etica geral

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Ética MÓDULO I – ÉTICA Site: Instituto Legislativo Brasileiro - ILB Curso: Ética e Administração Pública - Turma 05 Livro: Ética Impresso por: Adriel da Rocha Data: segunda, 23 junho 2014, 12:45

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livro sobre etica geral

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  • tica

    MDULO I TICA

    Site: Instituto Legislativo Brasileiro - ILB

    Curso: tica e Administrao Pblica - Turma 05

    Livro: tica

    Impresso por: Adriel da Rocha

    Data: segunda, 23 junho 2014, 12:45

  • Sumrio

    Mdulo I tica

    Unidade 1 - Importncia do estudo, histrico e conceituaoPg. 2 - Importncia do estudo da tica

    Pg. 3 - As razes da ticaPg. 4 - Importncia do estudo, histrico e conceituaoPg. 5 - Fundadores da tica

    Pg. 6 - Conceitos formais e informaisPg. 7 Sntese dos Conceitos

    Unidade 2 - tica x MoralPg. 2 - Diferenciando tica e Moral

    Exerccios de Fixao - Mdulo I

  • Mdulo I tica

    Ao final deste Mdulo, voc conhecer um pouco do histrico da tica e sua conceituao, e ser capaz de

    diferenciar tica e Moral.

  • Unidade 1 - Importncia do estudo, histrico e conceituao

    Nesta unidade, abordaremos os seguintes pontos:

    importncia do estudo da tica;

    as razes da tica; e

    conceitos formais e informais.

  • Pg. 2 - Importncia do estudo da tica

    Observe com ateno as seguintes imagens.

    Hiroshima,

    Japo, anos 40

    Vietn, anos

    60

    frica, anos 80

    Brasil, ainda hoje

    Voc ainda tem dvidas sobre a importncia do estudo e da prtica da tica?

    Ns tambm no. Portanto, prossigamos no curso.

  • Pg. 3 - As razes da tica

    Por favor no estou sendo tico ao utilizar o papel A4 do rgo onde trabalho para imprimir as fotos

    da minha ltima festa de aniversrio?

    Por que fere a tica dizer que minha uma ideia nova que foi desenvolvida por outro servidor pblico

    que atua no meu setor?

    E ainda: quando algum liga e peo ao meu colega de trabalho para dizer que no estou: uma

    atitude tica?

    Como se pode perceber, as questes ticas esto at nas mais simples aes humanas e nas mais corriqueiras atividades profissionais.

    tica: nas duas ltimas dcadas, no Brasil, temos cada vez mais nos familiarizado com essa palavra, at ento quase uma ilustre

    desconhecida, estudada s nas universidades, e em apenas alguns cursos. Era, com frequncia, acompanhada de termos filosficos, porque

    entendia-se que a tica vinha da Filosofia, e nela, principalmente nela, deveria ser estudada.

    Por isso, costumvamos ouvir, e ainda ouvimos, que a tica surge com os gregos, notadamente com a trinca Scrates, Plato e Aristteles,

    a partir do Sculo IV a.C.

    Mas ter sido assim mesmo?

  • Pg. 4 - Importncia do estudo, histrico e conceituao

    Dizer que a tica surgiu no perodo ureo da antiga filosofia grega um pouco simplista.

    Na verdade, desde que o ser humano se reconheceu como racional e viu no outro um semelhante seu, a questo tica surgiu. A

    preocupao com o pensar e agir de modo coerente e de forma a preservar a vida est na prpria humanidade.

    Evitando, porm, nos alongarmos nessa discusso, lembremos que, antes dos gregos, havia culturas milenares, do mdio e extremo orientes,

    portadoras de grande sabedoria, que j consideravam as questes ticas em seu relacionamento social.

    Exemplos podemos encontrar, entre outras, nas civilizaes egpcia, hindu, chinesa e judaica.

    No antigo Egito, civilizao de mais de 6.000 anos,

    as atividades profissionais revestiam-se de carter

    tico em todas as suas manifestaes, mesmo

    porque eram intrinsecamente ligadas s crenas e

    ritos religiosos.

    Os rituais da civilizao egpcia, tais como a

    mumificao dos corpos e o colossal erguimento de

    pirmides, demonstravam o reconhecimento da

    importncia e do significado da vida como fora

    csmica.

    Os chineses, tambm h milnios, bem como os

    hindus, mantinham sua tica baseada na

    cosmologia, na interao entre tudo o que existe

    e, por isso mesmo, na integrao do indivduo ao

    todo.

    Essa viso de mundo conduz a profundas

    implicaes ticas, tanto em relao vida em

    sociedade quanto simbiose homem-natureza.

    No Ocidente, a tradio judaico-crist, tambm de raiz

    oriental, foi a que mais influenciou nossa formao tica.

    O Antigo Testamento apresenta extenso repertrio de leis e

    mandamentos (inclusive o Livro das Leis e os Dez

    Mandamentos registrados por Moiss).

    Os ensinamentos cristos, estes baseados na vida de Jesus,

    moldaram eticamente, em especial, a Europa e as Amricas.

    Se o ser humano, muito antes do perodo clssico grego, j se preocupava com as questes ticas, cabe, ento, repetir a pergunta e

    formular outra:

    Por que se atribui a Scrates, Plato e Aristteles o surgimento da tica? E o que isso interessa Administrao Pblica?

    A primeira ser respondida a seguir. Quanto segunda pergunta, ser abordada um pouco mais adiante, mas j interessante refletirmos

    sobre as implicaes.

  • Pg. 5 - Fundadores da tica

    Consider-los como legtimos pais fundadores da tica justificado, principalmente porque, pela abordagem das questes humanas sob

    uma forma radicalmente mais racional do que a de seus antecessores, eles foram determinantes para a separao entre Religio e Filosofia.

    Assim, abordada j sob o ponto de vista filosfico, a tica descola-se das amarras religiosas, ditadas pelos deuses de ento, e vista como

    decorrente da racionalidade do ser humano.

    Scrates o primeiro dos trs a aplicar a razo para chegar s

    questes ticas, tais como: existe algo que pode ser considerado Bem

    e o seu contrrio, chamado de Mal? Podemos discernir no mundo e nas

    atitudes aquilo que Justia daquilo que Injustia? Podemos chamar

    de Belo aquilo cuja essncia tica e equilbrio nos encanta, comove e

    ilumina, e considerar Feio o inverso?

    E o principal: somos capazes de, efetivamente, agir dentro dos

    princpios de Verdade, Beleza e Justia?

    A aplicao da tica na vida foi talvez a maior contribuio daquele filsofo. Tanto que, injustamente julgado e condenado morte, os

    amigos e discpulos ofereceram-se para subornar os guardas e garantir-lhe a liberdade em outras terras, mas Scrates, ento, declara que

    no aceita, visto que contrariaria a Verdade.

    Pois bem, Scrates foi mestre de Plato, e este, professor de Aristteles. Da por que as preocupaes ticas foram sendo

    progressivamente estudadas.

    Observe a imagem esquerda.

    Ela reproduz parte do famoso quadro Escola de Atenas, de Rafael Sanzio.

    Na obra, vemos ao centro os filsofos Plato (com manto vermelho) e Aristteles (manto azul).

    Como veremos a seguir, o quadro apresenta algumas importantes referncias que nos levam ao tema

    deste curso: a tica.

    Agora, veja um detalhe da cena anterior.

    Voc consegue perceber que, com a mo esquerda, Plato segura um livro?

    O filsofo traz o Timeu, um dos seus famosos dilogos, cujo tema central a Justia.

    Com a mo direita, ele aponta para cima, indicando que essa justia, e portanto a tica, pode ser

    encontrada em estado puro somente no mundo das ideias.

  • Plato defendia que o homem alcanava a excelncia, quando

    permanentemente buscava o belo, o nobre, o justo.

    As implicaes ticas so, portanto, bastante claras.

    Em contrapartida, Aristteles ( direita), com a mo esticada

    horizontalmente, representa a viso mais focada no mundo fsico

    e no humano.

    Da por que ele - possvel ver no detalhe - segura um de seus

    escritos, a tica. Ele considerado o fundador da disciplina tica

    como um dos ramos da Filosofia.

    Verdade, justia, bondade e honestidade foram temas recorrentes e aprofundados pelos gregos clssicos.

    Portanto, embora no sejam os primeiros a tratar de tica, seguramente os trs filsofos contriburam para seu estudo, importncia e

    aplicao vida individual e em sociedade.

    A seguir veremos como tais conceitos evoluram.

  • Pg. 6 - Conceitos formais e informais

    Existem inmeros conceitos para tica, de acordo com abordagens mais ou menos acadmicas.

    Vamos ver alguns?

    Existem os de tipo erudito:

    "O todo da tica integrado pela Deontologia [deveres] e pela Diceologia [direitos]."

    (Paulo L. Netto lobo)

    Outros, um tanto simples e bem humorados:

    "Por que o indivduo seria honesto no escuro?"

    (Niklas Luhmann)

    Ainda h os que vo raiz do termo:

    "tica termos a coragem de sermos o que realmente somos"

    (victor D. Sallis)

    E, claro, os dicionarizados. Examinemos os verbetes dos dois mais difundidos dicionrios brasileiros:

    Conceito de tica, Dicionrio Aurlio Sculo XXI

    [Do lat. ethica < gr. ethik.]

    Estudo dos juzos de apreciao referentes conduta humana

    suscetvel de qualificao do ponto de vista do bem e do mal,

    seja relativamente a determinada sociedade, seja de modo

    absoluto.

    Conceito de tica, Dicionrio Houaiss

    1 parte da filosofia responsvel pela investigao dos

    princpios que motivam, distorcem, disciplinam ou orientam o

    comportamento humano, refletindo esp. a respeito da

  • essncia das normas, valores, prescries e exortaes

    presentes em qualquer realidade social

    2 conjunto de regras e preceitos de ordem valorativa e moral

    de um indivduo, de um grupo social ou de uma sociedade

    Que tal conhecermos tambm a definio sob a tica de um cientista poltico renomado?

    Para Norberto Bobbio, tica a atribuio [subjetiva]

    de valor ou importncia a pessoas, condies e

    comportamentos e, sob tal dimenso, estabelecida

    uma noo especfica de Bem a ser alcanado em

    determinadas realidades concretas, sejam as

    institucionais ou sejam as histricas.

  • Pg. 7 Sntese dos Conceitos

    Vamos propor uma sntese dos conceitos apresentados.

    .

    Simplificando, poderamos dizer que tica o estudo da conduta humana, ou a busca da conduta humana voltada para o bem e para o

    correto.

    E, mais que o estudo simplesmente, a incorporao dos valores ticos decorrentes desse estudo, que devero passar a integrar a conduta

    do indivduo e, por extenso, das sociedades.

    Mas o conceito e a prtica do bem e do correto no diferem de uma pessoa para outra? De uma nao para outra? De um momento

    histrico para outro?

    Sim. Por isso, h que se estabelecer uma distino entre tica e Moral.

    o que faremos a seguir. Mas antes, leia o box abaixo.

    Digenes de Abdera, o cnico, era um filsofo-mendigo que

    viveu na Grcia antiga por volta do sculo IV A.C. Diz-se

    que, ao invs de casa, morava num barril e contestava

    com ironia o modus vivendi e a pretensa sabedoria dos

    cidados atenienses, bem como a corrupo da poca.

    Conta-se com uma de suas peripcias, que ele costumava

    sair com uma lanterna em pleno dia, com ar muito srio e

    investigativo. Aos passantes que lhe perguntavam o que

    procurava, ele respondia com gravidade:

    - Um homem honesto. Procuro por um homem honesto.

    E seguia resoluto, olhando pelos cantos e tambm

    iluminando bem de perto o rosto dos cidados gregos.

  • Unidade 2 - tica x Moral

    Nesta unidade, vamos estabelecer a distino entre os dois

    conceitos, de forma a prosseguir nossos estudos com maior

    segurana quanto ao uso destas expresses.

  • Pg. 2 - Diferenciando tica e Moral

    Muito se discute sobre o que difere tica e Moral.

    De certa forma, a palavra tica tem sido usada com frequncia em lugar de Moral, uma vez que esta ltima adquiriu para muitos um sentido

    pejorativo, ligado a moralidade e moralismo.

    Respeitadas as opinies divergentes, podemos estabelecer, numa sntese razovel e simples, as principais diferenas entre elas.

    TICA MORAL

    Princpios Costumes

    Adquirida pela reflexo Adquirida no meio em que se vive

    Imutvel (ou mais resistente

    mudana)

    Mutvel (ou mais aberta

    mudana)

    Valores Prticas

    Imposta pelo indivduo a si mesmo Imposta pela sociedade

    Mais abrangente que a Moral Decorrente da tica

    Universal Cultural

    O quadro acima demonstra que existem diferenas entre ambas, mas que tambm h interdependncia.

    Pode-se, por exemplo, colocar a tica em prtica pela via da Moral.

    Quer um exemplo?

    Temos toda uma legislao para prevenir e punir crimes contra a vida ou seja, a legislao (de ordem moral) est reforando e

    colocando em prtica um princpio tico (a vida o maior valor humano).

  • Exerccios de Fixao - Mdulo I

    Parabns! Voc chegou ao final do primeiro Mdulo de estudo do curso tica e Administrao Pblica.

    Como parte do processo de aprendizagem, sugerimos que voc faa uma releitura do mesmo e responda aos Exerccios de Fixao, que o

    resultado no influenciar na sua nota final, mas servir como oportunidade de avaliar o seu domnio do contedo. Lembramos ainda que a

    plataforma de ensino faz a correo imediata das suas respostas!

    Para ter acesso aos Exerccios de Fixao, clique aqui.