eu, discípulo?

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¿Lendo o conteúdo do livro Eu, discípulo?, de meu amigo Márcio de Souza, fico a pensar que, de fato, é uma necessidade resgatarmos o conceito de discipulado em nossas congregações. O que temos visto hoje são imitações de modelos norte-americanos que enfatizam por demais o sucesso numérico e mercadológico, com desprezo total pelo anúncio das verdades bíblicas absolutas. Com isso, o resultado na Igreja evangélica brasileira é visível: crentes com muito entretenimento e pouca vida piedosa. Márcio bateu com o seu martelo discursivo em cima do prego de nossa realidade caótica. E, seu eu fosse acrescentar algo, apenas diria o seguinte: temos de dar a nossa opinião, não podemos nos calar. Que assim sejamos, para a glória de Deus, para o nosso bem pessoal e para o crescimento real e saudável da igreja do Senhor Jesus.¿

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Page 1: Eu, Discípulo?
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Pr. Márcio de Souza

EU, DISCÍPULO?Respostas para os caminhantes

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Pr. Márcio de Souza

?EU, DISCÍPULO?Respostas para os caminhantes

São Paulo 2011

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Introdução

“Eu, discípulo?” é uma resposta à falta de postura da igreja evangélica hoje. Pensando em ser parte da solução dos problemas da igreja, esse livro busca mostrar ao leitor que há saída para o desperdício e a falta de ânimo de parte dos nossos irmãos.

Movido por indignação e profundo desejo de transmitir a paixão pelo discipulado, mergulhei fundo na essência da mentoria e logo descobri que ela não está ultrapassada, nem fora de contexto, mas foi despreza-da pela atual liderança e trocada pelos métodos rápidos de crescimento.

Espero que a leitura desse livro leve você a refletir para que juntos, conscientes da tarefa de discipular faça-mos diferença na nossa geração.

Que através deste, os caminhantes encontrem um porto seguro, um albergue aconchegante onde possam

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descansar em paz e banhar-se em águas que jorram da Fonte de Vida!

Andando com Cristo Pr. Márcio de Souza

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Apêndice I Qual é a resposta?

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Capítulo um

Conceituar discípulo e discipulado

“Este livro é para os discípulos inconsistentes e instáveis cuja azeitona vive caindo fora da empada... esse livro

é para mim mesmo e para quem quer que tenha ficado cansado e desencorajado ao longo do Caminho.”

O Evangelho maltrapilho – Brennan Manning

Você já parou para pensar que o discípulo é uma classe em extinção nas igrejas? Já se deu conta de que ser um autêntico cristão consiste em muito mais do que ir à igreja no domingo ou participar das atividades da igreja?

Pois é, nos acostumamos a levar a vida apenas com os princípios do Reino e nos esquecemos que é preciso viver o estilo de vida de Jesus.

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Quando seguimos apenas os princípios, as decisões são pautadas em variadas opções, ou sigo os princípios, ou os valores da sociedade. Mas quando se vive plenamente o evangelho de Cristo, não se tem opção, somos impelidos a fazer o que é certo e não o que dá certo. Não há escolha, não há barganha, há apenas obediência.

Portanto, eis aí uma característica do discípulo, ele é obediente! Você tem sido submisso? Tem seguido o pa-drão bíblico de vida cristã arriscando sua bela reputação enquanto religioso bem preparado? Ou tem negociado a mensagem escrita com o sangue dos mártires dos quais o maior é nosso Salvador?

Então o que é ser discípulo e o que é discipulado? Discípulo é aquele que é aprendiz, aquele que recebe ensi-no de alguém; e o seu antônimo é opositor, então concluí-mos que quem não é discípulo é opositor. “Quem comigo não ajunta, espalha” (Mateus 12:30). é um eterno aluno, tem consciência de que quanto mais se aprofunda na prá-tica da Palavra, mais terá que melhorar.

O discípulo se entregou total e incondicionalmente a Jesus Cristo (Mt 7:21), renunciando a tudo quanto tem (Lc 14:33) e a própria vida (Lc 14:26). Aquele que preten-de ser um convertido sem ser um discípulo, não encontrou tal pretensão nas Escrituras.

Quem é o discípulo?

Não é alguém super capaz, nem o maior teólogo que já pisou na terra. O objetivo desse livro é justamente mos-

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trar que essa posição pode ser ocupada por gente comum, meros mortais e não seres sobrenaturais que flutuam pela igreja em constante sentinela. O discípulo, não é um cão de guarda da doutrina, é um amigo de Deus que reconhece sua posição de aluno e que exercita isso diariamente culti-vando a imagem de Deus em sua vida.

Qual o estilo de vida do discípulo?

O discípulo vive uma vida simples. Não se vende, nem se deixa levar pela soberba. Esse estilo de vida permite que ele divida mais do que acumule. Não esbanja, porque sabe que existem irmãos muito próximos a ele que não têm oportunidade de ter quase nada. Não se deixa levar por carros luxuosos, mas dirige o carro que é necessário para sua locomoção.

Não se gloria porque sabe quem é e de onde veio. Vive na dependência de Deus, entende a fartura, mas vive grato em tempos de pouca provisão. Esse estilo de vida cria perplexidade entre as pessoas que convivem com discípulos. Não conseguem conceber que alguém viva fe-liz em dividir o que tem, não sabem como reagir a uma oferta desinteressada de amor, esperam sempre a hora de “pagar a conta”.

Não podemos viver o mercantilismo da fé, não devemos fazer de nosso ministério alavanca para a ri-queza e preservar a doutrina dos apóstolos é fundamen-tal para se manter longe do dilúvio existencial da socie-dade pós-moderna.

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Como Jesus Define o Discípulo

Três dos relatos do evangelho incluem as palavras de-safiadoras do Cristo:

“Se alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue, dia a dia tome a sua cruz e siga-me”

(Lucas 9:23)

Veja Mt 16:24; Mc 8:34. Encontramos aqui três ele-mentos essenciais do verdadeiro discipulado, que apresen-tam desafios enormes:

Negar a si mesmo. Enquanto o mundo e muitas re-ligiões começam com o egoísmo do homem, Jesus exige a autonegação. As igrejas convidam as pessoas a realizar seus sonhos de riqueza, felicidade sentimental e posições de honra, mas a mensagem do Senhor é outra. Ele pede que a pessoa negue os seus próprios desejos para fazer a vontade dele.

Tomar a sua própria cruz. Jesus veio para oferecer a vida, mas o caminho para a vida passa pelo vale da morte. Não somente a morte do Cristo, mas a nossa também. Paulo disse:

“Estou crucificado com Cristo; logo, já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim” (Gálatas 2:19-20).

Seguir a Jesus. Várias religiões e filosofias exigem sa-crifício e autonegação. Algumas ensinam “preceitos e dou-trinas dos homens” e “rigor ascético” que proíbem coisas

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que Jesus não proíbe (Colossenses 2:20-23). O benefício não vem de autonegação em si, ou simplesmente de tomar qualquer cruz. Jesus Cristo é o único caminho que leva à vida eterna (Atos 4:12).

Discipulado é a missão da igreja (Mt 28) razão pela qual estamos aqui! Precisamos saber o sentido real da pa-lavra discipulado. Discipulado não é transmissão de infor-mação, mas de vida! é a forma onde adoramos ao Senhor ajudando um pecador a ser uma pessoa melhor.

Não poderia deixar de frisar as distorções que an-dam fazendo com a palavra “discipulado”, então resolvi listar algumas impressões que temos a primeira vista sobre o assunto lembrando que discipular não é:

Impor a um grupo posições particulares;

Você não deve como discipulador impor posições par-ticulares, mas apenas colocá-las (intencionalmente) enquanto discipula, e dar ferramentas para que o discípulo possa che-gar às suas próprias posições. O discípulo não precisa crer em tudo o que você acredita, nem ser um clone doutrinário do seu discipulador, isso lançaria toda sua individualidade fora;

Decidir a vida ou tomar decisões por alguém;

A vida do seu discípulo é tão importante que você não tem direito de tomar decisões por ele, ele próprio precisa crescer e amadurecer para tomar decisões, faz par-te do discipulado;

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Moldar ou formatar a cabeça de uma pessoa (lavagem cerebral);

Difere do 1o item por um simples fato: O 1o item fala de uma posição doutrinária, este fala sobre a vida do indivíduo. Neste ponto ele é obrigado a pensar igual ao seu mestre em todos os sentidos, é um estágio avançado da imposição de posições particulares já visto acima. Consiste em roubar completamente a individualidade do outro;

Deixar as coisas correrem “soltas” para os discípulos;

O discípulo precisa sentir um pouco de pressão, precisa ser exigido, mas precisa ser respaldado também. Como sacer-dotes, devemos cumprir nosso papel também na exortação.

Não se importar com a vida dos discípulos;

Fator dominante para que o discipulado falhe, fal-ta de acompanhamento. Discipular é andar junto, comer junto, rir, brincar, falar sério, ir ao cinema etc.

As pessoas acham que discipulado tem a ver com domínio, mas na verdade, o discipulado deve ensinar o indivíduo a ser livre com responsabilidade. Deve formar o caráter do cristão à luz do testemunho deixado por Cristo e seguido por Paulo.

Existe uma considerável diferença entre discípulo e seguidor. Vou considerar aqui apenas algumas para que você tenha ideia do que é o comportamento de um cristão e de um seguidor.

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