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Estudos técnicos para subsidiar a proposta de criação do PARQUE ESTADUAL SERRA DA PRATA Estudo Técnico Socioeconomia Brasília-DF, dezembro de 2012

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Foto: Fátima Sonoda

Estudos técnicos para subsidiar a proposta de criação do

PARQUE ESTADUAL SERRA DA PRATA

Estudo Técnico

Socioeconomia

Brasília-DF, dezembro de 2012

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Diretor-Presidente Henrique Brandão Cavalcanti

Superintendente-Executivo Cesar Victor do Espírito Santo

Administrativo-Financeiro Carlos Daniel Martins Schneider Eduardo B. Passos Paulo Henrique Gonçalves

Projeto estudos para criação de unidades de conservação no Estado de Goiás

Coordenação Geral - Paulo de Tarso Zuquim Antas Coordenação Executiva - Mara Cristina Moscoso Coordenação do Meio Biótico - Paula Hanna Valdujo Administrativo-financeiro - Paulo Henrique Gonçalves

Consultores setoriais

Sistema de Informação Geográfica Renato Prado dos Santos – Coordenação Edivaldo Lima de Souza

Socioeconomia Mara Cristina Moscoso - Coordenação Maurício Galinkin

S PIDIAR ALNA

Secretário do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos Leonardo de Moura Vilela

Superintendente de Unidades de Conservação

José Leopoldo de Castro Ribeiro

Gerente de Àreas Protegidas

Gilvânia Maria Silva

Coordenadora do Projeto Cerrado Sustentável Susete Araújo Pequeno

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Sumário APRESENTAÇÃO ..................................................................................................................... 6

METODOLOGIA ...................................................................................................................... 8

- Levantamento socioeconômico dos municípios ...................................................................... 8

- Pesquisa de Campo .............................................................................................................. 8

SOCIOECONOMIA .................................................................................................................. 9

1. O Estado de Goiás ........................................................................................................... 9

1.1. Aspectos gerais ........................................................................................................... 9

2. Socioeconomia do município de Monte Alegre de Goiás .................................................. 22

Histórico ........................................................................................................................... 24

2.1. Contexto Social ......................................................................................................... 25

a. Demografia .................................................................................................................. 25

b. Saúde .......................................................................................................................... 26

c. Educação...................................................................................................................... 27

d. Infraestrutura e saneamento ......................................................................................... 29

e. Renda .......................................................................................................................... 29

f. Políticas públicas .......................................................................................................... 31

2.2. Contexto Econômico ................................................................................................. 32

a. Recursos minerais ......................................................................................................... 34

b. Setor primário .............................................................................................................. 34

c. Setor secundário........................................................................................................... 38

d. Setor terciário .............................................................................................................. 38

2.3. Projetos planejados ou em execução .......................................................................... 38

2.4. Aspectos Ambientais e Culturais ................................................................................ 38

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................................. 40

Sumário de mapas Mapa 1. Brasil, Região Centro-Oeste e Estado de Goiás ................................................................. 9 Mapa 2. Mesorregiões de Goiás .................................................................................................... 10 Mapa 3. Microrregiões de Goiás ................................................................................................... 11 Mapa 4. Divisão das regiões de Goiás, segundo a Segplan ............................................................. 12 Mapa 5. Comunidades negras rurais quilombolas demarcadas em Goiás ...................................... 14 Mapa 6. Localização do município de Monte Alegre de Goiás ....................................................... 22

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Sumário de tabelas Tabela 1. Mesorregiões e Microrregiões de Goiás .......................................................................................10 Tabela 2. Percentual da população residente nascida no Estado de Goiás ...................................................13 Tabela 3. Distribuição da população por cor autodeclarada ........................................................................13 Tabela 4. Variação no número de alunos matriculados nas redes de ensino ................................................16 Tabela 5. Resíduos sólidos nos domicílios particulares permanentes ...........................................................17 Tabela 6. Pessoas de 10 anos ou mais de idade, por classes de rendimento nominal mensal.......................17 Tabela 7. Rendimento nominal médio em Goiás, em relação ao recebido na média brasileira, das pessoas com 10 anos ou mais, com rendimentos, segundo cor/etnia autodeclarada ................................................18 Tabela 8. Domicílios particulares permanentes, por classes de rendimento nominal mensal domiciliar. Participação percentual de cada classe no total ..........................................................................................18 Tabela 9. Produtos da Lavoura temporária goiana relevantes na produção brasileira (acima de 10% do valor nacional), produção ....................................................................................................................................20 Tabela 10. Produtos da Lavoura temporária goiana relevantes na produção brasileira ................................20 Tabela 11. Distância aproximada para sedes dos municípios limítrofes de Monte Alegre de Goiás ..............23 Tabela 12. Resumo da formação administrativa do município de Monte Alegre de Goiás ............................25 Tabela 13. População residente, por situação do domicílio .........................................................................26 Tabela 14. Distribuição da população por cor autodeclarada ......................................................................26 Tabela 15. Número de equipamentos existentes, em uso e disponíveis ao SUS, segundo grupo de equipamentos.............................................................................................................................................27 Tabela 16. Número de equipamentos de categorias selecionadas existentes, em uso, disponíveis ao SUS, segundo categorias do equipamento ..........................................................................................................27 Tabela 17. Variação no número de alunos matriculados nas redes de ensino ..............................................28 Tabela 18. Número de alunos matriculados nas redes de ensino .................................................................28 Tabela 19. Resíduos sólidos nos domicílios particulares permanentes .........................................................29 Tabela 20. Distribuição de renda da população com 10 anos ou mais..........................................................30 Tabela 21. Valor do rendimento nominal médio das pessoas com 10 anos ou mais, com rendimentos, segundo cor/etnia autodeclarada ...............................................................................................................30 Tabela 22. Domicílios particulares permanentes, por classes de rendimento mensal domiciliar. .................31 Tabela 23. Número de empresas atuantes ..................................................................................................33 Tabela 24. Produção da Indústria Extrativa Mineral ....................................................................................34 Tabela 25. Produtos da Lavoura Temporária, área plantada ........................................................................34 Tabela 26. Produtos da Lavoura Temporária, produção ..............................................................................34 Tabela 27. Produtos da Lavoura Temporária, valor......................................................................................35 Tabela 28. Produtos da Lavoura Permanente ..............................................................................................35 Tabela 29. Produtos do Extrativismo Vegetal, produção ..............................................................................36 Tabela 30. Produtos do Extrativismo Vegetal, valor .....................................................................................36 Tabela 31. Preço médio dos produtos do extrativismo vegetal ....................................................................36 Tabela 32. Efetivo dos principais rebanhos, por tipo ...................................................................................37 Tabela 33. Produção de origem animal .......................................................................................................37 Tabela 34. Produção de origem animal, valor ..............................................................................................37 Tabela 35. Evolução do preço médio da produção animal ...........................................................................37

Sumário de fotografia Foto 1. Praça da Matriz - sede do município de Monte Alegre de Goiás Foto: Mara Moscoso ...... 24

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Lista de Siglas

ANA Agência Nacional de Águas ANEEL Agência Nacional de Energia Elétrica APA Área de Proteção Ambiental BIG Banco de Informações de Geração de energia elétrica CAT Centro de Atendimento ao Turista CNES Cadastro Nacional de Estatabelecimentos de Saúde CNRQ Comunidade Negra Rural Quilombola CONDEMA Conselho Municipal do Meio Ambiente DATASUS Banco de dados do Sistema Único de Saúde EPE Empresa de Pesquisa Energética FUNASA Fundação Nacional de Saúde IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística ICMBio Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade IDEB Índice de Desenvolvimento da Educação Básica IMB Instituto Mauro Borges de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos/ Segplan INEP Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira/ MEC IPEA Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada MDA Ministério do Desenvolvimento Agrário MDS Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome MEC Ministério da Educação MinC Ministério da Cultura MTE Ministério do Trabalho e Emprego OCDE Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico ONG Organização Não Governamental PAC Plano de Aceleração do Crescimento PCH Pequena Central Hidrelétrica PE Parque Estadual PN Parque Nacional PNCV Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros RAIS Relação Anual de Informações Sociais, do MTE RPPN Reserva Particular do Patrimônio Natural SAMU Serviços de Atendimento Móvel de Urgência SEGPLAN Secretaria de Gestão e Planejamento/ Governo de Goiás SEPIN Superintendência de Estatística, Pesquisa e Informação SEPLAN Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento SIC Secretaria de Indústria e Comércio do Estado de Goiás SIDRA Sistema IBGE de Recuperação Automática SIEG Sistema Estadual de Estatística e de Informações Geográficas de Goiás SM Salário Mínimo SNAS Secretaria Nacional de Assistência Social/MDS SNIS Sistema Nacional de Informações Sobre Saneamento – Ministério das

Cidades SUS Sistema Único de Saúde UNESCO Organização das Nações Unidas para a educação, a Ciência e a Cultura VBP Valor bruto da produção

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APRESENTAÇÃO

A Fundação Pró-Natureza (Funatura) foi selecionada mediante licitação e firmou com o Governo do Estado de Goiás, o Contrato no 009/2012. O objetivo central é realizar o projeto “Criação de Unidades de Conservação no Estado de Goiás” através da análise dos dados dos componentes de biodiversidade, geodiversidade e socioeconomia com apoio de imagens de satélite e Sistemas de Informação Geográfica. Inicialmente foram avaliados 15 polígonos, indicados pela Secretaria de Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos do estado (Semarh-GO). Os mesmos foram selecionados pela Secretaria conforme os critérios explicitados no documento “Pré-seleção de áreas potenciais para a criação de unidades de conservação no Estado de Goiás”, produzido pela Gerência de Áreas Protegidas da Semarh-GO. Houve inicialmente a apresentação da metodologia de trabalho para a Semarh-GO e sua equipe técnica envolvida com o projeto, em agosto de 2012. A seguir foram feitas as primeiras avaliações de representatividade atual dos ecossistemas a partir de imagens de satélite e verificação de prioridades para conservação com o uso de fontes bibliográficas e bancos de dados não publicados de propriedade dos consultores ou pesquisadores consultados. Essa etapa visou elencar os polígonos frente as prioridades de conservação para os ambientes no estado, no país e internacionalmente. O detalhamento dessa etapa foi o objeto da fase anterior desse contrato e foi entregue nas formas digital e impressa para a Semarh-GO. A partir da listagem obtida foram selecionados os cinco polígonos ou grupos de polígonos (em alguns casos havia a proximidade geográfica e ecológica entre pares de polígonos indicados, sendo então avaliados em conjunto nesse momento) pela Semarh-GO, os quais passariam a ter avaliações diretas pelas equipes de consultores setoriais em campo. Além desses cinco, número pré-definido conforme a metodologia de abordagem estabelecida inicialmente, um sexto permaneceu para eventuais avaliações de campo devido a falta de fontes secundárias seguras. O relatório atual aborda os resultados referentes aos meios físicos, bióticos e socioeconômicos das áreas de estudo, bem como de sobrevoos efetuados. Para cada área estudada foram sugeridas unidades de conservação de proteção integral, com seus limites indicados em carta topográfica e sobre imagem de satélite. Além dessas áreas de estudo, a sexta foi avaliada em campo para verificação da realização de estudos mais aprofundados e o resultado é objeto de um volume em separado. Além dos relatórios por área de estudo, também é apresentado um volume integrando os resultados do sobrevoo e das sugestões de Unidades de Conservação de proteção integral. O resultado final busca ampliar o Sistema de Unidades de Conservação de Goiás com pelo menos o dobro de superfície em áreas de proteção integral criadas em relação à situação do início de 2012. A atividade está inserida no Projeto Cerrado Sustentável Goiás, componente 1 - Proteção da Biodiversidade pela Expansão e Consolidação de Áreas Protegidas no Corredor Ecológico Paranã-Pirineus e na APA João Leite. Na seleção da categoria de Unidade de Conservação de proteção integral buscou-se equilibrar a necessidade de proteção de amostras das ricas biodiversidade e geodiversidade goianas com a possibilidade da unidade representar uma fonte adicional de renda para os municípios envolvidos.

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Nesse volume a Funatura indica a criação do Parque Estadual Serra da Prata, situado integralmente no município de Monte Alegre de Goiás. Seus limites englobam uma parte do rio Paranã onde ele já deixa de ser um rio de planície com meandros para entrar na área rochosa de corredeiras, a qual chega a seu máximo no chamado Funil, localizado a jusante da estrada GO-118 e onde todo o rio passa por uma estreita garganta rochosa entre as montanhas antes da área calunga do rio das Almas. Tendo o rio como limite, que está na cota aproximada de 390 m, a Serra da Prata lança-se a grandes alturas alcançando 1020 m na sua região oriental. Em oito quilômetros há um desnível de 630 m, produzindo um maciço imponente, mais notável ainda por quem chega pelo sul ou pelo leste, vindo da planície do rio Paranã. Além dessa condição especial, o maciço ainda pode ser subdividido com uma massa de granito a oeste e um centro mais escarpado prolongando-se a nordeste em uma crista até próximo da cidade. Na face leste há um grande afloramento de calcário emoldurando a serra com sua mata seca ou decidual. Essa fitofisionomia é uma das mais ameaçadas mundialmente e no vale do rio Paranã, bem como ao longo das encostas da Serra Geral de Goiás, possui a sua maior expressão do estado. Habitam a mata decidual uma série de espécies endêmicas de aves a répteis e anfíbios, sendo que nesse último grupo foram coletados exemplares em campo de espécies ainda não descritas cientificamente. A mata ciliar do rio Paranã forma outra fitofisionomia notável, assim como os campos de altitude sobre o substrato rochoso. Nos fundos de vale além da influência do calcário ocorrem matas de galeria com outra composição de espécies. Junto com os cerrados de altitude ou do vale tornam essa área a prioritária em termos dos parâmetros de biodiversidade e geodiversidade utilizados nesse trabalho.

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METODOLOGIA

A área de estudo da Serra da Prata abrange o município de Monte Alegre de Goiás. Foram feitos levantamentos de dados socioeconômicos em portais oficiais, pesquisa bibliográfica, visita aos municípios e sobrevoos. - Levantamento socioeconômico dos municípios Foram utilizadas como principais fontes de consulta as bases de dados oficiais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) - Sistema IBGE de Recuperação de Dados – Sidra, dentre outras -, Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA-Data), Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira/ Ministério da Educação (Inep/MEC), Banco de Dados do Sistema Único de Saúde (Datasus), Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde/Ministério da Saúde (CNES), Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM), Fundação Cultural Palmares/Ministério da Cultura (MinC), Instituto Mauro Borges de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos da Secretaria de Estado de Gestão e Planejamento de Goiás (Segplan), Ministérios das Cidades, do Desenvolvimento Agrário, do Planejamento e Orçamento, de Minas e Energia, e dos Transportes. O município de Monte Alegre de Goiás, junto com Cavalcante e Teresina de Goiás, possui comunidades quilombolas em seu território, porém não foi possível localizá-la tendo em vista que, neste município, as terras não foram demarcadas pelo Incra. - Pesquisa de Campo Foram realizados contatos prévios e reunião com o Secretário de Administração da prefeitura municipal de Monte Alegre de Goiás, além do envio de ofícios e contatos telefônicos.

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SOCIOECONOMIA

1. O Estado de Goiás

1.1. Aspectos gerais

O Estado de Goiás está situado na região Centro-Oeste do Brasil, e ocupa uma área de 340.103 km2, sendo o sétimo estado brasileiro em extensão territorial. Está dividido, atualmente, em 246 municípios, com população estimada de 6.154.996 habitantes (IBGE, 2012). Limita-se com os estados de Tocantins (norte), Bahia (leste), Minas Gerais (leste e sul), Mato Grosso do Sul (Sul), e Mato Grosso (oeste), conforme ilustrado no mapa 1.

Mapa 1. Brasil, Região Centro-Oeste e Estado de Goiás

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Conforme o IBGE, os municípios goianos estão distribuídos em cinco mesorregiões, as quais são subdivididas em 18 microrregiões, como mostram a tabela 1 e os mapas 2 e 3. Tabela 1. Mesorregiões e Microrregiões de Goiás

Mesorregião Municípios Microrregião Norte 27 Porangatu Chapada dos Veadeiros Noroeste 23 São Miguel do Araguaia Rio Vermelho Aragarças Leste 32 Vão do Paranã Entorno de Brasília

Centro 82 Ceres Iporá Goiânia Anápolis Anicuns

Sul 82 Sudoeste de Goiás Meia Ponte Catalão

Vale do Rio dos Bois Pires do Rio Quirinópolis Fonte: IBGE, 2011. Elaboração: Funatura.

Mapa 2. Mesorregiões de Goiás

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Mapa 3. Microrregiões de Goiás

Visando definir políticas que atuem para minimizar os desequilíbrios regionais, e procurando agrupar os municípios a partir da homogeneidade de suas características, em termos de condições socioeconômicas e espaciais, o governo de Goiás, por meio da Superintendência de Estatística, Pesquisa e Informação (Sepin) da Secretaria de Gestão e Planejamento (Segplan), adotou uma divisão diferenciada do IBGE, agrupando os municípios em dez Regiões de Planejamento, conforme se observa no mapa 4.

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Mapa 4. Divisão das regiões de Goiás, segundo a Segplan

A área de estudo Serra da Prata está totalmente inserida no município de Monte Alegre de Goiás, localizado mesorregião Norte, na microrregião Chapada dos Veadeiros e região de planejamento Nordeste de Goiás. Neste estudo, serão consideradas as regiões delimitadas pelo IBGE.

- Alguns aspectos da socioeconomia do Estado de Goiás

a. Demografia

Goiás possui densidade demográfica (em 01/07/2012) de 18,1 hab/km2 e a grande maioria de sua população concentra-se na Região Metropolitana de Goiânia e no entorno do Distrito Federal. Os municípios de menor densidade demográfica situam-se nas porções Norte e Nordeste do Estado.

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O Estado tem alto índice de urbanização, acima de 90%, mas simultaneamente relevância na produção agropecuária e no agronegócio do país, como se verá na sua participação no PIB agrícola nacional. Em Goiás registra-se um aumento de imigração, com uma redução da população residente nativa, entre 1991 e 2010, conforme mostra a tabela 2, a seguir. Tabela 2. Percentual da população residente nascida no Estado de Goiás

1991-2010 em percentuais do total Ano 1991 2000 2010

População nativa (%) 76,4 74,1 72,4 Fonte: IBGE, censos demográficos 1991, 2000 e 2010. Elaboração: Funatura

A distribuição da população goiana por sexo é equilibrada, com pequena maioria para as mulheres, que representam 50,3% do total. A metade da população residente em Goiás declarou-se “parda” aos recenseadores do IBGE, com a distribuição das respostas dadas ao Censo Demográfico referente ao ano 2010, mostradas na tabela 3. Tabela 3. Distribuição da população por cor autodeclarada

2010 Cor Percentual do total

Branca 41,7 Preta 6,6 Amarela 1,6 Parda 50,0 Indígena 0,1 Sem decl. - Total 100,00

Nota: dados do universo. Fonte: IBGE - Censo Demográfico 2010. Elaboração: Funatura

Comunidades Negras Rurais Quilombolas Até o ano 2009, a Fundação Palmares havia certificado 22 comunidades negras rurais quilombolas no Estado de Goiás (Palmares, 2012), destas, apenas quatro foram demarcadas pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), conforme o mapa 5.

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Mapa 5. Comunidades negras rurais quilombolas demarcadas em Goiás

b. Saúde

Em 2009, o Estado de Goiás contava com 355 hospitais gerais, dos quais 154 eram públicos, com 5.416 leitos, 20 filantrópicos, com 2.622 leitos, e 181 privados, com 9.876 leitos. Do total de 17.914 leitos hospitalares existentes no Estado, no referido ano, o Sistema Único de Saúde (SUS) contava com 12.831, ou seja, 71,2% eram disponibilizados para atendimento de toda a população pelo sistema público. Existiam,

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ainda, 61 hospitais especializados, dos quais 81% eram da rede de medicina privada, e dois hospitais-dia. A população do Estado contava com 1.075 centros de saúde e 225 postos de saúde, mais de 98% deles da rede pública, além de 2.176 consultórios privados, de acordo com informações do Ministério da Saúde (Saúde, 2010). Na área de especialização predomina a rede de medicina privada, existindo em Goiás 699 clínicas especializadas, das quais 617 eram privadas, 695 unidades de apoio de diagnose e terapia, com apenas seis do sistema público de saúde, e 169 policlínicas, onde somente 14 eram da rede pública. Já o IBGE informava, para este mesmo ano, que existiam 398 estabelecimentos de saúde com internação total (hospitais), dos quais 176 eram públicos e estes dispunham de 5.171 leitos, enquanto os privados registravam a existência de 10.100 leitos, totalizando 15.271 leitos existentes em todo o Estado. Dos hospitais privados, 37% estão na Capital, e dos públicos somente 20% estão concentrados em Goiânia. O IBGE acrescenta que 1.121 estabelecimentos médicos ofereciam tratamento dentário (IBGE, 2010). Essa infraestrutura de saúde contava, em dezembro de 2009, com 22.024 médicos1, dos quais 19% não atendiam pacientes do SUS. Em Goiás, na data citada, havia 3,7 médicos por 1.000 habitantes, abaixo dos 4,4 registrados no país. Cerca de 46% dos médicos estavam na capital do Estado, que dispunha de 7,9 médicos por 1.000 hab., indicando grande concentração na Capital e certamente carência ainda maior em algumas regiões e municípios goianos. Adicionalmente, Goiás registrava a presença, na sua rede de saúde, no referido ano, de 1.110 fisioterapeutas, 523 fonoaudiólogos, 320 nutricionistas, 1.235 farmacêuticos, 1.124 psicólogos, 518 assistentes sociais, 3.379 enfermeiros, 4.583 auxiliares de enfermagem, 7.982 técnicos de enfermagem e 4.602 cirurgiões-dentistas (44% em Goiânia), conforme dados do Ministério da Saúde2. Na morbidade hospitalar em Goiás, em 2009, 16,9% foram consequência de doenças no aparelho respiratório e 15,3% de problemas ocorridos na gravidez, parto e puerpério. Por faixa etária, faleceram nos hospitais, em decorrência de doenças no aparelho respiratório 45,6% dos menores de um ano, 48,1% na faixa entre um e quatro anos, 34,5% na faixa de cinco a nove anos e 24,9% entre pacientes de 65 anos ou mais. Por problemas na gravidez, parto e puerpério, a prevalência foi de 48,9% na faixa entre 15 e 19 anos e 23,4% entre 20 e 49 anos. A mortalidade infantil em Goiás foi reduzida de 16,1 para 13,7 por 1.000 nascidos vivos, entre 2004 e 2008 (Saúde, 2010).

c. Educação

As redes de ensino dos municípios goianos, de forma geral, aumentaram o número de alunos matriculados no ensino infantil e fundamental (INEP, 2012), em 2012 com relação a 2005, como pode ser visto na tabela 4.

1 Essas informações referem-se a vínculos com os estabelecimentos: se um profissional tiver vínculo com mais de um estabelecimento, ele será contado tantas vezes quantos vínculos houver. Fonte: CNES. Situação da base de dados nacional em 10/04/2010. 2 Esses números referem-se a vínculos de trabalho existentes, veja a na página anterior.

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Com tendência oposta, a rede estadual registra uma redução considerável nas matrículas no ensino fundamental e médio, entre os anos focalizados. Já a rede particular mostra crescimento de matrículas em todos os níveis do 1º e 2º graus, exceto na pré-escola, entre 2005 e 2012. Tabela 4. Variação no número de alunos matriculados nas redes de ensino

2005-2012 2005=100

Dependência Matrícula Inicial

Educação Infantil Ensino Fundamental Ensino Médio Creche Pré-

Escola 1ª a 4ª série e anos iniciais

5ª a 8ª série e anos finais

Estadual 0,0 19,8 34,1 72,3 96,7 Municipal 205,0 108,2 101,9 101,7 76,9 Privada 120,5 75,9 121,3 104,5 111,7 Total 172,0 94,6 91,9 83,3 99,6

Fonte: Inep/Ministério da Educação. Elaboração: Funatura

Em 2012, as matrículas iniciais nas redes de ensino em Goiás foram de 1,4 milhão de alunos, dos quais 43,8 % na municipal, 36,8% na estadual e 18,9% na rede particular. As escolas federais contribuem com apenas 0,65% do total. A avaliação da qualidade do ensino tem sido realizada pelo Inep/MEC através da pesquisa do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb). No Estado de Goiás, como um todo, a meta do Ideb de 2011, na rede de ensino estadual, para a 4ª série/5ºano era de 4,7, tendo sido atingido o valor de 5,3 (meta prevista para 2015). Para a 8ªsérie/9ºano o objetivo era alcançar 3,7, registrando-se nos exames a média de 4,0, ou seja, superando-o em 8%. Para o ensino médio, a rede estadual tinha como 3,2 meta estabelecida para 2011, com seus alunos atingindo 3,6, valor superior ao previsto para 2013 (INEP, 2012). De acordo com os referenciais adotados pelo Inep/MEC, sistemas educacionais de países desenvolvidos (da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico – OCDE, em português) registram atualmente um índice equivalente ao Ideb médio de 6,0, colocado pelo Instituto como meta a ser atingida pela rede pública de ensino brasileira até 2022.

d. Saneamento

Em Goiás, cerca de 79% dos habitantes são servidos por rede geral de água, enquanto 18% se abastecem em poços ou nascentes na propriedade e 2% em poços ou nascentes que estão fora de suas propriedades, de acordo com as informações colhidas pelo Censo Demográfico 2010 (IBGE, 2011). Em 2010, apenas dois milhões de habitantes do Estado, aproximadamente um terço do total, eram servidos por rede de coleta de esgoto (Cidades, 2011). Com 90% de sua população morando em áreas urbanas, as informações disponíveis indicam que 85,7% dos domicílios goianos são servidos por coleta do serviço de limpeza e outros 5% dispõem de caçambas desse serviço para recolhimento de lixo, representando um total de 91,3% dos habitantes do Estado atendidos pela coleta. As informações do Censo 2010 a respeito de destinação do lixo domiciliar são apresentadas na tabela 5, a seguir.

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Tabela 5. Resíduos sólidos nos domicílios particulares permanentes 2010

Destino do lixo % do total de habitantes 1- Coletado 91,3 Coletado por serviço de limpeza 86,3 Coletado em caçamba de serviço de limpeza 5,0 2- Queimado (na propriedade) 7,3 3- Enterrado (na propriedade) 0,5 4- Jogado em terreno baldio ou logradouro 0,3 5- Outro destino 0,5

Nota: dados do universo. Fonte: IBGE – Censo Demográfico 2010. Elaboração: Funatura

e. Renda

Goiás possuía menos pessoas (4,3%) que o Brasil (6,3%), em termos relativos, situadas nas faixas de renda mais baixas, de até meio salário mínimo (SM), de acordo com os dados do Censo Demográfico de 2010, do IBGE (IBGE, 2011). Segundo essa fonte, a faixa de renda entre um e cinco salários mínimos abrangia 30,2% das pessoas com mais de 10 anos no país, enquanto no Estado registra 32,9%, conforme pode ser observado na tabela 6, a seguir. Nas faixas de renda acima de cinco SM os percentuais de cada classe são bastante similares. Tabela 6. Pessoas de 10 anos ou mais de idade, por classes de rendimento nominal mensal

2010

Classes de rendimento

nominal mensal

Estado de Goiás Brasil

Em percentuais Em percentuais (em salários

mínimos) da classe acumulado da classe acumulado

Até ½ 4,3 4,3 6,3 6,3 + de 1/2 a 1 24,1 28,3 21,1 27,5 + de 1 a 2 21,1 49,4 18,9 46,3 + de 2 a 5 11,8 61,2 11,3 57,7 + de 5 a 10 3,6 64,8 3,6 61,3 + de 10 a 20 1,1 65,9 1,2 62,5 + de 20 0,4 66,3 0,5 62,9 Sem rend. 33,7 100,0 37,1 100,0 Sem decl. - - - - Total 100,0 100,0 100,0 100,0

Notas: 1- dados do universo; 2- a categoria Sem rendimento inclui as pessoas que recebiam somente em benefícios; 3- salário mínimo utilizado: R$ 510,00. Fonte: IBGE – Censo Demográfico 2010. Elaboração: Funatura

Ao analisar a distribuição dos rendimentos por ‘cor/etnia” autodeclaradas, e comparar os rendimentos auferidos – em cada uma delas – em Goiás e no Brasil, percebe-se que na área rural goiana os rendimentos médios estão, no mínimo, em valores 36% acima do recebido pela média brasileira, chegando a alcançar mais de 66%, no caso dos indígenas.

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Na área urbana, observa-se que as “cores/etnias” que, de uma forma geral no país, são discriminadas com remunerações menores, em Goiás recebem valores acima de seus equivalentes em termos nacionais. Isso não quer dizer, é claro, que o valor absoluto das remunerações seja adequado mas, sim, apenas que são superiores à média das áreas rurais e urbanas brasileiras, para essas “cores/etnias”. A tabela 7, apresenta o resultado dessa comparação. Tabela 7. Rendimento nominal médio em Goiás, em relação ao recebido na média brasileira, das pessoas com 10 anos ou mais, com rendimentos, segundo cor/etnia autodeclarada

2010 em percentuais da média brasileira Cor/etnia Área Urbana Área Rural Total

Branca 93,1 138,8 96,2 Preta 103,1 141,3 106,8 Amarela 70,4 136,9 74,3 Parda 108,0 159,0 114,8 Indígena 105,3 166,3 134,5 Total 93,6 146,7 98,3 Notas: 1- dados do universo; 2 – a categoria Total inclui as pessoas sem declaração de cor ou etnia;

3- percentual calculado em relação à média brasileira na idêntica cor/etnia. Fonte: IBGE - Censo Demográfico 2010. Elaboração: Funatura

As informações do Censo 2010 relativas à renda domiciliar reforçam o fato de que a população de Goiás tem menos pessoas, em termos relativos, na faixa de menor rendimento que a média do país. Conforme mostra a tabela 8, enquanto apenas 1,5 % dos domicílios goianos registram um rendimento médio mensal de até meio salário mínimo, no Brasil temos 4,2% nessa classe de rendimento, quase três vezes mais. Acumulando-se as classes de renda domiciliar de até um salário mínimo mensal, temos 18,4% do total no país e 15,2% no Estado. Entre os domicílios com renda mensal acima de dois SM, Goiás alcança 57% do total, enquanto no Brasil eles representam 54,3%. Na classe “sem rendimentos”, Goiás também tem menos domicílios, percentualmente, que o registrado para o país. Tabela 8. Domicílios particulares permanentes, por classes de rendimento nominal mensal domiciliar. Participação percentual de cada classe no total

2010 Classes de rendimento

nominal mensal domiciliar Estado de Goiás Brasil

na classe acumulado na classe acumulado Até 1/2 salário mínimo 1,5 1,5 4,2 4,2 + de 1/2 a 1 SM 13,7 15,2 14,2 18,4 + de 1 a 2 SM 24,4 39,6 23,2 41,5 + de 2 a 5 SM 36,6 76,2 32,9 74,4 + de 5 a 10 SM 13,6 89,8 13,7 88,1 + de 10 a 20 SM 4,8 94,6 5,3 93,4 + de 20 SM 2,0 96,6 2,4 95,7 Sem rendimento 3,4 100,0 4,3 100,0 Sem declaração - - - - Total 100,00 100,00 100,00 100,00 Notas: 1- dados do universo; 2- a categoria Sem rendimento inclui as pessoas que recebiam somente em benefícios; 3- salário

mínimo utilizado: R$ 510,00. Fonte: IBGE – Censo Demográfico 2010. Elaboração: Funatura

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f. Economia

O Produto Interno Bruto (PIB) Estadual alcançou R$ 85 bilhões, em 2009, valor que equivale a 2,6% do PIB brasileiro, neste ano. A agropecuária contribuiu com 14% do PIB estadual, enquanto o setor industrial registrou 27% de participação e o setor terciário (Serviços) representou 59% do PIB goiano (IBGE, 2012). Em 2010, de acordo com o Cadastro Central de Empresas do IBGE, havia 154 mil empresas e outras organizações funcionando em Goiás. O setor de “comércio; reparação de veículos automotores e motocicletas” respondia por 51,2% desse total, seguido pela indústria de transformação, com 10,1% das empresas goianas, e “atividades administrativas e serviços complementares” em terceiro lugar, com 6,1% (IBGE, 2012).

g. Indústria Extrativa Mineral

O Estado de Goiás é o terceiro maior produtor de minerais do país, apenas superado por Minas Gerais (1º) e Pará (2º), conforme dados do Anuário Mineral Brasileiro 2010, do Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM, 2011). Em Goiás, no ano de 2009, o setor gerou quase 10 mil empregos diretos, nas próprias empresas e em terceirizadas, com a produção de níquel representando 20% desse total. A produção comercializada superou R$ 3,2 bilhões, em 2009, dos quais R$ 2,1 bilhões resultaram da exploração de minerais metálicos e R$ 1 bilhão de não-metálicos, de acordo com as informações do DNPM. Entre os metálicos, o maior valor de vendas em 2009 foi do cobre, que atingiu a R$ 916 milhões, seguido de ouro (primário), com R$ 520 milhões, níquel, com R$ 391 milhões e nióbio (pirocloro), que chegou a R$ 358 milhões, aproximadamente. Dos não-metálicos, no referido ano, o amianto (crisotila) gerou R$ 370 milhões, o fosfato R$193 milhões, rochas (britadas) e cascalho R$ 184 milhões e areia R$ 173 milhões, em valores aproximados. Setor primário Enquanto o PIB estadual representa apenas 2,6% do PIB nacional, o setor primário de Goiás contribui com 6,7% do valor adicionado bruto da agropecuária brasileira, o que indica a importância de sua produção para o país. Lavouras temporárias

Dentre as lavouras temporárias, em 2011 a soja, cana-de-açúcar e milho foram as que geraram o maior valor para o Estado, representando quase 80% do total originário dessas lavouras (IBGE, 2012). Em termos de participação acima de 10% do valor da produção nacional, entretanto, a mesma fonte indica que foram mais relevantes o alho, o girassol, o algodão, o tomate e a soja, como pode ser observado nas tabelas 9 e 10, a seguir.

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Tabela 9. Produtos da Lavoura temporária goiana relevantes na produção brasileira (acima de 10% do valor nacional), produção

2011 Produto Quantidade Produzida (t)

Goiás Brasil GO/BR (%) Algodão herbáceo (em caroço) 425.825 5.070.717 8,4 Alho 46.700 143.293 32,6 Girassol 11.667 77.932 15,0 Soja (em grãos) 7.703.982 74.815.447 10,3 Tomate 1.440.961 4.416.652 32,6

Fonte: IBGE, Produção Agrícola Municipal. Elaboração: Funatura

Tabela 10. Produtos da Lavoura temporária goiana relevantes na produção brasileira 2011

Produto

Valor da Produção em R$ 1.000

Goiás Brasil GO/BR (%) Algodão herbáceo (em caroço) 1.048.278 7.277.574 14,4 Alho 149.724 474.489 31,6 Girassol 9.213 51.202 18,0 Soja (em grãos) 5.096.662 50.369.437 10,1 Tomate 363.135 3.230.451 11,2

Fonte: IBGE, Produção Agrícola Municipal. Elaboração: Funatura

Lavoura permanente

Com relação à lavoura permanente em Goiás, o produto que tem relevância nacional é o Palmito, cuja produção em 2011 representou 31,5% do valor nacional (IBGE, 2012). Pecuária

Os rebanhos bovino e equino de Goiás representavam cerca de 10% e 8% do total nacional, respectivamente, em 2011, e o plantel de “galos, frangas, frangos e pintos” (de corte) e de galinhas (poedeiras) ficaram próximos a 5% do existente no país, no referido ano, conforme informações da Pesquisa Pecuária Municipal do IBGE, 2011. O número de vacas ordenhadas em Goiás chegou a atingir 11,3% do total brasileiro, em 2011 (IBGE, 2012). A produção animal goiana mantinha a mesma proporção, acima referida, com a sua participação no total brasileiro, em 2011. Setor secundário O setor secundário da economia goiana registrou a existência de 6.081 unidades locais, em 2010, de acordo com a Pesquisa Industrial Anual Empresa, do IBGE (IBGE, 2012). Com um Valor Bruto da Produção (VBP) industrial de Goiás atingindo R$ 45,4 bilhões, em 2010, a indústria extrativa mineral era responsável por 5% desse total, e dentre a indústria de transformação o setor de produção de alimentos contribuía com 50% da VBP industrial goiana. A contribuição da fabricação de veículos automotores foi de 7,8% do total, no referido ano, superando mesmo a tradicional indústria extrativa mineral (que registrou

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5%), seguida pela produção de biocombustíveis, responsável por 6,3% do total do VBP industrial de Goiás, conforme fonte acima referida. Os setores que, relativamente, mais agregaram valor na produção industrial goiana, em 2010, foram da fabricação de produtos “farmoquímicos e farmacêuticos” e de “biocombustíveis”, com 64% e 58,3% do VBP, respectivamente. Em 2010 a indústria gerou 217,5 mil empregos em Goiás, e o setor que mais empregou foi das indústrias alimentícias, responsável por 72,3 mil postos de trabalho (33,2% do total), seguido da produção de biocombustíveis, com 19 mil pessoas ocupadas (8,7%) no referido ano. Em terceiro lugar na geração de postos industriais está o setor de minerais não-metálicos, com 6,4% do total. Setor terciário O setor Serviços em Goiás é responsável por 59% do PIB do Estado, inclusive as funções de Governo, conforme dados do IBGE (IBGE/Sidra, 2012). A administração pública no Estado, em todas suas esferas de governo, responde por 13% do PIB goiano, o que equivale a 22% do setor Serviços no Estado. Em Goiás, o setor de Serviços, excetuadas as empresas financeiras, era composto por 22.719 unidades e empregava 194,6 mil pessoas, em 2007, com uma remuneração média anual (entre salários, retiradas e outras remunerações) de R$ 10,4 mil, a preços correntes.

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2. Socioeconomia do município de Monte Alegre de Goiás

O município de Monte Alegre de Goiás está localizado na porção nordeste do Estado de Goiás, pertence à mesorregião Norte e microrregião Chapada dos Veadeiros. Faz limite com os municípios goianos de Campos Belos, Teresina de Goiás, Divinópolis de Goiás, Alto Paraíso de Goiás, e Arraias, do Estado de Tocantins (Mapa 6).

Mapa 6. Localização do município de Monte Alegre de Goiás

Localiza-se a aproximadamente 570 km de Goiânia, capital do Estado, e a 361 km de Brasília-DF. O IBGE estima sua população em 7.857 habitantes, em 2012, e o seu território tem 3.120 km2 (IBGE 2012).

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O município pode ser acessado pela rodovia estadual GO-118 (a partir da BR-020 em Planaltina DF, GO-118, passando pelo centro de Teresina de Goiás ou a partir de Porto Nacional, TO, através da TO-070 e GO-118 através de Arraias, TO), ou por estrada não pavimentada GO-112 (via Nova Roma). Gentílico: Monte-alegrense. Área: 3.120 km2 Altitude: 557 m Povoados: Passa e Fica, Ponte do Paranã e Prata (Goiás, 2012). Aglomerados: Brejo Garimpo, Ingazeira, Pacífica e Riacho dos Cavalos (Goiás, 2012).

Tabela 11. Distância aproximada para sedes dos municípios limítrofes de Monte Alegre de Goiás

MONTE ALEGRE DE GOIÁS

Município Distância (km) Teresina de Goiás 76 Campos Belos 37 Divinópolis de Goiás 72 Nova Roma 75 Arraias (TO) 60

Fonte: Guia 4 Rodas (2012) : considerando o trecho mais curto. Elaboração Funatura

Prefeitura Municipal de Monte Alegre de Goiás Prefeito: Arlon Taveira Endereço: Pça. da Matriz, 1 – Centro – CEP 73830-000. Monte Alegre de Goiás – GO. Telefone: (62) 3494 -1193 Fax: (62) 3494-1552 Email: [email protected] Atendimento: 8 às 12 e das 14 às 17h

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Foto 1. Praça da Matriz - sede do município de Monte Alegre de Goiás Foto: Mara Moscoso

Histórico3 A origem da colonização de Monte Alegre de Goiás foi a exploração de garimpos de ouro, em meados do século XVIII. Em 1769 já existia o arraial do Morro do Chapéu ou Santo Antonio do Morro do Chapéu, quando se edificou a primeira capela em louvor a santo Antonio. Nas atividades iniciais de extração de ouro trabalhavam cerca de 1.800 escravos negros, trazidos pelos bandeirantes paulistas. Dessa forma, a população inicial era composta por garimpeiros e escravos. O arraial de Santo Antonio do Morro do Chapéu, nome derivado do santo padroeiro e do morro onde se localizava, passou a ser sede do Município de Arraias em 31 de julho de 1852, pela Resolução Provincial nº 12, desconhecendo-se os motivos da transferência. Mais tarde, pelas Resoluções Provinciais nº 5, de 2 de agosto de 1853 e nº 338, de 31 de julho de 1861, a povoação volta à condição de arraial subordinado a Arraias, resoluções que a restauraram como sede da Vila. Em 25 de julho de 1876, pela Resolução Provincial nº 565, o arraial de Santo Antonio do Morro do Chapéu foi elevado à categoria de Vila, extinta anos depois. Essa condição politico administrativa foi restaurada em 4 de julho de 1906, pela Lei nº 271, 3 Extraído e adaptado de IBGE, 2012.

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desmembrando-a de Arraias e instalada em 7 de agosto do mesmo ano, com a nova denominação de Chapéu, lembrando apenas o morro vizinho, com a forma de chapéu desabado. Tabela 12. Resumo da formação administrativa do município de Monte Alegre de Goiás

Ato Alteração Lei ou Resolução Provincial nº 8, de 04 de julho de 1851

Criação do distrito de Paranã no município de Arraias.

Lei ou Resolução Provincial nº 565, de 25 de julho de 1876

Desmembrado de Arraias e elevado à categoria de vila denominada Paranã

Decreto n° 5, de 05 de março de 1890

Criação do distrito de Campos Belos e anexado ao município de Arraias

Lei Estadual nº 271, de 04 de julho de 1906

Desmembrado de Arraias e elevado novamente à categoria de vila com a denominação Chapéu. Também foram constituídos dois distritos: Chapéu e Campos Belos, ambos desmembrados de Arraias

Ato das Disposições Transitórias (artigo 62, de 20 de julho de 1947

Elevado à categoria de município com a denominação de Chapéu, desmembrado de Arraias. Sede no antigo distrito de Chapéu. Constituído de dois distritos: Chapéu e Campos Belos, ambos também desmembrados de Arraias

Lei Estadual nº 773, de 16 de setembro de 1953

O município de Chapéu passou a denominar-se Monte Alegre de Goiás

Lei Estadual nº 781, de 01 de outubro de 1953

O território do município de Monte Alegre de Goiás é desmembrado dando origem ao distrito de Campos Belos, que é elevado à categoria de município

Fonte: IBGE, 2012. Elaboração: Funatura

2.1. Contexto Social

Estudo da Secretaria de Gestão e Planejamento do Estado de Goiás, denominado “Relatório: Caracterização Socioeconômica dos Municípios Goianos”, divulgado em abril de 2011, classifica Monte Alegre entre as 33 cidades que compõem o grupo de municípios com maior indicativo de carências no Estado. Segundo esse estudo, esses municípios apresentam “baixo dinamismo econômico e um grau considerável de miséria além do fato de as prefeituras não terem condições próprias de implementar políticas públicas compensatórias. As atividades econômicas são de baixo valor agregado, havendo em muitos casos uma agricultura de subsistência...” (p. 16). Monte Alegre de Goiás, de acordo com o citado estudo (p. 17), é o 3º município com maiores carências socioeconômicas em Goiás, só sendo superado por São Domingos (o mais carente) e Flores de Goiás (2º mais carente). O maior Quilombo do país encontra-se no Nordeste de Goiás, a comunidade Kalunga, com cerca de quatro mil habitantes, ocupando uma área de 237 mil hectares, parte dela situada no município de Monte Alegre de Goiás. O Estado criou, através de Lei Complementar Estadual nº 19 de 05/01/1995, o Território Kalunga como Patrimônio Cultural e Sítio de Valor Histórico (Goiás, 2010).

a. Demografia

O município de Monte Alegre sofreu uma redução populacional na última década do século passado, de acordo com os dados dos Censos populacionais do IBGE, quando

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sua população diminuiu 12,2%. Isto resultou do esvaziamento da área rural, que perdeu quase um quarto de seus habitantes na década considerada. Na primeira década do corrente século houve um aumento populacional no município, mas que não chegou a recuperar a perda anterior. Essa variação pode ser vista na tabela 13. Tabela 13. População residente, por situação do domicílio

1991-2010

Situação do domicílio

1991 2000 2010 2000/1991 (% de

crescimento)

2010/2000 (% de

crescimento) Urbano 2.275 2.746 3.164 20,7 15,2 Rural 5.691 4.146 4.566 -27,2 10,1 Total 7.966 6.892 7.730 -13,5 12,2

Fonte: IBGE – Censos Demográficos 1991, 2000 e 2010. Elaboração: Funatura

A população urbana, no entanto, registrou crescimento da ordem de 40%, ao longo de todo esse período. A área rural do município sofreu significativa redução de população no período considerado, caindo de 5.691 para 4.566 habitantes entre 1991 e 2010, ou seja, queda de 20%, e passou a representar 59,1% do total, em 2010, enquanto em 1991 abrigava 71,4% dos habitantes de Monte Alegre. O Censo de 2010 mostra que a população feminina constitui a maioria na área urbana, no município em foco, mas a área rural registra mais homens que mulheres. A declaração de cor ao Censo 2010, por parte da população, mostra uma forte predominância de indivíduos autodeclaradamente pardos, que alcança 62,7% do total, como pode ser observado na tabela 14, contrastando com 50% na média estadual. Tabela 14. Distribuição da população por cor autodeclarada

2010 Cor Percentual do total Branca 14,55 Preta 19,43 Amarela 3,25 Parda 62,74 Indígena 0,03 Sem decl. - Total 100,00

Nota: dados do universo. Fonte: IBGE - Censo Demográfico 2010. Elaboração: Funatura

b. Saúde

Em dezembro de 2009 a população de Monte Alegre contava com um hospital geral, com 15 leitos, e duas unidades básicas de saúde municipais, que atendiam a população com serviços ambulatoriais, de urgência, diagnose e terapia, e internação, de acordo com informações do Ministério da Saúde (Saúde, 2010). Já o IBGE informava, para esse mesmo ano, que havia, em Monte Alegre, um hospital municipal que oferecia atendimento ambulatorial e possuía internação com 20 leitos, e quatro ambulatórios municipais. (IBGE, 2010).

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Da mesma forma, enquanto o IBGE informa que no referido ano não existiam quaisquer equipamentos para diagnóstico ou de apoio, o Ministério da Saúde disponibiliza informação distinta, mostrada nas tabelas 15 e 16. Tabela 15. Número de equipamentos existentes, em uso e disponíveis ao SUS, segundo grupo de equipamentos

Dezembro/2009 Categoria Existentes Em uso Disponív. ao

SUS Equipamentos de diagnóstico por imagem 1 - 1 Equipamentos de infraestrutura - - - Equipamentos por métodos ópticos - - - Equipamentos por métodos gráficos - - - Equipamentos de manutenção da vida (1) 1 1 1 Equipamentos de Odontologia 4 4 4 Outros equipamentos - - -

Nota: O documento do Ministério da Saúde não especifica o que são equipamentos “de manutenção da vida”. Fonte: CNES. Situação da base de dados nacional em 10/04/2010

Tabela 16. Número de equipamentos de categorias selecionadas existentes, em uso, disponíveis ao SUS, segundo categorias do equipamento

Dezembro/2009 Categoria Existentes Em uso Disponív. ao SUS

Mamógrafo - - - Raios X 1 1 1 Tomógrafo Comput. - - - Ressonância Magnética - - - Ultrassom - - - Equipo Odontol. Completo 2 2 2

Fonte: CNES. Situação da base de dados nacional em 10/04/2010

Essa infraestrutura de saúde contava com apenas cinco médicos, em dezembro de 2009, sendo três clínicos gerais e dois “médicos de família”, todos atendendo pacientes do SUS. Adicionalmente, o município registrava a presença, no referido ano, de um farmacêutico, três enfermeiros, um fisioterapeuta, quatro auxiliares de enfermagem, 12 técnicos de enfermagem e dois cirurgiões-dentistas, conforme dados do Ministério da Saúde (essas informações referem-se a vínculos com os estabelecimentos: se um profissional tiver vínculo com mais de um estabelecimento, ele será contado tantas vezes quantos vínculos houver).

c. Educação

Entre 2005 e 2012 o número de matrículas em creches públicas municipais em Monte Alegre reduziu-se a 58% das existentes no início do período, seguindo uma tendência oposta à verificada a nível nacional, de acordo com o Inep/MEC. Na pré-escola houve aumento nos alunos matriculados na rede municipal de ensino, que cresceu 34% no período considerado, conforme pode ser visto na tabela 17. As matrículas nas séries iniciais do ensino fundamental na rede estadual reduziram-se drasticamente, em 2012, a pouco mais de 10% das registradas em 2005, enquanto nos anos finais as matrículas em 2012 ficaram quase 30% abaixo da verificada nessa rede de

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ensino em 2005. Na rede municipal, no período aqui considerado, as matrículas nos anos iniciais do ensino fundamental cresceram cerca de 65%, e nos anos finais limitaram-se a pouco mais de um terço das registradas em 2005, enquanto o ensino médio continua não sendo oferecido pelo município. Em Monte Alegre não existe escola particular, em qualquer nível. Tabela 17. Variação no número de alunos matriculados nas redes de ensino

2005-2012 2005=100

Dependência

Matrícula Inicial Educação Infantil Ensino Fundamental Ensino

Médio Creche Pré-Escola 1ª a 4ª

série e anos

iniciais

5ª a 8ª série e anos finais

Estadual - - 10,6 72,8 80,1 Municipal 58,3 133,9 165,7 35,0 - Privada - - - - - Total 58,3 129,8 76,0 66,0 80,1

Fonte: Inep/Ministério da Educação. Elaboração: Funatura

Em 2012, o número de matrículas nas redes de ensino existentes em Monte Alegre foi de 1.770 alunos, de acordo com as informações do Censo Escolar do Inep/MEC, 57% das quais na rede municipal, conforme pode ser visto na tabela 18. Tabela 18. Número de alunos matriculados nas redes de ensino

2012 Matrícula Inicial

Rede de Ensino

Educação Infantil Ensino Funda-mental

Ensino Total (Part. %)

Creche Pré-Escola

1ª a 4ª série e anos

iniciais

5ª a 8ª série e anos finais

Médio

Estadual - - 66 452 245 763 (43,1%) Municipal - 97 306 44 - 1007

(56,9%) Privada - - - - - - Total - 97 306 226 167 1.770

Fonte: Inep/MEC, Censo Escolar. Elaboração: Funatura

A avaliação da qualidade do ensino público em Monte Alegre, realizada pelo Inep/MEC através da pesquisa do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), mostra que a rede de ensino municipal atingiu a pontuação 4,8, em 2011, superando muito a meta prevista para esse ano, que era de 3,5, relativa à 4ª série/5º ano do ensino fundamental. A pontuação alcançada pela rede municipal ficou acima da prevista para 2019, que é de 4,6. A rede estadual também superou a meta proposta para a 4ª série/5º ano do ensino fundamental para 2011, que era de 4,4, alcançando a pontuação de 5,3. No caso do indicador para a 8ª série/9º ano, para ano de 2011, a meta prevista para a rede de ensino estadual em Monte Alegre era de 3,5, índice que foi alcançado.

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No Estado de Goiás, como um todo, a meta de 2011 para a 8ªsérie/9º ano na rede de ensino estadual era de 3,7, registrando-se a média de 4,0, ou seja, superando-a em 8%. De acordo com os referenciais adotados pelo Inep/MEC, sistemas educacionais de países desenvolvidos (da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico – OCDE, em português) registram atualmente um índice equivalente ao Ideb médio de 6,0, colocado pelo Instituto como meta a ser atingida pela rede pública de ensino brasileira até 2022.

d. Infraestrutura e saneamento

De acordo com o Censo Demográfico 2010, do IBGE, 50,8% dos moradores de Monte Alegre tinham seus domicílios atendidos pela rede geral de distribuição de água, com 23,7% servidos por nascentes existentes na própria propriedade, 9,6% por nascentes fora da propriedade e 11,2% por rios, açudes ou lagos. O Sistema Nacional de Informações de Saneamento (SNIS), do Ministério das Cidades, indica que 100% dos domicílios urbanos de Monte Alegre eram atendidos pela rede geral de água em 2010, e que nesse ano representavam apenas 40,9% de todos os domicílios do município (Cidades, 2011). A rede de distribuição de água em Monte Alegre tinha 19 km de extensão em 2011, de acordo com o IMB (Goiás, 2012)), com 1.276 economias (ligações). Em 2010, ainda segundo o referido censo, havia no município 291 domicílios que não dispunham de energia elétrica, com 1.211 habitantes (15,7% do total). A coleta de lixo atendia 49,1% dos moradores de Monte Alegre, conforme pode ser visto na tabela 19. O lixo é queimado em 44% dos domicílios, o que representa 48% dos moradores do município, observando-se, também, que 92% das residências que não tinham eletricidade também não dispõem de serviço de coleta de lixo, utilizando a prática de queimá-lo. Tabela 19. Resíduos sólidos nos domicílios particulares permanentes

2010 Destino do lixo % do total de habitantes 1- Coletado 49,1 2- Queimado (na propriedade) 48,0 3- Enterrado (na propriedade) 1,1 4- Jogado em terreno baldio ou logradouro 1,3 5- Jogado em rio, lago ou mar - 6- Outro destino 0,5

Nota: dados do universo. Fonte: IBGE - Censo Demográfico 2010. Elaboração: Funatura

e. Renda

Dentre os habitantes de Monte Alegre com 10 anos ou mais, o referido Censo registra que 40,7% deles têm renda mensal de até um salário mínimo (SM), enquanto 45,3% declararam não ter renda. Entre estes, o citado levantamento incluiu as pessoas que só têm renda oriunda de benefícios sociais. Cerca de 9,2% dos moradores desse município obtêm uma renda mensal entre um e dois SM, 3,6% entre dois e cinco SM e 1,4% acima de cinco salários mínimos.

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Observa-se, aqui, que essa população é bem mais pobre que a média de Goiás, com cerca de 41% tendo renda mensal até um SM, contra 28% do Estado, conforme pode ser visto na tabela 20. Tabela 20. Distribuição de renda da população com 10 anos ou mais

2010 Classes de renda mensal Monte Alegre Estado de Goiás

% % acumul. % % acumul. Até 1/2 salário mínimo 14,2 14,2 4,3 4,3 Mais de 1/2 a 1 SM 26,5 40,7 24,1 28,3 Mais de 1 a 2 SM 9,2 49,9 21,1 49,4 Mais de 2 a 5 SM 3,6 53,4 11,8 61,2 Mais de 5 a 10 SM 1,1 54,5 3,6 64,8 Mais de 10 a 20 SM 0,2 54,7 1,1 65,9 Mais de 20 SM 0,1 54,7 0,4 66,3 Sem rendimento 45,3 100,0 33,7 100,0 Sem declaração - - Total 100,0 100,0 100,0 100,0

Notas: 1 - a categoria Sem rendimento inclui as pessoas que recebiam somente em benefícios. 2 - Salário mínimo utilizado: R$ 510,00. 3 - dados do universo. Fonte: IBGE – Censo Demográfico 2010. Elaboração: Funatura

A renda auferida também pode ser analisada em relação à cor da pele ou etnia (autodeclarada), a partir dos dados do Censo Demográfico 2010, do IBGE. Conforme observou-se anteriormente, 62,7% da população de Monte Alegre declara-se “parda”, e os dados do Censo com relação a essa variável mostram que esse grupo populacional recebe, em média, 58,8% da remuneração daqueles que se declararam “brancos”. A disparidade entre a renda dos “brancos” e o grupo populacional de cor “preta”, autodeclaradas, é ainda maior que a relativa aos “pardos”, como mostra a tabela 21. Tabela 21. Valor do rendimento nominal médio das pessoas com 10 anos ou mais, com rendimentos, segundo cor/etnia autodeclarada

2010 Cor/etnia Rendimento médio

mensal (R$) % em relação à média % em relação à renda

média do branco Branca 973,44 156,1 100,0 Preta 463,78 74,4 47,6 Amarela 788,33 126,4 81,0 Parda 572,64 91,8 58,8 Indígena 700,00 112,2 71,9 Total (média) 623,68 100,0 64,1

Notas: 1 - dados do universo. 2- a categoria Total inclui as pessoas sem rendimento ou sem declaração. Fonte: IBGE - Censo Demográfico 2010. Elaboração: Funatura

As informações do Censo 2010 relativas à renda domiciliar reforçam o fato de que a população de Monte Alegre é bem mais pobre que a média do Estado de Goiás. Conforme mostra a tabela 22, enquanto 1,5% dos domicílios goianos registram um rendimento médio mensal de até meio salário mínimo, no município aqui focalizado temos um percentual 12,6%, mais de oito vezes domicílios nessa condição. Acumulando-se as classes de renda domiciliar de até um salário mínimo mensal, temos 35,8% do total de

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domicílios em Monte Alegre e 15,2% no Estado, 2,3 vezes mais. Entre os domicílios com renda mensal acima de dois SM, Goiás alcança 57% do total, enquanto em Monte Alegre eles representam apenas 24,4%, pouco mais de 40% do percentual registrado no Estado. Os domicílios “sem renda” em Monte Alegre chegam a quase 10% do total, enquanto em Goiás limitam-se a 3,4%. Tabela 22. Domicílios particulares permanentes, por classes de rendimento mensal domiciliar.

2010 Classe de rendimento nominal mensal

domiciliar, em salários-mínimos Monte (%) na

classe Alegre (% ac.)

Estado (%) na classe

de Goiás (% ac.)

Até ½ 12,6 12,6 1,5 1,5 + de 1/2 a 1 23,2 35,8 13,7 15,2 + de 1 a 2 30,0 65,8 24,4 39,6 + de 2 a 5 15,5 83,3 36,6 76,2 + de 5 a 10 5,6 88,9 13,6 89,8 + de 10 a 20 0,9 89,9 4,8 94,6 + de 20 0,4 90,2 2,0 96,6 Sem rend. 9,8 100,0 3,4 100,0 Sem decl. - - Total 100,0 100,0 100,0 100,0

Notas: 1 - Os dados são do universo. 2 - A categoria Sem rendimento inclui os domicílios com rendimento mensal domiciliar somente em benefícios. 3 - Salário mínimo utilizado: R$ 510,00. Fonte: IBGE - Censo Demográfico 2010. Elaboração: Funatura

f. Políticas públicas

O município possui Código Municipal de Meio Ambiente – que dispõe sobre o Sistema Municipal de Meio Ambiente (Sisma), para a administração do uso dos recursos ambientais, proteção da qualidade do meio ambiente, do controle das fontes poluidoras e da ordenação do território do município de Monte Alegre de Goiás, de forma a garantir um desenvolvimento ambientalmente sustentável. Em 2010, o programa federal denominado “Território da Cidadania – Chapada dos Veadeiros – GO”, era composto por 45 ações, com a previsão de investimento de R$ 82.861.153,30. Até 31 de dezembro de 2010 o Portal da Cidadania recebeu informações sobre a execução de 44 ações. Para estas ações informadas, o valor previsto é de R$ 82.821.153,30. Até esta data foram executados R$ 33.362.285,53. O relatório do programa acima referido (MDA, 2012), informa as seguintes ações ocorridas especificamente no município de Monte Alegre de Goiás, em ou até 2010. 1. Brasil alfabetizado: 90 jovens e/ou adultos matriculados em programa de

alfabetização, valor desembolsado: R$ 4.900,00; 2. Ampliação da cobertura dos agentes comunitários de saúde à população: 09 agentes,

população coberta: 7.466 hab, repasse em 2010=Zero, repasses acumulados de R$ 136.983,00;

3. Ampliação à saúde bucal na atenção básica: população coberta: 6.900 hab, repasse em 2010=Zero, repasse acumulado de R$ 63.000,00;

4. Ampliação do acesso da população dos territórios à atenção básica por meio da estratégia Saúde da Família: duas equipes de Saúde na Família, população coberta: 6.900 hab, repasse em 2010=Zero, repasses acumulados: R$ 201.600,00;

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5. Ampliação do Acesso da População dos Territórios da Cidadania aos Serviços de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) 192 / 2010;

6. Benefício de Prestação Continuada da Assistência Social à Pessoa com Deficiência/2010. 79 pessoas atendidas, R$ 480.929,00 pagos (execução: INSS e CEF);

7. Benefício de Prestação Continuada da Assistência Social à Pessoa Idosa/2010. 45 pessoas atendidas, R$ 288.150,00 pagos (execução: INSS e CEF);

8. Programa Bolsa Família. Benefício: Bolsa Família/2010. 1.072 famílias atendidas, com o valor de R$ 1.297.165,00 executado;

9. Serviço Socioeducativo do PETI/2010. Unidade Medida: Crianças e Adolescentes Atendidos. Órgão: MDS/Secretaria Nacional de Assistência Social – SNAS. 321 atendidos, valor pago R$ 56.000, parceiros: governo municipal e GDF;

10. Atlas do Abastecimento Urbano de Água - Complementação para o Brasil / 2010. “Diagnóstico detalhado das condições atuais de oferta de água das sedes municipais da área de abrangência, incluindo o município em questão, e identificação das principais alternativas técnicas (produção de água e tratamento de esgotos) e ações de gestão que garantam o atendimento das demandas para abastecimento humano nos horizontes de planejamento (2015 e 2025). Todas as etapas concluídas, valor pago R$ 2.129,55. Comentário do gestor: os estudos foram entregues e estão em análise pela Agência Nacional de Águas (ANA). A data prevista de divulgação do Atlas Brasil em questão: final de março de 2011”.

2.2. Contexto Econômico

Monte Alegre de Goiás foi recentemente classificada pela Secretaria de Gestão e Planejamento do Estado de Goiás como detentora de uma economia de pequeno porte – com crescimento intermediário, situando-se entre os 63 municípios desse grupo (Goiás, 2012, p. 33). Como de “economia de pequeno porte” foram considerados “aqueles (municípios) cujo montante do PIB se enquadra na faixa abaixo de R$ 80 milhões”. Adicionalmente, são municípios que apresentaram taxa nominal de crescimento do PIB no período 2002/2009 entre 88% e 144%, motivo pelo qual foram classificados como de economia “de crescimento intermediário” pelo estudo da Segplan/GO. O conjunto dos 63 municípios contribui com 2,8% do PIB do Estado de Goiás (p. 9). Como “vocações” de Monte Alegre esse estudo aponta a criação de bovinos e a produção de carvão vegetal. Seu potencial turístico está em “ecoturismo, aventura, mirante, cachoeiras, mirantes, turismo rural, esportes náuticos, parques e sítios” (p. 36). O número de empresas e organizações em funcionamento no município de Monte Alegre reduziu-se em 26% entre 2006 e 2010, de acordo com o Cadastro Central de Empresas do IBGE, caindo de 104 para 77, no período considerado. A atividade que conta com o maior número de empresas no município é a de “Comércio; reparação de veículos automotores e motocicletas”, que representou 52% do total em 2010, como pode ser visto na tabela 23.

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Tabela 23. Número de empresas atuantes

2006/2010 em unidades Classificação Nacional de Atividades

Econômicas (CNAE 2.0) 2006 2010 Variação %

Comércio; reparação de veículos automotores e motocicletas

62 40 - 35

Outras atividades de serviços 11 10 - 9 Educação 7 7 0 Agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura

5 5 0

Indústrias extrativas 3 4 33 Administração pública, defesa e seguridade social

2 3 50

Alojamento e alimentação 2 2 0 Indústrias de transformação 6 2 - 67 Saúde humana e serviços sociais 1 1 0 Transporte, armazenagem e correio 2 - - 100 Informação e comunicação - - - Artes, cultura, esporte e recreação - - - Construção - - - Atividades imobiliárias - - - Atividades financeiras, de seguros e serviços relacionados

- - -

Total 104 77 - 26 Fonte: IBGE - Cadastro Central de Empresas. Elaboração: Funatura

Em 2011, em Monte Alegre havia 529 pessoas empregadas, recebendo um salário médio de R$ 798,65, de acordo com o IMB (Goiás, 2012). No ano 2000 eram 209 empregados, passando a 397 em 2005, de acordo com a citada fonte. O Produto Interno Bruto (PIB) municipal em 2009 era 38,8% gerado pela agropecuária, 49,5% pelo setor de serviços e 8,7% pela indústria, de acordo com informações do IBGE. A Administração Pública é responsável por 57% do PIB gerado pelo setor terciário, conforme indica o Instituto Mauro Borges (Goiás, 2012), ou seja, dos 49,5% cerca de 28% originam-se da atividade do setor público no município. O PIB municipal total passou de R$ 13,4 milhões, no ano 2000, para R$ 33,1 milhões em 2005, crescendo duas vezes e meia, em termos nominais, chegando a R$ 40,5 milhões em 2009, três vezes mais que o valor registrado no início da década, em termos nominais, segundo IBGE. O PIB per capita em Monte Alegre evoluiu de R$ 1.960,00, em 2000, para R$ 5.319,67 em 2005, e foi para R$ 5.426,56, em 2009, o que representa um crescimento de 277% no período considerado, em termos nominais. Note-se que a evolução do PIB per capita entre 2005 e 2009 foi de apenas 2%, havendo uma queda em termos reais se for considerada a inflação do período. Seu crescimento real ocorreu entre 2000 e 2005, da ordem de 270%. A série da primeira década (2000/2009) mostra uma queda da ordem de 10% no PIB municipal entre 2008 e 2009, e no PIB per capita entre os anos de 2006 e 2007, o que poderia ser explicado pela redução da população em 2006 com relação a 2005, elevando o PIB per capita, enquanto entre 2008 e 2009 houve redução do valor nominal do PIB total, conforme informações do IMB (Goiás, 2012).

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a. Recursos minerais

O Instituto Mauro Borges, em seu Perfil Socioeconômico de Monte Alegre de Goiás, indica que existe extração de areia no município, conforme apresentado na tabela 24. Tabela 24. Produção da Indústria Extrativa Mineral

2006-2010 Produto 2006 2007 2008 2009 2010

Areia 9.621 7.090 1.071 5.023 11.996 Fonte: Goiás, 2012. Elaboração: Funatura

b. Setor primário

O setor primário é o segundo mais importante na economia de Monte Alegre e contribuiu, em 2009, com 38,8% do PIB municipal, como foi relatado em seção anterior. É importante ressaltar, aqui, que o município ainda conta com a maior parte de sua população (59%) vivendo na área rural. Lavouras temporárias

Dentre as lavouras temporárias, em 2011 o milho e o arroz foram as que geraram o maior valor, e juntas representaram 87% do total de vendas destas culturas neste ano, seguidas pelo feijão, como pode ser observado nas tabelas 25, 26 e 27. Tabela 25. Produtos da Lavoura Temporária, área plantada

2007-2011 Produto Área Plantada (ha)

2007 2008 2009 2010 2011 Arroz 400 500 350 450 430 Cana-de-açúcar 110 110 110 110 110 Feijão 30 130 112 40 50 Mandioca 60 30 30 80 40 Milho 1.850 2.000 1.100 1.800 1.600 Total 2.450 2.770 1.702 2.480 2.220

Fonte: IBGE – Produção Agrícola Municipal. Elaboração: Funatura

Tabela 26. Produtos da Lavoura Temporária, produção

2007-2011 em toneladas Produto Quantidade Produzida (t)

2007 2008 2009 2010 2011 Arroz (em casca) 480 750 420 540 559 Cana-de-açúcar 2.640 2.640 2.640 2.640 2.300 Feijão (em grãos) 12 104 69 20 28 Mandioca 780 390 390 1.040 520 Milho (em grãos) 3.885 4.000 2.420 3.420 3.200

Fonte: IBGE – Produção Agrícola Municipal. Elaboração: Funatura

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Tabela 27. Produtos da Lavoura Temporária, valor

2007-2011 em mil reais Produto Valor da Produção (R$ 1.000)

2007 2008 2009 2010 2011 Arroz 192 436 209 259 223 Cana-de-açúcar 343 211 528 79 69 Feijão 23 329 126 32 56 Mandioca 156 86 78 187 98 Milho 1.166 1.280 803 1.128 1.280 Total 1.880 2.342 1.744 1.685 1.726

Fonte: IBGE – Produção Agrícola Municipal. Elaboração: Funatura

Registra-se, em Monte Alegre, uma grande perda do valor da cana-de-açúcar entre 2009 e 2010/2011, pois essa cultura agrícola manteve estável sua área plantada e o volume de produção caiu em torno de 10%, mas em 2011 atingiu menos de 15% do valor faturado no primeiro ano considerado. A cana-de-açúcar representou 30% do valor da produção da lavoura temporária de Monte Alegre em 2009, participação que caiu para 4% em 2011. Lavoura permanente

Em Monte Alegre a lavoura permanente representa 1,7% do valor da produção da agricultura (temporária + permanente), e limita-se ao plantio de banana, registrando a manutenção de sua área plantada, de 15 ha, desde 2007, e variações de valor inferiores a 10% em 2008 e 2010, como pode ser observado na tabela 28. Tabela 28. Produtos da Lavoura Permanente

2007-2011 Produto: banana 2007 2008 2009 2010 2011

Área Plantada (ha) 15 15 15 15 15 Produção (t) 60 60 60 60 60 Valor da produção (R$ mil) 30 28 30 28 30

Fonte: IBGE – Produção Agrícola Municipal. Elaboração: Funatura

Extrativismo Vegetal

Em Monte Alegre, a partir da exploração da vegetação natural, registra-se uma elevação de 36% na produção de lenha, entre 2007 e 2011, e queda de quase 80% na produção de madeira em toras, no período considerado. A produção de carvão vegetal no município, entre os anos citados, reduziu-se em 2011 a pouco mais de 6% do volume verificado em 2007, como mostra a tabela 29, a seguir (IBGE, 2012). Observa-se, também, que se trata de uma atividade que já teve um impacto muito maior na economia local que a das lavouras, representando em 2007 um faturamento acima de quatro vezes o registrado pela produção agrícola nesse ano, mas que em 2011 teve um volume de vendas 30% inferior ao das lavouras.

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Note-se, ainda, que essa grande redução na extração não é explicada por variação de preços pagos aos produtores, já que o valor médio da lenha cresceu 23% no período considerado, a madeira em tora caiu pouco menos de 8%, enquanto o carvão vegetal subiu 24% seu preço por tonelada vendida, entre os anos focalizados, como pode ser visto nas tabelas 29, 30 e 31. Tabela 29. Produtos do Extrativismo Vegetal, produção

2006-2010 em toneladas Produto Quantidade Produzida

2007 2008 2009 2010 2011 Carvão vegetal (t) 21.730 8.000 568 2.758 1.450 Lenha (m3) 11.000 17.000 16.000 14.500 15.000 Madeira em tora (m3) 80 40 25 20 18

Fonte: IBGE - Produção da Extração Vegetal e da Silvicultura. Elaboração: Funatura

Tabela 30. Produtos do Extrativismo Vegetal, valor

2006-2010 em mil reais Produto Valor da Produção (R$ 1.000)

2007 2008 2009 2010 2011 Carvão vegetal 8.040 3.120 199 993 667 Lenha 187 306 304 290 315 Madeira em tora 24 12 13 6 5 Total 8.251 3.438 516 1.289 987

Fonte: IBGE - Produção da Extração Vegetal e da Silvicultura. Elaboração: Funatura

Tabela 31. Preço médio dos produtos do extrativismo vegetal

2006-2010 Produto Preço médio unit. R$

2007 2010 Carvão vegetal (t) 370,00 460,00 Lenha (m3) 17,00 21,00 Madeira em tora (t) 300,00 277,78 Fonte: IBGE - Produção da Extração Vegetal e da Silvicultura. Elaboração: Funatura

Silvicultura

O IBGE não registra a existência da atividade de silvicultura em Monte Alegre de Goiás. Pecuária

O rebanho bovino existente em Monte Alegre de Goiás, no ano de 2011, representava 0,6% do total de Goiás, e o de suínos era 0,13% do estadual. O número de cabeças dos principais rebanhos, por tipo de animal, de acordo com o IBGE, é mostrado na tabela 32.

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Tabela 32. Efetivo dos principais rebanhos, por tipo

2007-2011 em cabeças Tipo 2007 2008 2009 2010 2011

Bovino 113.800 109.300 117.950 127.000 129.800 Suíno 2.350 2.410 2.600 2.480 2.590 Equino 1.600 1.590 2.250 2.260 2.300 Galos, frangas, frangos e pintos 11.500 11.000 15.000 14.500 15.500 Galinhas 7.000 8.000 12.000 11.500 12.200

Nota: efetivos dos rebanhos em 31/12. Fonte: IBGE – Pesquisa Pecuária Municipal. Elaboração: Funatura

Observa-se um crescimento da ordem de 143% na produção de ovos de galinhas, entre 2007 e 2011, enquanto a produção de leite registrou aumento de 39%, entre esses dois anos. As tabelas 33, 34 e 35, mostram a produção de origem animal no município. Tabela 33. Produção de origem animal

2007-2011 Tipo de produto 2007 2008 2009 2010 2011

Leite (mil litros) 1.800 1.900 2.000 2.580 2.500 Ovos de galinha (mil dz) 35 37 120 80 85

Fonte: IBGE – Pesquisa Pecuária Municipal. Elaboração: Funatura

Tabela 34. Produção de origem animal, valor

2007-2011 em mil reais Tipo de produto 2007 2008 2009 2010 2011

Leite 810 855 640 1.032 1.125 Ovos de galinha 70 74 264 200 255 Total 880 929 904 1.232 1.380

Fonte: IBGE – Pesquisa Pecuária Municipal. Elaboração: Funatura

Tabela 35. Evolução do preço médio da produção animal

2007-2011 Variável 2007 2008 2009 2010 2011

Preço médio do litro (R$) 0,45 0,45 0,32 0,40 0,45 Preço médio da dúzia de ovos (R$) 2,00 2,00 2,20 2,50 3,00

Fonte: Sidra/IBGE – Pesquisa Pecuária Municipal. Elaboração: Funatura

No período considerado, conforme mostra a tabela 35, os produtores de leite de Monte Alegre registram uma perda nominal de 30% sobre os preços recebidos, entre 2008 e 2009, recuperando seu valor nominal em 2011, enquanto os produtores de ovos de galinha tiveram um ganho nominal de 50% entre 2007 e 2011, que pode explicar – pelo menos em parte - o aumento observado nessa produção.

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c. Setor secundário

Os dados disponíveis, do Instituto Mauro Borges, indicam que o setor secundário da economia de Monte Alegre contribuiu com apenas 9% do Produto Interno Bruto municipal em 2009. Esta fonte informa, ainda, a existência de 13 consumidores industriais de energia elétrica, em 2011, e que o setor nada recolheu em impostos aos cofres públicos neste ano. As estatísticas disponíveis deixam de informar as empresas industriais em bases municipais, mas é importante lembrar, aqui, que o IBGE classifica padarias como indústrias.

d. Setor terciário

O setor terciário é o maior contribuidor para a economia de Monte Alegre. A participação desse setor na geração do PIB municipal alcançou 51%, em 2009, aí incluída a Administração Pública, que responde por 29,1% do PIB total, ou seja, 57% do PIB gerado pelo setor terciário da economia local. Esse setor é composto por 63 das 77 empresas existentes em Monte Alegre, em 2010, equivalente a mais de 80% delas, de acordo com dados constantes no Cadastro Central de Empresas, do IBGE. As 40 empresas que integram o “Comércio; reparação de veículos automotores e motocicletas” respondem por 52% do total de organizações funcionando no município. Em 2012 existia uma agência bancária em Monte Alegre, indica o perfil do município fornecido pelo Instituto Mauro Borges (Goiás, 2012). 2.3. Projetos planejados ou em execução O 5º Balanço do Plano de Aceleração do Desenvolvimento 2 – PAC-2 maio/setembro 2012, do Governo Federal, disponibilizado na página do Ministério do Planejamento na internet, só discrimina os investimentos por estado, não entrando no detalhe dos municípios onde ocorrem (Brasil, 2012). Já o 3º Balanço do Plano de Aceleração do Desenvolvimento 2 – PAC-2 (2011/2014) do Governo Federal, também disponível na página do Ministério do Planejamento na internet, informa que no programa “Cidade Melhor”, a Fundação Nacional de Saúde – Funasa aplicou R$ 500 mil, através do Estado, em “ação preparatória” sobre esgotamento sanitário em Monte Alegre (p. 36).

2.4. Aspectos Ambientais e Culturais

Monte Alegre de Goiás está no caminho de quem sai do Estado de Goiás no sentido Tocantins, como passagem obrigatória. A sede do município é urbanizada, sinalizada e arborizada. Apesar do potencial, o município não possui nenhuma unidade de conservação. Também não conta com infraestrutura para as atividades turísticas. Os principais atrativos naturais são as cachoeiras do Boqueirão, Sucuri, Basílio, Caxingó, Engenho Velho, o rio Paranã, a Lagoa das Contendas, a pedra esculpida, a gruta do Prata. Conta ainda com as paisagens formadas pelas serras, como o Morro do Chapéu, a Serra da Prata.

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Em relação à cultura, o principal evento é a Festa de Santo Antônio, que movimenta todas as comunidades do município, pois é o padroeiro da cidade. Ao mesmo tempo ocorre a festa profana, denominada “Reinado da Cachaça”. Várias festas religiosas são realizadas na Comunidade Negra Rural Quilombola (CNRQ) Kalunga.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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Planejamento do Estado de Goiás. Goiânia. GOIÁS. 2010. Perfil Competitivo das Regiões de Planejamento do Estado de Goiás.

Secretaria de Planejamento do Estado de Goiás. Goiânia, baixado em http://www.seplan.go.gov.br/sepin/index.asp, em 15 de novembro de 2012.

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GOIÁS. Secretaria de Cultura do Estado de Goiás - www.secult.go.gov.br (consulta em 04 de novembro de 2012)

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