etnografia: uma virada crÍtica nos estudos culturais observaÇÃo participativa e notas de campo

13
ETNOGRAFIA: UMA VIRADA CRÍTICA NOS ESTUDOS CULTURAIS OBSERVAÇÃO PARTICIPATIVA E NOTAS DE CAMPO

Upload: agatha-rodarte

Post on 07-Apr-2016

216 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: ETNOGRAFIA: UMA VIRADA CRÍTICA NOS ESTUDOS CULTURAIS OBSERVAÇÃO PARTICIPATIVA E NOTAS DE CAMPO

ETNOGRAFIA: UMA VIRADA CRÍTICA NOS ESTUDOS CULTURAIS

OBSERVAÇÃO PARTICIPATIVA E NOTAS DE CAMPO

Page 2: ETNOGRAFIA: UMA VIRADA CRÍTICA NOS ESTUDOS CULTURAIS OBSERVAÇÃO PARTICIPATIVA E NOTAS DE CAMPO

O que é estudos culturais? Humanidades Crítica

TEORIA CRÍTICA

TEORIA CRÍTICA (SOCIOLOGIA) IDEOLOGIACRÍTICA LITERÁRIA (LITERATURA) IDEOLOGIA

whereby it is used and applied as an umbrella term that can describe a theory founded upon critique; thus, the theorist Max Horkheimer described a theory as critical insofar as it seeks "to liberate human beings from the circumstances that enslave them."

Cultura Modo de produção capitalista

Rayomond Williams e Richard Hoggart insistem que as “raízes” dos estudos culturais são longas e relacionados ao século XIX (modernização industrial).

INÍCIO:Cultura InglesaRevolução Industrial Inglaterra Cultura das classes trabalhadoras

PESQUISA CULTURAL E CRÍTICA CULTURAL

Page 3: ETNOGRAFIA: UMA VIRADA CRÍTICA NOS ESTUDOS CULTURAIS OBSERVAÇÃO PARTICIPATIVA E NOTAS DE CAMPO

Estudos Culturais Revolução Industrial Inglaterra (*tecnologia, Giddens) Mudanças globais Everyday Life

Estudos Culturais Raymond Williams: Experiência entre o ser e os estados de consciência/inconsciência

Estudos Culturais Sentido cultura membros de uma sociedade particular/experiências

Stuart Hall (1980) - Grandes paradigmas dos estudos culturais:

CULTURALISMO X ESTRUTURALISMO

Culturalismo: Com base na observação das sociedades arcaicas, os culturalistas destacam a influência preponderante da cultura na personalidade dos indivíduos.

ESTRUTURALISMO SAUSSURE LINGUÍSTICA Lévi-Strauss Antropologia:

Semelhança e oposição

Page 4: ETNOGRAFIA: UMA VIRADA CRÍTICA NOS ESTUDOS CULTURAIS OBSERVAÇÃO PARTICIPATIVA E NOTAS DE CAMPO

Estudos Culturais Incorporação do estruturalismo (natureza da ordem social , estrutura lógica

sentido) nos Estudos culturais Marxismo Althusser Ideologia (diferente da concepção consciência falsa, mas sim imaginário das relações dos seres humanos a respeito de suas reais condições de existência) Inconsciente (psicanálise) ABSTRAÇÃO

OUTRO PARADÍGMA NOS ESTUDOS CULTURAIS STUART HALL (1980) ESTRUTURALISMO ESTRUTURAS DE DOMINAÇÃO

COM MAIOR LÓGICA HISTORICAMENTE EMBASADA NAS EXPERIÊNCIAS DA VIDA COTIDIANA DOS MEMBROS DA SOCIEDADE.

OBS: Esses paradigmas também encontram-se nos trabalhos de Marx e do marxista Gramsci.

Page 5: ETNOGRAFIA: UMA VIRADA CRÍTICA NOS ESTUDOS CULTURAIS OBSERVAÇÃO PARTICIPATIVA E NOTAS DE CAMPO

TURN? VIRADA NOS ESTUDOS CULTURAIS Mix

VIRADA (ETNOGRÁFIA) – Escola de Chicago – Socio-interacionismoDeve-se ao fato de a etnografia ter se transformado não apenas em uma área de estudo, mas em um processo contínuo de engajamento crítico com a nossa própria atuação no mundo. Estudos culturais Culturalismo Subjetividade Etnografia :Instâncias particulares de fazer sentido nas experiências vividas dentro de uma orientação interpretativa holística e de senso comum em relação ao conhecimento LOCAL.Etnografia instrumento contra o reducionismo teórico: ideia de que explicações ou teorias antigas não são geralmente substituídas por novas, e sim as novas teorias são refinamentos ou reduções mais detalhadas das antigas. * Ex: de reducionismo teórico: Modernidade vs. Pós-modernidade (citar Bauman)/ Estruturalismo vs. Pós-estruturalismo

Page 6: ETNOGRAFIA: UMA VIRADA CRÍTICA NOS ESTUDOS CULTURAIS OBSERVAÇÃO PARTICIPATIVA E NOTAS DE CAMPO

Mais uma virada Estudos culturais Pós-estruturalismo, pós-modernismo, feminismo e

pós-colonialismo Fragmentação teórica e multiplicação de trajetórias de engajamento.

ÊNFASE VIRADA LINGUÍSTICA

Page 7: ETNOGRAFIA: UMA VIRADA CRÍTICA NOS ESTUDOS CULTURAIS OBSERVAÇÃO PARTICIPATIVA E NOTAS DE CAMPO

VIRADA NOS ESTUDOS LINGUÍSTICOS

ESTUDOS CULTURAIS INFLUÊNCIA Roland Barthes - semiologia.Mythologies (by Barthes [1957]1993) – É considerado um livro clássico nos estudos Culturais e é um exemplo da virada linguística;Mythologies Baseia-se na premissa estruturalista de que tudo, incluindo a gramática, foi fundamentado e guiado por estruturas universais. Posteriormente o próprio Barthes sugeriu que eles eram um PROCESSO HISTÓRICO DE PRODUÇÃO. Nessa perspectiva ele percebeu que não é o autor do texto que influencia o seu significado, mas o leitor (até então, o fato de a cultura poder ser estudada como um texto, não era comum nos estudos culturais). Essa visão influenciou a noção de que o texto poderia ter diferentes leituras. QUEBRA COM A OBJETIVIDADE

Page 8: ETNOGRAFIA: UMA VIRADA CRÍTICA NOS ESTUDOS CULTURAIS OBSERVAÇÃO PARTICIPATIVA E NOTAS DE CAMPO

ESTRUTURALISMO VS. PÓS-ESTRUTURALISMO ESTRUTURALISMO Vs. PÓS-ESTRUTURALISMO Desconstruction (Derridá ([1967]1974) Não há categorias

universais (Objetividade – subjetividade) – foco no leitor e não no autor. Cada gramática e cada língua estão em um processo para serem desfeitas, mas o processo nunca está pronto porque ele trabalha contra si.

Desconstruction x superação??

Virada para o discursoEstudos sociais Práticas sociais discurso construção das subjetividades, embora os autores sejam irrelevantes em oposição ao texto objetivo.MODERNISMO – (Ciência objetiva)/ESTRUTURALISMO(Sentido universal – autor – objetividade) PÓS-MODERNISMO(construção das subjetividades apesar de os autores serem irrelevantes)/PÓS-ESTRUTURALISMO Ciência subjetiva).Essa nova relação teve detrimentos (dificuldade de união) para os estudos culturais em relação à aceitação da teoria marxista aplicada ao estruturalismo. Nessa perspectiva a cultura não é apenas um epiphenomenum de uma ideologia dominante, a não ser um “sítio” de resistência.Exemplo PUNK: Explicação de o que motiva a resistência. Esse é um caso de etnografia marxista apenas se a motivação fosse relacionada às lutas de classe.

Page 9: ETNOGRAFIA: UMA VIRADA CRÍTICA NOS ESTUDOS CULTURAIS OBSERVAÇÃO PARTICIPATIVA E NOTAS DE CAMPO

FEMINISMO

1980 Estudos culturais feminismo O feminismo nos estudos culturais trouxe também outras discussões: aspectos da cultura popular. FEMINISM0 FRAGMENTAÇÃO DAS AGENDAS POLÍTICAS PLURAL

Page 10: ETNOGRAFIA: UMA VIRADA CRÍTICA NOS ESTUDOS CULTURAIS OBSERVAÇÃO PARTICIPATIVA E NOTAS DE CAMPO

O PROBLEMA DA REPRESENTAÇÃO

O problema crucial com o movimento contra o sujeito universalizado de classe, em favor de uma autonomia radical da diferença, é que isso torna-se um processo sem fim. Qualquer diferença tem um potencial para tornar-se um sítio de lutas e um momento de SUBJECTIFICATION. Essa noção, assim como o conceito de diversidade, resulta na dissolução da diferença. Se todas as diferenças são iguais, então todas as diferenças são as mesmas.

Como a diversidade, a diferença é fundamentada no sentido de identidade: para a diferença ser atualizada, tudo o que requer é a identificação de um elemento que foi englobado por outra categoria. Assim, essa noção de diferença é derivada da identificação de uma “essência” particular que fundamenta a sua identidade. Nessa perspectiva, a infinita diferenciação de identidades (em categorias de temas) é altamente insatisfatória (engajamento político de classe, gênero... ).

Page 11: ETNOGRAFIA: UMA VIRADA CRÍTICA NOS ESTUDOS CULTURAIS OBSERVAÇÃO PARTICIPATIVA E NOTAS DE CAMPO

O PROBLEMA DAS REPRESENTAÇÕES“Etnography is the writing of difference”.

Essa problemática das representações das diferenças também é problemática em relação à etnografia Observação participante.

A linguagem da etnografia é a linguagem da representação. Representação refere-se à relação simbólica e social, em momentos distintos ou iguais. Nesse sentido, a representação significa “falar por alguém”, como nas representações políticas e também “levantar-se para” e “tomar o lugar de”.

CONTAMINAÇÃO PELO DISCURSO E PELAS FERRAMENTAS DO PESQUISADOR EM RELAÇÃO ÀS SUAS PRÓPRIAS CONSTRUÇÕES. PRESENÇANessa perspectiva, sempre permanece uma diferença que não é derivada de uma identidade. Ou seja, diferença é mais do que diversidade. Ex: FEMINISMO.

O etnógrafo representa adequadamente o seu/sua sujeito na escrita?A sua escrita consegue representar o que realmente está ocorrendo em campo?

Page 12: ETNOGRAFIA: UMA VIRADA CRÍTICA NOS ESTUDOS CULTURAIS OBSERVAÇÃO PARTICIPATIVA E NOTAS DE CAMPO

Observação participante e notas de campoNomenclatura: notas de campo, diário... estilo pessoal concepções diferentes de cada pesquisador Geertz:Etnográfo: Inscriber Explorer Quase-insiderInscription transcription textualization translation

Notas de campo (forma de representação) Dissertação/Tese Representação

Notas de campo (re)constituem o mundo em formas preservadas que podem ser revisadas, estudadas várias vezes.

É um processo de construção diário

Page 13: ETNOGRAFIA: UMA VIRADA CRÍTICA NOS ESTUDOS CULTURAIS OBSERVAÇÃO PARTICIPATIVA E NOTAS DE CAMPO

Observação participante e notas de campo Etnógrafos Separação de sentimentos e descrição dos outros Múltiplas vozes ao texto final Etnógrafo

Sobre o que escrever?Escolhas em tempo real.

PESQUISADOR: INSIDE OUTSIDE

O trabalho muda de acordo com o olhar dado pelo pesquisador. Notas de campo Forma final?Notas de campo Processo em formação?