eu ia falar de flores - lya luft

Upload: vieirasantoswilliam

Post on 05-Nov-2015

224 views

Category:

Documents


0 download

DESCRIPTION

Este trabalho consiste em uma análise do texto EU IA FALAR DE FLORES, de LYA LUFT

TRANSCRIPT

EU IA FALAR DE FLORES - LYA LUFTREVISTA VEJA

Hoje eu ia falar de flores, pois nem s de indignao, por mais justa que seja, a gente vive. Que toda indignao, ainda que abenoada, seja na medida sensata quando possvel. E com a necessria dose de emoo, pois a emoo um bom motor de boas causas, desde que no seja irracionalmente conduzida. Teremos ou no novas manifestaes enormes; mas certamente teremos manifestaes de vrios grupos, profisses, indivduos. Todo mundo quer que o Brasil melhore, e no vou mais uma vez enumerar itens como condies de trabalho, sade, educao, segurana e dignidade isso todos sabemos.Mas nisso estoura a bomba: em lugar de melhorar as condies da sade pblica, com mais e melhores hospitais, melhores salrios, melhores condies de trabalho e mais estmulo a quem diariamente salva vidas, eis que a classe mdica castigada mais dois anos de estudo trabalhando obrigatoriamente no SUS (vai equivaler a uma residncia?), e milhares de estrangeiros entrando sem revalidar seu diploma. Sero supervisionados por mdicos brasileiros, dizem. Mas ento nesses lugares remotos, para onde os estrangeiros sero mandados, existiro mdicos brasileiros? E de onde vir a dinheirama para tudo isso que poderia melhorar o que j existe e grita por socorro?Mas hoje eu queria falar de flores: da solidariedade humana, por exemplo. Dos que acompanham um amigo em sua aflio; que doam parte de seus bens a causas boas; que trabalham cuidando dos aflitos, e doentes mesmo ganhando mal, e sem o necessrio para que tudo saia bem; os que pensam e refletem sobre o valor da vida. Falar sobre uma entrevista com o senador Pedro Simon, o Pedro, como dizemos por aqui, imagem do poltico honrado possvel. Nesse mar de desalento atual, quando se mente e se promete em tamanha profuso, ver e ouvir essa entrevista foi um alento. No convivo com ele, tenho vagos contatos com sua famlia, acompanhei um pouco suas tragdias pessoais e, com enorme admirao, tambm sua transformao numa pessoa ainda melhor. Sua carreira poltica uma raridade, como poucos outros: um bom punhado deles poderia transformar este pas.

Falar de flores tambm falar nas amizades: algumas me ajudaram a sobreviver a dramas pessoais quando eu achava impossvel, e combinava comigo mesma: S mais este dia. S at a noite. S mais 24 horas, como os annimos heris do AA que s vezes levam essas 24 horas por uma vida inteira. Meus filhos, ento j adultos, foram e so dessas amizades inestimveis. Falar de flores falar daqueles que, em qualquer profisso, estudo, ramo, buscam a excelncia. No para ser admirados, no para virar celebridade ou enriquecer, mas pelo amor ao que fazem, e porque a vida merece, eles mesmos merecem buscar o melhor. Sem esquecer o tempo de amar e curtir a vida, jamais sendo como algum que me disse certa vez: Eu no tenho tido nem o tempo de uma risada, e me deu vontade de pegar no colo.Falar de flores falar das rosas do jardim de minha me, com nomes solenes e perfumes inesquecveis. falar de uma infncia simples e protegida numa cidade entre morros azuis, onde todo mundo se conhecia, tudo parecia to fcil, to certo e definitivo: a ideia de perda e finitude no existia. Mas tambm falar de coragem e coerncia. Conheci pessoas que por suas ideias sacrificavam uma forma de vida que estava sua disposio porm elas preferiam a coerncia: no o carro do ano, no o hotel de luxo, no as festas mais chiques, no as gentes famosas, o dinheiro e o poder, mas o humano.No meio dos milhares de brasileiros que nestes dias saem s ruas mostrando seu descontentamento, sua indignao ou sua esperana, a grande maioria assim: busca o que digno, e justo, o que foi prometido e no cumprido, o que necessrio para se orgulhar do pas. para trabalhar com gosto e recompensa razovel, por tudo isso que faz a vida, o trabalho, a famlia, o cansao, a honradez valerem a pena. E, mesmo mencionando algum desastre, eu afinal falei de flores

Anlise do texto

Anlise: Eu ia falar de flores - LYA LUFT

De acordo com o titulo do texto Eu ia falar de flores, em que o verbo ia pretrito Imperfeito do Indicativo: significa que os fatos no foram totalmente concludos, esses fatos so contnuos, mas no terminados, Por isso, o verbo que a palavra por excelncias da frase tem uma conotao que vai falar das flores, pois uma ao at o momento presente. Assim, a autora faz um intertextualidade com a msica de Geraldo Vandr para no dizer que falei de flores. A autora Lya luft retrata a realidade do perodo atual no mbito poltico ,em que, a flores representam as pessoas virtuosas, altrustas, com amor ou prximo etc, em contraposio a indignao da corrupo. Logo esse paralelo com a msica vai estar expresso em todo texto, sendo o tema principal e a macro proposio,as flores vencendo o canho As flores em maior relevncia, pois as indignao vem como acompanhamento formando o contraste da idia, a outra face da moeda, flores e canho, para que o texto seja incoerente, isto , unilateral

1 Pargrafo:A autora comea fazendo paralelo com a contraposio, flores e indignao, usando o pois para dar conseqncia do que foi enunciado: que vai falar de coisas boas flores, assim as flores podem vencer o canho , idia implcita do ttulo. Lya chama a teno para olhar o lado bom e no s indignao. A autora resume o primeiro pargrafo falando das manifestaes que buscam vrios objetivos, em que ningum e igual ao outro, assim varias direes tomam o partido, por conseguinte, usa novamente o pois para enunciar que no basta s o sentimento de emoo, para isso, utiliza do mas, para trazer a idia que preciso ser coerente em que buscamos, um povo no pode ir as ruas s pelas emoes preciso tambm ser sensato. Termina o pargrafo falando que no vai retomar o que foi reivindicado nas ruas. no vou mais uma vez enumerar itens como condies de trabalho, sade, educao, segurana e dignidade isso todos sabemos.

2 pargrafoAssim, a autora faz retomada no pargrafo seguinte com a conjuno mas que amarra o ultimo pargrafo dando a coerncia de adversidade, pois, ela diz que no ia retomar itens de criticas, mas retoma, s que agora, sobre as medidas que o governo tomou sobre o que foi pedido nas manifestaes, principalmente com as questes de sade, assim termina o pargrafo com sua indignao. Utiliza conectivos como e, mais, Mas, em que o e vem encadeando a soma dos fatos, o mais vem dando o valor mensurvel de tempo e o mas a adversidade de fatos, mdicos que vem para o Brasil , sem avaliao e superviso . Termina fazendo perguntas sobre esses fatos

3 pargrafoNovamente comea o pargrafo posterior fazendo retomada com a conjuno mas para fazer contraposio ao pargrafo anterior , pois no vai falar de indignao. Ela diz: Mas hoje eu queria falar de flores Ento, a autora comea a falar da proposta maior do texto, pois agora j esta instalada o motivo pelo qual a autora quer falar de flores, isto , vem desenvolvendo o tema na reintegrao das idias flores e canho, virtudes e corrupo, ignomia, como vamos ver no termino do pargrafo que termina com as virtudes humanas em contraposio ao termino do pargrafo anterior (critica corrupo)Usa tambm conjuno e para enumerar fatos encadeados, soma de idias, terminando o pargrafo com as informaes de pessoas virtuosas que buscam causas humanas de solidariedade etc. ,assim, conclui elogiando um poltica

4 e 5 pargrafoNesses dois pargrafos a autora faz um desenvolvimento sobre o que falar de flores . Fala sobre as amizades, pessoas altrustas, dos pequenos detalhes vividos , das belezas da vida sempre usando a conjuno para a soma, conseqncias de idias enumeradas, terminado o pargrafo com um porm ressaltando as pessoas que entregaram suas vidas por um ideal , pois no escolheram o conforto da vida de luxo, sendo tudo isso falar de flores.Aqui, a autora deselvelve o tema, fazendo retomada do prprio titulo do texto e reiterando o pargrafo trs com os dois pargrafos posteriores e desenvolvendo nesses ltimos explicaes do que falar de flores

6 pargrafoTermina do texto dizendo o que entre os milhes tem aqueles que buscam algo sensato, de acordo com sua leitura daquilo que ser coerente em lutar, usa o e soma de idias.Faz uma retoma dada introduo dizendo em sua viso o que ser sensato e no irracional: busca o que digno, e justo, o que foi prometido e no cumprido, o que necessrio para se orgulhar do pas. para trabalhar com gosto e recompensa razovel, por tudo isso que faz a vida, o trabalho, a famlia, o cansao, a honradez valerem a pena E, mesmo mencionando algum desastre, eu afinal falei de flores. Conclui com a contraposio de que mesmo falando de indignaes seu mais forte discurso foram s flores. Ainda fazem da flor seu mais forte refro E acreditam nas flores Vencendo o canho VandrePortanto faz uma retomada e reintegrao da macro proposio da idia flores e canho, contradio instalada nas topicalizaes, reiteraes, sendo os mecanismos de coerncias no deselvovimento do texto

Substituio e palavras chaves

As palavras chaves so as que foram marcadas nos texto, tais palavras ecoam na idia do prprio texto , flores e canho, em conotao das palavras chaves vo soar na harmonia dessa dicotomia em que a substituio das palavras remete a levar o texto sempre nesse sentido, e tambm, a um nvel de escrita mais elevado ,Assim a conotao a mesmo em todos os pargrafos e vai variando no desenvolvimento na substituio do texto na reintegrao , retomadas e desenvolvimento de todo enunciado etc