etapa determinação

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. Então, vamos entender melhor as atividades para o desenvolvimento desse trabalho? Boa leitura! Caro professor, Bem-vindo à terceira etapa do SuperAção Já!, a Determinação! Nas etapas anteriores, você convidou seus alunos a serem leitores protagonistas e antenados, dentro e fora da escola. Eles exercitaram a autonomia escolhendo os títulos que querem ler, aprendendo a ler a partir de suas preferências e, também, puderam praticar algumas estratégias de compreensão leitora antes, durante e depois da leitura, seja nas atividades voltadas à prática de leitura livre, seja nas atividades estruturantes da Hora do Desafio. Além disso, os estudantes foram estimulados por você para se motivarem e se dedicarem ao trabalho colaborativo em duplas e em quartetos e a algumas práticas de organização para os estudos, desenvolvendo dessa forma habilidades cognitivas e não cognitivas, como a comunicação (oralidade), colaboração, autoconfiança e auto-organização para aprender. Para dar continuidade a esses aprendizados, este Roteiro traz mais atividades para aprimorar o desenvolvimento da autonomia e do prazer de ler com gosto e compreensão. Você, professor protagonista, está ensinando muito mais do que leitura: por meio do seu exemplo, exigência, acolhimento, motivação, dedicação e determinação, está ensinando seus alunos a aprender a ser, conviver, conhecer e fazer na escola e na vida. Outubro/ Novembro Agosto/Setembro Março/Abril Maio/Junho Quando Superação Determinação Motivação Dedicação Etapas Roteiro da etapa Superação (5ª série/6º ano) Roteiro da etapa Determinação (5ª série/6º ano) Roteiro da etapa Motivação (5ª série/6º ano) Roteiro da etapa Dedicação (5ª série/6º ano) Roteiros Nas etapas anteriores, seus alunos foram convidados a serem estudantes e protagonistas leitores, e a se dedicarem à leitura para valer. Nesta etapa, eles aprenderão o valor da determinação, ou seja, do esforço para perseverar e não desistir perante os desafios que enfrentam na leitura, no trabalho colaborativo, na comunicação com seus pares, na organização para os estudos e na autoconfiança. Os conteúdos específicos trabalhados são: prática de leitura livre, formulação e validação de hipóteses e construção de inferências a partir do contexto das narrativas. Objetivo SUPERAÇÃO Já! ETAPA DETERMINAção Escola de Tempo Integral Hora da Leitura

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Superação Jovem

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Page 1: Etapa determinação

. Então, vamos entender melhor as atividades para o desenvolvimento desse trabalho?

Boa leitura!

Caro professor, Bem-vindo à terceira etapa do SuperAção Já!, a Determinação! Nas etapas anteriores, você convidou seus alunos a serem leitores protagonistas e antenados, dentro e fora da escola. Eles exercitaram a autonomia escolhendo os títulos que querem ler, aprendendo a ler a partir de suas preferências e, também, puderam praticar algumas estratégias de compreensão leitora antes, durante e depois da leitura, seja nas atividades voltadas à prática de leitura livre, seja nas atividades estruturantes da Hora do Desafio. Além disso, os estudantes foram estimulados por você para se motivarem e se dedicarem ao trabalho colaborativo em duplas e em quartetos e a algumas práticas de organização para os estudos, desenvolvendo dessa forma habilidades cognitivas e não cognitivas, como a comunicação (oralidade), colaboração, autoconfiança e auto-organização para aprender. Para dar continuidade a esses aprendizados, este Roteiro traz mais atividades para aprimorar o desenvolvimento da autonomia e do prazer de ler com gosto e compreensão. Você, professor protagonista, está ensinando muito mais do que leitura: por meio do seu exemplo, exigência, acolhimento, motivação, dedicação e determinação, está ensinando seus alunos a aprender a ser, conviver, conhecer e fazer na escola e na vida.

Outubro/ Novembro

Agosto/Setembro

Março/Abril

Maio/Junho

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Superação (5ª série/6º ano)

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Nas etapas anteriores, seus alunos foram convidados a serem estudantes e protagonistas leitores, e a se dedicarem à leitura para valer. Nesta etapa, eles aprenderão o valor da determinação, ou seja, do esforço para perseverar e não desistir perante os desafios que enfrentam na leitura, no trabalho colaborativo, na comunicação com seus pares, na organização para os estudos e na autoconfiança.

Os conteúdos específicos trabalhados são: prática de leitura livre, formulação e validação de hipóteses e construção de inferências a partir do contexto das narrativas.

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SUPERAÇÃO Já! ETAPA DETERMINAção

Escola de Tempo Integral Hora da Leitura

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© Instituto Ayrton Senna 2012 Roteiro da Etapa Determinação – SuperAção Já! – 5ª série (6º ano) 2

O que faz a diferença para aprender?

Faz parte da natureza do trabalho docente refletir constantemente sobre quais ações impactam a aprendizagem dos alunos. Assim, a pergunta do título acima reforça a preocupação de professores e de lideranças escolares: o que acontece em sala de aula que faz a diferença no aprendizado dos alunos? Uma pesquisa recente1 revelou um pressuposto para a construção de um ambiente escolar baseado no clima de aprendizagem positivo e colaborativo: “quando os professores veem o ensino eficaz como uma competência que pode ser adquirida, este sentimento de autoeficácia pode ajudá-los a analisar e resolver melhor os problemas.”2 Ou seja, quando o professor se vê, também, como protagonista e um agente de mudança, reconhece algumas ferramentas de transformação que estão sob sua responsabilidade na sala de aula. O trabalho docente envolve a reflexão e o estudo constante de práticas pedagógicas e o desejo de desenvolver novas competências profissionais. Assim, o ensino eficaz é uma competência que pode ser adquirida, sendo uma dimensão a ser almejada e alcançada no trabalho cotidiano do professor. Um ensino eficaz envolve uma aula bem estruturada, a criação de um ambiente de aprendizagem positivo (onde falar e ouvir são habilidades em constante construção entre professores e alunos) e a adoção de atividades desafiadoras e que exijam o protagonismo dos alunos. O ensino eficaz é composto pelo exercício pelo professor da seguinte tríade: Aula estruturada Uma aula bem planejada e executada – onde os alunos sabem o que estão aprendendo e onde precisam chegar, e em que o professor dedica presença e entusiasmo para transmitir com clareza os conhecimentos previstos – é um bom começo para favorecer o aprendizado de alunos, especialmente aqueles com maiores déficits de aprendizagem ou menos favorecidos socialmente. Para realizar uma aula ou oficina estruturada, o professor:

1. Comunica-se com clareza e intencionalidade (faz explicações e orientações com começo meio e fim, sabe ouvir e ensina os estudantes como fazê-los; explicita os objetivos das atividades e envolve os alunos com eles);

1 Creating Effective Teaching and Learning Environments: First Results from TALIS, 2009.

2 Criação de Ambientes Eficazes para o Ensino e Aprendizagem: Primeiros Resultados do TALIS, p.2. Disponível em:

http://www.oecd.org/dataoecd/18/39/43021685.pdf

Reflexão 1

1

Ensino eficaz

2 Atividades desafiantes

1 Aula estruturada

3 Ensino centrado no aluno

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© Instituto Ayrton Senna 2012 Roteiro da Etapa Determinação – SuperAção Já! – 5ª série (6º ano) 3

2. Checa constantemente a compreensão dos alunos ao longo da aula, na leitura de um texto ou durante a resolução de um problema de convívio (por meio de perguntas que exigem mais do que a simples repetição do que foi ensinado e do estímulo ao debate);

3. Monitora de perto o envolvimento, a participação e a aprendizagem dos alunos nas duplas e quartetos (tendo clareza das competências que quer promover e método de registro);

4. Estabelece boas relações com e entre os estudantes, baseadas na abertura, no respeito e no compromisso com o desenvolvimento dos alunos;

5. Busca identificar seus segredos de sucesso para compartilhar com os colegas. Registre aqui quais são suas dicas para dar uma oficina bem estruturada: ________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

Atividades desafiantes A escolha por atividades desafiantes, que provoquem os alunos a mobilizarem seus conhecimentos prévios e identificarem o que ainda não sabem, que demande e estimule a troca de conhecimentos e de estratégias de pensamento entre os alunos, e que os façam buscar ativamente o conhecimento que ainda não têm são fundamentais para que o ensino eficaz aconteça. Atividades de leitura que não ofereçem ferramentas estimulantes para que os estudantes experimentem situações de prática de leitura colaborativa, nas quais aprendem com seus pares, ou que não ensinam estratégias de controle da leitura a fim de promover a compreensão e autonomia crescente como leitor, se mostram insuficientes para o aprendizado efetivo, pois não estimulam que os alunos exercitem estratégias de compreensão requeridas para que se desenvolvam como leitores e se aprimorem ao longo da vida. Ensinar apenas estratégias simples, como identificar informações no texto não oferece base para a formação de leitores proeficientes. No SuperAção Já! apresentamos uma série de atividades para estimular o protagonismo leitor dos estudantes antes, durante e depois da leitura. Ensinar estratégias de compreensão como: ativar o conhecimento prévio relevante, estabelecer os objetivos da leitura, elaborar inferências, selecionar informações específicas e relacioná-las, argumentar, resumir etc., são fundamentais para

a formação do leitor. Por isso, a importância em se trabalhar com atividades complexas que ofereçam “andaimes” para um nível mais elevado de aprendizagem que mobilizem e mantenham o envolvimento dos alunos. Trabalhar com atividades desafiantes costuma ser uma aprendizagem nova para o professor, mas extremamente necessária, em especial, para a formação de adolescentes e jovens. Registre aqui um desafio e/ou conquista nesse sentido para que possa compartilhá-las com seus colegas nas reuniões pedagógicas: _____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

2

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Ensino centrado no aluno A concepção de ensino que coloca o aluno em seu centro considera que tão ou mais importante que o conteúdo a ser ensinado é a forma como os alunos são envolvidos no aprendizado. Atualmente, há cada vez mais consenso na necessidade de as escolas oferecerem um ensino centrado no aluno. A metodologia do SuperAção Já! fundamenta-se na formação de estudantes protagonistas e gestores de sua própria aprendizagem, combinando os interesses de leitura dos alunos e a utilização de estratégias de compreensão leitora. Além disso, existe uma forte aposta na capacidade de os estudantes aprenderem com seus pares (duplas e quartetos) colaborativamente e com menor dependência em relação ao professor. Para tanto, são estimulados a assumir o controle de sua educação por meio de diferentes estratégias de aprendizagem (tanto em relação à auto-organização para os estudos quanto à leitura de textos diversos ou à resolução de problemas de convívio ou de ordem produtiva) que proporcionam aos alunos a confiança em suas próprias capacidades para aprender, superando dificuldades pessoais com a leitura e despertando a vontade para aprender cada vez mais e melhor. Além disso, você já sabe que a proposta do SuperAção Já! compreende o desenvolvimento de habilidades cognitivas e não cognitivas fundamentais para o desenvolvimento integral dos estudantes. Por isso, antes de começar a trabalhar com as atividades propostas nessa terceira etapa, relembre o quadro abaixo e, no caso de dúvida ou do desejo de se aprofundar, releia a “Reflexão 3 - Competências e Habilidades”, que está no Roteiro da Etapa Motivação – 5ª série (6º ano), página 6.

Observe em sua prática diária se as características do ensino centrado no aluno estão presentes e registre aqui para compartilhar nas reuniões pedagógicas como os alunos estão reagindo ao convite de serem os protagonistas de sua aprendizagem. ______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

FORMAÇÃO PARA

Autonomia (Habilidades

para fazer escolhas)

Colaboração

(Habilidades de convívio)

Gestão (Habilidades de

gestão)

Leitura

(Habilidades de pensamento)

HABILIDADE

Autoconfiança: favorece a autonomia dos estudantes.

Colaboração e Comunicação: favorece a colaboração entre os estudantes e com o

professor.

Autogestão: favorece a administração do tempo e das tarefas escolares.

Leitura: favorece a capacidade de ler por prazer e o uso de estratégias de leitura na escola e na vida.

Aprender a SER (Competências pessoais)

Aprender a CONVIVER

(Competências relacionais)

Aprender a FAZER (Competências produtivas)

Aprender a CONHECER

(Competências cognitivas)

DIMENSÃO

3

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Ler construindo sentidos: a importância da interlocução

O ato de ler implica em descobrir e conhecer o mundo. Com ele, desenvolvemos o processo de atribuir sentido às coisas. Basta pensarmos nos inúmeros textos que encontramos no dia-a-dia, enquanto caminhamos: vemos pichações nos muros, nomes de ruas nas placas das esquinas, anúncios de lojas, números das casas, cartazes... Na verdade, quase sem perceber, caminhamos por um universo de signos, ou de símbolos, ou ainda, de sinais. O sentido das coisas nos vem principalmente por meio do olhar: a leitura, compreensão e a interpretação desses múltiplos signos que enxergamos, desde os mais corriqueiros - como os nomes de ruas - até os mais complexos - como uma poesia com metáforas e imagens, cujo sentido muitas vezes demoramos a decifrar. No poema abaixo, de Paulo Leminski, percebe-se o quanto é essencial para o ser humano buscar significados, tanto para os mistérios do nosso mundo interior, quanto para as coisas e fenômenos do mundo exterior: Ler é, ao mesmo tempo, distanciar-se daquilo que está sendo proposto para se apropriar do que está escondido nas entrelinhas de um texto. É assim, pela descoberta dos sentidos e pela atribuição de outros sentidos, que a leitura se torna criativa e produtiva. Do contrário, a leitura será apenas o mero assistir a um desfile de letras, palavras e frases vazias, diante de olhos passivos e sonolentos. Por isso, a finalidade básica das práticas de leitura na escola é ler para compreender os textos. Para instigar e esmerar a compreensão leitora e a participação crítica dos alunos no mundo da escrita é necessário realizar um trabalho de intermediação cognitiva entre textos e leitores, construindo sentidos a partir da interlocução. A você cabe, então, ensinar a ler com compreensão. Como? Praticando leitura e o diálogo em sala de aula, refletindo sobre o texto e respeitando as vivências trazidas, pois as palavras assumem sentido em contextos e não abstratamente. O texto - especialmente o literário - é de natureza incompleta e a apreensão de seu sentido se completa no espaço discursivo criado pelos interlocutores. É importante:

Escutar as opiniões dos alunos sobre os textos;

Sistematizar as ideias geradas para aprender com elas;

Fornecer significados que os leitores, em função de limitações, não conseguiram destacar.

Reflexão 2

Buscando o sentido O sentido, acho, é a entidade mais misteriosa do universo. Relação, não coisa, entre a consciência, a vivência e as coisas e os eventos. O sentido dos gestos. O sentido dos produtos. O sentido do ato de existir. Me recuso a viver num mundo sem sentido. Estes anseios/ensaios são incursões conceptuais em busca do sentido. Pois isso é próprio da natureza do sentido: ele não existe nas coisas, tem que ser buscado, numa busca que é sua própria fundação. Só buscar o sentido faz, realmente, sentido. Tirando isso, não tem sentido.

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Nesse processo de enriquecimento mútuo, a leitura deixa de ser mera repetição de significados institucionalizados e petrificados, para se constituir em dinâmica viva, produtiva e democrática. Os sentidos do texto não são propriedades privadas do autor ou leitor: são resultados da troca de linguagem. No livro Estratégias de Leitura, Isabel Solé resume bem essa ideia:

“(...) o significado que um escrito tem para o leitor não é uma tradução ou réplica do significado que o autor quis lhe dar, mas uma construção que envolve o texto, os conhecimentos prévios do leitor que aborda os seus objetivos.” (Solé, 1998, p.22)

Isso requer movimentos dinâmicos entre os textos e as experiências de vida dos leitores e vice-versa. Na ausência desses movimentos, a leitura perde vitalidade e dificilmente se encarna na vida de uma pessoa. Ler com compreensão é ampliar horizontes e a leitura de textos literários tem papel fundamental na formação do leitor: ela é capaz de provocar quem lê, colocá-lo no jogo do autor (este escolhe as peças, dá as regras e monta o texto), possibilitar combinações de sentidos e a elaboração de novos textos. O professor deve fomentar o diálogo dos alunos com o texto: observar como leem, abrir espaço para que verbalizem experiências e reflitam sobre elas, ajudá-los a perceber acertos e equívocos das diferentes construções de sentido. Ao invés de impor um único sentido, mostrar possibilidades de refinar a leitura, de estabelecer outros sentidos, de compreender contextos e particularidades da língua.3 As atividades propostas na Hora do Desafio são exemplos concretos de ações pedagógicas que possibilitam este exercício. Ao promover a leitura de textos previamente selecionados e conceder espaço para o exercício da leitura livre, é dada oportunidade para que os estudantes aprendam a conferir sentido a eles, utilizem estratégias de leitores proficientes e se apropriem da Língua Portuguesa de uma maneira especial, cultivando e aperfeiçoando o gosto pela palavra. E, certamente, aprenderão a falar e a escrever com mais precisão, riqueza e profundidade.

“... se ensinarmos um aluno a ler compreensivamente e a aprender a partir da leitura, estamos fazendo com que ele aprenda a aprender, isto é, com que ele possa aprender de forma autônoma em uma multiplicidade de situações.” (idem, p.47)

Uso de perguntas na sala de aula: uma estratégia de metacognição e aprendizagem

A estratégia que vamos explorar ao longo das atividades da Etapa Determinação é a elaboração de perguntas que estimulem os alunos a aprender. Se o processo de ensino envolve três componentes - o professor, os alunos e o conteúdo de estudo – a utilização de perguntas durante

3 Para uma leitura mais aprofundada sobre este assunto, leia a entrevista com Sírio Possenti em

http://www.presencapedagogica.com.br/capa6/entrevistas/40.pdf

Reflexão 3

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uma aula (ou um projeto de estudos) se torna uma estratégia poderosa de mediação que amplifica a aprendizagem e ensina o aluno a ler, ouvir e pensar melhor. Por isso, devemos estar atentos a duas questões. Primeiro, busque problematizar os conteúdos a serem aprendidos com seus alunos, ou seja, não faça perguntas e já dê as respostas prontas. E, segundo, construa bem o tipo de pergunta a ser feita em sala de aula. Perguntas mal formuladas ou que apresentem baixos desafios tendem a desestimular o raciocínio. Dessa forma, os alunos respondem automaticamente ou “chutam” as respostas sem tentar realmente pensar. Então, é realmente importante que você reflita sobre como utiliza a estratégia de “fazer perguntas” em seu cotidiano como professor. Ao construir uma pergunta, você estrutura os conhecimentos e as informações para que seus alunos deem o próximo passo? Outro ponto fundamental: procure dar sequência às respostas dadas pelos alunos, demonstrando a eles que o ato de perguntar não deve ser encarado como uma tarefa a ser considerada correta ou incorreta, mas que serve como o início de uma conversa que tem continuidade porque os parceiros do diálogo têm coisas importantes a compartilhar e aprender juntos. Em muitas situações o professor perde a oportunidade de promover o aprofundamento de alguma questão, de levar mais adiante uma oportunidade de reflexão, enfim, de promover a aprendizagem porque deixa de fazer uma intervenção, não valoriza as contribuições dos alunos e não possibilita a continuidade do diálogo. Se o aluno percebe que existe a intenção e a abertura para o diálogo, há grandes possibilidades de considerar importante a sua participação nele. A seguir, apresentamos dois grupos de perguntas a serem desenvolvidas em sala de aula.

1. Perguntas básicas

As perguntas deste tipo são utilizadas para dirigir a atenção dos alunos para determinada informação específica ou para recordar o que foi estudado. Portanto, o objetivo delas é indicar a você e aos próprios estudantes se o essencial foi aprendido: as informações, os conceitos e os procedimentos de determinado assunto. Exemplos de perguntas básicas:

Principais desafios do professor ao elaborar perguntas As perguntas feitas em sala de aula devem possuir uma finalidade clara: levar à compreensão e à aprendizagem do que está sendo estudado. Portanto, as perguntas devem: -Apresentar alguma complexidade. As perguntas formuladas não devem levar a respostas simplistas, como “sim”, “não”, “certo” ou “errado”. Uma boa pergunta é aquela que exige raciocínio e não apenas o mero conhecimento de determinadas informações. -Ser desafiadora. Faça perguntas que estimulem a curiosidade dos alunos, levando-os a fazer outras perguntas durante a aula ou oficina. Os desafios devem aumentar a motivação deles, bem como o controle interno de sua própria aprendizagem. - Suscitar o diálogo. Elabore questões que possibilitem a interação do grupo, abrindo polêmicas e/ou instigando os alunos a refletirem sobre as falas uns dos outros.

O que é...? Quem é...? Como é...? O que tem...? Quantos são...? Quando ocorreu...?

Por que ocorreu...? O que poderia ter acontecido se ...? Quais foram as consequências de...? Que elementos/aspectos marcam...?

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Mas, fazer somente esse tipo de pergunta em sala de aula é insuficiente, elas devem atuar como “trampolins”, já que colocam luz nos conhecimentos fundamentais que são a base para o aprofundamento de qualquer assunto que se estude. 2. Perguntas complexas

As perguntas complexas podem ser utilizadas quando você avalia que os alunos dominam as informações, os conceitos e os procedimentos que as perguntas básicas investigam. Assim, o objetivo delas pode ser desenvolver algum conceito com maior profundidade. Exemplos de perguntas desse tipo: Um outro objetivo de uma pergunta complexa pode ser ensinar a comparar objetos, fatos, conceitos, ou situações. Exemplos: Um outro tipo de pergunta considerado complexo é aquele em que se pede ao aluno que levante suspeitas inteligentes (inferências). É importante levar os alunos a também formularem perguntas, já que a maior parte das perguntas realizadas em sala de aula são feitas pelos professores. É fundamental que os estudantes aprendam a formulá-las e tenham espaço na oficina de Hora da Leitura para fazê-lo. Uma boa dica para estimular isto é eleger dois ou três alunos que, durante uma conversa, tenham a função de atuar como “detetives”, sendo incumbidos de desafiar os colegas com perguntas para “esquentar” o papo.

A Etapa Determinação é composta por sete atividades. Confira como estão organizadas:

Conheça este Roteiro

Isso se parece com o quê? Isso corresponde a algo que você já conhece?

Essa informação dá alguma pista que lhe permite levantar hipóteses? Você conhece alguém ou alguma situação semelhante?

O que você faria no lugar de fulano? Qual seria uma outra maneira de terminar a história?

Que ensinamento é possível aprender neste caso?

Quais são as características principais do elemento “a”? Quais são as características do elemento “b” que não estão presentes no elemento “a”?

Quais são as semelhanças e diferenças entre o elemento “a” e “b”? Em que sentido este fato/situação tem a ver com a nossa realidade?

De que maneira este fato/situação/ação interferiu no outro fato/situação/ação? Qual relação há entre os fatos/situações?

O que está indicado aqui? Que evidências você tem para afirmar que...?

Mencione três fatos que apóiem o seu raciocínio. Por que você pensa isto?

O que pode haver por trás disto? O que é possível concluir a partir de...?

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© Instituto Ayrton Senna 2012 Roteiro da Etapa Determinação – SuperAção Já! – 5ª série (6º ano) 9

Bom trabalho! E não se esqueça: Seus alunos são a solução!

Equipe do Programa SuperAção Já! - Instituto Ayrton Senna

Expediente: Instituto Ayrton Senna: Viviane Senna – Presidente Simone André – Coordenadora da Área de Educação Complementar Equipe Superação Jovem – ETI/ São Paulo: Helton Lima e Silvia Mattiazzo –Gerentes de Programas Vanessa Lira – Assistente de Programas Daniela Capelletti– Assistente Administrativo Elaboração de materiais didáticos: Cynthia Sanches e Simone André Consultora em Leitura: Roselene dos Anjos Coordenação de Agentes Técnicos: Renata Monaco Maria Regina dos Santos Agentes Técnicos: Caroline Raniro Cléa Ferreira Juliana Sales Lisandra Saltini Rosimeire Moreira Silvia Lima

Leitura para que te quero!

Mais uma atividade dedicada à leitura. Novamente a estratégia de leitura em duplas é estimulada.

.

2 h/aula

24

Tem avaliação na área!

Promover um espaço de autoavaliação da turma e troca de experiências das conquistas e desafios da etapa!

1 h/aula

24

Hora do Desafio:

De olho no contexto!

Estimular, de maneira lúdica a capacidade de compreensão leitora, utilizando estratégias para decifrar vocábulos a partir do contexto em

textos de humor e em um conto de Clarice Lispector. .

2 h/aula

26

Atividade Descrição da Atividade

CH prevista P.

Cuidar do tempo

Essa atividade tem como objetivo sensibilizar a turma para cuidar dos ladrões do tempo que atrapalham a sala de aula, fortalecendo a

habilidade de autogestão dos alunos.

2 h/aula

17

Hora de rir

Um divertido jogo para trabalhar aspectos da comunicação (oralidade) dos alunos!

2 h/aula

20

Atividade Descrição da Atividade

CH prevista P.

Detetives na liderança!

Apresentar a nova etapa de trabalho e suas atividades. Promover a aproximação entre alunos e o trio gestor por meio de uma entrevista.

3 h/aula

10

Leitura para que te quero!

Mantendo a estratégia de leitura em duplas, a atividade propõe um momento para a troca de experiências leitoras, estimulando a expressão

oral. Os estudantes com maiores dificuldades na leitura receberão o apoio dirigido do professor.

2 h/aula

14

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© Instituto Ayrton Senna 2012 Roteiro da Etapa Determinação – SuperAção Já! – 5ª série (6º ano) 10

1. Reúna a turma nos quartetos de trabalho (eles podem se reunir nos mesmos quartetos que trabalharam nas atividades dos Roteiros anteriores ou podem experimentar novas

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DDeetteettiivveess nnaa lliiddeerraannççaa!! Objetivo da atividade: Apresentar a nova etapa de trabalho no SuperAção Já! na oficina de Hora da Leitura e promover a aproximação entre a equipe de gestão da escola e os estudantes para fortalecer o pertencimento escolar. Materiais necessários: Cópias da introdução e Capítulo 1 (páginas 1 a 6 do Caderno do Estudante). Principais habilidades trabalhadas: Autoconfiança, Colaboração, Comunicação e Autogestão.

1ª aula!

Planejando a execução da atividade:

Leia todo o passo a passo da atividade buscando compreender a intencionalidade pedagógica da primeira atividade do SuperAção Já!. Essa atividade deve ocupar 3 aulas.

A primeira atividade da Etapa Determinação tem como objetivo de apresentar o propósito da terceira etapa de trabalho e refletir com os alunos sobre a capacidade de ser determinado diante dos obstáculos. Além disso, a atividade propõe que eles exercitem a determinação ao promover uma aproximação entre os alunos e o trio gestor da escola (diretor, vice-diretor e coordenador pedagógico) por meio de uma entrevista dirigida. Um dos desafios dos alunos nos primeiros anos do segundo ciclo do EF é construir o sentimento de pertencimento com a escola. Após investirmos na aproximação dos estudantes com o professor da sala de leitura (Etapa Motivação) e dos demais professores da escola (Etapa Dedicação), chegou a hora de promover o vínculo com os profissionais que fazem a gestão e lideram a escola: essa aproximação fortalece os laços de convívio no ambiente escolar e ajuda a quebrar a barreira relacional entre o trio gestor e os alunos (geralmente os alunos se sentem receosos ou tímidos com relação à esses profissionais). Ao final desta atividade, é esperado que a turma conheça mais de perto os gestores escolares e aprenda com eles sobre auto-organização e liderança, estimulando ainda mais o aprendizado como protagonistas, estudantes e leitores. Além disso, a atividade prevê que os alunos proponham sugestões de melhorias para a leitura na escola ou para a sala de leitura.

Observe que a atividade já se inicia com a turma reunida nos quartetos de trabalho. Lembre-se que a sua organização e planejamento da atividade é um ótimo exemplo para os estudantes: prepare as cópias da primeira página e do Capítulo 1 do Caderno do Estudante (páginas 1 a 6 para cada quarteto de trabalho) e convide-os a se organizarem em quartetos antes de sua chegada à sala de aula, evitando assim, perder tempo hábil na oficina.

Continue exercendo a presença pedagógica, pois ela é uma das bases para a criação de um bom clima de aprendizagem e um dos pilares do ensino eficaz. Escute sempre o que seus alunos dizem com atenção e interesse e propicie um bom diálogo na sala de aula. Dessa forma, eles incorporarão atitudes de respeito às diferentes opiniões e aprenderão a se expor criticamente. Veja seus alunos como protagonistas que estão em crescimento e que precisam de adultos que cuidem e se responsabilizem com eles pelo seu aprendizado!

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© Instituto Ayrton Senna 2012 Roteiro da Etapa Determinação – SuperAção Já! – 5ª série (6º ano) 11

parcerias). Esclareça que vocês estão iniciando a terceira etapa do SuperAção Já!, a Etapa Determinação. Explique a eles que ter determinação é uma habilidade extremamente necessária para conseguir superar os desafios. Quando a pessoa é determinada, ela aprende a ver os problemas sob vários pontos de vista, procurando maneiras de enfrentá-los. Ser determinado é não desistir de tentar, é se esforçar para encontrar uma saída. Peça que deem exemplos de situações em que tiveram que usar de determinação para conseguir superar um problema ou dificuldade. Pergunte-lhes se: “durante as leituras que vocês vêm realizando, estão aprendendo a ser determinados?”. Peça que levantem as mãos para pedir a palavra e ouça alguns comentários. Nesse momento, é importante que possam falar livremente, enquanto você anota no quadro a sínteses das diversas falas.

2. Após essa conversa inicial, diga que quanto mais eles tiverem determinação para superarem seus desafios de leitura, mais crescerão como leitores escola e na vida. Deixe claro que ninguém precisa ter vergonha ou sentir-se impotente quando estiver

Ser determinado, assim como ser motivado ou dedicado, são sinais de envolvimento, empenho e esforço nas tarefas escolares. São habilidades que não estão presentes de antemão nos alunos e demandam forte intenção do professor em desenvolvê-las. Estão diretamente associadas a competências não cognitivas, como o autoconhecimento (descobrir suas preferências, qualidades, limites, conhecer-se e aceitar-se), a autoestima (valorizar a si mesmo), a autoconfiança (apoiar-se primeiro nas suas forças) e outras capacidades pessoais (aprender a ser). Levar os alunos a perceberem e praticarem essas habilidades é tão importante para a formação de leitores quanto ensinar a ler.

A determinação é uma habilidade fundamental para a leitura. Não basta decodificar o sistema escrito ou compreender o texto. A formação de leitores precisa tocar o que se é, os desejos e sonhos. Só assim é possível ter a capacidade de persistir frente aos desafios que a leitura nos provoca. Por exemplo, muitos alunos deixam uma leitura de lado logo nas primeiras páginas por não terem desenvolvido a capacidade de perserverar, insistir diante dos obstáculos. Aprender a identificar e superar essas dificuldades requer muita determinação!

Observe se nas falas de seus alunos eles reconhecem quando tiveram ou não determinação para seguir em frente com uma leitura que estava difícil: como reagiram diante dos obstáculos? Estes eram encarados como problemas instransponíveis ou os estudantes assumiram para si o desafio para solucioná-los? Que recursos buscaram (em si mesmos, nos colegas, professores etc.) para enfrentar o problema? Que estratégias de leitura lançaram mão? Lembre-se: desistir de uma leitura não é errado (leitores experientes fazem isso quando uma leitura não está satisfatória), o erro acontece quando se desiste sem buscar alternativas para ultrapassar as dificuldades iniciais e aprender com elas ou quando não se tenta ao menos descobrir os motivos das dificuldades.

Esse momento é interessante para conversar sobre as dificuldades que estão tendo com as leituras: mostre que mesmo leitores experientes passam por dificuldades e que cabe a cada um querer melhorar como leitor, com muita determinação! Conte que na Etapa Determinação vocês farão atividades para desenvolver a autoconfiança e a determinação no enfrentamento da leitura, aprendendo como superar obstáculos a partir do contexto do texto.

Seus alunos são determinados na leitura?

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© Instituto Ayrton Senna 2012 Roteiro da Etapa Determinação – SuperAção Já! – 5ª série (6º ano) 12

enfrentando um desafio: todos estão ali para se ajudarem e para não deizar ninguém para trás! Portanto, vale fazer um pacto: sempre que alguém estiver em dificuldades, deve pedir ajuda.

3. Distribua para cada quarteto as cópias da página 1 do Caderno do Estudante e peça que um aluno leia, em voz alta, o texto inicial. A seguir, peça que cada quarteto leia o nome das atividades que compõem a Etapa Determinação e tentem advinhar do que elas tratam, elaborando “suspeitas inteligentes” (dessa forma, você passa a conhecer as expectativas de aprendizagem da turma).

4. O próximo passo é oferecer aos quartetos uma nova estratégia que os ajudará a

fortalecer o pertencimento na escola. Para isso, entregue para cada quarteto uma cópia do Capítulo 1 (páginas 2 a 6 do Caderno do Estudante), peça que escolham seus líderes e leiam a tarefa.

O Capítulo 1 da Etapa Determinação apresenta aos quartetos mais uma oportunidade de se exercitarem como “detetives”. Nas Etapas anteriores, os estudantes puderam conhecer mais de perto o professor da sala de leitura e outros professores da escola. Agora, o desafio é escolher e entrevistar um profissional que compõe o trio gestor.

Essa estratégia ampliará o sentimento de pertencimento dos estudantes na escola, além de promover um encontro afetivo com profissionais que, nem sempre, os alunos têm a oportunidade de conhecer mais de perto. Ouvir informações sobre o dia a dia de trabalho do trio gestor será importante para que sua turma estabeleça um bom vínculo com as lideranças escolares, aprendendo de perto dicas para se tornarem protagonistas que saibam trabalhar cada vez melhores como líderes e liderados.

Essa atividade exigirá bastante organização dos quartetos, pois é uma ação que exige planejamento e divisão de tarefas. Durante o trabalho das equipes, percorra a sala e visite cada grupo para checar como estão trabalhando. Continue investigando se os alunos, de modo geral, continuam ou não requerendo do professor a solução imediata de suas dúvidas, conflitos e dificuldades. Caso eles já estejam pedindo menos o seu auxílio, comemore! Esse é um indicador de que a turma está construindo de maneira satisfatória sua autonomia. Se ainda se mostram dependentes do professor para solucionar brigas, não deixar o trabalho parar ou buscar conhecimentos, mostre a eles que há caminhos de solução e continue ensinando-os a não desistir de si mesmos e dos colegas diante das dificuldades.

Observe que no Capítulo 1 os quartetos são convidados a escolher um dos profissionais que compõem o trio gestor. É importante que você se certifique que todos os integrantes do trio gestor foram escolhidos por, pelo menos, um quarteto.

Para compor as entrevistas, apresentamos no Capítulo 1 algumas sugestões de perguntas que os quartetos podem utilizar e abrimos espaço para que eles possam formular outras que queiram. É interessante que você estimule que eles discutam quais questões querem fazer e por quê. A pergunta final pede que cada quarteto faça uma sua sugestão de melhoria da leitura na escola ou da sala de leitura para o diretor, vice-diretor ou coordenador pedagógico. Oriente que essa proposta seja elaborada por todas as equipes. Ter iniciativa para lutar pelo bem comum é uma das principais características de um protagonista (na 7ª série (8º ano), seus alunos aprenderão participando do SuperAção Jovem como transformar ideias em projetos e a colocar a mão na massa para fazê-los acontecer de verdade. Por isso, quanto mais estimularmos os alunos a pensarem criticamente desde cedo, mais forte se tornará a atitude protagonista neles).

Detetives na liderança!

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5. Ao final da primeira aula, cada quarteto deve ter escolhido qual profissional do trio gestor quer entrevistar, bem como ter avançado no planejamento da entrevista. Termine a aula perguntando aonde cada quarteto parou e tome nota, pois o trabalho será retomado na aula seguinte.

6. Na próxima aula, oriente os quartetos a finalizarem o planejamento da entrevista, que compreende a elaboração do convite para o profissional escolhido e do roteiro de perguntas que será feito.

7. Encerre essa aula formando uma roda: os líderes de cada quarteto devem dizer se o

grupo está bem preparado para executar a entrevista e se as tarefas foram bem divididas entre os integrantes, se precisam de alguma ajuda extra etc.

8. Oriente, então, que façam as entrevistas e marque uma data para que tragam os

resultados dessa atividade.

9. Na terceira e última aula, faça uma roda de conversa e introduza o objetivo do dia: socializar as descobertas de cada quarteto nas entrevistas! Peça para que cada líder apresente uma síntese de como foi a recepção do profissional do trio gestor entrevistado e suas respostas, de maneira objetiva.

10. Finalize a aula parabenizando a turma pelos resultados e pela determinação em cumprir a tarefa. Faça sua devolutiva sobre o trabalho do quarteto e dos líderes, em especial. Peça-lhes que guardem em suas pastas os Capítulos 1. Lembre-os que a aula que vem será dedicada à leitura livre. Portanto, todos devem trazer seus livros!

2ª aula!

3ª aula!

Dê destaque para a resposta que colheram sobre as dicas de liderança recebidas e converse brevemente sobre como essas sugestões podem ajudá-los a trabalhar de maneira ainda melhor nos quartetos

Pergunte, também, como as sugestões que fizeram para melhorar a leitura na escola ou a sala de leitura foram recebidas pelos profissionais (se eles disseram que querem colocá-las em prática ou não, se elas são viáveis etc.). Compartilhe que ao pensarem em sua sugestão de melhoria da escola, eles estão praticando uma habilidade que é fundamental para todos os protagonistas: ter iniciativa para melhorar o bem comum. Diga que quando estiverem na 7ª série (8º ano) eles aprenderão a planejar e a executar projetos de intervenção na escola!

Seus alunos são determinados na leitura?

Seus alunos demonstraram envolvimento na realização das entrevistas? Eles dividiram tarefas, atuaram colaborativamente e conseguiram realizar um bom planejamento da tarefa, com autonomia crescente em relação à você? Como reagiram diante dos obstáculos que certamente surgiram na execução das entrevistas?

As entrevistas foram realizadas com sucesso e geraram uma aproximação entre estudantes e trio gestor? O sentimento de pertencimento na escola favorece - e muito! - a aprendizagem.

A turma está se comunicando melhor, respeitando os turnos de fala e ouvindo os colegas com atenção?

Eles demonstraram desejo de aprender a ter mais determinação para superarem os desafios com relação à leitura nas atividades desta Etapa?

Dicas para avaliar o desempenho de habilidades dos alunos na atividade:

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1. Reúna os alunos em uma grande roda, perguntando se continuam a ler em casa ou em outros lugares quando não estão na escola. Identifique observando o Painel do Leitor (confeccionado durante a etapa anterior, a Dedicação) quantos livros já foram lidos na turma e se existe algum aluno que ainda não terminou a leitura de seu primeiro livro.

2. Oriente as duplas a continuarem suas leituras escolhidas (lembre-se que na Etapa

Motivação, seus alunos escolheram, cada um, quatro livros que têm interesse de ler). Certifique-se de que cada aluno esteja com o seu livro em mãos, para dar início à leitura ou para continuá-la. Oriente que escolham um local confortável na sala de aula ou em outro local para iniciar a nova rodada de leitura. Relembre-os que é importante que as duplas não interfiram na leitura das outras duplas!

1ª aula!

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LLeeiittuurraa ppaarraa qquuee ttee qquueerroo!! Objetivo da atividade: Realizar, em duplas, a leitura dos livros escolhidos. Materiais necessários: Livros escolhidos pelos jovens e Painel do Leitor. Principais habilidades trabalhadas: Autoconfiança, Leitura (Gosto e Compreensão).

Planejando a execução da atividade:

Leia todo o passo a passo da atividade buscando compreender sua intencionalidade pedagógica. A atividade seguirá a mesma rotina iniciada nos Roteiros anteriores, ou seja, os alunos se reunirão em duplas para ler.

Você pode realizá-la sob a sombra de uma árvore, na sala de leitura, com os alunos sentados em almofadas etc. O importante é que, nesse momento de leitura, eles possam relaxar e se sentir confortáveis com o livro. Nesse momento, é recomendável que você se reúna com a turma em um mesmo espaço ou em espaços contíguos para facilitar a sua supervisão do grupo. Essa atividade deve ocupar 2 aulas.

Combine com o professor da sala de leitura, bem como com os demais funcionários que seus alunos poderão ir até lá para ler, porque essa atividade faz parte da oficina de Hora da Leitura.

É importante que você leve para a sala de aula alguns títulos adequados para a sua turma, pois caso haja algum estudante que tenha esquecido seu livro ou, até mesmo, não tenha conseguido realizar uma escolha, ele possa contar com a sua orientação.

As duplas farão uma “leitura conjunta”: cada um deve ler um trecho do seu livro em voz alta para seu colega. Peça que estabeleçam um tempo para a leitura de cada um. Dessa forma, eles conseguem organizar que cada estudante leia um pouquinho e cada dupla fica por dentro das histórias escolhidas.

Quem está ouvindo a leitura pode pedir para parar a qualquer momento, seja porque não entendeu determinado trecho e quer que o colega o releia, seja porque gostou muito de determinada passagem e quer comentá-la!

Quem está lendo precisa ficar atento: não vale começar a leitura sem contar ao colega sobre o que já leu (caso já tenha iniciado a leitura em casa) e não vale ler muito rápido ou muito baixo. Vale parar a qualquer momento para comentar a leitura!

Relembre-os das regras da leitura em dupla!

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3. Esclareça que você fará um trabalho específico com os alunos que estão com mais dificuldades e chame aqueles que identificou para se sentar junto com você, em roda. Você pode convidar outros alunos da turma que não apresentam dificuldades leitoras para compor a roda de conversa e ajudá-lo na mediação com o grupo.

4. Minutos antes de terminar o tempo da aula, peça-lhes, de maneira delicada, para que voltem ao ‘mundo real’. Forme uma roda de conversa para compartilhar as leituras realizadas. Convide algumas duplas para contar a história dos livros que estão lendo. Esclareça que todas as duplas terão a oportunidade de falar: algumas nessa aula e outras nas demais aulas de leitura livre. Peça, também, aos alunos que leram junto com você para falarem o que acharam dessa experiência, caso se sintam à vontade.

Caso haja em sua turma algum estudante que ainda não tenha terminado de ler seu primeiro livro, certamente ele está sendo vítima de um dos “vilões que atrapalham a leitura”! Enquanto as demais duplas da sala estiverem envolvidas na leitura, reúna-se com esses alunos e retome o Capítulo 3 da Etapa Motivação (nele estão elencados os vilões da leitura). Promova uma roda de conversa a partir da releitura dos vilões, para que eles possam avaliar o que os está atrapalhando de fato para se tornarem leitores.

Pergunte se existem outros vilões que os atrapalham e incentive-os a falar sobre eles. Relembre que a Etapa Determinação pede que cada um seja bem sincero para identificar suas dificuldades e tenha muita disposição para enfrentá-las.

Você pode pedir que cada aluno fale sobre o que está lendo e solicitar que leia um trechinho em voz alta. Enquanto isso, os demais ouvem com atenção. A seguir, faça perguntas para que o leitor fale sobre o que leu, o que está sentindo com a leitura etc. e repita esse procedimento com outro leitor, sucessivamente.

Procure conversar com eles sobre suas escolhas, retomando a ideia de que é preciso encontrar uma motivação para iniciar e continuar a leitura. Será que planejaram bem a escolha do livro? Será que é melhor fazer uma troca? Será que um outro gênero, um outro assunto, um outro autor pode mudar a situação?

Busque fazer com que os estudantes avaliem seu desempenho e seu esforço para se tornarem verdadeiros leitores e se coloque na posição de quem está determinado a ajudá-los a superar qualquer dificuldade. Estabeleça um contrato de parceria: cada um fará a sua parte para combater os vilões, num verdadeiro compromisso de determinação!

Acompanhe os alunos que definiram pela troca do livro, auxiliando-os na nova escolha.

Para trabalhar com quem está em dificuldades:

Oferecer espaço nas aulas para que os alunos falem sobre os livros que estão lendo é fundamental neste processo de formação de leitores. Quando eles têm a oportunidade de falar sobre suas experiências e de contar o que estão lendo, se sentem valorizados, se envolvem mais no processo e mobilizam outros leitores, tanto pelo exemplo de como é possível criar um vínculo com o texto escrito quanto pela possibilidade de atrair a curiosidade dos colegas para conhecerem de perto o livro que os conquistaram.

>>> Continua...

Ler e falar: para se tornar um leitor antenado!

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5. Lembre-os de continuar preenchendo o Painel do Leitor para a turma (o modelo está no Anexo 1, do Roteiro da Etapa Dedicação).

6. Oriente-os que continuem a ler em casa e no tempo livre! Mostre que se eles se organizarem, podem dedicar um momento do dia para ler!

7. Repita essa atividade de leitura por mais uma aula.

2ª aula!

Em seus depoimentos de leitura os alunos demonstraram ter superado dificuldades e se sentiram valorizados pela conquista do livro e da leitura? As falas envolveram os colegas? Foi possível identificar o empenho dos alunos para convencerem os colegas a acompanherem e também se envolverem na aventura de ler?

Para os alunos que você identificou com dificuldades leitoras, como eles se saíram na roda de leitura organizada por você? Foi possível identificar os vilões que os estão atrapalhando? Eles estão dispostos a ter determinação para enfrentar os desafios? Lembre-se de fortalecer sempre a autoconfiança desses estudantes, pois eles precisam acreditar em suas potencialidades para avançar. Nesse caminho, o seu apoio e trabalho será fundamental para que eles avançem. Se precisar de ajuda, não deixe de entrar em contato com os profissionais responsáveis pelo acompanhamento de sua escola na Diretoria de Ensino e/ou no Instituto Ayrton Senna.

Dicas para avaliar o desempenho de habilidades dos alunos na atividade:

Valorize este momento, demonstrando que cada fala, cada contribuição, cada depoimento está carregado de ensinamento e experiência. Mostre isto à turma e ao aluno que assume a fala, ouvindo com atenção o que ele tem a dizer e comentando suas palavras. Se ele estiver contando uma história, pergunte algo sobre um determinado personagem, peça para ele detalhar melhor um acontecimento, estimule-o a falar sobre a linguagem e o estilo do autor, estimule-o a comentar sobre os elementos gráficos do livro etc. Faça com que todos os alunos participem da interlocução com o colega, exijindo que o ouçam com atenção e respeito.

Peça aos alunos que falem sobre os desafios encontrados durante o processo: instigue-os a relatarem suas dificuldades e como conseguiram vencê-las. Destaque e valorize a determinação e o empenho de cada aluno para superar os desafios e se tornar um verdadeiro campeão de leitura!

Aproveite bastante esta oportunidade para que a sala de aula se torne um espaço de convívio de livros e leitores, efetivamente!

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1. Inicie a aula reunindo a turma nos quartetos. Faça uma pequena avaliação sobre a apropriação que você já percebe na turma com relação a organização das tarefas escolares.

2. Após sua avaliação, abra espaço de debate, para ouvir a opinião deles sobre o uso do calendário/agenda de compromissos escolares. Faça perguntas como: “Vocês acham que o calendário está ajudando a se organizarem? Por quê?”; “Alguém tem alguma ideia de como o calendário pode ser ainda mais útil para a nossa turma?”, etc. Ouça as opiniões dos estudantes com atenção, requerendo sempre a participação de todos, seja como ouvintes, seja como debatedores.

1ª aula!

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CCuuiiddaarr ddoo tteemmppoo Objetivo: Sensibilizar a turma para combater os ladrões do tempo que atrapalham os estudos em sala de aula e em casa. Materiais necessários Cópias do Capítulo 2 (página 7 do Caderno do Estudante). Principal habilidade trabalhada: Colaboração e Autogestão.

Planejando a execução da atividade:

Nos roteiros da etapas anteriores, a habilidade de autogestão vem sendo fortemente estimulada em seus alunos. Aprender a se organizar para dar conta das diversas tarefas escolares foi o foco de atenção da atividade “Vamos nos organizar” (Roteiro da Etapa Motivação), quando os estudantes refletiram sobre a necessidade de construir um instrumento para organizar as demandas escolares (provas, entrega de trabalhos etc.). Por isso, essa atividade se inicia com um debate sobre o uso do calendário de compromissos escolares para que o tema “tempo” seja introduzido. Cuidar do tempo é uma habilidade que compõe a autogestão e é fundamental para o sucesso dos alunos na escola e na vida.

É necessário fazer as cópias do Capítulo 2 (página 7 do Caderno do Estudante) para cada quarteto de trabalho. Essa atividade deve ocupar 2 aulas.

Quando o professor dá devolutivas para a turma, além de fortalecer a presença pedagógica e os laços de convívio, oferece aos estudantes uma boa base de reflexão sobre os processos vividos até o momento.

Uma excelente forma de construir as devolutivas é elencar todos os ganhos da turma com relação a organização para as tarefas escolares que você notou desde o início do ano, mostrando que você está atento ao desenvolvimento deles. A seguir, levante um ou dois pontos que ainda são desafios e que você gostaria que eles superassem. Evite trazer nomes de alunos para servir de exemplo ou contra-exemplo, pois essa prática tende a valorizar uns em detrimento de outros. Procure, sim, fazer elogios que sejam extensivos a todos, pontuando sempre onde e como podem melhorar.

Ter autogestão nas tarefas escolares compreende atitudes simples como ir para a escola com o material organizado ou atitudes mais complexas, como ter uma agenda ou outro instrumento de registro dos compromissos escolares.

Por que iniciar a atividade com sua avaliação da turma?

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3. Introduza um tema novo no debate: como está sendo utilizado o nosso tempo de aula? Pergunte-lhes se já pararam para pensar quanto tempo possuem de aula e quanto tempo é “gasto” com outras questões que atrapalham a aula. Ouça a opinião de dois ou três alunos a respeito, pedindo, sempre, que levantem a mão para ter a palavra.

4. A seguir, diga que cada quarteto vai debater e identificar os “ladrões do tempo” que acham que estão atrapalhando o desenvolvimento das aulas. Distribua, então, as cópias do Capítulo 2 (página 7 do Caderno do Estudante), peça que escolham seus líderes, estabeleça um tempo para a realização da tarefa.

Salas de aula desorganizadas e com problemas disciplinares atrapalham a aprendizagem, pois os professores precisam gastar mais tempo para criar um ambiente ordenado e os estudantes não conseguem se envolver e acompanhar aulas com as constantes interrupções.

Uma recente pesquisa mundial (Creating Effective Teaching and Learning Environments: First Results from TALIS, 2009) aponta que muitos professores não estão conseguindo criar um bom ambiente de aprendizagem em sala de aula, pois 1 em cada 4 professores perde em média 30% do tempo da aula administrando questões de convívio, como a bagunça. Essa mesma pesquisa aponta que o Brasil é o país em que os professores perdem mais tempo tentando controlar a bagunça em sala de aula: cerca de 18% do tempo.

A solução de parte desse problema está nas mãos dos professores. Para fazer uma boa gestão do tempo na sala de aula é preciso organizar os materiais necessários com antecedência, fazer um bom planejamento das aulas, buscar aperfeiçoar constantemente sua comunicação com os estudantes, estabelecer regras de convívio que se atualizam de acordo com a necessidade etc.

Outra parte da solução do problema está nas mãos dos alunos. Por isso, levar esse tema ao debate faz com que todos se tornem corresponsáveis, já que o espaço da aula é um espaço construído conjuntamente. Quando os estudantes são convidados a pensar na qualidade de tempo que passam em sala de aula e na destinação deste tempo para aprendizagem, tornam-se mais mobilizados para identificar os desafios e propor mudanças necessárias.

O tempo na sala de aula.

Aproveite o momento em que os quartetos estão reunidos para observar como trabalham: eles estão se relacionando melhor? Os líderes estão conseguindo exercitar o comando de forma colaborativa? De modo geral, os quartetos estão requerendo menos a sua ajuda e começaram a tentar resolver os problemas de convívio ou produtivo com maior autonomia?

Observe que o Capítulo 2 traz elencados alguns possíveis “ladrões do tempo” e que, ao final, o quarteto é convidado a pensar se existem outros “ladrões” que estão atrapalhando o andamento das atividades na sala de aula. Incentive as equipes a refletirem e procurarem identificar outros “ladrões” que podem estar rondando!

Circule pela sala para acompanhar os trabalhos.

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5. Na aula seguinte, promova a socialização das respostas dos quartetos. Para isso, reúna a turma em uma grande roda e avise que os líderes falarão as respostas de suas equipes.

6. Finalize o debate “amarrando” as ideias dos quartetos: eles concordaram na escolha dos “ladrões do tempo”? Expuseram bons argumentos na escolha desses “ladrões”? Mostraram-se preocupados em superá-los? Além disso, utilize as perguntas abaixo para estimular o debate sobre a importância em todos cuidarem do tempo que passam juntos em sala de aula. Ouça alguns alunos a respeito.

7. Mostre o seu ponto de vista: quais são os “ladrões do tempo” que você avalia que precisam ser superados para que a turma aproveite melhor o tempo de aula? Compartilhe com eles todas as ações que você faz, antes da aula, para evitar perder o tempo útil de aprendizagem.

8. É importante promover um combinado com a turma: além de cuidar do calendário de compromissos escolares, eles devem cuidar do tempo em sala de aula (na sua oficina e em todas as demais aulas da escola!) e do tempo que dedicam aos estudos e leituras fora da escola, tornando-se cada vez mais feras na autogestão!

2ª aula!

Inicie o debate reforçando sobre a importância de se pensar nos “ladrões do tempo”, ou seja, em tudo aquilo que está atrapalhando o desenvolvimento da aula e que pode ser cuidado pelos alunos e professores. Esclareça que o debate não é lugar de falar sobre atitudes individuais, e sim, de falar sobre o que todos podem fazer para melhorar. Esse cuidado é importante para que nenhum aluno seja exposto ou “alvo” de críticas: o compromisso pela mudança e aprimoramento deve ser de todos.

Estabeleça a ordem de fala dos quartetos. Depois que o primeiro líder falar, os integrantes de sua equipe podem completar o que acharem necessário. Anote no quadro os pontos principais. Prossiga dessa forma até que o último quarteto se pronuncie.

Organizando o debate.

O que ganhamos quando cuidamos do tempo de aula? O que perdemos quando descuidamos do tempo de aula?

Eles fizeram boas observações sobre os “ladrões do tempo” que estão atrapalhando as aulas? Se comprometeram a lutar contra eles?

Eles estão conscientes que cuidar do tempo é um passo importante para aprimorar a habilidade de autogestão?

Ao longo das demais atividades deste Roteiro, observe o comportamento da turma com relação ao cuidado com o tempo: eles estão mais sensíveis e cuidadosos com questões como bagunça, desrespeito, desorganização, preguiça etc.?

Converse com os demais professores sobre o que foi trabalhado nessa atividade e peça que observem se notam mudanças de comportamento na turma. Esse é um indicador que estão incorporando uma nova atitude em outros contextos de aula.

Dicas para avaliar o desempenho de habilidades dos alunos na atividade: :

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1. Inicie a aula com a turma reunida em roda e escreva no quadro a seguinte frase: “Hoje é dia de humor!”. Inicie uma breve conversa com os alunos perguntando se gostam de ouvir e de contar piadas. Pergunte, também, quais são os humoristas de que mais gostam e por que razão. Fale sobre a moda do stand-up comedy, que exige dos humoristas grande domínio da fala e capacidade de criação a partir da observação atenta aos comportamentos do mundo moderno. Sem qualquer recurso, eles conseguem prender a atenção da plateia e tirar boas gargalhadas!

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HHoorraa ddee rriirr Objetivo da atividade: Desenvolver as habilidades linguísticas de falar e de escutar. Materiais necessários Cópia dos Anexo 1 (páginas 30 a 33 deste Roteiro), folha em branco para avaliação, calculadora. Principais habilidades trabalhadas: Comunicação e Colaboração.

1ª aula!

Planejando a execução da atividade:

Nesta atividade, os alunos - reunidos em duplas - deverão representar, de modo criativo e com humor, piadas previamente selecionadas. Trata-se de um exercício de fala em público em que eles deverão demonstrar a capacidade de memorizar pequenos textos para representá-los diante dos colegas, imprimindo humor e sendo capazes de fazê-los rir.

Cada dupla receberá uma piadinha e deverá encontrar a melhor maneira de apresentá-la para a turma. Enquanto uma dupla se apresenta, as outras deverão avaliar seu desempenho com base em critérios previamente estabelecidos. No final, o professor recolherá as avaliações e será apontada para a classe a melhor dupla. Trata-se de um exercício que, além de buscar desenvolver no aluno a capacidade de se expressar em público, também exige de todos a capacidade de ouvir com atenção para avaliar a performance dos colegas com base em critérios objetivos e bem fundamentados.

Você precisará de 2 aulas para realizar essa atividade.

Stand-up comedy é uma expressão em língua inglesa que indica um espetáculo de humor executado por apenas um comediante. O humorista se apresenta geralmente em pé (daí o termo 'stand-up'), sem acessórios, cenários, caracterização, personagem ou o recurso teatral da quarta parede, diferenciando o stand-up de um monólogo tradicional. O estilo é também chamado de “humor de cara limpa”, termo usado por alguns comediantes.

Ainda há confusão na diferenciação do humorista stand-up e de outros estilos, como o contador de piadas, o monólogo de humor ou o "one man show" ( gênero semelhante, mas que permite outras abordagens: interpretação de personagens, músicas, cenas etc.).

O humorista stand up não conta piadas conhecidas do público (anedotas). O texto é sempre original, normalmente construído a partir de observações do cotidiano. Praticamente qualquer coisa pode ser usada como ingrediente na comédia stand-up.

>>> Continua...

Stand-up comedy: um jeito de fazer humor. :

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2. Explique que a proposta desta atividade é transformar a sala de aula em um “risódromo” e que todos serão convidados a participar: ora como comediantes, ora como público. Conte que a atividade será realizada em duplas, onde cada uma receberá uma piada e deverá apresentá-la aos colegas de forma criativa, de modo a torná-la bastante engraçada e fazer os colegas se divertirem com boas gargalhadas.

Muitos comediantes trabalham durante anos para lapidar 60 ou 70 minutos de material humorístico, que normalmente executam aos pedaços várias e várias vezes, aperfeiçoando lentamente cada piada com o passar do tempo.

O estilo é considerado por muitos um dos gêneros mais difíceis de se executar e dominar, talvez porque o artista em cena esteja desarmado, despido de personagens, apresentando suas ideias a respeito das coisas do mundo, e ainda esteja à mercê da plateia: não raro deve-se ajustar rapidamente sua apresentação de acordo com o humor e gosto de uma plateia específica.

Ainda, as habilidades necessárias pra ser um stand-up comedian são diversas. É frequentemente necessário que se assuma de forma solitária os papeis de escritor, editor, artista, promotor, produtor, e técnico simultaneamente.

Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Stand-up_comedy

“Se você diz a alguém que estuda piadas, o primeiro efeito que produz ainda é o riso. É uma pena que seja assim, porque as piadas são, de fato, um tipo de material altamente interessante, por várias razões” (Possenti: 2002).

As piadas têm sido objeto de estudo para muitos pesquisadores da linguagem por envolverem um domínio linguístico complexo. Para ilustrar hipóteses ou princípios de análise linguística, vários especialistas em análise do discurso (como é o caso de Sírio Possenti) têm demonstrado como o gênero envolve os interlocutores em verdadeiros problemas de interpretação e mostra as abstrações necessárias para exemplificar um mecanismo linguístico qualquer. De um modo geral, as piadas acionam mais de um mecanismo linguístico e envolvem aspectos semânticos, fonológicos, lexicais, morfológicos, sintáticos etc. que, utilizados na produção do humor, trazem à tona verdadeiros exemplos de situações em que o texto se mostra claramente como espaço de negociação de sentidos.

Assim, é preciso entender que, além de contribuir para transformar o ambiente da sala de aula em um espaço divertido, ao trabalhar com as piadas o professor estimula os alunos a desenvolver suas capacidades leitoras, pois, para compreender qualquer piada, é necessário ao leitor “mover-se” no texto, pois as piadas operam com ambiguidades, sentidos indiretos, implícitos etc. Na produção do sentido dos textos de humor fica claro que o leitor não é mero receptor de informações do autor.

Além disto, é preciso reconhecer que a capacidade de contar bem uma piada revela a capacidade de oralidade, envolvendo não somente a organização da fala para uma narrativa em público como também a memorização, essencial para dar ritmo e graça à história contada. Envolver os alunos na diversão de contar piadas contribui, portanto, para o desenvolvimento de várias habilidades: a fluência verbal e para a desinibição e a expressão artística (colocar-se à frente de uma plateia, o corpo e a fala comunicando). A atividade aqui proposta tem ainda o objetivo de desenvolver a colaboração entre duplas, a atenção para ouvir as apresentações dos colegas e usar de critérios para avaliação.

>>> Continua...

Contar piadas para quê? :

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3. Diga que as apresentações serão uma oportunidade para todos aprenderem a falar em

público com desenvoltura e que não existe um jeito certo ou errado de contar piada. Conte a eles que podem aprender observando nos outros as dicas para se fazer uma apresentação legal e que cada dupla irá avaliar as outras e ser avaliada com esse objetivo de aprenderem uns com os outros. Esclareça que a avaliação deverá ser realizada com base nos seguintes critérios (anote-os no quadro):

4. Deixe claro que os dois primeiros critérios serão avaliados logo após as apresentações de cada dupla e que o terceiro critério deverá ser pontuado no final de todas as apresentações.

5. A avaliação será pontuada de acordo com as respostas dadas aos critérios, da seguinte

maneira (anote a pontuação da avaliação no quadro):

6. Para iniciar, peça aos estudantes que se dividam nas duplas de trabalho e que sorteiem a piadinha que deverão apresentar (recorte as piadas que estão no Anexo 1, páginas 30 a 33 deste Roteiro). Deixe claro que a ordem das apresentações deverá coincidir

A piada foi contada sem atropelos na fala? A dupla conseguiu contar a piada de forma divertida?

A dupla comportou-se adequadamente durante as apresentações dos colegas?

Para a resposta “sim”: 3 pontos Para a resposta “mais ou menos”: 2 pontos

Para a resposta “não”: 1 ponto

A vergonha ou a timidez podem fazer com que alguns alunos se sintam acuados, mas é preciso incentivar a participação de todos. Se algum estudante resistir em participar, converse com ele, busque entender seus motivos e procure fortalecê-lo, chamando a atenção para o valor desta etapa de trabalho, a “determinação”: enfrentar desafios com esforço, apoiando-se na oportunidade de descobrir que é possível ir além do que se imaginava, contando com a força da parceria para superar limites e experimentar.

Para conhecer mais sobre o gênero piada, leia: POSSENTI, Sírio. Os humores da língua: análises linguísticas de piadas. 3ª ed. Campinas: Mercado de Letras, 2002. ------. Discurso, Estilo e Subjetividade. 2ª ed. São Paulo: Martins Fontes, 2001. HENRIQUE, Ana Lúcia & PEREIRA, Francisca Elisa. Análise Linguística de Textos Humorísticos: Uma Prática de Leitura e Cidadania. In: Holos-CEFET, Ano 15, Nº 01, Natal, 1999, p. 37-43.

É importante combinar com a turma algumas atitudes que não podem fazer parte do comportamento do público durante as apresentações: esse não é um momento de bagunça e, sim, de respeito e de atenção, pois todas as duplas trabalharão com determinação para dar o seu melhor. Incentive-os a falarem o que acham e o que não acham legal o público fazer, anotando no quadro esses combinados.

Últimas orientações: o cuidado com o público. :

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com o número que está anotado diante da piadinha sorteada: assim, a piada 1 será a primeira, a 2 será a segunda e assim por diante.

7. Após o sorteio, esclareça que as duplas deverão memorizar a piadinha e poderão adicionar falas ou detalhes que considerarem interessantes para tornar a apresentação mais engraçada e interessante. Explique que eles deverão decorar as falas e ensaiar a apresentação. Para se prepararem, os alunos terão 10 minutos.

8. Passados os 10 minutos, peça às duplas que se posicionem para assistir à apresentação

dos colegas e solicite que cada uma tenha em mãos uma folha para anotar as avaliações. Oriente que organizem uma tabela na folha de avaliação, assim:

9. Anote a tabela no quadro e oriente que as duplas sejam objetivas para julgar os

critérios e basear suas avaliações. Esclareça que você também fará a sua tabela e avaliará as duplas durante a atividade.

10. Após todos os esclarecimentos, solicite que as duplas, ao se apresentarem, digam o número da piada (que coincide com o número da dupla) e façam em seguida a apresentação. A próxima dupla iniciará sua apresentação logo em seguida, procedendo da mesma maneira.

11. Depois que todas as duplas tiverem se apresentado, peça que aos alunos que

completem suas avaliações e anotem o total de pontos de cada dupla.

12. Escreva, no quadro, o levantamento do total dos pontos obtidos pelas duplas. Para isto, utilize uma calculadora para somar os pontos que serão “cantados” e anote o resultado no quadro. A dupla que obtiver mais pontos será eleita campeã do humor!

13. Ao final da atividade, converse com os alunos sobre a importância da atividade e da

participação de todos. Parabenize todas as duplas pelo desempenho, focando no desenvolvimento de habilidades que eles tiveram que colocar em prática para o simples ato de “contar piadas”: precisaram organizar suas apresentações, memorizar os textos, falar em público, respeitar e ouvir com atenção as apresentações dos colegas, dar vida e expressão aos textos etc. Faça uma boa devolutiva para aqueles estudantes que tiveram que superar a timidez e romper seus limites!

Nº da Dupla Critério 1 Critério 2 Critério 3 Total

Todos os alunos participaram da atividade? Houve organização e planejamento das apresentações?

As duplas souberam imprimir humor às apresentações, utilizaram recursos de fala e gestos para dar mair dinâmica à narrativa? As falas foram claras e expressivas?

Houve atenção, respeito e colaboração durante as apresentações?

As avaliações foram feitas com bases nos critérios predefinidos?

Dicas para avaliar o desempenho de habilidades dos alunos na atividade: :

2ª aula!

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1. Essa atividade é dedicada à mais uma rodada de prática de leitura pelos alunos reunidos em duplas. Relembre o passo a passo da atividade na página 14 deste Roteiro.

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TTeemm aavvaalliiaaççããoo nnaa áárreeaa!! Objetivo da atividade: Avaliar o desenvolvimento da etapa Determinação. Materiais necessários Cópias do Capítulo 3 (página 8 do Caderno do Estudante). Principais habilidades trabalhadas: Autoconfiança e Comunicação.

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LLeeiittuurraa ppaarraa qquuee ttee qquueerroo!! Objetivo da atividade: Realizar, em duplas, nova atividade dedicada à leitura dos livros escolhidos. Materiais necessários: Livros escolhidos pelos jovens e Painel do Leitor. Principais habilidades trabalhadas: Autoconfiança, Leitura (Gosto e Compreensão).

Planejando a execução da atividade:

Essa atividade propõe uma nova rodada de leitura livre. Para que o trabalho se fortaleça, a mesma estratégia de leitura em duplas deve ser utilizada, bem como a estratégia de atuação do professor (promover roda de leitura com os alunos que apresentam maiores dificuldades.)

Essa atividade deve ocupar 2 aulas.

Planejando a execução da atividade:

Leia todo o passo a passo da atividade para compreender a intencionalidade pedagógica da atividade. Essa é uma atividade que propõe a avaliação dos aprendizados na etapa Determinação, na qual os estudantes elaboram e organizam suas experiências até o momento. É uma avaliação do processo que serve para que o professor acompanhe o desenvolvimento da turma ao longo do ano. Essa atividade deve ocupar 1 aula.

É importante que você tenha feito uma avaliação prévia do desenvolvimento dos alunos a partir dos seguintes pontos: participação nas atividades, desempenho nos trabalhos em duplas e em quartetos e aprendizado das habilidades de leitura apresentadas. Nesse exercício, você deverá identificar aqueles alunos que estão se saindo muito bem e aqueles cuja participação ou desempenho podem ser melhorados. É especialmente interessante confrontar as suas observações sobre esses estudantes mais fragilizados com a autoavaliação que farão na atividade.

Providencie cópias do Capítulo 3 (página 8 do Caderno do Estudante) para cada quarteto.

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1. Peça que os alunos se reúnam em quartetos e esclareça que o objetivo dessa atividade é promover uma avaliação das atividades da Etapa Determinação.

2. Entregue para cada quarteto uma cópia do Capítulo 3 (página 8 do Caderno do Estudante). Oriente-os que escolham um novo líder para organizar essa tarefa e tomar nota. Estabeleça um tempo para que concluam a tarefa. Acompanhe os trabalhos percorrendo a sala e esclareça as dúvidas que surgirem.

3. Ao final do tempo combinado, reúna a turma em roda e convide os líderes para ficar em pé. Combine com a turma que é o papel de todos apoiá-los nesse momento, ouvindo-os com atenção e respeito.

4. A seguir, pergunte quem quer começar pela leitura da primeira questão qual foi a atividade preferida nessa etapa do SuperAção Já!. Anote no quadro as respostas de todos os grupos. O resultado final permitirá que todos descubram as atividades que a turma mais curtiu fazer.

5. Peça que digam como foi a autoavalição dos integrantes do quarteto, se de modo geral, se todos já conseguem identificar os tipos de leituras que preferem e se avaliam que possuem determinação para superar os desafios que aparecem durante a leitura. Não é necessário que os líderes leiam todas as respostas, mas deixe claro que você conhecerá o que cada um disse a partir das anotações feitas. Por isso, é importante que os quartetos se certifiquem que as respostas estão identificadas com o nome de cada estudante.

6. Faça a sua devolutiva sobre o que observou do desempenho da turma com relação ao trabalho em duplas/quartetos: o que mostraram que têm de melhor e no que podem melhorar? Faça comentários positivos estimulando-os a superar as dificuldades identificadas na próxima etapa do SuperAção Já!.

7. Abra espaço para que eles avaliem o seu desempenho! Reforce que você continua se aperfeiçoando como professor, com muita determinação, e que a troca de opiniões é importante!

8. A seguir, peça àqueles que já terminaram suas leituras para fazer suas avaliações no Painel do Leitor. Sempre que você observar dados interessantes que possam ser explorados a partir do Painel, problematize-os com a turma.

9. Peça que guardem os Capítulos 3 em suas pastas e aproveite para ler as avaliações, pois elas ampliam a avaliação que você vem fazendo ao longo do trabalho. Parabenize a turma e esclareça que antes de iniciar a próxima etapa, vocês farão um desafio de leitura colaborativa muito legal!

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1. Peça aos estudantes que se reúnam em quartetos e explique que a primeira parte da Hora do Desafio da etapa Determinação traz um exercício de reflexão que terá como objetivo levá-los a compreender uma das estratégias importantíssimas que os leitores usam para compreender os textos: construir o sentido do texto, mesmo que haja nele palavras cujo significado não é conhecido.

2. Para começar, um momento de diálogo: pergunte-lhes se alguma vez já tiveram dificuldade de compreender algum texto por causa do vocabulário utilizado. Peça exemplos das situações que eles viveram.

1ª aula!

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DDee oollhhoo nnoo ccoonntteexxttoo!! Caro professor, Você e seus alunos terminaram a etapa Determinação do SuperAção Já!, parabéns! Mas, antes de passarmos para a próxima etapa, propomos um desafio de leitura colaborativa aos alunos! Por isso, é hora do desafio! Objetivo da atividade: Exercitar as capacidades de leitura, principalmente, formular e validar hipóteses e fazer inferências, a partir da ativação do conhecimento prévio e da identificação de pistas textuais. Materiais necessários: Papel sulfite, Cópias do Capítulo 4 (páginas 9 a 12 do Caderno do Estudante). Principal habilidade trabalhada: Compreensão leitora: ativação de conhecimento prévio, formulação e checagem de hipóteses e construção de inferências.

Esta atividade propõe que os estudantes façam inferências ou leiam o que não está escrito no texto, ativando para tanto os seus conhecimentos de mundo e tendo como base o contexto e algumas pistas dadas pelo texto, num verdadeiro "jogo de adivinhação".

Um bom exemplo de inferência é quando ouvimos/lemos uma piada, pois rimos exatamente porque entendemos o que não está dito explicitamente – piada explicada perde a graça!

Outro exemplo de inferência é relativa ao léxico, através do qual estabelecemos significados aproximados de palavras usadas às quais desconhecemos, mas que podemos "adivinhar" seus significados pelo contexto do próprio texto, praticando a “suspeita inteligente”. Num segundo momento, é possível consultar o dicionário para reforçar ou negar essa inferência, quando o significado mais exato se mostrar essencial à compreensão.

O objetivo da atividade é que os alunos passem a realizar esta estratégia nas suas leituras cotidianas, buscando com determinação compreender os textos e as palavras que desconhecem pelo contexto e fazendo relações com os seus conhecimentos de mundo.

Notas preliminares.

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3. Distribua, então, as cópias do Capítulo 4 (entregue, nesse momento, somente as páginas 9 e 10 do Caderno do Estudante) e peça que leiam os cinco textos de humor. Solicite que conversem nos quartetos para buscar explicações sobre os problemas de compreensão que ocorreram em cada situação retratada e respondam:

4. Estabeleça um tempo para que os quartetos possam ler, discutir e responder à questão. Enquanto isso, circule pela sala e observe como as equipes trabalham. Nesse momento, evite conversar com os estudantes, atuando apenas como observador.

5. Após o término do tempo, inicie a socialização das respostas pelo “texto 1”. Solicite que os quartetos exponham suas conclusões. A seguir, passe para o “texto 2” e siga até o “texto 5”.

6. Encerre esta primeira parte da atividade, retomando com os alunos a ideia de que os sentidos das palavras nem sempre são dados de antemão e que é preciso levar em conta os contextos, ou seja, as situações em que as palavras são utilizadas para podermos compreender os textos e também construir os sentidos das palavras.

7. Anuncie que na segunda parte do desafio, cada quarteto exercitará a capacidade de compreender um texto com vocabulário incomum. Explique que o desafio é buscar “adivinhar” os sentidos das palavras pelo contexto.

8. Inicie a segunda aula pedindo que formem novamente os quartetos e distribua as cópias das páginas 11 e 12 do Capítulo 4, dando a seguinte instrução:

2ª aula!

Aproveite o momento e fale, também, sobre as confusões e situações engraçadas que acontecem quando as pessoas, mesmo conhecendo os significados das palavras, acabam compreendendo mal um texto (falado ou escrito) porque atribuem um sentido que não estava previsto.

Fale que estas “confusões” de interpretação das palavras aparecem muito em textos de humor, principalmente em quadrinhos e em piadinhas. Pergunte se conhecem algum episódio engraçado ou piadinha que mostra estas confusões.

Amplie o diálogo!

Os problemas ocorridos nos textos estão no desconhecimento do vocabulário ou são fruto da incompreensão do contexto (situação em que as palavras são utilizadas)?

Os quartetos se organizaram de modo eficiente para realizar a atividade?

Houve a participação de todos?

Os alunos conseguiram identificar as “confusões” ocorridas nos textos e apontar suas causas?

Houve compreensão sobre a importância de levar em conta a situação em que as palavras são utilizadas para atribuir o sentido delas?

Como os alunos reagiram diante das dificuldades? Usaram a determinação para não desistir e seguir adiante?

Dicas para avaliar o desempenho de habilidades dos alunos na atividade:

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9. Explique também que o final do texto foi retirado e que, após encontrarem as correspondências entre as palavras do texto e da lista, eles deverão escrever um parágrafo para finalizar o texto, dizendo qual foi, afinal, o destino da galinha.

10. Dê tempo generoso para realizarem a atividade, circulando sempre pela sala e atuando como um observador do trabalho das equipes.

11. Ao término do tempo, é hora de socializar os trabalhos e conferir se os quartetos conseguiram fazer as associações corretas. Para isto, faça uma leitura compartilhada.

Encontrem na lista as palavras que poderiam substituir os vocábulos sublinhados no texto.

O desafio é ler o conto “Uma Galinha”, de Clarice Lispector e substituir as palavras destacadas pelos vocábulos que estão ao final do texto. No Anexo 2 (página 34 deste Roteiro) você encontra a lista de vocábulos presentes no conto de Clarice Lispector e as palavras correspondentes disponíveis para a substituição, para sua conferência.

Como foi focalizado na primeira parte dessa atividade, muitas vezes os problemas de compreensão estão relacionados com a incapacidade de levar em conta o contexto e a compreensão global de um texto para construir o sentido. Da mesma maneira que precisamos estabelecer relações com o contexto para entendermos as palavras de acordo com a situação em que são utilizadas, também é fundamental desenvolvermos a capacidade de inferir os sentidos das palavras desconhecidas pela associação delas com o contexto, acionando nossos conhecimentos prévios.

Nessa segunda parte da atividade, buscou-se destacar palavras que provavelmente são desconhecidas pelos alunos por serem pouco usadas cotidianamente. A intenção é que eles exercitem o que os leitores proficientes fazem quando se deparam com palavras cujo significado eles desconhecem: eles não interrompem a leitura para buscar os sentidos no dicionário e nem desistem de compreender o texto por causa desta dificuldade, pois, na maioria das vezes, são capazes de “adivinhar” os sentidos através do contexto.

Para deixar clara a importância desta estratégia e “facilitar” a realização da tarefa e o foco no contexto para a associação das palavras, buscou-se criar, para a substituição, uma lista de vocábulos que são conhecidos pelos alunos e que, além disto, mantêm as mesmas flexões (plural/singular, feminino/masculino, tempos e pessoas verbais etc.) das palavras destacadas no texto de Clarice Lispector.

O desafio: o contexto e as palavras certas.

Peça que cada quarteto leia um trecho do texto, substituindo as palavras grifadas pelas palavras que encontraram na lista.

Oriente os alunos a acompanharem a leitura dos colegas e, no caso de terem encontrado palavras diferentes, peça que solicitem uma pausa na leitura, levantando a mão e dizendo “PAUSA!”.

O quarteto que solicitou a pausa deve expôr sua discordância.

Converse sempre com os alunos sobre as razões que podem ter levado à uma confusão de sentidos e resolva o impasse, indicando qual das inferências é a mais adequada.

Como conduzir a leitura compartilhada: :

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12. Quando chegar ao momento de os quartetos lerem o final que deram à história, peça que cada grupo apresente o seu desfecho e avalie com a turma se os finais propostos foram coerentes e bem bolados.

13. Converse com eles sobre a capacidade que tiveram de compreender o texto e até de darem um final para ele, mesmo desconhecendo muitas palavras utilizadas pela autora! Leia, então, o final dado por Clarice Lispector:

14. Finalize perguntando se o final escolhido pela autora foi surpreendente ou não e conversando sobre as possíveis conclusões que podemos tirar a partir deste conto: que reflexão a autora quis que fizéssemos a partir da leitura deste texto?

Até que um dia mataram-na, comeram-na e passaram-se anos.

Houve organização dos quartetos para a realização da atividade?

Todos contribuíram para descobrir os sentidos das palavras destacadas?

Os alunos souberam se valer do contexto para fazer inferências e “adivinhar” os sentidos das palavras desconhecidas?

Houve cooperação e respeito durante a realização das conversas?

Dicas para avaliar o desempenho de habilidades dos alunos na atividade: :

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Anexo 1

Caro professor,

Recorte as piadas a seguir para fazer o sorteio entre as duplas da sala.

Joãozinho disse ao seu pai: -Pai, quando eu crescer, quero ser igual a você. O pai curioso pergunta: -Por quê? Joãozinho responde: -Para ter um filho como eu.

1

A moça pede uma pizza pelo telefone. A pessoa da pizzaria pergunta: - O senhor quer que eu corte em 4 ou 8 pedaços? - 4, Por favor. Eu jamais aguentaria comer 8 pedaços. . . 4

Pedro ligou para a Kátia: -Por favor, eu queria falar com a Kátia! -Pode falar, é a própria. -E aí, Próprio, tudo bom? Chama a Kátia para mim!

2

Uma menininha perguntou ao Papai Noel: - Papai Noel você roi as unhas? E ele respondeu: - Rou rou rou!

5 No pátio do manicômio: - Qual é o seu nome? - Pergunta um louco a um colega. - Sei lá, me esqueci. . . E o seu? - Também esqueci! - Puxa, então somos xarás.

6

Em um restaurante, o freguês chama o garçom: -Garçom! Tem uma mosca no meu prato! -É desenho do prato, meu senhor! -Mas está se mexendo! -Ih! Desenho animado!

3

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Duas crianças conversavam: - O noivo da sua irmã mais velha é rico? - Acho que não. Sempre que meu pai fala do casamento dos dois, minha mãe comenta: "pobre rapaz..."

10

A professora pergunta para o Toninho: - Onde são encontrados os elefantes? Ele pensa um pouco e responde: - São uns bichos tão enormes, que acho impossível alguém perder um...

8

- Por favor! O senhor viu alguém dobrando esta esquina, agora a pouco? - Não, senhor. Quando cheguei, ela já estava dobrada...

11

A professora pergunta para o Carlinhos: - Na minha mão direita eu tenho sete goiabas e na mão esquerda eu tenho nove goiabas. O que temos então? - Mãos enormes, fessôra!

9

Uma honesta menina de sete anos admitiu calmamente a seus pais que Luis Miguel havia lhe dado um beijo depois da aula. - "E como aconteceu isso?" Perguntou a mãe assustada. - "Não foi fácil", admitiu a pequena senhorita, "mas três meninas me ajudaram a segurá-lo".

13

Um mosquito para a mãe: - O mãe, deixe-me ir ao teatro! - Não, filho, aquilo é perigoso! - O mãe, deixe-me ir ao teatro! - Não, filho, é perigoso, já disse! - O mãe, deixe-me ir ao teatro! - Pronto, filho, vai. Mas cuidado com as palmas!!!

12

A velhinha vai até o quartel pra visitar seu netinho. Chega para o sargento e diz: - Seu sargento, vim visitar meu neto, o nome dele e Adroaldo Silva. Ele serve aqui neste quartel, não é? - Sim, minha senhora... Só que hoje ele pediu licença para ir ao enterro da senhora!

14

Walter ligou para Walquíria: - Alô, é do 999-9999? - Não, é do 666-6666. - Droga! Disquei com o telefone ao contrário de novo. . .

7

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- Um vizinho pergunta para o outro: - Que festa foi aquela que teve aqui ontem? - Foi um casamento. - Que bom! E os noivos, estão bem? - O noivo está no cemitério, e a noiva no hospital. - Que horror! O que houve? Muita bebida? - Não. O noivo é coveiro e a noiva enfermeira.

15

Um homem, emocionadíssimo com a primeira viagem de avião que ia fazer, senta-se no banco, todo nervoso, e daí a pouco faz um comentário com a aeromoça: - Que interessante: as pessoas lá embaixo parecem formiguinhas! A aeromoça: - São formiguinhas mesmo. Nós ainda não levantamos voo...

16

No hospício, o doido telefona pro corpo de bombeiros e avisa: - Tá pegando fogo no hospício! Rapidamente os bombeiros chegam ao local: - Onde é o fogo? O doido: - Vocês vieram tão rápido que ainda nem deu tempo de botar.

17

- Posso ajudá-lo a fazer o pedido, cavalheiro? - pergunta o garçom. - Sim... Como é que vocês preparam esse frango? - Sem muita conversa mole, senhor. Nós vamos direto ao assunto e informamos que ele vai morrer.

18

Um doido estava passeando com a escova de dente na coleira, até que o médico chegou: -Está passeando com o cachorrinho na coleira? -Oh, seu maluco, não está vendo que isso é uma escova de dente? O médico sai todo decepcionado e, então, o doido olha pra escova e disse baixinho: -Hehe, enganamos mais um, Totó!

20

O professor de Matemática levanta uma folha de papel em uma das mãos e pergunta para Joãozinho: - Se eu dividir essa folha de papel em quatro pedaços, Joãozinho, com o que eu fico? - Quatro quartos, professor! - E se eu dividir em oito pedaços? - Oito oitavos, professor! - E se eu dividir em cem pedaços? - Papel picado, professor!

19

Page 33: Etapa determinação

© Instituto Ayrton Senna 2012 Roteiro da Etapa Determinação – SuperAção Já! – 5ª série (6º ano) 33

A professora ralhava com o Joãozinho: - Joãozinho, a que distância você mora da escola? - A dois quilômetros, professora! - E a que horas você sai de casa? - Às sete e quinze, professora! - Então, se você tem quarenta e cinco minutos para percorrer apenas dois quilômetros, por que é que chega todo dia atrasado? - É que está cheio de placas escrito: "Devagar, Escola".

22

A professora fala para a Mariazinha: - Mariazinha, me diga 3 partes do corpo que comecem com a letra D. - Hummmm.... Dedo, Dente... e huummm... Dentina! - Muito bem, vai levar uma nota que começa com D também! - Dez! Oba! E virando-se para o Joãozinho: - Joãozinho, agora me diga 3 partes do corpo que comecem com a letra Z. - Zóio, Zouvido e Zoreia, fessora! - Vai levar uma nota que começa com Z também! - Um zoito? Oba!

23

O hospício estava superlotado. Então, os médicos resolveram fazer um exame para ver quem já estava bom. Saíram gritando que o hospício estava inundando e todos os doidos começaram a nadar no chão, menos um que ficou sentado num banco, sorrindo. O médico pensou: Esse cara já deve estar bom, não está nadando. E perguntou pro doido: -Por que você não está nadando? Eu vou esperar o navio, que é mais rápido.

24

- Um doido planejava fugir do hospício com um parceiro. Chegou para ele e disse: - Vamos fugir de noite pelo buraco da fechadura. De noite, os dois saíram de fininho, chegaram à porta e o doido disse: -Ih, pode desistir, não vai dar mais para fugir. -Por quê? -Esqueceram a chave na fechadura!

21

Page 34: Etapa determinação

Anexo 2

Lista de vocábulos utilizados

galgava

arfava

vacilou

esporadicamente

apatia

brusquidão

sobressalto

consternada

desvencilhar

resquícios

vísceras

anseio

ínfima

hesitante

triunfo

afeita

arisca

cautelosos

adorno

prematuro

saltava

balançava

duvidou

raramente

moleza

aspereza

susto

magoada

livrar-se

restos

intestinos

vontade

insignificante

indeciso

vitória

acostumada

esperta

cuidadosos

enfeite

antecipado

Palavra utilizada no conto Palavra correspondente para substituição