de empresas do mesmo

setor se fundiram a fim de reduzir ou eliminar a concorrência. Os monopólios

surtiram grandes efeitos “favoráveis” sobre a economia. Eles ajudaram a tornar

possível o surgimento de grandes corporações que contribuíram para o

crescimento econômico. Os monopólios também permitiram que as empresas

evitassem oscilações bruscas de preço e produção e, assim, mantinham as

vendas estáveis. A partir dessas grandes corporações, que detêm o monopólio,

surgiram as multinacionais e transnacionais, originárias principalmente dos

Estados Unidos, que detêm grande parte do capital mundial circulante atualmente

e exercem grande influência econômica sobre todo o mundo, em especial os

países “subdesenvolvidos”.

-> Tipos de indústrias:

Os Estados Unidos usam um padrão de classificação dos setores industriais

do país. Desde 1930, o SIC (U.S. Standard Industrial Classification ) era utilizado

para a classificação destes setores:

U.S. Standard Industrial Classification (SIC)

Agricultura, Silvicultura e Pesca

Page 10: EUA processo de industrialização

Indústria Mineral

Indústria Civil

Manufatura

Transporte, comunicação e utilitários

Financiamentos e seguros

Administração pública

Comércio varejista e atacadista

Em 1997 o NAICS (North American Industry Classification System) foi

criado para comparação entre os setores da economia entre os países da América

do Norte. Houve a participação do Canadá, México e Estados Unidos.

Segundo este, os principais setores das indústrias são:

Agricultura, silvicultura, pesca e caça

Mineração

Utilitários

Construção Civil

Manufatura

Comércio varejista e atacadista

Transporte e armazenagem

Informação

Finanças e seguros

Imobiliária e aluguel

Serviços profissionais, científicos e técnicos

Gestão de empresas

Gestão de resíduos e despoluição

Serviços educacionais

Cuidados de saúde e assistência social

Arte, lazer e recreação

Alojamento e serviços de alimentação

Administração pública

Outros serviços

Com isso percebemos a “criação” de novos setores ou o reconhecimento dos

mesmos. De grande importância, podemos colocar o de Informações, com as

Page 11: EUA processo de industrialização

redes e a comunicação global (internet, telefonia), uma maior preocupação com os

cidadãos com os cuidados da saúde e de assistência social e arte, recreação e

lazer, desenvolvimento da pesquisa com os serviços profissionais, científicos e

técnicos além, claro, da gestão de resíduos e despoluição, com uma preocupação

maior com o meio ambiente.

No geral, podemos considerar como setores de maior atuação como sendo os

representados no gráfico a seguir:

Título: Setores industriais

Fonte:https://www.msu.edu/course/eep/255/industry_sectors.htm Acessado em 13/06/10

Assim, percebemos que o setor de serviços é o de maior atuação seguido

por bens imobiliários e financiamentos e manufatura, enquanto o de mineração é o

de menor atuação, seguido pela agricultura. Desta forma, vemos como a economia

dos EUA é formada. Pouquíssimos recursos extraídos diretamente da natureza,

porém com várias participações de meios industriais, produção em grande escala

para exportações e serviços utilitários.

Page 12: EUA processo de industrialização

Título: Indicadores econômicos industriais

Fonte:http://www.visualizingeconomics.com/2007/07/02/gross-domestic-product-by-industry-

winners-losers/ acessado em 13/06/10

Com análise deste gráfico, percebemos a queda da manufatura, da

participação do governo e o grande crescimento do financiamento e do serviço

imobiliário, nos mostrando que, com o crescimento da economia, e empregos, a

classe média, mais uma vez, é a principal consumidora, já que são os

financiamentos que mais crescem e nos mostra também o liberalismo econômico,

que o governo tem cada vez menor participação na rede econômica do país.

Page 13: EUA processo de industrialização

Título: Crescimento e decrescimento industrial e previsões

Fonte:http://www.window.state.tx.us/specialrpt/tif/southtexas/development.html Acessado em

13/06/10

-> Localização das indústrias:

A primeira região do país a industrializar-se foi o Nordeste, onde, durante

muito tempo a indústria esteve fortemente concentrada. Por uma série de fatores,

determinados ramos industriais concentravam-se mais em algumas cidades que

em outras, definido as "capitais". As grandes siderúrgicas, como a USX (antiga US

Steel) e a Bethlehem Steel, concentraram-se em torno de Pittsburgh, na

Pensilvânia, em função da enorme disponibilidade de carvão, da facilidade de

recepção do minério vindo de Minnesota através dos lagos e da  proximidade dos

centros consumidores. Apesar da recente descentralização das usinas, essa 

cidade sendo a "capital do aço". Detroit, localizada numa posição central, facilitou

a recepção de matérias-primas e componentes, além do posterior envio dos

produtos acabados. Sendo um importante entroncamento rodoferro-hidroviário,

concentra um parque diversificado, com destaque para as indústrias de máquinas

agrícolas e de material ferroviário. Nova Iorque é a "capital financeira" dos Estados

Unidos. Nela estão as das principais corporações industriais, comerciais e

financeiras do país. Localiza-se também, em Wall Street, sua influente bolsa de

valores, onde são decididos muitos os principais negócios do mundo. Isso se deve

à localização estratégica da cidade, historicamente servindo de ponte entre o litoral

e o interior. A indústria têxtil, antes muito importante em Massachusetts,

praticamente não existe mais. O pouco que restou aparece na região de Boston.

Page 14: EUA processo de industrialização

Atualmente, essa indústria está mais ligada às fontes de matérias-primas e mão-

de-obra mais barata do sul, sobretudo na Geórgia e nas duas Carolinas. As têxteis

foram substituídas por indústrias mais modernas, que utilizam mão-de-obra

altamente qualificada. Vinculadas a importantes centros de pesquisas, como

a Universidade de Harvard e o MIT (Massachusetts Institute of Technology),

surgem, em Boston e em Worcester, indústrias de alta tecnologia, ligadas à

microeletrônica, informática, robótica, biotecnologia, etc. Com o tempo, houve uma

descentralização na localização industrial, bem como a criação de uma quantidade

enorme de novos ramos, muitos inclusive acessórios àqueles mencionados, não

só no Nordeste como em outras regiões do país. São várias as indústrias

acessórias imprescindíveis para o funcionamento, por exemplo, da

indústria automobilística: autopeça, plásticos, borrachas, vidros, equipamentos

eletrônicos, etc.; que por sua vez necessitam de outras indústrias: siderúrgicas,

petroquímicas, etc. Muitas dessas indústrias são também imprescindíveis para a

fabricação de navios, aviões, locomotivas, máquinas agrícolas, etc. Além desses

ramos, encontramos indústrias de bens de produção fundamentais: máquinas e

ferramentas, aparelhagem elétrica, química e derivados, mecânica de precisão,

metalurgia diferenciada, etc. Todos esses ramos industriais aparecem espalhados

inúmeras cidades do Nordeste do Estados Unidos, a região de maior concentração

urbano - industrial do planeta. Aqui a história mostrou ser verdadeira a seguinte

frase: "Indústria atrai indústria". Surgiu, assim, um enorme cinturão industrial, o

manufacturing belt, que se estende por várias cidades, como Duluth, Chicago,

Detroit, Cleveland, Buffalo, e Milwaukee, às margens dos Grandes Lagos,

Pittsburg e Columbus, na região dos Alpalaches; Boston, Nova Iorque, Filadeifia e

Baltimore, na costa leste.

-> Manufacturing Belt ou Rust Belt:

Essa área forma, atualmente, a maior concentração urbano-industrial do

mundo, tendo como uma de suas características a megalópole BOSWASH

(formada pelas áreas metropolitanas do eixo Boston-Washington). 

Dentre os fatores que permitiram o desenvolvimento de indústrias nessa região,

destacam-se:

A existência de recursos naturais, notadamente a jazida de minério de ferro

nos Grandes Lagos, o que atraiu o desenvolvimento de indústrias siderúrgicas,

Page 15: EUA processo de industrialização

automobilísticas e ferroviárias - e as jazidas de carvão mineral dos Montes

Apalaches, localizadas mais ao sul e de fácil exploração.

As condições favoráveis à navegação dos Grandes Lagos, com saída para

o Oceano Atlântico pelo rio São Lourenço, bem como os bons e modernos portos

da costa leste, que possibilitaram a chegada dos recursos e das matérias-primas

de que a região não dispunha.

-> Sun Belt:

Essa região abriga muitas das mais avançadas unidades de produção

mundial. Trata-se de uma extensa faixa no sul, que se estende da Flórida à

Califórnia. 

As primeiras fábricas do sul dos Estados Unidos surgiram em 1880. Eram

fábricas do setor têxtil, instaladas por empresários da Nova Inglaterra, que

procuravam ficar próximos da matéria-prima (lã e algodão) e da mão-de-obra

barata.

O grande impulso de desenvolvimento do Sun Belt, o Cinturão do Sol, termo

que abrange as variadas novas áreas emergentes do Sul e do Oeste, ocorreu após

a Segunda Guerra Mundial, em 1960, com o aumento da extração de petróleo no

Texas e o desenvolvimento da indústria aeroespacial na Flórida.

Contudo, a área industrial mais moderna surgiu na década de 1970, na Califórnia.

Trata-se do Vale do Silício (Silicon Valley), nas proximidades de São Francisco,

um conjunto de pequenas localidades onde estão situadas centenas de empresas

ligadas ao setor de microinformática, microeletrônica, robótica, química fina e a

biotecnologia, típicas da Terceira Revolução Industrial. 

Uma consequência da existência desse pólo tecnológico foi o

desenvolvimento de um vasto eixo urbano-industrial que se estende de São

Francisco até San Diego (o chamado San-San). Dentre os fatores que, nessa

região, favoreceram o desenvolvimento de indústrias ligadas a tecnologia,

destacam-se:

A posição geográfica dessa região, próxima ao Oceano Pacífico, facilitando

o acesso à Bacia do Pacífico e, portanto, a países importantes, como

Japão, Austrália e China. 

A existência de várias universidades e institutos de pesquisa que fornecem

mão-de-obra de alta qualificação para as empresas e desenvolvem,

juntamente com elas, programas na área de pesquisa e desenvolvimento.

Page 16: EUA processo de industrialização

A atual descentralização industrial

-> Os principais fatores de localização industrial:

    “As indústrias buscam localizar-se naquelas zonas que permitem baratear seus

custos de produção. Tradicionalmente as empresas, sobretudo as pesadas,

tendem a localizar-se onde o custo do transporte é menor, aproximando-se das

fontes de energia ou das matérias-primas. Outros setores industriais,

especialmente os leves, tendem a localizar-se próximos aos mercados de

consumo.”

-> Descentralização Industrial

No passado, a tendência era a concentração das indústrias em um só local,

uma vez que era muito vantajoso aproveitar a infra-estrutura já instalada nessas

regiões. O lema era “indústria atrai indústria”.

Entretanto, as grandes concentrações industriais tornaram-se muito caras

para as empresas, devido ao alto preço dos terrenos, aos problemas ambientais,

aos custos elevados que o trânsito intenso representa e, até mesmo, ao

fortalecimento dos movimentos sindicais que tendem a elevar os padrões salariais.

Os Estados Unidos, por exemplo, passam atualmente por um processo de

descentralização industrial, pois o enorme cinturão industrial localizado no

nordeste do país, o manufacturing belt, parece ter atingido um ponto de

esgotamento. Ele já chegou a concentrar, por volta de 1900, mais de 75%

da produção industrial dos Estados Unidos. De lá para cá, só tem reduzido sua

participação.

A descentralização, geralmente, ocorre em função da necessidade de

buscar lugares que oferecem custos menores de produção. Dentro do novo padrão

espacial, as indústrias estão se deslocando para o sul e para o leste, buscando

áreas onde os custos de produção são menores ou a proximidade de

universidades e centros de pesquisa, geradores de novas tecnologias. Algumas

das cidades norte-americanas que mais crescem atualmente estão nessas

regiões, como Atlanta, Orlando, Dallas, Houston, Nova Orleans, Seattle, São

Francisco, Phoenix, etc.

Page 17: EUA processo de industrialização

Forma-se, assim, um novo cinturão industrial - denominado Sun Belt, que

se estende entre o sul e a costa oeste do país, incluindo áreas de acelerado

desenvolvimento, nos setores de ponta.

Além da expansão das indústrias dentro do país para novas localidades, há

atualmente o fenômeno chamado fábrica global. A expressão indica que a

produção e o consumo se mundializaram de tal forma que cada etapa do processo

produtivo é desenvolvida em um país diferente, de acordo com as vantagens e as

possibilidades de lucro que oferece. Essa divisão entre os países é geralmente

denominada de divisão internacional do trabalho (DIT).

As economias de diferentes países do mundo apresentam certa

especialização. A divisão mais simples e antiga trata os países desenvolvidos

como os dominantes da especialização na fabricação de produtos manufaturados

e deixa para os subdesenvolvidos a produção de matérias-primas. Hodiernamente,

essa situação é mais complicada, já que muitas empresas que necessitam de

mão-de-obra não-qualificada e barata transferem suas fábricas para países

subdesenvolvidos. Os pólos industriais que estão no topo da DIT são EUA, União

Européia e Japão. As empresas transnacionais oriundas desses países preferem

concentrar em suas sedes, nos países desenvolvidos, atividades como pesquisa,

desenvolvimento tecnológico, gerência e marketing. Já a montagem dos produtos

cada vez mais é transferida para os países emergentes, onde os custos de

produção são mais baixos (terrenos mais baratos, salários menores, leis

ambientais menos severas, etc.).

Considerações finais

Desde sua independência, os EUA foram alargando cada vez mais as suas

terras, a partir das treze colônias. Algumas dessas terras foram conquistadas

depois da conquista em guerras, como o território que se estende dos Apalaches

até o Mississipi. Vários outros territórios foram anexados através de outras guerras

e compras, como o estado da Flórida que foi comprado da França em 1819 e o

Alasca, comprado da Rússia.

Uma combinação de fatores de resolução política, social, econômica e

cultural ilustra o desenvolvimento dos Estados Unidos, reunido primeiramente na

região nordeste do país. A supremacia política e econômica do exemplo de

sociedade originado das colônias de povoamento, a superioridade dos burgueses

Page 18: EUA processo de industrialização

nortista após a Guerra de Secessão, leis que beneficiaram a entrada de

imigrantes, que fizeram parte de uma grande reserva de mão-de-obra e um vasto

comércio, a abissal disponibilidade de minérios e combustíveis não renováveis, a

facilidade de saída da produção pelos Grandes Lagos, conectados com o mar

através de rios e outros fatores.

O caso de o norte das treze colônias ter surgido sem “valor” para o

Inglaterra fez com que essa metrópole desempenhasse uma influência pouco

rigorosa sobre a região, em comparação ao que exercia em suas demais colônias,

como a Índia ou as do continente africano e do Caribe, muito mais importantes no

aspecto econômico. Isso aconteceu porque o norte das treze colônias não possuía

muita coisa preciosa a proporcionar aos colonizadores: não tinha clima tropical

para a iniciação de plantations, metais valiosos, nem era estratégico do ponto de

vista militar, assim, o controle foi flexível. Isso foi de extrema importância para os

Estados Unidos, pois criou as condições para a separação e, logo após, para a

industrialização dessa região, que veio a tornar-se a mais importante no país.

A vitória nortista na Guerra de Secessão determinou a hegemonia da classe

burguesa urbano-industrial sobre a aristocracia rural-agrária do sul, vindo a impor

seu padrão de sociedade e suas vontades ao resto do Estado. Então, a burguesia

começou a “dominar” os EUA e, preocupada em aumentar o mercado consumidor

para seus produtos, aboliu a escravidão, criou uma política de doação de terras no

Oeste e de modernização do campo. Assim, essas medidas promoveram a

industrialização do país.

As maiores e principais concentrações de indústrias estão localizadas no

nordeste do país, desde o litoral até o sul dos Grandes Lagos, porque essa região

amontoou os fatores mais importantes para o começo da industrialização

mantendo até a atualidade esta supremacia.

Os custos gerais de produção cresceram de forma desordenada pela

formação das megalópoles no nordeste do país e para que ocorresse uma queda

dos preços foi necessária uma descentralização no período pós-guerra,

beneficiando mais o Sul e o Oeste.

Próximo aos grandes centros e conseqüentemente às universidades e

centros de pesquisa, concentram-se as indústrias de alta tecnologia, como a

exemplo o sul de São Francisco.

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