eu sou um batista fundamentalista

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Eu sou um Batista Fundamentalista “Quer você queira ou não você é um fundamentalista!” Fundamentalismo no sentido geral, significa um conjunto de crenças que se baseia nos fundamentos. Isso não representa nenhuma virtude, uma vez que existem várias crenças e filosofias que são fundamentalistas, porém construídas no fundamento ERRADO. Isso é o mesmo que ter NENHUM fundamento. É necessário ser fundamentalista, porém edificado sobre o fundamento CORRETO, conforme nos recomendou o Senhor Jesus Cristo: “Todo aquele, pois, que escuta estas minhas palavras, e as pratica, assemelhá-lo-ei ao homem prudente, que edificou a sua casa sobre a rocha; E desceu a chuva, e correram rios, e assopraram ventos, e combateram aquela casa, e não caiu, porque estava edificada sobre a rocha”. (Mt 7.24,25). Fundamentalismo no sentido Bíblico, é o conjunto de crenças que está registrado na Bíblia. O Senhor Jesus Cristo é considerado a Rocha (Mt 16.18, Ef 2.20, Rm 9.33); o Fundamento (1Co 3.11). O fundamento correto precisa ser preservado (Sl 11.3; Pv 10.25; 1Tm 6.19; 2Tm 2.19; Hb 6.1; Hb 11.1), e todo crente genuíno é obrigatoriamente um fundamentalista no sentido bíblico. Toda Igreja verdadeira é também fundamentalista porque a Igreja é a “casa de Deus, que é a igreja do Deus vivo, a coluna e firmeza (fundamento) da verdade(1Tm 3.15). O crente fiel será recompensado no céu onde será posto como “coluna no templo do meu Deus” (Ap 3.12). A Igreja Batista Vida Nova é fundamentalista porque está “Edificada sobre o fundamento dos apóstolos e dos profetas, de que Jesus Cristo é a principal pedra da esquina” (Ef 2.20). O oposto do fundamentalismo é o liberalismo (ou modernismo). Todo crente deveria fazer uma opção entre esses dois termos. Não existe meio termo, ou você é fundamentalista (tradicional) ou você é liberal (evangélico-ecumênico). Piores são aqueles que ficam “em cima do muro” querendo agradar a “gregos e troianos”. Se a onda do liberalismo teológico continuar crescendo como está, se continuar se infiltrando, sutilmente ou escancaradamente, nas igrejas, seminários e instituições, atingirá um nível de intolerância que tornará insustentável a permanência dos crentes fieis fundamentalistas entre eles. Chegará um dia quando o crente fiel terá que sair do meio deles como ordena a Escritura: “Por isso saí do meio deles, e apartai- vos... eu vos receberei”(2Co 6.17); “...Sai dela, povo meu, para que não sejas participante dos seus pecados...” (Ap 18.4).

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Eu Sou Um Batista Fundamentalista

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Eu sou um Batista Fundamentalista

“Quer você queira ou não você é um fundamentalista!”

Fundamentalismo no sentido geral, significa um conjunto de crenças que se baseia nos fundamentos. Isso não representa nenhuma virtude, uma vez que existem várias crenças e filosofias que são fundamentalistas, porém construídas no fundamento ERRADO. Isso é o mesmo que ter NENHUM fundamento.

É necessário ser fundamentalista, porém edificado sobre o fundamento CORRETO, conforme nos recomendou o Senhor Jesus Cristo: “Todo aquele, pois, que escuta estas minhas palavras, e as pratica, assemelhá-lo-ei ao homem prudente, que edificou a sua casa sobre a rocha; E desceu a chuva, e correram rios, e assopraram ventos, e combateram aquela casa, e não caiu, porque estava edificada sobre a rocha”. (Mt 7.24,25).Fundamentalismo no sentido Bíblico, é o conjunto de crenças que está registrado na Bíblia. O Senhor Jesus Cristo é considerado a Rocha (Mt 16.18, Ef 2.20, Rm 9.33); o Fundamento (1Co 3.11).O fundamento correto precisa ser preservado (Sl 11.3; Pv 10.25; 1Tm 6.19; 2Tm 2.19; Hb 6.1; Hb 11.1), e todo crente genuíno é obrigatoriamente um fundamentalista no sentido bíblico. Toda Igreja verdadeira é também fundamentalista porque a Igreja é a “casa de Deus, que é a igreja do Deus vivo, a coluna e firmeza (fundamento) da verdade” (1Tm 3.15). O crente fiel será recompensado no céu onde será posto como “coluna no templo do meu Deus” (Ap 3.12).A Igreja Batista Vida Nova é fundamentalista porque está “Edificada sobre o fundamento dos apóstolos e dos profetas, de que Jesus Cristo é a principal pedra da esquina” (Ef 2.20).O oposto do fundamentalismo é o liberalismo (ou modernismo). Todo crente deveria fazer uma opção entre esses dois termos. Não existe meio termo, ou você é fundamentalista (tradicional) ou você é liberal (evangélico-ecumênico). Piores são aqueles que ficam “em cima do muro” querendo agradar a “gregos e troianos”.Se a onda do liberalismo teológico continuar crescendo como está, se continuar se infiltrando, sutilmente ou escancaradamente, nas igrejas, seminários e instituições, atingirá um nível de intolerância que tornará insustentável a permanência dos crentes fieis fundamentalistas entre eles. Chegará um dia quando o crente fiel terá que sair do meio deles como ordena a Escritura: “Por isso saí do meio deles, e apartai-vos... eu vos receberei”(2Co 6.17); “...Sai dela, povo meu, para que não sejas participante dos seus pecados...” (Ap 18.4).Muitos pastores já têm saído da CBB e fundado igrejas batistas independentes, não associadas ou filiadas a nenhuma instituição humana. Num artigo postado na Internet intitulado “Porque Saí da Convenção Batista Brasileira?”, podemos observar o descontentamento de um crente batista anônimo que se desiludiu com a instituição. Confesso que duvidei das coisas que ele escreveu (por ser um anônimo) sobre a Convenção e sobre Billy Graham, e achei que talvez não fosse mesmo verdade tudo o que ele escreveu, e que possivelmente tenha exagerado um pouco, mas, seja como for, demonstra o descontentamento com a denominação que vem abrindo as portas para aceitar certos pensamentos do liberalismo moderno: “Me converti em 1980. No ano seguinte, fui batizado e passei a freqüentar uma igreja da Convenção Batista Brasileira no interior do estado de São Paulo. A medida que o tempo foi passando, fui crescendo com um entusiasmo contagiante na fé e no conhecimento do Senhor e Salvador Jesus Cristo através da leitura da minha Bíblia Corrigida de Almeida da Imprensa Bíblica Brasileira (departamento da JUERP). Ao estudar também a história dos batistas através dos séculos, me emocionava como antepassados estavam dispostos a levar adiante a Palavra de Deus sob o preço das mais cruéis perseguições. Amava a minha igreja e minha denominação, defendendo-as VEEMENTEMENTE dos ataques de renovados, que insistentemente queriam me arrancar, sem sucesso, de onde estava. Em 1982 participei na minha igreja, das comemorações do centenário dos batistas do Brasil! Como estava alegre! Como me sentia

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feliz, liberto do catolicismo romano! O tempo foi passando e fui notando, mesmo nesse breve intervalo de poucos anos, uma mudança inquietante. Fatos foram acontecendo que não condiziam com os ideais batistas dos missionários que aqui chegaram em 1881/82. Hoje, o repúdio ao fundamentalismo é um dos diversos motivos da triste, espetacular e notória decadência da CONVENÇÃO BATISTA BRASILEIRA! Vejamos os FATOS...”. Em seguida o autor narra fatos ocorridos na CBB.O artigo foi censurado, e por isso omitimos aqui o seu inteiro teor. Para ler o artigo completo visite o sitehttp://www.baptistlink.com/creationists/index.html. Consta na página que o artigo foi reeditado devido a ameaças de processo judicial.O autor conclui o artigo dizendo: “Após esses fatos relatados, fica clara a impossibilidade de um fundamentalista permanecer na Convenção Batista Brasileira. É reconhecida a existência de muitos que não se dobraram ao Baal do modernismo que varre a CBB. A cisão, entretanto, que está prometida há muito tempo, não tem data marcada. Enquanto isso, os crentes fundamentalistas que ficarem irão sofrer com esses ataques ou se recolher à uma complacência inerte, colaborando com o plano cooperativo para que a denominação sustente cada vez mais essa gente que não é batista mas se disfarça como tal. Esperemos a ordenação de mulheres, o endosso de casamento homossexual e outras loucuras que já acontecem entre os Batistas moderninhos e de mente aberta nos Estados Unidos”.David Hunt diz que fundamentalismo é um cristianismo sem inerrância.Temos que crer na Bíblia inteira. Isto é fundamentalismo bíblico.Se Gênesis não é exato em cada detalhe, em qual parte da Bíblia poderemos confiar, então?Se as últimas descobertas da ciência concordam ou não com a Bíblia, isso não deve inquietar ao fundamentalista. Como confiamos em Deus, não somos intimidados pelos homens. Só um tolo trocaria a Palavra infalível de Deus pelas opiniões mutáveis e falíveis dos homens. Os cientistas cometem erros e muitas vezes são condicionados por preconceitos.Tragicamente, diminui gradativamente o número de cristãos que ainda defendem a inerrância bíblica e a sua suficiência. O Seminário Teológico Fuller é um exemplo. Billy Graham é outro exemplo que há décadas abandonou sua posição fundamentalista. Recentemente ele disse não estar certo se o dilúvio de Noé foi realmente de âmbito mundial. (Aqui não é um anônimo que faz esta afirmação, mas David Hunt, um teólogo de credibilidade).Podemos dizer com certeza que para as multidões envolvidas no atual movimento evangélico a inerrância raramente se constitui num problema, pois tais pessoas se apóiam em experiências e emoções mais que em doutrina. Para muitos atualmente, o amor por Jesus é um maravilhoso sentimento, divorciado completamente da verdade que Jesus afirma ser. No livro The Bible in the Balance, Lindsell confessa que a palavra evangélico tem se tornado tão desonrada que perdeu sua utilidade... Talvez seja melhor adotar a palavra fundamentalista, mesmo com todos os ataques depreciativos que tem sofrido por parte dos seus críticos.

Os motivos de rejeição do fundamentalismoO fundamentalismo tem sido estigmatizado por duas razões principai: (1) alguns cristãos fundamentalistas são fanáticos e afastam-se de outros cristãos de uma forma insensata e anti-bíblica; e (2) por causa do exemplo do fundamentalismo muçulmano, que apregoa que todos precisam adotar as mesmas roupas e costumes que Maomé adotou no século VII. Consagrados que são ao alvo islâmico de conquistar o mundo pela força, esses muçulmanos fundamentalistas são responsáveis por muitos dos atuais atos de terrorismo. Por conseqüência, também os cristãos fundamentalistas, cuja lei maior é o amor, são freqüentemente retratados com estas mesmas cores de fanatismo.Davi Hunt continua seu artigo e diz que a rejeição do fundamentalismo tem dado origam a várias conseqüência danosas para a fé cristã:

1. Um cristianismo de popularidade

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Todos que desejam confiar e obedecer à Palavra de Cristo e que querem ser Seus verdadeiros discípulos (Jo 8.31-32) precisam estar prontos a permanecer sozinhos, como Daniel e seus amigos. Com medo de serem diferentes, muitos cristãos seguem a multidão. Famintos pelos louvores deste mundo, eles amam “mais a glória dos homens, do que a glória de Deus” (Jo 12.43). C.H. Spurgeon ficou virtualmente sozinho, abandonado mesmo pelos seus ex-alunos e amigos, quando foi censurado pela União Batista Britânica, por sua indisposição em tolerar a apostasia dentro daquele grupo. A. W. Tozer declarou, pouco antes de morrer: “por causa do que tenho pregado não sou bem recebido em quase nenhuma igreja na América do Norte”.Cristo advertiu: “Ai de vós, quando todos vos louvarem! porque assim procederam seus pais com os falsos profetas” (Lc 6.26). Ele afirmou que a verdadeira fé em Deus é impossível quando nós aceitamos “glória uns dos outros”, e, contudo, não procuramos “a glória que vem do Deus único” (Jo 5.44). John Ashbrook escreve que o novo evangelicalismo está determinado a impressionar o mundo com seu intelectualismo. Ele tem estado a buscar o respeito da comunidade acadêmica. Determinou ganhar glória nas fontes do ensino secular.O único inimigo do liberalismo é a firme adesão do fundamentalismo à autoridade e suficiência das Escrituras. D. Martyn Lloyd-Jones lamenta o fato de que muitos evangélicos mudaram de “pregar” para “compartilhar” a Palavra de Deus, o que sutilmente transfere a autoridade da Palavra de Deus para a experiência e opinião humanas. Tal comprometimento, além de não ajudar o incrédulo a enxergar a luz; ainda o deixa mais cego. Essa tolerância estimula a resistência dos homens em se submeterem à autoridade de Deus.2. Tolerância quanto ao homossexualismoA aceitação de homossexuais, em nome da tolerância e do liberalismo, tem produzido uma intolerância cada vez maior contra qualquer outro ponto de vista. O mundo inteiro, que por milhares de anos considerou o homossexualismo como antinatural e vergonhoso, agora está sendo forçado a abandonar tal convicção. Os homossexuais, que reivindicavam tolerância, têm se mostrado totalmente intolerantes na medida em que conquistam poder. Eles atacam com malícia, verbal e fisicamente, qualquer pessoa que queira manter uma opinião independente. O mundo tem sido coagido a garantir privilégios especiais aos homossexuais, apesar do estilo de vida “gay” ser cheio de práticas nocivas, levando à proliferação de doenças que ameaçam a sociedade em geral e reduzem pela metade a expectativa de vida das pessoas.

3. Tolerância quanto ao evolucionismoVemos a mesma intolerância nos evolucionistas que acusam os criacionistas de pensamento bitolado. A ciência deve promover a liberdade de investigar e aceitar os fatos. Mas, em nome da ciência, a teoria da evolução é ensinada às crianças nas escolas públicas como fato, enquanto as evidências contra ela são omitidas e a alternativa bíblica e racional da criação de Deus não é admitida nem considerada. Um dos principais responsáveis pelo sistema educacional disse o seguinte: “Por setenta anos vimos os frutos da imposição dogmática de apenas uma opinião aos alunos. Estamos cheios disso e ansiosos para considerar as alternativas”. O colapso do comunismo deixou um vácuo moral que a Rússia está tentando preencher com os ensinos da Bíblia. Paradoxalmente, as escolas da Rússia agora acolhem os mesmos ensinos morais e da criação que estão banidos das escolas americanas! A Igreja Ortodoxa Russa, intolerante e firmemente contrária ao Evangelho, está procurando retomar o monopólio da religião - e alguns evangélicos americanos estão cooperando com esse sistema anticristão. Oremos pela Rússia.

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Fundamentalismo Liberalismo1.     Crê na Inerrância da Bíblia: crê na inspiração verbal-plenária da Escritura, em sua infalibilidade, suficiência, e preservação.

1. Crê que a Bíblia contém erros: Esta crença estimulou o surgimento das versões críticas da Bíblia.

2.     Crê no Nascimento Virginal de Cristo: Crê que Jesus foi gerado pelo Espírito Santo, crê na sua divindade.

2. Nega o Nascimento Virginal: Nega a Divindade de Jesus.

3.     Crê na Expiação Vicária de Cristo: Crê que Cristo morreu pelos pecadores: “...por nossos pecados foi entregue (corporalmente), e ressuscitou (corporalmente) para nossa justificação” (Rm 4.25).

3. Nega a Expiação Vicária: Cristo não morreu por ninguém; negam também a ressurreição corpórea (como conseqüência negam a segunda vinda, pois se ele não ressuscitou como poderá voltar?).

4.     Crê na Ressurreição Corpórea e Segunda Vinda: Crê na segunda vinda pré-Milenial de Cristo. Isso implica na interpretação literal das Escrituras.

4. Nega a Ressurreição e Segunda Vinda: Crê numa interpretação alegórica da Bíblia, portanto Gênesis não é literal, Adão não é histórico; quase tudo é figurativo. Como conseqüência desse pensamento surgiu os evolucionista-teístas, que são piores que os ateus: “Ateus juramentados não são nem um décimo tão perigosos quanto pregadores que lançam dúvidas e enfraquecem a fé...” (Charles H. Spurgeon, The Sword and the Trowel, Agosto 1887). “Os principais agentes de Satanás são encontrados não nos bares ou nas jogatinas, etc., mas nos nossos seminários e nos púlpitos!” (Arthur Pink).

5.  Crê na historicidade dos Milagres 5. Nega todo Milagre registrado na Bíblia

CONSEQÜÊNCIA: SEPARAÇÃO“Pelo que saí do meio deles, e apartai-vos...e eu vos receberei” (2Co 6.17).“Sai dela povo meu...” (Ap 18.4).

CONSEQÜÊNCIA: ECUMENISMOO liberalismo defende a união das Igrejas e denominações; sob a máscara de uma falsa espiritualidade e da tolerância religiosa, pregam a

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comunhão entre todas as igrejas e religiões cristãs e pagãs, resultando no ecumenismo (Ap 17.13,17).

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Eu sou um Batista Calvinista - Parte 1Historicamente os Batistas são Calvinistas

Apesar da discordância de alguns, os batistas brasileiros são calvinistas em sua origem. Consta na Ata da Primeira Igreja Batista na Cidade da Bahia que a confissão de fé adotada pela igreja foi a confissão calvinista de New Hampshire:“Acta Primeira da Secção de Installação da Primeira Igreja Batista na Cidade da Bahia. No dia 15 de Outubro de 1882 da era christã, estando presentes nesta cidade da Bahia, no logar denominado Canella, às 10 horas da manhã os abaixo assinados, membros da Igreja Baptista de Stª. Bárbara, na província de São Paulo, tendo se retirado d´aquela província para esta, uni-rão-se à Igreja Baptista fazendo a sua installação legalmente. São os seguintes: Senºr. Antônio Teixeira de Albuquerque, Z. C. Taylor, Dª. Catharina Taylor, Senºr. W. B. Bagby, Dª. Anna L. Bagby. Depois de installada a Igreja com os cinco Membros supra mencionados, adaptamos unanimemente a “Confissão de Fé” chama-se The New Hampshire! Confissão de Fé, como praticada geral mente pelas Igrejas Baptistas Missionários...” (OLIVEIRA, Betty Antunes de. Centelha em Restolho Seco. 2ª ed., São Paulo: Vida Nova, 2005, p. 282-83).A primeira igreja batista foi fundada em Santa Bárbara Doeste, interior de São Paulo. Não se tem registro de sua primeira ata, mas note como, na Ata da Igreja Batista da Bahia, são citados os nomes de alguns membros da Igreja Batista de Santa Bárbara Doeste. O que isto significa? Significa que são os mesmos os fundadores da primeira (SP) e da segunda Igreja Batista do Brasil (BA). Certamente adotaram também a Confissão de Fé The New Hampshire!Outro fato a ser notado na Ata é a expressão que informa que a Confissão de Fé The New Hampshire era prática geralmente aceita pelasIgrejas Batistas Missionárias. A qual Igrejas Batistas eles se referem, se no Brasil havia apenas a de Santa Bárbara Doeste? Seria às igrejas batistas dos EUA? Se entendermos como sendo a de Santa Bárbara Doeste, então isto prova que, se ela adotou alguma confissão de fé, certamente foi a mesma confissão de fé da Igreja da Bahia. Entretanto cremos que eles se referiam as Igrejas Batistas de um modo geral, porque usaram as expressão no plural. Portanto isto derruba outro argumento dos arminianos: o de que o calvinismo apaga o fervor missionário. Note como na Ata acrescentaram a qualificação“missionárias” dizendo que era costume das igrejas batistas missionárias adotarem a confissão calvinista de New Hampshire.Cinco dias após a organização da Igreja Batista do Rio de Janeiro, Bagby escreveu uma carta à Junta de Richmond: “Rio de Janeiro, Brazil - 29 de agosto de 1884. Prezado Dr. Tupper. Terás prazer em saber que a Primeira Igreja Batista do Rio de Janeiro foi organizada no último dia do

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Senhor! Nós nos organizamos com quatro membros... Adotamos os artigos de Fé de Filadélfia. Esperamos que o nosso pequeno grupo venha a crescer logo em número e poder como a igreja na Bahia...” (AZEVEDO Israel Belo de. “Coluna e Firmeza da Verdade”; História da Primeira Igreja Batista do Rio de Janeiro (1884-1984). Rio de Janeiro: Primeira Igreja Batista,p. 142).Muito embora tenha havido um erro na identificação da confissão de fé adotada pela Primeira Igreja Batista do Rio de Janeiro (na verdade foi adotada a Confissão de New Hampshire, e não a Confissão de Filadélfia), este fato, contudo, não muda a verdade de que a teologia adotada era a calvinista. As duas confissões de fé são calvinistas. A Confissão de Fé de New Hampshire é curta, não curta demais, nem tão longa demais para ser estudada e conhecida pelos batistas. A Confissão de Filadélfia, por outro lado é demasiadamente longa.A Confissão de Fé de New Hampshire foi traduzida para o português e passou a ser então o modelo que, mais tarde daria origem a Declaração de Fé das Igrejas Batistas do Brasil. Na verdade a Declaração de Fé das Igrejas Batistas do Brasil era o nome como a mesma Confissão de Fé de New Hampshire ficou conhecida entre os batistas brasileiros.O Pr. Almir dos Santos Gonçalves (1893-1981) escreveu entre agosto de 1963 e janeiro de 1964 vários editoriais no Jornal Batista, para defender o valor da doutrina e de uma declaração de fé. Ele diz: “Na capacidade de diretor interino do Departamento de Livros da Casa Publicadora Batista, estou mandando editar uma nova tiragem da nossa Declaração de Fé das Igrejas Batistas do Brasil, que é a nova tradução da Confissão de Fé de New Hampshire...” (GONÇALVES, Almir dos Santos. Declaração de Fé das Igrejas Batistas. O Jornal Batista, Rio de Janeiro, 24/Ago/1963 a 18/Jan/1964).Entre as principais confissões de fé Batistas, destacam-se: a Primeira Confissão de Londres (1644 – Inglaterra), a Segunda Confissão de Londres (1689 – Inglaterra), a Confissão de Fé New Hampshire (1833 - Estados Unidos) e a Declaração de Mensagem e Fé Batistas (1925 - Estados Unidos).A Confissão de Fé de New Hampshire de 1833 foi redigida pelo Rev. John Newton Brown (1803 - 1868), no Estado de New Hampshire, por volta de 1833, e publicada por uma comissão da Convenção Batista daquele Estado. Ela foi adotada pela mesma Convenção, chegando a influenciar outras confissões, sendo uma das mais largamente aceitas e amplamente usadas declarações de fé Batista nos Estados Unidos, especialmente nos estados do norte e do oeste. Trata-se de uma declaração clara e concisa da fé denominada Batista, em harmonia com as doutrinas de confissões mais antigas, porém expressa em forma mais moderada. Ela é relativamente breve quando comparada com outras confissões, contendo 18 artigos. De

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um modo geral, sua tendência é calvinista moderada e relembra a fé dos protestantes ortodoxos.Com a chegada dos missionários americanos no final do Século XIX ao Brasil, a Confissão de Fé de New Hampshire tornou-se a confissão dos Batistas brasileiros, passando a ser conhecida como Declaração de Fé das Igrejas Batistas do Brasil.Em 1983, a Assembléia Anual da Convenção Batista Brasileira votou a nomeação de uma comissão para elaborar uma declaração de fé dos Batistas brasileiros redigida por Batistas brasileiros. Após certo período de trabalho,em 1985, a citada comissão apresentou ao plenário de sua Assembléia Anual o seu parecer, que foi aceito pelos convencionais presentes. A nova declaração recebeu o nome de Declaração Doutrinária da Convenção Batista Brasileira.A Confissão de Fé de New Hampshire no artigo 9 descreve a doutrina da eleição, que a comissão de 1983 alterou na Declaração Doutrinária da CBB. Note a mudança da expressão original “livre agência” para “livre-arbítrio”, demonstrando, já naquela época, uma inclinação para as doutrinas arminianas. Compare:

New Hampshire Declaração DoutrináriaArtigo 9 - “Cremos, que a eleição é eterno propósito de Deus, segundo o qual Ele graciosamente regenera, santifica e salva pecadores; que sendo perfeitamente consistente com a livre agência do homem, abrange todos os meios em conexão com o fim...”

Artigo VI - “Eleição é a escolha feita por Deus, em Cristo, desde a eternidade, de pessoas para a vida eterna... Antes da criação do mundo, Deus... elegeu... aqueles que, no correr dos tempos, aceitariam livremente o dom da salvação. Ainda que baseada na soberania de Deus, essa eleição está em perfeita consonância com olivre-arbítrio de cada um e de todos os homens...”

O título do artigo 9 da Confissão de Fé de New Hampshire é “Do Propósito da Graça de Deus”. Em 1913 O. Wallace (1856-1947) pastor da Primeira Igreja Batista de Baltimore, Maryland, EUA, publicou o livro What Baptists Believe, i.é. O que Crêem os Batistas, que consiste numa análise doutrinária da Confissão de Fé de New Hampshire, com objetivo de que o mesmo fosse estudado nas escolas bíblicas dominicais das igrejas batistas. Neste livro o Dr. Wallace faz 14 declarações sobre o capítulo 9 da Confissão de Fé: 1. Deus tem um propósito eterno em relação ao homem; 2. O propósito eterno de Deus é santo; 3. Na sua execução, o propósito eterno e santo de Deus é um ato de graça eletiva; 4. Na execução da sua

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obre eletiva Deus regenera, santifica e salva pecadores; 5. Na aplicação desta graça, Deus usa certos meios; 6. Na escolha de meios para levar avante seu propósito salvador, Deus jamais atenta contra a livre ação da alma humana; 7. Nessa obra de misericórdia espontânea da parte de Deus, sua bondade infinita é manifestada de modo singular; 8. Sendo a salvação inteiramente de graça, o homem abençoado com ela não tem o de que se gloriar; 9. Em vista de ser a salvação desmerecida da parte do homem, a quem é conferida totalmente de graça, ele não pode ter motivo algum de orgulho; 10. Por causa da gratuidade e da grandeza dessa salvação, o salvo é levado a depender de Deus a cada passo; 11. Visto que a graça de Deus é trazida aos homens pelo emprego de meios, é dever dos salvos proclamarem o evangelho a todos; 12. Será evidenciado na vida do homem, se ele realmente pertence ou não aos escolhidos de Deus; 13. Saber se temos ou não correspondido à chamada do evangelho é um dever solene e imediato; 14. A chamada de Deus e a cooperação humana unem-se para executar os propósitos de Deus na salvação dos homens.Somos de origem calvinista, apesar de haver entre nós os que dizem ao contrário, e pretendem mudar nossa rica herança doutrinária. A Confissão de Fé de New Hampshire, que muitos gostariam de rejeitar, já era bastante moderada em relação ao calvinismo. Mas há entre os batistas brasileiros pessoas que gostariam que a nossa Declaração Doutrinária fosse ainda menos calvinista e mais arminiana.Após argumentar que a Confissão de Fé de New Hampshire representa uma tentativa de amenizar o calvinismo da Confissão de Filadélfia, diz John Landers em seu livro: “A Nova Declaração Doutrinária da Convenção Batista Brasileira marca um afastamento ainda maior do calvinismo”. Segundo ele, a Declaração Doutrinária da C.B.B. suaviza o tom no tocante às Doutrinas da Graça. E o fato do tom não ser tão forte quanto a Confissão de New Hampshire representa, no seu entender, “um afastamento ainda maior do calvinismo”.A atual Declaração Doutrinária da C.B.B., reflete, sem dúvida, o quadro de afastamento dos batistas brasileiros das suas primitivas normas soteriológicas. E nesse sentido, reina hoje alguma confussão. Ouve-se, por exemplo: “Precisamos de uma redação mais explícita no artigo que trata da eleição, pois o da atual Declaração Doutrinária da C.B.B. tem dado margem a que alguns a interpretem como de doutrina calvinista”. Um líder batista disse: “A Declaração parece ter a cabeça e o tronco calvinistas e as mãos e os pés arminianos”. Outro batista firmou: “A nossa Declaração Doutrinária tem a letra calvinista, mas o espírito está mais para o arminianismo; o fato é que temos uma teoria calvinista e uma prática arminiana”. Recentemente um destacado líder referiu-se a Declaração nos seguintes termos: “Nossa Declaração é arminiana moderada, mas há os que a acham calvinista moderada. Nosso ardor

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missionário não combina com o calvinismo; nossa defesa da não-perda da salvação não combina com o arminianismo”.Um estudo mais detalhado, porém, poderá mostrar que apesar de algumas possíveis e aparentes dubiedades, e do silêncio da Declaração em algumas questões, há, todavia, algumas verdades fundamentais claramente afirmadas, que comprovam a origem calvinista dos batistas brasileiros. Apesar das constantes alterações e reformas, manifestando inclinações para o arminianismo, percebe-se que foram preservadas na Declaração características declaradamente calvinistas.Uma afirmação da Declaração no artigo III, tem confundido e levado algumas pessoas a apoiarem sua convicção arminiana neste artigo onde diz que o homem é um “ser pessoal e espiritual, o homem tem capacidade de perceber, conhecer e compreender, ainda que em parte, intelectual e experimentalmente, a verdade revelada...”. Mas, na realidade esta afirmação não pode ser entendida adequadamente sem que se leia a sentença inteira:“...a verdade revelada sem a mediação, interferência ou imposição de qualquer poder humano seja civil ou religioso”. Baseada nos “Axiomas da Religião” do Dr. Mullins, a Declaração Doutrinária está salvaguardando a individualidade e a competência do ser humano em matéria religiosa, o que ficará mais claro no artigo XV que trata da liberdade religiosa.

Doutrinariamente os Batistas são Calvinistas

A Doutrina da Eleição é afirmada no artigo VI: “Eleição é a escolha feita por Deus, em Cristo, desde a eternidade, de pessoas para a vida eterna, não por qualquer mérito, mas segundo a riqueza da sua graça. Antes da criação do mundo, Deus, no exercício da sua soberania divina e à luz de sua presciência de todas as coisas, elegeu, chamou, predestinou, justificou e glorificou aqueles que, no correr dos tempos, aceitariam livremente o dom da salvação. Ainda que baseada na soberania de Deus, essa eleição está em perfeita consonância com o livre-arbítrio de cada um e de todos os homens. A salvação do crente é eterna. Os salvos perseveram em Cristo e estão guardados pelo poder de Deus. Nenhuma força ou circunstância tem poder para separar o crente do amor de Deus em Cristo Jesus. O novo nascimento, o perdão, a justificação, a adoção como filhos de Deus, a eleição e o dom do Espírito Santo asseguram aos salvos a permanência na graça da salvação”.Segundo este artigo da Declaração Doutrinária a eleição divina possui dez aspectos que serão aqui analisadas:

É UMA ESCOLHA FEITA POR DEUS:“Eleição é a escolha feita por Deus...”. Escolher é fazer opção; é proceder a algum tipo de seleção. A escolha de Deus, sem dúvida alguma, implica

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em algum tipo de critério seletivo. O sujeito desta escolha é o próprio Deus. Há uma enumerável série de trechos bíblicos onde os crentes são chamados de eleitos ou escolhidos. Naturalmente, se as pessoas estão sendo chamadas de eleitas, não se pode duvidar que deve haver uma eleição. Na Igreja Primitiva os crentes não se envergonhavam de usar essa palavra; e nem receavam falar a respeito dela.

É UMA ESCOLHA EM CRISTO:“...em Cristo...”. Isto disse o apóstolo Paulo (Ef 1.4). Deus escolheu para sermos salvos através da intervenção medianeira de Cristo e em união com sua pessoa. O que Cristo fez por nós na terra e o que opera por nós no céu são duas partes de uma única tarefa. Ele tanto fez a parte para obter a redenção, quanto também a aplica.

É UMA ESCOLHA FEITA DESDE A ETERNIDADE:“...desde a eternidade... Antes da criação do mundo...”. a eleição é uma parte do propósito eterno de  Deus (2Ts 2.13; Ef 1.14; 2Tm 1.9). Spurgeon disse: “Enquanto não recuarmos até ao tempo em que o universo inteiro dormia na mente de Deus, como algo que ainda não havia nascido; enquanto não penetrarmos na eternidade, onde Deus, o Criador, vivia solitário, quando tudo dormia dentro dele, quando a criação inteira repousava em seu pensamento todo abrangente e gigantesco; não teremos nem começado a sondar o princípio... Não obstante, desde o princípio Deus, escolheu o seu povo... quando somente Deus existia, e Ele estava sozinho na eternidade... Sim, quando no princípio era o Verbo, quando no princípio o povo de Deus era um com o Verbo...” (SPURGEON, Charles H. Eleição. São Paulo: Editora Fiel, 1987, p. 21-22).

É UMA ESCOLHA DE PESSOAS:“...de pessoas... aqueles...”. Um líder da C.B.B. sugeriu num artigo no Jornal Batista que Deus não escolheu indivíduos, e sim nações inteiras. Trata-se de uma das mais miseráveis e infundadas tentativas de distorcer a doutrina da eleição. Além disso, a mesma objeção que se pode ser levantada contra a escolha de indivíduos pode ser lançada contra a escolha de nações. Novamente citamos Spurgeon: “Se houvesse qualquer erro em ter Deus escolhido indivíduos, teria sido muito mais injusto ainda, da parte dele, se Ele tivesse escolhido nações; posto que as nações são apenas um agregado de grandes multidões e indivíduos... Distinguir uma única nação dentre o restante da humanidade parece-me ser uma extravagância muito maior nos atos da soberania divina, do que escolher alguns poucos mortais, ficando outros negligenciados”. (SPURGEON, Charles H. Eleição. São Paulo: Editora Fiel, 1987, p. 23).Outros têm dito que a eleição é pessoa, entretanto o que Deus escolheu foi o método. Ou seja, o método é o arrependimento e a fé em Cristo. Se

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alguém escolher o método escolhido de Deus, então ele está entre os eleitos. Aqueles que assim pensam concluem que a eleição diz respeito a umacategoria, e não a pessoas. Dizem que Deus elegeu apenas que todos que estão em Cristo serão salvos. Trata-se de uma tentativa desonesta e pervertida da sã doutrina. Supondo que estejam certos, ainda assim a eleição da graça ficaria comprovada, pois Deus também preordenou o método. Quem é que nos dá a fé? A fé é dom de Deus (Ef 2.8). Se Deus tivesse apenas escolhido o método, quem à parte da graça de Deus escolheria este método? Ninguém.

É UMA ESCOLHA PARA A VIDA ETERNA:“...para a vida eterna...”. Não é a escolha de uns para o céu e de outros para o inferno. Deus não escolheu ninguém para o inferno; o pecador é condenado por sua própria escolha. O homem sempre fará escolhas de acordo com sua natureza pecaminosa; portanto ele não poderia, por si só, escolher a vida. Ele pode escolher o inferno, mas escolher ir para o céu é algo que ele não pode fazer à parte da ação graciosa de Deus, apesar de Deus desejar isto dele (Dt 30.19; Jr 21.8; Ez 18.23): “E os teus ouvidos ouvirão a palavra do que está por detrás de ti, dizendo: Este é o caminho, andai nele, sem vos desviardes nem para a direita nem para a esquerda” (Is 30.21). Os arminianos alegam que Deus seria desonesto se pedisse ao homem coisas que ele não poderia realizar, para se salvar. Eles colocam em dúvida se Deus realmente desejaria a salvação do pecador, se esta salvação dependesse inteiramente da graça divina. Se Deus de fato deseja a salvação de todos, e esta salvação depende inteiramente da graça de Deus, então Deus deveria salvar a todos. Segundo os arminianos, Deus deseja a salvação de todos os homens, mas não pode salvar a todos porque a salvação depende da escolha individual de cada um, e não da graça de Deus. Todavia encontramos diversos exemplos na Escritura, onde Deus pede coisas ao homem que ele não pode realizar. Deus pede ao pecador que forme dentro de si mesmo um novo coração, a fim de que seja salvo: “...fazei-vos um coração novo e um espírito novo...” (Ez 18.31). Mas nós sabemos que somente Deus pode dar ao homem um novo coração: “E dar-vos-ei um coração novo, e porei dentro de vós um espírito novo...” (Ez 36.26). Então porque Deus faz um pedido como este? Para manifestar as riquezas da sua graça, na vida dos seus escolhidos. Aleluia!Tampouco é uma escolha para o serviço cristão. W. C. Taylor escreveu:“Nem digamos que a eleição seja só para o serviço. Isto não evita nenhum problema de doutrina. Se Deus escolheu e capturou a Paulo, para ser o apóstolo aos gentios, e não escolheu Gamaliel para tão elevado lugar na história humana, o problema moral é o mesmo, em grau menor, que existe na escolha para a salvação. A escolha divina é para todos os fins da vontade de Deus”. (TAYLOR, W. C. A Liberdade de Deus e o Livre

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Arbítrio dos Homens. O JORNAL BATISTA, Rio de Janeiro, 25/dez./1947 e 8/jan./1948). Além disso Paulo afirma claramente que a eleição é para a salvação: “Mas devemos sempre dar graças a Deus por vós, irmãos amados do Senhor, por vos ter Deus elegido desde o princípio para a salvação...”(2Ts 2.13).

É UMA ESCOLHA SOBERANA E GRATUITA:“...não por qualquer mérito, mas segundo a riqueza da sua graça... Deus, no exercício da sua soberania divina... elegeu...”. A graciosa eleição da parte de Deus é livre e INCONDICIONAL, pois não depende de nenhuma condição prevista na criatura humana. É uma decisão espontânea da parte de Deus. Ele não deve nada a pecadores, nenhuma misericórdia pode ser cobrada pelos pecadores. Deus deve a eles apenas a condenação. Sendo assim não é nenhuma injustiça se Ele resolveu abençoar alguns (isto é graça), e deixar os demais serem condenados por sua própria culpa (isto é justiça).Até os hinos do nosso querido Cantor Cristão apóiam a doutrina calvinista. O hino 349, em sua quarta estrofe diz: “Eras indigno, mas escolhi-te. Não temas, pois Eu muito te amei. Quem dos meus braços pode arrancar-te? Sempre seguro te guardarei...”. Outro hino que devemos cantar com alegria, que revela a soberania e a graça de Deus, é o 377 do Cantor Cristão: “Não sei porque de Deus o amor, a mim se revelou...”. A Escritura não revela o motivo da eleição, ela apenas afirma que é “...o mistério da sua vontade, segundo o seu beneplácito, que propusera em si mesmo”.  (Ef 1.9).

É UMA ESCOLHA À LUZ DA PRESCIÊNCIA DIVINA DE TODAS AS COISAS:“...à luz de sua presciência de todas as coisas...”. Não devemos entender a presciência aqui mencionada, com também em 1Pe 1.2, como sendo a presciência de fé ou de obras.B. H. Carroll disse que “...o uso que o Novo Testamento faz da palavra presciência quase equivale a predestinação... qualquer conhecedor do grego poderá informá-lo sobre isso, que a eleição não se baseia em bondade, fé ou arrependimento previstos no homem; que o arrependimento e a fé procedem da eleição, e não a eleição do arrependimento e da fé. Portanto, o que Paulo indica por presciência tem o mesmo sentido que a predestinação, ou seja, na eternidade Deus determinou e elegeu de acordo com essa predestinação”. (CARROL, B. H. An Interpretation of the English Bible. New York: Revell, 1913-1917, 13 vols., 1 Peter 1.1,2).W. C. Taylor, discípulo de Carroll, escreveu no Jornal Batista: “É fútil dizer que Deus meramente escolheu aos que o tiveram escolhido, ou que faz sua escolha depois da escolha humana de salvação. Isto reduz o Deus da eternidade a um deus de palanque e nega a veracidade de muitas

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Escrituras. Deus não é mero carimbo para o apoio de decisões alheias...” (TAYLOR, W. C. A Liberdade de Deus e o Livre Arbítrio dos Homens. O JORNAL BATISTA, Rio de Janeiro, 25/dez./1947 e 8/jan./1948).Portanto concluímos: Presciência não é   pré-conhecimento daquilo que Deus previu que ocorreria , mas   daquilo que Deus previu porque Ele determinou que ocorreria . Portanto presciência é sinônimo de predestinação. Enquanto o termo   predestinação enfoca a onipotência de Deus,   seu poder em fazer a sua vontade; a   presciência focaliza a onisciência de Deus , sua sabedoria em conhecer previamente todas as coisas que Ele determinou que existiriam e que ocorreriam.

É UMA ESCOLHA QUE TEM SEU EFEITO ASSEGURADO NO TEMPO HISTÓRICO, CONSUMADA NA ACEITAÇÃO DO DOM DA SALVAÇÃO POR PARTE DOS ELEITOS:“...elegeu... aqueles que, no correr dos tempos, aceitariam livremente o dom da salvação....”. Considerando que a eleição revela o propósito eterno de Deus e é feita à luz de sua presciência, é certo que Ele atingirá o seu efeito desejado.A eleição terá infalivelmente o seu cumprimento. Neste processo a graça de Deus se manifesta de tal forma que este “aceita livremente o dom da salvação”. Spurgeon disse que “nunca haverá alguém arrastado para o céu pelas orelhas”. Nós iremos para lá de coração e porque desejamos. O salmista disse que Deus nos faz dispostos no dia do seu poder (Sl 110.3). Foi o Senhor que abriu o coração de Lídia para atender às coisas que Paulo dizia (At 16.14). A intenção de Deus era que Lídia fosse salva. No entanto, ela não foi salva contra sua vontade. Pelo fato de nenhum homem ser voluntário por natureza (Rm 8.6,7), tem que haver uma obra de Deus no coração dele. Somente quando houver esta obra da graça os homens serão voluntários no dia do poder de Deus. O povo de Deus deve ser um povo voluntário. A graça de Deus transformou sua relutância em disposição de espírito. Até hoje ainda não conhecemos um crente que tenha dito: “Eu vim a Cristo sem o poder do Espírito!”. Também nunca ouvimos alguém dizer: “Eu vim a Jesus antes que Ele me achasse!”. Nenhum crente ousará dizer que tenha ido a Cristo sozinho, sem o poder do Espírito Santo (1Co 12.3). Por outro lado ninguém ousará dizer que foi a Cristo forçado ou arrastado (Sl 110.3; Os 11.4; Ez 36.27). Isto é um grande mistério! Por isso mesmo cantamos: “Perdido andei na escuridão, mas Cristo me encontrou, E com a luz do seu amor as trevas dissipou...”. Hino 403 do CC.

É UMA ESCOLHA COMPLETA QUE INCLUI TODAS AS OUTRAS BENÇÃOS DA GRAÇA:“...elegeu, chamou, predestinou, justificou e glorificou....”. Aqui temos uma “corrente dourada” de Paulo (Rm 8.29-30). W. C. Taylor assim se

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expressou que “As mesmas pessoas que Ele previu como já glorificadas no céu, foram anteriormente predestinadas, eficazmente chamadas, justificadas e então glorificadas. E de todos os crentes Ele tem tanta certeza da sua salvação assim consumada que emprega até o tempo passado do verbo cinco vezes... Os elos se estendem de eternidade a eternidade, e são todos atos divinos, decisões da livre vontade de Deus”.

É UMA ESCOLHA EM PERFEITA CONSONÂNCIA COM A LIVRE-AGÊNCIA DE CADA UM E DE TODOS OS HOMENS:“...Ainda que baseada na soberania de Deus, essa eleição está em perfeita consonância com o livre-arbítrio de cada um e de todos os homens...”. As Confissões de Fé dos batistas ingleses e norte-americanos usam a palavra “livre-agência” em lugar de “livre-arbítrio”. A Confissão de Fé de New Hampshire, conforme adotada pelas primeiras igrejas batistas brasileiras, utiliza o termo “livre-agência”. Portanto, apesar da inclinação para o armianismo, daqueles que elaboraram a Declaração Doutrinária, trocando arbitrariamente a expressão usada na Confissão de Fé de New Hampshire, para a expressão livre-arbítrio, esta expressão, ainda que inadequada, não deve ser interpretada como sendo que o homem tenha a capacidade para dar os passos iniciais em direção a salvação mediante seus próprios esforços, à parte da graça especial de Deus. Isto simplesmente estaria em contradição com os demais ensinos expostos na Declaração. O termo “livre-arbítrio”, conforme usado na Declaração, para fazer justiça ao seu contexto, deve necessariamente ser entendido no mesmo sentido de“livre-agência”, que era o seu termo original. Nesse sentido deve ser afirmada a responsabilidade moral do homem, por todas as usas ações, mesmo diante do plano eterno de Deus para a salvação dos pecadores. Não obstante Deus haver decretado tudo quanto venha a acontecer, o homem é responsável perante Deus, ou seja, é a lei de Deus, a sua vontade revelada, e não o seu decreto, que fixa o dever e a responsabilidade do homem. A lei de Deus é a sua vontade revelada. O decreto de Deus é a sua vontade secreta.Dizer que a “eleição está em perfeita consonância com o livre-arbítrio do homem” não significa dizer que este é o responsável por sua auto-salvação, embora pareça ser este o sentido pretendido pelos que elaboraram a Declaração. Deve sim significar que o homem é responsável por suas ações e pelos seus próprios pecados.