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1 ENTREVISTA DT HEFESTO EU Vamos começar, aqui pela minha direitaHT1Sou professora de Português e Francês, sou directora de turmaEU Turma de que ano? HT1 12º. É o primeiro ano que estou nesta escola e trabalho há 14 anos. EU E és licenciada em… HT1 Línguas e literaturas modernas - variante de estudos portugueses e franceses. EU Em (a cidade)? HT1 Sim. HT2 - Sou professora desta escola há mais de 20 anos. Professora de portuguêsEU - Licenciatura? HT2 - Filologia clássica. Dou português, tenho duas turmas de12º ano, 12º-2A, 12º-1F, sou coordenadora dos directores de turma… EU O prémio por seres coordenadora é teres duas direcções de turma? HT2 - É por causa do horário, e pronto. Será isto, não? EU Sim, está muito bem. Estás aqui há mais de 20 anos, conheces bem a escola, HT3 contrário da HT1 que é o primeiro. Este contraste até é bom. HT2 Exactamente, conheço bem a escola. EU E agora o terceiro elemento. HT3Tenho 56 anos… EU- Ninguém te perguntou a idade… HT2 É para obrigar as senhoras a dizer a idade! Tão mau! (Risos) HT3 Tenho 15/16 anos de ensino, 6 anos na Hefesto, tenho o bacharelato em Engenharia Electrotécnica, tenho uma licenciatura em Engenharia e Gestão Industrial, sou do grupo 530, lamentavelmente do grupo 530EU Mas tens de explicar isso, porque em números eu não sei. 530? HT3 Agora 530… Educação tecnológica. Antes pertencia HT3 grupo 12º B, electrotecnia prática; agora o ministério resolveu, há três anos atrás, dos vários grupos retirar um, que é o 12º B, que ficou como 540, e os restantes dentro do mesmo saco e chamou-o de 530. EU E esse grupo como tu dizes, tem muita gente…É esse que tem muita gente?

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ENTREVISTA DT HEFESTO EU – Vamos começar, aqui pela minha direita… HT1– Sou professora de Português e Francês, sou directora de turma… EU – Turma de que ano? HT1 – 12º. É o primeiro ano que estou nesta escola e trabalho há 14 anos. EU – E és licenciada em… HT1 – Línguas e literaturas modernas - variante de estudos portugueses e franceses. EU – Em (a cidade)? HT1 – Sim. HT2 - Sou professora desta escola há mais de 20 anos. Professora de português… EU - Licenciatura? HT2 - Filologia clássica. Dou português, tenho duas turmas de12º ano, 12º-2A, 12º-1F, sou coordenadora dos directores de turma… EU – O prémio por seres coordenadora é teres duas direcções de turma? HT2 - É por causa do horário, e pronto. Será isto, não? EU – Sim, está muito bem. Estás aqui há mais de 20 anos, conheces bem a escola, HT3 contrário da HT1 que é o primeiro. Este contraste até é bom. HT2 – Exactamente, conheço bem a escola. EU – E agora o terceiro elemento. HT3– Tenho 56 anos… EU- Ninguém te perguntou a idade… HT2 – É para obrigar as senhoras a dizer a idade! Tão mau! (Risos) HT3 – Tenho 15/16 anos de ensino, 6 anos na Hefesto, tenho o bacharelato em Engenharia Electrotécnica, tenho uma licenciatura em Engenharia e Gestão Industrial, sou do grupo 530, lamentavelmente do grupo 530… EU – Mas tens de explicar isso, porque em números eu não sei. 530? HT3 – Agora 530… Educação tecnológica. Antes pertencia HT3 grupo 12º B, electrotecnia prática; agora o ministério resolveu, há três anos atrás, dos vários grupos retirar um, que é o 12º B, que ficou como 540, e os restantes dentro do mesmo saco e chamou-o de 530. EU – E esse grupo como tu dizes, tem muita gente…É esse que tem muita gente?

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HT3 - Exacto, educação tecnológica. EU – Mas tu dás muitos cursos profissionais, não é? HT3 – Dou, dou. Eu – E és coordenador de um? HT3 – Sou director de curso, exacto, de educação e formação. EU – Que diferença há entre um director de turma e um director de curso? Registe-se que chegou o quarto elemento, atrasado… Estamos nas apresentações, o HT3 vai acabar a dele e depois fazes a tua, está bem? HT3 – Na prática, director de curso trata mais ligado directamente HT3 director geral, que é o Eng.º Dantas, director do CNO - Centro de Novas Oportunidades- e trata das verbas, tenta gerir as verbas que são atribuídas HT3 curso da melhor maneira possível. E orienta. Nós temos uma reunião…(O meu curso não é um curso Profissional, é de Educação e Formação) Temos então uma reunião semanal, e o Director de Curso orienta essa reunião. O Director de turma já sabemos o que é que faz, lida mais com as faltas dos alunos, com os encarregados de educação… EU – Mas nesses curso de Educação e Formação, não há esse papel de orientação dos alunos, tratar também desses aspectos de disciplina e de sucesso? Também é o teu papel, não é só de dinheiro, também tem uma parte pedagógica… HT3 – Não, não é só o dinheiro. Felizmente não tenho tido assim grandes problemas… Eu – Ah, sim! Mas faz parte das tuas competências… HT3 – Sim, faz parte. EU - Então HT4: Nome, tempo de serviço, há quantos anos estás aqui, qual é a tua formação e qual é o teu grupo, as tuas funções na escola, além de director de turma, se tens outras... HT4– Estou aqui desde 2004 até HT3 presente momento, já estagiei aqui em 1999/2000, foi a minha escola de estágio, de eleição também, portanto é quase uma década, vai fazer 9 anos de ensino. EU – Então nunca estiveste noutra escola? HT4 – Não, estive noutras escolas, estou aqui desde 2004. Fiz o meu estagio aqui, depois andei por fora, noutras escolas da periferia, desde Poiares, Mortágua, Ponte das Três Entradas…Mais… EU – És de educação física… HT4 – Sou de educação física; actualmente estou a orientar estágio aqui na escola a três estagiários e além disso tenho 5 turmas -3 delas de estagiários e duas delas fazem parte da minha leccionação. Não desempenho mais nenhum cargo, que eu me recorde. EU – Não tens nada ligado HT3 desporto escolar? HT4 – Não.

EU – Muito bem! Então, vamos lá ver: o meu assunto, o que me interessa e que me traz aqui a

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“bisbilhotar”, é a autoavaliação das escolas, a que vocês aqui na escola chamaram avaliação interna, processo de avaliação interna. E a primeira questão que eu coloco é: o que é que vocês sabem desse processo da escola, o que é que sabem, como souberam, que participação tiveram, maior ou menor, directa ou indirecta, que participação tiveram nesse processo, para eu perceber o que é vocês sabem sobre o assunto. HT2 – Eu recordo-me no Conselho Pedagógico de ter preenchido um inquérito de avaliação interna, portanto, eu acho que foram escolhidos grupos, os directores de turma preencheram…foi o ano passado… HT1 – Eu só sei da existência dessa avaliação interna. HT4 – Mas a avaliação interna da própria escola? EU – Sim. A avaliação feita pela própria escola. HT4 – Sim era por grupos, departamentos… HT2 – Era por grupos, mas nem todos os professores preencheram… Eu sei que preenchi no Pedagógico, como elemento do pedagógico. EU – Ou seja, estás a dizer que o conhecimento que tens é como respondente a um inquérito? HT2 – É!É! EU – Mas estando tu no Pedagógico, não foste chamada a ter palavra sobre a decisão de avançar com um processo destes? HT2 – Foi-nos comunicado, a escola sabia que havia todo um processo de avaliação interna, que ia decorrer durante o ano… Depois havia uma equipa que estava a trabalhar os dados com base nesse inquérito. E esses dados foram apurados …. EU – Bom, então insisto: nunca ninguém te perguntou o que é tu achavas desse processo, da escola entrar… HT2 – Em diálogo não; a nossa participação, a minha participação, foi através de um inquérito. EU – HT3 e tu? Já estás aqui há seis anos…Deves saber alguma coisa… HT3 – Talvez eu tenha preenchido alguma coisa, mas não me lembro. EU – Mas sabias disto, da avaliação interna... E sabes o que é? HT3 - Sim, sim. Até fiz parte da Assembleia de Escola, terei ouvido, teremos falado no assunto, mas na prática não me lembro de muita coisa, nem me lembro de ter preenchido qualquer documento nesse sentido. EU – Vamos voltar atrás: tu disseste que eras da Assembleia. A assembleia terá tido algum papel na decisão de… nesta questão da autoavaliação. Não te lembras? HT3 – Não, não me lembro… EU – Não te lembras disso ter sido discutido na ordem de trabalho das reuniões?

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HT3 – Lembro-me de qualquer coisa, mas objectivamente não. EU – HT2? E Tu? HT2 – Recordo-me de uma vez numa reunião de directores de turma, que o ano passado também era coordenadora, de ter distribuído um inquérito a todos os directores de turma para eles preencherem. Portanto, também os directores de turma preencheram todos. E mais uma vez um inquérito, várias páginas… É isso que eu me estou a recordar. EU – Mas não deve ter sido só um inquérito… HT2 – Não. Eram inquéritos sectoriais. E também me lembro de ver por aí afixado …Ah! Está ali – avaliação interna! Era aquilo! EU – Sim, as rodinhas de alerta para a AI. MR – A minha recordação também é muito vaga. Recordo-me no final do ano anterior, acho que foi no final que nós preenchemos esse inquérito, sobre os indicadores que lá forneciam e acho que era para qualificar… HT2 – De 1 a 5, sim… MR – Sim, já não me recordo muito bem… Mas desses indicadores que lá estavam era para indicarmos aquilo que nós pensávamos em termos de Escola. Do resto não me lembro muito bem… EU – Portanto tu estando aqui só este ano só sabes que existe, dizias há bocadito, HT1… HT1 – Pois. Tomei conhecimento. .. HT4 – Mas penso que isto até foi afixado já este ano… HT2 – Não, o ano passado já existia. EU – Sim, há um ano eu estive aqui e já aqui estavam, no final do ano, em Junho. HT1 – Pois e da conversa com algumas colegas ouvi falar desses inquéritos que teriam sido preenchidos e estariam a ser objecto de uma análise, agora este ano, porque até acho que há um gabinete, um grupo de trabalho…Mas não sei mais nada. EU – Quando tu dizes na conversa com algumas colegas, essa conversa surgiu no âmbito de quê? A propósito de alguma coisa... HT1 – Surgiu no âmbito de termos necessidade de marcar um encontro para preparar um material e de alguém ter dito que só podia ser até uma determinada hora, porque depois tinha de ir para o tal gabinete. EU – Ok, trabalhar na avaliação interna. Portanto, vocês como directores de turma, que é o principal que eu quero explorar aqui, não tiveram nenhuma acção específica, nesta questão da avaliação interna? Por exemplo, os alunos, não foram ouvidos? HT2 – Também preencheram. EU – E vocês não tiveram como directores de turma que fazer nada? Não? Não.

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HT2 – Distribuir os inquéritos aos alunos… HT3 – O ano passado não fui director de turma. HT2 - Podem ter preenchido, mas não estou assim a recordar-me… EU – Tudo bem. Só quero aquilo de que se recordem. Então, mas agora saindo da questão prática daqui, vocês já reflectiram individualmente ou colectivamente, uns com os outros, sobre a questão da autoavaliação, sobre o principio da autoavaliação da escola?... E qual é a vossa posição em relação a isso? HT3 – Mas no conceito mais genérico de escola, é? EU - Nós estamos a falar aqui, quando eu falo em autoavaliação, é a autoavaliação organizacional da escola. Claro que ela pode ser pensada globalmente e num todo, e foi isso que esta escola pensou, ou pode ser pensada por sectores. Mas avaliação organizacional, avaliação da escola como organização, não é? É disso que falamos. O que é que vocês acham disso? HT2 – Eu acho que nós este ano não tivemos muito tempo para nos debruçarmos sobre esse aspecto. Um ano tão conturbado, muita legislação nova, nós como directores de turma só a legislação do estatuto do aluno ocupa-nos imenso tempo… Mais a avaliação de professores, mais as lutas dos professores… que eu não sei se nos resta muito tempo para estarmos a falar sobre a avaliação interna da escola. EU – Pois, pois, mas isso não impede que dêem opinião sobre isso. HT2 – Em que aspecto? EU – É importante ou não? Isto da escola andar aí com inquéritos tem algum sentido? Basicamente é isto. Encontram algum sentido em se autoavaliar? HT2 – Sim, fazer um levantamento, não é? É importante fazer um levantamento da situação, recolher dados e a partir daí melhorar…os aspectos que achamos que estão mais negativos… EU – Portanto, teoricamente achas que faz algum sentido. E tu HT1? HT1 – Eu concordo com a HT2. Acho que é importante porque poderá permitir à escola melhorar algum aspecto, ou vários até; é importante que se faça, que se veja algo, que se procure saber, que aspectos é que não estão bem, como é que se pode melhorar… EU – Já lá vou a esses aspectos que acham que podem melhorar. Mas em relação a esta questão de ser importante ou não, gostava de ouvir-vos a vocês também, os dois. HT3 – Qualquer projecto tem de ser submetido à avaliação. A escola tem um projecto educativo, é natural que haja a avaliação desse projecto. Sou favorável a isso. Eu – E achas que nesta avaliação interna, a ideia será avaliar a consecução do projecto educativo… HT4 – Pelo menos o rumo que ele deve tomar. Isto é uma escola extremamente grande e em termos de contexto é importante melhorar a eficácia dentro desta organização. Ou seja, quando falo em organização, não falo só de funcionários e de professores, falo a todos os níveis. Portanto, acho que envolve muitas pessoas desta escola. E esse modelo de avaliação é fundamental para testar processos ou a própria eficácia com que funcionam as coisas. Inseridas - como o HT3 disse – num projecto educativo, no rumo que a escola pretende para o futuro; porque esta é uma escola, pelo

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menos aquilo que me parece, é uma escola de elite em determinados campos e o projecto educativo insere-se nesses campos; então a avaliação tem que verificar até que ponto estamos a seguir essa direcção e até que ponto eles estão a inovar nesse sentido. Pronto, e é nesse sentido de melhorar processos. Agora é uma escola grande, é complicado, como disse a HT2, com tantos processos que ocorreram neste ano e meio… HT2 – Só mais um: e as obras, uma escola em obras!… HT4 - Restou-nos pouco tempo para estarmos… ter uma acção participativa, ou até para estarmos de certa forma mais calmos e tranquilos para pensarmos nas coisas e para reflectirmos. Não tínhamos essa tranquilidade. EU – Também é verdade que este ano…penso eu … O processo desenrolou-se o ano passado; e este ano deram conta de alguma coisa? Este ano lectivo? Vocês falam dos questionários, e isso foi no ano lectivo anterior, não é? Este ano lectivo deram conta de algum processo? HT2 – Como resultado ? Do ano anterior? Eu – Não era isso que eu queria perguntar ainda… HT4 – Os resultados dos inquéritos, se eles forneceram dados? EU – Não, se viram alguma coisa mexer mais em relação à autoavaliação. Alguma coisa, lá está, que vos pedisse intervenção e reflexão e preocupação. Porque vocês dizem: “não houve tempo”, mas a verdade é que também ninguém vos propôs gastar tempo nisso. É isso? Este ano. HT2 – Eu acho que não se pode pôr nestes termos. HT3 – Alguém por direito achou por bem não nos pedir nada. Este ano não temos condições para… digamos, gastar; não temos tempo para dedicar a este processo. EU – Era aí que eu queria chegar. HT2 – O HT3 até podia esclarecer um aspecto. Ele pertence à parte de laboratórios, em que foram muito incomodados, muito prejudicados com este aspecto das obras. EU – Sim, mas não é importante aqui a questão das obras; entra como uma questão contextual e de enquadramento, claro... Mas ele tocou no ponto importante e eu estava a puxar pela tua palavra. É assim: não foram vocês que se recusaram a reflectir sobre o assunto, foi alguém que decidiu que não havia condições para reflectir sobre o assunto. Não é? HT2 – Não sei se se pode concluir isso… EU - Não? Então? HT1 – Talvez tenha sido um ano muito conturbado porque há uma série de factores externos que nos tiraram algo que o HT4 referiu: a tranquilidade. O início do ano foi… devido à luta dos professores e HT3 novo estatuto do aluno, houve muita “agitação”, digamos assim, que nos tiraram a tranquilidade e que chamaram a nossa atenção para outros aspectos e talvez por isso, essa questão tenha ficado… Não sei, eu sou nova na casa! EU – É isso que eu dizia. HT4- Desculpe, mas os modelos, ou seja os inquéritos, basearam-se em determinados pressupostos,

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e eu não tenho presente esses pressupostos, mas não sei até que ponto houve melhoria nesses pressupostos a partir desses resultados; se calhar em termos de dinâmica, por exemplo das aulas de substituição, ou seja, se calhar até houve… houve aqui processos em que… houve melhoria. EU – Houve alterações na gestão? HT4 – Eu não estou por dentro das aulas de substituição, mas dá-me a parecer que há uma maior… nesse sentido, comparativamente HT3 ano anterior, em que havia pelo menos situações menos tranquilas. Eu agora noto uma tranquilidade maior, não sei se são os professores que faltam menos, se não… EU – Houve melhorias… HT4- Mas eu não me recordo muito bem dos pressupostos, dos indicadores que nós avaliámos, e se houve uma comissão que recolheu esses dados, avaliou, observou, e decidiu em determinados campos fazer melhorias nestes aspectos. Pronto, eu não estou bem por dentro, mas se calhar até houve. EU – Se calhar. Ou seja, em relação aos resultados, em relação à análise desses questionários e a um possível relatório ou relatórios que terão sido construídos, portanto, vocês não têm conhecimento deles? HT2 – É natural que haja, mas eu não me recordo. Mas também o nosso trabalho é muito diversificado, isto é uma escola muito diversificada, tem muitos cursos, tem muitas turmas, e nós andamos sempre ocupados. É natural que exista e eu não conheça, não tenha consultado, é natural, não é? EU – Voltemos a trás… HT3 – É natural. É uma coisa que não nos chama a atenção, que não é prioritário para nós. EU – É isso que eu quero saber! Não é o que haja ou não haja, mas o que é que vocês sabem e é importante para vocês. E tu acabaste de dizer tudo: “não é tão importante, temos outras coisas muito mais importantes, isso não entrou nas nossas preocupações”. Vamos assumir isto, não é? HT4 – Sim, mas no modelo do todo da organização, ou seja, não me afectou directamente, como tal se não me afectou directamente não me preocupou; nós optamos sempre pela posição do cómodo e como não me afectou, se calhar foi algo que não me chamou a atenção; então eu continuo, estabeleço as minhas prioridades, definindo as minhas funções. É natural que ele esteja por aí, ou pode não estar também… HT2 – É isso, nós definimos prioridades! EU – Essa questão das prioridades como directores de turma, tem aqui um bloco de questões que quero pôr-vos. Mas então para terminar esta questão aqui mais teórica e de reflexão, faço-vos esta pergunta difícil: a avaliação, a autoavaliação, neste caso a avaliação interna, funciona mais como controlo ou como autonomia? HT3 – Autonomia. HT2– Também acho. Autonomia – que escola queremos. E então, atrás disso, nós vamos fazer o tal levantamento, com base nos dados do inquérito que a equipa está a trabalhar, e vamos ver que escola é que queremos. Uma escola onde predominam os “profissionais”? Uma escola mais voltada para os humanísticos? E estamos a definir isso; isso é um aspecto que já está a ser diferente, já está

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uma escola que tendencialmente vai ser mais para profissionais. EU – Isso é o resultado da vontade das pessoas? HT2 - Não, não! EU – Não é em resultado da vontade das pessoas. Tu estás a dar-me este exemplo que é excelente e que ele já tocou: a escola tem um projecto, portanto esse estar a ir mais para o lado profissional é resultante de quê? Quem é que decidiu? Como é que se chegou aí? HT4 – Acho que é uma questão histórica. A Hefesto era conhecida como uma escola industrial e comercial. De certa forma isso foi extinto e agora temos uma miscelânea entre uma escola dita normal, ou virada para os científico/humanísticos, e os profissionais. Agora não sei. As pessoas que perspectivam a visão, que estão à frente desta escola… Mas será sempre no sentido de manter a tradição que já existia ou aumentar a actual… EU – Mas a verdade é que esta última inflexão, mais para os profissionais, de que vocês estão a falar, é recente. É uma opção, é uma decisão da escola? HT3 - Sim, pode ser uma decisão da escola. HT2 – Decisão da escola... De quem? EU – Era isso que eu queria saber. Que percepção é que vocês têm? Quem é que tem a palavra mais importante neste aspecto? HT1 – Também pode ser o resultado da própria sociedade. Eu vou falar um pouco da escola onde eu estive o ano passado. A escola onde estive o ano passado não tinha cursos profissionais até HT3 ano passado e este ano abriu dois. Por uma certa necessidade da própria sociedade, porque há alunos que não têm vocação para seguir um curso geral e a escola sentiu necessidade de no 10º ano abrir dois cursos profissionais. E esta escola pode também reflectir isso, pode também ser uma influência da sociedade e das necessidades do próprio meio. EU – Mas a verdade é que essa questão é muito interessante, estando esta escola HT3 lado da D. Maria, que não tem cursos profissionais. Já viste que espacialmente o meio é o mesmo? É essa questão que a mim me deixa muito curiosa e gostava de apanhar pontas que me permitissem ter uma ideia do porquê. Esta questão história que o HT4 falou, acho que é um bom ponto de partida, mas não chega para explicar. HT2 – Os recursos humanos, também, que são muitos… Nós temos aqui muitos engenheiros, que a escola D. Maria não tem. E também a parte de laboratórios. EU - Exactamente, e a própria reestruturação da escola que está a decorrer, está feita no sentido de contemplar o apetrechamento. HT2 – Sim e o HT3 sabe melhor dessa parte. HT3 – Temos um dinamizador dos cursos profissionais, que diz a brincar que temos uma escola dentro de outra escola! HT2 – Mas não é assim bem a brincar, é quase sério! HT3 – Sim! O Conselho Executivo deu início a um processo, talvez em 1997/98, com os cursos de duração de um ano, os profissionalizantes. Depois vieram os de Educação Formação e, logo, havia

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horários para os que já cá estavam, para o pessoal do quadro. E depois foi um processo que foi evoluindo… HT2 – Galopante! HT3 - E temos hoje uma boa gama de cursos profissionais. EU – Vai aumentando de ano para ano? HT3 – Tem vindo a aumentar, sim. Eu – Desculpem lá, mas quando vocês dizem que têm uma escola dentro de outra, qual é que está dentro de qual? HT2 – Os profissionais estão dentro da escola Hefesto. EU – Pelo que vocês vão dizendo parece o contrário… HT2 – Quer dizer eles vão tomando o espaço… HT3 – Temos o CNO dentro da escola Hefesto. HT2 – Vão tomando o espaço… Nós vamos lutando, podemos dizer assim, para que continuem os gerais e humanísticos, até há quem defenda a opinião de que a escola em vez de ir para tantos profissionais devia começar com o unificado. Mas entretanto há uma força muito grande da parte dos profissionais. EU – Dos Srs. Engenheiros? HT2 – Dos Srs. Engenheiros. HT3- Penso que o CNO está a ser orientado nesse sentido, tem essa dinâmica. EU – O CNO personalizou essa força? HT3 – Eu até há dias dizia a alguém a brincar: se fores candidato a director da escola e se ganhares, pelo menos esperamos que haja 50/50: 50% de profissionais e 50% de humanísticos. Para que na verdade a escola ganhe um pouco mais de… digamos, prestígio. Ganhámos o prestígio da nossa tradição, mas eu acho que a escola precisa de um pouco mais de qualidade. Possivelmente até dentro dos profissionais e dos restantes. EU – Pegaste na palavra que eu quero, que é a palavra qualidade. Agora pergunto-vos: o que é que vocês entendem por qualidade? O que é que vocês entendem por uma escola de qualidade, ou de qualidades? … Se quiserem podem partir do exemplo desta. O que é que para vocês transforma esta escola numa escola de qualidade, mais ou menos… O HT4 até já falou aqui de elite, não foi? Elite, uma certa elite. Quero que vocês explicitem melhor essas ideias. HT2 – A escola era diferente, está diferente do que era. Com tantas turmas de profissionais, perdeu qualidade. EU – Achas? HT2 – Sim. A nível de disciplina - há mais processos disciplinares; a nível de conhecimentos adquiridos da parte dos alunos - a qualidade é inferior e nós podemos ver isso através de..

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HT3 – Teve que baixar obrigatoriamente! HT2 – Nós conseguimos ver isso através das notas de final de período, das percentagens. Nós podemos ter percentagens de 100% de positivas, mas se formos fazer a média, a media positiva andará nos 10, 11. Portanto, baixou a qualidade. Nesse aspecto e na disciplina, são dois aspectos que eu acho que baixaram. EU – Estás a pensar em termos de resultados, podemos dizer assim, em termos resultados académicos. E os resultados da disciplina, também podemos considerar que é um resultado… HT2 – E de vivência da escola, também é diferente. HT4 – Mesmo HT3 nível de valores, eu sinto isso. Tenho uma turma profissional, já desde 2004, e é bastante diferente estar a trabalhar com uma turma de alunos dos cientifico/humanísticos e uma turma de alunos profissionais. Primeiro, há um menor interesse da parte desses alunos, apesar de saberem que as coisas funcionam de forma diferente, por módulos, em que eles têm que concluir o módulo, há um certo “deixa andar” por parte deles, ou seja, sabem que mais tarde ou mais cedo as coisas são feitas, sem muita chatice ou não. É aquilo que a HT2 acabou de dizer, ou seja, até podem passar, mas têm a média bastante baixa à disciplina ou àquele módulo. A postura com que se apresentam, ou seja, parece que andam sempre cansados, parece que é um peso enorme vir para a escola, vêm para a escola só porque têm que vir, não os sinto, pelo menos na minha aula, não os sinto tão motivados como vejo os meus alunos cientifico/humanísticos. Têm níveis de conhecimento diferentes, mas tentam aprender. Aqui estes tentam que a aula de educação física seja passar o tempo. Foi uma guerra enorme no início para os fazer entender que existem objectivos, que existem metas a atingir e que eles têm que cumprir. Para eles não: a aula era tipo o recreio dentro dos cursos; a educação física acabava por ser o recreio. E não era bem assim. Esta é a mentalidade deles, e vencer barreiras nesse sentido foi bastante difícil; tem sido difícil. Eles não facilitam, ou seja, obrigam sempre o professor a estar numa postura muito mais severa, muito mais atento, muito mais actuante. Interventivo acaba por estar sempre, mas a relação de aprendizagem não é tão exponencial como nos outros cursos. Não estou a tirar mérito a esses alunos; o que eu noto é que estes alunos que eu tenho este ano, sinto que não têm a motivação suficiente para andarem aqui. E quando falo aqui, falo na minha disciplina. Parece que é um “frete”- perdoem-me a expressão – o que eles vêm para aqui fazer. Sentiram que não tinham oportunidades nas outras áreas, e não estou a dizer que eles não tenham valor, mérito ou qualidade na área profissional… EU - Tu falas desses teus alunos profissionais. O curso em que eles estão qual é? MO – É automação e comando. EU – Pois, educação física faz parte da formação geral. Não é uma formação especifica do profissional… MO – Faz parte da formação geral. EU - E tu, HT3, apanha-los na formação específica. Eles manifestam esta mesma forma de estar, apática? HT3 – Por acaso não tenho muito que dizer, porque já estou com… já acompanho os meus 12 alunos… Eu – É que fui à tua aula no outro dia e aquilo pareceu-me fantástico… Naquelas condições tão precárias, toda a gente a trabalhar! Ele nem era preciso, até se disponibilizou a vir cá fora falar comigo, porque eles não precisavam dele. E isto é o máximo que podemos pensar para uma aula - ela

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decorre sozinha! HT3 – Sim, eu tenho doze alunos, e tirando dois, eu posso ausentar-me um bocadinho. Como aconteceu este ano, em Dezembro, foi-me atribuída mais uma tarefa - pertencer à comissão do estágio e sem tempo para isso. Muitas vezes, para contactar as empresas, tive que abandonar os meus alunos e encostar-me ali à telefonista, na cabine, e estar meia hora a telefonar e os meus alunos estarem sozinhos. EU - Também tu próprio falaste há bocadinho de conseguir mais qualidade, que os próprios cursos profissionais precisavam de mais qualidade. Quando dizes isso, onde está a diferença entre o que há e o que devia haver? HT3 – Para ver isso temos que sair dos limites da Hefesto, porque os jovens que chegam à Hefesto já chegam desprovidos de valores. Mas isso a culpa é da sociedade. Eu dizia há dois ou três anos a um colega aqui da escola, que alguém do ministério da educação e do governo devia pôr um ponto final no processo de ensino. Um ponto final e recomeçar tudo de novo! Coisa que nunca foi feita neste país. E possivelmente muitos pais teriam que regressar aos bancos da escola. Nós também sofremos, às vezes podemos estar a falar dos nossos problemas cá dentro, mas os nossos problemas já vêm de casa… EU – E agora cruzando o que tu disseste com o que disse a HT1 - a escola também tem que se adaptar - e deu o exemplo da escola onde esteve… HT3 – Eu não diria essa adaptação da escola, o acomodarmo-nos àquilo que está mal! Eu – Era isso que eu ia perguntar: a escola tem que se adaptar ou tem que propor uma alternativa? HT3 – Propor. E a autonomia…Atenção eu não sei em termos teóricos, quais são os limites da nossa autonomia! Mas eu acho que também nós neste País acomodamo-nos demais; estamos sempre à espera que nos digam o que temos de fazer; nós devíamos ser mais “atrevidotes”. EU – Tu próprio ainda há bocado disseste que alguém do ministério tinha que pôr um ponto final. É essa lógica de ficar à espera de fora. Então e cá dentro não podemos fazer alguma coisa? HT3 – Exacto, mas isso em termos gerais. Os próprios pais têm de regressar à escola! Mas a escola pode e deve ser um pouco mais “atrevidota” e tomar medidas! EU – “Atrevidota!”Essa palavra é gira! Por isso é que achas que a autoavaliação deve ser por autonomia… HT3 – Exacto. Há dois anos, numa reunião, eu propus deixar alguma coisa em acta no sentido de alguém ter que fazer alguma coisa para melhorar um pouco a indisciplina, a ausência de regras dentro da escola. Era bom que alguém, e esperemos, não sei…às vezes podemos estar a sonhar um bocado, mas seria bom que alguém tomasse um pouco mais de pulso e mudasse a maneira de estar dos alunos. EU – Essa maneira de estar dentro da sala não depende sobretudo da regulação do professor? HT3 – Dentro da sala, ou dentro do limite da escola? Eu sugeria que todos os anos, logo no início do ano lectivo, houvesse um comunicado, pedindo aos alunos, ou sugerindo aos alunos, que se comportassem “assim e assado”, dando umas quantas dicas aos alunos. HT2 - A escola tem que dar resposta a uma faixa da sociedade que não tem esses requisitos morais, de aprendizagem, família, tudo isso. Nós sentimos aqui na escola a falta da família. A escola tem que

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dar resposta àqueles alunos que não têm apetência para seguir os cursos científico/humanísticos. Mas nós não temos meios para isso! Tentamos… Uma das coisa que já se tentou, talvez resultado daquela avaliação interna, é que já faz parte das medidas correctivas que se aplicam aos alunos, ter aulas de formação. EU – Ai é? Formação cívica? HT2 – Formação cívica. Porque segundo o novo estatuto, o aluno vai ter, em termos de indisciplina, vai ter uma participação de ocorrência que nós aplicamos aqui, uma repreensão registada… Mas antes disso a escola está a privilegiar medidas correctivas. As medidas correctivas passam pela formação do aluno, alguém que lhe dê formação nesses valores, ou prestar serviço cívico na escola. Para aprender! É isso que se nota- eles não têm, às vezes não dão porque também não têm. E eu acho que o HT3 está a bater nesse aspecto. Devíamos pensar nisso! Aí a escola devia ser “atrevidota” e avançar nesse aspecto. E aí o director de turma também podia… mas não se faz… EU – Então para vocês directores e turma quais são as vossas maiores preocupações? Pensando que vocês querem ser directores de turma de qualidade, o que é que pauta a vossa acção? O que é que a orienta prioritariamente? HT2 - Prioritariamente, a lei 3 de 2008! EU - E outras, não é? HT2 – Esta devia ser revista! Ocupa-nos muito tempo e nós devíamos fazer muito mais do que isso, que sempre fizemos, e este ano não se fez. EU – Quando tu dizes mais do que isso, é… HT2 – Apoiarmos muito mais os alunos, fixarmo-nos mais nos alunos, no contacto com as famílias… Sair com os alunos… E agora não há espaço para isso, nós não temos tempo para isso! EU – É só ver se estão a cumprir a lei… HT2 – É cumprir a lei, é marcar a falta e em três dias comunicar HT3 pai, é burocracia! HT4 – É o simplex! HT2 - É o simplex. E também é preciso que os computadores funcionem! Isso é outra história! EU – Quando tu dizes isso, e isso é a verdade crua, é evidente que é. Mas não chega, não é só isso que nos orienta, eu sei que não. HT2 – Não… EU - Então vamos lá. HT2 – Não. É por isso que nós não estamos contentes, porque não é essa a nossa missão de professores nem de directores de turma… HT4 – Eu recordo que no 3ºciclo o director de turma tinha, para além da componente não lectiva tinha uma componente lectiva de formação cívica específica com os alunos, que no secundário não existe, e se calhar em virtude daquilo que se tem vindo a observar, poderia ser algo a pensar no futuro para o ensino secundário, especialmente para o caso destes alunos. Não têm que ser necessariamente profissionais, nos cursos científico/humanísticos também existem. Aliás, uma das

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turmas estagiárias também tem bastantes problemas, ou seja esta falta de valores. Mas vem acima de tudo de casa. Cada vez chegam mais crianças à escola, menos responsáveis, mais desresponsabilizados pelos pais. Os pais cada vez permitem mais liberdades que não eram permitidas antigamente: estão até as tantas na net, dormem pouco, vêm televisão… Depois altera o ritmo do ciclo de vida deles, vêm para a escola e fazem tudo menos estar concentrados ou estar a procurar informação para poderem evoluir. Não, estão numa situação… Eu às vezes costumo brincar - também treino e às vezes os miúdos também chegam HT3 treino menos concentrados e eu digo-lhes sempre que o treino não é para consumir é para assumir; eles não vêm para ali para consumir informação, eles vêm para assumir que querem aprender! Vêm treinar, querem aprender. Têm que assumir e não podem consumir. Na escola falta um pouco este conceito, por hábitos que os miúdos… intrínsecos deles, mas acima de tudo porque não lhes são exigidas tarefas fora do âmbito escolar. EU – A questão é que a responsabilidade não é criada lá fora, não é? HT1 – Eu só queria acrescentar uma coisa. O HT4 falou dos pais e por vezes os pais, quando os directores de turma os chamam - não vou falar pessoalmente de mim, são situações que nós conhecemos - quando os directores de turma chamam os pais, os pais desculpabilizam os filhos e parece que quem se importa mais com eles somos nós directores de turma, nós professores. Os pais, quando o director de turma fala de possíveis situações como ele referiu da Internet, para terem cuidado, para verificarem as horas que os filhos dormem ou não dormem, os pais desculpabilizam essas situações. EU – Não dão importância, não percebem o valor… HT1 – E isso na minha opinião é grave, porque essa responsabilidade é dos pais. Eu – Os pais é também uma linha que tenho aqui, mas antes de irmos aos pais, vamos explorar um bocadinho mais isto: vocês enquanto directores de turma, para além da lei que pesa sobre a cabeça de todos, a escola também tem forma de regular a vossa acção enquanto directores de turma… No fundo o papel de director de turma é fundamental. É o que está no interface entre a escola e a família… HT2 – E os outros professores. EU – Exactamente e os outros professores da turma. Há alguma coisa que regule isto? Além da lei com o que é que vocês contam para regular a vossa acção? HT2 – Regular em que aspecto? EU – Regular, ou seja, para se orientarem, se quiseres. Quer dizer, não é cada um a fazer o que lhe apetece, é? Para além da lei, há outras “regras”, não têm que ser “regras”, mas há mais qualquer coisa que vos orienta na vossa acção, que não vos deixa fazer certas coisas e que vos leva a fazer outras… HT2 – É mais o coordenador dos directores de turma… É aí que entra o coordenador. O trabalho de coordenador vai ser… Para já são muitas turmas - trinta e tal, mais vinte e tal, são sessenta e tal turmas. EU – Quando tu dizes quarenta e tal... HT2 – É porque são cursos gerais e humanísticos e vinte e tal são os cursos profissionais. E depois cursos muito diversos que nós não conhecemos. Estou a lembrar-me por exemplo de um curso profissional “PING” que eu não sei o que é.

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HT3 – Profissional de informática… HT2 – Isto para mostrar a diversidade. Isso é um problema. Nós no princípio do ano, coordenadores, estudamos a legislação e actualizamos a legislação e depois damos orientações de acordo com o conselho executivo e com os serviços administrativos, arranjamos material de apoio e fazemos uma reunião, onde damos essas informações e as tais orientações HT3 director de turma. Até para aquele director de turma que nunca foi director de turma, que é a primeira vez. Sei lá! Como trabalha com a parte informática, os contactos que deve ter com os outros professores… Cabe mais HT3 director de turma a parte pedagógica, digamos. Administrativa, cabe um pouco aos serviços administrativos. EU – Vocês sentem aqui nesta escola que nessa parte administrativa vocês não são muito sobrecarregados, é? Porque esse é um dos problemas dos directores de turma hoje, em regra geral… Depois claro que depende das escolas. As escolas podem apostar mais no apoio administrativo HT3 director de turma. É o caso aqui? HT2 – Eu acho que somos muito sobrecarregados nesse aspecto, nós fazemos quase tudo. Nós fazemos tudo: as faltas, lançamos as notas, temos que dar o parecer sobre a anulação das matriculas…O director de turma tem uma carga burocrática que não chegam as horas que estão disponíveis no horário. E nós temos até duas mais três, ou duas mais duas! Mas não chegam, nós trabalhamos muito mais que isso. EU – Têm duas… HT2 – Duas lectivas e duas não lectivas: quatro. Mas não chegam, precisamente pela carga burocrática. Mas antigamente dava, antes desta legislação; agora é que perdemos o tempo no computador, na parte burocrática. Porque se não cumprimos isso à regra, estamos a fugir à lei e há encarregados de educação que vêm - que já vieram! - nesse sentido, porque já tinha passado o prazo e que não foram informados… E nós assumimos! Sim, mas não temos condições para isso. Isso quer dizer, rouba-nos muito tempo para a outra parte pedagógica, disciplinar, de apoio HT3 aluno, de formação. E nós antigamente, de há dois anos para cá, dedicávamos mais tempo a isso e pensávamos mais no aluno e apercebíamo-nos mais se um aluno estava com problemas. EU – Achas que a questão da indisciplina ser maior também pode estar relacionada com isso? HT3 – Não. EU – Não? HT2 – É do que vem de fora. EU – Está bem, mas o que vem de fora vem agora e vinha antes… HT3 – Mas agora vem mais! HT2 – A sociedade mudou! EU – Não mudou em dois anos, tem vindo a mudar… HT2 – Ai nota-se muita diferença! EU – Ai é? Nota-se assim tanto uma diferença? HT2 – Ai sim! Nestes últimos anos!

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HT4 – Em 2004, nos dois primeiros anos que estive aqui - 2004-2006- nunca tinha estado numa escola que me sentisse tão bem. E vinha para cá sem ter aulas, porque simplesmente dava-me gozo estar aqui a trabalhar, falar com as pessoas, estar com os alunos… E daí para cá tem vindo a diminuir a própria… não sei, cada vez mais sinto uma certa estranheza em relação aos próprios alunos, em relação à forma como eles vêm; são mais indiferentes HT3 professor… Ou seja, há quatro ou cinco anos atrás, uma pessoa passava no corredor e facilmente conversava com os alunos e eles cumprimentavam; agora, eles passam por nós, grande parte deles, tem uma atitude mais indiferente… EU – Tentem explicar-me isso. Porquê? HT2 – Porque a sociedade mudou, para pior, porque nós vemos que os alunos cada vez mais não têm família - eles próprios dizem, se ficamos mais um bocadinho! É a ausência de afectos! EU – Mas esta imagem do professor que o HT4 refere, no cumprimentar e deixar de cumprimentar no corredor, isso terá a ver com a imagem projectada? Será que a questão da imagem do professor que acaba por ser socialmente um bocadinho enfraquecida, leva a que os alunos se desliguem? HT4 - Antigamente o nosso papel era muito mais do que estar em aula, ou seja, uma pessoa sentia presença nos miúdos o tempo todo. Actualmente parece que é do tipo: eles entram e durante aquele tempo estão a aprender -ou não!- estão lá efectivamente connosco e parece que depois saem e desligam o “chip”! Eu falo de algumas turmas e vejo pela turma dos estagiários - a forma como eles parece que não se ligam fora do espaço escolar. EU – Menos afectividade, menos humanidade… MO- Há muito menos afectividade! Vão ali, parece que cumprimos esta função porque temos que a cumprir, e depois saímos, ok! Eu noto isso, é a minha perspectiva, sobre algumas turmas e alguns alunos. E a escola vai-me mostrando isso. HT1- Eu noto isso com algumas turmas. Mas, por exemplo com a minha direcção de turma, sinto exactamente o contrário. Talvez por eu ser directora de turma e por lhes ter dito no início do ano que também gostaria de aprender algo com eles e de me mostrar de certa forma preocupada com eles, eles passam por mim e perguntam como é que eu estou. Já com outros alunos eu não sinto isso. EU – Como directora também estabeleceste um laço diferente… HT1 – E tenho pena que a tal hora de formação cívica não exista no secundário; eu já fui directora de turma do básico e é uma hora, apesar de serem apenas 45minutos semanais, é uma hora que permite trabalhar certos aspectos com os alunos. EU – Até só o facto de ser um ponto de encontro… HT1 – Mesmo que não se cumpra aquilo que por vezes está planificado - quando eu estive nessa situação foram planeadas actividades no âmbito da educação sexual - mas mesmo que não se cumpra isso… basta só falar sobre determinados assuntos, basta... EU – Até dos incidentes críticos que vão acontecendo durante a semana entre eles, ou com os professores… HT1 – É pena que no secundário isso não exista. EU – É pena sim…Se calhar a autonomia da escola… Lá está, se for um bocadinho “atrevidota” , se

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calhar arranjar espaço!... HT4 - Vou sentindo isso… Eu como orientador de estágio é diferente de eu ser o professor que está constantemente com eles… estabelece laços muito mais… EU – Tens que partilhar o afecto… HT4 – Exactamente, mas vou notando isso com a própria escola, com o próprio aluno, com a própria sociedade - chegamos ali e já não nos conhecemos e fingimos que já não nos conhecemos…Eu vou notando isto nesse sentido. HT1 - Posso fazer um recuo? Há pouco quando eu falei na escola o ano passado que teve de introduzir cursos profissionais, eu não pretendia dizer que a escola se deve adaptar HT3 meio; é bom que a escola introduza esses cursos, mas a escola não deve transmitir a ideia- e por vezes isso acontece nalgumas escolas- que esses cursos devem ser facilitadores. E há escolas que transmitem essa ideia e por isso os alunos vêm para os cursos profissionais a pensar que não têm de fazer nada. EU - Eu achava que aqui era diferente, que aqui não havia essa ideia de facilidade… HT1 – Eu tenho duas turmas duas turmas do 10º, uma é de cientifico/humanísticos e outra é profissional. E aquilo que eu noto é que, embora os da turma do geral não sejam tão bons como se poderia pensar, eles querem e vão trabalhando; os do profissional, estão na minha aula como estão na educação física. EU – É? É preciso é que o tempo passe… HT1 – Sim. Sempre a olhar para o telemóvel, a ver as horas. EU – Pois, estava eu enganada, porque eu achava que aqui era diferente. HT3 – Na área específica não há esse sentimento! HT4 – Exactamente, na área específica pode ser diferente, e aí é que é a diferença se calhar… HT3 – Mas sabemos que do guarda-chuva vêm indicações nesse sentido! Aliás com as estatísticas o objectivo na verdade é facilitar a vida aos alunos! EU – Sim, as estatísticas de cima, mas nós não estamos a pensar nessas. HT3 – Mas não existe nesta escola esse sentimento; não há essa preocupação em facilitar a vida aos alunos… HT1 – Eu quando falei das escolas não me referi a esta, pelo menos não recebi essa ideia, ninguém me transmitiu essa ideia de que aqui deveria facilitar… Eu – Sim, falaste de uma forma geral. Aqui nunca sentiste pressão para facilitar… HT1 – Aqui não. Mas sei de outras escolas em que essa ideia é transmitida - nos profissionais! EU – Vocês, o que dizem a isto? HT2 – Eu acho que é verdade. Também não sinto pressão para facilitar. Os alunos podem não gostar de haver a tal exigência. Isso pode… um ou outro… não generalizando. Um ou outro sim, mas no geral, ninguém facilita e eles aceitam.

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EU – Essa questão da disciplina, também não é assim tão grave aqui, pois não? HT2 – Penso que não. Se contarmos com os alunos de todos os cursos, em termos percentuais …Nós temos inquéritos e processos disciplinares a decorrer! Mas em termos percentuais, não podemos falar que haja indisciplina. Eu não tenho conhecimento como coordenadora - e isso passa pelos directores de turma- não tenho conhecimento de caso de ameaças de alunos, etc. Não. EU – A própria entrada na escola. Tu que és novinha aqui: quando entras na escola, não notas que há uma diferença em relação à maioria das escolas? No entrar dentro da escola… É que eu noto uma diferença… HT2 - Em que aspecto? Para melhor ou para pior? HT3 – Para pior! EU – Não para pior, de maneira nenhuma! HT1 – Eu sou novinha e além de ser novinha tenho assim uma estatura que… EU – Que dá respeito!... HT1 – Sou muito pequenina e não me sinto mal a entrar na escola… EU – Pois não! O que eu noto é que há uma grande liberdade e HT3 mesmo tempo uma grande ordem… HT1 – Há uma grande concentração de alunos sempre ali à entrada da escola… EU – Sim, nas escadas, eles sentam-se por ali. E não vejo atitudes… HT1 - …incorrectas, incomodativas…Nunca… HT3 – Eu acho incomodativo um pouco…Aquele acumular dos alunos ali. EU – Eu acho bonito. Parecem passarinhos na árvore! HT3 – Não, mas eu já presenciei uma colega, encostada à parede, ela a querer subir e os alunos a descer e ela sempre encostada à parede sem poder fazer nada! HT1 – Isso ali, às vezes há engarrafamento nas escadas, há… HT3 – Às 8H30, a porta aberta e eu a ter que pedir licença para entrar, porque ninguém dava um jeitinho... Eu sou contra essa acumulação, eu exijo um pouco mais de disciplina, um pouco mais de ordem. HT2 – Se recuarmos um bocadinho no tempo, e voltando à ideia do HT4, que para a escola se vinha trabalhar com prazer, passávamos aqui horas a trabalhar e estávamos sempre disponíveis para tudo, aí também havia outra regra nos alunos. Havia educação, não se ouvia uma palavra… Não, há uma degradação. Nós notamos. Quem vem de fora é capaz de não… mas nós notamos, e em relação há uns anos, não muitos…cinco… EU – Cinco?

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HT2 – Está pior, mas também é o reflexo da sociedade, porque uma pessoa também vê que na rua está pior. EU – Vamos aos pais. Vocês já abordaram aí a questão dos pais e eu queria saber se os pais desta escola são presentes…Como é que eles são… HT2 – São ausentes… EU - Não aparecem… Não? HT1 – Eu vou falar por mim: eu tenho tido pouco contacto com os encarregados de educação; basicamente, vêm quando são chamados e mesmo assim não vêm todos. Estou-me a lembrar por exemplo da reunião que houve no início do ano para receber os encarregados de educação e eu tive, se não me falha a memória, 4 encarregados de educação presentes; 4 ou 5. Eu – Num universo de… HT1 – De 20. HT2 – Se nós começarmos por essa reunião do início do ano, nós temos turmas que não têm representante dos encarregados de educação, porque não veio nenhum pai. Portanto eles não vêm de sua livre vontade. É uma minoria. Mesmo com recados não vêm. Se vêm muitas vezes, é porque se telefona - para o móvel! HT1 – E aqueles que vêm, vêm porque estão interessados e até vêm mais de uma vez; às vezes não precisam de ser convocados, eles vêm de livre e espontânea vontade. EU – Mas vocês também não precisam muito deles…É? Todos – Precisamos! EU – Precisam?! Eu estava a provocar! HT3 – Eu tenho uma turma de 12 alunos; conheço os encarregados de educação de um que é do lado de Ceira e outro que é do Padre Américo. Os restantes já são encarregados deles próprios. Eu – Pois, já têm uma idadezinha, já podem ser encarregados de educação deles próprios… HT3 – 18, 19. Há um ou outro que já cá esteve num convívio que se faz com os alunos…. EU – Ai é? Fazem umas festas e convidam os pais? HT3 – Sim, eu já convidei. Um veio e gostou de ter vindo e de conviver connosco. Eu já cá recebi o padre responsável do “Padre Américo” e eu estou à espera que no 3º período ele me faça uma palestra de tecnologia de fé. Estou à espera, já falei com ele… Gostei muito do homem, simpático, falador, muito envolvente. Fiz a proposta, ele aceitou; estou à espera que ele se disponibilize para, lá para meados de Maio… HT2 – Na reunião de avaliação, nós convidamos sempre os representantes dos encarregados de educação a estar presentes na reunião… Eu – De avaliação, não… HT2 – De avaliação, mas na primeira parte eles têm convocatória ??? e nós verificamos

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????????? HT4 – Mas também depende do nível da própria turma, ou seja, eu já tive turmas de ciências, em que o nível de formação dos pais era bastante elevado e o dos miúdos também, e houve de facto sempre uma grande preocupação com a turma. Depende também do nível da turma… EU – Tu com a experiência da Assembleia e tu do Pedagógico, em termos dos pais organizados, em termos de associação, como é a intervenção na Escola? Que percepção é que vocês têm? São activos ou são passivos? HT2 – Nós temos uma representante na Associação de Pais no Pedagógico que é muito interventiva. Colabora muito. HT3 - Ela esteve também na Assembleia. EU – A mesma? HT3 - Há dois anos. Mas no ano passado não sei. EU - Mas no pedagógico é só um? HT2 – No pedagógico é o representante da associação de pais. EU – Mas a maior parte das escolas tem mais do que um elemento. E na Assembleia tinham que ser mais de certeza, não podia ser só uma pessoa… HT3 - Lembro-me de termos dois; houve uma reunião que tivemos duas pessoas. EU – Então agora os alunos. Nós já andámos aqui à volta dos alunos e de eles estarem diferentes, menos alinhados com a lógica da escola. Mas em termos da palavra deles, da voz deles, como é? Nós estamos a falar da autoavaliação da escola, onde é suposto que todos sejam ouvidos. Nós já sabemos que os resultados da autoavaliação não foram ainda canalizados, pelo menos no vosso conhecimento. Mas em termos da voz dos alunos, mesmo sem pensar no dispositivo, vocês têm a sensação que eles são ouvidos ou não? São tidas em conta ou não, as suas opiniões? HT2 – Acho que eles… Eles têm uma Associação de Estudantes, não é? Eles na Associação de Estudantes têm iniciativas… HT4 – Organiza alguns torneios também…Mas não sei até que ponto são assim tão activos. Também mudou um bocadinho. Antigamente, a eleição para a associação de estudantes era feita, se não me engano, no início do segundo período. Até haver o processo eleitoral, até haver o vencedor… depois até HT3 final do ano era muito curto e praticamente não se fazia nada. Sei que nestes dois últimos anos as eleições têm sido feitas no 1º período. Mas o que eu verifico é que cada associação de estudantes faz o mesmo que a outra fazia anteriormente, ou seja, não faz nada de diferente; pelo menos em termos de actividades. Agora não sei até que ponto é que eles colaboram com o próprio conselho executivo e com a escola na melhoria das coisas. Sei que no ano anterior, a lista que venceu, pelo menos eles tiveram preocupações relativamente HT3 estatuto do aluno do ensino não superior, porque uma aluna fazia parte e eu lembro-me que elas fizeram uma reunião e tiveram que faltar à aula para debater isto… Mas o que é que saiu daí sinceramente não sei. Mas sei que essa associação do ano anterior teve preocupação, pelo menos, de tomar uma posição relativamente a esse estatuto. EU – Por princípio vocês todos concordam que eles são uma voz importante, sendo ainda por cima alunos mais velhos…

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HT2 – Assim a usem! EU - Então e para finalizar, em termos de dispositivo, deste dispositivo da escola, vocês têm algumas sugestões, de alguma coisa que achassem que podia melhorar, ou acham que assim está muito bem? O tipo de instrumentos que é usado… HT2 – A formação cívica. EU – Ah!, sim, mas eu estou a falar em termos de autoavaliação da escola. Voltei HT3 dispositivo. Não sei se o vosso conhecimento de como é que as coisas funcionam vos dá segurança para poder fazer uma apreciação da qualidade deste dispositivo, mas mesmo assim gostaria de ter a vossa opinião - se acham que está bem ou se podia ser de outra forma, se podia melhorar… Se é uma coisa que devia continuar… HT4 – Acho que se calhar é excessivamente democrático. EU - Achas que é excessivamente democrático? HT4 – Sim, porque nós quando temos tarefas dentro de uma organização, tarefas específicas, sobre a qual nos é exigido bastante, se nos é posto à consideração, por exemplo este conceito de autoavaliação interna com aquele princípio democrático… se calhar os outros até participam!…Mas eu vou estabelecer outras prioridades e não vou participar, porque não há nenhum incómodo em relação a isso, porque é demasiado democrático… E a minha participação acaba por ser um bocado como nas eleições europeias - eu voto se me apetecer. E acho que nesse sentido devíamos ter uma evolução da própria organização; esse modelo não pode ser excessivamente democrático, não pode ser afixado, porque depois depende de cada um, cada um estabelece as suas prioridades … EU – Então o ouvir toda a gente não é significativo, porque a voz de toda a gente não tem qualidade, é isso? HT4 - Não é nesse sentido… EU - Porque é assim que parece, é assim que fica das tuas palavras… HT1 – Não, a existir avaliação interna da escola, todos devem ser chamados a participar. HT4 – Sim, não deve ser liberdade do professor participar ou não participar. EU – Ah!!! HT4 – É o que me transmite as coisas que estão afixadas: dá-me a sensação que é uma participação voluntária… É nesse sentido. EU – E vocês não acham que deviam saber um pouquinho mais do processo? Quem são as pessoas, o que fazem, quais são os aspectos…Vocês próprios fizeram aqui reflexões interessantes sobre a qualidade e de alguns aspectos em que põem a hipótese que tivesse melhorado por causa da avaliação, mas também não sabem… Não é? HT3 – Nós ficamos demasiado na nossa obrigatoriedade: dar a aula, preparar a aula, motivar os alunos, fazer com que no final do período os alunos tenham um bom aproveitamento, não é? Preencher papeis e este ano foi uma sobrecarga de burocracia, enfim… E depois fica o alguém que faça. Desde que eu faça o meu trabalho da maneira possível… a caminhar para o excelente, não é? Eu tento dar as minhas aulas da melhor maneira. .. Eu costumo dizer: primeiro vou cativar os meus

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alunos, para que eles tenham prazer de estar na minha sala de aula; depois dou a matéria, tento cativá-los. Se eu fizer com que eles venham mais vezes à escola, se fizer com que eles tenham sucesso no final do ano, eu ganho, eles ganham, a escola ganha. Logo depreendo que alguém HT3 avaliar terá isso em conta. Talvez seja um pequeno trocadilho… Talvez eu deva participar uma pouco mais… Talvez, mas até hoje… EU – Talvez… E será que o processo devia puxar mais a participação das pessoas? O HT4 chega a falar em obrigar as pessoas a participar. HT2 – Solicitar! EU – Solicitar. HT4 - Estamos a chegar àquela história dos “comandos” que tiveram de ir não sei para onde, que eram voluntários à força. Ou seja, eram voluntários, mas se não fossem deixavam de pertencer àquela elite. É assim: não estamos aqui a discutir questões mais filosóficas da liberdade, mas tem que existir sempre essa obrigatoriedade, senão a própria condição humana leva-me a um estado de… HT2 – Laxismo… HT4 – Exactamente! EU – O interessante é que essa obrigatoriedade viesse de dentro, não era? HT4 – Ela existe, só que ela está orientada para outros campos que são prioritários, mais do que o próprio modelo organizacional da própria escola. Não sei se me faço entender… EU – Fazes! HT4 – Se calhar podíamos participar mais, acho que é comum de todos. É assim: todos tentamos desempenhar o melhor e cada tarefa que nos é exigida é bastante sobrecarregada, ou seja, nós fazemos muito mais do que o horário exige, todos sabem, e se nós pudermos dispensar dois minutos a não pensar na escola, fazemos. Eu prefiro passar dois minutos a reflectir possivelmente sobre outros campos da minha vida, do que estar agora a pensar dois minutos sobre o modelo de organização ou de autoavaliação da própria escola, porque já tenho tantas coisas em que pensar dentro da própria escola, que eu prefiro também, um bocadinho, a outra parte. É nesse sentido que essa obrigatoriedade tem que existir porque senão caímos sempre naquela “talvez o HT3 faça por mim” e eu posso concentrar a minha atenção noutras coisas. Até porque nós sabemos que há uma comissão, para cada assunto há uma comissão… Porque até seria muito interessante saber - porque eu lembro-me desses cartazes no ano anterior que diziam “ participem”- era interessante perguntar à comissão quantas sugestões houve da parte de quase trezentos professores! EU – Pois, era interessante era que vocês soubessem isso! HT4 – Eu não participei. Isto é, eu participei no preenchimento do inquérito, mas depois os dados que resultaram daí não me chegaram… Não sei se foi erro meu não ir HT3 encontro deles, como é obvio. Não quero pôr as culpas nos outros; se calhar o erro é meu que não fui HT3 encontro deles… HT2 - Também falta a motivação para muita coisa! HT4 – Se calhar até houve sugestões e foram interessantes… EU – Se calhar até foram, se calhar até alguém analisou isso, se calhar até existe um relatório com propostas… A questão é que depois não houve a disseminação, não chegou a este grupo de pessoas

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que aqui está … HT2 – Não me quero culpabilizar nesse aspecto… EU – Não quero que vocês se culpabilizem! Era o que mais faltava! HT2 – Não estou motivada, pronto. EU – Sim, HT2, mas quando o HT4 diz “obrigado”, não é obrigado no sentido normativo, ou seja, era isso entrar dentro das competências normais de uma pessoa. Tu como coordenadora teres que analisar um determinado relatório, vamos supor, e depois transmitires as conclusões desse relatório às pessoas que coordenas. Isso de facto não aconteceu. Vamos assumir que não aconteceu. E vocês quando falam na participação, ele é um dos aspectos que podia ter melhorado, não é? Depois vocês falam do projecto educativo, que existe um rumo, mas também não sabem se este dispositivo está dirigido a avaliar esse rumo do projecto educativo, pois não?... Esta autoavaliação era para quê? HT3 – Para analisar o projecto educativo, não é? EU – Estás tu convencido… HT3 - Para melhorar a eficácia interna… EU – A eficácia interna… HT3 - Em termos de procedimentos, processos… EU – Em termos de procedimentos e processos, sim. E a parte pedagógica? Têm noção… HT3 – Não. EU – Essa aí não; continuará entregue aos processos normais, habituais, que a escola já tinha? Vocês sentiram alguma diferença na vossa prática real enquanto professores e directores de turma? Sentiram alguma diferença na vossa prática, com a introdução deste dispositivo? HT3 – Não. EU – Houve alguma regra nova… A única coisa que falaram foi dos inquéritos que tiveram de distribuir, foi? HT2 – Foi. EU- Podemos supor que a regulação da parte pedagógica continua tal como estava… HT3 – Que eu saiba, sim. HT2 – Pois, no Conselho de Turma, nos Departamentos… EU – Vou terminar com uma pergunta pateta: onde é que se regula mais, onde é que há mais poder de influência, de decisão não digo, mas de influência - no departamento ou junto do conselho de turma? Onde é que as propostas terão mais força? HT3 – No Conselho de Turma. HT2 – Sim, no Conselho de Turma…

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EU – Em termos reais da regulação da prática educativa, evidentemente. HT3 – Talvez seja tendencioso, porque eu tenho um conselho e temos uma reunião semanal. EU – E aí claramente regulam-se as coisas… HT3 – Exacto! Semanalmente definimos estratégias, mudando aquela coisinha que está menos arranjada, digamos. É o segundo, terceiro ano que estamos a viver essa situação. HT2 – Não… EU – Já estás na dúvida, HT2… HT4 – Eu acabo por ter que concordar com o HT3, ou seja, a forma como o ensino é regulado, ou seja, a nível de departamento não há uma preocupação… existe uma organização de trabalho, mas não uma preocupação pelo desenvolvimento desse trabalho. Esse desenvolvimento de trabalho é verificado HT3 nível do conselho de turma. EU – E HT3 nível do conselho de turma, o papel do director de turma é decisivo… HT4 – Fundamental, fundamental! HT2 – Pode não ser na reunião do Conselho de Turma, mas naquele encontro nos intervalos com os colegas de turma, não é? Às vezes decide-se muita coisa. EU – Portanto, vocês sentem-se mais dos vossos conselhos de turma do que dos vossos departamentos… HT2 – O departamento também, a nível pedagógico, didáctico, porque há sempre troca de experiências. HT4- Se calhar o Departamento HT3 nível de decisões… HT2 – São coisas diferentes!... HT4 - Aquelas decisões macro, sobre estruturas e organizações é o Departamento; HT3 nível de turma acaba por ser o conselho de turma e o director de turma… HT2 – O aproveitamento de cada aluno, a regularidade…HT3 nível do dia-a-dia é o Conselho de Turma… EU - Então e vocês como directores de turma têm algum instrumento, instrumento mesmo de avaliação da acção do director de turma, no final do ano? HT2 – No final do ano temos um relatório... HT4 – Cada director de turma faz um relatório. HT2 - Existe ainda um inquérito onde se avalia o coordenador de disciplina… EU – Essa já é uma novidade do dispositivo? HT2 – Não sei, mas o ano passado já fizemos isso. Fomos HT3 gabinete de línguas, preencher a

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avaliação da nossa coordenadora. EU - Mas então há o relatório do DT. Tem uma estrutura uniforme? HT2 – Sim, básica; depois cada professor faz à sua maneira. Tem observações… EU - E esse relatório foca a acção do director de turma, mas depois isso é cruzado com os resultados dos alunos da turma? HT2 – É. Os alunos preenchem todos os finais de período uma ficha de auto avaliação em relação às varias disciplinas e o director de turma fica com a posse desses dados, que depois são tratados na reunião do conselho de turma. E depois pode fazer o cruzamento de dados. O director de turma HT3 fazer o seu relatório… EU – Não têm nada em que os alunos avaliem os professores? HT3 – Faz-se… HT2 - Está implícito! EU - Na autoavaliação tem lá aspectos relacionados com o processo de aprendizagem… HT2 – Sim, motivação para a disciplina, por exemplo… EU – Essa autoavaliação de que falas não é a autoavaliação em termos académicos, paralela aquela que fazemos… HT2 - Sucesso e insucesso do aluno - deve ter esses factores! EU - Muitas vezes diz-se auto avaliação, quando é o aluno a dizer: “eu na participação sou satisfaz”… HT2 – Isso é outra coisa. Em cada disciplina, no final do período, o aluno faz autoavaliação e propõe a classificação. EU - Tu dizes que esta outra se faz… HT2 - Cada director de turma, em todos os finais de período, entrega aos seus alunos, eles preenchem os vários itens que tem, se tiveram sucesso ou insucesso e outros parâmetros… Que me lembre agora é motivação para a disciplina, assiduidade, sugestões até para melhorar o meu desempenho… EU – Mas isso não é anónimo… HT2 - Não, não. EU – As questões que queria colocar, já focámos; agora vocês podem ter outras coisas a dizer, que achem que ficaram perdidas na conversa, que vocês gostariam de salientar… HT3 – Eu fiz um click! Sei que futuramente terei que estar atento aos resultados dos inquéritos, das avaliações que serão feitas… Eu – Tiveste um click? HT3 – Sim, após a nossa conversa! Isto é, tive um despertar. Não é que eu andasse adormecido, mas

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tenho relegado para segundo plano essa preocupação e futuramente vou estar mais atento. Eu – Não queria fazer mais perguntas, mas vou fazer mais esta. Vocês já pensaram que esta questão da autoavaliação da escola se cruza, apesar de não sabermos o futuro da nossa avaliação de desempenho, mas como estão as coisas agora ela vai cruzar-se com a vossa avaliação pessoal. Já deram conta, não já? Portanto, há uma parte organizacional da nossa avaliação que tem de ser a escola a avaliar, porque há a componente da participação do professor no plano de actividades; depois temos a questão da avaliação da escola - para haver uma avaliação externa tem de haver uma autoavaliação; a nota da avaliação externa tem influência na cota de “excelentes” e “muito bons” - tudo isto acaba por se cruzar. Se calhar não podemos andar adormecidos; temos mesmo que tomar conta um bocadinho melhor do que estamos a fazer. E as escolas têm autonomia para fazerem como querem e esta fez desta maneira. É preciso pensar no que estamos a fazer, todos, e não delegar competências, por mais confiança que tenhamos nas pessoas. Há uma parte técnica, claro, que não temos de estar nós a fazer, tem que haver alguém que faça. Mas depois temos de estar alerta e não só neste ponto de vista egoísta que eu agora fui buscar. Há outras questões: o que é que nós queremos da escola? HT3 – Nós podemos fazer uma escola mais participativa! EU – Pois, vocês já disseram isso há bocadinho, que a questão da participação era importante… HT3 – Devíamos ter uma maior ligação com a sociedade civil, uma coisa mais intensa. Eu até aproveitaria para… Ainda há dias dizia: eu gostava… A década de 60 para mim foi a melhor época que eu vivi. Eu gostava que houvesse… Eu gostava que a Hefesto…Eu fiz uma proposta destas à Ema: eu gostava que a Escola, num ano escolhesse um tema - Vamos falar da década de 60! EU – Revivalistas! Não, temos é que pensar no futuro, para a frente!

HT3 – Não, mais para motivar! Não é só para reviver o passado, não! Dinamizar o pessoal, fazer com que o pessoal se interesse por alguma coisa. Eu na medida do possível, no plano de actividades, eu faço visitas de estudo, promovo palestras específicas, não é? Mas nisso estamos limitados! Doze na minha turma, mais uns quantos professores, mais duas ou três turmas… Às vezes é preciso arranjar um tema aglutinador. EU – Estás a falar do plano de actividades. O plano de actividades é feito como? Com propostas soltas? HT2 - Propostas de cada departamento. EU - E das turmas? HT3 – E das turmas. EU - Há alguém que coordene essa gestão de actividades? HT2 - Há uma equipa que coordena. EU - E que avalia, se calhar também, não? HT4 - Sim, sim. Há sempre uma autoavaliação das actividades, quer da parte dos professores, quer da parte dos alunos participantes. EU - Essa equipa de professores, vocês sabem que são? Que têm a coordenação e avaliação das actividades? Vocês conhecem?

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HT2 - Eu sei quem está a lançar a parte informática. HT3 – Eu sei que o Mário bicho recebe os relatórios. EU – Não é esse tem também a avaliação dos alunos? HT3 – É. EU - Tu como coordenadora não tens responsabilidade nisso, na análise de dados? Das avaliações dos alunos, dos resultados dos alunos? HT2 – Da classificação? EU – Sim. HT2 - Nós temos conhecimento disso por disciplina, nas nossas reuniões de departamento, logo a seguir. EU - Sim, e o tratamento dos dados quem faz? HT2 - Há uma equipa. Depois os dados vão a Pedagógico, onde se analisa. E depois vão aos departamentos, onde analisamos por turma.

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