estudos do evangelho "caridade com os criminosos"

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Estudos do Evangelho O Evangelho Segundo o Espiritismo por ALLAN KARDEC – tradução de José Herculano Pires Leonardo Pereira

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Estudos do EvangelhoO Evangelho Segundo o Espiritismo

por ALLAN KARDEC – tradução de José Herculano Pires

Leonardo Pereira

“Capitulo 11 – Amar o próximo como a ti mesmo- Instruções dos Espíritos lV”

Caridade Com Os Criminosos

Qual o verdadeiro sentido da palavra caridade, como a

entendia Jesus?

Em . LE. 886.

— Benevolência para com todos, indulgência para as imperfeições alheias,

perdão das ofensas.

Para com Todos?

Benevolência, indulgência para as imperfeições alheias, perdão

das ofensas.

IV – Caridade Com Os Criminosos.

ELIZABETH DE FRANÇA - Havre, 1862

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Isabel Filipa Maria Helena de França (Élisabeth Philippine Marie Hélène de França

(em francês)).

dita Madame Élisabeth, nascida em Versalhes, em 3 de Maio de 1764 e

guilhotinada em Paris, em 10 de Maio de 1794, era irmã do Rei Luís XVI da França.

Sob o Terror, compareceu frente ao Tribunal Revolucionário e foi condenada

à morte.

Quem é o criminoso?

Um criminoso é um indivíduo que viola uma

norma penal, sem justificação e de forma reprovável.

Aos criminosos condenados e submetidos a um devido processo legal

aplica-se uma sanção criminal, uma pena (privativa de liberdade, restritiva de

direitos, multa).

A punição aplicada a um criminoso pode ser de caráter corretivo, com a intenção

de reeducar o indivíduo para que não volte a cometer delito, ou de caráter

exemplar, com a intenção de desincentivar outras pessoas a cometerem atos semelhantes.

Aquele que ajuda um criminoso a cometer um crime é considerado

também um criminoso, partícipe ou coautor, enquanto aquele que por

omissão permite que um crime aconteça quando poderia ou deveria ter impedido

geralmente é considerado cúmplice.

O crime do colarinho branco, no campo da criminologia, foi definido inicialmente pelo criminalista norte-americano Edwin

Sutherland como sendo "um crime cometido por uma pessoa respeitável, e de alta posição (status) social, no exercício de

suas ocupações".

No Brasil esse termo define o ato delituoso cometido por uma pessoa de

elevada respeitabilidade e posição socioeconômicos e, muitas vezes,

representa um abuso de confiança. Em geral, é cometido sem violência, em situações comerciais, com considerável

ganho financeiro.

Duas características são marcantes nos chamados "crimes do colarinho branco":

A privilegiada posição social do autor e a estreita relação da atividade criminosa

com sua profissão. .

14 – A verdadeira caridade é um dos mais sublimes ensinamentos de Deus para o mundo.

Entre os verdadeiros discípulos da sua doutrina deve reinar perfeita

fraternidade. Devem amar os infelizes, os criminosos, como criaturas de Deus,

para as quais, desde que se arrependam, serão concedidos o

perdão e a misericórdia, como para vós mesmos, pelas faltas que cometeis

contra a sua lei.

Pensai que sois mais repreensíveis, mais culpados que aqueles aos quais recusais o perdão e a comiseração,

porque eles quase sempre não conhecem a Deus, como o conheceis,

e lhes será pedido menos do que a vós.

Não julgueis, oh! Não julgueis, meus queridos amigos, porque o juízo com que julgardes vos será

aplicado ainda mais severamente, e tendes necessidade de

indulgência para os pecados que cometeis sem cessar.

Não sabeis que há muitas ações que são crimes aos olhos do Deus de pureza, mas que o mundo não

considera sequer como faltas leves?

O crime e o criminoso tem origem na vida social?

Por exemplo: miséria ou pobreza?

Ou nas facilidades para cometer o crime?

A ocasião faz o ladrão?

Revista Veja - Entrevista StantonSamenow

Na edição de 6 de novembro de 2013 (edição 2346 - ano 46 - nº45), a Revista Veja veiculou uma entrevista com o

psicólogo e professor Stanton Samenow. Segundo a matéria, ele passou os últimos 43 anos lidando com

criminosos, a fim de entender qual o raciocínio por trás dos delitos, como cada um enxergava seus atos e lidava com as consequências. O psicólogo publicou dois livros,

na década de 70, que tratam de como pensam assaltantes, assassinos e psicopatas. Esses livros são

considerados marcos para a criminologia. Samenow, que já foi consultor do FBI, continua a prestar assessoria a

tribunais americanos.

COMO PENSAM OS CRIMINOSOS?

Em quatro décadas entrevistando bandidos, o psicólogo concluiu que a

decisão de cometer crimes pouco tem a ver com a pobreza e as condições de

vida em que eles se encontram

O senhor diz que o comportamento criminosos é uma escolha. Por quê?

Não é uma escolha apenas, é uma série de escolhas. Para quem opta pelo crime como caminho de vida, essas escolhas começam a ser feitas bem cedo, quase

sempre.

Mais um exemplo: crianças pequenas pegam os brinquedos umas das outras,

batem-se e beliscam-se, mas aprendem, normalmente até os 5 anos de idade,

que machucar os outros é errado. Número 1, porque não querem ser machucadas também. Número 2,

porque serão punidas se forem pegas fazendo o que sabem ser errado.

E número 3, e o mais importante, porque desenvolvem uma sensibilidade

em relação ao sofrimento das outras

pessoas. Já o futuro criminoso sente prazer em machucar os outros, e não só fisicamente.

Coisas que qualquer um pode fazer, ainda mais quando se é novo e não se sabe distinguir o certo do errado, os

criminosos continuam a fazer durante toda a vida. Eles simplesmente não

incorporam o que se tenta ensinar-lhes. Para eles, "ser alguém" é ser o centro

das atenções. É a vida como estrada de mão única - e o único sentido possível é

o deles.

O senhor diz que uma das características da mente criminosa é a incapacidade de se colocar no lugar do

outro. Como isso resulta em crime?

Essa incapacidade é uma das características da mente criminosa, mas o que resulta no cometimento do delito

é um conjunto delas.

Essa incapacidade é uma das características da mente criminosa, mas o que resulta no cometimento do delito é um conjunto delas. Em primeiro lugar,

o criminoso se enxerga como alguém com um poder total sobre os outros. Por isso, é hipersensível a qualquer

coisa que arranhe sua imagem.

Se alguém falar conosco num certo tom arrogante, por exemplo, provavelmente não vamos dar muita importância. Mas

para o criminoso, isso significa que a pessoa o afrontou. E ele vai provar que

isso não se faz.

É um script que se repete: o assaltante entra numa loja com uma arma. O vendedor faz um movimento brusco e ele atira. Pego, diz que a culpa é do morto: Ele se mexeu, achei que ia sacar a uma arma”.

Persiste uma crença de que o crime é reflexo da ausência de oportunidades, um produto do meio. Qual sua opinião

sobre isso?

Muitos criminologistas e sociólogos discordam, mas ao longo dessas quatro décadas de entrevistas com criminosos cheguei à conclusão de que o ambiente

tem uma influência relativamente pequena sobre o crime.

em lugares muito pobres, com a presença de gangues e alto índice de criminalidade, há mais tentações e pressões, sem dúvida. Se armas e drogas estão ao alcance da mão,

cometer delitos é mais fácil. Nos lugares em que a presença do Estado e da

polícia é quase inexistente, é claro que a sensação de que se pode cometer um crime sem ser punido também é mais

forte.

Mas não podemos dizer que a maioria dos pobres se torna criminosa, isso não é verdade. O que podemos dizer é que todo criminosos - não importa se rico

ou pobre, negro ou branco, educado ou analfabeto - tem uma forma

semelhante de pensar.

Suécia fecha 4 prisões e prova: a questão é social.

Penas alternativas e investimento na ressocialização de detentos derrubaram

a população carcerária e levaram ao fechamento de 4 prisões no país

nórdico.

O jornal inglês The Guardian informou em sua edição de ontem que 4 prisões e um centro de detenção foram fechados na Suécia, pela Justiça daquele país, por falta de prisioneiros.

fontes ouvidas pelo jornal inglês acreditam que a queda do número de presos tem os seguintes motivos: 1)

investimentos na reabilitação de presos, ajudando-os a ser reinseridos na

sociedade; 2) penas mais leves para delitos relacionados às drogas e 3)

adoção de penas alternativas (como liberdade vigiada) em alguns casos.

Com uma política semelhante, a superpopulação carcerária no Brasil e em outros países poderia ser bastante

atenuada. O exemplo sueco deixa claro, mais uma vez, que a questão da

criminalidade é, sim, social. Ninguém nasce malvado, não existe o que

popularmente é chamado de sangue ruim.

O jornal inglês The Guardian informou em sua edição de ontem que 4 prisões e um centro de detenção foram fechados na Suécia, pela Justiça daquele país, por falta de prisioneiros.

Robin Casarjian, psicoterapeuta americana, em seu livro, “O Livro do Perdão”; nos faz ver que na grande

maioria das vezes o agressor está, por trás de toda a violência, pedindo

socorro!

Fica difícil entender e compreender como uma criatura que comete

atrocidades com outra pessoa pode estar pedindo socorro.

E ai como ficamos?Onde entra a lei Divina?

A cada um segundo suas obras!

Lei de Ação e ReaçãoOu Causa e Efeito.

André Luiz, Evolução em dois mundos, 11ª ed., Rio de Janeiro-RJ: Federação Espírita Brasileira, 1989, p. 210-211.

“[...] ninguém recebe do Plano Superior, diz André Luiz, a

determinação de ser madraço ou delinquente, com passagem

justificada no latrocínio ou na dipsomania, no meretrício ou na ociosidade, no homicídio ou no

suicídio.

André Luiz, Evolução em dois mundos, 11ª ed., Rio de Janeiro-RJ: Federação Espírita Brasileira, 1989, p. 210-211.

Padecemos, sim, nesse ou naquele setor da vida [...] o impulso de enveredar por esse ou aquele caminho menos digno, mas isso constitui a influência de nosso

passado em nós, instilando-nos a tentação, originariamente toda nossa,

de tornar a ser o que já fomos, em contraposição ao que devemos ser.”

O homem goza do livre-arbítrio desde o nascimento?

Em . LE. 844.

— Ele tem a liberdade de agir, desde que lenha a vontade de o fazer. Nas primeiras fases da vida, a liberdade é quase nula;

ela se desenvolve e muda de objeto com as faculdades. Estando os pensamentos

da criança em relação com as necessidades da sua idade, ela aplica o seu livre-arbítrio às coisas que lhe são

necessárias

As predisposições instintivas que o homem traz ao nascer

não são um obstáculo ao exercício de seu livre-arbítrio?

Em . LE. 845.

— As predisposições instintivas são as do Espírito antes da sua encarnação;

conforme for ele mais ou menos adiantado, elas podem impeli-lo a atos

repreensíveis, no que ele será secundado por Espíritos que

simpatizem com essas disposições; mas não há arrastamento irresistível, quando se tem a vontade de resistir. Lembrai-vos

de que querer é poder.

A maioria dos crimes estão relacionados ao poder, desejo de posse, ambição desmedida e ausência de empatia.

Orgulho, Egoísmo e vaidade!

Como pode o homem conhecer o limite do

necessário?

Em . LE. 715.

- O sensato o conhece por intuição e muitos o conhecem à custa de suas

próprias experiências.

A Natureza não traçou o limite do necessário em nossa

própria organização?

Em . LE. 716.

— Sim, mas o homem é insaciável. A Natureza traçou limites de suas

necessidades na sua organização, mas os vícios alteraram a sua constituição e

criaram para ele necessidades artificiais.

Que pensar dos que açambarcam os bens da Terra

para se proporcionarem o supérfluo, em prejuízo dos que não têm sequer o necessário?

Em . LE. 717.

— Desconhecem a lei de Deus e terão de responder pelas privações que

ocasionarem.

A verdadeira caridade não consiste apenas na esmola que dais, nem

mesmo nas palavras de consolação com que as acompanhais. Não , não

é isso apenas que Deus exige de vós! A caridade sublime, ensinada

por Jesus, consiste também na benevolência constante, e em todas

as coisas, para com o vosso próximo.

Aproximam-se os tempos, ainda uma vez vos digo, em que a grande

fraternidade reinará sobre o globo. Será a lei de Cristo a que regerá os homens: somente ela será freio e

esperança, e conduzirá as almas às moradas dos bem-aventurados.

Amai-vos, pois, como os filhos de um mesmo pai; não façais diferenças

entre vós e os infelizes, porque Deus deseja que todos sejam iguais; não

desprezeis a ninguém.

Deus permite que os grandes criminosos

estejam entre vós, para vos servirem de ensinamento.

Brevemente, quando os homens forem levados à prática das

verdadeiras leis de Deus, esses ensinamentos não serão mais

necessários, e todos os Espíritos impuros serão dispersados pelos

mundos inferiores, de acordo com as suas tendências.

Deveis a esses de que vos falo o socorro de vossas preces: eis a

verdadeira caridade. Não deveis dizer de um criminoso: “É um miserável;

deve ser extirpado da Terra; a morte que se lhe inflige é muito branda para uma criatura dessa espécie”. Não, não

é assim que deveis falar! Pensai no vosso modelo, que é Jesus

Que diria ele, se visse esse infeliz ao seu lado? Havia de lastimá-lo,

considerá-lo como um doente muito necessitado, e lhe estenderia a mão.

Não podeis, na verdade, fazer o mesmo, mas pelo menos podeis orar por ele, dar-lhe assistência espiritual durante os instantes que ainda deve

permanecer na Terra.

O arrependimento pode tocar-lhe o coração, se orardes com fé. É vosso próximo, como o melhor dentre os homens. Sua alma,

transviada e revoltada, foi criada, como a vossa, para se aperfeiçoar. Ajudai-o, pois, a sair do lamaçal, e

orai por ele.

66

como que funciona a justiça Divina?

EMMANUEL

67

“Aflição de hoje, dívida de ontem”

“Merecimento de agora, crédito de amanhã”

68

“Cada problema que te procura é semelhante ao

trabalho de análise dirigida, como a radiografar-te certas

zonas do ser, de modo a verificar lhe o equilíbrio.”

69

“Nossas dores respondem, assim, pelas falhas que

demonstremos ou pelas culpas que contraímos”

70

“A Lei estabelece, porém, que as provas e as penas se reduzam, ou se extingam, sempre que o

aprendiz do progresso ou o devedor da justiça se consagre às tarefas do bem, aceitando, espontaneamente, o favor de

servir e o privilégio de trabalhar” Emmanuel

71

Código Penal da vida futura.

ArrependimentoExpiação eReparação

72

Código Penal da vida futura.

RESGATEProva

Reabilitação. Não errar de novo.

73

Um causo!Com Emmanuel e Chico

Xavier!

PEDRO LEOPOLDO, W 20 (Especial para O GLOBO, por Clementino de Alencar)

74

— Entre as pessoas que vieram de Sete Lagoas para assistir à última

sessão espírita na CASA DE JOSÉ

CÂNDIDO, estava, conforme dissemos em correspondência

anterior, o senhor Geraldo Bhering, que advoga naquela cidade.

PEDRO LEOPOLDO, W 20 (Especial para O GLOBO, por Clementino de Alencar)

75

— A sociedade tem o direito de punir aqueles que delinquem? —

era a primeira pergunta.

76

— “Na primeira proposição, a sociedade é representada pelo Estado

ou pelo conjunto das leis jurídicas personalizado na sua autoridade e,

assim como o Estado provê a necessidade de quantos requerem a

sua assistência prestada sem exigências de remuneração, tem o direito de punir

o delinquente que lesou, com o seu crime, a segurança social, importando a

pena no valor do prejuízo causado.

77

Nunca deve punir com a morte, mas examinando atenciosamente as

condições fisiológicas e psicológicas do criminoso, e considerando, ao

exarar a sua sentença condenatória, que as aplicações do castigo

constituem o problema relevante, por excelência, da criminologia.”

78

A segunda e a terceira pergunta foram respondidas em conjunto. — A sociedade tem o direito de

punir ou apenas o de se defender?

— A sociedade deve castigar o delinquente?

79

“Considerando o direito dentro de todas as suas características e precisando conciliá-lo com o

Evangelho, somos de opinião que o Estado ou a sociedade deve defender-

se mais e punir menos.A educação deve ser difundida em

todas as suas modalidades, e as

80

prisões, as penitenciárias, devem representar escolas, hospitais e oficinas,

onde o delinquente, apesar de se conhecer coagido em sua liberdade,

reconheça o seu direito de cidadão, digno da educação que ainda não tem e do

trabalho, segundo as suas possibilidades individuais. A escola, a instrução e a

assistência significam um fator preponderante na intangibilidade do

Estado.

81

“A sociedade pode, pois, castigar o delinquente, regenerando-o,

beneficiando-o, buscando reintegrá-lo no respeito e na consideração de si

mesmo.”

82

“Não aceitamos a existência do criminoso nato”

83

— O homem que delinque age livremente ou é determinado?

84

A última proposição é de todas a mais transcendente e encerra um problema que tem ensandecido muitos cérebros. É que ela se enquadra na questão das

provas e das expiações de cada indivíduo, a qual, por enquanto, é

desconhecida pelas ciências jurídicas e está afeta ao Plano espiritual.

85

“Admitindo algo da nova escola penal inaugurada por LOMBROSO, não aceitamos a existência do criminoso nato. Atendendo-se a circunstâncias oriundas da educação e

do meio ambiente, o criminoso age com pleno uso do seu livre-arbítrio. Sobre

todos os atos da sua vida deve o homem observar o império da sua vontade e é pela educação desta que chegamos ao

equilíbrio das coletividades.

86

Indubitavelmente, devemos considerar as exceções nos casos de loucura “sine

materia” [sem matéria (não importa)], ou obsessões, segundo a verdade espírita,

acima de qualquer juízo da justiça humana; mas as exceções não inutilizam

as regras e insistimos na educação da vontade de cada um e na responsabilidade

dela decorrente, única maneira de se conceber a Justiça Suma, que é a Justiça

de Deus.”

IV – Caridade Com Os Criminosos.

LAMENNAIS - Paris, 1862

15 – Um homem está em perigo de morte. Para salvá-lo, deve expor a própria vida. Mas sabe-se que é um malvado, e que, se escapar poderá cometer novos crimes.

Deve-se, apesar disso, arriscar-se para o salvar?

Esta é uma questão bastante grave, e que pode naturalmente apresentar-se ao espírito. Responderei segundo o meu adiantamento moral, desde que se trata de saber se devemos

expor a vida, mesmo por um malfeitor.

A abnegação é cega. Socorre-se a um inimigo; deve-se socorrer também a

um inimigo da sociedade, numa palavra, a um malfeitor.

Credes que é somente à morte que se vai arrebatar esse desgraçado? É

talvez a toda a sua vida passada. Porque, pensai nisso, – nesses

rápidos instantes que lhe arrebatam os últimos momentos da vida, o

homem perdido se volta para a sua vida passada, ou melhor, ela se ergue

diante dele.

A morte, talvez, chegue muito cedo para ele. A reencarnação poderá ser terrível. Lançai-vos, pois, homens!

Vós, que a ciência espírita esclareceu, lançai-vos, arrancai-o ao perigo! E

então, esse homem, que teria morrido injuriando-vos, talvez se

atire nos vossos braços.

Entretanto, não deveis perguntar se ele o fará ou não, mas correr em seu socorro, pois, salvando-o, obedeceis

a essa voz do coração que vos diz: “Podeis salvá-lo; salvai-o!”

94

Pronto para fazer isso?

95

PENA DE MORTE

EMMANUEL(Do livro "Religião dos Espíritos, 50, FCXavier, FEB)Reunião pública de 10/7/59 Questão nº 760

96

Cristãos de todas as interpretações do Evangelho e de todos os quadrantes do

mundo, atentos à exemplificação do Eterno Benfeitor, apartai o criminoso do crime, como aprendestes a separar o

enfermo da enfermidade!...

97

Todos os fundadores das

grandes instituições religiosas, que ainda hoje influenciam ativamente a comunidade

humana, partiram da Terra com a segurança do trabalhador ao

fim do dia.

Moisés, ancião, expira na eminência do Nebo,

contemplando a Canaã prometida.

98

Sidarta, o iluminado construtor do Budismo, depois de

abençoada peregrinação entre os homens, abandona o corpo

físico, num horto florido de Kuçinagara.

99

Confúcio, o sábio que plasmou todo um sistema de princípios

morais para a vida chinesa, encontra a morte num leito

pacífico, sob a vigilância de um neto afetuoso.

100

E, mais tarde, Maomé, o criador do Islamismo, que consentiu em ser adorado

pelos discípulos, na categoria de imortal, sucumbe em Medina, dentro de sólida

madureza, atacado pela febre maligna.

101

Com Jesus, entretanto, a despedida é diferente.

102

O divino fundador do Cristianismo, que define a

Religião Universal do Amor e da Sabedoria, em plena

vitalidade juvenil, é detido pela perseguição gratuita e

trancafiado no cárcere.

103

Ninguém lhe examina os antecedentes, nem lhe

promove recursos à defensiva.Negado pelos melhores

amigos, encontra-se sozinho, entre juízes astuciosos, qual

ovelha esquecida em meio de chacais.

104

Aliam-se o egoísmo e a crueldade para sentenciá-lo ao sacrifício

supremo.Herodes, patrono da ordem

pública, chamado a pronunciar-se em seu caso, determina se lhe dê o

tratamento cabível aos histriões.

105

Pilatos, responsável pela justiça, abstém-se de conferir-

lhe o direito natural.

106

E, entregue à multidão amotinada na cegueira de

espírito, é preferido a Barrabás, o malfeitor, para

sofrer a condenação insólita.

107

Decerto, para induzir-nos à compaixão, aceitou Jesus

padecer em silêncio os erros da justiça terrestre, alinhando-se, na cruz, entre os injuriados

e as vítimas sem razão, de todos os tempos da

Humanidade.108

Cristãos de todas as interpretações do Evangelho e

de todos os quadrantes do mundo, atentos à

exemplificação do Eterno Benfeitor, apartai o criminoso do crime, como aprendestes a

separar o enfermo da enfermidade! 109

Educai o irmão transviado, quanto curais o companheiro

doente!

110

Desterrai, em definitivo, a espada e o cutelo, o garrote e a forca, a guilhotina e o fuzil, a cadeira elétrica e a câmara de

gás dos quadros de vossa penologia, e oremos, todos

juntos, suplicando a Deus nos inspire paciência e

111

— «Quem estiver sem pecado, atire a primeira pedra!»

112

Uma linda noite e uma Feliz Semana!