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Revista Brasileira de Educação 37

Este artigo apresenta resultados preliminaresde investigação que examina a produção de conhe-cimento sobre o tema juventude, apontando ques-tões advindas do exame de dissertações e teses de-fendidas nos Programas de Pós-Graduação em Edu-cação, de 1980 a 19951.

Estudos sobre juventude em educação

Marilia Pontes SpositoFaculdade de Educação, Universidade de São Paulo

Inicialmente, torna-se necessário considerarque os problemas da análise da produção de conhe-cimento sobre jovens ou juventude recobrem umelenco significativo de questões que incidem, prin-cipalmente, sobre o próprio tema eleito para inves-tigação e sua eventual presença nos estudos queconstituem o campo da pesquisa educacional.

Para Mauger, o trabalho “aparentemente ino-cente, técnico, de constituição e de apresentação deuma bibliografia, de recenseamento de unidades depesquisa, de pesquisadores e de trabalhos em cur-so, coloca um primeiro problema clássico: o da deli-mitação do domínio dos objetos” (1994, p.6). Bus-cando oferecer um quadro amplo do estado das in-vestigações sobre os jovens na França, esse pesqui-sador evidencia as dificuldades presentes nesse in-tento, pois a primeira questão que se apresenta é ada própria definição da categoria juventude.

Poderíamos concluir que, aparentemente, ospesquisadores interessados em estudar e realizar ba-lanços sobre essa temática estariam frente a umasituação paradoxal de difícil resolução. De um lado,qualquer investigação em torno da produção de co-

1 O projeto de pesquisa denomina-se “Juventude e Esco-larização: uma análise da produção de conhecimento” e estásendo desenvolvido em conjunto com Sérgio Haddad (AçãoEducativa e PUC/SP), com o apoio da FAPESP e CNPq. Agra-deço aos bolsistas Janaina Vargas, Marco Antonio Edreira,Paula Gonçalves, Thereza Pozzi e Irene Miashiro pela sistema-tização dos dados. Ao Setor de Documentação de Ação Edu-cativa o meu particular agradecimento pelo suporte técnicocompetente. Os dados aqui apresentados caracterizam-se peloseu caráter ainda inicial, retirados dos resumos das dissertaçõese teses defendidas na área de Educação, pois em fase posteriora análise dos trabalhos será realizada a partir da leitura dotexto completo. Eventuais falhas do levantamento da produçãoainda estão sendo corrigidas mediante revisão e acesso a ou-tras fontes, resultando, provavelmente, no acréscimo de traba-lhos a serem considerados no âmbito da temática. Algumaslacunas podem, também, decorrer da existência de trabalhoscujos resumos não foram enviados para a ANPEd ou CAPES.

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nhecimento exigiria, como pressuposto, a eleição deuma definição, ainda que provisória, do objeto deestudo de modo a orientar os critérios de seleção.De outra parte, como afirma Mauger, para formu-lar essa categorização inicial as dificuldades não sãodesprezíveis, pois seria quase impossível recorrer aum uso da categoria jovem que se imporia de modoigual a todos os pesquisadores. Assim, se para or-denar fosse preciso recorrer a critérios comumenteutilizados e se, de fato, é problemática a adoçãodesse mínimo já estabelecido, estaríamos diante deum impasse de difícil resolução.

Uma das formas de aproximação, tendo emvista a exequibilidade do empreendimento investi-gativo, reside em reconhecer que a própria defini-ção da categoria juventude encerra um problemasociológico passível de investigação, na medida emque os critérios que a constituem enquanto sujeitossão históricos e culturais. Sendo assim, os estudossobre tais sujeitos também sofrem essas influênciasao elegerem suas âncoras teóricas e respectivas for-mas de aproximação do objeto.

Embora ocorra um reconhecimento tácito namaior parte das análises em torno da condição detransitoriedade como elemento importante para adefinição do jovem — transição da heteronomia dacriança para a autonomia do adulto — o modo co-mo se dá essa passagem, sua duração e característi-cas têm variado nos processos concretos e nas for-mas de abordagem dos estudos que tradicionalmentese dedicam ao tema2. Pais (1990), ao examinar umconjunto expressivo de autores que se dedicaram àinvestigação sobre juventude, realiza um esforço desistematização, configurando, ao menos, dois gran-des blocos que indicam a construção social do campode estudos: o primeiro compreenderia os trabalhosque consideram a juventude como um conjunto so-cial derivado de uma determinada fase de vida, comênfase nos aspectos geracionais; para outros a temá-

tica estaria subsumida no interior de outras dimen-sões da vida social, definida a partir de universos maisamplos e diversificados, sobretudo aqueles deriva-dos das diferentes situações de classe (p. 140).

É preciso reconhecer que, histórica e socialmen-te, a juventude tem sido encarada como fase de vidamarcada por uma certa instabilidade associada a de-terminados “problemas sociais”, mas o modo deapreensão de tais problemas também muda3. Assim,se nos anos 60, a juventude era um “problema” namedida em que podia ser definida como protagonistade uma crise de valores e de um conflito de geraçõesessencialmente situado sobre o terreno dos compor-tamentos éticos e culturais, a partir da década de 70os “problemas” de emprego e de entrada na vidaativa tomaram progressivamente a dianteira nos es-tudos sobre a juventude, quase transformando-a emcategoria econômica (Pais, 1990). Do mesmo modo,Jankowski (1992), ao realizar balanço sobre estu-dos de gangues nos EUA — tema que participa dofoco de interesses da sociologia norte-americana des-de o início dos anos 20 com a Escola de Chicago —verifica que houve um arrefecimento desses estudosnos anos 60. Nesse momento a atenção dos pesqui-sadores voltava-se para os movimentos de contra-cultura e para as manifestações estudantis que atin-giam a sociedade norte-americana. No início da dé-cada de 80, as pesquisas sobre gangues ocupam no-vamente o interesse dos estudiosos, não só em vir-tude do decréscimo da visibilidade das manifestaçõesanteriores, como em decorrência da escalada de vio-lência juvenil que atingiu o país.

Poderíamos considerar, como hipótese, que napesquisa em Educação, ênfases temáticas e catego-rias de análise não se despem das influências dasconjunturas históricas e dos processos sociais emque se movem, tornando-se mais ou menos permeá-

Marilia Pontes Sposito

2 As formulações de Mannheim constituem contribui-ções fundamentais sobre o tema da juventude a partir daidéia de transição (MANNHEIM, 1968 e 1982).

3 No artigo “De quoi parle-t-on quand on parle du

‘problème de la jeunesse’?”, Bourdieu (1986) examina as am-bigüidades presentes nessa expressão. Pais (1990) tambémalerta para as diferenças existentes entre a definição da ju-ventude enquanto problema social e a definição da juven-tude enquanto problema para análise sociológica.

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veis a essas situações. Parte importante do seu modode construção se desvela nessa interação. Mas ou-tro elemento a ser considerado é a dinâmica do pró-prio campo de conhecimento, caracterizado pelaadoção de matrizes disciplinares que, segundo Oli-veira (1988), “articulariam de modo sistemático umconjunto de paradigmas, a condição de coexistiremno tempo, mantendo-se todos e cada um ativos erelativamente eficientes” (p. 15)4.

Por essas razões cabe realizar, no âmbito da exa-me da produção de conhecimento, a análise de comoum determinado campo de estudos também vem cons-truindo teórica e conceitualmente o tema da juventu-de enquanto objeto de investigação, seus modos deaproximação do fenômeno em questão, seus recortesprincipais e, se possível, suas relações com os pro-cessos históricos que permitem a visibilidade dessesegmento na sociedade brasileira nos últimos anos.

Mas, a adoção desse escopo não isenta o pesqui-sador da necessidade de utilização de critérios clas-sificatórios explícitos, mas essa exigência deve con-templar a idéia de um certo grau de flexibilidadepara possibilitar, inclusive, o exame de estudos querealizaram aproximações indiretas sobre a temática.

A fixação de alguns critérios relativos à faixaetária constituiu um procedimento inicial e útil paraa seleção dos trabalhos, pois compreende uma pri-meira delimitação como ponto de partida. Mas,

mesmo neste caso — a delimitação da faixa etária— foi preciso considerar as condições sociais em quese opera o desenvolvimento dos ciclos de vida emsociedades como a brasileira5. Integramos no con-junto amplo denominado juventude os segmentosetários que vão de 15 a 24 anos, seguindo as ori-entações de trabalhos na área demográfica, sobre-tudo aqueles desenvolvidos por Felicia Madeira6.

É preciso considerar os estritos limites em queessa delimitação opera e seu caráter preliminar, poishá enorme diferenças de tratamento dos dados inclu-sive sob o ponto de vista sócio-demográfico. Sob oângulo restrito das estatísticas, em alguns países euro-peus, os estudos tendem a alongar os limites supe-riores da faixa etária pela incorporação da populaçãocom a idade de 29 anos (Bauby e Gerber, 1996). Essealongamento tem sido tratado como um desafio paraa investigação, revelador de uma nova fase — a pós-adolescência — que estaria configurando um períodode latência ou de moratória social pois o jovem, aoconcluir sua escolaridade, não consegue se inserir nasatividades profissionais do mercado de trabalho for-mal (Chamboredon, 1985 e Müxel, 1994). Mas, pa-ra o conjunto da sociedade brasileira, a tendênciamaior é a de antecipação do início da vida juvenilpara antes dos 15 anos, na medida em que certascaracterísticas de autonomia e inserção em ativida-des no mundo do trabalho — típicas do momentodefinido como de transição da situação de dependên-cia da criança para a autonomia completa do adul-to — tornam-se o horizonte imediato para grandeparcela dos setores empobrecidos.

De qualquer modo, a delimitação da faixa etá-ria para levantamento das dissertações e teses não

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4 Por essas razões Oliveira considera que no âmbitoda Antropologia Social — por extensão creio ser pertinen-te sua análise para o campo da Educação — matriz disci-plinar e paradigma não seriam considerados sinônimos. As-sim, “à diferença das Ciências Naturais, que os registramem sucessão — num processo contínuo de substituição —na Antropologia social os vemos em plena simultaneidade,sem que o novo paradigma elimine o anterior pela via das‘revoluções científicas’. Discorda assim de Kuhn (1975), poisnesse campo pode ocorrer a convivência, muitas vezes emum mesmo país ou em uma mesma instituição de váriasmatrizes. As idéias de Oliveira foram citadas por Maria Ar-minda Arruda (1995) em seu artigo sobre Florestan Fer-nandes e a Escola Paulista de Sociologia. Minha apropria-ção do trabalho de Roberto Cardoso de Oliveira decorre,assim, da leitura do estudo de Arruda (p.123).

5 De acordo com Chamboredon o conceito de ciclo devida, útil para fins descritivos, pode ser enganador se ele su-gere a determinação natural dessas etapas e o caráter uni-versal, homogêneo e estável de seu conteúdo (1985,.19).

6 Para Felicia Madeira, essa ampla faixa por ela estu-dada compreende de 15 a 19 anos os adolescentes e de 20a 24 os jovens propriamente ditos. Os trabalhos de Madei-ra (1986; 1988; 1989) a partir dos anos 80 têm se constituídoem uma importante referência sobre o tema no Brasil.

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implica em mera atribuição burocrática, mas devesofrer cuidadoso critério de definição da pertinênciaou não do estudo em questão, possibilitando, emalguns casos, a incorporação de pesquisas de faixasetárias um pouco anteriores ou superiores ao uni-verso 15-24 anos.

As questões acima enunciadas são, visivelmen-te, expressão de processos históricos peculiares queresultaram, nos últimos anos, na superação do “mo-delo de instalação” na passagem para a vida adul-ta (Galland, 1991). Para Galland, a entrada na vidaadulta significa ultrapassar três etapas importantes,delimitadas pela partida da família de origem, pelaentrada na vida profissional e pela formação de umcasal. Segundo este autor, os segmentos operárioseram caracterizados, no início do século, pela ins-tantaneidade da passagem da infância à vida adul-ta e pela concordância necessária dessas três etapas.Em oposição, o modelo burguês delineava-se pelaidéia do “diletantismo” que possibilitava adiar omomento e as etapas definitivas de entrada na vidaadulta sem renunciar, no entanto, a conhecer cer-tas formas de independência.

As transformações observadas nos sistemasescolares ao longo do século, que definiram um alon-gamento da permanência no interior da escola paranovos segmentos sociais e as condições diferenciaisde acesso ao mundo do trabalho — sem significara formação de uma nova unidade conjugal ou oabandono da casa paterna — exigiram novas mo-dalidades de compreensão para essa passagem, so-bretudo nas sociedades urbanizadas, tanto centraiscomo periféricas. Chamboredon (1985) propõe, as-sim, a multiplicidade e a desconexão das diferen-tes etapas de entrada na vida adulta. Em decorrên-cia, tanto a descristalização, significando dissocia-ção no exercício de algumas funções adultas, e alatência, que separa a posse de alguns atributos doseu imediato exercício, seriam elementos importan-tes para o estudo dos jovens nos dias atuais. O pri-meiro caso — a descristalização — oferece comoexemplo o exercício das atividades adultas da se-xualidade já na puberdade, dissociado das funçõesreprodutivas e familiares. O segundo caso — a la-

tência — seria ilustrado pela situação de posse dehabilitação profissional oferecida pelo sistema esco-lar sem o imediato ingresso no mercado de traba-lho, situação típica de países como a França (Cham-boredon, 1985, 21). Considerando as relações pre-sentes nos modos de reprodução das diversas clas-ses sociais, torna-se também um desafio concebera multiplicidade e a desconexão das diferentes eta-pas dessa passagem para a vida adulta incorporandoas situações peculiares da vida urbana e rural7.

Além do critério etário e dos cuidados teóri-co-metodológicos de sua adoção, foi preciso recor-rer a outros procedimentos que permitiram incor-porar os usos associados, ainda que indiretamen-te, à noção de juventude8. A seleção dos trabalhosfoi feita, assim, a partir dos principais descritoresutilizados pelos autores para definir sua aproxima-ção ao universo estudado, podendo envolver, cadadescritor, temáticas diversas. Um primeiro lote detrabalhos foi reunido a partir do uso direto da ex-pressão jovem no corpo da investigação. O segun-do critério foi a seleção dos trabalhos que explici-tamente utilizaram-se da categoria adolescentes e oterceiro pela adoção da categoria adolescentes emsituações de exclusão como os assistidos, carentes,menores, meninos e meninas de rua (essa últimacategoria foi contemplada pela seleção de estudosque incorporaram os adolescentes ou a populaçãode 14 a 17 anos). O quarto uso diz respeito à cate-goria aluno ou estudante e o quinto pela combina-ção trabalhador-estudante ou aluno-trabalhador9.

Finalmente, quanto aos recortes disciplinaresselecionados, embora a centralidade da investiga-ção se restrinja aos estudos ancorados nas discipli-nas compreendidas pelas Ciências Sociais (Sociolo-

7 A essas situações poderiam ser acrescentados os te-mas relativos ao gênero e às etnias.

8 Esse uso é também reconhecido por Mauger (1994)

9 Sob a categoria outros foram reunidos os trabalhosque, não obstante considerarem a população em questão noâmbito da faixa etária, utilizaram-se de descritores comoatleta, militares, etc.

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gia, de forma dominante, seguida pela Antropolo-gia e Política) não foi possível desconsiderar as ên-fases derivadas da Psicologia no balanço da produ-ção discente, em decorrência da tradição na pesqui-sa educacional que sempre contemplou espaços im-portantes para estudos examinados à luz dos temasdessa disciplina10.

De posse desses critérios iniciais foi precisopercorrer a vasta produção do período (1980-1995), sintetizada pelos resumos publicados nosCadernos da ANPEd, compreendendo 651 Teses e5441 dissertações, perfazendo um total de 6092trabalhos. Desse conjunto, até o momento foi le-vantado um total de 217 dissertações e 27 teses(Tabelas 1 e 2), correspondendo a 4% da produ-

ção em Educação11. Esse índice comparativo sofrepequenas alterações no período, atingindo limitessuperiores em 1981 (8,4%), 1985 (7,9%) e em1995 (6,4%). No entanto, é preciso reconhecerque no interior da temática “Estudos sobre Juven-tude” há um sensível crescimento nos últimosanos, pois cerca de metade da produção está con-centrada nos anos 90. Embora esse incrementoseja significativo é preciso considerar que nessemesmo período se observa, também, um cresci-mento expressivo no número total de teses e dis-sertações defendidas. Por essas razões é ainda pre-matura qualquer inferência sobre um maior inte-resse sobre esse campo de investigações no interiorda área da Educação.

10 Não foram classificados os estudos que trataram decomponentes específicos do processo de ensino e aprendiza-gem — os de natureza estritamente pedagógica — que visa-vam a uma percepção de questões relacionadas ao modo comoocorre a absorção de conceitos, conteúdos e novas metodo-logias de ensino. Não constam também do levantamento asdissertações e teses que examinaram populações portadorasde algum tipo de deficiência. Sobre a presença dos temas psi-cológicos na pesquisa em educação consultar Warde (1993).

Tabela 1Produção acadêmica discente em juventude 1980-1995

Ano Dissertações % Teses % Total Total %1980 9 4 0 - 9 3,71981 13 6,5 0 - 13 5,21982 8 3,6 1 3,7 9 3,71983 0 - 0 - 0 -1984 19 8,8 0 - 19 7,81985 16 7,2 2 7,4 18 7,41986 9 4 0 - 9 3,71987 12 5,5 0 - 12 51988 8 3,6 1 3,7 9 3,71989 18 8,2 7 26 25 10,21990 16 7,2 3 11,1 19 7,81991 13 6,5 1 3,7 14 5,71992 12 5,5 5 18,5 18 7,41993 12 5,5 1 3,7 13 5,21994 7 3,2 0 - 7 2,71995 45 20,7 6 22,2 51 20,8Total 217 100 27 100 244 100

11 Embora tenha sido possível levantar os resumos detrabalhos do ano de 1980, mediante listagens oferecidas pelaANPED, os dados globais da produção não integram esseano porque o CD-ROM, que reuniu as informações conti-das em todos os cadernos, oferece informações a partir doano de 1981.

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Tabela 3Distribuição geográfica da produção acadêmica discente por Ufs e regiões

Região/Estado Dissertações Teses Total % TotalCentro-Oeste 8 0 8 3,2Distrito Federal 3 0 3 1,2Goiás 1 0 1 0,4Mato Grosso 1 0 1 0,4Mato Grosso do Sul 3 0 3 1,2Nordeste 21 0 21 8,4Bahia 7 0 7 2,8Ceará 6 0 6 2,4Paraíba 6 0 6 2,4Piauí 1 0 1 0,4Rio Grande do Norte 1 0 1 0,4Sudeste 129 20 149 61,3Espítito Santo 4 0 4 1,6Minas Gerais 7 0 7 2,8Rio de Janeiro 53 2 55 22,6São Paulo 65 18 83 34,3Sul 54 7 61 25,1Paraná 8 0 8 3,2Rio Grande do Sul 45 7 52 21,5Santa Catarina 1 0 1 0,4sem identificação 5 0 5 2Total 217 27 244 100

Tabela 2Participação da produção acadêmica em juventude sobre o total nacional 1981-1995

Série Produção acadêmica discente nacional Produção acadêmica discente em juventudeAno Dissertações Teses Total Nac. Dissertações % Teses % Total Total %1980** 9 0 91981 150 4 154 13 8 0 - 13 8,41982 161 4 165 8 5 1 25 9 5,41983 227 11 238 0 - 0 - 0 -1984 319 17 336 19 6 0 - 19 5,71985 205 22 227 16 7,8 2 9,1 18 7,91986 211 16 227 9 4,2 0 - 9 41987 244 26 270 12 5 0 - 12 4,41988 340 31 371 8 2,3 1 3,2 9 2,41989 383 58 451 18 4,5 7 12 25 5,51990 419 41 460 16 3,8 3 7,3 19 4,11991 404 47 461 13 3,2 1 1,7 14 31992 537 87 624 12 2,2 5 6,9 18 2,91993 526 88 614 12 2,2 1 1,1 13 2,11994 612 86 698 7 1,1 0 - 7 11995 693 103 796 45 6,4 6 5,8 51 6,4Total 5441 651 6092 217 4 27 4,3 244 4* As porcentagens se referem ao total da produção da área de educação catalogadas no CD-Rom da ANPEd.** O ano de 1980 não está computado no total de porcentagens, uma vez que o CD-Rom da ANPEd não fornece os dados

deste ano.

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A distribuição geográfica da produção sobreo tema revela que a região Sudeste reuniu 61,3%dos trabalhos defendidos nesse período, seguida daregião sul com 25,1%. Os estados de São Paulo eRio de Janeiro concentram 56,9% da produção nacio-

nal (34,3% e 22,6%, respectivamente) (Tabela 3)12 .No entanto verifica-se a presença marcante do es-tado do Rio Grande do Sul, com 21,5% da produ-ção nacional nos estudos sobre juventude, reunidaem duas instituições (PUC/RS e UFRGS) (Tabela 4).

Tabela 4Distribuição da produção acadêmica discente por entidades mantenedorasa

Instituição Dissertações Teses Total % TotalPUC/SP 25 9 34 14,1UFRGS 25 6 31 12,8PUC/RS 20 1 21 8,7UNICAMP 17 2 19 7,9PUC/RJ 13 2 15 6,2UFRJ 14 0 14 5,8USP 7 6 13 5,4UFSCar 10 1 11 4,5UFF 10 0 10 4,1IESAE 10 0 10 4,1UFPR 8 0 8 3,2UFBA 7 0 7 2,8UERJ 6 0 6 2,4UFCE 6 0 6 2,4UFMG 6 0 6 2,4UFPB 6 0 6 2,4UFES 4 0 4 1,6PUCCAMP 3 0 3 1,3UFMS 3 0 3 1,2UnB 3 0 3 1,2UNIMEP 3 0 3 1,2UFGO 1 0 1 0,4UFMT 1 0 1 0,4UFPI 1 0 1 0,4UFRN 1 0 1 0,4UFSC 1 0 1 0,4UFU 1 0 1 0,4sem identificação 5 0 5 2Total 217 27 239 100a Faltam os dados sobre as entidades mantenedoras relativos a cinco dissertações do ano de 1980

12 A concentração dos Programas de Pós-Graduaçãona Região Sudeste e Sul, aliada à sua longevidade, explica,à primeira vista, a maior incidência de trabalhos defendi-dos, pois os dados coletados seguem, praticamente, as pro-porções do conjunto da área, como demonstra o estudo deWarde. No período de 1982/1991 a região Sudeste ficouresponsável por 67,7% e a região sul por 19,5% do totalda produção discente.

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Os descritores utilizados pelos autores referem-se, sobretudo, às definições do sujeito a partir de suacondição de aluno ou estudante, compreendendo59,1% dos trabalhos. Desse conjunto (144), 38 es-tudos se referiram diretamente à categoria estudante-trabalhador (15,6,% sobre o total dos descritores).O restante criou formas de aproximação do sujeitoa partir de outras categorias tendo como foco de in-vestigação, os adolescentes (15,2%), jovens (13,5%),adolescentes em situação de exclusão (9%) (Tabela 5).

O tema constitui um dos elementos importan-tes para descrever e caracterizar essa produção. Con-siderando-se apenas o tema principal é possível per-ceber que as relações dos jovens com as formas ins-titucionais do processo educativo, compreendendoa escola (primeiro e segundo graus), os cursos no-turnos e ensino superior, significaram 44,8 % dosassuntos tratados nas dissertações e teses (Tabela 6).

Em termos de grau de ensino, a escolaridade de pri-meiro e segundo graus recobre a maioria desses in-teresses temáticos e a pesquisa sobre ensino superiordedicou-se, principalmente, ao estudo do destinoocupacional e expectativas profissionais dos alunos,buscando traçar seu perfil13. Os temas relativos aosaspectos psicossociais dos sujeitos investigados, taiscomo valores, julgamento moral, capacidade críti-ca e representações integram 21,7% da produção,sendo desenvolvidos por estudos que utilizaram so-bretudo o termo adolescente como descritor, em suagrande parte caracterizados por abordagens maispróximas das orientações da Psicologia.

As relações entre trabalho e educação no âm-bito da faixa etária ocuparam 17,3% dos temas e oconjunto restante de assuntos investigados, compre-ende 16,2% das dissertações e teses distribuídas emâmbitos diversos. Nesse último bloco, caracterizado

Tabela 5Distribuição da produção acadêmica discente por descritores

Descritores Dissertações Teses Total % TotalEstudante 95 11 106 43,5Estudante-trabalhador 34 4 38 15,6Adolescente 32 5 37 15,2Jovem 28 5 33 13,5Adolescente excluído 20 2 22 9Outros 8 0 3 3,2Total 217 27 44 100

Tabela 6Distribuição da produção acadêmica discente por temas pesquisados

Tema Dissertações Teses Total % TotalEscola 41 1 42 17,3Trabalho e Educação 36 6 42 17,3Cursos noturnos 29 3 32 13,1Ensino superior 22 8 30 12,3Aspectos psicossociais 27 1 28 11,5Representações 21 4 25 10,2Participação política 11 1 12 4,9Projetos de atendimento 8 2 10 4,1Meios de comunicação 6 0 6 2,4Grupos juvenis 4 1 5 2Violência 2 0 2 0,8Outros* 10 0 10 4,1Total 217 27 244 100* Inclui prática de esporte, educação ambiental, educação militar, prostituição infanto-juvenil

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pela sua baixa freqüência, concentram-se alguns te-mas mais próximos dos estudos clássicos da Socio-logia da Juventude. Dentre eles estão presentes asinvestigações desenvolvidas em torno do movimentoestudantil e da participação política compreendendo12 trabalhos (4,9% do total da produção sobre ju-ventude). Temas como projetos e instituições destina-das aos adolescentes em situação de risco, envolven-do propostas alternativas estão presentes em 4,1%dos trabalhos selecionados e, em menor número, aspesquisas envolvendo jovens e mídia (2,4%). As aná-

lises sobre grupos juvenis (gangues, galeras, gruposmusicais) que foram objeto de investigação de apenas5 trabalhos (2%) ou violência (0,8%) constituem osúltimos grupos em termos de freqüência. A categoriaoutros, reunindo estudos muito díspares quanto aotema, inclui educação ambiental, educação militar,prostituição infanto-juvenil e prática de esportes.

Se considerarmos a seqüência temporal tantona utilização dos descritores como nas preferênciastemáticas alguns indícios importantes de mudançade ênfase podem ser verificados (Tabelas de 7 a 10).

Tabela 7Distribuição (ano a ano) da produção acadêmica discente por descritores

Descritores Jovem Adolescente Estudante Estudante Adolescente Outros TotalAno trabalhador excluído1980 - 2 6 - 1 - 91981 - 3 7 1 1 1 131982 1 1 4 - 3 - 91983 - - - - - - -1984 - 3 14 1 1 - 191985 3 6 6 2 - 1 181986 2 2 4 1 - - 91987 2 - 7 1 1 1 121988 3 1 4 1 - - 91989 1 4 10 5 4 1 251990 3 1 9 5 - 1 191991 3 3 3 3 2 - 141992 1 2 8 5 1 - 171993 3 1 3 6 - - 131994 1 - - 5 1 - 71995 10 8 21 2 7 3 51Total 33 37 106 38 22 8 244Total % 13,5 15,2 43,5 15,6 9 3,2 100

Tabela 8Distribuição (a cada 5 anos) da produção acadêmica discente por descritor

Descritores 80-84 85-89 90-95 TotalJovens 2% 15% 17,4% 13,5%Adolescente 18% 17,8% 12,4% 15,2%Estudante 62% 42,5% 36,4% 43,5%Estudante trabalhador 4% 13,7% 21,5% 15,6%Adolescente excluído 12% 5,5% 9% 9%Outros 2% 5,5% 3,3% 3,2%Total 100% 100% 100% 100%

13 Como exemplo, citaríamos estudos que trataram decarreiras, como o perfil do estudante de enfermagem, etc.

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Quanto ao uso de descritores pode ser obser-vado o decréscimo gradativo da utilização do ter-mo adolescente (de 18% no período 80-84 para12,4% na fase mais recente); verifica-se o aumen-to da freqüência para o descritor jovem, pratica-mente inexistente no início dos anos 80 (2%), al-

cançando proporção maior já nos primeiros cincoanos da década de 90 (17,4%) (Tabelas 7 e 8). Aeste dado pode se acrescentar um decréscimo nascategorias relativas à condição escolar — de 66%no primeiro período para 57,5% — aliado a umasignificativa alteração no modo de sua abordagem.

Tabela 9Distribuição (ano a ano) da produção acadêmica discente por temas pesquisados

Ano 1980 1981 1982 1983 1984 1985 1986 1987 1988 1989 1990 1991 1992 1993 1994 1995 TotalTemaEscola 3 4 1 - 2 3 1 3 1 5 4 1 2 1 - 11 42Educação eTrabalho 1 2 1 - 5 2 - 2 1 5 - 4 5 5 2 7 42CursosNoturnos - - - - - 3 1 - 1 1 6 2 6 1 4 5 30EnsinoSuperior - - 1 - 6 1 2 2 1 6 4 1 2 3 - 3 32AspectosPsicossociais 5 4 3 - 3 2 1 - 1 1 1 2 1 - - 5 28Representações - 1 - - 2 4 1 - 2 5 - 1 1 3 - 5 25Gruposjuvenis - - - - - 1 - - - - - - - - 1 3 5Projetos deAtendimento - 1 2 - 1 - - - - 1 - 1 - - - 3 10Participaçãopolítica - - - - - 1 2 1 1 - 2 1 - - - 4 12Violência - - - - - - - - - - 1 - - - - 1 2Meios deComunicação - 1 1 - - 1 1 - - - 1 - - - - 1 6Outros - - - - - - - 4 1 1 - 1 - - - 3 10Total 9 13 9 - 19 18 9 12 9 25 19 14 17 13 7 51 244

Tabela 10Distribuição (a cada 5 anos) da produção acadêmica discente por temas pesquisados

Descritores 80-84 85-89 90-95 TotalEscola 20% 17,8% 15,7% 17,3%Trabalho e educação 18% 13,7% 19% 17,3%Ensino Superior 14% 16,5% 10,8% 13,1%Cursos Noturnos - 8,2% 19,9% 12,3%Aspectos psicossociais 30% 6,9% 7,4% 11,5%Representações 6% 16,5% 8,2% 10,2%Participação política - 6,9% 5,7% 4,9%Projetos de atendimento 8% 1,3% 3,3% 3,7%Meios de comunicação 4% 2,7% 1,7% 2,4%Grupos juvenis - 1,3% 3,3% 2%Violência - - 1,7% 0,8%Outros - 8,2% 3,3% 4%Total 100% 100% 100% 100%

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O descritor estudante atingia 62% dos trabalhos epassa, no último período, para 36,4%, ao passo queestudante-trabalhador de 4% no período 80-84atinge 21,5% nos anos 90.

O modo de aproximação do sujeito expressono uso dessas categorias oferece alguns elementosimportantes para a reflexão. De um lado parece quea ênfase em categorias consagradas da Psicologia —adolescente — tende a diminuir, envolvendo um mo-vimento contrário de aumento da categoria jovem,mais próxima da tradição sociológica. Por outro la-do, o advento e disseminação da categoria estudan-te-trabalhador revelam a busca de mecanismos deaproximação da realidade escolar capazes de inte-grar outros aspectos das relações sociais — o traba-lho — em que parte significativa de seus sujeitos estámergulhada. Chama a atenção a presença de estu-dos no início dos anos 80 sobre adolescentes em si-tuação de exclusão e uma pequena recuperação desua freqüência nos anos 90. Esses dados indicam,ainda, pequeno grau de permeabilidade da academiaà problemática desses segmentos. Intensamente de-batido na segunda metade dos anos 80 e consagra-do em nova ordenação institucional em 1990 como Estatuto da Criança e do Adolescente, o tema naárea educacional não sofreu tratamento acadêmicosuficiente de modo a oferecer uma contribuição crí-tica para a formulação de políticas públicas.

As ênfases temáticas (Tabelas 9 e 10), ao lon-go desses 15 anos, também oferecem elementos parareiterar certas observações já verificadas na análi-se dos descritores. A sensível diminuição da freqüên-cia de assuntos em torno dos aspectos psicossociaisda faixa etária parece indicar um decréscimo dapresença de matrizes disciplinares da Psicologia naanálise dos sujeitos (de 36% para 15,6% nos anos90)14. Os assuntos relativos a educação e trabalho

e, sobretudo, cursos noturnos tenderam o ocuparespaços mais relevantes, diminuindo as investiga-ções em torno da escola sem o recurso a essas adje-tivações. As temáticas emergentes dos anos 90 com-preendem o exame dos agrupamentos e as formasde violência no horizonte da sociabilidade juvenil,ampliando os estudos sobre jovens, anteriormenterestritos à participação política (sobretudo no mo-vimento estudantil).

Algumas considerações para a análise

Várias interrogações se impõem ao investiga-dor, após o exame desses dados ainda preliminares,resultantes do levantamento empreendido sobre aprodução discente na Pós-Graduação em Educaçãode 80 a 95.

A pequena participação do que amplamentepoderíamos designar como Estudos sobre Juventu-de em Educação decorre das características da pró-pria produção, marcada pela dispersão e variaçãotemática, de acordo com as análises responsáveispela avaliação acadêmica da área (Gatti, 1983 eWarde, 1993). Assim, a “dispersão e a variação te-mática continuam a ser características predominan-tes sobre a unidade e a continuidade. Não se tratade diversidade, traço positivo a ser conquistado epreservado, mas de: a) fragmentação dos temas nu-ma multiplicidade de subtemas ou assuntos; b) pul-verização dos campos temáticos e c) descontinuida-de no trato dos assuntos” (Warde, 1993, 69).

Mas a investigação realizada por Warde apon-ta, também, a preferência por temas pedagógicos,apresentando um índice rápido de crescimento naépoca (1982-1991) principalmente os trabalhos so-bre o ensino de disciplinas ou áreas de estudo, com-preendendo gama variável de aspectos tais comometodologias, técnicas de ensino, didáticas, plane-jamento, entre outros (Warde, 1993, 57).

A ênfase nas pesquisas de natureza estritamen-te pedagógica, de acordo com Warde, parece decor-rer da entrada na Pós-Graduação, nos anos 80, deum número não desprezível de professores e técni-cos de ensino ligados, por formação e atuação, ao

14 Tanto o decréscimo da presença da vertente psico-lógica como o incremento de uma possível abordagem an-corada nas Ciências Sociais não indicam, em si mesmos,progressos ou regressões no campo de estudos. A análisemais detida dessas inflexões só poderá ser empreendida me-diante avaliação em profundidade dos trabalhos.

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ensino de primeiro e segundo graus e, em menorquantidade, ao ensino superior. Ao que tudo indi-ca, interessados em compreender a escola, esses pes-quisadores voltaram-se, sobretudo, para a investi-gação de aspectos pedagógicos, revelando forte in-teresse no processo de aprendizagem mas com es-cassa ênfase no conhecimento do aluno, em nossocaso adolescentes ou jovens, enquanto sujeito aoqual se destina a atividade educativa da escola.

Tal fato parece auxiliar, também, na explica-ção do isolamento da área em relação às demaisciências humanas, estabelecendo apenas em algunstemas e por parte de alguns pesquisadores “um di-álogo diferençado com outras áreas de investigaçãosocial” (Warde, op. cit., 69).

Essas questões iniciais já permitem uma inda-gação importante. Nesse campo de estudos levan-tados pelo conjunto de dissertações e teses, cujosdados preliminares foram aqui apresentados, per-cebe-se a sua fraca participação no conjunto da pro-dução da área nos últimos quinze anos. Mas, nasteses e dissertações reunidas estaria ocorrendo essediálogo apontado por Warde, mediante a constitui-ção de uma área, ainda que incipiente, de estudosde natureza sociológica sobre jovens no interior dapesquisa em Educação? Ou, reduzindo as expecta-tivas, e propondo a questão de forma mais modes-ta, poderíamos admitir a hipótese de que no inte-rior dos estudos sobre a Educação estaria sendocontemplada, ainda que em caráter incipiente, umaforma de aproximação inspirada nas disciplinascompreendidas pelas Ciências Sociais para a análi-se do sujeito ao qual se destina o processo educativo,particularmente na faixa etária que recobre os seg-mentos juvenis? Seriam apenas os temas psicológi-cos o campo privilegiado de interlocução com ou-tras áreas de investigação social?

Se considerarmos que a maioria dos pesquisa-dores, conforme já apresentado, utilizou-se do temaescola e dos descritores que examinam a condiçãode aluno ou estudante, poderíamos supor, ao con-trário, que este seria, ainda, um aspecto reiteradordas características gerais da produção discente naárea. Seria então observada, nesse universo da pro-

dução discente, a inexistência de relativa porosidadecapaz de absorver dimensões da sociabilidade doeducando que afetariam os patamares em que se dáa sua experiência escolar. As pesquisas estariamprivilegiando no desvelamento do sujeito apenas asua condição mais visível de aluno.

Um ponto importante de inflexão nesse uni-verso de dissertações e teses se verifica na adoçãoda categoria estudante-trabalhador no âmbito dasinvestigações que também procuraram entender aescola noturna e as relações entre educação e tra-balho15. Ou seja, para grande parte da populaçãoescolar, a categoria aluno não possibilitaria umaaproximação mais global de suas práticas escola-res, interesses e formas de sociabilidade. Por essasrazões a pesquisa voltou-se para o exame dessasformas híbridas que caracterizariam a experiênciaeducativa da maioria da população de origem tra-balhadora ou excluída da sociedade brasileira. Seessa suposição é correta, as investigações mais re-centes recorrem a novas abordagens, incluindo aque-las que dizem respeito às formas associativas e deexpressão cultural dos segmentos juvenis na medi-da em que se acentua a crise da escola e sua capa-cidade de intervenção socializadora sobre a popu-lação em idade escolar. A compreensão da vida es-colar estaria, assim, exigindo novos aportes da pes-quisa, uma vez que além da sua escassa capacida-de de transmissão de conhecimentos e valores con-siderados legítimos pela sociedade, estaria ocorren-do no seu interior a emergência de formas de soci-abilidade juvenil não contempladas nas investiga-ções (Dubet, 1987 e 1991, Dubet e Martuccelli,1996). Ao que tudo indica estaria ocorrendo umpadrão de esgotamento das análises sobre a escolano Brasil que privilegiariam apenas a experiênciapedagógica e os mecanismos presentes na distribui-

15 O primeiro trabalho localizado data de 1981, em-bora não utilize a expressão estudante-trabalhador, trata doestudante que trabalha, como forma de aproximação dosujeito, tentando apreender as especificidades da escola no-turna. A dissertação foi posteriormente publicada sob o tí-tulo Ensino noturno realidade e ilusão (Carvalho, 1984).

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ção do conhecimento escolar sem levar em contaoutras dimensões e práticas sociais em que está mer-gulhado o sujeito16 .

Por outro lado, seria preciso reconhecer queuma certa abertura da pesquisa em Educação àsdisciplinas constitutivas das Ciências Sociais (emespecial a Sociologia) estaria fortalecida se esse cam-po do conhecimento tivesse reservado em seus do-mínios uma atenção aos fenômenos educativos e aosestudos sobre juventude. Este, entretanto, não foio caminho seguido.

O início dos estudos sociológicos sobre edu-cação no Brasil indicava um caminho promissor efecundo para o desenvolvimento de pesquisas so-bre a escola que merece ser retomado. Em 1955, aorealizar um balanço das tendências predominantesno pensamento sociológico sobre a Educação, An-tônio Cândido identificava três grandes orientações:uma primeira — filosófica-sociológica — qualifica-da por suas preocupações em definir o caráter so-cial do processo educativo, estabelecendo as articula-ções gerais entre o funcionamento da sociedade ea educação; a segunda vertente — pedagógico-so-ciológica — buscava os elementos teóricos que pu-dessem ser traduzidos na possibilidade do bom fun-cionamento da escola, mas se transformava em com-ponente da Pedagogia e da Administração Escolar;e, finalmente, um ramo em vias de constituição, aSociologia da Educação, que tentava ao mesmotempo afastar-se do caráter especulativo da primeiratendência e do imediatismo presente na segundaorientação.

Propunha Cândido que a Sociologia da Edu-cação voltasse sua atenção para os aspectos sociaisdo processo educacional, sem transformar a expli-cação dada na chave mestra, que reduziria as situa-ções particulares ao que estaria estabelecido e in-terpretado “a priori” em seus aspectos mais gené-ricos. Sugeria, também, a analise sociológica das

situações pedagógicas desenvolvidas no âmbito daescola, eixo central mas não exclusivo do processoeducativo na sociedade moderna (Cândido, 1973).

Utilizando-se da significação heurística atribuí-da por Znanieck (1973), que considerava a escolacomo grupo social instituído, no artigo “A estru-tura da escola” Cândido (1973 a) desenvolve umexcelente roteiro de investigação para a análise daunidade escolar. O caminho proposto procuravadar conta do universo de relações que compunhamsua estrutura e funcionamento. Assim, tornava-sepreciso investigar não só os mecanismos que tradu-zem a ação deliberada dos grupos instituidores, ex-pressos nas ordenações advindas do Poder Público,como sua forma de sociabilidade interna que nas-ce na dinâmica do próprio grupo, em decorrênciadas orientações e — tomo a liberdade de acrescen-tar — do padrão de interações de seus agentes: cor-po administrativo, professores, alunos e suas famí-lias. Essa sociabilidade, dizia Cândido, poderia serinvestigada tanto nas formas espontâneas de agru-pamento e nos mecanismos produzidos para a suasustentação, como na sala de aula17.

Em suas reflexões pioneiras, Cândido não sedetém nesses aspectos e também aponta não só fe-cundos caminhos para uma nascente Sociologia daEducação, mas contempla o espaço possível parauma abordagem sociológica sobre juventude, arti-culada ao campo dos estudos sociológicos sobre aeducação.

Ao levantar elementos importantes para a aná-lise das situações pedagógicas da escola e do proces-so educativo, Cândido assinalava a inevitável ten-são existente entre as gerações. Tratava-se de criti-car a “ilusão pedagógica” de Durkheim (Durkheim,

16 A tese de doutorado de Guimarães (1995), que pri-vilegiou no estudo da escola pública da cidade do Rio de Ja-neiro as suas relações com as galeras de jovens e o narco-tráfico traduz essas tentativas de novos aportes.

17 Os trabalhos de Luiz Pereira, sua dissertação demestrado, “A escola numa área metropolitana” (1967) e oartigo “Rendimentos e deficiências do ensino primário bra-sileiro”, publicado no livro Estudos sobre o Brasil contem-porâneo (1971), ilustram a adoção dessas vertentes inspi-radas em Cândido. João Baptista Borges Pereira (1976) tam-bém em sua dissertação de mestrado, publicada sob a for-ma de livro em 1966, se utiliza das formulações de Cândido.

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1975) que examinou o tema da educação sem es-tabelecer os conflitos entre os adultos e os imatu-ros (jovens e crianças) que condicionariam o pró-prio processo de instrução.

Os estudos de Marialice Foracchi constituem,até os nossos dias, o exemplo melhor sucedido detratamento do tema. Na busca da compreensão daeducação brasileira, dos dilemas nascidos no inte-rior de uma sociedade dependente, a pesquisadoravoltou sua atenção para os jovens. Analisou umacategoria construída historicamente na dinâmicados embates entre as classes, mas que não se esgo-tava no âmbito dessa relação. Seus trabalhos reve-lam as tentativas, impasses e as alternativas gestadasno esforço desenvolvido pelos jovens estudantesuniversitários para se afirmarem como sujeitos dosconflitos e das lutas sociais dos anos 60 (Foracchi,1965; 1972; 1982).

A evolução das Ciências Sociais no Brasil com-preendeu o abandono da educação que se tornouobjeto quase inexistente para os sociólogos18 e oescasso desenvolvimento do tema da juventude,após a morte prematura de Marialice Foracchi. Asdissertações e teses defendidas na própria USP sãoesparsas, não só na Sociologia como na Antropo-logia e na Ciência Política. Não se configura nemuma sólida tradição investigativa no campo inicia-do por Foracchi e, muito menos, a disseminação deequipes constituídas em torno do tema. Quando apreocupação se fez presente, as dissertações e teses

foram desenvolvidas por pesquisadores isolados oupor raros grupos de pesquisa19.

Assim, se as Ciências Sociais no Brasil não de-senvolveram nos últimos 25 anos, com raras exce-ções, um campo sólido nos estudos sobre juventu-de, a pesquisa em Educação, quando se debruçousobre os sujeitos do processo educativo não encon-trou nessa área do conhecimento possibilidades defértil interlocução.

Não obstante o maior desenvolvimento dosestudos sobre juventude na França, Mauger (1994)ainda aponta em seu balanço que a Sociologia daJuventude, enquanto domínio de pesquisa socioló-gica nesse país, revestido de forte audiência políti-ca e de intenso teor profético ainda padecia de fra-ca legitimidade científica e pouca consistência teó-rica no início dos anos 90. Propunha, esse autor, aseguinte questão, é necessário ajudá-la a ser ou adesaparecer? Para nós essa indagação se apresentade forma mais aguda, pois só recentemente o temada juventude tem aparecido no debate público epolítico, recoberto pelos processos de exclusão so-cial que atingem crianças e adolescentes nas deno-minadas “situações de risco”. A ampla faixa quecompleta 18 anos só se constitui interesse pelos ín-dices de violência associados a esse segmento. A

19 A pesquisa em andamento pretende realizar balan-ço de dissertações e teses sobre juventude no campo dasCiências Sociais, esgotando o eixo Rio-São Paulo. Há umapublicação, em 1987, sobre jovens, “Bibliografia sobre lajuventud brasilera” que apresenta títulos, reunindo artigosde periódicos, livros e teses, levantados mediante consultaaos acervos de centros situados em São Paulo (Celaju, 1987).O trabalho importante de balanço da literatura realizado porAlvim e Valladares (1988), final dos ano 80, abriu perspec-tivas no campo dos estudos sobre crianças e adolescentes emsituação de exclusão, oferecendo subsídios para a análise dodesenvolvimento dos estudos sociológicos sobre juventude.A publicação de Cardoso e Sampaio (1995) em torno daprodução na área, reúne estudos importantes mas não ofe-rece um quadro sistemático da produção devido a um vo-lume significativo de trabalhos que não foram consideradose à ausência de periodização e classificação das fontes naforma como a bibliografia foi apresentada.

18 Sobre as relações entre os sociólogos e a Educaçãoconsultar os artigos de Luiz Antonio Cunha, (1992 e 1994).Um balanço realizado por Silke Weber sobre a produçãorecente no país da pesquisa que estabeleceu as relações en-tre educação e sociedade, elencou as seguintes linhas de es-tudo: Estado e educação, Universidade e sociedade e Edu-cação Popular, compreendendo a educação de adultos e osmovimentos sociais pela escola pública. Weber reitera orelativo desinteresse dos sociólogos pela educação apoian-do-se em levantamento realizado por Clarice Baeta Nevesem 1991, que havia localizado apenas 4 programas, dentreos 13 existentes no país na área de Sociologia, que desen-volviam pesquisas em temas explicitamente ligados à edu-cação (Weber, 1992).

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fraca visibilidade da questão na esfera pública bra-sileira, alia-se à fraca penetração no âmbito da pes-quisa educacional, demandando inúmeros esforçosde adensamento teórico.

Os trabalhos mais recentes na área da Educa-ção, a partir de meados dos anos 90, tendem a in-corporar categorias sociológicas e parecem acenarcom novas perspectivas. Talvez estejam sendo cri-adas as condições para um diálogo mais fecundo epromissor com os cientistas sociais interessados notema, de modo a se constituir uma área sólida deinvestigação em torno dos estudos sobre juventu-de no Brasil.

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