estudo sobre mogno africano

70
DANIEL MOREIRA GOMES ANÁLISE DE VIABILIDADE TÉCNICA, ECONÔMICO-FINANCEIRO PARA IMPLANTAÇÃO DA CULTURA DO MOGNO-AFRICANO (KHAYA IVORENSIS A.CHEV.) NA REGIÃO OESTE DE MINAS GERAIS. Trabalho Conclusão de Curso apresentado como requisito parcial para obtenção do título de Especialista em Gestão Florestal no curso de Pós-graduação em Gestão Florestal, Departamento de Economia Rural e Extensão, Setor de Ciências Agrárias, Universidade Federal do Paraná. Orientador: Prof. Dr. Vitor Afonso Hoeflich Co-Orientador: Prof. Dr. José Luiz Pereira de Resende CURITIBA 2010

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Page 1: Estudo Sobre Mogno Africano

DANIEL MOREIRA GOMES

ANÁLISE DE VIABILIDADE TÉCNICA, ECONÔMICO-FINANCEIR O PARA

IMPLANTAÇÃO DA CULTURA DO MOGNO-AFRICANO (KHAYA

IVORENSIS A.CHEV.) NA REGIÃO OESTE DE MINAS GERAIS.

Trabalho Conclusão de Curso apresentado como requisito parcial para obtenção do título de Especialista em Gestão Florestal no curso de Pós-graduação em Gestão Florestal, Departamento de Economia Rural e Extensão, Setor de Ciências Agrárias, Universidade Federal do Paraná.

Orientador: Prof. Dr. Vitor Afonso Hoeflich

Co-Orientador: Prof. Dr. José Luiz Pereira de Resende

CURITIBA

2010

Page 2: Estudo Sobre Mogno Africano

II

AGRADECIMENTOS

Agradeço a todos que de alguma forma contribuíram para o desenvolvimento e conclusão deste trabalho. Especialmente gostaria de agradecer:

A toda equipe da Pós-Graduação em Gestão Florestal da Universidade Federal

do Paraná, pela oportunidade, ensinamentos, apoio, acompanhamento e dedicação. Ao Prof. Dr. Vitor Afonso Hoeflich pelos ensinamentos, pela amizade e

oportunidade, por ter me orientado neste trabalho com sabedoria, confiança e competência.

Ao co-orientador Prof. Dr. José Luiz Pereira de Resende da UFLA –

Universidade Federal de Lavras pela atenção, esclarecimentos e ensinamentos. A todos os colegas do curso que me apoiaram e auxiliaram durante esta

caminhada e em especial ao meu amigo e sincero Dagoberto Almeida. A toda minha família, verdadeiros alicerces e grandes colaboradores desse

projeto, em especial meus Pais e Irmãos, Padrinho e Madrinha, meu eterno muito obrigado.

A todos, e a Deus, realmente, muito obrigado...

Page 3: Estudo Sobre Mogno Africano

III

“Pois é pelo fruto que se conhece a árvore” Mateus 12:33

Page 4: Estudo Sobre Mogno Africano

IV

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO .......................................................................................... 10

2 OBJETIVOS ................................................................................................12

3 REVISÃO DA LITERATURA ..................................................................13

4 MATERIAL E MÉTODOS ........................................................................19

4.1 ESTRATÉGIA DE COLETA DE DADOS ...............................................19

4.2 ESTRATÉGIA DE ANÁLISE DE DADOS ..............................................20

4.3 CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA EM ESTUDO ......................................20

4.4 INFORMAÇÕES TÉCNICAS SOBRE SISTEMAS DE PRODUÇÃO DA CULTURA MOGNO-AFRICANO ....................................................22

4.4.1 Escolha da espécie e uso da madeira .......................................................22

4.4.2 Análise solos ............................................................................................24

4.4.3 Preparo de solo ........................................................................................25

4.4.4 Combate às formigas ...............................................................................26

4.4.5 Combate aos cupins .................................................................................26

4.4.6 Escolha do espaçamento ..........................................................................27

4.4.7 Fertilização mineral .................................................................................27

4.4.8 Irrigação ...................................................................................................28

4.4.9 Limpeza da área .......................................................................................30

4.4.10 Manutenção de infra-estrutura ...............................................................30

4.4.11 Pragas e doenças ....................................................................................31

4.4.12 Áreas introduzidas a cultura do mogno-africano ..................................33

4.4.13 Projeções de plano de corte ...................................................................37

4.4.14 Projeções dendométricas .......................................................................37

4.4.15 Projeções de perdas no processo de serragem .......................................38

4.5 QUADROS FINANCEIROS .....................................................................38

4.6 FORMAÇÃO DE PREÇO .........................................................................39

Page 5: Estudo Sobre Mogno Africano

V

4.7 A TEORIA DE CUSTOS DE PRODUTOS FLORESTAIS ......................42

4.7.1 Classificação dos Custos de Produção ....................................................43

4.7.2 Os Custos Médios da Produção Florestal ................................................44

4.8 AS RELAÇÕES MONETÁRIAS NA PRODUÇÃO FLORESTAL ........45

4.9 INDICADORES PARA ANÁLISE ECONÔMICA DO PROJETO .........46

4.9.1 Payback ....................................................................................................47

4.9.2 Valor atual líquido ...................................................................................47

4.9.3 Taxa interna de retorno ............................................................................48

4.9.4 - Margem de contribuição e ponto de equilíbrio .....................................49

4.10 AVALIAÇÃO DO PROJETO .................................................................50

5 RESULTADOS E DISCUSSÕES ..............................................................52

5.1 CUSTO DE PLANTIO DE 10 HA. DE MOGNO-AFRICANO ...............52

5.2 CUSTEIO FLORESTAL – 1º, 2º E 3º ANOS ...........................................53

5.3 DESPESAS DEPRECIAÇÃO/SEGUROS/MANUTENÇÃO/DESPESAS GERAIS ...................................................................................................54

5.4 DESPESAS COM MÃO DE OBRA ..........................................................55

5.5 RESUMO DAS NECESSIDADES FINANCEIRAS E ORIGEM DOS RECURSOS ......................................................................................55

5.6 PROJEÇÃO DE INVESTIMENTO E GASTOS DIVERSOS ..................56

5.7 PROJEÇÃO DE PRODUÇÃO E RECEITA .............................................57

5.8 DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO E FLUXO DE CAIXA DOS EXERCÍCIOS ...................................................................................58

5.9 MARGEM CONTRIBUIÇÃO UNITÁRIA ...............................................61

5.10 PONTO DE EQUILÍBRIO .......................................................................61

5.11 ANÁLISE DE INVESTIMENTO ............................................................62

5.12 ANÁLISE TÉCNICA DA CULTURA DO MOGNO-AFRICANO NA REGIÃO OESTE DE MINAS GERAIS ..........................................62

6 CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES .................................................65

7 REFERÊNCIAS ...........................................................................................67

8 ANEXOS .......................................................................................................70

Page 6: Estudo Sobre Mogno Africano

VI

LISTA DE ILUSTRAÇÕES

FIGURA 1 - REGIÃO DE OCORRÊNCIA NATIVA DO MOGNO- AFRICANO ..14

FIGURA 2 - Khaya ivorensis A.Chev (mogno-africano) Embrapa Belém/PA (2007) .............................................................................................33

FIGURA 3 - PLANTIO KHAYA IVORENSIS A.CHEV (MOGNO-AFRICANO)

FAZENDA ESTIVA, ITAÚNA/MG .............................................64

GRÁFICO 1 – AS CURVAS DE CUSTO FIXO, VARIÁVEL E TOTAL ........44 GRÁFICO 2 – COMPORTAMENTO GRÁFICO DOS CUSTOS MÉDIO DE

PRODUÇÃO ..................................................................................45 GRÁFICO 3 - REPRESENTAÇÃO DO PONTO DE EQUILÍBRIO .................50

QUADRO 1 – DENOMINAÇÕES VERNACULARES DA KHAYA IVORENSIS

A.CHEV EM DIVERSOS PAÍSES ..................................................15

QUADRO 2 – LEVANTAMENTO DADOS REGIÃO EM ESTUDO ..............20

QUADRO 3 – RESULTADO DE FERTILIDADE .............................................24

QUADRO 4 - RESULTADO DE MAT.ORGÂNICA ........................................24

QUADRO 5 – RESULTADO C.T.C. ..................................................................25

QUADRO 6 – RESULTADO DE MICRO ELEMENTOS .................................25

QUADRO 7 – RESULTADO DE GRANULOMETRIA ....................................25

QUADRO 8 – PRECIPITAÇÃO PLUVIOMÉTRICA .......................................36

QUADRO 9 – MÉDIA DÓLAR COMERCIAL .................................................42

Page 7: Estudo Sobre Mogno Africano

VII

QUADRO 10 - CUSTO DE PLANTIO DE 10 HA. DE MOGNO-AFRICANO 52 QUADRO 11 - CUSTEIO FLORESTA MOGNO – 1º ANO .............................53 QUADRO 12 - CUSTEIO FLORESTA MOGNO – 2º ANO .............................53 QUADRO 13 - CUSTEIO FLORESTA MOGNO – 3º ANO .............................53 QUADRO 14 - DESPESAS DE DEPRECIAÇÃO ..............................................54 QUADRO 15 - DESPESAS COM SEGUROS ....................................................54 QUADRO 16 - DESPESAS COM MANUTENÇÃO .........................................54 QUADRO 17 - DESPESAS GERAIS .................................................................54 QUADRO 18 - DESPESAS COM MÃO DE OBRA ..........................................55 QUADRO 19 - RESUMO DAS NECESSIDADES FINANCEIRAS E ORIGEM

DOS RECURSOS ........................................................................55 QUADRO 20 – PROJEÇÃO DE INVESTIMENTOS E GASTOS DIVERSOS 56 QUADRO 21 – PROJEÇÃO DE PRODUÇÃO E RECEITA .............................57 QUADRO 22 - DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO E FLUXO DE CAIXA

DOS EXERCÍCIOS .....................................................................58 QUADRO 23 – MARGEM CONTRIBUIÇÃO UNITÁRIA ..............................61 QUADRO 24 – PONTO DE EQUILÍBIO ...........................................................61

Page 8: Estudo Sobre Mogno Africano

VIII

LISTA DE SIGLAS E ABREVIAÇÕES

COFINS – Contribuição Financeira Social

CSLL – Contribuição Social sobre o Lucro Líquido

DAP – Diâmetro Altura do Peito

EMATER – Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de

Minas Gerais

EMBRAPA – Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária

FAO – Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação

FGTS – Fundo de Garantia por Tempo de Serviço

Ha - Hectare

IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

IMA - Instituto Mineiro de Agropecuária

NPK – Nitrogênio, Fósforo e Potássio

PIS – Programa de Integração Social

SAF – Sistema Agro Florestal

TIR – Taxa Interna De Retorno

TRR – Taxa Requerida de Retorno

VAE – Valor Atual das Entradas

VAL – Valor Atual Líquido

VAS – Valor Atual das Saídas

VPL – Valor Presente Líquido

Page 9: Estudo Sobre Mogno Africano

IX

RESUMO

Este trabalho tem como objetivo geral analisar a viabilidade técnica, econômico-financeiro da implantação da cultura do mogno-africano (Khaya ivorensis A.Chev) na região oeste de Minas Gerais. Neste estudo foram levantadas informações técnicas sobre sistemas de produção, pesquisas de áreas implantadas e indicadores para análise econômico-financeiro da cultura do mogno-africano. Estima-se que, em virtude da baixa velocidade que vem ocorrendo o reflorestamento de madeiras nobres para atender a demanda futura da indústria moveleira, a médio prazo haverá problemas de abastecimento. Neste sentido tem crescido a utilização de espécies exóticas, especialmente no hemisfério sul, em países de clima tropical e subtropical. Em especial, o mogno-africano, possui madeira de excelente qualidade. É uma espécie de moderado a rápido crescimento e pode ser cultivado gerando a médio e longo prazo excepcional retorno financeiro. O cultivo desta espécie contribuirá sem dúvida com o aumento da oferta de madeira para as indústrias moveleiras de Minas Gerais que se beneficiarão com a utilização de uma madeira tão nobre. Conforme Stumpp, E.(2008), a médio e longo prazo o Brasil terá que dispor de pelo menos duas a três dúzias de essências florestais diversificadas, para suprir todas as necessidades e gostos. Conforme demonstrado o projeto é extraordinariamente viável, tanto tecnicamente, economicamente e financeiramente. Desta forma concluímos que a atividade de reflorestamento do Khaya ivorensis A.Chev.(mogno-africano), contribuirá efetivamente com nossa economia, gerando riquezas e oportunidades de negócios nacionais e internacionais.

Page 10: Estudo Sobre Mogno Africano

10

1 INTRODUÇÃO

O grande aumento da demanda e a exploração das florestas nativas feitas sem

critérios técnicos, coloca em risco a extinção de várias espécies vegetais de grande

valor. A madeira proveniente de mata nativa, bastante utilizada no Brasil, está em

rápido declínio e tende a desaparecer em função das severas restrições internacionais e

dos severos problemas ambientais como o aquecimento global.

Estima-se que, em virtude da baixa velocidade com que vem ocorrendo o

reflorestamento de madeiras nobres para atender a demanda futura da indústria

moveleira, a médio prazo haverá problemas de abastecimento. Neste sentido tem

crescido a utilização de espécies exóticas, especialmente no hemisfério sul, em países

de clima tropical e subtropical.

Para um projeto florestal sob a ótica econômico-financeira, geralmente tem-se

um plano de investimentos, que é um comprometimento de recursos visando obtenção

de benefícios futuros durante um período de tempo, e sua elaboração, análise e

avaliação de projetos envolve variáveis sociais, econômicas, culturais, jurídicas,

ambientais e políticas.

No Brasil, alguns macros indicadores dessa importância se baseiam na

formação do PIB, na geração de divisas e na contribuição para a melhoria da qualidade

de vida da sociedade.

No que diz respeito aos aspectos sociais, o setor florestal é capaz de absorver

mão-de-obra numerosa, colaborando assim para uma melhor distribuição de renda para

a população.

Quanto ao meio ambiente, as influências florestais podem ser divididas em três

grupos: as influências diretas (efeito mecânico), influências indiretas (efeito físico-

químico) e as influências psicofisiológicas (as que atuam diretamente sobre o homem).

O consumo de produtos florestais, atualmente depara-se com a problemática

do decréscimo de fornecimento de matéria-prima para o setor, tanto pelas pressões

ecológicas, visando diminuir a exploração em matas nativas, quanto pela escassez dos

produtos florestais que se encontram cada vez mais distantes das áreas consumidoras.

Page 11: Estudo Sobre Mogno Africano

11

Dentre os setores mais atingidos, destacam-se o das serrarias e o da laminação, que,

em nosso país, sobrevivem da extração de matas nativas, quando se refere à "madeira

de lei".

Em especial, o Mogno-africano (Khaya ivorensis A.Chev.), possui madeira de

excelente qualidade e é uma espécie de moderado a rápido crescimento que substitui

plenamente o Mogno-americano (Swietenia macrophylla) e pode ser cultivado gerando

a médio e longo prazo retorno financeiro.

O plantio e cultivo desta espécie contribuirão sem dúvida com o aumento da

oferta de madeira para as indústrias moveleiras de Minas Gerais que se beneficiarão

com a utilização de uma madeira tão nobre.

Nas instituições, sejam públicas, privadas comerciais, prestadores de serviços

ou indústrias, sempre existirá a necessidade de tomar decisões, visando maximizar a

curto, médio e longo prazo os seus resultados. A intensidade e a forma com que as

decisões são tomadas dependem do tipo, porte e área de atuação da instituição. O

termo projeto florestal refere-se às necessidades ou oportunidades de certa instituição,

tendo como objetivo executar ou realizar algo no futuro, para atender a necessidades

ou aproveitar oportunidades dentro do contexto e características próprias.

Page 12: Estudo Sobre Mogno Africano

12

2 OBJETIVOS

Na avaliação e seleção de um projeto florestal, deve-se estudar o melhor modo

de realizar os investimentos, do ponto de vista da rentabilidade, dentre diversas

alternativas. As alternativas competem entre si pela obtenção do capital de

investimento.

O objetivo de um programa de reflorestamento é obter um produto de boa

qualidade, com a máxima produtividade e o mínimo de custo possível.

Portanto, o objetivo geral do estudo será analisar a viabilidade técnica,

econômico-financeiro da introdução da cultura do mogno-africano (Khaya ivorensis

A.Chev) na região oeste de Minas Gerais.

Quanto aos objetivos específicos de estudo, serão objetos de análise:

a) Informações técnicas sobre sistema de produção da cultura mogno

africano

b) Pesquisas de áreas implantadas com a cultura do mogno-africano

c) Indicadores para análise econômica e financeira do referido estudo.

Page 13: Estudo Sobre Mogno Africano

13

3 REVISÃO DE LITERATURA

Conforme Berger et al (2008), a matéria-prima gerada pelas empresas da base

florestal tem como destinação o seguinte consumo industrial: madeira serrada, lâminas

e compensados, chapas reconstituídas, celulose e papel, carvão e lenha. O consumo

industrial total de madeira nativa e de reflorestamento no Brasil representa anualmente

algo em torno de 190 milhões de m³, onde a madeira nativa participa com 83 milhões

de m³ (44% do consumo total) e a madeira de reflorestamento responde por outros 107

milhões de m³ (56% do consumo total).

Para que florestas plantadas consigam atender ao mercado consumidor, há

necessidade da escolha adequada da espécie e das técnicas silviculturais a serem

empregadas (GOMES et al, 2006).

Além disso, essas florestas devem produzir madeira em qualidade e

quantidade compatíveis com a expectativa do mercado (GOMES et al, 2006).

Conforme 1Stumpp, E.(2008), a médio e longo prazo o Brasil terá que dispor

de pelo menos duas a três dúzias de essências florestais diversificadas, para suprir

todas as necessidades e gostos.

Conforme Gomes et al (2006), dentre as espécies exóticas introduzidas e

produtoras de madeiras nobres podemos destacar a seguinte:

:: Mogno-africano (Khaya ivorensis A.Chev.) – originário da costa

ocidental da África.

1 Professor e Pesquisador da Universidade de Caxias do Sul. Engenheiro industrial madeireiro. MSc. e Dr. em Engenharia Civil construção e ambiente.

Page 14: Estudo Sobre Mogno Africano

14

FIGURA 1 - REGIÃO DE OCORRÊNCIA NATIVA DO MOGNO-AFRICANO.

Comparando com o mogno-amazônico, também conhecido como latino

americano e mogno-verdadeiro (Swietenia macrophyla), não se distinguem diferenças

Page 15: Estudo Sobre Mogno Africano

15

significativas, quanto ao aspecto fenotípico. Existe porém uma diferença marcante que

faz distinguir o mogno-africano do amazônico que é a coloração avermelhada, devido

à concentração de antocianina do fluxo de lançamento apical do africano, enquanto

que no amazônico é esverdeado. (FALESI, I.C; BAENA, A.R.C., 1999).

A Khaya ivorensis juntamente com as espécies K.anthotheca, K.grandifolia e

K.senegalensis são conhecidas pela denominação de mogno-africano, que tem sido

uma das espécies preferidas dos reflorestadores no Estado do Pará, provavelmente

devido não somente à facilidade em produzir as mudas, mas ao elevado valor

econômico que representa no mercado internacional (FALESI, I.C; BAENA, A.R.C.,

1999).

As árvores do gênero Khaya são conhecidas comercialmente por diferentes

nomes: Acajou DÀfrique, na França e Bélgica; na Inglaterra e Estados Unidos como

African mahogany; na Alemanha denomina-se Khaya mahogoni; na Holanda como

Afrikaans mahobanie e mogno-africano pelos portugueses. (FALESI, I.C; BAENA,

A.R.C., 1999).

As denominações vernaculares da Khaya ivorensis A.Chev variam bastante,

conforme pode ser observado abaixo:

QUADRO 1 - DENOMINAÇÕES VERNACULARES DA KHAYA IVORENSIS A.CHEV EM DIVERSOS PAÍSES.

Denominações venaculares País

Acajou DÀfrique..............................................

African mahogany……………………………

Khaya mahogoni……………………………..

Afrikaans mahoganie…………………………

Mogno-africano................................................

Dukuma, Acajopu de Bassam, Kra-lah, Krala Ira e

França e Bélgica

Inglaterra e EUA

Alemanha

Holanda

Portugal

Page 16: Estudo Sobre Mogno Africano

16

Acajou blanc............................................

Dubine, Duku makokre, Duku mafufu, Ahafo

mahogany.........................................................

Oganwo, Ogwango nofwa................................

N`Gollo, Acajou N`Gollon, Zamenguila e Mangona

Samanguilla....................................................

Zaminguila, Ombega.....................................

N`Dola e Ewé................................................

Deké...............................................................

Udianuno e Quibala.......................................

Costa do Marfim

Gana

Nigéria

Camarões

Guiné espanhola

Gabão

Congo

África Central

Angola

FONTE: ACAJOU D`AFRIQUE, 1979.

É uma árvore de grande importância para a região amazônica, não somente

pelo seu valor econômico ser dos mais elevados no comércio internacional, mas

também ao se considerar o aspecto ambiental, devido ao crescimento relativamente

rápido, promovendo a recuperação de áreas alteradas. (FALESI, I.C; BAENA, A.R.C.,

1999).

O interesse comercial em plantações do mogno-africano deve-se ao fato de

que nas regiões onde essa espécie é nativa e com a exploração feita no decorrer de 70

anos, reduziu consideravelmente a sua concentração, o que motivou os plantios

organizados. O mercado é exigente e as indústrias reclamam por esta excelente

madeira. (FALESI, I.C; BAENA, A.R.C., 1999).

A comercialização na Costa do Marfim, exportando somente madeiras de

Khaya, deu-se até o ano de 1919. Em 1924, das exportações de mogno desse país,

Page 17: Estudo Sobre Mogno Africano

17

incluindo também outras espécies, como Sapelli, Sipo, Tiana e Okumee, que também

são de cerne duro, a K.ivorensis representou 4/5 do total dessa exportação.

Posteriormente, as espécies de madeira branca também passaram a ser

comercializadas, como ocorre atualmente na Amazônia (Acajou D`Afrique, 1979).

O comércio de exportação do mogno-africano passou a ser crescente,

atingindo um volume ao redor de 83.000 m³ de toras em 1959, somente na Costa

Marfim. (FALESI, I.C; BAENA, A.R.C., 1999).

Após a Segunda Guerra Mundial, Gana iniciou as suas exportações dessa

nobre madeira, comercializando 81.000 m³ de toras e 37.000 m³ do produto serrado

(Acajou D`Afrique, 1979).

Os países africanos da Costa Ocidental: Nigéria, Camarões, Guiné Espanhola,

Gabão, Congo e Angola, também entraram no bloco de países exportadores, embora

com volumes bem menores. (FALESI, I.C; BAENA, A.R.C., 1999).

O consumo de Khaya na França é praticamente o procedente de suas colônias,

atingindo em 1959 o volume de 47.000 m³ em toras e apenas 750 m³ de madeira

serrada (Acajou D`Afrique, 1979).

Conforme Berger et al (2008), o mercado brasileiro dos produtos florestais é

responsável pela geração de aproximadamente 4,5% do PIB total da economia (US$

58,9 bilhões dos US$ 1,31 trilhão gerados em 2007), tendo cerca de 30 mil empresas

vinculadas ao setor produtivo. Na década de 90, as exportações brasileiras de produtos

florestais cresceram a uma taxa média de 10% ao ano e, atualmente, vem mantendo

esta média histórica. Relativamente ao volume total das exportações brasileiras em

2007 (US$ 160,6 bilhões), as exportações do agronegócio representaram 36,4% do

total (US$ 58,4 bilhões) e o setor dos produtos florestais foi responsável por 5,5% do

total das exportações. Assim, no ano de 2007 aproximadamente 15,1% do total da

balança comercial do agronegócio foi gerado por esse setor, proporcionando

exportações de US$ 8,8 bilhões por ano (crescimento de 11,9% em relação ao ano de

2006), importações da ordem de US$ 1,9 bilhão (incremento de 19,1% em relação à

2006) e saldo da balança comercial de US$ 6,9 bilhões (aumento de 10% em relação à

2006). Dos principais grupos de produtos que formam o setor, cita-se o do papel e

Page 18: Estudo Sobre Mogno Africano

18

celulose como responsável por 53,6% das exportações totais (8,6 milhões de toneladas

e US$ 4,7 bilhões) e o da madeira e suas obras por outros 46,4% (6,4 milhões de

toneladas e US$ 4,1 bilhões).

Segundo Berger et al (2008), com relação aos investimentos projetados para o

setor florestal, considerando um horizonte de dez anos, espera-se que cerca de US$ 19

bilhões sejam aplicados.

No que diz respeito aos aspectos sociais, o setor florestal é capaz de absorver

mão-de-obra numerosa, colaborando assim para uma melhor distribuição de renda para

a população. A que se considerar que o setor florestal tem capacidade de geração de

600 mil empregos diretos e outros 3,5 milhões de empregos indiretos. Cerca de 7,5%

da população economicamente ativa trabalha em alguma atividade vinculada ao setor

florestal (BERGER et al, 2008). Vale lembrar que a exploração racional das florestas,

com base no manejo sustentável, também propicia a melhoria das condições de

transporte, acesso e comunicação de determinada localidade (TONELLO et AL,

2008).

Conforme SILVA, J.C., (2008), especialistas do setor florestal falam que um

hectare de florestas plantadas corresposnde, em produtividade de biomassa, a quinze

hectares de florestas nativas. Portanto, conforme Tonello et al (2008), um dos maiores

desafios é a conservação das florestal nativas, evitando o desmatamento irracional,

visando atender a demanda por produtos de origem florestal por meio de florestas

plantadas.

Page 19: Estudo Sobre Mogno Africano

19

4 MATERIAL E MÉTODOS

Para levantamento do objetivo geral do estudo serão feitas pesquisas

secundárias e primárias. Serão coletadas informações obtidas em plantios

experimentais da cultura do mogno-africano para informações técnicas e construção

das planilhas econômico-financeiros.

Para levantamento dos objetivos específicos serão feitos também

levantamentos primários e secundários junto a órgãos como Embrapa e demais

instituições.

4.1 ESTRATÉGIA DE COLETA DE DADOS

Há quatro diferentes fontes básicas de dados em pesquisa: pesquisado, pessoas

que tenham informações sobre o pesquisado, situações similares e dados disponíveis

(MATTAR, 1994). No referido projeto, utilizaremos de todas as fontes.

No que se refere aos tipos de dados em pesquisa são classificados em dois

grandes grupos: dados primários e dados secundários.

Dados primários são aqueles que não foram antes coletados, estando ainda em

posse dos pesquisados, e que são coletados com o propósito de atender às necessidades

específicas da pesquisa em andamento. As fontes básicas de dados primários são:

pesquisado, pessoas que tenham informações sobre o pesquisado e situações similares.

(MATTAR, 1994).

Dados secundários são aqueles que já foram coletados, tabulados, ordenados e,

ás vezes, até analisados, com propósitos outros ao de atender ás necessidades da

pesquisa em andamento, e que estão catalogados à disposição dos interessados. As

fontes básicas de dados secundários são: a própria empresa, publicações, governos,

instituições não governamentais e serviços padronizados de informações de marketing

(MATTAR, 1994).

Page 20: Estudo Sobre Mogno Africano

20

Portanto, no referido projeto, serão utilizados dos dados primários e

secundários.

4.2 ESTRATÉGIA DE ANÁLISE DE DADOS

O estudo pode ser classificado inicialmente como exploratório, inspirando ou

sugerindo uma hipótese explicativa. O estudo também desenvolveu estudo descritivo,

com levantamentos qualitativos e quantitativos e análises de áreas já implantadas da

cultura ora pesquisadas e medidas de comparação.

As informações serão transformadas em tabelas e planilhas por

proporcionarem uma visão mais clara e direta da conclusão dos dados coletados para

em seguida análises.

4.3 CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA EM ESTUDO

Conforme Perfil Meio Ambiente de Itaúna (MG), segue abaixo quadro com

levantamento de dados da região projetada e analisada:

QUADRO 2 – LEVANTAMENTO DADOS REGIÃO EM ESTUDO

1) Localização de Itaúna (MG): Regiões: de Planejamento: Metalúrgica e Campo das Vertentes Macrorregião (IBGE): Centro-Oeste Mesorregião (IBGE): Oeste de Minas (OE-9) Microrregião (IBGE): Divinópolis (DIV-43) Região Administrativa: Central (Região 11)

Municípios Vizinhos: É limitado ao norte pelos municípios de Igaratinga e Pará de Minas; ao Sul, pelo de Itatiaiuçu; a leste, pelo de Mateus Leme e, a Oeste, pelo de Carmo do Cajuru (polo moveleiro). 2) Principais Rodovias que servem o Município:

MG-050 MG-431

Page 21: Estudo Sobre Mogno Africano

21

BR-381 (Fernão Dias), a 25 km de Itaúna, pela Rodovia MG-431 BR-262, a 22 km de Itaúna, pela Rodovia MG-431 BR-040, a 60 km de Itaúna, pelo anel rodoviário de Belo Horizonte

3) Dados Demográficos: Área: 495,875 Km2 Altitude: Máxima: 1.191 m, Local: Serra dos Marques Mínima: 857 m, Local: Faz. Córrego do Sítio. Posição Geográfica: Determinada pelo paralelo de 20º, 04' 32" de latitude sul, em sua

interseção com o meridiano de 44º, 34' 35" de longitude oeste. Fonte: IBGE - Censo Demográfico 2000 (www.sidra.ibge.gov.br)

4) Clima: Tipo: Mesotérmico e úmido Pela classificação de Köppen, o clima é do tipo Cwa - Tropical de

Altitude, com verões quentes. - Temperatura Média Anual: 21,8 ºC - Temperatura Mínima Anual: 13,2 ºC - Temperatura Máxima Anual: 32,2 ºC - Temperatura Mínima Absoluta: 7ºC - Temperatura Máxima Absoluta: 35 ºC - Índice Médio Pluviométrico Anual (*): 1.419 mm (média do

período de 1941 a 1992) - Direção dos Ventos: Leste-Oeste - Umidade relativa do ar média: 64,15% - Umidade relativa mínima do ar: 53,5 % - Umidade relativa máxima do ar: 74,8% Fonte: Instituto Nacional de Meteorologia - www.inmet.gov.br (*) Índice Médio Pluviométrico: Fonte: Sistema de Informações

sobre Rec. Hídricos. www.hidricos.mg.gov.br/in.min.htm 5) Hidrografia:

Principais rios/bacias: Rio São João, afluente do Rio Pará Afluentes do Rio São João: - Córrego do Soldado; - Ribeirão dos Capotos; - Ribeirão Calambau; - Ribeirão dos Coelhos; Represas: - do Benfica - área de 4,5 Km2; - dos Britos; Obs.: Pertencentes à Bacia do Rio São Francisco Fonte: IGA - Instituto de Geociências Aplicadas de Minas Gerais

Page 22: Estudo Sobre Mogno Africano

22

6) Relevo: Tipo de relevo(*) Plano - 20% Ondulado - 40% Montanhoso - 40% (*) O relevo, modelado em formações do complexo cristalino,

apresenta a feição de escarpas, maciços e morros. Fonte: IGA - Instituto de Geociências Aplicadas de Minas Gerais

7) Tipos de solos e montanhas: Os solos são argilosos, de moderada resistência à erosão, de

profundidade variável, de baixa a moderada fertilidade natural, com maior aproveitamento na pecuária.

Formação aparecendo na maioria das vezes em associação (podzólico e latossolo vermelho-amarelo).

As montanhas são rochosas, pré-cambrianas, intensamente dobradas, provocando a formação de colinas côncavas - convexas e cristas esparsas, com altitudes de 860 a 1.200 metros.

Fonte: IGA - Instituto de Geociências Aplicadas de Minas Gerais

4.4 INFORMAÇÕES TÉCNICAS SOBRE SISTEMAS DE PRODUÇÃO DA

CULTURA MOGNO-AFRICANO

4.4.1- Escolha da espécie e uso da madeira

O primeiro passo a ser dado, quando da decisão de um projeto de

reflorestamento, é a definição da espécie a ser plantada. Neste aspecto, os pontos

considerados de vital importância são (GOMES, S., 2007):

O objetivo da produção, ou o uso da floresta conforme o mercado

consumidor;

As condições de clima e de solo da região da região a ser florestada.

Quando se pretende plantar espécies exóticas, é importante, primeiro, conferir

nas fontes de experimentos, a viabilidade de adaptação das mesmas ao ambiente

(GOMES, S., 2007).

Fatores climáticos condicionantes:

Temperatura,

Page 23: Estudo Sobre Mogno Africano

23

Umidade relativa do ar

Precipitação média anual

Luz

Espécies, e mesmo indivíduos dentro da mesma espécie, podem desenvolver

mecanismos capazes de suportar uma grande variação nas condições climáticas

(GOMES, S., 2007).

A luz ou insolação, responsável pela fotossíntese é de extrema importância

para o crescimento e o desenvolvimento das plantas, podendo-se generalizar, desde

que não haja outras condições restritivas, isto porque quanto maior é a luminosidade

de um determinado local, mais rápido será o crescimento das árvores, devido a uma

maior taxa de assimilação de carbono (GOMES, S., 2007).

No território brasileiro, especialmente no sudeste, predomina-se regiões sob

cerrado, cujo clima classifica-se como sub-úmido, exceto no norte de Minas Gerais

(GOMES, S., 2007).

Como as regiões sob cerrados classificadas como sub-úmidas, apresentam

solos de baixa fertilidade, deve-se fazer conhecer as exigências nutricionais da espécie,

de forma que seus plantios possam ser adequadamente fertilizados e apresentarem boa

produtividade. É também prudente analisar a procedência do material genético,

baseando-se em analogia de latitude, altitude, temperatura média anual, aspectos de

déficit hídrico, solos etc., para que os riscos de insucesso sejam minimizados.

O Mogno-africano tem uso comercial extraordinário, devido às características

tecnológicas e à beleza da madeira. É usada em movelaria, fraqueado, construção

naval e em sofisticadas construções de interiores. O mercado europeu consome

principalmente a madeira da espécie K.ivorensis (AUBREVILLE, 1959;

LAMPRECHT, 1990).

No ambiente florestal primário, a distribuição percentual é de uma árvore para

cada 10 hectares, podendo também ocorrer em pequenos grupos nos vales úmidos

(CATINOT, 1965).

Page 24: Estudo Sobre Mogno Africano

24

Essa madeira é de elevada durabilidade, fácil de trabalhar e secar, porém de

difícil impregnação. O alburno tem coloração marrom-amarelada e o cerne, de cor

marrom-avermelhado ( FALESI, I.C; BAENA, A.R.C, 1999).

4.4.2 Análise solos

Para o sucesso de um empreendimento florestal, é importante frisar quanto à

importância de um planejamento de gestão e condução e o cumprimento de algumas

etapas. Uma delas seria análise de solos e interpretação dos resultados.

Abaixo segue quadros dos resultados de análise de solos realizada pelo

Instituto Mineiro de Agropecuária – IMA da Fazenda Estiva localizada município de

Itaúna (MG):

QUADRO 3 - RESULTADO DE FERTILIDADE

Nº AM. IDENT.AMOSTRA CaCL2 KCL H²O H+Al Al³+ Ca²+ Mg P K SB T t m V1990 Única 4,1 4,2 4,5 4,83 1,27 0,75 0,31 7,2 63 1,22 6,05 2,49 51,02 20,19

%pH cmol.carga/dm³ mg/dm³ cmol.carga/dm³

CaCL2 = ph em Cloreto de Cálcio; KCL = ph em Cloreto de Potássio; H²O = ph em Água; ph = Relação 1:2,5; SB = Soma de bases; T = Cap.de troca de cations; t = Cap.efetiva de troca de cations; m= Índice de saturaçãode Alumínio; V = Índice de saturação de base.Obs.: O cálculo do SB, T, t, m e V, não considera valores de Sódio - (Na). Solução estratora: Fósforo e PotássioMehlich 1; Cálcio, Mágnésio e Alumínio Cloreto de Potássio 1 normal. Hidronênio + Alumínio - pH em S.M.P.INS = Análise não solicitada. O resultado somente válido para amostras analisadas. Fonte: CRUZ, J.L.T.(2007). Instituto Mineiro de Agropecuária – IMA

QUADRO 4 - RESULTADO DE MAT.ORGÂNICA NºAM. IDENT.AMOSTRA MAT.ORG. - dag/Kg c - dag/Kg N - da g/Kg1990 Única 2,84 1,65 0,14

Matéria Orgânica Método Colorimétrico - Carbono Org. = M.Org. / 1,724Nitrogênio calculado / mat.OrganicaO resultado somente é válido para amostras analisadas Fonte: CRUZ, J.L.T.(2007). Instituto Mineiro de Agropecuária – IMA

Page 25: Estudo Sobre Mogno Africano

25

QUADRO 5 – RESULTADO C.T.C. %

NºAM. IDENT.AMOSTRA Dens. Real Dens.Aparente Arg.Natura l Na SB T t m v1990 Única 2,38 1,17 6,24 0,02 1,24 6,07 2,51 50,70 20,40

SB = Soma de bases trocáveis; T = Cap. De troca de cations; t = cap.efetiva de troca de cations; m = Índice de saturaçãode Alumínio; v = Índice de saturação de base. Obs.: O cálculo do SB, T, t, m e v, considera valores de Sódio - (Na). NS = Análise não solicitada; Densidade aparente: solo peneirado em malha de 2 mm.O resultado somente é válido para amostras analisadas

g/cm³ cmol.carga/dm³ %

Fonte: CRUZ, J.L.T.(2007). Instituto Mineiro de Agropecuária – IMA

QUADRO 6 – RESULTADO DE MICRO ELEMENTOS mg/L

NºAM. IDENT.AMOSTRA P rem. Cu Mn Fe Zn1990 Única 19,04 0,50 5,80 63,40 2,40

Prem = Fósforo remanescente; P Exato = Fósforo Exato; Cu = Cobre - Extrator Mehlich 1Fe = Ferro - Extrato Mehlich 1; Mn = manganes - Extrato mehlich 1; Zn = Zinco - ExtratorMehlich 1; NS = Não solicitado. O resultado somente é válido para amostras analisadas.

mg/dm³

Fonte: CRUZ, J.L.T.(2007). Instituto Mineiro de Agropecuária – IMA

QUADRO 7 – RESULTADO DE GRANULOMETRIA NºAM. IDENT.AMOSTRA AREIA GROSSA-% AREIA FINA-% SILTE-% A RGILA-%1990 Única 29,50 22,58 14,88 33,04

Granulometria - Método pipeta adaptadoO resultado somente é válido para amostras analisadas Fonte: CRUZ, J.L.T.(2007). Instituto Mineiro de Agropecuária – IMA

Vale lembrar da necessidade de um Engenheiro Florestal e/ou Agrônomo,

quanto ao acompanhamento do desenvolvimento da floresta, o qual emitirá parecer

técnico e receituário das medidas que se fizerem necessárias.

4.4.3 Preparo de solo

O preparo do solo é feito para melhorar as suas condições físicas, eliminar

plantas indesejáveis, promover o armazenamento de água no solo, eliminar camadas

compactadas, incorporar calcário, fertilizantes e restos de culturas; fazer o nivelamento

Page 26: Estudo Sobre Mogno Africano

26

do solo, facilitando o trabalho das máquinas durante o plantio, a manutenção e a

colheita da floresta (GOMES et al, 2006).

Ao atender estes objetivos, o preparo do solo facilita o desenvolvimento do

sistema radicular das mudas plantadas e promove um rápido estabelecimento da

floresta (GOMES et al, 2006).

Em áreas de topografia acidentada, onde não é possível a mecanização, e em

áreas sujeitas à erosão, e também por opção, pode-se abrir covas grandes, feitas

manualmente. Neste caso normalmente, é preferível capinar uma faixa de um metro de

cada lado da cova, ou então fazer na forma de coroamento (GOMES et al, 2006).

4.4.4 Combate às formigas

Dentre as diferentes pragas que atacam os povoamentos florestais, destacam-se

as formigas cortadeiras, denominadas saúvas e quenquéns. Estas formigas precisam ser

combatidas em todas as fases de desenvolvimento de uma floresta, pois, o sucesso do

empreendimento depende deste tipo de ação (GOMES et al, 2006).

O combate inicial é realizado em toda a área a ser plantada, numa faixa de cem

metros de largura ao redor de toda área de plantio. A operação de combate às formigas

deve ser realizada em ronda durante todo o período de formação e maturação do

povoamento florestal, pois um sauveiro adulto (três anos de idade) consome, por ano,

uma tonelada de folhas para se manter (GOMES et al, 2006).

4.4.5 Combate aos cupins

A maioria das espécies de cupins, normalmente se alimentam de madeira

morta. Em várias regiões, ocorrem cupins que atacam madeira viva (GOMES, S.,

2007).

Os cupins de madeira morta quase sempre estão associados àqueles de

montículos (Cornitermes cumulans) e o combate deve ser realizado antes do

revolvimento do solo, pois sem este combate prévio, corre-se o risco de estar

Page 27: Estudo Sobre Mogno Africano

27

disseminando os cupins, ao invés de combatê-los. Dessa forma, a destruição do

montículo durante o revolvimento do solo, simplesmente faz com que haja uma

distribuição de futuros cupinzeiros, que apesar de não atacarem plantas vivas, podem

provocar a morte de mudas plantadas sobre eles (GOMES, S., 2007).

O combate consiste em retirar a parte superior do montículo, com enxada ou

enxadão, e com um vergalhão tipo sonda JP, perfurar até atingir a câmara de celulose,

que fica logo abaixo do nível do solo e aplicar o produto à base de fipronil ou

clorpirifós (GOMES, S., 2007).

4.4.6 Escolha do espaçamento

Para a escolha do espaçamento devem-se ter preocupação quanto à espécie, o

grau de melhoramento, a fertilidade do solo e o objetivo do plantio. O melhor

espaçamento é aquele que produz o máximo de madeira, em tamanho, forma e

qualidade, com o menor custo (GOMES et al, 2006).

Árvores plantadas em espaçamentos amplos apresentam um maior crescimento

em diâmetro do que as plantadas em espaçamentos estreitos, porém, o mais importante

é o volume total utilizável, e não o volume total produzido, no caso de serraria

(GOMES et al, 2006).

Para o referido trabalho o plantio das mudas do mogno-africano será efetivado

obedecendo ao espaçamento de 5 metros X 5 metros em triângulo eqüilátero. O

referido trabalho não estabelece parâmetro ideal de espaçamento, que deverá ser

estudada de acordo com o objetivo e particularidades de cada projeto/plantio.

4.4.7 Fertilização mineral

Em curto prazo, a fertilização é um dos principais meios para se obter ganhos

de produtividade, dentro de certos limites. Em geral as áreas de terras do oeste de

Page 28: Estudo Sobre Mogno Africano

28

Minas Gerais, destinadas a reflorestamentos, são carentes de elementos minerais,

exigindo, portanto, o emprego de uma adubação bem balanceada, de forma a propiciar

níveis de N.P.K. (nitrogênio, fósforo e potássio) compatíveis com a espécie (GOMES

et al, 2006).

Há provas de que a adubação por ocasião do plantio, geralmente feita com um

composto fosfatado, se justifica em muitos casos, do ponto de vista econômico. Em

solos muito pobres, as árvores podem explorar efetivamente os fertilizantes que se

aplicam, enquanto que em locais muito férteis, por outro lado, as árvores podem

absorver quantidades de nutrientes aplicados, fora de suas necessidades, sem

mostrarem um aumento correspondente no crescimento, dependendo da espécie

(GOMES et al, 2006).

Com o resultado da análise do solo, faz-se a recomendação de adubação.

Em algumas propriedades rurais, infelizmente não é prática muito comum a

realização da análise de solo. Motivos vários são apresentados para justificar essa

omissão.

4.4.8 Irrigação

Quando o plantio for realizado, deve-se procurar efetuá-lo durante o período

chuvoso, com o solo bem molhado. Sempre que possível, o plantio deve ser realizado

em dias nublados e com possibilidade de chuvas. No entanto muitas vezes há

necessidade de se praticar a irrigação no campo, devido à ocorrência de veranicos ou

períodos de estiagem (GOMES et al, 2006).

Na prática, a irrigação é uma técnica de comprovada eficiência, propiciando

altas taxas de sobrevivência das mudas (GOMES et al, 2006).

A irrigação no campo pode ser feita por meio de sistema de gotejamento

através de bombeamento ou gravidade se for o caso (GOMES et al, 2006). O sistema

de irrigação por gotejamento proporciona baixa lixiviação de água e nutrientes.

Page 29: Estudo Sobre Mogno Africano

29

A quantidade de água a ser aplicada varia de acordo com o tipo de planta, com

a sua fase de desenvolvimento e com a demanda climática do local, ao longo do ano,

até a auto-sustentabilidade do povoamento florestal. Entretanto, pode variar também

em função da qualidade da água, do tipo de solo, da pluviometria do local, da

eficiência do sistema de irrigação utilizado e da adoção de práticas culturais que

permitam o aumento da eficiência de uso da água pelo cultivo (cobertura morta,

controle de plantas daninhas, controle integrado de pragas e doenças, utilização de

quebra-ventos etc.), sempre considerando a necessária proteção ao meio ambiente.

A variabilidade da precipitação pluvial e o uso de recursos inadequados de

irrigação e de manejo de água podem se tornarem uma das principais causas da baixa

produtividade.

Efeitos observados da falta de água sobre o desenvolvimento do mogno-

africano em plantas que foram irrigadas durante os primeiros anos de vida, em

comparação com plantas que nunca foram irrigadas são claras. Observou-se que

plantas regadas na fase jovem da cultura apresentaram mecanismos fisiológicos mais

eficazes e melhor crescimento, apresentando, portanto, vigor vegetativo superior.

Acredita-se que a irrigação, além de favorecer o desenvolvimento da planta,

contribuirá para a precocidade de floração.

Na região Oeste de Minas Gerais, o uso de tecnologia de irrigação é

indispensável à exploração comercial da cultura do mogno-africano, considerando

principalmente a questão de uma menor precipitação pluviométrica em relação às

regiões originárias dessa espécie.

Dentro de um sistema de produção florestal, a tecnologia vem a ser o elemento

chave fundamental para a geração de ganhos de produtividade e melhoria no processo

de combinação dos recursos econômicos. Desta forma, a incorporação de novas

tecnologias tem sido preponderante no sentido de incrementar a oferta de produtos

florestais, notadamente no longo prazo. Uma tecnologia só será eficiente quando

conseguir gerar ganhos de produtividade superiores ao custo total incorrido neste

aumento de produção. Desta forma, a tecnologia eficiente consegue aumentar a

produtividade reduzindo os custos médios de produção (BERGER et al, 2008).

Page 30: Estudo Sobre Mogno Africano

30

Conforme Berger et al (2008) uma tecnologia mais eficiente consiste em um

conjunto de condições que permitem: a) aumentar a quantidade produzida de

determinado sistema florestal utilizando a mesma quantidade de recursos econômicos

empregados anteriormente e b) Manter o mesmo nível de produção realizado

anteriormente com a utilização de uma menor quantidade de recursos econômicos

(efeito poupador de insumos).

4.4.9 Limpeza da área

Para a maioria das espécies florestais, a competição com as plantas

indesejáveis (matos) é fator limitante ao crescimento e à sobrevivência, principalmente

na fase de estabelecimento. Desse modo é importante que nesta fase as mudas sejam

mantidas livres de competição (GOMES et al, 2006).

A manutenção da floresta limpa, além de melhorar o desenvolvimento das

plantas, atua também como forma de proteção contra incêndios e facilita a operação de

combate a algumas pragas.

Durante o período chuvoso, as plantas devem ser mantidas permanentemente

coroadas, prevenindo-as contra a concorrência por nutrientes, oriundos principalmente

das adubações químicas de manutenção, pelas invasoras e mantendo-se também a zona

das raízes isentas de encharcamento, prevenindo-se contra a ação de fungos

patogênicos, que podem levar a planta à morte. Durante o período mais severo de

estiagem, as plantas devem ser protegidas pela cobertura morta, para assegurar a

preservação da umidade, bem como manter os processos de alterações biológicas

promovidas pelos microorganismos do solo (GOMES et al, 2006).

4.4.10 Manutenção de infra-estrutura

As estradas e os aceiros devem ser mantidos em condições de acesso durante

Page 31: Estudo Sobre Mogno Africano

31

todas as fases de projeto. Para isto há necessidade de ser feito uma conservação anual,

procurando-se manter as vias de drenagem pluviais sempre limpas e em perfeito

estado, uma vez que as águas de chuva são as causas principais de danos às estradas,

pontes, bueiros e aterros (GOMES et al, 2006).

Os aceiros internos e externos devem ser limpos, no mínimo uma vez por ano,

principalmente antes da estação da seca, como prevenção a incêndios (GOMES et al,

2006).

As cercas divisórias mantêm a integridade da propriedade servindo como

marco divisório e como proteção contra a entrada de animais (GOMES et al, 2006).

A vigilância patrimonial consiste no monitoramento da área plantada para

observação de ocorrência de pragas, doenças, risco de incêndios, invasões, furtos de

madeiras etc. (GOMES et al, 2006).

4.4.11 Pragas e doenças

Existem inúmeras doenças que atacam o mogno-africano, a maioria

apresentam sintomas parecidos, amarelecimento e queda das folhas seguido da morte

da planta. Entre essas doenças estão: Mancha foliar (causada pelo fungo

Cylindrocladium parasiticum); Queima do fio (causada pelo fungo Pellicularia

koleroga); podridão branca (fungo Rigidoporus lignosos), dentre outras

(CARVALHO, 2008).

Conforme Carvalho (2008) em um povoamento onde existe uma elevada

população de plantas, seja Mogno-africano ou outra espécie, é absolutamente normal

que haja uma taxa de mortalidade anual. Essa mortalidade não deve ser superior a

0,5%.

Abaixo segue citações de algumas pragas e doenças:

Irapuá ou abelha cachorro – o fluxo de lançamento apical da planta, formado

por brotação nova e tenra, é severamente atacada por estas abelhas (trigona spp). Esses

himenópteros, na realidade, não são, a rigor, considerados como praga. Entretanto,

Page 32: Estudo Sobre Mogno Africano

32

quando presentes, causam sérios danos às plantações. O ataque é feito na parte jovem

(broto terminal) causando a morte desta parte apical, provocando a queda dos folíolos,

ocasionando a atrofia e brotação, provocando duas ou mais ramificações, depreciando

o tronco, principalmente se ocorrer abaixo de 4 metros de altura (GOMES et al, 2006).

Broca do broto terminal – conforme Falesi, I.C., Baena, A.R.C.(1999), a

lagarta Hypsipyla grandella, conhecida como broca do broto terminal, que ataca

principalmente espécies arbóreas pertencentes à família Meliaceae, não tem causado

danos ao mogno africano. Entretanto, Lamprechet (1990) faz citação do ataque de H.

robusta causando sérios danos ao Mogno-africano nos locais de origem. Por isso, onde

esta praga está disseminada, raramente se instalam povoamentos puros desta espécie.

(FALESI, I.C; BAENA, A.R.C., 1999)

Broca do Pecíolo – as plantas quando atacadas, mostram os folíolos e o

pecíolo de folhas do mogno-africano escuros, negros e não quebradiços, tanto nas

folhas jovens quanto nas mais evoluídas. Inicialmente se nota um murchamento,

seguindo escurecimento dos folíolos e pecíolos progredindo da ponta para o meio da

folha. O agente causador é um inseto coleóptero pertencente á família Scolitideae do

gênero Xyleboros ou Xylosandros. O inseto perfura o pecíolo e transporta o fungo,

ainda desconhecido, através do orifício. O controle será retirando as folhas infestadas e

queimá-las, entretanto, quando o ataque é mais generalizado, deve-se aplicar um

inseticida fosforado (FALESI, I.C; BAENA, A.R.C., 1999).

Mancha areolada das folhas – o fungo denominado de Thanatephorus

cucumeris ataca os folíolos do Mogno-africano desde o viveiro, durante as primeiras

fases do replantio e na fase adulta, com mais de dois anos de idade. A incidência mais

severa deste fungo é observada durante o período de maior queda pluviométrica. O

controle, quando o ataque é severo, pode ser feito através da aplicação de fungicidas

cúpricos (FALESI, I.C; BAENA, A.R.C., 1999).

Murcha letal da Khaya – foi identificado o fungo Rígidosporus liguosos, um

basidiomiceto, como agente da podridão branca da raiz. Esse fungo somente ocorre

quando há um processo de encharcamento nas zonas das raízes. O controle, quando as

plantas já foram atingidas, é arrancar e queimar este material vegetal, principalmente o

Page 33: Estudo Sobre Mogno Africano

33

sistema radicular, tomando-se o cuidado de tratar com fungicida o local de retirada das

raízes (FALESI, I.C; BAENA, A.R.C., 1999).

4.4.12 Áreas introduzidas a cultura do mogno-africano

Em março de 1976, foram semeadas, na Embrapa Amazônia Oriental, em

Belém, Estado do Pará quatro mudas de K.ivorensis com o objetivo de se observar o

comportamento vegetativo e a adaptação climática (FALESI, I.C; BAENA, A.R.C,

1999).

Abaixo segue fotos da espécie Khaya ivorensis A.Chev (mogno-

africano) em visita feita a Embrapa Florestas Belém/PA durante o VIII Congresso de

Compensado e Madeira Tropical de 23 a 27 de outubro de 2007 realizado em Belém

(PA). A foto da esquerda mostra duas das quatro árvores semeadas em 1976. E a foto

da direita, conforme informações obtidas durante a visita, mostra fileira da esquerda

com o cultivo do mogno amazônico (Swietenia macrophylla) e fileira da direita do

mogno-africano (Khaya ivorensis A.Chev).

FIGURA 2 - KHAYA IVORENSIS A.CHEV (MOGNO-AFRICANO) EMBRAPA

BELÉM/PA (2007)

Page 34: Estudo Sobre Mogno Africano

34

Em Igarapé-Açu, Pará, em cultivo efetuado na propriedade rural Fattoria

Piave, estabeleceu-se, em 1992, um SAF, abrigando 30 espécies arbóreas, dentre as

quais, cinco K.ivorensis.

Fazendo-se analogias entre o ambiente de estudos na implantação de SAFs

(Sistemas agro-florestais) experimentais e o ambiente do projeto experimental da

Fazenda Estiva:

IGARAPÉ-AÇU - ESTADO DO PARÁ (local de estudo e implantação

do SAF.)

OESTE DO ESTADO DE MINAS GERAIS (local pioneiro de

implantação)

No ambiente de Igarapé-Açu o solo é latossolo amarelo, álico, textura média,

podolizado devido aos sistemas de uso intensivo pela agricultura itinerante, durante

aproximadamente 70 anos. O horizonte “B” contém 20% de argila total e, na

granulometria, predominam as frações de areias grossas e finas. Características físicas

e químicas na camada superficial de zero a 20 cm do nível do solo:

Areia grossa ....................................................................................................... 50%

Areia fina ........................................................................................................... 27%

Silte .................................................................................................................... 15%

Argila.................................................................................................................. 8%

Soma ................................................................................................................. 100%

Carbono .............................................................................................................. 1,03

Nitrogênio ........................................................................................................... 0,07

Matéria orgânica ................................................................................................. 1,77

PH........................................................................................................................ 5,4

Cálcio (meq/100g) .............................................................................................. 0,8

Magnésio (meq/100g) ......................................................................................... 0,7

Alumínio (meq/100g).......................................................................................... 0,3

Potássio (p.p.m.) ............................................................................................... 13

Fósforo(p.p.m.).................................................................................................... 1

Page 35: Estudo Sobre Mogno Africano

35

Em um mesmo solo, porém, com revestimento florestal primário, esses valores

foram: para Al. de 1,6 a 1,8 meq/100 gr e para pH de 3,8 a 4,0. O fósforo e potássio

possuem valores abaixo dos níveis críticos definidos para diversas culturas agrícolas.

Portanto o solo experimental é definido como de baixa fertilidade química.

O ambiente climático é influenciado pelo tipo AMI, da classificação de

Köppen e a precipitação pluviométrica anual média, no período de 1990 a 1998 são a

seguinte (fonte FCAP):

1990 ...................................................................................................... 2.177,8 m/m

1991 ...................................................................................................... 2.720,9 m/m

1992 ...................................................................................................... 1.620,2 m/m

1993 ...................................................................................................... 2.130,5 m/m

1994 ....................................................................................................... 1.770,8 m/m

1995 ....................................................................................................... 1.953,5 m/m

1996 ....................................................................................................... 2.166,2 m/m

1997 ....................................................................................................... 2.117,3 m/m

l998 ........................................................................................................ 2.047,9 m/m

Média .................................................................................................... 2.078,3 m/m

No ambiente implantada a floresta da cultura do mogno-africano (Khaya

ivorensis A.Chev.), em Itaúna (MG), a oeste de Minas Gerais, o solo apresenta-se com

característica de textura média, ou seja:

Areia grossa................................................................................................... 29,50 %

Areia fina....................................................................................................... 22,58 %

Silte ............................................................................................................... 14,88 %

Argila ............................................................................................................ 33,04 %

Soma ................................................................................................................ 100 %

Page 36: Estudo Sobre Mogno Africano

36

O local situa-se acima do trópico de capricórnio. Observa-se que o clima é

sub-úmido, porém o solo mais argiloso em 25,04% retém mais umidade do que em

Igarapé-Açu. Características químicas encontradas na camada superficial de zero a 20

cm. do nível do solo:

Carbono ............................................................................................................... 1,65

Nitrogênio ........................................................................................................... 0,14

Matéria orgânica ................................................................................................. 2,84

PH........................................................................................................................ 4,5

Cálcio (cmol/dm³) .............................................................................................. 0,75

Magnésio (cmol/dm³) ......................................................................................... 0,31

Alumínio (cmol/dm³).......................................................................................... 1,27

Potássio (mg/dm³) ............................................................................................. 63

Fósforo(mg/dm³)................................................................................................. 7,2

O ambiente climático foi extraído de arquivos do Instituto Nacional de

Metereologia - Posto Climatológico de Belo Horizonte - MG, e refere-se à média mês

a mês do período de 1.96l a l.990 (30 anos), a saber:

QUADRO 8 – PRECIPITAÇÃO PLUVIOMÉTRICA Mês Precipitação Pluviométrica Umidade Relativa

Janeiro 300 mm 78 %

Fevereiro 180 mm 75 %

Março 170 mm 74 %

Abril 50 mm 73 %

Maio 30 mm 72 %

Junho 10 mm 70 %

Julho 10 mm 68 %

Agosto 10 mm 65 %

Setembro 40 mm 65 %

Outubro 120 mm 68 %

Page 37: Estudo Sobre Mogno Africano

37

Novembro 220 mm 74 %

Dezembro 310 mm 78 %

Média anual 1450 mm -

Fonte: Instituto Nacional de Metereologia - Posto Climatológico de Belo Horizonte - MG

O que vale dizer, que, as precipitações da região onde se pretende implantar a

espécie, têm um volume de chuva 30% (trinta por cento) menor do que na região onde

foram feitos os estudos de implantação dos SAFs.

4.4.13 Projeções de plano de corte

Atualmente, no Brasil, pesquisas estão sendo realizadas quanto aos aspectos

do crescimento vegetativo, utilização de nutrientes e água nas condições e quantidade

exata, dentre outras, para que a planta possa se desenvolver nas condições necessárias,

no intuito do aumento da produtividade e redução do tempo de corte.

Para o referido trabalho, com o intuito de estabelecer uma linha de tempo de

10 anos para projeções de fluxo de caixa e demonstração dos resultados, foi estipulado

plano de corte no 8º ano de 20% das árvores e no 10º ano de 80% das árvores.

Vale lembrar que para obtenção de uma madeira de melhor qualidade e para

um melhor aproveitamento da madeira na indústria moveleira seriam necessários mais

anos para tal aplicação.

4.4.14 Projeções dendométricas

Em Igarapé-Açu, Pará, em cultivo efetuado na propriedade rural Fattoria

Piave, estabeleceu-se, em 1992, um SAF, abrigando 30 espécies arbóreas, dentre as

quais, cinco K.ivorensis. Avaliadas essas árvores em julho de 1998, foram obtidas as

médias de 11,24m de fuste e 21,5cm de DAP.

Page 38: Estudo Sobre Mogno Africano

38

Portanto para o referido trabalho, baseado nos dados acima numa linha de

tempo de 6 (seis) anos, foram feitas projeções de médias de DAP. A altura de fuste foi

mantida de 11.24 metros, conforme abaixo:

� 8º ano, altura fuste de 11,24 m e média de DAP de 29 cm.

Portanto para o 10º ano quanto à estimativa média de ganho de DAP foi

considerada medida de 29 cm dividida por 8, correspondendo após 8º ano ganho

de 3,63 cm ano. A altura de fuste foi considerada a mesma.

� 10º ano, altura fuste de 11,24 metros e média de DAP de 36,26 cm.

4.4.15 Projeções de perdas no processo de serragem

Como não se possui um ciclo total da cadeia produtiva do mogno-africano em

escala no Brasil e não possuindo médias para o percentual de perda no processo de

serragem, no referido trabalho será considerado rendimentos de toras de pinus na

serraria, conforme informações obtidas por Almeida D. (2010) pelo Eng.Agrônomo

Marcus Kum Adames, sócio proprietário da indústria ITA PINUS, localizada no

município de Vacaria (RS), exportadora de madeira para os EUA. O rendimento de

toras de pinus na serraria é o seguinte:

Madeira serrada: 66% (incluem as tábuas, caibros, barrotes etc.)

Perda: 34% (entra nesse índice a casca serragem, costaneiras, cavacos etc.).

Convém salientar que as toras não deverão apresentar uma grande conicidade,

pois aumentaria a perda (ALMEIDA D., 2010).

4.5 QUADROS FINANCEIROS

Segundo Woiler (1996), em se tratando dos aspectos associados aos quadros

financeiros, devemos seguir a seguinte seqüência para se elaborar um projeto de

viabilidade:

Page 39: Estudo Sobre Mogno Africano

39

a) quadro de investimento.

b) quadro de fontes e aplicações de recursos.

c) quadro de projeção dos resultados e fluxo de caixa.

Segundo Woiler (1996) avaliar o investimento total é uma das tarefas mais

importantes associadas ao projeto de viabilidade, porque o total a ser investido é muito

relevante em termos de viabilidade.

O cronograma de implantação refere-se a referência física de implantação do

projeto no tempo. Esta seqüência será determinada pelo detalhamento do projeto de

engenharia, pela disponibilidade de recursos e de fornecimento de materiais e

equipamentos. O prazo total de implantação será determinado pela composição das

diferentes etapas que compõem a implantação física. Já no cronograma de desempenho

diz respeito à seqüência financeira de implantação do projeto. Ou seja, são

especificadas as necessidades de recursos em cada período (WOILER, 1996).

O quadro de fontes e de aplicações de recursos auxilia para determinar o

retorno do projeto demonstrando quais as fontes utilizadas e suas devidas aplicações.

Segundo Woiler (1996), o principal objetivo para elaborar a projeção de

resultados está em apresentar o detalhamento da estrutura do lucro ou prejuízo líquido

de um determinado período. O resultado obtido é identificado na conta de Lucros ou

Prejuízos acumulados do balanço patrimonial

O Fluxo de Caixa Gerencial é uma ferramenta fundamental para o

gerenciamento financeiro da empresa, fornecendo uma base de informações

fundamentais para o auxílio à tomada de decisões.

4.6 FORMAÇÃO DE PREÇO

Segundo Lunkes2 (2003), a formação dos preços de venda dos produtos ou

serviços obedece a vários métodos e estratégias; no entanto, a mais antiga estratégia e,

2 Lunkes, Rogério João é contador, professor, mestre e doutorando.

Page 40: Estudo Sobre Mogno Africano

40

consequentemente, a mais usada é a formação de preços por meio da apuração dos

custos dos produtos ou serviços. No mercado, o preço exerce grande influência na

decisão de compra; portanto, as empresas devem ter cuidado na sua determinação.

Entre os inúmeros métodos de formação de preço de venda, é necessário escolher

aquele que possibilita compatibilizar crescimento nas vendas com lucratividade.

Entretanto, há no mercado clientes que são sensíveis ao preço, procuram no produto ou

serviço outras características que lhe tragam maior satisfação.

A determinação do preço de venda para alguns segmentos de mercado tornou-

se complexa, devido à concorrência cada vez mais acirrada. Atualmente, para

determinar o preço de venda, deve-se te noção clara do valor percebido pelo cliente. A

idéia de que o mercado é quem determina o preço não é totalmente verdadeira.

Dentro deste contexto, segundo Lunkes (2003), existem diversos fatores que

influenciam direta ou indiretamente na formação do preço de venda, os quais devem

ser considerados e incorporados aos preços dos produtos a serem ofertados ao

mercado, que são eles:

a) custos de aquisição ou produção: A definição do preço de venda baseado no

custo encontra grande resistência na atual conjuntura. Tal distorção ocorre em função

do uso de formas inadequadas de rateio dos custos indiretos de fabricação. A estratégia

adotada por inúmeras empresas brasileiras é a política de preços diferenciados para

clientes de grande potencial e segurança.

b) fatores ambientais ou externos: Lunkes (2003) cita os seguintes fatores

indicados por Chien et al.(1998):

Fatores de mercado (potencialidade do mercado, diferenciação do

produto, sazonalidade, mercados cativos, lucratividade do setor, etc).

Fatores competitivos (intensidade da competição, barreiras para entrar,

barreiras para sair, volatilidade da fatia do mercado, produtos

substitutos, etc.).

Fatores econômicos e governamentais (inflação, impactos das

mudanças externas, nível salarial, disponibilidade de matéria-prima e

mão-de-obra, legislação e impostos, etc.).

Page 41: Estudo Sobre Mogno Africano

41

A análise das oportunidades e ameaças do ambiente exige grande sensibilidade

do gestor para serem depuradas e consideradas na formação do preço de venda.

c) valor percebido pelo cliente: É o valor atribuído pelos clientes ao produto

ou serviço, baseado na relação entre benefícios que este trará, segundo a ótica do

consumidor, e os custos percebidos para sua aquisição, comparativamente á

concorrência (Kotler, 1998).

Segundo Kaplan e Norton (1997), os atributos dos produtos e serviços

abrangem a funcionalidade do produto ou serviço, seu preço, qualidade e tempo.

Conforme Kotler (1998), o produto pode ter várias características de desempenho

como: conformidade, durabilidade, confiabilidade, facilidade de conserto, estilo e

design, entre outros. A empresa pode cobrar mais por determinado produto ou serviço,

até mesmo no caso do padronizado, desde que o cliente perceba algum atributo a mais

em relação á concorrência.

Em 1997, uma das árvores semeadas em 1976 na Embrapa Belém/PA, após ser

transformada em peças para comercialização, rendeu USS1.200,00/m³. Informação

pessoal do pesquisador José Edmar Urano de Carvalho, da Embrapa Amazônia

Oriental, dá conta de que uma árvore de mogno-amazônico, aproveitado de mesma

maneira, rendeu USS 900,00/m³ (FALESI, I.C; BAENA, A.R.C, 1999).

Estimativamente, uma árvore de mogno-africano, ao atingir o ponto de corte,

poderá atualmente alcançar o valor mínimo de USS2.000,00, considerado

extraordinário, não existindo outro produto agrícola que a supere. ( FALESI, I.C;

BAENA, A.R.C, 1999).

Abaixo segue valores do dólar comercial (venda) para composição de média

para parâmetro e conversão M³ de madeira dólar (U$) para real (R$) para o quadro de

receitas:

Page 42: Estudo Sobre Mogno Africano

42

QUADRO 9 – MÉDIA DÓLAR COMERCIAL

Data Valor(R$) Var(%) Fonte

08/02/2010 R$ 1,87 0,00 BCB05/02/2010 R$ 1,87 0,08 BCB04/02/2010 R$ 1,87 1,63 BCB03/02/2010 R$ 1,84 -0,27 BCB02/02/2010 R$ 1,85 -2,00 BCB01/02/2010 R$ 1,88 0,96 BCB29/01/2010 R$ 1,87 0,59 BCB28/01/2010 R$ 1,85 0,15 BCB27/01/2010 R$ 1,85 1,04 BCB26/01/2010 R$ 1,83 - BCBMédia 1,86R$

Dólar Comercial - Venda

Fonte: http://www.ciflorestas.com.br/moedas.php.

4.7 A TEORIA DE CUSTOS DE PRODUTOS FLORESTAIS

Existem muitos significados para a expressão custo de produção.

Normalmente o termo custo, despesa e gasto são considerados como sinônimos para

designar o mesmo aspecto. Para a análise econômica florestal, o termo custo significa

a compensação que os donos dos fatores de produção precisam ter para continuar

ofertando-os as empresas geradoras de produtos florestais (BERGER et al, 2008).

De forma alternativa, custo de produção representa o gasto necessário para que

a produção florestal possa acontecer. A determinação do custo total de produção tem

várias finalidades. Para as empresas florestais, serve como elemento fundamental no

processo de tomada de decisão na escolha de linhas de exploração, além de auxiliar o

processo de gestão da empresa como um todo. Para qualquer esfera de governo e

órgão ligados ao setor produtivo, os custos de produção fornecem subsídios ao

processo de formulação de políticas ao setor. Além disso, por estarmos em uma

economia aberta e globalizada, o conhecimento dos custos de produção nos auxilia a

medir o nosso grau de competitividade em relação às demais empresas atuando no

mercado (BERGER et al, 2008).

Page 43: Estudo Sobre Mogno Africano

43

4.7.1 Classificação dos Custos de Produção

Segundo Berger et al (2008) ao analisar um sistema de produção florestal,

podemos encontrar duas categorias específicas de custos de produção: a) o custo fixo

de produção (CF) e b) o custo variável de produção (CV).

O custo fixo de produção (CF) pode ser classificado como o custo que não se

altera com a quantidade produzida, ou seja, é aquele custo que existe mesmo se não

houver produção. Geralmente representam o custo decorrente do uso de capitais fixos

da empresa florestal. No curto prazo ele não sofre alteração, mas, no longo prazo vai

sofrer alteração conforme a mudança na estrutura de produção (BERGER et al, 2008)..

Como exemplos, citamos os aluguéis e arrendamentos de terra, o capital

investido em terras, o juro sob capital fixo, a depreciação, o seguro, a mão-de-obra

fixa, a remuneração do produtor e os impostos fixos, entre outros (BERGER et al,

2008)..

O custo variável (CV) de produção, de maneira alternativa, é aquele gasto que

está diretamente associado com o processo produtivo da empresa florestal, além de se

relacionar com a função de produção e a lei dos rendimentos marginais decrescentes.

De maneira geral representam as despesas diretas ou explícitas decorrentes do uso dos

capitais circulantes da empresa e exigem gasto monetário direto. Como exemplos

temos os insumos (sementes, fertilizantes, etc.), a mão de obra variável (diaristas e

horistas), os impostos variáveis (ICMS) e a conservação e reparos de máquinas,

equipamentos e benfeitorias, entre outros (BERGER et al, 2008)..

Para a análise econômica da empresa florestal, torna-se necessário a

determinação do custo total (CT) de produção. O custo total representa o somatório de

todos os custos fixos e variáveis envolvidos no processo da produção florestal

(BERGER et al, 2008)..

Matematicamente, o custo total pode ser representado como: CT = CF + CV

O comportamento do custo fixo (CF), do custo variável (CV) e do custo total

de produção (CT) em relação à quantidade produzida pode ser observado na figura 10

que segue abaixo (BERGER et al, 2008):

Page 44: Estudo Sobre Mogno Africano

44

GRÁFICO 1 – AS CURVAS DE CUSTO FIXO, VARIÁVEL E TOTAL.

4.7.2 Os Custos Médios da Produção Florestal

Os custos médios ou custos unitários de produção representam os custos totais

de produção divididos pelo número respectivo de unidades produzidas. O custo médio,

desta forma, incluirá parcela dos custos fixos e dos custos variáveis de produção.

Quando a produção florestal é pequena, os custos médios são altos devido ao fato dos

custos fixos pressionarem positivamente as primeiras unidades produzidas. Mas, a

medida em que a produção sofre incremento, os custos fixos serão diluídos, causando

declínio gradativo do custo total médio. Uma vez distribuídos os custos fixos pela

produção gerada, a sua influência fica reduzida, tornando-se então, relativamente

importantes os custos variáveis que, com o incremento na produção tendem a se elevar

devido ao efeito dos rendimentos marginais decrescentes da função de produção

(BERGER et al, 2008).

Conforme Berger et al (2008), desta forma, os principais tipos de custos

médios de produção são:

a) Custo Fixo Médio (CFMe) – representa o custo fixo (CF) ou custo fixo total

dividido pela quantidade produzida.

Matematicamente: CFMe = CF ÷ Q.

b) Custo Variável Médio (CVMe) – representa o custo variável (CV) ou custo

Page 45: Estudo Sobre Mogno Africano

45

variável total dividido pela quantidade produzida.

Matematicamente: CVMe = CV ÷ Q.

c) Custo Total Médio (CTMe) - representa o custo total (CT) ou custo total

médio

dividido pela quantidade produzida.

Matematicamente: CTMe = CT ÷ Q ou, alternativamente: CTMe = (CF + CV) ÷ Q.

d) Custo Marginal (CMg) – representa uma variação no custo variável total

devido a produção de uma unidade adicional do produto florestal. Imagine que o

empresário florestal deseje aumentar em um estéreo a produção de pinus por hectare e,

para tanto, utiliza quantidades adicionais do fator variável de produção. Desta forma, o

custo marginal (CMg) de um estéreo a mais de produto é medido pelo acréscimo no

custo variável de produção.

Matematicamente: CMg = DCV ÷ DQ.

GRÁFICO 2 – COMPORTAMENTO GRÁFICO DOS CUSTOS MÉDIO DE PRODUÇÃO.

4.8 AS RELAÇÕES MONETÁRIAS NA PRODUÇÃO FLORESTAL

Em um sistema de produção florestal, além de se conhecer o comportamento

físico da produção, e necessário entender as principais relações monetárias associadas

com este processo. Dentre as relações monetárias mais importantes, a que se destacar a

Page 46: Estudo Sobre Mogno Africano

46

receita total (RT), a receita marginal (RMg) e o lucro (L) como principais indicadores

econômicos da produção (BERGER et al, 2008).

A receita total (RT) vem a ser o valor da produção, ou seja, o seu preço de

mercado (Pq) do produto multiplicado pela respectiva quantidade produzida (q)

(BERGER et al, 2008). Matematicamente temos: RT = Pq . q

Conforme Berger et al (2008) a receita marginal (RMg) pode ser definida

como o valor que é adicionado a receita total quando uma unidade adicional do

produto florestal é vendida no mercado. Como o produtor é um tomador de preço, ou

seja, dado que a sua produção individual é muito pequena em relação à produção total

do mercado, as suas decisões individuais não afetam o preço de mercado e, desta

forma, pode se admitir que o preço permaneça constante caso decida produzir ou não.

Assim, matematicamente temos: RMg = ∆RT/∆q = Pq. ∆q/∆q = P q

Segundo Berger et al (2008) o lucro (L) ou Margem Líquida (ML) vem a ser o

resultado da subtração da receita total (RT) gerada pela venda dos produtos florestais

no mercado menos os custo total (CT) de produção incorridos na sua geração.

Matematicamente o lucro pode ser representado como:

Lucro (L) = RT – CT

Ou, de forma alternativa,

Lucro (L) = Pq.q – (CF + CV)

4.9 INDICADORES PARA ANÁLISE ECONÔMICA DO PROJETO

Segundo Woiler (1996), além da viabilidade financeira, devemos verificar a

existência da eventual viabilidade econômica do investimento. Os critérios

considerados são aqueles que se baseiam, no fluxo de caixa e no valor do dinheiro do

tempo.

Page 47: Estudo Sobre Mogno Africano

47

4.9.1 Payback

O Payback é um dos métodos mais populares utilizado para análise de

alternativas de investimento. Consiste em quantificar através do fluxo de caixa, em

quanto tempo um investimento é coberto pelas entradas e saídas de caixa ocorridas

após a data de realização do desembolso inicial (WOILER, 1996).

4.9.2 Valor atual líquido

Sendo admitida determinada taxa de juros (também chamada taxa de

desconto), o valor atual líquido pode ser definido como sendo a soma algébrica dos

saldos do fluxo de caixa descontados àquela taxa para determinada data (WOILER,

1996).

Segundo Woiler (1996), o valor atual positivo R$ X significa que os ganhos de

projeto remuneram o investimento feito em % ao ano e ainda permitem aumentar o

valor da empresa daquele valor. Ou ainda que se poderia gastar mais R$ X como

investimento no início do primeiro período e mesmo assim os ganhos remunerariam a

empresa em % ao ano. Ou seja, se o valor atual líquido é positivo, o projeto deve ser

aceito porque cobre o custo de capital da empresa. Quanto maior o valor atual líquido

a uma dada taxa de desconto, mais desejável é o projeto para a empresa, pois maior é

seu potencial de ganho. Por outro lado, se o valor atual líquido for menor que zero,

então o projeto deve ser rejeitado porque os ganhos não cobrem o custo de capital da

empresa (ou seja, a taxa de desconto adotada).

Page 48: Estudo Sobre Mogno Africano

48

4.9.3 Taxa interna de retorno

Taxa interna de retorno de um investimento é a taxa de desconto que anula o

valor presente líquido do fluxo de caixa associado a esse investimento (WOILER,

1996).

Em síntese, a taxa interna de retorno apresenta algumas características, a saber

(SANTOS, 1999):

a) a taxa é interna porque depende exclusivamente das características do fluxo

de caixa. Não há necessidade de qualquer tipo de premissa externa

adicional, que dependa de preferências ou características do investidor - é

um valor intrínseco ao fluxo.

b) à exceção de fluxos bastante simples, a taxa somente pode ser calculada por

tentativas e erros, através de aproximações sucessivas.

c) um fluxo de caixa pode apresentar múltiplas taxas internas de retorno,

dependendo de suas características matemáticas. Projetos convencionais de

investimento - quando há uma única mudança de sinal - produzem uma

única taxa interna de retorno. Por exemplo a seqüência (-$100, -$200, +$90,

+$90, +$90, +$90), em que ocorrem duas saídas, seguidas de quatro

entradas consecutivas de caixa, proporciona uma TIR de 6,73%.

d) esse fato é relevante porque, para que a taxa interna de retorno tenha sentido

financeiro é necessário que o fluxo de caixa produza uma única TIR.

e) como indicador de mérito é inferior ao VPL, já que, entre dois projetos

mutuamente exclusivos, o que apresentar TIR menor poderá ser preferível,

desde que tenha um maior VPL.

f) outra forma de explicar o fato acima é dizer que a TIR nada informa sobre a

escala da alternativa considerada. Havendo dois projetos mutuamente

exclusivos, o primeiro com VPL de $10.000.000 e TIR de 20%, pode ser

preferível à outro, cuja TIR seja 40%, e VPL de $1.000.000.

Page 49: Estudo Sobre Mogno Africano

49

Fonte: Manual VPS de Elaboração de Projetos

O descarte de projetos através da TIR pode ser realizado comparando-se seu

valor com o do custo de oportunidade do capital. Caso o valor da TIR (positivo) de um

projeto seja inferior ao valor do custo de oportunidade do capital, então esse projeto

será descartado.

4.9.4 - Margem de contribuição e ponto de equilíbrio

Segundo Bernardi (2003), margem de contribuição é o valor, ou percentual,

que sobra das vendas, menos o custo direto variável e as despesas variáveis. A margem

de contribuição representa o quanto a empresa tem para pagar as despesas fixas e gerar

o lucro líquido.

Segundo Bernardi (2003), ponto de equilíbrio é o volume calculado, em que as

receitas totais de uma empresa igualam-se aos custos e despesas totais, portanto o

lucro é igual a zero. Neste ponto não tem nem lucro e prejuízo.

Segue abaixo gráfico 4 referente ponto de equilíbrio:

Page 50: Estudo Sobre Mogno Africano

50

Fonte: Bernardi (2003). GRÁFICO 3 - REPRESENTAÇÃO DO PONTO DE EQUILÍBRIO

4.10 AVALIAÇÃO DO PROJETO

Para avaliar o mérito de uma alternativa de investimentos, o VAL é calculado

descontando-se o fluxo de caixa ao custo de capital. Seriam atrativos os projetos com

VPL positivo. Alternativamente, no método da TIR esta é comparada ao custo de

capital. Será rejeitado o projeto cuja TIR for inferior ao custo médio ponderado de

capital. Ambos os métodos exigem a definição de custo de capital. Para efeito prático,

sugerimos observar as seguintes regras:

a) se o projeto for realizado exclusivamente com recursos próprios, o custo de

capital é a taxa de juros máxima à qual podem ser aplicados esses mesmos

recursos pelo investidor, admitindo que a alternativa contenha igual risco.

b) se o investimento for realizado exclusivamente com empréstimos, o custo de

capital é a taxa de tomar emprestados os recursos.

c) se o projeto for efetuado utilizando capital próprio e endividamento com

juros remuneratórios explícitos, o custo de capital deve ser calculado como

Page 51: Estudo Sobre Mogno Africano

51

sendo a média ponderada do custo de oportunidade do capital próprio e das

taxas de juros dos empréstimos e financiamentos:

Fonte: Manual VPS de Elaboração de Projetos

A avaliação da viabilidade econômica de um projeto, visto como um todo, é

feita com base na comparação entre a taxa de rentabilidade do ativo total com uma

taxa de juro que reflita o custo dos recursos totais empregados. Sob a ótica exclusiva

do sócio, o grau de atratividade de um projeto depende da comparação entre a taxa de

rentabilidade dos recursos próprios aplicados e a taxa de rentabilidade desejada. Um

projeto é economicamente viável quando sua taxa de retorno é maior do que o custo de

oportunidade dos recursos totais utilizados no projeto. A atratividade para os

investidores, será maior ou menor, à proporção que o retorno sobre o capital próprio

supere a rentabilidade mínima desejada, para um dado nível de risco (SANTOS,

2000).

Page 52: Estudo Sobre Mogno Africano

52

5 RESULTADOS E DISCUSSÕES

5.1 CUSTO DE PLANTIO DE 10 HA. DE MOGNO-AFRICANO

QUADRO 10 - CUSTO DE PLANTIO DE 10 HA. DE MOGNO-AFRICANO

ESPECIFICAÇÃO UNID. VALOR UNIT. QUANT. VALORMudas (+ 5%) Ud. 5,00 4200 21.000,00Frete Viagem 1.000,00 1 1.000,00Calcário Saco 4,90 125 612,50Super fosfato Saco 29,60 32 947,20Esterco de curral Ton. 90,00 60 5.400,00Herbicida Litro 13,80 20 276,00Formficida Pte. 3,20 20 64,00NPK Saco 44,60 60 2.676,00TOTAL 31.975,70Aração H/T 40,00 45 1.800,00Aplicação calcário Cova 0,47 4000 1.875,00Marcação área Cova 0,47 4000 1.875,00Abertura de covas Cova 1,56 4000 6.250,00Limpeza de covas Cova 0,47 4000 1.875,00Adubaçao de covas Cova 0,47 4000 1.875,00Plantio Cova 0,47 4000 1.875,00Capinas Cova 0,47 4000 1.875,00Adubação cobertura Cova 0,47 4000 1.875,00TOTAL 21.175,00

TOTAL GERAL 53.150,70

INS

UM

OS

SE

RV

IÇO

S

Page 53: Estudo Sobre Mogno Africano

53

5.2 CUSTEIO FLORESTAL – 1º, 2º E 3º ANOS

QUADRO 11 - CUSTEIO FLORESTA MOGNO-AFRICANO – 1º ANO

ESPECIFICAÇÃO UNID. VALOR UNIT. QUANT. VALOR

Esterco de curral Ton. 90,00 25 2.250,00

NPK Saco 44,60 68 3.032,80

TOTAL 5.282,80

Coroamento Cova 0,47 4000 1.875,00

Adubação cobertura Cova 0,47 4000 1.875,00

TOTAL 3.750,00

TOTAL GERAL 9.032,80

INS

UM

OS

SE

RV

IÇO

S

QUADRO 12 - CUSTEIO FLORESTA MOGNO-AFRICANO – 2º ANO

ESPECIFICAÇÃO UNID. VALOR UNIT. QUANT. VALOR

Esterco de curral Ton. 90,00 25 2.250,00

NPK Saco 44,60 68 3.032,80

TOTAL 5.282,80

Coroamento Cova 0,47 4000 1.875,00

Adubação cobertura Cova 0,47 4000 1.875,00

TOTAL 3.750,00

TOTAL GERAL 9.032,80

INS

UM

OS

SE

RV

IÇO

S

QUADRO 13 - CUSTEIO FLORESTA MOGNO-AFRICANO – 3º ANO

ESPECIFICAÇÃO UNID. VALOR UNIT. QUANT. VALOR

Esterco de curral Ton. 90,00 25 2.250,00

NPK Saco 44,60 68 3.032,80

TOTAL 5.282,80

Coroamento Cova 0,47 4000 1.875,00

Adubação cobertura Cova 0,47 4000 1.875,00

TOTAL 3.750,00

TOTAL GERAL 9.032,80

INS

UM

OS

SE

RV

IÇO

S

Page 54: Estudo Sobre Mogno Africano

54

5.3 DESPESAS DEPRECIAÇÃO/SEGUROS/MANUTENÇÃO/CUSTOS GERAIS

QUADRO 14 - DESPESAS DE DEPRECIAÇÃO

ITENS VALOR % VR. ANOTrator 0,00 10% 0,00Implementos 0,00 10% 0,00TOTAL 0,00

QUADRO 15 - DESPESAS COM SEGUROS

ITENS VALOR % VR. ANOTrator 0,00 2% 0,00Implementos 0,00 2% 0,00TOTAL 0,00

QUADRO 16 - DESPESAS COM MANUTENÇÃO

ITENS VALOR % VR. ANOTrator 0,00 2% 0,00Implementos 0,00 2% 0,00TOTAL 0,00

QUADRO 17 - CUSTOS GERAIS (ESTIMATIVAS)

ITENS VALOR MÊS VALOR ANOCombustíveis 500,00 6000,00Energia 200,00 2400,00Inseticida/Fungicidas 50,00 600,00Defensivos/Formicidas 50,00 600,00Ferramentas 50,00 600,00Capinas 7d/h 182,00 2184,00Irrigação 7d/h 182,00 2184,00TOTAL 1214,00 14568,00

Obs.: Valores para efeito de parâmetro

Page 55: Estudo Sobre Mogno Africano

55

5.4 DESPESAS COM MÃO DE OBRA

QUADRO 18 – CUSTOS E DESPESAS COM MÃO DE OBRA

Cargo Quant. Salário Mês Trimestre AnualEncarregado* 1 1.050,00 1.050,00 3.150,00 12.600,00Serviços gerais 1 525,00 525,00 1.575,00 6.300,00Sub-total 2 1.575,00 4.725,00 18.900,00

1.898,82 5.696,46 22.785,84SOMA 3.473,82 10.421,46 41.685,84

Gerente (+20%) 1 1260 1.260,00 3.780,00 15.120,001.260,00 3.780,00 15.120,00

Contabilidade - - 350,00 1.050,00 4.200,00Assist. tec. Agrícola - - 700,00 2.100,00 8.400,00SOMA 1.050,00 3.150,00 12.600,00

5.783,82 17.351,46 69.405,84TOTAL DE DESPESAS C/ PESSOAL

Ecargos sociais - 120,56 % *

SOMA

RETIRADA PRO-LABORE

MÃO DE OBRA PRÓPRIA

MÃO DE OBRA TERCEIRIZADA

5.5 RESUMO DAS NECESSIDADES FINANCEIRAS E ORIGEM DOS

RECURSOS

QUADRO 19 - RESUMO DAS NECESSIDADES FINANCEIRAS E ORIGEM DOS RECURSOS

ESPECIFICAÇÃO VALOR %Plantio 10 ha Mogno 53.150,70 15,3%Trator - 1 unidade 0,00 0,0%Implementos agrícolas 0,00 0,0%Custeio 1º, 2º e 3º anos 27.098,40 7,8%Seguros - 10 anos 0,00 0,0%Desp. c/ manutenções - 10 anos 0,00 0,0%Mão de obra própria - 3 anos 170.417,52 48,9%Mão de obra terceirizada - 3 anos 37.800,00 10,9%Despesas gerais - 3 anos 43.704,00 12,6%Honorários Projeto 16.000,00 4,6%SOMA 348.170,62 100,0%

ORIGEM DOS RECURSOS VALOR %Próprios 348.170,62 100,0%Financiamento 0,00 0,0%TOTAL 348.170,62 100,0%

Page 56: Estudo Sobre Mogno Africano

56

5.6 PROJEÇÃO DE INVESTIMENTO E GASTOS DIVERSOS

QUADRO 20 – PROJEÇÃO DE INVESTIMENTOS E GASTOS DIVERSOS

Especificação Unid. Valor unit. Quant. Valor Quant. Valor Quant. Valor Quant. Valor Quant. ValorTrator Unid. 0,00 01 0,00 - - - - - - - -Implementos Unid. 0,00 01 0,00 - - - - - - - -Implantação Há 5.315,07 10 53.150,70 - - - - - - - -Custeio Há 903,28 10 9032,8 10 9.032,80 10 9.032,80 - - - -Mão-de-obra própria Mês 4.733,82 12 56.805,84 12 56.805,84 12 56.805,84 12 56.805,84 12 56.805,84Mão-de-obra terceirizada Mês 1.050,00 12 12.600,00 12 12.600,00 12 12.600,00 - - - -Honorários 16.000,00 01 16.000,00 - - - - - - - -Seg./Manut. 0,00 12 0,00 12 0,00 12 0,00 12 0,00 12 0,00Desp.Gerais Mês 1.214,00 12 14.568,00 12 14.568,00 12 14.568,00 - - - -Totais anuais 162.157,34 93.006,64 93.006,64 56.805,84 56.805,84TOTAL GERAL

BENS E SERVIÇOS 1º ANO 2º ANO 3º ANO 4º ANO 5º ANO

Especificação Unid. Valor unit. Quant. Valor Quant. Valor Quant. Valor Quant. Valor Quant. ValorTrator Unid. 0,00 - - - - - - - - - -Implementos Unid. 0,00 - - - - - - - - - -Implantação Há 7.147,57 - - - - - - - - - -Custeio Há 903,28 - - - - - - - - - -Mão-de-obra própria Mês 4.733,82 12 56.805,84 12 56.805,84 12 56.805,84 12 56.805,84 12 56.805,84Mão-de-obra terceirizada Mês 1.050,00 - - - - - - - - - -Honorários 0,00 - - - - - - - - - 144000,00Seg./Manut. Mês 0,00 12 0,00 12 0,00 12 0,00 12 0,00 12 0,00Desp.Gerais Mês 364,20 - - - - - - - - - -Totais anuais 56.805,84 56.805,84 56.805,84 56.805,84 200.805,84TOTAL GERAL 889.811,50

10º ANO6º ANO 7º ANO 8º ANO 9º ANOBENS E SERVIÇOS

Page 57: Estudo Sobre Mogno Africano

57

5.7 PROJEÇÃO DE PRODUÇÃO E RECEITA

QUADRO 21 – PROJEÇÃO DE PRODUÇÃO E RECEITA

ANO ÁREAQUANT.

ÁRVORESREND. POR

Há (M3)PRODUÇÃO TOTAL (M3)

QUANT. (M3)VALOR UNIT.

(R$)VALOR TOTAL

(R$)8º 2 Há 800 282,12 564,24 372,40 2.232,00R$ R$ 831.196,80

10º 8 Há 3200 365,32 2922,53 1928,87 2.232,00R$ R$ 4.305.237,84R$ 5.136.434,64

VENDAS DE MADEIRA SERRADAPRODUÇÃO DE MADEIRA EM TORA

TOTAL: Nota explicativa:

Cotação internacional do mogno-africano em pranchões: U$ 1.200,00 m³

Dólar comercial média de 26/01/2010 a 08/02/2010 = R$ 1,86

Cotação do mogno-africano em reais = R$ 2.232,00

Foi considerado perda no processo de produção (fatores diversos) de 5% até a etapa

final do corte.

8º ANO:

• 400 árvores/Ha x 2 Ha = 800 árvores – 40 árvores (5%) = 760 árvores

• 760 árvores com 11,24 metros altura x 0,29 metros DAP (0,145 metros raio)

• (Pi x r2 x h): 3,1416 x 0,0225 x 11,24 = 0,7424 m³ x 760 árvores = 564,24

• Perda no processo de serragem = 34,00% x 564,24 m³ = 191,84 m³

• Madeira serrada = 564,24 m³ – 191,84 m³ = 372,40 m³

10º ANO:

• 400 árvores/Ha x 8 Ha = 3200 árvores – 160 árvores (5%) = 3040 árvores

• 3040 árvores com 11,24 metros altura X 0,33 metros DAP (0,165 metros

raio)

• (Pi x r2 x h): 3,1416 x 0,0272 x 11,24 = 0,9614 m3 x 3040 árvores =

2.922,53 m³

• Perda no processo de serragem = 34,00% x 2.922,53 m³ = 993,66 m³

• Madeira serrada = 2.922,53 m³ – 993,66 m³ = 1.928,87 m³

Page 58: Estudo Sobre Mogno Africano

5.8 DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO E FLUXO DE CAIXA DOS EXERCÍCIOS

QUADRO 22 - DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO E FLUXO DE CAIXA DOS EXERCÍCIOS

Receita Operacional 1º ANO 2º ANO 3º ANO 4º ANO 5º ANO

1.1 (+) Venda Mogno-africano

3.6 (+) Receita Financeira (8,75% a.a.)

1.3 (-) Impostos incidentes sobre vendas (ICMS, PIS, COFINS)

1. Receita Líquida de vendas -R$ -R$ -R$ -R$ -R$

Custos

2.1 (-) Custeio florestal 9.032,80R$ 9.032,80R$ 9.032,80R$

2.2 (-) Salários e encargos 41.685,84R$ 41.685,84R$ 41.685,84R$ 41.685,84R$ 41.685,84R$

2.5 (-) Serviços de terceiros 12.600,00 12.600,00 12.600,00 12.600,00 12.600,00

2.6 (-) Despesas Gerais 14.568,00R$ 14.568,00R$ 14.568,00R$ -R$ -R$

2.8 (-) Corte/Serraria (10% vr bruto)

2. Total Custos: 77.886,64R$ 77.886,64R$ 77.886,64R$ 54.285,84R$ 54.285,84R$

3. RESULTADO BRUTO (1 - 2): (77.886,64)R$ (77.886,64)R$ (77.886,64)R$ (54.285,84)R$ (54.285,84)R$

Despesas

4.1 (-) Salários e encargos 15.120,00R$ 15.120,00R$ 15.120,00R$ 15.120,00R$ 15.120,00R$

4.6 (-) Despesas Financeiras -R$ -R$ -R$ -R$ -R$

2.3 (-) Depreciação

2.4 (-) Seguros / Manutenções

4.8 (-) Honorários 16.000,00R$

4. Total Despesas/Receitas 31.120,00R$ 15.120,00R$ 15.120,00R$ 15.120,00R$ 15.120,00R$

5. RESULTADO ANTES DO IR (3 - 4) (109.006,64)R$ (93.006,64)R$ (93.006,64)R$ (69.405,84)R$ (69.405,84)R$

6. Contribuição Social sobre Lucro Líquido (9%)

* 7. Imposto de renda* (15%)

7. RESULTADO LÍQUIDO (5 - 6) (109.006,64)R$ (93.006,64)R$ (93.006,64)R$ (69.405,84)R$ (69.405,84)R$

8. Financiamento -R$ -R$ -R$ -R$ -R$

9. Investimento 53.150,70R$

10. Amortização Financiamento

11. Capital a Integralizar 162.157,34R$ 93.006,64R$ 93.006,64R$ 69.406,00R$ 69.406,00R$

12.SUPERAVIT(saldo anterior+4.2+4.3+7+8-9+10+11) -R$ -R$ -R$ 0R$ 0R$

Page 59: Estudo Sobre Mogno Africano

59

Receita Operacional 6º ANO 7º ANO 8º ANO 9º ANO 10º ANO

1.1 (+) Venda Mogno-africano 831.196,80R$ 4.305.237,84R$

3.6 (+) Receita Financeira (8,75% a.a.) 29.045,29R$ 28.253,22R$

1.3 (-) Impostos incidentes sobre vendas (ICMS, PIS, COFINS) (179.954,11)R$ (932.083,99)R$

1. Receita Líquida de vendas -R$ -R$ 651.242,69R$ 29.045,29R$ 3.401.407,07R$

Custos

2.1 (-) Custeio florestal - - - - -

2.2 (-) Salários e encargos 41.685,84R$ 41.685,84R$ 41.685,84R$ 41.685,84R$ 41.685,84R$

2.5 (-) Serviços de terceiros 12.600,00 12.600,00 12.600,00 12.600,00 12.600,00

2.6 (-) Despesas Gerais -R$ -R$ -R$ -R$ -R$

2.8 (-) Corte/Serraria (10% vr bruto) 83.119,68R$ 430.523,78R$

2. Total Custos: 54.285,84R$ 54.285,84R$ 137.405,52R$ 54.285,84R$ 484.809,62R$

3. RESULTADO BRUTO (1 - 2): (54.285,84)R$ (54.285,84)R$ 513.837,17R$ (25.240,55)R$ 2.916.597,44R$

Despesas

4.1 (-) Salários e encargos 15.120,00R$ 15.120,00R$ 15.120,00R$ 15.120,00R$ 15.120,00R$

4.6 (-) Despesas Financeiras -R$ -R$ -R$

2.3 (-) Depreciação

2.4 (-) Seguros / Manutenções

4.8 (-) Honorários

4. Total Despesas/Receitas 15.120,00R$ 15.120,00R$ 15.120,00R$ 15.120,00R$ 15.120,00R$

5. RESULTADO ANTES DO IR (3 - 4) (69.405,84)R$ (69.405,84)R$ 498.717,17R$ (40.360,55)R$ 2.901.477,44R$

6. Contribuição Social sobre Lucro Líquido (9%) 31.419,18R$ 219.427,99R$

* 7. Imposto de renda* (15%) 52.365,30R$ 365.713,31R$

7. RESULTADO LÍQUIDO (5 - 6) (69.405,84)R$ (69.405,84)R$ 414.932,69R$ (40.360,55)R$ 2.316.336,14R$

8. Financiamento -R$ -R$ -R$

9. Investimento

10. Amortização Financiamento -R$

11. Capital a Integralizar 69.406,00R$ 69.405,80R$ -R$ -R$ -R$

12.SUPERAVIT(saldo anterior+4.2+4.3+7+8-9+10+11) 0R$ 0R$ 414.932,69R$ 403.617,42R$ 2.719.954R$

Page 60: Estudo Sobre Mogno Africano

60

Comentários adicionais:

a) Para efeito de Imposto de renda deverão ser feitos os ajustes fiscais referentes aos prejuízos acumulados até o 7º ano e os

incentivos disponíveis para o produtor rural, vigentes nos exercícios correspondentes ao 8º e 10º ano.

b) Apuração do lucro para fins de cálculo do Imposto de Renda e da Contribuição Social foi utilizada sobre o Lucro Real. No Lucro

Real os impostos são calculados com base no lucro real da empresa, apurado considerando-se todas as receitas, menos todos os

custos e despesas da empresa, de acordo com o regulamento do imposto de renda.

c) O regime contábil utilizado foi o Regime de Caixa. Este apropria as receitas e despesas no período de seu recebimento ou

pagamento, respectivamente, independentemente do momento em que são realizadas.

Page 61: Estudo Sobre Mogno Africano

61

5.9 MARGEM CONTRIBUIÇÃO UNITÁRIA

QUADRO 23 – MARGEM CONTRIBUIÇÃO UNITÁRIA

Receita/Ano 1º 2º 3º 4º 5º 6º 7º 8º 9º 10º1.1 (+) Venda Mogno-africano -R$ -R$ -R$ -R$ -R$ -R$ -R$ 1.094R$ -R$ 1.416R$ Custos variáveis/AnoSerraria/Participações (14%) -R$ -R$ -R$ -R$ -R$ -R$ -R$ 153,12R$ -R$ 198,27R$ Impostos (16,33%) -R$ -R$ -R$ -R$ -R$ -R$ -R$ 178,60R$ -R$ 231,26R$ M.C. unitária -R$ -R$ -R$ -R$ -R$ -R$ -R$ 762R$ -R$ 987R$

Nota explicativa: 8º ano = 760 árvores e no 10º ano = 3.040 árvores Impostos total de 16,33% = (ISS = 5%; IR = 4,80%; CSLL = 2,88%; PIS = 0,65%. COFINS = 3,00%) Estimativa da Serraria em 10% e Participações em 4%

5.10 PONTO DE EQUILÍBRIO

QUADRO 24 – PONTO DE EQUILÍBIO Custos fixos/Ano 1º 2' 3º 4º 5º 6º 7º 8º 9º 10º Total2.1 (-) Custeio florestal 9.032,80R$ 9.032,80R$ 9.032,80R$ -R$ -R$ - - - - - 27.098,40R$ 2.2 (-) Salários e encargos 41.685,84R$ 41.685,84R$ 41.685,84R$ 41.685,84R$ 41.685,84R$ 41.685,84R$ 41.685,84R$ 41.685,84R$ 41.685,84R$ 41.685,84R$ 416.858,40R$ 4.1 (-) Salários e encargos 15.120,00R$ 15.120,00R$ 15.120,00R$ 15.120,00R$ 15.120,00R$ 15.120,00R$ 15.120,00R$ 15.120,00R$ 15.120,00R$ 15.120,00R$ 151.200,00R$ 2.5 (-) Serviços de terceiros 12.600,00R$ 12.600,00R$ 12.600,00R$ 12.600,00R$ 12.600,00R$ 12.600,00R$ 12.600,00R$ 12.600,00R$ 12.600,00R$ 12.600,00R$ 2.6 (-) Despesas Gerais 14.568,00R$ 14.568,00R$ 14.568,00R$ -R$ -R$ -R$ -R$ -R$ -R$ -R$ 43.704,00R$ Custos Fixos Totais 93.006,64R$ 93.006,64R$ 93.006,64R$ 69.405,84R$ 69.405,84R$ 69.405,84R$ 69.405,84R$ 69.405,84R$ 69.405,84R$ 69.405,84R$ 764.860,80R$ Soma 626.049,12R$ 138.811,68R$ M.C.unitário -R$ -R$ -R$ -R$ -R$ -R$ -R$ 761,97R$ -R$ 986,66R$ -

Ponto de Equilíbrio/árvores 822 141 962

Nota explicativa: Capacidade média 10 hac = 4.000 árvores Ponto de equilíbrio = 962 árvores Considerando perda de 0,5% árvores por ano = 20 árvores x 10 anos = 200 árvores Margem de ganho = 3800 - 962 = 2.838 árvores

Page 62: Estudo Sobre Mogno Africano

5.11 ANÁLISE DE INVESTIMENTO

Como os recursos nessa referida análise é exclusivamente Capital Próprio, foi

utilizada uma TRR (Taxa Requerida Retorno) de 20% ao ano, sendo esta uma taxa de

juros no mercado financeiro considerada excepcional e também levando em

consideração possíveis comparações com outros projetos.

O Payback regular é o período de tempo necessário para que as receitas

líquidas recuperem o investimento, que de acordo com fluxo de caixa será de 10 anos.

O Val = VPL (Valor Atual Líquido) é o valor obtido pela diferença entre o

valor atual das entradas (VAE) e o valor atual das saídas (VAS). Esta taxa corresponde

ao ganho alternativo (numa aplicação sem risco) ou ganho mínimo associado ao risco

que o projeto envolve. O VAL corresponde ao aumento do patrimônio da empresa

(riqueza adicional agregada) pelo projeto à taxa de juros dessa oportunidade que neste

caso foi calculado em R$96.400,52 (noventa e seis mil quatrocentos reais e cinqüenta

e dois centavos)

A TIR (Taxa Interna Retorno) é a taxa de desconto que torna o VPL das

entradas igual ao VPL das saídas de caixa, que neste caso chegou-se a 24%.

Fazendo-se uma análise do resumo das necessidades financeiras e origem dos

recursos, podemos constatar os seguintes percentuais em relação ao investimento total

em 3(três) anos de R$348.170,62 (trezentos e quarenta e oito mil, cento e setenta

reais e sessenta e dois centavos): mão de obra própria com 48,9%, plantio 10 ha

mogno-africano a 15,3%, custos do plantio a 7,8%, despesas gerais a 12,6%, mão de

obra terceirizada a 10,9% e honorários do projeto a 4,6%.

5.12 ANÁLISE TÉCNICA DA CULTURA DO MOGNO-AFRICANO NA REGIÃO

OESTE DE MINAS GERAIS

Conforme relatório emitido em 21/03/2006 em visita da Emater-MG realizada

por Oliveira (2006) na Fazenda Estiva, com o objetivo de avaliar a área do plantio da

Page 63: Estudo Sobre Mogno Africano

63

cultura do mogno-africano, constatou o seguinte parecer técnico: por se tratar de um

projeto pioneiro de uma espécie exótica que está sendo implantada em uma região com

características diferentes da região de origem, haveria necessidade de se avaliar o

resultado de uma área experimental após um período mínimo de 3 anos, para se

determinar o rendimento na produção de madeira (OLIVEIRA, A.N., 2006).

Em 03/01/2007, novo relatório da área do plantio realizada por Oliveira (2007) na

Fazenda Estiva, com o objetivo de acompanhar o desenvolvimento da Cultura do

Mogno-africano, relatou-se: até o momento não há indicativos que a cultura terá

problemas de adaptação nesta região do estado de Minas Gerais (OLIVEIRA,

A.N.,2007).

Indispensável a integração com órgãos técnicos3 específico e condução de campo

coordenada por Engenheiro Florestal / Agrônomo.

Abaixo fotos do plantio experimental da cultura Khaya ivorensis A.Chev (mogno-

africano) em abril de 2010 com 03(três) anos e 05(cinco) meses de idade na Fazenda

Estiva (contato e-mail: [email protected]) localizada no Município de Itaúna

(MG).

3 Matéria realizada sobre madeiras nobres (espécies exóticas) na lavoura experimental da Fazenda

Estiva em Itaúna (MG) conforme vídeos disponíveis nos links abaixo: a)http://megaminas.globo.com/video/2009/10/17/mg-rural# (obs.: matéria no final da reportagem de 17/10/2009) b)http://video.globo.com/Videos/Player/Noticias/0,,GIM1152136-7823-PRODUTORES+DE+ITAUNA+MG+INVESTEM+EM+MADEIRA+NOBRE,00.html (02/11/2009)

Page 64: Estudo Sobre Mogno Africano

64

FIGURA 3 – PLANTIO KHAYA IVORENSIS A.CHEV (MOGNO-AFRICANO) FAZENDA ESTIVA, ITAÚNA/MG.

Fonte: Fazenda Estiva - Itaúna(MG)

Fonte: Fazenda Estiva - Itaúna(MG)

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6 CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES

Do aspecto de viabilidade técnica, poder-se-ia dizer que, por analogia, pelos

experimentos realizados pela Embrapa, pela boa adaptação e desenvolvimento

apresentada da cultura do mogno-africano, observando-se rigorosamente os cuidados,

nos primeiros anos da implantação da floresta, principalmente no período de menor

precipitação pluviométrica, que o Estado de Minas Gerais, em especial a região oeste,

também oferece condições para o cultivo desta espécie.

No cenário mercadológico, percebemos que a região tem potencial a receber

este tipo de empreendimento, pelo potencial vocacional da indústria moveleira

regional, podendo agregar ainda mais valor ao produto.

Conforme demonstrado o projeto é extraordinariamente viável, tanto

economicamente, financeiramente. Torna-se altamente lucrativo a partir do 8º ano.

Demonstra uma lucratividade média anual fantástica. O projeto é viável no cenário

apresentado.

Diante deste panorama, torna-se importante adoção de medidas que assegure o

aumento da oferta de produtos agrícolas e florestais, acompanhados da conservação e

recuperação dos solos, conservação da água e da preservação da floresta nativa

remanescente. A cobertura florestal do Mogno-africano associada à outra(s) cultura(s)

arbóreas e de subsistência em áreas rurais traz consigo benefícios diretos e indiretos,

tais como geração de empregos e melhoria da distribuição de renda, contribuindo

assim, para uma melhoria de ordem social e econômica dos produtores e de suas

famílias.

Diante da inexistência atual de crédito específico para esta cultura, muitos

agricultores desistem da sua implantação. Recomenda-se, portanto, de fundamental

importância modelos compatíveis de políticas públicas de crédito para este segmento,

em especial a de madeiras nobres de médio a longo prazo associados a culturas

consorciadas de curto prazo.

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Desta forma concluímos que a atividade de reflorestamento de Khaya

ivorensis A.Chev. (mogno-africano), contribuirá efetivamente com nossa economia,

gerando riquezas e oportunidades de negócios nacionais e internacionais.

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Referências

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ANEXOS

Quadro demonstrativo dos percentuais aplicados no cálculo dos Encargos Sociais

A - Encargos Sociais Básicos

20,00% A1. Previdência Social

8,00% A2. Fundo de Garantia por Tempo de Serviço

2,50% A3. Salário educação

0,60% A6. Serviço de Apoio à Pequena e Média Empresa (Sebrae)

0,20%

A7. Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária

(INCRA)

3,00% A8. Seguro contra os acidentes de trabalho (INSS)

34,30% Total de A

B - Encargos Sociais que recebem as incidências de A

22,90% B1. Repouso semanal e feriados

0,79% B2. Auxílio - enfermidade

0,34% B3. Licença paternidade

10,57% B4. 13o Salário

4,57%

B5. Dias de chuva, faltas justificadas, acidentes de trabalho,

etc.

39,17% Total de B

C - Encargos Sociais que não recebem incidências globais de A

4,45%

C1. Depósito por despedida injusta: 40%sobre A2 + (A2 x B)

(Supondo apenas rescisões por despedida injusta)

13,12% C2. Aviso prévio indenizado

14,06% C3. Férias indenizadas

31,63% Total de C

D - Taxas de reincidências

14,41% D1. Reincidência de A sobre B.

1,05% D2. Reincidência de A2 sobre C2.

15,46% Total de D

120,56% Total Geral

PERCENTUAL TOTAL: 120,56%