eu não sei de nada

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PROBLEMA 3: Eu não sei de nada. Sarah Lemos

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Health & Medicine


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Page 1: Eu não sei de nada

PROBLEMA 3:Eu não sei de nada.

Sarah Lemos

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1. Entender em que situação é preciso documento de óbito para o feto.

De acordo com a lei 1779-2005 CFM:

• Declaração de Óbito (DO) é o documento padrão do Sistema de Informações sobre Mortalidade, que tem como finalidade cumprir as exigências legais de registro de óbitos, atender princípios de cidadania e servir como fonte de dados para as estatísticas de saúde.

• No caso de óbito fetal, o médico que prestou assistência à mãe, fica obrigado a emitir a DO quando a duração da gestação for igual ou superior a 20 semanas, ou se o feto apresentar peso igual ou superior a 500 gramas, ou estatura igual ou superior a 25 centímetros

• Quando a gestação for inferior a 20 semanas, o feto tiver peso menos que 500 gramas e estatura menor que 25 centímetros, a legislação prevê a emissão facultativa da Declaração de Óbito para os casos em que a família queira realizar o sepultamento do produto da concepção. Caso contrário o corpo poderá ser incinerado sem declaração de óbito, no hospital ou entregue à coleta hospitalar adequada.

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2. Diferenciar AMIU de curetagem.

AMIU – ASPIRAÇÃO MANUAL INTRAUTERINA

Procedimento que utiliza cânulas de Karman, com diâmetros variáveis de 4 a 12mm, acopladas a seringa com vácuo, promovendo a retirada dos restos ovulares através da raspagem da cavidade uterina e por aspiração. Deve ser utilizada em gestações com menos de 12 semanas função do tamanho uterino, pois há necessidade do colo uterino ser justo à cânula para que o vácuo seja transferido da seringa para a cavidade uterina

É recomendada nos casos de abortamento infectado (pequenas chances de perfuração uterina e infecções), gestação molar e interrupção de gravidez com menos de 12 semanas.

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CURETAGEM

Estando o colo uterino aberto, ou dilatado previamente pelas velas de Hegar ou dilatadores de Deniston, introduz-se a cureta e promove-se uma raspagem da cavidade uterina, extraindo-se o material desprendido pelo instrumental. Possui diâmetro variável e material de aço, apresentando riscos de perfurar o útero. Nas gestações acima de 12 semanas faz-se a indução farmacológica com misoprostol e após a expulsão fetal, faz a curetagem.

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3. Explicar o processo de dequitação.

As fases clínicas do parto são divididas em 1º, 2º e 3º período. Após o secundamento (dequitação), há o 4º período que é a primeira hora pós-parto, individualizada por estar carregada de riscos para a paciente.

• 1º período: fase de dilatação

• 2º período: fase da expulsão

• 3º período: secundamento

• 4º período: período de Greenberg

A fase de secundamento/3º período é também chamada de decedura e delivramento, ocorrendo após ao nascimento do feto, sendo caracterizada pelo descolamento (dequitação), decida e expulsão ou desprendimento da placenta e de suas páreas para fora das vias genitais. Quando as três fases que o constituem se processam de modo regular, é bem típico seu mecanismo:

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Mecanismo de Baudelocque-Schultze Mecanismo de Baudelocque-Ducan

Sua frequência é de 75%, e se dá quando a placenta inserida na parte superior do útero inverte-se, e se desprende pela face fetal, em forma de guarda chuva. Nesse caso, o hematoma retroplacentário inicia-se no centro da inserção e fica prisioneiro da massa placentária, a explicar sua saída ulterior.

Corresponde a 25% dos casos. A placenta, que está localizada na parede lateral do útero, começa a desinserção pela borda inferior. Aqui o sangue se exterioriza antes da placenta que, por deslizamento, se apresenta ao colo pela borda ou pela face materna.

Desta sorte a placenta se separa e cai no segmento inferior, sequência que se completa com a descida. O descolamento das membranas se faz pelas contrações e pregueamento do útero e, subsequentemente, pela queda e descida da placenta.

DESCOLAMENTO: decorre da retração do músculo uterino, após o parto fetal, e em consequências das contrações, reduzindo a superfície interna do útero, pregueando-se a zona de inserção da placenta, o que vai ocasionar seu descolamento. No ponto em que se iniciou o descolamento, forma-se o hematoma retroplacentário, como consequência do fenômeno, expandindo-se entre as parede do útero e os cotilédones e poderá, em certas circunstâncias, favorecer a dequitadura da placenta a cada onda contrátil. O mecanismo da placenta efetuar-se-á de acordo com dois tipos de mecanismo:

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DESCIDA: as contrações uterinas, que não cessam, e a possível ação da gravidade condicionam a migração da placenta, que se cumpre se acordo com a modalidade do descolamento, a locação placentária e a maior ou menor facilidade com que se desprendem as membranas. Do corpo uterino, passa a placenta ao segmento inferior, que então se distende. Percorre a cérvice e cai na vagina.

EXPULSÃO OU DESPRENDIMENTO: no canal vaginal a placenta provoca a nova sensação de puxo, determinando esforços abdominais semelhantes ao 2º período do parto, responsáveis pela expulsão do órgão para o exterior. No antigo sítio de inserção da placenta, forma-se ferida viva, com os seus vasos abertos, dando saída a certa quantidade de sangue, até que se obliterem através das ligaduras vivas, subsecutivo à retração uterina.

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4. Classificar os tipos de aborto.

Abortamento é a interrupção da gravidez até a 20ª ou 22ª semana e com produto da concepção pesando menos que 500g. Aborto é o produto da concepção eliminado no abortamento. Pode ser classificado em sete grupos:

AMEAÇA DE ABORTAMENTO: ocorre o sangramento genital de pequena a moderada intensidade, podendo existir dores, tipo cólica. O colo uterino encontra-se fechado, o volume uterino é compatível a idade gestacional e não existe sinal de infecção. Ultrassom normal, feto vivo, somente uma pequena área de deslocamento ovular.

ABORTAMENTO COMPLETO: Ocorre geralmente em gestação com menos de 8 semanas. Há perda sanguínea e dores, que diminuem ou cessam após a expulsão do material ovular. Colo uterino aberto e o tamanho menor que o esperado para a idade gestacional. Ultrassom: encontra-se vazia a cavidade uterina ou com imagens sugestivas de coágulos.

ABORTAMENTO INEVITÁVEL/INCOMPLETO: há sangramento e dor com maior intensidade, que diminuem com a saída de coágulos ou de restos ovulares. Orifício cervical interno aberto. O ultrassom confirma a hipótese do diagnostico.

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ABORTAMENTO RETIDO: acontece com a regressão dos sintomas e sinais da gestação. Colo uterino fechado e não há perda sanguínea. Ultrassom: revela ausência de sinais vitais fetais e presença de saco gestacional sem embrião.

ABORTAMENTO INFECTADO: está associado à manipulação da cavidade uterina pelo uso de técnicas inadequadas e inseguras. Ocorrem infecções provocadas por bactérias da flora vaginal.

ABORTAMENTO HABITUAL: caracteriza-se pela perda espontânea de três ou mais gestações antes da 22 semana. E pode ser primaria, quando a mulher não consegue levar a termo a gestação; e secundaria, quando houve gestação a termo.

ABORTAMENTO ELETIVO PREVISTO EM LEI: em casos que existam indicações de interrupção da gestação obedecida por legislação vigente. Devem ser apresentadas as opções à mulher, que são: abortagem farmacológica, AMIU e curetagem.

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5. Conhecer os aspectos (leis) que regem o aborto (psicológico/abordagem).

A prática do aborto só passou a ser criminalizada a partir do antigo Código, onde só se punia a conduta de terceiro que realizava o aborto. Com o Código Penal de 1890, a prática do autoaborto também passou a ser criminalizada. As exceções eram gravidez que tivesse resultado de estupro ou que representasse risco de vida à mulher. O Código Penal estabelece duas situações em que o aborto praticado por médico não é punido: quando não há outra forma de salvar a vida da gestante e quando a gravidez é decorrente de estupro e há o consentimento da mulher, ou seu representante legal, em relação ao aborto (Brasil, 1940). O aborto é autorizado em quatro situações:

• Quando existe risco para a vida da mulher;

• Quando a gravidez resulta de violência sexual;

• Quando representa risco à saúde da mulher;

• Quando existe gravidez de feto anencefálico.

Em ambas, interromper a gestação é um direito da mulher e por isso fala-se em aborto legal. Em fetos anencefálicos basicamente não é considerado aborto especificamente, e sim antecipação terapêutica do parto, pois o feto não possui vida encefálica, já que obrigar a mulher a prosseguir com a gravidez sabendo que o feto não sobreviverá após o parto fere o princípio constitucional da dignidade da pessoa humana (artigo 1º, inciso III) e afeta o direito à saúde, também previsto na Constituição (artigos 6º e 196).

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O aborto induzido pode ser realizado das seguintes formas:

• SUCÇÃO OU ASPIRAÇÃO: O aborto por sucção pode ser feito até a 12ª semana a partir de um procedimento que se inicia com uma anestesia geral ou local. Insere-se no útero um tubo oco que tem uma ponta afiada. Uma forte sucção despedaça o corpo do bebê que está se desenvolvendo, assim como a placenta e absorve o bebê. Introduz uma pinça para extrair o crânio, que costuma não sair pelo tubo de sucção.

• DILATAÇÃO E CURETAGEM: é feita a dilatação do colo do útero e com uma cureta (instrumento de aço semelhante a uma colher) é feita a raspagem suave do revestimento uterino do embrião, da placenta e das membranas que envolvem o embrião. A curetagem pode ser realizada durante o segundo e terceiro trimestre da gestação quando o bebê é muito grande  para ser extraído por sucção. Este tipo de aborto é muito perigoso, porque pode ocorrer perfuramento da parede uterina, tendo sangramento abundante. Outro fator importante é que muito tecido pode ser retirado, ocasionando  esterilidade.

• DROGAS E PLANTAS: existem muitas substâncias que quando tomadas causam o aborto. Algumas são tóxicos inorgânicos, como arsênio, antimônio, chumbo, cobre, ferro, fósforo e vários ácidos e sais. As plantas são: absinto (losna, abuteia, alecrim, algodaro, arruba, cipómil - homens, esperradura e várias ervas amargas). Todas estas substâncias devem ser tomadas em grande quantidade para que ocorra o aborto, colocando inclusive a vida da mãe em risco.

• INJEÇÃO DE SOLUÇÕES SALINAS: é feito do 16ª à 24ª semana de gestação. O médico aplica anestesia local num ponto situado entre o umbigo e a vulva, anestesiando a parede do abdome, do útero e do âmnio. Com uma longa seringa, injeta-se na bolsa d'água uma solução salina. O bebê ingere esta solução que lhe causará a morte por envenenamento, desidratação, hemorragia do cérebro e de outros órgãos. Após um prazo de 24 à 48 horas, por efeito de contrações, o feto é expulso pela vagina, como num parto normal. O risco apresentado por este tipo de aborto é a aplicação errada da anestesia e a injeção da solução fora do âmnio, causando a morte instantânea.

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ABORDAGEM DO PROFISSIONAL À PACIENTE:

A mulher que chega ao serviço de saúde em situação de abortamento tem sentimentos de solidão, angústia, ansiedade, culpa, autocensura, medo de falar, de ser punida e de ser humilhada. alguns aspectos são importantes neste atendimento, como:

• Não fazer comentários desrespeitosos;

• Não impor valores;

• Acolher;

• Orienta-la;

• Respeitar o seu poder de decisão;

• Ter atitudes destituídas de rotulações e julgamentos;

• Escuta qualificada;

• Estabelecer relação de confiança;

• Oferecer soluções às suas necessidades.

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6. Relacionar o abortamento e a hiperglicemia.A diabetes mellitus gestacional (DMG) é definida como uma alteração no metabolismo dos

carboidratos, resultando em hiperglicemia de intensidade variável, que é diagnosticada pela primeira vez ou se inicia durante a gestação, podendo ou não persistir após o parto. É o problema metabólico mais comum na gestação e tem prevalência entre 3% e 13% das gestações. Fora do período gestacional, estas pacientes, na maioria dos casos, não são classificadas como portadoras de DMG, mas como pessoas com a tolerância diminuída à glicose. Sua fisiopatologia é explicada pela elevação de hormônios contra-reguladores da insulina, através do estresse fisiológico imposto pela gravidez e a fatores predeterminantes (genético ou ambiental). O principal hormônio relacionado com essa resistência durante a gravidez é o hormônio lactogênico plancentário, dentre outros.

Na mãe, a hiperglicemia pode aumentar a incidência de pré-eclâmpsia na gravidez atual, além de aumentar a chance de desenvolver diabetes e tolerância diminuída a carboidratos no futuro. No feto, a DMG está associada às possíveis morbidades decorrentes da macrossomia e, no bebê, está associada à hipoglicemia, à icterícia, ao sofrimento respiratório, à policitemia e à hipocalcemia.

Os sintomas clássicos de diabetes são: poliúria, polifagia e perda involuntária de peso. Outros sintomas que levam a suspeita clínica são: fadiga, fraqueza, letargia, prurido cutâneo e vulvar e infecções de repetição. Algumas vezes, o diagnóstico é feito a partir de complicações crônicas, como neuropatia, retinopatia ou doença aterosclerótica.

Recomendações: o tratamento e o rastreamento de DMG, de acordo com os fatores de risco, deve ser oferecido a toda gestante durante o pré-natal. O exame, quando solicitado, deve ser oferecido na primeira consulta e/ou em 24 a 28 semanas de gestação. Toda gestante e seu acompanhante devem ser orientados sobre os riscos e benefícios de rastreamento de DMG e sobre as possíveis complicações próprias da diabetes.

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Orientações gerais:

• O diagnóstico de DMG pode exigir da paciente um aumento considerável do exame e monitoramento durante o pré-natal e pós-parto;

• Na grande maioria dos casos, os efeitos relacionados ao DMG para a mãe e para o feto em formação não são graves;• Para a maioria das mulheres , o DMG responde bem somente à dieta e aos exercícios físicos

• Pode-se utilizar adoçantes artificiais (aspartame, sacarina, acessulfame-K e neotame) com moderação;• Algumas mulheres necessitarão usar insulina caso as medidas não farmacológicas não controlam o DGM,

principalmente as de ação rápida e intermediária. A insulina de ação prolongada, embora tenha se mostrado segura em alguns relatos de casos, não dispõe de evidências suficientes para sua indicação generalizada

• É essencial reavaliar a tolerância da paciente à glicose a partir de seis semanas após o parto, com glicemia de jejum ou com um teste oral de 75g de glicose, dependendo da gravidade do quadro metabólico apresentado na gravidez.

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Referências• Ministério da Saúde - Atenção Humanizada ao abortamento; Brasília

2011;

• Ministério da Saúde - Manual de Vigilância do Óbito Infantil e Fetale do Comitê de Prevenção do Óbito Infantil e Fetal; 2ª edição,Brasília 2009.

• Portal médico.org - Resoluções 2012.

• Ministério da Saúde - CFM - A Declaração de Óbito: documentonecessário e importante; Brasília; 2007

• Rezende Filho; Obstetrícia Fundamental; 2011.

• Ministério da Saúde; Caderno de Atenção Básica: atenção ao pré-natal de baixo risco, 2013.

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FIM!