estudos bíblicos 17 - fé e obras - prof. antonio de pádua

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Você acreditaria numa pessoa que se diz eletricista, mas não consegue trocar uma lâmpada? Você acreditaria num homem que diz ser excelente piloto, mas não consegue estacionar o carro numa garagem? Você acreditaria em alguém que diz ser matemático, mas não sabe o resultado de 8 x 8? Tiago também quer saber como é que uma pessoa pode dizer que tem fé, mas não possui uma obra, nem uma sequer, para poder provar esta fé! O problema é sério!

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  • ultimato.com.br http://ultimato.com.br/sites/estudos-biblicos/assunto/igreja/fe-e-obras/

    F e ObrasF E OBRAS

    Texto bsico: Tiago 2.14-26

    Texto devocional: Gnesis 22.1-19

    Versculo-chavePorque, assim como o corpo sem esprito morto, assim tambm a f sem obras morta (Tg 2.26).

    Alvo da lioO aluno entender que a f deve, necessariamente, ser traduzida em obras que beneficiam o prximo eglorificam a Deus.

    Leia a Bblia diariamenteSegunda: Mt 5.13-16; 25.31-46Tera: Lc 10.25-37; Ef 2.10Quarta: 1Jo 3.16-18Quinta: Gn 15.1-21Sexta: Gn 22.1-19Sbado: Js 2.1-24Domingo: Rm 4.1-25

    Voc acreditaria numa pessoa que se diz eletricista, mas no consegue trocar uma lmpada? Voc acreditarianum homem que diz ser excelente piloto, mas no consegue estacionar o carro numa garagem? Voc acreditariaem algum que diz ser matemtico, mas no sabe o resultado de 8 x 8? Tiago tambm quer saber como queuma pessoa pode dizer que tem f, mas no possui uma obra, nem uma sequer, para poder provar esta f! Oproblema srio!

    Qual a f que salva? Como conciliar Romanos 3.28 com Tiago 2.24? Estaria Tiago contradizendo o ensino dePaulo? Qual o papel das obras na salvao?

    I QUAL O PROBLEMA?

    Meus irmos, qual o proveito, se algum disser que tem f, mas no tiver obras? Pode, acaso, semelhante fsalv-lo? (Tg 2.14).O versculo acima, que uma pergunta, leva-nos ao ponto central deste pargrafo, ou desta lio. Tiago quersaber como uma pessoa sem obras pode dizer que est salva? Antes que voc pense errado, acompanhecomigo algumas observaes.

    1. Tiago inicia o pargrafo fazendo uma pergunta (Tg 2.14)

    Uma pergunta no uma afirmao. Uma pergunta chama ou espera uma resposta. Ento, o autor est apenasiniciando o dilogo com seus leitores. A palavraproveito, no grego, significa lucro ou vantagem. No penseque Tiago esteja pregando a salvao pelas obras, contradizendo o apstolo Paulo. Analise as trs afirmaes aseguir:

    a. Tiago dirige suas perguntas a algum que defende a f somente.b. Tiago no afirma que a f no pode salvar; ele est dizendo que a f que essa pessoa afirma ter, ou seja, umaf sem obras, no pode salvar.c. Paulo e Tiago querem dizer a mesma coisa com a palavra obras: atos praticados em obedincia Palavra

  • de Deus. A diferena entre eles o contexto em que estas obras so praticadas. Paulo nega que as obraspossam ter algum valor em nos colocar num relacionamento com Deus; Tiago insiste em que, uma vezestabelecido o relacionamento, as obras so essenciais (Tiago: Introduo e Comentrio, Douglas Moo, p. 100).

    2. Tiago ilustra de cinco maneiras o ensino que quer transmitir (Tg 2.15-25)

    a. Indiferena em face dos irmos necessitados (v.15-17).Como reage o crente? Ele se despede das pessoas necessitadas usando palavras evasivas e piedosas: V empaz, irmo, ou estarei orando por voc. Mas o necessitado no est precisando de orao, e sim de auxliomaterial. Observe que Tiago no est falando de algum na igreja que est querendo um carro mais novo ouuma casa na praia ou no campo. Ele est falando de gente na igreja que no tem o po de cada dia e roupasuficiente para se cobrir ou se proteger do frio. O prefeito, no evanglico, de uma cidade do interior de SoPaulo fez a seguinte afirmao: Quando vejo um mendigo na rua, tenho a certeza que ele no evanglico.Que testemunho bonito, demonstrando que os crentes esto cuidando dos seus (1Tm 5.9)!

    b. Pergunta retrica (v.18).

    o que os gregos chamavam de diatrib, isto , questes e objees que so postas na boca de um crticoimaginrio (F.F. Bruce); recurso literrio que Paulo usou muito na carta aos Romanos. Leia este versculo emoutra verso: Mas algum poder dizer: Voc tem f, e eu tenho aes. E eu respondo: Ento me mostrecomo possvel ter f sem que ela seja acompanhada de aes. Eu vou lhe mostrar a minha f por meio dasminhas aes (NTLH). Tiago no est simplesmente desafiando algum de maneira inconsequente, ele sdeclara que a f sem obras no uma f genuna e no pode ser provada.

    c. Demnios (v.19).

    Pode soar estranha a afirmao que demnios creem! Todavia, observe duas coisas. Primeiro, o autor pergunta:Crs tu que Deus um s? A confisso da unidade de Deus (Dt 6.4) fazia parte da doutrina bsica recitadaduas vezes ao dia pelo judeu piedoso. Jesus confirmou isto em Marcos 12.28-29. A segunda coisa a observar anatureza da f dos demnios, que uma mera apreenso intelectual. Aceitar certas coisas como verdadeirasno significa um envolvimento ou entrega pessoal. Na poca de Jesus (assim como nos nossos dias) muitaspessoas acreditaram que Ele era quem dizia ser, mas nem por isso se tornaram Seus discpulos (cf. Jo 6.14-15).O prprio Pilatos declarou, duas vezes, a inocncia de Jesus Cristo (Jo 18.38; 19.4). Resumindo: Tiago estafirmando que esta espcie de f demonaca um simples reconhecimento de uma verdade. Eles chegam atremer (literalmente, eriar cabelos), mas sabemos que no so salvos. A f salvadora vai alm do intelecto,pois afeta nossa vontade e nossas aes.

    d. Abrao (v.20-24).

    Agora Tiago volta ao passado, e vai buscar o personagem do Antigo Testamento que ficou conhecido como opai de todos os que creem (Rm 4.11), Abrao. Interessante notar que o mesmo homem de quem o apstoloPaulo lana mo quando quer ensinar a doutrina da justificao pela f em Romanos 4. Todavia, existe umadiferena crucial que precisa ser feita. Quando Paulo fala de Abrao, ele menciona Gnesis 15.1-6, onde Deusfez a promessa e Abrao creu no Senhor, e isso lhe foi imputado (creditado NVI) para justia (Gn 15.6).

    Quando Tiago cita Abrao como parte do seu argumento, ele menciona o homem que est sendo provado porDeus em Gnesis 22 e conclui. Vs como a f operava juntamente com as suas obras; com efeito, foi pelasobras que a f se consumou (Tg 2.22). Os dois escritores do Novo Testamento citam o mesmo Abrao, masPaulo est em Gnesis 15, na promessa; enquanto Tiago est em Gnesis 22, quando Isaque j umcumprimento vivo e palpvel. Em outras palavras, quando Abrao ofereceu seu filho Isaque, mostrou com estaobra a sua f.

    e. Raabe (v.25).

    A histria de Raabe descrita em Josu 2.1-21, e tambm citada em Hebreus 11.31. Ela havia se convencidode que o Senhor, vosso Deus, Deus em cima nos cus e embaixo na terra ( Js 2.11). Baseada nesta f, ela

  • acolheu os emissrios e os fez partir por outro caminho (Tg 2.25). O autor de Hebreus enfatiza a f de Raabe,enquanto Tiago assinala as obras de Raabe.

    3. As concluses de Tiago (Tg 2.17, 24, 26)

    Observe como estes versculos comeam: v.17 Assim tambm v.24 Verificais que v.26 Porque, assim como

    So palavras que exprimem uma concluso. Significam que Tiago apresenta um relato racional da sua tesedoutrinria: uma f sem obras falsa, inoperante, estril e morta.

    II O QUE SIGNIFICA?

    Podemos responder pergunta acima com as seguintes afirmaes.1. Obras no produzem f; mas a f produz obras, e as obras confirmam a f.2. O contraste entre a f sem obras e obras sem f, e no entre f e obras.3. A questo no uma opo entre f e obras; mas sim entre a f viva e a morta.

    4. Tiago nunca afirma que as obras podem salvar; mas sim que a f genuna e viva sempre redundar em boasobras. Alguns acham que o ensino de Tiago contradiz o ensino de Paulo acerca da justificao pela f. Todavia,o quadro comparativo abaixo procura esclarecer a questo.

    Paulo versusTiago

    O que Paulo rejeita so obras sem f.O que Tiago rejeita f sem obras.Paulo nega a eficcia das obras antes da converso.Tiago apela necessidade das obras depois da converso.Paulo declara como algum justificado.Tiago enfatiza como algum deve viver depois de justificado.Paulo confirma a declarao por Deus da nossa retido.Tiago fala da demonstrao de nossa retido.Abrao foi justificado porque creu em Deus.Abrao foi justificado porque obedeceu a Deus.

    No temos que fazer opo por um ou outro. Temos que aceitar o ensino dos dois, porque eles se completam, eno se contradizem. Quando somos confrontados com a doutrina da salvao pelas obras, temos que chamar otelogo Paulo, como fizeram os reformadores. Entretanto, quando somos confrontados pelos que acham queobras so desnecessrias para os cristos, devemos ouvir o pastor Tiago.

    III O QUE APRENDEMOS?

    1. Que desafios h para ns nesta lio?2. O que aprendemos de novo?3. H neste texto alguma proposta para mudarmos algo em nossa vida?4. Que outros textos confirmam este ensino? Sugesto: Procure na seo Leia a Bblia diariamente, no comeodesta lio.

    Concluso

    Por toda a epstola de Tiago fica claro que o problema dos irmos destinatrios no era a ortodoxia (doutrinacorreta), mas a ortopraxia (prtica correta). Eles no tinham problemas com o crer, mas com o fazer. umdesafio para todos ns, que enfatizamos tanto a salvao pela f em Cristo Jesus, e constantemente nos

  • esquecemos que nossas obras sero julgadas. No encerramento desta lio, vale reler 2Corntios 5.10: Porqueimporta que todos ns compareamos perante o tribunal de Cristo, para que cada um receba segundo o bem ouo mal que tiver feito por meio do corpo.

    Autor da lio: Pr. Jos Humberto de Oliveira

    >> Estudo publicado originalmente pela Editora Crist Evanglica, na revista Tiago: a F em Ao. Usado compermisso.

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