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CONCEITOS DE ÉTICA ÉTICA PRÁTICA: BIOÉTICA

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CONCEITOS DE ÉTICAÉTICA PRÁTICA:

BIOÉTICA

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1. Lei de Ouro (Golden Rule)

Uma das normas morais mais importantes que surgiram na história da humanidade é chamada Lei de Ouro (golden rule). Esta norma surge em diferentes épocas e culturas, e não apenas na tradição judaico -cristã, como muitas vezes é afirmado. A sua redação algumas vezes tem uma abordagem beneficente, de fazer o bem, outras vezes não-maleficente, de evitar o mal. Todas, contudo, têm o mesmo objetivo: preservar a dignidade da pessoa humana.

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Confúcio (551 aC - 489 aC)"Aquilo que não desejas para ti, também não o faças às outras pessoas."

Rabi Hillel (60 aC - 10 dC)"Não faças aos outros o que não queres que te façam."Rabi Hillel, Shabbat 31a

Jesus Cristo (c30 dC)"Tudo o que vocês quiserem que as pessoas façam a vocês, façam-no também a elas."Mateus 7,12 e Lucas 6,31

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Há duas abordagens básicas em ética:

● O Conseqüencialismo diz que devemos fazer tudo o que maximize as boas conseqüências. Não importa em si que tipo de coisa fazemos.

● O não-Conseqüencialismo diz que alguns tipos de ação (tal como matar um inocente) são errados em si mesmos, e não apenas porque acarretam más conseqüências.

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2. Conseqüencialismo

O Conseqüencialismo diz que temos apenas um dever básico – fazer aquilo que tiver as melhores conseqüências.

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Utilitarismo Clássico

Devemos fazer qualquer coisa que maximize o equilíbrio do prazer sobre a dor para todos os afetados por nossa ação.

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O Utilitarismo clássico diz que devemos sempre fazer aquilo que maximize o equilíbrio do prazer sobre a dor para todos os afetados por nossa ação.

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Para aplicar o utilitarismo diretamente, faço três coisas:(1) Calculo minhas opções. Talvez eu possa fazer A ou B.(2) Estimo as prováveis conseqüências prazerosas e dolorosas de cada opção para as partes afetadas. Talvez A faz-me um pouco mais feliz, mas faria outros dois muito infelizes.(3) Decido qual opção maximiza o equilíbrio do prazer sobre a dor. Essa opção é meu dever.

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 Opções → A BTom +1 -3Dick -3 +1Harry +4 +5Total +2 +3

Esses passos exigem pensar bastante. O passo (2) é difícil, visto que envolve tentar descobrir as conseqüências futuras de nossas ações. Ainda que jamais possamos ter certeza a respeito disso, podemos basear nossos juízos em estimativas melhores ou piores. O passo (3) pode ser difícil também, visto que envolve adicionar benefícios e danos. Alguns utilitaristas falam como se pudéssemos expressar prazer e dor em unidades numéricas. Se tal coisa fosse possível, então poderíamos somar os números, usando números positivos para o prazer e negativos para a dor, e chegaríamos ao total mais alto:

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Conseqüencialismos O Conseqüencialismo é a concepção geral de que devemos fazer o que quer que seja que maximize as boas conseqüências.

O Conseqüencialismo vem em vários sabores.

Estes diferem no que diz respeito a maximizar os bons resultados para nós mesmos apenas (egoísmo) ou para todos os afetados por nossa ação (utilitarismo) – e em relação a avaliar as conseqüências somente em termos de prazer e dor (hedonismo) ou em termos de uma variedade de bens (pluralismo).

Primeiro, devemos maximizar o bem de quem?Devemos fazer aquilo que tem melhores conseqüências para:Nós mesmos (egoísmo);Nosso grupo (família, cidade, nação ou raça...)Todos os seres humanos; ouTodos os seres sensientes (utilitarismo)?

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Uma segunda questão é como aferir o valor das conseqüências.

Uma é o hedonismo, o qual sustenta que somente o prazer é intrinsecamente bom (bom em si, abstraindo-se outras conseqüências) e somente a dor é intrinsecamente ruim. No hedonismo, algo é bom à medida que:● É agradável em si;● Produz prazer futuro; ou● Evita dor futura.

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Nem todos os utilitaristas avaliam as conseqüências por meio de prazer e dor. Alguns dizem que devemos maximizar:

O que quer que as pessoas desejem em si (visão preferencial); ou

Muitas coisas, como conhecimento, virtude e prazer (pluralismo).

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3. Dever

A necessidade objetiva de uma ação por obrigação se denomina dever. Kant I. Fundamentos da metafísica dos costumes. Rio de Janeiro: Tecnoprint, sd:91.

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O legislador supremo da moralidade é a razão humana. 

A moral kantiana baseia-se num princípio formalista : o que interessa na moralidade de um ato é o respeito à própria lei moral, e não os interesses, fins ou conseqüências do próprio ato. Uma boa vontade, guiada pela razão age em função de um imperativo categórico (dever ). 

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Kant começa por afirmar que a única coisa que merece a denominação de bom é a boa vontade. Só a boa vontade fundamenta o valor moral de uma ação. Uma boa vontade é definida como uma vontade pura, sem qualquer determinação ou influência sensível. É uma vontade desinteressada. (não-conseqüencialismo)

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O dever é uma necessidade interna de realizar uma dada ação apenas por respeito à lei moral (lei prática). O dever liberta o homem das determinações a que está submetido, substitui a necessidade natural.

O dever impõe ao homem a limitação dos seus desejos e obriga-o a respeitar as leis morais da razão. 

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A natureza atua segundo leis, o homem segundo a idéia de lei.

As máximas ou leis impõe-se à razão como regras de ação imperativas.

Uma máxima é uma regra de ação subjetiva que o indivíduo estabelece para si próprio, como por exemplo: "Diz sempre a verdade". Uma Lei moral tem, pelo contrário uma validade universal idêntica às leis que regem a natureza.    

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A lei moral é assumida como algo absoluto, não pode ser obedecia sob condições. É um dever que decorre da razão e só nela tem o seu fundamento.

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Qual a origem da lei moral ?

 a) Nasce diretamente da própria razão. Não é uma lei imposta do exterior, mas da própria constituição do homem como um ser inteligível. O homem como ser racional é o único ser que determina o seu fim. É esta dimensão que o distingue da natureza da qual faz parte na sua dimensão corpórea.

b) Não contém nenhum elemento empírico (sensível).  A Lei moral é independente de todos os fins ou motivos.

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A lei moral apresenta-se pois, como um Imperativo Categórico que ordena uma ação como objetivamente necessária por si mesma, sem qualquer relação com qualquer outra finalidade. É uma exigência interior da razão. As ações só são moralmente boas se satisfazem os critérios formais do imperativo categórico. Tem que ser constituídas de uma forma que possam ser válidas para todos os seres humanos. 

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Fórmulas da lei moral: 

"Age apenas segundo uma máxima tal que possas ao mesmo tempo querer que ela se torne lei universal".

"Age como os princípios da tua ação devessem ser erigidos pela tua vontade em lei universal da natureza".

"Age de tal modo que trates a humanidade, tanto na tua pessoa como na do outro, sempre como um fim e nunca como um meio."

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Como Kant percebeu, os juízos propriamente morais devem assentar-se na "propriedade que tem a vontade de ser uma lei para si mesma. (...) Tornar-se moralmente adulto é aprender a usar sentenças de "dever" na concepção de que elas só podem ser verificadas pela referência a um padrão ou conjunto de princípios que, por nossa própria decisão, aceitamos e tornamos nosso. (...) os juízos morais proporcionam razões para agir de uma forma em vez de outra. E entendo que mostrar isso é um dos propósitos principais da investigação ética. Hare RM. A linguagem da Moral. São Paulo: Martins Fontes, 1996:210.

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4. Akrasia,

ou "fraqueza de vontade", é o problema apresentado por uma pessoa que pensa, ou professa pensar, que deve fazer algo, mas não o faz. Aristóteles. Ética a Nicômacos. Brasília: Edunb, 1992.