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ESTUDOS ECOLÓGICOS SOBRE MOSQUITOS CULICIDAE NO SISTEMA DA SERRA DO MAR, BRASIL. 2 OBSERVAÇÕES NO AMBIENTE DOMICILIAR* Oswaldo Paulo Forattini** Almério de Castro Gomes** Eunice Aparecida Bianchi Galati ** Ernesto Xavier Rabello ** Lygia Busch Iversson * * RSPUB9/435 FORATTINI, O. P. et al. Estudos ecológicos sobre mosquitos Culicidae no Sistema da Serra do Mar, Brasil. 2 Observações no ambiente domiciliar. Rev. Saúde públ., S. Paulo, 12:476-96, 1978. RESUMO: Apresentam-se os resultados obtidos nas coletas domiciliares de mosquitos Culicidae no Vale do Ribeira, Estado de São Paulo, Brasil. Com o objetivo de esclarecer o mecanismo de transmissão de encefalite por vírus, ali ocorrida em caráter epidêmico, seguiu-se a mesma orientação das observações realizadas no extradomicílio. Para tanto baseou-se a diferenciação das locali- dades trabalhadas, nas características do terreno, na ocorrência de casos da doença e no caráter rural e urbano das habitações. Os dados obtidos sugeriram possível ocorrência de transmissão domiciliar da virose. As espécies que apre- sentaram maior significância nesse sentido foram Aedes scapularis e represen- tantes de Culex (Melanoconion) sp. A possível transmissão domiciliar por culicídeos mostrou-se mais evidente na zona rural do que na urbana. UNITERMOS: Culicidae, ecologia. Arboviroses. Encefalite, virus, transmissão. Aedes scapularis. Culex (Melanoconion) sp. Encefalite epidêmica, S. Paulo, Brasil. * Trabalho do Centro Brasileiro de Estudos Entomológicos em Epidemiologia (CENTEP) e realizado com auxílio financeiro do Grupo de Avaliação de Projetos de Pesquisa (GAPP) do Ministério da Saúde. ** Do Departamento de Epidemiologia da Faculdade Saúde Pública da Universidade de São Paulo, Avenida Dr. Arnaldo, 715 — 01255 — São Paulo, SP Brasil. INTRODUÇÃO Em publicação anterior, foram apresen- tados e discutidos os dados das coletas de culicídeos, levadas a efeito em ambiente extradomiciliar da região do Vale do Ribei- ra (Forattini e col. 2 , 1978). Os resultados evidenciaram diferenças de composições específicas, que se procurou associar à ocorrência local de encefalite por arbovírus. Dessa maneira, as informações obtidas sugeriram a possibilidade de atuação de algumas populações de mosquitos, em seu relacionamento com o homem e conseqüen- te veiculação daquela virose. Além disso, verificou-se apreciável variabilidade na participação desses dípteros, em relação ao aspecto paisagístico do meio extradomiciliar das áreas estudadas. Concomitantemente a tais observações realizaram-se outras, estas no âmbito domi- ciliar. Com isso pretendeu-se comparar os

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ESTUDOS ECOLÓGICOS SOBRE MOSQUITOS CULICIDAE NOSISTEMA DA SERRA DO MAR, BRASIL.

2 — OBSERVAÇÕES NO AMBIENTE DOMICILIAR*

Oswaldo Paulo Foratt ini**Almério de Castro Gomes**Eunice Aparecida Bianchi Galati **Ernesto Xavier Rabello **Lygia Busch Iversson * *

RSPUB9/435

FORATTINI, O. P. et al. Estudos ecológicos sobre mosquitos Culicidae no Sistemada Serra do Mar, Brasil. 2 — Observações no ambiente domiciliar. Rev.Saúde públ., S. Paulo, 12:476-96, 1978.

RESUMO: Apresentam-se os resultados obtidos nas coletas domiciliares demosquitos Culicidae no Vale do Ribeira, Estado de São Paulo, Brasil. Com oobjetivo de esclarecer o mecanismo de transmissão de encefalite por vírus, aliocorrida em caráter epidêmico, seguiu-se a mesma orientação das observaçõesrealizadas no extradomicílio. Para tanto baseou-se a diferenciação das locali-dades trabalhadas, nas características do terreno, na ocorrência de casos dadoença e no caráter rural e urbano das habitações. Os dados obtidos sugerirampossível ocorrência de transmissão domiciliar da virose. As espécies que apre-sentaram maior significância nesse sentido foram Aedes scapularis e represen-tantes de Culex (Melanoconion) sp. A possível transmissão domiciliar porculicídeos mostrou-se mais evidente na zona rural do que na urbana.

UNITERMOS: Culicidae, ecologia. Arboviroses. Encefalite, virus, transmissão.Aedes scapularis. Culex (Melanoconion) sp. Encefalite epidêmica, S. Paulo,Brasil.

* Trabalho do Centro Brasileiro de Estudos Entomológicos em Epidemiologia (CENTEP) erealizado com auxílio financeiro do Grupo de Avaliação de Projetos de Pesquisa (GAPP)do Ministério da Saúde.

** Do Departamento de Epidemiologia da Faculdade Saúde Pública da Universidade de São Paulo,Avenida Dr. Arnaldo, 715 — 01255 — São Paulo, SP Brasil.

I N T R O D U Ç Ã O

Em publicação anterior, foram apresen-tados e discutidos os dados das coletas deculicídeos, levadas a efeito em ambienteextradomiciliar da região do Vale do Ribei-ra (Forattini e col.2, 1978). Os resultadosevidenciaram diferenças de composiçõesespecíficas, que se procurou associar àocorrência local de encefalite por arbovírus.Dessa maneira, as informações obtidassugeriram a possibilidade de atuação de

algumas populações de mosquitos, em seurelacionamento com o homem e conseqüen-te veiculação daquela virose. Além disso,verificou-se apreciável variabilidade naparticipação desses dípteros, em relação aoaspecto paisagístico do meio extradomiciliardas áreas estudadas.

Concomitantemente a tais observaçõesrealizaram-se outras, estas no âmbito domi-ciliar. Com isso pretendeu-se comparar os

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resultados conseguidos nos dois ambientes,com a finalidade de adquirir informaçõesmais detalhadas sobre o comportamentodesses mosquitos. O mesmo critério ado-tado para as pesquisas no extradomicílio,foi utilizado para a escolha das áreas des-tinadas a estes trabalhos. Em outraspalavras, as habitações cujo meio domiciliarserviu de sede para as observações, situam-se nas mesmas localidades descritas nasupracitada publicação.

CARACTERÍSTICAS LOCAIS

Nas várias estações de coleta, os aspec-tos do ambiente domiciliar apresentaram-secom as características a seguir.

Pariquera-Açú — As casas situam-se emlocais abertos mas na proximidade da mataresidual mais próxima a qual, por sua vez,

serviu de sede para as observações extra-domiciliares já divulgadas. A distância dashabitações para esse ambiente não chegaa alcançar os 50 metros em linha reta.As construções são de bom padrão e bemconservadas sem, contudo, disporem de dis-positivos, como a telagem das janelas, queimpeça a entrada de dípteros hematófagos(Fig. 1).

Sete Barras — Dadas as peculiaridadeslocais, as casas encontram-se em estreitaproximidade da mata primária, construídascom tábuas ou alvenaria. Seu padrão deconservação é variado sendo, de maneirageral, deficiente (Fig. 2).

Iguape — As localidades escolhidas po-dem ser consideradas como sendo dos tiposrural e urbano. No primeiro caso, incluem-se as do Sítio Embu e da Escola Agrícola.Naquele, as habitações situam-se às mar-gens do rio Ribeira de Iguape, distantes

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cerca de 500 metros da mata p r imár i a erodeadas de plantações. Nota-se a exis-tência de abundante vegetação secundár iana imediata v iz inhança do per idomicí l io .Essas edif icações são de padrão modestoou baixo, construídas de tábuas ou dede tijolos sem reboco (Fig. 3). Quanto àEscola Agrícola, localiza-se nas proximida-des de elevação denominada Morro do Espiaque a separa do núcleo urbano de Iguape.Dista cerca de um quilômetro, em l inha reta,dessa formação, a qual se apresenta cober-ta de vegetação florestal do tipo pr imár io .Entre as duas medeia terreno plano ealterado, notando-se a existência de planta-ções e pastagens, além de áreas degradadas(Fig. 4). Os edifícios da sede são bemconstruídos embora em estado def ic ien te deconservação, i n c l u i n d o o correspondente aoa lo jamento , onde f o r a m levadas a e f e i t o asobservações a q u i r e l a t a d a s ( F i g . 5) .

O meio urbano foi representado pelacidade de Iguape, situada às margens deenseada marí t ima conhecida como MarPequeno e com população de cerca de10.000 habitantes. Em linhas gerais, essenúc leo é dividido em duas partes. Taldivisão é fe i ta mediante canal a r t i f ic ia l queestabelece a ligação entre o Rio Ribeira deIguape e o supracitado braço de mar, edenominado de Valo Grande. Entre estee o mencionado Morro do Espia, estende-sea cidade propriamente dita. Na margemoposta desse curso de água, e já em terrenorepresentat ivo da planície da Baixada Lito-rânea, encontra-se o conjunto conhecidocomo bairro do Rocio (Fig. 6). A cidademostra predomínio de casas antigas no seunúcleo central, e outras de construção maisrecentes que se estendem até o sopé dar e f e r i d a elevação. Esta, como foi dito, en-contra-se coberta pela sua mata p r imár i a(F igs . 7 e 8). Quanto ao Rocio, apre-

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senta-se com o aspecto de núc leo habi ta-c ional de pe r i f e r i a , com casas, na suamaioria , de construção recente. Estas sãode padrão def ic ien te e instaladas em terre-no plano, dotado de vegetação a rbus t ivae rasteira (Fig. 9).

Ariri — Esta área foi representada peloacampamento da SUDELPA (Super in ten-dência do Desenvolvimento do Li toralPaulista, da Secretaria de Economia e Pla-nejamento do Estado de São Paulo). Des-t inado a abr igar o pessoal empregado naestrada que pretende at ingir a local idade deAr i r i , situa-se na extremidade da via emconstrução. As habitações têm caráter detransi tor iedade e são representadas porconstruções de tábuas. Na época da rea-lização das presentes observações, encon-travam-se rodeadas de florestas de tipo pri-mário em níveis baixos (Fig. 10).

MATERIAL E MÉTODOS

A observação das atividades de culicídeosfoi levada a e fe i to mediante coletas reali-zadas de mane i r a regular , ao lado de outrassem c o n t i n u i d a d e apreciável ou executadasem n ú m e r o reduzido de vezes. Para tanto,o ambiente , considerado gener icamentecomo d o m i c i l i a r , foi aqui dividido em domi-c í l io ou i n t r a d o m i c i l i a r propr iamente dito,e pe r idomic í l i o . Aquele representado peloin t e r i o r das habitações e este pela áreac i r c u n d a n t e e imediatamente adjacente ,i n c l u i n d o as paredes externas das casas.Em ambos, as técnicas empregadas consis-t i r am na captura manua l de indivíduospousados em superf ícies , além do uso dea rmad i lhas , seja tipo Shannon, seja as lu-minosas automát icas modelo New Jerseye CDC m i n i a t u r a . Em A r i r i f o r a m tambémrealizadas, e de manei ra concomitante, co-

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letas no ambien te e x t r a d o m i c i l i a r cu josresultados acham-se i n c l u í d o s no presentetrabalho. Em todos os casos, o período detrabalho foi o das 18:00 às 22:00 horas.

As observações regulares t ive ram lugarem casas escolhidas previamente , em todasas estações descritas. Os métodos empre-gados sofreram variações de acordo com olocal. Em Par iquera-Açú e em Sete Barrasuti l izou-se, para o domicí l io , a cap tu ramanua l . As atividades fo ram executadassemanalmente, em dia pré-estabelecido. Noper idomicí l io adotou-se o mesmo procedi-mento, em relação às paredes externas, demaneira que as duas coletas f o r a m reali-zadas simultaneamente. Em Sete Barras,somou-se a isto uma captura mensal peri-domicil iar , no mesmo horár io , com o em-prego da armadilha de Shannon. Em Iguape,procedeu-se à seleção de três casas, duasna cidade (casas H1 e H 2 ) e uma no

b a i r r o do Rocio (casa H 3 ) . Nesta ú l t i m ae em uma daquelas, t i n h a m sido registradoscasos cl inicamente diagnosticados como deencefa l i t e . As coletas foram fe i t as no do-m i c í l i o u t i l i z a n d o a captura manua l comr i tmo semanal . A i n d a em relação às obser-vações regulares, as realizadas em A r i r io f o r a m com o aux í l i o de duas armadi lhasluminosas automáticas. Uma delas foi ins-talada no domic í l io , aqui representado peloin te r io r do dormi tó r io do acampamento,enquan to a outra foi colocada na f lorestac i r c u n v i z i n h a . Ambas operaram obedecen-do também a r i tmo semanal.

Em relação às coletas fe i tas de maneiranão cont inuada ou em número reduzido,compreenderam algumas observações na es-tação de Iguape. Tais fo ram as realizadasno Sítio Embu, mediante captura manualno domic í l io e com a r m a d i l h a de Shannonno pe r idomic í l io , ambas concomitantes.

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Lançando-se mão da mesma técnica , soma-da à uti l ização de armadi lha automática,f izeram-se capturas no domicí l io da EscolaAgrícola, neste caso representado pelo inte-r ior do alojamento. Finalmente , no âmbitodo núcleo urbano representado pela cidadede Iguape e o bairro do Rocio, realizaram-se capturas no per idomicí l io . Para tanto,lançou-se mão de armadi lhas , tanto do tipoShannon como automáticas, embora não demaneira concomitante às coletas levadas aefeito no domicíl io dessas mesmas habi-tações.

Nos trabalhos executados em ritmo regu-lar, procurou-se avaliar a at ividade dosmosquitos, mediante o cálculo das médias

de Williams (Xw ) . Tal orientação, e sem-pre que os dados o permitissem, foi amesma seguida em trabalho anterior(Haddow 3 , 4 1954, 1960; Forat t ini e col.2

1978). O mesmo se diga, e no que couber,com refe rênc ia à ident i f icação dos espéci-mens coletados.

RESULTADOS

As in formações relatadas são a conse-qüência de observações efetuadas no perío-do de março de 1976 a dezembro de 1977.De acordo com o exposto em parágra foanter ior , as referentes a algumas levadas aefe i to em Iguape não ref letem seqüênciaregular em sua obtenção. Face a isso, osdados ali colhidos são apresentados apenasde manei ra global.

De fo rma geral, os locais t rabalhados sãoclassificados em rura is e urbanos. Os pri-meiros encontram-se nas estações de Pari-quera-Açú, Sete Barras, A r i r i , além deIguape. Esta últ ima, no seu núcleo urbano ,abrigou os correspondentes à segunda da-quelas categorias, localizadas no con jun toformado pela cidade propriamente dita epelo bair ro do Rocio.

Zona rural — Em Par iquera-Açú, as co-letas efetuadas, no domicíl io e no perido-micílio, totalizaram 55 dias com a obtenção

do número global de 1.407 mosquitos. AsTabelas 1 e 2 apresentam a composiçãoespecíf ica para cada um desses meios. Napr imei ra , que inc lu i as espécies mais fre-qüentes, foi calculada a média por coleta

([]w). Veri f ica-se assim, em ambos, apresença de Aedes scapularis e de repre-sentantes de Culex (Melanoconion) sp.Aquele compareceu com média de 0,30 nodomicí l io e de 0,51 no per idomicí l io repre-sentando, respectivamente, 4,3 e 7,9% dosmosquitos coletados. Em relação ao se-gundo, foram obtidos valores corresponden-tes a 0,71 e 0,59 para as médias perfa-zendo, na mesma ordem, 10,2 e 9,0% dosinsetos capturados. Houve nítida predomi-nânc ia de Mansonia, com M. chrysonotum eM. venezuelensis em conjunto , fornecendomédias in t radomici l ia res de 2,88 e perido-mic i l ia res de 2,23 const i tuindo, respectiva-mente, os totais de 81,7 e 77,3% dosmosquitos coletados nessas situações. Osdados constantes da Tabela 2 referem-seàs espécies que, em conjunto , não chegarama f o r m a r 5,0% do total de culicídeos cap-tu rados . Observa-se que o Aedes serratusencontra-se ali i nc lu ído e contrastando, como aspecto r e f e r en t e à sua presença extra-domici l ia r , como já foi relatado.

Em Sete Barras os resultados obtidosencontram-se nas Tabelas 3 e 4, com ototal de 4.791 mosquitos coletados em 61dias de coletas in t radomic i l i a res e 76 peri-domici l ia res . As distr ibuições nesses doisambientes revelaram, para as espécies maisfreqüentes, o aspecto comum do predomíniodas representantes do gênero Mansonia.Ao lado desses culicídeos, sobressaiu o

Anopheles cruzii, com médias ([]w) de2,03 para o domicí l io e 1,08 para o peri-domic í l io , e representando 9,3 e 8,6% dosmosquitos capturados nas duas situaçõesrespectivamente. É de se notar a d i ferençaobtida para esse anofe l ino em relação aosdois ambientes, com média de f reqüênc iano domicíl io praticamente equivalente aodobro daquela obtida no peridomicí l io. Co-mo característica da proximidade f lorestal ,observa-se a presença de Phoniomyia davisi,

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praticamente restrita ao segundo dessesambientes. Em relação às demais espéciesque, em conjunto, representam pouco maisde 2,0% do total de espécimens capturados,pôde-se acusar a presença de Aedes scapu-laris e de Culex (Melanoconion) sp. emnúmero sem maior significado (Tabela 4).

Nas zonas rurais de Iguape as coletasforam feitas, como já se mencionou, semobedecer a ritmo regular. Os resultados glo-bais encontram-se apresentados nas Tabelas7 e 8. No Sítio Embu, foram efetuadasnos meses de março, outubro e novembrode 1976, totalizando 7 capturas simultâ-neas nos dois ambientes, e resultando nacoleta global de 2.468 mosquitos. Tantono domicílio como no peridomicílio observa-se a presença significativa de Aedes scapu-laris e de Culex (Melanoconion) sp. aolado de representantes do subgénero Culexe de Mansonia. Quanto à Escola Agrícola,os resultados refletem o que se conseguiuem 39 dias de captura intradomiciliar nosmeses de março a junho e em setembrode 1977 com o total de 1.662 culicídeos.Observa-se, ao lado do já constante aspec-to de predomínio de Mansonia, a ocorrênciaapreciável dos mesmos supracitados mos-quitos aos quais pode-se acrescentar Ano-pheles evansae e Psorophora confinnis. Dequalquer manieira, o número limitado destasobservações, aliado à falta de regularidadeno ritmo de sua realização, constituem-seem fatores limitantes à obtenção de quadrolocal mais preciso.

Em Ariri, como já foi mencionado, ascoletas focalizaram o ambiente intradomi-ciliar e o extradomiciliar, este representadopela floresta local. Os resultados obtidosencontram-se na Tabela 9, onde está apre-sentada a distribuição conseguida com 40e 41 dias de coleta, respectivamente, tota-lizando 1.061 mosquitos. Em relação àsespécies mais freqüentes, repete-se aqui afeição geral do predomínio de representan-tes de Mansonia. Contudo, deixando delado esse aspecto, nota-se a presença signi-ficante de Anopheles cruzii e de Culex

(Melanoconion) sp., ambos com médiasapreciáveis no domicílio, correspondentes a0,70 e 0,42, e representando, respectiva-mente, 11,7 e 6,1% dos culicídeos captu-rados nessa situação. Em relação aoprimeiro desses mosquitos nota-se a ocor-rência de fenômeno semelhante ao observa-do em Sete Barras, ou seja, a maiorfreqüência intradomiciliar, equivalente acerca do dobro da verificada no extrado-micílio onde a média não passou de 0,32.Quanto às espécies menos freqüentes, queperfazem pouco mais de 10,0% do total deespécimens coletados, nota-se a presençadiscreta de Aedes scapularis e Aedes ser-ratus, sem maior significado.

Levando-se em conta a cifra de 6.873mosquitos que representa 94,7% do materialcoletado em ritmo regular (Tabelas 1, 3 e9), torna-se possível o cálculo das médiascorrespondentes às espécies participantesdesse conjunto. Isso foi feito para cadatipo de ambiente nas três estações, ou seja,o domicílio, o peridomicílio e o extradomi-cílio, este limitado ao caso particular deAriri. As médias foram transformadas empercentuais sobre o total correspondente às[]w e, considerando-se os que comparece-ram com valores iguais ou superiores a5,0%, pelo menos em uma dessas situaçõespôde-se obter os resultados representadospelo gráfico da Fig. 11. Verifica-se assima presença desses mosquitos nesses ambien-tes, notando-se dois aspectos principais. Oprimeiro relativo ao uniforme compareci-mento de representantes de Mansonia nastrês localidades. O segundo correspondenteà presença significativa de Aedes scapularise de membros de Culex (Melanoconion) sp.em Pariquera-Açú, e dos últimos em Ariri,comparado com a ausência de ambos emSete Barras. Ao lado disso, nota-se aapreciável presença de Anopheles cruzii nasduas últimas mencionadas estações.

Zona urbana — Nas três habitações sele-cionadas no núcleo urbano de Iguape,designadas como H1, H2 e H3, as coletasintradomiciliares totalizaram 76, 66 e 87dias, respectivamente, com a obtenção de

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1.214 mosquitos. A Tabela 5 apresenta acomposição específica, bem como as médias([]w) calculadas para as espécies mais fre-qüentes. Verifica-se assim que entre estassobressai, como era de se esperar, o Culexpipiens quinquefasciatus que, por si só,representa cerca de 89,0% do total demosquitos capturados nas três casas, commédias de 0,96, 1,17 e 1,83 para cada umadelas. Dos restantes, apresenta algumarelevância a presença de Aedes scapularis,além de alguns representantes de Mansonia.Quanto a outros culicídeos, é ainda maisdiscreta a participação de Culex (Melano-conion) sp., embora pouco maior em H3

que corresponde ao bairro do Rocio. Paraos outros mosquitos a sua presença não éde molde a permitir alguma análise.

Considerando-se assim o número de 1.129mosquitos, que se constituem em 93,0% domaterial coletado, calculou-se as médiascorrespondentes a cada espécie e transfor-madas em percentuais do total de []w.Levando-se em conta os mosquitos queparticiparam com valores iguais ou supe-riores a 5,0%, pelo menos em uma dascasas, foi possível conseguir os dados re-presentados no gráfico da Fig. 12. Obser-va-se assim, ao lado da predominância deCulex pipiens quinquefasciatus, a presença

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de Aedes scapularis nas três habitações,embora não comparecendo de maneira com-parável à daquele.

Em relação ao peridomicílio, os resultadosglobais encontram-se expostos na Tabela 6correspondendo a 51, 24 e 28 dias de coleta,respectivamente, para as três casas H1, H2

e H3. Daí resultou a obtenção de 475mosquitos notando-se, além do predomíniode Culex pipiens quinquefasciatus e da pre-sença apreciável de representantes de Man-sonia, a ocorrência persistente e não des-prezível de Aedes scapularis, representandocerca de 15,0% do total de culicídeoscoletados nessa situação.

COMENTÁRIOS

Os resultodos supradescritos permitemvárias considerações. De início assinale-seo traço comum, verificado de maneira geralem todas as coletas, e relativo à freqüênciae mesmo predominância de representantesde Mansonia. Face a esse aspecto, gene-ralizado para todas as estações trabalhadas,torna-se difícil atribuir a tais culicídeospapel significante na veiculação local devírus encefalítico. E isso dada a circuns-tância de que a ocorrência dessa infecçãonão seguiu o mesmo padrão de uniformi-dade, para as localidades pesquisadas.

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As coletas efetuadas em Pariquera-Açúe em Sete Barras, o foram no mesmoperíodo, de julho de 1976 a setembro de1977, e de maneira comparável. Em vistadisso, e à semelhança do que se fez com asobservações locais realizadas no extradomi-cílio, pode-se cotejar os dados obtidos nasduas localidade (Tabelas 1, 2, 3, 4 e Fig.11) . A análise dos dados faz ressaltar adisparidade substancial em relação à presen-

ça de Aedes scapularis e de Culex (Melano-conion) sp., que se revelou significante emPariquera-Açú e praticamente nula em SeteBarras. Por outro lado, aspecto inverso foiregistrado em relação a Anopheles cruzii,com apreciável endofilia revelada pela médiaintradomiciliar, equivalente a praticamenteo dobro da obtida no peridomicílio (Tabela3). Apreciando tais dados à luz das dife-renças existentes entre essas duas locali-

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dades, pode-se ponderar sobre alguns as-pectos. Considere-se que a primeira delascorresponde a área de terreno alterado coma presença de casos clínicos de encefalite.O mesmo não ocorre com a estação deSete Barras, que representa local preser-vado e onde a existência dessa infecção nãofoi detectada até o presente momento. Taisfeições, analisadas juntamente com os re-sultados obtidos nas coletas de culicídeos,permitem levantar a hipótese de possívelresponsabilidade vetora por parte de Aedesscapularis e de Culex (Metanoconion) sp.É bastante sugestiva a freqüência dessesmosquitos ao domicílio e ao peridomicílio,ao lado de sua apreciável presença emvárias situações do extradomicílio (Forat-tini e col.2, 1978).

Considerando-se os dados referentes àestação de Ariri, onde as observações fo-ram também de caráter rural, verifica-se,pelo menos em parte, a ocorrência deaspectos que reforçam a mesma hipótese(Tabela 9). Eis que, embora o Aedesscapularis se revelasse ausente, o mesmonão ocorreu com os Culex (Melanoconion)sp. que compareceram notadamente, tantono meio intradomiciliar como no extrado-miciliar da floresta circundante. Assinle-seque, da mesma forma que em Sete Barras,houve aqui a presença de Anopheles cruziimostrando sua endofilia ao fornecer médias,no domicílio, sensivelmente maiores do queno extradomicílio. Mesmo nas capturas nãoregulares, feitas na zona rural de Iguape,pôde-se notar a significante ocorrência deAedes scapularis e de Culex (Melanoconion)

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sp. embora estes dados, particularmente, nãopermitam conclusões mais seguras (Tabe-las 7 e 8).

Assim sendo, e de manei ra geral, pode-se supor que esses dois grupos de culicí-deos teriam contribuído para possível conti-gente domiciliar na transmissão da ence-falite. A favor da ocorrência desse tipode veiculação, existem alguns dados dispo-níveis. Inicialmente deve-se assinalar que,já nas observações levadas a efeito nachamada Baixada Santista, onde se regis-trou o primeiro surto de encefalite, adistribuição etária da virose assinalou 10casos na faixa de 1 a 4 anos (Tiriba 7 1975,Tiriba e col.8 1976).

O quadro relativo à casuística ocorridano Vale do Ribeira registrou no grupo deaté 4 anos, 41 casos em 1976 e 12 em

1977, dos quais 10 e 7, respectivamente,correspondem a crianças com menos de umano de idade. Em segundo lugar, relatou-se o isolamento do virus Rocio de avecorrespondente a um exemplar de "tico-tico" (Zonotrichia capensis), que se apre-senta com acentuadas características dedomiciliação (Lopes5 , 6 1978). Assim pois,tais evidências sugerem que parte da trans-missão da encefalite tenha se efetuada nomeio domiciliar. Contudo, não se podeafastar a hipótese de que possam ali terocorrido outras formas de veiculação quenão impliquem necessariamente o concursode mosquitos hematófagos.

Quanto às observações na zona urbanade Iguape, tanto os dados das coletas regu-lares no domicílio, como as realizadas noperidomicílio mas sem seqüência regular,apontam também para certa presença deAedes scapularis (Tabelas 5 e 6, Fig. 12).Embora com baixa freqüência, em relaçãoà apresentada em outros locais e à domi-nancia local de Culex pipiens quinquefas-ciatus, aquele aedino revelou-se com algumsignificado nesse meio. Os dados dispo-níveis sobre a distribuição etária dos casosclínicos de encefalite neste núcleo urbanoassinalam a ocorrência de 7 casos em 1976e de 3 em 1977, em crianças de até 4anos. Destas, duas e uma, respectivamente,referem-se a infantes com menos de umano de idade. Como foi dito, não se podeafastar a hipótese da existência de outrosmecanismos de transmissão que não os

essencialmente devidos à ação hematófagade culicídeos. Por sua vez, no caso destazona urbana, se estes contribuíssem pode-rosamente, o Culex pipiens quinquefasciatusdeveria ser incriminado. Dado porém opequeno número de casos acima referidos,e que poderiam, com alguma probabilidade,serem atribuídos à ação desses dípteros,torna-se admissível considerar o papel deAedes scapularis, embora discreto. Nessesentido, deve-se ter presente a característicado seu aparecimento momentâneo e explo-sivo em grande número, e que é geralmenteobservada no grupo de culicídeos ao qual

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pertence essa espécie. Ao lado disso, asua tendência à endofilia já foi assinalada,em nosso meio, há bastante tempo (Forat-tini1, 1961).

Em resumo, estas observações realizadasno ambiente domiciliar, complementam asefetuadas no extradomicílio (Forattini ecol.2 1978). Dos mosquitos que, neste últi-mo ambiente, apresentam maior probabili-dade de contatos freqüentes com a popula-ção humana, o Aedes scapularis e repre-sentantes de Culex (Melanoconion) sp.chegam até o domicílio. Sua presença nessemeio é mais significante na zona rural,embora o primeiro deles também possaatuar no situado na zona urbana.

CONCLUSÕES

1 — Admitindo-se a hipótese de que aepidemia de encefalite no Vale do Ribeiratenha sido devida a uma arbovirose, osresultados obtidos pelas observações reali-zadas no ambiente domiciliar sugerem aocorrência de contigente de transmissãonesse meio.

2 — A transmissão domiciliar poderá,pelo menos em parte, ser atribuída àatuação de mosquitos Culicidae, e de ma-neira mais sugestiva para a zona rural doque para a urbana.

3 — Em áreas de ambiente alterado e/oucom a ocorrência de casos clínicos dadoença, os representantes mais significantesforam Aedes scapularis e Culex (Melano-conion) sp.

4 — A significância desses culicídeostorna-se maior ao se considerar sua parti-cipação no ambiente extradomiciliar ondea dividiram com Aedes serratus.

5 — A presença desses culicídeos nashabitações permite associá-la à ocorrênciada infecção em grupos etários de baixaidade.

6 — Em que pesem essas evidências, nãose exclui a presença de outras formas detransmissão domiciliar, além das atribuíveisessencialmente à ação hematófaga de culi-cídeos.

RSPUB9/435

FORATTINI, O. P. et al. [Ecological studies on Culicidae mosquitoes in the Serrado Mar Sistem, Brazil. 2 — Observations at the domiciliary environment ]Rev. Saúde públ., S. Paulo, 12:476-96, 1978.

ABSTRACT: Results obtained through domiciliary catches of Culicidade mos-quitoes in the "Vale do Ribeira" S. Paulo, Brazil are given on astudy of the mechanisms of local encephalitis transmission. The same orientationfor extra-domiciliary observation was followed. Significant presence of Aedesscapularis and Culex (Melanoconion) sp. in indoor catches suggested theirparticipation in domiciliary transmission. This pattern was more evident in therural areas than the urban ones. Association of these findings to the occurrenceof clinical cases of the disease in young children is suggested.

UNITERMS: Culex, ecology. Arboviruses. Encephalitis viruses, transmission.Aedes scapularis. Culex (Melanoconion) sp. Encephalitis epidemic, S. Paulo,Brazil.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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2. FORATTINI, O. P. et al. Estudos ecoló-gicos sobre mosquitos Culicidae noSistema da Serra do Mar, Brasil. 1— Observações no ambiente extrado-miciliar. Rev. Saúde públ., S. Paulo,12:297-325, 1978.

3. HADDOW, A. J. Studies of the biting-habits of african mosquitos. Anappraisal of methods employed, withspecial reference to the twenty-four-hour catch. Bull. ent. Res., 45:199-242,1954.

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5. LOPES, O. de S. Rocio (ROC) strain:SPH 34675. In: Karabatsos, N., ed.

International Catalogue of Arbovirusesincluding certain other viruses ofvertebrates. Amer. J. trop. Med. Hyg.,27:418-9, 1978.

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7. TIRIBA, A. da C. Epidemia de encefaliteatribuída a arbovírus ocorrida nolitoral sul de São Paulo em 1975:contribuição para o estudo clínico. SãoPaulo, 1975. [Tese de Livre-Docência— Escola Paulista de Medicina].

8. TIRIBA, A. da C. et al. Encefalite huma-na primária epidêmica por arbovírusobservada no litoral sul do Estado deSão Paulo: estudo clínico efetuado emhospital de emergência. Rev. Ass. med.bras., 22:415-20, 1976.

Recebido para publicação em 26/07/1978Aprovado para publicação em 09/08/1978